Ferrovias: Os eixos para o
desenvolvimento econômico
O
país inicia um novo ciclo de expansão da infraestrutura com um ambicioso programa de investimentos em logística, tendo como base primária a conexão por via férrea O ano de 2019 culmina com duas grandes notícias para o sistema logístico nacional. Uma foi a concessão dos ramos central e sul da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis, Goiás, considerada a espinha dorsal do sistema logístico brasileiro. A outra foi a aprovação da renovação da concessão da ferrovia Malha Paulista pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
“O Brasil tem atualmente o maior programa de concessões de ativos de infraestrutura do mundo, que atinge o volume de R$ 217 bilhões em investimentos, pelas próximas décadas, nos portos, ferrovias, rodovias e aeroportos que serão concedidos até 2022.” Com essas iniciativas, há clara sinalização de mudança da matriz logística do país em busca de mais racionalidade priorizando a expansão das ferrovias para superar os trechos de longa distância, integradas aos demais modais de acordo com as características regionais. “De uma só vez, garantimos um aporte de R$ 5,8 bilhões em investimentos no setor ferroviário em cinco anos, o que representa emprego na veia, um choque de oferta de transporte e frete mais barato”, celebrou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, por ocasião do balanço anual da pasta dele.
Tarcísio Gomes de Freitas
Segundo ele, R$ 2,2 bilhões arrecadados em outorga vão para os cofres do Estado. Em 2019, de acordo com o balanço anual do Ministério de Infraestrutura, foram realizadas 27 licitações, divididas em 13 terminais portuários, um trecho da Ferrovia Norte-Sul, as rodovias BR-364 e 365 e 12 aeroportos. Para 2020, as expectativas voltam-se para as concessões da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), no Trecho entre Ilhéus e Caetité, na Bahia, e da Ferrogrão, um trecho de 1.142 quilômetros entre Lucas do Rio Verde (MT) e Mirituba (PA), fundamental para atender a expansão agrícola do CentroOeste.
Renovação da Malha Paulista O caminho mais curto para o Porto do Santos Por sua vez, também a renovação da concessão da Malha Paulista pela Rumo foi comemorada como um passo importante para agilizar os investimentos nessa linha e passar uma mensagem de confiança sobre as demais renovações que devem ocorrer em 2020. O contrato com a Rumo venceria em 2028. A renovação prolonga o direito de exploração da via pela empresa por mais 30 anos e agiliza a execução de novos investimentos e modernização da malha. Qualificada no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), a Malha Paulista faz a conexão dos pontos do interior de São Paulo ao Porto de Santos – contribuindo o para o escoamento de produtos do agronegócio para exportação. Com isso, os dois principais polos produtivos do Brasil –
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AEAMESP 2020
Região Centro Oeste e Sudeste – iniciam um novo ciclo de investimentos e melhorias com reflexos direto para a economia e desenvolvimento dessas regiões. O presidente dos conselhos de administração da Cosan e da Rumo, Rubens Ometto, destacou que a concessão ajudará na expansão da fronteira agrícola do País e beneficiará aos caminhoneiros, que poderão operar nas pontas da ferrovia. Já o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, lembrou o “fator multiplicador da ferrovia: “Teremos a maior linha férrea capaz de democratizar a comercialização dos nossos produtos, não vamos mais ficar estrangulados”, comemorou na época. O tramo central está pronto e disponível para a operação do transporte comercial de cargas.