PEDOPHOBIA

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PEDOPHOBIA

GLAUCO PEDOPHOBIAMATTOSOSãoPauloCasadeFerreiro2022

©PedophobiaGlaucoMattoso, 2022 Concepção:CapaLucioProjetoLucioRevisãoMedeirosgráficoMedeirosGlauco Mattoso Execução: Lucio Medeiros FICHA SãoPEDOPHOBIA/GlaucoMattoso,CATALOGRÁFICAGlaucoMattosoPaulo:CasadeFerreiro, 2022 230p., 21 x 21cm ISBN: 1.Poesia978-85-98271-28-4BrasileiraI.Autor. II. Título. B869.1

NOTA INTRODUCTORIA Esta anthologia retrospectiva, publicada como ebook em 2021 sob o titulo de DESINFANTILISMO EM DISSONNETTO e agora reeditada com alguns accrescimos, faz um appanhado da perversão e da perversidade no "deshumanismo" e no "pornosianismo" do verso mattosiano, mas recortando a selecção contra um panno de fundo adulta e adulteradamente infantojuvenil, para questionar uma supposta innocencia inimputavel no imaginario do leitor. A pornographia, nesse contexto, nada mais seria que a sexualidade como parte do universo ludico entre creanças que, tal como na infancia do auctor, manifestem precoce sadomasochismo. No tocante à autobiographia propriamente dicta, suggere-se a leitura do volume MEMORIAS SENTIMENTAES, SENSUAES, SENSORIAES E SENSACIONAES. No tocante à poesia pornosiana, seu auctor tambem a collige nos volumes PORNOSIANISMO EM DISSONNETTO, OBRA PODOLATRA, SONNETTOS DE BOCCAGEM e POESIA VAGINAL, entre outros. A thematica infantojuvenil tambem comparesce no livro CANCIONEIRO CIRANDEIRO. A thematica mais escatologica está compilada nos livros SONNETTARIO SANITARIO, POLITITICA e LYRA LATRINARIA. A razão practica para revisitar, na presente versão, os casos mais pedagogicos, entre milhares de poemas, vem a ser a compactação de sonnettos e dissonnettos em unica estrophe, alem da inclusão de diversos outros generos, do madrigal ao infinitilho. Em todos cabe aquillo que o proprio Mattoso conceitua como "pornosianismo": o appuro formal como supporte do impuro contehudo, ou, por outras palavras, a carnavalização do decasyllabo camoneano, lapidado na forma e dilapidado no fundo, bem como da redondilha maior. O sadomasochismo homo ou heterosexual, a escatologia ou eschatologia, physica ou metaphysica, o fetichismo podolatra, extensivo a theologia prophana e a philosophia alcoviteira, são themas devassados pelo poeta devasso e não se circumscrevem, obviamente, à sexualidade, na medida em que perpassam a critica de costumes e a satyra politica, como nos livros DESHUMANISMO EM DISSONNETTO, A MALDICÇÃO DO MAGO MARGINAL ou TESTAMENTO SATANISTA, para mencionar appenas collectaneas thematicas.

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PEDOPHOBIA [3876] Dos pedophilos se falla com desprezo. Coherente é, portanto, quem propala, das creanças, que odio sente. Aos pestinhas, numa salla, ninguem fica indifferente: elles podem detonal-a caso alguem não os enfrente. Sempre encontro algum adulto callejado, ja, de estrada que me conta, si o consulto, ter horror da creançada. Desabbafa, até, commigo a perder quem não tem nada sendo adepto dum castigo bem mais duro que a palmada.

DISSONNETTO JUVENIL [0062] Meninos são crueis, si poderosos. No Reich, a Juventude Hitlerista é sempre convidada p'ra que assista nos campos o exterminio dos edosos.

Pol Pot e Mao tiveram fervorosos soldados brincalhões, na jamais vista tortura collectiva, à communista. São anjos. Quanto aos presos, criminosos. Nas ilhas Fidji, quem for pego entregue será, trazido preso como veiu, aos filhos dos guerreiros, no recreio, e o ritual da farra é o que se segue. E eu, sendo prisioneiro nesse meio, ainda que ter culpa qualquer negue, é certo que o feitor mirim me cegue, mas, ao lamber seu pé, sei que alegrei-o.

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PEDOPHOBIA 11 DISSONNETTO TRAVESSO [0164]

O junior. O escoteiro. O coroinha.

O lider da turminha. O colleguinha. Abbandonado. Filho adulterino. Carente. Infractor. Fructo do destino. Um orpham. Um pivete. Um trombadinha. Não tem reformatorio bom p'ra mim. Prisão será a cegueira, mas me arranjo. Fui prodigo e prodigio, e tudo manjo. Serei superdotado ou curumim? Precoce, ja appromptava. Não fui anjo. Não fui nem cherubim nem seraphim. Lambi pé de moleque: o amendoim e o propriamente dicto, do marmanjo.

O mano. O primo. O filho da vizinha. Menor. Pettiz. Gury. Piá. Menino. Fedelho. Molequinho. Pequenino.

DISSONNETTO CORRIQUEIRO [0264]

O joven cavallão se desaggrada: na vara pisa, e o cego, como esmolla, que tracte de abbaixar-se onde está a sola, emquanto outros moleques dão risada.

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Andando de bengala na calçada, o cego passa em frente duma eschola na hora em que um inquieto rapazola tropeça-lhe na vara e esta é largada.

O cego appalpa o tennis do estudante. Só falta pôr a bocca sobre o couro. Offega e sente o cheiro do pisante. Que peso, o do vexame e do desdouro!

Lhe passa pela mente nesse instante: Ja velho, tem seu dia de calouro. Não foi no Bandeirantes nem no Dante, mas vale o mau exemplo, o mau agouro.

Si "circle jerk" é roda de punheta, ja fica desde logo demonstrado: brinquedo de gury não é quadrado.

DISSONNETTO PUNHETEIRO [0307]

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A mente dum adulto é que é careta.

Pensando nos peitinhos, na boceta, mas vendo os colleguinhas lado a lado, menino com libido é complicado: bedelho mette em tudo, esse cheireta! Pentelho 'inda não tem, e ja maneja direito o prepucinho o tal pivete. Demonstra habilidade em seu cacete, expondo a cabecinha de cereja.

Lembrar do pirolito e do sorvete é quasi que automatico. Que esteja promptinha a turma, ha duvida? Fraqueja um delles, e nos outros faz boquette.

Mais duro é seu cacete, quando o mamma um homem humilhado pelo insulto.

Quem pensa que são anjos está fricto. O estuprador de bocca exporra puz, e o fodedor mais sadico de cus é impubere, do Piva o favorito.

Moleque, quanto mais carente e inculto, mais vibra ao flagellar e mais se inflamma.

Creanças são cappetas, ja foi dicto. Menina é nymphetinha que seduz. Garoto é trombadinha, e um dos exus foi coroinha quando pequetito.

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DISSONNETTO PUERICULTURAL [0354]

Superam-se, comtudo, não na cama, mas como capatazes dum adulto que, feito prisioneiro, aos pés do estulto, em trabalhos forçados se azafama.

Requincte nas torturas e chacinas virá da idéa dellas. Me entristesço mas sei que o horror futuro tem por preço adultos a lamber mirins botinas.

Creanças cada vez mais pequeninas farão pedophilia pelo advesso: são ellas que, no tranco e no tropeço, vão logo nos impor jogos traquinas.

PEDOPHOBIA 15 DISSONNETTO DETURPADO [0590]

"Mamãe, você me leva a ver o preso comer cocô, beber xixi? Só quero ver elle sentir nojo!" E um indefeso detento é transformado logo em mero brinquedo ao molequinho, que faz peso pisando um cabeção raspado a zero! Mantem tal condição ainda acceso na mente este episodio o joven Nero.

Tambem é claro: vão dizer que horrendo é só o juizo morbido e maligno, accerca dalgum padre ou dum rabbino, que faço, mas sou eu que mais me offendo.

Ainda que eu, um "leigo", allerte e ladre, são elles caravana que caminha na ropta do "direito", emquanto a minha denuncia é só fofoca de commadre.

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É facil explicar por que algum padre, causidico ou psychologo accarinha com tanto enthusiasmo um trombadinha grahudo que, na lei, "menor" se enquadre.

DISSONNETTO INJURIADO [0616]

É claro: phantasiam no "menino" o orgasmo inconfessavel que, occorrendo na practica, dispensa algum addendo, pois coitos dum pedophilo imagino.

O cego entra na publica privada ouvindo: "Ei, cego! Senta, sinão erra!"

O cego ralla os braços pela terra e escuta: "Ahi, ceguinho! Varre a estrada!"

O cego chega em casa e, injuriado, esboça um desabbafo, mas se cala, por causa duma rolla que se entalla na sua bocca, a ouvir: "Ahi, veado!"

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O cego tromba e a sadica moçada caçoa: "Ahi, ceguinho! Olé! Se ferra!"

O cego tomba e a molecada berra, sarrista: "Ahi, cegão! Beija a calçada!"

O cego sae de casa com bengala e volta de muleta, accidentado, passando mais ridiculo, coitado. E a turma: "E ahi? Que foi? Cahiu na valla?"

DISSONNETTO INVECTIVADO [0637]

A Egreja os indemniza e os boys, indemnes, são anjos (que os ingenuos nisso creiam) solteiros, solitarios e solennes, que a propria consciencia mais receiam.

Relembro um sacerdote, em seu affan, e a sola dos pupillos 'inda o vejo beijar, no ardor de "Em nome do desejo", a inquieta inquisição de Trevisan.

DISSONNETTO PODOLATRADO [0739] Pedophilos, os padres na christan paixão do lavapés buscam ensejo de beijos exbanjar, como eu almejo, sem perto estar de Sade ou de Satan.

Na America, arcebispos massageiam pezões de menininhos, cujo penis levanta si no artelho os saboreiam e gozos exguichados são, infrenes.

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Creanças, no manejo da chibata, são mais encarniçadas que um adulto. De berço ou orpham, principe ou inculto, o infante, castigando, se arrebatta. Que a victima, admarrada, se debatta elle acha mais gostoso, e nada occulto é o riso, gargalhado como insulto, na bocca do moleque que a maltracta. Punido, alguem mais velho sente a offensa, alem da dor, emquanto o relho estalla. O joven que o maneja ao preso falla brincando, até que ao braço o exforço vença. A cada chibatada, quem vae dal-a aggrava muito mais a atroz sentença e algum desgosto futil ja compensa, pois ri, diz "Yeah!" e ainda chupa balla!

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DISSONNETTO DO CARRASQUINHO [0761]

O rosto do pivete roça a sola sem arco do mais velho. A senha é dada num breve cotucão. A bocca colla de leve, receosa, recaptada. Aos poucos, mais pressão faz a beiçola na pelle salgadinha e chupa cada artelho de unha grande. A mão controla o penis, retardando uma exporrada.

Si um delles se mexer, um outro aggride-o. São trez na mesma cama, e o pé na cara, fedido, é inevitavel, como para menores recolhidos num presidio. Colchão no chão é duro, mas divide-o o trio adolescente. Alguem sonhara scenario tão propicio a quem tem tara podolatra, mal visto 'inda no video?

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DISSONNETTO DA SCENA CORTADA [0771]

Brinquedos tem de monte, mas não faz cocô todos os dias, a coitada. Appenas faz barulho e solta gaz, sonhando com a proxima cagada. Está ja dolorida por detraz e, quando no penico não tem nada, a infanta, em vez do beijo dum rapaz, supplica um cocozão à sua fada!

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"Coragem, meu amor!", diz-lhe a madrinha, "Depois cê vae tomar aquelle banho!" -- Só isso? -- ella sorri -- Que mais eu ganho? "Um beijo!" -- Ah, quero um quarto e uma cozinha!

Sentada no penico, a garotinha se exforça e faz careta. Excorre o ranho do lindo narizinho. E que tamanho e odor tem o cocô que ella retinha!

DISSONNETTO DE TODAS AS VONTADES [0811]

22 GLAUCO MATTOSO SONNETTO EXCEPCIONAL [0946] Sentado na calçada da padoca, o louco dos moleques é motivo de troça: "Ahi, lelé! Tá pensativo?" E o cara alheio à turma que o provoca. De subito, algo dentro delle troca de marcha e faz que, em tom rude e aggressivo, retruque àquelle publico captivo com typicas palavras de malloca: {Dá tudo o cu pro pae!} -- grita e gargalha -{Depois ainda ficam de bobeira, com cara de palhaço!} -- irado, ralha. Assisto, rindo, à scena costumeira e curto quem, cortante qual navalha, mais lucido revela-se na asneira.

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Discursos como aquelles sei de cor: Jesus diz "Vinde a mim"" ao innocente. Mas sabe-se o que rolla de indecente por traz, por cyma, em baixo e em deredor!

DISSONNETTO PASTORAL [0971] Os padres que se occupam do menor de rua, do infractor ou do carente (o nome não importa), acham que a gente é tola e pensa delles o melhor!

Depois, de mestre ou pae não teem é nada taes padres que, fazendo ouvidos moucos à voz prudente, babam como loucos p'ra dar num pingolim uma chupada!

Começa que "innocentes" são bem poucos, tractando-se da carne e da trepada: malicia é o que não falta à creançada, ainda mais si puberes e roucos!

Poeta não é mago nem duende, mas tem um "que" de bruxo que lhe accuda!

O que mais se approxima dum poeta do typo fescennino é só um menino, que tem indole candida e irrequieta, character de innocente e de ladino.

DISSONNETTO ASSEMELHADO [0997]

Assim a minha lyra se interpreta: Comparo-me ao moleque; meu destino é ser meio exquescido, e é minha meta que poucos pensem como eu imagino.

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Si tudo se paresce e nada muda, inutil a utopia! Que pretende o louco que verseja e não se rende à força que a razão confunda e illuda?

Não é porque o poder lhe diz "Caluda!" que o verbo um bardo ao Demo doa ou vende!

PEDOPHOBIA 25 DISSONNETTO INIMPUTAVEL [1065]

Um "monstro" da FEBEM, vulgo Champinha, impune por ser joven, zomba e ja se gaba do que fez e que fará com quem o humor lhe ouriça ou lhe apporrinha: Sorrindo, diz que femea é só gallinha e macho é veadinho: si não dá por bem, vae dar na marra! A mente má do cara até mais suja é do que a minha! "Eu faço me chupar e, si não chupa, arranco o zóio!" E solta outra maluca risada: "Que nem eu, ninguem estrupa!" À toa não será lelé da cuca! Si tempo algum commigo o gajo occupa, -- Si ja for cego? -- indago, e elle retruca: "Melhor! Ponho de quattro, eu na garuppa, me exbaldo, como o cu, fungo na nucha!"

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DISSONNETTO GAIATO [1077]

Ouvi, quando passava na calçada: a joven voz, sarcastica, de estallo repicca, martellando seu badalo prophano, gargalhando, debochada. Risada de moleque, mas marcada ja pelo tymbre adulto. Ando e bengalo, sabendo que dou gozo e, ao provocal-o, me sinto reduzido a caca, a nada. De mim falla o rapaz ao seu collega: "Tá vendo aquelle la, cara? Que sarro! Ficou cego! Ou tropeça, ou excorrega! Vae ser attropelado pelo carro!" Que riso causa a gente quando é cega! Os dois ficam torcendo, e quasi exbarro no poste. Sei que a mão elle até exfrega na rolla, quando atolo o pé no barro.

Coincidencia extranha: o mez de abril e o dia doze estão marcando, a cada virada na folhinha, a malfadada noticia: um bebê morre, hirto e febril. O proprio pae o exquesce, no Brazil e até la nos Esteites, na trancada e torrida atmosphera ensolarada que, dentro do automovel, vira um gril. Mudança de roptina, estresse, pressa, são muitos os motivos. Em commum, appenas um horror que recomeça. Familias se perguntam como algum adulto ama um bebê e se exquesce dessa creança... Anno que vem, será mais um!

PEDOPHOBIA 27 SONNETTO DA FATALIDADE ANNUNCIADA [1183]

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DISSONNETTO DA RECIPROCIDADE [1187]

A cincta estalla, rapida. Na hora, a bunda do menino se advermelha. Depois, o pae o pega pela orelha e dá-lhe dois cascudos. Elle chora. Mas nunca se arrepende. Logo, fora do alcance dos adultos, dá na telha do infante a forra: alheio ao que acconselha o pae, quer descomptar, sorrindo, agora. As moscas são as victimas: espeta na bunda duma dellas um espinho, accerta bem no centro, direitinho, emquanto outras torturas architecta. Arranca-lhe as perninhas, faz carinho naquella cabecinha que jaz, quieta, talvez ja na cegueira mais completa, agora separada do corpinho.

Si foi caranguejeira ou foi epeira, é duvida que, inutil, se elimina. Subindo pela perna da cadeira, a fera alcança a coxa da menina.

O berro echoa pela casa inteira! A calda respingou! Haja faxina! Levaram a menina, mas se exgueira, sem que ninguem a visse, essa assassina!

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DISSONNETTO DO GRITO LANCINANTE [1191]

A linda menininha sempre amara aquella, entre outros doces, obra-prima: Puddim de chocolate, que, por cyma, molhado está de calda! Emquanto appara na bocca a colherada, nem repara a infanta que uma aranha se approxima!

A avó beija a nettinha. Tanto a mima, que fartas guloseimas lhe prepara.

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Meus tennis descalçae, e os pés lambei! De agora em deante, vosso rei serei! A subdito meu serdes condemnae-vos! De orgulho, de quaesquer laivos livrae-vos! Lambei meus pés, que os tennis descalcei! Vós fostes cavalleiro, e agora sois forçado a me tractar como deveis!

Serei, de agora em deante, vosso rei, vassallo masochista! Eia, humilhae-vos! Perdei, de vosso orgulho, quaesquer laivos!

Portanto, seguireis as minhas leis! Augmenta a hierarchia entre nós dois! Tractar adolescentes como reis vos cabe! Mandarei agora, pois! Curvae-vos! Não deixeis para depois meu beijapés! Ja tenho dezeseis!

DISSONNETTO DO ADOLESCENTE COMMEDIEVAL [1207]

DISSONNETTO DA DEVASSA VASSALLAGEM [1208] Sim, joven, eu serei vosso vassallo! Tractar-vos-ei com maxima humildade! Sollicito, farei tudo que aggrade [solícito] ao vosso pé: calçal-o e descalçal-o! Lamber vossa frieira e vosso callo é minha obrigação! Vossa vontade farei até que, um dia, ella se enfade da lingua que na vossa sola rallo! Si tendes dezeseis, ao que mandaes terei de obedescer, pois sobre mim podeis bem mais que sobre vossos paes e nada poderei achar ruim! Podeis vós dar risada dos meus ais! Fui, hontem, cavalleiro e espadachim, mas hoje sou, dos jovens joviaes, o servo masochista que a ser vim!

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SONNETTO REPISADO [1210] No inglez se chama "bullying", mas aqui é o acto de "zoar", verbo que inclue, alem da "zombaria", algo que influe tambem physicamente no gury. A turma não appenas xinga e ri; diverte-se naquillo de que fui a victima ideal: collegas "mui amigos" me pisavam, e eu lambi. Lambi sola descalça e até calçada, conforme ja contei. Levado eu era ao matto, appós cahir numa emboscada. Lambi, mas me vinguei! Não virei fera, mas tudo devolvi, pois ponho em cada sonnetto um pé que nunca se supera!

Um dia, alguma excappa e está sumida, podendo apparescer em qualquer cantho dum outro appartamento, arrependida. Quem acha, não tem dó! Passado o expanto, appressa-se em mactal-a, e nem duvida que um bicho horrivel desses não é sancto!

PEDOPHOBIA 33 SONNETTO DOS PERIGOS DOMESTICOS [1214] Que coisa! Appartamento virou zona! Cachorro, gatto, passaros... e agora até cobra e lagarto tem quem mora num predio onde se filma e se interphona! Creança ainda, a menininha é dona de trez caranguejeiras, e decora seu quarto a photo duma que devora inteiro um passarinho, a gigantona!

SONNETTO DO PAPPO FURADO [1289]

O "monstro" que excappara da FEBEM, embora estuprador, "gury", "pettiz", "menino" é como o chama alguem que diz: "Tadinho delle! É victima tambem!" "Creança", "adolescente"... não ha quem o chame de "bandido" num paiz no qual puta é "modello", "estrella", "actriz", excepto "prostituta" e nada alem! "Menor" é um euphemismo quando exprime, quer seja elle "carente" ou "infractor", o grau de gravidade do seu crime. Si macta, é porque "errou"; o estuprador que enraba ou fode a bocca, p'ra que rhyme, appenas "attemptou contra o pudor".

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PEDOPHOBIA 35 DISSONNETTO DO SACRIFICIO PATERNO [1314]

Do parque as grandes arvores permeia os galhos um curioso emmaranhado de fios pendurados: o assustado passante percebeu ser uma teia! Em torno, a creançada se recreia aos gritos, desfructando o novo achado: aranhas a pullar por todo lado! Creança a tal perigo é mesmo alheia! Cotucam, com varinha, uma bichana, até que ella os attaque! A correria se segue, e tudo aquillo acham bacchana! A aranha não gostou dessa alegria. Impune ficará quem a attazana? Furiosa, ella se vinga: piccaria quem vem buscar os filhos e se damna, soffrendo em logar delles! Que ironia!

O crime é mesmo atroz: quem não repelle-o? Mas vem-me à mente um outro crime: é velho e não garoto o morto. Foi queimado emquanto cochilava no gramado do parque, mas não acha quem revele-o! Moleques o admarraram, mãos e pés, depois se divertiram dando chute no rosto do coitado, ao som de olés! Por fim, tocaram fogo! Ja no Orkut são dez communidades, attravés das quaes, si faz peor, ha quem dispute!

Não paro de pensar no João Helio, aquelle garotinho que, arrastado, deixou restos no chão por todo lado.

36 GLAUCO MATTOSO SONNETTO DOS GRUPPOS ULTRAVIOLENTOS [1320]

Quem vê tanto escarcéu, logo imagina: palmadas se fariam necessarias.

PEDOPHOBIA 37 DISSONNETTO DA PSYCHOLOGIA INFANTIL [1354]

Porem a mãe, que é gente nada fina, descuida e seu filhinho é como os pariahs.

Não para de gritar, nos azucrina a todos, sem as redeas ordinarias.

Enjoa-se das coisas o moleque, que vale, elle sozinho, por um bando e, sem que alguem uns tapas lhe sapeque, agora nas pessoas vae trombando.

Insistem os psychologos que nada daquillo justifica, mesmo quando passou de qualquer poncto, uma palmada.

Razão perdem, si a mãe perde o commando.

O filho se pendura na cortina, remexe nas revistas, rasga varias.

38 GLAUCO MATTOSO DISSONNETTO DA BARATTA EMBARAÇADA [1362]

Subindo pela perna, na armadilha das roupas fica presa! Muito ingrata, aquella situação: não desvencilha as pattas, nem que puxe e se debatta!

Andavam, na calçada, mãe e filha. Sahida do boeiro, uma baratta nojenta, gigantesca, mal se pilha no pé da garotinha, a marcha engatta!

Mas, quando a barattona, emfim, fugia, mais medo tendo feito do que fera, estava pelladinha, ja, a gurya, causando os commentarios da gallera...

A filha berra, pulla, em desespero! Não entra alguem em panico? Pudera! A mãe logo percebe que exaggero não era. Assim, tambem se desespera!

Um delles pelo chão anda e se enfada de coisa inanimada. No caminho, advista uma aranhona sob a escada e della se approxima, coitadinho.

A aranha, lentamente, move as pattas, alheia às attitudes insensatas taes como as brincadeiras dum bebê.

DISSONNETTO DO BICHINHO QUE SE MEXE [1387]

Então nenhum descompto você dê, pois, quando a creancinha aquillo aggarra, mamãe logo attenção presta na marra, os olhos desviando da tevê.

A poncta da toalha, si puxada, da mesa tudo arrasta, rapidinho.

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Bebês, engattinhando, na tomada bem rapido collocam o dedinho.

Com isso se impressiona até você?

Moral: si for você lamber frieira, depois conseguirá tudo que queira, comtanto que a razão seja didactica.

SONNETTO DO PAPPO EDIFICANTE [1445]

40 GLAUCO MATTOSO

Lamber feridas cura, o bicho ensigna. Humanos nojo sentem: a saliva só serve à digestão e se destina, nos pappos, a ser gasta em tractativa.

Kardec um "lindo caso" recrimina: o abuso dum menino, que o pae priva da alegre liberdade e determina que lamba, nos seus pés, a chaga viva.

Poderes mediunicos: é o dote que, pelo seu martyrio, o molecote ganhou e passa, então, a pôr em practica.

Emfim, reapparesce a procurada na casa duma thia e, ja que nada de tragico occorreu, se exquesce o caso. As coisas só dependem dum acaso. Assim, quando o cadaver é encontrado em decomposição, pôr num tarado a culpa é ramerrão rasteiro e raso.

Sumiu a menininha! Não se explica como é que uma creança tão pequena assim desapparesce! A midia é rica em casos desse typo, e forte a scena.

Hypotheses se adventam: a pudica sustenta que ella appenas se aliena na mente, emquanto a suja identifica pedophilos na acção que se condemna. Apponctam na policia muito attrazo.

PEDOPHOBIA 41 DISSONNETTO DO SUMIÇO SUSPEITO [1446]

DISSONNETTO DO ESTUPRO SEM ESCRUPULO [1447]

42 GLAUCO MATTOSO

Alguma covardia achou você?

Não dá para entender como é que alguem procura num bebê carnal prazer! Peor ainda é quando o cara, alem do estupro, tudo filma e quer rever! Depois, commercializa a quem tambem partilha sua tara: seu poder se exerce sobre aquelles que não teem defesa e nada podem entender.

Covarde, não ha duvida, é o subjeito e quando, emfim, o prendem, é bem feito si o lyncham os detentos no DP.

A scena não exhibem na TV: Talvez, antes da morte, o gajo sinta no fundo da garganta o que são trinta centimetros de rolla num bebê.

PEDOPHOBIA 43 DISSONNETTO DA PORCELLANA INGLEZA [1448]

O pratto na parede fica lindo: de fina porcellana, traz, pinctado no fundo e em toda a volta, num bemvindo azul aos nossos olhos, delicado desenho: em meio a arbustos que, florindo, decoram vasto campo, vê-se, ao lado da estrada, um castellinho que, ruindo, preserva a torre e o gothico telhado. A bolla, que o moleque chuta, accerta em cheio, da janella vinda, aberta, a louça, que se expalha, estilhaçada, tal como alguns cascalhos na calçada. Silencio. A mãe accorda do cochilo e vê no chão o estrago. Bem tranquillo, addentra o filho, e diz que não fez nada.

Ha quem tal argumento persuada?

SONNETTO DA CONSPIRAÇÃO DESBARATADA [1503]

Palhaços se reunem em segredo. Conspiram contra o Estado, que os accusa de, em tudo, combatter o humor azedo e a toda sisudez propor recusa. Um delles ergue a mão e apponcta o dedo àquelle que é espião! Ante a confusa resposta do apponctado, cae-lhe cedo a mascara de anão que elle sempre usa. Descobrem que esse anão era um menino mais serio do que um velho. Clandestino, iria delatar a palhaçada. Desistem, desolados, da tramoia. Ninguem, nem as creanças, os appoia! Só ficam elles dando gargalhada!

44 GLAUCO MATTOSO

Procura, entre as alumnas, qual attrae os olhos do moleque e sua tara, mas dellas foge o foco e, então, lhe cae a ficha: é o proprio mestre que elle encara!

Nas calças do garoto, o grande porte daquella adolescente e viva vara paresce até que augmenta! Firme e forte, aguenta o professor, que se sentara.

DISSONNETTO DO CORPO DISCENTE [1513]

Aquelle professor não dá bandeira, mas gosta de meninos. Mal na salla entrou, vê que se senta, na charteira da frente, um molecote cuja mala maior é que de adulto! De maneira discreta, põe-se o mestre a contemplal-a. Ninguem evita, mesmo que não queira, olhar como advoluma-se e se entalla.

PEDOPHOBIA 45

O alumno se levanta. Agora, sim! Si ainda tinha escrupulos... Exquesce! O penis salienta-se! {Ja vim sabendo o que o senhor quiz que eu fizesse...}

46 GLAUCO MATTOSO DISSONNETTO DO CORPO DOCENTE [1514] Difficil situação! A classe inteira agguarda repetir-se aquella falla monotona do mestre. A brincadeira cessou: a turma toda ja se cala. Tentando desviar, o olhar se exgueira à mala do moleque, e se arregala. "Quem leu o que passei na sexta-feira?" Si veiu alli dar aula, o jeito é dal-a. {Eu li!}, diz o membrudo. {Entendi tudo!}

Por pose mais formal que alguem fizesse, o mestre se perturba, mas o escudo é sua posição: "Então comece!"

PEDOPHOBIA 47

Alem de fria estar, mais do que gelo, a verde refeição inclue a posta de peixe mais nojenta vista pelo menino! Nisso a bocca não encosta!

Ninguem, durante o sonho, teve pressa.

DISSONNETTO DO INFERNO INFANTIL [1515]

Inferno da creança: em pesadello, estava o garotinho à mesa posta. Seu pratto era espinafre! Não comel-o implica outro castigo: comer bosta!

Então vem o peor: tiram-lhe o pratto que ousara recusar! De immediato, lhe trazem o cocô numa travessa! Agora, sim, entrou o que interessa! Toletes bem rolliços, cor de terra! Recua, nauseado! Não se encerra, porem, o pesadello! O horror não cessa!

SONNETTO DO MENINO MIMADO [1534]

As thias muito mimam o Jayminho: eis o recordatorio do primeiro quadrinho. Então, no proximo quadrinho, Gonsales mostra o quanto foi certeiro.

Nas garras dum leão, o garotinho se encontra apprisionado e, em vez de, inteiro, comel-o e digeril-o, coitadinho, recusa-se o felino, sobranceiro: "Não quero este menino! Está estragado!" Em vez de se mostrar appavorado, Jayminho com desprezo olha o mascotte. Diz {Feio! Bobo! Chato!} para a fera. Assim explica a tira que lhe dera mais sorte ser luxento e ter fricote.

48 GLAUCO MATTOSO

Tentando 'inda aggarral-a, em recta linha despenca o garotinho e se extatella. Em choque, a mãe debruça e tambem cae. Num outro predio, ao ser achado, o pae, correndo até a sacada, pulla della.

PEDOPHOBIA 49 SONNETTO DA PRECIPITAÇÃO [1564]

Bebês não teem, porem, medo de altura.

A mãe no telephone se pendura emquanto o bebê brinca. O appartamento está no nono andar. Muito segura, disseram, é a janella, cem por cento.

Subindo na poltrona, elle, no vento tremula a bandeirinha, mas não dura siquer um minutinho o encantamento. A flammula lhe voa da mãozinha.

50 GLAUCO MATTOSO

Comptado direitinho cada teco, reparte-se a cocada. Agora é a vez dum outro, que faz, como bom freguez, no mesmo taboleiro o repeteco.

Quindins e queijadinhas não são tudo. Do coco se faz, antes de mais nada, a celebre cocada, que um cascudo da velha nos prohibe ser roubada! Mas somos uma experta molecada e, alem de estarmos pessimos no estudo, mais que optimos no roubo da cocada gabamo-nos de estar! Falta o canudo! Que pequem! Eu tambem por doces pecco! Assim, mal a doceira se distrae, algum de nós lhe furta o doce e sae, mais que furtivamente, do boteco.

DISSONNETTO DA FREGUEZIA MEHUDA [1640]

PEDOPHOBIA 51 DISSONNETTO DO PAPEL DE DESTAQUE [1646]

Primeiro, ella voou directo para a frente e, de repente, ao seu logar de origem quiz voltar. Mas deu de cara com vento opposto, e poz-se a espiralar.

Partiu do quincto andar, mas, até ter pousado sobre a lage, seu fluflu de tantos rodopios deu prazer a quem a accompanhasse a olho nu.

A proxima folhinha ella ja ia soltar, para planar feito urubu nos céus, quando a mão rapida da thia lhe toma a grana e evita mais preju.

A folha de papel, que se soltara da mão da menininha, foi pousar no pateo do outro predio, mas tomara que eu possa descrever seu "tour" pelo ar!

Assim, ja nem se banha de manhan nem quando vae deitar, pois tanto affan, durante o dia, cansa e dá preguiça. Quem sabe si inventarem um chuveiro portatil e instantaneo, aquelle cheiro de sebo diminua em sua piça!

52 GLAUCO MATTOSO

SONNETTO DO BANHO ENFADONHO [1656] Melhor é tomar banho quando a cama deixamos, de manhan, ou quando vamos deitar? Cruel dilemma! Quem exclama tal coisa adolescente é, convenhamos. O cara pensa assim: "A minha mamma não quer que eu durma sujo? Que fedamos! Suados accordamos? Quem reclama que fique longe e cale seus reclamos!"

DISSONNETTO DO PEPINO TORCIDO [1688]

PEDOPHOBIA 53

Na cara alguem precisa que se exfregue. Depois de grande, sendo independente, que saia, si não quer ser residente da casa em que o pae manda e o pão consegue. Mais tarde, irá ao diabo que o carregue. Mas, si é pequeno, imponha-se ao menino o pae que deu o pão: lhe dê o ensigno, a menos que elle proprio seja um jegue.

Chamar "demolidor", em meio a um leque de termos tolerantes, é o escudo attraz do qual se esconde quem não breque os impetos dum filho 'inda mehudo.

Assim diz o papae, e põe em xeque a propria auctoridade, o cabeçudo.

"Meu filho é um damnadinho! Que moleque! Ninguem pode com elle! Quebra tudo!"

54 GLAUCO MATTOSO

DISSONNETTO DO PEPINO DISTORCIDO [1691]

Ha casos em que o pae ensigna o filho, desde pequenininho, a ser ladrão. Treinada no manejo do gattilho o joven bandoleiro tem a mão. "Quer estuprar? Estupra!", é o estribilho do velho... "Mas não macta!", este o refrão. Em vez de viver pobre e maltrappilho, agora anda o garoto de carrão. Sim, elle de bandido tem o faro! Nem "de maior" ainda, ja assessora quem quer mactar os paes...E não demora irá mactar tambem o seu, é claro! É sempre nesse poncto que eu reparo. Pois é: quem sae aos seus não degenera. Filho de peixe não se regenera, excepto ao ser eleito... mas é raro!

Emquanto o bebezinho dorme, os dois recemcasados trepam. De repente, no meio da chupeta, param, pois accorda o fofo e chora, descontente.

PEDOPHOBIA 55 DISSONNETTO PARA UM BEBÊ CHORÃO [1747]

Na hora o gajo brocha! P'ra depois ja fica aquella foda! A mãe se sente forçada a outra chupeta, e o nome aos bois convem que se lhes dê na voz corrente. Por codigo um calão não se permuta. "Chupeta" a gente "dá" para a creança, mas "faz" quando o chupado só descansa depois de ejacular, como um chicuta. Quem preza seu orgasmo não relucta. Si o gajo não gozou, tanto peor! Agora o bebê sabe ja de cor os termos da expressão "filho da puta".

DISSONNETTO PARA UMA MENINA DOENTE [1755]

Tem medo de injecção, essa menina que a mãe leva à pharmacia e necessita de longo tractamento. Nem vaccina supporta a pobrezinha! Ella está fricta! Lhe appalpa o pharmaceutico a suina bundinha, e manda ver! A pobre grita, debatte-se, urra e, só quando termina aquillo, volta à pose mais bonita. Então ninguem mais diz que uma syringa, da qual, sorrindo, o medico nos falla, lhe mette tanto medo, pois se vinga pedindo à mãe que compre doce e balla.

Em casa, sente a bunda quando senta até numa almofada alli na salla e pensa na maneira violenta do gajo da pharmacia ao aggarral-a.

56 GLAUCO MATTOSO

Seguro pelos outros, rosto exquivo não tem ao pé que, aos olhos, se excancara.

Um delles logo o aggride, vingativo: tomou dois ponctapés em plena cara!

SONNETTO PARA PEDRO BALLA [1772]

Vem vindo Pedro Balla, pensativo, e com seus inimigos se depara.

PEDOPHOBIA 57

A imagem que, na mente, ainda archivo é a offensa que o pivete deixa clara: "Fique sabendo que sou teu patrão!", assim diz-lhe o rival quando o pisão comprime-lhe a beiçola, até que doa. Sangrando e se humilhando, Pedro Balla planeja uma desforra, mas se cala emquanto o pé lhe batte e a turma zoa.

58 GLAUCO MATTOSO SONNETTO PARA UNS ASSASSINOS MIRINS [1790] Mactaram a pauladas a velhinha. Os assassinos? Doze, treze anninhos. Disseram que era "p'ra roubar gallinha" e appenas lhe fizeram "uns carinhos". Acharam-na ja morta em casa. Tinha os ossos affundados. Os vizinhos ouviram-na gritar, mas, como vinha da casa um som de radio, taes gritinhos... "P'ra mim a velha estava era cantando!" "Meninos tão pequenos...!" "São do bando que assalta fazendeiros por aqui..." Enterra-se a coitada. A creançada, appós curta "passagem", ja na estrada, com outra velha cruza, que sorri.

"Sem bocca!", advisa logo o molecote aos outros garotinhos. Isso evita pedidos para que divida em lote e compartilhe alguma coisa fricta.

Por fim a molecada desanima daquillo: o egoista come tudo sozinho! Mas si um gajo mais marrudo vier pedir, dá rapido e nem teima.

DISSONNETTO PARA UM SABOR DIVIDIDO [1859]

PEDOPHOBIA 59

Si rouba aquelle doce que, no pote, aguça-lhe a cobiça, o que lhe excita o orgulho é não deixar que ninguem bote a mão nelle ou "Dá um teco!" alguem repita. Ninguem está ligando para a rhyma. "Fominha! Não reparte com a gente!", reclama a molecada que, insistente, persegue o detentor da guloseima.

DISSONNETTO PARA UMA CORREIA CORRECTIVA [1901]

60 GLAUCO MATTOSO

O pae desapta a calça, tira a cincta e batte. Evita o choque da fivella, de modo que só dor o filho sinta: que surra memoravel foi aquella!

"Si fosse sempre assim", diz elle, "extincta estava a distorção que se revela em nossa sociedade: hoje, quem minta terá maior conceito e poder nella..." A pae nenhum jamais eu acconselho. Eu não generalizo, mas admitto que appenas um pedido, ou mesmo um pito, não chega a convencer nenhum fedelho.

Emquanto vi, mirei-me num espelho. Si filhos eu tivesse, com certeza poria minha cincta sobre a mesa e, da segunda vez, descia o relho.

PEDOPHOBIA 61

"Tambem quero brincar!", grita o gury que é deixado de fora. A toda hora estamos convivendo, aqui e alli, com gente que ficou na mão e chora. Eu, por exemplo, sempre que me vi podado, protestei: ficar de fora é como perceber que de mim ri por traz quem, pela frente, só me adora. Quem gosta do outro sexo discrimina os homosexuaes; ao gay é fina somente gente linda, limpa e nova. Os sujos e feiosos, por sua vez, rejeitam o ceguinho, si este fez questão de venerar quem o reprova.

SONNETTO PARA O GRITO DOS EXCLUIDOS [1931]

Os paes não se conformam: si carinho lhe dão, attira o coppo; quando um freio procuram implantar, até de vinho o coppo vem ao solo! Não ha meio? Paresce que o moleque vê naquillo um jeito de allertar os que punil-o desejem: sempre irá virar a mesa. Mais tarde vae quebrar, mas não um coppo, e sim a propria cara, pois não topo fricotes desse typo aqui na empresa.

62 GLAUCO MATTOSO

Ao ser reprehendido, o molequinho ao chão arremessou o coppo cheio de rubra tubaina. Até o vizinho ouviu o palavrão que em cyma veiu.

SONNETTO PARA UM GESTO DE PROTESTO [1948]

PEDOPHOBIA 63

DISSONNETTO PARA UMA OVELHINHA DESGARRADA [2035] Mas que menina linda! Venha ca! Aqui, com o tithio! Qual é seu nome? Cadê sua mamãe? Vae voltar ja? Não fique preoccupada! Ella não some! Mamãe lhe dá presentes? Papae dá? E que mais quer ganhar? Quer balla? Tome! Alli vendem brinquedos! Vamos la? Tambem vendem pipoca! Está com fome? Que foi? Não é com força que eu aggarro! Me dê a mãozinha! Assim! Está com medo? Tithio não vae morder! Ainda é cedo! Que tal dar um passeio no meu carro? "Mamãe, foi assim mesmo como narro! Foi elle, sim, mamãe! Quiz me foder! Babaca! Accreditou que tem poder de seducção? Em velho eu não me admarro!"

-- Eu sou um padre! Tenho que ter fé nas boas intenções! Fui extorquido por esse meninão, a quem até agora só adjudei! Mas é um bandido! Não guardo magoa, a offensa não revido! O que elle affirma? Claro que não é verdade! Esses meninos com quem lido precisam de carinho! Entende, né? Levei um tempo até denuncial-o, mas nada consegui nesse intervallo. Não houve jeito! Agora não me calo e quero que a chantagem, emfim, cesse! "Que nada! O padre é bicha! Me chupava faz tempo! Sempre teve mente escrava! Eu provo! Tenho a fita: a gente grava tudinho, desde quando a rolla cresce!"

64 GLAUCO MATTOSO

DISSONNETTO PARA A MENINADA DESAMPARADA [2036]

Meu filho, olhe esse livro! Que bonito! Tem tanta figurinha! E si o papae comprar para você? Veja! Está escripto seu nome! Você vae querer, não vae? Ah, não! Cê não gostou? Não accredito! Repare nessa cappa! O bicho sae até de la de dentro! Não imito aqui, porque, si tenta, o papae cae! Então ja vou comprar seu exemplar! Assim, ja combinamos, né, filhão? Papae lhe dá bom livro, e você não insiste mais naquelle cellular! "Enfie isso naquelle seu logar! Não quero! Si não compra meu presente, eu roubo, eu macto, eu fico até doente! Eu subo no telhado e vou pullar!"

PEDOPHOBIA 65

DISSONNETTO PARA O PRESENTINHO DO FILHO [2048]

DISSONNETTO PARA UM MOLEQUE TRAVESSO [2073]

66 GLAUCO MATTOSO

Famoso, até demais, esse moleque! Nem cinco anninhos tem, e ja seu nome repete-se, gritando, até que seque nas boccas a saliva... Que renome! É "Lucas, vem aqui!", "Lucas, não some!", "Luquinhas, por favor!"... Quem lhe sapeque uns tapas gritará, com gosto, "Tome!", alem dos palavrões que a lingua impreque. Alguem quer tal creança como sua? Traquinas, o menino desaffia qualquer auctoridade, e a gritaria de "Lucas!" e "Luquinhas!" continua. Surrar, quem ja tentou, hoje recua. Legal vae ser mais tarde, quando o cara, num carro ou numa moto, ja dispara, sem ver signal vermelho, pela rua.

PEDOPHOBIA 67 DISSONNETTO PARA QUEM ESCREVE CERTO POR LINHA RECTA [2078] No andar de cyma, arrastam a cadeira, derrubam coisas, battem portas... Quem mais causa o pandemonio todo beira os dois ou trez anninhos... Vae e vem. E pulla, sapateia... Não 'stão nem ahi seus jovens paes, cuja caveira quer ver quem mora embaixo e do nenen tem odio, odio mortal... Sem brincadeira! Um dia, a praga pega! Vê o pestinha que aberta está a janella... Algo lhe aguça a van curiosidade... Elle engattinha por cyma da poltrona e se debruça. Despenca que nem peixe na cascata, espectacularmente (dirá "Nussa Sinhura!" a velha russa) até que batta no pateo e se exborrache bem de fuça!

DISSONNETTO PARA UM PARALYTICO VERIDICO (I) [2343]

Uma paralysia é tão damninha que incute na creança o sentimento masoca. No momento, estou attento ao caso do menino que engattinha. De quattro, não: de rastro! Que excarninha imagem! Quem perder o movimento nas pernas, só rasteja, como o Bento: em volta delle forma-se a rodinha. Diverte a molecada que no skate o timido garoto, com as mãos, se exforce, o corpo sobre a prancha deite e ralle seus bracinhos pelos vãos. Aquillo dos collegas é deleite. Na escada, a prancha micha mesmo! Os sãos moleques dão risada: elle que acceite sujar-se, entre os degraus, de pó nos grãos!

68 GLAUCO MATTOSO

"Tá sujo ahi, capacho?" Ao Bento nada humilha mais que estar, pouco à vontade, aos pés de quem não mostra piedade e gosta de chutar ou dar solada.

"Tá forte o cheiro ahi?" E, emquanto a bicca cotuca sua bocca, um de chinello lhe exfrega o pé na cara e rindo fica, um pé que é tão fedido quão magrello. A scena, a mim, paresce 'inda mais rica. Ao Bento, sem defesa, um parallelo commigo até que calha, e tiriryca tambem fiquei, mas hoje os gajos fello.

Não basta tirar sarro: a molecada quer mesmo é que o Bentinho se degrade. Assim, cada moleque como Sade se sente, ao encontral-o alli na escada.

PEDOPHOBIA 69 DISSONNETTO PARA UM PARALYTICO VERIDICO (II) [2344]

Que foi procedimento irregular está todo o presidio bem sciente, mas tal não impediu que aquelle agente levasse o proprio filho p'ra "brincar". É facto ja sabido que o logar, assim como outros centros onde gente que infringe as leis a dura pena enfrente, applica a punição mais exemplar.

RHAPSODIA PARA QUEM PEIXINHO É (I a VI) [2515/2520]

Alli se preparou um cagatorio no qual o preso aptado está, deitado de cara sob o vaso expiatório. Por mais "normal", porem, que ser cagado paresça, não ha nada que appavore-o e humilhe mais que um junior la sentado. Será que exsiste fado mais inglorio que aquelle a um prisioneiro reservado? Chegando, o molecote pede ao pae que o leve até o banheiro, pois está ficando com vontade. O pae, que ja premeditara tudo, o leva, e sae. -- Não tenha dó si todo o cocô cae na cara do subjeito! Elle que va p'ra puta que o pariu! Cê pode ir la e usar mesmo! -- O moleque, alegre, vae.

Mal fecha a porta, o molecote escuta alguem pigarreando surdamente de dentro da privada. Nem relucta: Olhando para baixo, acha impotente o rosto exposto. "Ahê, seu fidaputa! Tá prompto p'ra soffrer?", diz, sorridente. O olhar que com o delle se permuta expressa algo de podre e de indecente.

70 GLAUCO MATTOSO

O preso vê que, accyma delle, o arteiro moleque abbaixa as calças. Tambem vê que o pincto elle segura (e de nenê não é) com alvo certo e olhar certeiro.

O jacto attinge o rosto e cae, em cheio, abbaixo do nariz. O preso fecha os olhos, no reflexo que lhe veiu. Exquesce a bocca aberta e, pela brecha dos labios, sente um mijo extranho, alheio, que excorre para dentro. Então se vexa. Urina, quando chega assim, sem freio, mais fere em nossos brios do que flecha.

{Espere ahi, moleque! É prohibido menor num logar destes! Seu pae pode se dar mal, hem? Cuidado, que eu revido!} Não ha, porem, discurso que incommode um sadico fedelho: "Ah, seu bandido! Agora é que commigo cê se fode!" Sujar-se vae um cara assim rendido na barba, no cabello e no bigode.

Ao vel-o, o prisioneiro diz, surpreso: {Não faça isso commigo, não, menino! Você não é malvado, eu imagino, não vae cagar num homem indefeso!} Responde o molecote, rindo, ao preso: "Você que tá por fora! Acho divino ver nego segurando esse pepino! Será que meu cocô faz muito peso?"

"E, só por desafforo, eu vou, primeiro, mijar na sua bocca, p'ra você deixar de fallação! Fez seu auê? Agora vae ser menos palpiteiro!"

PEDOPHOBIA 71

E, emquanto elle se humilha, o molecote ballança o pingolim e tira um sarro: "Gostou do aperitivo? Antes do barro nas fuças, cê meresce mais um trote!"

Reabre os olhos quem serviu de pote ao mijo dum pivete. Nisso, o excarro lhe estalla em cyma. Arranha, esse catarrho, passando, do menino, pela glotte. Rouqueja, e então gargalha, com desdem, o filho dum impune funccionario. É admostra. O principal agora vem. "Sacou, babaca? Sente o drama, otario? Então aguenta ahi! Vae ser que nem porrada de cocô! Vae ser hilario!" Difficil, para alguem que está refem do vaso, um acto haver mais arbitrario. A bunda do moleque cobre o vaso, restando, ao prisioneiro, a escuridão e o peido, cujos gazes o ar lhe vão deixando irrespiravel. Segue o caso. E finda como os outros: sob o raso e molle lodaçal que o cagalhão formara, o preso engasga de afflicção. Respira, embora o ar venha com attrazo. Comeu cocô, sem duvida. Por mais que evite, alguma merda do moleque accaba degustada: amargos saes! Permitta-se ao garoto que defeque na cara dum adulto, e este jamais exquesce, alli deixado até que seque. E os bardos que retractem corporaes funcções sem prejulgar quem pague e peque...

72 GLAUCO MATTOSO

Passei por outras coisas, mais pesadas, mas vi quando occorreu com um moleque menor, que executava as ordens dadas sem nada de immoral que o gozo breque. Que fique de joelhos nas calçadas! Que lave o pé do mestre, enxague e seque! Que enxugue e massageie! Das risadas me lembro: 'inda a mão fazem que eu melleque.

DISSONNETTO PARA UM FOLGUEDO INFANTIL [2542]

PEDOPHOBIA 73

Da infancia o que a memoria ainda grava, alem das brincadeiras que um estudo folklorico qualquer troca em mehudo, é um nada ingenuo jogo que rollava.

Treinando uma creança a ser escrava na mão do mais travesso ou mais parrudo, o jogo era chamado, então, de "tudo que seu mestre mandar". E elle mandava!

74 GLAUCO MATTOSO

SONNETTO SOBRE UM OSCAR DE MELHOR ROPTEIRO ADAPTADO [3052] Na India, uma creança, quando canta bonito, esmollas ganha. Mas mais ganha si cega for. Portanto, não extranha que a cegue quem explora a plebe infanta. Bandidos são malvados... Quem se expanta, então, com a maldade, que é tamanha a poncto de cegar? Quem arrebanha creanças quer escravos! Gente sancta! No filme, millionario é quem excappa illeso da quadrilha. Na real, o cego em ambas faces leva o tapa. Por seculos, missão especial tem elle: a de chupar! Eu, nesta etapa da vida, é que me vejo em scena egual.

VENENO NO NENEN [3140] La fora, noite quente, ouve-se o grillo, cortante, no silencio. Mamãe sae do quarto, na ponctinha do pé, vae à salla e fica lendo, ao seu estylo. No quarto, o bebê dorme, bem tranquillo, e o berço foi presente do papae, que agora é separado e ja não trae mamãe. E o grillo? Emfim, pode-se ouvil-o. Entrou, porem, no quarto o escorpião vermelho, gordo, e logo se approxima do berço... O bebezinho mexe a mão. Accabo de crear um tenso clima. Mamãe correu, mas era tarde: em cyma da cara do bebê, com seu ferrão nocivo, o bicho mexe-se e se anima. Será que elle se salva? Acho que não.

PEDOPHOBIA 75

Nas redes, sem pudor se identifica. Franzino, delicado, mas tyranno, o junior não se enturma: em casa fica jogando e, connectado, impõe seu plano. Escravos virtuaes ja collecciona, mais velhos e malhados. Dum exige que seja o buccal vaso no qual mije, e o cara topa o encontro e telephona.

Na classe media, rolla muito disto: Filhinho-de-mamãe, elle é mimado, mas falta faz papae, que é separado, e pode esse moleque ser malvisto.

76 GLAUCO MATTOSO

PINGOLIM DE CHERUBIM [3163]

A scena, a quem a curte, em "scat" é rica: Gravada, bem mostrou o exgotto humano: abrindo a bocca, o adulto acceita a picca fininha, que lhe urina, e engole o damno. A fonte deste caso não despisto: Contou-me um masochista. O typo sado, na rua, é um anjo e, em casa, o algoz malvado. São muitos os que escondem perfil mixto.

VOO LIVRE [3187]

Foi briga de casal? Pois que não seja por isso: outra creança se despeja! Extranha geração, essa que, agora, se casa e se separa! O appartamento lhe serve é p'ra jogar os filhos fora! Cansou? Desentendeu-se o casalzinho? Tiveram quantos filhos? Dois ou trez? Resolve-se e é p'ra ja! Vão, um por vez ou todos, que nem passaros do ninho! "Mamãe! Eu não fiz nada p'ra senhora fazer isso!" "Papae! Prometto, eu tento! Não faço mais!" E o filho chora, implora. Casados no papel ou pela Egreja, que importa? Que o nenen com Deus esteja!

PEDOPHOBIA 77

O clima clerical sempre foi feio. Nos padres os fieis perdem a fé e a culpa attinge o proprio Papa, até.

Por isso nos sermões jamais eu creio. Relatos ja se tornam repetidos. Não um ou dois: milhares de gurys pullulam pela imprensa, hoje crescidos, narrando o que algum padre fazer quiz. Rollou de tudo: beijo, com ou sem contacto bocca a bocca, chupação de rolla, e até lambida no pezão dum joven, fora alguem comendo alguem.

78 GLAUCO MATTOSO MASTURBATORIOS RELATORIOS [3249]

Ah, quantos marmanjões foram ouvidos! Foi tudo ao Vaticano, nos mais vis detalhes, relatado, até os gemidos de dor ou de prazer, de applauso ou bis. Quem é que, lendo aquillo, não se veiu? Até juiz gozou! Na Sancta Sé, difficil é sabermos quem não é tão sancto, mas curtiram o que leio...

SEXO GENUFLEXO [3258] Escandalos do typo communs são. Filmado ao boquettar um coroinha, o padre allega: "A culpa não foi minha!"

É claro que isso rende essa vendagem! Não vende um camelô, por todo lado, imagens que mais choquem, mais ultrajem, que aquellas do coroa adjoelhado. As partes se completam na sessão.

O video a scena exhibe por inteiro: a bocca engole tudo, vae e vem. Circula na versão compacta e tem mais tempo, noutra, o padre chupeteiro.

Coroa e coroinha formam linha directa entre o que pecca e o que encaminha, dahi a pornographica attracção.

Mas dizem que sentiu puta tesão...

Agiu como, no caso, todos agem: "Chupei, mas coagido! Fui forçado por elle e mais um outro! Era chantagem! Pedophilo não sou, nem sou veado!"

PEDOPHOBIA 79

80 GLAUCO MATTOSO QUEM MEU FILHO BEIJA... [3426] Da mamãe, mimado, o Zé no "pezinho" quer carinho. E ella um "basico" chulé diz que é simples "chulezinho". Mas o cheiro assusta até viralattas no caminho. E o que calça appenas é cincoentinha: um pé de anjinho! Do menino um tennis eu recolhi, que elle exquesceu no playground do condominio. De jogal-o, antes, no lixo, delle eu dentro a lingua espicho e o sabor o fel define-o.

O PEIXINHO E O PATINHO [3445] Junior sadico, sou filho do patrão, cujo sobrinho, que adoptou, é maltrappilho, de paes orpham e ceguinho. Desse invalido eu me pilho a abusar, rindo, excarninho. Me divirto emquanto o humilho, pondo pedra em seu caminho.

Diz papae: "Fique à vontade, brinque mesmo, não se importe, se approveite delle!" E em Sade me transformo, por esporte. A ser bicho e a me chupar, ja que sou mais alto e forte, o ensignei, pois seu azar só reflecte a minha sorte.

PEDOPHOBIA 81

A creança ja podia aggredir os paes, que nada contra ella accontescia, mas a lei foi reformada. Filho, agora, até com fria intenção, e calculada, macta, estupra, sevicia, sem levar, siquer, palmada. Nenhum sancto mais accode.

A mamãe diz "Não faz isso!" e o moleque o mau serviço mais completo fazer pode. Mais na salla vem o bode. Antes, só surrava a mamma; hoje, é "puta" como a chama e seu cu, na marra, fode.

82 GLAUCO MATTOSO PROTECÇÃO (SUPER) LEGAL [3446]

PEDOPHOBIA 83 MOTIVO COLLECTIVO [3449] Dá risada a molecada que se juncta alli na rua. e a turminha agglomerada gargalhando continua! Mas não dá para ver nada de engraçado... Alguem actua? Que attracção! De todo lado ja não ha quem não afflua. Que será? Tambem eu quero accorrer e, sem tardança, ver si aquillo não é mero passatempo de creança. Me approximo e, emfim, consigo ver onde é que a vista alcança. É que delles o inimigo numa forca, nu, ballança!

84 GLAUCO MATTOSO PUTA DE RECRUTA [3450] Foi suffoco, na Argentina, o regime respiraraJaQueaadmarrada,comoEstudante,bemTorturou-semilitar!atémeninanovinha!Voucontar:ellaterminaputaemlupanar:sedestinamorrere,antes,chupar!nempenseemserexperta!tapadooseunariz,coitadaaindaquizdeboccaaberta. Bocca assim é como offerta! Um soldado, até a goela, mette a rolla, que ella fella. Si demora, a morte é certa!

PEDOPHOBIA 85 ABSCESSO EM EXCESSO [3516] A cabeça sempre tonta tem o pobre adolescente: elle ja perdeu a compta das espinhas pela frente. Mal desperta, se defronta com mais uma: de repente, vê no espelho aquella poncta amarella, e a sente quente. Seu dedão virou cutello! Expremel-a elle, depressa, quer: precisa ver-se dessa excrescencia livre e bello! Mas pinctou o parallelo: No café, seu nojo cresce! o ovo fricto, lhe paresce, tem egual creme amarello!

Recebeu a violenta bofetada, que lhe estalla na bochecha, mas aguenta, pois se sente na senzala. Abboccanha a ferramenta do machão, para chupal-a, appesar de achar nojenta sua azeda e espessa galla. A mulher, que elle maltracta, ja nem pede que não batta: soffre, appenas; soffre e mamma. Vão-se os annos, e ella ao netto conta tudo. Este ouve, quieto, e depois goza na cama.

86 GLAUCO MATTOSO SEM DÓ DA VOVÓ [3531]

PEDOPHOBIA 87

SYLVINEY, O FORA DA LEI [3567] Sylviney, menino feio, judas é da molecada. Leva um chute, bem no meio da gymnastica, por nada. Ja na classe, leva em cheio na cabeça a bofetada. Leva surra no recreio. Virou sacco de pancada. Quem conhesce ja repara. Os moleques, ao que sei, discriminam Sylviney pelo nome, mais que a cara.

A razão paresce clara. Um se chama Dagoberto, outro Alberto, outro Roberto, e um com outro se compara.

Foi-se embora, agora, a turma e, na praça, caso durma, corre risco o rapazelho.

O tesão sempre é parelho. Si outra turma o surprehende e um bebum não se defende, lhe admanhesce o cu vermelho.

SYLVINILSON, SEM BOM TOM [3568] Sylvinilson é moleque bonitinho, mas peralta. Vez não falta p'ra que peque.

88 GLAUCO MATTOSO

Aos deveres sempre falta. Quando fica de pileque, palavrões grita e se exalta. Não ha litro que não seque de cachaça, em meio à malta.

Recolher-se é bom conselho.

Padre é como frei Thomaz: nunca faça o que elle faz, só practique o que elle diz! Si seu filho adolescente rouba, estupra, macta, aguente! Fez você, mas eu não fiz! No começo, o rapaz acha seu nenen uma gracinha. Feito bobo, o pae se aggacha, faz caretas, engattinha... Bichos finge, zurra, coaxa, quer ser pato e até gallinha. Si ouve choro, elle despacha o nenen à mamãezinha! Sorri? "Vem com o papae!" Admeaça chorar? "Vae com mamãe!" E tome collo! Suja a fralda, chora à noite, quebra tudo... Mas, si açoite acconselho, eu extrapolo!

PEDOPHOBIA 89 A GRAVIDEZ E A GRAVIDADE (I a X) [3741/3750] "Não evite filhos! Tenha!", diz o padre, e vem pae-nosso. De si proprio, elle os desdenha: "Deus me livre! Eu, hem? Não posso! Filharada é bom que venha para os outros! Nesse troço de nenen eu desço a lenha: si os fizer, eu que me coço!"

O moleque desaffia professores e, na treta com collegas, certo dia, rasteirava um de muleta! Ao cahir, o alleijadinho ouve o riso do excarninho aggressor, que o pisa e chuta! Sem appoio, rastejando, o coitado chora quando é xingada a mãe de puta!

Quando o Junior quebra tudo, o papae acha engraçado.

E o pae acha que se orgulha! Deixe estar! É só questão de mais tempo: dum bobão tem que vir um filho pulha! Como aquelle ska dizia, o gury foi um cappeta...

E o papae sempre amnistia toda falta que commetta!

Ca commigo, eu não me illudo: da medalha vejo o lado.

90 GLAUCO MATTOSO

O outro lado porá mudo um pae tolo e deslumbrado, que utiliza, como escudo, o pretexto ja manjado: "Meu gury? Demolidor! É um damnado! Faz furor!"

PEDOPHOBIA 91

Do primeiro casamento traz Alê, mas ciumento, sua filha às mãos da amada.

Cresce e casa-se o moleque, mas por muito tempo não ficará casado: é o "veque" Alexandre, o Grandalhão! Vulgo Alex, é o cara um leque de problemas, pois em vão lhe pediram que não peque seus avós, christãos que são! Separado, a filharada vae ficar com quem, si nada quer ninguem com regra clara? Às balladas elle está retornando, e voltará a peccar, está na cara! Tudo egual, si for menina: a "moleca" não quer nada com rapazes da mais fina formação... Só quer ballada! Esperar que se previna é besteira: é namorada do Alexandre, que lhe ensigna a ser rude e relaxada.

O casal, Alex e Lola, não tem filhos, mas a tola quer cuidar duma enteada...

Mas jamais se subordina a creança a uma madrasta!

92 GLAUCO MATTOSO

Alexandre nada faz, pois, no fundo, é só um rapaz pusillanime e immaturo. Lola augmenta seu controle sobre um cada vez mais molle molecão, e menos duro. Certa tarde, ao vir da rua, a creança se rebella quando Lola quer que nua fique e um banho quer dar nella. Lola a aggride e tira sua roupa à força. Mas appella para a surra: está de lua! A mais choro, então, dá trella.

Por qualquer coisa, a menina faz pirraça e ja se affasta.

Lola irrita-se e termina, decidida a dar um basta, aggredindo "essa cretina", situação que ja se arrasta.

Alexandre está presente: mudo, apathico, consente que a mulher na filha batta! Mas a filha está sangrando; alto berra... e cessa quando for jogada: alguem a macta!

PEDOPHOBIA 93

Despencou do oitavo andar e no pateo se extatella o corpinho! Tumular, o silencio impera, e gela! Os vizinhos a escutar tudo estavam! E na cella vae parar esse exemplar casalzinho: o lindo e a bella! O papae, com advogado, os paus mexe, mas armado foi o palco ao desenlace. Na cadeia o casal paga por um tempo: occupa a vaga de quem, solto, fome passe. No vellorio da creança, o signal da cruz é feito: de rezar jamais se cansa a vovó... Mas não tem jeito! Mesmo assim, não vê que advança uma Egreja nesse estreito pensamento! Na cobrança moral, teima o preconceito! "Camisinha? Nada disso! (falla o padre) O compromisso do casal é deixar prole!" Eis que a chronica não finda: muita coisa falta, ainda, para a Sé perder controle!

Um moleque pede ao pae que lhe compre uma chibata. "Mas p'ra que? Que é que cê vae appromptar, hem?" É batata: {Vou batter! É o que me attrae!}, falla o filho ao pae, na latta. Quando a ficha, emfim, lhe cae, pede o pae: "Ai! Não me batta!"

MENINO MIMADO [3959]

94 GLAUCO MATTOSO

Mas sahiu-lhe de encommenda, pois é tarde: o filho applica nelle o relho, até que a picca enduresça, goze e penda! Lhe bastou? Que se arrependa! Bello methodo de ensigno, dar um latego ao menino, si o papae for quem apprenda!

PEDOPHOBIA 95 MENINA MIMADA [3960]

Ja sumiu outra canneta!

A filhinha à mãe pedia, insistente, uma boneca. A mamãe resiste, addia, mas, emfim, ja não diz "Neca!"

Bem que a mãe desconfiava: quer a filha ter a escrava que fiel ser lhe prometta.

A canneta foi veneta: Por um lapis penetrada no cuzinho, a Barbie aggrada, com a lingua, outra boceta.

A boneca, que queria a menina, até defeca! Peida, arrocta, o dedo enfia no nariz, tira melleca.

96 GLAUCO MATTOSO PROACTIVO CORRECTIVO [3965] "Não sei nem por que é que eu batto! Ah, mas elle, por que appanha, esse sabe!" Eis que o mau tracto justifica-se, sem manha! Tem um filho mau, de facto, quem a phrase não se accanha de dizer... Mas eu constato que ella não me soa extranha. Eu ja tinha ouvido alguem dizer isso, que tambem batte... e batte na mulher! Isto, sim, pelo meu crivo, é que é, mesmo, "proactivo"! Que discorde quem quizer!

"Não, Junior, por favor!", a mãe supplica. Por lei, ella não pode nem a voz erguer para a creança, como nós sabemos, e o menino arteiro fica.

A louça quebra toda, alem da rica garrafa de crystal e, logo appós, inventa diabrura mais atroz, capaz de até chocar a dona Chica. Trepando na cadeira, faz o gatto entrar no microondas! Fica vendo passar na "tela", ao vivo, o assassinato! Quem é que impedirá mais esse addendo? Qual lei contemplar pode infantil acto? Não ouse a mãe punil-o pelo horrendo folguedo, que elle grita: "Agora eu macto você! Quer me batter? Eu me defendo!"

PEDOPHOBIA 97

LEGITIMA VICTIMA [4111]

O filho, adolescente e cego, tem seu quarto. Dorme a irman no quarto della. À noite, ouvem-se vozes. Quem appella, gritando, é o pae, e grita a mãe, tambem. Sae cedo o pae de casa. Ja ninguem se falla. A mãe arrhuma as malas. Gela por dentro o joven: elle ouviu "Cadella!" berrar o pae. É grave... Orar a quem? Agora as coisas ja não são normaes. Na salla, mãe e filha choram. Vae até la, mas as duas sabem mais que o cego e nada dizem sobre o pae. O filho está sozinho quando os paes retornam, rindo, à tarde, sem um ai na voz. De bem, de novo? Não, jamais! Mas sabem: sem fingir, tudo mal cae.

98 GLAUCO MATTOSO

O CAUTO CAUSO DO CASAL [4132]

PEDOPHOBIA 99

O CAUTO CAUSO DOS IRMÃOS [4137]

Primeiro, era o mais velho quem battia no irmão mais novo, até que os paes um duro castigo lhe impuzeram. Ja seguro se sente o molequinho, e tripudia. Agora, o molecão vive a agonia de ser chantageado: paga o juro da divida e obedesce o irmão. Que appuro terá de supportar no dia-a-dia!

O joven phrases sadicas não mede: "Ou faz o que eu mandar, ou vou dizer que está battendo em mim!" O maior cede, humilha-se ao menor e ao seu poder, rebaixa-se e lhe lambe o pé, que fede. Em breve, o chupará... No fundo, ser masoca quer, embora não segrede, e sente, na punheta, algum prazer.

Si não apparescer a nota, advisa a mãe que contará para o papae e quando, emfim, chegar, elle adjuiza. Discute a filharada: "Você vae ver só!" Chega o papae, mas não precisa mais briga haver: foi elle! A filha sae de casa: não está tão indecisa.

Dos filhos, que são quattro, a mais luxenta menina admarra a cara: ella é cheireta, mas diz que não é ladra! Emquanto a treta não fica resolvida, o clima exquenta. Se sentem vibrações más... Ai, ai, ai...

O CAUTO CAUSO DA SUSPEITA [4167]

100 GLAUCO MATTOSO

Sumiu aquella nota de cincoenta que sempre a mãe guardava na gaveta, à espera da despesa. Quem commetta tal furto que se entregue! Alguem aguenta?

PEDOPHOBIA 101

É o poeta que exaggera ou está, de facto, vendo uma grande, enorme fera, um terrivel bicho, horrendo? Gente, eu juro! Horrivel era! Nunca eu compro, nunca eu vendo um por outro! Quem me dera fosse gatto o que estou crendo! Proporção, quando é tamanha no contorno duma aranha ultrapassa o proprio gatto! Zeus me livre! Não delira, todavia, a minha lyra e o que conto é o facto exacto! Eu estava no quintal, certa feita, do vizinho. Nem recordo agora qual foi tal anno, alli, certinho. Mas por volta do Natal foi brincar o garotinho nessa casa... e foi fatal o episodio que eu sublinho. Eu ganhara meu presente: o revolver innocente que se dava, de brinquedo. Fui brincar la de bandido e mocinho... Me decido no quintal a entrar sem medo.

O CAUTO CAUSO DAS MENORES MEMORIAS (I a VI) [4191/4196]

102 GLAUCO MATTOSO

Muito matto no logar, lembro, havia, alem de lenha empilhada... De brincar de cowboy foi dada a senha! Procurava eu encontrar um scenario que desenha o quadrinho mais vulgar. Ha gury que medo tenha? Ao subir eu numa pilha de dormentes, da quadrilha fugirei, que me persegue! Si essa lenha forma um muro, attraz della estou seguro, mas admarro mal meu jegue!

Mal encosto minha mão na madeira, aquella extranha sensação eu tenho: são os cabellos duma aranha! A bichana pulla, então, no meu peito! Foi tamanha a afflicção, que quasi não completei minha façanha! Como um gatto, quando pulla no collinho, aquella fula aranhona me attaccou! Eu ao solo fui jogado! Mas, si houvesse me piccado, ja nem vivo agora estou!

Concluindo, pois, eu digo que as creanças do perigo não teem, mesmo, noção plena.

PEDOPHOBIA 103

No que pulla, a aranha corre e se esconde na madeira!

Não ha sacco que não torre si a menção não for ligeira e uma historia causa porre si estical-a a gente queira.

No meu caso, a brincadeira com a tal caranguejeira deu, por sorte, em breve scena! Mas não posso, aqui, deixar, ao tirar a conclusão, de dizer que tal logar tambem tinha escorpião. Não cheguei a um exemplar ver do bicho, mas ferrão metteu elle, ouço fallar, ja de gente num montão! Hoje, a casa do vizinho demolida foi: sem ninho fica a especie mais gigante.

Si, ao lembrar, eu me accovardo, talvez tenha um outro bardo mais coragem quando cante.

Não piccou! A gente morre quando a hora for certeira!

Molecada experta, aquella que no matto entra e vasculha! A paizagem lhes revela o soppé da petrea agulha. Da montanha, vê-se a bella amplidão, que expanta e orgulha.

104 GLAUCO MATTOSO

O CAUTO CAUSO DA CURANDEIRA PROCURADA (I a X) [4251/4260]

Um moleque aos mais appella e, apponctando, lhes diz: "Ulha!" Advistando uma casinha, para alli ja se encaminha a curiosa molecada. Porem, antes de chegar, scena notam, invulgar: uma velha, ao sol, sentada! Ella, immovel, os advista. Nem se importa, todavia. Um garoto mais sarrista berra, accena: "Olha aqui, thia!" Nada! A velha, nem que insista o garoto, não desvia seu olhar. Ja pouco dista della a turma, na follia. De repente, um delles cae, quebra a perna e solta um ai de agudissima agonia. Lhe ficou fractura exposta! Quem irá, naquella encosta, soccorrel-o? A velha iria!

PEDOPHOBIA 105

Lhes paresce de pileque estar ella, que a Deus ora, gesticula e, antes que impreque, entra em transe, urra, estertora! Os amigos, que de tudo se convencem, teem um mudo sentimento de affeição. Si quebrada estava a perna do garoto, agora eterna gratidão elles terão! E retornam da montanha. Normalmente um delles anda, appesar dessa tamanha cicatriz, envolta em banda! A turminha nem se accanha de, fazendo propaganda, bem fallar daquella extranha "thia", immovel, na varanda! Ninguem nelles accredita, pois a perna está bonita, sem vestigio da fractura! Mas insistem: é verdade! E ninguem se persuade de que a velha tudo cura!

Ella faz que o sangue seque e a ferida, então, melhora!

Se approxima do moleque a extranhissima senhora.

106 GLAUCO MATTOSO

Radiographam a perninha do garoto: lhes paresce que quebrada estava e tinha se curado! Isso accontesce? Delle a mãe é que adivinha o occorrido: foi a prece dessa velha, a ladainha, que o curou, sem mais estresse! Se commenta na cidade que a tal velha ninguem ha de encontrar, pois será bruxa! Mas ahi que algum valente exhibir-se quiz na frente dos demais, e desembucha: "Não podemos acceitar que uma bruxa la resida! Acharemos o logar e a traremos, mas com vida!" "Mas... e si ella recusar?", alguem, sceptico, duvida. "Virá morta!" É bem vulgar essa malta reunida. Se organiza a expedição e, com base no que vão indicando os gurys, sobem. O valente vae na frente e lidera aquella gente rancorosa: "Não se affobem!"

E, procura que procura, acham onde a feiticeira tem a casa. A tarde escura vae ficando, o sol se exgueira. Sae a velha. Tem postura bem altiva e sobranceira. Intimada, com seccura na voz, falla: "Como queira!"

PEDOPHOBIA 107

E accompanha seus captores. Apparenta sentir dores, mas caminha com firmeza. Encarando um dos meninos, seu olhar dos mais malignos não é: torna-se indefesa. O menino se perturba, ao olhal-a, e se appavora. Faz a festa toda a turba e a victoria commemora. Onde a matta se conurba, chegam elles. Ella, agora, está presa, o que conturba a cidade sem demora. Ja levada a julgamento, o juiz pede um momento de silencio e falla grosso: "Cidadãos! Nós, hoje em dia, à maldicta bruxaria não podemos dar endosso!"

108 GLAUCO MATTOSO

Refestela-se na mesa esculpida e à velha falla: "Quer fazer sua defesa?" Ella, impavida, se cala. Os meninos, com clareza, contam tudo. Attenta, a salla se impressiona com a presa feiticeira e quer lynchal-a. Proferindo o veredicto, o juiz encerra o rito condemnando a velha à cella. Esta appenas o fuzila com os olhos e, tranquilla, nem supplica, nem appella. Sae, às pressas, o juiz, pois está passando mal.

Ir p'ra casa elle nem quiz: vae directo ao hospital. O valente que, feliz, se gabava, teve tal dysfuncção, que ja nem diz nada: falla por signal. O menino que quebrara a perninha só se ampara em muletas, pois peora. Si a velhinha vingativa lhes paresce, quem archiva seu processo corrobora.

PEDOPHOBIA 109

O CAUTO CAUSO DA TRAVESSURA INCONVENIENTE [4449] Garotos a brincar estão na beira do lago represado. A placa é clara: nadar é prohibido. Está na cara, vae desobedescel-a a turma inteira. Nem todos nadar sabem. Caso um queira ficar em logar raso, com a vara calcula seu limite. Mas tomara que o fundo aguente firme a brincadeira! Aguenta nada! Um delles sumiu, ja, tragado pelo lodo, ou affogado! Mais tarde, acha-se o corpo... Mas será...? Menina! Era menina! Esse seu lado tão masculo a mactou! Que alguem nos va contar que abusou della foi pensado! Depois do caso, sempre que por la se brinque, lembra alguem dalgum veado.

110 GLAUCO MATTOSO PESTE INCONTESTE [4567]

"Não tem filha mais linda do que a minha!"

Ninguem chama seu filho de pestinha, nem ha mãe que da filha idéa faça ruim. Somente aos outros essa raça damninha mostra as garras e apporrinha. "Pestinha" bem define. Elles são praga do inferno, mesmo quando em berço nascem dourado: a mãe, mimando, é que os estraga, ainda quando os outros estragassem.

"Eu acho o meu filhinho uma gracinha!"

"Adoro o meu filhão, acho uma graça!"

Qual mãe mesmo um bandido não affaga? Si filhos tão queridos não bastassem, na rua alguns estão, cobrando a vaga, sem paes que na cabeça a mão lhes passem.

"A minha filha arrasa quando passa!"

PEDOPHOBIA 111 MYSTICA EUPHEMISTICA [4683] Agora, os bullyingueiros são, em classe, quem manda e quem desmanda. Ai do coitado que, sendo differente, foi visado por esses vandalinhos! Que mal passe! Sadismo é um sentimento que renasce a cada geração. Expezinhado, às vezes o mais fracco assume o lado masoca, aos pés se presta a dar a face. Me contam que, do typo, muitos são os casos. Os entendo, pois tambem fui victima, levei muito pisão, de sadicos moleques fui refem. Pisou no menininho o meninão. Appenas não chamavam "bullying", nem achavam que "zoar" fosse assim tão damnoso... Era normal zombar de alguem.

Na porta das escholas, pipoqueiro é coisa que não falta. À noite, quando cursei eu o gymnasio, havia um bando em volta do carrinho o tempo inteiro. Faltava luz na rua, mas o cheiro gostoso da pipoca ia chamando a gente. Unico foco, illuminando o muro escuro... e estava eu sem dinheiro. Mamãe nem sempre dava-me um trocado. Então, apparescia algum collega mais velho, sempre attento, do meu lado. Alem de proteger-me na refrega com outros molecões, elle, abbonado, pagava-me um cartucho: o amor não nega nem isso, que é barato, nem negado me foi, mais tarde, um beijo em prompta entrega.

112 GLAUCO MATTOSO PUXAÇÃO DE SAQUINHO [4716]

Explica-se: o tamanho do cartucho, pequeno, mehudinho, mal sacia a gente, nem preenche o nosso bucho!

PIPOCA QUE PROVOCA [4717]

No vidro illuminado, quem, à espera está do seu cartucho, o nariz toca: é como quem namora, a olhar, masoca, aquillo que fascina uma gallera!

Por isso, mal findavamos um, ia alguem pôr o nariz, algum gorducho, de encontro ao vidro, olhando: era mania! Aquelle foi, de infancia, nosso luxo que, em plena adolescencia, mais seria.

PEDOPHOBIA 113

Fallando em pipoqueiro, que bom era olhar o chafariz dessa pipoca, jorrando no carrinho! Até colloca a gente o narigão nessa paquera!

ANXEIO POR ASSEIO [4728]

"Mamãe, ja fiz! Me limpa a bunda?" E vem, correndo, a mãe limpar a suja bunda do filho mimadinho! Aquella immunda bundinha a mãe exfrega, limpa bem. Crescido, o cara ainda que é nenen se julga! Mal de merda o vaso inunda, ja chama a mãe, que accorre e nem segunda chamada agguarda: nisso prazer tem. Ficou até ridiculo: o filhão levanta da privada e a mãe lhe passa, no rego cabelludo, a fina mão que de fina champanhe empunha a taça. Cuidado sempre toma, alguns dirão. Papel, usa bastante, mas tem graça aquillo: sempre sujos ficarão seus dedos, caso molle o filho faça.

114 GLAUCO MATTOSO

CASO VAZADO [4743]

Convida um garotinho a fazer tudo que quasi que a cueca ja lhe empappa, num pratto e não no vaso! Depois, pappa aquillo na presença do "menudo"! Segredo a todos pede, mas excappa, emfim, do padre o podre cabelludo: entrando no quartinho, um abelhudo o flagra, de marron coberta a nappa!

Que o padre era pedophilo, na villa sabia todo mundo. O que ninguem siquer imaginava é que tambem coprophilo elle fosse! E nem vacilla!

Até que descobriram que perfila seu typo de tarado o de alguem sem escrupulo nem nojo, que, nem bem a merda sae, se appressa a degluttil-a!

PEDOPHOBIA 115

116 GLAUCO MATTOSO ATMOSPHERA SATURADA [4747]

Não ha coisa melhor que pregar peça nos outros. Assim pensam os sobrinhos, nem só do Capitão, mas meus vizinhos, os filhos dum juiz... Aguentem essa! Pestinhas, elles fazem, rindo à bessa, miseria aqui no predio! Uns excarninhos gritinhos eu escuto, si os anjinhos estão brincando, e a queixa nunca cessa. Inutil reclamar, pois o juiz se julga, dos mortaes, um tanto accyma e um filho seu não erra, é o que elle diz, sem chance de esperarmos que os reprima.

Appenas toleremos os gurys! Reclamem, pois! A raiva mais anima a dupla de pestinhas! Ser feliz, apprendem ambos, é fechar o clima.

Empunha uma espingarda de chumbinho o joven, que de media classe é filho. Sem pena, mette o dedo no gattilho e attinge, da janella, um garotinho. E accerta em outro, em outro... No caminho, quem entra, alvo se torna! Até me pilho com raiva, como aquelles que no milho fazel-o adjoelhar-se acham pouquinho! Pegal-o todos querem! Affinal, percebem de onde partem os disparos! Depois, sae a noticia no jornal, devida aos columnistas de bons faros. Ommitte-se, entretanto, o tal local. Lyncharam o rapaz! Não são tão raros taes factos... Alguns acham: foi fatal comprar, para o filhão, brinquedos caros.

PEDOPHOBIA 117

PRESENTES IMPORTADOS [4748]

Discutem os meninos. Quem será que assume tal façanha? Dão um gyro os quattro pela quadra. Em seu retiro, a velha, ja de ferias, lendo está. Tão calma, aquella candida senhora! Cochila na poltrona. O livro pende, aberto, no seu collo. Então, de fora, irrompe um barulhão. Ninguem entende. -- Foi tiro? Foi rojão? -- Todos, agora, accorrem, todo mundo a luz accende. Mactou um, sem querer, outro. E elle chora. As armas, todavia, alguem defende.

118 GLAUCO MATTOSO BRINCADEIRA DERRADEIRA [4757] {Duvida? Eu sou capaz de chegar la na casa da "fessora" e dar um tiro na porta e na janella! Não, nem firo ninguem, só vou dar susto!} "Ora, então va!"

PEDOPHOBIA 119 ASSISTENCIA TECHNICA [4767]

Voou, pela janella, uma boneca novinha, arremessada pela mão da linda menininha. Faz questão, não dessa, mas daquella, a tal sapeca! Quem mima uma menina é quem mais pecca naquelle appartamento: a mamãe não lhe nega nada! Agora, quantas são, jogadas, as bonecas? Alguem checa? Não passa uma semana e, da janella, mais uma voa! E cara, das de griffe! "Não quero mais! Não esta! Eu quero aquella!" Podia ser doada a alguem que rife, podia ser um premio na favella... O astuto vendedor, esse patife, convence a garotinha: {Esta é mais bella!} Aos paes, nada garante, caso pife.

O desfecho não extranha. Affinal, da pappa o pratto, cheio ainda, desse ingrato a mãe pela cara ganha.

120 GLAUCO MATTOSO CARA DE TACHO [4823]

A mamãe quer que o nenen a pappinha coma, insiste. O nenen paresce sem fome, e cara faz de triste. A colher na mão ja tem a mulher. De dedo em riste, admeaça: que ninguem, nem nenen, as mães despiste! Mas creança não appanha!

Vira o rosto, chora, grita o garoto, mas a fita não convence, é pura manha.

enorme! Si contar, fazem chacota. Às cantigas haja appello! Batatinha, quando nasce, é difficil que ultrapasse o tamanho desse grelo. Femeas ha que querem tel-o. Aos poetas, a menina rende a glosa fescennina que os consagra ao descrevel-o.

PEDOPHOBIA 121 ACCENOS DE VENUS [4831] A menina, quando dorme, a mão bota na chochota. Algo appalpa que é disforme e de dentro della brota. Que algo nella se transforme o symptoma ja Desponctou-lhedenota.umgrelo

122 GLAUCO MATTOSO VANDALO SEM ESCANDALO [4842] A mãe delle sempre adverte: não brincar no elevador acconselha. Ha quem conserte um moleque malfeitor? Vendo todo mundo inerte, o menino ha de suppor ser impune. E se diverte nos botões, quando la for. Que delicia! Que emoção! Dos andares todos, sem titubeio, é o proprio quem appertou cada botão. Eguaes todos elles são. Quem subir ou quem descer saberá quanto prazer sente, nisso, o brincalhão.

INNOCENTE RHYMA COM INCLEMENTE [4945]

PEDOPHOBIA 123

Partiu bella fatia. A filha, olhando. Cruel, a mãe a admarra. Come, então, o bollo bem na frente della! O olhão da pobrezinha cresce, gottejando. Repete a mãe o bollo! Appenas quando se sente satisfeita, para. Em vão, a filha chora, implora, extende a mão. Não pode, accorrentada, estar gostando! Commentam os vizinhos que é castigo, por causa das terriveis diabruras da "peste". Mas crer nisso eu não consigo! Quem é que pune impondo taes agruras?

"Passar sem bollo!?" -- Penso, ca commigo... Alguem me deu noticias mais seguras: Foi victima de estupro, dum mendigo, aquella mãe... Vingar-se quer, faz juras.

ANJOS DA VELHA GUARDA [4950] Pagou e foi embora. No caminho, deixou cahir o troco. Viu alguem aquillo e foi correndo dizer "Tem dinheiro seu no chão!" ao molequinho. Voltou este e pegou seu trocadinho, sorrindo: {Ei, obrigado! Ainda bem, senhora, que viu tudo!} Mas tambem viu isso outro moleque, um mais damninho. Assim que se affastou a bemfeitora, brigaram os meninos! O segundo, roubando do primeiro o "ouro", se fora. Assim sempre rollou tudo no mundo. Exsiste conclusão compensadora? Voltando ao bar a victima, do fundo do peito, exgoelou! A protectora mão dum bebum limpou seu ranho immundo.

124 GLAUCO MATTOSO

PEDOPHOBIA 125

IRRA! QUE BIRRA! [4975] Correndo, vem a filha. Corre e chora. Manhosa, qualquer coisa a faz chorar. Não sente dor: só tenta impressionar.

Si a mãe lhe diz "Não chora!", só peora. Vizinhas ja disseram: {A senhora precisa se impor! Quando ella levar castigo serio, pena que exemplar effeito tenha, a manha vae-se embora!} No entanto, a mãe relucta: tem receio de traumas provocar numa menina mimada que, a chorar, ao mundo veiu. Quem é que, em seu logar, a recrimina? De mães assim o inferno está ja cheio. Ou ella educa e, logo, disciplina a filha, ou, no futuro, nenhum freio terá sua coceira na vagina.

126 GLAUCO MATTOSO MANCHA NA PRANCHA [5033]

Queria eu ser o panno que lhe occupa, por dentro do seu tennis, o que advulta na quelle adulto joven, em adulta medida, o pezão todo e sorve a "zuppa"!

Não quero ser caderno onde se leia que serve de diario à mais bonita menina do collegio, nem a fita que prende seus cabellos e os permeia.

Não quero ser, da linda nem da feia, siquer sua calcinha, que a "priquita" envolve, empappadinha. O que me excita é ser dum molecão a branca meia! Sim, minha phantasia mais occulta que porra faz jorrar em catadupa ser era aquella meia, que lhe chupa o odor desse suor que offende e insulta!

PIMPOLHO OU TRAMBOLHO? [5055] Do collo da mamãe o bebê passa aos braços da vizinha: "Que gracinha!" Começa a chorar. Rapido, a vizinha devolve à mãe o filho: accaba a graça. Os outros pegar querem. Caso faça cocô no collo alheio, ai, adivinha a scena! Não tem graça quem a tinha!

Nos livre Deus que um filho nosso nasça! Na fralda, aquelle creme de abacate! Às trez da madrugada, a choradeira! Dor sente? O bebê berra e se debatte! De estresse total fica a gente à beira!

PEDOPHOBIA 127

Assumpto não tem sido, pois, do vate. De longe olhando, é facil que alguem queira pegar no collo, e photo que o retracte não falta, a rir, pedindo a mammadeira!

NOVAS TURMAS [5069]

Tentou se impor, fazendo cara brava, e nada: gargalhava a molecada.

Zangou-se, admeaçou, como aula dada, cobrar toda a materia que lhes dava. Mas, antes que sahisse, uma rasteira prostrou-o. Viu os tennis ao redor da cara. Cafungou-lhes na biqueira. Sentiu, até, das meias o suor.

Aos olhos juvenis da classe inteira, notou que um pé daquelles bem maior seria que seu proprio. Esteve à beira da morte, aos pés dum bando "de menor".

128 GLAUCO MATTOSO

Entrou o professor na salla. Estava a classe na algazarra. Ouviu risada em grossa voz, zoando, e viu que cada marmanjo se attrazava alli, na oitava.

CHORÃO SEM CHORDÃO [5086]

PEDOPHOBIA 129

Vestindo fraldão branco, chupetão gigante pendurado no pescoço, ser finge bebezinho esse colosso de macho, convertido em follião.

O gajo muito dá, mesmo, na vista.

Quem é que emballa aquelle? Emballa alguem? Ainda que elle chore, peça, insista, mulher nenhuma encontra que, por bem, palmadas dê num orpham masochista.

"Mamãe, não vem brincar no meu chordão?", diz elle, no seu jeito chucro e grosso, às moças, que respondem: {Nossa, moço! Sae dessa! Não tem outra, moço, não?}

Problema semelhante enfrenta quem, até no Carnaval, infantilista pretende ser, fazer-se de nenen.

O riso da menina foi fugaz. "Não olha! Sae daqui!", repete, ao lado da morta, um pae ao filho, que se faz de surdo e fica olhando, impressionado.

Bem vivos restariam todos, mas um corpo projectou-se e, exborrachado, vertendo muito sangue, no chão jaz, deixando todo mundo salpiccado.

130 GLAUCO MATTOSO ATTRACÇÃO EXTRA [5100]

No parque disneylandico, o brinquedo mais alto e perigoso é o que mais tempta meninos e meninas. Uma senta na sua cadeirinha. Ri, sem medo. Se move a geringonça, um arremedo de torre e elevador. Depois da lenta subida, a tralha, em queda violenta, abbaixo vem. O publico está quedo.

TACTICA AQUATICA [5101]

PEDOPHOBIA 131

Ao vel-o sentadinho, tendo, ao lado, da eschola o material, a mulherada apponcta, pois a todas elle aggrada: "Que lindo! Que menino comportado!"

Paresce bom menino. É bem damnado, porem, e nadador! Ah, como nada bem, esse garotinho! Não ha nada no mundo tão bom como estar a nado!

Ah, quando esse menino vê piscina, não pode se conter e doido fica, se assanha! Ao pullar n'agua, elle salpicca quem perto esteja, exhibe-se, fascina! Na sunga, se advoluma a sua picca, talvez por advistar uma menina nadando... Ou vendo as bichas, imagina a bicha fofoqueira, que fuxica.

132 GLAUCO MATTOSO DIA DA CHOCOLATRIA [5181]

Não quero outro poema que só tracte daquillo que apta e prende este intestino turrão! Meu almanach, agora attino, o vinte e seis consagra ao chocolate! Adoro chocolate! Mas um vate dever tem de fallar como um menino que brinca e se diverte? Ou seu destino de adulto é ser careta e armar debatte? Que faço? Abuso? Soffro? Não decido! Comer ou não comer, eis a questão! Atter-me ao chocolate? Ao cagalhão? Cagar ou não cagar? Eu me divido! Menino accabo sendo e assumo: "Ah, vão tomar no cu, vocês! Minha libido tem senso synesthesico: o sentido é doce e o paladar é meu tesão!"

PEDOPHOBIA 133 CILADA ASSUCARADA [5250] A velha, envenenando uns brigadeiros, vingança planejou contra a vizinha. Na caixa ella os colloca, uma fitinha bonita admarra e, assim, dribbla os porteiros. À filha da vizinha, lisonjeiros presentes elles são. Nem adivinha que victima ella seja da mesquinha senhora... e os brigadeiros come, inteiros!

Os damnos são certeiros: fica em coma e quasi morre a credula menina, mas (pasmo eu) resistiu! Alguem me embroma? Alguem coisas erradas imagina? Verdade! Por verdade é que se toma! Foi facto, me confirmam. Qual vaccina terá tanta tranqueira que ella coma, si fracco effeito adveiu da toxina?

134 GLAUCO MATTOSO RAPAZ VORAZ [5260] É sempre assim! Na Paschoa, a gente abusa dos ovos, dos ovinhos, dos ovões, das barras, dos tablettes, dos "bombões", mas sempre é chocolate, se deduza. Creança que um ovinho a mais recusa não posso conceber. Bebês chorões até mesmo os crescidos marmanjões se tornam, si com ovos algum cruza. Um filho não ficou, ao vel-os, mudo: -- Mamãe! Eu quero aquelle! Olha o tamanho! {Tamanho tem você! Quer comer tudo sozinho, seu guloso? E eu? Tambem ganho?} -- Ah, compra dois, então! Do mais grahudo! Eu como o meu depressa e nem me accanho! Si achar que não aguenta... Oba, eu adjudo, até si tiver gosto meio extranho!

Cahiu a ficha. Aquelle bilhetinho no bolso do marido, que a mulher achou, os olhos della abriu. Qualquer desculpa do vinagre não faz vinho.

PEDOPHOBIA 135

CUECA ARRIADA [5264]

Então ella decide: acha ruim, mas juncta-se com outra, mais polpuda de grana e de cadeira. Antes assim, pensou, que dedicar-se, em casa, a Buddha.

Agora ella ja sabe: em mau caminho seu homem tem andado. Mas não quer botar tudo a perder. Si assim fizer, perdido está o futuro do Juninho. Mas isso não tem, mesmo, um calmo fim. Com pena do filhão, mantem-se muda. Um dia, surprehende o proprio "teen" chupando seu papae, que se desnuda.

136 GLAUCO MATTOSO DISSONNETTO DUMA VINGANÇA DE CREANÇA [5309] Não fiz nada, mamãe, juro! É exaggero da vizinha! Só deixei ficar no escuro o filhinho della! Eu tinha! O moleque pegou minha bicycleta! Não atturo isso! Então, com a ponctinha duma faca, fiz-lhe um furo! Foi pequeno o meu perigo! Foi num olho só! Mas, ja que ella disse que elle está totalmente cego, eu digo: Não se metta alguem commigo! Completei, mesmo, o serviço! Quem mandou fazerem disso um motivo de castigo?

PEDOPHOBIA 137 DISSONNETTO DUM TRAUMA QUE TRAVA [5351] Professor, agora, appanha dos alumnos! Si um moleque nota baixa delle ganha, perde o medo e perde o breque! Não se inhibe nem se accanha: nada impede que sapeque nelle a surra que, tamanha, difficulta que defeque! Sociaes são as questões. Quando a surra é na peripha, o moleque ainda grypha ponctapés com palavrões! "Seu cuzão!" Tome pisões. "Seu veado!" Pé na cara. "Puto! Bicha!" Ninguem sara dum chutão em seus colhões.

Como as nadegas são largas e bojudas tambem são, bem supportam essas cargas, esse ardor, essa pressão.

138 GLAUCO MATTOSO TRAZEIRO PRAZENTEIRO (I a VI) [5401/5406]

Tem cofrinho e não despreza donativo: o coroinha, logo appós a minha reza, a appalpal-a se encaminha. A massagem que esta bunda de ganhar mais faz questão eu a ganho quando affunda nella a mão dum garotão.

Uma bunda que se preza (narra um padre) é como a minha: ella vale quanto pesa, tem dobrinha, tem covinha...

Bunda grande é mesmo assim: apparesce, occupa espaço. Mas trabalha para mim um garoto bem devasso. Elle nunca acha ruim si de bruços deito e faço que me applique, desde o rim às virilhas, o seu braço.

Elle até me causa gozo quando apperta com mais força. Disfarsar até que eu tento, um gritinho segurando. Mas, si o golpe é violento, ja berrei, de vez em quando. Quando eu rezo a "missa joven", assanhado sei que fica o rebanho. Logo chovem commentarios: dão-me a dica.

PEDOPHOBIA 139

Coroinha musculoso, faz que a gente se contorça.

Eu desejo que me sovem, que na bunda mettam picca, mas controlo-me: que approvem minha missa é o que edifica. Só que, emquanto é celebrado meu officio e, em oração, todos cantam, para o lado delles viro o trazeirão. Os meninos ja se ouriçam ante a magica visão: sob a calça seus paus içam a cabeça, de tesão.

140 GLAUCO MATTOSO

Eu nem faço cara feia: viro a bunda, que perfeita lhe paresce, e a massageia. Goza só por appalpal-a (quem quizer que nisso creia) e eu, olhando aquella mala, tambem tenho a minha cheia.

Meu temor é que o menino mais se anime e que mais queira. Si se anima, eu imagino onde accaba a brincadeira. Vae querer ouvir um hymno em louvor à Padroeira? Quererá ser do Divino Sacramento a voz obreira?

Elle ordena: "Padre, deita!"

A parochia quasi inteira nada sabe, e eu nada conto. Mas, mais tarde, quem se exgueira ao meu quarto, sempre a poncto de exporrar, é quem certeira mão tem: manda, e me admedronto.

Eu não posso dar bandeira: rezo a minha missa, e prompto!

Direi: elle é que é ladrão! Nisso penso e, emquanto rezo, aos moleques do povão, minha missa, os contras peso e o trazeiro escondo... em vão.

Com o tempo, ja não basta dar-lhe "uns putos", como chama qualquer grana, porque gasta com garotas de programma. Pedirá que eu compre um carro: quer levar a namorada ao cinema. Então exbarro na questão mais delicada.

PEDOPHOBIA 141

Nada disso! No começo, fica a coisa só na cama.

Da parochia (emquanto narro, vou pedir: não digam nada a ninguem) eu pego e aggarro toda a grana arrecadada.

Si o garoto é quem, mais tarde, com chantagem vem, mandão, me accusar, serei covarde.

Elle acceita o que offeresço e, feliz, nada reclama.

Mamãe, que seu filhinho não maltracta, com todo o jeito pede. Mas, por mero capricho, o filho grita com voz chata: "Não quero, mãe! Não quero, mãe! Não quero!"

LEI DA PALMADA DE MURPHY [5589]

142 GLAUCO MATTOSO

Papae, que julga aquillo ser mammata, quer ordem e intervem num tom severo. O filho, mais gritando, o pae destracta: "Não quero, pae! Não quero, pae! Não quero!"

Si filho meu assim me desaccapta, sabendo que tal coisa não tolero, a chance de que nelle eu nunca batta será, naturalmente, egual a zero.

Fingindo não ouvir sua bravata, com toda a paciencia nesse lero insiste ella, mas ouve a phrase ingrata: "Não quero, mãe! Não quero, mãe! Não quero!"

-- O cara até confessa que mais deu o cu do que comeu! Como que pode? Subjeito de respeito não se fode assim! Vergonha alheia vou ter eu? Mas, graça achando, o macho faz que seu rival mais ciumento se incommode, pois sabem quem fez barba, fez bigode, cabello quem fez. Sabem quem cedeu.

-- Quem é que não brincou de troca-troca? Assumpto mellindroso! Aquillo choca collegas de trabalho. Um segurança da firma de citar jamais se cansa a phrase do patrão que não se toca:

PEDOPHOBIA 143 TROCA-TROCA [5608] Amigo meu, machão, me diz que evoca seus tempos, ja distantes, de creança e, rindo, um desaffio serio lança:

TURMA DO MALÃO MAGICO [5662]

A nova bonequinha tem mais fins, mais meios, à Madonna se compara.

À parte quem moral qualquer não tem por ser bolsonarista, acha a platéa babaca que faz Greta muito bem em seu papel, com manha, na Assembléa.

Ficou Justin grandinho demais para servir de bonequinho pros seus teens. Agora chega a Greta, que mirins anxeios representa com voz clara. A Barbie, superada, ja nem tara desperta, ja nem mancha jovens jeans.

Bonecos de ventriloquo, ninguem os pode condemnar. Bem peor é a massinha de manobra. À mente vem: "Bilu, bilu, bilu! Bilu, tetéa!"

144 GLAUCO MATTOSO

PEDOPHOBIA 145 LETTRINHAS E LETTRAÇAS [5725] Às creanças sou auctor pornographico demais. Mesmo assim, pude compor versos meio angelicaes. Deu a critica valor quando fallo de animaes. Fui feliz, si um basset for bom assumpto e encante os paes. Mas os livros infantis não são mesmo minha praia. É, dos themas, infeliz sempre aquelle que me attraia. Quem quizer ser bom juiz do que escrevo, que não caia na armadilha de meus vis detractores: Viva a vaia!

Si meus versos à creança não dirijo propriamente, é que ponho na ballança o que todo cego sente.

146 GLAUCO MATTOSO INCORRECTO RETROSPECTO [5823]

Meninice sempre inspira ao poeta alguma merda. Fallo claro: minha lyra de ninguem bons modos herda. Eu no callo (alguem confira) Só commento o que me apperta.

Sobre infancia, mais mentira que verdade acho em offerta.

Um ceguinho que se lança nestas lettras pela frente encontrou foi a festança dos que riram do que invente.

PEDOPHOBIA 147 MISCHIEF NIGHT DISSONNET [5846] Si malefica a noitada, quem vagar na rua dansa, pois aquella molecada não tem nada de creança. Quem puder fugir, se evada! Ao ceguinho, com voz mansa ninguem falla quando brada: "Lambe a bota! Ralla a pança!" Por feliz elle se dá si ficar somente nisso, humilhante que ja tá, o sujissimo serviço. Os pivetes até ja obrigaram um submisso alleijado a fazer "qua" na sargeta do cortiço.

Não! Elles mesmos querem fazer festa, brincando com as coisas que escrevinho, pedindo que eu lhes faça, no mindinho, aquillo que não faço em minha testa. Si é dia de testar, tambem proponho meu teste: no pezinho dum bebê vintão eu passo a lingua, qual no sonho. Sorrindo elle de cocegas, se vê que é macho indifferente; si langonho ficar, mais tracto oral quer que eu lhe dê. Bem, e si não quizer? Nem tão tristonho eu fico: outro moleque em mim ja crê.

148 GLAUCO MATTOSO MEME DO BEBÊ [6040]

Testar, todos testamos. Quem contesta? Eu mesmo faço o "teste do pezinho" e sei quando um bebê desencaminho. Ninguem um meninão jamais molesta.

O mestre, em attitude provocante, faz mimica, torcendo o maxillar, abrindo bem a bocca cavallar, a lingua a lhe espichar, egual bacchante.

PEDOPHOBIA 149

Assanha-se, de facto, o molecote, mas, nessa quarentena, a prole toda se juncta alli na salla. "Que se foda!", decide-se em commum. Alguem que note!

O joven quer mostrar, tambem, seu dote. Abbaixa as calças, tira a rolla, açoda a mão battendo bronha. Se incommoda a mãe. Ninguem notou o seu decote.

EDUCAÇÃO À DISTANCIA [6075] Ao vivo, o molecote estuda deante da tela de seu novo cellular. Remotamente, para leccionar com emphase, se exforça alguem bastante.

Dá nisso quarentena, num pequeno espaço, de familia numerosa. Ninguem conseguirá contar em prosa metade do que conto em meu terreno.

Faltou dizer que curva não se vê no pé chato do menor, tambem. Não goza lambendo só chulé ninguem. Gostosa foi tal introducção, num tom ameno.

Deitados de valete numa quota restricta de colchão, ninguem de facto tranquillo dormirá. Por mim, ja batto punhetas mil, pensando na patota.

Emquanto não se pode sahir, bota na cara do menor o seu pé chato o mano que, mais velho, de insensato ja posa, ja postura adulta adopta.

150 GLAUCO MATTOSO ACCHATAMENTO DA CURVA [6084]

PEDOPHOBIA 151 HASHTAG GUENTA AHI [6151]

Você fallou tambem que eu nunca ri dum cego, só porque perdeu a vista meu pae! Mas caso nisso mais insista, rirei, e sem remorso! Guenta ahi! Que mais você fallou? Ah, que gury ainda sou, que minha tara dista da adulta decisão! Serei sarrista, então: meu pé lhe nego! Guenta ahi!

Você não foi, Glaucão, quem meu xixi fallou que beberia? Agora mixta será sua porção, pois que consista farei tambem de merda! Guenta ahi!

Você não foi quem disse que eu cahi naquella temptação de ser fascista e numa dictadura achar a pista de todo o meu sadismo? Guenta ahi!

Jesus não foi appenas flagellado. Soffreu humilhações diversas. Para quem Anna Catharina leu, a cara sagrada do Senhor foi chão pisado. Pisaram-no os carrascos. O solado grosseiro das sandalias lhe exfregara os labios ja sangrentos. Gargalhara quem delle tinha feito um pão sovado. Meninos, sim, meninos tambem disso risada deram muita. Quem espinho junctou, para a coroa de excarninho proveito, foram elles. Que serviço! E, para não dizer que fui ommisso, Jesus lhes rastejou aos pés. Caminho fizeram com seu passo os do gruppinho no sancto rosto. Orgastico feitiço!

152 GLAUCO MATTOSO MENINOS [6194]

Seu Glauco, o senhor pode ter certeza de como o meu chulé de maior é!

Talvez seja menor este meu pé, que pouco mede menos que o da mesa! Mas posso garantir: de rolla tesa não fico si um adulto cafuné fizer no meu pentelho! Bote fé, creança não serei tão indefesa!

Seu Glauco, o meu chulé não me envergonha, mas delle nem tampouco sinto orgulho! Farei anniversario, agora em julho! Ja apperta todo tennis meu que eu ponha! Com novos tennis todo joven sonha! Darei, sim, ao senhor aquelle embrulho de tennis velhos! Deixe, que eu vasculho meu quarto! Mas não vale batter bronha!

PEDOPHOBIA 153 MAIORIDADE [6273]

Seu Glauco, estão querendo me expulsar! Sim, do collegio, só porque eu fallei do negro, da mulher, até do gay, aquillo que merescem escutar! Mulher tem que rallar e ser "do lar"! Ao negro não tem nada que ter lei de quotas, de racismo, la nem sei que mais, e gay precisa se curar!

Trez dias eu peguei de suspensão e querem me expulsar por causa disso! Calcule si meu tempo desperdiço fallando o que dum cego penso, então! Fallar nem vou, seu Glauco! Um cego não precisa que se falle! Elle é submisso à gente, que ver pode! Mais enguiço ja tenho com quem pede punição!

154 GLAUCO MATTOSO SUSPENSO [6280]

Seu Glauco, o meu papae disse que eu não devia conversar com um poeta maldicto, que influencia assim affecta a gente e nos perverte... Com razão! Mas quero perverter-me e nelle, então, uns golpes appliquei que até se veta nas artes marciaes! Ja ficou quieta a lingua delle, espero, o babacão!

PEDOPHOBIA 155 SUSCEPTIBILIDADES [6289]

Sou calmo, sim, seu Glauco! Só si for o caso desço o braço no papae! Sossegue! Edade tenho! O que me trae é minha cara feia de infractor!

Passei por internatos, sim, mas por bem pouco tempo, claro! O senhor vae querer me questionar? Se toque, hem? Ai de quem leis de moral quizer me impor!

Meu filho, Glauco, deixa-me maluca! Eu mimo, mimo, mimo, mas de nada addeanta! Quem controla a molecada dos dias actuaes? Bagunça a cuca!

156 GLAUCO MATTOSO MIMOS [6290]

Si nego uma coisinha, ah, meu amigo! Irado o molecão logo me fica! Me chuta com o tennis, me dá bicca na cara, até! Magoa-se commigo! Si faço o que elle pede, ja perigo exsiste de querer griffe mais rica no tennis e nas roupas! Mas que zica! Ja adulto, elle 'inda aqui quer ter abrigo!

A gente faz de tudo! Veste, educa, dá tennis, calça, às vezes dá palmada, descalça, calça a meia! Quando usada ja lava! Mas é tudo uma sinuca!

PEDOPHOBIA 157

DIABRETE [6291] Ai, Glauco, tenho um filho de proveta! Precisa ver que praga, que pestinha! Ninguem excappa! A todos apporrinha! Eu, hem? Paresce filho do Cappeta! Ainda que eu mamãe boa prometta ser, elle me excarnesce, endemoninha e surta, quer foder-me! Coitadinha da sua amiga, Glauco! Não é peta! Que faço? Ouço você? Dou uma dura? Me livro do moleque? Não será tão facil! Prometteu que contará tudinho pro papae! Sim, elle jura! Ai, Glauco! Tenho medo da tortura methodica que Junior sabe, ja, com jeito practicar! Quer que elle va ahi? Não brinque! É muita diabrura!

Na filha da vizinha a diabrura mais sordida practica aquelle meu menino, o diabrete! Sim, perdeu, coitada, a visão -- scena rude e dura! Brincando, o diabrete della fura um olho, depois outro! Nesse breu horrivel, ella leva rolla! Atheu é elle! Esse menino não tem cura!

158 GLAUCO MATTOSO DIABRURA [6292]

Um endemoninhado o meu menino só pode ser, Glaucão! Ora, accreditas tu que elle em paz não deixa as mais bonitas do bairro? Comeu todas, imagino! Comtudo, na mão delle -- é o que eu opino -mais soffre certa gente que tu citas bastante em teus sonnettos. Ah, maldictas as victimas que cumprem tal destino!

Tadinho do menino! Ouvi contar, num desses "lindos casos", que elle tinha poderes mediunicos, mas minha urgencia foi dum lance estar a par. Fizeram-no lamber, para curar, feridas que do filho da vizinha surgiram no pezinho! Que excarninha sessão! Que masochismo singular! A fama do moleque percorria o bairro. Varios pés elle lambeu, alem de pernas, braços... Seu atheu papae sempre cobrou certa quantia... Ha tempos me contaram, mas um dia ainda vou attraz desse plebeu e celebre episodio. Serei eu, tambem, quem desse modo curaria?

LINDO CASO [6303]

PEDOPHOBIA 159

No collo da mamãe, a bebezinha paresce innocentissima, coitada! Mas basta que mamãe fique occupada e a docil innocente está damninha! Ja pelo chão a debil engattinha, aggarra, puxa tudo! Pega cada chordinha, cada cabo que lhe invada o campo visual ou da mãozinha! Precisa ver, Glaucão, a quebradeira!

160 GLAUCO MATTOSO TRASGO [6310]

Não sobra pedra sobre pedra, nem crystal com mais crystal, pois a nenen a cacos reduz tudo que está à beira! Glaucão, cê quer saber? Isso me cheira a coisa do Cappeta! Não lhe vem à mente esse demonio que detem poderes maus e, por detraz, se exgueira?

Sem ter a protecção de quem adjude, recebe ponctapé, pisão, solada na cara, até paulada. Quasi nada faltou para appressar a morte rude.

Ao lado, no playground, a divertida turminha de creanças a brincar está, mas interrompe o salutar recreio ao ver a victima cahida.

PEDOPHOBIA 161

Até que algum adulto uma attitude emfim tome, essa activa molecada se juncta ante o coitado, que está cada vez mais agonizante e não se illude.

ADJUDA MEHUDA [6321] Em pleno desespero, um suicida attira-se, mas é do quarto andar. No pateo cae, mas passa a agonizar, pois pouca altura não lhe tira a vida.

Seu Glauco, sou grandão! Occupa a mão inteira meu peru, quando um allarme me dá, ficando duro! Só mellar-me resolve esta gostosa sensação!

162 GLAUCO MATTOSO QUESTÃO DE EDADE [6328]

Não leve a mal, seu Glauco! O meu pae não me deixa nem pensar em masturbar-me!

Nem quando da menina aquelle charme me excita, admitte o velho o meu tesão!

Seu Glauco, vou fallar toda a verdade aqui para o senhor! Só de saber que está sem a visão, vem um prazer incrivel no meu pincto, que me invade!

Ahi que me punheto, cara, aggrade meu pae ou não aggrade! Que dever eu tenho de tão casto me manter?

Normal é ter tesão! Coisa de edade!

PEDOPHOBIA 163 EDUCAÇÃO REMOTA [6331] Ah, Glauco! Mas que raiva que me dá! Alguem, no apê de cyma, tem a mais mimada filha, creia, que jamais na vida vi! Lembrei, me ennervo, ja! A peste não diz "não", diz "na"! Será por falta de insistencia que seus paes escutam a teimosa? Quaes normaes ouvidos a toleram? Alguem ha? Diz "na, na, na, na, na!" mesmo si tem, nas aulas à distancia, que ficar na frente duma tela, para azar do pobre professor! Que nhenhenhem! Não, Glauco! Uma vontade até me vem de estar, daquelle mestre, no logar, appenas para a peste expaventar com meu carão da Bruxa de Salem!

Preciso te contar, Glauco, o que minha filhinha fez! Num pacto com a filha da nossa faxineira, maravilha acharam si brincassem de casinha! Achaste normal? Calma! A minha tinha chamado um molequinho que partilha das mesmas preferencias da quadrilha que gostas de louvar, cara! Adivinha! Sim, sadomasochistas! Em edade tão tenra, ja triangulo formando! Mas foi o garotinho que ao commando cedeu de ser escravo, na verdade! Talvez o que fizeram não te aggrade, Glaucão, mas os pés dellas foi beijando o gajo! Tu querias, mesmo, um bando de machos, né? Te entendo, meu confrade!

164 GLAUCO MATTOSO

NATURALIDADE [6337]

Seu Glauco, sou menino ja grandinho! Não posso ser chamado de creança! Mas, como o desaffio o senhor lança, confesso, sim, ter sido um coitadinho! A gente, nessa edade, em descaminho se mette e em fodelanças faz lambança!

PEDOPHOBIA 165 TROCA-TROCA DE MASOCA [6364]

Topando o troca-troca, não se cansa de estar por baixo, às ordens dum vizinho! Me lembro dum vizinho que o senhor iria adorar! Era tão magrella, mas era tão mandão! Qualquer um fella alguem que se propõe dominador! Mas veja la! Não tente nem suppor que sou masoca agora! Da janella ao ver uma menina, na goela eu sonho o pau lhe pôr! Sou fodedor!

166 GLAUCO MATTOSO SCENA AGUDA [6366] Os mortos-vivos cercam um sobrado que está de adolescentes bem repleto. Entrar os zumbis querem, pelo tecto, porão, saguão, por tudo quanto é lado. Os jovens entram quasi que em estado de choque. Em desespero, vão directo aos quartos e se trancam. Me connecto com elles. Um passou-me este recado: {Seu Glauco, ja pedimos uma adjuda local, estadual ou federal e estamos agguardando... Um entrou! Mal entrou, ja devorou alguem! Accuda! Ouviu a gritaria? Agora muda ficou a scena... Agora cada qual comido foi... Restei eu, affinal...} E nada mais ouvi. Que scena aguda!

PEDOPHOBIA 167 TRAQUEJADA NADA [6368]

Seu Glauco, de menor eu era ainda nos annos em que puta me tornei! Mas, como o meu irmão era ja gay, me deu a maior força! Fui bemvinda! Agora de maior eu sou, e linda, me dizem! Sim, trepei e treparei até meu cu fazer bicco! Ja dei p'ra todo typo! O jogo nunca finda! Mas nunca amei um cego! O senhor ja amou alguma puta? Dezenove eu tenho! Si quizer que eu lhe comprove... Septenta, sim, é sexy e não gagá! Que pena! Ja não transa? Que será que eu posso fazer para que renove commigo o seu tesão? Quer que eu lhe sove a cara com o pé? Não, não... Não dá!

168 GLAUCO MATTOSO PODERES [6375] Seu Glauco, ja cresci! Não acho mais que, embaixo desta cama, viveria um monstro que não posso ver de dia mas que, durante a noite, dá signaes! Não! Monstro não, senhor! Monstro jamais! Mas, em compensação, minha agonia agora vem de formas que eu não via e vejo, ja: são sobrenaturaes! Espiritos, phantasmas! O senhor duvida do que digo? Não? Que bom que crê tambem! Assim não fico com meu medo só: partilho o meu temor! Disseram que visões fazem suppor que eu seja sensitivo, que meu dom se explique... Mas eu vejo, escuto o som e nada de "poderes": só terror!

Sem ter o que fazer que mais aggrade na tarde de domingo, vão brincar, no quarto de dormir da faculdade, aquelles estudantes, de pisar. Pisar, sim! Vendam olhos. No logar que fora do tapete, um à vontade ficou. É feminino o calcanhar que está sobre seu queixo, ou não? Será de... De macho, não! Fingindo que rejeita beijar um pé de macho, o meninão acceita quando sente que o dedão na bocca tem a forma mais perfeita. Pensando de menina ser, acceita lamber, até! Retira a venda. Então percebe ser do gajo mais bundão e faz que se offendeu com a desfeita.

JOGO PUERIL [6387]

PEDOPHOBIA 169

170 GLAUCO MATTOSO QUEM VÊ CARA... [6391]

Tambem tem a chibata, tem a bolla, que serve de mordaça, tem a venda, que serve para que esse verme entenda que deve ser quem, cego, ora rebolla.

Agora quer vingança. Ja bebum, morreu seu malfeitor. Tem ella, para os homens em geral, severa vara, aquella de marmello, mais commum.

Assim cada machão lambeu a sola daquella revoltada. A cara horrenda não chega a ter, mas, caso só dependa de rosto, sua tactica não colla.

Soffreu, quando menina, muito dum padrasto violento, que a currara com outros gajos, rindo-lhe da cara chorosa das creanças em jejum.

PEDOPHOBIA 171 MENINO LEPORINO [6392]

Beijei não! A menina nojo tinha, seu Glauco! Tenho o labio "leporinho"... Agora, corajoso, lhe escrevinho e tudo vou contar em cada linha. Não ria, Glauco, dessa tara minha! Não posso ver um beiço vermelhinho, molhado, duplicado, cor de vinho rosado, que me encaixo na chotinha! As putas deliciam-se, eu lhe juro! Relaxam, arreganham, abrem tudo! E eu, labio contra labio, lambo mudo, degusto o succo, sorvo o mel mais puro! Beijar na bocca, nunca, nem si escuro está! Mas o senhor tambem sortudo não é! Tem que beijar, sem ver, o cu do bundão mais porco, ou ser-lhe pedicuro!

Fessora, não me venha com licção de casa, redacção nem sabbatina! Está tudo mudado! Disciplina é coisa para nota? Não é, não! Magina! Só porque dei pescoção, tabefe e ponctapé noutra menina, agora acha a senhora que me ensigna a ser bem comportada? Que illusão!

172 GLAUCO MATTOSO

ZERO EM COMPORTAMENTO [6396]

Si perco o meu controle, eu na senhora applico um golpe baixo, uma rasteira e piso-lhe na cara, caso queira botar-me desta salla para fora! Duvida? Somos todas nós, embora pequenas, da pesada! Ja na feira battemos num ceguinho! Brincadeira é, para nós, surrar alguem que implora!

MARRUDA GRAHUDA [6397] Glaucão, ja te contei que professor deixei de ser? Tá louco! Sim, na salla cheguei a ser pisado por quem falla mais grosso com a gente! Vou depor: Terriveis jovens! Ordem eu quiz pôr na classe, mas quem tenta controlal-a vê logo que só falta alguem a balla ao mestre reagir, Glauco! Um horror! Cercaram-me e jogaram-me no chão! Vi perto dos meus olhos cada tennis enorme! E era menina quem infrenes impulsos exhibia de aggressão! Pensaste? Cara, atturo humilhação até dum meninão! Não me condemnes, porem, si não te peço que me enscenes teus casos de pisões dum sapatão!

PEDOPHOBIA 173

Um caso bem curioso! Veja só!

174 GLAUCO MATTOSO SCENA ABJECTA [6407]

A guarda de dois filhos perde quem? A mãe, que no chartorio culpa tem. Os filhos são deixados com a avó. A avó, que muita gente no forró conhesce, empresta a dupla para alguem que tem poucos escrupulos, tambem.

Depois, os filmes rollam na secreta corrente de pedophilos. Emfim, alguem os denuncia. A saber vim que tinha a clientela mais selecta.

A curra, na prisão, é predilecta dos sadicos: destino bem ruim àquelle estuprador. Mas houve, sim, até juiz curtindo scena abjecta!

São ambos estuprados, pois, sem dó!

Hem, Glauco? Ja pensou? Zumbi mirim! Vampiro mirim! Nunca lhe passou tal coisa na cabeça? Pois lhe dou a dica: são communs, exsistem, sim!

PEDOPHOBIA 175 CORPINHOS NUS [6410]

Creanças tambem morrem, e ruim seu genio fica quando nem rollou um mez e ja ninguem mais se lembrou de quem assim precoce teve fim!

Ha casos de vingança que pavor suscitam num atheu ou num christão! Parentes, paes, mães, thios, mordidos são e sangram devagar, em estertor! São pegos de surpresa! Assim, quem for cagar ou tomar banho, pelladão, trancado, surprehende-se (E quem não?) que esteja alli, nuzinho, um mordedor!

Então, foi triste. Tive que chamar meu filho e lhe explicar que ja com sua mamãe a relação não continua. Edade elle terá para sacar. Então, elle chorou. No meu logar, você, Glauco, diria que ella actua por mal? Pois seja assim! Me substitua por outro, mas... E nosso filho, o lar? Então, não contei tudo. Só fallei que nós somos humanos e entre nós nem sempre tudo corre bem. Appós o pappo, seguiremos pela lei.

Então, Glauco, não sei o que farei. Ficar vae o gury com os avós. Tentei neutro manter meu tom de voz, mas devo confessar: tambem chorei.

176 GLAUCO MATTOSO DESABBAFO DE AMIGO [6412]

Occorre-me, então, Glauco: cê ja fez idéa do que faz uma creança si impune sempre está? Jamais se cansa de impor-se e ver no adulto o seu freguez!

Um cego é pratto cheio, toda vez me passa na cabeça! Ah, ja festança fizeram com você? Sou eu quem dansa, então! Não foram dois? Ah, foram trez?

Você, que leu quadrinhos p'ra caralho, Mattoso, dos sobrinhos certamente se lembra! Hans e Fritz! Exactamente!

VOLTANDO COM A PIPOCA [6417]

Por que de fallar delles eu me valho?

PEDOPHOBIA 177

Porque pregavam peças! Eu, que ralho com filhos, acho raro que se invente duplinha mais perversa! Quem não sente revolta contra abusos dum pirralho?

Ao menos nisso perco o meu cabaço! Mas quero lhe contar meu passo a passo emquanto me punheto... Quem não sonha com uma namorada na qual ponha a rolla? Ja me achou meio devasso? Espere só, seu Glauco, até que eu diga que não é sempre em minas, não, que penso! Tambem tenho um prazer cruel, immenso, pensando num collega duma figa! Sim, elle me bullyinga! Minha briga com elle se resolve, pois compenso na bronha! Ahi me vingo! Nelle prenso a bota até que erguer-se não consiga!

178 GLAUCO MATTOSO ACCERTO DE CONTOS [6418]

Seu Glauco, o senhor sabe como faço, na cama, antes do somno? Batto bronha, é claro! Nada disso me envergonha!

PEDOPHOBIA 179

Eu era adolescente. Senti tão salgado um chulezão, que gol de placa marquei na chanca delle! Vinha a inhaca das meias dentro della, alli no chão! Pegou-me cafungando, o nariz nella mettido. Ouvi: "Bonito, né, sobrinho? Te babas por um forte chulezinho? Então tens que provar a mortadella!" Estava de chinello. Fungadella à bessa dei na sola do excarninho thiozão. Você tambem, eu adivinho, seria delle escravo, um cão que fella!

DISCIPLINA CANINA [6436] Tesão, Glauco, senti por um irmão da minha mãe. Cunhados, você saca, são typos parasitas, chatos paca! Meu pae o tolerou por um tempão!

Ja nelles não consigo mais pensar, por compta dum amigo que quiz, sem reservas, se tornar dum boy refem e veiu, bem depressa, a se ferrar! Escravo ser alguem de adolescente é coisa de imprudencia cavallar! Não pense que bastou lhes dar um par de tennis, ou lambel-os, de repente! Os jovens abusar vão! Cê que tente contel-os! Sim, cansei de ser vulgar e reles chupador! Quero ficar bem longe, a punhetar-me, indifferente!

180 GLAUCO MATTOSO PRETENSA INDIFFERENÇA [6480]

Eu era conselheiro tutelar, Glaucão! Um hebiatra fui, tambem! Agora ja não cuido de nenen com cara de quem faz vestibular!

PEDOPHOBIA 181 GLOOMY [6654]

Não sentes medo, Glauco? Tu te mettes a versos fazer sobre coisas tão maccabras, tão sinistras! Do caixão irão se levantar alguns pivetes! Pensaste nisso? Caso te punhetes pensando no pezão dum molecão, um dia attrahirás, de supetão, um delles, à procura de boquettes!

Taes manos morrem cedo. Um morto à balla, ainda de menor, antes de estar nas partes decomposto, si teu lar invade, essa carniça ha que chupal-a! Terás coragem, vate? Elle te falla: "Tu queres, do dedão ao calcanhar, um pé fedido? Tracta de chupar! Tá sujo, pois directo vim da valla!"

182 GLAUCO MATTOSO

Tentei argumentar com um pivete que estava armado, Glauco! Me fodi! O tal gajo obrigou-me, bem alli na rua, a lhe pagar brutal boquette!

Por isso sempre digo: quem se mette com essa meninada até xixi accaba por beber! Eu ja bebi! Hem? Pense nisso, caso se punhete!

Moleque da peripha você não provoca sem livrar-se da vendetta!

MISSISSIPPI KID [6761]

Ah, Glauco, si o moleque é do Capão ou la da Zona Leste, não se metta com elle, pois quem delle enfrenta a treta a cara quebra, accaba alli no chão!

Naquella parte escura do planeta a turma não tolera a discussão!

PEDOPHOBIA 183 ADULTESCENTE [6785] Passei dos trinta anninhos... E dahi? Ainda moro, Glauco, com meus paes e nisso não achei nada de mais! Ja muita gente nessa phase vi! E sabe, Glauco, duma coisa? Aqui em casa todos acham naturaes meus habitos, faz tempo, pois são taes manias as que sempre eu exhibi! Meu quarto na maior bagunça fica! Bem alto ouço uma banda barulhenta! Emprego nunca achei, mas me sustenta aquella mezadinha nada rica! Sebinho se junctando vae na picca! Largada fica a meia chulepenta! Ninguem o meu relaxo mais aguenta, excepto 'ocê, que versos me dedica!

Não, vate, eu nem trabalho, nem estudo!

Si nesse meu character eu não mudo, não chego, veja, a ser como um bebê que fraldas suje e banho mamãe dê na bunda dum rapaz grande e barbudo!

Nem ahi estou! Nós temos empregada que lava as minhas meias, lava até cuecas exporradas! Mas quem é que irá lavar meus pés? A namorada?

Mas, Glauco, o caso é simples: disso nada impede que meu tennis um chulé exbanje, quando o tiro, que café nenhum supera aqui, meu camarada!

184 GLAUCO MATTOSO NEM NEM [6786]

Agora lhe pergunto: para que, si tenho meus paes vivos? E você bem sabe que eu vou delles herdar tudo!

PEDOPHOBIA 185

REMINISCENCIA DA PUBESCENCIA [6818]

Sim, vate, estou lembrado. Foi assim: Meu primo era mais forte. Eu, que dormia às vezes la na casa da tithia, maricas e podolatra a ser vim. Aquillo para mim não foi ruim, mas eu que ruim fosse bem fingia. Seu pé na minha cara poz um dia, durante nossa lucta, ja no fim. Rendido, fui ao chão e, então, senti aquella sola chata sobre minha boquinha de menino mariquinha. O resto ja se sabe. Você ri? Pois elle, tambem rindo, fez alli de mim seu escravinho. Não, não tinha escrupulo nenhum. Fiz, sim, carinha de nojo, mas até bebi xixi...

Em summa, Glauco, caso não aggrades meu pau com tua bocca, te serão pesadas estas botas, pois no chão te irei pisar, peor que quaesquer Sades!

Não é por nada, não, mas me imagino peor que um diabrete, que um traquinas!

186 GLAUCO MATTOSO BAD BOY [6961]

Terror eu sou de todas as meninas!

Menino mau, eu sou o mau menino! Pudor, eu não respeito o feminino, siquer o masculino! Me imaginas cabaços deflorando, umas vaginas estreitas arrombando? Te previno: Não roubo, não, somente virgindades de moças innocentes, não, Glaucão!

Tambem estupro um cego, caso não me faça, por bem, todas as vontades!

PEDOPHOBIA 187 O CEGO E A MÃE [6975]

Choroso vae ficando, pois na rua a turma sempre barra seu caminho. Coragem nem siquer tem um pouquinho. Mal ouve esses moleques, ja recua. Mas elles o perseguem e, por fim, applicam-lhe severa punição por ter sido dos golpes o fujão: Mais golpes! Fica a barra, assim, ruim. Só resta se queixar à mãe que, emfim, não pode fazer nada. A reacção virá mais tarde, quando o rapagão masoca vem a ser, tal qual eu vim.

"Coitado do menino!", diz a sua mamãe, compadescida do ceguinho. Com isso, mais espeta seu espinho e mais o seu complexo se accentua.

Alem de ser barrado na calçada, perder, num chute simples, a bengala, o cego, si quizer 'inda alcançal-a, levar vae ponctapés a passo cada e, para completar, seu pae, que nada entende, mal entrou elle na salla, chorando, o descompoz! Ninguem se eguala ao cego que, ja cedo, se degrada.

188 GLAUCO MATTOSO O CEGO E O PAE [6976]

"Não, filho meu não leva desafforo p'ra casa!", diz qualquer pae, orgulhoso. No caso dos ceguinhos, é forçoso dizer que não foi falta de decoro, foi medo, mesmo, pois por cada poro o cego sua, caso tenha gozo alguem em ser-lhe rude e perigoso algoz, tal qual eu proprio corroboro.

PEDOPHOBIA 189 ZICA DUPLA (I) [7035] O cego com a cega caminhava. A gangue de moleques os attacca. Não pode defendel-a, mas bem saca que tinha sido feita, ja, de escrava. Si a cega se recusa, a coisa aggrava. Então, o cego ouve: {Eia! Chupa, vacca! Ahê! Gostoso! Chupa!} Fodem paca. Emfim, elle tambem ja se deprava. Mas elle nem sabia bem chupar e teve que apprender, alli, na hora, debaixo de porrada. Chupa, agora, chorando, mas entende seu logar. Emquanto chupa, pensa: "Puta azar!" E escuta a molecada: {Cego, chora! Vae, eia, sente o gosto!} Commemora a sadica turminha, a gargalhar.

190 GLAUCO MATTOSO ZICA DUPLA (II) [7036] A cega me contou. Accostumada estava, mas o cego não sabia. Achou que excappariam, pela via, andando os dois junctinhos, mas qual nada! {É claro que eu estava appavorada! Temi mais, foi por elle, que engolia caralho sem ter nunca da follia tomado parte! Eu era callejada! Coitado delle, Glauco! Chupei picca ja muito, bem sabia abboccanhar! Mas elle nunca tinha desse azar provado! Meu temor se justifica! Batteram nelle, Glauco! O ouvi chorar! Até que elle entendeu: o cego mica na vida! Qualquer dia, sua zica chegar pode num simples caminhar!}

PEDOPHOBIA 191 SITUAÇÃO ANALOGA [7151]

Comia até cocô na refeição, no meio do pheijão, sob a risada dum bruto capataz, alguem que nada fazer podia para dizer não!

Virou "trabalho analogo" o forçado serviço dum escravo clandestino, Glaucão, mas relatorios examino que indicam muito abuso camuflado!

Até deficientes, em estado de extrema submissão, como um menino ceguinho, resgatou desse destino cruel a acção audaz dum delegado!

Fodiam o ceguinho, sem perdão, os outros membros dessa molecada que explora cegos para que, de cada, esmollas arrecade, eis a questão!

192 GLAUCO MATTOSO MADRIGAL EMOCIONAL [7743] Chorosa, a dona Rosa se commove, embora a filharada a desapprove. Novellas vendo, chora. Tambem chora nas scenas de catastrophe e miseria, aqui por perto, ou longe, mundo affora. Sim, ella é molle, embora não tolere a menor birra dos filhos. Si um demora naquillo que mandou, a surra é seria!

Si é caso de mão dura ou bunda molle não sei, mas nos jornaes choca a figura do corpo da vizinha: o fogo engole a velha admordaçada, emquanto jura um delles innocencia, sem que colle, na cara do pivete, tal candura...

PEDOPHOBIA 193 MADRIGAL SENSACIONAL [7745]

"Mãe batte em quattro filhos com chicote de couro", eis a manchette que dá motte. Prenderam-na, accusada de tortura, alem de outros delictos. Sua prole ficou com a vizinha, que é mais dura ainda. Si é difficil o controle de taes pestinhas e ella não attura pirraça, acho que o relho não se abole...

194 GLAUCO MATTOSO MADRIGAL GENIAL [7756] Cansada dos pestinhas, dona Rosa emfim teve uma idéa luminosa. Seus filhos são terriveis, mas a boa senhora se lembrou de que elles são, tambem, louquinhos pela sua broa. Foi simples: na receita, um certo grão dosou, que não constava. Não enjoa nem nada, mas accalma até leão!

PEDOPHOBIA 195 MANIFESTO HYGIENISTA [7884]

"Boneca cadeirante? Que mau gosto! Não falta, ja, mais nada fabricar! Tambem fazem boneca com o rosto marcado? Deformado? Com esgar? Ainda mais fabricam? Eu disposto não posso me sentir a perguntar que typo de alleijado, de supposto monstrengo, ou de xiphopago, logar terá nesse indecente e descomposto elencho de brinquedo hospitalar!" Ouvindo quem diz isso, meu desgosto augmenta. Sou levado a constatar que é facil simular um mau encosto cegando uma normal: é só furar seu olho, ou arrancar e, nem reposto, voltava a bonequinha a me enxergar...

196 GLAUCO MATTOSO

MANIFESTO SOCIALISTA [7956] {Eu acho um desrespeito que se chame menor de "trombadinha", de "pivete" ou mesmo de "infractor"! Só de "carente" acceito que se chame, Glauco! Ouviu você, na sua vida, alguem chamar maior de "trombadão"? Eu puta fico, pois, sendo uma assistente social, quero uma sociedade mais humana, mais justa, que não puna adolescentes com pena de prisão! Glauco, lhe digo com toda a minha practica no tracto com elles: muito triste é ver meninos reclusos, masturbando-se escondidos, com medo de exporrar do monitor na frente! Não lhe causam dó, tambem?} -- Si causam! Sem alguem que o pau lhes mamme, que faça a quelle lubrico boquette, é mesmo um desperdicio de semente, né? Vamos combinar! Si quem pariu foi puta, não importa. Si tem lar christão ou não, tambem. Menino rico não vae para a prisão. Quanto a mim, mal num delles penso, sinto o que lhe emana dos tennis encardidos... Repellentes não acho uns pés daquelles, pois consigo cheirar tal chulezinho num pé chato, ainda que em imagem. Fescenninos poemas tenho feito, de bandidos tractando, mas você tem mais amor a dar-lhes, certamente. E fará bem.

PEDOPHOBIA 197

MANIFESTO SEPARATISTA [7958] {Alem de ouvir do golpe do bahu fallar, ouço do golpe da barriga! Assim não é possivel! Mãe eu sou, casada, monogamica! Não posso com isso concordar, Glauco! Porem, não é que minha prima, alem de dar taes golpes, defensora até se faz daquella "alienação" que "parental" se chama por ahi? Sim, ella diz que os filhos teem pae bicha, pae veado! Na cara delles falla, Glauco! Pode?} -- Magina! Que barraco! Ja no cu tomar ouvi que mandam uma amiga que tenho, mãe tambem. Não, nunca dou razão a quem nos filhos esse troço inculca, por vingança contra alguem que conjuge ja fora. Não que um lar eterno que ser tenha, mas as más e sujas linguas fazem dum casal motivo de desdem. Mais infeliz se mostra quem xingou. Ninguem do lado lhe fica. Quem maldiz é quem se fode.

-- Ouvi fallar. Pedrinho fui, de escondeesconde ja brinquei, mas esse fere a candura dos Pedrinhos. Quem rasteja, agora, não sou eu, que ja prophetico me torno, mas a "mina", que tem tal dom para a fellação mais libertina, gruppal e cultural de quem se fode em publico. Quem quer que prostitua menores é covarde e meu dever de vate é criticar. Mas eu me fodo assim desde menino, si é vulgar, nas areas suburbanas, lamber pé na marra, chupar rolla, sem pudores. Censores jamais deixo que me calem.

198 GLAUCO MATTOSO CIRANDA QUE DESANDA [8018] {Estou aqui pensando, Glauco, aonde chegamos, chegaremos, em materia de infancia corrompida... Glauco, veja!

O funk excappa a todo padrão ethico, esthetico, ou appenas musical! As lettras erotizam a menina do modo mais abjecto, Glauco! Pode? Um desses "emecês" obriga a sua "novinha" a adjoelhar para fazer boquette, Glauco, frente ao "bonde" todo! Ainda a menininha vae chupar o resto da patota, Glauco! Onde é que vamos parar, Glauco? Os taes valores moraes, civilizados, nada valem?}

PEDOPHOBIA 199

RANHETA GRETA [8040] Estou magoadissima, ah, si estou! Irei ja convocar greve geral! Não! Quero uma global, pensando bem! Meu lindo planetinha todos nós, teenagers do mundinho todo, vamos parar, vocês verão! Eu vim aqui, tão crente e esperançosa, convidada que fora, mas, ouvindo esse discurso vazio, magoada fiquei! Como commigo fazem isso? Destruindo estão a minha linda, crente infancia!

A minha linda casa de bonecas (o nosso planetinha) vae ficar sequinho, devastado! Magoada estou! Vou procurar outro caminho! E então? Do meu futuro, o que restou? E tantas creancinhas, que são mal amadas? Nisso pensa alguem? Hem? Hem? Não fica assim a coisa! Minha voz farei ouvir! Irão nossos reclamos nas redes propagar o que senti! Advante! Todos junctos, molecada! Não quero conversar só com meu urso, tão fofo, de pellucia! Agora sommo a minha birra às outras! Nosso lindo mundinho devastar vae a ganancia dos homens? Não podemos deixar! Necas! Parar irei a Terra, nosso Lar! Mas sabem por que estou tão chateada? O Glauco me mandou catar coquinho!

200 GLAUCO MATTOSO

THESE CORROBORADA [8048] {Tu leste, Glauco, o texto? Os homens agem assim na Antiguidade! Sim, refere o estudo que a menina cega à zona estava destinada! Sim, fatal funcção, a da ceguinha que, bollachas levando, chuparia rolla à bessa! Menino cego tinha seu medonho destino, tambem, pelo que ja leio: viver escravizado! Tens notado, Glaucão, como tractados feito gado humano os cegos foram? Eu attesto: não vejo differença num plebeu moleque desse tempo, si estivesse vivendo no presente! Sim, até que podia ser peor hoje! Que pensas?} -- Ja muito li, reli, sim, tal passagem do texto scientifico, bem serio e grave, por signal. Mais me impressiona o caso do menino, com o qual melhor me identifico. Ora, não achas que "escravo" significa, tambem, essa funcção de prostituto? Ja supponho, por minha propria compta, sem receio de errar, que esse menino está fadado a ser bom fellador, pois que treinado será para chupar, por todo o resto da vida, maior prazo do que meu destino permittiu. Não te paresce que devo ter inveja do moleque? Convem analysar as differenças...

PEDOPHOBIA 201 ABUSO INFANTIL [8054] {Você experimentou, Glauco, brincar de "tudo que seu mestre mandar" quando creança? Si brincou, se lembra bem das ordens humilhantes e nojentas! E então? Pois eu me lembro bem! Gostava de, sendo o mestre, impor ao escravinho que todos os meus peidos adspirasse, alem de me cheirar o pincto, o pé! Hem, Glauco? Si brincassemos, você iria adorar essa pose minha de sadico mirim, ou apprendiz! Foi pena não crescermos junctos, cara!} -- Foi mesmo. Nesse caso dei azar, tal como em muitos outros. Seu commando seria apprendizado para alguem ja meio cego, meio nas cinzentas visões apprisionado. Foi escrava a minha lingua doutros, no caminho da eschola, algo mais tarde, mas na classe eu era respeitado. Fui até melhor alumno. Pena que não dê p'ra gente reviver a creancinha sacana que ja fomos. Foi feliz a gente e sou quem, hoje, mais se azara...

202 GLAUCO MATTOSO CUIDADOS INSPIRADOS [8069] {Tarantulas soltou, o damnadinho, em pleno corredor dum hospital! Calculas, Glauco, o panico que cria um unico exemplar da cabelluda especie? Pois calcula varias dellas à solta, transitando pelas camas de cada enfermaria, cada quarto! Não achas que o menino se excedeu nas suas travessuras, Glauco? Diz!}

-- Sim, posso calcular. Eu ja adivinho o susto de quem soffra dalgum mal mais grave, preso ao leito, quando espia em torno. Ficará sua voz muda de expanto. Mal refeito das sequelas, da aranha não excappa. Me conclamas a dar algum palpite? Dum infarcto na certa morrerá quem ja soffreu daquillo. E quanto ao sadico pettiz? {Ahi que está! Pegaram o damninho subjeito bem no flagra! Mas o tal moleque protecção tinha da thia ricaça! Ficou tudo em linguaruda fofoca, alguma morte em tagarellas intrigas! Abbafaram essas tramas e nada accontesceu! Eu não descharto que culpem um moleque mais plebeu por essa traquinagem infeliz...}

PEDOPHOBIA 203 INFINITILHO IMPATRULHAVEL [8096] {Glau, sabe o que rollou em Curityba? Pegaram os collegas um ceguinho, alumno que ja bullying atturava, levaram ao banheiro do collegio, fizeram que chupasse e em plena cara mijaram! Do occorrido foi lavrada a queixa na policia, mas... Seria capaz aquella victima de ter alguem reconhescido? Ficou tudo pendente, Glauco, nada se appurou! Depois, aquelles mesmos que na curra gozaram, gozariam mais ainda, zombando delle, em khoro gargalhada lhe dando pela frente! Só por voz ninguem indiciado poderia ser como auctor do trote no ceguinho, siquer das piadinhas, Glauco! Pode?}

204 GLAUCO MATTOSO

-- Não ha patrulhamento que prohiba tal trote, nem a curra. Ja adivinho o gosto que sentiu, de quem não lava a pelle, esse ceguinho. Privilegio assim eu tive. Nada se compara a tal humilhação. Somente cada um pode saber como uma agonia transforma-se em prazer, mas num prazer masoca. Não, nem todos desse mudo boquette fallarão tal como vou fallando. Uma fofoca appenas burra noção expalhará. Jamais bemvinda, a triste experiencia desaggrada a muitos moralistas, mas a nós, os cegos, restaria a poesia, retracto do oppressor mais excarninho, que nossa voz não prende emquanto fode.

PEDOPHOBIA 205 INFINITILHO DA MULHERADA MARAVILHADA [8123]

Puteiro de bandido ja virara a penitenciaria para adultos! Peor, muito peor, é sustentar com grana dos impostos um puteiro mirim, Glauco! Pois é! Com camisinha, até lubrificante, pagos com o nosso dinheirinho, Glauco! Fico putissimo! Tambem eu quereria putinha nova assim, 'inda de graça! Glaucão, que tem você para dizer?}

{Glaucão, eu fico puto! Cê sabia que "jovens infractores" tambem teem direito de ter "intima visita"?

-- Suspeito sou, por causa da mania que tenho por chulé dos que a FEBEM ja tenham frequentado. Você cita prostibulos de estado. Tá na cara que taes "namoradinhas" jamais cultos de egreja acceitarão, alem dum lar. Tambem eu quereria meu dinheiro usar para pagar, dum trombadinha, o cheiro chulepento, o sabor bom daquelle seu pezão. Si fosse rico, eu varios contractava. A poesia me serve de consolo. O que se passa la dentro ja supera meu prazer...

206 GLAUCO MATTOSO

INFINITILHO DOS FILHOS [8147] {Agora virou moda, Glauco! Um filho não topa a sua mãe, nem com a cara do pae vae! Então pega num porrete e batte na cabeça delles, batte até sahir o cerebro p'ra fora! Depois acha que basta pôr no carro os corpos, queimar tudo... Falta só seguros receber, herança boa no bolso collocar! Si fosse tão tranquillo, tão impune, que seria dos paes da molecada, Glauco? Ouvi fallar que subiu muito o preço desses bastões de beisebol... Será verdade? Não fica mais barato um simples pau sem griffe, popular, de maccarrão?} -- É mesmo. No radinho, sempre pilho um caso desses. Drogas, quem repara verá, por traz estão desse macete usado pelas proles. Ha quem macte papae, mamãe, com faca, muito embora um tiro de revolver (como narro em outros versos plenos de xodó dos paes com o filhinho) não se enjoa ninguem de empregar, nessa situação. É como sempre digo: mais valia a pena ter bassês, não um gury rebelde. Confiança tenho nesses cachorros, mais que em gente. Quem não ha de amar esses anjinhos? Nenhum mau será, só teimosinho. Todos são.

ODE GOYANA [8177]

PEDOPHOBIA 207

Um caso que, escabroso, me contou lettrado professor la de Goyaz tambem tracta do cego como objecto de sarro, curra, surra, até tortura. Foi este, embora pobre, dono duma pequena rural granja. Apposentado ja por invalidez, ficou da irman inerme dependente. A mulher tinha dois filhos, jovens sadicos que, como recreio ou brincadeira, começaram a achar no cego um optimo motivo de estupro ou pura practica nojenta. Cegado em accidente, elle ficou invalido, sem animo, das más pessoas bom refem. No seu trajecto obstaculos armavam. Queimadura causavam-lhe nos dedos quando alguma bituca de cigarro, pelo lado contrario, lhe extendiam. Mais affan achavam cada dia. Da gallinha cocô punham no rango. Cada gommo de bosta de cachorro! Mas não param ahi taes aggressões, ja que, passivo, o cego as supportava. Alguem aguenta?

208 GLAUCO MATTOSO

Appós tudo tomar-lhe, como sou sciente, terra, grana, a mana nas mãos deixa aquelle cego, como abjecto brinquedo, dos moleques. Quem attura tortura, attura foda. Quem resuma o caso, diz, por alto, que estuprado foi elle. Mas os jovens, admanhan, dirão que foi treinado numa linha bem sadomasochista para pomo comer, do mais amargo. Que o forçaram ao coito oral aqui nunca me exquivo de, em gozo, repetir. Mais se accrescenta? Escravo dos sobrinhos, rendeu show de scenas pornographicas, pois gaz tiveram elles para armar, sem veto moral, uns pornovideos que a censura cortou da rede. Importa que eu assuma a minha posição. Jamais me evado de dal-a. A molecada folgazan foi, como no meu caso, uma excarninha faceta social que às demais sommo. Hypocritas aquillo condemnaram, mas lavam as mãos. Eu, que não me privo do orgasmo, em ode exalto o que me tempta.

Primeiro, elles bullyingam o collega ceguinho, que chamaram de Mané.

Cahido, alguem no rosto o pé lhe pôr é facil. Lhe caçoam da cegueira, dizendo que distinguem cada cor.

PEDOPHOBIA 209 BALLADA DA MOLECADA [8199]

Agora, Chupador ja nem discute nem tenta fugir. Chupa alguem que mande. Não chora nem se queixa caso escute piadas dum piá, pequeno ou grande.

Lembrar-se de quem delle bem desfructe irá, pois logo uns versos elle escande, cantando que levou pisão e chute.

O cego de chorar ja fica à beira. Alguns o chamarão de Chupador. Um dia, a molecada delle quer que chupe, que a chupar caralho apprenda.

O cego quer fugir, mas nem siquer dois passos dá. Por baixo na contenda, accaba adjoelhado. O que puder fará com sua bocca, até que attenda a todos e se exmere em seu mester.

Depois, passam a dar-lhe tapas por detraz, depois até lhe dão rasteira.

O cego não reage, docil é. Indaga a Deus por que seus olhos cega.

Dão gritos perto delle, com um "Pega!" simulam que um cão quasi no seu pé está, ficam a rir si elle excorrega.

Chupei, sim, o sebento pau de cada moleque da favella, pois meu medo ver era a minha pelle ser queimada. No morro, o "microondas" era, a dedo, o methodo mortal de execução, por isso, sem vacillo, a bocca eu cedo.

Em meio a muito riso, vaia, apupo, aptado estive em arvore e, sacando o sarro, fui pedindo: "Não! Não chupo!"

Eu era de menores monitor. Lotado num presidio carioca, provei da violencia meu sabor.

Rendido, da pistola ja na frente, levado fui ao morro pelo gruppo daquelle vingativo delinquente.

210 GLAUCO MATTOSO RHAPSODIA DO MICROONDAS [8369]

Quem sabe dessa scena nem se choca. Appós ver fracassado o seu motim, vae dar a molecada a curra em troca. Voltando para casa quando vim, fui por algum pivete, fatalmente, reconhescido. Quasi foi meu fim.

Chupei, comtudo, ouvindo-lhe o commando, levando tapa, murro, cusparada de todo o jovial e bruto bando.

Imploro que, na pilha de pneus, não me mettam, não me queimem devagar, servindo da platéa à diversão.

O chefe não permitte, pois amiga uma alma pena teve e me poupou de martyr virar, tanto que fiz figa.

Queimado não morri, mas o meu show vazou nos cellulares. Chupador virei, viralizei. Queimado estou.

Somente quando o chefe auctorizar se macta alguem assim. O joven liga e pede permissão, no cellular.

PEDOPHOBIA 211

212 GLAUCO MATTOSO BASHA BAZI [8456]

Consola-te, comtudo: as midias, cuja moral se autocensura, teem profundo horror ao vil pedophilo, ao immundo reporter que por themas taes babuja...

Estavas ja chocado com a venda de escravas menininhas no varejo dalgum estado islamico? Pois vejo haver mais coisa ainda que te offenda!

Julgavas que eu invento o que versejo? Estás desinformado da tremenda barbarie que a internet, em offerenda, nos disponibiliza a todo ensejo!

Eu, sendo um afegão, digo-te: inflijo o mesmo aos menininhos e acho linda a scena em que um escravo meu, ainda impubere, me chupa o phallo rijo! Te expantas? Tradição alli, não finda aquillo ante o Corão! Sorvendo o mijo dos tiras e milicos (nem me afflijo com isso), o fellador mirim nos brinda!

Entendo que uma scena assim te ennoja, mas sabes que em meus versos nunca escondo taes factos, que os blogueiros vão expondo somente agora, como moda em loja...

ADOLESCENTE SADISMO [8469]

PEDOPHOBIA 213

Diz elle: -- Glauco, tive um thio veado que sempre nos chupava, a turma toda dos primos molecotes. Foi usado por nós, sem termos puta que se foda. Nós iamos, em gruppo, ao seu sobrado. Passavamos a tarde e na chupeta gozavamos. Ah, como fui chupado!

Contou-me um polonez, acculturado faz tempo em Curityba este intrigante e bello caso, e eu nunca que me enfado do thema, ao qual não vejo o que supplante.

Refiro-me ao pé chato, que tarado me deixa, e à voz commum no Paraná: "polaco do pé chato". Appellidado assim tambem foi este que aqui está.

Tithio tinha boquinha de boceta!

Por todos excolhido foi o Vlado, priminho menos bruto que fazia papel, nas gozações, de delicado. Primeiro, elle negou-se à putaria.

Um dia, se mudou quem tinha dado prazer à molecada que, sem nada melhor para fazer, quiz que um coitado tomasse o logar delle na chupada.

Que sarro nós tiravamos! "Damnado de forte, esse fedor, né? Cheira! Cheira! Agora passa a lingua!" Desaggrado mostrando, o Vlado ouvia a brincadeira.

"É para accostumar!", fallei. Gozado acharam, rindo dessa creancice.

Até que suggeri que meu calçado tirasse e meu chulé Vlado sentisse.

Chupou-nos, cada vez mais caprichado, cumprindo nossas ordens, nosso cheiro curtindo do sebinho accumulado nos puberes prepucios sem chuveiro.

Por isso reparei que era acchatado egual ao meu, o pé de todos nós. Aquillo me ficou, como si um dado genetico exsistisse nessa voz: "Polaco do pé chato"... Triste fado não é ter pé de pato, hem, Glauco? Falla verdade! Quem é cego é que é azarado! Nenhum outro problema ao seu se eguala!

214 GLAUCO MATTOSO Mas logo, de appanhar admeaçado, cedeu e se dispoz a nos chupar.

Iriamos treinal-o, e o lado sado soltando, lhe mostramos seu logar.

PEDOPHOBIA 215 Eu ia discordar? Fiquei calado. Inveja confessei do Vlado, pois lambeu taes pés polacos addoidado! Masturbo-me, de ouvir isso depois. Si "para accostumar" foi engraçado aos jovens polaquinhos, para mim é motte aphrodisiaco, que eu brado tal como si meu fosse... e chego ao fim.

A mesma educadora que uma prece sublime e piedosa nos repete é aquella que suggere até boquette si a bimba ainda molle nada sente nem rende ao manuseio experiente! Insista, que o pimpolho perde o medo!

Masturbe seu bebê que, desde cedo, sahude elle terá sexualmente!

216 GLAUCO MATTOSO DEZ DECIMAS [8525]

Você ja masturbou, aos mezes septe, seu fofo bebezinho? Pois comece!

Masturbe seu bebê que, desde cedo, sahude elle terá sexualmente! Da coisa não tractou o pediatra? Ah, foda-se! Mais sabe uma "pastora"! De apostolos discipula não fora, alem de outros "pastores" que idolatra! Devia consultar um psychiatra? Talvez, mas tem prestigio uma decente ministra que do cargo põe-se à frente!

Alguem lhe nega credito? Eu concedo!

Masturbe seu bebê que, desde cedo, sahude elle terá sexualmente! Não sabe o que fazer? A mestra ensigna. Primeiro, do rebento excite o sacco fazendo coceguinha. Nem destacco detalhes nesse methodo que fina pericia não requer nem determina. Depois que elle sorriu e, de repente, começa a chorar, novo gesto invente e toque uma bronhinha em arremedo!

Normal que elle se exporre na cueca! Nem bem a amarellenta mancha secca, de novo se molhou! Que elle se enfade da bronha não espere! Nem abbade, nem padre é punheteiro tão frequente!

PEDOPHOBIA 217

Disseram freudiana ser a tal ministra crente e casta, mas duvido que seja defensora da libido. Appenas posição terá mental accerca duma phase natural na vida do futuro adolescente. Especie essa attitude causa à gente? Paresce de comedia tal enredo? Masturbe seu bebê que, desde cedo, sahude elle terá sexualmente! O "peste" está attingindo a puberdade?

Tambem jamais extranhe que elle tente gozar no cu mettendo fundo o dedo! Masturbe seu bebê que, desde cedo, sahude elle terá sexualmente!

Leitores protestaram que é boato de espuria procedencia tal noticia. Tambem dizem que eu mesmo, com malicia, encaro um thema serio e desaccapto quaesquer principios, feito um insensato. Mas vamos combinar que thema quente não falta na politica recente de tão escatologica nação. Masturbe seu bebê que, de antemão, sahude elle terá sexualmente!

Si caricaturar eu fosse o lado ridiculo da scena, saliente crescia logo um pincto, que innocente não era, ja precoce em seu tesão! Masturbe seu bebê que, de antemão, sahude elle terá sexualmente!

Como é que um gay suggere, impunemente, num anjo practicar masturbação?

Si, em vez duma ministra moralista, dum homosexual a theoria partisse, então me digam: que teria causado o caso? Logo numa lista de escandalos pedophilos, malvista, entrava aquella hypothese imprudente!

Na certa não fui, cedo, masturbado, mas bullying ja soffri, sobre o que narro. Portanto, não me ommitto quanto ao sarro implicito, nem disso aqui me evado.

Masturbe seu bebê que, de antemão, sahude elle terá sexualmente!

218 GLAUCO MATTOSO

Masturbe seu bebê que, de antemão, sahude elle terá sexualmente!

Poeta que sou, posso, todavia, tractar do assumpto como outro qualquer, assim como refiro-me à mulher, ao velho, ao cego, ao gordo. Putaria faz parte dos costumes e ironia da satyra. A mim proprio repellente o abuso de creanças é. Mas ente satanico algum falta à temptação?

De subito, a longuissima piroca, entrando pela bocca da dondoca que, sem querer, está della tão rente, induz à fellação inconsequente, do orgasmo, até, capaz, creiam ou não!

PEDOPHOBIA 219

Na satyra mordaz, mal alguem toca punheta no menino, o pau mais grosso lhe fica do que o braço ou seu pescoço!

Masturbe seu bebê que, de antemão, sahude elle terá sexualmente!

PEDOPHOBIASUMMARIO [3876] ........................................... 9 DISSONNETTO JUVENIL [0062] ................................. 10 DISSONNETTO TRAVESSO [0164] ................................ 11 DISSONNETTO CORRIQUEIRO [0264] ............................. 12 DISSONNETTO PUNHETEIRO [0307] .............................. 13 DISSONNETTO PUERICULTURAL [0354] ........................... 14 DISSONNETTO DETURPADO [0590] ............................... 15 DISSONNETTO INJURIADO [0616] ............................... 16 DISSONNETTO INVECTIVADO [0637] ............................. 17 DISSONNETTO PODOLATRADO [0739] ............................. 18 DISSONNETTO DO CARRASQUINHO [0761] ......................... 19 DISSONNETTO DA SCENA CORTADA [0771] ........................ 20 DISSONNETTO DE TODAS AS VONTADES [0811] .................... 21 SONNETTO EXCEPCIONAL [0946] ................................ 22 DISSONNETTO PASTORAL [0971] ................................ 23 DISSONNETTO ASSEMELHADO [0997] ............................. 24 DISSONNETTO INIMPUTAVEL [1065] ............................. 25 DISSONNETTO GAIATO [1077] .................................. 26 SONNETTO DA FATALIDADE ANNUNCIADA [1183] ................... 27 DISSONNETTO DA RECIPROCIDADE [1187] ........................ 28 DISSONNETTO DO GRITO LANCINANTE [1191] ..................... 29 DISSONNETTO DO ADOLESCENTE COMMEDIEVAL [1207] .............. 30 DISSONNETTO DA DEVASSA VASSALLAGEM [1208] .................. 31 SONNETTO REPISADO [1210] ................................... 32 SONNETTO DOS PERIGOS DOMESTICOS [1214] ..................... 33 SONNETTO DO PAPPO FURADO [1289] ............................ 34 DISSONNETTO DO SACRIFICIO PATERNO [1314] ................... 35 SONNETTO DOS GRUPPOS ULTRAVIOLENTOS [1320] ................. 36 DISSONNETTO DA PSYCHOLOGIA INFANTIL [1354] ................. 37 DISSONNETTO DA BARATTA EMBARAÇADA [1362] ................... 38 DISSONNETTO DO BICHINHO QUE SE MEXE [1387] ................. 39

SONNETTO DO PAPPO EDIFICANTE [1445] ........................ 40 DISSONNETTO DO SUMIÇO SUSPEITO [1446] ...................... 41 DISSONNETTO DO ESTUPRO SEM ESCRUPULO [1447] ................ 42 DISSONNETTO DA PORCELLANA INGLEZA [1448] ................... 43 SONNETTO DA CONSPIRAÇÃO DESBARATADA [1503] ................. 44 DISSONNETTO DO CORPO DISCENTE [1513] ....................... 45 DISSONNETTO DO CORPO DOCENTE [1514] ........................ 46 DISSONNETTO DO INFERNO INFANTIL [1515] ..................... 47 SONNETTO DO MENINO MIMADO [1534] ........................... 48 SONNETTO DA PRECIPITAÇÃO [1564] ........................... 49 DISSONNETTO DA FREGUEZIA MEHUDA [1640] ..................... 50 DISSONNETTO DO PAPEL DE DESTAQUE [1646] .................... 51 SONNETTO DO BANHO ENFADONHO [1656] ......................... 52 DISSONNETTO DO PEPINO TORCIDO [1688] ....................... 53 DISSONNETTO DO PEPINO DISTORCIDO [1691] .................... 54 DISSONNETTO PARA UM BEBÊ CHORÃO [1747] ..................... 55 DISSONNETTO PARA UMA MENINA DOENTE [1755] .................. 56 SONNETTO PARA PEDRO BALLA [1772] ........................... 57 SONNETTO PARA UNS ASSASSINOS MIRINS [1790] ................. 58 DISSONNETTO PARA UM SABOR DIVIDIDO [1859] .................. 59 DISSONNETTO PARA UMA CORREIA CORRECTIVA [1901] ............. 60 SONNETTO PARA O GRITO DOS EXCLUIDOS [1931] ................. 61 SONNETTO PARA UM GESTO DE PROTESTO [1948] .................. 62 DISSONNETTO PARA UMA OVELHINHA DESGARRADA [2035] ........... 63 DISSONNETTO PARA A MENINADA DESAMPARADA [2036] ............. 64 DISSONNETTO PARA O PRESENTINHO DO FILHO [2048] ............. 65 DISSONNETTO PARA UM MOLEQUE TRAVESSO [2073] ................ 66 DISSONNETTO PARA QUEM ESCREVE CERTO POR LINHA RECTA [2078] . 67 DISSONNETTO PARA UM PARALYTICO VERIDICO (I) [2343] ......... 68 DISSONNETTO PARA UM PARALYTICO VERIDICO (II) [2344] ........ 69 RHAPSODIA PARA QUEM PEIXINHO É (I a VI) [2515/2520] ........ 70 DISSONNETTO PARA UM FOLGUEDO INFANTIL [2542] ............... 73 SONNETTO SOBRE UM OSCAR DE MELHOR ROPTEIRO ADAPTADO [3052] . 74

VENENO NO NENEN [3140] ..................................... 75 PINGOLIM DE CHERUBIM [3163] ................................ 76 VOO LIVRE [3187] ........................................... 77 MASTURBATORIOS RELATORIOS [3249] ........................... 78 SEXO GENUFLEXO [3258] ...................................... 79 QUEM MEU FILHO BEIJA... [3426] ............................. 80 O PEIXINHO E O PATINHO [3445] .............................. 81 PROTECÇÃO (SUPER) LEGAL [3446] ............................. 82 MOTIVO COLLECTIVO [3449] ................................... 83 PUTA DE RECRUTA [3450] ..................................... 84 ABSCESSO EM EXCESSO [3516] ................................. 85 SEM DÓ DA VOVÓ [3531] ...................................... 86 SYLVINEY, O FORA DA LEI [3567] ............................. 87 SYLVINILSON, SEM BOM TOM [3568] ............................ 88 A GRAVIDEZ E A GRAVIDADE (I a X) [3741/3750] ............... 89 MENINO MIMADO [3959] ....................................... 94 MENINA MIMADA [3960] ....................................... 95 PROACTIVO CORRECTIVO [3965] ................................ 96 LEGITIMA VICTIMA [4111] .................................... 97 O CAUTO CAUSO DO CASAL [4132] .............................. 98 O CAUTO CAUSO DOS IRMÃOS [4137] ............................ 99 O CAUTO CAUSO DA SUSPEITA [4167] .......................... 100 O CAUTO CAUSO DAS MENORES MEMORIAS (I a VI) [4191/4196] ... 101 O CAUTO CAUSO DA CURANDEIRA PROCURADA (I a X) [4251/4260] . 104 O CAUTO CAUSO DA TRAVESSURA INCONVENIENTE [4449] .......... 109 PESTE INCONTESTE [4567] ................................... 110 MYSTICA EUPHEMISTICA [4683] ............................... 111 PUXAÇÃO DE SAQUINHO [4716] ................................ 112 PIPOCA QUE PROVOCA [4717] ................................. 113 ANXEIO POR ASSEIO [4728] .................................. 114 CASO VAZADO [4743] ........................................ 115 ATMOSPHERA SATURADA [4747] ................................ 116 PRESENTES IMPORTADOS [4748] ............................... 117

BRINCADEIRA DERRADEIRA [4757] ............................. 118 ASSISTENCIA TECHNICA [4767] ............................... 119 CARA DE TACHO [4823] ...................................... 120 ACCENOS DE VENUS [4831] ................................... 121 VANDALO SEM ESCANDALO [4842] .............................. 122 INNOCENTE RHYMA COM INCLEMENTE [4945] ..................... 123 ANJOS DA VELHA GUARDA [4950] .............................. 124 IRRA! QUE BIRRA! [4975] ................................... 125 MANCHA NA PRANCHA [5033] .................................. 126 PIMPOLHO OU TRAMBOLHO? [5055] ............................. 127 NOVAS TURMAS [5069] ....................................... 128 CHORÃO SEM CHORDÃO [5086] ................................. 129 ATTRACÇÃO EXTRA [5100] .................................... 130 TACTICA AQUATICA [5101] ................................... 131 DIA DA CHOCOLATRIA [5181] ................................. 132 CILADA ASSUCARADA [5250] .................................. 133 RAPAZ VORAZ [5260] ........................................ 134 CUECA ARRIADA [5264] ...................................... 135 DISSONNETTO DUMA VINGANÇA DE CREANÇA [5309] ............... 136 DISSONNETTO DUM TRAUMA QUE TRAVA [5351] ................... 137 TRAZEIRO PRAZENTEIRO (I a VI) [5401/5406] ................. 138 LEI DA PALMADA DE MURPHY [5589] ........................... 142 TROCA-TROCA [5608] ........................................ 143 TURMA DO MALÃO MAGICO [5662] .............................. 144 LETTRINHAS E LETTRAÇAS [5725] ............................. 145 INCORRECTO RETROSPECTO [5823] ............................. 146 MISCHIEF NIGHT DISSONNET [5846] ........................... 147 MEME DO BEBÊ [6040] ....................................... 148 EDUCAÇÃO À DISTANCIA [6075] ............................... 149 ACCHATAMENTO DA CURVA [6084] .............................. 150 HASHTAG GUENTA AHI [6151] ................................. 151 MENINOS [6194] ............................................ 152 MAIORIDADE [6273] ......................................... 153

SUSPENSO [6280] ........................................... 154 SUSCEPTIBILIDADES [6289] .................................. 155 MIMOS [6290] .............................................. 156 DIABRETE [6291] ........................................... 157 DIABRURA [6292] ........................................... 158 LINDO CASO [6303] ......................................... 159 TRASGO [6310] ............................................. 160 ADJUDA MEHUDA [6321] ...................................... 161 QUESTÃO DE EDADE [6328] ................................... 162 EDUCAÇÃO REMOTA [6331] .................................... 163 NATURALIDADE [6337] ....................................... 164 TROCA-TROCA DE MASOCA [6364] .............................. 165 SCENA AGUDA [6366] ........................................ 166 TRAQUEJADA NADA [6368] .................................... 167 PODERES [6375] ............................................ 168 JOGO PUERIL [6387] ........................................ 169 QUEM VÊ CARA... [6391] .................................... 170 MENINO LEPORINO [6392] .................................... 171 ZERO EM COMPORTAMENTO [6396] .............................. 172 MARRUDA GRAHUDA [6397] .................................... 173 SCENA ABJECTA [6407] ...................................... 174 CORPINHOS NUS [6410] ...................................... 175 DESABBAFO DE AMIGO [6412] ................................. 176 VOLTANDO COM A PIPOCA [6417] .............................. 177 ACCERTO DE CONTOS [6418] .................................. 178 DISCIPLINA CANINA [6436] .................................. 179 PRETENSA INDIFFERENÇA [6480] .............................. 180 GLOOMY [6654] ............................................. 181 MISSISSIPPI KID [6761] .................................... 182 ADULTESCENTE [6785] ....................................... 183 NEM NEM [6786] ............................................ 184 REMINISCENCIA DA PUBESCENCIA [6818] ....................... 185 BAD BOY [6961] ............................................ 186

O CEGO E A MÃE [6975] ..................................... 187 O CEGO E O PAE [6976] ..................................... 188 ZICA DUPLA (I) [7035] ..................................... 189 ZICA DUPLA (II) [7036] .................................... 190 SITUAÇÃO ANALOGA [7151] ................................... 191 MADRIGAL EMOCIONAL [7743] ................................. 192 MADRIGAL SENSACIONAL [7745] ............................... 193 MADRIGAL GENIAL [7756] .................................... 194 MANIFESTO HYGIENISTA [7884] ............................... 195 MANIFESTO SOCIALISTA [7956] ............................... 196 MANIFESTO SEPARATISTA [7958] .............................. 197 CIRANDA QUE DESANDA [8018] ................................ 198 RANHETA GRETA [8040] ...................................... 199 THESE CORROBORADA [8048] .................................. 200 ABUSO INFANTIL [8054] ..................................... 201 CUIDADOS INSPIRADOS [8069] ................................ 202 INFINITILHO IMPATRULHAVEL [8096] .......................... 203 INFINITILHO DA MULHERADA MARAVILHADA [8123] ............... 205 INFINITILHO DOS FILHOS [8147] ............................. 206 ODE GOYANA [8177] ......................................... 207 BALLADA DA MOLECADA [8199] ................................ 209 RHAPSODIA DO MICROONDAS [8369] ............................ 210 BASHA BAZI [8456] ......................................... 212 ADOLESCENTE SADISMO [8469] ................................ 213 DEZ DECIMAS [8525] ........................................ 216

Titulos publicados: A PLANTA DA DONZELLA ODE AO AEDO E OUTRAS BALLADAS INFINITILHOS MOLYSMOPHOBIA:EXCOLHIDOSPOESIANA PANDEMIA RHAPSODIAS VICIOLIVROINDISSONNETTIZAVEISHUMANASDERECLAMAÇÕESDEOFFICIOEOUTROS DISSONNETTOS MEMORIAS SENTIMENTAES, SENSUAES, SENSORIAES E SENSACIONAES GRAPHIA SADOMASOCHISMO:MUSASINSPIRITISMOHISTORIAENGARRAFADADACEGUEIRAABUSADASMODO DE USAR E ABUSAR DESCOMPROMETTIMENTO EM DISSONNETTO DESINFANTILISMO EM DISSONNETTO SEMANTICA NATUREBAS,DISSONNETTOSRHYMASDISSONNETTOSSONNETTARIODISSONNETTOSINCONFESSIONARIOQUANTICADESABRIDOSSANITARIODESBOCCADOSDEHORRORDESCABELLADOSECOCHATOSEOUTROS CAUSÕES A LEI DE MURPHY SEGUNDO GLAUCO MATTOSO MANIFESTOS E PROTESTOS LYRA AODISSONNETTOSLATRINARIADYSFUNCCIONAESCINEPHILOECLECTICOHISTORIADOROCKREESCRIPTA POR GM SCENA PUNK

CANCIONEIRO CARIOCA E BRAZILEIRO CANCIONEIRO CIRANDEIRO DESILLUMINISMOTHANATOPHOBIASONNETTRIP EM DISSONNETTO BREVEOPEROLAINGOVERNABILIDADEDESVIADAPOETAPORNOSIANOENCYCLOPEDIA DA TORTURA CENTOPÉA: SONNETTOS NOJENTOS & QUEJANDOS RAYMUNDO CURUPYRA, O CAYPORA PAULYSSÉA ILHADA: SONNETTOS TOPICOS PRANTO EM PRETO E BRANCO GELÉA DE ROCOCÓ: SONNETTOS BARROCOS MADRIGAES TRAGICOMICOS PANACÉA: SONNETTOS COLLATERAES TRACTADO DE VERSIFICAÇÃO VENENOSAS FOFOCAS BAMBOS GERONTOPHOBIADITHYRAMBOS

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