A BARROSANA-Edição Fevereiro 2018

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N.º 4 -Fevereiro 2018 - Mensal

A BARROSÂNA Revista de informação on line ESPECIAL FEIRA DO FUMEIRO OBJECTIVO CUMPRIDO QUALIDADE GARANTIDA

AS GENTES E A LINGUA:

ECONOMIA LOCAL EM ALTA

DIALECTO BARROSÃO IDENTIFICADO

IMI EM MONTALEGRE: FILHOS DÃO DESCONTO


… “não há democracia sem imprensa livre”!...

Ano I Mensal Contacto: dvazchaves@hotmail.com

Fundador: Domingos Chaves

A BARROSÂNA Revista de informação on line

EDIÇÃO 4 –FEVEREIRO 2018

OS DESTAQUES

DIALECTO BARROSÃO IDENTIFICADO…

Encravada entre Trás-os-Montes, o Minho e a Galiza, a região de Barroso é assim como que uma ilha cultural e geográfica, com "pobos" de granito espalhados pelas encostas encostas das serras, lameiros regados por fios de água cristalina, tradições comunitárias que escaparam à erosão do tempo, mistérios do 1 - Dialecto Barrosão corpo e da mente e cultos sagrados da natureza das águas e das fontes. Uma terra assim merece por isso uma língua própria. Até hà pouco tempo julgava-se que não a tinha. Na verdade não tem, mas um paciente 2 – O Ideário para 2018 trabalho de investigação levado a cabo nos últimos anos por Rui Guimarães, um professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, conduziu à descoberta de um falar próprio do Barroso, um subdialecto 3 - Editorial transmontano e alto-minhoto, arquétipo da forma originária do português. O léxico do falar barrosão, 4 - Sociedade segundo Rui Guimarães, possui 37 por cento de palavras do princípio do português moderno - finais do século XVIII e inícios do século XIX, 37 por cento de barrosismos - termos exclusivos do Barroso sem 7 – Pelo Municipio datação, 15 por cento do português clássico - séculos XVI e XVII, e 11 por cento de antiga linguagem que engloba o português antigo e médio - séculos XIII, XIV e XV. 11 - Feira do Fumeiro Em termos de partilha lexical, 43 por cento dos termos usados são comuns ao galego, 32 por cento são barrosismos, 15 por cento são comuns ao contexto transmontano, seis por cento ao Minho e quatro ao 12 - Comunidades contexto fronteiriço próximo. Segundo Rui Guimarães, “daqui se conclui facilmente que o falar barrosão apresenta uma personalidade linguística própria". Na sua esmagadora maioria, os habitantes mais novos, 16 – Estórias da História sobretudo os da terceira geração - até aos 30 anos, praticamente já não usam o falar barrosão, "devido à escolaridade que impõe a norma do português do dialecto padrão", esclarece Rui Guimarães. O falar local assenta mais na primeira geração, em sujeitos maiores de 70 anos, com um estatuto socio-cultural que corresponde ao do agricultor e pastor analfabeto ou que sabe ler e escrever mas não tem a quarta classe. O falar barrosão é mais de uso familiar e informal e é utilizado em paralelo com o português do dialecto padrão, que domina. Os falantes do dialecto barrosão usam ainda as vogais médias do galego-português medieval. Essas vogais faziam parte do sistema vocálico átono e no falar barrosão fazem parte do sistema átono e tónico. É o caso do "e", que se situa entre o "é" e o "ê", como na palavra "gueicha", pronunciada quase "guéicha", e que significa vitela, novilha, termo comum à Galiza e datado do princípio do português moderno. Outro exemplo é o da vogal "o", situada em certos termos entre o "o" e o "ô", como na palavra "agora", que é pronunciada como "agôra". As restantes vogais são ligeiramente mais abertas do que no dialecto padrão. Neste existe um tipo de "u", no falar barrosão existem dois: um tónico e outro átono, como nas palavras "cunca", que significa malga grande, tigela grande, e "cupeira", barrosismo utilizado para designar "apetrecho que serve para pendurar a candeia e a garrafa de vinho da pessoa que prepara o forno para cozer o pão no forno do povo". Em relação à geografia do falar barrosão, Rui Guimarães encontrou uma diferença entre o Alto e o Baixo-Barroso. O dialecto é mais falado no AltoBarroso, no concelho de Montalegre, na zona do rio e de entre-rios - Cávado e Rabagão - principalmente nas aldeias de Cambezes e Contim. Também foram encontrados registos do falar barrosão em Alturas de Barroso, que já pertence ao concelho de Boticas. Nos mapas linguísticos de José Leite Vasconcelos e Paiva Boléo, o único falar referenciado na região de Barroso era precisamente o de Boticas. O falar barrosão não varia apenas no espaço, varia também em altitude. As aldeias mais altas são mais isoladas e mantêm, pelo seu conservantismo e isolamento, um registo mais puro do falar barrosão, especifica Rui Guimarães. Este professor invoca o espírito da Declaração Universal dos Direitos Linguísticos, proclamada em 6 de Junho de 1996 em Barcelona, para defender a necessidade de "restaurar" o falar barrosão, em nome do reforço da identidade nacional. Ao contrário do mirandês, que é, segundo Lindley Cintra e do estudioso galego Fernandez Rei, um dialecto leonês em território português, ou, para outros autores, uma língua que assenta numa variedade leonesa, "o falar barrosão é português até ao tutano, radica numa variedade do português antigo", defende Rui Guimarães. A partir dele, é possível "reconstituir um pouco do nosso português antigo ou medieval" acrescenta.

Páginas:


O IDEÁRIO PARA UM ANO QUE SE QUER MELHOR DESEJOS PORVENTURA INGÉNUOS MAS… POSSÍVEIS. Que o Presidente da República desempenhe com rigor a função para a qual foi eleito, não cedendo à tentação de querer ser rei ou exercer uma presidência paternalista, que diminua as instituições da democracia e o jogo democrático. Que o Governo governe tendo em vista os interesses gerais do país e não das classes profissionais com maior poder reivindicativo. Que nunca esqueça os socialmente . mais frágeis e os que não têm voz. Que a Oposição assuma o seu papel, em vez de passar a vida a fazer processos de intenção e assassínios de carácter aos adversários. Que diga quais são as suas propostas políticas concretas, de forma consequente e sustentada, em vez do botaabaixismo do costume. Que o país aposte cada vez mais na educação e na formação dos portugueses. Que nos tornemos todos cada vez mais conscientes dos nossos direitos enquanto consumidores, mais proactivos em termos de cidadania e mais responsáveis no cumprimento dos nossos deveres. Que se acabe em definitivo com os mega-processos e se simplifique a justiça. Que a comunicação social deixe de andar a fazer fretes a interesses inconfessados. Que deixe de andar a lançar gasolina no fogo, numa atitude tantas vezes provocatória, para depois filmar o incêndio e os consequentes estragos. Que deixe de amplificar fait divers que a ninguém interessam a não ser à mediocridade reinante. Que passe a concentrar-se nos reais problemas do país, das regiões e nas questões que realmente importam, dispensando a manipulação emocional com que costuma brindar o público por tudo e por nada, confundindo todos os dias informação com entretenimento de mau gosto. Que o futebol português deixe de ser o reino da mediocridade, da manipulação e da boçalidade em termos de dirigismo, e passe a comportar-se com a dignidade inerente a um campeão da Europa. Que a Europa passe a ser mais dos cidadãos e dos povos, e menos dos bancos e das multinacionais. Que o Papa Francisco consiga operar uma limpeza na cúria romana. Que Montalegre se torne num concelho de referência e cada vez mais atractivo, tanto pela qualidade de vida como pela dinâmica económica, na preservação dos seus valores culturais e do ambiente. E já agora, que o Acordo Ortográfico de 1990 caia de vez e para sempre. Bom Ano 2018.

PEQUENA AGRICULTURA:VEM AÍ UMA NOVA LEI O novo Estatuto para a Pequena Agricultura Familiar estará em vigor até Março de 2018 e irá consagrar direitos como o acesso prioritário a fundos comunitários e um regime fiscal “mais favorável” para estes agricultores, anunciou o Governo. Em declarações feitas pelo Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos explicou que em causa está uma “carta de direitos” para um “segmento com um impacto e uma importância social muito superior à sua importância económica, porque se trata da população rural que ocupa os territórios, cujo despovoamento das últimas décadas foi tão tristemente ilustrado na recente tragédia dos incêndios. Desde logo, segundo o governante, “pretende-se que a pequena agricultura tenha acesso prioritário às medidas de apoio da União Europeia, seja no investimento, seja outras medidas de apoio ao rendimento”. Ao mesmo tempo, prevêse que estes agricultores tenham um “sistema de segurança social e fiscal mais favorável .“Queremos também facilitar o acesso aos mercados locais e introduzir medidas de apoio nesse sentido, já que a comercialização dos produtos é o problema principal dos pequenos agricultores”, apontou Capoulas Santos. O governante estimou que “até ao final do primeiro trimestre de 2018” este estatuto esteja em vigor, após uma aprovação final em Conselho de Ministros, promulgação e publicação em Diário da República.

BREVES PENSÕES E SUBSIDIOS O QUE MUDA EM 2018

Várias prestações sociais aumentam durante este ano, entre as quais as pensões e reformas, o subsídio de desemprego e o abono de familia, mas a idade da reforma volta a subir um mês e o factor de sustentabilidade mantém-se para a maioria das pensões antecipadas. As pensões até dois Indexantes de Apoios Sociais, ou seja, até 857,80 euros, onde se inclui a maioria dos pensionistas, aumentam 1,8% com efeitos a Janeiro. Já as pensões entre duas vezes e seis vezes o valor do IAS - entre 857,80 euros e 2.573 euros - serão actualizadas em 1,3%, enquanto as pensões superiores a este montante deverão ter um aumento de cerca de 1%.

EXPORTAÇÕES ATINGIRAM 42% DO PIB

O Ministro das Finanças afirmou hoje que as exportações portuguesas atingiram 42% do PIB em 2017, indicador que considerou um sinal da resiliência da economia nacional face a uma evolução na política monetária europeia. Mário Centeno transmitiu este dado económico no final de um encontro entre o Primeiro-Ministro, António Costa, e a Directora-Geral do FMI, Christine Lagarde, no âmbito do Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, na Suíça.

IRS AUTOMÁTICO ALARGADO

O Decreto anunciado pelo Governo que alarga o IRS automático a contribuintes com filhos, foi publicado em Diário da República e será já aplicado na próxima declaração a entregar entre 1 de Abril e 31 de Maio. A tradicional declaração em papel deixa de poder ser usada.


EDITORIAL

BREVES

MAIS MORTES QUE NASCIMENTOS! 2017 BATEU RECORDES

PAPA APONTA OS PECADOS DO JORNALISMO

Barroso não é excepção e o país no seu todo padece do mesmo mal!... Apesar da recuperação que se tinha verificado em 2015 e 2016, o ano de 2017 terá a diferença entre nascimentos e óbitos mais alta deste século - mais 24.000 óbitos que nascimentos. Apesar da população estar a encolher há nove anos consecutivos, este é o maior saldo negativo ocorrido desde o ano 2000. Do ponto de vista do crescimento natural, o futuro não se afigura por isso risonho!... As projecções mais recentes do Instituto Nacional de Estatística, apesar de incluírem cenários mais optimistas e menos optimistas, apontam para uma redução acelerada da população nas próximas décadas, adiantando que poderemos mesmo passar dos actuais 10,3 milhões para apenas 7,5 milhões em 2080, e que a população fique abaixo do limiar “psicológico” dos 10 milhões, já a partir de 2031. Com o número médio de filhos por mulher em idade fértil a rondar actualmente os 1,3 e a léguas dos 2,1 necessários para assegurar a renovação das gerações, sem ser compensado pela imigração, cada vez haverá menos jovens, enquanto do lado oposto da pirâmide, o número de idosos não parará de aumentar. Uma conjugação de factores que conduzirá ao rápido aumento da taxa de envelhecimento. Neste quadro, parece urgente que se exijam medidas de protecção aos portugueses!... Urge por isso diminuir a actividade predatória sobre boa parte da população; urge aumentar os níveis de protecção e incentivo à natalidade mas de forma séria e não através de medidas inconsequentes e de retórica; urge aumentar o bem-estar da população no seu todo e não de uma pequena minoria que é insuficiente para a manutenção da espécie; urge construir um caminho que possibilite a sua recuperação e proliferação e urge acima de tudo repensar os custos dos serviços de educação dos mais novos, que são dos mais altos da Europa. Os portugueses não são uma espécie em extinção, são isso sim uma espécie ameaçada a que é necessário pôr cobro. O país está a envelhecer muito depressa e esse é um problema central.

“SEARA NOVA” REAPARECE EM VERSÃO

Desinformação, calúnia e difamação, foram os principais pecados que o Papa Francisco apontou ao jornalismo, no último encontro tido com os membros da União Italiana de Periódicos e de Imprensa e da Federação Italiana de Semanários Católicos, “A voz dos media, livre e responsável, é essencial para o crescimento de qualquer sociedade democrática” e para o desenvolvimento no público de “um sentido crítico saudável que o faça fazer as perguntas que interessam e chegar às conclusões mais necessárias”. “Desta forma, evitamos ir constantemente ao sabor de slogans fáceis ou de campanhas de informação extemporâneas, que deixam transparecer a intenção de manipular a realidade, a opinião e as próprias pessoas, à base de rumores mediáticos inúteis”. Palavras do Papa ELECTRÓNICA Francisco, que se deveriam ter eco também em Portugal.

RUI RIO É O NOVO PRESIDENTE DO PSD

Nesta edição da Barrosâna saúde-se com o devido destaque o lançamento, da edição on line do acervo da revista SEARA NOVA|1921-1984, um dos maiores monumentos da história das ideias e do debate democrático em Portugal no século passado.Tendo nascido já na fase de declínio da República e resistido ao longo período da ditadura, a Seara Nova acabou depois do regime democráticoconstitucional de 1976 estar implantado e consolidado, cumprida portanto a sua missão. Dando voz a todas correntes da Oposição Democrática ao chamado "Estado Novo", a Seara Nova contribuiu decididamente, como nenhuma outra publicação, para o combate político-doutrinário ao regime de Salazar e para a edificação do novo regime democrático. Por isso, esta edição electrónica constitui uma enorme contribuição para o conhecimento das ideias políticas em que as gerações anteriores Rui Rio vai ser o novo Presidente do PPD/PSD. Aos 60 anos, chega ao 25 de Abril se formaram. A democracia agradece… (Consultas em: ao maior desafio da sua carreira política, mas o percurso do http://ric.slhi.pt/Seara_Nova/revista ou http://ric.slhi.pt/ militante do PSD já tinha começado bastante antes na Juventude Social Democrata. Foi Vice-Presidente da Comissão Política PS-MONTALEGRE TEM NOVO LIDER… Nacional da JSD entre 1982 e 1984, e entre 1996 e 1997 foi Secretário-Geral do PSD, quando era Presidente o actual Presidente O PS-Montalegre tem novo líder!... Chama-se da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Nestas eleições, o PSD David Teixeira e foi eleito no passado dia 19 de profundo mostrou a enorme capacidade que tem de se regenerar. Janeiro. As eleições decorreram em simultâneo Não alinhou em cantos de sereia de quem queria propor ao Partido com as das restantes concelhias socialistas e as da um passismo sem Passos, encabeçado por alguém de cuja ANA/PS. Nesta, o colégio eleitoral é composto experiência governativa os portugueses não têm boas recordações. apenas pelos autarcas socialistas Ao acto eleitoral Agora é altura de virar de vez a página e preparar rapidamente uma em Montalegre concorreu apenas uma lista, alternativa séria e consistente à actual maioria parlamentar. É hora liderada pelo actual Vice-Presidente do de agir, de facto. Vamos ver se Rui Rio será capáz ou se Município, a qual reuniu 74% dos eleitores. Não assistiremos a um Partido fragmentado. O Congresso de Fevereiro, foram registados votos brancos ou nulos. dar-nos-à sinais evidentes do que aí vem…


SOCIEDADE FAFIÃO: ASSOCIAÇÃO ORGANIZOU FESTA DO

BREVES PORCO

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

O Ecomuseu de Barroso - espaço Padre Fontes irá acolher no período compreendido entre 10 de Março e 18 de Maio, uma exposição fotográfica subordinada ao tema, “Rostos com História”, da autoria do filho da terra, PEDRO JORGE PIAS CANEDO. Esta mostra, pretende recordar e dar a conhecer às gerações vindouras, registos e rostos das nossas gentes, que de uma forma ou de outra marcaram a nossa região hà cerca de meio século. A oitava edição da "Festa do Porco e do Fumeiro", realizada na aldeia de Fafião, voltou a confirmar um evento de enorme potencialidade turística. Organizada pela Associação local "Vezeira de Fafião", a iniciativa atraiu centenas de visitantes, alguns em estreia. A jornada terminou com a degustação do tradicional cozido na antiga escola primária e nos restaurantes da aldeia. Márcio Azevedo | Presidente da Junta de Freguesia de Cabril «Fafião é uma aldeia que está plenamente afirmada em termos turísticos. Vale a pena reviver esta tradição. Somos terra de tradições. É muito bom encontrar as mesmas pessoas a cada edição. Isso mostra o excelente acolhimento. Alegra-me ver que há vida e gente com energia». Odete Laja | Associação “Vezeira” «A nossa matança apresenta pormenores diferenciadores. Acontece no meio da aldeia e é animada pela presença dos muitos visitantes. Os nossos produtos típicos, como a chouriça de carne, o salpicão e a alheira, com os licores e compotas, também estiveram ao dispor».

AZEITE:PINCÃES RETOMA PRODUÇÃO

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE AUTARCAS SOCIALISTAS ACUSA PODER CENTRAL DE DESCONHECER REALIDADE AUTÁRQUICA Em causa está o artigo 153º do Orçamento do Estado para 2018 sobre a obrigação por proprietários, arrendatários, usufrutuários ou outras entidades que possuam terrenos confinantes com edifícios - de serem criadas faixas de segurança com 50 metros de largura em torno dos edifícios aí existentes. Tendo os privados de fazer essa "gestão de combustível" até 15 de Março, as Câmaras Municipais devem substituí-los em caso de incumprimento nos dois meses e meio seguintes, até 31 de Maio. Se não o fizerem, são retidos "20% do duodécimo das transferências correntes do Fundo de Equilíbrio Financeiro" dos Municípios. "É possível, é imaginável, passa pela cabeça de alguém que o que o Estado não fez em 40 anos e era da sua inteira responsabilidade possa ser feito pelas autarquias, em dois meses e meio?!... É impossível e não percebo como todos os Partidos na Assembleia da República, que aprovaram esta norma, tentam desresponsabilizar-se desta maneira", afirmou o autarca.

A produção de azeite foi durante muitos anos uma das culturas anuais que fazia parte da economia familiar em Pincães, no concelho de Montalegre. Pelo terceiro ano consecutivo, o lagar comunitário voltou a transformar a azeitona no mais puro azeite. Uma atividade que suscitou a curiosidade e avivou as melhores memórias. EQUIPAS DE RESGATE EM MONTANHA Depois de tratada, a azeitona seguiu para o engenho onde foi transformada numa pasta sendo posteriormente enseirada e prensada para que no final possa ser extraído o azeite. Trata-se de um processo complexo que envolve um conjunto de meios incorporados no lagar e que exige alguma perícia e muito conhecimento. David Teixeira, vice-presidente da câmara de Montalegre, considera que se trata de «uma produção singular daquela zona» que «foge à matriz cultural do Alto Barroso». Um produto nobre que no passado «fechava um ciclo alimentar e agrário de auto subsistência familiar» e que, atualmente, «é um cartaz turístico A equipa de resgate em montanha dos bombeiros voluntários de de excelência e uma marca que deve ser explorada», rematou o autarca. Márcio Montalegre realizou nos últimos meses, em plena serra do Gerês, Azevedo, presidente da junta de freguesia de Cabril, disse «que é uma atividade formação de socorro em locais remotos e salvamento técnico por que se afirma no cartaz cultural» porque «era uma produção com grande relevo cordas. As ações foram ministradas pela Escola Portuguesa de na economia familiar». A população mostra «entusiasmo no regresso às Salvamento com o objetivo de preparar os elementos para ocorrências origens». Por sua vez, Tiago Gonçalves explicou que desenvolvem esta nesses locais. José Carlos Moura, coordenador da equipa barrosã, demonstração «há três anos consecutivos» e que aperfeiçoam «a cada edição». O destacou «a importância destas metodologias e das formas de atuação presidente da Associação Dinamizadora dos Interesses dos Compartes de na uniformização de conhecimentos de todas as equipas e entidades Baldios de Pincães (ADICBP) referiu que depois da apanha, «a azeitona esteve a envolvidas». Ao longo do ano que terminou contaram «com 200 horas ser tratada durante cerca de dois meses». Este ano contaram com a presença de de formação» tratando-se de «um corpo ativo exigente» que «garante «alguns emigrantes que quiseram matar saudades e reviver esta tradição típica». um socorro com a máxima segurança».


SOCIEDADE

SALTO: CELEBRAÇÃO DO S. SEBASTIÃO

RUI SANTOS REELEITO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE AUTARCAS SOCIALISTAS…

A festa de São Sebastião é a primeira grande celebração do ano e voltou

O autarca de Vila Real foi reeleito para o cargo que havia assumido em Maio de 2016 e em comunicado afirmou que pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido à frente da organização do Partido Socialista, que agrega os eleitos para as autarquias locais. "Portugal é um país com uma organização demasiado centralista, em que muitas das competências exercidas pelo Estado Central deveriam, a bem das populações, ser executadas pelas autarquias locais. Muitas das necessidades sentidas pelas populações têm uma expressão eminentemente local, sendo certo que é nas autarquias locais que se poderá, de forma eficiente e rápida, encontrar a respctiva resolução", afirmou. A equipa da ANA/PS, liderada por Rui Santos manifestou ainda a sua confiança na "capacidade dos autarcas nacionais em assumirem um papel ainda mais relevante na organização do Estado, nomeadamente após a efectivação da delegação de competências prevista pelo Governo na Proposta de Lei n.º 62/XIII“. "Estamos convencidos de que a descentralização administrativa vai marcar certamente, o actual mandato autárquico.Um processo que se atrasou, lamentável, mas compreensivelmente, devido às eleições autárquicas do dia 01 de Outubro.“ Também a nova Lei das Finanças Locais, cujo ante-projecto de proposta foi conhecido no final de 2017, será segundo o autarca, marcante para o futuro das autarquias portuguesas."É fundamental que a nova Lei das Finanças Locais seja um dos pilares desta profunda Reforma do Estado que é a descentralização de competências para as autarquias. Tem que ser também uma ferramenta que permita às autarquias cumprirem na plenitude todas as suas funções e acabe com todos os constrangimentos à sua autonomia e financiamento“. "Estamos por isso convencidos de que a descentralização administrativa vai marcar, certamente, o actual mandato autárquico. Um processo que se atrasou, lamentável, mas compreensivelmente, devido às eleições autárquicas do dia 01 de Outubro.– afirmou Rui Santos. Recorde-se que em Outubro de 2017, o PS obteve a sua maior vitória de sempre em eleições autárquicas, conquistando a presidência de 158 câmaras municipais, 142 das quais em maioria absoluta. Também em mandatos nas Juntas de Freguesia e nas Assembleias Municipais, o PS ampliou a sua maioria, reforçando, de acordo com Rui Santos, a importância da Associação Nacional de Autarcas Socialistas como parceira do Governo liderado pelo Secretário-Geral do PS, António Costa ."O sucesso das candidaturas autárquicas do PS será, a par do bom trabalho do Governo socialista, um factor determinante para a vitória nas eleições legislativas de 2019", afirmou Rui Santos.As eleições para a ANA/PS decorreram a 19 de Janeiro último, em simultâneo com as eleições para as concelhias socialistas. O colégio eleitoral é composto apenas pelos autarcas socialistas.

a cumprir-se a tradição em Salto, no concelho de Montalegre. Da comemoração fez parte uma missa, seguida de procissão e da bênção do pão e do vinho. A “roda”, para a distribuição dos alimentos, é um momento alto da festa, e mais uma vez centenas de fiéis devotos cumpriram as suas promessas.

GOVERNO APRESENTOU PROJECTOS DE PREVENÇÃO EM MONTALEGRE

Com a presença do Ministro do Ambiente, teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Montalegre, a apresentação dos Projetos de Prevenção e Restauro dos Parques Naturais do Douro Internacional, de Montesinho, do Tejo Internacional, do Monumento Natural das Portas de Ródão e da Reserva Natural da Serra da Malcata. Estes projectos, contra incêndios e de restauro, visaram replicar o plano piloto implementado no Parque Nacional da Peneda-Gerês, na sequência dos fogos do verão de 2017.

E CANTARAM-SE OS REIS NO ÁTRIO DO MUNICIPIO

Aqui os principais protagonistas foram as crianças do Centro Escolar da sede do concelho, que resolveram brindar o Executivo Municipal igualmente com o "Cantar dos Reis“ ao toque de concertina.


AS POTENCIALIDADES DE UMA REGIÃO GADO BARROSÃO

A CARNE BARROSÃ

A MORFOLOGIA DE UMA RAÇA Conhecida pelo seu temperamento dócil, de pelagem castanho-claro (cor de palha), tem a cabeça curta e larga, e uma forte armação córnea em lira. De focinho largo, um pouco grosso e arrebitado e de cor negra. Orelhas médias, rodeadas de pêlos geralmente escuros e no interior compridos. Comprimento e espessura dos chifres bem desenvolvidos, de cor branco-sujo e pontas escuras de secção elíptica. O pescoço é curto, bem ligado à cabeça e à espádua. Barbela muito desenvolvida. O gado barrosão é porventura a raça autóctone de gado bovino mais emblemática de Barroso. Os seus pastos verdejantes e lameiros tornaram-se num dos locais de eleição para a sua criação.

Distingue-se das outras pela sua armadura considerável, que se projecta quase verticalmente e em forma de lira, assim como pelas suas formas harmoniosas e a carne de características organolépticas inigualáveis. Estamos perante uma raça de dupla aptidão, trabalho e carne, tendo esta última sem dúvida um futuro mais promissor, com a comercialização da “Carne Barrosã” – DOP, como produto certificado. Pode dizer-se que estamos perante um animal perfeitamente adaptado a zonas de agricultura de montanha, onde desempenha um papel importante, permitindo ainda em casos esporádicos trabalhar as pequeníssimas leiras, fazer a fertilização das mesmas com o estrume e valorizar os recursos alimentares naturais disponíveis que de outra forma seriam desperdiçados.

CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS Na raça Barrosã o método de cobrição natural ainda é o sistema mais utilizado, embora a inseminação artificial tenha vindo a aumentar. A Raça Barrosã caracteriza-se por ter grande longevidade reprodutiva, em média 7,6 anos, conduzindo a uma reduzida taxa de substituição (aproximadamente 10% ao ano). Regra geral não apresenta elevada incidência de partos distócicos, apresentando um intervalo entre partos de cerca de 420 dias, podendo variar em função dos factores ambientais. Dependendo da disponibilidade e qualidade de alimentos, assim se pode antecipar ou retardar o primeiro parto. Por exemplo, na presença de regimes alimentares adequados podemos ter vitelas a atingir a puberdade antes dos 16 meses o que torna possível a antecipação do primeiro parto em dois meses. Podemos dizer que em média a primeira cobrição se faz entre os 15 e os 18 meses, ocorrendo o primeiro parto entre os 24 e os 36 meses.No que se refere aos touros, estes entram em reprodução aos 18 meses, podendo fazer-se a colheita de sémen a partir dos 16 meses, nos touros testados para o efeito.De uma maneira geral esta raça possui bons parâmetros reprodutivos, apresentando mesmo potencial para a melhoria dos mesmos.

Segundo estudos levados a efeito pela Universidade de Lisboa, a presença nas suas fibras musculares de ácidos gordos insaturados, ómega 3 e ómega 6, nomeadamente de ácido linoléico conjugado – CLA, e de antioxidantes, entre outros elementos, aliada ao baixo teor em colesterol conferem à “Carne Barrosã - DOP” propriedades promotoras de saúde. Estas são evidentes a nível do sistema cardiovascular, do sistema imunitário além do seu efeito anticarcinogénico. O rigor das modernas técnicas de controlo de qualidade garante toda a riqueza da tradição desta raça autóctone. A idade normal de abate é entre os cinco e os nove meses, pesando em média 184 kg de peso vivo para os machos e 169 kg para as fêmeas, com pesos médios de carcaça que rondam os 98 Kg. O efectivo Barrosão caracteriza-se pela ocorrência de reduzida fertilidade média e, consequentemente, alargamento do intervalo entre partos; não se verifica sazonabilidade de partos. Quanto à taxa de fertilidade verificam-se, ainda, alguns problemas sanitários, no entanto é normal as vacas fazerem um parto por ano, sendo, ainda de referir que muitos destes animais são explorados em reprodução até idades que ultrapassam os vinte anos, aumentando assim o intervalo entre partos. Esta nobre raça distingue-se das outras pela sua armadura considerável, que se projecta quase verticalmente e em forma de lira, assim como pelas suas formas harmoniosas e a carne com um sabor inigualável.

EFECTIVOS O efectivo da raça Barrosã sofreu um forte declínio até à década de noventa, contribuindo para tal evolução factores como êxodo das populações rurais, o abandono das explorações agrícolas, a mecanização da agricultura existente, a introdução de novas culturas e a substituição da Barrosã por raças de aptidão leiteira. Segundo Silvestre Bernardo Lima em1873, o efectivo era de 102.301 machos e de 144.501 fêmeas, tendo-se verificado uma diminuição abrupta havendo um efectivo de fêmeas não superior a 7000 animais e no caso dos machos o número é insignificante. Actualmente verifica-se alguma estabilização dos efectivos, devido a apoios vindos do Estado, da Comunidade Europeia -com as medidas AgroAmbientais, indemnizações compensatórias e prémios às vacas aleitantes e no caso do concelho de Montalegre Como forma de ajudar os produtores, com um um incentivo de 50,00 euros por cada cria nascida, atribuído pelo Municipio.


PELO MUNICIPIO

RIGOR E SUSTENTABILIDADE, DEFINEM O PLANO E O ORÇAMENTO MUNICIPAL… Por: Domingos Chaves

Como já era expectável, a Oposição montalegrense demarcou-se do Plano de Actividades e Orçamento para 2018 apresentados pelo Executivo Camarário e votou contra em ambos os casos. Uma atitude perfeitamente normal em democracia, ocorra ela ao nível do Poder Central, Regional ou Local. O que seria anormal, era verificar-se o contrário como sucedeu no ano transacto, fazendo-se aquilo que nunca se deve fazer em politica, isto é, votar-se favoravelmente as propostas de quem governa. Porém, o que já não será assim tão normal, são as razões invocadas e os fundamentos apresentados pelo PSD - o principal Partido da Oposição em Montalegre -, que ora dá uma no “cravo e outra na ferradura”. Ora vejamos!... Na Reunião de Câmara, logo após a discussão do dito Plano e Orçamento, e tendo em conta a declaração de voto apresentada e assinada pelos seus dois Vereadores, para além de outras considerações que aqui não cabe agora averiguar, os principais argumentos para o voto contra, assentaram fundamentalmente em duas questões essenciais: 1.ª - no facto dos “documentos provisionais não terem em consideração as propostas eleitorais da Coligação Força da Mudança” - como se fosse realista qualquer “governo beber” propostas eleitorais que os eleitores maioritariamente recusaram; 2.ª na “ausência ou detecção de verbas correspondentes ao investimento na pista automóvel” – colocando-se até em causa a este propósito, a veracidade dos documentos fornecidos. Enquanto isso, mas na Assembleia Municipal, o discurso dos representantes do mesmo Partido inverteu-se!... Omitiram os argumentos dos seus Vereadores, e disseram tudo e o seu contrário. Ou seja: não se falou das propostas eleitorais “deixadas na gaveta”, acusou-se o Executivo de apresentar “um plano de actividades copy paste de anos anteriores- que por acaso até votaram favoravelmente – e de despesismo”, chegando mesmo a imputar-lhe, uma previsão de gastos com a pista automóvel de “460 mil euros, mais 325 mil euros em promoção”, previsão de gastos essa, que segundo os mesmos, “até 2022 será de um milhão e meio de euros em promoção e 660 mil euros em obra”. Ora perante os factos e mesmo tratando-se de previsões, impõe-se desde já uma pergunta àcerca da sustentabilidade dos respectivos discursos: a quantas vozes fala o PSD-Montalegre?!... Será que o “trabalho de casa” está a ser feito convenientemente?!... Para não me alongar demasiado, peguemos apenas neste último pormenor: uns não encontraram qualquer investimento na pista automóvel e até se propuseram denunciar o caso à FIA; outros pelo contrário encontram investimento e obras a mais. “Traduzido à letra”: Fazendo fé nas respectivas actas e nos discursos públicos dos deputados municipais do PSD-Montalegre, para além de não se vislumbrarem quaisquer propostas alternativas, serão estas as acções e os discursos que têm para oferecer para salvaguarda dos interesses dos seus eleitores?!... Depois deste pequeno intróito e após consulta dos documentos referidos, vamos então ao que efectivamente interessa. E o que interessa é que estamos perante um Plano e um Orçamento que espelha, e acima de tudo respeita, o que foi a clara e manifesta intenção dos eleitores nas eleições autárquicas do passado dia 1 de outubro, isto é: a confirmação do trabalho e das políticas desenvolvidas no mandato anterior; o crédito nas propostas e nos projectos apresentados; e a confiança inequívoca num futuro com mais certeza de sucesso e desenvolvimento. Estamos perante um Plano e um Orçamento que sendo detestado pela Oposição - como se pode aferir pela ausência de qualquer proposta de emenda - assenta no realismo e na verdade, validando uma clara e inquestionável proximidade entre o Executivo e os desejos, necessidades e preocupações dos munícipes, sem esquecer como é óbvio, seja por exercício directo ou por transferência de responsabilidades as Juntas de Freguesia. E isto fica claro na proposta que o Executivo Camarário apresentou e a Assembleia Municipal enquanto Orgão fiscalizador ratificou por maioria. Rigor, transparência, gestão cuidada e aplicação consistente dos dinheiros públicos, resultem eles das transferências do Estado, dos contributos dos munícipes, ou dos Fundos Comunitários é por isso a palavra de ordem. Entre outras, nota-se neste Plano de Actividades e neste Orçamento, uma preocupação com a justiça fiscal, nomeadamente não aumentando o esforço contributivo dos cidadãos; a permanente procura de soluções financeiras previstas no Quadro dos Fundos Comunitários que permitam o exercício de desenvolvimento e regeneração urbanos; a aplicação de projectos e medidas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes; um exercício pautado pela proximidade e pela preocupação com os cidadãos, enquadrada nas suas necessidades sociais; na valorização da rede escolar e dos valores da educação/ensino; na defesa da sustentabilidade ambiental, seja na vertente educativa ou formativa; na promoção do Município como referência turística, tendo como âncora, a história, a tradição e os valores que identificam o concelho; e até porque não dizê-lo, na sua valorização cultural e patrimonial. Obviamente que de todo este conjunto de questões ou até de outras que as pudesse enriquecer ainda mais, não se ouviu uma proposta que fosse da Oposição. Estamos assim perante uma clara estratégia de uma governação assente em políticas de desenvolvimento, de proximidade e de preocupação social, sustentadas num rigor e numa transparência orçamentais, que como do antecedente tem dado frutos, e se pautam pelo realismo, pela justiça e equidade fiscais e contributivas, de forma a não hipotecar o futuro do concelho. Para o sucesso de uma governação e para a concretização de um projecto autárquico que foi sufragado há cerca de três meses, mais do que inovar é importante o pragmatismo da estratégia e o valor das políticas e do trabalho a realizar, que transformem o Município de Montalegre, no presente e no futuro, numa manifesta e garantida certeza.

MONTALEGRE PRESENTE NO CERTAME XANTAR ORENSE - 2018 No gigantesco Parque de Exposições da Expourense, verdadeiro palco de actividades e eventos, e viveiro da cultura e do turismo galaico-português, irá ter lugar entre os dias 31 de Janeiro e 4 de Fevereiro, no 19.º Salão Internacional de Turismo Gastronómico, mais um certame a realizar na cidade galega de Ourense. O mesmo, irá mais uma vez servir de anfitrião a inúmeras câmaras e ayuntamientos portuguesas e galegos, entre as quais a do Municipio de Montalegre fortemente apostado em promover a região e reforçar a internacionalização da marca Montalegre, dando a conhecer a sua cultura e o seu património, designadamente monumentos importantes como o Mosteiro de Pitões das Júnias, a Ponte da Misarela,o Parque Nacional da PenedaGerês e naturalmente os grandes eventos que anualmente ocorrem no concelho, como a "Sexta 13" e o Mundial de Rallycross. Rallycross no qual a Câmara aposta forte na sua divulgação, particularmente na realização do próximo Campeonato do Mundo da modalidade, que o Município recebe em abril próximo. Os galegos, fanáticos da modalidade, são um trunfo que irá ser aproveitado para a venda de bilhetes e para o reforço da economia local, medida que se constitui como a melhor forma de se conseguir passar a mensagem além fronteiras.


PELO MUNICIPIO

CÂMARA ADERE AO IMI AMIGO DAS FAMILIAS E MANTÉM TAXA MÍNIMA

MONTALEGRE INVESTE 2,5 MILHÕES DE EUROS NA ESTRADA QUE LIGA A CHAVES

O troço da Estrada Municipal 508 que liga Vilar de Perdizes a Meixide, encerrou ao tráfego automóvel por um período previsível de três meses, no âmbito das obras de requalificação desta via, que representam um investimento global de 2,5 milhões de euros. O Presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, disse à agência Lusa, que o Município está a investir na beneficiação e requalificação da estrada, que é a principal via de acesso do concelho a Chaves e à Autoestrada A-24. Trata-se de um investimento da autarquia, que segundo o autarca, não conta com nenhuma comparticipação, "apesar dos esforços feitos nesse sentido". O projecto prevê a beneficiação de toda a via, desde a vila sede de concelho até ao limite com o concelho de Chaves. No entanto, segundo Orlando Alves, entre as localidades de Meixide e Vilar de Perdizes foi necessário fechar a estrada ao trânsito, a partir do passado dia 9 de janeiro, por uma questão de segurança. Isto porque, segundo explicou, vai ser necessário ampliar as faixas de rodagem, e para o efeito, serão efectuados rebentamentos de maciços rochosos com explosivos. Os condutores foram por isso desviados para percursos alternativos. Orlando Alves apelou "à compreensão e ao esforço de todos" e destacou a importância desta via para o concelho. "Sendo uma estrada que nos liga à auto-estrada e onde diariamente passam muitos utilizadores, Montalegre só tem a ganhar se criarmos condições, do nosso lado, para que a acessibilidade seja digna e segura", frisou. Para já, de fora deste projecto fica a ponte, construída há vários anos na fronteira entre os concelhos de Montalegre e Chaves, no âmbito de uma candidatura conjunta das duas autarquias e que esta última viria a deixar cair, sabe-se lá porquê. Orlando Alves referiu que o prazo de recuperação das obras de requalificação da EM 508 em toda a sua extensão, é de um ano e meio.

Dos 308 Municípios do país, apenas 17 comunicaram até ao momento ao Fisco, que vão aplicar a taxa máxima do Imposto sobre Imóveis – IMI, a pagar este ano de 2018. Desses 308, 143 entre os quais Montalegre, declararam que optaram pela taxa mínima, de acordo com a Autoridade Tributária. No caso da capital do Barroso, nota ainda para o facto do Municipio ter aderido ao IMI amigo das famílias. Quer isto dizer que no corrente ano, as famílias com um, dois ou três filhos ou mais a seu cargo, vão ver o seu imposto reduzido . O desconto varia consoante o número de filhos, o que quer dizer que um filho proporciona um desconto de 20 euros, dois filhos 40 euros e três ou mais filhos 70 euros. A redução do IMI das famílias com filhos é automática, mas só se aplica a imóveis de habitação própria e permanente. Algumas câmaras optaram por limitar o acesso ao benefício e só dão reduções a partir dos dois filhos, como é o caso de Viseu e Entroncamento, segundo a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas. Muito embora menos de metade das Câmaras tenham optado pela taxa mínima para 2018, ainda assim a maioria dos Municípios manteve as taxas de IMI a pagar a partir de Abril, mas quem tem imóveis em Alpiarça, Cadaval, Covilhã, Cuba, Lourinhã, Paços de Ferreira, Valongo, Vila do Bispo ou Vila Viçosa viu as respetivas câmaras agravarem as taxas face ao ano anterior, as quais variam entre 0,3 e 0,45 por cento, podendo excepcionalmente com autorização chegar aos 0,5% como é o caso de Alandroal, Mourão e Vila Nova de Poiares.

MONTALEGRE | EUROPEU DE PARAPENTE SERRA DO LAROUCO – DE 14 A 28 JULHO

GNR VIGIA FLORESTA A Guarda Nacional Republicana iniciou em todo o território a "Operação Floresta Segura" reforçando as acções de patrulhamento, vigilância e fiscalização das z-onas florestais no âmbito da prevenção e detecção de incêndios. Estas ações de sensibilização visam alertar para a importância dos procedimentos preventivos a adotar nesta altura do ano, nomeadamente sobre o uso do fogo, a limpeza e remoção de matos e a manutenção das faixas de gestão de combustível, tendo em vista a redução do número de ocorrências e a minimização dos riscos de incêndio florestal.

Depois do Mundial 2003, a serra do Larouco vai receber de novo um Campeonato da Europa de Parapente. O evento irá ter lugar no período compreendido entre os dias 14 e 28 de Julho do corrente ano.. Mais um acontecimento de enorme relevo que volta a colocar o concelho de Montalegre nos holofotes da curiosidade.


PELO MUNICIPIO

FEIRA DO FUMEIRO

PRESIDENTE RELEMBRA “QUEM É O PAI DA CRIANÇA”… Para muitos foi um visionário!... O actual Presidente da Câmara de Montalegre é considerado o "pai" da Feira do Fumeiro. Uma "galinha de ovos de ouro" que colocou Montalegre, há mais de um quarto de século, no mapa da procura e da atracção turística. Orlando Alves lembra como tudo começou. Um caminho iniciado com pedras mas que cedo conquistou o tapete das luzes. Entre tantas curiosidades, fica a confissão que a "rainha do fumeiro" foi oferecida à oposição e que esta não a quis. Chegado ao poder, o autarca só teve que agarrar a ideia e fazer nascer o maior evento algum dia realizado no concelho.

A Barrosana- Como apareceu a Feira do Fumeiro em Montalegre?... Presidente - Fui durante dois ou três mandatos vereador da oposição. Na altura fazia-se aqui a AGRO BARROSO. Era uma manifestação da nossa força e do nosso barrosismo, mas era sobretudo, uma exposição de tractores e pouco mais. Já nessa altura eu sentia que se podia caminhar no sentido de vincar a matriz rural e cultural das terras de Barroso. Nesse sentido, e estando na oposição, dei esta ideia para que se fizesse uma grande realização à volta do presunto e do fumeiro. Nessa altura, a ideia não foi aceite. Quando cheguei à Câmara, em articulação com o restante executivo, o Dr. Pires e o professor Fernando, entendemos avançar. Preparámo-la com um ano de antecedência. Andamos pelas aldeias.... nós, o padre Fontes, a Dr.ª Irene, o João Ribeiro, para sensibilizarmos as pessoas a produzirem mais um animal do que era uso lá em casa e que o direccionassem para algo que a Câmara estava a preparar e de que iriam gostar. Foi assim que conseguimos que participassem pouco mais que uma dúzia de produtores. Devo dizer que acreditaram com alguma desconfiança. A primeira edição aconteceu em 1991 numa das garagens da Zona Agrária. Desde aí tem vindo sempre a crescer e agora é esta grande realização que faz inveja a muita gente. Temos que saber manter-lhe o nível. A Barrosana - É sabido pela memória, que o agricultor barrosão era avesso a vender o que a casa produzia. O que lhe foi dito quando foi desafiado a vender?... Presidente - Olhe...as pessoas riam-se da proposta. Não acreditavam nela mas assumiram um compromisso. Ao jeito barrosão, que dá a palavra e vale como uma escritura, quem se comprometeu connosco não falhou. Ao longo do ano fomos fazendo um acompanhamento. Também soubemos estar presentes na hora da matança para relembrá-los do nosso intuito. Tinha que haver uma grande relação de confiança da nossa parte. Os barrosões estavam habituados a produzir para consumo próprio e viam até com desdém e pouco gratificante, vender o que a casa dá. Conseguimos vencer todas essas lutas e acabamos por ser bem-sucedidos. A Barrosâna - Colocada no terreno, que impressão começou a ter dos primeiros visitantes da Feira do Fumeiro? Ficou logo com a ideia de que era um filão com margem de crescimento?... Presidente - Fiquei logo convencido disso. No segundo dia, da primeira realização, já não havia fumeiro. Já nessa altura tínhamos feito uma grande campanha de publicitação do evento. No terceiro dia, tivemos que nos mobilizar. Fomos pelas aldeias comprar fumeiro para vendermos e, desse modo, conseguimos manter o produto até ao último minuto da feira. Houve momentos em que praticamente já não havia produto. A Barrosâna - A comunicação social começou logo a dar nota positiva ao evento?... Presidente - Muito pelo contrário. Por exemplo, o conhecido jornal Público, na segunda-feira seguinte, publicou uma página que tinha como titulo "alheiras azedas e presunto rançoso". Foi uma situação que nos deixou inquietos mas convencidos de que estávamos perante uma situação de exagero absoluto por parte do jornalista que aqui tinha estado. Viu no aspeto bolorento que os presuntos têm, que é muito saudável, o adjetivo rançoso e sobre a alheira ouviu algum comentário que lhe serviu para atribuir este título injusto. Depois disto, devo dizer que na segunda edição do certame (1992) já foi a comunicação social quem muito contribui para o sucesso. Agradeço ao meu amigo Rui Dias José, jornalista da rádio Antena 1, acompanhado do entendido crítico de gastronomia, José Quitério. Estiveram com a emissão a partir daqui durante toda a feira. Muito contribuíram para que colocássemos este certame no trilho certo, para o auto reconhecimento de que podíamos continuar e de que o nosso trabalho está correto e estava a ser aceite.

A Barrosâna - Pulamos para outro patamar da Feira do Fumeiro. Sai da Zona Agrária e passa a realizar-se no já extinto pavilhão desportivo (onde atualmente existe, em área superior, o Pavilhão Multiusos). Foi o crescimento da feira que obrigou a Câmara a reenquadrar o certame?... Presidente - Verdade! A feira cresceu sempre mais do que nós projetamos. Foi a afluência do público a puxar por nós. Pelo menos em duas edições decorreu nesse pavilhão e era dividida ao meio. Havia umas escadas para a parte superior onde o público assistia. A partir do quinto ano, passou a ocupar todo o pavilhão desportivo. Entre outras novidades, passamos a ter uma cozinha regional no topo Norte. Aqui reconheço o mérito ao funcionário João Ribeiro - que arquiteta a estrutura todas as edições - que colocou, com a colaboração de todos os funcionários municipais, sempre imagens bonitas e vistosas... A Barrosâna - Os barrosões têm consciência do que representa a Feira do Fumeiro Para o concelho?... Presidente - Penso que sim. Sobretudo os emigrantes. Tenho um feedback extraordinário. Muitos vieram passar o Natal mas já têm viagem marcada para virem à feira. Já é um ritual anual. É simpático ver que credibilizam e dão valor a estas realizações. Os residentes também sabem a extraordinária relevância que tem para o desenvolvimento económico e social da nossa terra. Sentem isso na afluência e nos preparativos. Já se habituaram a ver a nossa feira como uma grande manifestação cultural e económica, estando muito ao nível daquilo que as pessoas ambicionam para a sua terra.

“Temos a primazia de viver numa terra tão bonita, que até nos esquecemos dessa beleza. Quem vem, fica sempre com vontade de voltar”… Orlando Alves

A Barrosâna - Na última edição da Feira do Fumeiro os números falam em 100 toneladas. Acha que atingiu o máximo?... Presidente - Penso que sim. Acho que já não tem muito mais para onde crescer. O que equaciono é que podem vir mais pessoas pelo charme, pelo encanto, pela sedução da paisagem da terra e pelo caráter da nossa gente. Temos a primazia de viver numa terra tão bonita que até nos esquecemos dessa beleza. Quem vem fica sempre com vontade de voltar. É tudo isto que faz com que a terra e as iniciativas tenham sucesso. A Barrosâna - Fica surpreendido com os vídeos promocionais da Feira do Fumeiro serem virais nas redes sociais em muito pouco tempo?... Presidente - Não fico nada surpreendido. Todos os anos as redes sociais aguardam que haja uma nova promoção nossa. Também aí está um investimento da Câmara. Não há melhor forma de promover um evento. A Barrosâna - O certame já superou todos os cenários: chuva, neve, sol, crise...este ano a previsão de novo sucesso concretizou-se… Presidente - Absolutamente!... Há uma apetência muito grande pelo "cheirinho" que sai de Montalegre para todo o Mundo com reflexo nos visitantes. Este ano, à semelhança de anos anteriores, todos os espaços foram entupidos pelos visitantes.


PELAS FREGUESIAS

VIAGEM ATÉ SOLVEIRA

Por:Catarina Pereira|Lisboa

DITOS DE ANTANHO I Vaca sem manha E mulher sem fama Não vêm de Solveira, Nem de Ardãos ou Nogueira, Nem dos lados da Ribeira.

Solveira é uma freguesia do concelho de Montalegre, com 12,17 km² de área e 154 habitantes Census2011.A sua densidade populacional é 12,7 hab/km². Até ao liberalismo fazia parte da Honra de Vilar de Perdizes juntamente com a mesma freguesia de Vilar de Perdizes e Santo André. É uma aldeia da região de Barroso onde abundam os vestigios de remotas ocupações humanas e onde o sentido comunitário se revela desde logo no Forno do Povo, obra arquitectónica feita integralmente em pedra, na Torre, nos Moinhos comuns e nas cortes e lamas pertencentes ao Boi do povo. É a mais recente freguesia do concelho de Montalegre e ganhou a independência à custa de Vilar , como Santo André. O topónimo é muito antigo: provém do étimo sorbu + aria - sorbaria, planta semelhante ao buxo muito utilizada em obras de marcenaria. Como tal, já se vê que o território desta freguesia foi habitado há muitos séculos. Aliás, a toponímia circundante certifica-o. Primeiro o sítio das Antas que nos levam até à pré-história; depois o próprio assentamento da povoação no Outeiro – altarium; depois o castro do Soutelo, a Cidadonha e finalmente Paio Mantela, uns e outros tradicionalmente considerados locais habitados. Solveira ao fazer parte da honra de Vilar de Perdizes estava abrigada a mandar homens à guarda do Castelo da Piconha, pelo menos até ao reinado de D. João I, mas há quem pense que a obrigação durou até à Restauração. Entre 1841 e 1853 pertenceu ao concelho de Ervededo que foi couto criado por D.Afonso Henriques para o seu amigo Arcebispo D. Paio Mendes, em 1132, tal como fizera ao Couto de Dornelas.

A ALDEIA Solveira, embora sendo hoje uma terra muito despovoada, nota-se ter sido uma grande aldeia, onde se destacam algumas construções, como a Igreja, um tanque comunitário, uma curiosa torre sineira, muito utilizada principalmente para noutros tempos, se chamar as vezeiras e os gadinhos. Segundo informações colhidas na aldeia, a torre sineira não se encontra no seu sítio original. Nesta terra, há ainda o forno comunitário do povo para turista ver e fotografar, o cruzeiro, um tanque com uma fonte anexa, uma fonte de mergulho com pátio pavimentado, e o tradicional casario do barroso, algum ainda com a estrutura em pedra das antigas coberturas de colmo. O território desta freguesia foi habitado há muitos séculos. Aliás, a toponímia circundante certifica-o!... Primeiro o sítio das Antas que nos levam até à préhistória; depois o próprio assentamento da povoação no Outeiro – altarium; depois ainda o Castro do Soutelo, a Cidadonha e finalmente Paio Mantela, uns e outros tradicionalmente considerados locais habitados. Solveira ao fazer parte da honra de Vilar de Perdizes estava abrigada a mandar homens à guarda do Castelo da Piconha, pelo menos até ao reinado de D. João I, mas há quem pense que a obrigação durou até à Restauração. Entre 1841 e 1853 pertenceu ao concelho de Ervededo que foi couto criado por D. Afonso Henriques para o seu amigo Arcebispo D. Paio Mendes, em 1132, tal como fizera ao Couto de Dornelas”.

II Santo António de Solveira Acendeu-me esta fogueira; Santo António de Vilar, Não ma deixes apagar. III Jarretas de Vilar, Escorna-cruzes de Solveira, Arriateiros de Santo André, E cucos da Ponteira: Deram-me de comer E deitaram-me na eira. IV O vento espalha no chão, As folhinhas d´amoreira, Só não espalha a malicia,


ESPECIAL – FEIRA DO FUMEIRO|2018 MINISTRO DO AMBIENTE INAUGUROU EVENTO João Matos Fernandes, Ministro do Ambiente, foi o membro do Governo que inaugurou a 27.ª Feira do Fumeiro de Montalegre. A cerimónia solene decorreu, no Auditório Municipal e o fumeiro e o Presunto da região do Barroso foram os protagonistas daquela que é a mais concorrida e animada feira do fumeiro no território luso. A hotelaria e restauração locais foram “invadidas” por gente vinda dos quatro cantos de Portugal e mesmo da vizinha Galiza. E se a feira do belo presunto e do fumeiro é o motivo de encontro dos habituais e novos compradores, já a gastronomia regional é razão forte para que familias inteiras, grupos de amigos reais e até alguns virtuais, se sentem à mesa a trocar ideias, debater projectos e partilhar experiências e histórias. Contraria-se desse modo, quer as condições, da vida dura e quotidiana, quer as climatéricas sentados à roda da fogueira… na companhia do pão, do vinho e dos petiscos. E da prova, uma vez no ano, faz-se a compra do presunto e dos enchidos para os restantes dias do calendário, resultado da relação qualidade/preço, e muito por força também da empatia entre compradores e produtores/vendedores, daquilo que de melhor se produz em Montalegre. Fama e proveitto há muito ultraspassaram os limites geográficos do concelho, da região do barroso e do próprio país, fazendo desta a “rainha” das feiras de Fumeiro. A 27.ª edição da “Feira do Fumeiro de Montalegre” abriu mais uma vez as suas portas!... Para uns é o culminar de um ano de trabalho, para outros quatro saborosos dias de festa do maior cartaz gastronómico da região. A iniciativa é da Câmara Municipal de Montalegre em estreita ligação com o tecido económico local, para quem a gastronomia, os genuinos e inimitáveis produtos endógenos, são tudo e fazem mesmo a diferença.

Vestida de gala, a Feira do Fumeiro de Montalegre voltou assim a seduzir. Milhares de pessoas marcharam até à capital do Barroso em busca do cheiro dos produtos do concelho. Um aroma inigualável, apreciado e que tem sido transmitido, de geração em geração. Quatro dias intensos, exigentes, gente de todo o país, novos e velhos, casados e solteiros, formaram uma verdadeira romaria. Uma bússola afinada e apontada a Montalegre. Um retorno que compensa a labuta diária de quem teima em resistir e acredita na sua terra. Os números não enganam: foram mais de 50 toneladas de fumeiro (alheiras, chouriças, sangueiras, salpicões presuntos) e mais de uma centena de expositores. Um mundo concentrado num espaço amplo, Satisfação foi por isso a palavra de ordem na hora do balanço desta XXVII Feira do Fumeiro de Montalegre. Os rostos sorridentes dos produtores foram a "imagem de marca" de mais uma edição da “Rainha do Fumeiro". Quatro dias de atentado à gula, irresistíveis aos milhares que afluíram à capital do Barroso.

«OBJECTIVOS TODOS CUMPRIDOS»

O Presidente da Câmara de Montalegre rejubilou com o frenesim constante que girou à volta do evento. Orlando Alves falou em missão cumprida: «todos os objetivos, inerentes ao certame, foram cumpridos e largamente ultrapassados. Genericamente, todos os produtores tiveram uma prestação muito boa, na qualidade e na forma como os produtos foram apresentados». O autarca revelou que «foram realizadas boas vendas», suportadas, em parte, pela «ampla divulgação do certame». O líder do executivo é taxativo: «colocamos Montalegre a. circular em todos os meios de comunicação social, com repercussão em todo o país. Tivemos uma grande afluência de público durante os quatro dias». Nesse sentido, acrescentou, «estamos satisfeitos e vamos começar já a preparar a edição do próximo ano. É assim que se constrói o sucesso das coisas». A par destes indicadores, Orlando Alves valoriza ainda outros factores: «contamos com a presença de um membro do Governo, facto que valoriza ainda mais este evento. Bons indicadores, que nos levam a dizer que todos os

objectivos foram conseguidos e estamos no bom caminho. A Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã (PFTF) foi fundada em agosto de 2001, fruto da necessidade de organizar o setor da transformação agroalimentar de Montalegre, especialmente o fabrico de fumeiro tradicional do concelho. É uma Associação sem fins lucrativos e tem como missão defender, representar, formar e informar os seus sócios nos seus aspectos técnicos e socio-ecónomicos legais e sociais. Tem como objetivo a constituição de uma fileira produtiva robusta de fumeiro e outros produtos locais, assente nos agricultores e empresários agrícolas locais, que permita o aumento da cadeia de valor associada a estes produtos de qualidade com Indicação Geográfica Protegida. É entidade parceira na organização da Feira do Fumeiro e Presunto de Montalegre com o Município de Montalegre.


COMUNIDADES Texto Manuel Moura|Londres

ORLANDO ALVES EM LONDRES A CONVITE DOS EMIGRANTES

O Presidente da Câmara Orlando Alves, visitou no passado mês Londres, a capital do Reino Unido. O convite partiu da comunidade barrosã que ali vive e trabalha, a qual fez questão de ali fazer deslocar o autarca montalegrense. Orlando Alves, participou num jantar, que na primeira quinta-feira de cada mês ali se realiza, por iniciativa dos emigrantes residentes em Londres e arredores. Na sua passagem por terras de sua majestade, o Presidente visitou vários negócios dos seus conterrâneos barrosões e a Casa do Benfica sediada na capital, onde foi comparado a um Lord na House of Lords. Orlando Alves durante o seu périplo, foi sempre acompanhado pelos organizadores do jantar em que participou, tendo como principais anfitriões, Domingos Cabeças, Pedro Fernandes, José Gonçalves e o seu condutor Jorge Moura. Os emigrantes receberam o Presidente com todas as honras, como um filho da terra, e fizeram questão de lhe mostrar o que a comunidade do concelho de Montalegre faz pelo Reino Unido. Realçou ainda a comunidade emigrante, que é sempre importante o contacto e o convívio entre os emigrantes e governantes locais, deixando o seu reconhecimento pelo trabalho desenvolvido numa terra que é de todos e que desejam continue a ser.

PORTUGUESES EMIGRAM MENOS SANTANA LOPES VENCEU DIRECTAS Texto: Jorge Martins|Lausanne

Em 2011, ano da chegada do Governo PSD/CDS 85 mil portugueses emigraram. Foi o princípio de uma vaga de emigração só comparável aos números ocorridos nos anos 60. No ano seguinte, foram 105 mil e em 2013 este número subiu até aos 120 mil, o valor mais alto já registado. Em 2014, houve uma pequena inflexão: saíram 115 mil; há dois anos, foram 110 mil. Foram necessários cinco anos para este número baixar significativamente. Em 2016, 100 mil portugueses emigraram, o valor mais baixo registado desde o início da crise, de acordo com as estimativas do Observatório da Emigração. Ainda assim, no ano passado, período a que se refere a estimativa, havia mais de 2,3 milhões de portugueses espalhados pelo mundo, mais 10% do que em 2010. Um dos mais antigos destinos da emigra ção nacional - a França, continua a ser o país onde vive a maior comunidade portuguesa no mundo (599.333). Por outro lado as pessoas nascidas em Portugal ou descendentes de portugueses, constituem a terceira maior população estrangeira no país (11% do total, a seguir a argelinos e marroquinos). França, ainda hoje é o segundo país mais escolhido por quem decide partir. Nove em cada dez já vivem em França há mais de uma década e 16% são idosos.

DO PSD EM FRANÇA Santana Lopes venceu nas três Secções que o PSD tem em França -Paris, Strasbourg e Lyon. Em Strasbourg, dos 40 militantes com as cotas em dia, apenas votaram 15 e todos escolheram Pedro Santana Lopes. Dos 23 eleitores da Secção de Lyon, votaram 19, 17 dos quais para Pedro Santana Lopes e 2 para Rui Rio. Na Secção de Paris, que abrange toda a França, com a excepção das áreas de Lyon e de Strasbourg, Santana obteve 78 votos, enquanto Rui Rio se ficou pelos 25. Nesta eleição também foram eleitos os Delegados ao Congresso de Fevereiro, onde as Comunidades Portuguesas tem 18 Delegados.

LUÍSA SEMEDO ABANDONA O PARTIDO SOCIALISTA Luísa Semedo foi candidata às últimas eleições legislativas, em segundo lugar numa lista da qual Paulo Pisco foi eleito Deputado. Em carta dirigida ao Partido afirmou: “o meu ‘engagement’ tinha como únicos objetivos: derrotar a Direita austeritária que estava a matar o nosso país e defender os direitos dos Portugueses residentes no estrangeiro. Esse engagement continuará sempre, mas de outras formas nãopartidárias”. Explicando que não se muda para outro Partido, a também Conselheira das Comunidades Portuguesas explica que “eu acredito e sempre acreditarei nos valores da Esquerda progressista, humanista, defensora em primeiro lugar dos mais frágeis da nossa sociedade.

E continuarei a lutar ao vosso lado e de todos aqueles que acreditam nestes valores, com todos os meios e forças que tenha à minha disposição”.“É uma decisão de respeito e não de oposição. O trabalho que tem sido feito em Portugal pelo Governo de António Costa em conjunto com os camaradas de Esquerda dos outros Partidos deixa-me orgulhosa e sem arrependimentos de ter feito parte desse combate. Aprendi imenso convosco, e espero poder continuar a aprender, não perdendo a vossa amizade e confiança que muito agradeço”.Luísa Semedo já foi Presidente da Coordenação das Coletividades Portuguesas de França e da AGRAF, a associação dos diplomados portugueses em França. (Fonte: LusoJornal)


COMUNIDADES Por: Marie Oliveira|Paris

O QUE DIZEM DE NÓS…

L'insolente croissance du Portugal inflige un camouflet au culte de l'austérité de Merkel et Bruxelles… La réussite du modèle portugais ne vient pas des politiques de l'offre mais au contraire des politiques de la demande Bruxelles est dans l'embarras. Longtemps le modèle de référence en Europe a été le modèle allemand. Bruxelles en a fait régulièrement l'apologie, notamment en raison de l'exceptionnel excédent budgétaire allemand, de la dynamique de sa dette, de ses réformes permettant une exceptionnelle compétitivité. Bruxelles s'est souvent appuyé sur ce modèle pour faire pression sur les Etats. Historiquement, ce modèle repose sur les réformes hétéroclites de l'épopée du Chancelier Schröder pour dépasser la crise des années 1990 en Allemagne. Réformes de l'assurance maladie, célèbres lois Hartz, accords de compétitivité dans les entreprises ont propulsé l'Allemagne vers l'idéal de l'économie de l'offre. L'abaissement des charges des entreprises et la hausse de la TVA ont déplacé la pression fiscale. En parallèle à cela, c'est tout le poids de l'Etat qui a été nettement diminué. Ce modèle qui repose finalement sur les entreprises, on le trouve en Autriche, aux Pays-Bas mais aussi... en Italie du Nord. Ces politiques pro-entreprises ont connu leur apogée en Europe entre 2005 et 2011, date à laquelle, en particulier, la croissance allemande a été maximale. Mais qu'à cela ne tienne, l'Allemagne s'est essoufflée en 2013-2014 avec une croissance, certes, toujours positive. Un fait notable et loin d'être anodin, le taux de croissance du Portugal est passé au-dessus de celui de l'Allemagne en 2015-2016 et ce sera le cas probablement en 2017. Cependant, avec des excédents commerciaux qui inquiètent de plus en plus Bruxelles, l'Allemagne aujourd'hui interroge. L'influence de l'Allemagne sur les politiques d'austérité en Europe a atteint ses limites. Car la locomotive de l'Europe ne roule désormais plus qu'à petite vitesse, en termes de croissance et d'exportations, un comble!

«Pas de réforme structurelle du marché du travail pour assouplir les droits des salariés, pas d'abaissement de la protection sociale, pas de programme d'austérité comme celui du gouvernement antérieur de droite. Au contraire ». Car pendant ce temps, le petit poucet de l'Europe, longtemps décrié par Bruxelles, vient bouleverser les grandes certitudes sur les bonnes politiques amères à mener en Europe. Il s'agit du Portugal. Il y a un peu plus d'un an en juillet 2016, la Commission européenne entamait une procédure pour "déficit excessif" contre le gouvernement de Lisbonne. Mais depuis, le Portugal a réduit son déficit à 2,1% en 2016 et devrait le ramener à 1,5% cette année quand on peine en France à passer endessous de la barre des 4%. Après une période historique de privatisations forcées pour obtenir les prêts de la Troïka, c'est finalement la coalition de gauche entrée au pouvoir en 2015 qui allait inverser les choses, mettant Bruxelles dans un grand embarras.

Car le modèle économique portugais qui dépasse les taux de croissance allemand aujourd'hui est totalement contraire à celui prôné par Bruxelles. Depuis 2015, la croissance réelle du Portugal s'est nettement redressée après des années noires, celles de la Troïka, durant lesquelles les taux de croissance étaient même négatifs de 2011 à 2013. Aujourd'hui, les taux de croissance du Portugal dépassent ceux de l'Allemagne. Si le taux de chômage frôlait les 17% avec les politiques d'austérité en 2013, celui-ci a décru fortement depuis 2015 pour atteindre 8% en 2017 selon toute probabilité. Une baisse remarquable, du jamais vu. Le Portugal bénéficie également d'une forte reprise de la consommation depuis 2 ans, jointe à un excédent de la balance des biens et services. Les investissements productifs en pourcentage du PIB se rapprochent même de ceux de l'Allemagne, c'est à dire 16,5% contre 20% pour l'Allemagne. Avec une amélioration continue du capital humain, on observe également une belle chute des crédits au secteur privé quand l'épargne est en hausse constante depuis deux années. L'inflation quant à elle est totalement maîtrisée, même plus basse (1,3%) qu'en Allemagne (1,6% en 2016). Certes la dette portugaise avoisine les 146% contre 68% en Allemagne, mais elle diminue depuis deux ans. Les politiques de demande ne sont donc pas systématiquement des politiques d'accroissement de l'endettement. Par ailleurs les taux d'intérêt à long terme se situent à 3,2% en 2016 contre 0,09% en Allemagne. En 2015 et 2016 ce sont les plus bas qu'ait connu le pays depuis 2010 avec la nouvelle coalition de gauche arrivée en 2015.

«Le gouvernement n'a pas lésiné sur le plan de relance du pouvoir d'achat». Car la réussite du modèle portugais ne provient pas vraiment des politiques de l'offre mais au contraire des politiques de demande: pas de réforme structurelle du marché du travail pour assouplir les droits des salariés, pas d'abaissement de la protection sociale, pas de programme d'austérité comme celui du gouvernement antérieur de droite qui avait notamment gelé le salaire minimum et les pensions de retraite, augmenté les impôts et tout cela sans aucun effet notoire sur l'économie. Au contraire, on a assisté en parallèle à une hausse de la pauvreté.

Ici, rien de tel: le salaire minimum a été augmenté en 2016 puis en 2017. En parallèle à cela nous avons assisté à une baisse des cotisations employeurs de 23 à 22%. Enfin, le gouvernement n'a pas lésiné sur le plan de relance du pouvoir d'achat: hausse des retraites et allocations familiales, renforcement du droit du travail, baisse des impôts pour les salaires les plus modestes, arrêt net des privatisations... Pour clore le tout, le Portugal a compris qu'il ne servait plus à rien d'essayer de concurrencer les pays de l'est à bas coûts, donc, on est monté en gamme, dans l'industrie et dans le tourisme. Un point dont la France devrait s'inspirer: la montée en gamme du pays et des politiques de stimulation de la demande, conjointement à un simple abaissement des charges des entreprises.


FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLITICA NACIONAL A HIPÓCRISIA DO CDS E O RICOCHETE DE UMA LEI Por: Domingos Chaves MÁRIO SOARES 1. º ANIVERSÁRIO DA SUA MORTE Foram homens notáveis os líderes dos Partidos que moldaram a arquitectura do regime. Álvaro Cunhal, Mário Soares, Sá Carneiro e Freitas do Amaral, representando cada um interesses de classe divergentes e visões diferentes do mundo, constituíram ainda assim uma plêiade de políticos à altura dos heróicos capitães de Abril. As circunstâncias fazem os homens, mas há homens que ajustam as circunstâncias e se projectam na História dos povos. Soares é um exemplo paradigmático. Foi nos seus defeitos e virtudes, à semelhança de Churchill, Roosevelt ou De Gaulle, um político de dimensão internacional e a figura que deixou maiores marcas nesta terceira República que devemos ao MFA. Combatente antifascista, sofreu perseguições, prisões e exílios até se tornar o homem de Estado e a grande referência da República

nascida em 25 de Abril de 1974. Todos os democratas acabaram por votar nele, pelo menos uma vez. A sua dimensão de Estadista e o amor à liberdade fizeram dele o alvo dos afectos e dos ódios que perduram na ignóbil petição à Assembleia da República, certamente assinada pela escória fascista, a pedir aos deputados a recusa do seu nome na toponímia de um aeroporto. É também por isso, que tendo estado tantas vezes do lado oposto ao seu, sinto o dever patriótico de lhe render a mais viva homenagem na passagem do 1.º aniversário da sua morte ocorrida no dia 7 do passado mês de Janeiro. Mário Soares, republicano, laico e democrata, foi o maior vulto desta III República portuguesa.

REVELAÇÕES CHOCANTES

Em todo o mundo, 82% da riqueza mundial produzida em 2017 ficou nas mãos de 1% da população mais rica e as mulheres pobres foram as menos beneficiadas pelo crescimento econômico. A informação foi publicada pela ONG Oxfam através de um relatório publicado nas vésperas da abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.. Desde 2010, ou seja, em plena crise internacional após o estoiro da bolha financeira em 2008, enquanto os salários reais e pensões eram objecto de cortes, a riqueza desta “elite econômica” aumentou em média 13% por ano, explicou a Oxfam.

Sobre a lei de financiamento partidário, entretanto vetada pelo Presidente da República, nunca me pronunciei!... Desconheço-a em concreto, porém, o veto presidêncial depois de um consenso tão alargado na esfera parlamentar, pareceu-me mais condicionado pela pressão da opinião pública, do que por qualquer outra coisa. Marcelo poderia ter recorrido ao Tribunal Constitucional e não o fez, e ao não fazê-lo, toda a gente sabe – pelo menos os mais informados, que a sua atitude é “chover no molhado”!... Se a lei lhe fôr devolvida pela AR com ou sem alterações, vai ter mesmo que a promulgar.

. Ainda assim e pelo que conheço da mesma, o que mais me escandalizou nem foi a proposta de isenção do IVA aos Partidos, algo que é concedido a Igrejas, IPSS, e a mais algumas milhares de Instituições cuja utilidade pública está longe de se lhes poder comparar, mas enfim. No meio da embrulhada, o que de facto foi vergonhoso neste processo, foi a postura e a hipocrisia do CDS e a lata de Assunção Cristas, a qual apesar de se ter apresentado como virgem isenta de pecado, toda a gente sabe que o seu Partido vive quase exclusivamente do financiamento dos contribuintes e ocupa uma sede pela qual nem paga renda ao Patriarcado, nem este gasta o que quer que seja com o IMI de tão relevante espaço. E sendo assim, exigia-se-lhe no mínimo, ter tento na língua e não esquecer o velho lema, de que, “quem tem telhados de vidro não deve andar à pedrada”. Telhados de vidro que não se ficam por aqui!... Que o diga a Policia Judiciária quando entrou em acção para descortinar doadores que sabe-se lá porquê e com que fins, depositaram milhões nas contas bancárias do CDS. E a “estória” é por demais conhecida!... Corria o final do ano de 2004 quando funcionários do CDS-PP depositaram mais de 1 milhão de euros em notas na conta do Partido em quatro dias foram feitos 105 depósitos para evitar que os alarmes anti-corrupção disparassem. O CDS-PP estava então no Governo demissionário de Santana Lopes e nunca se soube – mas desconfia-se - de onde vieram as notas depositadas nesses dias. Posteriormente, e depois das descobertas da Policia Judiciária na sua contabilidade, o CDS-PP parece ter apostado em deixar de recolher fundos – entre 2011 e 2015, em média, registou apenas 75.700 euros de receitas próprias, entre donativos, quotização, angariação de fundos e outras. Se cada militante pagasse uma quota de um euro, bastavam 6.300 para compôr a totalidade das receitas do CDS-PP. Perante factos tão concretos com que moral vem agora a chefe Assunção Cristas, acusar os restantes Partidos de “cobras e lagartos”, quando o seu próprio Partido é o maior pecador nesta matéria?!.. Fico por isso muito satisfeito por ver o Partido Socialista submeter novamente o diploma à Assembleia da República não lhe alterando sequer uma vírgula. Nesse sentido porta-se com bastante mais inteligência que o Bloco de Esquerda, uma vez mais na lógica de uma imaturidade política, que parece custarlhe a superar. É que tratando-se de uma legislação que já na altura em que fora revista anteriormente não disfarçava a intenção de prejudicar o PCP a propósito da sua festa anual – Festa do Avante -, não merece que seja tida como contestável por outras forças políticas, que não as da direita, que pretendem ao mesmo tempo ter o sol na eira e a chuva no nabal, sendo por isso as principais interessadas em mantê-la tal qual está. Agora, será também interessante constatar a reacção do PSD liderado por Rui Rio, perante um diploma que os seus próprios deputados votaram favoravelmente no mês passado. Será que mantém a coerência do seu juízo ou vai render-se á demagogia de Cristas e da imprensa tablóide?!...


POLITICAMENTE FALANDO… OPINIÃO

Por: Domingos Chaves

CONSENSOS!... QUE ESTÓRIA É ESSA?!... Um dos conceitos mais absurdos e retrógrados da democracia portuguesa, foi desde sempre o chamado “bloco central”, a inclusão no mesmo dos radicais do CDS e a hostilização permanente dos Partidos à esquerda do PS, em completo desrespeito pelos respectivos eleitorados, que para o bem ou para o mal, deveria ser considerado tão respeitável quanto os demais. O “valor facial” de um voto é igual, recaia ele em que Partido recair. Significa isto, que por "arco da governação" se deve entender a inclusão de todos os Partidos com capacidade para participar num Governo. A isto sim se chama democracia!... Vinte por cento dos portugueses não podem nem devem ser ignorados, apenas porque votam em Partidos que alguém possa considerar que devem estar excluídos do Poder. Seria aliás interessante perceber, porque razão o BE é considerado de extrema-esquerda e mesmo à esquerda do PCP, enquanto o CDS é tratado quase como sendo um Partido do centro. Nenhuma posição do BE é mais extremista do que as defendidas pelo CDS em quase todas as matérias, incluindo os famosos temas fracturantes, em que as respectivas posições são praticamente simétricas. Um é sempre pelos valores da Igreja e o outro não, um defende sempre os trabalhadores no pressuposto de que estes estão bem quando os patrões estiverem ainda melhor, o outro defende o contrário. Será que perante tais posições, algum deve ser colocado à margem?!… Em relação ao PCP, a direita pode usar o seu programa como argumento!... Poderá por exemplo afirmar, que o PCP defende a ditadura do proletariado. Mas a verdade é que essa ditadura está para Jerónimo de Sousa como o Céu está para a Assunção Cristas. Ambos defendem os seus paraísos, ainda que nenhum dos dois acredite neles. De resto, o actual Governo provou que o BE e o PCP conseguem ser tão “responsáveis” como qualquer outro Partido. Nunca um Governo foi tão rigoroso como o actual, e tirando os momentos da austeridade de Passos Coelho e Paulo Portas, poderíamos dizer que nunca um Governo foi voluntariamente tão austero quanto o actual. Aliás, nunca um Governo adoptou a austeridade como política orçamental, conseguindo de forma continuada défices orçamentais ainda mais reduzidos do que os previstos. Não se entende por isso tanta necessidade de consensos para algumas decisões, como se apenas alguns Partidos, os tais do famoso “arco da governação” contassem. Quando a direita governa, ninguém sente a falta de consensos, ou como sucedeu com Passos Coelho, o consenso era entendido como uma mera concordância em relação às decisões do Governo. Não faz por isso qualquer sentido falar em consensos, algo que é uma originalidade da política portuguesa e de que só se fala quando a direita não governa, não admirando que seja agora um Presidente a erguer a bandeira dos consensos. O que o país precisa é de bons Governos e devem ser os Governos a governar pensando em TODOS os portugueses e não apenas nos interesses de que se sentem representantes. Com o fim do "arco da governação" acabou a regra não escrita dos consensos para decisões em que a Constituição NÃO EXIGE qualquer MAIORIA QUALIFICADA. Falar por isso nesse “palavrão” em abstracto, é conversa da treta. E falar de consensos entre Partidos, excluindo os Partidos mais à esquerda que garantem a actual maioria parlamentar, revela uma visão deturpada da democracia. O resto é conversa fiada.

TEM A PALAVRA A VIZINHANÇA GALEGA O diário La Voz de Galicia publicou na última semana uma extensa e importante reportagem sobre Portugal e entre outros sugestivos e laudatórios títulos, utilizou as frases “Portugal, los nórdicos del sur de Europae” e ”El renacer al otro lado de la raia”. A reportagem começa por assinalar o facto de em poucos anos, o país ter passado da humilhante intervenção da Tróika para a prestigiante eleição do seu Ministro das Finanças para presidir ao Eurogrupo. Foi um salto em que um país deprimido se tornou um país da moda, que atrai investimento de meio mundo, que capta residentes de luxo, que é um viveiro de dirigentes internacionais e que tem tido um enorme êxito na criação de emprego. O jornal analisa também os excepcionais resultados na gestão da dívida, no pagamento antecipado do empréstimo ao FMI, a redução do défice público e o comportamento nas exportações. Mas para além disto, o que se refere ainda no jornal é que há progresso, segurança e abertura ao mundo, e que segundo o Índice de Paz Global, Portugal é o terceiro país mais seguro do planeta, só ultrapassado pela Islândia e pela Nova Zelândia. Ao sucesso económico, segundo o jornal galego, os portugueses somam êxitos desportivos, musicais e diplomáticos. Como é óbvio, nenhum português de bem lê aquela reportagem sem um sentimento de orgulho. Porém, é lamentável que do lado de cá da fronteira se continue a “chover no molhado” e que a imprensa portuguesa ignore o nosso êxito colectivo e do Governo de António Costa, como é sobejamente reconhecido por esse mundo fora e de que a reportagem da Marie Oliveira por terras de França nesta edição da Barrosâna é um excelente exemplo. Infelizmente por cá, quer a imprensa regional quer a nacional, prefere fixar-se nos fait-divers da sociedade e da política.Todos sabemos que há notícia quando o policia morde o cão e que não há notícia quando o cão morde o policia, ou noutra perspectiva, só há notícia quando o acontecimento relatado contribui para a venda do jornal e para o consequente aumento das audiências, seja verdadeiro ou seja falso. Porém a imprensa portuguesa tem exagerado na manifestação de frequentes exibições de mediocridades e até no seu dever de informar, optando muitas vezes por verdadeiras campanhas de difamação. La Voz de Galicia começa a sua extensa reportagem por elogiar a prestigiante eleição de Mário Centeno, mas os nossos políticos e jornalistas preferiram criticá-lo por pedir bilhetes para o futebol, num país em que as tribunas dos estádios estão sempre cheias de políticos de vários partidos. Se o comportamento da imprensa não fosse tão patético, até dava para sorrir.


ESTÓRIAS DA HISTÓRIA| OS MOTES DE GRALHAS UMA TRADIÇÃO MILENAR ERA ASSIM NA ÉPOCA CARNAVALESCA QUE AÍ VEM Em finais do mês de Dezembro ou princípios de Janeiro, já em pleno e rigoroso Inverno, que por estas paragens é ainda hoje conhecido pela sua longa duração, tinha lugar a primeira sementeira da época agrícola que se avizinhava: a sementeira do centeio. Era um corropio de carros atrelados às juntas de vacas chiando pelas aldeias, rua abaixo, rua acima, cuja finalidade era o transporte do esterco (estrume dos currais do gado), para as leiras (terrenos), que depois de podre e bem curtido, servia para adubar as respectivas terras. Daí até à proxima etapa – a segada - era tudo uma questão de paciência e fé em Deus. Por um lado, porque desde que as sementes eram lançadas a terra, até ao momento de colher os frutos, nada mais era necessário fazer, pelo outro, porque se rezava aos Santos, para que as neves ou as geadas, muito comuns por estas bandas, não fossem tão abundantes, que viessem pôr em causa o sustento de muitas familias. Neste periodo de maior lazer, em parte provocado pelo frio, pelas chuvas e pelas neves, era então chegado o Entrudo, época de Caretos por todas as aldeias do concelho e de Motes, uma exclusividade milenar da aldeia de Gralhas que a juventude muito apreciava. Mas se os primeiros não constituíam qualquer novidade, o que eram afinal os Motes?... De que tratavam?... Os Motes, eram quadras de louvor, escárnio ou maldizer de origem pagã, nascidas nos alvores da nacionalidade, e um tipo de poesia galaico-portuguesa, que constituíu sem qualquer dúvida, um dos fenómenos culturais mais ricos da Idade Média e se prolongou na aldeia de Gralhas até aos finais dos anos sessenta do passado século. Eram enfim, um momento único de louvor ou de critica aos aldeões, tendo sempre como pano de fundo, a satirização da sua conduta e das boas ou das más acções praticadas durante o ano que os antecediam. Os textos das quadras, que poderão eventualmente ser chamados de intervenção, eram lidos por dois «trovadores» previamente escolhidos pela juventude da aldeia, que em conjunto com os anotadores (autores) as escreviam antecipadamente e em total segredo durante os serões das longas noites do inverno, de modo a que no momento certo, constituíssem autêntica novidade. O texto no seu todo, contemplava uma a uma, todas as familias da aldeia, e em geral, cada duas ou três quadras eram dirigidas em exclusivo e em forma de louvor ou critica, a determinada familia ou membro da mesma. O amor, a vaidade, a ganância, a inveja, a falta de solidariedade, a critica pessoal, as «casamenteiras» e os «compadres», aliados à veia cómica, lirica ou satírica estavam sempre presentes. Por vezes, determinadas criticas, não eram muito do agrado de quem as ouvia, designada mente, quando as mesmas lhe «batiam à porta», ou mesmo, quando através da sua leitura, se punham a descoberto, «amores proibidos», «negócios fraudulentos», «comportamentos hereges», «falta de dignidade e honradez» ou se ridicularizavam os comportamentos menos abonatórios das pessoas visadas. Mas como é que tudo isto funcionava: No dia aprazado para a leitura dos ditos Motes e ao toque do sino da Capela da aldeia, o povo juntava-se no largo hoje apelidado de Cruzeiro. Um dos trovadores, subia para uma das varandas ali existentes, segurando o seu caderno de leitura e o melhor galo da freguesia, devidamente decorado com todo o tipo de adornos, e que para o efeito, era oferecido ou comprado. Para outra varanda fronteiriça, subia o segundo trovador, munido tal como o primeiro, do seu caderno, onde previamente haviam sido escritas as quadras, que iriam fazer as delicias dos presentes, tanto mais que cada lavrador, suas mulheres, filhos, filhas, namorados, namoradas, velhos, velhas e até os solteirões e solteironas da terra, não escapavam à ridicularização. Uma vez instalados e em jeito de leitura feita ao desafio, os trovadores, só interrompidos pelas palmas dos presentes, faziam a apologia do galo. Realçavam as sua cores, o seu tamanho, o tamanho da sua crista e dos seus «tomates», a sua elegância e altivez, o modo como cantava, tudo isto intercalado com comparações satiricas, a determinadas pessoas presentes na concentração. Aqueles que não resistiam, abandonavam o local a resmungar, em sinal de protesto, mas tudo isto fazia parte da «festa»... Após atingidos os primeiros objectivos, o galo era então simbolicamente morto e esquartejado. Logo após, procedia-se à distribuição de todas as componentes do seu corpo!... Sempre de forma simbólica, aos aldeões alvos de maiores criticas, eram atribuídas as penas. A outros, cuja conduta não era tão censurável, saíam-lhe em sorte as patas ou a cabeça. Para outros, dado o seu melhor relacionamento e disponibilidade, ficavam reservadas, as asas ou o pescoço e para os aldeões exemplares, para aqueles que mais contribuíam para a boa harmonia e para o progresso da terra e respectiva população, ficavam as cochas e o peito, que eram as partes mais apreciadas. No final da sessão, surgiam os comentários de concordância ou discordância, com o desfolhar das criticas. Discutia-se, a «qualidade» dos Motes, se tinham sido bons ou maus, se tinham sido melhores ou piores que os do ano anterior!... Discutia-se o «ataque» que fora feito ao fulano A, quando quem tinha a ver com o assunto, era o B. Discutia-se a inoportunidade de desvendar determinado segredo, quando outros, deviam vir para a praça pública, enfim... todo um rol de questões, que eram tema de conversa, nos três ou quatro dias que se seguiam. Quanto ao galo, agora sim... via chegada a sua hora, de fazer as delicias de quantos tinham contribuído para a festa. Anotadores e trovadores, reúniam-se em casa de um deles e após a respectiva jantarada comemoravam noite dentro.

A APOLOGIA DO GALO

O TESTAMENTO

Óh… pobre coitado galo; Pouca foi a tua sorte; Nem sequer te deram tempo; De poderes fugir à morte.

Por isso tens que fazer testamento; E dizer a quem queres tudo deixar; Pois tens tanta riqueza; E contigo não a podes levar.

Boa tarde meus senhores; Vamos lá então começar; O galo é muito grande; E tem muito para dar.

És um galo muito valente; e estás aí para as curvas; Mas estavas a ver-te fodido; Para aturar as viúvas.

Sabemos que estás mal da barriga; e a conversa já cheira mal; Vamos ver se no fim; Não vamos parar todos ao hospital…

Povo que estais à roda; Não leveis portanto a mal; Uma brincadeira bem feita; Sempre se fez no carnaval.

Estais mortinhos para que eu morra; Então chegou o momento; Chamai os testamenteiros; pra fazer o testamento. Vede bem quem escolheis; Quero gente de bom agrado; Por mim podem mesmo ser; O Fenando e o Delgado.


O DESPORTO EM BARROSO PLANTEL DO CDC MONTALEGRE – 2017/2018

FUTEBOL Montalegre “pesca” no Sporting e no Chaves para atacar a manutenção.

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Na abertura do mercado de Janeiro a equipa barrosã conseguiu mais três reforços para atacar a manutenção no Campeonato de Portugal: Gonçalo Vieira, emprestado pelo Sporting, Márcio Rosa, do GD Chaves, e Tiago Oliveira, do Vilaverdense, acrescentam segundo o director desportivo montalegrense mais qualidade para manter equipa na luta pela permanência.

CAMPEONATO DE PORTUGAL

“Equipa fica com mais soluções” O director desportivo do Montalegre, André Veras, tratou mais uma vez das negociações para reforçar a equipa, e explicou À Voz de Chaves que o objetivo da manutenção continua intacto. “Arrancámos para esta época com o objetivo claro de fazer um campeonato tranquilo, mas infelizmente não estamos na posição que queríamos. Com estes três reforços pretendemos dotar a equipa com mais soluções”, explicou o flaviense. Analisando as contratações, André Veras lembra que Márcio já conhece “os cantos à casa” e que o clube não perdeu a hipótese de “recuperar a custo zero um jovem de enorme potencial”. De igual forma vê potencial no Gonçalo Vieira, jovem central que continua a pertencer ao Sporting: “tem uma margem grande de proé já um jogador com gressão”. Já sobre Tiago Oliveira, o director desportivo lembra que “experiência” da divisão bem como da série onde os barrosões competem.

“Uma montra para os jovens crescerem” Com a chegada de Gonçalo Vieira, o Montalegre aumenta a lista de jogadores ligados a clubes das ligas profissionais, e inclusive dos três grandes. Sana, emprestado pelo SC Braga, havia começado a temporada mas já saiu do Barroso, mas Bruno Morais, emprestado pelo Gil Vicente, da Liga 2, Bruno Lourenço (com formação no Benfica) e Chao Wei, do Desportivo das Aves, da Liga, são exemplos de jogadores ligados aos principais campeonatos. “O clube tem a porta aberta a bons e jovens jogadores, que possam evoluir a jogar, e que nos acrescentem valor. Este Campeonato de Portugal é uma montra para os jogadores crescerem e para vingarem no futebol português”, entende André Veras. _____________________________________________________________ NOTAS: Nos principais escalões em que militam as equipas barrosãs e ao virar de página da 1.ª volta, o CDC Montalegre com a vitória na última jornada sobre o Torcatense abandonou a zona de despromoção. Na Divisão de Honra saliência para o Vilar de Perdizes agora comandado pelo Tony dos bois, que ocupa o 5.º lugar da classificação. Enquanto isso, a equipa de Salto encontra-se em zona perigosa, contando com apenas 10 pontos no 13.º lugar da classificação geral. Oxalá que a 2.ª volta seja mais benéfica para as nossas equipas e consigam fazer pela vida.

DIVISÃO DE HONRA DA A.F. VILA REAL


REGRESSO Regresso às fragas de onde me roubaram Ah!... Minha serra, minha dura infância!... Como os rijos carvalhos me acenaram, Mal eu surgi, casado, na distância!... Cantava cada fonte à sua porta: O poeta voltou!... Atrás ia ficando a Terra morta Dos versos que o desterro esfarelou. Depois o céu abriu-se num sorriso E eu deitei-me no colo dos penedos A contar aventuras e segredos Aos deuses do meu velho paraíso..

Miguel Torga



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