Tatiane Fagundes - Coleção prêt-à-combiner

COLEÇÃO PRÊT-À-COMBINER

Tatiane Sohn Fagundes1 Daniele Moraes Lugli2

RESUMO Este paper descreve a criação de uma coleção de moda baseada nas necessidades do público feminino e as dificuldades encontradas por ele na aquisição de combinações adequadas de vestuário. Foi elaborado utilizando-se pesquisa bibliográfica, a qual esclarece o comportamento do consumidor por meio do marketing e, a partir desta, foi desenvolvido um esquema de précombinação de peças de vestuário nomeado, pela autora, de Prêt-à-combiner.

Além disso, foi criada uma coleção para outono\inverno 2016, na qual foi aplicado o método acima citado. O projeto propõe viabilizar coleções de moda com mix de produtos pré-combinados a fim de aumentar a eficiência nas vendas em lojas de autoatendimento e facilitar o processo de escolha do consumidor.

Palavras-chave: coleção de moda, marketing e styling

1 INTRODUÇÃO O excesso de informações e a velocidade com que elas vêm e vão podem confundir até o mais expert em tendências de moda. Não bastasse isso, as grandes lojas multimarcas lotadas de gôndolas, na esperança de oferecer o produto perfeito para cada um, acabam por confundir ainda mais o consumidor que, muitas vezes, sai com sacolas cheias de peças que não combinam entre si.

Outros, os mais contidos, vão embora com as mãos vazias e frustrados.

A dificuldade em saber o que vestir e o que combinar torna-se iminente nesse contexto. O psicólogo criador do conceito de Síndrome da Fadiga Informativa,

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Aluna do 6° período do Curso Superior de Design de Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba.

2 Professora do Curso Superior de Design de Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba.

Lewis (apud LORUSSO, 2013), afirma que o excesso de informação paralisa a capacidade analítica e aumenta dúvidas e ansiedades.

Segundo Lorusso (2013), é estimado que, nas últimas três décadas, a humanidade consumiu um volume de dados maior do que em cinco mil anos.

Uma edição de um jornal, como O Estado de São Paulo, contém mais notícias do que uma pessoa comum poderia receber durante toda a vida na Inglaterra do século XVII. A alternativa atualmente utilizada pelo varejo está na combinação de peças expostas em manequins, além de cartazes e catálogos ou lookbooks oferecidos na entrada e em balcões nos caixas das lojas. Mas não basta um conjunto bem montado no expositor se determinada peça não veste bem o corpo daquele cliente que se identificou com a composição sugerida. A necessidade de opções de cortes para um mesmo look pode ser uma resposta para uma venda certeira.

Além disso, fica inviável colocar todas as peças disponíveis na loja, em manequins expostos com combinações bem resolvidas. Para tanto, neste estudo, será desenvolvido um novo método de produção e identificação de peças do vestuário que possam ser usadas entre si. O esquema apresentará combinações pré-determinadas e apontadas por um conjunto de letras e títulos descritos nas tags de cada peça. Ao novo esquema dar-se-á o nome de moda Prêt-à-Combiner, ou moda pré-combinada, fazendo referência ao já existente Prêt-à-porter.

Sabe-se da dificuldade encontrada pela consumidora seguidora na aquisição de produtos de vestuário que combinem entre si, em meio ao excesso de coleções, estilos e informações expostos nas vitrines. Portanto, o presente estudo parte do seguinte questionamento: como elaborar uma coleção de vestuário para o público feminino adulto, com possibilidades de looks prédeterminados que se adequem a vários estilos?

Empregou-se, incialmente, a pesquisa bibliográfica com o objetivo de buscar estudos que tratem do consumidor feminino adulto seguidor e suas necessidades na hora de comprar moda em lojas de autoatendimento.

Posteriormente, será desenvolvida uma coleção de vestuário com base em tendências da moda para outono/inverno 2016.

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2 O CONSUMIDOR SEGUIDOR E O MARKETING O setor da moda e do vestuário caracteriza-se pela inovação permanente.

Ao menos duas vezes por ano são atualizados os produtos disponíveis no mercado, no que diz respeito ao design e aos materiais utilizados. A inovação no consumo tem sido analisada como o intervalo de tempo que os consumidores levam para adotarem um novo produto. (CARDOSO; NOVAIS; COSTA, 2009).

Neste contexto, consideram-se vários perfis de acordo com o grau de inovação. Segundo Rogers (1983)1, ao invés de descrever um indivíduo como menos inovador do que o membro médio de um sistema social, é mais prático e mais eficiente se referir ao indivíduo como sendo a "maioria atrasada" ou alguma outra categoria adotante. Sendo assim, divide os consumidores em cinco categorias: Innovators (Inovadores), Early Adopters (Consumidores Iniciais), Early Majority (Maioria Inicial), Late Majority (Maioria Tardia), e Laggards (Retardatários): Os inovadores são aqueles que buscam ativamente por novidades. Os consumidores iniciais, também são capazes de lidar com a inovação e mais do que qualquer outro, tem o maior grau de liderança de opinião na maioria das sociedades e servem como um modelo para outros membros.

Já a maioria inicial, adota novas ideias pouco antes do membro médio de um sistema social. Interage frequentemente com os seus pares, mas raramente detêm posições de liderança. Este consumidor pode deliberar por algum tempo antes de adotar completamente uma ideia nova. Seu período para decidir por uma inovação é relativamente maior do que a do inovador e do consumidor inicial. Não são os primeiros a adotar uma novidade e nem os últimos a abandonar um produto que não está mais na moda. À maioria Tardia, cabe adotar novas ideias logo após o membro médio do grupo. A adoção poderá ser tanto uma necessidade econômica ou a resposta a pressões crescentes de rede. Inovações são abordadas com um ar cético e cauteloso. Eles podem ser convencidos da utilidade de novas ideias, mas é necessária a pressão de pares para motivar a adoção. Quase toda a incerteza

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Para toda citação de Rogers (1983), houve tradução livre da autora do paper.

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sobre uma nova ideia deve ser removida para que este consumidor sinta-se seguro para adotar.

Por último, os retardatários, que possuem quase nenhuma liderança de opinião. Por sua orientação tradicional, retardam o processo de inovação.

Enquanto a maioria dos indivíduos em um sistema social está olhando para a estrada à frente da mudança, o foco do retardatário é fixo no espelho retrovisor. É resistente e extremamente cauteloso na adoção de inovações.

Alguns autores resumem os consumidores pela relação de ditar ou seguir.

Aos primeiros, inovadores e consumidores Iniciais, caberia opinar e, aos demais, caberia seguir os primeiros através da interação social e da comunicação de massa, ou seja, todo tipo de mídia.

Para Paço (apud LIMA, 2013), os consumidores líderes são os primeiros a adotar novos produtos, influenciando os consumidores seguidores. Ou seja, os adotantes líderes seriam os inovadores e os Consumidores Iniciais. Os demais, maioria Inicial, maioria Tardia e retardatários, seriam os consumidores seguidores ou mainstream (massa).

O comportamento do consumidor seguidor pode ser explicado por Solomon (2004) 1, que afirma que a falta de compreensão ou interesse sobre o assunto, ou muitas vezes, o excesso de informações, pode trazer descaso ou tornar os produtos todos iguais e despercebidos.

Percebe-se que os clientes seguidores se atêm a tudo o que lhes é apontado, sem muitas vezes entender do que se trata. A dificuldade de expressão dá-se pela falta de tempo, excesso de informações e a insegurança.

Solomon (2004) afirma que existem quatro categorias de compras: compra planejada, lembrada, orientada pela moda e puro impulso de obter. Ao mainstream cabe a compra orientada pela moda (Fashion oriented buying), quando o comprador vê o produto em um novo estilo ou tendência e, motivado por sugestão, decide adquiri-lo. A compra orientada, contudo, não é

puramente irracional. Segundo Solomon (2004, p. 455): A propaganda e o posicionamento das peças no interior da loja podem exercer função definitiva em uma venda. [...] Aproximadamente um terço das compras não planejadas podem ser atribuídas ao reconhecimento de itens necessários enquanto o cliente encontra-se dentro da loja.

1

Para toda citação de Solomon (2004): tradução livre da autora do artigo.

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Para Sackrider (2009, p.155): A segmentação da variedade favorece sua clareza e compreensão, ao mesmo tempo em que possibilita o destaque das novidades e dos produtos carro-chefe. Buscando a legibilidade da oferta, ela guia o cliente ao propor associações, formas, cores e materiais, chegando até a sugerir manequins vestidos, que, ao combinar diversos produtos, conferem um atrativo suplementar a cada um.

De acordo com Rugai (2009) uma ferramenta de marketing em especial tem sido utilizada com o objetivo de dar destaque ao produto e provocar a compra por impulso: o visual merchandising.

Para Sackrider (2009, p.155), um dos objetivos da propaganda ou do merchandising é aumentar a elegibilidade da oferta, proporcionando ao consumidor autonomia e a compreensão das classificações dos produtos, a fim de escolher livremente, com pleno conhecimento da oferta. É uma ferramenta que congrega diferentes estágios de vida do produto, da sua concepção ao momento em que é colocado à disposição do cliente. Com ela é possível designar diferentes ações, inclusive no momento de concepção das coleções.

Sabendo-se que o merchandising dá-se não somente no momento da comercialização, mas na preconcepção do produto, compreende-se que ele é de suma importância para resultados de vendas. Para Rech (2008, p. 5), “o objetivo de projetar produtos é a satisfação das necessidades e expectativas do consumidor, sendo que o projeto de produtos inicia e termina no consumidor.”

A tarefa de pesquisar e identificar estes desejos dos clientes pertence ao departamento de marketing, cabendo ao designer a análise destes dados e a criação de especificações para o produto (SLACK, apud RECH, 2008).

Os profissionais de marketing acabam por estabelecer padrões de conduta e de compreensão social, para melhor vender seus produtos.

2.2 TOMADA DE DECISÃO De acordo com Kotler (1998), podem-se distinguir dois estágios na tomada de decisão: o primeiro é o de busca moderada, também denominado atenção elevada, quando se está mais receptivo às informações veiculadas através de anúncios. O segundo é quando o consumidor parte para uma busca ativa de

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informações. O volume relativo e a influência destas fontes de informação variam conforme a categoria de produto e as características do comprador.

Para Blackwell et al. (2005), os consumidores usam avaliações novas ou armazenadas para selecionar produtos, serviços e marcas que provavelmente proporcionarão satisfação com a compra e o consumo. Fatores individuais e ambientais como valores, necessidades e estilo de vida, interferem diretamente no processo de compra. Muitas vezes os clientes optam por algo diferente daquilo que pretendiam adquirir ou ainda deixam de realizar qualquer negócio em razão de algo que aconteça durante o estágio de escolha.

Segundo Kotler (1998), a decisão de compra é influenciada pelo risco percebido, que é avaliado de acordo com a quantidade de dinheiro aplicada e o tipo de produto adquirido. As empresas devem entender os fatores que provocam um risco nos consumidores e fornecer informações e apoio 1 que reduzam o risco percebido.

Estes, dentro da atividade de varejo de moda, podem variar de acordo com o público alvo. Para Rech (2008), ao consumidor seguidor que, como já explicado anteriormente, atêm-se a comparação e sugestão, despende-se maior tempo e atenção na busca de informações

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ao considerar as várias

características dos produtos. Portanto o tempo ganha importância como ferramenta de venda.

Svenson e Benson (apud TONETTO, 2008) encontraram relações entre a pressão do tempo e o efeito de configuração no julgamento e tomada de decisão.

Resultados levaram os autores a sugerir que o tempo pode prejudicar a qualidade da decisão.

“Sob altos níveis de pressão do tempo, as pessoas buscam menos o risco e tendem a dar mais ênfase à avaliação das dimensões negativas das alternativas envolvidas nos processos decisórios. O estresse normalmente conduz as pessoas a buscarem a segurança.

Um dos efeitos particulares da pressão do tempo é que os indivíduos tendem a manter decisões tomadas inicialmente. Já nas decisões sem prazo definido, as decisões são mudadas com mais frequência”.(BEN ZUR; BREZNITZ, apud TONETTO, 2008,

p. 2).

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Grifo da autora Grifo da autora

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Para Solomon (2004), atualmente muitas pessoas têm vivido um sentimento conhecido por time poverty. Esse sentimento, no entanto, está relacionado mais a falta de concentração em uma atividade do que realmente a má distribuição do tempo para determinada finalidade, afinal as pessoas sentemse pressionadas pelo excesso de opções de compra.

Percebe-se que não somente o tempo, mas o excesso de opções de informação de consumo tornaram-se variáveis econômicas que podem ser usadas a favor das vendas. O senso de escassez de horas no dia tem deixado o consumidor mais sensível às inovações do marketing (SOLOMON, 2004).

Assim, na tentativa de atender a esse público ávido por tempo e confuso em suas escolhas, criam-se todos os dias novos serviços em diferentes segmentos de consumo, como fast-food, lavanderia, creches, etc.

Percebe-se, portanto, a necessidade de implicações no layout das lojas para que o consumidor consiga entrar e efetuar a compra de forma rápida e eficiente. (SOLOMON, 2004). As empresas buscam diversas técnicas de marketing, para chamar a atenção dos consumidores, pois eles estão aptos a escolher estímulos que atendam suas necessidades e expectativas (NICKELS apud SEQUINI, 2013).

Para Solomon (2004), com o fato de tantas decisões serem tomadas no ambiente de venda, cada vez mais as empresas focam suas atenções ao tanto de informação gerada dentro das lojas. É estimado que o impulso de compras cresça cerca de 10% quando displays apropriados são usados. A cada ano, empresas dos Estados Unidos gastam mais de 13 bilhões em pontos de venda por estímulo (POP Point-of–purchase), de sofisticados estandes a amostras grátis sendo distribuídas nos departamentos.

Nota-se assim, a necessidade de uma nova ideia de incentivo de compra que destaque-se perante tanta informação visual, e seja também, mais econômica. Para Façanha et al (2012), é durante o momento de recepção da marca pelo cliente, que a imagem produzida por ela, é lida, interpretada e avaliada. A empresa deve fazer tudo, dentro de suas possibilidades, para satisfazer, encantar e estimular as compras dos consumidores (NICKELS; apud SEQUINI, 2013).

3 REGRAS BÁSICAS DO STYLING E COMPOSIÇÕES DE VESTUÁRIO

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Todos têm intuição para alinhar estilos e cores de peças do vestuário, alguns mais apurada, outros menos. Talvez nem todos sejam precisamente assertivos

na

escolha

perfeita,

mas

certamente

capazes

de

julgar

instantaneamente uma combinação ruim (JAMES, 2012).

De fato existe uma linha tênue entre combinações boas e ruins, mas apesar de suave ela é infinita, se considerarmos que estilo caminha junto com elegância.

O estilo pode ser considerado um fenômeno social, criado e reinventado a todo tempo de acordo com o ambiente externo e tudo aquilo que entra e sai de voga (DARLING, 2013) 1. Estilo é a perfeição de um ponto de vista (RICHARD , apud LEE)2.

Apesar dos variados estilos ditarem tendências e abrirem um leque de opções de combinações até inusitadas, um dos maiores inimigos do look perfeito é a falta de proporção. (DARLING, 2013).

Coco Chanel (FARR, 2004, p.4) disse: "Moda é arquitetura: é questão de proporção”3. Segundo Darling (2013), a proporção ou equilíbrio visual é algo que pode ser criado em qualquer estrutura. Assim como nosso corpo é uma série de linhas verticais (comprimento do pescoço, das pernas e braços) e horizontais (cintura, busto, quadril), são também as nossas roupas. O comprimento da calça ou da saia, bolsos quadrados, aviamentos, e acessórios podem alongar, achatar, aumentar ou afinar a silhueta.

“Na arte, como no estudo da forma, o equilíbrio se estrutura pela diferença entre as tensões e a intensidade das formas que integram a composição. Em cada composição há um equilíbrio resultado do processo criativo dos artistas” (SENAC, 2006, p. 82).

Segundo Castilho (2011), a linguagem da moda é totalmente visual e se traduz por termos artísticos. A plástica da roupa arquiteta-se pelos elementos mínimos combinados, na composição visual. Um arranjo de pontos, formas, linhas, direções, cores, volumes e texturas, que nos permitem a leitura do produto. Para criar moda é preciso misturar os elementos de uma maneira nova e estimulante.

1

Para toda citação de Darling (2013): tradução livre da autora do artigo Para citação de Eberhart apud Lee, ( 2012),: tradução livre da autora do artigo 3 Tradução livre de: “Fashion is architecture: it is a matter of proportions." (CHANEL apud FARR, 2004) 2

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A forma não deve ser confundida com a figura exterior de um objeto, o seu contorno ou silhueta. Ao analisar uma forma deve-se levar em conta também valores táteis como a textura e visuais como a cor. Geralmente forma e estrutura são a primeira coisa que se percebe, seguidas pelos detalhes, tecidos e acabamentos (SENAC, 2006, p. 85).

Já a textura, para Castilho (2009), é apreendida em menor medida pela visão e necessita do tato para realizar o reconhecimento do sensível. A textura do tecido confunde-se com a textura da pele, ampliando limites naturais na confecção do traje. Bordados, babados, drapeados, e outros, apontam ou fragmentam partes do corpo. Quanto às cores, estas podem possuir significados preconcebidos culturalmente e devem, portanto, ser analisadas geograficamente e socialmente.

“A cor não só oferece uma visão objetiva sobre o mundo, mas afeta nossos sentimentos. Certas cores possuem conotações preconcebidas que evoluíram a partir de diversos simbolismos culturais e sociais” (SENAC, 2006, p.107).

A construção de significados das cores construídos dentro das fronteiras de uma cultura, seus usos, indícios e sensibilidades trazem consigo a percepção visual da cor. Este, um fenômeno mais complexo que o da sensação, que só leva em consideração as etapas de reflexão da luz e codificação fisiológica da retina (SILVEIRA, 2011).

Segundo Goethe (BARROS, 2006, p.302), dentro de uma cultura: “As cores podem ser usadas para fins sensíveis morais e estéticos.” Ou seja, podem ser manipuladas de acordo com a percepção criada em cima de determinados valores consumados pela sociedade. Para Silveira (2011, p.122), “considerar o papel da cultura como ‘lente’ em tudo o que se percebe visual e cromaticamente é essencial”.

No entanto, a sensação no processo criativo da cor é muito estudada e possui valores complexos. Segundo estudos da famosa escola Bauhaus (BARROS, 2006), a união de complexas linhas cientificas da química, física, biologia e psicologia, bem como diversos recursos tecnológicos disponíveis na atualidade, provam que a seleção de cores para uma combinação, não vem apenas de um acaso baseado em padrões estéticos convencionais, muitas vezes equivocados, mas trata-se de uma escolha consciente e influente. Para

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Castilho (2009, p.143) “o aspecto cromático se apropria de diferentes porções do corpo, dando-lhe novas significações e possibilidades combinatórias.”.

Segundo Silveira (2011), a harmonia nas cores pode ser definida como a ausência de contrastes. Quanto mais consistentes, mais próximas e similares pareçam, serão percebidas como mais harmônicas. Um dos motivos é a sensação de similaridade ou falta de contraste. Apesar de estes conjuntos parecerem harmônicos, não apresentam nenhum estímulo, não necessitando de interpretação de quem as vê, pois é uma combinação simples.

Segundo um esquema demonstrado por Chevreul (apud SILVEIRA, 2011, p. 109), a partir de um mapa de diferentes espécies de contrastes, demonstrou deduções de harmonização cromática. Por exemplo, como as cores complementares pertencem a gêneros opostos, Chevreul provou que quando uma cor quente é justaposta a uma cor fria, ambas se destacam reciprocamente.

Ao mesmo tempo deduziu que duas cores quentes justapostas, se esfriam mutuamente, enquanto que duas cores frias justapostas, ao contrário, se esquentam.

Através do emprego de técnicas de sintaxe visual, as cores nas estampas junto com as texturas, podem modificar a percepção da forma. O uso do design gráfico na moda, por exemplo, apresenta diversas vantagens econômicas e destaca possibilidades de efeitos visuais volumétricos que não se restringem às técnicas de modelagem (SOUZA et al., 2014). Assim, formas, cores, estampas e texturas funcionam como elementos visuais capazes de interferir na composição final de um look equilibrado.

3.1 BIOTIPO Além dos elementos citados, há ainda um último fator a ser levado em conta, quando o assunto é criar boas combinações de moda. O biotipo, ou as formas físicas, que variam de acordo com cada indivíduo. O mesmo número de manequim pode vestir corpos diferentes, a variedade étnica e a miscigenação influenciam nas formas do corpo, além da idade que muda o corpo da maioria das pessoas (SENAC, 2006).

Na moda, a forma fica expressa na silhueta, no contorno estabelecido pelo corpo vestido. É a visão bidimensional. O corpo, no entanto, é tridimensional:

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tem altura, largura e profundidade. Dentro de uma silhueta, proporções e linhas têm papéis importantes na criação de um modelo equilibrado e harmonioso que agrade aos olhos e favoreça o corpo. “Proporção refere-se ao tamanho dos diferentes componentes de uma roupa em relação ao todo. [...] Em termos de moda o corpo humano é o todo” (SENAC, 2006, p.104).

O corpo representado é o suporte para a apresentação das roupas das coleções, um dos grandes desafios é vestir este corpo e representar adequadamente os volumes através das roupas. (FERNANDEZ, apud IISA, 2010). Além disso, o marketing retorna ao tema, realizando desejos muitas vezes equivocados, criados pela mídia como regras da sociedade. É o varejo emocional do século XXl. O varejo emocional na análise de Sibilia (apud FONSECA, 2008, p.16) [...] é o culto do corpo, de forma contundente, característica da sociedade contemporânea. [...]Hoje é preciso moldar o corpo, cujas formas variam ao sabor das modas e, então, vesti-lo, de maneira a valorizar o que ele tem de melhor ou a parte mais em voga, tirando a atenção das demais partes ou daquela que se deseja despercebida.

(FONSECA, 2008, p.16)

Sendo assim, profissionais do styling, estudam com atenção o biotipo do seu público. “Para o cliente estar bem vestido é fundamental analisar com cuidado o tipo físico escondendo as partes menos interessantes, e valorizando o que ele tem de melhor” (AGUIAR, 2004).

O ponto de partida para o equilíbrio entre as proporções do corpo é baseado nas suas medidas. “O equilíbrio dependerá sempre do peso relativo de cada elemento e das relações de tensão que as formas estabelecem entre si, portanto, o equilíbrio é instável. [...] Equilíbrio não quer dizer simetria. Uma composição pode ser assimétrica e equilibrada” (SENAC, 2006, p. 81).

Portanto, o ponto de equilíbrio nem sempre é o mesmo para todos. Para a indústria de vestuário, a classificação de biotipos é geralmente reduzida a fim de tentar atingir o máximo de consumidores em um mesmo padrão de modelagem.

Segundo Aguiar (apud BORTOLI et al., 2014, p.5) “Existem alguns tipos físicos possíveis de serem identificados através de uma análise das medidas do corpo, podendo até mesmo serem nomeados. Os tipos físicos podem ser identificados pelos formatos de seus corpos tomando por base as suas silhuetas, descrevendo-as como: ampulheta - ombros e quadril da mesma largura, cintura bem

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definida, costas largas e coxa volumosa; triângulo invertido – muito busto, ombros largos, quadril estreito e pernas finas; triângulo – quadril e coxas mais acentuadas do que os ombros, ombros estreitos, quadril largo e coxas volumosas; retângulo – cintura não definida, harmonia entre as medidas do ombro e do quadril, braços e pernas finos em relação ao corpo e poucas curvas e; por fim, oval – silhueta de formas arredondadas, volume nos quadris, cintura e busto, com barriga proeminente. “

FIGURA 1-ILUSTRAÇÃO DOS TIPOS FÍSICOS

FONTE: Aguiar (2004, p. 48).

Para Castilho (2011, p. 161), pode se dizer que “o maior número de alterações de proporção e dimensão do corpo se configura sobre a relação das linhas horizontais incidentes sobre a cintura e quadril femininos”.

No campo de estudos de styling, algumas medidas são citadas para vestir bem cada tipo de corpo. A regra básica para todo biótipo é equilibrar a parte superior com a parte inferior, afinando a cintura proporcionalmente.

Portanto, calças compridas alongam e calças curtas encurtam, assim como as saias. Quanto ao caimento e largura, bottoms (peças que vestem a parte inferior do corpo) largos bem estruturados podem tanto aumentar um quadril pequeno, como dar a ilusão de um quadril menor para os biotipos de quadril grande. Tudo é questão de ilusão. “Quando falamos sobre criar um look balanceado na moda, estamos na verdade, tentando recriar a ilusão da forma de uma ampulheta”. (DARLING, 2013)1

1

Para toda citação de Darling (2013): tradução livre da autora do artigo

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Um truque de moda é saber que você não pode ser maior do que a linha mais larga de seu corpo. Se você puder identificar esta linha, poderá facilmente criar a ilusão necessária para balancear o seu look e equilibrar a forma desejada (WOODALL, 2005).

O comprimento da calça ou da saia, bolsos quadrados, aviamentos, e acessórios podem alongar, achatar, aumentar ou afinar a silhueta. O mais importante é nunca ter nada marcante horizontalmente sobre a linha mais larga de seu corpo (DARLING, 2013).

Com esses dados, já é possível saber que parte do nosso manequim pode ser enfatizada e como fazê-lo. Equilibrando as proporções do corpo como o de uma ampulheta, cuidando sempre para manter um balanceamento bem natural entre ombros e quadris.

4 DESENVOLVIMENTOS DA COLEÇÃO

4.1 CRIAÇÕES DO MIX DE PRODUTOS Na fase de geração de alternativas foi importante pensar em um mix de coleção que, além da combinação, gerasse possibilidades para vestir bem os diferentes biotipos. Dessa forma, foi proposto o seguinte mix de coleção: QUADRO 1- MIX DE COLEÇÃO BOTTOM TAG A

TOP

SOPREPOSIÇÃO

4

1 VESTIDO

SOPREPOS IÇÃO

1 SAIA 2 CALÇAS

BLUSAS TAG B

1 SAIA 1CALÇA

TAG C

4 BLUSAS

1 VESTIDO

4

1 VESTIDO

1 SAIA 1CALÇA

BLUSAS

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1 SHORTS TODAS

1 COLETE

AS TAGS

1 CASACO

FONTE: A AUTORA

Durante o momento da criação dividiu-se o mix de coleção em três tags diferentes, A B e C, que separaram peças que podem ser combinadas entre si daquelas que não necessariamente combinam. A partir da separação do mix em três microcoleções, Tag A, Tag B e Tag C, descritos no quadro 1, foram criados looks que valorizam mais um ou outro tipo de corpo (quadro 2). Foi elaborado um número mínimo de dois looks para cada biótipo por Tag. QUADRO 2 - INDICAÇÃO DE BIOTIPOS NO MIX DE COLEÇÃO

TAG A

TAG B

TAG C

TOP1

TODAS

LEGENDA

BIOTIPO RETANGULO

TOP2 TOP3

BIOTIPO TRIÂNGULO

TOP4 BIOTIPO TRIÂNGULO INVERTIDO

BOTTOM1 BOTTOM2

BIOTIPO OVAL

BOTTOM3 BIOTIPO AMPULHETA

SOB1 SOB2

FONTE: A AUTORA (2015)

A importância de especificar para qual biotipo cada peça é indicada é mais um fator que auxilia a consumidora na tomada rápida de decisões.

Importante salientar que outras combinações, além das demarcadas nas tags,

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também são possíveis, mas para os menos audaciosos, os looks propostos estão prontamente designados. Pressupõe-se que o consumidor já tenha conhecimento de seu biotipo.

4.2 PESQUISA DE TENDÊNCIAS E TEMA

Foi realizada pesquisa de tendências do outono/inverno de 2016 para o público feminino por meio de sites e revistas especializadas como Usefahion.com, Stylist.com, Vogue entre outros.

Foram identificadas tendências de cores como púrpura, rosa quartzo, tons de marrom, azule dourado, bem como mistura de tecidos e recortes, inspiração nos anos 60 e 70, como calças pantalonas e croppeds, além dos resinados.

Para uma coleção com unidade, foi proposto um tema. Chique e encantador, o Castelo de Neuschwanstein, na Alemanha, foi a inspiração das peças da coleção Prêt-à-Combiner. O conceito surgiu pensado em um público que sonha em ser elegante, imponente e percebido, além de ter um pouco de magia e conto de fadas para alimentar a autoestima feminina.

O Castelo de Neuschwanstein é um palácio construído na segunda metade do século XIX, perto das cidades de Hohenschwangau e Füssen, no sudoeste da Baviera, a escassas dezenas de quilômetros da fronteira com a Áustria. Foi construído por Luís II da Baviera, inspirado na obra de seu amigo e protegido, o grande compositor Richard Wagner. A arquitetura do castelo possui um estilo ousado, o qual serviu de inspiração ao "Castelo da Cinderela", símbolo dos estúdios Disney.

O castelo compreende uma portaria, um caramanchão, a Casa dos Cavaleiros com uma torre quadrada e um Pala, ou cidadela, com duas torres no extremo oeste. O efeito do conjunto é altamente teatral, tanto no exterior como no interior. A influência do Rei é evidente por todo o lado, tendo este demonstrado um entusiástico interesse no desenho e decoração (AMTLICHER, 2014).

Cavaleiros e brasões (FIGURA 1) estampam pisos e paredes decoradas com cores fortes de púrpura e azul, que se misturam entre a madeira marrom

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escuro dos móveis, muitos estes, entalhados manualmente (FIGURA 2), O dourado das peças de ouro se destaca em todos os ambientes. Os arcos da arquitetura serviram como inspiração para os detalhes, assim como o brasão da Baviera que representa força, realeza e raridade.

FIGURA 1 – HALL DO TRONO DO CASTELO NEUSCHWANSTEIN

FONTE: Official Homepage of Neuschwanstein Castle (2015)

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FIGURA 2 – QUARTO DO REI LUIS II NO CASTELO NEUSCHWANSTEIN

FONTE: Official Homepage of Neuschwanstein Castle (2015)

4.3 TEXTO PROMOCIONAL OU STORYTELLING Descrito por Jenkins (apud Inocencio, 2012), storytelling é usado para denominar a estratégia de transmitir mensagens desenvolvendo-as através de múltiplas plataformas, onde cada meio recebe um texto inédito que irá contribuir com o conteúdo de toda a narrativa.

As tags da Coleção Prêt-à- Porter, Castelo Neuschwanstein, reproduzem um texto promocional, storytelling, que explica o tema ao consumidor , fazendo uma apologia à existência de um Reino encantado, onde todas as roupas combinam entre si. A intenção é propagar a metodologia de combinação de peças de forma promocional e acolher a consumidora à ideia. Fazê-la sentir-se como parte de uma história, desejando participar de forma ativa, comprando o produto.

A seguir o texto transcrito nas tags :

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“Era uma vez, não muito distante daqui um reino encantado, no qual todas as roupas combinavam entre si e você estava sempre na moda.

Não era preciso espelho mágico para dizer quem era a mais bela. Todas as donzelas ficavam exuberantes naquelas roupas pré-combinadas!”

Não muito distante daqui e feito pra você!

4.4 TAGS As tags foram criadas de forma a identificar a segmentação da coleção principal em três microcoleções, além de indicar o biótipo para o qual cada peça melhor se adequa (FIGURA 3). Para otimizar seus propósitos, foram utilizadas letras grandes e símbolos que exemplificam o biotipo indicado.

FIGURA 3- TAG DA MICROCOLEÇÃO E BIOTIPO INDICADO

A FONTE: A AUTORA (2015)

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4 RESULTADOS

Foram projetados quinze looks, sendo cinco para cada tag: A B e C, mais duas sobreposições que combinam com a coleção completa (FIGURAS 4, 5, 6 e 7).

FIGURA 4 -SOPREPOSIÇÕES, SPT1 E SPT2

FONTE:A AUTORA

As sobreposições combinam com todas as micro coleções, Tag A, Tag B e Tag C.

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FIGURA 5- PEÇAS DA MICROCOLEÇÃO TAG A

FONTE: A AUTORA (2015)

FIGURA 6-PEÇAS DA MICROCOLEÇÃO TAG B

FONTE:A AUTORA (2015)

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FIGURA 7: PEÇAS DA MICROCOLEÇÃO TAG C

FONTE: A AUTORA (2015)

Dentre todos os modelos, foram prototipados dois looks da microcoleção Tag A para a realização de um editorial conceito para a coleção. As peças produzidas são, respectivamente: Top A1, Top A3, Bottom A1 e Bottom A2.

Todos pertencem à tag A e, como o método ensina, combinam entre si. Sendo assim, o editorial foi fotografado de maneira a mostrar como estas quatro combinações são possíveis.

Para o editorial buscaram-se formas e tons semelhantes ao Castelo Neuschwanstein, além de um estilo elegante nas cores da temática. Para isso, foram escolhidas a arquitetura da Igreja central da cidade de São José dos Pinhais (PR) e as cores do Museu Atílio Rocco, além das peças de mobiliário elegantes encontradas na loja Harmonia Decorações, que resultaram nas fotos a seguir:

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FIGURA 8 –TOP A3 E BOTTOM A1- EDITORIAL PRÊT-ÀCOMBINER

FONTE: A AUTORA1

A FIGURA 4, combina Top A3 com Bottom A1. A saia de cintura alta, evasê e em neoprene favorece todos os biotipos. A cintura alta deixa o corpo mais longilíneo, o corte evasê pode aumentar o quadril pequeno ou disfarçar um quadril largo. O tecido alimenta um caimento triangulo sem colar nas pernas.

O TOP A3 Cropped, finaliza o look de cintura alta sem cortar o corpo exatamente na linha da cintura, o que alonga o corpo e cria uma nova silhueta favorecendo o biótipo retangular e oval, sem prejudicar o ampulheta e os triangulares.

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Para todas as fotografias: Fotografia- Elis Dolinski, Modelo: Ana Buhrer, Maquiagem: Daniela Pacher.

Styling: A autora.

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FIGURA 9 – TOP A3 E BOTTOM A1- DETALHE DO CAIMENTO DA SAIA-EDITORIAL PRÊT-À-COMBINER

FONTE: A AUTORA (2015)

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FIGURA 10 –TOP A3 E BOTTOM A2- EDITORIAL PRÊT-À-COMBINER

FONTE: A AUTORA(2015)

A combinação do TOPA3 com o bottom A2 segue o mesmo conceito de alongar e criar uma linha falsa de cintura. A boca larga da calça favorece o corpo triângulo invertido, equiparando o quadril à linha dos tornozelos. O desenho curvilíneo dos drapeados da calça, reforçam a criação da nova cintura.

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FIGURA 11 -TOP A1 E BOTTOM A1- EDITORIAL PRÊT-ÀCOMBINER

FONTE: A AUTORA (2015)

O Top A1 em branco com um leve decote canoa aumenta os ombros do biotipo triangular e equilibra o look com a saia evasê ou Bottom A1. No entanto as mangas longas e escuras surgem para diminuir o impacto de braços largos e por isso favorecem também os corpos do tipo triângulo invertido. A combinação sugerida cria o equilíbrio perfeito de uma ampulheta quando usado como na Figura 7.

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FIGURA 12 -TOP A1 E BOTTOM A2- EDITORIAL PRÊT-ÀCOMBINER

FONTE: A AUTORA (2015)

A união do Top A1 com o Bottom A2 leva o olhar à uma linha vertical imaginária no eixo central do corpo. Os botões dourados da calça, assim como a estampa da blusa, rementem ao formato de uma letra “T”, o que proporciona o equilíbrio entre ombros estreitos e bumbum largo, além de alongar o corpo.

O uso de sapatos neutros ou no mesmo tom da calça ajudam a alongar ainda mais as pernas.

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FIGURA 13 - Detalhe abertura mangas TOP A1-editorial Prêt-à-Combiner

FONTE: A AUTORA (2015)

O detalhe das mangas, aberto no punho e para frente vestem braços largos confortavelmente além de mostrar o charme do botão.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para projetar esta coleção foi realizado um estudo prévio do tipo de consumidora insegura ao adquirir produtos de moda. Procurou-se determinar características que levam a este comportamento, como falta de tempo, pouco conhecimento sobre moda e desejo de seguir algum ídolo ou vertente, além de fatores como estilo e biotipo. A partir disso, foi criado um mix de produtos dividido em três microcoleções para diferentes estilos e formatos de corpo.

Durante a escolha do tema foi pensado na “intenção de ser” dessa mulher. Os sonhos de se vestir bem, estar na moda e ser percebida pela elegância e ousadia. O processo ocorreu de forma positiva em toda a concepção da coleção, no entanto, alguns ajustes podem ser necessários para uma produção final em larga escala.

O resultado final foi uma coleção comercial, com unidade, dividida em três microcoleções, nas quais todas as peças combinam entre si, facilitando a escolha do usuário. As tags, além de mostrarem a qual microcoleção cada roupa pertence, ainda sugerem para qual biotipo determinada peça é indicada.

Este método de pré-combinação criado pela a autora é inovador pois, além de auxiliar a consumidora seguidora a escolher seus looks, aumenta a eficiência das vendas ao diminuir o tempo necessário para a escolha e aquisição e sugerindo a compra conjunta de produtos além daquele que, em um primeiro momento, levam a cliente à loja.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus como condutor do meu ritmo e pensamento; Aos meus pais e noivo como os maiores incentivadores da minha carreira; Às verdadeiras amizades que, pela paciência e compreensão, prevalecem; À fotografa Elis Dolinski , à maquiadora Daniela Pacher e à modelo e amiga Ana Buhrer pelo profissionalismo ;

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Aos professores que com orientação е incentivo, tornaram possível а conclusão deste projeto; À loja Harmonia, Decorações e Interiores, pelo espaço cedido para fotografias dos editorial.; À todos aqueles que contribuíram direta оu indiretamente com o desenvolvimento e conclusão do projeto Prêt-à-Porter.

Que esta seja apenas o começo de uma lista para novos agradecimentos.

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