PLAQUETTE DO MINETTE

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PLAQUETTE DO MINETTE

PLAQUETTE DO MINETTE

São Paulo

Casa de Ferreiro

GLAUCO MATTOSO

Plaquette do minette

© Glauco Mattoso, 2023

Revisão

Lucio Medeiros

Projeto gráfico

Lucio Medeiros

Capa

Concepção: Glauco Mattoso

Execução: Lucio Medeiros

FICHA CATALOGRÁFICA

Mattoso, Glauco

PLAQUETTE DO MINETTE/Glauco Mattoso

São Paulo: Casa de Ferreiro, 2023

54p., 21 x 21cm

CDD: B896.1 - Poesia

1.Poesia Brasileira I. Autor. II. Título.

NOTA INTRODUCTORIA

Poemas sobre sexo não precisam estar colleccionados só nas grandes selectas. Alguns themas especificos, taes como fellação ou cunnilingua, serão, talvez, mais lidos si estiverem à mão num voluminho que, excolhido a dedo, ou na ponctinha, ja, da lingua, reuna as preferencias dum poeta que tenha seguidores nesse thema. O thema, aqui, se chama cunnilingua, “minette”, na linguagem das alcovas, pois, como não diria, ja, Tim Maya, sim, vale tudo, só não vale pôr o pau dentro da chota. Fora disso, em sexo vale tudo, ou seja, aquillo que caiba na cabeça de quem goze.

DISSONNETTO DISSIDENTE [0193]

A briga contra Aurelios continua. “Cunette” é “cunnilingua” só alli. Em fontes mais precisas sempre li que o som de “cunni” em “cu” se desvirtua. Cunette é a bocca anal alli na rua, logar em cuja lingua está o gibi, a ladra, a puta, a bicha, a travesti, e “adonde” “pelladona” é mulher nua.

“Minette” é que é, na chota, alguem lamber! Desistam, seus Aurelios, pois no chulo

vocês ‘inda teem muito o que apprender! Fazendo uma anilingua, si eu engulo cocô, sei que terei que me foder, mas, quando connas lambo, capitulo àquellas que se molham de prazer!

Si cus lambi, “cunette” eu intitulo!

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DISSONNETTO BOCETEIRO [0309]

Pequenos, grandes labios, um clitoris. Pentelhos. Secreção. Quentura molle, que envolve minha lingua, até que enrolle. Não saio até gozar, nem que me implores. Diana. Dinorath. Das Dores. Doris.

Aranha. Taturana. Ovelha Dolly. Pelluda, cabelluda, ella nos bolle nos beiços, dos pequenos aos maiores. Boceta exsiste só para aguçar a fome das gargantas em jejum.

Não, isso não é para qualquer um! Eu quero bedelhar, fuçar, buçar!

Agora não me fallem do bumbum, siquer de gorduchões seios dum par, dos pés tampouco! Vou saborear o buço dum cabaço, acto incommum!

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Dedico-te esta dadiva, ó Dolores, musa divina, diva doidivanas!

Recebe de presente estes sacanas

bichinhos de pellucia chupadores! Serão teus companheiros quando fores brincar de bestialismo. Sem as chanas de tuas amiguinhas ou das manas, te sentes tão sozinha e tens tremores!

Coitada da Dolô! Quem dera fosse dotada duma mansa passarinha!

Quem dera não sahisse ella da linha! Mas não! É uma nymphomana precoce!

Ja desde pequenina se entretinha em jogos de poder, potencia, posse na copula. Ao invés da balla doce, chupava e era chupada na chotinha.

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DISSONNETTO DA NYMPHETA [0374]

SONNETTO DA CUNNILINGUARUDA [0814]

Se installa CPI que appuraria quem fundos desviou para a Suissa. Chamados a depor nessa “puliça”, irados coroneis quasi dão cria. “Ondé que já se viu, Vige Maria, desconfiar de mim? Quero justiça!” Na midia a cobertura é ja massiça, mas nada se descobre e a coisa exfria. Até que uma tehuda e mantehuda confessa que um amante usava a compta chamada “Longue-Tongue”, a mais polpuda. Archivo a ser queimado, a moça, tonta, ainda o nome explica e se desnuda: “É delle a lingua, e enfia fundo a poncta!”

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DISSONNETTO DA LUXURIA [0832]

Pensei que insaciavel era a puta que fode por prazer, mais que por grana! Que nada! Um velho ainda é mais sacana e nunca satisfaz a carne hirsuta! Na foda, pela lingua elle permuta a fragil erecção: o odor que emana da velha sem pudor na suja chana lhe dá mais appetite que uma tructa!

Assanha-se o ancião quando a consorte tem cocegas por dentro! Então chupita

o caldo que, excorrendo, fede forte!

A velha, hallucinada, geme, grita!

O velho se deleita nesse esporte!

Qual sopa, cha, nem succo! Resuscita aquelle exhausto membro, em grande porte, o gosto da sardinha antes de fricta!

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DISSONNETTO SOBRE UMA VELHINHA CONSERVADA [2951]

Duvido que você só tenha vinte anninhos! Mais paresce ter septenta!

Olhando mais de perto, a gente tenta fazer idéa, e vinte é puro accincte! Eu, oculos? Menina, olhe, é o seguinte:

você, mais um pouquinho, nem aguenta! As rugas, essa pelle macilenta...

Não dá! Nem que use mascara, ou se pincte!

Talvez phantasiada de vovó você conquiste alguem, minha menina.

Mas acho que você vae ficar só. Irá mofar, parada alli na exquina.

Quem quer você? Não, só si for bocó!

Eu mesmo, sessentão, não me fascina mulher tão velha assim! Tenho até dó da lingua que explorar sua vagina!

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DISSONNETTO SOBRE O BEIJO MAIS INTIMO [3008]

Vocês ja repararam? Quando alguem chupou rolla ou boceta, mesmo aquella recemlavada, um halito revela aquillo, porque cheiro forte tem. Quem é que ja não disse “Não, meu bem!”, negando-se a beijar a linda e bella boquinha que chupou e que a sequela conserva no bafejo que nos vem? Por isso o sexo oral é sempre sujo: si a bocca está em contacto com aquillo que fede, o odor a eguala ao dicto cujo, naquelle mesmo podre e porco estylo. Assim acho, sabendo-me sabujo, inutil evital-o ou prevenil-o: mais forte se perfuma, mais eu fujo do cheiro, pois sou sujo sem vacillo.

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MENINA MIMADA [3960]

A filhinha à mãe pedia, insistente, uma boneca. A mamãe resiste, addia, mas, emfim, ja não diz “Neca!”

A boneca, que queria a menina, até defeca! Peida, arrocta, o dedo enfia no nariz, tira melleca. Ja sumiu outra canneta! Bem que a mãe desconfiava: quer a filha ter a escrava que fiel ser lhe prometta.

A canneta foi veneta: Por um lapis penetrada no cuzinho, a Barbie aggrada, com a lingua, outra boceta.

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CREAÇÃO DA BOCETA [4464]

Creada foi por homens de valor nas suas profissões: um açougueiro chegou, com faca, e talho deu, certeiro. Depois, um marceneiro quiz propor: Com malho ou com formão, seja o que for, um furo fez no centro. Ja um terceiro que veiu era alfaiate e, por inteiro, velludo poz no forro interno, em cor. O quarto, um caçador, raposa poz por fora. Um pescador, o quincto, quiz um peixe lhe passar e odor propoz que poucos consideram infeliz. Ainda não estava finda, pois o sexto, um padre, a benze e só xixis permitte que ella faça. Mas, depois, lhe chupa a fundo o septimo... e quer bis!

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MAU GOSTO, BOM DESGOSTO [4537]

“Assim que eu gosto!”, escuto toda vez que estou chupando buça. Escuto “Assim que eu gosto!” quando alguem zomba de mim na hora em que chafurdo em sordidez. Escuto “Assim que eu gosto” si freguez sou dessas cortezans que teem por fim molhar-me a bocca suja. E eu digo “Sim, senhora!” à gozação que alguem me fez. Escuto “Assim que eu gosto!” quando arrosto o cheiro do mais podre corrimento.

“Assim que eu gosto!”, escuto quando encosto os labios num buraco fedorento e rindo meu leitor que esteja apposto.

“Assim que eu gosto!”, escuto, e o mijo enfrento. Si engulo chico, escuto “Assim que eu gosto!”

“Assim que eu gosto!”, anxeio ouvir, attento.

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ACCENOS DE VENUS [4831]

A menina, quando dorme, a mão bota na chochota.

Algo appalpa que é disforme e de dentro della brota.

Que algo nella se transforme o symptoma ja denota. Desponctou-lhe um grelo enorme!

Si contar, fazem chacota. Às cantigas haja appello! Batatinha, quando nasce, é difficil que ultrapasse o tamanho desse grelo.

Femeas ha que querem tel-o.

Aos poetas, a menina rende a glosa fescennina que, no sonho, os faz lambel-o.

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Não dá dó da Josephina? Seu defeito é que tem uma perna grossa, outra que é fina: namorado nunca arrhuma!

Carolina, outra menina problematica, perfuma a boquinha. Si elimina a halitose? Não, mas fuma. Coitadinha da Raymunda, que tem corpo de sereia!

Não de cara, mas de bunda, é que é boa: se acha feia!

Ser mulher eu não desejo. Ja temi virar baleia. mas que as chupo bem, sem pejo, vou fallar de bocca cheia!

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CADA QUAL COM SEU MAL [4841]

CAPTIVO ADOPTIVO [4936]

Paraste por que? Vamos, continua! Estás muito mollenga, meu rapaz! Paresces nem ser esse que, ja faz um tempo, fui buscar alli na rua! De novo! Assim que eu gosto! Quero a tua linguona trabalhando! Tu me dás prazer como ninguem! Si não tens gaz, te vira! Juncta as forças! Soffre! Sua! Mais fundo! Abre-me a chota com a mão! Agora mette a lingua! Ai, como eu fico molhada! Ai, que delicia! Que afflicção! Recuas, meninão? Não faças bicco! Estica bem a lingua, meninão! Não tenhas nojo! Quando estou de chico, tu sabes como eu gosto! Por que, então, te fazes de coitado? Paga o mico!

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TINA, A REPENTINA [4957]

Sorri. Conta piada. Está feliz, paresce. Mas, de subito, ella muda de humor, fica casmurra, carrancuda, semelha bem mais velha... O povo diz: “Gozada, a Valentina! Eu não lhe fiz nenhuma offensa! Sente alguma aguda dor physica? Quem acha, não se illuda!

Mais tarde, abre os sorrisos mais gentis...”

Tensão premenstrual? Dizem que não. Seria cyclothymica? Ninguem explica das mudanças a razão. É tudo muito rapido! Assim, sem mais nem menos! Só pode ser, então, vontade de foder, quando não vem alguem lamber-lhe, cheio de tesão, a chota, a mammar chico, qual nenen.

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Contou-me um outro cego, e eu nem encuco si muito demorou p’ra que contasse: na vulva da mulher mette elle a face e lambe, e chupa, e suga aquelle succo! Diz elle: “Glauco, fico mais maluco ainda si de chico está! Que eu passe a louca lingua pelos labios! Nasce até ferida nella, immersa em muco!”

Não é como chupar um pau: a cara mettida é quasi toda no vermelho buraco vaginal, que se excancara! O toque à fellação não é parelho, siquer na activa parte dessa tara! Egual é só num poncto o rapazelho à velha ou à nympheta: se compara na lingua quando gruda algum pentelho...

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MOLHADAÇO EM PALHA D’AÇO [5009]

PORCARIA SEM PERFUMARIA (1) [5047]

Sejamos francos: sexo é sujo. A picca é suja. Uma boceta é tambem suja.

Fodeu o dicto cujo a dicta cuja?

Junctou sujo com sujo: justifica. Tambem no cu metter, si alguem fornica assim, é muito sujo. Sobrepuja, porem, qualquer sujeira quem babuja de lingua num caralho ou numa crica.

Beijar, bocca com bocca, eu não confundo com sexo oral: embora troque baba, a bocca não desceu ao mais immundo, ainda não se torna tão vagaba.

Cacete, sim! Cacete é vagabundo, pois quando aquelle mesmo pau que enraba penetra numa bocca, faz, no fundo, alguem se emporcalhar: no lodo accaba.

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PORCARIA SEM PERFUMARIA (2) [5048]

Verdade seja dicta, agora: a graça do sexo oral consiste mesmo nisso, sujar-se ao practicar um vil serviço. A scena, por ser suja, é que é devassa. Tentar amenizal-a, pois, não passa de inutil camuflagem. Não me ouriço sabendo que elle faça esse postiço papel de “bem lavado”, ou que ella o faça. A graça está em vencer essa barreira do nojo, em obrigar-se ao humilhante contacto, via oral, com tal sujeira, e creio que terei dicto o bastante. Ninguem dirá que eu fallo uma besteira. Portanto, é natural que o pau levante dum homem que lamber a chota queira daquella que pudica ser garante.

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EXGUEDELHADA PENTELHEIRA [5099]

Na forma accidentada dos terrenos está, do corpo, o erotico na femea, comtanto que, na bronha, o macho embleme-a dos seios ao monticulo de Venus. O symbolo, talvez, que mais accenos e appellos faz (ainda que blasphemia alguns o considerem), não o teme a lasciva bocca, a lingua muito menos. Refiro-me ao pentelho, que rodeia a vulva, feito cerca de araminho farpado, a ser pullada, volta e meia. A bocca não dá pullos, a caminho da grutta, porem: perde-se e passeia por entre a trama lubrica do ninho, e nem importa ao caso si ella é feia ou não, si é só tesão, si é com carinho.

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VAMPIRO MINETTEIRO [5539]

Historias tão insolitas eu tenho ouvido! Aqui no bairro, conta alguem num pappo de padoca, ja se tem noticia dum vampiro! Eu franzo o cenho! Só pode ser piada! O desempenho da fera é vergonhoso! O bicho nem procura a jugular duma refem! Nenhuma veia fura! Ao caso venho:

Commentam que o vampiro só quer chico sorvido duma chota ensanguentada!

Que sangue mais impuro! Que impudico! Por isso é que eu insisto: não ha nada peor que um brazileiro nisso! Eu fico damnado e dou razão ao Chico! Ah! Cada monstrinho vagabundo! Do fuxico mordaz alguem exsiste que se evada?

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“É, DE FATO, XOXOTA FEDE!” [5577]

Dos jogos palindromicos quem for adepto certamente corrobora a phrase repellente e sem pudor que expoz as genitaes duma senhora. Até mesmo quem cheiros maus adora concorda que a boceta tem fedor terrivel, si cheirada bem na hora fatal, naquelles impetos de amor. Quem for da cunnilingua fan suppor irá que nada altera nem peora aquillo que se espera do sabor lambido, a peixe podre egual, embora. Porem, na má graphia que vigora agora, na “chochota” xiz foi pôr quem “facto” grapha “fato”. Os erros fora, fazer não vou juizo de valor.

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MISCELLANEA INFELLACIONAL [5982]

Minette é a quinctessencia do prazer. Orgasmo mais intenso eu só desfructo si chupo um bocetão jamais enxuto. Poder uma mulher tem de exercer. Por isso quero sempre meu poder testar sobre a mulher com quem discuto politica, pois della sempre escuto offensas que não posso devolver. Ja tive fellatrizes que meu pau fizeram exporrar com bom deleite, mas quero tal prazer em maior grau. Prefiro, agora, alguem que me subjeite na marra, por character mesmo mau, que faça a minha rolla jorrar leite: aquella que, exclamando um bello “Uau!”, me ensope este linguão com seu azeite.

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MISCELLANEA BOATEIRA [5990]

Um gruppo os maus politicos commenta. Do velho deputado, que se amiga com joven prostituta, assumpta a Liga. Fofoca, nesse caso, mais se inventa. A coisa vem à tonna, mais nojenta ainda do que certa bruxa diga. Nas redes sociaes sempre se instiga um caso que se forja ou que se exquenta. A Liga das Senhoras Dignas tem razão ao criticar o “coroné”

que, como orador, usa a lingua bem, mas mais indecoroso é ver que até seus pares o defendem e ninguem duvida de que em Christo elle tem fé! Alguem me disse que elle lambe, sem ter nojo, o grosso grelo da “muié”.

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MISCELLANEA REGULAR [6018]

Nas taras, cada qual tem seu motivo. “Quem lambe uma boceta, si a mulher está de chico, oppõe-se ao que Deus quer.” Assim não diz o frade, que é lascivo. Eu mesmo, no meu gozo, não me privo das taras mais communs ao meu mester. Porem o frade espera seu affair passar, com a freirinha, pelo crivo. A freira argumentou, negou, mas nada que allegue dissuade disso o frade, disposto a degustar-lhe a ensanguentada e fetida vagina! Que dirá de um cego a freira, então, si o camarada degusta as hemorrhoidas de algum Sade? Por isso os bardos cantam: curta cada qual sua podre tara à saciedade.

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MISCELLANEA ZOOLOGICA [6027]

Gallinha, não. Nem vacca dizem della. Talvez por ser “modello”, ella se julga formosa, mas não passa duma... pulga. Ou seja: ninguem falla que é cadella. Pernuda, grossas coxas, acha a miss que os ricos pagarão pelo seu joven corpinho saltitante e está feliz, embora as bem casadas lhe reprovem a má reputação. Ella só diz que curte a vida emquanto os homens chovem. Sangrou seus coroneis, pelos Brazis affora, foi tehuda e mantehuda. Se exquesce de que a vida não dá bis nas chances para sempre. Que se illuda no espelho! Um senador ja não lhe quiz chupar a chota, e a puta o chupa muda.

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MEME DA MENINA BEIÇUDA [6029]

Meninas se conhescem por inteiro. Carminha descobriu que sua conna tem “labios” e por elles se appaixona, paixão que exige espirito fuleiro. Tem ella aquillo tudo que, primeiro, desejos despertou na propria dona. Mas tem tambem aquillo que ambiciona qualquer abbestalhado punheteiro.

Queria era beijar-se, mas só pode fazer isso no espelho, chota a chota, ou labio a labio. A idéa que lhe accode é ver sua boneca, na qual bota a chota, dar-lhe os beijos. Quem se fode, mais tarde, é a cadellinha que ella adopta! Ninguem ha que com isso se incommode, excepto o moralista que me annota.

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BACALHAU [6208]

As partes, tanto em homens ou mulheres, fedendo a bacalhau nos são descriptas e tu tambem tal cheiro nellas citas.

Explica-me isso, Glauco, si puderes! Então, caralho ou conna, dizer queres que tudo tem odor egual? Evitas fazer a differença? Que repitas te peço, Glaucão, isso que suggeres! Achar que a conna feda bacalhau eu acho, mas somente si está suja.

Tambem a rolla, caso a dicta cuja sebinho juncte, exhala cheiro mau.

Suggeres tu, portanto, que no pau ninguem se lave? Então machão babuja em conna sem lavar? Ninguem que fuja exsiste da sujeira? Ahi, babau!

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SEPTENTÕES [6377]

Ouviste fallar, Glauco, do dictado que diz que pau de velho é lingua? Agora te conto o que o vovô poz para fora: dois palmos duma lingua de tarado! Na minha conna a rolla dum cunhado ja tinha entrado fundo! Ninguem chora por isso: só de gozo se estertora! Mas, Glauco, mais o velho olhou meu lado! Entrou com seu linguão tão fundo, tão gostoso, que suppuz ser uma cobra que estica, que colleia, que se dobra até quasi sahir pelo ladrão!

Tambem, como o vovô, tu septentão estás! A julgar pela tua obra, tens lingua de dois palmos! Não te sobra um tempo para as connas, Glauco, não?

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MENINO LEPORINO [6392]

Beijei não! A menina nojo tinha, seu Glauco! Tenho o labio “leporinho”... Agora, corajoso, lhe escrevinho e tudo vou contar em cada linha.

Não ria, Glauco, dessa tara minha!

Não posso ver um beiço vermelhinho, molhado, duplicado, cor de vinho rosado, que me encaixo na chotinha!

As putas deliciam-se, eu lhe juro!

Relaxam, arreganham, abrem tudo!

E eu, labio contra labio, lambo mudo, degusto o succo, sorvo o mel mais puro!

Beijar na bocca, nunca, nem si escuro está! Mas o senhor tambem sortudo não é! Tem que beijar, sem ver, o cu do bundão mais porco, ou ser-lhe pedicuro!

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SERVIÇO DOMESTICO [6395]

Hem? Sabe do que eu gosto, Glauco? Obrigo a minha mulherzinha a ser escrava da nossa faxineira, a que nos lava os pisos e banheiros! Ah, me instigo! Impõe nossa domestica castigo de sadica à patroa que, si estava a dar ordens, agora aguenta a brava licção da diarista! Ah, meu amigo! Precisa ver a minha mulher quando rasteja aos pés da alegre empregadinha, levando ponctapé quando engattinha e lambe o chão que a outra foi sujando! Depois lambe boceta, ao meu commando, e chupa no cuzinho o que eu ja tinha gozado, Glauco! Ouriça-lhe essa minha libido? Ou é castigo um tanto brando?

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PERSUASIVO MOTIVO [6445]

Mulheres são vaidosas, é verdade. Mas, Glauco, descollei uma nympheta bastante relaxada. Na boceta lambida quer ser. Gosta que eu lhe aggrade. Appenas com seu jeito persuade a gente: bem manhosa, bem ranheta. Questão faz que, de lingua, me intrometta la dentro da chochota, abrindo a grade!

Mas quero, Glauco, um poncto resaltar: Aquella garotinha tem um puta chulé! Só calça tennis! Cê relucta tractando-se do sexo opposto o par?

Queria ver você lamber, chupar aquelle pé suado, que lhe chuta a cara! Ver você na chota, a fructa de polpa succulenta, a babujar!

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FERTIL TOM ERECTIL [6459]

Ouvi fallar, Glaucão, que tem menina bem sadica à procura dum machão que tope ser escravo! Você não quiz isso? No logar não se imagina? Hem, Glauco? Que tesão! Quem lhe domina a bocca ser mulher! Eu fico tão erecto que me exporro! Uma funcção almejo: chupador ser de vagina! A simples phantasia não lhe excita a mente? Cunnilingua qualquer? Nada?

Eu fallo duma chota menstruada, da maxima abjecção que alguem admitta! Depois de ler tal scena, bem descripta em verso por você, descasco cada punheta, cara! Assim a madrugada passou, até que tudo se repita!

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RISONHA SEM VERGONHA [6547]

Então vou te contar, Glauco. Casada eu quasi estive. Virgem me mantive. De sexo faz sentido que se prive alguem? Pois esperei ser deflorada. Na vespera, rompeu elle. Mais nada restou-me de esperança. Só quem vive num mundo de illusão pode, inclusive, achar que ser feliz é dar risada.

Eu ria por qualquer coisa, bobinha. Casar ja não mais quero, Glauco, não.

Mas hoje faço sexo com a mão na boa. Ainda rio, mas sozinha.

Achaste boba a minha ladainha?

Não mesmo, Glauco? Puxa, mas és tão amigo! Si eu tivesse esse grelão que queres, a deixar-te lamber vinha!

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INGRATAS CANDIDATAS [6708]

Não voto em mulher, Glauco! Onde é que ja se viu ser governado por mulher? Si deixo que ella faça o que quizer, virar vae algo como um marajah! Si machos na gestão a fazem má, calcule o que fará, nesse mester politico, uma dessas que um affair tem com o coronel que é mais gagá!

Não, Glauco! Na mulher eu jamais voto! Não quero confundir o meu desejo com outros mais valores que eu almejo na vida, nos quaes pouca fé ja boto! Ja basta a cidadan de quem devoto fiquei, que sua chota põe, sem pejo, na minha cara, a quem ‘inda cortejo e cujo chico sugo numa photo!

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SHEENA IS A PUNK ROCKER [6952]

Cabeça mohicana, nappa adunca, aquella pistoleira, Glauco, faz furor aqui no bairro! Mas rapaz, que é bom, ella não pega, mesmo, nunca! Pudera! A vagabunda virou punka!

Tá toda tattuada, até ja traz no rosto uma de rolla! Solta gaz com força, qualquer pappo fode e trunca!

Não, Glauco, nem é tanto o pappo della que expanta a molecada do logar, nem esse visual tão invulgar, mas uma affamadissima mazella!

A punka nunca toma banho, bella porquinha que deseja se tornar! Na chota fede tudo que, do mar, de podre exsiste e embrulha na goela!

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VENUS IN FURS [6958]

Achei pouco, Glaucão, o que Lou Reed fallou do Severino! Ora, a chibata ninguem usa somente si se tracta de beijos exigir quem bem decide! Não, Wanda não ficou, ninguem duvide, só nisso! Beijar botas? Coisa chata será, si não passar duma cordata sessão de servidão que mal aggride! Commigo o Severino, Glaucão, ia passar uns maus boccados! Na veneta me dava que lambesse esta boceta que encharco, ouvindo um disco, todo dia! Sim, antes lamberia, ah, lamberia a minha bota! Appenas não se metta ninguem a duvidar, pois não é peta que esteja, sim, sujissima! Ah, não ria!

43

O CEGO E SUA NAMORADA [6980]

Embora cego, o gajo conseguira com uma namorada ter a sua amavel companhia pela rua. Mas logo descobriu que era mentira. Aquella maluquette era da lyra, sorria, como quem se prostitua, a todos que encontrasse e que, de lua, quizessem conferir como se vira. Do cego só queria alguma grana. Dos outros, chuparia até caralho

fedido, que lhe desse mais trabalho de lingua! Ah, que putana mais sacana!

Não, nunca abriu o jogo. Sua chana chupei, pois nisso julga que não falho. Sim, Glauco, sou tal cego. Não expalho, porem, que descobri que ella me enganna.

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DESPEITO DA DESFEITA [7064]

Poeta, meu marido é um despeitado! Desculpe, intimidades si lhe fallo daquelle presumpçoso, cujo phallo nem pode ser chamado de cajado! Mas elle fica fulo si me enfado da sua gabolice! Falso gallo, assim o chamo, para não chamal-o de brocha, de impotente, de veado! Não, Glauco! Bem dotado não é, não! A minha bocetinha, sim, é festa na bocca de quem isto não detesta! Pois elle desdenhou della, Glaucão! Precisa ver que grande e bello vão das pernas tenho, vate! Quem contesta? Os homens todos lambem, Glaucão, esta chochota! Até meu novo Ricardão!

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APPOSTA NA BOSTA [7105]

Malvada sou, Glaucão! Si poderosa eu fosse, castraria algum machão, seus olhos vazaria, quando, então, promptinho ficaria à minha prosa! Então eu lhe diria: Aqui quem goza sou eu e mais ninguem! Os homens são escravos da boceta! Como um cão, lambidas dê nas petalas da rosa! Seus labios que em meus labios se inundar consigam da sopinha vaginal!

Um cego bem cappado um animal se torna, de exquisito paladar! Depois, approveitando que cagar eu quero, vae comer meu trivial cocô que, comparado, tem mais sal que sangue menstrual! Quer appostar?

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(p’ra não dizerem que não canto as femeas)

Oh minha doce amada, minha goyabada, tão conspicua

quão conspucia, inconstante e mammada, desnaturada e desnattada!

Oh minha desdenhosa, divina, demoniaca diva doidivanas, como amo tuas anas quando me envenenas com teus ventos;

tuas chanas planas e plenas de corrimentos;

tua prepucia que não posso

arregaçar e teu regaço que não passo sem cabaçar!

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CERA & NATTA PARA DESDEMONA [8430]

IDÉA DE MEDÉA [8552]

Tortura das torturas! Um leitor mais sadico me impoz cruel castigo!

Terei que imaginar qual o sabor dum chico na boceta! Assim me instigo... Tormento dos tormentos! Quando for forçado à cunnilingua, mal consigo suppor o que farei! Aquelle odor ja basta p’ra noção dar do perigo...

Penar dos meus penares! Chupador serei duma mulher que ao inimigo nem quero desejar! Nem sei que cor tem ella, a face... Eu, cego, o que é que digo?

Mandona, gozadora, com rigor sarcastico será, para commigo, a fonte do mais torpe e vil horror! Debaixo de seus pés terei abrigo? Num impeto masoca, a meu favor supponho o senso orgastico. Me ligo na astral contradicção, na moral dor e contra tal idéa ja não brigo.

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SUMMARIO DISSONNETTO DISSIDENTE [0193] ...................... 9 DISSONNETTO BOCETEIRO [0309] ...................... 10 DISSONNETTO DA NYMPHETA [0374] .................... 11 SONNETTO DA CUNNILINGUARUDA [0814] ................ 12 DISSONNETTO DA LUXURIA [0832] ..................... 13 DISSONNETTO SOBRE UMA VELHINHA CONSERVADA [2951] .. 14 DISSONNETTO SOBRE O BEIJO MAIS INTIMO [3008] ...... 15 MENINA MIMADA [3960] .............................. 16 CREAÇÃO DA BOCETA [4464] .......................... 17 MAU GOSTO, BOM DESGOSTO [4537] .................... 18 ACCENOS DE VENUS [4831] ........................... 19 CADA QUAL COM SEU MAL [4841] ...................... 20 CAPTIVO ADOPTIVO [4936] ........................... 21 TINA, A REPENTINA [4957] .......................... 22 MOLHADAÇO EM PALHA D’AÇO [5009] ................... 23 PORCARIA SEM PERFUMARIA (1) [5047] ................ 24 PORCARIA SEM PERFUMARIA (2) [5048] ................ 25 EXGUEDELHADA PENTELHEIRA [5099] ................... 26 VAMPIRO MINETTEIRO [5539] ......................... 27 “É, DE FATO, XOXOTA FEDE!” [5577] ................. 28 MISCELLANEA INFELLACIONAL [5982] .................. 29 MISCELLANEA BOATEIRA [5990] ....................... 30 MISCELLANEA REGULAR [6018] ........................ 31 MISCELLANEA ZOOLOGICA [6027] ...................... 32 MEME DA MENINA BEIÇUDA [6029] ..................... 33 BACALHAU [6208] ................................... 34
SEPTENTÕES [6377] ................................. 35 MENINO LEPORINO [6392] ............................ 36 SERVIÇO DOMESTICO [6395] .......................... 37 PERSUASIVO MOTIVO [6445] .......................... 38 FERTIL TOM ERECTIL [6459] ......................... 39 RISONHA SEM VERGONHA [6547] ....................... 40 INGRATAS CANDIDATAS [6708] ........................ 41 SHEENA IS A PUNK ROCKER [6952] .................... 42 VENUS IN FURS [6958] .............................. 43 O CEGO E SUA NAMORADA [6980] ...................... 44 DESPEITO DA DESFEITA [7064] ....................... 45 APPOSTA NA BOSTA [7105] ........................... 46 CERA & NATTA PARA DESDEMONA [8430] ................ 47 IDÉA DE MEDÉA [8552] .............................. 48
São Paulo Casa de Ferreiro 2023

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