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CARTA À CIDADE ENGRANDECIDA Triturandário Labirintopia Indústria encapatória Saloon dos Emancipados Grande cabeça-de-ponte-para-trás, retorno ao útero Caixa rotatória Skyline das mais altas empáfias veneno de rato pra finalizar os pequenos marsupiais chamados de empatia ultraurbe gestante duma gravidez de risco cujo parto nunca acontece mas todo dia quase o dia todo um susto saciado a pão e circo e cocaína (r)efervescência, prostituição do espaço em esmerada arquitetura prostituição dos últimos, teus pilares: quebra sistêmica da cadeia fraternal ilha fiscal solidão arquitetada fogo frio heterotumba de LED dos mortos-vivos despátria púnica
REVISTA PIXÉ
CARTA À PRAÇA Acontecedouro Marco urbano, campo de insurgência Do matagal Lugar de apoio De outros tantos tão lugares Amortecedouro Do fluxo antrópico Canino, felino Depositário de efígies Historial da micro-história Educandário da paz vadia Grande taba destapada das aldeias de paralelepípedo e asfalto Lugar-cratera em meio aos não-lugares Civilizado maldito depósito humano Toda urbe é um acidentado, um corpo maculado de mil ranhuras, fraturas, lacerações - Praça, esparadrapo estético Encobrindo da urbe as cicatrizes Topofrenagem, ilha d’oceanos secos que não sangram Área de praticagem Do futebol com o ansiado ou inesperado filho Do primeiro beijo do jogo de damas do primeiro trago num cachimbo de crack e noutros tombos da liberdade