CT NEWS EDIÇÃO XI, ANO V, Nº 1 | JAN_JUL 2021
E D I TO R I A L
Meio ambiente
EDIÇÃO XI ANO V - Nº 01 JANEIRO | JULHO 2021 (semestral)
DIRETORIA DO CT Carlos Almir Monteiro de Holanda (Diretor) Diana Cristina Silva de Azevedo (Vice-Diretora)
DIRETORIA ADJUNTA DE ENSINO (DAE) E NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL (NOE) Bruno Vieira Bertoncini (Coordenador da DAE) Yangla Kelly Rodrigues (Coordenadora do NOE) André Bezerra de Holanda (Administrador)
ENDEREÇO Campus do Pici - Bloco 710 CEP 60440-900 - Fortaleza - CE CONTATO 85 3366 9600 | 85 3366 9609 daect@ufc.br www.ct.ufc.br /daectufc @daectinforma
PROJETO GRÁFICO-EDITORIAL Lucas Casemiro DIAGRAMAÇÃO E REPORTAGEM Leonardo Santos leo_nardo@alu.ufc.br Paulo Souza paulosouuza@alu.ufc.br REVISÃO André Bezerra Bruno Vieira Yangla Oliveira Produção do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará. Reprodução livre desde que creditada fonte.
REALIZAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
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esta edição, referente ao primeiro semestre de 2021, a revista CT NEWS traz como tema de capa Meio Ambiente e Sustentabilidade, tendo como foco o trabalho do professor Ronaldo Stefanutti do Departamento de Engenharia Ambiental. Na matéria vão ser abordados os diferentes projetos apoiados pelo professor, ele que concentra seu foco de pesquisa na questão da gestão de resíduos sólidos. Além disso, iremos comemorar os 5 anos do DIME (Dia Internacional da Mulher na Engenharia) na UFC, trazendo um histórico do evento e a discussão a respeito do baixo número de mulheres presentes na engenharia. Em relação à pesquisa, realizamos uma reportagem sobre o programa Ciência Inovação e políticas públicas da UFC, com foco nas inovações sobre o Hidrogênio Verde. Também traremos uma sessão em especial para as ações dos alunos, com duas matérias, sobre os 43 anos do PET da Engenharia Elétrica e seus destaques, e outra sobre o trabalho do ex-aluno Gabriel Cela, formado pelo curso de Design pela UFC e que em 2020 foi um dos 73 selecionados para a Bienal de Ilustração Digital da Lituânia. Boa Leitura! REDAÇÃO CT NEWS
ÍNDICE 04 ACONTECE NO CT O Dia Internacional Da mulher na Engenharia (DIME) é um evento internacional e este ano comemora seu 5º ano de execução na UFC. 04 5 anos do DIME (Dia Internacional da Mulher na Engenharia) na UFC.
08 MEIO AMBIENTE Na reportagem de capa desta edição temos uma conversa com o professor Ronaldo Stefanutti, sobre um tema que demanda muita atenção já hoje e para o futuro. 08
Sustentabilidade e saneamento ambiental.
10 FALA, ALUNO! No Fala, Aluno! desta edição, trazemos uma matéria especial sobre o Pet da Engenharia Elétrica e um destaque internacional de um ex-aluno da UFC. 10
43 anos do Pet da Engenharia Elétrica
12 Gabriel Cela, ex-aluno do Design, é um dos 73 selecionados na Bienal de Ilustração Digital da Lituânia.
14 PESQUISA Na sessão de pesquisa trazemos um entrevista com o professor Roberto Vieira falando de seu novo projeto. E também trazemos uma reportagem sobre o programa Ciência Inovação e Políticas Públicas da UFC. 14
Entrevista com prof.Roberto Vieira
16 UFC e o programa Ciência e Inovação em Políticas Públicas, com prof.Fernando Antunes
ACONTECE NO CT
DIME 5 Anos do Dime na UFC: um histórico do evento Por Leonardo Santos
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IME, o Dia Internacional da Mulher na Engenharia, começa em 2014, na Inglaterra, a partir de uma campanha nacional da Women’s Engineering Society. O evento, nos seus três primeiros anos, comemorava o dia da mulher na engenharia, mas foi após o terceiro ano de evento, com o apoio da UNESCO, que o evento passou a ter um caráter internacional. O ano de 2017 foi o primeiro no processo de internacionalização do DIME, instituições de diferentes partes do mundo organizaram a realização do evento e na América Latina, a Universidade Federal do Ceará (UFC), através do Centro de Tecnologia, foi a única universidade que sediou. Na UFC, quem conhecia o evento e viabilizou a sua organização foi a professora Diana Azevedo, engenheira química e vice-diretora do Centro de Tecnologia. Ao saber do evento, ela viu uma oportunidade de construir na universidade um espaço de apoio para as mulheres na engenharia, além de trazer à tona problemáticas importantes de serem debatidas,
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como o estereótipo de gênero nas profissões que se reflete no baixo número de mulheres nas Engenharias. Para ela, algo fundamental para organizar o evento aqui na UFC foi a atuação direta dos estudantes na organização do evento, que se construiu através da parceria com dois capítulos estudantis, o AICHE (Instituto Americano de Engenheiros Químicos), da Engenharia Química, e a SPE (Sociedade dos Engenheiros de Petróleo), da Engenharia de Petróleo. Assim, alunos da engenharia estavam na base da construção do evento, afinal são as alunas e os alunos do centro um dos públicos principais. Além do apoio dos capítulos estudantis, o evento também teve o apoio do Núcleo de Orientação Educacional, através da servidora Yangla Oliveira. Por fim, para a concretização do evento, houve a parceria com o professor Carlos Estevão, pois o evento passou a ter uma data reservada em uma das aulas da disciplina de Tecnologia e Sociedade ofertada por ele e, além disso, o docente escolhia um dos assuntos debatidos no
Registros de edições passadas do DIME (Foto: Reprodução
DIME como uma das opções para o tema dos trabalhos dos alunos. Nos três anos que o evento ocorreu de forma presencial, a parceria com a disciplina Tecnologia e Sociedade foi mantida. No evento, a maior parte das convidadas foram ex-alunas, profissionais já estabelecidas e pesquisadoras. Os temas abordados trataram da questão das engenheiras no mercado de trabalho a partir de diferentes perspectivas. A profa. Diana aponta: “O DIME é um momento de celebração e de reflexão, mas é onde outros frutos podem surgir”.
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ACONTECE NO CT
O DIME É UM MOMENTO DE CELEBRAÇÃO E REFLEXÃO, MAS É ONDE OUTROS FRUTOS PODEM SURGIR. Diana Azevedo, vice-diretora
do Centro de Tecnologia.
o)
Yangla constatou que, à medida que o evento foi se estabelecendo na universidade, foi se construindo um senso de colaboração entre as mulheres, onde as estudantes gradativamente passaram a se sentir representadas por exemplos profissionais. Além disso, com o passar das edições, também foi constatado um aumento do interesse por parte das docentes em colaborar com o evento. Mas, apesar dos bons resultados, a profa. Diana constata que um dos objetivos do evento, alcançar as alunas do ensino médio, ainda não foi atingido, pois atualmente o evento ocorre internamente na UFC e
mesmo que aberto à sociedade, há uma dificuldade em conquistar demais públicos. Com o advento da pandemia, o evento se adaptou, então, em 2020 e 2021, ele ocorreu de forma virtual a partir de plataformas de transmissões. Devido a isso, o evento se desvinculou de sua relação direta com a disciplina “Tecnologia e Sociedade”. Em 2020, o evento aconteceu como uma roda de conversa, onde a professora Diana mediou uma discussão com as profissionais convidadas e estudantes, a partir do grande tema “As Mulheres na Engenharia”. Algo que se per-
cebeu com a realização do evento online foi a possibilidade de alcançar um público maior. Em 2020, o evento chegou a ter mais de 120 espectadores simultâneos, uma quantidade nunca antes alcançada pelo evento enquanto ocorria de forma presencial. Em 2021, o tema do evento foi “As vivências e as realidades das engenheiras no ambiente acadêmico e profissional”, que ocorreu pela turno da tarde e alcançou um público menor do que o evento de 2020, mas ainda gerou ótimos debates. Yangla aponta um aprendizado a partir da experiência de rea-
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ACONTECE NO CT lizar o evento de forma virtual: o fato do uso dessas plataformas possibilitar alcançar um outro público. No futuro, quando o evento voltar ao presencial, serão pensadas formas de transmitir o evento ao vivo, buscando assim alcançar uma quantidade ainda maior de pessoas. Ana Furtado, formada recentemente em Engenharia de Energias Renováveis pela UFC, participou do primeiro DIME como ouvinte, quando realizava a disciplina de Tecnologia e Sociedade e, em 2021, voltou a participar do DIME, só que desta vez como umas das convidadas para falar um pouco sobre seu trabalho de conclusão de curso. Em seu TCC, ela pesquisou sobre os desafios enfrentados pelas mulheres nas Engenharias do Centro de Tecnologia da UFC e conseguiu levantar alguns dados importantes, como também estruturar uma resposta para a seguinte pergunta: Por que há poucas mulheres na engenharia? Entre os dados que ela levantou, um deles aponta que, em 2019, no ensino superior brasileiro, 57% das matrículas ativas eram femininas, em comparação aos 43% das matrículas masculinas. No entanto, com relação a grande área da engenharia, os dados apontaram apenas 32% das matrículas ativas femininas, em comparação a 68% masculina. Em sua pesquisa, ela realizou um levantamento estatístico com relação a porcentagem feminina em cada curso do Centro de Tecnologia da UFC. No total, os resultados mostraram apenas 25% de matrículas ativas femininas em comparação a 75% mascu-
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linas. Em específico, no curso da Engenharia da Computação, o percentual de mulheres chega a 10% em comparação a 90% dos homens. Mas porquê números tão discrepantes? Em seu trabalho, Ana vai responder essa pergunta a partir de 3 bases: o exército, a ciência e o capitalismo. A primeira justifica-se pelo fato de que, por muito tempo, as ações relacionadas à engenharia, como construção de rodovias, prédios e afins, esteve vinculada ao exército, um órgão que por muito tempo foi um espaço reservado a homens, o que dificultou o acesso das mulheres à engenharia. A segunda explica-se pela ciência ter um histórico masculinista, o que pode ser percebido no iluminismo, no qual os homens atuavam com papel central na construção das ciências. Além disso, esses homens muitas vezes utilizavam-se de subterfúgios “científicos” para justificar uma superioridade masculina. A terceira base conecta-se às duas anteriores, no caso, o sistema capitalista que se estrutura a partir de uma minoria que detém o capital, sendo esta composta majoritariamente de homens. Além disso, nos ambientes corporativos, ideias sexistas são compartilhadas, o que repercute muitas vezes em baixos salários para mulheres no mercado de trabalho, além de outras situações. Nesse cenário, as mulheres são muitas vezes influenciadas a exercerem funções já pré-estabelecidas a partir de um estereótipo de gênero, como funções de cuidado (profissões da saúde),
Diagrama referente a porcetagem masculina e feminin
ou do ensino (pedagogia e licenciaturas), enquanto profissões das áreas de exatas, por exemplo, são culturalmente reforçadas por estereótipos masculinos. Essas três bases surgem como uma tentativa de esclarecer essa problemática. Ana aponta inclusive que é necessário um estudo mais aprofundado para se ter uma noção mais sólida sobre o tema. Em sua pesquisa ela também vai abor-
ACONTECE NO CT
na nos cursos de engenharia do CT (Foto: Ana Furtado)
dar possíveis soluções para essa questão: como tornar o ambiente das engenharias um ambiente mais acolhedor para as mulheres? Ela vai apontar que iniciativas como o DIME são importantes para a construção de um espaço mais acolhedor, onde as mulheres se sintam representadas. Em sua pesquisa, ela também realizou algumas entrevistas com alunas da engenharia da UFC. Uma delas apontou a
importância do DIME em sua jornada acadêmica, pois ela vivenciava uma série de situações em que era inferiorizada por ser mulher, ela acreditava estar exagerando, mas quando foi ao DIME e percebeu que as profissionais também passavam por isso percebeu que o que ela vivenciava na engenharia era algo importante de ser problematizado. Mas, além de eventos para debater esses temas, é necessário haver educação e conscientização da
comunidade acadêmica como um todo. É preciso que haja uma mudança estrutural para que cada vez mais mulheres se sintam à vontade em estar em ambientes como o das engenharias.
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MEIO AMBIENTE
Sustentabilidade e saneamento ambiental com o Professor Ronaldo Stefanutti Por Paulo Souza
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esta matéria iremos abordar temas como sustentabilidade, gestão de resíduos sólidos e saneamento ambiental, ao mesmo tempo que vamos conhecer um pouco sobre o professor Ronaldo Stefanutti e seu trabalho dentro e fora da UFC. Ronaldo Stefanutti é Professor Associado do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, Coordenador do Laboratório de Resíduos Sólidos e Efluentes e Professor na Pós-Graduação em Engenharia Civil do DEHA/ UFC. O prof. Ronaldo ingressou no Centro de Tecnologia ao mesmo tempo da criação dos cursos de Engenharia Ambiental, de Petróleo e de Energias Renováveis. Partiu dele a proposição de um projeto para implantação de um grupo PET, atrelado a um dos cursos, no caso, o PET Engenharia Ambiental. Aprovado tanto na UFC e logo pelo MEC, a implementação foi uma grande conquista para um curso que estava apenas iniciando. O projeto proposto contemplava o ensino, a pesquisa e a extensão, principalmente na área
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de gestão de resíduos sólidos, envolvendo a coleta seletiva, logística reversa, cooperativa de catadores, reciclagem, educação ambiental nas escolas públicas dos bairros no entorno do Campus do Pici, como o Planalto Pici, sendo o prof. Ronaldo, o tutor do grupo PET Engenharia Ambiental.
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recebemos os avaliadores do MEC e, na ocasião, o curso recebeu a nota máxima: 5,0. Foi o primeiro curso do Centro de Tecnologia a receber nota 5,0 até então. Ronaldo Stefanutti, Professor
Associado do Departamento de Engenharia Hidráulica.
Com dois projetos submetidos à Finep (Financiadora de estudos e projetos) na área de resíduos sólidos, foram financiadas inúmeras pesquisas, bolsas
DTI e de iniciação científica, dando suporte para uma equipe de pesquisadores. Além disso, a coordenação entre esses grandes projetos permitiu estabelecer um acordo de cooperação técnico-científica entre o NUTEC (Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará) e a UFC, no sentido de se estabelecer e operar um Laboratório de Resíduos Sólidos e Efluentes (LARSE), que dentre seus objetivos existe o destaque de apoio às aulas práticas de Gestão de Resíduos Sólidos para os cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Civil e o apoio ao desenvolvimento de pesquisas nas áreas aplicadas de gestão de resíduos sólidos. Além do LARSE, existe uma área piloto de compostagem, que permite desenvolver pesquisas aplicadas em escala real, com sobras de comida do Restaurante Universitário e poda triturada de árvores. Além disso, foi desenvolvido um projeto para abrigar uma Unidade Piloto de Produção de Biometano, que suporta pesquisas apoiadas com recursos de projeto da Finep e mais recentemente do BNB. “Esta unidade está em operação, onde dois pesquisadores
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doutorandos do POSDEHA (Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil: Recursos Hídricos, Saneamento Ambiental e Geotecnia) estão desenvolvendo suas pesquisas com a digestão de sobras de alimentos, além de um mestrando, sendo apoiados por bolsistas IC, estagiários e um pós-doutor. Mesmo com a pandemia, o LARSE e a Unidade Piloto de Produção de Biogás praticamente não pararam, exceto no período de restrição mais severa. [...] Entre as atividades acadêmicas e de pesquisa, gosto de destacar o LARSE.” O prof. Ronaldo também falou um pouco sobre as relações da UFC com outros projetos e órgãos fora da universidade. “A
nível de relações interinstitucionais, participo do Programa ProteGEEr, representando a UFC entre dez universidades brasileiras. [...] É um projeto de cooperação técnica entre o Brasil e a Alemanha, sendo a Universidade Tecnológica de Braunschweig a representante, para promover uma gestão sustentável e integrada dos resíduos sólidos urbanos.” E para finalizar, comentou sobre seus projetos atuais. “No momento, estou focado em apoiar os Consórcios de Resíduos Sólidos quanto às demandas de encerramento dos lixões, capacitação das equipes, aproveitamento energético dos resíduos orgânicos e suporte laboratorial, em cooperação técnico científica com o Nutec.”
É importante não somente para a UFC, mas também para a sociedade, que tenhamos pessoas como o professor Ronaldo Stefanutti trabalhando, pesquisando, aplicando e incentivando novas formas de pesquisas, ações e aplicações para nos levar a um futuro mais sustentável e verde, já pensando em frente às dificuldades que estamos enfrentando devido ao descaso com essa área durante todo nosso passado.
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43 Anos do PET da Engenharia Elétrica
um projeto que se destaca por viabilizar o contato dos alunos da universidade com a comunidade em geral, no exercício de atividades cujo objetivo é trazer alegria para pessoas necessitadas, trabalhando a humanização das relações e trazendo o afeto como protagonista.
Por Leonardo Santos
No eixo da pesquisa, as atividades ocorrem paralelamente às outras e de duas maneiras: no primeiro ano os PETianos novatos realizam pesquisas sobre Fundamentos Matemáticos voltados à engenharia elétrica; e no segundo ano são aplicados os conhecimentos adquiridos no primeiro ano, e que é chamado de Pesquisa Aplicada, onde já realizam estudos de sistemas práticos. Normalmente são formados grupos de duas a três pessoas e os resultados das atividades citadas alimentam as apresentações de trabalhos nos Encontros Universitários (EUs). Outros eventos dos quais os PETianos participam, estão os encontros estadual, regional e nacional dos grupos PET (ENCEPET, ENEPET e ENAPET, respectivamente).
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Programa de Educação Tutorial (PET) engenharia elétrica da UFC, fundado em 1º de abril de 1983, completou, no ano da publicação desta revista, 38 anos, consagrado como um dos grupos PET ininterruptos mais antigos do Brasil. Com intuito então de comemorar esse aniversário, a CT NEWS preparou esta matéria trazendo uma perspectiva geral sobre a atuação do PET, com um foco sobre a perspectiva do aluno e para isso realizamos uma entrevista com a estudante Lucca Lemos e o tutor prof. René Bascopé. O PET (Originalmente conhecido por “Programa Especial de Treinamento”) foi um programa desenvolvido em 1979 pelo professor Moura Castro, que atuava como diretor geral da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. O programa surgiu com a proposta de criar núcleos de excelência estudantil nas universidades, tendo esse grupo o objetivo central de auxiliar os demais estudantes em suas tarefas. O prof. René Bascopé nos contou que desde os primeiros
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anos, o PET Elétrica da UFC atuou seguindo bem a proposta original. Os PETianos realizavam monitorias, auxiliando os alunos na resolução de lista de exercícios, desenvolvendo, além disso, atividades internas como pesquisas, essas, que os projetavam para uma carreira no ensino superior. Com o decorrer dos anos, os três pilares da Universidade (pesquisa, ensino e extensão), foram sendo gradativamente mais relacionados ao programa. Hoje, o PET Elétrica atua com diversos projetos seguindo o Manual de Orientações Básicas (MOB) do MEC. Um exemplo da interação entre ensino e extensão é o projeto Pró-Exacta. Sendo uma iniciativa coletiva entre os PETs do Centro de Tecnologia, que tem como objetivo realizar aulas de reforço de (Redação, Matemática, Fìsica, Química) para alunos do ensino médio da rede pública aos sábados. O PET também desenvolve outros projetos, como o AnimAÇÃO, onde os PETianos realizam atividades de voluntariado, visitando lares de idosos e hospitais infantis, com o objetivo de trazer alegria e descontração para as pessoas nesses locais, através de atividades lúdicas. É
Lucca Lemos, que entrou no PET Elétrica em 2019, evidencia o quanto a experiência de estar no PET contribui com a sua jornada acadêmica. Ele conta que quando entrou na universidade, não se imaginava em uma posição de liderança, por exemplo, e no PET conseguiu adquirir essas habilidades a ponto de organizar e facilitar projetos. “A experiência de estar no PET é como estar em uma caixa de areia, onde a experimentação e o apren-
dizado se relacionam”, disse. O tutor René Bascopé aponta que um dos objetivos do PET é contribuir com a formação dos PETianos (membros) e inclusive citou vários alunos que alcançaram bons resultados no mercado de trabalho, alguns exercendo cargos de liderança, outros seguindo o caminho da pós-graduação, evidenciando que os objetivos do PET estão sendo cumpridos. É importante destacar também, a relação direta do PET com os alunos de graduação. Todos os PETianos têm a missão de auxiliar seus demais colegas. Um dos frutos desse objetivo foi o projeto de extensão “PETEETUBE”, um canal no YouTube onde são produzidas videoaulas, entrevistas e demais conteúdos com objetivo de auxiliar os estudantes de graduação, com o foco nos alunos de engenharia elétrica. Há também os minicursos realizados pelo PET, onde cada minicurso é focado em um aspecto técnico específico, podendo ser um software utilizado em alguma disciplina da graduação ou uma linguagem de programação, por exemplo. Outra atividade
de grande valia é o “Áreas da Engenharia Elétrica”, o qual consiste em um projeto integrado realizado pelos PETianos com os professores da disciplina obrigatória chamada “Introdução à Engenharia Elétrica”, onde, junto com os calouros, são desenvolvidos alguns trabalhos práticos abordando diversas áreas da engenharia elétrica. Essas são algumas das atividades focadas no progresso do aluno da engenharia elétrica. Lucca evidenciou o esforço contínuo dos PETianos em promover ações que gerem um diálogo com os demais alunos do curso e apontou que é necessário haver uma postura de diálogo e abertura para que os outros alunos tenham interesse em participar das atividades. E esse é um dos objetivos que norteiam as ações do programa, pensar a melhor forma de impactar positivamente os estudantes. Em 2020 com o advento da pandemia, o PET sofreu com as dificuldades de adaptar suas ações para o meio digital, mas com bastante esforço, boa parte das ações e projetos foram viabilizados. Um dos exemplos
de adaptação foi o já mencionado projeto “AnimAÇÃO”, que originariamente tem uma proposta de visitas a instituições e no período da pandemia foi adaptado para a construção de campanhas de arrecadações, com isso auxiliando essas instituições de outras formas. O Programa de Educação Tutorial é uma grande oportunidade para o amadurecimento do aluno. Ao mesmo tempo que este oferece muito para o programa, ele recebe muito em troca e respectivamente a comunidade acadêmica em geral. Quisemos mostrar com essa matéria a forma de atuação do PET, as consequências das ações do programa para as vidas dos estudantes e como o programa se adapta em momentos de urgência. Sendo o PET Engenharia Elétrica um dos grupos PET ininterruptos mais antigos do Brasil, ele vem continuamente se afirmando como um programa de excelência, trazendo excelentes resultados para a comunidade e seus membros. Para finalizar, o tutor afirma que o PET é um formador de mentes brilhantes.
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FALA, ALUNO!
Entrevista: Gabriel Cela, exaluno do Design, é um dos 73 selecionados na Bienal de Ilustração Digital da Lituânia, com a obra “Em casa” Por Paulo Souza
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ex-aluno do curso de Design da UFC, Gabriel Cela, teve recentemente selecionada uma obra, intitulada de “Em casa”, para ser apresentada na Bienal de Ilustração Digital da Lituânia. Então entramos em contato com ele para conversar um pouco sobre sua experiência na UFC, como isso influenciou na sua jornada, sua obra e como foi o processo de criação e inscrição da obra para seleção. Natural de Sobral, Gabriel Cela entrou na UFC em 2014, no curso de Arquitetura e Urbanismo e veio para Fortaleza porque o curso ainda não havia sido criado em Sobral. Após cinco semestres, ele decidiu trocar para o curso de Design pois não estava se identificando mais com o atual. “Comecei (o curso) em 2017, me encontrei bem mais, mais espaço pra me expressar criativamente e de uma forma
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mais visual, mais gráfica. Desde criança eu sempre gostei bem mais disso, até escrevia umas historinhas curtas e desenhava os personagens das histórias e acabei focando mais no desenho e na pintura”.
várias famílias, especialmente na vida de crianças e adolescentes que estão inseridos no espectro autista. Como esse período, com o lockdown, isolamento, afetava a vida dessas pessoas.”
Com seu talento reconhecido na UFC, Gabriel foi indicado para um estágio no jornal O Povo e foi lá que ele produziu não só a obra exposta na Bienal, como várias outras. Lá dentro, foi oferecida a ele uma oportunidade de ilustrar para o jornal, oportunidade essa que ele não deixou passar.
Ele também sobre as suas inspirações, referências e o motivo das suas escolhas artísticas para compor a obra. “O que me inspirou bastante foi buscar referência em traços mais infantis, então eu quis usar bastante cor, uma paleta bastante colorida, traços mais soltos e tentei não ser tão literal. Eu queria representar a criança, o personagem, dentro de um espaço, mas não literalmente dentro de casa. [...] meio que brincando no próprio universo dele de imaginação. Ao mesmo tempo, eu busquei colocar elementos que remetessem ao ambiente de uma casa, por exemplo, uma cadeira, uma janela, que estão no cenário e vão se misturando
“Com algum tempo de estágio, as pessoas lá dentro viram que eu gostava de arte, de desenhar. Daí um dia, meu supervisor me perguntou se eu topava ilustrar uma edição do “Ciência e Saúde”. [...] Eu topei, achei muito massa e essa edição específica falava sobre os impactos da pandemia na vida de
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com as próprias cores, para dar uma atmosfera mais lúdica. Eu tinha muito essa ideia da fuga. O personagem está preso dentro de casa e o lugar que ele tem pra ir é a imaginação. Então, as crianças que criam um mundo inteiro, dentro da própria imaginação, foram coisas que me inspiraram enquanto eu fazia a ilustração.” Gabriel falou também do processo de inscrição da ilustração. Depois de aprovada e publicada pelo jornal, ele repostou a arte em seu Instagram pessoal. Lá, uma amiga sua de faculdade o informou da realização da bienal e disse qual era o tema: “O Pulo”. “Fui pesquisar mais, fui percebendo que o tema conversava muito com a minha ilustração.
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ELES PEDEM PARA VOCÊ FAZER UM TEXTO EXPLICANDO A OBRA E EU COLOQUEI ALGO MAIS OU MENOS COMO: “O MAIOR PULO QUE EXISTE.” Gabriel Cela, ex-aluno do
curso de Design.
“Um pulo quase que infinito, porque a imaginação leva a criança a lugares que nem existem. Ela salta e ninguém sabe onde ela vai chegar.” Para finalizar, Gabriel também falou de seus projetos atuais e
Obra digital “Em casa”. (Foto: divulgação)
planos para o futuro. Está atualmente trabalhando com design de mídias sociais no Festival Concreto, um festival de arte urbana em Fortaleza, mas ele afirma que pretende seguir trabalhando com ilustrações. “Eu estava afim de fazer “prints” das ilustrações que eu produzi pro TCC, fazer uma exposição mesmo que virtual e talvez vender. Como eu desenvolvi várias ilustrações num mesmo tema, eu pensei em disponibilizar pra vender, mas ainda tô pesquisando como se faz isso, com a impressão, a questão da venda também, precificação e aí complica tudo. No curso de Design, na UFC em si, conversando com professores e colegas foi onde eu comecei a pensar que poderia profissionalizar mais isso, que antes eu via só como um hobby.”
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Entrevista: Professor Roberto Vieira desenvolve sistema de comunicação para pacientes traqueostomizados Por Leonardo Santos
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professor Roberto Vieira é docente do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e Design DAUD na Universidade Federal do Ceará (UFC) com mestrado e doutorado em computação. Ele desenvolve projetos voltados para acessibilidades, projetos de inclusão com tecnologias assistivas, atuando através de projetos de pesquisa e extensão. Um de seus projetos é voltado à produção de fotografias táteis, projeto esse que está sendo desenvolvido em parceria com a secretaria de cultura e arte da UFC. É realizada formação em fotografia para pessoas cegas, onde as fotografias são materializadas em peças táteis. O professor também atua em um projeto em parceria com a Camerata da UFC, onde está sendo desenvolvido um sistema visual-tátil de reação a música, a proposta do projeto é possibilitar uma boa experiência musical para pessoas surdas. Além disso, o professor desenvolve uma série de outros projetos. Em 2019,
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ajudou a implementar um grupo de tecnologia assistiva da UFC que conta com vários cursos e diversos professores. O objetivo do grupo é ter uma equipe multidisciplinar que colabore com diversos projetos relacionados à tecnologia assistiva. Em 2020, ele atuou produzindo EPIS para profissionais da saúde e foi durante esse processo que ele pensou em desenvolver um sistema computacional que ajude na comunicação de pacientes traqueostomizadas por causa do covid. Esse projeto então seguiu por fora da universidade e com intuito de saber um pouco mais sobre ele, realizamos essa entrevista.
Fale um pouco sobre seu projeto atual, o que lhe motivou a desenvolvê-lo? Qual o objetivo do projeto? É um projeto bem recente, ele surgiu em 2020 a partir dos trabalhos na oficina digital de produções de EPI para profissionais de saúde no início da pandemia. Nesse momento começaram a surgir várias demandas e edi-
tais de financiamento, então submetemos para um edital o projeto de uma ferramenta de controle de computador pelo movimento dos olhos, essa ferramenta visa facilitar a comunicação de pacientes traqueostomizados devido ao covid. O projeto não foi aprovado, porém o projeto já estava em desenvolvimento, tínhamos um protótipo. Com a diminuição do número de casos de coronavírus o projeto deu uma pausa, também pela não aprovação no edital, a falta de recursos e bolsistas. Mas em 2021, com o aumento do número de casos e uma parceria com Ítala de Brito Oliveira, do hospital Waldemar de Alcântara, o projeto prosseguiu, (parceria que já havia se firmado desde o início da pandemia com o projeto de distribuição de EPIS). A Ítala é terapeuta ocupacional e desenvolveu interesse neste projeto por trabalhar com pacientes com doenças degenerativas, como esclerose lateral amiotrófica, pacientes esses que perdem gradativamente os movimentos e que em alguns estados só mantêm os movimentos dos olhos. Então,
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Testes do programa desenvolvido pelo professo Roberto Vieira (Foto: reprodução)
com o aumento do número de casos covid e a motivação da Ítala, voltamos a trabalhar no protótipo e também decidimos trabalhar com a movimentação de cabeças para pacientes que ainda tenham esse movimento, que é o caso de pacientes traqueostomizados e pacientes em estados não tão avançados da esclerose lateral amiotrófica. Começamos a fazer testes com uma paciente da Ítala, o que nos permitiu avançar nesse protótipo.
Qual objetivo do projeto? O objetivo é permitir que pacientes impossibilitados de fala e movimentação de membros e braços se comuniquem a partir da movimentação de cabeça e futuramente pela movimen-
tação dos olhos. Por exemplo, pacientes com esclerose chegam no ponto de movimentar apenas os olhos e pacientes com covid estão impossibilitados de falar e estão com a musculatura enfraquecida para movimentar os braços. Muitas vezes a comunicação com paciente com covid em estados avançados se dá por meio de leitura labial. O sistema então facilitaria a comunicação desses pacientes.
Como está o processo de desenvolvimento do projeto, quais resultados o projeto já alcançou? Produzimos os primeiros protótipos em 2020 e os aprimoramos em 2021. Começamos a fazer uma versão para movimento de cabeças e fizemos
alguns testes com a paciente da Ítala. Fizemos alguns testes com telas personalizadas, começamos também testes com movimentação do mouse e click do mouse para o controle do windows. Tivemos resultados promissores, a paciente conseguiu escrever com o sistema e movimentar o mouse, mas constatamos alguns pontos para melhoria. Até então os programas que conhecíamos que realizavam algo semelhante eram caros, mas conseguimos encontrar um que permite o controle do windows a partir da movimentação da cabeça, então passamos a aplicar esse programa. Nesse período nos questionamos se valeria a pena continuar com o projeto, mas então deci-
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dimos que iríamos continuar o desenvolvimento do sistema, pois ter uma versão própria tem diversas vantagens, como a personalização para casos específicos. Esse sistema que encontramos faz a movimentação com a cabeça, já o nosso objetivo é também conseguir a movimentação do mouse pelos olhos. No momento, estamos aprimorando o sistema, estamos com uma versão bem avançada que necessita apenas de pequenos ajustes e pretendemos também avançar com a implementação do controle pela movimentação dos olhos.
para enxergar um olho com maior precisão. Com a aprovação do edital teríamos recursos para comprar esses equipamentos. Uma outra dificuldade é que não temos bolsistas, então o sistema está sendo desenvolvido no tempo que eu tenho fora aula e outras atribuições.
Quais são as perspectivas do projeto? A perspectiva é que o sistema quando pronto seja gratuito, disponibilizado pela internet para quem quiser usar. Que ele permita seu uso para movimentação de cabeça e olhos e que tenha diversas possibilidades de personalização. Que seja um sistema que nos permita personalizar os recursos dependendo de cada caso, diferente de um sistema fechado onde não é possível adaptar para casos específicos. A ideia é que esse sistema possa beneficiar uma grande quantidade de pacientes.
Quais são foram e quais são os desafios enfrentados no desenvolvimento do projeto? Um deles é que o projeto não foi aprovado em editais de financiamento, não tivemos como adquirir equipamentos. Por exemplo, para a movimentação dos olhos o ideal é que tenhamos um câmera infravermelho
Telas do sistema (Foto: reprodução)
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UFC e o programa Ciência e Inovação em Políticas Públicas, com o Professor Fernando Antunes Por Paulo Souza
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professor Fernando Antunes é natural de Cascavel e cursou Engenharia Elétrica na UFC, que na época era voltado para atender à necessidade crescente de engenheiros eletricistas para o estado, principalmente para a COELCE, sendo a base dos professores da parte profissional do curso, também composta de engenheiros da antiga estatal. Ele possui uma grande trajetória dentro da universidade, participando ativamente de vários avanços em cursos e programas no CT. “Ao concluir o curso de Engenharia Elétrica, fui convidado para ser professor colaborador [...] pensei em declinar pois queria ser engenheiro de uma empresa e não professor para “só dar aulas”.” Alguns destaques de sua influência no curso de Engenharia Elétrica da UFC foram ser coordenador do curso, chefe do Departamento de Engenharia Elétrica – DEE, coordenador do Grupo de Processamento de Energia e Controle (GPEC), bem como parcerias nacionais e internacionais com outras universidades, como a Universida-
de Federal de Santa Catarina e a alemã TH-Köln, parceria que permanece até hoje. Fora da UFC, o prof. Fernando ocupa a posição de Cientista Chefe em Energia no programa Ciência e Inovação em Políticas Públicas, propondo soluções que busquem a redução do consumo de energia e na transformação do estado do Ceará como grande exportador de Hidrogênio Verde, aproveitando a grande disponibilidade de energia renovável solar e eólica em todo o território estadual. O programa Ciência e Inovação em Políticas Públicas foi criado pela FUNCAP, sob a gerência do Diretor de Inovação, Prof. Jorge Soares, com a finalidade de incentivar e atuar na interação Academia-Governo-Indústria para fazer frente aos desafios em áreas estratégicas para o Estado como Segurança, Mobilidade, Meio Ambiente, Educação, entre outras. Em acordo com as secretarias do Estado, foram convidados pesquisadores e pesquisadoras, definidos como Cientistas-Chefe para atuarem como catalisadores na interação Academia-Governo-Indústria. “Ao Cientista-Chefe, cabe melhorar a interlocução
entre administradores públicos, universidades e agências de fomento, promovendo um caminho para tornar o estado mais eficiente e formular demandas em termos precisos.”
“
Fazer parte da equipe de cientistas chefes é uma grande responsabilidade, mas ao mesmo tempo traz prazer e alegria, por fazer parte de uma equipe cujo objetivo é a redução das desigualdades em nosso estado. Fernando Antunes, professor
e ex-coordenador do curso de Engenharia Elétrica. A relação com a UFC é muito intensa, pois dos 18 Cientistas Chefes do programa, cerca de 16 são professores da universidade. Com o governo do
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Programa Cientista-Chefe do Governo do Estado do Ceará. (Foto: divulgação)
Estado, o programa mostrou sua importância em vários aspectos, desde o uso da ciência biológica/sanitária à ciência de dados, para determinar os dois períodos de toque de recolher no estado devido à crescente infecção por parte do coronavírus, como também na redução da criminalidade através de estudos científicos de zonas do estado com maior incidência de crimes e nos processos avaliativos das políticas públicas do Estado em todos os níveis. “No caso específico da energia, o programa tem tido participação essencial nos estudos para transformação do estado do Ceará em um “hub” de Hidrogênio Verde, aproveitando o potencial disponível das energias solar e eólica (on-shore e off-shore) no Estado.”
Atualmente, o programa tem como foco alguns objetivos, como a eficientização e monitoramento de consumo das utilidades (energia elétrica, água, telecomunicações e gás) dos prédios públicos da administração do Estado, visando uma potencial economia. Outro objetivo é produzir estudos preliminares para nortear o Estado nas oportunidades tecnológicas de desenvolvimento da mobilidade elétrica no mundo, priorizando tecnologias ligadas aos veículos elétricos, bem como auxiliar a administração do estado, através de cursos e parcerias internas e externas, como forma de permitir uma maior penetração das fontes renováveis. Um último destaque vai para o desenvolvimento sustentável do mercado de Hi-
drogênio Verde no Ceará. O Hidrogênio Verde (HV) tem sido a alternativa tecnológica encontrada para possibilitar a transferência de energia entre regiões distantes. “Países detentores de tecnologias da cadeia produtiva do HV têm estabelecido programas de cooperação para o desenvolvimento da produção do HV em países e regiões detentores de grandes potenciais de energias renováveis, como no estado do Ceará, que detém condições que seguramente serão atrativos para estabelecer essa parceria em seu território.”
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