Turisver de Agosto 2017

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n Agosto de 2017 n Mensal n Nº 855 n Ano XXXII n Preço 5€ n Director José Luís Elias

| A informação para os profissionais do Turismo |

Eleições na APAVT

Num ano tudo mudou

Grupo Pestana Investimento em Óbidos triplica oferta Fim de ano Operadores lançaram programação



>abertura Dia Mundial do Turismo

“O Turismo Sustentável como Instrumento de Desenvolvimento” No Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, as comemorações do Dia Mundial do Turismo, a 27 de Setembro, têm como tema “O Turismo Sustentável como Instrumento de Desenvolvimento”, com a data a ser dedicada a “explorar a contribuição do turismo para os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”, sublinha a OMT. TEXTO: FERNANDA RAMOS

“ Em 1º lugar

está o conforto.

Rodrigo

A

s celebrações oficiais do Dia Mundial do Turismo vão este ano ter lugar no Qatar, estruturando-se em duas sessões: “O Turismo como motor do crescimento económico” e “O Turismo e o planeta: comprometidos com um futuro mais verde”. Ao mesmo tempo, um grupo de reflexão abrirá um debate em torno do potencial do sector turístico para a promoção da conservação das culturas e do entendimento mútuo. Na sua mensagem para o Dia Mundial do Turismo, Taleb Rifai, secretário-geral da OMT, sublinha que “só o ano passado, 1.235 milhões de viajantes cruzaram as fronteiras internacionais, um número que em 2030 se converterá em 1.800 milhões. A questão, ao celebrar o Dia Mundial do Turismo em 2017 é saber o que podemos fazer para que esta poderosa força transformadora, estes 1.800 milhões de oportunidades, contribuam para que este mundo seja um lugar melhor e para impulsionar o desenvolvimento sustentável nos seus cinco pilares: o económico, gerando crescimento inclusivo; o social, criando empregos e fortalecendo as comunidades; o ambiental, conservando e enriquecendo o meio ambiente e lutando contra as alterações climáticas; o cultural, celebrando e preservando a diversidade, a identidade e a cultural material e imaterial; e o da paz, requisito essencial para o desenvolvimento e o progresso”. Taleb Rifai termina a sua mensagem com um desafio a todos os viajantes: “Neste Dia Mun-

dial do Turismo, viagem para onde viajarem, lembrem-se de respeitar a natureza, respeitar a cultura e respeitar os vossos anfitriões”. CTP CELEBRA COM CONFERÊNCIA NO PORTO Como sempre, o Dia Mundial do Turismo vai também ser assinalado no nosso país, com o destaque a centrar-se numa Conferência realizada pela Confederação do Turismo Português, que contará com as presenças do Primeiro-ministro e do presidente da Câmara do Porto. Na conferência, que terá lugar no The Yeatman Hotel, às 17h30, serão apresentadas as conclusões do “Turismo em Movimento – Roteiro para a Competitividade”, iniciativa desenvolvida junto das sete regiões de turismo. Contando com as intervenções de Francisco Calheiros, presidente da CTP, do Primeiro-ministro, António Costa e do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, na Conferência vão também ser entregues os prémios CTP. “Esta Conferência vai proporcionar um momento de debate construtivo sobre temas relevantes para o futuro do Turismo, depois de termos percorrido o país com o objectivo de conhecer as diferentes realidades regionais na interacção com os respectivos actores. É fundamental que, depois de um período de crescimento sustentado, possamos analisar o desempenho do sector, de grande relevância para a economia nacional”, afirma o presidente da CTP. <

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>editorial

> Para analisar a causa-efeito

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arcelona viveu em Agosto dois momentos graves com implicações directas na actividade turística. Primeiro, logo no início do mês mais forte em turismo na capital da Catalunha, manifestantes reuniram-se para protestar contra o crescimento turístico descontrolado. Cerca de quinze dias depois, a cidade foi alvo de um atentado terrorista com dezena e meia de mortos e mais de uma centena de feridos, perpetrado na zona das Ramblas, uma das áreas mais procuradas da cidade pelos

José Luís Elias, Director joseluiselias@turisver.pt

Turisver

turistas. Os manifestantes contra o desenvolvimento turístico na Catalunha foram classificados como activistas de extrema-esquerda e o seu comportamento anti-turismo, levou-os a vandalizar hotéis, a apedrejar autocarros e a serem violentos com turistas. Mas a contestação e o debate sobre o que muitos consideram ser a saturação turística de Barcelona, tem levado a posições públicas mais ou menos radicais por parte de personalidades influentes na opinião pública catalã. Dias depois quis o destino que Barcelona voltasse às manchetes dos jornais e telejornais mundiais, desta feita com as Ramblas como palco de um atentado terrorista que vitimou pessoas de mais de duas dezenas de nacionalidades, muitas delas turistas que tinham escolhido a capital da Catalunha para as suas férias. Este acto criminoso perpetrado em nome de um estado islâmico ou de uma religião, somou-se a uma situação vivida com peso crescente nos países europeus. Perante os atentados e as suas repercussões internacionais as entidades turísticas da Catalunha estão apreensivas sobre as possíveis quebras dos fluxos turísticos, como tem vindo a acontecer em países, cidades e zonas turísticas, após atentados violentos que envolvem centenas de vítimas. Este é um alerta para as vozes que em Portugal já se levantam contrárias a um continuado crescimento do turismo. O debate que temos de fazer é o de encontrar soluções para que todos – cidadãos locais e turistas -, convivam em perfeita harmonia, onde cidades como Lisboa e o Porto avancem com novos pólos de interesse turístico e assim redistribuam os turistas por vários pontos, e onde exista compatibilidade entre as casas para alugar a residentes nacionais e a turistas. Não é desejável para o turista visitar uma cidade desertificada de moradores e habitantes locais, uma cidade sem vida própria, nem tão pouco defendemos cidades baseadas em escritórios, comércio, monumentos, hotéis e outro alojamento turístico. Lisboa e o Porto têm-se tornado destinos preferenciais dos turistas muito pela sua genuinidade e isso deve-se ao facto de serem cidades vivas. O Algarve é outra das regiões onde já se começam a ouvir algumas queixas, no entanto quem conhece a região sabe que ela está longe de estar saturada ao longo do ano, embora apresente em Agosto um nível de densidade populacional elevada. O que o Algarve precisa não é de estancar o seu crescimento turístico, o que a região necessita é de um planeamento mais consentâneo com a sua realidade de, o de ser uma grande região de turismo, e procurar compatibilizar os habitantes e as suas necessidades com os turistas. O tema do crescimento e desenvolvimento turístico do país vai estar na ordem do dia nos próximos tempos, e a necessidade de se tomarem medidas tem de estar em cima da mesa dos governantes. < Medalha de Prata de Mérito Turístico do Governo Português

DIRECTOR: JOSÉ LUÍS ELIAS • PROPRIEDADE E EDITOR:

// As Entidades Regionais de Turismo do Continente estão a ser vítimas das célebres cativações que o Governo tem vindo a fazer. A Associação Nacional de Turismo veio garantir que a partir de Setembro as regiões já não têm dinheiro para ir a feiras de turismo no estrangeiro e que ficarão em causa os ordenados de Novembro e Dezembro dos funcionários. Isto é irresponsabilidade e não boa gestão das nossas finanças públicas. O turismo tem sido a mola impulsionadora da economia, não perturbem o seu bom funcionamento. Medalha de Prata da APAVT de Mérito Turístico

EDITORA, LDA. • NIPC 504 651 757 • SEDE (ADMINISTRAÇÃO REDACÇÃO E PUBLICIDADE) RUA DA COVA DA MOURA, Nº 2, 2º

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>em foco

Em Novembro de 2016, Pedro Costa Ferreira estava indisponível para novo mandato à frente da APAVT e Vítor Filipe e Miguel Quintas eram tidos como pré-candidatos. Em Março, os dois pré-candidatos estavam em negociações para apresentação de uma candidatura única. Em Julho tudo muda: Pedro Costa Ferreira é candidato e Miguel Quintas (sem Vítor Filipe) também. Setembro trará novos desenvolvimentos, nomeadamente com apresentação de programas e listas. TEXTO: FERNANDA RAMOS

Eleições na APAVT

Em menos de um ano tudo mudou

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oi na edição de Novembro da revista Turisver, que falámos pela primeira vez nas eleições para os corpos sociais da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo para o mandato 2018-2020. Várias situações se conjugavam para que o fizéssemos naquela data, por um lado a “certeza” que então parecia existir de que o actual presidente, Pedro Costa Ferreira, não estava disponível para se candidatar a mais um mandato, por outro o facto de se estar a apenas alguns dias da realização de mais um congresso da associação, local privilegiado para que as conversas sobre uma possível sucessão percorressem os “corredores” e motivassem um acelerar de tomadas de posição. No que concerne à ideia das elei-

ções, o último congresso da APAVT decorreu sob um espectro completamente diverso daquele que se abre hoje perante os associados. À decisão de Pedro Costa Ferreira de não avançar para novo mandato juntava-se na altura uma espécie de pré-anúncio de duas pré-candidaturas à presidência da associação, algo que não seria novo – a existência de dois candidatos – mas que, à partida, nem sempre é visto com “bons olhos” por muitos no seio dos agentes de viagens, embora seja um reflexo da democracia. Vítor Filipe e Miguel Quintas eram então os nomes de que se falava para protagonizarem a disputa para a presidência da APAVT. Nas agências de viagens, o nome de Vítor Filipe dispensa apresentações, não apenas pelo seu historial de

carreira como pelo facto de há muito ter ligações à associação e de a ela ter presidido entre 2002 e 2005. Já Miguel Quintas era mais conhecido pela sua ligação ao mundo das tecnologias, pese embora o seu relacionamento com o mundo das viagens. Já em Março deste ano, parecia que os dois pré-candidatos teriam muito mais em comum, e durante a BTL, a Turisver conseguia apurar que Vítor Filipe e Miguel Quintas tinham conseguido consensualizar posições e deveriam apresentar-se às eleições na APAVT numa lista única encabeçada pelo primeiro, com Miguel Quintas como presidente adjunto, um cargo que iria exigir uma alteração aos estatutos da associação. A possibilidade desta aliança começou a ganhar corpo após o último congresso, em

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>em foco

Aveiro e tanto quanto veio a saber-se foram muitas as reuniões entre ambos os pré-candidatos, mas o panorama acabaria por se alterar uma vez mais, com o pré-acordo de entendimento a não passar disso mesmo. A hipótese de tal acontecer “pairava” e era já tema de conversas mas tornou-se bastante mais real quando, em entrevista à edição de Junho da revista Turisver Vítor Filipe colocou um “ponto de interrogação” sobre a sua candidatura, deixando claro que só alinharia num projecto que não causasse divisões entre os agentes de viagens. Embora na altura remetesse a decisão para finais do Verão, em breve se tornou claro que esta seria uma candidatura que estava a ter algumas dificuldades para ir adiante, por divergências várias entre os seus mentores e porque o tempo passava sem um assumir público determinado. Pouco tempo depois da entrevista, o panorama das candidaturas voltava a mudar, com o anúncio da recandidatura do actual presidente. Como noticiámos na anterior edição, em meados de Julho, face ao somar de solicitações nesse sentido, Pedro Costa Ferreira reconsidera a sua posição de indisponibilidade para fazer mais um mandato, e formaliza a sua recandidatura a presidente da APAVT. O avanço de Pedro Costa Ferreira leva ao acelerar de posições e, uma vez mais

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“Com o aproximar da data das eleições, tenho recebido importantes solicitações para que continue, solicitações que não pude acolher sem uma reflexão (…)”

no espaço de dias, Miguel Quintas lança a sua candidatura a líder dos agentes de viagens sem a “companhia” de Vítor Filipe.

OS ARGUMENTOS DE PEDRO COSTA FERREIRA Após dois mandatos, era intenção de Pedro Costa Ferreira de abandonar a presidência da associação “consciente de que o faria depois de ter dedicado à associação, nestes anos, todo o meu engenho e disponibilidade, com resultados que prefiro não avaliar, mas que me deixam de consciência tranquila”. Mas, “com o aproximar da data das

eleições, tenho recebido importantes solicitações para que continue, solicitações que não pude acolher sem uma reflexão”, porque “muitos foram os agentes de viagens que manifestaram o desejo que eu continue; porque representam estes agentes de viagens, empresas, organizações e estruturas cuja importância no mercado é indesmentível; porque neles se incluíram personalidades por quem nutro grande respeito e costumo ouvir antes de tomar decisões importantes”. Foi com estas palavras que, em comunicado enviado à imprensa a 17 de Julho, Pedro Costa Ferreira justificava a sua decisão de se recandidatar a novo mandato à frente dos destinos da APAVT. A necessidade de manter a mesma linha de actuação em dossiers tão importantes como “a transposição da nova directiva europeia das viagens organizadas; o relacionamento com as companhias aéreas, a TAP em especial, e a IATA, a interacção política com a tutela e entidades regionais de turismo” o “follow-up” de iniciativas internacionais, nomeadamente ao nível da ECTAA, de mercados emissores e da lusofonia e ainda “a consolidação da imagem dos agentes de viagem, enquanto criadores de valor para clientes e parceiros”, e a “união do sector nestes tempos tão desafiantes que todos enfrentamos” foram alguns dos argumentos apresentados por Pedro Costa Ferreira para a sua recandidatura, no referido comunicado. Nos dias que se seguiram a este anúncio foram sendo conhecidos os apoios à recandidatura de Pedro Costa Ferreira “para além do encorajamento de muitos associados da APAVT”, estando a ser constituída uma Comissão de Apoio onde figuram personalidades do trade turístico que, à data, era formada pelos presidentes das Entidades Regionais de Turismo do Porto e Norte (Melchior Moreira) Centro de Portugal (Pedro Machado) e Alentejo (Ceia da Silva), Algarve (Desidério Silva), bem como pelos responsáveis das Agências Regionais de Promoção Turística do Algarve (Carlos Gonçalves Luís) e Alentejo (Vítor Silva), pelo director executivo da AP Madeira (Roberto Santa Clara) e pelo vice-presidente da Turismo do Centro ( Jorge Loureiro). O presidente da AHRESP (Mário Pereira Gonçalves), o presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (Raul Filipe), a directora do curso de Turismo da Universidade Lusófona (Mafalda Patuleia), Fátima Vila Maior (FIL/BTL) e Ana Barbosa, ex-presidente da APECATE, eram outros dos nomes. Foi igualmente conhecido o apoio da RAVT, oficializado em comunicação da sua CEO aos órgãos de

comunicação do trade. Na nota enviada à imprensa, Maria José Silva afirma que a recandidatura de Pedro Costa Ferreira é do seu “profundo agrado” pois irá “evitar e amenizar males maiores que poderiam ser nefastos seriamente para as nossas empresas”, motivo pelo qual lhe declara “total apoio, seja de forma pessoal como em nome da rede RAVT”.

MIGUEL QUINTAS QUER UMA APAVT “DE TODOS” Uma semana depois de ser conhecida a decisão de Pedro Costa Ferreira, é conhecido o segundo candidato às próximas eleições na APAVT, com a formalização da candidatura de Miguel Quintas, em conferência de imprensa. Uma candidatura que justificou pela necessidade “imperativa” de mudança e de devolver a associação a todos os agentes de viagens. Trata-se, afirmou, de “uma candidatura independente”, que “não é contra ninguém” e que embora esperada foi conhecida naquele dia porque até ali“não havia propriamente uma urgência, havia sim necessidade de criar consensos à volta do que é o nosso lema – a APAVT é de todos”. Justificações para a sua candidatura, avançou várias: “É imperativo uma mudança, é imperativo fazer reviver a nossa associação com novas ideias, com acções mais afirmativas, com trabalho mais eficaz e com uma nova dinâmica mais eficiente e que coloque o sector das agências de viagens no patamar de importância que ele realmente tem”; “é preciso devolver a associação a quem de direito, a todos os agentes de viagens” e porque “apenas uma direcção forte, ágil, descomprometida com o passado e isenta” poderá implementar as medidas que são necessárias para vencer “os momentos de grande dificuldade” que se aproximam para o sector. “Nos últimos anos, temos sentido que a APAVT pertence aos grandes players deste sector e não a quem realmente faz da APAVT grande, as PMEs” que “representam mais de 90% do tecido associativo da APAVT” e “são aquelas que têm sido mais prejudicadas”, nomeadamente através de “decisões tomadas de forma leviana” como “a redução dos prazos de pagamento do BSP de mensal para semanal”, medida com a qual “foram quase 40 milhões de euros de capacidade financeira perdida pelas nossas agências de viagens, em nome da leviandade e passividade de uma APAVT que ratifica tais decisões”. “Valorizar a profissão do agente de viagens” e “cativar os consumidores”; formar e capacitar os agentes de viagens; tornar a APAVT mais


pró-activa para lhe garantir maior relevância, são alguns dos objectivos da candidatura de Miguel Quintas, mas o candidato quer ainda “aumentar a rentabilidade das agências” por isso, “a direcção a que irei presidir irá colaborar de forma mais estreita com o poder político para atingir a meta da redução do IVA sobre a margem e aumentar a rentabilidade das agências”. Miguel Quintas escusou-se a falar em apoios, reafirmando a independência da sua candidatura. “Decidi avançar para a presidência da APAVT” e “não há nenhum apoio formal, de nenhuma organização, de nenhuma pessoa em termos individuais”, respondeu à Turisver. Também à Turisver asseguraria que o facto de haver dois candidatos e de tanto falar de PMEs não iria causar divisão. Afirmando que esta “não é uma candidatura de divisão” e que “se calhar a divisão vem de antes”, Quintas apontou o dedo à actual direcção por ter preterido as PME quando “a APAVT não pertence a nenhum grupo económico de grande dimensão, não pertence aos masterfranchisings – pertence se calhar aos franchisados que são os associados -, não pertence aos líderes dos grupos de gestão”. Com o lançamento das candidaturas de Pedro Costa Ferreira e

Miguel Quintas, os dados parecem estar lançados e as peças todas no tabuleiro. Para já, tanto num caso como noutro, não são conhecidos programas de candidatura nem listas, pelo que estes são desenvolvimentos que o sector espera para Setembro, mês para o qual Miguel Quintas apontou para a apresentação do seu programa. <

“É imperativo uma mudança, é imperativo fazer reviver a nossa associação com novas ideias, com acções mais afirmativas, com trabalho mais eficaz e uma nova dinâmica mais eficiente”

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Ana Mendes Godinho Secretária de Estado do Turismo

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É o número de novos empregos criados no turismo este ano, segundo dados do INE. “Por força do aumento da oferta de empreendimentos e da procura, há necessidade de mais profissionais”. Raul Martins, Presidente da AHP | In Lusa 5/10/2015

A injustiça dos portugueses O jornal Expresso realizou uma sondagem junto dos portugueses sobre o que pensam da actuação dos ministros do actual Governo, liderado por António Costa. As respostas, e as notas obtidas numa escala até 5, mostram que o ministro da Economia recolheu 1,9 valores, ficando em último lugar na avaliação dos portugueses, atrás de ministros que estiveram na mira da oposição como Azeredo Lopes, da Defesa, e da ministra da Administração Interna. Esta é uma clara injustiça quando analisamos os dados da economia e em particular os números do turismo, tutelado por Caldeira Cabral, ou pensamos no peso das exportações e no crescimento do PIB. Estes resultados devem-se ao Ministério da Economia, mesmo que apresentados pelas Finanças. < 8

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Pode haver mais…

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Efeitos do turismo A unidade portuguesa da Simens Postal, Parcel & Airport Logistic, acaba de ganhar um concurso para instalar os sistemas de tratamento de bagagem em 13 aeroportos na Grécia. A adjudicação deste trabalho foi feito pela Frapor, empresa alemã gestora de aeroportos que ganhou a privatização dos aeroportos gregos. <

É possível que existam vários candidatos com ligações presentes ou passadas ao turismo, no entanto as mais mediáticas são as candidaturas do ex-secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, ao Município da Covilhã e do ex-secretário Regional de Turismo e Transportes dos Açores, Vítor Fraga, à edilidade de Ponta Delgada. Adolfo Mesquita Nunes, muito ao estilo que os profissionais do turismo bem conhecem, promete uma campanha com ideias e propostas positivas, com optimismo e boa disposição e quer fazer uma campanha sem falar de adversários, sem blogues anónimos, sem perfis falsos e sem intrigas. Vítor Fraga, na apresentação da sua candidatura justificou a mesma afirmando que “perante tanta inércia e falta de visão estratégica não podia ficar parado, de braços cruzados, a ver até onde isto vai parar”. <

Obviamente o motivo é outro Talal al-bahar quer voos da China Talal Al-Bahar proprietário do Pine Cliffs no Algarve, disse em entrevista ao jornal Expresso que “tal como Lisboa, o Algarve também precisa de voos intercontinentais e ligações directas à China, ao Médio Oriente ou aos Estados Unidos”. O empresário, que se orgulha de ser o maior investidor árabe no Algarve, disse ainda ao jornal que “os chineses hoje são dos maiores investidores em propriedades no Pine Cliffs”. <

“Em 2013 decidimos colocar em Portugal o nosso centro de serviços partilhados para a função financeira”. Caroline Parot Presidente-Executiva da Europcar

Quanto? 614€ A remuneração média dos trabalhadores nas áreas do alojamento, restauração e similares é de 614€. A questão que se coloca é que, para a média ser deste valor, quantos serão os trabalhadores que ganharão muito abaixo deste montante? A causa-efeito é a perda de qualidade nos serviços prestados ao cliente e a falta de formação profissional. Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal tem vindo a alertar para esta situação que pode prejudicar a nossa imagem de qualidade. Um dos objectivos do TP que irá ajudar a mais qualidade nos serviços é que em 2027, 60% dos trabalhadores tenha o ensino secundário ou um curso técnico profissional. <

A TAP mantém dois voos por semana para Caracas, com as horas de voo a implicarem que as tripulações fiquem alojadas no destino, como acontece em muitos outros voos da companhia. Só que nesta rota há mais de um mês que é diferente: as tripulações passaram a ter a sua estadia em Curaçao (ilha das Antilhas). A transportadora aérea nacional justifica de forma diplomática esta situação, referindo tratar-se de gestão de tripulações. Obviamente, todos sabemos que o motivo é bem diferente, a situação de tumulto continuado por que tem passado a Venezuela leva a alguns cuidados e como se diz por cá “prudência e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”. <

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>agenda

>notícias

Local: Santarém Data: 19 a 29 de Outubro

Programa Revive “salva” Hotel da Guarda

Festival Nacional de Gastronomia Com o Outono Santarém já nos habituou ao Festival Nacional de Gastronomia, desafiando o mundo pelo 37º ano consecutivo a visitar Santarém enquanto prova Portugal, entre os dias 19 e 29 de Outubro. Este ano, e pela primeira vez, o Festival centrará as suas actividades na descoberta de “O pão de cada dia”. Durante os 11 dias, o Festival disponibiliza 12 tasquinhas tradicionais, e um restaurante conceito, o Lucky 13, que representam o melhor que a gastronomia portuguesa tem para oferecer em produtos, temperos e vinhos. Foi em 1981 que nasceu o primeiro Festival Nacional de Gastronomia, levando a Santarém os melhores restaurantes de cada região turística que por sua vez escolhiam para os seus cardápios as especialidades tradicionais regionais. É hoje uma marca consagrada junto de gastrónomos, profissionais e amantes da boa mesa que apresenta, anualmente, um programa rico em actividades que celebram e promovem o património gastronómico português. <

O anúncio da abertura do concurso público para concessão do direito de exploração do Hotel da Guarda já foi publicado em Diário da República. Este é o terceiro concurso a ser lançado no âmbito do programa Revive. Os anteriores foram o do Convento de São Paulo, em Elvas, cujas obras já se iniciaram, e também o dos Pavilhões do Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha. O objectivo do concurso agora lançado é que o edifício volte a abrir como unidade hoteleira mas com uma forte componente de formação assegurada em articulação com instituição de ensino da região. O hotel irá assim servir para estágios de alunos de cursos de turismo de instituições de ensino superior da região, promovendo a formação em contexto real de trabalho. O Hotel da Guarda é um dos 33 imóveis inscritos no Revive, uma iniciativa conjunta dos ministérios da Economia, Cultura e Finanças com a colaboração das autarquias locais, que visa promover os processos de rentabilização e preservação de património público que se encontra devoluto.<

Local: Gramado (Brasil) Data: 9 a 12 de Novembro

Festuris

Organizada pela Rossi & Zorzanello, a 29ª edição do Festuris terá lugar entre 9 e 12 de Novembro, no Serra Park, em Gramado (Brasil). O Festival de Turismo de Gramado é considerado pelos profissionais e empresários do sector como a melhor plataforma de negócios turísticos da América do Sul, que só na última edição teve um impacto económico de 253 milhões de reais. A edição deste ano contará com algumas novidades. O Espaço Luxury será triplicado nesta edição, que contará ainda com áreas para os segmentos MICE, LGBT, acessibilidade, entretenimento, destinos gastronómicos, enoturismo, turismo cultural e religioso, tecnologia, sustentabilidade e turismo verde. Os profissionais terão ainda oportunidade de assistir a várias conferências e seminário com temas variados. Anualmente, circulam pelos 22 mil metros quadrados da Feira mais de oito mil profissionais compradores, o que revela o perfil altamente profissional dos visitantes. <

Local: Valladolid Data: 23 a 26 de Novembro

INTUR

Nas últimas décadas temos assistido a uma evolução imparável do turismo de interior com o nascimento de novas formas de fazer turismo baseadas na geração de experiências. É neste contexto que se posiciona a INTUR – Feira Internacional de Turismo de Interior, cuja 21ª edição terá lugar em Valladolid de 23 a 26 de Novembro, reunindo instituições públicas e profissionais que trabalham nos mais diversos âmbitos do turismo de interior para apresentar novas propostas. Em paralelo, durante os dias da feira é realizada a Intur Negócios, uma iniciativa destinada exclusivamente para profissionais.<

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Air France Joon dirigida a millennials Chama-se Joon, é especialmente dirigida aos clientes millennials (18 a 35 anos) e acaba de ser apresentada pela Air France. A nova companhia aérea vai começar a operar voos de médio-curso a partir de Paris Charles de Gaulle este Outono, seguidos de voos de longo-curso no Verão de 2018. A Air France assegurou que esta não vai ser uma transportadora aérea low-cost, uma

vez que vai oferecer produtos e serviços originais que reflectem os da companhia mãe. A sua identidade visual baseia-se num código em azul eléctrico que simboliza a atitude dinâmica da companhia aérea, bem como o céu, o espaço e a viagem. O uniforme das hospedeiras vai inspirar-se nos novos códigos da moda, simples e chiques.<


Pestana vai ter terceiro hotel no Douro O Pestana Hotel Group vai investir 20 milhões de euros num novo hotel na margem do Rio Douro. O Pestana Douro Hotel resulta da reabilitação da antiga Fábrica Floral e deverá estar concluído em 2019. A mais recente aposta do grupo surge no seguimento do sucesso alcançado com as unidades Pestana

Palácio do Freixo e Pestana Vintage Porto, também ambos na margem do Douro. Reforça assim a sua aposta no Norte, aumentando para três o número de hotéis junto ao rio Douro. O Pestana Douro Hotel, contíguo ao Pestana Palácio do Freixo conta com 165 quartos e uma piscina exterior.<

Operação da Aeroflot para Lisboa passa a diário no final do Verão A companhia nacional russa Aeroflot, que começou a ligar Moscovo a Lisboa em voos directos a 15 de Julho, vai passar a operar voos diários entre as duas capitais no final da época de Verão, após 14 anos de suspensão da rota. Desde 15 de Julho, a Aeroflot liga Moscovo a Lisboa, em voos directos, três vezes por semana, em avião Boeing 737-800. A ligação sai do aeroporto de Moscovo Sheremetyevo às segundas, quartas e sábados às 19h50, chegando a Lisboa às 23h30 (horas locais). No regresso, o voo parte da capital portuguesa às terças, quintas e domingos às 08h40 chegando a Moscovo às 15h55 do mesmo dia (horários locais). A companhia sublinha que a sua rota para Lisboa faz parte da sua estratégia de expansão, no sentido de se tornar numa companhia aérea global. <

Bluesock Lisboa vai abrir em 2018 Tem abertura prevista para o primeiro semestre do próximo ano Câmara restringe circulação dos autocarros de turismo em Lisboa Está em vigor, desde o dia 1 de Agosto, a proibição de circulação de autocarros turísticos ocasionais nas zonas da Sé e Castelo de São Jorge. A medida imposta pela Câmara Municipal de Lisboa deverá ser alargada, em Setembro, ao eixo Cais do Sodré-Rua do Alecrim-Príncipe Real-Largo do Rato, mas há vozes contrárias da área dos transportes e do turismo. Por outro lado, a autarquia anunciou estar em estudo a possibilidade de alargar a interdição de circulação de autocarros turísticos em serviço ocasional à Av. Infante Santo, Estrela, Av. da Liberdade, Almirante Reis, Chile, Morais Soares, Paiva Couceiro e Santa Apolónia. De referir que, fora desta medida que parece agradar apenas aos moradores, ficaram os autocarros panorâmicos. Para a CTP, esta decisão tem impacto negativo na actividade turística, nomeadamente, junto das empresas que actuam no

segmento MICE (Meetings, Incentives, Conferences, Exhibitions). Neste âmbito, a CTP considera que a CML deverá suspender a medida, de forma a reavaliar o seu efeito económico e empresarial e ajustá-la no quadro de um diálogo aberto e construtivo com os agentes do Turismo. A ANTROP – Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros questiona a decisão considerando “inaceitável que não tenha sido sequer auscultada” acerca de uma medida que introduz alterações de carácter organizacional, logístico, comercial e económico na prestação de serviços ocasionais” prestados pelos seus associados. Contrária à medida é também a posição do Sindicato Nacional da Actividade Turística, Tradutores e Intérpretes (SNATTI), bem como da Associação Portuguesa de Guias Interpretes e Correios de Turismo (AGIC). <

a unidade de Lisboa da Bluesock Hostels, marca do Grupo Carrís direccionada para os millennials. O Bluesock Lisboa vai ficar situado num moderno edifício nas imediações da Av. da Liberdade e irá oferecer um total de 300 camas divididas por várias tipologias de alojamento, à semelhança da unidade que o grupo abriu há um ano no Porto: quartos compartilhados com 4, 6, 8, 12 ou mesmo 16 camas, quartos duplos com cama de casal ou duas camas e ainda uma suite privada. Serviços adicionais, nomeadamente o transporte em minibus para o aeroporto, acessível 24 horas por dias, lavandaria e bebida de boas vindas, além de sugestão de excursões, integram os serviços adicionais do Bluesock Porto e irão também fazer parte da oferta disponível na futura unidade de Lisboa. <

Empresas turísticas do Centro com acesso a linhas de apoio As empresas turísticas com actividade em 11 concelhos do Centro de Portugal vão poder beneficiar de linhas de apoio financeiro, no valor de 8,5 milhões de euros, e de medidas extraordinárias da Segurança Social, com o objectivo de minimizar os impactos dos incêndios de Junho. As três linhas financeiras de apoio estão à disposição das empresas turísticas dos concelhos de Alvaiázere, Ansião, Arganil, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis, Oleiros, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Sertã, bem como dos territórios limítrofes, desde que demonstrem quebra na procura em relação à actividade que desenvolvem. A linha de apoio à tesouraria de maneio tem o valor de 1,5 milhões de euros, a de apoio à valorização turística do Interior de 2 milhões de euros e a linha e apoio à qualificação da oferta, ao nível das infra-estruturas e dos espaços envolventes tem o valor de 5 milhões de euros. < TURISVER | AGOSTO DE 2017

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>reportagem Num investimento de dois milhões de euros, o Pestana Hotel Group, através da marca Pestana Pousadas, vai triplicar o número de quartos na vila de Óbidos. O investimento corresponde à construção de uma nova Pousada dividida em dois núcleos, separados por 150 metros, ficando um no edifício do antigo Hospital da Misericórdia de Óbidos, outro na Estalagem do Lidador. TEXTO: FERNANDA RAMOS

Até ao final de 2018

Grupo Pestana triplica oferta de alojamento em Óbidos

Nova Pousada do Grupo Pestana em Óbidos

• Denominação provável:

Pousada da Vila de Óbidos

• 2 núcleos separados por 150m • Investimento total: 2M€

Núcleo 1 – Hospital da Misericórdia de Óbidos • Concessão do edifício: contrato a 30 anos • 17 novos quartos • Início da obra no exterior do edifício /recuperação da fachada: 8 de Agosto • Início das obras no interior: até ao final de Agosto • Conclusão: Abril de 2018 Núcleo 2 – Estalagem do Lidador • 11 quartos • Conclusão da obra: Dezembro de 2018 Pousada do Castelo • Oferta actual: 17 quartos (8 na Casa da Alcáçova construídos em 2014) • Em construção: 2 novos quartos (conclusão: Setembro de 2017)

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O

plano de expansão do Pestana Hotel Group em Óbidos, através da marca Pestana Pousadas, foi apresentado na Pousada do Castelo, em Óbidos, no passado dia 2 de Agosto, data em que foi assinado o protocolo entre o Grupo Pestana e a Santa Casa da Misericórdia de Óbidos, para a concessão do edifício do antigo Hospital da Misericórdia, onde irá funcionar um dos núcleos da nova Pousada. A concessão, aprovada pela Mesa Administrativa e pela Assembleia Geral da Misericórdia de Óbidos, tem um período de 30 anos, com possibilidade de renovação e, no caso de a Santa Casa pretender vender o edifício, o Grupo Pestana terá direito de preferência. Durante este período, segundo foi avançado aos jornalistas, à margem da assinatura do protocolo, o Grupo Pestana irá pagar à Santa Casa de Óbidos uma renda mensal de 2.000 euros. Com uma área de 1.000m2, o antigo Hospital da Misericórdia, localizado na continuação da Igreja da Misericórdia, é um edifício classificado que desde os anos 70 esperava um destino. Ao longo dos anos, o edifício foi-se degradando e actualmente apenas alberga, em salas do piso inferior, uma oficina de pintura que irá ser deslocalizada. O seu novo destino, enquanto unidade das Pousadas de Portugal, irá assim implicar a recuperação de um património

de valia para a Misericórdia e para a vila, algo que era, de há muito, uma preocupação e uma ambição da Santa Casa da Misericórdia de Óbidos, como destacou o presidente da Assembleia Geral da instituição: “Já sou presidente da Assembleia Geral há quase 40 anos e sempre se discutiu que alguma coisa se havia de fazer em prol da conservação e da viabilização económica deste edifício”. Agora está finalmente decidido e com os novos projectos “as Pousadas de Portugal convertem-se, seguramente, no primeiro factor de reabilitação urbana da vila de Óbidos e de dinamização do seu centro histórico fora dos dias festivos e após as 18h00 do dia”, sublinhou a propósito Luís Castanheira Lopes, presidente do Grupo Pestana Pousadas, na apresentação e assinatura de protocolo realizadas na Pousada do Castelo de Óbidos.

DOIS NÚCLEOS, UMA POUSADA Na recuperação do edifício do antigo hospital da Misericórdia de Óbidos, onde irá funcionar o núcleo 1 da nova Pousada ainda sem nome definido mas que, para já, passará a ser conhecida como Pousada da Vila de Óbidos, será integralmente respeitada a traça original, mantendo-se também o número de andares e as “cores de Óbidos” – o branco

das paredes, orladas por faixas em azul forte e amarelo. As obras no exterior tiveram início a 8 de Agosto e até ao final do mês irão começar as intervenções no interior. Naquele espaço irão ficar instalados 17 dos quartos da nova Pousada, além de restaurante e outros serviços, mas este núcleo irá compartilhar valências com um outro que ficará instalado na Estalagem do Lidador, a escassos 150 metros de distância. Na estalagem do Lidador, núcleo 2 da nova Pousada, serão instalados 11 quartos e disponibilizados outros serviços, nomeadamente uma piscina. A totalidade do projecto deverá ficar concluída até ao final do próximo ano, embora esteja prevista para Abril a conclusão do núcleo 1, no Hospital da Misericórdia, “se tudo correr com a celeridade prevista”, sublinhou o presidente do Grupo Pestana Pousadas. No que toca a este imóvel o concurso público para as obras da sua reconversão em Pousada foi aberto dia 2 de Agosto. Este é um imóvel que está relacionado com a história das Pousadas de Portugal, já que, como explicou Castanheira Lopes, a Estalagem do Lidador foi “uma espécie de proto-pousada”, já que se tratou do primeiro estabelecimento criado pelo Estado para a actividade turística, no final dos anos 30/ princípios dos anos 40 do século passado, embora tenha acabado por nunca funcionar


como pousada. Assim, sublinhou, “cabe-nos a nós dar vida ao estabelecimento que foi criado para ser pousada há mais de 75 anos”. Somando a oferta dos dois núcleos, a Pousada da Vila de Óbidos vai oferecer 28 quartos mas no total, em finais de 2018, o grupo Pestana irá triplicar a sua oferta de alojamento naquela vila, passando dos actuais 17 quartos disponibilizados pela Pousada do Castelo para 49, já que aos da nova Pousada se irão somar, já em Setembro deste ano, mais dois quartos na Pousada do Castelo que assim irá passar a oferecer 19. Segundo Castanheira Lopes, este é um aumento de oferta plenamente justificado, já que a Pousada do Castelo, cujo início de operação remonta a 1951 sendo actualmente “a mais antiga Pousada de Portugal”, é a que regista a mais elevada taxa de ocupação, com “uma média anual em

torno de 80%”, com picos em que são atingidos os 100%. É também a unidade hoteleira da região Centro que “apresenta o RevPar mais elevado”: 47€. Satisfeito com o protocolo e com o plano de expansão da rede de Pousadas de Portugal em Óbidos está o presidente da autarquia, Humberto Marques, que afirmou que a aceitação de um desafio como este por parte do grupo Pestana “só foi possível pela confiança que o território de Óbidos tem e que foi conquistada ao longo destes últimos anos”. Na assinatura do protocolo estiveram ainda presentes o CEO do Pestana Hotel Group, José Theotónio, o presidente da Enatur, Rui Mota, o Provedor e o presidente da Mesa da Assembleia da Santa Casa da Misericórdia de Óbidos e o vereador do Turismo da Câmara Municipal de Óbidos. <

14 anos de Grupo Pestana Pousadas Foi em 2003 que o Grupo Pestana assumiu a gestão das Pousadas de Portugal, tendo adoptado uma estratégia de recomposição da rede. O grupo, segundo destacou Castanheira Lopes, presidente do GPP, considera primordialmente as localizações no sentido de “oferecer o nosso produto de qualidade superior onde haja maior procura”, motivo pelo qual “reconduzimos a nossa escolha apenas a edifícios patrimoniais e de relevância arquitectónica de modo a dar ainda mais diferenciação e consistência à oferta”. Por outro lado, sob a gestão do GPP, para a instalação de novas unidades da rede passaram a ser utilizados “unicamente imóveis com uma dimensão susceptível de uma gestão financeira e social sustentável”. Desde o ano em que assumiu a gestão da rede de Pousadas, o GPP pôs já em funcionamento novas unidades em Viseu, Porto, Cascais e Lisboa, a par de Tavira, Estoi, Faro e Covilhã, construídas pela Enatur. De referir também que o Grupo chegou “recentemente a um consenso com o município de Vila Real de Santo António, no sentido de utilizar um conjunto de prédios do seu centro histórico para os adaptar a utilidades turístico-hoteleiras”, disse Castanheira Lopes, avançando que “está já em licenciamento o projecto de instalação de uma pousada no coração do centro histórico de Vila Real de Santo António”, cujo investimento rondará os três milhões de euros. <

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>actualidade

Num investimento que rondará os 2,5 a três milhões de euros, o antigo pavilhão multiusos da cidade de Viseu vai ser reconvertido na maior sala de espectáculos e recinto multiusos da região Centro. Com capacidade para mais de 5.500 espectadores e uma arena de 2.500m2 o Viseu Arena vai poder receber espectáculos, eventos culturais e desportivos, bem como congressos e eventos corporate. TEXTO: FERNANDA RAMOS

Viseu Arena

• Investimento: 2,5 a 3 milhões de euros

• Capacidade: 5.876 espectadores

(sentados e em pé) | plateia: 4.116 lugares | eventos desportivos: 2.676 lugares • Arena: 2.500m2 • Área total: 9.000m2 • Intervenções: eestyling da fachada e interiores | renovação das bancadas com criação de novos espaços e bancadas retracteis | 5 novos bares | lounge panorâmico | melhoria das condições de acesso, circulação e segurança

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Concurso público será lançado ainda este ano

Viseu Arena vai aumentar atractividade turística

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presentado na segunda semana de Agosto, o Viseu Arena vai resultar da reconversão do pavilhão multiusos da cidade de Viseu e será a maior sala de espectáculos e recinto multiusos da região Centro, com capacidade para mais de 5.500 espectadores, o que representa um aumento de 83% da lotação face à capacidade do antigo multiusos, a que se junta uma arena com uma área de 2500m2. Ao todo, nos 9.000m2 de área que vai ocupar, poderão ser realizados espectáculos, congressos, seminários, conferências e encontros de marcas e de empresas. O programa funcional e o projecto de upgrade e restyling do espaço estão concluídos, com o projecto a prever a incorporação de ecrãs e de uma cortina de luz na fachada. Todas as bancadas vão ser renovadas e criadas novas zonas de público, nomeadamente uma tribuna suspensa com 112 lugares, 14 camarotes e 680 premium seats, estando igualmente prevista a instalação de cinco bares e um lounge panorâmico para eventos premium. A reconversão do antigo multiusos em Viseu Arena vai resultar de um investimento na ordem dos 2,5 a três milhões de euros, segundo avançou, na apresentação do projecto, o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, para quem este é um projecto estruturante, tanto para o crescimento da oferta cultural como para o desenvolvimento turístico da cidade e da região. “Este é um investimento âncora para Viseu e para a descentralização cultural e turística nacional”, afirmou a propósito o autarca realçando ainda que, se em vez

da reconversão de um espaço antigo estivesse a ser feito um projecto de raiz “se calhar tínhamos que multiplicar por 10” o investimento a realizar. “Colocar Viseu no mapa nacional e ibérico da oferta de espectáculos, reforçar a dinâmica local e a descentralização cultural nacional e incrementar a atractividade turística de Viseu no Centro/Norte de Portugal e nos respectivos eixos ibéricos” é o objectivo do projecto, assegurou. Já o arquitecto responsável pelo projecto, Moisés Rosa, frisou que “foi acrescentado valor” ao pavilhão multiusos existente, integrando “conforto, hospitalidade e segurança” e voltando-o para a rua, fazendo com que contacte com a cidade e o espaço envol-

vente. Afirmou ainda que o Viseu Arena “será um espaço atractivo e adaptado a todo o tipo de eventos com a incorporação de novas arquitecturas interiores e de novos serviços que incrementam a sustentabilidade e valorizam o campo da Feira de São Mateus”, espaço onde o projecto foi promovido junto do público. O projecto, cujo concurso público para execução das obras deverá ser lançado no quarto trimestre deste ano, resulta de uma parceria institucional entre a autarquia de Viseu, a empresa Arena Atlântico (sociedade gestora do Meo Arena) e a Viseu Marca, uma associação para promoção e desenvolvimento turístico e cultural da região de Viseu. <


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>hotelaria >hotelaria Organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal, o 29º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo que vai ter lugar em Coimbra, no Convento de São Francisco, entre os dias 15 a 17 de Novembro, vai subordinarse ao mote “Descobriram Portugal. E agora?!”, pretendendo responder à questão “como manter a capacidade de atracção de, e por, Portugal?”. TEXTO: FERNANDA RAMOS

Em Coimbra de 15 a 17 de Novembro

“Descobriram Portugal. E agora?!” é mote do Congresso da AHP

N 29º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo Data: 15 a 17 de Novembro Local: Convento de São Francisco, Coimbra Mote: “Descobriram Portugal. E agora?!” Inscrições através do site da AHP em: http://hoteis-portugal. pt/event/327/26

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o seu site, a Associação da Hotelaria de Portugal sublinha, justificando o tema escolhido, que “a força e entusiasmo com que o Mundo está a “descobrir” Portugal faz-nos bater sucessivos recordes no Turismo e na Hotelaria, que se afirma como o maior sector da economia nacional”. Estes recordes, muito positivos para a actividade turística, implicam também responsabilidades futuras para as quais a Associação pretende chamar a atenção durante a reunião magna dos hoteleiros portugueses. “Importa responder aos desafios no presente que este crescimento acarreta e ver para lá da linha do horizonte, para preparar o futuro”, afirma a AHP, colocando desde logo algumas questões pertinentes: “Como crescer sem perder a identidade? Como divulgar outros destinos em Portugal e distribuir no território as oportunidades que o Turismo traz? Como gerir as infra-estruturas aeroportuárias no quadro actual e perante o crescimento? Que novas tendências se perspectivam, do alojamento às tecnologias e à gestão de pessoas?”. Estas são algumas das questões a que o 29º CNHT se propõe dar resposta através das várias sessões de trabalho constantes do programa provisório que está também já publicado no site da AHP. Como sempre, o congresso inicia-se com a sessão oficial de abertura, pelas 08h45 do dia 16 de Novembro, Segue-se, pelas 09h30, o painel “Turismo e a Europa das Regiões” em que se falará

sempre, os reptos do futuro”. Aqui se falará de recursos humanos e da sua escassez, da qualidade do serviço prestado, da formação, dignificação das carreiras turísticas e legislação laboral.

VENDAS, PREÇOS E NOVAS TENDÊNCIAS DO ALOJAMENTO

de identidade nacional, da afirmação e promoção das regiões, do posicionamento da Europa, de desafios e cooperação e da “construção do projecto europeu e o desenvolvimento de um Turismo policêntrico e descentralizado”. Segue-se, ainda da parte da manhã, o painel “A condição periférica de Portugal. Os desafios do transporte aéreo”, uma mesa redonda onde se vai falar de rotas e da sua rentabilidade e sustentação, e de infra-estruturas aeroportuárias. A tarde inicia-se com a sessão “Como Crescer sem perder a identidade?” onde se falará uma vez mais de identidade, mas também de massificação, de crescimentos descontrolados que podem levar à degradação da qualidade de vida das populações, e dos desafios que se colocam às cidades de Lisboa e Porto. “Qual a justa medida para o sucesso? Por onde começar e acima de tudo quando e como parar?” serão algumas das questões em cima da mesa. O segundo painel da tarde subordina-se ao tema “As Pessoas: a aposta de

Na manhã do dia 17, após um ReviewPro sobre “Preços altos, expectativas altas! Como explorar oportunidades e melhorar a experiência do hóspede?”, a sessão de trabalhos terá como tema “The Future of Hotel Revenue Management: Big Data, Business Inteligence & Analytics para hoteleiros”. Sobre o tema, explica a AHP que “mais do que aumentar o RevPar, o objetivo é, cada vez mais, garantir o aumento do net revenue”. Por isso “o processo de conhecer, compreender, antecipar e reagir às tendências da procura é fundamental para vender o quarto certo ao cliente certo, pelo preço certo no canal certo”. A fechar a manhã, o último painel terá como tema “Novas tendências do alojamento – The hotel. The Hostel. The House”. Aqui se procurará responder a questões como “Será a hotelaria de pequena escala apenas uma tendência ou é realmente um negócio? “Small is really beautiful?” Hoteleiro vs hosteleiro. Haverá mesmo diferença? O que nos faz sentir em casa?” Será também apresentado o case study internacional “Is the house the new hotel?” A fechar os trabalhos, está marcada para as 13h00 a sessão de encerramento do congresso. <


> equipamentos e serviços para a hotelaria

Hotel

Relax e experiências é o que os clientes querem TURISVER | AGOSTO DE 2017

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Com uma nova geração de viajantes, os hotéis foram obrigados a adaptar-se não só ao nível de oferta de serviços como também da decoração, tanto nas áreas públicas como nos quartos, criando novos conceitos. A globalização e a tecnologia fazem com que os clientes valorizem hoje a experiência, a sensação e a emoção nos hotéis onde ficam hospedados, privilegiando o que os faz sentir em casa. TEXTO: CAROLINA MORGADO

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Novos conceitos

Quartos de hotel que oferecem experiências

A

o longo dos anos, a hotelaria portuguesa, embora moderna de uma forma geral, tem sabido reinventar-se, remodelar-se, adaptar-se aos tempos e modernizar-se, cativando novos públicos. Não está em causa apenas o conforto do cliente, mas a necessidade de criar um produto diferenciador, já que a oferta é cada vez mais vasta e a concorrência cada vez mais renhida. Quem não estiver à altura, seja de que categoria for, será ultrapassado por outras preferências, até porque o cliente de hoje fideliza-se cada vez menos, nesta ânsia de procura de novos produtos e novos conceitos. Este novo segmento da procura não pretende apenas um serviço de toalhas de mesa intocada, carregador para ajudar com a bagagem, ou um concierge. O novo viajante quando entra num hotel quer sentir-se completamente em casa, conecta-

do e num ambiente pode possa ser parte de uma experiência única. Neste sentido, também os quartos adquirem novos conceitos, criando, por um lado, elementos de design contemporâneo, mas também privilegiando o antigo, sempre com a preocupação na sustentabilidade ambiental. Tudo depende do mercado-alvo: jovens, famílias, viajantes individuais, aqueles que viajam a trabalho ou a lazer, ou os seniores, até porque as tendências de hospitalidade variam, sem abrir mão do conforto, e onde o pormenor tem grande valor. Efectivamente, desde novas tipologias, cada quarto a sua decoração, quartos ou pisos temáticos, novos conceitos ao nível de iluminação, colchões que nos fazem literalmente sentir nas nuvens, kits de almofada, as tecnologias mais avançadas ao nível de som e imagem, os quartos de hotel hoje são criados para transmitir novas

experiências. De uma maneira geral Portugal oferece um parque hoteleiro moderno e de excelente qualidade, mas mesmo assim, as unidades hoteleiras não podem dormir à sombra dos louros conquistados. Remodelar também é preciso, até porque é necessário tornar a estadia dos clientes mais cómoda e acolhedora, no fundo, adaptar-se às novas exigências do mercado. Na hotelaria quem manda é o cliente. Então é preciso mantê-lo satisfeito. Por isso, um hotel bem mantido pode fazer uma enorme diferença para os seus clientes, até na hora de decidir voltar nas futuras viagens. A hotelaria neste momento é um sector muito competitivo, rivalizando entre cidades, marcas e até entre unidades da mesma cadeia. E para fidelizar os clientes e manter um hotel “na crista da onda”, é preciso remodelar, fazer uma avaliação para entender o que mudar, de acordo


>dossier

com as necessidades dos clientes, mesmo que o hotel ainda não esteja decrépito.

CONFORTO ALIADO À ALTA RENTABILIDADE DOS MATERIAIS Se falámos no que o hóspede procura, não podemos esquecer que a

hotelaria é também um negócio e é preciso rentabilizá-lo. Neste sentido, o empresário/hoteleiro está a fazer um investimento e busca, essencialmente, equipamentos de alta rentabilidade, resistente, de fácil limpeza, manutenção e restauro, gestão simples, avançados tecnologicamente, eficiência energética, e de fácil utilização e manutenção,

mas também seguros, aliando tudo isso ao conforto e inovação, o aspecto estético e versatilidade do design, porque é isso que os hóspedes de hoje buscam. São pontos a ter em conta e as empresas de equipamentos têm vindo a colocar no mercado soluções e produtos que respondem às necessidades dos hoteleiros nestas áreas.

Para além do mobiliário, existem serviços que são hoje imprescindíveis em qualquer experiência de alojamento e numa altura em que se fala muito de clientes da geração millennial. A necessidade de acesso permanente à internet, quer seja em contexto profissional ou de lazer, leva a que seja hoje inquestionável a disponibilização de serviços wireless.

>

Se esses materiais eram importados há uns anos atrás, hoje já existem no país fabricantes que produzem peças Made in Portugal, de alta qualidade, bons preços, originais e pensadas para as especificidades, necessidades ou opções de cada

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>dossier projecto. Cabe assim a cada empresário/hoteleiro adequar o seu investimento ao que mais convém à sua realidade de custo e benefício. Hoje é possível encontrar um perfeito equilíbrio entre o design / qualidade e com artigos fabricados na zona Euro, sem necessidade de recurso a produtos vindos sabe-se lá de onde, onde posteriormente em caso de necessidade e assistência, a tarefa é quase impossível, inglória e sem resolver problemas aos hoteleiros que surgem no dia-a-dia. Mas não vale lavar apenas a cara, as cores, mudar revestimentos ou os materiais porque os espaços estão degradados, fruto do passar dos anos. Em remodelação não se pode ter em conta só o óbvio ou o mais bonito. O material deve ser confortável e apelativo à vista, mas é preciso não esquecer que são de muita utilização e por isso de maior desgaste. Remodelar muitas vezes significa alterar estratégias ou mudar conceitos com vista a proporcionar maior conforto aos hóspedes. Significa conjugar aspectos culturais da zona onde se integra com padrões e standards. Significa muitas vezes também renovar a tecnologia. Hoje ter um sistema wifi é um factor de decisão do cliente, como será uma boa cama e um óptimo chuveiro.

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Remodelar também rima com poupar. Estamos em época de procura de novas formas de rentabilizar o negócio, e na hotelaria ainda mais, que olha cada vez mais para a maximização dos serviços e minimização de custos. Uma das formas de o conseguir é através da adopção das energias verdes. Em hotelaria a sustentabilidade não pode ser encarada como uma moda, mas uma atitude. A energia solar, a ventilação natural, o isolamento da envolvente, a maximização da eficiência energética, tais como iluminação e águas, a domótica ou máquinas

mais modernas nas cozinhas e lavandarias são algumas vantagens competitivas que devem ser acauteladas e pensadas quando se fala em modernização. São investimentos que se pagam por si. Num hotel, a primeira impressão é tudo. Seja na área da recepção ou no quarto, uma atmosfera acolhedora de frescor e limpeza pode representar a diferença entre um hóspede fiel e um visitante que não volta mais. É por isso fundamental que as unidades hoteleiras consigam marcar a diferença na sua oferta de alojamento. Há que conhecer bem os clientes, considerar

o motivo da estadia e endereçar serviços que vão ao encontro das suas expectativas. A grande maioria dos hotéis opta pelo design dinâmico e de alta qualidade, trabalhando com decoradores capazes de criar interiores contemporâneos, ambientes estimulantes, animados e acolhedores, lobbies ousados e inovadores, espaços públicos flexíveis e inspiradores, com a indispensável Internet de alta velocidade grátis e tecnologia de ponta. O encanto tem de estar nos detalhes, que acompanham um serviço impecável. É preciso deixar uma impressão duradoura da estadia. <

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CLIMA PORTUGAL inova na filtragem de fumos na restauração A qualidade dos sistemas de exaustão tem como objectivo obter bons resultados na cozinha e no estabelecimento, mas também na evolvente onde o ar de exaustão é descarregado, evitando a descarga na atmosfera dos contaminantes presentes nesses gases: fumo, gorduras e cheiros. Hoje há soluções para se conseguirem bons resultados, e a CLIMA PORTUGAL tem vindo a inovar nesse sentido, como nos dá conta Mário Fernandes de Carvalho, administrador da empresa. TEXTO: CAROLINA MORGADO

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s tempos modernos são marcados por um crescente grau de exigência e de qualidade. Na área da restauração existe um problema antigo que continua a necessitar de atenção: os deficientes sistemas de exaustão de fumos provenientes das cozinhas profissionais. Segundo Mário de Carvalho, administrador da CLIMA PORTUGAL, “por vezes este tipo de problema não depende do bom ou mau dimensionamento da instalação, mas condicionados pela inexistência de infra-estruturas adequadas à exaustão dos fumos que produzem”. Para responder a estas questões de uma forma criteriosa e profissional, e apresentar soluções, o departamento I&D da CLIMA PORTUGAL dedica-se a este assunto há mais de 18 anos e tem liderado, anos após anos, este tipo de soluções. Neste sentido, atenta à necessidade de evoluir e oferecer novos patamares de eficiência, vai apresentar em breve duas novas soluções: Sistemas de Filtragem Eletrostática – MKC K-ESP e Sistemas de Ozono – MKC K-OZ3. Como explica o executivo, um precipitador eletrostático, também conhecido como um filtro de ar eletrostático, “é um equipamento de filtragem eficaz no controlo da poluição. O sistema de filtragem eletrostática captura os poluentes, retém as partículas e liberta o ar limpo para a atmosfera”. Os sistemas de filtragem eletrostática são normalmente “muito eficientes, sendo capazes de recolher a maior quantidade das partículas presentes no ar”, refere ainda, acrescentando que existem, no entanto “quatro factores que geralmente afectam a máxima eficiência de um precipitador eletrostático, que podemos resumir nos seguintes: o dimensionamento do precipitador eletrostático, nomeadamente a equidistância do negativo ao positivo, e o tempo de contacto; a eficiência do mecanismo que recolhe as partículas num determinado volume de ar, a composição química das partículas a serem precipitadas e a tensão fornecida pelo sistema de alimentação para o campo eléctrico”. Com os olhos postos na eficiência,

está prestes a ser apresentada a gama MKC K-ESP, uma nova gama de produtos que sobe de forma significativa esse patamar da eficiência. Como principais características do MKC K-ESP, vai ser utilizado na sua construção o aço inoxidável ANSI 304, vai ser revista a tensão utilizada para aumentar a eficiência e desenvolvido um novo layout dos seus componentes para melhorar a equidistância entre o negativo e positivo ao longo de todo o processo. “Melhora-se a resistência do sistema e a sua eficiência – será a nova geração de equipamentos MKC que está a chegar”, referiu Mário de Carvalho. Por outro lado, vão ser apresentados novos sistemas de Ozono, o MKC K-OZ3, próprio para insuflação de ozono na conduta de exaustão. São sistemas que poderão ser utilizados de forma independente ou combinados com outros sistemas. A CLIMA PORTUGAL vai divulgar vária documentação que apoia o dimensionamento e a utilização deste tipo de tecnologia. “A utilização do Ozono reduz de forma quase absoluta os odores. O Ozono (O3) é um gás oxidante de cor azulada e a sua acção desodorizante não consiste no disfarçar de cheiros, mas na destruição dos compostos voláteis portadores de cheiros, por oxidação. Os geradores de Ozono MKC K-OZ3 são equipamentos, com capacidades de 20 g/h a 60g/h, gerido por eficaz sistema de controlo”, sublinhou o administrador da CLIMA PORTUGAL. No entanto, a empresa já oferece ao mercado diversas soluções e sistemas com filtros eletrostáticos, filtros de carvão activado, filtros mecânicos, enfim uma vasta gama de equipamen-

tos que respondem razoavelmente às necessidades. Destaque para o sistema que melhor responde, o MKC SELAI – Sistemas com lavagem automática e manuten-

ção. Conscientes da enorme dependência destes sistemas de uma cuidada manutenção, nomeadamente a necessidade de manter limpos os componentes dos sistemas eletrostáticos para que funcionem, existe no mercado sistemas de filtragem com lavagem automática muito eficiente – reduz os custos de manutenção e garante a eficiência dos sistemas de filtragem, conforme explicou o responsável. O departamento de engenharia da CLIMA PORTUGAL dispõe de um serviço de apoio fácil ao projectista e aos profissionais do sector, de forma a transmitir o know-how necessário a adoptar a melhor solução para cada caso específico. <

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>dossier O evento é dedicado a profissionais e pretende reunir uma grande oferta de empresas de todos os sectores necessários à hotelaria. Uma boa oportunidade para apresentar produtos, serviços, inovações, auscultar o mercado, renovar contactos e concretizar negócios na área da hotelaria. Esperam-se na primeira edição desta feira mais de 80 expositores e mais de 5.000 visitantes. TEXTO: CAROLINA MORGADO

• Data: 2 a 4 de Novembro • Local: Centro de Congressos de Lisboa – FIL (Junqueira)

• Horário: Quinta-feira das

14h00 às 20h00; Sexta-feira e sábado das 10h00 às 20h00 • Sectores em exposição: Arquitectura e design de interiores; mobiliário e decoração, interiores para wc: palamenta e cutelarias; têxteis para hotelaria, alcatifas e papel de parede; iluminação; colchões; sistemas de climatização; mobiliário urbano e projectos de decoração de jardins; piscinas entre outros sectores, produtos e equipamentos necessários às unidades hoteleiras. • Público-alvo: Directores e gerentes de hotéis, directores de compras de hotéis, administradores, proprietários, arquitectos, engenheiros, designers, projectistas, empresas de construção, entre outros profissionais. • Periodicidade: Anual

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Decor Hotel

Tudo para construir ou remodelar unidades hoteleiras

A

1ª edição da Decor Hotel – Feira Profissional de Equipamentos, Produtos e Serviços para hotéis e similares vai ter lugar entre os dias 2 e 4 de Novembro próximo, no Centro de Congressos de Lisboa (FIL- Junqueira), mas a organização, a Exposalão, indica que já supera todas as expectativas contando com dezenas de empresas com mais de 135 marcas. É a primeira vez que se realiza em Portugal uma feira dedicada em exclusivo ao sector hoteleiro e a adesão tem sido notória, com mais de 90% do espaço de exposição já vendido. Numa altura em que o sector hoteleiro bate recordes e que a construção e reabilitação de unidades hoteleiras para 2017 e 2018 atingem valores que há muito não se verificavam, este certame reúne as empresas necessárias para que qualquer proprietário possa no espaço de exposição reunir todas as propostas de que precisa e realizar os seus negócios. À semelhança do que já acontece em Paris e Milão, chega a Portugal uma feira que colmata assim uma lacuna no mercado de feiras. São várias as empresas expositoras que marcam presença

na Decor Hotel com as suas diversas marcas, querendo apresentá-las durante os três dias de feira ao mercado. A organização está a levar a cabo um plano de divulgação do evento que inclui o convite a diversas cadeias de hotéis. Ao nível de visitantes, o certame espera a presença de directores e gerentes de hotéis, directores de compras de hotéis, administradores, proprietários, arquitectos, engenheiros, designers, projectistas, empresas de construção, entre outros profissionais. Pretende-se reunir uma grande oferta de empresas de todos os sectores necessários à construção e remodelação de unidades hoteleiras. Com este objectivo a vai contar com expositores nas áreas de arquitectura e design de interiores; mobiliário e decoração; palamenta e cutelarias; têxteis para hotelaria; alcatifas e papel de parede; iluminação; colchões; sistemas de climatização; maquinaria; soluções audiovisuais, de telecomunicações; sistemas de alarme; sistemas integrados para hotelaria; mobiliário urbano e projectos de decoração de jardins, terraços e varandas; piscinas, acessórios e coberturas, entre outros sectores agregados, passando inclusive por equipa-

mentos para desporto, lazer, fitness e Spa. Notícias recentes apontam para a construção de 23 hotéis nos próximos dois anos em Lisboa, num total de 75 novas unidades hoteleiras em Portugal. A 11ª edição do estudo da Deloitte ‘’Atlas da Hotelaria 2016’’ revela que a tipologia preferida dos turistas continua a ser os hotéis, com uma clara vantagem face a outras tipologias, embora a procura por hostels e guesthouses esteja a aumentar. Também o cliente é cada vez mais exigente. É um cliente cada vez mais digital, que tem na sua posse toda a informação possível e que procura uma verdadeira experiência em cada viagem que faz. Assim, a competitividade e diferenciação tornou-se factor obrigatório para as unidades hoteleiras, que devem ir ao encontro das expectativas dos seus clientes. Assim, tendo em conta o crescimento do sector, é fundamental que os players de mercado tenham conhecimento dos melhores produtos e serviços e estejam actualizados sobre as mais recentes tendências, não só para a construção de novos hotéis como para optimizar as actuais unidades hoteleiras. <


Groupe GM: Novas linhas de amenities chegam ao mercado

A

Groupe GM demonstra mais uma vez o seu compromisso com a beleza da natureza através da colaboração com The Organic Pharmacy, empresa pioneira na introdução de produtos orgânicos no mercado de luxo. A linha de hotel The Organic Pharmacy, enriquecida com extractos de calêndula, inclui gel de banho, body lotion, champô e amaciador, em bisnagas de 40ml; sabonete de 30 e 50g embrulhado em papel; sabonete líquido e gel para corpo e cabelo, em doseadores de 300 ml. Esta linha, sem parabenos, óleo mineral, silicone e agentes colorantes, tem uma subtil fragrância com notas altas de ylang-ylang e lírio do vale e notas base e médias de jasmim. A Groupe GM assumiu também a distribuição da nova linha de amenities URIAGE, enriquecida com água termal dos Alpes, sem parabenos, MIT, silicone e agentes colorantes. É enriquecida com manteiga de karité, queratina, azeite e aloé vera e compos-

ta por sabonete de 20 e 40g em caixa de cartão; gel de banho e champô em frascos de 40ml; amaciador e body lotion em bisnagas de 30ml; sabonete líquido e gel corpo e cabelo em doseadores de 300ml.

OS MAIS NOVOS TAMBÉM MERECEM A pensar nos hóspedes mais jovens, o Groupe GM apresentará uma nova linha de amenities para hotel especialmente direccionada para as crianças. Esta linha apresenta um tema que transportará as crianças para o coração da selva e que as fará sentirem-se ainda mais especiais, emergindo-as num mundo divertido, de brincadeira e mistério. Disponível a partir do próximo Outono em hotéis de todo o mundo, a linha Amimo Kids contém produtos pensados especialmente para os mais novos e também alguns jogos interactivos para os manter entretidos durante toda a sua estadia.

O primeiro artigo proposto é a “My Fun Box” “A Minha Caixa de Diversão”. A caixa contém uma bisnaga de 30ml de gel para o corpo e cabelo, um sabonete de 20g e um livro de jogos com o seu próprio lápis para explorar a selva. A linha Amimo Kids inclui ainda um “My Coloring Set” (O Meu Kit para Colorir) que contém um livro de colorir e lápis de cor para que os hóspedes desfrutem nos tempos livres. Além disso,

os mais novos receberão uns chinelos Amimo à chegada, para um novo nível de luxo na sua estadia. Por último, esta linha terá um artigo chamado “My Lucky Box” (A Minha Caixa da Sorte) que dará uma pequena sensação de mistério. Com um balão, um doce e um brinquedo surpresa, a criança terá de abrir a caixa para ver o tipo de brinquedo que terá para se divertir. Ainda para os mais novos, amizade, infância, imaginação, fraternidade, humanidade, esperança e magia foram a inspiração da linha de hotel Le Petit Prince composta por sabonete de 15g em caixa de cartão e gel de banho e champô em tubos de 30 ml. Refira-se que Le Petit Prince (O Principezinho) é um dos ícones literários mais bem amados do século XX, da autoria de Antoine de Saint-Exupéry, um conto filosófico, com valores humanistas, compartilhados de uma geração para outra há mais de 70 anos, criando laços entre gerações, homens e continentes. <

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>dossier

Grupo Nabeiro lança 1ª máquina de café em cápsula para canal Horeca Tecnologia ePOS da Epson A multinacional japonesa dá destaque às suas inovadoras tecnologias ePOS de impressão de recibos – a mais recente TM-T88VIiHUB – e etiquetas a cores – gama de impressoras ColorWorks – que impactam e optimizam o sector da restauração. Os inovadores modelos desta gama garantem a impressão de etiquetas a cores, a baixo custo, com eficiente concordância de pontos de cor, elevada qualidade e velocidade. Esta versão oferece muito mais do que a simples impressão de recibos, no POS. A impressora conta com múltiplas funcionalidades que

passam pela simples integração em apps ou aplicações web, o controlo de periféricos POS, a impressão a partir da internet e o armazenamento de aplicações web na própria impressora. A exclusão do recurso a drivers e necessidade de incorporação de software específico para a integração na infra-estrutura do negócio, conferem a esta e às demais impressoras da gama TM-intelligent, a possibilidade de proporcionar mobilidade, flexibilidade e portabilidade à experiência do consumidor em loja, permitindo estreitar e personalizar as relações entre retalhistas e clientes. <

O Grupo Nabeiro – Delta Cafés inicia a produção da Mayor Q, a primeira máquina de café em cápsulas para o canal Horeca. A Mayor Q foi apresentada como uma máquina com “características únicas”, exclusivamente desenhada e produzida pelo Grupo Nabeiro, em Campo Maior. Tem como destino as empresas do sector da hotelaria e restauração. De acordo com Rui Miguel Nabeiro, administrador do Grupo, esta é “uma máquina a pensar nos clientes, com uma eficácia energética que permite poupanças na esfera dos 50 a 60%”. Já para 2017, os objectivos traduzem-se na introdução no mercado de 500 máquinas Mayor Q, na atracção de 6 mil clientes e na produção e venda de 75 milhões de cápsulas. A marca Disponibiliza também a todos os clientes deste canal uma outra novidade: a BreaQ. A solução “autónoma” destinada essencialmente a escritórios e a áreas multi-serviços ou de ‘vending’, permitindo a selecção de 19 bebidas quentes à base de café, leite e chocolate, através do seu ecrã ‘touch screen’. Oferece ainda a possibilidade de um sistema alternativo de pagamento (moedeiro). Para o canal Horeca, a Delta Cafés apresenta ainda quatro novos ‘blends’ exclusivos – MagnetiQ (expresso com notas de caramelo e avelã), AromatiQ (expresso com notas de cacau e nozes torradas), SilQ (bebida com doçura realçada e aroma com notas de caramelo e de amêndoas) e DeQaf (expresso de corpo realçado, com aroma rico em notas de caramelo). <

SunEnergy implementa projecto de autoconsumo no MH Atlântico

AXOR Uno: Nova colecção para casas de banho A AXOR apresenta a sua nova colecção para casas de banhos: a AXOR Uno. É através dos tubos, a maneira mais antiga de direccionar a água, que se define as duas variações do estilo da colecção, para o lavatório, chuveiro e banheira. A AXOR Uno alia os princípios do design sem limites do purismo original através de uma construção consistente: dois cilindros moldados de forma precisa unem-se no ângulo recto. A bica e os manípulos estão disponíveis em versões mais angulosas ou suavemente arredondados. Os contornos precisos e a elevada proporção áurea das torneiras são as suas características de estilo mais definidoras, conferindo-lhes uma aura especial e uma aparência esbelta e elegante em qualquer ambiente. Os acabamentos especiais na superfície conferem uma maior luminosidade à colecção, que compreende mais de 70 produtos para lavatórios, chuveiros e banheiras. O funcionamento das torneiras AXOR Uno foi reduzido ao essencial: o fluxo de água é iniciado e finalizado pressionando o botão Select, girando o chamado manípulo “Zero” ou levantando o ergonómico manípulo. < 26

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A SunEnergy, marca especializada em soluções de energias renováveis, acaba de assinar contrato para mais um grande projecto de autoconsumo com a instalação de 520 painéis solares fotovoltaicos no Hotel MH Atlântico, na Praia da Consolação, em Peniche. Este será o segundo projecto executado para o grupo hoteleiro MH Hotels, após a instalação de 720 painéis solares fotovoltaicos no Hotel MH Peniche em 2015. Este investimento surge integrado

na renovação total do Hotel MH Atlântico. Em 2015 já tinham sido instalados 720 painéis solares fotovoltaicos no Hotel MH Peniche, uma das maiores unidades de autoconsumo em Portugal à data da sua conclusão. Em conjunto, estas duas unidades de autoconsumo permitirão ao grupo hoteleiro a poupança de várias dezenas de milhares de euros, à qual se junta uma significativa redução das emissões de CO2 associada à sua actividade. <


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>dossier

Seja em viagem de negócios ou de lazer, o viajante valoriza cada vez mais o relaxamento. As exigências vão muito além de um quarto confortável esperando-se uma aposta na inovação dos espaços comuns, para que proporcionem a maior tranquilidade possível e se distingam da demais oferta. TEXTO: SOFIA SOARES CARRACA

Unidades de excelência

Clientes querem espaços para relaxar num hotel

Q

uando em trabalho, após um dia recheado de reuniões e eventos, o hóspede anseia descansar e procura, por isso, espaços onde possa relaxar na sua unidade hoteleira. O mesmo se verifica numas férias, quando o viajante passou o dia a calcorrear uma cidade e visitar os seus monumentos, ou quando se aventura numa escapadinha

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por entre semanas de trabalho. Relaxar é a palavra de ordem quando o hóspede regressa ao hotel e ficar fechado no quarto não é, na maioria das vezes, aquilo que desejam. A grande procura vai para espaços inovadores e modernos, tanto na área da piscina, como no Spa, ou outras áreas comuns que apelem à tranquilidade. Conforto e exclusividade são valores preponderantes na procura de um hotel por parte

Conforto e exclusividade são valores preponderantes na procura de um hotel por parte de hóspedes cada vez mais exigentes.

de hóspedes cada vez mais exigentes. Com a recuperação da crise económica regressou em força a vontade de viajar e com clientes cada vez mais viajados a hotelaria tem de procurar mais que igualar a oferta a unidades de excelência a nível do atendimento, ultrapassá-la de forma inovadora, apresentando espaços modernos e cativantes. Para isto é necessário apostar num atendimento e serviço diferenciado, que passa não só pela forma como o staff lida com os hóspedes, mas também pelas áreas comuns que os hotéis disponibilizam. Querem-se Spas e ginásios bem equipados, piscinas interiores com jacuzzi, circuitos de água, saunas, banhos turcos e salas para vários tipos de massagem. Ainda assim, o conforto é procurado não só nos hotéis Spa, mas em todo o tipo de unidades de alojamento, que para este efeito devem vingar nas suas áreas comuns. Para marcar pela diferença é essencial conhecer bem o tipo de cliente que faz estadia no hotel, de modo a melhor perceber aquilo que deseja e procura e ir ao encontro das suas expectativas. Mesmo em unidades que não ostentem as 5 estrelas ou mais, procuram-se serviços diferenciadores e experiências inesquecíveis. É aqui que se


deve centrar a aposta de modo a fidelizar clientes e até atrair outros públicos.

TECNOLOGIA DE PONTA Somos, cada vez mais, uma sociedade online. De “millennialls” a “baby boomers” e em especial com a nova geração, apropriadamente conhecida como iGeneration, ter um serviço de Internet wi-fi de alta velocidade em todos os espaços do hotel é imprescindível. O serviço wireless, tanto no quarto, como na sala de pequenos-almoços, piscina e afins, é indispensável tanto para o cliente que viaja em trabalho e precisa de responder a emails no minuto, como para o jovem que está a visitar uma nova cidade e partilha a sua experiência em directo nas suas redes sociais. Na inovação ao nível da tecnologia relacionada com o atendimento ao cliente é também de referir a importância da estratégia de comunicação dentro da unidade hoteleira. Potenciar esta estratégia é prioritário, para que o hóspede tenha ao seu dispor meios de contacto com

a recepção alternativos. Torna-se uma mais-valia disponibilizar ecrãs de TV distribuídos pelas diversas áreas do hotel, com conteúdos que podem ser actualizadas no momento, de natureza informativa, institucional, promocional, educacional e até de entretenimento. Através destes ecrãs o cliente pode tomar conhecimento sobre locais de interesse a visitar e serviços disponibilizados no hotel. Mais do que isto, é cada vez mais importante o hóspede poder tomar decisões relativamente à sua estadia através de um clique. A aposta em aplicações que podem ser descarregadas directamente para os dispositivos móveis do viajante, como smartphones e tablets, é vantajosa. Poder relaxar na área da piscina e, ao mesmo tempo, através do telemóvel efectuar a marcação de um tratamento no Spa ou do almoço no restaurante do hotel é a definição de conforto hoje procurada por clientes de todas as idades. Para tal é necessário que também estas apps tenham informação sempre disponível, imediata, dinâmica e interactiva. Esta flexibilidade traduz-se numa redução de custos operacionais e melhor gestão eficiente de recursos, bem como numa maior satisfação por parte de quem no hotel pernoita.

INOVAÇÃO NO DESIGN Outra aposta certeira é aquela feita na inovação do design das áreas comuns de uma unidade hoteleira. É recompensada a criatividade que transparece nos espaços interiores e exteriores. Embora não seja necessário ter, por exemplo, um lobby luxuoso para que o hóspede se sinta confortável logo à chegada ao hotel, é importante que este seja cuidado, com ambientes charmosos e acolhedores em que se dê importância ao aspecto visual do espaço, materiais utilizados e escolha de objectos ergonómicos. O design dos espaços deve ser harmonioso, apelar ao público-alvo da unidade hoteleira e ainda ser coerente com o local onde esta se en-

A importância do Spa É muito através de tratamentos e massagens que o hóspede atinge o estado máximo de relaxamento, sendo os Spas espaços de extrema importância no seio de uma unidade hoteleira. Nestas áreas tudo tem de apelar ao máximo conforto e tranquilidade, com espaços onde prime a qualidade dos recursos, tanto quanto dos tratamentos. Saunas, banhos turcos e circuitos de água são quase imprescindíveis, mas é importante valorizar também os produtos locais da região onde se insere o hotel. Num espaço localizado numa região vitivinícola é natural o recurso à vinoterapia, tal como em outros poderá ser utilizado o mel ou a ginja, de entre outros exemplos. Ainda assim, para unidades de alojamento que não possuam Spa há alternativas viáveis que podem fazer com o que o hóspede atinga o tão procurado estado máximo de relaxamento. Tal é o exemplo de aulas de yoga ou pilates que podem decorrer em qualquer espaço amplo do hotel e até em áreas exteriores. A disponibilização de treinos de relaxamento nos ginásios, que devem ser igualmente bem equipados. a oferta de material que o hóspede possa levar consigo para o quarto, e assim completar o seu treino, como tapetes de yoga, pesos e outros acessórios, o facilitar para que alguns tratamentos e massagens possam decorrer no quarto, são alguns exemplos. <

contra, de modo a que hóspede veja a sua estadia como um todo. É também de destacar o conceito de open lobby, em que o formato tradicional do lobby é alterado de modo a combinar a recepção, o restaurante, o bar e o lounge num só espaço coeso. Este design contemporâneo foi estudado em concordância com os espaços de uma habitação, para que o hóspede tenha mais flexibilidade e usufrua do conforto a que está habituado em casa. Nos dias que correm são cada vez mais aproveitadas as áreas comuns dos hotéis, dando-se especial importância às exteriores, ao contacto com o ar-livre. Nesta medida é importante que estas sejam disponibilizadas mesmo de Inverno. Em

zonas mais frias é apreciada uma esplanada com aquecedores de rua e que tenha a oportunidade de fornecer mantas ao cliente, quando requisitadas, bem como bebidas apropriadas à época. A atenção concentra-se, também, nas áreas de piscinas. Um simples substituir de algumas das espreguiçadeiras por uma zona de lounge é um passo apreciado pelo cliente. Nestas zonas pode desfrutar de confortáveis colchões e partilhar o espaço com quem o acompanha. A preocupação com todos os detalhes, de modo a que nada falhe em nenhuma instância é, sem dúvida, uma das mais importantes. A decoração deve ser não só atraente, como também confortável.<

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O Hotel Expo Astória, em Lisboa, fez três anos no passado dia 15 de Agosto desde que foi adquirido pelo Grupo Expo, que tem vindo a realizar melhorias não só ao nível das infra-estruturas da unidade, como da valorização do capital humano, e ainda esforços comerciais e de promoção. Denominado “The Art Hotel”, o Expo Astória representa um novo conceito de hotel inspirado na arte e no design, no gosto pelo conforto e pela hospitalidade. TEXTO: FERNANDA RAMOS

Hotel Expo Astória faz 3 anos

Investimentos em melhorias não param

• 113 quartos (69 duplos, 4

duplos creative, 12 triplos, 18 family room) equipados com ar condicionado, telefone, TV LCD, wi-fi gratuito, mini-bar, secador de cabelo, amenities • Recepção 24 horas • Zona de Internet • Pequeno-almoço buffet • Restaurante com esplanada • Bar e lounge • Sala de bagagens • Lavandaria • Ginásio/Centro fitness • Rent-a-car • Tours e Sightseeing

A

15 de Agosto de 2014, a unidade hoteleira localizada no centro de Lisboa adquirida pelo grupo EXPO, abria as suas portas enquanto Expo Astória. Desde então, multiplicaram-se os trabalhos de manutenção e de crescimento da unidade com o objectivo de responder à crescente procura e proporcionar um serviço mais completo e próximo do cliente: 22 quartos foram inaugurados, os espaços do bar e do restaurante foram relançados e duas novas áreas comuns foram estreadas, a esplanada e o centro fitness. Paralelamente, foi realizado um grande investimento no que respeita aos sistemas de segurança e comunicação e verificou-se ainda uma crescente valorização e aposta no capital humano, com a atribuição de prémios de mérito às diferentes equipas, novo fardamento e dinamização de acções de formação. Por outro lado, foram disponibilizados novos serviços de bem-estar a pensar no hóspede, nomeadamente o serviço de massagens nos quartos. Simultaneamente, e de forma a acompanhar o crescimento do hotel, foram vários os esforços para garantir a melhor distribuição e comercialização da unidade, dos quais resultaram a celebração de contratos, parcerias e protocolos estratégicos com agências de

viagens, operadores e outras empresas diversas, através das quais é possível chegar a grande parte dos mercados mundiais – espanhóis, franceses, italianos, ingleses, brasileiros, russos, chineses, americanos, canadianos, entre outros. De acordo com Gustavo Cavallaro, director-geral da unidade, “acreditamos que os esforços realizados em várias frentes deram frutos”, acrescentando que “o investimento realizado nas infra-estruturas, a maior aposta e atenção ao público interno e todo o trabalho comercial traduziu-se em resultados bastante positivos a vários níveis, não só melhorámos o serviço prestado, sendo hoje mais próximo do cliente, como também se verificou um aumento da taxa de ocupação, atingindo no espaço do último ano uma média de 90%. O responsável garante, por outro lado que “não vamos parar por aqui, a fasquia está alta, mas continuaremos a trabalhar para superar o que foi alcançado até hoje”.

LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA O Expo Astória está instalado num edifício Art Déco do século XIX, na Rua Braamcamp, numa zona central e privilegiada de Lisboa, junto da Avenida da Liberdade e da Praça Marquês

de Pombal. É um boutique hotel vocacionado para os segmentos de cidade, negócios e família, que pretende ir ao encontro das necessidades de cada cliente. O espaço oferece um ambiente contemporâneo e acolhedor. A unidade de Lisboa oferece actualmente 113 quartos (com diversas tipologias) sendo 69 duplos, 14 duplo Creative, 12 triplos e 18 Family Room, todos equipados com telefone, LCD, ar condicionado, mini-bar, secador de cabelo e amenities. Os quartos providenciam conforto, combinando um design clean e acolher, desenhado para os clientes desfrutarem da sua comodidade. A classificação dos quartos depende das suas características, nomeadamente, a dimensão e localização. O wi-fi é gratuito em todas as áreas públicas e nos quartos. Conceituados arquitectos e designers portugueses emprestaram toda a sua criatividade e criaram espaços com um estilo moderno e de atmosfera relaxante que convidam ao repouso. Este hotel dispõe ainda de outros serviços tais como recepção 24 horas, sistema de vigilância interna, posto de Internet, sala de bagagens, pequeno-almoço buffet, e dois espaços destinados ao convívio e degustação: o bar lounge, que serve bebidas, cocktails e refeições ligeiras, e de um restaurante com esplanada, bem como um ginásio. < TURISVER | AGOSTO DE 2017

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>av&to Ainda faltam alguns meses para o final de ano, mas os operadores turísticos em Portugal já lançaram no mercado grande parte da sua programação especial de réveillon, tanto em operação charter como baseados em voos regulares. TEXTO: CAROLINA MORGADO

Oferta diversificada

Operadores já lançaram programas para o fim de ano

Q

uem quiser festejar o fim de ano em grande e a preços competitivos já pode encontrar nas agências de viagens alguma programação lançada pelos operadores turísticos, em venda antecipada (até finais de Agosto para alguns programas e até finais de Setem-

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bro para outros). Os destinos não diferem muito dos que têm sido programados, estando à cabeça o Nordeste do Brasil, Cabo Verde, Marrocos e diversas cidades europeias. Contactados pelo Turisver, Sónia Regateiro, directora comercial da Solférias, Nuno Aleixo, administrador da Nortravel, e Fernando Bandrés, director operacional da Soltrópico dizem que as suas operações de réveillon estão já praticamente todas lançadas no mercado, pelo menos no que diz respeito ao grosso do fretamento, e que as vendas antecipadas estão a correr dentro da normalidade para esta altura do ano, ou seja Agosto, em que grande parte dos portugueses ainda está de férias de Verão. De acordo com a directora comercial da Solférias “falta apenas alguma operação regular para sair, o que deverá acontecer até 30 de Setembro, e no que diz respeito à nossa quota no charter para Salvador, já há voos com pouca disponibilidade”, para lembrar que quanto mais cedo os portugueses comprarem a sua viagem mais possibilidade têm de encontrar o que pretendem e a preços mais baratos. “Podemos conseguir prolongamentos com alguns hotéis nos destinos em que vamos operar, mas serão à partida mais ca-

ros do que os preços que lançámos no mercado para venda antecipada até final de Agosto”. Já o administrador da Nortravel avança que após disponibilizar ao mercado vários programas para


uma vez que as partidas são muito pontuais, havendo praticamente uma rotação para cada destino”.

OPERAÇÃO CHARTER

Nuno Aleixo Administrador da Nortravel

Fernando Bandrés Director operacional da Soltrópico

Sónia Regateiro Directora comercial da Solférias

“Apesar de não podermos comparar com o Julho e o Agosto e de não operarmos em charter, o fim de ano é uma época interessante para nós”.

“Ainda há poucas pessoas a pensar no réveillon, mas não estou preocupado, até porque a operação deverá estar em linha com a do ano passado, que correu bem, e em que a programação para o Sal, Boavista e Marraquexe foi vendida a 100%”.

“Podemos conseguir prolongamentos com alguns hotéis nos destinos em que vamos operar, mas serão à partida mais caros do que os preços que lançámos no mercado para venda antecipada até final de Agosto”.

o réveillon 20107/2018 no Brasil, com confirmação imediata, o operador prepara-se para lançar novos pacotes de fim de ano para outros pontos do globo. Nas próximas duas semanas, conforme garantiu Nuno Aleixo, estarão disponíveis programas para os Estados Unidos – Nova York, Miami e Boston (estadas e cir-

cuitos), Marrocos – circuito cidades imperiais e estadas em Marraquexe, Dubai – estadas, Europa – estadas em Paris, Veneza, Praga, Londres, Mónaco e circuito Itália (Assis, Viterbo e Roma), Madeira – estadas e circuito, bem como Açores – estadas e circuito em São Miguel e estadas nas restantes ilhas.

Refira-se que a oferta de fim de ano da Nortravel para o Brasil, já lançada, inclui estadias de 9 dias e 7 noites com voos TAP Portugal, para as cidades de Recife, Fortaleza, Natal, Salvador da Bahia e Rio de Janeiro com datas de partida de 25 a 31 de Dezembro. Nuno Aleixo referiu que, “principalmente para Salvador a procura está boa, e para outros destinos que tradicionalmente colocamos no mercado, já há consultas”, para acrescentar que “apesar de não podermos comparar com o Julho e o Agosto e de não operarmos em charter, o fim de ano é uma época interessante para nós”. Refira-se que para essa altura do ano, o operador foca-se muito no produto Europa, a tradicional Madeira “que tem sempre uma grande procura, e agora, mais do que nunca, os Açores, destino que há anos atrás tinha pouca tradição de réveillon”. “Estão a entrar vendas, mas temos ainda muita disponibilidade”, sublinhou o director operacional da Soltrópico, para indicar que “Ainda há poucas pessoas a pensar no réveillon, mas não estou preocupado, até porque a operação deverá estar em linha com a do ano passado, que correu bem, e em que a programação para o Sal, Boavista e Marraquexe foi vendida a 100%”. Fernando Bandrés lembra que embora seja uma boa época para a Soltrópico “não se compara ao Verão,

A Solférias, a Exoticoonline, a EgoTravel e a Alto Astral aliam-se uma vez mais para promoverem uma operação charter de fim de ano para o Brasil. Programados estão quatro voos, dois voos de Lisboa e dois do Porto com destino a Salvador da Bahia, Fortaleza e Recife. A operação à partida de Portugal é da total responsabilidade dos três primeiros, enquanto no Brasil, para os brasileiros que queiram vir passar o reveillon no nosso país, a responsabilidade das vendas cabe à Alto Astral em parceria com Lusanova e outros parceiros locais nas cidades de Fortaleza, Maceió, Natal, Recife e Salvador da Bahia. A operação terá dois voos do Porto e dois voos de Lisboa, com destino às cidades de Salvador da Bahia, Fortaleza e Recife e partidas marcadas para os dias 26 e 27 de Dezembro. Todas as operações serão efectuadas em aparelho A340 da Hifly com capacidade para 265 lugares (dos quais 211 em classe económica, 42 em classe executiva e 12 first class). No que ainda diz respeito à operação charter e ao Nordeste brasileiro, também a Soltrópico e Abreu anunciaram Salvador da Bahia, com partida de Lisboa a 26 de Dezembro de 2017 e regresso a 2 de Janeiro de 2018. Os voos são realizados em avião A330neo da SATA. Por seu turno, a Exoticoonline e Solférias vão realizar dois voos charter de fim de ano para a cidade marroquina de Marrakesh, com partidas de Lisboa e Porto no dia 29 de Dezembro, e regresso a 1 de Janeiro. O pacote mais económico para estas operações tem o preço de 613 euros por pessoa, incluindo o voo, estadia em unidade de 4 estrelas, em quarto standard e em regime de meia pensão. Ambas as operações serão efectuadas em aviões TAP. Igualmente, os operadores turísticos Soltrópico e Solférias acabam de lançar a operação charter para a passagem de ano na Ilha da Boavista, com partida de Lisboa no dia 26 de Dezembro. O pacote de oito dias e sete noites apresenta valores a iniciar nos 798 euros por pessoa em quarto duplo, em regime de alojamento e pequeno-almoço, no Hotel da Boavista. Para o regime de tudo incluído, inclusive o réveillon, o pacote visa o preço de 1.536 euros, no 4 estrelas New Royal Horizon. Interessante pode ser ainda ouvir as 12 badaladas da mudança de ano na Disneyland Paris. Assim, o parque temático lança, pela primeira vez, desde

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>av&to a sua abertura, um produto exclusivo para a noite de fim de ano: a New Year’s Eve Party Hard, que já está a ser comercializado pelo operador turístico Solférias. Trata-se de um evento exclusivo ao qual apenas terão acesso os visitantes que previamente adquirirem um bilhete especial, que garante entretenimento nas atracções do parque de diversões entre as 19h00 de 31 de Dezembro e a 01H00 de dia 1 de Janeiro. A Solférias, na qualidade de parceiro da Disneyland Paris em Portugal junta-se a mais este momento de celebração do 25º aniversário do parque, colocando à venda os bilhetes para esta noite exclusiva especialmente criada para esta ocasião.

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LUGARES EM GARANTIA O operador turístico Sonhando lançou no mercado uma proposta para o réveillon no Porto Santo. O pacote é de 3 noites e os preços começam em 554 euros por pessoa, em duplo. O programa assenta em voos especiais directos operados pela TAP, com a partida de Lisboa a estar marcada para 29 de Dezembro e o regresso para o dia 1 de Janeiro. Já o alojamento é no 4 estrelas Vila Baleira Thalassa & Spa. Passar o réveillon no Funchal é a sugestão do operador turístico Sonhando, que promove um programa de quatro noites com preços a iniciar nos 629 euros por pessoa em quarto de ocupação dupla. A viagem visa partidas de Lisboa ou do Porto a 28 e 29 de Dezembro, em voo TAP. Por outro lado, a YOU Tour Operator anunciou a sua programação para a passagem de ano 2017/2018, com destaque para um dos destinos mais procurados, nomeadamente a Madeira. Sugere, ainda, o réveillon em Nova Iorque, Dubai e Marraquexe. A Lusanova está a promover um programa de passagem de ano em Nova Iorque. Por seis dias na “Big Apple” o operador turístico apresenta preços desde os 1.255 euros por pessoa em quarto de ocupação dupla. O programa tem partida marcada para o dia 30 de Dezembro, às 11h20, com chegada a Nova Iorque às 14h50, hora local. No regresso sai da cidade norte-americana às 23h40 e chega a Lisboa às 11h20. Com vendas antecipadas até de Setemnro, Islândia (Reiquiavique e circuito ao Sul da Islândia) com a Icelandair de Lisboa, entre 28 de Dezembro e 1 de Janeiro, quatro dias em Praga desde 30 de Dezembro, o Funchal em cinco dias com partida a 29 de Dezembro, bem como Dubrovnik com pacotes de cinco dias a bordo da Croatia Airlines, entre 28 de Dezembro e 2 de Janeiro, são ainda algumas das propostas da Lusanova. Fazer um cruzeiro nesta época festiva é uma oportunidade a não perder. Neste caso, a Lusanova Cruzeiros está a promover uma passagem de ano passada na companhia da Luftner 34

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Cruises, a bordo do Amadeus Silver III, com preços a iniciar nos 2.290 euros por pessoa em camarote de ocupação dupla. A viagem tem partida marcada para dia 27 de Dezembro e regresso a 4 de Janeiro de 2018, com o cruzeiro a iniciar a 28 de Dezembro. O itinerário inicia por Colónia e segue para Rudesheim e Mainz também na Alemanha, continua para Estrasburgo em França e Basileia na Suiçá, para voltar à Alemanha com passagem por Speyer, Mannheim, Oberwesel e Koblenz, regressando novamente a Colónia. Outro cruzeiro de fim de ano sugerido pela Lusanova prevê saída em Fort Lauderlade com escalas em Turcos & Caicos, San Juan de Porto Rico, Ilhas Virgens Americanas (St. Thomas) e Bahamas, a bordo do Westerdam, entre 27 Dezembro de 2017 e 5 de Janeiro 2018. Destaque também para um cruzeiro a bordo do Koningsdam, para conhecer Key West, Cozumel, Ilhas Caimão e passar um dia na ilha privada da Holland America nas Bahamas.

UM MUNDO DE DESTINOS A Soltrópico já tem disponível no seu site para orçamentação e reserva, a última das suas operações em voo especial para o fim do ano 2017: Marraquexe. Este ano, e como novidade vai operar tanto à partida de Lisboa como do Porto com a companhia Privilege. As saídas serão a 29 de Dezem-

bro, com regressos agendados para dia 1 de Janeiro, e oferta de city tour para todos os clientes. O operador destaca ainda as suas programações regulares para o Sal e Boavista , onde existem também lugares garantidos para a temporada natalícia (Natal e fim de ano). Com praticamente toda a sua programação já disponível, só faltam os pacotes para Porto Santo, que deverão sair brevemente. Assim entre voos regulares e especiais contam-se Salvador da Bahia em charter com a SATA, à saída de Lisboa, com oferta de full day na Praia do Forte para os clientes alojados em Salvador, e na capital baiana para os clientes alojados no Litoral Norte, e o Dubai, com a Emirates, com partida a 27 de Dezembro e regresso a 2 de Janeiro. Há que acrescentar a Boavista e o Sal em charter com a TAP, desde Lisboa, e partidas a 26 de Dezembro e regressos a 2 e 3 de Janeiro, respectivamente. Para a Madeira, a Soltrópico propõe pacotes de quatro e cinco noites, em lugares garantidos na TAP para saídas de 28, 29 e 30 de Dezembro, de Lisboa e do Porto, e regressos a 1, 2 e 3 de Janeiro, com oferta do citysightseeing (linhas Vermelha e Verde) para todos os clientes. Fortaleza, Natal, Pipa, Tibau do Sul, Rio de Janeiro, Porto de Galinhas, Cabo Santo Agostinho, e Maragogi, são outras ofertas do operador para o réveillon.

Quanto à Solférias, tem disponíveis três programas diferentes para a passagem de ano em São Tomé e Príncipe, dois de sete noites e um de três, válidos para reservas até ao final de Agosto. Com saídas de Lisboa garantidas, em voo TAP, as propostas podem ser aproveitadas entre 26 de Dezembro e 7 de Janeiro de 2018, com partidas a 26, 28, 30 e 31 de Dezembro. Para reservas até 31 de Agosto, o operador turístico disponibiliza dois programas de passagem de ano em Cabo Verde, desde 786 euros para a Ilha do Sal e com preços a iniciar nos 801 euros na Ilha da Boavista. Ambos os programas têm partida marcada à terça-feira de Lisboa, de 26 de Dezembro a 2 de Janeiro, em voo charter TAP. Da mesma forma, já tem à venda dois programas para o fim de ano no Dubai, com preços desde 1.408 euros por pessoa, em duplo. Os dois programas propostos, com partidas a 27 e 29 de Dezembro e a duração de 6 e 5 noites respectivamente, são operados em voos Emirates e têm lugares garantidos. “Esta é uma oportunidade única de entrar o novo ano num dos mais sofisticados locais do Planeta, ao mesmo tempo que assiste a um dos maiores espectáculos de pirotecnia e multimédia, que ano após ano coloca o Dubai como um dos destinos chave nesta época do ano”, destaca o operador. <


Especialista em seguros de viagem, o objectivo da ERV ao publicar o manual “Viaje seguro em família” é o de contribuir, com os seus conselhos práticos e as suas informações, para que as famílias gozem as suas férias na máxima segurança, nomeadamente quando estas implicam deslocações para destinos longínquos. TEXTO: FERNANDA RAMOS

“Viaje seguro em família”

ERV Seguros de Viagem publicou manual de conselhos ao viajante

V

iaje seguro em família” é um manual de auxílio para quem viaja, onde a ERV Seguros de Viagem responde a uma panóplia de questões que se colocam a todos aqueles que se preparam para encetar uma deslocação de férias ao estrangeiro. Que vacinas são necessárias? Quais os primeiros cuidados a ter? Qual a documentação necessária? O que pode acontecer à bagagem e o que fazer se ela, por exemplo, se extraviar? Qual o melhor seguro a subscrever? Estas são apenas algumas das muitas questões a que dá resposta este manual pleno de conselhos práticos e que visa contribuir para que as deslocações em família sejam feitas com toda a segurança. Ao longo de mais de duas dezenas de páginas, neste manual, é feita uma revisão dos pontos-chave a ter em consideração antes de iniciar qualquer viagem, principalmente se ela englobar crianças. Entre muitas outras indicações, prestam-se informações sobre quais as vacinas que devem ser tomadas em função do risco que o destino apresenta e das próprias características da viagem, bem como sobre os componentes indispensáveis num pequeno kit farmácia que o viajante deve levar consigo, principalmente quando o seu destino de férias é um país onde há dificuldades na obtenção de determinados medicamentos. Referências acerca da segurança e fichas de entretenimento para os mais pequenos, podem também ser encontradas neste guia que inclui igualmente conselhos sobre a melhor maneira

de seleccionar o seguro de viagem indicado para cobrir toda a família durante toda a viagem, ou não tivesse o manual sido editado por uma companhia de seguros com vasta experiência na área das viagens e turismo e nas coberturas necessárias e até indispensáveis quando se viaja para este ou aquele destino. Mas a seguradora não esquece também de dar algumas “dicas” sobre os destinos mais indicados para levar crianças, nem de prestar esclarecimentos sobre algumas doenças que podem ser contraídas em determinados destinos. Além de outras chamadas de atenção, o guia dá até indicações sobre aplicações móveis que podem ajudar as famílias a prepararem-se para as suas viagens. Especialista em seguros de viagem há mais de 100 anos, a ERV recolhe neste manual a informação necessária para os preparativos que devem ser feitos antes de uma viagem em família, através dos seus capítulos: vacinas, primeiros cuidados a ter, documentação e conselhos relacionados com a bagagem e selecção do seguro idóneo para toda a família. “A nossa experiência em assistência em viagem permitiu-nos acumular durante anos conhecimentos práticos na hora de resolver situações distintas que ocorrem durante as viagens em família. Agregámos estas recomendações do ponto de vista informativo e explicamos aos segurados quais são os verdadeiros riscos quando se efectua uma viagem com crianças ao estrangeiro, por exemplo”, explicou à Turisver o director-geral da ERV em Portugal, João Calhau. <

Departamento de Reservas / Reservation Department Campo de S. Francisco, 19 - 9500 - 153 Ponta Delgada Tel. +351 296 304 891 - TLM. +351 912 223 993 E-mail: reserve@ilhaverde.com www.ilhaverde.com

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>aviação Pouco mais de um ano depois do seu lançamento, o programa Portugal Stopover da TAP entra em Setembro com novidades. O que não muda é o desejo da companhia de que um número cada vez maior dos seus passageiros possa descobrir os destinos portugueses. Por isso os benefícios do programa serão maiores e os passageiros poderão até, entre outras vantagens, permanecer mais tempo entre nós - tudo para tornar ainda mais atractivo um programa que já foi premiado internacionalmente.

TEXTO: FERNANDA RAMOS

Portugal Stopover

Programa da TAP traz novidades em Setembro

Portugal Stopover

• 1 ano: + de 70 mil passageiros abrangidos

A partir de Setembro • Duração do Stopover: de 3 para 5 noites • Passageiro passa a poder desenhar viagem multidestinos • Basta comprar bilhete one way

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oi apresentado no início de Julho do ano passado e tinha por objectivo motivar os passageiros de longo curso que viajam na transportadora aérea portuguesa para Lisboa ou Porto, a aproveitarem a sua passagem por Portugal para ficarem por aqui até três dias, beneficiando de preços e condições exclusivos proporcionados pela companhia que através deste programa não cobrava nenhum adicional de tarifa aos seus passageiros e por mais de 150 parceiros, entre

os quais muitas unidades de alojamento e restauração. O programa apresentado era bastante mais restrito que o que hoje vigora já que primeiro se destinada apenas a passageiros que voassem na companhia e estivessem em trânsito em Lisboa ou no Porto. O programa foi um êxito desde o início (em dois meses tinha beneficiado 20 mil passageiros) e em Fevereiro a TAP abria o leque e permitia que os clientes provenientes de qualquer voo intercontinental, com destino a Faro, Ponta Delgada, Terceira, Funchal e Porto Santo, pudessem usufruir de uma estada em Lisboa, ou no Porto, sem custos adicionais na viagem. Desta forma, a TAP passava a garantir que todos os destinos domésticos estão disponíveis para os clientes que desejem fazer a paragem em Lisboa ou no Porto. Eleito pela Condé Nast Traveler americana o melhor programa de Stopover do mundo, o Portugal Stopover trouxe quase 70 mil novos turistas no primeiro ano de vigência e poderá trazer muito mais a partir de Setembro, quando vão entrar em vigor novos atractivos e benefícios com os quais a TAP celebra o primeiro aniversário do programa.

Primeira vantagem, a duração do Stopover vai passar, já em Setembro, de três para cinco noites, com o cliente Stopover a poder criar a sua viagem com múltiplos destinos, ou seja, entrar por uma cidade e sair por outra, mas com Stopover num dos pontos oferecidos pela TAP. Por outro lado, o passageiro deixará de precisar de adquirir uma viagem ida e volta para poder tirar proveito das vantagens oferecidas pelo programa, bastando que compre um bilhete one way para ter acesso às ofertas. Estados Unidos e Brasil são dos principais mercados de origem dos passageiros Stopover – representam 40% do total dos clientes -, pelo que são abrangidos por uma acção promocional específica, sendo servidos por um Airbus A330-300 com uma pintura alusiva ao programa. De acordo com informações da TAP, “o Portugal Stopover está associado a uma rede de mais de 150 parceiros, que proporcionam aos clientes preços exclusivos em hotéis, a oferta de uma garrafa de vinho português em restaurantes e experiências gratuitas, nomeadamente passeios de tuk tuk, visitas a museus, observação de golfinhos no Sado, degustações, entre outros programas”. <


Air Europa

700.000 passageiros já voaram nos Dreamliner De Abril de 2016 até Junho deste ano foram 700 mil os passageiros que voaram nos Boeing 787-8 Dreamliner da Air Europa, companhia aérea do Grupo Globalia que conta actualmente com oito aviões deste tipo na sua frota de longo curso. TEXTO: FERNANDA RAMOS

B-787-8 Dreamliner

• 8 aviões na frota • Passageiros transportados: 700.000 (até Junho)

• Rotas servidas: Miami, Bogotá,

Santo Domingo, Buenos Aires, Havana, Lima e Telavive • Até 2022: + 16 aviões • Características: 296 lugares | redução de 20% de combustível e 20% em emissões | redução de 30 a 40 minutos de tempo | pressurização mais suave

E

m Abril do ano passado, a Air Europa tornava-se a primeira companhia aérea espanhola a incorporar o novíssimo Boeing 787-8 que ficou desde logo a funcionar na rota de Miami, que continua a ser servida por aviões deste tipo. Pouco mais de um ano depois o número de passageiros transportados pela companhia nos seus oito aviões deste tipo ultrapassou já os 700 mil. Miami, Bogotá, Santo Domingo, Buenos Aires, Havana, Lima e Telavive foram os destinos para onde voaram aqueles 700 mil passageiros, com as rotas a serem actualizadas à medida que a companhia ia recebendo os novos aviões. Hoje, na frota da Air Europa estão já integrados oito aviões deste tipo, mas a companhia está já a iniciar uma segunda fase de renovação da sua frota de longo curso. Progressivamente, de 2018 a 2022, a transportadora irá receber novos aparelhos Boeing 787-9 de um total de 16 que tem encomendado. Em concreto, no próximo ano serão entregues as duas primeiras unidades somando-se o resto das aeronaves a ser entregue de forma gradual. Considerado um dos aviões mais avançados do mundo, o Dreamliner combina um excepcional rendimento e melhorias para o meio ambiente, tendo igualmente um interior mais confortável. Com capacidade para 296 passageiros, dos quais 22 são lugares em classe executiva, os novos Boeing 787-8 possuem uma série de avanços tecnológicos que permitem uma maior eficiência de consumo e geram menos emissões do que qual-

quer outra aeronave de tamanho equivalente. Os novos aparelhos reduzem o tempo de viagem, consomem menos 20% de combustível, produzem menos 20% de emissões para a atmosfera e têm um impacto acústico que e também inferior ao de outras aeronaves. Para dar um exemplo, num voo Madrid-Miami, estes aviões conseguem poupar seis toneladas de combustível e ganhar entre 30 a 40 minutos em tempo de voo. Um maior conforto para os passageiros é outra das características destes aviões que por terem a cabina pressurizada 609,6 metros abaixo da maioria das aeronaves, permitem que os passageiros cheguem menos cansados aos seus destinos. Outras das características que contribuem para que os passageiros desfrutem de uma melhor experiência de voo reside no facto de as janelas serem 30% maiores que as de outros aviões permitindo mesmo a quem viaja nas filas do meio vislumbrar o exterior, bem como no tipo de luzes utilizadas no interior da cabina que podem mudar de cores ao longo da viagem. Recorde-se que no momento em que foi recebido pela Air Europa o primeiro avião Boeing 787-800, Juan José Hidalgo, presidente Globalia, afirmava que com ele se abriu “um novo capítulo na história da Air Europa” numa afirmação clara da aposta da companhia nas ligações de longo curso. Passado um pouco mais de um ano a companhia assegura que os novos aviões permitiram que se consolidasse “como a companhia aérea de referência entre a Europa e América”.< TURISVER | AGOSTO DE 2017

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>figuras

>últimas

Gloria Guevara Manzo Preside e CEO | WTTC

O WTTC – World Travel & Tourism Council tem uma nova presidente e CEO: Gloria Guevara Manzo, que foi secretária do Turismo do México. Gloria Manzo foi também CEO do Mexico Tourism Board, responsável pela promoção do país, e assumiu o cargo de ministra no gabinete do presidente Calderón. Além dos seus vários cargos na administração pública, a nova CEO do WTTC trabalhou no sistema global de distribuição Sabre, tendo sido CEO da Sabre Mexico. Actualmente era conselheira especial em assuntos governamentais para o Centro de Saúde e Ambiente Global na escola de Saúde Pública, em Harvard. <

Marisa Oliveira Comercial | YourHotels

Faro cria marca para distinguir restauração de qualidade

Marisa Oliveira, que conta com vários anos de experiência em Turismo, vem reforçar a equipa comercial da YourHotels. Com esta contratação, a empresa pretende continuar o seu crescimento pela adesão de novas agências, agências existentes sem grupos, oferecendo as melhores soluções do mercado, para os seus negócios. Através do seu sistema de reservas online (b2b), a YourHotels apresenta uma base de dados para reservas e com apoio personalizado às agências de viagem. <

Country Manager | Travelport Espanha Até ao momento, Lindgren assumia as funções de Director of Strategy for Agency Commerce, tendo integrado a Travelport em 2014. Agora, como Country Manager, vai reportar a António Loureiro, director-geral da Travelport para Portugal e Espanha. Lindgren conta com uma vasta experiência no sector das viagens, tecnologia e telecomunicações e é especializado em marketing. Antes de iniciar o percurso na Travelport, trabalhou numa grande empresa de telecomunicações onde foi responsável pelo plano estratégico a nível mundial. <

distinguirem em cinco critérios que nós, em colaboração com a AIHSA, definimos”, disse o presidente da autarquia. A iniciativa conta também com a colaboração do Turismo e da Universidade do Algarve e vai ter início num processo de candidaturas por parte dos restaurantes que queiram ser distinguidos. Entre os critérios a avaliar estão a higiene e a segurança alimentar, o atendimento e serviço, as infraestruturas e instalações, a sustentabilidade e a gastronomia.<

Lançada 1ª pós-graduação em Turismo de Saúde O Turismo de Portugal promove no ano lectivo 2017/2018, a primeira pós-graduação em Turismo de Saúde no país, em parceria com a Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa. As inscrições devem ser feitas através do site da ESSCVP (www.esscvp.eu). Destinada a licenciados ou graduados de cursos de especialização tecnológica das áreas das Ciências da Saúde, Turismo, Hotelaria, Gestão, Marketing e Publicidade, esta qualificação académica visa desenvolver competências para a criação de projectos nas diversas vertentes do turismo de saúde,

Desejo assinar a Revista por um período de ______________ ano(s)

de lazer e bem-estar, abrangendo temáticas como políticas de saúde, marketing e promoção de produto, noções de gestão financeira e de negócio, saúde pública e turismo médico. As saídas profissionais desta pós-graduação abrangem a área do turismo médico, mas também, as vertentes do turismo de lazer e bem-estar, como o termalismo ou ligadas a estabelecimentos hoteleiros/ Wellness e SPA’s, muitas vezes associadas a conceitos de bons hábitos alimentares, de nutrição saudável e de prevenção de doenças. <

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Fred Lindgren

A criação de uma marca que garanta a qualidade da gastronomia do concelho é o principal objectivo do projecto “Faro Excelência na restauração”, apresentado pelo município e pela Associação de Industriais da Hotelaria e Similares do Algarve (AIHSA). O projecto consiste na definição de cinco critérios que permitam avaliar os restaurantes candidatos e garantir a sua qualidade. Tratase “de um reconhecimento e uma distinção do trabalho que a restauração tem feito nos últimos anos, premiando aqueles que mais se

Boletim de Assinatura Turisver

Nome: ___________________________________________________________________________________________________ E-mail: ___________________________________________ Empresa: _____________________________________________________________ Morada: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ C. Postal: ___________________________ Telefone: __________________________________________ E-mail: ___________________________________________________ Contribuinte: _____________________________________________ Data: ___________________________________ Continente e Ilhas € 52,50 (Anual)

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AGOSTO DE 2017 | TURISVER

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> Autarquias e Turismo

TURISVER | JANEIRO DE 2015

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>especial Autarquias e Turismo Joaquim Judas – presidente da Câmara Municipal de Almada

Um concelho cada vez mais voltado para o turismo De frente para Lisboa e a poucos minutos da capital, Almada quer encontrar o seu próprio espaço no turismo. O concelho, que continua a ter nas praias da Costa um dos seus principais atractivos turísticos, tem muito mais para ver e desfrutar e quer dar a conhecer essa oferta. Projectos não faltam, quer para a zona ribeirinha quer para a frente atlântica e muitos estão já em desenvolvimento, como nos contou o presidente da autarquia, Joaquim Judas. TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS

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urisver – Que estratégia seguiu a Câmara de Almada nestes últimos quatro anos para aproveitar a onda de crescimento do turismo português? Joaquim Judas – A estratégia de desenvolvimento turístico em Almada vem de há vários anos, aliás alguns dos grandes projectos que temos, seja em relação à frente atlântica seja em relação à frente ribeirinha, têm uma fortíssima componente orientada para a atractividade turística. O projecto da Margueira, a chamada Almada Nascente, tem uma forte componente orientada para o turismo, com marina, terminal de cruzeiros, áreas de hotelaria e equipamentos culturais, e mesmo as áreas empresariais, orientadas para as empresas de carácter criativo e tecnológico, também afirmam muito esta componente já que o turismo se relaciona hoje muito com o trabalho das empresas destas áreas. O mesmo acontece com o projecto do Plano de Pormenor de Cacilhas, com o núcleo museológico da Marinha, a fragata D. Fernando e Glória e agora também o submarino. É um projecto em desenvolvimento e o que está previsto é o arranjo da Praça Al2

AGOSTO DE 2017 | TURISVER ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

fredo Diniz, o chamado Arco de Cacilhas e a Rua Cândido dos Reis, para que se tenha ali uma digna porta de entrada. O projecto do Ginjal que se arrastou mais tempo que o desejável e entrou agora em discussão pública, tem também uma forte componente turística, com manifestações de interesse para equipamentos e criação de infra-estruturas orientadas para o turismo. Na nossa frente atlântica, o projecto Costa Polis que era um instrumento do Plano de Desenvolvimento da Costa da Caparica, não foi levado a termo mas o potencial da frente atlântica mantém-se e penso que existe uma compreensão geral sobre o valor daquele território que vai da Trafaria à Fonte da Telha. Há ali um potencial enorme, quer pela proximidade em relação a Lisboa quer com interface com o resto da Península de Setúbal. Para a Trafaria estava projectado o desenvolvimento de um Plano de Pormenor significativo também com uma forte componente turística, que ainda está travado por não se terem levantado completamente os condicionantes relacionados com o projecto de contentores de águas profundas. Isto para dizer que Almada tem tido

“(…) o projecto Costa Polis, que era um instrumento do Plano de Desenvolvimento da Costa da Caparica, não foi levado a termo mas o potencial da frente atlântica mantém-se e penso que existe uma compreensão geral sobre o valor daquele território que vai da Trafaria à Fonte da Telha”

de há muito, e tem mantido nestes quatro anos, uma fortíssima orientação para o aproveitamento deste seu potencial. Depois, para além do que a natureza nos dá, temos o Cristo Rei que, o sendo o segundo monumento de turismo religioso mais visitado, a seguir a Fátima, que traz centenas de milhares de pessoas ao concelho.

FRENTE RIBEIRINHA EM REABILITAÇÃO A frente ribeirinha está a merecer uma atenção especial? Estamos a querer consolidar três situações. Uma é o desenvolvimento do território da Estância Arqueológica de Almaraz, uma colónia fenícia em Cacilhas, onde estamos a trabalhar para que possa ser visitável. Outra é o Castelo de Almada, actualmente ocupado por uma unidade da GNR, mas temos tido bons contactos com o governo no sentido de poder também vir a ser disponibilizado para outros usos. O terceiro pólo é a chamada Torre Velha, a torre gémea da Torre de Belém, Património Nacional que fica em Porto Brandão e é a mais antiga fortificação de guarda de entrada no Tejo. Estes três pólos são importantes e criam uma nova


linha de aproveitamento e de atracção turística que já está a existir espontaneamente porque há unidades turísticas que têm vindo a instalar-se nessa frente, com uma vista única sobre Lisboa e o Tejo. Depois há outros projectos como o Jardim do Rio, o Elevador Panorâmico, a Casa da Cerca, o jardim do Castelo, o próprio Seminário para o qual existe agora vontade de facilitar a visitação. Estamos também num processo de reabilitação do Porto Brandão: a praia vai ser limpa, vai ter uma zona para acostagem de barcos que não apenas os cacilheiros e estamos a tentar que os proprietários dos edifícios degradados se interessem pela sua reabilitação, para o que existem incentivos fiscais. É todo um processo, que vai de Cacilhas à Trafaria, que termina com outra grande entrada de Lisboa, quer com o presídio, quer com o terreno envolvente que adquirirmos para podermos desafogar a área e dar condições de estacionamento e acesso àquela parte do nosso território. No campo da acessibilidade, nomeadamente no transporte fluvial, há um compromisso por parte do senhor primeiro-ministro, de investimento no transporte fluvial tanto para a Transtejo como na ligação para o Barreiro e estamos muito interessados em que se desenvolva quer a ligação Trafaria - Algés quer a ligação Cais do Sodré – Cacilhas que nos permitiria beneficiar da proximidade com Lisboa e da sua grande atractividade. Como é que os investidores estão a responder, nomeadamente no que toca a esta frente rio? Há interesses manifestos no que diz respeito à hotelaria e alojamento turístico. Temos 260 registos legalizados de alojamento local, uma tipologia que tem vindo a crescer exponencialmente nos últimos anos, mas também no que diz respeito à hotelaria temos tido várias propostas, algumas delas interessantes. Dou um exemplo: como é conhecido, uma das ofertas do concelho de Almada é o golfe e há um projecto, que está neste momento em fase de concretização, para alargamento da oferta hoteleira na Aroeira. O projecto da Margueira, que no seu conjunto é um investimento de 1.400 milhões de euros, incorpora uma grande componente turística e também nos têm chegado intenções relativamente à área de Lazareto e até em relação a Almada. O que posso dizer é que todas as manifestações de interesse procuram a proximidade com Lisboa, aliás, um dos nossos principais produtos é mesmo a vista sobre Lisboa, porque Lisboa é bonita lá mas para quem a vê deste lado é também deslumbrante. Também há um posicionamento bas-

área as praias convivem com uma enorme zona verde de grande qualidade, a Mata dos Medos, que permite a realização de percursos saudáveis e onde ainda existem trechos dos antigos Caminhos e Santiago. Além disso há ali um núcleo de turismo militar com muito interesse como o Forte da Raposa onde existem peças de artilharia únicas, os antigos fortes da Alpena e da Raposeira que com algum investimento poderão ser reabilitados. Temos também para reabilitar o Aquaparque (existe interesse do proprietário) na entrada da Costa de Caparica Fala-se num projecto hoteleiro para esse local… Fala-se num projecto hoteleiro articulado com o Aquaparque e outros equipamentos e há uma intenção real de investimento por parte do proprietário que está à procura de parceiros porque se trata de um investimento significativo. O projecto de Desenvolvimento da Costa e o instrumento Costa Polis assentavam o seu financiamento num conjunto de unidades hoteleiras que com a crise não se concretizaram mas continua a ser necessário qualificar o espaço urbano da Costa de Caparica e melhorar as acessibilidades quer à Costa – o projecto do protante interessante da área da restauração, no sentido da qualificação. O nosso comércio local, nomeadamente o que está orientado para a área da restauração, compreendeu que o turista procura diversidade e qualidade, segurança alimentar, e essa compreensão tem levado ao aumento da qualidade da oferta. Nós fazemos um concurso de gastronomia, a Costa de Caparica também, e tem havido um aumento significativo de participação. Os concursos, para além da qualidade dos pratos, são um estímulo à apresentação e à qualidade do serviço. A Rua Cândido dos Reis é testemunho de um processo de qualificação que tem vindo a decorrer, inicialmente foi a qualificação do espaço, mas o que é decisivo é a qualificação da oferta. Este processo tem vindo a alargar-se à Costa de Caparica, Trafaria e à Charneca, que tem uma restauração com imensa qualidade, e um pouco por todo o concelho está a aparecer uma oferta diversificada e interessante. Almada, como toda a Península de Setúbal, tem condições únicas de oferta, a cozinha mediterrânica passa pelo peixe, pelos vegetais e pela fruta, pelos queijos, e nós temos imensa oferta local de óptima qualidade.

FRENTE ATLÂNTICA: PRAIAS E NÃO SÓ Passemos à frente Atlântica. As

“praias de Lisboa” continuam a não ser vistas sob uma perspectiva turística. O que é que se pode fazer para melhorar o que existe? Temos que qualificar as praias urbanas, ou seja, as que estão ligadas aos núcleos urbanos da Costa de Caparica e da Fonte da Telha, mas é também necessário melhorar a acessibilidade às praias do Sul, a seguir à Fonte da Telha, onde há que qualificar acessos e dotá-las de equipamentos de qualidade até porque nessa

longamento do Metro até à Caparica insere-se neste objectivo – quer às praias do Sul, seja pela qualificação da estrada florestal seja pela qualificação do Transpraia. A Costa tem um imenso potencial de oferta em termos de desportos de onda que temos vindo a promover quer a nível da oferta cultura que é também muito interessante. O Festival Sol da Caparica tem sido acompanhado com um processo de qualificação do Parque de Santo António, reforçando uma área verde dentro da malha

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“O nosso comércio local, nomeadamente o que está orientado para a área da restauração, compreendeu que o turista procura diversidade e qualidade, segurança alimentar, e essa compreensão tem levado ao aumento da qualidade da oferta” urbana, instalámos um anfiteatro estilo greco-romano no Parque que permitirá a realização de iniciativas culturais com regularidade. Continuamos a ter o espaço do Hotel da Costa para o qual têm existido algumas manifestações de interesse mas nada suficientemente enérgico para concretizar.

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Almada integra-se na área de abrangência da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa. O trabalho com o Turismo de Lisboa tem sido proveitoso para o concelho? Penso que podemos ir mais longe, de ambas as partes. Sabemos que da nossa parte temos ainda muito para fazer, mas por outro lado também acreditamos que Lisboa ainda não tomou total consciência de que para continuar a crescer no plano turístico é necessário o transbordo para a outra margem, com o rio a servir de ligação e não de obstáculo. O próprio estuário do Tejo é relativamente desabitado em termos de barcos, entram os grandes navios de cruzeiro mas não há turismo de rio. A divulgação das potencialidades da margem Sul tem que começar no 4

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Aeroporto de Lisboa, no Terminal de Cruzeiros, e nós estamos muito interessados em explorar isso. Recentemente fizemos uma campanha no Aeroporto e no Metro sobre as “Praias de Ouro” da Costa de Caparica, algo que para nós é praticamente novo mas que estamos muito disponíveis para continuar a fazer. Sabemos que grande parte do turismo é organizado, os percursos são vendidos pelas agências de viagens nos seus pacotes e é necessário que esses promotores turísticos integrem nos seus progressos o que a margem Sul tem. Vamos ter cada vez mais um concelho de Almada virado para o turismo? Naturalmente isso vai acontecer. Estamos no primeiro círculo da Área Metropolitana de Lisboa. Almada tem zonas como Cacilhas que está tão perto do Terreiro do Paço como o Marquês de Pombal se a viagem for feita de barco, mas mesmo pela Ponte, se não houver trânsito, também se chega a Lisboa muito rapidamente. Por isso, o que se está a passar em Lisboa tem todas as condições de muito em breve poder vir a passar-se com este lado, assim sejam criadas melhores condições de promoção e divulgação, um objectivo em que estamos muito empenhados. O turismo é uma actividade económica que não se desenvolve só a partir do investimento público no que respeita à sua oferta mais imediata. O investimento público tem que ser feito na criação das condições de contexto e nesse aspecto nós temos vindo a fazer um esforço significativo para que as condições de contexto sejam as melhores. Voltando ao início da conversa diria que a aposta na qualidade da oferta é fundamental e é isso que nós queremos garantir primeiro para depois podermos ganhar o nosso espaço.<


Margarida Maria Sousa Correia Belém – vereadora de Turismo

Arouca aposta num turismo sustentável e de experiências O Arouca Geopark, apesar de ser um território vocacionado para o turismo, não quer um turismo qualquer, mas sim um sector sustentável, de natureza e feito de experiências. É assim que a vereadora do pelouro do Turismo, Margarida Maria Sousa Correia Belém, em entrevista que nos concedeu, caracteriza a estratégia desenvolvida pelo município, cujo objectivo é “potenciar o que nos diferencia. Aquilo que é único”. TEXTO: CAROLINA MORGADO

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argarida Belém, vereadora do Turismo da Câmara Municipal de Arouca defende uma estratégia que passa por um turismo sustentável, de natureza, em que “damos a conhecer o melhor que temos, numa perspetiva pedagógica e construtiva, de forma a que quem nos visita possa aprender algo”, para acrescentar que “procuramos, essencialmente, um turismo de experiências”. Neste contexto, o facto de Arouca ser um território UNESCO, no âmbito do Programa Global Geoparks, e de ter vencido os World Travel Awards, na categoria de projeto turístico inovador europeu, “orienta, de forma decisiva, a nossa estratégia de desenvolvimento sustentável”, disse. Sendo um Geopark considerado pela UNESCO e, por isso, ter de base ocorrências geológicas de relevância internacional, que ajudam a compreender a história deste planeta e a história de Arouca neste planeta, agregados a outras vivências e manifestações de património,

história, cultura, tradições, folclore, gastronomia e dinâmicas sociais, este território, de acordo com a autarca, pretende “potenciar o que nos diferencia. Aquilo que é único”, realçando “as Pedras Parideiras, as Trilobites ou os Icnofósseis, como ponto de partida para a interpretação geológica do nosso território”, mas também “o Mosteiro de Arouca, as nossas zonas balneares fluviais, a Serra da Freita e, claro, os Passadiços do Paiva, sem esquecer a vitela arouquesa e os doces conventuais”. Com uma estratégia montada, a Câmara Municipal de Arouca está a levar a cabo um processo de consolidação do Projecto de Turismo Activo no Arouca Geopark. “Quem nos visita, já pode percorrer a Rota dos Geossítios, que lhe permitirá uma visita integrada, abarcando todos os aspetos relevantes e todas as experiências diferenciadoras do nosso território”, passando “pelos ‘geossítios’ que infra-estruturámos, de forma a permitir a visitação”. Neste contexto, segundo a vereadora do Turismo de Arouca, “os Passadiços do Paiva ganharam uma

“O Arouca Geopark tem a vantagem de proporcionar uma oferta rica e diversificada, que foge à sazonalidade e cujos vários componentes podem funcionar de forma complementar ou integrada”.

relevância inquestionável, mas também aí a experiência pode (e deve) ir além da caminhada ao longo do rio Paiva”, evidenciando uma geodiversidade e biodiversidade únicas, que “importa conhecer para preservar”. Por outro lado, a autarquia e a Associação Geoparque Arouca (entidade que coordena a actividade do Arouca Geopark) têm feito um esforço ao nível da infra-estruturação e da criação de condições para que, depois de estabilizados estes aspectos mais estruturantes, “todos possam beneficiar das nossas potencialidades”, considerou a vereadora, esclarecendo que “temos mantido um diálogo permanente, e muito profícuo, com os agentes do sector, e sentimos que estamos bem organizados, com foco e objectivos comuns”. Esta complementaridade, aliada às excelentes relações que mantém com a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, “têm dado frutos, porque todos temos a ganhar, se estivermos devidamente organizados”, sublinhou. No entanto, apesar de o concelho ter tido bastante investimento, e de

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>especial Autarquias e Turismo

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grande qualidade, a autarca refere que, ao nível do alojamento, “sentimos que ainda não conseguimos corresponder totalmente às solicitações”, embora “tenhamos a certeza de que são prestados serviços de altíssima qualidade, em Arouca, neste domínio”.

MAIS DE 300 MIL ENTRADAS NOS PASSADIÇOS DO PAIVA Os Passadiços do Paiva são uma das grandes atracções turísticas do concelho. Margarida Belém referiu que já foram emitidos mais de 300 mil bilhetes para aquele espaço “com todo o impacto que isso tem na estrutura económica associada ao turismo (alojamento, restauração, desportos de aventura, animação, etc.)”. Outras ofertas de relevância no concelho são a Casa das Pedras Parideiras e o piso panorâmico do Radar Meteorológico, que têm movimentado milhares de visitantes. De sazonalidade é que não se fala no concelho de Arouca. Para a responsável municipal pelo pelouro do Turismo “o Arouca Geopark tem a vantagem de proporcionar uma oferta rica e diversificada, que foge à sazonalidade e cujos vários componentes podem funcionar de forma complementar ou integrada”.

Desde logo, acrescentou, “percorrer os Passadiços do Paiva pode ser tão ou mais fantástico de Inverno como de Verão. As cores da paisagem, a força das águas bravas e até, eventualmente, um pouco de neblina podem fascinar-nos de forma completamente diversa”. Falando em águas bravas, “convém referir que os Passadiços se desenvolvem ao longo de uma das melhores pistas internacionais de águas bravas, onde uma experiência de canoagem ou de ‘rafting’ é inesque-

cível”, lembrou Margarida Belém. “Temos em Rio de Frades condições únicas para a prática do ‘canyoning’, desportos que são praticados em épocas mais próximas do Inverno, temos uma rede de percursos pedestres, que fascinam todos os que os percorrem, e podem ser calcorreados todo o ano, temos o planalto da Serra da Freita, a que muitos chamam ‘Serra Encantada’, e cujas virtudes dispensam apresentação, temos aldeias tradicionais que ainda guardam os segredos de antigamente, e que vale

CORUCHE. A LEZÍRIA É PARA SER VIVIDA.

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a pena ver e visitar”, realçou a vereadora. Depois, “a pontuar a paisagem, encontrará 41 ‘geossítios’, muitos deles infra-estruturados, em que a visita, para além de surpreender pela beleza do local e da paisagem envolvente, permite que saibamos mais sobre este planeta em que vivemos, temos, ainda, um património riquíssimo ligado à história do nosso país, de que o Mosteiro é um marco determinante, com o Museu de Arte Sacra, onde é obrigatório ouvir o fabuloso órgão. Só uma breve visita guiada ao centro histórico da vila, pode ser uma bela lição de história, mas tudo isto, e muito mais, está ao alcance do visitante, ao percorrer a Rota dos Geossítios”, disse. Quanto a visitantes, o mercado nacional continua a ser preponderante, mas já se começa a sentir também a presença de vários turistas estrangeiros. “Tivemos, de facto, um aumento enorme do número de turistas no território, oriundos de todo o mundo. Podemos dizer que 15% dos turistas são estrangeiros. O mercado espanhol tem estado muito presente, bem como o francês e o alemão. Entretanto, começámos também a receber muitos visitantes dos Estados Unidos, que são um mercado interessantíssimo, no âmbito do turismo de natureza”, concluiu. <


Francisco Silvestre Oliveira – presidente da Câmara Municipal de Coruche

Turismo com base na natureza e meio ambiente Em Coruche, o património natural assume lugar de destaque e a autarquia tem tentado “promover o município naquilo que tem a ver com a vertente paisagística e a vertente natural”, explicou à Turisver o presidente da Câmara Municipal, Francisco Silvestre Oliveira. Duas vertentes potenciadas pela floresta de montado de sobro e pelo rio Sorraia, em torno dos quais estão a ser desenvolvidos diversos projectos.

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om uma vasta área de montado de sobro, Coruche é a Capital Mundial da Cortiça, ali se extraindo 8% da cortiça nacional e produzindo cinco milhões de rolhas por dia, uma realidade que levou à instalação, no município, do Observatório do Sobreiro e da Cortiça que funciona num edifício único no país, revestido a cortiça no exterior e no interior do auditório Na Capital Mundial da Cortiça, grande parte dos turísticos está directa ou indirectamente relacionada com a cortiça e a natureza, como explica Francisco Silvestre Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Coruche. É o caso da Herdade dos Concelhos, propriedade da Câmara, onde está a ser desenvolvido um Plano de Gestão Florestal que terá associado um projecto turístico que lhe permita ser “um centro de visitação e de observação de aves, da fauna e da flora” e tenha “um pólo de merchandising” onde os visitantes possam adquirir produtos locais, valorizando, desta forma, produtos, produtores e aldeias próximas, ao mesmo tempo que se tenta dinamizar o comércio local. O plano, que passa também pela possibilidade de recuperação urbana das aldeias mais desertificadas, visa fixar população e, se possí-

vel, captar novos residentes. Outro dos projectos tem a ver com o “tirador de cortiça”, uma actividade que, diz-nos o presidente da autarquia, “não está em vias de extinção, mas implica um determinado saber

tradicional, uma determinada arte”. Porque se pretende que esta actividade seja alvo de estudo “para que nunca se perca o saber tradicional”, a ideia é que na Herdade dos Concelhos os visitantes possam também

TEXTO: FERNANDA RAMOS

ficar a conhecer os vários ciclos de tirada da cortiça. A intenção é “qualificar o tirador de cortiça como Património Cultural Imaterial Nacional, primeiro e, numa segunda fase, eventualmente fazermos essa proposta à Unesco”, avança o autarca.

TURISMO PARA TODOS

“Estamos a desenvolver uma praia fluvial que está ainda em fase embrionária, mas tentamos que a praia constitua também um ex-libris na zona frontal da nossa vila de Coruche”

Outra das apostas do concelho reside na promoção dos desportos de natureza e aventura, potenciados também pelo rio Sorraia que tem um açude insuflável que permite desfrutar de um espelho de água na frente urbana da vila onde, no Verão, se desenvolvem diversas actividades como pesca desportiva, canoagem e actividades lúdicas. É aí que, diz-nos Francisco Oliveira, “estamos a desenvolver uma praia fluvial que está ainda em fase embrionária, mas tentamos que a praia constitua também um ex-libris na zona frontal da nossa vila de Coruche”. Coruche é vila histórica, mas atenta às novas tecnologias e aos novos turistas. O objectivo é que o centro histórico da vila de Coruche, o Parque do Sorraia e a zona ribeirinha, sejam dotados de wi-fi gratuito, algo “fundamental, tanto para residentes como para visitantes que assim poderão aceder de forma fácil a toda a informação que disponibilizamos no site do município” e, nomeada-

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>especial Autarquias e Turismo mente, no novo “portal Coruche Inspira Turismo” direccionado a todos quantos visitam o concelho e que tem agregada uma app gratuita que pode ser descarregada. Já no Centro Histórico a aposta é no turismo acessível: “turismo acessível para as igrejas, turismo acessível para os museus, turismo acessível para tudo aquilo que são espaços de visitação pública”. Ambos os projectos vão “qualificar a nossa vila em termos de modernidade e acessibilidade às novas tecnologias” e no que toca ao “turismo para todos” foram alvo de candidaturas à ERT do Alentejo e Ribatejo.

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NATUREZA E PATRIMÓNIO Com vários trilhos para a prática de BTT até em circuito misto, juntando áreas urbanas e florestais, esta é uma modalidade em expansão no município que é parceiro de uma prova de BTT ciclável que se inicia em Madrid, termina em Lisboa e tem ali um ponto de paragem. Por isso, o município vai ter em breve “um Centro de BTT, inserido no Programa Valorizar, destinado aos territórios de baixa densidade”, um investimento que “visa criar uma área onde os ciclistas possam descansar, tomar banho, tratar da sua bicicleta, e fazer-se depois à estrada, percorrendo as rotas que vão estar disponíveis para eles”. Por outro lado, ainda este ano será implementado em Coruche um projecto de bike sharing. Usufruir da paisagem e da natureza é também o que se pode fazer em percursos pedestres e rotas, muitos já criados. Francisco Oliveira dá como exemplo “a Rota do Cavalo e a Rota da Cegonha” e adianta que o município está associado à CIMAC – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central que está a desenvolver a Grande Rota do Montado. “Achámos de todo o interesse integrar, envolver o nosso concelho e fazer a ligação com os concelhos vizinhos, nomeadamente Mora e Montemor, quer de forma ciclável quer através de caminhadas na nossa floresta, por aquilo que são os caminhos de terra batida, devidamente orientados”, explicou o autarca. O município integra também a Rota da Estrada Nacional 2 que passa no concelho numa zona onde se situa património arqueológico, as Antas de Coruche, daí que o presidente da autarquia acredite que “a rota turística da EN2 pode valorizar este património porque as nossas antas são 8

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monumentos já identificados e com cartas e circuito”. Por outro lado, Coruche está a trabalhar com a ERT Alentejo e Ribatejo no sentido de homologar percursos que passem por zonas históricas e naturais, para valorizar a sua gastronomia e os seus produtos autóctones, nomeadamente os associados ao montado de sobro, como cogumelos, espargos e túberas, as chamadas trufas alentejanas. Actividades não faltam em Coruche: há herdades que podem ser visitadas e onde se pode andar a cavalo, pode fazer-se canoagem, caminhadas, BTT e pode mesmo experimentar-se a sensação de um voo livre em balão de ar quente, uma aposta que foi potenciada este ano com a realização do I Festival de Balonismo de Coruche, iniciativa que registou grande sucesso.

Paulo Cafôfo – presidente da Câmara Municipal do Funchal

Plano estratégico focado na qualificação e divulgação do destino TEXTO: CAROLINA MORGADO

INVESTIR NA FORMATAÇÃO DO PRODUTO E NO ALOJAMENTO Mesmo com alguns dos projectos em fase ainda embrionária, o presidente da CM de Coruche diz-nos que tem havido maior afluência de visitantes ao município e até de “turistas internacionais, nomeadamente associados ao auto caravanismo” dado que ali existe um centro de estacionamento de autocaravanas, georreferenciado no portal da modalidade. A 80Km de Lisboa, Coruche beneficia dessa proximidade mas é também “prejudicado” por ela porque quem visita, vai e volta num dia. “Falta-nos aqui um operador que pegue em toda a nossa oferta e a formate, que faça pacotes de actividades para toda a família”, desabafa Francisco Oliveira que acredita que quando esta oferta estiver formatada, o número de visitantes crescerá e o de turistas também. O autarca lamenta também o “ponto fraco” do município, o alojamento. “Temos dois pequenos hotéis, cada um com 14 quartos, mas é manifestamente pouco”, confessa, adiantando que “estamos a tentar captar um investidor que queira instalar em Coruche um hotel de charme ou um hotel rural, para aumentarmos a oferta e conseguirmos mais dormidas e com elas um maior retorno económico”. Garante que a Câmara está a trabalhar nisso e até que “tem um terreno que poderá disponibilizar, de forma gratuita, para que um operador se possa instalar em Coruche e instalar aqui uma unidade de alojamento”. <

A autarquia do Funchal tem desenvolvido vários projectos com o intuito de qualificar o produto turístico do concelho, “procurando investir em várias ferramentas fundamentais para o sector”, no âmbito da sua estratégia municipal para o turismo 2016-2017, que assenta em três vertentes principais: tornar o Funchal como catalisador do turismo da Madeira; criar um produto turístico diferenciado e tornar o Funchal numa marca turística mundial. Este é o mote da entrevista concedida pelo seu presidente da Câmara, Paulo Cafôfo.

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urisver – Quais as principais apostas do Funchal no que ao Turismo diz respeito?

Paulo Cafôfo – A acção do município do Funchal na área do Turismo tem vindo a pautar-se por um conjunto de actividades e iniciativas que careciam de enquadramento estratégico e tal só seria possível com o estabelecimento de prioridades, coordenado com os agentes locais e alinhado com a estratégia ao âmbito regional e nacional. O papel dos municípios é determinante na qualidade do produto turístico de uma região, sendo ao nível local que se vivenciam as experiências. Sabemos que é ao nível municipal que o turista percepciona se é ou não bem recebido, pelo que a responsabilidade dos municípios nesta matéria é enorme. Desta forma, o município do Funchal apresentou em 2016 e pela primeira vez, uma Estratégia Municipal para o Turismo 2016-2017, um plano a executar em 2 anos que agrega um leque inovador de acções focadas na qualificação e divulgação do Destino Turístico – Funchal, assumindo um papel contributivo para dinamizar e promover a capital da Ilha, com impacto positivo directo no Destino e Marca Madeira. Atento às exigências do mercado turís-

tico e num quadro de escassez de recursos, surgia uma estratégia. As condições naturais da ilha, o vinho e o artesanato já não constituem, actualmente e per si, factores suficientemente diferenciadores do destino. O potencial turístico do município resulta de um conjunto de recursos naturais, culturais e outros, que se complementam fazendo do Funchal e da ilha no seu conjunto um destino turístico de eleição, com vários prémios ganhos na sua distinção. A Estratégia Municipal para o Turismo assenta em três eixos fundamentais, “Informação, Comunicação e Cooperação” que resultaram de um conjunto de acções que à data se encontra executada a 95%, tendo inclusive provocado um conjunto de novas iniciativas que serão implementadas ao longo deste ano.

APOSTA NA DINAMIZAÇÃO CULTURAL Que investimentos tem feito a Câmara Municipal? A autarquia tem desenvolvido vários projectos com o intuito de qualificar o produto turístico do concelho, procurando investir em várias ferramentas fundamentais para o sector. Podemos destacar a criação de um mapa turístico, num conceito diferenciador, pelo


“O município do Funchal apresentou em 2016 e pela primeira vez, uma Estratégia Municipal para o Turismo 2016-2017, um plano a executar em dois anos que agrega um leque inovador de acções focadas na qualificação e divulgação do Destino Turístico – Funchal, assumindo um papel contributivo para dinamizar e promover a capital da Ilha, com impacto positivo directo no Destino e Marca Madeira”.

seu conteúdo com destaque para as principais atracções da cidade, num formato tipo “credit-card”, bastante portátil e intuitivo e seguindo um conceito já existente em várias cidades europeias, foi desenvolvido um mapa Use-IT Funchal, um mapa “cool”, especialmente desenvolvido por locais, para um público mais jovem. O município investiu também numa aplicação móvel, o JiTT.Travel Funchal que funciona como um guia da cidade para todos os dispositivos móveis, incluindo 30 pontos de interesse e 10 histórias que complementam a informação sobre o destino, em português, inglês, francês e alemão, permitindo ao turista criar roteiros turísticos, de acordo com o tempo que tem disponível. Apostámos também na criação de um city card, o Funchal Card, com um conceito inovador de Welcome Box, oferece vários descontos e entradas gratuitas em alguns dos pontos mais importantes da cidade, entre os quais se destacam os complexos balneares,

museus, tours hop on/hop off pelo Funchal. A Câmara Municipal abriu o seu primeiro posto de turismo municipal, este numa zona privilegiada de grande afluência turística, localizado no centro do Funchal. É uma mais-valia na promoção da cidade, servindo como centro de atendimento e informação ao turista, esclarecendo dúvidas e distribuindo informação relativa a serviços e produtos turísticos, numa óptica de grande aproximação e hospitalidade que caracteriza o nosso destino. Os resultados têm sido muito bons, com uma média de 10 mil visitantes por mês, que destacam a importância deste serviço e da valorização da arte de bem receber. Outra das apostas foi a criação de um novo portal de turismo facilitador de informações sobre a oferta turística da cidade e seus pontos de maior interesse, de forma a auxiliar os visitantes, desde o planeamento da sua viagem à realização dos mais diversos roteiros ou actividades lúdicas, como foi o caso

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FUNCHAL

destino de exper

iências únicas!

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do VisitFunchal, lançado igualmente no ano passado. Foi criada uma nova sinalética turística, colocado em vários espaços estratégicos da cidade, que permitem que o turista se oriente de forma mais intuitiva e ágil pela cidade. Inclui informações sobre quais os pontos de interesse mais próximos, a distância (em minutos) a que se encontram, bem como a sua direcção. Seria, ainda, de destacar a criação de importantes infra-estruturas desportivas e de lazer, que vieram ajudar a qualificar a oferta turística do concelho no último mandato, como a reabertura do Complexo Balnear do Lido (o maior da Região e que se encontrava fechado desde a aluvião de 20 de Fevereiro de 2010) ou o novo Skatepark do Funchal, uma obra concretizada no âmbito do Orçamento Participativo do Funchal. Igualmente de referir foi a aposta na dinamização cultural na cidade, que se transformou profundamente nos últimos quatro anos, baseada no princípio da democratização do acesso à cultura, e que se multiplicou em mais de 120 eventos culturais organizados desde 2014, com destaque tanto para o calendário de eventos do Teatro Municipal Baltazar Dias (que passou a integrar a Rede nacional EUNICE), como para os eventos de rua (por exemplo, o festival urbano Fica Na Cidade, com mais de 100 concertos em duas semanas) e para as parcerias público-privadas para a

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realização de festivais de referência no concelho, como é o caso do NOS Summer Opening, do MEO Sons do Mar ou do Aleste. Fruto de uma estratégia plenamente integrada, como se comprova, todos estes investimentos permitiram dotar a cidade de ferramentas indispensáveis para os viajantes, procurando sempre enriquecer as suas experiências.

GRANDE OFERTA DE EXPERIÊNCIAS Qual é o impacto do Turismo no concelho? O Turismo tem um grande impacto a nível local, mas também a nível regional. É uma das principais actividades económicas da região, gerando vários impactos diretos e indiretos, a nível social e económico.

A dream come true

Podemos ainda destacar o facto do concelho do Funchal concentrar 60% da capacidade hoteleira da Região, com um crescimento da oferta de outras tipologias de alojamento, como o Alojamento Local. No total, o município dispõe de uma capacidade de alojamento global de 36.612 camas. O RevPAR também registou um aumento no presente ano (actualmente é 42,72€ em comparação com o ano homólogo, que registou 31,87€). O número de hóspedes entrados no Funchal também registou um aumento em relação ao ano passado. O que o visitante procura no Funchal? O Funchal concentra em si uma grande variedade de actividades, que permitem enriquecer a sua oferta turística. Esta oferta caracteriza-se por uma grande oferta de experiências, tanto a nível cultural como a nível de experiências de natureza. A nível cultural, podemos destacar a variedade de museus que a cidade oferece, bem como a sua concentração de monumentos e a sua preenchida agenda de eventos, que incluem a Feira do Livro, o Funchal Jazz Festival, Fica na Cidade, entre outros. A nível de experiências de natureza, dispomos de vários e amplos espaços verdes para o efeito, desde vários agradáveis jardins ao Parque Ecológico, bem como de uma grande baía que permite a fruição de várias actividades de mar, desde snorkelling, windsurf, observação de cetáceos, entre outros. Aliando todos estes recursos culturais e naturais, aliados ao bom clima, os visitantes procuram uma grande variedade de actividades, que podem realizar durante todo o ano. O que se tem feito ao nível dos diferentes produtos turísticos? O trabalho destes últimos anos permitiu-nos dotar a cidade de ferramentas indispensáveis para a actividade turística, nomeadamente de um website de turismo, um city card, um posto de turismo e aplicações móveis. Outro motivo de orgulho para nós foi a inclusão no nosso site de uma secção dedicada ao Turismo Acessível e a criação de um percurso turístico acessível.

www.cm-grandola.pt w w.cm-grandola.pt

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AGOSTO DE 2017 | TURISVER ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

O que se tem feito para atenuar a sazonalidade? O Funchal é o palco dos principais eventos turísticos que decorrem ao longo de

todo o ano de forma a atenuar a sazonalidade inerente a estes destinos, como são exemplo o Fica na Cidade (Maio), a Feira do Livro (Maio-Junho), os Altares de São João (Junho), Funchal Jazz (Julho), o Ecotrail Funchal (Outubro) e a Corrida de São Silvestre (Dezembro). Além destes, o Funchal também acolhe outros grandes cartazes regionais como a Festa da Flor ou o Festival do Atlântico. O município tem, como anteriormente referido, vindo a colmatar algumas lacunas existentes no concelho a nível de promoção e informação turística, tendo para o efeito desenvolvido várias plataformas de informação como é o caso do site VisitFunchal, o mapa turístico da cidade, a aplicação JiTT.Travel, o Posto de Turismo Municipal e o Funchal Card.

MELHOR DIVULGAÇÃO DO PRODUTO TURÍSTICO Que relação mantém com o Governo Regional ao nível do turismo? E com os empresários do concelho? A relação com a Secretaria Regional de Turismo é uma relação necessária e cordial, no sentido de que cada uma das entidades possa levar a cabo as suas acções, que têm alguns propósitos em comum e outros naturalmente mais específicos. Nos últimos dois anos, assumimos como objectivo estrutural qualificar o produto turístico do Funchal, assentes na premissa de que os municípios têm um papel determinante nos bons resultados de qualquer Região a esse nível e esse é um entendimento de que não abdicamos, até porque os últimos anos provaram-nos certos. Se tivermos em conta que a Madeira é uma região turística por excelência, e que o Funchal é o catalisador natural desse fenómeno, fazia ainda mais sentido de que passássemos a ser de vez um agente activo nestas questões. Os resultados estão à vista e não é por acaso que, ainda no mês passado, a Universidade do Minho distinguiu o Funchal como o Município do Ano 2017 nas Regiões Autónomas, tendo por referência a nossa Estratégia Municipal de Turismo. Podemos dizer hoje que esta se tornou, por mérito próprio, um programa de referência para toda a Região. Como vê o futuro do turismo na Madeira em geral e no Funchal em particular? O município pretende garantir que a cidade dispõe de ferramentas essenciais à actividade e à promoção turística, procurando sempre alavancar este sector económico que se encontra em franca expansão. O município tem apostado, desde o lançamento da sua estratégia, em Janeiro de 2016, numa melhor divulgação do seu produto turístico, procurando comunicar adequadamente o destino e proporcionando experiências únicas aos seus visitantes, que honrem a nossa reconhecida arte de bem receber, mas sem medo de modernizar e diferenciar. <


>especial Autarquias e Turismo António Figueira Mendes – presidente da Câmara de Grândola

Turismo tem como foco “todo o território do concelho” O concelho de Grândola tem uma grande faixa litoral e praias belíssimas, ou não englobasse Tróia, Comporta, Melides. Mas hoje, o que se pretende é que o desenvolvimento turístico chegue também a todas as zonas do interior e é nesse sentido que o município está a trabalhar, como nos disse o seu presidente, António Figueira Mendes.

TEXTO: FERNANDA RAMOS

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objectivo de desenvolvimento económico de Grândola assenta no turismo, actividade para a qual existe uma estratégia definida por um estudo realizado o ano passado no âmbito da revisão do PDM. Foram as conclusões deste estudo que levaram a algumas alterações à estratégia que vinha a ser seguida nomeadamente, a descentralização do foco que existia na faixa litoral, ou seja, “passámos a ter como foco todo o território do concelho”, explicou à Turisver o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes. Pretende-se, assim que o turismo seja o motor do desenvolvimento económico em todo o território, “de forma integrada, harmoniosa e sustentável”, pelo que o município procurou “majorar incentivos” para investimentos no interior do concelho, onde existem grandes atractivos, nomeadamente em termos do património natural, como as zonas à beira do Sado e outros espaços de água, explicou o presidente da Câmara. A propósito lembra que “nos últimos dois a três anos, no concelho de Grândola, construíram-se unidades de turismo rural de grande nível que têm a vantagem de não ser tão afectados pela sazonalidade” como o segmento de sol e mar. Nesta vertente o investimento em Grândola está a ser grande, com o presidente da autarquia a avançar que “neste momento temos em apreciação 15 ou 20 projectos de novos empreendimentos turísticos em espaço rural”. Este tipo de projectos,

sublinha, é importante por várias vertentes: dá vida ao interior, contribui para a fixação de populações e para o desenvolvimento da economia local e ocupa mão-de-obra. Uma das preocupações da autarquia reside agora em que haja mão-de-obra qualificada que consiga dar resposta às necessidades das unidades hoteleiras: “Neste momento estamos quase a importar mão-de-obra”, desabafa. Tem sido também através deste turismo em espaço rural que têm chegado ao concelho muitos turistas estrangeiros: “Temos algumas unidades que trabalham, em 70%, com turismo estrangeiro, nomeadamente o mercado francês - que está a ter um grande impacto no concelho, não só em turistas mas também em investimento -, espanhol e algum holandês.

avança mesmo que “estamos a reconstruir uma pequena adega com uma pequena vinha e um auditório, mesmo junto à Câmara, para ali promovermos os nossos produtos endógenos” e dar mais enfâse a outro dos produtos característicos da região, o

DO TURISMO ACTIVO AO ENOTURISMO Também por via disso, no concelho já existem algumas empresas de animação turística, com ofertas desenhadas para vários segmentos de turismo, desde passeios a cavalo, ao surf, do BTT aos passeios pedestres, por exemplo, à serra de Grândola, passando pela visita a monumentos e museus. Tudo porque “o turista hoje já não fica dentro do hotel, quer é viver experiências novas”. Pela gastronomia passa também uma das grandes apostas do município, onde praticamente todos os meses se realiza uma semana gastronómica com produtos regionais. Neste âmbito, António Figueira Mendes

“(…) nos últimos dois a três anos, no concelho de Grândola, construíram-se unidades de turismo rural de grande nível que têm a vantagem de não ser tão afectados pela sazonalidade” como o segmento de sol e mar

enoturismo que “está a ser um êxito”. Apesar do maior foco colocado no interior do concelho, o litoral não deixou de merecer atenção, frisa o autarca, assegurando que o município tem acompanhado o desenvolvimento de alguns projectos na faixa costeira que, por via da crise, tinham ficado parados e “estão agora a retomar”, como acontece, por exemplo, com Tróia. Para ali está até anunciado um novo grande investimento que será composto por dois grandes empreendimentos, a que se somam três investimentos franceses no Carvalhal “na área do imobiliário mas também com valências turísticas”. Para quem está de visita a Grândola há visitas imprescindíveis, a começar pela Mina de Ciência - Centro de Ciência Viva do Lousal que resulta da recuperação de uma antiga mina e que insere um Museu Mineiro, e a Galeria Mineira Waldemar, também no Lousal. Por aqui, afirma o presidente da Câmara, miúdos e graúdos conseguem ocupar um dia inteiro. A não perder é também o Museu de Arte Sacra de Grândola, a exposição “Vida e Obra de Sérgio Godinho”, visitas a adegas como a do Brejinho, onde se fazem provas, e ao enoturismo da Serenada. A serra de Grândola, já com várias infra-estruturas e valências turísticas e as ruínas romanas de Tróia, são outros dos ex-libris de uma região feita de muitas e belas praias e de um vasto e rico interior. Daí que o presidente da autarquia garanta: “Um turista está perfeitamente oito dias no nosso concelho, seja de Verão ou de Inverno, que tem coisas diferentes para fazer a cada dia”. < TURISVER | AGOSTO DE 2017 ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

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>especial Autarquias e Turismo Leiria

Aposta no turismo e animação cultural como factor de afirmação Apostar no turismo e na animação cultural como factor de afirmação de Leiria, fomentar uma rede de colaboração na programação cultural e marketing territorial, criar a Marca Leiria, potenciar os espaços culturais como factor de atracção, promover projectos direccionados para o agroturismo, ecoturismo, saúde e bem‐estar e patrimonial, são as grandes apostas do concelho de Leiria no que diz respeito ao turismo. TEXTO: CAROLINA MORGADO

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eiria quer ser Capital Europeia da Cultura 2027, distinções que já couberam às cidades de Lisboa, Porto, e mais recentemente, Guimarães. A candidatura ainda não foi formalizada, até porque só pode ser feita com três anos de antecedência, mas de acordo com o vereador com o pelouro do Turismo da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, em declarações à Turisver, “já criámos um grupo de missão que tem como função preparar a programação e os argumentos estratégicos para construir uma cidade capaz de receber esta distinção europeia e que permita que Leiria atinja nesse ano o crescimento máximo em termos de notoriedade cultural e turístico”. Gonçalo Lopes refere que “a nossa região tem um conjunto de oferta única no país e isso faz com que tenha todas as hipóteses de ser Capital Europeia da Cultura, ou seja, há aqui um conjunto de argumentos que fazem com que se pense nesta candidatura no âmbito regional, pois pode transformar toda a região e torná-la ainda muito mais forte em termos turísticos”. Neste sentido, fez-se um primeiro trabalho de identificação dos actores que devem fazer parte deste projecto onde estão os empresários, 12

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o Instituto Politécnico de Leiria, o restante ensino, a Entidade Regional de Turismo, a Comunidade Intermunicipal de Leiria, a Comissão de Coordenação da Região Centro, bem como um conjunto de outros municípios. “É isto que está a tornar a candidatura muito comentada, e porque foi das primeiras a anunciar a sua intenção”, adiantou o autarca.

AS ESTRATÉGIAS Em termos estratégicos, Leiria tem privilegiado a sua vertente cultural criando uma agenda cultural direccionada para a animação turística que aposta sobretudo num conjunto de eventos que oferecem “experiências diversificadas únicas no país”. De acordo com Gonçalo Lopes, “essas iniciativas têm a duração sempre de mais de um dia, pois achamos muito importante para poder mudar a filosofia de visita a Leiria, podendo ser usados para fazer pacotes turísticos e ocupar o alojamento turístico não só da cidade mas também da região”, para acrescentar que esta aposta “tem criado um movimento de visitantes e de turistas em crescendo”, e por outro lado, “temos feito também um esforço grande no que diz respeito à afirmação da Marca Leiria como uma cidade moderna e direccionada para a cultura e para a animação”.

Neste conjunto de iniciativas o autarca destaca o Mercado Medieval que hoje “é um dos mais consagrados do país”, o Festival de Música Gótica em Agosto, ou o Leiria Festival, direccionado também para um público jovem e estrangeiro. “Em Setembro temos outro evento já com alguma expressão que é Leiria Sobre Rodas que é um certame de carros antigos e que no fundo já ocupa um patamar internacional e este ano vamos ter campeões mundiais a visitarem o evento”, disse. Qualquer uma dessas iniciativas ultrapassa a capacidade de camas instaladas na região e portanto beneficia todo um território onde se inclui, nomeadamente, Batalha, Fátima, Marinha Grande, Pombal. Outra iniciativa tem a ver com o património cultural a visitar. Segundo Gonçalo Lopes “Leiria tem hoje uma rede de equipamentos culturais muito interessantes para serem visitados, onde temos à cabeça o Museu de Leiria que recebeu este ano o prémio do melhor museu da Europa, com a distinção atribuída em Zagreb em Maio o que nos dá uma visão e uma capacidade de promoção muito grande, uma vez que é um prémio que está ao nível dos melhores museus da Europa”. Paralelamente a isso “tem-se apostado na abertura de novos espaços

culturais, como é o caso do Centro de Diálogo Intercultural de Leiria (CDIL), que acaba de ser inaugurado e também de toda a reabilitação da zona histórica que torna a cidade atractiva para as compras, para o comércio, para a restauração e que permite criar condições de atractividade muito importantes para o turista no contexto interno e externo”, realçou o vereador. Uma das grandes apostas para o futuro será a reabilitação do Castelo de Leiria, monumento que é mais visitado em Leiria que nos últimos oito anos passou de 40 mil visitantes para 80 mil visitantes por ano, e que acaba por ser o equipamento cultural e patrimonial que irá receber mais intervenções nos próximos três anos, na ordem dos 5 milhões de euros, com construção e instalação de acessos mecânicos, e arranjos exteriores e interiores. “O monumento vai ter condições de visita e de exposição que o vão tornar um dos castelos mais apetecíveis para visitar no contexto nacional e, essa também é uma grande aposta do ponto de vista turístico porque este efectivamente é um dos colares de pérolas que temos e a jóia de Leiria e é aquele o monumento mais visitado uma vez que tem condições de beleza patrimonial e arquitectónica únicas” sublinhou Gonçalo Lopes. <


Loulé Criativo

Criatividade é nova aposta para atrair turistas e dinamização económica

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oulé, o maior concelho algarvio, localizado estrategicamente no centro da região, com boas acessibilidades rodoviárias, ferroviárias e a curta distância do Aeroporto de Faro, distingue-se pela qualidade da sua oferta turística, nomeadamente pelo seu património cultural, histórico e natural, preservando até aos nossos dias uma vasta multiplicidade de tradições, usos e costumes. Neste contexto, e numa clara aposta da autarquia de Loulé em promover a identidade do concelho de forma inovadora e criativa, oferecendo aos viajantes uma maneira activa e genuína de contactar com a cultura local, foi lançado o Turismo Criativo, o mais importante projecto em marcha neste sector no município. Uma “nova geração do Turismo” (assim designada pela UNESCO) está

a crescer significativamente pelo mundo inteiro e procura participar activamente na cultura, tradições e modo de vida dos residentes, em interacção com as gentes e o carácter singular do destino turístico. Em Loulé, as diversas manifestações do seu riquíssimo património cultural, assim como expressões artísticas mais contemporâneas, são material experiencial e criativo ímpar. O município de Loulé quer oferecer aos viajantes a possibilidade de fazer uma imersão na Cultura do concelho, proporcionando-lhes vivencias únicas, por meio de experiências e de aprendizagens. O programa apresentado é diversificado, com workshops, cursos de curta duração, fins de semana temáticos e outras actividades, inseridas nas temáticas Arte, Artesanato, Gastronomia, Património e Ritmo. Pretende-se criar o ambiente perfeito para

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que o visitante se integre no espírito do lugar, conheça as suas gentes e desenvolva aprendizagens pessoais enriquecedoras. Esta é uma oportunidade para surgirem novas actividades e novos empreendedores que incorporem a cadeia económica do turismo e contribuam para manter e inovar as tradições, festejar a identidade e criar um ecossistema favorável à criatividade. Juntaram-se a esta estratégia vários empreendedores locais, artesãos, empresas e artistas, que estão a abrir as portas aos visitantes, para lhes dar a oportunidade de descobrir, a partir de dentro, a cultura louletana. Refira-se que Loulé foi a primeira cidade a tornar-se membro da Creative Tourism Network – a Rede Internacional de Turismo Criativo. Turismo Criativo quer tornar Loulé num local de visita obrigatória para quem quer uma experiência única e um local dinâmico mas este é apenas uma das vertentes de um projeto maior – o Loulé Criativo. Na senda da valorização da identidade do território, este projecto apoia a formação e actividade de artesãos e profissionais do sector criativo, contribuindo para a revitalização das artes tradicionais e para a dinamização de novas abordagens ao património imaterial através da introdução contínua da inovação nos produtos e processos de trabalho dos profissionais, da criação de condições para a investigação, do apoio à instalação e negócio de artesãos e profissionais do sector criativo, assim como disponibilizando uma programação anual atractiva de residências e experiências criativas. Nesse sentido, depois de diversas acções levadas a cabo, entre as quais encontros entre artistas, conferências, exposições, etc., a autarquia lança agora um espaço dedicado ao Design e à incubação de projectos nas indústrias criativas. Sediado no Convento Espírito Santo, o Loulé Design Lab é um laboratório de criação, investigação e experimentação, com eixo no design, numa forte ligação à cultura e à economia local e em rede alargada com outras instituições e projectos de referência. As principais linhas programáticas são o acolhimento e a incubação de criadores em espaços de coworking, oficinas partilhadas e showroom; a promoção de projectos de investigação aplicada à produção local; um laboratório de criação e desenvolvimento de produtos; uma rede de oficinas parceiras e uma programação regular com residências artísticas, workshops, conferências e exposições. Destinado a designers, artesãos, investigadores e outros empreendedores das áreas criativas, o “Loulé Design Lab” oferece mentoria específica, uma rede de mestres artesãos e uma programação regular com conferências, workshops, exposições e seminários de empreendedorismo entre outras facilidades, a troco de uma contribuição para uma bolsa de horas que visa, acima de tudo, dinamizar a própria comunidade.<

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>especial Autarquias e Turismo Miguel Baptista – presidente da Câmara de Miranda do Corvo

Promover o que é genuíno É no binómio história - natureza que assenta a estratégia de desenvolvimento turístico do concelho de Miranda do Corvo, uma aposta que se tem revelado acertada, permitindo que os visitantes afluam ao longo de todo o ano, como afirmou à Turisver o presidente da autarquia, Miguel Baptista, que nos deu também a conhecer alguns projectos em desenvolvimento.

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urisver – Em que bases assenta a aposta de Miranda do Corvo na actividade turística?

Miguel Baptista – Miranda do Corvo é um concelho que se envolve com a natureza, que apaixona pelas suas gentes e pela sua história, que no fundo, é uma paixão natural. É nestas bases que assenta a aposta na actividade turística, promovendo o que de melhor e mais

TEXTO: FERNANDA RAMOS

genuíno temos. E tem-se revelado uma aposta acertada, o crescimento tem sido notório, constituído maioritariamente pelo mercado interno, mas também com muitos visitantes de outros países.

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Quais os principais atractivos do concelho, tendo em conta que os turistas valorizam experiências únicas e genuínas? O património histórico está distribuído pelas quatro freguesias do concelho.

GONDRAMAZ

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>especial Autarquias e Turismo No núcleo histórico do centro da vila de Miranda do Corvo, convidamos os nossos visitantes a visitar a Torre Sineira e a Igreja Matriz, situadas no Alto do Calvário, a passear pelas estreitas ruas repletas de história e habitações de traça centenária. Visitas ao Mosteiro de Semide, ao Santuário do Senhor da Serra e à Capela da Nossa Senhora da Piedade de Tábuas são indispensáveis. Os três pontos são de grande interesse religioso e recebem milhares de visitantes por ano. A estes junta-se o Templo Ecuménico, que une as várias religiões do mundo. Inserida na rede das Aldeias de Xisto da Serra da Lousã, a aldeia do Gondramaz é um lugar apaixonante para visitar. Alvo de requalificações profundas que a fizeram um dos melhores exemplos da rede, a aldeia abre-se em locais estratégicos para a beleza da serra. Considerado um espaço de excelência e ilustrativo da cultura local, é ideal para relaxar e recuperar forças. O desporto tem sido uma forte aposta na região. As condições naturais únicas criam um cenário de excelência para a prática de desportos de montanha e natureza. Assim, a construção do primeiro Centro de Estágios Trail Running e BTT do país, foi a coroação de Miranda do Corvo como a capital nacional do Trail Running. Do edifício parte uma rede de percursos sinalizados de Trail Running, BTT e caminhadas, num total de 230km de trilhos que permitem percorrer a quase totalidade do concelho, observando a diversidade da paisagem. Em termos gastronómicos, a Chanfana é a rainha. Um prato típico que nasceu no Mosteiro de Semide e que atrai milhares de visitantes a Miranda do Corvo, mas a ementa é vasta: os negalhos, a sopa de casamento, o serrabulho ou o bucho recheado são pratos da gastronomia tradicional que deliciarão os amantes de um bom prato. Para finalizar os doces conventuais, as súplicas e a nabada. Tudo acompanhado com um bom vinho de Lamas. Unindo a natureza ao espírito selvagem, o Parque Biológico da Serra da Lousã é um espaço único na região que reúne um vasto conjunto de animais representativos da fauna portuguesa. O objectivo é dar a conhecer a vida selvagem de Portugal, sendo

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capaz de mostrar, em ambiente próximo do natural, algumas espécies que habitam o território português. Estas valências já permitem que Miranda do Corvo tenha turismo todo o ano? Património histórico, cultural e religioso, gastronomia, turismo desportivo e de natureza constituem uma oferta diversificada que permite já que durante todo o ano haja um grande número de visitantes. Também os eventos pontuais realizados ou apoiados pelo município contribuem para manter um fluxo constante de turistas, por exemplo, a Feira da Caça e do Mel no Outono para promover o turismo cinegético, a Feira Medieval na Primavera mais direccionada para os interessados nas recriações históricas, a Expo-Miranda para promover a indústria e o comércio, além de outros eventos como as Marchas Populares, o Carnaval ou as inúmeras provas desportivas. Que impacto tem tido o turismo na economia local? O impacto tem sido enorme, nomeadamente a nível do comércio, hotelaria e restauração. Temos tido esse feedback dos empresários locais e o surgimento de novas ofertas nessas áreas é sinónimo desse sucesso, o que tem permitido captar mais investimento para o concelho e criar novos postos de trabalho. Que projectos estão a ser desenvolvidos na área do turismo? Um grande projecto, que não depende exclusivamente do município, será a conclusão das obras de reconstrução do Mosteiro de Semide e consequente abertura ao público de um monumento único na região, em estreita colaboração com a Liga dos Amigos do Mosteiro. Outro projeto de grande importância será a construção do Museu Serra de Vila Nova, em parceria com a Junta de Freguesia de Vila Nova, que terá como grande objectivo a promoção dos recursos endógenos. Uma infra-estrutura fundamental a nível turístico, e que irá complementar a oferta existente, será a construção de um parque de campismo, naquele que será outro projecto a implementar a curto prazo.<

Montemor-o-Novo

Um património valioso… aqui tão perto! Num território que alia património histórico valioso, beleza natural, qualidade da gastronomia, gentes acolhedoras e intensa vida cultural, Montemor-o-Novo é um concelho cada vez mais procurado por turistas não só nacionais como internacionais.

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om uma posição estratégica em termos geográficos, o território é servido por um importante conjunto de eixos rodoviários que permitem facilmente a ligação a diversas cidades tais como Évora, Setúbal, Lisboa e Santarém. Da história de Montemor-o-Novo destaca-se a conquista aos Mouros por D. Afonso Henriques. De espaços e monumentos, destaca-se o Castelo de Montemor-o-Novo, recinto original da vila de Montemor-o-Novo, que se expandiu posteriormente pela encosta virada a Norte, onde se localiza actualmente. Em 1203 é-lhe concedido o primeiro foral, por D. Sancho I e em 1503 recebe foral novo de D. Manuel I. Em 1563 D. Sebastião eleva Montemor à categoria de “Vila Notável” por ser “lugar antigo e de grande povoação, enobrecido por igrejas, templos, mosteiros e muitos outros edifícios e casas nobres”. Montemor-o-Novo possui um valioso espólio de património arqueológico e de arquitectura civil, militar e religiosa, que documenta vários períodos (paleolítico, megalítico, romano, muçulmano, da reconquista e contemporâneo). Testemunhos de um passado pré-histórico, os monumentos megalíticos encontram-se espalhados um pouco por todo o concelho com uma forte presença em S. Geraldo onde é

possível encontrar a Anta Grande da Comenda da Igreja ou as Antas do Paço, ambas Monumento Nacional, ou a curiosa Anta do Estanque adossada a uma casa. Já em Santiago do Escoural podemos encontrar a Anta Capela de N. Sra. do Livramento um curioso exemplo da cristianização tardia de um monumento “pagão”. Também a Gruta do Escoural com gravuras e pinturas rupestres é um importante local a visitar bem como o centro interpretativo que se encontra na Vila de Santiago do Escoural, que é o ponto de partida para uma viagem até aos nossos antepassados. As igrejas e ermidas albergam surpreendentes trabalhos de pintura mural, de importante valor histórico e artístico. Com o objectivo de facilitar a visitação destes locais, o município assinou um protocolo com a SPIRA para integrar a Rota do Fresco no Alentejo. Do património de interesse local, faz também parte o Centro Histórico de Montemor-o-Novo, cujo desafio ao percorrê-lo é entrar numa complexa rede de ruas, escadas, patamares e pequenos largos preenchidos com casas construídas em tijolo, taipa e pedra, de um ou dois pisos, portas ogivais e chaminés a erguerem-se da fachada; é descobrir ruas que mantêm a estrutura baixo-medieval; é encontrar singularidades arquitectónicas de relevo, como a arte manuelina, ou a


• A Rota do Montado dinamizada

abundância do património religioso, a riqueza dos palácios setecentistas, a forte presença conventual ou ainda os trabalhos de azulejaria e de pintura mural.

PATRIMÓNIO NATURAL RICO Do património natural, realça-se os Sítios de Importância Comunitária Natura 2000 Cabrela e Monfurado que marcam uma paisagem mediterrânica dominada por montados de sobro, azinho e que albergam uma diversidade considerável a nível da fauna e da flora. A Rota do Montado, a Rede de Percursos Pedestre e de BTT existentes bem como a Ecopista do Montado, levam o turista à descoberta de lugares do concelho onde é possível conhecer de perto as paisagens, os lugares e as actividades ligadas ao Montado, quer seja através de actividades programadas ou de forma autónoma. Montemor-o-Novo oferece uma gastronomia de raiz alentejana e mediterrânica diversificada, com produtos de qualidade: carnes (borrego e vitela), azeite, ervas aromáticas, licor de poejo, mel, pão, vinho. Entre os pratos típicos mais representativos encontram-se a açorda à alentejana, alimado de cação, ensopado de borrego, carne de porco à alentejana, migas e queijadas ou cernelhas. A produção vitivinícola no concelho

registou um aumento e em colaboração com os produtores de vinho foi desenvolvido um roteiro de enoturismo. Os festivais gastronómicos, Feira do Pão e Doçaria (Maio) e o Festival de Sopas (Novembro) convidam a apreciar os saberes e sabores locais.

INTENSA VIDA CULTURAL No entanto, é impossível falar de turismo em Montemor sem falar da componente cultural como aliada, com uma intensa vida cultural, incentivada pelo município e pelas inúmeras associações existentes no concelho. Ao longo do ano, ocorrem várias actividades culturais, na sua maioria nas áreas da música, desporto, gastronomia, teatro, dança, etnografia. Toda esta intensa actividade cultural torna a cidade e o concelho apetecíveis de visita todo o ano movendo um elevado número de visitantes. O Ciclo de Outono onde a música clássica e erudita marcam presença, o Ciclo da Primavera que leva a todas as localidades do concelho dança, teatro e música, os Festivais de Folclore, o Festival de Teatro, o Encontro Internacional de Marionetas, a Plataforma Portuguesa de Artes Performativas com a presença de diversos criadores internacionais, a Cidade PreOcupada, a Mostra Internacional de Folclore, a Feira da Luz/

Expomo, são alguns exemplos.

PROCURA TURÍSTICA E DE VISITAÇÃO DO CONCELHO Nos últimos anos a capacidade de alojamento registou um aumento significativo, com realce para as unidades de turismo no espaço rural e hotéis de grande qualidade que atraem cada vez mais o turista, pela inovação, conseguindo tornar os produtos locais num complemento ao alojamento. Também a oferta de alojamento local cresceu consideravelmente. A procura turística tem também aumentado nos últimos anos. O turista nacional representa a maioria dos visitantes do concelho, seguindo-se os turistas brasileiros, os franceses e os espanhóis, que procuram informações genéricas do concelho, actividades e programas culturais, património edificado, com destaque para igrejas e para o Castelo, Gruta do Escoural, gastronomia e vinhos. O aumento de turistas é também resultado de um esforço conjunto entre o município e os agentes turísticos e do trabalho realizado na promoção deste destino em feiras de âmbito nacional e internacional, como por exemplo, a Bolsa de Turismo de Lisboa, bem como em outros eventos relacionados com a promoção turística. De salientar ainda a adesão à Grande

pela SPIRA e à qual o município aderiu, baseia-se numa rede de parceiros locais, possuidores de património, que permitem a sua fruição numa perspectiva de valorização e preservação do legado cultural.

• A Rede de Percursos Pedestres e

de BTT que se encontra sinalizada e que atravessa diversas paisagens rurais do concelho permite ao turista, quer seja a pé ou de bicicleta, ter um contacto directo com a natureza ou com as gentes de algumas das localidades atravessadas.

• A Ecopista do Montado, que

resultou da reabilitação do antigo ramal ferroviário Montemor-oNovo – Torre da Gadanha, criou condições para actividades de desporto e lazer quer seja de bicicleta ou um simples passeio a pé. Ao longo dos seus 13Km atravessa uma importante área natural, constituída por montado de sobro e azinho. <

Rota da Nacional 2 que atravessa o concelho sendo mais uma forma de divulgação das suas potencialidades. No âmbito da promoção externa foi ainda realizado o Open Day, em Novembro de 2016, evidenciando a oferta turística a tour operadores nacionais e internacionais. <

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>especial Autarquias e Turismo Reguengos de Monsaraz

Preservar o passado e rumar ao futuro No distrito de Évora, Reguengos de Monsaraz é um dos seus concelhos mais turísticos. O seu vasto património histórico em que pontificam a vila medieval de Monsaraz e vários testemunhos arqueológicos de monumentos megalíticos, aliado ao também vasto património natural onde as terras da planície se combinam com as águas da albufeira do Alqueva onde agora existe já uma praia fluvial, contribuem para isso mesmo.

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azer uma viagem no tempo é, no concelho de Reguengos de Monsaraz, facilmente combinável com um sem número de actividades que permitem usufruir do ar livre e do ambiente. Passeios a pé, a cavalo ou de barco, caça e pesca, todo-o-terreno,

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TEXTO: FERNANDA RAMOS

observação da fauna e flora e até dos astros, são opções num concelho em que o turismo é marcado pela forte identidade cultural do povo, espelhada nos seus usos e costumes, na gastronomia e vinhos, no artesanato e naquela que é uma das grandes expressões populares, o Cante alentejano.

Do passado longínquo o concelho herdou - e soube manter essa herança – mais de 150 achados arqueológicos. São antas como as do Olival da Pega, cromeleques como os do Xerez, menires como os do Outeiro e da Belhoa. A eles se junta, para melhor compreender o passado, o Museu Megalítico José Maria da Fonseca e o Museu Arqueológico do Complexo dos Perdigões, na Herdade do Esporão. Impõe-se calcorrear cada rua e ruela de Monsaraz, vila medieval acastelada considerada berço do concelho e um museu aberto, e passear por Reguengos, onde monumentos vários contam histórias antigas. O património concelhio é de grande valia e o município está empenhado na sua recuperação. Tanto assim que já este ano a Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz deliberou comparticipar até 15% das obras de reabilitação ou de conservação nos edifícios classificados ou em vias de classificação como de interesse nacional, público ou muni-

cipal, com José Calixto, presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, a considerar que “o interesse cultural destes bens demonstra, separada ou conjuntamente, valores de memória colectiva, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade”. Grande forma de expressão sonora do povo alentejano, como José Calixto classificou, o Cante é também património que se pretende preservar e valorizar. Elevado a Património Imaterial da Humanidade pela Unesco, constitui-se também como atractivo turístico pelo que o município está empenhado em promover projectos que estimulem os agrupamentos e valorizem os cantadores. A par da preservação do passado, o município volta-se para o futuro e quer tornar a sua oferta mais acessível aos turistas que o visitam. Por isso vai ser um destino turístico inteligente com a implementação, pela autarquia, de um sistema de sinalização e informação


Salvaterra de Magos

Uma oferta que vai da lezíria à charneca turística que permitirá aos visitantes receber informação actualizada nos seus dispositivos electrónicos, bastando que descarreguem uma app. Através da sua utilização, ficam a conhecer quais os pontos turísticos, unidades de alojamento, restaurantes, operadores turísticos e produtores de vinho que podem visitar, além da programação cultural no concelho.

APROVEITAR O ALQUEVA Em terra quente, o aproveitamento dos espelhos de água é fundamental para atrair turistas e no concelho nasceu este ano a primeira praia fluvial do Alqueva. Galardoada com bandeira azul e classificada como “Praia Acessível” e “Praia Saudável”, a nova praia oferece um vasto leque de equipamentos e serviços: piscina de 100m2 numa estrutura flutuante com solário, torre de vigilância e posto para os nadadores salvadores, posto médico, duches públicos, chuveiro e lava-pés, rampas de acesso à água para utilizadores com mobilidade reduzida e estacionamento, além de um espaço relvado com sombreamentos e toldos no areal. Desde a sua inauguração, a 1 de Junho, a afluência foi tanta que obrigou à ampliação da praia em mais 50% da sua área. De referir também que no Centro Náutico de Monsaraz existe já há alguns anos um bar/restaurante, parque infantil, zona de merendas, ancoradouro e rampa para acesso dos barcos à água. Em frente a esta infra-estrutura, a Câmara efectuou também alguns arranjos urbanísticos para melhorar a experiência dos turistas. <

O município de Salvaterra de Magos pode oferecer a quem o visita uma paisagem rica e variada que vai da lezíria à charneca, num território fértil onde não faltam cursos de água.

C

om excelentes acessos à rede viária fundamental (A1, A2, A6, A10 e A13), este concelho ribatejano assume à partida a sua ligação à festa brava, com tradições taurinas documentadas desde o século XVII e através da Praça de Touros, localizada junto à Estrada Nacional 118, que em 2020 celebra o seu centenário. O visitante pode optar por uma visita guiada à Falcoaria Real, ex-libris da Falcoaria em Portugal, prática que foi recentemente classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Salvaterra de Magos registou a marca de Capital Nacional da Falcoaria e mantém naquele espaço, do século XVIII, uma exposição permanente alusiva à caça com falcões, tem duas dezenas e meia de aves de presa, demonstrações de alto e baixo voo e ainda uma Galeria de Exposições (pintura, escultura, fotografia etc). A este propósito, o presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Hélder Manuel Esménio, refere: “Com a estratégia que desenvolvemos de divulgação e promoção da Falcoaria Real e do concelho de Salvaterra de Magos conseguimos, em apenas um mandato, multiplicar por cinco o número de pessoas que, por ano, vem até este espaço único na Península Ibérica”. Mas este concelho tem sabido também cuidar do seu artesanato e dos produtores locais, da gastronomia e da doçaria, onde os “barretes” da Cabana dos Parodiantes são nota dominante. Basta pensarmos nos

muitos milhares de pessoas que acorrem em Março às duas dezenas de restaurantes aderentes ao Mês

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da Enguia. O programa deste importante certame gastronómico é completado com a Feira de Artesanato e

4 Jornadas de as

Cultura

15 a 24 de Setembro 2017

Exposições Recriações históricas Espetáculos de época e de falcoaria Prémio Infante D. Luís às Artes

TURISVER | AGOSTO DE 2017 ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

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>especial Autarquias e Turismo de Produtos Regionais, a qual serve também de “auditório” para dezenas de músicos e dançarinos do concelho, e não só, utilizando o palco lá instalado para dar a conhecer os seus mais recentes trabalhos.

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RIO TEJO É UM DOS EX-LIBRIS DO CONCELHO O Rio Tejo é um elemento de referência na paisagem e na história do concelho de Salvaterra de Magos. Esta grande linha de água que nasce em Espanha e atravessa o nosso país, influenciou e potenciou a presença humana na região que compreende hoje aquele concelho e diversificou a sua economia com atividades ribeirinhas: pesca, trânsito fluvial, agricultura e barcas de passagem, que durante séculos fizeram parte das suas gentes. Sobre as dinâmicas e aproveitamento turístico associado ao Rio Tejo, o presidente da Câmara sublinha que “este executivo camarário teve como prioridade cuidar e limpar as margens do Rio Tejo e da Vala Real, o que possibilitou devolver às pessoas o Bico da Goiva (onde a Vala Real encontra o rio), o Parque de Merendas da Praia Doce e uma crescente fruição da aldeia avieira do Escaroupim”. Nesta aldeia está disponível o núcleo museológico da Casa Tradicional Avieira, o Museu Escaroupim e o Rio (inaugurado no final de Fevereiro aproveitando uma antiga escola primária que foi convertida em museu), um pequeno parque de merendas, um restaurante panorâmico e dois operadores privados que disponibilizam passeios de barco e observação de aves nos mouchões que polvilham o leito do rio. A Barragem de Magos e a sua Albufeira, na Várzea Fresca, Foros de Salvaterra, onde se pode pescar e fazer desportos náuticos (não motorizados) é outro dos pontos de interesse do concelho de Salvaterra de Magos, ainda mais pelas imensas sombras de que dispõe, pelo parque de merendas, restaurante e esplanada, que tornam muito aprazível uma tarde ou um dia naquele espaço de pleno contacto com a natureza.

PRESERVAR O AMBIENTE E AS TRADIÇÕES Salvaterra de Magos é um concelho com mais de sete séculos de história, onde foram erigidas várias casas apalaçadas, das quais resta a Capela do antigo Paço Real e onde merecem visita, além desta, as Igrejas Matriz de Salvaterra de Magos e de Muge, a capela de São Miguel Arcanjo, em Marinhais, a Igreja e o Museu Etnográfico de Glória do Ribatejo. Mas a estratégia do concelho não se fica por aqui. Hélder Manuel Esménio adianta que “a preservação 20

AGOSTO DE 2017 | TURISVER ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

ambiental e da nossa tradição, o respeito pelos usos e costumes destas gentes, com o investimento feito em infra-estruturas e equipamentos que servem a história e a cultura, têm permitido melhorar muito os produtos turísticos de que dispo-

mos e, dessa forma, com a ajuda de eventos como o Mês da Enguia (Março), a Feira de Magos (Maio) e das Jornadas de Cultura (Setembro) e o árduo trabalho de promoção, partilhado com a Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo, temos

tido sucesso, apesar de ser notória a falta de alojamento, minimizada pelo Parque de Campismo do Escaroupim e pela Área de Serviço e de Estacionamento para Autocaravanas, recentemente inaugurada em Salvaterra de Magos”. <

Capital Nacional da Falcoaria A Falcoaria Real de Salvaterra de Magos tornou-se num dos principais elementos turísticos do concelho, principalmente após a sua recente classificação como Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO. Nos primeiros sete meses de 2017, o espaço recebeu a visita de 9.074 pessoas, um número que ultrapassa já o total de 2016 (8.091), que tinha sido o melhor ano de sempre, desde que o edifício abriu ao público em 2009. A previsão para este ano é de mais de 15.000 visitantes. Este aumento reflecte a política deste executivo camarário de promoção e divulgação do concelho, a decisão de alargamento do horário de funcionamento da Falcoaria Real ao público aos fins-de-semana (períodos da manhã e da tarde), a criação de uma galeria de exposições temporárias, o registo da marca Capital Nacional da Falcoaria e o reconhecimento da prática da Falcoaria em Portugal como Património Cultural Imaterial da Humanidade, a 1 de Dezembro de 2016, numa candidatura liderada pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos juntamente com a Associação Portuguesa de Falcoaria e a Universidade de Évora. A Falcoaria Real passou também a ter um site (www. falcoariareal.pt) através do qual é possível fazer a mar-

cação de visita guiada, inteirar-se sobre esta prática de caça milenar e conhecer outros locais de interesse do concelho. Na Falcoaria Real os visitantes podem conhecer pormenores sobre a construção do edifício e sobre a fixação da família real em Salvaterra. Ao mesmo tempo, com o acompanhamento técnico de um falcoeiro, tomam contacto com as cerca de 25 aves de presa de diferentes espécies que vivem permanentemente na Falcoaria Real, incluindo demonstrações diárias de alto e baixo voo. A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos está, neste momento, a criar todas as condições para que um dos edifícios que compõem a Falcoaria Real (anteriormente ocupado por militares da GNR local) seja transformado num centro documental, que tem como principal objectivo adquirir, disponibilizar e difundir informações relevantes sobre a evolução da caça, a prática da falcoaria, a presença da Família Real no concelho e toda a logística necessária para a sua fixação por longas temporadas em Salvaterra de Magos. Será ainda criado nesse edifício um gabinete de trabalho e uma sede para a Associação Portuguesa de Falcoaria. <


Gil Ferreira – vereador da Cultura e Turismo de Santa Maria da Feira

Plano Estratégico e de Marketing define metas até 2021 Melhorar a oferta e a experiência do visitante, melhorar o desempenho do destino e reforçar a sua notoriedade são objectivos do “Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo de Santa Maria da Feira”, que está a ser desenvolvido para o município pelo IPDT. O plano, avançou à Turisver o vereador da Cultura e Turismo, Gil Ferreira, define metas até 2021 e está alinhado com a esfera regional, nacional e internacional, em termos de crescimento, sustentabilidade e redução da sazonalidade. TEXTO: FERNANDA RAMOS

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urisver – Em que bases é que tem assentado a aposta do município de Santa Maria da Feira na actividade do turismo e com que resultados? O crescimento do turismo tem acompanhado o comportamento do turismo nacional e da região Norte, em particular? Gil Ferreira – Santa Maria da Feira tem sedimentado a sua atractividade turística no vastíssimo património cultural, desde o Castro de Romariz ao Castelo da Feira, na sua forte malha industrial, recorde-se que Santa Maria da Feira é o 10º município mais exportador do país, o que gera grandes fluxos de visitas de empresários e clientes ao território, na atividade termal e no cluster de grandes eventos de rua. Considerando estes activos distintivos e fundamentais estruturamos e promovemos, fundamentalmente, produtos estratégicos nas áreas do Turismo Cultural, Turismo de Negócios, Turismo de Saúde e Bem-Estar. Santa Maria da Feira fechou o ano turístico de 2016 com os melhores resultados de sempre, num ano em que os equipamentos culturais e

turísticos registaram um total de 156.008 visitantes, o que significou um aumento de 33,8% relativo ao ano anterior, e um aumento de 30,3% no número total de dormidas registadas nas unidades hoteleiras, passando de 65.520 dormidas em 2015 para 85.372 dormidas em 2016. A estes números devem ainda ser somados os resultados do cluster de grandes eventos de rua - Imaginarius, Viagem Medieval

e Perlim - que, anualmente, trazem a Santa Maria da Feira cerca de 750 mil visitantes, gerando impactos colaterais significativos na economia local de Santa Maria da Feira e no trade do turismo. Não obstante 61,7% dos turistas de Santa Maria da Feira serem nacionais, estamos convictos que o nosso território tem acompanhado e contribuído para o crescimento do sector do turismo

na região do Porto e Norte e do país. O ano passado foi anunciado um Plano Estratégico e de Marketing para Sta. Maria da Feira, a desenvolver pelo IPDT. Porque sentiram necessidade deste Plano? Quais são os objectivos principais que pretendem atingir através dele? Qual o prazo de implementação e o investimento necessário? Numa altura em que o Turismo se assume como uma das prioridades da economia portuguesa - sendo já a maior actividade exportadora do país e posicionando Portugal como o 15º destino mais competitivo do mundo, num mundo onde a indústria do turismo é responsável por cerca de 10% de toda a actividade económica global – sentimos a necessidade de elaborar um “Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo de Santa Maria da Feira”, planeando, em tempos de prosperidade, a sustentabilidade e o desenvolvimento futuro. Este será um documento fundamental, de desenvolvimento, que pretende dar sentido estratégico às opções de investimento, constituindo-se um documento de natureza política

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TURISVER | AGOSTO DE 2017 ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

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>especial Autarquias e Turismo

“Numa altura em que o Turismo se assume como uma das prioridades da economia portuguesa (…) sentimos a necessidade de elaborar um “Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo de Santa Maria da Feira”, planeando, em tempos de prosperidade, a sustentabilidade e o desenvolvimento futuro”

o turismo e a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

RECUPERAÇÃO DA QUINTA DO CASTELO e não um suporte meramente especulativo. Num momento em que estamos a encerrar um ciclo de financiamento comunitário e estamos na proximidade de planear um próximo ciclo de fundos comunitários, no horizonte 2021 - 2027, entendemos promover a reflexão, o mapeamento, a discussão, a sistematização de dados e a definição de objectivos colectivos, transparentes e mensuráveis, para o turismo de Santa Maria da Feira. Procuramos, na elaboração deste plano, construir um referencial estratégico para os agentes e investidores do território, um referencial para a competitividade de Santa Maria da Feira. O plano poderia resumir-se, em termos de objectivos, ao desiderato de: Melhorar a oferta do destino e a experiência do visitante; Melhorar o desempenho do destino; Reforçar a notoriedade do destino. O plano contém metas definidas já para 2021 entre as quais se destacam alcançar as 145 mil dormidas, aumentar para 41% a taxa de ocupação – cama, alcançar o número de 260 mil visitantes nas atracções turísticas e reduzir a taxa de sazonalidade para 31,5%. Não obstante, este plano não é um documento estanque pelo que pretendemos mantê-lo permanentemente actualizado. Gostaria de sublinhar que este é um documento de planeamento alinhado com a esfera regional, nacional e internacional, nomeadamente com o Marketing Turístico do Porto e Norte de Portugal, a Estratégia de Turismo 2027, o código de ética mundial para

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Um dos ex-libris do município é a Quinta do Castelo que está agora a ser reabilitada. Em concreto, o que está a ser feito no espaço e qual o investimento? O projecto de reabilitação da Quinta do Castelo, que se prevê iniciar em Fevereiro de 2018, contempla intervenções de arquitectura paisagista, arquitectura, fundações e estruturas, infra-estruturas hidráulicas, infra-estruturas elétricas, infra-estruturas de telecomunicações, instalações e equipamentos mecânicos numa área total de 4 hectares. São estas as grandes áreas de intervenção, decompostas em 28 acções de requalificação previstas no projecto, que pretendem reorganizar o espaço, salvaguardando a sua memória e identidade, de forma estrutural e sustentável, para um maior e melhor usufruto do seu património cultural e natural pelos residentes e visitantes de Santa Maria da Feira. A obra de requalificação da Quinta do Castelo de Santa Maria da Feira representa um total de investimento orçado em 1.822.138,46 euros, acrescidos de IVA à taxa legal em vigor. Há muito para ver e fazer em Santa Maria da Feira, no entanto gostava que salientasse os pontos mais altos ao longo do ano capazes de atrair maior número de turistas, tendo em conta que cada vez mais os turistas valorizam as experiências únicas e genuínas. Efectivamente em Santa Maria da

Feira procuramos valorizar a autenticidade dentro das experiências que proporcionamos aos nossos visitantes e turistas. Em Janeiro dedicamos o mês às comemorações em torno da Festa das Fogaceiras, uma festa que tem como ponto alto a majestosa procissão do dia 20 de Janeiro, na qual, meninas vestidas de branco, das 31 freguesias deste concelho, transportam à cabeça a genuína Fogaça da Feira, um produto com Identificação Geográfica Protegida, num gesto singular cumprindo anualmente o voto secular, desde 1505, ao mártir S. Sebastião. Em Fevereiro abrimos a época termal nas Termas de São Jorge, na belíssima Vila Termal das Caldas de São Jorge sob o rio Uíma, disponibilizando produtos distintos que, além das reconhecidas curas termais associadas às doenças do aparelho respiratório, pele e músculo-esqueléticas, contêm produtos premium de vanguarda como o TERMALBREAK, dentro da oferta de bem-estar, ou o inovador termalismo pediátrico. Na Páscoa temos as recriações históricas da vida de Cristo no espaço público das quais destacamos a Via Sacra encenada ao vivo que reúne mais de uma centena de actores e figurantes. No último fim-de-semana de Maio é mês de Imaginarius. O Imaginarius, Festival Internacional de Teatro de Rua, transforma o centro histórico de Santa Maria da Feira, Cidade das Artes de Rua, no palco da criatividade internacional. Durante três dias reunimos em Santa Maria da Feira os vultos da criação artística contemporânea para o espaço público em perfeita simbiose com o património natural e cultural da cidade. Neste festival, além das estreias mundiais apresentadas na programação da noite, reservamos um espaço muito especial para as famílias, na secção

Imaginarius Infantil, que ocupa, fundamentalmente, as tardes de sexta e sábado com experiências estéticas e culturalmente ricas. Chegamos ao Verão e à maior recriação histórica da Península Ibérica, a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, que ocupa 33 hectares, do centro histórico até ao Castelo da Feira. Em 2018 recriaremos o reinado de D. Pedro I “O Justiceiro”, protagonista da avassaladora história de amor Pedro e Inês. São mais de 3500 pessoas a trabalhar, diariamente durante 12 dias consecutivos, para animar 240 espaços de feira franca, 23 tabernas, 6 restaurantes, 25 áreas temáticas e mais de 1500 performances circulantes. O Castelo Medieval de Santa Maria da Feira é o palco natural desta recriação que, além da história nacional, reserva um espaço muito próprio para a valorização da histórica local. Em Dezembro dinamizamos o mundo encantado de Perlim, o lugar dos sonhos, na Quinta do Castelo de Santa Maria da Feira, com espectáculos exclusivamente dedicados ao imaginário infantil, com mais de 20 áreas temáticas, espectáculos de teatro musical, cenários interactivos e diversões diversas, cuja diferenciação, reside nos conteúdos de programação, 100% inéditos, criados portanto exclusivamente para estreia e apresentação em Perlim. Ao longo do ano não poderia deixar de destacar a rica oferta museológica do território, o Museu do Papel Terras de Santa Maria em Paços de Brandão, o Museu Convento dos Lóios em Santa Maria da Feira, o Museu da Cortiça em Santa Maria de Lamas ou os activos singulares, ao nível de turismo de natureza, como os Passadiços do Rio Uíma, a Aldeia de Portugal do Porto Carvoeiro e o Zoo de Lourosa. <


Tomé Alexandre Martins Pires – Presidente da CM de Serpa

Serpa um Museu Aberto com realidade aumentada Divulgar todas as potencialidades turísticas do concelho e prestar o máximo de informação sobre elas é o objectivo fundamental da Câmara Municipal de Serpa em matéria de turismo. Tomé Pires, presidente da autarquia acredita que esta aposta irá potenciar o turismo em Serpa, o seu património, a sua história e a sua cultura, potenciando também a economia local. TEXTO: FERNANDA RAMOS

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grande aposta da Câmara de Serpa na área do turismo, reside na divulgação da informação sobre o concelho. Aqui se insere o desenvolvimento de uma app que vai permitir aceder a toda a informação sobre a totalidade dos pontos de interesse do concelho: património natural e edificado, centro histórico, onde ficar, onde comer, o que comprar, locais a visitar e como visitar e até mesmo os contactos mais necessários, desde oficinas a farmácias. “Queremos ter tudo numa mesma aplicação”, afirma o presidente da Câmara de Serpa, Tomé Alexandre Martins Pires, explicando que este projecto, cuja candidatura foi aprovada, vai implicar um investimento de 300 mil euros. Por outro lado, esta app vai ter “uma componente de realidade aumentada” que incluirá “30 pontos no concelho”, permitindo que nesses pontos o turista aceda a determinados conteúdos.

O autarca exemplifica: “Na Praça da República, com a app descarregada no telemóvel, basta levantar o equipamento e veremos voar uma serpente, símbolo de Serpa, que nos remete para a lenda da “serpis” e para a história da cidade”. “Serpa Terra Forte Promoção” é a de-

signação do projecto de que esta app é apenas umas das partes. Está a ser desenvolvido um Plano de Marketing que vai ajudar à implementação de outras acções a que o município está obrigado por via da aprovação da candidatura aos fundos comunitários. Entre elas estão spots publi-

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“O que Serpa precisa mesmo é de investimentos na área do alojamento” porque “a maior unidade hoteleira que temos terá cerca de 20 quartos e precisávamos de uma em torno dos 40 a 45” para que em Serpa possam pernoitar grupos excursionistas e porque “com tudo o que temos para ver e fazer, dois dias não chegam” TURISVER | AGOSTO DE 2017 ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

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>especial Autarquias e Turismo

citários para televisão e plataformas digitais, brochuras, construção de um stand para participação em algumas feiras de turismo fora de Portugal, tudo para majorar a promoção do concelho e facilitar a visitação de turistas, realça Tomé Pires. O que também irá levar turistas ao município será o projecto dos Pas-

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AGOSTO DE 2017 | TURISVER ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

sadiços na zona do Pulo do Lobo, situada no rio Guadiana e que tem Mértola de um lado e Serpa do outro. “Se em Mértola há um acesso mais facilitado à cascata, do nosso lado temos uma maior panorâmica de todo o acidente geológico”, explica o presidente, acrescentando que do lado de Serpa o Pulo do Lobo

vai ser “potenciado através das estruturas do Passadiço”, num investimento de “quase meio milhão de euros”. A candidatura foi aprovada, o projecto também, segue-se agora o concurso público, com o autarca a sublinhar à Turisver que “logo que se soube da aprovação da candidatura, em Março-Abril, tivemos inte-

ressados em investir num parque de caravanismo, numa escola hípica e num bar/restaurante de apoio”. Nos últimos três anos, o número de turistas e visitantes tem vindo a aumentar em Serpa. O Castelo, por exemplo, passou de 17.662 visitantes em 2014 para 25.594 em 2016, com a procura pelo Posto de Turismo a aumentar de 8.857 em 2014 para 12.971 turistas em 2016 e o Parque de Campismo a passar de 4.582 pessoas em 2014 para 5.222 em 2016. Com a melhoria dos indicadores chegam perspectivas de novos investimentos, com o autarca a sublinhar que “o que Serpa precisa mesmo é de investimentos na área do alojamento” porque “a maior unidade hoteleira que temos terá cerca de 20 quartos e precisávamos de uma em torno dos 40 a 45” para que em Serpa possam pernoitar grupos excursionistas e porque “com tudo o que temos para ver e fazer, dois dias não chegam”.

O PESO DO PATRIMÓNIO É no património que reside um dos principais motivos para visitar Serpa, e que neste caso deve começar-se pelo Centro Histórico e edifícios associados, como o Castelo e o novo Museu de Arqueologia, o Museu Et-


nográfico e o Museu do Relógio, embora em todas as freguesias haja muito que ver, caso de Pias ou Vila Verde de Ficalho. Na natureza, o Guadiana domina, com as suas azenhas, moinhos e o Pulo do Lobo, mas a serra de Ficalho não desmerece até porque detém diversos percursos homologados de BTT. Já no património imaterial “temos uma ligação umbilical ao Cante”, assegura Tomé Pires, explicando que “existem teorias que dizem que o Cante nasceu aqui” e embora isso “seja discutível, o que não é discutível é que a candidatura do Cante nasceu aqui”. Por isso o município tem tentado fazer um trabalho junto dos cantadores no sentido de os sensibilizar para a necessidade de haver alguns momentos de Cante e de “abrirem as portas dos seus locais de ensaio”, estando mesmo a ser desenvolvido um Roteiro que possibilita “termos 10 a 12 momentos de Cante por mês, o que já tem algum significado”. “Aumentar o número de espaços museológicos, ter mais pontos de interesse na natureza, diversificar e melhorar a oferta do Cante, tudo faz parte de uma estratégia denominada “Serpa Museu Aberto” em que o museu não é o espaço A ou B mas sim todo o território”, explica o presidente do município, acrescentando que “trabalhamos todos os dias para dar conteúdo e referenciar cada vez mais pontos de interesse no concelho” que possam ficar acessíveis a todos os visitantes quando a app estiver online. Tudo porque “entendemos que o património - o edificado, o natural e o imaterial, caso do Cante - é um dos nossos principais recursos e que, se bem utilizado através do turismo, é um caminho a percorrer e a desenvolver pelo que implica de criação de postos de trabalho que é o maior problema do interior do país e em particular do Alentejo”. <

António Padeirinha – Chefe de Divisão de Desenvolvimento Social e Humano

Viana do Alentejo: Turismo com identidade Candidatura dos Chocalhos a Património da Humanidade, validada pela Unesco em finais de 2015, Rota da Estrada Nacional nº2 e requalificação do Centro Histórico de Alcáçovas, são alguns dos pontos em que assenta a estratégia do concelho de Viana do Alentejo para o desenvolvimento turístico. TEXTO: FERNANDA RAMOS

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m Viana do Alentejo a ligação ao património e à identidade cultural é vasta e é por ela que o turismo se tem desenvolvido. Neste sentido, António Padeirinha, Chefe de Divisão de Desenvolvimento Social e Humano, recorda a atribuição do título de Património Imaterial da Humanidade com Salvaguarda Urgente ao fabrico de Chocalhos e afirma que tem já contribuído para o aumento do visitantes à região, nomeadamente à freguesia de Alcáçovas onde este fabrico se sedeia: “há maior afluência à Feira do Chocalho em Julho, e uma grande adesão às visitas organizadas e regulares à fábrica de chocalhos local”, afirma. Também em Alcáçovas, está concluída a requalificação do Paço dos Henriques “monumento emblemático do concelho que nos permite hoje ter turistas, em números consideráveis, nessa freguesia”. Ali, onde foi assinado o Tratado de Alcáçovas está a ser implementado um projecto (PAGUS) para criação de um Centro Interpretativo do Património Imaterial e um núcleo documental dedicado à arte chocalheira. Também em recuperação, embora não directamente pela Câmara, está o Santuário de Nossa Senhora

“Viana do Alentejo tem a preocupação de estar nos projectos que podem ajudar a promover o turismo no município”

D’Aires, “o maior santuário mariano a Sul do Tejo” e que, por isso, assume particular importância. Por se pretender que o desenvolvimento turístico tenha por base a ligação ao património, por via de um acordo entre o município e a Direcção Regional da Cultura, o posto de turismo passou a funcionar no Castelo, construído no reinado de D. Dinis. Em marcha está também o projecto dos Centros de Acolhimento Turístico, onde os turistas poderão ter informação suficiente para traçarem o percurso que mais lhes agrade, nomeadamente pelas três freguesias do concelho.

A ROMARIA DO CAVALO JÁ É UMA ATRACÇÃO DE TURISTAS Se em Alcáçovas o Chocalho e o Paço dos Henriques são atractivos maiores, em Aguiar, outra freguesia do concelho, há a Anta do Zambujeiro, um dos monumentos megalíticos mais importantes do concelho e que conserva corredor, câmara funerária e laje de cobertura. Já em Viana do Alentejo, o Castelo é dos monumentos mais visitados. O que também atrai todos os anos muitos visitantes é a chegada da Romaria a Cavalo que liga a Moita do Ribatejo a Viana do Alentejo no

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TURISVER | AGOSTO DE 2017 ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

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4º fim-de-semana de Abril, com procissão a cavalo e outras iniciativas. “Viana do Alentejo tem a preocupação de estar nos projectos que podem ajudar a promover o turismo no município”, por isso é um dos municípios fundadores do projecto da Estrada Nacional 2, uma das maiores estradas contínuas da Europa e integra a Rota do Montado.

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DA GASTRONOMIA À OLARIA: PRESERVAR AS RAÍZES

Em Viana do Alentejo, os excursionistas têm um peso fundamental mas os turistas estão a aumentar e são de várias nacionalidades, “espanhóis, franceses, brasileiros por via dos crescentes fluxos turísticos que Évora está a ter”. Para os receber, alojamento turístico “há algum”, nomeadamente “unidades de turismo rural certificadas que oferecem 114 camas“ e estabelecimentos de restauração não faltam, com o concelho a contar com “16 restaurantes certificados”, todos com a “preocupação de aproximar a oferta daquilo que são as raízes e a gastronomia mais típica da região”. Prova disso é a Mostra de Doçaria do concelho que decorre na primeira semana de Dezembro e o Almoço dos Ganhões que tem vindo a conquistar cada vez mais interessados. A iniciativa,

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AGOSTO DE 2017 | TURISVER ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

este ano, recupera tradições genuínas como o lume de chão e a panela de barro. E, por falar em barro, o responsável avança que está a ser criado um Roteiro de Olaria que

permitirá às pessoas, sem sair do concelho, assistir a todo o processo, desde extracção do barro. Possibilidade é a “candidatura da Olaria à Unesco, o que seria um selo muito impor-

tante para a promoção da actividade”. Os resultados das apostas da autarquia têm sido positivos e os investidores estão a aparecer, nomeadamente na área da hotelaria. Praticamente concluída estará uma unidade com cerca de 20 camas e o Convento de Viana, adquirido por privados, poderá vir a ser transformado em hotel. Mas a grande proximidade a Évora e o Alqueva não tem permitido a instalação de muitas empresas de animação turística: “Precisamos de crescer mais e de criar condições para que essas empresas venham para o nosso concelho”, afirma. Num concelho em que “as freguesias são todas diferentes entre si, há sempre muito para ver e fazer” não faltando espaços de lazer ou piscinas municipais, como também não faltam possibilidades para praticar actividades como o pedestrianismo, caminhadas e BTT, entre outras. António Padeirinha fala ainda dos espectáculos de música clássica Pedreira dos Sons que têm lugar em finais de Maio / inícios de Junho numa antiga pedreira de mármore desactivada. Uma iniciativa que “traz turistas diferentes, mais ligados à cultura”. Património Imaterial da Humanidade, o Cante Alentejano marca também presença no município . <


>especial Autarquias e Turismo Vila do Bispo

Desenvolvimento Sustentável com olho posto no turismo

O projecto “Estratégia de Desenvolvimento Sustentável para o Município de Vila do Bispo”, apresentado no início deste Verão, está muito focado na questão do turismo, o grande motor deste território e uma actividade cada vez menos sazonal. TEXTO: CAROLINA MORGADO

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ste projecto, que está a ser levado a cabo pela autarquia, visa a criação de instrumentos de trabalho que tem como objectivo melhorar a qualidade de vida das pessoas e, simultaneamente, reforçar a competitividade, a atractividade e a notoriedade do concelho, potenciando o desenvolvimento económico, ambiental e social. Tratando-se de uma abordagem integrada, envolvendo a elaboração de um Relatório de Sustentabilidade, de um Plano de Turismo, de um Plano de Ambiente, do Pacto de Autarcas e da Agenda 21 Local, entre outras medidas, este conjunto de trabalhos abarcará áreas como a governação, a transparência da actuação, o ambiente, a qualidade de vida e o turismo. O objectivo final é o desenvolvimento sustentável do concelho, que permite compatibilizar o crescimento, a protecção ambiental e a coesão social, podendo mesmo afirmar que o relatório de sustentabilidade faz o retrato da actuação e desempenho do município, contribui para a monitorização da actividade municipal estabelecendo compromisso para o futuro e melhora o grau da transparência. A ideia da Câmara é que tudo isto esteja concluído até ao fim do ano, esperando-se que no final de todo este trabalho o concelho possa ficar com uma maior consciência da realidade do território, a estes níveis, e que possa também ter uma melhor perspectiva daquilo que quer fazer para o futuro, ou seja permitirá guiar o caminho que o município deverá prosseguir, actualmente e no futuro, potenciando o desenvolvimento

económico e a sediação de empresas. Não esquecendo a agricultura e pesca e os serviços, este projecto, que na verdade são cinco, vai estar muito focado na questão do turismo, o grande motor deste território, não só na vertente do sol e praia, no período do Verão, mas também ao nível do turismo de natureza, com tudo o que está associado; o turismo de saúde, as caminhadas, a questão do birdwatching, a observação de cetáceos, a gastronomia, ou seja, tudo aquilo que a autarquia tem vindo a divulgar e a potencializar ao longo do tempo. Neste sentido, o Plano de Turismo pretende enquadrar um sector cada vez mais verticalizado e sofisticado; potenciar as especificidades que conferem vantagens competitivas aos patrimónios cultural e natural, com tradição, mas também com modernidade; transformar os patrimónios em recursos turísticos, através da mobilização dos saberes, das técnicas e das parcerias estratégicas; organizar os recursos turísticos, incluindo as identidades locais, as memórias e as histórias; e potenciar a atractividade, oferecendo experiências únicas aos turistas e reforçando a auto-estima dos residentes.

ONDE A TERRA ABRAÇA O MAR Vila do Bispo tem para oferecer um vasto leque de actividades. Num concelho onde a terra abraça o mar, a beleza natural, aliada aos inúmeros vestígios históricos, tornam a região num local de excelência para os amantes do turismo de natureza, prova disso, foi o prémio atribuído em 2015 ao Festival de Observação de Aves e Actividades de Natureza de Sagres.

Este ano, o concelho bisa o galardão “Município do Ano Algarve” com o projecto “Evocação das Operações do U35 em Sagres (1917-2017)”, que se reporta à “investigação, valorização e usufruto científico, cívico e turístico do episódio ocorrido a 24 de Abril de 1917 de afundamento, nas águas de Sagres, de três navios pelo submarino da Marinha Imperial Alemã U35”. Com a mítica atmosfera de Sagres e do cabo de São Vicente e a beleza preservada de uma costa dramática como pano de fundo, Vila do Bispo oferece uma personalidade muito especial e digna de uma visita. Toda a costa a Norte de São Vicente é um vasto pesqueiro onde se capturam aqueles peixes que fazem história, desde as combativas corvinas aos saborosos robalos. Cada rocha, cada enseada tem os seus apreciadores, os seus pescadores habituais. Depois, é a perícia e a sorte que di-

tam os resultados da pescaria… Igualmente, os surfistas apreciam a costa Norte pelas suas ondas regulares, pela segurança dos areais extensos e pela total liberdade do oceano. A observação submarina tem, na ampla enseada definida pela Ponta de Sagres e o Cabo de São Vicente, um local privilegiado para apreciar o colorido dos cardumes de peixes, as paisagens de sonho feitas de grutas e furnas escavadas nas falésias. Parcialmente situado no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, o concelho de Vila do Bispo é um dos poucos locais no Algarve onde a natureza selvagem, juntamente com um rico património histórico-cultural, continua intacta. Desde o seu povo, à variada gastronomia e às praias paradisíacas, esta região permite praticar os mais variados tipos de turismo e desportos e oferece um contacto realmente saudável com a natureza. < TURISVER | AGOSTO DE 2017 ESPECIAL AUTARQUIAS E TURISMO

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