Revista Encontro 174

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Novembro de 2015 | Ano XIV | Nº 174

As

queridinhas dos

livros

ISSN 1679-0146

As escritoras mineiras Laura Conrado, que lançou cinco títulos em três anos, e Paula Pimenta, que já vendeu quase um milhão de livros: elas arrebatam multidões

❚ CIDADE UBER X TÁXI. COMO PODE ALGUÉM SER CONTRA A MODERNIDADE?

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Elas conquistaram o público jovem e estão entre as mais lidas do país. Quem são as escritoras mineiras que se tornaram as novas celebridades da literatura

❚ SAÚDE MALHAR EM JEJUM PODE ATÉ EMAGRECER. MAS É ARRISCADO

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INCORPORAÇÃO, CONSTRUÇÃO E INFORMAÇÕES:

Desenhos de caráter artístico e ilustrativo. O mobiliário e os equipamentos não fazem parte do memorial descritivo. Haverá montagem de equipamentos e mobiliários das áreas comuns de acordo com o memorial descritivo. O empreendimento somente será comercializado após a expedição do registro do Memorial de Incorporação no cartório de imóveis nos termos da Lei n°4591/64. O projeto está sujeito a alteração. Creci Patrimar: 8098.

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NESTA EDIÇÃO

COLUNAS

Divulgação

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ENTREVISTA Neurocientista fala sobre sonhos, sono e memória

CIDADE Uber é apenas mais um dos aplicativos que chega para ficar

MEMÓRIA Documentos que relatam a origem de BH são tombados

COMPORTAMENTO Herdeiras que não têm medo de empreender NOVIDADE Bonecas que parecem bebês de verdade fazem sucesso

56 60 68 76 78

TURISMO Opções de destinos mais em conta para as férias

138 154

PET Guia de hotéis onde deixar seu animalzinho nas férias

AUDIÇÃO Uso em excesso de fone de ouvido é prejudicial à saúde

SAÚDE Prática de atividades físicas em jejum divide opiniões PREVENÇÃO Diagnóstico precoce é a principal arma contra o câncer de próstata

NO PODER Confins decola

DEU O QUE FALAR “Ela deixava nosso ambiente com mais paz”

RETRATOS DA CIDADE Para brincar e refletir

GENTE FINA Fama sem rótulos

COLUNA DE DIREÇÃO Toro na arena

ENCONTRO INDICA Show da banda Pearl Jam NA MESA Costela nobre no Vila da Serra

NA SOCIEDADE Tudo diferente

ARTIGOS 18 106 162

ARISTÓTELES DRUMMOND Sem homens e sem ideias

JOSÉ JOÃO RIBEIRO A origem do garoto perdido

LEILA FERREIRA Bancoterapia

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NESTA EDIÇÃO

82 86

CAFÉ Grão mineiro conquista mercado internacional

NEGÓCIOS Administradora de cartões Ecx Card aposta em novos produtos

90 96

DEZ PERGUNTAS PARA Especialista fala sobre indicação de reforço escolar

VEÍCULOS Volvo aposta em modelos híbridos e totalmente elétricos a partir de 2019 Henrique Gualtieri

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ESPETÁCULO Lucia di Lammermoor no palco do Palácio das Artes

ARTES PLÁSTICAS Artista visual transforma materiais descartados em arte

CAPA Escritoras mineiras ganham status de estrelas

MODA A hora e a vez da moda safari

TENDÊNCIA Homens que preferem gravatas-borboletas

DECORAÇÃO Estilo industrial ganha força em residências

GASTRÔ Chefs sugerem receitas com mascarpone

O I A e

BEBIDA Produção limitada de vinho mineiro na argentina

NOVIDADES Restaurante Patuscada ganha comando de pai e filho

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EVENTO Claude no Ouro Minas

Foto capa: Pedro Nicoli Agradecimento: Grupo Giramundo

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CARTA DO EDITOR revistaencontro.com.br

Diretor-Presidente

Álvaro Teixeira da Costa

KÁTIA MASSIMO / EDITORA-CHEFE Diretor-Executivo Vice-presidente de Negócios Corporativos Diretor de Publicidade Diretor Jurídico

Diretor-geral/Editor Editora-Chefe Editores Colaboradores Redação

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João Paulo Martins Bruna Sales Marcelo Fraga Prol Vip (31) 2126-8770 (31) 2126-8000 (31) 2126-8000

TIRAGEM

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CONFORME RELATÓRIO EM NOSSO PODER. ENCONTRO É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ENCONTRO IMPORTANTE LTDA. BELO HORIZONTE. RUA HAITI, 176, 3° ANDAR - SION 30320-140, BELO HORIZONTE - MG FONE: (31) 2126-8000 EMPRESA FILIADA À

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redacao@revistaencontro.com.br

Fenômeno literário

Larissa Nicolau tem 20 anos. No fim de outubro, era uma das muitas adolescentes que esperavam ansiosas, na fila de uma livraria de BH, para conseguir uma dedicatória da afamada escritora americana Meg Cabot. Quando, finalmente, chegou perto da celebridade, o coração bateu acelerado: “Sou sua fã há muito tempo”, disse, emocionada. Recebeu um forte abraço. Pelo frisson da plateia, cuja idade não passava dos 20 e poucos anos, ninguém duvida que Meg Cabot, 48 anos, fala a língua dos jovens e está acostumada com os arroubos de admiração. Desde que lançou o primeiro livro, Diário de uma Princesa, há 15 anos, seduz gerações e gerações de adolescentes do mundo inteiro com ficções do universo feminino. Os olhos de Larissa brilham ao comentar sobre os livros: “Sou como a protagonista das histórias dela”, diz. “Sou confiante, não me coloco para baixo.” As personagens dos livros de Meg são fortes e decididas. Esta é uma das razões que, segundo especialistas, explicam o sucesso da escritora, que se tornou também fonte de inspiração para uma geração de novos talentos da literatura. Há mineiras nessa lista, e em posição de destaque. São elas o tema da matéria de capa desta edição. Alçadas ao papel de novas queridinhas de leitores juvenis, da noite para o dia, ainda se surpreendem com o estrelato: “Tive de entrar pela porta dos fundos de uma livraria no Rio. Foi aí que entendi a dimensão do que estava acontecendo”, diz a mineira Paula Pimenta, que ocupa o topo das preferidas, com quase 1 milhão de livros vendidos. Ela, claro, tem Meg como ícone. A produção da matéria ficou a cargo da repórter Marina Dias, 27 anos, que fez malabarismo para conseguir um minuto de entrevista com Meg em BH, em meio ao turbilhão de gente. Terminada a tarefa, Marina tirou da bolsa um livro da escritora e, discretamente, pediu que autografasse. Sim, ela também faz parte da legião de leitores que cresceu se emocionando com a ficção da americana. Não é exagero classificar como fenômeno esse movimento de apologia à literatura juvenil liderado por um público que nasceu em plena era digital. Mesmo porque, há oito anos, quando os livros eletrônicos surgiram, as obras impressas receberam sentença de morte. Em pleno Victor Schwaner século XXI, não caberia mais carregar debaixo dos braços calhamaços de papéis cunhados a tinta, certo? O tempo mostrou que as previsões estavam erradas. O mercado editorial cresce ano após ano. E, pelo jeito, continuará assim enquanto existirem Larissas, Marinas e tantos apaixonados por livros, autógrafos e abraços dos autores. Ou alguém por aí já inventou a dediLarissa Nicolau com Meg Cabot em BH: catória eletrônica? ❚ emoção no encontro com a escritora

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NA MU

FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000 UM HOMEM DE SORTE I

MÃOZINHAS NA MASSA

Esta matéria sobre a história da pessoa, profissional e empresário Rubens Menin é um estímulo para todas as pessoas de como se conquista o sucesso preservando a simplicidade e valores nobres relacionados ao trabalho, à família e à ética. Sem se esquecer, também, da pitada de “sorte”, como considera que possui o próprio dr. Rubens.

Ensinar as crianças a importância do alimento e como prepará-lo é uma forma divertida de conscientização. Pedro Moreira Belo Horizonte/MG

À MARGEM DA ESTRADA

Paulo Cesar Martin Guimarães Belo Horizonte/MG

Parabéns pela fidelidade com que a história foi contada. Traduzir a obra e vida de um artista em apenas duas páginas nem sempre é tarefa fácil Daniel Moreira Belo Horizonte/MG

UM HOMEM DE SORTE II

Olá, pessoal da revisa Encontro, eu tenho 10 anos, moro em Belo Horizonte e achei essa capa muito legal. Ele tinha pouco dinheiro e conseguiu se tornar um dos homens mais importantes da construção do mundo! Leticia Las Casas Belo Horizonte/MG

UM HOMEM DE SORTE III

Moro em Belo Horizonte há 30 anos e sempre ouvi falar da MRV. Não fazia ideia do tamanho da empresa, muito menos da incrível capacidade de seu líder. Uma empresa vencedora tem líderes vencedores. A história de Rubens Menin é um “balde de água quente” para empresários e empreendedores, como eu. Altair Rodrigues da Cunha Belo Horizonte (MG)

UM HOMEM DE SORTE IV

É fundamental que empresários brasileiros, a exemplo de Rubens Menin, utilizem seus recursos e influência para auxiliar a população carente. Exemplo de cidadania. Matilde Coura Belo Horizonte/MG

UM HOMEM DE SORTE V

O prédio da MRV construído na Cidade dos Meninos São Vicente de Paula foi uma bela iniciativa do empresário Rubens Menin, assim como outras ações filantrópicas que realiza. Que sirva de inspiração para que outros façam o mesmo. José Antônio Giovani Belo Horizonte/MG

PARCEIROS DE MALHAÇÃO

ESPECIAL KIDS

Todo o especial ficou fantástico! Bem abrangente e cheio de dicas interessantes. Gostei muito de como foi estruturado, abordando desde comportamento, passando pela educação, moda e decoração. Fernanda Ferreira Belo Horizonte/MG

O QUE VALE É O AFETO

Como é bom saber que valores tão simples, como o afeto e a segurança que as famílias transmitem a seus filhos, ainda são quesitos fundamentais para uma boa educação. Francisco Sousa Nova Lima/MG

CHÁ DE BONECAS ESTÁ DE VOLTA

Lembro-me de que em minha infância o chá de bonecas era uma brincadeira cotidiana, que ao longo do tempo perdeu espaço para brinquedos tecnológicos. E como éramos felizes podendo ser crianças de verdade. Hilma Rodrigues Belo Horizonte/MG

A CURA É UMA REALIDADE NO CÂNCER

Importantíssimo receber informações de especialista sobre como prevenir o câncer em geral. Assim ficamos atentos a outros tipos da doença, a exemplo do câncer infantojuvenil

Ricardo Costa Belo Horizonte/MG

Muito legal a matéria sobre pessoas que praticam atividades físicas com seus animais de estimação. Quem tem sabe como eles são companheiros. Sensacional a foto com a arara Hanna. Paula Gouveia Belo Horizonte/MG

ENCONTRO LUXO Adorei falar um pouco da minha história pessoal e de amor por Minas Gerais para a revista, mesmo porque sou superleitora da Encontro. Para mim, o luxo não está só no que se pode possuir, mas, principalmente, no que se pode conhecer, aprender e nos tornar seres melhores. Iara Jeireissati

ERRAMOS

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SUPLEMENTO ESTRADA REAL 2 – TIRADENTES No rodapé da página 7, na arte O arraial, a vila e a cidade, da matéria “Uma vila ao pé da serra”, o correto é: 1792 – Em 21 de abril, no Rio de Janeiro (e não em Vila Rica, como foi publicado), Tiradentes é enforcado e esquartejado em praça pública, após ser delatado por Joaquim Silvério.

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Consu

Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail: cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por motivo de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770

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ARTIGO | ARISTÓTELES DRUMMOND adrummond@editoraencontro.com.br

Sem homens e sem ideias O Brasil como um todo vive grave crise. E não apenas na sua economia, fugindo ao controle, mas especialmente na falta de quadros com liderança e carisma para enfrentar as dificuldades, que também são políticas e sociais. As deficiências são gerais, atingem igualmente as diferentes forças políticas e lideranças classistas. Os segmentos que historicamente atuaram em momentos de crise vivem a mais absoluta orfandade. A começar pela classe política, desgastada e desorientada. O meio empresarial apresenta quadro melancólico. Líderes nominais parecem mais preocupados com seus interesses do que com a defesa da retomada do crescimento, em bases sólidas, sem paternalismo. O caminho aponta para aumentar a base de contribuintes, e não da carga fiscal, já exagerada. Mas nenhuma voz se levanta para pedir um basta a essa voracidade tributária, que torna o investimento no país cada dia menos atrativa. A CPMF é um imposto moderno, eletrônico, sem burocracias. Nada justifica sua condenação, mesmo que ajustes possam vir a ser feitos. Outra parcela da sociedade que sempre exerceu uma influência de moderação e compromisso com a ordem e o progresso, os militares, por uma série de fatores, mantém distância dos temas políticos. Os tempos são outros, mas poderiam fornecer quadros, assim como os diplomatas, por terem quadros de excelência. As entidades corporativas estão entregues ao domínio ideológico, divididas e sem nomes de respeito junto à sociedade. Nem o poderoso agronegócio revela um líder. O setor financeiro perdeu voz. Não se fazem mais homens como Magalhães Pinto, Walter Moreira Salles, Manuel Ferreira Guimarães, José Maria Whitaker, Amador Aguiar, Clemente Mariani ou Clemente Faria. Precisamos de um programa comum, nos pontos de convergência de governo e de oposição, numa trégua política que proporcione um projeto de restauração das condições para a retomada do crescimento e o alívio nas dificuldades da população mais sofrida. Os políticos, e até nós, jornalistas, devemos assumir que as forças vivas, de todas as tendências, possuem reservas a serem usadas, sem barganhas, para o bem do país. O clima anda muito passional, o que só agrava as dificuldades na economia. Minas, em seus quadros dirigentes, talvez pela primeira vez na história, não tem uma mensagem e um líder que a una – não só na política, mas também no seu meio intelectual, empresarial, como aconteceu em 1930, com a presença decisiva de Antônio Carlos de Andrada; em 1937, com o talento de Francisco Campos; em 1945, com o Manifesto dos Mineiros de 43; em 1955, com a atuação decisiva de José Maria Alkmin para garantir a posse de JK. Na crise da renúncia de Jânio, foi a habilidade de Tancredo que evitou uma luta imprevisível; em 1964, foi Magalhães Pinto quem interpretou aquele momento; em 1985 foi Aureliano Chaves quem abriu a

“Precisamos de um programa comum, numa trégua política, que proporcione um projeto de restauração das condições para a retomada do crescimento e o alívio nas dificuldades da população mais sofrida ”

dissidência da Frente Liberal, que permitiu a eleição de Tancredo Neves. Com Itamar Franco, Minas, mais uma vez, garantiu a normalidade democrática. Em passado não muito distante, Aécio Neves, como governador, e Fernando Pimentel, como prefeito da capital, deram-se às mãos em projetos comuns em benefício da população. Tiradentes disse que “se todos quisermos poderemos fazer do Brasil uma grande nação”. Vivemos um momento que justifica a célebre frase de Oswaldo Aranha de que o Brasil é um deserto de homens e de ideias. Uma constatação, mais do que uma avaliação, feita com muita tristeza. Mas o momento exige, no mínimo, desabafos francos e honestos. E quem sabe um grande pacto pela paz e pelo progresso! ❚

*Aristóteles Drummond é jornalista e escreve bimestralmente na Encontro

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NO PODER | BERTHA MAAKAROUN bmaakaroun@editoraencontro.com.br

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CONFINS DECOLA O projeto de transformar o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, em um dos mais importantes centros de passageiros e de carga do país ganhou novo fôlego. Protocolo de intenções entre o governo estadual e a BH Airport, concessionária que administra o aeroporto, foi firmado em outubro. O objetivo é acelerar os investimentos em Confins, atrair novos voos nacionais e internacionais e ampliar o volume de cargas transportadas. “Temos a convicção de que o crescimento e o fortalecimento do aeroporto significam um grande atrativo para que mais investimentos cheguem a Minas”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso. Conta a favor a localização estratégica em relação aos grandes mercados consumidores brasileiros. A infraestrutura está em ampliação. Em setembro, entrou em operação o Terminal 3 para voos internacionais. Já a conclusão das obras do Terminal 2, que vão duplicar para 22 milhões o número de passageiros por ano, está prevista para 2016. Cristina Horta/EM/D.A Press

ATRASO NA BIOMETRIA Menos de 1% do eleitorado belo-horizontino se apresentou para o cadastramento biométrico disponibilizado, desde setembro, pelo TRE. O ritmo está muito aquém da expectativa, de acordo com o juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga, diretor do Foro Eleitoral de Belo Horizonte e da Escola Judiciária Eleitoral. “Por enquanto, a biometria ainda não é obrigatória. Mas logo será, e as filas ficarão longas se as pessoas não se anteciparem”, afirma o magistrado. O atendimento, que deve ser agendado, registra média de cadastramento biométrico de 800 eleitores por dia – inferior à meta do TSE. Até as eleições de 2016, Minas precisará realizar 6 milhões de cadastramentos biométricos. Para as eleições de 2018, 100% do eleitorado brasileiro deverá estar cadastrado. “Isso vai reduzir fraudes e acelerar a unificação do cadastro único entre órgãos do governo, como INSS e Receita Federal”, explica Carlos Braga.

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ELEIÇÃO SEM DISPUTA Com perfil conciliador, o desembargador Júlio Bernardo do Carmo foi eleito por aclamação para presidir o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), para mandato de dois anos. A posse será no próximo 17 de dezembro. É a primeira eleição sem disputa dos últimos 10 anos. Juiz concursado, ele atuou 19 anos na primeira instância, tendo sido promovido em 1999 por merecimento. Entre os colegas, é conhecido por nunca ter perdido um prazo processual. “A minha gestão será transparente e pautada pelo zelo com o orçamento público”, afirma o desembargador, que substituirá Maria Laura Franco Lima de Faria. Também assumirão cargos de direção Ricardo Antônio Mohallem, na 1ª vice-presidência; Luiz Ronan Neves Koury, na 2ª vice-presidência; Fernando Antônio Viégas Peixoto, na corregedoria; e César Pereira da Silva Machado Júnior, na vice-corregedoria. Divulgação

Beto Magalhães/EM/D.A Press

NOME NOVO PARA A PBH No limbo de candidatos à disputa pela Prefeitura de BH, um novo nome começa a emergir para as eleições do próximo ano: Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deputado federal, advogado eleito em primeiro mandato no ano passado. Apesar do pouco tempo como parlamentar, Rodrigo tem se notabilizado graças à capacidade de articulação e bagagem jurídica - o que hoje está se tornando elemento essencial na política. Tem também a seu favor o perfil jovem, portanto, sem as vicissitudes dos políticos tradicionais, com grande abertura para o diálogo. O que se cogita é ter Rodrigo Pacheco como cabeça de chapa e o deputado federal Miguel Corrêa (PT-MG) como vice. Resta superar algumas arestas dentro do PMDB mineiro, como, por exemplo, convencer o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG), que já manifestou a intenção de sair como candidato do partido. (nota da redação)

TÍTULO CASSADO Se depender do vereador Gilson Reis (PCdoB), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), terá o título de cidadão honorário de Belo Horizonte cassado. O diploma foi conferido, em janeiro passado, pelo ex-vereador Marcelo Aro (PHS), empossado na Câmara dos Deputados no mês seguinte. Envolto no escândalo da Lava-Jato e divulgada a documentação que denuncia as contas bancárias de Cunha e de seus familiares na Suíça, a homenagem tornou-se constrangedora. Gilson Reis requer que a Mesa Diretora edite uma resolução tornando a perda automática, sempre que algum homenageado estiver envolvido em crimes hediondos ou financeiros contra o Estado.

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DEU O QUE FALAR | AMANDA ALEIXO “Ela deixava nosso ambiente com mais paz” NORALDINO JÚNIOR (PSC), deputado estadual, choroso pela “expulsão” da gata Nora, que tinha virado xodó no gabinete do parlamentar

“Quem disse que quero só roupas? Quero saúde, educação, segurança e cultura” RONALDO FRAGA, estilista mineiro. A frase foi estampada em cartazes afixados em sua loja, na Savassi, após assalto, de onde foram levadas 40 peças, estimadas em 60 mil reais

“A PM hoje está enxugando gelo” MAJOR SÉRGIO DOURADO, assessor de comunicação da PM de Minas, sobre o prende e solta de bandidos

“A casa do atraso continua atrasada, ganhando salários milionários e sem fazer nada para ajudar os clubes” ALEXANDRE KALIL, CEO da Liga Sul-Minas-Rio, cutucando a CBF, que se opôs à nova competição

"As mulheres estão extremamente vulgares” ISABELA FIORENTINO, ex-modelo e apresentadora do programa Esquadrão da Moda, do SBT, durante passagem por BH, criticando a moda inspirada em personagens populares de novelas

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Queda dos cabelos: preocupação também para as mulheres

www.clinicadapele.com.br Rogério Sol

Dermatologista Amanda Gomes, especializada em tratamentos capilares: "cada cabelo é unico"

Referência em dermatologia e tratamentos capilares em BH, a Dra. Amanda Gomes, da Clínica da Pele, mostra o caminho para tratamento médico especializado no assunto A atenção com os cabelos vai muito além da questão meramente estética: é caso de saúde, tanto física quanto psicológica. Perder os cabelos é algo que causa verdadeiro pânico nas mulheres. As doenças capilares são muito estigmatizantes e influencia diretamente na autoestima, tendo impacto nas relações sociais e profissionais. A solução é buscar ajuda profissional o quanto antes, para um tratamento mais eficaz. A alopecia androgenética, conhecida como calvície, é um problema que pode levar à perda total ou parcial dos cabelos. A doença é desencadeada por fatores de ordem genética, hormonal e está associada ao excesso de hormônios andrógenos (masculinos). Nas mulheres, ocorrem por elas sofrerem diversas alterações hormonais ao longo da vida. A médica dermatologista Dra. Amanda Gomes, conhece de perto os males da calvície feminina. Graduada pela UFMG em 2006, ela foi diagnosticada com a doença em 2011, quando ainda exercia sua residência. Hoje, prestes a iniciar um mestrado na área, tem aprofundado seus estudos em queda de cabelo. A calvície é determinada geneticamente, mas também podem ocorrer devido a deficiências nutricionais (principalmente de ferro, zinco e vitamina D), alterações hormonais e tratamentos químicos. Os fios perdem a capacidade de se transformar em cabelos adultos, mas com os tratamentos, eles voltarão a crescer mais compridos e grossos, explica a médica. O tratamento contra a calvície pode ser feito de maneira oral, por tópicos, por meio de luz, laser e com

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medicamentos injetáveis, para o estimulo do crescimento dos fios. “Todas as modalidades de tratamento podem ser usados sincronizados, dependendo do diagnóstico. Cada cabelo é único”, explica a médica, destacando a personalização no atendimento da Clínica da Pele. O processo dura cerca de oito meses, mas a médica alerta a importância da manutenção periódica: “Calvície não tem cura”. Uma vez feito o diagnostico é preciso cuidar do cabelo de maneira continua, com retorno à clínica pelo menos a cada seis meses. A automedicação pode colocar em risco a saúde e a beleza da mulher. Há inúmeras opções de tratamento e para saber a mais adequada é necessário consultar um dermatologista, que fará uma investigação das características e das prováveis causas do problema.

Diretor técnico: Rodrigo Maia – CRM-MG 31.628 Acompanhe novas dicas no site e nas redes sociais: Rua Jornalista Djalma Andrade, sala 804, Belvedere, Belo Horizonte, MG

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ENTREVISTA | SIDARTA RIBEIRO Fotos: Pedro Nicoli

“Na escola, crianças deveriam alternar aulas com pausas para o sono ” Um dos principais neurocientistas brasileiros fala que dormir desintoxica o cérebro e é fundamental para fortalecer memórias e evitar o mal de Alzheimer

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MARINA DIAS

Não é todo cientista que cita Freud em suas palestras. O brasiliense Sidarta Ribeiro cita. Não é todo pesquisador que se posiciona quanto à descriminalização de drogas. Sidarta, sim. Nem todo responsável por um centro de pesquisa critica às claras a postura do governo em relação à ciência. Ele o faz. Tranquilo, mas de fala ágil, o neurocientista não foge dos assuntos polêmicos e expõe abertamente suas opiniões. Talvez por isso – e por estudar alguns dos temas mais presentes no imaginário humano: sono, sonho e memória –, ele tenha lotado a sala do Museu das Minas e do Metal, onde aconteceu sua palestra do Creative Mornings BH, no final de setembro. O evento global, que existe na capital mineira há dois anos, tem o intuito de promover o encontro entre profissionais da economia criativa e pessoas interessadas em inovação. Após a palestra, Sidarta fez uma sessão de autógrafos de seu livro mais recente, Limiar: Uma Década entre o Cérebro e Mente”, originalmente lançado na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano, em que foi a terceira obra mais vendida. Na sua vinda a BH, o ex-pupilo do mais conhecido neurocientista brasileiro, Miguel Nicolelis, conversou com Encontro sobre o que acontece quando estamos dormindo e como esses resultados podem ser aplicados até no diagnóstico de distúrbios psicológicos – uma das pesquisas que estão sendo desenvolvidas no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, do qual é diretor. Sidarta falou também sobre a descriminalização das drogas, já que faz parte do conselho consultivo da Plataforma Brasileira de Política de Drogas. E ainda alertou quanto ao perigo de cortes na área de ciência e tecnologia, que pode reverter todo o esforço de repatriação de cérebros feito nas últimas décadas. “Não custa lembrar que o governo não vai conseguir fazer caixa em cima da ciência.” ENCONTRO - Muitas pessoas atribuem criações artísticas ou até so-

luções de problemas científicos aos sonhos. Por que isso acontece? SIDARTA RIBEIRO - Quando acordado,

você está formando memórias todo o tempo. Quando dorme, alguns neurotransmissores presentes na vigília e responsáveis por dar foco à memória não atuam. Sem eles, você começa a misturar as memórias, então elas são reorganizadas ou reestruturadas. Assim, aquela solução que você não tinha enquanto estava acordado, quando mistura tudo o que sabe, pode ser que a encontre. Por que há essa ideia de que sonhos são simuladores do futuro?

QUEM É SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO, 44 ANOS ORIGEM Brasília, DF FORMAÇÃO É bacharel em ciências biológicas pela Universidade de Brasília, mestre em biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutor em comportamento animal pela Universidade Rockefeller (EUA) e tem pós-doutorado em neurofisiologia pela Universidade Duke (EUA) CARREIRA É professor titular de neurociências e diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foi secretário da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC), é coordenador de núcleo do projeto de avaliação de crianças em risco para transtorno de aprendizagem (Acerta - Capes/ Observatório da Educação) e membro do Conselho Consultivo da Plataforma Brasileira de Política de Drogas. É autor dos livros Limiar – Uma Década entre o Cérebro e a Mente; Entendendo as Coisas e coautor de Maconha, Cérebro e Saúde.

Lembro-me de uma vez, quando eu estava no doutorado, que um colega saiu com um carro que eu precisava usar. Passei o dia inteiro simulando a bronca que eu daria nele. Quando dormi, sonhei que eu dava uma bronca nele e que ele me dava uma surra. Então achei melhor ser educado [risos], ele se desculpou e ficou tudo bem. Esse sonho é um exemplo de uma situação em que eu tinha um problema e uma solução da vigília (confrontar o colega verbalmente), mas o sonho me mostrou que, se eu o agredisse verbalmente, ele poderia me bater. Foi a simulação de uma situação perigosa e que reorientou minha ação. Eu entendo que essa é a função original dos sonhos. Na sua origem, o sonho deve ter sido uma simulação não perigosa de comportamentos adaptativos: ou seja, evitar o que é ruim e procurar o que é bom. Não quer dizer que seja um simulador determinístico, que aquilo vá acontecer. Quer dizer que ele simula, com base no ontem, como deve ser o amanhã. Mas como encontrar soluções no meio da confusão que são os sonhos?

No mundo contemporâneo, na classe média atual, não se tem um grande problema (ataques de bichos, procura por alimentos, etc., como antigamente), mas sim vários pequenos problemas. Por isso nossos sonhos são uma colcha de retalhos. E aí não entendemos. Mas, se você tiver uma morte na família, uma doença na família, se você foi para a guerra – qualquer siNOVEMBRO DE 2015

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ENTREVISTA | SIDARTA RIBEIRO lúcido é treinável, mas também tem oportunidades para acontecer. Nos meus, eu sempre escolho voar, que é a experiência mais incrível. Também já tive sonhos de nadar e respirar debaixo d’água. Quando posso escolher, vou por aí. É muito mais legal do que qualquer cinema 3D.

tuação extrema que o jogue naquele mundo darwinista –, começa a ter sonhos claros. A pessoa que é atacada por tubarão sonha com tubarão, ela não tem sonho metafórico. E por que há sonhos que todo mundo tem?

Os sonhos de estar nu em alguma situação social ou chegar atrasado a uma prova, por exemplo, remetem a ansiedades reais e concretas, que de fato podem acontecer se você não tomar o cuidado necessário. Já esses sonhos com grandes forças da natureza, como de que há uma grande onda vindo em sua direção, são mais afeitos à psicanálise junguiana, são de simbologia mais complexa. Têm a ver com as grandes passagens, como a puberdade, o início da idade adulta, os desafios da meia-idade, envelhecimento, perdas, etc. E parece que isso é arquetípico, mas o conhecimento da ciência sobre o tema é quase zero. Há um amplo espaço para pesquisa aí. Sonha-se toda noite?

Pelos experimentos em laboratório, a ideia é de que se sonha toda noite, o tempo todo, mas apenas alguns são lembrados. Isso porque não prestamos atenção, acordamos muito rápido. Quando você está dormindo, porque seu cérebro não tem o neurotransmissor chamado noradrenalina, as memórias estão difusas, é difícil de guardá-las. Quando acorda, ainda está com pouca noradrenalina. Se você logo se levanta e vai escovar os dentes, quando a noradrenalina chegar, ela vai fortalecer a memória da pasta de dente. Mas se você fica na cama, quieto, conta o sonho para outra pessoa ou para você mesmo (escrevendo em um sonhário, por exemplo), está usando a noradrenalina da vigília para reforçar aquela memória que aconteceu antes, mas que agora está sendo reativada, e aí ela fica forte o suficiente para você a transformar em um texto ou uma imagem. Existem sonhos lúcidos, controláveis?

Existem e são diferentes do sonho normal. É possível perceber essa existência, porque, no sonho lúcido, há uma ativação frontal maior, e o córtex 26 |Encontro

O que há de mais recente em termos de descobertas relacionadas ao sono?

Aquela solução que você não tinha enquanto estava acordado, pode ser que a encontre durante o sonho” frontal está envolvido na nossa tomada de decisões, no que chamamos de “função executiva”. Isso significa que, normalmente, no sono REM [que é quando se sonha], os circuitos frontais têm atividade reduzida, então se tem pouca função executiva. Assim, as coisas acontecem com você, você não faz as coisas acontecerem. No sono lúcido, a atividade frontal aumenta, e então você começa a decidir, a escolher: “agora eu quero estar na praia”, “agora, quero voar”. Você tem sonhos lúcidos?

Sim, mas acontecem sempre quando estou de férias, quando posso dormir livremente. No dia a dia, não dá para ter. Sonhos lúcidos, aliás, são típicos do final do sono, quando você já descansou, ou então naquela soneca pós-almoço. Eles acontecem em momentos quando não se está com pressão de sono muito grande. Então o sonho

No mundo, duas coisas recentes são muito importantes. A primeira, que tem mais ou menos dois anos, é uma demonstração clara, em ratos, de que o sono serve para limpar o cérebro de toxinas, inclusive as que causam o mal de Alzheimer. Já existe há muito tempo uma correlação entre má qualidade de sono e Alzheimer. Agora se sabe que é porque, no sono, você “lava” o cérebro. E é por isso que, se você fica muito tempo acordado, não consegue pensar direito: seu cérebro está literalmente intoxicado. Outro trabalho importante é a decodificação dos sonhos, a primeira vez que se conseguiu saber que o indivíduo está sonhando com um carro, e não com uma pessoa. Claro que ainda é algo cru – não se sabe qual pessoa, qual carro –, mas deixou de ser uma questão conceitual e passou a ser uma questão técnica, tecnológica. Em tese, melhorando-se a matemática, a tecnologia, será possível decodificar os sonhos. E aí vamos poder estudar melhor qual é a contribuição do relato, o que a pessoa agrega ao sonho quando fala sobre ele. Quais pesquisas do seu laboratório você destacaria?

Destacaria dois resultados recentemente publicados. Um é a questão do uso dos sonhos como ferramenta diagnóstica para psiquiatria e neurologia. Já usamos para psicose, para Alzheimer e transtorno cognitivo leve, e funcionou. Agora, estamos usando um método parecido na escola, para tentar caracterizar a ascensão cognitiva, que é a criança aprender a ler. E estamos vendo que a maneira como a criança relata seus sonhos, a estrutura matemática desse relato, é extremamente correlacionada com o QI e com

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ENTREVISTA | SIDARTA RIBEIRO o desempenho na Provinha Brasil. Vimos que todas essas medidas cognitivas já estabelecidas têm relação forte com a maneira como se relatam as memórias e, particularmente, os sonhos. Outro destaque é que temos mostrado, nos últimos anos, resultados contrários à teoria de que, durante o sono, tudo o que se faz é esquecer. Temos demonstrado que não, que existem moléculas ativadas durante o sono que fazem você lembrar. Quando essas moléculas são ativadas e aumentam a força das sinapses durante o sono, a consequência disso não é apenas que algumas memórias ficam mais fortes, é que as memórias se reestruturam, elas mudam. Então dormir é importante em todos os sentidos...

Dormir é fundamental. A criança deveria chegar à escola e ter sono, aula e depois mais sono. Ele é importante para limpar seu cérebro de toxinas, para repor os metabólicos, para consolidar memórias importantes, esquecer as que não são, e misturar as memórias, fazendo novas estratégias. Na minha opinião, deveríamos reorganizar a escola, incorporando isso. Deveríamos ter aulas bem mais curtas, mais impactantes, interessantes, e seguidas de sono. Acho que a escola do futuro vai ser assim. Como avalia a ciência no Brasil?

O Brasil é copo meio cheio, meio vazio, em termos de ciência. Se compararmos nossa situação com a dos países vizinhos, melhoramos enormemente. O que fizemos nos últimos 60 anos com Capes e CNPq é admirável, e, especialmente nos anos de governo Lula, houve um avanço científico-educacional grande nas universidades. Mas agora estamos vivendo uma crise na qual o governo está cortando tudo, e isso é algo grave, porque o país investiu muito nessa área e, se o financiamento for cortado por dois ou três anos, isso se desmonta rapidamente: as pessoas vão para o exterior e todo o investimento em repatriação de cérebros se perde. E acho que o país tem de decidir se quer terminar de encher o copo ou se vamos continuar como agora, cortando tudo. 28 |Encontro

pecificidade, por isso eu acho que temos de regulamentar cada uma delas. Aí você vai saber: eu tenho uma valina no lugar da metionina na catecol-O-metil-transferase, portanto não posso fumar maconha [pessoas com essa variante genética têm maior chance de manifestar sintomas psicóticos]. Mas só com a legalização e regulamentação vamos proteger de fato as pessoas.

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Quem é contra diz que não há garantias de que a legalização vá diminuir o tráfico...

Só a legalização das drogas vai defender de fato as pessoas, porque será possível orientar cada uma sobre os riscos” E não custa lembrar que o governo não vai conseguir fazer caixa em cima da ciência; ela custa muito pouco. Se cortarmos toda a ciência brasileira, isso ainda não vai resolver o problema do Tesouro nacional. Por que é a favor da legalização das drogas?

Sou a favor de legalizar e regulamentar todas as drogas, porque não existe a droga do bem e a do mal. Morre-se de coma alcoólico e, no entanto, convivemos com o álcool. A Cannabis é proibida e é mais benigna que o álcool – não para todo mundo, porque há um grupo de risco. Mas as pessoas não sabem qual é esse grupo, porque isso não é discutido. E todas as drogas podem ser abusadas: se uma pessoa tomar Novalgina demais ela morre, a substância é proibida nos EUA! A questão é que toda droga tem sua es-

Há 20 experiências de descriminalização no mundo. Nessas, o consumo de drogas ou caiu ou ficou igual, e certamente o consumo de drogas pesadas cai. Portugal descriminalizou há 13 anos: o consumo de Cannabis oscilou e, no geral, caiu um pouco. Mas o de heroína desabou, porque aí o cara não tem mais o estigma, ele não é mais um criminoso, pode pedir ajuda, ter informação. Como caiu o consumo do tabaco no Brasil, que nos últimos 10 anos diminuiu de 45% para 15% de usuários? Não foi com repressão, foi com informação, com coerção social. O controle social é importante, mas com a proibição eu tenho convicção de que o consumo de tabaco não cairia, e teríamos violência e mercados paralelos envolvidos nisso que não são desejáveis. Fale um pouco sobre seu livro, lançado na última Flip.

São 10 anos de trabalho, sendo os primeiros textos de quando eu morava nos EUA e a maioria de quando já estava de volta ao Brasil, e o livro reflete essa passagem. Eles foram publicados na revista Mente e Cérebro, onde escrevo uma coluna mensal, e nos jornais Estadão e Folha de S.Paulo. O livro em si foi feito em 45 dias. Eu fui chamado para participar da Flip, mas meus livros estavam esgotados, então eu precisaria de um livro novo. Assim, reuni colunas que já havia feito, selecionei e organizei. Os textos são divididos por temas, como “sonho e sono”, “passado e futuro”, “educação”, drogas” e outros. Lançamos na Flip e foi o terceiro mais vendido na feira. E agora estou escrevendo um livro sobre sonhos. ❚

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RETRATOS DA CIDADE | RAFAEL CAMPOS rcampos@revistaencontro.com.br Fotos: Cláudio Cunha

AGORA VAI? Moradores, comerciantes e frequentadores do hipercentro de BH estão na torcida para verem a portaria do edifício Tupis, o famoso Balança Mas Não Cai, de novo movimentada pelo entra e sai de moradores. O empresário Teodomiro Diniz Camargo, proprietário da construtora que leva seu sobrenome, está à frente das obras que serão retomadas em dezembro. O prédio de 18 andares terá 66 apartamentos, que, segundo Teodomiro, devem custar a partir de 300 mil reais cada um. Em 2008, a fachada já havia sido revitalizada, deixando para trás as invasões e as ruínas. A previsão de conclusão ainda segue indefinida em função de algumas ações na Justiça de antigos moradores que reivindicam a posse por usucapião.

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PARA BRINCAR E REFLETIR A criançada aprovou as melhorias da praça Carlos Chagas, no Santo Agostinho. Depois de mais de um ano em obras, o lugar, espécie de jardim da Assembleia Legislativa, ganhou dois playgrounds com piso emborrachado e brinquedos de madeira. Aparelhos de ginástica, bicicletário e mesas de xadrez também estão à disposição dos adultos. E no Hall das Bandeiras, o espaço é de reflexão. O belo memorial que homenageia os doadores de órgãos e tecidos, inaugurado há um ano e de autoria do artista plástico Leo Santana, ganhou placas com mais 307 nomes de pessoas solidárias. Difícil não se emocionar com tal atitude, que deve ser multiplicada.

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Cláudio Cunha

A ARTE DA ESPERA Poucos sabem, mas o painel de 78 m2 na fachada do campus I do Cefet, na avenida Amazonas, no Nova Suíssa, foi encomendado pelo então presidente JK, em 1958. O que muitos já notaram é que o painel que representa os ofícios que eram aprendidos na instituição sofre com a ação do tempo. E, para piorar, há dois anos, um pedreiro que recuperava a calçada da escola se enganou e acabou danificando a pintura de Luiz Guimarães, que lembra Portinari. Agora, duas notícias. A boa é que o projeto de recuperação, coordenado pelo professor do curso de arte Bruno Lombardi, está pronto. A ruim é que depende de recursos federais. Gladyston Rodrigues/EM/DA Press

Marcos Michelin/EM/DAPress

TIRADENTES SAI DE CENA Uma pintura de Tiradentes que estampou a lateral de um prédio inacabado na rua Rio de Janeiro, quase esquina com Contorno, no centro, foi apagada. Pode-se dizer que o desenho do baluarte da Inconfidência Mineira deixou de existir para libertar e dar vida ao prédio inabitado. A obra, abandonada há 20 anos, está, enfim, sendo concluída. O desenho de Tiradentes foi produzido por Hugo Desmazieres, pintor francês, que pediu ao proprietário, na década de 1990, autorização para fazer da fachada uma tela de arte.

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GENTE FINA | GUI TORRES gtorres@editoraencontro.com.br Tatiana Zanghi/Divulgação

FAMA SEM

RÓTULOS

As passarelas e os editorais de moda estão cada vez mais distantes de Carol Marra. A jornalista que nasceu menino ganhou fama como top model e há tempos trabalha para despontar como atriz parece estar, finalmente, emplacando. Já com algumas intepretações no currículo, ela ganhou papel em Romance policial - Espinosa, no ar pelo canal GNT. Na série, vive uma transexual, dilema que encara também na vida real. “Foi um desafio grande, mas quero experimentar outros personagens que não rotulem minha condição sexual. Quero interpretar uma história que não tenha nada a ver com a minha, uma mãe sofrida do sertão, por exemplo. Ou raspar a cabeça, se preciso for”, diz. Em um filme que grava em paralelo, A Glória e a Graça, ela vive uma mulher. A sombra da transexualidade, porém, continua rondando, mas dessa vez na pele da veterana Carolina Ferraz, de quem será amiga e confidente.

NASCE UM CONSTRUTOR

Alexandre Rezende

Quando deixar a vice-presidência da gigante Embaré, em 2020, o empresário Alexandre Antunes já sabe bem o que quer da vida. Engenheiro e apaixonado por arquitetura, vai trocar os laticínios e caramelos pela construção civil. O desejo é antigo, mas ganhou força depois da bem-sucedida obra de sua nova residência, em Lagoa da Prata. Suntuosa e erguida às margens da lagoa, a mansão chama a atenção pelo bom gosto, que ele agora quer replicar. Junto com um sócio, comprou todo o loteamento ao redor e irá erguer 12 casas de luxo a preços que devem ficar entre 1,5 milhão e 2 milhões de reais cada uma. “Meu sonho sempre foi trabalhar com isso. Lembro que, quando eu tinha 15 anos, pedi de presente para meu pai uma prancheta de arquiteto”, conta. Com a empreitada decolando por lá, ele também quer construir em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.

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Samuel Gê

GISELE, AÍ VOU EU! Quando Maria Clara Laucas fez seu primeiro trabalho como modelo, ainda era um bebê. Descoberta enquanto praticava as primeiras aulas de natação, a loirinha de olhos azuis teve de cara a produção de Zeca Perdigão para ensaio em SP. No ano seguinte, vieram fotos em Paris. “Muita gente fala que ela será uma Gisele Bündchen no futuro, mas não temos essa pretensão toda”, diz a mãe, Tatiana Laucas. Agora, acabam de sair do forno seus últimos cliques, em que estampa, pela 12ª vez, a coleção infantil da grife mineira Iorane. “O que quero mesmo é ser atriz, como a Taylor Swift”, idealiza a garotinha de 10 anos. “Adoro o que faço. Só acho chato quando faço fotos com roupas que eu não gosto.” Weber Pádua/ Divulgação

Divulgação

CHEF, SÓ NO VÍDEO Apesar de ter sido eliminado do programa Masterchef na metade da última temporada, Gustavo Sette Bicalho ainda colhe os frutos dos seus 15 minutos de fama. O advogado mineiro já foi convidado para estampar propagandas de duas marcas conceituadas, falar em eventos gastronômicos, além de propostas para assinar cardápios de alguns endereços. “Estou aproveitando as oportunidades, só não quero ser chef de cozinha nem dono de restaurante”, diz. Apesar de cozinhar desde os 15 anos, ele anda flertando é com a ideia de abrir um negócio inspirado em uma rede de fast food saudável. Enquanto não bate o martelo, criou com os parceiros de programa Fernando Kawasaki e Raul Lemos o canal no Youtube Nóiz Moscada. Lá, o trio ensina receitas toda semana.

TAL PAI, TAL FILHO O provérbio “filho de peixe, peixinho é” cai como uma luva para Pedro Rocha. Além da semelhança física, foi no pai, o apresentador do programa global Bem Estar, Fernando Rocha, que buscou inspiração para ser jornalista. O rapaz de 23 anos que nasceu na capital mas morou em São Paulo e passou o último ano em Cuiabá voltará a viver aqui para uma temporada como repórter do Globo Esporte. Por coincidência, mesmo programa onde Fernando estreou na emissora, há 20 anos. Apesar do prestígio paterno e também da mãe, a atriz e diretora teatral Yara de Novaes, ele prefere manter a humildade. “Tem muita gente boa por aqui, mas darei o máximo de mim”, diz. “De toda forma, valerá a pena, pois estou achando um sonho morar na casa dos meus avós e viver o dia a dia da cidade.” NOVEMBRO DE 2015

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CIDADE | TRANSPORTE

Caminho sem volta

O Uber ainda sofre resistências e pode ser proibido em BH. Difícil é encontrar quem seja contra o serviço. Afinal, tem sentido impedir o avanço das tecnologias que trazem benefícios à sociedade e estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia?

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RAFAEL CAMPOS

Voltemos a um passado recente. Na década de 1980, máquinas poderosas começaram a surgir no país: os computadores pessoais. Em vez de gigantescos equipamentos que ocupavam salas inteiras, os chamados PCs passaram a tomar conta das mesas de empresas e, aos poucos, dos lares. Assim, os amantes das vetustas máquinas de escrever tiveram de se adequar à nova ferramenta. Era um caminho sem volta. Logo depois, vieram a internet, o e-mail, as redes sociais e uma infinidade de aplicativos, que só se tornaram possíveis graças à popularização dos PCs. Agora, vejamos a discussão que acontece atualmente nas principais capitais brasileiras, entre elas, Belo Horizonte. Há mais de um ano, chegou por aqui o aplicativo Uber, sediado nos Estados Unidos, na Califórnia. De lá, é coordenado o software que liga motoristas particulares a passageiros em pelo menos 329 cidades de 59 países. Basta um clique no celular para requisitar um motorista, sempre educado e bem vestido, que chega com hora marcada. E não é apenas isso. Eles oferecem corridas rápidas e confortáveis, com direito a ar condicionado. As tarifas variam de acordo com a procura pelo serviço. Isso significa que algumas podem ficar mais caras que o táxi convencional, outras podem sair até de graça, se o passageiro acertar uma das inúmeras promoções oferecidas pelo serviço que, em pouco tempo, ganhou fama e a preferência de um grande número de passageiros mundo afora. A notícia da chegada dos sedãs pretos do Uber não foi bem aceita pelos taxistas, que alegam concorrência desleal, já que o serviço não é regulamentado. Assim, esquentou-se o clima nas ruas e avenidas de BH, que se tornaram cenário de uma “disputa” de território. Independentemente de discutir a necessidade ou não de regulamentação, especialistas do ramo de negócios são enfáticos ao afirmar que, na palma das mãos, as pessoas terão, cada vez mais, poder de escolha no mar de serviços oferecidos por aplicativos. “Não podemos viver numa ilha”, afirma João Bonomo, coordenador do Núcleo Acadêmico de Vocação Empreendedora

POR DENTRO DO UBER EM BELO HORIZONTE INÍCIO DAS OPERAÇÕES: 12 de setembro de 2014

BH

AVALIAÇÃO DO SERVIÇO: feita pelo próprio usuário, ao final da corrida (segundo a empresa, em um ano o índice de aprovação é de 97%) TARIFA: R$ 10 é o valor mínimo da viagem; R$ 4,50 é a tarifa base; R$ 0,30 por minuto rodado e R$ 2,17 por quilômetro percorrido Fotos: Luiza Kennedy

NO BRASIL

BRASIL

OPERA EM QUATRO CIDADES: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília (em todas, há polêmica sobre a regulamentação do serviço) NÚMERO DE MOTORISTAS: 5 mil motoristas são parceiros, segundo o Uber META: abrir 30 mil vagas, até outubro de 2016

do Ibmec/MG, sobre a resistência encontrada em BH e em outras cidades. “Isso mostra que precisamos evoluir no tema da indústria criativa”, diz. O advogado Marcus Vinicius Monteiro Ferreira, especialista em direito empresarial, acha que o Uber deve ser regulamentado. Mas, de acordo com ele, antes de tudo, é importante entender que tal serviço se insere na economia do compartilhamento. “É uma tendência que já acontece em outros setores, como de hospedagem. Há pessoas que alugam

um quarto ou apartamento por meio de aplicativos”, diz. Sem dúvida, trata-se de uma quebra de paradigmas. Tanto que ainda não foi definido a quem compete lidar com o assunto. A ministra Fátima Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), disse que estados e municípios não podem legislar sobre aplicativos, ou seja, esta é uma competência da União. “O táxi é transporte público individual, que deve atender de forma universal os passageiros, enquanto o Uber é um transporte NOVEMBRO DE 2015

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CIDADE | TRANSPORTE Cláudio Cunha

A relações públicas Tatiana Máximo é usuária do Uber: “Não é apenas pelo terno do motorista ou ar condicionado. O condutor é prestativo e a viagem fica mais em conta”

privado individual, no qual impera a autonomia da vontade do motorista”, declarou a ministra. O promotor Geraldo Ferreira da Silva, do Ministério Público de Minas Gerais, defendeu o serviço, em Brasília. “Não observo qualquer ilegalidade na existência do aplicativo, sob a ótica da Constituição ou do Marco Civil da Internet. Ele agrega prestação de serviço à sociedade”, disse o promotor, que desde janeiro está à frente de um inquérito civil favoravelmente ao Uber. Os usuários são só elogios. “Não tenho nada a reclamar. Nunca esperei mais do que oito minutos”, diz o empresário Victor Câmpara Passos, de 27 anos, cliente frequente do Uber. A relações públicas Tatiana Máximo Brandão, de 36 anos, também ressalta o bom atendimento e a facilidade de pagar a corrida com cartão de crédito. “Não é apenas pelo terno do motorista ou ar condicionado. O condutor é prestativo e a viagem fica mais em conta. Quando preciso fazer uma parada, ele não deixa o ‘taxímetro’ rodando,” afirma Tatiana. A estilista e blogueira mineira Raquel Mattar, a convite, foi a primeira a utilizar o Uber em BH e não mais largou. 38 |Encontro

PRINCIPAIS PONTOS DA PROPOSTA DE REGULAMENTAÇÃO Projeto que está sendo avaliado pela PBH para ser enviado à Câmara Municipal não especifica como deve ser a prestação dos serviços Condutores e veículos de transporte de passageiros terão de ser licenciados pela BHTrans A utilização de aplicativos em desacordo com a lei será passível de multa de R$ 30 mil Será aberta licitação para liberação de 600 permissões de táxi convencional, exclusivamente para pessoas jurídicas O sistema de transporte por táxi passará a ser composto, assim, por 7.500 permissões, incluindo convencional e premium para pessoas físicas e jurídicas

Para ela, um dos motivos do sucesso do aplicativo é a possibilidade de os usuários o regularem com notas. “O sistema de avaliação é rigoroso”, diz. Raquel tem razão. Dependendo do serviço prestado pelo condutor, ele pode até ser banido do sistema. Uma grande inovação, que confere poder aos usuários e, portanto, é mais um fator de satisfação. De fato, parece irrefutável reconhecer que o Uber trouxe inovações e melhorias ao serviço de transporte de passageiros. Até o presidente do sindicato que representa os taxistas, Ricardo Faedda, reconhece: “As mudanças trazidas pelo aplicativo de transporte são bem-vindas”. Faedda, contudo, quer que elas sejam usadas pelo sistema de táxi, e não por motoristas particulares. “Do contrário, vira concorrência desleal”, diz. Ele concorda que os motoristas do Uber oferecem um bom serviço, entretanto, os taxistas, diz, já vinham aprimorando o atendimento. “Agora, teremos de ser mais incisivos”, afirma. Para a categoria, a deslealdade consiste no fato de os parceiros do Uber não terem obrigações como pagar pela placa, impostos e atualizar licenças. Ora, jogos

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CIDADE | TRANSPORTE Rogério Sol

Fred Costa, deputado. estadual (PEN), a favor do Uber e de sua regulamentação: “Fui mal interpretado. Sou defensor do estado de direito, e de toda mudança que traga benefício à população” Alexandre Rezende

A Delicasa&Você é a loja virtual que tem um mix de produtos super diferenciado. De um lado, objetos para decorar a sua casa. De outro, lindos acessórios para o público feminino.

domani

Entre e fique à vontade!

O empresário Victor Passos, que elogia o serviço: "Tem espaço para todo mundo"

eletrônicos baixados pela internet também não pagam impostos. Devemos, então, acabar com eles? E o que falar dos sites de notícias. Sem circulação de mercadoria, a informação não gera imposto ao Estado. Vamos acabar com tudo isso? Na polêmica que se arrasta, a maioria dos parlamentares mineiros prefere não tomar partido. Sabem que de um lado está uma classe organizada e que costuma fazer barulho: os taxistas. De outro, está a grande maioria da sociedade, notadamente os formadores de opinião, amplamente favoráveis ao Uber e seu modo moderno e eficiente de atender o cliente. O que se tem até o momento é um projeto elaborado por uma comissão formada por vereadores, BHTrans e taxistas, que coloca os motoristas do Uber como “taxistas auxiliares”. No modelo proposto (veja box), que está sendo avaliado pela PBH, o Uber se tornaria um aplicativo nos moldes dos já conhecidos 99 Táxis e Easy Táxi, ou seja, aplicativos que fazem a intermediação de corridas dos tradicionais carros brancos. “Na prática, isso acaba com o Uber”, diz o deputado Fred Costa (PEN), político identificado com os interesses da zona sul da capital mineira. O deputado foi protagonista de episódio ruidoso nas redes sociais, envolvendo a discussão Uber x táxis. Manifestou-se favoravelmente à regulamentação do novo serviço. “Fui mal interpretado. Nunca tive a intenção de proibir o Uber. Defendo a regulamentação de tudo que não é legal, porque, afinal, sou um defensor do estado de direito”, diz ele. “É importante que fique claro: sou absolutamente favorável a qualquer mudança que traga melhoria à população”. Em sua comunicação, o Uber se esforça para convencer a classe política de que não se trata de serviço público, mas, sim, de transporte privado individual. A empresa já anunciou novos produtos para a capital mineira que, por óbvio, trarão novas polêmicas. A ideia é oferecer viagens para até quatro pessoas que irão para o mesmo lugar; e também um serviço de entrega de comidas e de documentos. Numa recente passagem por BH, Guilherme Telles, gerente geral do Uber Brasil, disse que a proposta da BHTrans representa um retorno ao século passado. Alguém se arrisca a contestá-lo? ❚

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CIDADE | MEMÓRIA

A BH do mundo Documentos da época da construção da capital, que está prestes a completar 118 anos, ganham status de Patrimônio da Humanidade. Interessados podem consultar material em arquivos da cidade RAFAEL CAMPOS

Amarelada pelo tempo, a foto mostra o então “Palácio Presidencial” tomando forma em meio a andaimes e operários, capitaneados pelos engenheiros Manuel Couto e Pedro Sigaud. A imagem é de 1896 e a obra, que daria vida ao Palácio da Liberdade, caminhava a todo vapor, já que, no ano seguinte, Belo Horizonte seria inaugurada, dando adeus ao arraial do Curral Del Rey. Cenas como essa, eternizadas nos arquivos públicos da cidade, ganharam status de Patrimônio da Humanidade. O acervo da Comissão Construtora da Nova Capital reúne 4,1 mil documentos, entre 1890 e 1903, e passou a fazer parte do Programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O título será entregue ao prefeito Marcio Lacerda em dezembro, em solenidade no Rio de Janeiro. Para Yuri Mesquisa, diretor do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH), o título possibilitará um diálogo entre a origem da capital mineira com outras cidades que tam42 |Encontro

Arquivo Público Mineiro

Vista externa do Palácio da Liberdade em obras, registrada em 25 de outubro de 1896: no ano seguinte, Minas Gerais ganhava uma nova capital

bém tiveram acervo reconhecido pela instituição internacional. “Esse conjunto de documentos ganha, a partir de agora, maior visibilidade para todos os moradores”, diz. Pesquisadores ou simplesmente curiosos em entender como se deu o processo de construção da capital mineira, que alcança 118 anos em dezembro, podem conferir o material – fotos, cartografias e textos – distribuído em três pontos da cidade: APCBH, Museu Histórico Abílio Barreto e Arquivo Público Mineiro (consultar box). “Com base nesses objetos históricos, entre outras coisas, podemos entender como foram as primeiras desapropriações e os projetos sanitários.

E até conhecer quem foram os primeiros proprietários a adquirir terras por aqui”, diz Mesquita. A professora Ivana Parrela, coordenadora do curso de arquivologia da UFMG, ressalta que a Comissão Construtora da Nova Capital, comandada por Aarão Reis, já demonstrava a intenção de deixar fotos, documentos e plantas para posteridade. “Tanto que esses documentos foram muito bem preservados”, afirma a professora, que compara o acervo laureado a uma certidão de nascimento de Belo Horizonte. “Notamos, por meio desses documentos, que a cidade despontava já com característica republicana, cujo

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Arquivo Público da Cidade de BH

PARA VER DE PERTO Os documentos estão distribuídos em três arquivos da cidade. Saiba onde Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte 2.806 documentos (2.535 textos e 271 cartografias) Endereço: Rua Itambé, 227, Floresta - (31) 3277 4603 www.acervoarquivopublico.pbh.gov.br Arquivo Público Mineiro 94 documentos (41 textos, 49 fotografias e 4 cartografias) Endereço: Avenida João Pinheiro, 372, Funcionários - (31) 3269-1060 www.siaapm.cultura.mg.gov.br Museu Histórico Abílio Barreto 1.240 documentos (1.067 textos, 159 fotos e 11 cartografias) Endereço: Avenida Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim - (31) 3277-8573 www.pbh.gov.br/cultura/mhab

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Fatura da prestação de serviços gráficos, de 1897, ano da fundação da cidade: “Impressão de 10 mil exemplares da planta de Bello Horizonte”

centro não era mais a igreja, e sim uma praça, a Praça da Liberdade”, diz Ivana. Se tudo der certo, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha vai unir-se ao acervo histórico como Patrimônio da Humanidade. A decisão será anunciada em julho do próximo ano. Fiquemos na torcida! ❚

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COMPORTAMENTO | PROFISSÃO

A maquiadora Isadora Vargas, de 22 anos, atende à clientela no apartamento da família, no Vila da Serra: “Não me agradava mais ter de recorrer ao meu pai para tudo”

Talentosas

herdeiras Elas não tiveram medo de abandonar as bem-sucedidas empresas da família para se dedicar ao que realmente gostam. Não se arrependem 46 |Encontro

GUI TORRES

Noite de sábado. Em outros tempos, a estudante Isadora Vargas estaria saindo do salão de beleza para curtir mais uma madrugada do fim de semana. Há um ano, porém, o jogo virou e ela é quem recebe meninas que precisam se arrumar para festas. A paixão antiga pela maquiagem e a possibilidade de gerar sua própria renda fizeram com que a habilidade virasse profissão, conciliada com o curso de direito na Faculdade Milton Campos. Com a demanda crescente, improvisou um pequeno estúdio em quarto de empregada sem uso de sua casa, um apartamento de luxo na avenida Oscar Niemeyer, no bairro Vila da Serra. “O melhor gostinho

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Fotos: João Bosco

Todos achavam que Elisa Bax, herdeira da construtora Líder, iria se tornar arquiteta ou engenheira, mas ela optou pela moda: já teve desenhos estampados em peças usadas por algumas das mais importantes it girls do país

disso tudo é ter um pouco de independência financeira. Com 22 anos, não me agradava mais ter de recorrer ao meu pai para tudo”, conta Isadora. Filha do empresário Alvimar Perrella, que fez fortuna na área de alimentos, ela conta que teve o apoio paterno para entrar de cabeça na atividade, que requer paciência e agenda quase livre de compromissos pessoais de quinta a sábado. “Eu posso trabalhar na empresa do meu pai quando quiser, mas ele prefere que eu crie meu próprio negócio e faça o que gosto de verdade”, afirma. Com 15 a 20 atendimentos por semana, para sentar em sua cadeira ela cobra 90 reais. “É metade do preço de alguns bons salões e com esse dinheiro consigo comprar minhas coisas. Não vou deixar de ganhar mesada, mas também não será mais reajustada”, diz. Quem também apostou no ramo de beleza para fazer sua própria renda é Maria Engler. A menina de 22 anos, bisneta de Gabriel Andrade, fundador da Andrade Gutierrez, chegou a iniciar três cursos superiores e abandonou todos, antes de se encontrar nas tranças e penteados. “Nunca fui uma boa estudante, nada me prendia, mas agora me encontrei fazendo cabelos. Estou muito animada”, diz Maria. Com a ajuda da mãe, repaginou o escritório de casa e, tal como Isadora, atende a clientela em endereço nobre, no apartamento da família às margens da lagoa Seca, no Belvedere. “Mas há na família quem não goste nada da ideia. Queriam que eu trabalhasse na construtora”, diz. A despeito de quem acha que a atividade vai na contramão de um futuro promissor, ela mostra que tudo caminha de vento em popa. Precisou até limitar o número de atendimentos aos sábados, dia em que é mais requisitada. “Tento receber no máximo seis meninas, mas algumas vezes abro para oito. Já cheguei a fazer cabelos de 13h às 20h30, sem parar.” Os preços variam de 40 a 90 reais. Tudo que ganha com a atividade, aplica para futuramente abrir seu próprio negócio. “Ainda quero ter um salão numa casa no Belvedere”, afirma. Outra que pegou a todos de sur-

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COMPORTAMENTO | PROFISSÃO Pedro Nicoli

Bisneta do fundador da construtora Andrade Gutierrez, Maria Engler se realizou na produção de penteados: “Mas há na família quem não goste nada da ideia”

João Bosco

Ao começar a produzir bolos sob encomenda, a confeiteira Vitória Lage sofreu resistência dos pais, empresários do ramo de turismo e tratores: “Agora eles acham que eu devo investir nisso”

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presa foi a estudante de publicidade Vitória Lage, de 21 anos, herdeira da empresa de comércio de máquinas e tratores Nicamaqui e da Ruy Lage Turismo. Os dois negócios foram fundados na década de 1960, respectivamente, pelos avós paternos e maternos da garota e assumidos pelos pais dela, Jean Pierre Verneuil e Tina Lage. A perspectiva de sucessão não atraiu Vitória, que preferiu se tornar confeiteira. Ela tomou gosto pela arte dos bolos com uma cozinheira que ficou quase 10 anos em sua casa. “No começo, meu pai não gostou. Achou que não era uma profissão.” A estudante foi em frente. Hoje, recebe até 15 encomendas por semana e cobra entre 100 e 300 reais por bolo. Outro produto que faz sucesso é um minibolo recheado de brigadeiro que vai dentro de uma marmitinha de alumínio, vendido a 35 reais. “Comecei presenteando amigas, mas elas se tornaram clientes”, conta Vitória. “Meus pais viram que deu certo e acham que devo investir nisso.” Com a mesma vontade de caminhar com as próprias pernas, Elisa Bax se rendeu ao lápis, papel e programas de computador. Ainda criança, quando começou a demonstrar habilidade com desenhos, e a mãe, Sandra Mara Carneiro Costa apostou que a filha seguiria seus passos na arquitetura ou os caminhos do avô, o engenheiro Carlos Carneiro Costa, fundador da Construtora Líder. Os rabiscos, no entanto, eram cheios de referências de moda e há quase dois anos ganharam o mercado. “Mandei um e-mail com meus desenhos para a dona de uma marca de t-shits em São Paulo, e ela adorou”, diz Elisa. As criações estamparam peças usadas por Lala Rudge e Helena Bordon, duas das mais concorridas it girls do país. Foi o pontapé que precisava. Aos 22 anos e cursando publicidade e propaganda, suas ilustrações não saem por menos de 500 reais. “É chato gastar o dinheiro dos pais com coisas pessoais”, diz. Lembrando uma das letras de música de Fábio Jr., elas, de fato, não se desfazem de seus planos e “querem saber bem mais que os seus 20 e poucos anos”. z

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COMPORTAMENTO | NOVIDADE

Brincadeira de adulto

Bonecas que parecem crianças de verdade chegam a custar até 8 mil reais. E tem gente que coleciona e cuida como se fossem bebês. A procura é tão grande que encomendas, só para 2016 50 |Encontro

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Tente descobrir qual é o bebê verdadeiro entre as fofuras das fotos desta matéria. Se você escolheu qualquer um deles, errou! São todos bonecos, feitos de forma artesanal, com minuciosos detalhes. Produzidos com material inquebrável, possuem as mesmas características de um bebê real. A começar pelo peso, manchinhas na pele, expressões, covinhas, microvasos sanguíneos, brotoejas, marcas de nascença, mordidinhas de pernilongos e os cabelos colocados fio a fio, para dar mais autenticidade.

O trabalho manual é riquíssimo e somente bons artesãos conseguem criar esses “guti-guti” tão perfeitos, os reborn babies – ou renascidos. A onda desses bebês começou nos Estados Unidos, atingiu a Europa e Austrália e chegou como febre ao Brasil. Brinquedo, principalmente, de gente grande, essas criaturas têm conquistado variedade grande de pessoas: mulheres sem filhos ou maternais demais, do tipo mãe que quer eternizar os primeiros meses dos filhos. Ou, simplesmente, colecionadores, que chegam a pagar 8 mil reais – ou até mais – por boneca. As artistas produtoras, conheci-

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Fotos: Samuel Gê

A administradora de empresas Bia de Souza Sá tem mais de 200 reborn em sua coleção: "Como não tive boneca na infância, quero agora"

das pelas clientelas como cegonhas, têm trabalhado em ritmo acelerado para atender à demanda. E não conseguem. Para ter uma reborn, é preciso pegar senha, entrar na fila e esperar pelo menos três meses. No caso das mais raras, essa fila pode chegar a um ano. Lorena Barsand, de 27 anos, é publicitária e fanática por reborn babies. E apresenta a “prole”: Pedro, Layla, Miguel e Flora. Lorena tem, na verdade, sete bebês reborn. A publicitária é caprichosa tanto na escolha dos nomes como das roupas. “Não visto qualquer coisa neles. E não gosto de colocar a roupa de um em outro”, diz. No seu quarto, tem um berço reservado para

A publicitária Lorena Barsand paga caro também em roupas para cada um: “Sonho ser mãe. Talvez isso explique a paixão pelas reborns”

os bonecos, assim como um espaço considerável do guarda-roupa. Lorena não tem filhos, embora seja um sonho. “Talvez isso explique a paixão pelas reborns”, afirma. A coleção já rendeu grandes amizades. Ela chegou a viajar para o Rio de Janeiro com alguns dos seus bebês para encontros com outras “mães-reborneiras”. Não é preciso nem dizer qual era o assunto preferido. “Sou estudiosa dos cuidados com as reborns e quero estar antenada com todos os lançamentos”, diz. Ela também troca informações com outras colecionadoras pelas redes sociais. O frisson causado pelos bebês leva as “cegonhas” a produzirem dia e noi-

te. Em Contagem, a artista plástica Ana Paula Guimarães, de 29 anos, deixou a área financeira de uma multinacional para dedicar-se ao artesanato, principalmente à produção de bonecas. “Não é brinquedo, é uma peça de arte para colecionador”, diz Ana Paula. Ela conta que alguns clientes chegam a comprar até duas bonecas por mês. Com mais de 15 clientes na fila de espera, só aceita encomendas para 2016. A produção é frenética: das 8h às 21h. Para ajudar no atendimento, ela conta com a ajuda da mãe, Maria Lúcia, e do irmão, Victor Hugo. “Não estamos dando conta das encomendas”, diz. Victor, que era projetista em multiNOVEMBRO DE 2015

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COMPORTAMENTO | NOVIDADE Victor Schwaner

nacional, também deixou o emprego em função das reborns. As bonecas produzidas por Ana Paula já foram parar na Espanha, Austrália, Estados Unidos, México, Itália e Alemanha. Os bebês são feitos a partir de moldes importados de vinil ou silicone, em que são aplicadas camadas de tintas especiais para chegar à tonalidade da pele humana. Uma arte que exige dias de dedicação e paciência. Os cabelos são implantados com pelo de ovelha, cabra ou lhama. “As pessoas ficam encantadas com a perfeição dos detalhes”, diz Ana Paula. Quanto mais próxima do real, mais disputada e cara. O valor depende dos detalhes, do acabamento. Elas não custam menos de 1 mil reais, mas há modelos que superam 8 mil reais. Comprada geralmente pela internet, na maioria das vezes, é vendida acompanhada de enxoval: fralda, manta, chupeta, pulserinha de maternidade, brinquedinho, borrifador para os cabelos. Antes de fazer as encomendas, as clientes fazem descrição detalhada das características que querem no bebê: podem ser loiras, negras, asiáticas, com síndrome de Down. As idades também variam e podem chegar até a 7 anos. Há a opção ainda de fazer bonecas personalizadas, com réplicas de crianças reais. “É um bebê por aproximação. Pegamos um molde parecido com a criança e aplicamos a característica”, explica a artista Cássia Robini Pimenta, de Belo Horizonte. Foi o que fez a administradora de empresas Bia de Souza Sá, de 41 anos. Ela tem em casa duas réplicas do filho Glayson Júnior, que hoje tem 12 anos. Uma réplica foi feita tendo como referência fotos de Glayson com 20 dias de nascido e outra tentou reproduzir o garoto com 1 ano de idade. Mas os dois não são os únicos “bebês” de Bia. Em sua casa no bairro Jardim Riacho das Pedras, em Contagem, ela coleciona mais de 200 bonecos, todos acomodados em um único quarto. Detalhe: ela já encomendou outros 26, entre eles, a réplica do príncipe George, filho do príncipe William e de Kate Middleton. Separada e mãe de dois filhos – além de Glayson, de Danielle Camila, de 21 anos –, Bia justifica o investi52 |Encontro

Chamada pelos clientes de "cegonha", a artista plástica Cássia Robini Pimenta faz réplicas de bebês de verdade; “Pegamos um molde parecido com a criança e aplicamos as características” Gláucia Rodrigues

Ana Paula Guimarães deixou emprego em multinacional para dedicar-se à produção dos bonecos: “Não é brinquedo, é uma peça de arte para colecionador”

mento de tempo, dinheiro e energia nas bonecas em função da sua história do passado. “Queria muito ter uma boneca na infância, mas minha mãe não tinha condições”, explica. “Como não tive na infância, quero agora.” A coleção começou a ser formada há cinco anos e ela chegou a comprar cinco bêbes em uma única semana. Agora, são mais de 200 mil reais investidos na coleção, que ela jura não vender por nenhuma oferta. Ainda não há estudos sobre os efeitos que um reborn pode causar em uma

mulher adulta. Mas a psicóloga Marisa Sanabria ressalta que as mulheres costumam colecionar objetos como caixinhas de músicas, panos de bordados e até bonecas que remetem à atitude feminina de conservar, guardar e resguardar. “Isso pode representar a necessidade de resgatar desejos ou mesmo frustrações e impossibilidades da pessoa”, explica ela. O assunto, certamente, dá margem a controversias, mas o que ninguém pode negar é que os bonecos, de fato, parecem bebês de verdade. E dá mesmo vontade de cuidar. ❚

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TURISMO | FÉRIAS

Paraísos possíveis Legenda

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João Virissimo/Divulgação

PUNTA CANA | CARIBE ATRAÇÕES: Os principais atrativos são as praias, em uma extensão de mais de 30 km de areia branca, palmeiras e água transparente, ideal para atividades como mergulhos e passeios de barco PACOTE: Seis diárias de hospedagem, com todas as refeições e bebidas incluídas, transporte aéreo e traslado do aeroporto para hotel PREÇO: a partir de R$ 3.648 por pessoa + taxas QUEM LEVA: CVC

Os preços das viagens internacionais estão de assustar. Pior é que, por aqui, não é muito diferente. A dica é aproveitar promoções ou contratar pacotes com tudo incluído, para gastar menos e não deixar de curtir as férias dentro ou fora do país CAROLINA DAHER

Verão combina com água salgada, principalmente para o mineiro, que vive longe do mar. As viagens, principalmente para fora do país, no entanto, andam com os preços amargos, com o dólar nas alturas, o que fez com que muita gente repensasse as férias. Segundo Antonio da Matta, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem em Minas Gerais (ABRAV/MG), as vendas de pacotes para destinos internacionais caíram cerca de 30%, se comparadas ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, tem mais brasileiro querendo conhecer o próprio país. A procura por pacotes nacionais cresceu 25%. Viagens para cidades litorâneas estão em alta, segundo Matta. “Historicamente, este é um período em que os turistas têm a praia como primeira opção”, afirma Julio Machado, gerente de vendas da CVC Minas. Para ele, uma boa dica para quem não quer abrir mão de dias de sombra e água fresca é fechar os pacotes all inclusive, ou seja, com comida e bebida sem restrições. “É uma forma de definir o custo da viagem, sem muitas surpresas”, diz Machado, que ainda aconselha os clientes a comprar ingressos para shows, parques, museus antes mesmo do embarque. Apesar do dólar e do euro nas alturas, viagens internacionais não estão descartadas. Mas vale pesquisar e aproveitar as promoções oferecidas pelas companhias aéreas. Para algumas localidades, como o Egito, o preço do pacote é em dólar, mas vale, se considerar que por lá o turista vai gastar menos. “No Egito, a moeda é desvalorizada perante o dólar. Assim, um jantar no melhor restaurante no Cairo sai por 150 reais para duas pessoas”, diz Paula Marques, da Teresa Perez Tours. Com ou sem passaporte, não importa. É hora de arrumar as malas, desligar-se do cotidiano e aproveitar as férias. Porque salgada, nesta hora, só mesmo a água que vem com o balanço das ondas. NOVEMBRO DE 2015

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TURISMO | FÉRIAS Divulgação

SANTIAGO | CHILE

ATRAÇÕES: Localizada em um imenso vale ao lado da cordilheira dos Andes, Santiago associa clima europeu e ritmo latino. Bairros boêmios agitam a vida noturna. A Casa Museo La Chascona, antiga residência do poeta Pablo Neruda, merece a visita PACOTE: Quatro noites de hospedagem, com café da manhã, transporte aéreo e passeio por Viña del Mar, Valparaíso e Vinícola Undurraga, com direito a degustação PREÇO: A partir de U$ 849 por pessoa + taxas QUEM LEVA: Belvitur Viagens

Belvitur/Divulgação

CIDADE DO CABO | ÁFRICA DO SUL

ATRAÇÕES: Os amantes dos animais podem fazer safáris e se deslumbrar com as paisagens cinematográficas. Vale uma escapada até Stellenbosch, onde vinícolas oferecem os melhores vinhos sul-africanos PACOTE: Doze noites de hospedagem, com café da manhã, transporte aéreo, traslados terrestes, safáris, visita ao Cabo da Boa Esperança e tour pelos vinhedos PREÇO: A partir de U$ 3.760 por pessoa + taxas QUEM LEVA: Belvitur Viagens

Teresa Perez/Divulgação

CAIRO E CRUZEIRO PELO NILO | EGITO

ATRAÇÕES: Berço de uma das civilizações mais antigas da história, o Egito fascina pela cultura milenar, que envolve templos, deuses e faraós. O preço do pacote, a princípio, pode parece salgado, mas incluiu passeios por monumentos como a esfinge e as pirâmides de Gizé. Como a moeda local está desvalorizada, outras atrações estão em conta. PACOTE: Hospedagem por sete noites (três em hotel cinco estrelas no Cairo mais quatro no navio), com pensão completa, city tour e traslado terrestre PREÇO: A partir de U$ 4.680 por pessoa + taxas QUEM LEVA: Teresa Perez Tours

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Divulgação

NATAL | RIO GRANDE DO NORTE

ATRAÇÕES: Em Natal, o verão dura o ano inteiro. São mais de 400 km de costa marcadas por dunas, lagoas de água doce e praias deslumbrantes, perfeitas para a prática de mergulho e windsurfe. Ao redor da capital potiguar, os visitantes ainda encontram destinos famosos como Pipa, que tem uma sequência de praias que figuram entre as mais belas do Nordeste.

PACOTE: Sete noites de hospedagem em apartamento duplo com café da manhã e jantar, transporte aéreo, traslados, city tour pelo litoral sul a degustação PREÇO: A partir de R$ 3.999 por pessoa + taxas QUEM LEVA: Master Turismo

Frederic Berthet/Divulgação

ANGRA DOS REIS | RIO DE JANEIRO ATRAÇÕES: O Club Med Vila das Pedras se encontra no coração de uma reserva ecológica de mata atlântica. A piscina fica à beira-mar e os visitantes podem contar com uma extensa praia de águas tranquilas. Entre os esportes oferecidos estão esqui aquático, wakeboard e arco e flecha.

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PACOTE: Hospedagem por seis noites em apartamento duplo, incluídas refeições e bebidas PREÇO: A partir de R$ 5.678 por pessoa + taxas QUEM LEVA: Greentours z

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PET | FÉRIAS Samuel GÊ

Pet Hotel Pampulha O que oferece: área verde, piscina, pet shop, atividades recreativas e monitoramento 24 horas Diária: a partir de R$ 40 Avenida Portugal, 810, Jardim Atlântico - Pampulha www.pethotelpampulha.com.br

O engenheiro Thiago Marandola Lemos com o doberman Apollo, na área de recreação do hotel: “Deixá-lo com profissionais me dá liberdade de viajar quando quero”

Lembrou-se do pet? Para quem vai viajar nas férias e deixar seu cão ou gato, elaboramos um guia de hoteizinhos em BH. O melhor é reservar com antecedência 60 |Encontro

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DANIELA COSTA

As férias estão chegando e você já reservou hotel, comprou as passagens, pesquisou sobre os pontos turísticos da cidade para a qual vai viajar, mas falta um detalhe importante: onde ficará seu animal de estimação no período? Muitas pessoas deixam para tomar essa decisão na última hora, o que representa um risco à saúde e bem-estar dos pets – e à tranquilidade do dono.

Ao serem retirados de casa, além de sofrer com a saudade, os xodós têm de se adaptar a um ambiente estranho, o que gera ansiedade, tristeza e medo, especialmente nos gatos, que são extremamente territorialistas. “Os felinos são muito sensíveis a qualquer tipo de mudança, inclusive de alimentação, e podem apresentar vários problemas de saúde como consequência”, explica a veterinária Bárbara Peconick, do hotel Agata Cristy,

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*Valor por pessoa em apartamento superior no Hotel Transamérica. **Duas crianças de até 11 anos na mesma acomodação dos pais não pagam hospedagem, transfer e aéreo. Valor e programação sujeitos a alteração sem prévio aviso. Saídas nas datas especificadas. Forma de pagamento: 25% de entrada e restante em 10x no cartão de crédito. Vôo exclusivo Confins/Comandatuba (Aeroporto privativo do hotel) voando Azul.

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PET | FÉRIAS CUIDADOS PARA NÃO ERRAR

tões que são Atenção a questes de escolher importantes an para seu xodó a hospedagem

Higiene do local: sujeira de urina e fezes são mau sinal

Visite a hospedagem antes de contratar: se houver exigência de agendamento prévio, desconfie

Exigências para hospedagem: os locais mais sérios querem saber se os animais foram vacinados e vermifugados

Conduta da equipe: o lugar ideal disponibiliza informações sempre que solicitado, com câmeras on-line ou fotos

Atividades realizadas: observe o que há de recreação e monitores, para que o seu animal se mantenha bem ativo

Em casos de emergência: confirme se há assistência 24h ou para onde o animal será encaminhado em caso de acidentes

Dormitórios: gaiolas são proibidas. As baias precisam ser espaçosas, confortáveis, higienizadas e ventiladas

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Atenção à segurança: verifique se não há risco de fuga ou de animais grandes atacarem os menores

Alimentação: melhor é levar a ração com que o animal esteja adaptado – ou verifique a marca da ração servida

Observe os animais que já estão no local: se estiverem alegres, bom sinal. Superlotação é mau sinal

Animais com dieta especial: em caso de doenças, como diabetes, o local precisa garantir dietas específicas e medicamentos

Como saber se o hotel é bom: o melhor termômetro é o próprio animal. Ele deve estar feliz e bem cuidado

O D

Belezoca O que oferece: espaço gramado com piscina e brinquedos, dormitório com caminha, banho e tosa, monitoramento 24 horas Diária: a partir de R$ 40 Av. Vênus, 410, Vale do Sol, Nova Lima www.facebook.com/BelezocaHotel-e-BanhoTosa

Do Vale – Hotel Campestre O que oferece: área verde, acomodações individuais, atividades recreativas, serviço de pet shop, taxi dog e assistência veterinária 24h Diária: a partir de R$ 50 Rua do Contorno, 336, Casa Branca - Brumadinho http://dovaleatendimentoveterinario. blogspot.com.br/

Estrelato PET Residence O que oferece: atividades recreativas, adestramento básico, cromoterapia, playground, piscina, banho e tosa, taxi dog, monitoramento 24 horas Diária: a partir de R$ 60 R. Maria Heilbuth Surette 210, Buritis www.facebook.com/estrelatopet

Vila Happy Pet O que oferece: espaço externo, atividades recreativas, piscina, brincadeira de bolinha, monitoramento 24 horas Diária: a partir de R$ 50 R. Lavras, 673, São Pedro www.facebook.com/vilahappypet

especializado em felinos. Para não cometer erros na hora de hospedar o seu pet, algumas medidas preventivas devem ser adotadas. A primeira delas é não confiar apenas nas informações divulgadas nos sites e nas redes sociais. Ter indicação de pessoas confiáveis é um bom começo, mas não dispensa a visita antecipada ao local. Confira algumas dicas para não errar na escolha da hospedagem de seu amiguinho.

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PET | FÉRIAS Glaucia Rodrigues

Leo Araújo

Instalações do Agata Cristy, que recebe felinos: hospedagens destinadas a gatos são mais difíceis de serem encontradas em BH e região

A publicitária Marcela Vieira da Rocha, de 33 anos, com um dos seus seis gatos, nas intalações do hotel: “Sei que eles se adaptam bem, porque, sempre que retorno, percebo que eles estão tranquilos e até engordam”, diz

Agata Cristy

Gato Leão Dourado

O que oferece: bangalôs individuais com àrea de 2,25 m2 e 2,20 m de pé-direito, com sofá-cama, edredom, prateleiras para escalagem, arranhador, brinquedos e solários telados. Há plantão de veterinário

O que oferece: suítes ventiladas e com iluminação natural. Pé-direito de 3 m de altura composto por prateleiras para o gato brincar à vontade. Vista externa e solário para tomar sol. Assistência veterinária 24 horas. Diária: R$ 49 Av. Professor Magalhães Penido, 675, Aeroporto, Pampulha www.gatoleaodourado.com.br

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Pedro Nicoli

A personal trainer Maria do Rosário Rodrigues gosta de ver Isis, sua lhasa apso de 4 anos, à vontade no playground do hotel, que já frequenta há tempos: “Acho importante investir no bem-estar dela”, diz

A professora Eliana Bergmann, de 54 anos, e a filha Gabriela, com as cadelinhas da raça pignes, Lian, de 4 anos; Vika, de 3, e Mischa, de 9 meses, que já estão acostumadas com o lugar: “Quando voltamos para buscá-las estão tão felizes que quase nos ignoram”, diz Eliana

Aufabeto

Maternau

O que oferece: espaço externo, solário, taxi dog, playground, monitoramento 24 horas, dormitório, adestramento, atividades recreativas

O que oferece: área verde, pet shop, taxi dog, monitoramento 24 horas, acompanhamento on-line por câmeras e serviço de adestramento, atividades recreativas

Diária: R$ 70 R. Halley, 987, Santa Lúcia www.facebook.com/Aufabeto-Instituto-de-educação-Canina

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SAÚDE | AUDIÇÃO Rogério Sol

O administrador Adalberto Balsamão não consegue conversar com as filhas Ana Laura, de 10 anos, e Livia, de 7: “Elas ficam com o fone o dia todo e, quando chamamos, não respondem”

Use com moderação Os fones de ouvidos são ideais para ouvir a música preferida sem incomodar ninguém. O problema é se usados em volume alto e por muito tempo

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DANIELA COSTA

Eles são coloridos e têm vários tamanhos. A diversidade de potência também pode agradar até os mais fanáticos por música. E, o melhor, são compatíveis com computadores, tocador de MP3, celulares, tablets e tantos outras recursos da tecnologia. Não à toa, os fones de ouvidos são objeto de desejo de quem quer ouvir a banda preferida, ou mesmo assistir a vídeos, com total privacidade e sem incomodar quem está ao lado. Tudo ótimo, não? O problema é quando não há limite para o tempo de uso e o volume.

Aí, essas maravilhas modernas podem se transformar em vilões da audição. “Nem todo mundo segue a orientação de não ficar exposto a sons superiores a 85 decibéis por mais de oito horas ao dia. E o dano auditivo vai depender exatamente da intensidade e do tempo de exposição”, explica o médico Cheng T-Ping, presidente da Sociedade Mineira de Otorrinolaringologia. Alguns fones mais potentes oferecem sensibilidade que pode chegar a 100 decibéis. De acordo com a pesquisa recente divulgada pela Organização Mundial da Saúde, uma pessoa não deveria se expor a um som como esse por mais de

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Aprendizado de verdade é aquele que a gente nunca esquece. Uma boa educação faz mais do que preparar os alunos para a universidade. Ajuda cada um a se tornar uma pessoa consciente, que busca melhorar o mundo. Como escola da Rede Jesuíta de Educação, o Colégio Loyola faz exatamente isto: oferece uma formação acadêmica de qualidade e vivência em valores humanos. Acesse www.loyola.g12.br e saiba mais.

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SAÚDE | AUDIÇÃO Rogério Sol

O artista plástico Fernando Carvalho usa o fone como aliado: “Faço uma playlist das músicas que mais me inspiram e ouço durante todo o processo de criação”

SAÚDE AUDITIVA Nível de decibéis e tempo máximo recomendado de exposição Biblioteca

SOM MUITO BAIXO Não há risco de dano

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Aspirador de pó

MODERADO ALTO Não há risco de dano

80db

MODERADO ALTO até 8 horas de exposição

85db

Cortador de grama Motor de ônibus, feira livre Latido de cachorro, secador de cabelo Furadeira, walkman no volume máximo Obra dentro de casa Motocicleta em alta velocidade Rojão, balada Arma de fogo, turbina de avião

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ALTO até 4 horas de exposição

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ALTO até 2 horas de exposição

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ALTO até 1 hora de exposição

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ALTO até 30 minutos de exposição

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MUITO ALTO até 15 minutos de exposição MUITO ALTO até 7 minutos de exposição ENSURDECEDOR não se expor

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25 minutos por dia. O estudo mostrou ainda que quase 50% dos 2,5 bilhões de jovens entre 12 e 35 anos de países com renda média ou alta ouvem música em smartphones e outros eletrônicos em níveis prejudiciais à audição. Em muitos casos, os danos podem ser irreversíveis, já que, após afetadas, as células sensoriais não se reproduzem. Segundo Cheng, é preciso ficar atento, tendo em vista que os problemas auditivos são percebidos apenas quando já estão mais avançados. Em geral, nas crianças só são notados quando pais ou professores observam alterações comportamentais, como dificuldade de aprendizagem. Já nos adultos, estão relacionados ao surgimento de zumbidos variados. A diminuição da audição, seja pelo uso do fone, seja por outros motivos, compromete e muito a comunicação humana, o que pode interferir até no aprendizado. E este não é o único problema. O equipamento promove o isolamento, como se a pessoa estivesse em um mundo paralelo. “Enquanto está com o fone de ouvido, a pessoa fica desconectada do mundo real”, diz a psicóloga Renata Feldman. “Esses aparelhos não podem se tornar nossa extensão, presença indispensável, viciante, interferindo diretamente nas atividades cotidianas.” Imersas em suas “bolhas”, as crianças preferem ouvir música, brincar com jogos virtuais, a conversar com o coleguinha ao lado. O administrador Adalberto Alves Balsamão tem dificuldades para dialogar com as filhas, Ana Laura, de 10 anos, e Livia, de 7. “Elas usam o fone o dia todo para ouvir música e quando chamamos não respondem, ficam alheias. Estão presentes, mas com as mentes distantes”, diz. A professora Dilma Santos Carvalho também vivencia o problema em casa. O filho Ayrton, de 13 anos, fica o tempo todo com fone de ouvido conectado. “O que me preocupa é que ele está vivendo uma realidade à parte e perdendo o interesse por atividades comuns a crianças da sua idade. Nem bola com os amigos quer jogar mais.” A servidora pública Cynara Batista Duque Possas tenta controlar o tempo de uso do acessório pelas filhas Ana Laura, de 7 anos, e Ana Clara, de 11. Sem-

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SAÚDE | AUDIÇÃO Gláucia Rodrigues

A servidora pública Cynara Possas tenta controlar o excesso das filhas Ana Laura, de 7 anos, e Ana Clara, de 11: “Se não faço isso, elas ficam o dia todo ao lado uma da outra, mas sem interagir”

A professora Dilma Carvalho está preocupada com o filho Ayrton, de 13 anos: “Ele vive uma realidade à parte. Nem bola com os amigos quer jogar mais”

TIPOS DE FONES DE OUVIDO Conheça as vantagens e desvantagens de cada um AURICULAR Prós: chamados earbud, são encaixados na orelha. Normalmente, acompanham os smartphones. São leves, portáteis, indicados para uso diário Contras: encaixe pouco seguro no ouvido, não indicado para esportes intensos. Vazamento de som, baixa qualidade de som, pouco ergonômico

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CIRCUMAURAL Prós: também chamado de ear cover, envolve a orelha do usuário como uma concha. Confortáveis, melhor qualidade de som, mais opções de design, ideal para ambientes fechados Contras: Pesados, não portáteis, feitos com material que esquenta. São fones com feltro e couro que podem até ficar malcheirosos com o tempo

SUPRA-AURICULARES Prós: conhecido por on-ear, over-ear ou ainda supra-aural, eles ficam em cima da orelha e são escolhidos também pelo design. Confortável, melhor qualidade de som, maior potência Contras: menos portáteis que os auriculares e os intra, acabam sendo uma opção para quem não se importa de levar o fone no pescoço. Costumam esquentar as orelhas em dias de calor

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Alexandre Rezende

COMO EVITAR DANOS Não utilize o volume máximo do fone de ouvido. O ideal é optar por 60% da capacidade Não o utilize em ambientes barulhentos, para não ter de aumentar ainda mais o volume Não o utilize em apenas um ouvido, para não causar perda assimétrica da audição Quanto maior o volume, menor o tempo recomendado de uso Os fones de inserção estão mais próximos do canal do ouvido que os modelos de concha e por isso requerem mais cuidado O nível sonoro de 85 decibéis é recomendado por no máximo oito horas, com pausas frequentes Ao perceber ruídos estranhos como zumbido, procure um especilista

Fotos: Divulgação

INTRAAURICULARES: Prós: chamados in-ear, vêm com borracha de silicone para encaixar no ouvido. São leves, portáteis, têm bom isolamento de som, indicados para a prática de esportes e uso diário Contras: qualidade de som intermediária, encaixe no ouvido que pode incomodar e abafar demais os ruídos externos

Fontes: especialistas consultados, Associação Brasileira de Otorrinolaringologia

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pre que possível, convida-as para passear ou realizar algum tipo de brincadeira. “Se não faço isso, elas ficam o dia todo ao lado uma da outra, mas sem interagir. Perdem totalmente o interesse de realizar atividades juntas e até o estudo fica comprometido”, diz. Entre os adultos, não é muito diferente. O excesso é um dos principais problemas. Mas, justiça seja feita, há também quem consegue fazer do vício algo positivo. Enquanto trabalha em seus projetos, o artista plástico e designer gráfico Fernando Carvalho, de 33 anos, precisa de muita concentração e nesse caso o aparelho se torna um aliado. “Faço uma playlist das músicas que mais me inspiram e ouço durante todo o processo de criação. Para mim, é superprodutivo, mesmo porque fico sempre atento ao quesito volume para não prejudicar minha audição”, diz. Segundo o otorrinolaringologista Bruno de Castro, o que vale mesmo é o bom senso. “Evitar sons intensos por tempo prolongado, fazer pausas frequentes e não dormir com o dispositivo no ouvido é um bom começo”, diz. E recomenda que, na contramão da poluição sonora, o silêncio, tão escasso nos dias atuais, deve ser preservado sempre que possível para uma boa recuperação auditiva, física e mental. z

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SAÚDE | FITNESS Samuel Gê

Funciona, mas há riscos A psicóloga Marcelle Bitarães perdeu gordura, mas também massa magra. Mesmo assim, acha que valeu a pena: “Alcancei minha meta”

Praticar atividades aeróbicas em jejum está se tornando comum entre aqueles que querem perder gordura de forma rápida. Mas o método é polêmico e divide opiniões

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DANIELA COSTA

O relógio desperta pela manhã e, no lugar de se preparar para tomar aquele café da manhã reforçado, muitas pessoas têm feito um movimento contrário. Elas passam longe da cozinha e apostam na prática do aeróbico em jejum. Os adeptos do método alegam que é uma forma efetiva de queimar gordura, já que, depois de um longo período de jejum, os níveis de insulina estão baixos e as reservas de gorduras, desprotegidas. Momento que seria ideal para usar a própria gordura como fonte de energia. “Durante o sono, o corpo utiliza quase toda a reserva de glicogênio armazenada e, ao praticar atividade física em jejum, o organismo busca energia na própria gordura”, explica o educador físico Márcio Soares. A proposta é tentadora, mas também polêmica. Isso porque as energias

gastas pelo organismo durante o sono para manter funções básicas como circulação, respiração e batimentos cardíacos não são repostas adequadamente, e outras tantas ainda são consumidas durante a atividade física. Isso pode gerar efeitos colaterais como tonteira, mal-estar, dor de cabeça e até desmaios, além da temida perda de massa magra, quando, em vez de se eliminar gordura, perde-se massa muscular. “A fonte primordial para a prática de exercícios físicos é o carboidrato. Na sua falta, o organismo usa a energia que está no músculo para supri-lo”, diz a nutricionista Juliana Gresta. Daí a importância de ingerir alimentos ricos em carboidratos complexos antes de malhar. “Os mais indicados são os integrais ou ricos em fibras, porque auxiliam para que a energia seja absorvida gradativamente durante o treino”, diz a nutricionista. Para Danusa Dias Soares, doutora

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SAÚDE | FITNESS Geraldo Goulart

A modelo Jéssica Marcelle é contra o métódo: “Tive uma queda de pressão e desmaiei. Hoje, só malho após me alimentar corretamente”

DE ESTÔMAGO VAZIO Como o aeróbico em jejum deve ser praticado e quais os riscos O organismo usa a própria gordura como fonte de energia Deve ser praticado pela manhã, após pelo menos oito horas de jejum É preciso ingerir bastante água Para iniciantes, começar gradativamente, com apenas 10 minutos O tempo ideal são 45 minutos de caminhada em ritmo moderado

Victor Schwaner

A psicóloga Mariana Brant segue as orientações à risca e não abre mão da hidratação: “Tomo bastante água antes e durante o treino. Perdi 8% de gordura”

A frequência cardíaca deve ficar entre 50% e 70% Alimentar-se somente meia hora depois do término da atividade Praticar em dias alternados, três vezes por semana Nunca praticar sem orientação profissional CONTRAINDICAÇÕES Feito da forma errada, o aeróbico em jejum pode provocar tonteira, mal-estar, dor de cabeça, desmaios, além de perda da massa magra Pessoas sedentárias, hipertensas ou que sofrem de diabetes ou obesidade não devem praticar Fontes: especialistas consultados

em fisiologia do exercício da UFMG, o desjejum é fundamental para manter o nível de glicose no corpo. “Do ponto de vista bioquímico, precisamos de uma quantidade de glicose adequada nas células do músculo para então praticar atividades. A perda de peso do aeróbico em jejum é uma ilusão, porque, além de desidratar, o organismo também perde massa magra”, diz. O educador físico Diogo Fiorini, da Companhia Athletica, também não indica o método. “Além dos riscos que se corre, o desempenho que se tem é muito menor. Uma pessoa alimentada rende muito mais”, diz. A psicóloga Marcelle Bitarães, de 24 anos, praticou durante um mês e meio. Mesmo tendo reduzido o percentual de gordura, observou que também perdeu massa magra. Ainda assim, acha que valeu a pena. “Alcancei a minha meta”, diz. Já a modelo Jéssica Marcelle, de 24 anos, é exem76 |Encontro

plo de quem decidiu malhar em jejum e se arrependeu. “Tive uma queda de pressão e desmaiei. Hoje, só faço atividade física após me alimentar corretamente”, diz. Diante do dilema, o que fazer? Alguns especialistas orientam que o aerobico em jejum pode ser praticado, mas com precaução e acompanhamento profissional. “Pessoas sedentárias, hipertensas ou que sofrem de diabetes ou obesidade, por exemplo, não podem”, explica o educador físico Márcio Soares. Por isso, quem quer aderir à prática precisa antes recorrer ao médico para verificar suas condições e sempre manter o acompanhamento. “O método é muito utilizado por atletas de elite, que já têm ritmo intenso de treinamento”, diz Marcus Ávila, nutricionista esportivo do Instituto Mineiro de Endocrinologia. Para se obter um resultado positivo, outra dica é não comer imediata-

mente após a atividade aeróbica, pois o organismo continua utilizando a gordura como fonte de energia até 30 minutos depois. Também não se deve aumentar a intensidade dos aeróbicos em jejum para queimar mais gordura, pois o risco de usar a própria massa muscular como fonte de energia é grande. Antes de praticá-lo não é recomendável ingerir qualquer macronutriente, a indicação é beber apenas água. E não se engane. Ficar horas sem se alimentar durante o dia e ir malhar também não é aeróbico em jejum. Segundo os especialistas, o método só funciona quando praticado após pelo menos oito horas de sono. A psicóloga Mariana Brant segue as orientações à risca e não abre mão da hidratação. “Tomo bastante água antes e durante o treino. Perdi 8% de gordura, aliando dieta e outras atividades ao método”, diz. z

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SAÚDE | PRÓSTATA

DANIELA COSTA

Quem vê o advogado Marcos Wellington de Castro Tito, de 75 anos, com a agenda cheia de compromissos e muita disposição, nem imagina que, há 10 anos, ele enfrentou um câncer de próstata. A notícia veio em exame de rotina do PSA, indicado para diagnosticar a doença, e apresentou valores muito altos. “Desde cedo, comecei a fazer os exames recomendados, inclusive o de toque. Nunca tive medo ou preconceito”, diz. Como o pai já havia sofrido com o câncer, redobrou os cuidados. E foi o que o salvou. “A doença veio de forma silenciosa. Se não fosse o checape periódico, eu a teria descoberO advogado Marcos Wellington de Castro Tito, de 75 anos, que venceu um câncer de próstata: “A doença veio de forma silenciosa. Se não fosse o checape periódico, eu a teria descoberto tarde demais”

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to tarde demais.” Após o diagnóstico, optou pelo tratamento mais efetivo em seu caso, a prostatectomia radical, que consiste na retirada total da próstata. O procedimento é indicado em casos de risco médio ou alto. “Fiz acompanhamento e nunca tive recidivas”, diz. “Tenho ótima qualidade de vida.” Esse é só um dos vários casos que reforçam a importância do diagnóstico precoce, insistentemente divulgado neste mês durante a campanha Novembro Azul. “Existem vários tipos de câncer e, quando identificado em sua fase inicial, que é a menos agressiva, o índice de cura é de mais de 90%”, explica o médico mineiro Carlos Edu-

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A incidência do câncer de próstata é alta, mas é possível barrar a doença em 90% dos casos, em homens que fazem exames periódicos

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Cura depende de prevenção


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b2bdesign.com.br Responsável Técnico: Dra. Erika Corrêa Vrandecic - CRMMG 28.946


SAÚDE | PRÓSTATA CONHEÇA MAIS PARA PREVENIR O QUE É A PRÓSTATA? Glândula sexual masculina que produz parte do líquido que forma o esperma COMO SURGE O CÂNCER DE PRÓSTATA? Quando as células do órgão passam a se dividir e a se multiplicar de forma desordenada, formando tumor SINTOMAS APRESENTADOS NO ESTADO MAIS ADIANTADO DA DOENÇA Presença de sangue na urina Dificuldade ao urinar Dor na região e lombar EXAMES PREVENTIVOS Exame de PSA Toque retal – exame local, dura no máximo 30 segundos IDADE E NÍVEIS DE PSA RECOMENDADOS 40-50 anos - 2,5 ng/mL 50-60 anos - 3,5 ng/mL 60-70 anos - 4,5 ng/mL 70-80 anos - 6,5 ng/mL

IDADE PARA REALIZAR OS EXAMES PREVENTIVOS Aos 50 anos: em homens que não integram o grupo de risco Aos 45 anos: naqueles que correm mais risco: em pacientes com histórico familiar, idade mais avançada e da raça negra Aos 40 anos: nos casos de risco muito alto: diversos casos de câncer de próstata na família diagnosticado antes dos 65 anos TRATAMENTO Cirurgia ou radioterapia PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO Incontinência urinária (as funções são recuperadas aos poucos) e impotência sexual (somente nos casos mais avançados da doença) CURA Em sua fase inicial, o índice pode chegar a 90% Fonte: especialista consultados

ardo Corradi, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Segundo ele, alguns pacientes não precisam ser submetidos a tratamentos, apenas à chamada Observação Vigilante, quando nenhum medicamento é indicado, somente o acompanhamento a cada seis meses. “Se o índice de incidência da doença ainda é alto, sem dúvida, é pela falta de prevenção. A evolução da maioria dos casos poderia ser evitada”, diz. Para se ter uma ideia do impacto da doença na população brasileira, somente em 2015 espera-se um total de 70 mil novos casos, atingindo um a cada seis homens que chegam aos 50 anos. A boa notícia é que, com o diagnóstico na fase inicial – no passado só ocorria quando as metástases já haviam invadido outros órgãos –, ficou mais fácil evitar a evolução. Graças a associação do exame para medir os níveis de PSA com o de toque retal, as lesões passaram a ser identificadas

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precocemente, diminuindo consideravelmente o índice de mortes. No entanto, o principal dificultador para a contenção da doença ainda é o preconceito. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, apesar da indicação de realização de toque retal, a aderência nas consultas é de apenas 22,3%. “Infelizmente, ainda é uma realidade nos consultórios. Daí a importância do fortalecimento das campanhas de conscientização como o Novembro Azul”, diz a médica oncologista Carolina Rutkowski, da clínica especializada Oncomed. A médica ressalta que, por falta de informação, muitos pacientes sofrem desnecessariamente, tendo em vista que nem todos os problemas urinários e nem todos os homens com PSA elevado têm câncer de próstata. “Doenças benignas como hiperplasia prostática e prostatite podem manifestar sintomas urinários semelhantes. Por isso, é tão importante consultar um especialista”, diz. ❚

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OBRAS PARA A DESPOLUIÇÃO DA LAGOA DA PAMPULHA. UM RESGATE À BELEZA ORIGINAL DA MAIS FAMOSA ATRAÇÃO TURÍSTICA DE BH.

Belo Horizonte me recebeu de braços abertos. E eu também abracei essa cidade. A receptividade das pessoas. A beleza dos lugares. O encanto da Pampulha. C E S A R C I E LO

A Belo Horizonte que recebeu Cesar Cielo de braços abertos reúne inúmeras atrações que encantam milhares de turistas todos os anos. Como a Pampulha, que está vivendo um momento de grande transformação. A Prefeitura de Belo Horizonte tem trabalhado muito pela despoluição da Lagoa. As obras de desassoreamento já foram concluídas e novas etapas para a despoluição completa estão em andamento. Assim, o Conjunto Moderno da Pampulha, que é candidato a Patrimônio Cultural da Humanidade, será um orgulho ainda maior para todos nós.

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NEGÓCIO | CAFÉ

Mineiro de excelência

Geraldo Goulart

Fazendas produtoras de café do estado conquistam o mercado internacional e, após a chegada da Nespresso no país, especializam-se em atender a uma demanda mais exigente

ALINE GONÇALVES

Quando o sol nasce na fazenda Sertão, em Carmo de Minas, entre os meses de maio e setembro, é hora de se embrenhar no cafezal e apanhar, manualmente, os frutos maduros de cada pé. São eles que vão gerar aquela bebida quentinha, feita na hora – fechando os olhos dá até para sentir o aroma. Que mineiro não gosta? Por aqui, café, cada vez mais, não é só assunto para a mesa de quitandas, é coisa séria. Para garantir todo o sabor especial na xícara, o trabalho começa no campo. O Brasil é o principal produtor e exportador de café e segundo maior consumidor, segundo dados do Ministério da Agricultura. Ao todo, Minas responde por metade dessa produção e boa parte das sacas tem trazido grãos de excelência. O resultado do profissionalismo é cíclico. Os parceiros governamentais surgem. Os estrangeiros chegam e criam padrões de exigência altos. E o setor se fortifica. Uma das principais fomentadoras da área é a Nespresso, do Grupo Nestlé, com sede na Suíça e conhecida por suas rígidas normas. Além de só comprar frutos sem imperfeições, a empresa co82 |Encontro

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Grãos maduros e sem imperfeições: do interior de Minas, eles conquistam Suíça, Estados Unidos, Japão e outros países

bra práticas sustentáveis de manejo, por exemplo. Também exige que o fornecedor faça parte de cooperativas. Recentemente, a marca colocou em ação o projeto de desenvolver uma linha profissional com os grãos brasileiros, ou melhor, mineiros, e comercializada, agora, em mais de 60 países, a cápsula Espresso Origin Brazil. “Até chegarmos ao lançamento dessa cápsula foi uma jornada”, diz a gerente de Coffee Affairs da Nespresso, Cláudia Leite. Em 2006, quando chegou oficialmente ao país, a Nespresso lançou a edição limitada do Bourbon Amarelo (espécie rara e bem avaliada) 100% nacional, do Sul de Minas. Em 2009, foi a vez do Dulsão do Brasil, cápsula disponível na linha doméstica mundial. A pesquisa continuou, já que a doçura do café brasileiro tem tido ótima aceitação em todos os lugares. “Consolidamos a aposta com esse lançamento, de sabor bastante delicado”, explica.

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Newton Santos/Divulgação

Geraldo Goulart

Sem deixar o produto cair: colheita manual predominante é uma das características do café produzido nas regiões de altitude elevada em Minas

“Nós queremos um café com características físicas específicas”, diz a gerente de Coffee Affairs da Nespresso, Cláudia Leite

Antes mesmo de abrir as primeiras lojas-boutiques no país (já são 400 no mundo), a Nespresso vislumbrou o potencial de Minas e lançou o programa de certificação Triplo A por aqui, que começou na região do cerrado, em 2003. Com esse projeto, ela visa garantir especialização e produção contínua. Até 2020, 100% do café da marca estará no mesmo patamar de excelência. Em todo o país, são 2,2 mil fazendas fornecedoras (a maior parte é de Minas, mas a empresa não revela números exatos). Além disso, ao todo, 25 agrônomos trabalham no dia a dia, ao lado dos fazendeiros, em busca de grãos uniformes. “Nós queremos um café com características físicas específicas, zero defeito, densidade maior, que tenha unidade, porque isso vai impactar no processo de torra”, diz Cláudia. O alto nível de exigência não assustou os produtores. Na verdade, eles comemoram a especialização. E olha que experiência não lhes faltava, já que algumas das fazendas existem há séculos. “Claro que fizemos mudanças para atender à Nespresso, mas já estávamos aprimorando a produção”, conta o produtor Hélcio Carneiro, da fazenda Sertão, fundada em 1912. Hoje, 20% da produção de 20 mil sacas/ano vai para a Suíça, enquanto boa parte do restante é exportada para países como Japão e Estados Unidos (ou seja, também atinge qualidade expressiva). Segundo Hélcio, o sucesso é a combinação de trabalho e respeito às características naturais. “As condições que temos

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NEGÓCIO | CAFÉ Fotos: Geraldo Goulart

Verde, maduro ou passado: grãos de café atingem três níveis de maturação, mas, para os padrões de qualidade, só os maduros interessam

“As condições que temos não podem ser replicadas porque a combinação de clima, altitude, posição da montanha em relação ao sol é única”, diz o produtor Hélcio Carneiro

não podem ser replicadas, porque a conjunção de clima, altitude, posição da montanha em relação ao sol é única. Sem falar na colhida manual e seletiva dos frutos maduros”, diz. A poucos quilômetros dali, na fazenda Serrado, a rotina é similar. Tudo muito diferente do que era feito no início do século XIX, quando os primeiros moradores, bisavôs dos atuais, começaram a plantar café. “Do mesmo jeito que a tecnologia mudou a cidade, ela também está no campo. Hoje, temos laboratórios e estamos fazendo relações das melhores sementes para o plantio”, diz José Antônio Pereira, da quarta geração à frente do local. A colheita também sofreu interferência. Antes, não havia preocupação em distinguir grãos verdes, maduros e que passaram do ponto ideal. “A Nespresso só compra os maduros. Então, boa parte da minha venda é para eles. Só não vendemos tudo porque a maturação não é uniforme aqui e em nenhum lugar do mundo”, diz José Antônio. O mesmo ocorre na fazenda Irmãs Pereira. “Antes, nossa colheita era uma bacia das almas: tudo de café caía em um padrão só. Agora, vimos a necessidade de nos adaptar”, diz o administrador Paulo Franco, marido de Maria Valéria Pereira, uma das irmãs que dão nome ao local – a outra é Maria Rogéria. Assim, mesmo com 60 anos de existência, foi só há uma década que a produção passou a agregar maior valor. “Só nesta geração tivemos consciência de que 021 84 |Encontro | ortn ocn E 5

DE MINAS À SUÍÇA Etapas de processamento do grãos de qualidade mineiros até chegarem ao consumidor Os grãos são colhidos manualmente, sem cair no chão

Na lavagem, há a separação entre grãos verdes, maduros (padrões de excelência) e grão-passa

A torra acontece na Suíça, onde o grão é moído e colocado em cápsulas, que têm capacidade média de 6 gramas cada uma

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Arquivo Pessoal

Valéria Dias e José Antônio Pereira entre os pés de café da fazenda Serrado: “Se as empresas trazem tecnologias e querem diferenciais, nós temos de nos adaptar”, diz ele

POTENCIAL DE QUALIDADE Por que os parceiros da Nespresso estão no cerrado mineiro e Sul de Minas CERRADO As estações, com períodos de sol e chuva, são bem definidas, essencial para evitar a fermentação do café antes da hora

SUL DE MINAS O relevo acidentado traz temperaturas amenas e são plantados grãos condizentes com esse terroir, como os bourbons

BÊ-A-BÁ DO CAFÉ Expressões que ajudam a entender sobre o café a produção TERROIR: área de terra e suas condições climáticas específicas para a produção, como clima, relevo, estação das chuvas, etc. ARÁBICA E ROBUSTA: principais espécies de café produzidas no mundo. A primeira costuma superar a segunda em qualidade BOURBON AMARELO E VERMELHO: espécies de café Arábica em que a doçura é pronunciada, são valorizadas pelo sabor que darão ao resultado final. São bem adaptadas em regiões de Minas, principalmente as de altitudes elevadas GRÃO-PASSA OU CAFÉPASSA: aquele que passou do processo de amadurecimento

sem qualidade não sobreviveríamos. A mudança de mentalidade foi o primeiro passo”, explica Paulo. Para isso, ele fez cursos, participou de palestras e ainda recebe assistência técnica de frentes distintas, como o governo, as universidades, as cooperativas, além de especialistas do projeto Triplo A. A reestruturação física foi o passo mais recente, com azulejamento das secadoras para limpeza mais detalhada dos grãos, por exemplo. De uma coisa os produtores não têm qualquer dúvida: o investimento vale a pena. Apesar do custo elevado, empresas dedicadas a atender os consumidores exigentes costumam assegurar pagamento de prêmios a fornecedores que atingem alta qualidade. Além disso, o valor das sacas foi reajustado em até 40%. E o melhor: as perspectivas são promissoras. O segmento de cápsulas tende a crescer. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café, as vendas no segmento subiram 54% entre 2013 e 2014. É o futuro batendo à porta. “Triste daquele produtor que acha que sabe tudo, porque se torna um ignorante. Se as empresas trazem tecnologias e querem diferenciais, nós temos de nos adaptar. Eu tenho a matéria-prima, mas preciso saber o que o torrefador, o provador e o consumidor querem”, diz José Antônio. “É um trabalho em conjunto em que todos ganham.” Principalmente a turma que só quer saborear aquele cafezinho à tarde, de preferência, com pão de queijo quentinho. z NOVEMBRO DE 2015

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NEGÓCIOS | CARTÕES

O mineiro come quieto Samuel Gê

O empresário José Francisco Gomes, da Ecx Card, está acostumado a enfrentar concorrentes gigantes. Agora, desafia a crise econômica. Lançou novo serviço e quer expandir pelo Brasil. A seu estilo, pelas beiradas DECA FURTADO E ANDRÉ LAMOUNIER

“Com mar calmo não se faz bom marinheiro. Com o agitado, sim.” A frase, repetida aos quatro cantos pelo empresário José Francisco Gomes da Silva, transformou-se, nestes tempos de crise, numa espécie de mantra dentro de sua empresa, a Ecx Card, administradora de cartões-benefícios para trabalhadores, como vales alimentação, combustível, refeição, farmácia, etc. O negócio de Gomes da Silva caminhava a passos largos até o início deste ano, quando a crise econômica tomou conta do país. Nos últimos cinco anos, a Ecx Card cresceu, em média, 20% todos os anos, assim como também cresciam (não nesses patamares, claro) os indicadores de emprego no Brasil. Com o repentino derretimento do número de carteiras assinadas no país (de janeiro a agosto deste ano, somente no setor industrial foram extintas quase 300 mil vagas), os resultados 86 |Encontro

“A crise fez com que nos mexêssemos”, diz José Francisco Gomes da Silva, diretor-superintendente da Ecx Card

da Ecx Card também começaram a dar sinais de mudança. Afinal, com menos trabalhadores nos escritórios e nas fábricas, menos cartões-benefícios no mercado. Para que seu negócio continuasse a crescer, José Francisco Gomes se viu obrigado a repensar a empresa. Assim como fazem os bons marinheiros, ele resolveu desbravar novos mares. “A crise fez com que nos mexêssemos”, diz ele. A companhia decidiu lançar o serviço de rastreamento veicular, que permite o controle da frota de uma empresa, a ponto de indicar,

por exemplo, se o motorista saiu da rota ou tirou um cochilo. Em pouco mais de um ano, a Ecx Card conquistou mais de mil clientes. A decisão de entrar nesse ramo veio como forma de turbinar a venda de cartões de gestão de combustível, que proporciona, entre outras vantagens, prevenção contra roubos e combate às fraudes no abastecimento. Segundo José Francisco, com o serviço, é possível reduzir em até 20% os custos com combustível. Em um mercado dominado por gigantes como Alelo (controlada pelo

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NEGÓCIOS | CARTÕES Banco do Brasil e Bradesco) e as francesas Sodexo e Ticket, o “empresário-marinheiro” está acostumado a enfrentar tubarões. Sem medo. Ele tem, afinal, sua própria estratégia. “Nesse oceano tem lugar para todo mundo”, afirma. ”Não queremos brigar com os grandes, nosso foco são as pequenas e médias empresas privadas”. Entre seus clientes, está, por exemplo, a Tradimaq, do setor de logística, que tem operações em São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. “Somos clientes há mais de sete anos e posso dizer que é uma ótima parceira”, diz André Nery Silva, gerente de RH da Tradimaq. Outra é a Minasmáquinas, revendedora de veículos Mercedez-Benz. “Um ponto positivo é a agilidade”, diz Clemente Faria Jr., diretor da empresa. O empresário conhece o mercado e sabe vender seu peixe. Certa vez, tomou um chá de cadeira de quatro horas na sede da rede Supermercados BH. A secretária do presidente, Pedro Lourenço de Oliveira, incomodada, chegou a sugerir que ele voltasse de-

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RAIO-X Fundação:

Funcionários:

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Volume de operações:

R$

300 milhões

anuais de intermediação de negócios

Cartões em circulação:

430 mil Clientes:

4 mil empresas Estabelecimentos credenciados:

25 mil no país

Tipos de cartões já lançados:

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A administradora prioriza negócios com empresas de pequeno e médio portes, como a Tradimaq, do setor de logística: “É uma boa parceira”, diz André Nery Silva, gerente de RH da Tradimaq

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Fotos: Cláudio Cunha

poucos o que é “comer pelas beiradas”. Para o futuro, José Francisco Gomes prevê mudanças também radicais. “Os cartões, como conhecemos hoje, vão se tornar peças de museu”, diz ele. “Os pagamentos serão feitos através de smartphone”. De olho nesta perspectiva, a empresa já está preparada para, no futuro, migrar sua base de clientes. Testes com funcionários da Ecx já vem sendo feitos há vários meses. “Eu já pago a conta do almoço com meu celular”, diz o empresário. No presente, a Ecx Card quer se destacar como uma firma que soube enfrentar a tempestade econômica com as velas erguidas. Está também pronta para expandir para o Sul e Nordeste brasileiro. O pontapé inicial foi dado em São Paulo e no Amazonas, há cerca de três anos. “Vamos atuar em todo o país”, diz Gomes da Silva. “Para onde olhamos no mapa, vemos enorme potencial de crescimento”. Para ele, a travessia está apenas começando. Afinal, o bom mineiro come quieto. z

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Clemente Faria Jr., diretor da Minasmáquinas, revendedora de veículos Mercedes-Benz, é um dos clientes mais antigos: “A empresa é ágil nos serviços prestados”

pois. “Tive pressa de chegar, não tenho para ir embora”, respondeu José Francisco, que tentava fazer com que seu cartão fosse aceito nas lojas. Atualmente, a rede é um dos principais parceiros da Ecx. Fundada em 1993 como empresa de factoring, oito anos depois a Ecx Card migrou para o ramo dos cartões-benefícios. José Francisco Gomes percebeu, no início dos anos 2ooo, que os cheques pré-datados seriam naturalmente substituídos pelos cartões de crédito e débito. Naquela época, os cartões de crédito não chegavam a 10 milhões de unidades no Brasil. Hoje, já ultrapassam 500 milhões. Atualmente, a Ecx Card tem 430 mil cartões de benefício espalhados entre seus clientes. Pode parecer pouco, mas não é. Esse mercado movimentou mais de 60 bilhões de reais em 2014. Uma fatia pequena deste bolo representa muito. No mesmo ano, a Ecx faturou cerca de 300 milhões de reais. Uma maravilha para uma empresa mineira que sabe como

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DEZ PERGUNTAS PARA | JULIANA FENELON

“Não existe fórmula mágica para passar de ano” Com os exames finais se aproximando, alunos – e pais – aflitos rendem-se às aulas particulares. Especialista em psicopedagogia aponta quando a ajuda externa é realmente eficaz no desenvolvimento do estudante em sala de aula Denis Medeiros

CAROLINA DAHER

Com o fim do ano batendo à porta, abre-se a temporada de caça às aulas particulares. As provas finais roubam noites de sono. É a hora em que alunos – e pais – entram em desespero. Debruçados sobre os livros, estudantes tentam recuperar o tempo perdido. Os pais pagam mensalidades extras para cursinhos especializados em aula de reforço. É uma luta estressante contra o tempo. Mas usufruir desse recurso, a tal aula de reforço, é uma questão complexa, que não pode ser resolvida com um simples sim ou não. Há casos e casos. Para alguns educadores, as aulas particulares são um “curativo” caro, já que serve apenas como solução paliativa de um problema maior de aprendizado. Já para os pais aflitos, é uma forma de ajudar o filho a se sentir mais confiante ao enfrentar uma avaliação. Para Juliana Fenelon, professora e coordenadora do curso de pós-graduação de infância, cultura e práticas formativas da Fumec, o reforço pode ajudar crianças e adolescentes a atravessar momentos mais conturbados ao longo do caminho escolar. Alguns fatores, claro, devem ser levados em conta. O primeiro é perceber a verdadeira necessidade de aulas extras na vida do estudante. Muitos precisam apenas definir uma rotina de estudo. Agendas atribuladas com 90 |Encontro

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DEZ PERGUNTAS PARA | JULIANA FENELON diversos compromissos extracurriculares também podem tirar o foco principal do aluno: estudar. Outro ponto a ser considerado é o tempo. Procurar ajuda assim que a criança comece a apresentar dificuldade é a chave para notas altas. Agora, com 2016 tão próximo, ensinar o conteúdo de um ano inteiro em um mês torna-se uma missão quase impossível para qualquer professor. Particular ou não. 1 | ENCONTRO - Para alguns pais e educadores, a aula particular demonstra deficiência no ensino em sala de aula. Até que ponto isso é verdade? JULIANA FENELON - Temos de levar

em conta se os problemas em sala são discentes ou docentes. Ou seja, se a dificuldade está no aluno ou no professor. Bons alunos precisam muito pouco de auxílio, pois conseguem caminhar sozinhos. Para os que têm mais dificuldades, no entanto, a escola precisar rever seus mecanismos de ensino-aprendizagem frequentemente. Nem sempre a aula particular é ruim, muitos fatores precisam ser levados em conta e ela pode ser uma solução. 2 | E quais são esses fatores?

A maioria dos pais fica ansiosa com o desempenho escolar de seus filhos. Antes de procurar aula de reforço, eles devem investigar as causas da dificuldade, que muitas vezes não estão nem ligadas ao conteúdo das disciplinas. A criança pode estar precisando de auxílio na gestão do seu tempo, na construção de uma rotina de estudo preestabelecida. Com várias atividades extracurriculares, muitos meninos não conseguem estudar por estar com o dia a dia atribulado. Ou seja, esses não precisam de aula particular. 3 | É responsabilidade da escola diagnosticar queda no desempenho do estudante?

A escola que enxerga o aluno como indivíduo, com certeza, perceberá alteração em seu desempenho. A primeira coisa é avaliar o que está acontecendo na vida daquele estudante. É importante verificar se as dificuldades estão atreladas a algum fator emocional ou 92 |Encontro

mesmo à metodologia usada pela instituição. Existem estudantes que não se adaptam a escolas pouco flexíveis na sua forma de ensino. Aí, mesmo que frequente aulas particulares, essa criança ou adolescente estará sempre em ritmo diferente ao da turma. 4 | Então, antes de tudo, é preciso entender de onde vêm essas dificuldades?

Sim. Cada caso é um caso. Alunos que fazem intercâmbio, por exemplo, podem encontrar nesse recurso uma forma de alcançar a turma de origem e realinhar-se ao currículo brasileiro. Para os do ensino médio, as aulas focadas nas disciplinas específicas ajudam no vestibular. É importante lembrar que confiança é essencial na hora de uma avaliação e, se o estudante sentir que domina o assunto, estará muito mais tranquilo na hora da prova.

Em algumas circunstâncias, a aula de reforço pode ser determinante na vida do estudante” 5 | Existem situações em que o reforço escolar é essencial?

O professor particular pode ajudar a criança a imprimir ritmo de estudo ou acompanhar o volume de conteúdo. Em algumas circunstâncias, a aula de reforço pode ser determinante na vida do estudante. Agora, se a dificuldade persistir, é preciso somar a ajuda de outros profissionais como psicopedagogos, psicólogos ou neurologistas. 6 | E qual é a hora certa para procurar ajuda?

O alerta deve ser ligado quando a criança demonstra dificuldade. Não existe uma fórmula mágica para passar de ano. Com o final do período letivo, muitos estudantes entram em desespero e querem

aprender na véspera da prova o conteúdo de um ano inteiro. Não é impossível, mas a maioria das vezes essa estratégia não funciona. 7 | As aulas particulares viraram um grande negócio?

Sim, hoje existem empresas especializadas em reforço escolar. É um comércio como outro qualquer. É raro encontrar professores que atendem em casa. As aulas particulares têm suas vantagens, mas devem ser usadas com cautela. Há relatos de desgastes imensos entre mãe e filho na hora dos estudos. Uma terceira pessoa pode aliviar a tensão nesses momentos. 8 | Com tanta oferta no mercado, como escolher o profissional certo?

Os pais devem procurar professores que se identifiquem com a linha metodológica adotada pela instituição e pedir indicações de profissionais de confiança. Outra dica é solicitar que haja interação entre a escola e o profissional. 9 | Um receio comum é de que essa ajuda externa cause dependência. Isso acontece?

O professor particular está ali para sanar uma dificuldade momentânea. O bom profissional deve estimular o aluno a desenvolver ferramentas e estratégias que o levem a conquistar autonomia. Uma de suas funções é ajudar aquele indivíduo a encontrar prazer em estudar, estimulá-lo a se posicionar de forma diferente diante de uma dificuldade. Caso contrário, pode ser um risco, já que o estudante pode permanecer em sua zona de conforto e não se preocupar com sua postura, ficando alheio, por exemplo, ao que é ministrado em sala de aula. 10 | Quando a criança pega recuperação ou apresenta dificuldades de aprendizagem, qual a melhor maneira de ajudá-la?

É bom lembrar que os deveres de casa e o próprio ato de estudar são uma tarefa do aluno, e não dos pais. Faz parte do ofício do estudante. O primeiro passo é rever o cotidiano da criança, criar uma rotina de estudos e compartilhar com a escola as dificuldades que o aluno vêm demonstrando em casa. z

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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br Divulgação

TORO NA ARENA Para não deixar a picape Renault Oroch atrair todos os holofotes na semana de seu lançamento, a Fiat-Chrysler divulgou as primeiras fotos da Toro, que disputará o mesmo segmento, com lançamento previsto para o início de 2016. O modelo será produzido na nova fábrica de Goiana, em Pernambuco, e utilizará vários componentes do Renegade. A Toro terá o conjunto mecânico do utilitário, incluindo o motor 2.0 Multijet turbodiesel e o 1.8 E.torQ, com opção de câmbio manual apenas para o diesel – o 1.8 terá o automático

de seis marchas e o diesel, um de oito velocidades. A nova picape terá cabine dupla e quase 5 metros de comprimento. O entre-eixos será cerca de 30 cm maior que o do Renegade (2,57 metros), totalizando mais de 2,80 metros. As versões com tração 4x4 contarão com o Selec-Terrain, um sistema adaptativo, que sob demanda envia a força para as rodas traseiras, através de um conjunto de embreagens. A tração pode ser ajustada eletronicamente para diferentes terrenos, incluindo modos para areia e terra.

TÓQUIO, A MELHOR Pesquisa do Boston Architectural College, em parceria com o blog Inhabitat, aponta o ranking das cinco cidades com os melhores sistemas de transporte coletivo do mundo. Os critérios tomaram por base parâmetros de eficiência, conforto, limpeza, conveniência, facilidade no uso do servi-

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ço e rapidez. Tóquio, uma das maiores cidades de todo o globo, conta com um transporte coletivo complexo, mas completo. São aproximadamente 30 milhões de viagens todos os dias por metrô, bondes, ônibus, trens urbanos e balsas. Na sequência estão Nova York, que dá como possi-

bilidade de locomoção trem, metrô, ônibus e balsas; Londres, que conta com o mais antigo e maior metrô do mundo; Paris, onde há uma estação de metrô a cada 500 metros, aproximadamente; e Moscou, que transporta 8 milhões de passageiros, todos os dias, pelo sistema ferroviário.

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MUDANÇAS NA FCA

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42 ANOS DE FIAT

A Fiat-Chrysler Automobiles anunciou que a partir deste mês Stefan Ketter é o novo presidente da FCA para a América Latina (COO Latam). Ketter mantém suas funções atuais como vice-presidente mundial de manufatura – ele comandou a construção da fábrica de Goiana (Pernambuco) – e como membro do Conselho Executivo do Grupo (GEC). Ketter sucede Cledorvino Belini, que se tornou presidente de desenvolvimento para América Latina, com a responsabilidade de representar a Fiat-Chrysler em todas as relações institucionais, além de desenvolver e manter o relacionamento do grupo com instituições governamentais e financeiras na América Latina. Em seu novo cargo, Belini se reportará diretamente ao CEO mundial da empresa. Divulgação

NEM TODOS LAMENTAM A crise econômica bateu à porta de todos os setores, mas há quem ainda possa comemorar. No ramo automotivo, a Honda e a Fiat-Chrysler Automobile abrem um largo sorriso quando divulgam os números de vendas do HR-V e Jeep Renegade. O SUV da marca japonesa já é o líder de vendas entre os modelos Honda comercializados no Brasil e figura no topo entre os concorrentes da mesma categoria. Também vão de vento em popa as vendas do Jeep Renegade, que em setembro fechou o mês em segundo lugar no segmento, com 5.676 unidades emplacadas, ante 5.747 do primeiro lugar. No acumulado do ano, o Honda HR-V está em primeiro lugar no ranking dos SUVs, divulgado pela Fenabrave, com 33.183 unidades emplacadas, seguido do Ford Ecosport (26.357), Renault Duster (25.672) e Jeep Renegade (20.513). Note-se que tanto o Ecosport quanto o Duster apresentaram queda nos emplacamentos de setembro em relação a agosto, enquanto o primeiro e quarto lugares registram crescimento.

Cledorvino Belini está no grupo Fiat desde 1973. Ele assumiu a presidência da Fiat Automóveis em 2004. Com a aquisição do controle acionário da Chrysler pela Fiat, Belini passou a comandar as atividades da Fiat-Chrysler Automobiles para a América Latina. Em 2005, assumiu a presidência da Fiat do Brasil, empresa que ainda comanda com a denominação de FCA Fiat Chrysler Participações Brasil. Desde 2009, integra o Conselho Executivo da companhia (GEC), a mais elevada instância mundial de comando executivo do grupo. Entre março de 2010 e abril de 2013, exerceu o cargo de presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

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VEÍCULOS | TECNOLOGIA

Volvo mostra sua estratégia global para híbridos e elétricos. A fabricante iniciou projeto para, no futuro, produzir todos os seus carros em apenas duas plataformas totalmente ajustáveis

FÁBIO DOYLE

Na indústria automobilística, aqueles que não quiserem perder o bonde têm de pensar e agir com rapidez em busca de soluções elétricas. Foi pensando nisso que a sueca Volvo Cars anunciou recentemente sua estratégia de eletrificação, com a adoção da tecnologia híbrida plug-in (em que a bateria pode ser carregada em tomadas) em toda a linha de produtos, uma nova gama de carros compactos híbridos e a produção de um automóvel 100% elétrico, a partir de 2019. “Acreditamos que chegou a hora de os carros eletrificados deixarem de ser uma tecnologia de nicho. Estamos confiantes de que, em dois anos, 10% das vendas globais da Volvo Cars serão de carros eletrificados”, afirma Håkan Samuelsson, presidente da Volvo Cars. A primeira etapa da nova fase envolve o lançamento de versões híbridas plug-in dos modelos da gama 90 e 60, 96 |Encontro

Frota eletrificada

baseados na plataforma Scalable Product Architecture (SPA). Esse processo começou com a apresentação do XC90 T8 Twin Engine All-Wheel Drive, versão híbrida plug-in do SUV, e continuará com versões do sedã de luxo S90 e outros carros que virão futuramente. O fabricante sueco, hoje controlado pelo grupo chinês Geely, também vai ampliar a gama de modelos híbridos plug-in com o lançamento de uma nova versão do motor Twin Engine, para carros com tração dianteira. Além disso, pretende aumentar a oferta de produtos com a introdução de uma nova gama de carros compactos da linha 40, baseados na plataforma Compact Modular Architecture (CMA), desenvolvida para adotar tecnologias de eletrificação. Com isso, a Volvo Cars passa a ser uma das poucas marcas no mundo com duas novas plataformas que permitem adotar tecnologias híbridas ou elétricas. Para a Volvo, os carros híbridos

plug-in oferecem aos consumidores a melhor combinação de eficiência, autonomia e conveniência. Ela apresenta, como exemplo, o XC90 T8 Twin Engine, seu SUV de sete lugares, com potência de 407 cv e apenas 49 g/km de emissão de CO2, oferecendo autonomia de 43 km no modo elétrico, consumo de 47,6 km/l e aceleração de zero a 100 km/h em 5,7 segundos. “Aprendemos muito como as pessoas usam carros híbridos, graças à nossa atual oferta de produtos”, explica Peter Mertens, vice-presidente sênior para pesquisa e desenvolvimento. “Nossas pesquisas mostram que as pessoas dirigem no modo elétrico por cerca de 50% do tempo, o que significa que nossos híbridos plug-in já oferecem uma alternativa real para os sistemas de motorização convencionais.” “Com 40 anos de experiência no campo da eletrificação, a Volvo Cars analisou a gestão da bateria ao longo de seu uso, entregando a melhor autono-

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Fotos: Divulgação

O Twin Engine, motor híbrido plug-in, já equipa o XC90 e, em breve, será ofertado em outros modelos Volvo

Hakan Samuelson, CEO da Volvo, para quem já é hora de os carros eletrificados deixarem de ser nicho de mercado

A plataforma CMA permite montar sobre a mesma base técnica uma extensa gama de automóveis

mia por kW/h da indústria. Chegamos a um ponto em que a relação custo/benefício para a eletrificação é positiva. A tecnologia de baterias foi aprimorada, os custos caíram e a aceitação pública não é mais um problema”, diz Mertens. Na busca pela redução de custo e melhor tecnologia, a mais recente novidade apresentada pela Volvo Cars é a plataforma Compact Modular Architecture (Arquitetura Modular Compacta, ou CMA). Trata-se de uma versão menor da Scalable Product Architecture (SPA), usada no XC90. Essa concepção inédita vai possibilitar o aumento da variedade de modelos compactos na gama de carros Volvo e viabilizará a participação em novos segmentos de mercado. O primeiro carro produzido na arquitetura CMA deverá ser lançado em 2017. A apresentação da CMA sinaliza que todos os carros Volvo no futuro serão produzidos em apenas duas plataformas totalmente ajustáveis e modulares. O desenvolvimento simultâneo

das bases SPA e CMA é a pedra fundamental da estratégia de crescimento e renovação de produtos da marca. O objetivo é a substituição de todos os carros da gama nos próximos quatro anos e o aumento significativo do volume anual de vendas globais, projetado para 800 mil unidades. Essa estratégia começou com o lançamento do XC90 e segue com o próximo produto da Volvo Cars, o sedã S90, que será apresentado em breve. A plataforma CMA permite o desenvolvimento de automóveis compactos com o mesmo nível de qualidade e soluções encontrado em carros maiores, produzidos na base SPA. Compartilhando as últimas tecnologias aplicadas pela Volvo entre as arquiteturas SPA e CMA, incluindo motorizações (tanto as convencionais como as variantes híbridas plug-in), sistemas de climatização, entretenimento, transmissão de dados e, principalmente, segurança, a fabricante

sueca acredita que está no caminho para atingir sua meta de não contabilizar acidentes graves ou fatais com seus novos carros a partir de 2020. “A flexibilidade da plataforma CMA dá liberdade aos designers e engenheiros da Volvo, permitindo a eles desenvolver e lançar uma extensa gama de funções, além de, ao mesmo tempo, aprimorar a dirigibilidade, oferecendo tecnologias de segurança e de conectividade de ponta”, explica Peter Mertens, vice-presidente sênior de pesquisa e desenvolvimento da Volvo Cars. Com a CMA, a Volvo Cars mudará a forma de desenvolvimento de produtos, permitindo montar sobre a mesma base técnica uma extensa gama de automóveis, motorizações, sistemas elétricos e tecnologias com diversos níveis de complexidade. Isso vai gerar grande economia de escala e um processo de manufatura mais fluido e de menor custo, o que influi positivamente na competitividade dos carros da marca. z NOVEMBRO DE 2015

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ENCONTRO INDICA | NEIDE MAGALHÃES Danny Clinch/divulgação

MÚSICA | SHOW INTERNACIONAL O show do Pearl Jam, um dos espetáculos mais esperados do ano, acontece finalmente neste mês. O cantor e guitarrista Eddie Vedder e sua trupe têm encontro marcado com o público mineiro, dia 20 de novembro, às 20h30, no Mineirão (av. Antônio Abrahão Caram, 1.001, Pampulha). A banda de Seattle, que nasceu sob o mesmo signo do Nirvana, em pleno florescer do grunge, tem 10 discos na carreira e faz seu primeiro show em BH, parte da turnê latino-americana do álbum Lightning

Bolt, lançado em 2013. O show do PJ já passou por Santiago do Chile e Buenos Aires, e será apresentado em várias capitais brasileiras até encerrar-se na Cidade do México, dia 28. Os ingressos custam entre R$ 100 e R$ 600. Informações no site www.ticketsforfun.com.br. Por que ir: Para ver, ouvir e cantar junto com Vedder, uma das mais bonitas vozes do pop-rock, sucessos como Last Kiss, Black, Better Man, Lightning Bolt e The End, algumas das músicas mais pedidas da banda.

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DESIGN | LIVRO A história do design de interiores no Brasil é tema do livro Brasil Porta Adentro (Editora C4), com texto de Cristina Dantas, curadoria de conteúdo de Roberto Negrete e coordenação de Renata Amaral. São lembrados na obra nomes como o italiano Eliseu Visconti, que viveu no Rio de Janeiro e fez a decoração do Theatro Municipal. Por que ler: Há muito, o design de interiores deixou de ser profissão secundária para ganhar destaque como forte segmento no mercado brasileiro.

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO I Habitáculo é o título da coletiva de artes plásticas em cartaz no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete, s/n, centro) até 20 de dezembro. Obras dos artistas mineiros Nydia Negromonte, Carlos Teixeira, Coletivo Micrópolis, O Grivo e Wilson Baptista ocupam os 5º e 6º andares do centro cultural, podendo ser vistas de terça a sábado, das 11h às 21h; e domingo, das 14h às 19h, com entrada gratuita. Informações: (31) 3201-5211. A curadoria é de Fabíola Moulin e Marconi Drummond. Por que ver: Para conhecer as peças criadas por esses artistas inventivos, que têm a proposta de “representar um diálogo entre os resíduos arquitetônicos do espaço e o resgate histórico” de um dos símbolos culturais mais importantes de BH: o antigo Cine Brasil.

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Marcos Hermes/divulgação

MÚSICA | SHOW NACIONAL I Quando Gal Costa lançou, em maio deste ano, o CD Estratosférica, havia quatro anos que seu último disco (Recanto) tinha chegado às prateleiras das lojas. Se, antes, ela apostou em uma vertente mais eletrônica, desta vez investiu em repertório de canções inéditas com um estilo ainda mais moderno, de autores que vão de novos nomes (Criolo, Jonas Sá e Domenico Lancellotti) a consagrados, como Caetano Veloso e Tom Zé. O CD, claro, foi parar no palco e Gal apresenta em BH o show Estratosférica, dia 27 de novembro, às 21h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, centro). Os ingressos custam de R$ 65 a R$ 200, à venda pelo site www.ingresso.com ou pelo telefone 4003-2330. Por que ir: Dona de voz sem igual, que o tempo não esmorece, Gal Costa dá a algumas músicas (Cabelo, Pérola Negra, Objeto Não Identificado, entre outras) interpretação única.

MÚSICA | SHOW NACIONAL II A festa Sertanejo dos Amigos vai relembrar em duas edições, dias 15 e 29 de novembro, às 18h, na Wood’s (alameda da Serra, 154, Nova Lima), os aclamados encontros de música sertaneja brasileira no programa de TV Amigos. A cargo da dupla César Menotti & Fabiano, que já tem mais de 10 anos de carreira e muitos sucessos, serão recebidos vários convidados especiais nos dois dias, e juntos vão cantar clássicos do gênero. Os ingressos custam R$ 60. Por que ir: Programa especialmente dedicado aos amantes do sertanejo, a festa é boa oportunidade para ver, ao vivo, alguns dos seus maiores nomes.

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ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO II Até 22 de novembro, o artista plástico itaunense José Lara apresenta a exposição Diante da Matéria, na Galeria de Arte da Copasa (rua Mar de Espanha, 525, Santo Antônio). Produzidos sob as técnicas do desenho e de monotipia, os 17 trabalhos da mostra foram inspirados na relação filosófica com a matéria rochosa vivida pelo herói da mitologia grega Sísifo. Em cartaz diariamente, das 8h às 19h, com entrada gratuita. Por que ver: Para observar como a arte pode ser instigante a ponto de reeditar de maneira inusitada a incessante batalha de Sísifo e sua pedra morro acima.

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CULTURA | ÓPERA

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André Fossati/Divulgação

Lucia em BH

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais: harmonia entre músicos e artistas em cena

O maestro Silvio Viegas, que vai reger o espetáculo, emociona-se com a produção: “Essa ópera tem comunicação direta com o público”

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Ópera do italiano Gaetano Donizetti ganha montagem da Fundação Clovis Salgado. Drama terá olhar contemporâneo sobre papel da mulher RAFAEL CAMPOS

Em qualquer lista que figurem as óperas de maior importância, Lucia di Lammermoor, do italiano Gaetano Donizetti (1797-1848), é presença garantida. Melhor para os mineiros, que terão, neste mês, cinco oportunidades para conferir de perto o drama de 1835 protagonizado por Lucia, que tenta se desvencilhar dos limites impostos por desavenças familiares entre os clãs Ashton e Ravenswood. A Fundação Clóvis Salgado abraçou o desafio de produzir a montagem, que será encenada no Grande Teatro do Palácio das Artes. No elenco, nomes consagrados e 100 |Encontro

promissores do cenário erudito, como a soprano argentina Jaquelina Livieri, que viverá Lucia; o tenor Eric Herrero, que encarnará o papel de Edgardo Ravenswood; e o barítono Leonardo Neiva, no personagem Enrico Ashton. O maestro Silvio Viegas vai reger a orquestra sinfônica da casa e espera que o público se emocione, assim como ele. “Ela (a emoção) é fundamental”, diz Viegas, sobre o sentimento de reproduzir grandes obras, como Lucia. “Essa ópera tem comunicação direta com o público.” E a plateia pode esperar por arrepios na pele durante as 3h30 de espetáculo, cujo enredo, cercado por dramaticidade, traz os conflitos entre membros de duas famílias, cujos filhos se apaixonam. A história é ambientada, originalmente, na Escócia do século XVII.

FIQUE ATENTO Ópera Lucia di Lammermoor Onde: Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537, centro) Datas: 10, 16, 18 e 20 de novembro, às 20h; e 22 de novembro, às 19h Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada)

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tran Henrique Pontual/Divulgação

O sentimento do maestro Viegas é de “o bom filho à casa torna”, diante dos inúmeros espetáculos já regidos pela fundação e da expectativa de assumir de vez a batuta da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, em janeiro do próximo ano. “Quero aliar de forma significativa coro e orquestra”, afirma o regente, que está se despedindo do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A direção cênica de Lucia di Lammermoor ficou a cargo do carioca André Heller-Lopes, que já esteve presente em outros trabalhos da FCS, como na ópera Rigoletto, em 2014. O público, diz, pode esperar por uma montagem que traz a discussão para os dias atuais. “Um olhar contemporâneo e crítico sobre o papel da mulher na sociedade”, afirma. “Gosto de fazer um clássico com tempero”, diz André, que prefere trabalhos que não ficam presos à época de origem. Então, que se abram as cortinas! z

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TV Assembleia 20 anos

A gente não mede esforços para estar junto de você. A Assembleia de Minas está presente em todo o Estado. Só neste ano, as comissões de deputados já percorreram mais de 60 mil quilômetros, fiscalizando ações, promovendo debates e escutando a opinião dos mineiros. E, mesmo quando a Assembleia não vai até a sua cidade, você pode acompanhar tudo e participar do que acontece aqui, através do Portal e da TV Assembleia. A emissora, que está comemorando 20 anos, transmite as atividades parlamentares ao vivo e oferece uma programação exclusiva, com notícias, eventos, debates e conteúdo educativo, 24 horas por dia. As nossas portas estão sempre abertas para você.

Assista à TV Assembleia nos canais a cabo 11, analógico 35 e digital 61.2 ou pelo Portal almg.gov.br/tv

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Timóteo

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS

O artista visual Beto Urick em seu ateliê: “Percebi que a colagem é multidisciplinar e me traz inúmeras possibilidades”

Arte em papel Materiais de descarte viram obras de arte nas mãos do artista visual Beto Urick. Ele aposta na versatilidade da colagem para criar peças únicas

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DANIELA COSTA

Pelas ruas da capital mineira, não raras vezes, é possível encontrar o artista visual Beto Urick, de 30 anos, em busca de materiais descartados para utilizar em suas obras. Papel de presente, jornal, tecido, plástico, dinheiro antigo, flores desidratadas. Para ele, tudo pode ser transformado em arte. Em uma de suas andanças, encontrou uma caixa com antigas revistas japonesas. “Busco coisas diferentes, que possam me inspirar a criar algo novo”, diz. O processo da desconstrução da imagem por meio de recortes e sobreposição de figuras o levou a encontrar a sua verda-

deira vocação. “Percebi que a colagem é multidisciplinar e me traz inúmeras possibilidades. Costumo dizer que o meu trabalho é pop arte com uma pegada de design e publicidade”, diz. Quando criança, trocava os brinquedos por papel e lápis de cor. Preferia criar suas próprias histórias a brincar com carrinhos. Apesar de sempre incentivar o filho a ler e desenvolver a criatividade, o pai, empresário, e a mãe, professora de ioga, não entendiam muito bem qual caminho ele iria seguir. “Até três anos atrás eles ainda não compreendiam o tipo de arte que produzo, mas agora se sentem orgulhosos”, diz Beto. Formado em pu-

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS ESCOLA DE ARTE

Fotos: Leo Araújo

M AT R Í C U L A S PROMOCIONAIS 2016 A N T E C I P E - S E E G A R A N TA S UA VA G A COM DESCONTOS INCRÍVEIS.

Desenho Pintura

Nas obras, são utilizados vários tipos de papel: pop arte com uma pegada de design e publicidade

Aquarela História da arte Arte contemporanêa UMA GRANDE EQUIPE ESPERA POR VOCÊ: F ÁT I M A M I R A N D D A GLAUC IA CA RLEIA L GLAUC O MORAE S L U I Z F L ÁV I O LUI Z JAHNEL M AT H E U S H E N R I Q U E S YARA TUPYNAMBÁ

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Av. Bento Simão, 255 São Bento Belo Horizonte-MG maisonescoladearte1

blicidade, acabou não atuando na área, mas sim como fotógrafo autoral. Aos 20 anos de idade, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por cinco anos e trabalhou em uma livraria de arte. “Foi uma experiência muito legal. Tive a oportunidade de conhecer coisas que enriqueceram ainda mais meu trabalho”, diz. Em um dos passeios pela cidade, deparou com uma senhora que se preparava para jogar uma caixa de papel de presente no lixo. “Ela achava que aquilo não servia mais, porque estava manchado. Mas, para mim, era um material perfeito a ser explorado”, diz. A ânsia por novos aprendizados o levou a se aventurar fora do país. Inspirado pelo trabalho do ilustrador, fotógrafo e artista plástico Juan Gatti, argentino, natural de Buenos Aires, a cidade lhe surgiu como uma boa opção para expandir os horizontes. Assim que chegou, buscou um quarto

para alugar. Acabou conhecendo uma professora de artes com quem morou por mais de um ano. “Essa feliz coincidência influenciou diretamente em meu processo criativo. Ganhei uma grande amiga e incentivadora”, conta. Na época, chegou a expor suas obras em coletivas locais. “Foi lá que tive a certeza da carreira que queria seguir. Cheguei a fazer dois semestres de Belas Artes”. De volta a Belo Horizonte, sua terra natal, ampliou o trabalho diversificando formatos. Visando despertar o interesse do público jovem pela arte, suas colagens ganharam destaque em pôsteres, pop cards, ilustrações para livros e catálogos de moda. “Também quero trabalhar na produção de cenários e móveis revestidos. Gosto de ser versátil e, para isso, utilizo superfícies variadas”, diz. Um de seus projetos atuais é a criação de cartões de Natal personalizados. ❚

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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br

A origem do garoto perdido Com sua natural elegância britânica, o diretor Joe Wright, experiente nas adaptações de clássicos para a película (Orgulho e Preconceito; Anna Karenina), aceitou a difícil tarefa de contar a origem de um dos personagens mais importantes da literatura inglesa. Criado por J. M. Barrie, Peter Pan sempre rendeu ao cinema de adaptações fiéis ao texto do escritor a roteiros tirados da Terra do Nunca, mas com propostas assumidamente originais. Pan, título “correto” do longa-metragem, mostra como tudo começou e surpreende com as figuras de personalidades díspares, com destinos prontos e acabados no imaginário do público. Com a agilidade e as imagens grandiosas a que a plateia dos pequenos já está acostumada, Peter Pan começa com o menino que se recusa a crescer sendo deixado, ainda bebê, à porta de um orfanato católico de Londres, em plena ebulição para a iminente guerra. Peter (Levi Miller) cresce com outros meninos e tem um pingente no pescoço, deixado por sua mãe (Amanda Seyfried), que revelará sua origem e os rumos que deve seguir. Numa noite de bombardeios, na companhia do amigo Nibs (Lewis Ma-

cDougall), o já crescido órfão Peter se assusta com um navio pirata que cruza os céus da capital britânica desviando dos aviões de guerra. Nibs consegue escapar, mas Peter e outros meninos são levados para a Terra do Nunca, onde quem impera é o Capitão Barba Negra (Hugh Jackman). O primeiro cenário do lúdico universo é desolador: um infinito buraco, onde os garotos raptados são obrigados a garimpar, procurando uma espécie de elixir de fadas, fonte da juventude para o pirata-mor. Pairando sobre esse precipício, a majestosa nau do Capitão Barba Negra, que ao colocar o herói mirim para andar na prancha descobre o seu grande pesadelo, baseado numa antiga profecia, de um menino que tem o dom de voar e que será o libertador do povo oprimido da Terra do Nunca. Isolado numa prisão, Peter conta com a ajuda de outro prisioneiro, um certo James Gancho (Garrett Hedlund), para escapar e ir atrás de sua história, mata fechada adentro, no maravilhoso mundo da fantasia. Assim como fizeram Steven Spielberg (Hook) e Marc Forster (Em Busca da Terra

do Nunca), o diretor Joe Wright bebeu na fonte escrita por Sir Barrie, mas optou por uma trama nova, mas bem azeitada com a obra-prima infantojuvenil. O roteiro corresponde às expectativas, principalmente pela impressionante performance dos atores, comprometidos com a brincadeira. Exemplo da linda e talentosa Rooney Mara, no papel da Tigrinha Lily. Peter Pan de Joe Wright só peca por ignorar um aguardado e oportuno duelo entre o Barba Negra, de Jackman, e o Gancho, de Garrett Hedlund. Já Star Wars: Episódio Vii – O Despertar da Força ganha o circuito exibidor somente em 17 de dezembro, mas a curiosidade sobre o retorno da saga e o comando de J.J. Abrams – o mais preparado discípulo de Steven Spielberg – tem provocado recordes nas vendas antecipadas de ingressos. Existe uma expectativa, justificada pelo irretocável trabalho de Abrams junto à franquia concorrente Star Trek, porém sobram incertezas, pois a controladora Disney é a nova dona da Lucasfilm. Ausente no pôster definitivo e nas primeiras imagens, a dúvida, que tem tirado o sono dos fanáticos da série: de que lado da Força estará Luke Skywalker (Mark Hamill)? ❚

O longa Peter Pan, que tem como protagonista o ator Levi Miller (esq.), corresponde às expectativas: destaque para a impressionante performance dos atores

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A CÂMARA DE BH É A NOSSA CASA. ENTRE E PARTICIPE À VONTADE. A Câmara de BH é um espaço aberto, onde nossas questões são ouvidas, debatidas e podem até se tornar leis. A audiência pública é o principal instrumento para que você e sua comunidade possam defender seus interesses, dar opiniões e participar das decisões. Só neste ano, já foram mais de 100 audiências. A Câmara também recebe projetos de iniciativa popular, desde que sejam assinados por pelo menos 5% do eleitorado de BH. Outro canal de comunicação é a Ouvidoria (3555-1112), onde você pode propor demandas e sugestões que sejam importantes para as nossas vidas e para o funcionamento da nossa capital. Para participar e acompanhar, dia a dia , o trabalho dos nossos vereadores, basta acessar o portal www.cmbh.mg.gov.br e a TV Câmara (canal 61.4 digital). A Câmara é o espaço do diálogo e da colaboração. Venha conhecer melhor os nossos trabalhos e intervir nas decisões que fazem de Belo Horizonte uma cidade cada vez melhor.

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CAPA | CULTURA

Popstars dos

livros

Elas causam frenesi por onde passam, têm milhares de seguidores nas redes sociais e já se acostumaram a ver seus títulos se esgotarem nas livrarias. Quem são as escritoras mineiras que figuram no topo da lista das preferidas do público jovem MARINA DIAS

Gritos emocionados, lágrimas que escorrem pelo rosto, baderna típica de jovens cheios de energia. Os seguranças tentam organizar, atrás de uma fita, a multidão de adolescentes que vai se aglomerando mais e mais. À medida que a distância entre fãs e ídolo diminui, aumenta o nervosismo. É felicidade que não cabe em si: o momento de tocar naquela figura venerada e até então virtual chegou. O ídolo sorri de forma sincera e tranquila, enquanto oferece um abraço. Mais lágrimas. Elogios, novo abraço, selfie e, finalmente, o tão desejado autógrafo é registrado na primeira página do livro. Isso mesmo que você acabou de ler: do livro. A cena descrita acima não é fictícia. Pode ser vista em qualquer lançamento recente de livros dos escritores bambambãs para o público jovem pelo mundo e pelo Brasil. Aliás, o público juvenil já é maioria nas bienais mais famosas do país. Visitantes entre 15 e 29 anos somaram 56% do público da Bienal do Rio deste ano, que aconteceu em setembro passado. Na edição anterior, de 2013, já representavam 51%. O fenômeno em si não é novo. A chamada “geração Harry Potter”, ainda no final da década de 1990, foi quem inaugurou o frenesi infantojuvenil com a chamada literatura de entretenimento. Jovens obcecados devoravam na velocidade da luz os volumes da série e criaram fã-clubes dos personagens – e tudo

NO PÓDIO

*Agosto de 2015

Lugar de destaque para os livros juvenis, das escritoras mineiras, no último ranking* dos livros nacionais de ficção mais vendidos 1º lugar

Não se Iluda, Não Isabela Freitas

2º lugar

Não se Apega, Não Isabela Freitas

3º lugar

Minha Vida Fora de Série - 3ª Temporada Paula Pimenta

Fonte: Nielsen PublishNews

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Flávio Tavares/Jornal Hoje Em Dia

Bruna Vieira 21 anos

Onde nasceu: Leopoldina Livros publicados: 6 (O mais famoso é Depois dos Quinze) Exemplares vendidos: mais de 190 mil

Já na época em que personalidades da internet estavam ficando famosas fora da rede, Bruna estava entre os mineiros de maior sucesso na web, com número expressivo de acessos a seu blog e viewers de seu canal no YouTube, todos voltados para a temática de como é a vida depois dos 15. “Olheiros” das editoras não puderam deixar de notar essa menina que falava diretamente para jovens de sua faixa etária. Logo, foi convidada a publicar o primeiro livro, reunindo crônicas com

desabafos, histórias de sua vida e segredos de uma mineirinha do interior com visão de futuro. Além de crônicas e romances, Bruna teve recentemente experiências escrevendo um conto e uma adaptação para história em quadrinhos, e diz que achou tudo uma delícia. E não é só: ela pensa em lançar, no futuro, alguma obra policial. “Amo assistir a séries investigativas e seria um desafio interessante escrever algo do gênero para o público juvenil”, afirma. Quem sabe?

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CAPA | CULTURA Humberto Nicoline

Isabela Freitas 24 anos

Onde nasceu: Juiz de Fora Livros publicados: 2 ( O mais famoso é Não se Apega, Não) Exemplares vendidos: mais de 500 mil Isabela não tinha nem internet em casa antes de 2010, quando começou a fazer sucesso no Twitter, escrevendo sobre relacionamento e conflitos de jovens da sua idade, de um jeito bem resolvido. Mal, mal, tinha ouvido falar em blog quando seus fãs sugeriram que ela criasse um para poder escrever mais do que os 140 caracteres permitidos nos posts do microblog. Não é à toa que está nas nuvens com todo esse sucesso não apenas na internet, mas também por causa de seus dois livros já lançados. A bela autora conta que, apesar de amar escrever, não imaginava que viraria escritora, quando a editora Instrínseca a procurou com a proposta de que escrevesse um livro. Agora, não só tem dois títulos publicados e outro a caminho, como pode colocar no currículo uma conquista que poucos podem dizer que têm: uma obra adaptada para a TV. Não se Apega, Não vai virar série do programa Fantástico, da Rede Globo. As gravações já estão finalizadas, e a protagonista será a igualmente bela Laura Neiva. “Nunca imaginei que isso poderia acontecer. Parece um sonho”, afirma.

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isso foi intensificado pela adaptação das obras para filmes. De lá para cá, o comportamento tem se ampliado, abrindo também mais portas para autores brasileiros. A belo-horizontina Paula Pimenta, por exemplo, autora das séries Fazendo o Meu Filme e Minha Vida Fora de Série, é a escritora brasileira que mais vendeu livros em 2014 (dividindo o primeiro lugar com Augusto Cury). E deve fechar 2015 com 1 milhão de cópias vendidas de suas obras. Não é pouca coisa. “Se antes a maioria dos adolescentes lia o que a escola mandava, nos últimos anos, a coisa virou. A venda juvenil por impulso é o triplo do que se vende por indicação da escola. Houve uma inversão nesses números”, afirma Marcus Teles, sócio da rede de livrarias Leitura. “E os escritores daqui também viraram popstars. Alguns shoppings proibiram lançamentos de livros juvenis, tamanha a confusão devido ao número de pessoas.” As editoras têm ficado de olho no fenômeno. Segundo estimativa de 2013 da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, existem pelo menos 120 editoras brasileiras que publicam obras infantojuvenis e oferecem cerca de 30 mil títulos em português. Além disso, uma

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CAPA | CULTURA Victor Schwaner

Paula Pimenta 40 anos

Onde nasceu: Belo Horizonte Livros publicados: 14 (O mais famoso é Fazendo Meu Filme) Exemplares vendidos: mais de 980 mil O sonho de escrever, no fundo, no fundo, ela sempre teve. Mas foi após a graduação em publicidade, quando fez curso de escrita criativa em Londres, que Paula recebeu um impulso a mais no desejo de contar histórias e um aprendizado importante: para escrever, é preciso disciplina. Após as aulas, voltava para casa e rascunhava um pouquinho. E assim foi tomando forma uma história que ela já tinha pensado grafar em outras épocas. Em oito meses, finalizou o primeiro livro de ficção, Fazendo meu Filme – A Estreia de Fani. Mandou a obra para diversas editoras (“elas nem liam, só me falavam quanto eu precisava pagar para publicar”) até que enfim, uma delas topou. Paula, então, não parou mais. Entre os escritores brasileiros, ela é quem mais vendeu no país em 2014, já foi traduzida para quatro idiomas e lançada em Portugal, Espanha, Itália, além de todos os países da América Latina. E a agenda continua lotada: “No ano que vem, vou começar uma nova série, da Cecília, uma menina apaixonada por livros”, afirma. Fãs, preparem-se!

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estratégia tem sido criar selos exclusivos (ou quase) para obras voltadas a esse público. No grupo Record, maior conglomerado editorial da América Latina, foi criado o selo Galera, totalmente focado nessa faixa etária – e pelo qual são publicados autores como Meg Cabot e a paulistana Carina Rissi. No selo Gutenberg, do grupo mineiro Autêntica, esse nicho já responde por 70% das vendas. “É um segmento que só cresce”, diz a diretora da Autêntica, Rejane Dias. Mesmo tendo publicado o primeiro Fazendo Meu Filme, em 2008, ela afirma que o “boom” desse nicho foi por volta de 2010, sendo que as bienais dos últimos três anos já estavam totalmente tomadas pelos jovens. “É o que nos salvou da crise neste ano”, afirma Rejane. Nesse nicho, algumas mineiras têm se dado muito bem. Uma das grandes responsáveis por esse retorno citado por Rejane Dias, por exemplo, é a própria a Paula Pimenta. Em 2006, quando terminou de escrever sua primeira obra de ficção, várias editoras não toparam publicá-la, alegando que adolescentes não liam livros grossos (Fazendo Meu Filme 1 tem 320 páginas). Quando a editora Gutenberg aceitou o “manuscrito” e fez o lançamento, no final de 2008, o livro saiu com tiragem de 1 mil exemplares, esgotados em um ano. Paula insistiu no caminho. Depois de muita propaganda boca a boca, marketing da editora, trabalho duro da escritora, um contexto favorável para esse tipo de lançamento, o quarto livro, lançado três anos depois, já teve tiragem de 10 mil exemplares, esgotados em um mês. “Foi quando comecei a perceber a dimensão de tudo aquilo. No lançamento, tive de entrar por trás na livraria no Rio de Janeiro, de tanta gente que havia. Disseram que isso só tinha acontecido quando Fernando Henrique Cardoso tinha ido dar uma palestra lá”, conta Paula. Para o presidente da Academia Mineira de Letras, Olavo Romano, além de esse tipo de livro ter o atrativo de ser escrito conforme o ponto de vista de personagens da idade dos leitores, os autores ainda se valem de recursos midiáticos, o que ajuda na divulgação. “É uma sacada e tanto. Os autores mantêm contato com leitores por meio da internet, então, quando o livro sai, já fez um

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CAPA | CULTURA Pedro Nicoli

Laura Conrado 31 anos Onde nasceu: Belo Horizonte Livro publicados: 5 (entre eles, Freud, Me Tira Dessa!) Exemplares vendidos: 30 mil Laura lançou o primeiro livro em 2012, mas já está no quinto título lançado. O veio de escritora e a vontade de ser lida é inegável desde pequena. Na infância, escrevia histórias e pregava na parede do banheiro de casa quando havia alguma festa. “Assim, as pessoas eram obrigadas a ler”, lembra, com um sorriso no rosto. Depois de formada em comunicação, a vontade não passou com os textos jornalísticos que escrevia, então decidiu tentar a temida carreira de escritora. Ela escrevia no fim de expediente, durante a hora do almoço, quando desse. Tanto fez que conseguiu emplacar o primeiro livro e, em três anos, já publicou cinco. Além de palestras e visitas a escolas, Laura tem um projeto filantrópico de resgate da autoestima dos jovens em situação de risco por meio da literatura. “Não levanto bandeiras em meus livros, mas tenho preocupação com o viés psicológico e, quer queira quer não, há um fundo político, sociológico, trato a questão de gênero e, principalmente, a liberdade de escolha”, afirma. Sua autenticidade tem rendido frutos: a autora está em negociações para traduzir suas obras para espanhol, italiano e até holandês.

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caminho prévio, de certa maneira”, afirma. “É um processo muito inovador, contemporâneo, e representa um novo paradigma para as gerações mais antigas, que não têm domínio, afinidade ou tanto gosto pela coisa ágil e constante, como os jovens”, diz Olavo. De fato, não se pode negligenciar o papel da internet nesse fenômeno. Há os escritores já conhecidos, como Paula, que mantêm a fidelização de leitores alimentando blogs e redes sociais entre um livro e outro; há os influenciadores digitais – que recomendam títulos a seus milhares de seguidores – e, por fim, a visibilidade que a rede dá a potenciais autores por meio de textos postados on-line. É o caso da mineira de Leopoldina Bruna Vieira, que já era sucesso da internet com o blog Depois dos Quinze, desde 2008, quando, quatro anos depois, foi convidada pela Gutenberg para publicar um livro — cuja primeira tiragem já foi de 10 mil exemplares. “Como todo mundo que escreve, eu tinha o sonho de publicar um livro, e a in-

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CAPA | CULTURA ternet me fez acreditar que isso era possível, já que, antes mesmo da proposta da editora, eu já tinha uma quantidade bacana de leitores”, afirma. A blogueira, youtuber e escritora, que se mudou para São Paulo e já se sustenta sozinha por lá, ainda pretende publicar outras obras, mas não quer se afastar da internet. “As pessoas acham que passar horas on-line é desperdício de tempo, mas tudo depende do que você faz quando está on-line. Descobri minha profissão graças às redes sociais e ao meu blog, que antes era um hobby”, diz. Quem também se beneficiou da rede foi Isabela Freitas, autora de Não se Apega, Não e Não se Iluda, Não. Ela conta que a editora Intrínseca a procurou, por e-mail, interessada em assinar dois livros de cara – sendo que ela mesma poderia Victor Schwaner

apresentar os projetos dos livros, com muita liberdade para escolher formato e temas. Faz sentido, afinal, já deviam conhecer bem o estilo despojado da escritora, que foi sucesso no Twitter e, por sugestão de alguns dos 25 mil seguidores da época, criou o blog em que falava de relacionamento, dia a dia e escrevia crônicas. Isabela, que desistiu do curso de direito no oitavo período para se dedicar à escrita, conta que as fãs, conectadas 24 horas por dia, querem saber de tudo: quando virão os próximos livros, como estão seus pais, o namorado... E tudo isso exige trabalho, como posts frequentes no blog, fotos no Instagram, vídeos no YouTube, etc. “Se fico uma semana sem postar foto do meu namorado, já perguntam se eu terminei”, diz. Para Isabela, que vendeu, até agora,

TRÊS PERGUNTAS PARA | MEG CABOT Ela inspirou 10 entre 10 autoras do gênero chick-lit. A mineira Paula Pimenta, por exemplo, cita o livro O Diário da Princesa, obra que catapultou Cabot ao estrelato internacional, como um de seus preferidos e motivo pelo qual quis ser escritora. A americana, que esteve em BH para lançamento do 11º livro da série da princesa, já tem mais de 25 milhões de cópias vendidas no mundo e mais de 1,5 milhão no Brasil. Pouco antes da sessão de autógrafos, que juntou cerca de 200 fãs em uma livraria da capital em outubro passado, Meg conversou com Encontro. O que mudou desde que lançou o primeiro livro da série O Diário da Princesa, há 15 anos?

Hoje, a interação com os fãs é bem maior, devido ao desenvolvimento das redes sociais. Eu já conversava com eles via e-mail, mas agora tenho contato bem maior. É muito divertido, é uma maneira de autores se conectarem com leitores do mundo todo, saber o que pensam, suas sugestões. Mas também é um novo trabalho, e realmente dá muito trabalho! (Risos) O que diria para quem acredita que

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350 mil exemplares só do primeiro livro, suas obras têm feito sucesso não apenas pelo público cativo que já tinha. Ela ressalta a importância da linguagem fácil, no estilo da internet, que coloca nas histórias, para atração de leitores. “É como se fossem amigas conversando”, afirma. Linguagem leve e texto de ritmo ágil são também características dos livros da belo-horizontina Laura Conrado, ganhadora do Prêmio Jovem Brasileiro como destaque na Literatura em 2012. Ela tem feito sucesso com temáticas do dia a dia tratadas de forma honesta e com muito bom humor, especialmente ao retratar situações constrangedoras pelas quais todos passamos na vida. No primeiro livro, Freud, Me Tira Dessa, Laura insere uma dose de psicanálise no gênero que tem sido conhecido como “chick-lit” (li-

adolescentes não gostam de ler?

Eles amam ler! Quando fui tentar publicar meu livro, alguns editores diziam o mesmo, que jovens não liam livros com muitas páginas. E também havia uma ideia de que as obras deveriam sempre ter lições de moral, só porque eram para jovens. Eu não concordo. Podem até ter, mas acho que ler por diversão também vale. Por que decidiu lançar o 11º livro, seis anos após a publicação da última sequência?

Neste ano, a série faz 15 anos, então quis comemorar, lançar algo novo. Os fãs pediam muito uma continuação e que a protagonista, que é uma princesa, se casasse – especialmente depois que aconteceu o casamento real entre o príncipe William e Kate Middleton. Eu achava que isso não seria suficiente para sustentar um livro, então, quando pensei em uma trama familiar, que está presente na obra, achei que poderia lançá-la. Este é um livro para jovens adultos, pois a protagonista já está com 26 anos, seus dilemas são outros hoje. E a história acompanha os fãs que começaram a ler há 15 anos. Estou muito feliz!

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CAPA | CULTURA Legenda:

Curtidas no Facebook

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Perfil no Twitter

SUPERCURTIDAS Seguidores e visualizações das escritoras nas redes sociais BRUNA VIEIRA

PAULA PIMENTA

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Bruna Vieira

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ISABELA FREITAS

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Laura Conrado

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@laura_conrado

seguidores seguidores

teratura de menina) caracterizado pelo bom humor, protagonistas femininas e temas que envolvem desafios contemporâneos das mulheres. A fórmula tem funcionado. Laura, que usou o “método tradicional” e bateu de porta à porta de editoras à procura de alguma que publicasse seu primeiro livro – “foi um exercício de autoestima”, diz –, já está no quinto título, além de ter criado um blog há mais ou menos um ano e meio. Ela conta que sua inspiração são escritoras das décadas de 1970 e 1980, e o que faz é colocar isso em uma embalagem mais comercial. “Tenho consciência de que o que eu faço é literatura de entretenimento. Mas sou segura do meu trabalho, e acho que a qualidade da literatura independe do gênero”, afirma, mandando um recado para quem não é fã desse tipo de literatura. Segundo a professora Graça Paulino, da Faculdade de Educação da UFMG, o fato de pertencer à literatura de entretenimento não invalida a leitura, e pais ou educadores não devem carregar esse preconceito. “Pode-se ler para entreter-se, emocionar-se, para mudar a visão de

mundo, para encantar-se com a linguagem. Cada um deve ler o que prefere, e não o que o obrigam a ler. Isso é o mais importante no processo”, afirma Graça. Tentando seguir essa máxima, no colégio Santo Agostinho, os alunos do 7º ano têm a oportunidade de escolher algumas das leituras que farão ao longo do curso – e, segundo a professora de língua portuguesa Fernanda Braga, as autoras mineiras volta e meia aparecem entre as preferidas. Neste ano, também adotaram um livro de crônicas da Paula Pimenta como leitura obrigatória. “Consegui unir o trabalho de gêneros literários com a escolha de uma autora que os alunos iriam curtir”, afirma Fernanda. “Eles se identificaram com a linguagem usada, com as situações. E, como eram crônicas, tocavam em assuntos cotidianos menos específicos do dia a dia feminino, ao contrário dos romances”, explica. Segundo ela, a ideia foi um sucesso, e os pequenos tiveram também a chance de conversar com a autora sobre o processo da escrita – um dos compromissos mais comuns na agenda dessas

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LAURA CONRADO

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@depoisdosquinze @brunavieira

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Paula Pimenta

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escritoras, aliás, é ir a escolas e dar palestras – e de tietar um pouquinho. Quem é PhD em presença nas escolas é a mineira Stella Maris Rezende, uma das mais conceituadas escritoras brasileiras para o público infantojuvenil. Ganhadora por quatro vezes do prêmio Jabuti e conhecida pelo primor com a linguagem, Stella reconhece o sucesso da literatura de livros de rápido consumo, mas acredita que os jovens, aos poucos, passam a buscar mais. “Muitos deles sentem necessidade de leituras mais condizentes com a complexidade da condição humana, de textos em que a linguagem é saboreada devagar, porque nela existem ingredientes que surpreendem”, afirma. “O importante desses sucessos de vendas é que eles estão formando um bom número de leitores.” Autora de dezenas de títulos e com várias obras novas no forno, ela pode ter razão. De qualquer forma, independentemente do gênero, o que importa é que jovens estão lendo livros. E, como disse Machado de Assis, “se todos os gostos fossem iguais, o que seria do amarelo?” ❚

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MODA | TENDÊNCIA

Eles usam borboleta

Samuel Gê

O modelo de gravata ganha adeptos em looks informais, com tecidos e estampas diversificadas

GEÓRGEA CHOUCAIR

O acessório é indispensável quando o traje pede rigor. Mas agora se tornou aliado do visual até mesmo de adeptos de looks mais descolados. Sim, as gravatas-borboletas estão sendo usadas no dia a dia, em ocasiões informais. Elas ganharam força nos últimos tempos fazendo par não só com o terno e com camisas sociais, como também com suéters, cardigãs, bermudas, polos e camisas de manga curta. Esse tipo de gravata, que já foi visto como “coisa de vovô”, hoje incorpora outras referências no guarda-roupa masculino. Com a valorização da estética vintage, os jovens aderiram à peça para o uso em bares, boates, igrejas, happy hours, shoppings e trabalho. Os homens

O protético dentário Filipe Camba acha que o acessório pega bem com suas tatuagens: “Gosto dessa mistura”

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Alexandre Rezende

COM MUITO ESTILO Saiba como montar produções Pode ser usada com camisas de mangas longas ou curtas Se você é adepto do look vintage, complemente o visual com suspensórios e coletes Para uma produção mais descolada, use com camisa de mangas curtas e bermudas que tenham corte de alfaiataria ou casual. Não se esqueça do cinto

Gravatas estampadas vão bem com camisas lisas ou com estampas cujas cores estejam harmonizadas Quanto mais colorida, mais casual é a gravata. Prefira cores mais neutras para o trabalho ou casamentos Fonte: Rodrigo Cezário

“O homem de hoje busca uma identidade no visual. A gravata-borboleta proporciona um pouco isso”, afirma o visual merchandiser André Aragão Rafael Tavares

O empresário Marcos Calmon aposta na combinação com coletes, blazers e jeans: “Uso em aniversários, jantares e para trabalhar também”

fashionistas a consideram atemporal e ótimo acessório para garantir um ar diferenciado às produções. As estampas florais, de poá, animal print, couro, onça, lisas e com spikes fazem parte da coleção de 30 gravatas-borboleta do visual merchandiser André Aragão, de 28 anos. Ele consegue combiná-las com tênis, jeans, suspensório e até bermudas e sandálias. André dá algumas dicas de como usar sem “poluir” o visual: se a gravata é bege com floral azul claro, por exemplo, o ideal é combinar com camisa bege ou azul-claro. As gravatas de poá são as preferidas de André, que tem cinco peças com a estampa. “É mais clássica, um padrão que não se perde ao longo do tempo”, diz. Ao se vestir, ele gosta de voltar às décadas passadas. “O homem de hoje busca uma identidade no visual. A gravata-borboleta proporciona um pouco isso”, diz. O consultor de estilo Rodrigo Cezário aprova. “Ela é um charme e vai bem em qualquer estação do ano e em ambientes diferentes”, diz. Se há um problema, é na hora de dar o nó. Por isso, recomenda: o melhor mesmo é comprar pronta. “O meu nó sempre sai torto”, diz o empresário Marcos Calmon, de 32 anos. A sua primeira peça – um modelo de seda estampada – foi comprada há 10 anos, em viagem a Buenos Aires. De lá para cá, seu guarda-roupa ganhou novas tonalidades e tecidos das peças, adquiridas em viagens pelos Estados Unidos, França e Inglaterra. O seu xodó atual é uma gravata Gucci floral. “Uso em aniversários, jantares e para trabalhar também”, diz. “Acho que completa o look, com blazers, coletes e jeans.” O braço todo tatuado do protético dentário Filipe Camba, de 20 anos, não é barreira para ele também apostar no visual com camisa de manga curta estampada e gravata-borboleta. “Gosto dessa mistura. Não fica parecendo um cara bobo, nem desleixado. É um equilíbrio”, afirma Filipe. Para quem quer apostar na tendência, é preciso ficar atento na hora de comprar: esse tipo de gravata deve ficar entre a linha lateral e externa dos olhos até o limite final do rosto, nunca passando essa área. z NOVEMBRO DE 2015

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DECORAÇÃO | TENDÊNCIA

Tijolinhos

à mostra

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Henrique Queiroga/Divulgação

Projetos com espaços amplos, muito concreto e tubulações aparentes mostram que o estilo industrial vem ganhando adeptos Divulgação

URBANO CHIQUE A sala de estar de 50m2 foi planejada para múltiplos usos e teve como inspiração os pubs londrinos e o industrial design. Contemporâneo e com detalhes rústicos, o projeto de Marina Dubal privilegia cores neutras e naturais, textura de tijolinho em grande parte das paredes, iluminação indireta com luminárias de ferro e móveis espaçosos. Detalhes como as taxas na mesa e o capitonê no pufe dão charme extra ao décor.

AMANDA ALEIXO

A década de 1950 foi um marco para a cultura norte-americana: Brigitte Bardot ditava moda, a televisão caminhava a passos largos e Elvis Presley era coroado rei do rock. Na arquitetura, foi a vez de os interiores norte-americanos ganharem outra cara. Os grandes galpões nos arredores de Nova York davam lugar a estúdios de arte e residências: os famosos lofts. Com espaços amplos, poucas paredes e acabamentos expostos e desprendidos de luxo, o estilo industrial se firmou e serviu de referência para a arquitetura da época. Entre as características, iluminação em trilhos, tubulações e blocos de concreto aparentes. No Brasil, a tendência logo ganhou adeptos. “Com os imóveis cada vez menores, a solução de integração dos espaços caiu no gosto, principalmente, do público jovem”, explica a arquiteta Luciana Araújo. O estilo voltou com força e agora é valorizado em materiais como o cimento queimado, técnica que pode ser aplicada no piso ou em paredes. “O cimento queimado é muito utilizado nas residências e supre a necessidade de um ar mais moderno no décor”, diz a arquiteta. O famoso tijolinho, já conhecido pelas composições rústicas, passou a ser trabalhado numa ótica mais urbana e descolada. Para quem quer seguir a tendência, vale apostar na integração dos ambientes. “Para trazer essa sensação de amplitude, é necessário quebrar algumas paredes”, explica Luciana. Quem quer novos ares para o lar evitando o quebra-quebra deve investir em texturas ou instalar papéis de parede que imitam o concreto. No lugar de móveis clássicos, valorizar as peças modernas e adornos metálicos. “O revestimento de uma das paredes do ambiente com tijolo maciço ou cerâmica de pouca espessura também é uma boa opção”, diz. Se for confiar no próprio gosto, cuide para que o espaço não fique muito fechado ou a decoração exagerada. “É muito importante analisar todos os acabamentos, móveis e adornos que serão utilizados pensando no projeto como um todo”, explica Luciana. NOVEMBRO DE 2015

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Fotos: Divulgação

DESTAQUE GEOMÉTRICO Projetado para um jovem casal que gosta de receber, as arquitetas Luciana Araújo e Nathalia Otoni trabalharam sobre um layout que possibilita a integração visual dos espaços e uma decoração moderna e descontraída. Os tons neutros estão presentes na textura de cimento queimado e na madeira, e o toque de cor entrou na poltrona azul, fios vermelhos dos pendentes e nas obras de arte. O tapete com estampa geométrica é peça de destaque e contribui para o clima jovial. O mobiliário foi projetado de maneira que valorizasse os planos fortes do apartamento e possibilitasse a conversa entre as pessoas nos diversos ambientes.

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Fotos: Daniel Mansur/Divulgação

MAIS ESPAÇO, MENOS PAREDES Nesta sala com pé-direito duplo, o arquiteto Luis Fábio Resende trabalha com amplitude e fechamentos em vidro. O industrial design está presente no piso da residência, que foi executado em cimento queimado e pó de mármore branco, com o objetivo de clarear e retardar a cura. O estilo também inspirou o espaçamento entre o mobiliário e a integração de espaços, como a varanda e a cozinha gourmet, que foram ligadas à sala. Detalhes como o nicho para a projeção do telão e a lareira a gás estão carregados de luxo.

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DECORAÇÃO | TENDÊNCIA Osvaldo de Castro / Divulgação

CULTURA URBANA Projetado para um casal que adora viajar mundo afora, este loft integrou espaços para estar, leitura e música. Buscando a singularidade, o arquiteto Cioli Stancioli manteve o compensado naval, piso original do contêiner e o teto aparente, que valoriza a chapa original. Na sala de música e leitura, as poltronas de tecido liso, o móvel para LPs e as fotografias de Nova York, em quadros do acervo particular, imprimem marca artística ao projeto. ❚ Divulgação

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ARQUITETO DIEGO REVOLLO | BANHEIRA MONACO | FOTÓGRAFO LUFE GOMES

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NA MESA | ALINE GONÇALVES agoncalves@editoraencontro.com.br

Samuel Gê

COSTELA NOBRE

NO VILA DA SERRA Acostumado a circular no Lourdes e na Savassi, onde estão seus estabelecimentos Boteco da Carne, Bartiquim Gonzaga, Santa Rita e Costelaria Monjardim, o empresário Leonardo Marques não sai, agora, do Vila da Serra. É que ele está às voltas com a obra da Vila Monjardim, empreendimento que será aberto no fim do mês. O centro do restaurante já está pronto e é uma enorme câmara fria para 6 mil kg de carne – que começou a receber as primeiras peças da costela bovina uruguaia. “O carro-chefe será essa carne na brasa, mas teremos outros cortes nobres, como os do boi da raça Wagyu (famosa pela maciez)”, diz ele, sócio de Mauro Neuenschwander e Narciso Neto no negócio. Com capacidade para 250 pessoas, o restaurante terá espaço kids e decoração com madeira de demolição. O investimento é de 2,5 milhões de reais e serão 580 m2, no total, e 30 m de frente: ou seja, será impossível não notá-lo. Reprodução

Geraldo Goulart

TEM CHEF NO BAR Entre um drinque e outro, até mesmo finalizado com algodão-doce, o Utopia Resto-Bar, recém-aberto no Sion, caiu nas graças dos belo-horizontinos. Porém, pouca gente sabe, a casa tem investido também na cozinha, e não só no bar. Para agradar à turma dos petiscos e dos pratos individuais, foi contratado o chef Luca Buonerba, natural de Nápole, Itália, que já trabalhou no restaurante Topo do Mundo. “As opções de jantar são contemporâneas e já estamos fazendo algumas massas artesanalmente, como nosso fettuccine com frutos do mar”, diz o empresário Gustavo Campos. Risoto de camarão e filé com tomate seco são algumas sugestões que têm feito sucesso. “Mesmo sendo uma casa com música, não somos uma balada, e nossa ideia é atender também a demanda por refeições”, explica Gustavo.

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BARRACA PREDILETA Linguiça, queijo, mel. Tudo isso aparece com frequência na Feira Aproxima, projeto idealizado pelo chef Eduardo Maya, que acontece todo primeiro sábado do mês em diferentes pontos de BH. Mas nem ele poderia imaginar que uma barraca de frutas estaria entre as mais procuradas. Os produtores Luiz Lago e Rosana Lago, do Sítio Juranda, são os responsáveis pelas amoras, framboesas e mirtilos in natura, congelados ou em geleias, que fazem tanto sucesso. “A barraca deles está sempre lotada. Da primeira vez, vieram com um carrinho velho e, agora, já estão de caminhãozinho”, brinca Maya. A produção é trazida de Campestre, Sul de Minas. “Desde que começamos na feirinha, as vendas cresceram 500%”, diz Luiz. Em média, eles comercializam 220 kg de frutas na feira, isso sem falar nas parcerias comerciais que fecharam a partir do Aproxima. Alexandre Rezende

Paulo Márcio

CARAS NOVAS PARA INICIAR OU FINALIZAR O entrecôte (contrafilé) com fritas e molho secreto é “imexível” no L’Entrecôte de Paris, franquia aberta há cinco meses no Lourdes. Porém, isso não significa mesmice na cozinha. Neste mês, os empresários Vinícius Carneiro e Fernanda Teichert estão incluindo as entradas quiche, steak tartare (carne crua picada e temperada) e croque monsieur (espécie de misto quente). “Os mineiros pedem mais opções para se juntar à tábua de queijos e à salada, disponíveis desde a abertura”, diz Vinícius. Ele aguarda, ainda, a aprovação da matriz para adicionar o mil-folhas com damasco, tomate e queijo, criado em BH. Na ala de sobremesas, as 15 opções ganharam um reforço que já fazia sucesso nas outras unidades: é o La Surprise au Chocolat, casquinha de chocolate belga com sorvete de creme, amêndoas e biscoito champanhe, finalizada à mesa com calda quente de avelã. Paulo Márcio

O L’Entrecôte et Frites Tous les Jours – apelidado de L’Entrecôte de BH – está de cara nova. Há algumas semanas, Marcelo Leão e a chef Kátia Xavier (que participou do último Cozinha sob Pressão, no SBT) passaram de funcionários a proprietários. Com eles, mudanças chegaram. Agora, o local serve opções para além do entrecôte (contrafilé) com fritas e molho secreto. No almoço, há, por exemplo, carne, batatas rústicas e molho de mostarda. No cardápio fixo, aparece salmão com legumes, e o entrecôte pode ganhar acompanhamento de massa – à noite, pode ser guarnecido, ainda, por legumes, batata sauté ou arroz com brócolis. Até a sobremesa, a mousse de chocolate, ganhou companhia de um creme de caramelo. “Queremos dar mais atrativos, mas sem fugir da identidade que temos”, diz Kátia.

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GASTRÔ | RECEITAS

Para além do

tiramisù

Chefs de BH ensinam receitas com mascarpone, ingrediente responsável pelo estrelato da sobremesa italiana

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AMANDA ALEIXO E MARINA DIAS

Três coisas não podem faltar nas típicas mesas da Itália: massas, vinho e o famoso tiramisù. A sobremesa, que consiste em camadas de biscoito champanhe embebidos em vinho marsala e café, entremeadas por um creme feito com queijo mascarpone e polvilhadas com cacau em pó, ganhou o paladar dos brasileiros. O sucesso da receita é creditado ao queijo feito com leite de vaca e particularmente rico em gorduras. O ingrediente tem sabor delicado e é base para diversas receitas nos restaurantes da capital. Se a opção é reunir a família para um lanche, o cheesecake salgado de mascarpone é ótima opção. A chef Cristiane Lacerda, do Buffet Fora do Comum, ensina como preparar o quitute em tamanho família. Na hora da refeição principal, a opção apresentada pelo chef Wanderson Costa, que comanda a cozinha do Saatore, é parpadelle ao molho de mascarpone e camarões. Os amantes da carne vermelha contam com a sugestão da chef Fany Silveira, do Bistrô do Divino. É dela a receita de ancho com purê ao molho de mascarpone. Para adoçar a boca e, é claro, deixá-la com um gostinho de quero mais, o chef Marcelo de Souza traz ingredientes mineiros junto ao mascarpone. No Paradiso, o cheesecake descontruído de romeu e julieta leva goiabada cascão e queijo da Serra da Canastra e faz o maior sucesso. O chef Anderson Teixeira, do La Victoria, ensina a preparar o creme de mascarpone com frutas do bosque. Depois de provar todas essas delícias, não restam dúvidas de que o ingrediente está com a bola toda.

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Cheesecake desconstruído romeu e julieta

Fotos: Denis Medeiros

Rende 10 unidades Por Marcelo de Souza, chef do Paradiso

INGREDIENTES Para a massa 200 g de biscoito Maria 100 g de manteiga 30 g de goiabada cascão 30 g de queijo tipo Canastra 1 colher (café) de fermento químico

Para o recheio 1 kg de mascarpone 200 g de açúcar refinado 1 colher (chá) de baunilha 2 folhas de gelatina incolor 50 ml de leite

Para a cobertura 350 g de goiabada cascão 100 ml de leite 80 ml de creme de leite 1 folha de gelatina

MODO DE PREPARO Para a massa Pique o queijo e a goiabada em pequenos cubos e misture-os com o restante dos ingredientes. Divida essa massa em 10 partes iguais e molde pequenas bolachas em cada uma delas. Asse-as em forno preaquecido a 180° C, por 15 minutos ou até que fiquem douradas. Reserve.

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Para o recheio Hidrate a gelatina em um copo de água, escorra a água e coloque a gelatina no leite já aquecido a 50° C. Misture até dissolver. Misture ao restante dos ingredientes e bata em batedeira até ficar bem cremoso e aerado. Reserve. Para a cobertura Hidrate a gelatina tal como feito no recheio. Pique a goiabada em pequenos cubos e bata tudo no liquidificador. Faça a montagem em taças de Martini. Primeiro o creme de queijo, depois o de goiaba e finalize com as bolachas quebradas por cima.

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Paulo Marcio

Cheesecake salgado de mascarpone INGREDIENTES Para a massa 250 g de farinha de trigo 30 g de mostarda 5 g de sal 2 gemas 115 g de manteiga Para o recheio 380 g de mascarpone 200 g de creme de leite fresco 200 g de cream cheese 5 g de sal Para a montagem 300 g de presunto Parma fatiado 1 caixa de figos frescos

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MODO DE PREPARO

Serve 10 pessoas

Para a massa Misture todos os ingredientes com as pontas dos dedos e deixe descansar por 30 minutos na geladeira. Abra a massa e coloque-a em fôrmas. Asse-a, a 180° C, por 30 minutos ou até a massa ficar dourada. Reserve e deixe esfriar.

Por Cristiane Lacerda, do Buffet Fora do Comum

Para o recheio Bata o creme de leite fresco até dar ponto de chantilly e reserve. Misture o mascarpone ao cream cheese e coloque uma pitada de sal. Acrescente o chantilly e depois despeje na massa. Coloque na geladeira até ficar firme. Decore com os figos frescos e as fatias de presunto Parma.

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GASTRÔ | RECEITAS Cláudio Cunha

Parpadelle ao molho de mascarpone e camarões Serve 4 pessoas INGREDIENTES 200 g de massa parpadelle 300 g de camarões 300 g de queijo mascarpone 80 ml de vinho branco seco cebola ralada 2 colheres (sopa) de manteiga sem sal Sal Queijo parmesão

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AR FR JU MA MA NO SV RE

Por Wanderson Costa, chef do Saatore

MODO DE PREPARO Em uma frigideira, doure a cebola na manteiga, junte os camarões e deixe-os por cinco minutos. Em fogo baixo, acrescente o vinho branco e deixe flambar. Coloque o queijo mascarpone junto aos outros ingredientes, mexa por mais cinco minutos e reserve. Em outra panela, com água e sal, cozinhe o parpadelle. Quando pronto, junte a massa ao molho e sirva com queijo parmesão.

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ALFONS

HUG

IMAGEM: THOMAS FLORSCHUETZ. SEM TÍTULO (PALAST) 29, 2006/07 CORTESIA DA GALERIA ANITA SCHWARTZ, RIO DE JANEIRO E THOMAS FLORSCHUETZ, BERLIM

CUR ADORIA

ARTISTAS: CHRISTIAN JANKOWSKI / CYPRIEN GAILLARD / FRANK THIEL FRANZ ACKERMANN / FRIEDERIKE VON RAUCH / JULIAN ROSEFELDT JULIU S VON BISMARCK & JULIAN CHARRIÈR E / KIT T Y KR AU S MARC BRAND ENBURG / MARCEL D ET TMANN / MARCELLVS L M A R K F O R M A N E K / M A R T I N E B E R L E / M I C H A E L W E S E LY NORBERT BISK Y / R E YNOLD R E YNOLDS / SERGEJ JENSEN SV EN MARQ UARDT / THOMAS FLORSCHUE T Z / THOMAS R ENTMEIST ER / THOMAS SCHEIBITZ / TOBIAS ZIELONY

SAL A

CLUBE

BERLIM

POR HEIKO HOFFMANN / DJS EM SOUNDTUBE : RØDHÅD / HEAD HIGH / MASSIMILIANO PAGLIARA / TALE OF US ANS W ER COD E R EQ UE S T / DAVID AUGU S T / MOD E SELEK TOR

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL

21 . 1 0 . 2 0 1 5 11 . 0 1 . 2 0 1 6 4ª A 2ª F E I R A DE 9H ÀS 21H

ENTRADA FRANCA

LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS

ASSINATURA CONJUGADA COLORIDA COM CCPL

Produção

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Apoio

Realização

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Rogério Sol

Creme de mascarpone com frutas do bosque Serve 4 pessoas INGREDIENTES Para o creme 500 g de creme de mascarpone 100 g de açúcar 1 gema

Por Anderson Teixeira, chef do La Victoria

Para a calda de frutas 1,5 bandeja de morangos 30 g de amora 30 g de framboesa 30 g de mirtilos 1 xícara de vinho branco

MODO DE PREPARO Para o creme Em uma batedeira, bata a gema e o açúcar até ficar homogêneo. Em seguida, misture o creme de mascarpone delicadamente. Reserve. Para a calda de frutas Cozinhe os morangos com o vinho até amolecê-los. Em seguida, bata no liquidificador até dar ponto de creme. Deixe esfriar e adicione as frutas. Em uma taça, coloque a metade de creme e o restante de calda de frutas e sirva.

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Rogério Sol

Ancho ao purê de mascarpone Serve 1 pessoa INGREDIENTES Para a carne 200 g de bife ancho Sal a gosto

Por Fany Silveira, chef do Bistrô do Divino

Para o purê 200 g de queijo mascarpone xícaras de leite integral tablete de manteiga sem sal 1 batata média descascada e cortada em cubos grandes 2 dentes de alho assados amassados Sal a gosto Pimenta-do-reino moída na hora Para o molho roti 200 ml de vinho branco 2 xícaras de carne cozida 2 colheres (sopa) de amido de milho 1 batata grande 1 cenoura grande 1 cebola grande 1 colher de margarina Sal a gosto

MODO DE PREPARO Para a carne Tempere a carne com sal. Em uma panela com azeite, sele o bife até chegar ao ponto desejado. Para o purê Em uma panela grande, coloque a batata e adicione água fria até cobri-la e uma colher (sopa) de sal. Em fogo alto, aguarde o cozimento até que a batata fique macia. Escorra bem, passe a batata por um espremedor e reserve. Em outra panela, coloque

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o alho, a manteiga e o leite e deixe ferver em fogo baixo. Junte a mistura de leite à batata, mexendo até ficar homogêneo. Acrescente o mascarpone e tempere bem com sal e pimenta. Mantenha aquecido em banho-maria até servir. Para o molho roti Em uma panela, coloque o vinho branco e a carne – já temperada – e deixe ferver junto aos legumes. Enquanto isso, misture a margarina e o amido de milho em uma tigela. Junte a mistura ao caldo da panela de carne e deixe ferver até que o amido fique homogêneo. Tempere com sal a gosto. z

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GASTRÔ | VINHO

Produção mineira na Vinho Malbec que começou a ser elaborado por economista como hobby chega ao terceiro rótulo

Argentina Samuel Gê

ALINE GONÇALVES

Quando trabalhar deixa de ser obrigação, cada pessoa inventa maneiras de aproveitar o tempo livre. Uns escolhem viajar, outros investem em aprendizados e há quem decida produzir vinho. Essa última opção foi a escolha do economista Emerson de Almeida ao sair da presidência da Fundação Dom Cabral (FDC), em 2012, cargo que ocupava desde 1976, ano de criação da instituição. No último mês, ele lançou, com o sócio Luiz Eduardo Ferreira, a terceira leva do rótulo Gracias a La Vida, resultado de uvas colhidas em 2013 (a primeira produção do vinho, de 2011, com 300 garrafas, está esgotada; a segunda, de 2012, com 900 garrafas, está nas últimas unidades). Desta vez, são 1,8 mil unidades numeradas. O vinho é feito apenas com uvas Malbec: a escolha se deu por preferência dos produtores e pela potencialidade da região de Mendoza, Argentina, onde está o vinhedo. O rótulo é um Gran Reserva, ou seja, passou 24 meses em barrica de carvalho francês. “Os enólogos argentinos estão classificando 2013 como o ano da melhor safra dos últimos tempos. Por conta do clima, as expectativas são de rótulos de excelência”, diz Luiz. A história do Gracias a la Vida começa, claro, antes de chegar às mesas dos amigos e parentes dos dois produtores ou das adegas da Vinces Wine & Coffee, no BH Shopping, e do restaurante Província di Salerno – entre outros pontos de venda. E é ainda bem anterior à escolha dos frutos e das barricas. “Uma das memórias que tenho é de esmagar as uvas com os pés para ajudar meu avô na produção de um vinho da família. Talvez isso tenha me despertado, tantos anos depois, para 150 |Encontro

“Em 2008, quando decidi deixar a Fundação Dom Cabral, comecei a me preocupar com o ressignificado da vida e busquei novos prazeres”, diz Emerson de Almeida (sentado), que produz o vinho, com Luiz Eduardo Ferreira

seguir o caminho”, diz Emerson. Seu interesse pela bebida se fortaleceu na França, no fim dos anos 1960, para onde se mudou, inconformado com a ditadura militar. Enquanto se dedicava aos estudos (ele permaneceu na Europa até o início da década de 1970), acabou trocando a cerveja pelo vinho. “Em 2008, quando decidi deixar a FDC, comecei a me preocupar com o ressignificado da vida e busquei novos prazeres. O vinho foi um deles”, diz Emerson. Assim, em 2009, ele conheceu um dos administradores do The Vines of Mendoza, espécie de loteamento com mais de 100 pequenos espaços sob administração de proprietários de

diversas partes do mundo. Ao adquirir um pedaço de terra ali, conquista-se a assessoria de diferentes profissionais que cuidam desde o plantio até o armazenamento dos vinhos. “Meu sonho, agora, é produzir o melhor Malbec da região. Não conseguimos ainda, porque sei que tem pelo menos um na minha frente”, diz Emerson, que se diverte com a “competição” com outros novatos. Para o rótulo lançado no último mês, a recomendação é guardá-lo até 2016 e consumi-lo, preferencialmente, com carnes vermelhas e queijos untuosos. A quem esperou anos e anos para ver o sonho se realizar, guardar um vinho desses por alguns meses é pouco. z

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GASTRÔ | NOVIDADES

Sangue novo no Patusca

Fotos: Denis Medeiros

Chef Clóvis Viana ganha companhia do filho, Diego Viana, na administração de seu tradicional restaurante. Momento é de mudanças ALINE GONÇALVES

Vida de chef de cozinha não é fácil. É preciso pensar no cardápio, comandar a equipe, tratar com os fornecedores. Se o especialista for dono do próprio negócio, aí as funções dobram. Que o diga o chef Clóvis Viana, que passou os últimos 13 anos entre a cozinha e o salão do Patuscada, no Funcionários, isso sem contabilizar o trabalho em seus bufês e restaurantes anteriores. Agora, porém, ele está mais sossegado. Isso porque, sem alarde, há alguns meses, o filho mais velho, Diego Viana, de 26 anos, assumiu a administração da casa, sem deixar de flertar com a cozinha. “Eu não tinha aquele gosto por cozinhar. Foi só por necessidade, quando saí de casa, que comecei a me interessar e aprender e, por acaso, descobri que tinha habilidade”, diz o jovem. A necessidade, no caso, veio no período da graduação, quando estudou engenharia de produção no interior de Minas e fez intercâmbio na Europa. Nessa época, parecia que ele ia deixar de lado a herança gastronômica de família – Diego é neto de Aristides Viana, chef durante anos no hotel Del Rey, que fez fama em BH, e sobrinho do chef Robson Viana, do Ephigênia Bistrô. “Quando ele foi para o interior, até procurei outra pessoa para me ajudar, mas não deu certo. Imaginei que não voltaria”, diz Clóvis. Mas as raízes falaram alto e o pai, que nunca pressionou o filho, não esconde, agora, o orgulho em tê-lo ao lado. “Ele tem liderança e é muito determinado, 152 |Encontro

“Ele tem liderança e é muito determinado”, diz o chef Clóvis Viana, orgulhoso, sobre o filho Diego

Legumes assados no azeite com pasta de quinoa é sugestão de Diego: vegetariano, o jovem quer incluir mais opções sem carne no cardápio

dedica-se e cobra da equipe, e isso tem sido muito bom”, diz Clóvis. Diego já começou a imprimir mudanças no tradicional restaurante. Alguns fornecedores foram trocados, o setor de marketing ganhou estímulo com a abertura de contas nas redes sociais, e os 30 funcionários passaram a ter reuniões semanais. “Faço tudo detalhado, analiso custo-benefício, qualidade do fornecedor. Minha graduação, de certa maneira, me deu embasamento para isso”, diz o rapaz. O horário de funcionamento noturno também foi alterado. O restaurante não abre mais à noite às

segundas, terças e quartas. Vegetariano, Diego ainda tem dado ideias para a implantação de pratos sem carne, o que não é tão habitual na família. Os próximos passos para o jovem, Clóvis consegue imaginar. “Quero que ele fique mais independente, que entre na cozinha, mesmo que não seja para chefiar, mas quero poder cozinhar menos”, explica. Diego também aposta nesse caminho e certamente terá a companhia da irmã, Suellen Viana, atualmente estudante de nutrição. “O próximo passo é fazer um curso de gastronomia”, diz Diego. z

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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br

TUDO DIFERENTE Marina Godinho é festeira. Puxou a mãe, Nágila Flávia Godinho Maurício, que adora tudo relacionado à produção de uma festa: dos detalhes à curtição do grande dia. Para a comemoração dos 15 anos de Marina, em fins de novembro, na Casa Tua, a sintonia de mãe e filha vai render surpresas e uma noite inesquecível. “Ela quer uma festa diferente”, antecipa Nágila, sem entrar em detalhes para não estragar a surpre-

sa. Marina só não abriu mão da valsa. “O sonho de princesa é o mesmo de todas as meninas”, compara a mãe. A garota dançará com o pai, Alexandre Martins Maurício; os avós, Euler Godinho e Marciano Hélcio; padrinhos, tios e amigos, somando 19 convidados. Nágila conta que organizar uma festa de 15 anos é trabalhoso, mas isso não tira a graça e o prazer. “É emocionante cuidar de cada detalhe”, derrete-se.

Ana Junqueira/Divulgação

DO OSCAR AO JABUTI

NO SAMBÓDROMO

Patrícia Soutto Mayor Assumpção e Clésio Barbosa estão rindo à toa. Depois de faturarem o Gourmand Awards, o oscar da literatura gastronômica mundial, o livro Minas Gerais – Fazendas & Sabores do Leite está no páreo do Prêmio Jabuti. A obra concorre com outros 10 títulos na categoria Gastronomia. O resultado será conhecido em dezembro, durante solenidade no auditório do Ibirapuera. O juri técnico será responsável por eleger os três primeiros colocados de cada uma das 27 categorias.

A mineira mais tradicional no carnaval carioca, Maria Helena Cadar comemora, no próximo evento, 26 anos desfilando pelo Salgueiro, sem perder o compasso. “A escola já está a todo vapor”, conta ela, que neste mês começa as provas da fantasia. Por enquanto, tudo é mantido em segredo. “Como o barracão para no Natal, tudo deve ser antecipado.” Otimista, Maria Helena aponta a beleza da letra do samba e as surpresas que virão por aí como fatores que podem levar a escola à vitória. “Vai valer!”, diz. Ela sairá no quinto carro alegórico. O Salgueiro será a segunda escola a desfilar na segunda-feira de carnaval, dia 8 de fevereiro, com o enredo A Ópera dos Malandros.

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Vanessa Gori/Divulgação

COM AMOR E COM AFETO Antes mesmo do casamento de Manuela Pissinati Cassundé e Frederico Mascarenhas Mourão Vidigal, neste mês, na igreja Santo Inácio de Loyola, a noiva guarda boas recordações e surpresas românticas. “Fomos para Veneza passar o réveillon e fui surpreendida com o pedido de noivado, em plena praça de São Marcos”,

conta. Assim como o noivado, o casamento não foi planejado com antecedência. “Tudo foi muito rápido”, diz Manuela, que é filha de Manoel Cassundé e Norma Pissinat Cassundé. Frederico é filho de Cipriano Guatimosin Vidigal e Claudia Mascarenhas Mourão. A recepção dos noivos será na área de convivência do Condomínio Vila Alpina. Carlos Olímpia/Divulgação

FESTA DOS SONHOS Em sua festa de 15 anos, Ana Clara Euler quer colocar todo mundo para dançar. A noite será no Domus, ainda neste mês, e terá som para todos os gostos: sertanejo com o cantor Daniel Botrel, música eletrônica com o DJ Vítor Sobrinho e intervenções do percussionista Hugo Soares. Ana Clara não vê a hora de reunir a família e amigos em sua festa dos sonhos. A valsa, tradicional nas comemorações de debutantes, vai reunir, além do pai, Octavio Euler, os avós, Ricardo Euler e José Andrade, e mais 12 convidados da aniversariante. A mãe da garota, Audrey Andrade, capricha nos detalhes.

PARABÉNS PARA VERA Dezesseis anos desde sua última vinda a Belo Horizonte, a ex-miss Brasil e uma das mais belas atrizes da televisão Vera Fischer está de volta. Ela vai comemorar seus 64 anos na cidade, durante apresentação da peça Relações Aparentes, no dia 18 novembro, no

Palácio das Artes. A atriz conta que comemorar o aniversário por aqui, um dia antes da peça, não estava planejado. “Foi uma coincidência de agenda”, diz Vera, apaixonada pelo conjunto arquitetônico da Pampulha. Como será o festejo, ainda é uma incógnita. Divulgação

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SOCIEDADE

Claude Troisgros e Erica Drumond

Batista e Andréa Carvalho

Batista, Monaline Alvarenga e Claude Troisgros

Raquel Dalseco, Claude Troisgros e Alexandre Bialho

Claude Troisgros, Claudia Drumond, Batista e Alexandre Drumond

Claude no Ouro Minas

Marina Machado, Claude Troisgros e Itair Machado

Abrindo uma série de eventos gastronômicos, o Ouro Minas promoveu um jantar único e exclusivo com Claude Troisgros. O chef, além de comandar a cozinha ao lado de Batista, contou um pouco de sua história, circulando pelas mesas, brindando com os convidados e posando para fotos e selfies, sempre com muito bom humor e simpatia. Fotos: Cleber Piuzana.

Claude Troisgros e Isabela Santiago

Batista, Tatiana Camigauchi e Claude Troisgros

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Claude Troisgros com a equipe da cozinha do Ouro Minas

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SOCIEDADE

Marília Gabriela Menotti, Júlia Menotti e Fabiano Menotti

Júlia Menotti, Marília Gabriela, Debora Santos, Gabriela Santos e Márcio

Júlia Menotti

É pique! É hora! Júlia Menotti ganhou festinha com ares de piquenique para comemorar seus dois aninhos de vida. Os pais Marília Gabriela Menotti e Fabiano Menotti receberam 100 pessoas entre amigos e familiares na Pampulha. No cardápio, além das delícias tradicionais, comidinhas saudáveis foram elaboradas pela mamãe, que é psicóloga e especialista em transtornos alimentares. A barraquinha fitness trazia suco verde, salada de frutas, biscoitos e brownies integrais e sem adição de açúcares e doces fit. A festa ainda contou com pocket show da dupla, de quem Júlia é fã número 1. Fotos: Alexandre Lima. Theo Menotti, Júlia Menotti, César Menotti, Estevão e Esther Lacerda

César Menotti e Fabiano

Fabiano Menotti, Bruno de Brito, Vanessa Batista, Marília Gabriela e Júlia Menotti

Gil Marciano e Júlia Menotti

Theo Menotti, Marília Gabriela e Simone Lacerda

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Júlia Menotti, Marília Gabriela Menotti, Janaina Pimenta, João Pimenta e Márcio Pimenta

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SOCIEDADE

Ana Barroso e Cristiane Mattar

Coleção arquivos da repressão

Yago Drumond, Maria Inês Xavier, Lucas Figueiredo e Márcio Xavier

Lugar Nenhum: Militares e Civis na Ocultação dos Documentos da Ditadura, novo livro do jornalista e escritor Lucas Figueiredo, foi lançado no Memorial Minas Gerais/Vale. O livro abre a coleção Arquivos da Repressão no Brasil, da Companhia das Letras. Lucas já prepara seu sétimo livro, a biografia de Tiradentes, que será lançada no ano que vem pela mesma editora. Fotos: Renata Caldeira. Ana Flávia Gussen e Pedro Silveira

Adriana Andrade, Cláudia Andrade, Joana Brito e Daisy Andrade

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Nilmário Miranda e Stael Santana

Daniel Costa e Ana Catarina Costa

Débora Assis e Jamilly Vidigal

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SOCIEDADE

Alberto Salum e Eduardo Moreira

Erika Vrandecic e Renato Michel

Raul Penna, Italo Gaetani, Tânia Salles e Georges Perona

Posse no Sinduscon MG Paulo Henrique, José Francisco Cançado e Tiago Ulisses

André de Souza Lima e Marcio Lacerda

O engenheiro André de Sousa Lima Campos, da Emccamp Residencial, é o novo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais. Ele tomou posse durante solenidade no The One Business. Na mesma noite, a diretoria do Serviço Social da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Seconci-MG) também foi empossada. Eduardo Henrique Moreira, da Engeclam Engenharia Ltda., está em sua segunda gestão à frente da entidade. Fotos: Renata Caldeira.

Luiz Fernando Pires

Daniela Katz e Daniel Katz

Marcelo Gogoi e Leandro Guerra Martins

Oscar Ferreira, Vivi Moraes e José Aparecido Ribeiro

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Murilo Valadares, Delio Malheiros e Teodomiro Diniz Camargos

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César Mendes, Murilo Prado, Marcos Febronio e Sérgio Freiha

Isabela Campos e André de Souza Lima Campos

Júlio Torres, Marcela Decicino e Athos Bernardes

Luiz Carlos Costa, Eduardo Bernis e Sérgio Frade

Lucas Cunha e Leonardo Matos

Eduardo Campos e Marina Campos

José Carlos Borges dos Reis, Olavo Machado, João Batista Nunes Nogueira e Claudio Marcassa

Henrique Baeta e Bruno Selmi Dei Falci

Luiz Eduardo Pires, Luiz Alexandre Pires, Patricia Soutto Mayor e Pedro Penna

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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br

Bancoterapia Sempre amei papelarias. Sou capaz de passar horas namorando bloquinhos, folheando cadernos, experimentando canetas, escolhendo cartões sem destinatários. Uma vez, quando morava em Londres, eu me encantei tanto com um cartão que a vontade que deu foi de recebê-lo, e não de enviá-lo a alguém. Não tive dúvidas: mandei para o meu companheiro, aqui no Brasil, em branco, e pedi a ele que escrevesse alguma coisa e me mandasse de volta. Assim foi feito. Quando, dias depois, encontrei o cartão na minha caixa-postal, fiquei felicíssima, como se toda a iniciativa tivesse sido dele, meu namorado. O que que uma mulher romântica não faz pra viver? Mas essa é uma outra história. A crônica de hoje não é sobre romantismo: é sobre uma papelaria, um banco de madeira e um lugar chamado Savassi. A papelaria é a Patrícia de Deus – Ideias e Papéis, um lugar lindo, com cadernos e bloquinhos idem, e a proprietária, uma mineira que já morou por este Brasil afora, mas escolheu voltar, é daquelas pessoas que conversam sem pressa e sem economizar sorrisos (coisa cada vez mais rara...). Patrícia é formada em química e há cinco anos decidiu investir no sonho de ter uma papelaria com espaço para trabalhos de artesãos, artistas e designers. Passo lá com frequência para comprar presentes, mas há poucos dias queria levar um caderno para uma amiga no Rio e, na correria de véspera de viagem, vi que não daria para ir pessoalmente. Telefonei para explicar qual caderno queria e dizer que mandaria um motoboy buscar. A própria Patrícia atendeu e disse que era uma pena eu não poder ir, porque ela gostaria de me mostrar uma novidade: um banco que havia colocado debaixo da árvore plantada em frente à loja. “O banco é um sucesso”, disse. “Muita gente vem para se sentar e com isso acabo conhecendo pessoas e ouvindo histórias de todo tipo.” Como, além de papelarias, amo histórias, inventei um tempo que achei que não tinha e fui. Na sombra de uma pimenteira decorada por flores de papel, lá estava ele, o banco de madeira que tem desacelerado o passo dos apressados. Esqueço o relógio e me sento com Patrícia, que conta que algumas pessoas param ali para fazer selfies, outras, carregadas de sacolas, para descansar. Os mais idosos se sentam para tomar um fôlego; os mais jovens, para teclar mensagens no celular; casais de namorados, para trocar carinhos. Na hora do almoço, tem quem venha dos restaurantes da região e faça hora ali, antes de voltar para o trabalho. Até reunião de negócios já houve no banco: um grupo de Campinas que estava em Belo Horizonte para um lançamento imobiliário fez um pit-stop na sombra da árvore e acertou ali os detalhes finais de um encontro marcado para a tarde. Mas o melhor, Patrícia garante, são as histórias que ela ouve. Porque muitas pessoas, vendo-a na porta da loja, acabam conversando. E ela leva o assunto adiante, faz da rua uma sala de visitas, cria pausas em um mundo que se recusa a parar. E é justamente isso que me ocorre enquanto estamos ali. No ritmo vertiginoso de hoje, as pausas estão sendo assustadoramente eliminadas. E são elas que humanizam nossa caminhada. Achamos, o tempo todo, que não temos tempo. Há um sentido de ur-

“Achamos, o tempo todo, que não temos tempo. Há um sentido de urgência que permeia tudo, nos deixa cronicamente afobados”

gência que permeia tudo, nos deixa cronicamente afobados. Mas um banco no caminho agitado da cidade e na sombra generosa de uma jovem pimenteira nos faz esquecer a pressa, nos devolve o velho “parar pra pensar”. Ou quem sabe parar pra sentir – o momento, a sombra, o corpo cansado, a cidade? “Acaba sendo uma terapia, ou uma bancoterapia”, brinca Patrícia, “pra quem para aqui e pra mim, que posso compartilhar as pausas”. Saio pensando que eu mesma achei que não tinha tempo naquele dia – e ele, o tempo, apareceu. O vício da pressa nos deixa no piloto automático. Mas saio refletindo também sobre o quanto é agradável (ainda) passear pela Savassi, onde moro há anos, e o quanto é lamentável ver que ela está órfã de atenção e de cuidados. Os assaltos constantes, as lojas saqueadas, os shows que deixam as ruas imundas, o policiamento ridiculamente insuficiente – são muitos os maus-tratos. Sonho com uma Savassi (e uma cidade) com mais bancos, mais sombras, mais pausas. Uma Savassi e uma cidade que não tenham medo de sair à noite, nem de parar. Não sei se é pedir muito. Mas, sentada ali, vendo os galhos da pimenteira se mover, cedendo a uma brisa quase milagrosa no calor de 34 graus, eu me permiti sonhar. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante

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