Turisver n Setembro de 2015 n Mensal n Nº 832 n Ano XXX n Preço 5€ n Director José Luís Elias
Mercado brasileiro
Dez anos a crescer em Portugal
Legislativas 2015 Os programas eleitorais e o Turismo
Miguel Ferreira Exótico e Destinos vão facturar cerca de 7M€
Em Novembro na FIL 2ª Expo Abreu traz ainda mais produto
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SETEMBRO DE 2015 | TURISVER
>abertura Dados OMT
TEXTO: FERNANDA RAMOS
Turismo mundial cresceu 4% no primeiro semestre Nos primeiros seis meses deste ano, o número de chegadas de turistas internacionais em todo o mundo registou um crescimento homólogo de 4%, o que se traduziu em mais 21 milhões de turistas, para um total de 538 milhões. A Europa, segundo os dados da Organização Mundial de Turismo, cresceu acima da média mundial, com um aumento de 5%. CHEGADA INTERNACIONAIS DE TURISTAS
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Fonte: World Tourism Organization (UNWTO) ©
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turismo continua a ter uma performance consolidada a nível mundial e crescimentos em todas as regiões do mundo, excepto África que, com uma quebra de 6% no número de turistas recebidos acabou por “puxar para baixo” os resultados do primeiro semestre em que, em termos globais, a chegada de turistas internacionais aumentou 4% face a igual período de 2014, com a OMT a manter as suas previsões de crescimento para este ano em 3 a 4%. Com os resultados a serem impactados pela recuperação das economias avançadas que contrastou com o abrandamento das economias emergentes, bem como pela descida dos preços do petróleo e as flutuações cambiais, o comportamento em termos de destinos turísticos foi muito diferente entre si, o que não aconteceu em termos das grandes regiões mundiais que registaram a entrada de mais quatro a seis por cento de turistas. Com a média de crescimento mundial a situar-se nos 4% (mais 21 milhões de turistas), a Europa foi uma das regiões que teve uma performance acima da média, com um aumento homólogo de 5%, o mesmo que as regiões da Ásia-Pacífico e Médio Oriente, enquanto as Américas se ficaram pela média dos 4%.
Para o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo, Taleb Rifai, os resultados agora conhecidos “mostram que, apesar de uma volatilidade crescente, o turismo continua a consolidar a performance positiva ao longo dos últimos cinco anos e a proporcionar desenvolvimento e oportunidades de negócio em todo o mundo”. Por isso Taleb Rifai volta a pedir “um forte apoio ao turismo como sector que tem potencial para corresponder a algumas dos mais prementes desafios da actualidade, nomeadamente, a criação de empregos, crescimento económico e inclusão social”. Por regiões, a Europa continuou a ser a mais visitada no primeiro semestre deste ano, beneficiando da baixa do Euro face ao Dólar. Para o aumento médio de 5% contribuiu principalmente a recuperação dos destinos do Leste e Centro europeu (+6%), enquanto a Europa Ocidental, do Norte e Mediterrânica se fixaram nos 5% cada. Na Ásia-Pacífico, o crescimento foi liderado pela sub-região da Oceânia, com mais 7% de turistas que no primeiro semestre do ano passado, sendo que em termos de países há a registar os aumentos de 47% e 30% verificados no Japão e na Tailândia, respectivamente. Já nas Américas a liderança coube à sub-região das caraíbas, com +7%. < TURISVER | SETEMBRO DE 2015
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>editorial Se toda a política precisa de uma economia, a economia determina uma política; é isso que está a acontecer com a globalização.
> Em tempo de eleições
José Saramago 2001
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stamos em vésperas de eleições Legislativas, vamos escolher, a 4 de Outubro, quem nos vai governar nos próximos anos. Esta deveria ser a “arma” dos cidadãos, o voto, mas raramente o é porque, no essencial, as bases publicadas e publicitadas, e que nos fizeram confiar em determinado candidato, esfumam-se muitas vezes quando este chega ao governo. Aí infelizmente para a democracia, pouco ou nada do que foi prometido chega a ser realidade, havendo sempre alguma desculpa, tirada do fundo do baú, que serve pretensamente de justificação.
José Luís Elias, Director joseluiselias@turisver.pt
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Se assim é, infelizmente para a política no geral e até mesmo para áreas sectoriais, o mesmo, e ainda bem, não se passa normalmente em relação à actividade económica do turismo. O que se promete é pouco ou quase nada porque não faz manchetes de jornal e rende poucos votos. O que nos dizem os programas eleitorais sobre a actividade económica do turismo é, no essencial, um alavancar de ideias mais do que definições pelas quais venha a existir uma linha condutora da intervenção a seguir.
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Mas nem todos os partidos políticos com assento parlamentar, e foram esses os “programas” para o sector que li, dedicam ao sector um espaço condizente com a importância que o turismo tem para o país, para as suas exportações e para o peso económico que tem no Produto Interno Bruto. Há mesmo um partido político, o Bloco de Esquerda, que só regista uma única vez a palavra TURISMO no seu programa, o que nos deve fazer reflectir a todos. Mas nem tudo nesta pré-campanha eleitoral foi um completo vazio no que ao turismo diz respeito, destacando-se a iniciativa da Confederação do Turismo Português que promoveu dois jantares-debate com responsáveis de dois partidos que ambicionam ser governo após o próximo acto eleitoral, António Costa, secretário-geral do PS e Paulo Portas, presidente do CDS-PP, pela Coligação Portugal à Frente. Estes encontros entre políticos e empresários do turismo proporcionaram ficarmos a saber algo mais do que pensam estas duas importantes figuras e o que farão caso sejam eleitos para governar. Para não ser injusto, destes debates sai um compromisso assumido por António Costa de descida do IVA da restauração para 13%, sem que esta seja compensada com a subida de outros impostos pagos pelo sector nomeadamente o IVA sobre o alojamento que está em 6%. De Paulo Portas ficou a ideia que tudo tem corrido bem no turismo e, como bom estratega, deixou no ar que “em programa que ganha não se mexe”. Como conclusão só posso dizer que sabe a pouco o que se tem dito sobre o turismo em Portugal nesta pré-campanha eleitoral. <
Turisver
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SETEMBRO DE 2015 | TURISVER
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>em foco Turismo nas Legislativas 2015
TEXTO: FERNANDA RAMOS
A poucos dias das eleições fomos ler o que os programas eleitorais dos partidos com assento parlamentar dizem sobre o turismo, que não é muito e não traz novidades. Juntámos o que nos pareceu ter sido dito de mais importante nos dois jantaresdebate promovidos pela CTP, com António Costa e Paulo Portas.
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O que dizem os programas eleitorais
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turismo é um sector estratégico, a actividade que, mesmo em tempos de crise, cresceu a um ritmo invejável – pese embora o tombo do turismo interno – gerou emprego, catapultou exportações e salvou a balança comercial do deficit graças, como se tem afirmado, ao esforço dos empresários. Estes agradecem o reconhecimento verbal mas continuam a afirmar que palavras e actuação governativa não condizem. Estamos à beira de eleições legislativas, sabemos que entre programas eleitorais e governação vai uma grande distância. Mesmo assim é importante olhar os programas dos partidos com assento parlamentar, para saber que política propõem para o turismo - e, de forma geral, as novidades não imperam. Quantidade não significa qualidade, mas não deixa de ser sintomático o número de vezes que em cada progra-
ma a palavra “turismo” vem à liça, e de que forma. Se quantidade significasse algo mais que isso, o Partido Socialista levava a melhor porque cita o turismo 34 vezes ao longo das cerca de 90 páginas do seu programa. Segue-se a Coligação Portugal à Frente (PSD+CDS) em cujo programa, de mais de 152 páginas, o turismo é referido 21 vezes. Se acham pouco, temos notícias piores: o programa do PCP apenas refere o turismo seis vezes e o Bloco de Esquerda só uma.
BE E PCP O que o Bloco faria, ou pretenderia, se fosse chamado a governar, é uma incógnita porque o seu Manifesto Eleitoral é praticamente omisso, com a palavra turismo a surgir na pág. 24, na área da cultura, para dizer: “Regista-se ainda uma viragem de prioridades para (algum) turismo e que exclui as popula¬ções locais”. Defendendo que a TAP “deve continuar a ser o que é,
uma empresa pública ao serviço das rotas estratégicas definidas pelo País, no seu interesse, no dos seus emigrantes e no da lusofonia”, o manifesto propõe ainda a “diminuição do IVA da restauração para 13%”. Já o PCP preconiza (p.33) “a promoção do agro-turismo e do turismo rural” e a melhoria da “atractividade dos portos para o turismo de cruzeiros”. No parágrafo “Mais e Melhor Turismo” (p.34), considera o turismo “importante factor de dinamização e coesão económica e social, determinante no actual saldo positivo da nossa balança de bens e serviços, que deve garantir a competitividade e a viabilidade económica dos destinos e empresas nacionais, sem recurso a baixos salários e trabalho precário”. “Combater a marcada sazonalidade”, “salvaguardar o património natural e cultural, aprofundar a diversificação dos mercados emissores e intensificar a sua internacionalização” bem como “reforçar a afirmação das regi-
ões de turismo enquanto entidades motoras do desenvolvimento regional”, são propostas a que se soma a redução do IVA da restauração para 13%, continuação da “TAP como empresa de bandeira e pública”, “reversão da ANA para o sector público” e “modernização das infra-estruturas, equipamentos e exploração dos aeroportos e dos portos”.
PARTIDO SOCIALISTA No programa eleitoral do Partido Socialista, o turismo aparece associado à cultura, ao desporto, ao ambiente, natureza e ordenamento do território, ao mar, através do desenvolvimento dos portos e náutica de recreio, e até a sectores menos óbvios como a Defesa (p.29). “Apostar no turismo como sector estratégico para o emprego e para o crescimento das exportações” (págs.77-78) é o subcapítulo dedicado ao turismo, onde se fala da sua importância e da necessidade do seu planeamento e desenvolvimento, tendo como prioridade “as políticas de combate à sazonalidade, dinamização do turismo interno, descentralização da procura, promoção das acessibilidades e uma mais eficaz promoção de Portugal”. As propostas passam pela criação de “um Plano Estratégico Nacional de Turismo credível e fundamentado e de Planos de Promoção Turística de base nacional e regional” envolvendo as empresas turísticas, bem como pela manutenção e credibilização de uma entidade pública “responsável pela promoção, valorização e sustentabilidade da actividade turística” reforçando-a enquanto interlocutor dos privados. Reforço da “competitividade digital” das empresas e da atractividade do turismo português face ao investimento estrangeiro; melhoria contínua da oferta; promoção das “acessibilidades aéreas”, reforço da qualidade e prestígio das “Escolas e Profissões do sector”; “consonância entre a aplicação dos Fundos Europeus do Portugal 2020 e as prioridades estratégicas” do turismo; “redução dos entraves burocráticos (…), racionalizando a multiplicidade das taxas cobradas por várias entidades, que incidem sobre o licenciamento e a operação das empresas de turismo” são alguns dos compromissos.
Jantares-debate da CTP
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egislativas 2015” foi o tema a que a Confederação do Turismo Português fez subordinar dois jantares-debate, um com o secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, outro com o representante da coligação Portugal à Frente, e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas. António Costa não falou do programa eleitoral, remeteu para ele em questões genéricas do turismo e, sem promessas mas com alguns compromissos, valeu-se do conhecimento que os anos de presidência da Associação Turismo de Lisboa, por inerência do seu cargo de presidente da Câmara de Lisboa, lhe proporcionaram relativamente a esta matéria. Mostrando conhecer anseios e preocupações dos empresários do sector, não fugiu às perguntas colocadas – mesmo quando em cima da mesa estiveram “taxas e taxinhas” - avançando compromissos e ideias que não constam do programa. Uma destas ideias reside na possibilidade de redistribuição do IVA turístico pelas autarquias, visando a correcção de desequilíbrios entre o número de residentes e o de turistas que, em
época alta, beneficiam de infraestruturas de determinada região. A medida, disse, poderia vir a pôr de lado a ideia de cobrar taxas turísticas. Outro aspecto, que de alguma forma já tinha sido ouvido em debates e entrevistas, é o compromisso de que um governo liderado por António Costa irá combater o excesso legislativo, com o Conselho de Ministros a legislar sobre assuntos que afectem as empresas apenas uma vez por mês, com os diplomas, acompanhados dos respectivos regulamentos e portarias, a entrarem em vigor semestralmente. Como se esperava, reafirmou a descida do IVA sobre a restauração para 13%, e descansou os empresários hoteleiros sobre possíveis efeitos desta medida, comprometendo-se a manter o IVA de 6% no alojamento. É verdade que Paulo Portas nunca esteve ligado ao turismo, mas o seu partido tem tutelado a actividade, por isso os empresários esperavam mais do que a referência a um conjunto de méritos conseguidos pelo turismo ao longo destes quatro anos. Foi nos números do turismo, já repetidos à exaustão, que se escudou, parabenizando
empresários e medidas governativas de liberalização da actividade e de promoção turística. Sobre o futuro não se comprometeu e não prometeu, principalmente em matérias directas do turismo, como também não responderia de forma directa a nenhuma das questões colocadas pelos presentes, nomeadamente sobre alojamento local, política aeroportuária, especialização do turismo em termos de apoios ao financiamento, lei do jogo, custos de contexto… Quanto ao IVA, subentendeu-se que as taxas que impendem sobre os vários sectores da actividade não serão mexidas: o governo sempre se tem oposto à redução do IVA sobre a restauração para 13%, embora tenha colocado o alojamento nos 6%, o que foi lembrado pelo líder do CDS-PP que não resistiu a fazer comparações com as taxas mais elevadas do alojamento em Espanha e, sobretudo, as várias taxas da Grécia. Promessa ou compromisso apenas que a economia vai crescer, que o rendimento individual vai aumentar por via da eliminação gradual da sobretaxa do IRS e que isso terá impacto positivo sobre o turismo interno e, assim sendo, sobre o sector e as suas empresas. <
Preconiza-se ainda o desenvolvimento de “novos negócios turísticos”; a monitorização da actividade” e a implementação “em articulação com sector privado” de “programas de combate à sazonalidade”. O programa do PS propõe a “redução do IVA da restauração para 13%” para “promover o emprego”, e afirma que o PS “não permitirá que o Estado perca a titularidade sobre a maioria do capital social da TAP”.
dade do turismo” (p.74 a 76) concentra o programa para o sector assente em objectivos: “atingir 20 milhões de turistas por ano até 2020, crescer em receitas por turista acima da média dos nossos principais concorrentes, chegar a 2020 como o 10º país mais competitivo do mundo em matéria de turismo (somos hoje o 15º)”. Para atingir estas metas avança quatro linhas de actuação. A primeira, “Desburocratizar: ultrapassar a dimensão sectorial do turismo”, propõe substituir o PENT “por um documento enquadrador das políticas públicas para o sector” tendo como focos o “turista individual”, a “liberdade de actuação do sector privado”, a aos desafios do futuro e “o conhecimento sobre a actividade”; “continuar a flexibilização da legislação”; identificar custos de contexto limitativos da competitividade e agir sobre esta “para reforçar a atractividade de Portugal como destino de investimento turístico”, além de se pretender reforçar o papel do Turis-
mo de Portugal como interlocutor do sector. Na “Promoção: reforçar o papel dos privados” a coligação quer “associar estreitamente o sector privado à definição, execução e avaliação da componente política de promoção do Destino Portugal (…)”; “aprofundar” o “apoio à comercialização” e prosseguir o “reforço da acessibilidade aérea”. Na linha “Qualificação: ter como referencial a empregabilidade”, as propostas passam por “envolver o sector privado na definição e preparação da oferta formativa das escolas”; “descentralizar a gestão de EHT” e “ligar o financiamento público (…) à publicitação de indicadores qualitativos e quantitativos” da oferta formativa. Por último, na área do “Conhecimento: Economia Digital e Inovação” o destaque vai para a implementação de um sistema de Business Intelligence no Turismo de Portugal e a “implementação e reactivação da Conta Satélite do Turismo”. <
COLIGAÇÃO PORTUGAL À FRENTE Citando o contributo “muito significativo” que o turismo está a dar à “recuperação económica”, o programa da coligação alia também o turismo à cultura, ao transporte aéreo e política aeroportuária, à privatização da TAP – processo que se pretende concluir -, ao ordenamento do território e à Defesa (turismo militar). O subcapítulo “Reforçar a competitivi-
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>entrevista Miguel Ferreira
– director-geral da Exoticoonline
Facturar cerca de 7M€ este ano é o objectivo Para Miguel Ferreira este foi um ano diferente já que, a partir de Abril, à gestão da Exoticoonline somou a da marca Destinos, líder de mercado no Algarve por via da relação com o grupo MTS. Para ambas o caminho é de crescimento, a Destinos deverá crescer 30%, a Exótico 15 a 18%, com o operador a ter agora uma das suas épocas mais agitadas, com os charters de Réveillon para o Brasil, já no mercado, e a preparação de uma operação para o Funchal, o que é uma novidade.
TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS
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urisver – Como é que tem sido dirigir duas marcas, a Exótico e a Destinos? Miguel Ferreira – Foi um desafio. São duas marcas que não colidem entre si, a Destinos como market líder no destino Algarve já tinha a sua marca ao longo dos últimos anos, foi reposicionada no mercado e recredibilizada, o que foi um projecto bastante interessante e um desafio, um projecto que deu gosto e que me dará ainda mais gosto na continuidade. Essa satisfação passa também pelos resultados? Os resultados surgiram quase de imediato desde o início do ano, ou seja, o mercado respondeu até melhor do que eu esperava. Para este ano, a Destinos tem projectado vender em torno dos quatro milhões de Euros, o que é um crescimento da ordem dos 30%, sendo que cerca de 75% é Algarve. Mas apesar de muito conotada com o Algarve, a Destinos não vende só Algarve, onde tem uma grande quota da sua facturação, mas apresenta números muito surpreendentes na Madeira e 8
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“Para o ano o Sul de Espanha vai também ser uma forte aposta nossa [da Destinos], com mais produto disponível já para reserva antecipada” nos Açores, com crescimentos muitíssimo elevados a nível de hotelaria. Depois temos Lisboa, Porto, etc., ou seja, a Destinos faz uma cobertura nacional se bem que, por força da maior procura do Algarve durante o Verão, o market share do Algarve é muito superior ao dos outros destinos. Com 75% das vendas a serem Algarve, o Verão terá concentrado grande parte dessas vendas. Mas há um “pinga-pinga” constante? Como é conhecido, iniciei a gestão da Destinos em Abril, mês a partir do qual já se começa a vender Algarve. Este
ano tivemos a Páscoa em Abril, o que também facilitou. Quando o tempo começa a melhorar o short-break Algarve existe, porque é um destino de proximidade, de qualidade, multiproduto Além de Portugal já têm outras propostas? A marca lançou este ano o Sul de Espanha porque isso fazia todo o sentido. O mercado português viaja muito para o Sul de Espanha, nomeadamente em autoférias e por força de toda a contratação MTS, decidimos agregar oferta para este destino. Já o fizemos com o Verão a decorrer, os resultados foram até surpreendentes mas claro que quanto mais vamos avançando em Verão menos disponibilidade vai existindo. Para o ano o Sul de Espanha vai também ser uma forte aposta nossa, com mais produto disponível já para reserva antecipada.
OPERAÇÃO BRASIL A Exótico está a fazer o seu caminho normal de crescimento, envolvendo-se, na Páscoa e fim de ano, em operações charter para o Brasil, com quotas
cada vez maiores. Porque o Brasil faz parte do vosso DNA pergunto se conseguem vender o destino ao longo do ano em regular? O DNA da Exótico foi Brasil porque esse é o DNA do Miguel Ferreira. Este ano, o Brasil, tirando os períodos de Páscoa e de Réveillon, notou-se um decréscimo no primeiro semestre, por dois motivos: o reaparecimento de rotas em voos directos à partida de Portugal, obviamente com preço médio inferior ao Brasil e a valorização do Dólar, que afecta todo e qualquer destino, mas que pôs o Brasil desproporcional em preço face a outros destinos, nomeadamente Caraíbas, cuja contratação não é em Dólares ou onde o custo local é menor. Não podemos esquecer que o custo operacional do Brasil tem subido aos 10 a 12% ao mês, seja em impostos, seja no combustível, e isto reflecte-se no preço médio diário de um quarto. Chegámos ao ponto em que o preço de uma noite no Brasil equivale a três noites nas Caraíbas. O nosso segundo semestre costuma ser melhor que o primeiro, o Brasil nunca foi um destino que vendêssemos em grande quantidade durante o Verão
“Em termos da Exótico, os destinos extra Brasil já representam mais de 30% da facturação”
porque o tipo de cliente que nós temos ou que confia cada vez mais em nós, viaja fora dos picos da temporada. É um produto mais upscale, é um cliente que não faz sete noites mas 10 ou duas semanas, que não está apenas dependente das férias escolares. Mas repito, o primeiro semestre foi ligeiramente inferior ao ano passado, mas 2014 foi um ano atípico, um ano de Mundial de Futebol. Ou seja, estamos a trabalhar em cima de números que podem não ser os reais. Assim, houve mais passageiros transportados e uma ligeira quebra na facturação porque o ano passado as operações do Mundial tiveram um valor três vezes superior ao normal, embora com estadias inferiores. Quem ler que montar uma operação para o Brasil está mais caro quando o Real está tão baixo, não entende do que estamos a falar. Há factores importantes a ter em conta e prova disso é o réveillon, em que os preços no mercado não tiveram alterações. Passou um ano, o Dólar estava a 1,35€ e está agora na faixa de 1,10€, uma diferença de cerca de 20%, mas os preços mantiveram-se, ou seja, há uma clara aposta dos hoteleiros em manter o mercado português porque, quer queiramos quer não, o Nordeste tem um carinho muito especial pelo mercado português, pelo que os próprios privados, mais uma vez, fazem um esforço e abdicam de ganhar mais alguma coisa em prol de manter o mercado, nomeadamente as redes portuguesas que estão no Brasil. Quando as pessoas dizem “mas o Real desvalorizou”, isso é um facto, o custo de vida para o português no Brasil vai baixar significativamente. Mas não podemos esquecer que a grande maioria da contratação é feita em Dólares ou Euros, indexada a um câmbio local sobre os custos que eles têm e nós não temos forma de contratar em Reais, porque o Real não é uma moeda em transacção desde a União Europeia.
Um dos dados curiosos é que Salvador da Bahia continua a ser um dos destinos predilectos dos portugueses, em contraste com a procura interna. Isso deve-se a quê? Na minha opinião pessoal, deve-se a duas coisas. A Bahia tem melhor parque hoteleiro, em resorts e Tudo Incluído e hoje as pessoas que viajam – e não podemos esquecer que Portugal está a sair de uma crise - optam cada vez mais pelo Tudo Incluído, porque é um tipo de férias de custo controlado, a pessoa sabe o que paga e sabe o que vai ter, só vai gastar mais se realmente pretender porque a base do avião, do transfer, do seguro, do hotel, da alimentação e da animação, já está incluído no preço que pagou. Falamos da Bahia, mas podíamos falar do Algarve em que isto sucede cada vez mais e onde os top sellers este ano foram todos em Tudo Incluído. Já se nota até no mercado nacional para o Algarve que a primeira procura incide sobre o All Inclusive, o que não era normal. Para o mercado nacional brasileiro, pelo que falo com amigos, o custo do aéreo dentro do mercado nacional sai tão caro como ir para as Caraíbas, pelo que é normal que o brasileiro prefira sair. Claro que agora, com o Real a bater os recordes que está a bater, é provável que comece a haver uma retracção na saída porque o cliente quando vai fechar um pacote turístico este está em Dólares e isso faz com que esteja neste momento a pagar, em alguns casos, mais 40 ou 50% do que pagava há meia dúzia de meses atrás. O Brasil sempre foi o motor da Exótico, mas a exótico não tem só Brasil. A ideia com que se fica sempre é que os outros produtos que a Exótico tem não arrancam. Não é bem assim? Não. Miami já é o nosso segundo destino, embora este ano tenha caído por via da alta do Dólar que levou os preços a subirem 20 a 30%. Desde que a TAP iniciou a rota há três anos, não vou dizer que fomos os primeiros, mas fomos certamente dos primeiros a lançar a
programação para o destino. Por força de o mercado nos pedir, introduzimos São Tomé que tem tido números muitíssimo simpáticos, e durante o Verão também tivemos Porto Santo, e desde que a TAP iniciou a rota do Panamá e Bogotá, embora sejam destinos não massivos, temos tido também resultados simpáticos. Em termos da Exótico, os destinos extra Brasil já representam mais de 30% da facturação.
EXÓTICO EM CRESCIMENTO Este ano é previsível que a Exótico cresça? A expectativa de início do ano era que a exótico tivesse um crescimento de 15 a 18%, vamos ver se conseguimos manter os objectivos até ao final do ano.
greve isso desestabilizou um ano que poderia ter sido, provavelmente, dos melhores no caso do Brasil. Que outras apostas têm para a época baixa e para o Réveillon? Vamos ter variadíssimos Réveillons em Portugal com a Destinos que começaram já a ser lançados no mercado, bem como no Sul de Espanha. Com a Exótico vamos ter Madeira e os destinos normais, mas o maior reforço será no Funchal, em voos TAP e em charter.
CABO VERDE É HIPÓTESE PARA 2016
Se a marca Destinos vos coloca com quatro milhões de euros em vendas, a Exótico coloca-vos onde? No total esperamos facturar entre os 6,5 os sete milhões, o que para a entidade fiscal Exótico significa quase triplicar a facturação do ano passado.
Que novidades pode trazer 2016 em termos de programação? É provável que coloquemos alguma coisa nova por força da MST, que é uma empresa que está colocada em 12 países, 60 destinos, incluindo Portugal. Por isso é normal que venhamos, cada vez mais, a estreitar e a utilizar as sinergias do grupo MTS e que através disso surjam alguns destinos que possamos agregar à nossa oferta, mas nada está ainda definido.
Isto significa que as vendas de fim de ano vos estão a correr muito bem? Estão, já começamos a vender réveillon em Março, Abril e Maio. São vendas a clientes habituais, de um target acima da média que tem preferência por produtos mais exclusivos e mais upscale. É um cliente que sabe que se comprar com bastante antecipação beneficia das respectivas reduções, apesar de não pormos a nossa programação na rua nessa altura. Falo de voos regulares, a operação charter só foi lançada no início de Agosto, duas semanas antes do ano passado, mas já se justificava. O ano passado, em Outubro, já tínhamos as operações de réveillon praticamente todas vendidas e 2014 não foi um ano ainda melhor em termos de passagem de ano devido à grave da TAP à última hora. Havia dezenas e dezenas de passageiros com pedidos, em listas de espera, e quando entrou o pré-aviso de
Cabo Verde é uma hipótese? Poderá ser mas não em operações massivas, Se entrarmos em Cabo Verde nunca será numa óptica de pricing mas de posicionamento porque temos escritórios, temos estrutura, temos tudo, e a lógica é utilizar as sinergias onde estamos presentes, como também é o caso das ilhas espanholas. Por muitos destinos que existam, há o cliente que não quer o charter, não quer sete noites, quer 10 ou 12. Este é o tipo de negócio que, tendo nós, MTS, o tipo de posicionamento que temos em toda a Bacia Mediterrânica até à Turquia e ao Egipto – embora o Egipto seja um destino que neste momento está algo posto de parte, mas esperamos que volte porque é um destino fabuloso – é normal que venhamos a criar sinergias de forma a agregar produto, valor, e disponibilizar alternativas ao agente de viagens. < TURISVER | SETEMBRO DE 2015
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>agenda Data: 4 de Novembro Local: Lisboa
IV Convenção HotelShop Gestão inteligente de custos é o tema central da IV Convenção da Hotelshop que se realiza a 4 de Novembro, no Hotel Altis Grand em Lisboa, em simultâneo com a feira de fornecedores. Esta edição da convenção bianual, organizada pela Central Hoteleira de Compras HotelShop, tem por objectivo transmitir aos profissionais de hotelaria, instituições sociais e restauração, de forma directa e acessível, os conhecimentos mais actuais, e as tácticas utilizadas pelos melhores compradores e fornecedores para negociar compras com sucesso, sem perda de qualidade nem de controlo. No evento são esperados 25 oradores, incluindo especialistas nacionais e internacionais das principais áreas de abastecimento, com destaque para os aspectos técnicos da selecção de produtos e da sua avaliação comparativa. <
Data: 5 a 8 de Novembro Local: Gramado
Festuris debate novos modelos de negócio Este ano, o tema central do congresso, que decorre, em simultâneo com a Festuris – Feira de Turismo de Gramado (Brasil) – é “De olho no mercado – Superando crises e desenvolvendo novos modelos de negócios”. Pretende-se com este tema analisar questões que se prendem com a necessidade dos agentes de viagens investirem em atendimento de qualidade, na capacidade de gerar rapidez de informação, agilidade no atendimento, e serem consultores de viagens. Todos os anos, a Festuris preocupa-se em não fomentar apenas negócios com o trade turístico, mas também chamar a atenção dos profissionais e abrir espaço para debates e novas abordagens às principais tendências do mercado através do Congresso Festuris. A Feira de Turismo de Gramado, que vai na sua 27ª edição, decorre de 5 a 8 de Novembro, na cidade de Gramado, estado brasileiro do Rio Grande do Sul. <
Data: 14 e 15 de Dezembro Local: Marraquexe
4ª Cimeira da OMT sobre Turismo Urbano A cimeira, que está agendada para os dias 14 e 15 de Dezembro próximo tendo como palco a cidade de Marraquexe, vai estar subordinada ao tema “Reinventar o Turismo Urbano”. Porque as cidades são destinos turísticos cada vez mais importantes, a OMT quer reinventar este tipo de turismo, o seu posicionamento no mercado mundial e o seu desenvolvimento sustentável, bem como uma gestão eficaz dos destinos urbanos. Porque a cimeira vai ter lugar numa cidade marroquina que é um dos principais destinos turísticos do país, o Turismo de Marrocos sublinha o posicionamento mundial desta cidade como destino de turismo urbano, concentrando valências como “projecto urbano, património, paisagem, história, vida nocturna, oferta cultural, festivais, eventos, e múltiplas ligações aéreas”. < 10
SETEMBRO DE 2015 | TURISVER
>notícias Tryp Montijo Parque já é quatro estrelas O hotel Tryp Montijo Parque, do Grupo Meliá Hotels International, foi premiado com mais uma estrela na classificação hoteleira, passando a hotel de quatro estrelas. Recentemente remodelado, o Tryp Montijo Parque localiza-se a 20Km do centro de Lisboa e aeroporto e a 10Km da Reserva Natural do Estuário do Tejo. Dispõe de 84 quartos, seis dos quais são quartos Premium de espaço amplo, cama King Size e iluminação natural, equipados com acesso gratuito à Internet Wi-Fi, ar condicionado, janelas de vidro duplo, cofre, mini-bar, telefone com linha directa, despertar automático, TV satélite e secador de cabelo. Apresenta ainda quartos Fitness, equipados com bicicleta de manutenção e de tipologia Family. A nível de restauração disponibiliza o restaurante A Fragata, aberto ao almoço e jantar, com pratos que recorrem a ingredientes mediterrânicos, e o bar O Plátano, que aposta na sua carta de bebidas para antes ou depois do jantar. <
Novas regras para o turismo de natureza já vigoram Já estão em vigor as novas para turismo de natureza. O Decreto-Lei publicado este mês no Diário da República altera o regime jurídico dos empreendimentos turísticos de turismo para turismo de natureza, propõe a adesão à marca “Natural.pt” e elimina as taxas devidas a estas empresas. O Decreto-Lei n.º 186/2015 de 3 de Setembro, lança “as bases legais para que a regulamentação da matéria do turismo de natureza permita, a breve prazo e de uma forma integrada e uniforme, promover a disseminação do reconhecimento como turismo de natureza e da adesão à marca nacional Natural.PT e, por essa via, garantir que o crescimento deste tipo de turismo se encontre consistentemente associado a critérios de preservação, de sustentabilidade e de responsabilidade ambiental”, lê-se no documento. O diploma revê as regras gerais do reconhecimento dos empreendimentos turísticos e das actividades das empresas de animação turística no que se refere ao seu reconhecimento enquanto empresas na área do turismo de natureza, remetendo “a determinação do respectivo regime, em relação ao reconhecimento quer dos empreendimentos turísticos, quer das actividades das empresas de animação turística (…) para uma portaria única” que “oportunamente substituirá” a que está em vigor. Tendo em vista “promover o turismo de natureza”, o Decreto-Lei publicado em Diário da República “elimina as taxas devidas pelo reconhecimento, quer de empreendimentos turísticos, quer de actividades de animação turística”, sendo que, no que se refere particularmente “ao reconhecimento como turismo de natureza de actividades de animação turística, promove ainda a responsabilidade empresarial e as boas práticas ambientais” em todas as áreas classificadas, além de “em benefício, nomeadamente, das micro, pequenas e médias empresas” proceder também “à simplificação do processo de reconhecimento”. <
CTP pode emitir parecer às candidaturas ao programa Compete 2020 No âmbito de um contrato assinado com a Autoridade de Gestão do Programa Temático, Competitividade e Internacionalização, a Confederação do Turismo Português (CTP) passa a poder emitir pareceres à elegibilidade e mérito das candidaturas ao Programa Compete 2020, que até 2017 dispõe de uma dotação de 4,8 milhões de euros e destina-se à qualificação das PME. As associações do turismo em Portugal e as ERTs podem concorrer a apoios destinados à qualificação
das PME através da CTP, que passou a deter o estatuto de Organismo Intermédio (OI) para a implementação do Programa Formação-Acção. O programa Compete 2020, destinado ao biénio 2015/2017, dispõe de uma dotação de 4,8 milhões de euros, estando prevista a abertura de candidaturas em finais de Outubro ou início de Novembro. São elegíveis candidaturas, a apresentar ao OI-CTP pelas associações do turismo em Portugal
e pelas Entidades Regionais de Turismo (ERTs), relativas a acções destinadas à qualificação das PMEs até 100 trabalhadores, e dos seus quadros, em diversos domínios de desenvolvimento de competências (Ciclo de Planeamento), bem como a capacitação de gestores e das equipas de gestão de PMEs do sector. No âmbito deste contrato, a OICTP tem agora a responsabilidade, entre outras, de emitir pareceres quanto à elegibilidade e mérito das candidaturas, a organização dos
IATA: Tráfego de passageiros com crescimento de 8,2% em Julho Os resultados globais de tráfego de passageiros em Julho mostram um robusto crescimento da procura em relação a Julho de 2014, tanto ao nível do internacional como do doméstico. De acordo com a IATA, o total de passageiroquilómetro transportado (RPK) aumentou 8,2%, um crescimento ainda maior do que se verificou em Junho, que foi de 5,5%. A capacidade de Julho (assento disponível quilómetros ou ASK) cresceu 6,5%, e a taxa de ocupação aumentou 1,4 pontos percentuais, para 83,6%. “Os resultados de Julho foram fortemente positivas, mas a retracção do comércio global e as oscilações nas bolsas de valores em todo o mundo sugerem que podemos ter alguma turbulência nos próximos meses”, disse Tony Tyler, director-geral e CEO da IATA. No mês em análise, a procura internacional de passageiros aumentou 8,6% em comparação com o mesmo mês de 2014, com as companhias aéreas em todos as regiões do mundo a registarem crescimentos, incluindo a África, pela primeira vez este ano. A capacidade total subiu 6,5%, com o load factor a aumentar 1.6 pontos percentuais, para 83,5%. <
Catálogo de Verão 2016 da MSC destaca cruzeiros portugueses O Catálogo de Verão 2016 da MSC, já disponível online, destaca os Cruzeiros Portugueses, os itinerários no Mediterrâneo e no Norte da Europa. A brochura apresenta as novidades para o Verão do próximo ano, de Março a Novembro de 2016 e revela alguns dos destinos que estarão disponíveis no Inverno 2016-2017. O grande destaque vai para os cruzeiros com saída e chegada a Lisboa em Outubro e Novembro de 2016, efectuados pela primeira vez a bordo de um navio da classe Fantasia, o MSC Splendida. Estarão disponíveis três cruzeiros de 10 dias/9 noites com partidas e chegadas a Lisboa a 20 e 29 de Outubro e 7 de Novembro e escala em Barcelona, Marselha, Génova, Málaga e Casablanca. Será ainda possível realizar dois mini-cruzeiros, um de 6 dias/5 noites que parte de Génova a 15 de Outubro com destino a Lisboa, e escala em Málaga e Casablanca, outro de 5 dias/4 noites com embarque na capital portuguesa a 16 de Novembro e com destino a Génova, escalando Barcelona e Marselha. Quanto ao Mediterrâneo, o MSC Preziosa, o MSC Poesia, o MSC Musica e o MSC Armonia vão estar a realizar itinerários de 8 dias pelo Mediterrâneo Ocidental, sendo que o Armonia irá intercalar estes itinerários com outros pelas Ilhas Baleares, onde estará também a operar o MSC Fantasia. Já o MSC Magnifica fará, de Março a Outubro, um itinerário de 8 dias com saída e chegada a Veneza e escala em Bari, Katakolon, Izmir, Istambul e Dubrovnik, enquanto o MSC Orchestra e o MSC Sinfonia irão oferecer itinerários pelas Ilhas Gregas. Capitais Bálticas com o MSC Musica e o MSC Opera, com este último a alternar itinerários pelos Fiordes Noruegueses; Fiordes da Noruega e Cabo do Norte no MSC Splendida que fará também cruzeiros até ao Mar do Norte e Fiordes da Islândia serão outras das ofertas disponíveis no Verão do próximo ano. <
processos, a adequação técnica e a capacidade administrativa, financeira e operacional, bem como de assegurar o acompanhamento da realização das acções e o cumprimento dos normativos aplicáveis. Este estatuto que a CTP passa a deter, vem na sequência de um contrato assinado entre o seu presidente, Francisco Calheiros, e o presidente da Autoridade de Gestão do Programa Temático, Competitividade e Internacionalização, Rui Vinhas. <
Vila Galé é líder no número de seguidores do Facebook Vila Galé e RIU dominam Facebook no Verão, segundo o estudo da E.Life, realizado ao longo da época alta, que analisa o comportamento dos principais grupos hoteleiros nesta rede social. A E.Life, grupo pioneiro em inteligência de mercado e gestão do relacionamento nas redes sociais, considera a consulta das páginas de Facebook das cadeias de hotéis, na altura de planear férias, uma variável considerada pelos portugueses. Assim, considerou a actividade das páginas de Facebook dos principais grupos hoteleiros, no início do passado mês de Agosto. O Grupo Vila Galé, de momento, assume a liderança no número de seguidores portugueses, com um total de 103 mil. A este segue-se o Pestana Hotel Group, com 102 mil portugueses entre os seus 135 mil fãs. Abaixo da fasquia dos 100 mil surgem os hotéis Tivoli, com 20 mil fãs portugueses, o Hotéis Real com 15 mil, o RIU com 12 mil e o Dom Pedro com 9 mil. Porém, no que diz respeito a gostos, comentários e partilhas o RIU foi aquele que conquistou mais atenção entre o público nacional. Com um total de 21 publicações, durante o período de estudo, o grupo RIU reuniu mais de 11 mil interacções. O Hotéis Vila Galé efectuou 15 publicações, conquistando 1470 interacções. O estudo foi executado com recurso ao Facebook Pages Performance, ferramenta do Buzzmonitor. O Buzzmonitor é uma plataforma da E.Life para monitorização e análise de social media. <
TURISVER | SETEMBRO DE 2015
11
>reportagem
Mercado brasileiro
Apesar da crise procura continua a crescer em Portugal A última década foi de continuado crescimento dos fluxos turísticos do Brasil para Portugal, primeiro a taxas muito elevadas, depois menos, reflectindo a evolução económica do país que está agora em recessão. Os efeitos, por cá, ainda não se fizeram sentir, os dados do primeiro semestre continuam positivos e só o futuro próximo poderá dizer se o mercado brasileiro está ou não consolidado em Portugal e se o seu crescimento foi ou não sustentado. TEXTO: FERNANDA RAMOS
N
este ano de charneira, entre o 2014 da Copa do Mundo e o 2016 dos Jogos Olímpicos, esperava-se que a economia brasileira quebrasse um pouco face aos anos imediatamente anteriores. O que talvez não se esperasse era que o país entrasse oficialmente em recessão económica como foi anunciado o mês passado, após o registo de dois trimestres consecutivos de contracção da economia. À expectativa de uma quebra de 0,5% no PIB para este ano, contrapõem-se agora as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) que apontam para uma recessão que deverá atingir 1,5% em termos anuais, agravada por uma inflação que no final deste ano poderá ficar acima dos 8%. Mais pessimistas são as previsões dos economistas do Branco Central do Brasil que perspectivam uma contracção acima dos 2% para 2015. Para 2016 as previsões melhoram, mas mesmo em ano de Jogos Olímpicos, a economia brasileira não deverá ter um crescimento espectacular. Para já, as perspectivas apontam para um crescimento de 0,7% no PIB, com a inflação a descer até aos 5,4%. Em sentido contrário deverá ir a taxa de desemprego que dos 5,9% previstos para este ano subirá provavelmente para 6,3%. O encolhimento da economia brasileira não é uma boa notícia, desde logo para o próprio Brasil, mas também para o Mundo, basta lembrar que este país empresta a primeira inicial aos 12
SETEMBRO DE 2015 | TURISVER
BRIC, sendo considerado, em conjunto com a Rússia, Índia e China, um dos motores da economia mundial. E também não é boa notícia para Portugal enquanto receptor de turistas brasileiros num volume já bastante considerável. O Brasil integra o grupo dos 10 principais geradores de turistas para o nosso país e está em oitavo lugar nas receitas deixadas em solo luso por turistas estrangeiros, mostrando, nos últimos anos, um crescimento consolidado, passados que foram os tempos do crescimento exponencial. Economia e turismo andam de mãos dadas, com os altos e baixos da primeira a reflectirem-se no segundo, apesar de, como tantas e tantas vezes se tem dito nos últimos anos, a actividade turística mostrar uma enorme resiliência. Mesmo assim, os impactos existem, sejam positivos ou negativos. O turismo depende da economia e desta depende o “dinheiro no bolso” de cada consumidor e se é verdade que o turismo/férias é hoje um bem considerado já essencial, não é menos verdade que há outros que se sobrepõem. Claro que quando se fala de Brasil os números podem sempre ter leituras algo diversas, ou não se tratasse de um país com mais de 200 milhões de habitantes dos quais apenas cerca de oito milhões viajam para o exterior (7,9 milhões em 2013, segundo a Organização Mundial do Turismo) com a Europa a receber cerca de 2,5 milhões desses turistas – em 2013, dizem os dados da OMT, do total de brasileiros que viajou
para o exterior, a Europa recebeu 2,481 milhões, dos quais cerca de meio milhão (504 mil) vieram a Portugal que é, aliás, o destino europeu número um dos brasileiros, com cerca de 20% do total dos que demandam a Europa.
DESCEM OS GASTOS TURÍSTICOS NO EXTERIOR Desde 2010 tem crescido o número de residentes no Brasil a viajar para o
exterior, de 5,7 para os tais 7,9 mil milhões. O ano de 2009, de crise económica mundial, foi excepção, com uma quebra de 4,7% face a 2008, ano em que o mercado brasileiro já tinha crescido. O mesmo aconteceu com os gastos turísticos no exterior: depois de uma contracção de 0,6% em 2009, o ano de 2010 trouxe um forte crescimento acima dos 50%, para 16,4 mil milhões de dólares. Até 2013 o crescimento foi a regra, com um total de 25 mil milhões de dólares nesse ano o qual foi ultrapassado em 2014, ano em que os gastos turísticos no exterior somaram 25,6 mil milhões de dólares. Um valor que foi o mais elevado de sempre e que trouxe consigo a curiosidade de ter sido alcançado num ano atípico em que o Brasil recebia a Copa do Mundo e a economia brasileira se encontrava praticamente em estagnação. A contracção económica que se vive no país e dá terreno de progressão à incerteza, a par da crescente desvalorização do Real, começou já a ter repercussões no turismo, principalmente ao nível dos gastos no exterior. Segundo dados divulgados pelo Banco Central do Brasil, os gastos dos brasileiros em viagens e turismo no estrangeiro baixaram 30,4% em Julho, face ao mesmo mês do ano passado, depois de em Maio se ter verificado uma quebra homóloga de 37,4%. Os mesmos dados indicam que os gastos dos brasileiros em turismo no estrangeiro ficaram em Julho em 1.676,9 milhões de dólares, menos 731,5 mi-
lhões que no mesmo mês de 2014, quando os gastos dos brasileiros em turismo no estrangeiro atingiram um valor recorde. A quebra já soma seis meses (Janeiro foi o mês excepção) mas em Portugal ainda não se fez sentir. De acordo com dados provisórios do Banco de Portugal, os gastos dos turistas brasileiros no nosso país subiram quase 7% no primeiro semestre deste ano para um pouco mais de 192 milhões de euros, mais 12,4 milhões em termos homólogos. Para esta evolução contribuíram principalmente os resultados do primeiro trimestre, em que os gastos aumentaram 11,1% para 90,8 milhões de euros. No segundo trimestre o crescimento desacelerou, ficando nos 3,4%, com 101,18 milhões de euros, devido à quebra de 4,8% registada em Abril, até agora o único dado negativo que nos foi deixado pelo mercado brasileiro.
NÚMEROS DO “BRASIL EM PORTUGAL” Há 10 anos que os fluxos turísticos têm vindo a aumentar do Brasil para Portugal, com o peso do mercado brasileiro a afirmar-se nas contas finais do turismo português, em número de turistas, dormidas e receitas, e a contribuir para o excedente da nossa balança turística, um indicador que é medido pela diferença entre os gastos dos residentes estrangeiros em Portugal e os gastos dos portugueses no estrangeiro. O mercado que há anos era visto como
Indicadores
JAN/Junho 2015
∆ 15/14
Posição
Receitas (milhões €)
192,02
+6,9%
8º
Dormidas*
650.171
+4,2%
6º
Indicadores
2014
∆ 14/13
Quota (procura externa)
Posição
Receitas (milhões €)
344
-15,1%
3,3%
-
Hóspedes* (milhares)
580
+10,7%
6,2%
5º
Dormidas* (milhões)
1,4
+12,7%
4,2%
7º
* Em estabelecimentos hoteleiros, aldeamentos e apartamentos turísticos FONTES: B P - Banco de Portugal; INE – Instituto Nacional de Estatística
“de aposta”, tornou-se “estratégico” e, para muitos, “consolidado”. Mas designações à parte, o facto é que está entre os 10 principais mercados turísticos externos para o nosso país. E, se é em Lisboa que o seu peso mais se faz sentir, a verdade é que a sua importância tem ganho dimensão assinalável no Norte, Centro e Alentejo. Há 10 anos atrás eram pouco mais de 411 mil as dormidas efectuadas por turistas brasileiros em Portugal e só em 2011 foi pela primeira vez ultrapassada a barreira do milhão, com 1.015.458 dormidas. Em 2012 superaram-se os 1,1 milhões, em 2013 foram cerca de 1,2 milhões as dormidas realizadas por brasileiros em solo português, e o ano passado o número ultrapassou os 1,36 milhões, num aumento homólogo de 12,7%, com o mercado brasileiro a ficar responsável por uma quota de 4,2% da procura externa, semelhante à regista-
da em 2012 e a maior de sempre. Já este ano, dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, de Janeiro a Junho, o número de dormidas de turistas brasileiros em Portugal cresceu 4,2% em termos homólogos, alcançando as 650.171, com destaque para o mês de Junho em que houve um aumento de 16,7%. Em número de turistas, 2014 trouxe a Portugal cerca de 580 mil brasileiros, mais 10,7% que no ano anterior, o que classificou o mercado como o quinto mais importante em número de hóspedes, com uma quota de 6,2% (-0,1% que em 2013). O número de dormidas ascendeu a 1,361 milhões, com o Brasil a ser o sétimo mercado mais importante neste indicador, com uma quota de 4,2% (+0,1% que em 2013). Já em receitas, o mercado brasileiro não esteve tão bem o ano passado, já que dos 404 milhões de euros alcançados em 2013,
em 2014 foram atingidos apenas os 344 milhões, redução de 15,1% em termos homólogos, com o Brasil a contribuir com uma quota 3,3% para as receitas turísticas externas, segundo dados provisórios do Banco de Portugal. Setembro, Outubro e Maio foram, por ordem decrescente, os meses que mais turistas brasileiros trouxeram o ano passado a Portugal, 90% dos quais escolhe a hotelaria como meio de alojamento e, dentro desta, os hotéis de quatro estrelas, com 42% das escolhas.
LISBOA E NORTE LIDERAM PREFERÊNCIAS
>
Lisboa é o principal destino, com mais de 60% das dormidas, mas o ano passado o Norte concentrou 21%. As restantes regiões ficam bastante distantes, mas a procura sobe em todo o Continente. TURISVER | SETEMBRO DE 2015
13
>reportagem
>
Em 2014, Lisboa concentrou 61% das dormidas de brasileiros em Portugal, com um total superior a 831 mil dormidas e uma subida de 10,2% face a 2013, guindando o Brasil a terceiro mercado externo da capital com uma quota de 9,5% da procura externa. A facilidade ao nível do transporte aéreo, o facto de Lisboa ser o hub da TAP e a notoriedade que a capital portuguesa vem assumindo, cada vez mais, em termos internacionais, serão, por certo, algumas das explicações. Seguiu-se o Norte, onde o mercado brasileiro deteve uma quota de 10,4% e registou uma variação positiva de 18% em número de dormidas face ao ano anterior, para um pouco mais de 290 mil, assumindo-se em terceiro lugar entre os mercados estrangeiros. A considerável distância, o Centro registou mais de 121 mil dormidas de brasileiros, num aumento de quase 20% face a 2013. Também aqui o mercado brasileiro é o terceiro a nível da procura externa, com uma quota de 7,1%. Em número de dormidas surgiu depois o Algarve com pouco mais de 48 mil mas com uma subida homóloga de 15% em 2014, apesar de aqui o mercado brasileiro figurar apenas em 18º lugar com uma quota que não foi além de 0,4%. Já o Alentejo concentrou quase 41 mil dormidas de brasileiros, num apreciável aumento homólogo de 17,5%. Na terceira posição, a quota do mercado brasileiro nesta região atingiu os 9,3%. Quanto às Regiões Autónomas a procura turística brasileira não passa ainda de residual. Em ambas as regiões o mercado brasileiro figura apenas na 17ª posição, com um peso de 0,6% nos Açores e 0,5% na Madeira. Em número de dormidas a diferença é, no entanto, grande: 27 mil na Madeira e 3.900 nos Açores.
EVOLUÇÃO POSITIVA EM 2015 No acumulado do primeiro trimestre deste ano, Lisboa concentrou 65% das dormidas de brasileiros em Portugal, com um aumento homólogo de 13,9% para 176,5 mil, havendo a destacar o facto de, entre Janeiro e Março deste ano as dormidas originadas por residentes no Brasil terem ficado na segunda posição entre os mercados externos que demandaram a capital. No Norte o crescimento foi de 9,6%,com a quota a aumentar para 12,4% do to14
SETEMBRO DE 2015 | TURISVER
tal, enquanto no Centro se verificaram 22,5 mil dormidas de brasileiros, num aumento homólogo de 30,4% o que valeu a este mercado ver subir o seu peso para 10,9%. Aumento a dois dígitos nas dormidas de brasileiros teve também o Algarve (+21,7% para 6.500 dormidas, com o mercado a subir no ranking para a 16ª posição com uma quota de 0,5%), a Madeira (+17,2% para 3.800 dormidas) e os Açores, onde a subida foi exponencial: +78,8% para 400 mil dormidas, com o mercado brasileiro a ocupar neste trimestre a 15ª posição com um peso de 0,8%. Resultado negativo no primeiro trimestre deste ano apenas o registado no Alentejo, onde o número de dormidas de turistas provenientes do Brasil desceu 7,3% face ao período homólogo do ano passado. Mesmo assim, as 7.800 dormidas registadas no período em análise representaram 12,6% do total nesta região, o que levou o mercado brasileiro a guindar-se à segunda posição em termos de dormidas de turistas internacionais no Alentejo. Ontem como hoje, o lazer é o motivo que traz a Portugal mais de 80% dos turistas brasileiros, com a quase totalidade a viajar até cá com a TAP que disponibiliza cerca de 1,9 milhões de lugares para 12 destinos no Brasil: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Em termos de produtos turísticos, os
mais procurados relacionam-se com a cultura, a religião e a gastronomia, quase sempre oferecidos em circuitos.
TRABALHAR O FUTURO Porque a verdade não pode, nem deve, ser escamoteada até para que se possa actuar com rapidez, há que dizer que, pesem embora os resultados positivos que o mercado brasileiro está a registar em Portugal este ano, a situação não está fácil por via da insegurança económica que paira sobre o Brasil. Os operadores turísticos portugueses que trabalham no mercado brasileiro têm vindo a dar conta do maior índice de dificuldade que está a comportar vender viagens no Brasil, não só porque os brasileiros começam a “cortar” nos gastos com o turismo, mas também porque viajar para o exterior está mais caro por culpa da desvalorização do Real: no momento em que escrevemos esta peça, são precisos mais de quatro Reais para adquirir um Euro, situação que há muito não se vivia. Mesmo assim Portugal tem, entre muitas outras bem conhecidas, uma vantagem competitiva que pode esgrimir: somos um dos mais baratos destinos europeus, no alojamento, na restauração, nos transportes, em todo o tipo de compras. E somos também o que está melhor posicionado em termos de acessibilidades face aos concorrentes europeus.
Somam-se outras vantagens sempre citadas, como a língua e a História que nos unem, o muito que temos para oferecer a quem nos visita, uma série de produtos turísticos que os brasileiros muito apreciam, o facto de, apesar de sermos um país velhinho de séculos sermos também um país pleno de modernidade, com urbes cosmopolitas a par de recantos que quase esperam ainda para serem descobertos. Temos Fátima, temos cultura, temos uma gastronomia de eleição, vinhos cuja qualidade é mundialmente reconhecida e premiada e uma hotelaria de qualidade que abrange todas as regiões do país. Tudo somado, os reflexos negativos da situação económica do Brasil poderão não ser tão negativos para Portugal. Para já, pelo menos, as repercussões ainda não se fazem sentir e até ao final do ano as estimativas continuam positivas, com o mercado a mostrar estar ainda de “boa saúde”. Tendo em conta o número de brasileiros que viaja para o exterior e os que vêm para Portugal, continua a haver margem de progressão, mesmo em época de dificuldades económicas no país emissor. A atractividade do destino é uma realidade mas não é tudo, ou seja, deste lado “de cá” do Atlântico, há ainda muito trabalho a fazer, há que reforçar a promoção do Destino Portugal, tirar o maior partido possível do trabalho que a TAP tem realizado, da imagem de país moderno e empreendedor que tem sido passada pelas empresas portuguesas, nomeadamente na área da hotelaria, com os muitos investimentos realizados no Brasil e outros tantos que se anunciam. Num mercado tão alargado como o brasileiro a marca Portugal tem sempre que falar mais alto, mas temos que considerar positivo o facto de várias regiões portuguesas estarem a aproveitar estas situações para se darem a conhecer e aos seus produtos, e como aconteceu já este ano, se estarem a aliar entre si e com operadores turísticos para mais facilmente chegarem ao consumidor final. <
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>reportagem
O que procuram os brasileiros quando visitam Portugal?
Lisboa, Fátima e Porto são obrigatórios Os turistas brasileiros que visitam Portugal optam, na sua maioria, por um itinerário mais geral onde os “lugares incontornáveis” são obrigatórios, nomeadamente Lisboa, Porto, Fátima e, normalmente, concilia mais que um país a visitar durante a sua estadia no continente europeu. Três agências de viagens que fazem o receptivo desde mercado dão a conhecer as suas motivações. TEXTO: MARIA MORGADO
O
mercado brasileiro já se encontra no Top 5 ao nível do departamento de receptivo da Osiris Travel, corresponde a 40% da facturação do receptivo da TQTravel e significa 10% do volume de negócios de Welcome Portugal Viagens e Turismo. Três agências de viagens que trabalham este mercado em Portugal há vários anos e que têm feito investimentos assinaláveis no Brasil. Portugal está na moda e o mercado brasileiro acompanha essa tendência, sendo que ocupa hoje um dos primeiros dez lugares do ranking dos turistas que nos procuram. No entanto, com a desvalorização do real, o arrefecimento da economia e queda no nível de confiança dos consumidores brasilei16
SETEMBRO DE 2015 | TURISVER
ros, tem levado a um decréscimo da procura por viagens. Portugal não se tem ressentido ainda, já que os dados do primeiro semestre continuam positivos. Mas Ricardo Ferreira, Business Manager da Osiris alerta: “Não basta falar a mesma língua para estar apto a trabalhar com o mercado brasileiro, isso seria redutor e como tal perigoso, o turismo é um sector onde a intervenção “humana” pode incrementar ou diminuir o nível de realização final de cada turista/cliente, nesse sentido procuramos alocar os profissionais de turismo melhor preparados para o turismo brasileiro, ao nível da restauração, guias, etc.”. Já Vítor Filipe, administrador da TQTravel acredita no potencial enor-
me deste mercado e afirma que “as crises são cíclicas”. António Diogo, sócio gerente da Wel come Portugal Viagens e Turismo, agência de viagens com sede no Porto, reconhece também a importância deste mercado que trabalha há cerca de nove anos. O histórico, a credibilidade e a qualidade da Osiris, conjugada com um investimento de vários anos no Brasil, permite que a marca seja cada vez mais conhecida e reconhecida no mercado em questão, permitindo um progressivo aumento do número de clientes. De acordo com Ricardo Ferreira, “os vários anos de presença no mercado permitiram ganhar rotinas operativas adaptadas ao cliente brasileiro, sendo igualmente um elemento fundamental
de fidelização e eficiência”. A TQTravel tem sido uma das agências de viagens que mais trabalha o mercado brasileiro para Portugal e tem mantido ao longo dos anos uma aposta clara com presença constante dos responsáveis por esta área no Brasil através de contactos com operadores brasileiros e presenças em feiras. António Diogo realça que, sendo a Welcome Portugal uma agência pequena, sem grandes recursos para a promoção, começou a fazer receptivo do mercado brasileiro através de recomendações dos clientes e de colegas operadores e hoteleiros locais. A partir daí começou a criar programação para operadores brasileiros que vendem por internet. Hoje recebe mais grupos (10 a 50 pessoas) do que individuais e,
Vítor Filipe TQTravel
Ricardo Ferreira Osiris
António Diogo Welcome Portugal Viagens e Turismo
A TQTravel “está consolidada no Brasil, com uma boa panóplia de clientes, mas a ideia é tentar alargar cidades ou estados onde temos menos implantação”
“Não basta falar a mesma língua para estar apto a trabalhar com o mercado brasileiro”
“Os turistas brasileiros continuam a gastar muito em compras, reservando para o efeito pelo menos dois meios-dias”
adamente quem já visitou o destino no passado,” tende a procurar locais de maior autenticidade ou com características diferenciadoras, nomeadamente o Douro, o Alentejo, seguir a “rota” das Pousadas, etc”., explicou o responsável. À medida que o mercado vai ganhando maturidade e existe uma especialização da oferta, “outros segmentos
vão sendo captados e acabam por ter comportamentos muito próprios”, conforme referiu. De salientar os grandes eventos (nomeadamente musicais/festivais de Verão), a religiosidade é incontornável no Brasil e “Fátima” é um local sagrado e que exerce uma enorme atractividade. Também, o tema das compras é muito associado ao mercado brasileiro,
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Porto
apesar da agência ter sede no Porto, mais de 80% dos clientes que atende aterram em Lisboa, seguindo depois para o Norte em circuitos culturais ou na modalidade de fly&drive. “Gostam também do Douro com cruzeiro, mas também visitam Guimarães e Braga”, esclareceu António Diogo, para acrescentar que a Welcome Portugal é também responsável por fazê-los muitas vezes chegar a Espanha, nomeadamente, Salamanca, Toledo e Madrid. Há igualmente clientes com raízes familiares no Norte de Portugal que gostam de visitar esses locais dos seus antepassados, preferindo serviço privado. Normalmente, os seus clientes brasileiros ficam entre 3 a 10 dias em Portugal, vindos ou a caminho de outro país europeu, ficando no Porto apenas uma ou duas noites. O sócio gerente da Welcome Portugal tende, no entanto a alargar o mercado para junto de mais três ou quatro operadores brasileiros, uma vez que não dirige a sua comercialização ao consumidor final. Os turistas brasileiros que chegam pela mão da Welcome Portugal são principalmente da Bahia e do Rio de Janeiro, “estados que exploramos com mais intensidade, mas a
nossa ideia é chegar a outros estados”, referiu o responsável. A agência recente uma quebra “residual”, por isso nada preocupante até ao momento, até porque, na opinião de António Diogo “os turistas brasileiros continuam a gastar muito em compras”, reservando para o efeito pelo menos dois meios-dias.
PODEM SER IDENTIFICADOS DIVERSOS SEGMENTOS DE MERCADO O mercado brasileiro em Portugal “não pode ser analisado de uma forma homogénea”, na opinião de Ricardo Ferreira, Business Manager da Osiris. Na realidade podem ser identificados diversos segmentos de mercado. Continua a existir uma percentagem elevada de turistas que realizam a primeira viagem a Portugal, como tal “existe uma grande propensão em optarem por um itinerário mais geral onde os “lugares incontornáveis” são obrigatórios, nomeadamente Lisboa, Porto, Fátima… Este segmento, regra geral, opta por conciliar mais que um pais a visitar durante a sua estadia no continente europeu”, disse. No entanto, outros segmentos, nome-
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>reportagem Fátima
Lisboa
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é interessante percepcionar e compreender a correlação existente. Em primeiro lugar, sendo o mercado brasileiro bastante proteccionista às importações, as marcas não brasileiras ao serem importadas são taxadas de forma significativa, logo “viajar” é uma oportunidade para adquirir os mesmos bens mas a valores mais acessíveis em comparação com o preço de venda no Brasil. Nos últimos anos era muito frequente os brasileiros irem a Miami com as malas vazias, porque o diferencial de preços dos bens de consumo era de tal forma que os custos da viagem e da estadia acabavam por ser diluído. No entanto, existem alterações no desempenho económico do Brasil e ainda na política cambial que devem ser salientadas, por um lado a moeda europeia está actualmente acima dos 4 reais pela primeira vez desde 1999, fenómeno que torna os bens em euros menos apetecíveis. Mas “apesar dos sinais de “arrefecimento” da economia e de desvalorização do real, há sempre uma tendência natural para existir tempo consagrado às compras por parte dos turistas brasileiros”, realçou Ricardo Ferreira.
Este responsável deixa também uma dica, sublinhando que “um itinerário para o público brasileiro deve ser feito de forma “suave” para proporcionar um turismo mais “descontraído”, com a possibilidade de acomodar tempos de permanência mais longos nos
Fundado em 1975
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locais se assim se proporcionar no desenrolar da viagem. Outro aspecto fundamental são as refeições uma vez que “comer bem” é essencial”. No entanto, apesar da desvalorização do real, do arrefecimento da economia brasileira e da queda no nível de confiança dos consumidores, a Osiris não se tem ressentido. “Felizmente não temos tido um grande decréscimo beneficiando do reconhecimento da marca Osiris em resultado de vários anos de presença e investimento no Brasil. Ao nível de serviços solicitados, existe uma tendência em optar por hotéis de categoria inferior de forma a se conseguirem valores finais médios mais competitivos. No entanto, a propensão a “compras” durante a estadia continua a existir, potencialmente de valores inferiores, mas essa tendência mantém-se inalterada”, considerou Ricardo Ferreira. Portugal e Espanha são a especialidade desta agência de viagens e onde garante, de forma directa, elevados níveis de serviço e segurança. “A segurança, a qualidade e a seriedade são elementos associados à Osiris, são aspectos que conferem valor à marca e nos distinguem, serão esses valores a preservar a longo-prazo como tal actuamos onde somos especialistas”, indicou o Busi-
ness Manager da agência de viagens. O mercado brasileiro está entre os principais clientes do receptivo da TQTravel, que chegam não só de São Paulo, mas uma panóplia de estados e cidades, como Rio de Janeiro, Salvador, Natal e Fortaleza, turistas “que não vêm fazer praia, mas conhecer a Grande Lisboa, a região do Oeste, Fátima, Coimbra e Porto, permanecendo em Portugal quatro a cinco noites, para depois seguir para outros destinos europeus”, disse Vítor Filipe, acrescentando que também têm vendido pacotes que incluem o continente e as ilhas, nomeadamente a Madeira. Aquele responsável explicou que a sua agência trabalha muito bem o fim de ano, altura em que “há uma procura apreciável por Portugal”. Vítor Filipe esclarece que a TQTravel “está consolidada no Brasil, com uma boa panóplia de clientes”, mas a ideia é de “tentar alargar cidades ou estados onde temos menos implantação”. Essa consolidação faz com que a agência já não tenha necessidade de se promover no Brasil da forma tradicional, como é o porta-a-porta. Os turistas brasileiros da TQTravel optam por um programa intenso de visitas, em que o segmento compras também ocupa lugar de destaque. <
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>em foco Dia Mundial do Turismo 2015
OMT pede reflexão sobre turismo como gerador de oportunidades e inclusão O Dia Mundial do Turismo deste ano é uma oportunidade para celebrar o potencial de transformação que mil milhões de turistas trazem, daí o lema adoptado seja ‘Mil milhões de turistas, mil milhões de oportunidades’. As comemorações oficiais terão lugar no Burkina Fasso. Taleb Rifai
TEXTO: MARIA MORGADO
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sta ano, as celebrações do Dia Mundial do Turismo (27 de Setembro) querem dar relevo ao potencial que o turismo tem no desenvolvimento sócio-económico à escala internacional e na criação de um verdadeiro instrumento de oportunidades e de inclusão social. Neste 27 de Setembro “celebraremos o valor dos ‘mil milhões de turistas’ e trabalharemos para que o turismo seja um verdadeiro instrumento de oportunidades e inclusão”, afirmou o secretario-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT) Taleb Rifai. ”Hoje mais de mil milhões de turistas viajam por ano para um destino internacional, transformando a indústria turística num sector económico de primordial importância, que contribui com 10% do PIB global e 6% do total das exportações”, conforme mensagem de Taleb Rifai. Para o secretario-geral da OMT, estes grandes resultados mostram mais do que apenas a força económica do sector, também “reflectem o vasto potencial do turismo e a sua crescente capacidade para fazer frente a alguns desafios mais prementes do mundo de hoje, como crescimento sócio-económico, desenvolvimento integrado e conservação ambiental”. Sendo um sector ao qual se atribui um em cada onze postos de trabalho no
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mundo, “o turismo é para milhões de pessoas a valiosa fonte do seu sustento”, realçou o secretario geral da OMT. Além disso, “o sector constrói-se a partir de milhões de encontros inter-culturais que se produzem todos os dias em diferentes pontos do planeta, pelo que constitui uma via para entender o mundo para lá das nossas fronteiras, sendo para tal o primeiro passo para a consolidação da paz entre comunidades e entre nações”. Por seu turno, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na sua mensagem do Dia Mundial do Turismo, considera que, agora que a comunidade internacional se prepara para adoptar uma nova agenda para o desenvolvimento internacional “o turismo deve ser reconhecido pela sua capacidade de gerar postos de trabalho, promover a cultura e os produtos locais, bem como defender a conservação e o uso sustentável dos habits marinhos e terrestres”. Apelou a um trabalho conjunto “para aumentar ao máximo o enorme potencial do turismo como impulsionador do crescimento económico integrado, da protecção do meio ambiente, promoção do desenvolvimento sustentável e criação de vida em condições dignas para todos”. O sector, com um volume anual de turistas internacionais atingindo os mil milhões, converteu-se “num impor-
tante motor de transformação e está a gerar mudanças substanciais na vida de milhões de pessoas”, afirmou Ban Ki-moon. Sendo Burkina Fasso o anfitrião do Dia Mundial do Turismo deste ano, o ministro da Cultura e Turismo daquele país africano, Jean-Claude Dioma, refere que “o lema deste dia convida-nos a tomar consciencia das oportunidades que o sector turístico oferece para abrir novas vias sócio-económicas e melhorar a vida das comunidades”. Mais do que uma oportunidade, o turismo é, “sem dúvida, um sector propiciador que gera mil milhões de oportunidades de desenvolvimento económico e sócio-cultural para os nossos destinos. Mil milhões de turistas podem transformar-se numa importante fonte de bem-estar e de desenvolvimento sustentável para todo o planeta, e mil milhões de oportunidades para o progresso e para a erradicação da pobreza, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento”, defendeu o governante africano. Por essa razão o Burkina Fasso optou que elevar o turismo a sector prioritário da sua estratégia de desenvolvimento nacional. Deste modo, reflecte a sua confiança nas capacidades reais do sector na criação de riqueza e emprego. O turismo representa, naquele país africano, 4,2% do PIB e pode dar emprego a 200 mil pessoas. <
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>dossier
TEXTO: SARA CUNHA FERREIRA
O Alentejo tem ganho terreno entre os visitantes brasileiros nos últimos tempos. Para além da História que a região conserva, o enoturismo e a gastronomia são outros dos pontos focados por estes turistas para se desviarem dos principais pólos de atracção do país.
História, enoturismo e gastronomia
Alentejo encanta cada vez mais os turistas
O ENSOPADO DE ENGUIAS
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centro de toda a atracção turística do Alentejo está, para os visitantes brasileiros, em Évora. A procura reside essencialmente pela história e cultura da região, mas cada vez mais pelo enoturismo e gastronomia de excelência de que goza. Historicamente, Évora é de uma importância incontornável para as raízes do país. Foi município romano às mãos do imperador Júlio César, sofreu com as invasões bárbaras que culminaram no domínio visigodo, foi tomada pelos mouros e, a par da nacionalidade, subjugou-se à dinastia dos Felipes. O muito que passou valeu-lhe o título de um dos mais importantes centros culturais e artísticos do reino vigente no século XVI, título que ainda hoje orgulhosamente ostenta por em si encerrar um dos mais importantes patrimónios classificados pela UNESCO em Portugal: o seu Centro Histórico. À semelhança do que dizem os locais, todos os caminhos de Évora vão dar à Praça do Giraldo, aquele que reconquistou a cidade aos mouros – Geral-
do Geraldes. Por aqui está a fonte das oito bicas, cada uma associada a cada rua principal da Praça, mas também a Igreja de Santo Antão, uma das mais importantes da cidade. Aliás, no campo religioso, Évora é também um poço de interesse, já que alberga um sem número de templos católicos que começam na Sé Catedral e seu estilo gótico, passando pela Igreja e Convento de Lóios, este último hoje Pousada, a Igreja do Carmo, Igreja da Nossa Senhora
dos Remédios, Igreja e convento do Senhor Jesus da Pobreza, Convento Novo e, talvez a que recebe mais visitantes: a Igreja de São Francisco. Com a sua arquitectura gótico-manuelina, de vestígios intimamente ligados ao período de expansão marítima de Portugal, esta igreja alberga a não menos importante Capela dos Ossos. Recebidos à entrada pela frase “Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”, os visitantes não ficam
Castelo de Estremoz
Castelo de Marvão
Castelo de Avis
Castelo de características medievais, foi quartelgeneral de D. Nuno Álvares Pereira, pela forte função defensiva da raia alentejana, tendo em conta a sua edificação dominante sobre uma colina da Serra da de Ossa.
Imponente, a encimar a Serra de São Mamede, teve como funcionalidade controlar a fronteira com Espanha e a passagem do rio Sever. Foi por isso classificado de fortificação da primeira linha de detenção, entre o actual Distrito de Portalegre, Montalvão e Elvas.
Por aqui morou rei D. João I, Mestre de Avis. Porém, após a queda das Ordens Religiosas, do castelo sobraram ruínas, sendo o que resta Monumento Nacional. Actualmente é o miradouro privilegiado da malha urbana de Avis, muito apreciado pelos visitantes.
alentejanas, a gastronomia alentejana conta a história de pobreza, onde um ingrediente era alvo da “magia” da multiplicação. Com o pão sempre presente, azeitonas e queijo, à cozinha do Alentejo adicionam-se os temperos da terra, como os coentros, a hortelã, poejos e orégãos com generosos fios de azeite, resultando em pratos tão conhecidos como as migas, as açordas e as sopas, como a de cação, de tomate ou de beldroegas.
indiferentes a um espaço onde as paredes estão completamente forradas a ossos e crânios humanos. Um espectáculo realmente único e até sinistro, mas obrigatório visitar. A verdade é que não há monumento mais fotografado em Évora que o de herança romana: o Templo de Diana. Situado no ponto mais alto da cidade, o Templo Romano de Évora, mais conhecido por Diana, fez parte do fórum romano, numa construção que data dos séculos I e III, e que se julga ter sido edificado como homenagem ao Imperador Augusto. De outras atracções romanas constam ainda as muralhas que protegem a cidade, cerca defensiva que ainda hoje se mantém praticamente intocável, e outros exemplos como as Termas Romanas, a própria Praça do Giraldo ou até a villa romana de Tourega, um conjunto arqueológico entre Évora e Alcáçovas.
ENOTURISMO E GASTRONOMIA Uma vez no coração do Alentejo, os
visitantes sentem-se atraídos por toda a oferta turística complementar, como alojamento, que na região tem presenciado um forte impulso, mas também em gastronomia e vinhos. Conhecido por ter um grande número de produtores de vinho internacionalmente famosos, muitos turistas chegam ao Alentejo à procura da cultura vínica, em ser parte activa das vindimas que actualmente vive dias de destaque em Reguengos de Monsaraz, distinguida este ano como Cidade Europeia do Vinho e que tem vivido diversas acções em torno desta actividade. Afinal, no Alentejo existem oito sub-regiões produtoras, cinco das quais DOC na Região de Turismo de Évora, de que é exemplo a Adega da Cartuxa, com os vinhos Pêra Manca, Cartuxa e Monte dos Pinheiros. E a par do bom vinho está a gastronomia alentejana, simples, mas que não deixa ninguém indiferente. Marcadamente rural e de luta, pelos parcos recursos de que padeciam as gentes
E para terminar qualquer repasto, não menos importante são as sobremesas, tradicionalmente conventuais que se encontram por todo o Alentejo. As trouxas-de-ovos, a encharcada do Convento de Santa Clara, os pastéis de toucinho de Arraiolos, as Tibornas, Sericaia ou Pão de rala, não esquecendo o torreão Real de Évora e as queijadas, são apenas exemplos das dezenas de delícias que a região oferece a quem a visita. <
Situada no centro da região vinícola e dos mármores de Borba e inserida na sua paisagem urbana, a casa é um edifício do século XVIII (1726) de grande beleza arquitetónica. Esta casa senhorial tem 5 quartos duplos, amplos e confortáveis, com casa de banho e aquecimento, e dispõe ainda de várias salas - sala de estar, de pequenos-almoços, de jogos, com bilhar, e sala de leitura, não esquecendo um frondoso e refrescante jardim e uma piscina para os dias mais quentes. Esteja na vila como se tivesse no campo!
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Oferta da capital TEXTO: SARA CUNHA FERREIRA
Encantos da região lisboeta
Lisboa e a região que a envolve vivem outra realidade. É uma cidade cada vez mais cosmopolita e que está na moda. As suas colinas deixaram de ser intransponíveis para agora receberem de braços abertos o turismo com tudo para todos. Renasceu para se tornar um destino de topo em todo o mundo.
Pastéis de Belém Ex-líbris dos Jerónimos, a Casa dos Pastéis de Belém é ponto de paragem obrigatório. Pastéis inimitáveis, fazem-se filas para serem degustados por todos. Há quem diga que são feitos com champanhe, mas como a receita é segredo, continuam a ser únicos e só ali podem ser adquiridos.
Passeios de barco no rio Tejo Rota dos Avieiros
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A Rota dos Avieiros leva-nos a partir de Valada do Ribatejo ao encontro de momentos inspiradores como as aldeias Avieiras do Escaroupim e da Palhota, da beleza de um Ribatejo desconhecido, de lendas e tradições, de uma vegetação única, dos cavalos lusitanos que correm livremente pela ilha dos cavalos, das garças brancas, dos corvos marinhos, das galinholas, dos guarda-rios e das águias pesqueiras . Um mundo real que nos é dado a conhecer quando percorremos a bordo do Ollem, uma embarcação típica do rio.
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Portugal Valada do Ribatejo GPS Latitude: 39,082158 Longitude: -8,7582
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requalificação das zonas mais emblemáticas da capital portuguesa reergueu o orgulho lisboeta para patamares nunca antes vistos. É uma cidade que tem valorizado o seu património edificado, mas também as suas acessibilidades e a oferta, revitalizando bairros e zonas típicos que pela sua diferenciação têm atraído cada vez mais visitantes. Uma zona ribeirinha de “cara lavada”, com a abertura da Praça do Comércio, sala de visitas de excelência da cidade, e áreas dedicadas ao lazer, passadiços, zonas verdes e de contemplação do Tejo, também ele uma atracção turística. Assim como a criação de pólos por si só atractivos espelhados em bairros como Alfama, Bairro Alto ou Intendente e Cais do Sodré tornaram Lisboa ainda mais bonita e convidativa para os turistas. Bairros históricos que pelas suas características ímpares concentram os visitantes e que agora ganham outra vida com a oferta em alojamento, restauração de qualidade e animação. Alfama e Mouraria, por exemplo, com as
suas ruas exíguas e tortas, vedadas ao trânsito, reerguem-se como centro de atracção com a chegada dos tuk tuks. Restaurantes e alojamento de qualidade prometem e cumprem experiências únicas, graças a uma gastronomia sobejamente conhecida internacionalmente e paisagens privilegiadas oferecidas pelos hotéis. Não será de estranhar por isso que há cada vez mais procura por espaços a encimar as sete colinas lisboetas, com os sunsets da moda, muito graças à luz que cai sobre Lisboa e tão agraciada por renomados fotógrafos e artistas. Também o facto de o Fado ter atingido o patamar de Património Imaterial da UNESCO contribui para a revitalização destas vizinhanças, com as tradicionais casas de Fado e o Museu a ele dedicado. Zonas como o Intendente, outrora conhecido pela sua má fama boémia, e que agora é palco de inúmeras animações, como concertos, espectáculos e nova vida urbana, assim como o Cais do Sodré, ponto de animação nocturna e destino de muitos jovens, com os seus bares e discotecas, não esque-
cendo o Bairro Alto, ponto alto da vida lisboeta, têm fixado lojas alternativas dignas de visita.
REAVIVAR AS ESTRELAS A par de todas estas novidades, de toda esta moderna e revigorada oferta, mantêm-se os tradicionais pontos mais procurados, como o Castelo de São Jorge, que em 2014 ultrapassou pela primeira vez a fronteira dos 1,2 milhões de visitantes, alcançando um número histórico, bem como os diferentes espaços que o integram. A este sucesso não será alheio a abertura este ano dos Terraços do Carmo que asseguram a ligação entre a Rua Garrett e as ruínas do Convento do Carmo, após o incêndio do Chiado, e o Elevador de Santa Luzia, que permite uma rápida ligação entre o coração de Alfama e o miradouro de Santa Luzia, duas infra-estruturas que são exemplo do trabalho existente na capital em prol da mobilidade.
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Moscatel de Setúbal O Moscatel de Setúbal é o vinho emblemático da Região Vitivinícola da Península de Setúbal e um dos tesouros dos vinhos portugueses. Pela sua característica generosa, é muito apreciado como aperitivo, mas também digestivo, branco ou roxo, acompanhado de doces e queijos. Há Moscatel de dois anos, mas pode chegar aos quarenta anos, havendo ainda os de cinco anos denominados de Superior, quando a câmara de provadores os classifica de qualidade destacada.
Ainda no centro, a Avenida da Liberdade cimenta cada vez mais o seu papel de montra da oferta de qualidade, com a presença das marcas de moda mais caras do mundo que abrem a um ritmo que só as grandes metrópoles como Paris, Londres ou Nova Iorque se conhecia. Nos extremos, tanto o Parque das Na-
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>dossier
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ções, a mais moderna zona da cidade, como Belém, uma das mais antigas, caracterizam-se pelo cuidado em bem acolher o turista. Ambos paredes meias com o rio Tejo, conseguem oferecer experiências totalmente opostas, que a todos agradam. No Parque das Nações há a modernidade, em Belém a história do país e do mundo, com os Jerónimos, a Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos e muito recentemente a deslocalização do Museu dos Coches para um espaço mais “respirável”.
DO CENTRO PARA A REGIÃO
Por Sintra, Cascais e Estoril A partilhar a sua importância turística com Lisboa estão as vilas de Sintra, Cascais e Estoril. Seja pela sua beleza natural ou histórica, estas duas vilas conquistaram o título de destino internacional, muito procuradas pela oferta de lazer em segmentos distintos como turismo cultural, praia ou golfe, mas também de negócios. Sintra é incontornável, tendo sabido criar novas atracções dentro do pequeno espaço que a caracteriza. É o caso do Centro Interpretativo Mitos e Lendas de Sintra, que conta a história e estórias dos seus locais mais emblemáticos como as Penas, os Castelos da Pena e dos Mouros, Quinta da Regaleira, entre outros. Também aqui a hotelaria tem um espaço privilegiado, fixando-se em edifícios históricos, como é o caso do Palácio de Seteais, ou em locais únicos, como a Penha Longa, paredes meias com Cascais. A unir as duas tradicionais vilas está o Parque Natural de Sintra-Cascais, que se estende até ao Cabo da Roca, com praias, falésias e dunas, numa floresta primitiva com espécies protegidas e que conferem uma beleza ímpar à região. Na mesma linha, mas em território mais a Sul, Cascais e Estoril encantam pelos seus edifícios, pelos seus jardins e praias urbanas que atraem tanto turistas como locais. Colado a Cascais há ainda o Guincho, que sucede a moderna marina, com restaurantes e animação noite dentro. Zona de inacreditável beleza pelas suas escarpas roubadas ao Oceano Atlântico, o Guincho e a Boca do Inferno, bem como o Farol da Guia são um passeio incontornável, que conjuga muito bem a oferta 18:27 turística com a natureza. <
Hoje, Lisboa é uma cidade turística que completa a oferta de toda a região. Apenas separada pelo Tejo, a margem sul faz igualmente gala da sua oferta, como as praias da Costa de Caparica, Palmela, encimada pelo seu castelo e destino de excelência para o Enoturismo, a Serra da Arrábida, com a sua oferta em turismo de natureza, e a mais recente atracção que é Tróia. Depois da travessia pelo deserto, Tróia reanimou-se e goza hoje de infra-estruturas de excelência, com oferta em 4 e 5 estrelas, de alojamento segmentado em resorts ou design hotéis, e restauração temática, como gastronomia dedicada à indústria do arroz, que completam a sua oferta em praias de areia dourada, muitas ainda1 virgens. FrotaAzulA5_ING.pdf 10/02/26 FrotaAzulA5_ING.pdf 1 10/02/26 18:27 1 10/02/26 18:27 Na suaFrotaAzulA5_ING.pdf Península é possível avistar co-
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Doces de Sintra Travesseiros e queijadas de Sintra são por si só uma verdadeira atracção. Os travesseiros são pastéis folhados, tradicionalmente comidos quentes, para melhor saborear o seu recheio. Já as queijadas são vendidas em embrulhos de oito que lhes conferem um aspecto regional.
munidades de golfinhos, cuja presença comprova o cuidado ecológico que por ali se tem vivido, mantendo a sua biodiversidade única no país, e também a recente abertura de um posto de informação turística na Arrábida é prova da importância que a região tem assumido nos últimos anos para o Turismo. <
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Santuário de Fátima
Tomar/Batalha/Fátima
TEXTO: SARA CUNHA FERREIRA
É sabido que a entrada de turistas brasileiros em Portugal tem crescido de ano para ano. É sabido também que muitos destes turistas o fazem pelas suas raízes portuguesas. Hoje, mais que nunca, procuram a riqueza dos seus antepassados na História e num dos maiores afectos brasileiros: a religião. Não será de estranhar por isso o crescimento turístico do triângulo Tomar-BatalhaFátima.
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ortugal tem sido nos últimos anos um destino de eleição para os brasileiros, pelas facilidades que por cá encontram, graças a uma língua partilhada, e pelas raízes familiares que representam uma importante quota de curiosidade em relação ao nosso país. Também por estar a um oceano de distância, e por a Europa ser para a maioria dos brasileiros um sonho de viagem a concretizar, nada melhor que ter o país colonial, que lhe deu língua e a existência que hoje se conhece, como porta de entrada no Velho Continente, não obstante muitos ficarem pelo nosso país como férias de uma vida. Por outro lado, sendo o Brasil um país fortemente religioso, encontra por terras lusas um dos maiores santuários da Fé católica no mundo, o que transforma Portugal, na visão dos brasileiros, um destino que conjuga não apenas um interesse, mas vários em simultâneo. Neste sentido, não será de estranhar
Triângulo favorito dos brasileiros
Oferta a reboque da procura As leis do mercado são simples e incontornáveis: a procura dita a oferta. E a procura tem ditado a abertura de empresas que oferecem excursões específicas para este triângulo. Algumas concentraram-se em exclusivo nas belezas da região, outras alargaram a oferta a estes destinos. O crescimento de peregrinações levou também à necessidade da segmentação turística, tendo inclusive a Organização Mundial do Turismo (OMT) realçado a importância do legado histórico e cultural das peregrinações para o turismo, tanto ao nível das suas vertentes religiosas e seculares como das rotas espirituais. Também em Portugal, a revisão do Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), para o horizonte 2013-2015, contempla um reforço na aposta dos circuitos turísticos religiosos e culturais, segmentando-os para as vertentes generalista e temática, assim como a individualização do Turismo Religioso. É o reconhecimento deste segmento como produto estratégico para a promoção do país. <
que as regiões de Tomar, Batalha e Fátima sejam tanto do agrado de turistas brasileiros, porque agregam num só destino as componentes histórica e religiosa que procuram, numa aliança que se baseia na proximidade entre as três regiões e Lisboa, a porta de entrada da maior parte dos visitantes.
Partindo por Tomar, o centro da cidade por si só fascina, na sua origem medieval organizada em cruz com quatro “braços” a apontar para os pontos cardeais principais. Tudo por aqui tem um significado e é por excelência a terra dos Templários. A sua forte religiosidade está patente
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em diversos pontos, como a Sinagoga, o Convento de S. Francisco, as capelas de S. Gregório e da Senhora da Piedade ou o antigo Convento da Anunciada. Todos tendo como partida a Praça da República, numa geometria que se espalha pela restante cidade, ao ponto de por esta Praça se gerar a circunferência que une a Charola do Convento (oratório templário) aos Conventos da Anunciada, de Sta. Iria e de S. Francisco, num círculo sagrado do qual se desenvolveu toda a cidade. Mas por muitas ermidas, capelas, conventos e santuários que haja em Tomar, é o Convento de Cristo e o Castelo dos Templários que arrancam as maiores e mais efusivas interjeições dos visitantes.
ENTRE A RELIGIÃO E A HISTÓRIA Dissociável da História de Portugal e da importância da Igreja desde a fundação do país, o Castelo Templário/ Convento de Cristo, datados do século XII, são dois belíssimos exemplares desta união, sendo o Convento desde 1983 classificado pela UNESCO como Património Mundial. Diz a edilidade de Tomar que se trata, objectivamente, da maior área monumental de Portugal e uma das maiores do mundo, com centros de interesse consagrados em elementos como o
Mosteiro da Batalha
Portal Principal, a Charola, a Janela da Capítulo e o Claustro de D. João III, ou pelo facto de significar a consolidação do país e a sua expansão pelo Mundo ao serviço de Cristo. Outro exemplo desta união entre o cle-
Convento de Cristo, Tomar
ro e a nobreza sobressai no Mosteiro da Batalha ou Mosteiro Santa Maria da Vitória, uma das maiores e mais belas obras da arquitectura europeia. O monumento, classificado como Património da Humanidade pela UNESCO no mesmo ano que o Convento de Cristo em Tomar, resultou do agradecimento de D. João I pela vitória na Batalha de Aljubarrota, travada em 1385 e que assegurou a soberania e independência portuguesa sobre os espanhóis. D. João I doou o Mosteiro à Ordem de S. Domingos, incluindo por isso um complexo monástico que envolve uma igreja, dois claustros e a Capela do Fundador e as Capelas Imperfeitas, dois panteões reais. Por ter demorado 150 anos a construir, o edifício apresenta características góticas, manuelinas e renascentistas, sendo por isso, visualmente, um dos mais apreciados e visitados Mosteiros do país.
EX-LÍBRIS DA RELIGIÃO EUROPEIA O famoso santuário da Fé católica na Europa fecha em imponência o eixo que compõe o principal circuito de visitas de turistas brasileiros. Se a região Centro do país goza da felicidade de ter majestosos e fantásticos mo28
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numentos, também a religião não lhe fica atrás, com o Santuário de Fátima a “reinar”, servindo de corolário para quem por Tomar, Batalha e até Alcobaça, com a maior igreja do país, já passou. Fátima tem crescido desde 1937 como um dos maiores centros de peregrinação do mundo. É um imponente monumento em honra da Virgem que, em conjunto com a Capela, atrai milhões de peregrinos todos os anos, principalmente a 13 de Maio e de Outubro. A sua vasta Basílica em neoclássico foi construída em 1953 e tem o seu ponto mais alto na torre, com 65 metros de altura. A acompanhar este crescimento esteve também o turismo, que pelas imediações do santuário tem recebido oferta proporcional à procura. Em alojamento Ourém, concelho a que Fátima pertence, possuía em 2013, e segundo a edilidade, o dobro da capacidade de Coimbra e o quádruplo de Aveiro em oferta de camas. A Restauração e comércio não ficam atrás, numa oferta completa que faz jus às expectativas de quem a visita. Hoje, a cidade já não é espelho da pequena aldeia de 1917. É destino para turistas de 84 nacionalidades, dos quais os brasileiros são responsáveis por fechar os três principais mercados emissores para Fátima. <
Douro
Beleza vintage O rio Douro que atravessa o Norte de Portugal depressa conquistou fama além fronteiras, tanto pela sua beleza, como das escarpas que o acompanham, pejadas de videiras. São estas que produzem o notável Vinho do Porto, o verdadeiro embaixador de uma das mais belas e antigas regiões do planeta.
TEXTO: SARA CUNHA FERREIRA
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ouro, Porto e Vinho estão intrinsecamente ligados dentro e fora do país desde o tempo dos romanos. Foram estes que iniciaram o cultivo do que hoje conhecemos como o embaixador do Norte e uma das principais razões para que esta região suba cada vez mais no pódio dos destinos mais procurados do mundo. Desde o século XVII, quando o néctar como hoje o conhecemos começou a ser exportado, que este vinho licoroso conquista portugueses e estrangeiros. Mas a verdade é que há pelo menos dois mil anos que a acidentada zona montanhosa do Alto Douro é responsável por produzir um dos vinhos mais civilizados e sociáveis do mundo, graças às suas características que o tornam um vinho ideal para consumir como, aperitivo, sobremesa ou digestivo. Por outro lado, responsável pela ce-
lebridade, e por ser de impossível reprodução em outras partes do mundo, é a união feliz entre o solo, o clima, método de produção e as castas, como a Touriga Nacional, a Touriga Francesa ou a Tinta Barroca. Do solo, íngreme e rochoso que acompanha o leito do Douro desde a sua entrada no país, crescem então as vi-
nhas, classificadas como Património da Humanidade desde 2001, e que oferecem espectaculares paisagens, tão apreciadas pelas embarcações que no rio navegam e que transpor-
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tam por ano milhares de turistas, que por ventura se cruzam com os barcos rabelo, que transportam o néctar desde as vinhas até ser descarregado nas caves das casas de vinho do
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>dossier Nação dourada
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Porto, alinhadas nas ruas estreitas de Vila Nova de Gaia em frente ao centro histórico da cidade do Porto.
QUEM VEM E ATRAVESSA O RIO…
É por conta dos edifícios seculares que acompanham as margens em Vila Nova de Gaia, e a zona ribeirinha do Porto, conhecida no país como Invicta, que chegamos a outra não menos espectacular beleza. De uma vida fervorosa, as duas margens, de frente uma para a outra, recebem os mais maravilhados visitantes, que procuram provar as diferentes características que o vinho do Porto consegue atingir, havendo variedades como branco, ruby ou tawny, envelhecidos em madeira, em casco ou em cuba de carvalho, ou em garrafa. Dada a nossa longa história com os britânicos, muitos destes vinhos carregam os seus nomes internacionais, como Taylor’s ou Crafts, mas apesar de durante muitos anos ocuparem o lugar de principais consumidores deste vinho fortificado, a verdade é que hoje o Vinho do Porto ultrapassou todas as fronteiras mundiais, sem excepção. Até porque há muito que o Porto se tornou porta de entrada em Portugal, graças às ligações aéreas directas de que hoje goza, com
PORTO RIVER HOTEL apartamento
o aeroporto Francisco Sá Carneiro a fazer as honras da casa. É inclusive por esta razão que muitos dos turistas brasileiros visitam o Porto e Norte de Portugal, aliando a secularidade das tradições, ao conhecimento dos seus antepassados e ligações directas entre os dois países.
Para além de toda a paisagem directamente ligada ao Douro vinhateiro, há também toda uma região que acolhe castelos, santuários, igrejas e solares, muitos afamados por serem as casas das famílias que há séculos tomam conta da produção deste néctar. <
Há quem diga que o Porto é uma nação. Quem o diz não está muito longe da verdade, já que a cidade engloba em si características únicas e apenas a si indissociáveis. Banhada pelo Douro, a capital do Norte mantém a sua genuinidade secular, tanto pelo vinho a quem empresta o nome, como por ser anfitriã da nossa nacionalidade. Mas apesar da ancestralidade soube modernizar-se, encerrando nas suas ruas estreitas, em subidas e descidas mais ou menos complicadas, os mais modernos edifícios e atracções. A sua história cruza-se por entre igrejas, bairros históricos, monumentos como a Torre dos Clérigos, o belíssimo Palácio da Bolsa ou o Forte de São Francisco Xavier, bem como as pontes que ligam as margens do Douro. A modernidade está nos edifícios contemporâneos de Siza Vieira, como a Fundação de Serralves, ou na Casa da Música, construída por ocasião do Porto como Capital da Cultura, em 2001. Tudo composto por uma gastronomia de excelência que a par dos vinhos projectam os mais afamados roteiros turísticos internacionais. <
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WWW.DOUROACIMA.PT
Douro Acima valoriza as riquezas que a região oferece De embarcações tipo rabelo que cruzam vagarosamente as águas do Douro, a moliceiros que navegam na Ria de Aveiro, da restauração aos circuitos panorâmicos em seis cidades portuguesas, a Douro Acima entra agora na área da hotelaria com um aparthotel bem no coração da cidade do Porto. TEXTO: MARIA MORGADO
O
turismo no Porto está a viver um momento áureo, isso sente-se em toda a cidade e os cruzeiros no Douro não são excepção. É neste ambiente que a Douro Acima, empresa familiar com 35 anos
de existência, tem desenvolvido o seu negócio, numa aposta em mostrar as riquezas que a região oferece. A Douro Acima oferece seis 6 embarcações tipo rabelo, criados de raiz, não esquecendo as comodidades dos dias de hoje, para cruzeiros no Douro,
Dias de encerramento: Domingo durante todo o dia Segunda-feira à hora de almoço Horário das Refeições Almoço: das 12h30 às 15h00 Jantar: das 19h30 às 23h00
cujos programas estão pré definidos, iniciando o percurso a partir do Porto, da Régua, do Pinhão e de Barca D’Alva. Não obstante, a empresa criou programas à medida, sempre que possível, e portanto poderão partir de qualquer cais viável e autorizado no Rio Douro.
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Restaurante Casa de Chá da Boa Nova
“Espaço sem tempo para quem não tem tempo, de sons uterinos, mar e vento, vento e mar, sal e sol, sol e sal. A música do silêncio” Camilo Castelo Branco um restaurante com a assinatura
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rui Paula
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Para além de meros passeios de lazer, em grupo ou em formato individual, para descobrir as belezas naturais que o Douro oferece, os barcos também têm sido solicitados para reuniões de trabalho ou de amigos a bordo, casamentos, almoços, jantares ou outras Depois dos já consagrados restaurantes DOC, no Douro e DOP no Porto, a Casa de Chá da Boa Nova é o mais recente restaurante de Rui Paula. A Casa de Chá da Boa Nova foi construída sobre os rochedos, a dois metros do mar, entre os anos de 1958 e 1963, e depressa se tornou numa referência obrigatória. Siza Vieira, o arquitecto que viria a ficar responsável pelo projecto, seria consagrado mundialmente em 1992, com a obtenção do prémio Pritzker e a Casa de Chá da Boa nova ganharia o estatuto de Património nacional. Pela própria história do edifício, este novo restaurante representa o maior desafio da carreira do chef Rui Paula e tem tudo para se converter num dos principais spots gastronómicos e arquitectónicos do Norte de Portugal. Com vista deslumbrante para o mar, a Casa de Chá, tem capacidade para 40 pessoas. Neste novo restaurante, situado perto da lota de Matosinhos, Rui Paula vai dispor do melhor peixe e marisco do mundo, para criar propostas culinárias inovadoras e ousadas, num verdadeiro cenário de sonho. A carta reflecte a tradição local, sem esquecer os produtos da terra. Esta casa ´incomum´ de janelas abertas para o horizonte é o local ideal para eventos, para celebração com os amigos, para momentos especiais. TURISVER | SETEMBRO DE 2015 09/09/2015 16:52:53 31
>dossier
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procura os cruzeiros na Ria de Aveiro é proveniente do mercado espanhol. Os cruzeiros operam todo o ano e têm a duração aproximada de 50 minutos, podendo ser mais longo mediante o programa que o cliente escolher.
celebrações e eventos. Destacam-se ainda alguns produtos mais temáticos como os cruzeiros com fado. As nacionalidades que mais procuram os cruzeiros das pontes do Porto nos rabelos da Douro Acima são o espanhol, o francês e o brasileiro, enquanto o mercado nacional lidera a procura dos cruzeiros mais longos.
DA RESTAURAÇÃO AOS CIRCUITOS PANORÂMICOS
Aparthotel Porto River abre as portas
MOLICEIROS NA RIA DE AVEIRO: VIAGEM APAIXONANTE
O mais recente projecto da Douro Acima é o aparthotel Porto River, que acaba de abrir as portas. A nova unidade hoteleira localiza-se no coração da cidade do Porto, bem de frente para o rio, em cima do Muro da Ribeira, outrora parte da muralha que defendia a cidade. Juntando três edifícios, no mínimo datados de 1806 – não se conseguiu apurar a data exacta de existência, mas são já presentes num mapa da cidade, nessa data, podendo, no entanto, ter origem a partir do século XV, data em que se deu inicio à construção junto ao muro da Ribeira. A empresa proprietária do novo aparthotel tentou manter o mais possível a história dos edifícios, dando-lhes a elegância e sobriedade. Este espaço, que abriu as portas a 15 de Setembro, conta com 16 apartamentos, sendo sete T0, sete T1, um T2 e um T0 especial, totalmente equipados. Para além dos apartamentos, o Porto River oferece uma sala de leitura e uma sala de apoio onde são servidos os pequenos-almoços e a partir do próximo ano, vai passar a dispor de um projecto na área da restauração. Esta é a primeira incursão na área da hotelaria da empresa Douro Acima, empresa com 35 anos de existência. “Estamos a aprender, mas acreditamos que no futuro possam surgir outras oportunidades”, referem os proprietários da nova unidade hoteleira da Invicta. <
No entanto, a Douro Acima também desceu à Ria de Aveiro onde possui actualmente três moliceiros, mas com intenção de fazer crescer a oferta. Os cruzeiros de Aveiro, saem do centro da cidade, podendo à semelhança dos cruzeiros no Douro, partir de outro cais ou desde que seja viável. Em Aveiro, tal como no Porto, a empresa opera com parcerias, oferecendo complementos ao cruzeiro propriamente dito, tais como, por exemplo, visitas às tradicionais salinas (comentadas) serviço de espumante a bordo, ovos moles, lanches, bem como cruzeiros com fado, violino ou acordeão. A principal nacionalidade que
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A Douro Acima iniciou o seu negócio na área da restauração, mais concretamente no emblemático “Chez Lapin” na Ribeira do Porto, dispondo actualmente de três restaurantes, sendo que um deles está reservado exclusivamente a eventos para grupos, o Downing Street. Os outros dois restaurantes, Chez Lapin e Vitorino, encontram-se lado a lado e fazem as delícias de quem os visita, apostando numa gastronomia tradicional e num atendimento cuidado. O prato de eleição é sem dúvida o Polvo Assado no forno, seguindo-se o Bacalhau com broa, o Novilho com vinho do Porto e as Tranches com molho mostarda. Um novo desafio foi enveredar pelo ramo dos circuitos panorâmicos, representando, em Portugal, a prestigiada marca “CitySigthseeing”, presente em várias cidades do Mundo e em Portugal, pela mão da Douro Acima em seis cidades – Porto, Lisboa, Aveiro, Sintra, Albufeira e Funchal. <
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>hotelaria A Golden Tulip quer chegar a 15 unidades hoteleiras em Portugal até 2030. Actualmente, a marca que já conta com um portfólio de quatro hotéis, está a construir mais um em Vila Nova de Gaia e outro a Norte de Lisboa, mas está a olhar para outras regiões como o Algarve, o interior do país e as Ilhas.
Até 2030
Golden Tulip quer chegar a 15 hotéis em Portugal TEXTO: MARIA MORGADO
A
cadeia hoteleira internacional, Golden Tulip tem neste momento em construção duas novas unidades de quatro estrelas, uma delas em Vila Nova de Gaia, que deverá abrir em meados de 2016 e outra junto da entrada Norte da cidade de Lisboa. O objectivo da marca é chegar a 15 hotéis Golden Tulip em Portugal até 2030. Nesse sentido, está já a analisar novas oportunidades de negócio na zona da grande Lisboa e a olhar para outras re-
giões como sejam o Algarve, o interior do país e os arquipélagos da Madeira e dos Açores. No que diz respeito ainda a investimentos, o Golden Tulip Porto-Gaia Hotel & Spa irá sofrer, entre Setembro e Outubro próximos, obras de requalificação dos seus 57 quartos, dotando-os de maior comodidade, conforto e qualidade por forma a satisfazer as expectativas dos clientes mais exigentes. O Caramulo Congress Hotel & Spa irá também intervencionar toda a zona de Spa e os seus 87 quartos, entre Ja-
neiro e Fevereiro de 2016 para cumprir com os elevados requisitos e padrões de qualidade exigidos pela marca Golden Tulip/Louvre HotelsGroup. A FlagworldHotels, que nasceu em 2011 para apoiar unidades hoteleiras existentes que estivessem a passar por dificuldades de gestão, também detentora do Master Franchising Golden Tulip para Portugal conta já no seu portefólio com três unidades 4 estrelas, designadamente, o Golden Tulip Braga Hotel & Spa, o Golden Tulip Porto-Gaia Hotel & Spa e o Tulip Inn
Hotel do Caramulo passará a ser Golden Tulip O emblemático Hotel do Caramulo que reabriu as portas a 1 de Agosto, vai passar a ostentar a marca Golden Tulip a partir de Janeiro de 2016 e a denominar-se Golden Tulip Caramulo Hotel & SPA. Após esta alteração serão feitas obras de requalificação e melhorias do produto, aproveitando a época baixa para o efeito, com vista a actualizar os equipamentos e serviços da emblemática unidade hoteleira. A unidade de quatro estrelas 34
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dispõe de 87 quartos e suites, um Spa (sauna, piscina interior, jacuzzi e ginásio), restaurante e bar, sala de jogos, várias salas de reuniões, piscina exterior (adultos e crianças), jardins, Internet Wi-Fi e parque de estacionamento. Após um período de encerramento de cerca de seis meses, o Caramulo Congress Hotel & SPA reabriu finalmente as suas portas, sendo agora administrado pela FlagworldHotels, que gere a marca Golden Tulip em Portugal, para a qual a unidade vai transitar em
Janeiro do próximo ano. Para a Câmara Municipal de Tondela, o Hotel do Caramulo ganha nova vida ao traçar novos objectivos com um novo plano de requalificação, desenvolvimento e promoção, que permitirá um incremento da sua posição estratégica, já que se trata de uma unidade fundamental para o desenvolvimento económico e turístico do concelho. Quando, no início do ano, foi anunciado o encerramento temporário do hotel, a autarquia garantiu que
se iria empenhar para encontrar uma solução que permitisse reabri-lo. O município realça que manteve a perseverança e determinação para que a vila do Caramulo se mantivesse como um território que corporiza uma estratégia económica e ambiental, nomeadamente na área do turismo e do património natural, onde naturalmente se incluem outros importantes equipamentos, como sejam o Museu do Caramulo, serviços e restauração. <
fase. De acordo com a Flagworld, estes últimos estabelecimentos hoteleiros não serão transitados para a marca Golden Tulip devido às suas tipologias e especificidades, uma vez que se tratam de aparthotéis, villas ou moradias que não se enquadram no tipo de produto comercializado na cadeia internacional.
PORTFÓLIO EM CRESCENDO
Estarreja Hotel & Spa, num total de 187 quartos, sobre a chancela da cadeia Internacional. Para além das unidades Golden Tulip a FlagworldHotels detém também outras 4 unidades em território nacional, o Aparthotel Jardins da Ria na Torreira, o Caramulo Congress Hotel & Spa na Vila do Caramulo, que irá transitar em Janeiro de 2016 para a cadeia Golden Tulip, a Herdade do Gizo em Cuba do Alentejo e o SunsetVillage em Armação de Pêra, completando um universo de 7 unidades em Portugal nesta
A primeira unidade da marca holandesa, fundada nos anos 60, é o antigo Hotel Falperra Conference & Spa, denominado Golden Tulip Braga. Situado na Falperra, a cinco quilómetros do centro de Braga e a 40 quilómetros do Porto, o Golden Tulip Braga é composto por 63 quartos e suites, restaurante Do Convento, Bracara Bar, seis salas de reuniões, com capacidade total até às 400 pessoas, o Golden Sense Spa com piscina interior, jacuzzi, sauna, ginásio, rituais de relaxamento e programas fitness, duas piscinas exteriores, uma das quais para crianças, jardim, court de ténis, capela, campo de Paintball e parque de estacionamento privativo. Há internet wi-fi em todo o hotel. A marca possui ainda em Portugal o Golden Tulip Porto-Gaia Hotel &Spa, que oferece 57 quartos e suites, Golden Sense Spa, os Baccus Bar e Alvarez Bar, o restaurante Casa Branca, um centro de congresso com seis salas, um campo multidesportivo e parque de estacionamento privativo. O hotel disponibiliza ainda wi-fi em todos os espaços. Do portfólio da Golden Tulip em Portugal, existe também o Tulip Inn Estarreja Hotel & Spa, com 67 quartos e suites, o Golden Sense Spa, o Paço Real Bar, o restaurante Real Cozinha Velha, quatro salas de reuniões, court de ténis, piscinas exteriores, mini golfe e parque de estacionamento privativo. A Herdade do Gizo, em Cuba, Alentejo, que pertence à Flagworld detentora do Master Franchising Golden Tulip para Portugal possui 24 Moradias (V2, V3 e V4), todas equipadas com áreas entre os 150 e 200m2, piscinas exteriores para adultos e crianças, lago com barcos, picadeiro e driving range, num total de 114 hectares de terreno. Por sua vez, a SunsetVillage fica em Armação de Pêra, no Algarve, e oferece 16 moradias e 1 apartamento, todos equipados, piscinas exteriores (adultos e crianças) e jardins. Fica a cinco minutos a pé da praia e tem campos de golfe nas proximidades. Um dos mais recentes empreendimentos da Flagworld é o Jardins da Ria, que fica em Murtosa, Aveiro. São 24 apartamentos T0, T1 e T2 equipados com kitchenette. Entre outros equipamentos e serviços, constam restaurante e bar, piscinas exteriores (adultos e crianças), sauna, banho turco e ginásio, court de ténis e squash, campo multiusos, parque infantil e jardins, bem como sala de reuniões e eventos com capacidade até 600 pessoas. < TURISVER | SETEMBRO DE 2015
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>hotelaria Para abrir em Setembro de 2017
Vila Galé apresenta a sua oitava unidade no Brasil O Grupo Vila Galé não pára de investir no Brasil. Já vai na sua oitava unidade hoteleira, agora perto de Natal, Touros, no Rio Grande do Norte. Na hora de apresentação deste novo resort, o presidente do Grupo, Jorge Rebelo de Almeida, anuncia intenções de mais três unidades.
TEXTO: MARIA MORGADO
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novo resort de Touros será importante para preencher uma lacuna em Natal que, apesar de ter bons hotéis, tem falta de uma infra-estrutura hoteleira deste porte e com este padrão de qualidade, algo que se justifica num Estado com o potencial turístico do Rio Grande do Norte”, afirmou o presidente do Grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, ao apresentar, formalmente, durante uma Conferência de imprensa, em Natal, o projecto
Torreira – Caramulo – Cuba – Armação de Pêra flagworld-hotels.com SETEMBRO DE 2015 | TURISVER 36GOLDEN TULIP GROUP v3 75.indd
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da sua oitava unidade no Brasil. Este novo empreendimento reforçará a posição da Vila Galé como principal rede de resorts no Brasil. O executivo disse ainda aos jornalistas que, para além do alojamento para mais de 1.500 pessoas, “teremos um espaço para eventos como não existe na região”. Trata-se de um resort na Praia de Touros, no Rio Grande do Norte, a cerca de 100 kms da cidade de Natal, que contará com um investimento de 28 milhões de euros e com abertura prevista
em Setembro de 2017. O Vila Galé Touros, em frente à praia, será composto por 450 quartos, quatro restaurantes onde a cozinha portuguesa se encontrará com a local - destaque para o Inevitável, um exclusivo do Grupo e o Potiguar, uma homenagem à região - SPA Satsanga, Clube Nep para crianças, Centro de Convenções com cerca de 2.000 m2, centro náutico, campo de futebol “society”, campo multiusos, campo de ténis e ainda três piscinas exteriores, tendo uma delas escorregas para crianças. Será o maior
Braga – Porto-Gaia – Estarreja goldentulip.com 09/09/2015 13:51:22
de bandeira internacional já construído no Rio Grande do Norte. “Quero bater o recorde de rapidez do Vila Galé que construí no litoral baiano: 13 meses. Vou tentar esse mesmo prazo no Rio Grande do Norte”, prometeu Jorge Rebelo de Almeida. “Numa primeira fase serão gerados 500 postos de trabalho directos durante a construção. Depois de finalizado, contamos ter cerca de 350 funcionários fixos do hotel. É, por isso, um empreendimento que promete afectar positiva e directamente a vida dos potiguarenses, o que também nos enche de orgulho”, acrescenta o executivo.
Jorge Rebelo de Almeida anuncia mais investimentos no Brasil
APOSTA NO SEGMENTO FAMÍLIAS A aposta para o novo resort “são as famílias brasileiras da classe média e média alta, à semelhança dos outros resorts que temos no Brasil (Ceará, de Pernambuco, da Bahia e do Rio de Janeiro), mas esperamos, com a variação do real, também captar turistas europeus”, adiantou Rebelo de Almeida. As sete unidades hoteleiras que o Grupo detém no Brasil e que se encontram espalhadas pelos estados do Ceará, Pernambuco, Bahia e do Rio de Janeiro, totalizam 5000 camas. Três são hotéis de cidade e quatro são resorts de tudo incluído, modalidade que a unidade de Touros também vai passar a oferecer. “Este último segmento está ainda pouco explorado no Brasil, razão que
levou o grupo a avançar com um plano de expansão que passa exatamente por fazer crescer tal fórmula noutros destinos turísticos como é o caso do `resort` de Touros”, esclarece. A nova unidade Vila Galé será importante para preencher uma lacuna na zona de Natal que,
O presidente do Grupo Vila Galé anunciou mais investimentos no Brasil. No dia que apresentava à imprensa brasileira a sua nova unidade na praia de Touros, litoral do Estado do Rio Grande do Norte, a cerca de 100 kms de Natal, Jorge Rebelo de Almeida falou aos jornalistas da sua intenção de continuar a investir nos próximos anos naquele país. A cadeia hoteleira portuguesa vai investir num hotel no Recife Antigo, semelhante à unidade que possui desde o ano passado no Bairro da Lapa (Rio de Janeiro), que passará pela reconversão de um palacete ou um casarão, num segundo hotel na Cidade Maravilhosa, desta vez na praia, bem como num resort no Estado de Alagoas. Em relação ao litoral alagoano, Rebelo de Almeida adiantou que estão em vista três terrenos à beira-mar. No entanto, o presidente do grupo não adiantou mais pormenores aos jornalistas. <
apesar de bem servida de hotéis, não tem resorts com esta dimensão, com excelentes condições quer para férias em família quer para grandes congressos e eventos de toda a ordem, refere o grupo hoteleiro. Em 2014, o grupo facturou no Brasil mais de 50 milhões de euros e cerca de 70 milhões de euros em Portugal. Em estudo pelo Grupo Vila Galé, estão também os mercados de Moçambique e Cabo Verde. Em Portugal, recorde-se, a cadeia adquiriu 4 imóveis na zona do Cais das Pedras, próximo da Alfândega do Porto, com o objectivo de os reconverter num hotel de charme de quatro estrelas. Os actuais edifícios encontram-se totalmente degradados e serão alvo de uma intervenção profunda para transformação num hotel com cerca de 80 quartos e cujo investimento total será de cerca 7 milhões de euros. Com os processos de licenciamento em curso, estima-se que a abertura ao público seja em 2017. Por acreditar no potencial de crescimento turístico do Porto, esta unidade será complementar ao actual hotel Vila Galé Porto e vem reafirmar a aposta clara do Grupo Vila Galé no mercado nacional. <
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>hotelaria TEXTO: MARIA MORGADO
Hotéis em Portugal podem ficar dispensados de estrelas A partir das três estrelas, os hotéis em Portugal vão deixar de ser obrigados a ostentar categoria, desde que cumpram certos requisitos. Diz-se que é para se adaptarem às novas tendências da procura. O que se sabe é que não reúne consenso no sector.
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om a proposta de revisão do Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos (RJET), a classificação dos hotéis por estrelas torna-se opcional, mas isso só acontecerá nas unidades hoteleiras a partir das três estrelas. A ideia é que possam ser os empresários a seleccionar que estratégias querem seguir para satisfazerem os clientes. Ou seja, um hotel pode existir, mas sem estar obrigado a ter estrelas e a cumprir os requisitos de cada nível. Porém, se for mais vantajoso, o promotor pode também optar por continuar com a actual classificação. Esta portaria, que deverá ser aprovada ainda este mês (até ao fecho desta edição ainda não tinha acontecido), foi negociada com as associações hoteleiras em sede da Confederação do Turismo Português (CTP). Esta era a portaria que faltava aprovar no âmbito da revisão do novo RJET, que entrou em vigor em Janeiro de 2014, mas que ficou em compasso de espera devido à polémica que gerou no sector hoteleiro. O novo sistema não acaba definitivamente com a atribuição de estrelas, mas deixa ao critério dos hoteleiros a decisão de adoptar este sistema de classificação. Aos restantes, os que optarem por prescindir da classificação, continuará a ser exigido o cumprimento de um conjunto de requisitos legais e um nível de exigência de qualidade para ser considerado como hotel. Se o empreendedor cumprir com estas condições pode pedir dispensa de categoria e ter mais liberdade para fazer o seu projecto. 38
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Mesmo avançando com o pedido de dispensa de classificação, o empreendimento tem sempre de ser vistoriado e auditado e cumprir com os requisitos necessários para esse efeito. A qualidade deverá ser garantida por via de um sistema de pontuação obrigatória que manterá o nível de exigência a que os hoteleiros já estão actualmente obrigados. No entanto, algumas associações ligadas à área da hotelaria, como por exemplo a AHP, está contra, enquanto outras, como é o caso da AHRESP, aplaude a iniciativa e a AHETA não se opõe, enquanto princípio geral. Tem-se falado muito na óptica do promotor. E do consumidor? Será que vai passar a distinguir os hotéis unicamente pelo factor preço? Sobre esta questão, a secretária geral da AHRESP, Ana Jacinto refere que “o consumidor sabe à partida que os requisitos mínimos são três estrelas para ser hotel, o consumidor sabe que há um mínimo de condições que têm que ser garantidas”. O que diferenciará os quatro dos cinco estrelas poderá gerar alguma dúvida junto do cliente, mas Ana Jacinto sublinha que “o turista hoje escolhe os locais para onde vai, não por causa das estrelas, mas pelos comentários nas redes sociais”.
SET DEFENDE A “DAMA” O secretário de Estado defende o novo regime, justificando que “há características que são importantes num determinado segmento e menos importantes noutro”, por isso “a única forma que temos de permitir que um empreendimento turístico se adapte
Luís Veiga Presidente da AHP
Elidérico Viegas Presidente da AHETA
A AHP foi consultada, no âmbito da CTP, e emitiu o seu parecer, tendo por sua vez reiterado aquilo que já tinha manifestado anteriormente, ou seja, “estar contra essa proposta”
“O actual sistema de classificação encontra-se desajustado das realidades do mercado, sendo frequente ver estabelecimentos classificados com 5, 4 ou 3 estrelas serem publicitados com categorias diferentes das oficiais”
por completo à procura, é dar-lhe liberdade para o fazer”. E isto, em sua opinião, tanto é válido para os novos como para os actuais. O objectivo, segundo Adolfo Mesquita Nunes, “é libertar os hoteleiros da classificação do estado para que possam criar projectos inovadores”, tendo sim, como primeira preocupação “agradar ao hóspede e não ao Turismo de Portugal”, até porque “mais importante do
que a classificação por estrelas são as classificações informais que o mercado dá”. O secretário de Estado do Turismo sempre defendeu que este sistema voluntário “está em linha com a Europa”, uma vez que é implementado em pelo menos 12 países europeus. Actualmente, é o Turismo de Portugal que estipula determinadas regras e, consoante o seu cumprimento, atribui
Ana Jacinto Secretária-geral da AHRESP
“Não estamos a falar que agora vamos acabar com o esquema de estrelas, questão que foi muito pensada e maturada. Nada disso. É apenas uma opção excepcional”
o número de estrelas de um empreendimento turístico, após examinar uma série de requisitos, como o tamanho dos quartos, os equipamentos e o mobiliário, bem como um conjunto de serviços propostos e obrigatórios para cada categoria. É neste sentido que Mesquita Nunes realça o facto de muitas vezes os hoteleiros serem impossibilitados de inovar ou de concorrerem com formas de
alojamento que lhes roubam mercado, porque o projecto não se coaduna com os pressupostos na lei vigente. “Se os hoteleiros acharem que os seus clientes valorizam a classificação por estrelas, continuarão a tê-la. Se os hoteleiros considerarem que podem melhorar os seus resultados fazendo adaptações aos seus projectos que não se enquadrem na lógica da portaria de classificação, por serem inovadores ou particularmente diferenciadores, poderão recorrer à dispensa de categoria desde que tenham os pontos necessários para serem de 3 estrelas”. AHP disse desde a primeira hora, logo que a discussão foi aberta, em meados de 2013, que a consagração de um conceito como a “dispensa Cde categoria” no Regime Jurídico dos EmM preendimentos Turísticos não merece Y acolhimento. “Não ficou evidenciado nem qualquer objectivo nem qualquer CM vantagem associada a este sistema”, MY além de que “está por demonstrar “que esta possibilidade “seja um factor CYde competitividade, e que permita captar CMY investimento ou captar procura”. Mais: “É de impossível compatibilização K com a coexistência de um sistema de classificação no nosso país, onde os hotéis são classificados de acordo com os requisitos próprios para atribuição de estrelas”.
rísticos, nomeadamente internacionais, potenciando também situações de concorrência desleal entre estabelecimentos hoteleiros”. A AHP foi consultada, no âmbito da CTP, e emitiu o seu parecer, tendo por sua vez reiterado aquilo que já tinha manifestado anteriormente, ou seja, “estar contra essa proposta”, declarou à Turisver. De acordo com Luís Veiga, o que a lei vigente, já da autoria do actual secretário de Estado do Turismo, prevê “é tão só a dispensa de requisitos para a obtenção de uma determinada categoria, mas a AHP não pode concordar com propostas desse género”, para acrescentar que “é aí que temos estado empenhados, assentando desde logo no pressuposto de que a classificação (tipo de empreendimento e categoria, i.e. estrelas) é de atribuição obrigatória”. Mesmo assim, a AHP participou na revisão da citada portaria, dando a sua contribuição com vista a “flexibilizar o método para a obtenção de pontos. O sistema da portaria assenta no preenchimento de requisitos, uns obrigatórios e outros opcionais que permitem atingir uma certa categoria (estrelas) e a nossa intenção foi tornar opcionais um maior número de requisitos”, mas também “introduzir um novo capítulo com itens opcionais orientados para a pub_expoastoria.pdf 1 01/09/2015 qualidade, inovação e sustentabilida-
de”, referiu o dirigente. A AHP empenhou-se ainda na revisão da portaria ao “admitir que os estabelecimentos hoteleiros que observem determinados parâmetros que distingam e identifiquem a sua oferta, máxime requisitos previstos neste novo capítulo, possam vir a não ostentar a categoria. Esta não utilização da categoria será afinal uma opção comercial, sendo que tal só seria possível a partir das três estrelas”. Luís Veiga recorda que o actual sistema foi organizado de acordo com o da Hotelstars e é internacionalmente reconhecido. “Deu e continua a dar boas provas porque constitui um standard de requisitos facilmente perceptíveis. É um guia/manual de qualidade de serviço para um sector maioritariamente de PME e, ainda, um instrumento de marketing e promoção dos empreendimentos turísticos do nosso país”, afirmou. A AHP alega ainda que o modelo de estrelas vigente em Portugal tem “uma credibilidade que é reconhecida pelos consumidores e pelos operadores turísticos, e não podemos prescindir dele, até para efeitos de contratos colectivos de trabalho e negociação com os sindicatos”.
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AHETA NÃO SE OPÕE 11:25:40
A AHETA “não se opõe à dispensa de
AHP ESTÁ CONTRA O presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), Luís Veiga defende que “a existência de hotéis sem categoria iria criar uma perturbação no mercado, confundindo os turistas, agências de viagens e operadores tuTURISVER | SETEMBRO DE 2015
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categorias nos hotéis”, enquanto princípio geral, “especialmente se essa for uma opção do empreendedor, tanto mais que, nos dias que correm, essa diferenciação cabe sobretudo às forças do mercado”, declarou à Turiver o seu presidente, Elidérico Viegas. “Independentemente das questões jurídico-legais envolvidas nesta revisão, sobre as quais não pretendemos nem devemos pronunciar-nos, a verdade é que o actual sistema de classificação encontra-se desajustado das realidades do mercado, sendo frequente ver estabelecimentos classificados com 5, 4 ou 3 estrelas serem publicitados com categorias diferentes das oficiais, o que gera perturbações nos mercados muito mais preocupantes do que a facilidade aberta pela nova legislação”, salientou ainda o presidente da AHETA. Elidérico Viegas recordou que a AHETA manifestou, no âmbito da CTP, estas e outras preocupações, “cujo mérito pode e deve ser avaliado, face às nossas posições, em função da legislação aprovada”. No entanto, o dirigente destaca que a revisão do Regime Jurídico da Instalação, Exploração e Funcionamento dos Empreendimentos Turísticos (RJET), agora aprovada, “parece-nos não só inoportuna como desnecessária e desasjustada dos interesses gerais da economia do turismo, para não dizer do próprio interesse nacional”, acrescentando que “o interesse político falou mais alto, e é pena”.
AHRESP APLAUDE “Os hotéis não ficam sem estrelas”, clarificou à Turisver a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, uma das associações que apoia a decisão do governo de dispensar os hotéis de categorias, segundo portaria que vai ser aprovada ainda este mês. Ana Jacinto explica que “o que propomos é um regime excepcional em que
o promotor pode optar, obrigando-se ao cumprimento de determinados requisitos estabelecidos e uma tabela de pontos que foi melhorada, que passariam, sempre no caso dos hotéis, por garantir o mínimo de 3 estrelas”. Só a partir daí “é que o promotor poderá optar por não ter estrelas”, disse. “Não estamos a falar que agora vamos acabar com o esquema de estrelas, questão que foi muito pensada e maturada. Nada disso. É apenas uma opção excepcional, mas se os empreendedores quiserem continuar a cumprir todos os requisitos que estão previstos para ter estrelas, podem-no fazer”, esclareceu ainda a secretária-geral da AHRESP, adiantando que “o promotor pode escolher a regra ou a excepção”.
O apoio da AHRESP a esta iniciativa é explicado por Ana Jacinto da seguinte forma: “Numa altura em que se fala de inovação e empreendedorismo, temos que acompanhar a evolução dos tempos e não ficar amarrados àquilo que existe. O que tem acontecido é que têm aparecido novos empreendedores com novas ideias que muitas vezes não são conseguidas e postas em prática porque estamos amarrados a requisitos muito rígidos”. A dirigente associativa recorda que a questão foi discutida no âmbito da CTP e todos os associados concordaram. “Onde há ligeiras interpretações que não coincidem é na necessidade de haver um processo formal de classificação do hotel com três, quatro, e cinco estrelas e a seguir, uma desclas-
sificação. Do ponto de vista jurídico e racional, a nós AHRESP não nos parece razoável, mas sim, dar a oportunidade ao empreendedor de escolher ou não ter categoria”. A responsável lembrou que a AHRESP tem associados que não querem ter categoria, portanto “têm toda a legitimidade se não querem ser publicitados com aquela categoria”, dando como exemplo unidades que estão vocacionadas para o surf. “Estes hotéis investiram numa série de requisitos que não são pontuados de forma oficial, porque são medidas que têm a ver com o acondicionamento das pranchas e dos fatos”, defendeu, para acrescentar que “não querem ser tipificados, mas querem inovação e isso não é premiado”, concluiu. <
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>av&to A 7 e 8 de Novembro na FIL
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2ª Expo Abreu traz ainda mais produto “Mais produto para vender” foi a promessa deixada por Diamantino Pereira, director da Viagens Abreu, na apresentação à imprensa da Expo Abreu – Mercado de Viagens de Inverno 2015, que decorrerá, em simultâneo, no Pav. 3 da FIL, no Parque das Nações, em Lisboa, e em 90 das lojas Abreu espalhadas pelo país. O objectivo é “criar nas pessoas o hábito de viajar no Inverno”. TEXTO: FERNANDA RAMOS
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“D
esassossegar os clientes, levando-os a sair de casa” e assim “contrariar a sazonalidade” da actividade turística e ajudar as agências de viagens a fazerem vendas na época de Inverno, tinham sido ob-
jectivos avançados o ano passado por Diamantino Pereira para a realização da Expo Abreu – Mercado de Viagens de Inverno que então se realizava pela primeira vez. O objectivo foi conseguido, o certame teve saldo positivo, muitos portugueses saíram de casa para comprar viagens de Inverno, a
preços convidativos, tudo porque o produto era apelativo em qualidade e preço. As metas mantêm-se mas, claro, vão mais além. Porque “na Abreu temos uma necessidade enorme de vender e contrariar a baixa estação”, pretende-se “criar nas pessoas o hábito de viajarem no Inverno” e isso não se faz num único ano, como também não se faz sem produto, e de produto trata a Abreu e todos os expositores que vão estar presentes e serão muitos. Para já, está assumido que todos os expositores que estiveram na edição de estreia vão repetir a sua presença. “Todos aqueles que estiveram presentes o ano passado também vão estar este ano”, destacou Diamantino Pereira, avançando que está já confirmada a presença de novos expositores, embora se escusasse a avançar quais, dado decorrer ainda o prazo de inscrição. A fidelização ao certame que se começa a fazer sentir, bem como o facto de se manterem os grandes patrocinadores (Açores, Royal Caribbean, TAP e Turismo de Portugal) “é muito gratificante e muito positivo para a Abreu”, porque significa que “tiveram retorno” e “o que todos nós queremos é que haja retorno” para “contrariar a estação baixa”. Por isso, as feiras realizadas pela Abreu (Mundo Abreu e Expo Abreu) estão essencialmente ficadas na venda, mais concretamente nos “early booking”.
Ilhas da Graciosa e Santa Maria são destinos convidados Novidade na segunda edição da Expo Abreu é o facto de haver a figura do “Destino Convidado”, no caso duas ilhas açorianas, Graciosa e Santa Maria. Uma inovação que se justifica pelo facto de a Abreu manter “uma relação muito afectiva com os Açores”. Por força da relação com uma região onde tem seis lojas, o objectivo, explicou Diamantino Pereira, é “levar cada vez mais turistas do Continente aos Açores”, e não apenas às ilhas mais conhecidas como São Miguel, Terceira, Faial ou Pico, ou seja “provocar e estimular a apetência do mercado”. Neste sentido referiu a “parceria muito forte” que existe entre a Abreu e os órgãos institucionais açorianos, fruto da qual “todos os anos trazemos alguma novidade”. Desta feita a novidade reside na aposta nas ilhas da Graciosa e Santa Maria que, na altura em que foi apresentada a Expo Abreu estavam a ser visitadas por uma equipa de sete profissionais da Abreu que ali foi com vista a avaliar e conhecer melhor a oferta de ambas as ilhas para grupos, incentivos, lazer e também em termos de alojamento, entre outros. “A nossa ideia é colaborar com o governo dos Açores e promovermos estas duas ilhas no próximo Inverno”, adiantou o director da Abreu. Assim, Graciosa e Santa Maria vão ser também alvo de uma campanha de promoção junto do mercado continental, que vigorará de Outubro a Junho do próximo ano e será apoiada por uma adequada campanha de marketing. <
Diamantino Pereira Director da Viagens Abreu
“Na Abreu temos uma necessidade enorme de vender e contrariar a baixa estação”
“As feiras Abreu existem para vender” pelo que “o produto é o mais importante, sem produto não há feira que possa ter sucesso”. E Diamantino Pereira garantiu mesmo que “aquilo que me tira o sono é o produto”. Assim, para que os visitantes possam ter um leque sempre crescente de escolha, a Expo Abreu 2015 vai trazer com ela produto acrescido.
PORTUGAL, NEVE, CRUZEIROS E CARAÍBAS Este Inverno é até propício a que isso aconteça já que a oferta disponível no mercado irá ser maior que o habitual por via das operações charter de Inverno para as Caraíbas já anunciadas por operadores turísticos como a Joliday e a Soltour. “A Expo Abreu está muito direccionada para este produto”, assim como está muito vocacionada para o produto neve que este ano irá estar de novo em destaque na feira. Neste caso, para além dos pacotes programados por vários operadores, estará represen-
tada através de todas as estâncias de ski de Espanha e de Andorra e será mesmo promovida por “uma pista de neve, como tivemos o ano passado”, que irá servir de animação à feira. Outras apostas de monta são os cruzeiros e o destino Portugal, sempre um dos mais procurados pelo público. Mas sejam destinos em Portugal ou pelo mundo, seja neve ou o calor das Caraíbas, seja um cruzeiro ou auto-férias, o que é certo é que todo o produto que vai estar à venda na feira vai poder se adquirido com descontos que vão até aos 50 por cento sobre os preços de catálogos, muito embora, segundo o director da Abreu, esta percentagem possa mesmo vir a ser ultrapassada. Os programas, que incluem os períodos de fim de ano, Carnaval e Páscoa, são válidos até ao final de Março de 2016, com o remanescente da oferta a poder ser adquirida nas três semanas seguintes nas lojas Abreu, ao mesmo preço do certame. Como sempre acontece nas feiras realizadas pela Abreu, também esta será apoiada por uma brochura editada propositadamente para o evento e onde o consumidor poderá ter conhecimento de toda a oferta disponível e respectivos preços. Uma brochura que o ano passado ultrapassou as 350 páginas, o mesmo devendo acontecer este ano. De referir ainda que uma das novidades da Expo Abreu 2015 reside na possibilidade de os expositores poderem apresentar o tipo de stands que bem entendam. “O ano passado os stands eram todos iguais, podiam ser maiores ou menores mas tinham todos a mesma forma física. Este ano não, este ano cada empresa, quer seja pública ou privada, irá apresentar um stand de acordo com as suas ideias”, explicou Diamantino Pereira. < TURISVER | SETEMBRO DE 2015
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>av&to A 13 de Outubro no Myriad
TEXTO: FERNANDA RAMOS
SVN 2015 estreia novo conceito
Promovido pela TravelStore American Express, o Salão de Viagens de Negócios tem vindo a marcar, anualmente, a agenda na área de negócios e turismo em Portugal. Realizado consecutivamente desde 2008, a edição deste ano do SVN, marcada para 13 de Outubro no Myriad Crystal Center, no Parque das Nações, em Lisboa, vai estrear um novo conceito, trazendo consigo muitas novidades.
Agenda para visitantes: • 14h00
- Recepção e início de actividade nos meeting points • 14h45 - Cerimónia de boas-vindas • 15h10 - Apresentação do Barómetro Viagens de Negócios (palco Go) • 16h00 - Conferências nos palcos Go, 3.0 e Next. • 18h25 - Travel Business Awards • 19h00 - Cocktail e sorteio de prémios dos patrocinadores
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SETEMBRO DE 2015 | TURISVER
SVN 2015
Tema: Go Portugal Data: 13 Outubro Local: Myriad Crystal Center
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romover o networking com todos os intervenientes do mundo das viagens de negócios (viajantes, gestores de reservas, gestores de compras, CFO´s, CEO´s, companhias aéreas, rent-a-car, hotéis) tendo em cima da mesa alguns dos temas que mais interessam ao sector, caso das tendências económicas do mundo empresarial e do mercado de business travel, da evolução do turismo em Portugal, do planeamento e organização de eventos corporativos, bem como da apresentação de novos produtos e serviços, tem sido desde sempre o grande objectivo, aliás cumprido, do Salão de Viagens de Negócios. A realizar este ano a sua oitava edição, o SVN 2015 vai apresentar-se sob um novo conceito que o tema escolhido, Go Portugal, deixa antever e com o qual os organizadores pretendem passar “uma mensagem de inspiração, uma mensagem de motivação, é o Portugal empreendedor, que não tem medo de arriscar”. Pretende-se igualmente passar uma imagem de “inovação e maior
dinamismo”, como explicou Marta Villanueva, responsável de marketing da TravelStore, organizadora do certame, na apresentação do SVN 2015 à imprensa. Tendo em conta as opiniões das empresas patrocinadoras, expositoras e dos visitantes, a organização chegou à conclusão que “era necessário inovar”, disse a responsável, sublinhando que o objectivo passa agora, sobretudo, por conseguir uma maior interactividade entre expositores e visitantes. Para isso, ao contrário do que aconteceu em todas as edições passadas, o SVN 2015 não vai contar com um keynote speaker de destaque, mas antes com 12 oradores, na maioria portugueses, que farão intervenções mais curtas ao longo de toda a tarde, sendo estas distribuídas por três palcos onde os acontecimentos serão em simultâneo. Tudo isto para que, conforme sublinhou Marta Villanueva, dar “maior enfoque nos oradores”. Outra das novidades reside no facto de o certame deixar de ter stands, substituindo-se o conceito de expositor pelo de conector, com uma base importante de networking. Nas pa-
lavras da executiva “não vamos ter o stand físico habitual, mas sim os “connectors”, que poderão ter um papel mais activo na promoção de produtos e serviços”. Ou seja, os “connectors” (os expositores que nas edições anteriores estavam presentes com stands) vão continuar a expor os seus produtos, mas neste caso irão poder fazê-lo através de pequenas apresentações de dez minutos num dos três palcos do Salão. Por outro lado, poderão também realizar speed meetings de não mais de 10 minutos, num espaço criado para o efeito. O SVN 2015 trará consigo outra grande alteração, já que os visitantes terão acesso a apresentações e exposições dos oradores convidados, seja em que palco for, através da apresentação de um QR Code que será atribuído a todos os visitantes no acto do check in. Desta forma, explicou Marta Villanueva na apresentação à imprensa, os expositores e oradores ficarão a conhecer melhor as empresas e visitantes que manifestaram interesse nos seus produtos e serviços. Nomes de oradores não foram ainda avançados, embora existam já nomes confirmados. O que a responsável de marketing da TravelStore também adiantou é que, na sua maioria, serão oradores portugueses. Avançou igualmente que pelos três palcos irão passar “quatro Millenials portugueses conhecidos” (um será Miguel Santo Amaro da Uniplaces) com intervenções que terão como tema “À conquista do Mundo” e serão apresentados Case Studies de inovação na área do turismo. O site que habitualmente é disponibilizado a cada Salão de Viagens de Negócios torna-se este ano “o centro da nova dinâmica” do evento. Nele os visitantes podem inscrever-se para assistirem às conferências, marcar reuniões com patrocinadores e muito mais – e toda esta gestão pode ser efectuada pelo visitante no próprio dia do evento. Refira-se que os organizadores esperam receber este ano no Salão cerca de 1.500 visitantes, mais 300 que no ano passado, e 35 expositores, mais 25% que na edição de 2014. <
Transalpino
TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS
Há mais de 30 anos no mercado, a Transalpino tem vindo a mudar o seu foco, estando a lançar-se numa nova área, o incomig. A empresa comporta hoje várias áreas de negócio, que a transformam praticamente numa holding: corporate e viagens, cursos de línguas para jovens e executivos através da Ciling, incoming e DMC. A Turisver falou com os sócios da empresa, José Bizarro e Maria Elisa Carvalho, que nos deram conta das novidades.
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á alguns anos a Transalpino deixou de trabalhar o segmento das viagens de finalistas onde a concorrência era “desenfreada” e o “esforço não compensava”. No entanto, o que poderia ser negativo foi reaproveitado e este foi um trabalho que veio a ter os seus frutos, tendo acabado por servir de base à entrada da agência na área do corporate. Com o avançar na idade de muitos dos jovens que viajaram com a agência, foi criada uma oportunidade e “os jovens começaram a ser administradores e directores de algumas empresas e vieram ter connosco”, como contou à Turisver o administrador da empresa, José Bizarro. Agarrar o segmento do Metting Industry tornou-se uma séria opção
Futuro passa por consolidar incoming e DMC e daí à organização de viagens para congressos da indústria farmacêutica foi um pulinho, com a Transalpino a fazer deste segmento a sua actividade principal durante anos. É esta actividade que a leva depois a organizar em Portugal simpósios e pequenas reuniões da classe médica, o que, segundo Maria Elisa Carvalho, sócia gerente da empresa “é hoje a nossa principal fonte e receitas, com reflexos nas vendas”. Actualmente, apesar de manter a relação com a indústria farmacêutica, a agência trabalha com muitas sociedades médicas “tendo sido esta a forma que encontrámos para fugir à crise”, segundo José Bizarro. O administrador da Transalpino tem até uma visão não muito optimista da actividade: “no futuro, o corporate só vai justificar-se se forem grandes contas, as pequenas pouco ou nada irão recorrer às agências de viagens porque se comprarem directamente às companhias aéreas ou à Booking têm tão bons ou melhores preços que nós”
salpino é ainda uma das agências de topo no que concerne às vendas dos operadores. O que acontece hoje em termos do cliente de lazer é que não existe tan-
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ta fidelização a uma determinada agência, segundo o executivo “ainda há alguns clientes fieis mas apenas quando falamos do cliente de topo, que não troca a sua agência por uma
LAZER É UMA ÁREA COM IMPORTÂNCIA Desde a sua fundação, ainda nos anos 80, até por volta de 2005, o lazer tinha uma quota importante na Transalpino, tendo sido por via de um menor número de portugueses a procurarem as agências de viagens para organizarem as suas férias que a agência começou a apostar noutras áreas. “Continuamos a vender e em alguns operadores temos ainda uma posição importante, temos grupos fechados que mantemos e clientes de empresas que nos continuam a comprar o lazer”, explica Maria Elisa, tanto assim que, dentro da Go4Travel, a Tran-
Departamento de Reservas / Reservation Department Campo de S. Francisco, 19 - 9500 - 153 Ponta Delgada Tel. +351 296 304 891 - TLM. +351 912 223 993 E-mail: reserve@ilhaverde.com www.ilhaverde.com
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>av&to
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diferença de 50 ou 60 euros”. Quanto ao cliente passante “ainda há mas são menos”, seja na agência de Lisboa, na Rua Guerra Junqueiro como na do Porto, na Rua da Constituição, o que se deve à alteração dos hábitos dos consumidores que às denominadas lojas de rua preferem hoje os centros comerciais. A estes produtos, soma-se outro pelo qual a Transalpino é também conhecida, os programas de cursos de línguas para jovens. Um produto importante para a agência que criou uma empresa, a Ciling, para trabalhar exclusivamente esta vertente e que oferece também cursos para executivos. “Temos pessoas especializadas neste produto colégios e pensamos ser a maior empresa a nível nacional nesta área”, diz Elisa Carvalho, acrescentando que “começamos devagarinho, na sequência de feiras nesta área em que participamos e agora temos que lutar para aumentar cada vez mais a nossa quota de mercado”. Porque se trata de um produto muito específico, é a própria Ciling que faz a promoção e venda dos produtos que coloca no mercado, muito embora também os disponibilize a agências de viagens, em locais em que não está representada de forma directa. Sendo verdade que poderia haver muito mais vendas se o produto fosse disponibilizado a um maior número de agências, esta não é, no entanto a estratégia seguida uma vez que “não podemos correr o risco de um produto tão específico como este ser mal vendido porque uma má percepção no mercado é negativa para o produto”, afirma José Bizarro pondo a tónica na grande sensibilidade deste produto: “estamos a falar de crianças de 11 ou 12 anos que pela primeira vez saem de perto dos pais e isso obriga a que o produto, e quem o vende, seja confiável e especializado”. Se o inglês continua a ser a língua mais escolhida, tendo como destino colégios em Inglaterra e Estados Unidos, “a Alemanha está agora em alta, 46
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porque os pais querem que os filhos aprendam alemão”, o que também acontece já com o chinês “e este ano tivemos até um pedido para cursos de japonês”, adiantaram os nossos entrevistados.
INCOMING ÁREA EM DESENVOLVIMENTO
José Bizarro
Agora “o foco é na criação das quatro áreas de negócio distintas e na consolidação das áreas do incoming e do DMC, mantendo o resto da actividade”
Projecto recente na Transalpino é o incoming, com cerca de dois anos, que surgiu através de organizações médicas brasileiras e empresas multinacionais, que começaram a procurar a agência para desenvolver uma cooperação na área da organização de congressos. “Começámos a dedicar-nos ao incoming com uma estrutura muito pequena numa primeira fase, neste momento já temos uma estrutura razoável a tempo inteiro, e temos tido um crescimento muito significativo”, sublinha o administrador, explicando ainda que “estamos a apostar no Brasil pela ligação das sociedades médicas com que trabalhávamos, mas também no mercado espanhol na área dos incentivos e em alguns destinos não tradicionais”. Neste momento a Transalpino é uma DMC com as devidas habilitações do Lisboa Convention Bureau, e nesta área “queremos manter-nos uma empresa pequena e não entrar numa guerra de preços, pelo que vamos apostar em destinos menos explorados”, disse ainda o responsável. Em Outubro de 2016, a DMC vai trazer a Lisboa um congresso mundial
com 2.500 participantes, dos quais 80% são estrangeiros e destes 75% são brasileiros. Para a organização deste evento, para o qual se impunha ter um departamento de incoming bem organizado, a agência pediu a colaboração de João Carmelo, profissional bem conhecido nesta área. “São três dias de congresso e o que pretendemos fazer é trazer os brasileiros para Portugal, essencialmente promovendo o país, e temos pedidos para tours de pós-congresso a outras cidades europeias”, explicou o nosso entrevistado, sublinhando o apoio que tem sido dado pela TAP. Porque o mercado brasileiro vai merecer uma forte aposta por parte da Transalpino, nomeadamente na área do incoming e do DMC, a presença na ABAV Expo, em São Paulo, está confirmada, com a agência a ter um espaço no stand da APAVT. As novas vertentes de negócio transformam a Transalpino praticamente numa holding. “A Transalpino é detentora da Ciling que está vocacionada para a área da juventude com os cursos de línguas, da Transalpino Corporate e Viagens, e uma empresa de incoming e eventos para a qual foi desenvolvido um software próprio e todos os mecanismos necessários para tratar de um congresso do princípio ao fim”. Credenciação electrónica e e-posters, em que a Transalpino foi pioneira em Portugal, tendo desenvolvido uma plataforma que aluga a outras empresas de eventos, são alguns dos serviços. Para cobrir melhor estas quatro áreas de negócio, o que a Transalpino pretende agora fazer é criar empresas próprias para cada uma delas, adiantou à Turisver José Bizarro, sublinhando o facto de, desde a sua criação, há mais de três décadas, a Transalpino ter sido sempre “uma empresa low profile” que foi “crescendo progressivamente”, de forma “prudente” e “consolidada”. Agora, afirma, “o foco é na criação das quatro áreas de negócio distintas e na consolidação das áreas do incoming e do DMC, mantendo o resto da actividade”. <
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Alentejo
Tempo para ser feliz
C
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>destinos Óscares do Turismo (WTA)
TEXTO: MARIA MORGADO
29 prémios no total: and the winner is Portugal
Portugal levou 77 nomeações para os “Óscares do Turismo”, venceu 29 prémios tanto ao nível dos melhores da Europa, Mediterrâneo, como nacional. A gala dos World Travel Awards teve lugar no início de Setembro, na Sardenha, Itália.
Prémios Europeus • Melhor organismo
oficial de turismo — Turismo de Portugal • Melhor companhia a voar para África — TAP • Melhor companhia a voar para América do Sul — TAP • Melhor destino de praia — Algarve • Melhor resort de praia — Hotel Quinta do Lago • Melhor boutique hotel — Hotel Vila Joya • Melhor boutique resort — Choupana Hills Resort & Spa • Melhor Business Hotel — Myriad by SANA Hotels • Melhor Design Hotel —The Vine Hotel • Melhor ecológico hotel — Corinthia Hotel Lisbon • Melhor revista aérea — UP Magazine (TAP) • Melhor hotel (landmark) — Bairro Alto Hotel • Melhor luxury resort & spa — Conrad Algarve • Melhor resort romântico — Monte Santo • Melhor boutique hotel do Mediterrâneo — Quinta da Casa Branca • Melhor hotel do Mediterrâneo — Hotel Quinta do Lago 48
SETEMBRO DE 2015 | TURISVER
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e entre a lista de prémios que ultrapassa a de países como Espanha ou Itália, o turismo em Portugal está entre os melhores da Europa e ficou, mais uma vez destacado na edição de 2015 dos World Travel Awards, considerados os Óscares do Turismo, já que a nível europeu arrebatou nada mais, nada menos, do que 16 prémios. A gala decorreu no Forte Village Sardinia, em Itália. Para a edição de 2015, a entrega dos prémios europeus da edição 2015 dos World Travel Awards, Portugal concorreu com 77 nomeações, venceu em 16 categorias, as mesmas que o ano anterior. Mas houve também galardões para os melhores do Mediterrâneo e até para os “the best” nacionais, num total de 29. Destaque para o Algarve que foi considerado o melhor destino de praia da Europa e também para a TAP que venceu dois prémios: melhor companhia aérea a voar para África e também América do Sul. O Turismo de Portugal foi galardoado na categoria de melhor organismo oficial de turismo europeu. Da lista constam igualmente muitos hotéis e resorts distinguidos em categorias como resort de praia, boutique ho-
tel, design hotel, o mais romântico, o mais luxuoso, ou o mais ecológico, mas também os que se dedicam ao segmento negócios e MI, ou famílias. Face a um número tão elevado de distinções, o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo sublinhou que “os prémios agora atribuídos às empresas e às entidades nacionais são inteiramente merecidos e atestam a crescente qualidade da oferta em Portugal, a qual está na base do crescimento sustentado do Turismo no nosso país”. “São as empresas privadas e todos os agentes no terreno, bem como os seus trabalhadores e os seus dirigentes, que têm construído o sucesso do Turismo em Portugal”, afirmou João Cotrim de Figueiredo, para acrescentar que “juntos, continuaremos a contribuir para o desenvolvimento do sector e de toda a economia”. Os World Travel Awards começaram a ser atribuídos em 1993, reconhecendo o trabalho desenvolvido na área da indústria turística a nível global, de modo a estimular a competitividade e a qualidade do Turismo. A selecção dos nomeados é realizada à escala mundial por milhares de profissionais do sector, que todos os anos escolhem os seus favoritos. <
Prémios nacionais
• Melhor boutique hotel — The Yeatman
• Melhor hotel para negócios — Hotel Pestana Palace
• Melhor hotel
para conferências — Corinthia Hotel Lisbon • Melhor design hotel — Altis Belém Hotel & Spa • Melhor resort para famílias — Sheraton Algarve no Pine Cliffs Resort • Melhor hotel ecológico — Vila Vita Parc • Melhor hotel — Bairro Alto Hotel • Melhor hotel com residências — Troia Design Hotel • Melhor suite presidencial — Sheraton Porto Hotel & Spa • Melhor resort — Pestana Porto Santo & Spa • Melhores apartamentos com serviços — Altis Suites • Melhor resort com Spa — Choupana Hills Resort & Spa • Melhor resort com villas — Dunas Douradas Beach Club
TEXTO: MARIA MORGADO
A Ryanair anunciou o calendário de voos para o Verão do próximo ano, com partidas em Lisboa, aumentando as ligações que vai fazer para o Porto e para Roma. No total são 16 rotas com 140 voos semanais e o objectivo é transportar 2,5 milhões de pessoas a partir de Lisboa. A empresa tem 85 rotas em Portugal.
A partir da sua base de Lisboa
Ryanair vai reforçar voos para Porto e Roma no Verão de 2016
TEXTO: MARIA MORGADO
Michael O’Leary quer decisão rápida sobre aeroporto no Montijo O CEO da Ryanair, Michael O’Leary defendeu a abertura do aeroporto no Montijo e quer que o Governo português decida o mais rapidamente possível sobre esta matéria, para que a transportadora aérea low cost possa crescer em Portugal. “Só quando o aeroporto do Montijo for aberto, teremos oportunidade de abrir novas rotas, transportar mais tráfego e gerar mais emprego”, disse. Em conferência de imprensa em Lisboa, o executivo criticou o Grupo Vinci, actual concessionária dos aeroportos em Portugal de estar a bloquear o crescimento no aeroporto de Lisboa por forma a que não atinja o limite definido pelo Governo, que é de 22 milhões de passageiros, e atrase a decisão de abertura do aeroporto complementar na actual base do Montijo. Michael O’Leary avançou que a Ryanair, que pretende chegar aos 2,5 milhões de passageiros no aeroporto de Lisboa poderá, com a abertura do Montijo, duplicar este número. “Queremos investir mais em Lisboa mas estamos bloqueados pelo aeroporto”, disse o presidente executivo da transportadora aérea de baixo custo, adiantando que “se as restrições forem levantadas, vamos conseguir aumentar a quota de mercado”. O executivo defendeu, ainda na conferência de imprensa em Lisboa que o segundo aeroporto deve ser gerido por uma entidade diferente da que detem a concessão dos aeroportos portugueses, para que haja concorrência. <
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Ryanair anunciou que vai reforçar a sua operação à partida de Lisboa no Verão do próximo ano, com mais uma ligação diária para o Porto e mais um voo para Roma. O objectivo da Raynair é transportar 2,5 milhões de passageiros em Lisboa, 3,5 milhões no Porto, 1,5 milhões em Faro e meio milhão em Ponta Delgada. Em conferência de imprensa em Lisboa, o CEO da transportadora aérea irlandesa de baixo custo, Michael O´Leary, referiu que o calendário de Verão de 2016 inclui 16 rotas e mais voos diários para o Porto, que passa a três, e Roma que passa a duas ligações por dia, com partidas de Lisboa, num total de 140 voos semanais. “Esta estratégia vai-nos permitir transportar 2,5 milhões de passageiros por ano e criar 1.875 empregos no aeroporto de Lisboa”, adiantou. A operação anunciada à partida da Portela compreende Bremen (3x semana), Bruxelas (2x dia), Dublin (diário), Eindhoven (diário), Frankfurt (4x semana), Hamburgo (diário), Londres (3x dia), Manchester (5x semana), Marselha (diário), Milão (diário), Paris (diário), Pisa (2x semana), Ponta Delgada (2x dia), Porto (3x dia), Roma (2x dia), Varsóvia (2x semana). Segundo o executivo, Portugal continua a ser “um mercado impor-
digitais, tais como “Assegure o Preço”.
120 MILHÕES DE PASSAGEIROS EM 2020 NA EUROPA
Michael O´Leary CEO
Portugal continua a ser “um mercado importante para a Ryanair, onde registamos um crescimento sólido e sustentável, desde a abertura da nossa base em Lisboa no ano passado”. tante para a Ryanair, onde registamos um crescimento sólido e sustentável, desde a abertura da nossa base em Lisboa no ano passado”. Deixou também a promessa de “continuarmos a oferecer os voos mais baratos da Europa de e para Portugal”. A transportadora aérea low cost promete melhorias nos seus serviços, continuando a apostar no programa “Sempre a Melhorar”, que disponibiliza aos clientes um novo e melhorado website, nova App móvel, novos interiores de cabine, novos uniformes para a tripulação, menus melhorados e novidades
A companhia aérea irlandesa de baixo custo, que actualmente conta com 72 bases na Europa, pretende transportar 120 milhões de pessoas em 2020 em todo o continente europeu. A Ryanair prevê transportar um em cada três passageiros na Europa em 2020, o que representa 120 milhões de viajantes. Este crescimento será sustentado, entre outros factores, pelo aumento da frota da empresa, que passará dos 315 aviões actuais para 520 até 2024. O aumento previsto da frota, com novas aeronaves encomendadas à Boeing, juntamente com o alto índice de ocupação dos aviões, que este ano supera os 90%, representam, de acordo com a companhia aérea, uma total garantia para qualquer aeroporto da Europa. A Ryanair celebra este ano o seu trigésimo aniversário e o crescimento nas últimas três décadas foi muito significativo. Dos cinco mil passageiros transportados em 1985, a transportadora aérea low cost conta fechar este ano com um total de 103 milhões de clientes. Michael O’Leary confirmou que a quota de mercado da transportadora cresceu para os 20% no último ano e quer rapidamente tornar-se na maior companhia aérea a operar em Portugal. < TURISVER | SETEMBRO DE 2015
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>figuras
>últimas 2º Master plan de Vilamoura
Natalia Cristóbal Directora
Turismo Espanhol
Natalia Briales Cristóbal acaba de assumir a Delegação Oficial do Turismo Espanhol em Portugal, cargo que acumula com o de Conselheira de Turismo da Embaixada de Espanha. Nascida em Madrid em 1965, Natalia Briales Cristóbal substitui no cargo de responsável pela promoção turística de Espanha no nosso país a Antonio Nieto Magro, que esteve entre nós desde Janeiro de 2011. É licenciada em Sociologia e em Ciências Políticas pela Universidade Complutense de Madrid, diplomada em Direito Constitucional e em Ciências Politicas pelo Centro de Estudos Constitucionais de Madrid, Cristóbal possui também um Doutoramento de História do Pensamento e Movimentos Sociais Contemporâneos da Faculdade de Ciências Politicas e detém um Master em Gestão Directiva no INAP. <
Fernando Matos Executivo de vendas Lusanova Bahia
O segundo master plan de Vilamoura prevê um investimento de mil milhões de euros e estima o desenvolvimento de 18 projectos, com áreas entre os 1,5 e os 168 hectares, em que se combinam usos residenciais, de lazer, de turismo e de retalho. Todos os projectos estão prontos para venda. Apresentado em cerimónia que contou com as presenças do ministro da Economia, António Pires e Lima, e do secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, o master plan referente à segunda fase do empreendimento de Vilamoura abrange uma área de 400 hectares onde se inclui uma área de construção bruta de baixa densidade de 680 mil m2, totalmente aprovada. O master plan da nova fase do empreendimento tem por base seis temas, concretamente, Vilamoura Marina, Vilamoura Golf, Vilamoura Active, Vilamoura Villages, Vilamoura Estates e Vilamoura Lakes. Desenvolvendo-se numa área com 250.000 m2 de paisagens naturais, o Vilamoura Lakes, que substitui o empreendimento an-
teriormente denominado Cidade Lacustre, será o activo principal. Abrangendo paisagens lacustres e criando um dos principais lake resorts da Europa, o Vilamoura Lakes vai incluir 1.900 unidades residenciais, cinco empreendimentos turísticos com 3.600 camas, lojas e restaurantes. Foram também apresentados detalhes do plano de melhoria da área da Marina, que inclui um novo e icónico Yacht Club internacional, um Spa e ginásio, assim como três restaurantes e lojas. O grande objective deste plano é, segundo o CEO de Vilamoura, Paul Taylor, “transformar esta excelente localização no destino turístico líder no Algarve”. “A nacionalidade dos possíveis investidores é muito variada. Temos contactos da China, Índia, Hong Kong e de vários países europeus, como Dinamarca, Suécia, França e o meu próprio país, Reino Unido. Também há investidores portugueses locais, que querem apostar e investir no seu próprio país, o que é fantástico. Já temos alguns identificados”, revelou Paul Taylor”. <
Fernando Matos é o novo responsável de vendas do operador turístico Lusanova para actuação em Salvador e interior do estado brasileiro da Bahia. Este profissional tem uma larga experiência em venda e promoção dos produtos Lusanova, designadamente, os circuitos europeus com guia em português, e também na orçamentação de grupos. Fernando Matos, que vive há vários anos no Brasil, exerceu funções, até final de Agosto, numa agência de viagens da cidade de Salvador. <
Bulgária conta com Portugal para desenvolver turismo
Director de Operações Amazónia Hotéis
Desde 18 de Junho que é o novo director de Operações do Grupo Amazónia Hotéis. No seu curriculum constam experiências como uma incursão pelo Grupo Mello, na “Lisnave e Setenave”, em 1975, com a qual iniciou a sua actividade profissional. A estreia em Turismo deu-se no então Grupo JBG, em Montechoro e Albufeira no Algarve, para posteriormente passar pelo Hotel Meridien de Lisboa, na Direcção Técnica e no Caesar Park Penha Longa, onde permaneceu até 1998. No mesmo ano integrou a gestão na Orient Express Hotels no Reid´s Palace no Funchal, onde se manteve até 2001. Regressado ao Continente, participou no projecto Vila Sol e integrou a equipa técnica nacional da D.Pedro Hoteis. Em 2003 assumiu a gestão do Hotel Atlantis de Vilamoura, do Grupo Grão-Pará, como adjunto da Direcção Geral e Director Técnico. <
Desejo assinar a Revista por um período de ______________ ano(s)
O governo búlgaro aprovou o projecto de protocolo de cooperação entre Ministério do Turismo do país e do Ministério da Economia Portugal. O documento, já rubricado durante a Assembleia Geral da OMT, reflecte os esforços dos dois países para criar as condições mais favoráveis para a cooperação frutuosa através do desenvolvimento de diferentes tipos de turismo. O documento insere-se no quadro da recente visita a Portugal da ministra búlgara de Turismo Nikolina Angelkova (na foto ao lado), e dos encontros que manteve tanto com o ministro português da Economia, António Pires de Lima, como com o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes. Bulgária e Portugal irão incentivar o intercâmbio de informações e experiências em várias áreas, designadamente, planeamento da estratégia de marketing, promoção turística, programas estatísticos, legislação e programas sobre a qualidade do turismo, as suas actividades de desenvolvimento no sector da hotelaria, bem como no âmbito da sustentabilidade do turismo. A participação em feiras de turismo, seminários, workshops e outros eventos serão também estimulados, refere o protocolo. As visitas de jornalistas, no princípio de reciprocidade, para promover o potencial turístico dos dois países também estão previstas. <
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António Graça Neves
Boletim de Assinatura Turisver
Nome: ___________________________________________________________________________________________________ E-mail: ___________________________________________ Empresa: _____________________________________________________________ Morada: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ C. Postal: ___________________________ Telefone: __________________________________________ E-mail: ___________________________________________________ Contribuinte: _____________________________________________ Data: ___________________________________ Continente e Ilhas € 52,50 (Anual)
Estrangeiro € 65,00 (Anual)
IVA incluído à taxa de 6%.
Assinale com uma cruz o destino pretendido.
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Pagamento por cheque ou vale dos CTT dirigido a: Rua da Cova da Moura, Nº 2, 2º Esq., 1350-117 LISBOA
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