Revista Drinks Diary #14

Page 1

DRINKS DIARY Para Profissionais da Indústria de Bebidas Bimestral Nº14 Mai/Jun 2018

Made in Portugal Visitámos a Craft Heritage Beer & Spirits, a primeira Cervejeira - Destilaria em Portugal

Glassology by Libbey Ficámos a saber quem são os 6 finalistas europeus deste concurso único

Beer Generation Festival A 1ª edição do Festival esteve ao rubro no Beato

OUTROS

À conversa com… Roberto Andrade | Festival do Rum da Madeira | Margarita | Avista Bar | Quiz Whisk(e)y

1


2


EDITORIAL Ficha Técnica Proprietário: Drinksdiary Publicações Unipessoal Lda Morada: Av. dos Bombeiros Voluntários nº5 3º Esq. 2735242 Agualva Diretor: Nélson Bernardes nelson@drinksdiary.com Nélson Bernardes CEO Fundador - Drinks Diary

Nº de registo no E.R.C.: 126773 Depósito Legal: 408050/16 Sede da Redação: Av. dos Bombeiros Voluntários nº5 3º Esq. 2735-242 Agualva Periodicidade: Bimestral Paginação: Drinks Diary

Foto de Capa O copo usado na fotografia de capa é um DOF da gama Flashback da Libbey e foi gentilmente cedido pela Libbey Portugal.

P

ois é, para alguns a novidade pode até ter caído como uma bomba vinda do nada, mas a razão por não termos feito nenhuma publicação anteriormente, foi mesmo para que a mensagem não fosse confundida com o fecho da revista Drinks Diary. A revista está aqui e é para continuar na sua periodicidade bimestral, agora, simplesmente em formato digital. Eu sabia à partida que não seria uma tarefa fácil de lançar um projeto destes em Portugal, um país de dez milhões de habitantes e com uma cultura de cocktails ainda bastante recente,

portanto um mercado muito menos apelativo quando comparado com os vizinhos espanhois e tendo em conta o facto de se tratar de uma revista de nicho, vocacionada aos profissionais da indústria de bebidas mais difícil era. Os custos de impressão são caríssimos e a tão ignorada distribuição, idem idem aspas aspas, entre outros custos inerentes ao bom funcionamento da revista. O que interessa é que aqui estamos e aqui vamos continuar sem deixar o projeto morrer, que tem ajudado tantos profissionais no seu desenvolvimento e agora em formato digital e inteiramente gratuita, mais irá ajudar! 3


22

índice

Glassology by Libbey Ficámos a conhecer os seis finalistas europeus

16

16

26

O Enóphilo Wine Fest esteve de volta ao Salão Nobre do Hotel Ritz Four Seasons

Este é o aperitivo pelo qual te vais apaixonar este verão

Enóphilo Wine Fest

Bonanto 18

18

28

Visitámos o Avista Bar do Vitória Stone Hotel em Évora

Estivemos em Vila Vicosa e visitamos a Craft Heritage Beer & Spirits

Bar

Made in Portugal 24

24

32

Formatos para todos os gostos

Estivemos presentes na 2ª edição do Festival

Charutos

Festival do Rum da Madeira 32

3 Editorial 6 Agenda 8 Lançamentos 10 Lançamentos

4

12 Lançamentos 13 Lançamentos 14 Gift Guide 26 Bonanto

34 Concurso Mistério - Festival de Rum da Madeira 35 Os 5 melhores Rums da Madeira 42 Let's do the Twist - Margarita 66 Gossip


38

52

Alberto Silva, Presidente da Associação Barmen da Madeira

Final Nacional na ilha da Madeira

Entrevista

Associação Barmen 38

40

54

Cocktail Clássico

Nós Por Lá

Margarita

João Machado, um português em Toronto

54

44

58

Bar

Beer Generation Festival

Passion é o novo bar do Grupo Barata Hotels

Estivemos presentes na primeira edição do Festival no Beato

44

48

64

Entrevista

Quiz

Entrevistámos Roberto Andrade da Madeira Rum House

Whisky / Whiskey

Estatuto Editorial

48

A Drinks Diary é uma revista bimestral que debate temas ligados à Indústria de bebidas. A Drinks Diary é propriedade da Drinksdiary Publicações Unipessoal Lda. A linha editorial da Drinks Diary assenta no rigor e na qualidade da informação transmitida. A Drinks Diary respeita os princípios deontológicos e de ética profissional dos jornalistas.

A Drinks Diary é uma entidade autónoma e não está ao serviço de nenhuma marca ou empresa. A Drinks Diary é uma publicação que reporta sobre todo o universo de bebidas, alcoólicas e não alcoólicas. A Drinks Diary dirige-se a um público relacionado com o setor das bebidas em Portugal e a ele dirige-se de boa fé em todos os trabalhos que realiza. A Drinks Diary incentiva o consumo responsável do álcool.

A Drinks Diary pretende ser um meio de divulgação da cultura de Bartending em Portugal. A Drinks Diary é uma publicação responsável e isenta. A Drinks Diary pretende ser uma publicação de bom gosto, quer pela estética quer pela escolha de temas a tratar A Drinks Diary pretende ser uma publicação atual e com memória. 5


> Agenda

6

Perfect Serve Bar Show

Cocktail Spirits

Entre os dias 27 e 29 de Maio AMSTERDÃO

Dias 3 e 4 de Junho PARIS

Porto Beer Fest

IMBIBE LIVE

Entre os dias 13 e 16 de Junho PALÁCIO DE CRISTAL - PORTO

Dias 2 e 3 de Julho LONDRES


Daniel Carvalho, vencedor Ibérico 2017

Tens até 30 de Maio, para submeter a tua interpretação do cocktail Mare Nostrum (low alcohol) no website: WWW.MEDITERRANEANISPIRATIONS.COM É importante preencher TODOS OS CAMPOS do formulário. Posteriormente irão ser selecionados 9 concurrentes, para uma Semi-Final Portuguesa que irá acontecer na Bahia dos Golfinhos, no dia 18 de Junho de 2018. Nesta semi-final, serão selecionados 3 concorrentes que irão à final ibérica em Barcelona, na destilaria da Gin Mare. O vencedor da final ibérica, será premiado para a final na Villa Mare em Ibiza entre os dias 2 a 5 de Setembro, onde irá competir com outros países: Itália, Reino Unido, Alemanha, EUA, Hong Kong e Singapura. Mais informações através: Rui Torres – 913825624 - rtorres@globalpremiumbrands.com Rodrigo Santos – 931448732 – rsantos@globalpremiumbrands 7


> Short News

PEDRAS SABORES APRESENTA NOVA IMAGEM E NOVO PORTEFÓLIO

Pedras Sabores Maçã é o lançamento especial e limitado da marca para este verão, variedade que se junta a Limão e a Frutos Vermelhos, sabor que substitui Framboesa & Ginseng. Esta novidade acompanha a mudança de imagem da gama Pedras Sabores saindo reforçadas as suas credenciais de naturalidade e as composições únicas e muito refrescantes. Visualmente, a marca está mais apelativa e a capitalizar as suas credenciais de naturalidade e inovação, com uma imagem contemporânea que permite uma melhor leitura de cada sabor. SIDRA GALIPETTE É O MAIS RECENTE PRODUTO DA DCN BEERS

QUINTA DE LA ROSA REFORÇA APOSTA NA PRODUÇÃO DE CERVEJAS ARTESANAIS Depois de lançada em maio de 2017, a cerveja artesanal ‘La Rosa IPA’ chega agora ao mercado com uma “receita” melhorada, à qual se junta a primeira edição da ‘La Rosa Lager’. Ambas fazem parte de uma das mais recentes apostas da Quinta de la Rosa, a propriedade vitivinícola localizada no Pinhão, em pleno Douro vinhateiro. A produção cervejeira é feita na adega que detêm em Sabrosa, onde foram criados espaços próprios: um laboratório de análise específico para este produto e um contentor frigorífico para manter a temperatura da cerveja no ponto. A venda das cervejas ‘La Rosa’ fica a cargo da conceituada DCN Beers, empresa com 25 anos de experiência na importação e distribuição de cervejas artesanais, que provou e aprovou este “projeto”, destacando a drinkability das cervejas La Rosa.

8

De origem francesa, a Galipette oferecenos uma sidra feita com 100% sumo de maçã. Ao contrário da maior parte das sidras que encontramos nomercado, a sidra da Galipette é produzida sem recorrer a concentrados de maçã ou a maçãs congeladas, e não tem qualquer adição de açucar ou água. É por isso um produto 100% natural, sem glutén e produzido de forma artesanal segundo os métodos mais antigos do Nordeste Francês, local onde se cultivam as maçãs que dão origem à verdadeira sidra. Na versão BIO, esta sidra é produzida apenas com maçãs certificadas como produto biológico.


Viriathus Drinks www.viriathusdrinks.com Tlf: +351 300505183 Av. General Humberto Delgado 141 2705-887 Terrugem - Sintra

9


> Short News CERVEJA VADIA LANÇA PRIMEIRA GAMA DE CERVEJAS PARA FOODPAIRING A cerveja artesanal Vadia acaba de lançar no mercado a primeira gama de cervejas especialmente desenvolvida para harmonizar com a melhor cozinha. São quatro as cervejas que integram esta gama, cada uma com perfis organolépticos singulares, para diferentes momentos de consumo e sugestões de foodpairing: Vadia Extra, Vadia Orgânica, Vadia Ginja e Vadia Thartaruga. “Queremos que o consumidor perceba que a cerveja de qualidade não é apenas para consumo nos dias quentes. Existe uma panóplia de estilos de cerveja destinados a momentos de consumo distintos, em que as combinações com determinados pratos elevam a degustação a outros patamares, enaltecendo tanto a cerveja como o prato.” afirmou Nicolas Billard, Mestre Cervejeiro e Beer Sommelier da Cerveja Vadia. Para além desta gama, a Cerveja Vadia tem agora um novo conjunto de cervejas, as "Edições Limitadas Vadia". Em lotes nunca superiores a 1000 garrafas numeradas, toda a mestria no fabrico da cerveja é usada na elaboração de um produto premium de características bastante específicas que vão ao encontro dos palatos mais exigentes. O uso de ingredientes diferenciados (especiarias, frutas, …), a utilização de barricas para envelhecimento e maturação do produto e o uso de técnicas específicas de produção, conferem a estas cervejas sabores e aromas completamente distintos que tornam a sua degustação simples ou em harmonização com determinados pratos, uma experiência única. Neste momento estão disponíveis duas cervejas desta gama: uma Oak Aged Doppelbock e uma Fruit Lambic Kriek. CORUJA: AS NOVAS CERVEJAS ESPECIAIS DA SUPER BOCK Coruja é o nome da nova gama de cervejas especiais da Super Bock. Session Saison, American Amber Lager e India Pale Ale. A imagem, urbana e misteriosa, é da autoria da agência SUMMA e a campanha de publicidade, é da responsabilidade da unidade criativa Solid Dogma. Criadas pelos mestres cervejeiros do Super Bock Group com ingredientes 100% naturais, as cervejas Coruja distinguem-se pelo caráter especial ao serem produzidas utilizando a técnica de dry hopping em grande escala, num processo inovador e inédito em Portugal, que consiste no adicionar tardio do lúpulo no processo de fabrico e que intensifica o aroma e a experiência sensorial. São três estilos de cerveja especiais, diferentes entre si: a Session Saison, é uma cerveja com toques cítricos, leve e suave no aroma e no sabor; a American Amber Lager uma cerveja onde o malte tem o protagonismo: doce e com notas tostadas e de caramelo. Já a India Pale Ale é uma cerveja mais amarga e intensa de sabor e aroma. 10


Viriathus Drinks www.viriathusdrinks.com Tlf: +351 300505183 Av. General Humberto Delgado 141 2705-887 Terrugem - Sintra

11


> Short News COLECÇÃO PRIVADA DSF VERDELHO 2017 É O MELHOR VINHO BRANCO DA PENÍNSULA DE SETÚBAL O Colecção Privada DSF Verdelho 2017 foi considerado o melhor vinho branco da Península de Setúbal, no âmbito do XVIII Concurso de Vinhos da Península de Setúbal, organizado pela Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal. Este vinho branco, da autoria de Domingos Soares Franco, reúne as experiências vividas nas suas viagens ao hemisfério sul e integra uma colecção de vinhos que traduzem o seu espírito criador e a sua paixão pela viticultura e enologia. Além desta distinção, a José Maria da Fonseca conquistou mais duas medalhas de prata com o generoso Alambre 20 anos e com o Quinta de Camarate tinto 2015.

A&D WINES LANÇA A ÚLTIMA COLHEITA DOS TRÊS MONOCASTAS MONÓLOGO

VINHOS OBOÉ: A SINFONIA DO DOURO A CVD – Companhia dos Vinhos do Douro – apresenta ao mercado, pela primeira vez, um estojo de prova vertical do vinho Oboé Reserva Branco, um dos clássicos do produtor. Esta edição é limitada e conta apenas com 450 unidades disponíveis. Usufruindo de uma localização privilegiada na Região Demarcada do Douro, na margem esquerda do rio Douro, junto a Tabuaço (entre as cidades da Régua e do Pinhão), a CVD – Companhia dos Vinhos do Douro encontrou na Quinta do Cabeço o terroir perfeito para a produção dos seus vinhos, dando vida às marcas Arrojo, Fagote e Oboé. 12

A A&D Wines, produtor de Vinhos Verdes, acaba de lançar no mercado a última colheita (2017) dos seus três brancos monocastas da marca Monólogo. Os Monólogos Arinto, Avesso e Chardonnay são um tributo às castas que lhe dão origem e à expressão do seu terroir, marcado pelo clima, pela morfologia da sub-região de Baião, pelas parcelas específicas de vinha e pelas práticas agrícolas sustentáveis.


ESTÃO NO MERCADO AS ÚLTIMAS COLHEITAS DE UM DOS MAIS ICÓNICOS VINHOS PORTUGUESES: O MONTE VELHO BRANCO E TINTO 2017 Em 26 anos de colheitas Monte Velho, o Esporão soube sempre reforçar o perfil equilibrado e gastronómico deste vinho e a tipicidade do Alentejo. Nos últimos anos procurou ainda potenciar a origem e o carácter dos aromas e sabores das uvas através do modo de produção integrado. O Monte Velho surge com o objectivo de trazer para o dia-a-dia o consumo de um vinho com o mesmo perfil do Esporão Reserva, com uma qualidade excepcional, mas sem estágio em barrica ou em garrafa. É o vinho de todas as gerações, que transporta consigo a identidade cultural da região, quer no sabor quer na imagem. Os rótulos do Monte Velho mantêm este ano a inspiração nos padrões regionais das tradicionais Mantas de Reguengos de Monsaraz. O Monte Velho Branco 2017 é produzido com castas tradicionais do Alentejo, Antão Vaz, Perrum e Roupeiro. É um vinho cristalino de cor citrina, com notas de limão e fruta branca fresca e delicada. É intenso e delicado, fresco e versátil, de final longo que confirma a sensação aromática. O Monte Velho Tinto 2017 é produzido com as castas de Aragonez, Trincadeira, Touriga Nacional e Syrah. Tem um aroma a bagas silvestres e revela algumas notas de especiarias. Um vinho fresco, com boa textura e profundidade ideal para pratos regionais e charcutaria ou os tão aclamados churrascos. FAMÍLIA SERRANO MIRA LANÇA DOIS NOVOS ‘HERDADE DAS SERVAS’: RESERVA TINTO E ALICANTE BOUSCHET DE 2015 Da Herdade das Servas, propriedade vitivinícola localizada às portas de Estremoz, surgem duas novidades apresentadas pela família Serrano Mira, uma das mais antigas na produção de vinho. Ambos tintos, da colheita de 2015, são fruto de um trabalho constante na vinha e na adega por parte de uma equipa dedicada e focada em cada uma das diversas áreas. Referimo-nos aos novos ‘Herdade das Servas Reserva tinto 2015’ e ‘Herdade das Servas Alicante Bouschet 2015’.

13


> Shopping List

Gift Guide «

Carry On Cocktail Kit

O Carry On Cocktail Kit, inclui tudo o que necessitas para preparar dois cocktails a 30.000 m de altitude. Já são mais de 10 cocktails diferentes por onde escolher. Preço: 24$ www.wandpdesign.com

Tridente Picador de Gelo

Uma edição que faz jus à rica história de Stolichnaya On Trade: 11,99€

14

The Bitter Truth Cocktail Bitters Traveler's Set

«

Em 2018 a Stolichnaya faz 80 anos e para celebrar lança uma edição limitada, a Stolichnaya Vodka Edição do 80º Aniversário.

P.V.P.: 17,60€ www.blackpepperandbasil.com

«

« Stolichnaya Edição Limitada 80º Aniversário

Tridente de aço com cabo em madeira, ideal para esculpir bolas de gelo.

Para os Globetrotters que viajam muito, este kit tem as medidas ideias para bagagem acompanhada. P.V.P.: 15,75€ www.blackpepperandbasil.com


O Classic ROK Espresso Maker pôe o Barista em controlo do seu café. Não necessita de electricidade, apenas de café e água quente.

«

«

Valor: 129£ www.rokkitchentools.com

Medidor de PH e Temperatura Precisas de ajudar a equilibrar os teus cocktails? Este é um medidor de PH e temperatura simples e fácil de usar onde podes testar os teus cocktails.

3 Ingredient Cocktails O livro apresenta uma compilação de 75 cocktails clássicos e suas variações em que necesitam apenas de três ingredientes para a sua elaboração. P.V.P: 17,50€ www.fnac.pt

«

Classic ROK Espresso Maker

Valor: 63€ + Iva www.hannacom.pt

Homemade Gin Kit Com este kit, ficas equipado para criar um Gin ao teu gosto, depois é só convidar os amigos para lá irem provar a casa. Valor: 49.50$ www.homemadegin.com

« 15


Enóphilo Wine Fest Lisboa superou as expectativas, próximo destino: Coimbra! Promessa cumprida e superada: Enóphilo Wine Fest Lisboa 2018 encheu o Salão Nobre do Hotel Ritz Four Seasons! Cerca de mil pessoas provaram e desfrutaram de vinhos excecionais. E, como tudo o que é bom deve perdurar, todos os enófilos estão convidados para a primeira edição em Coimbra.

16


Realizou-se no passado sábado, 21 de abril, no Salão Nobre do Hotel Ritz Four Seasons, a quarta edição Enóphilo Wine Fest Lisboa 2018, evento vínico organizado por Luís Gradíssimo, reconhecido apreciador de vinhos que há muito decidiu fazer desta bebida o seu modo de vida. O evento revelou-se, uma vez mais, um sucesso. Em cada ano que passa há um crescimento na afluência de público e este ano quase que foi atingida a meta de 1000 enófilos participantes. Estiveram em prova mais de 200 vinhos de 47 produtores selecionados, representando

quase todas as regiões demarcadas de Portugal. A qualidade proposta foi notoriamente visível também pelas três ‘Provas Especiais’ realizadas: com os vinhos Tawnys Blackett diretamente da pipa ao copo; uma prova vertical de vinhos Reserva da Quinta dos Abibes, Bairrada; e uma prova vertical de espumantes da Quinta do Rol, Lisboa. A grande novidade é que, no dia 9 de junho, pela primeira vez, vai realizar-se das 15 às 20H00, o ENÓPHILO WINE FEST COIMBRA 2018! 17


AVIST

Fotografias por: Jerรณnimo Heitor Coelho

18


A BAR

19


Era sábado, um dia chuvoso, não fosse o entusiasmo de fazer uma escapadinha de fim de semana no Vitória Stone Hotel em Évora para “Sentir o Alentejo como ele é”, e o mais certo era ter ficado por um fim de semana de old fashioneds & cinema por casa. Mas se o que custa é dar o primeiro passo, ainda bem que o demos! O Vitória Stone Hotel é um hotel com 32 anos mas que foi totalmente remodelado à cerca de 4 anos pelo arquitecto Nini Andrade Silva, altura em que nasce o Avista Bar e a razão principal da nossa visita. Ao todo são três os bares desta unidade hoteleira, tem um bar no piso da entrada do hotel que dá apoio ao premiado

restaurante 5 Amêndoas, outro bar junto à piscina no terraço que funciona sazonalmente entre abril e setembro, aberto apenas a hóspedes até às 19h e o resto da noite fica disponível para todos os que o queiram visitar e por fim o Avista Bar que está aberto das 12h às 00h ao público em geral. O Avista Bar apresenta uma sala imponente, com capacidade para oitenta lugares sentados, uma varanda e uma vista de 180º sobre a cidade de Évora. É aqui que trabalha uma equipa jovem, mas trabalhadora e ambiciosa. Quando lá estivemos, por

20

momentos havia apenas duas mesas livres e não pudemos deixar de reparar, que em noite de sala cheia eram a Raquel Galvão e a Marisa Tiago que davam vazão atrás do bar, quando questionado, Sérgio Carvalhal, chefe de bar, explicou que tudo faz parte de um desenvolvimento pessoal e que as posições são rotativas mesmo para que cada membro da equipa possa evoluir nos diversos campos, tanto na elaboração de cocktails, como no atendimnto às mesas. Verdade seja dita, enquanto os homens sugeriam e tiravam pedidos na sala, as mulheres atrás do balcão davam vazão ao serviço e serviam uns kick ass cocktails! No conjunto, tudo parecia dançar em harmonia e isso é o que dá gosto de ver num bar que sabe trabalhar e tirar o melhor partido de cada situação. O quarto membro da equipa é o já nosso conhecido Tiago Duarte, finalista nacional da Bacardi Legacy este ano.


O menu, em forma de revista, é trocado anualmente e dá destaque ao produto regional. Embora o best seller continue a ser o gin tónico, podemos encontrar uma seleção de 18 cocktails clássicos e 11 cocktails de autor com inspiração regional e com nomes de acordo com o conceito, como o “Magano de Borba”, o “Tiki Stone”, o “Évora Sling”, o "Alentejanice" ou o “Tô Amanhado”. Nós provámos quatro cocktails e ficámos fans, dos cocktails, do espaço e desta equipa que queremos seguir de perto e porque era sábado ainda tivemos direito ao habitual show de música ao vivo.

Ginger Mary

Symphony

Alentejanice

50ml Gin infusionado com alecrim e pimenta preta 30ml Sumo de limão 30ml Xarope de alecrim e gengibre Top up ginger beer

50ml Bacardi Carta Blanca 30ml St. Germain 30ml Xarope de canela 30ml Sumo de lima 10 folhas de coentros 1 rodela de ananás

50ml Ginja do Marvão 30ml Stolichnaya 40ml Sumo de laranja 30ml Sumo de lima 20ml Mel da Serra de Portel 20ml Clara de ovo

Decoração:

Decoração:

Decoração:

Rodela limão desidratado e alecrim

Canela em pó, ananás desidratado e rebentos de coentros

Zest de laranja e pólen da Serra de Portel 21


Glassology by Libbey Design Contest, a caminho da grande final! Seis finalistas, seis novos designs, apenas um será o vencedor! Após meses de pesquisa, rascunhos e brainstorming, o Glassology by Libbey chega por fim à final Europeia. Nesta competição global para bartenders, não é a bebida em si, mas o copo, o ingrediente essencial de toda a experiência que é o foco do concurso. O júri deste concurso único, irá escolher um vencedor no dia 28 de maio, durante o Perfect Serve Bar Show em Amsterdão. Os seis finalistas, representantes do Reino Unido, Bélgica e Letónia estão a competir para ver o design do seu copo em produção. O Glassology by Libbey teve início em outubro de 2017, com a participação de 388 profissionais oriundos de 50 países. O concurso passou por diversas fases durante um período empolgante de 22

sete meses. Na procura de uma experiência única de beber, o júri do Glassology by Libbey avaliou cada participação baseado numa combinação de, conceito e design, mas também os valores da marca Libbey: funcionabilidade, originalidade e durabilidade.

Nomu Consult, Lewis Pery, diretor geral no Curious Cat e Thomas Ryan, bartender no Doctor Ink’s Curiosities. Da Letónia vem Mihails Minckovskis, brand ambassador da marca 1883 Maison Routin e Yochen Verbeeck, bartender no Cocktails at Nine é o representante da Bélgica.

6 Designs Finais Seis projetos criados pelos Glassologistas representantes de três países europeus, foram escolhidos segundo estes critérios. Estamos a falar de 6 novos designs que nos levam para experiências sensoriais, elementos naturais e para o magnetismo do desconhecido.

O vencedor desta competição irá ganhar reconhecimento global, pois o design vencedor irá ser produzido pela Libbey e distribuído por toda a parte do mundo. O vencedor tem ainda a honra de dar o nome ao copo, irá receber 250 peças do seu copo, será um dos júris do próximo Glassology by Libbey e irá ao Tales of The Cocktail na função de Glassology Ambassador.

Os Finalistas

A questão que agora se coloca é:

O Reino Unido é representado por Pedro Ribeiro, cocktail waiter no Nightjar, Kenji Jesse, consultor na

Quem será o próximo vencedor Glassology?


Finalistas Glassology by Libbey Design Contest

23


Felipe Rojas Bruna Habanosommelier World Champion 2017 Master of Habanos - Certificate Habanos S.A. Cigar Sommelier at "Above 21" Five Pal Jumeirah Dubai

Formatos para todos os gostos! A indústria dos charutos não pára de nos surpreender diariamente com produtos inovadores, conforme as necessidades atuais do fumador. Esta indústria, com o intuito de cativar o amante do tabaco fino, cria constantemente novas linhas e conceitos nas suas marcas, como edições limitadas, regionais, charutos maduros, envelhecidos, reservas ou grandes reservas, entre outras opções.

24


Para os recém iniciados neste mundo, não é fácil escolher um charuto entre tantas ofertas disponíveis. Um dos principais problemas e cada vez mais comum nos dias de hoje com que me deparo, é a falta de conhecimento sobre a diversidade de formatos e tamanhos de charutos no mercado por parte do consumidor. Portanto, é importante entender que, quando nos referimos aos formatos, estamos a falar do design que o torcedor (cigar roller) deu ao charuto no momento da sua confeção. Às vezes o design pode ser uniforme, e isso quer dizer que o charuto possui uma forma reta igual nos seus dois extremos. Noutros casos, são figurados e podem ser de dois tipos: com uma forma pontiaguda em um de seus extremos ou em ambos. Por outro lado, denominamos como “vitola” o tamanho e as medidas de grossura (cepo) e comprimento do charuto. E por que estes detalhes são importantes? Porque quando fumamos essas variedades de formatos, sentimos diferentes intensidades e sabores. Com os

charutos uniformes, a entrada da fumaça na boca pode ser direta e forte desde o começo, ou, no caso dos figurados, pode ser suave no começo e potente no final. Hoje em dia o formato de maior sucesso é o “Robusto”: as suas medidas são de 50mm de cepo e 124mm de comprimento. A sua duração de fumar é de aproximadamente 40 minutos e, mesmo que não seja uma vitola nova (pois já era popular nos anos 30), o “Robusto” tem sido bastante requesitado pelos consumidores nos últimos anos e instalou-se como um formato padrão para o consumidor atual, que procura charutos com uma duração para fumar mais curta, diferente dos formatos que acompanhavam longas conversas de horas com whisky e brandy no copo. Seja qual for o formato escolhido, o mais importante é desfrutar plenamente do charuto, num momento de tranquilidade para o poder apreciar. Mas é relevante considerar que o tamanho está íntimamente relacionado com sua duração, portanto, é recomendável escolher um charuto com uma duração adequada para cada momento. 25


> Bonanto

Bonanto é o aperitivo pelo qual te vais apaixonar este Verão! O aperitivo Bonanto é a última aposta da Viriathus Drinks, um produto avant-garde com o qual nos iremos cruzar imenso nos bares, terraços e esplanadas este verão, de norte a sul do país. O Bonanto vem dar resposta à crescente tendência de servir cocktails com baixo teor alcoólico. Numa altura em que começam a aparecer as primeiras vermuterias em Portugal, muito ao estilo do que se vê por Espanha há já muitos anos, celebrando a cultura do “aperitivo” enquanto se comem umas tapas, assim como a dinamização das esplanadas e terraços com as cada vez mais habituais sunset parties, a sua baixa graduação alcoólica, 22% alc e a sua versatilidade, fazem deste, um excelente

aperitivo para se beber simplesmente com gelo e uma zest de laranja ou misturado em cocktails. Pensado por três ilustres personalidades da indústria de bebidas internacional, Sergi Figueras (Sommelier), Javier Caballero (Mixologista) e Marc Álvarez (Mixologista), Bonanto é um aperitivo de alma espanhola que projeta em si o estilo de vida mediterrânico. Um produto inovador, com base vínica, mais de 75% é composto por vinho branco Macabeo, uma mistura de ervas, raízes e frutas colhidas no Mediterrâneo, entre elas, artemísia absinthum, manjericão, louro, tomilho, cereja e cítricos, ao qual é adicionado um álcool neutro e açúcar, obtendo um líquido vibrante de cor vermelha.


> Bonanto Cocktails

Bonanto Aperitivo

60ml Bonanto 90ml Espumante Top up Fever-Tree Soda Water

Bonanto Negroni

30ml Bonanto 30ml Ginraw 30ml Carlo Alberto Riserva Rosso

Bonanto Americano

60ml Bonanto 60ml Carlo Alberto Riserva Rosso Top up Fever-Tree Soda Water

Distribuido em Portugal por:

VIRIATHUS DRINKS www.viriathusdrinks.com Tlf: +351 300 505 183 Av. General Humberto Delgado 141 2705-887 Terrugem - Sintra 27


> Made in Portugal

Craft Heritage Beer & Spirits A primeira Cervejeira - Destilaria de Portugal Embora o clima não estivesse a ser do nosso agrado nas últimas semanas, com muita chuva e vento frio, quando visitámos Vila Viçosa, uma pequena Vila Alentejana com cerca de 10.000 habitantes, junto à fronteira com Espanha, o dia estava lindo e o céu azul, com poucas nuvens, o que deu para apreciar esta bela Vila, também conhecida por Princesa do Alentejo, terra que viu nascer a poetisa Florbela 28

Espanca. Mas se bem que nos podiamos ter perdido a explorar o castelo medieval, o Paço Ducal ou as ruas estreitas da Vila, não foi isso que nos levou lá. À entrada da Vila, encontra-se o Parque Industrial e foi no lote 123 que nos recebeu Bruno Coxixo, enólogo experiente e um dos sócios da empresa


Craft Heritage Beer & Spirits, para nos contar tudo sobre este novo projeto cheio de ambição. A empresa é constituida por Bruno Coxixo e Hugo Queimado, foi fundada à dois anos mas iniciou apenas a produção de cerveja à cerca de dez meses, como explica Bruno “O licenciamento não foi fácil, aparentemente somos nós a primeira cervejeira/ destilaria, que produz cerveja e destilados nas mesmas instalações e isso levou a ter que ser criada uma nova licença, o que acabou por levar cerca de um ano a ser aprovada” A Cerveja Libata, tem o nome inspirado pela palavra “libar” que significa, brindar e “libatos” como são na gíria chamados os habitantes de Vila Viçosa, no rótulo pode-se ver também Dom João IV no seu cavalo, o mesmo que se encontra em estátua na praça do Paço Ducal no centro da Vila. De momento são 5 as referências em produção mas apenas 3 são engarrafadas. A American Blond Ale, uma cerveja fresca, com notas citricas, leve com 5,4% VOL, a American Stout, de aromas tostados, com 5,9% VOL e a Wheat IPA, um blend de 50% malte de cevada, 50% malte de trigo e uma boa

29


> Made in Portugal mercearia com produtos regionais. Já este ano, em abril, a Craft Heritage lançou o Gin Cicerone, como o próprio nome indica, este nome foi inspirado pela arte de bem receber, algo que segundo Bruno Coxixo “é algo que está patente nos habitantes de Vila Viçosa, queremos mostrar o melhor que cá se faz, assim como esperamos que saiam mais ricos do que quando cá entraram”. No rótulo podemos ver um “cicerone” com um chapéu de coco, algo que inconscientemente associamos a Inglaterra e consequentemente ao Gin, se por um lado o “cicerone” se manterá nos próximos rótulos, o chapéu por sua vez irá mudar consoante o espirituoso, um chapéu cubano para o rum (a iniciar produção em junho deste ano) ou uma ushanka, uma espécie de gorro russo para a vodka, ainda sem data por lançar.

dose de lúpulo, com 5,6% VOL, foram as escolhidas para serem engarrafas para além de serem servidas à pressão como a Honey Ale, uma cerveja a qual é adicionada mel e casca de limão no final da fervura, com 6,1% VOL e a Imperial IPA, uma cerveja complexa, com notas de caramelo e com 8,5% VOL. A cerveja saiu para a rua em Novembro do ano passado e hoje em dia já pode ser apreciada um pouco por todo o país. No ano passado, foi também quando surgiu a oportunidade da empresa adquirir um bar no centro da Vila e em finais de Julho nasceu o Craft Beer Burguer & Spirits. Um espaço onde para além servir hamburguers artesanais, serve também cervejas artesanais e onde se pode encontrar uma pequena

30

A garrafa elegante, de design italiano, traz dentro um Gin com 42% VOL. Produzido com base em 12 botânicos, eles são; zimbro, erva cidreira, sementes de coentros, gengibre, malte, lúpulo, melão, manga, maracujá, lima, laranja e limão, o seu processo é complexo, alguns são infusionados individualmente antes de destilados, outros infusionados em gruopo, o caso dos citrinos e outros apenas adicionados no alambique na hora de destilar.


O Alambique tem capacidade para 500 Litros e é aquecido a vapor, aqui é adicionado o alcoól e os botânicos, onde após apenas uma destilação o liquido é colhido do alambique com 72% VOL, sendo posteriormente adicionado àgua para reduzir o grau alcoólico para 42% VOL antes de ser engarrafado. Mas se o projeto já era inovador pelo fato de ser a primeira cervejaria/destilaria do país, a ambição da

Craft Heritage está longe de ficar por aqui, ainda antes de ter o Cicerone Gin na rua, a empresa já tinha um gin tónico de pressão a ser servido em festivais. Para breve está também a produção de um rum de melaço, um whisky, uma vodka e a gama de cervejas Libata destilada. Este é um projeto que queremos acompanhar de perto e certamente que iremos voltar em breve.

Craft Heritage Morada: Parque Industrial, lote 123 7160 Vila Viçosa Tlmv: 968 300 505 Email: bruno.coxixo@craftheritage.pt Facebook: Craft Heritage Beer & Spirits

31


2º Festival do Rum da Madeira O 2º Festival do Rum da Madeira, realizou-se entre os dias 19 e 22 de Abril no Largo da Restauração no Funchal. Do programa, fizeram parte masterclasses de cocktails com Rum da Madeira, Rum da Madeira harmonizado com Charutos e ainda uma “Rum Talk”. Foi um momento único para partilha de experiências e conhecimentos com prescritores internacionais e de renome que visitaram a região a convite do IVBAM, nomeadamente: Ian Burrell, The Global Rum Ambassador, Alexandre Vingtier, da Rumporter, Nélson Bernardes, 32

Para estas visitas, o IVBAM preparou um roteiro, que contemplou um circuito de visitas pelas destilarias produtoras de Rum da Madeira, onde Com o intuito de promover e dar estes profissionais tomaram a conhecer o Rum da Madeira, o conhecimento das especificidades IVBAM convidou também, Daniel produtivas de cada engenho Carvalho, head bartender no The Royal Cocktail Club, Jorge Camilo, e tiveram a oportunidade de degustar vários tipos de Rums head bartender no Bistro 100 da Madeira e visitar algumas Maneiras, Jaime Montgomery, explorações de cana sacarina. ex Bovino Steackhouse, Fábio Produtores de Rum da Madeira: Gomes, bartender e proprietário do Pubblik- Gins, Cocktails & Food Abel Fernandes, Engenhos do Norte, Florentino Ferreira e João Roque, head bartender no Reizinho, Sociedade de Engenhos Rooftop do hotel Faro. da Calheta e Engenho Novo da Madeira. da Drinks Diary, Peter Holland, do thefloatingrumshack.com, com o moderador Américo Pereira.


33


João Roque Vence o Desafio Mistério do Festival do Rum da Madeira Inserido no programa do 2º Festival do Rum da Madeira o "Desafio Mistério" aconteceu no Bar da Associação Barmen da Madeira situado no primeiro piso do famoso Mercado dos Lavradores, o qual é muito visitado por turistas pela qualidade dos produtos regionais e pela apresentação das bancas, onde João Roque se consagrou vencedor entre os quatro bartenders em prova. Este foi um desafio lançado apenas aos bartenders que 34

tinham vindo do Continente, nesta altura Daniel Carvalho já não se encontrava presente por questões profissionais. Os bartenders tiraram à sorte qual o Rum madeirense a usar como base e tinham à disposição uma "Caixa Mistério" com frutas, vegetais e ervas adquiridas no mercado. João Roque foi quem mais impressionou o painel de júris composto por, João Severim, Américo Pereira, Ian Burrel e Nélson Bernardes e tornou-se o vencedor da primeira edição do concurso.

Receita vencedora: 50ml Reizinho 50ml Ananás em polpa 40ml Sumo de limão 20ml Xarope (Pimenta da Jamaica e gengibre) 1 Maracujá Folhas de manjerona


Os 5 Melhores Rums da Madeira Texto por: Nélson Bernardes

Q

uando pensamos em rums, o mais natural é a nossa mente nos transportar automaticamente para o paraíso das Caraíbas, países como a Jamaica onde se produz o rum Appleton Estate, Cuba, onde se produz o rum Havana Club ou Santa Lúcia onde se produz o rum Chairman’s, no entanto, bem mais perto de nós, temos um produto português de qualidade reconhecida internacionalmente que merece toda a nossa atenção. Recentemente estive na ilha da Madeira para participar na 2ª Edição do Festival do Rum da Madeira, este foi o segundo ano consecutivo que estive presente no Festival, onde tive a oportunidade de visitar os cinco Engenhos que produzem Rum da Madeira e provar o que de

melhor se faz na ilha, incluindo alguns lotes de rum que ainda não estão disponíveis no mercado. Quando falo de Rum da Madeira, devemos ter em conta que todo o Rum produzido na Madeira presentemente é rum agrícola, portanto um destilado da fermentação do sumo da cana de acúcar, obtendo assim, um rum bastante fresco, com sabor a cana de acúcar e notas mais vegetais. Escolher 5 rums da ampla variedade que provei não foi tarefa fácil, até porque, embora sejam todos produzidos na ilha da Madeira, cada engenho produz rums bastante distintos uns dos outros, porém nesta seleção de rums apresento os que melhor se destacaram entre todos os que provei. 35


O REIZINHO É a marca produzida artesanalmente na residência da família Ferreira em Santa Cruz. Nesta seleção apresenta-se como o “rum branco” de escolha. Um rum bastante fresco, de personalidade vincada, com aroma doce de cana e bastante intenso. O teor alcoólico de engarrafamento é de 50%, no entanto numa prova cega seria difícil de o apontar, está bem equilibrado e suave, não provoca ardor ao beber. Embora possa ser apreciado por si só ou com um bom cubo de gelo por afficionados do rum, idealmente é um rum para misturar, tanto na tradicional poncha madeirense como noutros cocktails no geral. *Na visita que fiz este ano, já foi possível provar um rum envelhecido de 3 anos mas de momento ainda não está disponível no mercado. WILLIAM HINTON 9 MESES William Hinton é a marca produzida pelo Engenho Novo da Madeira no Parque Industrial da Calheta. O rum de nove meses, é um rum ainda bastante novo mas o repouso nos barris de carvalho confere-lhe uma cor palha ao mesmo tempo que o amacia e adiciona notas de madeira. Devido à falta de maturidade este rum não é uma primeira escolha no que diz respeito a beber por si só, mas o facto de ter alguma influência da madeira mantendo o seu carácter enquanto jovem, faz deste um rum muito interessante para trabalhar em cocktails e é o meu favorito para um Madeira Daiquiri. WILLIAM HINTON 6 ANOS Esta é mais uma referência do Engenho Novo da Madeira, uma das últimas que foi lançada no mercado, ainda não estava disponível quando lá estive, no ano passado. O William Hinton produz uma gama de 5 Single Cask Rums, que numa fase final envelhecem por mais um ano em cascos de “Whiskey”, “Brandy”, “Spanish Fortified Wine”, “Portuguese Fortified Wine” e “Madeira” oferecendo assim 5 referências com caracteristiscas distintas e bastante interessantes de explorar. Esta referência envelheceu por 6 anos em barricas de carvalho francês e mais um ano nas barricas mencionadas em cima, deixando por fim a liberdade de escolha à mestria de Celso Olim para chegar a um blend final. Do meu ponto de vista, da gama William Hinton, este será o rum mais concensual, o mais bem equilibrado, um rum fantástico para ser apreciado por si só ou em cocktails elegantes de poucos ingredientes onde possa expressar a sua complexidade, como o Rum Manhattan ou o Rum Old Fashioned. 36


Os 5 Melhores Rums da Madeira 970 PRODUÇÃO 2006 Este rum é produzido pelo Engenhos do Norte que está localizado junto ao mar na região de Porto da Cruz. Esta é uma das destilarias que está aberta ao público e que durante a altura de produção recebe imensas visitas de curiosos que saiem de lá a saber tudo sobre o processo de produção do rum. Os Engenhos do Norte produzem outros rums de excelente qualidade e são os produtores da famosa referência “Branca”, no entanto este vintage de 2006 foi o que eu trouxe no coração e na bagagem. Este néctar foi produzido em 2006 e posteriormente envelhecido em cascos de carvalho por um período de 10 anos até ser engarrafado em 2016. Deste lote foram apenas engarrafadas 600 garrafas e embora ainda possam ser encontradas em algumas lojas da especialidade, a sua extrema qualidade e pequeno volume de produção faz com que essa não seja uma tarefa fácil. Para ser apreciado por si só ou como parceiro de um bom charuto. RUM 18 ANOS Este rum ainda não tem marca e ainda não está engarrafado, mas pode passar a estar a qualquer momento. Pertence à família Fernandes, a qual reside no Porto da Cruz onde produz artesanalmente o seu rum desde 1982. O Sr. Abel Fernandes, é um homem com 83 anos e conta com a experiência de ter trabalhado em todos os outros Engenhos até que decidiu produzir o seu próprio rum acreditando que podia criar algo ainda melhor e ainda bem que o fez! Hoje em dia a família Fernandes luta para reaver o nome da marca e os lotes que provámos com 3, 6, 18 e 24 anos, estão ainda por engarrafar. O rum de 18 anos apresenta-se com 52º alcoólicos, é bastante rico e complexo, é um rum que precisa de ser arejado e que vai evoluindo no copo se não formos gulosos e o bebermos rápidamente. Para ser apreciado lentamente num copo de balão extra large, enquando pomos a conversa em dia com aquele amigo com quem não falamos à já algum tempo. 37


> A Drink with...

Alberto Silva hoje em dia, ainda utilizo. Acima de tudo, o Albino Leça, além de um profissional com grandes capacidades na área do bar, possui um pensamento extremamente criativo e inovador, que sempre me inspirou.

QUAL O MOMENTO DA SUA CARREIRA DE QUE SE SENTE MAIS ORGULHOSO? QUANDO E ONDE INICIOU A SUA CARREIRA DE BARTENDER? Iniciei a minha carreira com apenas 16 anos, num café situado no centro da cidade do Funchal, o Sunny Bar, ainda hoje em funcionamento. AO LONGO DA SUA CARREIRA, TEVE ALGUM ÍDOLO DENTRO DO SETOR POR QUEM SE SENTIU INSPIRADO? O Chefe Albino Diniz Leça foi, e é, sem dúvida, uma figura de referência para mim. Trabalhámos juntos no Joe’s Cocktails Bar e, neste sítio, passou-me muito dos seus conhecimentos acerca das mais variadas bebidas e de algumas técnicas que, 38

Com certeza, a minha evolução no Joe’s Cocktail Bar. Aqui, o meu trabalho e empenho foram sempre valorizados, pelo facto de querer sempre crescer enquanto profissional e enquanto pessoa. Assim, fui promovido de barmen de 2.ª para barmen de 1.ª. Foi, sem dúvida, um momento marcante que me deixou muito orgulhoso. Enquanto presidente da Associação de Barmen da Madeira, termos recebido a medalha de mérito turístico grão de ouro, a medalha de mérito municipal grão de ouro e a Declaração que aprova a Associação como utilidade púbica, foram conquistas mais importantes, pois revelam o reconhecimento do esforço de toda a nossa equipa.

QUAL É PARA SI, O ATRIBUTO/ QUALIDADE ESSENCIAL QUE QUALQUER BARTENDER TEM QUE POSSUIR?

A Postura e a confiança em si próprio. Acreditar que, um dia, com esforço árduo, é possível sermos um grande bartender. Assinalava ainda a ânsia por querer sempre saber mais para fazer melhor. O QUE O LEVOU A ESCOLHER O CARGO DE PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BARMEN DA MADEIRA? Tenho imenso gosto em transmitir e proporcionar oportunidades de aprendizagem, a todos aqueles que queiram aprender. Acredito que com uma boa liderança, a Associação possa ser um espaço onde os indivíduos que possuem gosto pela área, possam encontrar respostas às suas questões e meios que os levem a crescer enquanto profissionais. Daí ter aceite este cargo e lutar por este objetivo. QUAL O SEU PLANO ENQUANTO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BARMEN DA MADEIRA?


Pretendo continuar a trabalhar ao lado das marcas que nos apoiam e que depositam confiança em nós. Sem elas não seria possível levar este barco a bom porto. Tenho ainda o sonho de que a Associação Barmen de Portugal consiga trazer para Portugal| Madeira | o campeonato mundial de Cocktails. Por fim, e como já mencionado anteriormente, tenciono, sempre que possível, proporcionar meios e condições para melhorar as capacidades profissionais dos barmens da Madeira. QUAL O ERRO MAIS COMUM, QUE VÊ BARTENDERS COMETEREM, QUE GOSTAVA DE VER CORRIGIDO? O saber estar no local de trabalho. Não tolero a presença dos telemóveis em horário laboral. QUAL O SEU ESPIRITUOSO FAVORITO PARA TRABALHAR? O Gin é um espirituoso que combina bem com qualquer cocktail. Além disso, é um dos constituintes do meu cocktail clássico preferido, o Before Dinner NEGRONI. SE PUDESSE ESCOLHER SERVIR UM COCKTAIL A ALGUÉM, VIVO OU JÁ FALECIDO, QUEM SERIA E O QUE LHE SERVIRIA? Se pudesse escolher serviria agora um cocktail Negroni à minha mulher Ana Silva que também é Barmaid esta sempre ao meu lado como sabem por muitas vezes passo mais tempo na Associação do que estar com a família. DADA A SUA EXPERIÊNCIA, QUAL O CONSELHO QUE TEM PARA A NOVA GERAÇÃO DE BARTENDERS? Façam o vosso trabalho com gosto e com vontade de aprender sempre mais. Aceitem críticas construtivas dos mais experientes. É ainda fundamental criarem empatia com os clientes e serem genuínos. Saber trabalhar em equipa é também uma chave para o sucesso. 39


Margarita 50ml Tequila Blanco 25ml Triple-Sec 25ml Sumo de lima Rebordo de sal no copo

40


> Cocktail Clássico

Margarita As origens do cocktail Margarita, como em tantos outros cocktails clássicos, não são bem conhecidas, isto, porque existem diversas histórias e vários bartenders a reclamar a sua criação em seu nome. Em 1937 o livro Café Royal, publicava uma receita com as mesmas proporções com que hoje elaboramos uma Margarita (2:1:1) ao qual lhe chamou de Picador. Já no início dos anos 90, Júlio Bermejo viria a inventar a famosa Tommy’s Margarita, nome inspirado no restaurante que a sua família gere em São Francisco. Júlio simplesmente adicionou um toque de xarope de agave o que equilibrava na perfeição este cocktail que é bastante ácido tradicionalmente, hoje em dia podemos encontrar a Tommy’s Margarita em menus um pouco por todo o mundo.

Na sua elaboração, a Margarita é mais um clássico de apenas três ingredientes o que pode parecer simples por si só, no entanto, mesmo mantendo a receita tradicional, há muito por onde explorar e são várias as opções que irão apresentar resultados finais muito diferentes. Por exemplo, em vez de utilizar uma Tequila Blanco, pode sempre optar por uma Tequila Reposado, que irá tornar este cocktail um pouco mais redondo e adicionar alguma complexidade devido ao tempo que passou a envelhecer em contacto com a madeira.

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

A Margarita é sem sombra de dúvidas o cocktail com base de Tequila mais famoso do mundo. Pode ser servido shaken, blended ou on the rocks, com um sem fim de diferentes variações e sabores, no entanto a sua maneira de servir tradicional consiste apenas em três ingredientes; Tequila, Triple Sec e sumo de lima, servido no seu próprio copo, coupe ou taça martini, a grande maior parte das vezes com sal no rebordo do copo.

Para a seleção de Triple Sec, à parte dos suspeitos do costume que ficam sempre bem, como o Cointreau ou o Grand Marnier, temos também o recém reformulado Pierre Ferrand Dry Coraçao ou para uma opção mais fora da caixa o famoso Licor 43, que à parte de ter notas cítricas apresenta também notas de baunilha fazendo desta uma opção muito interessante quando se trabalha com uma Tequila Reposado ou Anejo. Relativamente ao sal, também são várias as opções, desde o regular, mais usual na cozinha, ao sal fumado, sal com mistura de picantes ou sal com mistura de alecrim e alfazema para uma Margarita com um ar mais mediterrânico.

41


> Let's do the Twist

Margarita Floral Pela: Equipa de bar Crown Plaza Vilamoura 50ml Tequila Reposado infusionado com camomila 25ml St Germain 70ml Sumo natural de laranja com PH reduzido 15ml Clara ovo para dar volume e corpo Flor de sal Twisted Margarita Por: José Braga - Setra Urban & Cocktail Bar 50ml Tequila Ocho Blanco 50ml Puré de goiaba com xarope de agave 30ml Sumo de lima 30ml Xarope de citronela caseiro 1 Fatia de gengibre 4 Folhas de salsa

Orange Twisted Margarita Por: Gaëlle Gonçalves - Le Consulat Hotel 45ml Tequila Patron Silver 20ml Cointreau 15ml Sumo de lima 3 Colher de bar de compota caseira de laranja e angostura Flor de sal infusionado com laranja caseiro 42


Margarita Por: Diogo Maia - Nogueira's Porto

Bloody Margarita Por: Daniel Luis 50ml Olmeca repousado 30ml Sumo de lima 20ml Shrub de tomate 15ml Xarope caseiro de manjericão 1 Dash de wasabi 20ml Clara de ovo Sal picante

50ml Olmeca Altos reposado 40ml Sumo fresco de limão 20ml Beso concentrado de agave 10ml Chartreusse Verte 10ml Dry Curacao 1 Pitada de flor sal fumado a frio

Edo Tóquio Margarita Pela: Equipa de bar do Azor Hotel 50ml Tequila Joséa Cuervo Reposado 15ml Cointreau 35ml Limão 10ml Xarope de erva príncipe 1 Colher de bar pó de wasabi 2 Pedaços de gengibre Pimenta Shichimi Tagarashi 43


Passion, o novo bar do Grupo Barata Hotels em Albufeira Situado num edifício antigo, do séc. XIX, início do séc. XX, no coração da cidade de Albufeira, pode-se dizer que o Passion é mais do que um bar, é também uma galeria, com uma decoração surpreendente e intemporal. Trata-se de um espaço imponente e com presença no centro da cidade histórica de Albufeira. Um edifício impar, que se destaca no seu envolvente e no seu interior se define em três níveis: entraa estilo museu; uma sala ampla 44

com uma varanda panorâmica e a terraza lounge. O conceito do Bar, como define Sandro Serrão, brand manager do grupo está intrinsecamente relacionado com a decoração do espaço. Este conceito tem características que remetem para a época em que vigorou a “Lei Seca” nos EUA. Trata-se de um bar com cores escuras, baixa iluminação e possui no seu menu uma seleção de cocktails de autor. Tendo em mente que a mesa do cliente equivale a um desfile

de moda para um estilista, Luis António, bar manager, fez do menu, uma expressão máxima de criatividade. O Menu Passion conta com uma lista de 11 cocktails, arrojados e complexos, mas faceis de degustar. Todos os cocktails possuem uma história e todos os seus ingredientes foram pensados e trabalhados para funcionarem da melhor forma, estimulando autênticos sabores e aromas.


> Cocktails de Autor Los Muertos 45ml Tequila Jose Cuervo Tradicional Reposado 20ml Mezcal 7 Misterios Espadin 10ml Licor Frangelico 40ml Doce de nozes 30ml Sumo de toranja 20ml Xarope de agave Servido com cracker de arroz fumado

Bienvenue 45ml Plantation Pineapple 10ml Sumo de limão 3 Colher de bar ketchup de ananás caramelizado Servido com lemon teddy berry caseiro

Pretty Woman 50ml Vodka Froggy B infusinada com baunilha 20ml Cointreau 60ml Cranberry 20ml Ácido Cítrico 10ml Xarope de açúcar É colocado na soda stream e gaseificado Servido com waffle de caramelo

45


> Cocktails de Autor Harry Lab 50ml Vodka Froggy B 150ml Canja de tomate c/manjericão 20ml Sumo de limão 3 Gotas óleo de peixe Espuma de aipo Servido com tomate cherry agridoce caseiro e tiras de milho

Old Man

Passion 46


Old Man (página da esquerda)

Passion (página da esquerda)

50ml Cognac Pierre Ferrand 1840 15ml Dry Curaçao Pierre Ferrand 1 Colher de bar compota de limão e manga 4 Dash bitter de toranja Tomilho fresco

50ml Citadelle Gin 30ml Sumo de limão 40ml Creme de maçã e canela Manjericão fresco Pimenta preta – Q.B Pimenta rosa – Q.B Albumina

Servido com suspiro simples com chocolate caseiro

Servido com legumes no forno

Porto Rico 40ml Plantation 3* 10ml Plantation Pineapple 15ml Vinho do Madeira Gengibre fresco 40ml Ketchup de ananás caramelizado 40ml Creme de coco e coentros Servido com almond teddy berry caseiro e coco fresco caramelizado

47


Madeira Rum House QUANDO INICIASTE A TUA COLEÇÃO DE RUM DA MADEIRA?

Estivemos no Funchal e como não poderia deixar de ser, entrevistámos Roberto Andrade, um apaixonado por Rum e detentor da maior coleção de Rum da Madeira. Para qualquer aficionado de Rum, a Madeira Rum House é uma paragem obrigatória!

48

Comecei a coleção em 2007 não sei como, nem porquê, quando dei por mim, era o maior colecionador de rum da Madeira. QUANDO ABRIU E O QUE TE LEVOU A ABRIR A MADEIRA RUM HOUSE? O Madeira Rum House abriu oficialmente em Setembro de 2015 porque achei que era uma boa oportunidade de negócio visto que não havia nenhuma casa de rum na Madeira que tivesse todos os rums de todos os engenhos, até aí, o rum só servia para fazer poncha, e claro, também para exibir toda a minha colecção de coisas relacionadas com cana de açúcar, engenhos, e rum da Madeira


> Entrevista - Roberto Andrade

(garrafas, caixas, alambiques, livros, postais, fotos, rótulos, selos, etc...) mas principalmente porque nunca ninguém tinha feito nada semelhante antes, dá-me um imenso gozo fazer coisas novas, eu sei, é arriscado mas dá pica.

ESTE FOI O SEGUNDO ANO DO FESTIVAL DE RUM DA MADEIRA, NO QUAL VOCÊS TAMBÉM ESTIVERAM ENVOLVIDOS, COMO VÊS ESTE EVENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CATEGORIA?

TENS UMA COLEÇÃO INVEJÁVEL, SABES QUANTAS GARRAFAS TENS DE MOMENTO?

Eu vejo o Festival do Rum da Madeira com bons olhos e com muito otimismo, penso que tem pernas para andar e que já se justifica ter uma data própria à semelhança dos outros festivais que temos na Madeira. Já há muitos anos que eu falava em termos um Festival do Rum, mas só o ano passado é que aconteceu o primeiro, na minha opinião, este ano ainda foi melhor que o anterior. Acho que tem tudo para ser mais um grande cartaz da Madeira ao exemplo do Festival do Vinho que atrai todos os

Tenho à volta de 200 garrafas diferentes, não sei ao certo, mais garrafa menos garrafa deve de andar à volta disso, tenho que voltar a contar. Algumas foram caras, umas tão baratas que foram quase "roubadas" e muitas oferecidas por amigos que, sabendo que eu era colecionador traziam-me de vez em quando garrafas que encontravam nos lugares mais recônditos da Madeira, tascas que já quase ninguém frequenta, eu ainda faço isso quando vou em passeio pela ilha. TENS ALGUMA GARRAFA COM ALGUMA HISTÓRIA PARTICULAR? Quase todas tem uma história, umas mais engraçadas do que outras, mas a mais engraçada não posso contar nesta entrevista.

49


anos gente de toda a parte do mundo, além de ser a melhor maneira de promovermos o nosso rum além fronteiras FALA- NOS DOS RUM FLIGHTS QUE SERVES NA MADEIRA RUM HOUSE. Os Rum Flights que sirvo cá, têm sido um sucesso porque são uma prova de 4 rums dos 4 engenhos existentes na ilha. O primeiro é o rum branco do Reizinho (gaula), o segundo é o William Hinton 3 anos do Engenho Novo da Madeira (estreito da calheta) o terceiro é o 970 Reseva de 6 anos dos Engenhos do Norte (porto da cruz) e o quarto é a aguardente velha de cana com 15 anos do Engenho da Calheta (calheta). É claro que eu posso sempre variar, o cliente tem a opção de escolha. DE QUE FORMA PREFERES APRECIAR O RUM? ( SIMPLES, COM GELO, COM ÁGUA, MISTURADO EM COCKTAILS ) Gosto de rum e pronto! De qualquer maneira e em qualquer lugar, o mais importante é a companhia.

QUAL O TEU COCKTAIL COM BASE DE RUM FAVORITO? O meu cocktail favorito é um que eu inventei, mas só o faço em casa, é tipo um Mojito mas com funcho fresco, adoro! QUAIS SÃO AS TRÊS GARRAFAS DE RUM QUE PEDES A TODOS OS SANTINHOS PARA QUE NUNCA ACABEM? 3 não, 4, as com que faço os Rum Flights, é a melhor experiência que as pessoas que nos visitam podem levar da nossa ilha, por isso nunca podem faltar!

MORADA: Rua Portão de São Tiago, 19c 9060 Funchal

50


Viriathus Drinks www.viriathusdrinks.com Tlf: +351 300505183 Av. General Humberto Delgado 141 2705-887 Terrugem - Sintra

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

51 1


Nacional de Cocktails O Concurso de Nacional de Cocktails e Flairtending, aconteceu no passado dia 25 de março no Casino da Madeira (Funchal).

Portugal na competição internacional PANAMERICANO que este ano se realiza em Cuba e os terceiros classificados representarão Portugal na ASIA INTERNATIONAL COCKTAILS COMPETITION A organização do evento ficou a cargo da Associação que se realiza em Taiwan. de Barmen da Madeira que teve a honra de ter RESULTADOS OFICIAIS: presente o senhor Pepe Dioni presidente da IBA (Internacional Bartenders Association). COMPETIÇÃO CLÁSSICO 1º class. TIAGO JORGE (A.B. Estoril) Tiago Jorge foi o Bartender do dia, que conquistou 2º class. RENATO PIRES (A.B. Algarve) um dupla vitória, foi o vencedor da Competição 3º class. NUNO CARREIRA (A.B. Estoril) Clássica e vencedor da Competição Flairbartending. melhor técnica LUIS ALBERTO REIS (A.B. Madeira) Tiago fica assim apontador para representar Portugal no Campeonato Mundial da International COMPETIÇÃO FLAIRTENDING Bartenders Association, que este ano se realiza de 2 1º class. TIAGO JORGE (A.B. Estoril) a 7 de Outubro em Tallin na Estónia. 2º class. JORGE COELHO (A.B. Algarve) Os vice-campeões nacionais irão representar 3º class. HENRIQUE TOMÁS (A.B. Estoril) 52


O Bartender madeirense César Figueira foi o vencedor do concurso de cocktails Vinho da Madeira que decorreu no dia 24 março no Casino da Madeira, no âmbito do programa do Concurso Nacional de Cocktails 2018 que contou com a presença de 36 bartenders participantes. Este foi considerado o melhor cocktail com a base de Vinho da Madeira e passará a ser servido nos cocktails oficiais da presidência do Governo Regional da Madeira.

A iniciativa organizada pela Associação de Barmen da Madeira, foi enquadrada na Comemoração dos 600 Anos da Descoberta da Madeira, pelo que contou com a presença de Guilherme Silva, que preside à comissão comemorativa, e da secretária do Turismo, Paula Cabaço.

RECEITA VENCEDORA DO CONCURSO NACIONAL DE VINHO DA MADEIRA 50ml Sercial Miles 30ml Licor laranja J. Faria 10ml Monin figo 50ml Brisa limonada zero Decoração: Casca de laranja

53


> Nós Por Lá

João Machado UM PORTUGUÊS EM TORONTO

ESTUDASTE NA ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO DE PORTIMÃO, O QUE TE LEVOU A IR TRABALHAR PARA TORONTO?

Parte do nosso sucesso deve-se ao facto de nunca querermos falhar, de desejarmos sempre ser grandes e também à nossa insegurança porque nos sentimos como se não soubéssemos o que estamos a fazer, então questionamos absolutamente tudo o tempo todo. E isso permite-nos aceitar muito bem a mudança. Quando não há mudança, e tudo está prescrito, não havendo caos, algo não bate certo, o ser humano sente falta do caos. 54

Toronto surgiu como um desafio pessoal, a necessidade de me testar como pessoa e profissional.

NO ANO PASSADO JUNTASTE -TE À EQUIPA DO RAVAL BAR. FALANOS UM POUCO DO CONCEITO, AMBIENTE E O QUE PODEMOS ESPERAR AO VISITAR O RAVAL.

DE MOMENTO EM TORONTO, MAS TAMBÉM TRABALHASTE EM VANCOUVER, COMO DEFINES A BAR SCENE DESTAS DUAS CIDADES?

Raval é um projeto idealizado por três pessoas: Chef Grant van Gameren, Robin Goodfellow e Mike Webster, tornado realidade por um grupo de designers chamado PARTISANS. A ideia seria criar “The World Best Bar”. Este é inspirado num bairro do distrito da Cidade Velha em Barcelona. O interior incentiva as pessoas a movimentarem-se e a interagir, a sala contém um pequeno número de lugares sentados bem como divisórias. A carta é composta por uma pequena seleção de conservas bem como alguns pinchos e tapas tradicionais em zonas do norte ao sul de Espanha. O Cocktail Program tem como base low Octane cocktails oferecendo uma vasta coleção de diferente tipos de Sherry e Vermouth.

Tendo trabalhado em Toronto e Vancouver, eu amo as duas por motivos diferentes. O acesso a ingredientes em Vancouver é incrível, e acho que há um sentido real de comunidade entre os Vancouver é reconhecida como uma das cidades mais vibrantes em termos de gastronomia da América do Norte. Por isso, não é surpresa que alguns dos melhores bares da cidade estejam localizados em excelentes restaurantes. Toronto com a sua personalidade forte e multicultural, muitas vezes esquece-se de ser ela mesma, tentando muitas vezes ser uma cópia da sua irmã Nova York. Be Yourself Toronto.


QUAL O TEU INGREDIENTE FAVORITO PARA USAR EM COCKTAILS?

QUANDO PENSAS NO FUTURO, ONDE QUERES ESTAR DAQUI A 10 ANOS?

Sherry tem vindo a crescer constantemente dentro da comunidade de cocktails, não é a primeira vez que isto acontece, voltando atrás o Sherry Cobbler está mencionado como um dos favoritos nos meados do século XIX, voltando a ser um dos ingredientes mais populares nos dias de hoje. A sua diversidade de aromas dentro dos estilos é definitivamente apaixonante.

Provavelmente resumirei o meu percurso dando início a uma nova etapa com o objetivo de criar um pequeno espaço onde me sinta confortável, focado no serviço e hospitality. Um espaço onde há tempo para iniciar uma conversa com o cliente.

CAN IT BE ALL SO SIMPLE por: João Machado 45ml Rye Whiskey 15ml Aguardente Lourinha XO 20ml Amaro Lucano 15ml Fino Sherry 3 dash Cascade Celery Bitters Copo: Old fashioned Gelo: Grande cristalino Decoração: Lemon zest

NO INÍCIO DO ANO VOLTASTE A CASA PARA UMAS BREVES FÉRIAS, COMO VÊS A INDÚSTRIA DE BEBIDAS EM PORTUGAL?

A meu ver a indústria de Bar e Restauração encontra-se viva e incrivelmente diversificada. Encontramos ótimos bares de cocktails como Red Frog, Cinco Lounge, Colombus mantendo a sua imagem consistente em termos de serviço e hospitalidade sem “Pretension.”. Estes últimos anos, a paisagem culinária em Portugal viu uma nova onda de jovens Chefs e Bartenders que, muitas vezes depois de trabalharem em restaurantes com estrelas Michelin em todo o mundo e bares com renome voltaram para Portugal para abrirem restaurantes, e outros espaços com o 55


> Nós Por Lá - João Machado Há poucos anos tive o privilégio de partilhar o bar ao lado de um senhor de seu nome Paulo Cardoso. Ele não só me ensinou a base de um bom profissional, mas também me mostrou que, se tivermos fome de sucesso e permanecermos concentrados, acabamos conseguindo. QUAL O TEU COCKTAIL FAVORITO DE FAZER? E QUAL O FAVORITO DE BEBER?

o objetivo de se estabelecerem e ganharem as suas próprias estrelas. Inspirados por sabores exóticos e novos métodos e técnicas, estes estão colocando suas próprias reviravoltas inesperadas em tradições e produtos locais. A experiência é multisensorial e inesquecível. PENSAS VOLTAR UM DIA A TRABALHAR EM PORTUGAL?

Todos os dias... QUAL FOI A PESSOA MAIS INSPIRADORA COM QUEM JÁ TRABALHASTE ATRÁS DO BAR E PORQUÊ?

De fazer: Dunhill De beber: Daiquiri Eu sou realmente apaixonado por tudo e não vejo razão para me restringir. O meu cocktail favorito a fazer é o que eu ainda não tentei fazer. Adoro experimentar novas técnicas, líquidos e também sólidos, que são importantes para um bom resultado líquido. ENQUANTO BARTENDER, QUAL FOI O PEDIDO MAIS ESTRANHO QUE TE FIZERAM?

Glúten Free Cocktail Menu.

LESSON LEARN’D

56

João M

20ml Lustau Los Arcos Amontillado 30ml Lustau East India Solera Cream 45ml Guerra Dry Vermouth 1 dash Angostura Bitter 2 Dashes Orange Bitters Glass: Coupe Garnish: Olive and Lemon

achad o

por: João Machado


Viriathus Drinks www.viriathusdrinks.com Tlf: +351 300505183 Av. General Humberto Delgado 141 2705-887 Terrugem - Sintra

57


BEER GENERATION FESTIVAL Invade Lisboa Texto por: Bruno Aquino

A 1ª edição do Beer Generation Lisbon Festival (BGLF) decorreu de 15 a 17 de março, no Hub Creativo do Beato. A organização, a cargo da OG & Associados, bem conhecida do movimento cervejeiro pelo ArtBeerFest Caminha ou Porto Beer Fest, trouxe à capital três dias de intenso fervor cervejeiro, com palestras, workshops, música e cerveja, muita e boa cerveja. Mas já lá iremos.

E

m primeiro lugar, uma menção ao espaço. Este antigo e enorme complexo fabril do exército está, aos poucos, a ser reconvertido, estando já associado a marcas como o Super Bock Group, a Mercedes-Benz Daimler ou a Web Summit. O potencial é enorme, podendo em breve surgir um concorrente à Lx Factory, mas no lado oriental da cidade. Pena o tempo invernil que se fez sentir, com frio e alguma chuva, o que ainda assim não demoveu uma multidão significativa nos três dias do festival. Logisticamente, o espaço foi dividido em três áreas, duas internas e uma externa, esta última mais dedicada à street food. Cervejeiros, lojas de cerveja, workshops e concertos partilharam os dois pavilhões, sendo que a área principal foi por vezes pequena para albergar tantos

58

[

"Em termos cervejeiros foram inúmeros os motivos de interesse, entre marcas já com diversos anos no mercado e outras que começam agora a dar os primeiros passos."


entusiastas da cerveja artesanal. Reforce-se esse facto: o evento foi um êxito em termos de participação do público. Se o arranque foi relativamente pacífico, com um final de tarde de quinta-feira a não convidar a atividades exteriores, a noite veio comprovar que um festival bem organizado, com muitos motivos de interesse e subjacente a um movimento em franca expansão, é justificação mais do que suficiente para não ficar em casa e não ter receio de fenómenos meteorológicos. Sexta-feira e, em especial, sábado comprovaram esse sucesso. Em termos cervejeiros foram inúmeros os motivos de interesse, entre marcas já com diversos anos no mercado e outras que começam agora a dar os primeiros passos. Comecemos, pois, pelas denominadas “cervejas emergentes”, entre as quais constavam a Aldeana, Algarve Rock Brewing, Trevo da Caparica, Piratas Cervejeiros, Gallas, Brewhands, D’Ourique, Sadina, Sin Pecado, Uwaga e Mania. Tenho muitos amigos neste lote de cervejeiros, pelo que tudo o que diga tem sempre uma subjetividade latente. Não obstante, perdoando-se alguma parcialidade que a minha perceção possa transportar, e não tendo sido possível beber todas as cervejas em oferta, destacaria algumas das opções apresentadas. A começar, a Solera Baby, da Brewhands, uma cerveja que vai trazer muita felicidade aos amantes do lado ácido (ainda que bem controlado e equilibrado) da vida. A cerveja do Rafa foi, sem dúvida, uma 59


das grandes surpresas positivas do festival. Já a Substorm, da Mania, foi a cerveja mais “perigosa” do evento. Uma Ginger Beer facílima de beber, extremamente gulosa, e que não indicia que tem 4% de volume alcoólico. É baixo? Sim, claro que é. Mas também é muito plausível beber litros deste “refresco”. A Double IPA da Sin Pecado é já uma referência, assim como a Original, da Aldeana, uma receita perfeitamente estabilizada numa cerveja com um ótimo perfil. Em termos de estreias pessoais, as mesmas aconteceram com os produtos da Gallas e da Algarve Rock, projetos a seguir com muito interesse. Os Piratas levaram uma Marme’Ale que estava fantástica, o mesmo se verificando com as duas cervejas que bebi da D’Ourique, perfeitas embaixadoras da corrente belga que o Hugo Elias tão bem representa. Houve ainda tempo para degustar as novidades da Sadina e da Uwaga e terminar com dois dedos de conversa e três pints com o pessoal da Trevo da Caparica. Pormenor eventualmente a rever na próxima edição: o espaço para estas marcas era exíguo e, em função do afluxo de visitantes, em alguns momentos tornavase praticamente impossível ouvir as explicações dos cervejeiros e estar, simplesmente, naquela plataforma. É esplêndido poder dar esta experiência a algumas destas marcas, proporcionandolhes a primeira vivência em festival e uma forte interação com o público. Se se lhes conseguir dar mais algum espaço, então será 60

perfeito! Para além dos emergentes houve espaço, claro está, para as marcas que já trilham este caminho da produção de cervejas artesanais há alguns anos. Principiemos pelas marcas nacionais, cujo número era deveras significativo: Bolina, Mean Sardine, Deck Beer Lab, Rapada, Letra, Dois Corvos, Musa, Lince, Oitava Colina, Lindinha Lucas, Burguesa, Colossus, Lupum,

Amphora, Alma, Passarola, Barona, Luzia, Post Scriptum, Vadia, Praxis, OPO74… Ufa, será que me esqueci de alguma?! Como se percebe, a oferta era extensa e diversificada. Neste breve artigo não é possível mencionar tudo o de bom que bebi, demonstrativo da enorme qualidade que a cerveja artesanal portuguesa já alcançou. Salientarei, por isso, apenas uma marca, não só por ser algo recente, mas essencialmente por aquilo que já atingiu, apresentando


Basco) ou pela Yria (Espanha), do meu amigo Ernesto, que continua a abusar no ABV mas também na qualidade das cervejas que elabora.

cervejas muito bem executadas: a Lupum. Faltam palavras para adjetivar a excelência da Imperial Stout Cocoa&Coffee, a Belgian Dark Strong Ale ou a Catraio 3.0 By Lupum – IPA. Sensacionais! Parabéns, Lobo Mau! Evidencie-se, igualmente, uma carrinha que é já presença frequente e desejada nestes festivais cervejeiros: a HOPS & BEER CO, guiada pelo Zacarias

e a sua equipa. É um conceito bastante interessante, que permite que mais marcas e cervejas estejam disponíveis. Desta vez, a escolha recaiu numa seleção de IPAs portuguesas, das marcas SIN, Marafada, Ale N’ Tejo, Loba Ale, Bauer Lopes, Toira, Trevo da Caparica e Barona. No que concerne a marcas estrangeiras, a representação foi garantida, entre outros, pela Sori (Estónia), Bidassoa (Espanha, País

Finalmente, uma palavra para as lojas e distribuidoras de cerveja presentes, as quais ficaram localizadas no pavilhão dedicado também aos workshops e palestras. Pattria, Lovecraft – Beer & Tailors e a Major Roçadas brindaramnos com produções da Mikkeller, Hitachino, Anchor, Omnipollo e Beata, apenas para mencionar algumas. Uma clara demonstração de que também este segmento do mercado está em franco crescimento, facto que me parece ser de primordial importância em função da distribuição ser um reconhecido “calcanhar de Aquiles” de muitos negócios emergentes, situação a que não é alheia o mercado da cerveja artesanal. Já frequentes em alguns festivais organizados pela OG & Associados são as ABF Talks, momentos de promoção e divulgação da cultura cervejeira, para os quais são convidadas reconhecidas personalidades ligadas ao mundo cervejeiro. Uma das conversas foi subordinada ao tema “Inovação cervejeira: como o conhecimento e a história nos podem ajudar”, debate em que participaram Cilene Saorin, da Doemens Academy, e Tiago Brandão, representante da European Breweries Convention. No dia 16, a ABF Talks foi dedicada ao tema “State of the Craft Beer”, uma ótima conversa com Steve Hindy, histórico fundador 61


da Brooklyn Brewery, na qual participaram também Susana Cascais (Dois Corvos), Rui Bento (Amnesia) e este vosso escriba, em representação do Fórum Cervejas do Mundo e do Concurso Nacional de Cervejas Caseiras e Artesanais. As ABF Talks, independentemente do modelo descomprometido que lhes está subjacente, são um momento de enorme relevância num cenário de formação, partilha de conhecimentos e debate de temas pertinentes para a comunidade cervejeira. Devese louvar o esforço inerente à existência destes acontecimentos no ambiente geral de um festival. Pena é que a adesão não seja tão significativa como aquilo que eu gostaria. Muitos cervejeiros e pessoas ligadas profissionalmente ao meio estavam atentas e presentes, mas o público em geral é pouco cativado por este tipo de iniciativas, algo que, ainda assim, não belisca minimamente o esforço que é feito pela organização no sentido de diversificar e aprofundar os conteúdos oferecidos. Para além destas conferências, o BGLF 2018 trouxe também muitos concertos, demonstrações 62

de harmonização entre comida e cerveja, apresentações gastronómicas pela Chefe Margarida Bessa Rego, cortes de cabelo radicais… Enfim, um manancial de diferentes atividades que ocuparam todos os apreciadores de cerveja que, durante três dias, encheram o Hub Criativo do Beato. A zona de Lisboa onde o festival assentou arraiais tem muito potencial. Exemplo disso é o denominado Lisbon Beer District (LBD), estruturado em torno das marcas Dois Corvos, Lince e Musa. O movimento que essas cervejeiras têm dado à área, com a promoção de eventos em comum, lançamento de cervejas colaborativas e realização de concertos, tem vindo a gerar uma dinâmica muito positiva e que, em diferentes circunstâncias, já atraiu milhares de pessoas à zona de Marvila.

O LBD teve uma participação bastante ativa durante o Beer Generation, não apenas pela presença das marcas no próprio festival, mas também pelas numerosas atividades paralelas realizadas. A dinamização da área oriental de Lisboa continua e a cerveja artesanal tem feito muito para que isso aconteça. Creio que a edição de 2018 do BGLF correspondeu às expetativas, as quais eram, naturalmente, elevadas, não só por ser um evento cervejeiro em Lisboa, como também pela estrutura organizacional subjacente, a qual tem promovido eventos de grande fôlego em Faro, Porto, Caminha ou São João da Madeira. Fica a responsabilidade para que, em 2019, o sucesso seja ainda maior, algo que é bem demonstrativo do momento áureo que a cerveja vive no nosso país.


> Leituras

LIQUID CULTURE

Wood & Beer: A Brewer's Guide

Beer School: A Crash Course in Craft Beer

Editora: Brewers Publications Autor: Peter Bouckaert & Dick Cantwell Ano: 2016 Preço: 10,80€

Editora: Mango Media Inc. Autor: Jonny Garret e Brad Evans Ano: 2016 Preço: 9,70€

Algo que se vê cada vez mais no panorama cervejeiro nacional, o livro Wood & Beer: A Brewers Guide, é um livro para explorar as variadas influências da madeira, como veículo para contribuir com complexidade em cervejas fermentadas que usem barris no seu envelhecimento.

O livro Beer School – A crash course in craft beer, é como um guia de tudo o que precisa de saber acerca do imenso e maravilhoso mundo da cerveja artesanal. Neste livro escrito por Jonny e Brad, os heróis do canal de Youtube “Craft Beer Channel” os autores explicam a produção e os diversos estilos de cerveja.

The Beer Bible Editora: Workman Publishing Co., Inc. Autor: Jeff Alworth Ano: 2015 Preço: 5,90€ O livro The Beer Bible, é um livro que vai agradar desde o iniciante e apaixonado por cerveja, ao intermediário curioso e ao mais detalhado beer geek. Vencedor do prémio IACP em 2016, este livro debate as quatro famílias de cerveja principais, ales, lagers, wheat beers, e sour e wild ales e os seus subestilos.

American Sour Beers – Innovative Techniques for Mixed Fermentations Editora: Brewers Publications Autor: Michael Tonsmeire Ano: 2014 Preço: 11,15€ O livro American Sour Beers aprofunda em detalhe os processos e ingredientes envolvidos na produção deste estilo, com conselhos práticos para cada fase da produção. Inspiração, educação e dicas práticas para cervejeiros de todos os níveis. 63


> Quiz

Whisk(e)y Em 1956 a palavra Whiskey viria a substituir uma outra no alfabeto fonético da NATO, qual delas? a) William b) Waldorf c) Whale

1

5

Um whsikey americano que não tenha sido envelhecido, costuma ser chamado de: a) White Wolf b) White Dog c) White Whale

Normalmente o “Scotch Whisky” é envelhecido em barris de carvalho. Qual o período minímo de envelhecimento obrigatório? a) 2 anos b) 3 anos c) 4 anos

2

6

Bourbon Whiskey pode ser produzido em qualquer parte nos Estados Unidos. a) Verdadeiro b) Falso

John Jameson, o fundador do Jameson’s Irish Whiskey era escocês. a) Verdadeiro b) Falso

3

7

Em 1994 celebraram-se os 500 anos desde que: a) Foi inaugurada a primeira destilaria de whisky b) Se destilou whisky pela primeira vez c) Do primeiro imposto sobre a produção de whisky d) Foi escrita pela primeira vez uma referência sobre whisky

Recentemente o lutador de UFC irlandês, Connor Macgregor lançou a sua própria marca de whiskey irlandês. Qual o nome da marca? a) Champ b) Fighter c) Notorious d) Unbeatable

4

64

Qual a lei britânica que define a categoria “scotch Whisky”? a) The Scotch Whisky Act 1988 b) The Whisky Act 1988 c) The Lincensing Act 1988

8


Qual a graduação alcoólica máxima a que o Whiskey Bourbon pode ser destilado? a) 60% b) 62% c) 74% d) 80%

9

Qual a destilaria situada mais a norte da Escócia? a) Highland Park b) Springbank c) Glengoyne d) Tomatin

10

Os alambiques mais altos na Escócia, têm uma altura de 5.14 metros, estão em que destilaria? a) Lagavulin b) Glen Moray c) Glenmorangie d) Glenlivet

11

Nos Estados Unidos é comum chamar-se “Boilermaker” à combinação de Whisky com: a) Vermute b) Cerveja c) Água quente e mel d) Vinho do Porto

12

Qual a marca de Whisky que detém o recorde da maior garrafa de whisky produzida? (1.70m com 228 litros) a) William Lawson b) Grant's c) Chivas Reagal d) Famous Grouse

13

Rachel Berrie, tornou-se na primeira mulher a executar as funções de Whisky Master Blender, em que destilaria começou a sua carreira? a) Glenfiddich b) Glenkinchie c) Glenlivet d) Glenmorangie

14

RE

SP OS

TA S

PÁ G

66

65


> Gossip A indústria de bebidas é um organismo vivo onde há sempre coisas a acontecer, bares novos a abrir e pessoas a mudar de posição. Nesta página tentamos acompanhar as mudanças na bar scene nacional. Se tiveres novidades que queiras partilhar connosco, podes entrar em contacto através do email: web@drinksdiary.com

Daniel Luis saiu do Can the Can para ser tornar chefe de bar num espaço a abrir no Caís do Sodré.

Inês Moreira assume a posição de Chefe de Bar na Vermutaria da Baixa.

66

Sandro Pimenta saiu do Heterónimo BAAR para abraçar o papel de Brand Ambassador na Drinks Nation.

Quiz Whisk(e)y Obrigado pela participação!

Miguel Lapa saiu da Empor Spirits para se juntar à equipa de embaixadores da Companhia Espirituosa.

1- a) 2- b) 3- a) 4- d) 5- a)

6- b) 7- a) 8- c) 9- d) 10- a)

11- c) 12- b) 13- d) 14- d)


2018 21-23 | 08 • Plovdiv (Bulgaria)

PRESS PACK

Restam apenas 6 semanas para fazer a sua inscrição

DATAS IMPORTANTES: DEADLINE PARA INSCRIÇÕES E RECEÇÃO DE AMOSTRAS 22 de junho de 2018 (2 Garrafas por amostra)

PUBLICAÇÕES DE RESULTADOS ONLINE 6 de setembro de 2018

PREÇOS:

Visite o site www.spiritsselection.com

Spirits Selection - 60 rue de Mérode - 1060 Brussels - Belgium  +32.2.533.27.67   +32.2.533.27.61   spirits@vinopres.com

www.spiritsselection.com

67


68


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.