CT News | IX Edição

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CT NEWS EDIÇÃO IX, ANO III, Nº 2 | OUTUBRO/NOVEMBRO 2019

GESTÃO ACADÊMICA Quais são as perspectivas de futuro para a gestão do Centro de Tecnologia nos próximos anos?

PESQUISA

RECONHECIMENTO

FALA, ALUNO!

Pesquisadores da UFC aprimoram material reciclado a partir do uso de plantas comuns da região

Conheça Arlen ítalo Duarte, servidor técnico-administrativo responsável pelo sistema SICOB

Você conhece Guerreira, a Atlética do Centro de Tecnologia? Ela está de cara nova! CT NEWS OUTUBRO | NOVEMBRO 2019

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E D I TO R I A L

EDIÇÃO IX

PERSPECTIVAS

ANO III - Nº 02 OUTUBRO | NOVEMBRO 2019

M

DIRETORIA DO CT Carlos Almir Monteiro de Holanda (Diretor) Diana Cristina Silva de Azevedo (Vice-Diretora) DIRETORIA ADJUNTA DE ENSINO (DAE) E NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL (NOE) Bruno Vieira Bertoncini (Diretor Adjunto de Ensino do CT) Yangla Kelly Rodrigues (Coordenadora do NOE) André Bezerra de Holanda (Administrador) ENDEREÇO Campus do Pici - Bloco 710 CEP 60440-900 - Fortaleza - CE CONTATO 85 3366 9600 | 85 3366 9609 daect@ufc.br /daectufc @daectinforma DIAGRAMAÇÃO, REPORTAGEM, E PROJETO GRÁFICO-EDITORIAL Mirella Fernandes da Silva mifernandes934@gmail.com REVISÃO André Bezerra Bruno Vieira Yangla Oliveira

Produção do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará. Reprodução livre desde que creditada fonte.

REALIZAÇÃO

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ais um ciclo é concluído! O ano se encerra e, com ele, é tempo de fazer reflexões sobre o que aconteceu. Sabemos que 2019 não foi um ano fácil, mas é importante fazer uma análise geral para que se possa construir ações efetivas para o futuro. Pensando nisso, convidamos os professores Almir e Diana para fazer uma breve análise da gestão acadêmica passada e compartilhar as perspectivas de futuro para a gestão que iniciará, em REPORTAGEM. E quando se pensa sobre o que fazer no futuro, às vezes isso envolve traçar novos caminhos. Despedidas não são fáceis, mas todo fim é um novo recomeço. Em RECONHECIMENTO, conheça Arlen Ítalo, servidor técnico-administrativo da UFC que está se despedindo da instituição para alçar novos voos. Ele também é responsável pelo sistema SICOB, que tem facilitado o compartilhamento de bens no Centro de Tecnologia. A cada ano que passa, é importante valorizarmos as iniciativas científicas dentro da Universidade. Em PESQUISA, confira como pesquisadores da UFC estão aprimorando o material reciclado a partir do uso de plantas comuns da região. Já nas PÁGINAS AZUIS, confira a primeira carta-patente aprovada na UFC! Um dos idealizadores do sistema o qual teve sua tecnologia patenteada foi o professor Célio Cavalcante, que será homenageado em um importante evento internacional: o AICHE Annual Meeting. E não esqueça de conferir, também, a matéria sobre o Projeto Centauro, uma parceria realizada entre a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará, a própria UFC e o apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, com o objetivo de desenvolver a robótica e a automação no Estado! Com tudo isso, mais uma vez a UFC prova seu compromisso com a pesquisa, sempre com o fito de promover benefícios para a comunidade! É importante celebrar, também, as iniciativas dos próprios estudantes. Em FALA, ALUNO!, confira uma matéria especial sobre o AIChE, grupo estudantil que tem se destacado em eventos internacionais e promove experiências importantes para os alunos. E não é o único grupo de destaque! Conheça também Guerreira, a Atlética do Centro de Tecnologia que tem se reestruturado recentemente e se envolvido cada vez mais com os estudantes! Diante de tudo isso, esperamos que, no próximo ano, a Universidade Federal do Ceará e o Centro de Tecnologia continuem crescendo cada vez mais! Que venha 2020! Boa Leitura! REDAÇÃO CT NEWS


ÍNDICE

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RECONHECIMENTO EM BUSCA DE VOOS MAIS ALTOS Conheça Arlen Ítalo e o sistema de compartilhamento de bens desenvolvido por ele para a UFC!

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CAPA

GESTÃO ACADÊMICA Quais as perspectivas de futuro para a gestão do Centro de Tecnologia nos próximos anos?

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PESQUISA RECICLAGEM

Pesquisadores da UFC aprimoram material reciclado a partir do uso de plantas comuns da região.

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PÁGINAS AZUIS

CONHECIMENTO - Primeira carta-patente da UFC é aprovada. - Professor Célio Cavalcante será homenageado em evento internacional. - Conheça o Projeto Centauro, uma parceria em busca da tecnologia!

FALA, ALUNO!

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- Você conhece o AIChE? O grupo estudantil se destaca em cenário internacional! - Conheça Guerreira, a Atlética do Centro de Tecnologia: agora, de cara nova!

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RECONHECIMENTO

SICOB: UM SISTEMA QUE ALIA PRATICIDADE À ECONOMIA Conheça o novo sistema de trocas desenvolvido na Universidade

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m uma época onde a questão dos recursos financeiros é complicada para a

universidade, é importante recorrer a outras alternativas para mostrar que, mesmo diante das dificuldades, a comunidade acadêmica continua dando o seu melhor. O SICOB é um excelente exemplo e evidencia os esforços de pessoas que desejam ajudar outras pessoas. O SICOB é um sistema de compartilhamento de bens reutilizáveis entre as unidades da Universidade Federal do Ceará, onde cada uma é responsável por cadastrar os recursos que deseja compartilhar. Caso haja interesse, basta entrar em contato com quem está oferecendo. Criado em 2019, é um projeto recente, porém promissor. Foi lançado primeiramente no Centro de Tecnologia, em fase de testes, e teve recepção positiva daqueles que experimentaram. O surgimento do projeto nasceu de uma necessidade da própria instituição. É o que conta Arlen ítalo Duarte, idealizador do sistema. Arlen é servidor técnico-administrativo da UFC e, ao perceber a necessidade de recursos das unidades acadêmicas, ele despertou o interesse pela possibilidade de criar algo

que auxiliasse nesse sentido. Em uma época onde a questão financeira é complicada, a troca de bens se mostra uma solução prática e sustentável. No entanto, dado o tamanho da universidade, o acesso à informação de quem pode compartilhar recursos é difícil. Logo, Arlen pensou em um sistema que facilitasse essa comunicação, economizando tempo e agilizando o processo de compartilhamento. Segundo ele, o principal diferencial do SICOB é a descentralização dos cadastros de bens, os quais são feitos de forma individual: cada departamento tem sua autonomia para registrar. Inicialmente, Arlem idealizou o SICOB sozinho. Depois de algum tempo, conseguiu propor um projeto para o requerimento de bolsas e foi contemplado com 2 bolsistas da área de Engenharia de Computação. O projeto está em atividade há 5 meses e, após completar o período de testes, será entregue para UFC, a fim de expandi-lo para outros campi e, posteriormente, outras universidades. Não há dúvidas de que esse projeto contribuirá positivamente para universidade. Para Arlen, nosso eterno agradecimento!

Confira o site do SICOB em: www.sicob.ufc.br/

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EM BUSCA DE VOOS MAIS ALTOS Além de ter desenvolvido o SICOB, Arlen também se interessa por pesquisa e deseja continuar se dedicando à area. Conheça mais sobre ele!

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na Espanha, durante um ano. Após retornar, trancou o curso para trabalhar no IFCE de Tianguá e, depois de outro ano, ele veio para UFC, para atuar na criação do DIATEC, como técnico administrativo. No ano passado, Arlen decidiu continuar se dedicando à área de computação e, agora, além de servidor, ele cursa Engenharia de Computação no IFCE Fortaleza.

esde que criou o SICOB, o sistema é mais conhecido

FOTO/ ARQUIVO PESSOAL

como “aquele sistema do Arlen” do que o próprio nome. Mas há muito mais envolvido na história de Arlen do que apenas esse projeto. Com apenas 25 anos, ele passou por um longo caminho antes de chegar à UFC. Em 2011, ele começou a cursar Ciências da Computação e, no ano seguinte, realizou uma graduação sanduíche

O retorno ao curso de graduação se tornou outro motivo para se dedicar ao SICOB: os estudos auxiliam no desenvolvimento do sistema. Segundo Arlen, o projeto precisou de dedicação extra de sua parte, na medida em que precisa orientar dois bolsistas, o que o despertou para a pesquisa. Antes, ele lidava com processos burocráticos e licitações de compra e, ao se deparar com os projetos da UFC, sentiu vontade de participar de algo parecido. Ele aliou essa vontade à possibilidade de construir algo inovador e útil para as pessoas, o que acabou dando muito certo. A transição entre essas duas áreas foi um desafio e se tornou um divisor de águas em sua vida. Daqui pra frente, Arlen deseja desenvolver projetos, mudar a vida de pessoas e trabalhar com inovações. “Hoje é o que eu acho mais empolgante. Tentar criar algo novo, desenvolver e aplicar para que dê certo”, conta entusiasmado.

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É importante ressaltar que o SICOB não faz parte das atividades administrativas de Arlen na UFC. Assim, não há um reconhecimento oficial em sua área de trabalho e, para se dedicar ao sistema, ele aproveita as horas vagas para desenvolvê-lo. Há pouco incentivo para os técnicos se interessarem em pesquisa e extensão, o que acaba sendo um obstáculo para que haja iniciativa. Assim, ele desenvolve o projeto e orienta os bolsistas movido por sua própria paixão pela área, dispondo de seu horário livre para materializar algo que traz benefícios para toda a comunidade acadêmica. Apesar de tudo isso, o servidor não estará aqui quando a fase de testes for finalizada. Arlen está sendo transferido para o Instituto Federal do Rio Grande do Sul, num processo de redistribuição. Ele destaca que vai sentir saudade do acolhimento da UFC, pois se sente valorizado como servidor técnico. Além disso, receptividade ao seu projeto foi excelente, tanto de chefes de departamento, como de professores e colegas de trabalho. Ser reconhecido pela comunidade acadêmica é uma grande motivação para romper barreiras, e Arlen mostra que a dedicação vale a pena quando se trata de melhorar a vida das pessoas.

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O servidor pretende continuar se dedicando ao SICOB, mesmo de longe, e deseja permanecer na área de pesquisa, a fim de desenvolver projetos inovadores que diminuam a burocracia e transformem a vida das pessoas. É difícil mensurar o impacto positivo que iniciativas como as de Arlen trazem para a UFC. E é ainda mais difícil pensar em palavras para agradecer, principalmente agora que o servidor está se despedindo da universidade. O Centro de Tecnologia vai sentir saudades!

“É o que eu mais acho empolgante. Tentar cria algo novo, desenvolver e aplicar para que dê certo.”


INSTITUIÇÕES QUE TRABALHAM COM PREVENÇÃO AO SUICÍDIO E ATENDIMENTO ÀS FAMÍLIAS 1 – CCV – FORTALEZA Rua Ministro Joaquim Bastos 806 – Bairro de Fátima Telefones – 141 / 3257.1084

3 - INSTITUTO BIA DOTE Av. Barão de Studart. 2360 sala 1106 – Aldeota Fones – 3264.2992

2 – PROGRAMA DE APOIO À VIDA – (PRAVIDA) Rua Capitão Francisco Pedro 1290 – Rodolfo Teófilo Telefones – 3366.8149

4 – HOSPITAL NOSSO LAR Av. Carapinima 2350 – Benfica Fones – 3206.3550 / 3206.3599

REDE ASSISTENCIAL DE SAÚDE MENTAL DE FORTALEZA CAPS AD SER I – Rua Hildebrando de Melo, 1110 – Barra do Ceará Fones – 3101.2592/2593

CAPS SER III ESTUDANTE NOGUEIRA JUCÁ Rua Delmiro de Farias 1346 – Rodolfo Teófilo Fone – 3105.3721

CAPS GERAL I – Rua Alves de Lima, 1120 – Colônia Fone – 3105.1119

CAPS AD SER IV Rua Betel, s.n - Itaperi Fone – 3105.2006

SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO SER I Av. Dr Temberge, 1970 – Álvaro Weyne Fone – 3101.2590 OCA DE SAÚDE COMUNITÁRIA SER I Rua Profeta Isaias, 456 – Pirambu Fone – 3286.6041

CAPS GERAL SER IV Av. Borges de Melo, 201 – Jardim América Fones – 3131.1690 / 3494.2765 CAPS SER IV MARIA ILEUDA VERÇOSA Rua Tertuliano Sales, 400 – Vila União Fone – 3105.1510

Ouça também pelo computador, tablet ou smartphone

CAPS AD SER II Rua Manoel Firmino Sampaio, 311 – Cocó Fone – 3105.1625

- CAPS GERAL SER II Rua Coronel Alves Teixeira, 1500 – Dionísio Torres Fone – 3105.2632

UNIDADE DE SAÚDE ANA CARNEIRO SER II Rua Padre Antonio Tomaz, 2056 – 1º andar – Aldeota Fones – 3264.4722 / 3261.1265 CAPS AD SER III Rua Frei Marcelino, 1191 – Rodolfo Teófilo Fones – 3105.3420 CAPS GERAL SER III Rua Francisco Pedro, 1269- Rodolfo Teófilo Fones – 3433.2568 / 3105.3451

CAPS AD SER V Rua Antônio Nery, sem número (em frente ao 1058) – Granja Portugal Fone – 3105.1023 CAPS GERAL SER V BOM JARDIM Rua Bom Jesus, 940 – Bom Jardim Fones - 3245.7956 / 3105.2030 CAPS AD SER VI – CASA DA LIBERDADE Rua Ministro Abnes de Vasconcelos, 1500 - Seis Bocas Fones – 3105.2966 / 3278.7008 CAPS GERAL SER VI Rua Paulo Setúbal, 297 - Messejana Fones – 3488.3312/3316

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REPORTAGEM

GESTÃO ACADÊMICA Quais são as perspectivas de futuro para a gestão do Centro de Tecnologia nos próximos anos? Confira uma entrevista realizada com o diretor Almir e a vice-diretora Diana, que compartilharam um pouco sobre o que está por vir!

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CAPA

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odo fim é um recomeço. A universidade

tem passado por mudanças nos últimos tempos e é importante olhar para trás para reconhecer esforços e tomar críticas quando necessário. Só assim é possível traçarmos os planos para futuro, com o objetivo de fortalecer, cada vez mais, a universidade como uma instituição de ensino e de produção científica. Nesse sentido, convidamos o professor Carlos Almir, diretor do Centro de Tecnologia, e a professora Diana Cristina, vice-diretora, para realizar uma breve análise da gestão acadêmica e conversar sobre a próxima gestão que se iniciará. CT News — Como vocês caracterizam essa última gestão? Diana — Eu caracterizo como uma gestão “franciscana”, porque foi uma época de recursos limitados (risos). Mas o ponto mais importante é que foi uma gestão de diálogo e acolhimento. Assumimos uma gestão após um processo de disputas, em que afloram diferenças e contrastes de opinião em um primeiro momento, mas isso foi desconstruído aos poucos. Creio que, de forma geral, todos se empenharam em construir juntos aquilo que queríamos para o Centro de Tecnologia. Almir — A frase que mais me marca, nesse momento, é “consolidar a nossa expansão com qualidade”. O Centro de Tecnologia passou por um processo de expansão muito forte, de 2007 a 2014, então, quando assumimos, foi necessário consolidar os novos programas e os novos cursos de graduação que chegaram aqui, ponto importante da gestão.

daqueles já estabelecidos aqui, pois queríamos atualizá-los e torná-los mais modernos, equilibrando os dois para manter o nível de qualidade do Centro de Tecnologia. Outro desafio foi a própria mudança do paradigma de metodologia de ensino. Discutimos a transição de uma metodologia que requer a comprovação do aprendizado por meio de um prova para uma que requer competência, o que envolve metodologias ativas e traz o aluno para o centro da discussão. Isso implica mudar uma cultura a partir do convencimento de que devemos buscar essa mudança e transformar uma estrutura de ensino que tem sido a mesma por tanto tempo não é fácil. Além disso, ninguém faz uma mudança dessas por meio de decretos. Nesses processos, o diálogo é essencial. O objetivo é uma formação por competência, ou seja, não só uma mudança na forma de ensinar, mas também na forma de avaliar. Para que isso se tornasse possível, realizamos ciclos de formação e nos reunimos com coordenadores para discussões sobre educação. Sabemos que essa transição não é fácil e a adesão não pode ser conquistada por meio de um decreto ou ser unilateral. Temos que criar um nova cultura, e para isso o professor precisa sentir que deve mudar sua metodologia tradicional e estar disposto. Nessa questão, conquistamos sucesso em vários casos (de professores que estão mudando) e outros estão em transição, mas muito falta ser feito para que isso seja consolidado.

CT News — Quais foram os principais desafios nesse tempo? Almir — Um deles foi a consolidação de novos cursos aliando à retomada de discussões sobre os projetos pedagógicos

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Diana — Sim. Às vezes, quem está na ponta não entende o cenário macro. É como o aluno que, de repente, passa mal, chega ao banheiro e não encontra papel higiênico. Ele desconhece o contexto maior em que se teve de tomar uma decisão sobre diminuir o material de limpeza ou encerrar um contrato, por exemplo. Faz muita diferença, porque estávamos tendo, até 2015, crescimento nos investimentos, e então houve uma quebra. Isso aconteceu em uma época onde ainda estávamos consolidando alguns setores e contratando professores. Tem sido uma época difícil. CT News — Quais foram os pontos positivos da gestão? Almir — Muitas das coisas que gostaríamos de fazer foram iniciadas. A aprovação de 3 projetos pedagógicos, por exemplo, embora os demais tenham sofrido atrasos por conta das mudanças de diretrizes curriculares. O crescimento das notas dos programas de pósgraduação também merece destaque, e, embora seja fruto do trabalho de várias gestões anteriores, foi algo necessário para discutirmos a situação dos demais programas. Uma coisa que foi elogiada por outras unidades acadêmicas foi o fluxo de processos implementado, estabelecendo um método específico para facilitar essa questão, independente da gestão que estiver ali. Também merece destaque a aprovação da nova estrutura do conselho do Centro, instância máxima do CT, junto com as câmaras de ensino, de pesquisa e de extensão, o que deu

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nova celeridade aos processos cartoriais, que vão diretamente para as câmaras. Esse processo se iniciou na gestão passada e se concretizou com a nossa, conferindo ao Conselho mais espaço para planejamentos estratégicos. Na estrutura de graduação, uma mudança importante foi agregar a DAE, o NOE e a CPACs. Isso deu maior visibilidade para questão psicopedagógica na unidade acadêmica e permitiu acolher melhor professores e estudantes, aproximando o diálogo e agilizando processos. Todos esses ganhos são conquistas da comunidade acadêmica, e não só da gestão. Diana — É importante dizer que existem outras questões que não foi a “varinha de condão” do Almir ou da Diana que fizeram acontecer (risos). É construção que nasceu lá em 1995, quando entrei como professora e tivemos um gestão divisora de águas, do professor Antônio Nunes de Miranda. Felizmente, as gestões que se seguiram após essa tomaram para si, cada uma à sua maneira, a tarefa de transformar o Centro de Tecnologia no que ele é hoje: uma das unidades acadêmicas que mais despontam na UFC. Isso não foi construído em 4 anos de gestão, mas fez parte assumir o papel de continuidade de outras gestões para que isso permanecesse.

FOTO/ LUCAS CASEMIRO

CT News — Em várias áreas da universidade, os recursos limitados nos últimos tempos também se tornou um desafio. No Centro de Tecnologia aconteceu algo semelhante?

Professor Carlos Almir, Diretor do Centro de Tecnologia.


CT News — Diana, a questão da mulher Engenharia foi bastante abordada nos últimos tempos. Imagino que ser uma mulher na posição de gestão tenha feito a diferença para isso, certo?

CT News — Uma coisa que aparece de forma recorrente na fala de vocês é o diálogo. Vocês planejam dar continuidade a isso na próxima gestão? Almir — É uma coisa que falamos desde a época da primeira campanha. Nosso diferencial é que não resolvemos as coisas por decreto, e sim pelo diálogo. Essa é uma base do que fazemos e deve ser intensificado na próxima gestão.

Diana — De fato, porque ver uma pessoa em uma mesma condição social que a sua, ocupando esse tipo de espaço, acaba sendo uma inspiração. E às vezes é até automático, não planejado. Os esforços na questão da visibilidade da mulher dentro do Centro de Tecnologia têm tido resultados positivos, embora estejam em sua fase inicial. Essa questão envolve tanto a autoestima das alunas dentro dos cursos quanto outros aspectos, como o assédio. Isso deve ser discutido. Foi muito importante colocar sob holofote a presença das meninas no Centro de Tecnologia.

CT News — Quais os planos para a próxima gestão?

FOTO/ MIRELLA FERNANDES

Almir — A aprovação e implementação dos demais projetos pedagógicos, o que vai ser um desafio. Também queremos promover um aumento na nota dos programas de pós-graduação e consolidar os programas mais recentes. Outra questão é alinhar a extensão às mudanças dos currículos dos cursos de graduação. Vamos manter as estruturas criadas na gestão passada, como NOE e DAE, para que permaneçam em outras gestões. Também vamos ter um olhar mais atento para a graduação, fortalecendo o ensino, para construir uma base de qualidade para a extensão e a pesquisa.

“Foi muito importante colocar sob holofote a presença das meninas no Centro de Tecnologia.”

Professora Diana Cristina, Vice-Diretora do Centro de Tecnologia.

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CT News — Existem desafios nessa nova caminhada?

CT News — Quais são as palavras que ficam para as perspectivas de futuro?

Almir — Existem as preocupações com as futuras políticas governamentais do MEC. Hoje, o CT é a maior unidade acadêmica da UFC e queremos alinhar o diálogo para conquistar os recursos necessários e continuar com esse nível de qualidade. Embora tenhamos visões diferentes, construir uma relação de respeito mútuo com o reitor é importante, pois todos temos o objetivo comum de construir o melhor para a universidade. Diana — Os maiores desafios vêm de fora. Sabemos que as universidades públicas, hoje, estão sendo alvo de críticas injustificáveis, então o desafio é, nesse horizonte confuso, dar a cara a tapa, tocar o barco aos poucos e mostrar para sociedade os nosso esforços. Existem diversas questões, como o programa Future-se, o qual a universidade já declarou um posicionamento. A própria mudança de reitor na universidade levanta uma série de questões para os próprios anos. Além disso, o orçamento continua sendo outra questão, por conta da falta de recursos. Existe uma necessidade da universidade se integrar nas discussões em relação a isso, para defender seu posicionamento, se mostrar mais para a sociedade e construir um consenso político.

Diana — Diálogo, principalmente. Me ocorrem também duas palavras muito citadas na campanha do Professor Custódio: firmeza e leveza. Porque o horizonte que se aproxima tende a abater o espírito das pessoas. E, na posição de gestão, é fundamental manter a chama acesa em momentos como esse, com a construção de união.

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“Nosso diferencial é que não resolvemos as coisas por decreto, e sim pelo diálogo.”


PESQUISA RECICLAGEM

PESQUISADORES DA UFC APRIMORAM MATERIAL RECICLADO A PARTIR DO USO DE PLANTAS COMUNS DA REGIÃO Reportagem por: Leonardo Santana (leosant@live.com)

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ornar o uso de materiais reciclados tão eficiente quanto o de materiais novos é o desafio que motiva uma das pesquisas desenvolvidas no Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará (CT-UFC). Atentos à crescente demanda da sociedade por inovações ecologicamente referenciadas, pesquisadores da Universidade vêm aperfeiçoando uma técnica que permite a separação de fibras naturais provenientes de espécies comuns no Nordeste, como côco, bambu e sisal, para em seguida aplicá-las em material reciclado.

A pesquisa integra o programa de pósgraduação em engenharia e ciência de materiais da UFC. Após a junção das fibras orgânicas à matéria reciclada, o composto resultante passa por uma série de testes no Laboratório de Mecânica da Fratura e Fadiga (LAMEFF) da Universidade, ligado ao Departamento. No Laboratório, são realizados experimentos visando estabelecer o tempo de vida útil do material e sua capacidade de suportar variados níveis de impacto. A partir dos resultados obtidos, em que se averigua o comportamento das estruturas no que se refere à fadiga e à degradação, é possível determinar as possibilidades de utilização do material no dia a dia. Um dos envolvidos no estudo, o engenheiro Santino de Melo destaca a vantagem de as fibras serem retiradas de fontes abundantes na região. O pesquisador explica que o resultado do processo abre uma gama de possibilidades de reutilização do material recolhido no lixo. “Os testes realizados no LAMEFF indicam que a junção dessas fibras naturais ao plástico dos tipos PET e PVC, por exemplo, proporciona um aumento

FOTO/ DIVULGAÇÃO LAMEFF

considerável da resistência e da durabilidade desse material, agregando qualidade e ampliando as situações em que pode ser empregado em termos de produção industrial”, avalia. As experiências despertaram interesse inclusive de cientistas franceses. A universidade de Cachan, ligada ao Ministério do Ensino Superior do país europeu, tornouse parceira no desenvolvimento do estudo. A pesquisadora da UFC Milene Muniz, que dedica sua tese de doutorado à análise das estruturas compostas de fibras orgânicas, ressalta que a ideia é que, muito em breve, o processo possa ser adotado pela indústria. Conforme Muniz, o uso da técnica em escala industrial agregaria valor à produção por se coadunar com as modernas práticas de redução de danos ambientais.

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“O objetivo da nossa pesquisa é alcançar o setor produtivo e trazer inovações positivas para a sociedade, visto que o método desenvolvido possibilita um produto de alta qualidade, mas cujo processo reduz consideravelmente os impactos ambientais, desde o uso das fibras retiradas de espécies de amplo descarte, como é o caso do côco, até a renovação qualitativa do material reciclado” pontua. Os experimentos realizados simultaneamente em laboratórios da UFC e da universidade francesa investigam a viabilidade da utilização do material produzido, por exemplo, no transporte automotivo e aeroespacial e na construção civil. Para o professor Enio Pontes, que orienta as pesquisas sobre o assunto no programa de pós-graduação, é fundamental a universidade estar conectada com as demandas da sociedade. O professor lembra que o setor produtivo está sendo cada vez mais exigido em relação à responsabilidade socioambiental e a universidade pode contribuir criando soluções pautadas no desenvolvimento sustentável. “É importante que universidade esteja na vanguarda das tecnologias ambientais, não podemos dissociar o conhecimento aqui produzido de uma visão de mundo que preserve a qualidade de vida e os recursos naturais, de modo que todas as áreas do conhecimento devem estar comprometidas com um futuro ecologicamente viável”, pondera o professor.

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FOTO/ DIVULGAÇÃO LAMEFF

O Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais é parte do Centro de Tecnologia da UFC. Dedica-se, desde 2005, às atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas à engenharia e ciência dos materiais em geral, e à metalurgia, em particular. Além do curso de graduação em engenharia metalúrgica, o Departamento abriga o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências Materiais. Está localizado no Campus do Pici, bloco 729.


PÁGINAS AZUIS CONHECIMENTO

PRIMEIRA CARTA-PATENTE DA UFC É APROVADA Em parceria com a Petrobras, o pedido de patente foi depositado em 2008. Agora, finalmente foi aprovado! Com informações do Portal da UFC

“Recebemos a notícia com grata surpresa. Na época do depósito [da patente], a UFC ainda despertava para a inovação tecnológica em parceria com empresas. Ela [a carta-patente] é o coroamento daquilo que idealizamos ser a função de um grupo de pesquisa ligado a áreas tecnológicas em uma universidade pública. Houve amadurecimento de achados

FOTO/ VIKTOR BRAGA

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ais uma conquista para a UFC! Em parceria com a Petrobras, a universidade teve a primeira carta-patente de sua história concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A tecnologia patenteada é um sistema de armazenamento e transporte de gás natural na forma adsorvida, criada no âmbito do Grupo de Pesquisa em Separações por Adsorção (GPSA) da UFC e do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES). Já faz um bom tempo que o processo estava ocorrendo. O depósito do pedido de patente no INPI foi feito em 2008. Esse sistema tem como inventores os professores Diana Azevedo e Célio Cavalcante, do Departamento de Engenharia Química e do GPSA da UFC; o Prof. Eurico Belo Torres, professor emérito da UFC; e os pesquisadores do CENPES Fernando Baratelli Júnior e Flávio Barboza Campos.

Eurico Belo Torres, Diana Azevedo e Célio Cavalcante são os professores que idealizaram a tecnologia.

científicos, formação de recursos humanos qualificados e entrega à sociedade de uma tecnologia que pode trazer benefícios econômicos ao País”, afirmou Diana. Atualmente, o combustível costuma ser transportado por vasos de pressão ou gasodutos. Por meio do fenômeno da adsorção, no entanto, é possível transportar maiores quantidades de gás a pressões mais baixas, em vasos de paredes mais delgadas, sendo o gás retido na forma “adsorvida”, e não comprimida. A adsorção é um fenômeno de interface, em

geral sólido-fluido, utilizada em processos de purificação de água, remoção de cores e odores etc. Por meio dessa “técnica”, materiais porosos, a exemplo do carbono ativado, são utilizados para atrair determinadas substâncias para sua superfície. De acordo com o documento do INPI, o sistema traz as vantagens de requerer menor pressão de operação, reservatórios de armazenamento mais leves, menor risco operacional e melhora na flexibilidade geométrica que reduz volumes mortos no sistema de transporte.

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HOMENAGEM

PROF. CÉLIO CAVALCANTE, DA ENGENHARIA QUÍMICA, FOI HOMENAGEADO EM CONGRESSO INTERNACIONAL Com informações do Portal da UFC

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Prof. Célio Loureiro Cavalcante Junior, do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Ceará, foi homenageado em sessão especial do dia 11 de novembro durante o encontro anual do Instituto Americano de Engenheiros Químicos (AICHE). O AICHE Annual Meeting ocorre de 10 a 15 de novembro, em Orlando (EUA), e reúne estudantes, docentes e pesquisadores oriundos de 110 países. Profissionais de destaque da Engenharia Química são homenageados pelo conjunto da obra e pelas contribuições à pesquisa e inovação. Ele será o homenageado da “Separations Division”, divisão temática do AICHE, numa sessão plenária dedicada à adsorção e troca iônica. Os trabalhos apresentados serão publicados no periódico científico Adsorption. Célio Loureiro Cavalcante Junior é professor titular do Departamento de Engenharia Química da UFC, onde atua desde 1994, possuindo também experiência anterior como engenheiro de processos no Polo Petroquímico de Camaçari (BA). Foi fundador do Grupo de Pesquisa em Separações por Adsorção (GPSA) e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PGEQ) da UFC, hoje reconhecido internacionalmente com conceito 6 atribuído pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). É também professor supervisor do capítulo estudantil AICHE, da UFC, que será premiado no mesmo evento como capítulo estudantil de destaque.

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FOTO/ DIVULGAÇÃO


TECNOLOGIA

PROJETO CENTAURO: UMA PARCERIA PELA TECNOLOGIA Conheça o Centro de Referência em Automação e Robótica, que se destaca em oferecer aos estudantes aprendizado na área.

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UFC é cheia de projetos que possibilitam uma rica experiência para os estudantes que participam. Dessa vez, o destaque cabe para o projeto Centauro, que completa, em 2019, 10 anos de existência!

O Centro de Referência em Automação e Robótica, também conhecido como Centauro, busca oferecer soluções inteligentes ao mercado dessa área. Em atividade desde 2009, o projeto é uma parceria entre a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará, a própria UFC e o apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará. Para oferecer soluções colaborativas em robótica e automação, o Centauro foca nas áreas industrial, agropecuária, rural e médica, atendendendo

empresas de vários portes, além de startups. O Centro também busca aproximar a universidade e a indústria para um interesse em comum, onde os alunos têm a oportunidade de trabalhar com situações reais e práticas. Ali, participam estudantes de diversos níveis, entre graduação, pós-graduação a nível de especialização, mestrado e doutorado. A parceria foi feita, principalmente, com o Departamento de Engenharia de Teleinformática, em que o professor José Tarcisio Costa atua como coordenador acadêmico, contando com a colaboração de outros departamentos, como as Engenharias Elétrica, Mecânica e de Computação. Já Epitácio Nascimento Filho atua como gestor no projeto e representa o governo do Estado. Para ele, a importância do Centro

é, justamente, em oferecer a oportunidade de desenvolver tecnologia na região e oferecer capacitação profissional para aqueles que participam ali. Embora o Centauro conte com tanto tempo de estrada, o gestor conta também que o projeto enfrenta desafios, sendo o maior deles a questão orçamentária, ou seja, a verba necessária para viabilizar os processo. Mesmo assim, o Centro continua firme e forte, mostrando que a parceria se mostrou acertada!

O Centauro oferece soluções colaborativas nas áreas de robótica e automação.

Confira o site do projeto em: www.centauro.ufc.br/

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O Centauro trabalha com duas áreas específicas. No Laboratório de Robótica, o foco é a construção de robôs para monitoramento, inspeção e manutenção de instalações públicas e industriais. Nele, os estudantes têm contato com o controle de processos industriais, o que acaba gerando capacitação profissional de indústria e do corpo discente da universidade. Já o Laboratório de Automação dispõe de um conjunto de equipamentos para automação, em que o foco é a capacitação de profissionais da indústria, desenvolvimento de sistemas de supervisão e controle de processos industriais, além de manutenção em equipamentos de instrumentação.

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Diante das transformações tecnológicas que observamos todos os dias, o impacto do Centro de Referência em Automação e Robótica é mais do que claro. O incentivo ao desenvolvimento dessa área permite a capacitação de pessoas e a possibilidade de oferecer para indústria soluções mais práticas e diversificadas. Além disso, também é importante para a própria região Nordeste que, cada vez mais, busca o destaque em uma área tão competitiva. É muito importante que projetos como esse fomentem, continuamente, o desenvolvimento da tecnologia em nossa região e mostrar que produzimos excelentes resultados. Afinal de contas, já foram 10 anos de Centauro. Esperamos que muito mais anos venham!


FALA, ALUNO

CONQUISTAS EM DOBRO Estudantes da UFC se destacam em competição internacional pelo segundo ano consecutivo. Você já ouvir falar no AIChE?

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odos sabem que a Universidade Federal do Ceará conta com vários projetos que se destacam pelo esforço e comprometimento em trazer algo que contribua de forma positiva com o meio acadêmico. Com o AICHe, não é diferente! Conhecido como American Institute of Chemical Engineers, o AIChE Global é a organização líder mundial para profissionais da Engenharia Química. O capítulo estudantil da UFC é orientado por Célio Cavalcante, professor do curso. É formado por estudantes, com objetivo de fortalecer o elo entre indústria local e universidade, por meio da realização de atividades extracurriculares que incentivem o desenvolvimento dos alunos em Engenharia Química. Para isso, os membros do capítulo oferecem uma série de projetos que contribuem positivamente para a formação dos estudantes.

Além das atividades voltadas para a formação profissional dos estudantes, o AIChE também participa de outros eventos, como na organização do “Seja um Guarda-Chuva na vida de alguém”, em parceria com o CT, o NOE, o CA da Engenharia Química e o CA da Engenharia Elétrica, a fim de promover rodas de conversa sobre saúde mental. Também participa do Integra, junto de outras entidades do curso de Engenharia Química, que visa promover o contato entre estudantes por meio de esportes. Ademais, o grupo também ajuda a organizar a Semana de Engenharia Química e o Dia Internacional da Mulher na Engenharia (DIME).

“O AIChE Global é a organização líder mundial para profissionais da Engenharia Química.”

FOTO/ ARQUIVO PESSOAL

O Colóquio, por exemplo, ocorre mensalmente e tem a proposta de trazer um profissional ou representante, de algum tema específico, para uma conversa. A diferença é que os alunos têm a possibilidade de ter um diálogo real com essas pessoas, em vez de ser em formato de palestra. Além disso, os membros também promovem mini-cursos,com carga horária de 4 a 8 horas, para aprofundar o conhecimento de forma mais prática. Há, também visitas técnicas a empresas, onde os estudantes têm a oportunidade de conhecer os processos e o funcionamento da indústria de forma mais próxima. Nesse tipo de atividade, o grupo por vezes cobra, de forma simbólica, 1kg de alimento não perecível por

participação que, posteriormente, será entregue para instituições, visto que não possuem fins lucrativos. Cabe o destaque, ainda, ao Cenário, evento que oferece conversas com estagiários que acabaram de iniciar experiência nas empresas, com o fim de explicar como a pessoa entrou ali e quais são os processos, compartilhando conhecimento para os estudantes que buscam entrar no mercado de trabalho.

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Como é a organização? O comitê geral do AIChE UFC é dividido em: presidente, responsável por monitorar os projetos; vice-presidente interna, responsável por mediar os processos internos, como processo seletivo e afins; vice-presidente externa, que lida com empresa, outros capítulos espalhados pelo mundo e o Sister Chapter, o capítulo irmã designado pelo AIChE global para que se mantenham em contato; há o tesoureiro, responsável por lidar com as finanças; há o diretor de comunicação, responsável pela elaboração de peças e arte para redes sociais; e há o secretário, que organiza as atas de reunião. Além disso, entre os demais membros, há os gerentes de cada projeto (ex: gerente do Colóquio, gerente da visita técnica), responsáveis por passar ao comitê o andamento do projeto e orientar os responsáveis por aquela demanda. Tamanha organização se mostra necessária, pois existem muitos desafios. A falta de recursos da universidade, muitas vezes, se torna uma questão difícil de se lidar na viabilidade de alguns eventos. Mesmo assim, os membros não desistem e se esforçam ao máximo para dar andamento às atividades. E todo esse esforço é recompensado! Eles conquistaram, recentemente, o Outstanding Student Chapter Award, prêmio concedido pelo AIChE global aos capítulos estudantis que apresentam excepcional nível de participação, entusiasmo, qualidade, profissionalismo e envolvimento com a universidade e a comunidade. De 320 capítulos, cerca de 30 grupos são escolhidos para receber esse prêmio. É o segundo ano consecutivo que o AIChE UFC conquista esse prêmio. Leticia Silva, atual presidente do capítulo, se sente muito orgulhosa do projeto. “É muito bom ver que o que estamos fazendo impacta não só aqui dentro, mas em como somos reconhecidos lá fora”, conta entusiasmada.

Para o futuro, o grupo pretende promover a capacitação em diversas competências, como língua estrangeira e programas de software (Photoshop, AutoCAD, CorelDraw), primeiramente para os membros do AIChE e, posteriormente, para os estudantes do curso, a fim de agregar na formação dos alunos. Além disso, pretendem continuar os projetos que já existem e reforçar a questão da visibilidade à saúde mental pros estudantes. É mais do que claro que o AIChE impacta os estudantes de forma positiva. Letícia conta que alguns estudantes já conseguiram oportunidades de estágio, por meio do contato com as empresas convidadas pelo grupo. Ela também destaca o crescimento pessoal que a organização proporciona. “É o tipo de coisa que ninguém vai te dizer, mas ali você aprende.” Nadyhala Penha, vice-presidente interna, também compartilha suas experiências com o AIChE. “A gente entra na universidade sem saber muita coisa. Mesmo com os desafios, é muito bom ver o crescimento da gente.” Para elas, o AICHe UFC é um espaço de crescimento. Seja por meio de organização de planilhas, de gestão de pessoas ou do contato com estudantes, o desenvolvimento proporcionado é difícil de descrever. Sem dúvida alguma, a organização tem um futuro brilhante pela frente.

“Mesmo com os desafios, é muito bom ver o crescimento da gente.”

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GUERREIROS DENTRO E FORA DE QUADRA Conheça Guerreira, a Atlética do Centro de Tecnologia: agora, de cara nova!

Para quem pensa que as atléticas só envolvem esporte, está enganado! A organização vai muito além disso. É o que mostra Guerreira, a Atlética do Centro de Tecnologia, que passou por mudanças no último ano e participado cada vez mais da vida dos estudantes do CT. Antes conhecida como Associação Atlética do Centro de Tecnologia, a Guerreira tem como objetivo incentivar e proporcionar a prática de esportes, integrando os estudantes dos cursos do CT. Recentemente, a entidade passou por um processo de reestruturação, que contou, também, com a adoção de um novo nome e uma identidade visual. Isso se deu em virtude de alguns problemas, tais como questões orçamentárias e estrutura frágil, o que levou os membros a decidirem remodelar a atlética, abrindo novas possibilidades e experiências para a organização. Embora tenha sido difícil implantar as mudanças no começo, o crescimento da Guerreira é notável. Hoje, com 28 membros, os estudantes se dividem em 6 diretorias: Presidência, VicePresidência, Gestão, Marketing, Esportes e Eventos. Cada uma tem sua própria estrutura, de acordo com o que cada diretor acha melhor, o que incentiva a liderança e o dinamismo entre os membros. Essa divisão se faz necessária, pois a atlética também funciona como uma empresa, organizando eventos culturais, confraternizações e competições de outras modalidades esportivas, como pôquer.

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Nova identidade visual da Guerreira. Confira o instagram da Atlética: @aaaguerreira.

Atualmente, a Atlética funciona como uma empresa, organizando eventos culturais, confraternizações e competições.


Assim, além de focar nas competições dentro da UFC, como a JUFC, a Guerreira possibilita experiências de gestão, administração financeira e trabalho em equipe, o que mostra seu crescimento em relação ao ano passado. Bem interessante, não é mesmo? Embora essa estrutura surpreenda as pessoas, que acham que a entidade foca apenas em esportes, é importante ressaltar que o movimento das atléticas possui uma estrutura parecida. No sudeste e no centro-oeste, por exemplo, esse movimento se assemelha ao das empresas juniores. Mesmo tendo finalidades diferentes, as experiências fora de sala de aula que os dois oferecem se assemelham em vários aspectos ao gerar o sentimento de pertencimento e identificação dos estudantes com o que produzem. Diante de todas essas transformações, a Guerreira também enfrenta desafios. Com uma estrutura mais consolidada, além do nome e da identidade visual, a Guerreira tem sido mais reconhecida, mas um dos objetivos da organização é continuar trabalhando nesse reconhecimento. Até porque existem alguns obstáculos em torno disso, em relação aos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design, por exemplo. Por serem em um campus diferente, às vezes se torna difícil estabelecer comunicação. Além disso, outra questão importante é o espaço físico. Como a Guerreira não tem uma sala, a logística de transporte de materiais e reuniões dos membros acaba se tornando complicada. Outra questão que merece destaque é o público feminino. A Guerreira busca engajar mais esse público, tanto em questão de participação de jogos em competições como na própria gestão.

Hoje, os cursos de Engenharia vêm recebendo cada vez mais mulheres e, como uma entidade que representa estudantes, é importante que isso se reflita em sua gestão. É o que conta o presidente, Allex Araújo, e o vice-presidente, Mateus Mourão, estudantes de Engenharia Ambiental. Para eles, embora existam desafios, a perspectiva de futuro para a atlética é positiva. A organização pretende conquistar estabilidade financeira e se dedicar aos jogos e campeonatos, além de consolidar novas competições para incentivar os esportes cada vez mais no Centro de Tecnologia. Mateus conta que participar da atlética foi engrandecedor. “Antes, eu não entendia muito bem de gestão e nem me expressava muito bem, mas a atlética me deu esse crescimento e é um dos melhores movimentos estudantis que participei”, conta, empolgado.

A Guerreira oferece experiências de gestão, administração financeira e trabalho em equipe fora de sala de aula.

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Allex também compartilha esse sentimento: “Ver o crescimento do esporte no CT e fazer parte disso tem sido gratificante”. Presente na atlética há dois anos, Allex participou das mudanças de perto. Inclusive, ele já apareceu na CT News, em uma matéria também sobre esportes, na V Edição. Na época, a organização estava com uma estrutura totalmente diferente e, quando se lembra disso, diz achar estranho às vezes. “Realmente mudou muita coisa (na atlética). É estranho notar que antes não era assim, porque parece que deveria ter mudado há muito tempo”, conta, com nostalgia.

Com todas essas transformações, a Guerreira vem se consolidando cada vez mais no Centro de Tecnologia, incentivando o esporte e oferecendo aos alunos experiências fora da sala de aula. Com certeza, a atlética tem um futuro com grande potencial pela frente. Estaremos torcendo por vocês!

FOTO/ ARQUIVO PESSOAL

Eles contam, também, de onde veio o nome para atlética. “A gente queria um nome que representasse a gente dentro e fora de quadra. Muitos estudantes

enfrentam uma verdadeira guerra para estudar. Tem gente que precisa do auxílio para vir, mora em outra cidade, ou vive em repúblicas com outros colegas, enfim, muita gente vive uma guerra todos os dias para estar aqui. Nada mais justo que o nome representasse isso”, explica Mateus. O mascote da organização é uma jaguatirica, conhecida por ser um animal da região nordeste.

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