Turisver Junho 2016

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n Junho de 2016 n Mensal n Nº 841 n Ano XXXI n Preço 5€ n Director José Luís Elias

| A informação para os profissionais do Turismo |

ET 2027 Construir o futuro do turismo nacional Vê Portugal É preciso fazer o trabalho de casa Festa em Lisboa Aigle Azur comemorou 10 anos em Portugal São Tomé e Príncipe Quase tão intacto como “quando foi criado”

Luiz da Gama Mór Vice-presidente comercial

TAP altera estratégia comercial


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GRANDES VIAGENS COM GUIA EM PORTUGUÊS Atendendo aos longos anos de grande sucesso do conceito “Circuitos Nortravel (circuitos na Europa com guia português)”. Decidimos alargar este mesmo conceito a Circuitos de Grandes Viagens publicadas no nosso catálogo “Europa e Ásia, Circuitos e Cruzeiros com guia em português”. Tratando-se de circuitos em destinos longínquos, o contacto com tão diferentes civilizações justifica a presença do nosso guia em português. Num trabalho de equipa com os guias locais selecionados, o nosso guia português garante mais e melhor informação e maior eficácia nos procedimentos, eliminando obstáculos e tornando as viagens mais enriquecedoras, tranquilas e seguras. A Nortravel continua a pensar em si, proporcionando-lhe cada vez mais viagens felizes!

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>editorial

“Muitas pessoas sobrestimam o que podem fazer em um ano e subestimam o que podem fazer em dez anos.” Bill Gates

> Turismo vai ter estratégia

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izer que o turismo em Portugal tem crescido e tem-se desenvolvido será bastante consensual, mas dizer que esse crescimento nem sempre foi consolidado nem a melhor opção, provavelmente será uma afirmação que encontrará já menos acolhimento e poderá até gerar algumas críticas. A actividade económica do turismo é cíclica, é sazonal, e para se manter a procura, de forma sistemática e em crescimento, é necessário cuidarmos do desenvolvimento do destino em todas as suas vertentes e não apenas ficarmos presos à oferta de alojamento, como aconteceu num passado recente e, porque não dizê-lo,

ainda acontece.

José Luís Elias, Director joseluiselias@turisver.pt

Desenhar uma estratégia clara e consistente para o turismo é, como há vários anos tenho vindo a frisar, não apenas necessário como imperioso para Portugal. Mais do que isso, é imprescindível que essa estratégia de desenvolvimento turístico vá muito para além do turismo, ou do Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT) que foi sendo readaptado por sucessivos secretários de Estado do Turismo que mais não faziam que provocar-lhe um “lifting”, embora o apresentassem como novo. Os sucessivos PENT serviram, basicamente, para afirmar que Portugal tinha um projecto e uma estratégia para o turismo, embora este não fosse mais do que uma “bússola” de curto prazo, um conjunto de medidas avulsas, e em muitos casos pontuais, sem grandes desideratos e com metas pouco realistas. Um plano de circunstância que em várias ocasiões nem sequer recebeu contributos (nem parecer favorável) de uma parte significativa do sector. Os anos mais recentes tiveram o condão de desvalorizar, no pensamento de muitos, a necessidade da existência de um projecto a médio prazo, essencialmente por um motivo: o turismo receptivo começou a crescer mesmo sem que na base deste crescimento tivesse estado uma política clara, estruturada e duradoura. Num momento em que já nem o várias vezes “remendado” PENT estava em vigor, o governo entendeu – e bem – que era necessário traçar uma estratégia de médio e longo prazo para o turismo e deu o “pontapé de saída” para a discussão pública de um plano a que chamou Estratégia Turismo 2027 (ET 2027). Um plano que vai muito além de uma Legislatura, o que pressupõe que, independente do governo em funções, todos os intervenientes no sector ficam a conhecer as linhas a seguir, o plano a implementar e os objectivos a perseguir. Dois outros factores poderão contribuir para o sucesso e oportunidade desta iniciativa. Por um lado, o facto de estar previsto que o turismo em Portugal vá continuar a crescer pelo menos nos dois próximos anos, e mesmo que tal não aconteça ao ritmo dos últimos anos e do que se espera para 2016, é preferível que a discussão do ET 2027 se faça com espírito positivo - e nesse aspecto os resultados ajudam. Outro factor positivo da elaboração de um plano duradouro no tempo reside no facto de este abranger também o próximo Quadro Comunitário de Apoio, o que permitirá mais e criteriosos apoios em função do que este instrumento agora criado ditar. A participação no debate e os contributos do sector privado para que o documento - Estratégia Turismo 2027 – venha realmente a ser fundamental para o futuro do nosso turismo, iniciou-se aquando da apresentação oficial da proposta do Governo. Esta é uma oportunidade única que não deve ser desperdiçada. A actividade económica do turismo irá ter uma “bíblia” que orientará o seu futuro, independente dos governos serem mais à direita ou mais à esquerda. Espero assistir, nos próximos meses, a discussões e debates sobre este programa que o governo colocou sobre a mesa. Não contribuir para ele de forma construtiva é deixar o nosso turismo continuar a correr ao sabor da maré.

Turisver

Medalha de Prata de Mérito Turístico do Governo Português DIRECTOR: JOSÉ LUÍS ELIAS • PROPRIEDADE E EDITOR:

Medalha de Prata da APAVT de Mérito Turístico

EDITORA, LDA. • NIPC 504 651 757 • SEDE (ADMINISTRAÇÃO REDACÇÃO E PUBLICIDADE) RUA DA COVA DA MOURA, Nº 2, 2º

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JUNHO DE 2016 | TURISVER


AF_EP15_Turisver_65x285mm.pdf

TEXTO: FERNANDA RAMOS

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14/12/15

>abertura

Alojamento local

Oferta sobe mas turistas preferem hotéis Impulsionado pelas novas plataformas de pesquisa e reserva online, o alojamento local tem vindo a crescer em Portugal e deu mesmo “um salto” desde 2015, principalmente na cidade de Lisboa. Não obstante a preferência dos turistas que demandam o nosso país continua a ir para a hotelaria tradicional. Esta é uma das conclusões do Atlas da Hotelaria 2016, recentemente publicado pela Deloitte.

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ova realidade, novos costumes” segmentos mais jovens” está a observar-se “uma foi o título que a Deloitte deu à procura crescente por hostels ou guesthouses”, ape11ª edição do seu Atlas da Hote- sar de esta não ir ainda além dos 9%. laria, agora referente ao ano 2016, Do lado da oferta, os hotéis continuam a ser a tie é disso mesmo que se trata, os pologia de empreendimentos predominante em novos tempos estão a trazer uma nova realidade, Portugal com 73%, seguindo-se os apartamentos ditada pelos novos costumes da nova geração. turísticos (10%), os hotéis apartamentos (8%), os De acordo com o estudo, o alojamento local tem hotéis rurais (4%), os aldeamentos turísticos (3%) e tido em Portugal um “cresas pousadas (2%), e no total cimento assinalável” que é o país conta actualmente sobretudo motivado pelas com 1.864 empreendimenplataformas de pesquisa e tos turísticos, mais 135 que “Nos segmentos mais arrendamento online. Actualo ano passado. Um número jovens” está a observarmente o número de unidades que, segundo o mesmo estude alojamento local em todo o do, é influenciado pelo ause “uma procura país ultrapassa as 22 mil, totamento da oferta de hotéis de crescente por hostels ou quatro estrelas (mais 68 unilizando mais de 88 mil camas, a grande maioria localizada guesthouses”, apesar de dades, de 2015 para 2016). na cidade de Lisboa e na reOs empreendimentos tuesta não ir ainda além gião do Algarve que, em conrísticos de quatro e três esjunto, concentram cerca de trelas são, aliás, os que predos 9%, conclui o Atlas 75% de unidades, surgindo a dominam a nível nacional, da Hotelaria 2016. região Norte com 11%. representando 37% e 34% do Onde a presença deste tipo mercado, o que se traduz em de alojamento continua a ser 695 e 643 unidades hoteleiras, praticamente inexistente é respectivamente. Na terceinos Açores, com o Alentejo a ver este tipo de oferta ra posição encontram-se os empreendimentos de situado nos cerca de 2% em número de unidades de duas estrelas com 16% das unidades, e os de cinco alojamento e nos 3% em número de camas. estrelas estão na quarta posição, com 8%, ou seja, Apesar do aparente pouco peso deste tipo de oferta, 142 unidades. o facto é que, de acordo com o estudo da Deloitte, Sem surpresas, o Algarve, principal região turística o número de unidades de alojamento local aumen- do país, continua a concentrar o maior número de tou em mais de 6.200 entre 2015 e 2016. empreendimentos turísticos do país (23%) e tamMesmo com o crescente número de alojamentos bém de unidades de alojamento (32%). Segue-se a locais, em Portugal continuam a ser os “hotéis, ho- Região Norte, com 22% dos empreendimentos tutéis apartamentos e pousadas” que, em conjunto, rísticos, o Centro (21%) e Lisboa (15%). Onde tamreúnem 68% das preferências dos turistas que nos bém não há surpresas é ao nível dos grupos hoteleivisitam. A mudança está, no entanto, aí e o Atlas da ros dominantes: Pestana, Vila Galé e Accor formam Hotelaria 2016 faz-se eco disso, afirmando que “nos o Top3 em Portugal. <

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>opinião www.turisver.com

i TURI por: Atilio Forte

Tópicos do mês: Viagens de luxo em família: Sendo um dos segmentos que maior taxa de expansão apresenta, o turismo de luxo vem revelando algumas tendências “revivalistas”, já que quem viaja cada vez mais privilegia experiências únicas em ambientes “amigos” das famílias, pois actualmente existem três gerações – nalguns casos quatro – que viajam juntas. Tal leva a que quem queira apostar nestes consumidores deva estar preparado para acolher adultos e crianças, o que obriga a uma maior complexidade da oferta, desde a restauração à animação. Oportunidades de investimento: O abrandamento económico verificado principalmente na Europa e na China, vem fazendo as “delícias” de quem pretende investir no sector hoteleiro, uma vez que os fundos de investimento imobiliário estão a vender parte importante dos seus activos. No final do dia, as perspectivas para o alojamento continuam muito boas, pois vontade e investidores são algo que não lhe faltava … nem falta. Preocupações dos hotéis boutique: Um inquérito levado a cabo pela “Boutique & Lifestyle Lodging Association” revela que, mais do que a concorrência, uma das maiores preocupações dos proprietários destas unidades reside na alteração dos hábitos dos consumidores, particularmente pela preferência destes por outros (novos) tipos de alojamento, que consideram uma ameaça mais séria do que a das grandes cadeias.

Comentário Turisver.com– Em Espanha a IATA está a forçar o pagamento imediato do BSP por parte das agências de viagens sempre que estas emitam um bilhete. Como encara esta situação tendo em conta os actuais constrangimentos por que passam as agências de viagens? Atilio Forte – Quando aqui analisámos a passagem do “Billing and Settlement Plan” (BSP), no mercado português, de quinzenal para semanal, alertámos que se as agências de viagens, a nível global, não se unissem e procurassem conjuntamente uma solução – através das suas associações representativas nos diversos países – para fazer frente à estratégia que a International Air Transport Association (IATA) pretendia levar por diante, o passo seguinte seria acabar (ou limitar seriamente) com as vendas a crédito, por parte das companhias aéreas. Assim, a situação agora descrita para o mercado espanhol que, caso se mantenha, entrará em vigor no próximo dia 1 de Janeiro de 2017, é a consequência natural desse objectivo, para uns, e o resultado da inércia, de outros. Do lado das companhias aéreas o argumento que suporta este novo modelo é a prevenção dos incumprimentos de pagamento por parte das agências de viagens, embora continuem, como até aqui, a nada dizer acerca do ressarcimento das principais distribuidoras do seu produto quando se verificam falências no sector… Caso a IATA consiga implementar globalmente esta nova modalidade de pagamentos, denominada “New Generation of IATA Settlement Systems (New Gen ISS), entraremos numa “nova era” de relacionamento entre as companhias aéreas e as agências de viagens na qual, a esmagadora maioria destas últimas, passará a pagar a pronto as vendas efectuadas – se quisermos ser rigorosos até será antecipadamente, pois a emissão do título de transporte só será autorizada após a cativação na conta da agência do respectivo valor do mesmo. As excepções a este caso são: as relativas às agências que sejam emissoras em múltiplos países (grandes multinacionais, consolidadores e OTA’s – “online travel agencies”), que passarão apenas a ter que fazer uma acreditação, em vez das várias que actualmente fazem (uma junto de cada BSP local), mas que terão que prestar garantias financeiras globais de acordo com uma avaliação trimestral; ou, as que ao nível do BSP local apresentem garantias financeiras de acordo com uma avaliação anual (praticamente igual ao que presentemente acontece). Este quadro representa um passo inequívoco em direcção à “desintermediação”, penalizando principalmente o segmento das viagens de negócios, uma vez que a concessão de crédito às agências de viagens, por parte das transportadoras IATA, acabará sempre por ser mais oneroso, quanto mais não seja porque lhes exigirá uma maior capacidade financeira ou que suportem um maior custo pelas garantias necessárias e, simultaneamente, porque lhes limitará as possibilidades de continuarem a conceder algum prazo de pagamento a terceiros (empresas clientes). Contudo, acreditamos que, por um lado, esta será ainda uma matéria objecto de análise por parte das autoridades internacionais da concorrência, até porque, ao que parece, trata-se de uma imposição unilateral (da IATA) e, por outro lado, poderá forçar ao aparecimento de soluções evolutivas no domínio do negócio das agências de viagens, nomeadamente no plano transnacional, por exemplo através da criação de empresas consolidadoras que acabem por atenuar os custos financeiros das garantias a prestar. Não obstante, e pelas razões expostas, este será um assunto que valerá a pena continuarmos a acompanhar. Turisver.com – Foi oficialmente lançado, esta segunda-feira, o Programa StartUP Portugal, de apoio ao empreendedorismo. Este é um programa transversal em termos das actividades económicas, com o Portugal 2020 a estipular 200 milhões de euros para estes apoios. O turismo terá também a sua quota-parte, tendo até em conta que nos últimos anos têm aparecido muitas “startups” na actividade turística. Na sua óptica, estes apoios são bem-vindos? Atilio Forte – Para o estado actual da economia portuguesa, todos os apoios ao empreendedorismo são de enaltecer, pois se há área em que o nosso país está carenciado é a da Inovação e Desenvolvimento (I&D).

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ISMO Nota: Recordamos que esta é uma rubrica em que privilegiamos o envolvimento com os leitores que podem colocar questões a Atilio Forte através do e-mail iturismo@turisver.pt

E mais importantes se revelam se considerarmos, por um lado, o elevado patamar de desemprego que detemos e, por outro lado, a alteração geracional de paradigma verificada no mercado de trabalho, através da qual passámos do modelo de “um emprego para a vida”, para o de “uma profissão para a vida”, para o que presentemente vivemos de “várias profissões e vários empregos durante a vida”. Perante estes factos, proporcionar oportunidades e desenhar soluções atractivas susceptíveis de serem utilizadas por quem tem boas ideias e iniciativa para as pôr em prática, é semear riqueza da qual, seguramente, colheremos bons frutos futuros, seja no turismo, seja nas demais áreas da economia. No âmbito desta iniciativa e no que à actividade turística mais directamente respeita destaca-se que, até ao fim deste ano, será lançada a “Call for Tourism”, destinada a “startups” tecnológicas ligadas à actividade, da qual ainda não se conhece o desenho final. Talvez por isso valha a pena realçar, embora se reconheça o crescente – e incontornável – papel da tecnologia nas diversas actividades turísticas e nas interacções que, cada vez mais, permite com os consumidores, que entendemos como sendo algo redutor restringir a I&D da actividade apenas ao campo digital. Assim, temos fundada expectativa que na montagem deste Programa se alargue o seu espectro de acção a outras áreas do turismo, como as da sustentabilidade ecológica, territorial e ambiental, as da simbiose empresarial ou as da recuperação e preservação de património intangível mas diferenciador. Convirá, ainda, que se tenha presente que o turismo é uma actividade económica de mão-de-obra e de capital intensivos, mesmo quando se trata de I&D, tornando-se por isso necessário ter em linha de conta aspectos diversos, porque específicos, dos tidos em consideração para as demais áreas. Finalmente, e tendo como referência a vontade demonstrada pelo Governo em promover políticas activas que visem atenuar os efeitos da sazonalidade, acreditamos que poderia ser extremamente interessante estimular a localização das “startups” apoiadas por este Programa nas regiões que mais sofrem desse impacto, potenciando dessa forma a sua vivificação.

O+ do mês: Hoje em dia ser proprietário ou gestor de um hotel independente, isto é, sem estar de alguma forma debaixo do “guarda-chuva” de uma marca conhecida, pode ser uma enorme “dor de cabeça”, principalmente se se optar por actuar no segmento das viagens de negócio. Mas terá mesmo que ser assim? Talvez não. Se observarmos um pouco o que se passa à nossa volta conseguimos constatar que existem formas de actuação que podem compensar a ausência de uma marca de renome. De entre elas, há quatro que se destacam mais: estar completamente focado na melhoria da qualidade do serviço prestado, algo que é sempre bastante valorizado pelo cliente; cultivar relações privilegiadas com alguns sectores (e não com todos!) de negócio, como modo de captar mais hóspedes (individuais ou grupos) que viajam por motivos profissionais; estabelecer parcerias locais com outras unidades similares que possam contribuir para suprir eventuais picos momentâneos de procura; e, tirar o máximo partido das redes sociais, partilhando a realização de eventos especiais ou de momentos em que os seus colaboradores (ou algum deles) se distinguiram com particular significado, pois tal, para além de criar uma relação mais empática com os (potenciais) clientes, transmite-lhes confiança e ajuda à construção de uma base identitária (marca). <

A rubrica opinião tem o apoio da ERV – Compañia Europea de Seguros, SA TURISVER | JUNHO DE 2016

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>entrevista Luiz da Gama Mór

– vice-presidente comercial da TAP

“Estou muito confiante em que a TAP vai ser cada vez melhor e maior” TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS

Agora que a situação accionista da TAP está resolvida, a empresa está a implementar mudanças ao nível da sua estratégia comercial. Responder a uma nova situação de mercado, concorrer com as low cost e traçar novos caminhos no longo curso são alguns dos objectivos a atingir. Luiz da Gama Mór, em entrevista à Turisver, fala-nos dos novos projectos que a TAP está já a implementar e de alguns que se vão seguir.

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urisver – Que transformações estão a acontecer no mercado e como é que a TAP tem acompanhado essas mudanças de comportamento dos clientes? Luiz da Gama Mór – Existe hoje uma situação de mercado completamente diferente da que existiu no passado, em resultado de forças que, na verdade, já existiam, mas que se aceleraram nos últimos três anos e têm obrigado a empresa a restruturar-se, para se adequar à nova realidade. Em primeiro lugar temos a venda directa, junto com o serviço, que está a exigir, principalmente na área de serviços, uma automação, uma digitalização e um auto-serviço. Cada vez mais, o passageiro, mesmo que compre numa agência de viagens, quer entrar na sua reserva e fazer a sua gestão directamente, quer receber tudo em formato electrónico, ter tudo no telemóvel e resolver tudo a partir dele. Isto significa que a plataforma mobile está a dominar e a venda directa a aumentar.

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Hoje, a venda directa da TAP, a nível mundial, tem um peso em torno de 21,5%, mas no Brasil já pesa cerca de 37%. Com estes dados parece que estamos a ameaçar as agências de viagens, mas não se trata disso, o mercado é que está a transformar-se. A venda indirecta continua a existir e está cada vez mais concentrada nos cinco maiores mercados que operamos na Europa (Espanha, Itália, Alemanha, França e Inglaterra), e se juntarmos Portugal e Brasil, as cinco maiores agências representam 50% das nossas vendas, ou seja, a grande maioria das vendas está a ocorrer num menor número de agências. Prova disso são os movimentos de consolidação, de fusão e de compra que existem, porque a nível empresarial o tamanho interessa para se ganhar economia de escala. É muito mais difícil a uma empresa pequena, generalista competir no terreno de uma grande empresa, por isso as empresas mais pequenas têm que se especializar ou entrar num nicho. A TAP teve dificuldade de o fazer, não podia bater de frente com as grandes empresas aéreas

e por isso ocupámos um nicho. Na distribuição, o grande vai continuar a ser cada vez maior. Não foi à toa que o número um de Portugal se juntou com o número três, e o mesmo aconteceu no Brasil, onde agora é também a empresa número dois que está a juntar-se com a número quatro, e a Rextour Advanced, resultado da união entre a primeira e a terceira consolidadora, foi comprada pela CVC. A concentração é a primeira força no canal de vendas indirectas. A segunda é a globalização ou a multinacionalização porque as empresas grandes estão a globalizar-se ou, pelo menos, a operar em vários mercados. No caso do mercado brasileiro, as empresas não se globalizaram mas nacionalizaram-se, operando em todo o país. A terceira força são as OTA, as Online Travel Agencies, que exigem um relacionamento completamente diferente, uma relação real time online em que não podemos negociar preço mas apenas condições. As Online Travel Agencies aceleram as duas primeiras forças, são a mais global de todas e tornam-se


grandes de uma hora para a outra. A eDreams, que já está entre as top5 em Portugal, é hoje uma interface com o cliente, e tudo o resto está concentrado no grupo Odigeo – eu não falo com a eDreams, só negoceio com a Odigeo, só falamos a nível global, não por país. Isso obriga-nos a modificar a maneira de trabalhar. Outro exemplo do peso das OTA: das cinco maiores empresas com que trabalhamos nos nossos cinco principais mercados, três são OTA. Na Inglaterra, dos cinco maiores, quatro são OTA, no Brasil e em Portugal, das cinco maiores uma é OTA. A globalização vai levar a mudanças nas delegações da TAP espalhadas pelo mundo? O que mudou profundamente é que a divisão geográfica por mercado não faz sentido ou, no caso das delegações, ter um delegado em França, outro em Espanha, outro na Alemanha, não faz hoje o menor sentido. Isto obriga a que tenhamos que começar a ter uma organização mais por processo do que geográfica, muito embora esta última ainda vá continuar por mais um tempo. Nos casos concretos do Brasil e de Portugal, que têm características específicas por serem os nossos mercados principais, o geográfico ainda faz sentido. Nos restantes, vamos ter direcções por processo: uma para trabalhar com o leisure, outra para o corporate, mas isto a nível global e não por país, porque as OTA a isso obrigam, ainda que neste caso o global seja ainda um global europeu e um global Brasil. Isto significa, por exemplo, que vou ter o mesmo GSA em quatro ou cinco países do Leste europeu, a mesma empresa de catering ou ground handling em toda a Europa. As empresas são europeias e querem lidar comigo a nível europeu, o que pode causar alguns problemas de orçamentos, porque estes são ainda feitos geograficamente. Estamos a acompanhar esta modificação à medida que o mercado for mudando, por isso vamos ter uma organização algo híbrida, vamos ter os geográficos no tamanho que se justifica para cada mercado. Só África fica à margem porque a legislação é diferente de país para país e os intermediários são exclusivos. Tudo isto tem impacto nos back offices que têm que ser simplificados e digitalizados para podermos ser mais ágeis e tomarmos decisões mais rápidas. Nesta linha, começámos a fazer um software para grupos que está já a ser testado pelas agências em Portugal e que vai ser igual para todas as empresas. Nesta mudança, para além do acompanhamento das alterações do mercado, existe também uma redução de custos significativa? Há uma redução de custos significativa que não vai acontecer tanto pela redução de pessoas mas pela libertação de

áreas. Por exemplo, no aeroporto temos dois balcões que atendem passageiros, um é a loja, outro, o serviço ao passageiro e o que vai acontecer é que vamos ter apenas um, juntando as pessoas. Nos lugares pequenos, queremos, sempre que isso faça sentido em termos de geografia, estar só num local. As mudanças são muito maiores em lugares pequenos e o Brasil e Portugal vão ter sempre um tratamento específico. Que alterações a outros níveis é que estão já consolidadas na TAP? Temos um conjunto de projectos decisivos para o futuro da empresa que estão a ser encaminhados e alguns já são perceptíveis. Primeiro tivemos a construção de uma ponte aérea em que estamos a ter um enorme sucesso, como eu esperava. O Porto tem uma dinâmica fantástica de city breaks em que é muito difícil à TAP competir com as low cost porque não podemos ter voos apenas para este segmento, mas também não é raro ter low cost com menos de um voo por semana, o que não atende o mercado corporate que precisa de frequências. Com um voo por dia do Porto para um qualquer destino, não conseguimos resolver os problemas do corporate, mas resolvemos muito bem esses problemas com uma ponte aérea para Lisboa, onde temos seis ou sete voos por dia para qualquer destino, da mesma forma que também resolvemos as dificuldades de chegar ao Porto. Tínhamos um segundo problema, a frota envelhecida da Portugalia, com custos de manutenção elevados e irregularidades frequentes no tráfego. Com a ponte aérea trocámos os ATR pelos Embraer 190 que são aviões fantásticos, muito confortáveis e com uma maior autonomia de voo que podem ir até Varsóvia, o que permite trabalhar cidades secundárias e até substituir rotas principais que eram operadas com o A319, nos horários em que o load factor é muito baixo.

AVIÕES COM NOVA CONFIGURAÇÃO NO MÉDIO E LONGO CURSO Como é que a TAP pretende competir com as low cost? A concorrência com as low cost no short haul, em termos de produto e política de comercialização, era outro dos grandes problemas que enfrentávamos. A TAP já tinha preços baratos mas dentro deles nós incluíamos uma série de serviços que não existem nas low cost e o que acontece é que, num primeiro momento, o passageiro compara preço com preço, mesmo que depois acrescente bagagem e comida a bordo. Por isso temos que alterar a nossa política de comercialização e o produto no short haul. Precisamos de maior densidade de assentos para competir com as low cost. Para aumentar o número

“(…) vamos alterar o interior dos aviões de médio curso. Vamos ter uma poltrona de última geração, muito fina e ergonómica, que dá uma distância maior entre bancos, e vamos criar três classes”

de poltronas sem alterar a distância entre bancos que para nós é importante, tínhamos que reduzir o número de galleys e, portanto, temos que alterar a política de comida a bordo. Queremos operar no espaço low cost mas temos uma clientela que não é low cost e necessita de atributos de produto, inclusive as ligações internacionais – nós não podemos vender um São Paulo – Paris em que o passageiro, ao chegar aqui, tem que pagar o serviço de bordo que lá não pagava. Assim, vamos alterar o interior dos aviões de médio curso. Vamos ter uma poltrona de última geração, muito fina e ergonómica, que dá uma distância maior entre bancos, e vamos criar três classes: da porta de emergência para trás vai ser low cost, ou seja, vai ter uma poltrona que não reclina – tem uma posição razoavelmente reclinada, mas fixa - não vai ter direito a bagagem nem a alimentação. Da porta de emergência para a frente a poltrona será a mesma mas reclinável, e haverá duas áreas. De um lado será a económica plus que vai incluir um lanche, bagagem e marcação de assentos. Na parte da frente do avião, separado pela cortina flutuante, teremos a executiva que terá a mesma poltrona com a mesma distância entre bancos mas em que o do meio não será usado, sendo colocada uma mesa neste lugar. O número de lugares disponíveis na económica plus e na executiva será variável, de acordo com a procura, e a diferença de preços entre cada classe vai ser competitiva. Já encomendámos as poltronas para toda a frota de médio curso e a partir de Outubro vamos começar a modificar os aviões, à razão de um por semana. Até aí vamos começar a criar a nova política comercial para se adequar à nova realidade dos aviões. Trata-se de responder a uma necessidade de concorrência, vamos passar a ter preços tão agressivos como as low cost mas com uma receita média maior que o preço que as low cost têm. Quais são os desafios mais significativos que a TAP tem no longo curso?

No longo curso temos vários desafios, sendo o primeiro a poltrona. Fomos pioneiros nesta poltrona nas rotas Brasil-Europa, mas agora já há uma nova geração de poltronas integralmente horizontal. Também no longo curso queremos criar uma económica plus com mais atributos que a económica actual – maior distância entre poltronas e ângulo de reclinação e melhor sistema de entretenimento -, mas com menor diferença de preço para incentivar o upgrade. Esta mudança vai começar apenas em Janeiro do próximo ano, mas vamos aproveitar para mudar todo o interior dos aviões. As alterações vão ser feitas num A330 por mês, mas não será toda a frota porque entretanto vão começar a chegar os A330neo, no primeiro trimestre do ano seguinte.

APOSTA NOS ESTADOS UNIDOS No longo curso a grande aposta são os EUA? É uma grande aposta e é exactamente nestas rotas que iremos começar a operar com a nova configuração de aviões. Apesar de o nosso retrofit começar em Janeiro, vamos dentro em pouco começar a operar dois aviões já com a moderna configuração, que vão fazer Boston e JFK. Estamos a apostar em novos produtos, estamos a lançar um stopover de três noites, absolutamente fantástico, para promover Portugal e a TAP nos Estados Unidos. A estratégia de voos diários que desenhamos para os Estados Unidos tem como objectivo reduzir a nossa dependência de dois mercados que estão em crise, o brasileiro e o angolano. Temos outros projectos, que vão demorar um pouco mais, que têm a ver com a aquisição de A321 long haul, que ainda não existe. Vamos ser a primeira empresa a operar esse avião e pretendemos abrir novos destinos, nomeadamente na costa leste americana, nordeste do Brasil, eventualmente Rússia ou África, porque precisamos crescer nesses destinos. Há dois anos, a TAP lançou uma série de rotas, na Europa e América do Sul, entretanto algumas já fecharam. Como é que está a estratégia de desenvolvimento para além dos Estados Unidos? Neste período enfrentámos dois novos problemas: uma crise no Brasil que se reflectiu na TAP e um certo desfasamento entre o que eram os nossos troncos principais e o capacity share, ou seja, não estávamos a crescer nos nossos principais destinos à medida que eles próprios estavam a crescer. Os novos accionistas fizeram uma avaliação e houve que fazer opções para melhorar os resultados. Foi mais lucrativo tirar aviões de determinadas rotas para os colocarmos noutras. No caso da Europa não reduzimos sig-

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>entrevista

“A estratégia de voos diários que desenhamos para os Estados Unidos tem como objectivo reduzir a nossa dependência de dois mercados que estão em crise, o brasileiro e o angolano”

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nificativamente a oferta para nenhum destino, mas reduzimos no Brasil por via da crise. O que fizemos foi retirar alguns voos que tinham baixa densidade de frequência, o que os tornam maus para ligações – eu tenho que ter, no mínimo, dois voos por dia para assegurar boas ligações, e mesmo assim estes terão que estar em horários específicos. Esses aviões foram recolocados nos nossos destinos tradicionais, melhorando a nossa capacidade. No longo curso duas rotas sofreram por terem um custo maior, as duas triangulares, logo mais caras, e também com densidade mais fraca: Bogotá com Panamá e Manaus com Belém. Neste último tivemos uma solução óptima: seria muito difícil manter Belém sozinho a Azul colocou um voo entre Manaus e Belém e a melhor opção para vir de Manaus para a Europa continua a ser a TAP. Desta forma melhorámos o produto em Belém, que passou a ter ponto a ponto, e criámos uma condição Manaus-Belém que não deixa perder o tráfego de Manaus, ou seja, mantemos a mesma receita com um custo menor. O caso do Panamá e Bogotá foi diferente, o voo estava a desenvolver-se bem mas esta rota é essencialmente Bogotá e muito pouco Panamá. Mas não podemos tirar Panamá e ficar apenas com Bogotá por causa do avião, só poderei fazê-lo com o A330Neo, pelo que a úni10

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ca alternativa foi tirar o voo e usar o avião para abrir Estados Unidos. Perspectivas de novas rotas há? Não. Falou-se disso no mercado mas por razões diferentes. No Inverno vamos ter alguma sobra de aviões e desenvolvemos uma política de charter mais agressiva que no passado, pelo que fomos conversar com os parceiros para sabermos para onde haveria procura no Inverno. Aparentemente, o lugar mais adequado era o Caribe, pelo que olhámos para Cuba, República Dominicana e Cancun, e conversámos com operadores portugueses que gostaram da ideia da TAP fazer estes charters. Só que para isso ser viável precisávamos de operadores europeus e neste caso o próximo Inverno já está fechado, pelo que deixámos de lado a ideia mas vamos revisitá-la mais no final do ano para podermos fechar não este mas o Inverno de 2017-2018.

BAIXA DE COMISSÕES NÃO ESTÁ NA OREM DO DIA A Lufthansa acabou de baixar as comissões das agências de viagens para 0,1%. O que é que a TAP vai fazer? A Lufthansa não tem uma relação com as agências de viagens alemãs como a TAP tem com as portuguesas. Nós

temos algumas relações comerciais diferentes com as agências consoante o mercado, e seguimos muito as empresas líderes fora de Portugal. A nossa comissão para as agências de viagens nem é significativa, pagamos 0,5%, e esta é uma questão que não está na ordem do dia. Há coisas que fazemos de forma diferente do que faz a Lufthansa, outras nem tanto. Por exemplo, o diagnóstico que a Lufthansa tem para os GDS é o que nós fazemos também, os custos do GDS estão cada vez mais absurdos para a realidade das receitas – não pelo produto, porque o GDS é muito bom. À medida que as tarifas foram baixando, as agências de viagens diminuíram os seus ganhos absolutos, os GDS não. Os GDS não só mantiveram os ganhos por segmento como todos os anos aumentam, o que resulta num percentual imenso da nossa receita. Tem-se falado na sua possível saída da TAP no final do ano. Mas ao anunciar toda esta estratégia entendo que isso não irá acontecer. Até dia 8 de Junho, sairia a 31 de Dezembro deste ano, de acordo com o contrato, mas tive uma reunião no Conselho de Administração onde me foi proposto ficar mais um ano e eu aceitei. A notícia da minha morte foi muito exagerada e eu diria que um ano de cada vez. Estou

muito entusiasmado de K ficar mais um ano porque acho este projecto absolutamente fantástico e não gostaria de o perder. Quero ver esses novos aviões saírem, quero ver esses novos produtos começarem a funcionar. Este é um desafio tão grande como o que encetou quando entrou na TAP? Talvez seja, mas é diferente. Eu não era a mesma pessoa, a empresa não era a mesma empresa e o tipo de problemas era completamente diferente. É um grande desafio que teria que ser enfrentado fosse com este ou com outro accionista, de contrário a empresa ficaria obsoleta. Noto que está bastante confiante e isso, de certa forma, é tranquilizador para quem nos vai ler… Espero que sim, porque temos um ruído muito grande em torno da TAP e isso não é bom. A situação accionista está resolvida, o que dá uma grande tranquilidade, a empresa continua privada, com gestão privada, estratégia de empresa privada, um executivo escolhido pelo sócio privado, e no entanto, tem a presença do Estado, o que dá tranquilidade aos funcionários e ao mercado. Por isso estou muito entusiasmado e muito confiante em que a TAP vai ser cada vez melhor e maior. <


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>agenda

>notícias

Data: 23 e 24 de Janeiro de 2017 Local: Tryp Lisboa Aeroporto

12ª edição da ExpoEventos

A próxima edição da ExpoEventos, o “Evento dos Eventos” vai realizar-se a 23 e 24 de Janeiro de 2017, no Tryp Lisboa Aeroporto. Ancorada nos Seminários Gest e na Gala dos Eventos e complementada por uma zona expositiva, em estilo showroom, a 12.ª edição da ExpoEventos é pensada para todos os interessados na área dos eventos, com especial enfoque nos profissionais, clientes finais empresariais e institucionais e no mundo académico. Com base nos grandes desafios que o sector enfrenta, este encontro apresentará novidades significativas relativamente às edições anteriores, quanto a conteúdos formativos (seminários) e oportunidades de negócio.

Data: 20 a 23 de Setembro Local: Paris Porte de Versailles

IFTM Top Resa A Feira internacional de turismo e da indústria de viagens em França, é o encontro de referência dos profissionais do sector para encontrar-se, negociar e entender as evoluções do sector. O evento propõe um panorama geral e completo do turismo: turismo de lazer, negócio e MI, com um programa dedicado a cada um dos segmentos. Realizada conjuntamente com o MAP Pro, a feira da indústria do turismo em França, reúne por 2 dias todos os players da indústria do turismo da França. Esta complementaridade reúne num só lugar toda a oferta B2B turística francesa e mundial.

Data: 29 de Novembro a 1 de Dezembro Local: Barcelona

IBTM World

O IBTM World, conhecida por EIBTM (mudou de designação o ano passado) é o principal evento global para as reuniões, incentivos, conferências, eventos e indústria de viagens de negócios, que decorre em Barcelona. O evento engloba mais de 15.500 reuniões profissionais da indústria durante três dias. Uma oportunidade para os profissionais poderem conhecer mais de 3.000 fornecedores do sector de eventos. A feira é também uma oportunidade de tomar contacto com as últimas tendências destes segmentos. Com uma história de 28 anos, a feira engloba uma série de actividades voltadas à realização de acções de networking, orientação e educação profissional para visitantes e expositores.

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PortoBay Marquês já abriu O PortoBay Marquês, já está de portas abertas. O novo quatro estrelas da capital, segundo da cadeia PortoBay Hotels & Resorts, assume a definição “Home is also a feeling” uma vez que pretende que o hóspede se sinta em casa. Com 71 quartos, o hotel conta com 22 júnior suites, 20 quartos superiores e quartos comunicantes através de uma entrada comum, que conferem o conforto e ambiente ideal para famílias. Em todos os quartos existe uma zona dedicada a facilidades de chá e café com possibilidade de colocação de microondas a pedido. As júnior suites oferecem ainda mais comodidade, com um wet bar (micro-ondas, frigorífico e lavaloiça). O hotel conta ainda, no Lobby, com o Bar de Baixo, semelhante a uma sala de estar, e o restaurante Trattoria32, com entrada directa da rua. Nos terraços encontra-se uma piscina exterior aquecida e com jatos, solário com espreguiçadeiras, ginásio, sauna e banho-turco, e o Bar de Cima que serve de apoio a estas áreas. <

Lisboa está no 9º lugar do ranking da ICCA Lisboa subiu três lugares no ranking da ICCA - International Congress & Convention Association, ocupando agora a nona posição das cidades mundiais que acolheram congressos associativos internacionais em 2015. Com 145 reuniões associativas realizadas o ano passado, a capital portuguesa surge no ranking mundial à frente de Copenhaga, Praga, Amesterdão e Bruxelas. Em 2014, Lisboa recebeu 109 congressos. Lisboa encontra-se na mira de muitas organizações pela clara oferta de condições particularmente vantajosas para este segmento, nomeadamente a óptima relação qualidade/preço da hotelaria, a excelência das acessibilidades, as boas ligações aéreas a qualquer parte do mundo e a privilegiada localização do aeroporto à cidade. <


Quinta do Lago: 50 milhões em remodelação

TAP chegou a Boston A TAP começou, no dia 11 de Junho, a operar voos diários para Boston, cidade que se junta assim às de Newark e Miami, já servidas pela transportadora aérea. Também para os Estados Unidos, a TAP vai abrir, a 1 de Julho, uma nova rota para Nova Iorque – JFK, também com voos diários. Em Boston, a TAP vai operar para o Aeroporto Internacional de Logan, utilizando o Terminal da JetBlue, companhia com a qual assinou recentemente um acordo de codeshare. Os voos partem às 14h25 de Lisboa, com chegada à capital do

Estado de Massachusetts às 17h00. No sentido inverso, os voos partem às 19h45 e chegam a Lisboa às 07h20 (dia seguinte). A rota de Boston é operada pelos novos A330-200 da TAP, cujos interiores de cabine introduzem cadeiras “full flat” na classe Executiva e novas cadeiras “slimline” Zim EC01 em Económica, com uma distância entre si (pitch) de 34” em Economy Plus e 31” em Economy. O sistema de entretenimento a bordo tem também as soluções áudio e vídeo mais recentes, com o sistema individual e on demand da Panasonic, EX-3. <

No âmbito de um vasto programa de remodelações desenvolvido a sete anos e que envolveu um investimento superior a 50 milhões de euros, a Quinta do Lago tem vindo a reforçar as infra-estruturas e equipamentos, que lhe permite oferecer um leque abrangente de actividades ao longo de todo o ano. O resort conta, desde 2011, com a primeira Academia de Golfe de Paul McGinley, e com o TaylorMade Performance Center, inaugurado em 2014. Também o ginásio Active Q e o campo de mini golfe que replica os nove buracos mais famosos do mundo são fruto do investimento realizado. A criação de um novo centro desportivo de última geração, equipado para o treino em mais de 25 modalidades – desde futebol à natação, e de um club house de vanguarda para os residentes e visitantes, será posta em marcha ainda este ano. A oferta gastronómica foi reforçada, contando actualmente com 10 restaurantes e bares exclusivos. <

Wizz Air vai lançar operação entre Budapeste e Porto A Wizz Air inicia a 4 de Setembro uma nova rota entre as cidades de Budapeste e do Porto, com duas frequências semanais, às quartas-feiras e domingos. Budapeste torna-se assim na segunda cidade, depois de Varsóvia, a estar ligada ao Porto

pela Wizz Air. Em Portugal, a Wizz Air opera também em Lisboa, onde desde o ano passado tem voos para Varsóvia e Budapeste e inaugurou, no passado dia 2 de Junho, o novo destino Bucareste. <

Amadeus define futuro das viagens através de “intellingence” “Defining the future of travel through intelligence” é o tema do novo relatório da Amadeus Travel Intellingence, que sublinha como é que a análise de dados pode ser usada para desenvolver produtos, serviços e processos inovadores que melhor satisfaçam as necessidades dos seus clientes. O relatório afirma que as empresas do sector têm de estar abertas à experimentação, novas ideias e abordagens. Na base do relatório está o facto de a tecnologia e a big data estarem “rapidamente a mudar a experiência da viagem” pelo lado do consumidor, ao mesmo tempo que todos os passos que este dá, deste a procura de horários ao check-in de um hotel, gera informação preciosa para as empresas de viagens que sejam capazes de a transformar em relevante e útil. <

Visabeira tem luz verde para construir hotel no Mosteiro de Alcobaça O contrato de concessão do Claustro do Rachadouro do Mosteiro de Alcobaça, válido por 50 anos, acaba de ser selado entre o grupo Visabeira e a Direcção Geral do Património Cultural. A nova unidade, com abertura prevista para 2019, vai ser um hotel de charme de cinco estrelas, com três pisos, 81 quartos e nove suites, SPA,

ginásio, para além de espaços para organização de congressos e eventos. A intervenção estará a cargo do arquitecto Eduardo Souto Moura. Depois de vencer um concurso público internacional, a Visabeira propõe-se fazer ali um investimento na ordem dos 15 milhões de euros, pagando ao Estado uma renda anual de apenas cinco mil euros, mais IVA. < TURISVER | JUNHO DE 2016

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>reportagem III Fórum Turismo Interno “Vê Portugal” conclui

TEXTO: CAROLINA MORGADO

Para o crescimento sustentável do turismo em Portugal não se pode olhar apenas para o turismo internacional. O turismo interno justifica uma abordagem, não só pelo que representa no conjunto da oferta turística nacional, mas porque está disponível o ano inteiro. No entanto, o Governo sossegou principalmente as regiões turísticas que muito dependem deste mercado, ao anunciar no III Fórum Vê Portugal, que teve lugar em Coimbra, o lançamento de uma campanha de dinamização do turismo interno, e o facto deste mercado constar como eixo central da Estratégia Turismo 2027.

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Primeiro é preciso fazer o trabalho de casa

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ara sermos bons lá fora, temos que ser bons cá dentro”. Esta frase proferida pelo presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, resume na perfeição toda a discussão levada a cabo em Coimbra, no III Fórum do Turismo Interno “Vê Portugal”. O encontro reuniu mais de 500 pessoas ligadas ao turismo e especialistas nacionais e internacionais para discutir o turismo interno que, de acordo com dados do INE, representa para Portugal 29,6% das dormidas totais nacionais, cujo total global foi superior a 48,9 milhões de dormidas em 2015. Só no Centro de Portugal, ou seja, nos 100 municípios que abrange o território, o turismo interno representou no ano passado mais 58% do total de dormidas, num número total de hóspedes nacionais superior a 1,8 milhões, tem crescido a dois dígitos por ano, com tendência para se consolidar nos próximos anos, o que contribuiu de sobremaneira para que os proveitos dos operadores turísticos na região ultrapassassem um valor global recorde de 200 milhões de euros em 2015. Só por isto já vale a pena uma abordagem sobre o mercado interno, sem contar com o facto de estar disponível o ano inteiro, enquanto o mercado externo procura Portugal duas ou três vezes por ano, galvaniza vários produtos turísticos e existe uma afinidade natural. Estas são, segundo Pedro

Machado, “razões mais do que suficientes para haver uma aposta clara” no turismo interno, para lembrar que, no trabalho de captação de fluxos internacionais “muitas vezes não damos atenção àquilo que representa o turismo interno”. A secretária de Estado do Turismo, que presidiu a sessão de encerramento também avançou alguns números. Ana Mendes Godinho referiu que o número de portugueses a fazer turismo em Portugal está a aumentar 13,6% em 2016, “o que demonstra a retoma do turismo interno”, que já representa 30% da procura em Portugal. De acordo com Ana Mendes Godinho, este mercado tem crescido a uma média anual de 2,2% mas “é preciso levar os portugueses a redescobrirem ainda mais Portugal”.

GOVERNO PROMETE INCENTIVAR TURISMO INTERNO Perante estes factos, o Governo não desapontou. A secretária de Estado do Turismo anunciou o lançamento de uma campanha de dinamização do turismo interno, para, de forma original e utilizando as novas tecnologias, mostrar Portugal aos portugueses. É lançado assim o repto aos portugueses para que este ano façam férias em Portugal. Para a governante este fórum contribuiu para colocar o tema do turismo interno em debate, quando muitas

Ana Mendes Godinho Secretária de Estado do Turismo

“É fundamental falar do turismo interno porque vale muito em termos de dinamização das nossas regiões, e contribui para que os portugueses conheçam o seu país que há duas décadas era completamente diferente”. Pedro Machado Presidente da ERT Centro de Portugal

“Não devemos continuar a chamar sector ao turismo, mas sim actividade económica”, até porque “estamos perante uma actividade complexa que depende de várias variáveis”. Nuno Fazenda Técnico do Turismo de Portugal

“Se tivermos empresas saudáveis, se melhorarmos os nossos recursos humanos, os nossos produtos e se criarmos boas experiências, tudo isso contribui para dinamizar o turismo interno”.


vezes é esquecido. “É fundamental falar do turismo interno porque vale muito em termos de dinamização das nossas regiões, e contribui para que os portugueses conheçam o seu país que há duas décadas era completamente diferente”. O facto do Governo ter como um dos grandes objectivos a descentralização da procura ao longo do ano e nas regiões menos tradicionais, está também a apostar do turismo interno, segundo Ana Mendes Godinho, que afirmou ainda que “fazer férias em Portugal significa também reduzir as importações, enquanto trazer turistas estrangeiros é aumentar as exportações”, para realçar ainda que a recente reposição pelo actual Governo dos quatro feriados extintos pelo anterior executivo “já teve evidente impacto” na procura turística interna. Também foi confirmado que o turismo interno é o eixo central da Estratégia Turismo 2017, documento que o Governo acaba de lançar e está em fase de discussão pública. Apesar do documento não especificar a sua materialização, como se vai reforçar ou aprofundar no concreto, o que se sabe é que terá que ser aprofundado em fase posterior e trabalhado em estreita colaboração com as Entidades Regionais de Turismo, que desempenham papel fundamental na estruturação do produto, enquanto o Turismo de Portugal manterá a sua função de entidade facilitadora. “Não é numa estratégia a 10 anos que podemos chegar ao detalhe do projecto em concreto”, disse Nuno Fazenda, director do Departamento de Gestão de Programas Comunitários do Turismo de Portugal, no Fórum Vê Portugal, para acrescentar que “haverá uma abordagem específica, mas não única”. De acordo com o técnico, o turismo interno não acontece de forma isolada, nem por acaso. “Se tivermos empresas saudáveis, se melhorarmos os nossos recursos humanos, os nossos produtos e se criarmos boas experiências, tudo isso contribui para dinamizar o turismo interno”, defendeu. Nuno Fazenda avançou com alguns dados que permitem reconhecer a importância do turismo interno: 84% dos residentes que fazem férias ficam no país, percentagem apenas suplantada pela Espanha, sendo que 42,2% tem como

motivação o lazer, 18,1% de todos os portugueses que fazem férias utilizam a hotelaria. No entanto, as dormidas dos portugueses em Portugal, representam apenas 35% do total, valor abaixo de Espanha e Itália, mas com uma taxa de crescimento de 2,2% ao ano, tendo atingido o seu valor mais alto em 2015. As regiões Norte e Centro representam quase 40% das dormidas dos portugueses na hotelaria. Durante o fórum foram também dados bons exemplos de como se podem resolver os problemas estruturantes do turismo que afectam não só a região Centro mas todo o país, como a sazonalidade, “litoralização” do negócio e a baixa estadia média dos visitantes. Neste caso foram as apresentações

das Aldeias de Montanha, Aldeias Históricas e das Aldeias do Xisto, que segundo o presidente da ERT Centro de Portugal “demonstram que estamos a construir pela diferenciação e pela afirmação dos nossos territórios, com o envolvimento das comunidades locais”. Nuno Fazenda reforçou esta ideia ao lembrar que em Portugal 90% das dormidas centra-se no litoral, daí a necessidade de puxar pelo turismo no interior do país.

RELEVÂNCIA ECONÓMICA DO TURISMO O III Fórum do Turismo Interno, uma organização da ERT Centro de Portugal com a Câmara Municipal

Descentralizar: mote do discurso do ministro da Economia O ministro da Economia defendeu a desconcentração do turismo para combater a sazonalidade, quer através da realização de eventos, convenções e congressos nas épocas baixas, que podem ajudar a criar mais rendimento e a melhorar as taxas de ocupação, quer a descentralização geográfica. “No Verão, em que está tudo esgotado é difícil melhorar as taxas de ocupação, mas há muitos meses em que a taxa de ocupação fica abaixo do que seria desejável”, enfatizou o governante que discursava no jantar-conferência, que decorreu em Coimbra, no âmbito do Fórum Vê Portugal. Na sua intervenção, acrescentou ainda que o Governo pretende promover também a desconcentração geográfica: “se queremos que as pessoas passem mais tempo em Portugal e voltem, temos de fazer ver que há outro Portugal que ainda não visitaram para além do sol e praia e das grandes cidades”. <

de Coimbra, que decorreu na nova estrutura criada na cidade capaz de acolher grandes eventos, o Convento São Francisco, analisou ainda a relevância do turismo enquanto âncora da nossa economia. Neste sentido, Pedro Machado destacou que “não devemos continuar a chamar sector ao turismo, mas sim actividade económica”, para acrescentar que “estamos perante uma actividade complexa que depende de várias variáveis – desenvolvimento demográfico, económico, social, territorial e cultural, e que assenta em cinco premissas: recursos, organizações públicas e privadas, empresas e empresários, mercado interno e externo, formação e qualificação”. Da mesma forma, o responsável do Turismo do Centro apontou três vectores cruciais que devem ser trabalhados para uma nova economia de turismo nos próximos 10 anos: o valor ao cliente (com um novo perfil, mais informado e, por isso, com mais ambição em ver inovação na oferta), a sustentabilidade e a competitividade. A country manager da WTTC em Espanha, Maribel Rodriguez, demonstrou, no painel sobre o turismo e o seu valor para a economia portuguesa, que “a indústria do turismo é um dos grandes motores da economia mundial. Só em 2015 representou 7,8 mil milhões de dólares, (10% do PIB), 284 milhões de empregos (9,5% do total), e os turistas internacionais gastaram 2,9% mais, na linha com o contínuo crescimento das viagens”. Pelos seis painéis temáticos do fórum passaram ainda figuras como Jordi Carnes, CEO do Turismo de Barcelona, e os professores universitários Alfonso Vargas (Espanha) e Antonio Magliulo (Itália), que ajudaram a propor soluções para os problemas da sazonalidade, baixa permanência e litoralização do negócio, bem como ao nível do MI, já que ficou provado que os congressos trarão mais actividade económica à região. A ideia era “aprender com a experiência de outros países que enfrentam problemas estruturais semelhantes aos nossos”, diz o presidente da Turismo Centro, realçando os propósitos deste congresso que foram “recentrar o mercado interno nas prioridades da política pública nacional e valorizar marcas e produtos distintivos da oferta portuguesa”. < TURISVER | JUNHO DE 2016

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>em foco ET 2027

Construir o futuro do turismo nacional

TEXTO: FERNANDA RAMOS

O Governo lançou a 24 de Maio, numa sessão pública em Tomar, o debate nacional sobre a estratégia que se pretende seguir para o turismo na próxima década. As bases da Estratégia Turismo 2027, ou de maneira mais simples, ET 2027, que irá substituir o PENT, cuja vigência terminou no final do ano passado estão num documento apresentado pelo Governo e que está agora em consulta pública até ao fim do ano.

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que é esta Estratégia Turismo 2027? Segundo o Governo, trata-se de um plano referencial de longo prazo, que enquadra o próximo Quadro Comunitário de Apoio que irá vigorar entre 20121 e 2027, e visa, acima de tudo, identificar prioridades e opções, promover a integração das políticas sectoriais que influenciam a actividade do turismo e assegurar uma estabilidade nas políticas públicas do turismo, assente em cinco grandes eixos estratégicos: valorizar o território; impulsionar a economia; potenciar o conhecimento; gerar conectividade; e projectar Portugal. A vigência do PENT – Plano Estratégico Nacional do Turismo, terminou em finais do ano passado e o turismo está de novo sem estratégia a médio/longo prazo. Impunha-se assim, face aos novos resultados e às novas tendências, elaborar um novo plano que definisse para onde se pretende que o turismo caminhe e de que forma vai esse caminho ser trilhado. A elaboração de um novo PENT era uma das propostas do PS no seu programa eleitoral. “Apostar no turismo como sector estratégico para o emprego e para o crescimento das

exportações” tendo como prioridades a introdução de “políticas de combate à sazonalidade, dinamização do turismo interno, descentralização da procura, promoção das acessibilidades e uma mais eficaz promoção de Portugal”, eram objectivos inscritos no programa, onde as propostas passavam, nomeadamente, pela criação de “um Plano Estratégico Nacional de Turismo credível e fundamentado”. A intenção passou para o programa do XXI Governo onde o turismo é considerado “prioridade estratégica” e se defende a necessidade de “investir num planeamento participado da actividade turística, através de um Plano Estratégico Nacional de Turismo” (…) que esteja em “plena consonância” com “a aplicação dos Fundos Europeus do Portugal 2020 e as prioridades estratégicas definidas para o sector do Turismo em Portugal”. A 20 de Maio, na Assembleia da República, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, afirmaria que “temos de fazer o trabalho de casa e preparar a nova década”, chamando a atenção para os “grandes desafios” que se colocam ao turismo português: “conseguir que o turismo acrescente mais valor”, “crie mais riqueza” e “contribua

para a coesão territorial e para atenuar as assimetrias regionais. A isto se juntam preocupações por demais conhecidas, como a dinamização turística do interior e a atenuação da sazonalidade.

PLANO EM ABERTO Estas são algumas das bases em que assenta ET 2027, um novo nome para a antiga ideia de PENT. Porque pretende uma base alargada de consensos que tornem mais fácil a sua prossecução, o Governo não definiu a estratégia, apenas lançou as bases de um documento em aberto que quando chegar o final do ano terá tido achegas e imputs de muitos. O plano “tem um cariz operacional, está alinhado com o Portugal 2020, visa melhorar o aproveitamento dos fundos comunitários, reflectindo a filosofia da Estratégia Europa 2020 e os princípios de actuação e critérios de execução/avaliação preconizados no Acordo de Parceria - Portugal 2020”, além de enquadrar também o próximo quadro comunitário de apoio 2021-2027. O documento parte de uma análise aos resultados turísticos dos últimos anos, marcados pelo crescimento e demonstrativos da afirmação de Portugal enquanto destino


ET 2027 turístico no contexto internacional, num processo que, segundo a SET, “não voltará atrás”. Mas há problemas estruturais, tanto ao nível da procura como da oferta e da formação, que necessitam de resolução. No que se refere à última década, o documento avalia de forma positiva factores como: maior qualificação do território nos seus recursos turísticos; melhoria das infra-estruturas de suporte; crescimento da procura; aumento e melhoria da oferta de alojamento; surgimento de novas modalidades de alojamento e animação turística; e aumento do empreendedorismo criativo. Mas há factores negativos, nomeadamente, a descapitalização das empresas e as dificuldades de estas acederem ao crédito; o decréscimo do emprego no turismo; os baixos rendimentos dos trabalhadores; a burocracia; as baixas taxas e ocupação; a sazonalidade e a diminuição da estada média. Foram assim identificados, para a elaboração da ET, 10 desafios centrais e os objectivos que se pretendem atingir em cada um deles, além de outros tantos desafios de natureza específica, estes divididos em quatro áreas:

Desafios Globais

• EMPREGO

– Promover o emprego, a estabilidade laboral e o aumento dos rendimentos dos profissionais do turismo • COESÃO – Mitigar as assimetrias regionais • RECEITAS – Crescer mais do que a concorrência em receitas turísticas • SAZONALIDADE – Reduzir a sazonalidade • CLIMA – Estimular o alinhamento do Turismo com a Estratégia Nacional de Combate às Alterações Climáticas. • MUDANÇA – Adequar os modelos de negócio das empresas às novas tendências do mercado • SEGURANÇA – Garantir a manutenção da segurança do destino • SUSTENTABILIDADE – Assegurar a preservação e a valorização económica sustentável do património cultural e natural • SIMPLIFICAÇÃO – Simplificar a legislação e tornar mais ágil a administração • FUNDOS – Assegurar uma adequada aplicação dos fundos comunitários, coerente com as prioridades para o Turismo

Desafios de natureza específica

• Ao nível do ALOJAMENTO,

pretende-se, segundo o documento, “privilegiar projectos de alojamento que valorizem e regenerem os centros urbanos e que requalifiquem a oferta”, bem

• Consulta pública em: http://estrategia.turismodeportugal.pt • Prazo: final do ano • Coordenação/gestão/ implementação: Turismo de Portugal • Colaboração: Conselho Estratégico do Turismo • Monitorização: Turismo de Portugal e Convenção Anual Nacional do Turismo

Objectivos:

• Identificar prioridades e opções • Promover a integração das políticas sectoriais que influenciam a actividade do turismo

Ana Mendes Godinho Secretária de Estado do Turismo

“Queremos que a Estratégia para o turismo para a próxima década seja resultado da participação da sociedade civil, das regiões, das empresas, das instituições e da procura”

como “incrementar o RevPar e a permanência média”. • Ao nível do ALOJAMENTO LOCAL, o Governo quer assegurar a sua “plena integração no contexto “do bairro” e da autenticidade dos destinos, potenciando o seu contributo para a regeneração urbana e vitalização dos centros históricos”, assim como “melhorar o quadro legal”. • Em termos da ANIMAÇÃO TURÍSTICA, os objectivos são “estruturar a oferta de forma a dinamizar redes e produtos de escala” e “posicionar a animação turística como um activo chave para a qualificação dos destinos turísticos” • No que concerne aos RECURSOS TURÍSTICOS, o que se pretende é “projectar a cultura” como um activo de excepcional valor da oferta turística; valorizar o património natural através de acções de turismo sustentado”; “potenciar o “Mar” como suporte de actividades turísticas” e “criar conteúdos que melhorem a experiência turística e imagem do destino”.

PREPARAR O FUTURO

Trata-se, diria Ana Mendes Godinho, de “preparar o futuro”, criando condições para “aumentar o valor da oferta; desconcentrar a procura geograficamente; desconcentrar a procura ao longo do ano e atenuar o efeito da sazonalidade”. Nesta preparação do futuro entra também, necessariamente, a criação de “factores de atractividade que levem os turistas a conhecer regiões que não são as tradicionais, a ficar mais tempo, a vir ao longo de todo o ano e a gastar mais em Portugal”. Só assim “teremos uma actividade sustentável: de norte a sul do país, do litoral ao interior, ao longo do ano e

• Assegurar estabilidade nas políticas públicas do turismo

Eixos estratégicos

• Valorizar o território • Impulsionar a economia • Potenciar o conhecimento • Gerar conectividade • Projectar Portugal

que cria emprego qualificado”. Porque “Portugal é turismo e turismo é Portugal”, como frisou Ana Mendes Godinho, as bases da ET 2027 que ao longo de meses vai estar em consulta pública, assentam, por isso, em cinco eixos estratégicos, nomeadamente, valorizar o território (incluindo: património histórico, cultural, natural, rural, orla costeira, áreas protegidas, regeneração urbana das cidades e regiões, criação de conteúdos que melhorem a experiencia turística); impulsionar a economia (capitalizar as empresas, reduzir custos de contexto, desburocratizar, atrair e apoiar investimento, apoiar o empreendedorismo, entre outras medidas); promover o conhecimento ( formação profissional, valorização de carreiras, difusão do conhecimento, capacitação de empresários e gestores); gerar conectividade (captar e reforçar novas rotas, melhorar a mobilidade rodo-ferroviária e de navegabilidade, Portugal como hub europeu para as Américas e como “smart destination”); e, por fim, projectar Portugal (internacionalização do destino em termos de lazer e congressos, dinamização do turismo interno, entre outros). A coordenação, gestão, implementação e monitorização da ET 2027 vai estar a cargo do Turismo de Portugal, tendo o seu presidente, Luís Araújo, defendido que “a Estratégia para o Turismo 2027 pretende ser um mecanismo gerador de sinergias para potenciar o efeito catalisador do turismo. Dado o seu cariz multissectorial, o modelo deve ser concebido para que consiga contribuir para optimizar o

seu desempenho, reforçar a capacidade competitiva e de financiamento, a salvaguarda da reputação das suas organizações e a garantia da sua continuidade e, ainda assim, ser capaz de efectuar uma gestão adequada das expectativas dos vários actores, determinando como aqueles afectam e são afectados pelas medidas de política”.

DEBATE PÚBLICO Para o debate púbico do documento são criados 10 “laboratórios estratégicos para o turismo”, os LET, que o documento define como “espaços de discussão que promovem a partilha de conhecimento, a identificação de áreas críticas e o desenho de soluções, bem como a delimitação de prioridades estratégicas, visando a obtenção de contributos para uma Estratégia a 10 anos para o Turismo”. Estes LET vão decorrer “em geografias diversas e serão operacionalizados, numa primeira fase, através de conferências /debates públicos, através das quais se pretende promover o envolvimento sectorial e regional e a sua aproximação à sociedade em geral”. “Queremos que a Estratégia para o turismo para a próxima década seja resultado da participação da sociedade civil, das regiões, das empresas, das instituições e da procura”, afirmou Ana Mendes Godinho que deixou o repto: “assumamos a construção desta estratégia como um caminho comum dos consensos necessários para a próxima década e assumamos também a sua concretização de uma forma articulada e em rede”. < TURISVER | JUNHO DE 2016

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>reportagem Festa em Lisboa

Aigle Azur comemorou 10 anos em Portugal TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS

A companhia aérea francesa Aigle Azur comemorou no passado dia 16 de Junho, com uma festa em Lisboa em que estiveram presentes cerca de três centenas de convidados, os seus 10 anos de presença em Portugal. O evento serviu também para agradecer ao trade turístico português e entregar os Troféus Aigle Azur aos melhores parceiros comerciais.

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ara celebrar o 10º Aniversário desta presença, e pela importância que o mercado português representa para a companhia, a Aigle Azur organizou uma festa no Petit Palais, em Lisboa. Ao todo foram perto de três centenas os convidados presentes na festa comemorativa dos 10 anos de operação

Os premiados da noite Numa noite marcada por muita animação e diversas surpresas, a companhia distinguiu os seus melhores parceiros comerciais, aos quais entregou os Troféus Aigle Azur. Como Melhor Parceiro Comercial na categoria Agência de Viagens, foi premiada a agência FafeTur, enquanto a Solférias recebeu o troféu de Melhor Tour Operador. Foram igualmente distinguidas a MoraTur, com o prémio para o Melhor Desempenho Comercial Sul, a Consolidador na região Centro, e a AVIC na região Norte. O troféu para Melhor Rede de Agências foi entregue à Abreu, com a Airmet a receber o prémio para o Melhor Grupo de Agências. Já o cantor Tony Carreira recebeu o troféu especial para a Melhor Parceria em Termos Comerciais. 18

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da Aigle Azur em Portugal, entre operadores turísticos, agentes de viagens, jornalistas, clientes e parceiros. Presentes estiveram também os responsáveis da transportadora, nomeadamente o seu CEO, Michael Hamelink e o director-geral, Meziane Idjerouidene, além do Embaixador de França em Portugal, Jean François Blarel, e do presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira. “Estamos muitos orgulhosos de estar em Portugal há 10 anos”, afirmou na oportunidade Michael Hamelink, CEO da Aigle Azur que considerou não ser a companhia a merecer o aplauso pelos resultados que tem vindo a conseguir no mercado português, mas sim os seus parceiros agentes de viagens e operadores turísticos. “É por causa de vocês que estamos aqui”, sublinhou. A Aigle Azur “está cada vez mais presente em Portugal”, considerou o CEO da companhia, justificando esta afirmação com o aumento de rotas e voos que têm sido introduzidos. “Desde Outubro aumentámos o nosso número de voos para Lisboa e para o Porto e recentemente abrimos uma nova rota para o Porto à partida de Lyon”, lembrou o executivo, avançando que “estamos em Portugal há 10 anos e esperamos estar aqui pelo menos por mais 10”. Impedido de estar presente na festa comemorativa dos 10 anos da companhia em Portugal por razões de saúde, Tiago Martins, delegado da companhia no nosso país, não quis deixar de se associar a esta tão significativa data, tendo enviado uma mensagem em vídeo em que agradeceu ao mercado

e aos parceiros da transportadora, nomeadamente aos agentes de viagens e operadores turístico, o facto de “terem acreditado na Aigle Azur”. Referindo-se ao percurso da companhia no mercado português ao longo da última década, sublinhou que “o trabalho nem sempre foi fácil” mas “entrámos no mercado português para fazermos o melhor que podemos, com a equipa e as pessoas que temos”. “Dez anos é muito tempo” e ao longo da década “vivemos etapas boas, outras más, mas todas elas nos fizeram crescer”, considerou Tiago Martins na mensagem enviada aos presentes, em que agradeceu “a todos os agentes de viagens, a todos os operadores turísticos, a todas as pessoas que nos ajudaram desde o primeiro dia” – uma ajuda sem a qual “não teríamos crescido no mercado português como crescemos nem podíamos ter chegado ao público português”. A propósito recordou mesmo o mês de Maio de há 10 anos atrás quando “chegámos junto dos operadores, que ainda não nos conheciam, para que eles começassem a fazer connosco os primeiros pacotes para Paris e que nos receberam de braços abertos”. Para Tiago Martins, foram “10 anos fantásticos” em que a companhia conseguiu construir uma história também fantástica junto do mercado português, que é hoje de enorme importância para a Aigle Azur. A propósito lembrou ainda Arezki Idjerouidene, antigo proprietário e presidente da Aigle Azur, falecido o ano passado, a quem se ficou a dever a aposta da companhia em Portugal. <


> dossier formação

TEXTO: CAROLINA MORGADO

Formação turística e necessidades do mercado de trabalho. Será que a formação que é dada nas escolas é adequada às necessidades das empresas turísticas? Um tema que está longe de gerar consensos.

Formação turística versus mercado de trabalho

É preciso ser bom naquilo que se faz

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um mundo cada vez mais global, com alterações constantes nos comportamentos dos consumidores, de novos e emergentes destinos e criativas formas de exploração turística, a diferenciação turística irá fazer-se cada vez mais pela qualidade dos serviços prestados. Essa qualidade terá que passar inevitavelmente pelos seus recursos humanos, e neste domínio o papel da formação profissional na sua qualificação será preponderante”, de acordo com dissertação apresentada por Paulo Fernando Nobre da Costa Vargas Revés para a obtenção do Grau de Mestre em Turismo no Curso de Mestrado em Gestão Estratégica de Empresas Turísticas conferido pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

De facto a formação turística e as necessidades do mercado de trabalho em Portugal, é um tema importante. Basta recordar que o sector do turismo e viagens criou 7,2 milhões de postos de trabalho para a economia global em 2015, segundo dados da WTTC. Na sua totalidade emprega 285 milhões de pessoas em todo o mundo, o equivalente a um em cada 11 postos de trabalho no planeta. A previsão da WTTC até 2025 é que o turismo proporcione um total de 72,9 milhões de novos postos de trabalho. Se calhar por isso, está longe de gerar consensos. António Trindade, presidente Executivo do Grupo Portobay afirma que ”as escolas portuguesas têm dado uma boa resposta”, e “consideramos que compete depois às empresas aprofundar a formação específica”. Já Isabel Glória, da Direcção de Recur-

sos Humanos da Hoti Hotéis refere que da experiência tida nas diferentes unidades da cadeia hoteleira “constatamos que a formação tem um pendor excessivamente teórico e com lacunas que muitas vezes se tornam dificilmente ultrapassáveis para o empregador”. Por sua vez, Luís Lourenço, director-geral da Lusanova, empresa que todos os anos admite jovens para estágios curriculares, considera que “eles chegam com formação muito teórica e pouco prática”. Conta o empresário que “colocamos esses estagiários a trabalhar ao lado de colaboradores mais experientes, mas estes acabam por não fazer nem o seu trabalho, nem ajudar o estagiário, o que vem complicar ainda mais, tendo em conta que a altura do ano em que eles podem fazer os estágios é quando temos mais tra-

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>dossier formação balho, pois é durante a época alta. Por isso penso que as escolas deviam fazer isso no Inverno, altura em que temos mais tempo para ensinar”.

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UMA QUESTÃO DE VOCAÇÃO Luís Lourenço acrescenta que “há muitos jovens que entram para cursos de turismo porque é giro e está na moda, mas muitos não apresentam nenhuma vocação para tal”. O mesmo defende Alexandra Outeiro, directora da empresa de recursos humanos e gestão de carreiras dedicada ao turismo, criada em Outubro do ano passado, a AORH+. “Acho que a formação é muito genérica. A especialização é importantíssima porque, cada vez mais as empresas procuram pessoas especializadas nesta ou naquela área e estejam preparadas para ir para o terreno”, disse, para acrescentar que “há jovens que têm alguma dificuldade em entrar no mundo do trabalho porque a maior parte das empresas do turismo pede gente com alguma experiência, e nós tentamos arranjar pessoas que muitas vezes nem têm formação específica nessa área, mas porque já têm experiência de terreno, começaram por fazer, ganharam gosto, são bons naquilo que fazem e tornaram-se excelentes profissionais. Essas pessoas acabam por vingar”. Contra esta teoria está o professor Sér-

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gio Araújo, da direcção da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, que faz parte do Instituto Politécnico de Leiria, com mais quatro escolas em quatro cidades (Leiria, Caldas da Rai-

nha, Peniche e Marinha Grande), que considera que “quem está muito bem preparado em termos teóricos, mais equipado e mais apetrechado está para evoluir mais rapidamente em termos práticos”, sem esquecer que a teoria académica é uma compilação daquilo que demorou tempo a investigar em termos práticos. O docente frisou ainda que existe uma grande relação entre a escola, a comunidade e a sociedade, através de diversas parcerias. “Ir ao encontro dessa comunidade é uma das prorrogativas da nossa estratégia e dos objectivos da própria instituição”, lembrando os dados oficiais do Instituto de Emprego e Formação Profissional que dizem que a taxa de empregabilidade das licenciaturas na área do turismo ronda os 90%. O IP Leiria, que tem vindo a dar especial relevância à investigação científica, está em processo de conclusão da renovação da certificação UNWTO TedQual, certificação de qualidade conferida pela OMT a todas as licenciaturas na área do Turismo daquela escola, que ministra, ao âmbito das CTeSP, cursos de Turismo de Natureza e Aventura, Cozinha e Produção Alimentar e Gestão Hoteleira e Alojamento. Ao nível das licenciaturas contam-se os cursos de Turismo, Marketing Turístico, Gestão Turística e Hoteleira, Restauração e Catering, Gestão de Eventos, e ainda Animação Turística. No que diz respeito aos mestrados, destacam-se a Gestão e Direcção Hoteleira, Marketing e Promoção Turística, Gestão e Sustentabilidade no Turismo ( formação que é dada em inglês), e Turismo e Ambiente. Esta é a formação prevista para o ano lectivo 2016/2017, para um total de cerca de 1070 alunos.

Na opinião de António Trindade, não são, necessariamente, melhores os quadros que se formam no estrangeiro. “Temos boas escolas de formação em Portugal. Contudo, não podemos deixar de ter em consideração que a formação não se faz só na escola. E no turismo isso é evidente. A passagem pelo mundo é fundamental, ou seja, vivenciar experiências diferentes e que deixam marca é estruturante na formação de um profissional”, indicou A Hoti Hotéis recebe com frequência estagiários provenientes de cursos técnicos, ministrados em escolas profissionais, na área da Restauração, por exemplo, “que têm muitas dificuldades com idiomas estrangeiros (mesmo o inglês) e que tiveram uma orientação prática insuficiente, que lhes proporcione know how técnico”, sublinha Isabel Glória. Por outro lado, conforme refere a responsável, os cursos superiores de Gestão Hoteleira, “têm lacunas ao nível da transmissão de conhecimentos em áreas como gestão de custos, gestão de orçamentos, revenue ou yield management, levando os recém-licenciados para o mercado de trabalho sem estes conhecimentos fundamentais à hotelaria que se pratica hoje em dia”. E quando recebem estagiários provenientes das escolas europeias com maior reconhecimento, “percebemos as diferenças começando pela duração do próprio estágio, cuja duração mínima é de 5 meses (comparativamente com os nossos de cerca de 300 horas), passando pelos conhecimentos que possuem ao nível da gestão financeira aplicada à hotelaria, terminando na orientação para o cliente”, considera.

EMPRESAS INVESTEM EM FORMAÇÃO Apesar de defender a formação que é ministrada nas escolas portuguesas, o Grupo PortoBay Hotels & Resorts, não prescinde de dar formação aos seus colaboradores. Na formação tradicional, investiu cerca de 80 mil euros no ano passado, envolvendo mais de 700 formandos e fazendo mais de 1000 horas de formação. Em termos de áreas, o grupo hoteleiro tem investido essencialmente em aprendizagem de idiomas, nomeadamente alemão, na área do desenvolvimento de gestão, na aprendizagem de novas tecnologias, na área de formação específica em hotelaria e restauração. Protecção do ambiente e procedimentos de segurança foram temas também desenvolvidos em 2015. Por um lado, “temos uma política de abertura e protocolamos estágios quer nacionais quer com entidades estrangeiras, de modo a possibilitar e formar nas áreas práticas das escolas”, disse o executivo. Por outro lado, também “promovemos intercâmbios e enviamos vários profissionais da PortoBay a centros de excelência ou estabelecimentos com quem estabelecemos par-


ceria, para que possam absorver novas realidades. Finalmente, promovemos a rotação e o desenvolvimento profissional e de carreira dentro da PortoBay, não só entre hotéis como também entre destinos”, explicou. No caso da Hoti Hotéis, “as lacunas dos recém-formados obrigam a que as empresas invistam na formação desde a sua admissão, designadamente na formação on the job, que será mais longa quanto mais deficitária seja a formação recebida pelo colaborador recém-admitido”. Este investimento em formação decorre na Hoti Hotéis mediante as necessidades identificadas ao longo da permanência do colaborador na empresa, “tendo sempre como objectivo a prestação de um serviço de excelência ao cliente e por outro lado a progressão na carreira”. Grande investimento faz também a Lusanova ao nível da formação dos seus colaboradores. Uma vez que a empresa tem várias áreas de negócio “fazemos formação adequada às nossas necessidades, especificidades e muito direccionada para a filosofia da empresa porque o que há é muito genérico e nós temos que dar algo mais, desde comerciais, informática, administrativa, back-office, front-office, ou call-center”. Luís Lourenço disse, por outro lado, que “seria bem-vindo que a APAVT retomasse o seu projecto de forma-

ção” que era possível há uns anos atrás porque era comparticipado. “Hoje essa formação tem custos, mas mesmo assim estamos satisfeitos porque a equipa que dava apoio à APAVT continua a fazer formação na área da distribuição”, sublinhou. Neste sector põe-se igualmente a questão da valorização da profissão. Na opinião de Isabel Glória, dotar os licenciados em Direcção e Gestão Hoteleira de competências ao nível da gestão (de custos, de orçamentos), “ irá de certeza valorizar a profissão,

tornando-a mais qualificada, mais atractiva e consequentemente melhor remunerada”. António Trindade, pelo contrário, aconselha os jovens a abraçarem profissões no turismo. “A hotelaria é uma área muito enriquecedora. Mesmo aqueles que pretendem desenvolver carreiras em outras áreas, aconselho a passar pelo turismo. Este sector tem uma grande capacidade de gerar ligações e ter acessos a contrastes culturais muito pouco acessíveis em outras áreas. Quando nos lembramos que re-

cebemos nos nossos hotéis mais de 50 nacionalidades diferentes por ano, isto quer dizer que os nossos profissionais estiveram em contacto com as culturas de diferentes nacionalidades. Essa vivência potencia um enriquecimento cultural único”, defende.

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CORAÇÃO DAS EMPRESAS SÃO AS PESSOAS

A empresa gerida por Alexandra Outeiro defende que “o coração de qualquer empresa são as pessoas. Um hotel

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>dossier formação

António Trindade Grupo PortoBay

Luís Lourenço Lusanova

Alexandra Outeiro AORH+

Professor Sérgio Araújo IPLeiria

“Temos boas escolas de formação em Portugal. Contudo, não podemos deixar de ter em consideração que a formação não se faz só na escola. E no turismo isso é evidente”.

“Fazemos formação adequada às nossas necessidades, especificidades e muito direccionada para a filosofia da empresa porque o que há é muito genérico”.

“O nosso objectivo é dar às pessoas alguma motivação para irem trabalhar e para ganharem aquilo que lhe é devido”.

Quem está muito bem preparado em termos teóricos, mais equipado e mais apetrechado está para evoluir mais rapidamente em termos práticos”.

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pode ser feito de ouro ou diamantes, mas se não tiver as pessoas certas, motivadas, contentes com o que estão a fazer e a serem remuneradas por aquilo que fazem, de nada serve”, daí, com a sua vasta experiência na área da hotelaria, ter decidido criar a AORH+, cujo objectivo é oferecer serviços da gestão de recursos humanos em forma de outsourcing a empresas do turismo, ideia que, na prática, “muitas empresas do sector não estão preparadas porque pensam que deixam de ser o controlo dos seus colaboradores”. E desmistifica: “Claro que o empresário controla, mas de uma forma diferente e deixa de ter esta dor de cabeça burocrática e administrativa e os colaboradores ficam muito mais motivados. Por isso acredito no nosso crescimento e acho que há ainda muito para fazer a esse nível. São ideias muito à frente e diferentes do que o sector está habituado. Ele está habituado aos serviços de empresas de trabalho temporário e nós não somos. Nós queremos é dar às pessoas alguma motivação para irem trabalhar e para ganharem aquilo que lhe é devido”. Num sector que Alexandra Outeiro considera que “paga mal”. Indicando que, muitas vezes “estou a dar voltas para ver como é que se pode alavancar esta questão e elevar a responsabilidade do empregador. É também um discurso que tenho feito junto dos responsáveis das empresas porque, a mentalidade do português, para ganhar dinheiro, corta nos custos, e em primeiro lugar, nos com o pessoal”. AORH+ desenvolve também trabalhos ao nível de selecção, recrutamento e contratação de trabalhadores e faz gestão de carreiras, tanto a jovens como a pessoas com experiência, independentemente da idade. “É preciso que a pessoa tenha vontade, porque as oportunidades existem”, salientou Alexandra Outeiro. < 22

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ESTH da Guarda aposta na qualidade formativa A Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda (ESTH/IPG) tem vindo a desenvolver um trabalho permanente de qualificação dos recursos humanos e de ligação às estruturas do turismo, hotelaria e restauração. Destaca-se a crescente melhoria do seu corpo docente, o qual conta com mais de 50% de doutores e especialistas, o que atesta a elevada qualidade do ensino ministrado. A ESTH/IPG ministra, actualmente, dois Mestrados, três Licenciaturas e dois Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP). No que respeita às licenciaturas, destaca-se a Gestão Hoteleira, cujo plano de estudo foi recentemente certificado pela ADHP, reconhecendo deste modo, que o mesmo é de excelente qualidade e vai ao encontro das reais necessidades do mercado de trabalho. Este curso, através das suas componentes teóricas e práticas, pretende responder às necessidades formativas específicas do sector, com sendo uma licenciatura vocacionada para as diversas actividades e segmentos da indústria turística, hoteleira e da restauração. A realização de estágios integrados ao longo do curso em empresas nacionais e estrangeiras

permite o contacto e a aplicação de conhecimentos profissionais, de extrema relevância para a inserção no mercado de trabalho; Em relação ao curso de Restauração e Catering, é um dos 81 com uma taxa de desemprego de 0%, o que demonstra a elevada qualidade e empregabilidade do mesmo. Há também a licenciatura em Turismo e Lazer, o qual comemora este ano os 16 anos da sua existência nesta escola. Acrescentam-se os mestrados em Gestão e Sustentabilidade no Turismo e de Turismo e Tecnologias de Informação e Comunicação, sendo que, o 1º é em parceria com o IPL e o 2º com a UBI. Ao nível dos CTeSP a ESTH/IPG tem dois cursos aprovados, nomeadamente, os cursos de Cozinha e Produção Alimentar e Animação Turística e do Património Cultural e Natural. Esta formação pós secundária, permite que os alunos ao fim de dois anos possam entrar no mercado de trabalho. Contudo, e se os mesmos quiserem podem candidatar-se e prosseguir a sua formação numa das licenciaturas de ESTH/IPG ficando automaticamente com algumas das unidades curriculares das licenciaturas aprovadas. <


Insignare

Celebra dois momentos com vista ao futuro

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Insignare – Associação de Ensino e Formação, proprietária da Escola de Hotelaria de Fátima, celebra este ano dois momentos marcantes. Um é o facto de passar a gerir, a partir de 1 de Julho, a Pousada do Conde de Ourém, através da empresa que criou, a Insigneplushotel. O outro é a construção do curso de padaria/pastelaria. A oferta formativa da Escola de Hotelaria de Fátima centra-se este ano nos tradicionais cursos de cozinha/pastelaria, restaurante/bar e de turismo. Acresce este ano uma oferta em termos do curso de pastelaria-padaria. São todos cursos de nível 4, de pré-entrada nos cursos superiores, para jovens com o nono ano, normalmente entre os 16 e os 18 anos de idade. São cursos profissionais privilegiadamente orientados para a integração no mercado do tra-

balho e com possibilidade dos alunos seguirem para o nível superior. As inscrições decorrem até ao final do mês e “como é tradicional, a procura é fortíssima já nesta altura, principalmente para o curso de cozinha/pastelaria, muito influenciado pelos programas de televisão”, referiu à Turisver o director executivo da Insignare. Esta escola, que alberga anualmente cerca de 320 alunos, a sua capacidade máxima, construiu uma nova oferta formativa de padaria/pastelaria, considerada “uma necessidade de formação a este nível, com mão-de-obra jovem, para revigorar todo um sector que vinha a apresentar um envelhecimento significativo”, disse Francisco Vieira, para indicar que “surgiu nos últimos três anos essa possibilidade em conjunto com o Turismo de Portugal de construirmos o curso, que faz parte agora do catálogo nacional das qualificações e vamos avançar com ele a

partir do próximo mês de Setembro”. A construção do curso é da Escola de Hotelaria de Fátima e “fica aberta às escolas públicas e privadas que o pretendem desenvolver, o que nos deixa satisfeitos. Seis os sete escolas reconheceram a sua pertinência e necessidade, até porque precisamos claramente de novos métodos em termos de produção, apresentação, cuidados nutricionais, design, etc, e valorizaram o trabalho intelectual de construir um curso. Será dos cursos que atrairá mais jovens à formação, que conseguirá mais rácios de empregabilidade e melhores níveis remuneratórios”. Por outro lado, a Insignare acaba de criar a marca Insigneplushotel, que passa a gerir a Pousada do Conde de Ourém, ao obrigado de um acordo assinado com o Grupo Pousadas de Portugal. Para Francisco Vieira, há muitas razões para esta aposta: “É a Pousada da nossa terra, instalada num magní-

fico Castelo e com um potencial turístico ainda numa fase embrionária de exploração. Acreditamos que a nossa experiência de 25 anos na área da formação para o sector da hotelaria, nos garante a necessária competência para atingir com sucesso os objectivos a que nos propomos. Acreditamos que a Pousada é a principal âncora de atracção e fixação de visitantes à Vila Medieval de Ourém e que à mesma compete ser um agente dinamizador de eventos que reforcem esses objectivos.” A Escola de Hotelaria de Fátima vai também assinalar o Centenário das Aparições de Fátima com o evento de nível europeu a ter lugar no final de 2017. Vai reunir o maior número de escolas europeias de hotelaria num “Natal na Europa”. Pretende-se, segundo Francisco Vieira, que seja “uma aprendizagem da diversidade da cultura europeia”. < C.M.

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>dossier formação TEXTO: CAROLINA MORGADO

MUVITUR

Mergulhar na História do Turismo

TEXTO: FERNANDA RAMOS

O Turismo já tem um Museu em Portugal. Não é um espaço físico mas uma plataforma virtual que resultou do trabalho pioneiro levado a efeito pela ESHTE – Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. O MUVITUR – Museu Virtual do Turismo já está online e é um projecto em aberto, de enorme potencial, do qual se conhece o passado e o presente, mas não o futuro, que depende da participação de todos.

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oder contar, em Portugal, com um Museu do Turismo, era um desejo antigo que vinha sendo adiado há décadas. Entretanto o país turístico que é Portugal mudou, os turistas também e as novas tecnologias foram entrando definitivamente na vida de cada um de nós, ao mesmo tempo que as redes sociais foram aproximando tudo de todos. Foi nelas, nas tecnologias e nas redes sociais, que se inspirou o projecto agora concretizado pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo, alicerçado numa plataforma tecnológica que permite trazer a cada um de nós, de uma forma virtual, um Museu que conta a História do Turismo. Mas não só: o que se pretende com o MUVITUR – Museu Virtual do Turismo, é, como explicou na apresentação do Museu uma das reesposáveis do projecto, Maria José Aurindo, possibilitar a reconstituição de ambientes 3D, a narração virtual e a navegação em tempo real, o que permitirá “tours virtuais personalizados” através, por exemplo, do interior de alguns dos mais carismáticos hotéis portugueses. Esta possibilidade, que atrairá a aten-

ção de muitos internautas, em nada retira importância àquele que é o objectivo fundamental do projecto: fazer a musealização do turismo mundial de uma forma virtual, através de um site onde estão já alojados diversos conteúdos, embora estes sejam ainda uma ínfima parte daquilo que pode vir a concentrar no futuro. Por outras palavras, conforme sublinhou Fernando João Moreira, coordenador científico do projecto, “o potencial do MUVITUR é enorme. Sabemos quando e onde começou mas não sabemos onde nos pode levar”.

Fernando João Moreira Coordenador científico do projecto

“O potencial do MUVITUR é enorme. Sabemos quando e onde começou mas não sabemos onde nos pode levar” Maria José Aurindo Coordenadora operacional

“As colecções são dinâmicas e vão depender muito dos parceiros que tivermos”

PROJECTO EM ABERTO Isto significa que o MUVITUR é um projecto em aberto que irá até onde permitir a colaboração, que os responsáveis pedem, que lhe for dada por hoteleiros, agentes de viagens, gentes de outros sectores do turismo e com ele relacionados, universidades, organismos oficiais e muito mais. Como podem colaborar? Enviando documentos, imagens, objectos, produtos, contando experiências e divulgando memórias – tudo isto será tratado e digitalizado, transformado em conte-

MUVITUR

Morada: http://muvitur.eshte.pt Abertura: 2 de Junho de 2016 Redes sociais: Facebook (www. facebook.com/muvitur/); Google+; linkedin


údo online, como explicou Maria José Aurindo. A primeira fase do projecto, disse a responsável, passava por construir uma espécie de projecto-piloto que servisse de demonstração ao que era possível fazer. E o que é possível é muito, é quase tudo, como se pode verificar numa breve visita ao site alojado na morada http://muvitur.eshte.pt/, onde é já possível apercebermo-nos de algumas das valiosas parcerias que a ESTHE já conseguiu para fazer andar o projecto. O MUVITUR está para já dividido em três domínios principais. Um deles, o que se encontra “mais desenvolvido”, é o expositivo, mas há também áreas destinadas aos arquivos pesquisáveis e aos serviços comunitários, neste caso pretendendo contribuir para o ensino e a investigação do turismo, através, por exemplo, de conteúdos de e-learning. Disponível em português e inglês, embora ainda nem todos os conteúdos estejam disponíveis nesta última língua, o site tem uma componente importante de acervo de objectos relacionados com a actividade turística, a hotelaria, o lazer e a restauração (livros, postais, etiquetas, brochuras, documentos e manuscritos, mapas, cartazes, vídeos, mobiliário, menus, entre muitos outros). Daí que todos possam colaborar, dando a conhecer os seus acervos, sem que eles sejam

doados uma vez que, repetimos, este Museu não é um espaço físico em que as peças tenham que ficar expostas de forma permanente ou temporária, mas uma plataforma online onde tudo é dado a conhecer de forma virtual. O MUVITUR permite igualmente a realização de interessantes visitas virtuais aos mais variados espaços. Neste momento pode já “percorrer-se” o Hotel Palácio Estoril e ver até a exposição de fotografias presente numa das suas salas, concretamente, a exposição patente na sua Galeria Real. Para conhecer melhor este que foi um hotel de reis, basta aceder ao item “Experiências” na homepage do site. Mas abrindo o separador “colecções” podem já ver-se variadíssimos vídeos (alguns promocionais, outros de família e outros ainda documentais) sobre destinos portugueses.

CINCO ENTRADAS PARA UMA NAVEGAÇÃO FELIZ Maria Aurindo sublinhou também aquela que considera ser uma das mais-valias do MUVITUR: a pesquisa, que pode ser feita por destino – se procurar Sintra aparece tudo o que o site já disponibiliza sobre o destino, desde folhetos a bilhetes-postais, passando por cartazes, monografias e vídeos, num total de 29 documentos – ou por

data. Neste caso, digita o ano que pretende consultar e tem acesso a todos os documentos desse ano que se encontram já disponíveis, com a indicação de que se trata de imagens, vídeos ou textos. Nesta primeira fase, o MUVITUR tem cinco portas de entrada: colecções, destinos (pesquisa geográfica), produtos (ainda não disponível), experiências e cronologia. Aquilo a que será possível aceder quando se navega por cada uma destas portas não é algo estático, “as colecções são dinâmicas e vão depender muito dos parceiros que tivermos”, disse a responsável, explicando que “neste momento há itens como o vestuário e o mobiliário que ainda não são representativos para que possamos fazer o upload dessas colecções”. O MUVITUR é um projecto dinâmico e aberto à comunidade, turística e não só, pelo que qualquer um poderá participar nele. Se o quiser fazer, de modo

a enriquecer o projecto, no site http:// muvitur.eshte.pt encontra-se um formulário destinado a quem quer colaborar com este projecto pioneiro, como já o classificou o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo. O responsável deixou claro, na apresentação do MUVITUR, que o Turismo de Portugal está disponível para “fazer um trabalho conjunto e ver como poderemos potenciar esta base de trabalho”, divulgando-a “ao máximo de pessoas possível” porque “para sabermos construir o futuro do turismo temos que ter conhecimento do que foi o seu passado”. O Museu Virtual do Turismo já aí está, por isso o convite fica feito: faça o seu check in e navegue através da História do Turismo, mergulhe no passado, conheça como se fazia turismo e como o turismo era feito há muitas décadas atrás, enriqueça os seus conhecimentos e divirta-se tentando imaginar as experiências e os comportamentos dos turistas do tempo dos seus avós. <

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>hotelaria TEXTO: CAROLINA MORGADO

O grupo Pestana vai investir 170 milhões de euros em cinco anos em 20 novos projectos. Só Portugal vai contar com 10 novos hotéis da rede espalhados por todo o país, que envolvem um investimento de 70 milhões de euros. Os restantes 100 milhões de euros serão canalizados para projectos nas principais cidades europeias, nos EUA e na América do Sul. Os novos hotéis vão acrescentar 3000 quartos ao grupo.

Grupo Pestana

Maior fatia dos novos investimentos fica em Portugal

O

investimento de 170 milhões de euros, que resultará na abertura de cerca de 3000 novos quartos, permitirá ao grupo Pestana ultrapassar a fasquia dos 100 hotéis e estender a sua presença de 15 para 20 países. Em Portugal, o primeiro será o Pestana CR7 Funchal, em parceria com Cristiano Ronaldo, que deverá abrir portas até ao final deste mês, enquanto no estrangeiro, a primeira inauguração a acontecer será em Julho, no Rio de Janeiro, com o Pestana Barra da Tijuca. O projecto de Amesterdão, está em fase de obras e tem conclusão prevista para final de 2017.

Departamento de Reservas / Reservation Department Campo de S. Francisco, 19 - 9500 - 153 Ponta Delgada Tel. +351 296 304 891 - TLM. +351 912 223 993 E-mail: reserve@ilhaverde.com www.ilhaverde.com

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JUNHO DE 2016 | TURISVER

Para depois do Verão está previsto o arranque das obras de um novo hotel em Madrid e para 2018 a inauguração de duas novas unidades nos EUA (em Newark e em Manhattan), estando ainda em processo de licenciamento os projectos de Marraquexe e a unidade de Madrid da nova marca Pestana CR7. Em Conferência de Imprensa em Lisboa, o administrador responsável pela área de desenvolvimento do Pestana Hotel Group, José Roquette, que apresentou o mapa estratégico e planos de investimento do Grupo, afirmou que “este será o maior ciclo de desenvolvimento do grupo em tão pouco espaço de tempo”, e que

Pestana Bahia Palace (Açores), Pestana Ilha Dourada (Porto Santo), Pestana Dunas (Porto Santo), Pestana CR7 Funchal, Pestana Casino (Funchal) Pestana A Brasileira (Porto), Pestana Freixo (Porto), Pestana CR7 Lisboa, Pestana Amoreira/ Alvor (Algarve) e Pestana Tróia serão os novos hotéis da cadeia em Portugal. No estrangeiro contam-se o Pestana Plaza Mayor (Madrid), Pestana CR7 Madrid (Gran Via), Pestana Amesterdão, Pestana Marrakech, Pestana Montevideu (Uruguai), Pestana Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), Pestana CR7 Nova Iorque e Pestana Newark (EUA).

Portugal “continuará a ser o nosso principal destino de investimento”, sendo que 56% dos novos quartos em “pipeline” serão em Portugal. O


Aberturas em números de quartos

• 2016 - 597 (+21%) • 2017 – 790 (+27%) • 2018/19 – 1503 (+52%) Geografia

• Portugal – 1606 quartos (56%) • Estrangeiro – 1284 quartos (44%)

objectivo da rede é reforçar a sua presença em Portugal, apostar nos Estados Unidos, afirmar-se gradualmente nas principais cidades europeias e consolidar-se na América do Sul. Um quadriénio que se prevê intenso, um 2017 muito forte em termos de aberturas e um 2018/19 ainda mais, segundo José Roquette, que fez uma síntese das duas décadas de internacionalização que se iniciaram em 1996. “As capitais europeias vão ser uma das grandes prioridades, se não a principal”, afirmou o executivo, lembrando que quando as novas unidades na Europa atingirem a velocidade de cruzeiro, perspectiva-se que as receitas deste continente correspondam a 20% do total do negócio da cadeia hoteleira. Porém, o processo de expansão internacional, nomeadamente na Europa, poderá não ficar por aqui. Para além dos novos hotéis já anunciados em Madrid e Amesterdão, “estamos actualmente a procurar novas localizações em mercados como a Alemanha ou Inglaterra, e queremos chegar a Paris”, revelou. Igualmente, apontou os EUA como “talvez a área que, neste momento, está a merecer mais atenção da parte do grupo”, dadas as “muitas portas que se têm aberto para o crescimento no mercado norte-americano” e a vontade de ali “ganhar uma presença mais significativa”.

CRESCER COM RENTABILIDADE José Roquette disse várias vezes na Conferência de Imprensa, que “crescimento com rentabilidade é obsessão do principal accionista do Grupo Pestana”, que “nunca vai perder este foco”. O administrador para a Área de Desenvolvimento do Pestana Hotel Group, partilhou alguns desafios

• Europa incluindo Portugal – 2016 quartos (70%)

• América – 676 quartos (23%) • África – 198 QUARTOS (7%) Modelo de negócio 61% dos novos quartos será em propriedade, 28% em aluguer e 11% em gestão

enfrentados ao longo deste trajecto de sucesso do investimento internacional, bem como aqueles que constituem os principais factores de sucesso da estratégia implementada e que passam por uma clara ambição de crescimento conjugada com um foco muito firme nas competências “core” do Grupo, a par de uma preocupação permanente com a sustentabilidade económica, social e ambiental dos projectos. “Apesar do ciclo económico negativo nos últimos cinco anos conseguimos realizar 11 projectos novos”, recordou, apontando a “ambição, foco e sustentabilidade” como os três grandes “factores de sucesso” da estratégia do grupo. A diversificação geográfica e a internacionalização foram, aliás, estratégias que José Roquette caracterizou como “a melhor arma que o grupo Pestana tem contra a instabilidade e os ciclos económicos”, porque “as coisas nunca podem correr mal em todos os lados ao mesmo tempo”, estratégia essa que está também relacionada com as fontes de financiamento. O grupo tinha a sua “actividade de financiamento muito concentrada em bancos portugueses e espanhóis, e obviamente muitos deles sofreram” com a crise, pelo que “nos últimos anos” o grupo apostou na “diversificação das fon-

tes de financiamento”. José Roquette expôs as preocupações da cadeia em relação à diversificação regional, bem como a busca de novos modelos de negócio, deixando de passar unicamente pelo risco da propriedade, e optando pela partilha do investimento, quer através de arrendamento/concessão, gestão e franchising, e até mesmo com o lançamento de novas marcas como aconteceu com o Pestana CR7. “Durante muitos anos, o grupo Pestana era apenas proprietário dos hotéis, mas neste momento há casos em que é parceiro de terceiros e em que tem alugueres e contratos de management”, esclareceu. Globalmente, disse, cerca de 60% dos 20 novos projectos em carteira “vai ser em propriedade e 40% em novos modelos de negócio”, sendo que “em Portugal o peso da propriedade será ainda mais significativo”. O executivo indicou ainda que vai ser reforçada e internacionalizada a marca Pestana Collection (segmento alto), a começar pelas novas unidades de Madrid e Amesterdão.

HISTÓRIA DE SUCESSO O Grupo Pestana ocupa a 125.ª posição no ranking de 2014 dos maiores grupos hoteleiros do mundo, e na Europa, aparece ainda destacado

em 31º lugar. Hoje está presente em 3 continentes, 15 países, com 87 unidades, cerca de 11 mil quartos e mais de 7 mil colaboradores. A rede começou há 43 anos com um hotel no Funchal, que começou por ser propriedade do grupo Pestana e gerido pela marca Sheraton. Com um volume de negócios actual na ordem dos 400 milhões de euros e 68,1% da actividade concentrada na hotelaria, o grupo gere activos avaliados em 1,1 mil milhões de euros. Em 2015, os hotéis em Portugal Continental e Açores representaram 37% das receitas do grupo e a Madeira, 23%, enquanto os hotéis na América Latina representaram 22% das receitas do grupo, as outras unidades na Europa 9%, em África, 7%, e na América do Norte, 2%. O administrador adiantou que “Portugal vai dar um enorme contributo para aquele que vai ser o melhor ano de sempre do Grupo Pestana”, já que a cadeia prevê alcançar um EBITDAR de 115 milhões de euros, contra os 100 milhões de euros verificados em 2015.De facto, o mercado português continua a ser o principal mercado do Pestana Hotel Group, tendo representado no ano passado 60% das receitas do grupo, que ascenderam a 432 milhões de euros. Quanto ao RevPar no país, Roquette prevê uma subida acima dos 5% face ao ano anterior. Na opinião de José Roquette, “o crescimento em Portugal vai ser muito significativo. Portugal tem hoje, sem dúvida, ventos favoráveis no sector do turismo”. < TURISVER | JUNHO DE 2016

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>av&to Travelers

Marrocos é destino rei TEXTO: CAROLINA MORGADO

O operador turístico Travelers aposta em Marrocos e quer que o destino passe a constar da sua programação ao longo do ano. Para já os olhos estão postos na operação de Verão para Agadir, que decorre de 18 de Julho a 29 de Agosto, e estadias em Marrakesh até final de Outubro.

A

Travelers levou a Marrocos (Marrakesh e Agadir) um pequeno grupo de agentes de viagens para mostrar as potencialidades do destino, que pretende que passe a constar da sua programação o ano inteiro. Os agentes de viagens gostaram do que viram, principalmente Agadir, onde estiveram mais tempo, uma cidade moderna virada para o turismo. Longe vão os tempos da pequena vila piscatória que vivia apenas do comércio e daquilo que o mar lhe oferecia. A motivação principal é a praia e com infra-estruturas turísticas de grande qualidade. Grande parte dos hotéis é de quatro e cinco estrelas, praticando a modalidade do tudo incluído, e localiza-se na primeira linha da extensa praia de 10 Km de comprimento coberta de areia fina e dourada e de um mar quente. Um destino ideal para famílias, mas também para viagens a dois, pois existem hotéis onde a animação é rei, e outros com ambiente mais soft. Agadir beneficia de um clima mediterrâneo, com temperaturas médias de 21ºC no Inverno e 32ºC no Verão. A cidade, a pouco mais de uma hora de Lisboa, é banhada pelo sol durante grande parte do ano e oferece uma série de actividades desportivas e radicais como 28

JUNHO DE 2016 | TURISVER

vela, windsurf, surf, equitação, passeios de moto 4 e moto de água, ténis e golfe. A sua baía é considerada uma das mais bonitas do mundo e engloba uma marina sempre repleta de barcos de recreio. Em declarações à Turisver, a directora comercial do operador turístico, Carla Carlos, que liderou a fam-trip disse que “queremos manter uma operação de ano inteiro para Marrocos, oferecendo várias opções”, acrescentando que “queremos descentralizar para uma programação anual baseada em voos regulares”, ou seja “estamos a trabalhar para a possibilidade da saída de alguns grupos em datas fixas e partidas garantidas todos os meses”. Durante o Verão, a Travelers tem, pela primeira vez, uma operação para Agadir, com partidas às segundas-feiras de Lisboa e do Porto, de 18 de Julho a 29 de Agosto, a preços desde 599 euros por pessoa em duplo, em viagem de oito dias/sete noites, em regime de meia pensão no Hotel Anezi Tower, unidade de quatro estrelas que acaba de sofrer obras de renovação. A operação, em parceria com a Egotravel, será feita em aviões da Air Horizont. No entanto, o operador turístico programa também o quatro estrelas Beach Albatros em tudo incluído, o Atlas Amadil Beach (quatro estrelas) na

modalidade de meia pensão, o Iberostar Founty Beach (quatro estrelas) em tudo incluído, o Royal Atlas (quatro estrelas) em APA, e o Sofitel Agadir Royal Bay (cinco estrelas) em APA. Fora de Agadir e numa zona em plena expansão, a Travelers propõe o Hotel Paradis Plage Surf Yoga & Spa, unidade de cinco estrelas, na modalidade de APA. Para estes hotéis, existem suplementos para tudo incluído ou meia pensão. De acordo com Carla Carlos, as vendas antecipadas, que incluíam crianças grátis, correram bem e já há partidas esgotadas. Agadir, em sua opinião “é um destino que surpreende pela positiva, onde a relação qualidade preço é muito boa, os hotéis são novos e renovados. Mesmo as unidades que não estão na primeira linha da praia têm acesso facilitado, não precisando de caminhar mais de cinco minutos”. Enquanto durar a operação directa para Agadir, a directora comercial do operador turístico refere que há possibilidade das pessoas fazerem alguns circuitos, nomeadamente das cidades imperiais, em programa de oito dias/ sete noites, desde 606 euros por pessoa em duplo.

VÁRIAS OPÇÕES PARA MARRAKESH Até final de Outubro de 2016 a Travelers oferece igualmente um programa para estadias em Marrakesh desde 353 euros por pessoa, para o mínimo de duas noites e saídas garantidas às terças-feiras, sextas-feiras e domingos. Esta programação sugere cinco unidade hoteleiras de três, quatro e cinco estrelas, todos na modalidade de

alojamento e pequeno-almoço e com suplementos para meia pensão. A Travelers está presente no mercado português desde 2008, tendo-se afirmado como um operador especializado na Tunísia, país para onde ainda mantém forte aposta oferecendo vários programas, nomeadamente para Djerba e Hammamet, e o Egipto, onde continua a acreditar. Presentemente, são inúmeros os destinos em que o operador tem vindo a apostar, entre os quais Marrocos com charter para Agadir, Israel, Índia e Estados Unidos da América. Refira-se que para este Verão Sharm el Sheikh, no Egipto, deixou de fazer parte da programação do operador. No entanto existe uma oferta para Hurgadha em voo regular da Turkis, via Istambul. No que respeita à Tunísia, a Travelers sugere circuitos e estadias em voos regulares na Tunisair para Tunes, às segundas-feiras, com partida de Lisboa, tem uma operação de Lisboa para Djerba, que se iniciou a 5 de Junho, bem como do Porto para Enfidha. <

Operação Agadir De 18 de Julho a 29 de Agosto Partidas às segundas-feiras de Lisboa e do Porto Voo Air Horizont Marrakesh Até Outubro Saídas garantidas às terças-feiras, sextas-feiras e domingos Voo TAP


TEXTO: FERNANDA RAMOS

Num encontro com a imprensa Pedro Gordon, director-geral da GEA Portugal, fez o balanço da actividade das agências do grupo no primeiro quadrimestre do ano e falou da nova plataforma tecnológica que desde o início de Junho está à disposição das agências GEA.

“Estamos confiantes em que o ano 2016 vai ser bom (…) teria que haver uma viragem brutal para que não fosse”

Até Abril

A

s agências do Grupo GEA em Portugal, que somam já 407 lojas de 291 empresas, “estão animadas, estão optimistas e, de um modo geral, estão todas a vender melhor”, disse Pedro Gordon, assumindo que esta foi a certeza com que ficou depois de, ao longo do mês de Maio, ter efectuado um vasto conjunto de reuniões, que cobriram todo o país, com os directores das empresas associadas. Pedro Gordon adiantou mesmo que, “até ao final de Abril” as agências do agrupamento apresentaram “crescimentos bem acima dos 20%” em termos de “receita viajada”. Mesmo assim, o responsável mostrou-se cauteloso e não quis traçar perspectivas para o resto do ano, até porque, conforme sublinhou, “os quatro primeiros meses do ano representam apenas uns 10% a 15% da facturação anual”, com o maior volume a ser realizado, em termos de vendas, nos meses de Maio e Junho. “As vendas antecipadas estiveram bastante acima do ano passado mas não se sabe se isso corresponde a um acréscimo do mercado ou apenas a um número idêntico de consumidores que decidiram antecipar as compras”. Apesar da dúvida ainda persistir, Pedro Gordon sempre foi afirmando que “estamos confiantes em que o ano 2016 vai ser bom” e que “teria que haver uma viragem brutal para que não fosse”. Mas Pedro Gordon tem ainda um outro receio, o de haver excesso de oferta no mercado, nomeadamente para as Caraíbas, o que poderá levar à degradação dos preços e, por via disso, à

Vendas da GEA aumentaram mais de 20% degradação da rentabilidade para as agências de viagens. Dúvidas à parte, o que se perspectiva em termos de destinos mais procurados este ano é que as Caraíbas, “e dentro das Caraíbas, principalmente Cuba” ocupem o primeiro lugar em termos dos destinos internacionais. “O Algarve vai ser o destino com maior número de clientes mas as Caraíbas, Cuba principalmente, pelo preço médio dos pacotes, será o primeiro destino em facturação”. Pedro Gordon destacou, aliás, o “grande crescimento” de Cuba e a queda do Brasil, e o “regresso” de destinos que “estavam postos de lado”, como a Sicília, a Bulgária e a Croácia, por via da deslocalização dos turistas que demandavam a Tunísia, o Egipto ou até a Turquia. O crescimento de Cuba está directamente relacionado com o aumento da oferta no mercado, dada a utilização de um avião que tem 110 lugares a mais que o utilizado o ano passado e o maior número de rotações, especialmente para Varadero. Também por isso assumiu que, para este destino, “há muitos lugares para vender”. Nos destinos que irão ter maior número de clientes, ao Algarve seguem-se as ilhas espanholas e Cabo Verde, destinos que em termos de facturação deverão ficar equilibrados.

mento. A nova plataforma, que funciona no portal MundiGEA, vai permitir às agências a construção de pacotes dinâmicos, ou seja, a “compra directa de voo + hotel a um preço extremamente competitivo e com uma eficiência e rapidez extraordinárias”, afirmou. Nos últimos anos têm surgido diversas plataformas online no mercado “mas o que interessa é que com esta plataforma conseguimos vantagens realmente competitivas seja face aos nossos concorrentes seja face a outros portais online B2C que há no mercado”, afirmou o director-geral da GEA em Portugal. O responsável avançou ainda

que a nova plataforma “é comum para Portugal, Espanha e Argentina”, “pode ser utilizada como B2B e B2C”, além de tornar possível “colocar produto próprio das agências de viagens, tour operadores e cruzeiros”. Novidade é também o protocolo entre a GEA e o Banco BIC, que vai permitir às agências da rede terem acesso a uma taxa “muito competitiva” nas compras em cartão de crédito pelos clientes individuais. De acordo com Pedro Gordon este tipo de transacções que em Portugal apresenta taxas de “1,4% a 2,2%” passa a ter “uma taxa de 0,7%” para a rede. <

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PACOTES DINÂMICOS Neste encontro com a imprensa, Pedro Gordon aproveitou ainda para dar a conhecer a nova plataforma tecnológica que desde 1 de Junho está a ser disponibilizada às agências do agrupaTURISVER | JUNHO DE 2016 t-taxitaxis_AF_TV_EP-FINAL-PT.indd 1

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13/02/2015 15:37:40


>cruzeiros

Harmony of the Seas Ficha Técnica

Francisco Teixeira – Director-geral da Melair

Um produto fácil de vender TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS

A entrada de um novo navio é sempre um atractivo, para o mercado e para quem vende o produto, e quando se trata do maior do mundo, caso do Harmony of the Seas, o atractivo é suplementar. A bordo do mais recente navio da Royal Caribbean, a Turisver falou com Francisco Teixeira, director-geral da Melair. Uma conversa que teve o Harmony como ponto de partida.

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JUNHO DE 2016 | TURISVER

T português?

urisver – Com a entrada em operação do Harmony of the Seas vai mudar alguma coisa na estratégia da Melair no mercado

Francisco Teixeira – Já o ano passado, a entrada do Allure of the Seas, um produto distinto do resto da frota, permitiu que tivéssemos uma reentrada no mercado e voltámos a ter a atenção da distribuição e do consumidor final. Com o Harmony cria-se toda uma energia que ajuda bastante e a prova está no volume de reservas que é muito bom. Em termos de Portugal e em termos estratégicos, o facto de podermos ter um navio-bandeira com estas característi-

cas, muda bastante. A Royal Caribbean tem mais dois navios desta classe em construção e, embora não haja nada definido, a possibilidade de voltar a ter um navio baseado em Barcelona é muito grande, o que nos dá uma perspectiva, a médio prazo, bastante interessante. Este é um ponto da estratégia, outro ponto terá que ser tornar o produto mais simples de vender, mais razoável ao nível de tarifa, ou seja, tornar mais simples o processo de distribuição e de compra, porque precisamos de colocar volume. Se conseguirmos quebrar esta inércia, a fase seguinte será uma fase com níveis diferentes. Embora este seja um produto simples de vender porque tem uma série de coisas incluídas, não deixa de ter a sua complexidade, mesmo ao nível da indústria, pelo que precisamos de ter a oportunidade de treinar bem os agentes de viagens e termos algumas agências com especialização. Não me refiro em concreto ao meu produto, refiro-me ao geral porque acho que todos iriam beneficiar com isso. Da parte da Melair tentamos sempre ter a disponibilidade de fazer alguma consultoria, mas o mais importante não é isso: o mercado está muito posicionado na política do desconto, na concorrência entre a própria distribuição, quando o produto tem fluxos de pricing muito grandes e diferenciados. Não sei como é que no futuro vamos conquistar mais clientes se lhes estivermos a dar um pequeno desconto em vez de potenciar

Companhia: Royal Caribbean Classe: Oasis Maior navio do mundo Altura: 66m Comprimento: 362m Largura: 47m 120.000 Toneladas Capacidade: 8.500 pessoas (incluindo 2.394 tripulantes) • 18 Decks • Camarotes: 2.747 • 7 bairros • 20 restaurantes | 15 bares e salas | Discoteca • 10 jacuzzis | 4 piscinas exteriores e 1 interior |Ginásio | Spa • Casino | Biblioteca | Sala de Jogos | Sala de exposições • 24 elevadores • Cinema| Sala de espectáculos com 1.400 lugares • Parque com 12.000 espécies de plantas • Instalações desportivas (basquetebol, minigolfe, patinagem no gelo, court de ténis, pista de jogging) • Instalações para crianças (inclui o primeiro Carrossel em alto mar)

o diferencial que se consegue com determinadas estratégias comerciais e o próprio fluxo do pricing. Há aqui alguma coisa que eu penso que deveria ser afinada e que geraria um benefício para o consumidor. Face ao Harmony, o agente de viagens não pode pensar que se já era complexo vender um navio mais pequeno, agora será ainda mais difícil? Pelo contrário. Se o agente de viagens, face a um cliente que lhe pede um cruzeiro, aconselha o Harmony, a seguir fica com menos argumentos para o aconselhar a fazer outra coisa e aí gera-se um problema porque não poten-


ciamos tudo o que podemos potenciar num cliente que está satisfeito em fazer um cruzeiro. Portanto aqui não se coloca a questão da complexidade, o que conta é o grau de especialização da agência de viagens. Muitos agentes de viagens queixam-se da falta de disponibilidade, em determinadas datas, para o mercado português. Isso tem sido solucionado? Tem. Em termos de pricing temos um fluxo que permite que uma reserva efectuada nove meses antes da viagem seja mais favorável do que se for feita num período mais próximo. Por isso devemos trabalhar com o cliente, com explicações lógicas, com vantagens lógicas, para que ele seja levado a equacionar marcar férias com antecipação, até porque no período final não se coloca apenas o problema do pricing mas também da disponibilidade. Podemos ajudar os parceiros a trabalhar dentro dos fluxos, ver quais são os momentos em que pode haver disponibilidade e pricing que encaixe na tipologia do mercado português, mas andar no nosso timing e não no do produto, torna tudo mais difícil, pelo menos no que toca a conseguir os resultados que consigam satisfazer todos a qualquer momento.

também beneficiamos da estratégia da companhia estar centrada na Europa. Estamos habituados a lidar com ciclos e nos últimos três / quatro anos houve uma retirada grande da Royal Caribbean do Mediterrâneo, pela sua exposição à fraca economia europeia, o que levou a um decréscimo considerável do nosso volume de vendas. Agora voltamos a estar num ciclo positivo e o nosso maior stress é, numa fase inicial, conseguir entrar nele para beneficiar destes dois / três anos positivos que vão decorrer.

páginas de “termos e condições” podem ir-se buscar informações que tornam mais fácil a venda de um cruzeiro, agora tem que haver interesse por parte dos agentes de viagens. Nós temos agentes de viagens que durante anos se interessaram pela venda de cruzeiros e são autênticos especialistas.

Como é que os agentes de viagens poderão falar deste navio aos seus clientes?

Tal como a distribuição, também o mercado está muito mais maduro. A comunicação social ajudou a mostrar e a desmistificar o que era a indústria de cruzeiros, houve alguma oferta à partida de Lisboa que permitiu acelerar o mercado, tal como a nossa oferta à partida de Málaga. O facto de outras companhias se terem instalado de forma mais musculada também ajudou e, nos últimos anos, o facto de haver muitos navios a virem a Lisboa foi uma grande ajuda. A maturidade existe mas o facto de muitas vezes o preço ser divulgado como “só cruzeiro”, não se abordando o cliente de uma forma mais massiva com o custo total da viagem, o que inclui e não inclui, complica um pouco, mas se

Essa é a parte mais fácil. Primeiro, porque o agente de viagens tem um conjunto alargado de ofertas e basta usar duas ou três para convencer um cliente. Depois, já não é o primeiro da sua classe, já temos um trabalho de cinco anos feito e facilmente o cliente absorve o tipo de produto de que estamos a falar. Vender este navio é fácil, o mais difícil será vender outras coisas. Temos um mercado muito fragmentado, uma média de um ou dois camarotes na maioria das agências de viagens, o que torna mais difícil o conhecimento do produto por parte da distribuição, mas há mecanismos que podem usar-se. Nas nossas

MERCADO MAIS MADURO O cliente final está hoje mais maduro para a compra deste produto?

MELAIR EM CICLO POSITIVO A Melair tem tido vários ciclos: teve um crescimento, depois, com a retirada do navio que estava baseado em Málaga, houve um menor volume de vendas. Tem vindo a recuperar dessa quebra? Tem. A Melair é uma empresa com 35 anos, foi criada para representar companhias de turismo mas, maioritariamente, companhias aéreas e, durante praticamente 25 anos, esteve em várias vertentes do negócio. Há nove anos decidimos ficar só com a Royal Caribbean, e qualquer alteração naquilo que é a programação de proximidade da Royal Caribbean cria alterações no negócio. Decidimos conscientemente porque achámos que devíamos ser mais especialistas e dar mais visibilidade à marca companhia de cruzeiros e não tanto à Melair. Com isso ficámos mais dependentes da Royal Caribbean mas

Espaços em destaque No maior navio do mundo há quase tudo para fazer, mas há algumas zonas em destaque. Começando pela diversão na água, o Harmony of the Seas vem equipado com o Flowrider, o primeiro simulador de surf a bordo de um navio e o H2Zone, um parque aquático com fontes interactivas, canhões e jactos de água, e uma piscina principal alimentada por uma queda de água e dois jacuzzis. A isto juntam-se três slides aquáticos que se estendem por três decks. Os mais aventureiros partem do deck 18 e descem em círculos até à Zona da Piscina e de Desportos no deck 15. Também para os mais afoitos, há a Zip Line, com uma altura de nove decks. Para todos, afoitos ou não, recomenda-se o Aquatheater, onde os espectáculos ficam a cargo de acrobatas aquáticos. Não é novidade, integra todos os navios da classe Oasis, mas está sempre em destaque: O Central Parque, a céu aberto, com várias opções de espaços ao ar livre, jardins tropicais e opções de restauração ao ar livre. Junta-se a Royal Promenade, espaço para passear com lojas, bares e restaurantes e a Boardwalk, onde há jogos de rua, restaurantes informais e uma área de recreio para as crianças. Outro atractivo é o Bar Bionic, onde os “empregados” são robots capazes de misturar qualquer tipo de cocktail.

houver outra atitude por parte da distribuição, aumentará em muito o número de cruzeiristas em Portugal. Temos que fazer abordagens diferenciadas. Nos últimos anos tivemos uma massa de repetentes e gente que começou de novo, mas o mercado precisa de mecanismos de distribuição lógicos. É preciso dar a mão ao cliente, trazê-lo, sentá-lo e explicar, porque ele está disponível para comprar. Se temos um mercado que trabalha fortemente a venda de férias nos últimos três meses, a proposta que nós fazemos é que passe a trabalhar a seis e a nove, altura em que as estruturas nem por isso estão muito ocupadas. A ideia que muitos clientes têm de que além de pagarem o cruzeiro têm depois que pagar muito a bordo, já não procede? Hoje a maior parte das coisas estão incluídas: alimentação, actividades, entretenimento e o transporte que leva a cada uma das cidades, está tudo incluído. Claro que se estou a fazer uma viagem que visita cinco cidades, gostarei de conhecê-las melhor, mas então pergunto porque é que quando se faz férias num resort uma pessoa fica feliz de estar só a olhar para o mar? Um cruzeiro possibilita visitar e fazer ainda mais coisas do que as que estão incluídas e nesse caso há um preço. Ainda há possibilidade de venda para fazer um cruzeiro no Harmony este Verão? Ainda há. O navio fica baseado em Barcelona todo o Verão, até meados de Outubro, e vai fazer cruzeiros de sete noites por Palma de Maiorca, Marselha, La Spezia, Roma e Nápoles. A partir de Outubro vai para as Caraíbas e passamos a ter o Harmony e o Allure, um no sábado e outro no domingo, o ano inteiro, em Fort Lauderdale, perto de Miami, e temos o Oasis em Port Canaveral, ou seja, passamos a ter três navios nas Caraíbas e se alguém quiser fazer um cruzeiro neste tipo de navio, terá que ir a Miami. A única possibilidade, que não está ainda decidida, é a de em 2018 o quarto navio desta classe que está em construção poder fazer operações na Europa. < TURISVER | JUNHO DE 2016

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>cruzeiros Jorge Viches – CEO da Pullmantur

“Temos planos muito ambiciosos para o mercado português”

Monarch

• 2.766 passageiros • 800 tripulantes • 12 decks • 267m de comprimento • 70.000 ton. de arqueação bruta • Restaurantes, bares, lojas, spa, piscinas e jacuzzi, teatro, rocódromo, campo de basquetebol, pista de running

TEXTO: FERNANDA RAMOS

O maior navio da Pullmantur, o Monarch, estrou-se na Europa com a sua escala em Lisboa. A partir daqui e até Bilbao, levou entre os passageiros jornalistas e agentes de viagens portugueses, no que foi mais um sinal da forte aposta que a Pullmantur está a fazer no mercado luso. 32

JUNHO DE 2016 | TURISVER

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maior navio da Pullmantur Cruzeiros, o Monarch, elegeu Lisboa para estrear a sua primeira visita à Europa, finalizando a sua temporada no Caribe. Ao porto de Lisboa chegou dia 9 de Junho, antes de rumar a Rostock, na Alemanha, ponto final de uma viagem que o levou a Vigo e Bilbao (Espanha), Doves (Londres, Reino Unido), Ijmuiden (Amesterdão) e Copenhaga (Dinamarca). Nesse dia 2.000 passageiros desembarcaram na capital portuguesa, e outros tantos iniciaram viagem. A bordo, seguiram também, a convite da Pullmantur, mais de uma dezena de jornalistas e uma centena de agentes de viagens que terminariam viagem em Bilbao, depois de visitarem Vigo e Santiago de Compostela. No porto de Lisboa, que visitava pela primeira vez, houve a habitual troca de insígnias numa cerimónia que contou com a presença de Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, Lídia Sequeira, presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa e do presidente e CEO da Pullmantur, Jorge Vilches,

que afirmaria que a companhia tem “planos muito ambiciosos para o mercado português”. “O ano passado transportámos 2.500 portugueses ao longo do ano inteiro, neste momento já temos 4.000 reservas e ainda temos todo o Verão pela frente”, disse Jorge Vilches na conferência de imprensa que decorreu durante o minicruzeiro a bordo do Monarch, adiantando que o número de reservas traz boas perspectivas para este ano. Confessando estar “muito contente” com a adesão que o produto Pullmantur está a ter no mercado português, adiantou esperar “transportar 10.000 passageiros portugueses até ao final do ano”. Na base destas perspectivas positivas está o facto de acreditar que “o nosso produto é perfeito para o mercado português”, já que “uma boa parte da proposta de valor que nós temos é o produto feito à medida de cada mercado” e, no caso da Pullmantur, “temos perto de 50% tripulação a falar português”. À facilidade da língua, sublinhou, junta-se também uma gastronomia mediterrânica que agrada aos portugueses.

A companhia quer ainda ir mais além no número de passageiros portugueses, com Jorge Vilches a avançar a meta dos 15 mil portugueses para 2017. Para isso contribuirá o novo itinerário às ilhas gregas com partida de Atenas, com o voo de Madrid incluído no preço, bem como o reforço do investimento promocional da companhia em Portugal, que passou de “50.000€ em 2015 para 500.000 este ano”.

LISBOA NOS ITINERÁRIOS TALVEZ EM 2018 Questionado pela Turisver sobre se a Pullmantur equaciona voltar a ter um itinerário com partida e chegada a Lisboa, o responsável não quis fazer promessas, até porque já estão desenhados os itinerários de 2016 e 2017. No entanto, se a adesão do mercado for boa, a companhia poderá equacionar o regresso em 2018 “mas ainda estamos a avaliar”. Esta possibilidade tem também a ver com a chegada de um novo navio (que deverá vir da Royal Caribbean,) o que tornará mais fácil a oferta de novos itinerários que “po-


derão integrar, por exemplo, Canárias e Madeira, ou que façam a volta à Península Ibérica, passando todas as semanas por Lisboa”. Até lá, navios da Pullmantur em Lisboa, só em itinerários de posicionamento, como acontecerá com o Monarch a 19 de Setembro. Mesmo assim os portugueses terão muito por onde escolher em itinerários à partida de portos espanhóis, por exemplo e, neste caso, são os cruzeiros pelo Mediterrâneo que continuam a ser os preferidos. Entre os trunfos para captar mais mercado português contam-se “itinerários cada vez mais personalizáveis” e “estadas mais longas nos portos” para permitir que os passageiros desfrutem das cidades onde aportam. “Somos a empresa de cruzeiros que tem mais tempo em porto”, disse Vilches, acrescentando aquilo que considera ser outra mais-valia: “somos uma companhia muito focada no turismo de família”. Isto apesar de, conforme explicou, os cruzeiros ao norte da Europa e Fiordes, serem “mais vocacionados para casais”.

SERVIÇO PREMIUM NO THE WAVES Com 12 decks e capacidade para 2.766 passageiros, o navio Monarch é considerado um ícone da Pullmantur, o que se deve, em parte, ao facto de nele ter sido estreado um novo produto que vai ser instalado nos restantes navios da frota: o The Waves Yacht Club, uma área reservada que oferece serviços premium, com camas balinesas, acesso Wi- Fi gratuito, buffet, transporte e desembarque prioritários e inúmeras vantagens na cabine (produtos de higiene pessoal e acessórios high-end, roupão de banho e chinelos, menu de almofadas, canapés e doces no quarto, café e chá Lavazza, entre outros). O novo serviço que equipa o Monarch desde que o navio foi renovado, em 2013, num investimento de 25 milhões de euros, vai ser implementado nos outros navios da frota à medida que forem entrando em doca seca. Segundo Jorge Vilches, os primeiros navios a serem equipados com este serviço serão o Horizon e o Zenith, já no final deste ano. Adiantou também que o facto de este serviço poder ser adquirido por hóspedes que não viagem em Grand Class por cerca de 200€ “dá uma grande flexibilidade” ao produto Pullmantur. Além de inúmeras actividades a bordo, os passageiros do Monarch podem também experimentar a gastronomia do chef com duas estrelas Michelin, Paco Roncero. < A Turisver viajou a bordo do Monarch a convite da Pullmantur

Porto de Lisboa com “futuro promissor” A chegada do Monarch a Lisboa representou um significativo impacto económico para a cidade, uma vez que se estima um gasto médio de 62€ por passageiro em cada escala que realiza, valor que aumenta para 81€ nos portos de embarque, como aconteceu nesta escala. A este gasto efectuado pelos passageiros, soma-se o da tripulação do próprio navio. A estes números, avançados por Jorge Vilches, somou o responsável a sua crença no futuro promissor do porto de Lisboa após as avultadas obras que estão a ser realizadas no novo terminal de passageiros, em Santa Apolónia. Para o CEO da Pullmantur, estes

investimentos irão fazer com que Lisboa tenha um crescimento notável nos próximos anos, levando a que a capital portuguesa se afirme, cada vez mais, como um pólo turístico de referência neste segmento, tirando igualmente partido do “posicionamento estratégico da cidade, em termos de entrada e saída da Europa”, Na cerimónia em Lisboa, também Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, destacou a importância do turismo de cruzeiros para a cidade e para o país, destacando que esta indústria já “emprega 8.100 portugueses”.

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>destinos

São Tomé e Príncipe

Quase tão intacto como “quando foi criado” TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS

“Doce… doce…caneta… caneta” foram as palavras mais escutadas pelo grupo de 12 profissionais de viagens e por este jornalista que, a convite do operador turístico Solférias e da companhia aérea TAP, visitou, durante uma semana, São Tomé e Príncipe.

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oce… doce…caneta…caneta”, a expressão fica no ouvido como um cântico de embalar quando entoado por grupos de crianças. Sempre que o pequeno autocarro de turismo passava por um aglomerado populacional lá estavam elas, na beira do caminho, repetindo vezes sem conta as palavras mágicas. Ao sair das localidades parecia que o som ainda ecoava dentro das nossas cabeças, “doce… doce…doce”. Destes ternurentos contactos com as crianças, podemos extrair a primeira conclusão sobre este destino: São Tomé e Príncipe é um pequeno país africano, não estamos nos luxos do Dubai, nem na qualidade civilizacio-

nal que os destinos turísticos europeus nos oferecem. Mas não se pense que esta nota é de negativismo sobre o destino, muito pelo contrário, os países, os destinos turísticos, devem ser vivenciados tal como eles são e este é demasiado belo, demasiado acolhedor, demasiado desafiador, para que não seja uma excelente opção de férias. O importante é que o turista, ao escolher São Tomé e Príncipe, saiba ao que vai, saiba tirar partido de tudo o que a natureza, que é o hino deste lugar, lhe pode dar, que saiba também que o acolhimento que lhe é dado por quem trabalha no turismo, ou pela mais simples pessoa com quem se cruza, é sensacional, as pessoas são simpáticas e, na sua humildade, mesmo – porque não dizê-lo – na sua pobreza, têm sempre um sorriso e uma grande vontade de comunicar com quem as aborda. É pois importante que o agente de viagens informe o cliente das principais características deste destino, pois desta forma ele irá, certamente, tirar mais proveito da sua viagem. A viagem, para quem sai de Lisboa na TAP com destino a São Tomé, vai parar, quer na ida quer no regresso, em Acra, capital do Gana. Uma paragem com cerca de uma hora, mas na ida ajuda o facto de sabermos que estamos a menos de duas horas do “paraíso”, e no regresso o passageiro tem a noite pela frente e por isso o tempo acaba por voar. Esta jornada triangulada dura pouco mais de sete horas, e ao aterrarmos no segundo país mais pequeno de África,

ao cair do dia – em São Tomé anoitece cedo, por volta das seis da tarde – temos a certeza de estarmos no continente negro, onde a terra tem um cheiro forte e o calor e a grande humidade se fazem sentir. O primeiro choque para quem não é muito viajado, em especial para destinos pouco desenvolvidos, vem com a precariedade do aeroporto. Atravessada a pista a pé, entramos num pequeno hangar com um minúsculo tapete, onde começam lentamente a passar as malas. Ups!…. A luz apagou-se, o velho quadro eléctrico colocado na parede, e bem visível dos passageiros, estoirou. Um funcionário acorre a repor a normalidade mas tem de o fazer mais uma vez, um pouco mais tarde. O positivo é que dada a pequenez do aeroporto e a proximidade que este fica da zona dos hotéis, a apenas dez minutos, uma hora e pouco depois da chegada estava a tomar um belo duche no Hotel Pestana São Tomé. No dia seguinte o grupo teve o primeiro contacto visual com a capital santomense, pequena cidade à beira-mar que pode ser percorrida a pé, aqui e ali com vestígios da arquitectura colonial portuguesa – nas mansões, na praça, na igreja e no forte, nas estátuas dos descobridores. Para um maior conhecimento da história do país deve visitar-se o Museu Nacional de São Tomé e Príncipe, no interior do Forte São Sebastião, em que mais detalhadamente se pode revisitar aquela época da história. A não perder é também uma visita à Casa das Artes, um espa-


ço polivalente onde se pode almoçar ou jantar. Outra opção que o visitante tem, dada a segurança e tranquilidade que a cidade oferece a quem a visita, é vaguear pelos pontos de convívio das gentes locais, pelos cafés, bares, largos, jardins, metendo conversa e ficando com um retrato cultural destas gentes. No dia em que percorremos a costa norte, contactámos com a mais reveladora expressão do sentir dos santomenses, que faz parte do seu ADN: “leve, leve”. O mesmo é dizer que, nesta terra onde uma linha imaginária divide o mundo, o tempo corre lento e tudo é feito devagar, “leve, leve”, que o calor cansa e o “peso” da humidade tolhe movimentos. A Praia dos Tamarindos foi o nosso destino. A menos de meia hora da capital e com acessos difíceis, a praia é linda, praticamente deserta de gente, sem apoios e sem banheiro – nem um vendedor de água e muito menos de uma apetecida cerveja – mas com a forma que o seu nome indica, uma vegetação que nos abraça e nos empurra para dentro da areia, e de um mar incrivelmente transparente e de tons atractivos. Águas de um Atlântico que também é nosso e que foi a “auto-estrada” que nos trouxe em caravelas até estas paragens, mas muito mais quente, muito mais … “abençoado” pela “mãe África”, como a concluir que este pequeno país era uma espécie de guarda avançada de costumes e tradições de um vasto continente.

O CORAÇÃO DAS GENTES NO PAÍS PROFUNDO Nos dias em São Tomé os nossos cinco sentidos iam ficando mais apurados e as imagens que as câmaras fotográficas registaram hão-de misturar-se na mente com as memórias dos saborosos peixes e frutos, com os cheiros do café e do cacau. O constante contacto com os usos e costumes das gentes, que se cruzam connosco a cada passo, sentimo-lo pelo contraste entre a grandiosidade ainda visível das roças, e a modéstia das casas populares, em madeira, pelas pirogas na faina da pesca, pela roupa a corar nas margens dos rios onde mulheres e crianças as lavam.

Os dias foram passando num constante rodar de um lado para o outro, num contacto mais próximo com um São Tomé profundo, país de rios e cascatas, da vegetação que parece querer engolir-nos, país de roças. Algumas, como a Roça Agostinho Neto, com um espectacular edifício colonial que nos faz imaginar como seriam há bons anos atrás. Foram dias a explorar o país das begónias gigantes, algumas com dois ou três metros de altura, das orquídeas, das rosas de porcelana. Entre uma roça e outra, paragens em praias desertas e tempo para um mergulho nas águas chamativas da Lagoa Azul.

ILHÉU DAS ROLAS Numa viagem pelo sul da ilha, que apresenta uma renovada estrada e por isso é mais confortável para as costas dos turistas, vamos ao encontro de várias praias com fundos de areia clara, entrecortadas de rochas, a de Mincondó, a das Sete Ondas e muitas outras que se sucedem, entre as quais a praia de Jalé, conhecida pela desova das tartarugas e as suas cascatas, como a da Pesqueira, e lugares únicos como a Boca do Inferno. Também nesta estrada que nos levará ao Ilhéu das Rolas existem várias roças. A de maior destaque é a Roça de São João dos Angolares, propriedade de João Carlos Silva, tornado famoso

Lista de participantes

• Ivo Batista (Solférias) • Cátia Louro (Solférias) • Ana Seguro (TAP) • Jaime Mateus (Nunara) • Maria Judite Cunha (Famatour) • Carla Sousa (Orbita Vila do Prado)

• Orlanda Salvador (Top Atlântico)

• Ana Sofia Pinheiro (Geostar Felgueiras)

• Rui Beltrão (AVIC Braga) • Ana Dora António (Bonsai Viagens)

• Maria Madalena Marques (SM Viagens)

• José Luís Elias (Turisver)

pelo programa de culinária “Na Roça com os Tachos”. É das poucas roças recuperadas em São Tomé e está a tornar-se numa “roça de eventos” como próprio gosta de lhe chamar, onde nem alojamento falta para os turistas. Aqui tivemos um almoço que podemos considerar de cozinha ao vivo, onde degustámos um pouco do que esta generosa terra santomense tem para oferecer a nativos e turistas. Já bem próximo do cais de Porto Alegre avistam-se extensas plantações de palmeiras. Depois de 20 minutos de trajecto numa espécie de canoa moderna, chegamos ao Ilhéu das Rolas. O resort, que ocupa grande parte do ilhéu é o ponto de chegada e de partida para o tudo que se quiser fazer neste pequeno paraíso longe do mundo. Procurar pequenas praias desertas, por terra ou por mar, alugando um barco, fazer mergulho ou caminhadas, sempre com grande tranquilidade e, se a preferência for essa, de forma solitária. O grande atractivo é a subida, floresta acima mas bom caminho, até ao marco do Equador, ponto que traça a linha imaginária que divide o Hemisfério Norte do Hemisfério Sul. Lá de cima, a vista é inesquecível, do verde das encostas para o mar, os ilhéus e a Ilha do Príncipe ali tão perto. Os turistas rendem-se à paisagem e a uma foto frente ao marco, com um pé no Hemisfério Norte, outro no Sul. Alojado no conforto do Pestana Equador, resort voltado para o relax, o grupo pôde usufruir da piscina de água salgada e das praias, de areia ou rochas – a que tem melhor areal é a do Café, na ponta oposta ao empreendimento.

ILHA DO PRÍNCIPE: QUANDO AS EXPECTATIVAS CORRESPONDEM Desde o início o grupo tinha grande expectativa por visitar a Ilha do Príncipe. Conforme se ia conhecendo a “ilha mãe se São Tomé”, tão bela e luxuriante, mais crescia a ansiedade por visitar a pequena “pepita” do país. Depois de uma belíssima viagem de pouco mais de vinte minutos, num pequeno avião de 24 lugares, onde o piloto fez questão de nos agraciar com um voo panorâmico sobre toda a ilha, foi o transporte

em Jeep até ao resort Bom Bom com as suas duas lindíssimas praias de areia dourada e mar de tonalidades indescritíveis. Sse alguma vez o termo se aplica é neste caso: aterrámos literalmente no paraíso. O resort, constituído por bungalows entre frondosas árvores, e praticamente sobre as águas, é sofisticado, por isso quero defini-lo de forma simples: é eco quanto baste e luxuosamente confortável, digno de um local que de tão privilegiado é único. Visita feita, vamos a isso, ou seja, vamos pôr o pé na areia e todo o corpo naquelas águas que nos desafiavam desde que chegámos. No Bom Bom resort caminha-se “sobre as águas”, uma ponte de madeira com várias centenas de metros, mantida primorosamente para segurança dos turistas, leva-nos a um ilhéu onde ficam o restaurante e o bar do empreendimento, com áreas de esplanada. Foi ali que almoçámos, e a julgar pelo manjar que nos foi servido este poderá vir a ser um chef “estrelado” ,como agora se costuma dizer. Depois de uma rápida visita pela ilha, chegou a hora do regresso. Foram apenas algumas horas que permanecemos no Príncipe, local paradisíaco, um ícone para luas-de-mel, que fará muitos casais casarem de novo para ali passarem uns dias. No fim destes oito dias fica a certeza de que São Tomé e Príncipe não é destino para qualquer um. Quem optar por ele tem de saber ao que vai, não pode ir com a ideia feita da telenovela “Equador”, porque esse seria o regresso a um passado que não mais existe por lá. A realidade, hoje, é mais de volta ao futuro. O país está em fase de desenvolvimento turístico, há hotéis que esperam pelo turista para lhe proporcionar o conforto do primeiro mundo em terras africanas, mas também estradas em muito mau estado. O mar e as praias têm sua muita beleza, mas os acessos são maus e apoios não existem. O turista que opte por este destino tem que ser amante da natureza, tem que vibrar com ela, porque é a natureza a maior riqueza deste país, uma riqueza que as suas gentis gentes dignificam. < TURISVER | JUNHO DE 2016

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>turismo interno Marão

Nova marca vai tirar partido da serra

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om a abertura, no início de Maio, do Túnel do Marão, a região ficou mais perto e mais acessível a novos investimentos e a visitas de turistas. E, para não perder esta oportunidade que se abre, os municípios de Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Peso da Régua e Mesão Frio, no distrito de Vila Real, e Baião e Amarante, unidos em torno da serra pretendem criar uma marca que tire partido do que o Marão tem para oferecer, desde os recursos naturais à gastronomia. Evidenciando a necessidade e esperança que o maior túnel rodoviário da Península Ibérica pode trazer para a economia não só regional como do país, que passam pelo relançamento do investimento público e o impacto do mesmo quanto à empregabilidade e dinâmica económica, e que produzirão efeitos positivos na coesão regional, na estrutura populacional e atenuará assimetrias e desigualdades. O projecto do Marão visa criar uma marca à volta da serra que seja factor de atracção.

A ideia passa também por explorar todos os produtos endógenos da serra, a dinamização do turismo de natureza, tendo em conta as potencialidades nessa área, nomeadamente a paisagem,

trilhos, gastronomia e a biodiversidade. Através do projecto, pretende-se contribuir para a diversificação das actividades económicas, através da promoção dos recursos endógenos como a pasto-

rícia, o vinho, a restauração, produtos regionais e alojamento. Com esta nova identidade e a força do Marão, os municípios pretendem captar os muitos turistas que já visitam a zona Norte do país, e facilitar a criação de micro negócios à volta do alojamento, gastronomia e vinhos, sem esquecer que é nestas regiões mais isoladas que persistem saberes e produtos de cariz local com processos, técnicas e expressões singulares em risco de se perderem. O grande objectivo dos seis municípios unidos em torno do Marão é “ajudar a fixar as pessoas, nomeadamente os mais jovens, que já vivem nestes territórios, e criar condições para que outros também se instalem lá”. O Marão pode tornar-se numa serra de oportunidades e potencialidades. Com 1415 metros de altitude, o Marão é a sexta maior elevação de Portugal Continental. Possui ainda uma grande mancha florestal e, na zona cimeira, está instalada uma capela onde todos os anos se faz uma festa em honra da Senhora da Serra. < C.M.

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Algarve TEXTO: CAROLINA MORGADO

A oferta hoteleira algarvia está cada vez mais diferenciadora, não só ao nível das infra-estruturas, mas principalmente dos serviços, criando os mais diversos tipos de experiências, capazes de agradar diferentes públicos.

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ada vez mais a hotelaria do Algarve está preparada para satisfazer as necessidades de diferentes públicos, sejam nacionais ou estrangeiros. Se os casais preferem unidades mais exclusivas têm, por exemplo, o Monte Santo Resort, no Carvoeiro. As famílias gostam de fazer férias na modalidade do tudo incluído, e neste caso o Hotel de cinco estrelas, Salgados Palace, do Grupo NAU Hotels & Resorts, que estreou este Verão um programa de All Inclusive de luxo, pode ser uma opção. Há uma nova geração de viajantes de lazer mais jovem, mais activa e que procura mais do que aquilo que o hotel tem para oferecer. Neste caso, o Conrad Algarve acaba de lançar os itinerários Conrad 1|3|5, um conjunto de experiências exclusivas e diferenciadoras para fazer em 1, 3 ou 5 horas, consoante a disponibilidade do hóspede, relacionadas com gastronomia, aventura, família, arte, e bem-estar e beleza. Denominado Salgados Summer Club, o programa de All Inclusive do Salgados Palace vai estar disponível até 30 de Setembro, para estadias mínimas de três noites. Os hóspedes que aderirem a este programa contam com todas as refeições incluídas servidas nos bares, esplanadas e restaurantes do hotel, entre as 07h30 e as 04h00, podendo ainda beneficiar de uma série de serviços e infra-estruturas premium do Salgados Palace. A gastronomia merece especial atenção e prima pela diversidade. No restaurante All in One é servido um buffet tradicional com cozinha nacional e internacional, enquanto no 19th Hole Bar & Restaurant, o almoço é em buffet e ao jantar há um festival de tapas. No Moonlight Bar & Restaurant o jantar é gourmet com dress code casual chic.

Oferta hoteleira diferenciadora

Mediante reserva, o programa All Inclusive de luxo, oferece um jantar à la carte no Moonlight Bar & Restaurant a cada cinco noites de estadia, sendo que, a cada três noites de estadia, os hóspedes também podem usufruir de um almoço buffet e de jantar à la carte no 19th Hole Bar & Restaurant. O hotel oferece as mais variadas aCtividades e animações, com atenção especial às crianças. Para os mais pequenos, com idades entre os 3 e os 12 anos, foi construído de raiz um novo Kids Club que promete um mar de jogos e aCtividades, a que se somam escalada e um parque infantil. Outra das novidades deste Verão é a construção de uma nova piscina com um barco pirata. Os adultos também têm animação assegurada todos os dias com música ao vivo, discoteca e aCtividades desportivas diversas.

PARA QUEM PROCURA MUITO MAIS DO QUE O HOTEL Tratar do corpo e da alma, durante as férias, faz parte de uma promoção do Alma Spa, do Monte Santo Resort. A proposta é para hidratar o rosto, durante 45 minutos, e por apenas 50 euros. Além desta massagem, o Alma Spa tem uma enorme variedade de tratamentos para relaxar e revigorar corpo e alma, num espaço zen e acolhedor onde se pode desfrutar de experiências únicas com ajuda dos melhores terapeutas e produtos. Por outro lado, o vasto lote de experiências Conrad 1|3|5 inclui, por exemplo, a Rota da Cortiça, com uma visita a São Brás de Alportel e à sua fábrica de cortiça, a apanha da amêijoa na Ria Formosa, que inclui um passeio de barco e um magnífico almoço na Ilha Deserta – num restaurante especializado em soberbas ostras locais da lagoa da Ria

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>turismo interno

“Rainha das Praias de Portugal”

Valorização e promoção da Figueira da Foz TEXTO: SOFIA SOARES CARRACA

“Rainha das Praias de Portugal”, estância balnear secular. A Figueira da Foz, com estratégias de promoção organizadas, pretende reinventar o seu património e fidelizar aqueles que a visitam devotamente, ao mesmo tempo que chama a si novos mercados.

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oram os 12Km de praia, num areal tão extenso que parece infinito, que atraíram famílias abastadas de Portugal a passar férias na Figueira da Foz, em anos de 1800. Ao longo do séc. XX começou a chamar mercados mais alargados, nomeadamente o espanhol. Hoje, num novo milénio, a Figueira da Foz quer reinventar-se de modo a chegar mais longe, às Américas e às Ásias. A segunda maior cidade do distrito de Coimbra tem como seus aliados a foz do Rio Mondego e o litoral atlântico, dos quais pretende continuar a tirar partido. A mais larga praia urbana da Europa oferece recantos para todos os gostos, desde rochas a piscinas naturais, ao areal branco e mar tanto calmo quanto com ondas. Este último pode-se tornar um imenso chamariz a todo e qualquer desporto de ondas, com diversas escolas a serem encontradas nas praias, com

aulas para todos os graus de sabedoria e equilíbrio e aluguer de material. A Praia de Buarcos é dona da onda direita mais comprida da Europa, de cerca de uma milha, que o município quer dar a conhecer a surfistas dos quatro cantos mundos. Para valorizar o seu ex-libris a Figueira da Foz está a fazer uma intervenção, fruto de um investimento de 2,15 milhões de euros, dos quais 75% são comparticipados pelo Turismo de Portugal. A acção tem como objectivo aproximar a cidade do mar, com novos passadiços de madeira, duas pontes pedonais que ligam a avenida à praia, construção de uma ciclovia e percurso pedonal de cerca de 3,2Km, pista de atletismo, skate park e intervenções nas duas valas (em Galantes e Buarcos), que actualmente atravessam a praia a céu aberto As intervenções devem durar até ao final deste ano, com a interrupção dos meses de Julho e Agosto, numa

extensão que se orgulha em ter cinco praias com Bandeira Azul, nomeadamente a de Buarcos, Cova Gala, Leirosa, Quiaios e Relógio. É nesta última, na Praia do Relógio, que decorre outro importante eixo estratégico do turismo. O RFM Somnii - o Maior Sunset do Mundo desenrola-se entre 8 e 10 de Agosto e traz a Portugal artistas de renome no panorama da música electrónica internacional. 2016 celebra já a quinta edição do festival que ambiciona trazer mais de 100 mil pessoas à Figueira da Foz. É já uma festa da cidade que mexe com diversas entidades do município, ligadas ou não ao festival, incentivando a desenvolver novos negócios nas áreas da restauração e hotelaria na cidade. Já dizia, no início deste ano, Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro, que o RFM Somnii é “responsável por ajudar a catapultar o Centro e a Figueira da Foz para o palco na-

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Parque Natural Regional do Vale do Tua

cional e internacional”, continuando ao explicar que o festival “induz valor económico real em toda a cadeia do negócio turístico e assume-se como um factor acrescido de promoção interna e externa”. O programa de festas da Figueira da Foz é, aliás, recheado. Até 3 de Julho comemoram-se as Festas da Cidade, com eventos desportivos, gastronómicos e culturais e com concertos de HMB, GNR e Expensive Soul de entrada gratuita. São, portanto, 32 dias de festa contínua que se reflectem de um investimento de 130 mil euros. Foi desenhado um programa transversal, que visa agradar todos e atrair muitos num mega evento que conta com o envolvimento da Junta de Freguesia, unidades hoteleiras e de restauração. Também o Street Food Fest – Portugal terá a sua passagem pela Figueira da Foz. A segunda edição do festival decorre a 26, 27 e 28 de Agosto, tendo já passado pela Praia de Quiaios, no início de Junho. Esperam-se mais de 40 mil visitantes neste evento cultural, gastronómico e musical, que conta com FoodTrucks 100% portugueses.

DESCENTRALIZAR É PRECISO Contudo, aquilo em que se tenta apostar é sobretudo na descentralização da época alta. Para isto aposta-se na valorização do património natural e cultural, com a conservação da natureza, desenvolvimento local, qualificação da oferta e diversificação da actividade turística. O turismo de sol e mar tem de ser complementado por outras modalidades ligadas aos diversos segmentos turísticos, de natureza, desportivo, cultural e de negócios. A Figueira da Foz apresenta-se numa localização geográfica privilegiada, com acessos através da A1, A17 e A14, distando das cidades do Porto, Lisboa e Coimbra em uma hora, hora e meia e meia hora, respectivamente. Aproveita, assim, para se afirmar no turismo de negócios, para o qual dispõe de

diversos auditórios e salas de reunião, nomeadamente no CAE – Centro de Artes e Espectáculos, e de uma oferta complementar de unidades de alojamento e restauração. Para combater a sazonalidade a estratégia passa também por criar pretextos de visita e estadia, em actividade articuladas entre o turismo, a cultura e a vivência urbana. Para isto muito contribui aquele que é o primeiro casino da Península Ibérica, e único na Região Centro, e o próprio CAE. O Casino da Figueira marca o destino de veraneio com um espírito cosmopolita, apresentando espectáculos diários, a sala de jogos, restaurante e bares que caracterizam também a animada vida nocturna da Figueira. A estratégia de atracção turística à cidade passa ainda por explorar o ecoturismo e as diferentes rotas de interesse que esta apresenta. O Museu Municipal Dr. Santos Rocha organiza diversos percursos interpretativos da Figueira da Foz, enquanto a própria autarquia apresenta a Rota das Salinas, a Rota dos Arrozais e o Percurso Arbóreo Terrestre, pegando assim em factores que diferenciam o destino de outros lugares. Este que é um dos maiores centros turísticos de Portugal quer assim dinamizar-se e chamar mercados mais longínquos exaltando o património natural, como é exemplo o Monumento Natural do Cabo Mondego e a restante Serra da Boa Viagem, o património edificado, como o Bairro Novo que se constrói em Art Decó e Art Noveau, apostando no entretenimento para todas as idades e na gastronomia com base no peixe e no marisco, promovendo os seus ex-libris como o estuário do Mondego com as suas salinas e a Ilha da Morraceira e a sua extensa praia e, por fim, tornando mais competitiva a sua oferta hoteleira, com ainda mais qualidade e funcionalidades que permitam a sua sustentabilidade durante todo o ano. <

O Parque Natural Regional do Vale do Tua toma lugar em Trás-os-Montes, sendo o único parque regional do país de 25 mil hectares. Engloba os municípios de Alijó, Murça, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães e Mirandela, com entrada através de cada um dos cinco. A área protegida de âmbito regional foi criada, em 2013, para protecção dos valores de biodiversidade, ao mesmo tempo que potencia o turismo de natureza, desportos náuticos, saúde e bem-estar e aldeias ribeirinhas. Está pronto a receber os turistas que o queiram visitar, já que tem para oferecer várias casas de turismo em espaço rural, turismo verde, percursos pedestres, bem como museus e outros equipamentos. A sua paisagem é diversificada e marcada por serras, planaltos e vales encaixados, tais como os dos rios Douro, Tua e Tinhela. Diversidade esta que também se verifica a nível de fauna e de flora, com 1100 espécies de flora e 943 diferentes espécies animais. Também a nível de património cultural e edificado prima o Parque Natural com vasto conjunto de valores arquitectónicos, arqueológicos e etnográficos dos concelhos que abrange. Principal destaque para a actividade termal, a partir das nascentes das Caldas de Carlão/Santa Maria Madalena e da fonte termal das Caldas de São Lourenço, e para o conjunto de quintas vocacionadas para a cultura da vinha e do vinho, com potencialidades para o enoturismo. O projecto decorreu de acordo com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, sendo gerido pela Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, após a absorção de 70 milhões de euros atribuídos pela EDP, através de contribuições anuais. <

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>aviação Aegean Airlines

Voos directos entre Lisboa e Atenas já arrancaram TEXTO: FERNANDA RAMOS

O dia 13 de Junho marcou a estreia da companhia grega Aegean Airlines no Aeroporto Internacional Humberto Delgado, em Lisboa e o início das ligações directas entre a capital portuguesa e Atenas, numa operação que apenas vai parar nos meses de Janeiro e Fevereiro.

Horário de Verão De Atenas Segundas, quartas e sextas-feiras Partida: 21h30, Chegada a Lisboa: 23h45 De Lisboa Terças, quintas e sábados Partida: 00h35 Chegada a Atenas: 6h45 (hora local) Duração do voo: 4 horas (aproximadamente)

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epresentada em Portugal pela Summerwind e integrada na Star Alliance (a aliança de que a TAP é também membro), a companhia aérea grega Aegean Airlines começou há alguns dias a sua operação para Lisboa. Uma operação que de início foi pensada para ser sazonal, operando apenas durante o Verão e ter duas frequências semanais. No entanto, a boa resposta por parte do mercado levou no imediato a que a operação de Verão fosse realizada com três frequências semanais, como explicou na Roland Jaggi, director de vendas da Aegean, na apresentação da companhia ao trade, em Lisboa. Foi também a boa resposta do mercado que levou ao prolongamento da operação após o Verão, sendo interrompida apenas durante dois meses, de meio de Janeiro a 23 de Março. A propósito, à margem da apresentação, Roland Jaggi confessaria à Turisver estar optimista com esta: “Estávamos a pensar parar durante todo o Inverno, mas vamos parar apenas de 15 de Janeiro a 16 de Março, porque este é o período mais fraco do turismo na Grécia”. Por outro lado, “tínhamos pensado em dois voos por semana, mas durante o Verão vamos ter três. Só no Inverno, a partir do final de Outubro, é que teremos dois voos”, explicou o director de vendas da companhia, antecipando ainda que “se o mercado necessitar, poderemos no próximo Verão passar para

quatro voos por semana”. Portugal, disse-nos Roland Jaggi “era a rota que nos faltava e sentia-se que o mercado carecia de uma ligação directa entre Portugal e a Grécia”. O passo só agora foi dado porque “por se tratar de um voo de quatro horas, a rentabilidade é complicada” mas “acreditamos que neste momento há procura para um voo directo”. Por outro lado “o facto de a Aegean ter tido um crescimento assinalável nos últimos cinco anos, deu-nos confiança para este passo”. É no facto de se tratar de um voo directo que estará o segredo da procura que está a registar-se uma vez que esta ligação entre Lisboa e Atenas permite aos passageiros “poupar entre 30 a 50% do tempo na viagem”. A isto acresce a vantagem de a Aegean ter boas conexões para todas as ilhas gregas, principalmente as mais turísticas, mas também para as mais pequenas. O responsável destacou ainda o bom relacionamento com o trade português, nomeadamente com os principais operadores turísticos e agências de viagens, que tem permitido uma escala apreciável de vendas antecipadas. Presente no evento, Nunes Ferreira, director-adjunto do Aeroporto de Lisboa, expressou a sua satisfação por haver mais uma companhia a ligar a capital portuguesa ao mundo, e sublinhou que “ligar Lisboa e Atenas é ligar duas civilizações que marcaram o mundo moderno”.

Nesta fase de Verão, os voos da Aegean saem da capital grega às segundas, quartas e sextas-feiras às 21h30, para chegarem a Lisboa às 23h45. Da capital portuguesa partem no dia seguinte, ou seja, às terças, quintas e sábados às 00h35, chegando a Atenas às 6h45, hora local, depois de um voo de aproximadamente quatro horas.

AEGEAN EM NÚMEROS Vencedora, por seis vezes, dos prémios Skytrax para a melhor companhia regional, a Aegean tem vindo a crescer em passageiros, frota e lucros. Actualmente, a companhia grega voa para 101 destinos à partida do seu hub de Atenas (63 em 2013), sendo 30 domésticos e 71 internacionais, que serve com uma frota de 61 aviões que oferecem 16,2 milhões de lugares (45 aviões e 11,8 milhões de lugares em 2013), prevendo transportar este ano 12,5 milhões de passageiros, número que se compara com os 8,4 milhões transportados em 2013. O que também tem crescido nos últimos anos são os lucros. Depois de ter fechado com prejuízos nos piores anos da crise (2010 a 2012), a Aegean conseguiu reverter a situação em 2013, ano em que passou de 12,3 milhões de euros negativos para um resultado positivo de 83,6 milhões de euros. No ano seguinte, a companhia conseguiu um lucro de 94 milhões de euros e em 2015 os resultados voltaram a subir para um lucro de 100,3 milhões de euros.<


Zagreb-Lisboa-Zagreb

• Companhia: Croatia Airlines • Duração: Até finais de Outu • 3 frequências por sema bro • Às segundas, quartas e na sextasfeiras • Avião: Airbus A319, A320 ou Fokker 100

TEXTO: FERNANDA RAMOS

A Croatia Airlines iniciou a 20 de Maio uma operação directa que liga Zagreb a Lisboa, cidade que passou a ser o 32º destino servido pela companhia aérea croata que é membro da Star Alliance. Trata-se de uma rota sazonal que vai manter-se até ao final de Outubro, com três frequências semanais, mas o objectivo é passá-la a anual.

Até final de Outubro

Croatia Airlines liga Zagreb a Lisboa

A

Croatia Airlines, companhia aérea que integra a Star Alliance e é representada em Portugal pela APG, iniciou a 20 de Maio uma operação regular entre as capitais Zagreb e Lisboa, ligação que conta com três frequências semanais, às segundas, quartas e sextas-feiras. A nova rota, operada em aviões Airbus A319, A320 ou Fokker 100, consoante a procura o justificar, vai prolongar-se até finais de Outubro. A chegada a Lisboa do primeiro voo da companhia aérea croata foi assinalada no Aeroporto Humberto Delgado, com a habitual cerimónia de boas

vindas. Junto dos passageiros, a celebração fez-se com a presença figurativa de Fernando Pessoa que recitou alguns poemas na recepção dos primeiros passageiros desembarcados e os primeiros passageiros a partir neste voo registaram o momento numa “selfie” personalizada. Já a cerimónia oficial contou com a presença de Kresimir Kucko, presidente da Croatia Airlines, do Embaixador da Croácia em Portugal, Ivica Maricic, e do director do Aeroporto de Lisboa, João Nunes. Na altura o presidente da Croatia Airlines, Kresimir Kucko, sublinhou a importância da nova rota para a companhia e para os passageiros de ambos os países. “Acredito que os cidadãos croatas vão reconhecer a importância desta rota e que isso os vai encorajar a descobrirem a beleza de Lisboa, e de Portugal em geral”, disse o responsável. O CEO da Croatia sublinhou ainda a satisfação da companhia em poder “oferecer aos portugueses a ligação mais rápida e cómoda com a Croácia”, tendo em conta que a TAP deixou de voar para a capital croata desde Março deste ano. Este voo directo torna também mais simples as ligações, à partida de Zagreb, a outras cidades croatas como é o caso de Split, Dubrovnik, Zadar e Pula, importantes destinos turísticos do país. À margem da cerimónia, Kresimir Kucko frisou aos jornalistas que a capital portuguesa, que é um dos quatro novos destinos da companhia croata,

“foi a primeira escolha para a expansão da nossa rede”. Uma escolha que está a revelar-se acertada uma vez que a adesão do público a esta ligação está “acima das expectativas”, com uma taxa de ocupação dos voos a rondar os 60%, algo que considerou “muito positivo” porque “não tivemos muito tempo para promover a rota” e também porque fica próximo do load factor médio dos voos da companhia, que se situa nos 70%. Esta situação, sublinhou, “só confirma o grande potencial” da rota. Quanto à origem dos passageiros, o responsável adiantou que “60% a 65% são originários da Croácia e o resto de Portugal”. O presidente e CEO da Croatia Airlines adiantou ainda que a estratégia da companhia passa por reforçar a oferta de voos entre as suas capitais já no Verão de 2017, se possível para um voo diário, e posteriormente, se a procura o justificar, manter a operação também durante o Inverno, passando a operação a anual. Recorde-se que a companhia abriu recentemente rotas para Milão, Praga e São Petersburgo. Fruto das novas rotas, a Croatia Airlines espera transportar este ano “o número recorde de dois milhões de passageiros”, avançou o presidente da companhia aérea. Refira-se que a Croatia Airlines oferece actualmente ligações directas para 34 destinos, em vinte países europeus, e para todo o mundo, em colaboração com os seus parceiros da Star Aliance de que é membro desde 2004. < TURISVER | JUNHO DE 2016

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>figuras

>últimas

Cristina Simões

Sales Executive | Hotéis Dom Carlos A nova Sales Executive integrava já a equipa dos Hotéis Dom Carlos, tendo ingressado no Dom Carlos Liberty em 2006. Ali se manteve até 2011, ano em que sai para o Dolce Campo Real, regressando aos Hotéis Dom Carlos, para a área do front office onde se manteve até agora. A carreira profissional de Cristina Simões não começa na hotelaria, já que a profissional dedicou-se, entre 2001 e 2005, ao acompanhamento de grupos de turismo sénior e transferes em alemão e inglês e à assistência no aeroporto de Lisboa, Hotéis e Centro de Congressos, para grupos de Congressos e Incentivos. Cristina Simões é licenciada em Informação Turística, no ramo de Guia Intérprete Nacional e Correio de Turismo, pela ESHTE.

Antigo Longevity Wellness é agora Macdonald Monchique Resort & Spa

Carla Carlos

Resultado de um investimento de 5 milhões de euros na reabilitação do resort, abriu portas no início deste mês o 5 estrelas Macdonald Monchique Resort & Spa, resort de luxo no Algarve que segundo os promotores está “inteiramente dedicado ao bem-estar, do corpo e da alma”. O antigo Longevity Wellness de Monchique, que se encontrava encerrado desde 2014, integrando os activos do Fundo Discovery, passa assim a ser gerido pela cadeia britânica Macdonald Hotels & Resorts. O resort dispõe de 185 suites de luxo, Spa, quatro restaurantes (gourmet, um italiano, um de petiscos e outro regional), três bares,

Directora Comercial | Travelers

Sara Freire

Directora-geral | Neya Lisboa Hotel Com uma vasta experiência em hotelaria, designadamente na área comercial, Sara Freire acaba de ser nomeada directora-geral do Neya Lisboa Hotel, transitando da Direcção Comercial da mesma unidade hoteleira. Tendo passado por hotéis como o Thema Hotels & Resorts e o WR Hotels em Lisboa, a profissional sublinha que “o objectivo é continuar a prestar um serviço de excelência a todos os nossos clientes, dentro das premissas de sustentabilidade que tanto valorizamos”. Sara Freire tem formação superior em Direcção Hoteleira pela Escola de Hotelaria de Lisboa e uma pós graduação em Gestão Hoteleira pelo ISLA em Lisboa.

Sair dos EAU vai ficar mais caro Abu Dhabi vai introduzir, a partir de Julho, um imposto de saída de 35 dirham (8,5 euros) como pagamento de serviços a todos os passageiros que partam ou façam uma conexão nos aeroportos do emirado, seguindo assim as medidas anunciadas há dois meses pelos emirados do Dubai e Sharjah. Só estarão isentos desta taxa as crianças com menos de dois anos de idade, os passageiros em trânsito ou uma escala, desde que continuem viagem com o mesmo número de voo, e a tripulação das companhias aéreas. A empresa que gere os aeroportos de Abu Dhabi receberá este imposto das companhias aéreas que o cobrarão aos seus passageiros directamente na compra dos seus bilhetes de avião. Dubai anunciou em Março que iria começar a cobrar uma taxa de saída de 35 Dh aos seus passageiros, em relação a todos os voos, a partir de 30 de Junho. Sharjah seguiu-se com o mesmo anúncio em Abril.<

Desejo assinar a Revista por um período de ______________ ano(s)

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Profissional com vasta experiência no ramo do turismo, no qual trabalha praticamente há três décadas, Carla Carlos acaba de assumir o cargo de directora comercial do operador turístico Travelers. Licenciada em Gestão de Empresas Turísticas e Hoteleiras, pelo Instituto de Novas Profissões, tendo tirado o Master Executive em Psicologia Positiva Aplicada no ISCSP, a nova directora comercial da Travelers dedicou 25 anos da sua carreira a trabalhar na aviação civil, tendo passado por companhias aéreas de referência como a Alitalia, a Transavia. com (holandesa) e mais recentemente a Air Canada, representada em Portugal pelo GSA) Aviareps.

piscinas interior e exteriores, ginásio, kids club, cinema, sala de conferências e uma oferta alargada de actividades ao ar livre. A Macdonald Hotels & Resorts detém ou opera 45 hotéis e 10 resorts no Reino Unido, Irlanda, Espanha e Portugal, e é reconhecida internacionalmente pela qualidade da sua hospitalidade e restauração, bem como pela gestão de sucesso de campos de golfe, Spas de luxo e resorts de lazer. O grupo britânico desenvolve, para cada um dos seus hotéis e resorts, conceitos distintivos e únicos, assentes na individualidade, perfil, personalidade e identidade local das unidades. <

Boletim de Assinatura Turisver

Nome: ___________________________________________________________________________________________________ E-mail: ___________________________________________ Empresa: _____________________________________________________________ Morada: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ C. Postal: ___________________________ Telefone: __________________________________________ E-mail: ___________________________________________________ Contribuinte: _____________________________________________ Data: ___________________________________ Continente e Ilhas € 52,50 (Anual)

Estrangeiro € 65,00 (Anual)

IVA incluído à taxa de 6%.

Assinale com uma cruz o destino pretendido.

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Pagamento por cheque ou vale dos CTT dirigido a: Rua da Cova da Moura, Nº 2, 2º Esq., 1350-117 LISBOA


HOTEL ROMA is an “icon” and an historic Hotel in Lisbon which translates to its guests the genuine values of Portuguese hospitality. We proudly represent the values, culture and Portuguese tradition, with a “warm and cozy” way of receiving our guests as an authentic “Portuguese Home” Hotel Roma serves its guests for more than 40 years, providing great levels of quality of service and comfort due to its hospitality knowledge and accumulated expertise as acknowledged by its clients.

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Eventos

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