Revista Encontro 175

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ENCONTRO | ANO XIV | Nº175

Dezembro de 2015 | Ano XIV | Nº 175

ISSN 1679-0146

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"ME SINTO COMPLETA"

ESPECIAL NATAL DECORAÇÃO, CEIA E VINHOS PARA ACOMPANHAR A SOBREMESA

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TRAGÉDIA EM MARIANA DUAS ENTREVISTAS DISCUTEM O FUTURO DA CIDADE E DA MINERAÇÃO

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Me sinto completa Um ano depois do acidente em que perdeu parte da perna esquerda, a estudante Paola Antonini conta como conseguiu superar a tragédia e levar uma vida normal e feliz

“Nunca me perguntei por que isso aconteceu comigo”, diz Paola Antonini, que faz questão de mostrar a prótese e virou exemplo de força e superação


Promoção cumulativa. Fotos ilustrativas. Consulte o regulamento e as lojas participantes. Estoque de brindes limitado. Certificado de Autorização Caixa nº 6-2220/2015. ENC175CAP_PaolaAntonini.indd 2

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NESTA EDIÇÃO

ARTIGOS 16 80 162 24 40 44 50 54 60 66 70 76 8 |Encontro

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ALEX SANTANA DE NOVAIS O alto custo das decisões trabalhistas para as empresas JOSÉ JOÃO RIBEIRO Daniel Craig foi o melhor 007 LEILA FERREIRA A volta da delicadeza

ENTREVISTAS ESPECIAIS Presidente da Ferrous e prefeito de Mariana falam sobre a tragédia na cidade CURIOSIDADE Onde encontrar produtos que são raridade em BH CIDADE Projeto de lei quer solucionar antigo problema das calçadas ALIMENTAÇÃO Produtos in natura ou farinhas e cápsulas? SAÚDE Saiba como escolher o travesseiro e evitar dores PET Pense bem antes de dar animais de presente DEZ PERGUNTAS PARA Psiquiatra fala sobre disforia de gênero VEÍCULOS Test-drive do Discovery Sport Diesel ARTES PLÁSTICAS Pintora representa variadas culturas em telas

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NESTA EDIÇÃO Denis Medeiros

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JOGOS Diversão que nunca sai de moda DECORAÇÃO Para deixar a casa no espírito natalino

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RECEITAS Deliciosas opções com espumante BEBIDAS Vinhos para valorizar as sobremesas GASTRÔ Sugestões de antepastos para a ceia

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84 96 136 138 144

NO PODER Mineira na ONU DEU O QUE FALAR "Nem ligo. Não sou explorador de prefeitura, nem ladrão" RETRATOS DA CIDADE Use para refrescar GENTE FINA Bela Gil de calças COLUNA DE DIREÇÃO A3 volta a ser nacional ENCONTRO INDICA Espetáculos do Giramundo NA MESA Tem para pronta-entrega NA SOCIEDADE Apaixonados até debaixo d’água

CAPA A surpreendente história de Paola Antonini MODA A elegância do branco no réveillon NEGÓCIOS Enoteca Decanter completa uma década LAZER Roteiro com 10 alambiques em Minas EVENTO Comemoração

114 Foto capa: Pedro Nicoli

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CARTA DO EDITOR revistaencontro.com.br

Diretor-Presidente

Álvaro Teixeira da Costa

KÁTIA MASSIMO / EDITORA-CHEFE Diretor-Executivo Vice-presidente de Negócios Corporativos Diretor de Publicidade Diretor Jurídico

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Geraldo Teixeira da Costa Neto Josemar Gimenez Rezende Mário Neves Joaquim de Freitas

André Lamounier Kátia Massimo Fábio Doyle Neide Magalhães Aline Gonçalves Daniela Costa Geórgea Choucair Marina Dias Rafael Campos Carolina Daher Gui Torres Amanda Aleixo Edmundo Serra Roger Simões Antônio de Pádua Gustavo Paiva Heitor Antônio Júnior Oliveira Ana Luiza Kennedy Nayara Fagundes Lílian de Oliveira Solange Rabelo Laila Soares Agata Utsch Andreza Braga Shyrlei Roque Roberta Magalhães Cristiane de Marco Natália Santos Nicole Fischer André Lima Jaqueline Souza Editora Encontro

João Paulo Martins Bruna Sales Marcelo Fraga Prol Vip (31) 2126-8770 (31) 2126-8000 (31) 2126-8000

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CONFORME RELATÓRIO EM NOSSO PODER. ENCONTRO É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ENCONTRO IMPORTANTE LTDA. BELO HORIZONTE. RUA HAITI, 176, 3° ANDAR - SION 30320-140, BELO HORIZONTE - MG FONE: (31) 2126-8000 EMPRESA FILIADA À

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redacao@revistaencontro.com.br

Tragédias e superação A estudante Paola Antonini literalmente parou o trânsito na Praça do Papa, em uma tarde de outubro, durante a produção de fotos que ilustram a matéria de capa desta edição de Encontro. Quem passava por perto não resistia em registrar a cena em celulares ou simplesmente observar a alegria da moça – ela tem apenas 21 anos – se equilibrando no skate, mesmo utilizando uma prótese na perna esquerda, enquanto sorria para o flash do nosso fotógrafo. Paola pode, sim, ser considerada hoje celebridade, mas não apenas por encarar sem traumas a deficiência. Nem porque faz questão de deixar a prótese à mostra, sem constrangimento. Ela chama a atenção porque é leve, de bem com a vida e bonita. Apesar de ter se tornado deficiente da noite para o dia, em um acidente na porta da sua casa, na avenida Raja Gabaglia, há um ano, não se abateu nem abandonou metas e sonhos. Quer mesmo é viver intensamente e ser feliz! Quer mais para virar uma referência de superação? Por tudo isso, é a nossa personagem de capa desta edição especial de Natal. Como fazemos todos os anos, nesta data nos empenhamos em mostrar trajetórias de pessoas que são exemplos do bem. “Ela não para de rir um minuto sequer”, comenta o repórter Gui Torres, quem sugeriu a pauta e ficou responsável por sua execução. Ao final da série de entrevistas com Paola, familiares e amigos, ele virou fã declarado. E, claro, o entusiasmo se refletiu em um belo texto. Não apenas para nosso jornalista a força de Paola é estímulo. Serve de alento a todos nós, especialmente neste momento em Arquivo pessoal que compartilhamos a dor da tragédia que assolou a nossa Mariana. A lama arrasou vidas, tingiu rios, apagou uma cidade e comprometeu outras. Mudou destinos e enterrou histórias. Ficaram muitas dúvidas e uma única certeza: precisamos mudar procedimentos para conciliar a atividade mineradora com o bem-estar social e ambiental. Para ajudar no debate, trazemos também nesta edição entrevistas com o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, e o presidente da mineradora Ferrous, Jayme Nicolato. São dois atores que oferecem visões importantes sobre o tema. Essa é a contribuição de Encontro para lançar nova luz sobre a tragédia, nos ajudando a tirar lições e tentar superar. Que possamos apren- O jornalista Gui Torres com Paola Antonini e a mãe dela, Diva: nem ele resistiu a uma selfie der com Paola. ❚

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FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000 AS QUERIDINHAS DOS LIVROS I

FUNCIONA, MAS HÁ RISCOS

Como é bom saber que os jovens ainda se interessam por literatura. E essas escritoras infantojuvenis têm colaborado bastante para que isso aconteça.

Na ânsia de entrar em forma, muita gente se entrega a modismos como praticar atividades físicas em jejum. E acabam se esquecendo do mais importante: a saúde.

Paola Moreira Belo Horizonte/MG

Carolina Silveira Belo Horizonte/MG

AS QUERIDINHAS DOS LIVROS II

O MINEIRO COME QUIETO

A chamada literatura de entretenimento é realmente um achado. Especialmente aquelas que trazem histórias com as quais os jovens se identificam.

Ver empresários como José Francisco, da EcxCard, enfrentar a crise e sair ainda mais forte dela é uma injeção de ânimo em tempos tão incertos. Luis Rodrigues Belo Horizonte/MG

Rodrigo Freitas Belo Horizonte/MG

AS QUERIDINHAS DOS LIVROS III

BRINCADEIRA DE ADULTO

CAMINHO SEM VOLTA

Observo que os jovens sempre buscam orientação para seus conflitos. E a maioria dos livros que fazem sucesso entre os adolescentes acaba os norteando sobre como agir.

Realmente não sei até que ponto colecionar bonecas seria um hobby ou um desvio de comportamento. Observo que essas pessoas dedicam muito tempo, dinheiro e amor a objetos inanimados.

Quero parabenizar a revista pela coragem de tratar um assunto tão polêmico sob a ótica dos moradores da cidade. O Uber, sem dúvida, é um grande avanço para o consumidor. Precisamos de serviços que ofereçam bom atendimento, comodidade e sejam mais em conta. Foi-se o tempo de prejudicar toda uma cidade em prol de reserva de mercado de uma categoria.

Priscila Nascimento Belo Horizonte/MG

Aparecida Alves Belo Horizonte/MG

ENTREVISTA/ SIDARTA RIBEIRO

LEMBROU-SE DO PET?

Depois da entrevista com o Sidarta, acredito que muita gente vai dar mais importância ao sono, considerando que dormir desintoxica o cérebro e otimiza o aprendizado.

Muito bacanas as dicas de como avaliar se o estabelecimento é um bom lugar para deixar nossos pets. Nem sempre ficamos atentos a detalhes importantes.

Plínio Silva Belo Horizonte/MG

TALENTOSAS HERDEIRAS Mais do que seguir a tradição familiar, ter a oportunidade de escolher uma profissão para a qual realmente se tenha aptidão não tem preço. Maria Cecília Bastos Belo Horizonte/MG

Liliana Pereira Nova Lima/MG

José Abranches Coura Sete Lagoas/MG

ERRAMOS

USE COM MODERAÇÃO Não sei até que ponto o avanço tecnológico traz benefícios reais. O uso do fone de ouvido atrapalha muito a interação entre as pessoas. Não consigo nem falar com os meus netos. Paulo Carvalho Belo Horizonte/MG

C

Na matéria “Lembrou-se do pet?”, publicada na p. 60, a raça das três cachorrinhas da professora Eliana Bergmann é pequinês SUPLEMENTO ESTRADA REAL 2 – TIRADENTES Na matéria “Joias das Vertentes”, publicada na p. 26, no texto sobre Prados, a foto não mostra uma igreja da cidade e, sim, a matriz de Resende Costa

Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por razões de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770

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ARTIGO | ALEX SANTANA DE NOVAIS redacao@revistaencontro.com.br

O alto custo das decisões trabalhistas para as empresas O empresário precisa de estabilidade para realizar seus investimentos, assim como o trabalhador precisa conhecer seus direitos para assumir seu contrato de trabalho. No entanto, o dinamismo da nossa sociedade moderna e a omissão do nosso Congresso em editar normas estáveis, que reduzam as margens de interpretação de direitos e deveres, favorecem a cultura da demanda judicial. As negociações coletivas e os acordos individuais têm força ou poder de regular as relações trabalhistas, mas são constantemente invalidados pelo Judiciário. Tudo isso faz com que o Judiciário seja acionado o tempo todo. Com decisões calcadas em jurisprudência e princípios constitucionais, a estabilidade jurídica se torna frágil e favorece a demanda. São mais de três milhões de processos trabalhistas por ano no nosso Brasil. Um Poder Judiciário caro e abarrotado de processos. Audiências marcadas para mais de um ano, algumas com mais de 700 dias, não harmonizam e acabam favorecendo a cultura do litígio. Hoje, ao instalar seus negócios, os empresários montam seus planos de trabalho e suas estratégias calculando seus custos e o custo do seu produto, mas, ao deparar com as demandas trabalhistas, percebem que estava equivocado pois a jurisprudência cria novos direitos, às vezes, não previstos de forma clara na lei. Ao encerrar suas atividades no Brasil o presidente do HSBC disse: “Brasileiro gosta mais de justiça trabalhista do que de futebol e carnaval”. Sou da opinião de que o Judiciário deve sempre ser buscado para trazer estabilidade e justiça. Ocorre que em diversas ocasiões o demandismo é estimulado pelo próprio Poder Judiciário, que “cria” direitos onde não existiam. Na minha opinião, é o caso da recente decisão do TST, depois suspensa pelo STF, que mandava trocar o índice de correção monetária dos créditos trabalhistas de TR para IPCA-E, mas de forma retroativa a 2009. Isso aumentaria o passivo trabalhista em até 40%. Ora, cria ou não cria insegurança jurídica? Em um dia você tem um débito trabalhista e, no outro, um débito trabalhista 40% maior. E não é só isso. Outro exemplo é a negociação coletiva que, constantemente, é considerada inválida. O empresário negocia, concede aumentos, benefícios e, em troca, acorda que as horas de trajeto não serão remuneradas. Vem o trabalhador e questiona a validade desse acordo e consegue o reconhecimento judicial de que só é válida a parte que beneficiou o trabalhador, não considerando a concessão recíproca havida anteriormente. E, fazendo isso, obriga o empresário a pagar o que já havia pago, com a concessão de benefícios não previstos em lei. O planejamento trabalhista não é tarefa fácil e deve ser considerado fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento, pelo menos

“A empresa não é só aquele ser que busca lucro a qualquer custo. Ela tem uma função na sociedade para trazer bem-estar aos seus proprietários, aos seus empregados, à sociedade e ao meio ambiente”

até que tenhamos uma legislação firme e que favoreça a produção, levando em consideração a importância do empresário para que as empresas possam cumprir sua função social. E função social sim. A empresa não é só aquele ser que busca lucro a qualquer custo. Ela tem uma função na sociedade para trazer bem-estar aos seus proprietários, aos seus empregados, à sociedade e ao meio ambiente. O empresário pensa dessa forma, sabe de sua importância e seu papel na sociedade, mas precisa de regras claras para poder investir. A regulamentação do direito do trabalho e seu emaranhado de normas, que regulam e desregulam, criam direitos e tiram diretos, merece análise cuidadosa da sociedade, com a finalidade de trazer a paz social. z * Professor e advogado trabalhista

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NO PODER | BERTHA MAAKAROUN bmaakaroun@editoraencontro.com.br

NAS COSTAS DA UNIÃO Por força e obra da minirreforma eleitoral, já em vigor, a partir das eleições do ano que vem o Ministério Público Federal não mais poderá propor ações civis públicas para exigir que os prefeitos eleitos cassados arquem com os custos das eleições suplementares. “Bastou o Congresso Nacional verificar que começamos, há dois anos, a cobrar os custos para inserirem um novo artigo no Código Eleitoral que desobriga o eleito cassado de pagar a conta”, afirma o procurador regional eleitoral, Patrick Salgado Martins, considerando que o texto prevê que a Justiça Eleitoral, ou seja, a União, arque com a despesa. Neste momento, só de Minas Gerais estão sendo cobrados dos cassados os custos de eleições suplementares em 12 municípios. Há casos de eleitos que tiveram o mandato impugnado por compra de voto ou abuso de poder político, entre outras situações. Juarez Rodrigues/EM/D.A Press.

MINEIRA NA ONU Depois de concorrer com mais de 180 magistrados de todo o mundo, a juíza mineira Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt, neste momento substituta no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, foi eleita para o Tribunal de Apelação Interna da Organização das Nações Unidas (ONU). É a primeira vez que um brasileiro ocupará o cargo. Aos 45 anos, Martha, que tem especialização, mestrado e doutorado em direito social e privado na França, cumprirá mandato de sete anos. “Não vou me afastar de minha jurisdição”, diz ela, referindo-se à 3ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora, onde é titular. No entanto, terá de se ausentar pelo menos três vezes ao ano, por 15 dias, para participar das sessões de julgamento em Nova York. O Tribunal de Apelação Interna (The United Nations Appeals Tribunal) é uma corte composta por sete magistrados, encarregada de julgar recursos de funcionários da instituição em todo o mundo contra decisões de primeira instância proferidas pelo Tribunal de Disputas das Nações Unidas (UNDT). Gualter Naves/Divulgação

PONTO CORTADO A cada sessão ordinária em que deixar de votar mais da metade dos projetos em pauta, o vereador de Belo Horizonte terá o ponto cortado. Perderá 454 reais, o equivalente a 1/30 de seu salário, de 13.629,46 reais. A medida, discutida durante longos meses, foi necessária para manter em plenário a base do prefeito Marcio Lacerda (PSB). A oposição, que resistiu entendendo que a medida prejudicaria a obstrução das matérias, por fim, negociou a manutenção do instrumento da minoria e apoiou o projeto. “Encontramos uma forma de controlar a presença, mantendo o direito da oposição”, diz o presidente, Wellington Mgalhães (PTN).

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DICIONÁRIO DA INFÂMIA Aborto, estupro, impunidade, machismo, mito do amor romântico, mutilação genital feminina e repressão sexual são alguns dos 187 verbetes reunidos pela socióloga mineira Elizabeth Maria Fleury Teixeira e pela médica e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Stela Nazareth Meneghel, no Dicionário Feminino da Infâmia: acolhimento e diagnóstico de mulheres em situação de violência, primeira obra do gênero no mundo, que acaba de ser lançada pela Fundação FioCruz. A publicação será distribuída para a rede pública de saúde e para o Sistema Único

Sidney Lopes/EM/D.A Press.

de Assistência Social, responsáveis pelo atendimento de mulheres vítimas de violência. Foram três anos para a compilação do trabalho, que envolveu mais de 80 pesquisadores e diversos grupos de pesquisa das universidades brasileiras. “Além de abordar cenários das violências e formas de resistência, há análises científicas que ampararam a criação de procedimentos, normas, abordagens em setores públicos, afirma a socióloga Elizabeth Fleury. A infâmia não ganhou verbete. Nem precisava. A história da violência contra as mulheres fala por si.

EFEITO ESTUFA Depois de assinar o compromisso firmado no âmbito do Compacto de Prefeitos, coalizão global de prefeitos e líderes municipais para o enfrentamento das mudanças climáticas, lançado na Cúpula Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2014, Belo Horizonte passará, a partir deste ano, a reportar os inventários de emissões de gases poluentes e as metas anuais para a sua redução. “Os dados são centralizados na plataforma pública de registro climático”, expli-

ca o prefeito Marcio Lacerda (PSB). A iniciativa global é liderada pelas redes de cidades do Grupo de Lideranças Climáticas (C40), Governos Locais pela Sustentatibilidade (Iclei) e Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU), apoiada pela Fundação Bloomberg em articulação com a ONU-Habitat. “Esta é uma ferramenta que fornece muitos subsídios para o acompanhamento da poluição e o debate internacional do futuro das cidades”, acrescenta Lacerda.

Sérgio Lima/Folhapress

HOMENS A BORDO Nem bem foi formalizado o 35o partido político no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – o Partido da Mulher Brasileira (PMB) – e os parlamentares insatisfeitos com as próprias legendas descobriram a oportunidade de migrar sem perder o mandato. O PMB já conta com bancada de sete deputados federais, entre eles, os mineiros Weliton Prado, que deixou o PT, e o pastor Franklin, que saiu do PTdoB.

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DEU O QUE FALAR | AMANDA ALEIXO “Nem ligo. Não sou explorador de prefeitura, nem ladrão”

"Houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois nos deparamos com o mensalão e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora, parece que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça"

PACÍFICO GERALDO DE DEUS (DEM), prefeito de Paraopeba, que deixou a população do município indignada porque decidiu reservar vaga na rua para seu Ford Versailles 1995, depois que foi multado por parar em estacionamento de veículos oficiais

CARMEN LÚCIA, ministra do STF, ao validar a decisão do ministro Teori Zavascki de decretar a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em pleno exercício do mandato Divulgação

“Nós tivemos um casamento com algumas brigas, mas no fundo a gente se ama” LEVIR CULPI, no Twitter, após ter sido dispensado do comando do Galo

“Queremos que esteja aqui uma equipe permanente da São Marcos...” PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF, quando foi anunciar multa para a mineradora Samarco, em Mariana

“Como rompeu? É inacreditável!” RICARDO VESCOVI, presidente da Samarco, contando a reação que teve ao ficar sabendo do rompimento da barragem da empresa em Mariana

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ENTREVISTAS ESPECIAIS | TRAGÉDIA EM MARIANA

MARINA DIAS

A imagem da lama correndo forte, carregando consigo tudo o que aparecia pela frente, enquanto deixava marcas em casas, carros, ruas, vales e rios, não vai sair da memória dos brasileiros – e, principalmente, dos mineiros – tão cedo. Além das vítimas

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– ao todo foram 23, entre mortos e desaparecidos –, sete distritos de Mariana foram atingidos – Bento Rodrigues sucumbiu –, outras cidades em Minas e no Espírito Santo foram afetadas e o rio Doce foi devastado pelos rejeitos da mineração. O lamaçal passou novembro percorrendo, dia após dia, seu caminho rumo ao mar. A tragé-

dia de Mariana é, inegavelmente, um marco histórico, ambiental e social no país e no mundo. Não há como negar, no entanto, a importância da atividade mineradora no país e, especialmente, em Minas Gerais. É aí que o tema se torna mais delicado: o lado emocional tende a rechaçar totalmente a prática

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econômica, mas a razão não permite – afinal, mais de 80% da renda de Mariana, por exemplo, vem da mineração e os próprios cidadãos são contra o fechamento da mineradora Samarco (uma empresa conhecidamente séria), apesar de exigirem sua responsabilização pelo ocorrido. As dúvidas sobre o caso ainda são

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muitas, e dedos são apontados para todos os lados. Ainda há muitas questões sem respostas, levantamentos inconclusivos, opiniões divergentes. Em uníssono, apenas a percepção de que esse episódio evidencia a necessidade de revisão da legislação, da fiscalização e da prática da mineração no Brasil.

Na tentativa de colaborar com o debate, Encontro conversou com dois atores que trazem olhares diversos para a discussão: Jayme Nicolato, presidente da mineradora Ferrous, e o prefeito de Mariana, Duarte Júnior. Por isso, excepcionalmente nesta edição, publicamos duas entrevistas.

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TRAGÉDIA EM MARIANA | ENTREVISTA 1 Fotos: Alexandre Rezende

JAYME NICOLATO CORREA

“Quem é contra a mineração não sabe o que fala” Presidente da mineradora Ferrous diz que a atividade é essencial à vida moderna e por isso é tão valorizada em países como Canadá, Austrália e EUA. Para ele, o setor sairá mais forte da tragédia. "As práticas vão mudar para melhor"

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ão quase 25 anos no ramo da mineração. Nesse tempo, o engenheiro eletricista Jayme Nicolato, que passou pela diretoria de Vale, CSN e hoje é presidente da mineradora Ferrous, é um otimista, mas tem também visão crítica e reflexiva sobre essa atividade. Ao falar sobre a tragédia de Mariana, Jayme não nega a responsabilidade da Samarco pelo ocorrido ou discute as multas e questionamentos da sociedade nesse primeiro momento. Contudo, afirma que ser contra a mineração é ser contra o estilo de vida atual, pois há fonte mineral em tudo o que usamos e consumimos hoje. O que deve ser feito, diz, é reavaliar a prática mineradora da forma que é realizada hoje e incentivar a mudança tecnológica. “Tratando-se de uma empresa como a Samarco, modelo para o setor ,e que segue todos os requisitos de segurança, quando acontece um acidente, está na hora de rever padrões de engenharia”, afirma. Por outro lado, não deixa de criticar a atitude de quem culpa apenas a Samarco pelo dano ambiental da região, sem levar em conta a situação anterior da natureza naquela área, que já estava degradada há décadas. “Existe um problema sério no país hoje, que é essa falta de análise do que está acontecendo de maneira geral. E, sempre que há um acidente, o causador acaba pagando o pato de outras causas que não sabemos a quem atribuir”, diz.

ENCONTRO - Qual é o papel da mineração hoje no mundo? JAYME NICOLATO - A mineração está

em tudo nas nossas vidas. Quem é contra a mineração não sabe do que está falando. Sem a atividade, não se tem fertilizante, nem adubos que fazem do Brasil um dos maiores celeiros agrícolas do mundo; não tem como fazer a eletricidade ser transmitida ou gerada. Os óculos, o relógio, o computador, o celular, a casa em que moramos, a energia e a água e o esgoto tratados, tudo depende de recursos minerais. Voltaríamos à pré-história. E a mineração é uma parte destacada do PIB, inclusive em países desenvolvidos, como Canadá, Austrália e Estados Unidos.

que é essa falta de percepção do que está acontecendo ao redor. E, sempre que há um acidente, o causador acaba pagando o pato de outras causas que não sabemos a quem atribuir. Barragens de rejeitos correm sempre o risco de se romper?

QUEM É JAYME NICOLATO CORREA, 51 ORIGEM BH/MG FORMAÇÃO Graduado em engenharia elétrica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, mestre em engenharia pela Unicamp CARREIRA É presidente da mineradora Ferrous. Foi diretor de mineração de Carajás e Sistema Ferroviário e Portuário da Vale; diretor de mineração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)

Então, como conjugar essa atividade com a segurança e a sustentabilidade?

O grande desafio é como realizar a mineração de maneira sustentável. Na verdade, quando acontece uma tragédia como esta, o brasileiro se revolta muito. No entanto, não se revolta com o fato de o rio já estar morrendo há anos. O rio Doce, como era conhecido antigamente, já não existia mais bem antes dessa tragédia, porque as nascentes não estavam preservadas, tinha apenas 0,5% de sua mata ciliar original, e o volume de esgoto (sem qualquer tratamento) que recebe em seu curso é impressionante. Precisamos corrigir os erros e aprender com eles, vivemos, afinal, em constante evolução. Mas não podemos ser hipócritas: existe um problema sério no país hoje,

Tudo depende do nível de segurança de cada uma delas. A da Samarco, por exemplo, tinha com certeza nível de segurança de padrão internacional, portanto muito alto. Mas essas exigências e padrões mudam com o tempo. Seguramente, serão muito maiores a partir deste acidente. Antigamente, eram feitas barragens para chuvas dos próximos 100 anos. Depois de alguns eventos, passou-se a exigir canais drenantes para eventos de 10 mil anos. A barragem é insegura? Provou-se que, se acontecer uma somatória de coisas, pode ser. O que vai mudar a partir de agora?

A tecnologia vai começar a ser uma opção cada vez mais presente. Já existem alternativas tecnológicas que permitem, por exemplo, filtrar o rejeito e transformá-lo em material compactado sólido. Mas isso é novo e demanda tempo para se implementar. Você está dizendo que os requisitos de segurança serão outros?

Sim, nunca mais serão os mesmos depois deste acidente. Notadamente porque aconteceu com uma empresa como a Samarco, que sempre foi um exemplo para o setor em todos os aspectos, incluindo governança e segurança. Está na hora de rever os padrões de engenharia. Comparando-se com a aviação, por exemplo, por que antes a porta das cabines dos pilotos das aeronaves ficava destrancada? Porque era impensável que um louco pudesse entrar lá para derrubar aquele avião. Precisou acontecer a tragédia para se rever conceitos de segurança. Depois de feita a análise das causas do rompimento da barragem, serão criados outros requisitos de engenharia e vamos trabalhar para que nunca mais ocorra. Em outras palavras, vamos trancar portas que antes pensávamos que poderiam ficar abertas. DEZEMBRO DE 2015

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TRAGÉDIA EM MARIANA | ENTREVISTA 1 Alexandre Rezende

Tocar uma sirene é um deles. Não é obrigatório, mas é uma boa prática. O que é obrigatório é a empresa ter um plano de emergência, que é aprovado pelas autoridades. E cada empresa faz o seu, pois cada plano é de acordo com a realidade daquela empresa. Nossa barragem, por exemplo, tem comunidade à jusante, então temos de pensar onde e se faz sentido ter sirene lá. Com a tecnologia de hoje, existem alternativas que não podem ser desprezadas, como um alarme de emergência no celular, por meio do WhatsApp. Vamos ter de implementar esse tipo de ação.

O que mudou na rotina da empresa que você dirige depois da tragédia de Mariana?

Mudou muito. Primeiro, estamos reavaliando todas as nossas estruturas. Em segundo lugar, criamos um comitê para crises. Porque é muito fácil analisar os problemas dos outros e querer ser engenheiro de obra pronta. Temos de antecipar o problema. Acabamos de terminar uma barragem em Jeceaba (MG) com o que há de melhor de engenharia e tecnologia no mundo. Ainda não estamos jogando rejeito nela, está só segurando água. Mas nos colocamos um desafio: o que podemos fazer para aumentar a segurança dessa barragem? E há questões como: qual seria a forma de fazer a comunicação mais eficiente? Qual seria o melhor modo de treinar uma população que viesse a ser impactada? Se acontecer (bate na mesa), qual seria o ponto de encontro para onde as pessoas deveriam se dirigir? Os procedimentos estào mudando em todas as empresas sérias do ramo. E a fiscalização do poder público, é falha?

Isso também vai mudar. Vejo uma dedicação tremenda das pessoas no setor público que fazem esse trabalho, mas elas carecem de suporte, de treinamento, de 28 |Encontro

Quando um avião cai e mata centenas de pessoas, ninguém pensa em acabar com a aviação. Mas sim em aumentar a segurança dos voos" equipe maior. São pessoas que, muitas vezes, têm mais informação vinda das empresas do que treinamento próprio. Mas não concordo quando se fala que o problema é que as empresas fornecem o laudo. Ora, são elas que contratam os melhores consultores do mundo para fazer isso. Você se recorda daquela crise na empresa americana Enron [companhia energética dos EUA que pediu concordata em 2001, após manipular balanços e esconder dívidas]? O problema recaiu sobre a Andersen, empresa que fazia há anos a auditoria dos balanços da Enron. Depois disso, mudou a legislação. No Brasil, uma empresa de auditoria ficou impedida de auditar balanços por mais de cinco anos. Findo o prazo, contrata-se outra. No caso da mineiração, poder-se-ia adotar a mesma prática.

Os impostos no Brasil são sufocantes. Estamos falando de 38% de carga tributária. Se fica pouco para o município, o errado é a distribuição. Isso é problema da legislação. Além disso, o Brasil é o segundo país que mais cobra impostos sobre o setor mineral, atrás só da Venezuela, que tem uma produção pífia. Outra coisa: quando se fala do setor mineral, normalmente, para cada emprego direto gerado, a indústria gera 14 empregos indiretos. A mineração deve ser valorizada no Brasil. Do contrário, vamos consumir produtos minerais de outros países, o que significa aumentar importação e o desemprego aqui dentro, e estimular o emprego lá fora. Veja o caso do minério de ferro: até o começo da década passada, o Brasil produzia mais do que a Austrália. Em 2009, passou a produzir o mesmo tanto e, hoje, lá se produzem 700 milhões de toneladas, praticamente o dobro do Brasil. Quanto de emprego e renda foi para lá? Por que isso aconteceu? Porque lá o ambiente é muito mais favorável ao empreendedor. Dizem que a legislação brasileira é branda devido à influência das mineradoras no poder público, especialmente em razão das doações de campanha...

A legislação no Brasil é a mais restritiva do mundo, entre os grandes produtores. No Canadá, o prazo máximo para concessão de licenciamento é de dois anos. Na Austrália, quatro anos. No Brasil, o prazo mínimo são sete anos. Então, como há de se falar que as empresas são beneficiadas pela legislação? Acontece justo o oposto. As empresas são muito impactadas pelo excesso de órgãos para se relacionar. Enquanto no Canadá fala-se com dois órgãos para licenciar, aqui, temos de nos dirigir a mais de 20, além de fazer mais de 30 tipos de estudos. Sobre participar do sistema político brasileiro, isso é uma prática no Brasil. Importante é que seja feito de forma legal e transparente, e é por isso que se pode identificar quem doou e quem recebeu doações. z

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Brincos em ouro branco 18K e diamantes.

O prefeito de Mariana reclama que o município recebe pouco. Concorda?

Mas esse não foi o primeiro acidente em barragens que vitimou inocentes...

Por isso foram acontecendo mudanças. Aprovou-se, por exemplo, a legislação de plano de segurança de barragens, que não existia antes de 2010.

Ou seja, nada de as mineradoras contratarem sempre os mesmos consultores.

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Quais são os procedimentos de emergência de uma barragem de rejeitos?


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TRAGÉDIA EM MARIANA | ENTREVISTA 2 Fotos: Paulo Marcio

DUARTE JÚNIOR

Para o prefeito da cidade histórica mineira, a Samarco é a responsável pelo acidente. Ele, contudo, defende a companhia: "A população gosta da empresa e ela está cumprindo com suas obrigações"

“O futuro de Mariana é incerto” 30 |Encontro

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N

a tarde do dia 5 de novembro, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, estava em seu gabinete quando toca o telefone. Era sua mulher, Regiane Oliveira, que é secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania do município. “Du, você já está sabendo?”, perguntou ela. “Estão me dizendo aqui que a barragem rompeu.” Nesse momento, começou a experiência mais difícil da vida política do jovem prefeito, mas também a que o colocaria nos holofotes. Desde então, trajado quase sempre com o colete da Defesa Civil, tem estado no olho do furacão da maior tragédia ambiental do estado, e isso se vê no seu ar abatido e cansado, apesar de prestativo. Eleito vereador em 2000, aos 19 anos – na época, o mais novo do país –, Duarte Júnior assumiu a prefeitura em junho passado, após a cassação de Celso Cota, de quem era vice. Em entrevista a Encontro, admite que o município não sobrevive sem a mineração. Por isso, o povo de Mariana não é contra a atividade. Prova são as caminhadas em favor da empresa que ocorrem por lá. A postura da Samarco após a tragédia, diz, também soma a favor, já que, segundo ele, a empresa tem cumprido com suas obrigações e dentro do prazo. Contudo, o prefeito não deixa de ressaltar que houve, sim, falhas no plano de emergência. “Perdemos vidas”, diz. “Então a Samarco tem de pedir perdão aos moradores.” De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a barragem de Fundão já era classificada como de alto dano potencial, por estar instalada em região com grande densidade populacional. Os moradores de Bento Rodrigues não conviviam com o medo?

Conversando com os moradores do município, alguns deles me falaram assim: ‘Quando éramos criança, muitas vezes meu pai não deixava nem a gente dormir, porque tinha a barragem por cima’. Essas pessoas já são adultas hoje, pois a construção da barragem já tem mais de 40 anos. Então, já existia essa preocupação da comunidade. Nunca fui solicitado a tomar uma atitude em relação à barragem, mas muitos questionaram

tratamento de água, desceu com o caminhão até a comunidade e foi tirando as pessoas de lá. Teve também o barulho, que foi muito forte, e algumas pessoas perceberam. E como o sr. ficou sabendo do que tinha acontecido?

QUEM É DUARTE EUSTÁQUIO GONÇALVES JÚNIOR, 35 ANOS ORIGEM Mariana, MG FORMAÇÃO Graduado em dreito pela Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete CARREIRA É prefeito de Mariana desde junho de 2014. Foi vereador, eleito em 2000, e, após duas eleições perdidas, foi eleito vice-prefeito em 2012 (assumindo, neste ano, a cadeira de Celso Cota, cassado pelo TJMG)

várias vezes a empresa quanto aos riscos. A Samarco, por sua vez, sempre garantiu que era segura. Como avalia o plano de emergência da empresa?

Ele foi falho, porque perdemos vidas. Então a Samarco tem de pedir perdão aos moradores. Não tinha um botão do pânico, uma sirene que alertasse a comunidade que estava a 5 km da barragem. A população não foi treinada, não tinha um ponto de encontro, eles não sabiam para onde correr. Como as pessoas ficaram sabendo que o acidente estava acontecendo?

A empresa, na hora que veio a público, disse que ligou para algumas pessoas. E o sr. conversou com alguém que recebeu essa ligação?

Não. Ninguém assumiu que tenha recebido a ligação. Uma moradora disse que ouviu o alerta em um rádio dentro de um carro da Samarco do qual ela estava perto. Então pegou sua moto e avisou a uma parte da comunidade. Outro morador estava fazendo um serviço de

Eu estava aqui, no gabinete, e o telefone tocou. Era minha mulher. Ela é secretária de Ação Social, e ela falou que um funcionário da prefeitura disse que a barragem havia estourado. Mas sabe aquele negócio que você recebe a informação e não imagina a proporção? Pensa que deve ser um pouquinho de lama que está descendo. E aí, logo depois, começaram outras ligações, e então eu peguei o carro e fui para lá. Quando cheguei a Bento, já não tinha como passar para o outro lado, só via aquele mar de lama atravessando tudo. Nós de um lado, e eles do outro, aquele desespero, muita gente gritando. Uma coisa impressionante mesmo. Não dá para descrever o que vimos. Na sua opinião, de quem é a culpa pelo ocorrido?

Eu entendo o seguinte: a responsabilidade é total da Samarco, porque era ela que minerava, que ganhava dinheiro. Então, tem a obrigação de reparar todos os danos possíveis. Nós vamos cobrar junto ao poder público que ela seja responsabilizada por tudo o que aconteceu. Já a culpa, o Judiciário é que precisa descobrir, porque a culpa pode ter sido de falha humana, de tremor de terra, de licenças ambientais que não deviam ter sido dadas. E como o senhor avalia a atuação da empresa desde que aconteceu essa tragédia?

A Samarco não se furtou da sua responsabilidade. Está cumprindo as obrigações e dentro de um prazo razoável. Existem quatro galpões alugados pela empresa, as máquinas que estão rodando e limpando as estradas são dela e está pagando um salário mínimo para cada um, além de aluguel. E agora vai pagar casa. Ou seja, a empresa está dando uma resposta favorável até o momento. Como o embargo das atividades da mineradora afeta o município?

Tenho minha folha de pagamento a ser cumprida, com 9,5 milhões de reais; teDEZEMBRO DE 2015

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TRAGÉDIA EM MARIANA | ENTREVISTA 2 nho de investir 25% na educação, 15% na saúde. E tem ainda segurança, escola em tempo integral. Sem receber parte dos impostos relativos à mineração –que, no total, representam mais de 80% da arrecadação –, terei de cortar tudo que é básico. Não existe realidade para isso. Se acontecer, será outra tragédia.

tendemos que a suspensão das atividades neste momento é importante, mas que tudo tenha uma dimensão. Existe a possibilidade de voltar a minerar com segurança? Vamos ter essa marca na nossa história, mas que possamos erguer a cabeça e seguir em frente, porque, se a mineração parar, a cidade para.

Em relação às multas e aos processos, o que vai ficar para Mariana, para a cidade poder utilizar nos reparos?

Por que não houve, em longo prazo, uma atuação no sentido de diversificar a economia?

Isso está complicando muito. Nós fizemos uma reunião com o governador, e o advogado geral do estado deu uma ideia que eu adorei. Como todo mundo está entrando com ação, isso é ruim, pois vai trazer um transtorno para o Judiciário. Agora a intenção é que essas competências estejam reunidas em um juiz federal, em um promotor, e que se arrume uma forma de que tudo relacionado a esse ocorrido tenha de ser tratado por essas pessoas. Quanto à multa do Ibama, conversei com representantes da Samarco e disse a eles para não recorrer dessas multas, porque eu tive o compromisso da presidente do Ibama de que, se a Samarco não recorrer, a entidade poderia investir o dinheiro em algum programa relacionado ao meio ambiente aqui em Mariana. Os procedimentos da empresa têm dado segurança às pessoas?

Neste momento não, porque a insegurança ainda é muito grande. As pessoas foram pegas completamente desprevenidas. Mas acho que com o passar do tempo, quando a empresa fizer um teste e demonstrar qual é o sinal sonoro, que eles terão de correr para determinado local, aí acho que terão uma segurança maior. Mas nesse momento é impossível ter essa segurança. Porque, por mais que se saiba que está fazendo, ninguém sabe como funciona. Como era a relação da comunidade com a empresa antes da tragédia?

A Samarco sempre foi bem-vista em Mariana. Na crise de 2008, não demitiu, manteve o emprego de todos. E nesta crise atual também. Enquanto as outras empresas demitiram muitos, ela demitiu apenas 23 funcionários. Então sempre prezava pelo trabalho. Há também a percepção de que o funcionário tinha 32 |Encontro

Nós nunca nos preocupamos com a diversificação, pois a mineração sempre trouxe arrecadação extra, e isso nos tornava uma cidade com condições de investimento. Qual seria a vocação de Mariana, fora a mineração?

Que possamos erguer a cabeça e seguir em frente, porque, se a mineração parar, a cidade para” muito orgulho de ser Samarco, sempre defendeu a empresa. Sobre a relação com o poder público, entrei no cargo num momento muito difícil, porque a cidade não tinha recurso, não tínhamos o que fazer. Solicitei à empresa que nos ajudasse em algumas coisas emergenciais de extrema importância, como uma escola e alguns poços artesianos, e ela nos ajudou doando 3 milhões de reais. E como está essa relação hoje?

Ainda não conseguimos dimensionar qual é o sentimento, mas foram feitas caminhadas a favor da Samarco. É muito difícil conseguir avaliar o sentimento no pós-tragédia. Como a retomada da atividade será pensada no ano que vem?

Primeiro, acho que depende do consentimento da população. Se o povo disser que não quer a mineração, quem é o prefeito para falar o contrário? Mas percebo que a população de Mariana é favorável, aqui ninguém defende o fim da atividade. As pessoas querem maior segurança e uma forma mais efetiva dos planos de segurança em relação à barragem. En-

Precisamos tentar buscar produtos que não se relacionem tanto com a mineração. Fábricas de calçados; alguma coisa na área de tecnologia, que vemos que é um campo fértil... Então, qual é o futuro de Mariana?

Neste momento, incerto. Um futuro de preocupação, mas também com um sentimento de que vamos sair mais fortes disso tudo. Precisamos buscar parceria com o governo do estado nesse primeiro momento, já que sabemos que a nossa arrecadação vai cair. O que extrair de positivo da tragédia?

Eu tenho dito que Bento Rodrigues, um lugarzinho pequeno, que poucas pessoas conheciam, vai passar esse exemplo para o mundo, mas exemplo também de uma coisa boa. Em meio a essa tragédia, tem muita história de demonstração de respeito que nos faz perceber que vale a pena acreditar no ser humano. O que vai ser de Bento Rodrigues?

Eu gostaria que a empresa não mexese com nada que está lá. Que sirva de exemplo para quem quiser entender o tamanho da tragédia. Que se torne uma Pompeia [cidade do Império Romano destruída pelo vulcão Vesúvio no final do séc. XVIII] de Minas. Quem vir sairá estarrecido, mas também mais forte, por entender que o ser humano é pequenininho perante Deus e perante os desastres que podem acontecer. Tudo precisa continuar vivo, para que haja mais responsabilidade, ainda mais quando se trata de vidas humanas. z

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RETRATOS DA CIDADE | RAFAEL CAMPOS rcampos@revistaencontro.com.br

NUMA CERTA ESQUINA O piano não toca mais, porém, ele serve para lembrar – se é que alguém poderia esquecer – que a música é a protagonista da história de Santa Tereza. Foi ali, na esquina da rua Divinópolis com Paraisópolis, que nasceu o Clube da Esquina, um dos movimentos culturais mais importantes do país. A ideia de levar o piano para lá foi do multi-instrumentista Gabriel Guedes, filho do compositor Beto Guedes, um dos integrantes do movimento. “A ideia é reavivar uma esquina tão importante para todos nós”, diz Gabriel, que quinzenalmente conclama os amigos a “fazer um som” no lugar. Bora conferir?

USE PARA REFRESCAR

Em dias de temperatura nas alturas, há quem faça um pitstop para se refrescar nas fontes da capital mineira. E não adianta torcer o nariz para a cena, já que os espaços da praça da Estação e praça da Savassi são próprios para isso. “É para virar praia mesmo”, diz Edwiges Leal, uma das arquitetas responsáveis pela concepção de ambas as estruturas. As águas recebem tratamento químico e ficam armazenadas em reservatórios quando desligadas. Tudo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trata-se de fontes interativas, ao contrário das fontes das praças da Liberdade e Raul Soares, que são ornamentais. São ou não convidativas? Fotos: Geraldo Goulart

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SÓ SOBROU O ORA-PRO-NÓBIS Uma horta comunitária na praça Jornalista Achilles Reis, no bairro Cruzeiro, que mostramos nesta coluna na edição de maio, não existe mais. Ela foi retirada pela prefeitura no mês seguinte, para desgosto do sapateiro Antônio Carlos Alves, idealizador do projeto. “Nem acreditei”, diz ele. O espaço, que dava para a rua Opala, era dividido em herbário e hortifrúti. Havia fichas identificando cerca de 40 espécies e, quinzenalmente, Antônio chamava as crianças do entorno para conscientizá-las sobre a importância do meio ambiente. Agora, só sobrou um pé de ora-pro-nóbis. Por meio de nota, a regional Centro-Sul informou que “foi constatado o fechamento de parte da área da praça. O responsável pela horta foi notificado da ocupação irregular e o município providenciou a desocupação, que cumpriu uma recomendação do Ministério Público”. E agora, Antônio?

COMO FICOU Thiago Mamede

COMO ERA

CASARÃO VIRA MUSEU Belo Horizonte engatinhava e as primeiras construções residenciais traziam requinte e, claro, arquitetura de inspiração europeia. É o caso do casarão na rua Sapucaí, no bairro Floresta, construído em 1922. Ele está sendo restaurado pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez, responsável também pelo Museu de Artes e Ofícios (MAO), que fica na praça da Estação. De acordo com os arquivos do departamento de patrimônio da Fundação Municipal de Cultura (FMC), trata-se de um “modelo de casa-tipo D, que correspondia a um modelo luxuoso e mais sofisticado, apresentando quatro ou mais janelas na fachada principal, alpendre lateral amplo e porão habitável”. A ideia é levar para o imóvel o Centro de Pesquisa do MAO.

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GENTE FINA | GUI TORRES gtorres@editoraencontro.com.br Concpt/divulgação

BELA GIL DE CALÇAS Aos 15 anos, Flávio Passos, hoje especialista em nutrição funcional, tinha uma saúde sofrível. “Já havia sido diagnosticado com síndrome do intestino irritável, asma crônica, princípio de cirrose hepática. Vivia gripado e sem energia para nada”, conta. E com 15 quilos acima do peso ganhou o apelido “bola branca“. O mal-estar frequente, no entanto, contribuiu para que se tornasse uma referência quando o assunto é qualidade de vida através da alimentação. Tudo que o belo-horizontino aprendeu estudando no exterior e conduzindo retiros de desintoxicação acaba de levá-lo para a TV. A partir deste mês, ele está no ar com o programa Comer Bem, que Mal Tem?, pelo canal Sony. Nele, desmistifica alimentos e propõe substituições pouco convencionais como, por exemplo, trocar leite condensado por biomassa de banana verde na receita de brigadeiro, bem ao estilo da apresentora natureba (e polêmica), Bela Gil. “Comer de forma a nutrir a saúde faz muito mais sentido e hoje em dia é também sinal de inteligência.” Jane Monteiro/Divulgação

ENTRE MERGULHOS E FLASHES Depois de três anos sem fazer trabalhos como modelo, o nadador e atleta do Minas Tênis Clube Felipe Martins reapareceu na passarela do São Paulo Fashion Week, em outubro. O misto de atleta premiado e modelo ganhou holofotes e deixou o rapaz de 27 anos com gostinho de quero mais. “Fui convidado até para participar de um reality show”, diz. Focado agora em conquistar uma vaga para os Jogos Olímpicos Rio 2016, ele está decidido: após a competição, vai deixar profissionalmente as piscinas e se lançar de cabeça na carreira internacional de modelo. Até lá, para estampar alguma campanha, impõe condições: o trabalho não pode ultrapassar dois dias longe de casa, para não alterar a rotina de treinos, e é preciso haver uma boa piscina por perto para nadar ao menos uma horinha por dia.

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Samuel Gê

DURO NA QUEDA

Léo Araújo

O apelido “Preguiça”, que o lutador Felipe Pena ganhou na infância e que traz até hoje em sua assinatura, passa longe do perfil agresssivo do atleta, quando está no tatame. Aos 24 anos, ele, que comanda em Nova Lima uma academia homônima de luta e tem importantes títulos, abriu mais espaço na estante este mês. Em uma disputa difícil, conquistou dois ouros no mundial de jiu-jítsu No-Gi, na Califórnia. “Isso representa que eu sou o melhor faixa-preta do mundo no jiu-jítsu sem quimono”, diz. Poucos dias depois e quase sem descanso, também conquistou outra vitória, dessa vez na Rússia, contra Yuri Simões, um dos nomes do momento da modalidade. “Era uma luta que todo mundo queria ver e consegui sair campeão”, comemora. Vai encarar?

COM UM PÉ NA PASSARELA Duas marcas de moda mineira estão a um passo do mais importante holofote fashion do país, o São Paulo Fashion Week. O desfile é a coroação para uma das cinco marcas que participam do TopFive, ação do Sebrae com o Instituto Nacional de Moda e Design que oferece consultoria em diversas áreas, a fim de otimizar o trabalho de quem já faz bonito no mercado. Representando o DNA mineiro, a Jardin, de Bárbara Renault, e a Green Co, de Cassius Pereira, concorrem entre si e preparam coleções para serem avaliadas daqui a dois meses, na reta final da disputa. “Eu me arrepio de pensar em ver meu trabalho no SPFW”, diz Cassius. “É um empurrão e tanto para sermos conhecidos nacionalmente”, acredita Bárbara. Samuel Gê

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UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA Conquistar o diploma do curso de letras pela UFMG não resolveu, a princípio, a vida profissional de Cíntia Chagas. Ela chegou a dar aulas em mais de 10 endereços entre cursinhos e colégios, mas, em quase todos, sua passagem foi relâmpago. “Meu jeito de ser e de dar aula nunca foram aceitos e acabei demitida de vários lugares”, diz. Em 2011, ela colocou uma pedra no passado. Abriu seu cursinho homônimo e desde então opera com lotação máxima nas turmas. “Minhas aulas têm humor, música e piada. Ninguém dorme ou fica entediado”. Para fazer jus à fama de diferente, já promoveu aulões em boates com direito a fumaça de gelo seco e DJ. Também criou recentemente a personagem Duda, uma adolescente que ela mesma interpreta e que corrige quem escorregue no português. Os vídeos são publicados no Instagram, onde tem quase 40 mil seguidores. Com a popularidade, não tem mais vagas para o próximo ano e já há procura para 2017.

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CIDADE | CURIOSIDADE

Quem procura

acha

Fotos: Gláucia Rodrigues

Em BH e região, é possível comprar produtos inusitados como bala delícia feita na hora, camisa sob medida, sapato de palhaço e ladrilhos pintados à mão. Um mapa da mina com sete endereços que merecem uma visita CAROLINA DAHER

Belo Horizonte é um ovo. Vira e mexe, alguém solta essa frase para tentar explicar que, por aqui, todo mundo se conhece e frequenta sempre os mesmos lugares. Viver em uma cidade grande faz com que seus moradores se acostumem com suas esquinas. Os mais atentos, no entanto, sabem que a capital mineira ainda tem lojas que oferecem objetos curiosos e inusitados. Dá para comprar um sapato de palhaço ou uma joia representando a igrejinha da Pampulha, sem gastar muita sola. Basta conhecer o mapa da mina. Para os amantes de chapéus, por exemplo, uma ida à tradicional Casa Cabana, no centro, é roteiro obrigatório. Instalada em um prédio de três andares, a loja, que existe há mais de seis décadas, oferece desde o legítimo chapéu-panamá até uma cópia do usado pelo ator Harrison Ford no filme Indiana Jones. Viaje por estes sete endereços que separamos para você e sinta-se como um turista em sua própria cidade. 40 |Encontro

Sapato de palhaço Onde encontrar: EMPÓRIO TRECOS E AFETOS Avenida Augusto de Lima, 233, sobreloja 64, Edifício Maletta, centro Imensos e divertidos. Assim são os sapatos de palhaço fabricados pelo artista Jamil Toledo. As peças, feitas com material reciclado, já foram parar em palcos e picadeiros de vários lugares do mundo como Alemanha, Estados Unidos e Austrália e custam de 200 a 550 reais. Toledo também já criou calçados para o Grupo Corpo e para o Giramundo. A última invenção do artista é o sapato de lona de guarda-chuva, que custa 250 reais.

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Chapéu-panamá legítimo Onde encontrar: CASA CABANA Avenida Olegário Maciel, 778, centro Especializada em chapéus, a loja, fundada em 1952, tem entre seus clientes os cantores Sérgio Reis e Almir Sater. São mais de 200 modelos, entre eles o legítimo panamá, importado do Equador. Os preços variam de 100 a 250 reais, dependendo da qualidade da palha, e podem ser encontrados com a aba larga ou curta. Há também uma réplica do usado pelo ator Harrison Ford no filme Indiana Jones (170 reais) ou ainda o modelo Fedora (a partir de 30 reais) imortalizado no cinema por Humphrey Bogart no clássico Casablanca. Denis Medeiros

Balas delícia feitas na hora Onde encontrar: BALA DELÍCIA DO XURU Rua Maria da Glória, 24, centro, Macacos Por dia, Carlos Alberto de Melo, mais conhecido como Xuru, fabrica mais de 28 kg de balas delícia. São, ao todo, 23 sabores. Além da tradicional de coco, vale experimentar as recheadas de nozes, damasco, maracujá e brigadeiro. As de café com doce de leite e de cacau com chocolate branco agradam em cheio. Uma dica é chegar cedo para ver a bala sendo “puxada” pelo doceiro, que muitas vezes oferece uma amostrinha para os clientes. O pote de 270 g custa 12 reais.

Geraldo Goulart

Dólmã e chapéu mestre-cuca coloridos Onde encontrar: ATELIÊ MARCELO BLADE Rua Emílio Vasconcelos Costa, 75, Cruzeiro Os maiores cozinheiros de BH têm um costureiro particular. No ateliê de Marcelo Blade, panos coloridos e estampados viram chapéus de mestrecuca (a partir de 50 reais), faixa-avental (a partir de 45 reais) e os dólmãs – tradicionais jalecos de inspiração militar usados pelos cozinheiros (a partir de 200 reais). Entre os tecidos usados estão tricoline, seda e linho, e as peças podem ser desenvolvidas conforme o gosto do freguês. Para se sentir um astro das caçarolas. DEZEMBRO DE 2015

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CIDADE | CURIOSIDADE Denis Medeiros

Colar Igrejinha da Pampulha Onde encontrar: ESPAÇO 670 Rua do Ouro, 670, Serra Em uma das galerias mais descoladas da cidade, é possível encontrar as joias assinadas pela designer mineira Ana Queiroz. Na coleção Arquitetura, as peças são reproduções de monumentos históricos, como o Cristo Redentor (315 reais) e a Catedral de Brasília (273 reais). Para os belo-horizontinos, há uma versão da igreja São Francisco de Assis, mais conhecida como igrejinha da Pampulha. O projeto assinado por Oscar Niemeyer está presente nos colares banhados a ouro, por 273 reais.

Cláudio Cunha

Ladrilhos pintados à mão Onde encontrar: TERRA TILE Rua Outono 81, Carmo Arquitetura também tem modismos. O último hit da estação são os ladrilhos hidráulicos. Se você quer colorir sua cozinha ou espaço gourmet e fugir do óbvio, vale conhecer as peças pintadas à mão. Com mais de 70 tipos de cores, custam a partir de 312 reais o m2. Mais exclusivas ainda, as cerâmicas artesanais aparecem com mais de 30 estampas exclusivas. (a partir de 582 reais o m2). Alexandre Rezende

Camisa de alfaiataria sob medida Onde encontrar: REALE Rua Alvarenga Peixoto, 1.408, sala 503, Santo Agostinho Com punho duplo ou simples? Com ou sem bolso? A Reale é uma empresa especializada em alfaiataria de alta-costura. Trabalhando com fios egípcios que variam de 80 a 200 fios, as camisas masculinas são feitas sob medida. E o melhor, o cliente não precisa nem sair de casa, já que o consultor leva até ele os mostruários com as várias opções de estampas e cores. Só de azul, são 12 tonalidades. Os preços das peças variam de 340 a 700 reais. ❚

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CIDADE | CALÇADAS Rogério Sol

“Sair de casa exige uma grande logística. Tenho de chamar meu pai ou amigos para ajudar”, diz a publicitária Fatine Oliveira

Calçadas esburacadas e desniveladas representam risco para pedestres em muitas ruas de BH. A responsabilidade pela conservação é do proprietário do imóvel, mas projeto de lei propõe que a prefeitura custeie a reforma e repasse o valor para o IPTU

Obstáculos no caminho RAFAEL CAMPOS

Quem dera se – como diz o verso drummondiano – houvesse apenas uma pedra no meio do caminho. Na verdade, há pedras, rachaduras e buracos. Andar pelas calçadas de alguns trechos de Belo Horizonte é um exercício de atenção, às vezes, de equilibrista. Para idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida, o risco é maior. Apesar de o Código de Posturas do município, desde 2003, prever que a reforma e padronização dos passeios é de responsabilidade dos proprietários dos imóveis, há resistência. Muitos consideram que a atribuição deva ser do município. O resultado são calçadas em péssimo estado. Agora, um projeto de lei que estabelece que a administração municipal assuma a obra caso o proprietário se omita acaba de ser aprovado pela Câmara Municipal e segue para avaliação do prefeito, Marcio Lacerda. Pelo projeto, o valor 44 |Encontro

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Geraldo Goulart

Rua São Domingos do Prata, esquina com Lavras, no Santo Antônio: passeio danificado pelas raízes de uma árvore

gasto poderá ser repassado às guias de IPTU do imóvel, para pagamento em até cinco parcelas. Trabalho é o que não falta, já que, de janeiro a agosto deste ano, mais de 5,7 mil notificações referentes à falta de conservação dos passeios foram emitidas pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. Na rua São Domingos do Prata, esquina de Lavras, no bairro Santo Antônio, o passeio parece não mais aguentar a pressão das raízes de uma árvore. “Já virei o pé várias vezes. É uma coisa absurda”, diz a empregada doméstica Marilene Dias Bastos, de 54 anos, que diariamente enfrenta os obstáculos da rua Congonhas, no mesmo bairro. Não é diferente na rua São Paulo, quase esquina com Timbiras, no centro. Até o meio-fio não resistiu. “Sou obrigada a andar na rua. O pedestre não tem vez”, afirma a radiologista Diana Morgana, de 28 anos. Na avenida do Contorno, próximo à praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia,

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todo cuidado é pouco. “Todo mundo tropeça”, diz João Ribeiro, despachante do ponto final da linha SC 02. O vereador Reinaldo Preto Sacolão (PMDB) acredita que, se for sancionado pelo prefeito, o projeto de sua autoria pode resolver o imbróglio. “Os proprietários não conseguem arcar com o valor dos reparos. Uma simples calçada pode chegar a R$ 5 mil”, diz. De acordo com o parlamentar, a obra exige engenheiros e empresa especializada, já que os passeios devem obedecer a padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que prevê piso tátil e acessibilidade. A prefeitura não quis comentar a proposta. Mas, de acordo com a Secretaria Municipal Adjunta de Fiscalização, atualmente fiscais realizam uma média de 60 ações diárias para constatar a situação dos passeios na cidade, o que inclui conservação, declividade, acessibilidade, degraus, etc. Proprietários dos imóveis são notificados e têm prazo de 30

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CIDADE | CALÇADAS Fotos: Geraldo Goulart

a 60 dias para corrigir irregularidades, sob pena de multa mínima de R$ 537,50. A reportagem apurou em algumas empresas especializadas que a colocação de ladrilhos especiais para deficientes visuais custa, em média, 40 reais por metro quadrado, sem levar em conta a mão de obra e a reforma. Geraldo Angelino, presidente da Associação dos Moradores do Santo Antônio, torce pela sanção da lei. “É o ideal. Não há como arcarmos com os custos de reforma. E assim as calçadas poderão ser padronizadas”, diz. Flávio Carsalade, arquiteto e urbanista da UFMG, considera positivo o projeto de lei, que na prática divide a responsabilidade das calçadas entre os moradores e a PBH. “É uma forma de cobrar da população, que tem sido inadimplente com essa questão. O morador tem de dar essa retribuição à sociedade. Precisamos ter uma consciência de coletividade”, diz. Prova de que adequar as calçadas à legislação não é algo simples pode ser vista em frente à própria Câmara Municipal de BH. Os moradores do entorno, funcionários da casa e visitantes reclamam que é preciso atenção para caminhar pela rua Expedicionário Nilo Seabra, no Santa Efigênia, na lateral da casa legislativa. A calçada está cheia de buracos, rachaduras e ondulações. E falta o piso tátil de acessibilidade para deficientes visuais. Ou seja: não é um bom exemplo. De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara, o projeto da obra está sendo concluído e deve indicar a necessidade de retirada de árvores, troca de revestimento da calçada, além do acesso para cadeirantes. A previsão é de que a adequação esteja pronta até meados do ano que vem. A publicitária Fatine Oliveira, de 30 anos, que é cadeirante, também torce para que mais ruas da cidade tenham o mesmo destino. “Sair de casa exige uma grande logística. Tenho de chamar meu pai ou amigos para ajudar”, diz a moça, que chegou a criar um perfil no Youtube no qual posta vídeos que chamam a atenção para os problemas enfrentados pelos cadeirantes na cidade. Uma simples ida a bares ou restaurantes transforma-se em verdadeira saga. É o que acontece na rua Sergipe esquina com Tomé de Souza, na Savassi, onde não há 46 |Encontro

Rua Congonhas, no bairro Santo Antônio: “Já virei o pé várias vezes. É uma coisa absurda”, diz Marilene Dias, que trabalha na região

Avenida Alfredo Balena, esquina com Bernardo Monteiro: flagrante de rede subterrânea de telefonia com a tampa quebrada

Rua São Paulo próximo à Timbiras, no centro: meio-fio quebrado e buracos

rampa de acessibilidade. “Falta maior compreensão das pessoas que cuidam da nossa cidade para resolver essa questão, que não é de hoje”, diz Manoel Messias de Oliveira, pai de Fatine. Na avenida Alfredo Balena, esquina com Bernardo Monteiro, no bairro Santa Efigênia, encontramos também um

buraco no meio da calçada em consequência de uma tampa quebrada da rede subterrânea de telefonia, oferecendo mais riscos aos pedestres. “Já ligamos para a empresa responsável, mas até agora nada. Só chamando a polícia”, diz Jane Barbosa, gerente adjunta de uma drogaria que fica em frente. z

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SAÚDE | SUPLEMENTOS

Direto do sacolão Cápsulas e farinhas de alimentos têm sido buscadas pela praticidade e por manterem os nutrientes sem o sabor ou cheiro do in natura. Especialistas recomendam moderação no uso

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MARINA DIAS

Quem nunca torceu o nariz para algum legume, fruta ou mesmo condimento? Tem coisas que não dão mesmo vontade de comer. Some-se a isso o dia a dia corrido, sem tempo para comprar e preparar alimentos frescos. A saída é apelar para cápsulas, farinhas e até balas e gelatinas, indicadas, originalmente, para pessoas que não podem ingerir a comida in natura, como pacientes acamados, com dificuldade de deglutição, pós-cirúrgicos – ou até astronautas e atletas de aventura. Mas, em razão da praticidade ou da neutralidade do sabor e pelo fato de que as propriedades e os nutrientes não se perdem na “conversão” para os novos

formatos, acabaram sendo adotadas por quem simplesmente não gosta do alimento ou vive correndo. Farinhas como a de berinjela, brócolis, feijão-branco e maracujá podem ser misturadas a sucos, sopas, massas de bolos ou colocadas diretamente no prato. Assim, os nutrientes do brócolis, por exemplo, podem ser ingeridos em refeições as mais variadas, e não necessariamente na tradicional salada do almoço. Uma mão na roda para quem não gosta do vegetal. Já as cápsulas, como a de chá verde ou a de goji berry, podem ser carregadas para qualquer lugar e tomadas mesmo fora do momento das refeições. Nada de preparo ou mistura envolvidos. Outra vantagem defendida por quem é a favor das apresentações diferenciadas

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SAÚDE | SUPLEMENTOS Fotos: Divulgação

DE TODOS AS FORMAS Conheça diferentes apresentações dos alimentos MAIS COMUNS EQUIVALE A QUANTO? A concentração dos nutrientes é uma das vantagens das cápsulas e farinhas. Veja o caso da berinjela:

Farinhas: obtidas através do ressecamento e trituração do alimento As mais comuns: feijão-branco, berinjela, banana verde Cápsulas: são compostos bioativos separados da matriz do alimento e apresentados na forma farmacêutica As mais comuns: chá verde, goji berry, cranberry

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2 colheres (sopa) da farinha de berinjela equivalem a 300 g do legume (ou duas berinjelas médias )

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I T Outros formatos: balas, barras, gomas, gelatinas, frutas desidratadas Fonte: nutricionista Renata Amaral Madeira

é o fato de a concentração de nutrientes nesses novos formatos ser maior. No caso das farinhas, isso se dá pela retirada da água (ressecamento) e, nas cápsulas, pela extração do composto bioativo, cujas doses ultrapassam aquelas que poderiam ser obtidas em alimentos in natura. “O efeito em termos de nutrição é o mesmo, mas com uso de menor quantidade”, afirma Renata Amaral Madeira, nutricionista da Mundo Verde do BH Shopping. Segundo Renata, quem procura as versões em cápsula quer praticidade. No caso das farinhas, que têm menos demanda do que as cápsulas, a mais vendida é a de banana verde. Ela explica que a forma mais usada da fruta in natura é como biomassa, feita com o cozimento da banana verde e usada para preparação de outras receitas, como bolos ou massas (pois garante consistência sem alterar o sabor). Já a farinha não requer esse preparo e pode ser colocada no iogurte ou suco, o que facilita a vida da pessoa. “E a procura é grande para emagrecimento, porque aumenta 52 |Encontro

a saciedade e controla o aumento de gordura corporal, entre outros benefícios”, afirma. No entanto, é preciso atenção e, especialmente, orientação no uso desse tipo de alimento. Segundo a nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia, Jomara de Araújo, não há consenso entre especialistas quanto a sua indicação. “Mas é certo que o uso não pode ser feito de forma livre e indiscriminada”, afirma. Um exemplo, diz, é a farinha de feijão-branco, rica em faseolamina, substância capaz de reduzir em 20% a absorção do carboidrato consumido com ela – motivo pelo qual não pode ser usada em qualquer quantidade. “É de bom senso que a indicação deva ser de um especialista, que pode orientar as doses diárias recomendadas para cada nutriente”, afirma. A diretora do Conselho Regional de Nutricionistas de Minas Gerais, Adriana Pazzini, lembra ainda que alguns alimentos precisam passar pelo processo de cozimento para neutralizar fatores antinutricionais — e esse processo não

ocorre em alguns dos produtos apresentados em outros formatos. “Os fitatos presentes nos feijões, por exemplo, reduzem a absorção de minerais, como ferro, zinco e cálcio”, explica. “É preciso analisar a real necessidade de se consumir alimentos em pó”, completa. É importante levar em conta que a orientação geral dos especialistas é no sentido de priorizar os alimentos verdadeiros e naturais, que existem em diversidade e fornecem proteínas, carboidratos, gorduras, além das vitaminas e minerais. Para quem não gosta de algum em especial, é possível procurar outros que também forneçam os mesmos benefícios. Além disso, Jomara de Araújo lembra que o paladar pode ser ensinado (após o consumo do alimento diversas vezes seguidas, em pequenas quantidades), assim, é viável e importante investir na palatabilidade. O caminho, diz, é pensar nessas novas formatações como aliadas a um plano alimentar balanceado, além de coerente e saboroso, com tudo a que uma dieta completa tem direito. ❚

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SAÚDE | TRAVESSEIROS

Fora, torcicolo Além de garantir uma boa noite de sono, o travesseiro correto pode evitar dores no pescoço e na coluna. Especialistas dão as dicas de como escolher

DANIELA COSTA

Motivos para tirar o sono, muita gente tem. O problema é quando, além de dormir mal, ainda se acorda sentindo dor no pescoço, nos ombros, na coluna e até dor de cabeça. Pronto! O rendimento do dia inteiro fica comprometido. A estudante Anna Beatriz Malta, de 15 anos, já perdeu as contas de quantas vezes acordou com o famoso mau jeito no pescoço, sem conseguir fazer qualquer movimento. Além de ficar cansada e com sono, fazia uso constante de medicamentos. Com o tempo, a situação se agravou, até que decidiu buscar ajuda médica para descobrir a origem do problema e se surpreendeu com o resultado: “O ortopedista sugeriu apenas que eu trocasse o tra-

vesseiro alto por um mais baixo. Foi tiro e queda”, diz. A escolha do travesseiro parece uma tarefa simples, e a maioria das pessoas desconsidera os riscos de uma compra errada. “Além de prejudicar o sono, o que interfere em todo o funcionamento do organismo, o uso inadequado pode trazer problemas de coluna, torcicolos, dores musculares e até tendinite, artrite e artrose”, diz o médico ortopedista Philipe Maia. Segundo a Organização Mundial de Saúde, oito em cada dez pessoas têm ou ainda terão problema de coluna, a maioria por má postura. O que muitos desconhecem é que a postura correta também deve ser mantida enquanto se está dormindo, isso porque os músculos e ligamen-

A estudante Anna Beatriz Malta sofria com dores no pescoço: “O ortopedista sugeriu apenas que eu trocasse o travesseiro alto por um mais baixo. Foi tiro e queda”

Victor Schwaner

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SAÚDE | TRAVESSEIROS Geraldo Goulart

O gestor pedagógico Marcelo Seabra investiu em novo travesseiro e em atividades físicas para fortalecer a musculatura: “Além de dormir melhor, tenho muito mais disposição para trabalhar”

QUAL O TRAVESSEIRO IDEAL? A escolha deve levar em conta o tipo de preenchimento DE ESPUMA: quanto maior a densidade, menor o risco de o travesseiro se deformar DE VISCOELÁSTICO: com tecnologia assinada pela Nasa, essa espuma é superflexível e se adapta aos diferentes movimentos da cabeça DE LÁTEX: possui estrutura perfurada que favorece o sistema de ventilação. É firme e resistente a mofo, ácaros e acúmulo de poeira

DE MOLAS COM ESPUMA: assemelha-se às caixas de ovos e dá um apoio mais firme e resistente à cabeça DE FIBRA DE POLIÉSTER SILICONADA (PLUMA SINTÉTICA): flexível, hipoalérgico, pode ser lavado e exposto ao sol COM ERVAS: possui função calmante e relaxante. Pouco resistente, não pode ser lavado e tem de ser exposto ao sol semanalmente

OUTRAS DICAS Modelos de travesseiros com regulagem de altura são uma boa opção para ajuste anatômico

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A troca periódica dos travesseiros é indicada entre 12 e 18 meses de uso, por questões respiratórias e desgaste no preenchimento

tos das costas relaxam e se curam nesse período. “Por isso, é tão importante investir em travesseiros e colchões adequados. Eles atuam em conjunto”, diz o médico. “Na verdade, deveríamos ter mais de um tipo de travesseiro que se adéque às diferentes posições em que dormimos.” O primeiro passo para perceber se o travesseiro está cumprindo sua função é verificar se a coluna está bem alinhada com seu uso e se o formato se molda à curvatura natural do pescoço. O ideal é manter orelhas, ombros e quadris alinhados. O uso de travesseiros adicionais auxilia a manter a postura. Para quem gosta de dormir de barriga para cima, utilizar um pequeno travesseiro sob o joelho diminui o impacto da coluna. Aqueles que preferem dormir de bruços devem colocar um travesseiro debaixo do estômago e da pélvis para manter o corpo alinhado. Já para os que preferem dormir de lado, a indicação é usar um travesseiro firme entre os joelhos. “É importante colocar travesseiros em lacunas entre o corpo e o colchão”, diz o ortopedista. Dormir sem travesseiro é tão prejudicial quanto escolher o modelo errado. Apostar no fortalecimento da musculatura, com atividades físicas, também é fundamental para evitar dores. “Alongamentos e exercícios de reeducação postural ajudam a fortalecer o centro do corpo e reduzem os riscos de lesões”, explica a fisioterapeuta Bárbara Alves de Oliveira. O gestor pedagógico Marcelo Seabra, de 33 anos, não aguentava mais sofrer com torcicolos. Por insistência do pai, que é médico, trocou o travesseiro e entrou na academia. “Minha qualidade de vida melhorou totalmente. Além de dormir melhor, tenho muito mais disposição para trabalhar”, diz. z

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informe publicitário

Concussão cerebral nos esportes

Divulgação

O neurologista Igor Levy chama a atenção para incidência da concussão: sérios danos cerebrais

Casos de atletas de futebol americano com sinais de demência levaram a mídia a dar atenção ao problema Concussão é um evento comum na prática de esportes. Nos EUA, cerca de 38 milhões de crianças e adolescentes e 170 milhões de adultos praticam esportes anualmente. Trata-se de um trauma direto ou indireto na cabeça, com sintomas neurológicos. A primeira concussão aumenta o risco de uma segunda. O que fazer após a concussão? Praticar atividade física imediatamente pode ser prejudicial. Por outro lado, esperar por muito tempo não é benéfico. De sete a 10 dias é um bom prazo. Especialistas da área, reunidos recentemente, sugeriram evitar repouso completo. Esportes de contato também devem ser evitados, pelo menos por esse período. No segundo impacto, o dano cerebral é maior. Daí a importância em evitar nova concussão de imediato. Sinais de preocupação incluem vômito, olhar vago no espaço, demora em responder ou andar, desorientação ou perda de memória, desmaio. É comum o atleta minimizar os sintomas durante a prática do esporte, para retornar à atividade o mais rapidamente possível. Atualmente, vários testes estão disponíveis para avaliar o atleta no campo antes de ele retornar ao jogo. O teste K-D mede o tempo para a pessoa ler números em três cartões diferentes. Geralmente, mais de 1 ou 2 minutos de demora indicam lesão cerebral. O SAC (standard assessment of concussion) avalia orientação, memória e concentração. Já o BESS (balance error scoring system) mede o equilíbrio, cuja perda correlaciona-se com dano cerebral. Novas técnicas de imagem via ressonância magnética, como Tensor Imaging, podem quantificar a severidade da concussão e prever o prognóstico melhor do que a ressonância de rotina. O tratamento da dor de cabeça pode ser feito com paracetamol e ibuprofeno, se persistir depois de 24 horas. Para a dor crônica, várias opções medicamentosas podem ser tentadas. Mas deve-se evitar mascarar sinais de uma lesão mais

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PET Scan de um ex-atleta de futebol americano com CTE

severa na fase inicial. A incidência da insônia também é comum. Se for persistente, deve ser tratada, e a melatonina é a primeira escolha. Efeitos no comportamento também podem ocorrer. Imagens de anormalidades e sinais neurológicos persistentes são provas de que retornar à prática do mesmo esporte acarreta em risco de desenvolver encefalopatia crônica traumática (CTE), que apresenta sintomas similares à doença de Alzheimer. Nos EUA, vários casos de atletas do futebol americano já foram descritos. No Brasil, recentemente, o caso do jogador de futebol Bellini, que inicialmente foi diagnosticado como doença de Alzheimer, foi confirmado como secundário ao traumatismo cerebral recorrente (CTE). Já o exame de PET cerebral pode confirmar o diagnóstico mostrando depósito da proteína TAU. Não há tratamento específico, daí a importância da educação do público para sua prevenção.

Centro de Excelência em Neurologia Dr. Igor Levy • Neurologista, certificado pelo Colégio Americano de Neurologia e Academia Brasileira de Neurologia • Membro titular da Academia Americana de Neurologia e Academia Brasileira de Neurologia • Diplomado em Neurogeriatria nos Estados Unidos • Especialista em Cefaleia – United Council of Neurological Subspecialties

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Eles não são de pelúcia A empresária Luciana do Carmo com a filha Maria Victoria e os cães Kulu, sem raça definida, e Baruc, Lulu da Pomerânia: “Aqui em casa é uma grande festa, vivemos em harmonia”

É preciso pensar duas vezes antes de presentear uma criança com cães, gatos ou outros pets. Afinal, animais exigem cuidados e mudam rotinas DANIELA COSTA

Um sofá arranhado, um xixi fora do lugar, um choramingo durante a noite. Atitudes normais para quem está acostumado a conviver com animais de estimação, mas que podem se 60 |Encontro

tornar desculpa fácil para descartá-los. Por isso, é tão importante ponderar sobre os prós e contras de atender à vontade das crianças quando pedem um animal de presente. Apesar de serem fofinhos e engraçadinhos, eles não são brinquedo e exigem cuidados. “Muitas vezes os pais compram ou adotam um animal por impulso e acabam se arrependendo depois. Por isso há vários casos de devolução e até mesmo abandono”, diz o veterinário Gilson Dias, da ONG Bichos Gerais. Antes de tomar qualquer decisão, é preciso considerar as necessidades próprias de cada espécie, lembrando que, ao adquirir um animal, ganha-se um novo membro na família, com o qual se conviverá por longos anos. A empresária Luciana Gomes do Carmo pesquisou muito antes de dar à filha

Maria Victoria, de 5 anos, o cãozinho Baruc, de 3 meses, da raça Lulu da Pomerânia, também conhecido como spitz alemão. “Avaliei quais as consequências de ter mais um morador em casa. Pesquisei raça, temperamento e porte que mais se adequaria ao nosso perfil”, diz. Acostumada a conviver com cães, Luciana também tem três vira-latas de porte médio, todos adotados. “Aqui em casa é uma grande festa, vivemos em harmonia”, diz. Para a psicóloga Paula Paim, as implicações do convívio entre crianças e pets dependerão de como os adultos – pais e cuidadores – os orientam. “Cumprindo regras que visem ao bem-estar do animal, elas abrirão mão, por exemplo, de dar um alimento não recomendado a um cachorro, mesmo que o desejo de o

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PET | COMPORTAMENTO fazer seja grande”, diz. Segundo ela, é fundamental ter a consciência de que se trata de vidas, e não objetos. “Infelizmente, seja por omissão seja por desinformação, muitos ignoram completamente que os bichos têm emoções, precisam de atenção, alimentação apropriada e cuidados veterinários, e acabam os negligenciando.” Não é de hoje que cientistas concluíram que os animais, em geral, não só os pets, são seres sencientes, ou seja, capazes de sentir dor, medo, prazer, etc. Em maio deste ano, na Nova Zelândia, foi aprovada lei que reconhece que eles sentem emoções como alegria, tristeza, angústia e ansiedade de separação. Não por acaso, os cães, por exemplo, sempre corresponderam ao afeto dos seres humanos, conquistando o título de melhores amigos do homem, e estudos mostram que animais como chimpanzés e elefantes fazem luto por seus mortos. Em se tratando de crianças, o convívio consciente e responsável com os animais traz muitos benefícios. “Além de reduzir a ansiedade, estimula o seu desenvolvimento psicológico, emocional e social. Crianças individualistas ou retraídas aprendem a interagir e compartilhar”, diz o psicólogo Leonardo Curi, especializado no treinamento de animais para realizar terapias assistidas. Há dois meses, a empresária Joyce Athayde Leite Belo, de 35 anos, surpreendeu-se com a atitude do filho Murilo, de 6 anos. O menino andava triste após a perda do cãozinho da família, que morreu aos 13 anos. “Murilo me perguntou se ele tinha ido para o céu. Sentiu muito a sua falta e nos pediu para ter outro bichinho”, diz. Desde então, iniciaram a busca por um novo amigo para o filho. A surpresa para os pais veio poucos dias depois do aniversário do menino, quando ele levou o cofrinho com todo o dinheiro que ganhou de presente para ajudar na compra de outro cão. “Ficamos muito emocionados, não imaginávamos o quanto aquilo era importante para ele”, conta Joyce. Hoje Murilo se diverte com Aurora, pastora-alemã de 50 dias. “Parece que foram feitos um 62 |Encontro

Alexandre Rezende

Na casa da professora Mariana Carvalho, os filhos João Vitor e Maria Eduarda aprenderam desde cedo a cuidar das chinchilas e calopsitas: “Compartilhamos alegrias e obrigações que ter um animal de estimação acarreta”, diz Leo Araujo

O pequeno Murilo surpreendeu a mãe, a empresária Joyce Belo, ao decidir comprar a pastora-alemã Aurora com o dinheiro que ganhou de aniversário: “Não imaginávamos o quanto isso era importante para ele”, diz Joyce

PRÓS E CONTRAS O que deve ser avaliado antes de comprar ou adotar um animal Pesquise sobre os hábitos e costumes da espécie Verifique raça, temperamento e porte do animal Analise se possui espaço, tempo e condições financeiras para mantê-lo Lembre-se que ter animal requer dedicação e cuidados com alimentação, higiene e saúde Não se esqueça que bicho de verdade faz barulho, bagunça e sujeira Respeite sempre os limites do animal Se for comprar, opte por locais ou criadores de confiança Existem vários animais abandonados. Adoção é sempre uma boa opção

para o outro. Tornaram-se grandes companheiros”, diz a mãe. Na casa da professora Mariana Nunes de Carvalho, de 33 anos, o que não falta são bichos de estimação, mas nada de cães e gatos. Por lá as chinchilas Neném, Sthich e Banana dividem espaço com o casal de calopsitas Johnny e Mel, e todos mantêm a política da boa vizinhança. “Convivem tão bem que as aves gostam de pousar em cima da gaiola das chinchilas e roubar a ração”, conta. Os filhos João Vitor, de 10 anos, e Maria Eduarda, de 12 anos, dividem as responsabilidades. Aprenderam a hora certa de dar alimento, verificam sempre a água e limpam toda a sujeira. “Compartilhamos as alegrias e as obrigações que ter um animal de estimação acarreta”, diz a mãe. z

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DEZ PERGUNTAS PARA | KIE KOJO

“É uma população

invisível no Brasil”

Psiquiatra e especialista em sexualidade humana fala sobre disforia de gênero, condição em que a pessoa não se identifica com o sexo de nascimento. Os primeiros sinais podem começar na infância GUI TORRES

Em junho passado, o ex-atleta e medalhista olímpico Bruce Jenner chocou o mundo ao estampar sua versão mulher na capa de uma das mais importantes revistas norte-americanas. Com cabelos longos, maquiagem e decote que realçava os seios de silicone, ele pedia: “Me chamem de Caitlyn”. A revelação da nova identidade, depois de um longo período recluso para tratamento, trouxe à tona, mais uma vez, a discussão em torno da disforia de gênero, o transtorno que é explicado pelo desacordo entre o sexo de nascimento e o sexo sentido pela pessoa. Segundo a médica psiquiatra e especialista em sexualidade humana Kie Kojo, uma das poucas profissionais na capital mineira que trabalha a questão, os primeiros sinais da condição, muitas vezes, manifestam-se ainda na infância e causam sofrimento para as crianças, pais e familiares, que não sabem lidar com o transtorno. No Brasil, tem-se registro de uma cirurgia para troca de sexo realizada na década de 1970, mas o caso mais famoso é o da ex-modelo Roberta Clo66 |Encontro

se. Transgênero, foi uma das primeiras brasileiras a se submeter ao ainda hoje temido procedimento, em 1989, na Inglaterra. Recentemente, as transformações mais conhecidas no país são de três mineiras: as modelos Lea T, Carol Marra e Tereza Brant. As duas primeiras nasceram meninos e se tornaram mulheres e personalidades influentes na moda. Já Tereza nasceu menina e, com a ajuda da hormônio-terapia cruzada, tornou-se um homem com músculos e barba. 1 | ENCONTRO - Apesar de os primeiros casos terem sido registrados no Brasil há mais de 70 anos, ainda hoje a disforia de gênero é um tabu. Como vê isso?

KIE KOJO - Falar e conviver com esse transtorno ainda hoje é difícil, porque vivemos em uma sociedade heteronormativa, ou seja, desde pequenos somos educados a seguir rigidamente alguns padrões sociais. Do ponto de vista da sexualidade, o que preconizam? Que as pessoas sejam heterossexuais e que, de preferência, se casem e reproduzam. O resultado dessa educação é a formação de adultos despreparados para aceitar o diferente.

Samuel Gê

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2 | Sobre a questão clínica e assistencial, o Brasil está evoluindo?

Se avaliarmos do ponto de vista da equipe necessária para o atendimento correto, que precisa contar com psiquiatra, psicólogo, endocrinologista, assistente social e cirurgião, existem poucos lugares capacitados no país. Pelo SUS, o acompanhamento é feito no Hospital das Clínicas de São Paulo, de Porto Alegre e Goiânia; e no Hospital Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro. Mas todos têm fila e demora. Já com relação à hormônio-terapia cruzada, que consiste no uso de doses de hormônios femininos em homens, e vice-versa, vemos resultados excelentes. 3 | E em BH, como avalia esse acompanhamento? Aqui não existe essa oferta completa. Eu mesma estou ilhada. Faço minha parte e encaminho os pacientes para profissionais em quem confio em São Paulo. Trabalhar com essa condição rara quer dizer que precisamos estudar essas pessoas, e não é todo profissional que quer investir financeiramente nisso. Em termos de cirurgia, o sofrimento é maior. A fila de espera para a adequação genital beira sete anos e a maioria dos pacientes precisa fazer em outras cidades. É caro e nem todos podem bancar ficar tanto tempo longe de casa. A USP, por exemplo, recebe gente do Amazonas. 4 | Quais as consequências dessa demora?

Estamos falando de condição que causa muito sofrimento por si só e, com todas as dificuldades, essas pessoas se deprimem ainda mais, não aguentam esperar e vão para o mercado negro fazer a hormônio-terapia, sem o cuidado necessário. O resultado pode levar à morte, devido a problemas graves de saúde, como tromboembolismo pulmonar, trombose venosa profunda, cânceres de vários tipos, como hepático e na hipófise. Não dá para fechar os olhos diante isso. 5 | Mundialmente, há dados sobre quem sofre desse transtorno?

No geral, existe o que chamamos de condições associadas. Pessoas com

disforia de gênero têm 20 vezes mais chances de cometer suicídio, o uso de cocaína é 25% maior, o uso de drogas injetáveis, 15% e de tabaco, 50%. O risco de desenvolverem depressão é de 20%, e a chance de terem transtorno de ansiedade generalizada chega a 38%. 6 | E no Brasil, qual é o panorama?

Em relação a pesquisa, é uma população invisível no Brasil, mas precisamos mostrar que a situação é séria, que essas pessoas estão morrendo e merecem respeito. Para além da questão da hormônio-terapia sem acompanhamento, suicídios e agressão física, há os assassinatos. De 2008 a 2014, foram 1.700 homicídios de transexuais na América do Sul e Central, 700 deles no Brasil. Isso é intolerância.

É muito comum em quem sofre de disforia de gênero ter pai e mãe ausentes ou pai ausente e mãe possessiva” 7 | A disforia dá sinais ainda nos primeiros anos de vida? Como os pais devem agir?

Existem dois momentos para esse desconforto: a disforia de início precoce e de início tardio. Na infância, surge entre 2 e 4 anos de idade e, geralmente, persiste na adolescência e na vida adulta. Mas é importante entender que, muitas vezes, a situação em que uma menina que tem um jeito mais moleque e um menino que age de maneira mais efeminada pode não significar absolutamente nada. Não pode ser confudido com homossexualidade. É uma condição que pode persistir na vida adulta ou sumir. Mas, se as atitudes destoam e o sexo com o qual veio ao mundo causa incômodo, angústia e deprime, é algo que precisa ser avaliado por profissional capacitado. A linha que divide

as duas coisas é tênue e, por isso, toda criança precisa ser cuidada e observada. 8 | É uma questão somente genética ou há relação com outros fatores?

Não há estatísticas que indiquem a porcentagem do “peso” do fator genético, embora ele seja importante, assim como o componente endócrino. O que acontece também é a exposição intrauterina a hormônios androgênios, que faz com que a diferenciação cerebral e dos genitais ocorra em direções opostas. Outros fatores que influenciam são os psicológicos. É muito comum em quem sofre de disforia de gênero ter pai e mãe ausentes ou pai ausente e mãe possessiva. A prevalência fica entre 0,05% a 0,014% nos homens e entre 0,02% a 0,03% em mulheres. 9 | Os casos só encontram solução com a cirurgia de adequação de sexo?

A disforia é um mal-estar psíquico permanente, resultante da incongruência entre o gênero sentido e o gênero biológico, e com isso uma parcela dos casos caminha para cirurgia, mas não é uma regra. 10 | O procedimento já é realizado com mais segurança?

Para as mulheres que se transformam em homens o procedimento é muito delicado. A cirurgia de construção do pênis ainda é experimental, em evolução, e para o novo órgão funcionar minimamente são necessárias de duas a três cirurgias com bom espaçamento de tempo. Mesmo assim, ainda há o risco de se perder essa pele formada, fora as cicatrizes que ficam dos enxertos que precisam ser tirados de outras partes do corpo. Com todos esses fatores, é muito provável que o trans-homem não faça a cirurgia. O mais comum é a mastectomia para a retirada dos seios. É a solução para mamas grandes e médias. No caso de seios pequenos, que ficam menores ainda com a hormônio-terapia, uma lipoaspiração pode bastar. Já a cirurgia do homem biológico para a construção da vagina é muito mais frequente. Apesar de também delicada, o resultado estético é impressionante. z DEZEMBRO DE 2015

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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br Pedro Bicudo/Divulgação

PEÇA DE MUSEU? Sentado em sua cadeirinha no banco de trás de um VW Up! TSI Speed, meu neto, que acaba de fazer 3 anos e é aficionado por carros, olhou para a manivela que abre e fecha o vidro da janela da porta traseira e, intrigado, perguntou: o que é isso? Para ele janelas de carros só se abrem pelo sistema de acionamento elétrico. Achou curioso e extravagante e ficou por um bom tempo brincando com aquele antigo (novo para ele) mecanismo de acionar o vidro. É ou não é um sinal de que já passou da hora de mandar para os museus esse sistema manual?

A3 VOLTA A SER NACIONAL

Com motor 1.4 turbo flex de 150 cv e mudanças de tropicalização na suspensão e transmissão, a Audi já está produzindo, em São José dos Pinhais (PR), e vendendo o A3 Sedan. Segundo Jörg Hofmann, presidente da Audi no Brasil, a expectativa é de que neste ano a unidade produza cerca de mil unidades do modelo, cuja versão nacional chega neste mês às concessionárias em duas opções de acabamento, Attraction e Ambiente. “O mercado Premium está caindo 25% este ano, mas a Audi está na contramão, crescendo 35%, embora este seja um ano bastante difícil. Se em 2016 não houver medidas que melhorem a confiança do consumidor, será um ano pior, porque a crise não é só econômica, é uma crise de confiança”, alerta Hofmann. O modelo brasileiro, que também é o primeiro bicombustível da Audi, marca o início da produção em série e o retorno das operações da companhia no país: na mesma fábrica a empresa já havia montado a primeira geração do A3 entre 1999 e 2006.

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ERA SEM MOTORISTA Pronta ou não, a tecnologia nos leva em direção à era dos veículos sem motorista. A previsão de especialistas norte-americanos do setor indica que 54 milhões de carros autônomos estarão nas estradas até 2035. Carros sem motoristas ou autônomos já são utilizados em ambientes controlados, como áreas de mineração e fazendas. A questão que se apresenta para a indústria hoje não é se carros que dispensam motoristas se tornarão realidade, mas sim como enfrentar e vencer os obstáculos que se encontram no caminho para a adoção em larga escala dessa solução. Essa é a questão e o principal tema de seminários do setor automotivo no mundo civilizado.

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Fotos: Divulgação

OFF-ROAD CONVERSÍVEL A Land Rover apresentou o novo Range Rover Evoque Conversível nos EUA em uma produção fotográfica com a Bond girl Naomie Harris, na costa de Santa Monica, Los Angeles. O primeiro SUV compacto de luxo do mundo com teto retrátil foi revelado antes da sua estreia mundial oficial, no Salão do Automóvel de Los Angeles, que aconteceu no final de novembro. A Jaguar Land Rover informa que o Range Rover Evoque conversível será vendido no Brasil a partir de 2016. Não informou o mês.

NOVO AIRCROSS Sem o pneu estepe atrás, que tem se revelado um “trambolho” perfeitamente dispensável em SUVs, a Citroën, que passou um ano mais que discreto no Brasil, terminou 2015 surpreendendo e mostrando a nova geração do Aircross, que passa a ser fabricado na unidade industrial Peugeot Citroën, no Rio de Janeiro. O design foi reformulado para apresentar um “SUV incomum”, com muita inteligência tecnológica, anunciou o fabricante. A partir do veículo conceito, o novo Aircross (com medidas de 4,58m x 2,1m x 1,73m x 2,80m entre-eixos) se apresenta como participante do segmento médio, “posicionando-se acima, portanto, do segmento disputado pelo SUV Compacto Aircross no Brasil”, relatou a Citroën, na apresentação do carro conceito. Esta é a primeira renovação do Aircross desde que foi lançado por aqui, em 2010. Até agora, suas vendas somam o equivalente a 53,5 mil unidades.

PORSCHE FINCA O PÉ NO BRASIL O ano automotivo termina com a Porsche anunciando que agora a marca passa a ter subsidiária no país - 18ª da marca no mundo, primeira na América Latina. Até então, as vendas eram intermediadas pela importadora Stuttgart. A nova pessoa jurídica consiste em uma joint venture com a participação da Porsche AG, com 75%, e a Stuttgart Sportcar, com 25%, disse Matthias Brück, CEO da Porsche Brasil. A decisão é mais um sinal de que a crise que

assola o setor e a economia do país se limita aos segmentos com carros de menor valor. O Brasil está entre os mercados mais promissores para a icônica marca alemã. Na comparação entre os 10 primeiros meses de 2014 e 2015, as vendas da marca no Brasil se mantiveram estáveis, em torno de quase 600 unidades. Na América Latina, o México vende mais, mas a Porsche aposta no mercado brasileiro no médio prazo.

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VEÍCULOS | LANÇAMENTO

Em test-drive de lançamento de 600 quilômetros, Discovery Sport Diesel, que em breve será produto nacional, ensina como ser bom tanto na terra quanto no asfalto

personalidade FÁBIO DOYLE

Itatiaia/RJ (*) - Cada marca de veículos tem seu DNA próprio. É como a definição da personalidade e jeito de ser de alguém, só que aqui estamos falando de carros. Ao ouvirmos os nomes Rolls Royce, o que nos vem à mente é muito luxo. Já Ferrari e Porsche levam nosso pensamento para velocidade e potência. Já marcas como Volkswagen e Fiat nos transmitem a ideia de carros compactos e urbanos. Na direção de veículos para enfrentar estradas desafiadoras, trilhas em terra, subidas e descidas de montanhas, marcas como Land Rover e Jeep surgem quase que por instinto em nosso pensamento. A britânica Land

Rover é talvez a mais forte delas. Não há como pensar em off-road sem lembrar o Defender e o Range Rover, que ocupam os extremos da gama. Está desatualizado quem acha que carro off-road é sinônimo de desconforto. No início até que era assim. Que o diga quem já percorreu trajetos fora de estrada a bordo de um Defender, a força bruta da Land Rover, que nem por isso deixou de ser o preferido da rainha Elizabeth. Isso é mostrado em um filme sobre a vida da monarca britânica. A Land Rover conseguiu unir conforto e luxo aos seus veículos voltados

para enfrentar trilhas off-road. É essa a sensação ao dirigir um Land Rover. Foi o que nossa reportagem experimentou ao volante do mais recente lançamento da marca, o Discovery Sport Diesel, primeiro veículo a ser montado na fábrica que está em construção em Itatiaia, Rio de Janeiro. O Discovery Sport é um SUV de dimensões médias, que por enquanto é vendido no Brasil importado da Inglaterra. Depois da versão a gasolina, agora é a vez da com motor diesel, a que será

Fernanda Freixosa/ JLRover/divulgação

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montada no Brasil a partir de meados de 2016. O Discovery Sport Diesel foi apresentado à imprensa em um lançamento de acordo com o DNA do SUV britânico. A Jaguar Land Rover organizou um passeio de 600 quilômetros que passou por regiões urbanas, rodovias de alta velocidade, vias secundárias atravessando vilarejos e muitas trilhas de terra, subidas e descidas de montanhas, travessia de rios e pontes. A largada foi em Guarulhos (SP), com o comboio de 25 carros seguindo em direção a Visconde de Mauá e, a partir daí, percorrendo trilhas de paisagens deslumbrantes que levam ao Parque Nacional do Itatiaia, com destino para pernoite no cume do pico Itatiaia, a 2,6 mil metros de altitude. Foram 12 horas para vencer o percurso. Já noite, no topo do pico, sobre as nuvens, o comboio chegou ao destino do primeiro dia, onde encontrou um confortável acampamento de cabanas de madeiras, que mais parecia um cenário dinamarquês, montado para a ocasião. Test-drive de lançamento de verdade, próprio para quem realmente aprecia o tema automóveis, é como o que a Land Rover preparou para a imprensa brasileira na apresentação do novo SUV, que o fabricante inclui no segmento dos compactos Premium: um trajeto longo e variado que permite conhecer e utilizar os detalhes e a tecnologia cada vez mais complexa dos novos carros. O novo produto, que tem como principal concorrente, segundo a Land Rover, o Toyota SW4, pareceu estar mais para um médio do que um compacto. Suas dimensões externas são um pouco menores que a do SW4, enquanto o espaço interno parece ser mais bem aproveitado. O acabamento em couro natural Premium é o primeiro sinal da preocupação em oferecer o que há de melhor. A capacidade é para cinco a sete passageiros. No piso do bagageiro estão embutidos os dois bancos menores retráteis para o sexto e sétimo passageiros. Com tanque de combustível com capacidade para 65 litros, a autonomia pode chegar a 900 quilômetros, informa o fabricante. No trajeto do test-drive até o pico de Itatiaia, com muito trechos de terra, os tanques precisaram ser reabastecidos após cerca de 500 quilômetros e o consumo ficou em 8 km/litro.

Divulgação

Victor Eleuterio/Divulgação

Fernanda Freixosa/JLRover/divulgação

O Discovery Sport Diesel fez parecerem suaves e de fácil transposição as trilhas que levam o comboio pilotado ao cume do pico Itatiaia, na divisa de Minas, Rio e São Paulo

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Potência máxima cv/rpm:

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Peso (kg):

1.755 a 1.863

Comprimento (mm):

4.599

Largura (mm):

2.173

Largura (mm):

com espelhos rebatidos 2.069

Altura (mm):

1.724

Altura em relação ao solo (vão livre):

212 mm

Entre-eixos (mm):

2.741

Raio de Giro (metros):

11,86

Suspensão dianteira e traseira:

Independente

Ângulos (ataque/central/saída):

25º/21º/31º

Capacidade de travessia: Capacidade de carga (l):

600 mm 981

Capacidade de carga bancos rebatidos (l): 1.698 Capacidade do tanque (l):

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No percurso on e off-road ficou clara a adequação do propulsor de 190 cv ao Discovery. Em trechos de velocidade ele responde ao acelerador de forma rápida, precisa e, acima de tudo, com força. Da mesma forma, nos trechos de terra as respostas são também imediatas e, o mais agradável, silenciosas. A sensação de segurança é constante e até no quesito estabilidade ele é perfeito, nada deixando a desejar aos carros mais baixos. A estabilidade é o calcanhar de aquiles para os SUVs. Os engenheiros da marca salientam que a grande autonomia declarada se deve também ao sistema de transmissão ZF-9HP com nove marchas, o mesmo utilizado na linha Range Rover Evoque e na versão a gasolina do Discovery Sport. Nele, as marchas mais baixas tiveram a relação encurtada para proporcionar mais torque e, com isso, mais agilidade nas retomadas e também mais robustez. Já as marchas altas tiveram sua relação alongada, privilegiando conforto e economia de combustível. Além de preservar o motor, o fato de conseguir bom desempenho e torque em baixo giro colabora com a maior autonomia, permite redução dos ruídos, trepidações e emissões de poluentes. Merece destaque o Terrain Response, que, ao toque em um botão, ajusta em 150 milissegundos as configurações de tração, aceleração e torque de acordo com o tipo de terreno. No aspecto segurança, o Discovery Sport traz todas as soluções tecnológicas existentes. Com sete airbags, o modelo recebeu a nota máxima de cinco estrelas nos testes de segurança Euro NCAP. As unidades preparadas para o test-drive eram todas da versão top de linha HSE Luxury. Com 4,5 metros de comprimento, o Discovery Sport é 2,39 centímetros mais curto que o Discovery 4, que também conta com sete assentos, enquanto sua distância entre eixos é de 2,74 metros. Isso foi possível com a aproximação das rodas às extremidades do veículo. O design do modelo, que foge de soluções exóticas, tem coeficiente aerodinâmico de 0,36Cd. O preço alto, mas competitivo, é compensado pelo plano de cinco anos de revisões básicas pelo preço total de R$ 1.990. O modelo será comercializado em três versões, com os seguintes preços sugeridos: SE, 218,1 mil reais; HSE, 242,7 mil reais; e HSE Luxury, R$ 270,7 mil. ❚ (*) O jornalista viajou a convite da Jaguar Land Rover

Fernanda Freixosa/ JLRover/divulgação

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ENCONTRO INDICA | NEIDE MAGALHÃES LITERATURA | FICÇÃO Rafaela S. Polanczyk, de 18 anos, acaba de lançar o segundo volume da trilogia que começou a publicar em junho: O Império Subterrâneo, em que a protagonista, Layla, tem novas missões para salvar o reino de Jolebon. O primeiro livro, O Rei Perdido, marcou a estreia dela na literatura. Leitora apaixonada, Rafaela começou a escrever aos 13 anos e se inspirou nos livros de Harry Potter, Percy Jackson e Eragon, entre outros, para criar suas histórias fantásticas, cheias de aventuras e magia. Por que ler: Dona de um estilo peculiar e boa contadora de histórias, Rafaela consegue se comunicar muito bem com o público de sua idade. André Fossati/divulgação

ARTES CÊNICAS | ESPETÁCULO Fim de ano é tempo de comemoração, e nada mais apropriado que um espetáculo com a assinatura do Giramundo. O grupo de teatro de bonecos faz uma série de apresentações, neste dezembro, de espetáculos de seu repertório, no Monte Carmo Shopping, em Betim. Um deles, Auto das Pastorinhas, é um misto de danças e cantos natalinos, inspirada nas montagens portuguesas. São 33 bonecos manipulados por oito marionetistas, que podem ser vistos de perto no dia 19, a partir das 16h, com entrada gratuita. Informações: (31) 3117-1511. Por que ver: Um dos grupos teatrais mais importantes do Brasil, o Giramundo reúne técnicas e criatividade na mesma medida, capazes de emocionar pessoas de todas as idades.

Divulgação

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO I A Galeria Manoel Macedo (rua Lima Duarte, 158, Carlos Prates) está exibindo duas exposições imperdíveis. A primeira é Visões do Paraíso, de Amadeo Lorenzato, na sala que leva o nome do artista mineiro (1900-1995), com 29 obras de sua profícua carreira. A segunda mostra é a individual Nó, do carioca Arjan Martins, que estreia em BH apresentando 13 obras inéditas. Ambas podem ser vistas até 9 de janeiro de 2016, de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 14h. Informações: (31) 3411-1012. Por que ver: Para rever trabalhos de Lorenzato e seu belo e colorido estilo de retratar a arte e para conhecer as obras de Arjan Martins, que o crítico Wilson Lázaro chama de “novo barroco contemporâneo”.

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Diego Bresani/divulgação

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ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO II Já na Galeria dotART (rua Bernardo Guimarães, 911, Funcionários), até 15 de janeiro de 2016, está em cartaz a coletiva O Dia se Renova Todo Dia, na galeria 1, e a primeira exposição individual do fotógrafo Fabiano Al Makul, Outros Olhos para Ver, na galeria 2. A coletiva traz 50 obras de 41 artistas, como os brasileiros Adriana Varejão, Leonilson, Frans Krajcberg, Lygia Pape, Rubem Valentim, Iole de Freitas (foto, de obra em aço inox e policarbonato jateado), Volpi e Antonio Dias. A galeria funciona de segunda a sexta, das 9h às 19h, e sábado, das 9h às 14h. Por que ver: Oportunidade para ver pinturas, desenhos, fotografias, gravuras, objetos e esculturas dos artistas da coletiva que apresenta nomes estrangeiros como Andy Warhol.

ARTES CÊNICAS | ESPETÁCULO II As férias vêm aí e um bom programa para a criançada é o espetáculo Abigail e a Girafa, que tem como mote a amizade e sua importância na vida de todo mundo. Na história criada pela atriz e diretora Míriam Virna, uma girafa e uma garotinha curiosa vivem suas aventuras. Em cartaz no CCBB (Praça da Liberdade, 450, telefone 32319400) até 21 de dezembro, com apresentações às quintas, sextas e segundas, às 16h30, sábados e domingos, às 10h30 e 15h30, com ingressos a R$ 10 e R$ 5. Por que ir: Para conferir a estreia da brasiliense Míriam Virna como autora – ela já adaptou outros textos e os montou – e a performance dela no palco e a dos outros atores do elenco, além de cenários e figurinos.

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS Fotos: Denis Medeiros

A artista plástica Jaqueline Sebe, em seu ateliê, com algumas de suas telas: ela possui 2 mil peças catalogadas

Passageira do mundo A artista plástica Jaqueline Sebe retrata em suas obras a cultura de muitas cidades onde morou, no Brasil e no exterior DANIELA COSTA

As experiências vividas em mais de 10 estados brasileiros e em seis países são espelhadas nas telas da artista plástica Jaqueline Sebe, de 51 anos. Ao todo, foram 43 mudanças de endereço, para locais onde jamais cogitou morar. A primeira delas aconteceu quando tinha apenas 7 anos de idade. Com a família, saiu da pacata cidade de Água Boa, no 76 |Encontro

Norte de Minas, para a capital mineira. O pai, comerciante de origem libanesa, e a mãe, professora de artes, instalaram-se com os cinco filhos no tradicional bairro Padre Eustáquio. Quatro anos depois, com a inesperada morte do progenitor, a menina que desde cedo era apaixonada por cadernos, pincéis e lápis começou a se dedicar à pintura. “Lembro que uma das primeiras gravuras que fiz foi a reprodução de uma fotografia de meu pai, por quem sempre tive grande admiração”, diz. Apesar da aptidão para a arte, a princípio optou por fazer curso de administração de empresas, pois acreditava que seria mais fácil se inserir no mercado. Pouco depois de formada, aos 20 anos, conheceu o marido, o engenheiro eletricista Enéas Luiz da Silveira, com quem iniciou vida quase nômade, em função das várias transferências no trabalho dele. Foi assim que conheceu diversas

cidades. Uma de suas primeiras paradas foi em Marabá (PA), mais precisamente na serra Pelada, local conhecido como o maior garimpo já existente a céu aberto no mundo. “Lembro-me bem de subir as encostas da serra e ver várias casinhas de madeira ao longo do trajeto, iluminadas pelo sol nascente. Naquele ambiente inóspito e, ao mesmo tempo, melancólico, tudo era único”, diz. Desde então, Jaqueline descobriu de perto que o Brasil possui mesmo muitos Brasis a serem desbravados. Em Porto Velho (RO) conheceu o calor intenso; em Lajes (SC) descobriu o valor da arte regional; em Bento Gonçalves (RS) absorveu um pouco da cultura miscigenada dos imigrantes. “Eu me tornei passageira do mundo. Por onde passei criei vínculos, fiz amizades, mas sem saudosismos, sempre pronta para encarar o próximo desafio”, diz. No entanto, entre tantos lugares por onde esteve, um deles sempre

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS

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lhe trouxe boas lembranças. “Onde quer que eu estivesse jamais me esquecia da imagem das montanhas de Minas e da receptividade dos meus conterrâneos.” Sempre acompanhando o marido, em 2003 mudou-se para a cosmopolita Puerto La Cruz, na Venezuela, onde as praias e ilhas banhadas por águas de coloração azul-turquesa foram registradas em algumas de suas aquarelas. “Impossível não se inspirar diante de um cenário tão paradisíaco.” Morou em capitais, cidades e vilas, e em cada lugar pesquisou a cultura e arte locais. Mãe de um casal de filhos, quando eles optaram por ficar no Brasil para concluir os estudos, seguiu em frente em sua jornada, sempre fiel ao dom de criar. “Estudei várias técnicas, desde as regionais às milenares como a encáustica, técnica de pintura que se caracteriza pelo uso da cera aquecida ou derretida, e o afresco, pintura mural mais antiga e resistente da história da arte”, diz. Desenhos em guache, nanquim, aquarela, deram espaço para a inserção do metal frutos, madeira, tecidos, papel reciclado, pedras, raízes, minérios, entre outros. “Costumo dizer que o meu trabalho é orgânico, natural. Atuo na contramão da industrialização, respeitando o meio ambiente e valorizando a origem das pinturas e arte em geral.” Nas mãos da artista, a gema de ovo, por exemplo, é usada como fixador, e a casca da cebola e a beterraba, como corantes. “A maioria dos materiais que utilizo estão ao meu alcance, na cozinha”, diz Jaqueline. Entre as cidades estrangeiras em que morou, elegeu Medellín (Colômbia) como predileta. Segundo a artista, além da vasta cultura local, não há povo mais acolhedor. Mas as marcas que deixaram cicatrizes em seu coração vêm do outro lado do oceano Atlântico, na África. “Impossível esquecer as noites passadas em meio a clareiras, a casinhas de adobe, à população sofrida e, ao mesmo tempo, feliz. Quando as crianças ouviam o roncado dos carros chegando, logo se aproximavam gritando ‘amigo, amigo’”, recorda emocionada. Em algumas vilas onde morou não havia água nem luz, e a alimentação do povo era basicamente banana e mandioca. “São experiências como essas que nos mostram o verda-

Pintura da série African: homenagem às mulheres africanas

deiro sentido da vida e nos fazem rever nossos valores. Tento mostrar isso em minhas obras.” Em mais uma lembrança, recorda-se de observar as tribos percorrendo longas distâncias quando se mudavam de um lugar para outro. Muitas vezes os cães, já cansados, não aguentavam mais acompanhá-los, e os donos os carregavam no colo. “Superavam a própria fraqueza para ajudar seus animais”, diz. “Uma lição de solidariedade”, complementa. Tudo isso, registrado em suas obras. Sua última parada foi na Argentina de onde, em 2013, retornou para o Brasil. A admiração pelas mulheres africanas fez com que criasse a série African, na qual está trabalhando. Em paralelo, também produz a série Abstrato e Cidades, em que retrata um pouco de suas vivências. Ao todo, já são mais de 2 mil peças produzidas, entre quadros, cerâmicas e esculturas. O grande projeto para 2016 é a inauguração de seu ateliê, no bairro Buritis, onde também se dedicará à arte dos vitrais. ❚

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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br

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Daniel Craig foi o melhor 007 Uma série – que por décadas mantém seu apelo e sucesso – poder contar com a direção de um experiente cineasta, dono de um Oscar, merece ter destacado capítulo na história do cinema de ação. O inglês Sam Mendes assume, pela segunda vez, a franquia do agente secreto a serviço de Sua Majestade. O 007 contra Spectre talvez se torne um dos maiores campeões em arrecadação, dos longas-metragens do anti-herói criado no auge da Guerra Fria, quando a antiga União Soviética assombrava a enganosa estabilidade ocidental. James Bond (Daniel Craig) está mais ágil e, por isso, também mais humano do que nunca. Se no anterior 007 – Operação Skyfall Sam Mendes mostrou sua intenção de transformar o personagem numa figura mais humana, no Spectre o ciclo se completa. Skyfall, de 2012, talvez seja o melhor filme de toda a coleção 007. E isso se deve também ao talento e ao carisma de Daniel Craig, o melhor James Bond de todos os tempos. Descontando o romantismo nostálgico do princípio de tudo, com Sean Connery,

O filme 007 Spectre encerra o protagonismo de Daniel Craig na pele do famoso agente secreto: mais ágil do que nunca

Daniel Craig, à frente da saga com quatro produções, incorpora o agente de maneira soberba, fazendo-nos, até mesmo, esquecer dos gritantes defeitos do expert britânico. Em Spectre, que se insinua no fim do protagonismo de Daniel Craig, o ator renova essa roupagem do espião secreto mais delicado, frágil, sensível, que não ignora a emoção. Talvez daí tenha surgido a premissa de fazer uma espécie de retrospecto de Craig como James Bond, nesse mais recente filme, que pincela também as origens e a infância do charmoso e implacável personagem. O filme começa com uma frenética sequência na Cidade do México, em pleno feriado de Dia dos Mortos, importante festa da cultura mexicana. Com direito a explosões de quarteirões e uma luta com fuga em um helicóptero, Bond tem

o primeiro contato com a organização Spectre, que pretende extinguir o programa britânico do qual 007 faz parte, em nome da entrega para um projeto multinacional, com todo o poder de controlar as informações secretas das mais importantes nações do mundo. Com seu chefe-mentor M (Ralph Fiennes) isolado, tentando resgatar o serviço secreto quase extinto, James Bond vai descobrindo a terrível verdade por trás de Spectre, mergulhada em atos de terrorismo e tráfico de armas e drogas. O líder do poderoso grupo Blofeld, interpretado pelo cínico e magistral vilão do momento Christoph Waltz, também tem a obstinação de eliminar, de uma vez por todas, o espião britânico, seu desafeto no passado. No elenco, além do explosivo embate de Daniel Craig com Christoph Waltz, a escalação de duas bondgirls bastante diferentes, tanto nas funções, quanto na beleza. A exuberante e madura Monica Bellucci em uma participação praticamente afetiva. No outro polo, a juventude e os traços exóticos da promissora atriz francesa Léa Seydoux, que assume o posto de parceira do 007 em boa parte do filme. Ainda ressoa a excelência de Skyfall, com os trabalhos marcantes de Javier Bardem e Judi Dench, mas 007 contra Spectre tem o dedo sublime de seu diretor Sam Mendes, o que deixa a nova aventura no pódio das grandes produções do agente secreto, mais famoso do cinema. Um filmaço que merece a fortuna que vem arrecadando. ❚

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CAPA | PERFIL Pedro Nicoli

Superação a Ela teve a perna amputada aos 21 anos, após ter sido atropelada, mas não perdeu a alegria de viver. Usando uma prótese, retomou a faculdade, pratica esportes e estourou nas redes sociais. Apenas um ano após a tragédia, planeja contar sua história em livro e fundar uma ONG de apoio a amputados

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“Os amputados têm limitações, mas quero mostrar que a vida pode ser muito legal e que podemos fazer tudo o que quisermos”, diz Paola Antonini

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cada passo

O skate se transformou em nova paixão: “Fico em pé nele mais fácil hoje do que quando tinha a perna. Não será rápido para aprender, mas vou tentar de tudo. Quero criar desafios”

Geraldo Goulart

GUI TORRES

Com um sorriso no rosto que não cessa e usando um vestidinho curto que evidencia a prótese na perna esquerda, Paola Antonini desce sozinha os dois lances de escada do apartamento da família para receber a reportagem de Encontro. “Ainda não estou 100%, mas bem perto”, diz. Apesar de não atormentarem mais a garota, as cenas da madrugada trágica do dia 27 de dezembro de 2014 continuam vivas na memória. Na data, momentos antes de pegar a estrada para curtir o réveillon em Búzios com o namorado, foi atingida em cheio pelo carro conduzido por Diandra Morais de Melo, que admitiu ter ingerido bebida alcoólica. Ela guardava a última bolsa no porta-malas do veículo parado na porta de casa, na avenida Raja Gabaglia. “Fiquei acordada e me lembro de tudo, da dor, do desespero das pessoas, mas passou e estou muito feliz”, diz. “Também nunca me perguntei por que isso aconteceu comigo.” Com o membro dilacerado, Paola foi operada às pressas no hospital João XXIII. Foram 14 horas de cirurgia para tentar reverter a amputação, sem sucesso. Com apenas 21 anos, ela perdeu parte da perna, na altura da tíbia. Semanas depois, quando já se adaptava com a nova realidade, outra operação precisou ser feita para subir o corte e remover o joelho. Foi aí que a menina forte baqueou pela primeira (e única) vez. “Fiquei mal, mas pensei: estou viva e é isso o que importa. E são tantas as pessoas que conheci e tantas as palavras bonitas que escuto, que não sobra espaço para tristeza”, afirma Paola. O pai, o engenheiro Antônio Tadeu França Costa, questiona: “Será que isso tinha de acontecer para ela ajudar outras pessoas? Eu não conhecia esse lado dela, essa força sem tamanho”. Passados alguns dias do acidente, Paola ainda

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CAPA | PERFIL disse ao pai que preferia ela própria passar por essa fatalidade do que outra pessoa da casa. Justificou que seria muito mais triste o acidente acometer seu irmão mais novo, Cristiano, de 13 anos, um pré-adolescente; ou o do meio, Antônio Tadeu, de 19 anos, um apaixonado por esportes e que adora jogar tênis e futebol. Com a mãe, o pilar da casa, nem pensar, e sem chances com o pai, “pesado demais” para ser carregado para todos os lados. “Ela é um ser espiritualizado”, diz ele. Com tanto pensamento positivo e amparada pela legião de admiradores que foi conquistando por sua postura, de lá para cá, a vida da estudante deu uma guinada. Linda e com alguns trabalhos de modelo no currículo, sua história sensibilizou, alastrou-se com rapidez pelo país e trouxe a popularidade nas redes sociais, transformando-a em referência de superação e autoestima. E, principalmente, um exemplo de força para os amputados. Só no Instagram, rede social de compartilhamento de fotos e vídeos, ela ganhou quase 200 mil seguidores depois do acidente. Com o número expressivo, dignos de uma it-girl, Paola agora usa a fama para mostrar que sua vida e de muitos deficientes físicos pode ser normal. E mais: recheada de aventura e boas surpresas. Paola gosta de se superar. Depois de pedir para entrar novamente no mar, algo que deveria ser feito com cautela, devido ao pouco tempo de cirurgia, ela decidiu encarar as aulas de dança, um exercício de paciência e equilíbrio para quem está reaprendendo a andar. Mesmo um pouco fora do compasso, o desafio, com treino em grupo e individual, ajuda na autonomia do corpo. “Eu não tinha nenhuma habilidade e talento nem mesmo antes do acidente, mas decidi fazer a aula. Há movimentos que não consigo fazer, mas no geral fico superanimada”, diz ela. Agora, está apaixonada pelo skate, outra modalidade que também nunca havia praticado. “Fico em pé nele mais fácil hoje do que quando tinha a perna. Não será rápido para aprender, mas vou tentar de tudo. Quero criar desafios.” Quem está sempre por perto 86 |Encontro

Maurício Vieira/Divulgação

Em desfile beneficente em BH: ela foi aplaudida de pé por mais de 1.500 pessoas

apoiando as novas peripécias de Paola é Arthur Magalhães, de 22 anos, com quem começou a namorar duas semanas antes do acidente. “Ela tenta se superar o tempo inteiro, mas no começo, como sempre foi muito vaidosa, ficamos preocupados de como reagiria à amputação. Acabou surpreendendo e, na verdade, foi quem colocou todo mundo para cima. E eu fiquei sempre por perto, para quando ela precisasse da minha força, mas estou aqui esperando até hoje”, diz Arthur, achando graça. O último desafio,

em outubro, foi de dar frio na barriga. Também ao lado do namorado, ela experimentou o Parasail, esporte que consiste num voo sentado de paraquedas, preso em uma lancha, que pode chegar a 80 metros de altura. “De fato, os amputados têm limitações, mas quero mostrar que a vida pode ser muito legal, muito divertida e que podemos fazer tudo o que realmente quisermos”, diz Paola. Com tantas histórias de superação para contar e mostrar, ela lançou seu canal no YouTube. Em formato de

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CAPA | PERFIL Fotos: Arquivo Pessoal

Com o namorado, Arthur Magalhães, voando de Parasail no Rio de Janeiro: “Ficamos preocupados em como ela reagiria à amputação. Acabou surpreendendo e, na verdade, foi quem colocou todo mundo para cima”, diz Arthur

diário virtual, mostra seu dia a dia e o que tem aprendido depois do acidente. Já são quase 20 mil inscritos e muitos curiosos para saber mais sobre a loirinha que não para de sorrir. “Claro que tem dias que eu fico nervosa, estressada, mas nunca em relação à prótese, pois isso jamais me incomodou ou me chateou”, afirma. As perguntas são tantas que Paola até produziu um vídeo em que conta 50 fatos sobre ela e, mais recente, outro em que responde a diversas perguntas de internautas. “A ideia era de me aproximar mais das pessoas e mostrar minhas dificuldades, erros e as coisas engraçadas que acontecem comigo”, explica ela, que divide seu tempo entre ir às sessões de fisioterapia, ao psicólogo e à academia. Com a superexposição, os convites para participar de eventos ou fazer parcerias comerciais não param 88 |Encontro

de chegar. Um deles, que ela considera a maior emoção até aqui, foi para participar do desfile beneficente anual da ONG Proação, ocorrido em agosto. O evento, realizado há 10 anos, é famoso por reunir marcas de renome da capital e celebridades na passarela. Dessa vez, porém, não teve para ninguém: quando Paola deu os primeiros passos no palco do Palácio das Artes, o público de quase 2 mil pessoas ficou de pé para aplaudi-la. Poucos sabiam, mas naquela noite era a estreia da garota na passarela, que devido à estatura mediana só havia feito até ali trabalhos como modelo fotográfica. E, para completar o desafio, decidiu usar um discreto, mas temido, saltinho, que exigiu mais de um mês de treino. “Eu não conhecia a Paola, mas o acidente me chocou demais, tenho uma filha e também me coloquei no lugar daquela mãe”, diz a

diretora social da ONG, Márcia Prudente. “Fiquei com aquela imagem na cabeça e meses depois tive a ideia de chamá-la para o desfile. Ela achou o máximo e topou. A Paola tem uma alegria que impressiona e digo que agora ela tem cadeira cativa no desfile, será nossa garota-propaganda.” No mesmo mês, Paola também retomou outra meta temporariamente interrompida pelo acidente, a faculdade de jornalismo. Recém-aprovada no vestibular, no início do ano ela tentou, por duas vezes, frequentar as aulas, porém, ainda sem prótese e com dificuldades para se locomover, acabou trancando a matrícula. “As pessoas são muito atenciosas comigo e estou amando essa independência. Ando para todo lado, subo e desço os morros sozinha”, conta ela, que sonha ser apresentadora. Por enquanto, a mãe a leva todos os dias à PUC Mi-

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CAPA | PERFIL Geraldo Goulart

A postura da estudante surpreendeu até mesmo os pais, Tadeu Costa e Diva Antonini: “Eu não conhecia esse lado dela, essa força sem tamanho”, diz Tadeu

Com os novos colegas do curso de jornalismo, na PUC Minas: “Meu sonho é ser apresentadora”, diz Paola

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nas, mas o próximo passo é voltar a dirigir. “Com essa mudança no corpo, minha carteira foi anulada e agora tenho de fazer outro exame, mas em breve quero estar dirigindo e mais independente”, afirma Paola. Ela também foi convidada pela cantora e amiga Manu Gavassi, musa teen que tem mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais, para estar em seu novo clipe, Camiseta, lançado em meados de novembro. No mesmo mês, participou também do programa Encontro com Fátima Bernades. Quem filtra e acompanha todos os convites que a garota recebe é a mãe, Diva Antonini. “Minha vida ficou um pouco mais tumultuada. Tenho uma loja, três filhos, marido, a casa para cuidar, mas adoro participar desses momentos. Agora, eu não sou mais a Diva, sou a ‘mãe da Paola’. As pessoas me param em vários lugares e perguntam: ‘É você a mãe da Paola?’”, diz Diva. Além do carisma, outro ponto chama a atenção das pessoas: raramente ela não deixa a prótese à mostra e dispensou a cobertura de espuma e meia- calça que simula o formato e cor semelhantes ao da outra perna. A peça,

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CAPA | PERFIL Arquivo Pessoal

Gláucia Rodrigues

Selfie com famosos: junto com a cantora Manú Gavassi, com quem gravou um clipe, em São Paulo...

Arquivo Pessoal

Márcia Prudente, diretora da ONG Proação, que convidou Paola para participação especial no evento anual da instituição: “Ela tem uma alegria que impressiona e agora tem cadeira cativa no evento”

...e com Fátima Bernardes e a mãe, Diva, nos bastidores do programa global, onde foi entrevistada, em novembro

Pedro Nicoli

O médico Fabrício Daniel de Lima, responsável pela nova perna: “Ela chegou aqui muito determinada e no primeiro dia com a prótese já começou a andar sozinha”

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que pesa 2,2 quilos, tem joelho biônico e custou cerca de 130 mil reais (valor custeado pela família, assim como todas as despesas extras após o acidente), está sempre em evidência em shorts curtos, minissaias ou vestidos. “É algo que agora faz parte de mim, do meu corpo, e a forma mais natural de contar isso é deixando à vista”, diz Paola. O fisioterapeuta e protesista Fabrício Daniel de Lima, responsável pela nova perna, conta que a postura de Paola destoa de tudo que já viu em quase 15 anos de profissão e 3 mil casos atendidos. “Ela chegou aqui muito determinada e no primeiro dia com a prótese já começou a andar sozinha”, diz Fabrício. “Não adianta nada a perna ser computadorizada e inteligente se a Paola não tivesse a determinação de querer caminhar.” Com processo criminal que o Ministério Público move contra a con-

dutora que causou o acidente e apesar das ações indenizatórias em que a família ainda dará entrada, Paola diz não ter sede de fazer justiça nem quer guardar mágoas. Ela está engajada é em sensibilizar as pessoas que misturam álcool e direção de forma imprudente. Para isso, quer contar sua história em um livro e, futuramente, fundar uma ONG para ajudar crianças e adultos amputados por acidente ou câncer a resgatar a vontade de viver e a autoestima. “Quero falar, principalmente, para as crianças, pois é muito mais difícil elas entenderem por que aquilo está acontecendo. Mostrar que minha vida é superlegal e a delas também será”, diz. Apesar da garra e euforia de quem teve a chance de nascer de novo, Paola não tem pressa para tirar os projetos do papel. Nada mais natural para quem precisa agora, com calma, dar um passo de cada vez. z

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Thiago usa camisa, calça e gravata Zak Marcela usa macacão Mabel Magalhães, casaco Cosh, joias Recoder e sandália La Porte Lisa usa vestido Vivaz, joias Manoel Bernardes e clutch Equipage

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MODA | EDITORIAL

FICHA TÉCNICA Fotografia Styling Beleza Modelos

Henrique Gualtieri Marcelo Brasiliense Marcela Faria Marcela Alvim e Thiago Costa (Woll) Lisa Bruning (Mega)

Agradecimentos Bernardo Diniz e Suri Ana Maria Pessoa

Lisa usa conjunto Arte Sacra e joias Manoel Bernardes Thiago usa camisa e bermuda VR

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ESPECIAL NATAL | JOGOS Shutterstock/divulgação

GEÓRGEA CHOUCAIR

O pequeno Gabriel, de 8 anos, contou com a ajuda do pai, o empresário Márcio Fagundes de Almeida, de 38 anos, na escolha do presente do último aniversário. O eleito foi o jogo de tabuleiro Combate, lançado na década de 1970 e que sobrevive a novas gerações. “Eu jogava muito quando criança”, lembra Márcio, com saudosismo. Agora, chegou a vez de brincar com o filho, que aprovou a ideia. “É divertido. Jogo com meu pai, irmã e minha mãe”, diz Gabriel. O clássico da Estrela é praticado por duas pessoas e tinha no passado o objetivo de capturar a bandeira adversária. “Agora, temos de pegar é o prisioneiro”, corrige rapidamente Gabriel. Os obstáculos, que antigamente eram bombas, foram substituídos por minas e lagos. “Gosto de dar esses jogos às crianças, pois assim não ficam tanto tempo em tablets”, afirma Márcio. Diversos outros jogos clássicos lançados entre as décadas de 1940 e 1980 continuam na lista dos preferidos da garotada – e, por que não, de adultos –, em versões próximas às originais ou mais tecnológicas, para se adaptar aos novos tempos. Quantas gerações já ficaram milionárias ou foram à falência em um tabuleiro de Banco Imobiliário? Muitas, já que o jogo está nas prateleiras das lojas de brinquedos há mais de 70 anos. Mas passou por reformulação gráfica, ganhou novo conceito visual e tem até maquininha de cartão de crédito, mais sintonizada com a forma de pagamento dos dias de hoje. Para encantar os novos consumidores é preciso agregar praticidade e, quando possível, um toque de eletrônica. Os fãs do jogo de tabuleiro War, por exemplo, passaram a ter desde outubro a chance de vivenciar a experiência das estratégias de guerra de forma digital em seus PCs e tablets. O título da Grow, que tem mais de 2,5 milhões de unidades vendidas no Brasil, ganhou versão on-line e aplicativo para Android e iOS. A bibliotecária Sandra Cristina Galery, de 46 anos, já experimentou a versão digital do War. “É uma experiência com desconhecidos”, diz. Quando quer relembrar a infância, reúne com os primos para jogar a versão antiga, conser104 |Encontro

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Leo Araújo

Márcio Fagundes de Almeida, a mulher, Emilee, e os filhos Gabriel e Victória se divertem com Combate: “É uma forma de tirar os filhos da frente de computadores, tablets e televisão”, diz Emilee Rogério Sol

Os jogos de infância dos pais fazem parte do dia a dia das pequenas Ana Cecília e Laura, filhas de Sandra Cristina Galery e Wagner Dantas Duarte: “Mostro para elas o prazer de brincar em grupo”, afirma Sandra

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ESPECIAL NATAL | JOGOS

T Fotos: Divulgação

DE CARA NOVA

Conheça o que mudou nas versões atualizadas DETETIVE Além do tabuleiro e das cartas, o novo formato do jogo oferece aplicativo para smartphones disponível em iOs e Android. Ele auxilia os jogadores com pistas durante o andamento da partida.

GENIUS Agora apresenta também a versão míni. São 100 gramas contra 850 gramas do tamanho original. Ambos apresentam três formas de jogar os desafios para acertar a sequência de sons e luzes

BANCO IMOBILIÁRIO Há mais de 70 anos no mercado, ganhou novos enfoques e versões. A versão ecológica, o Banco Imobiliário Sustentável, é feita com material ecológico e nela ganha quem protege o meio ambiente, participa de ONGs, etc. Os novos modelos trazem a maquininha de cartão de crédito e débito

CARA A CARA A nova versão tecnológica é o Cara a Cara personalizado. Por meio do Facebook, Instagram, ou pelo próprio computador, é possível usar fotos dos amigos e família para montar o tabuleiro do jogo

IMAGEM & AÇÃO Ganhou versão on-line, mas o desafio é o mesmo: os jogadores enviam e recebem desenhos e devem adivinhar de que se trata. A versão digital conta com mais de 2 mil palavras disponíveis

WAR Ganhou a versão on-line e aplicativo para Android e iOs. O jogo digital trouxe as mesmas características do original: conquistas de territórios, exércitos e batalhas. O grande diferencial é que, pela primeira vez, os jogadores não precisam estar no mesmo local para disputarem a partida. O modo multiplayer on-line possibilita que até seis pessoas joguem juntas pela internet

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vada até hoje na casa da mãe. Sandra e o marido, o administrador de empresas Wagner Dantas Duarte, de 52 anos, têm em casa alguns jogos iguais aos que brincaram na infância, como Genius, Banco Imobiliário e Cara a Cara. Eles incentivam as duas filhas, Ana Cecília, de 8 anos, e Laura, de 5, a usar os jogos. “Ajudam a unir a família. Os disponíveis nos tablets não fazem o mesmo efeito”, diz Sandra. O Genius, Sandra comprou para estimular a atenção de Ana Cecília. “É bom ainda para a agilidade e memória”, afirma. A filha aprovou. “É legal, quase sempre jogo com a mamãe e o papai”, diz. “Tem cabelo loiro? Usa óculos? É mulher? Tem chapéu?” As perguntas, bem familiares para quem teve o Cara a Cara na infância, agora podem ser mais elaboradas. Na nova versão, personalizada, os participantes podem perguntar coisas pessoais dos personagens, além das características físicas, podendo-se usar fotos dos amigos e família para montar o tabuleiro. O Cara a Cara das Princesas é outro jogo que faz parte da diversão da família do empresário Márcio Fagundes. Mas, agora, a dupla mais ativa na brincadeira é a mulher, Emilee Machado de Almeida, de 35 anos, e a filha, Victória, de 6. “Eu jogava quando criança. É preciso criatividade e estratégia para adivinhar o personagem”, diz Emilee. “É a forma de tirar os filhos da frente de computadores, tablets e TV”, complementa. A aceitação de Victória com o jogo é surpreendente. “Gosto mais do que das bonecas”, diz a menina. O Soho Pub, especializado em jogos de mesa, no bairro Funcionários, tem 23 anos e começa a receber clientela da segunda geração. “Os pais agora trazem os filhos”, observa o proprietário Fábio Ferreira Pinto. Ele conta que é comum ver adultos gastando horas nos clássicos. “É uma forma de remeter à infância”, diz. A confraternização proporcionada pelos jogos coletivos é outro atrativo. “Os eletrônicos muitas vezes são mais solitários e as pessoas ficam caladas”, diz Fábio. Já nos jogos de tabuleiro, o silêncio passa longe. “Faço muita bagunça com as minhas filhas. Mostro para elas o prazer de brincar em grupo”, diz Sandra Galery. Afinal, diversão não tem idade. ❚

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TV Assembleia 20 anos

A gente não mede esforços para estar junto de você. A Assembleia de Minas está presente em todo o Estado. Só neste ano, as comissões de deputados já percorreram mais de 60 mil quilômetros, fiscalizando ações, promovendo debates e escutando a opinião dos mineiros. E, mesmo quando a Assembleia não vai até a sua cidade, você pode acompanhar tudo e participar do que acontece aqui, através do Portal e da TV Assembleia. A emissora, que está comemorando 20 anos, transmite as atividades parlamentares ao vivo e oferece uma programação exclusiva, com notícias, eventos, debates e conteúdo educativo, 24 horas por dia. As nossas portas estão sempre abertas para você.

Assista à TV Assembleia nos canais a cabo 11, analógico 35 e digital 61.2 ou pelo Portal almg.gov.br/tv

ALMG

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Timóteo

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ESPECIAL NATAL | DECORAÇÃO

No sala de estar, a árvore de Natal recebeu tons de azul e dourado. Para não fugir completamente do tradicional, almofadas amarelas e vermelhas trazem o contraste necessário para que o ambiente fique leve

Em casa de ferreiro, espeto é de ferro

Encontro visitou a casa da empresária Cláudia Travesso, que assina vários projetos de decoração natalina na cidade, para buscar inspiração na hora de enfeitar ambientes para o Natal

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Fotos: Odilon Nazaro/Divulgação

Leo Araújo

Contrariando o ditado de que em casa de ferreiro o espeto é de paul, Cláudia Travesso arranja tempo para deixar o lar em clima natalino: "Na minha família já é tradição"

AMANDA ALEIXO

O ano de 2015 mal tinha começado e Cláudia Travesso já voava até a Alemanha para visitar uma feira natalina. Enquanto a maioria de seus clientes pensa na data só no fim do ano, ela começa a planejar o Natal dos mineiros no ano anterior. Dos mineiros, sim, pois Cláudia está à frente dos principais projetos de iluminação e decoração natalina de BH, como da praça da Liberdade, por exemplo. Tudo isso ocupa a agenda da empresária de janeiro a janeiro e, mesmo assim, ela arruma tempo para colocar a “mão na massa” e deixar sua casa em clima natalino. “Na minha família já é tradição. Quando os meus filhos eram crianças, eles me ajudavam mui-

A decoradora Lilian Matos ficou responsável pela montagem das mesas: "Os detalhes criam outra atmosfera para este dia tão singular"

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ESPECIAL NATAL | DECORAÇÃO

Os papais-noéis e mamães-noéis tomaram o lugar de outros objetos e ocuparam toda a estante da sala de visita, deixando o ambiente mais alegre

Na mesa da sala de jantar, os arranjos para a ceia incluem pássaros e velas. Os tons de dourado criam um clima sofisticado, como pede a ocasião

to”, diz ela. “Agora que já cresceram, eu mesma quem cuida”. Sem preguiça e esbanjando bom gosto, neste ano ela decorou vários ambientes da própria casa. Não faltam ursos abraçados em árvores, papai-noel motorizado – que serve bebidas aos convidados –, lenços que estampam o rosto do bom velhinho e detalhes que transformam o lar em um lugar mais que especial nesta época do ano. “Quando viajo e vejo alguma peça que ainda não tenho, trato logo de arrematá-la”, diz. Para a ceia, a empresária contou 110 |Encontro

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No espaço gourmet, um dos mais utilizados pela família, vermelho e verde se destacam na composição. O bom velhinho não fica de fora e deixa o clima mais lúdico, ocupando espaço sobre as coifas

Ainda no espaço gourmet, deixando as comidinhas mais acessíveis, a proposta do bufê americano é uma sugestão para quem quer praticidade sem abrir mão do bom gosto

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ESPECIAL NATAL | DECORAÇÃO

No banheiro do SPA, toalhas tradicionais dão lugar a outras com os dizeres da época. Nos lenços, papais-noéis bordados ❚

com a ajuda da decoradora Lilian Matos. Especialista na arte de receber, Lilian ficou responsável pela montagem das mesas dos convidados e do bufê americano – onde a família pode petiscar enquanto espera o relógio bater meia-noite. Com peças no estilo dos anos 1970, Lilian fez questão de valorizar os objetos delicados. “A minha proposta é resgatar o Natal do passado. Acredito que os detalhes da mesa podem criar outra atmosfera para este dia tão singular”, diz. Segundo ela, velas, pinheiros, jogos americanos e toalhas de renda têm tudo a

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ver com a proposta natalina. Em relação às cores, a dica é abusar do verde e do vermelho. Porque clássico é clássico. E Papai Noel que se preze nunca sai de moda, ainda que seu traje vermelho seja o mesmo, em todo o mundo, desde o século XIX, quando sua figura foi representada por um cartunista alemão. A roupa criada por Thomas Nast, nas cores vermelha e branca com cinto preto, foi depois imortalizada em centenas de propagandas mundo afora. Daí em diante, o vermelho nunca mais perdeu seu brilho. Afinal, Natal é época de tradição. ❚

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ESPECIAL NATAL | RECEITAS

Espumante

no

prato

Chefs premiados ensinam receitas sofisticadas que trazem a bebida símbolo das comemorações como ingrediente. Ideal para fugir do óbvio nas celebrações de Natal e réveillon ALINE GONÇALVES

Quando o assunto é festa de fim de ano, o espumante é praticamente unanimidade para o brinde. Mas quem disse que ele só pode ser apresentado em sua versão original, na taça flute? Os que querem inovar e mostrar aos convidados uma opção diferente (e cheia de charme) nas ceias vão fazer bonito ao usar a bebida também em receitas salgadas. A inspiração para esses preparos vem de alguns dos estabelecimentos mais sofisticados e premiados da capital mineira. Do Taste-Vin, eleito o Melhor Restaurante de BH por Encontro Gastrô - O Melhor da Cidade 2015, a sugestão é um prato leve e suave, que traz salmão, chantilly e ciboulette, indicado para iniciar a refeição festiva com glamour. Outro peixe, o badejo, foi escolhido pelo chef Caetano Sobrinho, do restaurante A Favorita, para acompanhar um molho de espumante, que é servido com purê de mandioquinha, dando um toque brasileiro à opção. O espumante parece ser mesmo a companhia ideal para ingredientes que vêm do mar. Prova disso são as sugestões dos chefs Ivo Faria, do Vecchio Sogno, e Marise Rache, do D’Artagnan, que trazem a bebida associada a camarão com shimeji ou a lagostins com aspargos, respectivamente. Já o chef Lucas del Peloso, do Villa Roberti, usa o prosecco para finalizar o risoto de pistache, receita que tem a cara das famílias de origem italiana. O prato pode ser servido com bacalhau, item já tradicional na mesa de muitos mineiros nesta época. Em qualquer uma das receitas, o que não pode faltar são pitadas de carinho e alegria nos almoços e jantares mais esperados do ano.

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Fotos: Denis Medeiros

Quenelles de salmão com molho de ciboulette e espumante

Rende 5 porções

Por Rodrigo Fonseca, chef do restaurante Taste-Vin

INGREDIENTES 300 g de salmão processado finamente 100 ml de creme batido como chantilly, bem gelado 1/2 clara Sal, pimenta-do-reino e noz-moscada a gosto 1 colher (sopa) de conhaque Água o quanto baste Molho 250 ml de vinho espumante brut 200 ml de vinagre de vinho 1 e 1/2 cebola picada finamente 125 g de manteiga sem sal 100 g a 125 g de creme de leite fresco Cerca de seis folhas de ciboulette, picadas finamente Sal e pimenta-do-reino branca Espinafre refogado 40 folhas grandes de espinafre lavadas 1/2 colher (sopa) de manteiga Sal, pimenta-do-reino e noz-moscada a gosto

MODO DE PREPARO Molho Reduza o vinagre com o vinho e a cebola, até se tornar cerca de 50 ml. Coe. Em banho-maria, incorpore a manteiga, batendo sempre. Acrescente o creme e a ciboulette. Tempere. Espinafre Em uma frigideira, esquente a manteiga e misture as folhas de espinafre. Refogue até que comecem a murchar, por cerca de dois minutos. Tempere e reserve aquecidas. No momento de usar, coloque entre duas e três folhas como ‘cama’ para cada quenelle. Salmão Coloque a água para ferver. Misture rapidamente os ingredientes. Molde as quenelles usando colheres de sobremesa e cozinhe em muita água fervente. Escorra e reserve, aquecidas. No momento de servir, coloque três quenelles em cada prato e adicione bastante molho. DEZEMBRO DE 2015

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ESPECIAL NATAL | RECEITAS

Lagostins grelhados ao Beurre Blanc de champanhe com alcaparras e aspargos

Rende 4 porções

Por Marise Rache, chef do restaurante D’Artagnan

INGREDIENTES 800 g de carne de lagostins Sal, pimenta-do-reino e limão a gosto Azeite extravirgem a gosto 1 molho de aspargos frescos Beurre Blanc de champanhe 4 xícaras (chá) de champanhe ou espumante 1 cebola picadinha 1/2 xícara (chá) de creme de leite fresco Sal e pimenta-do-reino moída a gosto 1 xícara (chá) de manteiga em cubinhos gelada 2 colheres (sopa) de minialcaparras

Samuel Gê

MODO DE PREPARO Beurre Blanc Leve o champanhe ao fogo brando e deixe que reduza à metade do seu volume original. Doure a cebola picadinha em um pouco de azeite, até que fique macia. Junte o champanhe reduzido, o creme de leite e deixe reduzir mais um pouco. Batata tudo no liquidificador e, depois, tempere com sal e pimenta-do-reino. Volte ao fogo brando e acrescente, aos poucos, os pedaços de manteiga gelada e as alcaparras. Reserve. MONTAGEM Cozinhe os aspargos em água fervente com sal. Retire-os e os coloque em banho de gelo e água. Escorra. Tempere os lagostins com sal, pimenta-do-reino e gotas de limão. Grellhe-os em uma panela de fundo grosso. Sirva com o Beurre Blanc e os aspargos.

Pedro Nicoli

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seu novo lugar para comemorar

Rua Hudson . 961 . Jardim Canadรก . Nova Lima . MG www.eventosjardins.com.br . 55 31 3097. 0733

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ESPECIAL NATAL | RECEITAS Fotos: Cláudio Cunha

Camarão ao molho de champanhe com shimeji na manteiga Rende 10 porções Por Ivo Faria, chef do restaurante Vecchio Sogno

INGREDIENTES 30 camarões 100 g de farinha de trigo Sal e pimenta-do-reino a gosto 3 bandejas de shimeji 2 maços de nirá 100 ml de espumante 100 g de manteiga 30 g de alho 50 g de cebola 500 ml de creme de leite 600 g de purê de batata pronto 80 g de caviar 100 g de parmesão

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MODO DE PREPARO Tempere os camarões com sal e pimenta-do-reino e passe-os na farinha. Frite-os. Em uma frigideira, refogue metade do shimeji com manteiga, cebola e nirá. Tempere com sal e pimenta-do-reino e reserve. Em outra frigideira, refogue na manteiga: o alho, a cebola e o restante do shimeji. Adicione o espumante e deixe reduzir. Acrescente o creme de leite e o parmesão. Deixe ferver e processe. Retorne o molho ao fogo e deixe apurar. Retifique o tempero e acrescente o caviar. Aqueça o purê de batatas pronto e coloque-o no fundo do prato. O shimeji deve ser colocado por cima e, depois, o camarão. O molho vai ao lado. Decore com flores.

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BH COM MAIS PROTEÇÃO. É A PREFEITURA AO SEU LADO.

Todo mundo sabe que segurança pública não é atribuição do município. Mas aqui em Belo Horizonte a Prefeitura está fazendo uma grande transformação. Um trabalho integrado, com foco em educação, prevenção na área social, investimento em tecnologia e fortalecimento da Guarda Municipal.

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ESPECIAL NATAL | RECEITAS

Risoto de prosecco com pistache e bacalhau mantecato

Rende 4 porções Por Lucas Del Peloso, chef do restaurante Villa Roberti

INGREDIENTES Risoto 250 g de arroz carnaroli 1 l de brodo (caldo) de legumes 300 ml de prosecco ou espumante 70 g de queijo grana padano ralado 50 g de manteiga sem sal 1 colher (sopa) de cebola cortada em cubinhos 50 g de pistache sem casca 25 ml de azeite Sal e pimenta-do-reino a gosto Bacalhau mantecato 450 g de lombo de bacalhau dessalgado 300 ml de leite 50 ml de azeite MONTAGEM Disponha o risoto no fundo de um prato, em seguida, sobre o risoto, uma colher do bacalhau mantecato. Decore com um pouco de pistache triturado.

MODO DE PREPARO Risoto Em uma caçarola, coloque azeite e refogue a cebola. Espere a cebola murchar e acrescente o arroz carnaroli. Toste-o ligeiramente e tempere com sal e pimenta. Acrescente metade do prosecco. Espere secar e acrescente a outra parte em seguida. Quando a segunda parte do prosecco secar, continue o cozimento do risoto acrescentando brodo fervente pouco a pouco. Mexa sempre. Após o cozimento do risoto, retire a caçarola do fogo, acrescente o grana padano ralado, a manteiga e o pistache. Misture bem até o risoto ficar bem liso e cremoso. Bacalhau mantecato Cozinhe o bacalhau no leite por 10 minutos. Tire o bacalhau do leite, passe para um processador e reserve um copo do leite usado para a fervura. Na velocidade baixa do processador, bata o bacalhau acrescentando o azeite em fio. Acrescente também o leite, pouco a pouco, até o bacalhau virar um creme liso e uniforme. O bacalhau não deve ficar seco demais nem muito molhado: deve ficar cremoso.

Fotos: Victor Schwaner

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Badejo ao molho de champanhe e caviar com purê de mandioquinha

Rende 4 porções

Por Caetano Sobrinho, chef do restaurante A Favorita

INGREDIENTES 4 postas de badejo de aproximadamente 200 g cada 1 l de creme de leite fresco 1 l de leite 1 garrafa de espumante de boa qualidade 300 g de aparas de peixe 500 g de madioquinha 2 unidades de alho-poró (cortado grosseiramente) 2 cebolas (cortadas grosseiramente) 2 folhas de louro Ramos de tomilho a gosto 200 ml de azeite extravirgem 1 dente de alho 100 ml de vinho branco Ovas de peixe a gosto Sal e pimenta-do-reino a gosto MONTAGEM Coloque purê no fundo do prato. Acrescente o peixe e regue com o molho. Acrescente uma colherada de ovas de peixe e decore com brotos.

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Fotos: Pedro Nicoli

MODO DE PREPARO Badejo Seque as postas com papel absorvente. Tempere o peixe com sal, pimenta-do-reino e um pouco do vinho branco. Grelhe no azeite, criando uma face dourada e crocante. Vire até que o cozimento esteja completo. Molho Coloque a cebola e o alho-poró em uma panela funda e refogue-os no azeite. Adicione as aparas de peixe, as ervas e refogue mais um pouco. Acrescente o espumante e metade do creme de leite fresco. Deixe ferver por no mínimo uma hora. Tempere com sal e pimenta-do-reino. Coe o molho e volte à panela para que reduza. Se necessário, engrosse com um pouco de farinha de trigo ou amido de milho. Purê de mandioquinha Corte a mandioquinha em pedaços de tamanhos iguais e coloque em uma assadeira. Cubra com um fio de azeite extravirgem e papel-alumínio e asse a 180°C até atingir o ponto ideal para fazer o purê. Remova do forno, descasque ainda quente com a ajuda de um pano de prato limpo e amasse as batatas em um bowl. Deixe esfriar. Em uma panela, misture o leite com o restante do creme de leite e a noz-moscada e esquente sem deixar ferver. Em outra panela, derreta a manteiga, adicione a batata amassada e mexa até misturar a manteiga. Adicione o leite com creme de leite aos poucos até atingir o ponto desejado. Acerte o sal, coloque uma pitada de pimenta-branca e mais uma de noz-moscada. ❚

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ESPECIAL NATAL | BEBIDAS

Em doce harmonia ALINE GONÇALVES

Espumante para o coquetel de abertura da festa, um vinho branco suave com um peixe leve, um tinto para combinar com aquela carne. As harmonizações seguem uma linha já habitual durante eventos de fim de ano. No entanto, muitos anfitriões se esquecem de pensar em rótulos que complementem a sobremesa, justamente uma das partes mais esperadas pelos convidados durante o almoço ou jantar. Para dar uma ajudinha, Encontro lista, nas próximas páginas, indicações de cinco das principais importadoras de BH. Aos consultores e sommeliers

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Especialistas indicam vinhos adequados para valorizar ainda mais as tradicionais sobremesas de fim de ano

desses locais foi proposto o desafio de sugerirem dois rótulos que harmonizam bem com alguns dos ingredientes usuais dos doces típicos da época: chocolate, frutas cristalizadas, frutas em calda, oleaginosas, como nozes e castanhas, além do creme inglês, feito à base de ovos que, com alterações, costuma aparecer em pavês e outros preparos. As sugestões de bebidas vêm de diferentes partes do mundo e incluem clássicos portugueses da região do Porto até uma inesperada opção brasileira. Agora, é só escolher o que combina com a sobremesa da família e aproveitar para brindar muito bem até a última colherada doce.

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Fotos: Léo Araujo

Quem indica: Orlando Rodrigues, sócio-proprietário da Premium Wines Sugestões para harmonizar com oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas, etc.)

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Quinta do Infantado Porto Reserva Tawny Dona Margarida (não safrado) Origem: Covas do Douro/ Portugal Castas: Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Tinta Amarela Graduação alcoólica: 19,5% vol.

2

João Barbosa Moscatel de Setúbal (2011) Origem: DOC Moscatel de Setúbal / Portugal Castas: Moscatel de Setúbal e Arinto

Graduação Alcoólica: 17% vol. Preço: 500 ml / 132 reais* *preços consultados em novembro de 2015 e sujeitos a alterações

Preço: 750 ml / 132 reais*

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ESPECIAL NATAL | BEBIDAS Quem indica: Carlos Arruda, consultor do Verdemar Sugestões para harmonizar com frutas cristalizadas

1

Château Grand-Jauga Sauternes(2010)

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Tsantali Samos (não safrado)

Origem: AOP Sauternes/ França

Origem: AOP Samos Ilhas do Egeu/ Grécia

Castas: Sémillon e Sauvignon

Castas: Moscato de plantas nativas da região

Graduação alcoólica: 13% Vol.

Graduação alcoólica: 15% vol.

Preço: 500 ml / 86,98 reais*

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Preço: 750 ml / 42,98 reais*

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Quem indica: Nelton Fagundes, sommelier da Enoteca Decanter Sugestões para harmonizar com frutas em calda

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Roberto Anselmi 2011 Capitelli (2011)

2 Château Ramon(2011)

Origem: Vêneto IGT/ Itália Casta: Garganega

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Graduação alcoólica: 12,5% vol.

Origem: Monbazillac A.O.C. / França Castas: Muscadelle, Sauvignon Blanc, Sémillon

Preço: 375 ml / 234,20 reais*

1

Graduação alcoólica: 13% vol. Preço: 750 ml / 162,14 reais*

*preços consultados em novembro de 2015 e sujeitos a alterações

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ESPECIAL NATAL | BEBIDAS Quem indica: Helbert Soares, sommelier do Epa Plus Belvedere Sugestões para harmonizar com chocolate

2 Aurora Colheita Tardia (2015) Origem: Bento Gonçalves/Brasil

1

Vinho do Porto Ruby Dom José (não safrado)

Castas: Malvasia Bianca Graduação alcoólica: 12,5% vol.

Origem: DOC Porto / Portugal Castas: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Barroca e Tinta Roriz

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Preço: 500 ml / 25,80 reais*

Graduação alcoólica: 19% vol. Preço: 750 ml / 84,80 reais*

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Quem indica: Haendel Roberto, sócio-proprietário da Casa Rio Verde Sugestões para harmonizar com creme inglês e outros cremes à base de ovos

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Maynard’s 10 anos Tawny Porto (não safrado)

Origem: AOP Sauternes / França

Origem: DOC Porto / Portugal Castas: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinto Cão e Tinta Barroca Graduação alcoólica: 20% vol.

Château Fontebride (2011)

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Castas: Sauvignon blanc, Sémillon Graduação alcoólica: 13% vol. Preço: 500 ml / 199 reais* z

Preço: 750 ml / 179 reais*

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*preços consultados em novembro de 2015 e sujeitos a alterações

Agradecimento: Blog parainspiração

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ESPECIAL NATAL | PETISCOS Victor Schwaner

Gostinho

antes da ceia

Para facilitar a vida dos anfitriões, os antepastos são ideais e nem precisam ser preparados em casa, já que bufês e restaurantes de BH oferecem serviço de encomenda ALINE GONÇALVES

Por mais que ame cozinhar, adore receber convidados, que a família reunida seja uma festa especial, todo anfitrião já ficou enrolado na hora de preparar a ceia. É salada de bacalhau, pernil, rabanada, torta de nozes. Ufa! Mas receber 128 |Encontro

Personalização do menu A equipe do Buffet Gustare já está acostumada a preparar festas de acordo com o gosto do cliente. Por isso mesmo, o leque de sugestões para o Natal e réveillon, inclusive de entradas, é amplo e os produtos podem ser combinados. Sugestões de antepastos: lombo ao molho de jabuticaba; cuscuz marroquino com caponata de berinjela e terrine de brie com geleia de framboesa (550 reais, o combo com as três opções ou outras a gosto; serve 10 pessoas) Até quando encomendar: cinco dias antes do evento Tel.: (31) 3332-2076

pode ser mais fácil. Já é tradicional que restaurantes e bufês de BH ofereçam serviço de encomenda com opções especiais nesta época do ano. Quem não abre mão de cozinhar os pratos típicos – e as tradicionais receitas de família – pode optar pela compra dos antepastos e montar uma bonita mesa com varie-

dades que ajudam a passar o tempo entre os convidados que chegam cedo e cheios de fome. Comodidade garantida, basta se dedicar às receitas secretas, passadas de pais para filhos, com a atenção que a data pede. Garimpamos sugestões de antepastos em sete restaurantes e bufês para ajudar na escolha.

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Denis Medeiros

Com toque francês A chef Júlia Martins sempre recebe encomendas, mas se engana quem pensa que ela faz apenas os naked cakes (bolos sem cobertura) – sucesso entre as noivas. Para este período do ano, a especialista oferece sugestões que usam desde os produtos da época, como figo, até outras inspiradas na gastronomia francesa. Sugestões de antepastos: figo caramelado (50 reais; serve seis pessoas); terrine de fígado (60 reais; serve de 10 a 15 pessoas) e terrine de campanha (80 reais; serve de 10 a 15 pessoas) Até quando encomendar: 15 de dezembro Tel.: (31) 99555-2121

Cláudio Cunha

Festa com originalidade As chefs Agnes Farkasvölgy e Karen Piroli vivem atentas às tendências modernas da gastronomia e levam as novidades ao bufê Bouquet Garni. Para o fim do ano, as sugestões que montaram trazem carnes, queijos, ingredientes bem brasileiros ou não, mas sempre com o uso de técnicas refinadas. Sugestões de antepastos: salada de bacalhau com tomates defumados, grão-de-bico, azeitonas pretas e azeite virgem (295 reais; serve 10 pessoas); pernil defumado com chutney de laranja-da-terra e farofa de feijão-verde e baru (220 reais; serve 10 pessoas); seleção de queijos: gorgonzola com peras ao vinho, parmesão da serra da Canastra com castanhasdo-brasil pralinadas e brie com caramelo de mirtilos (285 reais; serve 10 pessoas) Até quando encomendar: 12 de dezembro Tel.: (31) 3465-0101 DEZEMBRO DE 2015

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ESPECIAL NATAL | PETISCOS Gustavo Andrade

Do tradicional ao contemporâneo Quando o assunto é mesa de antepastos, o bufê Célia Soutto Mayor não deixa de trazer os ingredientes típicos do Natal, aqueles que todo mundo ama saborear neste período do ano, como tender e fio de ovos. Mas quem preferir inovação também pode encomendar opções contemporâneas e com ingredientes nobres. Sugestões de antepastos: salada caesar; tender fatiado com fios de ovos e frutas natalinas; mix de cogumelos confitados no azeite servido com tomatinhos e torta rústica com cebolas carameladas e queijo de cabra (combo para 10 pessoas; 64 reais por pessoa) Até quando encomendar: 18 de dezembro Tel.: (31) 3526-3199

Saladinhas de dezembro

Pedro Nicoli

O Deli Fresh Food mantém sua linha saudável para as festas, ideal para quem quer uma alimentação leve ou para pessoas com restrições alimentares. Há sugestões para a ceia inteira, incluindo, claro, antepastos como os tomatinhos desidratados e saladas que podem ser servidas em pequenas porções. Sugestões de antepastos: salada de grão-de-bico com vinagrete de laranja (9 reais; 250 gramas individual, mas pode ser dividida em porções menores); ceviche de salmão com salada de pepino japonês, maçã e cenoura com leite de coco (150 reais; serve seis pessoas); salpicão de frango, cottage, cenoura, milho e chips de banana (130 reais; serve seis pessoas); pasta de grão-de-bico (14 reais; porção 250 gramas individual, mas pode ser dividida em porções menores) Até quando encomendar: dois dias antes do evento Tel.: (31) 3267-4945 e (31) 99785-2847

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Rogério Sol

Para agradar a todo mundo Apesar do viés italiano, o restaurante La Palma não traz somente pratos típicos desse país para encomendas no mês das festas. Na sessão de entradinhas, é possível pedir sugestões com peixe, linguiça, carne. Ou seja, dá para agradar até ao convidado mais difícil. Sugestões de antepastos: salmão semidefumado com sagu cítrico (128 reais; serve de 4 a 8 pessoas); crostini de linguiça com cogumelos (42 reais; 12 unidades); polvo com vegetais (128 reais; serve de 4 a 8 pessoas); roast beef enrolado com muçarela de búfala, tomate confit e molho Basílio (42 reais; 12 unidades) Até quando encomendar: Para o Natal, pedidos até 18 de dezembro; para o réveillon, até 28 de dezembro Tel.: (31) 3441-4455

Detalhes que fazem diferença

Denis Medeiros

As opções de antepastos que vêm do Rullus Buffet têm, agora, a marca do chef Henrique Gilberto (ex-Belo Comidaria), que chegou ao local há um ano. Assim, berinjelas, peixes e alcachofras ganham temperos especiais que fazem toda diferença ao paladar. Sugestões de antepastos: berinjelas com vinagrete de jerez, pistache e picles de cebola roxa (120 reais; serve 20 pessoas); alcachofras marinadas com tomilho (145 reais; serve 20 pessoas) e ceviche de três peixes com capim-limão e gengibre (185 reais, serve 20 pessoas). Combo degustação dos três antepastos (360 reais; serve 20 pessoas) Até quando encomendar: 18 de dezembro Tel.: (31) 3280-3666 z DEZEMBRO DE 2015

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NA MESA | ALINE GONÇALVES agoncalves@editoraencontro.com.br Alexandre Rezende Alexandre Rezende

TEM PARA PRONTA-ENTREGA Muita gente se assustou quando o Buffet Faleiro, um dos mais tradicionais de Minas, deixou de oferecer serviços para eventos, em meados deste ano. Seria a crise? Na verdade, não. “Foi uma opção. A nossa fábrica de food service (que atende padarias, supermercados, etc.) vem crescendo muito, produzindo para todo o Brasil. Então, resolvemos investir nela”, explica a sócia Marcella Faleiro. Prova de que as coisas estão bem é que a empresária acaba de abrir uma confeitaria no bairro de Lourdes. A loja, que leva o nome de Marcella, traz salgados, cafés e doces para consumo na hora, além de opções de pronta-entrega, para pequenas festas e para presentear – a linha de Natal está disponível no momento. “A confeitaria está moderna e bem sofisticada. Do jeito que eu sonhei”, diz.

MAIS BACON O empresário Antônio Henrique Campos, do Bacon Paradise, não tem queixas sobre 2015. No fim de 2014, ele se arriscou ao transformar o negócio em uma rede de franquias, mas a proposta funcionou e a marca já está em oito bairros de BH. O próximo passo será a expansão para a região metropolitana, com inauguração em Contagem, em dezembro. Em seguida, o Bacon Paradise chega ao Vila da Serra, Barreiro e Coração Eucarístico, além de Sete Lagoas. E as cidades de Juiz de Fora, Montes Claros e Uberlândia estão na mira. “Recebemos pedidos para abrir fora do estado, mas precisamos trabalhar a ideia. O nosso bacon é artesanal. É um diferencial e, ao mesmo tempo, um desafio”, diz. O fornecedor do produto fica em Contagem, e o processo de defumação leva 12 horas.

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Léo Araújo

O VERÃO PROMETE Sorvete não é produto sazonal, mas não dá para negar que nesta época ele parece ainda mais apetitoso. As sorveterias também sabem disso e investem. A Mi Garba, no Lourdes, eleita por Encontro Gastrô - O Melhor da Cidade 2015 novidade da área de lanches e guloseimas, por exemplo, está finalizando os últimos detalhes para o verão. São tantos novos sabores (ao todo, a casa tem mais 100 receitas) que o empresário Luca Lenzi se perde nas contas, mas tem suas apostas. “Com certeza, o sorvete de maracujá com limão-siciliano será um sucesso. Ele é azedinho e leva pouco açúcar”, diz. Outro que deve agradar é o sorbet de chocolate, com base predominante de água. Para quem conhece a Mi Garba, desde 2014, a boa notícia é a volta do sabor limoncello, campeão de pedidos do último verão.

Samuel Gê

MAIS OPÇÕES PARA DEGUSTAR O chef Leonardo Paixão, do Glouton, em Lourdes, está cheio de planos para 2016 e tem se dedicado aos estudos para colocá-los em prática. Depois de receber prêmios importantes em 2015, ele vai estrear, em janeiro, menus-degustação conceituais e pioneiros em BH. Serão duas opções, uma com oito e outra com cinco pratos, formadas por receitas que não estão no cardápio e por hits da casa modificados. “Eu já tinha um menu-degustação, mas era formado por receitas tradicionais do Glouton em pequenas porções. Agora, pelo patamar que o restaurante alcançou, senti uma demanda dos clientes: eles não querem só jantar, querem uma experiência”, diz. Os pedidos partiram, principalmente, dos turistas, que correspondem a 50% do movimento do local. É um público acostumado a esse tipo de cardápio, habitual em estabelecimentos consagrados de Rio e São Paulo.

Samuel Gê

PETISCOS DE BOTECO Menos de dois meses após abrir o bar Hashtag, colado ao restaurante Maria das Tranças, na Savassi, o empresário Marcelo Solmucci traz novidades para a casa. Em dezembro, ele deve inaugurar um lounge no local, com capacidade para 30 pessoas e indicado para comemorações de aniversários ou ao público que gosta de um espaço mais intimista. Outra novidade é a feijoada aos sábados. A ideia de Marcelo é sempre trazer receitas novas. “Ninguém aguenta mais tanto espetinho em BH. Já sei que vou continuar investindo nos petiscos de boteco focados nas carnes especiais, como bife ancho e picanha, tudo Angus (raça bovina famosa pela maciez)”, diz. DEZEMBRO DE 2015

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GASTRÔ | NEGÓCIOS Léo Araújo

O sommelier Nelton Fagundes e o empresário Flávio Morais: “Posso dizer que somos um pouco responsáveis pela mudança do perfil do público de BH”, diz Flávio

Hora de renovar Enoteca Decanter completa 10 anos e investe em novos rótulos. Ideia é oferecer opções com custos mais baixos, adequadas ao atual momento ALINE GONÇALVES

A varanda na rua Fernandes Tourinho pode não revelar a exata dimensão do universo que existe ao atravessar a porta da Enoteca Decanter BH, estabelecimento que associa o portfólio de vinhos da importadora Decanter aos serviços de gastronomia e cursos. A música suave dá o tom para admirar as garrafas, ler rótulos e “viajar” por países como Itália e Chile. Ao folhear uma carta de vinhos, é possível passar por espumantes, brancos e rosés, tintos e os de sobremesa, dispostos nesta ordem. Ao todo, são mais de 17 mil garrafas expostas. O misto de loja e restaurante comemora, neste fim de ano, uma década de existência, e mudou muito desde a 136 |Encontro

abertura, quando eram “apenas” 7 mil garrafas, sempre acompanhando as tendências. “Fiz duas ampliações, porque a demanda cresceu. Quando começamos, tínhamos 600 rótulos. Hoje, são cerca de 1.500”, diz o empresário Flávio Morais. Ao surgir dúvida de qual escolher, é só pedir ajuda ao sommelier ou trocar uma ideia com os demais clientes. As discussões entre os apreciadores de vinho são constantes na casa, para alegria de Flávio. “Posso dizer que somos um pouco responsáveis pela mudança do perfil do público de BH. Agora, os clientes falam com facilidade das regiões, do terroir”, diz. “Aqui é uma casa da cultura de vinho. Temos obrigação de vender bons rótulos, mas também queremos ensinar, motivar”, afirma o sommelier

Nelton Fagundes, braço direito de Flávio desde a inauguração. As comemorações pelo aniversário também seguiram a ideia de aprendizado e aproximação, precisamente entre produtores e consumidores, com jantares e almoços harmonizados que trouxeram e ainda vão trazer, até o fim do ano, representantes de vinícolas de várias partes do mundo. Um dos momentos representativos foi a vinda, pela primeira vez, do empresário Matteo Lunelli, presidente da vinícola italiana Ferrari, que faz espumantes premiados – inclusive o melhor do mundo, segundo concurso organizado por Tom Setevenson, britânico com mais de 20 obras sobre a bebida. Em novembro, foi a vez de Sergio Zingarelli, da Rocca delle Macie, também da Itália, mostrar seus rótulos. Agora, os clientes podem esperar novidades no que diz respeito aos vinhos comercializados. Neste ano, foram cortados 200 rótulos do portfólio, mas novos estão para chegar. “Para 2016, vamos trazer opções que se adaptam ao momento de consumo, com custos menores. Vamos explorar países que fazem sucesso, como Chile, Argentina, Portugal, França e Espanha, além dos espumantes brasileiros”, diz Flávio. Os rótulos brancos e europeus, destaques na casa, serão contemplados também. Esses não chegam a superar os tintos e sul-americanos, mas correspondem a um índice elevado nas vendas, cerca de 40% do total, sobretudo se comparados às demais Enoteca Decanter do país – graças, em parte, ao trabalho de Nelton. “Sempre tento indicar um branco, porque gosto dessa qualidade de vinho”, diz ele. A Enoteca Decanter BH, com esse conceito de loja e restaurante, é a mais antiga entre as 22 que vendem os rótulos importados pela Decanter – empresa fundada em 1997, em Blumenau. A ideia de associar a venda de vinhos à gastronomia partiu de Flávio e, só depois, o projeto despertou interesse da empresa. “Fomos tão bem-sucedidos que a Decanter investiu em outras parcerias pelo país”, diz. Pelo menos 250 restaurantes de BH tiveram suas cartas de vinho montadas pela loja, como A Favorita, Marília Pizzeria, Udon, Villa Roberti e Tchê Parrilla. Lugar é que não vai faltar para brindar a década. ❚

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DO CAMPO PARA A SUA MESA. Quem vive na cidade quer alimentos frescos, saborosos, saudáveis e variados. Quem vive no campo produz tudo isso cada vez melhor, com sabedoria, ciência, tecnologia e muito trabalho. É como o ciclo da vida: a semente não vive sem a terra, a colheita não faz sentido sem a partilha. Afinal, que graça teria produzir tantas delícias, investir tanto em melhorias, se não houvesse você para consumir?

sistemafaemg.org.br

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Não é por acaso que o agronegócio corresponde a 42% da economia de Minas e 13% do PIB do setor no Brasil. São 550 mil propriedades rurais no Estado e 200 mil pessoas formadas por ano nos cursos do SENAR MINAS. Esta é a vida do produtor rural: compartilhar saberes e sabores para agradar a todos os paladares.

A UNIÃO E A FORÇA DO CAMPO

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GASTRÔ | LAZER Fotos: Divulgação

Rota da

cachaça em Minas

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Para quem gosta da branquinha, uma boa pedida nas férias é conhecer os alambiques artesanais espalhados pelo estado. Selecionamos 10 endereços, de norte a sul, onde os visitantes podem ver o processo de fabricação. E, claro, experimentar

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CAROLINA DAHER

Para os mais entendidos no assunto, cachaça tem cabeça, coração e cauda – nomenclaturas usadas no processo de destilação. Já para os simples amantes, tem alma. Mais do que uma bebida, é símbolo de nacionalidade. É o nosso vinho, o nosso uísque, o sabor que define o Brasil. Em Minas Gerais, é patrimônio cultural por lei. Para o povo mineiro, é paixão das mais declaradas. E o amor é correspondido, já que a branquinha encontrou por aqui seu território definitivo. Os números só comprovam. Pelo menos 60% da produção artesanal no Brasil, estimada em 380 milhões de litros, saem de Minas. Segundo pesquisa do site Mapa da Cachaça, das 4.124 marcas de cachaça registradas, pelo menos 1.600 são mineiras. “Na maioria, são pequenos produtores que trabalham de modo informal”, diz Trajano Raul Ladeira de Lima, presidente da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade. Registrados no Ministério da Agricultura são apenas 603. “Mas existem mais de 4.200 produtores no estado”, diz Trajano. Por isso, não é tarefa fácil montar um circuito definitivo da cachaça no estado. Muitos caminhos podem levar a um alambique, especialmente a vilarejos mais escondidos. Na maioria dos casos, é um negócio familiar nem um pouco preparado para receber visitantes. Passeios organizados para apresentar de perto o processo de fabricação são difíceis de encontrar. O Vale Verde, em Betim, é um dos poucos que oferecem essa possibilidade. O alambique fica instalado em um parque ecológico com mais de 300 mil metros quadrados e conta com viveiros de animais, trilhas, pedalinho, tirolesa e várias outras atrações. “Gostamos que as pessoas saiam daqui sabendo fazer cachaça”, diz Daniel Fornari, chefe de produção da Vale Verde. Grupos interessados em uma apresentação mais técnica podem marcar uma visita guiada. “Faço questão de apresentar nosso trabalho pessoalmente”, diz Fornari. Para quem quer conhecer mais, outra opção é seguir para o norte, no Vale do Jequitinhonha, até Salinas. A cidade, com pouco mais de 40 mil habitantes, é voltada para a fabricação do destilado. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Cachaça de Salinas, Aldeir Xavier de Oliveira, são cerca de 35 produtores legalizados. Alguns abrem suas porteiras para receber quem quer conhecer a produção – que acontece entre maio e setembro. “Mas ainda somos tímidos, não estamos preparados para o turismo”, afirma Aldeir.

Elderth Theza/Divulgação

Vale Verde – Betim

Curiosidade: o alambique foi o primeiro a utilizar barris de carvalho para envelhecimento da bebida A marca usa filtragem dupla, que melhora a qualidade do álcool e aumenta a suavidade da bebida. A fermentação é feita 100% com leveduras, sem adição de químicos ou traços de fermentação bacteriana. Inspirada nos melhores destilados do mundo, como conhaque, tequila e uísque, a Vale Verde foi pioneira no uso de barris de carvalho no envelhecimento da aguardente. Com o alambique fincado em um grande parque ecológico, os resíduos gerados pela produção beneficiam os mais de 1.300 animais que ali vivem. O bagaço da cana moída, por exemplo, vira ninhos para as aves. Visitação: de terça a domingo. Agendamento pelo (31) 3079-9171 e pelo www.valeverde.com.br

Gota de Minas – Amarantina Curiosidade: a cachaça é elaborada com quatro variedades de cana Foi na década de 1990 que o químico Sergio Bambirra começou a fabricar a aguardente em Amarantina, distrito de Ouro Preto. Um dos diferenciais é que o destilado fica maturando por um ano em tonéis de jequitibá, uma madeira neutra, que não deixa cor nem sabor na bebida. Só depois é que o líquido segue para tonéis de carvalho, onde permanece por pelo menos oito anos antes de ser engarrafado. O local conta também com uma pousada. Visitação: Com agendamento pelo (31) 3142- 9497 ou pelo www.gotademinas.com.br. O passeio custa 35 reais e o visitante ganha uma garrafa de cachaça

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GASTRÔ | LAZER Lukana – Santo Antônio do Leite Curiosidade: a cana usada no preparo é totalmente orgânica Para chegar à Fazenda Santo Antônio da Boa Vista, é só perguntar onde ficam as terras do Trajano. Todo mundo conhece o proprietário, Trajano Raul Ladeira de Lima, que também é presidente da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade. Ele defende que a região Central do estado é propícia para a plantação da cana, o que garante uma cachaça de alta qualidade, que não fica atrás das famosas bebidas de Salinas. Com produção pequena, de apenas 10 mil litros por ano, a Lukana é considerada pelos entendidos uma das melhores da região. Quem passa pela fazenda também tem a chance de ver de perto tonéis de carvalho onde 30 mil litros de cachaça estão envelhecendo há mais de 12 anos. Visitação: Somente com hora marcada pelo telefone (31) 99957-2417

Chão de Minas – Cachoeira do Campo

Eduardo Tropia/Divulgação

Curiosidade: a cachaça é produzida em alambique modelo tromba de elefante, construído no final de 1800 O alambique existe desde fins do século XIX e, apesar de reformado, o químico Caio Bueno continua produzindo à moda antiga. Diferentemente dos destiladores modernos, o sistema tromba de elefante é aberto, o que diminui a presença de alguns vilões da aguardente, como os aldeídos, que provocam dor de cabeça, e os álcoois superiores, responsáveis pela ressaca. No local, ainda funciona uma pousada e um restaurante. Visitação: Com agendamento pelo (31) 3553-1384 ou pelo www.chaodeminas.com.br

Prosa Mineira – Santa Rita de Caldas

Amarildo/Art-Divulgação

Curiosidade: a cachaça ganhou este ano as medalhas de ouro e duplo ouro no Concurso Mundial de Bruxelas Quem acha que o Sul do estado não sabe fazer cachaça está enganado. A Prosa Mineira que o diga. Fabricada em Santa Rita de Caldas, pertinho de Poços de Caldas, deixou para trás mais de 400 concorrentes e conquistou ouro em um dos principais concursos no setor. A garrafa ouro, com a cachaça envelhecida por quatro anos em tonel de carvalho, custa 35 reais no empório local. Visitação: Agendamento pelo (35) 99835-7186 ou pelo www.cachacaprosamineira.com.br

Mesmo sendo considerada por muitos a melhor cachaça do Brasil, a Havana também é fabricada em ambiente modesto. “Tem gente que chega aqui esperando uma grande fábrica e fica decepcionada”, diz o diretor administrativo, Geraldo Mendes Santigo. Além de ter sido pioneira na região, a Havana 140 |Encontro

Havana – Salinas Curiosidade: Havana era o nome da fazenda comprada por Anísio Santiago na década de 1940. Não existe nenhuma relação com Cuba ou Fidel Castro Uma das vantagens de atravessar os 17 km que separam a fazenda do centro de Salinas é que o visitante pode comprar a Havana – a mais famosa do mundo – por 240 reais. No mercado, o preço da garrafa chega facilmente a 400 reais. O fundador, Anísio Santiago, foi o primeiro a registrar a marca de sua aguardente e o responsável por transformar Salinas na terra da cachaça. A produção do alambique é pequena, cerca de 10 mil litros por ano, sendo engarrafadas apenas mil de Havana; as demais recebem o rótulo de Anísio Santiago. Mas não adianta chegar lá querendo comprar toda a produção (algo que acontece com frequência), porque não há proposta financeira que seduza os Santiagos. Visitação: Agendamento pelo (38) 99947-1842

tornou-se ainda mais disputada nos anos 2000, quando a família perdeu o direito de utilizar a marca, processada pelo rum Havana Club, de Cuba, e por isso passou quase uma década batizando o destilado com o nome do fundador, Anísio Santiago. Desde 2011, quando a briga judicial chegou ao fim, a empresa

passou a vender as duas marcas. Na prática, são exatamente o mesmo produto. Porém, mesmo custando quase o dobro, a Havana continua seduzindo a clientela. Outra importante marca da região é a Salinas, que possui uma das fábricas mais bem estruturadas do país. “Conseguimos aliar a tradição a novas tecnolo-

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Tabaroa – Bichinhos

Século XVIII – Coronel Xavier Chaves

Auremar de Castro/Estado de Minas

Curiosidade: limitada, só lá é possível comprar a cachaça branca preparada exclusivamente com cana caiana roxa É produzida desde 2003 no vilarejo a 8 km de Tiradentes. O alambique fica localizado em uma reserva de mata atlântica, onde os turistas seguem roteiro que conta com uma visita à fábrica de papel (onde é feito o rótulo através do bagaço da cana), além de acompanhar todo o processo de produção da bebida. Visitação: Com hora marcada pelo (32) 98404-9405 ou pelo www.cachacatabaroa.com.br. O passeio custa 70 reais por pessoa

Curiosidade: é fabricada no alambique de 1755, o mais antigo em funcionamento no Brasil Pertenceu à tia e, depois, ao irmão mais velho de Tiradentes. Mais de dois séculos depois, continua com os descendentes do mártir mineiro. Quem o comanda atualmente é Rubens Chaves, que faz questão de receber os turistas pessoalmente. O diferencial da cachaça ali produzida é ser branquinha, cristalina. Rubens dispensa os barris de madeira para envelhecer a bebida. Visitação: De segunda a sábado, das 9h às 14h, e domingo, apenas pela manhã. Agendamento pelo (32) 3357-1238 ou pelo www.cachacaseculoxviii.com.br

Salinas – Salinas

Curiosidade: a bebida é envelhecida em dornas de três madeiras distintas: umburana, carvalho e bálsamo Em 1986, o fundador Heleno Maldrado tinha um pequeno empório em BH. Um dia, ladrões levaram quase tudo, deixando algumas garrafas de cachaça. Ele saiu de bar em bar vendendo o pequeno estoque. Ao ver o potencial do negócio, retornou à terra natal, Salinas, para fabricar sua própria aguardente. Tem fábrica das mais bem estruturadas do país. Visitação: De segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Agendamento pelo (31) 99993-5059 ou pelo www.cachacasalinas.com.br

gias”, diz a diretora de marketing, Patrícia Medrado. A visita deve ser agendada. “Mas sempre damos um jeitinho de acolher quem estiver de passagem e não tenha conseguido se programar”, diz. Hospitalidade também é marca registrada da família Chaves. Descendentes de Joaquim José da Silva Xavier,

Decisão – Sabinópolis Curiosidade: a Sabicana, segunda marca da empresa, tem a versão premium com produção limitada de mil garrafas No começo, Fernando Mourão produzia na Fazenda Pastinho, em Sabinópolis, apenas uma cachacinha para a família e os amigos próximos. Há 15 anos, no entanto, resolveu aumentar a produção e passou a vender em alguns bares. Sem saber como batizar a branquinha, era pressionado a tomar logo uma decisão. Cansado da cobrança, batizou-a de Decisão mesmo. A bebida é envelhecida em dorna de bálsamo. Há dois anos, a pedido dos clientes, a empresa lançou a Sabicana. A diferença é que, na segunda marca, a madeira usada no envelhecimento é carvalho europeu. Visitação: De segunda a sexta, em horário comercial. Agendamento pelo (33) 3423-1127 ou pelo www.cachacadecisao.com.br

o Tiradentes, eles estão no comando do Engenho Boa Vista, o mais antigo em funcionamento no Brasil. A fazenda fica pertinho do centro da cidade de Coronel Xavier Chaves, a 22 km da bucólica Tiradentes. O proprietário, Rubens Chaves, tem o maior orgulho de mostrar sua obra de arte: uma bran-

quinha pura. Quando lhe perguntam como diferenciar uma cachaça boa da ruim, não pensa nem duas vezes: “Ela tem de ser forte, mas não pode queimar. É capaz de fazer levitar mesmo quando não se está concentrado”, diz. Uma definição que qualquer mineiro aprovaria, ou melhor, brindaria. z DEZEMBRO DE 2015

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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br

APAIXONADOS ATÉ DEBAIXO D’ÁGUA Natália Vasconcelos e Alexandre Machado oficializaram o noivado durante jantar na casa dos pais dela, Eloi de Oliveira e Adriana Vasconcelos. “Almas gêmeas existem, e amor à primeira vista acontece. E tudo isso é um presente que Deus já estava preparando para nós”, resumiu o rapaz. Alexandre já havia pedido a mão de Natália em casamento semanas antes. “Foi em uma tarde linda, enquanto praticávamos stand

up na lagoa dos Ingleses. Assentamos na prancha para ver o pôr do sol e ele me pediu em casamento”, conta Natália. “Como nós dois gostamos muito de esportes, ele repetiu o pedido em todas as modalidades, incluindo corrida, mountain bike e natação”, emenda. Alexandre é filho de Silvana e José Alberto Machado. O casamento está previsto para o ano que vem, em Búzios. Luiza Ferraz/Divulgação

OITO DÉCADAS EM LIVRO

NA ROTA DO GOLFE

Entre as comemorações em torno dos 80 anos do Minas Tênis, o clube lança publicação com mais de 200 fotos contando a sua história. Minas Tênis Clube - 80 Anos de Tradição e Glórias mostra o desenvolvimento no esporte, cultura, educação e lazer através da promoção de cursos, shows, festas e triunfos de seus atletas. O Minas é um dos clubes mais importantes do país, tendo levado muitos atletas a Olimpíadas, como os judocas Ketleyn Quadros e Luciano Corrêa; os nadadores Rogério Romero e Thiago Pereira e Luiz Gustavo Lage, jogador da seleção de basquete em Moscou 1980 – atual presidente do clube. Entre os shows históricos estão os de Nara Leão, Roberto Menescal, Roberto Carlos e Clara Nunes. A instituição foi palco também de concursos de misses e festas como a Missa Dançante, que só acontecia lá.

Depois de oito anos em obras, que incluiu reformas e novas construções, o campo de golfe do Morro do Chapéu está pronto para receber a equipe britânica que vai disputar as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Maury Bastos, diretor de golfe do condomínio, conta que os ingleses passarão dias de aclimatação duas semanas antes do início dos jogos. O campo foi reinaugurado no início do mês, com torneio reunindo cerca de 100 atletas.

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Mariel Pelli/Divulgação

ALEGRIA DE DEBUTANTE Como ganhou viagem para a Europa com colegas da Fundação Torino, Célia Moreira Lopes não programou festa de 15 anos. Mas seus pais optaram pela comemoração e, de última hora, conseguiram data no Casa Tua justamente no dia do aniversário da filha. “Decidimos, então, comemorar nos moldes que essa meninada gosta”, conta a mãe da debutante, Ana Maria Drumond Moreira Lopez. Célia dançou valsa com 15 pares, entre eles o pai, Manuel Lopez Neto; o padrinho Paulo Henrique Drummond Moreira, além de tios e colegas. A pista foi animada com a performance do DJ Válber, ídolo da garota.

Tião Mourão/divulgação

NO CAMPO Marilu Verdolim fez ótima escolha ao levar sua tradicional festa de aniversário para o sítio da família, em Pedras, às margens da BR-040, bem próximo à Fazenda Velha. O local é muito agradável, com vista para uma lagoa, gramado imenso e variedade de árvores frutíferas. O almoço tipicamente mineiro reuniu a família e amigos próximos de Marilu. A aniversariante recebeu ao lado dos filhos Gilberto, Lilian e Flávio.

Arquivo Pessoal

PARA MATAR SAUDADE A médica Hilma Nogueira da Gama, o marido, Marcelo Gaio, e o filho do casal, André Gaio, passaram alguns dias juntos em Glasgow, na Escócia. “Matamos as saudades”, conta a mãe, que, na companhia do marido, foi acompanhar a conclusão do mestrado do filho na University of Strathclyde. André sempre teve afinidade com a matemática. Aos 19 anos, iniciou curso de engenharia no Politécnico de Turim, onde se formou em 2014. Mesmo satisfeita com o resultado do filho, Hilma pondera: “Existe certa fantasia de que tudo no exterior é melhor e mais fácil que no Brasil. Mas, como mãe, posso dizer que são enormes os desafios que esses jovens têm de superar, como a distância da família, a convivência multicultural, o clima, a dieta e o modo de pensar e viver”, diz. DEZEMBRO DE 2015

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SOCIEDADE

Márcia Prudente e Débora Nogueira

Lívia Giovanardi e Luciana Castelo Branco

Paola Antonini e Arthur Magalhães

Comemoração O Proação comemorou seus 10 anos com show da dupla Victor e Léo. O evento teve como intuito, além da comemoração, arrecadar fundos para a manutenção das Casas de Acolhimento. As fashion bloggers Paola Antonini, Debora Nogueira, Livia Giovanardi, Barbara Urias e Isadora Guedes marcaram presença, além, claro, de personalidades da alta-sociedade mineira. A grife Carmen Steffens, hoje com mais de 500 lojas em 18 países, também se fez presente e patrocinou esse momento inesquecível na cidade. Fotos: Samuel Gê.

Augusto Natali e Isadora Guedes

Victor e Léo

Sumaia Jordana e Peterson Rodrigo

Léo Campos e Vanuza Nicolai

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Livia Giovanardi

Público

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SOCIEDADE

Debut Eduarda Lara Feres de Oliveira, filha de Lessandra Lara Feres de Oliveira e Denis de Oliveira, comemorou seus 15 anos com festa no Casa Tua. A aniversariante ficou emocionada com o vídeo de depoimentos das amigas. A comemoração ficou ainda mais animada com a performance do DJ Leo Bacha. Gabi Horta assinou a produção. Fotos: Dudua’s Profeta.

Lessandra Lara, Camila Lara, Duda Lara e Denis Oliveira

Ester Delucca, Laura Pontes e Aline Reis

Arthur Toledo, Duda Lara e Arthur Bastos

Luiza Reis, Ana Fayga e Laura Esteves

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Charlie Mason, Rebeca Mason, Sofia Pedrosa e Edward Mason

Letícia Lara e Lúcia Lara

Mariana Frauches e Bruna Negre

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Laura Vasconcelos, Amanda Bretas, Luiza Piarelle e Ana Clara Euler

Aline Sanabium e Bráulio Campos

Júlia Maciello e Juliana Maciello

Sofia Guimarães e Natasha Almeida

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Duda Lara

Grabriela Renout e Luana Felizer

Romulo Bredt e Caroline Paixão

Jayme Nicolato e Clara Nicolato

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SOCIEDADE

Isadora Guedes, Cecília Kraemer e Karina Shibata

Rita Romagnoli

Rita Romagnoli, Donato Buonopane, Roberta Souza, Rosana Nascimento e Leonardo Neves

Havaianas no BH Shopping Donato Buonopane e Rita Romagnoli abriram nova loja Havaianas no BH Shopping. O espaço traduz o espírito descontraído, alegre e ao mesmo tempo simples característico da marca. Além de todos o modelos e linhas das legítimas sandálias com solado de borracha, poderão ser encontradas na loja alpargatas de várias cores e modelos, minibags, nécessaires, capas de celular, chaveiros, pingentes, boias e toalhas. Fotos: Alexandre Carvalho. Fernanda Romagnoli, Rita Romagnoli, Bárbara Romagnoli e Isabella Romagnoli

Juliano Candia e José Márcio

Marcos Costa e Luciana Heringer

Luiz Henrique e Cheyenne Medeiros

Isabella Romagnoli, Rita Romagnoli, Rodrigo Fortes e Juliana Paes

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Renato Tavares, Jucilene Oliveira, Donato Buonopane e Sérgio Giacomelli

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Minas Gerais

licious cup of coffee, we hose around the world moment with us. This incredible history and , is after all, a special

arms and 45 recipes of ng coffee.

MINAS GERAIS FAZENDAS & SABORES DO CAFÉ

s to arrive on the longis. In these hallowed century-old roots that s like a vast, stretching ringing life to millions e wise Portuguese poet, ary’; and, so the story ng the oceans, bringing us flavors far from the

Clesio Barbosa e Patrícia Soutto Mayor Assumpção

LANÇAMENTO EM BH O livro Minas Gerais Fazendas & Sabores do Café traz as histórias de 12 fazendas cafeeiras do estado e 45 receitas, doces e salgadas, produzidas com café. Patrocínio:

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Realização:

19/11/2015 11:28:05 27/11/15 18:49


SOCIEDADE

Monique de Paula, Mônica de Paula e Marcela de Paula

Paula Chicrala e Ricardo Batista

Decoração

Vera Alves e Jô Farias

Laila Cristina Sena, João Paulo Borges e Rosemauro Santos

Novo showroom A Morieli Festas, empresa especializada em locação de artigos para eventos como utensílios, taças, pratos, entre outros, mobiliário, decoração com artigos diferenciados e peças infantis, realizou coquetel de inauguração do seu novo showroom. Parceiros: Buffet Fora do Comum; Avec Gastronomia; Tcharles Eventos e Decorações; Dudu da Caipi; Fiore Cerimonial e Sonhos; Vera Alves Fotografias; Juliana Silveira Bolos e Doces; Délio Castello; DJ Gabriel Francisco. www.morielifestas.com.br. Fotos: Renata Caldeira e Vera Alves Fotografias.

Tiago Teixeira e Douglas Tcharles

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Juliana Silveira e Frederico Reis

Camila Bitencourt e Cristiane Lacerda

Laura Lima, Dudu da Caipi e Rosana Rufina

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Indústria Criativa. Em um cardápio, perto de você. A Codemig vai investir mais de R$ 20 milhões na Indústria Criativa. Agora em Minas, talento e criatividade são devidamente valorizados. O Governo do estado de Minas Gerais, através da Codemig, está investindo e incentivando a indústria criativa. Só em 2015, dezenas de eventos foram realizados, entre eles: Minas Trend (Belo Horizonte) / Festival Gastronômico de Tiradentes / Festival de Turismo Ouro Preto / Gastropark (Belo Horizonte) / Fartura BH (Belo Horizonte) / Conexão Empresarial (Araxá) / Minas Láctea 2015 (Juiz de Fora) / Conex Minas e Exponor (Teófilo Otoni) / Brumadinho Gourmet / Festival Mundial de Circo (Caxambu) / Expo Milão (Itália, outubro/15). E ainda tem muito mais, como o Mineirão Gastrô. A Codemig também realizou edital para incentivar os festivais gastronômicos, tendo como objetivo fortalecer a cadeia produtiva. Foram dezenas de projetos inscritos. É a Codemig e o Governo do estado de Minas Gerais fazendo bonito para que a indústria criativa continue a brilhar, promovendo o talento e o desenvolvimento dos mineiros. www.codemig.com.br

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Um novo ano está chegando e após tantos desaos em 2015, innitas possibilidades se abrem para 2016. A Alternativa Eventos que acredita neste novo tempo, tem o prazer de compartilhar sua nova IDENTIDADE VISUAL com todos os seus stakeholders.

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Imagem construída com um pouco de cada um de seus componentes, com a certeza que há em cada cor expressa em suas mandalas um pouco de todo sentimento que cada um pode exteriorizar. Neste projeto foram somados os talentos, dons e valores de toda a equipe. A Alternativa Eventos permanece líder no cenário nacional de montagem de estandes e estruturas para eventos. Há mais de 15 anos no mercado, fornecendo

soluções inovadoras para a concepção, planejamento e execução de projetos. Especializada em grandes eventos, detém o Selo de Qualidade ABEOC Brasil chancelado pela ABNT, que diferencia as empresas que adotam um sistema de gestão eciente focado na qualidade e em busca da exelência nos serviços p r e s t a d o s . Re a l i z a n d o t r a b a l h o s singulares, cumprindo todas as exigências de mercado com o máximo rigor, alinhando seus produtos e serviços aos parâmetros impostos neste cenário de forma completa e ecaz.

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Muito mais que estandes: Ambientes especiais e espaços personalizados, projetados com design arrojado, recursos de cenograa, arquitetura de luz e decoração, com arte e efeitos que potencializam a percepção da sua marca.

a e s. s e il e e e a a s . s o e o s s e a . Muito pode acontecer quando você decide participar de um evento. Fazer parte não é apenas estar presente. É deixar sua marca na lembrança. Para isso você precisa de soluções criativas, projetadas com precisão estratégica e baseadas em estudo de mercado, com potencial para revelar sua identidade, conquistar clientes, fazer amigos e encantar pessoas. Você pode apenas ser mais um... ou pode ser único. Você tem Alternativa!

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SOCIEDADE

Bruno Gomide e Cláudia Narciso

Maíra Labanca e André Emrich

Alberto Pitt, Paloma Bicalho e Cláudia Pitt

Nova loja da Zak Bruno Gomide Nunes recebeu convidados para a inauguração da nova loja Zak, no Diamond Mall, com apresentação da nova coleção Denim Spring summer 15, da Diesel. Na mesma noite foi aberta a exposição Festivals on the road com imagens de festivais de música da costa oeste americana, tema que serve de inspiração para a coleção. A Zak possui 13 lojas em Belo Horizonte e está no mercado de moda masculina desde 1969. Fotos: Renata Caldeira. Iris Chaves, Adriana Bassalo, Leonardo Starling, Rodrigo Arges e Mariella Arges

Juliana Delfim e Luca Benozzo

Edil Morais e Lora Morais

Motta e Amanda Quincke

Tatiana Gontijo, Oséias Barbosa e Michelle Costa

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Natália Dornellas, Eli Gambrinni, Cláudia Narciso e Tereza Santos

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O AMANHÃ DO SEU FILHO DEPENDE DO QUE FOR CONSTRUIDO HOJE

Para isso, conte com o Instituto Tarcísio Bisinotto. Estrutura adequada - Ensino qualificado Equipe dedicada - Horários diferenciados

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Berçário, educação infantil e integral

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SOCIEDADE

Novos filiados na Fhoremg

Paulo César Pedrosa

O presidente da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Minas Gerais (Fhoremg), Paulo Cesar Pedrosa, foi o anfitrião de jantar que reuniu 20 Sindicatos de Hotéis, Restaurantes e Bares (Sindhorb) filiados à entidade, no tradicional Hotel Normandy. No encontro foram apresentados os novos filiados à entidade que representa 149 mil empresas dos setores de gastronomia e hotelaria em Minas Gerais. Fotos: Alexandre Carvalho.

Paulo César Pedrosa e Maura Pedrosa

Ieda Rodrigues Souza, Luiz Gonzaga, Gabrielly Silveira, Edilson de Oliveira e Waldir Esmero

Camila Araújo e Jordana Braga

Sílvio Pessoa, Lúcio Bocão, Mário Marques, Gilmar Pomponi, Nelson de Abreu Pinto e Paulo César Pedrosa

Gustavo Dinalli, Daiane Barbosa, Marlene Damasceno e Benedito Pacifico

Bruno Henrique, Massuo Eguchi e Breno Palhares

João Lucio Ferreira, Mário Sousa, Breno Palhares e Waldir Esmero

Paulo César Pedrosa, Nelson de Abreu Pinto e Silvio Pessoa

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Festas feitas com carinho! Na vila É um buffet infantil diferente com ambiente aconchegante, comidinhas deliciosas e decorações encantadoras.

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SOCIEDADE

Domingos Mazilli, Advânio Lessa e Rafael Zavagli

Ray Ribeiro, Emmanuelle Grossi e Uiara Azedo

Gerônimo Salgado, Cícero Miranda e Juliana Rabello

Arteminas no PA Cerca de 130 convidados compareceram ao lançamento dos catálogos da exposição Arteminas, iniciativa da Fundação Clóvis Salgado que reuniu diferentes linguagens artísticas e gerações distintas de artistas mineiros nas galerias do Palácio das Artes. Em sua primeira edição, o projeto recebeu as exposições individuais de Advânio Lessa, Domingos Mazzilli e Rafael Zavagli. Com aproximadamente 75 páginas, as publicações, distribuídas gratuitamente, contêm textos curatoriais, fotografias e detalhes das exposições. Fotos: Alexandre Carvalho.

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Alessandro Lima, Daniela Belo, Rodrigo Mogiz e Augusto Fonseca

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SOCIEDADE

Homenagem ao Hospital de Olhos Rui Marinho Em comemoração aos 40 anos de serviços prestados em oftalmologia, Dr. Rui Marinho, fundador e presidente do Hospital de Olhos Rui Marinho, recebeu o Diploma de Honra ao Mérito pela Câmara Municipal de Belo Horizonte. A solenidade aconteceu em outubro, no salão Palácio Francisco Bicalho. Autoridades do Poder Legislativo e referências da área da saúde marcaram presença. Fotos: Léo Lara/Divulgação.

Dr. Rui Marinho, Juliana Rodrigues e dr. Felipe Marinho

Corpo clínico do Hospital de Olhos Rui Marinho

Dr. Rui Marinho recebendo os cumprimentos dos representantes da FUSEX terceiro-sargento Elaine Rocha e terceiro-sargento Paulo

Dra. Taliana Bernardes, Emília Cafaro e Dra. Bárbara Ribeiro

Rafael Araújo, Carlos Ribas, Roberta Zampetti e Luigi Zampetti

Elaine Pereira Silva Freire e Geraldo Magela da Silva Freire

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Dr. Marcos Vianello e dra. Adryana Assunção

Dra. Ana Gabriela Zum Bach e Cristian Barbini

Daniel Pimenta e André Sgarbi

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ALFONS

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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br

A volta da delicadeza Um presente que não existe nos shoppings, não aparece em vitrines, não se compra nem de segunda mão. Se alguém me perguntasse o que eu gostaria de ganhar neste Natal, a resposta seria: um mundo onde a delicadeza não tenha sido varrida do mapa. Imagine um mundo onde as pessoas falam baixo, sempre que possível. Onde pedem licença, agradecem, se desculpam, não furam filas, não param em fila dupla, não ultrapassam pelo acostamento e usam o celular de forma civilizada, sem obrigar os outros a ouvir suas conversas em salas de espera, restaurantes, cinemas, elevadores, aviões. Quando usam seus telefones em espaços públicos, o volume de voz é baixo, o mais baixo possível. Há um estudo que mostra que as pessoas falam 30 por cento mais alto quando estão utilizando o celular. No mundo da delicadeza, esse índice não existiria. Também não existiriam cidadãos que tiram os sapatos nas salas de embarque, apoiando os pés nas cadeiras que serão utilizadas por outras pessoas. Nem chefes ou colegas de trabalho que chegam de manhã e se esquecem de dar bom dia. Chefes e colegas, por mais problemas que estejam enfrentando, se recusarão a descontá-los no ambiente de trabalho. No mundo da delicadeza, nada justifica respostas atravessadas, críticas que humilham e grosserias. O que também vale para dentro de casa: conflitos de família se resolveriam sem gritos, palavrões, frases agressivas. E os filhos aprenderiam, desde cedo, que conviver é respeitar limites. Levar os outros em conta seria o primeiro dever de casa, a lição primordial, ensinada em conversas sem pressa e ilustradas com exemplos. No mundo da delicadeza, os pais sabem que na bagagem dos filhos não podem faltar as noções de civilidade e empatia. “Ninguém previu a escassez mundial de respeito que se observa hoje”, afirmou o historiador inglês Theodore Zeldin. Onde não há respeito, não há vida com qualidade, não há relacionamento que se salve, salários que compensem, casamentos que valham a pena ou famílias que vivam bem. Por isso, no mundo da delicadeza os pais ensinarão seus filhos a respeitar os idosos, os professores, os amigos, as namoradas ou namorados, o porteiro do prédio, o garçom, o vendedor da loja, o passageiro que se senta ao seu lado em um transporte público, enfim, as pessoas com quem dividem seu cotidiano. Conviver é fazer concessões, ceder espaço, ceder a vez, aposentar, ainda que provisoriamente, o egoísmo. Em um mundo de pessoas delicadas, as crianças crescem sabendo disso. Também fariam parte desse mundo as relações civilizadas entre vizinhos. Música no último volume, festas que entram pela madrugada, sapatos de salto em apartamentos e portas batendo depois das 10 da noite (ou 11, vá lá)? Nem pensar. Porque vizinhos educados não incomodam – fazem de tudo para não importunar, porque sabem que é essencial pensar no bem-estar das pessoas com quem se divide um espaço. É o básico. O mínimo. E há o espaço virtual, terra sem dono que se transformou em território de agressões, sarcasmo e comentários ferinos. No mundo da delicadeza, ninguém se valeria do anonimato para agredir de forma covarde. Pessoas educadas trocam argumentos, e não ofensas. Os grosseiros e ignorantes se agridem. Os civilizados debatem.

“Onde não há respeito, não há vida com qualidade, não há relacionamento que se salve, salários que compensem, casamentos que valham a pena ou famílias que vivam bem” Talvez eu esteja querendo muito de presente de Natal. Talvez fosse mais realista pedir uma caixa de sabonetes, um livro, uma cesta de pães e bolos (delícia!...), uma garrafa de vinho, um abraço cheio de afeto ou um cartão escrito com carinho genuíno. Mas nada, nada mesmo, me deixaria mais feliz que a possibilidade de viver em um mundo com menos arestas, menos hostilidade, menos rispidez. A economia está em crise, a ética está em crise, há violência, desemprego, guerras, ou seja, viver não anda fácil pra ninguém. Mas é por isso mesmo que as relações pessoais não podem ceder à selvageria. É a partir da convivência civilizada que se constroem saídas para um mundo em crise. A gentileza soma, agrega, multiplica. A grosseria reduz e subtrai. Onde não há respeito, encolhemos como seres humanos. Ficamos menores e mais falhos. Que o chamado espírito natalino (que bem poderia durar o ano inteiro...) nos traga o desejo e a determinação de construir convivências mais harmoniosas e cotidianos mais suaves. Ainda é possível. Ainda dá tempo de criarmos um mundo mais delicado. Um ótimo Natal para todos e um 2016 da melhor qualidade. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante

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b2bdesign.com.br Responsável Técnico: Dra. Erika Corrêa Vrandecic - CRMMG 28.946


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