Inspiração para os consumidores, resultados para os clientes. A maior qualidade da tecnologia é melhorar a vida das pessoas. Por isso, a Marketdata utiliza todo o seu know-how em CRM e inteligência em Gerenciamento de Dados para criar soluções, inspirando as pessoas a comprar bem e os nossos clientes a crescer. 7 anos consecutivos eleita a empresa do ano em CRM e DBM.
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expediente FLÁVIO HORTA Publisher GABRIELA MANZINI Chefe de Redação BIANCA BORGES Jornalista MARIA CARVALHAL Diretora de Operações do Digitalks ADRIANA NEIVA Head de Relacionamento PAULINHO MOREIRA Projeto Gráfico COLABORADORES Albert Costa, Alessander Firmino, Amyres Fernandez, André França, André Miceli, Breno Barros, Bruno Rodrigues, Carlos Giusti, Chrissy Healey, Christopher Thompson, Dado Schneider, Daniel Galvão, Diego Carmona, Essio Floridi, Felipe Schepers, Felipe Ramirez, Fernanda Negrini, Fernando Moulin, Gisele de Paula, Hélio Cordeiro, Juliano Tubino, Léo Xavier, Marcelo Moura, Marcelo Trevisani, Miguel Genovese, Myrtna Kumov, Patrícia Cavalcanti, Rafael Montalvão Tavares Silva, Rodrigo Azevedo, Rodrigo Silva, Rubens Stephan, Sandra Turchi, Tatiana Revoredo e Wilson Lannes. EMPRESAS MANTENEDORAS O projeto é um oferecimento de Dinamize, Google, Marketdata, PwC e ReclameAQUI e é mantido pelas empresas Apiki, CRP Mango, mLabs, NoBeta, Vídeo Click e Webeleven.
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DIGITALKS Organização
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Melting Color Impressão > 1.000 exemplares
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/e di to ri al
Sabe aquela sensação de começar o ano com um friozinho na barriga por causa dos desafios, mas a feliz sensação de que estamos no caminho certo junto da energia necessária para ajustar a rota de acordo com os ventos? Esta primeira edição de 2019 me trouxe exatamente este sentimento. E espero que traga a mesma esperança a você, meu querido leitor! Nos últimos dois a três anos, iniciamos nossa introdução ao mercado brasileiro sobre a Transformação Digital. Pinceladas foram dadas desde 2016 e 2017 para de fato assumir o termo em 2018, ajudando o mercado a se adaptar ao que chamamos de Era da Experiência, que está diretamente relacionada à Transformação Digital. Pois bem, por “transformação”, entende-se que algo começa, se modifica e se transforma em algo novo, diferente. Dentro dessa lógica, nosso próximo passo enquanto fomentadores do mercado digital brasileiro é não apenas guiar, mas participar da troca necessária para compreender como ‘chegar ao outro lado’ juntos e mais fortes. A matéria de capa desta edição, que inaugura nosso 6º ano de revista, explica quais são os estágios para medir a maturidade das empresas de hoje e traz os principais pilares que norteiam a jornada das organizações durante a Transformação Digital, rumo ao que estamos chamando de A Nova Economia Digital. Esse
editorial
“outro lado” que ainda levará alguns anos para enxergarmos de fato por aqui, mas que algumas empresas no mundo já estão lá. Em meio a tantas estratégias para colocar em prática, o mote #CompartilheConhecimento que o Digitalks usa desde os primórdios nunca se fez tão importante. E o mais bacana: exatamente em um momento em que não apenas o mercado digital passa por todos esses desafios, mas em um ano em que comemoramos nossa primeira década de aniversário! Não é a toa toda a empolgação desta editora. Por parte de negócios, nossos esforços estão todos voltados ao nosso EXPO Digitalks 2019 (já dou spoiler de que em 28 e 29 de agosto teremos uma grande comemoração de todo o mercado e imperdível para quem é da área). Por parte editorial, a qualificação de nosso conteúdo dos últimos anos nos leva a apoiar esses objetivos de negócio, trazendo toda a riqueza da Comunicação 360 que culmina em um grande espetáculo de conteúdo também em agosto. A matéria de capa que pincela todos esses desafios é só a pontinha do que estamos preparando ao lado de gente boa e qualificada. Daquelas edições para guardar reler daqui a 10 anos, sabe? Ainda neste volume, vale o destaque para o artigo da Myrtna Kumov, da Amazon, sobre os impactos da Transformação Digital no público interno; a coluna “Sr. Conteúdo” do Bruno Rodriguez, que traz sempre novidades para reflexão; o texto de Tatiana Revoredo sobre como (e porquê) o Blockchain está mudando o mercado publicitário; a nova coluna “Contém Spoiler!” que traz um gostinho do que acontece em agosto no Expo Digitalks, e ainda o artigo do grande Léo Xavier, da PontoMobi, que aborda tendências em tecnologia para ficar de olho. Tem tanto conteúdo bacana que ficou bem difícil de enumerar! Entramos em 2019 com tudo e queremos que você faça parte desse momento histórico #digitalks10anos junto da gente. Uma boa leitura a todos!
Gabriela Manzini Head de Conteúdo
05
Sumário
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THE NEW ECONOMY: a jornada da transformação nos negócios
08 #CAPITAL HUMANO
Inovação, Transformação Digital e o Capital Humano
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14 #sr. conteúdo
A evolução do conteúdo e o assistente de voz
20 #TENDÊNCIA
Blockchain pode mudar o mercado publicitário
su má rio 12
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24
26
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sumário
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#CASE DO MERCADO
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#TECNOLOGIA
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#CONTENT MARKETING
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#ESTRATÉGIA
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#MÍDIA
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#MERCADO
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guia de empresas
Marketing de Imersão: experimentado o potencial da Realidade Aumentada
A vez do novo chatbot
#OPINIÃO
O marketing digital está com os dias contados #TRANSFORMAÇÃO
Crescimento do mercado mobile altera comportamento sobre uso de apps #NEGÓCIOS
A ascensão do AfroEmpreendedorismo Brasileiro #BRANDING
A nova economia baseada na Reputação e Confiança #CONTÉM SPOILER! EXPO DIGITALKS
O futuro do trabalho e como se preparar para a nova economia digital
Conteúdo que é rei, nunca perde a majestade
O que os profissionais de marketing precisam acertar quando o assunto é retargeting?
Convergência é o caminho para a indústria de mídia e entretenimento
Por um diálogo mais interessante entre marca e consumidor: tendências da mídia programática para 2019
Quer colaborar com o Digitalks? Envie seu material exclusivo por e-mail: redacao@digitalks.com.br 07
capital humano
Inovação, Transformação Digital & o Capital Humano Por Myrtna Kumov
08
capital humano
É inegável que a Transformação Digital tem impactado muito a dinâmica do mercado. Ela impulsionou uma grande onda de inovações e transformações que culminaram na já conhecida Quarta Revolução Industrial. Esse movimento teve o epicentro no mundo corporativo, pois nasceu dentro das empresas e se expandiu para o mercado consumidor. As mudanças todas que temos acompanhado foram viabilizadas pelo surgimento e aprimoramento de inúmeras tecnologias, como: Computação em Nuvem, Inteligência Artificial, Big Data e Internet das Coisas. Sabemos que as adaptações interferem na forma como o negócio é gerido, como produtos são concebidos e, também, como os consumidores são impactados e como podem influenciar o seu negócio. No entanto, pouco se fala sobre como o público interno de uma empresa é afetado, ou seja, de que forma os funcionários das empresas reagem às transformações. Defendo que devemos nos ater também sobre como a área de Recursos Humanos deve recrutar, reter e capacitar seus talentos para que eles estejam prontos para os desafios que já estão aí. A discussão sobre o capital humano é fundamental para que se possa criar um ambiente propício ao desenvolvimento da companhia e também para que os funcionários possam estar em acordância com os demais públicos. De nada adianta ter uma estratégia de posicionamento de mercado muito bem apurada, um tratamento impecável com a imprensa, um orçamento invejável para inovação e até produtos disruptivos... se as políticas de RH não estão em sincronia. É importante lembrar que os funcionários podem também compor demais públicos
da empresa, como acionistas, comunidade e até consumidor. Portanto, qualquer dissonância no tratamento será sentida e seguramente afetará o desempenho do colaborador se a distância percebida for muito grande. Em resumo, não adianta olhar o mercado e os consumidores sob o viés da transformação digital e continuar tratando o ambiente interno e seus funcionários como se ainda estivéssemos no século XX. Se o ponto inicial da transformação é o interior das empresas, a propagação dessa onda deve atingir inicialmente o grupo que está mais próximo. Ocorre que o que vemos na prática é o oposto. Empresas preocupam-se primeiramente em mostrar para o mundo externo que já estão alinhadas com a 4ª Revolução Industrial e estão mais digitalizadas do que nunca. O mercado recebe bem o posicionamento, mas o reflexo interno desse esforço deliberado para o exterior pode ser prejudicial. Os funcionários de todos os setores serão propulsores da transformação e, mais do que isso, serão evangelizadores da própria empresa. Além, claro, de continuarem sendo consumidores, acionistas ou outro público de interesse. Para um olhar mais apurado, recomendo que as ações simples que estão detalhadas abaixo sejam contempladas em qualquer plano de inovação e transformação digital.
Engajamento da gestão: Guiar o processo de inovação não é mais uma tarefa exclusiva do CEO ou do líder da área de TI, conhecido como CIO. Garantir a execução de uma estratégia de digitalização implica no envolvimento de todas as áreas. Portanto, comece engajando TODOS os líderes de sua empresa: Recursos Humanos, Marketing, Comunicação, Ope09
capital humano
rações, Vendas, Finanças e qualquer outra área existente. O alinhamento e sincronia entre todos os gestores é o que fará as mudanças cascatearem.
pessoas. Os ealier adopters internos devem ser trazidos para próximo da gestão, treinados e incluídos nos processos de transformação digital. Eles serão os seus influenciadores e terão o papel fundamental de entusiasmar e educar os seus colegas de trabalho.
Orçamento: Considere que seu plano de Transformação Digital precisará de investimentos em RH. Não basta somente elencar os custos de infraestrutura, consultoria externa ou marketing. É preciso separar um orçamento para Recursos Humanos para investimentos em recrutamento, capacitação, retenção, endomarketing, pesquisas de clima, alteração de benefícios e até mudança de layout.
Flexibilidade: Empregados desejam mais mobilidade dentro das empresas. Assim como os seus consumidores, o público interno é facilmente assediado por outras ofertas e se fixa mais pela cultura da empresa do que pelos seus salários. Portanto, busque viabilizar um programa de rotação e promoção mais flexível, sem as ultrapassadas “travas” para transferência. Desburocratize a ascensão ou transferência de interna de seu colaborador.
Diversidade e Inclusão: Se o mercado é global e plural... porque a sua empresa continua homogênea? Procure compor suas equipes com o máximo de diversidade, buscando os mais diversos espectros: gênero, orientação sexual, raça, formação acadêmica, experiências anteriores, PCD, etc. Não olhe para esta ação como um trabalho social, embora seja lei em alguns cenários. A pluralidade é estratégica, pois já está mais que provado que empresas que investem em Inclusão e Diversidade são mais competitivas, ágeis para adoção de tecnologias emergentes e, principalmente, mais lucrativas. A transformação digital representa também uma transformação cultural no ambiente interno, o qual não deve ser subestimado. Não importa o quão complexa é a sua estrutura, quão caras são as suas tecnologias ou qual o market share do novo produto lançado. Você sempre terá capital humano envolvido! Nos dias atuais, inovação e transformação digital não existem sem a tecnologia. Por outro lado, a tecnologia seguramente jamais existirá sem as pessoas.
Influenciadores internos: Toda nova tecnologia possui os chamados earlier adopters que são as pessoas que adotam a novidade antes dos demais e com mais facilidade. Identifique em seu quadro de funcionários quem são essas 10
Myrtna Kumov
Gerente de Marketing Latam na Amazon AWS
D I G I TA L KS E XEC U T IV E by Transformando Líderes para a nova Economia Digital Encontros mensais dos principais Líderes Executivos, C-levels e Diretores de organizações que visam debater a inovação e a aplicação da transformação dos negócios dentro da nova realidade digital
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opinião
Por André Miceli
O marketing digital está com os dias contados
Como o fim de uma era pode remodelar estratégias e o mercado A história e a sociedade, como um todo, são mutáveis e estão sempre em constantes mudanças. Com as múltiplas inovações, o mercado entendeu a necessidade de se adequar a elas e já acompanha, cada vez mais próximo, essas transformações. E com o marketing não é diferente. Embora o panorama mundial seja predominantemente analógico, é inegável como é vivenciado, cada vez mais, o digital nas pequenas – e grandes – decisões cotidianas. São smartphones, assistentes virtuais, GPS... tecnologias que tornam o dia a dia cada vez mais digital, alterando as atividades, as relações e também as empresas. Nos últimos anos, houveram inovações significativas que transformaram diversas áreas. No diagrama abaixo, pode-se observar as mudanças ou inserções tecnológicas de 12
larga escada e largo potencial de atingimento em termos de pessoas, como IA, tecnologias móveis, realidade aumentada. Todas essas novidades criaram a necessidade de alteração nas estratégias de negócios. Contudo, para mudar estratégias, é preciso mudar modelos; para mudar modelos, mudar processos; e para mudar processos, mudar a cultura. Ou seja, as mudanças culturais acabam sendo potencializadas nesse processo de digitalização da sociedade.
Mundo real cada vez mais digital Não existe mais a distinção que marcou o início da era do pensamento digital. Antes, havia a separação do que era o marketing do marketing digital, pois, na prática, tratavam-se de disciplinas separadas.
opinião
O marketing digital, então, era a execução de um direcionamento do marketing institucional - as empresas o faziam em seus planejamentos estratégicos, afim de alcançar suas metas, e desdobravam isso em ações de marketing. Assim, o marketing digital era tratado como uma alternativa para os investimentos e esforços, e servia para a empresa atingir esses clientes através da utilização de recursos digitais. A questão é que com a evolução dessas ações, do ponto de vista de administração, o plano de marketing passou a levar o digital de uma maneira tão intrínseca que essa distinção parou de fazer sentido: o atual cenário é de um único marketing que leva o digital em consideração no processo de pré e pós-venda. Na verdade, é possível afirmar que muito mais do que a comunicação e o marketing, o digital vai começar a ser levado da mesma maneira, com um pensamento intrínseco, para outros segmentos das empresas também. O RH, por exemplo, não poderá mais pensar as políticas de recursos humanos sem levar em consideração as características do ambiente digital, tanto no ato de contratação quanto na manutenção dos recursos humanos dos colaboradores de empresa. Essa mesma situação pode ser aplicada no departamento de operações, pois todo o processo de Supply Chain poderá ser permeado pelo digital.
Adeus, marketing digital Com todas essas reformulações, em que as inovações tecnológicas estão cada vez mais presentes nas diversas esferas da vida, é impossível acreditar que o marketing digital, como é tratado hoje, perdure. A atual diferenciação está com os dias contados e, em futuro próximo, haverá apenas um marketing que contempla as atividades digitais. E uma
forma dos profissionais se preparem, é utilizar as ferramentas disponíveis para se alinhar a essa nova realidade. A customização e o engajamento são dois pontos importantes. A personalização em massa acaba sendo uma prática de diferencial competitivo importante para as empresas, porque se comunica com um maior número de pessoas, em um mercado que potencialmente cresceu. Além disso, a empresa consegue individualizar sua conversa com o consumidor e até mesmo a entrega dos serviços e produtos que a empresa tem – a customização acontece integralmente. No que diz respeito ao engajamento, dar ênfase à tríade amor, dinheiro e glória é uma boa estratégia. Os consumidores se engajam através de um sentimento – o amor – e através deles tornam-se defensores e portavozes de uma marca. Outra opção é quando a empresa compra esse engajamento, oferecendo descontos, produtos e, a partir disso, seu público estabelece esse envolvimento, alinhando-se às expectativas da comunicação. Todos esses casos apontam para um mesmo caminho: tudo será parte integrante do marketing. Não haverá separação como digital ou social, porque essas distinções não farão mais sentido. É preciso aceitar que o movimento está acontecendo e profissionais e marcas precisam estar atentos. É chegada a hora do mundo real digital.
André Miceli
Coordenador de Digital Business da FGV 13
sr. conteúdo
Por Bruno Rodrigues
A EVOLUÇÃO DO CONTEÚDO E O ASSISTENTE DE VOZ 14
sr. conteúdo
Produzir conteúdo é como subir uma escada interminável. Sempre há degraus à frente e estes devem ser o nosso norte. De tempos em tempos, é preciso olhar para trás e rever o caminho e a evolução do que veio antes para compreender o que existe logo adiante. Estamos em um destes momentos transformadores e fundamentais. Acompanhem-me, portanto!
calmente: se eu participo ativamente da divulgação de um conteúdo, e muitas vezes de seu repensar, eu me permito, agora, exigir que a relação com cada informação demande o mínimo de mim. Eu consumo conteúdo, sim, mas quero fluidez no processo.
Todos conhecem o princípio básico da comunicação: de um lado está quem produz uma mensagem, e do outro quem a recebe. Ao longo do século passado, muito da História se confundiu com a tarefa - sempre fascinante - de fazer com que a informação fosse entregue da maneira mais rápida, simples e clara possível. E conseguimos.
Quando a comunicação era unilateral, bastava ler e consumir o que a mídia havia produzido para o impresso. Sem recursos para interagir, só nos restava absorver a informação. Nossas opiniões se esvaiam no ar com a fragilidade de uma ‘carta do leitor’ de um jornal.
Do jornal ao rádio, do cinema à televisão, da internet dos sites e portais às redes sociais, o talento dos profissionais se aliou à tecnologia e nos trouxe até aqui, à beira da terceira década do século XXI. Porém, agora a questão coloca-se de outra forma: qual a maneira mais confortável de um público se relacionar com a informação, e como este conteúdo deve se portar? Sabemos que o meio digital rompeu barreiras com as empresas; uma mensagem enviada por uma marca, hoje, é estressada, dissecada e questionada pelos públicos. Atualmente, uma corporação que se preze tem a exata noção de quem recebe a informação e também é, de certa forma, dona dela. A relação, então, transformou-se radi-
No centro desta evolução estão os nossos sentidos.
Na televisão – um rádio com imagens bastava ver e ouvir. Fascinados com o poder da imagem, mais uma vez consumíamos a informação de uma grade definida e sob a qual pouco tínhamos influência. As pesquisas de opinião eram realizadas, não quando os públicos achavam necessário, mas quando os detentores da informação decidiam que era adequado. Não foi diferente com a internet dos primeiros anos: sites e portais eram os novos jornais e revistas; os vídeos, ainda em sua primeira infância, eram produzidos e veiculados por quem tinha recursos para tal. Mais uma vez, éramos espectadores – apenas digitais, agora. Então, surgiram os espaços para comentários nos sites. Depois a explosão dos blogs. E vieram as mídias sociais. Passamos a usar outros sentidos – da leitura 15
sr. conteúdo
passiva, fomos à escrita ativa. Ao produzirmos nosso conteúdo em áudio ou vídeo, passamos, literalmente, a ter voz e a aparecer. Quando os primeiros Assistentes de Voz surgiram, seu uso e sua estrutura eram como o de uma simples gravação, compreendida por um sistema que, por sua vez, provocava uma ação. Longe de ser um conteúdo, as mensagens via voz eram um conjunto de informações que não esperavam interatividade, apenas uma interação para a execução de uma ação. Com sistemas mais avançados como os da Amazon e do Google, espera-se interatividade, e por isso conversa. Por onde antes circulava apenas a informação, agora há conversa e troca. Conteúdo, portanto. Com o uso da voz, tudo é mais simples. Retornamos, finalmente, ao mais básico da comunicação: a oralidade. Fluida e, antes de tudo, pessoal, a fala facilita a comunicação e transforma a relação com o conteúdo que nos cerca. Ao profissional da informação, contudo, resta perceber em que degrau nós estamos e utilizar as ferramentas com que se construiu a comunicação do passado para alçar novos voos. São recursos que tenho utilizado em meu dia a dia de trabalho e que têm me ajudado bastante. Às ferramentas, então:
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Semântica A voz pode ser uma armadilha para o produtor de conteúdo textual. Ao supor que um público fala da mesma forma que escreve – ou que sua oralidade se aproxima da escrita -, um redator responsável por diálogos para Assistentes de Voz corre o risco de criar ruídos graves de comunicação. É preciso antes mergulhar no universo semântico dos públicos, entender como e, principalmente, o que ele fala – e sem conclusões lógicas e perigosas como ‘a fala é informal, a escrita formal’, pois nem sempre é simples assim. Além disso, não basta sua experiência de anos em escrita; a real solução está no universo semântico dos outros, não em você. Foque em pesquisas, portanto.
Arquitetura da Informação Toda comunicação baseia-se em etapas, por isso, antes de formular diálogos é fundamental criar o fluxo que guiará a construção da conversa. Neste processo, a ferramenta mais eficaz é a Arquitetura da Informação. Mais do que um
sr. conteúdo
roteiro, um fluxograma bem estruturado de um Assistente de Voz indica caminhos a seguir entre os vários possíveis – até porque a maioria deles será levada em consideração. Entender conceitos clássicos de Arquitetura da Informação como Hierarquia e Contexto são essenciais para que o fluxo da conversação consiga espelhar a real maneira de pensar e organizar informação dos modelos mentais de cada público.
vado com atenção. Da mesma forma, os acertos também nos apontam caminhos a seguir. Uma coisa, contudo, é certa: com os Assistentes de Voz abre-se um momento fantástico no território da produção de conteúdo, muito mais interativo e orgânico. Todos nós só temos a ganhar, como empresas e públicos - que a estrada seja longa e próspera!
Microrredação Parte essencial da redação para interfaces de produtos digitais, a micro redação é o cerne dos diálogos dos Assistentes de Voz. Qual termo é o melhor a ser utilizado? É este ou um sinônimo? Mais do que ser compreendido, ele é persuasivo? E mais: quais termos e expressões não devem ser usados? Estas são questões básicas que precisam ser levadas em conta para munir o redator com o melhor do universo da fala dos públicos para que - aí sim - ele possa se dedicar à principal etapa da comunicação via voz: a elaboração dos diálogos. Como um quebra-cabeça de palavras criado a partir do esqueleto da Arquitetura da Informação, o conjunto de diálogos de Assistentes de Voz merece toda a atenção. Tudo ainda é muito novo. O território da voz ainda engatinha, e, por isso, erra-se muito – o que é natural e deve ser obser-
Bruno Rodrigues
Consultor de Informação e de Comunicação Digital
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trasnformação
Por Daniel Galvão
Crescimento do mercado mobile altera comportamento sobre uso de apps
Estamos cada vez mais dependentes dos nossos smartphones. São neles que guardamos imagens, vídeos, mensagens e momentos importantes da nossa vida tanto pessoal quanto profissional. Esse comportamento do uso do mobile é mais do que uma tendência: é uma realidade. Dados do Digitalks em 2018 mostram como o uso da internet via dispositivos móveis vem em uma grande ascensão nos últimos anos. Em 2017, quase 80% do acesso a internet foi feita via mobile. Este número, em 2012, era de 40%, e em 2016, 68%. Neste contexto, o número de usuários móveis é maior a cada ano. Desenvolver um canal para se conectar com este 18
público que seja atrativo e eficaz é um desafio encontrado pelas empresas. Ao mesmo tempo em que o uso de mobile é grande, o número de aplicativos que são desinstalados também é considerável. Isso ocorre devido a uma série de fatores: falta de espaço no celular, problemas com a conectividade e falta de atrativo na usabilidade são alguns dos motivos. Por parte dos desenvolvedores, a criação de um app móvel tem algumas outras desvantagens importantes que precisam ser levadas em conta. O custo para criar um aplicativo é alto e, muitas vezes, pode não trazer o retorno esperado. Cerca de 20% das empresas que possuem app pretendem abandoná-lo até 2020, segundo
transformação
dados da WebJump na Marketplace Conference em 2018. As empresas viram que o passo para induzir o usuário a baixar um aplicativo, além de reduzir o engajamento, é custoso e demorado. Tanto que, ainda segundo a WebJump, mais da metade dos usuários de smartphones não baixaram sequer um aplicativo em um período de um mês. Por tudo isso, as empresas buscam outras soluções mais vantajosas para manter a atenção do cliente e não perder espaço no mercado. Em 2015, o Google apresentou o Progressive Web Apps, o PWA. Esta tecnologia tornou-se uma tendência no mercado mobile, pois investe na experiência do usuário, transformando um site em uma tecnologia semelhante a um app, mas sem a necessidade de instalação. As vantagens do PWA são muitas. Ele funciona para qualquer usuário, adaptando-se em todas as telas e é seguro, porque só navega em https. Além disso, o site é responsivo e funciona offline, pois armazena em cache as informações iniciais de acesso e elimina a dependência de carregamento do conteúdo. É muito mais fácil gerar tráfego para um site móvel do que para um aplicativo. Segundo estimativas, as empresas perdem cerca de 70% dos usuários no processo de download de um app. Cada passo para se realizar um download reduz em 20% do engajamento, segundo dados da WebJump. Por isso, o PWA é uma tecnologia que traz inúmeros benefícios tanto para o usuário quanto para os desenvolvedores. Em relação a atualização, o próprio browser deixa o aplicativo na versão mais recente. O recurso permite também utilizar notificações via push.
O PWA entrega a experiência de um aplicativo sem a necessidade de acessar uma loja de instalação. Para facilitar ainda mais, é possível sugerir ao usuário que insira o ícone na página inicial do celular. E, no final das contas, os resultados do PWA deixam claro que como seguir neste caminho é uma decisão acertada. A Alibaba.com, maior empresa de comércio B2B online, viu as suas conversões aumentarem em 76% após atualizar o site para esta tecnologia. Outras marcas como Twitter, Pinterest, Uber e até o Tinder, fizeram a mudança e sentiram a diferença nos acessos e engajamento. O site da Uber, por exemplo, tem apenas 50kb e leva menos de 3 segundos para ser carregado em uma rede 2G. Os números mostram que sites com PWA levam menos de 1 segundo para carregar. Sites que a CRP Mango desenvolve atualmente estão carregando em 0,30 segundos. No geral, os dados refletem como a obrigatoriedade de baixar um aplicativo é uma barreira trabalhosa e, muitas vezes, inútil para o usuário enfrentar. Com PWA, os sites carregam 15 vezes mais rápido, diminuem cerca de 25 vezes o consumo de armazenamento dos celulares e têm uma média de 52% de aumento nas conversões, segundo estudo The Future of Mobile, de James Fuller. Um consenso entre aqueles que trabalham com tecnologia é que pensar na experiência mobile (“mobile first”) tem um peso grande na internet. São nos dispositivos móveis que o público se conecta. Na competição pela atenção do usuário, inovar é a palavrachave.
Daniel Galvão
CWO da CRP Mango
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tendĂŞncia
Por Tatiana Revoredo
Blockchain pode mudar o mercado publicitĂĄrio O que esperar de blockchain e publicidade?
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tendência
O que é blockchain?
anúncios visualizados.
A palavra blockchain é como o mercado nomeou esse conjunto de tecnologias usado para registrar, verificar e rastrear qualquer coisa com valor.
A Duracell, furiosa depois de descobrir quanto dinheiro investiu em taxas ocultas em comparação com o valor real gasto em anúncios, criou seu próprio sistema de auditoria de publicidade na tentativa de obter mais informações sobre os movimentos de publicidade.
Sua arquitetura revoluciona como interagimos uns com os outros, permitindo transações seguras em uma rede descentralizada entre duas partes que não se conhecem ou não confiam entre si. Devido ao seu impacto na forma como organizações produzem e trocam valor entre si, blockchain está transformando uma infinidade de indústrias, e com o mercado publicitário não seria diferente.
Os problemas do mercado publicitário Fraude A fraude é um problema recorrente na publicidade online. Em estudo recente, constatou-se que até 14,7% de todas as impressões de anúncios gráficos em 2018 eram fraudulentas. Mais do que apenas causar perdas financeiras, a fraude desgasta o delicado senso de confiança entre uma marca e seus consumidores, prejudicando sua longevidade e alcance.
Altos custos e falta de transparência
Mau gerenciamento de dados É verdade que anunciantes e plataformas de anúncios trabalharam, durante anos, para encontrar métodos de adquirir dados que lhes permitam fornecer a mensagem certa no momento certo. Mas a questão é: existe uma forma mais eficaz de fazer isto? Em 2017, o The Times de Londres publicou um relatório sobre como os anúncios de grandes marcas estavam aparecendo ao lado de vídeos racistas na gigantesca plataforma de vídeos YouTube. Várias marcas suspenderam seus gastos com publicidade temporariamente, até que a plataforma os assegurou de que havia tomado medidas para corrigir o problema.
Invasão de privacidade A GDPR e o escândalo do Facebook Cambridge Analytics lançaram um holofote sobre as práticas de privacidade de dados dentro do marketing e do mercado publicitário. Daí a importância do mercado publicitário analisar os desafios relacionados à proteção de dados.
Inexistem informações suficientes à disposição do anunciante sobre o que estão comprando e quanto estão pagando por 21
tendência
impressões.
Blockchain na publicidade Redução de custos Blockchains armazenam informações em contêineres, chamados blocos, que são ligados de forma contínua numa cadeia de blocos em uma data e hora específicas. A capacidade de registrar informações com carimbo de data / hora em uma cadeia de blocos é extremamente valiosa quando surgem problemas com uma transação. Lembram-se do caso da Duracell que mencionamos anteriormente? Quantos recursos as empresas precisam investir para auditar e verificar a veracidade de uma transação? Essas tarefas podem ser automatizadas graças às estruturas blockchain.
Maior transparência, redução de fraudes Blockchains são muito mais transparentes que as redes tradicionais de anúncios e de mecanismos de busca. Todas as transações registradas em um blockchain estão acessíveis 24 horas / 7 dias por semana. Nas campanhas de hoje, é comum uma plataforma de marketing reivindicar 10.000 impressões entregues durante a campanha, enquanto o editor declara que há 12.000. O anunciante pode jurar que havia apenas 9.000 impressões. Quem está certo neste cenário? Blockchain poderia resolver este problema, pois toda informação nele registrada é quase impossível de ser apagada. O blockchain poderia então ser usado para verificar para cada fonte o número exato de 22
Um projeto blockchain que oferece transparência e foco em velocidade de transação para mídia programática é o:
• Ternio - Uma solução blockchain que pode suportar o alto QPS de compra de mídia programática.
Como exemplo de empresas que oferecem soluções blockchain no mercado de publicidade para maior transparência podemos citar:
• Papyrus : conecta anunciantes, editores, agências, plataformas de publicidade e auditores dentro do blockchain da Papyrus para criar confiança, justiça e eficiência no mercado de publicidade digital; • AdBank:plataforma para transparência de pagamentos entre anunciantes e editores;
• Adshares: permite a negociação direta de editores e anunciantes.
De outro lado, como exemplos de soluções em redução de fraude, temos:
• XCHNG: blockchain aberta e unificada que atenua a fraude através de contratos inteligentes;
• MetaX: AdChain Registry dapp decifra quais sites suportados por anúncios são legítimos e por quê;
• Lucidez: solução para reduzir fraudes na publicidade digital.
Desintermediação As empresas poderiam interagir diretamente com seu público-alvo e recompensá-los para interagir com seus anúncios. Isso seria muito mais barato que usar um intermediário e produziria resultados mais eficazes. Se alguém lhe paga para fazer algo, por
tendência
que fazê-lo de graça? Um exemplo de solução blockchain com foco na desintermediação é a AdEx que remove o intermediário fazendo transações diretas de publicidade de anunciantes para editores.
Respeito à privacidade Imagine se consumidores se envolvessem diretamente com os anunciantes para receber anúncios segmentados e por meio de smart contracts (contratos inteligentes, em português), acordando qual a quantidade de informações pessoais seriam compartilhadas. O que acabamos de narrar não é ficção. Já existem plataformas de publicidade descentralizadas, como:
• SRAX’s BIGtoken: onde consumidores verificam e vendem seus dados; • Civic: proporciona controle e proteção à identidade com o Civic Secure ID; • Killi: fornece aos anunciantes uma base de usuários primários 100% verificados, aceitos e compatíveis com a GDPR;
Takeaway: o que se deve ponderar Realmente, blockchains podem trazer soluções há muito esperadas pelo mercado publicitário. Mas apesar das várias soluções blockchain citadas ao longo deste artigo, ainda estamos no início do jogo. Pode-se dizer que estamos em situação similar ao lançamento da App Store do iPhone com 500 aplicativos, em 10 de julho de 2008 – quando hoje, existem, mais de 2 milhões de aplicativos disponíveis até o momento. Em alguns casos, uma solução blockchain pode ser o único caminho, mas em outros, uma solução já existente no mercado atual pode ser suficiente e resolver o problema. Neste contexto, é essencial que os profissionais do mercado publicitário estejam muito seguros dos problemas que pretendem resolver, e ter bem claro qual seu papel neste ecossistema.
• MadNetwork: solução blockchain construída com foco na privacidade por design.
Gerenciamento de dados mais eficaz Os usuários que armazenam e direcionam dados de forma eficiente estão em vantagem sobre quem assim não atua. Exemplo de blockchain que agrega valor ao gerenciamento de dados é o Blockchain Insights: plataforma para publicidade digital blockchain da Comcast que busca melhorar o planejamento, seleção, implementação e medição em todas as telas.
Tatiana Revoredo
Especialista em Blockchain pela Universidade de Oxford e pelo MIT
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negócios
Por Rodrigo Silva
A ascensão do
Afro Empre ende doris mo Brasileiro
Se você precisar comprar acessórios indígenas, ou roupas orientais, você sabe aonde encontrar? Pois é, esses produtos/serviços culturais são específicos e menos conhecidos do público geral. Vou te apresentar um Brasil que, talvez você desconheça ou veja de outra forma, relatando dados importantíssimos para o cenário econômico, PIB, educação financeira, criatividade, oportunidade, tendências e mercado digital. O Brasil é o país mais empreendedor do mundo, segundo a GEM (Global Entrepreneurship Monitor), justificado talvez pela nossa capacidade de adaptação em meio às mudanças, coragem, garra e o famoso “jeitinho brasileiro”. Entre os microempreendedores, cerca 56% são negros, oriundos do desemprego e amplo tempo para recolocação. Tais empreendedores, antes vistos como apenas “bicos”, quando chegavam ao mercado de trabalho, deparavam-se com a falta de acesso à educação, tecnologia e a pou24
ca representatividade na classe executiva do corporativismo. Contradizendo as expectativas de mudanças orgânicas, resolveram arriscar e escrever a sua própria história, investindo seu tempo em cursos, eventos e palestras e consultorias como o Sebrae. E uma ótima informação: está dando certo! :) Algumas dificuldades presentes no início de uma empreitada são: a falta de investidor-anjo, crédito bancário, mentoria e conhecimento aprofundado em plano de negócios. Esses obstáculos são a causa central de tais ideias não saírem do papel. Quero ressaltar que, não são projetos de negros para negros e sim projetos para pessoas que gostam e consomem produtos/serviços da cultura negra, assim como existem a cultura indígena, oriental, etc. Tais projetos não visam separar e, sim, promover uma cultura pouco explorada. Abaixo alguns projetos digitais, que estão em crescimento e destaque, como grandes apostas para 2019.
negócios
Estilo Afro www.estiloafro.com.br É o primeiro Marketplace focado em unir, num só lugar, vendedores e consumidores amantes da moda afro-brasileira. Em dois anos de atuação, já conta com dezenas de lojistas, mais de 3 mil produtos. Há dois meses, também está em processo de aceleração pelo programa Vai Tec, da prefeitura de SP, de onde recebeu seu primeiro aporte financeiro.
“Aposta em vendas online é a maneira mais inteligente de possibilitar a geração de receita recorrente, já que as feiras e eventos afro são sazonais e regionalizados”, afirma Anderson Assis, fundador da
Estilo Afro.
Se faltava capacidade técnica, essa rede de profissionais vem suprindo essa necessidade. Com foco em comunicação, educação e empreendedorismo, o MBM produz conteúdos nas áreas de inovação, tecnologia e finanças; além de ofertar cursos de curta duração nas áreas de marketing, gestão e
“ter experiência na área de Tecnologia e Gestão de negócios me auxiliou a estar nessa rede de agentes de impacto”, indica Nina Silva, fundadora tecnologia.
do MBM.
Clube da Preta www.clubedapreta.com O primeiro clube de moda afro por assina-
“Meu maior sonho é dar autonomia é liberdade financeira aos nossos parceiros”, revela Bruno Brígida, tura no Brasil.
AfroHub
fundador do clube.
www.feirapreta.com.br/afrohub
Com todo esse movimento acontecendo, visando a médio e longo prazo, teremos uma representatividade no âmbito executivo nos próximos anos, logo, geração de empregos. Com mais empregos, o aumento do poder de compra e um menor desequilíbrio socioeconômico, nós iremos promover assim a equiparação social e senso de igualdade.
É um programa de aceleração para empreendedores negros idealizado pelo Instituto Feira Preta, Afrobusiness e Diáspora.Black, que recebe o apoio do Facebook. A iniciativa nasce com a proposta de fomentar o crescimento de negócios fundados por empreendedores negros, utilizando tecnologia e com mentoria de executivos do Facebook.
“Estamos bem avançados nisso. Acreditamos que será possível criar um fundo de investimentos olhando para a diversidade. Queremos muito que isso aconteça até o fim do programa”, diz Adriana
O assédio do exterior tem sido constante e cada vez mais agressivo, oferecendo qualidade de vida, visto de trabalho e benefícios fiscais. Apesar disso, valorize os projetos culturais, apoie e dê oportunidades sempre. A prática de reter talentos deve ser diária e sincera. Ajude a escrever essa nova história, participe dessa mudança. Obrigado!
Barbosa, fundadora da Feira Preta.
Movimento Black Money www.movimentoblackmoney.com.br
Rodrigo Silva
Diretor de Negócios da Brave.ag
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branding
Por Gisele de Paula
A nova economia baseada na Reputação e Confiança
Eu adoro viajar (e acredito que você também). Aliás, acho que todas as pessoas do mundo devem adorar viajar também. E antigamente como você fazia para reservar um hotel? Você ia na agência de viagem, que te apresentava hotéis parceiros e recomendados por eles ou você perguntava referências para os seus amigos, ligava para o hotel e reservava sua estadia. E claro, depois torcia para que desse tudo certo e não se decepcionasse quando chegasse no local escolhido. E hoje? Quando você deseja escolher um hotel, você procura o site de reservas com melhor reputação, filtra hotéis por 26
faixa de preço que deseja pagar, classifica por melhores avaliações/estrelinhas e depois lê as reviews positivas e negativas para decidir seu processo de compra. O que mudou no comportamento do consumidor nesses últimos anos? Muita coisa. Antigamente o modelo mental de compra era baseado em três momentos: o estímulo (a propaganda), o primeiro momento da verdade (quando havia o contato com o produto) e o terceiro momento da verdade que era a experiência com o produto. Com a chegada da internet mais acessí-
branding
vel a todos e mecanismos de busca virtual, surgiu uma nova etapa nesse modelo: o consumidor tem o estímulo e na sequência ele pesquisa sobre o produto ou serviço. Inicialmente o Google chamou esse momento de ZMOT (Zero Moment of Truth / Momento zero da Verdade): Esse comportamento acompanhou o consumidor por alguns anos e a mídia digital veio como oportunidade de influenciar esse momento, tentando capturar o consumidor no momento da pesquisa. Contudo, toda a transformação digital e a nova economia baseada na reputação e confiança do consumidor, gerou um novo comportamento, que chamamos de TBM (Trust Build Moment / Momento de Construção de Confiança)
O TBM não é um momento linear do processo de pesquisa, como mais uma etapa no processo de decisão do consumidor, mas ele está presente em toda e qualquer interação/contato da marca com o consumidor. Cada um desses momentos é como um “tijolinho” sendo acrescentado na construção da REPUTAÇÃO e CONFIANÇA da marca com aquele indivíduo. Portanto, uma promoção enviada ao cliente pode contribuir para construir (ou não) a confiança na marca. Uma experiência anterior de compra, o posicionamento da marca frente a questões da sociedade, uma ligação do vendedor, 27
Crédito foto: ReclameAqui
branding
relatos de outros consumidores, um atraso na entrega, uma mensagem ativada, um atendimento realizado, a assistência técnica... enfim, todos esses momentos definem o quanto o consumidor está disposto a arriscar realizar uma compra (ou recompra) com sua marca, levando em conta a CONFIANÇA que ele tem nela e como ela lida com problemas quando eles ocorrerem. Diante desse cenário, a construção da reputação da marca passa a ser um fator essencial para vender para esse novo consumidor e para retê-lo. Não basta mais somente ter um bom produto e um bom preço, porque o consumidor não levará apenas isso em consideração, mas também todo o contexto e esferas em que a marca está inserida. E o ATENDIMENTO é por si só um dos fatores que contribuem fortemente para a construção da reputação. E como garan-
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tir que o atendimento contribua de forma positiva para isso? É importante começar medindo o esforço do cliente em seus canais, e se o atendimento, de fato, está atendendo às necessidades básicas de seus consumidores. Entregar o básico é a garantia de poder criar elos com o consumidor. Ter canais de atendimento, atender a estes canais rapidamente e ter sempre o objetivo de RESOLVER quando um cliente entrar em contato, compõem as necessidades básicas do cliente. Garantido isso, é hora de pensar em como fazer o algo mais, se diferenciar em relação aos concorrentes, gerando uma relação mais amigável e acolhedora com o cliente. E tenha certeza que as coisas mais simples são as que mais vão encantar seu cliente (desde que você faça o básico e re-
Crédito foto: ReclameAqui
branding
solva quando houver um problema). Uma ligação para saber se o produto chegou, um “sinto muito” quando ele conta sua história, a empatia e conexão no contato com ele, um pedido de desculpas, uma informação a mais que ele não esperava, uma carta de agradecimento. A reputação é uma construção de histórias com seu cliente. Não é sobre o que você diz que vai fazer, mas sobre o que você já fez e está fazendo. Portanto, para garantir um futuro feliz na nova economia,
comece hoje olhando os pontos de contato/relação com seu cliente e medindo o quanto a sua marca está construindo (ou desconstruindo) a confiança e comece a garantir a sustentabilidade da sua marca na nova economia, a economia da reputação.
Gisele de Paula
Sócia e Diretora de Novos Negócios do ReclameAQUI
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capa
Por Bianca Borges
THE NEW ECONOMY a jornada da transformação nos negócios
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O contato crescente com a tecnologia fez o comportamento do consumidor mudar, bem como provocou transformações nas organizações e nos modelos de negócios. Atualmente, vivemos na Nova Economia Digital, período caracterizado pelo uso da tecnologia com o intuito de facilitar a comunicação entre os indivíduos e as transações comerciais.
ção digital. Isso significa que, apenas uma em cada quatro organizações no Brasil conseguiu alcançar o nível de maturidade necessário para concretizar de fato as mudanças exigidas pela nova economia. Além disso, um fator preocupante revelado pela pesquisa é que apenas 4,6% das empresas consideram a inovação como um algo primordial.
Nesta nova economia, além da tecnologia, o cliente passou a estar no centro das estratégias de negócios, a informação e os dados transformam-se em importantes moedas de troca e os conceitos de tempo e espaço foram alterados devido à interatividade e à instantaneidade que a internet trouxe para a vida das pessoas.
Outro relatório, desta vez realizado pela EY, e nomeado como “Maturidade das empresas na era da transformação”, constatou que 79% dos CEOs dizem encarar essa jornada de transformação como uma oportunidade, porém apenas 27% das empresas estimula uma cultura em prol da inovação. A pesquisa ainda ressalta que 84% das organizações não pensam em investir em programas para atrair talentos com habilidades digitais e quase metade delas (45%) não disponibiliza treinamento para capacitar seus colaboradores com as habilidades que a Nova Economia demanda.
Dentro dessa jornada de adaptação à Nova Economia Digital, que não é uma tarefa simples para as organizações, está incluída a Transformação Digital. Essa nomenclatura se disseminou pelo globo e, há um tempo considerável, é discutida por diversos especialistas do mercado. O grande equívoco aqui é que esse nome pode ser bem restritivo, reduzindo todo um processo com diversas etapas a apenas uma mera digitalização. A jornada da transformação digital que as organizações precisam passar para se adaptarem à Nova Economia vai muito além da implantação de tecnologias. Parece simples falar, mas o fato é que muitas empresas ainda não entenderam verdadeiramente essa questão como mostra o estudo da Softex denominado “Prioridades dos Executivos de TIC brasileiros para Transformação Digital”. De acordo com as informações apuradas, a maioria das empresas (73%) admitiu que está iniciando sua jornada de transforma-
Então, como ter sucesso nesse processo de adaptação dos negócios a esta nova economia emergente e ir além da transformação digital? É fato que além de se digitalizar, a empresa precisa reformular sua cultura, seu mindset e promover transformações em toda a organização, incluindo áreas como gestão, processos, parcerias, experiência do cliente e etc. O estudo “The Race Against Digital Darwinism: Six Stages of Digital Transformation”, realizado por Brian Solis, analista digital, antropólogo e futurista da Altimeter Group, identificou alguns padrões e processos que 31
CAPA
constituíram uma base sólida para as organizações realizarem essa mudança e se adequarem à Nova Economia Digital. Foram estipuladas seis etapas que, hoje, se enquadram na jornada da transformação digital de grande parte dos negócios. Vale ressaltar que nem sempre todas as empresas seguirão essas mesmas etapas e, com certeza, cada organização o fará de forma diferenciada, afinal, não existe uma fórmula pronta para alcançar o sucesso nessa questão. Cada caso é um caso, e cada organização tem uma necessidade de adaptação diferente. Mas o modelo serve de base e ponto de partida para os empresários.
Conheça os seis estágios apontados pelo estudo:
#1 Business as usual Empresas que estão na etapa do “business as usual” operam com a tradicional familiaridade de clientes, processos, modelos de negócios, métricas e tecnologia. Acreditam que essa será a solução para a relevância digital.
#2 Presente e ativo Nesta fase, certos elementos esporádicos impulsionam a criatividade e a alfabetização digital de uma maneira não uniforme dentro da empresa. Não há o estabelecimento de interligações entre os diferentes indivíduos e departamentos, por isso, algumas áreas do negócio podem ser melhoradas e outras não.
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#3 Formalizado Aqui, o fato de experimentar coisas novas se torna intencional e atinge níveis mais promissores. As empresas tornam-se mais ousadas em suas ações, resultando em mudanças, inclusive relacionadas à tecnologia e novos recursos.
#4 Estratégico O estágio “estratégico” está relacionado ao envolvimento de grupos individuais que passam a reconhecer o poder da colaboração. As pesquisas, trabalhos e insights desses grupos juntos contribuem para o desenvolvimento de planejamentos estratégicos, de esforços e de investimentos na jornada rumo à Nova Economia.
#5 Convergido Durante essa etapa, a empresa cria uma equipe responsável pela transformação digital que conduzirá a estratégia e as operações baseadas em metas de negócios e centradas nos clientes. A infraestrutura de toda a organização se modifica e funções de colaboradores, processos, expertises, modelos e sistemas ganham solidez para apoiar a transformação.
#6 Inovador e adaptativo A transformação digital torna-se parte integrante dos negócios, e os executivos da empresa passam a entender que a mudan-
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ça é contínua. Há a implantação de novos ecossistemas com o objetivo de identificar, entender e atuar sobre as tendências tecnológicas e de mercado. Esses ecossistemas são testados e, se bem-sucedidos, são implementados em escala. Você sabe em qual etapa o seu negócio está? Essa é basicamente a evolução de um mindset digital no qual há a necessidade de transformar processos, pessoas e também investir em inovação, utilizando as tecnologias. Além dessas etapas, podemos elencar
seis pilares principais para a evolução dos negócios na nova era. Usados em
conjunto e como parte de uma jornada, auxiliam a empresa nas mudanças necessárias que o mercado enfrenta. São eles:
#1 Gestão:
os líderes das organizações precisam entender, antes de tudo, o conceito da transformação dos negócios e enxergar que toda a empresa precisará se reestruturar. Além disso, a liderança precisa evoluir do modelo de hierarquia para o modelo horizontal e engajado, típico de empresas como Google e Netflix.
#2 Experiência do Cliente: como já mencionamos anteriormente, na Nova Economia Digital, o cliente é o centro das atenções da empresa. Por isso, as organizações que querem se manter ativas no mercado precisam priorizar a qualidade da experiência do consumidor, repensando processos e estratégias com intuito de melhorar os pontos de contato ao longo de toda a jornada do cliente.
#3 Cultura: não adianta apenas dizer que a cultura da sua empresa é flexível,
ágil e orientada a dados se esses ideais não forem colocados em prática. A organização precisa instituir esses mindsets e encontrar maneiras de disseminá-los para seus colaboradores. A partir do momento que os funcionários começarem a adotar tais práticas, a organização vai começar a se transformar realmente.
#4 Pessoas e parcerias: é ne-
cessário investir nas pessoas, prover treinamento e estrutura para que os colaboradores da organização possam também ter essa mudança de pensamento e auxiliar na reestruturação do negócio como um todo. Nesse pilar, também está inclusa a maneira como a empresa gerencia suas parcerias e modelos de apoio.
#5 Tecnologia: esse item tem uma relevância significativa. Você pode implantar tecnologias que vão unir as diferentes áreas de uma empresa, facilitar processos e otimizar serviços. #6 Inovação: não ter medo de inovar e experimentar é essencial para definir novos processos, modelos de negócios e cultura organizacional. Além é claro de ser requisito prioritário para oferecer produtos e serviços cada vez mais interessantes para conquistar novos consumidores e fidelizar os antigos. Esse foi um breve panorama da jornada da transformação nos negócios que a Nova Economia Digital gerou para as organiza-
Mas como as empresas estão lidando com essas mudanças na prática? E quais são os desafios das organi-
ções.
zações que já passaram por todas essas etapas?
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CAPA
Para responder a essas perguntas, conversamos com profissionais do mercado digital, empresas de consultorias, institutos de pesquisa, agências e marcas. Confira os depoimentos a seguir:
Chrissy Healey, Diretora Sênior de Pesquisa do Gartner “As organizações podem acelerar a transformação dos negócios digitais se empregarem líderes e forças de trabalho que tenham a combinação certa de crenças, mentalidades e comportamentos, o que chamamos de destreza digital. A destreza digital inclui ambição e capacidade de construir negócios digitais, juntamente com ambição e capacidade de trabalhar digitalmente. Ambição e habilidade juntas são cruciais. Construir negócios digitais e trabalhar digitalmente é crucial. As cinco principais habilidades que definem os indivíduos que exibem destreza digital são: perspicácia nos negócios, adaptabilidade, seriedade política, colaboração de fusão e pensamento de sistemas.
Breno Barros, Diretor Global de Inovação e Negócios Digitais da Stefanini “Nossa jornada começou há um pouco mais de três anos e seguimos avançando. [...] Definimos nosso Propósito Transformador Massivo, que é ‘Cocreating solutions for a better future’ com mais de 450 executivos/líderes globais da companhia utilizando técnicas de mapeamento de valores e cultura atuais e desejados como Barret CVA.
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A partir disso, começamos um processo de rollout desse propósito para toda a empresa com o intuito de fortalecer o engajamento dos colaboradores. Esse trabalho ocorreu tanto por meio de ferramentas de gamificação para que os nossos profissionais conhecessem nossos novos valores e estratégias de capacitações presenciais. Também fortalecemos um programa de Open Innovation, denominado Stefanini Insights, onde todos os colaboradores podem submeter ideias de soluções para desafios definidos pela empresa, e que são avaliadas mensalmente por um Growth Comitê..”
André França, Vice-presidente de Mídia da WMcCann “[...] Não há fórmula mágica. É importante termos um pensamento de startup: PDCA (do inglês plan, do, check e act), ou seja, a gente vai lá, planeja, faz, verifica e corrige a rota o tempo inteiro. O planejamento, atualmente, é na verdade um esboço, não é mais escrito em pedra. Isso faz com que as necessidades de cada cliente sejam ainda mais específicas, e temos que responder da mesma maneira, montando times específicos. Dando um exemplo nosso, temos hoje estruturas que entregam para os clientes modelos econométricos e preditivos, e isso não necessariamente tem a ver somente com comunicação, mas com o negócio do cliente. A nossa busca é por sermos relevantes nesse novo mercado digital, para tanto, queremos ser um misto de consultoria, publicidade e digital.”
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Wilson Lannes, vice-presidente da área de Business Development da Sony Music Brasil
Rafael Montalvão Tavares Silva, Gerente de Marketing de E-commerce da Magazine Luiza
“Na Sony Music promovemos uma mudança profunda. Como parte deste processo, transferimos o controle da fabricação, distribuição e vendas de produtos físicos para uma empresa parceira e passamos a focar no mercado digital e na ampliação e desenvolvimento de novos negócios. Ela foi muito além da questão dos produtos, tecnologia e da cultura organizacional. Ampliamos nossa atuação e criamos uma área de BD (Business Development), com a missão de aproximar os artistas das marcas, provendo aos artistas serviços mais completos junto às marcas e ao público em geral. [...] Do lado da música digital, a questão dos dados (BI) é um dos nossos focos principais de recursos, hoje, essencial para a nossa performance.”
“No nosso caso, tivemos um processo de transformação digital que envolveu os 4 pilares (mindset, cultura, gestão e tecnologia), o resultado disso foi a mudança da empresa de um varejo tradicional com e-commerce, para uma plataforma digital com pontos físico e calor humano. [...] No início tivemos um trabalho muito grande de ‘catequese’ com todo time, lembrando que temos mais de 900 lojas físicas. Mais somente falar e não ter prática não funciona. Nosso TI desenvolveu ferramentas que levaram a digitalização para o campo, permitindo que esta transformação fosse percebida. Hoje, temos aplicativos internos para inúmeras tarefas dentro da loja (vendas, estoque, entrega e gestão de resultados). Já no nosso e-commerce, todo foco foi mudar nosso tráfego e pilotagem para o mobile, transformando nosso aplicativo em um dos mais baixados do Brasil. Ainda não terminamos nosso processo, mais sabemos claramente o que precisamos fazer e onde chegar.”
Sandra Turchi, Fundadora da Digitalents “Uma das mudanças mais notáveis que fizemos aqui na Digitalents nos últimos anos foi aproximar cada vez mais as áreas de TI, Comercial e Marketing. Outro pilar é o nosso código de cultura focado no cliente com diretrizes claras, promovendo a qualificação profissional e a eficiência operacional de todos os nossos colaboradores. Em paralelo, desenvolvemos um modelo de atração de talentos escalável, capaz de suprir as nossas próprias necessidades de crescimento. Temos um processo de gestão de pessoas que garante que todos os colaboradores e fornecedores atuem de acordo com a nossa cultura dentro de processos estabelecidos.”
Carlos Giusti, Sócio da PwC Brasil “Antes de mais nada é preciso mudar a maneira de se relacionar dentro da empresa, de definir metas, performance, prioridades, enfim, é necessária uma importante mudança na cultura organizacional e aí não é de empresas que falamos, mas de pessoas e principalmente lideranças. [...] Outro fator importante e que parece meio esquecido é o propósito de marca. Pense no seguinte; no momento em que todos os competidores de um segmento oferecerem 35
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uma experiência transcendental para seus clientes, o que os diferenciará? Logo, os preceitos básicos de marketing deveriam voltar à mesa, de forma que a tal experiência de fato seja única, que só a sua marca possa te oferecer.”
promovendo a colaboração interna. Dentre os benefícios mais óbvios é possível citar a proteção do capital intelectual da empresa, a maior produtividade e eficiência através da distribuição de conhecimento, a melhoria na cultura de colaboração entre colegas, a aprendizagem acelerada e a maior capacidade de gerenciamento de mudanças organizacionais.”
Helio Cordeiro, Chief Digital Officer do Grupo DARYUS “Antes de orientarmos nossos clientes no processo de transformação digital, fizemos uma transformação dentro da nossa consultoria. Uma delas é que todas as áreas da consultoria se reportam ao Chief Digital Officer, profissional que já tem esse viés da transformação digital, pensando sempre em performance com segurança e produtividade com segurança. A gente também fez algumas mudanças envolvendo tecnologias, pessoas e processos para que fossemos mais digitais. Nem tudo ainda está completo, mas já foram ótimos avanços para que a gente pudesse orientar o cliente nessa jornada da transformação.”
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Diego Carmona, CVO & Co-Fundador da Lealovers “Para nós, um dos principais [desafios] é com certeza chegar ao produto e entrega ideal, algo que consideramos inalcançável, pois a melhora é constante. Então tentamos melhorar em tudo sempre. Trabalhamos de forma que nossos colaboradores possam se desenvolver e se descobrirem como profissionais. Isso reflete em tudo na empresa, na qualidade do material produzido, atendimento e feedback. Por isso, reforço que inovar é fundamental..”
Rubens Stephan, Presidente da Marketdata
Amyres Fernandez, Coordenadora do Curso de UX Design na Digital House Brasil Brasil
“A gestão e a distribuição do conhecimento são aspectos críticos da transformação digital corporativa [..] Nesse contexto, é quase certo que a diferença entre sucesso e fracasso será definida pela forma como as empresas usam seus ativos de conhecimento. A gestão eficiente desse patrimônio - conhecimento - permite que as empresas capturem, disseminem internamente, apliquem e produzam valor a partir da expertise e criatividade de seus funcionários,
“Em todo lugar, a grande dificuldade está em querer sair da zona de conforto que, às vezes, é amparada por órgãos regulatórios. Por exemplo: se eu sou um banco, eu não quero me transformar porque eu tenho a desculpa dos órgãos regulatórios que me obrigam a seguir certos processos. As fintechs estão aí, provando que nada disso é exatamente verdade, que existe uma nova maneira de olhar para um problema
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e resolvê-lo, ainda sim, respeitando os órgãos regulatórios. Isso vale para diversas indústrias que se amparam nos processos regulatórios e, quando elas vão ver, aquelas empresas que nem faziam parte desse grupo transformam o mercado porque foram mais rápidas em realizar mudanças.”
Rodrigo Azevedo, CEO e Fundador do Comunique-se “São três [os desafios das empresas para se adaptarem à Nova Economia]: a resistência de áreas ou colaboradores, o orçamento restrito e questões relacionadas à transformação da mentalidade da gestão. Outras dificuldades comuns são promover as mudanças ‘de cima para baixo’ e identificar com clareza em que nível de maturidade digital a empresa se encontra. Por fim, compreender que, por mais que algumas atividades até possam ser automatizadas, a empresa precisa entender que transformação digital é feita por pessoas.”
Fernando Moulin, Diretor de Experiência Digital da Vivo “A transformação digital da Vivo baseia-se em alguns pilares: serviços digitais, digitalização da relação com o cliente (e-care e e-commerce) e inovação em eficiência, usando tecnologias como Big Data e Inteligência Artificial. Serviços digitais estão no centro da transformação do nosso negócio, pois complementam nossa oferta de conectividade. [Um exemplo disso é que], estamos usando inteligência artificial para proporcionar uma nova experiência para nossos clientes. A Aura, inteligência artifi-
cial da Vivo, ajuda o assinante a gerenciar sua vida digital em tempo real, de forma simplificada, transformando dados em informação customizada e personalizada para cada cliente. [...] A tecnologia é uma grande aliada em nosso processo de melhoria contínua para aprimorar a experiência de nossos clientes com a marca.”
Felipe Schepers, COO do Opinion Box “Eu acho que o principal desafio é exatamente entender o comportamento do consumidor. A gente vê, por exemplo, empresas preocupadas com Analytics e Big Data. Mas quantas de fato estão conseguindo extrair insights e informações? Identificar quais são os dados realmente relevantes, interpretá-los e transformá-los em ações é vital. Não é à toa que o papel do Cientista de Dados vem crescendo tanto. [...] Já no que diz respeito ao público interno da empresa, houve um momento em que a dificuldade principal era encontrar talentos alinhados à Nova Economia. Com a chegada dos millenials ao mercado de trabalho, a dificuldade agora tem sido convencer os profissionais mais antigos, que normalmente fazem parte do nível C-Level e gerencial, a se adaptarem.”
Christopher Thompson, Diretor do Lean Institute Brasil “Estamos apoiando as transformações digitais de grandes organizações. Muitas desejam a mudança, porém, poucas estão dispostas a realizarem mudanças de estrutura e poder que vem junto, e deixar os times de entregas com mais autonomia e 37
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responsabilidade ainda é algo inimaginável para muitos. O conceito de TI bimodal é um bom exemplo de ‘jeitinho’ encontrado nas empresas para não enfrentar o problema de frente. Ter algumas pessoas eleitas, participando de um laboratório que propõem mudanças radicais enquanto o resto da organização vive a rotina antiga de sempre. É importante lembrar também que a jornada de valor do cliente atravessa a empresa, e a transformação digital precisa ser completa na perspectiva do cliente. A visão de uma transformação digital lean é sobre adicionar o uso de soluções digitais que impactem de forma a agregar mais valor na perspectiva do cliente, reduzindo ao mínimo necessário o desperdício nos processos antigos e novos. Sabemos que a transformação digital está ocorrendo, por quê ela não pode ser lean?”
Felipe Ramirez, Chief Solutions Officer Kantar TNS & Kantar Millward Brown, Latin America “A nova economia, nessa terceira era do consumo, está fundamentada em três valores que são muito importantes no mundo de hoje: Experiências, Relações e Algoritmos. [..] De acordo com o estudo Global Monitor da Kantar Consulting, 75% dos brasileiros manifestaram que priorizam investir em experiências do que em bens físicos.[..] Logo, um dos grandes desafios das marcas é como oferecer a melhor experiência possível para os seus clientes. Em segundo lugar, temos o valor das Relações. 73% das pessoas na América Latina manifestaram que é muito importante cultivar relações, por isso, vemos hoje em 38
dia lugares de co-working como WeWork, que priorizam e fomentam maior e melhor qualidade dos relacionamentos. [...] E o terceiro valor é dos Algoritmos, como um motor que permite construir em cima das experiências e das relações, já que permitem individualizar, personalizar, escalar e materializar desejos atuais das pessoas num nível mais personalizado.”
Patrícia Cavalcanti, Diretora de Retail da Schneider Electric Brasil “Encontrar talentos que combinem mindset digital e experiência é um dos maiores desafios. Por isso, para fazer a transformação, uma empresa precisa incluir em seu processo uma mudança cultural, de modo que os colaboradores possam se adaptar a um ambiente diverso, ampliar seus horizontes, aprender sobre novas tecnologias, além de produzir bem. Vale lembrar que, acima de tudo, esses talentos precisam ser encorajados a inovarem.”
Marcelo Trevisani, CMO LATAM da CI&T “Um dos grandes entraves para inserir a empresa nesse contexto [da Nova Economia] é reconhecer as ‘dores dessa transformação digital’. Uma delas, por exemplo, é a quebra de silos e de uma estrutura de comando e controle, para dar lugar a um ambiente com times multidisciplinares e engajados em colocar o consumidor no centro da transformação da marca. Trabalhando lado a lado, as equipes devem atuar juntas
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para resolver questões críticas do negócio, em um ciclo curto e ágil de aprendizado, e guiadas por uma liderança que não tem receio de expor erros e priorizar a gestão à vista de projetos.”
Marcelo Moura, Diretor de Inovação da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil)
Além disso, acreditamos que a inovação tem que ser cada mais vez mais colaborativa. No último ano, conseguimos levar aos nossos clientes soluções de mais de 40 startups brasileiras que foram integradas ou ampliadas com nossas soluções, trazendo inovação de “fora para dentro” através do iDEXO, nosso instituto de coinovação em São Paulo [..]”.
“Um desafio importante para as empresas é fazer a leitura correta dos drivers de uma transformação digital, interpretar os sinais e criar um cenário preditivo que possa indicar a direção correta. Tecnologias como Analytics, Machine Learning, IA, além do próprio Big Data, colaboram efetivamente com esta análise. [...] Outro desafio constante é testar tudo antes, criar MVPs, errar rápido, reaprender e não ter medo de ousar ou errar novamente. Estar sempre aberto para o incerto, às vezes imprevisível, e preparado para mudar sempre que necessário. Essa é uma condição essencial para o sucesso neste processo.”
Juliano Tubino, VP de Marketing e Estratégia de Negócios da TOTVS “Investimos em uma nova sede [..] com um layout sem divisórias entre as áreas de trabalho, para que todos possam circular e compartilhar ideias. Isso facilita e estimula o trabalho criativo e colaborativo entre os profissionais, além de atrair novos talentos que buscam ambientes dinâmicos e estimulantes. [..]
Bianca Borges
Jornalista e Analista de Conteúdo no Digitalks 39
SPOILER! EXPO DIGITALKS
O futuro do trabalho e como se preparar para a nova economia digital
Este ano, o Digitalks faz 10 anos. E para comemorar a década com muito conteúdo relevante sobre o mercado de Marketing e Digital estamos preparando um super Expo Digitalks para todos envolvidos na comunidade digital brasileira.
A transformação digital aliada ao comportamento do consumidor e à tecnologia trouxeram mudanças para a economia. Quais são as características dessa nova economia digital?
O evento acontece só em agosto, mas, enquanto isso, decidimos dar a vocês, leitores, pequenos spoilers do que vem por aí, fazendo entrevistas com alguns dos palestrantes que estarão presentes no evento. Em cada edição da Revista Digitalks, deste ano, vamos debater algum dos temas.
Tentarei ser original na resposta, pois já vi tantas definições sobre a nova economia digital que parece que tudo já foi dito. Mas há algo que falo em minhas palestras – e que é fruto de minhas pesquisas há anos – que pode ser adicionado a este debate: nós saímos de uma sociedade VERTICAL - que vigorou até o século XX - e mergulhamos no século XXI em uma nova ordem social HORIZONTAL em rede. Isso propiciou a popularização da internet e sua consequente explosão de informação. Com isso, saímos de uma época de MONÓLOGO, onde só quem vendia é quem falava, para uma época de DIÁLOGO – e muitos não estavam preparados para essa mudança.
Dica: Essa é a oportunidade para você refletir sobre o assunto e já pensar em perguntas para fazer ao palestrante no dia da apresentação. Nesta primeira entrevista, conversamos sobre a nova economia digital e o futuro do trabalho com o Professor e Doutor Dado Schneider que possui Doutorado em Comunicação e também é consultor em grandes empresas. 40
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SPOILER! EXPO DIGITALKS
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A transformação nos modelos de negócios e no mercado de trabalho é inevitável, visto que, as empresas precisam adequar suas estruturas organizacionais para atender ainda melhor os seus clientes que estão cada vez mais exigentes. Quais as principais mudanças que você destaca no atual mercado de trabalho se comparado ao cenário de 10 anos atrás? Vou voltar ao que falei na pergunta 1: as estruturas tiveram (ou algumas ainda têm...) que se horizontalizar por uma questão de mercado. No passado, com pouca concorrência em qualquer segmento, não era necessária uma grande base de contato com o mercado (clientes), ou seja, bastava ter pouca gente na ponta do processo. Com a explosão de concorrência em todos os segmentos houve uma maior necessidade de que se ampliasse a base de contato com os clientes – e todos na estrutura tiveram que passar a ter contato com o mercado. Ou seja, as organizações precisaram se horizontalizar. E quem não aprendeu a viver e trabalhar neste novo cenário está em apuros hoje. E isso não é mais uma questão de idade: passou a ser uma questão de mentalidade.
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Pode dar algumas dicas para as organizações que ainda buscam uma reestruturação e adequação à nova economia? 1. Democratizar a informação internamente, pois só a constante troca de informação permite que se tomem decisões mais rapidamente e com mais precisão. 2. Transformar o ambiente de trabalho para uma genuína atmosfera de descontração aliada à produtividade. Somente isso reterá os talentos do futuro. 3.Exercitar continuamente a sua capacida-
de de se reinventar, antes que se tornem obsoletas, revisando estratégias, derrubando hierarquia e se abrindo para as novas ideias.
E para os profissionais que não querem ficar obsoletos e perderem seus lugares no mercado de trabalho, que conselhos você daria para que consigam se transformar? Quais são os pontos principais que eles devem levar em consideração na hora de dar um novo rumo às suas carreiras?
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1.Devem cuidar para que a dispersão não acabe com a sua capacidade de realização. Hoje, as tarefas se sobrepõem cada vez mais e quem souber focar em realizar o trabalho até o fim se destacará. 2.Devem exercitar a capacidade de suportar cada vez mais pressão. Sendo mais resilientes, podem ser capazes de trabalhar focados, sem desabar emocionalmente ou abandonar as tarefas. 3.Devem estar abertos a mudanças constantes com espírito de aprendiz permanente.
Essa foi um pouco da conversa que tivemos com o Prof. Dr. Dado Schneider, um dos destaques do Expo Digitalks 2019. No evento, Schneider vai trazer mais nuances e reflexões sobre o tema, além de compartilhar dados interessantes que vão te fazer ter uma visão completa sobre o assunto. Bora comemorar essa década de aniversário com a gente?! Prof. e Dr. Dado Schneider
Doutor em Comunicação, Executivo e Consultor em grandes empresas 41
CASE DO MERCADO
Por Albert Costa
Marketing de ImersĂŁo:
experimentado o potencial da Realidade Aumentada 42
CASE DE MERCADO
Cabe ao Marketing proporcionar uma ação assertiva para seu público. Afinal suas ferramentas conferem condições para isso. Há pesquisas de diversos métodos e finalidades, feedbacks no SAC, benchmarking, isso tudo, possibilitando gerar um plano robusto de comunicação, mídia, criação. Há também o legado já consolidado junto ao cliente (neste caso definido como agência, marca ou empresa contratante do serviço) : reputação, registros de boas experiências, credibilidade, força da marca, etc. E ainda todo o campo aberto para a inovação e um arsenal de competências técnicas que se unem a uma habilidade quase sensorial em se pressentir a aceitação positiva do público-alvo. Porém, tão somente acertar a medida, pode não ser a linha final. Sim, pode acontecer de se exceder as expectativas, as mais otimistas projeções e chegar a uma conclusão que a ação obteve aquilo que vamos chamar neste texto de: “Encantamento do Usuário”. Preferimos acreditar que este fenômeno não esteja, e nem deveria estar, no centro de qualquer briefing. Igualmente, não venha a estar no foco de criadores, diretores de arte, desenvolvedores e a grande gama de profissionais encarregados de colocar no projeto a mais aprimorada experiência de uso. Atenção: experiência de uso e encantamento do usuário não são sinônimos, eles não estão em uma mesma base de equivalência. No entanto, ao se coletar feedbacks tais como:
“Muito Top, é cativante ficar olhando, você fica hipnotizado.” “Euuu adoreiiiii a ideia... muito mágico para o Natal... Parabéns aos idealizadores... Não consigo parar de ver e mostrar para amigos e parentes... Shooooow!!!” “Estou encantada com esse app...ele mostra uma história linda e emocionante.. adoreiiiiiiii” “Passando mal de fofura com esse app!” “muito bom minhas filhas amaram estão de parabéns.”
Tanto a equipe criadora quanto o cliente (empresa ou marca) percebem o quanto a satisfação do público-alvo, do usuário, saiu do terreno do “bem-atendido” e foi para o “terreno do encanto” no qual as emoções emergem em relatos contidos de uma carga acentuada de amabilidade, nostalgia, gratidão e felicidade. Tudo apresentado até aqui surgiu exatamente de um caso real - um APP entregue para a COCA-COLA contendo uma experiência de Realidade Aumentada que evocou sentimentos, relatos como estes incluídos acima. A marca estava buscando algo significativo e relevante para o período de festas natalina e acabou viabilizando um momento único. Em um mês deixou um rastro extraordinário de milhões de downloads do APP, visualizações nos vídeos correlatos e milhares de comentários em redes sociais, inclusi43
CASE DE MERCADO
ve nas próprias lojas - Apple Store e Play Store. O resultado positivo desse case foi ainda maior que o esperado pela marca como me contou Gabriel Menezes, Gerente de Marketing Coca-Cola Brasil:
“Esperávamos uma resposta positiva dos usuários, nossos consumidores, porém percebemos que tocamos em memórias e registros emotivos que extravasaram consideravelmente as mais otimistas projeções de feedbacks”. Aplicações contendo tecnologias como Realidade Aumentada e Realidade Virtual estão aparecendo por toda parte, entretanto, o que eleva a qualificação de um projeto, de uma entrega primorosa é a habilidade, o discernimento em se realizar a parte criativa e artística destes aplicações. Um “material” superior é desenvolvido quando o conjunto da obra obtiver nos componentes de sua elaboração, nada menos do que o melhor em todas as esferas da criação à implementação. Seguir com assertividade em tudo isso é difícil, sem dúvida. Vale aqui portanto, dividir algumas considerações com vocês amigos leitores:
1. Cada job é um job, o legado aperfeiço-
ado na perícia com o ferramental (software, processo) é sem dúvida, um benefício do esforço percorrido, mas o mergulho investigativo, criativo e refinamento é único para cada job.
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2.
Preocupação constante em melhorar o seu padrão, algo como não querer “manter uma assinatura” e sim entregar inovação, entregar o surpreendente sempre.
3.
Tratar com muita distinção a parte de desenvolvimento de software X criação dos conteúdos.
São otimistas e até generosas as estimativas do tamanho de mercado do chamado Marketing de Imersão, termo que engloba as tecnologias de realidade estendida que, por sua vez, incluem: realidade aumentada, virtual, combinada e vídeo 360°. O Marketing de Imersão pode ser caracterizado por oferecer outros tipos de interação além da visão, audição ou tato, permitindo maiores sensações através de simuladores. Permitindo que o usuário migre de uma posição de mero espectador e se torne protagonista, provando da tecnologia com mais estímulo sensorial, o que evocará mais emoção na experiência vivenciada. Este mercado do Marketing da Imersão está em crescimento e tem projeções de movimentar mais de US$ 13 bilhões, em 2019. No ano passado, o valor total movimentado foi US$ 5,5 bilhões. As empresas e marcas que quiserem ter sucesso nessa estratégia precisam ficar atentas às disciplinas e competências correlatas que estão envolvidas no processo, algumas delas são: design, simulação e prototipação, capacitação dos colaboradores, design de espaços em
CASE DE MERCADO
3D, operações e serviços, aprendizado e desenvolvimento, insights e tomada de decisões e espaços digitais. A realidade é que a tecnologia está pronta para ser explorada. E o ideal é ter uma agência parceira da concepção/ criação visual até à colocação em produção das soluções digitais. Essa agência precisa desenrolar os impeditivos e desenvolver com maestria aplicações, web, mobile,RA, RV com possibilidades de se criar um novo mundo de possibilidades, encurtando a distância do contato físico através da interface digital para que o público-alvo passe a vivenciar experiências inovadoras e antes inimagináveis.
tes, mesmo que ainda inexperientes no processo de desenvolvimento tecnológico, mas que tenham o desejo de proporciona uma experiência imersiva de puro encantamento aos clientes.
O Gerente de Marketing da Coca-Cola Brasil, Gabriel Menezes, também me revelou que a escolha do parceiro certo para criar e divulgar uma campanha foi algo essencial para o sucesso deste case:
“O desafio de proporcionar algo novo que encante os nossos consumidores e mantenha a herança de registros positivos com a marca, é motivo de muito cuidado na escolha de um fornecedor parceiro que agregue no briefing e realize uma entrega fundamentada nas melhores práticas de uma ciência ainda com tanto a explorar”. Além disso, a agência que desenvolverá a campanha juntamente com o cliente (marca ou empresa) deve oferecer ideias bem fundamentadas, juntamente com uma atitude de comprometimento e atenção para realizar a interpretação eficiente de um briefing e atender clientes exigen-
Albert Costa
CEO - Co Owner at Abduct / WebEleven
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tecnologia
Por Léo Xavier
A vez do novo chatbot
Começando pelo começo, chatbot é uma palavra originada da corruptela de “chat” e “robot” para definir a automatização de conversas em ambiente digital. Interessante notar que os bots não são tão novidade assim, pois há anos já existem como ferramenta de automação para a troca de mensagens em serviços de autoatendimento, por exemplo. O que muda, agora, é que aparecem dotados de camada de inteligência artificial, passam a habitar os apps de mensageria instantânea e têm seu uso muito além do autoatendimento. 46
Como ferramentas autônomas de conversação inteligente, os chatbots podem também entregar conteúdos, serviços e transações de forma ainda mais personalizada. Do ponto de vista das marcas que prestam serviços e vendem produtos em ambiente digital, os bots acumulam alguns benefícios: são rapidamente implementáveis - o que reflete em custo mais baixo, com uma cobertura potencialmente ampla - quando disponibilizados em plataformas de mensageria- e implicam em menor complexidade de atualizações e evoluções.
tecnologia
Na perspectiva de consumidores e usuários, é preciso compreender que a nossa relação com a realidade que nos cerca será, de um lado, cada vez mais “aplicatizada”, ou seja, feita por meio de uma aplicação, que pode ser um app, um bot ou qualquer outra ferramenta que possa surgir; e, de outro lado, cada vez mais personalizada, baseada em nossos gostos, personalidades, preferências e interesses. Novos desafios se apresentam aos chatbots e o maior deles talvez seja o que assombra os Apps: como garantir altas taxas de engajamento? Segundo a Botanalytics, 40% dos usuários típicos param de falar com um bot após a primeira mensagem e outros 25% se vão após a segunda. Ou seja, assim como no mundo de apps para smartphones, conceber, desenvolver e lançar um asset digital não é garantia de uso e, principalmente, reuso. Além disso, também são necessárias novas métricas que de fato entreguem uma compreensão deste novo modelo de relacionamento com consumidores. Surgem então novos indicadores a serem analisados como: conversas/usuário, passos de conversa/usuário e frases mais comuns, por exemplo. O fato é que temos o ambiente digital overloaded de aplicativos, afinal, há uma oferta exagerada deles, e isso extrapola as nossas demandas. Não é natural que uma pessoa efetivamente use quatro aplicativos de locomoção, ou três para comprar ingressos de cinema, por exemplo. Portanto, cada pessoa faz a seleção do que melhor lhe satisfaz, e essa seleção é naturalmente mais restrita e individualizada. Esse movimento define o que chamo de ecossistema pessoal, ou seja, o conjunto de apps que forma a nossa web pessoal e que se des-
tina a atender exclusivamente cada um de nós. Nesse sentido, há um espaço interessante para que os chatbots floresçam, seja pela verticalidade na solução de dores do dia a dia das pessoas, seja pelo ciclo mais curto de desenvolvimento, lançamento, aprendizado e ajustes. Um elemento adicional a este tema é o fato de que o WhatasApp lançou oficialmente sua API (Application Programming Interface) para Business no final de 2018. O que isso significa? Bem, agora empresas poderão usar a plataforma para prover serviços para seus públicos. O brasileiro ama o WhatsApp, que é o maior e mais popular serviço de mensageria e já está habituado a fazer uso do App para resolver problemas do dia a dia como: agendar uma manicure, marcar a revisão do carro ou fazer um pedido no supermercado. Logo, além da base gigantesca, o mais importante já está lá: o comportamento e a predisposição de ter na plataforma a solução para várias necessidades diárias. Portanto, há um espaço fértil para marcas, produtos e serviços estenderem sua presença no mundo digital ao oferecer um novo canal de relacionamento, serviço e transação. Anote aí: chatbots no WhatsApp experimentarão a mesma explosão de uso e adoção que os Apps na primeira metade da década.
Léo Xavier
CEO da Pontomobi Linked by Isobar
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content marketing
Por Fernanda Negrini
Conteúdo que é rei, nunca perde a majestade Se você é um profissional da área de marketing e comunicação já ouviu por aí que “O conteúdo é rei”. Caso você esteja familiarizado com este conceito, a boa notícia é que ele não perderá o trono tão cedo, pelo simples fato de ter se tornado protagonista na geração de resultado para as marcas de alguns anos para cá. Mas nem sempre foi assim, e tão pouco o conteúdo por si só é responsável pela boa performance de uma campanha. Conteúdo, distribuição, contexto e segmentação são os principais fatores de sucesso para quem quer engajar o usuário e gerar performance para a marca. Mas, antes de entender como cada um destes fatores contribui para o resultado final, vale entender os motivos que levaram o conteúdo a ganhar destaque na publicidade. A popularização da internet mudou drasticamente a maneira como as pessoas criam, consomem e compartilham informação. Neste novo cenário, quando o usuário se encontra no modo de leitura, conhecido tam48
bém como “content consumption mode”, o que ele menos deseja é ser interrompido e, por isso, sua atenção fica completamente concentrada no conteúdo. Com isso, os formatos tradicionais de publicidade, como a mídia display, foram perdendo o desempenho que tinham antes. Associado a isso, fenômenos como a adoção de adblockers aceleraram esse processo. Com a circulação do conteúdo ganhando outra escala, as marcas precisam encontrar uma nova maneira de estar presente nesta agenda social. Releases, posts patrocinados, blogs proprietários e uma produção intensa de material para redes sociais começaram a fazer parte do planejamento de comunicação das marcas. Sem muito entender deste universo, todo mundo queria surfar a onda do conteúdo, mas, neste ponto, chegamos no dilema de como mensurar os resultados desta estratégia e otimizá-la para maximizar os resultados.
content marketing
Comentários, compartilhamentos, curtidas, cliques são todos medidas superficiais de engajamento e, ao focar apenas em números isolados, fica impossível entender o poder do conteúdo e seu impacto em todas as frentes de comunicação. Quanto tempo o usuário ficou no seu site? Quantas páginas visitou? Teve alguma ação dentro do site? Fez alguma aquisição? Retornou? Compartilhou algum conteúdo positivo sobre sua marca? A avaliação pós clique é muito mais profunda e traz muitos insights sobre a sua audiência e os assuntos que são do interesse dela. Além disso, perceba como diversificar as vias de acesso do consumidor à sua marca é importante. Reflita: quantas vezes você estava lendo um artigo ou navegando em um site, descobriu algo interessante e foi clicando em um link, que levou a outro, e a outro, e de repente estavam ali vários conteúdos abertos que você nem imaginava consumir inicialmente? 1/3 do conteúdo consumido enquanto você navega não foi planejado. Ao criar conteúdo informativo sobre sua marca ou produto e distribuí-lo nos canais onde ele tem a atenção plena do seu cliente, você viabiliza uma descoberta e ainda colabora para um melhor resultado do seu site nos rankings dos motores de busca, alimentando assim todo o funil de compra. Outra tentação de algumas empresas foi direcionar o conteúdo desenvolvido para plataformas sociais sob as quais elas não possuem autonomia. Com isso, concentraram esforços em construir uma grande comunidade nessas páginas, mas ficaram vulneráveis e a mercê do funcionamento destas plataformas. Assim, acabam perdendo o alcance de suas mensagens diante de ajustes no algoritmo que privilegiavam a entrega de conteúdo de amigos em detrimento ao conteúdo das marcas. Além disso, há um grande risco aqui: em média cada pessoa possui
sete perfis sociais, de acordo com uma pesquisa feita pela GlobalWebIndex em 2017. É natural que nos comportemos de forma diferente em cada uma delas para poder pertencer àquela comunidade, mas muitos dos nossos interesses não são necessariamente algo que queremos expor. Com qual persona a sua marca está falando? Produzir um conteúdo único e associado ao propósito da sua marca, distribuí-los nos canais certos, para uma audiência real e certa são essenciais, mas ainda assim dependem do contexto em que são apresentados. Precisamos dar aos consumidores um maior senso de controle e de poder de escolha sob o que vão consumir. Também é necessário produzir conteúdo interessante, bem distribuído e segmentado para que vá de encontro aos interesses da audiência. O clique deve representar uma ação positiva, deve ser um clique para ter acesso ao conteúdo e não para pulá-lo. No geral, a publicidade deve ser menos sobre a marca, a agência ou a empresa de tecnologia e mais sobre como a mensagem vai ressoar para os consumidores que visualizam o anúncio. Por esta razão, formatos nativos de distribuição de conteúdo têm ganhado cada vez mais espaço. Se alguém estiver lendo um artigo de notícias, provavelmente, estará mais disposto a ler outro artigo recomendado a ele (mesmo que seja patrocinado). Uma experiência de conteúdo mais natural, menos intrusiva, que se integra perfeitamente ao meio que os usuários já estão consumindo, tende a ser mais atraente e a capturar a atenção da audiência. E, nas palavras do analista digital Brian Solis, “a atenção é um bem precioso”.
Fernanda Negrini
Gerente de Marketing da Outbrain Brasil 49
estratégia
Por Alessander Firmino
O que os profissionais de marketing precisam acertar quando o assunto é retargeting?
O retargeting programático tem sido uma solução lucrativa para o e-commerce há anos. Profissionais inteligentes de marketing também estão aproveitando a ferramenta para gerar leads em escala. Ciclos de compra mais longos exigem retargeting para manter os produtos na mente dos consumidores e direcioná-los para baixo no funil de conversão.
são permite eliminar usuários não qualificados e, ao mesmo tempo, direcionar aqueles com alta intenção de compra para a parte de baixo do funil.
Quanto mais longo o ciclo de conversão e vendas de um negócio, mais crucial o retargeting se torna. Se você não está usando a solução para manter seu produto na mente do consumidor durante a fase exploratória, você está perdendo um componente chave do mix de marketing que pode converter tráfego em lead.
Aumente o volume de leads em escala, mas mantenha a qualidade
E o retargeting não acaba quando o lead é gerado. Uma vez que o lead é qualificado, a solução pode ajudar a estimular a liderança no caminho para a conversão. Este ponto de contato adicional pode complementar os esforços internos de vendas e ser um diferencial para a aquisição de novos clientes. Avaliar o possível comprador e ter o entendimento de onde ele está no funil de conver50
Para transformar tráfego em lead e conquistar clientes, há quatro coisas que os profissionais de marketing precisam ter em mente:
O primeiro passo para garantir leads de qualidade é remover leads pobres durante o fluxo inicial. Seja avaliando endereços de e-mail comerciais por meio de endereços de e-mail pessoais, eliminando todos os leads com a palavra “teste” no formulário ou medindo o tempo gasto no site. Remover leads com essa pontuação inicial pode filtrar usuários não qualificados desde o começo. Os benefícios da pontuação inicial são duplos. Primeiro você não está gastando tempo ou dinheiro tentando converter os consumidores errados. Segundo, você dá
estratégia
informações valiosas para os seus algoritmos programáticos de machine learning, dessa forma eles podem olhar para mais usuários com comportamento e sinais de intenção semelhantes para leads de maior qualidade. Uma vez que você converteu o lead em comprador, é essencial ter um ciclo de feedback para alimentar suas campanhas de retargeting com mais informações. Usar dados online e off-line de conversão ajuda a prover elementos adicionais para o seu modelo de machine learning a fim de procurar usuários que apresentem traços semelhantes aos dos seus melhores consumidores. Ao contar apenas os leads que atendam aos padrões mínimos como conversões reais, você pode otimizar a campanha em direção a leads de qualidade.
Esteja onde os seus clientes em potencial estão Os usuários não pensam sobre suas atividades de navegação como ações separadas, então as suas campanhas de retargeting devem fluir de um canal ao outro para criar uma experiência coesa. Se um cliente em potencial ou lead está verificando o tempo ou conversando com amigos no Facebook, segmentá-lo em duas campanhas - uma para web display, outra para o Facebook é ineficiente e pode levar a um excesso de veiculação e a uma experiência ruim para o usuário. Combinar seus esforços de exibição de retargeting na web, adicionando inventário nativo e Facebook em uma campanha, traz uma abordagem holística e permite que você veicule banners onde quer que seus clientes em potencial gastem o tempo deles.
experiência simplificada do desktop para o smartphone, do smartphone para o tablet. A habilidade de reconhecer um usuário através dos dispositivos é crucial. Tradicionalmente, taxas de cliques para a geração de leads têm sido maiores nos celulares, mas a qualidade é melhor no desktop. As campanhas devem ser configuradas para otimizar os dispositivos de onde vem leads de alta qualidade sem ignorar o papel que os outros aparelhos desempenham no caminho para a conversão.
Segmente seus melhores clientes em potencial Utilizar suas contas segmentadas e dados de CRM pode ajudar a priorizar as campanhas de retargeting para que você possa focar seu tempo e orçamento nos seus melhores consumidores em potencial. Fazer isso sem deixar de cumprir as leis de privacidade de hoje pode ser complicado, mas remover todas asinformações de identificação pessoal deve sempre fazer parte de sua estratégia. B2B e geração de leads não são sempre os primeiros pensamentos que vem à cabeça quando você ouve a palavra “retargeting”, mas trata-se de um método efetivo de oferecer anúncios para uma audiência altamente qualificada. Uma solução que pode ajudar a manter uma marca na mente dos consumidores, além de criar oportunidades adicionais para conversão. Ao garantir leads de qualidade, combinando esforços de exibição de retargeting, agilizando os dispositivos e segmentando os melhores clientes em potencial, empresas B2B e especializadas podem utilizar o retargeting para gerar mais leads de qualidade, aumentar o ROI e recapturar leads perdidos.
Um usuário, múltiplos dispositivos A mesma lógica se aplica aos dispositivos. Os consumidores de hoje esperam uma
Alessander Firmino
Diretor Geral da Criteo para o Brasil e América Latina
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mídia
Por Miguel Genovese
Convergência é o caminho para a indústria de mídia & entretenimento
Não é mais segredo que o digital revolucionou diversas indústrias nos últimos anos, dentre elas a de mídia e entretenimento. A grande tendência desse setor no momento é a convergência entre as plataformas, o que vem sendo cada vez mais demandado pelos consumidores. As plataformas digitais proliferaram, criando uma distribuição mais direta e personalizada de conteúdos. O portfólio de serviços oferecidos deve considerar a conexão como a melhor maneira de engajar os clientes. Entender este cenário é crucial para empresas que atuam no setor e desejam potencializar suas fontes de renda. Foi-se o tempo em que a competição por audiência ou engajamento era entre meras emissoras de TV ou portais de inter52
net. Hoje, o crescimento lucrativo e sustentável de empresas da área depende cada vez mais de várias fontes de modelos de negócios inovadores além das tradicionais. A PwC Brasil chama essa tendência de Convergência 3.0, onde empresas de todos os setores desenvolvem novos modelos de negócio fortalecidos pelo engajamento e na confiança do consumidor. Os exemplos são inúmeros: grandes nomes do varejo se aliando a empresas de tecnologia, como portais de compra online; empresas de mídia distribuindo conteúdo grátis em plataformas de mídias sociais; grandes ligas esportivas e empresas de videogames apostando nos eSports; empresas de Telecom se tornando parceiras de antigos concorrentes
mídia
para entrega de serviços de streaming de vídeo e áudio. Tudo isso com o objetivo de ter ganho de escala e abrangência, acompanhando o comportamento conectado e móvel do consumidor. Como cases de sucesso, além dos mundialmente conhecidos como Google e Apple, podemos citar as “BATs” - os gigantes da Internet na China: Baidu, Alibaba e Tencent. As três empresas operam em vários setores da economia digital, oferecendo uma combinação eficaz de comunicação, mídia e comércio em suas plataformas por meio de suas plataformas iQiyi, Youku Tudou e Tencent Video. Também competem de maneiras diferentes em música e videogames, o que significa que estão atuando em todas as áreas de consumo digital que mais crescem. O trio também é responsável pela maioria da publicidade na internet na China. O principal resultado desta tendência fica evidente na 19° edição da Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 20182022, estudo feito pela PwC, que prevê um crescimento global anual médio de 4,4% no setor de mídia e entretenimento (E&M) entre 2018 e 2022. O levantamento analisou 15 segmentos do setor em 53 países e apontou que a receita global deve alcançar US$ 2,4 trilhões em 2022, acima dos US$ 1,9 trilhão registrado em 2017, um aumento de 26% na comparação total entre os períodos. A edição de 2018 da pesquisa mostra que o crescimento do consumo e da publicidade nas plataformas digitais para dispositivos móveis começaram a refletir o aumento considerável do número de consumidores conectados no mundo todo e isto ficará cada vez mais evidente
nos próximos anos. Em 2022, dados utilizados em smartphones para o consumo de E&M excederão os dados consumidos em banda larga fixa. O motivo dessa tendência é o aumento em 2,2 bilhões, até 2022, do total global de conexões de internet móvel de alta velocidade (métrica que rastreia cartões SIM em vez de assinantes individuais). Por fim, destaca-se o crescimento de setores ainda em desenvolvimento, como os gastos com games em realidade virtual, que apresentam índices médios anuais de crescimento de 40% ao longo de cinco anos, as vendas de entradas para campeonatos de e-Sports, que devem aumentar em média 20% ao ano até 2022 e do podcast, com crescimento esperado de quase 30%. Outro exemplo de crescimento relevante é o segmento de OTT (over the top) de vídeos na internet, que crescerá 10% ao ano até 2022. Todas essas tendências serão - e precisarão ser - permeadas pela convergência de plataformas dos players desse mercado, etapa fundamental para atender a um consumidor cada vez mais exigente e conectado.
Miguel Genovese
Diretor de Criação e Inovação da PwC Brasil
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mercado
Por Essio Floridi Por um diálogo mais interessante entre marca e consumidor:
tendências da mídia programática para 2019
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mercado
Foi-se o tempo em que a tecnologia ambicionava ser uma facilitadora da vida diária. Com a internet das coisas, a inteligência artificial e muitos outros expoentes binários (e, num futuro próximo, quânticos), a ciência está passando de coadjuvante e facilitadora para peça central na rotina das pessoas. E a publicidade criativa acompanha esse movimento, fazendo uso de maneiras cada vez mais eficazes de se comunicar pela tecnologia, como a mídia programática. Embora pareça um conceito simples e amplamente conhecido do marketing digital – comprar espaços de forma automatizada, baseando-se nas audiências de usuários de internet - , o programático é fundamental para o processo de convencimento do consumidor e precisa ser usado de forma estratégica. A cada ano que passa, mais formas de compra ficam disponíveis, o que nos traz tendências e novas possibilidades para campanhas. Dentre tudo o que já temos de novo em 2019, separei algumas apostas para esse tipo de mídia que muito têm a agregar à experiência do consumidor:
O bom e reinventado vídeo O vídeo não é exatamente uma novidade, mas é uma realidade cada vez mais presente no cenário digital. Segundo a pesquisa Video Viewers 2018, o consumo desse formato, no Brasil, cresceu 135% desde 2014 e, atualmente, assistimos a quase 20 horas de conteúdo em vídeo por semana. A busca do internauta é por conteúdos inovadores e, muitas vezes, acontece durante o consumo concomitante da mídia televisiva. O que isso quer dizer? Que há muito espaço para entender o que o consumidor está interessado em assistir e com quais mar-
cas ele gostaria de se relacionar (pelo seu histórico de navegação), mas que esse impacto precisa contar com peças e técnicas criativas. Com a mídia programática, isso pode se dar com peças que aproveitem o momento de veiculação (contextualizadas para a exibição em preroll, por exemplo) ou mesmo para a situação do consumo em duas telas, como ocorre com a sincronização de uma peça com um programa de televisão.
30 segundos de prosa O áudio programático, bem como a TV programática, são grandes apostas para esse ano. Com o crescimento no segmento de streaming de áudio e podcasts (que é mais tímido no Brasil do que internacionalmente) e a recente disponibilização de inventário para a compra programática por grandes players do segmento, destaco o áudio - formato com o qual as marcas vêm experimentando uma audiência muito qualificada e altos níveis de atenção dispensados pelos usuários. Esses são diferenciais que atraem compras de mídia nesse meio. As TVs conectadas também têm ganhado espaço, e as 17 milhões de unidades estimadas no Brasil já impactam 20 milhões de usuários. Como o áudio, suas audiências pertencem a nichos muito bem delimitados e conectados à internet, o que permite uma interação muito mais íntima e bem-vinda entre marca e espectador. Também se desenvolve no Brasil a compra programática via plataformas over-the-top (OTT), grupo do qual fazem parte players de streaming e televisão on demand. Em 2017, esse tipo de mídia atingia 35% de lares no país – no mesmo ano, a modalidade representava duas vezes mais nos EUA. Aqui, novamente, ganhamos vantagem pelo interesse do consumidor, bem como a alta granularidade do público e o 55
mercado
perfil bem definido que se pode traçar dele. Embora promissores, a perspectiva para esses meios é de desenvolvimento – ainda não é esse o ano em que o offline, sobretudo a televisão tradicional, vai ficar atrás do digital.
Para todos os gostos Contar uma história é importante, mas saber como contá-la é essencial. A variedade de formatos que a mídia programática oferece ainda não é amplamente conhecida e considerada nos planos de mídia brasileiros. Otimizações como os criativos dinâmicos permitem, dentro de uma mesma audiência, customizar mensagens para cada usuário segundo informações como o clima do lugar de onde ele acessa a internet naquele momento ou a compra que ele não finalizou no site do anunciante. Formatos de alto impacto ou interativos também são maneiras inteligentes de chamar atenção dos internautas que se quer impactar e, em 2019, espera-se que a exploração dessas diversas possibilidades cresça.
Mas mantenha o respeito Como não poderia deixar de ser, ainda precisamos falar de regulações. No Brasil, onde vai vigorar a LGPD, a partir de fevereiro de 2020, as empresas que trabalham com informações pessoais precisam adequar seus negócios para que não firam os princípios de privacidade e consentimento lá descritos. O mercado como um todo também tem se organizado para garantir que os negócios estejam em conformidade com a regulação, inclusive pela manifestação pública e conjunta – ocorrida no ano passado – da necessidade de um órgão 56
regulador, cuja criação o governo atual já sancionou. O entendimento da lei, o acompanhamento das discussões sobre o tema e, se necessário, a contratação de um Data Protection Officer para a gestão e implementação dessas informações dentro da empresa serão importantes durante o ano. Para as empresas que vêm do exterior, vale checar se os procedimentos já adotados se adequam à nossa lei. Essa maior atenção aos dados tende a empoderar o anunciante. O maior conhecimento sobre os dados que ele tem dos clientes e a preocupação com o bom uso deles tem levado à internalização de processos como a compra programática. Para essa transição, parcial ou completa, é fundamental contar com parceiros de qualidade que ofereçam soluções programáticas baseadas em análises e insights e que conheçam profundamente esse mercado. Sabemos que ainda há muito por vir. Mas entre tudo o que se discute e se discutirá nos próximos meses, tendência mesmo será estar aberto e repensar a automação da compra de mídia, perceber que o mercado programático está em franca (r) evolução e procurar parceiros que tornem possível um contato que resulte em um engajamento verdadeiro do consumidor.
Essio Floridi
CEO da Tradelab Latam
guia de empresas
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guia de empresas
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A Associação dos Profissionais de Propaganda (APP), fundada em 1937, nasceu com o objetivo de defender os interesses dos profissionais de propaganda tem trajetória marcada por grandes conquistas. appbrasil.org.br | atendimento@appbrasil.org.br | (11) 3813 0188
CidadeMarketing é um veículo de comunicação interativo que visa produzir, informar e discutir assuntos pertinentes a área de marketing. É uma imprescindível ferramenta para tomada de decisões mercadológicas. www.cidademarketing.com.br | contato@cidademarketing.com.br
O Digitais do Marketing é um portal colaborativo onde profissionais de Marketing Digital de todo o Brasil e do exterior se reúnem para aprender, compartilhar seus conhecimentos, discutir ideias e experiências. www.digitaisdomarketing.com.br | contato@digitaisdomarketing.com.br
O E-Commerce Brasil é o maior projeto de fomento ao comércio eletrônico do mundo e realiza mais de 130 atividades por ano, que inclui publicações diárias no portal, revista impressa, webinars, workshops e eventos. www.digitaisdomarketing.com.br | contato@digitaisdomarketing.com.br
A EraTransmidia tem como missão traduzir e conectar ideias, tecnologias e processos de comunicação disruptivos para o ecossistema de negócios da economia criativa e amplificar tendências. www.eratransmidia.com | press@transmedia.com
A FENAPRO – Federação Nacional das Agências de Propaganda – é uma entidade sindical patronal que nasceu há mais de 35 anos com a missão de representar as agências de propaganda brasileiras em âmbito nacional. www.fenapro.org.br | alexis@fenapro.org.br | 11 3816 2238
O iMasters é uma comunidade voltada para TI e desenvolvimento, com publicação diária no portal e no fórum, além da revista impressa. Organizamos os maiores eventos para devs do Brasil, como o InterCon e PHP Experience. imasters.com.br | faleconosco@imasters.com.br | (11) 3063 5941
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Mais que líder em leitura, o Meio & Mensagem conecta profissionais de comunicação e marketing porque traz conteúdo para todas as áreas, organiza eventos importantes, dá espaço para troca de opiniões, além de reconhecer quem faz a diferença na indústria. www.meioemensagem.com.br | publicidade@grupomm.com.br | (11) 3769 1577
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