ENCONTRO | ANO XIV | Nº176
Dez/2015 - Jan/2016 | Ano XIV | Nº 176
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MARCELO MIRANDA
ÉRICA DRUMOND
EMIR CADAR
CHRISTIANE PROCÓPIO
MARCELO COHEN
MAGDA SOARES
RODRIGO CARTACHO
MACAÉ EVARISTO
LUCAS CANTÃO
FABRÍCIO GONÇALVES
LÔ BORGES
ISSN 1679-0146
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NESTA EDIÇÃO
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ENTREVISTA Pesquisadora fala sobre os desafios enfrentados pelas mulheres
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CLIMA Conheça as variações de temperaturas de BH
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CIDADE Projeto de lei proíbe que pombos sejam alimentados
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MEMÓRIA Cartório Bolivar comemora 85 anos de história
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COMPORTAMENTO Amuletos para espantar o azar e trazer sorte
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BELEZA Bons produtos para levar na nécessaire PET Cuidados com os animais de estimação no verão LUXO Relógios TAG Heuer desembarcam em MG VEÍCULOS Novo sedã premium é aposta da Volvo ARTES PLÁSTICAS Artista mineiro explora a cultura regional
FÉRIAS Dicas para arrumar as malas com organização
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Henrique Gualtieri
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CAPA Quem são os mineiros que se destacaram em 2015
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MARKETING Empresa mineira ganha prêmio da Google
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MODA Cores da estação mais quente do ano
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NOVIDADE Homens aderem ao penteado com trança
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DECORAÇÃO Dicas de ambientes para receber os amigos GASTRÔ Receitas refrescantes e que dão água na boca BEBIDAS Vinhos para harmonizar com pratos brasileiros EVENTOS Inauguração Capa: Editoria de Arte
VITRINE Um piquenique mais saboroso e animado
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NO PODER Empresários reticentes DEU O QUE FALAR “Exijo respeito por ser Fabiana Marcelino Claudino, cidadã, um ser humano” RETRATOS DA CIDADE Cores na avenida GENTE FINA Pronta para estourar
COLU NAS 64 68 124 146
COLUNA DE DIREÇÃO Mais força e menor consumo ENCONTRO INDICA Thiaguinho e Alexande Pires em BH NA MESA Pode vir quente
ARTIGOS 16 74 162
LINDOLDO PAOLIELLO BH aberta ao mundo JOSÉ JOÃO RIBEIRO Três mulheres no melhor do cinema de 2015 LEILA FERREIRA Pausa no deserto
NA SOCIEDADE Tradição, estilo e luxo
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CARTA DO EDITOR revistaencontro.com.br
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Álvaro Teixeira da Costa
ANDRÉ LAMOUNIER - DIRETOR/EDITOR Diretor-Executivo Vice-presidente de Negócios Corporativos Diretor de Publicidade Diretor Jurídico
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João Paulo Martins Bruna Sales Marcelo Fraga Plural Vip (31) 2126-8770 (31) 2126-8000 (31) 2126-8000
TIRAGEM
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CONFORME RELATÓRIO EM NOSSO PODER. ENCONTRO É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ENCONTRO IMPORTANTE LTDA. BELO HORIZONTE. RUA HAITI, 176, 3° ANDAR - SION 30320-140, BELO HORIZONTE - MG FONE: (31) 2126-8000 EMPRESA FILIADA À
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redacao@revistaencontro.com.br
Para frente ou para trás? Há alguns meses, o jornal britânico Financial Times usou a seguinte expressão para retratar a situação por que passa o Brasil: “É um filme de terror sem fim”. O uso de metáforas é comum no jornalismo quando se quer dar ênfase a determinadas situações. De fato, não é novidade para ninguém que o país viveu em 2015 um dos piores momentos de sua história (senão o pior) do ponto de vista político, econômico e moral. Mas a ocasião também parece ser propícia para pensar o país que queremos no futuro. Como explicar o esfacelamento da nossa estrutura político-econômica em tão pouco tempo? Como pode uma presidente, reeleita há apenas um ano, com 54 milhões de votos, terminar 2015 a tal ponto acuada que não consegue se dirigir à população sob risco de vaias e panelaços? Nessa conjuntura, o natural seria ver um governante desfrutando de seu auge, da famosa lua de mel do primeiro ano após o pleito. O que se vê, contudo, é justo o oposto: um crescente mau humor em relação ao governo da presidente Dilma. E o que será de 2016, na medida em que a recessão avança e o cenário político fica cada vez mais turvo? Ninguém hoje tem respostas acabadas para essas questões, até pelo ineditismo da situação: nunca se viu nada remotamente parecido no Brasil. O que nos resta é acompanhar com atenção os próximos desdobramentos da crise política. Até porque não se pode perder de vista que economia e política se afetam mutuamente. Em outras palavras: a crise econômica poderia ser enfrentada se tivéssemos um Executivo forte e coeso – realidade muito distante. Também não se vislumbra atalho capaz de mudar essa situação e nos tirar do buraco em que estamos. A Lava-Jato deixou claro que ainda não temos um sistema de controle que nos Reprodução Internet resguarde de burocratas corruptos e de executivos prontos a comprar facilidades. Será que a operação pode abrir caminho para uma política mais limpa? Conseguiremos punir corruptos e corruptores, inclusive os políticos? Ainda é cedo dizer. Mas ninguém duvida que o momento atual parece ser a maior oportunidade para um choque de ética na política e nos negócios, a fim de enfrentarmos de vez a corrupção que tanto nos envergonha. Nações avançam, não porque sejam imunes às crises, mas pela forma como respondem a ela. O Brasil hoje caminha entre uns passos para a frente e outros tantos para trás. Mas a boa notícia é que parece estar muito próximo o dia em que teremos de decidir, como sociedade, qual dos dois caminhos queremos definitiva- Com o título “Recessão e corrupção: a crescente podridão no Brasil”, o jornal inglês Financial Times faz dura análise sobre mente tomar. Mudar ou não o filme em a condição atual do Brasil. “A incompetência, a arrogância cartaz será uma escolha nossa! ❚ e a corrupção esmagaram a magia brasileira”, diz o texto
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FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000 SUPERAÇÃO A CADA PASSO I
EM DOCE HARMONIA
Belo exemplo de superação o da Paola Antonini. Especialmente nestes tempos em que a depressão é tão comum, até mesmo entre os mais jovens.
Adorei as dicas de harmonização de vinhos e sobremesas. Um momento tão saboroso merece atenção especial. Cleonice Miranda Belo Horizonte/MG
Ana Paula Sousa Belo Horizonte/MG
OUTRAS EDIÇÕES
SUPERAÇÃO A CADA PASSO II
ENCONTRO ESTRADA REAL 3
A legislação brasileira tem que ser mais rigorosa para evitar tragédias como essa. Não é possível que pessoas inocentes continuem pagando pela inconsequência de alguns irresponsáveis.
Estou encantada com os suplementos da Estrada Real, principalmente com o 3, de Diamantina e Serro. Parabéns pela iniciativa! Estou aguardando pelos outros ansiosamente.
Pedro Alves Belo Horizonte/MG
SUPERAÇÃO A CADA PASSO III
Sem dúvida, o apoio da família em momentos difíceis, como o que a Paola enfrentou, faz toda a diferença na recuperação física e emocional do indivíduo. Infelizmente, nem todos contam com esse alicerce. Alessandra Campos Belo Horizonte/MG
APRENDER PARA NÃO ESQUECER
Mesmo que a mineração seja uma importante fonte de renda para o estado, uma tragédia da proporção da ocorrida em Mariana não pode ser considerada um acidente, e sim falta de cuidado. Jairo Gomes Belo Horizonte/MG
OBSTÁCULOS NO CAMINHO
O desrespeito à população de BH se reflete também no descaso com as vias urbanas, como ruas e calçadas. E a pergunta que fica é uma só: para onde vão todos os impostos que pagamos? Denilson Amorim Belo Horizonte/MG
Nair Lima Contagem/MG
ELES NÃO SÃO DE PELÚCIA
ERRAMOS
Muito importante ressaltar os pontos a serem analisados antes de se adquirir um animal de estimação. Um ato consciente evita o abandono e protege a saúde pública. Adriana Gonçalves Belo Horizonte/MG
É UMA POPULAÇÃO INVISÍVEL NO BRASIL
QUEM É QUEM NO DIREITO EM MG 2015/2016 Na página 83, a data de fundação do escritório Marcelo Candiotto Sociedade de Advogados é 2006, e não 2014, como foi publicado.
Acredito que o respeito que devemos ao outro independe de sexo, credo ou cor. Cada um sabe de si e busca superar os obstáculos da melhor maneira possível para ser feliz.
Cláudia Lopes Nova Lima/MG
ROTA DA CACHAÇA EM MINAS
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A cachaça realmente faz parte da tradição mineira. E achei muito interessante saber de onde ela vem e como é produzida.
Gilson Franco Belo Horizonte/MG
Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por razões de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770
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ARTIGO | LINDOLFO PAOLIELLO redacao@revistaencontro.com.br
BH aberta ao mundo Você certamente já participou da Festa Tradicional Italiana, do Saint Patrick Day, do Savassi Festival, do Festival do Japão, das Festas da França e de Portugal, todos eles eventos realizados em Belo Horizonte. E, com certeza, visitou exposições internacionais de arte na Casa Fiat de Cultura ou assistiu a concertos sinfônicos na Sala Minas Gerais, da Orquestra Filarmônica, em grande parte composta por músicos estrangeiros. Quando retornar a essas apresentações, ou voltar a usufruir de espetáculos culturais no exterior, procure observá-los em detalhe e verá que deles transparecem padrões. São traços pessoais e permanentes desenvolvidos pelos indivíduos de cada país e que formam sua cultura. A mesma coisa você pode perceber na tecnologia, na gastronomia, no esporte ou mesmo na gestão de empresas. A novidade é que os traços que tornaram determinados países referência mundial em excelência – em campos nos quais essas particularidades se tornaram diferenciais para o seu desenvolvimento – estão sendo agora alvo de uma iniciativa ao mesmo tempo agradável e objeto de planejamento cuidadoso e de uma ação sistêmica. Trata-se do projeto “Internacionaliza BH”, idealizado pela Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas) para sensibilizar e engajar os belo-horizontinos no processo de internacionalização de nossa capital. Esse processo, que segue naturalmente sua marcha em um ambiente globalizado, está sendo fomentado pela prefeitura, com conteúdo fortalecido pelo apoio da Fundação Dom Cabral. Tudo teve origem em um fato que já sinaliza para a presença internacional de nossa cidade: o Projeto AL-LAS, Cidades do Mundo, uma iniciativa europeia, cujo objetivo é fortalecer a internacionalização das cidades integrantes, escolheu Belo Horizonte como a única cidade brasileira a participar. Se fôssemos tratar da cooperação do setor empresarial para a realização desse objetivo sob ponto de vista imediatista, nós o veríamos por seus resultados no campo econômico-financeiro. Mas, como decisão da macroestratégia empresarial, podemos observá-lo bem além disso. O caminho que escolhemos para cooperar com o desenvolvimento desse processo traz algo de novo para o campo da internacionalização: não é para os negócios internacionais que ele diretamente se volta, mas para o comportamento, o estilo, o gesto, o modo de agir, expressando o que há de melhor entre nós nos padrões internacionais, naturalmente somando-se harmoniosamente aos valores locais. Estes, sabemos bem, tendem a conduzir à introversão, à desconfiança, ao que é incomum, e daí ao temor ou antipatia por pessoas que vêm de fora e que são, por isso, “estranhas”. Diante disso, sob o foco com que atuamos, internacionalização é um movimento no sentido da extroversão de Belo Horizonte, esti-
“Internacionalização é um movimento no sentido da extroversão de Belo Horizonte, estimulando nas pessoas – por meio do convívio internacional – a atitude de dirigirem sua energia psíquica para o exterior e, assim, tornarem-se abertas”
mulando nas pessoas – por meio do convívio internacional – a atitude de dirigirem sua energia psíquica para o exterior e, assim, tornarem-se abertas, confiantes e ávidas de contato, prontas para serem do mundo. Esse esforço de cunho comportamental tem um objetivo que pode trazer forte e construtiva transformação: elevar o comportamento social e de negócios de Belo Horizonte a padrões que a alinhem a um patamar de excelência capaz de lhe assegurar competitividade internacional. z
*Lindolfo Paoliello, jornalista e consultor em comunicação, é presidente da ACMinas
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NO PODER | BERTHA MAAKAROUN bmaakaroun@editoraencontro.com.br
CONSELHO DE TRIBUNAIS O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Pedro Bitencourt Marcondes, assume a presidência da Comissão Executiva do Conselho dos Tribunais de Justiça do Brasil para o mandato de 20162018. Eleito por aclamação durante assembleia geral extraordinária do conselho, em novembro, ele substituirá o desembargador Milton Nobre, do Tribunal de Justiça do Pará. O Conselho dos Tribunais de Justiça reúne os presidentes de todos os tribunais de Justiça do país na defesa de princípios, prerrogativas e funções institucionais dos poderes judiciários estaduais. Cláudio Cunha/Divulgação
MAIS SUCESSÃO NA CLASSE O desembargador Maurício Soares presidirá a Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) para o triênio 2016/2018, em substituição do desembargador Herbert Carneiro.
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EMPRESÁRIOS RETICENTES Escândalos políticos e crise econômica são uma combinação que espantará a presença de empresários nas campanhas políticas para prefeitos e vereadores. E, se agora a contribuição de empresas foi banida do processo, segundo entendimento já pacificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), poucos são os empresários dispostos a, na condição de pessoa física, injetar dinheiro em candidatos. Embora os políticos e partidos passem a pressionar por doações individuais, a lógica muda, considera Emir Cadar Filho, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG). “Uma coisa é a empresa doar dentro do contexto de seu faturamento. A outra é o empresário tirar de seu patrimônio pessoal. A disposição em contribuir vai diminuir muito”, afirma. Por ora, contudo, o mercado das eleições ainda está parado. “A situação da economia é tão caótica que, no momento, nem há clima para pedidos”, afirma. Juarez Rodrigues/EM/D.A Press.
SOLA DE SAPATO… “Serão campanhas pobres, com muito pé no chão e solado de sapato.” A avaliação é do vice-governador e presidente estadual do PMDB, Antônio Andrade, para as eleições de 2016 às prefeituras. Ele prega a definição de prioridades, entre elas os programas de rádio e televisão, material impresso e equipe para as redes sociais. Com a mudança nas regras do financiamento, partidos políticos ainda não sabem como substituir as contribuições de empresas, que em 2012 responderam por 80% dos 4,5 bilhões de reais da arrecadação declarada à Justiça Eleitoral pelas campanhas municipais em todo o país. “Difícil será para todo mundo. Partidos e candidatos estão em igual patamar de dificuldade”, diz Andrade.
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…E CONCORRÊNCIA DESLEAL Como nem todos cumprem a regra, o fantasma do caixa dois assombra. Para o presidente estadual do PSDB, Domingos Sávio, vigiar a campanha adversária será função primordial. “É preciso combater a concorrência desleal”, avisa. “Acaba-se com o vínculo mercadológico entre candidatos e empresas que os financiam. Mas o lado negativo é o risco iminente do caixa dois. Podemos estar caminhando para um processo eleitoral em que a influência do dinheiro ilícito seja tão grande a ponto de decidir eleição”, afirma.
SORTE LANÇADA
JK EM ALTA
Quando o presidente Eurico Gaspar Dutra publicou, em 30 de abril de 1946, o Decreto-Lei 9.215 proibindo os jogos de azar no país, atribuiu-se a medida à sua beata mulher, Carmela, influenciada pela Igreja Católica. Não é mais o caso. “A Igreja Católica reagiu muito bem à nossa proposta de regulamentação dos jogos de azar na década de 1990”, afirma o prefeito de Araxá, Aracely de Paula (PR), na ocasião, deputado federal. De novo a proposta volta à pauta, em meio ao desespero do governo e prefeitos por aumento de arrecadação. E não apenas Araxá, mas Caxambu, Cambuquira, São Lourenço, Poços de Caldas, entre outras cidades que um dia viveram com os cassinos o auge do turismo, acompanham e fazem pressão sobre as bancadas. “Desta vez vai”, afirma Aracely de Paula.
Ao longo de 2015 foram mais de 15 mil visitantes, número que vai dobrar em 2016, segundo expectativa de Serafim Jardim, presidente da Casa de Juscelino, em Diamantina. Universitários e turistas vão conferir onde cresceu o carismático mineiro, fundador de Brasília, considerado um dos maiores estadistas do país. Serafim Jardim também espera, neste novo ano, provar a polêmica tese que persegue desde a morte de JK: não foi acidente de carro, mas assassinato. A Comissão Nacional da Verdade Vladimir Herzog arrolou 114 indícios que sustentam essa possibilidade, entre eles, a chamada Operação Condor, articulada entre serviços secretos da América Latina para a eliminação de líderes democratas no continente.
Arquivo pessoal
CIDADANIA “Da Independência à República”, a construção da cidadania no Brasil não é um processo retilíneo, mas, com mais recuos do que avanços. A análise é do historiador Luiz Fernandes de Assis, autor do texto “Uma História a Contrapelo”, da coletânea Poder Legislativo e Cidadania. Para ele, a ampliação dos espaços de participação popular sempre esbarrará na cultura política hegemônica.
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DEU O QUE FALAR “Maria Fernanda chega para nos iluminar com a graça e a beleza que somente os filhos conseguem trazer à vida dos pais”
“A corrupção, esse esgoto, essa latrina fétida que vampiriza o dinheiro público, retira o dinheiro da saúde, da escola, da segurança pública, e desse dinheiro surrupiado da sociedade vai atender a objetivos inconfessáveis”
FERNANDO PIMENTEL, governador de MG, ao comentar o nascimento, dia 8 de dezembro, de sua caçula com a primeira-dama Carolina Pimentel
RODRIGO JANOT, procurador-geral da República sobre o escândalo da Lava-Jato
“Acho que fominha é uma palavra forte. Talvez um jogador que gosta muito do que faz” VICTOR, goleiro do Atlético-MG, o primeiro da posição a atuar em todos os jogos de uma temporada pelo clube
“Eu não caí de paraquedas. Estou muito preparado” DEIVID, novo técnico do Cruzeiro, substituto de Mano Menezes, mandando recado aos críticos que preferiam ver no comando do time um nome mais forte e experiente
“Já fui vítima inúmeras vezes de preconceito. Mas, atualmente, parece que estão escolhendo uma vítima por dia” ÉRIKA JANUZA, atriz, ao comentar os recentes casos de racismo às colegas de profissão Taís Araújo, Cris Vianna e Sheron Menezes. Jonas Pereira/Agencia Senado
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“A presidente nunca demonstrou vontade sincera de conversar. E hoje, vamos conversar sobre o quê? O governo acabou” SENADOR AÉCIO NEVES, criticando a postura do governo federal de não dialogar com a oposição
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Tecnologia e ciência, o segredo do corpo
Victor Schwaner
Com tecnologia avançada os aparelhos Exilis Elite, Vanquish e X-Wave são fabricados pela BTL, considerada referência mundial em medicina estética A crescente preocupação com aparência e bem-estar físico, nos dias de hoje, leva muita gente a recorrer a tratamentos pouco confiáveis e arriscados para ter o corpo desejado. Esses métodos, entretanto, podem trazer uma série de riscos à saúde, além de não causarem os efeitos desejados. É o que alerta o dermatologista Rodrigo Maia, diretor da Clínica da Pele: “Cada paciente possui um perfil próprio, além de expectativas e disponibilidade diferentes. O ideal é que cada pessoa tenha um plano personalizado de tratamento estético, que leve em consideração suas características individuais e seus objetivos”, explica. Pensando justamente nessa necessidade de atender às demandas particulares de cada paciente, a Clínica da Pele tem investido na aquisição de novos equipamentos, a fim de oferecer serviços mais modernos e completos, sem perder de vista o olhar médico qualificado. Com tecnologia avançada os aparelhos, Exilis Elite, Vanquish e X-Wave, são fabricados pela BTL, considerada referência mundial em medicina estética. Segundo a fisioterapeuta dermatofuncional Cinara Martins, o Exilis é um aparelho de radiofrequência, utilizado na eliminação de flacidez e gordura localizada. Seu grande diferencial é que os resultados aparecem logo nas primeiras sessões, o que o torna boa opção para quem dispõe de pouco tempo para o tratamento. Já o Vanquish atua em gorduras menos concentradas e de difícil eliminação, especialmente na região abdominal. O X-Wave, por sua vez, é uma terapia por ondas de choque, que pode ser usada tanto no combate às celulites como no tratamento de dores crônicas em articulações. “São aparelhos que vêm ampliar o nosso portfólio, garantindo um atendimento mais adequado a cada paciente”, diz Cinara.
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O dermatologista Rodrigo Maia e a fisioterapeuta Cinara Martins, com os novos aparelhos na Clínica da Pele: terapias diferentes para planos personalizados
Além dos tratamentos corporais, a Clínica da Pele oferece acompanhamento multidisciplinar da saúde de seus pacientes, contando com profissionais nas áreas de dermatologia, nutrição, angiologia, fisioterapia e psicologia. “Trabalhamos para que as pessoas cheguem à clínica e encontrem exatamente o tratamento de que precisam, com embasamento científico e segurança”, afirma Rodrigo Maia.
Diretor técnico: Rodrigo Maia – CRM-MG 31.628 Acompanhe novas dicas no site e nas redes sociais: Rua Jornalista Djalma Andrade, sala 804, Belvedere, Belo Horizonte, MG
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ENTREVISTA | MARLISE MATOS Paulo Márcio
“Ainda precisamos do feminismo” Pesquisadora diz que movimentos recentes de mulheres no país mostram que elas estão engajadas, mas evidenciam também que a desigualdade de gênero ainda é grande
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MARINA DIAS
Como é o caso de muitos movimentos sociais que surgiram ao longo da história, não foi apenas um acontecimento que levou as mulheres brasileiras a protagonizar campanhas de protesto neste último semestre no Brasil. Vários fatos ao longo do tempo pareceram gerar um “basta!” entre elas. Os mais emblemáticos e recentes foram os comentários on-line de homens, com teor sexual, sobre uma das participantes de um reality show culinário infantil – a garota em questão tem 12 anos de idade –, e ainda a aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, de PL de autoria do deputado federal Eduardo Cunha que prevê que uma vítima de abuso sexual ou estupro tenha de realizar boletim de ocorrência e fazer exame de corpo de delito para só depois ser atendida em unidade de saúde. Essas, mas também outras situações que mulheres enfrentam no cotidiano – cantadas nas ruas, salários mais baixos do que os de colegas homens no mesmo cargo, etc. – geraram atos nas ruas, bem como originaram campanhas on-line. Nas redes sociais, mulheres passaram a expor como foi a primeira experiência de assédio sexual da qual se lembram (#meuprimeiroassédio) e outras situações machistas que vivenciaram (#meuamigosecreto). Conseguiram chamar a atenção e angariar apoio. Em novembro, articulistas homens de jornais, revistas e blogs de todo o país cederam suas colunas para que mulheres pudessem discutir temas como racismo, assédio sexual e condição das prisões femininas. Para Marlise Matos, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher e do Centro do Interesse Feminista e de Gênero, ambos da UFMG, esses movimentos expoem o que algumas pessoas ainda se recusam a ver: que ainda há desigualdade de gênero no país. No entanto, deixam claro também que as mulheres estão mais combativas. Segundo a professora, há um ativismo “vivíssimo” em favor da igualdade de direi-
tudo. Primeiro, isso é absolutamente inverídico. Se pegarmos qualquer indicador sociodemográfico, como de trabalho, escolarização, acesso à saúde ou renda, vemos que persistem as desigualdades de gênero, sendo que a situação das mulheres é invariavelmente pior que a dos homens. E isso tem impacto nas vidas das mulheres, porque acaba desperdiçando-se o potencial que elas têm para contribuir em tudo no mundo. Então esses movimentos mostram que o feminismo não acabou, ainda que várias correntes reacionárias decretem esse fim. As mulheres estão ativas como grupo social?
QUEM É MARLISE MIRIAM DE MATOS ALMEIDA, 51 ANOS ORIGEM Belo Horizonte, MG FORMAÇÃO Graduada em psicologia pela UFMG, tem mestrado em teoria psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas- SBI/Iuperj CARREIRA Foi professora agregada do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio. Atualmente é professora adjunta do Departamento de Ciência Política da UFMG, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher e do Centro do Interesse Feminista e de Gênero, ambos da UFMG
tos. “Esses movimentos mostram que o feminismo não acabou”, diz. ENCONTRO – O que representam essas mobilizações recentes de mulheres no país? MARLISE MATOS – Existe sempre
uma discussão, inclusive no Brasil, de que o feminismo estaria morto e de que não precisamos mais dele, pois as mulheres já teriam conquistado
Sim. Apesar de as redes sociais ainda terem um público seletivo, um perfil de certa maneira elitizado, há um ativismo vivíssimo acontecendo por meio delas, que mostra uma renovação feminista. Vemos isso nas campanhas on-line, nos movimentos “Fora Cunha”, na “Primavera das Mulheres”, com caminhadas reunindo milhares de mulheres nas ruas de diversas cidades. E vejo esse movimento com muito bons olhos. Não tenho nenhuma dúvida de que não vamos sucumbir a essa onda neoconservadora que estamos vivendo. Tem-se uma sociedade civil ativa, as mulheres estão ativas. Nos dias de hoje, como definir o feminismo?
Feminismo é um movimento social, de proporções globais, envolvendo uma agenda de luta organizada de mulheres que se mobilizam para reverter quadros históricos de desigualdade e opressão. É também um campo teórico, uma forma de produzir conhecimento científico. E, por fim, diria que é uma visão de mundo: pressupõe uma reestruturação profunda da sociedade a partir de plataformas igualitárias, algo que não temos na realidade atual. O que não significa dizer que o feminismo não tenha conquistado muitas coisas. Reconhecemos uma agenda concreta de avanços. Aliás, é importante ressaltar que esses avanços foram propiciados por essas lutas, não tendo ocorrido DEZ/2015 - JAN/2016
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ENTREVISTA | MARLISE MATOS não se dão crédito suficiente...
como se fossem consequência natural, linear da história. Pelo contrário. O linear da história seria continuarmos na condição estrutural do patriarcado.
Sim. Em uma cultura com processos como esses, construímos uma falta de autoestima. O que justifica uma mulher passar 30, 40 anos sob jugo de um agressor? A humilhação moral é incapacitante, então elas não conseguem se projetar, porque já vêm de um processo socializante que vai tirando delas essa autoestima, a possibilidade de se sentirem autorizadas, com um mundo aberto para elas.
Há quem diga ser contra o feminismo por ele ser o oposto do machismo...
Como o feminismo explicita as relações de poder, é claro que há reações. As pessoas não querem perder o privilégio, então deslegitimam permanentemente essa luta. Nesse sentido, muitos mitos e inverdades vão sendo construídos, e um deles é dizer que o feminismo seria o oposto do machismo. Ora, o feminismo não pretende uma sociedade hierárquica a partir das mulheres – isso seria o misandrismo. Justamente porque mulheres percebem que uma hierarquia patriarcal é perversa, opressora, subalternizadora, o que o feminismo deseja é igualdade a todos. E como explicar que existem mulheres machistas?
Assim como feminismo não deve ser uma luta só das mulheres, e sim de todos, o machismo também não é patrimônio só dos homens. Há mulheres sendo veículos de transmissão do machismo, sim. Mas como seria diferente? Elas não são socializadas em Marte, são socializadas ao lado de homens nessa cultura patriarcal. Então não teria como ser de outro modo. O outro jeito seria fazer a luta política para mudar a percepção das pessoas, para que vejam e reconheçam que a sociedade é estruturada dessa forma. No mercado de trabalho, ainda se vê preconceito contra a mulher?
Uma pesquisa recente, levando-se em conta a diferença salarial existente entre homens e mulheres no país, demonstrou que em 2015 as mulheres trabalharam de graça de 19 de outubro até o fim do ano. Esses dois meses e 12 dias representam a mais-valia do trabalho feminino. Esse foi um cálculo feito a pedido da BBC Brasil, com base numa metodologia empregada para a mesma pesquisa na Grã-Bretanha. Isso indica que as mulheres, mesmo sendo mais escolarizadas do que os homens – pois 56% 24 |Encontro
Como avalia o Brasil em termos de representação feminina na política?
A situação das mulheres é invariavelmente pior. Acaba-se desperdiçando o potencial que elas têm para contribuir em tudo no mundo”
das pessoas que entram no ensino superior hoje são mulheres e 60% das que se formam também –, ganham menos. E eu já entrevistei empresário que disse, com a maior cara lavada, que “tem que ganhar menos mesmo. Fica grávida, tem TPM, dá uma trabalheira, fala demais...”, apesar de haver legislação sobre isso: é proibido discriminar homens e mulheres em termos salariais. Mas acontece. As mulheres recebem 70% do salário dos homens, na média. E muitas vezes as próprias mulheres
Existe um indicador internacional que considera os números da Câmara dos Deputados. Nesse ranking, que engloba 180 países, o Brasil, que tem um parlamento com 9% de mulheres, está em 114º. Praticamos indicadores piores do que Síria, Arábia Saudita, Tunísia, Marrocos. Na América Latina, só perdemos para o Haiti. A Bolívia, por exemplo, tem 52% de mulheres. E isso acontece porque elas se candidatam menos ou porque são menos votadas?
É um fenômeno multidimensional. Mas hoje estou muito convencida de que o problema que produz maior impacto nisso não é o preconceito do eleitorado, que também existe, mas a lógica profundamente patriarcal dos partidos políticos. Para termos mais mulheres nas listas de candidatos, é preciso tirar homens. Então os partidos não têm interesse em empoderar as candidaturas femininas, porque isso significa que os homens vão perder espaço. Vale ressaltar que o Brasil pratica uma ação afirmativa, desde 1995, que obriga os partidos a cumprir a cota de 30% de mulheres nas listas. Mas, veja bem, a primeira vez que isso foi cumprido foi nas eleições passadas, 2014. Além de não receberem o espaço que lhes é garantido por lei, não recebem recursos de campanha. Desse modo, então, o partido bloqueia a candidatura dessas mulheres. Fora que elas continuam excluídas dentro do parlamento. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, das 21 comissões permanentes, só uma é presidida por mulher.
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ENTREVISTA | MARLISE MATOS Mais mulheres na política significaria mais direitos femininos?
Não tenho a ingenuidade de achar que todas as mulheres votariam a favor de direitos femininos, porque, como já dito, pessoas de ambos os gêneros são socializadas em padrões de interação profundamente patriarcais. Mas veja o caso específico do PL 5.069 [projeto de lei de autoria do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aprovado neste ano na Comissão de Constituição e Justiça, que prevê que vítima de abuso sexual ou estupro tenha de realizar boletim de ocorrência e fazer exame de corpo de delito para ser atendida em unidade de saúde]. As três deputadas que estavam na Comissão de Constituição e Justiça, e que são de partidos diferentes, votaram contra. Existe inclusive uma estratégia que elas usam dentro do parlamento, que é criar a bancada feminina. E, mesmo havendo muitas divergências entre elas, há questões, especialmente as que envolvem direito de mulheres, em que há muita convergência, como esta da tentativa de dificultar o aborto mesmo em casos já garantidos por lei, como o de vítimas de estupro. Por que o aborto ainda não foi descriminalizado no Brasil?
É só analisarmos o mapa da situação jurídica do aborto. No geral, ele é legalizado no norte global e é criminalizado no sul. Por que chamo atenção para isso? Estamos falando de relações de poder geopolíticas também. Esse fundamentalismo religioso, ao fim e ao cabo, é o que ainda hoje sustenta as lutas antiaborto. Nas sociedades mais secularizadas, onde se tem, de fato, a laicidade como princípio orgânico que estruture o Estado, a decisão é tomada com muita tranquilidade. Afinal, de acordo com o pensamento teórico mais liberal, a primeira propriedade que as pessoas têm é sobre si mesmas. Assim, é a mulher quem deve decidir sobre seu corpo, e o Estado não tem de legislar sobre isso. E então surgem os argumentos que disputam a legitimidade dessa afirmação. Um deles seria “mas ela 26 |Encontro
que a cada 15 segundos há uma mulher sendo vítima de violência física no Brasil. A cada uma hora e meia uma mulher é assassinada no país por dominação de gênero. Como comparar a violência sofrida pelos homens, maior em termos numéricos, e aquela sofrida pelas mulheres?
Os partidos não têm interesse em empoderar as candidaturas femininas, porque isso significa que os homens vão perder espaço”
carrega outra vida”, e aí as pessoas começam a entrar num debate que não tem fim sobre onde começa a vida. E ainda se costuma acreditar que o índice de abortos aumentaria com a descriminalização, sendo que, na verdade, acontece o contrário. O Uruguai, por exemplo, descriminalizou o aborto há pouco menos de dois anos e as taxas lá caíram vertiginosamente. A violência física contra a mulher ainda persiste?
Pesquisas sobre violência mostram
A violência masculina é na rua. A feminina é vivenciada dentro de casa. Nossa sociedade é construída com base na divisão entre público e privado, sendo o público masculino e o privado feminino. E sob o argumento romântico de que as mulheres não vão para o espaço público porque precisam reproduzir, cuidar, maternar, e que a moeda corrente nesse espaço seria o amor, a afeição, solidariedade, reciprocidade. Mas o ambiente que era para ser tudo isso é, para um número enorme de mulheres, o espaço do terror, da violência, do estupro. Como vê a escolha do tema da redação do Enem deste ano, “a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”?
Foi um sopro de luz, porque temos indicadores absolutamente graves e continuados de violência contra mulheres. A escolha da palavra “persistência” foi muito acertada, pois a discussão é realmente esta: por que continuamos reproduzindo e sustentando uma cultura de violência contra as mulheres? Então é preciso colocar a juventude para pensar nisso. Nesse sentido, foi muito bom termos conseguido fazer pessoas construírem um argumento, concluírem algo sobre o tema. Além disso, em uma tacada, conseguiu-se atingir milhares de pessoas, alunos e seus pais, que provavelmente falaram sobre o assunto depois da prova. Isso é o poder que o Estado tem de, ao promover algum tipo de política pública – nesse caso, educacional –, fazer as pessoas refletirem sobre questões fundamentais para a democracia brasileira. Afinal, enquanto vivermos em uma cultura de opressão e violência contra as mulheres, não seremos, na prática, um país democrático. z
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RETRATOS DA CIDADE | RAFAEL CAMPOS Gustavo Andrade
rcampos@revistaencontro.com.br
CORES NA
AVENIDA ABERTA PARA CASÓRIOS Os noivos de BH terão mais uma opção para responder o esperado “sim”: a capela do Colégio Sagrado Coração de Jesus, no bairro Funcionários. A pequena igreja, erguida em 1929 na esquina da rua Professor Morais e avenida Getúlio Vargas, passou quatro anos sendo restaurada e foi reaberta para missas há sete meses. A partir de janeiro, vai receber também casamentos. E os ex-alunos que queiram retornar à instituição para trocar alianças terão privilégios. Pelo menos uma data por mês será reservada a eles. A novidade marca também os 105 anos da instituição de ensino.
A aridez dos corredores das avenidas Antônio Carlos e Pedro I foi quebrada pelos belos e instigantes desenhos produzidos por artistas do projeto Telas Urbanas, da Fundação Municipal de Cultura. É o caso dos baixios dos viadutos José de Alencar, próximo à UFMG, e Gil Nogueira, sobre a estação Move-Pampulha. Mas a produção não para por aí. Em fevereiro será dada a largada para a segunda etapa do projeto, e a região Norte da cidade vai ganhar mais desenhos. Os moradores agradecem!
Victor Schwaner
UMA CANCELA NO MEIO DA RUA Imagine a situação: você está passeando com sua família pela Pampulha, bem próximo da igrejinha, um dos principais cartões-postais de BH. Entra numa rua e, de repente, dá de cara com uma cancela. Sim, numa via pública. A situação ocorre na rua Calábria, no bairro Bandeirantes. Quem faz a conversão na via não chega a percorrer nem 60 metros e é obrigado a parar. Logo vem um vigia uniformizado avisando que ali é um “condomínio” e o motorista é impedido de seguir. A PBH informou que, em maio, notificou um morador por causa de uma guarita no mesmo local, mas desconhece a existência da cancela. E esclarece que agentes municipais irão até a rua para verificar a situação.
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Alexandre Rezende
Fotos: Victor Schwaner
PARA ESQUENTAR OS TAMBORINS A avenida Cristiano Machado, 3.450, no bairro União, é um dos lugares escolhidos pelos blocos de rua para ensaiar os batuques do carnaval. Entretanto, o sonho da prefeitura, desde 2011, é que o terreno de quase 30 mil m2 seja ocupado por um moderno centro de convenções, antiga carência da cidade. A ideia da administração municipal era a de que o empreendimento virasse realidade para a Copa do Mundo, mas o negócio não foi para frente, devido a empecilhos judiciais com o antigo proprietário. Agora, a PBH, dona definitiva do imóvel, estuda lançar o edital no início de 2016. Enquanto o sonho não se concretiza, abram alas para os blocos de rua. Cláudio Cunha
ARTE NO CENTRO Pessoas caminham apressadas, carros e ônibus circulam intensamente e o vendedor de loterias grita para atrair compradores. A cena é comum no hipercentro de BH. Mas quem disse que em meio a esse caos urbano também não há espaço para arte? Na rua Caetés, na fachada do edifício Excelsior, foi instalado um portal produzido pelo artista plástico Jorge dos Anjos, como forma de marcar a revitalização do prédio. Em aço, a obra mede 3 metros de largura por 6,7 metros de altura e tem atraído olhares. Vale a pena conferir! DEZ/2015 - JAN/2016
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PRONTA PARA ESTOURAR A cantora Marcella Fogaça já provou há tempos que é mais que um rostinho bonito na música. Mas cada novo projeto deixa com frio na barriga a belo-horizontina, que vive há seis anos no Rio para investir na carreira. Em dezembro, ela lançou pela primeira vez o duo de música e clipe, que conta ainda com uma participação famosa. Me Deixar é uma prévia do EP Cella, previsto para o início de 2016 e traz a bela ao lado do ator português Ricardo Pereira. “Mandei a música, ele adorou e topou na hora”, conta. Com uma aposta que mescla MPB, pop e folk, Marcella sabe que não escolheu o caminho mais rápido para a fama, mas não se dá por vencida: “Já tive propostas para seguir carreira em outros estilos, mas recusei. Eu não canto para ser famosa. Canto a minha verdade e vou seguir assim, feliz da vida.” Ricardo Penna/divulgação
Amós Rodrigues/divulgação
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NOVEMBRO DE 2013
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Studio Faya/divulgação
Divulgação
CADA CORTADA É UM FLASH
UM PAI CHEIO DE PIQUE
Até as Olimpíadas Rio 2016, em agosto, a capitã da seleção brasileira de vôlei, Fabiana Claudino, só tem olhos para a chance de conquistar o tricampeonato. Quando passarem os jogos, ela dará gás na carreira de modelo, um sonho de infância, que já resultou em alguns trabalhos e mais recentemente em um contrato com a Ford Sports, departamento para atletas criado pela agência Ford Models. Aos 30 anos, idade em que muitas beldades já estão pensando em se aposentar as passarelas, ela tem tudo para ser disputada. São 1,94 m de altura, um corpo esguio e pele negra. “Eu era muito alta desde novinha e minha mãe achando que eu pudesse ficar complexada com o meu tamanho me levou para o vôlei”, conta. Além das quadras, na disputa ela já dará uma pitada do talento: aparecerá numa uma campanha da Coca-Cola, da qual fui escolhida como embaixadora nas Olimpíadas.
Lançado em 1980, O Menino Maluquinho se tornou um dos maiores sucessos da carreira de Ziraldo. Já adaptado para quadrinhos, teatro, videogame e até uma ópera infantil, o personagem chegou aos cinemas pela primeira vez em 1995, com cenas gravadas em BH. Faltava o desenho ganhar versão animada, projeto que o cartunista mineiro acaba de divulgar em parceria com a OCA Animation e que levará o pequeno travesso e outras criações à telona e às séries de TV. Aos 83 anos, Ziraldo terá fôlego para a nova empreitada? “Essa pergunta é quase uma ofensa. O que eu tenho é pique!”, diz, entre risadas. “O Menino Maluquinho, que é o principal e o primeiro personagem a ser filme, agora vai assumir a vida dele. Por acaso, eu sou um pai tranquilo e sei que vou casar meu filho com uma moça boa.”
BARBA, CABELO E BIGODE Para quem abriu seu primeiro negócio aos 13 anos, a recente arrancada profissional do empresário e barbeiro Elias Torres não espanta. Acertou em cheio no estilo vintage de barbearia que ele implementou por aqui – e vai da roupa dos funcionários à decoração. Depois de expandir o negócio em 2014, passando de um espaço de 27 m2 para outro de 500 m2, inaugurou em novembro a segunda unidade da Seu Elias, com três andares e confortáveis cadeiras que passam dos 10 mil reais cada uma, no bairro Funcionários. “No começo, por causa do colete e da gravata, faziam piadinhas de que éramos garçons”, conta. Com a expertise no ramo e uma agenda de clientes extensa que inclui, ainda, muitos jogadores de futebol, o empresário já sonha com a terceira filial. O desejo é que a marca chegue também ao Belvedere.
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CIDADE | CALOR
BH de vários
climas Mangabeiras e Barreiro são as regiões com temperaturas mais amenas da cidade. Já o centro é muito quente. Conheça os microclimas da capital mineira Lagoa do Parque Municipal, onde a temperatura é amena: um oásis no centro de BH
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RAFAEL CAMPOS
Este foi um ano quente. Belo Horizonte, com os seus recém-completados 118 anos, registrou recordes históricos de temperatura, alcançando 37,7° C em 22 de outubro, algo inédito desde 1910, quando começaram as medições. Mas sabia que o calorão pode ser ainda mais intenso em alguns pontos da cidade? Faça um teste. Caminhe da praça Sete, no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas, em direção ao Parque Municipal, na avenida Afonso Pena. Apesar de pouco mais de 700 metros de distância, a variação de temperatura entre esses pontos, ambos no hipercentro, pode chegar a 6° C. E, claro, o ambiente mais fresco será o do parque, que funciona como um dos núcleos frios da capital mineira. Sim, um oásis no centro. O professor Wellington Lopes Assis, climatologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), autor de extenso trabalho sobre o clima urbano da capital, explica que fatores como topografia, área construída, vento e presença de água são essenciais para definição das temperaturas locais. Jair Amaral/EM/DAPress
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CIDADE | CALOR O Parque das Mangabeiras, com 1.163 metros de altitude, na região Centro-Sul, aos pés da Serra do Curral, é o lugar com a média de temperatura mais amena (18,6° C). As regiões onde há menos prédios e mais espaços verdes são as que registram maior conforto ambiental, leia-se: menos sofrimento com as ondas de calor. Além de abrigar a maior área verde da cidade, a topografia do bairro Mangabeiras favorece a passagem de ventos – a média de BH é 860 metros. O Barreiro também registra temperaturas menos intensas em relação ao restante do município, em razão de sua topografia. Lá, há lugares com altitudes acima de 1,5 mil metros. De acordo com o especialista, a maneira como a cidade se desenvolveu, a intensa verticalização, sobretudo a partir dos anos 1980, não favoreceram uma harmonia entre o crescimento e a questão climática local. Assim, a verticalização e o trânsito intenso de pessoas e de veículos contribuirão para gerar bolsões quentes. “Dessa forma, quando ocorrem ondas de calor, chamadas de
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Rodrigo Clemente/EM/DAPress
Praça Sete, no hipercentro: calor provocado pela intensa movimentação de pessoas, veículos, além de prédios
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VENDA NOVA NORTE
CLIMA DE BH Confira a variação de temperatura por regionais e os bairros mais quentes e mais amenos da capital
PAMPULHA
NOROESTE
BELO HORIZONTE
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Barreiro Buritis Mangabeiras Nova Gameleira Salgado Filho
NOROESTE LESTE
CENTRO-SUL OESTE
MAIS QUENTES
Centro Floresta São Salvador Serrano Venda Nova Fonte: O Sistema Clima Urbano do Município de Belo Horizonte na Perspectiva Têmporo-Espacial (2010), de autoria do climatologista Wellington Lopes Assis
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BARREIRO Lugares onde foram instalados os aparelhos de medição das temperaturas
Variação da temperatura em ºC 18,6 - 19,8 19,8 - 20,6 20,6 - 21,2 21,2 - 21,6 21,6 - 21,9 21,9 - 22,1 22,1 - 22,2 22,2 - 22,4 22,4 - 22,7 22,7 - 23,1
anomalias, a população sofre muito. É o desconforto térmico”, diz. O estudo do professor Wellington identificou três núcleos de aquecimento na capital: hipercentro e suas áreas periféricas, região central de Venda Nova e uma pequena área entre as regionais Pampulha e Noroeste (confira no mapa). A arquiteta e urbanista Eleonora Saad Assis, coordenadora do Laboratório de Conforto Ambiental da UFMG, explica que não adianta apenas clamar por mais áreas verdes em troca de temperaturas mais baixas. “Esses espaços devem estar em equilíbrio com as áreas construídas”, diz. Ela afirma que o efeito de uma área verde é muito localizado, vide exemplo do Parque Municipal, na avenida Afonso Pena, que não consegue fornecer um clima menos árido para todo o hipercentro. A especialista está coordenando a elaboração de um mapa climático de BH. Com base nele será possível reorganizar o crescimento do município levando em conta fatores que impactam o clima, a fim de nortear empreendimentos. ❚
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CIDADE | SAÚDE Fotos: Alexandre Rezende
Atraídos por alimentos, pombos fazem dos parapeitos de janelas moradia fixa
A uruguaia Cecília Prattes não concorda com o projeto: “Em toda a Europa acontece isso”
Não alimente os pombos Animais podem causar doenças e ainda outros incômodos à população. Embora não haja em BH muitos casos de infecção causada por eles, o risco é real. Por isso, projeto de lei em tramitação na Câmara prevê multa para quem alimentá-los 38 |Encontro
RAFAEL CAMPOS
Acompanhado de bengala e de uma capanguinha lotada de grãos de painço, o senhor José Melo, de 88 anos, caminha até a praça da Liberdade. Escolhe um banco, senta e assobia. No mesmo instante aparecem inúmeras rolinhas, que pousam sobre sua boina e sua mão. Porém, as que ficam no chão têm de disputar espaço com os pombos, maiores e mais encorpados. Os “bicos” também querem fisgar o alimento. “Eu jogo para as rolinhas, mas aí os pombos vêm também, o que eu posso fazer?”, diz o aposentado. E é assim mesmo. Os pombos, por mais que sejam bonitinhos, têm a fama de penetras. Ainda mais quando resolvem fazer dos parapeitos das janelas, telhados ou sótãos moradia fixa. Além da sujeira e dos inconfundíveis sons produzidos (os arrulhos), eles podem transmitir doenças por meios de suas fezes. Foi o que motivou a elaboração de um projeto de lei na Câmara
Municipal que prevê multa de 200 reais para quem for flagrado alimentando os pássaros em lugares públicos. “É até bonita a cena das pessoas os alimentando, mas o caso é de saúde pública”, diz o vereador Edvaldo Piccinini (PSB), autor do projeto de lei. O parlamentar acredita que, se as pessoas pararem de alimentar as aves, a reprodução dos pombos pode ser freada. Juiz de Fora (MG) e São José do Rio Preto (SP) já vivem sob lei semelhante desde 2015. Entretanto, no caso da cidade paulista, a proibição foi motivada pelo aumento dos casos de doenças como criptococose, proveniente das fezes dos pombos. O que não acontece em BH. A proposta gera polêmica entre especialistas. “Se virar lei, acredito que não terá muito impacto. A cidade oferece outras fontes de alimentação”, diz o professor e infectologista da UFMG Unaí Tupinambás. O especialista também pondera os riscos à saúde. “Cerca de 90% das pessoas que vivem em ambientes com fezes de
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CIDADE | SAÚDE CUIDADOS PARA EVITAR CONTAMINAÇÃO
José Melo já se acostumou a jogar comidinhas para as rolinhas, todos os dias. O problema é que os pombos também comem: “O que eu posso fazer?”
Retirar ninhos e ovos Umedecer as fezes dos pombos com desinfetante antes de varrê-las Utilizar luvas e máscara ou pano úmido para cobrir o nariz e a boca ao fazer a limpeza do local onde estão as fezes Vedar buracos ou vãos entre paredes, telhados e forros Colocar telas em varandas, janelas e caixas de ar-condicionado Não deixar restos de alimentos que possam servir de alimentos, como ração de cães e gatos Utilizar grampos em beirais para evitar que pousem Acondicionar corretamente o lixo em recipientes fechados Nunca alimentar os pombos
SAIBA MAIS DOENÇAS QUE PODEM SER TRANSMITIDAS Em todas elas, os sintomas mais comuns são dor de cabeça, vômito e febre. Em casos mais graves, atinge os pulmões SALMONELOSE Doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes animais CRIPTOCOCOSE Provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores, além de excrementos de aves, principalmente pombos HISTOPLASMOSE Doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ocorre pela inalação ORNITOSE Doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos Fonte: Ministério da Saúde
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pombos não chegam a desenvolver doenças. O próprio organismo, na maioria dos casos, combate a infecção, que nem chega a manifestar sintomas”, afirma. Estevão Urbano, presidente da Associação Mineira de Infectologia, compartilha da opinião do professor Unaí. Ele acha que o assunto merece ser melhor debatido. “Qual a incidência dessas doenças em BH? Os pombos estão doentes?”, questiona. “Qualquer medida que impacta a comunidade tem de vir junto de estudos científicos”, diz. Entretanto, ambos os infectologistas concordam que há chances de patologias serem transmitidas pelas fezes das aves, caso estejam contaminadas por bactérias ou fungos (confira arte). Eles advertem que a melhor maneira de limpar as fezes dos pássaros é com água e sabão. Não é aconselhável varrer, pois, quando ressecadas, geram poeira que pode ser inalada e, consequentemente, aumentar os riscos de infecções. Infectados ou não, os pombos não são bem recebidos no ambiente doméstico. Maria dos Prazeres Alves, de 70 anos, mora há mais de três décadas no mesmo endereço e há pelo menos 10 anos convive diariamente com as aves. “Os cachorros só se alimentam
quando anoitece, pois durante o dia os pombos comem a ração antes deles”, diz dona Maria. Álvaro Veloso, síndico de um prédio no bairro Santo Antônio, conta que não se cansa de pedir aos moradores para não alimentá-los. “Diariamente, somos acordados pelos pombos nas janelas”, diz. Controlar a população de pombos é bem mais complexo. É o que diz o professor Nelson Martins, da Escola de Veterinária da UFMG. “A cidade oferece vários abrigos para as aves”, diz. É o caso de prédios e imóveis abondonados. Se o problema for infestação de pombos, o aconselhado é contratar empresa especializada, que utiliza repelentes, já que não é permitido o extermínio. De acordo com a bióloga e analista ambiental do Ibama Christiane Encarnação, a eliminação das aves só é autorizada em caso de risco à saúde pública. O órgão também orienta os moradores a não dar alimento aos pássaros. Enquanto isso, na praça da Liberdade, a uruguaia Cecília Prattes, de 59 anos, não vê problema algum em jogar alimentos aos pássaros. Ela não gostou da notícia de que poderia ser multada se o projeto de lei for sancionado. “Sério? Em toda a Europa acontece isso”, diz Cecília. ❚
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CIDADE | MEMÓRIA
Está tudo registrado Cartório fundado em 1930 guarda parte da história da cidade, como as escrituras de fazendas que deram origem a diversos bairros GEÓRGEA CHOUCAIR
Uma parte da história de Belo Horizonte, que completou 118 anos em dezembro, pode ser contada através do Cartório Bolivar (3º Ofício de Registro de Imóveis), que comemora 85 anos de fundação. Quem buscar um registro de imóvel de 1930, por exemplo, vai encontrá-lo em livros gigantes, escritos à mão e com caneta tinteiro. Localizado no fundo de uma galeria da rua São Paulo, no centro, ele guarda muitas outras lembranças do passado. É lá que estão registradas, por exemplo, as famosas fazendas do falecido empresário Antônio Luciano Pereira Filho, que deram origem a vários bairros da capital, como Adelaide, Dom Bosco, Paquetá, Manacá, entre outros. Logo na entrada, atrás do guichê número 2, está a foto de Carlos Bolivar Moreira, fundador do cartório. O tabelião Bolivar – que morreu em 1989, aos 93 anos –, como era conhecido na época, ultrapassou gerações e se adaptou bem a todas elas. Bom de prosa, brincalhão e ajustado às mudanças dos tempos, construiu história com os registros públicos. Nascido em Ubá (MG), veio para Belo Horizonte trabalhar no Palácio da Liberdade, no gabinete do governador, na época presidente de estado, Arthur da Silva Bernardes. Acabou se tornando oficial de gabinete de cinco governadores. Em 1930, o governador Antônio Carlos Ribeiro de Andrade o nomeou titular de três cartórios: o 5º Ofício de Notas, o 3º Tabelionato de Protestos e o 3º Ofício de Registro de Imóveis, que recebeu o nome de Cartório Bolivar. Na época, BH era cidade pequena e o tabelião conhecia muita gente. Cuidadoso, tinha a preocupação com a honra das famílias. “Quando chegava um título para protestar, ele ligava para a pessoa ir lá pagar 42 |Encontro
Fotos: Gláucia Rodrigues
Reprodução
Silvana Bolivar, tabeliã, filha de Carlos Fernando (no detalhe, em foto de arquivo da família): ela ainda mantém tradições de seu pai e dirige o cartório de registro de imóveis Pádua de Carvalho
Casa construída na década de 1930 pelo tabelião Bolivar, na esquina da ruas Curitiba e Gonçalves Dias, no Lourdes: galo desenhado (no detalhe) em uma das paredes para homenagear o time do coração
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CIDADE | MEMÓRIA
João Batista Pereira é o funcionário mais antigo: há 48 anos é o responsável pelas transcrições de registros escritos à mão, em livros gigantes
o débito antes”, conta a neta Maria Flávia Bolivar Moreira. Formado em odontologia, não chegou a exercer a profissão. Ele ficou traumatizado ao queimar a boca da primeira paciente. “Depois, tentou por diversas vezes encontrar essa pessoa para pagar uma cirurgia plástica, mas sem sucesso”, diz Maria Flávia. O tabelião se aposentou em 1965 e, como permitia a legislação, os cartórios foram transferidos a familiares. O de protestos ficou sob responsabilidade do genro, Marcos de Vasconcelos Gomes; o de registro de imóveis foi repassado ao filho Carlos Fernando Bolivar Moreira, e o de notas ficou com o estado. O Cartório Bolivar seguiu na família com Carlos Fernando até 2012, quando morreu. A filha Silvana Bolivar Menicucci, que era oficial substituta, está hoje à frente do ofício como interina. Isso porque o cartório, responsável pelos registros na região Noroeste e parte do centro de Belo Horizonte, está em pro-
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cesso de concurso público desde 2014. A Constituição de 1988 acabou com a hereditariedade dos titulares, instituindo concurso público para a gestão, aberto a bacharéis em direito ou pessoas com 10 anos na atividade notarial ou registral. “Antes, os cargos de cartório tinham força política. A maioria dos titulares assumia por algum tipo de apadrinhamento”, explica Gilberto Netto, presidente da Comissão de Direito Notarial e Registral da OAB/MG. Enquanto se mantém na família, muitas tradições são conservadas e ainda há funcionários das antigas. O responsável pela “tradução” das transcrições dos livros é o prestador de serviços João Batista Pereira, de 60 anos. Ele trabalha no cartório há 48 anos. Como se tivesse sempre com lupa em mãos, reconhece as letras de todas as gerações dos Bolivar, razão pela qual é conhecido como tradutor dos livros gigantes. Das lembranças do fundador, João revela a memória de elefante. “Ele tinha gravado tudo na cabeça, desde a mudança de denominação de bairro a famílias que tinham muitas fazendas”, conta. A sobrinha de Carlos Bolivar, Lúcia Moreira Klein, que é um pouco mais velha que o cartório – tem 89 anos –, trabalhou por mais de uma década com o tio. “Comprei quase todo o meu enxoval com o salário”, diz Lúcia. “Saí para casar.” Um detalhe curioso chama a atenção de quem utiliza os serviços do cartório. Peça uma caneta de tinta azul para um dos 56 funcionários: dificilmente você vai encontrar uma. Isso porque Carlos Fernando, o filho de Carlos Bolivar, era atleticano doente. Caneta, no cartório, só com tinta da cor preta, a mesma da massa alvinegra. A filha Silvana torce para o mesmo time e faz questão de preservar as faixas com os títulos do Galo junto à mesa do escritório, sempre lotada de papelada. A paixão da família pelo Atlético e tão grande que a casa, construída pelo tabelião Bolivar – uma das primeiras do bairro de Lourdes, na esquina das ruas Curitiba e Gonçalves Dias – tem um detalhe que chama a atenção de quem passa por lá: um galo desenhado na fachada. “Só não temos mais os dois (o pai e o avô) para contar os casos”, diz Silvana, com saudosismo. ❚
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COMPORTAMENTO | CRENÇA Alexandre Rezende
A modelo Caroline Lagamba não viaja sem levar o seu escapulário: “Sem ele fico apreensiva”
Salve, amuletos Tem muita gente que não sai de casa sem pequenos talismãs da sorte, como figas e ferraduras. Outros não abrem mão de medalhinha ou crucifixo. Superstição ou fé, quem usa ganha autoconfiança 46 |Encontro
DANIELA COSTA
Para afastar as urucubacas e entrar o ano novo com o pé direito, não custa nada tentar uma dose extra de sorte e proteção. E é no poder dos amuletos que muitos apostam a fim de afugentar as energias negativas. Figas, ferraduras, olho grego e trevo de quatro folhas estão entre os preferidos. Mas há também quem prefira contar com a proteção de escapulários, medalhinhas ou crucifixos. Superstição ou fé, o fato é que muita gente não sai de casa sem os amuletos. A modelo Caroline Lagamba Aguiar, de 28 anos, não viaja sem levar o escapulário que ganhou aos 12 anos. “Sem ele fico apreensiva”, diz. De acordo com o historiador e folclorista Manoel Fonseca dos Reis, há séculos os amuletos são tidos
como algo ligado a uma força sobrenatural. Segundo ele, acreditar nesse poder não significa falta de conhecimento. “É simplesmente um aditivo para a fé. O amuleto pode ser qualquer objeto ou símbolo a que a pessoa se apegue”, diz. E acrescenta: “Uma prática comum é presentear alguém com o objeto, gesto que simboliza o bem que se deseja ao outro”. Há famosos que fazem questão de dar aquela forcinha para a sorte. Quem não se lembra, por exemplo, do goleiro Victor, do Atlético mineiro, que, nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014, emprestou seu terço para o companheiro Julio Cézar antes da combrança de pênaltis na partida contra o Chile, que a seleção acabou vencendo. Já a apresentadora Sabrina Sato costuma circular com um pingente de ferradura. A modelo
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COMPORTAMENTO | CRENÇA Fotos: Divulgação
O QUE SIGNIFICAM E PROMETEM Amuletos são usados em várias culturas. Conheça os mais comuns
MÃO DE HAMSÁ OU MÃO DE FÁTIMA: cada dedo indica uma virtude: fé, caridade, oração, jejum e peregrinação. De origem árabe, simboliza proteção contra mau-olhado
FIGA: fecha o corpo contra o mal. Originária da cultura africana
Denis Medeiros A fotógrafa Juliana Grossi prefere pingentes de ferradura ou cruz: “Para mim é como ter um escudo protetor”
OLHO GREGO: contra a inveja e mau-olhado, também tido como símbolo da sorte. Mais comum na Turquia
TREVO DE QUATRO FOLHAS: vindo da Inglaterra e Irlanda, além de ser raro, o número quatro é considerado mágico em várias culturas. A cada folha é atribuído um significado: esperança, fé, amor e sorte
FERRADURA: de possível origem judia, afasta os maus espíritos e atrai fortuna. O formato em lua crescente também é símbolo da fertilidade e prosperidade
GATINHO MANEKINEKO: representa um dos amuletos de boa sorte mais famosos no Japão, destinado a fomentar o comércio e promover a prosperidade nos lares
SHAMBALLAS: pulseiras inspiradas no terço budista e nas tradições do Oriente. Trazem sorte e afastam as energias negativas
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Alessandra Ambrósio confia na shamballa, pulseira inspirada no terço budista. E a pop star Madonna há muito usa crucifixos como pingentes, posteriormente substituídos pela mão de Fátima, palma da mão com um olho no meio. Pesquisa publicada pela revista americana Psychological Science, especializada em ciência da psicologia, em 2010, mostrou que voluntários de um teste que estavam munidos de seus amuletos se saíram melhor. Tudo porque se sentiam mais autoconfiantes. A pesquisa foi realizada após observarem que vários atletas de elite usavam objetos da sorte, como o ex-jogador de basquetebol norte-americano Michael Jordan, que usava o calção da antiga equipe da faculdade sob seu uniforme da NBA, Outro estudo realizado neste ano por Richard Wiseman, escritor e professor de psicologia da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, concluiu que pessoas sortudas aceitam as superstições positivas e que amuletos aumentam a perfomance em atividades físicas e mentais. A fotógrafa Juliana Grossi, de 34 anos, não nega: “Sou muito supersticiosa e não saio de casa sem meu pingente de ferradura ou cruz. É como ter um escudo”, diz. A tradição veio de família, tanto que a filha Maria Eduarda Aranjo, de 7 anos, já é protegida com o pingente do Divino Espírito Santo. “Na dúvida se funciona ou não, prefiro não arriscar”, diz Juliana. Já a dentista Fernanda de Oliveira Dias, de 37 anos, aposta na diversidade e alterna escapulários e pulseiras de olho grego. “Fico mais confiante”, diz. ❚
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Qualidade de vida em primeiro lugar
Samuel Gê
Referência em medicina preventiva em Minas Gerais, o médico Lucas Penchel conscientiza seus pacientes sobre importância dos cuidados com a saúde Cuidar do paciente para não ter de tratar a doença. Essa é a premissa básica da medicina preventiva, que passou a ganhar mais espaço no Brasil a partir da década de 1980 e, atualmente, tem sido adotada por um número cada vez maior de profissionais. O objetivo é fazer com que o paciente, por meio de uma série de cuidados e mudanças em seus hábitos alimentares e estilo de vida, evite moléstias e problemas de saúde que, com o tempo, só irão se agravar. Esta é a filosofia de trabalho de um dos médicos mais conceituados de Belo Horizonte, Lucas Penchel. Sua inspiração veio de uma frase de Hipócrates, considerado o pai da Medicina moderna, cujo juramento é proferido por futuros médicos em todo o Brasil, no momento da colação de grau: “Que seu alimento seja seu remédio”. A partir daí e de uma série de estudos, o médico tem se consolidado como um dos principais especialistas em prevenção de doenças em Minas Gerais. “Doenças crônicas não surgem do dia para a noite”, afirma Lucas Penchel. “Hoje, temos inúmeros exames à disposição que indicam o início ou a possibilidade de quando a doença surgirá no organismo. Por isso, é fundamental que se tenha foco na prevenção, até para que tratamentos futuros fiquem mais facilitados”, explica o médico, sempre atento ao aumento da qualidade de vida de seus pacientes. A despeito da pouca idade – tem somente 28 anos –, ele não demorou para se tornar referência em sua área. Especializado em nutrologia, vertente da medicina que estuda os benefícios e malefícios da ingestão de nutrientes, ele se dedica exaustivamente ao aprofundamento de seus conhecimentos. Apenas nos últimos dois anos, participou de congressos e cursos no Brasil, Argentina e Estados Unidos e planeja para
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“Todos querem ter um corpo bonito, mas a saúde vem em primeiro lugar. Ter essa consciência é primordial”, diz o médico Lucas Penchel
2016 especialização na Europa, provavelmente na Alemanha. Acostumado a receber pessoas preocupadas somente com a estética, Lucas Penchel tem incutido em seus pacientes que a questão corporal deve ficar somente em segundo ou terceiro plano. “Todos querem ter um corpo bonito, mas a saúde vem em primeiro lugar. Ter essa consciência é primordial”, pondera. Todo esse zelo tem feito com que sua fama ultrapasse as divisas de Minas Gerais. Artistas, modelos e personalidades vêm a Belo Horizonte procurá-lo para consultas. “Vejo como um reconhecimento do meu trabalho”, diz. Atualmente, com cerca de 40 atendimentos por semana, o médico já vislumbra a ampliação de seu consultório. Em 2017, ele inaugurará uma clínica em Belo Horizonte, além de retomar a carreira acadêmica. Passos significativos de um profissional cuja carreira é marcada pela excelência, mas que permanece na busca contínua pela evolução. E no cuidado redobrado de seus pacientes.
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Mala na medida certa Definir o que levar em viagens é sempre um estresse, principalmente para quem costuma exagerar na bagagem. Para evitar isso, ou mesmo perceber que esqueceu uma peça importante só na última hora, confira as dicas de especialistas GEÓRGEA CHOUCAIR
Viajar é uma delícia. Mas com a viagem vem a temida hora de arrumar as malas. Há quem se esqueça de algo importante e há quem acabe levando mais que o necessário, não permitindo aquela sobra de espaço para trazer suvenires ou outros objetos comprados no destino – sem falar no risco de ultrapassar o peso máximo estabelecido pelas companhias aéreas. Para ajudar neste momento, Encontro foi atrás de dicas de especialistas sobre como aproveitar ao máximo o espaço da mala e desfrutar com mais tranquilidade o tempo de lazer. Antes de mais nada, é preciso avaliar o tempo de duração da viagem, o clima e os passeios que serão realizados. Feito isso, é hora de pensar no que levar. “É importante ver se a mala é leve, se as rodinhas funcionam e se deslizam 50 |Encontro
COMO ARRUMAR A organização da mala deve levar em conta quantidade e tipo de roupa. Confira
1 DOBRADAS EM CAMADAS Os looks são montados e dobrados – como se estivessem no armário – e intercalados com papéis de seda para evitar que fiquem amassados. Esse tipo de arrumação ocupa mais espaço, portanto, é indicado para viagens mais curtas, quando não é necessário levar muita roupa ou a maioria das peças é de tecidos delicados. A mala pode ser dividida ao meio, tendo de um lado as roupas delicadas e do outro as do dia a dia 2 EM ROLINHOS As peças são dobradas ao meio e enroladas, depois são colocadas lado a lado, forrando toda a superfície da mala. O truque é deixar os rolinhos bem juntos para que não abram e amassem 3 COM ORGANIZADORES São ótimos para separar as roupas por looks, tipo de peça ou de programa. Os sapatos vão em saquinhos de tecido separados e podem ser colocados nas laterais da mala. Ótima opção para viagens longas. O organizador ajuda a diminuir o volume
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3 OUTROS TRUQUES Distribua as peças mais pesadas no fundo da mala Coloque por baixo de tudo os sapatos, tanto os guardados em único acessório de organização ou embalados individualmente em saquinhos apropriados Para os sapatos que amassam, coloque as meias dentro para evitar que se deformem Tente não deixar muito desnível entre as camadas na mala Acessórios não pesam e salvam qualquer look. Abuse deles Fonte: Juliana Saad e Vânia Laporte
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Rogério Sol
“Você tem de conseguir carregar o que vai levar”, diz a consultora Juliana Saad
Comprimento
VOOS NACIONAIS Nas aeronaves com mais de 31 assentos, cada passageiro (adulto ou criança) tem direito a 23 quilos de bagagem O peso total da bagagem de mão não pode exceder a cinco quilos e a soma das dimensões (comprimento + largura + altura) não pode ultrapassar 115 cm. VOOS INTERNACIONAIS A regulamentação brasileira aplica-se aos voos que saem do Brasil. Para os voos que saem de outros países, aplicam-se as normas do local de origem da viagem. Dependendo do país de destino, a franquia de bagagem pode ser de dois tipos: peça ou peso. Na franquia por peça, cada passageiro terá direito a transportar duas bagagens, de até 32 quilos cada uma.
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máx.
Altura
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Na franquia por peso, cada passageiro terá direito a transportar bagagens que não excedam, no total: 40 quilos 30 quilos 20 quilos 10 quilos
na primeira classe em classe intermediária em classe econômica para crianças de colo que não estejam ocupando assento
No caso da bagagem de mão, é bom consultar a empresa aérea sobre o sistema adotado no país de destino, que pode ser de dois tipos: peça ou peso. Fonte: Anac
bem”, diz Juliana Saad, especializada em estilo de vida e viagens e consultora da Rimowa. Juliana faz, em média, 10 viagens internacionais por ano e conta como aprendeu a “editar” sua bagagem. “Você tem de conseguir carregar a mala que vai levar”, afirma. Ela costumar indicar três opções de montagem de mala. As roupas podem ser dispostas em camadas, rolinhos ou com organizadores (confira quadro). Algumas peças-chave, lembra, podem ser lavadas no destino. De qualquer forma, não pode faltar uma sacolinha para colocar as roupas sujas. Também é recomendável deixar espaço para possíveis compras. “É uma delícia garimpar em mercados locais os itens que combinam com você”, diz Juliana. Ter planejamento é mesmo o primeiro passo, diz a personal organizer Vânia Laporte. “A mala não precisa ser montada na véspera, pois pode estar com o fecho estragado ou suja”, explica. Ela lembra que pode ser necessária ainda a compra de algum produto de última hora. “Se a pessoa não se planejou, fica sem tempo de trabalhar os atropelos que aparecem”, diz. Por isso, ter uma lista de itens prioritários em mãos é fundamental. Feito isso, é aconselhável preparar as combinações de roupas – de olho na temperatura e programações locais – e agrupá-las em categorias: shorts, blusas, saias, vestidos, calças, peças íntimas, etc. Se o destino é um lugar quente, as roupas, claro, são mais leves, o que facilita ganhar espaço na mala. Já se o local escolhido for mais frio, é indicado um único casaco pesado e variações nos cachecóis. “A pessoa pode brincar com os acessórios”, diz Vânia. A bagagem de mão deve ser reservada para pertences pessoais como documentos, passaportes, reservas de hotel, aparelhos eletrônicos, chaves de cadeados de malas e remédios. “É aconselhável também levar uma troca de roupa, para o caso de extravio de mala, e uma blusa de frio, em função da variação da temperatura de um local para o outro e do clima do avião”, diz. Identificar as bagagens é fundamental, assim como consultar as companhias aéreas para se orientar sobre as normas de transporte. É importante ter em mente que a mala também deverá ser organizada na volta da viagem. “É muito ruim as pessoas chegarem já se estressando com a bagunça”, diz Vânia. Então, é importante ter cuidado para que, entre as roupas sujas, devidamente transportadas em organizador adequado, as peças não se misturem com molhadas e coloridas. Tudo em ordem, hora de programar a próxima viagem! ❚ DEZ/2015 - JAN/2016
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Não é preciso encher a mala de produtos de beleza para a viagem de férias. Na hora de escolher o que levar, o ideal é dar preferência aos itens com mais de uma finalidade. A biomédica Eide France explica que é possível deixar a pele bonita com poucos produtos na nécessaire. “A cada dia, o mercado apresenta cosméticos práticos e extremamente versáteis. Isso facilita a vida da mulher”, diz. A maquiagem com fotoprotetor, por exemplo, pesa menos na bolsa e tem a mesma eficiência contra os raios nocivos de um protetor tradicional, garantindo cobertura como base. Há
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Sempre que podem, a pedagoga Eliane Vasconcelos Santos e o filho, Felipe, dão banhos de mangueira em Bethooven e Lunna: “Como são peludos, sentem muito calor, então adoram”, diz ela
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Au au, que calor! Com a chegada do verão, várias doenças podem acometer os animais de estimação. Saiba como protegê-los das altas temperaturas
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Dias quentes, ensolarados e mais longos: cenário perfeito para passear e viajar com os pets. No entanto, todo cuidado é pouco. Animais são sensíveis às variações do tempo, e o calor pode gerar desconfortos, agravar dores e até causar enfermidades. Um dos principais problemas é o risco de elevação da temperatura corporal (hipertermia). Quando ultrapassa os 40 graus, é tão grave que pode provocar coagulação intravascular, parada cardíaca e edema pulmonar. Por isso, nesta estação, é importante evitar lugares com pouca circulação de ar e passeios nos horários mais quentes do dia. “Cães e gatos não produzem suor. É através da respiração que conseguem baixar a temperatura corporal, motivo pelo qual a frequência
respiratória é aumentada nos dias quentes. Quando esse mecanismo não funciona, ocorre a doença”, diz o veterinário Guilherme Alencar, da clínica veterinária São Francisco de Assis. Preocupada com a saúde de Beethoven, são-bernardo de 7 anos, e Lunna, golden retriever de 2 anos, a pedagoga Eliane Vasconcelos Santos e o filho, Felipe, têm uma boa tática para refrescá-los. “Como eles são peludos e sentem muito calor, sempre que temos um tempinho lhes damos um bom banho de mangueira. Eles adoram”, diz Eliane. No verão a advogada Fernanda Bouchardet também redobra os cuidados com Bruce Lee, gato sem raça definida de 6 anos. “Percebo que nesta época do ano ele fica desanimado, com pouco apetite e muita queda de pelo”, diz. Para melhorar o bem-estar de Bruce, Fernanda lhe
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PET | VERÃO Victor Schwaner
A engenheira Larissa Brant redobra os cuidados com a yorkshire Bela no calor: “Procuro deixá-la mais quieta, sem fazer atividades que a cansem”
dá bastante água e o deixa em locais arejados, além de manter seus pelos tosados e escovados. “Ele adora quando eu e a Elis, minha filha, o penteamos. É um momento de cuidado e carinho.” Além da hipertermia, outros problemas acometem os bichos no verão, dos quais os respiratórios batem recorde de incidência. “Os sintomas mais comuns são tosse, falta de ar, cansaço e língua arroxeada. Usar aparelhos para umidificar o ambiente ou uma bacia de água facilita a respiração dos pets”, diz a veterinária Andressa de Marco. Mas atenção: jamais coloque o animal na água fria quando estiver muito aquecido, pois isso pode causar coagulação do sangue. A dica para refrescá-lo é borrifar água no dorso e nas patinhas ou enrolá-lo em uma toalha molhada. Usar o ventilador ou o ar-condicionado de forma moderada também é recomendável. A engenheira Larissa Brant sabe bem o que é ter um animal com problemas respiratórios. Desde filhote, a yorkshire Bela, de 7 anos, sofre de uma doença chamada colapso de traqueia, que provoca tosse e dificuldade para respirar. “O ar seco prejudica muito, ela fica ofegante e sem disposição. Procuro deixá-la mais quieta, sem fazer atividades que a cansem”, diz. 56 |Encontro
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Alexandre Rezende
No verão, a advogada Fernanda Bouchardet e a filha, Elis, escovam o gato Bruce Lee periodicamente: “É um momento de cuidado e carinho”
Doenças de pele são outra preocupação. “As dermatites solares na região nasal, nas margens auriculares e no tronco são muito comuns neste período. Além de queimaduras severas nos coxins – almofadinhas das patas – por conta do contato direto com o piso quente”, diz Adriana Auad, veterinária dermatolo-
DICAS PARA PREVENIR Proteja o animal do sol e o mantenha em lugares frescos e arejados Água fresca deve ficar sempre à disposição Jamais deixe o animal preso no carro. Em viagens, utilize o ar-condicionado durante o trajeto Passeios devem ser feitos antes das 10h e após as 18h. Prefira locais gramados Utilize sempre protetor solar, especialmente nos animais albinos e de pelo claro Cuidado com o banho e tosa. O calor dos secadores e o estresse do ambiente prejudicam a respiração do animal e propiciam a hipertermia Mantenha sempre a higiene do animal e do ambiente em que vive para evitar a proliferação de parasitas Fonte: especialistas consultados
gista. Além disso, animais que têm pele muito clara ou rosada podem desenvolver câncer de pele, sobretudo nas áreas sem pelo. Segundo Auad, o uso de filtros solares à prova d’água, com fator de proteção 15, é indicado nas áreas mais expostas ao sol, de três a quatro vezes ao dia. Conservar a higiene do bicho, com banhos e tosa periódicos, e do ambiente em que vive é fundamental para manter parasitas como pulgas e carrapatos bem longe. E não só cães e gatos sofrem com o calor intenso. Para os pássaros, recomenda-se colocar um recipiente com água fresca para tomarem banho. As iguanas e tartarugas aquáticas precisam mesmo de uma boa piscininha. Os jabutis também gostam de água, mas não sabem nadar, por isso devem se refrescar em água rasa. Coelhos e chinchilas podem até morrer por choque térmico, então precisam de toca climatizada. Já os porquinhos-da-índia são extremamente sensíveis às mudanças de temperaturas e, nos dias mais quentes, é comum terem ataques cardíacos fatais. “Por isso é muito importante pesquisar as necessidades de cada espécie. Em cada época do ano, é exigido um tipo de cuidado”, diz a veterinária Marcela Ortiz, especialista em animais exóticos. z
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Desejamos muitos motivos para comemoraçþes em 2016!
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NEGÓCIOS | LUXO Victor Schwaner
Freddy Rabat, distribuidor da marca no Brasil, e Christian Weissbach, presidente para América Latina e Caribe, na Manoel Bernardes Watches: foco no público jovem
Um novo tempo Com imagem ligada aos esportes, principalmente ao automobilismo, e preço competitivo, TAG Heuer chega a Minas com nova estratégia de mercado e aposta no público mais jovem 60 |Encontro
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GUI TORRES
Mais do que ter 150 anos de história e construir uma das marcas de relógios mais desejadas do mundo, a TAG Heuer gaba-se também de outras conquistas que vão além do faturamento e do valor agregado de seus produtos. Ela foi, por anos, a favorita de Ayrton Senna e a escolhida para medir o tempo nas Olimpíadas de Antuérpia (Bélgica), em 1920, devido ao seu pionerismo na contagem dos centésimos de segundo. “Ao contrário de muitas empresas que vão atrás das personalidades e pagam para que elas os representem, tivemos o carinho do Senna, que veio até a marca dizendo que adorava o produto e sugeriu uma parceria”, afirma Freddy Rabbat, distribuidor da marca no Brasil.
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O Historic Ayrton Senna 1991: o piloto brasileiro era parceiro da marca
Criadas em 1860 pelo joalheiro Edouard Heuer, as peças ganharam o mundo em 1985, quando o nome Heuer se juntou à TAG (Techniques d’Avant Garde), fabricante de artigos de alta tecnologia, como turbos cerâmicos para carros de Fórmula-1. Foi nessa época que a grife chegou timidamente ao Brasil, mas somente neste mês ganhou novo posicionamento de mercado, para atingir os principais pontos de consumo de luxo. “O Brasil é um país que gosta de esportes, de automobilismo, e isso atrai o consumo da marca, já que estamos diretamente ligados a esse segmento. Além disso, os brasileiros possuem muito bom gosto, são exigentes, e estamos preparados para atender esse tipo de público”, diz Christian Weissbach, presidente da TAG Heuer para América Latina e Caribe. Ela acaba de desembarcar em Minas e em outras regiões estratégicas, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. Em Belo Horizonte, o martelo foi batido com a Manoel Bernardes Watches, que já possui um mix com cerca de 20 nomes da relojoaria de luxo. Foi um ano e meio de negociações para que as peças chegassem até as vitrines das lo62 |Encontro
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Modelo TAG Heuer Fórmula-1: preços variam de 5 mil a 26 mil reais
jas MB. “Não é fácil implementar uma novidade como essa, mas a TAG Heuer tem dois fatores que ajudaram muito: sua imensa relação afetiva com o Brasil e a ampla faixa de preço de seus relógios, que, mantendo a alta qualidade, têm valores democráticos”, diz Manoel Bernardes. São quatro linhas dos relógios (Fórmula-1, Aquaracer, Carrera e clássicos), com preços que começam em 5 mil reais e vão até 26 mil reais. Apesar da tradição e de suas caixas formadas por mecanismo com mais de 200 peças, a grife quer mostrar que anda antenada com a tecnologia. Para o ano que vem, deve lançar no Brasil seu primeiro modelo digital, o TAG Heuer Connected, que combina titânio, safira e a melhor tecnologia de telas touchscreen. “É uma maneira de se manter atual e trazer de volta aquele jovem que não está mais comprando relógio, e que, quando perguntado que horas são, saca o celular do bolso para consultar”, diz Freddy. A novidade, que traz no pulso diferentes opções de mostradores e comporta até 4 mil aplicativos disponíveis no Google Play, segue a tendência já executada pela gigante Apple, que
lançou em 2015 seu primeiro relógio inteligente e vendeu 7 milhões de unidades em seis meses. “A tradição de manter no mercado, por exemplo, o relógio Mônaco, preferido de Steve McQueen e usado por ele no filme Le Mans, de 1968, nos enche de orgulho, mas ser apreciado por um público novo também é muito importante”, diz Freddy. O apelo moderno e o produto endossado por embaixadores – como o jogador de futebol Cristiano Ronaldo, a tenista russa Maria Sharapova, o DJ David Guetta, a modelo britânica Cara Delevingne e o ator Christopher Hemsworth – abrem ainda mais os caminhos para a marca e, mesmo com o consumidor freando os gastos, é certeza de um bom negócio, como acredita Manoel Bernardes: “Apesar de toda a dificuldade econômica do momento, sigo confiante e acredito que a TAG Heuer, em pouco tempo, será uma das nossas marcas mais vendidas”. É como diz o slogan da marca, lançado em 1991 e relançado recentemente: “Don’t crack under pressure” (em português, algo como “não cedamos à pressão”). ❚
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U Tr at Vo tã Ag si
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Na interseção entre o design e a tecnologia.
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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br Fotos: Divulgação
MAIS FORÇA E MENOR CONSUMO Carro dos sonhos de quase todos que veneram automóveis, o Porsche 911 será (mais uma vez) a estrela da marca no Salão Internacional de Detroit, neste início de ano. A novidade é que os modelos de topo da série – o 911 Turbo e 911 Turbo S – trazem agora 15 kW (20 hp) a mais de potência. Ofertados nas versões cupê e cabrio, tiveram também refinamentos no design e conteúdo. O motor de seis cilindros biturbo do 911, com 3,8 litros, passa a ter potência de 397 kW (540 hp). Já o 911 Turbo S desenvolve agora 427 kW (580 hp). Com a evolução, a nova edição do 911 ganhou ao mesmo tempo em desempenho esportivo e
em redução do consumo de combustível. O 911 Turbo S Coupé acelera de zero a 100 km/h em 2,9 segundos. Sua velocidade máxima, 330 km/h, é 12 km/h mais alta do que antes. Já o 911 Turbo alcança a marca dos 100 km/h em 3,0 segundos e sua velocidade máxima é 320 km/h – 5 km/h mais rápida que a do modelo anterior. Mesmo assim, os cupês consomem apenas 9,1 litros por 100 km rodados (10,99 km/l) e os conversíveis, 9,3 l/100 km (10,75 km/l). Isso representa 0,6 litro de combustível a menos por 100 km para todas as versões. No Brasil a nova edição do 911 deve chegar até o fim do primeiro semestre de 2016.
LANÇAMENTOS REVELADOS Fugindo do lugar-comum de manter segredo dos lançamentos e novidades para 2016, a chinesa JAC Motors divulgou sus planos para 2016. Em março, lançará o JAC T5 com câmbio manual de seis marchas; em agosto, será a vez do T5 com transmissão automática. A caixa de câmbio será tipo CVT (continuamente variável). Posicionado um degrau abaixo do T6, o novo SUV vai custar entre 59 mil e 72 mil reais. Com motor 1.5 16V VVT Jet Flex (potência de 125/127 cv), o T5 disputará o segmento de entrada de SUVs. Na China, o modelo é o líder da categoria, com vendas médias de 15 mil unidades por mês.
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MAIS UM A DIESEL O início das vendas do SUV GLE 350d marcou o final do ano no Brasil para a Mercedes-Benz. O modelo está disponível em duas versões, 4Matic, por 312,9 mil reais, e 4Matic Family, por 369,9 mil reais. O carro utiliza motor V6 3.0 turbodiesel de 258 cv. Uma terceira opção, 350d 4Matic Sport, chega em janeiro. Todos têm tração integral permanente e transmissão automática de nove marchas. A central multimídia Comand Online com tela de oito polegadas é item de série para todas as versões, assim como o assistente eletrônico de estacionamento, que ajuda a entrar e sair das vagas, e a função Eco start/stop. Para as versões Family e Sport, há ainda o Easy Pack, que realiza o fechamento das portas lentamente. O GLE 350d é equipado ainda com controle dinâmico de dirigibilidade com até cinco modos de condução. A gama GLE substituiu os modelos da Classe M.
“LIVRE PARTIDA” A bordo de um Defender 110 adaptado para se tornar um motor-home, o casal Plácido Salles e Mariana Beluco partiu, em novembro, de São Paulo para uma viagem de volta ao mundo, de carro. A aventura deverá percorrer 170 mil km ao longo de 1.260 dias e passar por 68 países e cinco continentes. Já estiveram em Buenos Aires e Patagônia. O próximo destino é o Chile, e depois outros países da América do Sul e Central, até chegar aos Estados Unidos, Canadá e Alasca. Em alguns momentos do roteiro, como o que os levará dos Estados Unidos à Holanda, o casal terá de despachar o automóvel de navio. Para viabilizar financeiramente esse sonho, o casal vendeu doces, organizou eventos e buscou financiamento coletivo on-line. Nas paradas do percurso, esperam arrecadar fundos com iniciativas como apresentações musicais e performances de expressão corporal. Os curiosos podem acompanhar as aventuras pelo site www.livrepartida.com.
ESTACIONAMENTO ROBOTIZADO Florianópolis (SC) sai na frente em tecnologia de estacionamentos. A cidade recebeu o primeiro edifício-garagem robotizado do país, construído pela Estapar, empresa líder do setor na América Latina. Localizado no centro de Florianópolis, em um terreno de 1,3 mil metros quadrados e oito andares, o estacionamento iPark (controlado pela Estapr) oferece 256 vagas, operadas por 19 robôs e quatro elevadores inteligentes que recebem, armazenam e entregam os veículos. O sistema consegue guardar até três carros ao mesmo tempo e não leva mais do que quatro minutos para acomodar cada automóvel. O estacionamento robotizado elimina as chances de batidas ou avarias. Outra vantagem é o melhor aproveitamento do espaço urbano e redução de ruído, informa André Lasi, CEO da Estapar. O sistema funciona assim: logo na entrada do estacionamento, três cabines estarão à disposição do usuário. Basta encostar seu carro em uma delas, desligar o motor, puxar o freio de mão, sair e levar as chaves. Não há interação entre os funcionários e os veículos. Ao sair do carro, o motorista dirige-se a uma máquina que emitirá seu tíquete de estacionamento. No retorno, o usuário paga a tarifa, insere seu tíquete na máquina e terá seu carro entregue em no máximo quatro minutos. DEZ/2015 - JAN/2016
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VEÍCULOS | LANÇAMENTO
Sueco tecnológico
O S90 terá como principais rivais o BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E
Novo sedã premium da Volvo tem tecnologia semiautônoma e representa a última etapa do projeto estratégico da empresa para atingir vendas de 800 mil unidades até 2020
FÁBIO DOYLE
Com lançamento agendado para o Salão do Automóvel de Detroit, neste início de janeiro, a Volvo inclui em sua linha de automóveis o Novo S90, que marca sua entrada no segmento sedã grande de luxo. “Quando lançamos o SUV XC90, nós revelamos com clareza qual é o nosso propósito. Estamos agora clara e firmemente no jogo”, disse Hakan Samuelsson, CEO da Volvo, em entrevista coletiva em Gotemburgo, Suécia, no recente encontro que revelou as primeiras imagens do S90. “Com 11 bilhões de dólares de investimento nos últimos cinco anos, nós não apenas repensamos o que a Volvo pode ser – nós estamos agora cumprindo nossa promessa de criar uma nova e marcante Volvo Cars.” 66 |Encontro
O S90 abre para a Volvo um segmento em que não estava representada. “É preciso um sedã para estar presente de verdade no mercado de premium, ” disse Samuelsson. O modelo terá como concorrentes o BMW Série 5 e o Mercedes-Benz Classe E. O plano é produzir 15 mil unidades do S90 em 2016 e chegar a 50 mil, quando atingir capacidade total de produção, disse Samuelsson. Esses números estão muito atrás do BMW Série 5, que deverá registrar em 2015 vendas mundiais acima de 300 mil carros. A meta da Volvo é conquistar 5% do mercado global do segmento de sedãs premium.
O S90 se destaca por estar equipado com tecnologia de última geração. A Volvo destaca o sistema City Safety, que evita colisões. Ele evoluiu para oferecer uma função inédita: a detecção de animais de grande porte. Agora, a solução reconhece animais do porte de um cavalo, vaca, alce, durante o dia ou à noite, acionando o freio de forma automática para evitar o choque. O sedã oferece ainda a tecnologia de condução semiautônoma, que assiste o esterçamento do volante de forma a manter o carro em sua faixa de rolagem a velocidade de até 130 km/h. Ele traz também tecnologia de propulsão híbrida, com motor elétrico traba-
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lhando em conjunto com motor a gasolina ou diesel. O modelo chega para substituir o S80, com vendas decepcionantes. O chefe de estilo da Volvo, Thomas Ingenlath, disse que o design do S90 “exalta liderança e confiança” e traz algo de novo a um “segmento bem conservador”. A produção do S90 terá início até abril deste ano, mas a Volvo aceitará pedidos de compra do modelo em alguns mercados logo após seu lançamento, em Detroit. A empresa não revelou que mercados serão esses, mas é certo que o principal é o dos Estados Unidos. A Volvo Cars Brasil também não informou quando o sedã chegará
ao mercado da América Latina. A previsão é de que 80% dos compradores sejam de novos clientes. Esse percentual, é o dobro do registrado com o SUV XC90, razão pela qual os executivos estão chamando o novo sedã de “prova final”, já que o S80 não teve grande sucesso, disse Bjorn Annwall. O S90 é o segundo modelo a utilizar a arquitetura escalonável (Scalable Product Architecture – SPA), que permite ajustes e variações do comprimento da plataforma. O primeiro foi o XC90, que no mês de novembro último ajudou a Volvo a atingir vendas globais de 49.055 veículos, o mais alto volume atingido nos 88
anos de história. O antecessor S80 tem ocupado um pequeno nicho no segmento premium da Europa, com vendas de apenas 1.940 nos 10 primeiros meses de 2015, o que representa queda de 24% em relação ao mesmo período de 2014. A Volvo ganhou fôlego após o grupo chinês Geely comprar a marca da Ford, em 2010, por 1,8 bilhão de dólares. Novembro de 2015 foi seu melhor mês em vendas, quando o volume cresceu 26%. No ano, até novembro, as vendas aumentaram 5,3%, com 441 mil unidades comercializadas, e a expectativa é fechar 2015 com 500 mil unidades. A meta é atingir vendas de 800 mil unidades até 2020. No Brasil, a marca ainda não faz parte da lista das 20 mais vendidas. ❚ DEZ/2015 - JAN/2016
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ENCONTRO INDICA | NEIDE MAGALHÃES Naty Torres/divulgação
MÚSICA | CD Depois de homenagear a obra do cantor pernambucano Alceu Valença, com o premiado CD/DVD Valencianas, a Orquestra Ouro Preto acaba de lançar o CD The Beatles – Ao Vivo, que revisita a obra de John, Paul, George e Ringo, passeando por diferentes épocas da produção discográfica do quarteto, em 17 faixas, de Help a Imagine (esta da fase pós-Beatles, de John Lennon). A gravação, sob a batuta do maestro Rodrigo Toffolo, com arranjos de Mateus Freire, foi
em dezembro de 2014 no Cine Theatro Brasil e teve a participação de uma banda de rock. Informações: www.orquestraouropreto.com.br. Por que ouvir: Para descobrir novas versões orquestradas (sem letras, claro), com todo o calor de um disco gravado ao vivo, da acelerada Day Tripper, da leve Penny Lane, da romântica Don’t Let Me Down ou da eterna Yesterday. Com direito a belos solos de cordas.
ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO Uma coletiva internacional que é composta por artistas alemães de nascença e artistas residentes na Alemanha, Zeitgeist – A Arte da Nova Berlim é atração, até 11 de janeiro de 2016, no CCBB (praça da Liberdade, 450, Funcionários), podendo ser visitada de quarta a segunda, das 9h às 21h. A mostra traz obras de 29 artistas, entre pinturas, instalações, fotografias, performance e videoarte, e apresenta a nova produção da cena artística de Berlim na visão do curador Alfons Hug. Entrada gratuita. Por que ver: Para conhecer a arte contemporânea de uma das cidades europeias mais efervescentes em matéria de cultura. E trabalhos de nomes como os videoartistas Julian Rosefeldt e Reynold Reynolds e os fotógrafos Frank Thiel e Thomas Florschuetz. Um mineiro, Marcellvs L, radicado em Berlim, tem obra na mostra.
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Frank Thiel/divulgação
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Luiz Carlos Oliveira Ferreira/divulgação André Schiliró/divulgação
SHOW | NACIONAL
QUADRINHOS | LIVRO
Dois nomes de destaque do samba, os cantores Thiaguinho (acima) e Alexandre Pires (abaixo) são as atrações do show que acontece dia 16 de janeiro de 2016, às 22h, no Expominas (av. Amazonas, 6.200, Gameleira). O paulista Thiaguinho mostra a versatilidade de seu repertório, que vai do samba ao rhythm & blues, passando pelo pop e até pelo funk. O mineiro Alexandre Pires é uma das melhores vozes da música brasileira e já emplacou vários sucessos nas paradas. Os ingressos custam de R$ 39 (pista) a R$ 480 (mesa com quatro lugares). Informações: (31) 3281-2737. Por que ir: Para ouvir e cantar com eles muitos sambas e outros ritmos, e dançar também, já preparando o espírito e o corpo para o carnaval.
O quadrinista e artista gráfico mineiro Jão estreia em novela gráfica com o livro Baixo Centro, em parceria com o poeta, também mineiro, Rafael, que assina o roteiro. Editado pela Miguilim, a obra, em formato maior, traz os desenhos em P&B do artista que retratam as histórias de dois homens em fuga por ruas, viadutos, praças e outros pontos da capital mineira. Os cenários das histórias e personagens ficam entre os viadutos de Santa Tereza e Floresta, na região também conhecida como Lapa de BH. Por que ler: Para apreciar os quadrinhos de Jão, que trabalha com a arte desde 2007 e já lançou outros HQs, e a trama de aventuras desenvolvida por Rafael, que também estreia em livros impressos. Chapman Baehler/divulgação
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SHOW | INTERNACIONAL O ano de 2016 vai começar com uma atração internacional no roteiro de shows: a banda de reggae canadense Magic! apresenta-se no Mix Garden (BR-040, rua Projetada, Nova Lima), dia 22 de janeiro, às 23h, com ingressos a partir de R$ 100 (pista, meia), à venda pelo site www.centraldoseventos. com.br e em shoppings da cidade.
O grupo, que ficou conhecido pela música Rude, tem quatro integrantes: Nasri Atweh, Mark Pellizer, Alex Tanas e Bem Spiavak. Por que ir: Para conferir a performance dos garotos canadenses fãs do Police e de música jamaicana, que fazem sua primeira turnê solo mundial, e para começar o ano no embalo do pop internacional. DEZ/2015 - JAN/2016
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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS Fotos: Alexandre Rezende
O artista plástico Luiz Pego em seu ateliê, recém-inaugurado: “Desenvolvo uma linha figurativa e abstrata, priorizando temas ligados a Minas Gerais”, diz
As cores da terra Nas obras do artista plástico Luiz Pego, a cultura e religiosidade mineiras ganham vida em meio a tons terrosos DANIELA COSTA
As cores fortes do minério de ferro parecem brincar despretensiosamente nas obras do artista plástico Luiz Pego. Tons terrosos cedem espaço para imagens sobrepostas em cores neutras, dando vida a personagens marcantes, entre eles Dom Quixote, 70 |Encontro
Frida Kahlo e Monalisa. Natural de Belo Horizonte, aos 55 anos, o artista transita livremente entre a pintura clássica, impressionista e as formas geométricas do cubismo. Apesar de se considerar espiritualista e não religioso, também retrata em seus quadros ícones da Igreja Católica, como São Judas Tadeu e São Sebastião. A imagem de São Francisco de Assis e os animais é explorada em várias de suas telas, sempre de forma diferenciada. Como um bom mineiro, Luiz valoriza as origens de sua terra natal. Não por acaso, a cultura e tradição locais são temas recorrentes em suas obras. No quadro A Fazenda, traz o lendário caboclo em um cenário cercado por montanhas. “Há 10 anos, comecei a
me dedicar mais a trabalhos com tinta acrílica e a óleo, em uma linha figurativa e abstrata, priorizando temas ligados a Minas Gerais”, diz. O menino que aos 10 anos tinha como passatempo fazer desenhos da natureza, na adolescência, já aos 16 anos, conseguiu o primeiro emprego em uma fábrica de tecidos, no bairro Cachoeirinha, onde teve o contato inicial com a estamparia. “Foi lá que desenvolvi a arte do desenho e aprendi a fotografia industrial.” Anos depois, concluiu o curso técnico de estruturas metálicas e passou a trabalhar com o desenho arquitetônico. Mais tarde, resolveu enveredar por outras áreas, investindo na publicidade, na qual atuou por mais de 20 anos. “Passei a criar logotipos
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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS
Quadro Agnus Dei: azulejos representam os apóstolos de Cristo e o selo com a imagem da igrejinha da Pampulha homenageia Oscar Niemeyer
Tenha um 2016 repleto de arte! Marículas abertas: Desenho pintura
Quadro Passion: tinta acrílica misturada ao minério de ferro resulta em tons terrosos que se destacam na obra
aquarela História da arte arte comtemporânea matrículas promocionais ^ de dezembro 2015 mes
e s c o l a
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g a l e r i a
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e layouts para comerciais. Como naquela época não existia computador, era um trabalho menos massificado e mais personalizado”, diz. Em paralelo, sempre manteve a produção de quadros, que vendia na feira hippie, então realizada na praça da Liberdade. O destaque veio logo, tanto que foi convidado a criar selos para os Correios, alguns deles premiados. Foi nessa época que teve a ideia de utilizá-los em algumas de suas obras, entre elas a Agnus Dei, pintura que traz azulejos representando os apóstolos de Cristo, e um selo com a imagem da igrejinha da Pampulha em homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer. Outra vertente de sua arte foi a criação de
estampas para cartões de Natal. Hoje, Luiz Pego atua como professor de arte e há três meses inaugurou o Espaço Frida Kahlo, no bairro de Lourdes, em parceria com o artista plástico Mateo Borzani. “Há mais de 25 anos já funciona uma molduraria no local. Vamos mantê-la com o ateliê, tendo em vista que o artista vive da arte e dos serviços que ela gera”, diz. Outro projeto em andamento é uma exposição em Amsterdã, na Holanda, programada para julho de 2016. “Serão expostas 60 telas de três artistas brasileiros. Uma grande oportunidade de divulgarmos a arte mineira, considerando que o estado ainda tem um mercado restrito, mas em constante crescimento.” ❚
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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br
Três mulheres no melhor do cinema de 2015 Em termos de distribuição no circuito, podemos classificar o Brasil como um sonhado oásis, em comparação com as ofertas nas salas de exibição de outros países. Por aqui, desembarcam produções de todas as partes do mundo e o importante cinema de arte tem seu espaço assegurado nas principais capitais do país. A economia em turbulência não atinge as bilheterias. Pelo contrário, crescem novamente os números tanto da renda quanto do público. Vale a velha lógica: nada melhor que um cineminha para esquecer os problemas e as dívidas. Nesse cenário de otimismo, um tema panfletário mereceu destaque em Hollywood, bem no início do ano. Consagradas atrizes usaram microfones nas premiações, caso do mito Meryl Streep, para reivindicar melhores condições para as mulheres na indústria cinematográfica. A vencedora do Oscar Julianne Moore comprou a briga, exigindo a equiparação salarial para as colegas. Por aqui, a expressão “empoderamento feminino” surgiu com força, em artigos nos blogs mais progressistas, além, é claro, em forma de avalanche nas redes sociais. Com a discussão em pauta, podemos resumir o melhor do cinema 2015 pela interpretação de três atrizes, em momentos diferentes do ano, com filmes de estilos opostos, mas todos com inquestionável qualidade. Para começar, na safra do Oscar, com uma indicação para melhor atriz, o melhor filme do ano, Dois Dias, Uma Noite (Deux Jours, Une Nuit), dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, a sensacional Marion Cotillard arrepia e comove, na melhor atuação de sua carreira. Um longa-metragem ultrarrealista, no estilo conhecido pela crítica no trabalho dos Dardenne, que perseguem o cotidiano, o temor e a situação frágil, políti74 |Encontro
Divulgação
Dois Dias, Uma Noite (Deux Jours, Une Nuit), estrelado por Marion Cotillard: força e talento da diva francesa valeram indicação para o Oscar de melhor atriz
ca e social nos países do velho continente. Sandra, a personagem de Marion, atravessa uma profunda depressão e, afastada do trabalho, precisa convencer seus colegas a reverter sua demissão, arranjada na empresa, por meios antiéticos. A mulher, ainda com sequelas da doença, mas obrigada a peregrinar para não ficar desempregada, escancara a força e o talento da grande diva francesa, em um filme duro, corrosivo, que não faz concessões ao seu propósito de ser atual, imediato e fiel ao mais necessário gênero do cinema. No oposto desse mergulho realista, outra nova obra-prima, Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road), a continuação da saga do diretor George Miller, o destaque de uma aguerrida Charlize Theron como a Imperatriz Furiosa, no melhor blockbuster do ano. O tour de force, dentro de um cenário pós-apocalipse, acontece em ritmo metal, com ação ininterrupta, desenhado como uma perseguição e com grandes explosões, usando e abusando dos re-
cursos cênicos modernos. Todo o esforço de George Miller em renovar sua franquia não chegaria à tamanha excelência sem a lindíssima Charlize, careca em cena. Lady Furiosa é a faísca para o auge dos absurdos sonhados por Miller. O trio feminino se completa com a volta de Regina Casé no acontecimento cultural brasileiro Que Horas Ela Volta?, da diretora paulistana Anna Muylaert. Um roteiro bem amarrado, em que a empregada doméstica Val (Regina Casé), adorada pelo filho dos patrões, é surpreendida com a chegada da filha Jéssica (Camila Márdila), vinda do Nordeste para prestar vestibular de arquitetura na USP. Premiado em Berlim e Sundance, além de ser nosso representante na corrida ao Oscar de melhor filme estrangeiro, foi a obra de arte certa para tempos de tanta intolerância e preconceito, como os que o país atravessou em pleno ano de 2015. Um filme que justifica, sem rodeios, esse olhar determinante do feminino no melhor da sétima arte, no difícil ano que, enfim, termina. ❚
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CAPA | MINEIROS DE 2015
QUEM FAZ A DIFERENÇA
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Pedro Nicoli, Paulo Márcio, Victor Schwaner, Leo Araujo, Samuel Gê e Henrique Falci/Divulgação
Pela sétima edição consecutiva, Encontro elege os mineiros que foram destaque durante o ano. As crises econômica e política pelas quais o país passou em 2015 inevitavelmente se refletiram nas empresas e instituições. Pensamos que isso tornaria mais difícil a tarefa de selecionar os mineiros de destaque, afinal, o ambiente não estava para ousadias ou atos grandiosos. Nós nos surpreendemos. Estão nas próximas páginas alguns dos que, mesmo frente a um cenário nada animador, conseguiram inovar e contribuir para uma sociedade melhor, e ainda ajudar a elevar o nome de Minas Gerais. São exemplos de trabalho, reconhecimento, resultados, e servem de inspiração e de alento para o fato de que nenhuma crise pode impedir a nós, mineiros – os aqui nascidos ou os que adotaram nosso estado como lar –, de fazer a diferença.
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MINEIROS DE 2015 | MARCELO MELO
PERSONALIDADE DO ANO
Menino de ouro
Em 2015, ele fez história ao se tornar o número 1 do mundo no ranking de duplas do tênis e ainda conquistar título inédito em Roland Garros CAROLINA DAHER
Ainda menino, quando suas mãozinhas mal conseguiam segurar a raquete, Marcelo Melo já dizia que um dia estaria no topo da lista dos melhores. Adolescente, enquanto os amigos iam para baladas nos fins de semana, o tenista preferia as quadras do Minas Tênis Clube. Atleta de ponta desde muito cedo, nunca perdeu seu foco principal: ultrapassar as fronteiras do país e ganhar o mundo. Chegou lá. Marcelo, ou Girafa, apelido dado graças aos seus 2,03 m de altura, fechou 2015 como tenista número 1 do mundo no ranking de duplas da Association of Tennis Professional (ATP). Para se ter uma ideia, tornou-se o terceiro brasileiro a ocupar o topo da lista, igualando o feito de Gustavo Kuerten, o Guga, em 2001, e Maria Esther Bueno, na década de 1960. E fez mais. Foi o primeiro tenista a desbancar os irmãos Bryan (os gêmeos americanos são a dupla mais vitoriosa da história do tênis), que dominavam o circuito desde 2003. “A sensação é muito boa, não dá nem para explicar. Esperava um ano bom, mas foi muito melhor do que imaginava”, diz. “É o resultado de uma vida inteira de treino e dedicação.” Foi em junho, ao conquistar o inédito título de dupla no saibro sagrado de Roland Garros, que o mineiro percebeu que a chance de transformar seu sonho de garoto em realidade estava mais próxima do que nunca. “Ali, percebi que realmente era possível ser o número 1”, diz. Aos 32 anos – 20 jogando como profissional –, conquistou 19 títulos. Nos últimos 12 meses, levantou consecutivamente os troféus de primeiro lugar no ATP 500 de Tóquio, Masters 1000 de Xangai, ATP 500 de Viena e Masters 1000 de Paris. Virou o rei do pedaço. Até o sérvio Novak Djokovic, melhor tenista individual da atualidade, rendeu-se a seu talento. “Parabéns à superestrela brasileira”, disse,
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em vídeo postado em seu perfil numa rede social. “Ele está preparando bons momentos de diversão para nós, no Rio de Janeiro, em 2016”, completou Djokovic, referindo-se aos Jogos Olímpicos, que acontecem no segundo semestre no Brasil.
PERFIL MARCELO PINHEIRO DAVI DE MELO
Estudou até o ensino médio
Nascido em Belo Horizonte (MG)
Tenista
32 anos, solteiro
Jogando em casa, Marcelo quer mesmo fazer bonito. “Não é qualquer um que pode disputar uma Olimpíada em seu próprio país. Uma medalha de ouro seria o melhor presente que poderia ganhar em 2016”, diz. Mas sente também o peso da responsabilidade. E carregou nos treinos. Nos raros momentos em que não está nas quadras, o número 1 do mundo gosta de coisas simples. Passa horas assistindo a filmes de aventura ou suspense no computador. Também não resiste à feijoada preparada pela mãe, Roxane Melo, normalmente compartilhada com os amigos no apartamento da família, no bairro Santo Antônio, na capital mineira, sua terra natal. “É uma pena que só dá para comer de vez em quando”, diz. Agora, é pedir para dona Roxane caprichar na receita. O Brasil quer ver, afinal, o nosso Marcelo no topo do pódio em 2016. Para depois comemorar do jeito que mais gosta, com seus amigos estrangeiros do mundo do tênis, em casa, comendo o tempero que só a mãe sabe dar a uma boa feijoada.
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Pedro Nicoli
Marcelo Melo nas quadras do Minas Tênis, onde aprendeu a jogar para se tornar campeão mundial, neste ano: “Foi muito melhor do que imaginava”
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MINEIROS DE 2015 | MARCELO MIRANDA EXECUTIVO DO ANO
Ele não sabe perder Aos 38 anos, ele foi eleito um dos jovens CEOs de maior destaque no país em 2015. Enquanto a indústria da construção civil passa por crise, a empresa que dirige cresceu 20% CAROLINA DAHER
Com quase 2 m de altura, Marcelo Miranda queria ser jogador de vôlei. Começou a treinar aos 8 anos, no Minas Tênis Clube. Chegou a entrrar na seleção pernambucana, quando morou no Recife. Era o capitão do time, apesar da personalidade introspectiva. É do tipo que consegue liderar em silêncio, sempre com foco no resultado. “Sou muito competitivo, não gosto de perder”, diz. Aos 17 anos, veio o dilema: continuar no esporte ou investir em outra carreira? Chegou a cogitar medicina. Seu teste vocacional deu publicidade. Acabou seguindo os passos do pai e entrou para a engenharia civil. Mas, desde as primeiras aulas na UFMG, viu que não queria passar a vida fazendo cálculos. “Gostava mesmo de reunir pessoas e fazê-las alcançar objetivos, como um time”, diz. “Decidi investir na carreira de gestor.” A escolha foi feita com o cacoete de engenheiro: tudo muito calculado. Acabou por se tornar, aos 33 anos, presidente da Precon Engenharia. Antes disso, passou pela Andrade Gutierrez, em 1997, como estagiário. Com 23 anos, foi para a MRV, onde chefiou 70 pessoas. Saiu de lá para dirigir a área financeira da Caenge. Em meio às experiências profissionais, achava sempre tempo para carimbar o currículo com cursos de especialização em finanças e em mercado imobiliário na Universidade de Harvard; de empreendedorismo na Universidade de Columbia e de inovação na Singularity University, além de MBA em Stanford, no Vale do Silício, Califórnia. “Foi fundamental estudar fora, porque a cultura de empreendedorismo é muito mais difundida que no Brasil”, diz. “Lá, as pessoas acreditam que podem transformar o mundo e pensam grande para fazer isso.” Como presidente da Precon Engenharia fez o faturamento da empresa multiplicar cinco vezes de tamanho, desde que assumiu, em 2010. Recebeu, no período, diversos prêmios, entre os quais o de “Melhor Empresa para se Trabalhar”, em Minas e no Brasil. A Precon fechará 2015 com 260 milhões de reais, um salto de 20% sobre o ano anterior. No mesmo 80 |Encontro
período, a indústria da construção no país registrou queda de quase 10%, segundo o IBGE. Mas, a despeito do pessimismo que toma conta do setor, Marcelo planeja crescer mais 30% em 2016. Por tudo isso, foi eleito pela Forbes, em 2015, um dos 10 CEOs com menos de 40 anos de maior destaque do país. Foi com esse espírito que o executivo ajudou a Precon, empresa cinquentenária, referência em estruturas pré-fabricadas, a colocar no mercado um produto diferenciado de construção, que permite erguer um prédio de oito andares em até 40 dias, produzindo 85% menos resíduos que uma obra convencional. O novo produto caiu como luva no programa Minha Casa, Minha Vida. Em apenas três anos, a Precon já entregou 3.500 apartamentos, tem 1.500 em construção e mais 2 mil a serem lançados, todos em BH.
PERFIL MARCELO MONTEIRO DE MIRANDA Nascido em Belo Horizonte (MG), 38 anos, casado, 2 filhos
Formado em engenharia civil pela UFMG MBA na Universidade de Stanford (EUA) Especialização em finanças e mercado imobiliário na Universidade de Harvard (EUA) Especialização em empreendedorismo na Universidade de Columbia (EUA) Especialização em inovação na Singularity University (EUA)
O ano de 2015 terminou como prêmio para este jovem executivo. Foi convidado pelos acionistas da Precon para se tornar CEO de todo o grupo, que inclui, além da firma construtora, uma empresa de material de construção. Vai cuidar de um faturamento total de 700 milhões de reais. A empresa de engenharia acabou de ser aprovada pela Finep, agência brasileira de inovação, para receber cerca de 25 milhões de reais, destinados ao desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis. “Quero transformar a construção no Brasil”, afirma o ex-ponteiro de vôlei. “Antes, eu cortava a bola, agora minha especialidade é cortar custos.” Na dúvida, melhor sair da frente.
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Marcelo Miranda em um dos canteiros de obra da empresa, em Contagem: “Quero transformar a construção no Brasil”
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MINEIROS DE 2015 | ÉRICA DRUMOND
EMPREENDEDORA DO ANO
Anfitriã inquieta Ela lançou, em 2015, cinco novos hotéis e fez o faturamento do grupo que dirige crescer 60%. Em 2016, quer inaugurar uma unidade por mês GUI TORRES
Apesar de ser o único hotel cinco estrelas de BH e um dos maiores da cidade, com 25 andares e 365 quartos, o Ouro Minas ficou pequeno para abrigar os sonhos da hoteleira Érica Drumond, herdeira do empreendimento. Em 2007, decidiu deixar o negócio familiar para ocupar o cargo de secretária de Estado de Turismo de Minas Gerais, no qual permaneceu até 2010. Depois da experiência na administração pública, ela resolveu que não retornaria à sua cadeira no Grupo Maquiné, fundado por seu pai, o empresário-fazendeiro José Décio Drumond, que morreu em 2011. Na época, com a bênção paterna e a aprovação dos três irmãos, lançou-se em voo solo e abriu a Vert Hotéis, empresa com a proposta de construir, prestar assessoria técnica e administrar hotéis em diversos destinos do país. Nos planos mais otimistas, Érica sonhava que, nos primeiros 10 anos da Vert, conseguiria abrir no máximo 10 hotéis. Mas, ao assinar contrato com o maior grupo hoteleiro do mundo, o Wyndhan, que lhe concedeu uso exclusivo da bandeira Ramada no Brasil, a empreitada ganhou força. Atualmente, antes mesmo de a empresa completar cinco anos, ela já comemora 11 hotéis abertos. Apesar do impulso com a chamada Lei da Copa, que deu incentivo ao setor, a Vert teve seu crescimento mais vertiginoso em 2015: cinco hotéis foram inaugurados, sendo dois em Belo Horizonte, além de Natal, Recife e Curitiba. Isso significou a abertura de 900 novos quartos, o que corresponde praticamente ao total dos quatro primeiros anos de trabalho. O faturamento no ano ficou próximo de 75 milhões de reais, contra 45 milhões de reais no ano anterior, um crescimento de 60%. Tudo isso num momento em que o setor en-
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frenta queda nas taxas de hospedagem, consequência da crise e do crescimento da oferta de leitos. Segundo o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), a queda em 2015 é de 6,8%. Em BH, o número é mais expressivo: 19,2%.
PERFIL ÉRICA CAMPOS DRUMOND Nascida em Belo Horizonte (MG) 44 anos, divorciada, 2 filhos
Formada em relações públicas pelo Centro Universitário Newton Paiva Curso de hotelaria na Universidade de Ithaca (EUA) MBA em gestão de negócios pela FGV com a Ohio University (EUA) Presidente da Vert Hoteís
Mas esse cenário não foi suficiente para intimidá-la. Em 2015, Érica assinou 12 novos contratos com a Ramada. Outros dois de suas marcas próprias (e.Suites; Icone; Sentido) estão nos planos. Serão, ao todo, 14 empreendimentos, sendo 10 em São Paulo, dois no Nordeste e um no Rio de Janeiro. “Nesse ritmo, cheguei a perder o sono”, diz. “Consegui bater meu recorde de 18 viagens em 15 dias.” A meta da empresária é ambiciosa: administrar 90 hotéis até 2030. Em 2016, ela quer entregar um hotel por mês. “Sou muito ansiosa”, afirma. “Até para subir em elevador.” Por essa razão, Érica só mora até o quarto andar. “Acima disso, fico inquieta com o tempo perdido para subir e descer”, diz. Com a vida cheia de planos, vazio mesmo ela sente quando se recorda do pai, de quem puxou toda a inquietação. “Se estivesse vivo, estaria do meu lado em todas as inaugurações”, diz.
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Érica no mais recente hotel que abriu, o Ramada Encore Luxemburgo, em BH: “Cheguei a perder o sono e consegui bater meu recorde de 18 viagens em 15 dias”
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MINEIROS DE 2015 | EMIR CADAR FILHO
LIDERANÇA DE CLASSE
Um homem de fé
Aos 41 anos, ele assumiu a presidência do sindicato que reúne os maiores empreiteiros do estado. Tornou-se o mais jovem a ocupar o cargo, nas últimas três décadas CAROLINA DAHER
O jovem da foto ao lado, Emir Cadar Filho, 41 anos, foi eleito neste ano presidente de um dos mais tradicionais e importantes – do ponto de vista econômico – sindicatos empresariais de Minas Gerais, o da Construção Pesada (Sicepot-MG), que representa os interesses de 320 empreiteiras do estado. A figura destoa daquela que o imaginário popular costuma ver associada a líderes sindicais, normalmente senhores de longa experiência profissional, evidenciada pelos cabelos brancos. Ele é o mais jovem empresário a ocupar o posto de presidente do Sicepot, nas últimas três décadas. Não se trata apenas de uma mudança de rosto. Mudaram também o estilo e a forma de agir no velho sindicato. Emir Cadar Filho galgou o posto graças a seu estilo conciliador e firme. Sua ascensão pode ser explicada, em parte, graças à intimidade dele com o ambiente. Frequenta os corredores do sindicato desde muito novo, acompanhando o pai, Emir Cadar, que foi presidente da mesma instituição entre os anos de 1994 e 1999. Aos 30 anos, Emirzinho – como é chamado – fez sua estreia como dirigente sindical ao ocupar os cargos de diretor e depois de vice-presidente de obras rodoviárias. Em junho deste ano tornou-se presidente. “A primeira coisa que fiz foi pedir proteção a Deus para o novo desafio.” Emir Filho assume num momento delicado e em meio a uma das maiores crises econômicas e políticas do país. Para piorar, as empresas do setor amargam, em média, queda de 50% no faturamento, e não param de demitir. Foram mais de 60 mil trabalhadores, só nos últimos 12 meses. Ele assumiu com o desafio de equacionar uma dívida de mais de 380 milhões de reais que o estado havia contraído com as empresas do setor, somente em 2015. De imediato, chamou o governo para uma conversa. Conseguiu receber parte do valor. “Diferentemente do que a maioria pensa, as construtoras não têm cai-
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xa para aguentar um atraso de pagamento”, afirma. Emir também enfrenta outra crise, moral. Desde o início da Operação Lava-Jato, pelo menos 20 executivos das maiores empreiteiras do país foram presos, acusados de corrupção em contratos com a Petrobras. “A grande maioria das empresas é séria”, afirma. “Mas, como em qualquer outro setor, temos os bons e os maus profissionais.”
PERFIL EMIR CADAR FILHO Nascido em Belo Horizonte (MG) 41 anos, divorciado, três filhos
Formado em engenharia civil pela PUC MInas Presidente do Sicepot/MG e diretor da Cadar Engenharia
O dirigente sabe que o cargo exige pulso forte e persistência. Isso ele tem de sobra. Atleticano inveterado, é conselheiro benemérito do clube e viu seu time atravessar momentos penosos. Mesmo assim, ele nunca deixou de ir ao estádio. É dono de uma coleção com mais de 600 camisas do Galo, todas usadas durante os jogos. Herdou da família a paixão. Emir Cadar (o pai) é presidente do Conselho Deliberativo do Atlético Mineiro. “Do meu pai, carrego mais que o nome”, diz. “Pensamos parecido e sempre colocamos o coletivo em primeiro lugar.” Desde que assumiu o Sicepot, Emir Filho tem ouvido dos amigos a mesma pergunta: se deseja sentar-se também na cadeira de presidente do Galo (ele é primo de Alexandre Kalil, um dos mais vitoriosos dirigentes do clube). Ele desconversa: “Escuto isso todo dia, mas é muito cedo para falar no assunto”. Quem o conhece, contudo, afirma: “Eu acredito!”. Afinal, Emirzinho, é tudo uma questão de fé.
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Emir Cadar Filho, na sala da presidência do Sicepot: “A primeira coisa que fiz ao entrar aqui foi rezar. Pedi proteção para o novo desafio”
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MINEIROS DE 2015 | CHRISTIANE PROCÓPIO JUSTIÇA
Por igualdade e cidadania Neste ano, sob sua batuta, a Defensoria Pública de MG ganhou 88 defensores em 10 novas comarcas. Tudo para atender melhor ao cidadão mineiro e fazer valer seus direitos MARINA DIAS
Sempre bem vestida, com feições suaves e voz doce, a defensora pública-geral de Minas Gerais, Christiane Procópio, engana com o jeito delicado. Boa de lábia, traz seus argumentos na ponta da língua. Até para as entrevistas que geraram este perfil ela veio munida de uma lista de pontos importantes a serem debatidos. “Gosto de estar preparada”, afirma. É com essa disposição e toda a coragem – “ter coragem é agir com o coração”, diz ela – que Christiane dialoga quase mensalmente com representantes do governo estadual e da Assembleia Legislativa em prol da instituição, discutindo gastos, necessidades e planos futuros. E o trabalho não é fácil. Apesar de ser a segunda defensoria mais antiga do Brasil (completará 40 anos em 2016), a instituição mineira ainda não está entre as mais bem estruturadas, e esse tem sido o principal desafio da defensora-chefe desde que assumiu o cargo, em julho de 2014. Afinal, sem orçamento próprio destacado e com quadro de defensores ainda defasado, é preciso malabarismo para ajudar os potenciais usuários dos serviços – pessoas com renda individual de até três salários mínimos mensais e renda familiar de até cinco salários mínimos por mês. No entanto, munida de seu lema “força, foco, fé”, que ela repete diariamente, a chefe da instituição conseguiu avanços significativos neste ano. Uma das mais importantes foi a posse de 88 novos defensores, sendo que todo o processo de seleção ocorreu durante o mandato de Christiane (a título de comparação, o processo anterior teve edital lançado em 2008 e as posses aconteceram em 2011). Com o aumento da equipe, também foi possível implementar defensorias em 10 regiões que ainda não tinham o serviço. Agora, das 296 comarcas de Minas, 113 estão cobertas. Na parte de planejamento – xodó da defensora –, ela conseguiu um feito inédito. Contratou, em novembro, a Fundação João Pinheiro para uma con-
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sultoria de planejamento estratégico profissional, o primeiro realizado na instituição até hoje. “Poucas defensorias fizeram isso, mas as que fizeram mudaram os rumos de sua história”, afirma. “Ficaram mais bem estruturadas, com padrão de atendimento melhor, fluxos funcionando e mais visibilidade”, diz.
PERFIL CHRISTIANE NEVES PROCÓPIO MALARD Nascida em Belo Horizonte (MG) 43 anos, casada
Graduada em direito pela UFMG e em comércio exterior pela UNA-FGC, tem especialização em gestão pública pela FJP Defensora pública-geral de Minas Gerais
Em termos de atuação extrajudicial, tão ou mais importante quanto os processos na corte, os números estão a toda prova. Em outubro, foi realizado mutirão Direito a Ter Pai em mais de 40 comarcas, simultaneamente. Ao todo, foram 1.179 testes de DNA, 249 reconhecimentos espontâneos e 6.971 pessoas atendidas no total. Já a Defensoria Itinerante, ônibus da instituição que percorre as cidades ainda não cobertas pelo serviço, fez em 2015 mais que o dobro de viagens do ano passado. Foram 37, que atenderam a quase 1.800 pessoas, percorrendo cerca de 14 mil km. Mas o evento-estrela do ano foi, sem dúvida, o Casamento Comunitário de BH, em dezembro. deste ano. Primeiro nesses moldes, envolveu 630 casais que não tinham condição para regularizar a situação civil. O evento foi no Mineirinho, com direito a celebração, espaço decorado, doces e banda da PM fazendo o som. Tudo articulado por meio de parcerias com empresas voluntárias – arrebanhadas por meio do jeito doce mas convincente da doutora Christiane: “Foi a celebração da cidadania. Nada me deixa mais feliz”, afirma.
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Christiane Procópio na sede da Defensoria Pública de MG: em poucos meses de trabalho, ela já ampliou o número de comarcas e de defensores no estado
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MINEIROS DE 2015 | MARCELO COHEN TURISMO
Ele está decolando Até 2012, a Belvitur era apenas uma grande agência do segmento corporativo. Desde então, entrou no varejo e depois no setor de câmbio. Em 2015, inaugurou um site de vendas on-line. Cresceu 112%. Precisa dizer mais? MARINA DIAS
O ano de 2014 foi especial para a família Cohen, dona da Belvitur, uma das maiores agências de turismo no Brasil. Foi naquele ano que as gêmeas Sofia e Vitória comemoraram a chegada do bat mitzvah (cerimônia religiosa judaica na qual se celebra a chegada dos 12 anos e, portanto, quando uma jovem assume responsabilidades para a vida adulta). Trata-se de uma data de grande importância para judeus, como os Cohen. Para comemorar em grande estilo, Marcelo Cohen e Gabriela, pais das gêmeas, organizaram uma festa exclusiva para 120 convidados, na ilha de Comandatuba, na Bahia, num dos resorts mais sofisticados do litoral brasileiro. Marcelo não apenas comemorava o aniversário das filhas. Celebrava também o sucesso de sua empresa. Fundada em 1963 pelo pai de Marcelo, David Cohen, a Belvitur sempre se destacou na área de turismo corporativo em Minas Gerais. Até 2012, era a maior do ramo no estado. A partir de então, Marcelo contrariou as normas – “foco é tudo” – e decidiu investir seu tempo e dinheiro na diversificação. Percebeu que o mercado corporativo poderia dar sinais de fadiga no futuro e apostou em novos nichos. Marcelo não quis degustar novos segmentos. Bem a seu estilo, optou por entrar de vez. Numa só tacada, inaugurou seis lojas, entre 2013 e 2014. Neste ano, foram mais cinco. Todas nos mais importantes shopping centers do estado. Hoje, são 11 lojas em Minas e uma no Rio de Janeiro. Em 2014, foi a vez de apostar no mercado de dólar. A Belvitur tornou-se, rapidamente, uma das grandes casas de câmbio da cidade. Também foi naquele ano que investiu num estacionamento nas proximidades do aeroporto de Confins, com 400 vagas. Tudo para servir e atender o cliente que viaja. “A Belvitur faz serviço completo”, diz ele. Em 2015, um novo negócio: o de vendas de passa-
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gens on-line. Em vez de gastar tubos de dinheiro em plataformas eletrônicas de e-commerce, como faz a maioria, a Belvitur apostou na compra de um site já existente e que dispunha de boa carteira de clientes. Surgiu o passagenspromo.com.br, endereço de comércio eletrônico de bilhetes áereos, que após nove meses de operação já é o quarto maior do país. Com as mudanças, a empresa de Cohen sorriu. A receita da Belvitur, antes toda oriunda do mercado corporativo, hoje tem 60% provenientes dos novos negócios. O faturamento pulou de 235 milhões de reais em 2014 para espantosos 500 milhões em 2015. Um crescimento de 112%. O número de funcionários, no mesmo período, aumentou suaves 10%. “Conseguimos elevar muito a nossa margem”, diz.
PERFIL MARCELO COHEN Nascido em Belo Horizonte (MG)
Graduado em administração, em Denver, no Colorado (EUA)
46 anos, casado, 2 filhas
Diretor da Belvitur
Para 2016, o irrequieto Marcelo Cohen, cujo celular não desliga, planeja lançar nova plataforma on-line, esta voltada exclusivamente para a comercialização de resorts de luxo no Brasil. No mundo off-line, o plano é abrir sete novas lojas, cinco no interior de Minas e duas fora do estado – uma delas em SP. E assim, como um bom judeu, ele amealha resultados para fazer sua empresa perpetuar de geração em geração. Para alegria das duas gêmeas, que estão perto de completar 15 anos. A propósito, Marcelo, vai ter festa?
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Samuel Gê
Marcelo Cohen comemora o crescimento de sua empresa, líder no mercado de turismo: “A Belvitur faz serviço completo”
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MINEIROS DE 2015 | MAGDA SOARES EDUCAÇÃO
Essa é mestra! Professora emérita da UFMG, ela recebeu, em 2015, uma das mais importantes honrarias da Ciência e Tecnologia no país. Tornou-se a primeira educadora a ganhar o título MARINA DIAS
A senhora da foto ao lado, de fala mansa, tem 83 anos. OK, nenhuma surpresa. Trata-se, pasorkaholic convicta. Magda Bemem, de uma workaholic cker Soares costuma dizer que não se aposentou, mas foi aposentada. Após lecionar e pesquisar educação por quatro décadas na UFMG, não queria parar quando, em 2001, fez 70 anos e teve de encerrar a carreira compulsoriamente. Em vez de pensar em planos comuns à idade – viajar, cuidar dos netos, dedicar-se à leitura –, só se perguntava: com o que vou trabalhar a partir de agora? Uma das fundadoras da Faculdade de Educação da UFMG e referência nacional em alfabetização e letramento, seu interesse e amor pela sala de aula não lhe permitiram se afastar do tema. De forma voluntária, criou, em 2007, o projeto Alfaletrar, de desenvolvimento profissional de professores da rede municipal de Lagoa Santa. Os resultados falam por si. O último Proalfa (exame que avalia proficiência em leitura e escrita dos alunos das escolas públicas de MG), divulgado neste ano, indicou que 87,3% dos alunos da 3º ano do ensino fundamental de Lagoa Santa estão no padrão recomendado. Em 2007, esse número era de 25,09%. Também em 2015, os pequenos fizeram a prova que gera o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do MEC. Os resultados ainda não foram divulgados, mas a meta, que era de 5,9, já foi alcançada em 2013. Esse mesmo indicador era de 4,5 em 2007, quando Magda iniciou seus trabalhos. O primeiro passo da educadora, naquele ano, foi o de estabelecer um diagnóstico de desempenho dos alunos desde a creche até o 5º ano, com base em metas e feito por meio de avaliações trimestrais. Pode parecer banal, mas não é. Esse tipo de acompanhamento é (pasmem de novo) raro na educação pública. Mais: ela se reúne semanal-
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mente com professores representantes de todas as 23 escolas municipais. “Não adianta somente ter métricas de avaliação”, diz Magda. “Igualmente importante é o acompanhamento dos professores e a discussão dos problemas que surgem no dia a dia.”
PERFIL MAGDA BECKER SOARES, 83 ANOS Belo Horizonte, divorciada, 5 filhos, 4 netos
Formada em letras neolatinas e doutora em didática pela UFMG Coordenadora do Núcleo de Alfabetização e Letramento de Lagoa Santa
Com a receita, Magda e suas docentes estão chamando a atenção de profissionais de educação de todo o país. Ela tem recebido visitas cada vez mais frequentes de gente que quer conhecer sua “fórmula” de sucesso. Chama particular atenção na metodologia da educadora o fato de que os resultados não estão concentrados numa única escola (ou num projeto piloto). “Todas as escolas municipais de Lagoa Santa têm avançado igualmente”, afirma. Em maio deste ano, Magda deu uma pausa no trabalho para ir ao Rio de Janeiro, onde recebeu o Prêmio Almirante Álvaro Alberto, do Ministério de Ciência e Tecnologia e do CNPq, concedido anualmente ao pesquisador que tenha contribuído para o progresso de sua área. Dos 44 nomes já laureados, ela é a primeira representante da educação no país. É um reconhecimento a quem sabe que para ensinar é preciso estar sempre pronto a aprender. “Esse tempo em Lagoa Santa tem sido mais enriquecedor do que todo o tempo na universidade”, diz.
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Samuel Gê
Magda Soares no Centro de Referência do Professor de Lagoa Santa: ela ganhou o Prêmio Almirante Álvaro Alberto pelo conjunto da obra
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MINEIROS DE 2015 | RODRIGO CARTACHO E MARCELO CARTACHO
TECNOLOGIA
Reizinhos da bilheteria Em 2015, eles multiplicaram por três quase tudo na Sympla: funcionários, faturamento e até o tamanho da sede. O reconhecimento veio com o título de startup do ano pela Microsoft
ALINE GONÇALVES
Era meados de 2011, quando o engenheiro de software Marcelo Cartacho, que vivia nos EUA, decidiu pegar o telefone e chamar pelo irmão, Rodrigo, que vivia na Hungria. Marcelo trabalhava no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O telefonema não era para matar saudade, mas para propor um negócio. Foi a primeira vez que falaram sobre a possibilidade de montar uma empresa de tecnologia voltada para a venda de ingressos on-line. Nascia o embrião da Sympla, que em 2015 conquistou o título de startup do ano no Brasil pelo Spark Awards, prêmio idealizado pela Microsoft e Startup Farm, considerado o principal da área. O troféu é uma réplica do .“Veio coroar trono da série da HBO Game of Thrones.“Veio um ano incrível”, diz Rodrigo, hoje CEO da empresa. A ideia do empreendimento surgiu porque Marcelo e o colega de profissão argentino David Tomasella – que se tornou sócio da empresa – tinham acabado de realizar uma pesquisa de mercado para o BID e notaram não haver plataformas flexíveis para produtores de eventos de pequeno e médio portes no Brasil. Tiveram então a ideia de montar eles próprios o negócio. Não sabiam, contudo, por onde começar. Foram buscar ajuda de Rodrigo, um jovem empresário inquieto que tentava ganhar a vida na Europa com um negócio inovador: vender créditos de CO2 (gás carbônico). Marcelo e o sócio portenho tinham a ideia. Rodrigo agregava o espírito empreendedor e a capacidade de agir. Cerca de um ano depois da primeira troca de telefones, surgia a Sympla, empresa de tecnologia voltada para a venda de ingressos eletrônicos, inaugurada em setembro de 2012. Três anos se passaram e os números da startup não permitem que Rodrigo e Marcelo sintam saudades da velha vida fora do Brasil. O negócio movimentou 15 milhões de reais em 2014. 92 |Encontro
Neste ano, as vendas de ingresso superam os 40 milhões reais. Crescimento de quase 200% . A equipe, de 12 pessoas em 2014, pulou em 2015 para 45 – e as contratações (acreditem, essa palavra ainda existe!) estão abertas. Para comportar tamanho crescimento, a sede da Sympla, que ocupava um andar na Savassi, hoje se distribui em três pavimentos. O endereço por onde são vendidos os ingressos (sympla.com.br) chegou a registrar um pico de 2.500 eventos simultâneos em alguns meses de 2015. “Com esses números, nós nos tornamos o maior site de eventos do Brasil”, diz Rodrigo. Segundo ele, mais de 1.800 cidades brasileiras já usaram a ferramenta.
PERFIS RODRIGO CARTACHO
MARCELO CARTACHO
Nascido em Belo Horizonte (MG), 34 anos
Nascido em Belo Horizonte (MG), 38 anos
Formado em publicidade e propaganda pela PUC-Minas; mestre em fotografia pela Universidade de Girona (Espanha)
Formado em ciência da computação pela UFMG; mestre em administração pela UFMG
Sócio-fundador da Sympla
Sócio-fundador da Sympla
Inicialmente, para transformar as ideias e iniciativas dos irmãos Cartacho em realidade, foi preciso buscar investidores anjo (nome dado a pessoas físicas que aplicam recursos do próprio bolso em empresas nascentes, como as startups). Hoje, a Sympla não tem mais outros sócios externos e cresce reinvestindo o próprio lucro. Nada mal para dois jovens de classe média, filhos de pais funcionários públicos, que estudaram no Loyola e cresceram no Gutierrez. “Nosso negócio ainda tem enorme espaço para crescer”, diz Rodrigo. “Estamos numa maratona, só conquistamos os primeiros 100 metros.”
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Pedro Nicoli
Os irmãos e sócios Marcelo e Rodrigo Cartacho na sede da empresa, na Savassi, com o prêmio de startup do ano nas mãos, réplica do trono da série da HBO Game of Thrones: “Veio coroar um ano incrível”, diz Rodrigo
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MINEIROS DE 2015 | MACAÉ EVARISTO POLÍTICA
Pacificadora do sorriso fácil A primeira mulher negra a comandar uma secretaria de estado conseguiu, em 2015, fechar acordo histórico com os quase 200 mil professores e garantir o cumprimento de antigas demandas CAROLINA DAHER
A primeira tempestade da vida de Macaé Evaristo precipitou ainda menina. Aos 10 anos, perdeu o pai para um câncer. Sua mãe, Maria Antônia, viu-se sozinha com quatro filhas pequenas para criar. Como professora da rede estadual, o salário era apertado. Desânimo, no entanto, nunca entrou na modesta casa dos Evaristos, em São Gonçalo do Pará, no Centro-Oeste mineiro. Se faltava luxo, existiam em abundância livros, rodas de poesia e discussões sobre educação e arte. Na escola pública da pequena cidade, a garota aprendeu a ler, escrever e entendeu que para ensinar é preciso, acima de tudo, paixão pelo ofício. Do baú de recordações, resgata imagens da professora Lourdes Bernadete, “uma mulher à frente do seu tempo”, que levava seus alunos para conhecer os escritores nas tardes de autógrafo na vizinha Divinópolis. “Atravessávamos pontes e estradas de terra. Era um grande acontecimento”, diz Macaé. “Professoras assim são verdadeiras inspirações, você quer ser como elas.” Aos 18 anos, Macaé deixou o interior para tentar ganhar a vida na capital. Fez concurso. Queria, assim como Maria Antônia e Lourdes, ser professora. Já estabelecida em BH, investiu na carreira. Graduou-se em serviço social e fez mestrado em educação. Na rede municipal, atuou como professora, coordenadora, diretora, gerente e secretária do município. Em 2015, o currículo ganhou novo status. Aos 50 anos, assumiu a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Uma das suas primeiras medidas foi abrir diálogo com os professores, que culminou na assinatura de um acordo histórico com a categoria, garantindo o atendimento de demandas antigas, como o pagamento do piso nacional, reajuste de 31,78% do salário, em dois anos, e aposentadoria de mais de 26 mil servidores. Conseguiu, ainda, a proeza de dobrar para 300 milhões de reais a verba destinada à merenda escolar. Macaé é a única mulher em um secretariado composto por mais 20 homens, e também a primeira negra a assumir uma secretaria de estado em Minas Gerais. 94 |Encontro
“As pessoas acham que, conforme ocupamos determinados cargos, o preconceito diminui, mas não é assim”, diz ela, responsável pela criação da Campanha AfroConsciência, que luta pelo reconhecimento e valorização da história e da cultura dos africanos na sociedade brasileira. Encarregada de um orçamento de pouco mais de 9 bilhões de reais, ela sabe que precisará fechar a prova de matemática para garantir uma educação melhor para os mais de 2 milhões de alunos da rede estadual. “A verba ainda é pequena, e precisamos usar os recursos da forma mais democrática possível”, diz.
PERFIL MACAÉ MARIA EVARISTO DOS SANTOS Nascida em São Gonçalo do Pará (MG) 50 anos, casada, 2 filhos
Formada em serviço social pela PUC Minas Mestrado em educação pela UFMG Secretária de Estado de Educação de Minas Gerais
Macaé sabe bem o que diz. Viveu na pele as dificuldades daqueles que trabalham em sala de aula. Na década de 1980, quando ainda era professora em uma escola no bairro Tupi, perdeu as contas de quantas vezes pediu aos amigos que trabalhavam em escritórios a doação de folhas de formulário contínuo. Era ali, nas costas das páginas usadas, que ela rodava no mimeógrafo as provas dos estudantes. “Sei exatamente onde o calo aperta. Na educação, fiz a linha de produção completa”, afirma. Seu nome foi escolhido pelo pai. Seu Osvaldo costumava explicar que a palavra macaé significa “céu sem nuvens” em tupi-guarani. “Tomei isso para a minha vida.” Para a mulher Macaé, que desde muito cedo aprendeu a se desviar das tempestades, o céu no horizonte é sempre azul. “Sou uma pessoa geneticamente feliz”, diz, em gargalhadas, uma de suas marcas registradas.
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Leo Araújo
A secretária Macaé Evaristo: seu nome foi escolhido pelo pai e significa “céu sem nuvens”: “Tomei isso para a minha vida”, diz
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MINEIROS DE 2015 | LUCAS CANTÃO MODA
Da van para as passarelas Ex-entregador de peixes, ele caiu nas graças da grife francesa Givenchy, em 2015, e passou a ocupar o topo da lista internacional que elege os 50 new faces da temporada GUI TORRES
Durante um passeio em shopping da capital, há dois anos, Lucas Cantão foi abordado por um olheiro de moda profissional, cujo principal desafio é o de descobrir novos talentos. O convite para conhecer uma agência de modelos soou estranho para o rapaz. Apesar do porte que chama a atenção – 1,92 m de altura e corpo definido –, sua realidade passava bem longe das passarelas. Ele trabalhava como motorista de van e entregava peixes em estabelecimentos de BH. Mesmo desconfiado, Lucas resolveu “ver qual é”. Acabou sendo contratado por uma agência. Com o book em mãos, veio a primeira decepção: os trabalhos não apareciam. “Cheguei a pensar em desistir da nova carreira e voltar a entregar meu peixe”, diz. Só depois de secar pelo menos 13 kg e deixar o manequim tamanho G, Lucas se enquadrou nos padrões de desfiles e fotos internacionais exigidos pelas grandes marcas. Conseguiu, finalmente, o primeiro trabalho. Integrou o desfile da francesa Givenchy, uma das grifes de luxo mais admiradas do mundo. A visibilidade propagou e o ex-entregador começou a ver chegarem propostas de vários cantos do mundo. Foi para Paris e depois para Milão, onde ficou por três meses, ainda em 2014. O ano de 2015 prometia. Foi logo chamado, mais uma vez, para vestir as criações da Givenchy e, quatros meses depois, outro convite de Riccardo Tisci, diretor da grife, que queria vê-lo ao lado das veteranas Candice Swanepoel e Mariacarla Boscono, na campanha para o outono/inverno. “É uma profissão que eu nunca sonhei ou busquei”, diz Lucas. “Mas sempre quis ter a oportunidade de viajar pelo mundo.” Com isso, seu nome foi parar na famosa lista de new faces do site Fashion For Ward (FFW),
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que, no mercado fashion, funciona como um sinalizador de quem está em alta na temporada. Ele estreou no ranking em 2015 e já está na sétima posição entre as 50 maiores promessas masculinas da moda desta temporada. O mundo se descortinava de vez diante da beleza do jovem rapaz.
PERFIL LUCAS RODRIGUES CANTÃO Nasceu em Belo Horizonte (MG) 22 anos, solteiro
Estudou até o ensino médio Modelo nas agências Mega Model (BH e SP), Time Model (Itália), Elite (Milão), Resquet (Nova York) e Option (Turquia)
Lucas foi parar na Turquia, e estampa capas recentes de revistas de Portugal, Paris e Milão. Outro ícone da moda, a Dolce & Gabbana, entrou recentemente no currículo. “Tenho perfil pouco comercial, que não é valorizado no Brasil, mas na Europa, é muito bem aceito”, diz. “Meu lugar é aqui (na Europa)”. Com a guinada, ele já contabiliza resultados que apontam para o sucesso: um deles é não precisar dividir apartamento com outros modelos - fato comum entre os que estão começando. Atualmente, mora em Milão. Um feito e tanto para quem ganhava, há dois anos, um salário mínimo e trocou por roupas, o primeiro trabalho na moda. Hoje, um dia de seu serviço vale, no mínimo, 1.500 euros. Outra alegria é que Lucas voltou a comer comida japonesa. “Quando entregava peixes, só o cheiro de pescado me causava náuseas”, diz. Bem-vindo ao novo mundo, caro Lucas.
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Henrique Falci/Divulgação
O modelo Lucas Cantão, uma das apostas da temporada: ele é queridinho da grife francesa Givenchy
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MINEIROS DE 2015 | ANTÔNIO FABRÍCIO DIREITO
Todos por um Depois de mais de duas décadas de disputas ferrenhas, ele conseguiu aglutinar a classe em torno de uma única chapa e foi eleito presidente da OAB/MG. Aos 46 anos, é o primeiro advogado trabalhista a ocupar o cargo CAROLINA DAHER
Minas é um país. São mais de 580 mil km² e cerca de 20 milhões de habitantes, espalhados por 853 municípios. Antônio Fabrício de Matos Gonçalves sabia que o percurso seria longo e as estradas, nem sempre fáceis para chegar à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais. Durante um mês de campanha, doutor Fabrício, como é conhecido no meio, fez verdadeira peregrinação pelo interior. Foram mais de 13 mil km rodados, 10 mil deles percorridos de carro. Dezenas de cidades visitadas e infindáveis reuniões com advogados de todo o estado. Em novembro, foi eleito com 36 mil votos. Foi o primeiro presidente eleito em chapa única, nos últimos 22 anos, fruto da capacidade de diálogo e conciliação desse jovem advogado, lapidado em anos de enfrentamento com juízes e adversários em fóruns trabalhistas mineiros, cujo resultado, na maioria das vezes, foi o acordo. “Fazer oposição e situação se sentarem à mesma mesa, conversarem e se entenderem não é tarefa fácil”, diz Fabrício. “Isso é resultado da maturidade negocial de todas as partes.” Depois da posse, em janeiro de 2016, Fabrício terá pela frente dois eventos importantes: as eleições para prefeito e, principalmente, a discussão em torno do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em Minas, a OAB terá ainda papel de destaque na mediação dos desdobramentos do acidente com a barragem da mineradora Samarco, em Mariana, naquela que ficou conhecida como uma das maiores tragédias ambientais do país. “Sei que 2016 será um ano intenso”, diz ele. “Mas estou preparado para isso e sei que, ao final, prevalecerá a justiça.” Grandes conquistas marcaram o ano de 2015
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do advogado. Além de vencer as eleições na OAB/ MG, ele abriu, com o sócio Alex Santana, um escritório especializado em direito do trabalho, no bairro de Lourdes. Mesmo com a agenda cada vez mais apertada, Fabrício não abre mão de ter contato com jovens que chegam ao mercado de trabalho. Nascido em Brasília de Minas, a 530 km da capital, ele chegou a BH em 1988 para estudar na PUC Minas. Naquela época, nem podia imaginar que um dia estaria à frente da sala de aula. Como professor da graduação e pós-graduação na mesma faculdade, já formou 12 mil novos advogados. “O que me dá mais prazer é lecionar”, diz. “O contato com novas gerações me mantém atualizado.”
PERFIL ANTÔNIO FABRÍCIO DE MATOS GONÇALVES Nascido em Brasília de Minas (MG) 46 anos, casado, 2 filhas
Formado em direito pela PUC Minas Mestrado em direito do trabalho pela PUC Minas Presidente eleito da OAB/MG para o triênio 2016/2018
Fabrício sabe que foi essa vida de corre-corre, entre tribunais e academia que lhe deu disposição para enfrentar não apenas adversários, mas as longas estradas. Sabe também que seus desafios estão apenas no início. Isso não tira seu sono. Ele conhece, afinal, o antídoto contra cara feia, retirado dos livros de Guimarães Rosa. “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria; aperta e daí afrouxa; sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”, repete ele. (Colaborou: Juliana Cipriani).
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Victor Schwaner
Antônio Fabrício assume, em janeiro, a presidência da OAB/MG: o advogado trabalhista uniu toda a classe com sua eleição
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MINEIROS DE 2015 | LÔ BORGES MÚSICA
Ele conquistou a nova geração Um dos principais nomes do Clube da Esquina, ele se uniu a Samuel Rosa, do Skank, em 2015, para a gravação de um CD e DVD. Com mais de 40 anos de carreira, conseguiu se aproximar do público mais jovem CAROLINA DAHER
Vizinho da Praça da Liberdade, Lô Borges é frequentador assíduo do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Lá, costuma se sentar em um café e pedir uma limonada suíça com açúcar e bastante gelo. Assim, deixa correr os minutos, observando o movimento. Vez ou outra, um fã se aproxima. Embora Lô, de 64 anos – um dos maiores nomes do Clube da Esquina, movimento musical que marcou a década de 1970 e inovou ao misturar bossa nova ao jazz, rock e instrumental –, seja do tempo do autógrafo, ele não tem tirado muito a caneta do bolso ultimamente. Depois que conquistou uma nova geração de fãs, teve de se render à selfie. O rabisco no papel foi substituído pelo sorriso, tímido, para a câmera. Esse encontro com o público jovem teve um marco. Foi a partir da parceria com Samuel Rosa, do Skank, em 2015, que deixou de ser conhecido apenas por contemporâneos. O compositor, parceiro de Milton Nacimento no emblemático LP Clube da Esquina, de 1972, e autor de clássicos como Paisagem da Janela e O Trem Azul, tem, desde então, chamado a atenção de uma turma bem mais jovem, que passou a ouvir e cantar suas músicas. “A roda continua girando e fico feliz com essa aproximação ”, diz. “Com Samuel tive um encontro especial.” Essa parceria, no entanto, não é recente. Tudo começou há 16 anos, durante um almoço na casa do músico e compositor Chico Amaral, na Mata do Jambeiro, em Nova Lima. O líder do Skank foi agradecer por Lô ter gravado música de sua autoria, Te Ver, em 1996. Samuel é fã confesso de Lô. Não esconde que sua maior inspiração veio ainda menino, quando conheceu o Clube da Esquina através dos LPs de seu pai, Wolber. Frente a frente com o ídolo, pela primeira vez, era hora de declarar a admiração. A emoção tomou conta dos dois e, a partir daí, não se perderam de vista. Foi assim que Lô, 15 discos lançados, mais de 250 músicas publicadas, algumas delas gravadas por grandes nomes como Elis Regina e Gal Costa, passou
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a participar de shows com Samuel, esporadicamente. Em 2003, em parceria com Nando Reis, fizeram Dois Rios, gravada pelo Skank. A música caiu no gosto popular e entrou na trilha sonora da novela Mulheres Apaixonadas, da Rede Globo. Neste ano, a dupla decidiu registrar essa sintonia musical. Em agosto, depois de quatro meses de ensaios, reuniram-se no palco do Cine Theatro Brasil Vallourec, no centro. O show virou um CD e um DVD, que serão lançados em março de 2016. “Esse encontro mostra que em Minas várias gerações se encontram, trocam figurinhas e ideias”, diz Lô. O ano foi mesmo atípico, segundo define: “Em 2015, quis ver para onde ia a minha composição”. A surpresa: suas músicas foram parar nos fones da garotada.
PERFIL SALOMÃO BORGES FILHO Nascido em Belo Horizonte (MG) 64 anos, casado, um filho
Estudou até o ensino médio Músico e compositor
Agora, Lô e Samuel planejam colocar a viola debaixo do braço e viajar pelo Brasil. “Como diz o Samuel, vamos mostrar o nosso encontro para que isso não seja apenas um fenômeno em Minas Gerais”, afirma Lô, que torce para que haja, nas cidades para onde planejam viajar, refúgios da natureza. “Adoro ficar em meio à natureza. Sou frequentador assíduo da Serra do Cipó”, diz. Mas para os jovens fãs que esperam encontrá-lo naquelas redondezas, um recado: ele dispensa o movimento típico dos feriados. Como todo artista, trabalha nos fins de semana. “Descanso sempre às segundas ou terças-feiras”, diz. Melhor mesmo é ficar de espreita nas cafeterias do CCBB. ❚
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Pedro Nicoli
Lô Borges nas escadarias do CCBB, lugar que gosta de frequentar: ele foi inspiração para Samuel Rosa. Hoje, são parceiros
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NEGÓCIO | MARKETING
Trabalho
A4D/Divulgação
reconhecido A A4D, empresa de marketing digital do grupo Diários Associados, recebe duas premiações do Google Adwords em 2015, concorrendo com empresas da América Latina GEÓRGEA CHOUCAIR
A chance de ser premiado pelo Google na sede do gigante em Palo Alto, na Califórnia (EUA), é para poucos. A empresa de marketing digital A4D, dos Diários Associados, entrou para o seleto grupo. Foi eleita a número 1 na América Latina na categoria Mobile Champion, entre os parceiros premium do Google Adwords, sistema de anúncios do Google. O reconhecimento considerou a qualidade e desempenho das campanhas da empresa para dispositivos móveis (mobile marketing), desenvolvidas em 2015. O prêmio foi recebido pelo diretor de operações da A4D, Alexandre Magno, durante a solenidade do Latin America Premier SMB Partner Awards, em dezembro. “Hoje, a pergunta não é mais ‘por que fazer mobile’, mas ‘como fazer mobile’. E a nossa equipe tem mostrado extrema capacidade de entender o problema do cliente, executar as campanhas certas e trazer resultados reais”, afirma Alexandre. Ele destaca que o reconhecimento pelo Google é muito importante, já que concorreram à premiação 45 parceiros premium da América Latina. A empresa também ganhou o terceiro lugar na categoria Display, que avaliou a performance das campanhas de banners realizadas na rede do Google. A A4D auxilia as pequenas e médias empresas a alavancarem seus negócios na internet através de três conjuntos de soluções: criar presença no meio virtual, campanhas para gerar tráfego no site e aumentar o conhecimento da marca. Fundada há dois anos, já auxiliou os negócios de 350 empresas, em áreas como educação, saúde, imobiliária, varejo, supermercados e atacado. E a lista de serviços vai aumentar. “Para o próximo ano, já prevemos crescimento de estrutura e ampliação do mix de produtos”, diz o diretor comercial, Marcelo Mota. “Queremos oferecer muito mais do que mídia. Nosso trabalho consiste na análise dos principais problemas dos nossos clientes para trazermos a solução ideal para cada um deles”, afirma. 102 |Encontro
Alexandre Magno, diretor de operações da A4D: “A pergunta não é mais por que fazer mobile, mas como fazer”
Mota comemorou a premiação da A4D. “O celular tem sido o principal canal de buscas para pessoas”, afirma. “Para as marcas, esse meio passou a ser um ponto fundamental de estratégia de marketing.” Em apenas dois anos de operação, esse é o segundo prêmio que a A4D leva do Google. Em 2014, a empresa ficou em segundo lugar na categoria Melhor Qualidade de Contas. Na avaliação de Gustavo Barbosa, coordenador da A4D, um grande diferencial da empresa é a plataforma que auxilia o cliente a ver em tempo real os resultados das campanhas. “Eles conseguem acompanhar os negócios gerados”, diz. A empresa também atua em Brasília com o comércio de produtos digitais. z
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INFORME PUBLICITÁRIO
MINEIROS DE 2015 | PARQUE AVENIDA IMOBILIÁRIO
Um ícone no mercado corporativo Inovador, sofisticado e pioneiro na cidade, ele foi sucesso de vendas e se tornou referência no mundo dos negócios e no mercado imobiliário de Belo Horizonte. A Odebrecht Realizações Imobiliárias trouxe para Minas
decoradas com projetos de renomados arquitetos. Esse é
Gerais o requinte, o conforto e o padrão construtivo internacional
mais um diferencial que faz do Parque Avenida um ícone do
dos empreendimentos multiúso que são tendência nas grandes
mercado, ideal para quem deseja ter mais vida no trabalho e
metrópoles.
mais realizações na vida.
Lançado em 2012, o Parque Avenida é um complexo comercial grandioso, diferenciado, autossuficiente e com tecnologia de ponta, que reúne negócios e convivência num ambiente único, com tudo o que os profissionais precisam para estar no topo da carreira. Suas torres imponentes, com 9 andares cada, são valorizadas
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PARQUE AVENIDA O mais completo complexo comercial de lojas e salas com vaga de garagem de BH.
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Garagem com piso revestido em pintura epóxi.
por Benedito Abbud.
Estacionamento rotativo para visitantes.
Reconhecido como referência de modernidade e de bom
Praça de Convivência / Espaço Gastronômico.
gosto, o Parque Avenida ainda foi responsável pela realização
Business Center equipado e decorado.
inédita da mostra Ícones do Décor, destacando quatro salas
Certificação Aqua de Sustentabilidade.
Foto do local setembro/2015 INTERMEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA: PARQUE AVENIDA: A Incorporação Imobiliária encontra-se registrada sob o nº R9 – matrícula 126601, no 1º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte/MG. O projeto encontra-se aprovado na Prefeitura de Belo Horizonte sob o número do alvará 2012/25.166. Incorporadora: Thuban Empreendimento Imobiliário Ltda.
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EDITORIAL | MODA
Delírio tropical MARCELO BRASILIENSE
A estação mais quente e animada do ano chega com muita cor e combinações inusitadas. O verão propõe uma mistura alegre entre estampas gráficas e o animal print. Essa nova união, chamada de Mix & Match, é a combinação perfeita de descontração e alegria com dias de sol.
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MODA | HOMEM Victor Schwaner
Tranças
para eles
Os homens aderiram de vez aos penteados femininos. Depois do coque, agora os cabelos trançados fazem a cabeça dos mais descolados GEÓRGEA CHOUCAIR
O penteado também é possível em cabelos mais curtos e até raspados nas laterais: modelo adotado pelo stylist de moda João Paulo Durão
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Faça uma busca rápida no Instagram por #manbraid (trança masculina). O resultado serão milhares de fotos com o penteado. Os modelos são os mais variados possíveis: dupla embutida, clássica, geométrica, volumosa. Elas prometem ser a coqueluche do verão para os marmanjos mais descolados. São a nova pegada dos rapazes que sempre estão à procura de novo estilo para os cabelos. Surpreendente? Nem tanto. Homens usando o penteado já não é mais novidade. Quem nunca ouviu falar do coquinho masculino? O estilo samurai, associado ao visual lenhador, com barba, camisa xadrez e bota, ficou em alta no verão passado e ainda faz suspirar a mulherada. E foi só as pessoas começarem a se acostumar que eles aparecem com outra novidade. O artista plástico Arthur Camargos, de 23 anos, está entre os 18 profissionais que se revezam na instalação artística Standard Time, do alemão Mark Formanek, no Centro Cultural Banco do Brasil, em BH. Sempre vestido de capacete, luvas, botas, óculos e ...trança! Os acessórios fazem parte do uniforme do grupo, mas o penteado foi a forma que Arthur escolheu para ficar mais “à vontade” no trabalho. Somado ao alargador de orelha, brincos, piercing no septo e tatuagens pelo corpo, nunca passa despercebido. “O meu cabelo é muito anelado e volumoso. A trança ajuda a colocar tudo no lugar”, afirma. “Não vai cabelo no rosto e ainda fica elegante.” As madeixas compridas ajudam a aderir à nova tendência. Mas em ca-
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MODA | HOMEM Victor Schwaner
O artista plástico Arthur Camargos tem cabelo anelado e volumoso: “A trança ajuda a colocar tudo no lugar e ainda fica elegante”
belos curtos as tranças também são possíveis. O stylist de moda João Paulo Durão, de 28 anos, tem a parte de cima do cabelo maior e as laterais raspadas. Ele costuma usar o penteado embutido. “Não existe isso de ser coisa de homem ou de mulher usar”, diz. Que o diga o ator e cantor americano Jared Leto. No Globo de Ouro deste ano, ele apareceu para a premição com uma trança de tamanho generoso. De terno branco e preto, deixou os longos cabelos presos no penteado. O estudante de publicidade Pedro Piazzi, de 27 anos, é um dos fãs do estilo do cantor. “Ele muda muito, é meio camaleão”, 114 |Encontro
Rogério Sol
Pedro Piazzi começou a deixar as madeixas crescerem há seis meses: “A trança é um incentivo para os homens saírem da mesmice”, diz
diz. Pedro começou a deixar as madeixas crescerem há cerca de seis meses. De lá para cá, arriscou novos penteados, como a trança. “Tinha vontade de fazer há algum tempo, mas o meu cabelo era curto”, afirma. O look costuma despertar olhares curiosos, segundo Pedro. “Mas é um incentivo para os homens saírem da mesmice”, diz. “Ainda facilita quando o cabelo está no meio-termo, nem grande nem curto.” A área de atuação do estudante, a comunicação, permite o visual mais despojado. “É um ambiente que não se prende tanto a regras”, observa. O cabelo grande é tendência
para os homens em 2016, segundo Paulo Sérgio de Oliveira, da rede Barbearia Isac.com. de BH. “E a trança é uma ramificação do cabelo grande”, afirma. A maquiadora e cabeleireira Andrea Alencar já fez o penteado em alguns homens. “Acho lindo, mas só segura esse look o cara mais descolado e moderno”, diz. E uma boa notícia para quem tem dúvidas: as mulheres acham sexy. “Dá uma sensualidade ao visual”, diz Andrea. As fãs já declararam em redes sociais o amor à modinha entre os homens. Para entrar na onda, muitos deles já estão deixando o cabelo crescer. z
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A equipe do Camarim comemora um novo
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atender a expectativa de cada cliente que entrar ali, prestando o melhor do seu serviço!
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Que tal aproveitar os dias de calor para explorar as áreas verdes de BH e improvisar um gostoso piquenique? A toalha xadrez, claro, não pode falar. Vale encher a mesa improvisada de quitutes e outras delícias, relembrando o clima bucólico das fazendas mineiras. Com muitas comidinhas, boas companhias e, por que não, um violão, não há quem resista. ❚
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Jomar Bragança/Divulgação
Aproveite o tempo livre das férias para criar espaços de convivência e receber os amigos. Esses tipos de ambiente são ecléticos. O importante é que anfitriões e convidados se sintam bem AMANDA ALEIXO
A época é propícia para descontrair ao lado dos amigos e familiares. Para isso, nada melhor do que uma confraternização em casa. Receber visitas deve ser sinônimo de prazer e, para fazê-lo com elegância e charme, é preciso apostar em um ambiente ímpar. Os espaços de convivência podem ser mais ousados se “conversarem na mesma linguagem arquitetônica dos demais cantos da casa”, explica a arquiteta Eduarda Corrêa. Segunda ela, não existem muitas regras de certo ou errado nesses tipos de ambiente, mas é preciso prezar pelo conforto dos convidados e anfitriões. “As pessoas querem servir seus convidados. Por isso, desejam que o projeto do ambiente seja funcional e deixe tudo à mão, facilitando o trabalho”, diz. Por isso, é comum que os espaços de convivência recebam, além das mesas e sofás, a cozinha de apoio ou miniadega. Com tudo pronto, é só chamar a turma e celebrar. Geraldo Goulart
ESPAÇO COLETIVO O espaço gourmet deste edifício no Belvedere conta com toda a infraestrutura de uma casa bem montada. A decoração do projeto de Graziella Nicolai foi pensada para receber os convidados com sofisticação e funcionalidade durante festas e encontros. Enquanto os tons de cinza trazem discrição, a madeira aquece e cria um clima acolhedor.
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Jomar Bragança/Divulgação
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AMPLO E DISCRETO Para acomodar as necessidades de um jovem solteiro que gosta de receber os amigos e familiares no fim de semana, a residência conta com uma vasta área social que faz integração com a cozinha gourmet, varandas, sala de jantar e espaço de cinema. Amplos painéis de vidro e madeira conectam todos os ambientes da casa, preenchendo os espaços com luz natural e permitindo a visão dos jardins da área externa. A paleta de cores monocromática e a decoração discreta trouxeram sobriedade ao projeto assinado por Eliane Pinheiro e Mário Caetano.
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Fotos: Jomar Bragança/Divulgação Paulo Marcio
DESTAQUE PARA A ADEGA No subsolo da residência de um colecionador de vinhos, a arquiteta Eduarda Corrêa projetou esta adega, em estilo europeu. A mesa de vidro com pés em madeira proporciona conforto aos convidados enquanto degustam a bebida. O charme do décor está nas paredes revestidas de pedras rústicas locais, no teto em forma de abóbada e na iluminação que traz o clima propício para a ocasião.
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Jomar Bragança/Divulgação Fotos: Jomar Bragança
FAZENDA MINEIRA Para decorar este espaço de convivência em uma fazenda familiar, a arquiteta Gislene Lopes utilizou elementos que remetessem à história do lugar, sem perder a contemporaneidade da construção. Materiais como ladrilho hidráulico, pisos em cimento queimado e madeira de demolição ajudam a criar uma arquitetura elegante de linhas limpas e contemporâneas. ❚
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Ensaios realizados pelo Laborat贸rio L. A. Falc茫o Bauer conforme relat贸rios LPC/L-258.793/1/15 e LPC/L-258.793/2/15 de acordo com as normas da ABNT NBR 16259.
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NA MESA | ALINE GONÇALVES agoncalves@editoraencontro.com.br
PODE VIR QUENTE Cláudio Cunha
ROSTOS NOVOS NA NOITE
Aberta neste ano, a Lullo Gelateria, na Savassi, estreia, de fato, no verão só neste dezembro. E os sócios Alexandre Luchesi e Laiza Machado esperam lotação máxima. Por isso, investiram na produção dos sorvetes com a aquisição de duas máquinas italianas. “Vamos ter capacidade de produzir até 100 kg de gelato por hora. Antes, por dia, produzíamos em torno de 200 kg”, diz Alexandre. Além de atender a alta do consumo nos dias quentes, a ideia é fornecer novos serviços, como produtos para levar para casa e sorvetes sob medida para restaurantes, como os gelatos de bacon e gorgonzola. Para o público da loja, novos sabores, com frutas regionais como cupuaçu e graviola, são a aposta. As casquinhas, colocadas de cabeça para baixo nos copinhos, sobre os sorvetes, também ganharam mais uma opção de sabor: a caramelo com flor de sal se junta às de baunilha com limão-siciliano e chocolate. Independente da escolha, ela é cortesia da casa. Rogério Sol
Depois de uma longa pesquisa de mercado e sete meses de planejamento, Lucas Corradi, Caio Corradi e Clarissa Emediato são os mais novos empreendedores na gastronomia em BH. O trio está às voltas com a inauguração da The House, na Savassi, um restaurante informal com foco na diversão. No atendimento, a inspiração veio da rede Outback. O cardápio, elaborado pelo chef André Guerra, é amplo, com carnes, massas e hambúrgueres, por exemplo. A decoração traz elementos do universo pop, em especial personagens preferidos do trio – e de gerações inteiras. “Focamos na temática cultural que envolve filmes, desenhos e séries de sucesso, como Monstros S.A., Os Simpsons e Friends”, diz Caio. No segundo andar, a experiência é nos games, com opções de jogos que vão do Atari ao Playstation 4.
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Samuel Gê
UMA MARCA, TRÊS ESPAÇOS Quando a cervejaria Wäls anunciou a abertura do Wäls Gastropub, em outubro, no Funcionários, houve quem questionou se algo aconteceria ao Stadt Jever e ao Tastim Room Wäls Olec, casas também administradas pelo grupo. O sócio Tiago Carneiro explica, agora: nada mudou. “O primeiro é uma casa alemã e o outro pequenininho, mais para cervejeiros caseiros. São públicos diferentes”, diz. Segundo ele, o novo bar tem proposta mais completa. “A casa foi pensada para elevar a experiência da cerveja, com iluminação, música, pratos, tudo feito para interagir com a bebida”. Ao todo, são 15 torneiras, ou seja, há todas as opções de cervejas Wäls. Isso sem falar dos rótulos extras, de convidados, incluídos semanalmente. Em 2016, a aposta é abrir para o almoço durante a semana, com foco nas carnes.
MASSA COM IDENTIDADE Otimizar é palavra de ordem da Rede Gourmet. Para isso, o grupo, que inclui cinco unidades da Olegário Pizzaria, além do Santafé e do Udon, inaugurou, em novembro, uma central de massas artesanais, na Pampulha. A chef Patrícia Cavalcanti, com 40 anos de experiência na produção de fettucines, raviólis, etc., foi contratada para isso. “Tínhamos solicitação de pratos com pasta nas pizzarias e essa foi uma forma inteligente de trazer qualidade e identidade à nossa culinária”, diz o empresário Agilberto Martins. A comercialização de receitas com massa passou de 1 mil por mês para 3 mil, reflexo imediato da abertura da central. O delivery também recebeu atenção e deixou de ser pulverizado. Foram 100 mil reais investidos para garantir atendimento personalizado. O próximo passo é inaugurar o serviço na loja do Vila da Serra. Victor Schwaner
Rogério Sol
UM JAPA NO ALPHAVILLE Área bem residencial, a região do Alphaville acaba de ganhar seu primeiro restaurante japonês. O Ichi Ni San é comandando por Lucas Montandon, Vinícius Gregório, Celso Junior e Bruno Pires (que, separadamente, administram outros estabelecimentos como Camarote da Bola e boate naSala). “Temos vários amigos que moram no Alphaville e escutávamos reclamações pela ausência de restaurantes e falta de delivery na região”, diz Lucas. Assim, além de funcionar à noite, com capacidade para 70 pessoas, há possibilidade de pedir comida em casa – para os que moram do Jardim Canadá ao Aconchego da Serra. “Quase tudo que será servido no restaurante estará disponível no delivery, com exceção de algumas sobremesas e pratos mais elaborados”, diz Lucas. DEZ/2015 - JAN/2016
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GASTRÔ | RECEITAS
Frescor
e sabor
O verão combina com pratos leves e refrescantes. É permitido abusar das frutas cítricas, como laranja e limão, mais fáceis de encontrar nesta estação. Confira a sugestão de receitas de cinco chefs da capital 126 |Encontro
BRUNA SALES
Os dias mais quentes do ano pedem roupas e alimentos leves e frescos para amenizar as altas temperaturas. Por isso as frutas cítricas, especialmente a laranja e o limão, facilmente encontrados nesta época, tornam-se ingredientes-chave para dar frescor aos pratos, quebrando o excesso de doce de sobremesas e revigorando receitas oleosas. Encontro pediu a cinco chefs da cidade sugestões de receitas para refrescar o paladar. O peixe queridinho dos brasileiros não poderia faltar. O salmão é sugestão em uma combinação cítrica do cus-
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Fotos: Gustavo Andrade
Ajwaini Tandoori Fish Por Sunil Bhandari, chef do restaurante Maharaj
INGREDIENTES 180 g de peixe piramutaba 100 ml de iogurte natural 2 dentes de alho 1 colher (sopa) de vinagre 2 colheres (sopa) de óleo ou azeite 30 g de erva-doce 20 g de gengibre fresco limão 1 colher (sobremesa) de açafrão em pó 1 colher (sobremesa) de curry 1 colher (sobremesa) de cominho 1 colher (sobremesa) de coentro 1 colher (sobremesa) de gengibre em pó 1 colher (chá) de canela em pó 1 colher (chá) de cravo Pimenta-vermelha a gosto Sal a gosto
MODO DE PREPARO Faça uma pasta com gengibre fresco, alho, sal, vinagre, erva-doce, curry, cominho, gengibre em pó, limão e um pouco do óleo. Corte o peixe em pequenos pedaços e deixe marinar nesta pasta por 30 minutos. Em seguida, misture os outros ingredientes com o iogurte, coloque sobre o peixe e asse em papel-alumínio, em forno brando, até ficar suculento.
cuz, com direito a cogumelos-de-paris, por Júnia Quick, do Néctar da Serra. Já o indiano Sunil Bhandari, chef do restaurante Maharaj, aposta no frescor do limão casado com a ardência da pimenta-vermelha, harmonizados no prato Ajwaini Tandoori Fish. Se a pedida for o clássico risoto, o chef Carlos Bruno, do restaurante O Conde, ensina uma versão com limão-
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-siciliano, combinado ao dourado do mar: bem italiano. Ainda pode-se optar pela leveza do robalo, servido com uma gelatina de laranja e limão no Olga Nur, do chef Rodrigo Vianna. E como não pode faltar a sobremesa, no diVino Restaurante, o chef Fábio Pontes mostra uma opção que dá água na boca: torta financier com figos e calda de laranja. Aproveite o verão para se deliciar.
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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Alexandre Rezende
Salmão com molho de laranja e cuscuz cítrico Por Júnia Quick, do Néctar da Serra
INGREDIENTES 1 filé de salmão Azeite para grelhar Sal e ervas frescas a gosto
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Para o molho cítrico de laranja com cogumelos-de-paris 1 colher (sopa) de azeite 150 ml de suco de laranja 200 g de cogumelos-de-paris laminado 1 ramo de tomilho 10 g de alho Sal a gosto 70 ml de vinho branco 2 colheres (sobremesa) de amido de milho Raspas de limão-siciliano a gosto
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Para o cuscuz 500 g de cuscuz 400 ml de suco de laranja 200 ml de suco de limão 1 manga cortada em cubos pequenos 100 g de goji berry 100 g de castanha-de-caju 100 g de damasco picado Hortelã, sal e salsa a gosto Azeite a gosto Folhas verdes e gomos de laranja e limão em fatias finas a gosto
MODO DE PREPARO
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Tempere o salmão com o sal e as ervas. Grelhe no azeite em frigideira. Reserve. Hidrate o cuscuz com suco de laranja e limão por mais ou menos 15 minutos e depois misture todos os outros ingredientes.
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Para o molho cítrico de laranja com cogumelos-de-paris Aqueça o azeite, doure o alho, inclua o sal. Acrescente o suco de laranja, o tomilho e o vinho e deixe ferver. Engrosse com o amido de milho. Em uma frigideira, salteie os cogumelos com azeite e sal, e junte ao molho. Cubra o salmão com ele e sirva com o cuscuz.
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Seu filho pode não entender ainda o conceito de liberdade e segurança.
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Mas vai aproveitá-las como ninguém.
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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Alexandre Rezende
Dourado do mar com risoto de limão-siciliano Por Carlos Bruno, chef do restaurante O Conde
INGREDIENTES 200 g de filé de dourado 100 g de arroz arbóreo ou italiano 50 g de queijo grana padano 20 g de manteiga 3 unidades de aspargos 1 limão-siciliano cebola 50 ml de vinho branco 100 ml de água Sal a gosto
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MODO DE PREPARO Tempere o dourado com sal a gosto e depois sele na frigideira. Em seguida, leve ao forno por 12 minutos. Em outra panela, doure a cebola. Acrescente o arroz, o vinho branco e a água, aos poucos. Depois, inclua o suco de limão. Mexa até cozinhar. Finalize com o queijo ralado, a manteiga e o sal a gosto. Misture bem. Antes de servir, rale um pouco da casca do limão e coloque por cima do risoto.
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Robalo com gelatina cítrica INGREDIENTES 200 g de robalo marinado Vinho branco o quanto baste Sal e pimenta-do-reino a gosto Para a gelatina cítrica 700 ml de suco de laranja 100 ml suco de limão 2 fatias de abacaxi picadas 85 g de açúcar refinado 30 g de gelatina sem sabor (hidratar com 250 ml de água) Especiarias a gosto Para o molho pesto 1 xícara (chá) manjericão 100 g de queijo parmesão ralado xícara (chá) de azeite Sal e pimenta-do-reino a gosto
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MODO DE PREPARO Deixe o robalo marinar em vinho branco por meia hora. Depois, grelhe o peixe de todos os lados e adicione sal e pimentado-reino a gosto.
Por Rodrigo Vianna, chef do restaurante Olga Nur
Montagem Deixe o suco de laranja, o limão e o abacaxi ferverem por cinco minutos. Acrescente as especiarias, o açúcar e a gelatina hidratada. Deixe mais cinco minutos no fogo brando. Depois, peneire esse suco e coloque em um recipiente por, no mínimo, três horas na geladeira, até ficar consistente. Bata todos os ingredientes do pesto em um processador até obter uma pasta homogênea. Monte o prato com o robalo, a gelatina, o molho pesto e uma salada de brotos a gosto.
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Torta financier com figos e calda de laranja INGREDIENTES 6 figos frescos Massa 1 pacote de biscoito tipo Maria xícara de manteiga derretida Recheio de amêndoas xícara (chá) de açúcar xícara (chá) de farinha de amêndoas 2 ovos 60 g de manteiga derretida 1 colher (chá) de essência de amêndoas 1 colher (chá) de essência de baunilha Calda de laranja 200 ml de suco de laranja 1 xícara (chá) de açúcar 1 anis estrelado Canela em pau e cravo a gosto 50 g de açúcar
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MODO DE PREPARO Massa Processe o biscoito até formar uma farinha fina. Passe para um bowl e acrescente a manteiga. Misture com a mão até que vire uma massa homogênea. Enrole com ajuda de um plástico. Mantenha na geladeira por 20 minutos. Em seguida, divida a massa em seis. Utilize formas de tortas pequenas. Molde o fundo das formas. Faça uma camada fina e uniforme. Recheio de amêndoas Em um bowl, coloque a farinha, o açúcar, os ovos, as essências e a manteiga. Misture até obter um creme pastoso. Reserve. Calda de laranja Em uma panela, coloque o suco de laranja, o açúcar, o cravo, o anis estrelado e a canela. Deixe reduzir, em fogo médio, até chegar ao ponto de calda.
Por Fábio Pontes, chef do restaurante diVino
Montagem Coloque o recheio de amêndoas nas tortinhas. Leve-as ao forno, a 180° C, por 15 minutos. Retire e reserve. Grelhe os figos levemente na manteiga. Se preferir, salpiqueos com açúcar. Desenforme a torta em um prato. Disponha os figos ao lado. Regue com a calda de laranja e sirva com uma bola de sorvete de creme. z
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FIEMG.COM.BR
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GASTRÔ | BEBIDA
Harmoniza com o Brasil Nem só de receitas italianas e francesas vivem as combinações com vinhos. Especialistas ensinam a casar comidas típicas nacionais com rótulos potentes ou delicados
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Pedro Nicoli
MOQUECA BAIANA
Harmonização: Mezzacorona Chardonnay Barrique 2014 (R$ 69,50*) Onde encontrar: Casa Rio Verde Coentro e dendê tornam o casamento deste prato típico com vinhos uma tarefa complicada. Esse branco italiano da uva chardonnay resolve o problema, diz o gerente de importação da Casa Rio Verde, Haendel Roberto. “A passagem por madeira dá ao vinho característica amanteigada que combina muito bem com a untuosidade do prato, proporcionada pelo leite de coco e pelo azeite de dendê. É um vinho elegante e com excelente frescor, mas que não peca pelo excesso de acidez.” Notas aromáticas de fumo, amêndoas e baunilha, bom volume de boca e final levemente salgado marcam o rótulo.
OUTRA SUGESTÃO DA IMPORTADORA:
GALINHADA COM PEQUI
Harmonização: Espumante Adolfo Lona Brut Charmat (R$ 49,70*) O pequi, essa fruta sem meio-termo, é o ingrediente principal do prato e requer um espumante fresco e frutado como este exemplar nacional.
EDUARDO TRISTÃO GIRÃO
Vinho, comida, harmonização. Ao ouvir essa sequência de palavras são muitos os que pensam logo em cordeiro, pato, queijos mofados, risotos, molhos clássicos. Quando se trata de casar tintos e brancos à mesa, as possibilidades ultrapassam as referências europeias e nem sempre o Brasil é lembrado como se deve. Seja pelo que o escritor Nelson Gonçalves chamou de “complexo de vira-lata” seja por mera falta de hábito, é preciso derrubar mitos em nome do prazer. A pedido de Encontro, especialistas de BH sugeriram vinhos de nacionalidades e perfis diferentes para 13 pratos típicos brasileiros. Cinco dessas combinações foram destacadas e provam que a cozinha nacional tem diversidade suficiente para desafiar sommeliers e surpreender apreciadores de vinho. Afinal, não era sempre uma caipirinha a fazer par com a feijoada? Cerveja estupidamente gelada a escoltar feijão-tropeiro? “De modo geral, pratos clássicos de uma região ‘crescem’ com os vinhos ali produzidos. Mas, já que não é o nosso caso, podemos buscar a harmonização levando em consideração as características dos pratos”, explica Luiza Martini, uma das proprietárias da importadora Casa do Vinho. Para o consultor de vinhos do supermercado Verdemar, Carlos Arruda, os pratos nacionais pedem vinhos mais “rústicos” – no caso da sugestão dele, um carignan francês intenso e concentrado, feito com uvas de vinhedos com 70 anos, casa com o feijão-tropeiro. Além dessas, confira outras harmonizações surpreendentes. Escolha o prato predileto e não deixe de separar a taça.
*Preços consultados em novembro de 2015 e sujeitos a alterações DEZ/2015 - JAN/2016
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GASTRÔ | BEBIDA Samuel Gê
FEIJOADA Harmonização: Domaine Ferrer-Ribière Empreinte du Temps Carignan IGP Côtes Catalanes 2013 (R$ 177*) Onde encontrar: Premium Charcutaria, carne assada e queijos são as recomendações de harmonização para esse tinto francês, mas também pode ser feijoada. Quem diz isso é o chef do restaurante Taste-Vin e sócio da importadora Premium, Rodrigo Fonseca. Ele testou essa combinação e ficou impressionado com o desempenho da uva carignan da sub-região de Côtes Catalanes (parte do Roussilon), especialmente caracterizada pelo frescor e boa acidez. “Os taninos são bem presentes, mas elegantes. A combinação de complexidade de aromas e sabores, taninos e frescor faz deste vinho um par perfeito e surpreendente para a feijoada”, explica.
OUTRA SUGESTÃO DA IMPORTADORA:
MOQUECA CAPIXABA Harmonização: Jackson Estate Stich Sauvignon Blanc 2012 (R$ 168*) Onde encontrar: Premium O perfil clássico desse branco neozelandês, perfumado e muito frutado, vai bem com a versão capixaba dessa receita cheirosa, que inclui coentro e tomate
*Preços consultados em novembro de 2015 e sujeitos a alterações
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Surpreender quem você ama.
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A VIDA É MELHOR QUANDO VOCÊ ESTÁ BEM ACOMPANHADO. E ISSO INSPIRA A UNIMED A ESTAR SEMPRE AO SEU LADO.
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GASTRÔ | BEBIDA Pedro Nicoli
GALINHA AO MOLHO PARDO Harmonização: Renzo Masi Alido Sangiovese di Toscana 2013 (R$ 60,90*) Onde encontrar: Enoteca Decanter Outro ícone da cozinha mineira, a galinha ao molho pardo apresenta aos sommeliers novo desafio: o sangue da ave, ingrediente principal. Renzo Masi, produtor italiano da Toscana, tem um tinto que se adapta ao prato. Trata-se de um sangiovese leve e redondo, com toque floral ao fundo. Quem justifica é o sommelier da Enoteca Decanter, Nelton Fagundes, ciente de que a ave costuma ser servida com angu: “Esse prato bem temperado, com toda sua cremosidade e o sabor intenso conferido pelo molho pardo, vai bem com as notas de frutas vermelhas e especiarias desse vinho, além do tradicional frescor presente nos vinhos da Itália”, diz.
OUTRA SUGESTÃO DA IMPORTADORA:
TUTU COM LOMBO Harmonização: Pinot Noir Patagônia 2013 Saurus (R$ 82,20*) Onde encontrar: Enoteca Decanter Os taninos sedosos e delicados desse tinto chileno feito com a uva pinot noir caem bem com essa típica receita mineira.
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Movida Comunicação
Uma experiência gastronômica para todos os seus sentidos
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GASTRÔ | BEBIDA Pedro Nicoli
FEIJÃO-TROPEIRO Harmonização: Domaine Lafage Tessellae Carignan Vieilles Vignes 2013 (R$ 83,98) Onde encontrar: Verdemar Trivial na mesa brasileira, o feijão, quando o assunto é vinho, não é dos ingredientes mais fáceis de harmonizar. Ainda mais no caso do feijão-tropeiro, normalmente carregado de alho e cebola, guarnecido com couve e enriquecido com linguiças. O consultor de vinhos do Verdemar, Carlos Arruda, aposta nesse tinto francês de vinhas velhas, da casta carignan. “Profundo e concentrado, une a rusticidade dessa uva com o talento do enólogo Jean-Marc Lafage. Intenso, macio e suculento, seus sabores de frutas negras, chocolate e alcaçuz são perfeitos para enfrentar o intenso conjunto de sabores e texturas do prato”, diz.
OUTRA SUGESTÃO DA IMPORTADORA:
FRANGO COM QUIABO Harmonização: Domaine des Remizières Crozes-Hermitage Cuvée Particulière (R$ 123,98*) Onde encontrar: Verdemar Francês, este é um tinto da uva syrah profundo, potente e elegante. A untuosidade do quiabo é equilibrada por taninos macios.
*Preços consultados em novembro de 2015 e sujeitos a alterações
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Alexandre Rezende
CHURRASCO Harmonização: Quebrada de las Flechas Reserva Malbec 2011 (R$ 99*) Onde encontrar: Casa do Vinho Vem de Salta, Argentina, esse tinto que vai bem com churrasco. A uva é a malbec, rainha do país vizinho, que resulta em um vinho frutado, com notas de frutas vermelhas, especiarias e café. “É mais gastronômico que a maioria dos vinhos da região vizinha de Mendoza. Bem estruturado, com taninos presentes e equilibrados com a acidez”, explica a especialista Luiza Martini, da Casa do Vinho. No caso da picanha, Luiza diz, é preciso tinto com bom corpo, taninos evidentes e boa acidez, pois, além das notas defumadas vindas da churrasqueira, a capa de gordura acrescenta em termos de sabor. E esse malbec reúne tais características.
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OUTRA SUGESTÃO DA IMPORTADORA:
CANJIQUINHA COM COSTELINHA Harmonização: Mocali Rosso di Montalcino 2012 (R$ 119*) Onde encontrar: Casa do Vinho A casta sangiovese confere a este tinto italiano acidez e corpo necessários para o casamento com este rústico prato mineiro. ❚
Agradecimentos: Restaurantes Xapuri, Alguidares, Santa Rita e Verdinho
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As ac ou
TV Assembleia 20 anos
A gente não mede esforços para estar junto de você. A Assembleia de Minas está presente em todo o Estado. Só neste ano, as comissões de deputados já percorreram mais de 60 mil quilômetros, fiscalizando ações, promovendo debates e escutando a opinião dos mineiros. E, mesmo quando a Assembleia não vai até a sua cidade, você pode acompanhar tudo e participar do que acontece aqui, através do Portal e da TV Assembleia. A emissora, que está comemorando 20 anos, transmite as atividades parlamentares ao vivo e oferece uma programação exclusiva, com notícias, eventos, debates e conteúdo educativo, 24 horas por dia. As nossas portas estão sempre abertas para você.
Assista à TV Assembleia nos canais a cabo 11, analógico 35 e digital 61.2 ou pelo Portal almg.gov.br/tv
ALMG
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Mariana
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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br Ana Junqueira/Divulgação
TRADIÇÃO, ESTILO E LUXO Tão comum como o pernil na ceia de Natal, no fim de ano é hora de fazer as famosas listas dos que brilharam em muitas áreas. Nesta coluna, os holofotes vão para os casamentos mais badalados de Minas. Como já fazemos há alguns anos, os critérios são básicos. Primeiro, a beleza das noivas – os rapazes que me desculpem, mas são elas que atraem todas as atenções. Basta dar uma conferida nas fotos que ocupam estas páginas. O cenário do casamento também é levado em conta – e muito. Raquel Mattar e Clemente Faria Júnior acertaram na escolha da ilha de Turks and Caicos, no Caribe, para oficializar a união. A beleza do mar caribenho deu um charme a mais aos três dias de festa. Mas o olhar da coluna não ficou voltado apenas para as cerimônias à beira-mar. Outros detalhes que encantaram os convidados e deixaram a cerimônia mais bonita também são considerados preciosos. Ana Paula Junqueira e Fernando Pugno Terassi escolheram a renovada igreja de São José, joia da arquitetura da cidade, para a bênção religiosa, e o Automóvel Clube para a recepção. Prova de que a tradição também deu o tom dos grandes eventos da cidade. Mas os salões não foram os únicos endereços escolhidos pelos noivos para celebrar suas bodas. Maria Thereza Alkmim e Luiz Flávio Resende receberam os convidados na casa dos pais dela, no Belvedere, mostrando que um ambiente mais intimista também pode transformar o casamento em evento inesquecível. Por último, o tititi em sociedade é critério indispensável para constar da lista dos casamentos mais badalados de 2015. Que o novo ano chegue com mais comemorações e alegrias para todos nós! Mariel Pelli/Divulgação
Fernando Terrassi e Ana Paula Junqueira
Olívia Mendes e Gabriel Pentagna Guimarães
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Márcia Charnizon/Divulgação
Vinícius Matos/Divulgação
Raquel Mattar e Clemente Faria Júnior
Samir Chammas e Gabriela Mattos Luiza Ferraz/Divulgação
Nathália Faria e José Henrique Salvador Luiza Ferraz/Divulgação Jane Magalhães/Divulgação
João Anderson Araújo Nunes e Luciana Ballesteros Cunha
Márcia Charnizon/Divulgação
Maria Thereza Alkmim e Luiz Flávio Resende Márcia Charnizon/Divulgação
Bruno Duialibe e Natalia Carvalho
Ana Carolina Gontijo e Alair Couto Neto
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SOCIEDADE
Marcelo Vieira de Melo, Leonardo Guimarães, João Cruz e João Vitor Xavier
Sérgio Pinto, José Luis Hormazabal e Paulo Pinto
Inauguração
Paulo Moraes e Leonardo Guimarães
Cristiano Shiabi, Alexandre Savi e Sérgio Alvarenga
O GVM – Guimarães & Vieira de Mello Advogados comemorou a inauguração da sua nova sede em Belo Horizonte, situada no Renaissance Work Center, na Savassi, em coquetel oferecido a clientes e parceiros. Os sócios Leonardo Guimarães e Marcello Vieira de Mello abriram as portas do escritório, que ocupa pavimento de 600 m2 do imponente prédio, e receberam importantes nomes do empresariado nacional e internacional. Fotos: Alexandre Carvalho.
João Vitor Xavier, André Malta e Paulo Soares
Fernanda Cabral e Ana Clara Angelo
Leonardo Guimarães e Dr. Roberto Soares
José Nogueira, Leonardo Guimarães, Daniella Laporte e Paulo Soares
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Altivo Oliveira, Leandro Reis, Paulo Soares e Ademar Barbosa
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PRIMEIRA ETAPA
Grande hospital do barreiro INÍCIO DO FUNCIONAMENTO
DEZEMBRO DE 2015
Depois de 70 anos, BH ganha um novo hospital municipal: o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, também conhecido como Hospital do Barreiro. Como todo grande hospital, seu funcionamento vai acontecer em etapas. Agora em dezembro, começa a funcionar o setor de urgência.
100%
SUS
SERÃO 449 LEITOS, 100% SUS
Os demais setores entram em operação gradativamente. Quando toda a estrutura estiver funcionando, a população de BH terá um dos maiores e mais modernos hospitais do Brasil.
CAPACIDADE PARA 20 mil ATENDIMENTOS E 700 CIRURGIAS/MÊS
80 VAGAS NO CTI, 40 NA UNIDADE DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO E 16 SALAS DE CIRURGIA
Passo a passo, a Prefeitura faz uma grande transformação na saúde em BH.
enfermarias com o conforto de apartamentos: APENAS 2 LEITOS POR UNIDADE
1.700 PROFISSIONAIS DE SAÚDE, SENDO MAIS DE 400 MÉDICOS
N ÃO PA R A D E T R A BA L H A R P O R VO C Ê .
www.pbh.gov.br
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SOCIEDADE
Alexandre Martins Maurício, Marina Godinho Vecchio Maurício, Júlia Godinho Vecchio Maurício e Nágila Flávia Godinho Maurício
Debut Marina Godinho teve o seu sonho de princesa realizado na Casa Tua no mês de novembro! Detalhes inusitados na decoração fizeram toda a diferença, como painéis com flores de papel feitas à mão, esculturas de cristal bicos de beija-flor nos espaços lounge e lustres de cascata pendentes do teto. Peças seguindo as cores branco e Tiffany & Co., escolhidas cuidadosamente pela debutante e sua mãe, Nágila Godinho. Bom gosto inquestionável! Fotos: Ana Junqueira/ Divulgação e Amanda Dias/ Divulgação.
Eugênio Paceli, Tânia Duarte, Alexandre Martins, Nágila Godinho, Lucianara Duarte e Alexandre Duarte
André Lopes, Karina Lopes, Nágila Godinho, Bruna Lopes e Thaís Lopes
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Casa Tua
Lucas e Clarissa Rabello
Eveline Bartels, Henrique Carneiro e Nágila Godinho
Natália Costa, Beatriz Lanna, Camila Borges e Júlia Godinho
Marciano Hélcio Vecchio Maurício, Marina Godinho Vecchio Maurício e Iêda Martins Maurício
Euler Gomes Godinho, Marina Godinho Vecchio Maurício e Enide Assis de Oliveira Godinho
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SOCIEDADE
Happy hour O Grupo Opp, que reúne as empresas Fonseca e Matos Advogados, Opportune Consultores e Siggo TI, promoveu a Confraria Opp no Espaço Meet Bar. A fim de ampliar o networking e promover interação entre os presentes, o happy hour reuniu clientes e empresários de vários setores, amigos e os advogados e consultores do Grupo Opp. Fotos: Samuel Gê.
José Márcio, Francisco Caram e Paulo Gandini
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Gustavo Seabra, Rogério Batista, Willian Atherton e Alex Alves
Gabriella Coscarelli, Nathália Tavares, Renner Fonseca, Daniela Vilela e Daniel Cerqueira
Juliano Saraiva e Luiz Felipe Ramalho
Juliano Drumond, Silvinho Ximenes e Aci Coutinho
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SOCIEDADE
Fernando Pimentel e Emir Cadar Filho
Cadu Staico, Bruno Otávio, Bruno Ligório e Danilo Pereira
Jantar Sicepot A diretoria do Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Gerais (Sicepot-MG) recebeu, neste mês, mais de 800 convidados para sua tradicional festa de confraternização, que, pela primeira vez, foi realizada em sua sede própria, à av. Barão Homem de Melo, 3.090. O evento contou com a presença do governador, Fernando Pimentel, o secretário de Estado de Transportes, Murilo Valadares, o vice-prefeito de Belo Horizonte, Délio Malheiros, entre outras autoridades e empresários da construção pesada. Fotos: Samuel Gê.
Maria Elvira Sales e Marcello Abi-Saber
Ramon Victor Cézar, Adelaide Bittencourt e Mateus Ulisses
Mariana Estrela, Marta Melo, Neyane Goulart e Ana Cristina Lana
Alexandre Bergamini, Geraldo Venuto, Célio Dantas, Emir Cadar Filho e Nicolau Pitela
Wesley Bambirra, Frederico Ferramenta e Marcos Moutinho
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Jorge Salum, Suzana Salum e Luiz Augusto de Barros
Roberto Lobato e Eduardo Lopes Tonich
Pier Senesi e Fernando Blaser
Diretoria Sicepot
Emir Cadar Filho e Alberto Salum
Nisia Drumond e Henrique Baeta
Emir Cadar, Maria Helena Cadar, João Nogueira e Júlia Nogueira
Wilson Tavares Neto e André Campos
Henrique Baeta, Emir Cadar Filho, Fernando Pimentel e Emir Cadar
Odair Cunha e Gilson Queiroz
João Maurício Vereda e Délio Malheiros
Sérgio Guimarães e Marco Aurélio Rocha Sousa
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SOCIEDADE
Encerramento dos cursos de especialização
Mario Vrandecic, Erika Vrandecic, Heloisa Vrandecic, Juan Vrandecic e Norman Giugni
Thiago Coelho, Pedro Caetano, Renan Santiago, Felipe Ribeiro, Carlos Eduardo Brito e Stênio Meneses
Mario Vrandecic, Mohammed Mohamedieh e Norman Giugni
Patrícia Corrêa, Heloisa Vrandecic e Regina Roque
Norman Giugni, Erika Vrandecic e Adriana Giugni
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Trinta e um profissionais da saúde que finalizaram os cursos de pós-graduação em Arritmia Clínica, Cardiologia, Cardiologia Infantil, Cirurgia Geral, Ecocardiografia, Fisioterapia Respiratória, Hematologia, Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, Medicina Intensiva Adulto e Neurocirurgia participaram de solenidade especial no auditório do Biocor Instituto. Além da cerimônia de colação de grau, o evento foi marcado pela conferência “Condicionantes do Sucesso Profissional e Social nos Dias Atuais”, ministrada pelo professor e membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico – MG, Norman José de Andrade Giugni. O Biocor Instituto, considerado centro de referência de alta complexidade, oferece 13 programas de pós-graduação médica em diversas especialidades e de fisioterapia respiratória. Fotos: Renata Caldeira e A Rum Park/Divulgação.
Leticia Boni, Marcela Brandão, Luana Lorena e Polianna Barbosa
Leandro César, Luiz Márcio Gerken e Mauro Rodrigues
Natália Patez, André Rezende e Patrícia Fontes
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Juliana Massula, Maria Eduarda Massula, Maria da Glória Freitas, Carla Costa, Mayne Ferreira, Ana Luiza Sales e Alessandra Moraes
Álvaro Gabriel Durães, Bianca Lacerda, Leandro César e Mauro Rodrigues
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Bianca Lacerda e Juliana Toitio
Helton Gonçalves, Bianca Lacerda e Mohammed Mohamedieh
Formandos Cardiologia
Marcela Brandão e Lucíola Maia
Flávio Maciel, Mario Vrandecic e Luiz Márcio Gerken
Flávio Maciel, Glauberson Cardoso Vieira, Erika Vrandecic, Eugênio Goulart e Rossana Dall’Orto
Formandos
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SOCIEDADE
Fabiana Ferreira, Marilu Costin, Mario e Beth Walty
Leandro Carvalho e Tatiana
Roteiro gastronômico A Valborg realizou, em dezembro, mais uma edição do Roteiro Gastronômico, reunindo cerca de 170 clientes da marca Volvo no renomado restaurante La Victoria. Além da presença cativa dos clientes, o evento contou com a equipe comercial da Volvo Car Brasil, liderada pelo presidente Luis Resende. Fotos: Clarissa Lanari/divulgação.
Ismenia Drummond e Luciano Drummond
Oswaldo e América Soares
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Thiago Azevedo e Bárbara Santos
Hugo Veloso e Patrícia Nobre
Viviane de Castro e Bernardo Ramos
Karin Filipe e Frederico
Volvo XC90
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#SOUDIAMANTECF /// DESAFIE-SE NA MAIOR ACADEMIA DE BH.
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SOCIEDADE
Ronaldo Pinho, Angelo Vargas, Augusto Matos, Rogerio Gebin, Luiz Carlos Gomes e Marcelo Braz
Múcio Novaes, Alberto Continentino e Renato Campos
Confraternização do Sindseg MG/GO/MT/DF
Ronaldo Pinho, Dorival Alves de Sousa, Maria Filomena Branquinho, Jayme Garfinkel, Cristina Matos e Augusto Matos
O Ilustríssimo foi palco da confraternização de fim de ano do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e Capitalização dos Estados de Minas Gerais, de Goiás, do Mato Grosso e do Distrito Federal (Sindseg MG/GO/MT/DF). O evento reuniu diretores, associadas, parceiros e representantes do setor. Na ocasião foi entregue a Medalha do Mérito Segurador, condecoração às personalidades do setor que mais se destacaram no ano, e feita uma homenagem póstuma ao executivo Marco Antonio Rossi, presidente da CNseg e da Bradesco Seguros. Fotos: Renata Caldeira, Fábio Ortolan/Divulgação e Nereu JR/Divulgação.
Luiza Matos, Natália Matos, Augusto Matos, Cristina Matos e Augusto Frederico Prado
Homenagem aos membros das comissões
Marcos de Mourão Motta, Jayme Garfinkel, Maria Filomena Branquinho e Augusto Matos
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Homenagem aos representantes regionais
Auditório da solenidade
Pista de dança
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Indústria Criativa. Em CARTAZ, perto de você. A Codemig vai investir mais de R$ 20 milhões na Indústria Criativa. Agora em Minas, talento e criatividade são devidamente valorizados. O Governo do estado de Minas Gerais, através da Codemig, está investindo e incentivando a indústria criativa. Só em 2015, dezenas de eventos foram realizados, entre eles: Minas Trend (Belo Horizonte) / Festival Gastronômico de Tiradentes / Festival de Turismo Ouro Preto / Gastropark (Belo Horizonte) / Fartura BH (Belo Horizonte) / Conexão Empresarial (Araxá) / Minas Láctea 2015 (Juiz de Fora) / Conex Minas e Exponor (Teófilo Otoni) / Brumadinho Gourmet / Festival Mundial de Circo (Caxambu) / Expo Milão (Itália, outubro/15). E ainda tem muito mais, como o Mineirão Gastrô. A Codemig também realizou um edital de produção audiovisual, para a realização de longas, curtas, entre outros, e teve 137 projetos inscritos. É a Codemig e o Governo do estado de Minas Gerais fazendo bonito para que a indústria criativa continue a brilhar, promovendo o talento e o desenvolvimento dos mineiros. www.codemig.com.br
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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br
Pausa no deserto Quatro horas da madrugada em Santa Fé, no Novo México, Sudoeste dos Estados Unidos. Nove horas da manhã no Brasil – e é o fuso do Brasil a que meu sono obedece. Desisto de brigar com ele, me levanto e faço o primeiro café do dia. Sim, coar café nos quartos de hotel é coisa que faço sempre. Trago tudo na mala: um ebulidor daqueles antigos, caneca para ferver a água, filtros de papel, porta-filtro, colher, pó de café e adoçante. É meu kit-sobrevivência, porque sem café não vivo e, dependendo da hora, do lugar ou do hotel, tomar um café de verdade pode ser difícil, quando não impossível. Esse risco não corro mais. O fato é que agora, depois da primeira xícara, estou pronta para escrever. E o silêncio absoluto ajuda – abençoado, e cada vez mais raro, silêncio... “Por que Santa Fé?”, “Onde é mesmo Santa Fé?”: essas foram algumas das perguntas que eu ouvi quando disse que viria para cá. O que faz sentido: não é um destino que costume fazer parte do roteiro de viagem dos brasileiros que vêm aos Estados Unidos. Quem vem para o Novo México geralmente tem um motivo. É o meu caso: vim para fazer um retiro no deserto, a uma hora e meia de distância de Santa Fé. Já sei: mais exótico que um kit-café na mala, só mesmo um retiro no deserto dos Estados Unidos. Pode ser. Mas existe uma explicação para essa viagem excêntrica. Há pouco tempo li um livro de um terapeuta, Wayne Muller, sobre a incapacidade de dizer “basta” no mundo de hoje. Segundo o americano, há um excesso de informações, de compromissos para cumprir, de bens que achamos que devemos consumir, enfim, vivemos a cultura do excesso e estamos perdendo a capacidade de dizer “chega”. Gostei de sua análise despretensiosa sobre os valores de hoje, entrei na internet para saber mais sobre seu trabalho e descobri que o terapeuta costuma promover encontros que chama de retiros, sendo que o próximo seria perto de Santa Fé. Mandei um e-mail pedindo informações, em poucos dias recebi minha inscrição no programa e cá estou, pronta para pegar a estrada até Ghost Ranch, um conjunto de construções rústicas que já foi hotel-fazenda e hoje é um centro voltado para seminários, cursos de arte e retiros. Várias razões me trouxeram. Uma delas: as paisagens, aquelas extensões infinitas dos filmes de faroeste, de uma beleza impactante – não foi à toa que Georgia O’Keeffe, das pintoras americanas mais importantes do século 20, morou em Ghost Ranch e durante 50 anos retratou a natureza da região. Outra razão: passar cinco dias num grupo de 12 desconhecidos aprendendo a viver melhor e, acima de tudo, a ser uma pessoa melhor é uma oportunidade valiosa. Mas vim também – e esta talvez seja a razão principal – porque, cada vez mais, acredito na necessidade de fazermos pausas. Parar de verdade, desligar, respirar fundo, sentir o peso da alma diminuir. Não vai ser um desligamento radical. Vamos ficar em quartos sem telefone, sem TV e sem acesso à internet. Mas há um espaço comunitário onde se pode acessar a internet, e as atividades terapêuticas serão apenas de manhã e à noite. As tardes são livres para fazer passeios pela região, caminhadas, aulas de meditação – ou seja, é uma parada no sentido de deixar nosso cotidiano em suspenso por alguns dias, mas sem a necessidade de isolamento. Mais ou menos o que faço quando “fujo” para a Serra da Canastra,
“É importante recuperar as pausas nas nossas vidas lotadas de compromissos e de estresse. Fechar pra balanço, dizer um ´vou ali e já volto´, abrir parênteses que durem uma semana ou um dia”
só que agora como parte de um grupo e com a orientação de um terapeuta. Sei que estou tendo uma oportunidade rara. Para a maioria das pessoas, é impossível fazer uma viagem como esta. Mas não é preciso vir ao Novo México para se desconectar. Nem ir à Serra da Canastra. O roteiro de viagem é a variável menos importante nessa história toda. O que importa mesmo é recuperar as pausas nas nossas vidas lotadas de compromissos e de estresse. Fechar para balanço, dizer um “vou ali e já volto”, abrir parênteses que durem uma semana ou um dia. Tenho uma amiga que faz seus “retiros” em casa mesmo. Todo dia, quando chega do trabalho, ela se fecha em um quarto, acende uma vela e medita durante meia hora. Aquele canto da casa é seu refúgio. Aquele momento, sua garantia de equilíbrio. Acho que cada um de nós pode ter seu Novo México ou sua serra em qualquer ponto do planeta. O que vale é o tempo de introspecção e de silêncio. Podemos sair melhores e mais inteiros desses mergulhos interiores. É o que eu vou tentar, numa temperatura de dois graus abaixo de zero – com a certeza de que o frio vai ser o menor dos desafios. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante
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