Transporte de cargas Expectativa de R$ 62,08 bilhões de investimentos Se tudo correr de acordo com o programado pelo Ministério da Infraestrutura, o setor ferroviário de cargas brasileiro deverá receber investimentos privados e públicos da ordem de R$ 62,08 bilhões; só a renovação antecipada dos contratos de algumas operadoras deverá superar os R$ 30 bilhões, segundo estimativas do Governo Federal, além de investimentos menores, que – se realizados – aumentarão a demanda por profissionais especializados na área ferroviária. Dessa forma, os investimentos privados em novos projetos começarão a partir da conclusão desses processos, o que será a partir da assinatura da prorrogação antecipada dos contratos — inicialmente, com a expansão da capacidade de transporte da Malha Paulista. O Tramo Central da Ferrovia Norte-Sul (FNS), leiloado e assinado no presente ano
pela Rumo, foi o primeiro e formidável marco para o setor ferroviário em 2019, cujo investimento na construção do trecho final desse tramo está com a iniciativa privada. Quanto aos investimentos públicos, a maior parte deles ocorreu nos últimos anos por meio da Valec, com aportes na construção do Tramo Central da Ferrovia Norte-Sul, no início das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e na Transnordestina. O pipeline do Governo Federal inclui a construção e futura concessão da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), parte dos investimentos atrelados à renovação da EFVM, cujo objetivo é conectar o leste do Mato Grosso à FNS, em Mara Rosa - o entroncamento encontra-se quase que equidistante dos portos de Itaqui, no Maranhão, e de Santos, em São Paulo.
Formação profissional Setor investe e apoia os responsáveis pela capacitação profissional Segundo Ellen Capistrano Martins, superintendente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), a partir das perspectivas otimistas do mercado, surge uma nova demanda seja para o governo, seja para as empresas e para as áreas de ensino do setor ferroviário – a de promover as qualificações de profissionais para atender a demanda do setor.
“Hoje já existe pouca oferta de pessoal com perfil e conhecimento técnico, principalmente, para as áreas de agente de estação, maquinista, manobrador, mecânico de manutenção ferroviária, eletricista de manutenção ferroviária, mantenedor de via permanente e técnico em manutenção ferroviária”. “Mas essas áreas, em paralelo com segmentos formados por gestores operacionais e funcionais de equipes, áreas de Engenharia, de Projetos e Execução de Infraestrutura e outras ferroviárias (Controlador da Tráfego e Operador, Técnico e Supervisor), demandarão mais profissionais a partir da renovação dos contratos ferroviários e da expansão da malha com a construção de novas ferrovias, que detêm uma gama diversificada de projetos de infraestrutura a serem executados”, alerta. Justamente visando superar esses prognósticos, nos últimos 26
AEAMESP 2020
Ellen Capistrano Martins
dez anos as concessionárias associadas à ANTF iniciaram um permanente programa de investimentos que até hoje já consumiu R$ 340 milhões para a formação e capacitação de funcionários e retomada de cursos ferroviários junto à área acadêmica, abrangendo instituições públicas e privadas. O objetivo é atender à demanda por mão-de-obra na carreira de técnicos e engenheiros ferroviários, por intermédio de parcerias com instituições de ensino como Fundação Dom Cabral/MG; PUC/MG; IME/RJ; Coppead/UFRJ; Fundação