LYRA LATRINARIA

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LYRA LATRINARIA



Glauco Mattoso

LYRA LATRINARIA

São Paulo Casa de Ferreiro 2021


Lyra latrinaria Glauco Mattoso

© Glauco Mattoso, 2021

Revisão Lucio Medeiros

Projeto gráfico Lucio Medeiros

Capa Concepção: Glauco Mattoso Execução: Lucio Medeiros ______________________________________________________________________________

FICHA CATALOGRÁFICA

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Mattoso, Glauco

LYRA LATRINARIA/Glauco Mattoso

São Paulo: Casa de Ferreiro, 2021 192p., 21 x 21cm ISBN: 978-85-98271-28-4

1.Poesia Brasileira I. Autor. II. Título. B869.1


NOTA INTRODUCTORIA Nesta collectanea a thematica escatologica e fescennina vem a ser complementar à do livro SONNETTARIO SANITARIO, entre outros que retractam a fecalidade pela perspectiva do cego sadomasochista. Mas aqui a forma não se limita à estrophação sonnettistica e varia do motte glosado ao madrigal, passando pela ode, pela rhapsodia e pelo infinitilho, na primeira parte, incluindo diversas catalogações na mesma sequencia numerica. A segunda parte é inteiramente composta de dissonnettos ineditos, nos quaes, ainda sob o impacto da crise sanitaria, cuido entretanto de varios outros themas urgentes e cruciaes para o convivio social, sexual, politico e cultural. No formato do dissonnetto, mantenho-me fiel à nova estrophação adoptada, em quattro quartettos, desde que retomei, em 2017, a producção temporariamente interrompida no sonnetto 5555, em 2012. Tracta-se agora de publicar, ao lado das reedições reformatadas dos titulos antigos, esta nova serie de volumes em versão digital, resgate emfim possivel graças ao trabalho do editor Lucio Medeiros à frente do sello Casa de Ferreiro.



PRIMEIRA PARTE POEMARIO LATRINARIO



LYRA LATRINARIA MANIFESTO COPROPHAGICO [1.6] “Mierda que te quiero mierda” (García LOCA) a merda na latrina daquelle bar da exquina tem cheiro de batina de botina de roptina de officina gazolina sabbatina e serpentina bosta com vitamina cocô com cocaina merda de mordomia de propina de hemorrhoida e purpurina merda de gente fina da rua francisca michelina da villa leopoldina de therezina de sancta catharina e da argentina merda communitaria kosmopolita e clandestina merda metrica palindromica alexandrina ó merda com teu mar de urina com teu céu de fedentina tu és meu continente terra fecunda onde germina minha independencia minha indisciplina és advessa foste cagada da vagina da america latina

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12 GLAUCO MATTOSO OITAVA PARA UMA ESCRAVA [1.30] Beber eu não exijo, como a merda que alguem comer mandei (e minha merda faz bollo secco e rijo), e ja que a merda me sabe ao que ja sei (pois de outrem merda comi ja), que meu mijo (e não a merda da qual me julgo rei) tu bebas (merda de mim que a custo allijo), tu, que és merda! Eu mesmo o beberei! Ah! Puta merda!


LYRA LATRINARIA CANTO DO CANTHO DAS CASTAS MENOS CASTAS [2.15] Paizes populosos do planeta echoam mesmo canto em todo cantho e, emquanto um rico filho na punheta desfructa e tem prazer olhando, emquanto se exporra a rir, dez pobres filhos, teta não tendo onde mammar, nem tendo sancto ou anjo que os proteja, ou lhes prometta logar no céu, a vida acham madrasta. Pyramide hierarchica, que tanto discurso ja rendeu, a sociedade de castas não me causa algum expanto, pois, cego que enxerguei, notei bem: ha de cruel muito nos homens, desencanto que appenas ao discipulo de Sade, bem como ao de Masoch, accaba em pranto com riso, e não contrista, mas contrasta. Mais baixas entre todas, duas: a de merdeiros e a de putos. Da primeira faz parte o limpador que, na cidade sem vaso e sem exgotto, fedor cheira emquanto limpa e, mesmo que não nade no lodo, recolhendo vae, à beira da fossa rasa, a bosta que a vontade de tantos intestinos fez em pasta.

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14 GLAUCO MATTOSO Nojenta profissão, pois, caso queira comprar ou mendigar algo de quem lhe esteja accyma, aquella que é merdeira pessoa não recebe mesmo nem no rosto o olhar. As coisas da maneira mais secca são jogadas ao chão, bem aos pés do “superior” que, em plena feira, na rua da amargura a pobre arrasta. De facto, uma “intocavel” é. Porem, exsiste uma “tocavel” casta, ao lado daquella, que meresce egual desdem. Refiro-me à das putas, que o veado inclue e o travesti mette tambem na compta. Todo filho abbandonado foi antes “offertado” a algum deus sem clemencia, “protector” do pederasta. A zona é um bairro inteiro favellado e alli todo enjeitado apprenderá as artes sexuaes, mas não me evado da chance de fallar que quem está na chuva se molhar vae, pois treinado será na fellação até quem ja perdeu a perna, a vista. Seu boccado de pão dum pau chupado não se affasta. Ceguinho assim nascido, ou que tem má visão e a perderá, de alguma puta recebe as instrucções: como se dá de lingua o banho, como numa hirsuta e suja pelle a baba expalhar, la na dobra do courinho achar a bruta pepita de sebinho e como pá usar as lambidellas... Bem, ja basta.


LYRA LATRINARIA Na bocca, pois, resume-se a labuta do cego nessa casta, e na garganta que engole a fundo um phallo. Emquanto escuta as ordens e as risadas de quem canta de gallo, o cego sabe que desfructa daquillo quem enxerga. Não se expanta, portanto. Appenas reza, si fajuta não acha a velha crença, ja tão gasta. Orando à tal Luzia como sancta que os cegos abbençoa, caso metta na bocca o mais immundo pau, ah, quanta paz intima elle alcança! Na sargeta se sente, mas agora não é tanta a sua desventura! Na punheta se basta e, pelos versos de quem canta, até que se consola a baixa casta...

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16 GLAUCO MATTOSO VICIOS VISCERAES [2.19] Compuz, appós cagar, este conceito: o arrocto para o vomito estará assim como está o peido para o feito no vaso sanitario, si eu acceito que merda toda obra de ser ha e quem arrocta as obras é suspeito. Vomita desabbafos quem se expressa em obra litteraria de valor, mas caga, geralmente, quem, sem pressa, se senta, raciocina e texto à bessa produz em poesia si, a compor sonnettos, uma decada attravessa.


LYRA LATRINARIA MERDA NO MOEDOR [2.25] Burgueiros teem tambem seu dia, mas precisa um hamburgolatra cuidado tomar com o que moem, quer do gado, das aves ou da soja, pois se faz hamburguer de minhoca, até! Capaz que seja (Nossa!) algum de carne humana! Ouvi fallar que pagam boa grana por bundas de cadaveres obesos! Depois de mortos, putas, pobres, presos darão insumo àquelle que os prophana... Quiçá conspiratoria, tal versão suppuz dos naturebas ser provinda. Denuncia circulou, mais grave ainda, vazando que os hamburgueres ja são sandubas de cocô! Que mais dirão? De minha parte, digo: tempo perde quem tenta convencer-me! Que me emmerde ja basta a vida chata! Ao paladar si aggrada, nada tenho que evitar e adepto dum burgão sou feito um nerd...

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18 GLAUCO MATTOSO ADSTRINGENTE PARLAMENTARISMO [2.77] Si tudo como dantes tem rollado no mais parlamentar quartel d’Abrantes, quer seja senador ou deputado o sujo personagem dos flagrantes, é sempre latrinario o resultado dos casos de quadrilhas e integrantes. Cagando e andando está quem foi flagrado na lista dos corruptos, mas deu, antes do escandalo, o escatophilo recado: “Fiz tudo para obrar, nas importantes urgencias, com exforço, e evacuado não tenho a casa, oppondo-me aos farsantes! Detesto as obstrucções! Por outro lado, forçoso é constatar os constipantes effeitos do projecto que tem dado trabalho aos intestinos e intrigantes serões de gabinete! Si approvado, o plano obrigará que os fabricantes dos rollos de papel que mais aggrado nos fazem ao trazeiro, deslisantes, os tornem grossos, asperos! Será do peor typo o que limpa, si laxantes tomarmos, o cocô que for cagado!”


LYRA LATRINARIA CONFIDENTE MANICHEISMO [2.78] Contou-me um fallescido cozinheiro de ricos, José Cicero de Tal, que fora funccionario dum casal burguez, do peor typo brazileiro. Marido e mulher muito, mettidos e arrogantes, tractavam seu submisso que até “cabeça chata”

ao que me inteiro, sempre mal serviçal, ouviu, cabreiro.

Fez elle bom papel, pois qual carneiro portou-se deante delles e no sal jamais errou, com medo do fatal puxão de orelha, rispido e grosseiro. Vingou-se um teste, chardapio catarrho,

elle, comtudo. Fez, primeiro, addicionando ao trivial uma assoada do nasal menos forte em gosto e cheiro.

Depois, tornou-se franco punheteiro e, sobre sopas, molhos, seu signal deixava, temperando com egual sadismo ao do mais bruto carcereiro. Nos prattos exporrava prazenteiro exguicho e, não contente, seu fecal tolete se sommou ao natural queijinho dum prepucio sem chuveiro.

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20 GLAUCO MATTOSO Esnobes, seus patrões, que no chiqueiro secreto da cozinha nem mensal entrada costumavam fazer, tal menu saboreavam, bem caseiro. Feliz ao saber disso, no banheiro batti minha punheta com total orgasmo, consciente e social, tal como o nordestino justiceiro.


LYRA LATRINARIA INTRANSIGENTE METEORISMO [2.86] Caralho! A gente peida, peida, peida... e nada de cagar! Vontade dá na gente de mandar que a merda va à puta que pariu, como fallei da cegueira ao me foder! Porra, não ha desgraça ja bastante? Quem está cagando bem que ria! Em vez de Eneida, Iliada, Odysséa, resta a má sahude intestinal ao bardo ca da casa do caralho! Como o Almeida faria si o sargento queixa ja tivesse do cocô que cagará só quando Zeus quizer? Segundo a lei da historia litteraria, não é la tão serio o auctor que caga sem um “Ah!”, mas quero me gabar do que caguei, da... quelle grosso!

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22 GLAUCO MATTOSO MERDA FEDE A COMEDIA [0002] Commigo vendo um video do Paulinho Cegueta, alguem me conta como faz um cego ao se limpar: depois que passa no rego, o papel cheira, até que reste appenas o perfume do papel. Na duvida, só mesmo na lambida dará para saber si merda alguma ficou, residual... Não é perfeito o methodo? Successo garantido, ao menos à comedia do “standup”... Paulinho ja morreu e eu adivinho que sejam os que riram delle eguaes a tantos que risada dão, de graça, ao lerem os meus versos, pois o teste tambem ja fiz, ao caso fui fiel. Aquillo que o ridiculo valida é facil de entender: tudo que estruma a bocca dum ceguinho é bom proveito àquelle que visão tenha. Duvido que ao riso dos normaes um cego excappe...


LYRA LATRINARIA MADRIGAL PLUVIAL [0008] Si chove, allaga tudo e causa o chaos. Si falta chuva, os niveis estão maus. Paresce a crise hydrica o dilemma do seculo: agua molle ou pedra dura? Concreto ou varzea verde? A gente rema mais contra a correnteza ou a natura nos pune com a secca? A pena extrema será bebermos mijo ou merda pura? Não falta um palpiteiro que assegura: exgotto se approveita, si tractado! Eu fico imaginando: que fartura de merda! Estamos salvos! Mero dado visivel e olfactivo é o da tinctura marron... Quanto ao sabor... será do aggrado!

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24 GLAUCO MATTOSO MADRIGAL FECAL [0011] As fezes são metaphora, na classe politica, de alguem que o povo casse. Cagando e andando está quem foi flagrado na lista dos corruptos, mas deu, antes do escandalo, o escatophilo recado: “Fiz tudo para obrar, nas importantes urgencias, com exforço, e evacuado não tenho a casa, oppondo-me aos farsantes!”


LYRA LATRINARIA SOLO DE STAND UP [0026] Usei constantemente a forte scena da pena de “excarmento”, em que o subjeito, de cara para cyma, se condemna a merda receber por ter mal feito. Mas era na privada que tal pena teria seu logar, ja que me deito pensando estar debaixo da pequena bacia, à qual se senta algum “eleito”. Agora me inteirei de que, na arena lotada de islamitas o conceito fecal de punição se concatena melhor com shows de publico proveito. A arena se resume a uma latrina no andar de cyma. Appenas o maldicto punido, mais abbaixo, se illumina exposto ante os olhares, tenso, afflicto. Em pé, fica admarrado sob urina e fezes que, cahindo, dão bonito effeito sobre o rosto que se empina na marra, alçado o queixo. Ouve-se o grito: “Cocô! Meu Deus! Cocô!” Mais se hallucina o povo, que hurras berra, em khoro. O rito consumma-se tambem na Palestina, na Syria, no Sudão, como no Egypto.

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26 GLAUCO MATTOSO MADRIGAL PHENOMENAL [0033] Enchente alli com secca aqui: que extranho phenomeno, tirando ou dando um banho! A cheia na Amazonia tem contraste com nossa falta d’agua, o que provoca piadas, impedindo-me que gaste no banho o que bebi, me dando, em troca do mijo, mais um coppo... e, mais se arraste a crise, mais a gente em merda toca... Até nas classes altas a fofoca ja rolla: beberemos, não demora, exgotto recyclado ou, na malloca, directo da privada... Só peora si a secca perdurar, pois desembocca o corrego na valla, a bosta afflora!


LYRA LATRINARIA FLATULENTO FLA-FLU [0038] Sahiu silencioso o peido. O staff começa a perceber. Todos de terno, sentados ao redor. O proprio chefe sentiu, forte, o fedor e ja se abbanna. Augmenta a fedentina. Alguem offega. “Caralho!” - um assessor deixa excappar. De facto, o odor offende. Não se evitam olhares ao gordinho que, coitado, tambem se abbanna, sua, constrangido. O chefe se levanta da cadeira, respira fundo, tosse, pigarreia e todos logo imitam o seu gesto, incluso o gordo. Expreitam-se de esguelha o gringo, o contador de causos, um sobrinho do patrão. Que malestar! Peor que commetter alguma gaffe no pappo é peidorrar nesse moderno e aseptico escriptorio. O mequetrefe capaz de fazer isso, rindo, enganna a todos. É o coppeiro que, ao collega, la fora, gaba-se. Indo ao paladar do chefe, seu café faz que repitam a dose e approvem, como que do aggrado geral. Ah, si soubessem quão fedido é o peido do rapaz, que bem se exgueira servindo à mesa! Solta, volta e meia, seus gazes e dalli se evade, presto! Nem sempre os solta. Só si der na telha. “Meu time perdeu? Sintam o meu pum!” -com seus botões diz, antes de ir cagar.

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28 GLAUCO MATTOSO ODE NAUSEABUNDA [0039] Sentado, pensativo fico, à toa, tal como Otis ou Milton Nascimento, tambem philosophando, qual Pessoa, à beira do caes onde estou, ao vento maritimo, ou à beira donde echoa ruido de navio: o pensamento. O mais bello horizonte que uma boa visão possa alcançar! O olhar attento poder dos transatlanticos a proa ou poppa distinguir! O movimento notar até das nuvens, me magoa não possa, a mim, caber neste momento! Mas posso viajar, ja me appregoa Pessoa, mentalmente e, si lamento a physica cegueira, livre voa o olhar da phantasia, quando tento uns versos decorar, antes que doa o ventre constipado, o cu no assento. Ai! Quando ja concluo quasi a loa que quero dedicar a algum evento feliz, a um thema ameno, me resoa o rhoncho intestinal, um flatulento fedor pollue a brisa que a canoa da lyra me arejava, e me appoquento!


LYRA LATRINARIA Emquanto cago, finjo que caçoa de mim meu inimigo mais cruento, que é elle quem me caga, quem me zoa da cara enlameada, que me aguento debaixo do seu rego, até que roa, como osso duro, o troço fedorento! Deliro nesse quadro que se excoa aos poucos da visão, voltando ao lento compasso peristaltico. Destoa o surto do que agora, somnolento, figuro. Ja o tuphão uma garoa virou. Estou tranquillo, cem por cento. A atroz constipação sempre me enjoa durante este descharte tão nojento das fezes. Todavia, quem remoa seus odios e exorcize um violento impulso se refaz, como um Pessoa, um Redding, ou um Milton Nascimento.

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30 GLAUCO MATTOSO MADRIGAL THEATRAL [0043-A] Não veja, quem imagem quer amena, Paschoal da Conceição cagando em scena. Actor mais visceral, sem ser pornô vulgar, eu não conhesço, que, com tal virtude intestinal consagra a Artaud a merda dadaista, surreal, sublime eucharistia do cocô, metaphora ontologica e carnal! Quem foi macunahymico e, do mal, encarna um personagem infantil accyma está do absurdo: é natural, completo, humano, e poucos, no Brazil, capazes são de empenho e entrega egual! Global ou theatral, actua a mil! Zé Celso, sempre bacchico, subtil se torna, ontologia e onthologia fundindo, ser e merda, o sacro ao vil. Com elle está Paschoal, na audaz orgia tribal, anthropophagica, febril, no lucido delirio que ecstasia!


LYRA LATRINARIA LANÇA-FARTUM [0043-B] No tempo dos entrudos, reza a lenda, jogava-se agua suja de xixi na roupa do burguez. Quem mais se offenda meresce ser mijado, disse alli, naquella phase, o Momo dessa agenda anarchica, segundo o que ja li. Progride o carnaval? Peor emenda! Agora, muito bloco, muita banda supera aquella eschola que o vovô curtia nos desfiles. Quem commanda a festa é o proprio povo, mais pornô e porco, sem cheirinho de lavanda que exguicha de frasquinhos. De cocô, tambem, eis a fragrancia, nada branda!

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32 GLAUCO MATTOSO MADRIGAL ANAL [0047] Que fezes ja comeu ninguem confessa, mas quem faz anilingua sabe dessa. Não ha como negar: quem lambe um anus dejectos põe na bocca e seu sabor conhesce, alem do odor e de outros damnos. Quem sente esse fedor pode suppor qual seja o paladar, mas, entre humanos, são poucos os que o provam, como o auctor.


LYRA LATRINARIA ODE SUPPOSITORIA [0053] Frequencia na privada, vou medil-a durante um tempo, como experimento poetico. Verei quanto vacilla meu pobre intestininho, que é tão lento. Fui hoje, terça-feira. Bem tranquilla, foi molle esta cagada, si a contento fiz tudo que, faz dias, se affunila. Deixar vou em aberto este excremento medido na folhinha. Quando a fila andar, cada cocô lhes appresento. Agora, sexta-feira, dor eu sinto e o rego um fedorento gaz exhala. Sem pressa, desapperto um pouco o cincto e deixo um cheiro fetido na salla. Peidando, a percorrer cada recincto da casa, eu ao banheiro sem bengala cheguei. Sentei no vaso. Empurro o pincto por entre as coxas. Porra! Agora a mala scismou de endurescer! Emfim o instincto venceu: minha cagada foi de gala! Mais cinco dias, quando me levanto do vaso, estou feliz. Fiz outra bella cagada! Mas rezei, contrito, ao sancto, sinão este constricto recto della saber nem quereria! Jesus, quanto cocô guardei la dentro! A gente appella, appella, dias tantos, mas o canto do cuco salvador só se protela! Maior, tambem, o exforço. Nem me expanto si quasi o coração sae pela goela!

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34 GLAUCO MATTOSO Caralho! Uma semana! Me consola alguem: “Fé tenha, Glauco!” Fico tonto de tanta dor, mas chega com a bolla todinha a feliz hora! Até desmonto em cyma da privada! Que saccola de merda vae sahindo! Nem lhes conto, amigos, quanta força faço! Molla paresce minha tripa! Troços compto por duzia! Mas accabo e, ja gabola, concluo o meu poema neste poncto. Quem disse que concluo? Mais assumpto terei, si este intestino me estrangula por mais uma semana! Lhes pergunto, então: Addeantou rezar? A bulla é falsa, a do laxante? Até presuncto passado eu quiz comer! Comtudo, gula faltou! Eis que, de novo, as mãos eu juncto em prece e... Logo, graças dou! Azula meu céu na salvação! Quando defuncto eu for, a dor no ventre, emfim, se annulla!


LYRA LATRINARIA MADRIGAL FRUGAL [0085] Um mero arroz-pheijão, carne e salada, sem frictas, sem farofa, sem mais nada, não pode causar, molle, essa cagada! Durante o feriadão, si não havia melhor logar, comi na lanchonette mais proxima, a da exquina. A padaria deixei de frequentar, porque commette horrores, virou bella porcaria. Até maçan puzeram no spaghetti! Porem, na lanchonette, estava fria a carne, o arroz sem sal! Quem se submette a tanta barbeiragem? Promettia eu mesmo a mim: “Jamais a garçonette daqui me vê de novo!” Triste dia! Até ter lei devia que isto vete! Mas deixe estar! A gente nisto enfia tempero! Eu na pigmenta pincto o septe! Tasquei tabasco! Então este seria motivo dum cocô que se derrete? Punido por cruel dysenteria, agora aqui me accabo na retrete!

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36 GLAUCO MATTOSO MADRIGAL INTESTINAL [0100-A] Cagava bem, a dona Dora. Agora faz força, alli sentada, mas demora. Tomava no cu, quando seu marido ainda não brochava. Ultimamente se sente constipada. Não duvido que a causa seja a falta dum potente e audaz suppositorio. Faz sentido? Talvez, si outra resposta não se invente.


LYRA LATRINARIA WATER SPORTS [0100-B] Você carnavaliza quando faz em publico o que, fora do privado, é crime, mas, na data, se tolera. Si mija numa bocca algum rapaz, dá margem a quem “victima” virá, do mijão, se declarar, mas feliz era. Paresce elementar que, por detraz da porta, tudo quanto é practicado pensado foi tal como fosse à vera. Assim, imaginar que o mais sagaz voyeur politizasse esse seu lado é tiro dar no pé, mortal! Pudera! Saber que “golden shower”, ao mordaz sadista ou ao masoca, banho dado de mijo significa, nada altera. O poncto que se apponcta é si, na paz dum digno gabinete, um deputado transmitte pelas redes a paquera. Peor é o presidente, cujo gaz resume-se aos pudores e ao peccado, cuidar de taes questões numa tal era. Talvez meu epitaphio, um “Aqui jaz um cego que mijado foi...” usado ser possa como lemma... Quem me dera! Tirando os exaggeros, não me appraz suppor que ser masoca ou que ser sado motivo é dum folguedo que exaggera. Prefiro accreditar que essa fugaz memoria, ao resgatar o meu passado, é vida, que os neuronios recupera.

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38 GLAUCO MATTOSO MADRIGAL CORPORAL [0110] Tomei a decisão, e não me accanho: emquanto não cagar, não tomo banho! Está sempre enfezada, a dona Esther! Disfarsa com perfume aquelle cheiro suado, faz trez dias, mas não quer lavar-se, por pirraça, sem primeiro fazer o seu cocô! Dessa mulher tão grande é o mau humor quanto o trazeiro...


LYRA LATRINARIA MOTTE GLOSADO [0131] Foi pheijão, batata doce... mais repolho e ovo cozido. Quiz comer, não foi? Damnou-se! Eu fallei que não combina! A razão da fedentina foi pheijão, batata doce... Ja lhe disse que só fosse comer onde temos ido, pois jamais eu me convido a almossar numa espelunca e, tambem, não como nunca mais repolho e ovo cozido! Minha amiga, por que expoz-se ao ridiculo uma lady? Pois fez feio! Agora peide! Foi pheijão, batata doce... e outra coisa até que fosse! O problema é que o ruido equivale ao que é fedido qualquer peido desse aroma... A proposito, não coma mais repolho e ovo cozido!

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40 GLAUCO MATTOSO BOQUETTE QUE COMPROMETTE [0137] Dizer que nos costumes elle pecca constrange, quando a mancha advermelhada se achou no collarinho. Mais degrada si a mancha de baton vem... na cueca! Caralho! Ja pensou, meu? Com a breca! Que é que isso significa? Que a damnada da bocca se exfregou numa mijada cueca? Qual mulher é tão sapeca? Mulher? Homem? Talvez Aquillo que ao pudico será porque tal nodoa está com mijo e porra

uma traveca... desaggrada mixturada que não secca?

Que falta de hygiene! Que melleca! Ainda que em linguagem figurada, a scena suggerida não tem nada de serio, quando a logica se checa! A gente, quando mija, si defeca, até, deixa a cueca ennodoada, mas duro é de suppor que inspeccionada tal peça seja pelos outros! Eca!


LYRA LATRINARIA MOTTE GLOSADO [0166] Venha a nós o vosso reino e o pão nosso, cada dia! Bom fiel que sou, eu treino como orar e peço ao Cão: “Meu Senhor, fazei que não venha a nós o vosso reino!” Me responde o Cão: “Caguei no pão que comes! Te sacia com a massa que, macia, te admassei!” E ao fogo, emquanto não vou, ganho o cocô sancto e o pão nosso, cada dia!

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42 GLAUCO MATTOSO MOTTE GLOSADO [0173] O fiel a sancta cruz beija e prova a sua fé. Ao Demonio me dispuz, no sabbath, a dar a cara e saber si é como, para o fiel, a sancta cruz. Mas aquelle era, dos cus, o peor, mais sujo até que um exgotto normal é. Bocca alli tive que pôr, onde a bruxa, ante o fedor, beija e prova a sua fé. Ao beijar o cu do Cão, levo um peido e sinto o cheiro. Ao lamber os beiços, beiro a loucura, pois é tão amargoso o cagalhão transitado alli, que até me pergunto si não é bem melhor crer em Jesus... O fiel a sancta cruz beija e prova a sua fé.


LYRA LATRINARIA MOTTE GLOSADO [0174] Ai, valei-me, Virgem Sancta, que a promessa pagarei! Penetrou-me até a garganta quem dos cegos excarnesce e, engasgado, eu fiz a prece: “Ai, valei-me, Virgem Sancta!” Prometti chupar com tanta devoção, que gozo dei rapidinho! Agora sei como é duro um compromisso! Rezei, e é por causa disso que a promessa pagarei! Ao cagar, meu algoz urra: - Vem comer, ceguinho, ja! Desespero-me e nem dá p’ra fugir, que elle me exmurra. Ou eu como, ou levo a surra. Supportar como? Ja sei! Uma prece decorei... Implorar sempre addeanta: - Ai, valei-me, Virgem Sancta, que a promessa pagarei!

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44 GLAUCO MATTOSO MOTTE GLOSADO [0177] Ora, deixa como está para ver como é que fica! Em politica, não ha melhor phrase que defina o que fica na latrina: “Ora, deixa como está!” Quem alli cagou não dá a descarga, mas dá dica de que egual acha a titica ao seu voto, a merda ao motte. No cagão você que vote para ver como é que fica! Ja na merda até o pescoço, fazes tu reclamação ao politico, que não vê perigo nesse fosso: - Tu te adaptas! Guenta, moço! Si lamentas tua zica, o politico replica e risada ainda dá: - Ora, deixa como está para ver como é que fica!


LYRA LATRINARIA MOTTE GLOSADO [0187] No jardim do meu vizinho teem as flores mais perfume. Quando eu sinto, ja adivinho de onde parte aquella praga. Todo mundo mija e caga no jardim do meu vizinho! Sempre cruzo, no caminho, com os bebados que a estrume fedem. Drogas, quem assume consumir? De exgotto é tão forte o cheiro, que ja não teem as flores mais perfume! Não sou sempre tão escroto que um aroma bom não sinta, mas agora o que me pincta é que vaza meu exgotto, que me cheira a choco arrocto, e, si o fetido volume não fizer que se accostume meu olfacto de ceguinho, no jardim do meu vizinho teem as flores mais perfume.

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46 GLAUCO MATTOSO MANIFESTO ANILINGUISTA [0236] “Qualquer um que ja tenha sido alli lambido sabe, Glauco! Quando a merda sae molle, ao passar lambe o cu, gostoso, tal como dum escravo a lingua suja! Você ja reparou nisso, Glaucão? Por isso é que cagar tanto prazer nos dá, não é? Difficil é que eu tenha a lingua dum escravo, como o rollo que fica, de papel, alli do lado do vaso! Mas a gente, emfim, se vira...” Às vezes eu descharto o que ja li limpando o cu, mas uma lingua lerda, lambendo devagar, causa mais gozo, sem duvida. Quem tenha, de lambuja, um habil fellador, prazer tem tão completo que difficil é mais ter. Viajo nisso. Lingua que se embrenha nas pregas, indo e vindo, por consolo eu tenho, mas appenas sou levado por Sade e, no delirio, pela lyra...


LYRA LATRINARIA MANIFESTO REDUCCIONISTA [0238] {Em these, é tudo a mesma coisa, sabe? Não passa de cocô toda essa bosta! Me deixa emputescido quem consente que estado bem differe de governo e patria de nação ou de paiz! Não somos brazileiros todos? Não fazemos o papel do viralatta? Bobagem, caro Glauco, pretendermos achar que merda pode ter perfume! Cocô fede a cocô! Paiz maior resume-se, é fatal, a um cocozão!} -- Até lhe dou razão. A mim me cabe, comtudo, ser poeta. Alguma apposta eu faço num Brazil independente. Talvez um presidente mais moderno nos seja dictador e quem se diz mau lider de estadista tenha mão. Mas algo nos restou, alem da matta ja quasi devastada. Meros termos não medem nosso lyrico costume de sermos utopistas. Nem major perdura num quartel, nem capitão...

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48 GLAUCO MATTOSO MOTTE GLOSADO [0260] Está duro este momento, na passagem do tornado! Com prisão de ventre, eu tento fazer algo na privada. Como ainda não sae nada, está duro este momento! Eis que augmenta meu tormento, pois dalli sou arrastado pelo vento e doutro lado da cidade vou parar! Accabei cagando ao ar na passagem do tornado!


LYRA LATRINARIA MOTTE GLOSADO [0263] Quando a merda n’agua batte sobe um jacto e molha o rego. O poeta acha nojenta sua merda, porem quando vae cagar, está pensando noutra coisa, ja que tenta transformar um deca em penta. Si suppunha ter sossego ao sentar no vaso, é pego de surpresa o nobre vate: quando a merda n’agua batte, sobe um jacto e molha o rego.

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50 GLAUCO MATTOSO MOTTE GLOSADO [0292] Fallou Bob, o Porcão: “Me excita o medo que o cego tem de alguem a submettel-o.” Dispenso qualquer venda quando cedo àquelle que me zoa, pois sou cego. “Que curte em mim?”, pergunto-lhe, e me entrego. Fallou Bob, o Porcão: “Me excita o medo!” Admarra-me as mãos para traz. Azedo odor em meu nariz. Me pega pelo pescoço, me extapeia. Meu appello ignora. Quer gozar o azar alheio. Me pisa a cara, rindo do receio que o cego tem de alguem a submettel-o. Obriga-me a fedores farejar de cada parte suja. Si adivinho qual seja, lamber devo. Que gostinho tem elle, caso eu erre! Vou levar tapão na fuça! Agora um paladar nojento tem a rolla, que modello não é de asseio. O sebo que, com zelo cruel, cultiva, eu provo, tarde ou cedo. Fallou Bob, o Porcão: “Me excita o medo que o cego tem de alguem a submettel-o.” Porcão sorri si, em pleno breu, está um cego angustiado. Si a faxina do queijo pela lingua mal termina, peor coisa virá. Logo lhe dá na telha me foder a bocca e ja me aggarra pela orelha, empurra pelo buraco oral um thallo em desmazello. Mais fundo na garganta entra que um dedo. Fallou Bob, o Porcão: “Me excita o medo que o cego tem de alguem a submettel-o.”


LYRA LATRINARIA Segura-me a cabeça e vae bombando. Exige que eu lhe lamba a chapelleta por baixo, caso a rolla, aos poucos, metta e ainda eu chupar possa, ao seu commando. Mas logo elle penetra mais e, quando engasgo, ri com gosto. Seu novello de pellos no meu labio colla um sello. Bastou ao meu algoz? Enganno ledo! Fallou Bob, o Porcão: “Me excita o medo que o cego tem de alguem a submettel-o.” Demora até gozar. Quasi eu vomito, mas elle se deleita. Emfim, exguicha golfadas a durissima salsicha e engulo a gosma, ouvindo o alegre grito de gozo. “Ah, cego, foda-se!” Seu rito, porem, não se encerrou. Meu cotovello torcido está doendo. Peço pelo amor, mas Zeus dirá: “Não intercedo!” Fallou Bob, o Porcão: “Me excita o medo que o cego tem de alguem a submettel-o.” Na bocca quer mijar-me, ja que a via buccal foi o caminho para a porra. Porcão nem tira a rolla, até que excorra o jacto da bexiga. Se allivia aos poucos, calmamente. Eu duma pia sou como o rallo. Engulo o que, com gelo e assucar, bebeu elle e, agora, pelo caralho, sae salgado, quente e azedo. Fallou Bob, o Porcão: “Me excita o medo que o cego tem de alguem a submettel-o.”

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52 GLAUCO MATTOSO Por ultimo, terror me infunde, pois cagar em minha bocca quer agora. Inutil implorar. Mal se accocora e encaixa o rego, sinto que entram dois ovinhos sobre a lingua que, depois de tudo, amarga fica. Pesadello provoca-me o cocô. Custa comel-o, mas temo a punição, si eu não concedo. Fallou Bob, o Porcão: “Me excita o medo que o cego tem de alguem a submettel-o.” Porcão, com francas phrases, no devido logar me põe, dizendo o tempo todo: “Eu vejo, não você!” “Por isso eu fodo, não sou fodido!” “Foda-se!” “Eu decido si um cego vae ser util, entendido?” “Tem nojo?” “Tá doendo?” “Ficou pello na lingua?” “Quer mais?” “Acha um attropelo trampar nas trevas?” “Acha que eu me excedo?” Fallou Bob, o Porcão: “Me excita o medo que o cego tem de alguem a submettel-o.”


LYRA LATRINARIA MOTTE GLOSADO [0312] Na privada ja não leio, mas idéa não me falta. Ja fiz muita poesia junctamente com aquillo que fazemos, com tranquillo tempo livre, na bacia. Fiquei cego e eis que, hoje em dia, mais está meu verso em alta, pois no vaso é que se exalta a razão do nome feio. Na privada ja não leio, mas idéa não me falta.

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54 GLAUCO MATTOSO MANIFESTO METEORISTA [0319] “Você concorda, Glau, que ninguem vê a merda como coisa comestivel? Então! Si ninguem topa aquillo entrando na bocca, como acceitam sentir cheiro daquillo no nariz entrando, Glau? Ninguem acceita, não, Glau! Cê percebe por que que peido offende tanto, Glau? Ahi que eu entro! Gosto de peidar nas horas, nos logares mais lotados de gente, Glau! Adoro ver que vão meus gazes engolir, sentir o gosto do cheiro! Sim, no fundo, o peido offende por causa disso, Glau! No fundo, comem cocô virtualmente, Glau! Entende o gozo que me dá peidar assim, anonymo, civil, socialmente?” -- Concordo plenamente com você. A coisa justamente nesse nivel eu vejo. Um thema desses, nada brando, meresce ser tractado com inteiro enfoque intelligente, em alto grau de senso philosophico. P’ra plebe, assumpto desse typo nem é mau, pois acham engraçado que, no bar de exquina, na calçada, alguem, aos brados, reclame do fedor da digestão mal feita, da batata doce, rosto franzido, do pheijão que sempre rende mais gazes, do repolho, quando um homem assume que comeu... Claro, ninguem, de bom grado, cheirará coisa ruim. Por isso dão risada de quem sente...


LYRA LATRINARIA MOTTE GLOSADO [0325] É contrario à bomba o cara que mais peida, cospe e excarra. Bomba atomica tem sido bom motivo de protesto, mas eu, rindo, attenção presto ao jeitão do punk e lido com seus gestos no ruido cultural. Por isso a garra delle batte: faz a farra mesmo, berra, vira arara. É contrario à bomba o cara que mais peida, cospe e excarra. Sou do punk eterno adepto, pois protesta com estylo coherente com aquillo que eu tambem, commigo, veto: armas, guerras, chaos completo. Seu som grita na guitarra! Peida, e cheiram-no na marra! Cospe, e accerta alguem, tomara! É contrario à bomba o cara que mais peida, cospe e excarra.

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56 GLAUCO MATTOSO MOTTE GLOSADO [0326] O cocô do viralatta é mais duro e fedorento. Meu basset come linguiça de primeira e, quando caga, como pasta da bisnaga sae a merda. Quem se enguiça com a sua que, inteiriça, vae sahindo, é o cão sarnento que, na rua, à chuva, ao vento, lembra a data, caso latta. O cocô do viralatta é mais duro e fedorento.


LYRA LATRINARIA RHAPSODIA ESCATOLOGICA [0343] Compuz ja muitas decimas e fiz, em livro, um “glosador” que, “mottejoso”, entre outros themas sobre um Porcão narra, que Bob é de prenome e cujo gosto é sadico ao extremo do nojento. Alem do que glosei, cabe narrar aquillo de veridico que leio por meio de internautico correio. Tractando todos como uns imbecis, submette gays masocas a seu gozo na merda baseado. Uma boccarra aberta a seu cu basta, alem do rosto pisado por pisante fedorento de bosta que grudou no calcanhar. Assim falla a mensagem que me veiu contendo o sujo caso por recheio: {A bicha tão cagada assim nem quiz ficar, mas lhe caguei do mais cremoso ao mais duro tolete e foi-me farra forçal-a a comer tudo, pois disposto estou a divertir-me. “Não aguento!” -- diz ella. Mas terá que mastigar bem, antes de engolir o que mais creio ser sujo neste mundo mau e feio.}

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58 GLAUCO MATTOSO {Mas, para mim, o mundo mais feliz paresce si sabor nada gostoso tem minha merda àquelle que na marra a come. Quando o otario vê-se exposto, appós mais algum outro soffrimento, ao drastico castigo, um exemplar scenario descortina-se: receio tem elle, mas eu chuto, pisoteio...} {Porrada adoro nelles dar. Gentis meus modos nunca foram. Si manhoso está quem comerá, faço que varra o chão com sua lingua, appuro imposto a chute e ponctapé, pois no cemento terá que, ja vendado, engattinhar. Sem venda só ficou, nesse recreio, um cego, ja que della dispensei-o.} {Pois é, serviu-me um cego... e pediu bis! Foi muito divertido. Meu seboso caralho faxinou. Quem não excarra na bocca dum cegueta? Dei-lhe o posto de typico capacho: de excremento a sola suja teve que limpar. Cocô meu, que jamais eu saboreio, tragou elle, ficou daquillo cheio!} {De tudo que desejo sou juiz. Ao cego o meu mais firme e volumoso tolete dou. Nos labios elle aggarra o troço, vae chupando o seu supposto e quente piccolé. Divertimento me causa ver um cego supportar, com medo de appanhar, si admeacei-o, qualquer coisa que eu faça sem asseio.}


LYRA LATRINARIA {O cego foi, de todos os servis masocas que explorei, o mais edoso e fracco. Justamente isso é o que exbarra na minha vocação: que, a contragosto, submetta-se, é o que quero. Me contento cagando num prattinho e vendo um par de solidos chouriços ser alheio chardapio, sem no sarro ter um freio.} Assim interpretei esses febris banquetes de cocô dum tão zeloso discipulo de Sade, que se admarra nos versos que este cego tem composto. Excita-me saber que não invento nadinha do que accyma tem logar. Si minhas phantasias não refreio, ao menos é veridico o meu veio.

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60 GLAUCO MATTOSO RHAPSODIA SADEANA [0367] De Sade um personagem mais bandalho mal força à fellação alguem e ja vae dando à puta as ordens: “Estará achando que terei como trabalho lavar o que bem sujo sempre está por sua causa, appenas? Ora, va à merda! Chupe e foda-se, caralho!” E penso ca commigo: “Bem eu calho àquillo, como cego, pois da má conducta não me queixo. Chupará na marra quem por bem não quebra o galho...” Alguem dum cego fica com dó? Bah! Cansei de ouvir “Tem mais é que chupá!” daquelle que lê, rindo, o que eu expalho... Pois é... Quem não se pode ver no espelho não pode pretender que quem bem vê se prive de dizer: “Você que dê de lingua um banho, desde esse pentelho mijado até o que nunca num bidê um macho lavará! Tracte você de ser meu sabonete, eu lhe acconselho...” Ouvi ja muitas vezes o estribilho sarcastico: “Tem cheiro de xixi? Pois lamba, cego escroto! Nunca vi ceguinho tanto assim da puta filho!” Calado, só obedesço. Si cahi no chão adjoelhado, só daqui levanto si bebi xixi e me humilho...


LYRA LATRINARIA E eu penso: “Quem perdeu de vez seu olho excolha tem? Jamais! Até cocô ja tive que comer, quando um pornô caseiro video ousaram! No ferrolho prenderam-me e disseram: “Come, pô! Sinão vae levar relho mesmo, sô!” Nos labios o cocô do chão recolho... É claro que senti de nojo o engulho! Mas tive que engolir! Esse tabu quiz Sade explorar muito... Jururu fiquei, pois engoli meu proprio orgulho... Revi-me personagem, que seu cu ainda degustou! Si fico nu, o dedo chupo quando o cu vasculho...

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62 GLAUCO MATTOSO MOTTE GLOSADO [0371] O garçon, de má vontade, molha o bife na privada. Reclamei eu, certa vez, dum filé que veiu sem sal nem molho. Não fiz bem. Quem serviu, de birra, fez a baixeza, a sordidez de trazer-me, bem lavada, a bisteca, ja que nada volta sem que em molho nade. O garçon, de má vontade, molha o bife na privada.


LYRA LATRINARIA MOTTE GLOSADO [0383] Disse “merda” ao microphone o mais serio locutor. Pela radio commentando da politica os problemas, diz um anchora: “Não temas, caro ouvinte, que o desmando desses crapulas, seu bando e os padrinhos eu vou pôr a nu! Sinto a maior dor, mas appello p’ra Cambronne!” Disse “merda” ao microphone o mais serio locutor.

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64 GLAUCO MATTOSO MOTTE GLOSADO [0395-A] Da sagrada prophecia não podemos duvidar. O intestino nos envia seus propheticos signaes. Não duvide, pois, jamais da sagrada prophecia! Quem no vaso se allivia preveniu o seu azar. Caso negue-se a cagar, uma hora as calças borra. De que as tripas vão à forra não podemos duvidar.


LYRA LATRINARIA CAGANDO E MANDANDO [0395-B] É bello, é lindo, é sadico, é cruel requincte escatologico! Um amigo me conta que escraviza duas bichas masocas e as obriga a comer tudo que caga, cagalhão por cagalhão, mordendo, mastigando, degustando a merda advolumada no penico. “Glaucão, tu precisavas ver! O mel que excorre do tolete, eu as obrigo, as duas, a lamber! Como salsichas teem ellas que chupar cada thalludo tolete, até que, aos poucos, elles vão sumindo, derretidos! Eu, gozando da cara dellas, vendo tudo fico!” Pergunto-lhe si nojo do farnel as duas não demonstram. “Sim, mas sigo mandando até que accabem! Tu não pichas os mestres que alliviam? Não adjudo ninguem! Eu só complico! Né, Glaucão?” Percebo que elle sabe no commando ficar e ja nem abro mais o bicco...

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66 GLAUCO MATTOSO MOTTE GLOSADO [0397] Hygiene não é só mão lavada, fique claro. Ja caguei. Sequei a mão, mas o rego segue sujo. Da tarefa nunca fujo, mas papel faltou e não me limpei. Só com sabão fica limpo. Me deparo com a falta d’agua e caro pago um sujo fiofó. Hygiene não é só mão lavada, fique claro.


LYRA LATRINARIA SUPPOSTO CONTRAGOSTO [0400] De “scat” uns videos mostram que comida a merda ja vem sendo normalmente nas scenas de sadismo ou submissão. Até que, nesse poncto, eu commemoro. Aquillo que incommoda meu instincto, direi, “deshumanista” é que o submisso demonstre estar feliz e dê risada emquanto foi cagado ou come a bosta! Assim, não! Perde a graça! Até brochante se torna toda a scena! Como pode alguem que soffre abusos externar prazer ou alegria? Pode até curtir intimamente, mas precisa fazer suppor que cede coagido! O mesmo vale para a preferida sessão do meu orgasmo: o adolescente pisando no mais velho, o madurão lambendo o pé do moço. O que eu deploro é nojo não haver, é o que não minto naquillo que narrei. Fetiche nisso achei porque ennojava! Porque cada pé sujo ou chulepento ninguem gosta, na marra, de lamber! Quando um pisante sujissimo lambi, suppuz: se fode quem fica por debaixo! Tem azar quem perde e fica cego! Lambe pé quem feito de capacho foi, à guisa! Mas tudo por consenso eu não valido!

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68 GLAUCO MATTOSO MOTTE GLOSADO [0428] No museu dos australianos o seu cu será filmado. Poderá ver o seu anus quem cagar nesse museu! E você? Quer ver o seu? No museu dos australianos a privada tem uns “canos espiões” por todo lado... Si você ficar sentado, vae das cameras ser isca! Justamente quando pisca o seu cu será filmado! Apparesce num telão cada gommo que sahindo vae dalli! Mas não é lindo? Seus toletes, os verão todos quantos no saguão ou nas sallas, com enfado, mal os quadros teem notado! Mais “vanguarda” que em cem annos, no museu dos australianos o seu cu será filmado!


LYRA LATRINARIA THAT’S THE QUESTION [0440] {Você não percebeu, Glauco? Não tem “prisão de ventre”, nada! Appenas é questão de conhescermos nosso tão sympathico cocô! Quem vae ao throno sem falta, todo dia, acha que faz cocô regularmente! Não faz tudo, porem: levanta logo da privada! Por isso repetir vae admanhan! Quem vae de vez em quando mais demora, mas caga até sahir a bosta toda, caralho! Porra, Glauco! Saca agora? Entende, então? Que merda, a nossa vida!} -- Sossegue! Não se enfeze! Tudo bem, sei disso. Ja fiquei, antes, até cabreiro, mas agora a situação paresce-me normal. Nunca funcciono certinho, ja notei faz tempo, mas nem ligo mais, a coisa nem estudo de forma scientifica. Qual nada! Si Shakespeare fallou que a nossa van cabeça não conhesce nada, affora aquillo que cagamos, que se foda a van philosophia! Amigo, bora la, vamos é pensar mais na comida!

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70 GLAUCO MATTOSO OCO SUFFOCO [0448] Eu nutro mil desejos excitantes causados, me disseram, pelo verme. Mas contra tal anxeio nem purgantes funccionam e me vejo (Oxente!) inerme. De doces e fricturas ja fui, antes de estar cego, freguez, mas quem puder me dar uma suggestão, por uns instantes me escute no silencio do Guilherme. Prisão de ventre tenho, sempre tive. Talvez dahi resulte essa mania de, em verso, maldizer quem preso vive sentado o tempo todo na bacia. Com medo de perder, caso me prive da merda accumulada, a poesia de corte escatologico, inclusive evito o que mais gazes geraria. Sim, antes dos laxantes, vou primeiro tentar com vermifugo fugidio livrar-me das lombrigas, costumeiro problema do qual nunca me desvio. Costumo compor versos no banheiro, mas quando do intestino me allivio total, completamente, por inteiro, me sinto, até de idéas, mais vazio.


LYRA LATRINARIA FLATULENTO MOMENTO [0493] {Preciso lhe contar, Glauco! Você, somente, poderá crer no que digo! Promette não rir disso? Foi assim: Voltando duma festa na fazenda, meu carro pela estrada vicinal errada dirigi. Quando parei a fim de orientar-me, escutei um grunhido! Sim, do banco de traz! Voz de boi, de lobishomem, de monstrengo difficil de suppor que exsista, mas que estava alli no carro, Glauco! Fiz aquillo que faria quem presença de espirito tem: fora cahi! Com ligeiro gesto, a porta abri e pullei! Corri, corri... Mas, quando olhei p’ra traz, ninguem me perseguia! Só depois dum tempo retornei ao carro. Nem signal daquelle monstro, Glauco! Juro que pude presentir na nucha até seu bafo fedorento, Glauco! O olfacto, o ouvido, não se engannam, cê não acha?}

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72 GLAUCO MATTOSO -- Não ha causo que medo não me dê, mas vamos ponderar. Sim, meu amigo, prometto não rir. Isso, para mim, não passa de impressão, às vezes: vem da fatal insegurança, natural na gente em noite escura. Mas tal lei nem sempre se confirma. Bem commum, tambem, é succeder algo que nós do sobrenatural, no maior dengo, cobramos. No seu caso, o que me traz à mente tal grunhido um infeliz factor é: foi seu peido. Dá licença, amigo? Ouviu você seu proprio som. Sentiu seu proprio cheiro. Sinto, sei que offendo seus temores. Satanaz à parte, si nós dermos nome aos bois, não sobra, de malefico, ninguem mais, quasi. Quando estamos nesse escuro momento, temos medo. Quem não é cagão? Sem pretender passar por chato, direi que disso o bicco tem quem racha...


LYRA LATRINARIA DESFRUCTE NÃO SE DISCUTE [0495] {Explica-me este poncto, si és capaz, meu caro Glauco, sobre coito anal. Quem come, de cocô suja seu pincto, concordas? Fica todo malcheiroso, borrado, quando o pau dalli retira, concordas? E quem dá, dores supporta, às vezes nem supporta, tão agudas que são! Tu não concordas? Poderá, talvez, até sangrar! E se mixtura o sangue ao excremento sobre a pelle do penis, Glauco! Puta que pariu! Por que diabos, Glauco, tem quem goste de tal penetração? Ninguem desfructa total, desse prazer de gosto tão, digamos, duvidoso! Que me explicas?} -- Nem sempre o sexo anal, de Satanaz o coito predilecto, faz de tal maneira a porcaria. Não te minto si digo que evitado tenho o gozo anal, talvez por causa duma lyra oral que poetizo. Mas a torta visão que tens do rabo, não te illudas, em nada altera a graça p’ra quem dá, tampouco p’ra quem come, si tortura faz parte do tesão, caso alguem felle a rolla suja, appós o que sentiu no proprio cu, fodido por um poste. É sadomasochismo! Não discuta ninguem a dor alheia, a compulsão alheia, por trazeiros ou por piccas!

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74 GLAUCO MATTOSO PODRE DE RICO [0517] {Ai, Glauco! Os ricos, muito ricos, são malucos! O dinheiro os enlouquesce! Sabia que Bill Gates inventou... Sim, isso! Uma ecologica privada, capaz de transformar as nossas fezes em agua! Sim, em agua, em agua limpa! Fefito perguntou: “Você bebia tal agua, recyclada do cocô?” Pois é, nosso querido cocozinho virando uma purissima bebida, fresquinha, transparente... Ou não. Talvez um pouco marromzinha, parescendo café com leite... Hem, Glauco? O que você me diz? Hem? Tomaria aquella aguinha?} -- Ué, mas ja bebemos, amigão, tal agua! Nada vejo, mas paresce que sae ja da torneira como entrou, barrenta, cor de terra, amarellada. Por isso vou ficar fazendo theses assim conspiratorias? Minha grimpa nem coço. Sem comptar que bem podia a nossa ser cocô, porem... Hem, pô? Nem mesmo recyclada! Ja adivinho aquillo que você, que se intimida com isso, me dirá, por sua vez. Não sente o coração o que não vendo estão os nossos olhos. Quem não vê perguntas não fará. Quem adivinha?


LYRA LATRINARIA SOLTURA SEM TORTURA [0594] {Eu juro que vi, Glauco! Uma terrivel sessão de masochismo! O gajo fica deitado, com a cara para cyma, debaixo dum assento, typo um vaso, daquelles de privada, só que sem o vaso! Tem a tabua, appenas! Deu, Glaucão, p’ra me entender? Pois muito bem! O gajo que sentou faz o cocô na cara de quem fica alli deitado! Peor, muito peor, Glauco! O dejecto é molle, quasi liquido! O subjeito coberto fica pela lama, aquella nojeira, Glauco! Nojo dá! Não dá?} -- Descrevem muitos videos desse nivel na rede meus amigos. Minha picca às vezes enduresce. Mas o clima nem sempre me convence. Cito o caso dum gajo que se mostra rindo, bem contente por estar alli, por seu rostinho ser cagado, o que ninguem normal toleraria. Meu pornô prazer vem justamente de ennojado estar quem é borrado, ora! Não veto nenhuma preferencia, mas deleito a minha tara appenas si elle mella a cara, alli, na marra! Pensou ja?

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76 GLAUCO MATTOSO INFINITILHO EMPORCALHADO [0703] {Sabias tu, Glaucão, que exsiste um typo mais caro de café, mas tão selecto que custa dois mil dollares o kilo? Verdade! Elle é tão raro porque vem o grão do cocozinho dum gambá, alguns dizem dum porco, mas é facto! O bicho o grão engole e não digere, porem aquelle typo de grão é comido pelo bicho por excolha do proprio, sendo, pois, especial! Não achas isso o maximo, Glaucão? Será que tomarias tu daquillo, ainda que pagar não precisasses?} -- Estás é louco! Nunca participo de farsas taes! Sim, tenho um predilecto café: se diz “espresso” por estylo, com “S”, em italiano. Quer alguem provar-me que melhor café não ha que fezes de gambá? Sou eu o pato, talvez? Ha rico trouxa que prefere cocô torrado? Botas nisso fé? Melhor é duma droga ter a folha no cha! Dá mais barato, por signal... Em porco por fallar, por que não vão comer o seu cocô, pago por kilo? Dará menor preju nas altas classes...


LYRA LATRINARIA RHAPSODIA AMARALIANA [0935] {Você ja reparou, Glauco? Foi só algum poeta achar que bom assumpto é ter amor aos rios, e ficamos aqui nós lendo um monte de elogio às aguas fluviaes, como si fosse possivel que ellas limpas, no futuro, conservem-se! Imagine, Glauco! Um monte de merda, nas cidades, em exgotto transforma aquellas aguas! Na rural porção do mappa, as aguas pela lama serão é polluidas! Veja Minas! Cadê que pescadores pescar possam? Cadê que de beber haja padrão? Cadê que plantações se fertilizem? Não, Glauco! Um Amaral da vida não consegue thema achar no rio num presente insustentavel como o nosso!} -- Nem falle! Realmente é de dar dó. Às vezes, pensativo, me pergunto que typo de potavel agua vamos beber si, em breve, quasi nenhum rio se salva. Que será duma agua doce num sordido planeta de inseguro futuro? Quem passar por uma ponte nem olha para baixo. Nem garoto de rua nada alli. Não, Amaral siquer imaginou a triste fama reinante em Mariana. Mas latrinas não são só nossos rios. Ja se esboçam scenarios taes nos mares. Cagalhão ja boia pelas praias. Que não pisem na merda as creancinhas! Ellas são futuras poetizas, e commum será cantar aquillo que não posso.

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SEGUNDA PARTE DISSONNETTOS DYSENTERICOS



LYRA LATRINARIA CAGADA MONITORADA [7101] O nosso cellular nos espiona, poeta! Sabe tudo sobre nós o proprio fabricante, pela voz, a cara, a roupa, joven ou cafona! Mas não appenas quando telephona a gente! Elle controla nossos prós e contras, até quando, logo appós fodermos, fica a gente mais cagona! Sim! Como nós levamos ao banheiro aquelle apparelhinho, saber vão quem menos é, quem mais será cagão, si limpo ou sujo temos o trazeiro! si duro ou molle faço o que primeiro sae, isso só me importa a mim, Glaucão! Por isso um cellular não quero, não! Não quero que elles sintam o meu cheiro!

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82 GLAUCO MATTOSO LICÇÕES DOS CAGALHÕES [7102] Me lembro, menestrel! Lembro de tudo! Eu era bem pequeno... “Capitão” mamãe chamava aquelle cagalhão primeiro que sahia, mais thalludo! Os typos de cocôs hoje eu estudo, mas nunca mais ouvi tal expressão! Será que isso de novo dizer vão, ou cagaremos molle e eu fico mudo? Não acho, trovador! Acho que caga a gente como come, duro ou molle! Conforme as porcarias que se engole, a gente irá cagar! Quem mais faz, paga! É como quem provoca alguma praga! Quem planta, colhe! Immenso descontrole terá quem com a sorte muito bolle! Cagou demais? Pois abra, agora, a vaga!


LYRA LATRINARIA EM NIVEL CRIVEL [7103] Nas solas ja lambi cocô de gatto, de pombo, de cachorro, ou vacca, até! Depende donde o gajo poz o pé, do typo de solado do sapato! Sim, Glauco! Quando disso eu, livre, tracto, tem gente que não bota muita fé, dizendo que da cuca sou lelé, que sempre fui, nas lettras, insensato! Mas juro que é verdade! Si escrevi, em chronicas mundanas, sobre bosta lambida sob as solas, a resposta que tive foi: “Não creio, vate, em ti!” Perguntam-me “Lambeste até xixi?”, risada dando, Glauco! Mas quem gosta de ver a minha lingua suja apposta que merda até de gente ja lambi!

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84 GLAUCO MATTOSO BANHA DE PORCO [7104] Ah, vou me divertir à bessa, cara, sabendo que você ja não vê nada, nadinha mesmo! Pô, vou curtir cada momento, vendo como ‘ocê se azara! Primeiro, se humilhar você vae para mim, vae se adjoelhar, levar porrada nas fuças, vae levar uma excarrada na bocca! Acha que um cego se prepara? Depois, vae chupar rolla! Si chupar direito, usando a lingua, não appanha de novo! Vacillando, tapões ganha! Você vae conhescer o seu logar! Por ultimo, comer o que eu cagar vae tudo, mas tudinho mesmo! Banha de porco só me solta, mas, sem manha, você vae educar seu paladar!


LYRA LATRINARIA APPOSTA NA BOSTA [7105] Malvada sou, Glaucão! Si poderosa eu fosse, castraria algum machão, seus olhos vazaria, quando, então, promptinho ficaria à minha prosa! Então eu sou eu e escravos lambidas

lhe diria: Aqui quem goza mais ninguem! Os homens são da boceta! Como um cão, dê nas petalas da rosa!

Seus labios que em meus labios se inundar consigam da sopinha vaginal! Um cego bem cappado um animal se torna, de exquisito paladar! Depois, approveitando que cagar eu quero, vae comer meu trivial cocô que, comparado, tem mais sal que sangue menstrual! Quer appostar?

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86 GLAUCO MATTOSO APPENAS SCENAS [7106] A scena mostra alguem que, nu, cappado, recebe do folgado capataz de relho um golpe, emquanto força faz puxando, nos trabalhos, um arado. As outras scenas mostram, admarrado, o mesmo lavrador que, do rapaz folgado, leva chutes. No chão jaz, depois dos ponctapés, desaccordado. Exhibe-se, em seguida, a melhor scena, daquelle escravo tendo que comer a merda do rapaz. Esse dever tem elle que cumprir, sem dó nem pena. Coitado do machão que se condemna a penas tão severas, por prazer, appenas, dum algoz! Tem tal poder um joven, a sonhar, em quarentena.


LYRA LATRINARIA QUEBRANGULO [7107] Quebrangulo: o local lembrança pelo facto alli que comeu merda por ordem da policia

ficou na minha de ter sido algum bandido boazinha.

Bandidos? A versão é comezinha, mas della muitas vezes eu duvido, pois tiras satisfazem a libido às custas de innocentes, nessa linha. Rendeu esse espectaculo um boccado. O preso comeu merda mixturada com mijo, provocando gargalhada dos homens que da lei estão do lado. Mais fica alguem das fezes ennojado, mais elles se divertem, pois aggrada aos olhos a careta appavorada do gajo que engoliu esse ensopado.

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88 GLAUCO MATTOSO PAZUZU [7108] Demonio original, o Pazuzu! Embora no cinema tenha feito carreira, sempre assume elle outro jeito no modo de exhibir-se a um olho nu! Por vezes, elle mostra só seu cu, soltando flatulencias, mas suspeito que esteja, ja, assumindo outro conceito, alem dos practicados no vodu! Sim, elle usa até farda, Glauco! Ouviste fallar? Está mais gordo, mais mollenga, tal como decadente e velha quenga, que perde predicados, pobre e triste! Mas ‘inda nos rompantes, quer elle ter clareza... postura, praguejando sua no numero de mortos elle

dedo em riste, Na capenga arenga, insiste!


LYRA LATRINARIA PERERÊ [7109] Do pincto do sacy ninguem duvida, mas sobra a perguntinha que ninguem ainda fez: Sacy caga, tambem? Tambem tem cu? Tem coisa parescida? Um serio folklorista nos convida a, junctos, deduzirmos o que tem aquelle cappetinha attraz, e bem egual ao nosso poncto de sahida: “Sacy fuma... Não fuma? Quem, na vida, fumou e não bebeu? Sacys cachaça consomem! E teria alguma graça beber e não comer? Haja comida!” “Quem está, cocô, papel

come sempre caga! Respondida pois, a questão! Vae que elle faça mas certamente que não passa nenhum! Nem fica a mão fedida!”

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90 GLAUCO MATTOSO PIRIRY [7110] Os minions estão putos, Glauco! Não conseguem disfarsar! Seu capitão ficou mais jururu, sabe que vão propor que se investigue, eis a questão! Alguem ja começou a fallar, la na propria capital, do que será, em breve, debattido! O bafafá appenas começando, vate, está! Um desses commandados, que mais faz lambanças e por terra sempre jaz, a fim de ser pisado, foi capaz dos podres entregar do capataz! Agora ficam todos com o cu na mão, mas não será nenhum guru que irá salvar o “mytho” do tabu de estar todo borrado, triste e nu!


LYRA LATRINARIA PORORÓ [7111] Sentado na privada, vate, estou emquanto com você teclo. Pensei: Será que destas coisas todas sei ou dono da verdade nunca sou? Será que Deus exsiste, em termos, ou appenas a supposta, a sua lei? Pensei bastante e... Porra, meu! Caguei um troço que nem Socrates cagou! Mas, como eu disse... Espere, Glauco, só mais um pouquinho... Ui! Ufa! Mais um fiz, enorme, grosso... Fico tão feliz das tripas desaptando mais um nó! Emfim, eu lhe dizia que nem pró nem contra sou aquillo que se diz dum Deus omnipotente... Ei, mais um bis eu dei! Que cagalhão! E pororó...

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92 GLAUCO MATTOSO JURURU [7112] Estou bastante triste, trovador! Pensei que fazer tudo ja podia depois de estar num cargo de chefia, mas vejo que me chamam dictador! Appenas porque, quando um gajo for cagar, lhe prohibi que passe o dia inteiro la trancado, rebeldia gerei no pessoal! Dá p’ra fé pôr? É molle, Glauco? Dizem que estão com um puta piriry! Não saem mais de dentro do banheiro! São normaes taes coisas? Elles ferem o bom tom! Até fui ver si tinha cor marron a merda alli cagada, pois jamais descarga dão, mas tons bem naturaes achei! Não, Glauco, o cheiro não é bom!


LYRA LATRINARIA SOMNO POLYPHASICO [7113] Da Vinci só dormia, brevemente, algumas vezes, poucas, pelo dia inteiro, Glauco! Porra, não podia assim ser, menestrel, com toda a gente? Eu durmo muito pouco, minha mente não para, não descansa! Nem seria problema, si não fosse essa mania que tenho de cagar tão raramente! Só cago si estiver, sim, bem dormido! Mas como, si só durmo tão pouquinho? Assim, meu intestino, que é mesquinho, recusa quando ao vaso eu o convido! Você tambem mal dorme? Não duvido! Por isso com seus versos eu me allinho! Fazemos mui pequeno cocozinho p’ra muita animação, muita libido!

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94 GLAUCO MATTOSO CELLULAR DE PARLAMENTAR [7114] Não, vate, elles jamais vão me calar! Aquelle cellular foi hackeado! Nas photos, não sou eu que estou do lado dum bugre, dum marmanjo tão vulgar! O cu que se excancara alli, com ar de fenda arrombadaça, sem cuidado nenhum com a limpeza... Não, culpado não sou de estar naquelle cellular! Será que elles não notam que tal “nude” não pode ser por minha mão tirada? Jamais, poeta! Pô, não tenho nada com isso! Uma atrocissima attitude! Mas sabe por que o publico se illude? Por causa da famosa deputada que vive se filmando, que pellada se exhibe! Eu, não! Sou crente! Nunca pude!


LYRA LATRINARIA DOR ALHEIA NOS RECREIA [7115] Chupar? Appenas isso bem appraz ao normovisual que um cego faça? Não, claro! Quer achar alguma graça, alem do sexo oral, qualquer rapaz! Fazer rir é tarefa cega, assaz bemvinda, a nós, normaes! Uma chalaça contada pelo cego bem nos passa a ludica noção que satisfaz! Divirto-me ao ouvir uma piada de cego quando o proprio vae contal-a, mas outra diversão boa se eguala na hora de soltar a gargalhada: É vel-o comer merda, Glauco! Nada melhor, ja que ninguem aqui se abballa com essa dor alheia! Ao degustal-a, careta faz, de nauseas, engraçada!

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96 GLAUCO MATTOSO JOGO POR JOGO [7116] Sim, como Pollyanna deveria você jogar, Glaucão! Pense commigo: Será que essa cegueira foi castigo assim tão duro, mesmo, uma agonia? Podia ser peor: a luz do dia perdida de repente, com dor, digo, um furo nos seus olhos, um perigo que, em scena accidental, você corria! Você podia, aos pés dum malfeitor, ser muito maltractado ou explorado, forçado a mendigar e, para aggrado do cara, a jogos sadicos se expor! Hem, Glauco? Ja pensou? Sim, um horror seria comer merda desse sado, cagada no chão sujo, um ja pisado cocô, cujo sabor nem quiz suppor!


LYRA LATRINARIA PAPEIS INVERTIDOS [7117] Um manda, outro obedesce, ja dizia aquelle general que lambe a bota dum reles sentinella, mas adopta postura auctoritaria quando chia... Conhesço um desses, Glauco! Todo dia, pedia a um ordenança a sua quota de chutes e pisões, fora a chacota que seu subordinado lhe fazia! Extranha servidão, Glaucão! Não acha? Em vez de commandar, o official se prostra aos pés dum joven que ‘inda mal sahiu da adolescencia e o bicco racha! Mas tinha que rir, mesmo, pois se aggacha alguem na sua frente, que animal se torna, a lamber bosta sobre a qual pisou a grossa sola de borracha!

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98 GLAUCO MATTOSO CESTINHO VAZIO [7118] Ouvi fallar que nunca limpa a bunda ninguem que, na politica, carreira construa, vate! É serio que não queira limpar-se quem a bunda tem immunda? Mas, Glauco, todo dia a gente affunda a mão no proprio rego, da maneira mais practica, commum e roptineira! Ninguem ha que, na hora, se confunda! Só mesmo um deputado ou senador não sabe do papel servir-se bem! Nem sei si é mesmo nojo o que elle tem, mas cheira, appós, nos dedos, o fedor! E, como mãos não lava, quando for papeis examinar, sente tambem fedor no documento que lhe vem trazer qualquer collega appoiador!


LYRA LATRINARIA MARRENTO COMPARTILHAMENTO [7119] Mostrando o flamenguista ao sampaulino a sola, pela tela, manda: “Ahi, vae ter que me lamber, porque senti cheirinho, ja, do titulo, cretino!” Mas não só torcedores, eu attino, adoptam essa moda, pois ja vi rivaes tambem politicos, de si gabando-se, fazendo o gesto fino! São solas de chuteira, de sapato, de tennis, de cothurno, de chinello... Você, Glaucão, achou tal gesto bello? Até si for dum minion, dum bem chato? E si tiver na sola algo de gatto grudado? Mesmo assim exsiste um elo daquillo com o verso mais singello? Só bardos isso notam, eu constato!

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100 GLAUCO MATTOSO CRYPTOCOCCO [7120] De pombo o cocô pode virar pó depois que se resecca! Respirar aquillo mactar pode, Glauco! Um ar mephitico, lethal, que vendo só! Verdade! Minha thia, de quem dó nem tive tanto, milho vinha dar aos pombos que infestavam o logar! Morreu por causa desse seu xodó! Ahi que eu me pergunto: por que não tambem cocô de gatto, de cachorro? Alem da que se gruda no meu gorro, a bosta que se expalha pelo chão? Bah! Quem me lambe a sola tá bem são e nunca precisou dalgum soccorro! Portanto, não serei eu -- Né? -- que morro appenas por cheirar um cagalhão!


LYRA LATRINARIA SANITARIO SANATORIO (I) [7121] Ja muito pesquisei, mas poucos dados junctei sobre o que rolla na cadeia em termos da real tigella cheia de merda, dada aos presos maltractados! Mas rolla muito, Glauco! São forçados, assim como os internos numa feia prisão para pirados, a ter, creia você, tal refeição, esses coitados! Uns casos collecciono... No primeiro, forçaram um menor (que ja tentara mactar a mãe) a, fundo, sua cara metterno sujo vaso do banheiro! Fizeram que lambesse, sob um cheiro horrivel, o cocô que se junctara alli! Se divertiram, nessa tara que excita, que fascina, ao que me inteiro!

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102 GLAUCO MATTOSO SANITARIO SANATORIO (II) [7122] Num outro caso typico, o subjeito, detido por ter roubos commettido, demora a confessal-os. Ao bandido dirão os policiaes que foi bem feito... Bem feito, sim, Glaucão, pois teve peito o gajo para achar que ser punido não ia pela audacia! Faz sentido? Ninguem nas mãos dos tiras tem proveito! Um video foi gravado. Mostra a cara de nojo do subjeito, que terá, na marra, que comer a merda ja cagada por um tira que tem tara! Sim, come! Cada troço se compara a um gommo de linguiça, mas nem dá, Glaucão, para suppor como será o gosto que rendeu scena tão rara...


LYRA LATRINARIA SANITARIO SANATORIO (III) [7123] Lambeu cocô, xixi, numa latrina, um entre seus alumnos. Um só, não: alguns, que eram judeus. Esse allemão é Streicher, professor que, impune, ensigna. Ensigna, em Nuremberg, e disciplina impõe, cruel e rigida: só vão passar os que tiverem mais tesão na caça aos “inferiores”. É roptina. A turma dos mais sadicos admira seu masculo guru, dão gargalhada na hora de levar um camarada judeu ao sanitario. O gruppo pira. O joven, de joelhos, que respira aquelle cheiro horrivel, se degrada, passando a lingua alli, da molecada ouvindo que seu nojo é de mentira.

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104 GLAUCO MATTOSO SANITARIO SANATORIO (IV) [7124] Rollou numa republica, segundo relato dum calouro (cujo nome ommitto) que passou alguma fome e teve que engolir um grude immundo... Em carcere privado (Mas que mundo cruel!) ficou, vendado! Ouviu: “Ei, tome! E tracte de comer, hem? Quem não come no pratto raso, come no mais fundo!” Serviram, no pheijão, um cocô duro (que estava admollescendo) com arroz! Um pouco de xixi tambem lhe poz no pratto um veterano, Glauco! Juro! Hem, Glauco? Ja pensou? Você no escuro, ouvindo gargalhadas, os cocôs dos jovens vae comendo! Que pornôs imagens aos que enxergam! Tesão puro!


LYRA LATRINARIA SANITARIO SANATORIO (V) [7125] Sansão, captivo, teve (eu adivinho), ja cego, que chupar, de incircumcisos algozes, os caralhos, com seus lisos prepucios ensebados, direitinho! Alem desse prazer, bem comezinho, dos jovens philisteus, ia, nos pisos do carcere, lambendo, ouvindo os risos geraes, todo pisado cocozinho! De quattro, qual um bicho, o pé na cara lhe punham os meninos que iam vel-o comer no chão a bosta! Que modello perfeito de cegueta que se azara! Assim vejo você, Glauco! Tomara que esteja conformado! Quero tel-o, um dia, nos meus pés, com todo o zelo lambendo uns catarrhinhos que eu pisara!

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106 GLAUCO MATTOSO SANITARIO SANATORIO (VI) [7126] Tambem numa republica, de cão fizeram o calouro que lhes tinha proposto, ja, adoptar a cadellinha que estava alli na rua! Babacão! “Você vae ser o nosso! Vae, no chão, ficar o tempo todo, lamber minha frieira aqui no pé, dar lattidinha pedindo por comida, seu bundão!” O bicho foi, alli, de facto, um bicho! Passava longo tempo um chulezão lambendo, como todos os cães vão fazer no pé que eu, rindo, lhes espicho! Si eu fosse veterano, comer lixo faria aquelle bicho, Glauco! Ou não? Faria até comer um cagalhão cagado por mim mesmo, por capricho!


LYRA LATRINARIA SANITARIO SANATORIO (VII) [7127] Vi com meus proprios olhos, Glauco, quando estive trabalhando no districto, um preso que comeu merda! Não cito qual era, mas prenderam todo o bando! Um delles foi teimoso! Foi teimando, negando mudamente! Estava fricto! Levaram à retrete esse maldicto! Iria, ja, cumprir qualquer commando! A cara alguem lhe empurra na privada, affunda até que em merda se suffoque! Luctar quer, mas lhe applicam muito choque e emfim elle engolir vae a cagada! Engole, engole, Glauco! Come cada pedaço que boiou, tal como gnocchi, na sopa de xixi! Dei bom enfoque nos troços, Glauco? O toque, emfim, aggrada?

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108 GLAUCO MATTOSO SANITARIO SANATORIO (VIII) [7128] Ouvi fallar, Glaucão, que na Koréa do Norte exsistem campos de trabalho forçado onde elles chupam o caralho dos guardas, comem merda com platéa! Si for verdade, Glauco, horrivel é a vidinha desses presos! Si não falho na analyse, comer só bosta attalho é para a morte, em dupla diarrhéa! Será que morrem mesmo? O ser humano é muito resistente e bem se adapta a tudo nesta vida, se constata! Não creio que será tão feio o damno! Comer cocô? Não, disso não me uffano! Mas, antes que um algoz desses me batta, melhor é degustar, na mais sensata opção, o cagalhão dalgum tyranno!


LYRA LATRINARIA SANITARIO SANATORIO (IX) [7129] Os guardas, na prisão salvadorenha, segundo me disseram, tinham plena licença para armar aquella scena coprophaga! Satan lhes deu a senha! Eis como toda a acção se desempenha: Os presos comem merda numa arena, à vista da platéa que, sem pena, diverte-se na sanha mais ferrenha! Debaixo de chicote, come cada detento um cagalhão e tudo grava alguem que gargalhadas sempre dava perante essa afflicção dum camarada! Cheguei a ver um filme! Se degrada bastante quem a bocca tem escrava a poncto de comer o que nos trava, Glaucão, o paladar da pheijoada!

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110 GLAUCO MATTOSO SANITARIO SANATORIO (X) [7130] Emfim, comer cocô jamais deixou, Glaucão, de ser castigo na prisão, qualquer prisão, até nas de nação mais rica, addeantada, certo estou! O gosto, muita gente relatou, é pessimo; o fedor, horrivel! Não podemos ommittir tambem que são as nauseas o successo desse show! Não fosse tanto nojo o que suscita, no pratto, uns pedacinhos de excremento, garanto que tão bom divertimento não dava aquella scena ja descripta! Por isso reaffirmo: o que me excita é delles a repulsa! Mas não tento siquer imaginar, neste momento, o orgasmo dum masoca, caso o ommitta!


LYRA LATRINARIA GLAD GAME [7131] No “jogo do contente” Pollyanna convida ao optimismo toda a gente, os cegos, inclusive! Não se sente temptado, cara, a ter tal “mente sana”? E então, Glaucão? Observe que bacchana: O cego fica triste e, de repente, alegra alguem que pensa: “Sou vidente! Não passo o que elle passa! Esse se damna!” Não é compensador? Peor seria causar indifferença nos demais! Mas elles todos dizem que jamais se egualam a você nessa agonia! Ainda que ja tenha, de seu guia, comido merda à guisa desses taes croquettes de suppostos vegetaes, você gostou! A troça foi sadia!

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112 GLAUCO MATTOSO EDUCAÇÃO DE CEGOS [7132] O cego que em poder meu se colloca eu faço repetir: “Cego não manda! Um cego só obedesce!” Elle que expanda limites ao chupar minha piroca! Treinei ja varios cegos, Glauco! Choca saber que sou assim e propaganda fiz sempre? Eis como toca a minha banda! Você extranhou? Você não é masoca? Saber quer como os treino? Ponho um cara de quattro, chuto o rosto até que peça p’ra me lamber os pés! Ahi começa a phase em que adjoelha e se prepara! Depois duns tapas, elle me excancara a bocca p’ra chupar! Si, bem depressa, não pede, vae comer fezes à bessa, levando chicotada! Ah, depois sara!


LYRA LATRINARIA CURTA BEM CURTIDO [7133] Não, nunca dou descarga quando faço cocô, Glaucão! E sabe por que? Vem alguem depois e come! Meu refem, exacto! Meu escravo! Meu palhaço! Adoro ver o nojo delle! Espaço não falta numa camera que bem registre esse momento! Sempre tem neguinho olhando um filme bem devasso! Pois é! Faço o subjeito, com a mão, tirar do vaso cada cagalhão, cheirar, lamber, primeiro, quando, então, mastiga e engole, Glauco! Um sarro, não? Um cego divertir-me mais iria, pois, quando for comer a porcaria, faz cara de quem vive na agonia bem antes de perder a luz do dia!

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114 GLAUCO MATTOSO EDUCAÇÃO FINANCEIRA [7134] Si merda fosse grana, ja se disse, o pobre nasceria sem o cu! Mas merda não é grana, Glauco, tu conhesces de sobejo tal mesmice! Ha povos que cultuam a crendice, porem, de que cocô, si dum guru for, pode ser comido, mesmo cru, que sorte nos dará! Nem que eu me risse! Consegues pensar nisso? Um gajo faz poupança, mas ja sabe que essa grana irá render bastante si elle empana e fricta as fezes dum guru sagaz! Mais ‘inda renderá si cruas as comer! Mas o guru, que é bem sacana, as vende! Irás pagar por tal banana, Glaucão, ou papparás outros pappás?


LYRA LATRINARIA EDUCAÇÃO INTESTINAL [7135] Glaucão, meu intestino ficou tão teimoso, reluctante, pirracento! Fazer com que se eduque ainda tento, mas elle é mais rebelde e mais mandão! Si eu sento p’ra teclar com meu irmão querido, o colon fica ciumento e pede p’ra cagar todo o momento! Si estou à toa, ao vaso vou em vão! Por vezes, si demora a dar vontade, eu finjo que digito, sentadinho, mas elle, que é saphado, que é mesquinho, não cae no meu ardil, finge ser Sade! Si meu papel jamais o persuade, mais elle está manhoso! Lhe escrevinho emquanto, aqui sentado, o cocozinho retido me responde: “Retro vade!”

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116 GLAUCO MATTOSO FÉ DEMAIS NOS ABNORMAES, FÉ DE MENOS NOS AMENOS [7136] Em Deus Pae creio, todo poderoso, da Terra creador, do Céu tambem, alem dos ares putridos que tem qualquer corrego urbano malcheiroso! Num Filho delle creio, que tem gozo sabendo que soffrer à Terra vem e tenta accreditar que, num Alem futuro, o seu viver será gostoso! Que estamos mergulhados num total inferno de cocô, feito um exgotto a céu aberto, creio tambem, ropto nas vestes, por signal lavadas mal! Emfim, creio num feio mappa astral e, como nunca fui um bom garoto, não creio que peidar, soltar arrocto, cuspir no chão, e tal, seja abnormal!


LYRA LATRINARIA SADIA EMPATHIA (I) [7137] Vendei meus olhos, Glauco, pois queria sentir-me cego, estar no seu logar! Às tontas, comecei a tactear as coisas, a viver essa agonia! Difficil foi, sem essa luz do dia, ou lampada, de noite, enveredar, em casa, pelos commodos, meu par achar duns simples tennis... Mas eu ria! Sim, ria, pois sabia que podia tirar a venda a qualquer hora! Azar de quem não pode, né? Fui farejar, então, para achar algo que fedia! Dos tennis ao invés, foi da bacia o cheiro de cocô que deu seu ar da graça! Mas pensei: tal paladar sentir não vou! Ao menos, ja allivia!

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118 GLAUCO MATTOSO SADIA EMPATHIA (II) [7138] Tirei a venda, Glauco, pois ja tinha noção de como um cego passa appuro p’ra achar as coisas todas nesse escuro mundinho de vocês, nessa vidinha! Ahi, pensei: Mas posso, para minha sadia diversão, impor um duro castigo a alguem que é cego! Gozei, juro, pensando numas penas nessa linha! Primeiro, suas mãos eu aptaria, fazendo que precise adjoelhar ou mesmo rastejar, para meu par de tennis encontrar onde se enfia! Depois, você no vaso cheiraria a minha merda, Glauco! Degustar aquillo punição mais exemplar seria, si eu quizesse essa alegria!


LYRA LATRINARIA ANAL ANALYSE [7139] Mas, Glauco, si a cagada for recente, a lingua vae achar ainda aquella camada de cocô que, nella, mella até se eternizar n’alma da gente! E, caso o cu ja tenha simplesmente seccado, quem lambel-o dará trella a tudo que, grudado, se exfarella no meio dos pellinhos! Quem não sente? Por isso uma anilingua, Glaucão, é o mesmo que comer a propria bosta, aquillo que ninguem falla que gosta de estar saboreando num filé! Num bife nós queremos molho, ué, não merda! Numas pregas, é supposta alguma sujeirinha! Quem apposta num limpo cu se illude em sua fé!

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120 GLAUCO MATTOSO OXYURO [7140] Lombrigas? Você teve? Eu tive, juro, Glaucão, mas me curei e ja não tenho aquelle verme exotico, ferrenho, branquinho, que elles chamam “oxyuro”! Coceira? Ah, como coça! Ah, quanto appuro passei! Mamãe catava, com engenho, os bichos do meu cu, mas eu convenho que pode isso causar um tesão puro! Agora, quando cago, uma coceira eu sinto, parescida! Mas não são os vermes que provocam o tesão e sim a acção da propria caganeira! Depois, o nivel Exporro Mas fica

no banho, coço! O tesão beira do delirio! Sim, Glaucão! loucamente! Você não? a minha dica, caso queira!


LYRA LATRINARIA GEOSMINA [7141] Devia “coprosmina” ser, Glaucão, aquillo que sahindo da torneira está, ja com odor, caso alguem queira bem liquida a suppor, de dejecção! Paresce que fizeram ligação de exgotto numa d’agua! Brincadeira não é, Glaucão! Não, essa podriqueira ninguem pode incluir na refeição! Não tem mais transparencia, nem sabor daquillo que, potavel, toma a gente! Agora adspecto tem que, francamente, me lembra alguma fossa, trovador! Então, tome cuidado, quando for mactar a sede, excepto si se sente masoca, a beber mijo ou, penitente, tragando merda molle do oppressor!

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122 GLAUCO MATTOSO THERE’S NO TIME [7142] Fazer as pazes podem! Lennon canta as musicas do Macca! Canta Macca as musicas do Lennon! Não attacca ninguem jamais ninguem pela garganta! A gente, nós sabemos, não é sancta, mas, antes de ir ao brejo cada vacca, podemos desistir daquella faca nas costas de quem males seus expanta! Que merda a tal mania de brigar! É curta a vida, amigo! Por que não dormir bem uma noite, meu irmão? Está com medo? Um odio só dá azar! Aquelle que parou para pensar na certa arrependeu-se, mas então foi tarde, pois faltou occasião ao disco mais reciproco dum par!


LYRA LATRINARIA PODOSMOPHILIA [7143] Tesão pelo chulé? Nome nem tinha um typo tão extranho de fetiche por pés ou por calçados, mas pastiche não era do francez a tara minha. Chamar-me de “podolatra” admesquinha e faz que qualquer critico me fiche mais como um masochista, appenas -- piche commum aos fetichistas dessa linha. Porem, a dysodia dos pés não se pode confundir com outra tara qualquer por um fedor, pois minha cara não metto em mero lixo, como um cão. Não acho, na privada, cagalhão que feda como quero, nem da vara o odor de queijo podre se compara ao cheiro mau dum masculo pezão.

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124 GLAUCO MATTOSO PURAS POSTURAS [7144] Divine ja comeu, em plena rua, a bosta de cachorro que eterniza o filme de John Waters, e precisa ver como come, mesmo, como actua! Mas ella foi audaz, naquella sua loucura vanguardista. Alguem, à guisa de artista performatico, reprisa aquillo que ella fez? Quem não recua? Um cego que conhesço fez aquillo, mas teve que fazer, mesmo, na marra, forçado a collectar, com a boccarra, cocôs pela calçada, sem vacillo! E sabem quem forçou? O mais tranquillo e firme defensor de quem a barra enfrenta da cegueira, como narra alguem que compartilha meu estylo.


LYRA LATRINARIA POLICIA MONTADA [7145] Lambi bosta na bota dum soldado da audaz cavallaria, da mineira policia militar, caso ‘ocê queira saber, vate! Eu aos quattro ventos brado! Me gabo disso, vate! Elle foi sado a poncto de exigir, por brincadeira, que bosta de cavallo, com poeira grudada, lhe tivesse eu bem limpado! Ainda no quartel, pisou num monte! Chegando em minha casa, foi fallando: “Agora, veadinho, no commando estou! Ouviu?” O resto quer que eu conte? Só conto que não, nada que admedronte me impede de gozar! Um gosto brando não tinha aquella bosta, mas Fernando foi um entre mil homens em Belzonte!

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126 GLAUCO MATTOSO CABEÇA DE PUDDIM [7146] Não sei por que criticam tanto, vate! Acharam providencia assaz ruim ser gasto o nosso publico dindim com leite condensado ou chocolate! Queriam o que, Glauco? Um disparate estão fallando, porra! Para mim, não ha problema! Querem que capim ração seja a um exercito em combatte? Hem? Querem que um soldado se alimente de esterco? Duma alfafa qualquer? Ora! Ninguem com o governo collabora! Que extranho paladar tem essa gente! Destillam fel, Glaucão! É simplesmente divino um puddimzinho! Não adora você tal iguaria? À merda! Agora só falta acharem feio o presidente!


LYRA LATRINARIA CHICLETTE [7147] Mas, Glauco, não entendo o mal estar com essa do chiclette, elle que ja bombou pelo paiz! Porra, não ha problema com a gomma de mascar! Que importa si o governo quer gastar milhões em tablettinhos? Bafafá inutil, pois ninguem vae, camará, deixar de mastigar e degustar! Que querem os pentelhos? Que, em logar da gomma, a gente masque bosta, agora? Quem falla mal daquillo tá por fora! Que excolha cada qual o que chupar! Bem sei que muita gente paladar tem pela merda! Algum masoca adora cocô do seu guru! Que comam, ora! Você prefere, Glauco, outro manjar?

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128 GLAUCO MATTOSO SOLUÇÃO CASEIRA (II) [7148] Vae-se a primeira pomba arremessada. Sem asas, vae mais uma. Ja vão mais. Penicos, urinoes, as usuaes vasilhas se exvaziam na calçada. Sem fossa alguma proxima, de cada janella voa a merda. Não, jamais joguei, Glauco! Jogavam os meus paes, na falta da collecta aqui installada. Meu sonho sempre foi termos um cano de exgotto, que evitasse esse arremesso, mas ja desencanei, pois não meresço ter uma attenção neste chaos urbano. Ainda vae haver, si não me enganno, mais merda arremessada, pois, travesso, em casa algum moleque tem appreço por ella a voar! Esse é, sim, meu mano!


LYRA LATRINARIA ESTADO DE DEFESA [7149] Enfiem no cu, porra, as lattas, ora! À puta que pariu vou mandar essa imprensa sem character, que não cessa de expor minha afflicção, que só peora! Eu, toda vez que ponho para fora a minha raiva, Glauco, ja começa a midia a me gozar da cara à bessa! As lattas são o thema della, agora! Por causa dum leitinho condensado não param de pegar no meu pé, porra! Depois elles lamentam que eu recorra a tantos palavrões, descontrolado! À merda! Vão à merda! Do meu lado você não fica, Glauco? Nem que eu morra você vae lamentar? Mas que Gomorrha! Que terra de maricas, esse Estado!

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130 GLAUCO MATTOSO CAGADA ADDOCICADA [7150] Não acha que seria caloria demais, hem, tanto leite condensado? Será que no lanchinho dum soldado tal dose extra de assucar caberia? Confesso que isso minha phantasia addoça, Glauco! Sou mesmo tarado! Coprophago convicto, não me enfado de expor a perversão que me vicia! Sabendo que o recruta assucarado está demais da compta, mais se excita a minha gula! Adoro uma bonita cagada de puddim caramellado! Você não entende, diversos poetica,

curte, Glauco? Mas meu lado não entende? Você cita vicios quando, na maldicta assumiu o seu peccado!


LYRA LATRINARIA SITUAÇÃO ANALOGA [7151] Virou “trabalho analogo” o forçado serviço dum escravo clandestino, Glaucão, mas relatorios examino que indicam muito abuso camuflado! Até deficientes, em estado de extrema submissão, como um menino ceguinho, resgatou desse destino cruel a acção audaz dum delegado! Comia até cocô na refeição, no meio do pheijão, sob a risada dum bruto capataz, alguem que nada fazer podia para dizer não! Fodiam o ceguinho, sem perdão, os outros membros dessa molecada que explora cegos para que, de cada, esmollas arrecade, eis a questão!

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132 GLAUCO MATTOSO SUINA DISCIPLINA [7152] Caguei nas calças, sim! Mamãe trocara a minha roupa, appós, mas attrazado cheguei naquella eschola cujo sado regime castigava até com vara! Tentei justificar o que rollara, mas tudo peorou, pois engraçado achou o professor e, por seu lado, algum cruel bedel mostrou ter tara! Fiquei, sim, de castigo, mas castigo acharam, differente, para mim! Ao lado da privada, a levar vim respingos dos collegas, sem abrigo! Mijou em mim até meu inimigo na classe, que curtiu feito um festim a minha posição! Confirmo, sim, que estava de pau duro pelo umbigo!


LYRA LATRINARIA SUBMISSÃO CUMPRIDA [7153] “Procure com a bocca, não a mão!” Cegados os meus olhos, me seria difficil cumprir essa serventia de escravo, de joelhos pelo chão. O faro me indicou a direcção. A fuça approximei, numa agonia medrosa, do caralho que fedia, ja duro pelo sadico tesão. Senti, mais que do fetido pentelho, o odor daquelle esmegma accumulado. Depois de toda a gosma ter tragado, sabor ‘inda senti de cada artelho. As costas ja lanhadas pelo relho, cheguei ao fim da linha. Me degrado, agora, a salivar, num cu cagado, as pregas, que dos beiços são espelho.

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134 GLAUCO MATTOSO SÓ QUE NÃO [7154] Qualquer deficiente é meu irmão e, embora differente, egual a mim naquillo que, em minh’alma, ao mundo vim. Por isso bem o tracto. Só que não. Alguem que ja perdeu sua visão não pode ver na vida algo ruim o tempo todo, visto que, no fim das comptas, Deus adjuda. Só que não. Um cego tambem pode ter tesão, sentir-se desejado, mesmo sem saber si delle esteja rindo quem com elle tem convivio. Só que não. Um sadico terá mais compaixão dum cego si fizer delle refem e merda não mandar que engula, nem urina, ao castigal-o. Que illusão!


LYRA LATRINARIA ZONA DEGRADADA [7155] Em plena Crackolandia a gente vê pessoas se servindo da calçada à guisa duma publica privada, sujissima, Glaucão, sabe você! Alguma dica ainda quer que eu dê? Pisei ja, dum crackeiro, na cagada com vomito dos outros mixturada! Grudou no meu pisante esse patê! Não tive a menor duvida, Glaucão! Mandei que meu escravo nessa sola passasse sua lingua, que descolla qualquer caramellado cagalhão! Você, ja que pergunta... Por que não um cego fazer isso? Quem controla escravos não tem pena si se exfolla a lingua dum cegueta, qual dum cão!

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136 GLAUCO MATTOSO PRATTO DICTO E FEITO [7156] Quem come, Glaucão, umas mayonnaises extranhas senpre sente que lhe estão as tripas alteradas! Um montão de coisas sae no meio dessas fezes! Por isso te repito: Não desprezes os riscos duma simples refeição na mesa dum boteco, meu irmão! Comeu? Fez mal? Só resta que tu rezes! No vaso do boteco sentarás, ja cheio de toletes e de lama mais molle! Sentar nisso quem reclama, si está sentindo colicas tão más? Glaucão, tu rezarás a Satanaz emquanto a diarrhéa se derrama! Ainda cagarás na tua cama por dias, como toda a gente faz!


LYRA LATRINARIA PLEBÉA DIARRHÉA (I) [7157] Me sentei, ja, numa suja tabua assim, num botequim. Do fedor não ha quem fuja num momento tão ruim. Encarei a dicta cuja e pensei: “Pobre de mim! Nem exgotto sobrepuja este odor! Mas, ja que vim...” Eu passava na calçada quando a coisa ja appertava e senti que, caso nada encontrasse, me borrava. O boteco, logo em frente, num momento que se aggrava foi o jeito ao caso urgente de soltura aguda e brava.

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138 GLAUCO MATTOSO PLEBÉA DIARRHÉA (II) [7158] Mal entrei no tal quartinho, vi que nem janella tinha. Nem achei, nalgum canthinho, de papel uma folhinha. Foi espeto, foi espinho, fazer algo la! Adivinha si, mijado, um assentinho não molhou minha bundinha! De cocô pela beirada, transbordando lama a rodo, cheia estava a tal privada: quasi encosto o cu no lodo! Sendo molle o meu, o nivel excedeu. Sim, sem engodo! Me borrei! Não foi possivel evitar... Como eu me fodo!


LYRA LATRINARIA PLEBÉA DIARRHÉA (III) [7159] Mas amigos meus tambem se foderam. Sei dum caso engraçado, que me vem à memoria com attrazo. Ja me lembro: o gajo, sem ter excolha, viu o vaso todo cheio. Alli ninguem cagaria, tendo prazo. Mas urgente era a questão! Jamais queiram tal enguiço! Ou cagava logo, ou não livraria as pernas disso! Resultado: elle sentou no cocô. Não sendo ommisso, uma idéa vaga eu dou dum dejecto movediço.

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140 GLAUCO MATTOSO PLEBÉA DIARRHÉA (IV) [7160] Merda molle, gente, é barra! Ella excorre sem controle, sae num jacto, sae na marra, não ha poncto em que não colle! O cocô, quando está molle, causa colicas. Se aggarra onde pode, em secco engole o subjeito, abre a boccarra! Arfa, arqueja... Mas faz tudo, quasi tudo... Sou fiel ao que conta. Depois mudo fica, em busca de papel... Mas papel, alli, não dura! Que destino mais cruel! Quem passou por isso jura nunca mais comer pastel...


LYRA LATRINARIA ECHO COPROPHOBICO [7161] Certeza tenho, cara: a maioria immensa das pessoas nojo sente de, em publico, fallar de porcaria! Sim, posa de hygienica, essa gente! Aquelle que tiver dysenteria appenas della falla vagamente: Por elle, “desarranjo” é o que seria a propria “caganeira”, em tom fluente! Glaucão, taes euphemismos não farão que a mão que temos suja não lavemos, tampouco que não feda um cagalhão, nem, liquida, que merda não caguemos! Esteja diarrheico ou constipado alguem, pouco me importa, com os demos! É logico: o que importa é ter cagado! Vocabulos são fraccos, quando extremos!

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142 GLAUCO MATTOSO INFRENE HYGIENE [7162] Festejo, finalmente! Este é o momento! Agora sinto a colica damnada que chega, me advisando e, afflicto, eu sento aquella meia horinha na privada! Cocô todinho feito, em vão eu tento daquillo me limpar! Uma passada vou dando de papel: o mais nojento sae logo, mas me deixa a mão mellada! Do vaso me levanto, lavo a mão e insisto nisso, claro! São normaes taes praxes de limpeza! Passo, então, no rego mais papel, e mais, e mais... Depois, ja no chuveiro, louco, exfrego no vão o sabonete, entre mil ais, ferindo o meu cuzinho: um olho cego delira, vê particulas fecaes!


LYRA LATRINARIA BALDADOS CUIDADOS [7163] Às pressas, entra a velha num boteco de bairro, tão immundo, tão fuleiro, que quasi que ella pensa: “Ah! Não defeco aqui, nunca! Magina! Mas que cheiro!” “Me prendo! Me seguro! Me resecco! Mas nunca que porei o meu trazeiro tão limpo nessa tabua, nesse treco! Magina! Que fedor neste banheiro!” É pena, mas occorre que a coitada naquelle seu buraco não põe rolha! Alli ja não se aguenta, está appertada demais para suppor qualquer excolha! Não é que numa tabua ja molhada de fetido xixi, se senta? Encolha o rabo quem puder! Termina, e nada dum minimo papel, duma só folha!

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144 GLAUCO MATTOSO MERGULHO COM ENGULHO [7164] Si fica pendurado de voltada para baixo, na certa não espera nenhum evento muito

cabeça um prisioneiro que accontesça prazenteiro.

Ao gosto não ha scena que appetesça, tampouco uma que aggrade pelo cheiro num sordido barril que a merda espessa, marron e repellente encheu inteiro. O fetido cocô quasi transborda daquella atroz barrica! Que regalo ja curtem os algozes! Pela chorda suspenso, vão la dentro mergulhal-o! O preso soffre: implora e se debatte, ainda no brevissimo intervallo, inutilmente! Até que a merda o macte, engulha, tosse e engasga feito um rallo!


LYRA LATRINARIA DESFORRA QUE BORRA (II) [7165] Amigos me passaram o recado do jeito como, nestes versos, narro: Os gajos admarraram um coitado e sei como o castigo foi bizarro! Assim rollou: appós terem pisado na sua cara, achando o maior sarro, um delles chega, aos risos: aggachado, lhe desce, sobre a bocca aberta, o barro! O fetido cocô sahiu bem molle, aos pingos, em porção até que pouca, mas esse infeliz todo o monte engole, de facto, porque abriu, na marra, a bocca! Cagado, la deitado, immovel, fica e delle só se escuta a voz ja rouca. Agora jorra mijo duma picca e eis essa sua bocca menos oca!

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146 GLAUCO MATTOSO POUCA DESGRAÇA (II) [7166] Te sentes tu, ja, como um condemnado? Azar teu! Chupa, cego! Ver-te quero assim, adjoelhado! Sou sincero! Não tenho dó, não! Chupa, desgraçado! Assim que eu gosto! Para meu aggrado, não tem nenhuma cura teu severo glaucoma! Ja pensaste? Chance zero! Melhor para mim! Chupa, desgraçado! Enxergo bem e quero ver meu lado, appenas! Animal te considero! Embora bem treinado, um bicho mero! Ah, vou gozar! Engole, desgraçado! Mijar vou, Glauco! Queres ser mijado? Preferes que eu te cague? Então de lero que vás deixando, emquanto me libero! Vae, abre a bocca! Bebe, desgraçado!


LYRA LATRINARIA SENSUAL COMMERCIAL (II) [7167] Belleza? Sabe, gente? Eu, appesar de ser assim charmosa, assim bonita, soffria, demorava a evacuar! Verdade! Sim, verdade seja dicta! Eu juro! Ja de dias mais de um par, com colicas, passei (Quem accredita?) sem nada fazer! É tão devagar, às vezes, o intestino! Estive afflicta! Mas vejam só! Tomando Cagarol, remedio do qual sou, agora, fan, passei, como vocês, a ver o sol de novo com bons olhos, de manhan! Incrivel! Nem preciso mais de enema! É magica! Accredite, minha irman! Estou san! Hoje eu como, sem problema, de todas a mais acida maçan!

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148 GLAUCO MATTOSO ENSEJO PARA RASTEJO [7168] Fazel-o rastejar é diversão das boas, cara! Adoro ver um cego de braços para traz! Ah, não sossego emquanto não o chuto! Que tesão! Sim, quero que elle exfregue pelo chão a cara, a bocca, a lingua! Descarrego em cyma delle tudo que meu ego desfructe em quem perdeu sua visão! Sem uso das mãos, elle rir me faz alli, para arrastar-se devagar, levando uns ponctapés, achando um par de tennis pela frente e... exhausto, jaz! Ahi, ficou temptado? Ocê tem gaz bastante para a barra supportar? Será que, no banheiro, si eu cagar no chão, você lamber consegue em paz?


LYRA LATRINARIA HYGIENICO PANICO (II) [7169] É logico! Outro methodo não ha, seguro, de limpar certo logar. Entendo que o melhor jeito será tomar um bello banho appós cagar. Inutil! Com papel, só, nunca dá direito para tudo eliminar daquillo que grudado ficou la nas pregas dessa fenda capillar. Sim, Glauco! Temos asco, temos medo! O raio do buraco, propriamente, nos choca! Tanto nojo dá, que a gente se encolhe e mal lhe enfia o medio dedo! Emfim, nós nos limpamos, tarde ou cedo, mas veja, cara: aos pellos é que adhere a fetida sujeira! Ha quem tolere? Confesso, ja a cheirei... Meu, como eu fedo!

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150 GLAUCO MATTOSO CONSISTENCIA E PERSISTENCIA (II) [7170] Carrascos admarraram um coitado deitado, com a cara para cyma. Puzeram um funil na bocca: o brado rouquenho que lhe excappa aggrava o clima. Terá dentro da peça alguem obrado e o tragico momento se approxima. Na rustica cadeira está sentado um gajo que demonstra pouca estima. Aquella cadeirinha tem um furo que dá boa passagem para a fece, espaço pelo qual o cocô duro, cylindrico e rolliço, facil, desce. O practico funil tem bicco largo (Alguem diz: “Oxalá não o tivesse!”) e a bosta sempre tem sabor amargo, mas, rapido, na lingua ella admollesce.


LYRA LATRINARIA INCOMPATIBILIDADE DE NECESSIDADES (II) [7171] Notaram? A bexiga com o grosso (ou colon) intestino compra briga! Sahir primeiro sempre quer o troço, mas pela frente encontra uma inimiga: Sim, ella, a atroz urina! Que um colosso daquelles de cocô seu curso siga, não é nadinha facil, si um endosso cordato della falta, e impera a intriga! Notou, vate? É de lua a coisa, creia! Si eu, soffrego, me sento na privada, cagar tento, mas ‘inda não sae nada, percebo que é fatal: bexiga cheia! Alli passo o meu tempo, caso leia, porem, depois que eu solto todo o mijo, está meu intestino ja tão rijo que aquella cagadinha, agora, freia!

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152 GLAUCO MATTOSO O ACCOCORADO E O ACCOCOZADO (II) [7172] Allivio dar, na boa, ao intestino momento nos paresce, tão gostoso e livre, quanto a bronha dum menino que finge dominar e, assim, tem gozo. Nas bronhas, é cagando que eu domino algum outro moleque que, choroso, terá que degluttir o que elimino, quer seja cocô solido ou cremoso. Que faço? Me accocoro e o rego encaixo, bastante folgazão, muito contente, naquella aberta bocca que, por baixo de mim, fica comendo, obediente. É molle e Nem preciso fazer força, nem tenho que peidar tão fartamente na bocca, para que elle se contorça emquanto o gosto forte e o cheiro sente.


LYRA LATRINARIA VALOR SENTIMENTAL (II) [7173] Coitada da madame! Quando a mão lavar vae, do seu fino dedo tira aquelle lindo annel, mas o sabão barato mella a joia de mentira! A joia lhe excorrega e cae (Ai! Não!) la, justo na privada! (Ai! Não!) Se attira às pressas a coitada, mas em vão: no meio do cocô some a sapphira! Tristissima, a mulher se desespera! “Que bosta! Puta merda!”, a dama falla! Ainda que essa joia seja mera e simples fajutice, quer pegal-a! A dama se adjoelha, a mão enfia, tentando resgatar a sua opalla, no fundo, bem no fundo da bacia... até que grita, afflicta: o braço entalla!

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154 GLAUCO MATTOSO PAPEL SEDOSO (II) [7174] Assumo que sou mesmo muito rico, mas muito, muito mesmo, mesmo muito! As comptas, quanto mais eu multiplico, não fecham, tanto mais é meu intuito! Porem eu, appesar de estar no picco daquelles que mais brilham no circuito das rodas sociaes, me mortifico à bessa, por motivo o mais fortuito: Tambem cago! Sim, cago, como os pobres! Tambem fedo demais ao soltar flato! Malgrado mesmo todos os meus cobres, jamais eu fico livre de tal acto! Não, toda a minha grana não impede -- Que merda! -- nesse instante torpe e chato, que um rollo de papel se empappe! E fede a minha fina mão, ao seu contacto!


LYRA LATRINARIA SAGRADA CAGADA (II) [7175] Um desses bons hindus, caso me mande, sem pappas, ir à merda, eu não entendo que esteja a me offender, e sim que expande a sua gentileza, assim dizendo. Sim, muito sabiamente, ao proprio Gandhi é facto que aggradava alguem fazendo seu mystico cocô, pois tinha em grande conceito toda a merda que eu não prendo. É tudo consequente e se deriva, pois, sempre que eu expulso a fedorenta porção de merda, Gandhi cumprimenta meu acto, meu exforço e me diz “Viva!” Verdade se tornou, ja, collectiva: Rezar alguma prece todos nós por certo deveriamos, appós soltar uma cagada, a Zeus, festiva.

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156 GLAUCO MATTOSO PONCTO DE INTERROGAÇÃO (II) [7176] Um typico tolete, alli no chão, lhes lembra qual figura? De cabeça voltada para baixo, me dirão que um graphico signal até paresça. Na escripta do hespanhol, quando a questão da phrase iniciou, se inverte: a espessa porção de merda enrolla-se, e eis que não ha gajo algum que não a reconhesça. O gommo de cocô, num caracol, transforma-se em sympathico bombom: a poncta se levanta e, sob o sol, a todos excancara a cor marron. Mas teve, sim, mau gosto um insensato que egual figuração preparou, com capricho e toda a calma: no formato, gostosos chocolates nesse tom.


LYRA LATRINARIA ESCATOLOGICO ZOOLOGICO (II) [7177] Amigo, si você, quando defeca, cheirar for o seu sordido cocô, na certa terá nojo: “Com a breca! Comer egual tolete é que eu não vou!” Mas eu tambem escuto um typo jeca a todos commentar: {Marvado eu sou! Garanto, si eu pudesse, essa melleca na marra te obrigava a comê, sô!} Assim é! Na verdade, todo mundo (e um lubrico poeta aqui se somma) a bosta considera algo de immundo conceito, mas deseja que alguem coma. O proprio ser humano é sempre egual e bruto, quer em Mecca, quer em Roma: No fundo, quer vingar-se do animal selvagem que elle odeia e que elle doma.

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158 GLAUCO MATTOSO GAZES CONTUMAZES (II) [7178] Caralho, meu, que cheiro! Assim ninguem aguenta mais! Lotado o elevador está, mas esse cara ainda vem peidar aqui no bollo? Que fedor! Que merda! Mas será que elle não tem vergonha, pejo, nojo, asco, o que for? Será que, infantilmente, é mesmo sem nenhum dó que elle peida? Que suppor? Vejamos... Supporei por mim: eu peido sem medo, de proposito, com gosto, sem minimos remorsos! Ja provei do meu typico fedor e é que nem ovo! Sentiram? Quem achar gostoso, adspire! Aquelle que quizer que feche o rosto! Quem acha que não gosta se retire! Alguem se incommodou? Nem me commovo!


LYRA LATRINARIA MARRON SOBRE AZUL (II) [7179] Confirmo: Quando um cego limpa a bunda, appós a conclusão duma cagada, às pressas accredita, na segunda vez, que ella ficou limpa. Limpa, nada! É facil! Quem enxerga, vê que immunda a bunda continua. Outra passada nós damos de papel. Mais uma. Affunda a gente com o dedo... e mais dedada! O gajo suja até seu pollegar. Tambem o papel sujo ainda sae. Si está tudinho vendo, o gajo vae seu gesto repetindo até cansar. De facto, só os normaes vão se limpar. No caso do ceguinho, não: ja lava a sua mão borrada. Mas restava ainda muita merda no logar.

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160 GLAUCO MATTOSO MOLLEZA À MESA (II) [7180] Cocô, si é dum cachorro viralatta, sae bem devagarinho, secco e duro. Aquelle seu cylindro entalla, empatta todinho o seu exforço, entope o furo. Attento, vendo aquillo, alguem constata: Comer bem, na verdade, é mais seguro. O typo que na rua rangos cata se ferra, passa apperto e passa appuro. Notei que, contorcendo-se, o cachorro emfim logrou obrar alli na exquina. Aquillo que comeu e que fez forro no bucho, pelas tripas elimina. Nas ruas, quem observa seu tormento e solta a risadinha mais ferina é o cocker, o de raça, o mais luxento, que só na vida come pappa fina.


LYRA LATRINARIA NABO NO RABO (II) [7181] Ah, toda propaganda me faz rir, tal como aquella boba, que me quer às claras empurrar um elixir que entesa, que remoça! Só si der! Estou ouvindo agora que vae vir, você nisso accredite si quizer, aquillo que alguns gays vão consumir: um magico xarope, de colher! “Querido, si você não quer um nabo com conico formato de banana ou torto pepininho no seu rabo, se cuide, tome o tonico Fontana!” “Garanto que este é um optimo laxante! Aquelle que se enfeza não se enganna! Tambem um estylista me garante que tem astral bumbum, do qual se uffana!”

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162 GLAUCO MATTOSO AROMA QUE NÃO EMBROMA (II) [7182] Na lingua, flatulencia é melhor jeito, mais culto, de dizer ventosidade, mas esse não será termo perfeito. Será que não tem outro que me aggrade? É claro, gazes causam bello effeito, mas vejo uma maior sinceridade na falla de quem usa um que eu acceito, sem pappas, e que exbanja propriedade. O baixo calão sempre bem attende! Bem franco, digo peido e não dependo de mais nenhum conceito como addendo. O termo todo mundo comprehende! Mais algo cabe ainda que eu emende: O traque, como a bufa, mostra appenas que algumas synonymias são amenas e leves, para aquillo, emfim, que offende.


LYRA LATRINARIA PODOSMOPHILOS NA LINHA [7183] Chulé de hippie, Glauco, ja sentiste? Nem é la muito forte, porque impera um toque mais vegano. Quem nos dera de punk ou de skinhead! Hem? Quem resiste? De punk eu ja senti, Glaucão! É triste! De tennis ou cothurno, o gajo gera um cheiro salgadissimo! Pudera! Quaes outros chulezinhos quer que eu liste? Talvez de motoboy, depois dum dia inteiro de trabalho, poderá ficar tão temperado que ja dá vontade de lamber tal iguaria... Mas uma coisa affirmo: na bacia, qualquer desses cocôs egual terá seu cheiro ou seu sabor! Sim, provei, ja! Prefiro o pezão delles! Me ecstasia!

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164 GLAUCO MATTOSO NADA A PERDER [7184] Lhe juro, cara! Achei, numa privada de shopping, o cocô dum camarada que estava ja sahindo! Comi cada tolete! Não deixei sobrando nada! Mas elle percebeu! Voltou e, quando pegou-me, em vez de achar isso nefando, fallou: “Quer mais um pouco? Venha, mando você comer emquanto vou cagando!” Sim, fui com elle! Em casa, ja me fez no piso rastejar, nada cortez! De bocca para cyma, foi a vez de vaso me tornar! Ah, que patês! Traguei cocô durinho, cocô meio pastoso, ou que, ja liquido, me veiu! O gajo me deixou de bucho cheio! Foi merda de dez dias, Glauco, creio!


LYRA LATRINARIA SENSORIAL MEMORIAL [7185] Mandou que eu me deitasse no chão. Fiz o que elle quiz. De bruços, rastejei, cumprindo o que me impunha a sua lei. Mãos para traz, usei o meu nariz. Ouvi que de mim ria, bem feliz por sua visão boa, disso sei. Aos poucos, a seus pés emfim cheguei. Provei-lhe que meus labios são servis. Seus tennis, pelo cheiro, que encardidos estavam percebi. Senti poeira, alem daquella merda costumeira nas solas, duns excarros resequidos. Mas tive odores e memoria, lembrar,

que lamber e meus sentidos sabores, com certeira registraram. Caso queira serei fiel a taes libidos.

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166 GLAUCO MATTOSO CITANDO UM MESTRE [7186] Foi Wanda quem fallou! Eu tambem digo, Glaucão, mas nos meus termos: “Quem deseja viver bem nesta vida não se peja de impor aos outros sadico castigo!” Pensar devo: “Talvez meu inimigo fizesse assim commigo! Caso veja bem, elle cegará quem ja rasteja a seus pés! Mas serei eu que fustigo!” Sabendo que outro algoz me tractaria assim si me tivesse em seu poder, prefiro ter eu mesmo tal prazer e quero desfructar essa alegria! Cegal-o, vel-o triste emquanto o dia ver posso! Obrigar que elle va comer o meu cocô, o meu mijo va beber, emquanto tenho o nectar, a ambrosia!


LYRA LATRINARIA SOPA DE INHAME [7187] Tomou sopa de inhame, Glauco? Não? Melhor que de cocô, tenho certeza! Mas, quando está a tigella alli na mesa, um cego não excolhe refeição! Cagada a merda liquida, amigão, somente pelo cheiro, de surpresa, o cego percebeu que sem defesa estava ante cruel obrigação! Mas teve que tomar, si escravo meu tornou-se pelas voltas desta vida! Não pode repellir sua comida, sinão vae passar fome, elle entendeu! Senti-me como o proprio philisteu zombando de Sansão, pois divertida foi essa scena! A sopa não convida você para jantal-a? Azar o seu!

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168 GLAUCO MATTOSO GORDURA OU SOLTURA [7188] Você toma remedio que emmagresce, poeta? Não? Melhor é não tomar, sinão, alem de magro não ficar, cagar irá nas calças! Quem meresce? Quem tem prisão de ventre faz a prece de praxe, vela accende num altar, mas nunca caga molle! Elementar, meu caro menestrel! Ou deu, ou... desse! Um gajo que conhesço tomou certo remedio que indicaram e na moda esteve, trovador! Esse foi foda! Borrava-se ao peidar! Por isso allerto! Commigo o jogo sempre foi aberto! Prefiro ficar gordo! Não me engoda nenhuma propaganda! Se incommoda alguem? Quer ficar magro? Fique experto!


LYRA LATRINARIA NEFANDA CIRANDA [7189] No fundo dum barril, accorrentado, acharam um menino, pelos paes punido dessa forma, cujos ais ninguem jamais ouviu alli do lado! Cagado, ja sem forças, em estado egual ao de captivos animaes sylvestres, para alguns policiaes foi caso singular e inesperado! Faltou que só de fezes o menino nutrido fosse, como um escravinho que, cego, conhesci, Glauco! Sublinho que entendo ser capricho do destino! Você se escravizou, eu imagino, mas só depois de adulto! Coitadinho daquelle que, nem mesmo o seu vizinho suspeita, está à mercê dum assassino! 3

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170 GLAUCO MATTOSO ENTRETIDO BANDIDO [7190] Que merda! Que terror, Glauco! Um bandido pegou-me, ja que sou mulher sozinha! Ainda bem que tudo uma vizinha notou e de soccorro fez pedido! Emquanto os policiaes, sem allarido, não vinham, tentei uma chupetinha fazer no bandidão! Intenção minha foi tempo ganhar para ser detido! Chupei, chupei, chupei, Glaucão, e nada dos tiras! Foi um drama aguentar tanta bombada duma rolla na garganta, alem daquella porra accumulada! Appós gozar, o bruto camarada fugiu! Assim, Glaucão, não addeanta chamarmos a policia! Agora a sancta vizinha a todos falla da chupada!


LYRA LATRINARIA BIBLICAMENTE FALLANDO [7191] Alguem, biblicamente, com “mestrado” nos titulos, ensigna, alli na sua egreja, a seus discipulos e actua bem, como “professor”, para seu gado... Poz isso no curriculo um saphado pastor, só porque estava, ja, de lua, disposto para agir na falcatrua, mammando nas venaes tetas do Estado! “Sou mestre em termos biblicos, embora não tenha nem cursado faculdade!”, fallou, e sua falla persuade incautos jornalistas, Terra affora! Não, Glauco! Quando eu cago, cago! Bora fallar serio! Nem “biblica” a metade da merda que caguei é! Mas quem ha de dizer que, em vez de Christo, o Demo adora?

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172 GLAUCO MATTOSO ARROGANTES IGNORANTES [7192] Não tenho preconceito contra quem é “burro”, “uma toupeira”, “retardado”, ou outros xingamentos, no passado, correntes, que não pegam, hoje, bem! Ja tenho prevenção total, porem, si alguem que é muito estupido votado for para cargo publico, blindado por praxe, immunidade e por desdem! Problema não é ser um ignorante! É o chucro, que acha certo “presidenta”, que estar contra a sciencia sempre tenta, ou “mytho” que se julga commandante! Cagadas todos fazem (Quem garante que não?), mas, no poder, uma jumenta ou esse, que é gorilla à bessa, attenta mais contra a paz geral, antes reinante!


LYRA LATRINARIA CONHESCENDO O DESCONHESCIMENTO [7193] Em termos de ignorancia, nem se tracta de nivel social. Nada garante que um rico bem se informe, que ignorante não seja dum evento ou duma data. Questão de intelligencia, sim, empatta a foda, pois cagada faz bastante quem nunca foi capaz dum importante controle que requeira a lente exacta. Problema, mesmo, occorre quando, a tanta burrice e incompetencia, ‘inda se allia, num cargo de importancia, a teimosia, a typica arrogancia, a da garganta. Mais asno, mais toupeira, até mais anta é o dono do poder, que tyrannia exerce sobre lucidos. Um dia se vae, mas ter chegado é o que me expanta.

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174 GLAUCO MATTOSO MATERIAL REUTILIZAVEL [7194] Acharam, no cestinho do banheiro da Camara, a caseira papellada, projectos e discursos, admassada e suja de cocô, soltando cheiro. Palavras proferidas, com inteiro teor protocollar, não valem nada, agora, recobertas da camada de merda que borrou o brazileiro. Seria deputado ou deputada quem deu à papellada tal destino? Disseram que o banheiro feminino confirma-se. Isso ouriça a molecada. Correu entre escravinhos que quiz cada moleque resgatar, do papel fino, a sua folha, para ser usada, sim, como um guardanappo bem suino.


LYRA LATRINARIA PHALLICO CANTIL [7195] Costumas usar essa garrafinha de plastico, com agua? No biquinho tu bebes e te hydratas? Ja adivinho que sim! Mas suggestão tu queres minha? Achei uma, fofissima, na linha erotica, Glaucão! Com excarninho intento, dum caralho tem jeitinho egual o seu formato! Uma gracinha! Tu mettes pela bocca aquella bella garrafa como quem chupa a maior piroca do pedaço! Ora, melhor vasilha não exsiste do que aquella! Tu bebes como quem a rolla fella mais grossa, labios fechas ao redor e sorves um exguicho! Na peor hypothese, imaginas mijo nella!

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176 GLAUCO MATTOSO ESCATOLOGICO ESPECTACULO [7196] Ridiculo, Glaucão! Um humorista daquelles bem malucos affirmara que tudo que fizesse -- Está na cara! -tornava-se piada a mais na lista! Foi astro no theatro de revista, depois ficou lelé! Ja se compara seu caso aos absurdistas, que teem tara por peças de teor surrealista! Agora faz cocô no palco, o monte encara appós cagar e dá risada! Sorri, depois gargalha! Não ha nada mais torpe e mais pathetico que eu conte! O publico tambem gargalha, a fonte confirma, menestrel! Que palhaçada mais chula! Ainda come, dizem, cada tolete que outro actor em scena apponcte!


LYRA LATRINARIA ALVO DAS AVES [7197] Não, vate! Essas mesinhas na calçada dos bares, lanchonettes, restaurantes, jamais me convenceram, jamais! Antes comer la dentro minha pheijoada! Explico por que: Glauco, não ha nada peor do que cocô desses volantes monstrinhos, esses passaros, amantes que são duma animada revoada! Eu sempre dava azar! No mixto quente, no kibbe, na lasagna, no dogão... Pingava sempre enorme cagalhão, em forma de mostarda! Ha quem aguente? Por isso recommendo: nunca tente brincar com o destino! Os cegos não excappam! Nem só passaros irão jogar cocô no pratto dessa gente!

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178 GLAUCO MATTOSO SURPRESA À MESA [7198] No pratto do ceguinho um folgazão, daquelles bem gaiatos, foi jogar um coppo de cocô que, por azar, tornou-se seu refri no calçadão! Um passaro cagara, de montão, bem dentro desse coppo que, em logar de logo o deschartar, foi despejar o gajo no dogão do cidadão! Pensando se tractar de molho grosso à base de mostarda com tomate, o cego nem sentiu -- Calcule, vate! -o typico fedor do seu almosso! Por isso, menestrel, não dou endosso a mesas na calçada! Chocolate não cae do céu, nem creio que se tracte de gente fina aquelle lindo moço!


LYRA LATRINARIA O BRADO DO BARDO [7199] Eu grito quando estou sentindo dor. Mas pode este meu grito dar logar ao verso, ferramenta de esculptor. Com arte tambem posso reclamar. Eu grito quando os outros luz e cor enxergam e ‘inda curtem meu azar. Não é que da dor seja fingidor. Dor sinto ouvindo um outro gargalhar. Eu grito por perder esse prazer de ver, mas tambem grito por quem grita por seus direitos basicos perder. Meu verso não sou eu só quem recita. Eu grito de mando Mas rio, cagado o

por não ter tanto poder quanto quem meus versos cita. ca por dentro, por não ter que elle come na marmita.

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180 GLAUCO MATTOSO DEU MERDA [7200] Cagamos com frequencia, no sentido mais proprio, o da cagada na privada, alem do figurado, o que faz cada um quando deu errado o pretendido. No caso do ceguinho, não duvido que espere meu leitor o que degrada alguem, o que seus habitos invada e exponha a suja face da libido. Só si não correspondo ao que o leitor espera, quando faço um comportado poema, ahi, sim, posso ter cagado, causando um indevido dissabor. Por isso penso sempre, quando for compor novo sonnetto, que meu fado de cego masochista somma ao brado do bardo um toque typico, um fedor.




SUMMARIO PRIMEIRA PARTE POEMARIO LATRINARIO............................................9 MANIFESTO COPROPHAGICO [1.6]..................................11 OITAVA PARA UMA ESCRAVA [1.30]................................12 CANTO DO CANTHO DAS CASTAS MENOS CASTAS [2.15]................13 VICIOS VISCERAES [2.19].......................................16 MERDA NO MOEDOR [2.25]........................................17 ADSTRINGENTE PARLAMENTARISMO [2.77]...........................18 CONFIDENTE MANICHEISMO [2.78].................................19 INTRANSIGENTE METEORISMO [2.86]...............................21 MERDA FEDE A COMEDIA [0002]...................................22 MADRIGAL PLUVIAL [0008].......................................23 MADRIGAL FECAL [0011].........................................24 SOLO DE STAND UP [0026].......................................25 MADRIGAL PHENOMENAL [0033]....................................26 FLATULENTO FLA-FLU [0038].....................................27 ODE NAUSEABUNDA [0039]........................................28 MADRIGAL THEATRAL [0043-A]....................................30 LANÇA-FARTUM [0043-B].........................................31 MADRIGAL ANAL [0047]..........................................32 ODE SUPPOSITORIA [0053].......................................33 MADRIGAL FRUGAL [0085]........................................35 MADRIGAL INTESTINAL [0100-A]..................................36 WATER SPORTS [0100-B].........................................37 MADRIGAL CORPORAL [0110]......................................38 MOTTE GLOSADO [0131]..........................................39 BOQUETTE QUE COMPROMETTE [0137]...............................40 MOTTE GLOSADO [0166]..........................................41 MOTTE GLOSADO [0173]..........................................42 MOTTE GLOSADO [0174]..........................................43 MOTTE GLOSADO [0177]..........................................44


MOTTE GLOSADO [0187]..........................................45 MANIFESTO ANILINGUISTA [0236].................................46 MANIFESTO REDUCCIONISTA [0238]................................47 MOTTE GLOSADO [0260]..........................................48 MOTTE GLOSADO [0263]..........................................49 MOTTE GLOSADO [0292]..........................................50 MOTTE GLOSADO [0312]..........................................53 MANIFESTO METEORISTA [0319]...................................54 MOTTE GLOSADO [0325]..........................................55 MOTTE GLOSADO [0326]..........................................56 RHAPSODIA ESCATOLOGICA [0343].................................57 RHAPSODIA SADEANA [0367]......................................60 MOTTE GLOSADO [0371]..........................................62 MOTTE GLOSADO [0383]..........................................63 MOTTE GLOSADO [0395-A]........................................64 CAGANDO E MANDANDO [0395-B]...................................65 MOTTE GLOSADO [0397]..........................................66 SUPPOSTO CONTRAGOSTO [0400]...................................67 MOTTE GLOSADO [0428]..........................................68 THAT’S THE QUESTION [0440]....................................69 OCO SUFFOCO [0448]............................................70 FLATULENTO MOMENTO [0493].....................................71 DESFRUCTE NÃO SE DISCUTE [0495]...............................73 PODRE DE RICO [0517]..........................................74 SOLTURA SEM TORTURA [0594]....................................75 INFINITILHO EMPORCALHADO [0703]...............................76 RHAPSODIA AMARALIANA [0935]...................................77 SEGUNDA PARTE DISSONNETTOS DYSENTERICOS ....................................79 CAGADA MONITORADA [7101]......................................81 LICÇÕES DOS CAGALHÕES [7102]..................................82 EM NIVEL CRIVEL [7103]........................................83 BANHA DE PORCO [7104].........................................84


APPOSTA NA BOSTA [7105].......................................85 APPENAS SCENAS [7106].........................................86 QUEBRANGULO [7107]............................................87 PAZUZU [7108].................................................88 PERERÊ [7109].................................................89 PIRIRY [7110].................................................90 PORORÓ [7111].................................................91 JURURU [7112].................................................92 SOMNO POLYPHASICO [7113]......................................93 CELLULAR DE PARLAMENTAR [7114]................................94 DOR ALHEIA NOS RECREIA [7115].................................95 JOGO POR JOGO [7116]..........................................96 PAPEIS INVERTIDOS [7117]......................................97 CESTINHO VAZIO [7118].........................................98 MARRENTO COMPARTILHAMENTO [7119]..............................99 CRYPTOCOCCO [7120]...........................................100 SANITARIO SANATORIO (I) [7121]...............................101 SANITARIO SANATORIO (II) [7122]..............................102 SANITARIO SANATORIO (III) [7123].............................103 SANITARIO SANATORIO (IV) [7124]..............................104 SANITARIO SANATORIO (V) [7125]...............................105 SANITARIO SANATORIO (VI) [7126]..............................106 SANITARIO SANATORIO (VII) [7127].............................107 SANITARIO SANATORIO (VIII) [7128]............................108 SANITARIO SANATORIO (IX) [7129]..............................109 SANITARIO SANATORIO (X) [7130]...............................110 GLAD GAME [7131].............................................111 EDUCAÇÃO DE CEGOS [7132].....................................112 CURTA BEM CURTIDO [7133].....................................113 EDUCAÇÃO FINANCEIRA [7134]...................................114 EDUCAÇÃO INTESTINAL [7135]...................................115 FÉ DEMAIS NOS ABNORMAES, FÉ DE MENOS NOS AMENOS [7136].......116 SADIA EMPATHIA (I) [7137]....................................117 SADIA EMPATHIA (II) [7138]...................................118 ANAL ANALYSE [7139]..........................................119


OXYURO [7140]................................................120 GEOSMINA [7141]..............................................121 THERE’S NO TIME [7142].......................................122 PODOSMOPHILIA [7143].........................................123 PURAS POSTURAS [7144]........................................124 POLICIA MONTADA [7145].......................................125 CABEÇA DE PUDDIM [7146]......................................126 CHICLETTE [7147].............................................127 SOLUÇÃO CASEIRA (II) [7148]..................................128 ESTADO DE DEFESA [7149]......................................129 CAGADA ADDOCICADA [7150].....................................130 SITUAÇÃO ANALOGA [7151]......................................131 SUINA DISCIPLINA [7152]......................................132 SUBMISSÃO CUMPRIDA [7153]....................................133 SÓ QUE NÃO [7154]............................................134 ZONA DEGRADADA [7155]........................................135 PRATTO DICTO E FEITO [7156]..................................136 PLEBÉA DIARRHÉA (I) [7157]...................................137 PLEBÉA DIARRHÉA (II) [7158]..................................138 PLEBÉA DIARRHÉA (III) [7159].................................139 PLEBÉA DIARRHÉA (IV) [7160]..................................140 ECHO COPROPHOBICO [7161].....................................141 INFRENE HYGIENE [7162].......................................142 BALDADOS CUIDADOS [7163].....................................143 MERGULHO COM ENGULHO [7164]..................................144 DESFORRA QUE BORRA (II) [7165]...............................145 POUCA DESGRAÇA (II) [7166]...................................146 SENSUAL COMMERCIAL (II) [7167]...............................147 ENSEJO PARA RASTEJO [7168]...................................148 HYGIENICO PANICO (II) [7169].................................149 CONSISTENCIA E PERSISTENCIA (II) [7170]......................150 INCOMPATIBILIDADE DE NECESSIDADES (II) [7171]................151 O ACCOCORADO E O ACCOCOZADO (II) [7172]......................152 VALOR SENTIMENTAL (II) [7173]................................153 PAPEL SEDOSO (II) [7174].....................................154


SAGRADA CAGADA (II) [7175]...................................155 PONCTO DE INTERROGAÇÃO (II) [7176]...........................156 ESCATOLOGICO ZOOLOGICO (II) [7177]...........................157 GAZES CONTUMAZES (II) [7178].................................158 MARRON SOBRE AZUL (II) [7179]................................159 MOLLEZA À MESA (II) [7180]...................................160 NABO NO RABO (II) [7181].....................................161 AROMA QUE NÃO EMBROMA (II) [7182]............................162 PODOSMOPHILOS NA LINHA [7183]................................163 NADA A PERDER [7184].........................................164 SENSORIAL MEMORIAL [7185]....................................165 CITANDO UM MESTRE [7186].....................................166 SOPA DE INHAME [7187]........................................167 GORDURA OU SOLTURA [7188]....................................168 NEFANDA CIRANDA [7189].......................................169 ENTRETIDO BANDIDO [7190].....................................170 BIBLICAMENTE FALLANDO [7191].................................171 ARROGANTES IGNORANTES [7192].................................172 CONHESCENDO O DESCONHESCIMENTO [7193]........................173 MATERIAL REUTILIZAVEL [7194].................................174 PHALLICO CANTIL [7195].......................................175 ESCATOLOGICO ESPECTACULO [7196]..............................176 ALVO DAS AVES [7197].........................................177 SURPRESA À MESA [7198].......................................178 O BRADO DO BARDO [7199]......................................179 DEU MERDA [7200].............................................180



Titulos publicados: A PLANTA DA DONZELLA ODE AO AEDO E OUTRAS BALLADAS INFINITILHOS EXCOLHIDOS MOLYSMOPHOBIA: POESIA NA PANDEMIA RHAPSODIAS HUMANAS INDISSONNETTIZAVEIS LIVRO DE RECLAMAÇÕES VICIO DE OFFICIO E OUTROS DISSONNETTOS MEMORIAS SENTIMENTAES, SENSUAES, SENSORIAES E SENSACIONAES GRAPHIA ENGARRAFADA HISTORIA DA CEGUEIRA INSPIRITISMO MUSAS ABUSADAS SADOMASOCHISMO: MODO DE USAR E ABUSAR DESCOMPROMETTIMENTO EM DISSONNETTO DESINFANTILISMO EM DISSONNETTO SEMANTICA QUANTICA INCONFESSIONARIO DISSONNETTOS DESABRIDOS SONNETTARIO SANITARIO DISSONNETTOS DESBOCCADOS RHYMAS DE HORROR DISSONNETTOS DESCABELLADOS NATUREBAS, ECOCHATOS E OUTROS CAUSÕES A LEI DE MURPHY SEGUNDO GLAUCO MATTOSO MANIFESTOS E PROTESTOS


São Paulo Casa de Ferreiro 2021




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