IMAGEM PROFISSIONAL: COLEÇÃO DE UNIFORMES PARA O GRUPO NEGÓCIOS PÚBLICOS
Adelaide Soares Pereira1 Edson Korner2
RESUMO
O uniforme de uma empresa vai além de uma vestimenta, ele faz parte da proposta de valor da organização, pois dentro do mercado competitivo é importante que a empresa consiga se destacar também pela sua identidade visual. Dessa forma, o presente estudo teve o objetivo de propor uma coleção de uniformes para a empresa Grupo Negócios Públicos, que trabalha com servidores de órgãos públicos, realizando grandes eventos, seminários e palestras. Além disso, possui produtos que auxiliam nas compras públicas. Como se trata de uma empresa em que os funcionários têm grande visibilidade, a imagem da marca não esta sendo representada, principalmente nestes eventos, pelo fato de não haver uniformes para seus funcionários. Para a concretização do estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e aplicado um questionário quantitativo para os funcionários da empresa com o objetivo de verificar as suas necessidades quanto ao uniforme a ser produzido. A coleção foi proposta por setor, para diferenciar os produtos da empresa nos eventos através dos uniformes e, também, para identificar a função de cada funcionário para que o cliente saiba distinguir os consultores responsáveis por cada produto. Palavras-chave: moda corporativa; coleção de uniformes; dress code profissional.
1.
INTRODUÇÃO
O Grupo Negócios Públicos, que conta com aproximadamente 120 funcionários, atua há mais de 11 anos na área de capacitação para os agentes públicos em geral, especialmente para os fiscais, gestores de contratos administrativos, membros de comissão de licitação, assessores jurídicos e
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Aluna do 6º período do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba 2
Professor Orientador
ordenadores de despesa. Além disso, comercializa vários produtos e também realiza grandes eventos em todas as regiões do Brasil, como congressos, palestras e cursos. Porém, apesar da empresa desempenhar várias atividades voltadas à Administração Pública e possuir grande visibilidade no mercado, sua identidade não está sendo transmitida por completo uma vez que não adota uniformes para seus funcionários. Portanto, questiona-se: como contribuir para a identidade visual da empresa Grupo Negócios Públicos a partir da criação de uniformes para os diferentes setores? Dessa forma, o presente projeto visa propor uma coleção de uniformes para a empresa. Para isso, foi realizado o estudo do dress code profissional e da imagem pessoal no ambiente do trabalho, bem como a ergonomia para os uniformes a partir das necessidades dos profissionais que nele atuam. A partir do estudo, pretende-se contribuir para um maior destaque da empresa, diferenciando-a da concorrência, dando aos funcionários uma identidade visual.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1
O UNIFORME
De acordo com Almeida (2001), a origem dos uniformes vem de muito tempo atrás. Eles estavam envolvidos com o surgimento do poder disciplinar militar no século XV. Na indumentária, a padronização de grupos começou através das antigas armaduras e da percepção de que era necessário uniformizar o exército, polícias e militares e, com o passar do tempo, o uniforme passou a ser utilizado também pelos prisioneiros. O autor ainda afirma que mesmo que fosse primitiva a ideia dos uniformes, em meados do século XIX ocorreu uma evolução no vestuário. Foi nesta era que os times de futebol aderiram ao uso dos uniformes para se diferenciarem de seus adversários e, também nesse mesmo período, os homens na Inglaterra começaram a utilizar calças, coletes e paletós, sendo que foi essa forma de vestir caracterizou a uniformização entre as pessoas.
Depois disso, a uniformização passou a ser identificada como as roupas que
são
utilizadas
por um
conjunto
de pessoas
para
haver uma
padronização dentro de um ambiente. Além disso, o uso do uniforme contribui para desenvolver a publicidade e a imagem corporativa. Sobre isso, Rubbo fala que: Séculos atrás o uniforme representava um estilo tradicional de comportamento dividindo diversas categorias de indivíduos, formando grupos homogêneos de costumes e atitudes análogas, e até mesmo dedicadas às frivolidades do cotidiano. O uniforme foi e ainda é, em nossa atualidade, um divisor hierárquico, social e profissional, esportivo, militar, entre outros. (2012)
Com efeito, é perceptível que os uniformes tiveram e ainda têm uma grande importância na história. O seu uso pode ser facilmente percebido em diferentes espaços, tanto para alunos, garçons, ou médicos, como também para os funcionários de empresas bem sucedidas no mercado competitivo. Atualmente, o uniforme corporativo é uma forte ferramenta para uma empresa, já que é por ele que pode ser apresentada uma imagem positiva, de elegância e confiança. Nota-se que os clientes estão cada vez mais exigentes e, como hoje a concorrência é muito acirrada, é necessário buscar meios pelos quais a empresa possa se diferenciar e chamar a atenção destes clientes. Como afirma Castro (Castro apud MODA E TRABALHO, 2016): As empresas que fazem uso do uniforme aliado a práticas de etiqueta profissional conquistam uma imagem positiva e esta repercute no mercado favorecendo seus negócios, porém esta postura deverá ser constantemente orientada e reconhecida para seu aprimoramento.
Dessa maneira, fica evidente que o diferencial pode estar nos uniformes personalizados para cada setor da empresa, mostrando organização no ambiente e na identificação de cada produto. Ou seja, uniformizar a equipe é nada menos do que um investimento, pois é com o uso dele que a comunicação entre funcionários e clientes aumentará, além de inúmeros benefícios, como trazer conforto para o funcionário e credibilidade, postura e segurança, com isto trará vantagens tanto para o empregado quando para a marca. Para que um dos diferencias da empresa seja o uniforme, é necessário ter um cuidado maior na confecção deles, sem se esquecer de pensar no
conforto dos funcionários. Desta forma, as roupas podem trazer comunicação, uma boa imagem e um bem-estar para os empregados. Antes de ele ser confeccionado deve se pensar três tipos de funções importantes: prática, estética e simbólica (MONTEIRO E VIEIRA, 2010). Sobre este ponto, é preciso perceber que só é possível evidenciar a imagem de uma empresa, utilizando um código de vestir, através de símbolos. Assim, é necessário elucidar a simbologia que envolve a vestimenta usada pelos profissionais no seu ambiente de trabalho. Para tanto, as reflexões de Pratt e Rafaeli são importantes. Eles afirmam que “tanto o indivíduo como as organizações aperceberam-se que é fácil usar o vestuário para estudar e manipular a identidade e imagem de uma organização” (2001, p. 93). Também SANTOS (2004, p. 28) afirma que: Os símbolos, não só são socialmente construídos como também constroem a realidade. Isto significa que o uso de símbolos por parte dos membros de uma organização está continuamente a criar e recriá-la, expressam e criam rotinas estruturais e processos organizacionais.
E, ainda, segundo Olsen (2008), no ramo dos negócios, o empresário que reconhece e usa símbolos como uma forma de transmitir uma imagem, consegue notar que o uso dele de forma correta utilizando como transmitir de confiança causa reações e respostas positivas do público alvo da empresa. Ou seja, os funcionários que aderiram ao dress code constituído pelo uniforme, mostram que estão em harmonia também com os próprios valores da empresa que representam. No ponto de vista de Pratt e Rafaeli (2001), o significado dos símbolos também depende do contexto onde estão inseridos. Isso significa que o mesmo símbolo terá significados diferentes dependendo dos contextos. Portanto, os símbolos físicos, como os uniformes, caracterizam uma importante forma de linguagem não verbal que ajudam a compreender a capacidade da organização e reforça a sua imagem no mercado.
2.2
IMAGEM NO AMBIENTE CORPORATIVO
2.2.1
Dress code profissional
O dress code significa, literalmente, código de vestir, ou seja, deve ser aceito pela sociedade e sempre visar que aquele que o utiliza se adeque a determinada ocasião. Ter o conhecimento de como se vestir adequadamente pode evitar gafes em eventos importantes e profissionais, por exemplo. Para TORTORETTE (2016, p 36), o “dress code nada mais é do que um código de vestimenta, que serve tanto para a vida social como profissional”. Conforme Castro (2002), a função do dress code profissional é transmitir os valores da empresa e definir a sua identidade. É com o seu uso que se poderá distinguir a hierarquia de cada funcionário de determinado setor, deixando em evidência os produtos de todos os departamentos do grupo. Consequentemente, de maneira simples e eficaz, será fácil o cliente perceber a organização da empresa.
2.2.2 Identidade Pessoal no Ambiente de Trabalho
A relação entre o código de vestir e a identidade pessoal no ambiente de trabalho compreende a vida social e organizacional do individuo. É através de processo de socialização e motivação dentro do referido ambiente que se estimula os funcionários a vestirem a camisa da empresa, adotando os modos corretos de agir dentro de uma organização. Isso só é possível por meio da experiência, participação e interação social com os demais membros do grupo, compreendendo a cultura e as normas da empresa. (SANTOS, 2004). O caso narrado por Marra (2002) traz um bom exemplo disso. Ele afirma que no século XXI o ambiente de trabalho de uma empresa de telecomunicações é um espaço grande com várias baias com computadores e reflete cores neutras com o branco, cinza e preto, os membros dessa empresa não se preocupam se a sua imagem esta adequada para o trabalho. Devido a isso, os funcionários que se encaixam nesta área, conhecida também como Call Center, costumam se vestir de uma maneira mais livre, sem obrigatoriedade, usando, por exemplo, tops, calças apertadas, rasgadas e minissaias, muitas vezes não parecem que estão saindo do trabalho e sim de uma festa. Com essa situação, várias empresas desta área estão procurando instruir sua equipe em cursos de etiqueta e imagem profissional.
A imagem de um funcionário é fundamental, devendo ser construída com elegância e ética. É ela que faz o diferencial no mercado competitivo, pois no cotidiano, a comunicação entre as pessoas está sendo gradualmente através do visual, ou seja, da linguagem da roupa. (OLSEN, 2008) Do ponto de vista de Egger-Moellwald (2007, p. 37), “a roupa é uma forma de comunicação, e a escolha do que vestir é uma forma de linguagem”. Por esse fato, os empresários estão cada vez mais preocupados com a imagem da empresa e com a dos empregados, independente da hierarquia de cada um, pois perceberam que a imagem corporativa é essencial para obter sucesso na área. Efetivamente, é necessário que o indivíduo construa sua imagem profissional, mas pode beneficiar em todos os lugares em que exerce qualquer tipo de atividade. De acordo com Post e Post (2003, p. 158): A moda para se usar no trabalho evoluiu e se ampliou, desde os dias do terno de três peças que era padrão nas empresas e do “homem do terno de flanela”, com sua contraparte feminina imitando-o fielmente. Hoje, o adequado é a “roupa conforme a situação”, o que significa adaptar sua aparência não só ao fluxo do dia á dia no escritório com as expectativas daqueles com quem você está em contato.
Também para Fortes (2012), a imagem pessoal é muito importante, é por causa dela que outras pessoas vão perceber a personalidade, o caráter e a postura apropriada para qualquer função. Já que o vestir faz tanta diferença na carreira de um profissional, percebe-se que é vantajoso investir na imagem, podendo ser assim um destaque em meio de tantas pessoas no mercado. De fato, é com a aparência que no primeiro momento será transmitida a atitude, o amadurecimento,
a
inteligência
e
o
potencial
de
desenvolver
um
relacionamento agradável dentro de qualquer ambiente. Para Post e Post (2003), é inevitável pensar que o uso da autoimagem na área da competitividade faz diferença para o mundo dos negócios, já que é com ela que é apresentada a autoconfiança, o profissionalismo e a credibilidade para o cliente. É claro que se o funcionário tiver todos esses atributos o seu trabalho será mais reconhecido e valorizado. Com tudo que foi dito, frisa-se que nos dias de hoje não basta ser só competente, é necessário se vestir de uma forma que transmita uma imagem de competência e profissionalismo.
2.2.3 Etiqueta Empresarial A etiqueta empresarial é um conjunto de regras de uma classe social ou de um grupo que busca ter boas maneiras, educação, respeito, ética e um comportamento exemplar. É através dela que o convívio entre as pessoas em um ambiente de trabalho fica mais prazeroso. Evidentemente, o uso desta etiqueta evitará muitos transtornos, como, por exemplo, o desrespeito, a briga e o mau comportamento dentro da empresa (ETIQUETA EMPRESARIAL, 2008). Seu objetivo é mostrar para os clientes que os funcionários possuem uma postura adequada de profissionalismo (OLSEN 2008). A etiqueta empresarial são normas que servem para visibilizar e tonar o convívio com outras pessoas mais agradável. Essas normas podem tornar os profissionais mais competitivos e aumentam a produtividade da empresa (EGGERMOLLWALD, 2007). Para o referido autor, além das regras comuns que toda empresa possui, aprimorar o uso da etiqueta tornará os benefícios mais evidentes para a organização e também para os funcionários, pois a produtividade e motivação da equipe pelo bom relacionamento trará sucesso nos resultados. Portanto, podem aumentar as negociações e isso refletirá em lucros para empresa. No mercado competitivo, se faz necessário aplicar o uso dessa etiqueta empresarial para os empregados. Será através disso que a imagem do trabalhador será respeitada e admirada por todos que estão dentro e fora do local de trabalho e é com ela que se passará confiança para o cliente e para os gestores. (BORDIN, 2008). É de concluir que a imagem ou identidade de uma empresa é um bem valioso, o mais valioso de uma organização e que os profissionais de comunicação são responsáveis pela construção dessa imagem, seja com ações dirigidas ao público interno esteja dirigida ao público externo. (TOMASI, 2014, p. 84).
Sendo assim, o uso da etiqueta empresarial serve com uma forte arma para contornar futuros problemas dentro do espaço de trabalho, que serão resolvidos de uma forma adulta com sutileza e elegância.
2.2.4 Moda e Uniforme de Trabalho 2.2.4.1 Dress code
A imagem da empresa e o código de vestir estão sempre interligados. Pode-se notar que o código de vestir é importante para os funcionários, pois eles compreendendo esta linguagem não verbal é possível terem consciência de que estão vestidos adequadamente. Ou seja, se vestir de forma adequada garantirá
maior
confiança,
principalmente
em
lugares
onde
não
se
possuem hábitos de frequentar. Isto sem dizer que as pessoas ao seu redor se sentirão mais confortáveis e confiantes (LANGFORD, 2012). Este autor afirma que deve se adaptar o guarda-roupa de uma forma que se encaixe à imagem que se quer projetar no local de trabalho. Naturalmente, a forma de se vestir pode transmitir uma forte mensagem de respeito, ambição, espirito de equipe, criatividade e entusiasmo. Sobre o vestuário do funcionário, é importante saber que o “o dress code de uma instituição é uma política organizacional que especifica o tipo de vestuário que o funcionário pode usar. Esse conceito compreende as características, a homogeneidade e a visibilidade do vestuário” (PRATT; RAFAELI,1993, p. 22). Somando-se a isto, na visão de Franz e Norton (2001), existem pelo menos três categorias de vestuário: formal, casual business e casual. O casual business significa, literalmente, negócios informais. Ele reflete as tendências de outros lugares dos países ocidentais, onde pode ser facilmente vistas calças caqui, camisas de todos os modelos tanto de manga curta como comprida, moccasins para o sexo masculino e saias sem blazers para as mulheres. Ou seja, esse é um tipo de vestimenta que não exige certa obrigatoriedade nas roupas. Já o casual é uma forma de vestir mais despojada, sem formalidade. E, por sua vez, no vestuário formal, as pessoas se vestem de forma discreta evitando chamar atenção, e de maneira alguma os homens dispensam o uso da gravata e as mulheres a calça social e o blazer. De acordo com Fischer-Mirkin (2001), é evidente a importância de se compreender os significados das roupas, sabendo que a vestimenta é uma forma de arte de escrever tão depressa como e fala por meio de sinais. Sendo
assim, é bastante eficaz na hora de transmitir a personalidade do profissional ou de qualquer outra pessoa.
2.2.4.2 As formas Juntamente com as cores, é essencial utilizar a forma ideal para um uniforme pelo fato das duas serem um complemento. Não há sentindo para roupa sem a conciliação entre ambas. A respeito da forma, Saltzman (2004) diz que o desenvolvimento de um designer parte de um produto imaginário que pode se transformar em um objeto material, ai surge a compreensão de que se deve transformar o imaginário de uma vestimenta, ou roupa, em uma forma. Como ensina Ferrara (2002), a forma bidimensional representada pelo formato e silhueta consegue ser utilizada para estudos gráficos, representação, comunicação e outras formas utilizadas em diferentes contextos. A forma é nada mais do que moldar e modelar um tecido. (FISCHER 2001, p.138) ainda alega que a forma é “tudo que pode ser visto, tudo que tenha formato, tamanho, cor, textura, que ocupe espaço, marque posição e indique direção” e a classifica em bidimensional ou tridimensional. De tudo, cabe-se concluir que modelar uma peça de roupa é algo complexo. A forma correlaciona a matéria têxtil, bidimensional, e a forma corporal, tridimensional. De forma natural, a roupa só cumpre seu objetivo, ou seja, adquire sua forma idealizada só quando vestida no corpo. Neste sentido, Saltzman (2004, p.10) diz que “o corpo contextualiza o traje e vice-versa, criando-se uma simbiose ou um todo de sentido”.
2.2.4.3 Ergonomia
Por outro lado, o designer não pode só pensar na forma do uniforme, também é necessário trazer o conforto e a mobilidade para o usuário. A ergonomia é fundamental para o uniforme de um funcionário. Para Moraes e Soares (1989, p. 41) ela é “tecnologia projetual das comunicações entre o homem e a máquina, trabalho e ambiente”. Nesse sentido, o designer não pode confeccionar um uniforme de qualquer maneira. Isto porque existem regulamentos e normas do trabalho,
como, por exemplo, a NR 17, instituída pela Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990. De acordo com ela, são determinados “parâmetros que permitem
adaptação
das
condições
de
trabalho
às
características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente” (SABRÁ, 2009, p. 41). Certamente a ergonomia contribui muito para o vestuário em todas as áreas em diferentes atividades desempenhadas, pois pode solucionar futuros problemas, agregando um bem estar para a pessoa nas tarefas realizadas durante o período de trabalho. (GONÇALVES, 2007). Atualmente, a ergonomia na modelagem traz tecnologias têxteis adaptando os funcionários à temperatura ambiente do local de trabalho. Com essa evolução é possível que as roupas respirem, transpirem, moldem e garante conforto e segurança. Segundo Martins (apud TEODORO e BARRETO, 2008, p. 4):
Ao conhecer o usuário, ao aquilatar suas necessidades, capacidades, e limitações, evitamos a falta de adequação entre o produto e usuário e nos instrumentalizamos para identificar com antecedência a ocorrência de acidentes, danos à saúde e desconforto.
Desta forma, Iida (1993, p. 2) entende que a ergonomia “o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos desse relacionamento”. Ou seja, o uniforme não basta ter só um design diferenciado, é necessário aplicar a ergonomia na modelagem para que o trabalhador não se limite nas atividades do dia-dia, proporcionando, assim, mais produtividade para empresa.
3. ANÁLISE DIACRÔNICA
A fim de levantar dados para a criação dos uniformes corporativos, buscouse na metodologia de Bonsiepe (1983) técnicas e métodos para o desenvolvimento de produtos, destacando entre elas, a análise diacrônica.
Tomou-se como base as peças comumente utilizadas para o segmento, tal como calça, camisa, vestidos, saias, coletes e blazers. A partir disso, foi elaborada uma análise diacrônica, que é o histórico do produto, a sua evolução, representada no quadro com imagens servindo para aprofundar o conhecimento com relação à evolução das peças durante as décadas.
ANÁLISE DIACRÔNICA
CAMISA
Fig. 1 - ANOS 50
Fig. 4 - ANOS 80
Fig. 2 - ANOS 60
Fig. 5 - ANOS 90
Fig. 3 - ANOS 70
Fig. 6 - ANOS 2000
Fatores consideráveis: Figura 1 – Gola alta e estruturada. Figura 2 – Golas pontudas. Figura 3 – Manga com volume. Figura 4 - Shape reto. Figura 5 Cava deslocada. Figura 6 – Corte reto e gola estruturada.
CALÇA
.
Fig. 7 - ANOS 50 Fig. 8 - ANOS 60
Fig. 10 - ANOS 80
Fig. 11 - ANOS 90
Fig. 9 - ANOS 70
Fig.12 - ANOS 2000
Fatores considerรกveis: Figura 7: Cรณs bem alto com corte reto. Figura 8: Modelo skinny/justa. Figura 9: Modelo pantalona. Figura 10: Alfaiataria com pregas, solta ao corpo e cรณs alto. Figura 11: Leging com estampas. Figura 12: Cรณs alto, estilo alfaiataria.
SAIA
Fig.13 - ANOS 50
Fig.16 - ANOS 80
Fig.14 - ANOS 60
Fig.15 - ANOS 70
Fig.17 - ANOS 90 Fig.18 - ANOS 2000
Fatores consideráveis: Figura 13 – Saia mídi volumosa. Figura 14 – Saia com volume médio, com prega fêmea. Figura 15 – Saia longa e solta. Figura 16 – Saia lápis. Figura 17 – Saia com pregas/ mini saia.
VESTIDO
Fig. 19 - ANOS 50
Fig. 20 - ANOS 60 Fig. 21- ANOS 70
Fig. 22 - ANOS 80
Fig. 23- ANOS 90
Fig. 24- ANOS
Fatores consideráveis: Figura 19 – Cintura marcada com volume na saia. Figura 20 – Shape reto. Figura 21 – Justo e longo, sem cava. Figura 22 – Justo, com ombreira volumosa. Figura 23 - Justo, com manga bufante.
BLAZER
Fig. 25 - ANOS 50
Fig. 28 - ANOS 80
Fig. 26 - ANOS 60
Fig. 29 - ANOS 90
Fig.27 - ANOS 70
Fig. 30 - ANOS 2000
16 Fatores consideráveis: Figura 25 – Blazer curto e formato arredondado. Figura 26 – Shape reto. Figura 27 – Blazer justo e comprido. Figura 28 – Blazer solto, comprido e com ombreira. Figura 29 - Blazer justo, comprido e com ombreira. Figura 30 – Blazer sem estrutura e sem botões.
4. DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO Para o inicio do projeto de coleção, foi realizado um questionário de desenvolvimento de produto para os funcionários com o objetivo de levantar informações sobre os uniformes para serem usados nos eventos que empresa realiza no país. Ao todo 57 pessoas responderam ao questionário, sobre a 1ª pergunta 42 pessoas responderam que a camiseta usada atualmente não representa a proposta da empresa. Já na 2ª pergunta 47 assinalaram o uso do blazer, uso da camisa social manga longa, calça flare e saia lápis.
Na 3ª
pergunta 50 funcionários preferiram a cor escura para tonalidade dos uniformes. E na ultima questão 55 pessoas responderam que permanecem muito tempo em pé nos eventos que a empresa promove. Com estes dados coletados, foi possível constatar algumas necessidades, como roupas que permitam mobilidade. Como permanecem muito tempo em pé e movimentando-se, os funcionários necessitam que os uniformes tenham tecidos que possam transpirar no calor e ao mesmo tempo que sejam isolantes ao frio do ar condicionado ao qual ficam expostos. Assim, o design proposto para o uniforme será idealizado com base nas pesquisas de tendências outono/inverno 2017. Seguindo o dress code, essas peças
terão
algumas
restrições,
como estampas,
listras, decotes
e
transparência. Sobre as cores, a maioria das pessoas que responderam o questionário, prefere cores escuras por considerar que são mais apropriadas para um uniforme. Tendo em vista essas informações, os gerentes concordaram com a necessidade de uma vestimenta adequada para equipe, com isso identificouse que essa coleção não será apenas um uniforme, mas sim um dress code adequado para qualquer ocasião em vários lugares e em vários momentos que os funcionários tiverem representando a empresa.
17
4.1 PROCESSO Para atender a necessidade do usuário, a escolha dos tecidos foi essencial. Foram escolhidos, devido à qualidade, os tecidos two way, tricoline com elastano com uma porcentagem maior de algodão na composição, tecido de alfaiataria e malha neopreme. A partir disso, o design das roupas teve uma forte influência da pesquisa de tendências. Para as mulheres utilizaram-se recortes, gola alta, saia lápis, vestidos justos, calça flare, calça social alfaiataria, macacão e cor militar. Para os homens, calça alfaiataria, camisa e blazer.
4.2 CORES
As cores dos uniformes são diferentes para cada setor para diferenciar o setor Banco de Preços, Sollicita, Contratos Gov e o departamento dos Eventos. Para isto, foram feitos vestidos para as gerentes, exceto para o gerente dos Contratos Gov que foi utilizado uma camisa e uma calça de alfaiataria para destacar das consultoras, os uniformes possuem recortes, gola alta, saia lápis e macacão vistos nas tendências de 2017. Já as cores dos uniformes foram separadas pelas cores dos logotipos de cada produto com mostram as figuras abaixo. Isto, pelo fato de que a proposta é diferenciar os produtos através do vestuário dos consultores e gerentes nos eventos que a empresa realiza, portanto os uniformes não vão ter a cor vermelha que representa a empresa Grupo Negócios Públicos. A coleção é formada por 15 (quinze) looks, representando o estudo nos croquis abaixo:
18 FIGURA 31 - SETOR BANCO DE PREÇOS
Gerente
Consultora 1
Consultora 2
FIGURA 32 – SETOR SOLLICITA
Gerente
Consultora 1
Consultora 2
19 FIGURA 33 – SETOR CONTRATOS GOV
Gerente
Consultora 1
Consultora 2
FIGURA 34 – EVENTOS
Gerente
Consultora 1
Consultora 2
20
FIGURA 35 - DIRETORIA E SECRETร RIA
Diretora administrativa
Diretora comercial
Secretรกria
21
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo, os uniformes podem trazer benefícios tanto para marca, quanto para empresa e até mesmo para os clientes. Isto decorre, de que a identidade da marca pode ser comunicado pela vestimenta dos uniformes da empresa. Esta identidade é notada através das formas, cores e do código de vestir. Com tudo, estes aspectos não devem beneficiar somente a marca percebida como algo a parte dos seus funcionários. Eles precisam ser pensados tendo em vista alta imagem profissional, seriedade e competência. Visto tudo isso, cabe uma análise futura sobre os efeitos práticos dos uniformes
caso
eles
sejam
realmente
adotados
pela
empresa.
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25 QUESTIONÁRIO 1- Em sua opinião, o uniforme utilizado atualmente nos eventos (camiseta) representa a proposta de valor da empresa? ( ) Representa muito bem. ( ) Representa. ( ) Não representa.
2- Assinale as peças que, em sua opinião, formariam um uniforme que representasse a proposta de valor da empresa e que, ao mesmo tempo, você gostaria de usar:
( ) Blazer. Macacão.
( ) Jaqueta.
Camisa social: ( ) camisa com manga longa. longa. ( ) camisa com manga curta. curta. ( ) camisa com manga ¾. Calça: ( ) calça flare (“boca de sino”). ( ) calça skini. ( ) calça reta.
( )
Polo: ( ) polo com manga ( ) polo com manga ( ) polo com manga ¾. Saia: ( ) saia midi. ( ) saia lápis.
Vestido: ( ) vestido com manga longa ( ) vestido com manga curta ¾
( ) vestido com manga
3- Na hipótese de um novo uniforme, a tonalidade das cores deve ser: ( ) Clara.
( ) Escura.
4- Na hipótese de um novo uniforme, as formas devem ser mais: ( ) Soltas.
( ) Justas.
5- As atividades desempenhadas nos eventos que a empresa promove fazem com que você: ( ) permaneça muito tempo em pé. ( ) permaneça muito tempo sentado. ( ) movimente muito os braços e pernas.
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