Edição n.º 8 - Junho 2018 - Mensal
A BARROSÂNA Revista de informação (Versão digital)
AFONSO III
MONTALEGRE
1273 - 2018 745 ANOS . Sociedade DE . Economia . Comunidades HISTÓRIA . Entrevista . Politica . Desporto
ORLANDO ALVES EM MONTALEGRE
O Passado e o presente…
…“não há democracia sem imprensa livre”!...
Ano I Mensal Contacto: dvazchaves@hotmail.com
A BARROSÂNA Revista de informação
Fundador: Domingos Chaves
(Versão digital)
EDIÇÃO 8 – JUNHO 2018
FERIADO MUNICIPAL DE 9 DE JUNHO - O DIA DO CONCELHO
A GEOGRAFIA O concelho de Montalegre localiza-se no distrito de Vila Real, integra a região norte do país e faz parte da sub-região do Alto Trás-os-Montes. A vila de Montalegre é sede de município e tem cerca de 1 800 habitantes. O município encontra-se ladeado a norte pela Espanha, a leste por Chaves, a sudeste por Boticas, a sul por Cabeceiras de Basto, a sudoeste por Vieira do Minho e a oeste pelas Terras de Bouro. Tem uma área de 805,46 km2 e conta com 10 537 habitantes, divididos por 25 freguesias. Apresenta uma riqueza histórica e natural que se tem revelado essencial no desenvolvimento turístico da região. Grande parte do concelho é abrangida pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Afonso III
Orlando Alves
OS GRANDES DESAFIOS…
745 ANOS DE HISTÓRIA Há 3.500/4.000 anos, os nossos mais recentes antepassados, manifestando preocupações com o que haveria para além da morte, ergueram rudes monumentos funerários como as antas da Mourela e da Veiga ou as cistas da Vila da Ponte. Estes vestígios juntam-se a tantos outros que provam que a área do concelho de Montalegre já era povoada na época dos metais a fazer fé nesses vestígios que nos chegam da longínqua pré-história. O povoamento deste território é depois feito pelos Celtas que ergueram Castros em número pelo menos igual ao das povoações do concelho. Com a chegada dos romanos, a região é atravessada pela via imperial e pontes, altura em que são também romanizados alguns Castros. Existiram fundadamente nesta região, cidades romanas como Praesidium - em Vila da Ponte, identificada popularmente como Sabaraz, e Caladunum próximode em Cervos, das quais há alguns vestígios. Dos Mouros não há indícios documentais que atestem a sua presença, exceptuando a tradição oral que lhes atribui tudo quanto de extraordinário e antiquíssimo existe. Com o nascimento da nacionalidade, D. Afonso Henriques doou porções de terra ou coutos onde floresceram albergarias – Salto -, hospitais – Vilar de Perdizes e Dornelas - ou mosteiros – Pitões. Sendo uma zona de fronteira com o reino da Galiza, são então erguidos com preocupações defensivas os castelos de Gerês e Piconha e mais tarde o do Portelo e de Montalegre. São atribuídos forais a Tourém, provavelmente por D. Sancho I em 1187, como cabeça das Terras da Piconha. Porém, só em 1273 é que D. Afonso III, em carta de foral, funda a vila de Montalegre e nomeia o respectivo Alcácer, tornando-se cabeça das Terras de Barroso. Este foral é depois confirmado por D. Dinis em 1289, D. Afonso IV em 1340, D. João II em 1491 e D. Manuel em 1515 converte-o em foral novo. Na sequência da Guerra da Independência, no reinado de D. João I, as Terras de Barroso são oferecidas a Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino. Também por aqui, as tropas francesas tiveram problemas de monta com os barrosões, designadamente na Misarela, quando das invasões em 1809. Em 6 de Novembro de 1836, com a Reforma Administrativa de Mouzinho da Silveira, o concelho de Montalegre foi dividido, criando-se o Município de Boticas, ao mesmo tempo que se perdiam para o também Município de Vieira do Minho, o Município de Vilar de Vacas, sediado que era em Ruivães, e logo a seguir, o Couto Misto de Santiago de Rubiás. A história recente de Montalegre é igual a tantas regiões do interior, marcadas por uma forte emigração, depauperação económica e abandono das actividades económicas tradicionais. Só com a institucionalização do Poder Local após o 25 de Abril de 1974 é que surgem condições de revitalização do concelho devido às alterações estruturais que aquele movimento democrático permitiu.
745 ANOS DE HISTÓRIA
O PASSADO E O PRESENTE
O Ecomuseu de Barroso é um projecto que abrange todo o concelho de Montalegre, mas que poderá alargar-se a todo o Barroso e contribuir, desta forma, para o desenvolvimento da Região. A ideia do Ecomuseu resulta da consciência, mas também da preocupação de salvaguardar um património nas suas múltiplas componentes, natural, cultural, social e económica. O projecto do “Ecomuseu de Barroso” teve o seu início há longa data, remontando a uma das visitas de Georges Henri Revière, a Portugal, nos anos 70. Este antropólogo sugeriu a realização de determinadas acções nesta região, como a criação do Museu do Tempo e do Espaço. O projecto inovador da criação do Ecomuseu de Barroso, por ele proposto, era apenas para as aldeias dentro do Parque Nacional. Mais tarde António Martinho Baptista e Fernando Pessoa, arqueólogo e arquitecto paisagista, respectivamente, do então Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza (SNPRCN), são duas das personagens que iniciaram o projecto que depois seria apresentado e ampliado uma vez que expandiu a sua área territorial para fora do Parque Nacional da Peneda Gerês, abrangendo a sede do concelho de Montalegre e a aldeia de Vilar de Perdizes. Deram sugestões e soluções que ainda hoje se encontram perfeitamente actuais, razão pela qual se mantêm no projecto que actualmente se começou a implementar. Também o nome do projecto é fruto de uma evolução: nasceu finalmente o ‘’Ecomuseu de Barroso’’ por decisão da Comissão Local para o Património A decisão da implementação em definitivo do Ecomuseu de Barroso remonta ao ano 2000, quando o Professor Fernando Essa, se lhe não valemos a tempo, desaparece. Os Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, barrosões da diáspora são já muitos mais do que os contratou a empresa Quaternaire Portugal para a elaboração residentes. Por isso, algumas das nossas muitas aldeias de um estudo de caracterização da região que apontasse um vão a caminho de se tornarem aldeias-fantasmas. Os plano de trabalhos para a implementação, nos próximos anos, nossos primeiros reis tomaram medidas eficazes para do Ecomuseu. As aldeias de Barroso possuem, de um modo evitarem o ermamento e defenderem as fronteiras do geral, um grande valor cénico e cultural, pelo que estas reino; hoje caminhamos paulatinamente para um povoações devem ser consideradas, no seu conjunto, como ermamento impararável, que irá provocar o partes do Ecomuseu. Por fim, dado o enorme território sobrepovoamento de outras zonas, com malefícios concelhio e o número de lugares ainda povoados decidimos incontroláveis no meio ambiente, no relacionamento escolher os pólos que sirvam de motor de arranque. Assim em social e familiar, no progresso do crime e do banditismo; Montalegre será criada a sede do Ecomuseu, como Centro na distribuição da riqueza e nas candidaturas ao emprego Interpretativo da Região, com capacidade de recepção de que estas situações sempre acarretam. O excesso de turistas e mobilização para visitar os polos temáticos que população como a desertificação são dois pratos da estão já em avançada fase de implementação nas aldeias de mesma balança que conduzem, sem saída, à perda de Tourém, Pitões e Salto. Tourém é uma freguesia do Concelho qualidade de vida e deterioração das relações sociais. de Montalegre, situada num enclave bem dentro da Galiza, a Antes das correntes migratórias da segunda metade do uma distância de 30Km da sede do concelho, vê aproveitada a século vinte tínhamos mais do triplo da população que os corte do Boi do Povo para evidenciar a Identidade Cultural. censos actuais nos atribuem agora; sem uma intervenção Este pólo irá funcionar em rede com o Centro Interpretativo dos poderes centrais, um encaminhamento de em Montalegre, abordando as temáticas: “O Boi do Povo, as rendimentos de apoio para o interior; sem a instalação de relações com a vizinha Espanha, o Couto misto, o sistema de meios de vida e empreendimentos, fora do litoral, a regadio, o castelo da Piconha, o contrabando, os modos de desertificação pode tornar-se uma fatalidade produção local, as alfaias agrícolas e a venda de artigos incontrolável. artesanais. A aldeia de Pitões, situa-se na parte Ocidental do Planalto da Mourela, em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês, virada a Sul, a mais de 1130 metros de altitude e com uma extensão de 36,890 km2 de área, fazendo fronteira de vários quilómetros com a Galiza. Este pólo está situado na O concelho de Montalegre é constituído por 35 corte do Boi do Povo e funciona em rede com o Centro freguesias e estas por mais de 130 lugares. Na Interpretativo, em Montalegre, dando corpo às seguintes generalidade são povoações pequenas, cada vez mais temáticas: “O Boi do Povo, o pastoreio em regime extensivo, a pequenas – metade das casas recuperadas ou novas e vezeira, a tecelagem, os abrigos de pastores, a agricultura de outra metade em ruínas. Grassa entre nós a Montanha, os modos de produção local/alfaias agrícolas, o desertificação devido a uma administração pública património etnográfico, o fumeiro, a aldeia velha de o Gerês, monarquicamente centralizada, desde há novecentos o mosteiro de Pitões, o Parque Nacional da Peneda-Gerês e o anos, em que a distribuição da riqueza se faz à medida património Natural.” O último dos pólos situa-se na Vila de da gula insaciável da Foz do Tejo que tudo arrebanha, Salto, uma das maiores freguesias do concelho, na antiga casa que tudo leva, que tudo consome. “Eles comem tudo e do Capitão. A Casa do Capitão é um bom exemplo das casas não deixam nada!” Moram em casas de granito, imponentes das famílias abastadas. Espaço vocacionado para algumas muito bonitas, mas a falta de educação estética a museologia da freguesia, com especial incidência na área e de outras educações, leva alguns a substituir os seus etnográfica, a Casa do Capitão é também um lugar de oferta materiais por outros mais brilhantes e coloridos mas cultural com serviço de biblioteca, com acesso à Internet, menos duradoiros e eficazes. Há várias povoações com serviços educativos e venda de artigos regionais. Tem um núcleos de construções tradicionais, bem conservados, auditório para 50 pessoas que permite reuniões e colóquios, muitíssimo belos e dignos de ajuda para a melhor bem como a passagem de pequenos documentários preservação do património construído. Estão neste caso representativos da vida barrosã. Além do destaque dado à Fafião, Pincães, Salto (diversos lugares de freguesia) vida agrícola e à forte presença da raça bovina barrosã, neste Currais, Vila da Ponte, Viade, Carvalhais, Cervos, território, será prestada atenção especial à questão mineira, Donões, Gralhas, Tourém, Pitões, Parada e Sirvoselo. Em remetendo no futuro para um pólo das minas de volfrâmio da todas elas há núcleos construídos dignos de integrar os Borralha. O Ecomuseu espera pela vossa visita. roteiros de visita ao património que o Ecomuseu Fonte- José Dias Baptista in livro Montalegre defende.
A POPULAÇÃO
O ESCONJURO
AS ALDEIAS
OS DESTAQUES Páginas: 3 – Editorial 7 – Potencialidades da Região 8 – Pelo Municipio 14 – Viagem pelas Aldeias 27 – Passagem pela Igreja 28 - Barrosões Ilustres 29 – “Estórias do Arco da Velha”
A JUSTIÇA QUE TEMOS…
O caso passou-se numa conceituada Universidade cá do norte!... O respectivo reitor, foi acusado de desviar fundos da Universidade em benefício próprio e de familiares. Em sede de julgamento, pediu para que o mesmo se efectuasse à porta fechada e sabe-se lá porquê, o Juiz acedeu ao pedido, sem que se conheçam as razões que justifiquem a decisão, Um jornalista, pediu para ter acesso ao processo, mas o juiz recusou. Quando toda a gente pede transparência na política, é no mínimo estranho que um Juiz não tenha de justificar à sociedade a razão de ter autorizado o julgamento à porta fechada de um caso de corrupção. E não deixa de ser também estranho, que numa época em que a comunicação social tem acesso a escutas e aos pormenores mais sórdidos de casos de justiça envolvendo corrupção de políticos, um reitor acusado de desviar 2,2 milhões de euros de uma universidade, seja julgado à porta fechada. Demo-nos por satisfeitos, porém, pois ficou a saberse a sentença deste julgamento feito no confessionário: 15 meses de prisão com pena suspensa!... Ou seja, apenas mais três meses do que o mendigo que há meses roubou um polvo de um supermercado. Poder-se-ia argumentar que o homem que roubou o polvo é um ladrão incorrigível enquanto o reitor é um homem de bem que teve um "deslize" e está genuinamente arrependido. Só que não é verdade. O mesmo reitor já tinha sido condenado a 10 meses de prisão, igualmente com pena suspensa, no final dos anos 90 do século passado. Motivo?!... Desvio de verbas do Fundo Social Europeu. Estranha-se, por isso este julgamento de sacristia à porta fechada. E porque tenho a certeza absoluta que o reitor não corrompeu o juiz - os juízes são a única classe profissional neste país absolutamente impoluta e acima de qualquer suspeita - resta-me manifestar a minha perplexidade pelo facto da comunicação social - com excepção do jornal Publico, não ter revelado quaisquer pormenores sobre o misterioso julgamento do dito reitor. Se esta é de Facto e de Direito a Justiça que temos, então estamos conversados…
Editorial A “GALDÉRIA”… O que se espera do sistema de Justiça de um país democrático e de um Estado de Direito, é não só que seja séria nos procedimentos e na forma de administração dessa mesma Justiça – que de resto é um direito constitucional dos cidadãos, como ainda de parecer séria. Isto é: de se dar ao respeito. Vem isto a propósito do agravamento progressivo dos procedimentos criminosos que se observam em Portugal a partir do meio judiciário, dos atropelos cirúrgicos e constantes à lei do segredo de justiça, através de fugas de documentos escritos e de gravações áudio em matéria de investigação a figuras públicas, entrevistas de juízes de instrução criminal a televisões, com remoques e piadas a arguidos em processos sob a sua alçada, até à transmissão de inquéritos do Ministério Público a arguidos, por televisões generalistas e do cabo, em horário nobre, com e sem edição. Os últimos episódios ocorreram com um antigo Primeiro-Ministro, mas também com Ricardo Salgado, Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Fernanda Câncio e outras figuras de algum modo ligadas ao processo Marquês, assim como a outros em que foram figuras de prôa Miguel Macedo e Manuel Palos, a propósito do processo dos Vistos Gold. Quero deixar claro que desconheço pessoalmente quase todas as figuras citadas – a excepção chama-se Miguel Macedo, e tenho até má opinião sobre várias delas, mas a questão não é essa. A questão é que a Justiça se pauta por princípios, e todas as pessoas têm direito à sua dignidade. Segundo o Código do Processo Penal, as peças processuais de um inquérito, como as gravações audiovisuais, mesmo que o processo já não esteja em segredo de justiça, só podem ser divulgadas na comunicação social com o consentimento dos visados. Não o sendo, tal facto constitui crime!... Mas que crime, quando o Ministério Público é ao mesmo tempo “réu e juíz”?!... Como é óbvio, a haver inquérito, este só pode ter um fim: o arquivamento, ou não fosse o Ministério Público a investigar-se a si mesmo… Sobre o assunto, algumas opiniões de figuras relevantes do meio: Pedro Bacelar Vasconcelos: “Como constitucionalista e cidadão, só tenho uma palavra: nojo!...” Jorge Bacelar Gouveia: “É necessário proteger o direito à privacidade e à imagem, pelo que este género de práticas, não sendo necessárias para o exercício da liberdade de imprensa, ofendem os direitos dos arguidos e não acrescentam nada à informação dada ao público”. João Taborda da Gama: “Considero a transmissão de um interrogatório de um arguido um acto de pornografia judiciária exibida em horário nobre. Temos de ser muito exigentes quanto a este ponto, independentemente de o arguido ser deste ou daquele Partido, e independentemente de o órgão de comunicação social que o faça”. Um antigo Ministro da Justiça: “Estamos num ponto em que parece que não há limites para nada, não há valores”. O que impressiona porém, é gente do meio se recusar a prestar declarações públicas – dizem com receio de represálias - mesmo sendo bastante críticos deste tipo de expedientes criminosos no seio do sistema judicial. Meus senhores: onde não há liberdade de opinião há medo, e isso é muito preocupante… Assim e em jeito de conclusão, direi apenas que a Justiça em Portugal, se quer ser respeitada tem que se começar a dar ao respeito. Não pode nunca parecer uma galdéria.
SOCIEDADE
CONDUTORES DE TRACTORES FORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
Em 2017, segundo a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, morreram cinco pessoas por mês em acidentes com tractores agrícolas. Para fazer face a esta sinistralidade, o Governo determinou a obrigatoriedade de 35 horas de formação para condutores de tractores, e ainda que está a trabalhar numa estrutura de protecção para instalar naqueles veículos "drasticamente" mais barata que a actual. O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel João Freitas, admitiu que o elevado número de acidentes com máquinas agrícolas é uma "situação muito preocupante" explicando que em muito se deve "à antiguidade" de condutores e máquinas, por isso “vai haver uma alteração do ponto de vista da exigência na formação para a licença para a condução de tractores, passando a haver formações no mínimo com 35 horas e com um conjunto de informação mais vasto do que o actual". "A maior parte dos acidentes de veículos agrícolas, em 90% dá uma vítima mortal. De todos os veículos é aquele que tem uma percentagem maior relativamente às vítimas mortais porque, de facto, são veículos que não estão equipados, particularmente com o arco de protecção", explicou, apontando o custo daquela estrutura, que disse, "ronda actualmente os seis, sete mil euros". "O que nós queremos é reduzir drasticamente este valor, para que possam Custar entre mil a dois mil euros e para isso estamos a trabalhar com uma equipa italiana ue tem um tipo de estrutura adaptada que pode ser produzida a muito baixo custo em oficinas de proximidade", revelou. Em 2017, segundo a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, morreram cinco pessoas por mês em acidentes com tractores agrícolas, sendo que a GNR contabilizou 61 mortos ao volante daquelas viaturas. Nos primeiros quatro meses de 2018 foram registadas 15 vítimas, nove das quais mortais. Em Portugal estão registados mais de 80 mil tractores sem o chamado arco de Santo António e com mais de 20 anos, segundo dados do Ministério da Agricultura.
TOPÓNIMO EM LISBOA PARA BARROSÃO MORTO PELA PIDE/DGS MILHARES DE INTELECTUAIS, OPERÁRIOS E PROFISSIONAIS LIBERAIS, PEDEM AO PRESIDENTE DA CÂMARA DE LISBOA NOME DE RUA PARA OS ASSASSINADOS PELA PIDE EM 25 ABRIL 1974 João Arruda, 20 anos, estudante açoriano a viver na capital; Fernando Gesteira, 18 anos, natural de Salto-Montalegre, empregado de escritório; Fernando dos Reis, 24 anos, soldado da primeira companhia de Penamacor, de licença em Lisboa; e José Barnetto, 37 anos, natural de Vendas Novas. Os quatro foram assassinados pela PIDE no dia 25 de Abril de 1974. Os quatro deveriam fazer parte do nosso dédalo de ruas, travessas e praças, resgatando-os ao silêncio e à indiferença por onde a cidade os leva há demasiados anos. Levados pelo entusiasmo do "dia inicial inteiro e limpo", rumaram entre dezenas de outros populares à Rua António Maria Cardoso, topónimo de péssimas memórias e esperanças de sobra. Naquele dia, sacrificaram as vidas à liberdade que então começava, abatidos por gente acossada e sem futuro. Uma revolução de cravos no lugar das balas, e no entanto, 44 anos depois, os abaixo-assinados põem à consideração da Câmara Municipal de Lisboa, e respectiva comissão de toponímia. a proposta de atribuir os nomes de João Arruda, Fernando Gesteira, Fernando dos Reis e José Barnetto a um arruamento ou lugar da capital. Por dever de memória para com aqueles que viveram a liberdade durante apenas algumas horas e que podem ajudar-nos a dar a essa palavra um significado maior. São eles os heróis improváveis da revolução. Não permitamos que se lhes junte o adjectivo "esquecidos". Pedem deferimento. Seguem-se 6.412 assinaturas (…)
BREVES MONTALEGRE:IV PISÕES CARP CLASSIC AGENDADO PARA 31 DE MAIO E 3 DE JULHO
Entre os dias 31 de Maio e 3 de Julho, a albufeira do Alto Rabagão, em Montalegre, recebe a quarta edição do “Pisões Carp Classic”, prova internacional de pesca desportiva, organizada pela Associação Portuguesa de Carp Fishing, com o apoio da Câmara de Montalegre. Há prémios para os primeiros três classificados da prova e também para o participante que pescar o maior peixe.
EXPOSIÇÃO DE FOTOS-ECOMUSEU
De 28 de Maio a 19 de Agosto, na sede do Ecomuseu de Barroso em Montalegre, está patente uma exposição do consagrado fotógrafo Gérard Fourel. Um conjunto de retratos a preto e branco, que ilustram o Barroso dos anos 80.
CERCIMONT-CAMINHADA MÁGICA
A Cercimont está a organizar a terceira Caminhada Mágica em Montalegre. A actividade acontece no domingo, dia 3 de Junho, a partir das 9H00. Com início nas instalações da Cercimont, a caminhada, com 9 kms de distância, inclui o trilho do Ourigo até ao fojo do lobo, passando pela capela da Senhora das Treburas, pela corujeira, terminando nas instalações da Cercimont. A participação tem um custo de 6€ por pessoa e a totalidade das verbas reverte a favor da instituição cujo objectivo passa pela inclusão dos cidadãos com incapacidades.
SOCIEDADE
ESTÁGIO DE VERÃO|28JULHO-5AGOSTO FESTIVAL DE MÚSICA JUNIOR 2018
O Festival Mùsica Júnior realiza em 2018 a sua 7.ª Edição, sendo actualmente a iniciativa artístico-pedagógica mais referenciada no meio musical português e assumindo um papel incontornável na formação de jovens estudantes de música fora do contexto escolar. Vocacionado para uma faixa etária entre os 8 e os 24 anos de idade, o Estágio de Verão do Festival Música Júnior irá uma vez mais acolher mais de 250 estudantes oriundos maioritariamente de Portugal e Espanha, que ao longo de 9 dias estarão em intensa actividade musical, acompanhados por um colectivo de 34 professores e 3 maestros. A Genialidade Russa erá o tema proposto para este ano e os convidados principais serão como uma vez mais personalidades de grande relevo no meio musical. Tendo Montalegre como epicentro, a iniciativa irá novamente estender as actividades aos Municípios de BOTICAS, Chaves, Ribeira de Pena, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Vila Real, localidades que irão acolher concertos de música de câmara em que os professores e os alunos do FMJ também serão os protagonistas. Para descontrair após os ensaios, supervisionados por professores e sempre em segurança, haverá inúmeras actividades ao ar livre, jogos tradicionais, campeonatos de futebol, kayak, BTT, rappel, escalada, a piscina e banhos em cascatas naturais, entre tantas outras. O convite estende-se igualmente a toda a família para passar férias no decorrer do Festival, usufruindo dos alojamentos e do potencial turístico da região do Alto-Tâmega. Inscrições disponíveis em www.fmj.pt .
OS 20 CONCELHOS COM MAIOR PROBABILIDADE DE ARDER MONTALEGRE FORA DA ZONA DE RISCO Há 175 mil hectares no país com elevada probabilidade de arderem em 2018, de acordo com um documento conjunto do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa e do Instituto Superior de Agronomia. O documento revela um mapa das zonas em que há muitas razões para ter receios. Ao todo são 20 concelhos cujo risco de ocorrências de incêndios florestais é demasiado alto. São eles: Monchique; Oleiros; Caminha; Vila Nova de Cerveira; Vila Nova de Paiva; Aljezur; Vila de Rei; Covilhã; Proença-a-Nova; Moimenta da Beira; Viana do Castelo; Vila Pouca de Aguiar; Baião; Celorico da Beira; Gavião; Sardoal; Sertã; Chamusca; Portimão; Ponte da Barca. Para chegar a esta conclusão, um grupo de investigadores observou o número de anos que passaram desde o último incêndio na zona, a área queimada em 2017, e a média de área queimada anualmente nos últimos 40 anos. Ainda segundo os investigadores, o verão de 2018 “terá valores do índice de perigo meteorológico mais severos do que 27 dos últimos 30 anos”. A complicar a prevenção aos incêndios estão ainda os matagais persistem nestas zonas. “A intervenção [de limpeza de combustíveis] foi insignificante”, sublinharam. No que respeita a Montalegre vamos dar o exemplo!... Tolerância zero contra os incendiários.
SOLVEIRA CULTURAL | 3 DE JUNHO NO MULTIUSOS
BREVES VII TROFÉU BTT – ACÁCIO DA SILVA MONTALEGRE|1 DE JULHO
O Município de Montalegre organiza a 1 de Julho o 7.º Troféu BTT Acácio da Silva, que será pontuável para a Taça Nacional XCM. A prova será também pontuável para a Taça Regional da Associação Ciclismo de Vila Real. Com inscrições abertas, em competição estará a maratona de 82 km e a meia-maratona de 47 km, havendo ainda um passeio guiado de 25 km. “Montalegre volta a homenagear um filho da terra” com a realização desta 7ª edição do troféu BTT Acácio da Silva, antiga glória do desporto nacional, destacou o Munícipio. Eventuais interessados podem inscrever-se no seguinte link: INSCRIÇÕES ONLINE
ANDANÇAS & CONTRADANÇAS A AVENTURA DA EMIGRAÇÃO PORTUGUESA
No sábado, dia 2 de Junho pelas 17:30h, será apresentado na Feira do Livro de Montalegre, o livro “Andanças & Contradanças” – A Aventura da Emigração Portuguesa, da autoria de Jerónimo Pamplona. A Apresentação estará a cargo da barrosã Liliana Moutinho Seara, que apela á presença dos nossos conterrâneos no evento, para melhor ficarem a conhecer a História da emigração portuguesa.
NACIONAL DE PARAPENTE SERRA DO LAROUCO 6 A 12 JULHO
Integrado na XIX Edição da Feira do Livro de Montalegre, a Associação Solveira Viva, promove no próximo dia 3 de Junho, pelas 17H30, no Espaço “Café com Letras” do pavilhão Multiusos do Municipio Montalegrense, o evento “Solveira Cultural”, que contará entre outros com os autores solveirenses, Irene Silva, Luisa Esteves, Fernando Calvão, Tomás Gonçalves, o representante da Associação, Carlos Antunes e o Presidente da Câmara Orlando Alves. A fechar o evento seguir-se-à um lanche e porto de honra.
A serra do Larouco volta a ser palco de mais um campeonato nacional de parapente. O céu do concelho vais ficar mais colorido com as várias cores espalhadas por cerca de uma centena de pilotos inscritos. O evento ocorre de 6 a 12 de julho.
ECONOMIA LITIO-LUSO RECURSOS PEDE LICENÇA DE EXPLORAÇÃO NO CONCELHO
A empresa portuguesa Luso Recursos pediu uma licença para ficar com a concessão de exploração de lítio em Cepeda, numa área de 825,4 hectares, localizada nas freguesias de Morgade e Sarraquinhos. Face ao pedido, a Direção-Geral de Energia e Geologia deu um prazo de 30 dias, para a apresentação de reclamações. Refira-se que a exploração de lítio no concelho, promove um conjunto de oportunidades para o desenvolvimento da
região, com a oferta de emprego e também para a economia do país, como salientou Orlando Alves, Presidente da Câmara de Montalegre. Reconhecendo que o peso da autarquia na condução deste processo é relativamente diminuto, um dos pontos pelo qual é pugnado é para que seja possível “condicionar a licença de exploração, se a transformação se fizer na região”. Para o autarca, “não nos conformaremos nunca - e disso já fizemos nota - que daqui se extraiam quantidades inimagináveis de minério e depois o levem para outros pontos do planeta, para o transformem em lítio. Se assim não for, será melhor que deixem aqui a areia e não mexam nas entranhas da nossa terra, pois só com a transformação a ser feita na região, se podem criar oportunidades da fixação de pessoas, contribuindo assim para o desenvolvimento do concelho”. A outra face da moeda estão porém nos impactos negativos da exploração, nomeadamente no que diz respeito à preservação do ambiente. Sendo este o momento de pessoas e instituições, sobretudo as ambientalistas, fazerem as suas reclamações, hoje em dia - refere Orlando Alves, “há a consciência que o verdadeiro desenvolvimento se faz com o respeito pelo ambiente, pelo que existirá um plano de protecção de forma a minimizar os impactos negativos que a referida exploração possa ter. O tempo em que se desrespeitava a natureza já lá vai”, concluiu o autarca.
A CHINA E O SEU APETITE PELA ANTIGA PORTUGUESA EDP
BREVES PITÕES DAS JÚNIAS VII JORNADAS GALEGO|PORTUGUESSAS
No último fim de semana de Maio, a aldeia de Pitões das Júnias acolheu a sétima edição das "Jornadas Galego-Portuguesas", mais um dos vários eventos organizados pela Junta de Freguesia de Pitões das Júnias, em parceria com o grupo galego "Desperta do Teu Sono". A cultura celta voltou a estar em destaque realçando-se mais uma vez a importância do passado na construção do futuro.
HÁ AINDA DEMASIADA GENTE EM RISCO DE POBREZA
Um total de dois milhões e 399 mil portugueses estavam em risco de pobreza ou exclusão social em 2017, muito embora menos 196 mil em relação a 2016, segundo dados estatísticos divulgados em Maio deste ano. Os números são do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística (INE) realizado em Portugal desde 2004, através de entrevistas presenciais, dirigindo-se em 2017 a 14.052 famílias.
A EDP – Energias de Portugal é uma grande empresa do sector energético com actividade ao nível da produção, distribuição e comercialização de electricidade, e comercialização de gás que nasceu em 1976 como resultado da fusão de 14 sociedades exploradoras do serviço público de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica que tinham sido nacionalizadas no dia 15 de Abril de 1975. A empresa cresceu, diversificou actividades e em 1996 iniciou um processo de internacionalização que teve como contrapartida a privatização de uma parte do seu capital, numa altura em que as privatizações TAXA DE DESEMPREGO CAÍU PARA 7,9% estavam na moda. Foram então NOS PRIMEIROS TRÊS MESES DO ANO alienados 30% do capital da empresa numa operação em que a procura superou a oferta em mais de trinta vezes e que foi considerada como um sucesso do chamado capitalismo popular, pois cerca de 800 mil portugueses tornaramse accionistas da EDP. Depois, sucedeu-se a privatização de outras fatias do capital social, embora se mantivesse o controlo do Estado até que, em 2011, os direitos especiais do Estado ou golden share foram eliminados por imposição da troika que por aí andou. Nessa altura, uma empresa estatal chinesa-China Three Gorges Corporation -assegurou a maioria do capital da sociedade, na qual cerca de 40% são controlados por O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) anunciou estados ou capitais estrangeiros, designadamente dos Estados Unidos, de Espanha, Holanda, Argélia, que a taxa de desemprego nos primeiros três Qatar, Abu Dhabi e Noruega. A EDP é um nó na garganta para muitos portugueses que não meses do ano recuou para 7,9%. Este valor é compreendem como é possível que a maior empresa portuguesa possa estar nas mãos e servir inferior em 0,2 pontos percentuais ao do trimestre interesses do capital estrangeiro, gerando enormes lucros. para os seus accionistas chineses, anterior e em 2,2 ao do trimestre homólogo de americanos, espanhóis e outros.Agora apareceu um outro grupo chinês a querer comprar toda a EDP 2017", pode ler-se no relatório do INE. De acordo e fez uma (quase) irrecusável Oferta Pública de Aquisição (OPA) de 7.700 milhões de euros, que não é com a agência de estatísticas portuguesa, a taxa de mais do que uma verdadeira aposta estratégica da China na "conquista" da Europa e não no desemprego jovem registou uma queda para desenvolvimento do nosso pequeno Portugal do Mexia, do Catroga e dos amigos que estão com eles 21,9%, " o valor mais baixo da série iniciada no nos cadeirões da EDP. primeiro trimestre de 2011".
AS POTENCIALIDADES DA REGIÃO O TURISMO ENQUANTO VECTOR DE DESENVOLVIMENTO
O Concelho de Montalegre, surge-nos como uma entidade histórica e geográfica fortemente interiorizada não só na mente das suas gentes, como também na cultura portuguesa que sempre a reconheceu desde a Idade Média até aos nossos dias como uma unidade dotada de identidade própria. A grandiosidade da sua paisagem é surpreendente, resultando duma feliz combinação de condições naturais especificas, aliadas a recursos naturais que as populações souberam gerir no sentido da auto sustentabilidade, onde a água assume um papel aglutinador, com presença continuada em lagos, rios e ribeiros de águas limpíssimas, e ainda pelo facto das várias gerações de barrosões, desde os tempos imemoriais, terem deixado a sua marca contribuindo para a construção da identidade cultural que se baseia não apenas no património construído, mas também nas suas diversas lendas e tradições, e ainda na sua vasta gastronomia directamente associada aos produtos de qualidade que os barrosões souberam preservar e agora começam a rentabilizar. Assim, a paisagem que por aqui se visualiza, relaciona-se com a grandiosidade da natureza, que aliada a todo um património construído e cultural de elevado valor, possibilita uma multiplicidade de panoramas que se articulam com uma forte identidade cultural e com uma gastronomia de qualidade, que torna todo o universo concelhio extremamente atractivo para passeios culturais e paisagísticos de qualidade. O Turismo Cultural ganhou aliás nas últimas três décadas, novos e alargados significados, fazendo hoje parte das motivações profundas de um número crescente de pessoas, quer no espaço europeu, mas também no europeu. É hoje um dado adquirido, que esta região do Barroso dispõe já dos requisitos básicos necessários para o desenvolvimento do touring cultural, tendo em conta que dispõe de uma forte disponibilidade de riqueza patrimonial e uma grande variedade de atractivos naturais e culturais, ao mesmo tempo que dispõe igualmente dos requisitos chave para obtenção do êxito, pois possui a existência de excelentes condições para o descoberta, conhecimento e fruição das atracções do destino. O Turismo cultural poderá e deverá por isso, assumir-se como um dos motores de desenvolvimento local, gerador de riqueza e emprego, animador de trocas interculturais e, simultaneamente, motor da preservação do património cultural e da valorização da identidade local. A concepção de uma rota original explorando a paisagem cultural da região, procurou demonstrar um conceito de rota turística, salientando a sua inegável
importância enquanto instrumento de apoio à exploração de um território. De facto, tendo como tema âncora a paisagem cultural, torna-se possível conciliar as variadas dimensões que nela se espelham resultantes da sua própria evolução, com a sua multiplicidade de funções, e ainda, com as diversas valências que encerra. A forte diversidade do património natural, rural (agrícola) edificado e imaterial, à quais se pode associar o gastronómico, são valores que podem contribuir para o desenvolvimento desta região, permitindo a dinamização do turismo cultural, não esquecendo porém, que é importante preservar os excelen-
tes valores ambientais e paisagísticos que aqui se verificam e que devem ser considerados o sustentáculo do próprio desenvolvimento. Cita-se para finalizar um autor local - J Baptista, que afirma, que “se não vendermos gato por lebre, temos futuro, porque somos capazes de preservar o ambiente, os nossos valores culturais e as nossas tradições; porque temos paisagens deslumbrantes, porque temos silêncios que falam na alma; porque temos locais para a meditação e para a aventura, espaços para actividades desportivas de competição e de lazer; condições para satisfazer os gostos mais exigentes na pesca e na caça, sendas para caminhadas na floresta e na montanha escalvada; águas para se fazer vela em cenários paradisíacos, para canoagem e provas de remo e para a prática do esqui aquático; porque temos serras para o alpinismo arrojado e para o montanhismo familiar (…)” e acrescentaríamos, porque têm paisagem cultural única onde o sentir telúrico se manifesta de uma forma intensa.
PELO MUNICIPIO
CARROS ELÉCTRICOS-AUTARQUIA ADQUIRE MAIS TRÊS VIATURAS
O Município de Montalegre adquiriu mais três viaturas eléctricas, dando assim, continuidade à aposta inovadora e amiga do ambiente. São carros com autonomia para cerca de 300 quilómetros, ajustando-se às necessidades da autarquia. Depois da instalação do primeiro posto de carregamento de carros ESPAÇO EM 2019 VAI TER NOVA BANCADA elétricos na vila de Montalegre e da primeira viatura em fase experimental, a O Circuito Internacional de autarquia acaba de receber mais três. O executivo quer que esta aposta seja Montalegre, que este ano espalhada pelo território, tornando o concelho numa referência na eficiência energética e qualidade ambiental.
MONTALEGRE - CIRCUITO INTERNACIONAL
recebeu a segunda etapa do Campeonato Mundial de Ralicrosse, vai ter uma nova bancada em 2019 com 3.000 lugares!... Quem o disse foi o Vice-Presidente da Câmara local, David Teixeira, o qual adiantou ainda, que irá ainda ser aumentado o paddock, criado um posto médico e melhorados os acessos quer à pista, quer à vila. O objetivo, segundo o autarca, é dar mais e melhores condições aos visitantes, assim como criar mais espaços para que mais pessoas possam assistir à competição - afirmou. O investimento nestas melhorias, à semelhança deste ano, deverá rondar os 300 mil euros, revelou. Associada ao lado ecológico, está a economia de gastos. São as componentes O Vice-Presidente contou que o circuito deste ano teve lotação esgotada realçadas nas quatro viaturas totalmente elétricas que vão estar em circulação. com cerca de 27.000 pessoas, havendo mesmo gente que não conseguiu Orlando Alves, presidente da Câmara de Montalegre, explicou que pretende entrar. Considerando que Montalegre defende Portugal nesta competição, «que a vertente ecológica seja a imagem de marca» da sua passagem pela David Teixeira sublinhou que a prova começou num sábado com sol e autarquia porque «há uma preocupação com o futuro e com o ambiente que é terminou num domingo com neve, dando um colorido diferente à preciso valorizar de forma a alterar comportamentos». São mais três viaturas organização. Opinião semelhante foi a de João Paulo Rebelo, Secretário de que vão «permitir poluir menos o ambiente e gastar menos em combustível», Estado da Juventude e do Desporto, que esteve presente no último dia da disse o autarca. prova, presidindo à cerimónia de entrega de prémios. Este membro do Governo, depois de visitar todo o complexo desportivo, não disfarçou a VENDA DE VEÍCULOS ELÉCTRICOS EM CRESCENDO satisfação pelo impacto que representa o Circuito Internacional de NA EUROPA ATINGE OS 76% E EM PORTUGAL ULTRAPASSA JÁ OS 100 Montalegre para o país e para a região. A Noruega foi ultrapassada pela Alemanha como o país onde se vendem mais automóveis electrificados na Europa, com um crescimento de 70,2% no mercado germânico a mostrar uma maior aceitação deste tipo de tecnologia. De acordo com os mesmos dados, o aumento em Portugal foi também significativo, com um total de 100,5% de crescimento destes veículos no primeiro trimestre: no total, venderam-se 1520 unidades eletrificadas contra as 758 de igual período do ano passado.
“Montalegre é conhecido por ter a pista mais alta deste campeonato e este ano comprovou-o - frisou. Este evento, que Montalegre assegurou até 2022, é importante para a sustentabilidade e dinamização económica do território, entendeu. Recorde-se que o campeão do mundo em título Johan Kristofferson, ao volante de um Wolkswagen Polo R, venceu a corrida final da segunda etapa do Mundial de Ralicrosse em solo Barrosão, mantendo a liderança do campeonato, com 53 pontos. Na prova de abertura do campeonato, em Barcelona, o vencedor foi Ekstrom, mas um toque no arranque levou à sua desclassificação, a favor de Kristoffersson. Depois de Montalegre, o Mundial de Ralicrosse seguiu para Mettet, na Bélgica, e termina em Novembro na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Na Europa, o aumento dos veículos electrificados foi de 41%, com os eléctricos puros a crescerem 35% e os Plug-in híbridos 47%. Por outro lado, as vendas relacionadas com os automóveis alimentados por Diesel caíram 17%, totalizando 37,9% de todos os automóveis de passageiros na União Europeia. Em Portugal, também houve uma queda na procura de modelos Diesel, embora mais ténue, recuando 9,1%, ao passo que nos modelos a gasolina as matrículas cresceram 25,6%. Fonte: Motor24
PELO MUNICIPIO
PRIMEIRO-MINISTRO ANTÓNIO COSTA VISITOU MONTALEGRE
MINISTRO DA AGRICULTURA E DO AMBIENTE TAMBÉM MARCARAM PRESENÇA
Na sua vista ao concelho de Montalegre, António Costa fez-se acompanhar pelos Ministros do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e da Agricultura, Capoulas Santos. O Primeiro-Ministro começou por visitar uma área onde decorriam trabalhos apoiados pelo Fundo Florestal Permanente - execução de fogo controlado em rede primária. Mais tarde, após ter assistido à assinatura de protocolos de criação de novas equipas de sapadores florestais, o chefe do Governo insistiu na ideia do "esforço extraordinário" que está a ser feito, como "nunca o país tinha feito", para que o "risco de haver incêndios seja minorado, porque há mais prevenção". "Mas, para que tudo isto seja possível aquilo que é essencial é aproveitarmos cada minuto, cada hora, cada dia da época que ainda estamos a viver para fazer o maior número de quilómetros de faixas de interrupção, a limpeza do maior número de hectares possível, assegurar que, num maior número de povoações e de casas, há o afastamento devido para a sua protecção".
António Costa, alertou ainda que o "maior perigo" é alguém ter a ilusão de que não vai haver incêndios e realçou o "esforço extraordinário" que está a ser feito na prevenção, para que o risco seja minorado. "É preciso que o país tenha, para sua própria segurança, consciência de que, apesar disto tudo, vai haver incêndios.
A terminar. o Primeiro-Ministro referiu que está a ser cumprida a meta de atingir as 400 equipas de sapadores florestais este ano e garantiu que, em 2019, o país terá quinhentas. O governante destacou ainda "a novidade importante", introduzida este ano, da criação das brigadas de sapadores florestais que agem a nível supramunicipal, porque "o fogo não identifica as fronteiras dos municípios".
E continuou: "É um trabalho que lá à frente não vamos poder fazer porque as condições meteorológicas não vão permitir, mas que, agora, temos que nos concentrar e empenhar em fazer em todo o território nacional". Para António Costa, é preciso continuar a fazer aquilo que é um "grande desígnio nacional", que é "valorizar a floresta, para que ela deixe de ser um perigo e uma ameaça, mas, pelo contrário, seja uma fonte de enriquecimento dos territórios, de fixação e atracção das populações". Segundo António Costa, só por conta do Estado, foi fixado o objectivo de construção de 3.300 quilómetros lineares destas faixas de interrupção de combustível. Relativamente ao distrito de Via Real, disse que estão a ser feitos 170 quilómetros de faixas de interrupção de combustível, que é mais do que os 150 quilómetros que foram construídos ao longo dos últimos cinco anos."Só no que diz respeito ao Estado, já assumimos o compromisso de proceder à limpeza de 1.600 hectares em torno de aglomerados e de casas, metas que já estão integralmente alcançadas até ao dia de hoje“ - salientou.
Durante a manhã, António Costa passou pela aldeia de Medeiros, para assistir a acções de limpeza de floresta, de criação de faixas de gestão de combustível e de fogo controlado.
PELO MUNICIPIO
Texto: Gabinete Imprensa C.M.Montalegre
O Primeiro-Ministro esteve em Montalegre numa ação integrada no programa de defesa da floresta contra incêndios. António Costa trouxe com ele uma vasta comitiva de onde constou, entre outros, os Ministros do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos. No auditório municipal, o líder do Governo assistiu à assinatura dos termos de aceitação de 69 equipas de sapadores florestais, onde se incluem 13 brigadas e 39 equipas de sapadores florestais.
A OPINIÃO DOS INTERVENIENTES
Orlando Alves | Presidente da Câmara de Montalegre «Foi uma honra muito grande termos uma jornada com inúmeros elementos do Governo e autarcas de vários pontos do país. Foi mais um momento de promoção da nossa terra. Estas coisas não acontecem todos os dias. Foi uma excelente oportunidade para transmitir vários pontos fundamentais que merecem há muito tempo atenção e uma resposta do Governo. Há um novo desígnio nacional que está a suscitar a atenção de toda a gente. Por todo o lado se vê uma preocupação e a consciencialização para a importância de defesa e proteção da floresta. Hoje em Montalegre a concretização de mais uma etapa do plano do Governo. Houve, também, a oportunidade de se fazer um ensaio de fogo controlado e que queremos que seja um procedimento a ser utilizado devidamente. São medidas que têm como objetivo evitar que os desastrosos incêndios do ano passado não voltem a repetir-se».
PRIMEIRO-MINISTRO ANTÓNIO COSTA VISITOU MONTALEGRE (Continuação) António Costa|PrimeiroMinistro «A queimada controlada é mais uma forma de fazer uma gestão eficaz do combustível mas, também, um elemento de regeneração das pastagens. Esta gestão integrada do território e das diferentes atividades rurais é muito importante para termos rendimento e condições para um melhor aproveitamento dos recursos. Devem ser desenvolvidas por técnicos certificados e é, também, uma grande missão que os bombeiros voluntários estão a desempenhar. É sempre necessário o apoio destas entidades para preparar o território para o menor risco possível. Em primeiro lugar, estamos a dar prioridade às faixas de interrupção de combustível (FIC) que permitam acessibilidade para o combate ao fogo. Em segundo lugar, a criação das faixas de gestão de combustível. Têm sido componentes essenciais. A pressão é grande porque este trabalho acumulou-se durante anos. Depois da tragédia do Verão passado queremos fazer o melhor possível para que isso não volte a repetir-se. Não podemos criar ilusões perigosas para as pessoas. Temos que ter consciência da realidade que vivemos. Temos profundas alterações climáticas que geram fenómenos meteorológicos atípicos. Uma floresta profundamente desordenada, com material combustível acumulado ao longo de anos, e dois anos de seca severa. Temos todas as condições para que haja um risco enorme. Neste momento limpamos, preparamos um dispositivo de intervenção e um sistema mais robusto de informação meteorológica. A floresta resultou de décadas e não vai ser num curto espaço de tempo que vamos alterar o que a natureza produziu. A consciência do risco é fundamental para a proteção mas é essencial para termos motivação e determinação para o que é necessário. Tenho visto um esforço enorme no terreno».
Luís Capoulas Santos | Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural João Matos Fernandes | Ministro do Ambiente «É muito importante perceber que quando se trata de prevenção estrutural em parques naturais e áreas protegidas é diferentes do comum do território. Estamos a falar de áreas mais frágeis com valores e ecossistemas muito significativos. Estas brigadas são muito importantes. Foi isso que levou ao sucesso no Parque Nacional da Peneda-Gerês onde estiveram muito para além da época de incêndios a trabalhar nesses territórios. A partir do momento em que em menos de dois anos passamos de 120 para 195 vigilantes da natureza é muito significante. Será possível ter uma maior proximidade na gestão do território, mais contacto com as pessoas e uma maior prevenção».
«O Governo pretendeu simbolizar hoje, através de uma ação com algum mediatismo, o trabalho que estamos a desenvolver. Todos nós ficamos chocados com o que sucedeu no ano passado. Estamos empenhados em tentar evitar que isso possa repetir-se. Nos últimos anos os territórios foram abandonados pelas pessoas que procuraram melhores condições e isso resultou no cocktail explosivo que teve trágicas consequências. Estamos a desenvolver um plano de prevenção para minimizar os efeitos e as consequências dos incêndios. Em Boticas e Montalegre, viemos demonstrar nestas ações o imenso trabalho que está a ser feito. Ao mesmo tempo, formalizamos um conjunto de parcerias que atribuem aos municípios e associações alguns meios financeiros e responsabilidades para que este sistema seja tão eficaz quanto possível. O país mobilizou-se para esta tarefa gigantesca de prevenir os incêndios».
PELO MUNICIPIO
PRÉMIO LITERÁRIO BENTO DA CRUZ
CONFERÊNCIA DEBATE: OS DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO PARA O INTERIOR. MONTALEGRE QUE FUTURO?!...
PRÉMIO LITERÁRIO O júri do prémio literário Bento da Cruz, constituído pelos professores doutores Fernando Pinto do Amaral, na qualidade de presidente, Manuel Frias Martins e Maria Carlos Loureiro deliberou, por unanimidade, atribuir o referido prémio aos romances "Vamos então falar de árvores", da autoria de João Carlos Costa da Cruz, sob o pseudónimo Teotónio S., e "O espírito das vacas", de Abel Neves, sob o pseudónimo Matilde. A cerimónia de entrega destes prémios terá lugar no feriado municipal, 9 de junho, no salão nobre dos Paços do Município, com a presença dos membros do júri. Segundo o júri, o primeiro «revela uma apreciável riqueza de linguagem e uma original estruturação narrativa. A região de Barroso é um pano de fundo sempre presente, ao qual o autor acrescenta cativantes registos psicológicos das personagens». O segundo trabalho, na ótica do júri, trata-se «de uma obra com uma linguagem telúrica e em que a atmosfera local do Barroso adquire uma dimensão universal, com uma profunda ligação à natureza». Assim sendo, estamos perante os vencedores, ex-aequo, da primeira edição do "Prémio Literário Bento da Cruz", sendo que concorreram um total de 51 obras literárias, distribuídas por romance, conto, novela, poesia e ensaio. O prémio consta da atribuição do valor pecuniário de 10 mil euros que, neste caso, será dividido pelos vencedores. Além da primeira distinção, o mesmo júri deliberou, ainda, atribuir três menções honrosas às obras "Juanita no seu corcel” (romance), de Orlando Artur Ferreira de Barros, “A memória das cinzas” (poesia), de Joaquim Fernando Rana Fitas, e Na comemoração do feriado municipal, o Município “ Minas da Borralha:1900-1951” (ensaio), de Pedro Miguel Gonçalves de Araújo.
de Montalegre promove uma conferência Texto:Imprensa da C.M.Montalegre subordinada ao tema "Os desafios da descentralização para o interior. Montalegre que futuro?". O encontro acontece este 9 de junho, pelas 15 horas, no auditório municipal. ORADORES Orlando Alves - Presidente do Município de Montalegre Helena Freitas - Ex Coordenadora da Unidade de Missão para o Interior Rosário Oliveira - Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa Rui Santos - Presidente do Município de Vila Real Moderador - Domingos Andrade, Jornalista
PENEDA-GERÊS TRAIL ADVENTURE
PENEDA-GERÊS TRAIL ADVENTURE
O Concelho de Montalegre voltou a receber mais uma edição da prova "Peneda-Gerês Trail Adventure". Trata-se de uma corrida de montanha por etapas que atravessa cinco concelhos, revelando a perceção da importância do desporto enquanto vetor de turismo na natureza.
Os atletas, dos quatro cantos do Mundo, cumprem 211 km pela serra, distribuídos por sete etapas. Duas foram realizadas no concelho: Pitões das Júnias à sede do concelho, seguindo-se uma partida da ponte da Misarela onde os atletas percorreram trilhos de rara beleza. Organizado pelo conhecido desportista Carlos Sá, o PenedaGerês Trail Adventure voltou a reunir uma magnífica atmosfera que passou, de novo, pelo concelho de Montalegre. Um evento à escala mundial que juntou atletas oriundos de mais de 30 nacionalidades o que, só por si, é bem elucidativo do impacto que representa este cartaz, apoiado pelos vários municípios - entre eles Montalegre que figuram na extensa área do único parque nacional português Imagens e texto: Gabinete Imprensa Câmara M. Montalegre
Orlando Alves | Presidente da Câmara de Montalegre «É uma prova muito interessante. Um apelo à prática desportiva com o propósito de se divulgarem as potencialidades ambientais, patrimoniais e paisagísticas do território. Estão representados mais de 30 países. Esta modalidade concita entusiasmo pelo Mundo e estamos entusiasmados por integrarmos esta marca que é uma outra forma de promoção do concelho». David Teixeira | Vice-presidente da Câmara de Montalegre «É uma das melhores formas de festejar o prémio da FAO e valorizar o património natural. Fomos brindados por um dia magnífico que proporciona a melhor memória deste território. São dois dias de promoção do nosso concelho com o que temos de melhor. Parabéns a toda a organização. O município de Montalegre marca a decisão de valorizar o nosso território com toda a nossa naturalidade».
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA CONCEDEU VOTO DE LOUVOR ÀS TERRAS DE BARROSO
PELO MUNICIPIO ASSOCIAÇÃO VEZEIRA FAFIÃO-CONVITE
A Assembleia da República aprovou, por unanimidade, um voto de congratulação pela distinção da região do Barroso como Património Agrícola Mundial. No texto apresentado pode ler-se que o órgão legislativo do Estado «saúda a região de Barroso pela distinção e todos os envolvidos no processo de candidatura». Para o Presidente da Câmara de Montalegre, este reconhecimento «é uma honra».
VOTO DE CONGRATULAÇÃO N.º 527/XIII/3.ª Pela classificação do Barroso como Património Agrícola Mundial
Dia 2 de Junho há lugar para poder reviver um pouco do que é a tradição Vezeireira de Fafião, a Aldeia Comunitária na região mais setentrional de Montalegre, Baixo Barroso, na freguesia de Cabril. Seguindo as seculares travessias do gado pela Serra, ao longo dos Currais a nossa associação oferece uma passagem por uma grande parte deles, na missão comunitária da manutenção, recuperação e conservação daquele que é o nosso património cultural. Venha fazer parte desta história que nos orgulhamos de repetir ano após ano, e que fazem as delicias de quem caminha pela Serra e os pode observar no seu estado quase intocável. A atividade tem início às 9h no Ecomuseu de Barroso–Fafião e as inscrições devem ser efectuadas até ao dia anterior, dia 1 de junho, através do email da associação organizadora em: associacaovezeira@gmail.com. O evento inclui almoço tipicamente barrosão.
VOLTA A PORTUGAL EM BICICLETA A 7.ª etapa da Volta a Portugal em bicicleta, terá o tiro de partida em Montalegre. Irá ocorrer em 9 de Agosto pelas 13H00 na Praça do Municipio. O palco da etapa final terá lugar em Fafe, cidade minhota que recebe pela primeira vez a caravana da volta.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura distinguiu a genuidade do território região do Barroso com base na forma tradicional de trabalhar as terras, de tratar do gado e na entreajuda dos seus habitantes. O Barroso é assim o primeiro território português a integrar o Sistema Importante do Património Agrícola Mundial e um dos primeiros a ser aprovado na Europa, num reconhecimento da genuidade dos costumes, dos produtos e dos sistemas de agricultura tradicional desta região transmontana, que possui caraterísticas notáveis ao nível da diversidade, do saber tradicional, da biodiversidade, da paisagem, do modelo socioeconómico e, sobretudo, de resiliência face às alterações humanas, climáticas e ambientais. A Assembleia da República, reunida em plenário, saúda a região de Barroso pela distinção e todos os envolvidos no processo de candidatura. Palácio de S. Bento, 20 de abril de 2018
«MOMENTO SOLENE» Para Orlando Alves, presidente da Câmara de Montalegre, foi «um momento solene e de uma grande honra». Uma atitude de «reconhecimento para com o mundo rural» que faz parte do sentido de «dever de quem está aos comandos da nação e que merece destaque em todo o país». O autarca acredita no «desenvolvimento e sustentabilidade da região» que «fixe pessoas», sendo este «o caminho que vai ter que continuar a ser percorrido».
«FEITO INÉDITO»
Francisco Rocha, deputado na Assembleia da República, eleito pelo círculo de Vila Real, destaca «o feito inédito que distingue todos os construtores da paisagem e do património agrícola do Barroso que é único, invulgar e raro». A casa onde reside o órgão máximo da democracia portuguesa está «orgulhosa», gesto motivador para que «nunca se perca essa identidade tão genuína e única».
PELO MUNICIPIO
UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS DE MONTALEGRE CUSTOU 2,8 MILHÕES E CRIA 40 EMPREGOS
REUNIÃO DO PROJECTO CRinMA Decorreu nas instalações da sede do Ecomuseu de Barroso, em Montalegre, uma reunião entre as entidades envolvidas no projeto de cooperação submetido ao programa INTERREG EUROPA, designado CRinMA "Recursos Culturais em Áreas de Montanha". Iniciado há cerca de ano e meio, está a ser desenvolvido pelo município de Montalegre em parceria com a Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT) e o Instituto de Desenvolvimento Económico de Ourense (INORDE).
A Secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos, inaugurou a nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Santa Casa da Misericórdia de Montalegre, nas tipologias de Médica Duração e Reabilitação (10 camas) e Longa Duração e Manutenção (30 camas). Antes, houve uma sessão protocolar nos Paços do Concelho onde foi assinado um acordo de cooperação entre Misericórdia de Montalegre, ARS Norte e Segurança Social. Este novo equipamento – que irá dar emprego a 40 pessoas – foi aberto em maio.
Este projeto pretende identificar e promover boas práticas e projetos em matéria de proteção e valorização do património cultural, das regiões transfronteiriças e de montanha. De modo a consolidar a participação e envolvimento das entidades no seio do projeto, realizou-se mais uma reunião de trabalho, na sede do Ecomuseu de Barroso, em Montalegre, que definiu algumas estratégias com vista à implementação do projeto, bem como garantir a ativa participação de outros agentes de desenvolvimento de ambos os países. A parceria é constituída por sete organizações de seis países da União Europeia. O município de Montalegre assumirá diversas atividades em estreita colaboração com o parceiro de Espanha, o INORDE. Centrar-se-ão nas orientações definidas no Programa de Cooperação POCTEP, para o qual deverão posteriormente ser apresentadas sugestões de melhoria. TEM A PALAVRA David Teixeira | Vice-presidente da Câmara de Montalegre «Este projeto é uma mais-valia. Esta reunião foi uma discussão muito importante para o futuro dos nossos projetos, mas sobretudo para o conceito de cooperação. Surgiram valiosas sugestões de melhoria do Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal (POCTEP). A cooperação é muito mais do que tudo o que se tem feito porque a continuidade dos projetos é sempre muito finita no tempo pelo custo financeiro que isso representa. Tentamos dar novas visões, mais ambiciosas, para que exista uma cooperação concreta sem estar refém das regras administrativas que, cada vez mais, nos dificultam o trabalho. Desejamos ideias inovadoras para os próximos financiamentos sejam amigos da população e deste território». António Montalvão Machado|Secretário Geral da Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT) «É um encontro extremamente importante porque, cada vez mais, os projetos têm que ser abordados no sentido de envolverem o maior número de pessoas da sociedade civil. Não podemos continuar a fazer projetos sem ouvir a comunidade local. É um projeto muito importante no sentido de adquirir fatores de conhecimento e desenvolvimento. Estamos na fase de receção de contributos para que o resultado final não seja ditado pelas instituições mas sim pela população». Fonte: G.Imprensa|Municipio de Montalegre
O salão dos Paços do Concelho foi pequeno para testemunhar um dia histórico – na área da saúde – para o concelho. Falamos da inauguração de um equipamento, há muitos anos desejado pela população, que passa a preencher um espaço vazio e de carência. A nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCC) da Santa Casa da Misericórdia de Montalegre promete ser referência na região a avaliar pela beleza da obra e pela modernidade de equipamentos que oferece. Refira-se que estamos perante um investimento adjudicado por 2.850 mil euros e financiado pelo programa MODELAR da ARS (750 mil euros). A restante verba é assumida pela Câmara de Montalegre, isto é, transferiu recentemente 120 mil euros e paga 18 mil/mês ao longo dos próximos 15 anos. Com isto, suporta o empréstimo contraído pela Misericórdia (1.700 mil euros). Teve protocolo com a Câmara de Montalegre em 2011 ao qual foi aprovado pelo executivo e assembleia municipal por unanimidade. UCC ABRIU EM MAIO | 40 POSTOS DE TRABALHO O processo que envolveu esta empreitada teve avanços e recuos. Construída em terreno afeto à Misericórdia de Montalegre, a UCC teve que ultrapassar várias dificuldades a ponto de ser abandonada pelo empreiteiro ao longo de três anos. Por exemplo, de trabalhos somados a mais pelo empreiteiro, foram pagos cerca de 150 mil euros. Outros investimentos aplicados totalizam 140 mil, a que acresce o custo de mobiliário e equipamento de 350 mil euros. Esta unidade, com 40 camas – 30 de longa e 10 de média duração – está inserida na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Para além do serviço de saúde e apoio social que presta, participa na economia local com 40 postos de trabalho diretos: médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de serviço social, fisioterapeutas, terapeuta da fala, terapeuta ocupacional, animador social, nutricionista e auxiliares, e partilha serviços administrativos e de alimentação e outros com a Misericórdia. Rosa Valente de Matos | Secretária de Estado da Saúde «Não há algo mais importante do que cuidar bem das pessoas. É também muito importante para a economia do município. São 40 postos de trabalho de diversas áreas. Vamos tratar as pessoas de maneira integrada, respondendo a esta população e não só, porque esta infraestrutura faz parte da rede nacional. A descentralização vai existindo, estamos a percorrer um caminho. Se cada um fizer o que lhe compete, numa relação de proximidade, é muito mais fácil tratamos melhor as pessoas. Temos que nos preparar para uma nova realidade. Temos mais anos mas é preciso darmos mais vida a esse tempo. Elas querem viver mais, com mais qualidade de vida e é isso que o Governo tem estado a fazer. Fonte: G.Imprensa|Municipio de Montalegre
VIAGEM PELAS ALDEIAS |VILAR DE PERDIZES Por: Hélder Alvar
HISTÓRIAS DE ANTANHO
Muitas vezes Vilar de Perdizes é falado nos jornais, na televisão, na rádio, nas revistas e na Internet quase e exclusivamente por altura dos Congressos da Medicina Popular. Porém, poucas, muito poucas pessoas conhecem a história desta terra ímpar onde um dia vi o sol brilhar. Nos poucos documentos existentes que me foi possível até agora consultar, a minha terra merece ser contada sem o apego afectivo que a ela me une. Desde tempos remotos do Paleolítico Superior e do Neolítico o termo territorial de Vilar de Perdizes foi ocupado por tribos recolectoras nómadas e que aí acabaram por se fixar provavelmente devido à situação geográfica, ao clima ameno (embora saibamos que a Glaciação Wurmiana tivesse afectado toda a Europa) e à riqueza dos solos. Ainda que, as pessoas atribuam aos Mouros tudo o que é antigo, nela encontramos vestígios pictografados (escrita na pedra) da arte rupestre datando provavelmente de cerca de 10 mil anos: vejam as pegadinhas de Nossa Senhora entre Santo André e Vilar de Perdizes (o povo designa de sagrado tudo que lhe parece humanamente inexplicável - sabendo que uma burrinha comum não pode deixar pegadas na pedra dura, a tradição oral, atribuiu-lhe a denominação de pegadinhas da burrinha de Nossa Senhora) e as figuras antropomórficas de Caparinho, junto à ribeira da Assureira, denominado por Ana Bettencourt de “Penedo do matrimónio”.
No monte designado por Rameseiros existe uma pedra, com dez palmos de comprimento, oito de largura e seis de altura, escrita em latim vernáculo (popular) possivelmente com vocábulos celtas (keltoï) onde, o Conde de Miragaia, Jerónimo Contador de Argote, Santos Júnior, Colmonero e Fontes tentaram decifrar o conteúdo sem, no entanto se apurar com perfeita exactidão o significado da mensagem. Pairam hipóteses em Argote de que se trataria de um aviso de um senhor possuidor (Reburri) da propriedade em cujos frutos e colheitas que aí existiam ninguém lhes poderia tocar sob pena de ser amaldiçoado ou punido. Colmonero, entretanto, fez nova leitura, considerando os petróglifos de pedra de termo entre duas tríbos. Também da época castreja, como a maioria dos castros da região, datando da segunda idade do ferro, do chamado período do Hallstat, com, provávelmente, mais de 500 anos antes da era Cristã existe na Mina, a dois passos da ribeira da Assureira, um castro em ruínas ( possivelmente Bíbalo) e que merecia ser reconstruído como foi o de Carvalhelhos e o de Curalha por Santos Júnior. No cimo do monte dos Escouços, permanecem igualmente os restos de um “toloï” ou casa circular que provavelmente estaria ligado à defesa do Castro da Mina contra o inimigo e à comunicação por sinais de fumo com os vários castros Bíbalos da zona ( seguindo a História Natural de Plínio o velho), devido ao posicionamento topográfico estratégico. Saindo de Vilar, após o cruzamento da Perdiz rumo a Meixide, antes do rio das Ingadas (Argote), e que o povo denomina de Ribeiro da Assureira, à direita da estrada encontramos um magnífico altar pagão, dito altar de Penascrita, onde, muito perto, foi descoberta há
30 anos uma ara ao Deus Larouco e outra a Júpiter (encontradas por mim e pelo padre Fontes). Nesse altar faziam-se sacrifícios de animais, próprios do culto pagão e animista e adoravam-se os elementos da Natureza - montanhas, rios, fontes etc.. Mas de Vilar de Perdizes muito pouco se sabe desde a Idade Média. Sabemos através dos grandes arqueólogos e historiadores que já existia provavelmente antes do século X (décimo). Pelos documentos investigados, sabemos que Caria, o actual bairro da aldeia lado nascente encoberto pela colina do Vale do Mosteiro foi o primeiro povoado a existir entre o século VIII e o IX. Este bairro teria sido edificado por árabes e o próprio topónimo, “ Al Caria” advém da língua árabe e que quer dizer “aldeia”. Ainda hoje se conta que havia uma moira que penteava, todos os dias, os cabelos doirados na mina do José da tia Chôcha. O bairro do Sameiro já existia antes do Cimo de Vila datando possivelmente dos séculos IX e X, após a expulsão dos mouros. Esta denominação teria vindo do nome de um senhor (rico ou nobre- Zamarius) que se instalou entre os dois povoados, agora bairros, e servido de traço de união entre eles. Seguiu-se Cimo de Vila, construído entre os séculos XI e XIII, cujo nome está ligado à ocupação cristã a qual teria explorado os terrenos agrícolas férteis aí existentes - daí “Villa” no sentido agrário do termo da época. Um dos povoadores de Cimo de Vila foi Alvar de cujo antropónimo deriva o meu apelido. Concluímos, pois, que Vilar de Perdizes já existia antes da nacionalidade portuguesa (1143) fundado após a reconquista por povoadores independentes nos séculos IX e X. Ao nome de Vilar foi adicionado o determinativo de Perdizes devido à abundância dessa espécie cinegética local no século XIII (Argote) mas há mais hipóteses de que o topónimo poderá vir do proprietário de um Pagus territorial denominado Pero Dis.
Da circunscrição administrativa de Vilar de Perdizes fizeram parte, no século XII, as aldeias de Meixide, Solveira, Santo André e Soutelinho da Raia. D. Afonso III (1248-1279) concedeu a Vilar de Perdizes uma das “seis honras de Barroso”. Logo a seguir, Vilar de Perdizes foi anexada ao concelho de Montalegre. Nos séculos XVII e XVIII separaram-se as freguesias de S. Miguel e de Santo André. Em 1841 todo o território de Vilar pertenceu ao concelho de Ervededo até que este se extinguisse em 1853 com a Reforma de Mouzinho da Silveira, voltando de novo para o concelho de Montalegre. Por nos ter sido pedido, futuramente, tencionamos dar continuação a este trabalho com o objectivo pedagógico de esclarecer os nossos leitores locais sobre a riqueza histórica da nossa terra, patenteada no espólio monumental aí existente. Gostaríamos também, que a juventude e as gerações futuras preservassem e guardassem esse magnífico património que nos foi legado pelos egrégios.
VIAGEM PELAS ALDEIAS O QUE É QUE BARROSO TEM QUE FALTA NOUTROS LUGARES?!... Agora classificada como Património Agrícola Mundial, a região atrai cada vez mais visitantes que a escolhem para viver. Paula Oliveira de 41 anos, licenciada em Estudos Portugueses e Lusófonos e mestre em Gestão de Projetos Culturais, deixou Lisboa para se instalar na região do Barroso, onde se dedica ao turismo de natureza. Em Cabril, uma das aldeias mais bonitas do concelho de Montalegre, criou a Cabril Eco Rural, uma empresa que surge da “vontade de partilhar com o mundo um património que é de todos e do qual somos todos responsáveis”, conta Paula. A coordenadora do projeto assume como desafio “promover, conservar e potenciar valores culturais, humanos e patrimoniais de uma região cada vez mais desertificada” e quer “proporcionar experiências únicas aos visitantes, promover o desenvolvimento sustentável da região, contribuir para a criação de emprego local e ser uma referência no turismo internacional”. E foi a partir da aldeia de Cabril que lançou o projeto “Do Linhar ao Tear”. Um projeto dentro da cultura tradicional do Barroso que visa “recuperar as práticas agrícolas ancestrais que fazem parte da cultura identitária das gentes de Barroso”. “O linho tem uma importância de dentro de casa para fora, para a comunidade, que é identitário do nosso território e a nossa função é trazê-lo de volta, criar dinâmicas, criar interesse nos mais novos, para que se possam entusiasmar e aproveitar como um recurso”, explica Paula Oliveira.
Em abril do ano passado, a coordenadora da empresa Cabril Eco Rural semeou a linhaça em Cabril, no lugar do Abrigo da Garrana, hoje Quinta da Alba Leda, um espaço onde existem cavalos e o burro Chiquinho. A sementeira do linho foi feita nos moldes tradicionais. Depois seguiu todo o ciclo do linho: colheu, ripou, molhou, espadelou, assedou, fiou, ensarilhou e dobou. Afinal, “Do Linhar ao Tear” tem esse objetivo - recuperar o ciclo do linho, reavivando a memória coletiva, dando a conhecer os processos tradicionais da cultura, desde a sua plantação até à tecelagem e “utilizar esta componente agrícola, estas tradições e este património para chamar turistas de qualidade, que valorizem, que queiram aprender”.
CASA DO PAÇO DE VILAR DE PERDIZES “ESTÓRIAS” DESCONHECIDAS
II I Jarretas de Vilar, Quem tem amores não dorme... Escorna-cruzes de Solveira, Se os não tem, não tem paria; Arriateiros de Santo André Que fará quem tem os seus, E cucos da Ponteira. Entre os mouros de Caria?!... Deram-me de comer, E deitaram-me na eira.
III Machos e fadistas, Levam a vida a zurrar, Todos são contrabandistas, IV Nos três bairros de Vilar. Homem de Vilar, E besta muar, Sempre têm coices a dar.
Já se imaginou a ser transportado para outra dimensão temporal? É exactamente o que se sente ao entrar no Paço de Vilar de Perdizes com as suas paredes de granito da região, os traços de arquitectura barroca, o chão de madeira, original do século XVIII, ou a colecção de oito tectos artesoados, únicos em Portugal. A instituição aqui do morgadio dos Sousas no século XVI — possivelmente “a única comenda papal em Portugal”, como conta Alexandre Moniz de Bettencourt, proprietário do espaço e descendente de António de Sousa Pereira Coutinho, último morgado de Vilar de Perdizes — é já o reconhecimento pelo Papa Paulo VI do trabalho de assistência aos romeiros de Santiago na rota de peregrinação que liga Chaves à Galiza. Em 1551, no senhorio dos Sousas, o abade António de Sousa, fidalgo da Casa do Duque de Bragança, constrói o Hospital de Santa Cruz, juntando-lhe uma capela e uma botica, para albergar os peregrinos pobres de Santiago e dar-lhes a necessária assistência. Quatro anos depois, a bula do papa confirmava a instituição do hospital, concedendo aos Sousas a comenda prepétua de São Miguel de Vilar de Perdizes e o morgadio. A aldeia nortenha de Vilar de Perdizes “era um lugar de passagem fácil, quando o Tâmega estava intransponível no Inverno, por estar pegada com a Galiza”, conta enquanto bebe um chá num café da aldeia o padre António Fontes, organizador do famoso Congresso de Medicina Popular e também do Congresso Luso-Galaico Trás-os-Montes nos Caminhos de Santiago. “Esta era uma das hipóteses de passagem da Via da Prata”, um dos caminhos de Santiago, explica o padre. Mas voltemos à nossa visita ao solar. À entrada do paço, surge a botica (farmácia) e a Casa da Guarda em ruínas. A capela, com um altar em talha dourada no interior, ameaça cair. Mais perto da casa, o hospital, “agazalho dos romeiros de Santiago” lê-se gravado na pedra, está igualmente em ruínas. Aí, onde já houve nove a doze camas para os peregrinos, vê-se ainda uma janela, que noutros tempos deu para outra capela, hoje desaparecida, através da qual os acamados podiam assistir à missa. Mas além da vertente religiosa, o Paço de Vilar de Perdizes tinha também uma função militar e devia estar ao serviço do rei. Por isso mesmo, sofreu vários ataques militares estrangeiros, três dos quais destrutivos. O último, em 1708, deixou-o praticamente em ruínas, o que deu azo a um processo de reconstrução no século XVIII. As paredes, no entanto, mantêm-se as originais do século XVI. O monumento está novamente em risco, mas desta vez por motivos estruturais e foi pré-seleccionado para o programa “Os 7 sítios mais ameaçados” da Europa Nostra . Construído de raiz sobre “uma muralha que é um aterro”, onde apenas uma parte está assente “em terreno firme”, o Paço de Vilar de Perdizes está com problemas de estabilidade, explica Moniz de Bettencourt. Como consequência, a casa-mãe já sofreu um deslize, houve um muro que ruiu e a capela corre também o risco de ir ao chão. No interior e exterior do templo, já são visíveis as pedras desligadas e entrar na capela é agora pouco seguro. Não intervencionar o solar da família não é uma hipótese. “Não pode ser, de maneira nenhuma”, diz Moniz de Bettencourt, que realça a importância que este marco tem para a Europa, porque “Vilar de Perdizes é muito importante no caminho de Santiago”, um património europeu comum. Já em 2004, a família tinha feito um projecto para recuperar os anexos da casa e reactivar o caminho de Santiago. A ideia mantém-se, conta o proprietário, que esclarece que o objectivo não é abrir a casa permanentemente, por ser uma residência da família, mas dar uso aos anexos: voltar a abrir a capela, fazer da Casa da Guarda um centro de interpretação e criar um espaço museológico com o hospital e a botica, com a particularidade de esta vender “mezinhas”, explorando as tradições da comunidade local, tão conhecida pelo Congresso de Medicina Popular. David Ferreira, técnico da Direcção Regional de Cultura do Norte, reconhece que é muito importante reactivar o caminho e lembra que “o paço está classificado como monumento de interesse público” desde 2011: “Tudo o que seja atrair visitantes é bom. Quem faz o caminho de Santiago são pessoas sensíveis em relação ao património cultural e natural e podem-lhe fazer boa publicidade.” O técnico sublinha que, em articulação com o turismo e os municípios, se tem vindo a reestruturar este tipo de rotas e os monumentos que lhe estão associados. Em Barroso, isso articula-se com uma paisagem muito bonita e com uma oferta gastronómica.
COMUNIDADES 1- UM TESTEMUNHO NA PRIMEIRA PESSOA Chamo-me José de Moura, sou de Gralhas e já passei a casa dos 70 anos de idade em Maio passado!... Em tempos, em 1964, resolvi ir prá França. Era inverno e lembro-me bem que foi num 23 de Fevereiro que parti. Fui daqui para Montalegre a pé. Saímos dali em direcção a Soutelinho da Raia sempre a pé. Em Soutelinho da Raia estivemos até à meia-noite numas terras, metidos no meio de umas silvas agachados, na fronteira. Dali seguimos, fomos ali para um povo espanhol que nos meteram num palheiro, estivemos lá o resto da noite sem comer nada. O resto da noite, e o outro dia todo até á noite. Chovia muito e não podíamos sair. De dia comemos, uma vez, mas ao menos comemos. Ao escurecer saímos, passamos lá num riozito que tinha só uma trave para passarmos. Passamos todos na trave, onde dali já íamos 44 homens, com dois passadores. Passamos aquele rio, fomos por cima de Verin, onde havia uma floresta, os pinheiros ainda eram pequenos, meteram-nos lá no meio da floresta, chegou-nos uma notícia que estávamos denunciados. Estivemos lá todo o dia, amanheceu estivemos lá todo o dia e toda a noite e para o outro dia todo o dia. Comer nada, ninguém foi prender-nos, ninguém nos apareceu. Nós não nos podíamos pôr de pé, sequer, porque ao pôr-nos de pé viam-nos de Verin, viam-nos de frente, de todos os lados, não tivemos outro sítio melhor onde nos esconder.
EMIGRAÇÃO NA DÉCADA DE 60 | O «SALTO»
Nos anos sessenta, milhares de portugueses emigraram para França "a salto", assim se chamava a viagem clandestina dos que procuravam um novo destino. Propomos, não uma viagem acidentada como a dessa época, mas conhecê-la através destes relatos… que nos servíamos. Andámos sem destino, o camião andou sempre. Frio, fome e tudo que era de ruim. Fomos lá a um povo espanhol, passado de Ourense, lá num sei por onde era, a gente num via era de noite dentro de um camião fechado, tanto valia ser de noite como de dia. Parou o camião, abriram-nos a porta de trás entra um homem dentro do camião: - "Fora, fora, fora" - botaram-nos todos para fora do camião aos tombos e já estava outro fora - "Vinde atrás de mim".
"Tiroteio no túnel" Seguimos numas escadas de uma igreja, uma igreja à volta de uma povoação, um escadario alto, chegamos à coroa, pulamos o muro para fora, meteram-nos numa linha de comboio antiga, já desabitada. Entrámos num túnel, estava cheio de ervas, codeços, silvas, aquilo não era transitado. Assim que entrámos dentro da linha, os tiros de trás de nós pelo túnel dentro, uns de trás e outros da frente, era só tiros não se ouvia outra coisa. Era só fogo, quando o passador nos disse: - "Tudo para terra" - nós deitamo-nos, e - "Fiquem quietos. Até segunda ordem ninguém se mexa". O fogo parou, os passadores foram falar com quem dava o fogo, os polícias ou lá com quem foi, estivemos ali umas duas ou três horas de noite, frio, chuva, tudo, fome. Dali, desde que parou o fogo, por um bocado veio então um passador e disse assim: - "De pé e acompanhem" - toca a acompanhar todos atrás dele.
"Nós íamos mal, começamos a gritar" Fomos um pedaço grande, já era quase dia, fomos para a estrada estava uma carrinha pequena aberta. Éramos 44 homens, nem dez lá cabiam, mas tivemos que caber todos, era a subir na estrada. A carrinha não podia connosco, nós íamos mal começamos a gritar. Um colega meu, que já morreu, começou às vergastadas com o guarda - chuva em cima da cabine do carro para o chofer parar. O chofer desde que viu que a coisa era a mais parou - "Se não quereis seguir desceide e fugi, fugi para aquela corga". Nós não podíamos ir no carro, fugimos todos do carro e metemo-nos numa corga, onde encontrámos um lameiro, não podíamos ir de pé, tínhamos que ir aos tombos de encosta. Depois destas misérias, já estava “repeso” de me ter metido naquilo, mas já tinha pago ao passador “14 contos" - o valor de "uma junta de vacas" - pela viagem que tinha negociado comigo de forma secreta porque "nas aldeias as denúncias eram muitas, inclusivamente no meio das famílias". Depois disto, lá arranjaram uma camioneta de gado que nos levou até Vitória, no País Basco, tendo depois gasto "oito, nove dias" para atravessar as montanhas outra vez a pé, num "inverno terrível", com "30 centímetros de neve nos Pirinéus". "Era o medo, o frio e ao mesmo tempo, digamos, a fome. Os passadores davam à gente um bocadinho de chocolate, um bocadinho de pão e a gente bebia água nos rios. Nós passámos dois ou três dias na montanha numa corte abandonada, tivemos que queimar as tábuas que estavam lá para pôr a palha porque havia um frio terrível“. O "momento de felicidade" foi num outro dia, quando vimos um rebanho de ovelhas que permitiu ao grupo aconchegar-se no calor dos animais. Ao fim de 13 dias com tombos aqui e tombos ali, de carro umas vezes e a pé outras, la acabamos por chegar todos ao destino onde já tínhamos amigos à nossa espera. Nem me quero lembrar desse tempo.
"Não cabíamos, fomos a cavalo uns dos outros"
2- HENDAIA, CIDADE SIMBÓLICA DA EMIGRAÇÃO PORTUGUESA
Como José de Moura, foram milhares os portugueses que, entre finais dos anos 50 e início dos anos 70, passaram "a salto" as fronteiras para chegar a França, recorrendo a passadores para os guiarem, a depositários para guardarem o dinheiro da viagem, a transportadores e a angariadores de pessoas desejosas de emigrar, "uma rede enorme“. A cidade de Hendaia, na fronteira franco-espanhola, concentra três dos "seis locais simbólicos da história da emigração em França": estação de comboios, ponte de Santiago e estrada Nacional 10. Em Hendaia havia três pontos essenciais: a estação de caminhos-de-ferro, a fronteira da Bidassoa - que é o rio - e a Estrada Nacional 10. Dos seis locais simbólicos da história da emigração em França, três são aqui. Os outros eram a estação de Bordéus, a estação dos caminhos-deferro de Austerlitz e o bairro de lata de Champigny. Foi por estes espaços que passaram "três milhões de portugueses", que hoje os historiadores caracterizam como uma fronteira não só entre França e Portugal mas também "entre Portugal e quase toda a Europa". Era a fronteira da liberdade, a fronteira da paz para fazer as nossas necessidades tínhamos um milhões de portugueses que foram de Portugal para os diferentes países da Europa. Primeiramente a buraquinho redondo no fundo do camião e era ali França, depois a Inglaterra, e por último a Alemanha, a Bélgica, a Suíça e o Luxemburgo. À noite escureceu, vai lá um homem chamar-nos: "Vinde depressa para a estrada, vinde atrás de mim", um passador. Fomos todos de gatas à estrada. Chegamos à estrada estava lá um camião de marcha atrás encostado a uma barreira com a porta de trás aberta, um camião de gado fechado. Entrámos todos para dentro, uns a cavalo dos outros, aos empurrões. Meteram-nos dentro daquele camião. Comer nada. Não cabíamos, fomos a cavalo uns dos outros. Andámos, andámos, sem saber para onde nos levar. De noite, quando era que a gente precisava de
COMUNIDADES
A POESIA VINDA DA AMÉRICA Por: Fernando Botelho Gomes (Cabasso)
Por: Marie Oliveira|Paris
LE PLAN SECRET DE MACRON QUI VA SUPPRIMER ENVIRON 30 000 POSTES D`INFIRMIÈRES
I- Tenho a mania das quadras / Que vou escrevendo entretanto / Só as lê quem tem coragem / Quem nao tem mais que fazer / Ou paciência de Santo. II - Contando algumas historias / Que me marcaram na vida / Calça rota e pé descalço / E outras coisas que tal / Na minha infancia ja ida.
Le plan du régime Macron était tenu secret jusqu’à ce qu’il soit III- Percorri montes e vales / De ovelhas fui pastor / Terra minha dévoilé par la fédération FO de la pouco me deste / A nao ser meu proprio ser / Mas por quem tenho Santé. Macron veut diminuer entre tanto amor!. 2018 et 2020 de 1,2 milliard IV- Nadei em charcos de rios / De água fria e cristalina / Escalei d’euros la masse salariale des fragas e arvoredos / Pão c'o diabo amassou / Fui comendo durante a hôpitaux publics. Le plan de suppression de l’équivalent de 30 vida. 000 infirmières et infirmiers est V- Um pouco da minha história / São estas as minhas raizes / Pão détaillé par une note de la centeio pra 8 dias / Carne gorda e agua d'unto / Mas mesmo assim Direction générale de l’offre de tao felizes. soins (DGOS), un service du ministère des Solidarités et de la Santé. Le document, publié sur le site d’information spécialisé Hospimedia, détaille un plan de VI- Calabouco da GNR / Com 10 aninhos d'idade / Por causa de suppression de postes de 1,2 milliard d’euros prélevés sur la masse salariale des contrabando / Que a todos favorecia / Incluindo a autoridade. hôpitaux publics pour la période 2018-2022. Cela revient à licencier près de une ou VII- Mobilizado pra guerra / Sem de guerra nada saber / Nem me un infirmier dans chacune des communes de France. Contrairement à la com’ du ensinaram a matar / Nem a defender sequer / Nunca aprendi a ministère de la santé, en 2018 l’objectif du gouvernement est de réduire de près de matar / Mas aprendi a não morrer. 1 milliard d’euros le budget des hôpitaux publics tout en diminuant de 600 millions d’euros les dépenses de santé remboursées pour les français. Il est intéressant pour VIII- Muitos que sorte tal não tiveram / Foram mortos ou mutilados / chaque travailleur de mettre en perspective ces chiffres : Numa guerra agora injusta / Vista p'la revoluçao dos cravos / . avec l’objectif de réduction du déficit public imposé par l’Euro d’une part Ah...tantos herois injustiçados. . l’objectif d’augmentation des dépenses militaires imposées par l’Union ... Européenne et l’OTAN d’autre part : illustrant ce slogan lancé par le PRCF dans les manifs du 1er mai “il y a toujours des milliards pour les guerres mais jamais pour les enviados para território francês. “Eu começo em 1916. Pensa-se muito nos 50 mil soldados portugueses que foram combater em França, mas em infirmières”. 1916 quando Portugal começou a desenvolver esforços para entrar no . mais également les cadeaux fiscaux fait aux millionnaires et milliardaires avec la conflito os franceses pediram mão-de-obra”, recorda o historiador. quasi suppression de l’ISF ( 4 milliards d’euros) No conjunto das negociações sobre a entrada de Portugal no conflito . ou encore la contribution nette de la France à l’Union Européenne, en Lisboa aceitou um Acordo de Mão-de-Obra, “a contragosto”, e o envio de augmentation de 1,5 milliards d’euros en 2017, qui s’élève à 20 milliards d’euros… entre a 15 a 20 mil operários com contratos de seis meses, sobretudo . et avec les 47 milliards d’euros de dividendes versés aux actionnaires du CAC40, les para fábricas. “Consegui encontrar cartas, fotografias desse período que plus grosses entreprises françaises cotées en Bourse, en 2017 foi o início da emigração portuguesa em França. Os portugueses nessa De l’argent pour la santé, pour nos hôpitaux, il y en a. Aux travailleurs de se altura iam para o Brasil ou para a Venezuela. A França não era vista como mobiliser pour le récupérer. Car cette richesse, c’est la leur, ils sont les seuls à la um país de emigração”, afirma o historiador. O investigador destaca também que nos anos 1920 mais de 75 mil portugueses foram para produire.
HISTÓRIA DA EMIGRAÇÃO EM FRANÇA DESTACA ENVIO DE TRABALHADORES E XENOFOBIA Os emigrantes portugueses em França foram alvo de xenofobia durante os anos 1930 sendo que milhares foram despedidos dos locais de trabalho, expulsos e impedidos de regressar, disse à Lusa o historiador Victor Pereira. “Temos aquela ideia dos portugueses integrados na sociedade francesa. Mas os portugueses foram das principais vítimas da xenofobia dos anos 1930, tal como os polacos, espanhóis ou italianos. Nessa época, devido à crise não havia trabalho, muitos foram expulsos e muitos não conseguiam papéis e não puderam voltar a território francês”, disse à Lusa Victor Pereira. O investigador da Universidade de Pau et des Pays de l’Adour, em França, autor do livro “A Ditadura de Salazar e a Emigração” está a preparar um novo livro sobre a História da emigração portuguesa em França. A nova investigação que começa na Primeira Guerra Mundial e que se prolonga até à atualidade deve estar concluída no final de 2018 e vai ser publicada em França. O novo livro é “uma tentativa de síntese” sobre a emigração portuguesa em França, da Primeira Guerra Mundial até aos nossos dias e que realça as consequências do Acordo de Trabalho firmado entre Lisboa e Paris no mesmo ano em que os militares portugueses são
França – a maior parte homens oriundos do norte de Portugal – e que encontram emprego na construção civil em cidades como Rans, destruída durante a Grande Guerra, e em Paris. “Estou a dedicar-me muito aos dados de 1920 e 1930 porque há ainda pouca investigação sobre esse período em que os portugueses se começam a fixar nos bairros de lata, na periferia de Paris”, explica o historiador que está a consultar novas fontes nos dois países assim como tenta recolher fotografias da época e a registar memórias na primeira pessoa. “Eu tenho, por exemplo, depoimentos de uma lusodescendente de 88 anos, filha de um desses trabalhadores portugueses que emigraram para França nesse período”, refere. Segundo o historiador, em 1931 havia 49 mil portugueses em França, mas em 1936 o número desce para 28 mil devido à crise e ao desemprego e às consequências da xenofobia contra os trabalhadores estrangeiros. “Quando chega a crise, a Administração francesa não distingue os portugueses e muitos deles não conseguem ficar em França por falta de trabalho”, frisa. Entre outros aspetos, a nova investigação de Victor Pereira investiga também a presença de portugueses pelo campo de concentração de Gurs, em 1941 e 1942, perto da cidade de Pau. O campo tinha sido instalado para “acolher” parte de membros das Brigadas Internacionais que apoiaram os republicanos durante a Guerra Civil de Espanha (1936-1939) e que se refugiaram em França após a vitória das forças franquistas.O historiador consultou para o efeito muitas das cartas que os prisioneiros portugueses enviavam para Portugal, mas que eram aprendidas pela polícia política do Estado Novo a PIDE-DGS.
ESPECIAL–ENTREVISTA
JOÃO OLIVEIRA: "Centeno aceita os mesmos critérios que Vítor Gaspar"
JOÃO OLIVEIRA-DEPUTADO DO PCP
Sem "ilusões" quanto ao PS, o líder parlamentar comunista defende que o executivo de António Costa só se diferencia de anteriores governos socialistas por estar condicionado à esquerda. Os acordos firmados na passada semana entre o governo e o PSD são uma traição aos acordos feitos à esquerda? É uma opção que o PS faz de convergência com o PSD. O que ficou claro desde o início nesta solução política [à esquerda] é que cada partido mantinha a sua independência, a sua autonomia de ação, portanto não há amarras entre ninguém. O PS faz as suas opções. Tem feito, infelizmente, frequentes opções de convergência com o PSD e CDS, em prejuízo do país e do povo português. O PCP veio dizer, em comunicado, que essa convergência "constitui uma ameaça ao desenvolvimento, ao progresso e à soberania nacional". É uma crítica violenta. Não é a crítica que é violenta, a convergência entre o PS e o PSD é que é violentamente contra os interesses nacionais. A opção que o PS faz em entender-se com o PSD em relação à transferência de competências e aos fundos comunitários traduz um entendimento que compromete não apenas os avanços e conquistas que têm sido alcançados e que deviam ser levados mais longe, como apontam para um caminho que não é de soberania, é uma posição de submissão às imposições da União Europeia (UE). O que é verdadeiramente violento é o resultado desta convergência. O PCP também apontou a "ostensiva visibilidade e notoriedade que se decidiu atribuir" a estes acordos. Foi uma provocação? Quando está em causa um acordo com aquele conteúdo, com aquele significado tão negativo para o país, e o PS entende dar-lhe todo esse destaque, naturalmente que isso é sinal da importância grande que é dada a algo que vai prejudicar o país. Isso tem um peso e uma posição política associada.
O PCP diz, sobre a descentralização, que representa um passo na reconfiguração do Estado "ao arrepio da Constituição". Admite recorrer para o Tribunal Constitucional dos diplomas que forem aprovados nesta matéria? O conteúdo daqueles acordos põe em causa aquilo que resulta da nossa Constituição relativamente a questões essenciais como os direitos sociais. A lógica de transferência para as autarquias em matérias como a Saúde, a Segurança Social ou a Educação é um passo no sentido de pôr em causa a universalidade desses direitos. No dia em que os cidadãos estiverem dependentes, para aceder à Saúde, que as suas autarquias tenham ou não meios para cumprir as competências que lhes foram transferidas pelo.
governo já não estaremos a falar de direitos universais. Estaremos a falar de direitos condicionados pelas 308 circunstâncias dos 308 municípios do país. Isso é um passo muito significativo na liquidação do caráter universal de direitos essenciais. Admite pedir a apreciação da constitucionalidade dos diplomas? O recurso ao Tribunal Constitucional é feito em função de um texto legislativo em concreto. Será em função disso que tomaremos o nosso posicionamento. É uma possibilidade? É uma possibilidade que existe em relação a todos os textos legislativos. Alguns pontos de divergência com o PS nos últimos tempos: leis laborais, Catalunha, Síria, Programa de Estabilidade (PE), descentralização, fundos europeus. Ainda há alguma coisa em que o PS e o PCP se entendam? Isso tem sido um processo de confronto com aquilo que a realidade nos tem trazido. Não é um drama. Os partidos não estão amarrados uns aos outros, cada um faz as opções que entende. Algumas vezes o PS tem convergido connosco e têm-se verificado avanços. Noutros aspetos, havendo divergência, são problemas que ficam por resolver
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Mas concorda que tem havido um crescendo de desencontros? O PS faz as suas opções em função dos seus compromissos e prioridades. Há elementos de divergência, entre nós e o PS, que infelizmente têm atrás de si, cada um deles, uma limitação, um problema que não foi resolvido ou um posicionamento que não foi assumido como devia. Mas isso tem acontecido desde o início da legislatura. O PCP há muito que fala num "estreitar do caminho". A legislatura chegou agora a esse ponto? Esse elemento fomo-lo identificando a partir das opções em concreto que o PS ia fazendo, daquilo que nos parecia uma contradição nos termos, ou seja, querer por um lado agradar à UE, concentrar toda a prioridade na redução do défice e da dívida, e ao mesmo tempo dizer que se iam encontrando soluções para os problemas. Percebemos que não é assim e que o caminho dos avanços se ia estreitando à medida que as imposições da UE iam sendo assumidas pelo governo numa expressão cada vez maior. Um exemplo: as longas carreiras contributivas. O governo assumiu um compromisso, mas as medidas de 2017 não apareceram no mês em que deviam, só em outubro, e até agora não houve medida nenhuma em relação à segunda fase, que devia ter entrado em vigor em janeiro deste ano. O governo aponta agora para janeiro de 2019. No conjunto de justificações que apresenta estão lá muito presentes as limitações impostas pela UE. Isso significa a confirmação desse elemento com o qual não nos identificamos: quanto mais o PS procura adaptar as suas opções e ação política às imposições feitas pela UE, mais estreito vai sendo o caminho para se poder avançar. (Continua na página seguinte)
JOÃO OLIVEIRA: " Só para quem tivesse ilusões ESPECIAL–ENTREVISTA relativamente à capacidade do PCP determinar tudo. Temos 15 JOÃO OLIVEIRA-DEPUTADO DO PCP
(Continuação) E isso não significa que a posição do PCP fica mais enfraquecida no quadro destes acordos que foram feitos? Só para quem tivesse ilusões relativamente à capacidade do PCP determinar tudo. Temos 15 deputados em 230, o PS tem 86, a força das circunstâncias não permite que os nossos 15 deputados valham mais do que os 86 do PS. Isso significa que o PS decide tudo? Não, porque também está limitado pelos nossos deputados. Um exemplo: o PS sempre recusou aumentos reais do valor das pensões, não ficou nada escrito na posição conjunta porque o PS se recusava a isso. Mas, confrontado com a insistência do PCP e a luta dos reformados foi obrigado a fazer um primeiro e um segundo aumento.
E será obrigado a fazer um terceiro? Continuamos a considerar que a perspetiva de aumento de salários e pensões não se pode perder de vista, e falamos numa perspetiva generalizada e não apenas para determinadas fatias da sociedade. A questão do salário mínimo nacional é um elemento imprescindível, mas não é o único. O aumento dos salários na função pública tem de ser um aspeto a considerar, não apenas para corresponder aos interesses da função pública, que há 10 anos não tem salários aumentados, mas também pelo reflexo no setor privado. Centeno não parece muito recetivo... Discuti-lo-emos no quadro decisivo que é o da discussão do OE, quer em relação aos salários, quer em relação às pensões. O PCP continuará a bater-se para que o poder de compra dos reformados e pensionistas aumente por via de um aumento das pensões. O PCP tem insistido que a discussão do PE não é a discussão do Orçamento do Estado. Mas essa discussão não está já condicionada? O Programa de Estabilidade do ano passado não previa aumentos de pensões, nem medidas para o IRS como as que foram tomadas e a verdade é que o OE as veio a decidir. O PE não decide nada, não condiciona nada. Da parte do PCP, não nos condiciona. Isso quer dizer que o PCP vai ignorar os números que Centeno inscreveu no PE? O que vamos fazer em relação à próxima discussão do OE é o mesmo que temos feito. Não damos por garantida nem a aprovação nem a rejeição, com a noção de que aquilo que para nós é critério e prioridade não pode ser limitado pelas prioridades que o governo entende apresentar perante Bruxelas. Vai ser uma negociação particularmente difícil, a deste OE? Não sou capaz de fazer um juízo de prognose relativamente a isso. Naturalmente, a cada orçamento que passa há elementos de maior peso, é preciso considerar qual é o caminho a fazer relativamente ao aprofundamento das medidas. Desse ponto de vista cada OE vai sendo mais difícil.
deputados em 230, o PS tem 86 " O PCP não corre o risco de estar com com um pé dentro e outro fora? Não. O nosso posicionamento foi sempre muito claro: os nossos votos e as nossas forças contam para tudo aquilo que é positivo e para contrariar tudo o que é negativo. Em algumas circunstâncias tem sido um posicionamento decisivo. Podemos decidir tudo? Não, não podemos, com a força que temos não estamos em condições disso, mas garantimos que tudo o que for positivo tem a nossa força para que avance. Não há apoios ao governo em abstrato, não há apoios à política do governo, há um compromisso de apoiar o que é positivo e recusar o que é negativo. A clareza com que os portugueses podem olhar para a situação política e confirmar que é assim é maior do que no início da legislatura. Difícil é constatarmos que havia condições para avançar e não se avança porque o PS não quer, em matéria de legislação laboral, contratação coletiva, combate à precariedade, horários de trabalho... O seu discurso pode ser resumido a "não temos ilusões com o PS". Não temos ilusões quanto ao posicionamento do PS e temos a noção exata que é o desenvolvimento da luta que faz alterar as opções que o PS faz. A luta dos trabalhadores e do povo foi decisivo para tudo o que está a ser reposto. Isso quer dizer que o PCP está a contar com essa luta para fazer valer as suas posições no OE 2019? Quer dizer que a luta que se travou, principalmente a luta contra os cortes, foi decisiva para travar tanto quanto possível a ofensiva que estava a ser feita, mas também para fixar objetivos políticos que teriam de ser . correspondidos. Isso aconteceu no passado e tem de continuar a acontecer. Há parecenças entre Vítor Gaspar e Mário Centeno? A lógica da fulanização não é uma lógica que perfilhemos. No fundamental, aquilo que releva são as opções políticas. Em muitas circunstâncias Mário Centeno aceita os mesmos critérios que aceitava Vítor Gaspar, nomeadamente quando falamos do Programa de Estabilidade, há uma coincidência na submissão às posições da UE. Essas coincidências são negativas, ainda que num quadro diferente, em que o governo está condicionado pela Assembleia da República e em particular pela força que o PCP tem tido para impor outro sentido [às políticas].
Ou seja, Centeno é parecido com Gaspar e só não é igual porque não o deixam. O que digo é que este governo do PS é igual a outros governos do PS, com a grande diferença de que este está condicionado como os outros não estiveram. Mas isso não é aplicável só ao Ministro das Finanças, é aplicado ao governo integralmente. Este governo do PS toma medidas que outros governos não tomaram, não porque seja diferente dos outros governos PS , mas porque está condicionado como outros não estiveram. Ou seja, não estando condicionado... Não temos ilusões em relação a isso. In: Diário de Noticias
POLITICA NACIONAL PARABÉNS PORTUGAL, PELOS 839 ANOS Foi a 23 de Maio de 1179, que a Igreja Católica reconheceu Portugal como reino independente através da bula "Manifestis Probatum" e oficializou a sua soberania.
PROVEDORA DE JUSTIÇA:Lei do financiamento dos Partidos viola a Constituição A Provedora de Justiça diz que a “Lei do Financiamento dos Partidos viola a Constituição quanto à isenção do IVA e que as candidaturas apresentadas a eleições por Grupos de Cidadãos devem ter o mesmo tratamento das dos Partidos”.
Numa recomendação enviada ao Presidente da Assembleia da República no início deste mês, Maria Lúcia Amaral defende que a isenção de Imposto Sobre o Valor Acrescentado – IVA - aplicada aos Partidos deve ser alargada às candidaturas de Grupos de Cidadãos ou então, para eliminar a desigualdade, deve ser eliminada para os Partidos. A desigualdade económica resultante da isenção do pagamento do IVA apenas no caso das candidaturas autárquicas partidárias "configura situação lesiva da igualdade de oportunidades para candidaturas admitidas pelo texto constitucional em paridade", escreve a Provedora de Justiça. Maria Lúcia Amaral recorda ainda que a Provedoria já tinha feito anteriormente uma recomendação no mesmo sentido, que não foi acolhida pelos deputados. Sobre o voto de portugueses residentes no estrangeiro, recorda as queixas que tem recebido e defende a simplificação das leis eleitorais. No texto da recomendação, Maria Lúcia Amaral recomenda ainda a uniformização Foi precisamente neste dia do ano de 1179, que o Papa Alexandre III emitiu o da legislação eleitoral, actualmente dispersa, o que "tende a documento que oficializou a fundação de Portugal, não como território ou promover a coexistência, no âmbito das diversas leis eleitorais, de condado, mas como reino e nação. A bula Manifestis Probatum confirmou D. soluções legais diferenciadas para a mesma realidade". Afonso Henriques com rei de Portugal, uma nação independente de Reino de Leão, colocou o novo reino sob protecção directa papal e reconheceu a MARCELO QUER O ORÇAMENTO APROVADO validade do Tratado de Zamora. Foi a primeira vez que a Santa Fé reconhecia o SEJA À ESQUERDA OU À DIREITA reino de Portugal, legitimando desta forma a sua instituição, e concedendo o Segundo o Presidente da República, se não houver OE para 2019 título de rei a D. Afonso Henriques -nesta altura já perto dos 70 anos de idade. aprovado, coloca-se um problema complicado: “seria o reinício do Desta forma, Portugal tornou-se num dos países mais antigos da Europa - não processo orçamental e provavelmente aí teria de se pensar duas vezes há confirmação histórica de que é o mais antigo do continente, embora se sobre se faz sentido não antecipar as eleições”. É “fundamental para o desconfie de tal - e um dos primeiros a definir as suas fronteiras país que haja um Orçamento de Estado aprovado, de modo a entrar definitivamente. em vigor a 1 de janeiro de 2019”, quer este seja viabilizado pelos Qual era a importância da legitimação papal?!... Partidos da esquerda que apoiam o Governo de António Costa ou Embora seja possível teorizar que Portugal já era um reino independente graças à abstenção do PSD, diz Marcelo Rebelo de Sousa. Segundo o depois da assinatura do Tratado de Zamora, o reconhecimento da Igreja era a Presidente, sem a aprovação do OE para 2019, o país estará perante única forma de legitimação possível na época – e a única que importava. O um problema complicado: “seria o reinício do processo orçamental e Tratado de 1143, assinado pelo rei Afonso VII de Leão e Castela, reconheceu de provavelmente aí teria de se pensar duas vezes sobre se faz sentido facto a nação como reino independente e D. Afonso Henriques como seu não antecipar as eleições”, avisa. legítimo rei, embora o tivesse feito por motivos de interesse próprio: o rei Afonso VII intitulava-se como imperador (um cargo não reconhecido pela igreja) e via a atribuição honrosa do título de rei a D. Afonso Henriques (seu primo directo) como uma forma de se elevar a si mesmo e de obter prestígio. D. Afonso Henriques, embora reconhecesse a importância prática do Tratado, sabia que este não serviria de muito sem o reconhecimento da autoridade papal. Este foi um dos motivos pelo qual o futuro rei decidiu prestar vassalagem à Santa Fé e encetou um plano diplomático a longo prazo para tornar Portugal um reino independente e soberano aos olhos dos outros reinos da Europa e, finalmente, aos olhos da Igreja Católica. Desde o Tratado de Zamora até à emissão da bula passaram-se 36 longos anos, durante os quais o rei D. Afonso Henriques reuniu todos os seus esforços para tornar Portugal um reino autónomo e soberano. Este processo foi, contudo, lento devido à conjuntura política e religiosa da época. Por um lado, a independência de Portugal não era Tendo em conta que 2019 será um ano eleitoral, a negociação do OE naturalmente do interesse do rei de Castela e Leão, uma situação que só para o próximo ano vai ser, é claro, “mais complexa” do que em mudou depois da morte do rei Afonso VII e a separação destes dois reinos em 2017. “É que é inevitável estar presente na cabeça de quem vai votar 1157. Por outro lado, tal como já foi mencionado, a autoridade da Igreja esteve que é o Orçamento do ano eleitoral. Continuo a considerar enfraquecida durante o século XII e só reconquistou o seu estatuto com o Papa fundamental que o OE seja aprovado. E é tão fundamental para mim Alexandre III. A vontade pela independência enquanto reino transformou-se que uma não aprovação do OE me levaria a pensar duas vezes sempre na principal luta de D. Afonso Henriques. Não foi um processo fácil nem relativamente ao que considero essencial para o país, que é que a curto, e houve vários momentos que contribuíram para a soberania do reino. legislatura seja cumprida até ao fim.”
POLITICA NACIONAL ANTÓNIO COSTA REELEITO PARA A LIDERANÇA SOCIALISTA
22.º CONGRESSO PEDRO NUNO SANTOS|O HOMEM DO MOMENTO BREVE RESUMO DAS DIVERSAS INTERVENÇÕES
António Costa foi reeleito para a liderança socialista!... De acordo com os resultados apurados pela Comissão Organizadora do Congresso, António Costa obteve 96% dos votos enquanto Daniel Adrião conseguiu apenas 4%. Para o Departamento Nacional das Mulheres Socialistas, Elza País obteve 90% dos votos. Conhecidos estes resultados, numa curta declaração, António Costa agradeceu a forma tão expressiva como renovaram a confiança na sua liderança no Partido Socialista, a participação neste acto eleitoral e destacou a importância do debate no Congresso em torno dos quatro temas que serviram de base à sua candidatura, alterações climáticas, demografia, digitalização e desigualdades. António Costa dirigiu também “uma saudação muito especial” ao Daniel Adrião que com ele disputou estas eleições para o cargo de Secretário-geral do PS e também “a todos os delegados que foram eleitos e que lhes permitiu estarem presentes no Congresso”.
O GRANDE DERROTADO… Francisco de Assis, ainda jovem, começou a dar sinais de uma fulgurosa inteligência no seio do Partido Socialista!... Muito culto e motivado para a carreira política, começou por coordenar nos anos 80, o Conselho Consultivo para a Juventude, da Federação Distrital do Porto, onde (diz-se) realizou um trabalho de excelência. Mais tarde, foi Presidente da Câmara de Amarante, tendo capitalizado o entusiasmo de muitos socialistas, que não ficaram, nem podiam ficar, indiferentes com a sua capacidade intelectual e cultural. Terminado o mandato na Câmara de Amarante, Assis viu que tinha as portas abertas, numa carreira política que se advinhava de excelência. Era tudo o que desejava. Mais tarde já eleito Líder Parlamentar, apreciei a sua acção, muito embora muitas vezes ficasse com sérias dúvidas, sobre o seu posicionamento político. Um determinado dia, um grande Senhor da política nacional e do Partido Socialista, confirmou as minhas primeiras dúvidas. O que disse publicamente, exigiu reflexão, e talvez por isso, não me espantei tanto, quando se verificaram as primeiras reacções que espantaram muitos: Assis ambicionava liderar um PS que se abrisse a um Bloco Central, mas ele sabia que António Costa, seria sempre oposição a esse caminho para o Partido. Na campanha eleitoral de 2015, sentiu-se na rua que o PS perderia as eleições!... Havia preocupação em alguns e a solução noutros, que passaria por António Costa se demitir nessa noite e Assis voltar ao combate dentro do PS, ganhar a liderança e fazer o Bloco Central. Muitos socialistas estavam apreensivos com tal possibilidade, que obviamente significaria a “pasokisação” do PS a curto prazo, e vários manifestaram essa preocupação a quem de direito, tendo-lhes porém sido garantido, que o Secretário-Geral não se demitiria, fosse qual fosse o resultado. Depois das “contas feitas”, começa então a desmoronar-se o idealismo de Assis, que reagiu da forma como se sabe e é público. A intervalos, mais ou menos compassados, libertava o seu descontentamento para atingir a liderança de António Costa e desvalorizar o êxito do projeto "Geringonça" e da governação. Agora, antes do Congresso, ei-lo de novo a repetir a “dose” anti-geringonça em tudo que é comunicação social. Pese embora a inteligência que se lhe reconhece, certo é, que Assis ponderou mal o seu projecto e não soube ou não quis aceitar as evidências. Ficou naturalmente frustrado e refém de si próprio. A Moção apresentada ao Congresso por António Costa, em que reafirmou os valores da esquerda, da ética republicana, e na qual Assis não se revê de todo, teve o condão de fazer o resto. Daqui para a frente, prevejo que Assis, com o seu valor intelectual e cultural, procure patamares muito mais perto do seu pensamento político e ideológico. Deve fazê-lo a bem dele próprio!... Este não é seguramente o PS de Francisco Assis. A vida é assim!... Nada é para sempre. Assis nada tem a ver ideologicamente com o actual PS, mas tem o direito de procurar o seu espaço e deve fazê-lo.
Pedro Nuno Santos foi o homem consagrado no 22.º Congresso do PS como o putativo candidato a líder no futuro, pelo menos no que toca à intensidade de aplausos que recebeu no final da sua intervenção. O momento foi tão simbólico que terminou com um abraço a António Costa perante os delegados. Mas se Pedro Nuno Santos conseguiu marcar lugar na “pole position” para a sucessão no futuro, o que ficou claro ao longo das intervenções é que as suas posições estão longe de ser unânimes, já que foram vários os dirigentes que se distanciaram da tese de que o PS tem de manter a estratégia de alianças e renovar desde já a intenção de prosseguir os entendimentos com o BE e o PCP. Na sua intervenção, Pedro Nuno Santos foi frontal na defesa das suas posições: “é com a esquerda que se faz o Estado social”, que classificou como a “maior realização da humanidade política”, afirmando que o que defende “não é populismo, não é radicalismo, é ser socialista”. Na sua percepção do que deve ser o papel do Estado no desenvolvimento económico, Pedro Nuno fez questão de defender que o PS não foi criado “para representar a elite” e que “quem esteve na origem e criação” dos Partidos sociais-democratas foi o “povo”, formado hoje pelos que “trabalham 40 ou mais horas e ganham mal”. A sua estratégia de alianças foi secundada por dirigentes que lhe são próximos, como Duarte Cordeiro, segundo subscritor da sua moção, por Pedro Delgado Alves e até por Ana Gomes. Mas o maior apoio que recebeu foi a legitimação histórica que lhe foi oferecida por Manuel Alegre, o líder da ala esquerda do PS a quem sucede. Alegre foi cristalino a desejar o prolongamento dos acordos à esquerda. “Espero que continue a acontecer” - disse, advogando que a “viragem à direita representaria um risco de morte para o PS”. Chegando ao ponto de considerar que o “PS não deve ter medo de pedir a maioria absoluta”, Alegre sustentou que “se tal acontecer”, Costa “deve manter política de convergência”, argumentando que o “PS é um Partido democrático e não a ala esquerda do neo-liberalismo ou a bengala da direita”.
Autonomia estratégica - De forma menos veemente e por vezes até subtil, a demarcação das teses de Pedro Nuno Santos foi feita por alguns dirigentes não só em relação à política de alianças, mas também quanto ao papel do Estado. Augusto Santos Silva, que tem protagonizado a defesa da autonomia estratégica do PS, afirmou que não combate “nenhum socialista de nenhuma tendência”, mas “a direita”. E de forma peremptória garantiu: “Combato também todas as tentativas de retirar autonomia ao PS, de negar a natureza de espaço central, de diminuir a capacidade de afirmar-se como progressista e europeísta.” Coube a Francisco Assis o reafirmar frontal da sua oposição às alianças à esquerda. “Disse-o em nome da minha concepção do PS que sou contra esta solução. Acho que a solução é má”, e concluiu: “O PS deve governar sozinho com disponibilidade para falar à esquerda e à direita.”
POLITICA NACIONAL
PRESIDENTE DO PSD MARCOU PRESENÇA NA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS DO MOVIMENTO PELO INTERIOR
RUI RIO DEFENDE COMBATE À CORRUPÇÃO E À VIOLAÇÃO DO SEGREDO DE JUSTIÇA Líder do PSD pediu reunião com Joana Marques Vidal, mas ainda não recebeu resposta. E quer encontrar-se com Marcelo para falar da justiça Não é a primeira vez, nem será a última que Rui Rio se atira às violações do segredo de justiça como um dos grandes cancros da democracia portuguesa. No seu segundo dia do périplo dedicado à justiça, o líder do PSD voltou a falar do tema para dizer que as coisas não podem seguir como até aqui. “Se nós continuarmos nesta senda que temos vindo a ter com constantes violações do segredo de justiça, a denegrir as pessoas, a julgar as pessoas na praça pública, naturalmente que não é sustentável um regime democrático em que as coisas acontecem assim”, afirmou o Presidente dos sociais-democratas, depois de um encontro de quase três horas na sede da Polícia Judiciária com o ainda director, Almeida Rodrigues, e com aquele que irá suceder-lhe no cargo já neste mês de junho, Luís Neves. Já em 2015, Rio acusou a comunicação social de ter “uma quota de responsabilidade enorme” na “degradação do regime democrático” ao violar sistematicamente o segredo de justiça para fazer verdadeiros julgamentos públicos, algo que o agora líder do PSD considera “um crime brutal” e “completamente inaceitável”. “Se fizer um julgamento na praça pública através das primeiras páginas de um jornal está a calcar a liberdade e o direito das pessoas. Todos têm direito à presunção de inocência até prova em contrário”. A questão é fundamental para Rio, que a inclui entre as suas prioridades para a reforma da justiça porque, “ou há segredo de justiça ou não há; havendo, é para cumprir e por 10 milhões de portugueses. Não é para uns cumprirem e outros não”. Para Rio, garantir o segredo de justiça é tão importante como atacar “a chaga da corrupção”, que colocou ao mesmo nível no “contributo” do PSD “para que Portugal possa aspirar fazer uma reforma da justiça como os portugueses entendem que deve ser”, uma reforma profunda “que não é para ser feita por um” Partido, “é para ser feita por todos”. Sobre os temas, Rio adiantou que já solicitou uma reunião com a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, e com o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.
Rui Rio, Presidente do PSD, esteve na apresentação das propostas do Movimento pelo Interior, cuja actividade visa diminuir as diferenças existentes entre Interior e Litoral. Álvaro Amaro, um dos principais promotores do movimento, afirmou na sessão pública de apresentação, que “a coesão do território se faz com mais economia, mais emprego, em suma, mais pessoas”. O Presidente dos Autarcas Social Democratas e membro da Comissão Política Nacional do PSD, destacou que “este movimento nasceu para ajudar, de maneira livre, desinteressada, mas apaixonada por esta grande causa nacional”. Referiu ainda, que as 24 propostas resultaram de “muito diálogo, muita reflexão e muito trabalho”. O também coordenador do Conselho Estratégico Nacional (CEN) para a Reforma do Estado, Autonomias e Descentralização, sublinhou que se pretende “dar vida, estimular a mobilidade e fixar gente” nos territórios do Interior, uma bandeira do próprio PSD.
ANTÓNIO ARNAUT 1936-2018|UM EXEMPLO
PCP E BE CONDENAM VIOLÊNCIA NO DESPORTO
Contribuir para elevar a consciência de que o desporto é um direito que uma sociedade democrática deve realizar, e não um espaço para agitar animosidades, rivalidades e conflitos, deve ser inscrito como objectivo. A pedagogia do desporto, a começar no desporto escolar, e os valores a ele associados de solidariedade, de superação competitiva e de usufruto lúdico, deve estar no centro da acção política. O PCP condena por isso todas as manifestações de violência que se têm registado no campo desportivo, sublinhando que os acontecimentos recentes em torno do futebol, com as dinâmicas específicas que os envolvem, não são separáveis de expressões anti-democráticas como a conflitualidade gratuita, o populismo ou o incentivo ao ódio, mais amplamente disseminadas na sociedade. Por seu lado, o Bloco de Esquerda repudia todos os actos de violência no quadro desportivo, sendo particularmente graves os ataques de grupos organizados. A época de futebol de 2017-2018 foi marcada por vários episódios graves de violência e os recentes acontecimentos no Centro de Treinos do Sporting Clube de Portugal, em Alcochete, onde um grupo de cidadãos, de cara tapada, invadiram o recinto e agrediram a equipa de futebol profissional do clube, incluindo os elementos da equipa técnica, provocaram generalizada indignação. Estamos perante crimes premeditados e organizados que só podem merecer uma punição severa. Todos os factos devem ser apurados e exige-se tolerância zero para com os agressores.
António Arnaut morreu com 82 anos!...Foi advogado, um dos fundadores do PS e Presidente honorário do Partido. A ele se deve a criação do Serviço Nacional de Saúde que lançou em 1979, quando era Ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional (PS+CDS). Arnaut foi sucessivamente autarca em Penela, dirigente da Ordem dos Advogados, deputado à Constituinte, deputado à Assembleia da República, vogal do Conselho Superior da Magistratura, Grão-Mestre da Maçonaria entre 2002 e 2005 e fundou e dirigiu a Associação Portuguesa de Escritores Juristas. A forma como ouvimos o país falar de António Arnaut, da direita à esquerda, não é mérito desse pouco meritório atributo dos portugueses. É a prova que a honra, na política como em qualquer outra actividade, assenta na nobreza dos valores e na integridade com que se defendem. António Arnaut nunca fugiu ao combate político, como nunca fugiu das causas mais difíceis, ou mais fracturantes como agora se diz. Soube sempre de que lado queria estar, e soube sempre lá estar - Íntegro, direito, hirto e livre Devemos-lhe o exemplo.
POLITICA NACIONAL São sete sugestões de ordem fiscal, oito para a área da educação, ensino superior e ciência e outras nove sobre a ocupação do território pelo Estado. Foram apresentadas em Lisboa pelo Movimento pelo Interior.
POLÍTICA FISCAL • Melhorar o existente IRC 12,5% do “interior”, eliminando o limite de 15 mil euros da ‘matéria coletável’ e passando a ser aplicável a todas as empresas do “interior”; • Passar a ser exclusivo do “interior” o existente RCI - Regime Contratual de Investimento, que se destina a grandes investimentos (25 milhões de euros ou mais); • Declarar, inequivocamente, regimes exclusivos do “interior” o existente BFCIP – Benefício Fiscal Contratual ao Investimento Produtivo/CFI e o existente RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento/CFI e alongar vigências até 2030; • Renegociar os máximos europeus de “auxílios estatais com finalidade regional”, de modo a que o “interior” passe do máximo de 25% para o máximo de 45%, que é o valor já aplicável na Região Autónoma dos Açores; • Melhorar, só no “interior”, o existente DLRR – Dedução de Lucros Retidos e Reinvestidos/CFI, eliminando quer os limites da ‘dedução à coleta’ do IRC quer os limites de dimensão da empresa e do investimento; • Melhorar, só no “interior”, o existente SIFIDE II – Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação e Desenvolvimento Empresarial/CFI, eliminando quer os limites à ‘dedução à coleta’ de IRC quer os limites de dimensão da despesa; • Passar a ser exclusivo do “interior” o existente regime especial de IRS por 10 anos, para atrair e reter quadros científicos, artísticos e técnicos de elevado valor acrescentado, alargando o regime a pessoas oriundas do litoral que se desloquem para o “interior”, além de pessoas oriundas do estrangeiro.
AS 24 GRANDES MEDIDAS PROPOSTAS PARA MUDAR O INTERIOR EDUCAÇÃO, ENSINO SUPERIOR E CIÊNCIA • Aumentar a atual taxa de 11% para 25% do número de estudantes no ensino superior no “interior”, num horizonte temporal de 6 anos, envolvendo um programa de mobilidade nacional (Erasmus Nacional do litoral para o “interior”), bem como a alteração no acesso e no sistema de distribuição de vagas; • Criar incentivos à atração de recursos humanos qualificados para o “interior”, mediante incentivos na promoção de carreira dos docentes e investigadores, bem como estudantes de 1.º, 2.º e 3.º ciclos, prevendo a criação de uma marca internacional em cada ecossistema de educação, para atrair estudantes internacionais; • Promover ‘Escolas de Pós-graduação’ no “interior”, com diferenciação de especialização em diferentes regiões; • Prever uma linha de financiamento BEI (Banco Europeu de Investimento) para requalificar áreas residenciais e de apoio a estudantes deslocados e internacionais, bem como dos campisustentáveis, como símbolos de sustentabilidade ambiental, inteligentes que atraiam estudantes internacionais; • Criar ‘Redes regionais de qualificação e especialização digital’, de formações curtas e pós-graduações profissionalizantes; • Capacitar centros de investigação, ao nível das infraestruturas e recursos humanos, e dinamizar programas integrados de desenvolvimento, em articulação com agências de atração de investimento e projetos empresariais; • Criar ‘Laboratórios Colaborativos para a criação e estímulo ao emprego qualificado’, estimulando a partilha de risco entre instituições científicas, empresas e administração pública; • Apostar em programas transfronteiriços entre Portugal e Espanha, no domínio do ensino e da mobilidade, de projetos conjuntos de I&D e de transferência de conhecimento.
OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO PELO ESTADO • Deslocalizar 25 serviços públicos de Lisboa, que correspondam a um mínimo de 100 funcionários por cada serviço, para cidades do “interior”, ao ritmo de, pelo menos, dois por ano, com início em 2020; • Localizar no “interior” todos os serviços públicos que venham a ser criados (a exceção a esta regra deve ter justificação de interesse público); • Deslocalizar para cidades do “interior” funções de back officede outros serviços do Estado, que permanecem localizados em Lisboa; • Passar para a esfera das autarquias locais todos os edifícios públicos que estejam por utilizar há mais de 10 anos ou em estado de degradação evidente; • Atribuir um subsídio no montante equivalente a um salário anual, pago em três prestações anuais, iguais e consecutivas, aos funcionários que vierem a ser deslocados; • Majorar em 25% o tempo de contagem para progressão de carreira para os funcionários públicos que se desloquem para o “interior”; • Majorar para o dobro os subsídios de parentalidade e de abono de família, aplicável aos mesmos funcionários; • Majorar em 10% a contagem de tempo de serviço para efeitos de aposentação aos funcionários deslocalizados, durante o tempo de prestação de serviço no “interior”; • Criar uma dotação específica do Estado para o “interior” de, no mínimo, 200 milhões de euros, para financiar programas de habitação, em conexão com as propostas e objetivos do presente documento.
POLITICA NACIONAL ANTÓNIO ARNAUT|IN MEMORIAM…
Sobre as qualidades pessoais de António Arnaut muitos têm falado, mesmo aqueles que bem lá no fundo… no fundo, gostando ou não do homem, não apreciavam o político, se é que é possível distinguir aquilo que somos, daquilo que fazemos ou que fizemos. António Arnaut, foi o tal Homem, que ficará para sempre indubitavelmente ligado à criação do Serviço Nacional de Saúde. É o seu “pai”, filho que foi do 25 de Abril, esse tal dia “inteiro e limpo”, não tanto contra os ricos, mas a favor dos pobres. É verdade que as democracias nem sempre acertam, mas as ditaduras nunca falham!... Por isso, antes um Serviço Nacional de Saúde com deficiências, a um abandono dos desfavorecidos à sua sorte, ou seja, ao seu azar. O caminho em direcção à memória que aponto no título e na imagem do DR, servem para que não nos esqueçamos do que ocorreu na altura, com muitos deputados que votaram contra a criação do
Serviço Nacional de Saúde. Isto para dizer, que desde então, são esses mesmos Partidos - a que o PS em tempos de má memória se foi também aliando – que continuam a prosseguir a sua caminhada, através de um trabalho de destruição coerente com seu o voto inicial, como aliás, continuam a tentar destruir tudo o que possa cheirar a Estado Social. Destruição que passa até pela substituição de palavras. É por isso que em memória de António Arnault, se pede um pouco de atenção ao discurso e às acções daqueles por cujas mãos se procura fazer desaparecer a palavra Serviço (Nacional de Saúde), fundamental no conceito expresso pela Constituição da República Portuguesa e pelo espírito do socialista, para dar lugar à palavra Sistema (Nacional de Saúde), conceito totalmente antagónico ao da Lei Fundamental e ao valor intrínseco da ideia de progresso que moveu homens como ele. A passagem do ”Serviço ao Sistema”, representa tão só a mercantilização absoluta de um direito humano basilar e a transformação da Doença não apenas numa indústria poderosíssima, mas em mais um instrumento de design social e de opressão sobre os mais fracos, que garantirá aos mais fortes, a perenidade do seu domínio e a perpétua servidão.
ERA PREVISÍVEL!... SANTANA E RUI RIO ROMPEM… VAGAS NAS UNIVERSIDADES DE LISBOA E PORTO VÃO DESCER RATIO EM BENEFICIO DO INTERIOR
Acabou no final de Maio, o que ainda restava do acordo cozinhado no último Congresso do PSD entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio. Santana Lopes, enviou uma carta ao Presidente do Partido e ao Presidente do Conselho Nacional, comunicando a renúncia ao lugar de Conselheiro Nacional para que foi eleito em Fevereiro. Na missiva, Santana invoca “razões pessoais e profissionais” e distancia-se explicitamente de leituras que possam dar a este gesto qualquer “significado político”. Mas que ele existe, existe. É a ruptura definitiva de Santana Lopes com Rui Rio, depois de três meses de progressivo afastamento. Em fevereiro, os dois candidatos às diretas de que Rio saiu vencedor surpreenderam os militantes, ao entrarem juntos no congresso, para tentar pacificar um partido que ficou a ferro e fogo durante a disputa da sucessão de Passos Coelho. E mais juntos saíram: depois de horas de negociações, houve acordo para a apresentação de uma lista conjunta ao Conselho Nacional, liderada por Santana Lopes, com representação dos dois lados de acordo com o resultado das diretas. É a esse lugar que Santana agora renuncia, distanciandose de um acordo que representou a unidade. Na verdade, segundo um próximo de Santana, “aquele espírito de pacificação nunca teve consequência nem conteúdo”.
O Ministério liderado por Manuel Heitor decidiu reduzir cerca de 1.100 vagas para os alunos que agora pretendam ingressar no 1.º ano de nove instituições do Ensino Superior situadas nas duas maiores cidades portuguesas. O Ministro justifica a medida tendo em conta a crescente concentração de vagas e de alunos nas zonas de Lisboa e Porto, em detrimento das restantes regiões do País. À agência Lusa, Manuel Heitor voltou a lembrar que «a distribuição de estudantes é hoje um elemento crítico para estimular um processo gradual de coesão territorial. Não há nenhum outro país europeu que tenha nos dois principais centros urbanos cerca de 60% dos estudantes», como há em Lisboa e no Porto. O Ministro recordou a situação vivida em países como Espanha, que concentra menos de 27% dos alunos nas duas maiores cidades, a Áustria (30%) ou da Holanda e Alemanha onde as duas maiores cidades não chegam a ter 8% dos alunos inscritos no Ensino Superior. Assim, o Ministério definiu um corte de 5% de vagas em nove instituições no concurso de acesso ao Ensino Superior, mas permite a essas mesmas instituições a abertura de mais vagas nos cursos de pós-graduação e mestrados. «Lisboa e Porto têm todas as condições únicas de internacionalização, que mais nenhum no resto do País tem, e com a nossa necessidade de reforçar o contexto de estudantes internacionais e de pós-graduação», defendeu Manuel Heitor.
POLITICA LOCAL
O “ÚLTIMO ABRAÇO” DO PS-MONTALEGRE AO PROFESSOR ESTEVES
Era previsível que o terceiro AVC lhe seria fatal. Resistiu a dois. Agora foi de vez e como um passarinho partiu. Com serenidade e coragem superou o choque traumático de ter de abandonar a sua casa para, com a dedicada Lurdes, se institucionalizar no lar residencial da Santa Casa. E com racional frieza se consciencializou – evidenciava-o nas muitas conversas entre nós havidas – de que, sendo esta vida dois dias, o prazo de validade estava a aproximar-se do fim. Conheci-o, iniciava-me eu como primário na “Universidade” de Salto. Era ele o delegado escolar, o meu chefe. E a ele devo, reconhecidamente, o terme posto na rota daquela com quem viria a constituir família após uma extenuante jornada de verificação das condições necessárias à abertura de escola em Tabuadela e Seara que juntos conseguimos. Ali selámos uma amizade prá vida. O vinte e cinco de Abril aproximou-nos e foi pela mão dele que entrei noPS, partido que o prof. Esteves fundou em Montalegre. Esta circunstância reforçou em nós cumplicidades sãs. E gostei de sentir nele o lampejo de felicidade pelo sim que demorei a dar-lhe e em que vislumbrou uma verdadeira conquista. Com o Prof. Esteves aprendi a estar em sociedade e a fazer política. As muitas derrotas por que passámos eram os degraus que tínhamos de percorrer para um dia sermos vencedores. Assim mo dizia ele em jeito de planeamento e de partilha. A sua casa e os petiscos da dona Lurdes passaram a ser uma habituação ou refúgio. Enchia o então aparecido Ricotero com o jogo do poker de que se tornou fã. E nas constantes visitas à casa da sua irmã, em Solveira, éramos a devastação na despensa. Mais tarde veio a política séria, com envolvimento diário, responsável, e foi sempre o meu leal conselheiro. Sentia vaidade pelas coisas que na Câmara íamos fazendo. Vibrava com os nossos êxitos. E nem a circunstância de numa ou outra vez haver sido injustiçado lhe tirou bonomia e capacidade de discernimento. Agora que partiu e me fez rebobinar o filme dos muitos tempos alegremente vividos, só me resta dizer: Obrigado Camarada. Abraço. E até sempre! SOCIALISTAS DE MONTALEGRE MARCARAM PRESENÇA Orlando Alves - Presidente da Câmara de Montalegre
MUNICIPIO DE MONTALEGRE FINANÇAS A Câmara Municipal de Montalegre é das autarquias portuguesas mais rápidas a pagar aos fornecedores, com um prazo médio de pagamento de 13 dias. Quem o refere é o portalnacional.com.pt o qual refere que os dados disponíveis se referem a Dezembro de 2017 e agora revelados num estudo da Direção-Geral das Autarquias Locais. Refira-se que esta tendência tem sido uma "imagem de marca" do Município, conhecido por pagar a tempo e horas e apresentar uma saúde financeira invejável.
NO CONGRESSO NACIONAL DO PARTIDO
A concelhia do Partido Socialista de Montalegre liderada pelo presidente David Teixeira - marcou presença este fim de semana, na Batalha, no 22.º Congresso Nacional. O encontro dos socialistas serviu, entre outras decisões, para António Costa, secretário-geral do PS, ser reeleito com 96% dos votos. A par destes números, estão os 86,6% de votos alcançados pela lista de António Costa para a Comissão Nacional – o órgão máximo do partido entre congressos – que espelham a ampla maioria que a estratégia do secretário-geral granjeou entre os congressistas. Textos e fotos: PS Montalegre
EXECUTIVO MUNICIPAL E VEREADORES DA OPOSIÇÃO NÃO SE ENTENDEM…
Segundo refere o Municipio Montalegrense, para se ter “uma noção mais próxima da importância destes dados, basta referir que em Portugal há 114 Câmaras Municipais que demoraram mais de 30 dias para pagar aos fornecedores, apesar de a maioria ter baixado o prazo médio de pagamento. Há exemplos de câmaras que chegam a demorar, em média, dois anos e meio para saldar as suas dívidas a fornecedores (o município em pior posição demora mais de 800 dias)”. E ainda “que os dados do Conselho das Finanças Públicas mostram que até ao final de 2017, o total de dívida dos municípios portugueses era de 4.540 milhões de euros. A verba baixou 493 milhões de euros entre 2016 e o ano passado, mas ainda há 27 municípios acima do limite da dívida total”.
A questão não é nova, e na reunião ordinária do dia três de Maio, manifestou-se mais uma vez, conforme se pode constatar da Acta entretanto difundida publicamente. Divergências decorrentes da atribuição de verbas pelas freguesias no âmbito do Protocolo celebrado entre a Associação Nacional de Municipios Portugueses e a EDP-Energias de Portugal S.A. e apoios a Associações, foram os temas mais marcantes. Outro assunto que marcou a aludida reunião, foi o pedido formulado pelos Vereadores da Oposição ao Presidente do Executivo, para que este solicitasse à Autoridade Tributária informação sobre o valor patrimonial tributário para efeitos do IMI de cada prédio situado no seu território, indicando quais os prédios isentos, bem como a identificação dos respetivos sujeitos passivos, com referência a 31 de dezembro do ano anterior 2017; a identificação dos sujeitos passivos e o valor de imposto liquidado, relativamente a factos tributários localizados nesses municípios, por sujeito passivo e com referência às declarações de IMT entregues no ano civil anterior 2017; e a identificação dos sujeitos passivos de IRC sujeitos a derrama nesses municípios e o valor da derrama liquidada, por sujeito passivo, com referência aos períodos de tributação terminados no ano civil anterior 2017. Segundo os Vereadores da Oposição, a informação solicitada destina-se a fundamentar eventuais propostas a apresentar pelos mesmos no âmbito da tributação municipal. A estas solicitações respondeu a Vice-Presidente camarário com algumas cautelas, tendo em conta possíveis infracções de natureza legal, designadamente a Lei da Proteção de Dados. Toda a informação aqui:https://www.cm-montalegre.pt/showPG.php?Id=1678&menu=&parent=&son=
POLITICAMENTE FALANDO OPINIÃO
Por: Domingos Chaves
NÃO HÁ BEM QUE SEMPRE DURE, NEM MAL QUE NUNCA IGREJA INSISTE EM ACABE… “METER-SE NA NOSSA CAMA”
A “CRISE DO SER” NA CONFUSÃO REINANTE… Vivemos num mundo extremamente confuso que parece cada vez mais um sítio mal frequentado, em todas as esferas da actividade humana. No futebol vale tudo – até o terrorismo das claques, os adeptos mais ferrenhos não se incomodam se os dirigentes do seu clube são mafiosos, se corronpem os adversários, se são vigaristas, boçais ou gostam de fazer figuras de palhaço. Desde que a equipa ganhe, o resto não interessa. Os treinadores também podem ser malcriados, ordinários e desbocados para com os adversários. Nada disso interessa desde que a equipa ganhe os jogos e por acréscimo títulos. Na política vale tudo!... A corrupção e todos os crimes de carácter económico estão cada vez mais presentes na sociedade, em consonância com alguns grandes empresários, cujo principal objectivo parece ser tentar por todos os meios mamar nas tetas do Estado como se não houvesse amanhã. Bem dizia Marx que “a desvalorização do mundo humano aumenta em proporção directa com a valorização do mundo das coisas.” O sector financeiro é o que se vê!... Os banqueiros são capazes de sacar o que puderem a qualquer pequeno cliente, lançando mão de todas as artimanhas possíveis, mas com a outra mão dar milhões aos amigos. São capazes de sugar recursos públicos ao país – suportados por todos os contribuintes – para distribuir dividendos fartos aos seus accionistas.
As grandes empresas contratam especialistas em matéria de fuga ao fisco, e utilizam off-shores e paraísos fiscais de modo a subtrair ao país os recursos necessários ao seu desenvolvimento, em nome de lucros cada vez mais vultuosos. Os especuladores dos mercados financeiros apenas visam o lucro, sem que o mesmo corresponda a qualquer tipo de criação de riqueza, desenvolvimento ou sustentabilidade social. Há uns anos chegaram mesmo ao ponto de especular com os cereais, tendo provocado cenários graves de fome e subnutrição em diversos países sub-desenvolvidos e sem qualquer sustentação moral nem problemas de consciência. Foi Antoine de SaintExupéry que escreveu: “Apesar da vida humana não ter preço, agimos sempre como se certas coisas superassem o valor da vida humana.” O comportamento de parte do sistema judicial, da advocacia à magistratura, passando pelo Ministério Público também deixa muito a desejar em matéria de boas práticas e seriedade. O que está hoje a dar na vida pública, é ser populista, manipulador e demagogo, desde que se saiba explorar os medos profundos e ressentimentos dos concidadãos. Até o sector religioso se deixou capturar pelo veneno dos tempos, com escândalos sucessivos. Buda pensava que os seres humanos demasiado apegados às coisas materiais eram obrigados a reencarnar incessantemente, até compreenderem que ser é mais importante do que ter. Não acredito nessa estrada, mas concordo com o destino. Há uma séria crise do Ser no homem contemporâneo.
Quantos políticos, quantos governantes, quantos presidentes, quantos políticos promissores, quantos dirigentes do Estado, não se terão curvado perante Ricardo Salgado?!... Quantos não deram o “rabinho e cinco tostões”, para partilharem uma almoçarada com o “senhor”, quantos não terão sonhado serem convidados para uma tarde na praia do Carvalhal, quantos não terão pedido a próximos de Salgado uma oportunidade, mesmo que fortuita, para estarem perto dele?!... Durante anos, Ricardo Salgado foi adorado, invejado, desejado, idolatrado, premiado, respeitado, elogiado e bajulado por muita gente. Hoje toda essa gente segue a lógica muito portuguesa, e em vez de se manterem em silêncio, espantam os fantasmas cuspindo no prato onde comeram, onde tentaram comer ou onde sonharam comer. Os políticos disputavam a sua simpatia, os jovens promissores tinham os seus estudos nos EUA financiados pelo padrinho, os filhos dos dirigentes do Estado eram empregados, e enquanto isso, outros passavam féria “à moi” em Copacabana. O que sentirá agora Ricardo Salgado, quando todos imitam “Pedro” e nesta imensa ceia de orgia de esquecimento asseguram que nunca o conheceram?!... O que sentirá Salgado ao ver tanta gente que se dispôs a servi-lo, a exorcizar agora a sua corrupção moral, atacando-o e desprezando-o?!... Ricardo Salgado, acaba agora a conhecer a outra face de uma moralidade corrupta - a traição e a cobardia. Como se sentirá Salgado, a ver aqueles a quem ofereceu aposentos em hotéis de cinco estrelas perseguirem Ministros, achando que a oferta de um café é motivo de corrupção?!... Ironicamente, Ricardo Salgado conhece bem melhor agora, a forma de ser português e muitas das personagens dos diversos poderes, do que os cientistas políticos formados na escola de Adriano Moreira ou do catedrático Coelho. E sendo assim, Ricardo Salgado, é muito provavelmente, quem melhor conhece a forma de estar dos agentes do poder: foi ele que os formou, alimentou e promoveu. Dito isto, resta ao senhor Salgado contar-nos tudo, para assim ficarmos a conhecer melhor o “mundo subterrâneo do regime”……
OPA À EDP | Quem vai ser o último a apagar a luz?!... Não quero saber se o PrimeiroMinistro, ou o líder do PS são favoráveis à OPA sobre a totalidade da EDP!... E não quero saber, porque não mudo de opinião sobre a asneira que foi a venda da EDP ao preço da “uva mijona” ou outro que fosse a privados. Deixar nas mãos desta gente, e neste caso especifico nas mãos de Governos estrangeiros, grande a produção de electricidade na minha terra e o seu transporte para onde muito bem entenderem, é um CRIME DE LESA PÁTRIA. A electricidade é um bem essencial e vital para o país e para a sociedade, coloca-lo nas mãos dos privados para dele disporem como muito bem lhes apetece, merece cadeia.Portugal é um país pequeno, mas não pode estar sujeito a que um qualquer Estado estrangeiro, europeu ou de qualquer outras paragens, tenha nas suas mãos o poder de desligar o botão ou de manipular à sua vontade os preços ou os investimentos nas redes de distribuição.
BISPO DE VILA REAL PEDE RESIGNAÇÃO AO PAPA INVOCANDO O LIMITE DE IDADE
D. Amândio Tomás, fez no passado mês de Abril 75 anos. Em entrevista à Emissora Católica Portuguesa, confirmou o pedido de resignação ao Papa Francisco O bispo de Vila Real, D. Amândio Tomás, completou em Abril 75 anos. Já enviou o pedido de resignação ao Papa Francisco e aguarda com serenidade o desenrolar do processo. Já pediu ao Papa para resignar? Sim, com certeza. É a minha obrigação. Mas continuo disponível para a missão. Nós estamos sempre disponíveis, ao serviço da Igreja, e fazemos aquilo que nos pedem. ? Nestes sete anos à frente da diocese de Vila Real, quais as maiores dificuldades que sentiu? Dificuldades encontram-se em todas as partes, não só em Vila Real, como encontrei na minha vida toda. Temos uma diocese pobre de meios, de pessoas e, porventura, de iniciativas. Temos uma população cada vez menor. Trás-os-Montes está a esvaziar-se, como todo o interior de Portugal. A população escoa-se para o Litoral e para o estrangeiro. De forma que, sem ovos não se fazem omoletas. E isso em todos os campos da atividade pastoral. No entanto, temos um povo fundamentalmente com um resíduo e nuclearmente cristão muito acentuado, com uma frequência religiosa bastante pronunciada, que nos caracteriza no conjunto da população portuguesa. É certo que temos predominantemente velhos. Nas 264 paróquias, algumas delas têm vinte e poucas pessoas e a gente nova, não tendo trabalho, não pára aqui. Não há forma de inverter este movimento, este escoamento populacional, que começou nos anos 60 [do século passado] e continua acentuadamente todos os dias. Parece-lhe que será necessário criar incentivos especiais para fixar a população e estancar esta hemorragia a que faz alusão? Certamente. Eu não me canso de o dizer - sempre o disse - que uma das preocupações dos nossos governantes, desde o princípio da nacionalidade até há pouco tempo, foram, durante tantos séculos, fixar as populações no Interior, sobretudo nas zonas raianas, também por motivos de defesa, e eram isentas de impostos, tinham regalias. Hoje, quem vive em Trás-os-Montes ou no Interior de Portugal tem uma vida não fácil, porque as instituições estão todas no Litoral e os campos de trabalho também. Aqui não tem nada. Portanto, está duplamente condenada; condenada a estar cá, a ter mais despesas, a ter menos benefícios. Não há forma de segurar as populações. Eu creio que uma das formas era isentá-las de imposto, dando regalias a quem quisesse sediar-se no Interior, porque é uma vida até mais saudável do que amontoando-se nas grandes metrópoles do Litoral. Como vê a possibilidade de, em Portugal, se avançar com um referendo à eutanásia? Há valores que não se deveriam referendar. São valores pela sua própria natureza e, por conseguinte, a eutanásia é um eufemismo. Esta vida moderna consta de enganos politicamente corretos, de eufemismos que é para eludir a realidade. A eutanásia é uma morte. Chamemos as coisas pelo nome, não andemos aqui com eufemismos, a iludir e a dosear a pílula. Não, a eutanásia é uma morte e isto revela egoísmo, falta de cuidado para com a gente que sacrificou a sua vida, que se dedicou à sociedade e que merecia um pouco mais de carinho e de cuidado. Portanto, faltam cuidados em ordem geral e cuidados paliativos. Falta investir na saúde das pessoas e não é dar-lhes o remédio que é cortar o mal pela raiz. Muitas vezes, nós fazemos dos velhos e das crianças, da gente improdutiva, apenas números e não nos interessamos delas, e isso é desumano. O que caracteriza a nossa sociedade de hoje é o individualismo é a desumanidade e pensa-se pouco nas pessoas. As pessoas são número e não são nada mais. Falta afeto, falta carinho, falta cuidado que devemos dedicar às pessoas que nos são caras e que nos serviram e que trabalharam para o mundo em que vivemos. Que papel devem ter os cristãos nesta matéria? A vida é o valor fundamental. Os cristãos deveriam defender a vida desde o primeiro momento até à morte natural e estarem sempre em cruzada pela vida, ajudando a vida, dignificando as pessoas. A dignidade humana da pessoa humana é sempre digna, por mais criminosa que seja. Estamos muitas vezes em campanhas contra a pena de morte, muito bem, ótimo. Mas não apliquemos a pena de morte a quem está numa cama entravado, a quem tem um momento de desabafo ‘eu já não posso mais’, dando-lhe o ‘golpe de misericórdia’. Isso não é misericórdia nenhuma. Isso é um atentado, chama-se homicídio.
Certamente, e apesar do pedido de resignação, vai continuar ainda como bispo diocesano até a nomeação do seu sucessor. Pergunto: o que gostaria de ter feito na diocese e não foi possível? Gostaria de ter mais sacerdotes, mais colaboradores, mais pessoas verdadeiramente empenhadas… Gostaria de fazer muito mais, mas nós somos fracos, somos pobres, humildes instrumentos do Senhor, que não fazemos mais que a nossa obrigação e também não fazemos tudo. Ficará sempre alguma coisa para fazer, porque vivemos num mundo inacabado e numa sociedade carente de valores, de coisas e sempre necessitada de aperfeiçoamento. D. Amândio Tomás, o quinto bispo da diocese de Vila Real, foi ordenado sacerdote em 15 de Agosto de 1967, tendo desempenhado durante largos anos o cargo de reitor do Colégio Português, em Roma. A 5 de Outubro de 2001, foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Évora, pelo Papa João Paulo II, tendo sido ordenado a 6 de janeiro, pelo mesmo Papa, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A 8 de Janeiro de 2008, foi nomeado bispo coadjutor da diocese de Vila Real, com direito de sucessão, pelo Papa Bento XVI, nela entrando solenemente em 10 de Fevereiro. Sucedeu a D. Joaquim Gonçalves no cargo de bispo da diocese a 17 de Maio de 2011, após resignação por limite de idade. D. Amândio Tomás nasceu na aldeia de Dadim, Cimo de Vila da Castanheira, no concelho de Chaves, a 23 de Abril de 1943. É o mais velho de uma família de cinco irmãos. Fonte:Rádio Renascença
13 DE MAIO EM FÁTIMA-UM LUGAR DE ENCONTRO ENTRE CATÓLICOS
Um lugar de encontro com Deus, um lugar de conversão, de graça, de espiritualidade e devoção. Quem acompanha e recebe peregrinos, vê nestes factores a força que move os mais de meio milhão que Fátima recebe anualmente, com ponto alto marcado para o 13 de Maio. É até à Cova da Iria que muitos caminham, é onde tantos se encontram para viverem o que três pastorinhos contam do dia 13 de Maio de 1917, já lá vão mais de 100 anos. Segundo os dados estatísticos publicados pela Santuário, Fátima sóé batida pelo Vaticano, tantas são as pessoas que nos últimos anos, têm passado e continuam a passar pelo santuário. Um público muito heterogéneo, tanto ao nível da idade, como ao nível do género e dos países e das cidades de origem. É de destacar a forte presença dos jovens que se deve às várias actividades existentes que se preocupam em transmitir e em adequar a Mensagem de Fátima aos mais pequenos. Relativamente à distribuição dos peregrinos pelo território nacional, destacam-se as cidades de Braga, Porto, Lisboa e Santarém como as mais representativas. Dos estrangeiros destacam-se Espanha, Itália, Polónia, Estados Unidos e Brasil. e ainda uma presença considerável e cada vez maior, de peregrinos oriundos da Indonésia, da Coreia do Sul, da Índia, e de um aumento do número de peregrinos originários do continente asiático em geral.
BARROSÕES ILUSTRES
António Joaquim de Morais Caldas nasceu em Montalegre, distrito de Vila Real, a 13 de fevereiro de 1846. Era filho do farmacêutico João António de Morais Carneiro e de Maria Inácia Ferreira Caldas. Teve 3 irmãos: um médico, um clérigo e outro farmacêutico. Aprendeu latim com o padre José Dias e estudou em Braga, e depois no Porto, a partir de 1865. Fez os preparatórios na Academia Politécnica do Porto para ingressar na Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Foi um estudante premiado, tendo atraído a atenção do professor Pereira Cardoso que o aconselhou a seguir Matemática. Apesar de ter mantido a sua opção inicial - Medicina -, o estudo da Matemática veio a revelar-se muito útil, uma vez que, durante o curso (1867-1872), lecionou em colégios e casas particulares, sem prejuízo do aproveitamento escolar. Depois de ter recebido vários prémios, diplomou-se em 22 de julho de 1872, com a defesa da dissertação inaugural Anesthesia Cirurgica. Por intercessão do lente Andrade Gramaxo, encetou uma carreira no ensino, em 1873. Neste ano concorreu com sucesso ao lugar de lente demonstrador da secção Cirúrgica, defendendo a dissertação Casamentos Consanguíneos (foi nomeado pelo decreto de 12 de março e carta de Mercê de 9 de julho) e ascendeu a lente substituto. No ano seguinte, foi promovido a lente proprietário da cadeira de Anatomia Patológica. Entre julho de 1876 e a sua jubilação, em 1906, regeu a 4.ª cadeira Patologia e terapêuticas externas – e, entre 1900 e 1908, foi diretor da Escola MédicoCirúrgica do Porto.
ANTÓNIO JOAQUIM DE MORAIS CALDAS
Médico e Professor (1846 - 1914)
Foi facultativo supranumerário no Hospital Geral de Santo António, em 1878, clínico do banco, aceitação e consultas, em 1880, facultativo honorário, em 1882, e diretor clínico da Enfermaria n.º 5 entre 1883 e 1914. António Joaquim de Morais Caldas foi, também, um reputado médico policlínico e cirurgião, proprietário da maior clínica no norte de Portugal, e operador especializado no aparelho urinário. Republicano ativo, viu o seu nome erroneamente incluído na lista do governo provisório saído da revolta de 31 de janeiro de 1891. Faleceu no Hospital do Ordem Terceira do Carmo, no Porto, a 27 de julho de 1914, deixando legados aos pobres de Montalegre (fundos administrados pelo município local) e do Porto, bem como a instituições de beneficência desta cidade.
A SEU LEGADO António Joaquim de Morais Caldas, exerceu a clínica no Posto Médico Cirúrgico, fundado em 1875. Simultaneamente praticou a cirurgia geral nos Hospitais de St.º António, Carmo, Terço e S. Francisco. O seu nome chegou a ser sondado para o Governo Provisório, caso triunfasse a Revolução do Porto de 31 de Janeiro de 1891. Nesse ano começou a dedicar se à cura das doenças dos ouvidos, fossas nasais, cirurgia e ortopedia. Teve consultório particular na actual Rua Miguel Bombarda. Faleceu no Hospital do Carmo em 27 de Julho de 1914. Em 1911 fez testamento e doou 500 moedas da sua colecção numismática ao Museu da Câmara Municipal do Porto e à Câmara Municipal de Montalegre legou fundos da sua fortuna para a fundação de uma instituição (que deveria ter o nome de seus pais) a qual deveria apoiar os pobres e especialmente as crianças e os anciãos. Ele escolhera para lema da sua vida aquele princípio de Bacon: é dever do médico curar, não só as doenças do corpo, mas também os sofrimentos e as dores do espírito, nomeadamente a fome.
“ESTÓRIAS DO ARCO DA VELHA”|BALLET ROSE - O MAIOR ESCÂNDALO MORAL QUE ABALOU O ESTADO NOVO Uma das heranças do salazarismo, é a falsa imagem de um ditador honesto e austero, uma imagem, que ainda hoje alguns procuram passar de forma subliminar, ao tentarem criar a ideia de que a politica nos nossos dias, assenta num mundo da corrupção generalizada, e que desde governantes a deputados, passando pelos autarcas, todos se andam a lambuzar em ajudas e habilidades manhosas. O caso foi investigado pela Polícia Judiciária com muita discrição, até porque a PIDE controlou a investigação e o processo desde o início. Mas foi uma investigação grande. Foi uma investigação razoavelmente bem feita. . Mas como estava envolvida no caso muita gente, a informação começou a saber-se. Havia muita gente que frequentava a rede e havia dois pontos de encontro importantes: um era ao pé do Marquês de Pombal em Lisboa, se não me engano era na Rua Eça de Queiroz, e o outro ponto era no Estoril. O que vem desencadear a investigação é o aparecimento de um familiar dos Espírito Santo morto no Estoril. Na altura, não se consegue determinar pela autópsia se se tratava de um homicídio ou de um suicídio. Ele era homossexual e morreu na praia e isso espoleta uma investigação, que começa pelos meios na zona que estavam ligados aos atentados ao pudor e ao abuso sexual. Por outro lado, já se falava nos círculos das elites de Lisboa dos escândalos, do que estava a acontecer e quem é que estava envolvido nessa rede de prostituição infantil. Algumas pessoas envolvidas estão vivas e são muito conhecidas do grande público. E alguém, presume-se que tenha sido Mário Soares ou Francisco Sousa Tavares, pai do Miguel Sousa Tavares, denunciam isso em França. A primeira repercussão pública do caso vem à luz num jornal de direita francês, julgo que no “L’Aurore”. É aí que é denunciado pela primeira vez o escândalo. Depois, o Urbano Tavares Rodrigues e o Mário Soares ajudam um jornalista alemão, creio que da “Der Spiegel”, que vai publicar um dossier com grande impacto internacional sobre o escândalo, com fotografias de vários dos implicados. [em algumas biografias de Mário Soares também é referido a ajuda do líder socialista a um jornalista do jornal britânico “Sunday Telegraph”]. Torna-se um escândalo mundial, com referências em jornais de todo o lado, menos nos portugueses, sujeitos à censura.
FRANCISCO MOITA FLORES CONTA COMO FOI
Fez uma série televisiva, em 1997, e um livro sobre o Ballet Rose, um dos grandes escândalos do final da ditadura. Por que se interessou pelo caso? Na época saiu uma reportagem da Felícia Cabrita. Foi isso que voltou a atiçar a minha curiosidade sobre o caso. Eu lembro-me, era muito novo na época, do desterro do Mário Soares para São Tomé, por causa de ter denunciado o caso. Por outro lado, uma das grandes protagonistas do Ballet Rose era da minha terra. A costureira? Sim, a costureira. O que me provocou sempre um fascínio muito grande. Não vou dizer quem era, porque na série e no livro optei por não colocar os nomes reais das pessoas. Até porque muitas delas estavam vivas e outras tinham filhos, netos e família entre os vivos. Apenas os nomes das vítimas, das raparigas menores que foram levadas para essa rede de prostituição? Não, todos os nomes estão ficcionados. Na altura pensei muito sobre isso, e decidi que não colocaria os nomes verdadeiros. Tinha sido um grande escândalo. Ainda havia eco disso. Não estava para magoar os filhos por causa dos pais. Não acha que devido à gravidade dos crimes cometidos, justificava-se, pelo menos, em relação aos que estavam vivos que se apontassem quem tinha praticado aqueles atos?
Ex. Inspector da PJ
Meio século depois do julgamento do maior escândalo moral que abalou o Estado Novo, o Ballet Rose continua a ser uma espécie de tabu. Tantas são as pessoas importantes envolvidas, que só a série de Moita Flores tem direito a entrada na Wikipédia, como se estivesse rodeada por um muro de silêncio. O antigo inspetor da Judiciária, anos mais tarde chegou a acompanhar um caso de homicídio na Vivenda do Estoril onde se passavam os bacanais dos poderosos com meninas que chegavam a ter nove anos de idade. Julgo que a Felícia fez isso na sua reportagem, homem de confiança, que supostamente era o seu sucessor mas a mim interessava-me a coisa em termos de indigitado, o ministro de Estado Correia de Oliveira. Era um ficção. Para mim, a história transcendia o próprio homem interessantíssimo, com uma cultura notável, um caso concreto: era um caso de moral e de poder. extraordinário melómano, que até escrevia artigos na revista “Flama”. Ele tinha uma mulher com uma doença incurável e era Essa é que a grande história do Ballet Rose. Mas é significativo ser uma história de devassa, atraído para estas festas por razões de libertar o espírito, de violação de menores num regime com digamos assim. Havia outros homens que frequentavam este circuito, ligados à União Nacional, gente ligada à administração pergaminhos de ser tão clerical. Aquilo que é perturbador e obsceno é exatamente da Companhia Nacional de Navegação e até o dono do Casino do Estoril, que era um ex libris do país. Havia tanta gente ligada essa promiscuidade forte entre a Igreja e o Estado ao regime que Salazar mandou controlar a investigação à Novo. distância, pela PIDE, e a certa altura o caso começa a parar. A Está a referir-se às relações de amizade entre o PJ fica sem meios e acaba por só levar ao tribunal um caso de cardeal patriarca Cerejeira e Salazar? atentado ao pudor e pouco mais. Sentam-se no banco dos réus Sim, mas é preciso notar que na altura em que eu várias mulheres e poucos homens. Acaba com a condenação da faço a série, o cardeal patriarca já era outro. Essa maioria das mulheres e com a multa a um dos homens. promiscuidade não só política, mas também Era o Cardeal Patriarca de Lisboa? moral, de um regime que alardeava uma moral Não lhe vou confirmar, apenas dizer que era um homem que católica estrita, fez com que a obscenidade ainda veio a ter um papel muito importante na Igreja e a televisão fosse maior: algumas das grandes figuras do teve algum tempo à espera que ele morresse. Na série ele é regime estavam no escândalo, frequentavam as ainda um jovem padre e não é um cardeal. Isso condicionou a prostitutas menores, tinham mulheres por conta. exibição. O país tinha memória desse escândalo que tinha Estamos a falar de raparigas muito jovens, envolvido o poder e tinha-o enlameado, e que politicamente algumas com 11 anos ou menos. tinha tido consequências graves: a prisão do Urbano Tavares Sim, raparigas e mulheres muito novas. Eles Rodrigues e de Francisco Sousa Tavares e o degredo para São pagavam às prostitutas para “desflorarem” as Tomé de Mário Soares. Essas figuras são perseguidas com a filhas, e elas levavam-nas. Um deles, na altura um argumentação de estarem a denegrir o bom nome do país ao dos homens mais importantes do partido do inventarem um caso criminal, escandaloso e de costumes para regime, a União Nacional, pagava para desflorar difamar o regime. as crianças. Quer uma professora, a Rosa, quer O homem da Igreja que estava envolvido tinha um papel ativo outras mulheres com que eles se davam ou apenas de encobridor do escândalo? arregimentavam crianças, todas miúdas, para esse Ativo. E teve problemas com isso. Quando veio cá o Paulo VI individuo tirar-lhes a virgindade. E depois havia teve um encontro com ele muito duro. E ele foi enviado para bacanais em que entravam as filhas, as mães e uma espécie de reclusão. mais mulheres. Havia menores de nove e 10 anos O Salazar saberia do caso antes? no grupo. O Salazar sempre soube tudo. Quando o caso se tornou Salazar toma algumas medidas? público, fez o que tinha a fazer: impediu-os de continuar a fazer Toma várias. Obriga os visados a pararem os seus essa vida e mandou controlar a investigação. Não havia nada comportamentos e manda controlar a que passasse pela PIDE, que ele não soubesse. Isso implicava investigação. No escândalo estava envolvido o seu muitos homens do regime.
O MAIO DE 68 EM FRANÇA E A GERAÇÃO QUE RECUSA “ENVELHECER”… MUNDO”…
FOI HÁ 50 ANOS…
Como não falar do Maio de 68, este ano que comemora meio século?!... Para o entender melhor, há no entanto que recuar outro meio século, quando a Europa acabava a sua Grande Guerra. Ao começar em 1914, ela fora saudada como a salvadora por quase todos os intelectuais que estavam dos dois lados da barricada. Puro engano!... Só o pacifista Romain Rolland - já Nobel em 1914, denunciou o que todos mais tarde reconheceriam no final de 1918 – o matadouro e a lama onde a Europa mergulhara. Esse mundo feio e mau, foi então resgatado cinquenta anos depois, num mês de Maio e em Paris, por uma utopia generosa. Foi em Maio de 68, ano em que a cidade era também a capital dos portugueses exilados. É que além dos imigrantes económicos, albergava também uma pequena multidão de jovens portugueses que por causa da guerra colonial, foram “a salto”, isto é, sem passaporte. Os governos gaullistas promoviam então o boom da habitação social e os camponeses portugueses eram reciclados em pedreiros. Viviam nos bidonvilles, bairros de lata dos arredores da capital francesa. Os estudantes politizados – desertores e refractários –, esses, viviam na cidade, nos quartos de bonne (mansarda das criadas), exíguos e baratos, sem direito a elevador, nos últimos andares dos prédios Haussmann. As autoridades eram liberais a dar o récépissé autorização de permanência, e o trabalho não faltava, de guarda-nocturno nos hotéis, a docker nos cais de camionagem. Como eles esperavam notícias de mudança em Portugal, dava jeito a rotação fácil do trabalho precário. Alguns até estudavam. Mas o verdadeiro curso era de facto Paris. E em 1968, curso intensivo. A revolução começou na Universidade de Nanterre, nos arredores da capital, e a reivindicação mais popular foi acabar com a divisão entre “eles e elas”. Não foi pequena conquista, foi funda: na secular progressão da luta de libertação das mulheres, o Maio de 68 foi um momento fundamental e a sua principal arma - a pílula. O líder da revolta estudantil era um estrangeiro, o judeu alemão Daniel Cohn-Bendit, que se viria a converter à social-democracia. A palavra libertou-se, “o que queremos?!... tudo”!... É “proibido proibir” – diziam. O Estado foi só abalado por algumas semanas, mas a ideia era colher por séculos e séculos. Na Casa de Portugal, na Cité Universitaire, batizaram-se as salas de Marx, Engels e do Barrosão Bento Gonçalves, o operário-intelectual comunista morto no Campo de Concentração do Tarrafal, mandado construir por Salazar ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de 1936. Numa parede, um cartaz irónico, “Merci Gulbenkian”, debruado de foices e martelos – numa casa paga por uma fundação milionária e ocupada por revolucionários. Por toda a cidade de Paris, até naquele nicho português se procurava, sob a calçada, a praia. Alguns estudantes foram trabalhar para as fábricas da Renault, em Billancourt ou para a Citroën, no cais Javel, para melhor conhecerem o proletariado de que tanto enchiam a boca.
OS EFEITOS EM PORTUGAL… O Portugal de Salazar era então um país “amordaçado”, atrasado económica e industrialmente, isolado da Europa e fechado para o mundo, militantemente envolvido numa longa e desgastante guerra colonial que decorria sem solução à vista. A chegada de Marcello Caetano ao poder, rodeando-se de tecnocratas e tentando captar os jovens liberais e democratas para o regime, abria a esperança de que o país poderia trilhar o caminho das outras nações da Europa Ocidental. No âmbito dessa modernização e democratização do ensino, a Universidade de Coimbra aceitara ainda no ano de 1968 a realização de eleições para a Associação Académica de Coimbra. A direcção democraticamente eleita com 75 por cento dos votos, viria até a ser convidada para a 17 de abril do ano seguinte estar presente na inauguração do edifício do edifício de Matemáticas da Universidade. O DESPOLETAR DA CRISE ACADÉMICA E POLITICA… Nessa manhã, em frente ao edifício que seria inaugurado, milhares de estudantes (acompanhados de populares) mostravam então cartazes com palavras de ordem como ”Ensino para todos” e “Estudantes no Governo da Universidade”. Lá dentro, os altos dignitários inauguravam o edifício com uma cerimónia solene, onde participaram o Reitor e o Ministro da Educação, até que a dado momento, Alberto Martins, Presidente da Associação Académica - e até há pouco tempo deputado do partido Socialista - pede a palavra ao Presidente da República, com uma pergunta que calou a sala: ”Sua Ex.ª, Senhor Presidente da República, dáme licença que use da palavra nesta cerimónia em nome dos estudantes da Universidade de Coimbra?”. Após alguns minutos de ponderação e de um silêncio sepulcral, a palavra foi-lhe negada e a cerimónia termina abruptamente. Ainda nessa noite, Alberto Martins seria detido à porta da Associação. Mais tarde, centenas de estudantes seriam alvo de uma carga policial em frente da sede da PIDE, onde se haviam reunido para prestar solidariedade para com o seu colega. A 1 de Maio o Ministério da Educação ordena o encerramento da Universidade e a suspensão das aulas até à época de exames. Dias depois a ”Assembleia de Estudantes Grelados” cancelava a realização da Queima das Fitas como forma de protesto (Continua na Página seguinte)
O MAIO DE 68 EM FRANÇA E A GERAÇÃO QUE RECUSA “ENVELHECER”… MUNDO”…
E… AS REPERCUSSÕES EM PORTUGAL (Continuação) para com a situação de opressão do movimento académico. No dia 28 do mesmo mês, 6.000 votam a favor da greve aos exames que se iniciavam a 2 de junho, provocando uma enorme dor de cabeça às autoridades. A 2 de Junho a cidade acorda ocupada pela GNR e outras forças policiais. Milhares de efectivos da Guarda e da Polícia, além de inúmeros PIDES à paisana, patrulham as ruas da cidade, ocupam pontos nevrálgicos e impedem qualquer aglomeração nas ruas e praças de Coimbra, com a forte presença de batalhões a cavalo e de jipes preparados para enfrentar motins. Os estudantes reagiram no dia seguinte, distribuindo flores pela população local e tentando demover os “traidores” -fura-greves, de marcarem presença nos exames. Entretanto, a equipa de futebol da Académica ao tempo constituída por estudantes, já se associara ao movimento, mas seria a 8 de Junho, que ao deslocar-se a Lisboa para defrontar o Sporting no então “velho Alvalade”, em jogo a contar para as meias-finais da Taça de Portugal , que equipa entrou no relvado equipada toda de branco e com braçadeiras negras, em sinal de luto académico. A vitória por 1-2 deixou os estudantes a um passo da final e as autoridades muito preocupadas. Dias depois em Coimbra, também no velhinho Calhabé - completamente cheio - os estudantes como forma de protesto, colocaram uma fita adesiva sobre o símbolo do clube, enquanto nas bancadas os cartazes pedem a “Democratização do ensino” e o “Ensino para todos”. Os estudantes venceram por 1-0 e garantiram a presença na final da Taça em Lisboa, onde iam defrontar o Benfica. A luta entretanto prosseguira no dia 14 de Junho, com a cidade a ser inundada com balões com frases revolucionárias que contestavam não só a situação académica mas o próprio regime. A marcha dos estudantes afluiu até à Praça da Portagem onde se misturam com a população local equando a Polícia se preparava para carregar sobre os estudantes, os balões foram largados e os populares e os estudantes confraternizaram, provocando um dilema nas forças de autoridade que não sabiam sobre quem carregar. Os estudantes reagiram no dia seguinte, distribuindo flores pela população local, ao mesmo tempo que continuavam a tentar demover os fura-greves de marcarem presença nos exames. O DIA DA GRANDE FINAL… Na final da Taça, o Regime mostrava claros sinais de preocupação. Temia-se que a final fosse utilizada como palco de uma gigantesca manifestação contra Marcelo Caetano e o seu Governo. Ponderou-se até a não realização do jogo, adiar o encontro ou mudar o local da final. Várias foram as soluções apresentadas. Entre elas estava a obrigação do Sporting ficar de prevenção, caso se confirmasse uma temida ausência da Académica em Lisboa. O Ministro da Educação informou a direcção dos leões que poderiam ser chamados a jogar a final com o Benfica e assim o clube de Alvalade entrou num dos pré-estágios mais surreais da sua história. Do Presidente da República ao Presidente do Conselho, passando pelo Ministro da Educação, todas as altas figuras do Estado não marcaram presença no Jamor. A tribuna de honra encontrava-se estranhamente deserta, em contraste com as bancadas que estavam à pinha. Por sua vez a RTP, pela primeira vez desde que iniciara transmissões da Taça, não transmitia a final e as bancadas estavam infiltradas por centenas de agentes da PIDE, enquanto a Federação Portuguesa Futebol informava a Académica, que o clube estava impedido de actuar de branco ou com qualquer forma visível de luto. Contudo, os estudantes encontraram forma de contornar a situação e passar a palavra de contestação ao Regime, criando uma primeira minimanifestação de apoio à Academia na chegada à Estação de Santa Apolónia. Em Coimbra tinham ficado o treinador suspenso e mais alguns dirigentes, enquanto Artur Jorge, então a estrela da equipa, se vira impedido de jogar a final, obrigado quefoi a prestar serviço militar. Mais tarde, nas imediações do Estádio Nacional, 35 mil comunicados foram distribuídos aos espectadores, com o objectivo de expor as razões da luta estudantil. O jogo começou e foi decorrendo com uma estranha acalmia, dentro e fora do relvado. Contudo, tudo mudaria após o intervalo, quando os estudantes levantaram os cartazes e o resto do estádio finalmente percebeu que estava num comício contra o Regime. Palavras de ordem surgiram nas bancadas para todos lerem: “Melhor ensino, menos polícias”, “Estão 36 estudantes presos”, “Estudantes Unidos por Coimbra” e “Universidade Livre”. O zum zum que vinha das bancadas chegava ao relvado. Dentro e fora do campo a nação benfiquista acordava para a situação. Muitos adeptos encarnados, e inclusive jogadores, afirmaram mais tarde que esta teria sido a derrota mais saborosa do Benfica até àquele dia. Membros da Oposição clandestina, esperavam ardentemente pela vitória dos estudantes, cientes do significado político de tal resultado. A Académica acabaria poré por perder, mas fora isso o resultado politico sorriu aos estudantes, à Oposição e ao país que acordou para a realidade que consumia os portugueses. E tanto assim foi, que pouco tempo depois, José Hermano Saraiva seria substituído por Veiga Simão à frente da pasta da Educação. O novo Ministro nomearia Gouveia Monteiro como o novo reitor, tentando recuperar o coração dos estudantes. A crise porém continuaria até Setembro com greves e contestação, marcando o fim das ilusões - se é que as havia - sobre a “Primavera Marcelista”. A crise estudantil, juntamente com a continuação da Guerra Colonial e a renúncia da ala liberal ao Marcelismo, obrigaram o Governo a endurecer as medidas de repressão, dissipando as dúvidas sobre a “democratização” do Estado Novo. O Regime entrava então nos seus últimos tempos, mas só daria o suspiro final nas primeiras horas da madrugada do 25 de abril de 1974.
O ESPAÇO PÚBLICO EM BREVE ANÁLISE… GENTE NORMAL OU NEM POR ISSO... A chuva de Março Abril e Maio, não permitiu que houvesse até agora grandes incêndios florestais. No entanto a Guarda Nacional Republicana já prendeu mais de 60 pessoas por fogo posto. Será um problema cultural, tal como o encobrimento dos vizinhos… Há que denunciar estes malfeitores – tudo gente sem perdão
ABALOS E CONSEQUÊNCIAS Mesmo que o Ministério Público não consiga provar as acusações em Tribunal, mesmo que ele seja absolvido, depois de tudo o que se passou nos últimos tempos, Sócrates ficará na história como um corrupto, como um mentiroso, como um venal. Só lhe resta, portanto, uma saída: contar tudo. Se de facto, José Sócrates é aquilo que o Ministério Público diz que é, então conhecerá muitíssimo bem os subterrâneos do regime. Quem recebeu o quê? De quem? Em troca de quê? Nomes, nomes e mais nomes. Portanto, pelo sim, pelo não, faz-se a cama ao homem. E há muitas maneiras de a fazer. O folhetim está longe de acabar.
PAREDES DE VIDRO FOSCO Como o primeiro debate quinzenal em que Fernando Negrão participou como líder do PSD foi demasiado morno, o homem abriu o último entrando a matar. Disparou em todos os sentidos como se estivesse protegido numa trincheira à prova de bala. Negrão acusou o Partido do Governo de se distanciar de um anterior Primeiro-Ministro excessivamente tarde. Mas não explicou a razão de o seu próprio Partido ainda não se ter distanciado de muitos dos delinquentes que por lá andaram... e andam. É que a lista é extensa e integra líderes parlamentares, Ministros, Secretários de Estado, Presidentes de Câmara, funcionários vários e o diabo a sete. Venha o diabo e escolha. Claro que sugerir distância é pedir muito. Negrão nunca se distanciará de quem o acolheu, mas a vergonha não caberá lá na cabeça de Negrão? AS LISTAS DOS GRANDES DEVEDORES À BANCA Calma uma “porra”!... Segundo o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, a “lista dos maiores devedores à banca não pode ser pública”. Será que os portugueses não devem saber quem andou a gozar com o seu dinheiro e que quem o fez deverá ter o devi do castigo? Utopia? Talvez, mas são direitos que nos assistem, depois de ter-mos sido chamados a cobrir perdas inexplicáveis por parte dos bancos a que o Estado teve de acorrer com enormes quantias de dinheiro de todos nós. Ou não será assim?
FINANÇAS:INSTRUMENTO OU DITADURA No mundo global com que, de acordo com recomendações superiores temos de nos conformar, a Economia deixou de ser uma ciência social ao serviço das pessoas e passou a ver as pessoas como carne para canhão em nome de conceitos económicos ao serviço do capitalismo selvagem representado por multinacionais e grandes banqueiros. Os governos, submetidos a ditames vários, usam os recursos dos respectivos países para ajudar ao sustento dos poderosos, preferindo entregar dinheiro a bancos e diabolizando os mais fracos, encarados sempre como empecilhos. A Economia, portanto, é apenas um instrumento ao
“GUERRA E PAZ”
A decisão de uma criatura inqualificável levou já a um banho de sangue. Mas como a criatura inqualificável parece ter conseguido um acordo com o outro palerma da Coreia do Norte, há quem lhe queira entregar o Nobel da Paz. Seria para rir, se não fosse obsceno. Mas nada nos deve espantar. A normalidade que levou o idiota a mudar a embaixada faz-nos temer o pior.
MAIO DE 68… Foi o Maio da esperança, em França, delírio épico de uma revolução romântica a cantar os hinos de todas as rebeldias, e a fazer crescer o sonho contra o desencanto. …
Inspirou Portugal, na Revolução dos Cravos, que rompeu as trevas numa manhã de Abril. …
Era um mundo velho, decrépito, que morria Era um mundo novo, de sonhos, que nascia… Alexandre de Castro
OS REPRESENTANTES DO MEDIEVALISMO É assim uma espécie de praxe no namoro. "Quanto mais me bates, mais eu gosto de ti". Há práticas que vêm lá de trás. Do fundo dos tempos, dos “armários”. É tudo tão naturalmente apresentado como normal que mais parece que não saímos da idade média.
Vale tudo, menos a razoabilidade e o progresso das ideias. O futuro é dos idiotas. Eles até já chegam ao poder democraticamente…
RUI RIO DIXIT SOBRE O MINISTÉRIO PÚBLICO “O balanço que faço não é positivo. Não vejo, no Ministério Púbico, a eficácia que gostava de ver. Não vejo, no Ministério Público, o recato que entendo dever existir. Porque os julgamentos não são para ser feitos na praça pública. Não são para ser feitos nas primeiras páginas dos jornais. São para ser instruídos e acusado através do Ministério Público e depois são para ser feitos nos tribunais. Não concordo, à luz do que deve ser a democracia na sua vertente substantiva — que são os direitos substantivos das pessoas e a liberdade de cada um. Não simpatizo nada que os julgamentos sejam feitos assim. Não estou com isto a dizer que estou a ilibar quem quer que seja, que possa estar condenado na praça pública. Acho que o Ministério Público, em muitos casos, deixou passar muita informação cá para fora, o que não deve acontecer num Estado de Direito democrático.” Uma palavra chega para classificar esta atitude de Rio: Bravo!... É a posição de um homem justo. Merece que se lhe reconheça a coragem.
ASSIM SE PROMOVE A GUERRA
Enquanto os clãs Trump e Netanyhau, de costas voltadas para todo o mundo, celebravam o selo americano que carimba Jerusalém como capital una e indivisível do Estado de Israel, ali ao lado e à vista de todo mundo, o exército israelita respondia com snipers e bombas às fisgas e às pedras dos palestianos em protesto, matando e ferindo a eito. Perto de 60 mortos e mais de 1200 feridos! Ao contrário da cena bíblica, aqui o Golias ganha sempre. Ao David só resta a agonia e o sofrimento.Portou-se bem a diplomacia europeia. E
A ELITE DO DESPORTO NACIONAL EM RESCALDO… FUTEBOL CLUBE DO PORTO-UM JUSTO CAMPEÃO O FC Porto é o campeão nacional!... Um titulo merecido, sublinhe-se. Os dragões, em época de contenção de despesas, foram a melhor equipa da Liga NOS e mereceram fazer a festa. Sérgio Conceição conseguiu com um plantel de regressados, jogadores que "não serviam" para o clube em épocas anteriores, formar uma equipa forte, capaz de tornar fáceis a maioria dos jogos e de não perder nos clássicos. Empatou dois e ganhou uma vez a cada um dos concorrentes directos, com destaque para o triunfo na Luz, jogo decisivo para o título. Feito o balanço, merece-o. Os dragões também falharam, perderam pontos inesperados, como em Paços de Ferreira, mas souberam levantar-se após cada tropeção. Assim, os confrontos directos com Sporting e Benfica acabaram por ser decisivos.
DESPORTIVO DAS AVES VENCE PROVA "RAINHA" DO FUTEBOL PORTUGUÊS... Ninguém acreditou, nem mesmo os seus dirigentes que não tomaram as devidas providências, de modo a acautelar os interesses do clube nas provas da UEFA. Certo é, que o clube da Vila das Aves venceu a Taça de Portugal, numa final em que David voltou a ser Golias. Sabia-se à partida que "Golias" estava fragilizado depois de ter vivido uma das semanas mais "negras" da sua história, consequência do ataque terrorista de que foi vitima em Alcochete. Uma coisa é porém certa: com traumas ou sem traumas foi um leão que foi ao Jamor - verdade seja dita, com vontade de vencer. Na refrega, não sei se foi merecido o triunfo dos avenses, o que sei e isso é que conta, é que foi a equipa que mais fez por isso. O Sporting, seu opositôr só se pode queixar de si próprio e do clima que criou ao longo de quase uma semana, cujas consequências passaram também obviamente por esta derrota, e por tudo que se lhe irá seguir. Por isso, está de parabéns o Desportivo das Aves, a cuja vitória - e à semelhança do campeão - se dá aqui o respectivo destaque.
MUNDIAL DA RÚSSIA 2018 – OS 23 MAGNIFICOS…
- Guarda-redes: Rui Patrício, Anthony Lopes e Beto; - Defesas: Cédric, Ricardo Pereira, Pepe, Bruno Alves, José Fonte, Rúben Dias, Raphael Guerreiro e Mário Rui; - Médios: William Carvalho, João Moutinho, Manuel Fernandes, Adrien Silva, Bruno Fernandes e João Mário; - Avançados: Bernardo Silva, Gelson Martins, Cristiano Ronaldo, Quaresma, Gonçalo Guedes e André Silva.
PELA DIGNIFICAÇÃO DO FUTEBOL Por: Domingos Chaves
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Nunca me lembro!... Não tenho memória de semelhante calamidade no seio de uma agremiação desportiva, que por acaso é de utilidade pública. Adeptos de um clube, interpretando um cenário bélico, agredirem os seus próprios jogadores, aqueles que tantas vezes idolatraram, é surreal, é uma selvajaria concertada, uma incivilidade repugnante. Por tudo quanto já fez e pelo que não fez, o Sporting não merecia isto, o futebol não merecia isto, Portugal não merecia isto. A barbárie tem de ser punida com severidade, sejam autores materiais ou autores morais. E tem que haver celeridade no processo que chocou o país e que não pode ter réplicas. O nacional-porreirismo do faz de conta é uma doença perigosíssima!... Um clima de absoluta impunidade dos agentes desportivos, durante décadas, está na base deste incidente beluíno. A cultura desportiva, em Portugal, continua num regime adâmico, as autoridades políticas e judiciais parecem medrosas e até cúmplices em tantas circunstâncias. O momento não é por isso de reflexão, é antes de intervenção. Doa a quem doer, custe a quem custar, o futebol nacional que tantas alegrias tem proporcionado, paradoxalmente vive no lodo, na imundice, no nojo. A responsabilidade primeira é dos dirigentes, dos seus acólitos, “porta-estandartes” e “chupa-galhetas”, que lhes prestam vassalagem e usam a pirotecnia verbal na comunicação social. “A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”, escreveu Jean-Paul Sartre!... Pessoalmente diria que é pior que uma derrota, é mesmo uma tragédia. Uma tragédia que tem responsáveis, responsáveis que não podem ser ilibados, que não podem ser preiteados pelas jurisdições, que não podem exercer cargos públicos. Gosto de futebol!... Claro que sim. Por isso é que não me canso de exaltar Eusébios, Figos, Ronaldos, outros jogadores e também treinadores. Quanto ao resto, com poucas excepções, sem visar estreitezas pessoais, o meu total e absoluto desprezo. Acabe-se com a corja…
A MINHA “RESCISÃO CONTRATUAL” COM O SPORTING… Raramente escrevo sobre o meu Sporting!... Hoje porém vou fazê-lo, começando então por “puxar dos galões” alicerçados em quase meio século de militância. O tema é recorrente e chama-se “Bruno de Carvalho”, o tal senhor a quem nunca dei o meu aval, apesar de considerar que em 2013 era o melhor candidato para o clube. Em 2017, porque a sua reeleição era óbvia, e porque nunca levei a sério o seu opositor, enveredei igualmente por lhe dar o benefício da dúvida. Ainda hoje – verdade seja dita, ninguém aponta uma solução ao ainda Presidente do meu clube. Porém, é também verdade, que sempre apontei críticas a Bruno de Carvalho, mas como o “bom é inimigo do óptimo”, fui apoiando o seu trabalho, colocando de parte o seu estilo e a sua mania de “disparar em todas as direcções”. Isto, até que chegou o fatídico mês de Janeiro deste ano, quando o menino mimado passou de birrento a déspota, provocando uma crise desnecessária e imprevista, e ainda por cima, quando a equipa de futebol liderava o campeonato de futebol. Para alimentar o seu enorme ego, o Presidente do Sporting Clube de Portugal enciumado por ser menos idolatrado pela massa adepta do clube face aos atletas, pretendeu então chamar a si o poder absoluto do clube, alterando os estatutos. Rejeitadas as suas pretensões numa primeira Assembleia-Geral, o pirómano ateou um incêndio de magnitude imprevisível ao chantagear os sócios, convocando com a conivência dos restantes órgãos sociais uma triste Assembleia plebiscitária onde conseguiu os seus intentos, não sem antes os ter ameaçado com o fantasma da demissão, caso não cedessem às pretensões do tirano. Munido então de duas esmagadoras vitórias, legitimadas pelo plebiscito que moldou os estatutos a seu favor, seria de esperar que a criatura se focasse no seu trabalho e reinasse no clima de paz sem contestação evidente. Mas um psicopata quando não tem inimigos inventa-os!... E nem vale a pena narrar aqui os sucessivos artigos que colocou no Facebook que levaram à crise pré e pós-Madrid, muito menos os momentos escolhidos que se revelaram sempre como os piores. Mas apesar de serem já evidentes os perturbadores sinais de desnorte, que provocaram a reacção dos adeptos na bancada no jogo com o Paços de Ferreira, o ainda Presidente ao invés de acalmar os ânimos e deixar passar o tempo, que poderia resultar a seu favor, sempre que o incêndio dava sinais de estar controlado, qual pirómano, foi sempre ateando e provocando sucessivos reacendimentos. Quer isto dizer, que quem estiver minimamente atento ao discurso da criatura, depressa perceberá que ali apenas pontifica o “EU”, e que por este andar, com esta postura, e com algum tempo e paciência à mistura, nada admirará que a breve trecho o Alvalade XXI mude de nome para Estádio Bruno de Carvalho, ou que figuras como José de Alvalade, Peyroteo, Vítor Damas, Manuel Fernandes, Joaquim Agostinho, Carlos Lopes, Mamede, Figo ou Ronaldo, entre muitos outros, sejam relegadas para segundo plano, face à magnificência em que o homem pequenino se tem em conta. Qualquer tirano tem sequazes, e não poderia ser diferente no Sporting Clube de Portugal. Sejamos por isso claros: A Juve Leo tem sido a sua verdadeira guarda pretoriana, outrora também ele um frequentador da turba de hooligans que ocupam a bancada Sul do estádio, a quem no final de cada jogo se exige a prestação de vassalagem. Isto, apesar de poder dizer sem me enganar, que sobre claques, tenho-as todas - não importa a cor, ao nível de vermes, de uma verdadeira escória da sociedade. É verdade que lamento qualquer perda desnecessária de vidas humanas, mas também é verdade, que o adepto italiano assassinado nas imediações do Estádio da Luz não era um santo, nem foi ali à missa. Falemos por isso claro e sem medo das palavras!... Afinal que faziam ali de madrugada aquelas dezenas de hooligans envergonhando a cor verde e branca?!... E que faziam ali também outros tantos, trajando de vermelho?!... Seguramente não foram conviver nas vésperas do jogo, porque animais selvagens não se misturam entre si. Os resultados protagonizados por ladrões, proxenetas e burlões são os tristemente conhecidos. Depois pergunta-se: quem paga os bilhetes e viagens aos hooligans nos jogos que a equipa disputa fora de Alvalade?!... Quem franqueou ou facilitou o acesso da turba à Academia de Alcochete?!... Sabendo que existe revista policial antes dos jogos, reforçada quando são considerados de alto risco como aconteceu no último derby em Alvalade, como foi possível estes energúmenos lançarem tochas sobre Rui Patrício – um Homem da casa?!... Pela porta, seguramente que não entraram no dia do jogo, logo, só poderiam lá estar guardadas, o que significa conivência entre funcionários do clube e a escumalha alcoolizada ou drogada, que é um estado frequente nestes vândalos. Enquanto sportinguista, gostaria que o próximo Presidente tivesse a coragem que por exemplo teve Florentino Perez, quando baniu os ultras do Santiago Barnabéu. O estádio ficaria certamente muito mais higienizado depois de limpa a ralé que semanalmente nos envergonha. Haja por isso vontade, para que as famílias e pessoas de bem voltem a assistir aos jogos de futebol sem constrangimentos. Voltando ao clube em si, obviamente que Bruno de Carvalho não sairá pelo próprio pé. À semelhança de qualquer déspota, estará convicto que a sua permanência serve os interesses do Sporting. Verdade seja porém dita, que serve muito mais os seus!... Afinal é ou não, um emprego de sonho ser Presidente do Sporting Clube de Portugal?!... Sejamos realistas: quem lhe dará trabalho quando sair do cargo?!... E que tipo de trabalho?!... Muito provavelmente e se tal vier a ocorrer, o homem não conseguirá melhor que 10 vezes menos do que aufere actualmente. E o mesmo se aplica aos outros que o seguram!... Tudo gente que luta também pelo seu emprego, por isso não se demitem. Gente que não está a servir o Sporting, está sim a servir-se do Sporting. Claro que ainda têm seguidores, há sempre pessoas dispostas a defender o indefensável ou recusando ver o que se passa à sua volta. Em Abril de 1945 ainda existiam alemães lutando por Hitler esperançosos numa vitória militar. Mas a realidade é o que é!... Estando o Sporting a necessitar de uma reestruturação financeira e na iminência de lançar um empréstimo obrigacionista, que credor estará disposto a colocar dinheiro nas mãos desta gente?!... Será preciso uma rescisão no plantel para abrirem os olhos?!... Agora fala-se em justa causa para legitimar uma destituição do actual Conselho Directivo!... Se tudo isto não é matéria para uma acusação por “gestão danosa”, então não sei o que será. E para finalizar só mais um desabafo: enquanto esta direcção perdurar, perdurará a minha “rescisão contratual” com o Sporting. Serei mais um a engrossar os espectadores de sofá…
A BARROSÂNA ESTATUTO EDITORIAL A revista A BARROSANA, tem como objectivo principal, promover e divulgar o concelho de Montalegre, o seu património, a sua língua, as características e valores da sua cultura, bem como valorizar as obras, os homens e mulheres da região e toda a área geográfica onde se insere.
a) São ainda seus objectivos: 1- INFORMAR, garantindo a todos os cidadãos o direito à informação através da independência e pluralismo, de modo a defender os valores, as causas e os interesses do concelho onde se insere; 2 – FORMAR, no sentido de contribuir para a elevação do nível cultural dos seus leitores, tendo em conta a história da região, as as suas riquezas naturais, a tradição e todo um património cultural de séculos; 3 – DISTRAIR, sendo ao mesmo tempo lúdica e de recriação, tendo em conta a diversidade do público, idades, interesses, ocupações e espaços.
b) São seus princípios: 1 – Assegurar a independência, o rigor e a objectividade da informação face aos poderes públicos; 2 – A revista define-se como autónoma e independente, sem finalidades lucrativas e acima dos interesses económicos; 3 – A Barrosâna compromete-se assim, a assegurar o respeito pelo rigor e pluralismo informativo, pelos princípios da ética, deontologia e boa fé;
c) São seus fins: 1 – Alargar a sua implantação à divulgação de questões de natureza politica e modos de expressão de índole local e nacional; 2 – Preservar e divulgar os valores característicos das culturas da região barrosã; 3 – Difundir informações com particular interesse para o âmbito geográfico da sua incidência; 4 – E incentivar as relações de solidariedade, convívio e boa vizinhança entre os destinatários localizados na sua área de implantação e das comunidades barrosãs espalhadas pelo mundo. O Fundador
Dizem os escritores e os poetas transmontanos, que Barroso é uma dádiva especial da Natureza e a grande obra de pedra e água feita em Portugal. Pois é!... É neste Norte que arduamente se riscam e planeiam caminhos, se cruzam vontades e se resiste, com granítica força e persistência dos rios e serras à invasiva e danosa cultura que desvirtua e engana a História. Da mesma pedra e da mesma água, são feitas as gentes destes lugares.
REGRESSO Regresso às fragas de onde me roubaram Ah!... Minha serra, minha dura infância!... Como os rijos carvalhos me acenaram, Mal eu surgi, casado, na distância!... Cantava cada fonte à sua porta: O poeta voltou!... Atrás ia ficando a Terra morta Dos versos que o desterro esfarelou.
Depois o céu abriu-se num sorriso E eu deitei-me no colo dos penedos A contar aventuras e segredos Aos deuses do meu velho paraíso.. Miguel Torga