Revista Encontro 172

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ENTREVISTA ❚ PROCURADOR DA REPÚBLICA EM MINAS, RODRIGO PRADO, DIZ QUE A INICIATIVA PRIVADA NÃO VAI MAIS SE SAFAR EM CASOS DE CORRUPÇÃO Setembro de 2015 | Ano XIV | Nº 172

www.revistaencontro.com.br

ISSN 1679-0146

Flávia Fulgêncio, diretora do GreenSystem; a aluna intercambista Letícia Fulgêncio e Lorena Macedo, diretora do Santo Agostinho: conectadas na educação globalizada

EDUCAÇÃO BILINGUE

É cada vez maior a procura por escolas que oferecem essa formação. Até as instituições de ensino tradicionais já estão se mexendo

SERÁ ESSE O FUTURO? ENC172CAP_capa.indd 1

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NESTA EDIÇÃO

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ENTREVISTA Procurador da República em Minas fala do combate à corrupção no estado

LAZER Mineirão completa 50 anos de portas abertas para o entretenimento

CIDADE Espigões fantasmas com os dias contados

MÚSICA Orquestra Filarmônica atrai público diversificado

46 48 52 54

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SAÚDE Conheça as propriedades dos adoçantes antes de comprar

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CORRIDA Prepare-se para a Encontro Delas/ Circuito Itambé

PET Iniciativa privada ajuda a preservar animais silvestres

MERCADO Indústria de fornos mineira exporta para cinco países

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VEÍCULOS Venda de carros híbridos não deslanchou no Brasil

ARTES PLÁSTICAS Artista mineiro surpreende com materiais inusitados

CULTURA Comunidades estrangeiras cultivam tradições em BH

DEZ PERGUNTAS PARA Psicóloga fala sobre efeitos da crise no emocional das pessoas Henrique Gualtieri

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ARTIGOS 16 78 178

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ALEX SANTANA DE NOVAIS Redução de salários e jornadas

JOSÉ JOÃO RIBEIRO Tom Cruise: cada dia melhor

LEILA FERREIRA Já fomos melhores

Foto capa: Pedro Nicoli

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NESTA EDIÇÃO Cláudio Cunha

ESPECIAL EDUCAÇÃO 80 92

130 COLUNAS 18 20 28 32

NO PODER E as propostas? DEU O QUE FALAR “Quem sair do plenário vai ter corte no salário” RETRATOS DA CIDADE Se eles falassem GENTE FINA Mil e uma utilidades

60 66 126 156

100

108 COLUNA DE DIREÇÃO O mais potente da história ENCONTRO INDICA Os 45 anos da Fundação Clóvis Salgado NA MESA Pedacinho do Uruguai NA SOCIEDADE Toda toda

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Robson Ferreira/Divulgação

140 142 70 12 |Encontro

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CAPA Educação internacional nas escolas de BH MEIO AMBIENTE Alunos aprendem diferentes formas de preservar o verde ENSINO A DISTÂNCIA Horário flexível faz crescer a procura

MODA Cores vibrantes e cítricas são apostas da nova estação

DECORAÇÃO Espelhos harmonizam os ambientes

DIREITO Presidente da OAB Minas faz balanço da gestão

RECEITAS Ovo cai bem com diferentes combinações

ENCONTRO DE CHEFS Consagrados nomes da gastronomia de BH se reúnem em fazenda

GASTRÔ Premiação dos melhores do setor em Minas

EVENTO Lançamento Caparaó

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CARTA DO EDITOR revistaencontro.com.br

Diretor-Presidente

Álvaro Teixeira da Costa

KÁTIA MASSIMO / EDITORA-CHEFE Diretor-Executivo Vice-presidente de Negócios Corporativos Diretor de Publicidade Diretor Jurídico

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Geraldo Teixeira da Costa Neto Josemar Gimenez Rezende Mário Neves Joaquim de Freitas

André Lamounier Kátia Massimo Fábio Doyle Neide Magalhães Aline Gonçalves Daniela Costa Geórgea Choucair Marina Dias Rafael Campos Carolina Daher Gui Torres Amanda Aleixo Edmundo Serra Roger Simões Antônio de Pádua Bruno Schmitz Gustavo Paiva Heitor Antônio Júnior Oliveira Ana Luiza Kennedy Talita Santos Nayara Fagundes Lílian de Oliveira Solange Rabelo Laila Soares Agata Utsch Andreza Braga Shyrlei Roque Roberta Magalhães Cristiane de Marco Natália Santos Nicole Fischer André Lima Jaqueline Souza Editora Encontro

João Paulo Martins Bruna Sales Vinícius Andrade Plural Vip (31) 2126-8770 (31) 2126-8000 (31) 2126-8000

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CONFORME RELATÓRIO EM NOSSO PODER. ENCONTRO É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ENCONTRO IMPORTANTE LTDA. BELO HORIZONTE. RUA HAITI, 176, 3° ANDAR - SION 30320-140, BELO HORIZONTE - MG FONE: (31) 2126-8000 EMPRESA FILIADA À

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redacao@revistaencontro.com.br

Educação e esperança A estudante Maria Júlia Rodrigues tem apenas 9 anos, mas é cheia de atitude. Surpreendeu a própria família ao decidir participar de uma reunião de condomínio do prédio onde mora, para pedir aos vizinhos que joguem o lixo nos recipientes corretos (fiscalizou durante um tempo as lixeiras de coleta seletiva para constatar que isso não estava acontecendo). Falou sobre a reciclagem, sobre como é importante para o meio ambiente e para o cidadão, etc. Deixou todos boquiabertos e, claro, um tanto envergonhados. Criança puxando orelha de adulto reverte a ordem natural das coisas. Difícil não se sentir constrangido. Não é só no prédio de Maria Júlia (uma das personagens de matéria sobre educação desta edição) que isso vem acontecendo. Mostramos também outros exemplos. São crianças e adolescentes que estudam em escolas particulares de BH e que, estimulados por professores, veem o mundo por outro viés e influenciam pais e outros familiares. É resultado de uma educação comprometida com o meio ambiente, com atitudes responsáveis, com a globalização. Enfim, com um mundo melhor. Claro que ainda há muito a ser feito. Segundo relatório do Movimento Todos pela Educação, divulgado em julho, ainda existem 2,8 milhões de crianças e adolescentes sem acesso à educação básica no Brasil. Estão à margem da sociedade. Que futuro terão? Sem dúvida, há um longo caminho a percorrer, que exige participação de todos e, principalmente, uma nova postura, que sirva de referência aos jovens, como a do procurador da República em Minas, Rodrigo Prado. Ao lado de outros colegas mineiros, ele vem executando trabalho incansável no combate aos corruptos no país. Em entrevista nesta edição, Rodrigo chama a atenção para os “pequenos” atos de corrupção do dia a dia, que pela nossa cultura consideramos corriqueiros. “As pessoas não enxergam corrupção, por exemplo, em furar a fila ou dar uma cervejinha ao guarda”, Rogério Sol diz Rodrigo. Infelizmente, ainda há pessoas acostumadas a pensar que levar pequenas vantagens ali e aqui é legal. Muito diferente dos estudantes e educadores que mostramos nesta edição. Acende a esperança de que o futuro seja melhor, e que as palavras corrupção e escândalos passem a constar apenas nos livros, em um triste capítulo da história do nosso país. A geração Gerson – aquela que “gosta de levar vantagem em tudo” – está ficando para trás. Isso, sim, é uma luz no Alunos da educação infantil do Colégio Logosófico no jardim da escola: os pequenos aprendem desde cedo a respeitar e cuidar do verde fim do túnel. ❚

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Responsável Técnico: Dra. Erika Corrêa Vrandecic - CRMMG 28.946

FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000 ERRAMOS ENCONTRO GASTRÔ - O MELHOR DA CIDADE 2015 No p. 188, Sabores Regionais/Júri, houve troca nas fichas de perfis dos jurados Elerson Murta e Edson Pereira Marques. As fichas corretas são as seguintes: ELERSON MURTA Diretor de empresa, é casado e tem dois filhos, um de 3 anos e outro de 1. Almoça ou janta fora de casa cerca de cinco vezes por semana. Diz ter muita afinidade com a gastronomia, mesmo nunca tendo feito cursos para aprender a cozinhar.

ESPELHO, ESPELHO MEU I Samuel Rosa e Lô Borges na capa! Que alegria em vê-los. Foi uma delícia ler a matéria e saber que certas pessoas são, na verdade, anjos em nossas vidas. Parabéns! Mário Vasconcelos Belo Horizonte/MG

ESPELHO, ESPELHO MEU II Fiquei emocionado com as histórias da matéria. Atire a primeira pedra quem nunca se espelhou em pessoas que admira. Marlene Silva Belo Horizonte/MG

ENTREVISTA: JOSÉ SALVADOR SILVA I Merecida e enriquecedora a entrevista com o dr. José Salvador. Fui médico das primeiras horas do Hospital Mater Dei, onde trabalhei por quase 20 anos, desfrutando de sua amizade, numa convivência muito proveitosa pela sua cultura, dinamismo e solidariedade. Sua vida é uma lição a ser bem aproveitada pelos jovens médicos. Evaldo D’Assumpção Anchieta (ES)

ENTREVISTA: JOSÉ SALVADOR SILVA II Inspiradoras as palavras do doutor José Salvador. É uma prova clara de que a vida é

EDSON PEREIRA MARQUES O empresário é casado e tem uma filha de 24 anos. Almoça ou janta em restaurantes cerca de quatro vezes por semana e gosta de experimentar diferentes sabores. Diz que não leva jeito para cozinhar e por isso nunca fez cursos na área de culinária.

Houve incorreção nas fichas dos vinhos do teste cego, publicadas na p. 81. Os nomes corretos de quem indicou cada rótulo são os seguintes: NAVAHERREROS BLANCO D.O. MADRID 2008 Quem indicou: Júnior Ribeiro, gerente comercial Onde achar: Casa do Porto PICPOUL DE PINET 2013 Quem indicou: Nelton Fagundes, sommelier Onde achar: Enoteca Decanter RONCHI SAN GIUSEPPE PINOT GRIGIO Quem indicou: Luiza Martini, sócia-proprietária Onde achar: Casa do Vinho

sustentada por três pilares: ética, dedicação e amor. A escolha do entrevistado não poderia ser melhor. Márcia Souza Contagem/MG

VELHO MERCADO NOVO É uma pena a situação do Mercado Novo, que de novo só tem o nome. Acho que falta vontade do poder público em dar uma nova direção ao lugar. Maria Paula Santos Belo Horizonte/ MG

CAMARÃO À MINEIRA Quem diria que seríamos referência também na produção de camarão? Fiquei orgulhoso. João Santos Belo Horizonte/MG

EXEMPLO QUE ENSINA Adorei a matéria. Em minha opinião, os verdadeiros pais são aqueles que transmitem valores preciosos aos filhos. A solidariedade é um deles. Kátia Moreira Belo Horizonte/MG

CARTA DO EDITOR Quero dizer da minha emoção e alegria ao ler o texto. Foi uma dessas experiências

que confirmam e dão ainda mais sentido a algumas escolhas que fazemos na vida. Eduardo Machado Belo Horizonte/MG

EDIÇÕES ANTERIORES

AS MELHORES 35 EMPRESAS PARA TRABALHAR EM MINAS Apesar do atraso, gostaria de registrar minha alegria e imensa satisfação profissional em verificar que nas melhores empresas para se trabalhar a remuneração variável se faz presente. Profissional de RH que sou, vejo na remuneração variável a forma mais justa e adequada de se conjugar capital e trabalho. Geraldo Cerqueira Belo Horizonte/MG

Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por razões de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770

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Responsável Técnico: Dra. Erika Corrêa Vrandecic - CRMMG 28.946


ARTIGO | ALEX SANTANA DE NOVAIS alex.santana@asaf.adv.br

Redução de salários e jornada A redução de salários está prevista na Constituição de 1988, em seu art. 7º, que estabelece que só pode ser feita mediante convenção ou acordo coletivo. O texto constitucional para exatamente nesse ponto. Não traz outras exigências. A partir da ideia de preservar o emprego, vários modelos foram adotados, entre eles, a suspensão dos contratos de trabalho, o layoff (o empregado continua recebendo salários, em parte custeado pelo FAT) e a redução de salários com redução da jornada. A flexibilização de jornada com a utilização do banco de horas também é bastante utilizada. Com a recente crise econômica no Brasil (dados do mês de julho apontam a queda de mais de 157 mil postos de trabalho), o governo federal lançou o programa de preservação do emprego por meio de Medida Provisória 680, em vigor desde 7 de julho deste ano. Conforme o texto da MP, os salários poderão ser reduzidos em até 30%, com consequente redução da jornada de trabalho. A nova proposta de redução traz novidades e só pode ser feita com acordo específico entre empresas e sindicatos. A primeira novidade é que a União pagará parte do salário reduzido, com recursos do FAT. O limite da compensação financeira aos trabalhadores é da metade do valor reduzido, limitado a 65% da parcela do seguro-desemprego, o que hoje equivale a R$ 900,84. Exemplificando, se um trabalhador que ganha R$ 4.500 tiver sua jornada e salários reduzidos em 30%, que equivale a R$ 1.500, o governo complementará metade, ou seja, em vez de receber R$ 3.000, o empregado receberá R$3.750. Na prática, significa que a redução salarial efetiva será de 15%. Em nenhuma hipótese, o trabalhador poderá receber menos que um salário mínimo. Mas a adesão a esse plano também traz ônus. Outras novidades são que, sobre o valor complementado pelo governo, deve haver contribuição ao INSS, feita pelo empregador, e a instituição de uma nova modalidade de estabilidade provisória aos empregados. É que, em um terço do período em que a empresa utilizar-se do programa, não poderá dispensar os trabalhadores beneficiados. As empresas poderão se manter no programa por no máximo 12 meses e terão até o final de 2015 para aderir. Ou seja, de qualquer forma, a redução de salários e jornada é temporária. E não há a obrigatoriedade de a redução atingir toda a empresa, podendo ser feita apenas em um setor específico. Há, ainda, a limitação à adesão. A MP restringe-se a empresas com dificuldades econômico-financeiras. Ocorre que não define o que é

“A medida é vista com bons olhos por empresários e trabalhadores, que vislumbram a possibilidade de manutenção de empregos com a redução dos custos”

tal conceito nem quem poderá aderir, deixando tal regulamentação para ato do Executivo. Na ocasião da edição da medida provisória, a imprensa noticiou que a intenção do governo, também, era gastar menos com seguro-desemprego. A conta é que, preservando o emprego, o valor a ser gasto pelo Tesouro será menor que o desembolso com o seguro. A MP é vista com bons olhos por empresários e trabalhadores, que vislumbram a possibilidade de manutenção de empregos com a redução dos custos. Esperemos a regulamentação e que o alcance não seja tímido. z *Professor e advogado tributarista

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NO PODER | BERTHA MAAKAROUN bmaakaroun@editoraencontro.com.br

E AS PROPOSTAS?

Andre Stefano/Divulgação

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, sustenta: “O Brasil é maior que a crise e sairá dela”. A pergunta é quando isso vai acontecer. “Infelizmente, não temos hoje previsão de recuperação econômica. Não sabemos quando, porque não há propostas. E, quando há propostas interessantes, não há quem as encampe e as viabilize politicamente”, afirma. “Qual é o planejamento para recuperar a economia em um ano? Não tem. Qual é o planejamento para recuperá-la em dois anos? Não sei. Sabemos que vamos sair, mas não sabemos quantos ficarão para trás até sairmos”, avisa. Mais preocupados com soluções do que com a busca de “culpados”, forma-se consenso entre os empresários de que a crise econômica se agrava em decorrência, principalmente, de fatores políticos, entre os quais a disputa entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Sem planejamento e sem condução política, não vai. Beto Novaes/EM/DA Press

Paulo Filgueiras/EM/DA Press

JUROS DIFERENCIADOS

QUEM NÃO SERÁ... Tanto do lado petista quanto do tucano, os dois nomes mais fortes para concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte já avisaram que não serão candidatos. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT), nem considera a hipótese. “Quando assumo uma tarefa, assumo para valer. Não penso em outra coisa. Enquanto eu estiver à frente do Ministério de Desenvolvimento Agrário, estarei com duas coisas na cabeça: viabilizar a reforma agrária tirando as pessoas dos acampamentos e promover o desenvolvimento da agricultura familiar com a produção de alimentos saudáveis”, disse. O senador Antonio Anastasia (PSDB), ex-governador de Minas, curinga tucano, também desconversa: “Já declarei muitas vezes e refaço que não serei candidato, a despeito da grande honraria”.

Além da linha de crédito aos municípios mineiros no valor de R$ 250 milhões, com taxas de juros diferenciadas, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) , o diretor-presidente do BDMG, Marco Aurélio Crocco, pretende, a partir do mês que vem, também aplicar taxas especiais às linhas de financiamento abertas às empresas. “Esta é uma proposta no âmbito da política de desenvolvimento regional adotada pelo banco”, afirma ele. As empresas de regiões mais pobres do estado, com IDH abaixo da média estadual, terão dinheiro mais barato.

Marcelo Camargo/Agência Brasil/Divulgação

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Marcos Michelin/EM/DA Press

DIRETÓRIO DISSOLVIDO O deputado federal Leonardo Quintão continua no comando do diretório municipal do PMDB. Mas perdeu poder para conduzir a política de alianças na sucessão da PBH do ano que vem. É que o diretório do PMDB de BH foi dissolvido e transformado pelo vice-governador, Antônio Andrade, presidente estadual, em comissão provisória. Com isso, se houver divergências políticas, poderá ser dissolvido pela direção estadual a qualquer momento. Quintão minimiza. Diz que o objetivo da mudança foi apenas acomodar as principais forças e garantir clima de “total harmonia”. Pré-candidato a prefeito de BH, cargo que disputou em 2008 contra o atual prefeito, Marcio Lacerda (PSB), Quintão não está sozinho em suas pretensões. Sávio Souza Cruz (PMDB), secretário de Estado de Meio Ambiente, é também nome cotado. Para não falar no empresário Josué Gomes da Silva, que teve votação expressiva nas eleições do ano passado, quando concorreu ao Senado Federal. Marcelo Camargo/Agência Brasil/Divulgação

MINEIRO, UAI! Recém-conduzido pela presidente Dilma Rousseff (PT) para o cargo de procurador-geral da República, o belo-horizontino Rodrigo Janot, de 58 anos, gosta de lembrar as histórias sobre a sua juventude na capital mineira e os tempos em que estudou direito na UFMG. Durante aula magna proferida na Escola Superior Dom Hélder Câmara, ele contou: “Até os 28 anos, antes de sair daqui, era conhecido como Rodrigo Monteiro de Barros. Mas, em Brasília, gostaram de minha ascendência francesa por parte do avô materno. Virei então Rodrigo Janot”, disse. Janot arrancou risadas da plateia ao contar que, em suas andanças pelo país, costuma pedir nos restaurantes “camarão de mineiro”. Ao ser questionado sobre o que vem a ser isso, explica: “Torresmo, uai!”. Janot se declara atleticano doente. “Acordo toda manhã com o canto do galo”, diz, em referência ao hábito de se levantar cedo. E continua com o trocadilho: avisa que não se deixa picar pela mosca azul – o que é muito fácil de acontecer em Brasília, em certos cargos. “Não perco as minhas referências. Mineiro é assim: sai de Minas, mas Minas renitentemente não sai de mim.”

FIM DAS LARANJAS A Justiça Eleitoral está de olho na falta de apoio dos partidos políticos à participação das mulheres na política, que historicamente são usadas como laranjas para compor o mínimo de 30% das candidaturas nas chapas proporcionais. Por terem veiculada a propaganda partidária em Minas sem a destinação de 10% do tempo para a participação feminina, PT, PMDB e DEM perderam 10 minutos de seu tempo de veiculação no ano que vem. A decisão é da corte eleitoral mineira. Agora, resta saber se nas eleições do ano que vem haverá acompanhamento das candidaturas de mulheres para as câmaras municipais. As medidas são essenciais para reverter injustiças relacionadas ao gênero. O Brasil ocupa hoje a 118ª posição no ranking de 188 países da representação política feminina. Desempenho pífio.

BIBLIOTECA BIOLÓGICA Com mais de 2 milhões de itens armazenados, entre esqueletos, tecidos, amostras de DNA, animais empalhados e plantas secas, a biblioteca da Universidade Federal de Minas Gerais vai ganhar sede própria. Nos próximos meses se iniciarão as obras do Centro de Coleção Taxonômica, um prédio de cinco andares e 4 mil metros quadrados, que ficará em frente ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB). Todo estudo científico com organismos nativos do Brasil precisa ser comprovado, com a indicação do objeto pesquisado e a possibilidade de acesso para verificação. Esta é a importância da coleção, essencial para consultas e pesquisas de genética, botânica e zoologia.

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DEU O QUE FALAR | AMANDA ALEIXO “Quem sair do plenário vai ter corte no salário” WELLINGTON MAGALHÃES (PTN), presidente da Câmara Municipal de BH, sobre projeto que corta o ponto dos vereadores que deixarem o plenário antes do fim da sessão

“A visão elitista da gastronomia serve a interesses medíocres” LAURENT SUAUDEAU, chef francês, que mora no Brasil, durante entrevista no Festival Cultura e Gastronomia Tiradentes

“Só sofre de amor quem não tem dinheiro para beber” GUSTTAVO LIMA, cantor, parafraseando o velho ditado para explicar o momento que vive após o fim do noivado com a modelo Andressa Suita

“Nós, brasileiros, precisamos assumir a ousadia que os canalhas têm. Essa ousadia não pode ser de pessoas que não cumprem as leis, que usam o espaço público para interesses particulares” CÁRMEN LÚCIA, vice-presidente do STF, em protesto contra a série de escândalos que provocaram crise política – além da econômica – no país

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Prometo solenemente consagrar a minha vida ao serviço da Humanidade. Darei aos meus Mestres o respeito e o reconhecimento que lhes são devidos. Exercerei a minha arte com consciência e dignidade. A Saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação. Mesmo após a morte do doente, respeitarei os segredos que me tiver confiado. Manterei, por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão médica. Os meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que considerações de religião, nacionalidade, raça, partido político ou posição social se interponham entre meu dever e o meu Doente. Guardarei respeito absoluto pela Vida Humana desde o seu início, mesmo sob ameaça, e não farei uso dos meus conhecimentos Médicos contra as leis da Humanidade. Faço estas promessas solenemente, livremente e sob a minha honra. “Juramento de Hipócrates”

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ENTREVISTA | RODRIGO LEITE PRADO Fotos: Paulo Márcio

“O combate à corrupção depende do engajamento da sociedade”

Procurador da República em Minas diz que Ministério Público faz sua parte para colocar corruptos na cadeia e acabar com esse mal no país. Mas isso só será possível se a população participar

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DECA FURTADO

Rodrigo Leite Prado, procurador da República em Minas Gerais, é um dos nomes fortes do combate à corrupção no estado. Por aqui, ele é um dos que estão à frente da campanha do Ministério Público Federal pela implementação de uma lista com 10 medidas anticorrupção no país. A atuação de Rodrigo tem sido marcante. Filho de uma professora da rede pública e de um técnico eletricista, o procurador parece ter mil braços –, ele trabalha, simultaneamente, em duas forças-tarefas que agem no país inteiro no combate a ações criminosas que lesam a sociedade. É integrante, por exemplo, do Grupo Executivo da Secretaria de Cooperação Internacional, da Secretaria de Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção, do Grupo de Trabalho de Medidas Cautelares e ainda do Grupo de Corrupção Transnacional. A falta de estrutura do Ministério Público também o obriga, como a todos os procuradores, a lidar com mais de mil processos ao mesmo tempo e a fazer de oito a 10 audiências por dia. Mas não perde a obstinação: “A população precisa perceber que dar uma cervejinha ao fiscal de trânsito ou furar a fila estão na gênese da corrupção”, diz. “Precisamos dar um basta nisso.” Quais os objetivos das 10 medidas anticorrupção que o Ministério Público Federal está propondo?

O regime de prescrição brasileiro é tido como jabuticaba: não existe par no mundo. O regime de recursos, como habeas corpus usado dezenas de vezes buscando a prescrição do crime, tampouco. Estamos muito atrasados no combate à corrupção. Por exemplo, algumas dessas medidas, criadas pela Organização das Nações Unidas e outros órgãos internacionais, há tempos, já estão em uso em boa parte do mundo. Com as medidas, temos chances de sair do atraso. A principal é a primeira, para acabar com a cultura de tolerância à corrupção. A ideia é o Brasil investir, por 15 anos, 15% do orçamento de publicidade da União em ações e programas de marketing anticorrupção. Estados e municípios entrarão com 10% e 5% do valor, respectivamente. A população precisa perceber

que dar uma cervejinha ao guarda ou furar a fila estão na gênese da corrupção. Precisamos dar um basta nisso. Essa medida inclui, ainda, o teste de integridade do servidor público. Vamos surpreendê-lo com situações de corrupção simuladas. Assim, ele sentirá a existência de uma estrutura que coíbe a corrupção. O teste pode gerar consequências para o servidor, mas o objetivo é atacar o problema de todos os lados. As outras medidas são para quê?

QUEM É RODRIGO LEITE PRADO 42 ANOS ORIGEM Paraguaçu-MG FORMAÇÃO Graduado em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1995 CARREIRA Foi assessor do Tribunal de Alçada-MG, assessor do Tribunal de Justiça-MG Advogado geral da União. Há 12 anos atua no Ministério Público Federal como procurador da República

A corrupção no país é estimada em R$ 200 bilhões anuais. Pela nossa cultura, as pessoas não enxergam corrupção, por exemplo, em dar uma cervejinha ao guarda ou furar fila”

Temos medidas de combate ao enriquecimento ilícito do agente público; outra dobra a pena mínima para corrupção, atualmente de dois anos, além de fixar um escalonamento de pena mínima, de acordo com o prejuízo causado e, a partir do limiar de R$ 100 milhões, tornar a corrupção crime hediondo. Outra mexe no sistema recursal. Queremos, sem tolher o direito de defesa, podar o excesso de recursos e assim evitar as chicanas jurídicas. Visamos também acelerar os trâmites dos processos por improbidade administrativa e mexer no sistema de prescrição de pena. Hoje, esse sistema favorece a impunidade, pois o tempo corre a favor da defesa e a esta interessa postergar o julgamento, à espera da prescrição do crime. Outra medida diz respeito às nulidades processuais. Qualquer coisa de errado na condução do processo, por mínimo que seja, gera a sua nulidade. Temos um regime barroco, de absurdo apego à forma, que precisa acabar para não continuar a frustrar os brasileiros. Propomos também a criminalização do caixa 2 de campanhas, tornando os partidos políticos responsáveis porque eles são beneficiados. Consideramos também a prisão preventiva só pelo tempo necessário para congelar os bens dos réus e recuperar o dinheiro desviado. Outra medida serve para aqueles casos em que, se houve prescrição do crime, o criminoso e seus herdeiros, caso ele tenha falecido, não possam se beneficiar dos recursos obtidos ilicitamente. E como essas medidas vão se tornar efetivas?

Elas renderam 20 projetos de lei. Eles estão no Congresso, onde não têm prioridade de tramitação. A ideia é engajar a população na luta anticorrupção, tal como no caso da Lei da Ficha Limpa, e SETEMBRO DE 2015

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ENTREVISTA | RODRIGO LEITE PRADO sensibilizar o Congresso. Precisamos de 1,5 milhão de assinaturas de apoio para que se tornem Projeto de Lei de Iniciativa Popular, o que lhes dará peso maior.

diatamente quando se depara com uma ação criminosa; dá-se um tempo para colher mais provas e chegar ao chefe. Foi usada ainda a cooperação internacional, a fim de quebrar o sigilo. Enfim, a Lava-jato ‘profissionalizou’ a atuação do Ministério Público. Passamos a ter colegas especialistas em negociar delação premiada. Um deles, o procurador Carlos Fernando, ganhou expertise nisso. Na Lava-jato também se percebeu que a sociedade precisava ter notícia do que acontecia. O Judiciário teve sintonia e levantou o sigilo sobre os processos. Isso foi uma evolução, porque a mídia levou o inquérito para o controle social. Com sigilo é muito mais difícil ter sucesso.

A corrupção é endêmica, uma especificidade do Brasil? Como estamos em relação à média?

Ela é endêmica e cultural, mas não é uma especificidade do Brasil. O índice de corrupção internacional, de autopercepção pela população, mostra que estamos na média. Mas análises quantitativas do Banco Mundial e outros organismos internacionais evidenciam imensa corrupção no país, estimada em R$ 200 bilhões anuais. E as medidas podem mudar essa realidade?

Nós não esperamos que ocorra um milagre a partir dessas medidas. A ideia é, de um lado, ter punição mais severa e, de outro, criar meios para que a própria sociedade se dê conta do quanto isso é ruim, do quanto ela perde, e então comece a construir um país com menos corrupção. No Brasil, há lei que pega e lei que não pega. Como o senhor avalia a chance de essas serem aprovadas e pegarem?

Depende da população. Não basta o Estado se reinventar; a população precisa se engajar. Como a população pode colaborar?

Acessando o site dezmedidas.mpf.mp.br. e tornando-se um multiplicador da campanha. Lá estão as fichas de assinatura de apoio e modelos de material promocional, como camisetas e outros. Se cada um assinar e levar a um ponto de coleta, já ajudará muito. Quanto a nós, procuradores, compareceremos onde for preciso para explicar as medidas. Todos nós estamos nos empenhando muito. As empresas investiram para brecar a corrupção instituindo códigos de ética, governança corporativa, etc. Mas as multas recaem mais sobre a iniciativa privada. Não deveria recair também sobre o agente público?

A lei de improbidade já penaliza o servidor público. O objetivo da lei anticorrupção é trazer as empresas para auxiliar o Estado na prevenção à corrupção. Agora, existe um sistema de corrupção 26 |Encontro

A Lava-jato ‘profissionalizou’ a atuação do Ministério Público. Passamos a ter colegas especialistas em negociar delação premiada” tão indissociável na atual maneira de fazer negócios com o setor público, por meio de licitações e de concessões, que é preciso também transformar isso num negócio pouco lucrativo. É o que estamos tentando fazer. Até aqui, a iniciativa privada se safava. Daqui por diante, não mais. Na Operação Lava-jato, a atuação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público, da Procuradoria Geral da República e da Justiça Federal foi muito organizada. É um divisor de águas?

Eu não faço parte da força-tarefa da Lava-jato e falo apenas em meu nome. Com certeza, é um divisor de águas porque, a partir dela, surgiu uma nova maneira de lidar com a corrupção. A Lava-jato usa boas técnicas de investigação, como a cooperação premiada e a ação controlada. Por esta, não se ataca ime-

Delação premiada parece, para muitos, um erro, já que reduz penas. Não se estaria premiando o bandido?

É o contrário. Se ninguém delata a corrupção, a condenação torna-se quase impossível. A delação serve para muita coisa; a menos importante delas é o depoimento do colaborador. Ela serve, sim, como meio para produção futura de provas, pois o colaborador é obrigado a entregar todas as provas do crime. E dizer “documentos sobre isso estão em tal local”. Ele tem de abrir e mostrar o patrimônio inteiro. O processo de negociação de uma colaboração é muito sofrido e pensado, é um jogo de xadrez. Então, só existe delação quando a relação custo-benefício é excepcional. Se não for excepcional, não interessa a nós. Só premiamos bandido arrependido que ajuda a acabar com os efeitos do crime. O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-jato, disse que já foram pedidos pelo menos 165 habeas corpus e só dois foram concedidos. Não parece perfeito demais? Não há risco de a operação ser anulada por falhas de condução do processo?

Erramos no passado, mas aprendemos com nossos próprios erros. E parte da força-tarefa da Lava-jato é a mesma do caso Banestado, que também correu em Curitiba. Lá, eles estão escolados. Aprendemos vendo como a defesa consegue procrastinar o processo. Ou que tipo de detalhe abre um flanco para uma nulidade futura. Eu sou obsessivo quanto a isso: não mudo a cor da tinta da impressora para não abrir essa possibilidade.

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ENTREVISTA | RODRIGO LEITE PRADO A Procuradoria da República é persona non grata à Câmara Federal e ao Senado, que já tentaram afastá-la de investigações contra políticos via PEC 37. A Lava-jato não pode aumentar a pressão?

Nós estamos sempre sofrendo pressões. Além da PEC 37, houve incontáveis projetos de lei que nos responsabilizavam caso, por exemplo, uma ação fosse julgada improcedente. Ora, isso se dá por mil razões, entre as quais por prescrição. Nesse caso, pessoalmente responderíamos. Já houve quem tentasse nos impedir de conversar com a imprensa. Eles continuam por lá. Eu confio que a população não vai deixar. Ela é quem nos protege.

Os advogados dos acusados dizem que há cerceamento da defesa e são usados recursos desnecessários, como a prisão preventiva. Os procuradores e o juiz Sérgio Mouro usariam dois pesos e duas medidas. Cita-se o Mensalão mineiro, ainda não julgado, como exemplo. Como o senhor vê isso tudo?

Eu discordo frontalmente. Para quem se lembra, foi o Ministério Público que bateu muito nas privatizações do governo FHC. O povo esquece, tem memória curta. Outra coisa: a tecnologia necessária para o surgimento das grandes operações não tem mais que 10 anos. Então, de fato, é difícil esperar que houvesse grandes operações antes de o PT chegar ao poder. Até porque a PF não tinha ainda orçamento para conseguir desenvolver as operações. O PT se defende das acusações dizendo que nunca antes nesse país se investigou tanto quanto agora...

É verdade. Não havia estrutura, e o governo do próprio PT dotou os órgãos com os instrumentos necessários. No caso do Mensalão mineiro, ele veio à tona depois do nacional. Mas os fatos já eram muito antigos. A dificuldade de se produzir provas num caso tão antigo é muito grande. Posso dizer que na nossa esfera não existe nenhuma espécie de inclinação por esse ou aquele partido. Basta ver a atuação da Procuradoria Eleitoral. Se a população procurar as estatísticas dessa procuradoria, vai ver que se bate em Chico e Francisco. Grandes empreiteiros brasileiros estão presos. O país pode parar as obras, vale dizer, a economia?

A intenção do MPF é preservar ao máximo a economia, até porque é um valor tão grande quanto a segurança e o desenvolvimento. O problema é a falta de alternativa melhor. O argumento de que 28 |Encontro

Um problema é a falta de capital político do Ministério Público Federal. Ele desagrada a gregos e troianos. Mas temos que perseverar" não se pode prender todo mundo ou de que uma empresa é grande demais para quebrar esvaziaria o combate à grande corrupção. E aí se continuaria a praticar os crimes. Precisamos aprender com os nossos erros e pagar o preço, e vamos ter de cortar na carne por um bom tempo. Como o senhor percebe o apoio popular às operações? Houve denúncias anônimas após a Lava-jato? Já, sim. Contudo, não se percebe que haja

muitas denúncias anônimas porque o Supremo Tribunal Federal determinou que não se pode instalar investigação com base nelas. Nós temos de coletar outros elementos de convicção para só então instaurar o inquérito. Ou seja, denúncia anônima serve como pontapé inicial se houver sorte de encontrar algo para corroborar em fonte pública. A vida é dura para nós, procuradores.

Fora o jogo político, tem algo mais que não está deixando a tramitação dos projetos andar rápido?

Um problema é a falta de capital político do Ministério Público Federal. Ele desagrada a gregos e troianos. Eu espero que a tramitação dos projetos não pare. Temos de arregaçar as mangas, perseverar. Vinte anos atrás, quando é que se podia imaginar que um deputado seria condenado pelo Supremo? Pois o Donadon foi o primeiro a sofrer isso e outros se seguiram a ele. Enfim, nessa área tudo ainda é muito recente, e não se muda a história assim, num piscar de olhos. É um processo, às vezes muito longo. Mas julgo que estamos caminhando bem. Para mudar, é preciso incutir na cabeça das crianças que corrupção é feio, é crime. O que está sendo feito nesse nível?

Temos algumas iniciativas. Uma delas é um projeto de educação, o MPEduc. Para contornar as dificuldades de formação de expertise em cidades pequenas, ensinamos como montar uma escola, uma licitação mais barata, etc. Em razão já das 10 medidas, um colega do Pará, o mineiro Daniel Avelino, conseguiu junto à Secretaria da Educação do estado incluir disciplinas relacionadas à prevenção e combate a ilícitos em geral na formação das crianças. Ele é um herói e negociou a maior parte dos nossos tratados relacionados à proteção ambiental na Amazônia. z

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Mas a principal razão pela qual ela não vai fracassar, além de as provas serem espetaculares, é porque a população está do nosso lado, ao contrário do acontecido em operações como a Castelo de Areia, que foi anulada e que tinha objeto parecido (empreiteiras, corrupção). Só que a população não ficou sabendo da existência dela. Quando ela caiu, ninguém fez nada.

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FALASSEM Quem nunca namorou um Fusca antigo, todo conservado e com aquele barulhinho do motor que o diferencia de qualquer outro veículo? Os amantes do “besouro”, que deixou de ser fabricado no país em 1996, encontram-se todo terceiro domingo do mês em BH. Atualmente, o Clube do Fusca fica na rua Josafá Belo, ao lado do Museu Abílio Barreto, no bairro Cidade Jardim. “Não vendo por nada”, diz o corretor de seguros Robson Freitas de Miranda, de 54 anos, orgulhoso de seu modelo 1972. Mas a frase poderia ser dita em coro pelos mais de 40 colecionadores que levam seus automóveis para o passeio dominical.

ESQUINA DA ARTE Fica no encontro da avenida Getúlio Vargas com rua Fernandes Tourinho, na Savassi, o projeto Galeria Recorte. A cada dois meses, um artista plástico é convidado a desenhar no espaço emoldurado de 119 x 84 cm. O projeto foi inaugurado em abril do ano passado e seis pintores já imprimiram seus desenhos. “Proponho um deslocamento, um recorte mesmo. Uma galeria de arte na rua”, diz o artista plástico Rafael Soares, autor da ideia. Atualmente, o desenho estampado na moldura é da mineira Yolanda Misk. Vale dar um pulo lá para conferir!

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RETRATOS DA CRISE Faça um teste. Passeie pela cidade e conte quantas placas de “aluga-se” você encontra pelo caminho. A crise econômica pela qual o país navega atingiu também o mercado imobiliário. No bairro Funcionários, por exemplo, as placas disputam lugar, sobretudo, nas fachadas de prédios comerciais, seja para alugar salas seja para alugar edifícios inteiros. “Quem sente mais é o mercado de imóveis comerciais, pois o investidor retrai e segura o investimento”, diz Cássia Ximenes, vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário (CMI/Secovi). Resta saber até quando. Eugênio Gurgel

MUDOU A PAISAGEM Uma torre em construção, de 26 pavimentos, destaca-se na paisagem do bairro Cachoeirinha, conhecido por imóveis mais baixos. O edifício é propriedade da locadora de veículos Localiza, que fará de parte do empreendimento sua sede administrativa. O canteiro de obras de 70 mil m2 aberto na avenida Bernardo Vasconcelos pode ser visto da Antônio Carlos. Estão previstos sete subsolos de estacionamento e a conclusão será no próximo ano. O investimento gira em torno de R$ 210 milhões. Crise para uns...

BOM EXEMPLO Um reservatório de 4 mil litros de água na praça João Alves, a famosa praça Marília de Dirceu, é uma das armas dos moradores e comerciantes do bairro de Lourdes contra a crise hídrica. O precioso líquido é o que sobra das caixas-d’água de dois prédios que, por sua vez, recebem a água de duas nascentes do bairro. “Por 27 anos, esse excedente escorria pela rede plu-

vial”, afirma Jeferson Rios, presidente da Associação dos Moradores do Lourdes (Amalou), de onde vieram os R$ 10 mil para construir o reservatório, neste ano. A água é utilizada para irrigar os jardins e serve diariamente a 20 lavadores de carros cadastrados na Prefeitura de BH. A economia? Já deixaram de ser retirados da rede da Copasa 480 mil litros. Boa notícia! SETEMBRO DE 2015

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Enxergando novos horizontes Especialista em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva, o médico Mauro Lúcio Jácome inova no tratamento da obesidade com balão intragástrico em Minas Gerais Nos últimos anos, o uso do balão intragástrico tem se tornado peça fundamental no combate à obesidade. O método tem atingido resultados extremamente satisfatórios, auxiliando no controle do apetite e na reeducação alimentar dos pacientes. E, a partir de 2015, o tratamento ficará ainda mais facilitado. Até o ano passado, os balões só poderiam permanecer no organismo por seis meses e, uma vez inseridos, não poderiam ter seus volumes alterados. Em 2015, chegou ao Brasil um novo balão, capaz de permanecer no estômago por um ano. Além disso, o sistema de válvula foi aprimorado, o que permite insuflar e esvaziar o balão a qualquer tempo, inserindo ou retirando o líquido de acordo com as necessidades do paciente. Um dos pioneiros na utilização do novo balão em Minas Gerais é o médico Mauro Lúcio Jácome. Especialista em Gastroenterologia e Endoscopia e membro de algumas das entidades médicas mais prestigiadas do mundo, ele participou de todos os treinamentos de capacitação para o uso do balão intragástrico ajustável desenvolvido pelo médico e pesquisador norte-americano Jeffrey Brooks, da Universidade de Columbia, que ministrou treinamento na clínica do Dr. Mauro em Belo Horizonte. “O uso do balão ajustável permitirá um maior controle no processo de perda de peso, principalmente após o sétimo mês, quando os índices começam a cair. Basta aumentar o volume, o que agora é possível com a nova válvula”, explica Jácome“. Nos casos de pacientes que apresentam intolerância ao balão, basta diminuir um pouco o líquido, sem precisar retirá-lo do estômago. As possibilidades são inúmeras, uma vez que os pacientes ganham o dobro do tempo para atingirem suas metas. “É como se fosse uma prova em que, ao invés de seis meses, a pessoa passa a ter um ano para se preparar. O paciente ganha mais tempo para atingir o peso e aprender a mantê-lo”, diz Jácome. “Após um ano, retiramos o balão, mas continuo a acompanhar os pacientes. É, sem dúvida, a parte mais importante do tratamento”, pondera.

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Alexandre Rezende

O médico Mauro Lúcio Jácome é um dos pioneiros no novo método: “O uso do balão ajustável permitirá um maior controle no processo de perda de peso”

A importação do balão ajustável, cujo valor é igual ao de seu antecessor, começou recentemente no Brasil, apesar de já ser empregado no mundo inteiro há vários anos. De lá para cá, Dr. Jácome já realizou cerca de 30 procedimentos, todos com excelentes resultados. O médico acredita que, além das indicações clássicas, um leque de novas indicações surgirá a partir de agora, e o balão intragástrico de um ano será um importante aliado para tratar a obesidade.

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GENTE FINA | GUI TORRES gtorres@editoraencontro.com.br Willian Gomes/Divulgação

Danilo Borges/Divulgação

MIL E UMA UTILIDADES Mariana Rios conquistou fama nacional como atriz, mas é de cantar que ela gosta. E a carreira, iniciada aos 7 anos em Araxá, onde nasceu, vai ganhar folego inédito. O primeiro clipe, Reach Me, está no ar, e ela prepara um EP de canções autorais para o próximo ano, com direito a turnê pelo país. “Minha rotina é uma loucura, mas duas vezes por mês sento e componho o dia todo. Sai uma letra atrás da outra”, diz. Enquanto a novidade não decola, ela se desdobra em outras versões de si mesma. Fora das novelas desde 2013, está em cartaz com um musical, ensina receitas na internet e se prepara para falar sobre maquiagem em um programa em canal pago. E não acabou. Mariana também ataca de estilista e em agosto passou por BH para lançar peças em parceria com a grife Frutacor. “Desde criança, eu desenhava roupas e queria ter uma coleção. Eram horríveis os desenhos, mas a costureira sempre me entendia”, conta, entre risadas. “De fome eu não morro, sempre invento uma coisa nova para fazer.”

A SEMENTE VINGOU Colecionador e criador de Inhotim, Bernardo Paz entrou neste semestre com o pé direto. Além de três novas exposições temporárias que estreiam em outubro, ele marcou para 26 de novembro a aguardada inauguração da galeria Claudia Andujar, projeto desenvolvido há cinco anos. “Devido à crise, tornamos mais lenta a construção da galeria dedicada ao trabalho com os Yanomamis, mas não podíamos deixar de erguer esse pavilhão”, diz. Outra alegria é que o instituto acaba de bater a casa dos 2 milhões de visitantes, que vem seguido de um novo recorde mensal registrado em julho, com 57.385 pessoas. Para coroar, a ideia de gerar recursos para o museu com casamentos também emplacou. Das datas disponíveis para 2015, 80% foram preenchidas. Apesar do sucesso, Bernardo prefere manter a modéstia. “Temos muito trabalho pela frente para concluir o que achamos que ainda é uma semente.”

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DE BEM COM OS 60 vembro estão impulsionando novos projetos. Em torno do tema “envelhecimento”, ela, que está de férias em sua casa em Montefusco, no Sul da Itália, escreve um livro e prepara também um blog sobre o assunto, o Sou 60. Aos telespectadores, avisa: voltará em um novo programa, na mesma emissora. “Estou pensando ainda no formato, quero um novo desafio que me deixe apaixonada.”

No mês passado, a apresentadora Roberta Zampetti deu um susto nos fãs. Ela anunciou que deixaria o programa Brasil das Gerais, que comanda há quase duas décadas, na Rede Minas. “Num ato de coragem, decidi sair da atração, não fui tirada. Estou com a sensação de dever cumprido e agora quero outras coisas da vida”, conta. Os 60 anos que completará em no-

Paulo Pires/Divulgação

SALVEM O TEATRO Na tentativa de salvar seu Teatro da Cidade, que completa 25 anos neste mês, Pedro Paulo Cava se mune de um time de peso. Artistas têm lhe enviado mensagens indignados com a situação do local, que está no centro de uma disputa judicial pelo terreno e sem recursos do Ministério da Cultura. O ator Juca de Oliveira disse estar chocado com o entrave. “A notícia me arrasou. O fechamento de um teatro significa retroceder no tempo.” O mineiro José Mayer, que estreou sua primeira peça na capital, em 1968, também saiu em defesa: “Sou testemunha do esforço à frente do teatro e estou perplexo diante da indiferença de todos”. Mulher de Mayer, atriz e amiga de Cava dos tempos de escola, Vera Farjado desabafou: “É com enorme tristeza que vejo a possibilidade de o espaço ser fechado. É inaceitável”. Pedro, por sua vez, replica o apoio a todas as autoridades que conhece.

DE VOLTA AO HORÁRIO NOBRE A atriz Elina de Souza já perdeu as contas de quantas peças de teatro e campanhas publicitárias participou em quase 20 anos de carreira. Faltava, porém, experimentar a TV. No ano passado, ela desencantou, com a personagem Neidinha, de Em Família, da Rede Globo, e parece ter agradado. “Era uma linguagem com a qual eu não estava acostumada, mas dei conta do recado”, diz. Um ano depois do fim da trama, ela volta ao horário nobre, desta vez na Record. Será uma empregada de confiança na novela Mãe, que estreia em novembro. Escrava Mãe “Nossa profissão é difícil, instável, com muitos artistas sem trabalho, mas eu estou caminhando e muito feliz”, comemora. Rogério Sol

Roberto Rocha

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CIDADE | LAZER Fotos: Gustavo Andrade

O estádio completa 50 anos como um grande espaço de lazer na capital. Além do futebol, muita gente frequenta a área externa para se divertir com a família e amigos AMANDA ALEIXO

Belo Horizonte, 5 de setembro de 1965. O burburinho era grande nas proximidades da lagoa e da universidade federal, na região da Pampulha. A multidão estava ansiosa para a inauguração do primeiro estádio da cidade. Antes de abrirem os portões do estádio, ainda conhecido como “Minas Gerais”, homens e mulheres se aglomeravam para participar daquele dia histórico, que marcaria o início de uma era no futebol mineiro. “Mais uma vez, repito: o estádio é do povo”, disse o governador Magalhães Pinto em discurso. Num voo rasante, a bola do jogo foi atirada de um helicóptero da Força Aérea Brasileira para que José Roberto Bougleaux, o Buglê, eternizasse seu nome na história do futebol. Afinal, o primeiro gol no Mineirão é dele. Seleção Mineira de Futebol 1 x 0 River Plate. A paixão do mineiro pelo futebol transformou esse estádio em um gigante capaz de reunir pessoas de todas as classes sociais. Além de um espaço democrático, ele e seu entorno serviram de palco para muitos shows e eventos. Os famosos “pegas” marcaram a década de 1980 e os festivais Axé Brasil e Pop Rock ajudaram a criar um vínculo entre o público e o campo que vai além do futebol. Quem pensa que isso se perdeu depois da reforma está muito enganado. O ambiente, sem dúvidas, é outro, mas a modernidade não calou o quê de mineiro do Gigante da Pampulha. Depois da reforma, Paul McCartney falou “uai” durante show em 2013, na Esplanada. Quem também passou por lá foi Linkin Park, Foo Fighters e Beyoncé, que levou 30 mil fãs ao delírio. 36 |Encontro

O Mineirão é de todos O empresário Breno Miranda e a namorada, Ana Camarinho, frequentam a esplanada do Mineirão para andar de skate e encontrar amigos: “Sempre fui ao estádio com meu pai, mas confesso gostar mais depois da reforma”, diz ele

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Flávio Arliete, Victor e Cristina: para a família cruzeirense, o estádio é quase extensão do quintal de casa

POR DENTRO DO GIGANTE Os números que marcaram a história do estádio

CAPACIDADE ATUAL: 62.547

MAIOR PÚBLICO DA HISTÓRIA: 132.834, no confronto Cruzeiro x Villa Nova, pela final do Campeonato Mineiro de 1997

MAIOR ARTILHEIRO: José Reinaldo de Lima (Atlético), o Rei, com 152 gols

MAIOR GOLEADA: Cruzeiro 11 x 0 Flamengo de Varginha em 9 de dezembro de 1980

MAIOR EVENTO ESPORTIVO: Copa do Mundo de 2014, quando foram realizados 6 jogos. A seleção brasileira foi goleada pela Alemanha: 7 a 1

MAIOR PÚBLICO PRESENTE DO NOVO MINEIRÃO: 58.620 no confronto Atlético x Olímpia pela final da Copa Libertadores da América

E como esquecer as barraquinhas de tropeiro e sanduíche de pernil que exalavam um aroma inigualável nos dias de jogos? Para os que sentem falta das comidinhas, não há com o que se preocupar. Além dos bares do estádio, os eventos gastronômicos não deixam ninguém com água na boca. O mais recente deles, o Mineirão Gastrô, realizado, desde junho, um domingo por mês, reúne 30 foodtrucks, 12 restaurantes e 10 biketrucks, com muitas opções. Samuel Schettino, um dos organizadores do evento, acha que as pessoas têm se conscientizando que ali é um espaço público. “Por isso, não medimos esforços para que o evento seja gratuito”, explica. A ideia de atrair os mineiros à Esplanada no intuito de reunir a família e amigos durante uma experiência gastronômica deu certo. Na primeira edição, por exemplo, 30 mil pessoas foram até o Mineirão para praticar esportes e saborear alguma das delícias disponíveis. Um deles foi o empresário Breno Miranda, que frequenta o espaço regularmente, com a namorada, Ana Camarinho, para andar de skate e participar de eventos. “Sempre fui ao estádio com meu pai, mas confesso gostar mais depois da reforma. Além de um rolê com os amigos, dá para experimentar várias comidas típicas”, diz. Outro que não perde as programações do Mineirão é o representante comercial Flávio Arliete. Incentivado pelo avô, quando criança, ele se apaixonou pelo Cruzeiro e, daí em diante, a história com o estádio sempre tinha uma emoção a mais. “Fiz questão de passar isso para frente. Quando meu filho mais novo, Victor Arliete, fez 6 anos, comecei a levá-lo junto com a irmã, na época com 12 anos, que já era minha companheira”, conta. Morando no bairro São Luiz, o campo era a extensão do quintal da família. Victor, hoje com 18 anos, tem boas lembranças: “Foi lá que meu pai me ensinou a andar de bicicleta. Aquele lugar é, sem dúvidas, uma caixa de recordações”. A família cruzeirense é um exemplo de como o Mineirão continua presente no cotidiano do belo-horizontino. “O que mudou foi a cara do estádio, que parece mais internacional. Tirando isso, ele está mais família do que nunca”, diz Flávio Arliete. Assim, só resta comemorar. O Mineirão é de todos. ❚ SETEMBRO DE 2015

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CIDADE | OBRAS

Fim dos espigões

fantasmas

RAFAEL CAMPOS

Há mais de 40 anos, moradores e comerciantes da rua Itapecerica, conhecida por seus antiquários, no tradicional bairro da Lagoinha, região Noroeste de Belo Horizonte, são vizinhos de uma imensa estrutura de concreto. Trata-se do embrião de um empreendimento

que não foi para frente. Agora, o canteiro de obras abandonado vai, enfim, voltar a ser ocupado por operários, para que se torne a nova sede da faculdade Facisa BH, hoje localizada na avenida Antônio Carlos, no mesmo bairro. Isso só está sendo possível graças a um decreto municipal, publicado há quase um ano, que possibilita que obras

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ONDE: Rua Rio Grande do Sul, 427, Centro Av. A ug

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SITUAÇÃO: Quatro pavimentos. Há salas comerciais no primeiro andar. Paralisada na década de 1960

Prefeitura estimula a retomada de obras paralisadas há décadas. Bom para os donos das construções e para a cidade

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Praça Raul Soares

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NOVO PROJETO: Está sendo readequado à legislação atual

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Fotos: Rogério Sol

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Praça Raul Soares

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ONDE: Rua Rio Grande do Sul, 780, Barro Preto SITUAÇÃO: Quatro pavimentos erguidos, com galeria de 24 lojas no térreo. Sem data de paralisação NOVO PROJETO: Em definição

NOVO PROJETO: Em definição

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SITUAÇÃO: Construção até o piso do pilotis, com pavimentos no subsolo para estacionamento. Sem data de paralisação

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ONDE: Rua Haiti, 148, Sion

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Rua Patagônia

CENTRO-SUL

há décadas por acabar recebam uma chance para serem concluídas. Isso porque se trata de construções antigas, que por vários motivos não foram para frente, cujas licenças há muito expiraram. Ou seja, seria quase impossível vencer a burocracia para obter nova documentação. O decreto da Prefeitura de BH facilita exatamente esse trâmite. A Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento Urbano já recebeu 11 pedidos e cinco foram pré-aprovados, referentes a construções na rua Rio Grande do Sul (centro e Barro Preto); na avenida Mário Werneck (Buritis); rua Haiti (Sion) e na rua Itapecerica (Lagoinha). De acordo com o decreto, os pedidos deveriam ter sido feitos até dois meses após a publicação do texto, contudo, conforme a secretaria, os interessados ainda podem procurar o órgão. O problema é que o caminho para aprovação final ainda é longo: os pedidos passam pela Comissão de Avaliação de Obras Inacabadas da Secretaria Municipal Adjunto de Planejamento Urbano, para depois ser incluído em um projeto intitulado Operação Urbana Simplificada, que precisa ser aprovado pela Câmara Municipal. Não é possível precisar prazo. Para os interessados, porém, a demora é um detalhe: “É ótima oportunidade para revitalizar áreas degradadas”, afirma Antônio Baião de Amorim, diretor da Facisa BH, que espera a conclusão do processo para assumir o terreno da rua Itapecerica. De acordo com Baião, a obra, como prevê o texto, aproveitará a estrutura já existente e deve demandar recursos de R$ 4 milhões. “Vamos concluir uma torre de 10 andares e construir outra de 10”, diz. O prédio de quatro pavimentos da rua Rio Grande do Sul com Tupis, no centro, é outro exemplo de edificação que teve o canteiro de obras abandonado, só que na década de 1960. O imóvel com tijolos à mostra é de propriedade da construtora Celisa, que por problemas financeiros não o concluiu. “Ainda estamos discutindo como será o novo projeto da edificação”, diz Renato Malta, um dos diretores da empresa. Além das lojas no térreo, há salas comerciais no primeiro andar. A possibilidade de dar continuidade a essas construções representa também SETEMBRO DE 2015

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CIDADE | OBRAS ONDE: Av. Professor Mário Werneck, s/n, esquina com Rua Engenheiro Aluísio Rocha, Buritis

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SITUAÇÃO: Pavimentos em construção. Sem data de paralisação NOVO PROJETO: Edificação residencial com oito pavimentos

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ONDE: Rua Itapecerica, 469, Lagoinha SITUAÇÃO: paralisada na década de 1970

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NOVO PROJETO: Sede da Faculdade Facisa-BH

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um alento a moradores e comerciantes vizinhos, que convivem com os transtornos e reclamam da infestação de ratos e até enchentes, já que as edificações não contam com saída de água. Leonardo Castro, secretário-adjunto municipal de planejamento urbano, ressalta que uma das metas é reduzir a poluição visual. “O objetivo é resgatar a função social de imóveis não concluídos e eliminar o impacto negativo na paisagem urbana”, diz. O decreto foi aplaudido, mas com ressalvas para alguns. “A iniciativa é positiva, porém o decreto deu apenas o prazo de dois meses para que os pedidos fossem protocolados”, diz Lucas Guerra Martins, vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG). Alberto Dávila, diretor do escritório Davila Arquitetura, está à frente do projeto do empreendimento do Buritis, contudo, afirma que a prefeitura exige muitas alterações em relação ao escopo original. “Essa legislação veio para facilitar a renovação do alvará, mas são tantos pedidos de alteração que pode tornar o negócio inviável”, diz. A ideia é erguer no local um prédio residencial de oito pavimentos. E quando se fala em obras por acabar é difícil não se lembrar das famosas torres gêmeas no bairro Santa Tereza, na região Leste. Inacabadas desde 1980, quando duas construtoras faliram, os espigões com tijolos à mostra e sem nenhum acabamento poluem visualmente a região. Entretanto, segundo a PBH, por enquanto, nem por decreto (literalmente) as edificações devem ser concluídas, já que, até o momento, não foi apresentado nenhum pedido nesse sentido. Mas quais as implicações de tocar obras paradas há décadas? Clémenceau Chiabi, presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-MG), chama a atenção para a necessidade de avaliação criteriosa das edificações antes de as obras serem reiniciadas. “Se considerarmos as boas técnicas da engenharia, toda estrutura pode ser recuperada, a um custo maior ou menor, que dependerá do quanto sua estrutura foi afetada ao ficar abandonada por longo período”, diz. ❚

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CIDADE | CULTURA Eugênio Sávio/divulgação

A orquestra em seu palco: mais de 50 concertos em 2015 com convidados do primeiro time de músicos do mundo

Público cativo

De casa nova, uma sala de nível internacional, Orquestra Filarmônica de Minas Gerais amplia número de assinantes e atrai seguidores de todas as idades

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NEIDE MAGALHÃES

Desde o começo do ano, Luana Campos Ferreira, de 30 anos, acompanha os concertos de sábado da Filarmônica de Minas Gerais. “Só perdi um, porque estava viajando”, diz a analista de sistemas. Ela é uma dos assinantes do programa lançado em 2009, um ano depois da criação da orquestra. O modelo, muito comum nos grandes centros culturais do mundo, garante renda e público cativos, mas costuma demorar para acontecer. No caso da Filarmônica, já é realidade. Em seis anos, o número subiu gradativamente, passando dos 705 iniciais

para os atuais 2.585 assinantes, com aumento de mais de 50% nas vendas só neste ano, comparadas às de 2014. Se todos os assinantes fossem a todos os concertos, a Sala Minas Gerais, com seus 1.477 lugares, não os comportaria. Por isso mesmo, a venda de pacotes de ingressos tem diferentes possibilidades. São cinco tipos de passaportes fixos (Allegro, Vivace, Presto, Veloce e Fora de Série), mas é possível montar pacotes mistos ou criar especiais. As vantagens vão dos descontos à entrega dos ingressos em casa. Para Diomar Silveira, presidente do Instituto Cultural Filarmônica – organização da sociedade civil de interesse pú-

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CIDADE | CULTURA Fotos: Rogério Sol

POR DENTRO DA SALA* Diomar Silveira, presidente do Instituto Filarmônica, e o maestro Fábio Mechetti: “Estamos colhendo os dividendos agora, sete anos depois de criada a orquestra”, diz Mechetti

Inauguração: fevereiro deste ano Estrutura: sala de concertos, salas de ensaios (3), sala de piano com climatização especial, sala de instrumentos (11), 2 foyers com um café e banheiros masculino e feminino cada um, salão de recepção (Green Room), estacionamento para 360 carros, 12 motos e 12 bicicletas

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Sala de concertos: 1.477 lugares Tamanho da edificação: 32.464 m2 Investimento: R$ 179,5 milhões Ocupação média: 90% Total de concertos em 2015: 57 Endereço: rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto Assinaturas: de R$ 229 a R$ 1.620 (preços cheios de uma série), de R$ 769 a R$ 2.308 (3 séries ou 33 concertos), referentes a 2015. Meia para estudantes e maiores de 60 anos (*) Integra o Centro de Cultura Presidente Tancredo Neves, que também abrigará, depois de concluídas as obras, em 2016, as sedes da Rede Minas e da Rádio Inconfidência, um restaurante, praça de convivência e um café gazebo. No total, serão 41.258 m2

blico (Oscip) que mantém a orquestra –, o aumento da venda de assinaturas não chega a ser novidade: “Quanto mais pessoas passam a informação, mais pessoas chegam. Vamos ter de aumentar a oferta de concertos”. Tudo porque, segundo ele, havia em BH uma demanda reprimida e “as pessoas associavam a música clássica a São Paulo, Londres ou Paris”. “Estamos colhendo os dividendos agora, sete anos depois de criada a orquestra”, diz o diretor artístico e regente titular, Fábio Mechetti. Sobre a Sala Minas Gerais, construída com o que existe de mais moderno em termos de acústica e conforto, ele explica que o espaço vai muito além de um lugar para ensaiar e mostrar o resultado no palco: “Tudo fica novo aqui, com novas possibilidades sonoras”. Para Mechetti, é uma verdadeira “ousadia ter um projeto como este em Minas Gerais”, tamanhos são os passos 44 |Encontro

dados para concretizar esse sonho antigo, dando ao público mineiro mais razões para acompanhar a música erudita. Luana comprou seu primeiro passaporte em 2015, junto com a amiga Mariana, assim que ficou sabendo da nova Sala Minas Gerais, e guarda na memória o dia em que ouviu a Quinta Sinfonia de Beethoven, pela primeira vez ao vivo, na imponente sede do Barro Preto: “Foi impressionante. Não esperava que fosse tão bom”, diz. Assim como ela, o empresário Marcelo Avelar de Mello, de 44 anos, preferiu garantir seu lugar na mesma série dedicada ao compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), para ver os concertos de sábado. Avelar, no entanto, acompanha a Filarmônica de perto desde 2009. Assinante de primeira hora e um privilegiado entre os que têm assentos especiais na sala (ele tem dois lugares), conta que raramente perde uma

apresentação: “É uma obrigação boa”, diz. Avelar aprendeu com a mãe, Márcia, a paixão pelo repertório erudito, mas perdeu “a grande companheira” no começo de 2015. “Minha mãe era apaixonada por música e sempre me levava aos concertos, desde criança”, diz o pai de dois filhos pequenos, que agora quer ensinar à filha Júlia, de 7 anos, o mesmo caminho. Fã de Mozart, Beethoven e tantos outros autores, ele afirma que se impressiona com a acústica da Sala Minas Gerais a cada concerto: “Antes, eu achava que escutava a orquestra. Agora, sim, temos uma sala de nível internacional, construída para a Filarmônica”. São mais pessoas como Luana e Marcelo que Fábio Mechetti quer conquistar com o trabalho à frente do grupo. Esse público cativo que só vem aumentando é que ajudou a tornar realidade a sede da Filarmônica. Formar público novo tam-

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CIDADE | CULTURA O SONHO DE ALMA Ela gosta de feijão-tropeiro, aprecia a variedade de comida nos restaurantes e diz que as frutas brasileiras são “incríveis”. Em BH desde fevereiro de 2013, a trompista Alma Liebrecht fala português fluente, com pouco sotaque, língua que começou a estudar seis meses antes de se mudar para cá. Filha de um norte-americano e de uma espanhola, ela já falava espanhol, o que facilitou tudo. Alma começou estudando piano aos 6 anos e aos 12 descobriu a trompa. Foi paixão mesmo, conta. Mas se engana quem pensa que ela vem de uma família de músicos. O pai é engenheiro, a mãe trabalha com informática e a irmã é bióloga. Em quase três anos na cidade, ela já se adaptou. Está namorando um mineiro, gosta de sair e adora o tempo de Belo Horizonte – “a temperatura é boa o ano inteiro”. De onde ela vem (Washington DC, EUA), o verão chega a 40° e o inverno a 15° negativos. Alma confessa que está realizando aqui um sonho para o qual se preparou. “Trabalho exatamente naquilo para que me preparei. Tocar na Filarmônica é muito legal”, diz.

Alma Liebrecht ensaia para apresentação: empolgada com a escolha que fez

Marcelo Avelar, assinante desde 2009, e Luana Ferreira, que comprou sua primeira assinatura neste ano: surpresos com a qualidade sonora dos concertos na nova sala

bém é uma proposta em andamento. “Sempre investimos nos Concertos para a Juventude”, afirma o maestro, fazendo referência ao programa dominical que a Filarmônica mantém, com entrada a R$ 5 (preço da inteira). “Há também as apresentações ao ar livre no interior, para 5 mil, 6 mil pessoas que passam a conhecer a música”, afirma Mechetti. Ele lembra também da “política de preços acessíveis, que elimina qualquer desculpa para não ir a concertos. É mais barato do que um jogo no Mineirão”, compara. O maes-

SETEMBRO MUSICAL Programação de concertos na Sala Minas Gerais Dia 17 e 18, às 20h30: séries Presto e Allegro, respectivamente – Minas, de Oiliam Lanna (peça encomendada, estreia mundial); Concerto para Violino nº 1 em Lá menor, de Shostakovich; Procissão Noturna e Valsa Mefisto, ambas de Liszt. Convidado: violinista Augustin Hadelich Ingressos: de R$ 15 a R$ 45 Dia 26, às 18h: programa Fora de Série – dedicado à obra de Beethoven: Abertura Leonora nº 2; Concerto para Piano nº 6 em Ré maior e Sinfonia nº 6 em Fá maior, op. 68. Convidado: pianista Teo Gheorghiu Ingressos: esgotados Informações: www.filarmonica.art.br

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tro tem na ponta da língua números que mostram o sucesso da orquestra mineira também entre os mais jovens: “A média de idade também chama atenção, e pelo menos 600 assinantes são estudantes. No Facebook da orquestra é visível o ânimo desse público”, diz. A Filarmônica tem 94 integrantes, de 17 países, além do Brasil: Sérvia, Escócia, Inglaterra, Armênia, Japão, Canadá, Rússia, Espanha, Bielorrúsia, Alemanha, Filipinas, Holanda, Coreia do Sul, Colômbia, Polônia, Chile e Estados Unidos. A média de idade, segundo Mechetti, não passa dos 32 anos. São novos rostos, como a trompista norte-americana Alma Liebrecht, de 31 anos (veja box). Para ela, que adora tocar peças de Gustav Mahler (compositor austríaco, 1860-1991, cuja mulher se chamava... Alma!), no futuro a Filarmônica ainda vai dar mais frutos a BH, além dos que já oferece. “Estou empolgada, porque poderemos ampliar os programas, como o da academia na orquestra, e interagir ainda mais com a comunidade”, diz. Depois de quase um ano na casa nova, agora é hora de renovar as parcerias, para manter a excelência de seu corpo artístico, lançar a temporada 2016 e manter o complexo. São muitos os desafios, mas o otimismo é proporcional a eles: “O futuro da Filarmônica é cada vez mais promissor”, afirma Diomar Silveira. ❚

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SAÚDE | ADOÇANTES

Doce consciente São várias as opções de adoçantes no mercado, mas cada um tem suas propriedades e indicações. É importante informar-se antes de escolher MARINA DIAS

Naturais, artificiais, calóricos, não calóricos, indicados para quem deseja emagrecer, para diabéticos, para hipertensos. A variedade de edulcorantes – nome técnico dos adoçantes – no mercado é enorme, mas nem todas as pessoas buscam saber a diferença entre eles para escolher um dos produtos ofertados na prateleira. Essa diversidade vem do fato de que adoçantes são quaisquer substâncias químicas, com baixa ou nenhuma caloria, usadas para adoçar alimentos no lugar do açúcar. Isso significa que podem

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ser extraídos de produtos naturais ou produzidos sinteticamente e, por suas características, podem ter capacidade de adoçar mais ou menos intensa, além de ter diferentes reações no organismo. Não é tudo a mesma coisa. “Sorbitol, manitol, xilitol e frutose são adoçantes calóricos, e o uso indiscriminado pode ocasionar aumento na ingestão calórica, o que não é benéfico para o controle de peso e da glicemia”, explica a nutróloga Juliana Machado, da Associação Brasileira de Nutrologia. “Já o aspartame é contraindicado para pacientes com a doença genética fenilcetonúria”, diz. Outro caso é o dos ciclamatos de sódio e de cálcio, que não são aconselhados para hipertensos. Com tudo isso para se levar em conta, especialistas ressaltam a importância da orientação profissional sobre qual o melhor tipo de adoçante a ser usado, quando for o caso.

Originalmente desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida de pessoas que não podem consumir açúcar por condições de saúde, como os diabéticos, os adoçantes também têm sido vistos como aliados na redução da quantidade de açúcar que ingerimos diariamente. Isso porque, segundo a nutricionista Elisabeth Chiari Rios Neto, diretora do Conselho Regional de Nutricionistas de MG, o consumo excessivo do açúcar está relacionado com hiperatividade, inflamações, acne, acúmulo de gordura corporal e risco de desenvolvimento de diabetes. Nesse sentido, usar adoçantes pode ajudar a diminuir o risco de cáries, reduzir a ingestão calórica e controlar os níveis de glicose no sangue. A especialista alerta que seu consumo também exige bom senso (veja tabela). “O adoçante é bom aliado se usado com moderação – o que significa não ter compulsão por litros de bebida light só porque ela tem zero caloria”, diz. Para Elisabeth, não há malefícios usar de três a cinco gotas no cafezinho, mas pode haver efeitos colaterais para quem usa adoçantes de forma indiscriminada: no suco, no café, na gelatina dietética, no refrigerante diet, nas sobremesas com adoçantes, etc. “A pessoa que se entorpe-

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O QUE CADA UM OFERECE Saiba mais sobre os adoçantes mais usados

Nome

Características

Sabor

Quantidade equivalente a 1 colher de sopa de açúcar Calorias (kcal/g)

Tipo

Ingestão máxima/dia (mg/kg de peso corporal)

Não pode ir ao fogo porque perde o poder de adoçar. Boa dissolução em líquidos quentes

Pode ir ao fogo porque mantém o seu poder de adoçar em alta temperatura

Pode ir ao fogo porque mantém seu poder de adoçar em alta temperatura

Pode ir ao fogo e realça o sabor dos alimentos

É o mais parecido com o açúcar

Possui sabor residual acredoce ou doce-azedo

Deixa gosto residual doce metálico

Sabor residual semelhante ao do alcaçuz

24 mg

121,5 mg

16 mg

16 mg

4

zero

zero

zero

Artificial. Combina os aminoácidos fenilalamina e ácido aspático

Artificial. Derivado do petróleo

Artificial. Derivado do petróleo

Natural. Extraído de planta

40 mg/kg

11 mg/kg

5 mg/kg

5,5 mg/kg

ce o dia todo está mais disponível a apresentar efeitos colaterais do uso indiscriminado do adoçante, como enxaqueca, tonteira, gastrite, fraqueza”, diz. As orientações dos especialistas, nesse sentido, são duas. A primeira é que pessoas saudáveis, sem necessidade de dietas especiais, não precisam aderir aos adoçantes necessariamente. Podem investir em mudar os hábitos alimentares, saboreando alimentos in natura, como sucos de frutas ou mesmo o café. A segunda é estar atento aos diferentes tipos de edulcorantes. E a importância de saber o que há dentro do sachê ou do potinho não acaba aí. Há fabricantes que misturam outras substâncias no adoçante, além

daquela sugerida no nome do produto. Assim, corre-se o perigo de ingerir uma substância não desejada, se o rótulo não for consultado. “A stévia é uma opção natural e segura. No entanto, alguns fabricantes misturam-na com ciclamato de sódio para baratear o preço. É preciso ficar de olho”, diz Elisabeth. Também devem ser verificados os rótulos de produtos diets e lights. O endocrinologista Saulo Cavalcanti, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes, lembra que “diet” não significa zero açúcar, e sim a retirada de 100% de qualquer componente (pode ser gordura, por exemplo). O mesmo se aplica ao “light”, que é quando se retira mais de 25% de um componente.

Outro problema, segundo Saulo, é a pessoa achar que o alimento não engorda simplesmente pelo fato de ter sido feito com adoçante. Ele dá o exemplo de um bolo feito com edulcorante. Apesar de não ter açúcar, pode conter outros ingredientes que engordam.“Então não se pode comer à vontade”, afirma. Em relação ao risco de câncer, temor de muitos consumidores, é consenso entre especialistas que não existem evidências científicas que confirmem esses riscos. Assim, respeitando as contraindicações e doses máximas recomendadas de cada produto, todos os adoçantes podem ser indicados. Como em qualquer área da alimentação, o que prevalece é o bom senso. ❚ SETEMBRO DE 2015

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As inscrições para a 12ª edição da Corrida Encontro Delas/Circuito Itambé já estão abertas. Uma oportunidade de cuidar da boa forma, aumentar a sensação de bem-estar e garantir um fim de semana animado com a família DANIELA COSTA

Sorriso escancarado, brilho no olhar, determinação. O esporte que vicia, atrai inúmeras participantes às corridas de rua, que se entorpecem com o prazer de correr. Na 12ª Edição da Corrida Encontro Delas/Circuito Itambé a endorfina vai estar à solta, trazendo às atletas aquela gostosa sensação de alegria e bem-estar. Os especialistas garantem que o segredo para o bom humor está mesmo nas pistas. “Além da forma física, correr faz um bem danado à mente”, diz Marcelo de Salles Pimentel, professor de educação física especializado em maratonas. Não por acaso, o chamado runner’s high, ou barato da corrida, traz o tão conhecido estado de euforia e contentamento que os atletas exa50 |Encontro

lam. Estudos mostram que os efeitos fisiológicos e psicológicos provocados no organismo aumentam a liberação de endorfina em algumas partes do cérebro, induzindo a redução de estresse, da depressão, melhorando a ansiedade e, é claro, dando aquele adeus ao mau humor. Com o slogan “Por uma vida mais leve”, a corrida Encontro Delas é a oportunidade para principiantes darem aquele pontapé inicial no esporte, e um desafio para as veteranas. Nos dias 26 e 27 de setembro, na orla da lagoa Seca, no bairro Belvedere, grande estrutura será montada para receber as participantes que farão percurso de 6 km de prova. As inscrições estão em ritmo acelerado, e as corredoras têm até o dia 23 de setembro para garantir o lugar no evento, ou até se esgotarem as vagas. É esperado público de 1,5 mil pessoas, entre atletas e iniciantes, com perfil diversificado: desde jovens a pessoas com mais de 60 anos. O kit da atleta conterá blusas na cor cinza-gelo com detalhes em rosa neon. Serão distribuídas bolsas

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Correr é um prazer

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BEM-ESTAR | CORRIDA térmicas cor prata, que levam a assinatura do estilista Rogério Lima. Os cuidados com a alimentação não devem ser deixados de lado no dia do evento. Nutricionistas recomendam que a corrida não seja feita com o estômago vazio nem muito cheio. “O ideal é tomar o café com pelo menos uma hora antes do início da prova”, afirma Janaína Goston, nutricionista em esportes. Ela indica alimentos como pães, cereais (aveia em pequena quantidade), tapioca, bolo sem recheio e proteínas magras como leite, derivados ligths, ovo cozido e queijo branco. É bom evitar a ingestão de alimentos desconhecidos no dia da prova, assim como o excesso de sal e produtos com muito açúcar processado. “A manteiga, a maionese e a margarina também devem ser excluídos, pois deixam a digestão mais lenta”, diz Janaína. A hidratação com água ao longo da prova também é recomendada. Na véspera do evento, o tradicional Day Care trará atividades para adultos e crianças, proporcionando um fim de semana especial para toda a família. ❚ Colaborou Geórgea Choucair Paulo Márcio

A atleta amadora Ana Luiza Kennety usa blusa na cor cinza com detalhes em rosa neon: uma das peças do kit

FIQUE ATENTA À INSCRIÇÃO E AO DIA DE PROVA Onde: Lagoa Seca Endereço: R. Juvenal Melo Senra s/nº, Belvedere, Belo Horizonte Data: 26/9 (Day Care) e 27/9 (corrida) Horário: Day Care - das 9h às 18h; corrida - largada às 9h Inscrições: R$ 120 Informações: (31) 2126-8000

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PET | SILVESTRES

Anjos

da fauna Animal silvestre pode ser criado em locais privados, fora de seu hábitat, desde que seja em área preservada e aprovada pelo Ibama. Muitos mineiros, de forma voluntária, têm construído abrigos e ajudado a preservar espécies raras DANIELA COSTA

A veterinária Teresa Cristina Brini Motta cuida do tamanduá abrigado pela ONG Asas e Amigos: “Sempre atendemos animais silvestres, já que não existem muitos locais que fazem esse trabalho na capital” A arara-azul e o mutum (à dir.) , algumas das espécies ameaçadas de extinção: eles vivem em criatórios, na Fazenda Cachoeira, no interior do estado. A ideia é reproduzir e depois reinserir na natureza

Marcus Vinicius / Divulgação

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Eles chegam aos abrigos assustados e, não raras vezes, feridos e doentes. Em sua maioria, são animais silvestres resgatados por órgãos de proteção ao meio ambiente, por meio de denúncias. Alguns deles já em extinção. O fato é que nenhum desses animais deveria ter sido retirado de seu hábitat. A Lei de Crimes Ambientais é clara: quem tem animal silvestre em casa está sujeito a penalidade e multa. Somente em Belo Horizonte, mais de 7 mil animais são apreendidos por ano, a maioria deles aves, especialmente papagaios. A legislação brasileira não permite a legalização de animal silvestre que em algum momento tenha sido retirado da natureza. “A lei se aplica a todos os casos, inclusive àqueles em que o animal já está há muitos anos em poder do suposto dono”, explica Cecília Barreto, veterinária, responsável pelo Centro de Triagem do Ibama. Segundo ela, o animal silvestre só é legal quando nasce em criatório autorizado por órgão competente para comercializá-lo. “O processo se dá mediante emissão de nota fiscal e implantação de anilha de identificação nas aves e microchips nos mamíferos”, diz. As exceções acontecem em situações raras, quando o animal não tem condições de ser reintegrado à natureza. “Nesses casos, o juiz pode determinar que o dono passe a ser o depositário fiel do animal, mediante apresentação de

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Fotos: Cláudio Cunha

Na Fazenda Vale dos Sonhos, o advogado Crispim Zuim construiu um grande viveiro de pássaros e mantém uma área de soltura em mata preservada: “Foi a forma que encontrei de ajudar”

relatórios mensais ao Ibama”, explica a advogada Fernanda Bouchardet, especialista em direitos animais. Para ela, a medida é necessária, tendo em vista que o orgão não tem estrutura adequada para receber todos os animais abrigados de forma ilegal. Os animais que chegam ao Ibama são avaliados por uma equipe de veterinários e, na sequência, são anilhados, microchipados e vermifugados. Somente após estarem totalmente reabilitados é que são encaminhados para os abrigos. “Contamos com áreas de solturas em mata preservada, a maioria de propriedade privada, onde realizamos esse trabalho”, diz Cecília. A parceria com pessoas físicas é que tem ajudado o órgão. O interessado pode se cadastrar no Ibama, que vai vistoriar a área disponibilizada e fazer o levantamento da fauna existente no local. Caso o ambiente seja adequado, o proprietário poderá construir viveiros para abrigar os animais, de forma temporária ou definitiva. São várias as formas de ajudar. Há cinco anos, o advogado Crispim Zuim, de 46 anos, criou o projeto de proteção animal O Lobo Alfa. A princípio, o trabalho se limitava a resgatar cães e gatos abandonados, mas há um ano e meio participa do projeto Área de Soltura de Aves (Asas), junto ao Ibama. Ele construiu um grande viveiro para abrigar pássaros, temporariamente, na Fazenda Vale dos Sonhos, localizada na região metropolitana de BH. “Minha fazenda nunca foi

produtiva, sempre foi para preservação ambiental. E o trabalho com os pássaros foi a forma que encontrei de ajudar as autoridades com os animais silvestres”, diz Crispim. Outra categoria de apoio são os chamados mantenedores da fauna, que abrigam animais de forma permanente, mas sem poder comercializá-los. É o caso da ONG Asas e Amigos, um braço da clínica veterinária Cães e Amigos. “Sempre atendemos animais silvestres e, como não existem muitos locais que fazem esse trabalho na capital, decidimos abrigar em nossa ONG aqueles que não podem mais ser reintegrados à natureza”, diz a veterinária responsável, Teresa Cristina Brini Motta. Em sua maioria, são animais mutilados, vítimas do tráfico. Há também os Criatórios Científicos com Fins de Conservação, que têm o objetivo de preservar as espécies em extinção. Há dois anos, a empresária Maria Cristina Cioglia Dias Gontijo mantém um criatório na Fazenda Cachoeira, localizada no interior do estado, onde acontece a reprodução de algumas espécies ameaçadas, entre elas o mutum e a arara-azul. “Formamos uma população cativa e depois a reintroduzimos na natureza”, diz o veterinário Rogerio Venâncio Donatti, especialista em medicina de animais selvagens e exóticos e responsável pelo criatório. O zoológico é o único mantenedor com fim de visitação pública. “A participação da população, tanto no combate ao tráfico de animais quanto participando dos projetos disponibilizados, é fundamental. Só assim conseguiremos preservar muitas espécies”, diz Cecília. z

Marcus Vinicius / Divulgação

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MERCADO | EQUIPAMENTOS Rogério Sol

André Rezende, presidente da empresa, apostou na eficiência energética para a produção dos equipamentos e hoje comemora: acaba de abrir subsidiária nos EUA e espera crescer 15% este ano

Negócio quente A reportagem de Encontro foi conhecer a fábrica da Prática, no Sul de Minas, que exporta para cinco países e se tornou exemplo de empreendedorismo e inovação GEÓRGEA CHOUCAIR

Logo na portaria da Prática Produtos, fábrica de fornos combinados em Pouso Alegre, no Sul de Minas, um aspecto chama a atenção: frases motivacionais espalhadas por todos os lados. Elas estão pelos corredores e vão até o escritório da presidência. Entre várias, uma se destaca: “Vá ao encontro dos problemas, não deixe que eles o alcancem”. Com um sorriso, André Rezende, presidente da empresa, 54 |Encontro

explica: “Se o problema chegar e você não tomar providências, ele o atropela”. André Rezende tem motivos para sorrir. Em meio à crise econômica e ao racionamento de energia elétrica, sua indústria se prepara para crescer cerca de 15% neste ano e faturar entre R$ 115 milhões e R$ 120 milhões, contra R$ 105 milhões em 2014. Encontro visitou a fábrica da Prática em Pouso Alegre e o que viu por lá foi uma produção a todo vapor – a estimativa da

empresa é de vender 11 mil unidades em 2015, contra 9,7 mil no ano passado. Os 400 funcionários estão debruçados em busca de inovações e, é claro, na produção intensa dos fornos. Os produtos que saem de lá têm como destino prateleiras nacionais e estrangeiras. A indústria exporta para cinco países e acaba de abrir subsidiária nos Estados Unidos, em Dallas (Texas). A unidade importará os fornos combinados (que operam com

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Gustavo Andrade

Samuel Gê

Leonardo Campos, do restaurante Magnólia, substituiu os fornos importados pelos da fabricante mineira: “Além da tecnologia, têm a vantagem do preço e proximidade”

Rodrigo Coelho, concessionário da Prática em Minas: “Fazemos investimento constante em tecnologia”

circulação de ar quente e a vapor) e venderá para os distribuidores norte-americanos. “Há uma lacuna no segmento gourmet dos EUA, enxergamos essa oportunidade”, afirma André. O dólar em alta, diz, favorece a exportação. “Mas não estamos contando com isso para o negócio. Vamos fazer de forma consistente, entendendo o mercado primeiro.” Segundo ele, tanto a tecnologia como o processo produtivo da Prática não deixam nada a desejar para o gigante mercado americano. André tem o dom de fazer do limão uma limonada. O maior desafio e o pulo do gato da Prática aconteceram no apagão de energia, em 2001. Na época, a indústria só fabricava forno elétrico. “Como venderia nossos fornos se havia racionamento?”, diz. O apagão foi período crítico para a empresa, que teve a sobrevivência ameaçada. Mas surgiu também uma oportunidade. “Em 90 dias desenvolvemos o forno a gás e o bienergético”, diz o empresário. “A crise

energética foi um momento delicado, mas de virada para nós.” O feito promete se repetir. Neste ano, o risco de racionamento voltou a ameaçar a Prática. Os gestores não pensaram duas vezes. Ampliaram o mix de produtos e o esforço de vendas. “Sempre com foco na eficiência energética”, afirma Luiz Eduardo Rezende, irmão de André e sócio na empresa. Além dos fornos, a Prática conta hoje com mais de 170 produtos em oferta, como resfriadores e congeladores rápidos, batedeiras, laminadoras, amassadeiras, modeladoras, cilindros, divisoras, câmara fria, entre outros. Em Belo Horizonte e região, são mais de mil fornos instalados, incluindo restaurantes, hotéis, cozinhas, restaurantes, indústrias, hospitais, escolas e lanchonetes. “Estamos com investimento constante em tecnologia”, afirma Rodrigo Coelho, concessionário da Prática em Minas Gerais e funcionário da empresa desde 1994.

A Prática tem hoje nove concessionárias espalhadas pelo país e em Santiago (Chile), que funcionam com showroom e centro de treinamento. “É onde o cliente pode testar e manusear os equipamentos”, diz Rodrigo. A concessionária da capital, aberta em 2012, faz ainda a reposição de peças de toda a linha da marca. Taste-Vin, Osteria Matiazi, Magnólia, Villa Roberti, Buffet Célia Soutto Mayor, Olegário Pizzaria, Dorival e tantas outras cozinhas referência em gastronomia da capital usam os fornos da Prática. O proprietário do restaurante Magnólia, Leonardo Campos Moreira, afirma que os equipamentos da empresa não deixam nada a desejar quando comparados com importados, como os alemães. “Além da tecnologia, têm a vantagem de a fábrica ser próxima e o preço, mais em conta”, diz Leonardo. A proximidade com os clientes é um conceito forte e fica evidente em outra frase em destaque nos corredores da SETEMBRO DE 2015

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MERCADO | EQUIPAMENTOS Divulgação

Fábrica da Prática em Pouso Alegre, no Sul de Minas: previsão de vendas de 11 mil unidades para o mercado interno e outros cinco países Rogério Sol

Luiz Eduardo Rezende, diretor de operações, defende as parcerias da empresa com instituições de ensino: “Nosso planejamento não se limita a ações dentro da empresa”

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fábrica: “As pessoas tendem a apoiar quem as apoia”. André Resende explica, de novo: “O que eu considero importante, eu registro”, diz. A Prática foi fundada em 1991 como empresa de estantes de aço. Mas não teve sucesso nesse segmento. Foi quando começou a pensar no desenvolvimento de fornos, tendo como alvo as padarias, que tinham custo de contas de luz muito alto. André sabia disso pela experiência que teve no ramo, um dos negócios de família que não prosperaram. Depois, ampliou para o segmento de restaurantes e padarias. O negócio começou a deslanchar e em 1999 o seu irmão Luiz Eduardo entrou como sócio da empresa, com capital e experiência na área industrial. Hoje Luiz Eduardo é diretor de operações e um dos fortes defensores das parcerias com instituições de ensino e institutos de tecnologia. “Nosso planejamento não se limita a ações internas”, afirma. Muitos produtos entraram para o portfólio depois da compra ou parceria com outras instituições. Em 2006, por exemplo, adquiriu a empresa de refrigeração Klimaquip. Em 2008, chegou a vender o controle para o grupo português MNF. Porém, em 2014, comprou de volta a empresa que oferece soluções em congelamento. Hoje, 81% do capital da Prática está nas mãos dos dois irmãos Rezende. O MNF detém 10% e o BNDES, mais 9%. Bem-humorado, André Rezende lembra que as primeiras peças eram nada mais do que uma caixa inoxidável com uma porta na frente, motor e ventoinha dentro. Os fornos eram produzidos com vidro de Kombi e ventoinha de Fusca. A ideia veio do próprio empresário. “Comprava as peças em agência da Volks em Pouso Alegre. Cheguei a adquirir um desmanche de automóvel”, conta. Hoje, aos 55 anos, André é daqueles que têm menos medo de errar quando o assunto é desafio. Formado em engenharia de produção, aprendeu com repetidas falhas em outras empresas familiares que o sucesso de qualquer empreendimento não é meta fácil. Também não tem dúvidas de que a aposta na eficiência energética foi o que possibilitou superar os concorrentes internacionais. Agora, o mercado americano que aguarde. z

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Veja a agenda de palestras da CasaCor Minas 2015: Faça sua inscrição por meio do site www.casacultminas.com.br Quarta, 2 de setembro Horário: 19h30 [palestra] Cidades mais verdes, mais sustentáveis e mais humanas com Benedito Abbud e Marieta Maciel. Com mais de 6.000 projetos na arquitetura paisagística, incluindo a Copa do Mundo e as Olimpíadas, Benedito Abbud se une a Marieta Maciel para falar sobre paisagismo. Quinta, 3 de setembro Horário: 19h30 [palestra] O futuro da Pampulha. Arquitetos e moradores analisam o contexto da região e discutem quais os prováveis cenários da Pampulha para as próximas décadas. Sexta, 4 de setembro Horário: 19h30 [palestra] As vantagens da Pampulha como Patrimônio Cultural da Humanidade com Jurema Machado e Luciana Feres. O Conjunto Arquitetônico da Pampulha concorre ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Qual impacto isso terá na região? Terça, 8 de setembro Horário: 19h30 [mesa-redonda] Inovação e empreendedorismo com Francis Leonardo da Risü, Fernando Sandes do Onde fui Roubado, Roberta Vasconcellos da Tysdo, Thiago Raydan da Órbita e Engenheiros da Alegria. Mesaredonda para discutir modelos de negócios inovadores. Quinta, 10 de setembro Horário: 19h30 [mesa-redonda] Metal suave com João Diniz, Beatriz Quaresma e Iara Napoli. Dois arquitetos e uma engenheira discutem as possibilidades do metal na arquitetura e no design de interiores.

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Sexta, 11 de setembro Horário: 19h30 [mesa-redonda] Pensando a cidade com Quadra Estúdio Criativo, Fernando Tourinho e Uber. As pessoas vivenciam a cidade da mesma forma que há dez anos? O que mudou?

Terça, 22 de setembro Horário: 19h30 [mesa-redonda] Imersão em realidade virtual com Gabriela Braga. A arquiteta Gabriela Braga e convidados discutem as possibilidades da imersão na realidade virtual dentro da arquitetura e do design de interiores.

Sábado, 12 de setembro Horário: 14h [Lançamento da Revista Ernesto] Ernesto é uma publicação independente que perpetua histórias inspiradoras e legados eternos capazes de empurrar você para fora do lugar comum.

Quarta, 23 de setembro Horário: 19h30 [palestra] Tendências e Mercado com Pedro Ariel e Pedro Lázaro. Para onde a arquitetura vai caminhar? Como o mercado vai se transformar?

Terça, 15 de setembro Horário: 19h30 [palestra] Acervo arquitetônico e paisagístico da Pampulha com Flávio Carsalade. A Pampulha como um acervo vivo de Niemeyer e Burle Marx.

Quinta, 24 de setembro Horário: 19h30 [bate-papo] Clarissa Schneider, Diretora da Revista Bamboo. A partir de suas vivências, Clarissa Schneider vai compartilhar seu olhar sobre arquitetura e design.

Quarta, 16 de setembro Horário: 19h30 [mesa-redonda] Belo Horizonte, que história é esta? com Bernardo Biagioni e Lucas Durães. Como a transformação acontece por meio da ressignificação da cidade tanto em seus espaços privados quanto nos públicos?

Sexta, 25 de setembro Horário: 19h30 [mesa-redonda] Quanto tempo dura uma fotografia? com Jomar Bragança + Henrique Gualtieri + Luiza Ananias. Na arquitetura e no design de interiores, ela pode ser um acervo inestimável. Fotógrafos discutem sua importância.

Quinta, 17 de setembro Horário: 19h30 [palestra] Novos parâmetros para uma arquitetura sustentável com OptPower e Brilia. Duas empresas discutem novas soluções e contextos da sustentabilidade na arquitetura.

Terça, 29 de setembro Horário: 19h30 [mesa-redonda] Membranas compositórias e seu uso na arquitetura leve com Laura Nascimento. Formada pelo Institut d’Etudes Politiques de Paris, Laura vai compartilhar sua experiência com o uso de membranas compositórias.

Sexta, 18 de setembro Horário: 19h30 [mesa-redonda] O uso da internet para divulgação de projetos de arquitetura e interiores com bim.bon + You can find + Arch Daily + Note Decor. As estratégias de comunicação digital.

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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br

O MAIS POTENTE DA HISTÓRIA Sinalizando a importância do Mustang, a Ford encerrou agosto com um convite à imprensa para testemunhar Bill Ford, presidente do Conselho da Ford, anunciando o início da produção do Shelby GT350R. É a nova geração do modelo, que deu início à fama nas pistas de corrida, há 50 anos. Equipado com um bloco V8 5.2 de 543 cv, o motor, naturalmente aspirado de série, é o mais potente já produzido pela marca. O carro é produzido na fábrica de Flat Rock, EUA, em edição limitada: apenas 100 unidades do Ford GT350R e do Shelby GT350 serão vendidas como

ano-modelo 2015. A letra R (Racing) significa que o carro já vem preparado para as pistas. O consumidor alvo são os pilotos de fim de semana, uma prática difundida nos Estados Unidos. O Shelby GT350R traz suspensão adaptativa, molas, barra de torção, buchas e juntas com calibração específica para as pistas. No interior, tudo o que não é essencial para o desempenho do carro foi eliminado, incluindo ar-condicionado, som, bancos traseiros ou estepe. Para atender quem não abre mão desses itens é que existe a versão Shelby GT350. Fotos: Divulgação

CHOQUE DE GERAÇÕES I A indústria automobilística precisa estar preparada para uma desafiante mudança demográfica, com o envelhecimento da geração baby boomers (os nascidos nas décadas de 1950 e 1960) e o aumento do poder aquisiti-

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vo da geração millennial (ou geração Y, nascida na década de 1980), alertou Steven Szakaly, economista chefe da Nada, a associação de revendedores de veículos dos EUA. Mas, por enquanto, compradores de carros novos es-

tão mais velhos e mais ricos. O comprador médio tem agora 51,7 anos e ganha cerca de US$ 80 mil por ano, enquanto a idade média da população é de 36,8 anos e a renda média anual, de quase US$ 50 mil. Os baby boomers,

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PNEU FURADO Na direção oposta à do Brasil, a indústria de carros dos EUA está rugindo como um bem regulado motor V8, como os números divulgados em julho revelaram. A primeira metade de 2015 foi a melhor em uma década, e as vendas anuais de veículos caminham para atingir 17,2 milhões de unidades, crescimento de 4,5% em relação a 2014. A demanda por novos carros também vai balizar a produção automotiva em julho. Mas, para os grandes fabricantes globais, esse resultado pode ser o limite máximo. O mercado da América do Norte pode estar próximo à sua capacidade máxima e a rápida recuperação na Europa pode estar chegando ao fim. Enquanto isso, outros grandes mercados murcham como um pneu furado. Na China, as vendas e a produção caem sem parar. Na primeira metade do ano, as vendas aos brasileiros, os mais entusiasmados motoristas da América Latina, apresentaram queda de 20%, e aos japoneses, em mais de 10%. Depois do rugido nos EUA, vamos escutar o ranger dos freios. É a previsão dos analistas.

DETALHES QUE CONQUISTAM O Jeep Renegade é daqueles carros que conquistam ainda mais, à medida que melhor o conhecemos. Um dos destaques é o alerta de cinto de segurança também para os passageiros do banco traseiro, item importante, que deveria ser obrigatório. Uma curiosidade é não ter a tradicional tampa redonda do bocal do reservatório de combustível. A vedação ocorre diretamente na porta de acesso ao tanque, com lingueta retrátil. Menor custo com a mesma eficiência.

CHOQUE DE GERAÇÕES II mais cedo ou mais tarde, vão se aposentar. À medida que vão se retirando da categoria de trabalhadores ativos, dirigem menos no dia a dia, não levam mais as crianças para a escola e para eventos esportivos, disse Szakaly.

“São necessários quatro millennials para substituir um baby boomer (em termos de impacto econômico)”, disse Szakaly. Mas o economista não concorda com aqueles que acham que a geração millenial tem menor desejo em comprar um carro, em comparação à geração baby boomers, que alimentava esse sonho de consumo. “Acreditamos que os millennials vão comprar veículos, mas isso só acontecerá mais tarde”, disse.

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VEÍCULOS | TECNOLOGIA Fotos: Divulgação

Oferta de híbridos Toyota e Lexus: atualmente, 30 modelos com vendas em mais de 90 países

Híbridos engatinham Tecnologia que contribui com o meio ambiente e para redução da dependência de combustíveis fósseis foi introduzida no Brasil há cerca de cinco anos, mas encontra obstáculos para deslanchar. Oferta ainda é limitada e os poucos modelos disponíveis têm preços salgados 62 |Encontro

FÁBIO DOYLE

Os carros híbridos, que se movimentam com uma combinação de motor a combustão e elétrico, aumentam de forma exponencial sua participação nas frotas circulantes de todo o mundo. Em países onde os governos têm visão de longo prazo e real preocupação com o meio ambiente, a oferta e vendas desses veículos estão cada vez maiores, graças ao nível de conscientização do consumidor e ao real esforço dos poderes públicos municipais, estaduais e federais em criar incentivos de forma a tornar o carro híbrido uma proposta interessante também para o bolso de quem compra. No Brasil, país em que as ideias inovadoras e revolucionárias sempre esbarram em uma série de obstáculos, a aceitação dos veículos híbridos ainda engatinha. O cliente de uma concessionária Ford de BH, por exemplo, chegou fe-

liz da vida ao clube de fim de semana e ansioso para contar aos amigos sua nova aquisição, um Ford Fusion híbrido. Deixou sinal de R$ 10 mil, por não ter o carro no estoque, e iria aguardar a encomenda ao fabricante. Nem bem terminou sua narrativa, foi alvo de uma avalanche de críticas e conselhos para que desistisse da compra. Além de ressalvas ao preço, bem mais salgado em relação aos carros tradicionais, ouviu que o custo de assistência técnica é mais elevado, que essa tecnologia ainda é experimental e tem dado problemas. Enfim, uma série de argumentos contrários, nem sempre fundamentados, que acabaram infernizando o seu domingo de sol. Resultado: na segunda-feira, antes de ir para o trabalho, passou na concessionária e cancelou a compra. Essa história foi relatada pelo gerente comercial de um concessionário Ford para justificar por que desistiu de

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VEÍCULOS | TECNOLOGIA Fotos: Divulgação

O CT200h: a aposta da Lexus para o aumento da participação de automóveis híbridos no Brasil

A versão Hybrid do Ford Fusion, lançada no Brasil em 2010, registra vendas de 1,4 mil unidades em quase cinco anos

O Toyota Prius, projeto de 1997: híbrido mais vendido no mundo e no Brasil

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incluir em sua lista de pedidos a versão híbrida do Fusion, com preço sugerido de R$ 142 mil, uma diferença de R$ 11 mil em relação à versão tradicional. Desde seu lançamento no Brasil, em 2010, 1,4 mil unidades foram vendidas. A forma desconfiada com que o consumidor brasileiro recebe inovações tecnológicas é um obstáculo para a aceitação de novidades como carros híbridos, mas não é o único. O maior é o desinteresse dos governos em abraçar o projeto. Carros híbridos e elétricos já são produzidos pelos principais fabricantes do mundo. A precursora Toyota oferece 30 modelos híbridos em mais de 90 países. Para o Brasil a oferta híbrida da Toyota ainda se limita ao Prius, e, em um patamar mais elevado, o Lexus CT200h (preço a partir de R$ 131.450), equipado com o mesmo motor 1.8 com potência de 99 cv do Prius. A potência combinada é de 134 cv. A Lexus é a divisão Premium da Toyota, com oferta de carros de design e sofisticação diferenciados, concorrentes de marcas como Mercedes-Benz e BMW. Os carros híbridos chegaram ao mercado brasileiro há cinco anos, e só agora surgem iniciativas do poder público voltadas para o incentivo de seu uso. No final de agosto, a Prefeitura de São Paulo abriu mão de sua parte do IPVA para os compradores de carros com motorização híbrida. O resultado será a devolução de 50% do valor pago pelo contribuinte. A outra metade vai para o cofre do governo estadual. Ricardo Bastos, diretor adjunto de relações públicas e governamentais da Toyota do Brasil, aplaude a iniciativa. No acumulado de janeiro a julho deste ano, 109 unidades do Prius foram vendidas no Brasil, número 43,2% superior às vendas de todo o ano de 2014 (76 unidades). Desde seu lançamento no país, em janeiro de 2013, a Toyota comercializou 509 unidades do Prius, que tem preço sugerido de R$ 111 mil. No mundo, em 31 de julho último, as vendas do modelo ultrapassaram a marca dos 8 milhões de unidades. A Toyota calcula que, desde 1997, com a chegada do Prius ao mercado, até 31 de julho deste ano, os veículos híbridos da marca resultaram na redução de 58 milhões de toneladas de CO2 que seriam jogados na atmosfera, caso fossem utilizados veículos movidos a gasolina de tamanho e desempenho similares. z

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ENCONTRO INDICA | NEIDE MAGALHÃES Paulo Lacerda/FCS/divulgação

CULTURA | ANIVERSÁRIO Os 45 anos da Fundação Clóvis Salgado (3 de setembro) serão comemorados durante todo o mês, com uma série de concertos e apresentações dos corpos estáveis da casa – Orquestra Sinfônica, Coral Lírico, Coral Infanto-juvenil, Cefart, Cia. de Dança –, além de programação especial no Cine Humberto, encerrando, no dia 22, com Mineirianos, show criado para comemorar a data. A FCS é mantenedora, entre outros, do mais completo espaço cultural de Minas Gerais e um dos mais importantes do país, o Palácio das Artes – grande complexo na avenida Afonso Pena, bem no centro de BH, com teatros, galerias, cinema, café, salas de ensaio e de estudos. No dia 15, o Coral Infanto-juvenil apresenta-se no Grande Teatro do Palácio das Artes, às 14h, com entrada gratuita. Seus 46 integrantes, entre 8 e 16 anos, sob a batuta da maestrina Lara Tanaka, vão interpretar canções em espanhol, inglês, português, italiano e em bemba (ou chibemba, dialeto da Zâmbia). Para o presidente da FCS, Augusto Nunes-Filho, a programação dá destaque aos corpos artísticos e é uma forma adequada de “oferecer ao público a oportunidade de usufruir da expertise que eles desenvolveram ao longo dos anos”. Além das atrações culturais, algumas gratuitas e outras com ingressos a preços populares – programação completa no site www.fcs.mg.gov.br –, estão previstas obras de revitalização do Foyer e melhorias nos banheiros do Grande Teatro. Informações: (31) 3236-7400. Por que ir: Para ver e ouvir bons espetáculos de música, dança, e bons filmes, e aproveitar para usufruir do belo espaço de cultura mineiro.

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ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO Em cartaz até outubro, a exposição Expressões da Minha Gente marca a estreia da artista plástica mineira Mônica Mendes em mostras individuais. São 87 quadros retratando pessoas próximas à pintora, que podem ser vistos no Museu Inimá de Paula (rua da Bahia, 1.201, centro, 3213-4320), de terça a domingo, com entrada gratuita. Por que ir: Boa oportunidade de conhecer os trabalhos de Mônica, que há 25 anos vive nos Estados Unidos e tem a arte no DNA da família. Léo Neves/divulgação

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DANÇA | ESPETÁCULO O mais novo espetáculo do grupo de dança Primeiro Ato será apresentado de 18 de setembro a 12 de outubro, no Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários), às sextas, sábados e segundas, às 20h, e domingos, às 19h. Três Luas é, segundo a diretora artística, Suely Machado, “um mergulho no universo do disco literário Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé. De Ariana

Arquivo Pessoal

a Dionísio”, que o músico Zeca Baleiro fez em parceria com a saudosa poeta Hilda Hilst. Suely assina a concepção, encenação e direção coreográfica. Ingressos a R$ 10 e R$ 5 (meia). Por que ir: Para conferir o resultado da transposição para o palco da clássica história de amor entre Ariana e Dionísio, cantada em poemas, e a performance do Primeiro Ato no palco do CCBB. Guto Muniz/Divulgação

Divulgação

MÚSICA | SHOW I

MÚSICA | SHOW II

Setembro tem várias atrações musicais em BH, mas a mais esperada delas é o show de Caetano Veloso e Gilberto Gil, dias 26, às 22h, e 27, às 20h, no Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro). Os cantores e compositores baianos comemoram 50 anos de carreira com a turnê mundial Dois Amigos, Um Século de Música, que já passou por França, Itália, Dinamarca e Israel, entre outros países. Ingressos de R$ 75 (meia) a R$ 1.200 (mesa). Informações: www.ticketsforfun.com.br. Por que ir: Autores de clássicos da MPB, como Refazenda, Drão, Andar com Fé e Se Eu Quiser Falar com Deus (Gil), e Alegria, Alegria, Sampa, Odara e Coração Vagabundo (Caetano), vê-los juntos, e ao vivo, é um privilégio sem tamanho.

E outros dois grandes nomes da música brasileira têm encontro marcado no dia 19 de setembro, às 14h, no Parque das Mangabeiras. O paraibano Zé Ramalho e o carioca Jorge Ben Jor abrem o projeto MPB – Meu Palco Brasil. São dois espetáculos separados, além de outras atrações, como os DJs Jaka e Deivid. Os ingressos custam de R$ 60 a R$ 200 e podem ser adquiridos em diversos locais. Informações: (31) 2127-4404. Por que ir: Para ouvir algumas das boas canções de Zé Ramalho – Chão de Giz, Avohai e Beira-Mar – e de Ben Jor – Chove Chuva, Salve, Simpatia e Mas que Nada. Só isso já vale o ingresso.

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS

Ousadia e criatividade Usando materiais inusitados, como pregos e carvão, o artista plástico Humberto Hermeto reafirma o estilo próprio e cria quadros que surpreendem

DANIELA COSTA

Por trás da postura séria e do jeito prático, o artista plástico Humberto Hermeto, de 41 anos, esconde uma sensibilidade aguçada. Desde criança, guarda suas memórias e impressões sobre a vida desenhadas em livrinhos de anotações. Natural de Belo Horizonte, aos 6 anos de idade, na ocasião da primeira visita do papa João Paulo II ao Brasil, recortou uma foto do pontífice no jornal e tratou logo de reproduzi-la no papel. “É um dos meus desenhos preferidos, porque naquela época eu não tinha consciência da arte e nenhum tipo de pretensão”, diz. Desde então, sua técnica de desenho foi sendo aprimorada, os materiais utilizados também. Dos esboços feitos a lápis, canetinhas e giz de cera surgiram grandes quadros feitos em pintura acrílica, guache, nanquim, carvão e pregos. “Meus pais sempre incentivaram o meu talento e me orientaram a ser autodidata, para que eu não perdesse o estilo próprio”, diz. O estilo singular, que de perto parece apenas um

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Uma das obras preferidas do artista plástico Humberto Hermeto é a releitura que fez de um retrato de Pablo Picasso, com carvão: “Gosto de recortes, detalhes, tanto de pessoas quanto de paisagens”

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ESCOLA DE ARTE MATRÍCULAS ABERTAS

E o que de perto parece apenas um emaranhado de traços, de longe, define-se de forma surpreendente em belas imagens: exemplo é o quadro da Audrey Hepburn feito somente com pregos

PINTURA SOBRE TELA DESENHO ARTÍSTICO DESENHO DE MODA AQUARELA PROFESSORES: FATIMA MIRANDDA, GLAUCO MORAES, JAMILE GAMA, LUIZ JAHNEL, MATEUS HENRIQUES

HISTÓRIA DA ARTE PROFESSORA:

YARA TUPYNAMBÁ

HISTÓRIA DA ARTE CONTEMPORÂNEA emaranhado de traços, de longe, define-se de forma surpreendente em belas imagens. Uma de suas obras preferidas é sua releitura de um retrato do pintor Pablo Picasso, feita com carvão. “Gosto de recortes, detalhes, tanto de pessoas quanto de paisagens”, diz. O artista conta que tem todas as viagens que realizou retratadas em desenhos e prefere o registro manual a fotografias. “Seja em restaurantes, seja em hotéis, seja na praia, estou sempre com o caderninho a postos. Já cheguei a fazer desenho até com vinho”, diz. O lado prático veio da arquitetura, profissão em que atua há mais de 20 anos, e na qual os desenhos também são fundamentais. Mas é na pintura que deixa o pragmatismo de lado e se sente livre para criar. “É na arte que tenho liberdade total para produzir e encontrar possibilidades inusitadas”, diz. Não por acaso, sua principal referência são as obras do americano Jean-Michel

Basquiat, artista famoso pela arte em grafite e neoexpressionista. Outro grande ídolo é o artista plástico mineiro Fernando Fiúza, que conheceu quando ainda cursava arquitetura. “Além de um grande exemplo, foi um dos meus principais incentivadores.” O menino que pegava as agendas telefônicas da mãe para desenhar e fazia caricaturas dos colegas no colégio realizou sua primeira exposição, coletiva, no início do ano, com 15 obras em formato grande, feitas com pregos e carvão. “Confesso que o sucesso foi inesperado. Sempre atendi a pedidos de amigos e familiares, mas não imaginei que teria tanta aceitação do público.” Com a venda de quase todos os quadros, Humberto se prepara para se dedicar mais à arte e realizar novas exposições, dessa vez individualmente. “Meu projeto é trabalhar com painéis de até quatro metros de altura. Quero ir cada vez mais longe”, diz. ❚

PROFESSOR:

LUIZ FLÁVIO

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CIDADE | CULTURA Robson Ferreira/ Divulgação

Grupo de dança folclórica portuguesa Gil Vicente: apresentações de danças típicas para divulgar a produção cultural lusitana

A BH de muitas nacionalidades A cidade abriga comunidades estrangeiras de vários cantos do mundo. Muitos chegaram na época da fundação da capital e ainda hoje fazem questão de manter tradições 70 |Encontro

GEÓRGEA CHOUCAIR

Em um casarão antigo no coração da Savassi, construído em 1927, as irmãs Lecy Cadar e Emira Cadar preparam, todas as tardes de domingo, um lanche com muita animação. Elas recebem nesse dia cerca de 30 a 40 pessoas, entre irmãos, cunhadas e sobrinhos, com fartura de comidas típicas. Raramente alguém deixa de ir. O hábito foi passado pelos pais, Antônio Cadar e Rosinha Salum Cadar, já falecidos. Apesar

da ausência dos patriarcas, as irmãs fazem questão de preservar – e difundir em solo mineiro – uma das tradições mais marcantes da cultura árabe: a união da família. Na casa, construída por Antônio Cadar, pouco foi alterado nas últimas décadas. Os pisos, móveis e adornos da época estão preservados. Nas mesas, narguilés, cigarreiras musicais, cafeteiras artesanais e coleções de masbahas (terço árabe usado para meditações e orações). “Temos a família acima de

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CIDADE | CULTURA Rogério Sol

Emir Cadar (à esq.), cônsul honorário da República Árabe da Siria em Minas, com parentes, em reunião que acontece todos os domingos: “Temos a família acima de qualquer coisa”, diz ele

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Cláudio Cunha

O judeu Jacques Levy, historiador, em sinagoga na capital: "Grande parte dos judeus não chegava aqui com profissão. Então, ia para o comércio”

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qualquer coisa”, afirma o cônsul honorário da República Árabe da Síria em Minas Gerais, Emir Cadar, irmão de Lecy e Emira. Os pais de Emir vieram da Síria para Belo Horizonte, no início do século 20, refugiados de guerra. Fugiram do Império Otomano. Hoje, a história dos sírios que desembarcam na capital repete a saga dos primeiros árabes que se refugiaram por aqui. “Temos recebido muitos sírios, devido à guerra civil por lá”, diz Emir. A situação dos imigrantes, no entanto, está mais fácil do que no passado. “A nossa comunidade ajuda no que for preciso. Na época do meu pai, era cada um por si”, afirma ele. Só neste ano, 64 sírios fincaram os pés em solo mineiro. “Cresceu muito o número de imigrantes. Em todo o ano de 2014, foram 46”, diz Emir. A comunidade árabe, uma das mais numerosas da capital, é apenas um pedacinho do universo de nacionalidades internacionais por aqui.

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CIDADE | CULTURA Samuel Gê

Existem hoje 13.735 estrangeiros de 125 nacionalidades registrados na capital mineira pelo Sistema de Cadastramento de Registro de Estrangeiros (Sincre), da Polícia Federal. O número não leva em conta os descendentes, que elevam de forma expressiva o tamanho das comunidades. Certo é que o clima ameno, a prosa boa e o povo acolhedor fazem de BH lugar atrativo para o estrangeiro se fixar. Com sotaque inconfundível, a médica francesa Heloise Delavenne explica a razão de ter escolhido a cidade para morar, há quatro anos. “Vim por amor”, afirma. Ela é casada com um mineiro, o professor de psiquiatria Frederico Garcia, e está grávida do primeiro filho. Heloise costuma organizar encontros de franceses e mineiros em bares e restaurantes da capital. “Ajuda na integração e para praticar o francês”, afirma. Minas Gerais tem hoje mais de 100 acordos com universidades francesas. Anualmente, cerca de 600 alunos vão para a França para fazer graduação, mestrado e doutorado. “O fluxo é enorme. Há uma admiração mútua entre o Brasil e a França”, afirma Manoel Bernardes, cônsul honorário da França em Belo Horizonte. A Alemanha também tem intensificado intercâmbio com Minas. “O estado é forte em agricultura e minério de ferro. A Alemanha tem muita pesquisa na área de tecnologia. As economias se completam”, afirma Victor Sterzik, cônsul honorário da Alemanha em Belo Horizonte. Grande parte dos alemães que está hoje na capital veio para trabalhar em empresas como Mannesmann, Pohlig-Heckel e Ferteco Mineração. A professora e coordenadora de projetos, Sabine Koch Menezes, de 30 anos, é alemã e mora em Belo Horizonte há três anos e meio. Veio depois de se casar com o gerente comercial Diego Nery Menezes, que conheceu na Patagônia, no Chile. Todas as quarta-feiras, Sabine e um grupo de 15 a 20 pessoas se encontram à noite em bares da capital para praticar o idioma alemão e trocar ideias sobre a cultura do país, por meio do projeto Liebe & Lebe Deutsch (Amar & Viver Alemão). No encontro, Sabine oferece degustações de pratos típicos e dá dicas a pessoas em intercâmbio en74 |Encontro

A médica francesa Heloise Delavenne (ao centro), grávida do primeiro filho, veio para a cidade depois que se casou com um mineiro, e passou a organizar encontros com conterrâneos: “Ajuda na integração e para falar o idioma nativo” Geraldo Gourlart

A professora alemã Sabine Koch (à frente) com o marido, Diego Menezes, e a amiga Tássia Mourão se reúnem todas as semanas com grupo de alemães e brasileiros em bares típicos da capital: “A ideia é criar uma mini-Alemanha em BH”, diz

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CIDADE | CULTURA Alexandre Rezende

A família Della Croce sempre veste camisetas personalizadas nas festas: não falta animação para festejar as tradições

tre os dois países. “A ideia é criar uma mini-Alemanha em BH”, diz Sabine. Já os italianos trabalharam inicialmente nas fazendas de café em Minas. Mais tarde, o grupo Fiat criou um laço tão forte entre as duas culturas que hoje é praticamente impossível separá-los. “Com a Fiat houve valorização do idioma italiano”, afirma Anísio Ciscotto Filho, vice-presidente da Associação de Cultura Ítalo-Brasileira do Estado de Minas Gerais (Acibra-MG). Em maio, a festa italiana na capital reuniu cerca de 40 mil pessoas na Savassi. A família Della Croce era uma das mais animadas. “Sempre preparamos camisetas personalizadas para vestir durante o evento. Já chegamos a fazer 100 unidades”, afirma a dona de casa Rachel Della Croce, encarregada das encomendas. “Shabat Shalom!” (Paz no Sábado!) é comum ouvir no final da tarde de sexta76 |Encontro

-feira em sinagogas de Belo Horizonte, quando os judeus se reúnem para rezar. O Shabat é iniciado ao pôr do sol de cada sexta-feira. Muitos judeus vieram para Belo Horizonte fugindo da Primeira Guerra Mundial e participaram da construção da capital. “Grande parte não vinha para cá com profissão. Então, ia para o comércio”, conta o judeu Jacques Levy, historiador e presidente do Instituto Histórico Israelita Mineiro. Assim como os judeus, os portugueses chegaram na época da fundação de Belo Horizonte. O idioma ajudou na imigração desse povo, que trabalhou primeiro na construção civil e depois no comércio. “Foi um período de oportunidade de trabalho”, diz o português Virgolino Pereira de Vilhena, de 88 anos, um dos mais antigos na capital e diretor cultural do Centro da Comunidade Luso-Brasileira. O centro conta hoje com um grupo de dança folclóri-

ca, o Gil Vicente, que faz apresentações originárias de diversas províncias portuguesas. Ao contrário do ocorrido em outras capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, os estrangeiros não se fixaram em local determinado na capital mineira, afirma a historiadora Thais Velloso Cougo Pimentel, professora aposentada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “O projeto que originou a cidade não possibilitou isso, pois era muito segmentado”, diz Thais. Além disso, o acesso à terra era caro e difícil no início da ocupação da cidade. Em sua avaliação, o governo tem feito esforço grande para divulgar a capital como cidade cosmopolita, no caminho da internacionalização. E não é preciso gastar muita energia. Basta uma volta pelas ruas da capital para encontrar indivíduos de vários cantos do mundo. Todos bem acolhidos. ❚

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CAMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE. SUAVOZ NA VOZ DO VEREADOR QUE VOCE ELEGEU.

Quantas coisas fazemos todos os dias sem nos dar conta de que existe um trabalho sério e constante para que tudo melhore em nossa cidade. O trabalho dos

em Belo Horizonte. Só no primeiro semestre de 2015, foram realizadas mais de 100 audiências públicas. Nossos vereadores são a nossa voz, a voz da nossa participação. E a Câmara de BH é a nossa casa, um

nossos vereadores. Muita gente não sabe, mas a Câmara de BH

espaço aberto ao diálogo, onde nossos problemas

está presente em questões fundamentais para as

e necessidades são ouvidos e debatidos, sempre

nossas vidas. Saúde, mobilidade, educação, segurança.

no sentido de encontrarmos juntos, soluções para

A Câmara não só elabora e aprova as leis, como

que a vida em Belo Horizonte siga cada vez mais

também fiscaliza tudo que está sendo implementado

justa e melhor.

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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br

Tom Cruise: cada dia melhor

Divulgação

Tom Cruise em Missão: Impossível – Nação Secreta: melhor da série, graças ao empenho do ator, em boa forma aos 53 anos

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Os estúdios já sabem dos riscos de ancorar um nome de peso na expectativa de colher lucros, ou seja, contar com a simples presença de um grande astro no topo do cartaz de uma superprodução. Essa certeza, que garantia fortunas na década de 1980 e, em parte, na de 1990, cedeu espaço a franquias baseadas em best-sellers juvenis, super-heróis dos quadrinhos e ao desenvolvimento de roteiros, cada dia mais rebuscados. Mas existem exceções. E o grande exemplo dessa resistência é o sucesso merecido do quinto capítulo de Missão: Impossível, com forte arrecadação na temporada de férias norte-americana. Para enobrecer a antiga fórmula, o responsável pela qualidade e todo barulho do novo longa-metragem é seu calejado protagonista Tom Cruise, um “garoto” de 53 anos. Missão: Impossível – Nação Secreta é o melhor de toda a série, e isso se deve ao esforço e empenho de Tom Cruise em trabalhar em diversas funções, principalmente como produtor, por uma marca em que acredita, sem cair nas tentações de confiar somente nos louros do passado. Perto de completar 20 anos na pele do agente Ethan Hunt (tudo começou com Brian De Palma em 1996), Tom jamais desmerece a inteligência do espectador. Seus filmes refletem tudo o que o público procura, da ação e pancadaria sem rédeas ao mais requintado e atualizado humor, na hora exata, para aliviar a frenética tensão. Sempre com um novo diretor (Brian De Palma, John Woo, J.J. Abrams e Brad Bird), o filme agora tem Christopher McQuarrie no comando, um antigo parceiro de Cruise em outros projetos (Jack Reacher, No Limite do Amanhã). Mas é perfeitamente possível dizer que a sobrevida e dinâmica da série se tornaram ilimitadas a partir do encontro do astro com o gênio do entretenimento

J. J. Abrams em Missão: Impossível 3. J. J. Abrams e sua produtora, a Bad Robot, colaboraram para essa curva ascendente das missões de Ethan Hunt/Tom Cruise, que parecia ter atingido seu auge na quarta parte, Protocolo Fantasma (2011). Com os colaboradores certos e a abertura para cenários ao redor do mundo, a franquia já tem assegurada a produção de Missão: Impossível 6. Nação Secreta mostra o agente especial do braço da CIA em perigo como jamais se supunha antes. Ethan Hunt (Cruise) tem de enfrentar uma organização terrorista, o Sindicato, que se estruturou de maneira muito parecida com a IMF (Força-Tarefa Missão Impossível), que, por sua vez, deixa de contar com o apoio e a receita do passado, pela implicância do novo secretário-chefe, interpretado por Alec Baldwin. Ethan com seus parceiros de praxe (o que o diferencia de James Bond) terão de lidar com uma mortal rede, praticamente às escuras, sem o aparato oficial do Estado norte-americano. O vilão mentor do Sindicato, Solomon Lane (Sean Harris, convincente além da conta), parece calcular todos os passos de Ethan e sua teia de colaboradores. Com sequências muito bem planejadas, com destaque para a perfeição filmada, em toda sua complexa logística, na ópera de Viena, Nação Secreta tem o trunfo para imprimir uma parceria à altura de Tom Cruise. A desconhecida atriz sueca Rebecca Ferguson é a grande surpresa da produção. Sua personagem, a misteriosa agente Ilsa Faust, colabora com o mocinho, mas sempre com postura para estar no mesmo nível de força e capacidade. O talento e beleza de Rebecca, seguramente, cairão nas graças de Hollywood. Já fica a torcida para que a linda e furiosa “Ilsa” seja efetivada na equipe oficial das futuras e aguardadas continuações. z

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CAPA | ESPECIAL EDUCAÇÃO

Muito além do verbo to be

Hallo

Adiós

Bye 80 |Encontro

Para se dar bem em um mundo sem fronteiras, não basta falar outros idiomas. É preciso pensar e vivenciar novas culturas. É a chamada educação bilíngue, que se firma como tendência. Escolas internacionais de BH têm filas de espera de alunos, e até instituições tradicionais estão se rendendo ao ensino de idiomas de forma mais efetiva

CAROLINA DAHER

Houve um tempo em que as mães pareciam ensaiadas a entoar um mantra comum: “Se não falar inglês, não consegue emprego”. Foi assim que uma geração inteira aprendeu a conjugar o verbo to be nas desinteressantes aulas oferecidas pelos cursinhos de bairro, em uma época não muito distante. Para a maioria, significava a única chance de aprender uma língua estrangeira, já que fazer intercâmbio não era algo simples e, só a partir de 1996, o ensino de uma segunda língua tornou-se obrigatório nas escolas brasileiras. Esses alunos cresceram. Deixaram os bancos escolares para assumir cargos em empresas, muitas delas, multinacionais. E depararam com uma dura realidade. Aquelas aulinhas de inglês mal conseguiram lhes dar uma vaga noção do idioma. Mais do que conjugar verbos e aprender as estruturas básicas gramaticais, era preciso saber pensar em outra língua. Um sufoco! “A maior diferença do aprendizado daquela época para cá é que se aprendia sobre a língua, e não a falar a língua. O nosso foco hoje está em garantir que o aluno consiga aplicar o inglês no cotidiano”, diz Litany Pires Ribeiro, chefe da coordenação acadêmica da Cultura Inglesa. “Existia também um problema de motivação. As pessoas só usavam o idioma quando viajavam, o que não acontecia com tanta regularidade. Agora, o inglês está em todos os lugares e é exigido o tempo todo”, explica Litany. E no meio do caminho ainda veio a globalização. Falar outra língua não é apenas essencial para conseguir espaço no mercado de trabalho, mas também para se comunicar em um mundo cada vez mais horizontal. As escolas internacionais poderiam ser uma opção, mas elas surgiram como espaços voltados para filhos de estrangeiros que vinham

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Hei

Hola

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OBRIGADO!

Samuel Gê

Os alunos Pedro Neves Manzalli e Marcos Viana Mendonça com os diretores do Santo Agostinho, Lorena Macedo e Franscisco Morales: diploma brasileiro e canandense ao final do ensino médio

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CAPA | ESPECIAL EDUCAÇÃO morar no Brasil. As mensalidades altas e a ideia de ensinar a uma criança uma cultura que não fosse a do seu país deixavam muitos pais receosos. Pois a história mudou. Se antes “estudar fora” era uma prática comum somente para a elite, a experiência da escolarização internacional surge, agora, como alternativa para outros grupos sociais, como a classe média formada por executivos, professores universitários, empresários e profissionais liberais. “Depois da globalização das empresas, temos a globalização do indivíduo. Ele precisa estar pronto para ir a Hong Kong, Paris ou Milão amanhã”, diz Márcia Naves, diretora geral da Fundação Torino, escola internacional que garante aos alunos, ao final do ensino médio, um diploma brasileiro e outro italiano, válido em diversos países da União Europeia. Além de aprender a língua de Dante Alighieri, os estudantes ainda têm aulas em inglês, espanhol e latim. “Falar inglês é cacife mínimo no jogo corporativo atual”, diz Márcia, que aposta que a ideia de uma educação cognitiva ba-

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seada na memorização ficou para trás. “Hoje, o indivíduo precisa ter visão 360 graus do mundo e, assim, fazer as conexões entre as mais diversas áreas.” Fundada em 1975 para atender os filhos dos funcionários italianos do grupo Fiat, há muito a Fundação Torino deixou de ser procurada somente por empregados da montadora e passou a ser alvo de famílias cada vez mais seduzidas pela chamada educação multicultural. Hoje, reúne 1.250 alunos, sendo 80% brasileiros. A pequena Branca Lopes de Assis Araújo entrou na instituição aos 3 anos. Agora, aos 5, já faz apresentações em italiano e inglês que enchem a mãe, a engenheira civil Marilene Araújo, de orgulho. “O que desejo é que a minha filha se torne uma ótima cidadã conectada com o mundo”, diz Marilene. “Falar outra língua não é só importante no campo profissional, mas também é um meio de aproveitar ao máximo todas as oportunidades que a vida vier a oferecer.” Se o trem do destino passa só uma vez, a estudante Cecília de Resende

Conde Kind, de 18 anos, garantiu seu lugar em uma janela privilegiada. Não que tenha sido fácil para Cissa, como é chamada pelos amigos. Ela estudou em escolas tradicionais até ir para a Escola Americana, há três anos. Apaixonada por esportes, aliou seu talento com a bola de futebol a um bom desempenho acadêmico para conseguir bolsa de estudos em uma das maiores universidades americanas, a Embry-Riddle Aeronautical University (ERAU), em Daytona Beach. “Tenho certeza de que o diploma americano foi decisivo para eu conquistar a vaga”, diz. O curso de engenharia aeroespacial tem custo anual de US$ 46 mil, mas a estudante terá desconto de US$ 35 mil. “Além do lado profissional, acredito que muitas outras portas se abrirão depois de passar um tempo fora do Brasil”, diz Cissa, que se muda em agosto do ano que vem para a Flórida. Segundo a diretora de marketing da escola, Roberta Coelho, pelo menos 40% dos alunos procuraram graduação no exterior. Ao final do ensino médio –

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CAPA | ESPECIAL EDUCAÇÃO Alexandre Rezende

Ana Maria Fulgêncio e Flávia Fulgêncio, do GreenSystem, primeira instituição de BH a oferecer aulas de idiomas para crianças com menos de 10 anos: hoje, desenvolvem programas de ensino de línguas para escolas tradicionais

ou seja, o high school –, o estudante recebe os diplomas brasileiro e norte-americano e o IB (Programa de Bacharelado Internacional), o que facilita a entrada em universidades estrangeiras dos cinco continentes. Fundada em 1956 por um grupo de pais missionários vindos dos Estados Unidos, a Escola Americana foi a primeira instituição a ter um programa de educação internacional em Belo Horizonte. Oito anos após sua criação, tinha 39 crianças matriculadas. Hoje, com turmas que vão da educação infantil até o ensino médio, são 350 alunos, sendo 60% brasileiros e 40% de outras 20 nacionalidades. Existe ainda uma lista de mais de 200 nomes esperando a chance de estudar no campus, localizado no Buritis. “As famílias mudaram. Hoje, muitas têm apenas um filho e acham que a educação é o 84 |Encontro

Gustavo Andrade

Roberta Coelho, diretora da Escola Americana, com a aluna Cecília de Resende, que conseguiu bolsa de estudo em uma universidade dos EUA: “Tenho certeza de que o diploma americano foi decisivo para isso”, diz Roberta

maior legado que podem deixar aos herdeiros”, afirma Roberta. Outro endereço que exibe extensa lista de espera – atualmente são cerca de 300 interessados – é a Maple Bear Canadian School. Há oito anos, quando chegou à capital, a escola canadense tinha apenas nove alunos. Hoje, são 600, distribuídos entre a educação infantil e o 6º ano do ensino fundamental. “Se o país está atrasado na educação bilíngue, Minas Gerais está mais ainda. Somos um estado conservador, onde a educação é encarada de forma tradicional”, afirma a diretora Mariza Coelho. O quadro, no entanto, está mudando. “Os pais sentem na pele a necessidade de estar conectados com o mundo. E querem proporcionar aos filhos uma oportunidade que muitos não tiveram”, completa. A diretora lembra ainda que existe

uma grande diferença entre o intercambista e o indivíduo alfabetizado em inglês. “Não dá para aprender uma vida em seis meses ou um ano.” Trabalhando em um sistema bilíngue, a Maple Bear pretende avançar nos próximos três anos até o 9º ano. “Criar o high school também está nos planos”, afirma Mariza. Sorte de Miranda Fuzikawa Anastácio, de 11 anos. Ela está na escola desde a fundação. “Mais do que o bilinguismo, o que me levou a essa escolha foi a metodologia. Não tem essa história de repetição e decoreba”, afirma a mãe, Priscila Leiko Fuzikawa, que morou na Austrália dos 8 aos 12 anos e foi alfabetizada em inglês. Já adulta, trabalhando como terapeuta ocupacional, ela colheu os frutos do tempo que passou no exterior. “Durante duas décadas trabalhei com hanseníase e tive a chance de ir para a Índia, Europa e Nepal in-

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As melhores coisas que aprendemos na escola nem sempre caem na prova. Uma boa educação faz mais do que preparar os alunos para a universidade. Ajuda cada um a se tornar uma pessoa consciente, que busca melhorar o mundo. Como escola da Rede Jesuíta de Educação, o Colégio Loyola faz exatamente isto: oferece uma formação acadêmica de qualidade e vivência em valores humanos. Acesse www.loyola.g12.br e saiba mais.

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CAPA | ESPECIAL EDUCAÇÃO Samuel Gê

dicada pelo Ministério da Saúde porque falo inglês fluentemente.” Mas, apesar de a necessidade de dominar uma segunda língua – principalmente o inglês – ser uma exigência sem volta, essa é uma realidade muito distante no país. Segundo a pesquisa Target Group Index, realizada pelo Ibope Media para o Google, 77,2% dos jovens das regiões metropolitanas do Brasil dizem não falar idiomas estrangeiros. Entre as classes A e B, esse número chega a 65%. Para Marcelo Augusto Nery Médis, professor do curso de letras do UniBH e da Escola Municipal Luiz Gatti, a necessidade de se adaptar à globalização está batendo às portas das escolas. “Existe uma demanda imposta pelas próprias crianças, que convivem diariamente com o inglês através das músicas, da TV e da internet”, explica. “Nós é que temos de nos adaptar e isso independe se o ensino é público ou particular.” Todos os anos, ao abrir inscrições de vagas, uma cena se repete no por86 |Encontro

tão do Colégio Espanhol Santa Maria, no bairro Cidade Nova, região Nordeste da cidade. Centenas de pais enfrentam a madrugada gelada para garantir que seus filhos consigam estudar na escola que oferece formação bilíngue, em português e espanhol, além do inglês a partir do 6º ano do ensino fundamental. Atualmente, a lista de espera chega a 500 nomes. “Há, sim, aumento na procura, mas muito pela qualidade do ensino. A chance de ser alfabetizado em uma segunda língua serve como um incentivo a mais”, afirma o padre José Fernando de Mello, diretor da escola. Há pouco mais de uma década, o Santa Maria firmou convênio com o governo da Espanha e algumas disciplinas são ministradas em espanhol, como filosofia, sociologia e religião. Aulas de literatura e língua espanhola, história e geografia da Espanha complementam o currículo convencional do MEC. Isso faz com que os alunos obtenham uma dupla titulação, brasi-

leira e europeia. Izabella Leal, de 17 anos, cresceu no Santa Maria. Cursando a 3ª série do ensino médio, ela conta que o fato de ter tido contato com o espanhol desde muito cedo acabou interferindo na escolha da carreira. “Quero fazer relações internacionais”, afirma a moça, que há dois anos fez intercâmbio para a Espanha junto a um grupo de alunos. “Aprendi na escola a ter curiosidade por outras línguas e culturas. E acredito que, quanto mais contato temos com a diversidade dos povos, mais tolerantes nos tornamos”, afirma Izabella. Além do espanhol, ela fala inglês e francês. Até as escolas mais tradicionais estão se curvando à necessidade de ampliar o currículo para atender aos anseios de pais e alunos que desejam uma educação internacionalizada. Um dos pioneiros é o Colégio Santo Agostinho de Nova Lima. Desde o início do ano, a instituição oferece o high school canadense. Durante as duas primeiras séries do ensino médio, os alunos assistem

*Ranking Enem 2014 (MEC)| Resultado Coleguium Unidade Ouro Preto Integral

Meghan Silva, coordenadora do projeto de inglês, e Mariza Coelho, diretora de educação infantil da Maple Bear Canadian School, com os alunos do 6º ano do ensino fundamental: “Os pais querem proporcionar aos filhos a oportunidade que muitos não tiveram”, diz Mariza

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CAPA | ESPECIAL EDUCAÇÃO às aulas normais, no período da manhã, e o high school na parte da tarde. As aulas são ministradas em inglês por professores canadenses. Algumas das 12 disciplinas são empreendedorismo, mídias sociais e nutrição e vida saudável. “O que nos seduziu é que, como o estudante frequenta o ensino médio normalmente, fica preparado para prestar o Enem se decidir continuar no país”, diz a diretora Lorena Macedo. Já os que quiserem fazer graduação no exterior contam com o diploma canadense, que dá o direito de pleitear vagas nas universidades da província de New Brunswick, onde fica localizado o grupo de escolas da Atlantic Education International (AEI), da qual o colégio é parceiro. “As chances de entrar são iguais a de um nativo”, diz Lorena. Entre os 26 estudantes que optaram pela dupla jornada de estudos, o discurso é o mesmo: ganhar pontos no mercado de trabalho. Victor Cambraia Ramos, de 15 anos, ainda não decidiu que carreira seguir, mas já sabe que quer morar fora. “Não vou nem fazer o Enem”, afirma. Já Pedro Neves Manzalli, de 16 anos, não pensa em deixar o país. Pelo menos por enquanto. “Quero passar na faculdade e depois trancar a matrícula e morar um tempo no exterior”, diz. Os dois sabem que o diploma canadense terá um grande peso em seus currículos, aqui ou lá fora. Flávio Rezende, sócio da MSA Recursos Humanos, com escritórios em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, acha que Victor e Pedro têm razão. “Pelo menos 70% das vagas que temos exigem inglês intermediário, no mínimo”, afirma Rezende. Para ele, quem domina um segundo idioma já sai na frente de outros profissionais nos processos seletivos. A experiência deu tão certo no Santo Agostinho de Nova Lima que o programa será estendido, em 2016, para a unidade de Belo Horizonte. O diretor, Francisco Morales, diz que já existe uma lista de 70 interessados. “Quem nos procura são famílias que acreditam que estudar fora faz bem para os filhos, não só pelo ensino, mas também pela vivência cultural”, explica ele. Entre os estudantes que veem no Canadá a chance de um futuro diferenciado está Juan, herdeiro de 16 anos de Morales. 88 |Encontro

Samuel Gê

Márcia Neves, diretora da Fundação Torino, com os alunos do infantil: “Depois da globalização das empresas, temos a globalização do indivíduo. Ele precisa estar pronto para ir a Hong Kong, Paris ou Milão amanhã”, diz ela

“Seu plano é fazer uma graduação no exterior”, diz o pai, orgulhoso. Segundo Maria Alice Nogueira, professora de sociologia da educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a internacionalização da educação está acontecendo cada vez mais cedo. “Há alguns anos, a pós-graduação no exterior era a grande opção. Hoje, vemos muitos interessados em fazer o high school ou mesmo a faculdade em outro país”, afirma. Assim que os filhos nascem, os pais já supõem que em algum momento

eles terão uma passagem pelo estrangeiro e se planejam para isso. “O futuro não está lá na frente”, afirma a especialista. “A realidade da globalização está acontecendo agora.” Muito diferente de quando a empresária Ana Maria Fulgêncio fundou o GreenSystem, em 1974. Ela lembra que os cursinhos de inglês só podiam atender a alunos com mais de 11 anos. Ao anunciar que passaria a dar aulas para crianças de 9 anos, muitos belo-horizontinos torceram o nariz. Hoje,

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CAPA | ESPECIAL EDUCAÇÃO diversos estudiosos defendem que, quanto mais cedo se aprende uma segunda língua, melhor. Uma das mais conceituadas no assunto é a psicóloga e neurocientista Ellen Bialystok, da Universidade de Iorque, em Toronto (Canadá). Ela constatou, em uma série de pesquisas, que as pessoas bilíngues têm vantagens cognitivas em comparação àquelas que dominam apenas um idioma. Um exemplo é a facilidade em focar a atenção naquilo que é relevante e ignorar as distrações. Mas Vera Menezes, professora de linguística aplicada da UFMG, discorda. Para ela, a idade ideal para começar o aprendizado do segundo idioma é aos 9 anos, quando a alfabetização na língua materna já está consolidada. “Antes disso, é uma maldade com as crianças, que aprendem um conteúdo que não poderá ser usado nas práticas sociais, apenas dentro da escola”, diz a especialista. “Alimenta o ego dos pais, mas pode gerar crises de ansiedade no aluno.” Se as opiniões dos especialistas são divergentes, Ana Maria conquistou uma certeza em 40 anos de mercado: crianças pequenas são curiosas e não têm medo de se expor em outra língua. “Minha experiência é pessoal, meus filhos começaram a aprender inglês com 3 anos de idade e, hoje, suas carreiras são pautadas no idioma”, diz. É a herdeira Flávia, por exemplo, quem comanda o braço educacional da empresa. “Desenvolvemos todo o ensino do inglês dentro das instituições. Fazemos da capacitação dos professores até a edição do material didático”, diz Flávia, que trabalha com colégios do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, inclusive o Santo Agostinho. Aos 17 anos, Letícia Fulgêncio Fernandes, filha de Flávia, também é exemplo. Aluna da 3ª série do ensino médio do Santo Agostinho, ela já fez intercâmbio para a Espanha e, no ano passado, ficou cinco meses no Canadá. “Não vou morar no exterior, farei faculdade aqui”, diz a moça, que pretende seguir na área de humanas. “Ainda não sei se vou fazer comunicação, letras ou relações internacionais, mas tenho certeza de que vou trabalhar com línguas”. Se depender da geração de Letícia, o Brasil estará pronto para conversar – literalmente – com o resto do mundo. ❚ 90 |Encontro

Gustavo Andrade

Beatriz Fortini saiu direto da Escola Americana para a Universidade do Alabama: “É como no cinema”

ELA VIVE O SONHO AMERICANO Há pouco mais de um ano, Beatriz Fortini, de 20 anos, vive em um cenário de filme adolescente americano. A belo-horizontina é uma das estudantes da Universidade do Alabama, onde cursa contabilidade e economia. “É como no cinema”, diz. Ela mora no campus, em um apartamento com outras quatro alunas. Bia chegou lá graças a uma bolsa de estudos que conseguiu em razão de suas habilidades no futebol, quando ainda era aluna da Escola Americana, na capital mineira. “Nunca tinha imaginado que conseguiria aliar a minha paixão pelo esporte com a vida acadêmica. Devo isso à escola”, afirma ela, que ainda não decidiu se vai voltar a viver no Brasil quando terminar a faculdade. “É um grande dilema, mas tenho certeza de que estarei pronta para encarar o mercado de trabalho em qualquer lugar do mundo.” Além do diploma americano, Beatriz carregará na bagagem a vivência com outras culturas, já que em sua turma ainda há uma espanhola e quatro canadenses.

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ESPECIAL EDUCAÇÃO | MEIO AMBIENTE

Instituto Ouro Verde

Pequenos guardiões do 92 |Encontro

verde

Alunos de escolas de BH aprendem educação ambiental das mais diferentes formas. De horta suspensa a jardim pedagógico, a proposta é levar o conhecimento para casa e para a vida MARINA DIAS

A pequena Maria Júlia Santos Rodrigues tem apenas 9 anos, mas dá um show em muitos adultos quando se trata de consciência ambiental. Ela não teve dúvidas em pedir a palavra em uma reunião de condomínio do prédio onde mora para fazer um apelo aos moradores, já que a maioria não estava usando as lixeiras de coleta seletiva da forma correta. Não apenas surpreendeu a todos, como foi conferir, 15 dias depois, se o recado havia

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Rogério Sol

Jardineiros mirins O colégio tem um jardim pedagógico que é usado pelos alunos de 2 a 18 anos, tanto para observação e estudo de exemplares da flora brasileira como para experiências de plantio e cultivo. Os alunos do infantil têm aulas quinzenais de educação ambiental, feitas no jardim. Lá, ficam responsáveis por cultivar mudas, cujo plantio é feito usando materiais recicláveis. Quando “crescidas”, as mudas cultivadas são doadas em um evento anual. Até hoje, mais de quatro mil exemplares já foram distribuídos por meio desse projeto. Nas outras séries, a educação ambiental é tratada dentro de outras disciplinas, e as atividades são multidisciplinares. “Os alunos devem ter a consciência que não se pode só cuidar da natureza porque alguém falou, mas pela compreensão do nosso papel frente à sociedade, de nossa responsabilidade frente ao semelhante e às próximas gerações”, diz a diretora, Liara Salles. Rogério Sol

Alunos do ensino fundamental do Instituto Ouro Verde na aula de agricultura: todo o resíduo orgânico produzido é aproveitado na compostagem

Logosófico

Contato com a terra Na escola, a educação ambiental é contínua e todas as séries têm atividades direcionadas, de acordo com a idade. As crianças do ensino fundamental, por exemplo, têm aulas semanais de agricultura. Assim, fazem trabalhos na horta, manutenção do minhocário e preparo dos adubos orgânicos para utilização na própria escola — todo o resíduo orgânico produzido por lá é integralmente aproveitado na compostagem. Nesse processo, alunos acompanham desde o plantio de grãos até a produção de alimentos, como o pão, na própria escola. “O objetivo é cultivar e também desenvolver a afetividade com a natureza. Como a escola é vizinha da Mata do Jambreiro, é o ambiente propício para desenvolver esse tipo de cuidado”, afirma a diretora de Meio Ambiente, Isabel Stewart. Como a escola é associativa, tem o princípio comunitário e as famílias são sempre convidadas a participar, inclusive levando o lixo da escola para o local de coleta seletiva mais próximo. “A proposta é que isso seja comungado com as famílias dentro de casa também”, afirma.

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Apesar de bem novinhos, os alunos Arthur Caixeta e Julia Andrade, com outros coleguinas, ficam responsáveis por cuidar do jardim interno do Logosófico: eles plantam mudas que depois são doadas

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ESPECIAL EDUCAÇÃO | MEIO AMBIENTE

Em qualquer cantinho

Sem gastar papel

Os alunos do ensino integral estão à frente do projeto da horta suspensa. Eles cultivam hortaliças, legumes, raízes e, com isso, têm dimensão não só do plantio, mas também do uso racional da água e dos ciclos da natureza. São estimulados a perceber também como ações em prol do meio ambiente podem ser feitas mesmo dentro de um espaço urbano e limitado. Sempre voltados para a sustentabilidade, alunos do integral e do infantil não jogam fora potinhos e caixinhas, que são lavados e guardados em um espaço de reutilizados na escola. A gerente de marketing Renata Peixoto, mãe de Manuela Peixoto, de 5 anos, vê na filhota o comportamento mais ecológico desta geração: “Ela já sabe que algumas atitudes devem ser praticadas. Cuida da horta no colégio e nem cogita, mesmo no sítio, molhar plantas com mangueira. Já busca o regador e o balde”, afirma Renata.

O grande projeto de educação ambiental deste ano é o uso responsável de energia e água. Alunos de todas as séries participaram da discussão, de acordo com as competências de cada idade, e o 8º ano ficou à frente da tarefa. O resultado foi uma cartilha lançada no final de agosto, no formato digital, para não usar papel desnecessariamente. Além de levantamento do consumo de água da escola (que será medido novamente no final do ano, para comparação dos resultados das ações de economia) e da casa de cada aluno, eles avaliam o gasto de água embutido na fabricação de diversos produtos, discutindo a questão do consumo. Já a 2ª série do ensino médio fez uma manta térmica, para economia de energia, toda de caixas de leite. A manta será doada para uma escola pública em Contagem, que a colocará no teto para barrar o calor. “Vimos que o desperdício de água não está só em seu mal uso individual. Está ligado ao consumo responsável. Quanto menos se consome, menos se gasta água também”, diz o aluno Matheus Marlley, da 3ª série.

Pedro Nicoli

Alexandre Rezende

Santa Dorotéia

Sagrado Coração de Jesus A pequena Manuela Peixoto, de 5 anos, ajuda a cuidar da horta suspensa do Sagrado Coração de Jesus: com o cultivo de hortaliças e legumas, os alunos aprendem sobre uso racional da água e ciclo da vida

sido dado. “Eles começaram a jogar os lixos nas latas certas”, diz Maria Júlia. “Nós, crianças, às vezes, temos mais consciência que os adultos.” Ela é um dos muitos alunos que têm aprendido na escola a cuidar do meio ambiente e acabam se tornando 94 |Encontro

Alunos do Santa Dorotéia criaram cartilha digital sobre uso racional da água: ajuda para os familiares e a comunidade no controle do consumo

multiplicadores. O que é melhor, tornam-se professores de gente grande. O tema tem sido trabalhado pelas escolas da capital das mais diferentes formas. Há exemplos de hortas comunitárias, jardins pedagógicos, desenvolvimento de cartilhas digitais, aula de agricultu-

ra, reciclagem de papel, entre outros projetos. “Sem sombra de dúvida, a educação ambiental significou avanço no olhar sobre as questões do meio ambiente. Essa preocupação já passou a fazer parte da vida do brasileiro”, afirma a bióloga Mônica Meyer, professora

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SEU FILHO PODE IR LONGE. ABRA AS PORTAS. O mundo muda a cada dia. Imagine o que pode acontecer em anos. É por isso que seu filho precisa de uma educação completa, que o prepare para atuar com desenvoltura em qualquer realidade cultural. Na Fundação Torino, as crianças são pré-alfabetizadas em italiano e português e, desde os primeiros anos da Educação Infantil, já iniciam atividades com a língua inglesa. São professores qualificados e especialistas em Educação Infantil. Os espaços da escola foram criados especialmente para desenvolver nosso projeto pedagógico. Uma educação ampla e inovadora deve começar cedo. Traga seu filho para a escola internacional capaz de prepará-lo para o mundo. O mundo para quem tem conhecimento. Conhecimento para mudar o mundo.

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ESPECIAL EDUCAÇÃO | MEIO AMBIENTE

Eles também ensinam A escola infantil tem a filosofia de reutilizar materiais. Os próprios alunos (a partir do maternal 2) limpam os potes e objetos que podem ser aproveitados. O uso pode ser tanto na aula, fabricando jogos pedagógicos, quanto na apresentação final, cha-

mada “Escola Aberta”, em que os cenários são quase totalmente feitos de reciclados. Há também, espalhadas por toda a instituição, lixeiras de coleta seletiva, que as crianças aprendem desde cedo a usar. A pequena Isadora Henriques de Sousa

Ferreira, de 5 anos, já sabe quais são as cores de cada lixeira e confere também em casa se a ação está sendo feita. “Lancho e já vou logo jogar as coisas nas latas coloridas. O que dá para usar de novo a gente guarda”, diz. Samuel Gê

Instituto Tarcísio Bisinotto

A aluna Isadora Ferreira (ao centro), de 5 anos, e seus coleguinhas do Tarcísio Bisinoto se acostumaram desde cedo a aproveitar material que utilizam: “O que dá para usar de novo a gente guarda”, diz ela

da Faculdade de Educação da UFMG. No entanto, a educadora alerta que, se o tema for tratado apenas em atividades pontuais, não há mudança de comportamento – o objetivo final desse tipo de educação. “A educação ambiental tem de ser trabalhada o ano todo. Inclusive, 96 |Encontro

deve fazer parte da política da escola e do projeto pedagógico”, diz. Nesse sentido, explica que o tema deve ser abordado de maneira interdisciplinar contextualizada. Primeiramente, não se pode restringi-lo ao âmbito da escola, ou seja, deve se estender para as casas, o bairro

e a cidade. Segundo, também é interessante incorporar elementos da política e da economia na discussão – não tratando problemas climáticos, devastação da natureza ou crise hídrica, por exemplo, como problemas isolados. A contradição entre o desejo de consumo – ligado

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ESPECIAL EDUCAÇÃO | MEIO AMBIENTE

Reduzido, renovável, reutilizado Os meninos do 4º ano do Loyola trabalham os recursos renováveis e não renováveis aprendendo os três “erres”: reduzir, reutilizar e reciclar. Com base nisso, fizeram um projeto de reciclagem de papel. Os pequenos aprenderam como funciona o processo e botaram a mão na massa. Alguns dos papéis reciclados foram usados na própria escola, outros foram matéria-prima dos cartões de Dia dos Pais. Foi

inspirada nos três erres que a aluna Maria Júlia Santos Rodrigues, de 9 anos, foi proativa e invadiu a reunião de condomínio de seu prédio com a reclamação de que os moradores não estavam usando devidamente as lixeiras de coleta seletiva. Deu certo, já que houve mudança de comportamento por parte dos moradores e as lixeiras passaram a ser usadas de forma correta. Léo Araújo

Loyola

A aluna do Loyola Maria Júlia Rodrigues aprendeu a fazer papel reciclado: “Nós, crianças, às vezes, temos mais consciência que os adultos”, diz ela

ao modelo capitalista – e a preservação do planeta também deve ser levada à reflexão. “E não precisa ser um conteúdo maçante. É possível analisar o uso de roupas, maquiagem, aparelhos eletrônicos: onde tudo isso é descartado? Por que as empresas não recebem o descarte e reciclam?”, explica.

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A educadora é otimista, e diz que jovens de hoje são mais informados e conscientes do que gerações anteriores – só é preciso que isso se transforme em atitude. Conheça alguns dos projetos que seis escolas de BH oferecem em educação ambiental e como isso está se convertendo em ação por parte dos alunos. z

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ESPECIAL EDUCAÇÃO | ESPECIALIZAÇÃO Pedro Nicoli

O economista Yugo Sandro Oliveira optou pela curso a distância para ficar mais tempo perto da filha, Larissa, de 6 meses: “Pude ajudar minha mulher e me dedicar aos estudos”

Falta de tempo não é desculpa Cresce o número de pessoas de todas as áreas que buscam o ensino a distância na hora de fazer especialização. A flexibilidade de horário conta muito 100 |Encontro

RAFAEL CAMPOS

O economista Yugo Sandro Cruz de Oliveira, de 32 anos, ganhou, há seis meses, seu maior presente, a filha Larissa. Se pudesse, jogaria tudo para o alto para dedicar-se integralmente à vida de pai. “Mas estava mudando de emprego e queria continuar me atualizando na carreira profissional”, afirma. Yugo não teve dúvidas em garimpar uma especialização a distância. “Assim, pude ajudar minha mulher, curtir minha filha e me dedicar

aos estudos”, diz. Yugo faz parte do universo de 110 mil pessoas, de acordo com o último Censo 2013, da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), que optaram por uma especialização lato sensu ou MBA a distância, atraídas pela flexibilidade de tempo e de espaço. E esse universo está em franca expansão. “O quadro de alunos cresceu 260% nos últimos dois anos”, diz o professor Marcos André Silveira Kutova, diretor da PUC Minas Virtual, uma das instituições mais antigas do estado a ofe-

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QUEM FAZ Conheça o perfil de alunos

56%

são mulheres

60%

é da faixa etária de 31 a 40 anos

45%

de especializações lato sensu

80.532

alunos de especialização

35.047

alunos de MBA

recer disciplinas e cursos no ambiente virtual. Kutova diz que a universidade teve de refazer o seu processo metodológico há dois anos para que pudesse atrair mais alunos. “Para que um curso a distância (EaD) seja atraente e eficaz, é preciso desconectá-lo das restrições que existem nas aulas presenciais”, afirma Marcos André. De acordo com o diretor, nas salas de aula, os professores ensinam e avaliam todos os alunos da mesma maneira, o que não acontece no ensino a distância. “Cada estudante pode seguir o seu rit-

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Fonte: Censo 2013 da Associação de Educação a Distância (Abed)

mo, já que é personalizado”, diz. Hoje, a instituição possui cerca de 4,5 mil alunos em todo o país. A grande procura por especializações ou MBA a distância também está fazendo com que a Fumec se adeque às novas demandas do mercado. “As novas tecnologias permitem uma qualidade maior nesse tipo de aula. E, o que é melhor, possibilita a interdisciplinaridade, discutir três áreas de conhecimento que se integram. Isso é fundamental para quem busca qualificar-se nesse mercado competi-

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ESPECIAL EDUCAÇÃO | ESPECIALIZAÇÃO tivo”, afirma o professor Enilton Ferreira Rocha, coordenador da área na Fumec, que oferta 11 especializações e MBA virtuais. Ele lembra outra vantagem do EaD em relação à modalidade presencial. “Aproximadamente 80% das salas de aula no ensino superior não oferecem internet ou acesso a um PowerPoint”, afirma. A professora Elizabeth Guimarães de Azevedo Ferreira, coordenadora de ensino do Ibmec Online, também destaca a grande demanda nos últimos anos. “Crescemos 900% só neste primeiro semestre de 2015”, diz. A instituição também está atenta às necessidades dos alunos. “O estudante pode acessar as aulas e os conteúdos pelo smartphone, a qualquer hora e em qualquer ambiente. Ele ganha com a flexibilidade de horários. É a ruptura de espaço e de tempo”, afirma Elizabeth. Nos cursos a distância, é disponibilizada aos alunos plataforma virtual

em que é possível acessar apostilas, tutoriais, fóruns para discussões e canais de comunicação com os professores. E foi procurando por isso que a relações públicas Suellen da Silva Lima, de 25 anos, se matriculou no MBA em Gestão da Comunicação e Marketing no Centro Universitário Newton Paiva, com sete meses de duração. Sempre às voltas com os freelas da área, ela pode conciliar trabalho e estudos. “Acredito que com essa especialização outras portas podem se abrir. O currículo fica mais competitivo”, afirma Suellen, que frequentemente viaja para sua terra natal, Guanhães, na região do Vale do Rio Doce, em Minas, o que não é empecilho para as aulas. Aliás, ela ilustra outro perfil interessante de quem procura cursos a distância: as mulheres são as que mais se interessam, 56%, segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância. A Newton Paiva, que oferece 16 cursos virtuais na pós-graduação, tam-

ONDE FAZER Algumas instituições com opções de cursos a distância PUC MINAS VIRTUAL Oferece: 19 cursos www.pucminasvirtual.br FUMEC Oferece: 11 cursos www.fumec.br IBMEC Oferece: 3 cursos www.ibmeconline.com.br FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS Oferece: 8 cursos www.cmmg.edu.br NEWTON PAIVA Oferece: 16 cursos www.posnewton.com.br FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS Oferece: 7 cursos www5.fgv.br

Leo Araújo

A relações públicas Suellen da Silva acredita que outras portas podem se abrir: “O currículo fica mais competitivo”

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Gustavo Andrade

Formada há 29 anos, a arquiteta Vanessa Amorim vê vantagens em relação ao ensino presencial: “Consigo absorver melhor o conteúdo”

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bém está no time de quem pretende aumentar essa oferta. “Nesse mundo corrido não cabe mais outro modelo de ensino, especialmente para pessoas que desejam especializar-se”, diz a professora Juliana Salvador, vice-reitora da Newton Paiva. Os educadores não têm dúvidas. Se num passado recente havia resistência em relação às aulas virtuais, agora o jogo mudou, diz o professor Stavros Xanthopoylos, vice-diretor da Fundação Getulio Vargas – Instituto de Desenvolvimento Educacional (FGV/IDE). “Várias empresas europeias preferem pessoas com essa modalidade de formação, pois o estudante adquire mais disciplina, consegue trabalhar melhor em grupo, possui boa escrita e hábito de ler”, afirma. Mas ainda há desafios a serem superados. A Abed apontou em seu último censo que a evasão é o principal obstáculo. Na PUC Minas Virtual, por exemplo, os professores preveem ao menos 25% de desistência ao longo dos cursos. “Não é fácil mesmo. Exige

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muito do aluno, que precisa dispor de tempo para se dedicar aos estudos. Por outro lado, consigo absorver melhor o conteúdo”, diz a arquiteta Vanessa Amorim, de 51 anos, formada há 29, que se matriculou em direito ambiental na PUC. Ela se decidiu pelo curso em razão de uma demanda de trabalho e não se arrependeu. A professora Lilia Mascarenhas, coordenadora do Núcleo Regional da Abed-BH, reforça que o rendimento dos alunos de formação a distância costuma ser melhor que dos estudantes de cursos presenciais. “O comprometimento é maior”, diz Lilia. Sobre a dificuldade do aluno de seguir as aulas longe do professor, Stavros Xanthopoylos, da FGV, acredita que a saída pode ser ensiná-lo a se organizar. “Temos de dar o caminho para que o aluno se transforme em um estudante EaD”, diz. Já para André Kutova, da PUC Minas Virtual, ainda existe o empecilho em relação a alguns professores que ainda estão aprendendo a

lidar com o ensino a distância. Mas são muitas as áreas que ganharam nos últimos anos essa modalidade de especialização. É o caso da Faculdade Ciências Médicas. Atualmente, a instituição oferece oito cursos, e esse número deve aumentar no próximo ano. “O perfil dos nossos alunos é da faixa etária de 30 a 40 anos e que já se formaram há mais tempo na graduação”, diz Kely Cristina Pereira Vieira, coordenadora da pós-graduação presencial e a distância da faculdade. “De início, estranhei, mas foi muito importante para a minha formação. Pude aplicar ferramentas e fui até convidada a apresentar seminários”, diz a psicóloga Daniela Ferreira, de 40 anos, graduada em 2000 e que hoje colhe os frutos da especialização em acreditação hospitalar. “As pessoas devem permitir o novo. Temos de buscar o tempo inteiro essa proximidade com o conhecimento”, diz. Mesmo que seja a distância. z

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DEZ PERGUNTAS PARA | SÔNIA EUSTÁQUIA FONSECA

“Crise exige criatividade” Os abalos emocionais tornam-se mais frequentes em momentos de instabilidade política e econômica, segundo estudiosa. Dedicar-se a atividades prazerosas, como leitura e maior tempo com a família, são caminhos para buscar o bem-estar GEÓRGEA CHOUCAIR

Quem, diante de uma situação de instabilidade, não sente insegurança, pessimismo e medo? Os sintomas se tornam mais frequentes na população em momentos de crise econômica. Em casos mais graves, podem até desencadear doenças psicossomáticas como depressão, ansiedade e síndrome do pânico, diz a psicóloga e psicanalista Sônia Eustáquia Fonseca, estudiosa do assunto. Com 37 anos de atuação na área, Sônia diz que só viu abalos emocionais tão fortes há 24 anos, com o confisco das aplicações, no período do governo Collor. Mas há um lado positivo. Buscar atividades prazerosas, como ler e estar mais próximo da família, além de estimular a criatividade, abre-se como novos caminhos. “Depois da crise, vamos ver muita coisa nova criada”, afirma. 1 | ENCONTRO - Como a crise econômica e política afeta a vida emocional das pessoas? SÔNIA FONSECA - Em um momento

como esse, as pessoas se sentem mais 106 |Encontro

inseguras e pessimistas. Essas sensações fazem com que os neurotransmissores que irrigam o cérebro para que seja criativo, tenha memória boa e reaja frente aos obstáculos fiquem meio paralisados. Se a pessoa está menos criativa e mais triste, o trabalho e a escrita ficam piores. Aquele branco que costuma dar passa a ser mais frequente. A vida sexual da pessoa também é afetada. Ela pode buscar o sexo até com frequência maior. Isso pode ser bom ou não. 2 | Quais as consequências do pessimismo?

Quando as pessoas estão mais otimistas, mais confiantes, o consumo aumenta, movimentando a economia e trazendo mais emprego, renda e prosperidade para a sociedade. Ocorre o oposto quando a população está pessimista, pois o consumo cai, gerando uma série de transtornos na vida prática e emocional das pessoas.

Pedro Nicoli

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3 | O mundo econômico globalizado gera um desconforto psíquico maior?

Nós somos um organismo: corpo, mente e mundo externo. Se acontece algo no mundo externo, isso chama a atenção de toda a população, acredito que mais do que o necessário. Está sobrando pouca energia para o trabalho, amor, criação dos filhos, retenção de conteúdos. 4 | Que marcas a crise pode deixar nas pessoas?

Se é crise, vai passar, isso é fato. Entretanto, deixa marcas e cicatrizes que podem ser profundas. Por exemplo, um pai de família que perde o emprego perde junto muito da sua autoestima e esperança, tornando-se pessoa insegura. Com esse estado emocional, ele terá dificuldades nas entrevistas e testes para novo emprego, aumentando a probabilidade de ficar cada dia mais distante do mercado de trabalho. Excluído, ele se sentirá deprimido e desvalorizado, além, é claro, de ter perdas em sua credibilidade pessoal. É preciso ter criatividade para sair da crise, inventar coisas novas. Depois desse momento que vivemos hoje, vamos ver muita coisa criada, em termos de objeto, de tecnologia. O brasileiro, que já é criativo, vai se tornar mais criativo. 5 | Em toda a sua trajetória profissional, a senhora já vivenciou alguma crise que abalou de forma tão forte o emocional das pessoas?

Sim. Não foi no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, pois serviu como uma solução. Foi com a inflação galopante, com quase 100% de aumento de preço no mês. Muitas pessoas tiveram toda a economia confiscada. Uma cliente minha, por exemplo, vendeu uma casa em Lagoa Santa e um apartamento no Santo Antônio para construir no Belvedere. Com o confisco, teve de alugar um apartamento para morar. Além da dificuldade financeira, entraram outros sintomas nesse momento. O impacto nas finanças traz reflexos no emocional também, que vai desde a baixa autoestima até mesmo a quadros ansiosos, mais severos. Se a pessoa tem predisposição para depres-

são, por exemplo, pode desenvolver um quadro depressivo forte. Grande parte da população se viu perdida com o confisco. Teve gente que morreu em razão da frustração, decepção e perda galopante.

É preciso buscar mais as possibilidades no ser, e não no ter. O serviço voluntário ajuda em todas as crises da vida. Doar sem receber de volta faz muito bem” 6 | No aspecto psicológico, quem é mais atingido com a crise?

O empregado da iniciativa privada tem muito medo de ser demitido. O funcionário com estabilidade passa um pouco mais afastado da crise. Mas vai sentir também o impacto dos elevados preços dos produtos. A qualidade de vida a que estava acostumado sofre alguns abalos. Tenho percebido que esses profissionais estão tirando dinheiro de suas reservas, pois têm gastado mais. No geral, as coisas encareceram, não foi só o produto importado. E há ainda os familiares nesse quadro. Todo mundo foi afetado, de forma mais amena ou mais forte. O empreendedor vai ter de se reinventar. Uns vão dar conta, outros vão fracassar. 7 | Há áreas mais afetadas?

A área de prestação de serviços é a primeira a ser cortada. Muita gente tem demitido os empregados domésticos e optado pela diarista. Caminhamos para um lugar que até não acho ruim, entre as poucas vantagens que vemos com a crise, pois temos de nos responsabilizar bastante pelo que vivemos,

pela gestão da casa, dos filhos. O brasileiro vai ganhar com a maturidade. 8 | Como identificar os sintomas dessas alterações emocionais?

Há os físicos, que seriam as dores e aumento das doenças em predisposição. No que se refere à condição emocional ou psíquica, há o aumento dos transtornos de pânico, dos quadros de ansiedade generalizada e dos mais depressivos. Os ataques de pânico são tomados de uma sudorese, como se algo péssimo fosse acontecer. A sensação é horrível, de desamparo, falta de proteção e de desintegração. No caso da depressão, há uma falta de sentido para a vida, um pessimismo. A pessoa se levanta da cama empurrada, com a sensação de que nada vai dar certo naquele dia, desanimada de fazer planos. Ou liga o piloto automático, que funciona como uma defesa. 9 | Como evitar que essas alterações emocionais aconteçam?

O entretenimento e o lazer são boas saídas. Precisamos desse oásis. É importante dedicar-se a hábitos diferentes, como ler os livros que estão inacabados. A retomada de atividades relacionadas ao lar, como cozinhar, é muito boa também. Outro caminho é aconchegar-se à família. Se temos perdas, precisamos de ganhos. É preciso buscar mais as possibilidades no ser, e não no ter. O serviço voluntário ajuda em todas as crises da vida. Doar sem receber de volta faz muito bem. 10 | Como o líder deve administrar os funcionários no momento de crise?

Deve buscar lá no fundo toda a carga de otimismo, mas é preciso ter realismo também. Se há a perspectiva de demissão na empresa, ele deve avisar aos funcionários, pois, se a pessoa está gastando muito ou planejando uma viagem, ela muda os projetos. Terá menos frustração. O chefe pode aproximar os funcionários dessa realidade. É importante ainda que o líder aponte caminhos para os funcionários melhorarem os currículos e forneça feedback das qualidades e até mesmo dos defeitos de cada um. O excesso de otimismo não ajuda, mas o pessimismo também não. ❚ SETEMBRO DE 2015

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MODA | EDITORIAL

Macacão: Íris Clemência Casaco: Mixed Brincos, pulseira, colar longo e colar de trama turquesa: Claudia Marisguia Colar de pedra turquesa grande: Casa da Índia Relógio: Manoel Bernardes

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MARCELO BRASILIENSE

Uma das apostas da nova estação são as cores vibrantes e cítricas, além dos clássicos florais. Para manter a feminilidade, invista em modelagens clássicas, temperando as produções com a mistura de acessórios em tons opostos. O mix traz charme e beleza para o dia a dia.

Feira

fresh SETEMBRO DE 2015

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MODA | EDITORIAL

Vestido: Penhoar: Pulseiras, brincos e colar de franja: Colares vermelhos: Cinto e lenรงo usado como turbante:

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Arte Sacra Cosh Claudia Marisguia Casa da ร ndia Mixed

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Blusa: Camisa amarrada na cintura: Blazer: Saia: Colares: Brincos e anéis: Relógio:

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Mixed Le Chemises Mabel Magalhães Cosh Casa da Índia Claudia Marisguia Manoel Bernardes

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MODA | EDITORIAL

Camisa: Le Chemises Saia: Infinita Sobretudo: Mabel Magalhães Brincos, pulseira e tiara: Claudia Colares: Marisguia Casa da Índia

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Vestido: Saia: Lenço: Brincos, colar e pulseiras verdes: Pulseiras laranjas: Relógio: Sapato:

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Mabel Magalhães Infinita Mixed Claudia Marisguia Casa da Índia Manoel Bernardes Carmen Steffens

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MODA | EDITORIAL

FICHA TÉCNICA: Fotografia: Styling: Beleza: Modelo:

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Henrique Gualtieri Marcelo Brasiliense Marcela Quintino Larissa Leonel (Mega)

Top e saia: Camisa: Lenço usado como turbante: Brincos, pulseiras e anéis: Colar:

Mabel Magalhães Infinita Mixed Claudia Marisguia Casa da Índia

Em A

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UMA ÓTIMA OPÇÃO DE LAZER ESTÁ VOLTANDO PARA VOCÊ. ADIVINHE QUAL É?

Em breve, as famílias vão curtir um espaço renovado pela Assembleia Legislativa com a parceria da Prefeitura de BH.

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DECORAÇÃO | ESPELHOS

Reflexo de bom

gosto

LUXO E LEVEZA Com decoração clássica e requintada, esta sala de jantar, assinada pela arquiteta Adriana Moravia, é o espaço preferido do casal, que adora receber familiares e amigos. O mobiliário em madeira maciça, piso de porcelanato bege e o lustre de cristal esbanjam bom gosto. O espelho bronze traz luxo e leveza como último detalhe.

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Divulgação

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Osvaldo Castro/Divulgação

Os espelhos têm lugar garantido na decoração de diversos ambientes. Além de proporcionar amplitude, valorizam os objetos

AMANDA ALEIXO

Sinônimo de bom gosto – quando bem utilizados –, os espelhos proporcionam composições harmônicas. Além de valorizar objetos, ampliam a sensação de espaço e iluminam o ambiente. Outra característica apontada pelo arquiteto Júnior Piacesi é a versatilidade. “As peças podem revestir paredes de quartos, banheiros e até a cozinha”, diz. Sucesso nos projetos de decoração, foi preciso criar outras opções de vidros espelhados, como o bronze e o fumê. “Além da cor, podemos escolher o acabamento entre o vidro lapidado ou bisotado”, explica o arquiteto. Decidida a peça, é só pensar sobre sua função no espaço e começar a instalação. Se o objetivo for amplitude, por exemplo, vale alocar o espelho na extensão de toda a parede. O equilíbrio aliado ao bom gosto dita a regra na hora de compor o décor. É preciso cuidado para não expor reflexão naquilo que não é necessário. “Ninguém precisa dar destaque ao fundo de um armário”, diz Júnior. “Nesse caso, menos também é mais.”

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DECORAÇÃO | ESPELHOS

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Leca Novo/Divulgação Gustavo Xavier/Divulgação

ESBANJA PRATICIDADE Apoiando-se na paleta de cores sóbrias, o arquiteto Júnior Piacesi projetou este quarto repleto de funcionalidades para um jovem empresário. O closet aberto, com arara distribuída em toda a dimensão do espaço, deixa as roupas sempre à mão. Para não criar barreira visual entre o espaço e o restante do ambiente, o profissional optou pelo painel de vidro. Acima da cama, um grande espelho amplia o espaço e traz leveza – a cama parece estar solta no espaço.

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DECORAÇÃO | ESPELHOS

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Juliana Lery/Divulgação Gustavo Xavier/Divulgação

AMPLO E CLEAN O maior desafio deste projeto, assinado por Jaqueline Frauches, foi reverter dois quartos em living, área mais usada do apartamento. O espelho instalado na parede frontal, onde se concentra toda a marcenaria especial, dá profundidade ao espaço e reflete a área das refeições, que potencializa o balcão em âmbar translúcido com luz interna.

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DECORAÇÃO | ESPELHOS Jomar Bragança/Divulgação

Maria Tereza Correia/Divulgação

ELEGÂNCIA NA ENTRADA Com iluminação pontual e cores sóbrias, este hall reflete luxo e bom gosto. Projetado pela arquiteta Isabela Canaan, que trabalhou espelho sobre espelho por toda a extensão do ambiente, o espaço recebeu peças decorativas de grande efeito estético. A moldura em bronze dos espelhos finaliza o projeto com harmonia. z

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POLÍTICA | DIREITO

Pela ordem, doutor

Cláudio Cunha

A quatro meses de encerrar seu segundo mandato, o presidente da OAB Minas, Luís Cláudio Chaves, fala das conquistas da gestão e do reconhecimento da classe GUI TORRES

Perto de encerrar seu segundo mandato no comando da Seção Minas Gerais da OAB, Luís Cláudio Chaves tem do que se orgulhar. Aos 51 anos, o presidente contabiliza uma série de melhorias para a classe que o fizeram ganhar popularidade. Quando foi reeleito, em 2012, recebeu 57,2% dos votos. Hoje, o índice de aprovação é de 82%, de acordo com pesquisa encomendada pela própria instituição à Vox Populi. “Ele tem qualidades como líder e gestor equilibrado”, diz o presidente da OAB Nacional, Marcus Vinicius Furtado Coelho. “Não por acaso, foi escolhido para representar os colegas de todo o país na função de coordenador do Colégio de Presidentes Seccionais”, completa. Durante sua gestão, que completa seis anos em dezembro, Luís Cláudio enumera o que considera ser as maiores brigas que enfrentou pela valorização da profissão. Entre elas, a antiga queda de braço entre o governo e a instituição para fazer valer o pagamento 124 |Encontro

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À frente da OAB Minas, a principal defesa de Luís Cláudio Chaves é pela autonomia da entidade: “A credibilidade e a respeitabilidade da OAB vêm exatamente dessa postura”

dos defensores dativos, advogados nomeados pelo juiz para defesas quando o réu não tem condições de contratar. Apesar de suspensos novamente, por quase um ano os pagamentos foram realizados. “O Estado não cumpre a lei e somos obrigados a atender de graça quem não pode pagar pelo serviço. O impasse é que temos direito de receber administrativamente pela ação”, diz. Ele comemora outras conquistas básicas, como a nomeação de mais juízes para sanar a lacuna em comarcas do interior de Minas. Também se empenhou para que a classe tivesse o direito de tirar férias por um mês, entre os dias 20 de

dezembro e 20 de janeiro. E conseguiu. Nesse período, os prazos, por lei, ficam suspensos. “Isso começa por Minas e depois deve contemplar advogados de todo o país, que não têm descanso algum”, diz. A inclusão do profissional do direito no sistema de tributação simplificada, o Supersimples, também é motivo de orgulho para Chaves e beneficia, principalmente, os que estão em início de carreira. Agora, a alíquota de 27,5% que incidia sobre o imposto cai para até 4,5%, nos casos em que a receita do profissional, que é pessoa jurídica, não seja superior a R$ 3 milhões por ano. Com média de 6,5 mil novas cartei-

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Divulgação

“Ele tem qualidades como líder e gestor equilibrado”, diz o presidente da OAB Nacional, Marcus Vinicius Furtado Coelho, sobre Luís Cláudio Chaves

só serve para mostrar, eletronicamente, que o processo continua parado.” A solução, segundo ele, é um modelo nacionalmente unificado com todos os tribunais, que, efetivamente, agilize o andamento dos processos. Outras polêmicas, como as constantes divergências entre a OAB e o

presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são encaradas com firmeza. Em episódio recente, Cunha criticou a entidade, ao comentar pesquisa encomendada pela OAB sobre financiamento empresarial a partidos e políticos. A favor do financiamento, o deputado questionou o “grau de legitimidade” do levantamento e classificou a OAB como “um cartel”. Luís Cláudio não se intimida: “Quase tudo o que ele diz não representa nada para nós. Ele deveria ser mais democrático e trabalhar em prol do país. Essa mudança, por exemplo, representaria um novo paradigma, mas com esse pensamento continuará se elegendo quem tem dinheiro”, diz. A briga, no entanto, serviu para reafirmar a autonomia da entidade. “A credibilidade e a respeitabilidade da OAB vêm exatamente dessa postura”, diz o presidente da Seção Minas. “Nós nos relacionamos com os poderes, mas sem depender deles.” z (Colaborou: Dani Starling)

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ras entregues ao ano, a OAB Minas ganhou nova estruturação para a chamada defesa de prerrogativas (direitos da categoria). “Agora, há um departamento com mais de 100 delegados para defender o advogado”, explica Luís Cláudio. A estrutura física também foi ampliada. Foram revitalizadas mais de 600 salas de representação da entidade em todo o estado. Nacionalmente, contudo, ainda há muitas pedras no sapato da categoria. Entre elas, o presidente critica o chamado PJe (Processo Judicial Eletrônico), sistema criado no fim de 2013 pelo Conselho Nacional de Justiça, que visa acabar com os processos físicos e uniformizar sistemas, garantindo o fluxo de informação entre todos os tribunais brasileiros. “Será importante no futuro, mas no momento estão fazendo de cobaia os advogados e os cidadãos, com um mecanismo que foi implantado sem testes, o que considero um absurdo”, diz. “Apesar de todos os esforços da OAB em auxiliar no treinamento dos advogados, o PJe

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NA MESA | ALINE GONÇALVES agoncalves@editoraencontro.com.br

Victor Schwaner

PEDACINHO DO

URUGUAI

O sotaque do parrillero e fundador da Hola Que tal Parrilla não deixa dúvidas de que a carne ali é uruguaia. Jose Pedro Recoba se mudou para BH, há 19 anos, e se especializou no preparo de cortes assados na brasa, quando trabalhou em lugares como o extinto La Milonga. Agora, comanda o estabelecimento, no Prado. “O mineiro gosta de carne. Toda a minha vida trabalhei com isso, até que surgiu a oportunidade de inaugurar uma casa”, diz. Com capacidade para 50 pessoas, o local tem servido bife ancho, bife de chorizo, picanha e costela de tira, por exemplo. Para acompanhar, é possível pedir guarnições como a batata com roquefort, o palmito pupunha assado e arroz com brócolis. A carta de vinhos é modesta, mas deve ganhar novos rótulos em breve. A decoração também será reforçada, já que Jose Pedro espera trazer itens da sua terra natal. Geraldo Goulart

MODERNIZARAM A FRANÇA Degustaria não é um conceito comum em restaurantes, mas é a proposta que chega a BH com o À La Folie, aberto no espaço onde funcionou a Belo Comidaria, na Savassi. “Foram dois anos de pesquisa para trazer uma proposta inédita, de um restaurante francês acessível e contemporâneo”, diz Rodrigo Andrade, que tem como sócios os franceses Pascal Signarbieux, Laurent Lahmani e Bertrand Thura, além do chef Thomas Brissiaud. O sommelier Vicent Colmard também é “importado” da França. A ideia é oferecer, além de opções para café, almoço e jantar, sugestões para compartilhar (como o Flammekuech Tradicional, com nata, cebola e bacon), dando a possibilidade de substituição do estilo formal de refeições por outro descontraído. Com a ideia de abrir casas em Vitória, Brasília e Porto Alegre, o grupo escolheu começar por BH, pois acredita que a exigência do público daqui ajudará a ganhar experiência.

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DEPOIS DO BOLO, PETISCOS O aniversário de seis anos do Rima dos Sabores, no Prado, foi em agosto, mas as mudanças de cardápio ainda estão aparecendo. Sempre com a proposta de trazer carnes diferentes em petiscos, alinhados às cervejas, o empresário Juliano Caldeira aproveitou a data para incluir sugestões – já são 18 – em harmonia com os 20 rótulos que recebeu nos últimos meses. “Estou apostando em um jacaré no molho curry, quase uma moqueca. Ele combina com um rótulo da MOA (cerveja neozelandesa), que chegou para mim em julho”, diz, exemplificando. A carne de avestruz, já tradicional no menu, ganhou nova opção, e outras sugestões voltaram, como o carré de cordeiro e o magret de pato, servido com frutas vermelhas. Alexandre Rezende

Paulo Márcio

EMBALA PARA VIAGEM? O bar ficou famoso pela carta de cachaças: hoje, já são mais de 900 rótulos. No entanto, o empresário Miguel Murta não descuidou dos petiscos servidos no Via Cristina. Agora, o investimento é maior. Na nova fase, há espaço para carnes, como picanha e entrecôte, além de petiscos como a codorna com farofa, a minilinguiça de lombo com salada de batatas e os espetinhos. “Fizemos vários testes de cardápio e batalhamos para conseguir preços em conta”, diz Miguel. Quem já curte os sabores famosos da casa – por exemplo, o pastel de mandioca, espécie de versão do pastel de angu criada por Miguel – também poderá, agora, levá-los para casa, já que o sonho dele de fundar um empório anexo à casa se tornou realidade. Samuel Gê

HARMONIZA COM O SABOR REGIONAL

Samuel Gê

Combinar vinho com receita francesa ou italiana faz parte do repertório dos sommeliers. Mas, e se no cardápio tiver feijoada e frango com quiabo? Desvendar as harmonizações desses e outros pratos brasileiros com tipos de vinhos foi uma das propostas da especialista na bebida Míriam Aguiar, que acaba de lançar o livro A Qualidade no Consumo do Vinho, que traz resultado de testes realizados em SP, Rio e BH (onde incluiu visita à Borracharia Gastropub, para degustar feijão-tropeiro). “Vou seguir testando pratos regionais, como pato com tucupi e buchada de bode”, diz. Além das confrarias, a ideia será levada a espaços como feiras gastronômicas.

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ovo

GASTRÔ | RECEITAS

O é a estrela O ingrediente divide opiniões quando se trata do alto teor de colesterol. Mas, para os chefs, é inegável que ele cai bem em diferentes combinações. Confira cinco receitas que usam a clara e a gema GUI TORRES

Historicamente, o consumo de ovos sempre dividiu opiniões. O alto teor de colesterol contido desafia a ciência da nutrição e ainda deixa com o pé atrás quem ama consumi-lo diariamente. Para além do debate, o indiscutível é sua versatilidade nas infinitas combinações de receitas doces e salgadas. Macarrão à carbonara, pavlova, bolo, panquecas, marshmallow e outras delícias não existiam sem ele até há bem pouco tempo. Algumas combinações impensáveis também surpreendem e provam sua característica universal, como um drink que mistura na coqueteleira gema, gelo e uísque. Para a empresária Maria Fernanda Affonso, da Doces de Portugal, que usa em média 15 mil ovos por mês, o ingrediente funciona como mágica e, para as receitas doces, o risco é só o odor e o gosto intenso permanecerem depois de pronto o produto. “Se tiver gosto de ovo é porque foi malfeito”, diz Maria Fernanda. “O doce bem executado não traz sabor de gema.” O ingrediente também não passa despercebido pela culinária japonesa. No Hokkaido, o Guydon é finalizado com um ovo cru sobre o prato quente. Outro item do cardápio, o Sukiaki, também traz ovo cru, porém à parte, para que o cliente regue o mix de shiitake, shimeji, acelga, brotos de bambu e filé mignon grelhados. “Quase tudo que fazemos aqui leva ovo. E, como em algumas apresentações ele é cru ou quase, a saída precisa ser rápida e cuidadosa”, conta o chef Agnaldo Paiva. Américo Piacenza, chef da Cantina Piacenza, é apaixonado pelo ingrediente, que considera um dos poucos usados em todas as culturas, por ser o alimento mais antigo consumido pelo homem. “É um item que não briga. A gema, quando mole, por exemplo, é um molho perfeito, pois tem brilho e textura, e se liga a qualquer coisa.”

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Gyudon

Serve 1 pessoa

INGREDIENTES 1 colher (sopa) de manteiga 1/4 cebola fatiada Por Agnaldo Paiva, 200 g de gohan (arroz japonês cozido) chef do Hokkaido 50 g de shimeji 50 g de shiitake fatiado 50 g de moyashi (broto de feijão) 2 folhas de cebolinha cortadas em diagonal 2 folhas de acelga fatiadas 20 g broto de bambu fatiado 4 fatias de kamaboko rosa (massa de peixe branco) 100 g de tofu cortado em cubos 100 g de filé mignon fatiado 1 ovo 50 ml de saquê culinário 200 ml de shoyu 100 ml de água 2 colheres (sopa) de açúcar cristal 1 pitada de sal e 1 de ajinomoto

MODO DE PREPARO Prepare o molho colocando em um mesmo recipiente o shoyu, a água, o açúcar, o sal, o ajinomoto e aqueça esta mistura até ferver. em uma frigideira, aqueça a manteiga e adicione as fatias de cebola, o broto de bambu e o filé mignon, até dourar rapidamente. Regue o saquê culinário sobre o filé mignon. Adicione o molho preparado anteriormente à frigideira onde estão os legumes e o filé mignon e em seguida coloque os cogumelos, as fatias de acelga, o moyashi, o tofu e o kamaboko. Tampe a frigideira e deixe cozinhar por aproximadamente 10 minutos. Depois, destampe a frigideira e coloque o ovo no centro do cozido, adicione a cebolinha para finalizar, tampe a frigideira novamente e aguarde 1 minuto. Desligue o fogo.

MONTAGEM

Para montar o prato, coloque o gohan em um bow, pegue a frigideira e vá adicionando cuidadosamente o cozido sobre o arroz (nas bordas do bow). Posicione o ovo cozido no centro e utilize as fatias de kamaboco rosa e a cebolinha para decorar o prato. Fotos: Cláudio Cunha

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Eugênio Gurgel

Ovo perfeito com creme de aspargos trufado INGREDIENTES 1 molho de aspargos (aproximadamente 10 a 12 aspargos) 1 cebola média picada 2 dentes de alho picado 500 ml de leite 2 colheres (sopa) de farinha de trigo 2 colheres (sopa) de manteiga 4 ovos grandes Parmesão ralado 4 colheres (chá) de manteiga trufada Azeite trufado Sal Pimenta-do-reino moída na hora Salsa crespa para decorar

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Serve 4 pessoas MODO DE PREPARO

Em uma panela com água fervente, cozinhe os aspargos por aproximadamente 3 minutos. Em seguida, coloque-os em água gelada e pique-os em tamanhos médios. Reserve a água do cozimento. Em uma panela de fundo mais grosso, refogue a cebola na manteiga por alguns minutos. Acrescente o alho, os aspargos picados e aguarde uns instantes. Coloque a farinha de trigo e deixe dourar. Adicione o leite aos poucos, mexendo bem, e depois 500 ml da água do cozimento. Com a ajuda de um handmix ou liquidificador, bata a mistura até que fique bem homogênea. Volte a mistura para a panela e deixe apurar por alguns minutos. Acerte o sal e a pimenta. Cozinhe o ovo em temperatura estável de 63,5° C, por aproximadamente 1 hora e 30 minutos

Por Américo Piacenza, chef da Cantina Piacenza

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O n te e v h e U d e e

MONTAGEM

Em um prato fundo, coloque uma colher (chá) de manteiga trufada, acrescente o creme de aspargos e polvilhe um pouco de parmesão ralado. Estale o ovo delicadamente sobre o creme e finalize com um fio de azeite trufado e salsa crespa. Sirva imediatamente.

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Educação em BH

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Paulo Márcio

Risoto de funghi e ovo estrelado Serve 2 pessoas INGREDIENTES 2 colheres (sopa) de azeite 4 colheres (sopa) de cebola picada 1 dente de alho amassado 1 xícara e meia (chá) de arroz arbóreo 1 xícara (chá) de vinho branco seco 1 pitada de pimenta-da-jamaica ou pimenta-do-reino branca 1,5 L de caldo de legumes 2 xícaras de funghi hidratado e fatiado xícara de queijo Grana Padano ralado 2 colheres (sopa) de manteiga gelada 2 colheres (sopa) de cebolinha picada 2 ovos Sal a gosto

Por Mariana Abrantes, do Restaurante Minas II

MODO DE PREPARO Para o risoto Em uma panela grossa, coloque o azeite e frite a cebola. Refogue o arroz, adicione vinho branco seco, a pimenta-da-jamaica e mexa até o vinho secar. Adicione aos poucos o caldo de legumes (sempre mexendo) e quase ao final do cozimento junte o funghi. Só acrescente o queijo Grana Padano quando o arroz estiver macio e quase sem caldo. Misture o queijo até derreter, desligue o fogo e acrescente a manteiga, a cebolinha e o sal. Para os ovos Aqueça a frigideira antiaderente e pincele manteiga. Quebre o ovo sobre uma tigela e deslize devagar sobre a manteiga. Tampe a frigideira por 30 segundos para que cozinhe por igual. Retire-o com uma espátula e coloque-o no centro do risoto. Polvilhe sal.

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Paulo Márcio

Quiche tradicional Serve 4 pessoas

Por Hellen Souza, chef do Restaurant Chez Louise

INGREDIENTES Para a massa 250 g de farinha de trigo 50 g de amido de milho 160 g de mateiga 20 ml de leite Pitada de sal Para o recheio 600 ml de creme de leite fresco 4 ovos Pitada de sal e pimenta-do-reino 110 g de queijo meia cura ralado

MODO DE PREPARO Para a massa Misture todos os ingredientes até virar uma massa homogênea. Enrole em plástico filme e leva à geladeira por 30 minutos. Em seguida, modele a massa sobre a fôrma e deixe-a coberta por igual. Para o recheio Misture todos os ingredientes e corrija o sal, se necessário. Despeje sobre a massa e leve ao forno a 180° C, por 30 minutos. Sirva com salada de folhas e tomate-cereja.

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Léo Araújo

Pastéis de Santa Clara INGREDIENTES Para o recheio 12 gemas 12 colheres (sopa) de açúcar 150 ml de água Para a massa filo 185 g de farinha de trigo 1 colher (café) de sal xícara de água 30 ml de óleo vegetal colher (chá) de vinagre

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Rende cerca de 12 pastéis

MODO DE PREPARO Para o recheio Faça uma calda ponto de pérola com a água e o açúcar. Deixe esfriar e adicione as gemas à calda. Leve ao fogo baixo e mexa constantemente por cerca de cinco minutos.

Por Maria Fernanda Affonso, da Doces de Portugal

Para a massa filo Em uma tigela, misture a farinha e o sal. Misture separadamente a água, o óleo e o vinagre. Adicione a mistura líquida à farinha e ao sal, trabalhando a massa até obter uma bola não pegajosa, nem seca. Unte com óleo deixando descansar por cerca de uma hora. Faça pequenas porções e abra com uma espessura muito fina, polvilhando sempre com farinha. Faça trouxinhas com a massa e o recheio no formato desejado. Leve ao forno a 180° C por cerca de 10 minutos até dourar ❚

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GASTRÔ | ENCONTRO DE CHEFS Fotos: Eugênio Gurgel

Encontro reuniu chefs de BH e da França: oportunidade de interagir e trocar experiências

Consagrados nomes da gastronomia de BH e da França se reuniram durante segunda edição do Encontro Mineiro dos Chefs. O evento tem objetivo de incentivar parcerias e integrar o setor ALINE GONÇALVES

Um momento para conversar com colegas de profissão e amigos, conhecer novas pessoas, acompanhar o funcionamento de um alambique e até mesmo provar algumas das principais delícias da gastronomia típica mineira. Foi assim a segunda edição do Encontro Mineiro dos Chefs, reunião entre especialistas da área promovida pela revista Encontro em parceria com o Festival Cultura e Gastronomia Tiradentes, no último dia 27 de agosto. Se na primeira edição a cidade que recebe o festival também serviu de cenário para o encontro, desta vez uma fazenda em Paraopeba, na região me140 |Encontro

Confraternização à

mineira

tropolitana de BH, foi o espaço escolhido. “Quisemos mostrar aqui, em uma típica casa mineira, algumas tradições do estado”, comentou o anfitrião, Oscar Lamounier. Com programação bastante diversa, os chefs puderam tirar leite de vacas, visitar uma horta e entender melhor o processo de fabricação de cachaça, por exemplo. Eles ainda degustaram um café da manhã com quitandas, entre as quais não poderia faltar pão de queijo, bolo de fubá e requeijão escuro. O chef Ivo Faria, do restaurante Vecchio Sogno, tomou a frente no preparo de um banquete mineiro, com o auxílio de outros convidados, como o chef Hendres Almeida, o China, do restaurante Gomide; Guilherme Melo,

do Hermengarda; Naiara Faria, do La Palma, e o chef Flávio Trombino, do Xapuri. Eles serviram tropeiro, torresmo, leitão à pururuca, frango com quiabo, salada de jiló, feijão preto com linguiça (feita artesanalmente por Flávio), entre outros preparos. Para finalizar, foi montada uma mesa repleta de doces, como quindim, cocada, doce de leite e de amendoim. “Como é bom cozinhar para receber as pessoas. É um prazer”, comentou Flávio. Os mais surpresos com os diversos sabores foram os chefs franceses Emmanuel Ruz (Lou Fassum, Grasse, França) e Serge Chollet (Moulin de Mougins, Mougins, França). Além deles, outros membros da comitiva da cidade de Mougins,

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O chef francês Serge Chollet: sem disfarçar a surpresa com o tempero mineiro

Comida típica e mesa de doces tradicionais (abaixo): sabores conquistaram os chefs franceses

O chef Ivo Faria, do restaurante Vecchio Sogno, tomou a frente no preparo de um banquete mineiro: “É importante esse dia para nos integrarmos e para fortalecer o negócio gastronômico”

na França (que firmou parceria com o festival gastronômico de Tiradentes para intercâmbio de profissionais), também se divertiram bastante. “Adorei a cachaça, mas prefiro com limão e gelo”, brincou o chef Serge Chollet, ao visitar um alambique. Antes, no caminho até o local de produção da branquinha, eles viram plantações de banana, limão e provaram, direto do pé, carambolas. Um dos responsáveis pela vinda do grupo, Ivo Faria fez um rápido discurso, emocionado. “Vim para cá pensando: é oportuno esse dia para nos integrarmos. Isso é importante para fortalecer a gastronomia e o negócio gastronômico”, explicou ele, que também é presidente da Associação Mineira de Gastronomia (Amiga). “Essa interação deveria acontecer mais e mais vezes, não só esporadicamente”, afirmou o chef China. Além deles, participaram os chefs Rodrigo Fonseca (Taste-Vin); Lucas del Peloso, (Villa Roberti); Clóvis Viana e Diego Viana (Patuscada); Leonardo Marques (Boteco da Carne); Marise Rache (D’Artagnan); e ainda o personal cook Éder Almeida e a banqueteira Patrícia Soutto Mayor (bufê Célia Soutto Mayor), além de outros fomentadores do setor. “Fiquei especialmente feliz de estar perto do Serge”, comentou Rodrigo Fonseca, sentado ao lado do chef francês à mesa. “Há 27 anos, quando estava fundando o Taste-Vin, comprei um livro que foi muito inspirador. Agora, descobri que o Serge trabalhou muito tempo com o autor dessa obra e pude ouvir histórias dessa pessoa e desse restaurante que me influenciaram”, disse. O secretário de Turismo e Gastronomia de Mougins, Dominique Fantino, disse estar ‘preocupado’ com a recepção que fará aos brasileiros no festival francês, que ocorre em setembro (a comitiva será formada pelos chefs Ivo Faria, Leonardo Paixão, do Glouton; Frederico Trindade, do Trindade e Rodolfo Mayer, do Angatu). “Vamos ter de trabalhar muito para recebê-los tão bem quanto fomos acolhidos aqui. Tivemos uma recepção fraterna, de coração, e isso é extraordinário”, disse Dominique Fantino. “Já tínhamos ouvido falar do jeito dos brasileiros, dos mineiros, mas não pensávamos que era tão intenso, e o turismo é isso: é saber receber”. z SETEMBRO DE 2015

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ESPECIAL GASTRĂ” | O MELHOR DA CIDADE 2015

Os preferidos da gastronomia

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Festa no Palácio das Artes revelou os 40 campeões, entre estabelecimentos e profissionais, da 13ª edição de Encontro Gastrô – O Melhor da Cidade. Eles foram escolhidos por júri formado por 50 pessoas, além dos votos dos internautas, que chegaram a quase 300 mil neste ano Samuel Gê

Os eleitos: vencedores celebram títulos durante evento realizado no último dia 25 de agosto

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ESPECIAL GASTRÔ | O MELHOR DA CIDADE 2015 VENCEDORES DA ENCONTRO GASTRÔ 2015 Todos os premiados na edição, por áreas e categorias

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Espaço que recebe alguns dos principais nomes da música e das artes cênicas, o Grande Teatro Palácio das Artes foi o local escolhido para celebrar os mais importantes nomes da gastronomia mineira, vencedores da 13ª edição de Encontro Gastrô – O Melhor da Cidade 2015. Neste ano, a festa mudou de casa (era realizada na Serraria Souza Pinto) e se tornou mais solene, mas manteve o prestígio, atraindo pelo menos mil convidados, que no dia 25 de agosto torceram pelos seus prediletos. “A publicação Encontro Gastrô e o evento de premiação são frutos do nosso acompanhamento de perto do setor gastronômico”, disse o diretor-executivo do Diários Associados, Geraldo Teixeira da Costa Neto. O mestre de cerimônia Fabiano Cambota, que divertiu o público com suas piadas e trocadilhos, ficou responsável por apresentar os três finalistas de cada uma das 40 categorias, entre estabelecimentos e profissionais da capital, nas categorias Lanches e Guloseimas, Diversão, Restaurantes (Sabores Regionais, Boa Mesa e Alta Gastronomia) e Profissionais. Para chegar aos campeões, um júri composto por 50 formadores de opinião foi convidado a dar seus votos. A eles, somou-se o resultado do público, que pôde, via hotsite disponível entre 18 de maio e 18 de julho,

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escolher os queridinhos. Foram mais de 300 mil votos durante o período. Ao palco, foram chamados 42 nomes, já que o chef Ivo Faria e o sommelier Denis Marconi receberam homenagens como hors concours. Ivo Faria, por ter sido eleito Melhor Chef entre 2005 e 2009, e Denis Marconi, por ser escolhido Melhor Sommelier entre 2010 e 2014. Assim, eles não disputam com os demais profissionais que concorrem ao título. A categoria Melhor Chef foi vencida pelo chef Leonardo Paixão (Glouton), que se tornou bicampeão. Já o sommelier Renato Costa (Villa Roberti) foi eleito o melhor profissional de sua área. “Na hora que chamaram meu nome, quase não acreditei. O coração disparou”, disse Renato. “Esse prêmio é resultado de muito trabalho e paixão pelo vinho.” Novidades deste ano, as categorias Melhor Pão de Queijo e Melhor Carta de Cervejas ficaram, respectivamente, com Verdemar e Haus München. “Sabemos que o interesse por cervejas só cresce, e o prêmio mostra a valorização desse setor, como já ocorreu com o vinho”, afirmou o empresário Rodrigo Ferraz, que além do Haus München comanda a Albanos, eleita a Melhor Choperia. Pela quinta vez consecutiva, o Taste-Vin faturou o título de Melhor Restaurante de BH,

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O diretor-presidente do grupo Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa, entrega o prêmio de Melhor Restaurante da cidade aos sócios do Taste-Vin, Rodrigo Fonseca, Simone Motta, Ana Luiza Castro e Maria Fernanda Castro: estabelecimento, especializado na culinária francesa, é eleito o melhor da capital pela quinta vez consecutiva

vencendo, novamente, também nas categorias Melhor Francês e Melhor Carta de Vinhos. “Cada vez que ganhamos, sentimos aumentar a responsabilidade em oferecer um serviço de qualidade”, disse o chef Rodrigo Fonseca. Além de premiar os melhores, o objetivo da Encontro Gastrô – O Melhor da Cidade é estimular o setor. O anuário, produzido pela revista Encontro e Diários Associados,

foi distribuído aos convidados e, além de um perfil sobre cada campeão, traz mais de 1.200 endereços da gastronomia da cidade, reportagens especiais sobre vinhos, entre outros temas. “A cada ano, o prêmio está mais importante, porque o desenvolvimento gastronômico de Minas é um fato extraordinário”, disse o diretor-presidente do grupo Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa. ❚

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ESPECIAL GASTRÔ | PREMIAÇÃO

Flávio Trombino, Nelsa Trombino e Geraldo Teixeira da Costa

Oswaldo Miranda, Hilda Miranda e Álvaro Teixeira da Costa

Gilson Judice e Adriana Judice

Surpresa e emoção A premiação começou às 21h, quando o diretor-presidente do grupo Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa, o diretor-executivo do Diários Associados, Geraldo Teixeira da Costa Neto, e o diretor-geral da revista Encontro, André Lamounier, recepcionaram os convidados. Na sequência, o comediante Fábio Cambota entreteu o público e apresentou o primeiro vídeo da noite, feito pela produtora Brokolis – que abriu o apetite de todos ao mostrar o preparo de um bolo. A entrega das placas da seção Lanches e Guloseimas ficou a cargo do diretor-presidente do grupo Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa. O primeiro campeão da noite foi o Rullus Buffet, na categoria Bufê de Festa. O empresário Luca Lenzi, da Gelateria Mi Garba, que faturou o título como Novidade do Ano, foi um dos mais animados

Marise Rache e Denise Rache

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Leonardo Paixão

Rodrigo Cabaleiro e Alexandre Pampolini

e comemorou bastante. Os vencedores em Diversão receberam a homenagem das mãos de Rodrigo Cabaleiro, gerente regional de marketing da Ambev. O trio André Ayres, Roberto Pessoa e Marcus Grossi subiu ao palco duas vezes, ao conquistar os títulos de Melhor Bar/Botequim, pelo Dorival Bar e Parrilla, e Novidade do Ano, pelo Steak Me. “É ótimo ser reconhecido nessa categoria com o Dorival, porque estamos na capital mundial dos bares. E, pelo Steak Me, também estamos felizes, pois apostamos em uma proposta pioneira de espetinhos Premium”, disse André. O diretor-geral de Encontro, André Lamounier, voltou ao palco para distribuir os prêmios da seleção Boa Mesa. A mesma função coube ao diretor-executivo dos Diários Associados, Geraldo Teixeira da Costa Neto, na área Sa-

Michele Dutra e Daniele Zabel

Renato Costa

Fotos: Alexandre Carvalho, Dudua`s Profeta e Samuel Gê

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ESPECIAL GASTRÔ | PREMIAÇÃO

Elson de Barros, Sarah Ananda e Sunil Bhandari

Gabrielle Carvalho, Soraya Hazana e André Lamounier

Renato Gomes dos Santos e Francisco Mesquita

bores Regionais, e ao diretor-regional da Vivo, Renato Gomes dos Santos, em Alta Gastronomia. “Por mais que você queira ganhar, tenha esperança, sempre fica em dúvida se será premiado. Por isso, a sensação de subir ao palco é tão boa”, disse o empresário Gilson Judice, da Marília Pizzeria, que faturou como Melhor Pizzaria. “O sucesso vem da somatória de inovação, trabalho e responsabilidade”, completou Gilson. Por fim, a presidente da Jornada Solidária do Grupo Diários Associados, Nazareth Teixeira da Costa, entregou as homenagens aos melhores profissionais do ano, enquanto Álvaro Teixeira da Costa laureou Thiago Guerra, pelo Alma Chef, como Restaurante Revelação, e Rodrigo Fonseca, pelo Taste-Vin, como Melhor Restaurante de BH. Roberto Pessoa, André Ayres e Marcus Grossi

Nazareth Teixeira da Costa e Ivo Faria

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João Natas e Vitor Franca

Rodrigo Ferraz, Rodrigo Cabaleiro e Adori Garcia

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ESPECIAL GASTRÔ | O EVENTO

Festa Encontro Gastrô

Fernanda Keulla

Do bom e do melhor Nadim Donato, Erica Diniz, Gabriel Trillo e Daphane Carvalho

A entrada do Palácio das Artes foi devidamente decorada para receber os melhores do setor gastronômico em 2015. Antes e depois de conhecerem os vencedores, os convidados puderam degustar as delícias do Buffet Célia Soutto Mayor e da Padaria Artesanal do Verdemar, servidas no hall. O jantar ainda trouxe massas da Forno de Minas. Aos que preferiram, um carrinho de pipoca gourmet foi montado pela Vivo e fez sucesso com o público, assim como a brigaderia organizada pela Patrimar, com várias versões do doce brasileiro. Para acompanhar o brinde dos campeões, cervejas Bohemia ou Wäls e vinhos e espumantes Rio Sol. No fim, as modelos da Mega Models produzidas por Jacques Janine distribuíram o esperado anuário Encontro Gastrô – O Melhor da Cidade 2015, publicação que traz a lista de todos os vencedores. E nem precisava se preocupar com blitz, já que uma parceria com o aplicativo Uber forneceu descontos aos convidados.

Adriano Sampaio, Gustavo Germano e Sérgio Frade

Gilberto Bitarães, Andrea Bitarães, Nélia Ferreira e Wanderson Costa

150 |Encontro

Patrícia Soutto Mayor, Alexandre Poni, Luciana Poni e Antônio Celso Azevedo

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ESPECIAL GASTRÔ | O EVENTO

Nazareth Teixeira da Costa e Julia Molinari

Vittória Lapertosa e Thiago Lessa

Letícia Passos e Eliana Liu

João Teixeira, Célia Soutto Mayor e Márcio da Silveira

Ana Luiza Penido, Cláudia Bernardes e Wânia Capparelli

Daniel Vieira, Andreia Bauermann, Rejane Duarte e Simone Fiorella

Fernando Junior, Rafaela Nejm e Henrique Braga

Milton Jaques, Oscar Lamounier e Alberto Loyola

Antônio Lúcio Martins, Tactiana Saldanha e Haroldo Azevedo

Mirtes Piacenza e Américo Piacenza

152 |Encontro

Fotos: Alexandre Carvalho, Dudua`s Profeta e Samuel Gê

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Amanda Roscoe e Cristiano Roscoe

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ESPECIAL GASTRÔ | O EVENTO

Happy Feet Jazz Band

Felipe Santiago, Flávio Azevedo, Camila Guerra, Pedro Martins e Leonardo Simas

Noara, Alessandra Jasper, Paola Elisa e Gabriela Freitas

Fabiano Cambota

Cristiane Lacerda, Camila Bitencourt e Rafael Luiz

Promotor Verdemar

Promotor Bohemia

Ygor Stefânio e Sérgio Gomes

Promotoras Patrimar

Promotoras Vivo

Patrocínio

154 |Encontro

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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br Rafael Motta/Divulgação

TODA TODA Lucas Lucco e a cantora Sofia del Prado emocionaram os amigos da garota em sua festa de 15 anos, na Casa Tua. Convidado surpresa da noite, o cantor entrou no final da apresentação de Sofia e cantou com ela a música Toda Toda, um dos sucessos do repertório do sertanejo. “Cantei mais ou menos”, disse a aniversariante, emocionada, após a apresentação. Lucas ainda voltou ao palco para apresentar show especialmente para a debutante, que acompanhou cada música ao lado da irmã, Sarah. Além das apresentações musicais, a rapaziada curtiu de montão os detalhes da decoração, especialmente os painéis de LED com projeções mapeadas feitas por Braulio Christi de Lima, como a reprodução da escadaria vermelha da Times Square e o palco impressionante em pintura de laca, onde a aniversariante e Lucas Lucco cantaram.

COMEMORAÇÃO EM FAMÍLIA Aline, Victoria, Anna Vitoria Motta e Elizabeth Athayde aproveitaram as bodas de prata de Elizabeth com Aristides Athayde para matar as saudades. Beth, mãe de Aline e Anna Vitória, mora no Sul do país e, há alguns meses, não se encontrava com as filhas e a neta. Em Curitiba, Aline e Anna – acompanhada dos filhos e do marido, Mark Zammit – comemoraram a data ao lado dos familiares de Athayde. O encontro, restrito a 70 pessoas, teve coquetel e jantar no prédio onde o casal mora em Cabral, na capital paranaense. A comemoração teve vez também em outros dois jantares, em restaurantes de Curitiba. Arquivo pessoal

156 |Encontro

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Eugênio Gurgel/EM/D.A. Press.

Divulgação

ARRASA, CAROL

BYE BYE, BRASIL Henrique Mesquita dá adeus aos amigos e segue ainda em setembro para Nova York, onde vai morar com os pais, Ana Christina Filizzola e Hélio Eduardo Leite Mesquita. “Antes mesmo da crise, eles demonstravam interesse em morar nos Estados Unidos. A crise foi o empurrão que faltava”, conta Henrique, que

pretende concluir o curso de business na Marymount Manhattan College. “Minha expectativa é ficar por lá mais ou menos três anos. Mas de tempos em tempos voltarei”, afirma ele, que só deve retornar para as festas de fim de ano. Henrique e seus pais vão morar em um apartamento na Columbus Circle.

Kátia Pita/Divulgação

Fã de Paulo Gustavo, Carol Ballesteros é uma das mais novas seguidoras do humorista nas redes sociais. A admiração cresceu depois que ela foi convidada por ele para subir ao palco durante uma das sessões do espetáculo Hiperativo, no Palácio das Artes. Carol não pensou duas vezes para aceitar o convite. A mãe da garota, Lúcia Helena Coelho Vergara, não poupou elogios à atitude. “Ele foi muito generoso com minha filha”, diz. Carol chegou ao teatro animada por ver um de seus ídolos. “Lindo! Quero tirar uma foto com você”, ela gritou, pouco depois do início do show. “Então vem”, convidou o artista, para surpresa da fã. “Amei ver você dançando como Michael Jackson”, disse Carol, numa referência ao número de abertura do stand up. “Você sabe dançar?”, perguntou Paulo Gustavo. Carol foi direta: “Eu arraso”, disse, conquistando o humorista.

PEQUENA SÓ NO NOME Ela começou com uma banca de bijuterias em uma praça de Tiradentes e hoje administra um hotel-boutique de luxo, ao lado dos três filhos. Essas e outras histórias de Vanilce Barbosa estão na recente revista que lançou sobre sua pousada, a Pequena Tiradentes. “Todos os negócios de sucesso despertam a curiosidade nas pessoas sobre a vida de seus donos”, diz. Além da guinada da

empresária e das riquezas do município, a publicação, com 100 páginas, que pretende ser semestral, traz artigos de hóspedes estrelados que se tornaram amigos íntimos ao longo dos 15 anos do negócio. Entre os colaboradores estão a atriz Beth Goulart, o ex-ministro Carlos Ayres Britto e o florista carioca Zezé Calvo, um dos mais requisitados de Nova York. (por Gui Torres) SETEMBRO DE 2015

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SOCIEDADE

Lançamento A Caparaó foi a única construtora convidada a integrar a primeira edição do livro Anuário Starhome arquitetura, artes & interiores de Minas 2015, lançado durante coquetel na Avant Garde Motors, no Estoril. A vice-presidente da empresa, Maria Cristina Valle, que também é responsável pela equipe de arquitetos da construtora, ressaltou a importância de participar da publicação. “É uma honra fazer parte de um livro que revela o que há de mais bonito e moderno na arquitetura mineira, uma vez que sempre empenhamos em conceber projetos modernos e inovadores e que também seja um complemento para a beleza urbana do local.” No livro, a Caparaó mostra o potencial e beleza do Residencial Albert Scharlé, o High Houses e Renaissance. Fotos: Geraldo Goulart.

Leticia Valle, Maria Cristina Valle, Gilberto Moura Valle Filho e Thais Valle

Ralph Marcelini, Antonio Algusto Marcelini, Sandra Carvalho e Fred Mata Machado

Debora Manssur, Igor Marfará e José Antonio Marfará

Ricardo Pitchon, Anaine Pitchon, Vera Cristina Gribel e Alexandre Gribel

Nair Feu, Anaine Pitchon e Andrea Buratto

158 |Encontro

Daniela Dias

Claudia Lopes, Paulo Assunção, Araceli Mesquita e Maria Cristina de Oliveira Moura Valle

Maura Dias, Adriana Zenóbio, Irving Kraft e Cristiane Nobre

Luiza Rocha e Pauliane Dias

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Adriana Diniz e Rodrigo Resende

Aline Castro, Ricardo Torres e Marina Mascarenhas

Gustavo Penna e Diana Penna

Cassia Hormes e Davi Guerra

Graziella Nicolai

Izabela Sadala e Ana Cláudia Íria

Você vai elogiar o chef, o gerente, o garçon e o arquiteto O Conde restaurante combina o melhor da gastronomia contemporânea com um ambiente perfeito para você aproveitar cada detalhe do seu dia. Venha despertar todos os sentidos. R. Conde de Linhares, 345 - Cidade Jardim - BH

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SOCIEDADE

Vítor e os super-heróis A festa era para reunir os amigos de Vítor Matos em torno da comemoração dos 6 anos do garoto. O aniversário, no entanto, foi tão animado que atraiu atenção de quem passou pelos arredores do bufê infantil Yupii, no Belvedere. A garotada foi recebida pelo Homem de Ferro, mas ficou encantada mesmo com o Homem-aranha que escalou a parede de 13 metros do prédio. Ideias de Leandro Rajão, da Rajão Animação de Eventos, que faz a alegria da meninada. Janete Matos, mãe do aniversariante, foi responsável pela decoração da casa, que ficou ainda mais animada. Fotos: Renata Caldeira.

Vítor Matos e Janete Matos Carla Cruz

Juliana Hamzi, Mercia Franco, Clarice Figueiredo e Fabiana Viana Sandrin

Jacqueline Matos e Janete Matos

Renato Semensatto, Isadora Semensatto, Eduarda Semensatto e Sandra Gonçalves

160 |Encontro

Liga da justiça e Vítor Matos

Luana Schimidt e Laiza Schimidt

Lucas Lemos, Matheus Lemos e Mariana Barros

Nelma Régis, Cláudio Régis e Márcia Garreto

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Sergio Caldeira, Davi Caldeira e Michelle Caldeira

Valentina Ferrari, Juliana Ferrari e Bruna Ferrari

Crianças

Fred Siqueira, Vanise Santos, João Pedro Siqueira e Gustavo Rodrigo

Christiane Damasceno, Janete Matos e Sandreane Carmona

Flávia Gomes, Janete Matos e Renata Ribeiro

Parabéns

João Pedro, Clarice, Matteo Figueiredo de Moraes e Dijon Moraes Júnior

Paulo Henrique Bueno, Jussara Lacerda e Hamilton Bueno

Theo Fonseca, Henrique Fonseca e Bia Soares

Leonardo Colepicolo, Cristiano Colepicolo, Arthur Colepicolo e Liliana Colepicolo

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SOCIEDADE

Carmen Steffens

Gláucia Sathler e Cláudia Sathler

Fagner Marques, Stefhanie Zanelli e Mari Duque

Coquetel de lançamento Stefhanie Zanelli

A loja Carmen Steffens do BH Shopping recebeu clientes e amigos durante coquetel especial para brindar a chegada da estação e apresentar as novidades da coleção primavera/ verão 2016. O evento contou com a presença da miss Minas Gerais Stefhanie Zanelli, que causou burburinho entre os convidados presentes. Fotos: Renata Caldeira.

Alex Moreira e Nayra Lelis

Isabela Valentim e Marianna Fávero

Stefhanie Zanelli e equipe Carmen Steffens

Nayra Lelis e Stefhanie Zanelli

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Márcia Francisco e Tânia Almeida

Júlia Duque e Fagner Marques

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SOCIEDADE

Um debut diferente A carioca Valentina Brito comemorou seus 15 anos fora do padrão tradicional das debutantes. "Queria uma festa descontraída sem a tradicional valsa e a obrigatoriedade do terno para os meninos", comenta a aniversariante, que é filha de José Oscar Brito e Viviane Cabral. A pista do Espaço Meet Lourdes ficou super animada com show da banda Sambalanço e o DJ Leo Baixa. Fotos: Barbara Dutra/Diculgação.

Thiago Barbosa, Julia Reis, Arthur Ferraz e Victor Rocha

Arthur Ferraz e Valentine Brito

Valentine Cabral Brito

Viviane Cabral, Valentine Cabral Brito e José Oscar Brito

Humberto Almeida e Rodrigo Serra

Simone Cabral, Angela Cabral, Valentine Cabral Brito, Laura Rabe, Cassio Maio e Viviane Cabral

Gabriela Barbi, Cecília Louback, Mariana Caram, Alice Safortes e Amanda Bretas

Rafaela Borelli, Luís Claúdio Gontijo e Vinicius Gontijo

Cecília Lamounier, Letícia Lage, Maria Paula Arcuri, Luisa Lage e Isabelle Mundim

164 |Encontro

Ass tem

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SOCIEDADE

Reinauguração Bel Lar Cerca de 800 pessoas, entre arquitetos, designers, decoradores, engenheiros, jornalistas e clientes, prestigiaram a reinauguração da Bel Lar Matriz. Entre os presentes, arquitetos, designers, decoradores, engenheiros, jornalistas e clientes. Funcionando há mais de 35 anos na região Noroeste de Belo Horizonte, a loja passou por uma revitalização que modernizou seu espaço. O projeto também conta com quatro vitrines, que expõem produtos diferenciados e exclusivos. Fotos: Gabriel Barreto/Divulgação.

Daniel Miranda, Ana Naves e Rumenigue Marquiori

Cassio Diniz, Débora Espírito Santo, Patrícia Satler e Analu Guimarães

Camila Ferreira, Fernanda Okano e Roziane Faleiro

Daniel Miranda, Janaína Naves e Daniel Marques

166 |Encontro

Karina Barakat, Roberta Seabra e Clea Filgueiras

Rosana Cipriano, Cristiane Terra e Marco Antônio

Ciolo Stancioli e Fabiana Freitas

Paula Missae e Júnia Ferreira

Fátima Gomes e Bárbara Nobre

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SOCIEDADE

Bodas de prata Terezinha Géo e Jacques Rodrigues, ao lado dos filhos Jacques Rodrigues Júnior, Vanessa Ladeira e Maria Tereza Geo, comemoraram os 25 anos da Talento com um encontro descontraído em Inhotim. O grupo de convidados visitou algumas das obras mais significativas do museu, almoçou no restaurante Tamboril e, no final da tarde, degustou café com delícias da cozinha mineira bem ao lado da igrejinha de Inhotim. Os convidados levaram para casa livro de Dóris Bicudo que conta a história da joalheria e colagens criadas por Thiago Batista. Fotos: Dudua’s Profeta.

Renata Piza e Susana Barbosa

Marina Caruso e Mariana de Milla

Juana Ferreira e Cleusa Ferreira

168 |Encontro

Terezinha Géo Rodrigues, Maria Tereza Géo Rodrigues e Vanessa Géo Rodrigues

Márcio Ladeira e Jacques Rodrigues

Cris Riudje, Waldick Jatobá e Cláudia Tannous

Giuliana Romano, Vivian Sotocorno, Fabiana Delfim e Daniela Falcão

Jacques Rodrigues Jr e Thiago Batista

Isabela Teixeira da Costa e Leandro Guimarães

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SOCIEDADE

Dupla comemoração Seria apenas a comemoração do aniversário de Rúbia Angélica Medeiros da Fonseca, mas os convidados foram surpreendidos com o anúncio do noivado dela com Manoel Mário de Souza Barros. "O casório será breve", disse o noivo, que reuniu os amigos no Lounge Veuve Clicquot da Pizzaria 68. O casal foi recebido em grande estilo pelo saxofonista Edson Moraes. O DJ Maurício Maoli fez a trilha sonora da noite. Fotos: Renata Caldeira.

Bruno Marzinetti e Graziela Lobo

Sueli Medeiros da Fonseca, Simone Medeiros Vasco, Rúbia Angélica, Manoel Mário, Réa Sílvia Paz e Rafaela Paz

Andréa Junqueira e Onofre Junqueira

Caroline Tonaco, Cláudio Guimarães e Cristiana Aguiar

Giovana Álvares de Moura, Ricardo Guimarães e Márcia Guimarães

Rúbia Angélica, Manoel Mário, Bárbara Barros e Bernardo Souza Barros

170 |Encontro

Cláudia Machado, Izabele Mourão e Avelina Sanches Leite

José Otávio Dias e Izabele Mourão

Cassio Lemos, Florence Lemos e Roberto Gontijo

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SOCIEDADE

MANUAL DE IDENTIDADE

Equipe Private BH e XP SP

Inauguração Private Investimentos A Private Investimentos realizou um almoço de inauguração e reuniu os principais clientes do escritório. Fundada com o objetivo de suprir uma demanda existente no mercado financeiro, tem como diferencial o atendimento personalizado no serviço de assessoria em investimentos, planejamento financeiro e patrimonial. Conta, para isso, com um time qualificado de profissionais com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro e uma parceria de peso, a XP investimentos. Fotos: Duduas Profeta.

Marco Antônio Isidoro, João Cláudio Pentagna Guimarães e Adriano Afonso

Marco Antônio Isidoro, Karla Isidoro e Adriano Afonso

Anuar Donato

José Eduardo Lanna Valle e José Peres de Carvalho

Carlos Berquo Dias, Marco Antônio Isidoro, José Ronaldo Pita Maciel, José Eustáquio Silveira e André Simoni

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Dia 1, terça às 20h Exposição Fotográfica

MARCELO ROSA

Dia 16, quarta às 20h Bate-papo, Pocket Show e Sessão de Autógrafos

CONVERSA DE VIOLEIRO COM CHICO LOBO E FÁBIO SOMBRA

Dia 21, segunda às 20h Oficina Infantil

PEQUENO PRÍNCIPE

Dia 10, quinta às 20h Lançamento de Livro e Sessão de Autógrafos

REGENERAÇÃO: EM HARMONIA COM O PAI

Dia 14, segunda às 19h Sessão de Autógrafos

DIOGO NOGUEIRA

Dia 18, sexta às 18h Lançamento de Livro e Autógrafos

DR. REY O BRASILEIRO QUE SE TORNOU O DR. HOLLYWOOD

Dia 25, sexta às 19h Palestra

Dia 24, quinta às 20h Palestra

ROOKMAAKER

O PODER DO JOVEM EMPREENDEDOR

Dia 30, quarta às 20h Lançamento de Livro e Sessão de Autógrafos

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SOCIEDADE

Noite de autógrafos O advogado Ricardo Silvana se surpreendeu com a boa repercussão de seu primeiro livro, Licitação para Todos, lançado na livraria Leitura do BH Shopping. "Em duas horas autografei 100 exemplares. O assunto é relevante, a linguagem adotada é acessível", conta ele, lembrando que em função disso, além dos convidados para o lançamento, muita gente na livraria ficou interessada na obra. Em setembro, o livro será lançado em Brasília. Fotos: Alexandre Carvalho.

Luciana Neves e Ricardo Neves

Jacinto Neves e Sônia Neves

Ricardo Neves, Quezia Villamil e Arthur Villamil

Nelma Clementino e Fábio Clementino

Luciana Neves, Ricardo Neves e Junot Silveira

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Kelly Gonçalves Primo

Eduardo Neves, Ricardo Neves e Laila Nasar Ribeiro

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SOCIEDADE

50 anos juntos As bodas de ouro de Tereza Mello Vianna e Fernando Mello Vianna Netto foram comemoradas com missa celebrada por padre Fernando na igreja Santo Inácio de Loyola. O momento mais emocionante foi no final da cerimônia, quando Fernanda Gutierrez Mello Vianna, neta do casal, leu uma mensagem dedicada aos avós. Após a missa, Maria Tereza e Fernando receberam familiares e amigos mais próximos, no salão paroquial, com bombons e champanhe. Ao lado do casal, os filhos Ana Maria e Fernando, a nora Carolina e os netos Fernanda, Marconi e Luca. Fotos: Renata Caldeira.

Luiz Otavio Possas Gonçalves, Teresa Recorder Gonçalves e Cristiana Gutierrez

Marconi Mello Vianna, Fernando Mello Vianna, Fernanda Mello Vianna, Carolina Mello Vianna e Luca Mello Vianna

Márcio Carvalho, Arquimedes Nascentes e Cláudio Salles

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Fernando Mello Vianna Netto, Tereza Mello Vianna e padre Fernando

Zicaca Dias e Bite Dias

Jader Drummond, Laura Amaro e Renato Drummond

Paulo Lopes Coelho, Taís Lopes Coelho, Maria Clara Dias e Fernando Bicalho Dias

Ana Maria Mello Vianna, Tereza Mello Vianna e Fernanda Mello Vianna

Myrthes Ganz e Leonardo Baptista de Oliveira

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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br

Já fomos melhores Se soubesse que o dia hoje seria tão ruim, eu teria ficado contente ontem. A frase, ótima, por sinal, não é minha. É de Calvin (da série de tirinhas Calvin e Haroldo), e eu tenho me lembrado dela nestes dias de perplexidade que temos vivido. Dias de sustos cotidianos. A cada minuto ficamos sabendo de algo que nos choca: mais um crime, mais um ato de corrupção, mais um cidadão que julgávamos acima de qualquer suspeita e se deixou vender em troca de um carro importado, um apartamento (ou vários) em Miami, um saldo bancário em um paraíso fiscal, um emprego para o filho ou um relógio Rolex acompanhado por uma caixa de vinho Pera Manca. Desvios, fraudes, propinas, delações... não se passa um dia sem que sejamos assombrados pelo vocabulário, antes esporádico, do mundo dos desonestos, dos crápulas, dos que pautam suas vidas, acima de tudo, pela ambição. “Não estamos vivendo um momento particularmente glorioso da humanidade”, disse o saudoso João Ubaldo Ribeiro em uma entrevista. De fato, não estamos. E quem duvida basta olhar, além do noticiário politico-policial, os comentários feitos na terra de ninguém que é a internet. Os chamados “haters”, que fazem do ódio seu combustível, agridem quem não conhecem, ofendem sem qualquer pudor, julgam sem clemência, humilham e vão dormir felizes da vida com sua performance virtual. E a dúvida que surge é inevitável: estaríamos piorando como pessoas? O que se vive hoje é uma espécie de deterioração moral? Ou o ser humano foi sempre assim? Ambiciosa, perversa, corruptível: é essa a nossa natureza desde sempre ou está em curso uma crise de valores sem igual? Na política, por exemplo. Há quem defenda o argumento de que “foi sempre assim”, que tudo isso que nos espanta hoje sempre existiu, mas agora é denunciado e exposto. Ou seja, o rei está nu – ele e o resto da corte. Será? Já os comentários na internet, muitos acreditam, seriam a manifestação de um lado sombrio da natureza humana que agora aparece de forma clara, quase palpável, porque encontrou no anonimato do universo virtual a possibilidade de se expressar sem o risco da punição. O que não deixa de ser uma ironia, porque quem ataca as pessoas nas redes sociais quer, antes de mais nada, aparecer. O que faz dos “haters” uma espécie híbrida: exibicionista e anônima, audaciosa e covarde, que disputa o brilho dos holofotes na rede se escondendo nas sombras dos comentários não identificados. Mas, voltando à frase do Calvin, a sensação que se tem, de fato, é de que as coisas nunca estiveram tão ruins. Convivemos com a impressão diária de que ontem era melhor que hoje, ou de que “éramos felizes e não sabíamos”. Ou porque éramos melhores de fato, ou porque não tínhamos consciência do que somos capazes (a ilusão é parente próxima do autoengano). O fato é que tem ficado cada vez mais fácil sucumbir à nostalgia, ao desencanto e ao ceticismo. A cada leitura do noticiário, cresce a convicção de que a arena política nunca reuniu um número tão grande de bandidos, e, a cada leitura dos comentários na internet, vem a certeza de que o ser humano já foi melhor. O problema é que, quando passamos a achar que o

“Convivemos com a impressão diária de que ontem era melhor que hoje ou de que éramos felizes e não sabíamos” passado era preferível, que as decepções são inevitáveis e não podemos acreditar em mais nada ou mais ninguém, caímos no imobilismo, na apatia, na inércia da vontade. E é aí que mora o perigo maior. É essa descrença crônica que temos que evitar, custe o que custar – porque ela é a morte da esperança. “A esperança nos dá asas”, diz o filósofo Mario Sergio Cortella, “e o desespero nos dá pés de chumbo”. Talvez a chegada da primavera seja um bom momento para nos lembrarmos disso. Quando tudo à nossa volta renasce e brota, fica mais fácil acreditarmos em possibilidades esquecidas – e lutar por elas, claro, porque só acreditar não basta. Se não cedermos à resignação e ao cinismo, ainda dá tempo de sermos pessoas melhores, elegermos políticos melhores e criarmos sociedades mais éticas, em que o preço de um caráter não equivalha a uma cobertura na Barra da Tijuca ou a honra não se deixe trocar por uma quantia depositada nas Ilhas Caymã. O que não podemos é pensar que sempre foi assim e sempre será. Que é inútil contar com a decência na política ou com a integridade de caráter em qualquer arena onde os seres humanos interajam, encobertos ou não pelo anonimato. Isso é que não pode acontecer – porque, com os pés de chumbo do desespero, não iremos a lugar algum. Vamos no máximo nos arrastar. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante

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SETEMBRO DE 2015

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