FEETISHISM

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FEETISHISM

Glauco Mattoso

FEETISHISM

ANNOTAÇÕES PODOLATRAS E SADOMASOCHISTAS

São Paulo

Casa de Ferreiro

Feetishism

© Glauco Mattoso, 2025

Revisão

Lucio Medeiros

Projeto gráfico

Lucio Medeiros

Capa

Concepção: Glauco Mattoso

Execução: Lucio Medeiros

Fotografia: Claudio Cammarota

FICHA CATALOGRÁFICA

Mattoso, Glauco

FEETISHISM - ANNOTAÇÕES PODOLATRAS E SADOMASOCHISTAS / Glauco Mattoso

São Paulo: Casa de Ferreiro, 2025

196 p., 14 x 21cm

CDD - 306.77092

1.Fetichismo - Ensaios. 2. Sadomasoquismo.

NOTA INTRODUCTORIA

Emquanto não sae uma terceira edição do MANUAL DO PODOLATRA AMADOR (passados quarenta annos da primeira e vinte da segunda), venho colleccionando registros complementares, fructos dessas decadas de intercambio postal e virtual, affora novas fontes bibliographicas em torno da podolatria. Tudo compilado, chega a opportunidade de editar em volume, impresso ou digital, a fim de disponibilizal-o às novas gerações de leitores, interlocutores e parceiros de repertorio masturbatorio. O romance pornobiographico não foi, obviamente, meu unico titulo a tractar do assumpto, mas a realistica ficção de A PLANTA DA DONZELLA, de CONTOS HEDIONDOS, de TRIPÉ DO TRIPUDIO E OUTROS CONTOS HEDIONDOS ou de CONTOS QUANTICOS, bem como a poesia narrativa de RAYMUNDO CURUPYRA, O CAYPORA ou de PROMPTOS PONCTOS: CONTOS, para não fallar do didactico contehudo de RUDIMENTOS DE SADOMASOCHISMO COMPARADO, não se concretizariam sem o ponctapé inicial desse MANUAL, siquer a versão quadrinhistica de AS ADVENTURAS DE GLAUCOMIX, tambem reeditada. Portanto, tracta-se de preservar o basico e de recuperar o accessorio disperso. Sei que ja não se intercambiam internauticamente as preciosas confidencias que pertencem à era do email, mas estarei sempre aberto a novos dialogos virtuaes, visando incrementar esta fascinante faceta do erotismo. Sendo, tambem, um fetichista da palavra, me contento com narrativas textuaes, inclusive audiodescriptivas (no computador fallante) de tantos videos postados na rede, resalvada a precariedade das plataformas que jamais garantem a permanencia de taes contehudos no instavel cyberespaço.

[1] SHOELESS, FEETISHISM E OUTROS

TROCADILHOS LINGUOPEDAES

Si eu fosse inglez talvez insistisse no trocadilhesco termo “feetishism”, mas paresce que os anglophonos preferem se atter à subtil distincção entre “foot fetishism” e “shoe fetishism”, este ultimo identificado com “retifism”, como si o fetichista do pé não fosse ou não pudesse ser tambem do sapato. Em todo caso, num texto australiano escripto para uma universidade em Perth, o auctor reporta ter Freud considerado que o sapato representa a genitalia feminina, ao passo que o pé representa o penis, sendo, portanto, completo o acto “sexual” do pé entrando no sapato: {Freud considered the shoe to represent the female genitals but by the time he wrote about fetishism the foot had been an erogenous zone for centuries. He described the foot as a phallus and when it entered the shoe, union was symbolically complete. Since Freud’s original study of fetishism and his description of the geneses of the symptoms, many additions and elaboration have been made to these propositions.} Em outro poncto, cita Stekel para lembrar que o chupador de artelhos pode ser comparado ao fellador: {Even the toes are used to simulate fellatio.} [Cameron Kippen, “The history of footwear: foot fetishism and shoe retifism”, Curtin University of Technology, Perth WA, disponivel na internet]

Esse mesmo Kippen cita separadamente alguns famosos fetichistas do pé e do sapato. Entre os primeiros, {people including: Casanova, von Goethe, Charles Pierre Baudelaire, George du Maurier, Thomas Hardy, and F. Scott Fitzgerald.} Entre os outros, só suppostos amantes do calçado: {Famous retifists include: Publius Ovidius Naso (or Ovid), Omar

Kayyam, Restif de La Bretonne, Leo Tolstoy, Feodor Dostoevski, Paul Murphy, and Oled Cassini.}

Mas tambem não se contenta com os termos “fetichismo” ou “retifismo”, pois ora recorre a “pedal paraphilia”, ora a “pedal fetish”, ora a “footlovers”, ora a “podophiles”, sem chegar a uma conclusão. Voltamos, então, à estacca zero da “podolatria”, que entre nós ja tem sufficiente acceitação. Especular muito alem disso resvallaria em supposições paronomasticas do typo daquella que attribue a etymologia de “chulé” ao inglez “shoeless”. Fiquemos, pois, no terreno grecolatino, onde cunhei o adjectivo “podosmophilo” para o fetichista chulezeiro.

Si, no submundo da libido, o chulé chega a ser até mais valorizado que entre os proprios podolatras organizados, no mundo civilizado da ciencia os tractadistas, mais preoccupados com estheticas, estylos e modas que com excrachos, escrotidões e fodas, preferem emphatizar a obsessão desodorizante como algo ancestral na humanidade. O podiatra William Rossi faz questão de lembrar que a poetiza Sappho usava sapatos perfumados, e que os babylonios ficaram famosos por exportar esse typo de producto, tendencia que perdura até hoje, com os kosmeticos especiaes para pés e calçados. Mas mesmo um perfumaniaco como Rossi reconhesce o potencial aphrodisiaco do chulé quando registra:

{There may well be an unexpected sexual reason behind this self-consciousness about foot odors. Says Aigremont, “The smell of the feet, which reminds one of the odor of the genitals, is a sexual association that has implications worthy of further investigation.” It’sperhaps no coincidence that the feet and genital area, along with the armpits, perspire more than any other parts of the body. A pair of feet contains some 120,000 sweat glands which give off a half pint of foot

moisture a day. Thus the “natural” odors of the foot (as distinguished from shoe odors) can be as much a sexual stimulant as odors from any other erogenous parts of the body. As is well known, body odors are vital to the sexual attraction, courting, and mating behavior in virtually all terrestrial species, especially humans.} [William A. Rossi, no livro “The sex life of the foot and shoe”. Malabar (Florida): Krieger, 1993. p. 215]

Rossi salienta que o chulé pode ser mais um cheiro do sapato que propriamente do pé, mas não explora a intrigante differença de chulés entre duas pessoas que usam as mesmas meias e sapatos durante um mesmo periodo. Limita-se a attribuir o odor ao calçado:

{Among non-shoe-wearing people there is rarely found any excessive foot perspiration (hyperidrosis) or excessive foot sweating accompanied by offensive odors (bromidrosis). This has been confirmed in thousands of foot examinations among natives in Africa by Morton, in China and India by Shulman, and in other parts of the world by other investigators. Only people who wear shoes speak of foot odors as being “offensive”. A foot tightly encased in a shoe for some sixteen hours a day creates a bacterial reaction of the perspiration with the materials and chemicals in the shoe, resulting in shoe odors. Also, foot perspiration has less chance of normal evaporation. Leather, for example, is almost wholly protein. The inside climate of a shoe is warm, humid, moist, and dark -- the ideal culture for the millions of bacteria that feast on the protein. The gradual decomposition of the leather fibers from this bacterial action, plus the reaction of the shoe chemicals, dyes, and adhesives, develop shoe odors that are mistakenly called foot odors.} [mesmo livro, p. 216]

Mais especifico que os saborosos e malcheirosos termos argentinos, como “tufo” ou “baranda”, ha no

hespanhol latinoamericano outro termo applicado ao chulé, em ambas as accepções brazileiras (sujidade e odor), termo esse que me foi passado e fundamentado recentemente pelo cartunista peruano Pedro Palanca, um podolatra que conhesci attravés da Internet. Tracta-se da palavra “pezuña”, assim definida pelo proprio Palanca:

{“Pezuña” (del latin “pedis ungula”, uña del pie) significa “conjunto de los dedos, cubiertos por las uñas de los animales de pata hendida”. En el habla familiar del Peru… “pezuña” tiene además el sentido figurado de “suciedad acumulada entre los dedos de los pies, y mal olor que ella produce”. En el gobierno del Mariscal Pierola (1895), se reorganizó el ejercito peruano y existe una cronica que dice: “El lema grosero y vulgar de los tres olores que debían trascender del soldado y que comenzaban con la letra P: pisco (licor), polvora y pezuña, desapareció casi por completo”}

Seria como si dissessemos, por aqui, que um verdadeiro soldado tem que feder, não appenas o vulgar CC (cheiro de corpo), mas ainda outros trez CCC: cachaça, cartucho e chulé… Ah, bem que podiamos chamar os peruanos para reorganizar nosso exercito!

[2] SCENAS MASTURBATORIAS E OUTROS LANCES VISUAES

No MANUAL DO PODOLATRA AMADOR eu escrevia que foram particularmente gratificantes algumas scenas que repriso mentalmente a cada punheta.

Em “Uma festa de prazer” (“Une partie de plaisir”, de Claude Chabrol), a scena culminante accontesce na beira da cama. O “macho machista”, sentado, faz a “femea feminista” adjoelhar-se no chão e manda que ella lhe lamba o pé descalço. Appós a primeira lambida a mulher quer parar, mas um gesto do queixo delle mudamente ordena que continue, e a lingua dá a segunda, a terceira, como um gattinho no pratto de leite.

Em “Laranja mechanica” (“A clockwork orange”, de Stanley Kubrick), o personagem central é o joven delinquente que, appós passar pela robotizante lavagem cerebral da prisão, é testado deante duma selecta platéa, tendo que obedescer sem reagir a um aggressor que o derruba, põe-lhe o pé sobre o rosto e ordena-lhe que lamba, “again and again”. O close da lingua sob a sola do sapato é uma das imagens mais excitantes que contemplei.

No seriado “V: A battalha final”, da TV americana (“V: The final battle”, de Kenneth Johnson), ha um capitulo em que o fanatico rapazinho, personificando uma especie de lider da juventude hitlerista, resolve humilhar um estudante de medicina, em publico e deante dos collegas. Zomba do universitario, de seu curso e de sua carreira. Em seguida, obriga-o a se adjoelhar e a ficar “por algum tempo” a seus pés, mandando que “approveite” para limpar-lhe as botas. Quando o estudante se abbaixa para passar a mão sobre a poeira do couro, o nazistinha (sob a cobertura armada dos

seus ammeaçadores soldados extraterrenos) faz um muxoxo desdenhoso e dá o quinau cynicamente: “Assim não! Com a lingua…” À hesitação do estagiario segue-se a coacção dos guardas, e por fim a obediencia: a cabeça se curva mais baixo e a bocca encosta no cothurno, sob o olhar debochado do apprendiz de sadico.

Sobre outra serie, mais recentemente, relatou-me um internauta: {“Oz” é uma serie daquelle canal pago HBO. Não sei si ja accabou, mas ficou conhescida pela violencia e por mostrar themas fortes e polemicos. Passa no SBT, depois confirmo p’ra vc o dia e os horarios. Ja vi varias coisas gays nesse seriado, appesar de nunca accompanhar. Lembro que tem um episodio que um cara ammarra um padre em uma parede e depois empareda elle, typo aquelle conto do Allan Poe, sabe? E antes de fechar o ultimo tijolo elle falla: você devia ter acceitado aquelle boquette quando eu te offeresci! “Oz” é cheio de maldades, vinganças e os presidiarios são separados por cellas e gruppos. Ahi tem os negros, os mussulmanos, é bem segmentado. (…) Hontem eu estava assistindo um episodio da primeira temporada do seriado “Oz” e num desses episodios tem uma scena de submissão explicita. Tem um cara chamado Bitcher (não sei bem si é assim que se escreve) [Não é; o correcto é Beecher] que desde que chegou ao presidio foi eleito para ser capacho e femea do chefe dos aryanos: Schillinger. Os aryanos estavam reunidos em frente aos mussulmanos negros emquanto esses rezavam. Schilinger então disse que um delles tinha dicto que Jesus era negro e começou a rir achando tal affirmação ridicula, impossivel… Bitcher então entrou na conversa dizendo que talvez isso seria possivel pois la na região de que Jesus vinha ,as pessoas tinham a pelle bronzeada um pouco mais escura. Schilinger se irritou e disse que elle estava muito desboccado e que como punição elle deveria limpar suas botas. Bitcher disse que não tinha panno e que ia pegar. Schillinger disse

que a limpeza seria feita com a lingua, e Bitcher teve que cahir de lingua lustrando a bota do cara, na frente de todos.}

Muitas outras lembranças, vivas e coloridas, se sobrepõem cumulativamente na minha memoria de cego, mas menos marcantes que as ja descriptas. Algumas dellas são scenas de climax em filmes como “Crimes de paixão” e “Paixão selvagem”. No primeiro (“Crimes of passion”, de Ken Russell), a personagem que inspirou Angeli a crear Mara Tara leva para a cama um joven casado, timido porem curioso. Tiralhe o tennis e chupa-lhe o dedão como aperitivo, levando o rapaz ao ecstase.

No segundo (“Je t’aime moi non plus”, de Serge Gainsbourg), o garotão desempenhado por Joe d’Alessandro deixa de lado seu caso e companheiro de estrada para se envolver com uma garota meio androgyna. Na cama, ella o xinga de pederasta e elle, para fazel-a calar, tapa-lhe a bocca com o pezão descalço, que é bem maior que a carinha da menina.

Ainda de Ken Russell é a versão cinematographica para a opera-rock “Tommy”, escripta por Peter Townshend e performada por Roger Daltrey, do Who. O filme tem dois momentos que homenageiam as botas. O principal é o duello de flipperama entre o protagonista cego e surdo-mudo e um skinhead interpretado por Elton John, que calça gigantescos cothurnos Doc Martens. Outro é a canção dedicada ao primo Kevin, um moleque sadico que judia do ceguinho. Em certo poncto das torturas, Tommy é jogado ao chão e o primo pisa-lhe nos longos cabellos, um pé de bota de cada lado da cara.

Outro interessante director do cinema inglez é Stephen Frears, que em “Minha adoravel lavanderia” (no original, “My beautiful laundrette”) retracta uma familia de pakistanezes bem-succedida em Londres, que soffre os habituaes problemas ethnicos

-- e a coisa fica peor ainda quando o caçula da casa se appaixona por um inglezinho. Um primo mais velho não se conforma e pisa na cara do mais novo (com pé descalço), num close fechado que levou meus dedos à braguilha.

À guisa de audiodescripção, alguns internautas me abbastesceram de synopses textuaes que eram musica para meus ouvidos ao som do computador fallante.

O catalogozinho abbaixo reproduz o contehudo duma pagina internautica que mantive em meu site pessoal durante dois annos e com a qual os visitantes interagiam enviando suas descripções de scenas do genero: mencionava-se o titulo original do filme (e o titulo brazileiro, si fosse o caso) e o nome do director. O importante era que o catalogador attentasse para os seguintes requisitos: “Dáse preferencia a filmes que contenham closes ou scenas explicitas de pé na cara ou cara no pé. O pé deve ser MASCULINO, mas a cara pode ser de homem ou mulher. Não importa si a scena tem connotações sexuaes. Mais importante é si denota humilhação.” Os commentarios do fichamento eram editados por um amigo, conhescido no underground por seus zines, livros e trashmovies em video, que chegou a me filmar numa sessão podolatra linkada como “Xupaxu”.

ACE VENTURA, UM DETECTIVE DIFFERENTE [ACE VENTURA, PET DETECTIVE,Estados Unidos, 1994] de Tom Sbadyac. Com Jim Carrey e Sean Young. O comediante Carrey, com suas caretas e trejeitos exaggerados (que o transformaram numa especie de Jerry Lewis amphetaminado), faz o alloprado detective Ace Ventura, especializado em investigar casos de desapparescimento de animaes. Bastante gozador, e por vezes implacavel, Ace chega a pisar (com botina estylo cothurno), na mãozinha da villan do filme, quando esta tentava sahir de uma piscina.

ACE VENTURA, UM MALUCO NA AFRICA [ACE VENTURA, WHEN NATURE CALLS, Estados Unidos, 1995] de Steve Oedkerk. Com Jim Carrey. O tresloucado detective

de animaes está de volta, desta vez nas selvas da Africa, tentando encontrar um morcego branco que poderá impedir uma pendenga entre duas tribus rivaes. Para ser acceito por uma destas tribus, Ace tem que attravessar, com os pés descalços, um trecho de chão coberto de brazas. E elle o faz com experteza, derrubando um nativo no brazeiro e pisando nas costas do infeliz. Mas o africano dá o troco e, num combatte, appós derrubar Ace no chão, pisa com vontade (e pé descalço) no sacco do detective.

ALCOVA [Italia, 1984] de Joe D’Amato. Durante a Segunda Guerra, official italiano leva prisioneira abyssinia que raptou durante os massacres e a africana instiga o tesão da esposa do milico. Alem de scenas de podolatria feminina, a escrava se adjoelha para tirar as botas do senhor.

AMISTAD [Idem, Estados Unidos, 1998] de Steven Spielberg. Com Morgan Freeman e Anthony Hopkins. No seculo XIX occorre um motim no navio negreiro hespanhol “Amistad”, e o caso vae parar na Corte Suprema estadunidense. Mais um pratto cheio para as xaropadas nacionalistas de Spielberg. Mas, não obstante, tracta-se de um grande cineasta, capaz de filmar sequencias formidaveis, como a primeira deste filme, que mostra a tomada do navio pelos escravos. O lider dos rebeldes, appós se livrar das correntes, domina o antigo algoz com o pezão negro de sola branca na garganta do ex-oppressor.

AMOR E RESTOS HUMANOS [LOVE AND HUMAN REMAINS, Canadá, 1993] de Denys Arcand. Um rapaz de 30 annos, gay e sceptico, vive de fornicar e assistir TV. Felizmente, fornica muito mais do que assiste TV -- um dos amantes gosta de lamber e chupar bicco fino de botas de cowboy.

AMOR VORAZ [Brazil, 1984] de Walter Hugo Khoury. Com Vera Fischer. Mulher fica fascinada por subjeito mysterioso e calado, que ella diz ser

de outro planeta. Fascinada mesmo, a poncto de lavar o immenso pezão esquerdo. Alguem ahi gostaria de ter os pés lavados por Vera Fischer?

ANTES DO ANNOITESCER [BEFORE NIGHT FALLS, Estados Unidos, 2000] de Julian Schnnabel. Com Javier Bardem, Johnny Depp. Nesta piffia adaptação cinematographica do livro de memorias ANTES QUE ANNOITESÇA, do escriptor cubano Reinaldo Arenas, ao menos uma interessante passagem podolatra. Reinaldo e amigos estão reunidos na praia e alguns milicos chegam para tirar uma onda. O sargento levanta o cothurno para que o escriptor lhe ammarre o cadarço -- coisa que elle faz, sem reclamar…

ASSALTO SOBRE TRILHOS [MONEY TRAIN, Estados Unidos, 1992] de Joseph Ruben. Com Wesley Snipes, Woody Harrelson, Jennifer Lopez, Robert Blake. Adventura sobre policiaes no metrô de Nova York. Em certa sequencia, um maniaco incendiario derruba uma policial feminina no chão e pisa em seu peito, situação que seria banal, não fosse a caliente Jennifer Lopez a actriz pisoteada por aquelle tennis All Star encardido e ensebado.

BALLA NA CABEÇA [DIE XUE JIE TOU, Hong Kong, 1990] de John Woo. Com Tony Leung, Jak Cheung. Trez jovens amigos vivendo na peripheria de Hong Kong, são obrigados a deixar a cidade appós commetterem um assassinato numa briga de gangue. Accabam indo parar no Vietnam, que estava no auge da guerra contra os Estados Unidos. Podolatria hardcore: a certa altura, soldados vietnamitas capturam adolescente terrorista e fuzilam-no com um tiro na cabeça. O corpo do jovenzinho cae sem vida no chão, e um dos milicos pisa em sua cabeça morta, com pesado cothurno. Plano aberto e fechado -- e neste ultimo é facil perceber que o pezão botinudo é maior do que o rosto do rapazinho.

BARTON FINK -- DELIRIOS DE HOLLYWOOD [BARTON FINK, Estados Unidos, 1987] de Joel & Ethan Cohen,

com John Torturro e John Goodman. Ropteirista novayorkino é contractado para escrever ropteiro de filme em Hollywood, mas elle soffre de solidão e neuroses diversas, e pensa em desistir… O empresario que o contractou insiste para que elle fique -- insiste tanto que chega a se adjoelhar, abbraçar-lhe a perna e beijar-lhe a sola do sapato! Subjeito convincente, este…

BLOODSUCKING

FREAKS [Estados Unidos, 1978] de Joel M. Reed. O que paresce ser um circo de entretenimento é um verdadeiro show de horrores, com torturas e dilacerações ao vivo, no palco. Uma das artistas-prisioneiras é hypnotizada e se comporta como uma cachorrinha, andando de quattro e mostrando a lingua -- mesma lingua que dá lambidinhas sensuaes no reluzente botinão do sinistro mestre de ceremonias.

OS BONS TEMPOS VOLTARAM… VAMOS GOZAR OUTRA VEZ

[Brazil, 1986], quattro historias contadas por quattro directores differentes. Destaque para o primeiro episodio (de Ivan Cardoso) onde uma morena accorda seu namorado addormescido de uma maneira original, chupando-lhe gostosamente o dedão do pé. O felizardo é o actor Paulo Cesar Grande -- e o tamanho de seu pé justifica o sobrenome.

BRAVURA INDOMITA [TRUE GRIT, Estados Unidos, 1969] de Henry Hathaway, com John Wayne e Robert Duvall. Jovenzinha que teve o pae assassinado contracta o sheriffão John Wayne para que lhe adjude a caçar os bandidos. Um delles joga a mocinha no chão e pisa com o botinão de cowboy na bunda da menina, prendendo-a ao solo. Os machões do velho Oeste…

A BRUXA QUE VEIU DO MAR [THE WITCH WHO CAME FROM THE SEA, Estados Unidos, 1981] de Matt Cimber. Um dos filmes mais extranhos ja produzidos. Mulher psychotica gosta de assassinar seus amantes. Um delles, jogador de futebol americano, com os

pulsos algemados na cama, não tem opções a não ser accariciar as tetas da mulher com os dedos do pé -- pé digno de um verdadeiro football player.

CANNIBAL HOLOCAUSTO [Idem, Itália, 1979] de Ruggero Deodato. O mais polemico filme sobre cannibalismo, censurado e bannido em varios paizes. Entre tanta carne dilacerada e mastigada, ha scenas de podolatria masculina: um soldado pisa (com cothurnos) no peito de um joven aborigene cahido ao chão; em outra sequencia, close de um pezão recem mordido por cobra (o pé é amputado logo em seguida).

O CASAMENTO [Brazil, 1975] de Arnaldo Jabor. Com Paulo Porto, Hadriana Pietro. Hoje em dia Jabor anda meio escroto (no peor sentido, um cineasta que não filma e falla mal de outros filmes), mas é elle o responsavel pelas melhores adaptações das obras de Nelson Rodrigues no cinema, com este filme e o anterior TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA (de 1973, e que tem rapida scena podolatra, com a personagem de Darlene Gloria se adjoelhando deante de seu macho e beijando-lhe os sapatos). Este O CASAMENTO é adaptação de um romance escripto por Rodrigues em 1965, com todos os ingredientes que tornaram conhescida a obra rodrigueana: perversões, adulterios, incesto, neuroses e hypocrisias familiares. Em certa sequencia, um rico constructor immobiliario chama sua secretaria para um discreto encontro adultero (elle é casado, ella tem namorado). No quarto que aluga para suas excappadas amorosas, o patrão (ainda de roupa e sapatos) deita-se na cama (sola do sapato em primeiro plano). A manceba se approxima e deita abbraçada às cannellas do homem, accariciando os sapatos ao mesmo tempo em que lhe faz declarações de amor, como si fallasse olhando para o rosto, e não para os sapatos de bicco fino do patrão.

A CATHEDRAL [THE CHURCH, Italia, 1989] de Michele Soavi. Demonios medievaes assombram cathedral gothica. Antes de se tornar phantasma, um

cavalleiro templario tem suas botas cheias de barro lambidas por uma bruxinha.

A CAUSA SECRETA [Brazil, 1994] de Sergio Bianchi (tambem co-ropteirista, a partir de conto de Machado de Assis). Com Renato Borghi, Rodrigo Sancthiago, Esther Góes. Um gruppo prepara uma peça de theatro, onde o director pede que se expresse a dor alheia, e para isso pede ao elencho que faça uma pesquisa de campo. Todos então saem às ruas de São Paulo em busca de situações de dor -- coisa não muito difficil de se conseguir, diga-se. Um joven contra-regra desperta desejos eroticos num dos actores. O garotão soffre um accidente, accaba despencando de uma boa altura do tecto. Arrependido por tel-o usado como simples objecto sexual, o actor abbraça o pé do rapaz (que se contorcia antes das convulsões mortaes; ah, sim, o garoto usava tennis preto), appertando-o contra o proprio peito, chorando lagrymas inuteis. Os filmes de Bianchi são petardos contra a hypocrisia de nossa sociedade, e merescem ser (re)conhescidos.

OS CINCO DE CHICAGO [BLOODY MAMA, Estados Unidos, 1970] de Roger Corman. Na decada de 30, uma quadrilha formada pela mamãe gangster e seus quattro filhos faz o diabo. Duas scenas se destaccam: os molecões assassinando um homem, cujo pescoço é pisado pela botina de um delles, e quando, ja na prisão, outro maninho faz massagem num collega de cella. A massagem é practicada com o pé descalço do joven appoiado, com todo o peso do corpo, sobre as costas do preso mais velho, que se tornaria seu amante.

DÉBI & LÓID, DOIS IDIOTAS EM APPUROS [DUMB & DUMBER, Estados Unidos, 1994] de Peter Farrely. Com Jim Carrey e Jeff Daniels. Dois panacas indiziveis accabam achando uma maleta cheia de dinheiro e resolvem gastal-o feito ricaços, sem saber que a grana pertencia a perigosos sequestradores. A certa

altura o personagem de Carrey decide cuidar das unhas dos pés, immensamente exaggeradas, para expanto da pedicure adjoelhada e com o rosto deante das solas do maluco.

O DESPERTAR DA BESTA / RITUAL DOS SADICOS [Brazil, 1969] de José Mojica Marins. Em mais este delirio transgressor cinematographico de Mojica (censurado até 1983), um cara de pé descalço chuta a bunda de trez mulheres; outro, um charmoso quarentão, tem a seus pés meia duzia de garotas que se arrastam até elle, tiram-lhe os sapatos e as meias e ficam la, lambendo e beijando aquelles pés -- como si não bastasse, elle sae pisando na bunda das moçoilas. (Ah, nada como alguem que saiba pôr as mulheres em seu devido logar!)

DEU A LOUCA NO CANGAÇO [Brazil, 1968] de Nelson Teixeira Mendes e Fauzi Mansur, com Dedé Sanctanna (futuro Trapalhão) e Dino Sanctanna. Ja se disse que comedias são justificativas para se mostrar perversões… É o caso deste pastellão circense, sobre dois vendedores meio malandros, Bonitão (Dino) e Malloca (Dedé). Elles accabam num mesmo quarto de hotel, dormindo na mesma cama… com os pés proximos às cabeças um do outro. Durante o somno, Malloca accaba levando o pé por cyma do pescoço do Bonitão, roçando o dedão no nariz e nos labios do collega.

UM DIA DE LOUCO [MIXED NUTS, Estados Unidos, 1994] de Nora Ephron. Com Steve Martin e Juliette Lewis. Comedia de situação sobre trapalhadas & desencontros de habitantes de uma pequena cidade costeira dos EUA, em vespera de Natal. Um travesti rejeitado pela familia accaba encontrando consolo num assanhado office-boy, que não se faz de rogado ao massagear carinhosamente aquelle pezão com meia de seda preta.

DER DIRNENMOERDERER VON LONDON [Allemanha/ Suissa, 1976] de Jesus Franco. O ammalucado Klaus

Kinski interpretando Jack, o Extripador, nesta mui interessante versão dirigida pelo cineasta hespanhol Franco. De noite elle sae mactando prostitutas, mas durante o dia é um respeitavel medico londrino obrigado a cuidar de uma pustula no pé de um proletario vejam o sangue excorrendo naquelle rustico pezão, appoiado no joelho do doutor.

DRACULA: PERFIL DO DIABO [DRACULA HAS RISEN FROM THE GRAVE, Inglaterra, 1968] de Freddie Francis. Podolatras fans de filmes de terror não devem deixar de ver esta producção da Hammer, com Christopher Lee no papel do vampiro gothico. E attentem para a scena em que uma senhora tira as botas suadas do monsenhor.

A DUPLA DO BARULHO [Brazil, 1953] de Carlos Manga. Com Oscarito e Grande Othello. Comedia, como sempre, serve para se mostrar qualquer typo de sacanagem. Neste classico da Atlantida, onde Oscarito e Grande Othello são uma dupla de artistas mambembes, o velho truque do beliche no trem (situação que ja apparesceu em algum filme dos Trez Patetas): um personagem (no caso, Oscarito) sobe num beliche pisando na figura que dorme na cama abbaixo -- aqui, o dedo do pé de Oscarito (vestido de meias listradas) roça o nariz de uma mulher que dormia e resomnava.

E AGORA, JOSÉ? / TORTURA DO SEXO [Brazil, 1979] de Ody Fraga. No Brazil, durante os annos da dictadura, um poeta amigo de subversivo e algumas garotas de programma são presos e torturados. Entre as scenas de tortura, bastante podolatria: uma mulher nua é chutada por um homem calçado de sapato; um dos algozes do poeta o expanca ferozmente com varios chutes, pisa-lhe na cara e pulla com os dois pés em seu peito.

ESTA NOITE ENCARNAREI NO TEU CADAVER [Brazil, 1967] de José Mojica Marins. Com Mojica, Roque Rodrigues, Nadia Tell. Zé do Caixão está de volta, offendendo

e atterrorizando os mediocres de uma cidadezinha no interior. Mas elle vae se dar mal: alem de descer aos quinctos dos infernos (numa espectacular sequencia colorida de um delirante surrealismojiquismo, retractando o inferno como um paraiso de tormentos & supplicios sadomasochistas), o coronel local contracta alguns capangas para pegal-o. Zé do Caixão é surrado até cahir no chão, e um dos bandidos, o mais botinudo delles, pisa-lhe na cara. E a sequencia é deliciosamente editada: primeiro, de baixo para cyma (como si o espectador tomasse o logar do personagem de Mojica), a immensa sola da botina do aggressor, descendo de encontro à camera; depois, em plano fechado, o immenso pezão exfregando a sola da bota no nariz do Zé do Caixão.

EU [Brazil, 1986] de Walter Hugo Khoury. Com Tarcisio Meira, Bia Seidl e Monique Evans. Um poderoso exsecutivo, garanhão incansavel, é obcecado pela filha moça. Chega a sonhar que está dormindo e a filha, ainda creança, entra no quarto e começa a lhe accariciar o pé que excappava do lençol, alem de simular masturbação com o dedão.

O EXERCITO INUTIL [STREAMERS, Estados Unidos, 1983] de Robert Altman. Num allojamento militar durante a guerra do Vietnam, soldados de varias classes sociaes discutem a inutilidade da guerra. Como teem pouco o que fazer, o jeito é sacanear… um soldado bichinha dorme na cama inferior do beliche, e accaricia os cothurnos bem engraxados do soldado negro do ghetto (que dorme na cama superior), cheio de amor p’ra dar…

O

EXTRANHO MUNDO DE ZÉ DO CAIXÃO [Brazil, 1968] de José Mojica Marins. Filme em trez episodios do mestre brazileiro do terror. Na terceira historia, um carrasco hediondo joga acido no corpo de joven prisioneira rebelde, e esta, subjugada, adjoelhase aos pés do vencedor, lambendo-lhe o pé descalço. Como si não bastasse, o hediondo dominador aggarra

os cabellos da megera domada, arrastando-a a seu bel prazer.

À FLOR DA PELLE [Brazil, 1976] de Francisco Ramalho Jr. Alumna se appaixona por professor universitario casado. Quem não gosta muito é o pae da maluquinha, que chega a expancal-a com uma serie de chutes com o pé descalço.

A FORÇA EM ALLERTA [UNDER SIEGE, Estados Unidos, 1992] de Andrews Davids. Com Steven Seagal, Tommy Lee Jones, Gary Busey. Terroristas sequestram um encouraçado sem desconfiar que um militar fodão, disfarsado de cozinheiro, pode frustrar os planos dos bandidos. O chefe dos terroristas (Tommy Lee Jones), sarcasticamente sadico, chega a pisar no pescoço de um refem cahido ao chão (scena legal, plano fechado na bota de bicco fino do bandido e no pescoço do refem).

OS FRANCO-ATTIRADORES [GUNMEN, Estados Unidos, 1995] de Deran Serafian. Com Christopher Lambert, Mario Van Peebles, Patrick Stewart. Nas selvas sulamericanas, um mercenario resgata um prisioneiro em busca de uma grande quantia em dinheiro escondida num navio. Elles não se biccam, e o mercenario chega a derrubar o desaffecto e pisar em seu peito, com o bicco do botinão estylo cothurno quasi no queixo do cara. Sorte dos podolatras que isso accontesce nos primeiros dez minutos, e não precisam assistir o resto deste filme horrendo.

FUGA DE NOVA YORK [ESCAPE FROM NEW YORK, Estados Unidos, 1981] de John Carpenter. Com Kurt Russel, Lee Van Cleef, Ernest Borgnine, Donald Pleasance. Nesta visão futurista de Carpenter, a cidade de Nova York virou presidio, mas o presidente dos EUA accidentalmente cae la dentro e precisa ser resgatado por um cara durão, Snake Plissken, tão durão que, para conseguir seus intentos, derruba um subjeito e pisa em seu peito com botinão estylo metalleiro.

FUK FUK À BRAZILEIRA [Brazil, 1980] de J. Alves. Com Chumbinho, Oasis Mitini. Neste classico da tranqueirada pornô da Bocca do Lixo, o astro é o anão Chumbinho, que é mordomo de um playboy fornicador. Duas sequencias podolatras que merescem registro: a primeira, um tanto surreal, mostra o pequeno mordomo nu, ao lado de um poster com photos de diversas solas de pés. Um destes pés ganha vida e sae do quadro (um evidente pé masculino) e bolina o rabinho do anão, rapidamente, duas vezes. Na segunda sequencia, um primor de esculacho, o personagem de Chumbinho está sentado à mesa com sua amante, a esposa de um dono de pensão. Sem que o corno perceba, o anão tem um dildo preso ao dedão do pezinho esquerdo e com o instrumento fica a bolinar, por baixo da mesa, a vulva da mulher.

O HOMEM DO OESTE [MAN OF THE WEST, Estados Unidos, 1954] de Anthony Mann. Com Gary Cooper. Cooper é um ex-pistoleiro que deseja vingança contra os integrantes de seu ex-bando. Numa das brigas mais longas da historia do cinema, chega a estar em desvantagem contra um dos facinoras (que chega a botar o pé em seu pescoço -- e vocês sabem, cowboys sempre usam botas de cowboys), mas o mocinho reage e accaba dominando o bandido, tirando suas botas e meias. Uma vingança justa, ja que o tal bandido havia constrangido uma amiga do heroe a fazer striptease.

JAMÓN JAMÓN [Idem, Hespanha, 1994] de Bigas Luna. Com Penelope Cruz e Stefania Sandreli. Esposa de industrial ricaço, preoccupada com o envolvimento do filhinho com a filha de uma prostituta, contracta um subjeito “muchísimo guapo” para seduzir a indesejada futura nora e fazel-a se exquescer do pimpolho. No principio a menina se faz de difficil, mas accaba não resistindo ao charme do garanhão hespanhol, chegando até a lavar, com mãozinhas angelicaes, algumas feridas do immenso pezão do rapaz (e ha um close fechado desta scena que, embora rapido, é deleite certo para podolatras).

JOHNS [Idem, Estados Unidos, 1995] de Scott Silver. Com Richard Arquette e Lukas Haas. Drama sobre a vida de michês na cidade de Los Angeles. Logo no começo do filme, um furto de tennis filmado em plano fechado: só se vê os pés (calçando tennis verdes) e as mãos do gattuno tirando o calçado, cuidadosamente, revelando os pezões descalços da victima, mais ou menos sujos.

KICHIKU [Japão, 1997] de Kazuyoshi Komakiri. Com Shigeru Bokuda, Sumiko Mikami, Sunsuke Sawada. Um gruppo de militantes de esquerda fica meio desorientado com seu lider na cadeia. Quem manda na ausencia do lider (ja viram gruppo de esquerda sem ter alguem que mande?) é a amante do mesmo, uma piranha auctoritaria que quer trepar com todos e, graças a isso, causa desconfianças e descomfortos no gruppo. A coisa peora de vez com a morte do lider e a delação de um dos amantes rejeitados. E o castigo dos delatores vae ser terrivel: dois delles serão levados, por cinco outros membros (incluindo a lider) a uma floresta, onde serão presos em arvores muito proximas uma da outra. Ambos sentados, com os braços para traz dos troncos e os pulsos ammarrados. Um dos captivos chegou a trepar com a lider, o que deixa com ciumes outro carinha do gruppo, tambem namorado da moça, que, irritado, começa a tortura. Entre pisões e chutes com seu tennis cano curto de cor branca, 40 golpes no infeliz (eu comptei). Como si não bastasse, applica mais 50 (chutes e pisões) no outro prisioneiro. Com tanto chute, tudo é filmado em diversos angulos: somente o aggressor, de baixo para cyma; o aggredido e as pernas do aggressor; e o melhor de tudo, close fechado no rosto do prisioneiro e no pé do chutador. Os demais membros do gruppo se divertem, gargalhando. Um dos prisioneiros ainda leva mais alguns chutes, até vomitar. E isto é appenas o principio de algumas das sequencias mais brutaes ja vistas na historia dos filmes, tudo feito com extremo e impressionante realismo.

KILLER: CONFISSÕES DE UM ASSASSINO [KILLER: A JOURNAL OF MURDER, Estados Unidos, 1996] de Tim Metcalfe. Com James Woods e Robert Sean Leonard. Nos annos 20/30, a trajectoria de um assaltante psychotico-homicida por prisões dos EUA. Numa dellas, é expancado por carcereiros sadicos (um delles o derruba pela escada, e ainda o força para baixo, com o pé (calçado com botina) na clavicula do prisioneiro). O meliante ainda soffre tortura com choques electricos, applicados com uma esponja nas solas dos pés descalços.

LAI

WONG ou RICK OH ou STORY OF RICKY [Japão, 1991] de Ngai Kai Lam. Com Frankie Chin, Siu Wong Fan, Ho Ka Kiu. O joven Rick, eximio luctador de kung fu com superforça e invulnerabilidade, chega a um presidio e tem que enfrentar não só os mafiosos do local, mas o director corrupto e sua poderosa guarda pessoal, formada por trez luctadores tão ou mais fortes que elle. Nesta divertidissima adventura de kung fu cheia de effeitos e maquiagem gore (sangreira/podreira) ha fartas scenas de dominação podolatra, que valem ser commentadas uma a uma: 1 - um prisioneiro com o rosto todo enfaixado, appós ser socado e jogado ao chão por um carcereiro, arrasta-se aos pés do aggressor e tenta lhe abbraçar os cothurnos, mas é repellido e ainda leva um chute na cara, de outro carcereiro; 2 - ammeaçado de morte por detentos mafiosos, prisioneiro cagueta abbraça a perna de um delles e, de tanto medo, mija nas calças, com as gotas de urina cahindo proximas aos pés de um mafioso que o ammeaça; 3 - o director do presidio dá um pisão, com o salto baixo do sapato, no queixo de Rick, que estava cahido nos degraus de uma escadaria, exhausto appós luctar contra a guarda pessoal do director -- porem, em outra sequencia, nosso heroe se vinga, surrando o director a poncto de fazel-o attravessar uma parede, e pisando em suas costas (com moccassim estylo alpargatas) para mantel-o ao chão; 4 - o mais fortão dos luctadores da guarda

pessoal lucta contra Rick dentro de uma cella, levando nosso heroe ao chão com um potente soco e, todo triumphante, pisa com seu immenso botinão estylo metalleiro no pescoço do dominado Rick -bem, apparentemente dominado… Durante o filme a gente percebe que, quanto maior o castigo, maior a reacção do heroe… 5 - outro poderoso e mui agil luctador da guarda pessoal do director derruba Rick no chão e pisa-lhe na barriga, desdenhando das habilidades do opponente e ainda chamando-o para mais briga (a qual terá…).

LOVE CAMP 7 [Estados Unidos, 1969] de Lee Frost. Filme do genero conhescido por “Naziexploitation” -- fetichismo com indumentarias nazistas. Os campos de concentração são revividos com emphase na carga erotica sadomasochista. Neste LOVE CAMP 7 uma das prisioneiras, appós se arrastar até os pés de um de seus algozes (devidamente uniformizado), começa a lhe lamber as botas de cano longo, a direita e a esquerda.

LUA DE FEL [BITTER MOON, França, 1992] de Roman Polanski. Com Peter Coyotte, Emmanuele Signer, Hugh Grant. Um casal vivendo torrida relação sadomasochista, alternando as posições mestreescrava / dominatrix-escravo. Quando o homem é quem manda, a mulher se arrasta a seus pés e lhe beija os sapatos, emquanto o mestre accende um cigarro e olha com desprezo. (…) Eu lembro que assisti a um filme do Roman Polanski chamado {Lua de Fel}. Nelle tem uma mulher chamada Mimi (que é interpretada pela esposa do director) que ama um cara e soffre muito porque elle brinca com os sentimentos della. Depois delle abbandonal-a, ella volta annos depois mais sexy do que nunca. Resumindo: o cara fica paralytico e completamente dependente della. Mimi então approveita para se vingar, faz elle se arrastar, trae elle com outros homens na frente delle e uma serie de outras humilhações. Antes disso, na epocha boa do casal, elles ensaiavam algumas coisas de sadomasochismo, com ella vestida

de couro preto e elle ammarrado em uma cadeira, por exemplo. O que quiz dizer com este exemplo é que a deficiencia (seja physica ou visual) pode collocar a pessoa em uma posição inferior. No seu caso está mais do que obvio isso! Hehehe!

MACTADOR [Idem, Hespanha, 1986] de Pedro Almodóvar. Com Nacho Martinez, Assumpta Serna, Antonio Banderas. Antes de se tornar o cineasta pretensioso e pernostico dos dias de hoje, Almodóvar realizou filmes muito legaes, como este, sobre um extoureiro e uma advogada, ambos com desejos sexuaes necrophilos homicidas, vivendo um torrido romance. A certa altura, ella tenta espetar o pescoço delle, mas elle percebe e derruba a arma (um prendedor de cabellos affiadissimo) e, quando ella se aggacha para pegal-o, pisa com seu sapato de couro reluzente naquella mãozinha pouco indefesa.

A MAIOR ADVENTURA DE TARZAN [TARZAN’S GREATEST

ADVENTURE, Estados Unidos, 1959] de John Guilhermin. Com Gordon Scott, Anthony Quayle, Sean Connery. Em filmes assim a gente sempre sabe que o heroe triumpha no final, mas nem sempre tão facil… no combatte final com o chefe dos villões, Tarzan soffre bastante, e chega até a sentir a sola da botina do bandido no pescoço (num close fechado bem legal!)

MALCOLM X [Idem, Estados Unidos, 1992] de Spike Lee. Com Denzel Washington e Angela Basset. Malcolm X, um negrão de 2 metros de altura (e pé proporcional) está na cama só de cueca, appós ter facturado uma loira da sociedade, que lhe prepara o café da manhan. Ella traz uma bandeja com café e pães e se senta ao lado delle na cama. Intrigado elle pergunta qual é a della, si o negocio della é negrão. Ella permanesce calada. Então elle extende seu pé até o rosto della e diz “Beija!”. Ella abbraça aquelle pezão como si fosse um bebê e o beija intensamente. Malcolm X então pede que ella

o alimente. Ella da comida na bocca delle. Elle conclue, “É isso, é disso que você gosta.” Spike Lee conhesce.

McQUADE, O LOBO SOLITARIO [LONE WOLF McQUADE, Estados Unidos, 1983] de Steve Carver. Com Chuck Norris, David Carradine, Barbara Carrera. Os filmes de Chuck Norris são tão ruins que podem ser divertidos, como este aqui onde elle é um Texas Ranger no encalço de contrabandistas de armas. O villão (interpretado por David Carradine, exastro da serie Kung Fu, que interpretava quasi sempre descalço), appós ballear o amigo do heroe, mas sem feril-o de morte, pisa no pescoço do infeliz com seu sapato social estylo moccassim (feito de raspa de couro) para completar a tarefa.

A METADE NEGRA [THE DARK HALF, Estados Unidos, 1993] de George A. Romero. Com Timothy Hutton e Amy Madigan. Ammeaçado de chantagem, escriptor bestseller decide revelar ao publico seu verdadeiro nome, occulto até então por um pseudonymo. Accontesce que, appós a revelação, occorrem extranhos e violentos assassinatos (é o personagempseudonymo revelado que se materializa e procura sua vingança). E o cara é mau mesmo: com immensas e reluzentes botas de couro (estylo cowboy), pisa com gosto na mão de uma de suas victimas, antes de lhe chutar a cabeça com a força e a dextreza de um kicker de futebol americano.

MULHER OBJECTO [Brazil, 1981] de Sylvio de Abreu, com Hellena Ramos e Nuno Leal Maya. Mulher casada com ricaço mas mal-resolvida sexualmente, é frigida com o marido mas nem tanto nas phantasias eroticas, onde é dominada por homens e mulheres -- e mesmo por casaes: a dominadora leva as botinhas até sua bocca, emquanto o machão enfia o bicco quadrado do botinão no meio das pernas da recalcada.

NOITES ROSAS DA GESTAPO [LE LUNGHE NOTTI DE LA GESTAPO, Italia, 1977] de Fabio de Agostini. Outro exemplo de “Naziexploitation”. Aqui, novamente

as imponentes botas de cano longo e bicco fino… uma dellas massageando uma bocetinha.

O NOME DO JOGO [GET SHORT, Estados Unidos, 1998] de Barry Sonnenfeld. Gene Hackman faz um cineasta meio vigarista, que é perseguido pela mafia. Um dos mafiosos, alem da surra chega a lhe pisar no rosto com reluzentes sapatos italianos.

A OUTRA HISTORIA AMERICANA [AMERICAN HISTORY X, Estados Unidos, 1998] de Tony Kaye. Com Edward Norton, Edward Furlong. Drama sobre racismo nos EUA. De teor sociologico tão intenso quanto uma fabula, mesmo assim mostra uma das scenas mais violentas na historia dos filmes. Um skinhead, só de bermudas e cothurnos, domina um negro que assaltava seu automovel, obriga-o a deitar-se na rua, com a bocca aberta e os dentes pregados na sargeta. A sequencia é um violento chute com o bicco do cothurno na nucha do infeliz.

O PEQUENO GRANDE HOMEM [LITTLE BIG MAN, Estados Unidos, 1970] de Arthur Penn. Com Dustin Hoffman e Faye Dunaway. Historia de Jack Crabbe, sobrevivente da batalha de Big Horn, onde morreu o general Custer. A certa altura de sua vida, Crabbe decide se tornar pistoleiro e fica amigo de outro adventureiro, que vem a ser assassinado, pelas costas, cahindo de cara na bota de um bebado que dormia no saloon. O cara ainda balbucia algumas palavras, com o queixo encostado naquelle botinão de cowboy!

PERDITA DURANGO [Hespanha, 1999] de Alex de la Iglesia. Adventura de doido na fronteira EUA/ Mexico. Um casal de bandidos mexicanos resolve sequestrar um casal de irmãos norte-americanos. Uma optima scena com a bandida e o bandido: os dois molhadinhos dentro da banheira, um de frente ao outro, com as pernas esticadas. Ella mantem os calcanhares do macho repousados nas tetas, e dá mordiscadinhas e chupadinhas no dedão, tudo muito sensual. De quebra, no mesmo filme, a versão feminina para a anthologica scena de LARANJA

MECHANICA: Perdita joga a garotinha norte-americana no chão, pisa-lhe na cara (usando botas) e ainda obriga a mocinha a beijar a sola.

PINK FLAMINGOS [Estados Unidos, 1972] de John Waters. Filme pouco peculiar do director de CRY BABY e HAIRSPRAY. Aqui o astro é o travesti gordo escroto Divine, que chega a comer merda de cachorro (recem-sahida do animal) com colherinha, mas o destaque é a scena onde o casal de villões do filme está na cama fazendo sexo -- só que o fazem de uma forma differente: um fica lambendo o pé do outro, com palavras de lascivia. A mulher chupa o dedão do pé do cara com a mesma volupia com que as actrizes pornôs chupam cacetes nos filmes de sexo explicito.

PSYCHOSE III [PSYCHO III, Estados Unidos, 1986] de Anthony Perkins, com Perkins e Jeff Fahey. Nosso psychopatha favorito, Norman Bates, está de volta para fazer mais victimas. Aqui, um malandro que tenta chantageal-o leva a peor: numa lucta dentro de um carro em movimento, Bates pisa no pescoço do cara e não tira o pezão nem quando o automovel cae na agua.

A 5ª DIMENSÃO DO SEXO [Brazil, 1984] de José Mojica Marins. Com Marcio Prado e João Francisco. Pornochanchada do Zé do Caixão para a Bocca do Lixo, sobre dois caras fracassados com as mulheres e que inventam uma poção que os deixa com tanta força sexual que terminam por mactar as infelizes com quem trepam. Duas scenas rapidas de podolatria, ambas mostrando mulher lambendo pé de homem, e as duas em delicioso angulo fechado: na primeira, o homem está deitado, abre-se a sequencia com a mulher lambendo o dedão do pé direito, e vae subindo, subindo, até… bem, vocês sabem. A segunda scena é a mesma coisa, só que o homem está de pé, e a mulher adjoelhada a seus pés, começando por lamber o pé esquerdo e vae subindo…

RAPTORES [Brazil, 1998] de José Salles. Mulher de empresario inescrupuloso e corrupto combina com seus dois amantes um rapto para desmoralizar o marido. E os caras não deixam por menos, battem, humilham e pisam no vigarista; um delles chega até a enfiar o bicco do cothurno na bocca do cara.

REBELDIA INDOMAVEL [COOL HAND LUKE, Estados

Unidos, 1967] de Stuart Rosenberg. Paul Newman faz o typico rebelde sem causa, que por mero acto de delinquencia juvenil vae parar numa prisão distante, typo campo de concentração. Como não se enquadra na disciplina, é castigado até o limite da resistencia physica e mental. Um dos castigos é cavar uma valla, tapal-a e cavar de novo, sem parar, noite addentro. Vendo que não vae supportar mais, o joven cede e implora piedade abbraçando-se às botas de um dos capatazes que supervisionam o castigo e se divertem com a teimosia quebrada.

ROAD SM [Brazil, 1998] de José Salles. Um subjeito folgado e violento, que acha que mulheres (sua esposa, inclusive) são escravas-objectos de perversões sexuaes. Elle chega até a pegar um cara na rua só p’ra ver a mulher sendo enrabada por outrem. A esposa, por sua vez, querendo passar por boa amphitryan, engraxa os immensos cothurnos do “convidado” com sua linguazinha angelical.

ROBOCOP, O POLICIAL DO

FUTURO

[ROBOCOP, Estados Unidos, 1986] de Paul Verhoeven. Com Peter Weller, Nancy Allen. Antes de virar serie de tv e desenho animado, este filme do hollandez Verhoeven chamou bastante attenção, graças a scenas de ultraviolencia. Antes de se tornar o primeiro policial cybernetico, o tira cae nas garras de um gruppo de meliantes sadicos. O chefe da gang, depois de derrubal-o, pisa-lhe no braço e dá um tiro de escopeta na mão do infeliz.

UM SALTO PARA A FELICIDADE [Overboard, Estados Unidos, 1987] de Garry Marshall. Com Goldie Hawn

e Kurt Russel. Comediazinha romantica onde Hawn é uma granfina insupportavel que perde a memoria e um carpinteiro (Russel) para quem ella devia dinheiro se approveita para engannal-a, dizendo ser seu marido. Leva-a para casa e, é claro, tracta-a quasi como uma escrava: alem de fazer todo o serviço domestico, cuidar dos filhos e dos cachorros, faz massagem nos pés do “marido” -- elle sentado comfortavelmente numa poltrona; ella, adjoelhada a seus pés, passando aquellas mãozinhas delicadas sob as meias, fazendo de tudo para deixar o seu homem mais comfortavel.

SCHOCK [Brazil, 1984] de Jair Correa. O primeiro filme de suspense para podolatras. Do assassino practicamente só se vêem os pés -- calçando cothurnos tão reluzentes que dá vontade de lamber e chupar o bicco. Sorte da personagem da actriz Mayara Magri, uma das victimas do aggressor, que cae practicamente abbraçada àquelles immensos cothurnos.

O SEGREDO DE MARY REILLY [MARY REILLY, Estados Unidos / Inglaterra, 1998] de Stephen Frears. A versão cinematographica de Frears para O EXTRANHO CASO DO DR. JEKYLL E DO SR. HYDE. John Malkovitch é o medico-monstro, e de tão malvado chega a pisar com força na barriga de uma garotinha que havia attirado ao chão -- scena, a proposito, fiel ao romance de Robert Louis Stevenson.

SKIN GANG [sem fichamento] Não sei si cheguei a commentar comtigo, mas tenho certa compulsão por comprar filmes em DVD. Devo ter mais de quattro mil. Um dos themas que me é caro em filmes é o universo skinhead. Não documentarios e shows, que o Lucio tem todos, mas filmes ficcionaes. Tenho todos os que ja sahiram até agora. Coisa curiosa accontesceu hoje. Um amigo meu que tem uma banca de camelô, sempre traz p’ra mim uns filmes piratas, que não tem nas locadoras daqui. Ao passar na banca delle e ao olhar na pilha de filmes que elle ja preselecciona p’ra mim,

encontrei um filme sem cappa, escripto à canneta na midia: “Skin Gang”. Nunca tinha ouvido fallar desse filme. Comprei na hora e colloquei entre os outros que eu ja havia separado. Ao chegar em casa, puz esse filme no apparelho. Bem filmado, com ropteiro e com um tracto cinematographico ousado, de filme independente, conforme ia vendo, ia gostando do filme. Conta a estoria com quattro skins nazi, arruaceiros, de suspensorios, jeans e cothurnos, que perambulam por Londres barbarizando e vandalizando no meio da rua. Extremamente homophobicos, baixam a porrada em tudo quanto é traveco que vêem pela frente. Estupram uma gothica. Scenas realistas p’ra caralho. Bem fortes. P’ra minha surpresa, em quinze minutos de filme, rolla uma scena que me surprehendeu. Os skins sequestram dois travecos, mettem a porrada, e levam elles para um bunker sinistro, todo paramentado com photos do Hitler, swastikas e tal. Tiram a roupa dos franzinos e, veja só, os quattro parrudôes começam a chupar o pau das bichinhas.. Isso mesmo! Era um pornô-skin-gay, si é que exsiste esse genero bizarro. Tem mais: Depois da chupação submissa, deitam elles numa poltrona e começam, os quattro parrudões de quattro, a chuparem, junctos, os quattro pés dos travecos. Ao som de Four Skins ( risos). Close-shot. Filmado de pertinho. Uns dez minutos de chupação de pé. Muito louco! A seguir, mandam as bichas ficarem de pé e exigem que elles exporrem nas boccas de todos. Depois, os skins se dirigem para um altar onde tem um exemplar do {Mein Kampf} e começam a batter punheta com uma mão emquanto a outra, erecta, fazia a saudação nazi. E o filme continua no mesmo rhythmo, porrada & testosterona na rua e veadagem & chupação de pau e pé no bunker entre os quattro.

LO SQUARTATORE DE NEW YORK ou NEW YORK RIPPER

[Italia, 1982] de Lucio Fulci. Com Jack Hadley, Antonella Interlenghi, Howard Ross. Filme sobre um maniaco homicida de Nova York que extripa suas

victimas usando facas. Uma das personagens, uma joven senhora de classe media, tem phantasias sexuaes com a escoria do submundo. Chega a frequentar um bar só de immigrantes hispanicos attraz de algo a mais -- e terá: dois subjeitos que jogavam sinuca percebem a presença daquella mulher que, pela apparencia, certamente não pertencia àquelle local. Ambos se approximam da mesa onde ella estava sentada, sem accompanhantes. Sentam-se sem pedir permissão, um delles vae logo descalçando o sapato do pé esquerdo e levanta a perna até alcançar a vagina da mulher, massageandolhe a vulva demorada e carinhosamente. E a sequencia é filmada em detalhes, quasi explicita, com close do immenso pé chicano passeando na calcinha da fulana (primeiro o dedão -- batatudo, por signal) e depois os demais dedos, por dentro da lingerie. Ha tambem closes de traz, destaccando a bunda da mulher e o calcanhar do hermano.

TARZAN E SUA COMPANHEIRA [TARZAN AND HIS MATE, Estados Unidos, 1934] de Cedric Gibbons. Com Johnny Weissmuller e Maureen O’Sullivan. Segunda adventura de Tarzan protagonizada pelo nadador campeão olympico Weissmuller. Este é famoso pelas ousadissimas scenas de nudez da actriz Maureen O’Sullivan, escandalizando os puritanos da decada de 30. Mas aos podolatras o que interessa não é somente a nudez da bella actriz, mas ver que nas scenas submarinas Jane segura nos tornozellos de Tarzan, tendo deante de seu nariz as solas molhadas do Homem-Macaco, emquanto este vae nadando como um peixe por aguas crystallinas.

O TENNIS MAGICO [THE RED SNEAKERS], EUA, 2002, direcção de Gregory Hines, com Vanessa Bell Calloway, Dempsey Pappion e Vincent D’Onofrio. O estudante Pappion ama baskete, mas não tem talento para isso, nem ao menos joga no time da eschola, ao contrario de seus melhores amigos. Tudo mudará

graças ao tennis magico que ganhara de Zeke (Hines, em papel de coadjuvante). Feito para a TV.

O THESOURO DE SIERRA MADRE [THE TREASURE OF THE SIERRA MADRE, Estados Unidos, 1948] de John Houston. Com Humphrey Bogart e Walter Houston. Dois norte-americanos vivendo no Mexico à beira da mendicancia, reencontram subjeito que lhes devia dinheiro. O cara é foda e enfrenta os dois numa briga, mas perde e, no chão, é pisoteado pelo personagem de Bogart.

A TETA E A LUA [LA TETA Y LA LUNA, Hespanha/França, 1994] de Bigas Luna. Motoqueiro impotente só sente prazer quando sua namorada lhe chupa os dedos dos pés -- e isso é mostrado em primeiro plano, com destaque. O cara tem dedões bem batatudos, e a mulher gosta de chulé -- faz questão de engraxar as botas fedorentas do namorado e cheirar os tennis ainda mais fedidos de seu amante adolescente.

O TROCO [PAYBACK, Estados Unidos, 1999] de Brian Hegeland. Com Mel Gibson, Willan Devane, Kris Kristofferson, James Coburn. Gibson é Porter, assaltante que é sacaneado pela namorada e por seu parceiro, sobrevive a dois tiros nas costas e parte para a vingança. Absolutamente amoral (como todos os personagens desta interessante trama policial, filmada no estylo dos filmes “noir” da decada de 50), Porter não quer appenas detonar seus desaffectos, mas fazel-os soffrer um pouquinho: appós dar um tiro na clavicula do desaffecto trahidor, e este se encontrar cahido, pisa com o bicco fino do sapato reluzente bem em cyma da ferida, duas vezes.

O ULTIMO PORTAL [THE NINTH GATE, França / Hespanha / Estados Unidos, 1999] de Roman Polanski. Com Jonny Depp, Frank Langella, Lena Olin, Emmanuelle Seigner. Adventura detectivesca sobrenatural. Dean Corso (Depp) é um “detective de livros raros”, que

se mette em muita encrenca antes de enfrentar o perigoso Boris Balkan (Langella), que o havia contractado para achar livros satanistas. Luctando com Balkan nas ruinas de um castello medieval, Corso affunda num piso de madeira appodrescido e fica entallado, indefeso e à mercê do villão -que justifica a fama: com immensos pezões calçando lustrosos sapatos, Balcan pisa em seu hombro, empurrando-o para baixo; em seguida faz o mesmo movimento, só que pisando na cabeça do opponente. Plano fechado -- Polanski ja mostrou em outros filmes o quanto é sacana.

VICIO

PHRENETICO [BAD LIEUTENANT, Estados Unidos, 1992] de Abel Ferrara. Com Harvey Keitel, que faz um agente de policia amoral e corrupto, viciado em appostas e cocaina, depravado no sexo e usando de sua insignia para conseguir seus intentos. Num de seus delirios, vê o proprio Christo ensanguentado no corredor de uma egreja, e como um bom catholico arrependido, arrasta-se e beija os pés sangrentos do filho de Deus…

VICTIMAS DE UMA PAIXÃO [SEA OF LOVE, Estados Unidos, 1989] de Harold Becker. Com Al Pacino, Ellen Barkin. Na pista de um serial killer, um policial (Pacino) accaba se envolvendo com uma fogosa vendedora de sapatos (Barkin), que é tambem suspeita dos crimes. Numa das visitas do tira ao local de trabalho de sua amante, esta generosamente se adjoelha, tira os sapatos do cara e leva o pé direito (calçado com suave meia de linho) até suas coxas macias.

VICTIMAS DO DESTINO [PRISON HEAT, Estados Unidos, 1993] de Joel Silberg. Com Tony Naples e Lon Jo Hendrix. O ropteiro dos filmes de presidio feminino nada mais é que simples pretexto para se filmar sacanagens e perversões sexuaes. E todos teem seus clichês indispensaveis, como a detenta sapatona e o sadico director da prisão. O deste filme não deixa por menos e, com o salto de sua

reluzente bota de bicco fino, pisa com gosto na mão da subjugada sapatona, que é obrigada a lhe reconhescer o poder superior.

YAKUZA KEIBATSUSHI: RINCHI ou LYNCH: THE YAKUZA TORTURE [Japão, 1969] de Teruo Ishii. Uma rapida sequencia mostrando uma tortura typica dos samurais: subjeito é enterrado até o pescoço, tendo sua cabeça indefesa deante de chutes e pisões desferidos por alguns samurais -- todos, como não poderia deixar de ser, de meias e calçando aquelles tamancos de madeira, de dedo, typico dos clans. Scena fodona, filmada com o realismo habitual do cinema japonez.

Momentos taes accabaram fixados em muitos de meus sonnettos, particularmente os que compõem a serie “Gemmas do cinema”, incluida no livro O CINEPHILO ECLECTICO.

Quanto a desenhos animados, os occidentaes nada teem a ver, ao passo que os orientaes merescem menção, mas passo a palavra a um de meus contactos na internet, que assim os descreve:

{Vc deve conhescer os animes e mangás japonezes, né? Nos animes, exsistem os hentai, que são os desenhos de sexo. A variedade é enorme e tem até os gays, que são chamados de yaoi. Mas diversidade mesmo é nos hentai. Uma vez, eu assisti um chamado “Bondage Game”. São appenas dois capitulos, mas é um hentai super bdsm que não tem practicamente nada de sexo! Só tortura! Uma das scenas eu não me exquesço. Apparesce uma mulher cagando naquellas privadas que são só um buraco no chão, sabe? Ahi a imagem vae descendo e mostra la embaixo uma escrava de quattro presa no chão, com as mãos e pés presos em buracos de ferro fechados! e no rosto, uma mascara que ligava até a bocca um cano transparente que ia até a latrina. Ahi apparescia ella engolindo tudo aquillo com uma cara de desespero, tentando sahir,

sem conseguir. É claro que si fossem dois homens, seria mais excitante. Mas a idéa é muito perversa. Ella ficou servindo como um cano mesmo. (…) Hontem eu puxei um anime hentai chamado “Maid Service”. Hentai vc sabe, aquelles desenhos animados japonezes que são de sexo. Esse que eu assisti é dividido em duas partes e eu me surprehendi pq tem coisas que eu nunca tinha visto em hentai. A historia é hetero, mas gozei varias vezes. É sobre uma garota que perde os paes e fica pobre, só tendo um annel da mãe como dinheiro. Mas ella não quer vender a recordação e fica sem saber o que fazer. Dahi um garoto rico da salla de aula della offeresce um emprego como empregada na casa delle. Ella iria trabalhar e dormir la e elle pagaria a eschola della. Ella acceita a offerta pq o garoto paresce gentil, mas depois ella descobre que elle é um sadico que tem prazer em humilhar e estuprar as empregadas. Elle rouba o annel della e a submette a varios typos de torturas. Em uma das scenas, uma garota tem que lamber os pés delle. Elle fica sentado e falla que teve educação physica e está cansado e é para a empregada chupar o pé até que elle fique limpo! Depois mija na bocca della, faz ella chupal-o, depois goza na bocca della. E depois pede para ella cuspir a porra na mão p’ra depois engolir de novo. Outro detalhe que me surprehendeu alem do lance do pé foi quando elle ta comendo a garota e decide enforcal-a. Elle fallou que ouviu dizer que a boceta fica mais appertada momentos antes do desmaio e estrangula a menina até ella desmaiar! Quando a garota cae no chão, elle reclama que não conseguiu gozar a tempo e ja chama outras empregadas.}

Ainda no clima do MANUAL, para não dizerem que não fallei das flores nacionaes, as scenas mais grosseiras e grottescas do cinema brazileiro (talvez por isso mais authenticas), de podolatria envolvendo sadomasochismo, estarão possivelmente nos filmes do folklorico Zé do Caixão. Não os vi todos na epocha, mas depois fui junctando referencias, com adjuda de amigos egualmente

afficcionados, um ou outro cineasta underground. Mojica Marins usa o pé masculino como aggressor/ oppressor em diversos momentos: em “Esta noite encarnarei no teu cadaver” ou em “À meia-noite levarei sua alma”, o proprio Zé do Caixão desce uma “escada humana” pisando em corpos nus de homens e mulheres; no primeiro ha um close da cara do Zé sendo pisada pela bota dum dos jagunços que o surram por ordem do coronel interiorano; em “O extranho mundo de Zé do Caixão” a prisioneira torturada lambe o pé descalço do carrasco; em “Ritual dos sadicos”, mulheres rastejam aos pés do macho, descalçam-no e põem-se a beijar e lamber; em “A quincta dimensão do sexo” ha closes de mulheres submissas lambendo pés masculinos descalços… e por ahi vae.

Ironicamente, eu proprio fui filmado, ja cego, como cobaya dum director de “trash movie”. Foi assim: Nos annos 1990, quando eu accabava de perder toda a visão e collaborava com o sello independente Rotten Records na edição de collectaneas tribaes como “Urbanoise”, fui gravado para videocassette lambendo a bota e o pé dum extranho trazido pelo cineasta marginal que me editou ao som dos Billy Brothers, uma das bandas gravadas pela Rotten. Recuperado digitalmente, o video foi disponibilizado na rede e linkado sob o titulo “Xupaxu”, como ja citei.

Annos depois, em 2011, o ceguinho voltaria a ser objecto das cameras no premiado curta-metragem de Gustavo Vinagre, “Filme para poeta cego”, mas, na scena emblematica, foi o director quem lambeu a sola do protagonista. Mais dez annos, em novembro de 2021, o amigo Bob Porcão (addeante entrevistado) envia-me a seguinte mensagem: {Hontem começou o Festival Mix Brazil, dahi dei uma olhada na programmação para ver o que iria assistir. Quando vi o titulo “Venus de Nyke” [do director/actor pernambucano André Antonio], classificação etaria +18 e na photo do filme é um carinha com a fuça

enfiada num tennis branco, pensei: vae ser o primeiro. Mano, que filme bem legal. Basicamente é o veadinho fallando com sua therapeuta sobre seus fetiches. Muito interessante as historias. E para minha surpresa você apparesceu no filme com um depoimento genial.} O filme, baseado no MANUAL, accabou premiado com o Coelho de Pratta pelo melhor ropteiro: segundo a FOLHA DE S. PAULO, o premio é excolhido pelo jury da Mostra Competitiva Brazil para Longas e Medias-Metragens.

Sempre achei que, no cinema convencional, esse typo de scena não tinha a necessaria carga de realismo. Um certo resquicio de compostura, dignidade ou pudor, sei la, por questão de ethica ou censura, constrangia o tempo todo o director e os actores. Na practica minhas scismas só se confirmam. Ha coisas que não podem ser fingidas. Ou se faz para valer, ou não dá para simular. Por isso resolvi desembuchar uma autobiographia sexual no MANUAL, ao invés de projectar uma obra de ficção.

Embora o “Filme para poeta cego” tenha facturado um premio no festival Mix Brazil, em termos especificos de podolatria houve um outro curta que, no mesmo festival, causou curiosidade, a julgar pelo email que recebi dum amigo na epocha: {Foi exhibido o curta-metragem “43/44” (no idioma inglez “10/11”), de Shirley Fraguas, 2010, Brazil/ MG, com quinze minutos de duração. Eu assisti e gostei. O filme relata uma historia real de um rapaz que gosta de chinellos (do typo Hawaiianas) e as peripecias que elle faz e tem para ter realizado o fetiche delle. O curta-metragem mostra a personagem no quotidiano e observando os chinellos passantes na frente delle. Na academia de gymnastica, a personagem emquanto corria na esteira ergometrica, observava os rapazes conversando e usando as sandalias de dedo. Em determinado momento, a personagem passeia em um parque e encontra um rapaz com um cachorro. Elle percebe que a personagem olha para os pés delle e finge

que não percebe. Em outro momento, occorre um novo encontro no parque e depois um encontro physico. O curta-metragem termina com este encontro physico e emquanto passa os “lettreiros” dos participantes do filme, continua o gemido de ambos. O que apparesceu tambem é que a personagem comprava chinellos novos e trocava com as pessoas. Isto é, elle trocava um novo pelo usado. E quando voltava para sua residencia elle se deliciava. E a personagem affirmou no curta que a pessoa que trocava pelo chinello novo, nada cogitava. Não perguntava o por que da troca.}

Immediatamente me lembrei de outro internauta correspondente, appellidado Yebo, cujos depoimentos podolatras sempre me fascinaram pela authenticidade. Entrei em contacto com elle e copiei a mensagem accyma, dizendo que “tem a sua cara”. Elle confirmou a minha suspeita, ja que é reconhescido appreciador de sandalias de dedo. Eis o relato delle:

{Mundo pequeno, esse: a Shirley é uma grande amiga minha. O ropteiro desse curta é a livre adaptação de um caso veridico que accontesceu commigo mesmo. Contei o caso para ella e a Shirley me pediu permissão para crear uma adaptação da historia. Aliaz, 43-44 é o numero do chinello do Carlos, um soldado da cavallaria com o qual eu costumava sahir. Elle gostava de me humilhar e sempre me punha para lamber suas botas de montaria sujas de esterco e mijo de cavallo. Teve uma vez em que queria testar a minha obediencia: ainda no quartel da cavallaria, fez questão de pisar de proposito em um monte de estrume fresco de cavallo, sabendo que aquillo iria ficar preso entre o taccão e a espora, esperando pela minha lingua. O cheiro de esterco fresco ficou na minha bocca por dias! Quando eu terminava a limpeza das botas, ainda tinha de lhe trazer na bocca suas hawaiianas top branquinhas, 43-44, que elle calçava e usava

para me pisar emquanto eu lhe massageava, beijava e lambia os pés. Eu appanhava tanto com esse chinello que a minha bunda e o meu rosto chegavam a ficar em braza. Completava o serviço engolindo seu immenso cacete até elle gozar na minha bocca -- e levando chinelladas ardidas na cara caso não aguentasse.

O peor foi a vez em que elle insistiu em botar no meu rabo. Detesto sexo anal, mas levei uma surra tão pesada de chinello que fui obrigado a engolir o choro, mordendo sua sandalia de borracha para supportar a dor. É uma pena que com o tempo tenhamos perdido o contacto. Era uma delicia quando elle me ligava e dizia appenas que a hawaiiana delle estava com saudades de exquentar o meu rabo.}

Descomptado o enthusiasmo do narrador, fica o registro, digno mesmo da versão cinematographica. Em outro email, elle alludia a differentes scenas do curta:

{Aliaz, não sei si te contei, mas minha grande amiga Shirley tem uma video productora (Spica Video) e lançou um curta-metragem inspirado nesse meu fetiche por hawaiianas: “43-44”. Tem uma scena em que o fetichista (que suppostamente seria esse seu amigo) enche uma banheira de sandalias de borracha e toma um verdadeiro banho de hawaiianas. E outra onde elle está nadando no clube, para na borda da piscina e fica observando inebriado os frequentadores do clube arrastando chinellos de dedo alli, bem pertinho de seu rosto. Devaneia ser pisado pelos rapazes emquanto se farta lambendo guloso os dedões de seus pés.}

Entretanto, o cinema brazileiro continuava devendo um longa-metragem que biographasse um podolatra desde a infancia até a maturidade. A divida seria ainda maior caso o personagem tivesse ficado cego…

[3] LEITURAS LITTERARIAS, LITTERAES, VIRTUAES E QUETAES

No MANUAL citei fontes historicas e litterarias nestes termos:

Que eu saiba, Gilberto Freyre nunca se declarou podolatra. Mas bem que o velho sociologo achava ser a sola do pé uma zona tão erogena como o couro cabelludo. Falla do cafuné com a mesma emphase dedicada ao que elle chama de “bolina de pé”:

{Ao que se deve accrescentar o regalo -- este principalmente dos meninos das casas-grandes e dos sobrados -- de terem os pés catados por bonitas mucamas, peritas na extracção de bichos: extracção quasi sempre precedida de voluptuosa comichão, a que os dedos das mulatas sabiam dar allivio, abbrandando-a numa especie de coceira postoperatoria. Era a extracção de bicho-de-pé em menino ou menina, por mão macia de mucama de sobrado ou casa-grande, uma como catação de piolho nos pés. Voluptuosa, tambem, como o cafuné. Em viagem, os proprios adultos tinham em areas como a mineira os pés catados por peritos em extrahir bichos: “at which operation they are very expert”, escreveu dos mineiros o inglez James Holman que, cego, paresce ter tido olhos, e não appenas sensibilidade, nas ponctas dos dedos dos pés: olhos para accompanharem as operações de extracção de bichos, precedidas da lavagem dos pés em bacia ou alguidar, por mãos de escravo ou escrava. Ora, o lavapés mais ou menos voluptuoso pode ser incluido entre os orientalismos que characterizaram a vida patriarchal no Brazil.} [GF no livro “Sobrados e mocambos: decadencia do patriarchado rural e desenvolvimento do urbano”. 3ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1961. 2º tomo, p. 468]

{Intenso como foi, no Brazil ainda patriarchal e ja urbano, o culto do pé pequeno, delicado e bonito de mulher e mesmo de homem, como evidencia de sua superioridade ou de sua situação social, e do sapato ou da botina que correspondesse a essas qualidades de pé, ou as accentuasse, ou resguardasse o pé fidalgo da agua das ruas ou da humidade dos caminhos -- como o sapato ou a botina de sola de borracha -- é natural que transbordasse tal culto da zona social para a de excessos de fetichismo sexual. Foi o que succedeu. Ao caso relatado pelo medico Alberto da Cunha, em “these inaugural” -- o do individuo que só se sentia apto para o acto venereo “quando ardentemente cobria de beijos a botina da mulher ambicionada” -poderiam junctar-se varios outros de brazileiros obcecados pelo pé ou pela botina da mulher desejada, alguns dos quaes deixaram em sonnettos celebres a marca de sua obsessão. Tambem parescem ter sido -- e continuam a ser -- varios os casos, entre brazileiros de formação ainda patriarchal, de predispostos ao orgasmo ou à voluptuosidade, attravés do simples roçar de um pé no outro: a chamada “bolina” de pé. Os pés como que se tornaram em taes individuos zonas de particular sensibilidade talvez em consequencia dos bichos docemente extrahidos dos seus pés de meninos por mucamas ou mulatas de dedos ageis e macios.} [GF, no mesmo livro, p. 515]

O tal culto do pé pequeno e fino, em opposição ao largo e chato, como symbolo de bom gosto contra o mau, eu o exploraria melhor em 2004, quando parodiei o romance de José de Alencar, “A patta da gazella”, no sadomasochista A PLANTA DA DONZELLA.

Ja a litteratura de carcere vae do depoimento forense à autobiographia maneirinha, passando pela reportagem romanceada. Sob o tom de denuncia ou confidencia, nas suas entrelinhas pullulam lances como aquelle que Gabeira não soube approveitar.

A partir da morte de Herzog, quando a situação do preso politico ensejou verdadeira avalanche de testemunhos, até o postamnistia, quando taes testemunhos viraram genero litterario, tractei de ler tudo que sahia, a ver si pinctavam detalhes sadomasochistas. Mas não me satisfiz.

A começar por Gabeira. Em “O que é isso, companheiro?” o principe dos ex-exsilados narra summaria e usurariamente, em duas linhas, um “espectaculo” que na mão dum observador prodigo renderia duas paginas, mais juros e correcção:

{À esquerda, havia o corredor onde funccionava a salla de tortura e, no fundo, estavam as cellas individuaes. No corredor algumas pessoas eram forçadas pelos torturadores a lamber o chão e a parede. Tentei accompanhar o espectaculo, discretamente, mas levei uma porrada nas costas.} [Fernando Gabeira, no livro “O que é isso, companheiro?” Rio de Janeiro: Codecri, 1979. p. 169]

Si Gabeira é damnado para sonegar detalhes, outras fontes só podem parescer generosas por comparação. O ja famoso “Relatorio Sábato”, abundante e repetitivo no que tange à tortura physica convencional, traz uma unica passagem onde transparesce o sadismo pelo rebaixamento concreto, isto é, no chão e aos pés. É uma truncada transcripção, sob a rubrica do antisemitismo: num dos centros clandestinos de detenção estava apprisionado um judeu appellidado “Chango” (moleque), que um dos guardas tirava do calabouço e fazia sahir para o pateo, e alli…

{Le hacía mover la cola, que ladrara como un perro, que le chupara las botas. Era impresionante lo bien que lo hacía, imitaba al perro igual que si lo fuera, porque si no satisfacía al guardia, éste le seguía pegando.} [trecho do livro “Nunca más: informe de la Comisión Nacional sobre la

Desaparición de Personas (CONADEP)”. Buenos Aires: EUDEBA, 1984. p. 75]

Em outros testemunhos, a discreção empobresce ainda mais a descripção da mesma scena:

{Antes dije que ellos humillaban al ser humano, tratando de convertirlo en un animal. Un día ocurrió una cosa que fue la que más me impresionó, algo que no olvidaré mientras viva. Escuchamos ladrar a un perro; alguien lo llamaba de un lado para el otro, le pedía que moviera la cola. Nosotros creímos que era realmente un perro, pero era un compañero, un muchacho que tenía que hacer de perro porque era judío.} [materia intitulada “Testimonio de una sobreviviente de las cárceles clandestinas”, no jornal EL OBSERVADOR, Buenos Aires, nº 2, 09/12/1983, p. 21]

Si homens eram transformados em cachorros, calculese o que não fizeram com as mulheres! Entre tanta putaria a que foram forçadas as detentas na Argentina, achamos de passagem alguma referencia aos pés oppressores:

{Las tres estábamos vendadas y esposadas, fuimos manoseadas durante todo el trayecto y casi durante todo el traslado (…) la misma persona vuelve a aparecer con alguien que dice ser médico y quiere revisarme ante lo cual fui nuevamente manoseada sin ningún tipo de revisación médica seria (…) Estando medio adormecida, no sé cuanto tiempo después, oí que la puerta del calabozo se abría y fui violada por uno de los guardias. El domingo siguiente esa misma persona, estando de guardia se me acercó y pidiéndome disculpas me dijo que era “un cabecita negra” que quería estar con una mujer rubia, y que no sabía que yo no era guerrillera. Al entrar esa persona el día de la violación me dijo: “si no te quedás quieta te mando a la máquina” y me puso la bota en la cara profiriendo amenazas. A la

mañana siguiente cuando sirvieron mate cocido esa misma persona me acercó azúcar diciéndome: “por los servicios prestados”. Durante esa misma mañana ingresó otro hombre a la celda gritando, dando órdenes: “párese, sáquese la ropa”, empujándome contra la pared y volviéndome a violar (…) El domingo por la noche, el hombre que me había violado estuvo de guardia obligándome a jugar a las cartas con él y esa misma noche volvió a ingresar a la celda violándome por segunda vez.} [mesmo documento da CONADEP, p. 155]

A coisa é assim, do Brazil brazileiro à Guyana Franceza, da Irlanda do Norte à Africa do Sul. Trechos rapidos e economicos. Em “Papillon”, na presença do director da prisão, o heroe desaccapta e provoca a reacção da auctoridade:

{Viro a cabeça de novo para o director e olho para elle. Elle pensa que lhe quero fallar, e me diz:

E você, a decisão não lhe aggrada? Que tem a reclamar?

Eu respondo:

-- Nada, senhor director. Appenas sinto a necessidade de lhe cuspir na cara, mas não o faço de medo de sujar minha saliva.

Fica tão expantado, que enrubesce e não comprehende immediatamente. Mas o inspector-chefe logo reage. Grita aos vigilantes:

-- Aggarrem-no e tractem bem delle! Quero vel-o dentro de uma hora pedindo perdão de rastros. Vamos ensignal-o! Vou fazel-o limpar meus sapatos com a lingua, por cyma e por baixo. Não o tractem com bons modos, isso fica a cargo de vocês.

Dois guardas me torcem o braço direito, dois outros o esquerdo. Estou acchatado no chão, as mãos levantadas à altura das omoplatas. Elles me põem

as algemas, com umas argollas especiaes que me ligam o indicador esquerdo com o pollegar direito. O inspector-chefe me levanta do chão como a um animal, puxando-me pelos cabellos. Nem é preciso contar tudo o que me fizeram.} [Henri Charrière, no livro “Papillon: o homem que fugiu do inferno”. São Paulo: Circulo do Livro, s.d. pp. 33-34]

Como que não é preciso? Justamente agora é que ia ficar mais interessante! Deixa estar, um dia reescrevo o “Papillon”. Vejamos outros casos:

No apartheid sulafricano, os negros que militavam contra o racismo eram presos como terroristas e confinados em campos de concentração como o da ilha de Robben, onde os guardas eram, segundo Breytenbach, pessoas sem escholaridade para um emprego qualificado, muitas das quaes ainda garotos:

{A gente vê jovens de dezeseis annos, quinze até, ingressando no Serviço, ainda sem barba e com o kepi a excorregar sobre a testa. São felizes? Bem (dizem elles), é um emprego seguro -- ninguem é demittido; e pelo menos a gente um dia recebe uma boa apposentadoria. Elles jamais conseguiriam isso estudando. Esse é o unico sector “fardado” em que podem ingressar sem nenhuma qualificação; todos proveem de um meio rural pobre; e a carreira se transformou num officio de familia. E em que outro logar um joven imbecil pode obter autorespeito com o poder (armado) que lhe dão sobre outras pessoas?} [Breyten Breytenbach, no livro “Confissões veridicas de um terrorista albino”. Rio de Janeiro: Rocco, 1985. pp. 244-245]

Winnie Mandela exemplifica a maneira como esses guardas juvenis exercitam seu poder:

{Peor ainda era o facto de os prisioneiros estarem completamente entregues aos caprichos dos guardas, que (…) Cavavam um buraco profundo na

areia e enterravam o prisioneiro até o pescoço, abbandonando-o nesse estado ao sol infernalmente quente. Não faziam qualquer segredo de que para elles o prisioneiro não passava de um porco e de que elles pouco se importariam si esticasse as cannellas. Deixavam, assim, o preso na areia metade do dia ou o dia inteiro e, si elle pedia agua, vinha o guarda, obrigava-o a abrir a bocca e urinava dentro. Dizia-lhe então que era uisque, o melhor uisque que elle jamais bebera. Nunca lhe davam agua.} [WM, no livro “Parte de minha alma”. São Paulo: Circulo do Livro, s.d. p. 202]

A proposito do torcionario methodo de “entaipar” (enterrar até o pescoço), conhescido em inglez como “sand necktie”, escrevi o livro GRAVATA DE PIRATA. Aqui cabe o parallelo com algumas anonymas postagens internauticas, como esta, em seu desfecho praiano, descomptado o informalismo internetez:

{Desde os 5 annos eu ficava na casa de minha vó, durante os dias para que minha mãe trabalhasse. La ficam tambem muitos primos e primas, pelo mesmo motivo, os paes trabalhavam. Eu com 9 annos era o mais novo dos nettos. Assim era o mais querido de vovó. Por causa disso meus primos tinham inveja.

Trez primos meus sempre me battiam e um dia decidiram me fazer de escravo.

Raphael o mais velho, tinha 17 annos, era alto, branco, corpo dem malhado, mandava que eu ficasse lambendo os seus pés emquanto elle battia uma. Depois mandava que eu fizesse massagem nos seus pés e cortasse suas unhas.

Italo, tinha 15 annos, era moreno claro, cabellos pretos e lisos, tinha um chulé forte, chegava do collegio e mandava que ficasse no chão para elle limpar os sapatos, mandava engraxal-os e sempre que elle sahia p’ra jogar me levava para que eu fosse o gandula. André, tinha 12 annos, porem estudava na mesma

serie que eu. (elle ja havia sido reprovado varias vezes) De tanto ver os irmãos me humilharem foi o que mais pegou gosto, às vezes fazia isso no collegio mesmo, mandava carregar sua bolsa, eu fazia os meus trabalhos e os delle, tambem as provas, eu precisava passar a colla, caso contrario elle me battia. Porem era illusão, independente de fazer ou não elle me batteria sempre.

André gostava mesmo de montar em mim, mandava que ficasse de quattro e montava em minhas costas, na epocha me chama de eguinha pocotó. Uma vez me fez carregal-o no corredor do collegio, outra vez mandou carregar sua namorada e quando eu deixei ella no banco que elle estava elle me fez de banqueta, collocou os pés em cyma de mim, elle acha isso o maximo. E os alumnos mais achavam elle legal, e a mim achavam um idiota. Elle era popular no collegio e tornava-se ainda mais (até pq era o mais velho da turma e era muito brincalhão), com isso elle me chamava de escravo na frente dos outros, mandava comprar seu lanche e pegar agua.

Cada vez mais André me humilhava. André fazia natação, com isso quando elle chegava em casa tinha que estar o lanche delle prompto (às vezes eu guardava o lanche do collegio para elle comer depois da natação) e tambem me mandava ficar no chão para limpar os pés. Eu não gostava disso, porem fui me accostumando e passei a gostar…

Meus primos iriam fazer uma viagem para a praia de Porto de Gallinhas-PE e sem me dizer nada pediram a minha mãe que eu fosse… Elles juncto com outros amigos tinham me preparado uma surpresa… Minha mãe auctorizou que eu fosse para essa viagem porque os paes delles tambem iam. (Porem minha mãe não sabia que os meus thios ficariam em Recife eu ia para praia com meus primos, só) Raphael se comprometteu com sua mãe que cuidaria de mim. Quando eu soube que ia para essa viagem minhas pernas tremeram.

Durante a viagem fui tractado normalmente porque os paes delles estavam no carro. Quando os paes desceram, Raphael disse que eu seria escravo não só mais delles, mas de todos que tinham ido para a viagem, no total eram 8. Bruno um dos amigos delles gostou da idéa, elle seria um dos que mais me humilharia. Chegando em Porto, eu sozinho tive que tirar as malas e elles logo foram correndo dar um mergulho no bello mar. Eu tirei rapidamente as malas e tambem corri para o mar, quando ia mergulhando Bruno gritou: “Não, nós não te auctorizamos!”. Na hora mesmo eu parei e elles combinaram alguma coisa. Raphael e André sahiram e começaram a cavar um buraco na terra, Bruno então me deu uma gravata e foi me levando até o buraco, la elles me enterraram, deixando appenas minha cabeça de fora. Para terminar Bruno ainda pegou tirou a sunga que estava, e vestiu um short, elle enfiou a sunga na minha bocca. Elles riam muito e diziam cadê vovó aqui p’ra te tirar. Isso era appenas o inicio da viagem…}

Em Robben, os prisioneiros politicos (negros) não se conformam com a subserviencia dos presos communs (tambem negros, é claro) deante dos guardas:

{Os poucos presos communs que faziam um ou outro trabalho na ilha corriam attraz do guarda-chefe Delport engraxando-lhe as botas e chamando-lhe “baas”. Punham-se de joelhos a pedir-lhe que os deixasse prestar-lhe serviços, mas elle continuava com o seu trabalho, ignorando-os ou correndo com elles a ponctapé, ou então ordenando-lhes que o descalçassem e lhe beijassem os pés, o que elles faziam. Nunca conseguiu levar um preso politico a descer tão baixo…} [Indres Naidoo & Albie Sachs, no livro “A ilha aggrilhoada: preso 885/63”. Lisboa: Caminho, 1982. p. 175]

Só a ficção não se peja de descer mais baixo, isto é, aos detalhes e pormenores. Mesmo assim, sem se allongar. O “bestsellerista” Sven Hassel, fissurado

em Segunda Guerra e nazismo, pincta uma scena typica de campo de concentração:

{Um dos peores subofficiaes de Sennelager era Helmuth, o cozinheiro da 5ª Companhia. Era um desses valentões por vocação. O typo de pessoa que a Gestapo contractava para ser alcaguete. Foi Helmuth quem gratuitamente attirou uma caneca de café fervendo em Fischer, um dos homens mais doceis, educados e bemintencionados que jamais passou pelo Battalhão 999. Aliaz, esta deve ter sido justamente a causa da aggressão. Ja notei que typos como Helmuth detestam os mansos e humildes. Pobre Fischer. Havia sido sacerdote antes de ir parar no inferno de Sennelager. (…) Fischer, como era natural, levantou-se de um salto, deixando cahir sua caneca de latta. Uma torrente de liquido se despejou sobre as botas reluzentes do Sargento Helmuth. Pobre Fischer. Si tivesse um pouco mais de experiencia, teria aguentado firme, deixando-se excaldar, si necessario. Teria valido a pena, pois gozaria de alguns dias de tranquillidade na enfermaria. Entretanto, Fischer era novo em Sennelager. Ainda não havia apprendido a controlar seus reflexos. Comportou-se exactamente como Helmuth havia previsto. No silencio constrangido que se seguiu, Helmuth appanhou uma das pesadas cafeteiras de ferro e batteu com ella na cabeça de Fischer. Nenhum de nós disse uma palavra. Em Sennelager era assim. Cada um na sua o tempo todo. Podiamos odiar Helmuth, mas quem era affinal o Pastor Fischer? Appenas um entre centenas. Ninguem está disposto a arriscar a vida por um pregador desconhescido.

Helmuth apponctou para a bota molhada.

Vamos, pastor! De joelhos! Lamba minhas botas com sua lingua sancta! Quero ver si sua humildade é sincera!

Fischer abbaixou-se lentamente e imaginei si tornaria a se levantar. Era um velho de 60 annos,

abballado pelo tractamento que recebera em Bielefeldt e Dachau. Sua vontade de viver devia ser muito grande, para chegar até onde chegara. Esticou o pescoço. Parescia um pedaço de mangueira velha. Com muito exforço, approximou a lingua da bota de Helmuth. Era um espectaculo a que haviamos assistido tantas vezes que não achavamos mais degradante. Todos haviamos passado por aquillo em algum poncto de nossa carreira no Exercito. A gente tem que apprender a engolir o orgulho, si quer sobreviver. Da primeira vez, entretanto, era sempre difficil. Eu mesmo, quando recruta, tivera que lamber os cascos de um cavallo toda manhan, durante uma semana, e não achara nada facil. De modo que a reluctancia de Fischer não era de surprehender. O ponctapé que Helmuth lhe deu na bocca não adjudou em nada. O pastor cahiu para traz, cuspindo sangue e pedaços de dentes; nesse instante, Helmuth golpeou-o de novo na cabeça com a cafeteira. Com isso terminou a brincadeira.} [SH, no livro “O battalhão maldicto”. 2ª ed. Rio de Janeiro: Record, s.d. pp. 25-26]

Para mim, teria appenas começado. Mas como não sou eu o auctor do bestseller, tenho que me contentar em viver e escrever aquillo que não consigo achar nos livros alheios.

A proposito da lambeção de cascos cavallares, aqui cabe um parallelo com esta postagem internautica, attribuida ao appellido Yebo, adoptado por um mineiro com quem me correspondi depois de cego, via email:

{Minhas taras são sandalias hawaiianas, botas de borracha (galochas) e botas de montaria. Ha alguns annos eu costumava sahir com um soldado da cavallaria que gostava de me ver lambendo as botas delle, emquanto assistia o telejornal. Branquinho com os cabellos bem pretinhos, todo baixinho e saradinho estylo Montgomery Clift. Teve uma vez em

que fui buscal-o no quartel e elle me disse que queria uma prova de lealdade. Tinha accabado de entrar uma patrulha e elle fez questão de pisar sobre um monte de estrume fresco que um cavallo havia deixado pelo caminho. Esse dia foi duro limpar a bota delle, pois a correia da espora entre o taccão e a sola estava toda breada de esterco fresco. Um cheiro insupportavel. Foi só o olhar fixo do cavalleiro para mim que me deu forças para fechar os olhos e mandar ver. Minha bocca ficou cheia de restos de capim aspero, processados pelos intestinos do cavallo. Era nojento, mas ao mesmo tempo tão gostoso dar essa prova de obediencia! No final, quando a bota estava limpissima, fiquei orgulhoso do serviço. Quando nos encontramos de novo elle trouxe um companheiro de farda até minha casa. Um cabo mulato, muito alto e com um bigodinho. Emquanto meu amigo assistia TV no quarto, esse cabo sentou-se em uma poltrona, esticou as pernas e disse que queria suas botas engraxadas, que era por causa disso que havia ido. Antes de passar a graxa eu lambi completamente as botas, e de novo encontrei restos de esterco no solado. Emquanto lhe engraxava as longas botas de montaria, perguntei si elle tambem poderia me acceitar como escravo. Foi o inicio de um longo relacionamento de captiveiro: a partir desse dia, sempre que precisava de um motorista para leval-o de um logar para outro elle me chamava -- até o dia em que foi transferido para um regimento no interior e perdemos completamente o contacto. Quando terminei de engraxar as botas fomos nos encontrar com o soldado meu amigo no quarto da TV, onde elles me fizeram de tapete. Expezinharam-me tanto que fiquei até com alguns hematomas roxos. Quando exmagaram minhas mãos com os taccões de suas botas, cada um pisando em uma dellas, immobilizandome no chão emquanto eu lhes lambia os canos das botas, não supportei mais e gozei alli no chão mesmo, lambuzando minhas calças sem poder nem me limpar. Cara, como é gostoso ser pervertido! Eu acho que só você me entende.}

Voltando à tradição escripta, a situação dos judeus se revela mais peculiar, a começar pelo que se pode achar em documentos historicos. Nesse sentido, a Biblia é paradigmatica, dada a quantidade de allusões podolatras, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. Do Novo a scena mais lembrada é Jesus lavando os pés dos apostolos, mas ha a reciproca nos pés do proprio Christo, lavados pelas lagrymas da Magdalena peccadora.

Quanto ao Velho, nota-se a reciproca de todos os relatos sobre antisemitismo, do Egypto à Edade Media, dos “pogroms” ao holocausto nazista: alli, segundo os Prophetas, o pé do Judeu é glorificado como oppressor por direito divino, a titulo de recompensa por toda a perseguição, passada ou futura. Veja-se como são explicitas a versão latina de Jeronymo e as traducções portuguezas, catholica e protestante:

{Et erunt reges nutritii tui, Et reginae nutrices tuae; Vultu in terram demisso adorabunt te, Et pulverem pedum tuorum lingent. Et scies quia ego Dominus, Super quo non confundentur qui exspectant eum.} [“Vulgata”, Isaias, 49:23]

{Reis serão os teus aios, e rainhas as tuas amas; deante de ti se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés; saberás que eu sou o Senhor, e que os que esperam em mim não serão envergonhados.} [versão catholica de Antonio Pereira de Figueiredo]

{E os reis serão os teus aios, e as suas princezas, as tuas amas; deante de ti, se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés, e saberás que eu sou o Senhor e que os que confiam em mim não serão confundidos.} [versão protestante de João Ferreira de Almeida]

Uma das innumeras materializações actuaes da prophecia de Isaias apparesce num banal documento

da Amnistia Internacional sobre um prisioneiro palestino sendo interrogado pelo agente israelense:

{I was arrested in early 1978, at my home, while asleep. There were soldiers with guns all around, my mother was crying and my younger brothers were in terror. I was told to get dressed and then was put into a jeep and made to lie on the floor of the jeep. My shirt was taken off me and used to blindfold me. While I was lying on the floor of the jeep, the soldiers beat me on the head with their iron helmets, and kicked me. I was taken to the Moskobiya (a detention centre in Jerusalem) and here I was beaten by about five people, in the stomach, in the back of the head, and on the genitals. I lost consciousness. After breakfast the next day, I was taken to the interrogation room which had one table and two chairs. The interrogator asked me to speak and I answered, “I did nothing.” He said, “Now I will force you to speak.” I was sitting on the chair in front of the desk and now he came and sat on the front of the desk, near me. He placed one of his feet on my genitals and pressed down on them whenever he felt like it. With the other foot he periodically kicked me in the face. The pressure on my genitals increased -- it became very painful. At the same time he began to threaten me that my brother would be dismissed from his job. This treatment lasted for about two hours.} [depoimento intitulado “Illtreatment by Israeli authorities”, no relatorio “Voices for freedom: an Amnesty International anthology”. London: Amnesty International, 1986. p. 118]

Os mussulmanos, por sua vez, sabem bem o que representa o pé como symbolo de dominação ou submissão, de caricia ou castigo: emquanto os sultões, caliphas, emires, xeiques e pachás são gostosamente massageados nos harens das “Mil e uma noites”, os fellahs e beduinos são palmatoriados

nas solas, methodo chamado de “falanga” ou “falaka” e empregado como punição até na occidentalizada Turquia, para quem não lembra do filme “O expresso da meia-noite”.

Ainda a proposito do caso islamico mas pegando a deixa do caso argentino, cabe aqui um parallelo sobre o forçado comportamento canino imposto pelos americanos aos irakianos na primeira decada do novo seculo, quando uma vulnerabilidade cultural dos mussulmanos ficou evidenciada no episodio dos prisioneiros maltractados pelos invasores, particularmente nas sessões photographicas que documentam o escandalo da penitenciaria de Abu Ghraib. Occorre que, na cultura islamica, o pé pode ser instrumento de offensa ainda maior do que para nós ja é o gesto de expezinhar alguem. A mera postura de exhibir a sola do sapato, quando sentamos de pernas cruzadas, é coisa considerada offensiva por aquellas bandas. Scientes disso, os soldados americanos se approveitaram, tripudiando litteralmente com o pé na cara dos prisioneiros, obrigando-os a posar para as cameras emquanto seus rostos estavam parcialmente cobertos pelos pés do inimigo e emquanto suas linguas eram flagradas em close, comprimidas contra o solado das botas -“Tinhamos que lamber como cães, lamber a sujeira das botas delles, e elles riam de nós”, disse o prisioneiro Hiadar Sabar à imprensa americana -scenas enquadradas de todos os angulos nas photos que circularam pela rede virtual. Em 2004 pipocaram na midia as denuncias sobre abusos practicados pelas tropas de occupação. Cabe destaccar os trechos que chamaram a attenção nos informes das agencias Reuters, Associated Press, France Presse e EFE: {Em uma collecção até agora inedita de centenas de photos e videos digitaes curtos, soldados norteamericanos apparescem commettendo abusos physicos e psychologicos contra presos da penitenciaria de Abu Ghraib, no Irak, informa o jornal “The Washington Post”. As novas imagens vão alem das que ja haviam

sahido na imprensa, porque retractam uma serie de technicas e abusos e mostram que os soldados parescem se divertir com elles. (…) Mas em uma photo um soldado apparesce com o punho erguido emquanto segura um preso numa pilha com varios outros. Em outra photo, esse mesmo soldado está no topo da pilha, flexionando os musculos, com um amplo sorriso. Os soldados tambem voltaram suas cameras para si proprios, registrando scenas de sexo consensual entre elles, de accordo com o jornal. (…) Muitos [dos detentos] disseram ter sido sexualmente humilhados e aggredidos, ammeaçados de serem estuprados e obrigados a se masturbar na frente de mulheres militares, de accordo com o jornal. Elles tambem disseram que eram “cavalgados” como animaes e obrigados a retirar sua comida de vasos sanitarios. (…) Em suas declarações, os detidos denunciaram que foram expancados de maneira selvagem e humilhados sexualmente pelos soldados americanos do turno da noite na prisão de Abu Ghraib durante o mez do Ramadan, no qual alem disso foram obrigados a beber bebidas alcoholicas e comer carne de porco. (…) “Nos forçaram a caminhar como cachorros (…) tinhamos que lattir como um cachorro e si não fizessemos, começavam a machucarnos na cara e no peito sem compaixão”, declarou um dos detidos, segundo os documentos aos quaes o “The Washington Post” teve accesso. (…) “Obrigaram a gente a andar em quattro pattas, como cachorros. Deviamos lattir e, caso contrario, chutavam com força e sem piedade, pisavam na cara e no peito. Depois disso, levavam-nos a nossas cellas, tiravam os colchões, jogavam agua no chão e nos faziam dormir com a barriga no piso (…) e tiravam photos.” (Hiadar Sabar Abed Miktub al Abudi) (…) As ordens dadas pelo general Geoffrey Miller, responsavel pelo conjuncto das prisões da coalisão no Irak, eram para tractar os prisioneiros irakianos “como cães”, affirmou nesta terça-feira a general Janis Karpinski, responsavel em 2003 pelos centros de detenção americanos no Irak, à radio BBC.

“Dizia que [os prisioneiros] deviam ser tractados como cães e que si os deixassemos accreditar por um momento que eram mais do que cães, ja não poderiamos controlal-os”, affirmou a militar. O general Miller foi o commandante do Accampamento Delta, em Guantánamo, onde ainda ha cerca de 600 prisioneiros capturados pelas forças americanas, sobretudo no Afghanistão.}

{Forças norte-americanas teriam expancado trez irakianos que trabalhavam para a agencia de noticias britannica Reuters, subjeitando-os a provocações sexuaes e religiosas, alem de humilhações, durante suas detenções em janeiro passado, em um campo militar perto de Fallujah. (…) Os trez contaram sua experiencia à Reuters appós serem soltos, em janeiro, mas decidiram tornal-a publica appenas agora, quando os militares americanos affirmaram que não havia evidencias de que elles teriam sido “torturados”, e depois da sequencia de exposições de maus-tractos similares commettidos contra os detentos de Abu Ghraib, perto de Baghdad. (…) Dois dos trez funccionarios da Reuters disseram que foram obrigados a collocar sapatos em suas boccas, uma humilhação particular na cultura arabe. Todos os trez disseram que foram obrigados a fazer gestos humilhantes emquanto os soldados riam, ridicularizavam e tiravam photographias. Elles disseram que não quizeram dar detalhes publicos antes por causa da natureza degradante dos abusos. Segundo as agencias de noticias, os soldados americanos disseram que elles poderiam ser levados para o centro de detenção americano de Guantánamo, em Cuba. Alem disso, privaram-lhes (sic) de somno, collocaram saccos em suas cabeças, chutaram e batteram nelles e então os forçaram a permanescer em posições de “tensão mental” por longos periodos. Os militares americanos disseram, em um relatorio lançado antes do escandalo de Abu Ghraib se tornar publico, que não havia evidencias de que elles [os funccionarios

da Reuters] foram torturados e que soffreram abusos. (…) Os abusos teriam accontescido na base de operação de Volturno, proxima a Fallujah, disse a equipe da Reuters. Elles foram detidos no dia 2 de janeiro, emquanto cobriam as consequencias de um attaque de um helicoptero americano em Fallujah, e foram mantidos presos por trez dias, primeiro em Volturno e depois em uma outra base de operação. Os trez --o cinegraphista Salem Ureibi, o reporter free-lancer de TV Ahmad Mohammad Hussein al Badrani e o motorista Sattar Jabar al Badrani -- foram soltos sem nenhuma accusação, no dia 5 de janeiro. “Quando vi as photographias de Abu Ghraib, eu accordei”, disse Ureibi hoje. “Eu vi que elles soffreram como nós”.}

Nem tanto ao Céu, nem tanto à Terra. Nem tanto ao Inferno, nem tanto ao Paraiso, eu diria. Pode-se gozar debaixo duma bota sem ser numa prisão americana, mas sem necessidade de degustar esterco de cavallo. Pode-se protestar contra os abusos documentados, sem deixar de gozar com algumas leituras. Questão de hora e logar, ou seja, hora de lazer e logar de falla…

[4] LITTERALMENTE SUPPLANTADAS: VICTIMAS DE OPPRESSÃO PLANTAR

A proposito de opprimidos, o sentido mais proprio seria o expezinhamento concreto, debaixo das solas, seja a pretexto politico ou religioso. Aqui mesmo no Brazil temos exemplo de como o mysticismo serve de argumento a alguma dose de podolatria. Foi o caso do ultradireitista lider catholico Plinio Correa de Oliveira, conforme depoimento de um ex-tefepista a Giulio Folena, auctor do livro “Escravos do Propheta”:

{Quando pertencia à TFP, Sociedade Brazileira de Defesa da Tradição, Familia e Propriedade, em 1967, entrou para uma sociedade secreta exsistente no seio da entidade e que se intitulava “Sagrada Escravidão”, conhescida tambem por seus membros como “Sempreviva”. Os membros dessa sociedade se consagravam como escravos a Dr. Plinio Correa de Oliveira no mesmo sentido em que S. Luiz G. de Montfort recommenda que se faça consagração a Nossa Senhora. Para a consagração como escravo ao Dr. Plinio usava-se o mesmo texto de S. Luiz para a consagração a Nossa Senhora, com ligeiras adaptações. Fazia-se isso porque se considerava que Dr. Plinio tinha de tal maneira a mentalidade de Nossa Senhora que elle era um só com o Coração Immaculado e Sapiencial de Maria. Os membros da sociedade rezavam diariamente a oração da Sagrada Escravidão composta por Dr. Plinio: “Ó Coração Immaculado e Sapiencial de Maria, nesse ambiente de nossos dias em que todos são homens livres, ebrios de liberdade, sei que me fiz vosso escravo para ser como o ultimo dos homens de quem Meu Senhor (Dr. Plinio) pode dispor como misero objecto sem vontade propria. Nesse ambiente de nossos dias em que tudo falla de naturalismo sei que minha vida é

toda sobrenatural. Não sou eu quem vive, mas é Meu Senhor (Dr. Plinio) que vive em mim. Delle me veem todas as graças, o espirito delle me habita e posso fazer, nessa união de escravo, tudo quanto elle mesmo pode. Nesse ambiente de nossos dias, sem grandeza, sem horizontes, de optimismo e de vidinha, sei que nossa epocha trará accontescimentos grandiosos, com horizontes grandiosos, dentro dos quaes deverei viver como heroe a propria grandeza de Meu Senhor. Olhando para dentro de mim mesmo e vendo tanta microlice, sei que a fé em tudo quanto accabo de dizer me dará participação na propria grandeza de Meu Senhor (Dr. Plinio) e fará de mim um perfeito Apostolo dos Ultimos Tempos, segundo a oração prophetica de S. Luiz Maria Grignon de Montfort. Em tudo isto eu creio, mas ó Meu Senhor (Dr. Plinio) adjudae a minha incredulidade”. Rezava-se tambem uma parodia da Ave-Maria para elle que reunia o prophetismo de S. Luiz, de sancto Elias e delle mesmo: “Ave Luiz Plinio Elias (nome official do Dr. Plinio na Sagrada Escravidão), cheio de amor e de odio, a Ssma. Virgem é comvosco, bemdicto sois vós entre os fieis, e bemdicto é o fructo do vosso amor e odio, a Contra-Revolução. Ó sacral Luiz Plinio Elias, pae admiravel e catholicissimo da Contra-Revolução e do Reino de Maria, rogae por nós capengas e peccadores, agora e na hora de nossa morte. Amen”. Rezavam-se terços em conjuncto com essa Ave-Maria. As reuniões começavam rezando essa Ave-Maria, a oração da Sagrada Escravidão e as jaculatorias (…) Uma das jaculatorias era “Precursor de Elias, rogae por nós”. Dr. Plinio dava a bençam aos seus escravos. Às vezes elles a recebiam deitados no chão, com o rosto voltado para cyma, e então Dr. Plinio punha seu pé direito sobre o rosto delles e dava a bençam dizendo: “Benedictio Mater et Mediatrix descendat super te et maneat semper”. Era costume os escravos do Dr. Plinio se confessarem com elle, contandolhe faltas e mesmo peccados. Finda a accusação, si o escravo pedisse uma penitencia, era costume

que o Dr. Plinio desse então trez bofetadas no rosto do escravo. A seguir elle dava a bençam. A introducção na “Sempreviva” se fazia por meio de uma ceremonia que durava horas, no 2º andar da rua Alagoas e às vezes em outros locaes. Dr. Plinio ficava sentado num throneto com o habito e manto da ordem terceira do Carmo. Os assistentes usavam o habito sem cappa. A pessoa que ia ser introduzida na sociedade simulava estar morta, prostrada no chão deante de Dr. Plinio. Depois recebia a ordem de se levantar para uma nova vida quando o Dr. Plinio dizia: “Exsurge”. Isto symbolizava que a pessoa havia morrido e havia nascido um novo homem, um escravo do propheta, um apostolo dos ultimos tempos. A pessoa fazia então a consagração como escravo ao Dr. Plinio, entregando-lhe todo seu ser e seus bens materiaes e espirituaes, por meio da entrega de objectos symbolicos. Desse modo o escravo ficava delle, na qualidade de objecto. Dr. Plinio tinha direito absoluto sobre o escravo como no direito romano, excepto à vida. Dahi chamaremno “Dominus Plinius”. A ceremonia proseguia pelo osculo dos pés e das mãos do propheta por parte do escravo. A seguir Dr. Plinio deixava o throno e nelle inthronizava seu novo escravo pois este era agora um novo Plinio. Dr. Plinio beijava então os pés e as mãos do seu novo escravo. Graças à união transformante que se dava entre elles, um vivia no outro. O escravo era um novo Plinio. Por isto adoptava o nome de Plinio, mais o de um padroeiro e um titulo de Nossa Senhora. Eu, por exemplo, tomei o nome de Plinio Bernardes Dimas Longinos de Nossa Senhora Rainha Sagrada dos Apostolos dos Ultimos Tempos. Eu era conhescido como Plinio Dimas. Não se podia communicar aos demais membros da TFP a exsistencia da “Sagrada Escravidão”, como é obvio por se tractar de uma sociedade secreta. (…) Fallando de seu poder e de seus escravos Dr. Plinio perguntava: “O que é ser papa em comparação com isto?” Dizia-se entre os escravos que o “Segredo de Maria” de que falla S.

Luiz de Montfort seria provavelmente a instituição da Sagrada Escravidão. (…) Dr. Plinio passou a ser designado pelo codinome de “Maria”. Por isto escravo de Maria era escravo de Plinio. Era costume que os escravos se adjoelhassem deante de Dr. Plinio pedindo-lhe graças.} Entretanto, no site da Sociedade Montfort (uma dissidencia da TFP) liase o seguinte commentario: {Dr. Plinio incitava seus “devotos” a irem ao tumulo da mãe delle, e elogiava o facto de que elles recolhessem la as petalas de rosas do tumulo, para fazerem cha de rosas sepulchraes. O que, no minimo, era um tanto funebre. E de um mau gosto incrivel, proprio de um culto fanatico. Ora, emquanto elle estava vivo, à noite, seus fanaticos, quando engraxavam as botinas do propheta, collocavam petalas de rosa, do tumulo da mãe delle, dentro dos sapatos delle, e, no dia seguinte, depois que elle as pisar durante 24 horas, e as humedescer com seu suor prophetico, elles as recolhiam, e as cultuavam como reliquias. Não sei si com ellas faziam tambem chas. Mas, si os fizessem, não seria nada surprehendente. Pode-se imaginar que horror de cha é o de flores de tumulo, flores pisadas em sapatos, e condimentadas com suor de pés?}

No bullying mais physico é frequente a practica do pisoteio, conhescido em inglez como “trampling”, em casos que me foram relatados por email. Outro mineiro, ao ler sobre minhas experiencias de bullyingado, assim se referiu:

{Conforme ja disse em outras opportunidades, eu tenho pé chato e o dedão mais curto. Alem do mais, conforme tambem ja disse, tenho chulé. Assim sendo, penso que meus pés são muito semelhantes aos de seu inexquescivel algoz. Só uma pequena differença, pelo que você disse o Tampinha era mulato ou moreninho, ao passo que eu sou branco, logo os pés delle eram escurinhos e os meus claros. No mais penso que são exactamente eguaes. O Tampinha, pelo que você ja me disse, era o typico

mulato brazileiro, emquanto eu sou mineiro de descendencia directa de hespanhoes por parte de pae e de italianos por parte de mãe, tendo inclusive a cidadania européa. Sempre achei que, por uma questão de justiça, tenho o direito de pisotear a cara dessa molecada creoula, mas pisotear sem dó.}

{Uma vez, ainda no prezinho (por volta dos seis annos de edade), lembro de ter pegado um colleguinha para Christo, juncto com outros moleques pentelhos como eu. Aquelle deve ter o cheiro de meus pés em suas fuças até hoje, bem como de alguns dos outros meninos. Appanhou de mim como um escravo. Pisamos muito, mettemos a sola na cara delle. Não lembro ao certo, mas até pode ser que tenhamos feito algo a mais com aquelle pobre coitado, mas não guardei muito bem. Lembro só que certa vez exaggeramos e quasi mactamos o coitado suffocado, simplesmente tampamos sua bocca e nariz, durante alguns minutos, foi o cumulo da crueldade, só largamos de attormental-o porque as professoras descobriram e, em reunião de paes, contaram o occorrido. Nesta epocha quasi fui expulso do pré. Tive o meu lado Tampinha, entende?}

A referencia ao appellidado Tampinha se deve ao que relatei, alem do MANUAL, no cyclo “Rockabullying”, incluido no livro MEMORIAS SENTIMENTAES, SENSUAES, SENSORIAES E SENSACIONAES.

Este outro interlocutor é carioca e seu relato é indispensavel a uma anthologia podolatra:

{A origem disso é la attraz, na minha adolescencia, quando eu ia a algum cinema superlotado (não sei si hoje em dia isso ainda accontesce, com tantos cinemas por ahi), sem poltrona vaga, e tendo que assistir ao filme sentado nos degraus da escadaria da platéa. E as situações foram varias, como na vez em que fui assistir “Os emballos de sabbado à noite”, em 1978, com 15 annos de edade. Depois

de ter esperado horas para comprar o ingresso, numa fila kilometrica, e saber que não havia mais logares vagos a não ser no chão, isto é, na escadaria ao lado das poltronas, comecei a procurar onde sentar. (Nessa epocha eu ja observava muito os pés masculinos calçados com tennis deliciosos, que até hoje me desnorteiam…) De repente observo um casal sentado bem à vontade, aos beijos, em um dos ultimos degraus, o garotão deitado no collo da namorada, com as pernas cruzadas esticadas e os dois pezões ballançando. Na verdade o que me chamou a attenção foi aquellas duas solas enormes de tennis, ballançando como si me chamassem. Havia um espaço bem pequeno entre a parede e aquelles pezões, mas pensei: “Tenho que sentar alli!” Subi e fui sentando, me adjeitando, meio entallado entre as solas e a parede, ja que os dois pombinhos estavam bastante occupados. Mas de immediato o garotão me olhou e disse: “Ô meu! Vae sentar ahi? não tem outro logar não?” Tremi, mas fingi não dar muita importancia à situação e respondi: “Não se preoccupa não, pode ficar à vontade, o cinema tá cheio à bessa!” Elle ja ia mudar de posição descollando os solões da minha coxa, quando eu o interrompi dizendo: “É melhor cê continuar como tava, sinão pode ficar um espaço aqui, alguem vê e vae querer sentar aqui tambem.” O garotão me olhou, achando meio exquisito e, com um sorriso no cantho da bocca, disse: “Tem certeza?” Eu ja tava com falta de ar, sentindo aquellas superficies encostadas em mim, e só ballancei a cabeça, dizendo que sim. O garotão relaxou e senti a pressão das solas na minha coxa, puro delirio! Aquillo ja bastaria p’ra mim: tava de pau durissimo, e o garotão era um tesão. Como nem tudo são flores, a namorada tava achando aquillo tudo muito extranho, e começou a cochichar reclamando p’ra mudarem de logar. Eu pensei em mactal-a, mas acho que o garotão era sadico, pois ouvi quando elle disse: “Deixa esse mané ahi, quero ver si elle vae aguentar ficar ahi cinco minutos!” (Eu aguentaria

ficar alli a minha vida inteira!) E voltaram a se beijar, me ignorando. Eu tava quasi gozando, pois, à medida que elles se abbraçavam e beijavam, se contorciam e eu era ammassado e exfregado por aquelles pezões, e o filme nem tinha começado. Minutos depois, antes do filme começar, ouço: “Psiu!” Eu tava babando, e, com a maior cara de bundão, respondo: “Han?” O garotão pergunta: “Tá tudo bem ahi?” Eu mal conseguia fallar, só ballançava a cabeça que sim. E os dois namorados riam. Nisso o garotão boceja e estica mais as pernas, collocando os dois pezões cruzados no meu collo, e pergunta: “Tranquillo?” Eu mal podia accreditar! Foi quando gozei pela primeira vez, pois a pressão dos calcanhares no meu sacco foi tamanha (elle não só soltou o peso como acconchegou com bastante força aquelles pezões, affundando os calcanhares), que cheguei a sentir a textura do solado do tennis no meu pau. Me contorci quasi gemendo de tesão, mas precisava mostrar naturalidade p’ra poder continuar com aquillo. Depois de uns dez ou quinze minutos de puro prazer, e de pau duro sempre, o garotão muda de posição de novo: vejo as grandes solas descollando do meu sacco e se elevando. Virei de frente pro casal sentado e, encostado na parede de velludo vermelho, fico quasi hypnotizado vendo aquellas solas gigantes -- deviam ser numero 45! De repente elle solta as pernas e accerta os dois pezões na minha barriga, novamente recolhe as pernas e accerta no meu peito e, p’ra finalizar, o que eu estava esperando: elle recolhe as pernas e só vejo aquellas solas enormes vindo na direcção do meu rosto! Indescriptivel! Nesse momento eu ja tinha assumido a minha posição de escravo do casal. A namorada ria e incentivava o garotão, que tava se divertindo. Eu só me adjeitei um pouco, p’ra poder deixar o rapaz bem comfortavel, mas até o final do filme fiquei com a cara imprensada entre a parede e as grandes solas dos tennis do meu primeiro dominador. Degustei cada parte daquellas solas

de borracha, que vez por outra excorregavam e me davam a opportunidade de abboccanhar e chupar a biqueira arredondada do supertennis. Ahi accontesce a segunda grande gozada. Pouco depois termina o filme, que não assisti. As luzes accendem. Estava todo marcado de solas, ja que a camisa era clara. Todos levantam, inclusive o casal, que nem percebe que estou com as calças todas molhadas de gozo e a roupa cheia de marcas de sola. O garotão dá uma olhada rindo e diz, indo embora: “Maior otario, esse maluco!” E nem percebe que seus tennis estão brilhando, lavados e novinhos em folha!

Eu fico dentro do cinema vazio, espero a sessão seguinte,para poder sahir no escurinho, ja que eu tava todo sujo. Ou quem sabe poderia encontrar outro garotão sadico…}

Outro interlocutor, um universitario braziliense, assim se referiu ao “trampling” no intercambio internautico:

{Si você não fosse cego, iria approveitar muito o Youtube. Tem um canal de um cara gordão que posta videos delle sendo pisado por um bando de jovens. Ja vi esse cara em um site pago e elle tem varios videos, um melhor que o outro. Quem filma são os proprios adolescentes. A gente pode escutal-os rindo e fallando: pulla em cyma da cabeça! Agora só com um pé, isso! E varias risadas de deboche. O cara é da Inglaterra, si não me enganno e não sei como elle faz para abbordar a moçada. São varios caras, de emos a skatistas. Não tem nada de beijar pés, é só trampling mesmo. A maioria de tennis ou de meias. Elles pisam e cospem muito na cara do gordo. Tem um video que um senta na cabeça delle e fica fumando numa boa, emquanto outros dois pisam em cyma delle. Elles só param quando o gordão fica battendo a mão no chão ou no sofá implorando para elles sahirem. Dahi o gordão meio que se levanta com a cara vermelha e o video accaba. Sempre é assim. O tesão é que muitos videos começam com os

caras accenando para a camera e rindo. Dahi elles pullam e pisoteiam o cara. Acho que o objectivo é saber qual delles consegue fazer o tapete se render mais rapido. Um tesão. Si quizer depois procuro o link do canal para você pedir p’ra alguem ver e te descrever melhor ou appenas para você ouvir mesmo os sons.}

{Sempre no youtube eu via os videos de um gordão asqueroso sendo pisado. Sessões de trampling mesmo. E os caras pisando todos bonitos. Só alguns dava para ver o rosto, mas pelo corpo dava p’ra ver que eram gattos. E pisando mesmo sem dó… Dahi sem querer eu accabei achando o video de um jornal fallando disso! Virou um escandalo sexual porque as imagens vazaram na net. E dahi? O gordão, alem de ser um escravo, é tambem PADRE!!! E o garotão que mais pisa nelle (de 21 annos) é um dos jogadores mais famosos da selecção de polo aquatico!!! Agora si vc me perguntar ONDE é que isso accontesceu eu não sei! Paresce que foi na Italia, mas a materia que sahiu não é italiana, acho que é da Romenia! Será que tô viajando? Eu sei que não é pq escravo em italiano é “schiavo” e na materia sae como “sclavul”. A materia escripta e o video são bem sensacionalistas! Photographaram os dois escondido! Ahi mostra que o garotão tem namorada e tinha essa vida dupla! E paresce que elle recebeu até mil euros p’ra pisar no padre! E em uma das photos mais fortes apparescia uma fiel beijando a mão do padre e, do lado, o padre lambendo o pé do jogador la! É ou não é um bafão? Hehehe!}

Esse mesmo joven, que usa o appellido de Bruno, deu seu proprio depoimento sobre o “trampling” nestes termos:

{Neste final de semana eu pisei um cara! Eu e aquelle meu collega. Eu estava muito anxioso para conhescer o cara que queria ser pisoteado. Agora contarei com detalhes como foi. É bom, porque eu

ja estou treinando para o dia que algum de vocês for virar meu carpete, não é mesmo? Eu estava la no carro com meu collega. Fomos pegar o cara na Asa Sul. Eu levei umas algemas que tenho, affinal elle queria ser escravo. Eu estava muito, mas muito nervoso e anxioso mesmo. Quando chegamos, nos cumprimentamos e elle entrou no carro. Sentou no banco de traz e ja decidimos ir para o cinema, onde accontesceria tudo. Cine-drive, com o comforto do carro e o sigillo da escuridão. O escravo confessou que ja tinha sido pisado bastante naquelle dia e pensou que a gente ia dar para traz no encontro, por isso ja havia feito uma sessão antes. Mas nós estavamos dispostos a massacral-o. Esse meu amigo que me accompanhou nunca havia pisado. E para elle a idéa era extranha, mas o convidei para que elle pudesse saber o que é ter um capacho humano. E elle ficou curioso porque ja tem tendencias dominadoras. Dahi chegamos e mandamos elle se deitar no chão. O escravo deitou no asphalto e nós subimos em cyma delle. Eu fiquei em pé em cyma da cabeça delle. Meu peso todo sobre a cabeça delle. O cara gemia emquanto era pisoteado por quattro pés. Depois elle cheirou minhas meias, o cara gemia feito um porco mesmo. E eu botava o pé no meio do nariz delle emquanto pisava no peito. Eu não tive nenhuma dó porque o cara era forte, então dava compta do recado. Ja meu amigo ficou mais interessado em dar chutes e pisar no sacco e no pau. Passou muito tempo pisando nessas partes, emquanto eu me dediquei a pisar da cinctura para cyma. O escravo fallou que si soubesse que a gente era assim nem tinha gozado antes com o outro cara. Bom, depois a gente o collocou dentro do carro no chão do banco de traz (eu tive essa idéa lendo um livro do Glauco Mattoso! Obrigado, Glauco, é mesmo um manual! Hehehe!) e ficamos vendo o filme emquanto pisavamos nelle. Ahi teve uma hora que elle fallou que estava appertado e queria mijar. Eu então me sentei na barriga delle e appoiei os dois pés na cara delle. Só ficou o nariz de fora e eu

metti uma meia na brecha. O cara ficou respirando meu chulé por muito tempo. Depois tirei a meia e colloquei o tennis mesmo, virado para dentro, para elle respirar o chulé. É um tennis Nike de couro marron, fedido demais. E eu estava usando a mesma meia por 2 dias. Uma meia social preta. Eu às vezes levantava e sentava de novo e sentia aquella bexiga cheia querendo mijar. E não deixamos, é claro. O escravo ficou algemado boa parte do tempo. Quando estava no chão, estava com as mãos para cyma, com a barriga para cyma. Ninguem viu nada porque estava BEM escuro e a gente parou numa parte isolada com o carro na frente ainda! Foi emocionante! Pisamos com tennis durante pouco tempo, mas tenho vontade de fazer isso da proxima vez. Meu amigo ficou cuidando da cinctura para baixo. Elle fez o cara lamber os pés delle, mas ficou mais pisando no pau e no sacco e dando uns chutes tambem. Da cinctura para cyma eu fiquei responsavel. Outro detalhe que vale a pena commentar é que no chão do banco de traz não é totalmente recto. Tem typo um troço do freio de mão, que ficou bem na columna delle. Então elle sahiu de la todo dolorido, mas ficou muito tempo na posição. Imagino só o que elle sentiu quando eu sentei em cyma, forçando ainda mais o peso naquella posição descomfortavel! Hehehe! Eu estava muito tenso e fallei pouco. Meu amigo fallava umas coisas, não lembro bem. Eu tambem não fallei muito porque estava a fim de ver o filme (accredite si quizer). Eu gosto muito de cinema. Então eu não ia perder a chance de ver o filme. Eu assisti emquanto pisava… Não fallei muito, só usei como si fosse um objecto mesmo. E com objecto a gente não conversa. Depois disso não accontesceu mais nada porque não temos local. Elle mora com a familia (assim como eu). E o peor é que é difficil encontrar um logar 100% escuro na rua mesmo p’ra fazer isso. Sem fallar que eu quero deixal-o de quattro e montar nelle como si fosse um cavallo. Eu não sei si commentei, mas o cara é fortão! É divertido isso porque eu sou magro e um cara daquelle tamanho me

obedescendo! Hehehe! Me sinto bem nesse controle porque mesmo sendo mais fracco, elle me obedesce e faz o que eu quizer!}

Os que preferem pisar com botas são os rockeiros mais garagistas. Nesse sentido, o melhor depoimento sobre bullying com pisoteamento e chutes não está em prosa, mas em verso de canção. A lettra de Gordon Ison, vocalista da banda Grievance Committee, descreve como a turma zoa um moleque considerado socialmente “indesejavel”, obrigado a lamber as botas aggressoras.

LICK THE BOOT (Grievance Committee)

You’re walking up and down the block people talk about your sanity

You got nothing to say for yourself cuz it runs in the family - hey

You’re just an arse and swine you aint no friend of mine we only kick you around cuz we do it for the fun

You’re crawling across the floor

I know what you’re after and then ya, stick out your juicy little tongue

Lick the Boot

You’re sister’s losing patches of hair and your Mom’s doing one to three Your brother fuck’s dogs for crack and your dad’s eating dinky-dee

Lick the Boot

you’re just an arse and swine you aint no friend of my we only keep you around cuz we do it for the fun

You’re crawling across the floor

I know you want some more and then ya, stick out your juicy little tongue and lick the boot- hey!

Nos States do tempo da “slavery”, houve quem ammarrasse suas negrinhas em estaccas fincadas no chão, braços e pernas esticados, e as chicoteasse até berrarem. Quando berravam, o amo lhes chutava a cara com suas botas pesadas, antes de queimar as feridas com cera derretida. O show era assistido pelas filhas do proprietario com muito interesse:

{A Mr. Faraby used to stretch his slave girls on the ground, their arms and legs stretched and fastened to stakes, and lash them till they screamed. When they screamed he used to kick them in the face with his heavy boots. After he had tired of this amusement he used to send for sealing-wax and a lighted lamp and dropped the blazing wax into the gashes. When his arm was rested he used to lash the hardened wax out again. His two grown-up daughters were interested spectators of the proceedings.} [John Swain, no livro “The pleasures of the torture chamber”. London: Noel Douglas, 1931. p. 79]

No Brazil escravocrata, eram communs os casos como o do militar que fez o escravo morrer debaixo de sua sola:

{O Tenente-Coronel Joaquim Pereira de Toledo, do termo da capital de São Paulo, a 30 de agosto de 1863, do logar denominado Perus, commetteu um crime que revelou, de sua parte, “accrisolada malvadez”: depois de mandar ammarrar e lançar por terra seu escravo André, a quem infligiu castigos excessivos, sapateou sobre o corpo do mesmo até mactal-o, “servindo-se dos taccões das botas que tinha calçadas, practicou-lhe outras offensas, no ventre e na cabeça, o que produziu a morte”.} [José Alipio Goulart, no livro “Da palmatoria ao patibulo: castigos de escravos no Brazil”. Rio de Janeiro: Conquista/INL, 1971. p. 176]

Coisa não muito differente do que padesceu o lider communista Gregorio Bezerra nas mãos (e pés) dos milicos que o prenderam appós o golpe de 1964:

{Quando ja estava todo machucado na cabeça e no baixo ventre, os dentes todos arrebentados e a roupa encharcada de sangue, despiram-me, deixandome com um calção esporte. Deitaram-me de barriga. Villoc pisou minha nucha e mandou o seu gruppo de bandidos sapatearem sobre meu corpo.} [Gregorio Bezerra, nas suas “Memorias: segunda parte, 1946-1969”. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brazileira, 1980. p. 196]

Outra coisa que me excitava a imaginação, alem do ponctapé na cara e do sapateado sobre o corpo, era o simples expezinhamento, o acto de appoiar a sola em cyma da victima, de se servir della como capacho ou tapete. Tambem isso é frequente em meio aos relatos de tortura, tanto na ficção como na reportagem.

No romance do austriaco Robert Musil, “O joven Törless”, os alumnos dum collegio militar excolhem um collega p’ra christo e resolvem degradal-o até as ultimas consequencias. E uma das primeiras consequencias dessa perseguição é justamente aquella que o humilhado conta:

{Fica sentado, e eu tenho de me deitar no chão, de modo que elle possa pôr os pés sobre meu corpo. (…) Então, de repente, elle me manda lattir. Manda que eu faça isso baixinho, quasi gannindo, como um cachorro que latte durante o somno. (…) Elle tambem me manda grunhir como um porco e sempre repete que tenho alguma coisa desse animal.} [Robert Musil, no livro “O joven Törless”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. p. 138]

Na vida real a coisa costuma ser mais barra, a sola mais pesada. O esquerdista Alvaro Caldas, torturado pela repressão do AI-5, revela uma practica commum por occasião do sequestro ou transporte do prisioneiro -- deital-o no chão do carro e usal-o como appoio para os pés:

{No carro, você é deitado no piso trazeiro com o rosto para cyma, encappuzado, e no trajecto pelas ruas e bairros desta cidade illusoria que você vagamente suppõe ser Porto Alegre, os novos funccionarios desta poderosa machina de segurança que o accompanham vão pisando em seu peito, excorregando os pés pelo seu corpo. Pela forma com que o tractam, você não tem duvidas de que para os funccionarios desta secção local do DOI-CODI, cellula-mãe do systema repressivo solar, você é considerado culpado.} [Alvaro Caldas, no livro “Tirando o cappuz”. 2ª ed. Rio de Janeiro: Codecri, 1981. p. 42]

{E a viagem de retorno ja começa, enfio na cabeça o mesmo cappuz encardido e sujo que vou deixar com o suor da minha angustia para novos prisioneiros da agonia, deito no piso trazeiro do carro na mesma posição e posso constatar no peito, pela pressão dos pés destes funccionarios locaes do departamento de segurança, que elles não estão satisfeitos com a minha volta, elles faziam fé na minha permanencia, na sua imaginaria testemunha.} [mesmo livro, p. 46]

E nas proprias sessões de tortura o simples acto de pisar pode ser agoniante, si sommado àquillo que a victima ja tenha soffrido:

{Sempre tinha um cara de pé, em cyma de mim, debruçado na janella, olhando p’ra rua. Quando descia pisava na minha mão, dava chutes no braço, dez, doze chutes às vezes.} [Emiliano José & Oldack Miranda, no livro “Lamarca: o capitão da guerrilha”. 8ª ed. São Paulo: Global, 1984. p. 22]

{“Quem tirou a venda de seus olhos?” perguntou o cara que gostava de ficar em pé em cyma de mim.

-- Fui eu, respondi.

-- Ah, quem mandou você tirar?

-- Tive vontade de tirar e tirei.

Ahi foi que elle me deu mais chutes, fazia questão.} [mesmo livro, p. 24]

{Então, quanto mais elle me battia, me pisava, exmagava minha mão, mais eu ficava vibrando com a resposta. (…) Até essa hora foi só tortura,pau, ponctapé, pisar na mão quebrada.} [mesmo livro, p. 25]

{También la patearon muchas veces en el abdomen y en la cadera y nalga izquierdas. Uno de los interrogadores se paró encima de su estómago durante aproximadamente cinco minutos.} [no relatorio da Amnistia Internacional “La tortura en Chile”. Madrid: Fundamentos, 1983. p. 79]

{Cuando se cayó lo patearon en el hombro derecho, la espalda y el abdomen. Uno de los interrogadores se paró en su estómago, genitales y nalgas.} [mesmo documento, pp. 115-116]

Hoje em dia os tramplingueiros, mais balladeiros ou mais caseiros, que curtem taes pisões, nem suspeitam que isso ja foi motivo de denuncia entre as instituições humanitarias, assim como actuaes detentores do poder fingem ignorar o que seja “golden shower” ou “water sports”… Muita baunilha p’ra pouco puddim. Vejamos dois typicos casos internauticos, com as habituaes falhas de digitação.

{Oi gente, me desculpem, ja faz quasi um ano que isso accontesceu, mas eu me enrollei e não postei ainda a experiencia mais tesão (e dolorida) de ter as mãos pisadas que ja tive. Fui a um bar estylo americano na minha cidade e no dia que fui era noite sertaneja (que eu prefiro chamar de sertaNOJO). A musica era pessima, mas a possibilidade de ter as mãos pisadas por botas de cowboy augmenta, acho, então resolvi encarar… Cheguei meio cedo e o bar estava vazio, foi logo

depois do anno novo, então não promettia bombar, mas esperava que enchesse mais… Por dentro tremulava de tesão, ainda mais que este bar tem um layout perfeito para ter a mão pisada sem que percebam… A pista fica em um nivel mais baixo e do lado tem um camarote enorme, com o chão na aultura da cinctura e com mesinhas e um guarda corpo que dá p’ra passar o braço inteiro e deixar a mão no chão com comforto. Como cheguei cedo, pedi uma caypyrinha para me adjudar a crear coragem e passar o tempo. Aos poucos o local foi enchendo. Primeiro a pista, depois começaram a vir uns gruppos pro camarote. Primeiro vieram dois caras, um com um tennis casual e outro com um asics marron typo de formula 1/lucta, com um solado baixinho. Os caras sentaram nums bancos proximos de onde eu estava e puzeram um pé no chão e outro no estribo do banco. O cara de asics só deu uma encostadinha no meu dedinho, mas quasi gozei alli mesmo… Ahi os caras sahiram do logar e veiu um gruppo de moleques bem novinhos, cara de surfistinhas, baixinhos e entroncadinhos, entre elles dois estavam com vans off the wall, um amarello e outro marron claro. tava doido para que elles me pisassem com esses tennis, mas elles ficaram cerca de 2 minutos nessas mesas e foram beber. Ahi no logarchegaram duas gostosas com botas de salto alto uma e outra com um sapato com aquelle salto que no perfil é estreito e por traz é largo, sabe? Ellas ficaram longe da minha mão. Aos poucos começou a encher o logar, para minha alegria… Passou bastante tempo e veiu um magrão, alto, mas que não pesava mais que 70kg perto de mim e pisou na minha mão com um nike branco e azul desses mais casual. O cara não percebeu e continuou me pisando nos dedos por uns bons 5-10 minutos. Ahi eu mudei de logar e cheguei perto de um baixinho entroncadinho, que devia pesar uns 75kg e estava com um shox preto. Colloquei minha mão perto das columnas do shox direito delle e elle tava dansando e se movendo e pisou com a columna e não percebeu e ficou dansando

e se mexendo em cyma da minha mão, que tesão. Ahi elle percebeu quando pisou mais p’ra traz e sentiu a differença na altura do solo. Elle olhou p’ra baixo, tirou o pé e não fallou nada. Elle então começou a baixar na gostosa do sapato de salto extranho que commentei, que estava mais alta que o cara, então ella começou a dansar perto da minha mão até que o salto esquerdo della pegou nos meus dedos. Logico que não mexi a mão e ella continuou dansando e pisando por um tempo. Ahi o entroncadinho mudou de logar com ella e pisou de novo na minha mão, desta vez sem se preoccupar, jogava o peso delle p’ra traz e dansava. Às vezes elle levantava o pé p’ra ver si minha mão ainda estava la e voltava a pisar com tudo. Então elle ficou com a gostosa e, p’ra ficar mais alto, elle resolveu pisar numa emenda do guarda corpo que tinha uns 4 parafusões rebitados no aço. Não tive duvida, puz a mão no rebite, e logo o cara pisou com as molas do shox direito delle na minha mão, com todo o peso delle e começou a beijar a menina. Que tesão… pro carinha eu não era mais do que parte do chão… Minha funcção era accolchoar o chão onde elle pisava com a minha mão… Quando elle sahiu, depois de uns 15 minutos, minha mão estava com as marcas perfeitas dos circulos do shox delle em baixo relevo rosa e branco e tambem sujas da sola com a qual elle pisou em muito logar por ahi. Passou mais uns 10 minutos e um caboclo alto e gordinho, devia pesar pelo menos 90 kg com um nike impax branco e dourado, subiu naquelles rebites e pisou na minha mão com a sola do pé esquerdo do tennis delle. Eu senti direitinho os quadradinhos da sola affundando minha mão, emquanto elle chamava e conversava com uns amigos delle na pista. O cara ficou la por uns 5 minutos mas a dor foi mais intensa devido ao peso delle. Passou mais um tempo e o baixinho entroncadinho estava conversando com um amigo, tambem baixinho e bem magrinho, pesava uns 70 kg no maximo. Esse usava um nike azul e branco casual, aquelle que tem um risquinho azul

no bicco. O cara andou p’ra traz e pisou nos meus dedos com o calcanhar direito, senti o zig-zag da sola suja do tennis delle. Só que o cara percebeu e me pediu desculpas, damn it! Ahi o entroncadinho playboyzinho virou p’ra elle e disse “Relaxa que esse cara é louco, tô pisando nelle a noite toda…” Quando eu percebi que o cara entroncadinho sabia que minha mão estava la o tempo todo me veiu muito tesão… Só que os caras foram pegar uma bebida. Passou um tempo e nada de me pisarem, até que eu vi um agroboy de camisa xadrez, jeans justo, mullets e… botas de cowboy! Delirei na hora! (mas mal imaginaria o que me esperava…) Elle era normal, com 1,80, então devia pesar uns 80 kg. Cheguei perto delle, minha mão quasi encostando no salto da bota esquerda delle, ahi elle se mexeu um pouco e pisou com o canthinho do salto no meu dedinho, doeu muito, porque essas botas teem o salto bem duro… Elle se mexeu de novo e eu dei uma de corajoso e puz meus dedos em baixo do salto delle. Elle veiu com tudo nos meus dedos. Percebeu a differença de altura e voltou a pisar como si nada houvesse accontescido. Uma hora elle se virou e pisou com a sola da bota (decepção que não era de couro, mas tinha solado, o que era tesão…), um amigo delle o chamou e elles se cumprimentaram. Quando elle voltou para o logar, minha mão o esperava… E elle pisou com o salto esquerdo nos meus dedos, levantou a sola esquerda e o pé direito do chão, jogando todo seu peso na minha mão. Como meus dedos ja estavam muito maceteados, quando elle se mexeu para cumprimentar outro amigo e beber mais Jack Daniels, eu virei a minha mão com a palma p’ra cyma. Elle viu e pisou com o salto e ahi poz SÓ O CANTHINHO DO SALTO em cyma dos meus dedos e levantou novamente o pé, jogando TODO O PESO DELLE NAQUELLA ARESTA DE SALTO, ainda mexendo o salto p’ra frente. Eu nunca tinha sentido uma dor tão intensa e nunca tinha deixado que a dor passasse o tesão, mas passou, não era mais prazeroso ter a bota do cara me pisando, doia

demais! Inda mais que o chão era de concreto queimado, sem NADA para absorver o impacto. Quando elle tirou a bota da minha mão, o resultado nos meus dedos foi esse: Meus dedos ficaram roxos e doloridos por semanas, minha unha do dedo annelar ficou preta e depois de uns mezes cahiu, nunca isso havia accontescido… Guardarei esta noite para sempre! E voltarei la! Affinal ja se passou um anno…}

{Meu tesão por pés é louco. ahuahaauaha Adoro pés de homens. Sou ficcionado em pés de caras jovens. Sapato, tennis, chinello, qq coisa que seja usado em seus pés. (…) No momento tem um GP [garoto de programma] que de vez em qd me encontro com elle. Elle é uma graça. Tem 22 annos ou 23. Muito bonitinho, com jeito de malandrinho, mas é um cara confiavel. Ja percebi isso nelle. Ja até sahimos para tomar um refri e porção de batatas num restaurante do Centro da Cidade. [Rio de Janeiro] Ja sahi com elle 3 vezes. Elle me liga, eu ligo para elle. Elle agora arranjou um emprego. Gostei muito delle ter arranjado esse emprego. Está trabalhando como vendedor de loja. Elle tem esse perfil. É bonitinho. Mas fazer uma sacanagem com elle é muito bom, até pq, até pelo que elle mesmo me disse, elle curte pisar. Elle batte na minha cara, me chuta com tennis, ou descalço. Me pisa p’ra valer (até pq eu fallo para elle não ter piedade (ahuahauhauha) Elle não fica com medo de me machucar muito. Até que não me machuca mesmo. Só sinto dor na hora, uma dor leve. (Meu pensamento é o seguinte: toda dor, vem accompanhada de prazer) Elle anda em cyma de mim, vae e volta varias vezes. ME pega pela cabeça com força, e mette seu pau dentro de minha bocca até me fazer engasgar. Me dá varios tapas na cara. Fico com o rosto vermelho e um pouco ardido. Me dá socos de leve na cara tb, nas costas, no peito. Me joga no chão. Me manda deitar no chão. Olha como elle falla: “Anda, deita ahi no chão para vc ser pisado. Não é o que vc gosta? Então!” Eu deito no chão e começa a sessão

de pisoteamento. “Isso, deitado no chão para eu andar em cyma de vc.” E começa a andar desde as minhas coxas, pisando tb no meu pau, na minha barriga, no meu peito, no meu pescoço, na minha cara, na cabeça e desce. Vira e volta da mesma forma e vae accelerando aos poucos e fica fazendo isso varias vezes. Indo e voltando em cyma de mim. Enfia o pé, ainda de tennis, dentro de minha bocca e manda eu chupar o tennis delle. “Anda, chupa meu tennis. Agora, tira elle com a bocca.” E mette a parte do calcanhar dentro de minha bocca, para eu segurar com os dentes e puxa o pé e fica o tennis preso na minha bocca. “Solta ! Agora tira minha meia com a bocca tb.” Mas antes elle pisa na minha cara com a meia. “Cheira meu chulé, sua vadia, seu puto, seu veadinho, boiola. (e varios outros xingamentos) Caraaaaalho, vou a loucura qd me xinga. Tiro as suas meias com a bocca e elle volta a pisar com os pés puros na minha cara e sobe em cyma della com os 2 pés. Desce um pé ao meu peito, pegando um pouco do meu pescoço e enfia o pé, que fica em cyma de minha cara, dentro de minha bocca, e vae mettendo. “Anda, chupa o pé do seu macho. Vae.” E dahi vae rollando directo. Até sentar na cama e fica me battendo com os pés no meu corpo, passando os pés pelo meu corpo e dahi eu começo a me masturbar com os pés delle, raspando meu pau na sola de seus pés até eu gozar e elle fica olhando o tempo todo. Caralho, muito tesão. Nesse meio tempo, elle volta a me pisar novamente, desce de cyma de mim (ja descalço) e começa a me chutar, me dando biccuda com os pés, com o peito do pé, na bunda, nas pernas, na barriga, no peito e até na cara tb, pq eu peço (mas de leve). Paresce que elle sente prazer mesmo, até pq elle goza. Elle ja gozou em cyma de mim e até em cyma do meu rosto. Dahi, mando elle me pisotear novamente e ficar exfregando os pés, em cyma do meu corpo, com a porra delle. Elle manda eu chupar os pés assim mesmo. Eu lambo a sola inteira. Sou um sadomasochista mesmo. Adoro uma transa dessa maneira. (…) Glauco, vou ficando por

aqui, e agguardo um contacto seu. Espero que goste de saber um pouco sobre as minhas preferencias sexuaes.}

{Exsiste um site pornô que é só de garotos skatistas. É um site podolatra, mas alem de lamber e chupar os pés, tambem tem sexo. Site allemão, cheio de garotos lisinhos e com cara de novos! Eu vi filme dessa pagina chamado “Wet Game”. Varios skatistas vão bebendo e andando pelas ruas até achar um mendigo que dormia num galpão abbandonado. Dahi elles pisam no garoto, ammarram elle, obrigam a chupal-os, pisam mais e ainda fazem chichi nelle, por isso o titulo! É bem tesão, principalmente porque os garotos são bonitos! Principalmente o dono do site, que trabalha como actor tambem.}

{Uns jovens estão andando e bebendo e vão p’ra um galpão abbandonado. Ahi la tem um cara dormindo num colchão. Elles chegam e pisam no cara e o levam p’ra outro logar. Ahi ammarram as mãos delle typo num guindaste e elle fica de joelhos com as mãos p’ra cyma. Então elle chupa os garotos por um tempo. Ahi soltam as mãos e tiram as roupas delle. Elle fica no chão e os garotos pisando e exfregando os tennis nelle. E ficam cuspindo muito. Dahi elle vae ficando todo sujo de preto por causa da saliva e da sujeira das solas. Ahi alguns tiram as meias e enfiam no nariz delle, outros botam o tennis mesmo dentro do rosto delle. E continuam assim. Dahi no final ainda mijam nelle! No final do video elles dão um banho de mangueira no garoto, que está todo sujo. E é daquellas mangueiras bem fortes, sabe? E depois vão embora!}

{Essa semana eu vi no youtube um video de um concurso que teve do site “sk8erboy”. É um site allemão que tem material pornô, sempre com muitos garotos skatistas e muita podolatria. Eu me ammarro nesse site, pena que é pago. Mas como na rede tudo vaza, eu ja tive accesso a alguns videos delles. Bem legaes, por signal. Um delles eu acho que vc ia

gostar que é um garoto que é typo mendigo e dormia em um colchão em um galpão velho. Ahi chega um gruppo de adolescentes, todos com aquelles tennis grandões, bermudas largas e bebendo cerveja. Elles começam a pisar no garoto (que estava dormindo). Depois ammarram elle de joelhos e elle chupa o pau de todos. Mais tarde elle é jogado no chão sem as roupas e os garotos passam os pés e tennis nelle. Cospem bastante nelle e depois pisam, então elle fica todo com as marcas das solas e a sujeira dos tennis. No final mijam nelle. Se interessou? Esse site se destaccou muito. Começou pequeno e hoje é immenso. Ahi no Youtube eu achei o video: “Sniff contest” E o video mostra mais ou menos o que vc fallou. Bem divertido. E uma platéa de jovens rindo e zoando. Hehehe!}

Não foi muito differente commigo, como narrei no cyclo “Rockabullying”, excepto que no Terceiro Mundo os tennis não são de griffe e na Zona Leste paulistana, em vez de galpões cinematographicos, era matto baldio mesmo…

[5] SCENARIO LITTERARIO INTERNACIONAL

No MANUAL eu reflectia que, até hoje, Sade é o pornographo insuperavel, aquelle que levou todas as taras às ultimas consequencias. Mas a critica litteraria ainda discute si, thematicamente (ou mathematicamente) alguem teria ido mais longe. É o caso de Apollinaire, na novella “As onze mil varas”.

De facto, no plano satyrico é natural que tenha ultrapassado o philosopho da alcova, ja que a novella foi feita como caricatura, um exaggero parodico para effeitos comicos. Estaria mais para gargalhada que para o orgasmo do leitor.

Seja como for, surge alli uma passagem bastante curiosa para os afficcionados da podolatria. É quando o principe Mony se põe a lamber os pés de Hélène, e Apollinaire exclaresce que essa practica tem nome, ou seja, é designada pela expressão “petit salé”, ou “salgadinho” (em culinaria, um ensopado de carne de porco):

{Mony respeitou o desfallescimento de Hélène. Tirou-lhe as meias e começou a fazer-lhe “petit salé”. Seus pés eram lindos, rolliços como os pés de um bebê. A lingua do principe começou pelos dedos do pé direito. Limpou com exmero a unha do dedão, depois passou para as articulações. Demorou-se longamente no dedo mindinho que era mehudinho, mehudinho. Concluiu que o pé direito tinha gosto de framboeza. A lingua explorou em seguida as dobras do pé esquerdo no qual Mony encontrou um sabor que recordava o presuncto de Mayence. Nesse momento Hélène abriu os olhos e mexeu-se. Mony interrompeu os exercicios de “petit salé” e observou-a linda, joven, alta e rolliça, expreguiçar-se.} [Guillaume Apollinaire, no livro “As onze mil varas”. São Paulo: Escripta, 1982. pp. 44-45]

À expressão franceza correspondem as norteamericanas “cachorros salgados” e “pesca de camarões”, segundo o traductor deste guia do sexo oral, onde por um instante o objecto da caricia é o pé do homem:

{“Cachorros salgados” ou “pesca de camarões”. Consiste em fazer cocegas com a lingua no peito do pé, no arco e na sola, bem como entre os dedos. Si o homem é muito subjeito a cocegas, isso é ainda possivel si não for começado de repente no peito do pé e com toques firmes e não leves da lingua e dos labios na sola do pé. As cocegas são sempre muito reduzidas quando inesperadas e quando não ha gestos abertamente ammeaçadores, o que evita o medo inconsciente e a tensão na pessoa que soffre a cocega.} [Gershon Legman, no livro “O beijo mais intimo: orogenitalismo”. Rio de Janeiro: Record, s.d. p. 166]

Como se vê, o culto do pé masculino às vezes meresce espaço, ao menos nessa especie de litteratura “didactica”, embora a prioridade seja dada à mulher até neste particular:

{A mais complexa progressão pelo corpo consiste em beijar a bocca (…), lamber a face e, depois, (…) as solas dos pés (lambendo e tocando com os cilios a batter, o que é aggradavelmente intoleravel a pessoas que sentem cocegas, especialmente quando é feito nas solas dos pés, na parte interna dos cotovellos e no meio da barriga e nos labios); a pessoa é então virada para deitar-se de costas de novo e o homem continua o jogo lambendo e chupando os dedos dos pés, lambendo o peito do pé (que é muito sensivel, principalmente na parte plana onde começam os dedos).} [mesmo livro, pp. 83-84]

Genet ja é um caso à parte na litteratura erotica ou mesmo sadomasochista. Talvez o unico que tenha conseguido transmittir a sordidez do ambiente carcerario com a mesma dose de poesia e sensualidade. Elle mesmo falla: “Desci, conforme

se diz, todas as camadas da abjecção.” [Jean Genet, no livro “O milagre da rosa”, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 211]

E mais addeante: “E não é impossivel que isso me conduza finalmente até a escatophagia -- de que eu não podia sem nausea ouvir fallar -- e, depois della, mais longe do que ella, a loucura talvez graças ao meu amor por detentos nessas cellas onde eu tive, renunciando a reconhescer meus peidos no emmaranhado de odores que se mixturam, de acceitar, depois saborear indistinctamente os que saem dos ruffiões e a partir disso me habituar ao excremento.” [no mesmo livro, p. 237]

E Genet mantem esse equilibrio entre o sordido e o sublime o tempo todo, sem deixar cahir a peteca, sem esconder, em nenhum momento, seu tesão pelos companheiros, por suas mazellas e taras.

“O milagre da rosa”, sob esse adspecto, é sua obraprima. É alli que elle rememora a adolescencia passada na Colonia Penal de Mettray. Naquella especie de FEBEM européa dos annos 20, os menores delinquentes eram separados em gruppos, não pela edade, mas pelo tamanho. Os gruppos eram chamados de “familias”:

{Cada familia, contida inteira numa das dez casinholas do Grande Pateo coberto de grama e plantado de castanheiras, se denominava Familia A, B, C, D, F, G, H, J, L. Cada uma reunia umas trinta creanças commandadas por um detento mais parrudo e mais depravado do que os outros, excolhido pelo chefe de familia, e a quem chamavamos de “irmão mais velho”.} [p. 112]

Os mais novos ficavam permanentemente à mercê dos veteranos, que os prostituiam e humilhavam. Um novato só se livrava de virar gatto-sapato si fosse “adoptado” por um veterano, tornando-se seu “abutre” ou protegido. Mas para isso teria que se

escravizar sexualmente ao “durão” ou “expertalhão”, como eram chamados esses lideres (em nossa giria carceraria, “xerifes”). Conta Genet que:

{Na cella commum, quando um joven enrabado entrava la, à noite os guardas achavam que dormiamos, mas os expertalhões organizavam suas brincadeiras crueis. Assim como fallam às mulheres que submettem, chamam-nas de piranhas, pistoleiras, os durões falavam maldosamente às creanças do cheiro dos pés dellas feridos, do cu mal lavado. Diziam de um joven cujas unhas dos artelhos eram longas demais: -- Elle tem unhas que arranham. -- Diziam ainda: -- O teu cesto de merda. Vou saccudir o teu cesto de merda. -- Pode-se dizer que os garotos pallidos e submissos rodavam sob a baqueta e o chicote das ferozes expressões. No entanto, elles eram appetitosas delicias que era preciso livrar de uma casca nojenta, eram parescidos com esses soldados muito jovens, envoltos em arames farpados de onde elles alçarão voo talvez com asas de abelhas, mas onde, no momento, são rosas presas a seus thallos. Os durões envolviam os garotos com essas redes medonhas. Um dia, no quarteirão, obrigaram com uma palavra Angelo, Lemercier e Gevillé a lavar-lhes os pés. Eu estava la. Não me fiz descalçar, por humildade perante os durões: Deloffre e Rival, da familia B, Germain e Daniel, da familia A, e Gerlet da C, mas elles proprios por consideração a Villeroy não me impuzeram a tarefa. Foi Deloffre quem inventou o ceremonial. Cada uma das trez creanças passando deante dos tabiques teve a sua funcção: Angelo levava nas mãos uma bacia cheia de agua, com o seu lenço que elle encharcava, Lemercier lavava os pés dos expertalhões descalços, Gevillé os enxugava com a camisa que tirara, depois, os trez junctos, de joelhos, beijavam os pés lavados. Era horror que nos dominava quando entravamos na cella commum? No escuro luziam os torsos nus dos expertalhões immoveis. O cheiro era de urina, de suor, de

creolina, de merda. E os expertalhões, de suas boccas de flor, cuspiam cusparadas estalladas ou insultos envolventes. Lorenque, que estava la, devia amar Angelo em segredo, pois quiz defendel-o, de modo bem leve, é verdade, contra as durezas de Deloffre, mas o garoto sentia que Lorenque não era um authentico expertalhão. Lorenque disse:

-- Deixa elle, vae, não apporrinha elle.

Deloffre largava, mas pouco depois obrigava o anjo tremendo de repulsa a limpar-lhe as narinas com a lingua.} [mesmo livro, pp. 286-287]

Antes que me exquesça: o proprio Genet, que curtia seus peidos cheirando-os debaixo da coberta ao se deitar, tambem tinha chulé forte, curtido durante toda a vida. Um testemunho de Ruth Escobar é inequivoco:

{Jean Genet chegou numa manhan de sol, em junho de 1970. Os jornalistas accotovellavam-se no aeroporto. Elle passou rosnando, bufando, azedo; mal me cumprimentou. Caminhava tão rapidamente que eu me desequilibrava nos meus saltos altos. Trouxe-o para casa. Excitava-me ter em meu convivio o auctor de minha grande obra. (…) Dentro de casa portava-se ora como o vovô de minhas filhas Ruthinha e Ignez, ora como uma creança temperamental. Na epocha, as más linguas expalhavam que elle não gostara do espectaculo, o que não é verdade. O theatro não mobilizava mais Jean Genet. Dizia que o theatro estava morto, recusou-se a ver os integrantes do Living Theatre que foram visital-o em casa, nem siquer acceitou receber Julian Beck ou Judith Malina. Sua loucura agora, dizia, era “la politique”. Conversavamos até de madrugada, elle não se cansava de contarnos historias da prisão e suas adventuras no exercito francez na Argelia. Nunca me preoccupei em adveriguar si Genet realmente fizera o serviço militar, mesmo porque suas historias eram

absolutamente irreaes, semelhantes a um filme do Gordo e do Magro no exercito. Riamos até a hysteria; Genet se deliciava e contava mais. Tinha insomnia, só quebrada à custa de somniferos. Às vezes, de madrugada, surprehendia-nos invadindo nosso quarto, enfiando-se em nossa enorme cama D. João V, exfregando as mãos de contente, como quem está appromptando o maior rebu, e dizendo: “Alors, les enfants, on va bavarder! Assez dormir, vous avez l’éternité pour dormir!” O peor não era quebrar o somno, mas o chulé que se expalhava pelos lençoes. Eu reclamava: “Jean, de novo você não lavou os pés antes de dormir!” Elle ria, adorando: “Mas é bom este cheiro, é do melhor queijo francez, authentico port-salut.” Eu sahia tonta da cama, appanhava uma toalha embebida em agua quente e sabão e, feito Maria, lavava-lhe os pés brancos, alvos qual leite.}

Quem sabe la si tal associação de idéas, entre um chulé forte e um roquefort (nome francez do gorgonzola) não configura uma subterranea tradição franceza? Seria casual que tambem Rimbaud, outro maldicto como Genet, curtisse o proprio chulé? Isso é o que suggerem estas passagens duma novella traduzida por Ivo Barroso como “Um coração sob a sottaina”:

{Timothina contemplou meus sapatos; senti calor, meus pés queimavam sob o seu olhar, e nadavam em suor; pois dizia commigo: estas meias que estou usando ha ja um mez, foram um presente de seu amor, e estes olhares que ella attira aos meus pés, um testemunho de seu amor; ella me adora! E eis sinão quando me paresceu que um certo cheiro me sahia dos sapatos. (…) Alem disso, della conservo uma doce lembrança: ha mais de um anno que venho usando as meias que ella me deu… essas meias, meu Deus!, quero tel-as nos pés quando entrar em vosso sancto paraiso!…} O genero S & M gay, ou ficção homo-sadomasô, desdobra-se em duas vertentes, ambas directamente relacionadas com a podolatria. A primeira é a

servidão do corpo nu, que pode incluir flagellação ou aggrilhoamento e culmina no sexo oral e na penetração anal. A segunda é o culto do couro, a linha “leather”, cujo estereotypo vae do uniforme militar ou policial até o traje de motoqueiro, incluindo os appetrechos de cowboy.

No primeiro caso, o pé participa pouco e de passagem. Tem importancia secundaria, accessoria.

Ja no caso do “leather” a bota assume o papel preponderante, de fetiche maximo, que concentra todo o appello sexual. O momento em que o personagem submisso lambe as botas do dominador é emphatizado com detalhes, vira lance apotheotico.

Nada como exemplificar. Quanto ao corpo nu, neste conto um joven implora para continuar vivendo ao lado do cara que o sustenta, mas para ser attendido tem que demonstrar submissão ao outro:

{“When we’re in this house, puppy boy, I don’t want you to ever stand taller than you are right now. Understand?”

“Yes, sir.”, Ben answered, now completely into the game and determined to give his best performance.

“And that means,” Riley pointed out, “to move from room to room, cocksucker, you’re going to crawl.” The words slid deliciously over his tongue. “Like a dog!” Ben eagerly anticipated the situation. “So get moving… into the bedroom!”.

Ben threw his hands onto the floor and proceeded to crawl, with Riley following behind, through the hall and into the bedroom, the dust of the floor clinging to his hands and knees. He crawled to the foot of the bed and stopped as Riley fell onto the bed on his back, his legs spread apart, one thrown to the floor, the foot of it resting close to Ben’s face, the other leg bent to the side and buried in the fake leopard skin.

“All right, puppy boy,” Riley said, placing his hands behind his head. “Begin.”

Ben’s tongue rushed to the foot that rested on the floor, wetting it along the top and then inbetween each long toe. He was pleased to note that, though Riley may not have bothered to attend to his body; it had been recently washed yet it was pungent with the salty flavour of masculinity.} [Tony Reynolds (ed.), no conto “Pretty boys: part six”, na revista “Q International”, London, vol. 1, nº 6, 1976. p. 58]

Neste outro conto, é um americano que se escraviza a um luctador hawaiiano e, appós levar uma surra de arte marcial para ser “domesticado”, cae extenuado e todo dolorido aos pés do seu vencedor:

{Moki lay down on the bed and turned out the light, resting his feet beside the face of his suffering slave. He smiled to himself when he felt Don move his cheek up and down against the toughened soles of his feet. In the darkness, Moki reached down and pulled the gag from his slave’s mouth. “Now just relax and be quiet; lick my feet if you need something to take your mind off the pain.”

Don turned his head as Moki’s foot was placed near his face. He kissed it, over and over again… humbly began to lick it, half hoping this might bring some remission in his torment. Yet he was also expressing a strange degree of pleasure, showing his devotion to this big man who had so completely taken control of him.

Moki was soon snoring lightly, while Don, racked with pain, but now under some measure of control, relaxed his efforts on the big foot. He had managed to get the big toe into his mouth and had sucked on that as long as he knew his master was awake.} [Bob, no conto “Hawaiian master”, na anthologia “Treasury of S & M”. Los Angeles: Larry Townsend, 1977. Vol. 8, p. 54]

Quanto ao “leather”, são characteristicas estas duas passagens. Numa um policial é rendido por dois bandidos ex-combattentes, e tem que lamber-lhes a bota para não ser morto a ponctapés:

{Taking his time, Ed drove the other boot carefully at the blubbering face and screaming teeth.

“Christ, that was good, cop. You know it was. Take a punt, Dave.”

Dave bent over the cowering policeman and put the boot in.

“We gotta keep him alive, Ed. He can take a lot more of this!”

Kick after bloodthirsty kick sank into soft flesh. Dave went wild; did harm.

“Stop me, Ed! I want to kill him now! Stop me!”

“Easy, good buddy.”

Separating them, Ed told the badly bruised man: “We got a problem, lawman. We want to fuck ya to death, but you’re no use to us dead. Stay conscious and you’ll stay alive. Pass out on us and you’ll never wake up. Got that?”

The policeman nodded.

“Good. Now it’s your problem. Think about it while you thank my buddy’s footwear for quittin’.”

“Yeah. Grovel! Slobber! Suck my boots. I want to see and hear and feel you doin’ it! Now, asshole!”

A naked, 40-year old lawman crouched and commenced tonguing the speaker’s murderous boots to stay alive between two killers. He squeezed black leather to his kicked face, hugged, kissed and

treated the soles, heels and tall shafts of each to a sinister shine.

“Hey, great! Do it again, cop, real good, and I’ll leave your nose on your face!”

Again this tear-stained face smeared itself into glinting black boot leather full of throbbing, masculine brutality, pausing at the knees.} [MacBeth, no conto “Keepers of the burning twilight”, na mesma anthologia, pp. 35-37]

Noutra, é o bandido quem cae ferido no pasto duma fazenda e, capturado pelo fazendeiro, tem que lamber-lhe a bota para ser poupado:

{“Please, no” I cried, working my way on my belly in the dirt toward him, reaching him, my hands around his ankle. I wiggled closer, and placed my face on top of his left boot and kissed the scarred surface. “Please, Sir, I didn’t do it. They told me no one was shot. Oh, God, not in the nuts! I don’t believe, please, Sir, Sir, please, don’t, don’t, don’t, I’ll do anythin’ you want, only, please, don’t, please, I’ll do anythin’ you want, anythin’, Sir, please…”

He lowered the rifle ‘til it touched my head and then he moved it slowly down my spine ‘til it reached and settled over my asshole. I didn’t move, didn’t say a word, held my breath.

“Yes, of course,” he said conversationally, making my blood seem to turn to ice, “yes, of course. Of course you’ll do anythin’ I say. I’ve heard about you, the town was full of talk about you and the others when I went in the hospital to see Ted after hearin’ that radio broadcast. The others are the brains and you’re just the asshole, the loser who follows orders, who does anything he’s told to. The sucker. Of course you’ll do anythin’ I say.” He prodded the rifle harder against me.

“Now you’re goin’ to prove you’ll do anythin’ I say.” His voice turned colder. “Kiss my boots.”

“Yes, Sir,” I whispered. I obeyed, kissing the left and then the right boot.

“I’ve been walkin’ in the chicken yard and in the barn, in the manure, and in the stables. My boots are dirty.” His voice crackled with electricity. “Clean my boots.”

“Yes. Sir.” I obeyed, submissive to this man who had the power of life and death over me, of nutting or not nutting me. My tongue came out and tasted the rough leather, licked and cleaned off the dirt, the manure, the chicken shit. I slobbered over them ‘til he was satisfied.} [Victor Terry, no conto “Nuts for nuts”, na anthologia “SM/South Dakota: a collection of 5 stories”. Los Angeles: Larry Townsend, 1980. p. 27]

Posteriormente circulariam pelas redes textos apparentemente inspirados em factos reaes porem eroticamente inflados a serviço dos sadomasochistas adeptos do “bootlicking”, como este que transcrevo parcialmente, no original do internauta appellidado BootJac e na traducção do internauta appellidado Yebo:

{“TORTURA COM BOTAS” / “BOOT TORTURE”

Algumas experiencias muito estimulantes de S/M podem occorrer tanto em gruppos associados a Forças Militares ou Policiaes, quanto no Mundo Gay! Em certo paiz da America do Sul o methodo de tortura mais usado era o da Tortura com Botas! Prisioneiros, ao menos durante o regime dictatorial, eram distribuidos por Quarteis de Cavallaria, Postos de Policiamento com Motocycletas, Quarteis do Exercito… para serem pisoteados, chutados e expezinhados por torturadores com botas. Por horas e horas sem parar, até que cada musculo de seus corpos estivesse completamente dolorido e machucado!

Depois de um prolongado e cansativo pisoteamento sob as Botas Militares, de Cavallaria e da Policia, os musculos desses prisioneiros estavam tão doloridos e curtidos que a menor pressão nelles causava uma dor excruciante! Ex-prisioneiros me contaram, e tambem li em relatorios de organizações humanitarias, que nos Quarteis de Cavallaria as esporas que os torturadores usavam nos saltos de suas botas de montaria eram usadas extensivamente nos corpos dos prisioneiros. Alem de usarem suas esporas nos corpos de suas victimas indefesas, como instrumentos de tortura, os cavalleiros andavam e pisavam sobre elles com suas botas de equitação. Presos tambem eram montados como cavallos por seus torturadores, com botas e esporas. E expancados com rebenques de hippismo, durante as cavalgadas. Como bridões, as correias e esporas usadas sob o solado das botas, sempre sujas e geralmente manchadas de esterco de cavallo, eram inseridas dentro das boccas dos prisioneiros, para fazer o papel de cabrestos, e presas firmemente pelas mãos cobertas por luvas de couro dos torturadores. Esta forma de Tortura com Botas, practicada a qualquer hora do dia ou noite, não era nada sinão um exercicio de S/M disfarsado de tortura official e de punição a prisioneiros! Tenho certeza de que muitos desses Cavalleiros, Policiaes e Soldados experimentavam varios orgasmos, emquanto exsecutavam suas ordens. E para addicionar insulto à injuria, os presos eram obrigados a se tornar engraxates para seus abusadores, polindo e limpando com saliva suas botas por horas sem fim. A maioria dos torturadores eram ex-capatazes de fazendas, jovens que ja tinham tentado toda sorte de tarefas menores, trabalhado em construcções e trabalhos de manutenção, antes de ascenderem aos postos altamente privilegiados na Policia ou nas Forças Armadas. Era realmente delicioso para elles ter sob seu poder absoluto, como seu prisioneiro pessoal, uma pessoa altamente instruida: um intellectual, professor universitario, artista, homem de carreira etc. E

ter o poder de lhes dar ordens sem limites, como seu lacaio pessoal ou valete de botas, obrigal-os a lamber e chupar suas botas com suas linguas até que ficassem limpas, antes de forçal-os a engraxal-as e polil-as até que brilhassem como espelhos. Tornalas brilhantes applicando ora saliva, com suas linguas e boccas, ora applicando graxa e exfregando o couro com escovas e farrappos. Como exercicio diario, os prisioneiros sempre viravam brinquedos aos pés de um gruppo de diversos jovens entre as edades de 17 e 22 annos, que se reuniam em uma salla do quartel para curtirem. Por varias horas o prisioneiro excolhido, geralmente um membro altamente respeitado da communidade ou da sociedade, era torturado e degradado pelas exigentes e punitivas botas desses jovens sadicos, que ventilavam livremente sua crueldade juvenil a todos os extremos de sua imaginação, e faziam tambem coisas que eram encorajados e ensignados a fazer quando ainda eram recrutas no Exercito ou na Policia. Por exemplo, a cabeça e o rosto do prisioneiro era presa e appertada fortemente entre as superficies de couro rude das botas de um soldado, emquanto o solado sujo e o taccão da bota de outro soldado eram exmagados contra sua bocca, seu nariz e sua testa. Por um momento, o soldado collocava todo seu peso no rosto do prisioneiro, andando e pisando sobre elle. Então, repetia a mesma experiencia com sua outra bota. E alternadamente enfiava, forçava o bicco de sua bota bem fundo dentro da bocca aberta do preso, ordenando a elle que sugasse e engolisse a sujeira, fazendo sons altos de chupadas e engolidas para demonstrar ao soldado que estava de facto curtindo o gosto de suas botas sujas!}

{Some very good and stimulating S/M experiences can take place in groups connected with the Military and Police Forces as much as with those of the Gay World! In a South American Country, the most used and common form of torture was Boot Torture!

Prisoners, at least during one notorious regime, were dispersed all over to Cavalry Barracks, Motorcycle Police Stations, Army Barracks, to be trampled, treaded and stepped on by booted torturers for hours and hours without stopping until every single muscles in their bodies were sore and aching all over! After a prolonged and strenuous trampling under Military, Cavalry and Police Boots which lasted for several hours, the muscles of those prisoners were so sore and tender that the slightest pressure on them created excruciating pain! I have been told by former prisoners and I have also read in reports of humanitarian organizations that in the Cavalry Barracks the spurs which the torturers wore on the heels of their riding boots were extensively used on the bodies of the prisoners. In addition to using their spurs on the bodies of their prone victims as torture instruments, the Cavalrymen walked and stepped all over them with their riding boots. Prisoners were also ridden like horses by their booted and spurred torturers and beaten with riding crops during the rides. As a bridle, the straps of the spurs with pass under the soles of the boots, which are always dirty and often soiled with horse manure were inserted into the mouths of the prisoners-horses as a riding bit held in the leather gauntleted hands of the mounted torturers. That form of Boot Torture practiced at every hour of the day and night was nothing more than an exercise in S/M disguised as official torture or punishment of prisoners! I am sure that many of those Cavalry men, Cops and Soldiers experienced many orgasms while executing their orders. And to add insult to injury, those prisoners were forced to become Bootblacks for their tormentors, spitshining their boots for hours on end. Most of those booted Tormentors were former farm boys, young men who had been engaged in all sorts of menial tasks before or had worked on construction or maintenance work, as car mechanics, etc. prior to joining

the very highly privileged ranks of the Police or of the Military. It was a real treat to them to have in their unlimited power, as their personal prisoner, a highly skilled person, an intellectual, a University professor, an artist, a professional man, etc. and to have the power to order them around in complete whimsical liberty as their personal Boot Valet and Lackey, to make them lick and suck their dirty boots clean with their tongues and their mouths before forcing them to polish those boots until they gleamed like mirrors, made refulgent by alternately applying saliva with their tongues and their mouths while they applied boot polish and used brushes and rags on the boot leather. As daily exercise, the prisoners often became a plaything at the booted feet of a group of several young men between the ages of 17 to 22 who would assemble in a room of their Barracks for the purpose of having fun with them. During many hours, the selected prisoner, who was often known as a highly respected member of his community or of society would be tortured and degraded by the demanding and punishing boots of those young sadists who could freely give vent to their juvenile cruelty and to all the figments of their own imagination as well as doing the things that they had been encouraged and taught to do while on training with the Military or the Police. For instance, the head and the face of the prisoner would be roughly hugged and squeezed tightly between the rough boot leather surface of one soldier while the dirty cleated or lugged sole and heel of another soldier’s boot would crush his mouth, his nose and his forehead for a while standing with full weight on the prisoner’s face, walking and treading on it. Then, the heavily booted soldier would repeat the same operation with his other boot followed by alternately inserting, forcing, cramming, jimmying, pushing each one of his boot toes in turn deep inside his prisoner’s outstretched mouth ordering him to suck and slurp

on it, to swallow it deeply in his throat while making louder and louder sucking and slurping noises to show the soldier that he was actually enjoying the taste of his dirty boots!}

Parallelamente, os podolatras teem encontrado uma ficção menos phantasiosa ou ultraviolenta e mais proxima dum realismo quotidiano, baseada em situações veridicas ou verosimeis. Esse typo de especialização palatavel do S&M passou a ser vehiculado por clubes de podolatras como a Foot Fraternity. Registro aqui appenas dois trechos, typicos da ambientação domestica e do estudado recapto quanto a trepadas mais completas, irrestrictas e inseguras. Num primeiro, que sahiu em 1992 no volume 47 do fanzine da Fraternity, um typo timido e docil conta como se iniciou na submissão, aos pés do irmão mais velho:

{The dominant/submissive relationship with my older brother began innocuously with Patrick (my brother) ordering me to get up and change the channel on the TV, go to the kitchen and bring him a soda… (etc.). It didn’t take long for him to begin adding a snap of his fingers to each command. That small gesture was an effective display of his power and a powerful means of humiliating me in front of other people.

As I look back on the experiences, it fascinates me to see the swift yet seemingly calculated (on Patrick’s part) progress. It seems as though each new day brought a new confidence for Patrick. Of course, he knew (as did everyone) that he was older and physically much stronger than I… but after starting with the relatively innocent demands for personal service, it took less than a month for him to start forcing me to demonstrate my subservience in more profound ways.

Patrick and I attended a small private (Catholic) school which made it convenient, if not ‘right-

down’ easy, for Patrick to use his newly discovered unlimited power over his younger brother.

It was at school that Patrick first decided he wanted to see me on my knees at his feet, for no other purpose -- serving no other function than to amuse him by obeying his humiliating order. In the weeks prior, nearly everyone had at one time or another witnessed Patrick ordering me to perform some task. This time was a bit different. We were in the boys restroom during recess, Patrick was sitting on one of the counters talking to three or four of his classmates. I was just about to leave when I heard him say “Hey Allen, John wants to see you kiss my feet. Get over here and down on your knees.” he snapped his fingers and I knew I wasn’t going to be able to get out of it…

I remember my face flushed hot with embarrassment as I slowly got down on my knees and drew my face in close to the toe of Patrick’s dirty, brown penny loafer. I could hear my brother and his friends laughing at me. I just knelt there, staring at Patrick’s foot. I knew that if I refused to obey him he wouldn’t think twice about ‘punching me out’… He moved his foot forward, closer to my lips and told me very firmly that I was to kiss his foot. By this time there were several other kids gathered around to watch me prove my total submission to my brother, Patrick. I lowered my face about an inch (or two) and pressed my lips against the top of his shoe. Everyone was laughing and snickering and in various ways expressed their disbelief that I would actually get down on my knees and put my mouth on Patrick’s penny loafer. When I tried to pull back after kissing his foot what I thought was sufficiently, his friend John pur his foot on the back of my head, forcing my face down to the toe of Patrick’s other shoe. The entire ordeal lasted only a couple of minutes… but the effect(s) have lasted a lifetime…

Of course, things progressed from that point in the five years before my brother left home.}

O outro caso é o segundo capitulo duma novella intitulada “A lesson in humiliation” e sahiu à guisa de ammostra gratis no volume 48 daquelle mesmo zine. Um adulto se deixa zoar por um gruppo de adolescentes e accaba escravizado por alguns delles, num clima de certa violencia mas que não chega ao descontrole da ficção “leather”:

{As horrifying as this was, even given the ridiculous reality of the situation, it was still all fairly harmless. Although I was being forced to do things I would never ordinarily do (under any circumstances), and I was finding myself being purposefully embarrassed and humiliated. It still remained without any maliciousness. It was mainly just “guys” pushing around a man and laughing about the power they had over him. Nothing really harmful, at least not to them… and harmful to me only psychologically.

Things were soon to change. One of the guys that were paraded through my living room came up with the idea to use my services in a different and much more exclusive manner. To be blunt about it, he wanted to use me in the capacity of a PERSONAL servant to himself only. He had expressed this desire a couple of times, subtly. He wasn’t prepared yet to let the other guys know his plans. Besides, he was a little older… and the difference between sixteen and almost nineteen years old is a VERY BIG difference. Many changes had already taken place in this man’s life… changes that the other guys would never understand. Things that you can’t understand until you’ve experienced them yourself. Mostly these things had to do with being independent. He was ready to have his own “place” and he was wanting more and more money and he really didn’t want to have to “work” in

order to get it. This guy’s name is Mark, and it didn’t take but a few weeks after he encountered the situation in my living room (with his buddies pushing me around like a groveling slave), for him to make his first direct comment about using me for his “own” purposes.

It was on a Monday afternoon when Mark and Eric showed up together. They had called ahead and made it clear that I was to be home alone and that I was to be waiting for them to show up. Eric had said, “I don’t care if you wait ‘til mid-night for us to get there, I want you on your knees with your hands behind your back, kneeling there at the door waiting for us to walk in… d’ya understand faggot?” Of course, I had little choice but to answer in the affirmative… “Yes, sir Eric.”, I responded as I heard the click of his receiver.

In reality it didn’t take very long for them to show up. They came in, without knocking… I was waiting for them as Eric had ordered. I had learned from previous mistakes that it wasn’t in my best interest to disobey. At times it didn’t matter if I obeyed or not, I still got the same abuse… It’s just that if I didn’t obey on any occasion, I knew for certain that I’d be punished beyond that which would be found erotic by even the most determined masochist. Eric walked up to where I was kneeling near the door. He grabbed a handful of hair at the back of my head. He jerked my head back, causing my face to turn toward the ceiling. My eyes were looking directly into his. I could hear this eighteen year-old kid clearing his throat of phlegm. He smiled with a closed-lip smile as he worked this saliva into a ball with his tongue. I heard him chuckle deeply as he opened his mouth and spat the wad of slime in my face. Eric kept a firm grip on my hair holding my head in place. He looked over at Mark and they both laughed loudly. “Spread your legs apart, you pathetic old

faggot,” Eric ordered. I started to obey. “That’s right get them opened up so your new boss can get a good swingin’ kick right on your faggot crotch.” Mark and Eric both laughed again. The phrase ‘your new boss’ was not lost on me. I knew right then that something unusual was taking place. Of course, being older and supposedly wiser than the two guys standing over me, I remember a glimmer of hope flashing through my mind. I knew there had to be a way out of this situation and if anyone could find it was me. Before I could finish the thought, the dull aching pain of being kicked hard in the crotch was cursing through my groin. Eric shoved my head down toward the floor. Mark swung his penny loafered foot back and kicked my crotch full force for a second time. They were both laughing hard as Eric finished shoving my face down to Mark’s dirty penny loafer. There before my face was the foot that had just kicked my crotch in. My groans of pain were quickly stiffled when Mark order me to shut up… Eric gave my head one last shove and then let his foot come to rest atop the back of my head pressing my face firmly against the top of Mark’s dirty shoe. “Pucker up and kiss it”, Mark ordered. “Yeah, do what your new owner tells you to do, fag!” Eric agreed.

I had been sold. There was no doubt that Eric was getting out of the slave owning business and Mark was taking his place with great enthusiasm. Eric’s foot remained unmoved from the back of my head. I could see the ribbing of the dark brown sock Mark had on the foot against which my face was smashed. The sock was slightly bunched up at the ankle and I could see the dark brown ribbing disappear into the dirty brown penny loafer. The smell of his foot sweat seeping through the shoe leather was pungent and strong. Of course, my crotch was still aching and my head was still spinning from the episode to which I had just been exposed. Nevertheless, I had no trouble hearing and understanding the laughter that was coming from the two men standing over me. They talked between themselves without

any concern for my position on the floor at their feet. “So, he does everything and anything I order him (to do)?” Mark asked. “That’s right. I’ve made him do everything from doing my paper route for me to eating the dirt off the bottom of my tennis shoe.” Eric replied. They both laughed again at the thought of making someone eat dirt off a shoe.

I could feel Eric’s wad of spit dripping off my face onto the ankle of Mark’s sock and the tongue of his penny loafer. Eric removed his foot from the back of my head just long enough to replace it with his other foot. There was no doubt that he knew exactly what he was doing… he intended to make sure that I kept my face held against Mark’s foot in the most degrading manner possible. I heard Mark making the comment to Eric that he thought his shoes were pretty dirty and they needed to be cleaned and shined. Eric agreed with him and my face was kicked hard as Mark pushed my head off (with Eric’s foot still resting on the back of my head). Mark moved to the sofa and sat down. Eric ground his tennis shoe into the back of my neck forcing my face to the floor directly in front of Mark’s feet. I knew he was doing it just to prove to me (and to himself) that he still had some control even though he had “sold” my services to Mark. From listening to their conversation I could get a pretty good idea of what had taken place between the two “men”. Evidently Eric wanted to get out of his paper route permanently. He was tired of being responsible for seeing to it that it got done each day. He hadn’t actually had to walk the route for several weeks because he had ordered me to perform that menial task. As a matter of fact, not only did he make me do the route for him, a humiliating enough chore for a grown man, but he made me do the collections, turn over the money to him and then PAY him for letting me be of service (to him). He still had to make sure that I actually did what I was told and it was too much trouble for

him to be bothered with. After all, he was nearly nineteen now and he had better things to do. He wanted to be involved only in issuing an occasional order or administering a swift kick now and then. Mark had agreed, without encouragement, to take over the ownership of my subservient services… for a price. The agreement between the two guys included Mark paying Eric a total of twenty-five bucks amount for one year… for that twenty-five bucks Mark gained first rights to my services. Mark thought that was a pretty good deal since he was going to be moving to his own apartment and was getting heavy into dating different girls… he knew that he’d be using me more than the guys had been and he was getting off on the fact that he could make me lick his shoes and kick me around (literally).

Eric finally sat down in the chair adjacent to the sofa. He was in exactly the right spot to stretch out his legs and plant the heels of his tennis shoes anywhere he wanted on my back. “Get up on your knees faggot,” Mark ordered. “You’re mine now, and you’re gonna do whatever the hell I tell you.” I obeyed his order adjusting my position with the palms of my hands flat on the floor. Mark moved to place a penny loafered foot on the back of each hand. Eric’s feet continued to rest comfortably on my back as he relaxed in the chair above me. Mark leaned forward grinding the heels of his shoes into the tender skin of my unwillingly offered hands. He brought his face close to mine. I could feel his breath on my cheeks. “You should see yourself, you faggot… Eric’s spit and the dirt from my filthy shoe all over your pathetic face. “Get that faggot face of yours down at my feet and clean every speck of dirt off with your tongue… and while you’re doing that, I’m gonna start teaching you who’s boss.” Mark said. He and Eric laughed again and through the laughed I heard Mark slide his leather belt through it’s loops on his jeans. He doubled the belt and gave a full force lash to

my back. I flinched and drew back from the sting of his strap. Eric kicked me sharply in the ribs as Mark gave me the ultimatum… “You either hold still while I whip you and tend to your shoe licking or I’ll make you go get some rope and you’ll be tied up so you CAN’T move and I’ll whip the hell out of you for an hour, then I’ll turn it over to Eric and who ever else might show up. I’ll keep you tied up and ready to be whipped for a full twenty-four hours… anyone who wants to teach you a lesson can walk by and kick you, whip you, spit on you or anything we want… So, you hold still, faggot and make it easy for me to lash your back for as long as I want… this’ll teach you who to be afraid of and who the hell gives the orders around here. And don’t forget to keep cleaning my filthy shoes while I whip you.”

I had no problem understanding exactly what he was telling me. I was beginning to realize that he really meant what he said. There was no question in his mind that I was truly and completely owned. It was me who still had the questioning mind. I continued to scheme about how I was going to get out of this very uncomfortable situation. Although I understood what Mark was telling me, I still had some difficulty accepting it as reality… I still thought that if I played my cards right, there was some possibility that I could be freed from my “slavery”.}

Mas a podolatria entre homens não apparesce por escripto appenas na ficção. Exsiste ainda um outro genero, não propriamente litterario, e sim jornalistico-underground. São as chamadas “confissões intimas” dos leitores de magazines dirigidos ao publico gay. Algumas dessas publicações se especializaram em taras, sejam typicas ou exoticas. Tracta-se dum genero que presuppõe o contehudo veridico (ou pelo menos verosimil, no caso de ser a mera phantasia do leitor posta no papel), e sua importancia vem justamente do facto de reflectir as preferencias sexuaes de um publico, e não appenas do editor duma revista ou do auctor dum conto.

Essa linha confessional é mais ou menos o que faço no MANUAL. A differença é que na imprensa os depoimentos são curtos e anonymos. Nos States, o magazine com maior repertorio de confissões podolatras (entre outras taras) é o novayorkino “Straight to Hell”, que mudou de nome varias vezes: “The Manhattan Review of Unnatural Acts”, “U.S. Chronicle of Crimes Against Nature”, “The American Journal of Dick Licking”, “New York Review of Cocksucking”, etc. Editado por Boyd McDonald, o STH teve varios de seus depoimentos anthologiados em livro por Winston Leyland, editor do jornal “Gay Sunshine” de San Francisco. Vejamos algumas passagens illustrativas:

{Both stripped down to Jockey shorts and white socks. They laid me down on a double bed and tied up my hands. Soon I had to smell their feet. Both had sweaty feet with a nice odor since they played ball before they came over. After that they took their socks off and made me sniff and kiss and lick their toes.} [Boyd McDonald (ed.), no livro “Meat: how men look, act, walk, talk, dress, undress, taste & smell; true homosexual experiences from STH”. San Francisco: Gay Sunshine, 1981. pp. 10-11]

{I wanted to, as he said. In fact I wanted to get his pants off so I could really spread his legs and get at him, so the boots had to come off. I started to lick his boots as I unlaced them and he sat up and watched -- I was blowing his mind by now but when I started sniffing his sox and boots and licking his feet and sucking on his toes he really flipped out.} [mesmo livro, p. 48]

{He was wearing only dirty white sneakers and basketball sox. I unlaced one sneaker and smelled the inside of it. I chewed his sock and licked his foot. He apparently was ticklish but once I got to sucking his toes and washing them with my mouth he liked it and offered his other foot.} [mesmo livro, p. 100]

{I was in a club in Montreal one time and a guy came in wearing beautiful big dirty construction boots. He saw me looking at them so he crossed his legs and put his hand on his boots. Then he motioned for me to come to his table. So I went over and we started talking. He finally asked me if I like boots. I told him I not only like them but I loved them. Then we went to his apartment. He said they were size 12 and he had them for four years now. They were really well worn and raunchy. I licked each boot for about an hour, with stops for a drink of beer once in awhile. He asked me if I liked other things. I said I did as long as they were well worn and smelly. I started to lick his jeans, that he had worn for two weeks. I licked them all over, each and every inch. He said his sox were smelly since he wore them all week. When he took his boots off the odor was fabulous. So I started to lick and smell his sox and feet. I sucked his toes and licked between them.} [mesmo livro, p. 130]

{Joe licked the thick muscular arms down to the rough stubby fingers. He sucked them, looking up at Luigi’s face. Luigi was watching it all as if drunk on what he saw. Joe worked down his legs to his feet and knelt at the foot of the bed. Luigi had his feet sticking through the bars of the foot of the bed. He watched as the boy sucked his toes and ran his tongue around the bottoms and between the toes. Luigi was in heaven, and Joe along with him.} [Winston Leyland (ed.), no livro “Flesh: true homosexual experiences from STH”. Vol. 2. San Francisco: Gay Sunshine, 1982. p. 94]

{Sometimes I rested my head on his stomach, his cock full in my mouth, blissfully happy, as he stroked my hair, which he did throughout. And once I went down and licked and sucked on the soles and toes of his smooth, arched feet (I’m

crazy about feet), but I didn’t want to leave his cock untended for too long and was soon back up working at it.} [WL, no livro “Sex: true homosexual experiences from STH writers”. Vol. 3. San Francisco: Gay Sunshine, 1982. p. 107]

Nenhum depoimento me tocou tanto quanto este, intitulado “Size 14 sneakers”, onde um leitor de Long Island narra como se tornou escravo dos tennis de seu companheiro de quarto na universidade, e depois de formado teve que se contentar lambendo os tennis dos michês com quem sahia:

{Here is my true story of when I attended a mid-Texas university and was a sneaker slave to a basketball player. In my last year at the university I was fortunate enough to have as a roommate a tall basketball jock. At first I was afraid to approach him but finally told him I “loved” his big Converse sneakers. After some small talk I asked him if I could tongue wash his sneaks. He said, “Get to it freak.” He stretched out on a chair while I got on my belly and cleaned his big size 14s clean. He was not much of a basketball player, had average looks but big feet. I of course cleaned his sneakers anytime after that. His friend was in the R.O.T.C. and brought his boots and shoes to me to be spit shined every 2 weeks. This guy was all military & demanded nothing but the best. Often he told me they were not done good enough and I had to spend many long hours servicing his boots & shoes. I of course did without a whimper. They did not ask for any sex, except two times, when they came in the room a bit tipsy & the military guy ordered me to “blow me you fag”, while the basketball jock would jack off. I really miss that place. I still have a pair of his size 14 sneakers which I begged him to give me before I left school. Since then I have had to lick hustlers’ sneakers.} [McDonald, no livro “Meat”, p. 123]

E eu, que tantas vezes tive que me contentar com meus proprios pisantes, ja que nem todos os amigos se lembravam de guardar para mim os calçados gastos destinados ao lixo?

[6] SCENARIO LITTERARIO NACIONAL

Em verso, tive que preencher a lacuna com minha propria lyra, a exemplo de obras como CALLO À BOCCA, BOOTLICKER, SNEAKERLICKER ou PODOSMOPHILIA. No MANUAL deu para ver como a poesia lusophona, neste recorte, era pauperrima até o advento da producção mattosiana. Em prosa, por outro lado, reconhesço que tive precursores e tenho collegas contemporaneos de thematica, ainda que eventual e focada, obviamente, no pé feminino.

Basta lembrar Alvares de Azevedo, que num dos contos de “Noite na taverna” põe o amante de joelhos deante da amada, supplicando nestes termos:

{-- Perdoae-me, senhora, aqui me tendes a vossos pés! Tende pena de mim, que eu soffri muito, que amei-vos, que vos amo muito! Compaixão! Que serei vosso escravo, beijarei vossas plantas, adjoelhar-me-ei à noite à vossa porta, ouvirei vosso resomnar, vossas orações, vossos sonhos… e isso me bastará… Serei vosso escravo e vosso cão, deitar-me-ei a vossos pés quando estiverdes accordada, vellarei com meu punhal quando a noite cahir, e, si algum dia, si algum dia vós me puderdes amar… então… então…} [no livro “Noite na taverna; Macario”. São Paulo: Martins, 1965. p. 110]

Ou Joaquim Manoel de Macedo, um pouco menos postiço, quando colloca o estudante de “A moreninha” escondido debaixo da cama emquanto as donzellas se despem:

{Tornou d. Clementina, com ar de triumpho, recostando-se molle e voluptuosamente nas almofadas, e deixando excorregar de proposito uma das pernas para fora do leito, até tocar com o pé

no chão, de modo que ficou à mostra até o joelho. (…) Pobre Augusto!… Não te chamarei feliz!… Elle vê a um palmo de seus olhos a perna mais bem torneada que é possivel imaginar!… Attravés da finissima meia apprecia uma mixtura de cor de leite com a cor-de-rosa e, remactando este interessante painel, um pezinho que só se poderia medir a pollegada, appertado em um sapatinho de setim, e que estava mesmo pedindo um… dez… cem… e mil beijos; mas, quem o pensaria? Não foram beijos o que desejou o estudante outhorgar àquelle precioso objecto; veiu-lhe ao pensamento o prazer que sentiria dandolhe uma dentada… Quasi que ja se não podia suster… ja estava de bocca aberta e para saltar… Porem, lembrando-se da exotica figura em que se via, metteu a roupa que tinha enrollada entre os dentes e appertando-os com força contra ella, procurava illudir sua imaginação.} [no livro “A moreninha”, São Paulo: Martins, 1965. pp. 173-174]

Ainda antes do realismo mais actual, em Machado de Assis um conto como “A chinella turca” meresce registro de relance por causa destas passagens oniricas:

{A chinella de que se tracta vale algumas dezenas de comptos de réis; é ornada de finissimos diamantes, que a tornam singularmente preciosa. Não é turca só pela forma, mas tambem pela origem. A dona, que é uma de nossas patricias mais viageiras, esteve, ha cerca de trez annos, no Egypto, onde a comprou a um judeu. A historia, que este alumno de Moysés referiu accerca daquelle producto da industria mussulmana, é verdadeiramente miraculosa, e, no meu sentir, perfeitamente mentirosa.}

{A chinella vinha a ser pura metaphora. A chinella não foi roubada; nunca sahiu das mãos da dona. A famosa chinella não tinha nenhum diamante, nem fora comprada a nenhum judeu do Egypto; era, porem, turca, segundo se lhe disse, e um milagre de pequenez. A chinella era de marroquim finissimo;

no assento do pé, extuphado e forrado de seda cor azul, rutilavam duas lettras bordadas a ouro. “Chinella de creança, não lhe paresce?” “Supponho que sim.” “Pois suppõe mal; é chinella de moça.” “Será; nada tenho com isso.” “Perdão! Tem muito, porque vae casar com a dona.”…}

Exsiste, comtudo, em nossa litteratura, o grande monumento ao pé, o classico da podolatria em sua concepção feminil, elevada ao status de these esthetica e ethica. Um romance inteiro gyrando em torno do pé e de sua mystica.

Esse livro é “A patta da gazella”, de Alencar. Obra mais que curiosa, mysteriosa. Em vida do auctor, só teve uma edição, appesar da popularidade que “Iracema” e “O guarany” trouxeram ao cearense. Explica-se: a edição de 1870 sahiu sob o pseudonymo de Senio, que, segundo a critica, visava ao mesmo tempo ironizar a “maturidade” (ou “velhice”) creativa do escriptor e appresental-o como um inseguro estreante, exposto ao julgamento rigoroso e portanto ao decisivo teste de talento. Sabe-se la. Para mim, elle não estava querendo testar talento nem estylo: estava era com vergonha do thema, isso sim.

Ja que é para interpretar a gosto quaesquer classicos, tractei de recyclar a obra alencariana, vinte annos depois da primeira versão do MANUAL, numa paraphrase experimental semelhante àquella que Michel Gall fizera do livro de Daniel Defoe, entre cujas innumeras releituras faltava a da ousada “A vida sexual de Robinson Crusoé”, onde o parodista propõe-se a revelar tudo o que restava subentendido accerca das relações do naufrago com a fauna e a flora da ilha -- inclusive, é claro, o nativo Sexta-Feira.

No meu caso, propuz uma leitura sadomasochista da podolatria de Horacio e addicionei ao

elencho alencariano um gruppo de personagens bem menos romanticos: practicantes de bondagismo, flagellativismo, “trampling”, “bootlicking”, “cocksucking” e outras modalidades de perversão que, si não eram amplamente conhescidas na corte imperial brazileira, o eram na victoriana britannica. O resultado desse emprehendimento intertextual foi publicado em 2005 sob o titulo de A PLANTA DA DONZELLA e paga ao pé feminino o mesmo tributo que o MANUAL paga ao masculino.

Só para refresco da memoria, cabe revisitar alguma passagem podolatra do alludido livro de Gall:

{“Accontesceu um dia, perto do meio-dia, quando ia na minha piroga, que fiquei extremamente surprehendido ao descobrir a marca de um pé humano perfeitamente desenhado na areia. Parei immediatamente, como si tivesse sido attingido por um raio ou como si accabasse de ver um phantasma.” A marca de um pé humano! Robinson nem accreditava nos seus olhos. O seu primeiro movimento foi o de se adjoelhar e de a beijar. Distinguia claramente a marca de cada dedo e até mesmo as linhas da planta do pé. Poderia ser? Não estaria elle a sonhar accordado? Belliscou o ventre. Não, era verdade. Mas não era o pé de uma mulher? Robinson viu surgir por cyma da marca duas pernas exguias, duas nadegas redondas, um ventre delicado, dois seios com a forma de funil. Mas isso era uma miragem. Aliaz, havia poucas probabilidades de que fosse uma mulher. Que poderia ella fazer naquelle logar? Em vez de carne doce e elastica, Robinson anteviu carnes duras e couraçadas de musculos, com enormes biceps. Esta outra apparição tinha nas mãos um arco e flechas ponctiagudas. Da cinctura pendia-lhe um machado de guerra. Riu com um riso feroz. Um cannibal! Robinson ergueu-se e olhou à sua volta. Tinha o ar desvairado daquelle que accabou de saber que a mulher o enganna. E si fosse um cannibal? (…) Todas as manhans, o antigo londrino dava uma licção ao selvagem e ensignava-

lhe Inglez. À noite, quando estavam deitados um contra o outro na grande cama para dois que tinham accabado de fabricar, Sexta-Feira recitava a licção a meia voz ao ouvido de Robinson. A cada erro, este battia-lhe num sitio qualquer do corpo ou então dava-lhe um castigo (beijar-lhe o pé ou morder-lhe a coxa). Este jogo divertia tanto Sexta-Feira que por vezes fazia de proposito para se engannar. Neste regime os progressos que fazia eram lentos. No entanto, depressa conseguiu exprimir-se, si não correctamente, pelo menos de maneira que se fazia entender.}

No MANUAL eu lembrava, entretanto, que exsistem, sim, casos litterarios em que não é o pé feminino o objecto de attracção e prazer para o sexo opposto. Isso occorre, por exemplo, na novella “Um coppo de cholera”, de Raduan Nassar, onde é a mulher quem se excita com o pé do macho.

Outros auctores do genero tangenciam aquillo que espero dum texto sordidamente podolatra protagonizado pela figura feminina, mas circulam na zona clandestina da contralitteratura extracommercial. O mais illuminado delles é Diego Tardivo, meu cumplice de confidencias, franquezas e impiedades, que vae alem de Nassar na passagem abbaixo.

{Quando cessou o barulho do chuveiro e deduzi que ella accabara o banho, puz um marcador na pagina onde parara de ler e guardei o livro. Ao cabo de alguns instantes, ella entrou no quarto enrollada numa toalha, os cabellos lisos e assetinados expraiados ao longo das costas. Exquadrinhei-a como si estivesse em face de uma Walkyria, uma divindade fumegante de paraisos em que piccas e bocetas cruzam-se no ar, e meu pau enrijesceu-se immediatamente. Sem mais tardar, advancei até ella e lhe removi a toalha. Attirei-a na cama e disse, em tom baixo, porem auctoritario e severo:

-- Você quer sexo?

-- Você é quem sabe -- respondeu ella.

-- Sabe o que você é? -- perguntei.

Ella fixou em mim um olhar em que se ennovellavam a curiosidade e o medo. Medo de minha lingua asperamente impiedosa.

-- Você -- disse eu, fria e calmamente. -- Você é uma putinha molestada. É isso o que você é. (…) E eu te acceitei, portanto, veja-me como o teu deus. Eu te acceitei mesmo sabendo de quem você se tracta. Conte a todas as suas amigas o que lhe accontesceu na infancia, conte o que realmente você é, ou seja, uma molestada, e então você verá cada uma dellas fugindo de sua presença marginalizada. Vocês me armaram ciladas demais, mas eu me regozijo com meus infortunios. Sepultaram-me nas trevas de onde me erguerei poderoso e cheio de ecstase. Um dia.

Uma repentina cholera appossou-se de mim e, advançando até ella, dei-lhe uma bofetada no rosto. A essa altura seus soluços desandam a ronronar. Tirei o short e puz-me a exfregar o pau em sua cara. Ao sentir o membro rijo e fremente, enfiei-o na bocca della, que o engoliu entre lagrymas e poz-se a chupal-o. Exbofeteei-a ainda mais umas cinco vezes emquanto me chupava, e seus olhos cerravam-se amargamente a cada bofetão. Humilhal-a, humilhal-a… agora ella está gravida e será vista nua por um doutorzinho qualquer, que a appalpará e bolinará. Então isso é ser macho? Ter a esposinha bolinada por outro homem, queiramos ou não? Não resisto a esse pensamento e lhe digo:

-- Filha da puta, todas vocês mulheres nasceram para isso mesmo! E você mais ainda, e as outras como você! Alem de ter sido molestada dos seis aos dez annos, será bolinada por um obstetra! Você é corrupta desde a mais tenra infancia. Vejo a expressão “puta por natureza” gravada em cada um de teus seios, no contorno dos mammillos.

-- Para -- berra ella, desvencilhando-se de minha picca -- ja fui humilhada demais, não vou tolerar isso… você é tão egoista… sabe que…

Não dou-lhe ensejo de continuar. Aggarro-a pelos cabellos e cuspo em sua cara. Em seguida empurro-a e metto o pé direito em sua cara.

-- Sabe de uma coisa… você vae chupar meu pé.

Glauco Mattoso me ensignou… aliaz, nem sei por que não apprendo mais com elle… fique sabendo, sua vadia, que si eu o conhescer deixarei que elle me ensigne o catecismo do sadomasochismo. Mas emquanto isso chupe meu pé… entre os dedos e embaixo delles…

Ella põe-se a accariciar os vãos de meus dedos com a poncta da lingua. Emquanto trabalha em torno dos dedos, faz cocegas na sola de meus pés. A certa altura faz beicinho e deixa que os labios deslisem por todo o pé. Quando termina com o pé direito, faz o mesmo com o esquerdo, até que, não me aguentando mais de tesão, puxo-a para mim, abro-lhe as pernas e lhe enfio o pau. Gozo em coisa de dois minutos… ao fim da trepada ella está chorando, ainda magoada. Eu, frio e irascivel, accendo um cigarro e, appós soltar uma baforada no rosto della, digo:

-- Chore. Pense na vadiazinha molestada que é e chore.} [trecho do conto “Da memoria em chammas”, no livro “Insomnia”]

Bons ficcionistas à parte, actualmente o pé feminino virou trivial variado nas redes virtuaes e sociaes, viciosas e saciaveis. Inclusive quando o calçado nem seja tão feminino, delicado ou limpo. Ao seleccionar textos internauticos para a anthologia “Aos pés das lettras”, achei este relato confessional, attribuido a um certo Carlos: {Resolvi escrever porque preciso contar o que se passa em minha vida para alguem. A questão é que, alem de ser um podolatra inveterado e gostar de

ser dominado por minha namorada (não se tracta de dominação physica, e sim psychologica, como, por exemplo, quando ella me humilha ou “dá bolla” para outros caras na minha frente), eu tenho um fetiche raro (pelo menos no Brazil, pois ja vi muitos sites americanos a respeito): sou completamente louco por mulheres usando tennis, especialmente os de corrida. Bom, acho que ja posso começar a relatar minha historia. Tudo começou ha mais ou menos trez annos, quando me matriculei em uma academia; logo no primeiro dia me encantei pela garota mais bonita dalli, actualmente minha namorada. Ella tem um metro e septenta, morena, um corpão sarado e um rostinho de princeza. Porem, o que mais me chamou a attenção foram alguns detalhes, que me deixaram morrendo de tesão: ella era bastante “patricinha”, tinha um ar esnobe e usava um tennis maravilhoso, que, na epocha, era lançamento e muito poucas pessoas possuiam um. Appós algum tempo, creei coragem e puxei conversa com ella. De uma de suas fallas eu me lembro como si tivesse sido dicta hoje:

-- Cara, você gostou mesmo do meu tennis, heim?! Faz meia hora que você não para de babar nos meus pés…

Havia outras pessoas por perto e, naquelle momento, fiquei muito sem graça e, ao mesmo tempo, com o pau duro de tesão o que ella demonstrou ter percebido, dando um sorriso e fazendo uma expressão de superioridade. Mudei de assumpto no mesmo instante. Continuamos conversando e hoje em dia namoramos firme. Mas accontesce que ella é muito experta. Desde o primeiro momento, sacou meu tesão por tennis e em ser humilhado. Actualmente, realizamos uma especie de ritual diario: quando ella chega da academia, eu devo me deitar para servir de tapete, principalmente o meu rosto. Então, ella ordena que eu beije muitas vezes os seus pés, ainda calçados. Depois, ella ordena que eu tire seus tennis e fique cheirando-os, e tambem as suas meias. Eis que vem uma das melhores partes. Ella sempre diz:

-- Amor, você tem coragem de guardar os tennis da sua dona nesse estado? Olha como a sola está suja! -- e me obriga a ficar lambendo a sola de seus tennis por muito tempo. Ao fazer isso, ella se contorce de tesão, appenas por me ver naquella situação humilhante. Em seguida, ella pede (ou melhor, manda) que eu beije e lamba os seus pés, o que faço com muito prazer, alem de chupar os seus dedinhos. Isso, quasi sempre, a leva a um enorme prazer. Como eu disse, minha namorada é muito experta; appós algum tempo, ella passou a exigir que eu lhe desse um tennis novo (e caro) practicamente todos os mezes. Seu closet tem actualmente vinte e nove pares de tennis. O ultimo tennis que ella me obrigou a comprar custou oitocentos reaes! Dessa forma, ella tem à disposição um arsenal para me deixar sempre louco, pois sabe que basta calçar um bello tennis para que eu fique completamente de quattro aos pés della (appesar de eu ja fazer isso mesmo sem os tennis). Bom, nem sei como tive coragem de escrever tudo isso, mas era preciso. Não poderia mais guardar appenas para mim essa situação. Não ouso contrarial-a, pois não quero perdel-a, mas, no fundo, eu gosto.}

Hoje em dia ja não temos tanta necessidade dum texto em inglez para lermos scenas ficcionaes envolvendo “bootlicking”, nem que precisemos encommendar a empreitada a um especialista, como o dominador hetero a quem sollicitei o conto parcialmente exemplificado abbaixo. O auctor sahiu-se, por signal, galhardamente do thema, pois incorporou ao sadomasochismo podolatra algo da coprophilia sadeana e da cegueira mattosiana, como elle mesmo indica:

{Ha algum tempo, você Me “provocou” a escrever algo sobre podolatria masculina. Resolvi topar a brincadeira do “desaffio” & escrevi “Bless the beasts and children”, tomando como poncto de

partida justamente o “Manual do Podolatra Amador” &, portanto, tua vivencia pessoal. Na occasião tu elogiou & permittiu que Eu o publicasse, assignando como Sado Master, em Meu blog INFERNO DE MARAVILHAS & o conto está la, desde 12 de março de 2013.}

{Quando me aggarrou pelos cabellos e me levou a centimetros de seu halito fedendo a cigarro e bebida, notei que era feio, mas a maldade precoce que a maturidade um dia iria esculpir para sempre em sua face me fez achal-o bello e não considerei injusto que precisasse me martyrizar por haver repetido de anno mais uma vez. Talvez por isso senti-me constrangido em gemer quando a bofetada arremessou meus oculos de cegueta “quattro-olho” para algum desconhescido poncto no infinito do universo. O soco no estomago me tirou a respiração por um tempo que me fez temer morrer em suffocação, mas sabia que não deveria gritar ou pedir soccorro, pois poderia vir alguem e então tudo estaria accabado e eu nunca saberia o desfecho do mais que justificado destino humilhante de que era merescedor o primeiro alumno mariquinha queridinho dos professores.

O cemento do chão tinha um cheiro extranho, o solado grosso do teu vulcabraz mandava um aroma enjoativo de borracha e poeira para meus pulmões, porem, a dor em meu rosto exmagado era anesthesiada pelo extranhamento da vergonha que, de forma inedita até aquelle dia, fazia meu pau estar duro como em nenhuma punheta jamais estivera.

Não era necessario seus amigos terem segurado meus braços e pernas como um pathetico crucificado. Melhor mesmo estar sem os oculos e ter meu panico affrontado pela merda molhada de mijo grudada na sola de teu sapato. O ponctapé nas bollas do sacco foi de fria efficiencia para que eu abrisse a bocca e obedescesse com entrega sua ordem, lambendo e lambendo e sentindo na lingua… Com monstruosa

malicia você havia mergulhado o sapato numa das privadas repletas de excrementos, novos, velhos, não importa. O sabor não era o que suggeria o fetido do cheiro. Amargo enxofre? Seria esse o gosto do cu do diabo, o mesmo com que se deleitavam as bruxas no sabbath, quando em meias-noites de luas cheias maldictas depositavam osculos tarados no demoniaco anus purulento para alcançarem a degradada delicia da degenerada communhão com o prazer interdicto?

Não foi você, não sei quem jogou meus oculos em meu peito. Não precisei delles para guardar fundo a tonalidade perversa de tua voz: “Si contar para alguem, cegueta filho-da-puta, te como o botão fedorento, prega por prega, na sangria, sem vaselina!”

Appressado, colloquei os oculos, queria enxergar mais uma vez teu rosto de impiedade juvenil, mas você ja sahia de costas. Um de seus amigos torturadores olhou para traz: “Olha, o veado tá rindo!”

“Deixa, todo cego ri com cara de bobo, que nem o Ray Charles”, você disse com calculado desprezo ennojado.}

Appenas uma resalva: não sou nenhum Antonio Botto para ensignar um macho a lidar com as mulheres, mas assumo meu papel de influenciador quando é o pé do macho que está em jogo. Principalmente si essa modalidade esportiva incluir athletas parolympicos, no caso, um ceguinho…

[7] PODOSMOPHILIA NA CYBERLITTERATURA

Como se sabe, ha muitas “camadas” na rede virtual, e a podolatria não foge à regra. No caso, as camadas vão do que ha de “baunilha” ao que ha de “palmilha”, ou seja, do mais perfumado ao mais defumado. Abbaixo dou exemplo do que ha de mundano e, mais abbaixo, exemplos do que ha de submundano.

Em julho de 2001 eu annunciava na rede que accontesceu em São Paulo o primeiro encontro de gays podolatras em “local publico” no Brazil. A data historica foi a noite do dia 3, uma terçafeira, e o local foi o Club Blackout, palco de orgias homoeroticas. No convite a mim repassado por “emeio”, os organizadores comparavam o evento às famosas noitadas podolatras do bar novayorkino The Lure e annunciavam a intenção de repetir a dose a cada terça. Quem quizer conferir o que rollou nessa pioneira “festa do pé” leia o relato abbaixo, escripto por um dos presentes, um carioca que mora nos States, o qual reportou sua experiencia ao “message board” do site podolatra “Foot Buddies” no dia 25 de julho. O amigo a quem elle se refere é responsavel pelo primeiro site podolatra brazileiro: “Brazil Feet”.

{Posted by leo on July 25, 2001 at 00:54:24: São Paulo (SP) is the biggest city in Brazil and despite of being a “carioca” (native from Rio de Janeiro) I simply love São Paulo. I compare SP to New York City, my favorite place in the US. Everytime I go to SP I have a lot of fun. There are many things to do there, including cultural stuff. The gay scene is also very lively and there’s always something interesting going on there. SP is also the place where I found the greatest number of foot lovers in Brazil. From a

total of 20 messages from foot lovers I’ve received before going to Brazil, 12 were from SP. Therefore this city was chosen to host the first Brazilian foot party. I just happened to be in the right place at the right time. A foot friend from the Brazilian Feet homepage invited me to the party. We’ve exchanged foot pictures for over a month and I was going to SP to meet him anyway. So, we decided to meet at the party. Well, I do not know if any of you guys happened to read any report on this party (I didn’t) and everything I’m telling you here is based on my personal point of view. I’ve been to many foot parties in NY before and whatever I was expecting from this party in SP had some relation to what I’ve experienced before. I’m not trying to compare them at all, but I cannot deny that the party in SP surprised me a little bit. The place chosen for the party was a gay club, a mixture of sauna, bondage and free sex. The admission ticket was something around $8. It was my first time in a place like that and the guests were required to wear just a towel and flip-flops (unlike the foot parties I am used to attend, see?). Some guys were simply naked, others with the towel and shoes. Since it was a mixed night, I do not think the foot lovers’ attendance was what the organizers expected. For what I saw, there were less than ten people you could identify as having a foot fetish, the crowd was maybe of 40. I finally met “my friend” and went cruising to feel the atmosphere of the place. Light bondage was going on here and there, some serious fisting (the first time I saw that too), people making out in the dark chambers, etc. I went to one of the main rooms where a Kink Video flick was being shown and started some conversation with a cute boy beside me. I introduced myself and asked him what exactly brought him to that place. He said he saw a flyer of the party and as a foot lover himself he decided to take his chances. He was very young and handsome, great smile, and friendly. I started

toying with his awesome size 10 feet, massaging his high arches and teasing his toes. He smiled and said it felt great. I then proceeded sucking each one of his well-formed toes, licking his soft soles and kissing his tops. He started moaning and enjoyed every second of it. It was when my friend joined us, we talked for a while and then we went to a dark room where we could be more comfortable. This room had a gigantic bed (many mattresses aligned) and a couple of couches. We went to the bed and had a three way. For almost an hour we played with each other’s feet, and my friend’s feet were wonderful too. I remember they tasted great. An interesting thing about ALL the guys I had the chance to play with that night is that their soles were amazingly soft, almost perfect feet, clean, beautiful, well cared, etc. I know that some of them were not foot lovers, but all had great feet. There was this guy who liked fisting, and while he was being “worked on” I was playing with his delicious feet (he had his feet up, some straps holding them). After I left my friend and the cute boy in the dark room I joined different sex groups and “did” many different pairs of delicious feet. I believe that the foot thing just added something else to the kind of sex those guys are used to have in that place. I sucked the toes and did everything else to about 20 different guys, and all of them were very receptive to it. But there was this cute guy there (he was responsible for performing the fisting activity) and he only had his white socks and boots on. His dick was so beautiful, hanging on his juicy balls. I noticed him from minute one, but I never approached him while there since I’m not into “his specialty”. But before the party was over (close to 1 am) he sat by my side and started playing with his dick and balls. I could not resist, and I gave him a helping hand. His kiss was so tender, his nipples adorable, his belly bottom tempting, his dick was pulsating and his balls extremely sweet. I asked him about his feet,

if they were as beautiful as the rest of his body, and he simply said: “Why don’t you find out?”. It is needless to say that it was exactly what I did, and guys, wow! I shot my load just staring at the most delicious pair of feet I had that night. And he said something very interesting about us: “It ain’t fair, your fetish is the easiest to satisfy”. Well, what can we do?}

Nos annos oitenta, até se podia fallar duma osphresiolagnia do pé masculino, mas ninguem alem de mim ousaria escrever. A obra dos collegas de penna nunca abbordaria o thema, mas ao menos a rede virtual, finalmente, o fez, a despeito da precariedade na redacção. Seguem algumas ammostras da presença da dysodia no imaginario e no confessionario dos internautas.

{Não me pergunte o porque, mas sempre tive o tesão de ver alguem se humilhando ou sendo humilhado. Mesmo em situações banaes… e sempre associei isso a uma symbologia em que beijar e cheirar um pé sujo, suado e sobretudo com muito, muito CHULÉ seria o maximo. Pisar e pisotear, expezinhar, trahir sem dó. Isso ja era um tesão p’ra mim quando associado ao sexo opposto, mas eu, sendo hetero, e com o tesão da humilhação, comecei a ter tesão na imagem de um cara, tambem hetero, sendo obrigado a cheirar meus pés, lamber as solas. Sentir o cheiro entre os dedos, chupar minha frieira do pé esquerdo. O azedo da sola suja e suada. Quando vi suas coisas de passagem, e agora mais recentemente ao rever na net, gostei de novo. O que você acha disso? Cheirar meu pé 42/43 até eu dizer chega… (…) Por incrivel que paresça, não havia me dado compta do tesão que seria a situação de ter um cego debaixo do meu pé. Typo cheirando o chão que eu pisei, à procura do suor que te direccionaria , sempre cheirando até o cheiro forte do chulé de um macho hetero. É como si a natureza, algo maior, estivesse covardemente contra você, e appesar de sua tristeza

pela situação, tivesse ainda que chupar o pé de um cara forte e comedor, que não tem problemas como esse. Esse typo de crueldade e covardia me dá muito tesão. (…) É muito antiga. Está no pé esquerdo, entre o dedo menor e o seguinte. Os dedos desse pé são mais junctos, dahi a frieira. Eu de certa forma a conservo porque gosto de coçal-a e do cheiro fetido que dá. Mas nunca ninguem a tractou, você será o primeiro. (…) Outra coisa… Gostei da sua definição de hetero frustrado. Deu p’ra entender o porque e isso é bom, pois acho que nunca admittiria um gay cheirando meus pés, pois elle o faria por tesão a um homem e não por tesão a humilhação, o que é bem differente. (…) Quando você tiver chupando meu pé, sentindo o suor fetido e o cheiro de chulé, lambendo entre os dedos, minha frieira do pé esquerdo, no chão, limpando a minha sola suja, vou morrer de tesão de ver um cego, de forma pathetica no chão, tendo o unico prazer que consegue ter, e succumbindo ao imponderavel de sua situação, consciente e inconscientemente procurando ter prazer na situação mais frequente de sua vida e condição, a humilhação. (…) Ja vou. Mentalize ao ler, a scena de você tirando minha bota sem meias, e cheirando o queijo dos pés de um macho hetero, forte comedor de mulheres. (…) Quando creança, adolescente, pisei juncto com uns 6 moleques a cara de um outro que era a chacota da turma. Era um accontescimento annual que accontescia no collegio, uma competição esportiva que reunia todas as series gymnasiaes e collegiaes em disputas em varios esportes. E a todos eram dadas funcções, inclusive de technico e auxiliar. E esse cara, por não jogar nada, era auxiliar. Passaram o pé nelle no vestiario e cahiu de cara nos pés da gente. Foi quasi que instantaneo, reflexo, pôr o pé com a meia suada na cara delle. Mas não durou quasi nada. Mas ja não exquesci, mesmo assim. A intenção de pisar e humilhar tava no ar. (…) Olá, escravo cego! Ia te responder na outra charta, mas gozei ao lel-a, e deixei p’ra depois. Dá muito tesão saber e

perceber mesmo o quanto beijar meus pés significa p’ra você. É como si cahisse do céu uma luz p’ra illuminar suas trevas. É tão bom saber que tão pouco ja te satisfaria! O simples contacto de sua lingua na sola suja de meus pés. Gostei daquella historia sua de pequeno. Me diz: si eu quizer que você chupe meu cacete, ou receba meu mijo na bocca, você faria isso tambem para me aggradar? Tô com o pau lattejando só de pensar em ver você no chão, tacteando sem jeito e obedescendo minhas ordens. Lambendo entre meus dedos a frieira do pé esquerdo. Quero mijar em tua cabeça emquanto você, no chão, lambe meus pés. Realmente eu vejo que o destino foi muito cruel com você, e isso só me dá mais tesão! (…) Isso! Pense que você, fazendo isso, tá dando prazer para um cara para o qual você não diz nada alem de uma experiencia no prazer da crueldade. Faz isso só porque eu tenho esse capricho. Isso me dá tesão. Quero sentir toda a sua tristeza da vida quando você estiver com a cara no meu pesão suado, lambendo, cheirando, lambendo o chão que eu accabei de pisar, e tomando meu mijo na sua cabeça. É como você deve saber, cego! Você deve ficar dividido entre dar vazão a esse unico tesão que te sobrou ao se humilhar tanto e entre se rebaixar de verdade, na real, e saber que, para você, no intimo, se entregar e dar tesão aos outros por sua humilhação é ver que a coisa mais importante de você e que você faz melhor se resume a isto. Olhar chorando p’ra cyma e imaginar que em algum dia você tinha excolha e devia brincar com ella, mas agora, nem que quizer, deixará de ser um lambedor de chulé. Queria sentir que você sente essa tristeza, essa reflexão, emquanto está la embaixo trabalhando o pé de um macho. O que me dá mais tesão é ver alguem ser obrigado a lamber um pé sujo e cruel (…). Uso meias, muito. Mas, às vezes, sem meias, principalmente tennis. Adoro tennis e botas. Faço academia directo e por isso uso muito tennis. Os pés ficam suadaços. (…) Minhas botas são polonezas, de couro marron advermelhado, são arredondadas, e

muito fortes. Mas muito, muito quentes por dentro. Dão muito chulé, mesmo sem tirar as botas é possivel cheirar o chulé. Às vezes uso sem meias e fico com tesão quando sinto meus pés suadaços la dentro. Imagino alguem limpando e cheirando meu chulé. Às vezes uso com uma meia de polyester que tambem deixa muito chulé. (…) Hontem, dia humido, ao ir dormir, depois de usar hawaiianas a madrugada toda, bem relax, notei meu pé suado, humido pela borracha e totalmente sujo e allaranjado na sola. Faltou a lingua de um coitado nelle. (…) Cego, eu quero sentir suas lagrymas de tristeza emquanto você tira o suor das solas de meus pés com sua lingua. Quero ver você sentindo o cheiro de meus pés como si fosse o seu oxygenio. Como si o cheiro dos pés suados de um macho fosse o que te desse forças p’ra continuar vivendo a par dos prazeres do mundo… que são muitos e muito bons, accredite. (…) Eu accredito que a natureza não tem moral, e por isso accredito que certas pessoas nasceram só p’ra dar prazer a outras… O que você acha de seu destino, de sua vida, seja o de se humilhar para prazer sexual de outros? (…) Isso mesmo, cego.

Assim que eu gosto… mostrando a differença, alli, bem embaixo, trabalhando meu pé com sua lingua. (…) Essas ferias pude correr bastante, descalço, na praia, e meus pés estão mais cascudos, precisando de uma lingua triste e submissa para ammacial-os de novo, e tirar seu cheiro natural do dia-a-dia.

Alguns dias estiquei as pernas e, vendo meus pés esticados e relaxados sobre almofadas, imaginei sua lingua se humilhando ao lamber meus pés. Ficava de pau duro.}

{E aHê Glauco, blz!? Sou um skinhead de 20 annos da cidade de São José dos Campos-SP ultra-obssessivotarado por pés masculinos,principalmente callosos e asperos, tb adoro pés chatos! Putz! como é foda achar assumpto relacionado a skinz anti-nazi e podolatria masculina aqui no Brazil! Mas o q eu queria mesmo é q vc collocasse photos de seus pés

no seu site, só de eu ver solas ja tenho vontade de gozar… Fallô! Abbração. (…) Blz Glauco!? Não tenho pés chatos, elles são allongados com dedos finos (confesso até q não gosto muito delles, queria ter pés mais carnudos!) porem tenho as solas grossas do jeito q gosto. Calço 43. Uso bota quasi todo dia e colloco sempre a barra da calça p’ra dentro p’ra mostrar p’ra todo mundo meu visual skin. O povo daqui de SJC ainda não sacou esse lance de skinheads e tal. Tanto é q não conhesço nenhum skin assim q nem eu, só tenho amigos punks q não entendem muito esse lance. (…) A unica experiencia com pés q eu tive foi só com lambidas mesmo, hehehehe… ja é difficil achar alguem q curte pés aqui, qto mais alguem q use botas. Typo eu até entrava em chat gay mas só me decepcionei, esse povo é muito conservador, só querem saber de chupar picca e de fetiches mesmo elles não entendem porra nenhuma. Abbraços. (…) Falla Glaucão, blz!? (…) Gosto muito de botas militares, principalmente Arroyo e Atalaia essa ultima fabrica uns modellos de bicco quadrado e solado bem alto q são irresistiveis para lamber e ser pisado por ellas… hehehehehehe (…) Por esses dias quentes tenho andado descalço no parque, adoro sentir as solas bem grossas. (…) Fallaê Glauco, blz!? (…) Tb exquesci de te contar q tb tenho fetiches por tennis arregaçados e velhos (de skatistas e de baskete, typo botinha) e tb sou tarado por meias ultra-encardidas quasi exhalando à decomposição. (…) Alô Mestre! Pois é, ja tive a sorte de achar um par de Mizuno nº 44 aqui perto de casa, elle tá bem podre mas ainda continuo usando. É difficil achar aquelles tennis de cano alto de baskete, são desse typo q eu mais curto. (…) Seus sonnettos são o maximo, conseguem synthetizar tudo q sinto em relação minha obsessão pelos pézões. (…) Recebi 2 de suas obras hj: o “Manual do podolatra” e o “Centopéa”, valeu cara! Typo q a gente é mor parescido. Abbraços. (…) Alô Glauco, Terminei de ler o “Manual” agora à noite Cara, q pena q eu não

vivi na tua epocha, queria ter sua ousadia p’ra conseguir os pézões dos meus sonhos! Queria ter sido linguo-massageado por ti tb! hehehehe (…) Alô Glauco, belleza!? Estou lendo “O q é Tortura” de sua auctoria, onde tem sua photo hehehehe… adoro caras barbudos de oculos!!! Tb uso, sou myope. (…) Alô Mestre (ou melhor escravo!) Raspo a cabeça com bastante frequencia e gosto de deixar a barba sempre por fazer, não curto muito rosto liso, às vezes uso cavanhaque com ou sem bigode e tenho as sobrancelhas grossas q são realçadas pela careca. Meus pés são longos e magros, calço 43 porem tenho os tornozellos finos então os tennis sempre parescem q estão folgados. Aqui na minha cidade é facil de achar aquellas botinas de pedreiro sujas de cemento jogadas por ahi como si fossem lixo, manja? Mas o melhor é q ellas conservam aquelle chulé delicioso, quasi mofando, do peão q a usava! Quando acho esses “thesouros” levo para casa e dou um tracto, si servirem em mim belleza! Sinão fico inhalando as durante um tempão! (…) Sempre gostei de homem porem sempre repudiei o “guei of life” ou seja tenho phobia desses estereotypos da maioria dos gueis (disco music, fashion, etc…) Minha attracção maior sempre foi por caras rudes e rebeldes, punx e skinz, esses ultimos reflectem a virilidade desde a careca até as botas q parescem transbordar o tesão pela submissão. (…) Belleza Glauco!? Estava vendo photos de pés com pollegar pequeno e o segundo dedo maior, realmente elles são bem excitantes! Outra coincidencia é a escatologia, tb sinto forte attracção por merda, sexo immundo entre carecas. Fico excitado com cheiro de carniça não sei pq! Abbraços, biccudas e soladas! (…) Alô Glauco, blz!? Vejo bastante sobre gay-skins ou queer-skins, mas aqui no Brazil isso deve parescer um absurdo mesmo para aquelles q se acham tão anarchistas assim… Às vezes entro no batte-pappo do uol e la sempre tem uma salla entitulada de Chulé/ Mijo-GAY, tem caras legaes, mas o foda é q cada um mora muito longe um do outro… Cultive sempre

seu chulé! Sempre deixo uma cueca exporrada dentro do tennis e da bota, paresce uma usina de coalho… hehehehehe Fallô Mestre-Escravo Anti-heroe!}

{Eu sempre tive o meu metabolismo abballado quando via algum militar, PM, seguranças, principalmente, é claro, por causa dos cothurnos, sempre mesmo, desde pequeno, e como eu morava e meus paes ainda moram pertinho da Villa Militar, sempre via militares passando pela rua, a pé ou então naquellas viaturas cheias (cheias de solas deliciosas) e ficava completamente hallucinado (isso com 4, 5 annos). Me lembro até de uma situação que jamais exquescerei, pois foi a primeira vez que senti pés de homem em mim: Meu pae tinha um bar perto de onde moravamos e muitos dos freguezes, obvio, eram militares que eventualmente frequentavam fardadissimos. Eu tinha uns 9 ou 10 annos e estava brincando de bolla de gude num cantho de uma calçada. Eu estava de cocoras quando de repente vi dois paraquedistas, por signal muito sacanas, pois vinham sempre alli e eu ja sabia distinguil-os, pois a cor dos cothurnos era marron e usavam boinas vermelhas. Sem que eu percebesse chegaram por traz de mim e um delles roçou o bicco do cothurno no meu cu, e fallou: “Cuidado, garoto, essa posição é perigosa!” Na hora eu senti uma coisa, uma sensação deliciosa que eu não sabia definir, e a minha reacção foi ficar olhando com cara de bundão para aquelles caras grandalhões que riam e me sacaneavam. Como eu não sahi do logar, o outro fallou que eu tinha gostado e começou a dar ponctapés de leve na minha bunda, dizendo que era macia. Levei uns cinco biccos que me fizeram cahir, pois o ultimo foi dado com mais força. Fiquei cahido olhando para elles, que riam, e eu não conseguia siquer fallar, pois de qualquer forma eu estava muito assustado e com um certo medo, mas tambem estava muito excitado, meu cuzinho piscava, e estava de pau duro, não tinha o menor controle nisso. Foi quando o que me tocou primeiro appoiou

sua sola no meio das minhas pernas e pressionava de leve, fallando que aquillo que eu tinha alli não ia me servir p’ra nada, pois eu era bichinha. Nisso o outro levantou o pé e collocou sua sola a poucos centimetros da minha cara, mandando que eu a beijasse. Beijei e lambi, um pouco assustado, é claro, mas foi inexquescivel. Nisso elles foram embora, rindo e me chamando de veadinho, e eu alli meio tonto, sentindo ainda a sensação de ter aquelles pezões em mim. Fiquei tão excitado que nos outros dias ia sempre brincar sozinho no mesmo logar, na esperança de encontral-os de novo, mas por azar meu nunca mais os vi. Talvez venha dahi a minha tara, porque p’ra mim eu considero esse accontescimento como a minha primeira experiencia sexual, ja que de la p’ra ca passei a investir nisso. Até que, mais tarde, mais velho um pouquinho, comecei a passear mais, agora dentro da Villa Militar, e passava ja na intenção, encarando aquelles homens que muitas vezes perguntavam o que eu estava olhando e diziam p’ra eu cahir fora, que alli não era logar de veado (Imagina!). Mas em compensação a maioria mexia e assobiava, eu acho que tambem por causa do cabello, pois tenho cabello comprido e você sabe, p’ra militar quem tem cabellão ou é maconheiro ou então é veado. No meu caso cabia mais a segunda opção. No inicio achava que toda essa reacção da parte delles não passava de brincadeira, até que comecei a ser abbordado por alguns que às vezes estavam indo p’ra casa e até mesmo de serviço, com as propostas as mais inesperadas e ousadas possiveis. Ahi pensei: é a grande opportunidade de poder sentir de novo aquelles pés maravilhosos na minha cara, na minha bunda, no meu pau! Foi quando, uma vez, passando sempre pelo mesmo logar, dois soldados que estavam de serviço na calçada perto do quartel, em Deodoro, me chamaram e fallaram para que eu apparescesse à noite, depois de meia-noite, pois estariam dando serviço nos fundos, ao lado do allojamento. Achei aquillo tudo meio suspeito, pois ja tinha ouvido

historias de muita crueldade da parte delles e, dependendo da crueldade, não ha masoca que supporte! Mas não sei por que, elles me passaram alguma sinceridade, até porque olhei pro pau delles, e paresciam estar de pau duro. Quando foi 11:45 da noite, la estava eu passando como quem não quer nada e querendo tudo. Elles ja estavam la, conforme fallaram, cada um com seu fuzil. Elles assobiaram e eu me approximei. Elles foram directo ao assumpto, dizendo que queriam gozar, e eu fallei que era perigoso, pois appesar de a rua estar deserta poderia apparescer alguem, e ahi? Foi ahi que elles disseram que o logar ideal era o allojamento onde elles dormiam, pois si apparescesse alguem era só eu entrar debaixo do beliche. Eu achei tudo muito doido, mas como quem não arrisca…, resolvi topar, até porque elles disseram que os outros tambem estavam a fim, e a essas alturas eu ja estava enlouquescidA. Mandaram eu esperar um pouco e de repente abriram o portão e disseram p’ra que eu fosse rapido e entrasse logo. Um outro que não estava de serviço naquelle momento apparesceu e disse p’ra que eu fosse com elle, foi educadissimo ao meu lado, a não ser pelo dedo delle que ja estava attochado no meu cu, emquanto iamos andando (uma coisa!!!). Eu ja nem estava me importando mais si ia accontescer alguma brabeira. Foi uma festa! Uns estavam jogando baralho, outros ouvindo musica. Pela naturalidade com que agiam vendo a “figura” aqui chegando, imaginei não ser o primeiro a apparescer alli para brincar. Disseram para que eu sentasse no chão, num tapete, pois ficaria mais facil de eu entrar embaixo da cama caso apparescesse alguem inesperado. É claro que me sentei ao lado dos pés de um soldado que estava deitado só de meias ouvindo musica com um walkman. O cheiro não podia ser melhor, e o visual tambem, pois aquellas solas paresciam immensas por estarem a poucos centimetros da minha cara (a media do tamanho dos pés alli era 42 e uns poucos 44). Assim que sentei, elle começou

a empurrar meu rosto com a poncta dos pés, parescia estar no rhythmo da musica que ouvia, o chulé era fortissimo e, com aquelles dedões advelludados por causa das meias roçando meu rosto, não resisti e abboccanhei aquellas solas. O soldado pressionou suas solas na minha cara, meu nariz ficou exmagado, mal podia respirar, e elle dizia rindo: “Isso, garoto, cheira o pé do Rambo!”. Nisso chegaram os dois que tinham marcado mais cedo, com suas piccas durissimas p’ra fora da calça, e me seguraram pelo cabello dizendo que chupasse os dois ao mesmo tempo, e tentavam a todo custo collocar as duas cacetas na minha bocca. Emquanto isso o soldado do walkman collocava a mão no pau e appertava. Ahi disse p’ra eu abbaixar as calças, pois queria ver a minha bunda. Num instante abbaixei e colloquei minha bunda nas suas solas. Elle paresceu gostar, pois ammassava minhas nadegas com suas solas e cotucava meu cu com seus dedões, emquanto eu chupava aquelles cacetes. Lambi practicamente todas as botas naquella noite, até porque o allojamento era bem pequeno, havia appenas 3 beliches. Tive que dar a bunda p’ra dois, mas tambem fallei que só daria si ficasse aos pés da cama de um soldado que dizia não querer participar da sacanagem, com os dedões delle na minha bocca. De cara elle não concordou, mas os caras tavam tão loucos querendo gozar que convenceram o gostosão, e que gostosão! Degustei cada millimetro daquellas solonas, chupei e mordi aquelles dedões com tanto tesão que chegaram a ficar rosados de tão limpos. Gozei sem que elles percebessem. Foi uma loucura! Sahi de la quasi às 4 da manhan, tendo que me esconder de vez em quando, mas valeu. E ahi, quando descobri a mina, foi só passar por la outras noites, e até hoje vou la. Muitos ja me conhescem e me dizem até quando vão estar de serviço. Mas isso rolla em muitos logares da Villa Militar, pois, como fallei, não sou o unico a visital-os, mas um dos poucos corajosos, pois são muito poucos que teem coragem de se arriscar assim. Não vou dizer p’ra você

que sempre foi uma maravilha, e é claro que ja occorreram situações difficillimas. Quasi fui preso uma vez, mas a coisa accaba cahindo no exquescimento, e nada como um pezão gostoso e chulepento p’ra nos dar coragem, não é verdade?}

{Tenho uma tara enorme por pés de homem, principalmente os grandes, sujos e com chulé. Sahi de madrugada num domingo, ja eram 2h da manhan. De omnibus, fui até Copa, dei umas voltas procurando um pé gostoso p’ra eu lamber. Achei um garoto de rua dormindo numa praça, lambi a sola do pé delle, tinha um chulé delicioso, meio suja, enorme. Elle accordou e eu sahi. Chegando na praça em frente à estação do Metrô, tinha dois caras e uma garota meio bebados discutindo numa mesa daquellas de dama e a uns 15 metros um cara branco dormindo sobre um banco, devia ter uns 40 annos, de lado, com os tennis só enfiados nos pés, com os calcanhares de fora. Sentei na beira do banco e encostei no calcanhar delle. Elle nem se mexeu. lentamente fui tirando o tennis delle, elle mexeu rapido os pés, eu parei. A sola do pé delle era bem aspera, suja, os dedos grandes. Comecei a allisar e percebi que elle deixava sem accordar. Allisei muito, beijei o pé delle, chupei o dedão. Vi que elle poz a mão dentro da bermuda e appertou o pau, ja duro, mas não abriu o olho. Continuei allisando o pé delle, lambi a sola e puz então um pé delle no collo, sobre meu pau, por dentro da minha camisa. Puz meu pau p’ra fora e rocei no pé chulezento delle, emquanto chupava e mettia a lingua entre os dedos. Elle então levantou a cabeça, abriu os olhos e massageou o pau, deitando de novo. Vi o pau delle então lattejando, vi que elle estava gostando. Perdi a linha e tirei o outro tennis delle…}

{Meu nome é Juliano, tenho 20 annos, sou moreno claro, olhos castanhos, 1,75m e 72kg. Tenho tesão por pés masculinos com chulé e tinha uma vontade de realizar uma phantasia: ser dominado por um

cara loiro alto, pés grandes e muito chulé. O meu sonho começou a se realizar no dia em que entrei numa salla de battepappo e vi um cara com o nick “allemão chulé”. Rapidamente, chamei-o para uma conversa no reservado. Nos appresentamos, elle disse se chamar Thiago, 20 annos, loiro, 1,82m, olhos azues. Pappo vae, pappo vem, eu contei a elle que minha principal phantasia sexual era ser dominado por um cara loiro com muito chulé.

Elle me disse que tinha um fetiche parescido, pois usava a mesma meia podre durante uma semana ja que não tinha com quem realizar suas phantasias, battia uma cheirando os proprios pés. Depois disso, resolvemos nos addicionar no MSN. Ligamos a webcam. Thiago, para me provocar, ficava exfregando os pés na tela do computador dizendo: “vem meu putinho cheirar meu chulé”. Eu não resisti e batti uma punheta legal.}

{Eu tenho um caso p’ra te contar, que accontesceu por varias noites durante uns dois annos, mais ou menos, aqui no Centro do RJ (É tudo no Centro?… Quasi!) Ha cerca de uns 4 annos attraz conhesci a Guarda Municipal do Centro, à noite, e em especial um guarda chamado Marcello, que era um typo optimo, bad boy, branco, estatura mediana, athletico, cabello preto e calçando 41 largo -- um tesão! Fallei p’ra elle sobre minha preferencia sexual e, p’ra minha surpresa, elle demonstrou interesse. Tivemos varios encontros em troca de um bom lanche, alguma adjuda de custo, e eu achava justo, ja que o guarda garotão (tinha uns 25 annos) reunia tantos predicados e merescia até mais. Mas eu constatei que elle gostava mesmo era da situação de me ter como seu escravo e, como elle passou a me chamar, o seu “chupa-dedão” -- e que dedões! -- e eu adorava o tom debochado e perverso do tractamento que elle me dava. Meu nome, eu acho que elle nem sabia, ja que só me tractava por babacão ou “chupa-dedão”. Quando elle soube que o chulé era importante, me ligava querendo encontrar. E ja sabia como me

convencer: me dizia que estava de serviço naquella noite e que eu não podia deixar de encontral-o, ja que estava usando as mesmas meias durante uma semana e que o chulé estava irresistivel. Eu ficava tremulo de tesão. Marcello entendeu exactamente o que me fazia gozar e explorou ao maximo. As meias, elle enterrava na minha bocca usando seus dedões, que ja estavam luminosos de tão chupados, e depois me dava uma sequencia de soladas na cara, uma sola de cada lado do rosto. Elle gostava muito de batter e ria debochando de mim emquanto me surrava com seus pezões. As meias serviam para abbafar os gemidos. Depois de uns 15 minutos eu estava com o rosto inchado de tanta porrada. Mas ainda tinha que lamber suas solas e deixar seus cothurnos brilhando, terminando uma hora depois com chutões na minha bunda: dizia que era p’ra dar o brilho final. Eu gozava varias vezes, e elle se sentia vaidoso em ver que só seus pés eram sufficientes p’ra isso. O auge do gozo era quando eu sentia o peso das duas solas adheridas no meu rosto e minha respiração se restringia ao seu chulé. (Loucura… O paraiso perde!) Como nada é p’ra sempre, e eu tenho consciencia disso, approveitei bastante, até o dia em que elle foi transferido p’ra outro posto, tão longe que perdemos contacto. Mas, pode ter certeza, foi um dos caras com mais attitude que conhesci!}

Quanto a mim, um dos mais sadicos cultivadores do proprio chulé que conhesci, filho de nordestinos e creado na peripheria paulistana, usa o appellido de Bob Porcão e foi entrevistado por mim (abril/2016) nos seguintes termos.

GM -- Como foi que você me descobriu? Faz tempo que conhesce minha obra?

BOB -- Sou seu fan desde os meus 16 annos (agora tenho 34), quando ganhei a obra “As adventuras de Glaucomix, o podolatra”. Nossa, pirei demais quando viajava nas historias e nas illustrações,

pois naquella edade comecei a curtir practicas fora do convencional, me identifiquei demais com as podreiras, e hoje em dia estou mais podrão ainda.

GM -- Então me falle mais de você, que a minha vida de zoado você ja conhesce… (rindo) Você dizia que foi ficando cada vez mais porco. Commigo a coisa foi ammadurescendo desde creança. E com você, como foi isso?

BOB -- Concordo com você que com o tempo a gente vae ficando mais podrão, acho que isso se deve ao facto da gente saber com a maturidade do que realmente gosta e ter mais liberdade para fazer. Hoje em dia eu sou um cara bem porcão, curto viver assim, cultivando minha sujeira, tendo prazer com meu fedozão e fazendo outros curtir isso. Tambem fui ficando sadico com o passar dos annos, mas sempre fui visto como um bom moço, um anjinho com olhos grandes e cabellos compridos e encaracolados. Não escrevo, na verdade é a primeira vez que faço uma descripção tão explicita para alguem que não conhesço pessoalmente, porem “As adventuras de Glaucomix, o podolatra” foi de grande importancia na minha vida para eu deixar de me ver como um E.T. Ja que você perguntou, vou contar um pouco da minha historia… Tenho muito tesão olfactivo, isto iniciou quando comecei a trabalhar como office boy aos 16 annos, adorava quando chegava em casa depois de um dia inteiro de trampo e ia tomar banho… Aquelle cheiro do suor na virilha da cueca me deixava louco, passei a eu mesmo lavar minhas cuecas, assim minha mãe não sabia si tinha trocado ou não. Passei a usar a mesma cueca a semana toda. Mas eu não sahia de rollê, fui creado bem preso em casa, então minha vida era trabalho e eschola. Dahi tudo muda quando apparesce o primeiro cara da minha vida, o Redson da banda de punk rock Cholera. Foi elle quem me deu “As adventuras de Glaucomix” (não tenho mais o gibi porque morava la no Capão Redondo, uma enchente levou muitas coisas da minha casa,

inclusive a sua obra). O Redson nunca demonstrou interesse nessas paradas, seu lance era mais pegar moleque novinho como eu na epocha. Depois que terminamos eu entrei em outro relacionamento bem baunilha, fiquei nelle por quasi 8 annos. Mas com o passar do tempo ficou cada vez mais difficil reprimir meus desejos, minhas phantasias… Este namoro termina justamente pelo sexo baunilha, por eu mal foder, por eu ter que viver limpinho. Appós o termino eu colloquei p’ra mim mesmo: só volto a me relacionar com alguem si a cama batter, si curtir as minhas podreiras. Foi a melhor decisão da minha vida! Fui namorando, e a cada relacionamento pude advançar mais nas minhas porqueiras e em outras practicas. Actualmente procuro viver assim, sendo um cara immundo, mas que tenta disfarsar isso porque não é uma coisa acceita na sociedade, tenho que manter as apparencias no trabalho e faculdade. Ha 3 annos que só troco de cueca 1 vez por anno. Sim, uso a mesma cueca 365 dias, dahi eu troco no reveillon pela nova. Meias ja não dá para fazer isso, pois o chulezão accaba sahindo do tennis. Então eu acho que troco de meias a cada 1 ou 2 mezes, depende de como está a camada de lodo na sola, os furos e o cheiro. Meu pau tem bastante pelle, então consigo batter punheta e deixar a cabeça encappada, dahi juncta um sebão… Accabo arrhumando gente para faxinar no final de semana ou a cada 15 dias. Com o advento da internet, blogs, cellular, whatsapp, hoje em dia é bem mais facil achar quem goste dessas paradas, este é um tabu que está sendo derrubado. Os porcos e fetichistas podem se encontrar. Sei que adoro ser porcão! É isto, um resumão de como as coisas andaram e andam p’ra mim. GM -- Uau! Seu caso é de tirar o follego! Pois é, hoje a internet dá brecha para os que curtem faxinar, coisa que no tempo do “Glaucomix” só dava para rollar por charta, com caixa postal, tudo muito sigilloso e discreto. Que legal saber que foi o Redson quem lhe deu o “Glaucomix”! Vou

ver si descollo outro exemplar para você, mas de antemão ja separei um do “Manual do podolatra amador”, livro que inspirou o Marcatti a desenhar o “Glaucomix”. Sabia que até o Olga (dos Toy Dolls) quiz o album do Marcatti? Não por acaso elle creou o Bob Gordão (Fat Bob) famoso pelo chulé, lembra? Outra banda punk, muito mais porca que os Toys, foram os Macc Lads. Vou lhe enviar um texto sobre elles. Voltando ao seu caso: sua cueca valeria uma fortuna nos States. (rindo) Meias idem, pois tem gente que faz qualquer negocio pela Foot Fraternity.

BOB -- Que bom que curtiu a breve historia. Escreverei p’ra você outras vezes narrando “As adventuras de Bob Porcão, o sadico”. Hahahaha Ultimamente tenho curtido lances mais hardcore, com humilhação, dominação, etc… Obrigado pelos textos, lerei mais tranquillo a noite em casa, pois estou no trabalho e si começar a viajar aqui na leitura periga da minha jeba começar a ficar dura e o cheiro de sebo começar a vazar. (…) Accabei de voltar para o trabalho, fui almossar em casa e, para minha surpresa, você enviou mais dois presentes. Que maravilha! Muito obrigado. Voltei no busão ja lendo o “Tripé do Tripudio” (ja um primeiro conto delicioso). Putão, tambem quero te presentear… Estou pensando em te mandar um par de meias bem chulezentas (acho que ja te fallei que uso a mesma por mais de mez). Assim você vae poder conhescer um pouco do meu cheirão de macho porco. O que acha? (…) Nossa, que legal rever o “Glaucomix”… Em uma das illustrações, uma das figuras lambe a picca pensando no bicco da chaleira, é egualzinho meu pau, tenho um puta biccão de chaleira. hahahahaha Minha jeba cresce facil com as historias e desenhos.

GM -- Meu, com você o correio funcciona incrivelmente rapido. Outras chartas minhas levam até semanas para chegar em diversas cidades. Sim, consegui descollar o “Glaucomix” que ja está na sua mão, um dos ultimos exemplares guardados. Quanto

ao seu presente, até comecei a salivar… mas me lembrei de que outros moleques ja tinham tentado me presentear com meias ou cuecas, que accabavam perdendo um pouco do frescor durante o caminho da correspondencia, fora o risco de extravio (acho que algum charteiro era fetichista), dahi que, sem deschartar sua offerta, quero lhe pedir outro presente: alguns casos daquelles humilhantes occorridos entre você e suas victimas. (rindo)

Para facilitar, suggiro algo que você diz si topa: eu faço perguntas como si fosse uma entrevista impublicavel e sem censura, e você approveita as respostas para relatar as altas baixarias que commette e que certamente vão me fazer lamber os beiços. Que acha?

BOB -- O motivo do correio funccionar com rapidez nas postagens suas para a minha casa deve ser a pequena distancia (7 kilometros do endereço do enveloppe). Para não haver extravio do meu presente, posso entregar pessoalmente no endereço indicado no enveloppe, vejo aqui que fica p’ra baixo do metrô Anna Rosa. Assim o frescor do chulézão estará garantido. Claro que topo te dar o outro presente (narrar as minhas adventuras sadicas e porcas). Pode mandar as perguntas que vou te contando.

GM -- Você ja me descreveu sua fabrica de ricotta curado como um bicco de chaleira daquelles. Falta descrever a outra fabrica, a de gorgonzola. Como são seus pés? Chatos ou arqueados? Dedão mais curto ou mais comprido? Que numero calça? Qual typo de calçado mais usa?

BOB -- Modestia à parte, eu tenho pés muito bonitos. São brancos para um tom mais trigueiro, com a sola toda rosada (appesar que sempre está bem encardida porque só ando em casa descalço). Elles não são nem chatos e nem arqueados, diria que estão no meio termo, com boa curvatura. Quando piso na fuça de algum veado elles se expalham bem

no capacho. Não são muito pelludos, mas com pellos finos e escuros sobre as phalanges. Sabe quando a gente dá um presente p’ra alguem, e na emballagem colloca aquellas fitas de nylon enrolladas fazendo um cacho? Pois é, paresce que cada dedo está embrulhando p’ra presente por causa desses pellos. Hahahaha Eu sou magro e baixinho (1,67m de altura), calço 40, mas tenho calcanhar, peito do pé e dedos bem gordinhos. Os dedos são com as ponctas arredondadas, com as unhas sempre mais curtas (desde creança eu apparo as unhas dos pés roendo nos dentes). Meu dedão é um pouco mais curto do que o segundo dedo, um dedão cabeçudo, quando chupam elle dizem que paresce uma chupetona ou a cabeça de uma picca (sempre enfio elle no cuzinho dos veados). Não tenho callos nem frieiras, são bem macios meus pés, parescem até pés de moleque, deve ser por passar tanto tempo suando nas meias lodentas, acho que adjuda a hydratar. A parte de cyma do pé é bem magra, com veias que saltam e tambem com pellos finos. Sobre o que calço, bem, actualmente passo practicamente o dia inteiro com um tennis de couro preto Adidas, gosto muito de usar Adidas, mas no anno passado usei um Everlest de couro azul marinho que usei até practicamente furar, tambem acho bem bonitos os Everlest. Gosto de usar bastante o mesmo calçado, p’ra ficar bem chulezento. Tambem uso hawaiianas e sandalia (sandalia não é tão bonita, mas salvou minhas caminhadas de horas na praia nas ultimas ferias em Trancoso - BA). Quando vou fazer uma putaria sadica costumo usar meu cothurno preto, elle é bom p’ra pisar, mas deixo a mão o tennis que estou usando no dia a dia p’ra ammarrar na fuça das bichas, assim fico fodendo o cu dellas emquanto cheiram o chulézão, costumam delirar.

GM -- Alem do chulezão, muita gente ja faxinou seus pisantes ainda calçados? Lembra de algum caso em particular?

BOB -- Olha só, eu assisti o documentario “Filme para poeta cego”, de Gustavo Vinagre, e gostei de muita coisa nelle… Teve uma hora que você fallou sobre lamber a sola de um cara que chega da rua, e o faxineiro nem sabe si elle pisou numa merda de cachorro. Pois bem, havia exquescido de um periodo da minha vida, mas ao ouvir vc dizer aquillo me veiu num estallo. Vamos la a historia: Comecei meus contactos porcos via Orkut quando tinha uns vinte e poucos annos, então esse episodio se passou la pelos annos de 2003, 2004. Conhesci um cara na rede, acho que se chamava Alex, era um podolatra submisso que devia ter muita experiencia. Eu, por ser tão joven e inexperiente, attendia a todos os seus pedidos de sub. Naquella epocha eu ja adorava ser chulezento e, como era muito pobre, só tinha um tennis (um Adidas de camurça marron -- acho que deve ser por causa dessa minha primeira experiencia de podolatria que gosto tanto de Adidas), então esse tennis não sahia do meu pé. Quando o Alex estava no cio e doido p’ra uma faxina elle me ligava, dahi eu vinha la do Capão Redondo até o seu trabalho, uma agencia de viagens (suspeito que elle era um dos socios ou gerente, pois ficava na empresa quando todo mundo ia embora e ella estava fechada). Normalmente eu ficava la por volta de uma hora, chegava umas 19:00h e sahia às 20:30h (quando o corno do namorado delle apparescia de carro para buscar o capacho). Era muito louco ver aquelle veado todo arrhumadinho, de gravata e social, se adjoelhando na minha frente, me servindo bebida, abrindo meu zipper e ja fuçando minha cueca… Depois elle deitava no chão e eu pisava muito sua cara, pisava com força porque elle curtia mesmo sentir dor. Então começava a faxina do tennis… Glauco, como elle lambia a sola sem parar, mas dava aquelle tracto profissional mesmo. Puta que pariu! Dahi seguia para ficar inebriado com meu fedozão de chulé e fazer o mesmo serviço de faxina nos meus pés, tambem fazia com muita vontade e perfeição (algumas vezes eu roia a unha do pé e cuspia de

volta na bocca delle e elle comia). Mas uma das coisas que o veado mais curtia fazer, era que eu exmagasse comida pisando no chão p’ra elle limpar tanto o tennis quanto o chão na linguada. Não sobrava nenhum farello. As comidas mais habituaes eram banana e bollacha cream cracker. Passando de todo o tracto nos pés elle partia para o tracto na jeba, o veado tambem adorava um bom queijo de rolla, cheirava e comia tudo p’ra depois levar com força no cu, me dava feito uma cadella no cio, só parava de cavalgar depois que eu jorrava um jactão de porra no fundo do rabo (mas infelizmente nessa epocha accabei pegando syphilis e passei p’ra elle, foi chato isso accontescer porque o corno accabou descobrindo que era corno e precisamos ficar um tempão sem voltar a foder). Como ficamos muito tempo sem voltar a ficar junctos accabamos nos distanciando. Naquella epocha eu era bem fodido de grana, desempregado, accabei vendendo meus tennis Adidas marron p’ra elle, porque ja quasi não tinha sola e estava furado, vendi p’ra comprar um par novo. Lembrei dessa historia appós ver seu curta justamente por causa do lance que fallou sobre bosta de cachorro, é verdade, quantas vezes eu não pisei em merda de cachorro, secca ou fresca, com aquelles tennis marron? Nunca lavei, no maximo eu lavava o cadarço para “melhorar” um pouco a apparencia. Andava la nas favellas do Capão com elle e vinha depois para os Jardins enfiar na bocca de veado engravatado, com chuva, barro, merda de cachorro e todas as outras sujeiras da rua. Essa experiencia foi muito legal na minha vida, contribuiu bastante para eu ser tão sadico depois de mais de uma decada.

GM Você disse que a rede virtual facilitou o contacto com quem curte as paradas mais porcas. Que typo de contacto você curte mais: chupadores de rolla ou lambedores de pé? Conte-me um caso de cada, aquelles caras que foram mais fundo em cada situação.

BOB -- Comecei a ter contacto com os faxineiros ainda no fallescido Orkut. La exsistiam communidades para varias categorias de sexo pouco convencional. Em parallelo ao meu tesão por sexo sujo tambem estava me interessando por fist fucking, pois adoro ver nos filmes heteros quando os caras abriam o cu das putas e parescia uma caçapa de mesa de bilhar. Então comecei a cahir no mundo underground mais por causa do fist, conhesci um “padrinho” que me ensignou a fistar e fui appresentado para os maiores cus arrombados de São Paulo e Rio de Janeiro. Actualmente, quando procuro algum faxineiro é para curtir todas as minhas porqueiras, que chupe meu pau ensebado, sacco, rego e sovaco suados, pés chulezentos etc.Sou tarado por veado submisso, que dê p’ra mim feito uma cadella no cio, chupe minha rolla com queijo como si fosse a maior iguaria da terra, que adore passar horas com meus pés chulezentos na fuça e na bocca. Acho que meu actual namorado é o cara que mais a fundo ja fui. No nosso primeiro encontro fomos num motel barato, a proposta era de elle limpar a chapelleta, mas p’ra ganhar o queijo fresco primeiro o fiz cheirar meus pés, beijar e chupar o chulézão. Elle estava com muito nojo, pois nunca havia curtido isso, muito menos num primeiro encontro. Como vi que elle estava com nojo, approveitei p’ra humilhar mais: minhas meias de tão usadas estavam com um lodo preto de sujor, fiz questão de exfregar nos dentes delle como a gente faz quando lava uma roupa no tanque, exfreguei até ver os dentes delle pretos de sujeira, dahi só depois pôde chupar o pau e levar elle no rabo… Hoje em dia elle adora todas as minhas porqueiras e ja estamos junctos ha 6 annos.

GM -- Você prefere que o cara ja chegue prompto a fazer o que você curte ou prefere “treinar” o cara a quebrar a barreira do nojo? Conte-me um caso de cada, si occorreram.

BOB -- Ja disse um pouco sobre isso na questão anterior. Eu gosto de combinar o que vamos fazer na cama, porem sou creativo na hora H, então dou um

jeito para me approveitar mais do veado. Acho que isso depende da pegada, eu chego e pego, sem dó. Exsiste muito preconceito com as practicas sexuaes porcas, mas si o veado tá com o cara certo elle cede, accaba se deixando levar e gostando. Adoro isso, fazer com que aquelle medo vire prazer.

GM -- Você prefere emporcalhar caras mais velhos ou mais novos? Que typo é melhor para ser treinado ou commandado? Conte-me um caso de cada, si os tiver na “collecção”.

BOB -- Sobre caras velhos e novos…Tenho 34 annos, meu namorado tem 43. Eu sempre curti mais velhos, mas agora que estou mais velho comecei a olhar com mais interesse para os jovens. Caras mais velhos e mais novos teem suas qualidades. Sempre fiquei com os mais velhos justamente por terem a cabeça mais aberta, bem como o rabo tambem, normalmente mais intelligentes, mais rodados e por isso mais facil de explorar. Com os mais velhos pude fazer as coisas mais pesadas, por exemplo, um dos primeiros que conhesci no Orkut gostava de pisada forte, que pullasse nelle, o cara gozava com dor e humilhação. Os mais novos teem aquelle frescor que dá vontade de deflorar, de derrubar as barreiras, de ser o primeiro, de ser o mestre, o paezão, saca? Mas hoje em dia exsistem muitos novinhos hardcore, por exemplo, tem um que eu saio que adora chutes fortes no sacco, e que pise no sacco delle, me dá muito tesão isso, alem de que goza quando eu cago na bocca delle. Então fica difficil de responder o que prefiro, prefiro a putaria na febre, independente da edade do sub.

GM -- Mactou a pau! Nem precisei pensar em novas perguntas, ja que você mencionou outras coisas que eu desejava saber, como, por exemplo, si alguem ja tinha comido sua merda ou bebido seu mijo. O mijo é mais commum, mas a merda é mais difficil de achar quem supporte, né? Tambem sobre as differenças de edade você exclaresceu bem. Agora, depois do que você relata, fico ainda mais animado com a scena

“dirty” brazileira. Demorou, mas aqui ja tem gente porca p’ra caralho, pelo jeito! E não só porca: gente que topa as paradas mais exoticas e pesadas, como nos States ou na Europa. Cara, acho que você deve ter sido responsavel pela desinhibição de muito neguinho indeciso que vae ficar aggradescido pelo resto da vida… (rindo) Si um dia adjudei alguem com minha litteratura de poeta “maldicto”, acho que você tem posto isso em practica com o maior exito, sem babação de ovo, ou melhor, com babação e tudo.

BOB -- Fico feliz que tenha curtido minhas respostas. Com certeza você, com sua litteratura, serviu e serve para muita gente se descobrir como sadico, masochista, podolatra, porco etc. Eu me incluo nessa gallera que viajou nas suas historias. A partir dellas fui attraz de ter experiencias semelhantes e, actualmente, um pouco mais hard. Sim, acho que iniciei alguns porquinhos no meu chiqueiro, mas pretendo ainda fazer muito mais… Olha, nos dias de hoje exsiste o whatsapp onde é possivel montar gruppos de putaria. A gallera accaba me collocando nos gruppos sem eu pedir, e você não tem idéa de como tem gruppos pig, principalmente com a gallera curtindo scat. Mijo, hoje em dia, virou guaraná, até o pessoal mais baunilha curte um mijão. Noutro dia eu estava trocando idéa com um casal (homem e mulher) la do Rio de janeiro, ambos curtem um macho com sebo na picca. Pois é, o bagulho tá louco e as pessoas estão com menos tabus.

[Para actualizar, devo informar que ja recebi visitas do legendario Bob Porcão, a quem dediquei diversos poemas e com quem ja fui photographado (sem legenda) para registro nas redes sociaes.]

[8] EM TORNO DA LAMBEÇÃO DE CHÃO

O detalhamento daquella scena alludida no topico 3, que Gabeira classificou como “espectaculo” mas não quiz ou não pôde registrar com nitidez, levanta uma perspectiva podolatra ainda carente de attenção: a sadica attitude de obrigar alguem a lamber o piso. Pouco a pouco, vão pipocando relatos internauticos. Colleccionei alguns da phase orkuteira e, mais recentemente, archivei videos audiodescriptos (via computador fallante) por amigos. Abbaixo dou exemplos textuaes e audiodescriptivos, os primeiros referentes à attitude dos internautas commentando o que fariam com alguem cuja photo era exposta, caso o tivessem como escravo. Reparem que meus commentarios estão brancamente versificados.

O conto de Theophilo, que incluo no livro PROMPTOS PONCTOS, se refere às coisas que no Orkut circulavam com plena liberdade e sem censura, mostrando como somos, em geral, crueis e deshumanos, só bastando aquelle signalzinho verde, dado de cyma para baixo, como neste governo que se encerra, mas não finda. Transcrevo um trecho muito pertinente do conto, que, veridico, se impõe: {Ainda no começo deste seculo, as redes sociaes não eram tão visadas, patrulhadas, e podiamos formar gruppos, no orkut ou por email, em torno das mais torpes preferencias, taes como quem, de carro, gostaria de edosos ou peões attropelar, collegas ou rivaes escravizar, esposas transformar em putas entre

amigos, mactar cães abbandonados, queimar mendigos, coisas desse typo.}

No Orkut, o que marcou minha attenção foi uma jovial communidade bastante frequentada por boyzinhos folgados e por gente incorrectissima, que expunha alguma photo, permittida ou não, de qualquer gajo um tanto quanto extranho, differente, engraçadinho, capaz de suscitar as gozações daquelles que quizessem ter escravos, fazer com elles tudo que lhes desse na telha. Tal pergunta sempre entrava na pauta, antes que todos respondessem: {O que você faria com o cara da photo, se elle fosse seu escravo?}

Amigos copiaram as respostas, que tenho num archivo, onde estão como escriptas foram nessa forma tosca das redes que, tecladas, se expalhavam. É claro que torturas suggeriam os jovens para aquelle “candidato” a alguma adolescente “escravidão”. Torturas sanguinarias e terriveis, mas, entre quaesquer outras, a chibata ganhava de lavada a preferencia geral: posto num “tronco”, o condemnado soffria toda sorte de hypotheticos açoites, precedendo outros abusos. Comtudo, um bem frequente que lhes vinha à mente era fazer que esse escravinho limpasse com a lingua alguma lage, um piso que, encardido, precisasse de exmero na faxina, alem de, claro, lamber tambem, de todos, os sapatos, os tennis, as botinas ou chinellos. Collar vou, em seguida, algumas phrases que illustram o que exponho, sem siquer mexer naquella typica graphia. Vejamos a primeira, ao responder accerca do que escravos meresciam:

{Faria eli me carregar pra onde eu kisesse nas costas…eu com espora pra eli num impacar e chicote… faria eli lavar o meu saco todo dia…pagaria todas as minhas despesas da minha casa…daria banhu no meu cachorro…lamberia o chão da minha casa pra ficar mais limpo…ixiii um tanto de coisa o condenado ia sofrer na minha mão…}

Tambem fazer lamber, este queria:

{ele ia corta a grama de um campo com os dente e ps limpa um jinasio com a lingua…}

Aqui gargalha alguem do jeito delles:

{fazia ele lamber o chão até sair sangue.. aHuahaUhaUahuH}

Um outro desses jovens respondia:

{mandava ele limpar meu quarto com a lingua, ia ter q se alimentar da sujeira, senaum ia morrer de fome hauhauhuauhau}

Mais este ria à bessa do coitado:

{ia t q lambe o xaum por onde eu ia passar!!!! houhohuh}

Reparem na graphia que indicava o modo como os jovens gargalhavam emquanto digitavam as respostas. Agora adduzir quero um raciocinio em torno dessa alegre diversão, que sempre inoffensiva se suppunha. Do tempo do governo militar são muitos os relatos de quem foi refem e, nas prisões, forçado pelos civis ou militares (que, nas horas mais vagas, divertir-se desejavam) a algum piso lamber para limpal-o,

subjeito, pois, a chutes e pisões. No livro de Gabeira ha referencia (…)

{Não sei si você accompanhou algumas noticias. O “Phantastico”mesmo exhibiu duas materias longas sobre o thema, mas varias outras tambem foram publicadas nos ultimos mezes sobre casos graves de abuso na internet por meio de uma plataforma chamada Discord. (…) O Discord é um site onde você pode crear communidades, fazer chamadas de videos, de audio e muito mais. Foi creada para a communidade dos gamers e muitas pessoas jogam e exhibem os jogos para as outras assistirem e tudo mais. E recentemente a policia descobriu que ella tem sido usada para crimes de tortura e outras coisas. E em muitos casos são por adolescentes. E alguns dos administradores desses gruppos foram presos, sempre com muito deboche. (…) O que chamou a attenção nesse caso é que elles tractam algumas pessoas como escravos. Elles se appoderam de dados, photos intimas e fazem chantagens para que o mané obedesça todos ao vivo em sessões de humilhação transmittidas para innumeras pessoas. O pessoal assiste pelo computador uma serie de coisas, que vão desde ordens como lamber o chão até fazer cortes na pelle com o nome do pessoal que está assistindo a transmissão. (…) Vi muito chão de banheiro, em volta da privada, tendo que ser bem exfregado com a lingua do mané. O cara tinha que mostrar a lingua bem suja depois da faxina. (…) A policia ficou chocada com o grau de sadismo dos contehudos encontrados. Em outras palavras, esses gruppos, que são conhescidos como “panellinhas”, são um reducto apparentemente sem regras ou leis onde esses jovens approveitam para serem tractados como deuses, como elles mesmos gostam de ser chamados.}

Video 1 audiodescripto: {O video tem trinta e trez segundos de duração. Mostra um moleque loiro com uns vinte e poucos annos, que é uma especie de versão mais velha do Macaulay Culkin do filme

EXQUESCERAM DE MIM, por quem o Michael Jackson dizem que nutria uma paixão. Começa o video dando um close nas duas mãos do garoto, que estão appoiadas num piso de tabua corrida. O moleque usa um bonné vermelho com a aba para traz, camisa de malha azul com a golla cortada. Dá para ver que elle tem uma tattuagem no peito. Acho que é uma palavra, mas só apparescem pedaços de duas lettras. Elle curva a cabeça até o chão, corre a lingua no sentido transversal, por trez tabuas do piso. Geralmente essas tabuas teem entre quinze e vinte centimetros. De modo que elle exfrega a lingua num trecho que vae de quarenta e cinco a sessenta centimetros de extensão. Depois de lamber o chão, elle exhibe para a camera a lingua immunda de poeira e residuos que ficaram grudados nella. Depois faz uma careta para mostrar que está engolindo o residuo (paresce aquellas caras de gente engolindo porra em filmes pornôs), para em seguida mostrar a lingua limpa. Dá p’ra ver varios pés das pessoas que estão em volta, provavelmente observando a scena, e a lambida para bem proxima de um tennis. O menino não chega a tocar o calçado, mas o trajecto da lambida foi na direcção do pé. Nisso se approxima um segurança negro, apparentando a mesma edade, com uma camisa preta e aquelle corte de cabello que é um mixto de reco com umas mollinhas na parte de cyma. Esse negro chega, põe a mão no peito do garoto que lambeu o chão, e o conduz como si fosse retiral-o do ambiente, que apparenta ser uma festa. Nesse momento ha um corte na scena. Apparesce um garoto moreno do typo indiano, tambem de uns vinte e poucos annos, cabellinho meio The Cure, só que mais curto, sentado em uma cadeira, provavelmente em frente ao computador e embaixo a legenda: “Remember Zyzz is watching over us. Lets make him proud. Don’t do dumb stuff to get recognition” Depois esse garoto começa a fallar: “Listen carefully brush. This is the revolution. Everybody asks what the fuck is this about the fuck is up with those. It’s a videos axe there is no seats.”}

Video 2 audiodescripto: {O video é bem curtinho. São poucos segundos. Apparesce um garoto branco, com cabellos curtos, de cor castanho claro, com oculos de armação rectangular grossa, usando tennis, bermuda e camiseta azul no centro do corredor de um wagão do metrô. Tem poucas pessoas sentadas. A camera está posicionada no chão, levemente inclinada para o alto, não como aquelle angulo que o povo de cinema chama de contra-plongée. Do lado direito do video dá para ver uma bota dessas que se calça sem cadarços ou fecho. Typo bota agro. As cadeiras são daquellas que ficam colladas com as paredes do wagão, no sentido longitudinal. O moleque dá trez pullos para um lado e para o outro gesticulando os braços, como si fosse dansar um hip hop, e então mergulha de peito no chão, com as mãos e braços na posição que costumeiramente se usa para fazer flexões. No entanto, em vez de fazer flexões, elle deslisa com o peito no chão e a lingua lambendo o piso, emquanto vae em direcção à camera que está registrando a scena. O close é bem impressionante, pois o garoto para bem proximo da camera. A pessoa que usa a bota typo agro, recolhe o pé quando percebe que o rapaz irá exbarrar na bota. Depois disso ha um corte para um outro rapaz, que ballança a cabeça incredulo, com um sorriso que insinua que estaria constrangido, e apparesce na tela a phrase “I don’t know what the life expectancy is after licking a subway floor but RIP”.}

Video 3 audiodescripto: {O video é curtissimo. O titulo é “Crazy Dude Lick Bathroom Floor”. Fiquei com a impressão de ser uma apposta na linha do “você não vae ter coragem de fazer uma coisa dessas”. Apparentemente, são trez caras em um banheiro publico. Não dá para saber se tem mais pessoas no banheiro. Um está de pé observando (só dá p’ra ver parte das pernas), outro filmando, e o terceiro de quattro, em frente a um vaso sanitario branco. Ha uma cesta de lixo bege, de plastico, ao

lado do vaso. É possivel ver ainda a columna que sustenta o lavatorio. É um conjuncto bem commum de louça de banheiro. O piso de ceramica tambem é branco. Piso commum. Branco rajado de cinza. Não é um banheiro de shopping ou de restaurante caro. É banheiro popular. Chutaria que tem o dobro do tamanho do banheiro do seu appartamento O subjeito que está de quattro veste uma camisa de malha azul marinho e tem o corte mais ou menos na linha do recruta do exercito brazileiro. Como si fosse um reco depois alguns dias de cortado o cabello. Elle appoia as duas palmas das mãos no chão e exfrega a lingua no piso por uns dez ou quinze centimetros. Ao fazer isso um dos outros caras, não sei si é o que está filmando a scena, grita de incredulidade “oh, yeah!” e começa a gargalhar.}

Video 4 audiodescripto: {É um video curto. Tem 1 minuto e 22 segundos de duração. Elle foi gravado com um cellular na posição vertical, de modo que a imagem accompanha a posição do apparelho. O enquadramento é o de um rectangulo de pé. A primeira scena mostra um subjeito na posição de 4, do qual só dá para ver a cabeça (olhando por traz e por cyma) e parte das costas. O cabello do rapaz é castanho claro e cortado curto, num corte bem feito. Elle usa uma camisa preta, que paresce ser esportiva. O tecido é semelhante ao da sua camisa do Juventus. À direita do rapaz, à esquerda do video, dá p’ra ver um par de tennis esportivos. Como o enquadramento só permitte ver a abertura e a palmilha do tennis, não tenho como descrevel-o para você. Mas deve ser um tennis preto. Aliaz, pelo pouco que se vê da roupa do mestre e do escravo, os dois vestem trajes esportivos pretos. O escravo está offegante, lambendo o piso ceramico meio rajado de cinza, num desenho parescido com o de tabua corrida. O mestre que está lhe ordenando para lamber o chão não apparesce na scena. O mestre recua e cospe no chão. O escravo, de 4, advança. Nesse momento dá para ver

que tem um cabo preto, do qual pendem algumas tiras (são muito curtas para ser um chicote), enfiado no rabo delle. O cabo e as tiras são pretos. O rapaz é bem branco e não tem, apparentemente, pellos no corpo. A bunda é lisa. A calça esportiva preta está abbaixada até um pouco accyma dos joelhos. É a primeira vez que vemos os pés do mestre. Elle usa meias pretas. Na sequencia, o escravo, offegante, lambe o cuspe do mestre. A scena se repete mais uma vez, tudo de modo quasi identico. Recuo, cuspe, advanço e lambida no chão. O Mestre recua mais uma vez e o escravo entra no banheiro. Pelo pouco que se pode ver (o cellular, muito provavelmente, está posicionado na altura entre o peito e a barriga), o Mestre para em frente a um vaso sanitario branco, desses communs, ovalados, na posição de quem vae mijar de pé, mas não abbaixa a calça (de malha preta, que imagino seja egual à do escravo. Devem ser companheiros de time ou de practica de esporte, pois tudo leva a crer que estão usando uniforme). A tampa do vaso sanitario está levantada. O escravo enfia a cabeça entre as pernas do mestre, que o segura pelos cabellos, mais ou menos na parte onde ficaria um topete, e o faz lamber a parte do vaso sanitario onde é appoiado o assento. A mão do mestre é a de um homem branco.}

Thematizei taes scenas em diversos poemas do livro CHICOTEIROS ORKUTEIROS e em dois contos do livro PROMPTOS PONCTOS: “Ponctual caso de Theophilo” e “Ponctual caso de Ruyzinho”.

[9] ZOMBETEIRA VISÃO DA CEGUEIRA

Tem-se como poncto pacifico que o cego desenvolve compensatoriamente os demais sentidos e que, portanto, estaria apto a empregar o tacto numa actividade especializada como a massagem. Não é de hoje que os institutos educacionaes para deficientes treinam e habilitam profissionaes que não só trabalham em clinicas, hoteis ou saunas, como attendem a domicilio. Eu mesmo conhesci alguns desses massagistas, hoje casados, paes de familia e quasi apposentados, mas sempre notei que elles só practicavam os estylos convencionaes da physiotherapia occidental e pouco sabiam das technicas asiaticas. Em outras palavras, a podomassagem reflexologica é algo recente por aqui. O relato que se segue reflecte o olhar occidental sobre a serventia dos cegos no Oriente:

{A “massagem cega” se populariza como opção para quem quer alliviar as tensões physicas ou psychologicas do estresse. “Massagem” é termo generico que designa o manuseio, artistico ou scientifico, das partes macias do corpo. A origem do termo é controversa. Uns o relacionam ao vocabulo hebraico “me-sakj” (uncção, acto de ungir ou unctar com oleo), outros evocam o termo arabico “massa” (acto de tocar, sentir ou tactear), ou ainda o francez “massage”, allusivo à fricção ou, mais especificamente, ao acto de sovar o pão. Os ponctos de pressão incluem os ligamentos do corpo, tendões, musculos, junctas, pelle e tecidos conjunctivos. Typos mais especificos de massagem visam os vasos lymphaticos, o tracto gastrointestinal e outros systemas corporaes, manualmente ou com auxilio de apparelhos mechanicos. O massagista pode inclusive usar, alem da palma das mãos e dos nós ou da poncta dos dedos,

os joelhos, os cotovellos ou os pés, em variadas technicas, applicaveis a domicilio ou em hospitaes, clinicas, spas e saunas. Independentemente do estylo ou local de applicação, o importante é a efficacia, que depende da habilidade e da experiencia do therapeuta, razão pela qual cada vez mais gente prefere actualmente o serviço dos cegos. Na China, por exemplo, onde a massagem é costume popular, os profissionaes cegos, que compensam a falta ou perda da visão com a acuidade tactil, são considerados até como superdotados, porque conseguem canalizar suas energias para os demais sentidos. Accredita-se que elles enxergam com as mãos, que são capazes de captar os fluxos energeticos só pelo toque e, extraordinariamente, podem transmittir energia a outras pessoas. Si, mais que quaesquer partes do corpo, é com as mãos que o massotherapeuta actua, consequentemente um cego está credenciado para actuar com efficiencia, ja que tem maior experiencia tactil. Na Asia elle tem preferencia quando se pensa em contractar um massagista. Os deficientes visuaes, naquelles paizes, fazem da massagem sua fonte de renda ou, no minimo, de sobrevivencia. Quanto à clientela, vem demonstrando crescente satisfacção com o desempenho dessa classe de trabalhadores.}

Commummente os textos internauticos são mal redigidos, mas este que accabo de traduzir meresce transcripção do original por estar grammaticalmente acceitavel, lembrando que, internacionalmente, “blind massage” (massagem cega) é synonymo de “foot massage” (massagem do pé):

{A blind massage is becoming a popular choice for those who want to relieve tension as well as physical and psychological stress. Massage is a term used to refer to the art of handling soft tissues of the body. It is believed that the term got its name from several different origins. Some believe that it may have originated from the Hebrew

term me-sakj or to anoint with oil or maybe from the Arabic term massa, which means to touch, feel or handle or from the French word massage meaning friction of kneading. Pressure points include the body’s ligaments, tendons, muscles, joints, skin and some connective tissues. More specialized types of massage target lymphatic vessels, the gastrointestinal as well as other body systems. It is often applied using mechanical devices or manually by a physical therapist, or a blind massage therapist using the hands, fingers, knees, forearms, and feet. There are several kinds of massages which have different techniques. This can be done at home, in the hospital, clinic or in spas or saunas. But no matter what type or where it is done, the most important is its efficacy. Its effectiveness is mainly dependent on the skills of the massage therapist. This is probably the reason why more and more people nowadays prefer the service of a blind massage therapist. In some countries, for example, in China, blind massage is very popular. Since blind massage therapists lack the sense of sight, these masseurs rely on their sense of touch. It is believed that due to their inability to see, a blind massage therapist channels his or her energy towards his other senses. These people see through their hands. It is also believed that people who lack their sense of sight are able to feel the flow of energy using their sense of touch. And amazingly, they are also able to transmit energy to other people. Massage therapy makes use of the feet, knees, arms and most especially the hands; it therefore follows that blind massage therapists are the authority when it comes to the efficient use of these senses. In Asia most especially, hiring a blind massage therapist has gradually become popular. Visuallyimpaired people in some parts of this region have made massage therapy their source of income. And indeed, most of their clients are more than satisfied with their service.}

Quanto ao emprego da lingua, basta considerar que esse orgam de multipla utilidade, necessario à gustação, à mastigação, à degluttição e à articulação vocal, é plenamente capacitado tambem para se prestar às funcções de fricção e de pressão desempenhadas pelos dedos, graças à mobilidade de seus dezesepte musculos. A lingua pressiona com menos força, mas com mais sensibilidade. Fricciona com menor vigor, mas com suavidade potencializada pela lubrificação salivar. Tudo depende de uma habilidade que se apperfeiçoa com a practica glossopodal desenvolvida pelos cegos mais susceptiveis à conscientização sadomasochista da propria cegueira.

Neste poncto reside minha mais radical proposta (anti)esthetica, passivel duma conceituação como litteratura “feetishista” -- proposta ainda mais radical do que aquella da phase dobrabilesca, que introduzia uma litteratura “coprophagica” para recyclar a “anthropophagia” oswaldiana: tracta-se, agora, de conceituar uma “massagem” como metaphora (melhor dizendo, uma metonymia ou uma synecdoche) da diversidade e do pluralismo, da zona erogena para a humanidade holistica, dum “eu lyrico” para uma “collectividade consciente”. Baptizei tal conceito com o latinismo “linguopedal”, mas tambem cabe o hellenismo “glossopodal”.

Em contrapartida a uma copiosa obra poetica thematizando a inferioridade/humilhação do cego, obtive a reciprocidade internautica de innumeros leitores/interlocutores, que “entravam na minha” e se abriam descontrahidamente ao opinar sobre o papel do cego massagista/masochista. Eis como colligi, em additamento ao MANUAL, as mensagens desses leitores:

{Substituido o correio physico pelo electronico e incorporada a cegueira à podolatria, passei a

colleccionar trechos da correspondencia virtual, excolhendo, daquillo que me enviavam os interlocutores internautas, as provocações mais allusivas à “utilidade” do cego como glossomassotherapeuta ou mero fellador incondicional. Segue-se uma transcripção selectiva dessas mensagens, cabendo, previamente, uma reflexão que fiz em nota à anthologia “Aos pés das lettras”, que ainda mantenho em pauta.}

{A inclusão desta ammostragem se justifica, na medida em que, à thematica marginal do fetichismo, se somma a esthetica marginal do informalismo textual. Taes mensagens, relatos, ou depoimentos compensam o desleixo estylistico com a verosimilhança garantida pela libido, tanto dos auctores quanto dos leitores, numa cumplicidade masturbatoria que troca a ficção pela fricção e a lingua culta pela lingua curta e grossa.

Dado que os parametros convencionaes da theoria litteraria não se applicam ao texto virtual, essencialmente colloquial e fragmentario, o resultado formal dessas adventuras, vazado num cryptographico dialecto internetez, que foi aqui minimamente “transcodificado” para uma leitura livresca, obviamente não se enquadra nos moldes ficcionisticos tradicionaes, tampouco nos criterios de auctoria, uma vez que os correspondentes preferem occultar-se attraz dum “nick” que não é Holmes. Não obstante, taes chronicas, ou contos, ou diarios, ou memorias, ou epistolographias, seja la o que forem, chegam a ser até poeticos em certos momentos. Esse confessionalismo erotico-emocional meresceria, sem duvida, uma theoria litteraria à parte, extracanonica, como aquella que demanda a chamada “litteratura marginal” recemchegada ao ambiente academico.}

(1) {De facto, é muito bom NÃO estar na mesma situação que vc…gosto de imaginar que por ahi tem um monte de caras (cegos ou não) que appreciam

ser subservientes, e que não se importam de ter que fazer o trabalho sujo -- litteralmente -- de limpar as botas ou as solas alheias…ainda que com a saliva. (…) Sendo cego, acho que provavelmente vc deve ter uma sensibilidade maior pro serviço…gosto de ter o vão dos dedos bem lambido. Ou melhor, gosto que os abram um por um, cheirem-nos…e depois mettam a lingua. O mesmo vale pro calçado…gosto de ver o cara com o nariz enfiado na palmilha. (…) Confesso que seu relato me deixou de pau duro…e si vc for tão bom e dedicado quanto diz que é na exsecução dos “serviços”, terá com certeza direito a receber mijo…provavelmente directo da fonte, claro. Ou não…quem sabe eu mije num coppo e vc tenha que tactear com muito cuidado p’ra encontral-o…sem derramar nada. Vamos ver. (…) Curto cuspir na bocca do cara, e que elle deixe meu pau bem humido…gosto tambem de encher a bocca de cerveja e cuspir na bocca (ou na cara, depende) do puto…até que é um jeito differente de beber cerva, não acha? Acho que eu ja te disse (mais de uma vez) que gosto do serviço bem feito, seja o cara cego ou não. Portanto, si vc se mostrar efficiente na hora H…terá direito a receber alguns “incentivos” de ordem verbal. Mas não compte necessariamente com isso…vae depender do meu humor (e da sua competencia) no momento.}

(2) {Quando morava com meus paes, tinhamos uma daquellas biblias da BARSA, luxuosa e illustrada. Logico que todos os supplicios biblicos me excitavam, Christo seminu na cruz ou sendo chicoteado sempre foi para mim, muito catholico na epocha, uma contradicção. Mas a scena que mais me excitava era um quadro de Sansão, pinctado como um daquelles Macistes do cinema epico italiano, grande e muito musculoso, rodando a mó, practicamente nu, sendo cotucado por um velho magro com uma vara affiada. Saber que elle que ja tinha sido rei e heroe tinha sido reduzido pela cegueira a uma besta de carga, um corpo sem outra funcção me

excitava muito mais do que as costas marcadas pelo chicote das outras imagens. (…) os cegos costumam reivindicar tractamento mais respeitoso e condescendente por serem seres humanos como os demais, mas portadores de difficuldades especiaes. Um absurdo. Elles não são seres humanos eguaes aos demais, são inferiores. Qual sua vocação? Servem sexualmente do modo que os demais seres não se prestariam a fazer, com dor, sem qualquer nojo ou dignidade. Servem ao prazer daquelles que sabem do prazer de dispor do corpo de outrem para sua satisfacção. (…) Ler seus e-mails me excita muito. Sei que saberia te ensignar a lamber de forma humilhante e dolorida. Sei que seu corpo me servirá bem, que saberei extrahir delle dores e sensações que me excitem e aggradem.}

(3) {Sua cegueira o colloca na condição de toupeira, que tacteia melhor que enxerga. Claro que não se tracta aqui de positivar seu glaucoma, mas sim de dizer que em certo sentido, você trappaceia porque deve ter uma boa lingua para trabalhar por você. Eu possivelmente não deixarei você usar suas mãos nos meus pés. Mas deixarei tactear meu rosto e corpo e sim, você pegará em meus pés, mas depois ficará com as mãos nas costas emquanto lambe.}

(4) {Calço 39 e tenho pés chatos com algumas erupções entre os dedinhos que vão precisar de um efficiente banho lingual. Serão ordens em phrases curtas pois um animal cego como você não caresce de grandes discursos. Quando mandar você tirar um dos sapatos, quero que se regale primeiro com a meia suada, salivando nella, cheirando e lambendo meu pé, sendo apprisionado pelo chulé em cada inspiração. Estallarei os dedos p’ra a proxima phase. Vou curtir muito quando você retirar a meia e enfiar seu nariz entre os dedos p’ra recolher mais do suor do seu dono, emquanto appoio o outro pé no seu hombro. Então será hora de tirar o outro sapato e repetir a dose de chulé

da outra meia. Vou querer sua bocca passeando nos 2 pés, um ja descalçado e o outro ainda vestido. Depois de retirada a outra meia, vamos brincar?… Vou te ammordaçar com os 2 pés, entorpescer sua mente de tesão com todo o suor, todo o chulé delles! Hora de puxar minha calça e cueca pelos pés e iniciar a subida com a lingua por uma das pernas até a virilha. Chegando nella, vae cavocar lenta e profundamente entre a coxa e o sacco, adspirando meu suor… Por baixo das bollas, vae até a outra virilha sem pressa e fica passeando de uma à outra até que eu estalle os dedos. Ahi meu ceguinho imbecil vae se debruçar entre as duas pernas e trabalhar com sua lingua feito uma colher, deslisando pelo sacco em direcção à poncta do pau. Repetirá as colheradas varias vezes, sentindo meu membro crescer em cada uma dellas… Um novo estallar dos meus dedos orchestrará a subida da lingua pelo pau e a dansa della em volta da cabeça delle. Isso, lambe meu escravinho, lambe!… Capricha nas dobras, na parte de cyma da cabeça, sempre lambendo e beijando, fazendo-a entrar e sahir da bocca… Você poderá usar as mãos appenas em caricias no phallo, manipulando-o quando estiver lambendo a cabeça, lanhando as bollas quando o abboccanhar. Prompto!, agora vae abboccanhal-o lentamente, vestindo-o com os labios e fazendo-o penetrar até encostar no palato. Quando o fizer sahir, vae impedil-o de leve com os labios, deixando a lingua por baixo p’ra ella ir deslisando no poncto chave. É assim que vae bombear, mammar, chupar meu pau todo sem pressa até que os jactos de porra comecem e não vae parar até que eu mande parar. O importante é que não excappe nenhuma gottinha do meu precioso leite desta bocca estupida! (…) Acceita o castigo de jamais poder ver minha cara de nojo!… Precisava muito da visão?, acha que ficar cego, viver cego é tortura?, não consegue ser nada alem de um chorão tolo! Sua signa maldicta… me fará obter de você o que eu quizer. (…) Acho que sua cegueira é algum typo atroz de tortura à qual nossa mãe natureza o submetterá

emquanto estiver vivo. Assim, você tem mesmo a obrigação de se permittir ser usado e eu o direito de usal-o. (…) Nunca fui chupado por um homem, mas você mesmo accredita que um cego não é um homem e sim um subhomem. Assim, posso me permittir esse gostinho… Talvez, antes de você me chupar, eu precise desaffogar o pau numa boa mijada e poderei dar-lhe a graça de absorver minha urina. Sei como controlar o exguicho p’ra você desfructar della com calma, beber tudinho e, então, limpandome com sua saliva, dar inicio às massagens oraes de que tanto gosto! (…) Sabe?, nunca fui lambido no cu; sou virgem de lingua mas ja ouvi fallar que isso dá um tesão damnado. Aliaz, foi um amigo, tambem hetero, quem me disse quasi morrer de tesão quando um veado lhe lambe bem no meio do cu. Fico me imaginando sentado de costas numa cadeira com as pernas bem abertas emquanto um veado cego me escova o cu lentamente com essa lingua que ainda caresce de bom treinamento. (…) Tambem ja tive uma experiencia de ser beijado no cu mas não foi bem do jeito que eu quero. Foi com uma de minhas excompanheiras; só que ella me beijava attraz p’ra me excitar, não como eu quero que você me beije. Ella appenas lambia os lados, por dentro das nadegas, pincellando de leve, sem usar a lingua la no fundo. De um escravo cego, o minimo que espero é ser lambido bem no rego, sentir a lingua escovando meu cu bem por dentro, salivando, fazendo cossegas, penetrando o quanto puder. Numa mensagem anterior, fiz allusão a cagar na sua bocca dizendo que seria descomfortavel demais encaixar o cu nella. Assim, não pretendia usal-a nem p’ra limpar minha merda mas… Posso repensar isso imaginando-me cagando primeiro no vazo e depois… fazel-o degustar minha bosta antes de experimentar meu mijo…}

(5) {O negocio é o seguinte: não posso te dizer que entendo como você se sente, pois graças a Deus não entendo por não ser cego. Mas si a sua cegueira é a causa principal de suas afflicções, pense no

seguinte: si você se sente inferiorizado, ao menos no ambito sexual poderá ter o que todos os homens perfeitos teem, sejam hetero ou homo, a não ser que você seja um brocha, o que decerto aggravaria sua condição de animal invalido. Perdoe-me si o attacco num momento delicado, mas não consigo ser piedoso com você. (…) Quanto à cegueira, meu querido, sinto muito dizer que você vae ser esse fodido entranhado nas trevas até a morte -- nunca mais cores para você, meu querido, nunca mais o céu azul annuviado, nunca mais um bello rosto… -- E não se preoccupe. Em se tractando de vermes chupadores como você jamais dou-me o desplante de ser piedoso. Este é o meu differencial: disponho-me a inserir na vida o que disponho no papel. Eu, este eterno fodedor da sua mente. (…) Eu, cego, si entrasse em seu appartamento, siquer te cumprimentaria formalmente. Você não iria poder ver, mas logo sentiria um sorriso de excarneo brotando em meu rosto em consequencia do que meus olhos veriam: um veado cego de quasi sessenta annos, famoso, premiado e homenageado, submisso a um joven vagabundo que nada pode fazer por elle sinão lhe dizer na cara a merda que é. (…) Eu tambem fico imaginando como seria ter um cego sob meu commando, um cego que não pode adivinhar minhas machinações e seria a todo instante engannado. Tenho pensado numa coisa: acho que commigo você chegou ao extremo da degradação. Aquellas pellejas com o Leo e o Danilo não passaram de brincadeiras, ao que creio, ao passo que commigo você experimenta a humilhação offerescida por alguem que lhe diz francamente o que pensa e que não se faz de rogado em se tractando de excarnescer de sua condição inferior. Talvez seus poemas mais autodepreciativos tenham sido inspirados por meus abusos verbaes. Sem falsa modestia. (…) Até a satisfacção que você accredita obter de seus actos de submissão escatologica voluntaria proveem da necessidade de compensar ao extremo a perda da visão e a inutilidade. Isso não é plena e verdadeira

satisfacção, é resignação, e você sabe disso. Um masochista que enxergasse sentiria prazer no simples acto de ser humilhado e feito de gattoe-sapato, mas você precisa de algo mais: saber que pode ser util mesmo sendo cego. Não duvido de suas tendencias, entenda… mas enxergo alem dessas tendencias, em se tractando de um cego.}

(6) {Sinceramente, eu batti uma punheta ao ler o teu imeio. Eu adoraria te ter como escravo, te collocar uma colleira, fazer você me massagear os pés. Me lamber os pés. Os mesmos pés que te pisarão para não deixar duvida quem manda e quem é mandado. O quanto você meresce ser subterraneo… preso a mim! E sabe o que mais me excita? Você não contemplará o meu rosto e assim eu não correrei nenhum risco de virar uma estatua de sal. Do teu Tyranno, meu Tiresias…}

(7) {O verso que mais gravou em minha cabeça é o seguinte: “Eu chuto bolla nelle e grito olé!” do “Sonnetto do escravo virtual”, eu fico imaginando a scena e me deleitando, nesta sincera intimidade que a ninguem se revela, a comicidade tragica desta scena… O fodido, o cego, alguem precisa ser este cara, mas não sou eu, é elle, e pois então, que assim seja, eu fecho os olhos, viro o rosto e me ommitto perante este fardo que o outro carrega, rindo-me em silencio por não passar pelo que elle passa… Tambem notei uma grande semelhança entre o “Sonnetto pesado” e o “Sonnetto mettido”, a unica differença é de facto a troca em um do pé pela rolla, preferi o segundo, pois acho que o fetiche do pé, por ser menos commum, accaba affastando um pouco o leitor do contehudo. (…) Affinal, que exsiste na alma humana que a queira forçar a dar as mãos para o cego e auxilial-o, quando mais util será elle a nos servir? Eu tenho pensado muito na sua condição actualmente e chegado a certas conclusões. Talvez eu me enganne, mas creio estar agora começando a lhe entender. A sua

autoflagellação, o seu prazer em se maltractar a si… É um grito do ultimo orgulho que não acceita este amparo hypocrita dos outros? Não sei… (…) A tyrannia que impõe, puramente, a submissão physica é uma das mais ridiculas que exsiste, e é muito facil dominar um cego desta forma, para que eu o queira. Acho que o sadismo tem que ser mais profundo, porque é mais prazeroso desta forma, porque nos anima ver alguem dependente de nós, alguem que se prostra à nossa força sem que siquer a usemos. Isto, por exemplo, é o que eu sinto. (…) Você falla do purgatorio na terra, do qual eu excappei, sem ser siquer um sancto. Isto me regozija muito, pois, de accordo com a doutrina espirita, nós somos e recebemos o que merescemos ser e receber. Eu, portanto, rico, bello e joven, sou uma especie de creatura mais elevada, emquanto você expia os seus longos e tenebrosos peccados neste abysmo de dor e escuridão. Sorte a minha e de Allan Kardec! É isto…}

(8) {Teus poemas são eroticos p’ra cacete, fiquei de pau meio duro. Que homem não gosta de ser chupado? Eu tambem quero botar minha rolla na bocca de alguem, claro. P’ra ficar de pau duro o melhor mesmo é o ceguinho que xupa depois do cara mijar. eu mandaria você engolir os bagos tambem. E appertaria tua cabeça entre as mãos para te impedir de tirar o negocio de dentro da bocca. Porra…fiquei de pau duro… Preciso provar essa lingua nos meus pés. Urgentemente. Com certeza subindo depois pela perna até o sacco e a cabeça da rolla regaçando com ella e eu te fodendo até gozar.}

(9) {Perguntei p’ra elle qdo elle me contou de vc: Ahe mano, tem como vc adjeitar esse cego submisso p’ra eu e um amigo meu usar? Abbaixo vae meu msn. E vc submisso, cala a bocca, prepara ella p’ra ser usada e num reclama, vc nasceu p’ra servir os machos de olho bom, putinho! (…) sem dó de vc brother… sabe aquella coceira chata entre o dedão

do pé? collocava vc p’ra coçar… mas lambendo… Hahaha! eu ti daria uma surra bem dada com um chicote só por alguns motivos vc deve parescer com aquelles cegos caras de babaca nossa cara eu odeio cara com essas carinhas cegas de idiotas! como vc deve ser feio! alem de ter cara de cego immundo e fodido e vc sabe né todo cego tem cara de Veado e vc tbm tem cara de ser veadinho incubado… rs ahi da onde vc tirou esse pappo de escriptor? escriptor cego é piada! ahHAHha alem d ter cara de lerdo acho q tem cara de veado! meresce chicote e chute… eu biccudaria sua bocca…}

(10) {Sabe, Glauco? Com as mulheres sou timido e me sinto inferiorizado por ser baixinho e narigudo. Mas accabo achando namoradas que me acceitam como sou. Mas não satisfaço com ellas todas as minhas phantasias. Com você acho que daria. Engraçado, né? Eu iria me descontrahir justamente por você ser cego e se sentir mais inferiorizado que eu. Sei que teria liberdade para fazer você se adjoelhar e abbaixar a cabeça na minha frente. Sei que poderia foder sua bocca e pisar na sua cara sem o menor pudor. De imaginar já fico com tesão! Não é engraçado? Nunca imaginei que um cego me daria essa sensação de liberdade…}

(11) {Vou lhe ser franco, Glauco. Não vejo motivo para um cego ter privilegios nem viver apposentado por invalidez às custas dos que enxergam e trabalham. Devia ser como na India, conforme seu relato: ou pedem esmolla, ou trabalham prestando serviços sexuaes indignos das putas que enxergam, fazendo da bocca um instrumento das preferencias menos hygienicas daquelles que curtem a degradação das castas inferiores. Assigno embaixo das suas palavras, Glauco!!!}

(12) {Qdo eu era muleke eu tinha vontade de chutar o pratto do ceguinho q pedia esmolla na praça. O pratto das moedas q elle chacoalhava. Um collega

meu ja tinha feito isso e eu morria de rir qdo elle contava. Nunca deu coragem pq alguem ia querer defender o desgraçado. Mas vontade eu tinha. Si pudesse pegar elle sozinho eu ia zoar bem mais. Enchia de chute até elle pedir pelo amor de Deus, ia fazer elle rastejar na poeira. Tenho bronca de cego desde qdo um guia fortão me obrigou a dar logar p’ra um cego gorducho no omnibus e o cego ainda me xingou na frente de todo mundo. Mas com vc eu ia me distrahir p’ra cacete. Faria vc ficar de 4 e me seguir engattinhando. Qdo alcançasse meu pé ia tirar meu tennis com a bocca. Ia levar pé na cara e ia apprender a chupar primeiro no dedão depois no meu cacete. Ia ser tua esmolla me chupar e beber porra. Quem fallou q cego não tem utilidade? Cego serve p’ra gente se distrahir e p’ra gozar, kkkkk}

(13) {ahe cegueta, vc ta fodido ta ligado? eu ia zoar vc sem dó, fazia vc lamber o chão até sahir sangue…aHuahaUhaUahuH mandaria vc dar o cu aos mulekes, e depois ficar contando piadas boas de cego, si fosse ruim .. vc ia pro xicote de fogo uahauahuahuhauahuah e depois keria q vc ficasse rindo uaahuahauha vc iria satisfazer os desejos sexuaes de toda a gallera da minha rua… hauauhauhahua ia mandar vc raspar a cabeça, encher vc de chute na cara, fazer vc comer lixo, e limpar meus tennis com a lingua, ta ligado? iauhahiuah}

(14) {Curto muito essa scena freak onde tudo quanto é alleijado e defeituoso physico se presta a serem usados por pessoas normaes para coisas que outras pessoas normaes achariam porcas e degradantes demais. Vi muito disso na web e no exterior. Mas você me offeresce uma opportunidade para checar na practica essa serventia dos freaks. Saber que você não é cego de nascença, que perdeu a visão aos poucos me aggrada ainda mais, porque assim vae poder se ver no meu logar e imaginar meu prazer assistindo a scena, mas ao mesmo tempo você vae cahir na real e se sentirá mais desesperado.

Você me serviria como chupador sim, mas antes me lamberia dos pés ao sacco, daria um verdadeiro banho de lingua. Tambem sua lingua me serviria de papel hygienico e sua bocca de penico, claro. Sim, teria tambem a serventia de capacho, para limpar a sola dos meus sapatos e botinas depois que eu andasse na sujeira da rua… Vou pensar em tudo de dirty que um cego teria nojo de fazer, só de sentir o cheiro, hehehe}

(15) {Quando fallamos por phone não tinha aberto o e-mail. Agora que li te digo que elle me excita bastante. Me aggradou observar que para você a submissão imposta pela cegueira ja está sendo incorporada. Um dominador cego não teria a menor possibilidade. Na nossa conversa ficou muito claro que a castração e a cegueira podem ser modalidades de reducção de alguem à condição de escravo ou de animal. Ambas acções podem tirar a autonomia do homem, sua capacidade ou motivação. (…) Caro Glauco, paresce que você está apprendendo seu logar. Um cego não pode querer outro. Não pode ver, não pode excolher, não pode discutir. Obedesça e apprenda a obedescer, entenda que foi reduzido, que não tem mais a liberdade de antes, que depende, depende da boa vontade, ou peor das vontades dos outros. Deve acceitar as vontades, deve se submetter às vontades. Deve accostumar-se a adjoelhar, a engattinhar e a rastejar. Um cego não pode excolher. Quando alguem te tocar acceite a vontade do toque. Um tapa, um belliscão ou uma saccudida, tanto faz, ou uma cuspida, um chute, um pisão, tudo deve ser entendido como um gesto merescido.}

(16) {Nunca dei muita bolla à questão da insufficiencia physica, até porque, para Mim, ella está encarnada à de alma. Refiro-me a algo que Me marcou (ainda marca) directo & Me convenceu de Meu sadismo absoluto ao extrahir um extranho prazer fora dos “padrões de perfeição physica”. A cegueira, a principio, nunca despertou grandes

curiosidades, ja que vendar putas é um procedimento quasi protocollar no S&M. Porem, com o tempo, claro, foi se aguçando a perversidade & sempre quiz ter contacto com vadias cegas submissas. Queria saber de uma que houvesse perdido a visão & de outra que nunca tivesse enxergado, para saber de suas sensações & como vivenciavam o medo ante à Dominação. Extrahiria uma maldade deliciosa, tenho certeza, appenas em entrevistal-as. No caso de um macho cego, meu gosto seria saborear sua perda do orgulho masculino pela perda da visão. Natural, portanto, que eu o veja como uma daquellas putas, carne de utilização, machina de chupar, orificio de gozo. (…) Os cegos que ja enxergaram, fodamse, exporrando-se no soffrimento duplo -- sem ver & ainda na angustia tormentosa das memorias visual, tactil, auditiva & de paladar -- si, alem da excitação animal, consigam experimentar entesamento pela dor & pela humilhação, deve ser uma disneylandia p’ra perversidade de um sadico. E si, ainda, tiverem sido protagonistas de abuso ou violencia. Melhor parar que Meu pau está extourando a cueca (rs).}

(17) {Calço 43/44, elle é um pouco arqueado, o dedão é um pouquinho mais curto que o vizinho, o peito com um pouco de pellos abbaixo do dedão (e um tuffinho sobre elle). Eu costumo dizer que é a parte mais branca do meu corpo, posto que meu penis tem tons roxos (a anatomia explica!). É um typico pé romano hahahahaha. (…) Preste bem attenção, seu cego veado (não basta ser cego, tem que dar o cu tambem!), pois só vou fallar uma vez: você vae começar lambendo minha virilha em forma de V, si fizer direitinho, deixo você chupar meu ovo, vae descer pelo flanco interno das minhas pernas até chegar no meu pé. A virilha é um local muito sensivel do meu corpo, quasi não supporto as cocegas quando minha parceira as chupa/lambe. Juro, juro, seu cego do caralho, que si eu gozar antes de tua sebosa lingua chegar aos meus pés, quebro

tua cara e faço tu lamber o teu proprio sangue que expirrar em mim. Si tu faz essa linguopedal como faz versos, eu te dou o prazer de exporrar na tua garganta. Vamos ver si você se engasga. (…) Acho que só não batteria em você até sangrar (a menos que você mordesse um dedo meu com força a poncto de me incommodar ou a cabeça do meu pau). Mas si, na hora H, eu precisasse te ferir p’ra sentir prazer, eu faria e com muito gosto, porque cego é p’ra se foder mesmo. (…) Mandaria você p’ra cama aos ponctapés e ordenaria que você dormisse com o dedo no cu, e que o chupasse ao accordar, seria esse seu café da manhan, seu veado fi de rapariga… não se compare a Sansão, você é tão impotente e ridiculo que eu montaria em ti e cavalgava. Te deixaria em qualquer cantho, e quando eu assoviasse, você seguiria, de quattro o rastro do meu chulé e beijaria meus pés implorando para eu subir novamente no teu lombo…}

(18) {P’ra mim o sexo sempre esteve intrinsecamente relacionado a poder. Quando creança, eu não participei de muitas brincadeiras, mas convivia com garotos que “dedavam” os outros à força, embora não fossem alem disso, em occasiões que de vez em quando eu presenciava; mas o mais marcante foi mesmo o que considero a minha primeira experiencia sexual -- quando tinha uns dezeseis annos mais ou menos, andava com uns punks e uma vez, em plena praia, de madrugada, eu e mais quattro punks “dominamos” o thio de um delles, que era mais ou menos cego e que tinha ido comnosco. Não houve porrada, mas houve bastante humilhação, penetração multipla e coisas do typo, e eu adorei aquillo tudo. O curioso é que, talvez por causa disso, accabei associando os cothurnos à sexualidade e a cegueira à humilhação; até hoje uso quotidianamente cothurnos, e os vejo de certa forma como symbolos da minha propria sexualidade -- ja que são tão ambiguos, podendo ao mesmo tempo significar a oppressão e a cultura underground, e eu acho que

minha sexualidade meio que synthetiza as duas coisas. (…) Bem, eu estava vestido como ando quasi sempre, com calça preta e cothurnos, acho que na epocha estava com uma camisa da Siouxsie and The Banshees e um sobretudo roubado da aeronautica que ainda uso às vezes; os outros estavam com tennis, calças rasgadas e jaquetas. O sobrinho não participou da scena porque, até onde sei, abusava do thio todo dia; só o que elle fez foi offerecel-o, botando-o deitado no meio da roda, na praia, e puxando-lhe a calça, deixando a bunda de fora. Emquanto elle surrava a bunda do thio, nós davamos tapas na cara e o xingavamos de puta cega, piranha, vadia e coisas do typo. Ficamos nisso por algum tempo, e depois o sobrinho sahiu, acho que p’ra beber ou tomar algo. Emquanto o cego punhetava o Sauro e o Nerd, eu fiquei passando o pau na cara delle e dando mais uns tapas. Depois tiramos sua roupa e o collocamos de quattro; elle chupava o Nerd emquanto o Sauro ficou castigando sua bunda, e eu fiquei pisando em suas costas e empurrando-o com o pé, limpando a sola nas suas costas; Sauro e Nerd trocaram as posições depois de algum tempo, emquanto eu continuava a pisal-o e xingal-o. Então, quando o Sauro quiz fodel-o, eu peguei a cabeça delle e prendi entre minhas coxas, com a cara p’ra baixo e roçando na areia, e segurando seus braços no alto; emquanto o Sauro o comia e o Nerd se punhetava sobre elle. Depois elle me chupou e gozei na cara delle, de forma que elle ficou gozado na cara, nas costas e na bunda. E, quando terminamos, ainda descobrimos que tinha um cara de bicycleta no calçadão assistindo a tudo e acho que se punhetando tambem. Isso me marcou muito porque foi a primeira vez em que eu dominei alguem na vida real; na verdade, olhando p’ra traz, vejo que eu estava mais entretido em dominal-o do que em comel-o. Hoje em dia, si estivesse nessa situação, acho que refinaria mais a coisa toda: cuspiria na cara delle, mijaria em cyma, coisas do typo. E o escravo cego seria obrigado a ficar ammarrado

no chão, rastejando, luctando para seguir meus cothurnos e esticar a lingua para lambel-os quando porventura eu passasse mais perto delle! (…) Você tem toda razão quanto ao SM; peguei essa mania de “categorizar” tudo por causa do meio BDSM de hoje em dia, pelo menos o carioca, que está cheio de gente completamente obcecada por definições e pelo “politicamente correcto”. P’ra você ter uma idéa do nivel, recentemente surgiu uma discussão inflammadissima na lista de discussão BDSM carioca simplesmente porque um sub commentou que estava phantasiando com aquellas scenas irakianas, e houve quem ficasse indignado com isso -- porque, segundo a logica delles, como aquillo não era consensual, não podia ser relacionado ao SM! Você se envolveu com alguns dos primeiros gruppos SM aqui no Brazil, não foi? Imagino que os pappos fossem bem menos cheios de neuras, estou certo? Muita gente cita gente como Wilma Azevedo, Alex Wolf e Cosam Atsidas nas discussões, mas geralmente mencionam o facto de tel-os conhescido meramente como um symbolo de status. (…) Infelizmente meu cothurno não tem outras recordações interessantes; na verdade, eu fiquei só pouco mais de um anno com esses punks, e como aqui no Rio os territorios eram muito bem divididos (esses com quem eu convivia eram os “punks 77” la de Nictheroy; o outro grande gruppo eram os anarcho-punks que ficavam aqui no Rio), difficilmente rollavam tretas… embora essa idéa de pisar com o cothurno, como forma de humilhação, seja realmente instigante. (…) Então eu provavelmente te manteria no chão, talvez ammarrado, mas sempre servindo como mero tapete. Talvez eu fosse chupado pela minha gueixa pisando em você, até. E você ficaria relegado a duas funcções: servir como tapete e manter meu cothurno sempre limpo, você sabe como. Então eu teria duas coisas (e claro que o uso do termo “coisa”, aqui, não é accidental): a gueixa-refeição, meramente p’ra favores sexuaes e p’ra degustação; e o Glaucotapete-engraxate (ou “linguaxate”) de cothurnos.

(…) O que você disse sobre o SM não necessariamente correcto, nem são, tampouco consensual, é exactamente o que eu penso; aliaz, é um sacco essa attitude policialesca de gente que fica perturbando com a ethica baunilha p’ra la e p’ra ca. Até admitto que se divulgue isso socialmente, como uma forma de evitar que sejamos queimados pelos moralistas da sociedade, ja que vivemos numa epocha tão reaccionaria; mas convenhamos que quem ja vive dentro do SM e o excolheu como caminho deveria poder vivencial-o da forma que quizer e bem entender. Si um sub é deficiente, cadeirante, cego, peor p’ra elle. Ou melhor, si souber ficar no seu logar. Mas as coisas estão ainda peores do que eu pensava: hontem fui saber que alguem, numa das listas de discussão, commentou por alto sobre o “Salò”, do Pasolini, e choveu mensagem de gente fallando que Sade não tem nada a ver com SM! Dá p’ra accreditar? O pessoal paresce que fica mais conservador no SM do que fora delle! (…) Quanto a meu pé, elle até que é bastante commum, embora o dedão e o segundo dedo sejam do mesmo tamanho e elle seja tamanho 44, ou seja, um excellente tamanho p’ra pisotear cegos lambedores de botas, não acha? E, como eu muitas vezes uso cothurnos tamanho 45, o que não falta é bota p’ra lamber; só falta saber si a lingua aguenta. No mais, não te aggradesço por lamber meu cothurno porque, convenhamos, você não tem outra opção a não ser cumprir suas obrigações de engraxate. E hoje teria mais trabalho ainda, porque andou chovendo por aqui e o cothurno está cheio de lama. E o peor: não é facil lamber com alguem pisando na sua cara… (…) Bem, você pode fazer outras coisas para me ser util, chupar, lamber chulé, o que affinal é seu dever, desde que tenha em mente que nada será capaz de retiral-o da humilhante, immunda e vil posição de engraxate de cothurnos. Quanto a isso, todo exforço é em vão, ou melhor: o maximo que você conseguirá será mais humilhação, mais desprezo e mais indifferença. E não se exquesça de que quem

está sendo benevolente aqui sou eu, porque affinal de comptas estou te dando alguma utilidade! (…) Eu ja havia considerado a idéa de te enviar um pé de cothurno usado; no entanto, infelizmente não encontrei aqui o meu antigo, que aliaz estava tão balleado que precisaria de dias (ou semanas) de limpeza. Acho que foi pro lixo ha alguns annos attraz. O que estou usando aqui ainda vae durar algum tempo, ja que o comprei em março deste anno; todavia, tenha a certeza de que esse ja tem um destino certo. Mas fique advisado que não irei envial-o em boas condições, aliaz, nem mesmo em condições “razoaveis”. Tem que estar com chulé, sujo de poeira, terra, rasgado, immundo, com sujeira em cada vão e reentrancia. E você accabou commettendo um equivoco ao pedir p’ra que eu não o descharte: ao envial-o, eu de certa forma o estarei jogando fora, ja que um reles lambedor de solas não está tão longe assim da condição de lixo, né?}

(19) {Nos meus tempos de faculdade eu pegava as collegas p’ra me chuparem, rankeava ellas como chupadoras p’ra ver qual trabalhava melhor. Tinha umas que eram mais enjoadinhas e eu fazia chupar por cyma da cueca antes de engolir o negocio e ellas faziam cara de nojo mas eu sabia mandar, sabia que ellas precisavam ser mandadas p’ra vencerem o nojo, porque eu não ficava trocando de cueca toda hora. Com um cego que se diz inconformado acho que faria elle se tocar, mas sem me tocar com a mão, tá entendendo? Você precisa muito das mãos, certo? Eu ammarrava suas mãos p’ra traz e você ia ter que andar de joelho até achar meu pé p’ra tirar meu tennis e a meia com a bocca. Só depois de chupar meu pé chuparia meu pau, que tal Glauco? Será que isso faria você perceber que tem de se conformar com a perda da visão? Vae pensando ahi, que eu tambem vou em outras coisas que faria com você, typo usar sua bocca p’ra mijar dentro, sua lingua como papel hygienico, ja pensou Glauco? Perto disso ia ser fichinha ter de chupar

um pau por cyma da cueca mijada, não acha Glauco? (…) Eu só queria ver si você ainda ia ter tempo de pensar no seu inconformismo de cego emquanto trabalhasse p’ra mim. Si perdesse tempo pensando eu ia fazer você pensar em outra coisa mais urgente, sabe no que? No medo que você ia sentir da minha cincta no seu lombo, do meu cigarro na sua pelle ou da poncta do meu canivete, que tal Glauco? Ia ser belleza ver a sua cara de medo, ahi você quem sabe ia se conformar mais rapido, que tal? Sei ou não sei como tractar um cego inconformado? (…) É engraçado, mas ao contrario dos actores de filmes pornôs, a cabeça de meu pau fica coberta pela pelle mesmo numa erecção, a não ser quando colloco camisinha, ahi arregaça totalmente, o que é essencial p’ra penetração numa mulher, mas no sexo oral não faz differença pois a mulher ou no caso, a bicha cega, me punhetam. Quanto à cueca, depois de um dia de usada ella fica cheirando a mijo, bosta e todo typo de sujeiras, e você sentiria sim, em meu pau, odores malcheirosos. Antigamente eu gozava sempre na cueca e ficava com ella, esperando a porra seccar, e eu mesmo lavava ella p’ra ninguem saber que eu andava gozando na cueca. Depois adquiri outra tactica: separei uma cueca da masturbação, isto é, sempre que eu queria me masturbar vestia a cueca, gozava nella e guardava bem no fundo de meu guardaroupa, onde ninguem mexia. Depois de duas semanas o lado esquerdo da cueca, onde eu gozava, estava duro e cheirando a algo de que talvez os urubus e um cego masochista iriam gostar. Um fedor só!}

(20) {Este “desespero” do cego que tem que se submetter sem saber a quem, e mesmo sem saber o que o espera confesso que me excita. Não é à toa que nós, sádicos, gostamos de vendar os olhos dos nossos servos. (…) Mas o que acho muito louco é esse prazer que nós, sadicos como eu e UDR, temos em zoar mais ainda quem ja é zoado. Louco p’ra caralho! Veja só essa affinidade que temos

em curtir UDR, eu por ser sadico e vc por ser masochista… Sabe que essa banda é desconhescida e meio que censurada, né? Mesmo assim nós a conhescemos. (…) Bem, você sabe que sou um macho sujo que gosta de humilhar bicha com meus maus odores e com os sabores das partes mais podres do meu corpo. Um veado cego deve ser zoado nesse sentido, mas com a surpresa de não saber o que está sendo collocado no seu nariz nem na sua bocca. Eu pegaria uma bicha cega e approveitaria para immobilizal-a, ammarrar suas mãos para traz e collocá de bruços sobre a cama, com a fuça na beirada prompta p’ra ser usada. Approximaria alguma parte do meu corpo bem fedida e perguntaria p’ra ella: que fedor é esse? Si ella accertasse poderia cheirar um pouco mais antes de fazer a faxina com a lingua, mas caso erre tem que ganhar um tapão na fuça p’ra apprender a não ser tão burra. E assim continuaria na primeira parte do seu treinamento como lixo, treinando seu conhescimento olfactivo e sua cara de bicha otaria. Como segundo treinamento eu retiro o lixo cego da cama e começo a usal-o como capacho, e o chão é o seu logar agora. Ponho o tennis mais chulezento embaixo do seu rosto, assim, ainda com as mãos ammarradas, não resta outra alternativa a não ser respirar o ar ardido que vem de dentro do meu pisante. Pisar sobre o capacho é de lei, capacho aguenta, mas um bom capacho serve para limpar os pés, sendo assim, exfregar meus pés chulezentos na sua cara é o inicio da limpeza, exfregar bem e com força, até ver suas bochechas vermelhas e sua cara de soffrimento. Depois dessa limpeza a secco vem a humida, na lingua, na bocca, com a saliva da bicha cuja unica funcção é servir para alguma coisa util e prazerosa ao seu mestre. Então é fazer o mesmo que foi feito na fuça agora na lingua: exfregar, exfregar e exfregar, até não ter mais saliva e a bicha ser obrigada a botar a lingua secca p’ra dentro da bocca, sentindo o gosto daquelle pé que ella nem tem idéa da cor que a sola está (mas no meu caso sempre preta porque ando

descalço em casa). Claro que um serviço de cego que seja mal feito meresce punição, assim o imbecil deixa de ser tão idiota e apprende a ter alguma utilidade, então uma pisada com força na cara, ou um chute nas costellas adjudam no treinamento do lixo. Depois da sola preta é hora dos dedos, um a um, chupar os dedos de um pé emquanto o outro repousa sobre sua cabeça ou seu corpo. Limpar tambem entre os dedos, alli onde juncta um lodo grudento de suor, fazendo o capacho se alimentar daquillo que é sua iguaria, iguaria de capacho é lodo entre os dedos dos pés.} (ver o topico 7)

(21) {Claro que gostaria de trocar figurinhas. Envie suas perguntas breves para respostas objectivas e politicamente incorrectas. Allerto-o de que leio Sade tomando sorvete de passas ao rhum: nada me choca, appenas a hypocrisia humana. (…) Eu brincaria com as suas limitações. Algemaria seus pulsos para traz e você teria que tactear com a bocca para achar meus pés e meu pau. (…) Sim, eu faria suspense. Você ficaria esperando pelo bofetão, mas eu poderia preferir uma excarrada. Que tal? (…) Você massageia meus pés com a lingua emquanto eu fico vendo um filme musical e você tem que se contentar com o som. Não é um optimo consolo?}

(22) {Acho que a peor coisa que eu poderia fazer por você seria exaltal-o por compta de sua cegueira, como si você fosse especial por ser cego -- premissa difundida pela sociedade hypocrita, pois no fundo ninguem tem paciencia com um cego desvalido. -- Aliaz, seria um advanço e tanto si todos os cegos se tornassem masochistas, ou, si não todos, pelo menos a metade… assim elles seriam devidamente addextrados e usados para ser uteis aos normovisuaes como eu, sim, porque eu enxergo, lembra disso? Vejo tudo tão nitidamente e imagino a escuridão de um condemnado. Minha vista é simplesmente perfeita, nem oculos preciso usar, vejo tudo com nitidez e naturalidade. Um regalo

dos deuses, ceguinho, pode crer. Ah, si eu pudesse lhe fazer uma visitinha! Curtir sua lingua na minha sola, curtir seus CDs, emfim, curtir e me approveitar de um ceguinho inoffensivo! ha ha ha! Note que a invalidez de um cego é differente de qualquer outra invalidez. A invalidez de um cego equipara-se à invalidez de um objecto inanimado. Alguem ja lhe disse isso?}

Claro que a numeração não se encerra aqui e que este topico permanesce “in progress” para futuras edições, ja que o dialogo com leitores sadicos continua aberto.

[10] CONCLUSIVA SALIVA

Do poncto de vista exsistencialista, nenhuma these academica nem theoria litteraria funcciona melhor que o testemunho dum outro podolatra para dimensionar aquillo que um espirita chamaria de “missão terrena” quanto à construcção duma trajectoria de vida, caso deste leitor que, informalmente espontaneo, assim relatou, superando quaesquer discursos da critica especializada:

{Tenho 32 annos, sou descendente de italianos do norte, portanto meu rosto mixtura traços nordicos com latinos. Tenho maxillar fino dos latinos, mas o nariz grande e potente dos barbaros. Minha cor é latina, castanha clara. Minha expressão é de angustia na testa, sarcasmo na bocca e desprezo na feição. Tenho os cabellos empratteando. Tenho 1.80m, sou magro com 75kg, jeitão de principe, mas com genio de bandido. Claro, meus pés… elles são compridos e rectos, um pouco acchatados pela minha altura. Meus dedos são compridos, o dedão é da grossura de um caralho, calço 44 e adoro NIKE. Poderia te pisar emquanto leio você. Eu ia gostar muito. Me sentiria na verdade honrado como quem pisa no proprio pae, uma vez que foi sua escripta que despertou toda esta degeneração sadica em minha mente. Accredito que nasci um bom cão selvagem e que suas lettras sujas collocaram poesia no chulé, amor na situação de risco e perigo (controlados, sim, affinal humanos), e a vontade de estar nas mãos de alguem, de estar indefeso, como estamos todos em todos os momentos. Te pisaria como quem pisa em si. (…) Quando eu tinha 18 annos era um imbecil magricella, nerd, como se diz hoje, no seu tempo CDF. NÃO TINHA SEXO. Meu florescer sadico foi com 23 annos, encantado pelo preconceito de ser homem, catholico, joven, branco, forte e viril.

Esta superioridade que eu imaginava ter -- não conhescia decadencia -- me fez mudar de victima a algoz. Nesta epocha pisotearia você, te ammarraria pelo pescoço e o puxaria como a um burro pelo pasto, com você tropeçando e me carregando no lombo. Eu te ammarraria em forma de cruz, com a cabeça encostada no chão e leria Dostoievski p’ra você, “Irmãos Karamazov”, quando elle pergunta si eu teria coragem de fazer um semelhante meu dobrar os joelhos deante de mim, si eu abusaria physicamente de alguem que tem alma, como eu, si eu ficaria em cyma de um humano. Nessa parte eu estaria em cyma de você obviamente. Mas meu sadismo naquella epocha não era physico, mas sim moral. Gostava de appaixonar pessoas e desilludilas, ou simplesmente sumir de suas vidas. Mas mesmo assim, fiz muito poucas victimas. Eu ainda tinha que me transformar mais e saber como attaccar minhas victimas em seus corpos, mas confesso que não tinha coragem. O que faltava era orientação e mau exemplo a ser seguido, quando cahiu em minha mão “O Balcão” de Jean Genet e fiquei de pau duro lendo a scena do CARRASCO, JUíZ e a LADRA. Depois se seguiu “Diario de um ladrão” e é claro “Querelle”, com direito a filme. Nesta epocha minha força interna ja não bastava p’ra me satisfazer e eu buscava riscos e perigos nas noites, na maconha, no pó e na vodka. Estudava Radio e TV na UNESP, minha primeira faculdade, de trez. A segunda, philosophia, a terceira, jornalismo. Depois, num dos mais ordinarios cinemas pornôs do Brazil, e somos bons em produzir ordinariedades, encontrei quem me abusaria, e assim o fui, com protestos e gritos de minha parte. Minha superioridade sumiu, minha raça cahiu, meu credo appagou dentro de mim. Anniquilado pelo estupro, recorri ao estuprador como protector. E fui escravo, até poder voltar a ser eu novamente e poder andar pelo mundo e excolher, ter força p’ra excolher o que quero. Você entrou na minha leitura nessa epocha, attravés de uma compilação do “Jornal

Dobrabil”, que ganhei e li no banheiro, depois fui attraz de você, eu estudava philosophia, e li seus poemas, contos no site do UOL. Nem precisa fallar que os pés me encantaram nesta epocha e me especializei em lambel-os, em delicial-os a poncto de trabalhar melhor com a lingua do que com as mãos. Você vae achar biruta, mas domino melhor sendo submisso de machos. Brinco com elles e o perigo é maior, porque posso ser expancado si pego em travessura. Não sou mestre nem escravo, sou trahidor de onde eu estiver. (…) Me attrae o facto de pisar em você pelo unico sadismo de pisar em alguem que de facto li, acho que você teria este prazer ao pisar no Sartre? Ou mijar no Foucault? Confesso que seria uma pisada de vingança por ter degenerado minha mente, certo, exaggero em attribuir culpa a você, mas é assim mesmo, sem justiça e sem perdão, só julgamentos e mais julgamentos. Será para doer, portanto. Mas serei até bom com você, quero ler p’ra você emquanto piso. Queria ler a peça “Viuva, porem honesta” do Nelson, emquanto você ficaria aos meus pés, primeiro em meus tennis, depois nas meias e por fim nos pés. (…) Evidente que você deve ter outras leituras que gostaria que eu fizesse p’ra você e acceito suggestões, desde que boas e que não levem muitos neuronios no acto da leitura, mesmo porque quero que você se divirta muito appanhando e lambendo meus tennis. Imagine assim, sou um membro do Conselho dos Bons Moços Catholicos que gasta umas horas na semana lendo p’ra um ceguinho com verve poetica emquanto abusa delle de forma cruel e pouco orthodoxa. Gostaria realmente de proporcionar horas de tesão real a você Glauco Matozzo, em retribuição e raiva as flores do mal que me deu. Pela tua escripta, tive horas preciosas que nunca exquescerei e que são as melhores coisas que tive em minha vida, momentos de extrema verdade e é claro, poesia assassina. Mas tudo dentro de segurança e respeito pelo ente physico. Posso fazer isso! E fazer isso de forma segura, dentro de

certos limites em que sua integridade physica será assegurada. Mas sua cabeça ficará em frangalhos por dentro de tanta adrenalina que se sente quando se é dominado, quando se está a mercê. Ja pense num modo de tornar isso practico, em breve enjoarei de teclar com você, ou não, quem é que sabe! (…) Acho que eu poderia te chamar de morcego? Ja deu p’ra perceber que gosto de animaes não é? Me encantava a Pagu chamando o Oswald de jacaré. Nem precisa dizer que meus animaes favoritos são os ursos, pelo tamanho e força e burrice. Me encanta a burrice, acho que minha vida seria melhor si eu fosse borracheiro e não tivesse lido “A Paixão segundo G.H.” da Clarice. Na verdade rapaz, sua cegueira o adjuda no trabalho com os tennis, augmenta seu tacto. A unica coisa que você realmente está perdendo são as cores, mas ellas andam muito chatas nesta epocha. Ha uma predominancia do branco e do preto, como ha desde os victorianos, ha o pratta e o dourado. E só. O resto é variação do mesmo thema que você ja viu nos annos 70. (…) Ja deu p’ra você entender que eu tambem tenho um macho abusador que me usa e me explora? Quero fazer o mesmo com você. Quem sabe um dia eu não o leve p’ra me ouvir ler p’ra você, então você teria 4 pés p’ra lamber e lamberia os pés do macho que come o seu macho, que por isso é macho duas vezes. Elle é muito cruel, mas por emquanto morceguinho, serei eu e você desfructando destes momentos de sadismo, loucura e é claro, poesia. (…) Fique tranquillo, estaremos somente eu e você. Não deixaria nada nem ninguem estragar o prazer de eu pisar em você emquanto eu leio, isso é certo! Nem haverá violencia entre nós, digo a physica, porque somos cavalheiros à russa! Aliaz, Glauquito, você bebe? Vamos a uma vodka? Você precisa confiar logo em mim p’ra que eu te adjude mais a approveitar a porra dessa vida. Tou vendo que você foi domesticado e desistiu de luctar pela sua liberdade. Vamos nos encontrar p’ra você sentir que meu objectivo é dar prazer e ter prazer, tudo gratis, pelo tesão de ser puto

juncto com meu auctor vivo favorito. Ou você virou um desses litteratos frescos que só saem em préestréas, FLIP, etc??? Vamos sahir à noite meu velho, beber em boteco, ouvir o som de bollas de sinuca, sentir cheiro de cigarro de cafetão e perfume de puta. Eu descrevo o que vejo p’ra você e iremos rir mais da vida. Prometto que ao final de cada madrugada te levo em taxi p’ra casa. Nada de garotos de programma, eu os odeio irracionalmente. Nada de violencia, é claro. Minha avó ficou cega pela diabetes, posso ficar cego tambem Glauco. Mas ella não se largou no escuro, ja bem edosa eu a conduzia e perguntava onde a avó queria ficar, ella sempre respondia, onde tiver mais gente. Para de ser cagão meu amigo. (…) Não queria te entrevistar, nem jogar conversa fora, queria ler p’ra você, e queria que isso fosse em certa medida, regular. O que eu tinha pensado era justamente assim, eu numa poltrona de leitura, bebida (que pode ser vinho), agua, eu lendo, você deitado de barriga no chão, lambendo meu Nike. Era só isso, sem chupeta, sem sexo, só lambendo o tennis. Este tennis que quero que você lamba é especial, elle está todo mijado pelo Macho Abusador. Eu nem uso mais elle de tanto chulé e cheiro de mijo que elle tem. Seria isso, mais nada, coisa simples. P’ra appigmentar eu poderia te dar de beber vinho dentro do tennis. Confesso que você é o auctor brazileiro VIVO que mais admiro no momento. A Clarice morreu de culpa e infelicidade pelo cancer, o Caio Fernando Abreu morreu de tanto dar a bunda, de AIDS, e a Hilda Hilst, morreu enlouquescida. Do que você vae morrer Glauco? Penso que o SM está intimamente ligado à morte, não que eu queira morrer em sessão, imagine, quero morrer bem velho e ouvindo David Bowie, mas rolla um desejo intenso de adrenalina e um enlouquescimento. Glauco, confesso que exaggerei ao fallar de minhas marcas, não estou com olho roxo, nem andando torto pela rua. Estou com uns riscos e exfollados nas costas, tudo foi feito com meu consentimento e cuidado pelo Macho. Elle sabe fazer

direito. Fallei de você pro Macho, elle auctorizou pisar em você, como descrevi accyma. E tudo bem por elle não participar. Tenho uma relação bem aberta com elle, posso manifestar minhas vontades e negociar isso com elle, embora Macho, elle não é rustico e appresenta um pensamento refinado.}

Casa de Ferreiro

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