Atualidade Cosmética 158

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Olhos fixos no horizonte, olhos no futuro... Olhos no mercado, interpretação de tendências... Inspiração para criações únicas... Caminhando juntos e decifrando novos rumos;

Kaapi, a sua casa de fragrâncias.

K A A P I FRAGRÂNCIAS

Transformando inspirações em fragrâncias de sucesso.

O caldeirão de diversidade e desigualdades do Rio de ATC 25 anos pelo brasil: Janeiro é um dos segredos da agilidade da indústria local


25 anos Ano: 25/2017 • R$ 40,00

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desodorantes

Promopacks e lançamentos certeiros puxam o crescimento da categoria

VAREJO Em ritmo de expansão, perfumarias aceleram abertura de novas lojas

25º PRÊMIO ATUALIDADE COSMÉTICA

Cobertura completa da festa que marcou o jubileu de prata do Oscar do mercado de beleza

O caldeirão de diversidade e desigualdades do Rio de ATC 25 anos pelo brasil: Janeiro é um dos segredos da agilidade da indústria local


Da fábrica ao ponto de venda. B2B

Seja qual for a rota, a Patrus Transportes é a solução certa na entrega de cargas fracionadas.


Do centro de distribuição até a sua casa. B2C

A Patrus Transportes é destaque em distribuição para o setor de cosméticos e oferece a maior cobertura e a melhor tecnologia em transporte com 75 unidades em todo o Sul, Sudeste, Bahia, Sergipe e Ceará. É esse compromisso e a qualidade no atendimento que fizeram nossa www.patrus.com.br parceria com o Grupo Boticário um caminho de sucesso. São oito anos de trabalho conjunto, mas com muita estrada ainda pela frente.


Apresentado por:

orgulho, gratidão, muito trabalho e, claro, entregas no prazo Patrus Transportes urgentes. a única transportadora qualificada com fornecedor diamante pelo Grupo Boticário

C

laro que uma relação no seu começo pode ser tudo de bom. Mas para manter a chama acesa por anos, décadas a fio é preciso muito mais. Um relacionamento especial, também não acontece da noite para o dia. Construir uma relação especial é algo que demanda esforço, comprometimento, temperança e lealdade de ambas as partes. É preciso disposição para que se entende as qualidades e as fraquezas de cada um, para que juntos, se construa algo maior e mais forte do que se estivessem sozinhos. É nessa construção conjunta que reside a beleza do relacionamento. E nós temos orgulho de poder ter uma relação de respeito e construção verdadeiramente em conjunto com o Grupo Boticário. Uma relação que vem sendo construída dia após dia, ao longo de muitos anos. E esperamos continuar assim, dia após dia, parabenizando e participando de cada aniversário dessa empresa que nós da Patrus tanto amamos. Parabéns Grupo Boticário pelos 40 anos de lindas histórias. www.patrus.com.br - A transportadora do mercado de beleza


www.patrus.com.br - A transportadora do mercado de beleza 87


20.

PRÊMIO ATUALIDADE COSMÉTICA

Mais de 600 dirigentes e profissionais da indústria e do varejo de beleza se reúnem em mais uma edição do ‘Oscar da perfumaria e dos Cosméticos’.

52. #158

NEGÓCIOS RESTRUTURAÇÃO

Com planos, segurança e novos ares, Água de Cheiro volta ao mercado após tempos de instabilidade e incerteza.

94.

NEGÓCIOS ESTRATÉGIA

CATEGORIA DESODORANTES

Racco completa 30 anos apostando na solidez e no marketing multinível para seguir com sua relevância no mercado e na venda direta.

Packs promocionais e lançamentos cada vez mais certeiros são os movimentos que vêm ditando o ritmo da categoria.

98.

62.

INOVAÇÃO ENTREVISTA

CANAL EXPANSÃO DAS PERFUMARIAS

Chegada de Paulo Roseiro ao comando da área de Inovação do Grupo Boticário marcou uma mudança na abordagem da empresa em relação ao seu P&D.

Os planos das principais redes do varejo especializado de beleza em termos de expansão pelo País.

71.

92.

100.

FORNECEDORES FRAGRÂNCIAS

ATC - 25 ANOS PELO BRASIL

RIO DE JANEIRO

As particularidades que fazem do Rio o mercado mais novidadeiro da indústria cosmética brasileira.

88.

Robertet investe em sua própria estrutura para lidar com demandas crescentes e novos horizontes.

104.

NEGÓCIOS ESTRATÉGIA

NEGÓCIOS PORTFÓLIO

Corel Pincéis e sua missão de trazer acessórios inovadores ao mercado e à categoria de Maquiagem, desta vez com as esponjas removedoras e retocadoras.

Hinode quer subir a régua da inovação no seu portfólio, que tem grande aceitação pelos consumidores e que também é responsável pelo sucesso da empresa.

editorial _____________ 8 painel _______________ 12 express ______________ 57 Clássicos da Perfumaria _ 106

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EDITORIAL

Diversidade em aspectos

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e tempos em tempos, algumas palavras ou atributos ganham ainda mais valor em nosso dia a dia. Dependendo da força com que esse atributo (re)apareça no momento, é possível dizer até que ele ganha novos significados. A sociedade está em constante mutação, com frequentes discussões acerca do que representam cada um desses atributos. A relação cada vez mais digital atual entre distintas gerações muda com frequência a forma com que lidemos com cada situação. E isso traz uma série de impactos, como por exemplo, o modo com que o consumidor se comporta em um ponto de venda, como compra ou de que maneira consome o produto. Uma palavra ou atributo que, digamos assim, está na moda atualmente é a “diversidade”. Trata-se de um termo amplo, que pode ter muitos significados e pode abarcar uma série de questões juntas. Isso faz com que a diversidade seja algo que abra discussões nos mais diferentes âmbitos possíveis dentro da sociedade. Se levarmos este atributo para a questão de gêneros, o debate costuma ser quente. No ambiente de trabalho, este é um tema que nunca foi tratado com tanta profundidade como hoje. Devido em parte a uma dessas mutações pelas quais a sociedade passa, as pessoas vivem hoje em dia em um mundo em que se expõem muito mais e fazem isso da maneira como realmente são, sobretudo por conta da abertura e acesso que as redes sociais proporcionam. Muitas companhias estão avançadas nesta questão por terem feito uma leitura correta de que contar com um

FUNDADOR: JOSÉ LUIZ DE PAULA JR. EDITOR E PUBLISHER: AÛANI CUSMA DE PAULA

quadro de pessoas diversas entre si, que reflitam melhor o retrato da população atual, pode ser sim uma vantagem competitiva em diversos sentidos. À sua maneira, a revista Atualidade Cosmética procurou celebrar durante a 25ª edição do Prêmio Atualidade Cosmética o peso que a diversidade exerce nos dias atuais. Vale lembrar que tal atributo fica mais do que aflorado na premiação pelo fato de as inscrições para concorrer serem gratuitas, garantindo o acesso a empresas do mercado de beleza de todos os portes. Das jovens startups às maiores multinacionais, todos têm portas abertas no PAC. O resultado, como vocês sabem – afinal, são duas décadas e meia do ‘Oscar do mercado de perfumaria e cosméticos na América Latina’ –, reflete a diversidade atual que nosso mercado possui. São várias companhias com propostas inovadoras e diferentes, pensadas para atender a esses consumidores que estão vivendo suas transformações. Sem falar na qualidade dos produtos que é apresentada por essas empresas e que é exigida pelo consumidor. Seja em qual esfera que o atributo “diversidade” for inserido, é preciso saber do valor que este termo possui na atualidade e que isso, mais do que claramente, demonstra que qualquer um pode ter o seu espaço ou ao menos uma oportunidade, de acordo com sua capacidade. Estejamos de olhos abertos para o prisma que a diversidade pode nos trazer. Boa leitura!

EDITOR-ASSISTENTE: RAFAEL MENDONÇA (rafael@cusmaneditora.com.br)

DARYUS FELISBINO (daryus@cusmaneditora.com.br)

REPÓRTER: GABRIEL ODA (gabriel@cusmaneditora.com.br)

IMPRESSÃO: SERZEGRAF

REPÓRTER: MILENA PASCHOAL (milena@cusmaneditora.com.br)

WWW.COSMETICANEWS.COM.BR

GERENTE DA MARCA: JENIFER VIEIRA (jenifervieira@cusmaneditora.com.br) EXECUTIVOS DE VENDAS: WANESSA DE SOUZA (wanessa@cusmaneditora.com.br) EUFRAZIO LAUTON (lauton@cusmaneditora.com.br) ATUALIDADE COSMÉTICA

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ADMINISTRAÇÃO E REDAÇÃO RUA DOM DUARTE LEOPOLDO, 678 CAMBUCI CEP 01542-000 SP – BRASIL PARA ANUNCIAR, LIGUE: (11) 3392-2584





painel

Uma loja de histórias

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o final de novembro, o Barra Shopping, no Rio de Janeiro, recebeu a inauguração de uma nova loja de O Boticário. Mas não de qualquer loja. A unidade do shopping carioca representa um novo formato de loja, completamente diferente da atual e que, de acordo com o CEO do Grupo Boticário, Artur Grynbaum, será trabalhada de forma bastante segmentada no portfólio da varejista, que contam com mais de 3.500 lojas em todo o Brasil. A nova loja pode ser definida como uma loja de experiência. E que leva os elementos de storytelling, que

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foram introduzidos na última reformulação do layout das lojas, em 2012, a um patamar muito mais rico, trazendo muito da história e dos processos de desenvolvimento e fabricação da marca aos olhos dos consumidores. “Queríamos uma loja com a qual a gente pudesse levar para os consumidores essa experiência. É uma loja que tem muito a ver com o nosso propósito e que traz a alquimia de O Boticário para o consumidor entender um pouco mais”, explica Cristiane Irigon, diretora de Marca e Comunicação de O Boticário. Ao mesmo tempo, o layout e a tecnologia embarcada na loja fazem dela um projeto bastante futurista. De fato, muito mais sofisticada e moderna do

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CRISTIANE IRIGON (AO CENTRO): grupo queria uma loja que trouxesse o propósito e a alquimia de O Boticário.

LAYOUT REFORMULADO: nova loja pode ser definida como uma loja de experiência.

que as lojas tradicionais de O Boticário. O ambiente tem um projeto de iluminação para mostrar o produto. “Ela não é uma loja colorida, super pirotécnica e com um monte de coisas acontecendo. É uma loja que foca o produto e usa essa tecnologia para contar a história daquele produto”, reforça Cristiane. Uma das inovações mais importantes do modelo novo é que a loja do Barra Shopping não possui caixas para o pagamento. São as próprias atendentes que fecham a venda e realizam o recebimento. Apesar de toda a sofisticação, a operação desse modelo de loja não implica em custos mais altos para a varejista, apesar de parecer uma loja mais sofisticada e mais cara. “É uma loja fácil do replicar e operar. O número de funcionários para operar o novo formato de loja é exatamente o mesmo utilizado no formato antigo. O que muda um pouco é a forma de atendimento, uma vez que a menina que está atendendo já é o caixa”. A loja Do Barra Shopping, com 100m², é uma das maiores unidades da marca. Mas Cristiane garante que o novo formato é replicável em lojas menores, embora no momento o novo formato não esteja disponível para os franqueados.

CONVIVÊNCIA QUE FAZ SENTIDO

A executiva conta que o novo formato vai conviver com o

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modelo de lojas atual e que cada uma terá o seu papel. A marca não tem ainda um plano de expansão para esse novo modelo de lojas, mas o avanço deve acontecer à medida em que a empresa achar que faça sentido para os seus consumidores. Ao contrário de outras varejistas que operam com lojas clusters, que são pensadas a partir de uma ótica sócio-demográfica, O Boticário deve olhar mais para se a experiência que o novo formato de loja propõe faz sentido para os consumidores que estão, naquele momento, no raio de ação de um determinado ponto. “Não dá para fazer tudo igual para todo mundo. Então a gente tem que oferecer as coisas certas no momento certo. Por isso, não necessariamente as lojas desse formato precisarão estar em pontos de grande fluxo. É uma loja que tem de estar em lugares onde as pessoas estão com vontade de experimentar. É legal que seja num grande fluxo, mas tem pontos de grande fluxo em que a pessoa demanda rapidez. É muito mais de acordo com a necessidade de compra e tipo de experiência que aquele consumidor está querendo. Somos uma marca super democrática e a nossa loja tem de ser assim também. É muito mais entender por que aquilo é viável, se aquilo faz sentido para aquele momento da vida dele, do que por uma segmentação. Se faz sentido para o consumidor e ele gosta daquilo, a gente vai dar essa experiência”, pontua a diretora de Comunicação.

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painel

CRESCENDO NAS LOCAIS

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uscando capturar novas oportunidades de crescimento no Brasil, a casa de fragrâncias e ingredientes cosméticos alemã Symrise selou um acordo para a aquisição de 100% das ações da casa de fragrâncias brasileira Citratus. De acordo com Ricardo Patrocínio, vice-presidente de Consumer Fragrances da casa alemã, a ideia é manter a Citratus rodando como uma operação de negócios relativamente independente da operação da própria Symrise. O modelo já é adotado pela Diana Foods, empresa que atua na área de nutrição e foi comprada pela Symrise alguns anos atrás. A Symrise vinha sondado e avaliando casas de fragrâncias locais já há alguns anos. Ao menos duas outra casas foram avaliadas formalmente pela companhia nesta década. Controlada pela família Rentel, a Citratus foi criada há 26 anos por Harry Rentel, um experiente executivo do mercado de fragrâncias, com passagens por empresas como Quest e IFF, especialmente na área de Compras. Desde então, a empresa construiu uma trajetória marcada pela solidez e pela boa administração, o que a levou a uma posição de destaque no mercado local. Com vendas estimadas em R$ 40 milhões, em 2016, a Citratus era uma das três maiores casa de fragrâncias brasileiras e, tinha planos de dobrar de tamanho até 2020. A companhia está finalizando a instalação de um robô de automação industrial para ampliar a capacidade de produção da empresa. O investimento, da ordem de R$ 3,5 mi, se soma aos outros R$ 20 mi investidos para construir o atual centro criativo e industrial da Citratus, que soma 8 mil m² de área construída e foi inaugurado no início de 2016. Michael Rentel, membro da família controladora e atual gerente de Marketing da Citratus seguirá na operação. Para a Symrise, a aquisição reforça a posição da empresa

PARCERIA DE VALOR

Em parceria com a Natura, a Symrise lançou, em outubro de 2017, um projeto de três anos que ajudará os agricultores a diversificar e melhorar seus produtos. O objetivo deste projeto, além de promover a proteção da floresta tropical é melhorar de forma significativa a criação de valor para os agricultores e cooperativas locais. Com o apoio da Sociedade Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), o projeto tem como objetivo restabelecer a vegetação natural ao longo da Rodovia Transamazônica e nas regiões nordeste do Pará e Ponta do Albunã por meio de um cultivo modificado da terra e ações de reflorestamento. Com a ajuda de novas tecnologias, os agricultores e as cooperativas aprenderão sobre uma forma de cultivo mais eficiente. O projeto da Symrise quer tornar rentável toda a cadeia de valor.

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no segmento de pequenas e médias empresas nos mercados de higiene pessoal e limpeza, que histórica e globalmente sempre foi mais exposta às empresas locais do que suas principais concorrentes, já atende diretamente ao mercado de médias e pequenas empresas por meio da Symrise Express, uma unidade dentro da divisão de fragrâncias de consumo da empresa. A aquisição da operação brasileira da casa de fragrâncias norte-americana Belmay, que mantinha uma boa posição no mercado de fragrâncias para médias empresas de cosméticos, no início de 2012, funcionou como uma espécie de embrião dessa operação. Assim que for formalmente concluída, os times das duas empresas devem começar a avançar com a análise para racionalizar os dois negócios avaliando as sinergias que são possíveis em áreas como Compras, Logística e Produção A compra da Citratus somada à renovação do contrato da Symrise com a farmacêutica Bayer, para manter sua fábrica no sítio da empresa em São Paulo, garantem à Symrise pelo menos três anos sem a necessidade de investimentos em uma nova planta industrial, como chegou a ser anunciado pelo presidente da Symrise Scent & Care, Achim Daub, em 2015.

Isso era quase impossível para agricultores e pequenas fazendas que não possuíam equipamento técnico adequado ou suporte ao gerenciamento. A Symrise está envolvida neste projeto para proteger a floresta amazônica, mas também está vinculada à expansão dos atuais modelos de negócios. O cultivo modificado da terra ajuda a formar uma criação de valor sustentável na indústria de cosméticos. A empresa une a proteção da biodiversidade com a pesquisa de matérias-primas para perfumar e cuidar – em harmonia com a natureza. “É importante envolver todas os potenciais interessados neste projeto. Reformular e melhorar os processos e conhecimentos técnicos nas comunidades é uma grande oportunidade para todos”, diz Adelino K. Nakano, diretor Regional de Inovação da Symrise.

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painel NOS TRILHOS: marca Eudora tem crescido num ritmo bastante importante para o grupo.

Juntos e mais ágeis A REORGANIZAÇÃO DO GRUPO BOTICÁRIO TEM PERMITIDO ÀS DIFERENTES ÁREAS DA COMPANHIA OPERAREM DE FORMA MAIS SINÉRGICA

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az pouco mais de dois anos que o Grupo Boticário concluiu uma revisão na sua organização com a eliminação de cargos e a simplificação no topo da organização. O movimento chamou atenção porque o Grupo Boticário não estava em crise, ou enfrentando problemas. Na verdade, a empresa estava muito bem. “A gente gosta de fazer grandes mexidas

quando estamos indo bem, com a cabeça erguida. Tínhamos uma operação que rodava bem e tudo, mas eu queria otimizá-la”, explica Artur Grynbaum, CEO da companhia. As mudanças não eram para corrigir algo momentâneo, mas para começar a preparar a operação para os próximos 20 anos. Com esse processo, o Grupo Boticário passou a ter duas grandes unidades de negócios: uma para as franquias, que além de O Boticário engloba quem disse, Berenice?; e

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uma segunda que contempla Eudora, The Beauty Box e a Multi B, que representam os novos canais para a empresa. A consolidação da área de operações com finanças ajudou a melhorar a efetividade das equações entre capital de giro e giros de estoque, somado a uma vice-presidência de RH, que deram a Artur mais agilidade. Mas também permitiu um time muito forte e integrado à melhoria das plataformas. “Com eles trabalhando em conjunto, eu faço com que o modelo do grupo evolua e possa oferecer as sinergias de forma bastante importante para todas as marcas e as evoluções também. Quando eu faço um projeto como o BotiLabs (aceleradora de startups criada pelo grupo), consigo ter mais diversidade e opções. Isso vai para esse negócio, aquele lançamento vai para outro, ou seja, o meu playground aumentou de uma forma bastante importante e gostosa.” Ainda não publicado, o balanço do grupo deve trazer um crescimento entre 6% e 7% em 2017, o dobro do que é esperado para o mercado de beleza em geral. De acordo com o executivo, todas as marcas do grupo avançaram. “A equação que conseguimos fazer através de multimarcas e multicanais nos deu uma dinâmica bastante importante para enfrentar momentos mais


Foto: Guilherme Pupo

UNIDADE DE O BOTICÁRIO NA COLÔMBIA: apesar do momento econômico não tão bom no país andino, desempenho da franquia por lá é considerado bom.

ARTUR GRYNBAUM, CEO: expectativa para 2018 é manter um crescimento saudável.

apertados como foram os momentos de mercado de 2017. Essa estratégia fez com que conseguíssemos ter uma boa resposta e ter a preferência do consumidor no início das compras.” A expectativa para 2018 é manter um crescimento saudável, o que dado o tamanho do grupo hoje, pode ser entendido como um avanço de um dígito alto. Para Artur, o importante é continuar crescendo à frente do mercado, o que dá uma saúde muito importante. “Continuamos sendo ganhadores de preferência do consumidor”, afirma. Primeira das novas marcas lançadas pelo grupo, Eudora concluiu sua reformulação e está de volta aos trilhos. Artur diz que a operação tem crescido num ritmo bastante importante. “Mais do que o crescimento, a aceitação que eu tenho das revendedoras e dos consumidores nos produtos. Ou seja, as nossas pesquisas têm mostrado a satisfação na utilização da marca e dos produtos”, conta. Como con-

sequência disso, a marca que tinha tirado o pé do movimento multicanal nesse período de reorganização, estará reabrindo uma loja para que a empresa possa realizar um piloto correto, voltar com a estratégia de multicanal e levar a experiência Eudora ao consumidor final também. No exterior, a operação colombiana de O Boticário completa dois anos e meio e dez lojas ao final de 2017. Artur conta que a empresa vive um momento bastante importante de reconhecimento da marca pelo consumidor. Por outro lado, ele lembra que o momento econômico na Colômbia não foi tão bom nos últimos anos, inclusive com retração de consumo. “Considerando esse cenário econômico, nós fomos bem. E agora, com a economia voltando, temos uma oportunidade muito boa de desenvolver mais lojas e levar outras marcas para lá”, aposta o empresário. Com a entrada na América Central, por meio de uma parceria com um grupo local, o Grupo Boticário está presente agora em

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12 países. Portugal segue sendo a operação internacional mais relevante e ganhou mais cinco lojas de quem disse, Berenice? “Vamos buscar o desenvolvimento das marcas nos mercados que estamos atuando hoje”, pontua. Até aqui, o Grupo Boticário optou por criar do zero as suas marcas. A única exceção é a Multi B, operação de distribuição multimarcas que nasce da compra da distribuidora de produtos importados Frajo. Num mercado global aquecido, no qual os grandes grupos estão com as carteiras abertas comprando empresas menores e promissoras, é possível imaginar a companhia paranaense com uma estratégia de compras nos próximos três ou quatro anos? “Veja, acho que as nossas marcas, apesar de estabelecidas, ainda são muito novas. Elas chegaram ao mercado em 2012, 2013. Tenho quatro marcas aí com quatro anos, longe de estarem num nível de maturidade. Ainda tem muito por fazer, muito para desenvolver. Temos uma necessidade de trabalho e foco com essas marcas para elas realmente virarem marcas importantes”, explica Artur. O CEO, entretanto, diz que está sempre ligado. “Não queremos nos fechar a nada. Temos uma visão muito clara do consumidor e das oportunidades. Não é que vai acontecer, mas não se surpreenda se a gente criar coisas novas, tanto organicamente, como via algum movimento que faça sentido”, conclui.


A Kaapi no 25° Prêmio Atualidade Cosmética.

Mágico Kaapi

Em 2017, a mais jovem casa de fragrâncias brasileira marcou presença no Prêmio Atualidade Cosmética, o Oscar da Beleza e da Perfumaria Latino Americanas.

Mágicos e chocolates!

Milene Moreira, perfumista da Kaapi Fragrâncias, finalista na categoria Criação Perfumística Livre.

Mesa de chocolates, oferecida pela Kaapi no final do evento.

Patrocinadora dessa noite de gala, a Kaapi Fragrâncias trouxe um trio de mágicos para alegrar o público que esperava o início da cerimônia. Ao final da premiação, uma mesa de bombons finos feitos do melhor chocolate belga surpreendeu e encantou a todos.


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Prêmio Atualidade Cosmética

Marcante e memorável

O ‘OSCAR DO MERCADO DE PERFUMARIA E COSMÉTICOS NA AMÉRICA LATINA’ RECEBEU MAIS DE 600 DIRIGENTES E PROFISSIONAIS DA INDÚSTRIA E DO VAREJO DE BELEZA NUMA NOITE ESPECIAL, QUE CELEBROU A DIVERSIDADE DO MERCADO DE BELEZA NA REGIÃO >>> DA REDAÇÃO

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oi mais uma noite para ficar na história do mercado brasileiro e latino-americano de beleza. E não poderia ser em oportunidade melhor, já que, em 2017, o Prêmio Atualidade Cosmética comemora 25 anos e, nesta edição, a memorável cerimônia pôde reunir o mercado de beleza para homenagear as melhores empresas, produtos e profissionais do segmento.


Fotos: Aline de Aquino Pereira de Lima e Cláudio Lira

Realizada no dia 7 de novembro, a cerimônia reuniu mais de 600 nomes de peso do mercado de beleza – incluindo dezenas de presidentes de indústrias e varejistas – no Teatro Bradesco, em São Paulo. Em diversos momentos da cerimônia, a emoção tomou conta do palco. Além disso, os resultados da noite são uma prova da riqueza e da diversidade das empresas que fazem a grandeza do mercado de cosméticos do Brasil e da América

Latina. Entre os premiados, duas empresas com nem dois anos de vida, caso da Go. Man e da Barba de Respeito – ambas dedicadas ao efervescente mercado de cosméticos masculinos – conquistaram a cobiçada estatueta de bronze, ao mesmo tempo que outros dois troféus foram vencidos por duas das maiores companhias de beleza do mundo – a francesa L’Oréal e a norte-americana Johnson & Johnson. Aliás, ambas fizeram questão de destacar

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os investimentos em P&D e o comprometimento com o mercado brasileiro. Empresas tradicionais também foram contempladas, caso da multinacional latina Belcorp e da L’acqua di Fiori, empresa mineira que venceu o troféu de Perfume do Ano na primeira edição do Prêmio Atualidade Cosmética, em 1993, e que agora, no momento em que “renasce” no mercado, vence novamente com o seu primeiro novo perfume em anos. Por outro


Prêmio Atualidade Cosmética lado, a empresa de venda direta Jafra e a baiana Avatim, levaram seus primeiros troféus para casa.

MURAL DE PARCEIROS

JUBILEU DE PRATA A edição de 2017 do Prêmio Atualidade Cosmética ficará registrada na memória de todo o setor por marcar a celebração dos 25 anos da principal premiação do mercado de beleza. Por duas décadas e meia, a premiação valoriza e reconhece a diversidade do mercado de beleza. Empresas de diversos portes e posicionamentos, inovações e ideias únicas, que são pensadas e executadas por pessoas especiais. Das maiores multinacionais às jovens startups, todos são benvindos no Prêmio Atualidade Cosmética. É essa diversidade que garante nossa riqueza e faz da premiação a mais representativa, abrangente e tradicional do nosso setor. “Os resultados do 25º Prêmio Atualidade Cosmética refletem a diversidade atual do mercado, com cada vez mais propostas inovadoras e diferentes para atender às consumidoras que querem se sentir únicas e oferecem oportunidades para que empresas que consigam enxergar as demandas específicas de cada grupo possam se destacar pela qualidade do seu produto, da sua estratégia e do seu posicionamento. E não pelo seu volume de vendas”, enfatizou Jenifer Vieira, coordenadora do PAC. “O Prêmio Atualidade Cosmética, além de uma referência para o setor é um excelente momento de confraternização com amigos, parceiros e clientes queridos. Nós da Incom ficamos felizes em apoiar e fazer parte dessa iniciativa que reconhece, inspira e enobrece o mercado de beleza brasileiro”, emendou Andréia Johansen, gerente de Marketing e Vendas da Incom. O 25º Prêmio Atualidade Cosmética teve o patrocínio Diamante da Patrus Transportes, da Cramer e da Kaapi; o patrocínio Ouro da Vollmens, da Phytoessence e do Teatro Bradesco; patrocínio Prata da Robertet, da Isan, da Incom e da Kosmoscience; além do apoio da Beauty Fair, da Faculdades Osvaldo Cruz e da Associação Brasileira de Cosmetologia.

KAAPI “O Prêmio Atualidade Cosmética é o Oscar da Perfumaria. Então é uma forma de a gente estar e participar deste mercado de uma maneira bastante eficiente. E este evento, em particular, é uma excelente oportunidade de encontrar clientes, fornecedores e amigos, para a gente estreitar relações fora de um ambiente de negócios, pois estreitar relacionamentos é o que faz a diferença nos dias de hoje”

EDUARDO MATTOSO, CEO DA KAAPI

PATRUS TRANSPORTES “É um grande prazer estar no evento. Já é o quarto ano que a Patrus Transportes prestigia o PAC. Estou muito feliz com as bodas de prata que está se comemorando. E o evento, ao premiar os melhores fornecedores, as melhores marcas e os destaques, isso é de grande importância porque mostra o reconhecimento de um trabalho bem feito. É uma noite muito agradável, em que encontramos pessoas que não vemos há algum tempo e nos relacionamos, conversamos, trocamos ideias e batemos um papo. Tenho que parabenizar a revista e se Deus quiser estaremos juntos de novo no ano que vem, na 26ª edição”

MARCELO PATRUS, DIRETOR DA PATRUS TRANSPORTES

KOSMOSCIENCE “O Grupo Kosmoscience tem a satisfação de apoiar e participar do 25º Prêmio Atualidade Cosmética. Este é um momento no qual a indústria reafirma o compromisso de superar constantemente as expectativas dos consumidores ao desenvolver produtos seguros e realmente eficientes. Fazer parte deste processo como participante ativo, valida toda nossa dedicação e investimentos. Parabenizamos a todos os envolvidos pelo trabalho”

ADRIANO PINHEIRO, DIRETOR DO GRUPO KOSMOSCIENCE

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ISAN

ROBERTET

“É uma enorme satisfação prestigiar e apoiar o Prêmio Atualidade Cosmética, um evento único no mercado, que reconhece todo o esforço e comprometimento dos profissionais e empresas do segmento de cosméticos e perfumaria na América Latina. Uma noite especial de encontro com amigos e clientes onde novas oportunidades de negócios estão envolvidos”

“A Robertet apoia o PAC em respeito à sua história de pioneirismo no mercado e em nome da valorização dos nossos clientes e inovações de produtos. É uma noite especial em que reúnem grandes amigos e parceiros para homenagear o brilhantismo, criatividade, ousadia e empreendedorismo do nosso setor”

ANA PAULA MIRABELLA, GERENTE DE MARKETING DA ISAN

CYNTHIA CRESPO, GERENTE DE FRAGRÂNCIAS DA ROBERTET

VOLLMENS

CRAMER

“O Prêmio Atualidade Cosmética é um momento de celebração e gratidão. Celebramos com nossos clientes as conquistas de projetos que tivemos a honra de trabalhar juntos e agradecemos pela confiança que depositam na Vollmens. Um Prêmio é resultado de trabalho em equipe, de sintonia, de paixão pelo que faz e aqui na Vollmens nós transbordamos tudo isso. Trabalhamos todos os dias para sermos melhores para nós e para o próximo, com a certeza de que se fizermos com ética e amor, continuaremos colhendo flores perfumadas e os prêmios que virão serão consequência da nossa excelência”

“O Prêmio Atualidade Cosmética completa 25 anos e a Cramer no Brasil chega a dez anos. Esta é a segunda vez que apoiamos e achamos que esta é uma oportunidade muito boa de poder encontrar com todos os parceiros. Hoje, se faz muitas coisas por e-mail ou pelas redes sociais, mas quando você está em contato ‘face to face’ com o pessoal que trabalha no mercado, você consegue muitas coisas que não obtém por e-mail. Então, para nós, é muito importante participar deste evento. Por isso estamos em parceria com a Cusman para poder participar deste grande evento. E parabéns pelos 25 anos”

NATALIA MENDES, GESTORA DE MARKETING DA VOLLMENS

MICHEL ULLOA, GERENTE COMERCIAL DA CRAMER

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Prêmio Atualidade Cosmética

Irecê Andrade (Vult) e Matheus Baldi (programa Que Beleza)

Glaucia Nakahara (Océane)

Karen Henriquez (Cramer) e Jaime Drummond (Mahogany)

Leonardo Zambel Russo (Belcorp) e Eduardo Mattoso (Kaapi)

Tiago de Camargo, Magno Pereira, Michel Pereira e Junior Gripa (Barba de Respeito) e Karen Henriquez (Cramer)

ATUALIDADE COSMÉTICA

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Júlia França e Isaac Sinclair (Symrise)

Guto Pedreira (Jafra)


Leonardo Lucheze (Mane) e Aûani Cusma de Paula (Cusman)

Celia Anrelink (L’acqua di Fiori) e Eduardo Mattoso (Kaapi)

Bruno Weiers e Daniel Caldeira (Go.Man), Rafael Mendonça (Cusman) e Alain Muramatsu (Go.Man)

Caroline Villar (Souvie)

Inocência Manoel (Inoar) e Michel Ulloa (Cramer)

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ATUALIDADE COSMÉTICA

Dominique Marceau (L’Oréal) e Raoni Cusma (Cusman)

Neivia Justa (Johnson & Johnson) e Michel Ulloa (Cramer)

Mônica Burgos (Avatim) e seu filho


Prêmio Atualidade Cosmética Troféu Atualidade Cosmética Profissional do Ano: Alexandre Serodio, fundador e CEO da Beleza na Web

“Não imaginava que teria o privilégio de ganhar esse prêmio que eu cresci vendo os profissionais que eu mais admiro ganharem ao longo de toda minha carreira. Espero que meus filhos sigam esse caminho e queiram ser reconhecidos dessa forma”. Troféu Atualidade Cosmética/Patrus Ponto de Venda Especializado: Leo Cosméticos

“É irreal. Ser reconhecido na frente de grandes empresários do Brasil é fora do normal. Para a gente é uma honra imensa”, Flávio Kai, diretor de Marketing e Vendas da Leo Cosméticos.

Troféu Atualidade Cosmética/Patrus Empresa Revelação: Feito Brasil

Troféu Atualidade Cosmética/Patrus Empresa do Ano: Grupo Hinode

“É incrível toda essa indústria. Há 34 anos que eu acompanho meu pai e minha mãe, e 29 anos de Hinode. É muito trabalho sério, muita dedicação. Nós gastamos muita borracha, muito pneu para chegar aqui. No ano passado eu ganhei o prêmio de Profissional do Ano e claro que eu fiquei muito feliz, mas esse aqui é incrível. Esse não é um prêmio só meu, é um prêmio da família Hinode. Hoje nós somos mais de 700 mil consultores só no Brasil, então eu estou muito feliz”,

“É simplesmente fantástico, uma emoção inenarrável. Muito orgulho de fazer bem Feito Brasil, uma empresa com alma e com pessoas que se dedicam demais a fazer dela um grande sucesso”, Lena Peron e Giulio Peron, sócios-diretores da Feito Brasil.

Troféu Atualidade Cosmética/Patrus Ponto de Venda Digital: Beleza na Web

“Sempre concorremos e buscamos sermos reconhecidos, nosso time é mais que merecedor. Acho que o Zé (Luiz, fundador e idealizador do PAC) é um ícone da nossa indústria que vem dando alimento e gasolina para todo mundo querer fazer esse mercado crescer cada vez mais. Este País precisa de gente mais legítima e espontânea, então estou muito contente de ter ganhado”,

Sandro Rodrigues, CEO da Hinode.

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Alexandre Serodio, fundador e CEO da Beleza na Web.



Prêmio Atualidade Cosmética

Hall da Fama JAIME DRUMMOND, DA MAHOGANY, É O NOVO MEMBRO DO HALL DA FAMA DO PRÊMIO ATUALIDADE COSMÉTICA >>> DA REDAÇÃO

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m um determinado ponto da crimônia do Prêmio Atualidade Cosmética acontece um dos momentos de maior expectativa do “Oscar do mercado de perfumaria e cosméticos na América Latina”. Trata-se do anúncio do novo membro do seleto Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética. E durante a 25ª edição do PAC, o profissional escolhido foi nada mais nada menos do que um dos precursores da perfumaria fina no Brasil, o empresário Jaime Drummond, fundador e presidente da Mahogany. Vale lembrar que o criador da Mahogany foi um dos primeiros empresários do setor a entender o que significava, de fato, uma perfumaria fina e foi um dos primeiros a debater essas questões, buscando elevar o padrão do mercado brasileiro no início dos anos 1990. O compromisso com essa visão, que o levou a criar a Mahogany, em 1991, também o fez mudar radicalmente o modelo de negócios da companhia em 2006 – do varejo tradicional para as franquias – permitindo assim que os produtos da marca tivessem um ambiente de exposição e experiência mais adequados e coerentes à proposta da marca, algo praticamente impossível no varejo daquela época. Hoje, a Mahogany está consolidada como uma das mais importantes marcas de perfumaria do Brasil, graças, principalmente, à sustentação dessa visão.

Durante seu discurso no palco, após ser homenageado e aclamado como o mais novo membro do Hall da Fama do PAC, Jaime relembrou todos os períodos de dificuldades pe-

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los quais passou desde o início de sua jornada pelo mercado, sobre o que cercou a decisão de fundar a Mahogany e também contou sobre esta transição da companhia do varejo tradicional para


as franquias. O fundador da companhia relembrou as condições do mercado quando começou a atuar, há 35 anos, alegando que, na época, a perfumaria no Brasil não era tão representativa. “Éramos cerca de 300 players em um cenário bastante difícil. O IPI, por exemplo, era de 77%. Um registro na antiga Dicop levava até dois anos para sair. Realmente era um martírio, todos que participaram sabem disso e sabem como evoluiu a perfumaria desde então”, reviveu. Jaime também recorda o momento em que decidiu criar a Mahogany. “Depois de dez anos no setor, procuramos diferenciar e resolvemos abrir uma empresa que tivesse foco na inovação e na qualidade. E ciramos a Mahogany. Talvez vocês não se lembrem, mas no início de 1990 tudo era proibido no Brasil, não havia abertura comercial, não se podia importar nada, carros, vestuários ou cosméticos. Então, o padrão de qualidade não

era muito alto e nós focamos, procuramos, pesquisamos e decidimos fazer uma empresa que tivesse como foco a inovação e a qualidade. Esse foi sempre o nosso mantra e criamos a Mahogany em 1991 e dirigimos nosso foco, nosso canal comercial eram Lojas de Departamento e Perfumaria de Alto Nível”, contou. Ele recordou que a empresa teve muito sucesso até o final dos anos 1990, quando acabaram perdendo cerca de 60% de seu faturamento com a falência de um de seu principais clientes. “Não foi fácil, mas não esmurecemos. Fomos para o canal tradicional, mas não ficamos satisfeitos porque não podíamos mostrar nossa diferenciação e nossa qualidade. E em 2006, depois de dois anos de estudos intensos, entramos no setor de franquias onde podíamos mostrar nossa qualidade, nosso diferencial e o que queríamos para os nossos produtos em termos de posicionamento. E, desde então, apesar de todas

as crises, estamos crescendo, estamos satisfeitos e pretendemos crescer muito mais”, finalizou ele, agradecendo a todos os presentes à cerimônia. O Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética foi instituído em 2007 com a proposta de imortalizar os nomes que com o seu talento, coragem, trabalho e dedicação construíram a grandeza do mercado brasileiro de beleza. Agora, neste seleto rol da premiação, Jaime Drummond está ao lado de nomes como: Miguel Krigsner (O Boticário), Luiz Seabra (Natura), Hirofumi Ikesaki (Ikesaki), Erotilde Diniz (Drogaria Iguatemi), Peter Gottschalk (Wheaton), Leopoldo Mesquita (L’acqua di Fiori), Antonio Amador (IFF), João Carlos Basilio da Silva (Abihpec), Joãosinho Di Domênico (Químico), Eduardo Belmont (Belcorp/Peru), Sônia Corazza (cosmetóloga), Daniel de Jesus (fundador da Niely), Franciso e Adelaide Rodrigues (fundadores da Hinode).




Apresentado por:

O negócio gira em torno do consumidor Não é por acaso que a Beleza na Web se converteu no maior e-commerce de beleza do Brasil e em um dos players mais inovadores do varejo de beleza

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stamos realmente construindo uma plataforma que conecta marcas, consumidores e profissionais numa experiência individualizada para criar o maior canal da categoria. Isso é o que a gente faz na Beleza na Web.” A afirmação de Alexandre Serodio, fundador e CEO do varejista de beleza, não deixa espaço para dúvidas em relação à ambição do negócio. Credenciais para justificá-la sobram. A Beleza na Web foi criada há pouco mais de uma década para vender produtos sob recomendação dos profissionais para as consumidoras. Em pouquíssimo tempo, a empresa alçou a liderança na venda de produtos profissionais no País e evoluiu com um modelo baseado numa logística altamente eficaz, aliada ao uso intensivo e inteligente de tecnologia para chegar ao consumidor virtual e fisicamente, realizar o correto diagnóstico e recomendação de produtos e, com tudo isso, estabelecer um relacionamento bastante próximo e humano com as clientes. A Beleza na Web não é um entreposto de produtos. Tem todo um ferramental que ajuda a construir marcas, especialmente aquelas novas e menos conhecidas do grande público.

O varejo do futuro, agora Atualmente, a Beleza na Web é uma refe-

rência no e-commerce brasileiro de todos os segmentos. É também um dos varejistas de beleza mais inovadores – se não o mais inovador – do momento. Alexandre explica que a empresa trabalha muito forte em cima do conceito de new retail. “Utilizamos tecnologia que desenvolvemos no online e a integramos no off-line”, diz. E o off-line no caso pode ser tanto o ponto de venda físico como a operação de supply chain. “Para nós não existe a concepção de ser diferente. Não tem essa separação entre on e off-line. Não existe estrada de ponta cabeça”, brinca. “A nossa loja física é toda integrada com precificação dinâmica, realidade aumentada, recomendação de produtos por meio de aplicativo, tudo powered by mobile”, reforça Alexandre. Outro bom exemplo dessa integração é a nova loja física da Beleza na Web, que está prestes a ser inaugurada em Belo Horizonte, Minas Gerais. A nova loja será também um Centro de Distribuição. “Utilizamos o estoque da loja para atender as vendas não presenciais”, pontua. A loja é inteligente e toda integrada ao Centro de Distribuição principal da varejista. “Trabalhamos com algoritimos que permitem que ela se autoplaneje. Ela sabe o que precisa vender. Claro que a gente faz ajustes, mas ela programa suas próprias compras sistematicamente três vezes por semana”, www.belezanaweb.com.br

alexandre serodio: estabelecendo as bases para que a Beleza na Web seja o maior canal da categoria.

diz o CEO da Beleza na Web. Ele reforça dizendo que com os pontos de venda físicos é possível avançar para mais perto da consumidora. “Quanto mais próxima você estiver dela, mais rápido o produto chega até ela. Isso é muito importante para gente”, afirma. A nova loja de Belo Horizonte é a primeira de muitas que a Beleza na Web pretende abrir nos próximos anos em diferentes estados brasileiros, algo que deve ser feito após um bom período de aprendizado com a operação do novo ponto de venda. Alexandre conta que a empresa gosta muito de testar o modelo para depois rolloutar. “Com certeza vamos cometer vários equívocos em Belo Horizonte. Mas vamos lá para fazer acontecer. Ficamos um ano aberto em São Paulo ajustando várias coisas”, diz. Alexandre prefere se dar ao luxo de errar bastante, até aprender, ao invés de abrir várias lojas ao mesmo tempo, como aliás fizeram vários grupos de varejo de beleza recentemente. Até porque o sucesso no varejo tem muito a ver com a execução, uma capacidade que se aprende muito na prática do dia a dia. “Não é porque você é grande que não vai errar”, pontua.

A terra gira em torno do Sol, não o contrário A atuação verdadeiramente integrada da


Produzido por Cusman Branded Content

O modelo de negócios da Beleza na Web está baseada num tripé, como explica Alexandre Serodio: Distribuição. “A Beleza na Web oferece toda a integração do supply chain. A empresa faz o full commerce – provendo tecnologia e atuando como um operador logístico que recebe, armazena, fraciona e garante a qualidade das entregas e numa velocidade muito rápida. Mas a Beleza na Web também tem tecnologia para gerar demanda, numa área de conversão de vendas, de interface com o consumidor com tecnologias desenvolvidas pela própria empresa e que é oferecido às marcas também. A integração de tecnologia realiza a parametrização fiscal, gera os arquivos ITMS de distribuição, faz a conciliação de recebíveis e integra também a parte da call center e um sistema de CRM.”

Beleza na Web faz dela um player único no mercado local de beleza. Mas, na visão de Alexandre, o que a empresa faz nada mais é do que o óbvio: não é o canal que determina a estratégia e as ações da empresa. É o consumidor. “No final do dia, todo mundo vai tomar banho, não importa onde tenha comprado o sabonete”, acredita. “Não é onde o consumidor vai. É o que o consumidor quer”, continua. Para o empresário, pensar através do canal é a mesma coisa que achar que a Terra está no centro do universo e não o Sol. “A gente tem que girar em volta do consumidor e não ele girar em torno da gente. O que temos de fazer é conhecer o consumidor, respeitá-lo e fazer o possível para honrar a oportunidade que ele nos deu de satisfazer um desejo dele e que ele nos confiou. Isso é uma responsabilidade incrível e um privilégio. Não podemos achar que existem outras coisas mais importantes. Com tantas marcas ele escolheu você. Então faça direito”, afirma. Alexandre não ignora que existem questões de conflitos de canais que sim, precisam de atenção por parte das companhias. “As empresas têm de tomar cuidado com conflitos de canais, em questões como precificação e construção de imagem. Muitas marcas que começaram a diversificar canais – tem atacadistas, atacarejo, farmácia, online... – se estabelecem uma política de precificação para cada um deles, aí vira uma bagunça e o consumidor não entende a marca. Quando a marca começa a ter preços diferentes em canais diferentes a gente já sabe que geralmente dá ruim. Porque a consumidora é a mesma.”

Produtos que valem a recomendação Desde o seu início, a Beleza na Web sem-

Recomendação. “Nosso negócio é um negócio de diagnósticos. A consumidora tem um problema que ela tem que resolver e o produto faz isso. O diagnóstico é fundamental para poder converter a venda, que acontece com a recomendação do produto, fundamental na indústria de cosméticos. Trabalhamos muito com conteúdo e com as recomendações dos profissionais de beleza. Sempre que a gente pode, em todos os pontos de contato com a consumidora lembramos ela de sempre consultar o profissional de beleza, que só assim ela vai alcançar o seu ideal de beleza. Não podemos subestimar o conhecimento e a experiência que os profissionais de beleza têm e sua capacidade de endereçarem um resultado de beleza para a consumidora.”

pre dedicou um espaço importante para mostrar produtos de marcas brasileiras de altíssima qualidade, que não encontravam espaço adequado para se apresentar e construir suas marcas. A regra básica para ser vendida na Beleza na Web é uma só: a equipe da empresa tem que acreditar nos produtos. O motivo para isso é elementar. “Se a gente não acredita na marca, por que a gente vai vender para a consumidora? Cliente bom é cliente que volta. Se recomendarmos um produto e ele não for bom, a cliente não vai voltar; ou, pior, ela era uma cliente boa e deixou de ser porque recomendamos um produto errado”, diz o CEO da empresa. Ele lembra que, num determinado momento, a empresa quis vender tudo quanto era novidade que aparecia. E se arrependeram. “A credibilidade com a cliente é muito importante. Vamos em cima das marcas que a gente acredita, que tem propósito, que tem carinho”, conta Alexandre, que destaca o fato de que existem muitas marcas locais fazendo um trabalho fantástico de ótima qualidade. O empresário, que conviveu por toda a vida com a indústria brasileira de beleza, acredita que ela se fechou muito, ficou velha e começou a ser muita quadrada e muito coronelista. “As marcas grandes começaram a fazer isso e começaram a perder o espaço para as pequenas. O próprio Prêmio Atualidade Cosmética é a representação disso. Estamos vendo várias marcas masculinas que ganharam prêmio, foi sensacional. Tem um monte de marca que cada vez mais vai aparecer. E se você quer saber, cada vez mais a nova consumidora de 17, 18 anos de hoje – que vai ser a consumidora de 25 a 35 de amanhã – quer marcas que conversem com ela e não com as mães ou as avós delas. Eu www.belezanaweb.com.br 43

Relacionamento. “Cliente boa é cliente que volta. E aí a gente usa tecnologia para poder fazer isso. Na indústria de venda direta se falava: ‘é conversando que a gente se entende’, era a campanha da Avon. Cresci escutando isso. Se você vai se relacionar com a consumidora pergunta como é que ela está, repara, se interessa por ela perguntando se o cabelo dela está melhor, se ela está sentindo a pele melhor depois de ter usado o produto... Isso é o relacionamento e aí você entra no pós-venda. A recomendação faz o relacionamento.”

vejo o mundo mudando de uma forma tão rápida e a indústria antiga vai perder espaço. Isso abre espaço para novas marcas. Toda marca que quiser crescer, ganhar espaço e que trabalhe com carinho no desenvolvimento a gente vai apoiar”, garante o empresário. Alexandre diz que o grande volume de demandas da empresa faz com que ela tenha limitações em relação a encontrar marcas bacanas e novas. Por isso, ele deixa o convite: “Se tem marca legal, vem conversar com a gente que somos abertos.”

A visão do consumidor Além da sua tradicional fortaleza na categoria de produtos para os cabelos, Alexandre Serodio reforça o bom momento da categoria de maquiagem nas lojas e vê um potencial enorme de crescimento para a perfumaria. Entre as principais iniciativas para 2018 está o lançamento de marcas próprias, que devem ser lançadas ainda no primeiro trimestre do ano, permitindo à empresa ocupar espaços que ela não conseguiu preencher com a oferta atual disponibilizada pela indústria. Apesar do desenvolvimento das marcas próprias, Alexandre tem uma visão diferente quanto o assunto é o trabalho de exclusividade com algumas marcas. “Penso da seguinte forma, é um pouco romântico, mas é a forma de pensar do consumidor. Se tenho uma marca em apenas um ponto você vai cobrar por essa marca. Ela vai ficar mais cara. Se ela está em vários lugares, só vai conseguir vender a marca para o consumidor quem atender ele melhor. Nesse sentido, ter marca exclusiva é penalizar o consumidor. Podemos ter a exclusividade por um período, pela novidade. Mas, demandar exclusividade, já não vejo como algo legal”, conclui.


Prêmio Atualidade Cosmética

RANKING DOS MELHORES PRODUTOS DE 2017 Troféu Atualidade Cosmética/Cramer Banho e Higiene ANTITRANSPIRANTE JOHNSON’S PURE RENEW, JOHNSON & JOHNSON (431 pontos)

2º Aromatizador de Ambiente Espanta Monstro, Racco (412 pontos)

“Para nós é um grande prazer, uma honra, principalmente pelo produto. O desodorante Pure Renew é uma inovação e foi feito para as mulheres usarem pós-depilação. Então é um produto inovador numa categoria muito relevante. Foi uma honra ganhar este prêmio”, Neivia Justa, diretora de Comunicação da J&J. 3º Sabonetes Rosas, Davene (410 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Cramer Beleza e Higiene Masculina LINHA BARBA DE RESPEITO, BARBA DE RESPEITO (439 pontos)

2º The New Classic, Go.Man (394 pontos)

“É uma sensação inexplicável. Estamos entusiasmados e até trêmulos porque para nós é muito importante. A gente sabe de todo o esforço para chegar até aqui. Estivemos juntos, e ainda estamos, em tudo que você imaginar. Cheirinhos, potes, frascos, todo o marketing, tudo. Para nós termos chegado até aqui entendemos que foi fruto desse trabalho e é gratificante”, Tiago de Camargo, Michel Pereira, Junior Grippa e Magno Pereira, sócios-diretores da Barba de Respeito.

2º Ciclo de Tratamento, Kpriche (336 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Cramer Tratamento Profissional para os Cabelos INOAR COLOR, INOAR COSMÉTICOS (355 pontos) “Ganhar esse prêmio significa reconhecimento porque não só acrescenta, mas vem consolidar também a Inoar como uma das maiores indústrias de cosméticos não só no Brasil, mas na América Latina. É muito importante não só para mim, mas para todas as pessoas. Todos os fabricantes anseiam por esse prêmio. Todos queremos reconhecimento e a Inoar é reconhecidamente hoje uma empresa de sucesso”, Inocência Manoel, fundadora da Inoar.

ATUALIDADE COSMÉTICA

3º Nivea Men 3 em 1 - Sensitive Original Protect, Nivea (392 pontos)

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3º Kit Miracurls, Mazzon Nature (310 pontos)


Troféu Atualidade Cosmética/Cramer Beleza e Higiene Capilar CONDICIONADOR ORGÂNICO POO CERTIFICADO, SOUVIE (428 pontos) “É o nosso segundo ano. Então para a gente é um presente enorme e um reconhecimento de tudo que a gente já colocou de esforço, de energia positiva, de amor e de confiança no projeto. A gente sempre falou que o orgânico é um caminho sem volta e continuamos acreditando nisso. Este é o reconhecimento do nosso trabalho e de que a gente está no caminho certo”, Caroline Villar, diretora de Negócios da Souvie.

3º Kit Anti Aging, Acquaflora Cosméticos (414 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética Tratamento Corporal VICHY IDEAL BODY, VICHY/L’ORÉAL COSMÉTICA ATIVA (335,3 pontos)

2º Lipo Redux Body Slim Mousse, Bioage (331,8 pontos)

“Primeiramente é uma honra, porque este é o prêmio do ano. Ele reúne todos os profissionais. E o Brasil é o quarto mercado mundial, então imagina você tendo um prêmio nele. É uma honra e também o resultado de muito trabalho. Temos uma marca incrível. Neste ano abrimos um centro de pesquisa de pele e capilar que é o mais importante do mundo, então acreditamos não só na cosmética, como no Brasil”, Dominique Marceau, diretor-geral da L’Oréal DPGP e membro do Comitê Executivo da L’Oréal Brasil.

3º Reduxcel Power Anticelulite, Adcos (322,1 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética Tratamento Facial GO. CREME ANTI-IRRITAÇÃO, GO.MAN (369 pontos) “É surreal para a gente. Apesar de termos dois anos, viemos de muitos anos no mercado e trabalhamos em multinacionais. Construir a nossa empresa e sermos premiados nessa noite é fantástico. Não estava no sonho. É o segundo ano consecutivo que ganhamos. O legal é que somos uma empresa masculina, de produto masculino, que concorreu numa categoria de tratamento facial que é o auge da tecnologia cosmética. E acho que pelo nosso pensamento voltado para inovação, para trazer uma coisa diferente foi o que pegou todo mundo de surpresa”, Alain Muramatsu, Bruno Weiers e Daniel Caldeira, sócio-diretores da Go.Man.

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2º Shampoo OrganicPoo - Orgânico Certificado, Souvie (427 pontos)

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ATUALIDADE COSMÉTICA

2º Derma Complex Concentrado de Vitamina C 20, Adcos (364,8 pontos)

3º Fusion Water Oil Control FPS 50+, Isdin (363,7 pontos)


Prêmio Atualidade Cosmética

RANKING DOS MELHORES PRODUTOS DE 2017 Troféu Atualidade Cosmética Linha/Coleção de Maquiagem COLEÇÃO COM QUE NUDE EU VOU?, VULT COSMÉTICOS (446 pontos) “O Prêmio Atualidade Cosmética, como os outros já falaram, é o Oscar da beleza. A gente sabe de todo o cuidado que existe para que se chegue aos vencedores, que é uma coisa muito técnica. Essa coleção é isso, é diversidade. O mundo todo está evoluído, estamos falando da internet das coisas e de gênero, homem, mulher, cor. A gente quer essa democratização. Fazer produtos de qualidade, mas que todos possam ter acesso e estar presente em todos os lugares”, Irecê Andrade, diretora de Marketing da Vult.

Troféu Atualidade Cosmética Inovação em Produto de Maquiagem ESPONJA ANTIBRILHO, OCÉANE MAKEUP (473 pontos)

3º Sombras e Iluminadores Bionutritivos, Bioart (411 pontos)

2º Batom Double Touch e Máscara Volume & Definition Top Coat, Kiko (453,5 pontos)

“Inovação é um dos pilares de desenvolvimento de produto para a Océane. Ganhar um prêmio dentro de inovação é uma honra e um reconhecimento muito bom, porque a gente busca estar sempre à frente. Ser o primeiro a lançar e trazer o que há de melhor para o mercado nacional, que nem sempre todas as consumidoras têm acesso. Então a gente quer trazer produtos inovadores, de qualidade e com preço acessível também porque é importante”, Gláucia Nakahara, gerente de Marketing da Océane Makeup.

3º Top Coat e conjuntos de dois esmaltes, Kiko (446,5 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Kaapi Perfumaria Latino-Americana Feminina GIGI, AVATIM (464,5 pontos)

2º Catwalk, Forum (463,5 pontos)

“A perna ainda está tremendo, e chegar aqui é mais emocionante ainda. Vemos o reconhecimento de muitas noites perdidas, muito suor, muito trabalho. Um trabalho que nunca é só, tem que ser em equipe, em conjunto. Acho que esse prêmio é um motivo para a gente continuar fazendo, continuar batalhando. Levar muito cheiro, muita coisa boa para muitos lares”, Mônica Burgos, fundadora e diretora Comercial da Avatim.

ATUALIDADE COSMÉTICA

2º Linha HD, Vult (438,5 pontos)

3º Paris et Moi, Jafra (451 pontos)

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Troféu Atualidade Cosmética/Kaapi Perfumaria Latino-Americana Masculina VET312, L’ACQUA DI FIORI (465,5 pontos)

2º Magnat Select, Ésika (458,5 pontos)

“É uma emoção muito grande. É fruto de muito trabalho de uma equipe bem comprometida. Muito obrigada a todos os colaboradores não só da L’acqua, mas de todas as empresas envolvidas nesse segmento tão maravilhoso e que leva alegria às pessoas”, Celia Anrelink, gerente de Produtos do Grupo L’acqua di Fiori.

3º Energique, L’Bel (449,5 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Kaapi Perfumaria Latino-Americana Feminina Escolha do Consumidor PARIS ET MOI, JAFRA “É uma honra enorme estar aqui. Eu realmente não esperava ganhar esse prêmio. Mas é uma honra ser reconhecido pelo consumidor pelo melhor produto e é um evento cada vez mais forte, mais fortalecido, que nos deixa muito felizes”, Guto Pedreira, CEO da Jafra Brasil.

Troféu Atualidade Cosmética/Kaapi Perfumaria Latino-Americana Masculina - Escolha do Consumidor MAGNAT SELECT, ÉSIKA “É um orgulho muito grande. Somos uma empresa que busca sempre a qualidade e levar o melhor que podemos para os consumidores. Estamos presentes só há cinco anos no Brasil e saber que estamos agradando o consumidor é um orgulho muito grande para nossa empresa, e queremos seguir muito fortes nessa história. Queremos fazer uma história de muito sucesso no País, e essa fragrância vem para levar a empresa a um novo patamar e vamos seguir fortes nesses próximos anos”, Leonardo Zambel Russo, diretor-geral da Belcorp Brasil.

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ATUALIDADE COSMÉTICA


Prêmio Atualidade Cosmética

RANKING DOS MELHORES PRODUTOS DE 2017 Troféu Aparício Basilio da Silva - Criação Perfumística Latino-Americana Feminina SOPHIE TRUITARD (MANE), POR CATWALK – FORUM (289,5 pontos)

2º Hernan Figolli (Givaudan) - Elegance Noir, Ana Hickmann (278,5 pontos)

“Para a gente é muito importante esse prêmio de reconhecimento, como todos falaram. É um reconhecimento para o nosso próprio crescimento, nossa evolução. Isso inspira e faz com que procuremos inovar o mercado cada vez mais”, Leonardo Lucheze, perfumista da Mane.

3º Carmita Magalhães (Firmenich) - Dazzle, Hinode (278 pontos)

Troféu Aparício Basilio da Silva - Criação Perfumística Latino-Americana Masculina ISAAC SINCLAIR (SYMRISE), POR ECLIPSE – RACCO (290,5 pontos)

2º Marion Guillot e Jérome Epinette (Robertet) Malle Vegas, Racco (289,5 pontos)

“É muito orgulho porque o Brasil é um dos mercados mais importantes, então é uma honra”. “Acho que é o maior mercado então é uma coisa que faz a perfumaria nacional uma perfumaria global. Acho que o Isaac, além de ser um perfumista de conhecimento global, entende muito bem da nossa perfumaria. Para a gente é um sucesso ter um perfumista internacional que entende o nosso DNA local”, Isaac Sinclair, perfumista, e Júlia França, diretora de Marketing de Fine Fragrances da Symrise.

3º Leandro Petit (Givaudan) - Lamborghini, Aeger (287,5 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética - Criação Perfumística Livre KAREN HENRIQUEZ E PATRICIA MUÑOZ, PERFUMISTAS DA CRAMER (315 pontos) “É um prêmio muito importante, que representa todo um esforço de uma equipe grande, o esforço da Cramer e de toda a equipe de fragrância. Estou muito feliz pela minha carreira profissional de perfumista também, é uma coisa muito importante”, Karen Henriquez, perfumista da Cramer.

ATUALIDADE COSMÉTICA

(Empate) 2º Alfredo Monteiro, Vollmens, e Regina Devecchi, Dierberger (314 pontos)

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Experiência multifacetada

As perfumistas Karen Henriquez e Patrícia Muñoz se valem do fato de trabalharem na única casa verdadeiramente latino-americana para enriquecerem suas criações olfativas

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paixão e a motivação por descobrir o mundo dos cheiros foi o que motivou as duas vencedoras do Prêmio Atualidade Cosmética de Criação Perfumística Livre 2017 a adentrarem no fantástico universo dos perfumes. Apesar da motivação comum, Karen Henriquez e Patrícia Muñoz, as perfumistas da Cramer responsáveis pela criação, chegaram à casa de origem chilena de formas distintas. Formada em Engenharia Química, Karen Henriquez entrou para o então pequeno time de criação da empresa. Hoje, ela acumula a função de perfumista com o cargo de diretora técnica e comanda um time de mais de 30 profissionais de criação e avaliação localizados no Chile, no Peru e aqui no Brasil. Já sua parceira na criação chegou à Cramer há 14 anos, em busca de novos horizontes, depois de ter atuado por dez anos como bioquímica na Faculdade de Ciências da Universidade do Chile. “A evolução e o crescimento profissional de um perfumista demanda muita dedicação, treinamento e estudo constante. Um trabalho que exige muito rigor e disciplina”, explica Karen. Para ela, a capacidade de autocrítica e a curiosidade por explorar novas matérias-primas permitiu tanto a ela como à Patrícia se desenvolverem de forma contínua. Mas o exercício da perfumaria também envolve muita sensibilidade, criatividade e empatia com a marca e os consumidores. A maneira como cada profissional lida com esses elementos ajuda na criação de um estilo, uma assinatura que torna único o trabalho de um artista olfativo. Karen diz que, para cada criação, ela se inspira num conceito que a leva a interpretar as sensações e emoções que quer transmitir por meio da fragrância. “Num perfume para o dia poderia pensar em energia, luz frescor... Se é para noite, busco notas mais sensuais orientais, quentes e madeiras mais preciosas”, conta a criativa. Já Patrícia gosta de trabalhar com elementos que refletem, de alguma forma, sua assinatura pessoal. “Se estou criando um perfume de mulher gosto de me inspirar na feminilidade, em flores clássicas que me identificam. Quando tenho de escolher notas de fundo,

as perfumistas karen e patrícia, da cramer.

gosto que elas sejam robustas, fortes e bem marcantes, mas sem deixar de lado a elegância. Notas que trazem o meu espírito e assinatura como perfumista”, afirma. latino-americana de verdade Por atender praticamente a todo o mercado latino-americano, as perfumistas da Cramer têm a vantagem de poder conhecer profundamente este mercado quanto as suas semelhanças e diferenças culturais. “Como casa de fragrâncias, estamos presentes há mais de 30 anos na América Latina e há mais de dez no Brasil. Contamos com uma equipe multicultural e temos escritórios e laboratórios em países como Chile, Peru, Brasil e Bolívia. Isso nos dá essa capacidade de poder entender e adaptar os estilos olfativos com a cultura de cada país, de forma ágil e assertiva”, afirma a perfumista e diretora Técnica da Cramer. O mesmo se aplica ao Brasil que, por sua amplitude, as perfumistas buscam respeitar as diferenças de gostos que existe em cada região. “O Brasil é um continente por si só, um país heterogêneo onde cada região tem o seu perfil e as diferenças olfativas podem ser marcantes. Ter este feeling é fundamental no momento da criação, para poder desenvolver um perfume que atenda a estas preferências”, reconhece Patrícia. Para entender quais são as preferências de cada região e como elas se aplicam a cada projeto, as perfumistas da Cramer buscam atuar de forma bastante próxima dos clientes. “Sempre que recebemos um briefing de alguma criação, buscamos entender profundamente o que o nosso cliente deseja representar com aquela fragrância, conversamos e www.cramerlatam.com 39

procuramos orientá-los na escolha do melhor caminho olfativo que cumpra com as suas expectativas”, conta Karen. “Em alguns casos, toda a equipe da Cramer, incluindo as áreas de Marketing e Comercial, ajudam o cliente na elaboração do briefing, inspirando-os com novas tendências e ingredientes da perfumaria internacional”, reforça Patrícia. Tudo isso para que as criadoras criem fragrâncias que farão com que os produtos dos clientes da Cramer sejam um sucesso. Segredos de um vencedor Ao receber o briefing de “Agora Homem”, estabelecido pela organização do Prêmio Atualidade Cosmética para a categoria de Criação Perfumística Livre de 2017, a dupla de perfumistas da Cramer o interpretou como um homem versátil, atrevido e que ousa inovar no seu dia a dia. “Pensamos num homem que é moderno e não tem medo de esconder o seu lado mais humano. Ele é forte e ao mesmo tempo sensível”, pontua Karen. Para Patrícia, tratava-se de um homem capaz de ter muitas facetas e ainda assim ser ele mesmo. Um homem que mostra a sua dualidade sem deixar de lado a sua masculinidade. Para compor a fragrância vencedora, a dupla se inspirou em notas e cheiros que o homem brasileiro mais gosta. Isto é o que marca o sucesso desta composição. “Ela é dual, contrastante e ao mesmo tempo é agradável e alinhada ao gosto do homem brasileiro”, explica Patrícia. “Quando pensamos o Perfume Abaquar (nome dado pela casa à sua criação), criamos uma fragrância que transmitisse a energia e força deste homem. Para dar um toque bem brasileiro, tivemos a ideia da nota de jaca como um elemento diferencial na composição. A jaca é uma fruta brasileira típica e que traz essa robustez olfativa. O seu cheiro é marcante, aromático e muito singular. É uma fruta que resiste ao calor, à seca e que traz esse conceito de forca e resistência. Seu cheiro é muito imponente, carrega muita personalidade e se harmoniza bem com outras notas da fragrância. Não há dúvidas de que essa nota trouxe uma singularidade e inovação que acreditamos que marca o diferencial deste perfume”, concluem as perfumistas vencedoras.


Prêmio Atualidade Cosmética 1

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1. Matthieu Ferreira (Drom), Fernando Manarini (Drom), Jaime Drummond (Mahogany) e Celso Ribeiro (Phytoessence); 2. Jurados do PAC; 3. Vanessa Misquini, Vagner Lucas, Ricardo Lopes, Marcelo Oliveira, Danilo Souza e Caroline Mass (Wheaton); 4. Aûani Cusma de Paula (Cusman, ao centro) e equipe Robertet; 5. Equipe Mazzon Nature.

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1. Ação da Phyto; 2. Rafael Buglione (PRAKOLARSATO), Sergio Damião, João Victor e Jaqueline Almeida (BOXPRINT) e Robson Cavalcante (PRAKOLARSATO); 3. Alexandre Serodio (Beleza na Web), José Luis de Paula (Tauris Group) e Jaime Drummond (Mahogany); 4. Jenifer Vieira (Cusman) e Inocência Manoel (Inoar); 5. Jordana Letícia e Jadir Nunes (ABC); 6. Equipe L’Oréal.

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Apresentado por:

Sempre um nível acima

Oferecer algo de melhor padrão por um preço competitivo é um dos motivos que explicam a trajetória de sucesso do empresário Jaime Drummond, fundador da Mahogany

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o olhar hoje para o extremamente competitivo mercado de perfumaria e cosméticos brasileiro, não se faz ideia do trabalho realizado por dezenas, centenas de empresários hoje bem-sucedidos, mas que apostaram suas fichas num setor que, no Brasil nos anos 1970 e 1980, gerava pouco interesse dos grandes players internacionais e ainda tinha poucas referências locais de sucesso. Naquele cenário, o momento era de efervescência. Um sem número de “startups” buscava um lugar ao Sol num segmento que começava a ser desbravado. Foi nesse período também, mais precisamente em 1981, que um jovem Jaime Drummond deixou sua primeira marca na indústria brasileira de beleza, numa carreira que viria a ser coroada de conquistas, a mais recente delas a sua nomeação para o Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética, onde figuram os nomes mais importantes para o desenvolvimento do mercado no País. Por dez anos, Jaime atuou no então pujante mercado de Lojas de Departamento. Muita gente não sabe, mas nos anos 1970 e 1980, as Lojas de Departamento eram o grande canal para a construção de marca e a venda de cosméticos e perfumes no Brasil. O empresário, desde o início, sempre optou por construir marcas de forma consistente, trabalhando-a especialmente nos pontos de venda nos quais seus produtos eram comercializados.

Durante toda a década de 1980, Jaime operou no mercado com produtos de posicionamento intermediário. E foi muito bem-sucedido, já que oferecia aos lojistas propostas sem igual naquele momento. Mas, na virada para os anos 1990, o empresário enxergou uma mudança de cenário e um espaço de muito potencial ainda não explorado: uma marca premium nacional de personal care e perfumaria para as lojas de departamento. Foi com essa visão que, em 1991, ele lançou a Mahogany, uma marca criada para oferecer produtos de um nível superior ao que se fazia no Brasil daquela época. “A nossa proposta, no início da década de 1990, era a de trazer mais sofisticação para a perfumaria no Brasil”, explica Jaime. Mas a vontade de oferecer algo mais sofisticado, feito no Brasil para o consumidor brasileiro, não surgiu do nada. A criação da Mahogany foi totalmente planejada. Para se lançar na nova empreitada, Jaime realizou uma análise profunda dos canais de distribuição e dos competidores em cada um deles na época. “Nas lojas de departamento e nas perfumarias tradicionais, não existia a oferta de uma marca nacional mais sofisticada atuando em personal care e perfumaria. E ainda era um canal com o qual já trabalhávamos. Esse era o espaço que a Mahogany ocuparia e foi aí que entramos”, reforça Jaime Drummond. A nova marca se adequou perfeitamente www.mahogany.com.br

ao mercado. Jaime lembra que, em menos de um ano, todas as lojas de departamento do Brasil e as perfumarias tradicionais que trabalhavam com marcas nacionais ofereciam produtos da Mahogany. Para ele, a aceitação foi excelente porque a companhia oferecia uma proposta diferente e o canal precisava de uma marca que ocupasse esse espaço. “Foi inovador e alcançamos um sucesso bastante grande”, recorda.

Os desafios do pioneirismo A primeira grande aposta da Mahogany foi na categoria de sabonetes líquidos, um mercado incipiente e de pouco mais de US$ 3 milhões em vendas no varejo no início dos anos 1990. “Quando começamos, o mercado brasileiro tinha um dogma de que válvula em produto não funcionava por aqui. Diziam que o consumidor local gostava de aplicar o produto no corpo e passar com a mão”, se recorda o fundador da Mahogany. A primeira coisa que Jaime incorporou ao produto foi justamente uma válvula dispensadora. Ele também buscou embalagens importadas diferenciadas. O fornecimento da válvula que era importante para o sabonete líquido estava atrelado a um único fornecedor no Brasil. “Nós fomos pesquisar e acabamos fazendo um acordo com um fornecedor italiano, o que nos permitiu oferecer ao mercado uma válvula mais sofisticada e, mais importante, que funcionasse.”


Produzido por Cusman Branded Content

Mas esse foi só o primeiro desafio. O outro era o custo do produto. Um sabonete de 220 ml chegava a custar US$ 20, principalmente pelos altos preços dos componentes das embalagens. Para reduzir o custo por ml, Jaime foi gradativamente ajustando a volumetria das embalagens que passaram para 350 ml, 400 ml, 600 ml. “Todo o mercado se reposicionou a partir daí. Isso nos permitiu um crescimento mais acelerado e a sermos reconhecidos como uma marca inovadora”, rememora o empresário. Entre 1994 e 1998, a Mahogany foi a líder no mercado de sabonete líquido no Brasil, com mais de 20% de share. Com o advento do Plano Real, em 1994, e o fim da inflação estratosférica, as mais tradicionais lojas de departamento do mercado foram sucumbindo, uma a uma. O que já seria uma situação naturalmente complexa, ganha contornos mais desafiadores para a Mahogany. Nesse mesmo momento, a empresa, mantendo sua veia inovadora, começou a incorporar vidros importados e coloridos ao seu portfólio, uma novidade no mercado, além de tampas e válvulas também importadas. “No que fizemos esse investimento, o canal quebrou. E, para ajudar, naquela época a relação dólar x real era extremamente pareia, tornando baratos os perfumes internacionais de marcas de sucesso. Nós não tínhamos clientes, estávamos trazendo vidros de fora, o dólar induzia o preço baixo dos produtos internacionais. Sofremos um pouco com tudo isso”, diz Jaime. Foi um período de tentativas e erros. A empresa introduziu corners, um tipo de display exclusivo de uma marca, em diversas perfumarias nos interiores do Brasil, numa época no qual as perfumarias ainda não se utilizavam das grandes verticais que ajudam a organizar o portfólio por marcas. Jaime lembra que, infelizmente, não existia uma mentalidade de organização. “Quando íamos fazer a reposição, tinha um monte de itens que não eram da marca no nosso móvel. Bancamos esse formato por uns quatro anos. E não deu muito certo”, lamenta. Outro caminho adotado na época foi se aproveitar do movimento que o varejo alimentar seletivo fazia naquele momento para sofisticar o seu mix, especialmente em categorias como personal care e haircare.

Reavaliando o cenário Sem ver futuro nos canais que ocupava naquele momento, Jaime Drummond partiu para uma profunda reanálise do negócio, num processo similar ao realizado pouco mais de uma década antes para fundar a

Mahogany. “Debruçamos-nos sobre as nossas competências e as características do negócio para avaliar como seguir em frente”, recorda o empresário. “Como éramos mais ligados ao varejo, decidimos então partir para o modelo de franquias”, continua. Em 2005, Jaime e sua equipe começaram a fazer todo o planejamento para inserir a empresa nesse novo canal. E no ano seguinte, a empresa inaugurou sua primeira loja, no shopping Ibirapuera, em São Paulo. Até o final daquele ano seriam inauguradas mais dez lojas. E hoje, pouco mais de onze anos após ter optado pelo canal, a Mahogany construiu uma rede que soma mais de 200 lojas distribuídas por todo o Brasil. Paralelamente, na era do omni-consumidor, a empresa também atua por meio da venda direta, num modelo no qual são os franqueados que operam o canal; e mantém um trabalho nos varejistas especializados, em áreas importantes de consumo mas nas quais não existem franquias. “O importante é estar disponível para o consumidor onde quer que ele esteja. Não temos loja em todos os lugares e existem regiões importantes para estarmos. Temos de ocupar esses espaços, mas de forma ordenada. Se a oportunidade existe, nós não vamos deixar passar”, ressalta Jaime.

Alegria e vivacidade Uma loja da Mahogany tem muita cor, muita vida e embalagens diferenciadas para o padrão do mercado. “Mahogany é alegria, é festa. Gradativamente vamos reforçar cada vez mais esses elementos”, explica Jaime, que acredita que a marca ainda traz certa exuberância para o mercado. “Essa vivacidade, a celebração, isso tem que permear todos os pontos de contato da marca com o consumidor. A profusão de cores, a alegria... É a primeira coisa que vai te impactar. E a vida está nos produtos”, diz. Com a entrada no canal de lojas próprias, a Mahogany manteve sua fortaleza em cuidados pessoais, mas também passou a dar muito mais atenção para a categoria de perfumes, mas sempre com o posicionamento da empresa de oferecer sofisticação. Jaime Drummond conta que a empresa tem crescido de 10 a 15% todo ano nesta categoria, que pelo seu tamanho, oferece grande potencial de crescimento para a marca. Outro foco de atenção de Jaime é o de tornar a Mahogany uma marca aspiracional, e ao mesmo tempo, mais acessível para a classe C. O empresário explica que a marca está bem posicionada junto às classes A e B. “O consumidor de clasmahogany - 43 sinta essa festa

se C ainda tem medo de entrar na loja, porque ele vê na vitrine um sabonete de R$ 50. Precisamos transpor essa barreira e conseguir mostrar a ele que temos produtos, principalmente fragrâncias, que casam muito com o que eles querem. Perfumes excelentes com preços competitivos. Na medida em que você vai conquistando espaço no mercado esse processo fica mais fácil. Lentamente estamos quebrando essas barreiras”, acredita.

Solidez para avançar Em 27 anos, Jaime transformou a Mahogany numa das marcas mais tradicionais de cosméticos e perfumes do Brasil e, em pouco mais de onze anos, uma das maiores franquias do setor. Sempre atuando de forma consistente e sem abrir mão do posicionamento que escolheu para a marca, ainda que em alguns momentos isso tenha tornado o caminho da empresa mais acidentado. A empresa está focada na rentabilidade do franqueado também. Graças a isso e ao bom relacionamento construído é que todos os principais parceiros seguem avançando com a Mahogany. “Crescemos cerca de 10% em 2017. A gente não vai acelerar sem ter uma base estruturada”, reforça Jaime. Os bons números são puxados pela abertura de novas lojas e também pela operação de venda direta. Em 2017 foram inauguradas 35 lojas e, para 2018, a expectativa é de abrir outras 50 novas unidades. A disposição de Jaime para avançar com a Mahogany e permitir que mais consumidores tenham acesso aos produtos sofisticados, de uma marca brasileira, por preço competitivo já é mais do que conhecida. “O brasileiro é resiliente, mas só ser resiliente não adianta. Tem que ter determinação e foco. Quero que a empresa seja perene e naturalmente estamos preparando a nova geração”, comemora o empresário, que tem três filhos atuando no negócio, incluindo o gerente de Marca e Produto da companhia, Brian Drummond. Jaime conta que a empresa está hoje muito bem estruturada em termos de quadros, com uma superintendência e todos os departamentos bem posicionados e definidos. “Nos últimos dois anos passamos por uma reestruturação organizacional muito grande. Temos a empresa hoje muito mais profissionalizada e sólida. Isso vai nos permitir alcançar crescimentos mais expressivos em breve, embora não temos do que reclamar dos números dos últimos dois anos. Estamos sendo cada vez mais reconhecidos e conhecidos”, conclui o homenageado do Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética de 2017.


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1. Ação da Kaapi; 2. Luiz Paulo (FAV105, à esq.) e Luiz Claudio (Decoridea, à dir.); 3. Celia Anrelink (L’acqua di Fiori) e Mauricio Carini (Trendpack); 4. Equipe Drom; 5. Luciano Rodrigues (Bel Salvador) e sua esposa; 6. Equipe Phyto.

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1. Aûani Cusma de Paula (Cusman), Sergio Zamboni e Lucia Lisboa (Givaudan); 2. Sandro Rodrigues (Hinode) e sua esposa Leila Rodrigues, Jenifer Vieira (Cusman), Eduardo Mattoso (Kaapi), Marcelo Patrus (Patrus) e Bruno Baptista (Antilhas); 3. Equipe Salon Line; 4. Dominique Marceau (L’Oréal) e Daniel de Jesus (Milano Holding); 5. Marcelo Pereira Nunes, Aryadne Petito e Diego Pereira Nunes (Corel); 6. Equipe Antilhas.

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Prêmio Atualidade Cosmética

PROFISSIONAIS E INFLUENCIADORAS A exemplo do ano passado, o Prêmio Atualidade Cosmético promoveu mais uma vez um encontro entre dezenas de influenciadoras digitais com executivos do mercado. Antes da cerimônia de premiação, as blogueiras tiveram a oportunidade de bater um papo com Brian Drummond, gerente de marketing da Mahogany; Jaime Drummond, fundador e presidente da Mahogany, e que mais tarde seria coroado no Hall da Fama do PAC; Marcel Szajubok, diretor Geral da Jeunesse Brasil; e com Alexandre Serodio, fundador e CEO da Beleza na Web, que também seria aclamado horas depois com o troféu de “Profissional do Ano”, além de receber ainda o Troféu Atualidade Cosmética/Patrus Ponto de Venda Digital. Os profissionais contaram um pouco sobre sua trajetória no mercado de beleza e revelaram algumas particularidades do dia a dia de seus negócios. Além disso, foi transparente a forma como eles se colocaram e mostraram como as influenciadoras são importantes para uma melhoria e dedicação para o trabalho como um todo do mercado atualmente. As influenciadoras destacaram a chance que tiveram de saber o que de fato se passa por trás das marcas, bem como as histórias dos profissionais. “Para a gente é incrível participar desse evento, pois mostra não só a nossa importância, mas a nossa ver-

dade. Um prêmio como este, destacar empresas que têm qualidade e benefícios é algo muito importante. Fiquei muito feliz pelo reconhecimento e por eles disponibilizarem um tempo para a gente”, enfatizou Luciana, conhecida como Marfim, do blog Marfim. Enquanto isso, Priscila Giacon, do blog Estilo Pri Giacon, exaltou o peso que as companhias do segmento vêm

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dispenando às influenciadoras digitais. “O bacana de você ser convidada para um evento desse é que a gente percebe que as marcas estão cada vez mais acreditando no nosso trabalho, e também na nossa divulgação. Hoje em dia, as pessoas olham muito antes de comprar um produto e o que influenciador está falando. Isso é muito gratificante.”



Apresentado por:

equipe da kaapi no prêmio atualidade cosmética: time experiente.

Chegando com tudo

A Kaapi, mais jovem casa de fragrâncias do mercado brasileiro, deixa claro que vem para ser um ator relevante no mercado

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oda mundo precisa começar de algum lugar. Via de regra, toda empresa que nasce das mãos e da visão de um empreendedor começa pequena com a perspectiva de avançar até se transformar numa grande companhia lá na frente. Isso é o que todos desejam. Mas, entre desejar e fazer acontecer de fato, existe uma grande diferença. No ultracompetitivo mercado brasileiro de casas de fragrâncias, só consegue se destacar e crescer as empresas que têm a capacidade de oferecer algo de novo aos clientes. Até porque, com tantas opções, os clientes não precisam de apenas mais um fornecedor de fragrâncias. Mas a indústria cosmética está sempre atenta e aberta a novos parceiros que tenham competência e condições para lhes oferecer algo novo em olfativos, técnicos e operacionais. Uma casa de fragrância que consegue oferecer diferenciação para os produtos dos seus clientes, que também

enfrentam um mercado competitivo, sempre terá espaço para avançar e galgar posições mais altas no mercado local. É por isso que a Kaapi, a mais jovem casa de fragrâncias do mercado local, optou por chegar com tudo. Muitas empresas que resolvem entrar no mercado de fragrâncias iniciam seu trabalho com um pequeno leque de composições e blends pré-prontos que são oferecidos de forma mais ou menos padronizada para todos os clientes da empresa. É um caminho, sem dúvida. Mas bem diferente do escolhido pela Kaapi para construir o seu negócio. A disposição para ser um player relevante no mercado fica claro em várias frentes. “Mesmo jovem, a Kaapi já começa grande. A empresa tem grande capacidade financeira e disposição para realizar os investimentos necessários para oferecer algo diferente ao mercado de beleza”, afirma Eduardo Mattoso, fundador e CEO da Kaapi. Um bom exemplo disso é a recente aquisição

www.kaapi.com.br

de uma máquina de fabricação de sabonetes, um investimento ousado realizado pela empresa, mesmo em meio à crise. “Essa aplicação era o nosso calcanhar de Aquiles. Tivemos a coragem e a ousadia de investir neste equipamento e hoje temos como fazer as aplicações de fragrâncias em sabonetes em barra de forma rápida e com alto padrão de qualidade”, reforça Paulo Dahuer, diretor Comercial da empresa. O coração de qualquer casa de fragrâncias é sua área de Criação. E nesse particular, a Kaapi também tem investido com força em recursos humanos, afinal a atividade verdadeiramente criativa no mundo da perfumaria ainda depende muito da capacidade da mente e dos narizes humanos. Para dar vazão à criatividade dos seus perfumistas, a casa de fragrâncias também tem buscado cada vez mais especialidades olfativas para enriquecer sua paleta criativa. Com essa combinação de grandes nari-


animação para os participantes: os mágicos da Kaapi encantaram os presentes ao Prêmio Atualidade Cosmética.

O presidente da hinode, sandro rodrigues, com sua esposa e o fundador da kaapi, eduardo mattoso.

zes e os melhores ingredientes do mercado, a empresa consegue surpreender seus clientes com criações de alto nível, muitas vezes de vanguarda. Muita da força da Kaapi se deve ao fato de que, embora seja a mais jovem, a Kaapi é também a mais internacionalizada das casas locais. Cerca de 90% das suas vendas são realizadas no exterior, principalmente para os Estados Unidos e a Europa. Agora a empresa flexiona a sua musculatura e toda a sua expertise criativa e técnica para conquistar um

espaço importante no mercado mônica burgos, da avatim, e seu filho recebem DE EDUARDO a estatueta do brasileiro. prÊmio atualidade cosmética/kaapi. Para tornar a marca conhecida, a Kaapi também tem apostado intenção nossa era ganhar visibilidade e fortemente em um trabalho de comuniproporcionar alguns momentos agradácação com o mercado. Para se apresenveis para os clientes e profissionais do tar a ele em grande estilo, a empresa mercado de beleza. Por isso, a mágica assegurou uma cota de patrocínio Diapara entreter e a mesa de chocolates mante do Prêmio Atualidade Cosmétipara adoçar o paladar. Queremos torca, pelo qual co-nomeia as categorias de nar a empresa conhecida e aparecer no perfumaria da premiação. Além disso, Prêmio é condizente com a nossa estraa Kaapi ofereceu aos presentes grandes tégia”, conclui Eduardo. momentos de descontração e prazer. “A

kaapi - sua nova49 casa de fragrÂncias


Apresentado por:

A MESA DE CHOCOLATES DA KAAPI: um dos pontos altos do Oscar da perfumaria. O fundador da kaapi, eduardo mattoso com o fundador da mahogany e homenageado da noite, jaime drummond.

o time da embelleze, com seu presidente jomar beltrame (centro), eduardo mattoso e paulo daher, da kaapi.

célia anrelink, da L’acqua di fiori, com eduardo mattoso.

leonardo russo, diretor-geral da BELCORP BRASIL, aO LADO DO FUNDADOR DA KAAPI.

guto pedreira, ceo da jafra, recebe a estatueta de eduardo.

o perfumista francÊs thierry bessard, com eduardo.

www.kaapi.com.br



CATEGORIA Desodorantes

Bem além de uma boa proteção PACKS PROMOCIONAIS E LANÇAMENTOS CADA VEZ MAIS CERTEIROS DE ACORDO COM AS EXIGÊNCIAS ATUAIS DOS CONSUMIDORES, VÊM DITANDO O RITMO DA CATEGORIA DE DESODORANTES, CUJO A PENETRAÇÃO E A IMPORTÂNCIA SEGUEM EM ALTA ENTRE OS BRASILEIROS >>> RAFAEL MENDONÇA

S

ua penetração entre os brasileiros é uma das mais altas se analisarmos as categorias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Esse índice, que fica já há alguns bons anos em torno de 90% (Kantar Wordpanel), apenas ratifica o grau de importância dos Desodorantes na vida dos consumidores por aqui. E como uma categoria que sempre teve sua relevância para os brasileiros, ela passou por variações e evoluções que foram moldando a forma com que vemos a atuação deste item atualmente. “Proteção” e “perfumação” sempre foram palavras-chave para o vocabulário da categoria, entretanto, com o passar do tempo, outros termos também passaram a fazer parte desta lista, movimentando a indústria e o consumo. O principal movimento neste sentido é a questão da introdução de novos benefícios complementares nas variantes, algo que os usuários passaram a buscar nos desodorantes. Esses claims envolvem benefícios para a

pele, contra manchas na roupa, proteção prolongada, entre outros. Outro fator que influenciou diretamente no desempenho da categoria da última década para cá foi o acirramento entre os distintos formatos dos desodorantes, sobretudo com a entrada do aerossol na categoria. Hoje, embora ainda tenha um valor mais elevado do que as outras variantes, é possível dizer que o aerossol já é um formato consolidado na categoria. Porém, lá atrás, enquanto este formato não caía no gosto dos consumidores e os outros claims não ganhavam forma entre os desodorantes, a categoria viveu um longo período em que lançamentos era o caminho mais rentável para indústria. A cada semana aparecia um novo produto no mercado, principalmente vindo das marcas de multinacionais como Unilever, L’Oréal ou Nivea. Este cenário dava um certo dinamismo para a categoria, que deixava os varejistas com o cabelo em pé na hora de organizar a gôndola com tanta variedade – principalmente de fragrâncias – que havia.

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DINAMISMO ALTERADO Mas este quadro que víamos há alguns anos mudou e, hoje, Desodorantes já não é mais uma categoria tão dinâmica assim neste sentido. Atualmente, apesar de ainda haver muitas novidades disponíveis no mercado, não vemos mais aquele “pico de lançamentos”, como define Lais Grams, gerente de Produto Garnier Bí-O, da L’Oréal. “Isso se deveu principalmente à migração da categoria para oferecer ‘apenas proteção’ e conseguir oferecer produtos com benefícios complementares como antimanchas, cuidado com a pele, etc. Atualmente a dinâmica do mercado está menos focada em lançamentos e mais focada em oferecer para o consumidor um custo-benefício mais atrativo, com promoções e preços mais em conta”, resume. “O mercado já definiu claramente quais os benefícios mais testados e bem-sucedidos, como antimanchas, antibacteriano, fragrâncias etc. Exatamente por este comportamento de mercado, os lançamentos no Brasil se concentram em variações de


IMPULSO EM AEROSSOL

fragrâncias dentro destes segmentos mais buscados”, acrescenta Julia Asakawa, gerente de Marketing para Desodorantes na P&G, que atua na categoria com as marcas Gillette e Old Spiece. Realizando uma leitura mais atual sobre o momento da categoria no País, a própria dinâmica de consumo vista nos últimos anos, sobretudo no varejo, tem sido parte fundamental do cenário visto nas prateleiras por todo o território nacional. Hoje em dia, é impossível não se deparar com os famosos promopacks “50% de desconto a segunda unidade” quando se está em algum ponto de venda, seja uma farmácia ou supermercado. “A categoria de Desodorantes segue crescendo em volume (unidades) nos últimos anos, devido ao aumento da penetração do formato aerossol. O principal driver de crescimento deste formato foi a entrada de marcas mais baratas nesse segmento que possibilitam o consumidor com menor budget o acesso ao formato. O segmento aerossol também cresce via unidades por

viagem, devido ao crescimento no número de multipacks (leve 3 pague 2, leve 2 com 50% de desconto e outros) disponíveis no mercado”, observa Ana Simões, executiva de contas da Kantar. Nas farmácias, os promopacks são alternativas para prover melhor relação de custo-benefício ao shopper. E isso é válido não apenas para os Desodorantes, mas também para todas as categorias. De acordo com estudo “Quintiles IMS Pharmacy Shopper Study 2017”, da QuintilesIMS, enquanto os itens regulares tiveram queda de 2,2%, os promopacks de HB alcançaram 12% de crescimento em unidades durante 2016. O estudo mostra ainda que as embalagens promocionais representam hoje 10% do faturamento total do mercado de HB no canal. De um valor de R$ 1,4 bilhão que os promopacks representaram de relevância para HB no canal, os Desodorantes são responsáveis por R$ 175 milhões, o que resultou num crescimento de quase 70%, o maior índice entre as categorias verificadas.

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A grande maioria dos promopacks de desodorantes disponíveis nos pontos de venda são de versões em aerossol, o que tem propagado ainda mais o formato na categoria. Como dito, o aerossol vem evoluindo bem na categoria e já até se consolidou. Há dez anos, haviam poucas marcas que atuavam na categoria com a versão aerossol. Ao mesmo tempo, também eram poucos os fabricantes disponíveis para produzir neste formato. Atualmente, com a evolução no mercado em todos os sentidos, é difícil encontrar alguma marca que atue na categoria que não tenha uma versão em aerossol disponível em seu portfólio. Na visão de Csilla Almásy, gerente de RH da Aercamp, empresa especializada no segmento de envase de aerossóis cosméticos que está completando 50 anos de mercado, não é apenas o varejo que ajudou a difundir o aerossol entre os desodorantes. “Hoje já é tendência em todos os níveis sociais o consumo dos aerossóis, com grande abrangência no território nacional devido à expansão das marcas porta a porta e franchising, deixando de ser apenas um produto de varejo”, avalia. Mesmo que o ritmo de lançamentos tenha diminuído em Desodorantes, Csilla acredita que os aerossóis seguem em uma dinâmica frenética. “Existe um grande empenho por parte dos fabricantes em buscar novas matérias–primas para elaboração de desodorantes mais eficaz, como os de ação de 72 horas, e também no design das embalagens e sua aplicação. No mercado mundial, a inovação é uma constância no segmento aerossol”, ilustra. Todo este cenário da categoria tem exigido investimentos por parte da Aercamp nos últimos anos, sobretudo em sua planta fabril situada em Campo Limpo Paulista (SP); também em certificações como a ISO 22716; na formação de seus colaboradores; no aprimoramento no recebimento e industrialização; na análise físico-químico dos materiais; entre outros.

PERFUMAÇÃO VERSUS PROTEÇÃO Os dois principais atributos verificados em desodorantes podem gerar diversas análises, dependendo do ponto de vista que são observados. Na visão de Julia, da P&G, proteção (seja contra transpiração


CATEGORIA Desodorantes MARCELA BERTI, DA FINQUIMICA: mercado tem exigido novidades em relação à eficácia aliada à sensibilidade cutânea, sudorese, princípios ativos hipoalergênicos e manchas na roupa.

INFLUÊNCIA DIRETA: desempenho da categoria ultimamente tem sido impactada positivamente pela atuação dos promopacks nos pontos de venda.

ou odor) e perfumação variam de posição entre eles na preferência dos consumidores masculinos de acordo com a faixa etária. “Sabemos que ‘proteção’ nunca deixará de ser importante para o homem brasileiro, devido ao clima quente do País e a preocupação com o suor e o odor. Mas acompanhando os hábitos de compra do público masculino, notamos que a ordem de escolha destes fatores é bem dividida e que a preferência muda conforme a faixa etária. Quando o consumidor é mais jovem – na faixa etária de até 34 anos – o fator mais relevante de escolha do desodorante é por fragrância e em seguida por proteção. Por outro lado, quando o consumidor passa dos 45 anos de idade, a preferência inverte e o quesito proteção ganha mais destaque, deixando a fragrância em segundo lugar”, esclarece a gerente. Entre os consumidores, há também aqueles que possuem algumas preferências mais específicas, como os que preferem desodorantes sem fragrância. Esta busca está ligada ao cuidado com a pele da axila ou ainda para deixar o cheiro nulo e buscá-lo com algum perfume apenas. Apesar de as marcas darem alguma atenção para este público, esta fatia de consumidores não chegam a causar grandes movimentações na categoria. “A utilização de desodorante sem fragrância é atribuída ainda pelo receio dermocosmético, quando o consumidor tem algum tipo de interação fisiológica com o produ-

to perfumado. A fragrância tem um papel muito importante no quesito proteção, pois age de forma a melhorar a percepção de performance e proteção”, pondera Fabio Gilioli, diretor Executivo da B.U. Beauty Care Latam da Symrise. O ponto de vista trazido pelo dirigente da Symrise é interessante por mostrar como os atributos “proteção” e “perfumação” estão interligados. “Na verdade esses dois fatores estão altamente conectados. O consumidor identifica a proteção muitas vezes através da perfumação. Durante o dia, 65% da população ‘checa’ se o desodorante ainda está fazendo efeito – caso o perfume do desodorante ainda esteja presente, o consumidor entende que o produto ainda está fazendo efeito”, explica Lais, de Garnier Bí-O. Ela conta também que, em pesquisas qualitativas, foi possível perceber que pessoas com origem no Nordeste, principalmente, preferem fragrâncias de desodorantes mais fortes, enquanto as pessoas das demais regiões preferem fragrâncias mais suaves que não “conflitam” com o cheiro do perfume. A região do Nordeste fez com que a Unilever desenvolvesse recentemente duas variantes exclusivas de Rexona para este público. Na visão da marca, trata-se de uma região que busca proteção e fragrâncias refrescantes. “Sabendo as especificidades do Nordeste, região onde Rexona tem uma participação de mercado acima da média, identificamos uma oportunidade

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de desenvolver no Brasil uma linha pensada para os nordestinos”, diz Paula Lopes, gerente de Marketing de Rexona. A versão feminina Erva Doce possui uma fragrância aromática floral, com notas de erva-doce, enquanto que o Rexona Men Impacto possui cítricos e hortelã, com notas de madeiras brancas. Segundo a companhia, ambas fragrâncias estão em territórios olfativos que possuem grande presença e preferência na região.

ROL TECNOLÓGICO Na visão de Fabio Gilioli, da Symrise, o consumidor de desodorantes busca a eficácia do produto como benefício primário da categoria. Para ele, a “eficácia” neste caso significa performance ou cobertura de mal odor. “O consumidor, para sentir-se protegido, não pode sentir aquele odor desagradável de suor. A perfumação vem logo após, e inclusive é um fator fundamental na combinação com ativos para gerar uma maior proteção”, reitera. E essa performance, ainda segundo ele, vai muito além de simplesmente proteger. “O consumidor tem buscado soluções com benefícios adicionais em um mesmo produto”, informa. Isso tem exigido dos fabricantes de matérias-primas uma maior atenção para conseguir atender plenamente a esses requisitos. “Não basta apenas proteger... precisa proteger, propiciar uma sensação de frescor, e que este frescor seja enriquecido com ingredientes e fragrâncias que re-



CATEGORIA Desodorantes metam à naturalidade, saúde e bem-estar, assim como inspirações do mundo de fine fragrance”, emenda. O dirigente da Symrise lembra que, com relação à questão da performance na categoria, houve a introdução e popularização das cápsulas enriquecidas em suas formulações, que potencializam sua ação, com o atrito do movimento ou pelo contato com o suor. A fornecedora global de fragrâncias ingredientes para a indústria cosmética conta com duas soluções de encapsulamento: Symcap, que é ativada por fricção para as versões de desodorantes Creme e Roll On; e a Incap, que age por meio da sudorese, indicada principalmente para Deo AP Aerossol. “Além disso, a Symrise possui um foco claro em atuação contra mau odor, tecnologia nominada Neofresh, em que combinamos diversas matérias-primas com potencial de reduzir ou mascarar o mau odor”, reforça. Como fabricante de princípios ativos para desodorantes, a Finquimica também procura acompanhar de perto as tendências que permeiam a categoria. Para Marcela Berti, gerente Comercial da empresa, o mercado não tem exigido apenas novidades em relação a novas fragrâncias e embalagens, mas sua eficácia aliada à sensibilidade cutânea, sudorese, princípios ativos hipoalergênicos e manchas na roupa. Entre as tecnologias desenvolvidas pela Finquimica para a categoria, estão: o Cloridroxialantoinato de Alumínio (Alantal), que reúne as propriedades antiperspirante e adstringente dos sais de Alumínio, com a ação antinflamatória e suave queratolítica; já o Cloridróxidolactato de Alumínio e Sódio (Alnalac) é um complexo com propriedades adstringentes e antiperspirantes, porém com níveis baixíssimos ou quase inexistentes de irritação dérmica; enquanto que o clorohidróxido de alumínio e zircônio glicina, que vem aplicado em formulações de desodorantes de alta eficiência antitranspirante, baixa irritabilidade dérmica, suavidade na pele, possui maior tempo de ação e baixo resíduo, o que indica seu uso para produtos que não mancham roupas. As marcas de desodorantes também já contam com tecnologias disponíveis no mercado, que foram pensadas visando atender às demandas mais recentes dos consumidores. Garnier Bí-O, por exemplo,

VARIEDADE PRECISA: quantidade de lançamentos diminuiu, porém, as novidades têm chegado ao mercado de maneira mais direta, de acordo com as tendências do momento. tem focado seus últimos lançamentos no universo antimanchas. Lançou recentemente uma nova versão do Clarify Pantenol, que agora conta em sua fórmula com Pantenol. “Dentro dessa franquia e como uma novidade completa no mercado, chega também um produto especializado no cuidado da pele morena a negra. É o primeiro desodorante feito especialmente para esse cuidado e conta em sua fórmula, além do AHA de Limão (clareador natural) e do Pantenol (hidratante), com vitamina B3, um antioxidante que favorece a uniformização da pele morena a negra”, conta Lais. Já no caso da Gillette, a marca da P&G lançou a tecnologia “Gel”, que busca oferecer ao consumidor o melhor dos dois mundos: proteção extrema com aplicação transparente sem causar manchas nas roupas ou vermelhidão nas axilas. “Essa fórmula exclusiva, com 10 mil moléculas que atuam contra o odor, garante proteção contra o suor e o mau cheiro em momentos de pico de estresse ou transpiração excessiva”, destaca Julia Asakawa. A gerente de Marketing cita outro exemplo de tecnologia na linha de desodorantes Gillette é composta por moléculas BCD (BetaCycloDextrin) que, uma vez em contato com o suor, agem rapidamente encapsulando o mau cheiro ao mesmo tempo que liberam uma fragrância super agradável, reforçando aquela sensação de frescor e bem-estar por muito mais tempo.

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Duas opções de ativos desenvolvidos para atender às exigências atuais dos consumimodres de desodorantes:

MEADOWQUAT® HG-70 Cosmotec

Aplicação: Desodorantes, perfumes e produtos enxaguáveis para a pele e os cabelos. Claim: Ação prolongadora de fragrância. Mecanismo de ação: Forma um complexo com a fragrância quando aplicado sobre a pele ou cabelo. Com a secagem, a estrutura se rompe e libera gradualmente a fragrância. Diferenciais: Produto de origem vegetal. Dosagem: De 1,0 a 5,0% INCI Name: PEG-2 Dimeadowfoamamidoethylmonium Methosulfate Mais informações: (11) 2027-1100 / www.cosmotec.com.br

TEGO® COSMO P 813 Cosmotec

Aplicação: Desodorantes e produtos para a pele. Claim: Ativo desodorante inteligente. Mecanismo de ação: TEGO® Cosmo P 813 é um ingrediente desodorante único, suave e de longa duração, que atua sob demanda: em seu estado íntegro, é um éster de poliglicerila. Porém, conforme ocorre a produção do suor, as enzimas bacterianas são ativadas e degradam a molécula do TEGO® Cosmo P 813, liberando ácido caprílico. Esse ácido possui atividade antimicrobiana, reduzindo, portanto, a formação do mau odor. É versátil e pode ser utilizado em diversos tipos de formulações. Diferenciais: Produto de origem vegetal com certificação Cosmos e ECOCERT. Possui eficácia duradoura comprovada. Dosagem: 0,2 a 2,0% INCI Name: Polyglyceryl-3 Caprylate Mais informações: (11) 2027-1100 / www.cosmotec.com.br


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Express TECNOLOGIA MICELLAR

PELE RADIANTE

Redken traz uma nova linha que proporciona limpeza refrescante e duradoura com uma avançada tecnologia. Para criar a gama Clean Maniac Micellar, a marca buscou inspiração no que há de mais avançado para a limpeza da pele: a tecnologia micellar. Assim como as águas micellares purificam a pele sem agredi-la, as micellas presentes na tecnologia da nova linha da marca americana removem gentilmente as impurezas dos fios como um imã, sem agredir a fibra capilar e promovendo uma sensação refrescante e duradoura. Além disso, a linha também contém a tecnologia NeoFresh, patenteada pelo grupo L’Oréal, que é a 1ª tecnologia neutralizadora de odores: envolve e neutraliza os odores indesejáveis gerando uma sensação de refrescância duradoura. A linha completa de Clean Maniac Micellar é formada por shampoo e condicionador.

Vichy lança o Idéal Soleil Hydrasoft FPS 70, um protetor solar com rápida absorção e com resistência à água. Conta com uma tecnologia que cria uma barreira antissal e anticloro, aumentando a hidratação produto e cuidando da pele mesmo com as exposições durante o verão. Com textura ultraleve, ele une o melhor da proteção solar ao alto poder de hidratação e à ação antioxidante, que reduz os danos causados pela radiação infravermelha. A união dos ativos Vitamina E e Glicerina com os filtros Mexoryl SX resulta em uma pele radiante, uniforme, aveludada e protegida contra os raios UVA, UVB e UVA longo.

Distribuição: profissional. Preços: R$ 104 (shampoo) e R$ 134 (condicionador). SAC: 0800 701 7237. Site: www.redken.com.br

SOL, MAR E PISCINA A Phytoervas apresenta a linha Sol, Mar e Piscina, desenvolvida a partir da Cosmética Integral, um processo exclusivo que extrai os ativos da natureza na sua forma mais pura, sem nenhuma adição química, preservando seus nutrientes essenciais e potencializando seus efeitos. Sem sulfato, sem corantes e nem parabenos, sua fórmula avançada possui filtro UV e o exclusivo Phytoscreen Complexo Vegetal, composta por Palo Pichi, Aquileia, Verbasco, Macela e Arginina, que promove a ação fotoprotetora para os cabelos, potencializa o brilho, protege contra o envelhecimento e conserva a elasticidade dos fios. Com spray fluído protetor, shampoo, DD Cream, máscara e condicionador, a linha é enriquecida com o complexo de cereais integrais da Phytoervas, o Phytocomplex. Formado por trigo, linho e quinoa os ativos potencializam a nutrição e a restauração, agindo contra o envelhecimento dos cabelos. Distribuição: farmácias e perfumarias. Preços: de R$ 18 (shampoo) a R$ 32 (máscara). SAC: 0800 117 707. Site: www.phytoervas.com.br

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Distribuição: farmácias. Preço: R$ 69,90 (200ml). SAC: 0800 701 1552. Site: www.vichy.com.br



Express HOMEM DE GELO Criada pelo perfumista Michel Almairac, inicialmente a fragrância Jimmy Choo Man Ice revela uma brisa cítrica, trazendo frescor e intensidade com notas de tangerina, bergamota e cidra. Buscando realçar a embalagem para transmitir a proposta de frescor, o nome da fragrância aparece em cinza, conferindo elegância ao frasco. Na tampa, a aplicação do couro de crocodilo, assinatura da linha masculina de Jimmy Choo, aparece em branco emborrachado, dando um toque de modernidade. A embalagem branca possui escamas de crocodilo sublinhadas por uma cor cinza claro. Distribuição: seletiva (distribuído pela Vizcaya Cosméticos). Preço: R$ 489 (100 ml). SAC: 0800 849 2292. Site: www.jimmychoo.com

VÍNCULO INEXPLICÁVEL Ampliando o portfólio da franquia Aurien, a Eudora lança Aurien Turquesa, que traz uma fragrância oriental amadeirada assinada pelo perfumista Maurice Roucel, da casa alemã Symrise. De acordo com a marca, a relação da mulher com a joia tem um vínculo inexplicável, pois uma reflete o brilho da outra e, por isso, quis trazer esse conceito expressivo para uma das linhas de perfume bestsellers da marca. A empresa aproveitou também o lançamento da versão para apresentar um novo frasco para Aurien. De formato lapidado fazendo alusão a uma pedra preciosa, ele foi desenhado pela agência francesa Centdreges e já veste as outras fragrâncias da marca: Aurien Gold e Aurien Rubra. Distribuição: venda direta, e-commerce e lojas próprias. Preço: R$ 84,90 (100 ml). SAC: 0800 727 4535. Site: www.eudora.com.br

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IOGURTE GREGO Seguindo a tendência do cosmético gourmet, a Embelleze tem se inspirado também na gastronomia para trazer novas texturas, aromas e ativos para as formulações de seus produtos. Lançando um novo creme que busca consistência mais firme, o Novex Iogurte Grego é composto por carga de proteínas e mel. A Carga de Proteínas do produto age como um fortalecedor da fibra capilar, com resultados de cabelos saudáveis, resistentes e bem tratado. Já o Mel busca recuperar os cabelos ressecados e sem vida, deixando-os hidratados e consequentemente com brilho. Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 26,50. SAC: 0800 881 2667. Site: www.embelleze.com


EFEITO AREIA E LÁPIS BATOM A Avon apresenta novidades da marca Color Trend. Os novos esmaltes chegam com uma textura microgranulada, como a finalização arenosa. A linha dos esmaltes são em cinco cores alinhadas com as tendências e que busca agradar a todas: Laranja, Cereja, Vermelho, Azul e Preto. Já para os lábios e olhos, os novos LápisBatom Avon Color Trend procuram por uma facilidade na aplicação em duas opções de acabamento: metalizada e cremosa. São cinco cores de cada, que vão do clássico vermelho aos reluzentes dourado e grafite. Podem ser usados como sombra e para delineados, além de contorno dos lábios ou batom buscando um acabamento mais elegante.

MENOS OLEOSIDADE A SkinCeuticals, marca da divisão de Cosmética Ativa da L´Oréal, traz mais um reforço para a linha com o novo Blemish + Age Solution. O produto procura remover as impurezas que o sabonete não limpa, eliminando o excesso de resíduos. Age na redução imediata da oleosidade, diminui a aparência de poros e cravos e uniformiza o tom e a textura da pele. Resultados de uma associação de ácidos renovadores em solução hidroalcoólica, que promove a limpeza da pele. Blemish + Age Solution busca reduzir a oleosidade imediatamente em 40%. O produto pode ser utilizado após a limpeza da pele com o LHA Gel de Limpeza e, antes do Blemish + Age Defense, ambos os produtos clássicos do catálogo da SkinCeuticals. Distribuição: farmácias e e-commerce. Preço: R$ 79,90. SAC: 0800 771 7371. Site: www.skinceuticals.com.br

Distribuição: venda direta e e-commerce. Preços: R$ 4,99 (esmaltes) e R$16,99 (lápis). SAC: 0800 708 2866. Site: www.avon.com.br

MAIS FORTES QUE O SOL Pantene apresenta Pantene Summer Edition, com uma embalagem diferenciada e mais moderna. É uma linha para tratamento completo em três fases que ajuda as mulheres a prepararem o cabelo antes do contato com os agressores do verão, blindá-lo contra danos durante o contato e reparar, reconstituir e reidratar os fios depois da exposição ao Sol e do contato com água clorada ou salgada.“A tecnologia de Pantene Summer Edition previne a desidratação com sua fórmula Pro-Vitamina, que deposita agentes condicionantes no cabelo para reter a umidade em cada fio. A fórmula penetra no centro do cabelo, hidratando-o e preenchendo-o com antioxidantes que o deixam mais forte que o Sol. Com toda essa força, as mulheres podem curtir a estação sem se preocuparem em danificar o cabelo”, explica Isabella Zakzuk, gerente de Marketing de Pantene. Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 9,83 (shampoo), R$ 11,81 (codicionador) e R$ R$ 21,90 (3 Minutos Milagrosos). SAC: 0800 701 5515. Site: www.pantene.com.br

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AS CORES DA CIDADE Com o conceito “#tánacara #tánarua”, a linha de maquiagem Faces, da Natura, se reinventa e, conectada com as ruas, acompanha as transformações que acontecem ao redor do mundo. Pensada e criada em parceria com o artista plástico e fotógrafo Felipe Morozini e inspirada no seu projeto autoral #Dreamerssp, a semelhança do nome da coleção, não é mera coincidência. O projeto do paulistano, que clica modelos e amigos a partir do reflexo da janela de seu apartamento no centro de São Paulo, inspirou as cores dos batons. As cores da cidade estão traduzidas em cinco batons de efeito matte e de edição limitada batizados de Cinza Street, City Blues, Urbano Brown, Metropolitan Red e Nude in the City, todas essas cores inspiradas pelos reflexos e códigos da cidade. Distribuição: venda direta, e-commerce e lojas próprias. Preço: R$ 14,90. SAC: 0800 115 566. Site: www.natura.com.br

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CANAL Expansão das Perfumarias

Para onde vai a expansão? SAIBA QUAIS SÃO OS PLANOS DE INAUGURAÇÃO DE LOJAS DE ALGUMAS DAS PRINCIPAIS REDES DO VAREJO ESPECIALIZADO DE BELEZA, QUE TÊM NA EXPANSÃO UM DOS PRINCIPAIS PILARES DE SUSTENTAÇÃO PARA O CRESCIMENTO FUTURO DO CANAL >>> RAFAEL MENDONÇA ATUALIDADE COSMÉTICA

A

s transformações pelas quais o varejo tem passado nos últimos tempos são visíveis sob diversos aspectos e em seus mais distintos segmentos. As tecnologias, mudanças no comportamento do consumo e do consumidor, variações devido a crises financeiras, entre outros fatores, todos eles são influenciadores diretos nas alterações que o canal passa. Só para exemplificar todas essas nuances sofridas ao longo do tempo, hoje vemos um canal se destacando em todos os mercados em que antes era um mero coadjuvante no desempenho econômico: o atacarejo, que está surfando muito bem na onda dos preços, que é algo que têm ganhado cada vez mais relevância no conceito dos consumi-

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dores nos últimos anos, sobretudo devido à crise financeira vivida. Voltando para o varejo e entrando nas perfumarias, que é o varejo especializado de beleza, este é um segmento que vem passando por uma série de mutações nesta década, porém nunca deixando com que seus principais pilares não figurassem como protagonistas: o atendimento e o mix de produtos. Mas, além desses dois atributos que seguem fazendo a diferença a favor do canal, as perfumarias melhoraram e muito em outros quesitos, como o layout de lojas e organização de produtos. Hoje temos inúmeros exemplos de varejistas que investiram alto e sem medo para terem belos pontos de venda. Há ainda aqueles que estão começando a aplicar tecnologias para organizar estoques e gôndolas, rastrear itens, etc. Espelho disso é a presença cada vez mais massiva de donos de perfumarias todos os anos na NRF – National Retail Federation, maior feira de varejo do mundo que acontece anualmente nos Estados Unidos. Entretanto, fora os exemplos de varejistas que estão cuidando cada vez mais de suas lojas, temos um número significativo de players deste segmento que passaram a cuidar melhor de seus planos de expansão, o que fez com que o canal crescesse com certo destaque. Hoje, é possível afirmar que temos um grupo que engloba por volta de 40 perfumarias que optou pelo caminho da profissionalização da operação e da expansão de seu negócio e, assim, estão crescendo numa velocidade superior a do próprio canal. Sem dúvida é do desempenho e da evolução desses varejistas que definirão o caminho pelo o qual o varejo especializado brasileiro percorrerá no futuro.

RITMO CRESCENTE A partir do começo das mudanças vistas nas perfumarias, notadas principalmente no começo desta década, os varejistas acelararam o ritmo de abertura de lojas, algo impensável para este canal se olharmos o cenário que se apresentava antes de 2010. O andamento de inaugurações mostrou players que chegaram a abrir até quatro novas lojas em um ano, que é um número bastante considerável em se tratando de perfumarias. É claro que este é um indicador irrisório se formos comparar com o

varejo farma, por exemplo, que conta com redes com capacidade para inaugurar dezenas e dezenas de unidades em uma temporada. Entretanto, para o varejo especializado de beleza já é um bom sinal de maturidade, sendo possível dizer que esses podem ser os primeiros passos para uma consolidação futura no canal. As próprias farmácias viveram uma transformação quase que repentina em termos de consolidação. Basta analisarmos que, no início do século, as redes de farmácias como Drogasil ou Drogaria São Paulo, por exemplo, eram formadas por poucas lojas, com raras inaugurações ao ano. Uma das redes mais tradicionais deste canal é a Ikesaki. E ela serve muito bem para ilustrar o trajeto que vem sendo percorrido pelas perfumarias pelo Brasil. Com mais de cinco décadas de história, a rede atuou até 2007 apenas com a loja da Rua Galvão Bueno, no centro da cidade de São Paulo. Foi quando deu início ao seu processo de expansão até mesmo antes do período em que as outras redes se voltaram mais incisivamente para esta questão. Atualmente, são oito unidades situadas em macrorregiões da região metropolitana de São Paulo e também uma delas no Shopping Parque Dom Pedro, em Campinas, no interior do estado. Atualmente, a rede centra seus esforços na estruturação do seu negócio, como por exemplo, consolidar o seu e-commerce, bem como cuidar das lojas atuais. Com o crescimento das perfumarias, o canal passou a ganhar ainda mais relevância dentro do mercado de beleza. E o potencial que vem sendo demonstrado por alguns players é ainda mais promissor. Todas aquelas perfumarias que vêm realizando um grande trabalho nesse sentido têm plena noção do que precisam se atentar para dar sustentação a todo esse crescimento. E a abertura de lojas sem dúvidas é uma dessas premissas. De acordo com o estudo “Panorama Perfumarias 2018”, encomendado pela Beauty Fair e realizado pela Nielsen, a região Sudeste concentra o maior número de perfumarias. No Brasil, são 19 mil perfumarias multimarcas (em 2016) e estima-se que até 2021 o crescimento médio anual seja de 2,2%. Sendo assim, até 2021, esse número pode subir para 22,6 mil perfumarias. Um ponto que é possível comparar a

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expansão das perfumarias com a das farmácias é a questão da regionalidade. Afinal, a movimentação de abertura de lojas não acontece apenas em alguns pontos localizados, como nas grandes capitais. Embora ainda concentrada regionalmente, a expansão acontece em diversos cantos do País. Entretanto, diferentemente das redes de drogarias, são poucos os players dentro do varejo especializado de beleza que atuam em diferentes estados ao mesmo tempo, por exemplo. A maioria daqueles que possui um bom número de unidades está situado em uma cidade apenas ou também em municípios da região. O varejo especializado de beleza se aproveitou do aumento da quantidade de shoppings centers pelo Brasil para ajudar em seu processo de expansão. Muitas redes, inclusive, encontraram nesses centros comerciais a sua identidade, montando lojas sofisticadas para atender às características desses locais. “Em termos de expansão, o shopping é interessante porque é um local que fica todos os dias do ano aberto, à noite, finais de semana, proporcionando estacionamentos, comodidade, entretenimento, lazer, alimentação, segurança, entre outras variedades. O tempo é corrido para todos, e o consumidor pode ir à noite no shopping ou no final de semana. E isso faz com que o crescimento nesses locais seja significativo”, resume Edson Guandalini, gerente na Lojas Livia Cosméticos, rede que possui dez lojas na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Escorado em suas estratégias, as redes de perfumarias seguem se movimentando de acordo com seus planos de expansão. Há cidades que são alvos no momento, como por exemplo Ribeirão Preto, também o interior paulista, que até pouco tempo contava apenas com duas redes de perfumarias locais e, hoje, vê o acirramento da concorrência com a chegada de pelo menos mais três players de fora. Mas como será que cada rede do varejo especializado de beleza está pensando as suas expansões? Para onde vão as inaugurações de cada um? Conheça o planejamento de expansão e os desafios que enfrentarão algumas das principais redes de perfumarias que têm sustentado o crescimento do varejo especializado de beleza do Brasil.


CANAL Expansão das Perfumarias

AS PERFUMARIAS EM NÚMEROS 65% das vendas são destinados aos consumidores finais, enquanto 32% são direcionadas aos profissionais de beleza; l Em 2016, foram R$ 10 bilhões em vendas, R$ 400 milhões a mais que em 2015. Ou seja, em média são R$ 530 mil em vendas por ano por loja; l Produtos para cabelos são responsáveis por 70% das vendas, sendo que 33% referem-se a produtos de Coloração e os outros 37% restantes a outros itens da categoria; l Das 19 mil perfumarias multimarcas no Brasil, 9 mil estão localizadas no Sudeste;

l Estabelecimentos com menos de 200 m² representam 88% do setor; l Perfumarias monomarcas têm ganhado espaço em relação às multimarcas; l 60% das perfumarias multimarcas faturam até R$ 90 mil por mês; l As vendas online são, em geral, feitas em maior número por perfumarias da região Sul.

l

* De acordo com o estudo “Panorama Perfumarias 2018”, realizado pela Nielsen.

Belshop

ele”, aponta. O diretor assegura que, nos últimos cinco anos, a BelShop vem se estruturando para sustentar esse crescimento. “Montamos um CD, trocamos nosso RP para atender às necessidades atuais e futuras. Desenvolvemos um plano de criação de talentos em que quase a totalidade de nossa equipe gestora é formada internamente”, conta.

Danny Cosméticos

Sede: Porto Alegre (RS) Quantidade de lojas: 22 Unidades em: Porto Alegre e região metropolitana do Rio Grande do Sul Tamanho médio das lojas: 200 m² Meta de expansão: alcançar 50 lojas até 2022

Criada em 2000, a BelShop é uma das redes de perfumarias que mais tem se destacado na região Sul do País. Com um planejamento traçado visando os próximos anos, a varejista possui um processo de expansão baseado em análise de mercado, identificando locais potenciais para abertura de lojas. “Já houve casos de aguardarmos mais de cinco anos para abrir em uma praça. No local que queríamos, não tinha disponibilidade de ponto. Mas, valeu a pena”, revive Renato Pereira, diretor da BelShop. A rede possui lojas em shopping e lojas de rua com as mesmas características de arquitetura. Trata-se de um modelo que é replicado para todas as aberturas. Atualmente, as 22 lojas da BelShop estão concentradas Porto Alegre e em mais quatro cidades da região metropolitana do estado. Entretanto, o dirigente afirma que a expansão para novas cidades e até mesmo para outros estados está no radar da companhia. Para isso, Renato diz ter ciência de que é preciso fazer o valor de sua marca aonde estiver. “Acho que o principal desafio em outras cidades/estados é conhecer nossa potencial cliente e oferecer soluções para ATUALIDADE COSMÉTICA

Sede: Americana (SP) Quantidade de lojas: 15 Unidades em: Americana, Araraquara, Bauru, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste, São José dos Campos e Sorocaba Tamanho médio das lojas: Meta de expansão: mais dez lojas pelos próximos anos, após inaugurar o novo CD Com quase 40 anos de mercado, a Danny Cosméticos é uma das redes que vem aproveitando bem as oportunidades que surgem para sustentar o seu plano de expansão. Atualmente são 15 lojas em oito cidades do interior de São Paulo e em Americana, seu município base, e do e-commerce. Entretanto, todo esse crescimento que se intensificou nesta década está cobrando um preço. Segundo Mariella Scuro, gerente de Marketing da Danny Cosméticos, o atual Centro de Distribuição da rede chegou à sua capacidade máxima e está pequeno para atender às lojas. Entretanto, ela revela que o plano é ir para um CD quatro vezes

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maior do que o atual dentro de um ano. “Com isso, a gente dará razão ao sonho de abrir mais lojas”, revela ela.

assim, é uma coisa inexplorada. A gente viu oportunidade e dá para trabalhar bem o Interior”, diz Marcelo.

A gerente afirma que diversos shoppings centers têm feito propostas para a Danny Cosméticos e ela concorda que a abertura nesses locais é uma tendência, porém, a rede não abre mão de lojas de rua. De acordo com Mariella, o planejamento da rede é abrir ao menos dez novas lojas nos próximos anos, inicialmente, todos dentro de São Paulo. Porém, isso não quer dizer que a rede não olhe para fora do estado sob a ótica da expansão. A gerente conta que vai com frequência a outras cidades e se depara com potenciais mercados para abertura, mas diz que o formato das perfumarias da Danny ainda são para São Paulo. “Enxergamos oportunidades fora, mas efetivamente a gente não tem isso em nosso planejamento”, resume ela, dizendo que, ainda assim, oportunidades boas podem surgir nesse sentido futuramente.

A abertura em Ribeirão Preto se deu por meio de uma oportunidade que surgiu, ou seja, não era algo planejado pelo sogro de Marcelo que é o mentor e idealizador da rede, e também quem planeja toda a expansão da Goya Perfumaria. Além das nove unidades já inauguradas e das duas que devem ser abertas em breve, há outras lojas que são comandadas por parentes da família e sócios. “É uma rede familiar, que foi crescendo”, conta o dirigente, que garante que a indústria tem suportado o avanço da rede. “O mercado está superaquecido. A parte de cosmético, em geral, está sendo bem aquecida mesmo. Deu uma quedinha no ano passado, mas parece que está voltando”, aposta.

Leo Cosméticos

Goya Perfumaria

Sede: Londrina (PR) Quantidade de lojas: 13 Unidades em: Londrina, Arapongas, Apucarana, Maringá, Ponta Grossa e Curitiba Tamanho médio das lojas: Meta de expansão: 50 lojas até 2021

Sede: Taboão da Serra (SP) Quantidade de lojas: 9 Unidades em: Taboão da Serra, Ribeirão Preto e outras cidades e bairros da região metropolitana de São Paulo Tamanho médio das lojas: 700 m² Meta de expansão: não há, mas há duas unidades a serem inauguradas em breve

Mantendo um bom ritmo de crescimento desde 2012, a Leo Cosméticos decidiu em 2017 ir além da região de sua cidade base, Londrina, aterrissando na capital paranaense Curitiba. Com uma estratégia voltada para a abertura em shoppings centers e com lojas grandes que se destacam pela belo trabalho em termos de ambientação e vendas. Desta forma, a rede tem sido uma das que mais vem se destacando. A companhia orienta suas lojas de rua para serem uma perfumaria para atender ao mercdo e também aos profissionais cabeleireiros, enquanto as unidades de shopping são climatizadas e mais voltadas aos consumidores finais. “Assim, damos um valor especial para uma experiência de compra, tentando criar um ambiente gostoso, bonito e agradável para os nossos clientes”, situa Fabio Kai, gestor da Leo Cosméticos.

“O processo de expansão é inevitável para você continuar no mercado. Neste mercado que está engolindo todas as outras redes também, é meio que obrigatório você precisar se expandir para se manter firme. Para progredir, tem que aumentar”. É desta maneira que a Goya Perfumaria classifica a importância da expansão para a rede, originária de Itaquera, na Zona Leste da cidade de São Paulo, segundo o gestor administrativo da unidade Taboão da Serra, Marcelo Yukio Kanashiro. Recentemente, a companhia deu o passo mais ousado em seu processo de expansão ao inaugurar uma loja em Ribeirão Preto, no Interior paulista, a primeira unidade da rede fora da região metropolitana de São Paulo. Trata-se de um PDV com uma grande dimensão se comparada ao padrão das perfumarias, o que segundo o dirigente era algo que não havia em Ribeirão. “Ir ao Interior para gente seria uma nova etapa, digamos # 158 | NOV/DEZ 2017

Atualmente, a rede conta com quatro lojas em shoppings. Porém, já possui mais quatro unidades contratadas nesse espaço, todas no Paraná. A Leo Cosméticos possui uma audaciosa meta de chegar a 50 lojas em 2021. Por enquanto, Fabio afirma que a empresa está 65

ATUALIDADE COSMÉTICA


CANAL Expansão das Perfumarias buscando entender como funcionam as divisas dos estados mais próximos, para assim definir qual rumo a expansão deve tomar. “Não temos um rumo certo. A tributação de cada estado é muito diferente, então, logicamente as compras são diferentes, os produtos que vendem são diferentes. A gente está tentando estudar um pouco mais esse mercado para ver para que lado expandir”, avalia. O gestor dá indícios de que a expansão da rede deve seguir, principalmente, pelos shoppings. “É um modelo mais fácil de trabalhar, mesmo porque o custo da loja de rua vem aumentando muito e alguns canais de atendimento nossos são muitos pesados. E o shopping, a gente não precisa, a gente corta alguns canais. Então fica uma estrutura mais leve e mais rendável”, considera.

nal cabeleireiro possa ter o lugar dele e o consumidor, com espaço, possa ver novidades e se sentir na casa dele. Além de um lugar para estacionar no centro da cidade, o que é difícil”, destaca Edson. A companhia vem realizando há dois anos um trabalho de fortalecimento de algumas bases, para dar sustentação ao crescimento. Entre as bases estão: Logística, Marketing e RH. “Fora outras estruturas, como consultorias nas áreas tributárias e financeiras, de Vendas. Nos fortalecemos tanto comercialmente como nas bases. Hoje a empresa está num patamar bem significativo de controle”, emenda o gerente.

Shopping dos Cosméticos

Lojas Lívia

Sede: São José do Rio Preto (SP) Quantidade de lojas: 10 Unidades em: São José do Rio Preto apenas Tamanho médio das lojas: 300 m² (lojas de rua) e 500 m² (lojas de shopping) Meta de expansão: não há. Será de acordo com a necessidade de São José do Rio Preto Conceituada pelo seu trabalho desenvolvido em diversos aspectos, a Lojas Lívia conta com dez lojas apenas em São José do Rio Preto e faz questão de deixar claro que seu plano de expansão segue focado no município que está situado a 442 km da capital de São Paulo, com o intuito de fortalecer suas bases onde estão. A varejista considera que sua expansão é estratégica e não oportunista, e acredita que a cidade ainda oferece oportunidades para que a rede seja ainda mais referência. “Temos lojas na zona norte, na zona sul, no centro e em shoppings. Praticamente em todos os pontos da cidade temos loja, para facilitar a vida do consumidor e para estar cada vez mais perto dele”, crê Edson Guandalini, gerente na Lojas Livia Cosméticos. A rede se prepara agora para o que considera o grande passo de sua estratégia de expansão: a inauguração de uma mega loja de 3.500 m² na cidade. Na verdade trata-se de uma reinauguração, pois esta era a unidade matriz da Lívia, que tinha 250 m² e se tornará a loja-conceito da rede. O ponto de venda deverá ficar pronta nos primeiros meses de 2018 e oferecerá 70 vagas de estacionamento gratuito, uma área de Vendas de aproximadamente 1.000 m², além de uma área de Formação no andar superior. “É uma mega loja para que o profissioATUALIDADE COSMÉTICA

Sede: Goiânia (GO) Quantidade de lojas: 17 Unidades em: Goiânia (GO), Valparaíso (GO), Luziânia (GO), Rio Verde (GO), Águas Lindas (GO), Catalão (GO) e Brasília (DF) Tamanho médio das lojas: Meta de expansão: não há Com mais de 20 anos de vida, o Shopping dos Cosméticos é uma das principais redes do Centro-Oeste brasileiro. Possui boa presença em shoppings centers da região e, apesar de ter de enfrentar a chegada de concorrentes de outros estados, a empresa centra como única preocupação manter suas lojas rentáveis. A concorrência na visão de Robson Machado, diretor da Shopping dos Cosméticos, é algo de mercado. Para ele, o que não pode acontecer é um ficar baixando margem, pois, para o dirigente, quem vende barato não cresce. “Precisamos ser inteligentes. O mercado está aberto para todo mundo e a gente tem que se conversar e se respeitar, dentro do espaço de cada um, não necessariamente no espaço geográfico”, avalia. Robson ressalta que o custo para estar ou inaugurar em shoppings é alto. Conta também que o foco da rede são as lojas de rua e que, onde houver oportunidades dentro da região, o Shopping dos Cosméticos abrirá lojas, independentemente se já há lojista ou não. O dirigente acredita que o aumento de perfumarias em shoppings pelo País se dá também pelo fato de esses centros comerciais estarem enfrentando dificuldades para ocupar os espaços vazios em seus empreendimentos. “Eles estão atirando em todas as direções e é logico que vão atrás de lojas especializadas também. Agora, se eles vão entregar para lojas especializadas em um cenário que seja con66 # 158 | NOV/DEZ 2017


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CANAL Expansão das Perfumarias veniente para que o negócio torne viável, economicamente falando, é que é outra história. Acho que aí cabe ao lojista conhecer bem seu negócio, seus números para saber se cabe ou não. Entrar em algum shopping novo, ou um shopping maduro, demanda que o lojista faça avaliações”, opina.

Spasso Cosméticos

Solução Cosméticos

Sede: Cuiabá (MT) Quantidade de lojas: 12 Unidades em: Cuiabá, Várzea Grande e Sinop Tamanho médio das lojas: Meta de expansão: não há, mas já há uma unidade prevista para ser inaugurada em 2018 Com lojas de rua e em shoppings centers situadas na Grande Cuiabá, a Solução Cosméticos também é uma das principais redes de perfumarias do Centro-Oeste brasileiro. A companhia, que também opera uma distribuidora de cosméticos, trabalha seu processo de expansão em cima das oportunidades que surgem e das necessidades que se apresentam em locais de acordo com pesquisas realizadas pela rede. Além disso, a rede não esconde que também tem a preocupação de ocupar espaços para que outras não cheguem à região. “A expansão tem que fazer, você tem que constar no mercado, direcionar o público que quer trabalhar, comunicar bem com esse público e tocar a vida em frente”, avalia Jurandir Vieira, proprietário da empresa. O mandatário revela que já teve oportunidades e propostas para abrir lojas no Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia e Acre. Entretanto, crê que ainda haja muito espaço para ser coberto dentro de seu estado base. “Então, por hora, eu diria que nos próximos três ou quatro anos não vejo a menor possibilidade de fazer a expansão para fora do Mato Grosso. Preciso primeiro estar presente em todos os pontos dentro do meu estado”, pondera. Para alimentar as lojas da rede, a Solução Cosméticos utiliza o Centro de Distribuição da própria distribuidora que opera. Segundo Jurandir, este caminho é mais barato do que contar com dois Cds, por exemplo. “É centralizado na distribuidora, porque já existe uma logística preparada e pronta para atender aos clientes que atendem à rede e lojas da mesma forma também”, emenda. ATUALIDADE COSMÉTICA

Sede: Campinas (SP) Quantidade de lojas: 19 Unidades em: Campinas, Hortolândia, Jundiaí, Mogi Guaçu, Piracicaba, Sorocaba, Votorantim, Guarulhos, Osasco e Ribeirão Preto. Tamanho médio das lojas: 250 m² Meta de expansão: não há. Mas pretende encerrar 2017 com 22 unidades A Spasso Cosméticos também é outra rede que serve muito bem para ilustrar como caminhou o desenvolvimento do varejo especializado de beleza no Brasil. A companhia de Campinas, interior de São Paulo, possui quase 30 anos de vida e operou até 2002 com quatro lojas de rua na cidade, quando inaugurou sua primeira unidade em shopping center. Em 2010, a empresa decidiu licenciar sua marca para iniciar seu processo de expansão de maneira mais incisiva e, dois anos depois, passou a contar com lojas fora de Campinas. Ao mesmo tempo em que foi se expandindo, a Spasso também cuidou muito bem do layout de suas lojas. “Nosso processo de expansão passa por uma avaliação criteriosa, localização, perfil de consumo, potencial de mercado, entre outros fatores. Os modelos são alternativos de acordo com cada perfil de consumo observado, caso contrário, poderíamos cometer grandes erros”, explica José Roberto Munhoz, diretor Comercial da Spasso. Depois de romper as fronteiras de Campinas, Munhoz afirma que a Spasso é uma empresa de visão aberta para novos mercados e possibilidades. “Nada nos impede de termos novas lojas em outros estados ou cidades distantes de nossa base”, revela. O dirigente garante que a rede tem investido pesado em sistemas, programas de relacionamentos, mídias sociais e constante treinamento para seus colaboradores e franqueados. Ele cita também o acirramento da concorrência entre as perfumarias e também com outros canais, como o farma. “Concorrência é saudável e necessário, lamento apenas as redes que insistem em praticar política de preços muito baixos o tempo todo. A experiência já nos mostrou que tal atitude não fortalece em nada as empresas, pelo contrário, não conseguem criar uma sustentabilidade que consolidará sua marca. O cliente valoriza a prestação de serviços, programas de relacionamentos, preços justos, mix diversificado, etc. Quem só oferece preço, pode pagar um preço muito alto por isto”, critica Munhoz. 68 # 158 | NOV/DEZ 2017


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e existe um local no Brasil onde a máxima de que “a indústria cosmética é movida a novidades (ou inovação)” atinge seu ponto mais alto, esse local é o Rio de Janeiro. Nenhum lugar no País gera tantas inovações e modismos de beleza, em intervalos tão curtos de tempo e com incrível rapidez quanto a região metropolitana

da capital fluminense. Ali se encontra a terceira maior base de indústrias do mercado de beleza no Brasil, com 225 companhias legalizadas, de acordo com a ANVISA. Embora seja menos do que Minas Gerais, o estado contempla um grande número de companhias relevantes do mercado, incluindo multinacionais como L´Oréal, Alfaparf, Pierre Fabre, Puig, e locais como Granado, Niely (cujas operações industriais ainda operam de forma independente da L´Oréal), Embelleze, Lola, Yenzah e Vizcaya, além de outras dezenas de empresas de diferentes portes, canais e categorias de produtos. O Rio também serve de base industrial para importantes fornecedores da indústria, como a casa de fragrâncias IFF e a fabricante de matérias-primas Lubrizol. Atualidade COSMÉTICA

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A cantora Anitta grava no Morro do Vidigal: no Rio o morro e o asfalto se retroalimentam dando origem a um estilo Ăşnico e de alcance global.

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Praia de Ipanema: onde a diversidade se encontra sem filtros e todos falam a mesma língua. Antes que o leitor questione. Sim, São Paulo concentra a maior base industrial do País e, naturalmente, as empresas paulistas lançam muito mais produtos e inovações no seu conjunto. Mas, tenha em perspectiva a originalidade e o arrojo trazido ao mercado pela indústria do Rio, por meio de novos conceitos e propostas baseadas em tendências que ainda não foram captadas por indústrias de outras praças e a leitura fará bastante sentido para você. Mas o que faz do Rio um mercado tão rápido na hora de lançar novas modas na indústria cosmética? Primeiro, é preciso entender que o Rio de Janeiro (e nesse caso, especialmente a cidade do Rio) é um lugar diferente de tudo o que se tem no Brasil. Num País continental, cada região tem suas peculiaridades, tradições e linguagem próprias. É óbvio também que isso leva a situações de diversidade e desigualdades gritantes entre e dentro dessas regiões. Mas o Rio condensa numa área bastante pequena todo esse caldeirão de diversidade e desigualdade. É como se todo o Brasil se misturasse ali. E misturasse no sentido mais literal mesmo. Ao contrário de praças

como São Paulo, geograficamente mais espalhadas e fechadas em núcleos – o que de alguma maneira faz com que os desiguais se misturem menos – no Rio, a desigualdade se encontra o tempo todo, especialmente na praia, onde não se distingue quem é quem. “Tem a garotinha da Zona Sul e tem a garotinha que vai acordar cedo pegar o ônibus lotado. Tá todo mundo ali falando a mesma língua”, conta Renata Lima, gerente de P&D da Lola Cosmetics, uma das mais inovadoras e cariocas marcas do mercado. Por mais que pareça um contrassenso, isso ajuda a fazer do Rio um universo muito, mas muito particular. Quase que um país dentro do Brasil. Como segue sendo o segundo mais relevante estado da Federação em termos econômicos e concentra boa parte da formação da história e do intelecto nacional, o impacto do que acontece ali sobre o restante do País é gigantesco, especialmente em questões culturais e de comportamento, como é o caso das relacionadas à beleza. A miscigenação cultural e econômica do Rio é um dos traços mais peculiares da cidade e fonte importante da

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capacidade da indústria local de encontrar e ler mais rapidamente novas manifestações de beleza, que podem ser convertidas em produtos cosméticos. Logo atrás do Leblon, com seu alto poder aquisitivo, está o Morro do Vidigal, que é um polo de tendências muito forte. A desigualdade do Rio é muito grande e ao mesmo tempo muito misturada. Essa movimentação de classes gera um círculo ao mesmo tempo virtuoso e vicioso, como explica Felipe Soares, um experimentado executivo do mercado e que recentemente assumiu a direção comercial da Lola. “A pessoa que é do Vidigal desce para o Leblon, vê ali alguém usando alguma coisa que ela acha bacana e vai tentar interpretar aquele estilo dentro das suas possibilidades. E, depois, essa interpretação feita no Vidigal desce o morro e ganha o asfalto novamente”, diz. “O morro e o asfalto, que se misturam na praia, criam um caldeirão cultural muito rico. Um retroalimenta o outro, cada um do seu jeito”, corrobora Marcelo Chrispim, um dos fundadores e diretor Comercial da Yenzah. Com toda essa gente junta e misturada, os bons observadores do merca-


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especial Rio de Janeiro do conseguem perceber e entender mais rapidamente o que se passa entre os diferentes grupos de consumidores da cidade, as demandas e invenções que formam um caldeirão cultural que conversa muito com o Brasil todo. Apesar de ser mais evidente na zona sul, até pela questão geográfica (a praia, o asfalto e o morro se sucedem), essa mistura se dá em toda a cidade. Na região central, no bairro da Lapa, por exemplo, que mistura jovens de diferentes classes sociais e perfis num dos pontos mais agitados da vida noturna carioca; ou na tradicional Tijuca, considerada a zona sul da pobre zona norte, onde se encontram alguns dos bairros de comércio mais vivo e intenso da cidade como Madureira e o Meier. Mesmo na planejada Barra da Tijuca, com suas avenidas amplas e grandes blocos, basta andar um pouco mais a partir da Avenida das Américas para se misturar a uma realidade diferente das dos condomínios de luxo que marcam o bairro da zona oeste. “Isso gera o convívio. E essa mistura, goste ou não, produz algo diferente”, acredita Philippe de Carvalho, executivo franco-carioca que está à frente da operação de dermocosméticos da francesa Pierre Fabre no Brasil. Com longa vivência internacional no setor de beleza, Philippe viu bem o poder transformador de viver nesse caldeirão quando atuava como diretor de uma marca internacional de produtos para os cabelos, em meados da década passada. “Quando eu trabalhava nesta categoria, o padrão era o liso. De repente chegaram algumas marcas falando de cachos, com um discurso muito brasileiro e muito adequado. Acho interessante que muitas das empresas da baixada fluminense souberam capturar nesse caldeirão necessidades que nem sempre estão expostas. Capturar o que

Philippe de Carvalho, da Pierre Fabre: em 2018, Darrow, marca local da empresa, deve ganhar ares mais cariocas.

acontece na zona norte, na zona oeste e em outras áreas menos glamourizadas é algo muito legal de quem está no Rio, onde acontece um encontro de culturas, peles e cabelos diferentes”, acredita. A proximidade ao que acontece em todos os cantos e com todas as diferentes tribos, classes e tipos da cidade, além de toda a movimentação cultural que isso gera, é um dos motivos para a agilidade das empresas fluminenses na indústria de cosméticos. Mas essa velocidade para ir ao mercado não seria possível sem outra característica local: o jeito carioca de ser e como isso se reflete no modo como ele conduz seus negócios. Em linha gerais, o carioca é mais descontraído e aberto ao diálogo com os outros. Isso abre espaço para que ele seja mais criativo e arrojado. “O carioca é menos estressado e menos encanado. Ele não vai fazer milhões de planilhas e testar todas as possibilidades possíveis de cenários”, explica Nádia Armelin

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“Por ser mais desencanado e ter essa disposição para o risco é mais ousado e também mais ágil”, complementa a executiva paulista, que chegou ao Rio em meados de 2017, como diretora de Marketing da Yenzah, empresa da qual ela é hoje a CEO. De fato, as empresas do Rio são mais rápidas do que a média do Brasil, e, mais importante, têm uma disposição para arriscar com novidades e ver se vai dar certo. Se não der, paciência. Parte para a próxima. Criada na virada da década por Marcelo e Rodrigo Goecks, dois executivos de longa data da indústria de beleza, com passagens pelas principais escolas do estado, (leia-se Niely, L´Oréal e Embelleze), a Yenzah é outro bom exemplo de uma nova geração de empresas que tem mudado a dinâmica do mercado local, apostando em produtos mais sofisticados, que se valem em diferentes medidas do lifestyle carioca. A Yenzah se vale muito de elementos naturais de todo o mundo em seus produtos – e a natureza é um elemento marcante do Rio –, mas também de aspectos como o Sol e o culto ao corpo, trazendo elementos da academia, como os suplementos Whey Protein para o universo dos cabelos.

Denominação de origem Por tudo o que já foi dito sobre o seu povo, somada à sua geografia privilegiada, o Rio de Janeiro tem um estilo de vida que outras cidades não têm. E isso agrega valor. “O Rio é uma marca registrada. Tem esse estilo de vida carioca, o ambiente, a praia, a criatividade, essa diversidade... O Rio é despojado, não tem muita formalidade”, diz Felipe, da Lola. O executivo acredita que São Paulo também tem suas características, mas elas não formam uma marca. As empresas locais, especialmente as mais novas, passaram a se apropriar mercadologicamente desse lifestyle carioca mais rapidamente. Renata conta que, quando a Lola começou, as embalagens eram todas muito certinhas, não era a cara do Rio. Um dos motivos de sucesso da Lola foi ter se apropriado desse lifestyle carioca muito por meio da linguagem, das gírias, do jeito como as pessoas se comunicam no Rio.


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especial Rio de Janeiro dermatológica. Pouca gente sabe, mas é a terceira marca mais prescrita nesse mercado dermatológico, em volume de prescrição. Estamos trabalhando numa reformulação da marca Darrow. Actine e Doctor são muito conhecida (as duas maiores marcas da Darrow, líderes em antiacne e anticaspa, respectivamente), mas a marca mãe carece de mais notoriedade. Para 2018 estamos programando uma linha Darrow muito mias descolada e, dentro do limite do que é um dermocosmético, torná-la uma marca mais carioca, alegre e includente. E você vai ver exatamente isso quando a nova linha for apresentada”, afirma o diretor da Pierre Fabre.

Do subúrbio para a capital

Nádia Armelin, da Yenzah: as pessoas no Rio são mais “desencanadas”. Isso cria um ambiente mais aberto à criatividade e a ousadia.

A Granado, cuja origem remonta a uma farmácia de quase 150 anos lotada no centro do Rio, é outra marca que, ao se renovar, se apropriou do seu “heritage”. A marca remonta à época do Rio Imperial – foi a farmácia oficial da família real brasileira – e modernizou-se a partir do conceito de sua antiga botica, que permanece aberta no mesmo local, desde 1870. A Pierre Fabre é reconhecidamente uma companhia bastante conservadora nos seus processos de desenvolvimento. Mas, isso não impede que a sua marca local, a Darrow, também se valha desse espírito carioca. “Darrow é uma marca brasileira que transporta de maneira simples a necessidade

A importância do polo industrial de Nova Iguaçu para o mercado de beleza transcende as fronteiras do Rio. Ali nasceram muitas das empresas que movimentaram o mercado com o lançamento de produtos ousados, com propostas inovadoras e que falavam a língua do povo, quando as grandes empresas não estavam nem aí para qualquer consumidor que não fosse da classe AB. As empresas de Nova Iguaçu foram construídas sob uma cultura de produtos bastante popularesca, não de mass market como as empresas multinacionais, mas voltada ao povão mesmo, que não tinha acesso aos produtos das marcas internacionais nos anos 1980 e por boa parte dos 1990. Após o Plano Real e, mais ainda, a partir de meados dos anos 2000, com o aumento do poder de compra da outrora “nova classe média”, as consumidoras passaram a buscar produtos de melhor qualidade, que falassem a sua linguagem (que se sofisticou, mas não rompeu os vínculos com as suas origens, principalmente no Rio, com a força das comunidades, e ainda assim tivesse um preço adequado). A Niely, então maior empresa fluminense, soube capturar como ninguém essa movimentação e alçou a posição de liderança no mercado de coloração, sua primeira aposta. Mas, na medida em que cresceu demais, a empresa de Daniel de Jesus, embora não tenha perdido a agilidade, ficou naturalmente mais restrita por conta da neAtualidade COSMÉTICA

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cessidade de escala. Sua rival local, Embelleze, também conseguiu surfar nessas ondas, de um jeito diferente. Com um mix de marcas mais amplo, a empresa da família Serpa sempre teve como característica a velocidade de lançar novos conceitos e produtos rapidamente e em grande quantidade. Muito da influência da Embelleze vem de lançar coisas novas, dê certo ou dê errado. “A Embelleze é reflexo dessa cultura de empreendedorismo do Rio”, diz Felipe, da Lola. “Essa sempre foi uma característica da empresa, desde a época do Itamar. Certamente contribuiu para esse modelo de velocidade que se encontra em muitas empresas daqui”, lembra Marcelo, da Yenzah. Na medida em que cresceram, as duas empresas ganharam abrangência nacional e, em alguma medida, romperam com a realidade local. A Embelleze, inclusive, se mudou para a cidade maravilhosa, mantendo apenas sua fábrica na cidade da região metropolitana da capital. Recentemente, a empresa até lançou uma nova marca, a Sou Dessas, inspirada no espírito das cariocas e cuja presença principal se dá nas perfumarias da região metropolitana da cidade maravilhosa. A Niely, comprada pela L’Oréal em 2015, tem hoje sua operação baseada na sede da gigante francesa, embora também ainda mantenha as operações industriais também em Nova Iguaçu. A ascensão de novas empresas na cidade do Rio trouxe junto um maior refinamento para a indústria local. E são essas empresas que conseguem capturar de diferentes formas um pouco desse jeito carioca, que puxam o crescimento e servem de referência para o mercado hoje. Com isso, o eixo da indústria de beleza fluminense tem migrado da baixada fluminense para a capital. O problema de boa parte das indústrias de Nova Iguaçu e outras cidades da baixada, que permanece sendo um polo produtivo extremamente importante, é que elas não conseguiram acompanhar a evolução e a sofisticação no consumo ansiada pelo povão empoderado. As pessoas, mesmo as de baixa renda, não queriam (e continuam



especial Rio de Janeiro

Loja da Lola, no Rio: o lifestyle carioca agrega valor às novas marcas locais. não querendo) usar produtos de aspecto popular. Além de mais exigente, o produto de beleza, inclusive os cremes de tratamento capilar, ganharam status. “O mercado de cosméticos se abriu mais e mais, com muitas marcas internacionais e nacionais acessando o consumidor, que deu um passo a mais que nem todo mundo conseguiu acompanhar”, reforça Felipe.

Extrovertida, prática e descolada A carioca é naturalmente uma mulher mais extrovertida, que tem o seu corpo mais em evidência e para quem tudo funciona. Além de estar sempre disposta a experimentar. Entretanto, algumas “verdades” do Rio não são tão verdadeiras assim. Especialmente aquelas relacionadas à praia. A empresária da Pello Menos, Regina Jordão, diz que as mulheres cariocas não fazem mais depilação por conta da praia, como muitos profissionais de cidades longe do mar tendem a acreditar. O mesmo se dá com os protetores solares. Apesar de passar o ano inteiro sob um grau altíssimo de exposição aos raios UV, o consumo na

cidade não é proporcionalmente muito superior ao de outras regiões, especialmente para os dermocosméticos, que trabalham de forma mais intensa a proteção solar facial diária. Quando foi abrir a primeira unidade da Pello Menos, rede de serviços de depilação com mais de 50 lojas, Regina escolheu Copacabana. Afinal, ela acreditava que por estar perto da praia, as mulheres fariam mais depilação. “Foi só depois que descobri que a carioca não se programa pra fazer depilação. E muito menos para ir à praia, que está lá todo dia”, lembra. A carioca não gosta de perder tempo. Tudo tem que ser prático e rápido. Ela não vai ficar um tempão fazendo um olho gatinho. Muito do sucesso inicial da Pello Menos, 20 anos atrás, teve a ver com o conceito de uma depilação rápida e sem precisar marcar hora. Com a cera e os procedimentos desenvolvidos pela marca, uma depilação de corpo inteiro, que chegava a levar duas horas, passou a ser feita em 35 minutos. “O negócio começou a crescer e me vi obrigada a abrir outra unidade, porque não estava dando conta de atender todo mundo”, comemora Regina, que garante atender, desde

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sempre, mais de 100 mulheres por dia em cada loja da rede que preside. Ao mesmo tempo, as meninas do Rio são mais flexíveis e, principalmente, desencanadas. “Ela sai da Progressiva e molha o cabelo”, diz Regina, que enxerga uma grande diferença das cariocas para as paulistas, onde a Pello Menos também tem lojas. Para ela, a carioca quer curtir o momento e não se apega a detalhes, a paulista não, é mais certinha. “Um exemplo é a unha. A carioca acaba de fazer a unha e vai pegar o telefone dela, se ela esbarrar na pontinha da unha e der uma borradinha, ela vai falar: ‘tá bom, tá bom. Não da para ver não’. Já a paulista, antes de se levantar, vai inspecionar e pedir para tirar um pelinho que ficou ali”, brinca. Outro traço da consumidora carioca é que ela não é muito fiel às marcas. “Isso faz com que ela também seja muito mais aberta a experimentar novidade,s o que favorece a experimentação de produtos de outras empresas, incluindo as novas”, lembra Marcelo, da Yenzah. Regina, da Pello Menos, também não leva muito em conta o fato de o produto ser ou não fabricado na cidade ou no estado. Mas Luís Carlos Marins, presidente da Ascoferj, associação que reúne as farmácias do Rio de Janeiro, percebe nas lojas do canal farma uma ampliação do mix de produtos, não é só com a introdução de marcas famosas, mas tem muito mais marcas alternativas. “Dessa forma, o varejista pequeno e médio sai da concorrência, de ter que brigar só na questão do preço, já que outros canais têm mais condição de promocionar sua oferta”, diz o dirigente.

Trabalhando juntos Isoladamente, o Rio ainda é um mercado consumidor dos mais importantes para empresas de todo o Brasil. E ainda o mercado mais relevante para boa parte das empresas de lá. Na Yenzah,



especial Rio de Janeiro embora o Rio não represente o maior faturamento, por conta da forte presença da empresa nas grandes redes de farmácias e perfumarias, sua praça local é por onde a marca iniciou seu trabalho de distribuição e onde a marca está, proporcionalmente, mais pulverizada. Já para a Lola, o Rio ainda é a praça na qual a marca faz a maior parte das suas vendas. “Estamos diversificando e construindo um negócio de sucesso. Mas isso é com o tempo. O Rio ainda é o nosso mercado número um”, afirma Felipe. O varejo fluminense, especialmente quando consideramos o farma e o especializado, é menos concentrado em grandes redes e mais pulverizado do que de outras praças importantes do País. No varejo farmacêutico, o estado tem cerca de 4.500 farmácias, sendo 2.400 delas apenas na cidade do Rio. Considerando a região metropolitana, esse número ultrapassa os 3.000 PDVs. Isso é uma clara demonstração de que, no Rio, as coisas acontecem na capital e no seu entorno. No caso da indústria, essa concentração é ainda mais gritante. Apesar disso, o presidente da Ascoferj destaca o avanço de redes locais com dez lojas no mercado. “A tendência é que eles continuem crescendo no estado. O Rio de Janeiro tem 92 municípios e as grandes redes, incluindo as cariocas Venâncio e D1000 (braço de varejo da distribuidora Profarma), e as gigantes DPSP, Raia Drogasil e Pague Menos, não estão presentes em 40 cidades”, pontua. Por ser menos concentrado, o farma carioca acaba sendo mais aberto e flexível a inovações e negociações. A Venâncio, até bem pouco tempo atrás uma pequena rede concentrada na Tijuca, é um bom exemplo dessa capacidade. A rede avançou fortemente sobre outras regiões do estado e estabeleceu um modelo no qual a categoria de beleza desempenha o papel central, com muitas marcas e espaço para inovações e promoções exclusivas. Além disso, combinado a esse avanço a rede viu suas principais concorrentes locais patinarem por problemas de ordem administrativa e de gestão, como a Pacheco, ainda a maior do estado, que passou

Luís Marins, da Ascoferj: pequenas e médias farmácias do estado têm aberto espaço para marcas alternativas de cosméticos.

muito tempo se integrando à Drogaria São Paulo; ou as bandeiras Drogasmil e Farmalife, recentemente adquiridas pela Profarma. Com um cenário desses, a Venâncio consolidou sua posição como a farmácia do carioca por meio de suas quase 50 lojas, que avançam hoje para áreas mais distantes das zonas norte e oeste. Para Marins, da Ascoferj, o crescimento das grandes redes dentro do Rio tende a afastar as farmácias independentes cada vez mais para as periferias, onde elas podem trabalhar sem essa concorrência. Isso também ocorre com as comunidades, onde as grandes redes também não tem grande penetração. “Tem lojas em comunidades com faturamentos gigantescos”, confirma o dirigente da associação. O presidente da associação destaca que a relação do varejo farmacêutico local com a indústria cosmética local é de proximidade. “Eu percebo isso. As farmácias de porte médio e pequeno trabalham com marcas alternativas. Fazem mídia, promoções e parcerias. Isso abre oportunidades para as novas em-

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presas crescerem também”, diz. No varejo especializado, embora a pulverização continuará sendo a regra, não se vê no Rio um player local dominante no mercado, como tem sido a regra em outras capitais, e que esteja em condições de liderar um processo de consolidação e se destacar no canal, tal qual a Venâncio construiu no farma. No caso do varejo especializado, a rede RioBel é hoje a maior do estado em número de lojas, são 19 no total, 16 delas na região metropolitana. “Eles têm mérito, avançaram muito e conquistaram tudo na raça”, diz Marcelo, da Yenzah. Mas nesse processo, o grupo ainda não conseguiu se estruturar para exercer essa posição de consolidadora. A RioBelleza, rede de perfumarias controlada pela Zamboni, uma das maiores distribuidoras de produtos de beleza do Brasil, poderia ter exercido esse papel, especialmente pela força do seu controlador. Mas a operação, de fato, nunca conseguiu decolar. Mais recentemente, as lojas têm passado por mudanças, especialmente no seu mix, com maior espaço para as grandes marcas com as quais a distribuidora trabalha no que pode representar uma nova visão para o negócio. Novata entre as redes cariocas, a Bela Ferraz inaugurou sua primeira loja em setembro de 2017 e já soma quatro unidades, inclusive uma antiga loja da RioBelleza. A bandeira é aposta de um grupo tradicional no varejo do Rio no segmento de beleza e oferece lojas bastante grandes, algo não muito comum no Rio, com muitas promotoras e um mix amplo de marcas. Já a bandeira baiana BEL Salvador tem feito um trabalho forte na cidade maravilhosa. Com um arrojado plano de expansão nacional, o Rio foi um das primeiras escolhas da rede. Hoje, a empresa opera três lojas na cidade, todas em shoppings, incluindo uma no Barra Shopping. “Existe um movimento de expansão grande da parte das redes de perfumaria e o Rio tem espaço para isso, já que você não teve iniciativas


Inauguração do novo centro de P&D da L’Oréal: mesmo com as crises, empresas têm mantido investimentos no estado.

nesse sentido nascendo aqui. Por isso acho que tem espaço”, acredita Felipe. O executivo da Lola também enxerga o avanço das lojas de departamento como Renner e Riachuelo como um movimento importante e aponta a Leader, bandeira de lojas de departamento local, como uma rede que interessante para o setor.

Comprometidos com o estado O estado do Rio vive uma crise sem precedentes e que impacta diretamente em aspectos fundamentais do negócio (vide a próxima reportagem deste especial). Ainda assim, as empresas seguem firmes, fortes e investindo no estado. A L’Oréal, maior operação de beleza do estado, inaugurou no segundo semestre de 2017 sua nova sede no País, um moderno edifício na revitalizada região do Porto Maravilha, e o seu Centro de P&D para América Latina, na Ilha do Fundão. “Não poderíamos escolher outro lugar no Brasil que não o Rio de Janeiro. Esta cidade é símbolo de diversidade e foi aqui que a L’Oréal implantou a sua primeira operação no Brasil, há quase 50 anos”, disse An Verhulst-Santos, presidente da L’Oréal Brasil, durante a cerimônia de inauguração do prédio. Fruto de um investimento de R$ 160 milhões, o centro compõe um

dos seis polos regionais de pesquisa mantidos pela companhia francesa em todo o mundo e deve reforçar a capacidade da operação brasileira de gerar inovações para o mercado local e, também, para o exterior. É verdade que a empresa fechou a sua antiga fábrica localizada na cidade do Rio. Mas, além de manter as operações industriais da Niely em Nova Iguaçu (incluindo a única fábrica de embalagens operada pela L’Oréal em todo o mundo), não fazia sentido para a gigante francesa manter sua antiga fábrica, relativamente pequena e sem espaço para crescer, sendo que a empresa tem outra planta industrial em São Paulo, que oferece todas as condições para concentrar a produção da companhia no País. Por sua vez, a Pierre Fabre está rodando um plano de investimentos que vai aportar R$ 40 milhões até 2020 para reforçar as operações da companhia, cuja sede fica na cidade e a fábrica em Areal, onde era a sede da Darrow. A empresa já inaugurou uma nova linha para a produção de sabonetes em barra de padrão farmacêutico e tem realizado outros investimentos ali, com o objetivo de ampliar a capacidade e subir a régua da produção. Desde o ano passado, a companhia passou a fabricar no Brasil alguns produtos da marca Avéene. Para isso, a água termal é captada no

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lago termal da Avéene, acondicionada e transportada até aqui. “Com esses investimentos, vamos fazer cada vez mais amostras e trazer produtos mais competitivos e inovadores para o mercado brasileiro”, conta Philippe. A fabricante de dermocosméticos também vai iniciar, em breve, a construção de um centro de inovação brasileiro na cidade do Rio, entre a fábrica e a sede da companhia, na Barra da Tijuca. Será o primeiro centro da empresa na América Latina e, a ambição, é poder levar inovações geradas aqui, para o mercado brasileiro, a outros cantos do mundo. “Temos que entrar no TOP 5 da Pierre Fabre. E temos todas as condições para isso”, emenda o diretor da empresa francesa. Entre as companhias locais, o comprometimento é ainda maior e diz respeito ao próprio vínculo com o estado. A Yenzah inaugurou recentemente sua primeira fábrica, e ela fica na cidade, o que garante a proximidade e a agilidade para resolver qualquer situação que demande a presença do comando da empresa, situado no bairro do Botafogo. A Lola também investiu para ampliar significativamente sua capacidade industrial, com investimentos em maquinários que melhoraram a produtividade e têm permitido à empresa abarcar mais e novas tecnologias em suas linhas. “A casa da Lola é o Rio. Não quer dizer que a gente não possa ter centros de distribuição em outros lugares, ou trabalhar com um terceirista de outro estado. Mas a base da Lola deixar de ser o Rio de Janeiro, isso não está em discussão de jeito nenhum”, conclui Felipe.


especial Rio de Janeiro Exército em rua de comércio na zona norte: a crise na segurança muda a dinâmica das operações no estado, especialmente as logísticas.

O lado feio do Rio O que faz do Rio o mercado mais novidadeiro da indústria cosmética brasileira? >>> aûani cusma de paula

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N

ão existe beleza no Rio de Janeiro capaz de esconder as mazelas vividas pelo estado e sua população nos últimos tempos. E olha que a natureza realmente caprichou ali. Mas, se lembrarmos de que os três últimos governadores, o presidente da Assembleia estadual e o deputado mais poderoso do estado estiveram, num dado momento, presos ao mesmo tempo é porque algo de errado existe na governança do estado. Mas antes de falarmos de problemas como segurança e das finanças locais em frangalhos, pontos que impactam diretamente a vida e a operação das empresas no Rio, é preciso abordar


Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

vimentar. Não tem mais como ficar parado esperando as coisas acontecendo. Para Philippe de Carvalho, da Pierre Fabre, é um desafio obter um serviço de melhor qualidade no Rio. “Como cliente, eu vejo que é pior. Não sei se tem a ver com uma cultura de informalidade.” Para o executivo da Pierre Fabre, o problema tem mais a ver com a qualificação, o nível de treinamento das pessoas e o que o empregador oferece para isso. “Também não adianta reclamar do funcionário se você pagar uma miséria e não treiná-lo de forma adequada. Não vejo isso no mercado de dermocosméticos, justamente porque as empresas e as redes trabalham muito fortemente essa questão do treinamento”, pontua. Lidar com a cultura de atendimento de baixo padrão no Brasil, e mais ainda no Rio, demanda uma luta constante para melhorar. A Pello Menos investiu em um centro de treinamento para as depiladoras e os franqueados da marca. “No meu setor, sou a franquia que mais se preocupa com qualificação e atendimento”, afirma Regina Brandão.

A crise do funcionalismo

um problema que aflige os consumidores do Rio: o atendimento. “O atendimento no Rio é muito ruim mesmo”, lamenta Luís Carlos Marins, presidente da Ascoferj. Isso num contexto em que é preciso reconhecer que, via de regra, o atendimento no varejo brasileiro já não é dos melhores. Para o dirigente, o erro já começa na gestão da empresa, no processo de recrutamento e seleção. “Não existem pessoas erradas. Existem pessoas no lugar errado. Se o cidadão não gosta ou não tem habilidade para lidar com pessoas, ele não pode estar na linha de frente do atendimento”, diz. E depois de contratar certo é preciso treinar o funcionário de forma adequada. De forma geral, o acesso à informação faz com que você tenha que se mo-

Ainda resquício de sua história como capital da Colônia, do Império e, depois da República até a década de 1960, o peso do funcionalismo público no Rio é muito grande, em todas as esferas. Quando o estado deixa de pagar seus servidores por falta de recursos, o impacto sobre o varejo e a indústria local, especialmente as empresas menores, que não têm a escala e a capilaridade de uma grande multinacional, se faz sentir na pele. Para driblar a crise e ajudar as clientes a não deixarem de se depilar todos os meses, a Pello Menos criou um plano de assinaturas, nas quais a cliente se compromete com um contrato anual para 12 sessões e, por essa fidelidade, paga um valor mensal significativamente menos do que o valor do serviço no balcão. “Baseados em estatísticas, entendemos a diminuição na frequência das nossas clientes e criamos o plano de assinatura que diminui em quase 40% o custo da depilação. Fidelizamos essas clientes e elas estão felizes”, conta a presidente da Pello Menos.

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Logística do medo “Recentemente, conversei com um diretor de uma transportadora. Ele costumava ter dois veículos roubados por ano. Hoje ele tem dois por mês”, conta Marins. Esse é só um exemplo do drama que se converteu a movimentação de cargas, de qualquer natureza, no Rio de Janeiro. Obviamente isso encarece a operação e impacto no preço do produto final. Algumas situações chegam a ser trágicas. Nádia Armelin, da Yenzah, diz que já recebeu ligações da fábrica dizendo que naquele dia o caminhão não pode sair da fábrica. “E a gente não consegue descobrir o porquê. Só que naquele dia não vai sair”, conta. Embora existam regiões extremamente críticas, como a Pavuna, um centro logístico tradicional na cidade, a movimentação de carga por toda a cidade ficou mais sensível. As seguradoras não estão fazendo a apólice para certas regiões da cidade. Algumas transportadoras também não estão fazendo entregas em qualquer lugar. Em alguns casos, a carga vai até um entreposto e o destinatário precisar ir ele mesmo até lá. Isso tem acontecido muito com as entregas de venda direta. “Cosméticos é carga de alto valor e, mais do que isso, de alta liquidez”, lembra Felipe Soares, da Lola. O executivo conta que não tem mais a disponibilidade de transportadoras e de veículos que tinha quatro anos atrás. “Isso está dificultando? Está. Mas não a ponto de sair do estado. A gente acredita no Rio, somos parte da cidade e não é porque a coisa piorou que nós vamos sair. Temos que ficar e ajudar a reverter essa situação”, garante o diretor da Lola. “Eu não posso me coibir de crescer e de pensar grande por conta do problema de carga do Rio”, corrobora Regina, da Pello Menos. “Temos de acompanhar esse novo modo de viver, com mais cuidado e encontrar soluções”, continua. No varejo, a situação também é crítica. As farmácias são pontos visados para roubos e o varejista tem que ter sistema de segurança no seu estabelecimento e estabelecer procedimentos e processos para mitigar esses riscos, fazer regularmente a sangria e depositar o dinheiro com frequência. “É lógico que isso tem custo, que é repassado para o consumidor. E a gente anda o tempo todo com um sensor e um alerta”, lamenta Marins.




NEGÓCIOS Portfólio

Novo patamar O SUCESSO DA HINODE TAMBÉM TEM MUITO A VER COM A ACEITAÇÃO DOS SEUS PRODUTOS PELOS CONSUMIDORES. E A EMPRESA QUER SUBIR BASTANTE A RÉGUA DA INOVAÇÃO NO SEU PORTFÓLIO >>> AÛANI CUSMA DE PAULA

É

impossível que, hoje, o leitor não tenha escutado falar da Hinode. A veterana empresa, prestes a completar 30 anos, vem arrebatando mentes, corações e mercado, muito mercado. Apesar da longevidade, a Hinode era uma grande desconhecida mesmo dentre os profissionais do mercado de cosméticos, até que em 2012, após várias tentativas e ajustes, conseguiu emplacar o seu modelo de Marketing Multinível, que fez com que a empresa rapidamente escalasse mercado saindo de um patamar de poucas dezenas, para mais de R$ 2 bilhões em vendas em um curtíssimo espaço de tempo. Claro que o modelo de negócios da companhia, com lideranças fanáticas e altamente motivadas para vencer na carreira de empreendedor do marketing multinível foi fundamental para o rápido sucesso da empresa e, justamente, o que mais chamou atenção do mercado e da grande mídia à medida em que o negócio explodiu. Atualmente, são 700 mil pessoas revendendo os produtos

da marca. Mas existe outro elemento fundamental nessa história, sem o qual, nenhum modelo testado pela empresa poderia ter sido bem sucedido: os seus produtos. “A estratégia da empresa sempre esteve baseada numa crença absurda nos nossos produtos e de que, por meio deles, poderíamos fazer algo gigantesco e com potencial de mudar a vida das pessoas”, explica Sandro Rodrigues, CEO da companhia. Para entender o crescimento da Hinode nos últimos três anos é fundamental olhar para o catálogo da empresa. Mas antes, é importante voltar um pouco mais no tempo, para 2012, justamente no momento em que a companhia começa a tracionar o seu crescimento. E a linha de perfumes contratipados (ou inspirados, como prefere Sandro) Traduções foi o que deu sustentação ao processo de crescimento. É importante dizer que o mercado de contratipos, nos quais marcas menores lançam versões similares de fragrâncias de grande sucesso, especialmente de marcas internacionais de luxo, sempre existiu no Brasil e no

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mundo e que eles têm um espaço garantido nos negócios do mercado de perfumaria. (NE.: existem movimentos de entidades ligados ao mercado de fragrâncias tentando pressionar as autoridades a garantir a propriedade intelectual sobre criações pefumísticas, o que poderia levar essa discussão a um outro patamar. Mas é algo tão difícil quanto improvável de se tornar realidade no curto prazo). E naquele momento, quando a empresa estava pronta para avançar, era preciso contar com uma linha de fácil entendimento e argumentação de vendas, com preço adequado, numa categoria de giro rápido e, claro, com qualidade para garantir a recompra. E esse é o papel que a linha Traduções desempenhou naquele momento crucial da companhia. Ela já estava no portfólio da empresa desde 2003 e foi revitalizada em 2012, justamente com a escalada do marketing multinível. Nessa revisão, contar com uma linha de contratipo com 23% de concentração de fragrância trouxe um aspecto objetivo, de fácil compreensão objetiva para o


sempre lúdico mundo da perfumaria. E a força de vendas soube explorar muito bem esse elemento. Aliás, a força de comunicação das lideranças e da força de vendas aliada à qualidade das fragrâncias que fizeram de Traduções um grande sucesso. Apesar do sucesso, Sandro sabia que a linha não levaria a empresa onde ele queria chegar. Era uma tática para viver aquele momento. “No dia que lancei eu sabia que era transitório”, reconhece o CEO. Isso pode ser comprovado no catálogo. Traduções ganhou tanta força no mercado que a Hinode poderia ter mantido foco na linha por muito mais tempo. Num dado momento, a linha de perfumes inspirados chegou a representar 70% de todas as vendas da Hinode. Hoje, são apenas três fragrâncias da linha que figuram entre os dez mais vendidos no portfólio. Desde que foi relançada em 2012, nenhuma nova inspiração foi incorporada. Pelo contrário, a empresa tem diminuído de forma sistemática o mix de Traduções e, no total, mais da metade da receita de perfumaria da companhia já vem da perfumaria autoral da Hinode. “O consumidor pedia e ainda pede novas variantes. Mas nós optamos por seguir em frente construindo a nossa jornada com uma perfumaria própria”, lembra Sandro, que reconhece que Traduções salvou a Hinode e, obviamente, sempre terá um lugar especial na sua história. “Era uma linha de sobrevivência, mas uma linha muito ética, a nossa tradução daquele cheiro. Nós nunca nos apropriamos da marca de ninguém”, afirma Sandro. A tendência é que, gradativamente, as fragrâncias de Traduções sejam descontinuadas.

DE VOLTA À CRIAÇÃO Apesar de terem sido salvos, literalmente, por uma linha de contratipos, a Hinode sabia que só chegaria ao topo com suas próprias criações. E historicamente a empresa sempre investiu muito mais nas suas próprias criações. Voltando a 2015, já com números num outro patamar, a Hinode resolveu voltar a concentrar esforços no desenvolvimento de uma perfumaria proprietária. Os resultados podem ser vistos

também nos catálogos no decorrer desse período. Foram muitos lançamentos, mas com um foco inicial muito grande em novas fragrâncias. Sandro diz que apesar de estarem maiores na época, a Hinode ainda não estava preparada em termos de números para ter lançado o Empire. A fragrância masculina a qual Sandro se refere é um marco da nova fase da Hinode, o perfume mais vendido da empresa e, de acordo com o CEO, seguramente a terceira marca de perfumes masculinos mais vendida do País. A partir do sucesso de Empire, o desenvolvimento da Hinode muda de nível e o portfólio cresce de forma brutal.

NO TIME DE CIMA Os volumes gerados por Traduções permitiram a Hinode acessar às grandes estruturas criativas do mercado de fragrâncias, o que foi fundamental para estabelecer a nova perfumaria da companhia de venda direta. “Com esse acesso o jogo fica diferente. Começaram a nos apresentar coisas que a gente nem imaginava que existia no mundo da perfumaria e aí você vê como os pequenos sofrem com a restrição do acesso à criação. Eu vivi isso então eu posso falar com propriedade”, lembra Alessandro Rodrigues, diretor de Marketing e responsável pela área de produtos da empresa. “Eu chego hoje nas grandes casas de fragrância e eles me colocam todos os laboratórios do mundo à nossa disposição”, emenda Sandro. Empire, por exemplo, foi desenvolvido no centro criativo da Robertet em Nova York. A casa francesa foi uma das primeiras a suportar na nova fase da Hinode. “Nós tínhamos de um lado o volume de Traduções, mas também a clareza de que evoluiríamos rapidamente para um negócio de criações originais, e isso é como música para um fornecedor de fragrâncias”, aponta Sandro. Mas tanto ele como Alessandro fazem questão de destacar, entretanto, que continuam trabalhando também com os pequenos fornecedores que sempre deram sustentação à empresa, especialmente em seus momentos mais difíceis. “As pequenas que estavam com a gente, cresceram com a gente”, reforçam.

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CONSTRUINDO PILARES Voltar a construir o portfólio já com uma estrutura mais robusta, permitiu a Hinode começar a olhar para as marcas e produtos em termos de posicionamento. “Primeiro a gente olha para o catálogo e vê o que é que falta para atender ao meu cliente, para ele ter essa opção”, explica Sandro. É o caso da linha infantil Mania de Alegria, que preencheu um gap no portfólio da empresa e que está sendo um sucesso incrível. Se a Perfumaria foi um foco inicial natural para a empresa quando optou por expandir o portfólio, as categorias de Pele e, principalmente de Maquiagem, vêm desempenhado um papel igualmente importante. Ambas as categorias têm recebido muita atenção da companhia. Para retornar à categoria de maquiagem – da qual a Hinode havia se retirado no passado por não ter conseguido estabelecer volumes mínimos de vendas que justificassem mantê-la –, a Hinode foi buscar uma parceira no exterior que a permitisse introduzir no catálogo, rapidamente, produtos de alto nível. A linha italiana Belaoggi foi lançada no mesmo período que os primeiros desenvolvimentos da perfumaria da marca. Apesar de sacrificar um pouco as margens da empresa, naquele momento foi um movimento importante para dar status e construir a imagem da Hinode, além de permitir trazer muitas novidades rapidamente. “Foi um estouro de vendas. E aí tínhamos um problemão, porque os produtos eram importados e você tinha um tempo grande de reposição do estoque”, explica Alessandro. A linha ainda vende muito bem. Mas, assim como aconteceu com Traduções, Belaoggi também foi mais uma ação tática, adequada à realidade daquele momento da companhia. A família Rodrigues sabia que não seria possível construir um negócio sólido na categoria de maquiagem que não fosse com uma linha própria da empresa. E é aí que entra Dazzle, a marca de maquiagem apresentada no final de 2016. Lançada com cerca de 150 itens, a linha é completa e passou a oferecer uma gama de opções de produtos, cores e texturas que permitiram a força de ven-


NEGÓCIOS Portfólio das da companhia brigar no mesmo nível dos seus concorrentes. Mesmo com tão pouco tempo de vida, o sucesso de Dazzle fez com que a categoria de Maquiagem assumisse a segunda posição no ranking da Hinode. A estratégia de sustentação da marca passa por trabalhar coleções temáticas e sazonais daqui pra frente. A primeira foi uma coleção assinada por Cris Rodrigues, irmã de Sandro e Alessandro e diretora Comercial da empresa. “A Cris é uma referência muito forte para a nossa força de vendas e, como ela está bastante imersa no mundo da maquiagem, decidimos lançar uma coleção assinada por ela. Já no final de 2017, lançamos a Dazzle Celebration, para comemorar um ano de sucesso da marca. Vamos seguir firme nesse caminho”, afirma o diretor de Marketing. A marca também entrou no segmento de esmaltes, com o lançamento da Dazzle Perfect Nails. Alessandro acredita que o fato de a empresa estar mais estruturada foi fundamental para garantir o sucesso da linha numa categoria cuja cadeia de abastecimento é, naturalmente, mais complexa. Principalmente porque a companhia pode escolher os parceiros com quem trabalhar. “Muito do sucesso da Hinode vem da parceira com os fornecedores. A gente não impõe as coisas para eles. Nós trabalhamos junto deles. Se eles, que são especialistas em suas áreas de atuação nos falam, ou questionam algo, não tem porque nós não os escutarmos”, diz ele. Rosana Góes, gerente de Atendimento da Univar, distribuidora de matérias-primas que mantém uma relação de longa data com a empresa, confirma isso. “A Hinode é uma empresa que realmente escuta o que temos a dizer sobre conceitos e tecnologia. E eles sempre se preocuparam com a eficácia dos produtos que vendem. Eles não vão aplicar o mínimo percentual de um ativo reco-

Alessandro Rodrigues: é natural que daqui para frente a Hinode busque desenvolver produtos que lancem tendências.

mendado pelo fornecedor. Eles vão usar o percentual que garante a eficácia que eles querem para o produto”, diz. Para a executiva, os desenvolvimentos mais recentes demandados pela companhia para a sua parceira trazem uma preocupação muito grande com a inovação, mais do que com preço. “As discussões nunca são sobre qual o custo máximo para o desenvolvimento. Eles dizem o que eles esperam do produto. E permitem que os fornecedores trabalhem na formulação mais adequada para entregar o resultado proposto, sem nos espremer a ponto de comprometer a entrega para o consumidor”, emenda. Essa “parceria tecnológica” com os seus fornecedores é ainda mais fundamental para avançar na categoria de cuidados faciais, tecnológica por excelência. A linha Routine, lançada no início de 2016, renovou o portfólio da empresa na categoria, introduzindo produtos com tecnologia, mas com itens mais de dia a dia. Já em 2017, a empresa deu um salto com o lançamento da franquia Routine Age Reverse, que introduziu produtos muito mais tecnológicos como

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o Instant Effect Repair, que promete o “efeito Cinderella” e, mais recentemente, o booster.... “Estamos preparando a linha para um viés mais tecnológico tanto em termos de performance, com a incorporação de novas tecnológicas, como no aspecto visual”, reforça o responsável pelos produtos da Hinode. Com toda essa movimentação de portfólio, a categoria de perfumaria, que já representou três quartos do negócio, hoje representa cerca de 30%, apesar de continuar crescendo.

PRONTOS PARA GERAR TENDÊNCIAS A parceria com os fornecedores também foi fundamental para dar à Hinode a agilidade e a eficácia no desenvolvimento de novos produtos, que garantiram a rápida expansão do seu portfólio. Também permitiu que a empresa pudesse concentrar mais foco e recursos no desenvolvimento da sua rede. Mas, agora que a companhia se robusteceu, será o momento de montar uma estrutura própria de P&D equivalente. “Já está nos nossos planos estruturar um P&D


Sandro Rodrigues: em 2018 a empresa começa a fazer a rotação do seu portfólio.

FOCO EM PRODUTOS Desde 2016, a Hinode vem investindo pesadamente em mídia. Exceto pela primeira ação de merchandising, na novela Sol Nascente, da Globo, que tinha como foco mostrar o potencial de sucesso que o marketing multinível e a Hinode ofereciam, todo o foco tem sido na comunicação de produtos. “Temos um quadro na Ana Maria Braga muito legal, de transformação, que tem um foco muito grande na comunicação da linha Dazzle”, conta Sandro Rodrigues. O esforço tem gerado resultado para a marca. “A gente sente muito isso pelos nossoas canais de atendimento. Cada vez mais pessoas querendo informações dos produtos, da marca, onde comprar”, conclui o CEO.

mais robusto dentro da estrutura organizacional da Hinode. Isso não diminui a participação dos parceiros, mas pode dar à empresa a possibilidade de explorar melhor todas as possibilidade existentes. Acho que temos condições de começar a criar algumas tendências. Hoje, estamos num tamanho que nos permite isso”, acredita Alessandro. No marketing multinível, a força de vendas atua de forma muito intensa para convencer o consumidor a comprar um produto. É uma característica do canal. Se num primeiro momento, a Hinode

optou por seguir no caminho seguro dos contratipos, justamente para oferecer à rede produtos de fácil referência ao consumidor já que a marca não era conhecida; será que agora, já existe espaço para que essa força de vendas ofereça criações diferentes, mais ousadas e arriscadas? “Realmente, quando começamos a desenvolver nossas fragrâncias mapeamos as famílias olfativas nas quais estávamos, e buscávamos lançar perfumes para preencher esses espaços sob uma perspectiva mais comercial. Que era um caminho mais fácil e rápido de ser atendido”, reco-

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nhece o diretor de Marketing. Mas para ele, por mais que fossem fragrâncias comerciais, elas traziam diferenciação. “Eram notas comerciais, mas numa construção mais moderna. A nossa força de vendas vende muito mesmo. Mas elas convencem a pessoa a comprar a primeira vez. A recompra fica por conta do produto”, diz. Mas Alessandro destaca que a empresa também está saindo da zona de conforto, trazendo famílias olfativas diferentes para o seu portfólio. “Até porque a gente precisa mexer no mercado”, pontua. Ele destaca o recém-lançado duo de fragrâncias Hype, que pode ser usada por homens ou mulheres em qualquer versão. “O Feelin Sexy traz também uma construção diferente. Tem um ‘q’ de comercial, mas já não é mais tão comercial. Recentemente lançamos o Grace Rose Sublime, já trazendo um ingrediente central como base da fragrânica, uma Rosa de Grasse exclusiva que nos oferece uma história verdadeira e belíssima”, complementa. Também no final de 2017, a empresa lançou seus primeiros Eau de Parfums, produtos que precisam ser percebidos e reconhecidos pelo que entregam para o consumidor. Até aqui, as escolhas parecem ter sido acertadas. A Hinode consegue sustentar as vendas de suas marcas principais em nível alto por longos períodos. O plano de lançamentos para 2018 será pesado. São 198 SKU´s novos que vão entrar em linha, fora os 71 itens lançados no final de 2017. 2018 também será um ano diferente. Pela primeira vez a empresa vai girar o portfólio. Ou seja, muitos produtos, incluindo muitos itens mais antigos, vão dar adeus. “Certamente vai rolar um choro, porque são nossos filhos, produtos com os quais temos vínculos emocionais”, diz Sandro. Que os novos produtos que chegarem honrem essa história.


NEGÓCIOS Reestruturação

Jogando com a cabeça APÓS TEMPOS DE INSTABILIDADE E INCERTEZA, A ÁGUA DE CHEIRO VOLTA COMO UM PLAYER NO MERCADO COM PLANOS, SEGURANÇA E NOVOS ARES PARA EXPANDIR-SE COM CONSCIÊNCIA >>> AÛANI CUSMA DE PAULA E GABRIEL ODA

A

indústria está cheia de histórias de grandes empresas que, decorrente de más administrações, acabaram enfraquecendo e vendo seus lucros decaírem. Quando falamos do sistema de franquias, o buraco é um pouco mais embaixo. Sem uma matriz com comando, um padrão muito bem estabelecido, metas muito bem traçadas e alinhadas, problemas se tornam inevitáveis. A Água de Cheiro vivenciou momentos difíceis nos últimos anos, passando de uma das principais marcas brasileiras – comparável até mesmo à poderosa rede O Boticário – a um patamar mais baixo aos olhos do mercado, dificilmente sendo enxergada como um grande player. Com aproximadamente 900 lojas ao redor do Brasil, sua estrutura começara a se tornar impraticável em termos de controle e reposição de produto, prejudicando seus franqueados e, portanto, fazendo com que suas vendas diminuíssem drasticamente devido ao pouco giro de produtos. Após ter sido negociada mais de uma

vez entre 2008 e 2010, um pedido de falência e um de recuperação judicial agravaram a situação da Água de Cheiro. No começo de 2017, no entanto, a situação começou a mudar com a aquisição milionária da marca. A gigante do mercado de beleza internacional, Beauty Franchising – ligada ao Grupo Rothenberg –, desembolsou uma grande quantia em um leilão realizado em novembro de 2016, visando a recuperação da franquia brasileira, se concretizando apenas alguns meses depois, como noticiado na edição 153 de Atualidade Cosmética. Apesar de todas as cifras envolvidas na negociação, já havia uma base consistente de lojas e clientes. Ainda que reduzido devido aos momentos de vacas magras que passaram, um número razoável de franqueados fiéis que, de uma forma ou de outra, se mantiveram com suas lojas rodando. A grande questão para a Beauty Franchising, no entanto, era planejar corretamente as ideias do que viria para o futuro da Água de Cheiro e como levar isso justamente para esses apaixonados pela marca. Antes de tudo, foi necessário estabelecer uma linha de diálogo, um vínculo de con-

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fiança que esses veteranos já não possuíam mais porque, afinal, foram anos de turbulência e incerteza, e uma troca de comando nem sempre quer dizer uma mudança positiva – como foi provado por experiências anteriores. “Antes, os planos de integrar multimarcas sofreu muita resistência”, afirma Olindo Junior, gerente de Marketing da Água de Cheiro. “Muito disso vindo de experiências anteriores que foram ruins. Mas, hoje, estamos conseguindo construir melhor isso. É uma força-tarefa muito grande, com um diálogo muito aberto e disponível o tempo todo para auxiliar”, emenda.

(RE)APROXIMAÇÃO O trabalho de aproximação entre marca e franqueados foi árduo, mas já começa a mostrar frutos. Com uma presença não concentrada em somente um estado ou região, o alinhamento de proposta para todas as lojas abertas é feito através de reuniões online, em que toda a equipe comercial da Água de Cheiro realiza um diálogo com todos os franqueados. Além dessas reuniões virtuais, são realizadas visitas em todas as lojas, sem um espaço de tempo delimi-


tado, mas ainda assim são feitas com um foco muito mais detalhado e “íntimo”, havendo uma conversa mais direta entre essa equipe e o responsável pela franquia. Agora, depois que o vínculo de confiança já foi restabelecido, os lojistas e donos de franquia “vestiram a camisa” ainda mais do que antes. Com um modelo de comunicação mais atual, através de postagens em redes sociais e engajamento virtual, muitos se mostraram participativos nesse âmbito. Afinal, entenderam que a internet, hoje, é um dos melhores veículos de exposição de produtos e promoções. Além disso, o planejamento de promoções e campanhas festivas em datas específicas, como Natal e Black Friday, era algo que não possuíam e, após um bom alinhamento, todos mostraram-se satisfeitos. “É uma coisa nova que eles nunca tiveram”, salienta Olindo. Outro fator interessante da nova gestão foi a inclusão de multimarcas, como mencionado anteriormente. Mesmo com resistência inicial, os franqueados passaram a entender a visão de mercado de incluir marcas para dentro das lojas. Caso o consumidor queira algo com um posi-

cionamento diferente do que os produtos Água de Cheiro oferecem, ele não precisará recorrer a outras redes. Estaria tudo ali, naquele mesmo ponto. “Nós temos um posicionamento de que a beleza não precisa ser cara, por isso temos um preço bom em nossos produtos e mantemos a qualidade. Mas, se a consumidora quer um produto de maior valor que não seja nosso, aí que nós vamos para o multimarcas”, pontua o gerente de Marketing. A variedade também é um ponto importante, pois de nada adianta ter outros produtos dentro da loja se ainda oferece poucas opções de compra. A abrangência é grande porque as prateleiras vão oferecer desde marcas como Forum, nacional, até James Bond, de caráter internacional e grande renome no mercado. Atingir todos os tipos de públicos é fundamental para se manter relevante nos negócios. Falando de públicos ainda, a Beauty Franchising assumiu a Água de Cheiro não somente para manter o que vinha sendo feito no sentido de direcionamento e apresentação de produtos. Além de manter os clientes já fidelizados, o objetivo agora é se expandir, conquistar novos consumidores. Através de uma renovação visual, a conquista de um público mais jovem vai manter um negócio mais fresco, com uma procura ainda maior. “Quisemos manter a essência, mas, ao mesmo tempo, inovar”, afirma Olindo. “Então o que estamos fazendo? Dando uma cara mais moderna para todos os produtos, com um visual que encanta, mas permanecendo o mesmo produto que fez tanto sucesso.” Ou seja, por meio de uma repaginada no visual, sucessos de venda como os perfumes Attractive e Absinto chegarão a indivíduos mais jovens, fidelizando um maior número de pessoas que – verdade seja dita – poderão consumir por mais tempo.

ORGANIZANDO AS LOJAS Algo que ficou evidente nos últimos anos para a rede é que ter muitas lojas, às vezes, não é o ideal. As mais de 900 franquias complicou – e muito – a operação. A reposição de produtos começou a não acontecer como deveria, atravancando o fluxo de consumo e, consequentemente, prejudicando os lucros. Isso foi repensado pela nova direção. Atualmente, a rede reduziu muito esse número, contando com ape-

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nas 194 pontos de venda. “Agora é mais sustentável, estamos crescendo de forma saudável”, celebra o gerente. Boa parte desses pontos não são somente antigos. Novos interessados em empreender chegaram das mais diversas formas à Água de Cheiro, principalmente devido ao grande engajamento da marca na rede social voltada para o âmbito profissional, o LinkedIn – uma ferramenta muito interessante para as empresas que buscam modernizar suas buscas por candidatos a franqueados ou funcionários das mais diversas áreas. “São todos de um perfil empreendedor, individual, com uma até três lojas nossas, no máximo”, fala Olindo, explicando como é a cabeça desses novos parceiros que chegam. O grande cuidado, nesse caso, é manter tudo dentro de um ritmo orgânico, porém sustentável de todos os lados. Planejamento é a pauta desse ciclo de renovação. Uma das medidas empregadas agora foi uma padronização de todos os pontos de venda, com a unidade recém-inaugurada em São Paulo, uma das únicas próprias, que será a loja espelho e servirá como um teste. As restantes, até o meio de 2019, estarão sob o mesmo padrão de cores, móveis e, dentro do possível, das medidas internas. “A expectativa para 2018 são mais 60 unidades”, afirma o profissional. “Pretendemos superar um pouco esse número, mas existem variáveis de mercado que podem interferir, mas 60 é o número mágico.” A novidade para os franqueados não é somente esse alinhamento de identidade visual e arquitetônica de todas as lojas. A marca também já possui planos de empregar quiosques com produtos e uma equipe para vendê-los em praças ao redor do Brasil, principalmente em shoppings. E, segundo a própria marca, muitos indivíduos se interessaram, tanto parceiros quanto empreendedores que ainda não possuem o capital inicial para investirem em uma loja. Além de modernizar os clássicos de vendas, a marca também planeja trazer seis novos produtos para o seu portfólio. Porém, ainda mantendo o cuidado dos outros pontos, sendo feito de forma gradativa e pontualmente, distribuindo esses novos produtos dentro das linhas já existentes e tomando cuidado com a identidade visual. “Queremos fazer girar. Manter a essência, mas modernizar”, conclui Olindo.


NEGÓCIOS Estratégia

Aposta na solidez UMA DAS COMPANHIAS MAIS SÓLIDAS DO MERCADO DE BELEZA BRASILEIRO, A RACCO CHEGA À EXPRESSIVA MARCA DE 30 ANOS DE HISTÓRIA E COLOCA SUAS FICHAS NO MARKETING DE NÍVEL PARA SEGUIR COM SUA RELEVÂNCIA NA VENDA DIRETA >>> AÛANI CUSMA DE PAULA E RAFAEL MENDONÇA

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e houver – e certamente há – uma lista com o nome das empresas mais relevantes para o mercado de beleza do Brasil em termos de consistência e tradição, certamente a Racco é uma das que figurará neste rol e em uma boa posição. Com a inovação presente em seu DNA desde o início de sua história, a companhia paranaense chegou a uma relevante marca em 2017: a de 30 anos de vida. E se há uma palavra que possa definir bem o trabalho da companhia ao longo dessas três décadas de batalha, “solidez” possivelmente é a que melhor se encaixa nesta descrição. Atuando na venda direta, a Racco construiu uma marca forte, sempre com seus valores aflorados e se preocupando a todo instante com aquilo que considera o maior va-

lor que a empresa possui: as pessoas que trabalham na Racco. E depois de ter atuado durante todo esse período de sua história na venda direta tradicional, a Racco decidiu trilhar de vez no aquecido caminho do marketing multinível. A empresa já havia feito tentativas – frustradas – nesse segmento, mas agora quer fazer valer mais do que nunca essa reputação alcançada para chegar ao sucesso nesta “nova” frente. Sendo assim, “treinamento” também é uma palavra-chave no vocabulário de quem administra a companhia. O investimento neste quesito é pesado, bem como em eventos cotidianos para que os representantes em todas as Regionais da empresa possam estar sempre motivados. A relevância dada com a questão do treinamento é tanta que até mesmo os fundadores Luiz Felipe

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Rauen e sua esposa Gisele Rauen procuram, sempre que possível, visitar as Regionais e ministram palestras sobre motivação e vendas.

FORMANDO LÍDERES O casal Rauen tem três filhas e todas elas, de forma natural e sem pressão, foram incorporadas à Racco em diferentes funções em algum momento. A única que segue na companhia até hoje é Nicolle Rauen, à frente da gerência de Marketing, mas que revela já estar se preparando para assumir um cargo maior futuramente. Ela faz questão de ressaltar que um dos grandes legados que a companhia possui é o de formar líderes. “É algo muito gratificante estar em um evento com pessoas que estão há dez, 15 ou 20 anos conosco e ver que elas são extremamente gratas, pois entraram com uma


fortes em tratamento e, hoje, as pessoas sabem que quem procura um bom tratamento, vai encontrar na Racco. Além de ter uma variedade grande de tratamento, todos eles funcionam muito bem”, acrescenta Nicolle. Mas a profissional também têm ciência de que de nada adianta ter um bom produto se não souber como comunicá-lo. Sendo assim, a companhia acredita na força que a venda direta e o marketing de rede oferecem neste sentido. “É por isso que capacitamos nossos consultores para que saibam falar sobre os produtos que estão sendo vendidos, que realmente são produtos bem tecnológicos. A Racco sempre inovou e isso também é algo que esteve no DNA da empresa desde a fundação. Sempre trouxemos ativos de ponta e sabemos o que está acontecendo no mundo e normalmente nós somos os primeiros a trazer para o Brasil”, enfatiza.

SE LANÇANDO NO MULTINÍVEL CONVENÇÃO MULTINÍVEL DA RACCO: o presidente Luiz Felipe Rauen durante evento com consultores da rede.

mão na frente e outra atrás, e hoje têm patrimônios enormes, todo construído com dinheiro que fizeram com a Racco. E isso não é uma ou duas pessoas, são milhares de pessoas. Em qualquer estado, evento ou lugar do Brasil que você vai, haverá um grupo enorme de pessoas que são muito gratas à Racco”, relata a gerente, enfatizando que, por conta dessa paixão e gratidão junto à marca, os consultores acabam sendo muito mais fidelizados. Como é característico do marketing multinível, a rotatividade de pessoas que entram e saem é muito grande. Mesmo ciente dessa dificuldade, Nicolle passa a receita para que líderes surjam na rede da Racco. Para isso, a gerente diz que esta “liderança” vem dos próprios fundadores e que vai se multiplicando sobre os regionais para que, consequentemente, vá

se replicando para toda a rede. Isso, juntamente com o treinamento, faz com que, segundo ela, o número de retenção entre as pessoas que entram seja elevado. A gerente de Marketing diz que, entre os atuais consultores, há muitos que estão na companhia há mais de duas décadas e, sendo assim, já possuem uma idade mais avançada. Entretanto, a companhia tem conseguido trazer muitos jovens para a rede. “Se olharmos a faixa etária de nossos consultores, ela vai de 20 a 55 anos. É bem distribuído e abrangente”, resume. Toda essa reputação alcançada pela Racco até aqui não seria possível caso a marca não oferecesse produtos de qualidade e se tornasse referência em alguns segmentos. “Acho que a qualidade dos produtos possui uma reputação impecável. Sempre fomos

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Ao longo de seis meses, a Racco estruturou o seu projeto de entrada no marketing de rede, que tem previsão para ser lançado oficialmente no início de março de 2018. Mesmo depois de ter alcançado um patamar de uma companhia bastante sólida, com um sistema de vendas e um plano de Marketing bem estruturados durante esses 30 anos, a Racco viu que, ainda assim, era preciso se reinventar. Nicolle avalia que o sistema da empresa estava posicionado exatamente no meio entre a venda direta e o marketing de rede. “A gente tinha um público mais de venda direta do que de marketing de rede. E oferecíamos alguns ganhos no marketing de rede às pessoas da venda direta”, resume. Agora, a gerente crê que a companhia paranaense está posicionada ao lado do marketing de rede. Para conseguir fazer esta transição, a Racco contou com o auxílio de consultorias especializadas. “Foram meses de treinamento, porque essa mudança, apesar de parecer simples, ela é muito grande. Ela muda o perfil do nosso consultor, muda o perfil do nosso treinamento, nosso trabalho, portfólio, ou


NEGÓCIOS Estratégia seja, traz muita mudança apesar de ser algo sutil, mas traz muita mudança interna, tanto para a matriz quanto para a nossa liderança”, completa. Atualmente, a Racco conta com 400 mil consultores e mais de 300 produtos em seu portfólio. “Trata-se de um portfólio redondo, inovador e de altíssima qualidade, com um preço competitivo. Essas são qualidades muito importantes para o Marketing de rede”, considera Nicolle. Além disso, a empresa também possui 700 pontos de distribuição pelo País e com um sistema de treinamento online e presencial para os seus consultores, que é a Racco Academy. “Estamos prontos e bem estruturados para isso, agora a nossa expectativa é um aumento muito grande na captura de novos consultores devido a esse novo plano de Marketing”, aposta ela, que assegura que a empresa está preparada e estruturada para esse crescimento, tanto em espaço fabril quanto no espaço de armazenamento de sua rede de logística. A Racco também possui uma trajetória fora do Brasil. Já há a atuação em cinco países e há mais três em andamento de abertura. “Hoje, o mercado internacional está em grande expansão para nós. Isso porque o plano de marketing deles mudou antes do Brasil. Então, eles já estão tendo esse crescimento antes de nós. Lançamos México em 2017 e está tendo um crescimento muito legal, e estamos lançando Chile também. Estamos nos dedicando, abrindo, existe todo um departamento que faz essa expansão e possui um número muito representativo em nossa receita”, conta Nicolle, dizendo que a representatividade da operação internacional é de cerca de 5% na receita da companhia. No e-commerce da empresa (racco shopping.com.br/), lançado recentemente, os consultores podem criar suas próprias lojas, em que eles e

NICOLLE RAUEN: a gerente de Marketing enfatiza que todas as ações da companhia são pensadas, primeiramente, para trazer benefícios às pessoas que trabalham na Racco.

suas redes podem receber comissionamento pela compra feita na página. Nela, também há uma plataforma de entrega. “Funciona como se fosse um Uber. Chama-se RaccoShop e a pessoa compra pelo computador ou através do aplicativo e seleciona que horas e que dia quer receber esses produtos na sua casa. Aí essa compra é enviada para os consultores que estão em um raio de ‘x’ quilômetros de comprador, e o primeiro que aceitar essa compra fica responsável por fazer a entrega. E o consultor recebe automaticamente o ganho referente a essa transação”, observa.

LEVES AJUSTES Como já considera que seu portfólio está de acordo com o que é necessário para o marketing de rede, a Racco admite que não fará nenhuma mudança drástica em seu mix. Entretanto, nos lançamentos que estão sendo feitos, há pequenos ajustes para atender ao novo público da marca. Se antes esse públi-

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co era predominantemente de mulheres na faixa dos 30 e 50 anos, agora ele também engloba homens a partir dos 20 anos, por exemplo. “Essa é uma mudança grande, são homens com comportamento diferente e isso pede pequenos ajustes em nosso portfólio, porém, ele já está pronto para entrar no marketing de rede”, revela. Nesses ajustes, também estão previstas a retirada de linha de alguns produtos e, possivelmente, a entrada em novas categorias também. Com produtos lançados logo no início da história da companhia, a Racco conseguiu alcançar e manter uma tradição em Pele. Outra categoria de destaque para a empresa, e que acabou virando sua maior categoria, é a de Sabonete Íntimo. Com um lançamento realizado em uma época (anos 1990) em que seu uso era bem raro, a Racco apostou no segmento, sendo uma das primeiras empresas a estar na categoria. “É muito difícil você mudar a cultura de uma população, fazer com que as pessoas comecem a usar um produto que até então ninguém sentia falta e você criar essa necessidade. E através do nosso treinamento e da nossa força de venda a gente conseguiu fazer isso. Na época, éramos um dos poucos sabonetes íntimos do mercado de altíssima qualidade e isso se difundiu de uma forma muito legal, tanto que até hoje nossa linha carro-chefe é a de cuidados íntimos. A partir daí, a gente fortaleceu a linha, com novas versões, lubrificantes, é uma linha ampla de cuidados íntimos, bem sólida”, finaliza.



INOVAÇÃO Entrevista

Um novo approach

MAIS DO QUE UMA SIMPLES TROCA DE PROFISSIONAIS, A CHEGADA DO EXECUTIVO PAULO ROSEIRO AO COMANDO DA ÁREA DE INOVAÇÃO DO GRUPO BOTICÁRIO MARCOU UMA MUDANÇA NA ABORDAGEM DA EMPRESA EM RELAÇÃO AO SEU P&D >>> AÛANI CUSMA DE PAULA

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indicação do nome do executivo Paulo Roseiro, em meados de 2016, para a direção de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário foi surpreendente, para dizer o mínimo. Trata-se do primeiro profissional que não vem da área técnica a assumir a posição desde a fundação de O Boticário. Até aquele momento, todos os ocupantes do cargo eram profissionais de trajetória e formação clássica na área de P&D, com atuação por anos em bancadas de formulação inclusive. Paulo, por sua vez, construiu toda a sua trajetória na área de Marketing. Foram dez anos na Avon, onde atuou como gerente de Produto em diversas categorias, incluindo Skincare e Perfumaria. O executivo chegou ao Grupo Boticário no final de 2009, e fez parte do time original de Eudora, onde foi gerente de Produto, de Marca até assumir o comando de todas as categorias de produto da empresa de venda direta do Grupo Boticário. Por isso, mais do que uma simples troca de nomes, a chegada de Paulo Roseiro deve ser compreendida num contexto mais amplo, mas de uma mudança de mindset, na qual a área de P&D do grupo passa a estar mais orientada para o negócio e não apenas para questões de inovação e de ordem técnica. Nesta entrevista à Atualidade Cosmética, Paulo fala sobre como a sua chegada impactou o trabalho na área e como tem trabalhado para melhorar a comunicação entre o negócio e o P&D. Atualidade Cosmética: Você é o primeiro profissional que não tem origem na área técnica a assumir o P&D do Grupo Boticário. Sua indicação traz uma visão mais de mercado para o P&D? Paulo Roseiro: O grande desafio que nós temos em Pesquisa e Desenvolvimento é conectar a pesquisa ao negócio. Esse é o grande desafio. Se você deixa só o time técnico olhando para a Pesquisa, a chance de você aterrissar é mais baixa. A ideia foi trazer alguém que conheça de negócios, mas que tivesse interesse em pesquisa, para conectar esses dois lados. Meu papel é incentivar o time de pesquisa e dar a eles a liberdade que é necessária para gerar algo

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FOTO: iBahia

novo, mas, depois conseguir traduzir isso para os times de Marketing, para que eles possam absorver os aspectos técnicos de uma forma mais fácil. Ou seja, tem todo um trabalho de comunicação entre os dois lados? Sempre tem. Quando você tem uma área mais técnica e uma área mais comercial ou de Marketing, o desafio é você falar a mesma língua. Acho que é isso que a gente está conseguindo fazer nesse um ano e meio. E o técnico consegue falar numa linguagem mais acessível e o Marketing também pode subir o seu nível de conhecimento sobre o tema.

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Dá para dizer que nesse processo de transição, o P&D deixa de ser empurrado e passa a ser puxado, tal qual aconteceu no passado na relação entre a indústria e o varejo? Eu acho que o P&D começa a ser cada vez mais relevante para o grupo e as unidades de negócio começam a perceber o quanto o P&D pode influenciar de uma forma positiva o negócio, trazer valor para o negócio. Não ficar só no nível técnico, mas como a gente pode oferecer produtos e ideias que vão alavancar os resultados do negócio. Acho que esse é o ponto principal e é aí que tem a mudança. O P&D passa a ser um influenciador ativo. Todos os seus antecessores vinham de uma formação técnica, de uma escola clássica de P&D. Imagino que a equipe refletia isso. Foi difícil para você se adaptar e fazer essa transição? Acho que não. Eu já tinha uma história dentro do grupo e as pessoas já me conheciam. Isso é um ponto relevante. E eu tenho uma equipe muito técnica, muito boa e competente. Eu entro com uma visão de negócios e eles me suportam muito do lado técnico. Todos os gerentes tem um nível técnico muito elevado. Lógico que essa transição não é simples. Mas foi mais fácil por já conhecer as pessoas e ter essa proximidade. Eles viram o valor de vender a proposta e as ideias do P&D de uma forma mais palatável. E quando começaram a ver resultado disso, se sentiram ainda mais motivados a fazer essa roda girar. É nesse ciclo em que a gente está. Você passa a ter um P&D vendedor, de certa forma. Isso. Que é criativo e tem um lado técnico super relevante. E não perde isso. Mas dá um sex appeal ao P&D, digamos. Você construiu sua carreira do lado do negócio e sempre demandou do P&D. Tem alguma coisa, agora que você está do outro lado, que não via sentido e agora vê? A responsabilidade que se tem dentro de um centro de pesquisa. Porque não é só traduzir a ideia num produto. É como você desenvolve com segurança um produto, que as pessoas vão aplicar um batom no lábio, ou um creme na pele. A respon-

sabilidade é de quem desenvolve. Não dá para desenvolver algo que você vai pôr no seu lábio ou na sua pele e vai causar uma reação. Então todo o investimento de bastidor – e isso eu não conhecia no Marketing – quando você entra na área Técnica é que se vê o quão duro é fazer esse desenvolvimento com qualidade e segurança. Isso mudou a forma como eu vejo o P&D. Então quando você, um cara de marketing, chega para o gerente de Marketing, eles te entendem? Sabe o que eu fiz? Trouxe o Marketing para dentro. O P&D geralmente nas empresas é um lugar mais fechado. O nosso não. Abrimos as portas e mostramos o que é feito aqui. Quando a pessoa entra lá e vê o dia a dia, ela fala “caramba, isso aqui é relevante”. Mas não existia essa proximidade? Existia, mas era uma coisa mais formal. Não é de se esconder o que era feito, pelo contrário. A gente sabia que era feito com qualidade, mas abrir as portas e as pessoas realmente verem como funciona é super importante. Em relação ao tempo de desenvolver produtos e chegar ao mercado, uma coisa que sempre foi muito forte no Grupo Boticário, mas que perdeu um pouco essa capacidade de ser muito rápido à medida em que a companhia cresceu demais. Deu para otimizar isso? Estamos otimizando muito isso. Por exemplo, no P&D a gente criou um centro de prototipagem de produtos. Então, o que antes era feito fora para o marketing ter na mão o produto, a gente está fazendo dentro com impressoras 3D, plotters de impressão, então isso ganha um tempo gigante. Você está dizendo em embalagem? Embalagem, principalmente. Ao invés de fazer isso fora, que leva dias, em quatro horas eu imprimo um frasco. O Marketing pega na mão, fala: “é isso ou não é isso”, imprimo de novo. Isso gerou uma velocidade incrível no processo. É uma das formas que a gente fez acelerar ainda mais esse processo de desenvolvimento. O que você pode destacar desse pri-

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meiro ano e meio de gestão? Estou muito feliz de ver como o grupo está sendo reconhecido pela inovação, pelos prêmios que a gente ganha no tema de inovação. O Valor Econômico premiou o grupo pelo terceiro ano consecutivo, neste ano como a sexta empresa mais inovadora do Brasil, e aí tem a Embraer do lado. Ver que grupo tem a inovação cada vez mais em pauta e está investindo nisso. Hoje tem muita inovação em todas as áreas do grupo. Temos lojas de O Boticário já operando sem caixas (para pagamento). É um prazer de ver isso acontecer. E quais são os principais desafios para 2018? O principal desafio é num mercado que está aquecendo – e nós estamos acreditando nisso – é como a gente consegue continuar sendo muito relevante para o consumidor. Com o investimento que realizamos durante a crise, período no qual mantivemos um nível de investimento alto, acreditamos que será possível garantir um 2018 saudável e com muita inovação. Vem mais novidade por aí. Vamos expandir a inovação onde já somos fortes e brigar cada vez mais por meio da inovação. Não fazer mais das mesmas coisas, mas trazer a inovação para o grupo como um todo. Você trabalha com todas as marcas do grupo. O P&D, hoje, está mais dividido por marca ou não? Continua trabalhando em categoria? É um P&D que atende a todas as categorias e marcas do grupo, mas com políticas muito claras e combinadas. Com regras de negócios. Sabemos qual é o território de O Boticário, o da Eudora, o que é quem disse, Berenice?. Qual o código de cor, o timbre, quem é o consumidor que consome aquela marca. Temos clareza do que oferecemos para cada uma das unidades e elas sentam juntas e sabem o que está acontecendo com as outras. Isso é importante. É algo que não acontecia no começo do grupo, já que as marcas não gostavam de se misturar... Porque ali (Eudora) era novo negócio. Era importante ter isso. Mas hoje é bem aberto e as unidades sabem o que as outras estão fazendo para a gente ter as regras bem claras.


fornecedor Fragrâncias

Aposta certeira Em menos três anos, a Robertet mais do que dobrou sua operação brasileira. Agora, a empresa investe numa nova planta para manter a boa posição conquistada no mercado >>> AûANI CUSMA DE PAULA e Gabriel Oda

O

avanço das médias empresas locais no mercado de beleza foi a ponta de lança do crescimento do mercado de beleza brasileiro nesses últimos anos de crise, especialmente em 2015 e 2016. Enquanto as grandes companhias multinacionais suaram a camisa para, quando muito, manterem suas posições, empresas locais ágeis e que tiveram ousadia para apostar em posicionamentos novos, mais segmentados e muito bem alicerçados nos novos anseios das consumidoras, e, também se valendo da força das influenciadoras digitais abocanharam nacos relevantes de categorias como hair care, perfumaria e maquiagem. Por consequência, essa mesma dinâmica recaiu sobre a cadeia de abastecimento do setor. Enquanto os grandes fornecedores, que concentram seu atendimento nas grandes contas de perfumaria e cosméticos, foram pressionados por um mercado em recessão, os fabricantes de matérias-primas e fragrâncias que focam suas operações nas

indústrias de médio (principalmente) e pequeno porte, avançaram junto com os seus clientes. Lógico que não foram todas as empresas desse segmento que avançaram. Atender ao chamado middle market (o mercado de médias empresas), demanda dos fornecedores algumas características importantes. A primeira delas, sem dúvida, é a agilidade e a capacidade de atender muito rapidamente às demandas desses clientes. A rapidez com que desenvolvem novidades e as lançam no mercado é um dos grandes trunfos das empresas locais que mais se destacam. E quem trabalha com eles tem que andar no mesmo ritmo. Não são raros os casos onde, após uma fragrância ser aprovada, o pedido precisar ser entregue em dois ou três dias. E são volumes consideráveis. Outra característica importante é conseguir atuar de forma proativa com os clientes, funcionando como uma extensão dos departamentos de Marketing do cliente. Isso não é necessariamente uma novidade, mas na medida em que as estruturas desses clientes cresceram, o nível do que é demandado, ou do que

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o fornecedor pode oferecer para agregar valor de verdade, também subiu. Isso demanda desses fornecedores mais investimentos em ferramental de pesquisa e marketing, além é claro, de uma maior capacidade técnica e criativa de oferecer soluções verdadeiramente novas para os clientes. Em resumo, o mercado os fornecedores desse segmento de empresas ficou melhor. E bem mais difícil. No mercado de fragrâncias, poucas empresas se aproveitaram tão bem desse fenômeno quanto a Robertet. A tradicional casa francesa, uma das dez maiores do mundo, está presente no Brasil há tempos e, por um longo período se equilibrou entre o fato de ser uma multinacional com atendimento a grandes contas como Avon e O Boticário e às médias e pequenas contas locais, num período em que essas empresas não tinham o porte que alcançaram hoje. De cinco anos para cá, pelo menos, a Robertet alinhou sua estratégia e decidiu centrar esforços justamente nos clientes locais, um mercado muito mais amplo, com grande potencial de crescimento e muito mais adequado à realidade da


cynthia e francisco, da robertet: aumento de share e melhor entendimento dos clientes foram drivers de crescimento importantes para a empresa.

Robertet no mercado brasileiro, no qual as grandes contas estão extremamente concentradas nas quatro grandes casas globais, que por sua vez, não têm o histórico de atenderem diretamente as médias e pequenas companhias locais. O tiro se mostrou certeiro. Entre 2014 e 2016, o crescimento médio anualizado da Robertet foi de 50%. Em 2017, o número avançou cerca de 30%. Foram vários os motivos que permitiram alcançar tal resultado. “Incorporamos muitos novos clientes à carteira e eles, diferentemente do movimento geral de crise do mercado, cresceram. E também aumentamos o nosso share nos nossos clientes mais importantes”, explica Francisco Marques, diretor-geral da Robertet no Brasil. Com esses números no balanço e a perspectiva de seguir crescendo no mercado nos próximos anos, a Robertet definiu que era hora de repensar sua estrutura no Brasil. A companhia optou por construir um novo complexo que vai abrigar novas plantas de fragrâncias e aromas, seus respectivos centros criativos e a área administrativa. A expectativa é que as obras comecem no início

de 2018 e que no início de 2019 as obras estejam concluídas. O investimento total é de 12 milhões de euros, cerca de um quarto do total programado pelos franceses para investimentos em mercados emergentes até 2020. Até o momento, todos os aportes estão sendo feitos com os recursos gerados pela operação brasileira, sem a necessidade de recursos extra da matriz, o que não está descartado caso necessário numa situação pontual. Mais do que ampliar a capacidade de produção, o novo sítio deve introduzir novos e melhores processos produtivos, com equipamentos inovadores para responder as necessidades desse novo momento da empresa. Enquanto a nova fábrica não vem, a casa segue fazendo investimento na sua atual planta para manter os níveis de produtividade e tempo de resposta alinhados à realidade dos seus clientes, com a instalação de novos equipamentos mais produtivos. Ainda no primeiro trimestre de 2018 devem ser instalados dois novos tanques de seis toneladas cada. Francisco conta também que a empresa evoluiu em termos de qualidade, incorporando processos de melhorias

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implementados na área de aromas. Em termos de categorias, o crescimento da Robertet foi puxado pela Perfumaria Fina, depois pelo segmento de cuidados com o lar, seguido por hair care. Em perfumaria fina, a Robertet é hoje o principal fornecedor da Hinode – que por sua vez se converteu em uma das grandes contas da empresa em todo o mundo – mas também pelo espaço conquistado em outras empresas relevantes e promissoras para a categoria, especialmente operações de marketing multinível, como Racco e Cless; sem falar na Avon, onde a Robertet tem best-sellers como Morena Flor, da coleção Mulher & Poesia. “É um grande filão do nosso mercado. Sempre quando vamos pensar as estratégias para o próximo ano, listamos as empresas que se destacam em fine fragrances e com as quais queremos trabalhar junto”, pontua Cynthia Crespo, diretora da área de Fragrâncias da Robertet.

Foco e rapidez Num mercado onde o tempo de resposta é crucial, entender muito bem o perfil e a linguagem de cada cliente é


fornecedor Fragrâncias evento para clientes da robertet em são paulo: marcando em cima as principais tendências do mercado global.

um fator importante. No caso da Robertet, a capacidade que a empresa desenvolveu de entender muito bem, de cada um dos seus principais clientes, as respectivas características e particularidades de portfólio – como o perfil do consumidor final, a linha olfativa de cada marca e os espaços ainda não ocupados dentro do mercado deles, foi um driver importante para o avanço da empresa dentro dos seus clientes. “Fazemos a avaliação de uma categoria, enxergamos gaps que possam ser explorados dentro do foco daquele cliente e passamos um briefing nosso para os perfumistas da Robertet criarem ideias em cima disso”, conta a diretora de Fragrâncias. “Pelo nível de relacionamento ser tão próximo, facilita uma colocação de briefing ou essa questão dos gaps. É algo que usamos frequentemente”, reforça Francisco Marques. Esse entendimento, aliado à rica perfumoteca da empresa, atualizada mensalmente com criações vindas de diferentes partes do mundo, que agiliza o start do processo criativo, tem permitido a Robertet acelerar sua entrega ao mercado. “Temos diminuído o tempo médio de atendimento de projetos, em 2017 fechamos em 15 dias, na média, enviando duas sugestões para cada tema

do projeto”, afirma Cynthia. A executiva destaca que além do tempo menor, o atual modelo tem gerado uma maior assertividade das propostas enviadas pela empresa aos seus clientes.

Apoio internacional Em que pese a importância da perfumoteca para suas operações diárias, a Robertet tem apostado e reforçado, cada vez mais, sua capacidade de desenvolver criações olfativas únicas, especialmente na perfumaria fina. A categoria exige mais do ponto de vista criativo e, embora ainda exista espaço, o contra-tipo não é mais um caminho sustentável. Mesmo empresas menores têm buscado cada vez mais esse caminho, destaca o diretor-geral da casa. A operação brasileira tem apostado mais e mais no trabalho envolvendo além da equipe criativa de São Paulo, os centros criativos globais de Nova York e Grasse, na França. Um ponto de diferenciação da casa francesa é a sua liderança global em ingredientes naturais, fato que, de acordo com Cynthia, dá à empresa um diferencial criativo importante. Outro aspecto reforçado junto aos clientes no Brasil é a forte participação e expertise da Robertet no segmento de perfumaria de nicho, especialmente a partir do seu

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centro criativo de Nova York, que vem atuando de forma bastante consistente no atendimento a esse segmento em ebulição da perfumaria mundial. Mesmo em categorias nos quais a fragrância, embora desempenhe papel importante, sempre foram mais orientadas por custo, Cynthia vê uma saudável evolução no entendimento dos clientes. Em haircare por exemplo, a executiva diz que os clientes não só estão pagando mais para ter fragrâncias melhores, como as estão aplicando em dosagens maiores. De olho nessa tendência, a empresa criou a coleção Scent Fix, blends de ingredientes que garantem um lasting de 12 horas da fragrância nos cabelos após a secagem com o secador. O trabalho agora é fazer o mercado comunicar melhor esse diferenciais, que ainda representam um espaço a ser explorado pelo mercado. Com todas essas novidades, a expectativa da Robertet é seguir crescendo forte nos próximos anos. “Não costumamos fazer projeções de três ou quatro anos, mas diria que o mais realista para os próximos dois anos seria um crescimento por volta de 15%”, acredita Francisco. Nada mau após uma sequência tão forte de crescimento nos últimos anos.


Aqui se faz jornalismo de verdade

Uma das missões da Cusman é a de contribuir com o desenvolvimento dos mercados nos quais atuamos. Em Atualidade Cosmética, o nosso jeito de fazer isso é mantendo o compromisso com nosso leitor de praticar o bom jornalismo de verdade. Praticar bom jornalismo sempre foi um desafio. Exige pessoas dedicadas, muito esforço, uma boa dose de inteligência, coragem e disposição de fazer os investimentos necessários a uma boa cobertura. Gastamos muita sola de sapato para entender o que está acontecendo no mercado além de uma leitura superficial, conseguir interpretar corretamente os dados e fazer com que eles tenham sentido para o leitor. Somos formadores de opinião. Profissionais vão levar em conta o conteúdo que publicamos para formar a sua opinião sobre um determinado assunto, ou ajudar a embasar suas posições e tomadas de decisões. Para ter condições de escrever com critério, emitindo opiniões e análises de valor, é preciso conhecer de perto o contexto, as empresas e os personagens. Nossos repórteres têm, cada vez mais, andado pelo mercado Brasil adentro e afora. A cada edição, são dezenas e dezenas de entrevistas com diferentes fontes, além de conversas diárias com outras tantas. Tudo para mantermos o pulso do mercado e, também, jogar luz para debater temas relevantes para o futuro do setor, ainda que tais temas pareçam distantes no momento. É por isso que há 25 anos Atualidade Cosmética é a publicação de referência para o mercado. E continuamos gastando as solas dos nossos sapatos, todos os dias, para permanecermos dignos dessa reputação pelos próximos 25 anos. ATUALIDADE COSMÉTICA, 25 ANOS DE JORNALISMO DE VERDADE, A SERVIÇO DA BELEZA


NEGÓCIOS Estratégia

Absorvendo tendências

COM AS ESPONJAS REMOVEDORAS E RETOCADORAS FABRICADAS EM SILICONE, COREL PINCÉIS SEGUE SUA MISSÃO DE TRAZER AO MERCADO E À CATEGORIA DE MAQUIAGEM ACESSÓRIOS INOVADORES >>> RAFAEL MENDONÇA

C

iente de que há algum tempo os acessórios vêm deixando de ser meros coadjuvantes em Maquiagem, a Corel Pincéis está sempre de olho em tendências que surgem a todo instante dentro da categoria. Especializada em pincéis, esponjas e, mais recentemente, estojos, a companhia situada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, tem atendido a uma série de demandas de empresas de pequeno e médio porte. Com a necessidade de aperfeiçoar sempre a qualidade de seus produtos, a Corel também procura apresentar novidades inovadoras ao mercado. A mais recente delas são as esponjas retocadoras e removedoras em gel, fabricadas em silicone e que têm como principais intuitos aplicar, retocar e remover maquiagem. Se comparadas com outros tipos de esponjas, como as de espuma, por exemplo, as esponjas em gel evitam o desperdício na hora de aplicar pois não são porosas e transferem praticamente 100% do produto. “Nossa esponja é hipoalergênica, pois ela não absorve material e nem gordura de pele, por isso não cria fungos. Além disso, é 100% lavável e 100% reciclada. Ela dura bem mais do que a de espuma, que degrada com o passar do tempo”, compara Marcelo Nunes, diretor Comercial da Corel Pincéis. Fora isso, por conta de o material dessa esponja se tratar de um polímero, a fabricante consegue oferecer uma ampla versatilidade para esse mesmo produto. Sendo assim, é possível personalizar e produzir a esponja em diferentes formatos, texturas, relevos e cores, podendo até colocar o logotipo do cliente. As distintas texturas definem qual o melhor uso para determinada esponja. Por exemplo, a unidade mais “pegajosa”

MARCELO NUNES, DIRETOR COMERCIAL: devido a um bom momento em termos de consumo vindo de seus clientes, vendas da Corel em 2017 cresceram mais de 150%. serve para remover o pó ou sombra de uma cor que por um acaso não tenha ficado boa, servindo também para fazer detalhes. Entretanto, ela não remove base, fazendo com que esta esponja não se torne uma concorrente de outros demaquilantes, como os lenços. “Não existe no mercado uma esponja que remova maquiagem a seco e instantâneo”, enfatiza Marcelo. Já com a versão mais “seca” da esponja é possível aplicar pó, sombra e até base, levando praticamente todo o produto para a pele. “A diferença é que ela aplica todo o produto. Por exemplo, ela transfere todo o pó para a pele e se a pessoa continuar passando a esponja, ela vai remover o produto, inclusive a base se ela ainda estiver úmida”, explica. Ambas esponjas também servem para limpar pincéis durante a maquiagem para troca de cores, porém não os higieniza.

PROPAGANDO UMA POSSÍVEL TENDÊNCIA Atualmente, a Corel Pincéis está realizando trabalhos por diversos meios para in-

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troduzir essas esponjas no mercado. Um dos caminhos que Marcelo tem enxergado é via blogueiras. Até então, a fabricante nunca fez qualquer tipo de trabalho com elas, mas o dirigente diz que já começou a selecionar algumas. Ele acredita que é por meio delas o caminho para começar a introduzir no mercado o novo conceito de remoção da maquiagem a seco. “Sei que um dia nosso produto tomará o gosto do mercado. Mudar conceitos é complicado. Se pegarmos o que há de diferente de esponjas, não há nada, as texturas são basicamente as mesmas”, analisa o diretor, que destaca a possibilidade personalizar essa nova esponja com o nome da blogueira. Os maquiadores também representam um meio de propagar o novo produto. De acordo com Marcelo, todos os profissionais que já tiveram contato com este acessório se encantaram. Entretanto, por mais renomado que seja o maquiador, o dirigente sabe que nada adiantará se não tiver uma marca por trás, sobretudo se ela for de uma grande empresa. Al-


gumas companhias já testaram as esponjas e até aprovaram, porém o processo de introdução no mercado é demorado quando o produto traz um novo conceito. “As empresas até usam maquiador para pensar um produto, porém não é ele quem define o que é feito efetivamente como produto final”, lamenta. As esponjas removedora e retocadora podem ser envasadas em estojos de maquiagem, processo este que a Corel realiza, mesmo em estojos de terceiros, por meio de uma máquina exclusiva desenvolvida pela própria empresa.

IMPULSÃO NO NEGÓCIO A divisão de esponjas, ao lado dos pincéis, é responsável pela maior parte do faturamento da Corel. Ambas categorias fizeram com que a companhia alcançasse um aumento de mais de 150% em vendas em 2017. Os estojos, produto cujo o qual a empresa passou a fabricar há pouco tempo, também vêm obtendo bom desempenho. Marcelo revela que 90% deste crescimen-

VERSATILIDADE DISPONÍVEL: por conta de seu material, é possível produzir a esponja em diferentes formatos, texturas, relevos e cores.

to é oriundo de seus principais clientes, que vêm vivendo bons momentos por conta de aumento de consumo. “Por isso aposto muito neste mercado. Temos um grande potencial nas mãos e às vezes não percebemos. Algumas vezes, agregando um produto a mais no portfólio de um cliente já é possível aumentar muito o faturamento. Acredito que também haverá crescimento em 2018 por conta do consumo”, aposta. A fabricante pôde aumentar sua capacidade produtiva recentemente ao passar

de uma injetora para quatro. Mesmo assim, a Corel segue tendo como foco clientes de pequeno e médio porte. “Não tenho condições de atender a clientes grandes, pois os volumes são muito grandes. Nosso objetivo não é concorrer com fabricantes grandes. O que não interessa para eles, deixa que eu faço”, frisa. Com os estojos, Marcelo faz questão de ressaltar que a meta é apenas viabilizar pequenos projetos. Atualmente, a Corel produz uma média de dois milhões de peças entre pincéis e esponjas ao mês.


clássicos

da perfumaria por Gabriel Oda

Tradição aliada ao pioneirismo

Com o eau de parfum Lily Essence, O Boticário atingiu um novo patamar de sofisticação e luxo na perfumaria brasileira

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m meados dos anos 2000, o mercado brasileiro de perfumaria experimentava uma nova onda de sofisticação. As principais empresas do setor, a cada novo lançamento, buscavam incorporar novos elementos e contar histórias que aproximassem esses novos produtos cada vezes mais da perfumaria de luxo internacional. Em meio a essa escalada, seria natural que tivéssemos um perfume, um eau de parfum (EdP) para chamar de nosso. Em meio a essa escalada, O Boticário resolveu resgatar na história da perfumaria, o storytelling perfeito para sua criação mais luxuosa até então: Lily Essence, lançado em 2006. Antes de seguir, vale uma observação. Lily Essence não é, de fato, o primeiro eau de parfum de uma grande marca brasileira. Esse título pertence ao Perfume do Brasil Breu Branco, de Natura Ekos. Mas, esse perfume foi lançado em 2003, dentro de um contexto muito particular da linha Ekos, quase que um evento em si mesmo. E não é possível dizer que o seu lançamento tenha influenciado outras empresas a correrem ao mercado para lançarem seus próprios EdP´s. Para criar Lily, O Boticário resgatou na tradição da perfumaria francesa alguns métodos antigos de extração dos óleos essenciais. No caso desta fragrância em particular, o óleo da flor de lírios stargazer. Chamada de Enfleurage, a técnica consiste em cobrir as flores com gordura (nos dias atuais, gordura vegetal, mas na tradição era utilizada a gordura animal). Uma vez aplicada, coloca-se essa junção de gordura e flores sobre uma placa de vidro, repondo as pétalas das flores diversas vezes até que se obtenha o cheiro desejado. Então, essa junção é embebida de álcool e dissolvida. O resultado, após a evaporação do álcool, é o desejado óleo essencial. Para adaptar as formas tradicionais de produção para a realidade atual, pela primeira vez foi estabelecido o cultivo dos lírios especialmente para a fabricação da fragrância, na cidade de Holambra, tradicional polo floricultor no interior de São Paulo. A colheita vai de lá diretamente para a fábrica do Gru-

po Boticário, no Paraná. Uma vez que as flores chegam ao complexo d’O Boticário, o processo artesanal de extração do óleo essencial da flor logo se inicia. Os perfumistas da IFF, a brasileira Verônica Casanova e o francês Yves Cassar criaram uma composição floral oriental, com notas de fundo de patchouli, âmbar e sândalo, dando uma moldura mais amadeirada para a fragrância e ressaltando todo o bouquet floral utilizado em seu corpo. As notas de topo, compostas por um misto de pimenta rosa, damasco, tangerina e pêssego. “Meu desejo foi criar uma fragrância sofisticada e única. Busquei trazer a inovação através da união e sinergia de matérias-primas raras e naturais. O resultado foi um perfume marcante, com muita personalidade, que resgata a magia da perfumaria”, afirma Verônica Casanova. Para embalar a luxuosa composição olfativa, O Boticário escolheu um frasco importado da França, quadrado e bastante pesado e com cavidades que lhe davam um aspeco ainda mais sofisticado. O frasco original foi substituído pelo atual em 2014. Já a válvula pump era uma atração à parte. Com seu visual vintage, era o toque perfeito para compor o visual a um só tempo clássico e moderno de Lily Essence. Infelizmente, a primeira versão dessa tecnologia não garantia uma vedação adequada, fazendo com que o perfume evaporasse em alguns casos, e oxidasse em tantos outros. Ela foi trocada por uma versão mais moderna junto com o novo frasco. Lily Essence, por muito tempo não foi um blockbuster, tendo mantido um patamar estável na casa dos 200 mil frascos por ano, de acordo com fontes do mercado. Com o advento da venda direta da marca esse número subiu para cerca de um milhão de unidades, em 2014, de acordo com as mesmas fontes. “A mulher, ao usar o perfume, vivencia um raro sonho de beleza e elegância a qualquer momento e em qualquer lugar”, finaliza Yves Cassar.

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