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CAPÍTULO 3 - LAMARTE

Capítulo 3 – LamArte

Cabe expor em imagens aquilo que tanto provocou, provoca e deve provocar a percepção da comunidade, frente a possibilidades criativas de envolvimento ecológico. Este envolvimento foi provocado ainda mais pela filosofia de Guattari, em As Três ecologias, quando aponta, que:

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Essa nova lógica ecosófica, volto a sublinhar, se aparenta à do artista que pode ser levado a remanejar sua obra a partir da intrusão de um detalhe acidental, de um acontecimento-incidente que repentinamente faz bifurcar seu projeto inicial, para fazê-lo derivar longe das perspectivas anteriores mais seguras. (Guattari, 1990, p.36)

Quando compreendo a necessidade da práxis dentro da ecologia social, mental e ambiental, permito dispor meu corpo e ação para reverberar a Lama e as questões que a acompanham como possível. As peças elaboradas neste tempo carregam significados de entidades fabulosas, dando continuidade a uma linguagem lúdica para a partilha de saberes.

Conquistar a percepção do outro olhar é uma tarefa árdua, mas que parte inteiramente da subjetividade recolhida em si e externalizada à provocação do simples envolvimento ao tema abordado. A lama do Cassino se transformou em objetos simbólicos, artefatos representativos de uma crítica ao olhar e não cruzar os braços; longe disso, ela sonorizou vozes que expandiram sua forma plástica e inerte, em movimentos intencionados em transformar o ambiente em que habitamos. Guattari, ainda, como motivação: “Mais do que nunca a natureza não pode ser separada da cultura e precisamos aprender a pensar “transversalmente” as interações entre ecossistemas, mecanosfera e Universo de referências sociais e individuais. ” (Guattari, 1990, p.25)

Provocado na lama e envolvido com a comunidade do Cassino, passei a despejar nas minhas intenções artísticas toda a força crítica que a lama, e além dela, as questões transversais ao tema, como a observação sobre outros recursos provenientes do ambiente natural, ou até mesmo de outros que eram separados pelo rótulo de dejetos. As relações que orbitaram para além deste núcleo de intenção não se afastaram do mesmo mote de ação, frente ao tempo, educadores ambientais, agentes culturais e artistas e professores, ampliaram ainda mais a motivação por dedicar tempo em causas que se converteram em performances, criação de signos e artefatos simbólicos, emergiram entidades mascaradas

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