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4.3 –TAKUAPI

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4.2 PLASTISFERA

4.2 PLASTISFERA

Até chegar o dia em que o morcego doar sangue e o saci cruzar as pernas, como diz Bezerra da Silva, seguimos provocados a criar novas alternativas de envolvimento com a necessidade crítica de ver o meio ambiente sair desta baderna.

4.3 – Takuapi

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Há uma pedagogicidade indiscutível na materialidade do espaço. (FREIRE, 1996, p.50)

Outra dinâmica relacional que passei a desenvolver foi a construção das pirâmides de bambu para dispor em ambientes públicos e em eventos para promover uma percepção espacial do ser que habitamos (Figura 46). A ideia é tirar a pessoa da zona de conforto, sair do plano e vivenciar uma experiência psicomotricial. Livre nos movimentos, apenas usufruindo da estrutura em bambus, a pessoa disposta descobre em seus gestos a possibilidade de avançar com segurança a novos patamares do movimento de seu corpo. Como uma brincadeira de subir em árvores, a exposição das pirâmides de bambu propõe uma vivência prática corporal, dispondo-se a uma evolução motora, elevada em harmonia e equilíbrio, incorporando movimentos convictos no ato-tato. Esta relação com a sensibilização do corpo, se faz necessário neste contexto de discussão que sabermos, surge com a lama e que encontra nesta armação de bambu, a possibilidade de ampliar as habilidades motoras dos praticantes. Para o ceramista, esta estrutura, auxilia muito a obter momentos de uma prática laboral, além de possibilitar o suporte de placas de secagem, estrutura de andaime, vitrine de exposição de peças, ou ainda como esqueleto estrutural para esculturas e performances. A intervenção com este brinquedo foi diversa, em praças, em manifestações públicas, em eventos, nas aldeias, na praia e até ganhou nova forma, junto ao projeto Guardiões da Natureza, da EMEI Déborah Thomé Saião. Nesta ocasião, integrava o projeto como arte educador ambiental e, como proposta junto ao biólogo Igor Rosa, promovíamos aulas de envolvimento artístico ambiental com as crianças, que estavam envolvidas na integração do Parque Urbano do Bolaxa. Neste parque do arroio, que integra a APA da Lagoa Verde, animais como Preá, Capivara, Lontra, Cobras e o Jacaré, vivem em meio às diversas aves e instigam a curiosidade das crianças. Local de passeios

entre amigos e famílias, envolve a prática de esporte, pesca e os olhares fotográficos. E foi no meio desta trilha que intervimos com a TAKUAPI Torre da Aranha (Figura 47).

FIGURA 46: CRIANÇAS DO PROJETO GUARDIÕES DA NATUREZA, E A INTEGRAÇÃO DOS DISPOSITIVOS PEDAGÓGICOS: BERIMBARROÔCO, TRILHA ECO ESCOLA, EXPERIMENTAÇÃO COM A LAMA E A TAKUAPI TORRE DA ARANHA. 2018.

Fonte: Acervo pessoal do autor. 2018.

O espaço e a paisagem modificados de forma integrada ao que habita nele mesmo, isto é, os bambus que saíram do manejo de uma das touceiras daquele lugar foram estruturadas em uma forma de envolvimento, que adquiriu pertencimento local e ampliou os olhares para a manutenção e cuidado do Parque Urbano do Bolaxa. A presença da estrutura no parque durou 6 meses e quando saiu do parque muitos questionavam o motivo de sua retirada e para onde havia ido a “nossa torre”?

FIGURA 47: TAKUAPI. TORRE DA ARANHA. PARQUE URBANO DO BOLAXA. 2019.

Fonte: Acervo pessoal do autor. 2019.

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