Revista Encontro 155

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Abril de 2014 | Ano XIII | Nº 155

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O novo governador, Alberto Pinto Coelho, 68 anos, que abriu mão de se candidatar nas próximas eleições, com Antonio Anastasia, 52 anos, que vai se lançar ao Senado: “Alberto é paciente e equilibrado”, diz Anastasia

O SUCESSOR

DE ANASTASIA BRONZEAMENTO ARTIFICIAL: COR DOURADA O ANO INTEIRO E SEM RISCOS PARA A SAÚDE

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O novo governador mineiro, Alberto Pinto Coelho, é um homem sorridente e brincalhão. Leal aos amigos, ele adora "jogar conversa fora" e respira política 24h por dia

ENTREVISTA: DOM WALMOR FALA SOBRE A IGREJA CATÓLICA DEPOIS DO PAPA FRANCISCO

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NESTA EDIÇÃO

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ENTREVISTA Dom Walmor fala sobre novos rumos da Igreja

LAZER Jardim zoológico: bom programa a semana toda CIRCUITO CULTURAL Praça da Liberdade tem novo equipamento: Cefar CIDADE Rede hoteleira faz balanço para a Copa NEGÓCIOS Empresária cria casa para festas perfeitas

PET Fêmeas sofrem com doenças no útero SAÚDE Cuidados com os olhos das crianças de até 3 anos ESTÉTICA Médicos alertam sobre perigos do bronzeamento

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CORRIDA Vem aí a nona Encontro Delas/Circuito Molico COMPORTAMENTO Quaresma: você também faz penitências? TECNOLOGIA Quando tablets, games e smartphones são brinquedos FENÔMENO Por que fazer selfies virou moda no Brasil

Rodrigo Mendes (Mineral)

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VEÍCULOS Alfa Romeo prepara sete lançamentos

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ARTES PLÁSTICAS As cores na obra da angolana Etel Ferrão

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CULTURA Mostra Portinari no Museu Inimá de Paula Samuel Gê

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CAPA O dia a dia do novo governador de Minas

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MODA Body, peça que ganha espaço em looks chiques

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NAS RUAS Os estilos diferentes passeiam pela cidade

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TENDÊNCIA Maxibotas chegam com tudo nos dias mais frios

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DECORAÇÃO Papéis e plotagens dão novas formas às paredes

NESTA EDIÇÃO

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PÁSCOA A celebração da fé no décor de belas mesas VITRINE Ovos de chocolate para todos os gostos e bolsos GASTRÔ Receitas de pratos que não levam bacalhau FESTIVAIS Temporada de bares em BH: o novo Botecar

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EVENTOS Nova sede do Sicepot

NO PODER UFMG na Esplanada DEU O QUE FALAR “Minissaia? Sem calcinha?” RETRATOS DA CIDADE Praça de todas as tribos GENTE FINA Bandeira da decoração VIDA DIGITAL Capas com toque pessoal COLUNA DE DIREÇÃO Fugindo dos carros ENCONTRO INDICA Show internacional: Focus NA MESA Passando o bastão NA SOCIEDADE Com os pés no altar

Divulgação

ARTIGOS 14 98 178

ARISTÓTELES DRUMMOND Justas queixas mineiras JOSÉ JOÃO RIBEIRO Ninfomaníaca encerra um ciclo LEILA FERREIRA Pavões e espanadores

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M FOTO CAPA: Samuel Gê

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carta do editor revistaencontro.com.br

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Álvaro Teixeira da Costa

André Lamounier - Diretor/Editor redacao@revistaencontro.com.br

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Foi uma aula, professor Há quatro anos, quando o sério e formal Antonio Augusto Anastasia (AAA) assumiu o governo de Minas, Encontro fez uma reportagem de capa cujo título era: “Agora é com você, professor” (foto). Catedrático respeitado, havia enorme expectativa de que sua gestão seria pautada pela competência, ética e seriedade: traços de Anastasia. Do ponto de vista político, contudo, restavam dúvidas. Sem experiência em cargos eletivos, sem nunca antes ter sido submetido ao escrutínio das urnas (a não ser como vice de Aécio Neves), AAA saberia lidar com as idiossincrasias da política e dos políticos? Hoje, ninguém duvida disso. Além de comandar o estado com absoluto compromisso público e retidão moral, Anastasia assombrou com sua desenvoltura política. É respeitado em todos os ambientes que frequenta, mesmo os de oposição. Há um episódio, de 2013, ilustrativo. Era o dia 4 de maio, data em que se realizava uma missa em referência a beatificação de Nhá Chica, na cidade de Baependi, Sul de Minas. Estavam presentes diversas autoridades, entre as quais o próprio governador AAA e o presidente da Assembleia mineira, Dinis Pinheiro, que o ladeava. Quando o cardeal Ângelo Amato, escolhido pelo papa Francisco para comandar a cerimônia religiosa, fez referência à presença de Anastasia, a plateia veio abaixo numa onda incessante de aplausos. “Nunca presenciei situação semelhante”, relembra Dinis. “Em geral, nas missas, como se trata de momento de reflexão e oração, a presença de políticos não é bem aceita.” Anastasia é hoje um fenômeno eleitoral. Será eleito senador com uma das mais impressionantes votações jamais vista. Comparável, apenas, ao desempenho de Aécio Neves (outro fenômeno eleitoral), quando este se elegeu para o Senado em 2010, com quase 8 milhões de votos. Mas o que fez de Anastasia, antes professor e técnico, um político dessa envergadura? Seu jeito simples e respeitoso de tratar. Anastasia tem humildade pouco comum aos homens públicos de sucesso. Além de correto, cumpre horários, compromissos e não se esquiva de atender a interlocutores, sejam eles das hostes políticas ou não. Jamais os prefeitos do interior mineiro tiveram semelhante tratamento. “Com seu jeito, ele passou a encantar a todos”, diz Alberto Pinto Coelho, que acaba de sucedê-lo no cargo de governador. Dessa forma, AAA passou a fazer escola e a influenciar uma geração de políticos mineiros, que se curvaram ao seu estilo. Passaram a respeitar horários e a despir-se de pompas desnecessárias. Como político, portanto, Anastasia revelou-se um brilhante professor. Que vai Reproducão da capa de Encontro de março deixar saudades – bom, pelo menos até ele de 2010, quando Anastasia assumiu o governo mineiro, sucedendo Aécio Neves virar ministro de Aécio. Oxalá. z

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Diretor de Redação Diretor de Publicidade Diretor Jurídico

Édison Zenóbio Geraldo Teixeira da Costa Neto Josemar Gimenez Rezende Mário Neves Joaquim de Freitas

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Diretor-Geral Diretor-Executivo

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FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000

A NOVA CARA DA UFMG I

Era inevitável que acontecesse isso: com o Sisu, a UFMG deixaria de ser universidade para mineiros e se tornaria mais nacional. É o lado bom, que também tem seu ônus. Agora mais os estudantes mineiros têm de procurar vaga em outros estados. Maria Augusta Oliveira Belo Horizonte

A NOVA CARA DA UFMG II

Meu filho passou em veterinária na UFMG e em Viçosa e acabou optando pela segunda. Eu preferia a UFMG, onde estudei e onde estudam meus dois outros filhos. Seria mais fácil para todos, mas entendo sua escolha. Ainda bem que ele pôde pesar os prós e os contras de cada uma. Paulo Lima Belo Horizonte

O NOVO VÍCIO NAS ACADEMIAS

Excelente matéria acerca do Crossfit. Porém, para usar o nome Crossfit existe uma patente a ser paga, existe padrões a serem seguidos e, o principal de todos, existe um curso necessário a ser feito, com aprovação, para ter autoridade de abrir uma academia com o nome da crossfit e, também, para estar apto a dar treinos. Muitas academias convencionais citadas não na matéria não possuem esta patente.

PARA DORMIR COMO UM ANJO

Carolina Wendling Belo Horizonte

Sofro de insônia há 20 anos e já tentei vários tratamentos. Felizmente, a medicina vai evoluindo e nos traz mais esperanças. Meu maior sonho é dormir sem remédio e sei que esse dia vai chegar. Marisa Fonseca Belo Horizonte

ALIMENTOS DA FELICIDADE

Que matéria bacana! Adorei o texto, as personagens, as receitas, tudo. A revista brilhou mais uma vez.

ARTIGOS LEILA FERREIRA E CLÁUDIO MOURA CASTRO

Meu pai e amigo vizinho morreram inimigos por causa dos uivos de um cachorro que se julgava popstar. As senhoritas pós queima de sutiãs gritam nas mesas de bar como um coral de psitacídeos variados. Acordo às duas da manhã ao som da alegria dos eficientes garis da coleta de lixo. Estão querendo liberar o celular em aviões. Se um passageiro usar, juro que acendo um cigarro. Só discordo da Leila quanto para qual país mudar. Prefiro a Suíça do Claudio, onde até italiano fala baixo.

Ronaldo Cortez de Paula Belo Horizonte

EDIÇÃO ANTERIOR

ELA É A NÚMERO UM

Gostaria de agradecer a toda a equipe da Revista Encontro pela matéria sobre o resultado do Enem. É extremamente gratificante constatar que existem meios de comunicação no nosso país que valorizam e priorizam temas relacionados à educação.

Bárbara M. Souza Belo Horizonte

Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editoral da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por razões de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770

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Mariana Drummond Martins Lima Belo Horizonte

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ARTIGO | ARISTÓTELES DRUMMOND adrummond@editoraencontro.com.br

Justas queixas mineiras Apesar de vivermos as emoções de uma campanha eleitoral nas ruas, com posições apaixonadas, não é possível tapar o sol com a peneira. Portanto, há de se colocar questões que envolvem fatos concretos, e não apenas discordâncias pontuais. A corrente política liderada pelo senador Aécio Neves, que acrescentou às qualidades que deve à genética – como a habilidade do avô Tancredo e o bom senso e cordialidade do pai, Aécio – o dinamismo de administrador público, a visão de homem de Estado e a percepção de que a política moderna se faz com realizações que se refletem na qualidade de vida do cidadão, acima de questões partidárias ou ideológicas, reclama muito do abandono de Minas pelo governo federal. Não faltaram à presidente Dilma oportunidades para demonstrar o apreço por Minas, acima de divergências com seus governantes, por meio de investimentos federais, muitos até para prestigiar correligionários com ambições eleitorais de nível majoritário. Mas, por algum motivo, não o fez, inclusive em estatais como a Petrobras. O governador Alberto Pinto Coelho, por exemplo, cita o fato de Minas ter a segunda frota automotiva do Brasil e importar de outros estados a metade de seu consumo de derivados do petróleo, com graves reflexos no Tesouro estadual, por falta de investimentos na Refinaria Gabriel Passos. O elenco de queixas corre todo o estado. Desde o setor rodoviário, que só agora começa a receber alguma coisa em função de estradas licitadas, depois de mais de três anos de mandato decorridos, como o Rodoanel de BH, que é questão econômica, social e até humanitária pelos acidentes e tempo perdido em seu atual traçado. Mas, ainda nos transportes, afronta aos mineiros a capital ser, entre todas, a que menos recursos recebeu para seu metropolitano, transporte de massa fundamental para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, ainda em mãos federais quando a concessão é estadual. Na região do rio São Francisco, desde a serra da Canastra, a prometida revitalização das nascentes não ocorreu. Muito menos o aumento de seu trecho navegável, mais ainda os projetos de irrigação – muitos, inclusive, tramitando no Congresso, em sua maioria de inspiração do ex-deputado, e hoje prefeito de Sete Lagoas, Márcio Reinaldo. O Brasil estaria muito mais atendido, com muito menos recursos investidos, no aproveitamento do São Francisco, em Minas, Bahia e Pernambuco, para navegação e a agricultura, ficando outro tipo de solução, menos polêmica, para o semiárido nordestino. Sendo por excelência e tradição a terra da política, berço de movimentos de importância histórica, Minas sempre optou pela meritocracia na ocupação de seus postos no Executivo, quando possível por políticos ou por técnicos de alta competência. Assim foi que Aécio Neves teve em Antonio Anastasia um braço forte, no primeiro mandato; seu vice-governador, no segundo, e sucessor, ao final. E agora foi buscar Pimenta da Veiga, talentoso e preparado para dar continuidade ao compromisso maior com o progresso e à visão estratégica do papel de Minas no processo de desenvolvi-

“ Não faltaram à presidente Dilma oportunidades para demonstrar o apreço por Minas, acima de divergências com seus governantes, por meio de investimentos federais. Mas, por algum motivo, não o fez” mento econômico, político e social do Brasil. É político e gestor testado. Não se trata de criticar essa ou aquela candidatura, de discutir teses filosóficas, fazer ou reagir a acusações, de um lado ou do outro. Trata-se simplesmente de abordar uma visão baseada em fatos concretos, inquestionáveis, e observar que, no mundo em que vivemos, que o front das grandes batalhas não devem se dar no campo partidário ou ideológico, mas, sim, no combate eficiente aos dramas da saúde pública, deficiências na educação e na formação profissional, no ambiente favorável ao empreendedor – empregador e contribuinte –, na infraestrutura de transportes e em políticas públicas com ética e moral. A opção nos parece que deve ser por resultados. Não eleitorais, mas de efetiva busca de instrumentos de progresso com justiça social. E, sempre, com liberdade e austeridade. Não se trata de uma análise eleitoral, mas de um desabafo de cidadão. Minas tem o diferencial da emoção cívica, da solidariedade humana e social. Pede o que tem direito, nada mais e nada menos. z

*Aristóteles Drummond é jornalista e escreve bimestralmente na Encontro

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no poder | bertha maakaroun bmaakaroun@editoraencontro.com.br Cristina Horta/EM/D.A Press

UFMG na

Esplanada

Ele terminou o mandato à frente da reitoria da UFMG e passou o bastão ao sucessor, Jaime Arturo Ramírez. Mas, no mesmo dia, Clélio Campolina Diniz assumiu o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em substituição a Marco Antonio Raupp, que deixou o governo no bojo da reforma ministerial. O perfil é técnico: Campolina não tem filiação partidária. Anuncia como meta alcançar, no médio prazo, o padrão das fronteiras científicas e

tecnológicas mundiais. Antes de estabelecer a estratégia de atuação, entretanto, ele pretende abrir interlocução com a comunidade científica. “Vamos imediatamente conversar com todos os órgãos ligados ao MCTI, a Academia Brasileira de Ciências, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, o conjunto dos reitores brasileiros e outras pessoas que militam nas instituições de pesquisa. Uma decisão dessa natureza precisa ser legitimada”, diz.

Paz entre as polícias Depois de pacificar as relações entre as Polícias Militar e Civil, atuando para garantir a integração entre as corporações, o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz, foi o primeiro a ser convidado a permanecer no governo pelo novo governador, Alberto Pinto Coelho (PP). “Não há outro caminho para combater o avanço da criminalidade. A integração deve ocorrer não só no âmbito estadual, mas também com as instituições policiais federais”, diz Ferraz, que é o coordenador geral do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICC), que no âmbito tático e operacional dará as diretrizes para toda a política de segurança de Minas para a Copa do Mundo. Rodrigo Clemente/EM/D.A Press

Irmãs no memorial JK O que une Trebon, cidade turística na República Tcheca, conhecida por seus bosques e arquitetura, a Diamantina, expressão de um rico patrimônio histórico e cultural mineiro, terra de Juscelino Kubitschek? A placa está lá, à porta da casa, em Trebon, na República Tcheca, onde, acredita-se, viveu Jan Nepomuscky Kubitschek, bisavô materno de JK. Depois de migrar para o Brasil, fixou-se na região do Serro mineiro. Por iniciativa de Serafim Jardim, diretor da Casa Juscelino Kubitschek (foto), e do consultor

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de viagens Luiz Augusto Guadalupe, o processo de irmanação entre Diamantina e Trebon – que envolveu a Embaixada Tcheca e as duas prefeituras – foi concluído. Será em 23 de abril a entrega formal da cópia do termo de irmanação ao Memorial JK, em Brasília. A cerimônia será conduzida por Ana Cristina Kubistchek, neta de JK e presidente do Memorial. A filha Maria Estela Kubitschek oferecerá um brinde simbólico ao embaixador da República Tcheca Jiri Havlik, autoridades, familiares e convidados.

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Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Café com leite Os estrategistas da campanha querem um político de São Paulo para ser o vice na chapa que concorrerá ao Palácio do Planalto do senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves. Com 31,7 milhões de eleitores, é o maior colégio eleitoral do país, seguido por Minas, que tem 15 milhões. O mais recente balão de ensaio leva o nome do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Leandro Couri/EM/D.A Press

Chapa pronta

Olho no PMDB Com a desincompatibilização do deputado federal Antonio Andrade (PMDB) à frente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fernando Pimentel, candidato do PT ao governo de Minas, terá um forte aliado para atrair a legenda para sua coligação. Andrade reassumiu a direção da legenda em Minas, em substituição ao deputado federal Saraiva Felipe, e está entre aqueles que defendem uma coligação com o PT. É cotado para ser o vice. Do outro lado, está a corrente que prega a candidatura própria do partido ao Palácio Tiradentes, numa chapa comandada pelo senador Clésio Andrade (PMDB). “As conversas estão bem. O mais natural é que façamos aliança logo no primeiro turno. Somos aliados há três eleições. Não há nenhuma evidência de que isso se altere agora. Seria uma incongruência”, diz Pimentel.

A chapa tucana ao governo de Minas ainda não foi anunciada formalmente, mas já está estruturada. Encabeçada por Pimenta da Veiga (PSDB), o vice será Dinis Pinheiro (PP), presidente da Assembleia Legislativa, e Antonio Anastasia (PSDB) concorre ao Senado Federal. A paz foi selada com o PSD de Gilberto Kassab, que no plano nacional apoiará Dilma Rousseff (PT), mas, em Minas, estará com os tucanos. O deputado federal Alexandre Silveira (PSD) será o primeiro suplente de Anastasia e sua base eleitoral será repassada ao presidente da legenda em Minas, Paulo Simão, candidato a deputado federal. “Vamos anunciar os nomes em atos isolados”, informa Pimenta da Veiga.

Bruno Pimentel/D.A Press

Em alta Nedens Ulisses Freire Vieira, procurador de Justiça e presidente da Associação Mineira do Ministério Público, acaba de assumir a vice-presidência da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público. A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia Antunes Rocha, participou da posse festiva, que levou a Brasília o primeiro escalão do governo do estado, inclusive o governador Alberto Pinto Coelho (PP). abril de 2014 Encontro | 17

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DEU O QUE FALAR | fernanda nazaré “ Minissaia? Sem calcinha?” ALEXANDRE GOMES (PSB), vereador de BH, em conversa no Facebook com candidata a emprego no seu gabinete. Ele é investigado pelo Ministério Público, mas continua recebendo o salário de parlamentar

“ O ar-condicionado estava quebrado, a rede de wi-fi não funcionava direito e o barulho das obras, que não terminam nunca, era infernal” LOBÃO, cantor, descrevendo sua turbulenta passagem pelo aeroporto de Confins. Imagine na Copa?

“ Gosto do Zé Dirceu como gente! É uma pessoa culta, inteligente e admirável. Preso injustamente!” CAMILA PITANGA, atriz, no Twitter. Corajosa!

“ Vim fugido” LUIZ FERNANDO ALVES, calouro do curso de medicina, ao chegar em casa, em Contagem, depois de desistir de cursar a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), após sofrer trote violento e ameaças. Difícil até de acreditar.

“ Estou vendo a cidade se autodevorando” HELVÉCIO RATTON, cineasta, lamentando a derrubada de 11 casas na rua Congonhas, no bairro Santo Antônio, local onde gravou o filme O Menino Maluquinho, para dar lugar a um prédio Léo Lara/Universo Produção/Divulgação

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ENTREVISTA | Dom Walmor Oliveira de Azevedo Fotos: Samuel Gê

“ Vivemos uma grave crise moral”

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Arcebispo metropolitano de BH critica a falta de credibilidade dos políticos e diz que a sociedade precisa ser mais responsável na escolha dos candidatos João Pombo Barile

Há dez anos no comando da arquidiocese de Belo Horizonte, completados no mês passado, o religioso baiano dom Walmor Oliveira de Azevedo parece ter aprendido com os mineiros um ensinamento: a importância de trabalhar em silêncio. Assim, aos poucos, e sem fazer alarde, além de desenvolver trabalhos sociais por toda a cidade, comanda pessoalmente a construção da Catedral Cristo Rei. O novo templo, sonho de quase um século e que começou ainda na época do primeiro chefe da Cúria de BH, dom Antônio dos Santos Cabral (18841967), vai aos poucos se transformando em realidade. Graças, em grande parte, à determinação do religioso. Mas, além de homem de ação, dom Walmor é, sobretudo, homem de pensamento. Membro da Academia Mineira de Letras, no ano passado, ele lançou o livro Ética em Diálogo, que traz artigos escritos nos últimos anos sobre temas que vão da política a valores pessoais. Nesta entrevista, ele fala sobre o avanço da Igreja Católica no primeiro ano do pontificado do papa Francisco, sobre a preocupação em banir casos de pedofilia no âmbito da Igreja e critica os rumos da sociedade, que percebe cada dia mais voltada para o consumo densenfreado. Em relação à política, considera que cabe aos eleitores moralizar o Congresso, a partir de escolhas certas: “Precisamos de lideranças mais sérias. De pessoas, de fato, com mais palavra e com melhor conduta”, diz.

ENCONTRO – O pontificado do papa Francisco completou um ano. Houve uma guinada nos rumos da Igreja? DOM WALMOR – O papa Francisco é,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, 60 anos

de fato, um grande dom de Deus. Com sua simplicidade, jeito direto e transparente, sua competência pessoal e intuições, ele faz a Igreja alargar seu horizonte e retomar metas importantes. Faz com que a Igreja se fortaleça não como poder, mas como servidora, como aquela que tem a grande tarefa de ajudar as pessoas a se encantarem e se deixarem seduzir pelo Evangelho. Em um ano de pontificado, veio essa força que nos toca internamente e ao mesmo tempo toca a sociedade. Ele é a força que o Evangelho tem quando é acolhido e vivido.

ORIGEM Cocos, Bahia

E em relação aos gays na Igreja Católica, há hoje um novo posicionamento?

Quem é

FORMAÇÃO É doutor em teologia bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em ciências bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália) Cursou filosofia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (1972-1973), em Juiz de Fora (MG), e na Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras (19741975), em São João del-Rei (MG) Cursou ainda teologia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, entre 1974 e 1977 CARREIRA Em 1977, após ser ordenado sacerdote, foi para a Arquidiocese de Juiz de Fora. Em Belo Horizonte, foi coordenador da Região Pastoral Nossa Senhora de Lourdes (19881989) e professor da PUC Minas (1986-1990); nomeado bispo auxiliar de Salvador (BA) pelo papa João Paulo II no dia 21 de janeiro de 1998, foi ordenado pelo cardeal dom frei Lucas Moreira Neves em 10 de maio de 1998. Em 2004, foi nomeado arcebispo metropolitano de Belo Horizonte pelo papa João Paulo II. Em fevereiro deste ano foi nomeado, pelo papa Francisco, membro da Congregação para as Igrejas Orientais

A posição do papa Francisco é a posição da Igreja de maneira completa. Primeiro, porque há o respeito a cada pessoa. Como está escrito no Evangelho, cada pessoa vale mais do que o mundo, seja esta ou aquela a sua escolha ou caminho. Assim, o tratamento que deve ser dado sobre a homossexualidade pela Igreja, como ele assinalou, não é a execração das pessoas, de condenação, é de respeito. Por isso, quando o papa diz: “Quem sou eu para julgar?”, ele está dizendo que a proposta do Evangelho, a proposta da moral do Evangelho, nós não negociamos. Mas nós caminhamos respeitando cada pessoa no seu passo. E quanto ao casamento gay?

Em relação à união homoafetiva não se pode, é claro, como muitos propõem, fazer uma equiparação ao matrimônio. Se há, no contexto da sociedade, um modo de considerar direitos mútuos, isso não pode ser equiparado a matrimônio, porque matrimônio é uma aliança estabelecida entre um homem e uma mulher. Portanto, uma compreensão muito clara e muito ajustada. O papa tem dado declarações muito duras contra a pedofilia. E punido alguns membros da Igreja. Qual o reflexo dessa atitude?

A pedofilia é, para a Igreja, um problema gravíssimo. Não só quando envolve abril de 2014 Encontro | 21

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ENTREVISTA | Dom Walmor Oliveira de Azevedo Vivemos uma crise?

clérigos, mas também quando envolve outros segmentos da sociedade, como, lamentavelmente, as próprias famílias. Um problema grave, um crime. Não devemos ter nenhuma condescendência no sentido de deixar de considerar o crime que é. No âmbito interno da Igreja, é muito claro que esse problema existiu. Esperamos que não exista mais. Mas não estamos imunes de que aconteça, pelas estreitezas da estrutura humana afetiva das pessoas.

Sim. Uma crise moral. Por baixo, na raiz da criminalidade, está uma gravíssima crise moral do governo federal. Uma crise moral que parte do governo federal?

A pedofilia acontece mais dentro da Igreja do que no resto da sociedade?

Na verdade, o que acontece dentro da Igreja, comparativamente com outros segmentos sociais, não é, certamente, a porcentagem maior. Porém, há uma repercussão forte quando os casos noticiados envolvem clérigos. Clérigos que devem ser, acima de tudo, respeitosos, servidores, autênticos, transparentes, verdadeiros e equilibrados. Não perfeitos, porque ninguém o é. Mas com a competência necessária e a moralidade e o equilíbrio indispensáveis para anunciar o Evangelho e ajudar as pessoas no seu caminho e na sua maturação. Por isso, para a Igreja, é muito claro: a sociedade deve dar conhecimento àqueles que incorrerem em atos de pedofilia, para que possamos tomar as devidas providências, que é o afastamento, a apuração e a consequente punição adequada. O terrível fato da pedofilia deve ser banido. Nos últimos anos, no país, a criminalidade não para de crescer. Como o sr. avalia essa situação?

O aumento da criminalidade é algo terrificante e que precisa de providências adequadas. E estas devem se dar a partir do governo federal. É claro que envolvendo as outras instâncias, estadual e municipal, mas devem ser comandadas pelo governo federal. Temos de repensar a segurança pública. Temos de repensar leis. Mas o que, especificamente, estaria incitando esse comportamento na população?

O funcionamento do Congresso Nacional, por exemplo. A falta de credibilidade deste Congresso só ajuda a piorar as

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Se nós não tratamos bem a nossa escola e fazemos dela, onde estes adolescentes e menores estão, um antro de deseducação e de desvio, o que nós vamos colher?” coisas. E exige de nós, sobretudo neste ano eleitoral, pensar e repensar os nomes que se põem como candidatos. Precisamos de lideranças mais sérias. De pessoas, de fato, com mais palavra e com melhor conduta. Pessoas que possam efetivamente ajudar a construir uma sociedade mais fraterna, justa e solidária. Além disso, outro aspecto importante, se queremos mesmo melhorar a segurança, é preciso acabar com a grande morosidade governamental para dar resposta às necessidades de infraestrutura. E que causam revolta. E que acabam gerando uma reação inadequada e que complica ainda mais o cenário de violência.

Parte do governo federal, mas não só. Inclui ainda as famílias e todas as instituições da sociedade. Todos somos responsáveis quando tratamos as coisas que têm valor primeiro de maneira muito descartável. Exatamente porque somos empurrados a priorizar o que nos é cômodo, o que nos traz lucro, o que nos faz estar acima dos outros, o que nos faz ganhar poder. É claro que as estratégias e as logísticas da segurança pública são determinantes e indispensáveis. Mas é preciso um trabalho de moralidade muito profundo. E note: não estou falando de moralismo. Mas de moralidade. Precisamos reencantar pessoas, para que elas compreendam que o importante é fazer o bem. E que, mais importante do que pensar primeiro em mim, é pensar no outro, sobretudo quando o outro é o pobre, o sofredor, o inocente e o indefeso. Quando se fala em diminuir a criminalidade, uma proposta que sempre volta à tona é a pena de morte. O sr. vê essa punição como solução?

Sou contrário à pena de morte. A prioridade de cada um de nós deve ser sempre a dignidade humana. Este é um princípio à luz da fé e dos valores do Evangelho. E um princípio inegociável. Portanto, somos desafiados na inteligência, na intuição, na espiritualidade e na nossa formação humanística a trabalhar, mesmo que seja em longo prazo, na aposta que é a recuperação de pessoas. Ainda que seja verdade que encontraremos pessoas que, lamentavelmente, entraram numa decomposição humana e moral a tal ponto que sua recomposição para o convívio social pode ser quase impossível. Porém, nós não podemos deixar de apostar nessa recuperação. Não podemos deixar de apostar na vida de cada pessoa. A redução da maioridade penal é um caminho?

Certamente, não é a solução. Somos

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ENTREVISTA | Dom Walmor Oliveira de Azevedo desafiados para uma solução mais conjuntural, estrutural, educativa e espiritual. Se não tratarmos bem a escola onde esses adolescentes e menores estão e se fizermos dela um antro de deseducação e de desvio, o que vamos colher?

anos, ela tem uma história rica e tem ajudado muito na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. O sr. hoje é responsável por mais de 270 paróquias, dez santuários, além de colégios e universidades, e trabalha para viabilizar o projeto da catedral. Como começou essa história?

As manifestações de rua ocorridas por todo o país no ano passado surpreenderam até mesmo pelo grande número de pessoas que reuniu. Como explicar esses movimentos?

As explicações são muitas. Por isso mesmo, ouvíamos durante aquela época: mas qual é a bandeira? O que eles querem? Essas manifestações foram um alerta da sociedade a dirigentes e às instituições: não dá para continuar como está. É preciso que todos prestem atenção: instituições religiosas, políticas, educacionais. Enfim: todos os que têm poder de decisão. É preciso que todos se conscientizem de que nós precisamos de mudanças. E de mudanças profundas. E aí, portanto, há uma lista. Se nos anos das Diretas Já havia algo de muito pontual, definido, agora é diferente. Isso ocorre em razão da multiplicidade que marca o terceiro milênio, das várias necessidades e das exigências. Além disso, não podemos nos esquecer de outro fenômeno importante dessas manifestações, que foi a participação dos jovens. Os jovens brasileiros acordaram?

Exato. Estávamos acostumados a ouvir que a juventude deste tempo, desde o início de terceiro milênio, era adormecida. Sabemos agora que não é bem assim. Ela acordou. Lamentável, apenas, foi o caminho da violência, da depredação e dos grupos que se infiltram por outras razões, maculando essa voz que é límpida e que mostra claramente a necessidade de mudanças. Esperamos que essas vozes continuem a ecoar, mas sem violência. Em várias situações, o papa vem chamando a atenção para os riscos do consumo exagerado. Essa tornou-se uma luta da Igreja?

O papa Francisco sempre adverte que a Igreja não pode cair num mundanismo espiritual. Para dizer mais claramente, a vivência da fé e da espiritualidade não pode conviver com os exageros do con

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Eu pedi ao superior, a partir daquilo que é dito sobre frei Claudio, e estou esperando essa correspondência, para saber se aquilo que é dito corresponde ou não" sumismo, com a sedução das comodidades. É com essa visão de mundo que o mercado se impõe na mentalidade das pessoas. Por isso, o testemunho dele é importante. E vai trazer, cada dia mais, luz sobre testemunhos de pessoas que vivem com simplicidade, são próximas dos outros, amam os pobres, repartem o que têm, vivem desapegadamente e no poder que exercem não são arbitrárias.

Desde o início, eu sempre perguntava aos fiéis: “Vocês acham mesmo que devemos fazer uma catedral? Ela é mesmo necessária?”. Uma pergunta que comecei a fazer em 2004 e que se estendeu até 2010. E a resposta sempre foi a mesma: construir a catedral em BH só valerá a pena se tiver um sentido genuíno de catedral. E o que quer dizer isso? A catedral deve representar, ao mesmo tempo, um lugar da espiritualidade, da liturgia, mas também da educação, da formação das pessoas. Assim, se por um lado a catedral é a igreja-mãe de uma diocese, por outro é o lugar da cultura, da educação. Não podemos esquecer que grandes universidades, ao longo da história, surgiram a partir das catedrais. Elas têm um grande papel na cultura da sociedade. Frei Claúdio é conhecido pelas pregações abertas de tendência social. Mas qual é a explicação oficial para o afastamento dele das missas na igreja de Nossa Senhora do Carmo, no início deste ano?

A arquidiocese caminha numa experiência de fidelidade ao magistério da Igreja, às verdades do Evangelho e no respeito à liturgia, que não é apenas um rito, mas, sim, a unidade da Igreja na celebração da eucaristia. Portanto, esse é o nosso caminho. Nós temos, no contexto da arquidiocese, o clero diocesano e o clero religioso. Do clero religioso esperamos a fidelidade, a seriedade e a autenticidade do exercício ministerial. O que se espera é que a arquidiocese viva na unidade.

Em março, o sr. comemorou dez anos como arcebispo de Belo Horizonte. Que balanço faz da década?

Falando mais claro: frei Claudio poderia ameaçar essa unidade?

A década tem sido uma escola para mim, e aprendi muitas lições importantes. Em primeiro lugar, a missão do quanto é importante respeitar e reverenciar a história construída por aqueles que vieram antes. Embora a arquidiocese não seja tão antiga, com 93

Eu pedi ao superior, a partir daquilo que é dito sobre frei Claudio, e estou esperando essa correspondência, para saber se aquilo que é dito corresponde ou não. Com base na posição dos responsáveis carmelitas, vamos tomar uma decisão em nome da unidade. z

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Todo esse esforço é recompensado pelo carinho diário dos Pacientes e da nossa Sociedade.

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RETRATOS da cidade | rafael campos rcampos@revistaencontro.com.br

Praça de todas as

Geraldo Goulart

tribos

Nos fins de semana, a praça do Papa, no Mangabeiras, transforma-se em uma espécie de praça-mãe, que abriga as mais diferentes tribos. Tem gente de todos os tipos e gostos: praticantes de slackline, de malabares, adeptos de manobras radicais sobre o skate, amantes de piquenique e muitas crianças carregadas de brinquedos. Enfim, o que não falta é diversão. Mas pode ser melhor se os frequentadores respeitarem a praça, recolhendo garrafinhas d’água, latinhas de refrigerante, embalagens de biscoitos e salgadinhos. “É um lugar muito agradável, mas falta cuidado maior com a limpeza, além de bebedouros e banheiros químicos”, diz Vanessa Tatiana Berbert, de 27 anos, que levou o filho Mikael, de 6, para brincar. Fotos: Rogério Sol

EXEMPLOS OPOSTOS As pichações sempre foram um dos principais males das grandes cidades. Além de emporcalhar a paisagem, o ato é um desrespeito, sobretudo, aos prédios que fazem a ligação do passado com o presente. É o caso do Instituto de Educação (acima), cuja entrada principal é pela rua Permanbuco, no Funcionários. Da avenida Afonso Pena é possível perceber que a bela fachada do prédio tombado também sofre com a ação de vândalos. A situação é triste, contudo, há luz no fim do túnel. O exemplo é o edifício da Imprensa Oficial de Minas Gerais, na avenida Augusto de Lima, no centro. No fim de 2012, o prédio, erguido no fim do século XIX, recebeu pintura especial que o protege das temíveis pichações. O resultado é a mais pura preservação da história. Paulo Marcio

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Leo Araújo

As mudanças não param No trânsito, não se fala em outra coisa: Move ou Transporte Rápido por Ônibus (BRT). Mas, para que a viagem seja rápida, de fato, os motoristas de carros de passeio, caminhões e motociclistas têm de cooperar e não trafegar nas faixas exclusivas para os coletivos. Na primeira quinzena de março, as avenidas Augusto de Lima, no centro, e Professor Alfredo Balena,

na região hospitalar, passaram a contar com as faixas dedicadas apenas aos ônibus. Portanto, flagras de uso indevido das faixas, como o da foto, são passíveis de multa. De acordo com a BHTrans, a iniciativa pretende melhorar a mobilidade na rota hospitalar. A empresa prevê que até o fim de maio todo o sistema BRT/Move esteja em funcionamento. Geraldo Goulart

Alguém tem horas aí? Quem gosta de conferir o horário em algum dos 350 relógios digitais espalhados pela cidade pode procurar outras opções para não perder a hora. Todos estão desligados. Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, o contrato de concessão da empresa que mantinha os equipamentos terminou. Um novo edital deve ser lançado até abril. O órgão informou

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ainda que foi solicitada, inclusive, a retirada dos relógios, que, além de registrar a hora, infomavam a temperatura. A consultora de negócios Viviane França Silva trabalha numa loja bem em frente a dois relógios, no coração da Savassi, e não gostou da notícia: “Torço para que eles voltem logo”, diz. Se tudo correr bem, isso vai acontecer em quatro meses.

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gENTE FINA | Izabella Figueiredo redacao@editoraencontro.com.br Samuel Gê

BANDEIRA DA DECORAÇÃO Após mais de uma década de espera, Laura Rabe volta a levantar a bandeira pela regulamentação da profissão de designer de interiores. Desde 2001, tramita no Congresso o projeto de lei que estabelece parâmetros para o exercício da atividade. À frente da Associação Mineira de Decoradores de Nível Superior (Amide), Laura mobilizou, em março, representantes da categoria para reunião com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Dinis Pinheiro, sensível à causa. “Agora, buscamos apoio de parlamentares da bancada federal. Acredito que falta esse empurrãozinho”, diz Laura. O segmento de design movimenta cifras próximas a R$ 50 bilhões por ano, entre bens e serviços, e se mantém em ascensão. “Temos reconhecimento, mas falta conselho e fiscalização. Além de gerar insegurança aos profissionais da área, quem sai prejudicado é o próprio consumidor”, diz. (Marina Santos)

Thiago Mamede

O DIVÃ DE IQUE Depois de terminar um longo relacionamento, Ique Carvalho resolveu criar um blog para desabafar, em um divã virtual, o que os amigos não tinham paciência para escutar. “Queria transformar a dor em uma coisa boa”, diz o publicitário mineiro. O sucesso de seu The Bro Code, entretanto, veio anos mais tarde, com a publicação do texto Faça Amor, Não Faça Jogo, no qual encoraja homens e mulheres a assumir seus verdadeiros sentimentos. Em pouco tempo, o post viralizou e recrutou mais de 40 mil leitores fiéis para seus textos semanais, que narram situações corriqueiras vividas pelo autor. Hoje, ele divide o tempo entre o trabalho como publicitário, a elaboração de novos posts e a leitura de mais de 700 mensagens de leitores – a grande maioria mulheres – que recebe diariamente, e que faz questão de responder, uma a uma. “Algumas leitoras se dizem apaixonadas e pedem para adicioná-las no WhatsApp, para escutar minha voz. O pessoal está bem carente mesmo”, diverte-se. A projeção do blog foi tanta que Ique chamou a atenção de emissoras de TV, que o procuraram com propostas de adaptações do blog para a TV e outro que mostraria os bastidores de sua vida. “Estou torcendo para que saia do papel”, diz.

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Geraldo Goulart

PAPEL, RESINA E VISÃO Mayara Leão é uma designer que promete. Nos brincos e colares da marca que leva seu nome, usa como matéria-prima papel e resina e, atualmente, exibe suas criações na Arteria, galeria de arte de Londres. Mas a designer mostra que a criatividade não é seu único talento. Ela também sabe vender. Recentemente, presenteou a atriz de Malhação Flávia Rubim com peças suas, que logo foram vistas na novela. A iniciativa rendeu bons dividendos, já que Mayara recebeu encomendas da também global Alexandra Richter, para presentear amigos. “Outro dia, mandei uma remessa de peças diretamente para uma figurinista da Globo. Ainda quero ver Fátima Bernardes usando minhas criações”, diz. Samuel Gê

Um brinde ao sertão Para quem é grande conhecedor ou simplesmente um apreciador do vinho, conhecer as regiões vinícolas brasileiras tornou-se uma boa pedida. As Serras Gaúchas ainda recebem maior número de visitantes, mas a região Nordeste tornou-se a bola da vez do chamado enoturismo, especialmente depois que a Rede Globo exibiu a minissérie Amores Roubados, gravada, em grande parte, na bela fazenda da vitivinícola Santa Maria, produtora do premiado rótulo Rio Sol, que fica a 70 km de Petrolina, Pernambuco, bem às margens do rio São Francisco. Que o diga Cláudia Bernardes, representante da empresa em Minas. Ela perdeu as contas do número de vezes que viajou para a região, acompanhando sommeliers, enólogos e outros interessados em ver de perto a viticultura do sertão, único local do Brasil que produz uva o ano inteiro, graças à abundância de sol e a um eficaz sistema de irrigação. “É surpreendente como as pessoas querem saber cada detalhe da produção”, diz Cláudia. “E, claro, não abrem mão de fazer um brinde à beira do São Francisco.” abril 2014 Encontro | 29

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CIDADE | LAZER

É o bicho! Edésio Ferreira/EM/DA Press

Em qualquer época do ano e durante toda a semana, o Jardim Zoológico de BH é boa atração para pessoas de todas as idades

FERTILIZAÇÃO EM DOSE DUPLA Para fazer companhia à simpática Imbi, que ficou sozinha logo após a morte de Kifta e do inesquecível Idi Amim, foram trazidos do Reino Unido o macho Leon e a fêmea Lou Lou. A grande novidade é que Lou Lou e Imbi estão grávidas de quatro meses, as primeiras gravidezes de gorilas em cativeiro na América Latina. O pai? Leon, é claro!

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Izabella Figueiredo

Faz muito tempo que os parques zoológicos deixaram de ser apenas espaços de recreação para se tornarem verdadeiros centros de educação ambiental e pesquisa. O de Belo Horizonte, por exemplo, além de divertir, é valorizado por sua função na conservação de muitas espécies, principalmente aquelas ameaçadas de extinção. Fundado em 1959 e desde então opção de passeio para toda a família, ele é sinônimo de diversão e de conhecimento para quem estiver disposto a percorrer muitos quilômetros de área verde. Entre girafas, leões, araras e répteis, o parque reúne mais de 3 mil animais de 280 espécies, espalhados em área de 1 milhão e 750 mil m², o terceiro maior espaço verde da capital mineira. Em 2010, ganhou ainda um aquário, que representa o ambiente da bacia do rio São Francisco, exibindo peixes nativos e exóticos em 22 tanques. Além dos bichos que estão na preferência do público (veja box), não deixe de visitar a casa de répteis, os hipopótamos Toquinho e Geriza, que acabaram de ter um filhote, o tamanduá-bandeira, o lobo-guará, a arara-azul. Gislaine Xavier, bióloga e chefe de serviço de educação ambiental da Fundação Zoobotânica, diz que o Jardim Zoológico é um dos principais

Fotos: Geraldo Goulart

Alessandra Machado com o filho, Mateus: ele gosta tanto de bichos que quer ser veterinário quando crescer

AQUÁRIO DO RIO SÃO FRANCISCO Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 16h Entrada: R$ 6. Crianças até 4 anos não pagam. De 5 a 12 anos e maiores de 60 anos têm direito a meia-entrada Dica: toda segunda sexta-feira do mês, o aquário é aberto à visitação, no período noturno, para grupos fechados Informações: amigosdazoobotanica.org.br

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CIDADE | LAZER Fotos: Geraldo Goulart

polos culturais da cidade, com projetos educativos e passeios. “O bom é que, além de contribuir para a preservação da fauna e da flora, o visitante sai informado e ainda tem um bom entretenimento”, diz. A visita ao parque atrai pais e filhos, grupos de amigos, turmas de colégios e especialmente as crianças. A relações-públicas Alessandra Machado faz questão de programar em sua agenda de três a quatro visitas anuais ao zoológico. É que seu filho, Mateus, de 4 anos, é apaixonado por bichos. Ele gosta tanto de observá-los que já decidiu: “Quero ser veterinário”, diz, sem titubear. També é possível embarcar em um espaço cheio de peixes exóticos e naturais das águas do rio São Francisco: o aquário. Seus tanques são

O casal de namorados Thaís Duarte e Lucas Gomes veio do interior só para conhecer o zoológico: gostaram de tudo, principalmente do aquário

Passeio ecológico Dicas para que sua visita ao zoológico seja aproveitada ao máximo o visitar o parque nos A fins de semana, reserve bastante tempo para o passeio

Risco de extinção Vinda do Zoológico Parque do Sabiá, de Uberlândia, a onça-pintada Janes chegou a BH em 2012. Os visitantes podem ver também o macho dessa espécie, Jonas, ameaçada de extinção

orreria e gritaria C incomodam os animais ão alimente os bichos. N Eles já têm a própria dieta e hora certa para comer uidado com o lixo. Apesar C de o espaço contar com sistema de coleta seletiva, às vezes, o volume de detritos é tão grande que fica difícil deixar essa tarefa apenas para os funcionários vegetação encontrada no jardim A zoológico é muito rica e atrativa, mas não é permitido levar plantas, frutos e sementes para casa Fonte: Gislaine Xavier, chefe do Serviço de Educação Ambiental da Fundação Zoobotânica

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CIDADE | LAZER A mamãe zelosa O casal de girafas africanas Zola e Rafiqui acabou de ter seu terceiro filhote. A girafinha pesa 90 kg, tem 1,80 m de altura e já pode ser vista correndo pelo espaço ao lado de seus pais, sempre sob o olhar atento da mãe

Família peso-pesado Ao todo são três elefantes africanos. Jamba (o único macho do grupo) juntou-se a Beré e Axé em 1998, após terem chegado da Namíbia. Axé, filha de Beré, é a primeira elefanta nascida com sucesso em um zoológico da América Latina

Zoológico de Belo Horizonte Endereço Av. Otacílio Negrão de Lima, 8.000, Pampulha uncionamento F De terça a domingo, das 9h às 16h30, inclusive nos feriados. Não abre às segundas ntrada E R$ 3, de terça a sexta; R$ 4, aos sábados; e R$ 6, aos domingos e feriados. Crianças até 4 anos não pagam. De 5 a 12 e maiores de 60 anos têm direito a meia-entrada limentação A A praça de alimentação possui lanchonete e restaurante self-service. Lanches podem ser levados de casa Informações: (31) 3277-8489 internet Na amigosdazoobotanica.com.br ou pbh.gov.br/ fundacaozoobotanica ica D Duas vezes por mês, próximo à lua cheia, a Fundação Zoobotânica organiza a Expedição Noturna, projeto que leva grupos fechados para conhecer mais sobre os bichos de hábitos noturnos, entre eles, o gato-palheiro, o lobo-guará e a onça-pintada

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O filhote comilão Desde 2006 na capital mineira, as zebras Mila e Zuk acabaram de dar à luz seu primeiro filhote. Ele nasceu pesando 35 kg e chama a atenção dos visitantes porque se alimenta a todo instante

repletos de dourados, curimatãs, surubins, matrinxãs, piaus, pacamãs, cascudos, lambaris, piranhas, pacus, curimbas, piabas e pirambebas, que compõe o ambiente, além de um segundo piso, onde os visitantes observam os peixes com visão privilegiada, como se estivessem às margens do rio. Os namorados Thaís Duarte e Lucas Gomes, que moram no interior do estado, ficaram deslumbrados com a primeira visita ao zoológico de Belo Horizonte, especialmente com o aquário. “Dá para perceber que os animais são bem tratados”, diz Lucas. Já Thaís não tem dúvida de que o espaço vai ser uma das grandes atrações turísticas da capital durante a Copa do Mundo: “Vamos fazer bonito para os visitantes”, diz ela. Entre os mais de 3 mil animais de várias espécies, que habitam o jardim zoológico, alguns estão sempre na preferência do público e são sucesso total de visitação, como os gorilas, os leões, as zebras, os elefantes e as girafas. z

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CIDADE | MÚSICA

Escola de formação artística da Fundação Clóvis Salgado integra-se ao Circuito Cultural Praça Liberdade com unidade dedicada aos cursos de música e canto. Hoje, são 120 alunos, mas a meta é abrir vagas, inclusive, para a rede pública de ensino

Novos

sons na praça Apresentação de alunos no espaço do Centro de Formação Artística: escola vive momento especial, com a integração ao Circuito Cultural Praça da Liberdade Fotos: Paulo Márcio

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Emi Ayó, aluno do Cefar: “Quero me tornar músico de uma grande orquestra”

RAFAEL CAMPOS

E

mi Ayó dos Santos Medina, de 18 anos, tem um sonho: “Quero me tornar músico de uma grande orquestra”. Calouro do curso de percussão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o jovem vai arregaçar as mangas e conciliar a vida na faculdade com as aulas no Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado (Cefar). A instituição, com sede no Palácio das Artes, na

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avenida Afonso Pena, vive um momento especial. Ela ganhou, em março, uma extensão na rua Sergipe, bairro Funcionários, transformando-se no 11º espaço do Circuito Cultural Praça da Liberdade. E mais: parceria firmada entre as secretarias de Estado de Cultura e Educação vai permitir novas pesquisas no campo das artes e abrir as portas para que mais jovens possam mergulhar nesse universo das artes. A nova unidade do Cefar foi instalada em uma casa na qual os cômodos

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CIDADE | MÚSICA Paulo Márcio

Eliane Parreiras, secretária de Cultura: “Podemos cumprir o papel de formação de artistas, grupos profissionalizantes e de pessoas que atuam na comunidade”

servem de salas de aulas e lugar para pequenas apresentações. No local, haverá aulas de música e canto, o que representará 70% das ações que eram realizadas na sede do Palácio das Artes, onde continuam os trabalhos de dança e teatro. Durante a inauguração do espaço, professores e alunos não perderam tempo e já testaram a acústica do local. É o caso dos colegas Emanuelle Lima Cardoso, de 22 anos, e Otávio Marques Lisboa, de 25. Ambos estudam canto e se formam no fim do ano. “Parece aqueles conservatórios de cidade do interior mineiro”, diz Otávio, empolgado com a nova fase do Cefar. Para o rapaz, a escola proporciona duas experiências importantes: “Serve de ponte para a universidade e nos dá oportunidade de exercitar o aprendizado em concertos”, diz. Emanuelle também está entusiasmada com a novidade. “A nova sede é linda. A impressão é de estar em casa, realmente”, diz a jovem, que tentou fazer dança e teatro, mas a música acabou falando mais alto. Fernanda Machado, presidente da Fundação Clóvis Salgado, conta que a ideia de expandir o espaço 38 |Encontro

Paulo Márcio

Emanuelle Lima e Otávio Marques, alunos de canto, estão entusiasmados: “Parece aqueles conservatórios de cidade do interior”, diz Otávio

NOVA CASA Como ficou a unidade da escola de música 570 m2 de área 4 salas para aulas individuais ou pequenos grupos 2 salas de ensino coletivo 1 sala de estudo multiuso 1 sala de ensaio 1 sala para arquivo de instrumentos 2 vestiários 120 alunos Rua Sergipe, 884, Funcionários

físico do Cefar surgiu porque a escola cresceu. Em apenas dois meses e meio, foram feitas as adequações às demandas técnicas de uma escola de música. Durante cinco anos, a fundação terá o direito de usar o imóvel sem custo algum, o que foi viabilizado por meio de um termo de cessão assinado entre a instituição e a Secretaria de Estado de Planejamento. Graças à parceria entre as secretarias estaduais de Educação e Cultura, os alunos da rede estadual de ensino poderão interagir, em breve, com Cefar. “Estamos propondo a oferta de vagas para alunos de forma integrada”, diz Ana Lúcia Gazzola, secretária de Estado de Educação. Para ela, o setor cultural é fatia importante da economia. “É uma área de empregabilidade relevante do século XXI e toda área de produção cultural tem um papel muito estratégico, inclusive, para geração de emprego e renda”, diz. A outra boa notícia é que as aulas do Cefar podem se tornar gratuitas a partir do ano que vem. “Atualmente, há uma taxa simbólica, mas estamos avaliando a possibilidade de não ha-

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CIDADE | MÚSICA CIRCUITO CULTURAL PRAÇA DA LIBERDADE

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6 ESPAÇO DO CONHECIMENTO UFMG Praça da Liberdade, 700 (31) 3409 8350

9 MUSEU DAS MINAS E DO METAL Praça da Liberdade, 680 (31) 3516 7200

4 CENTRO DE ARTE POPULAR CEMIG R. Gonçalves Dias, 1.608 (31) 3222 3231

7 HORIZONTE SEBRAE – CASA DA ECONOMIA CRIATIVA R. Santa Rita Durão, 1.275 (31) 3285 2622

10 MUSEU MINEIRO Av. João Pinheiro, 342 (31) 3269 1109

5 PALÁCIO DA LIBERDADE Praça da Liberdade, 01 (31) 3217 9500

8 MEMORIAL MINAS GERAIS VALE Praça da Liberdade, s/nº (31) 3343 7317

3 CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL Praça da Liberdade, 450 (31) 3431 9400

Ana Lúcia Gazzola, secretária de Estado de Educação: “Estamos propondo a oferta de vagas para alunos de forma integrada”

40 |Encontro

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2 BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL LUIZ DE BESSA Praça da Liberdade, 21 (31) 3269 1166

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1 ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO Av. João Pinheiro, 362 (31) 3269 1167

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Escola do Centro de Formação Artística é 11º equipamento

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11 ESCOLA DE MÚSICA (CEFAR LIBERDADE) R. Sergipe, 884 (31) 3236 7400

ver custo algum”, diz Fernanda Machado, presidente da Fundação Clóvis Salgado. Polo de grandes artistas, o Cefar é responsável por grupos profissionalizantes do Palácio das Artes como Ballet Jovem, Grupo de Choro, Coral Infantojuvenil e a Big Band, contudo, outros projetos podem surgir. Eliane Parreiras, secretária de Estado de Cultura, acredita que a união com a Secretaria de Educação vai permitir uma série de ações de aperfeiçoamento e melhorias da escola de música, dança e teatro. “E podemos cumprir o papel de formação de artistas, grupos profissionalizantes e de pessoas que atuam na comunidade”, diz. ❚

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Informe Publicitário Cláudio Cunha

Dr. Leonardo Salles de Almeida, especialista em cirurgia do aparelho digestivo e titular da SBCBM, em seu consultório: método indicado para pacientes com sobrepeso ou obesidade grau I ou II

Indicações Pacientes com IMC acima de 27 ós-gestacional para mulheres P com dificuldade para recuperar o peso anterior à gravidez

dolescentes com sinais A de obesidade

Contraindicações Portadores de tumores Dependentes químicos

Uso do balão intragástrico reduz o apetite e é um aliado importante para quem quer perder peso

M

anter o peso ideal e conquistar um corpo bonito e saudável nem sempre são tarefas fáceis. Os afazeres do dia a dia, o estresse do trabalho e dos estudos e uma série de outros fatores, muitas vezes, acarretam o ganho de alguns quilinhos extras. Quando a pessoa percebe, já ultrapassou o Índice de Massa Corporal (IMC) adequado e, se não tiver cuidado, pode acabar atingindo perigosos níveis de obesidade. Para ajudar no processo de emagrecimento, tem sido cada vez mais comum o uso do balão intragástrico, uma bola de silicone preenchida com 400 ml a 700 ml de soro fisiológico e azul de metileno, e que exclui cerca de 70% do estômago. Inserido no organismo sem a necessidade de cirurgia, o procedimento é feito por meio de uma simples endoscopia. O balão ajuda no controle do apetite e facilita a reeducação alimentar do indivíduo. De acordo com o diretor do Instituto Mineiro de Obesidade, Dr. Leonardo Salles de Almeida, “o uso do balão é muito importante em pacientes que estão no início

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do ciclo de ganho de peso e bastante eficaz no sentido de evitar chegar à obesidade mórbida”. O risco de obesidade morbida é apresentado quando o IMC está acima de 40. É necessário tratar a obesidade antes do agravamento do caso. A média de redução de peso após a colocação do balão é de 20%, em seis meses, podendo chegar a 35%. “Já tive pacientes que chegaram a perder até 41% do peso total com o uso de balão intragástrico”, revela Dr. Leonardo. Alguns desconfortos para o paciente, como náuseas, vômitos e cólicas são notados nos primeiros dias após a colocação do balão. “O organismo tenta digerir o objeto e, com isso, a válvula que o balão cria dentro do estômago fica mais fechada, ocasionando acúmulo de saliva e suco gástrico”, explica Dr. Leonardo, que recomenda o uso de medicações para suavizar a sensação de adaptação. “Entretanto, apenas 1% dos pacientes pedem para retirar o balão. A aceitação é muito boa”, garante. O médico alerta para os cuidados que os pacientes precisam ter para que o processo seja realmente eficaz. “O balão, por

Insuficiência renal crônica acientes que já se submeteram P a cirurgias gástricas Portadores de tumores Apneia do sono lcera gástrica ou duodenal Ú em fase ativa edução de risco cirúrgico R e anestesiológico Varizes de esôfago

si só, não garante o emagrecimento”. É necessário o devido acompanhamento por parte de uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, nutricionistas e preparador físico, que auxilie na mudança dos hábitos alimentares, reprogramação psíquica e de condicionamento físico. É necessário ter o suporte tanto durante o tempo de permanência do balão, quanto depois de sua retirada, na fase de estabilização do peso.

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Médico Responsável

Dr. Leonardo Salles de Almeida Especialista em cirurgia do aparelho digestivo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e da Sociedade Brasileira de cirurgia videolaparoscópica. Membro Titular da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO)

CRM: MG-35183

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CIDADE | HOTÉIS

Como ficou a nova rede hoteleira 42 |Encontro

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Dos 78 hotĂŠis previstos, apenas 23 beneficiados pela Lei da Copa cumpriram o prazo, abrindo quase 4 mil novas vagas em BH. Mas representantes do setor divergem sobre a real capacidade da capital de absorver tantos empreendimentos

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Nitro Imagens

Léo Araújo

Patrícia Coutinho, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis: “Nos anos 1990, já passamos por um sucateamento na hotelaria e podemos enfrentar um novo período complicado”

RAFAEL CAMPOS

A

Fachada do hotel Tulip Inn, Empreendimento da Direcional Engenharia, na Savassi: inauguração no prazo estipulado pela Lei da Copa

aposta foi feita há dois anos, quando Belo Horizonte assistiu a um boom de lançamentos de projetos hoteleiros motivados pela Copa do Mundo, que será realizada no Brasil neste ano. Agora, é hora de contabilizar os resultados. Dos 78 projetos beneficiados pela Lei Municipal 9.952 – que, entre outras mudanças, permitiu ampliar a área de construção do terreno –, 23 ficaram prontos no prazo e 31 se quer saíram do papel. Os 24 restantes encontram-se com as obras atrasadas e não foram entregues no prazo, que se encerrou no último dia 31 de março. Sobre os projetos atrasados, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informa que ainda está realizando vistorias nas obras beneficiadas pela lei para decidir que providências tomar. De acordo com a Câmara do Mercado Imobiliário (CMI/Secovi-MG), há previsão de multas, que variam de acordo com o tamanho do empreendimento. Um dos principais motivos apontados para justificar os atrasos tem relação com a mão de obra cara e escassa, devido às grandes obras realizadas na cidade em função do Mundial da Fifa. A previsão é de que os hotéis retardatários sejam inaugurados a partir de 2015. O cenário, porém, não inviabiliza-

rá a hospedagem do público da Copa na cidade. BH vai ganhar mais de 3,7 mil novos apartamentos para o Mundial. O Tulip Inn foi um dos hotéis que abriu as portas no prazo. O gerente comercial da Direcional Engenharia – responsável pelo empreendimento –, José Júnior Bosco, comemorou a entrega. “A carência de hotéis era visível em BH. Estamos contribuindo para o legado que ficará para a cidade”, diz. A construtora entregou outros empreendimentos hoteleiros: o Go Inn Del Rey, no bairro Caiçara, e o Ibis Styles, no São Luiz, região da Pampulha. A bandeira Ramada, do grupo Wyndham, também apostou pesado em terras mineiras e até o fim do ano pretende entregar mais seis hotéis. Para a Copa, acaba de abrir as portas do Ramada Encore Minascasa. O empreendimento enquadra-se na categoria econômica e leva vantagem no turismo de negócio por estar no caminho do aeroporto internacional de Confins, na avenida Cristiano Machado, região Nordeste. “Vamos surpreender os nossos clientes, pois temos como foco uma hotelaria essencial, ou seja, camas confortáveis, excelente chuveiro, iluminação e ambientação adequada”, diz Érica Drumond, CEO da Vert Hoteis, parceira do grupo Wyndham. No bairro São Pedro, região Centro-Sul, foi inaugurado o Hotel & Spa Toscanini. “A procura já é grande”, ABRIL DE 2014

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Encontro | 43

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CIDADE | HOTÉIS

9

100

Venda Nova

MAPA DOS 23 NOVOS HOTÉIS ERGUIDOS PARA A COPA DO MUNDO

Norte

Como ficou a nova rede hoteleira de BH Pampulha

1 - HOLIDAY INN SAVASSI R. Professor Moraes, 600, Funcionários 2 - IBIS STYLES BELO HORIZONTE

MINASCENTRO R. Guajajaras, 849, centro

70

4

176

3

19

NÚMERO DE APARTAMENTOS POR HOTEL

17

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3 - SAN DIEGO SUÍTES PAMPULHA

Av. Otacílio Negrão de Lima, 1.624, São Luiz

4 - QUALITY PAMPULHA

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15

Noroeste

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96 208

Nordeste

50

208 20 21

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170

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204 22 2

5 - BRISTOL JARAGUÁ HOTEL R. Boaventura, 987, Jaraguá

208

6

6 - IBIS BH AFONSO PENA

8

R. Gonçalves Dias, 720, Funcionários

96

204 13

14

7 - IBIS BUDGET BH AFONSO PENA

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Av. Pres. Antônio Carlos, 7.456, São Luiz

R. Rio Grande do Norte, 784, Funcionários

168

300 12 16

160 240

Centro-Sul

144

323

Barreiro

8 - IMPAR EXPOMINAS EXPRESS R. Campos Salles, 664, Calafate

18 - VILLE CELESTINE LUXEMBURGO

9 - SUPER 8 CONFINS

R. Guacuí, 596, Luxemburgo

Rodovia MG 10, km 30, Lagoa Santa

19 - APART HOTEL DOM GUSTAVO

10 - IBIS SAVASSI

Av. do Contorno, 6.180, Funcionários

Av. Otacílio Negrão de Lima, 14.920, Jardim Atlântico

11 - IMPAR SUITES CIDADE NOVA

20 - RAMADA ENCORE

R. Artur de Sá, 309, União

12 - LAVRAS 150 HOTEL R. Lavras, 150, São Pedro

13 - PROMENADE

HOTEL & SPA TOSCANINI R. Arturo Toscanini, 83, São Pedro

14 - GOLDEN FIAT CIDADE JARDIM

Av. Prudente de Morais, 520, Cidade Jardim

15 - GO INN DEL REY

Av. Del Rey, 233, Caiçara

16 - TULIP INN SAVASSI

R. Antônio de Albuquerque, 54, Funcionários

17 - IBIS STYLES PAMPULHA

Av. Professor Magalhães Penido, 440, São Luiz

MINASCASA HOTEL Av. Cristiano Machado, 3.435, União

21 - SOFT INN BELO HORIZONTE

R. Amadeu Quaglia, 40, São Cristovão

22 - E-SUÍTES SION

Av. Uruguai, 1.010, Sion

23 - ÍCONE EXPOMINAS

R. Curral Del Rey, 89, Padre Eustáquio

Fonte: JR & MVS Consultores (números atualizados em 26 de março de 2014)

afirma Cláudio Neves, sócio-diretor da Dominos Incorporadora e Construtora, responsável pela construção e pela gestão do hotel. A bandeira internacional Tulip também está contando os dias para entregar um dos projetos hoteleiros mais ousados da cidade, o Golden Tulip, na rua Rio de Janeiro com avenida dos Andradas. Entretanto, a inauguração do prédio, que terá unidades de quatro e cinco estrelas, está atrasada. “Trata-se de um retrofit (moderniza44 |Encontro

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ção de um prédio já existente), por isso surge muito coisa não prevista”, afirma Bernardo Farkasvolgyi, arquiteto responsável. Houve também atraso na vinda dos vidros alemães que revestirão a fachada do edifício de 27 pavimentos. Apesar dos problemas, Farkasvolgyi acredita que o hotel será inaugurado ainda em maio. Com adiamentos ou não, o certo é que o parque hoteleiro de Belo Horizonte vem ganhando cara nova. “Estamos saindo de uma cadeia hoteleira

familiar para nos transformar em uma de rede, portanto, mais qualificada”, afi rma José Aparecido Ribeiro, consultor em hotelaria. Maarten Van Sluys também é um dos principais consultores do setor no estado. Ele afirma que a forma de investimento também mudou. “Não se constrói mais um hotel com capital concentrado, mas, sim, pulverizado, ou seja, com muitos investidores”, explica. O especialista não acredita na especulação de que haverá um período negro no segmento. “Não

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O Sistema FIEMG é SESI e SENAI, é FIEMG, CIEMG e IEL. São cinco organizações privadas que atuam ao lado dos empresários mineiros para que a indústria produza mais e melhor. O Sistema FIEMG é segurança e saúde no trabalho. É tecnologia e inovação. É educação e formação profissional. O Sistema FIEMG é mais desenvolvimento para todos. Para a indústria. E para você. www.fiemg.com.br

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CIDADE | HOTÉIS Cláudio Neves/divulgação

NOVA ESTRUTURA Como ficou a nova rede hoteleira de BH Projetos hoteleiros aprovados pela lei:

78

Hotéis inaugurados no prazo:

23 Novos hotéis em obras que ficarão prontos após a Copa:

24 31

Projetos cancelados:

Soma total de quartos criados a partir da Lei da Copa 9.952/2010:

3.717 8.157

Oferta atual de quartos:

Renata de Abreu e Cláudio Neves, da Dominos Incorporadora e Construtora, responsável pelo Hotel & Spa Toscanini, que acaba de ser inaugurado: “A procura já é grande”, diz Cláudio

creio em quebradeira de hotéis. Isso é lenda. O fechamento de hotéis é um processo natural de oxigenação do mercado”, afirma Maarten. Prova de que o setor está confiante, independentemente do evento da Fifa, é a confirmação de que outra badalada marca, finalmente, deve se fixar aqui. Depois de tentar instalar o luxuoso Hotel Fasano no prédio do Ipsemg, na praça da Liberdade, o projeto foi confirmado, em parceria com a construtora mineira Concreto, na rua São Paulo, no bairro de Lourdes, região Centro-Sul. “Há quatro anos buscávamos viabilizar um Hotel Fa sano na cidade. Nós nos dedicaremos ao máximo para que nossa hotelaria e gastronomia sejam um sucesso em Belo Horizonte”, diz o restaurateur e hoteleiro Rogério Fasano. A previsão é de que ele seja inaugurado em 2016. Evandro Negrão de Lima Júnior, presidente da Câmara do Mercado Imobi46 |Encontro

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liário (CMI/Secovi-MG), acredita que a lei cumpriu seu papel de fortalecer o setor hoteleiro da cidade e que agora haverá uma readequação normal de mercado. “Os novos empreendimentos tendem a tomar os clientes dos mais antigos”, diz. Patrícia Coutinho, presidente da Associação Brasileira da Industria de Hotéis (ABIH-MG), não con corda com o prognóstico. “Nos anos 1990, já passamos por um sucateamento na hotelaria e podemos enfrentar um novo período complicado, caso não sejam tomadas ações para sustentar essa nova safra de hotéis”, diz Patrícia. De acordo com ela, BH ainda sofre com a falta de espaços para realização de eventos. “Há pessoas que investiram seu patrimônio nesses hotéis e correm o risco de ter um retorno abaixo do esperado, pois o valor anunciado foi baseado nos picos do setor”, diz. Waleska Silva, diretora adjunta de planejamento e comercial da Bristol,

Fonte: JR & MVS Consultores (números atualizados em 26 de março de 2014)

também está apreensiva. “Temos mais empreendimentos no mercado e a taxa de ocupação tende a sofrer uma queda, de acordo com as estimativas”, diz. Segundo Waleska, 2013 fechou com a taxa de 64% de ocupação nas unidades hoteleiras da bandeira e, neste ano, a estimativa é de 59%. “Se não houver alteração das políticas governamentais e a criação de mais espaços de eventos, os anos seguintes tendem a seguir esse cenário”, afirma. A bandeira Bristol, da rede Allia Ho tels, está prestes a inaugurar o Bristol Convention, no bairro Calafate, região Oeste BH. Rodrigo Hespanhol, gerente regional de vendas da Bristol Hotels, considera que ainda há muita incerteza no setor. “Não sabemos o que vai acontecer.” Contudo, sobre a demanda da Copa, Hespanhol revela que a pro cura já é grande pelos quartos na nova unidade da rede, que será inaugurada em breve. z

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negócios | eventos

Chique no

A decoradora Cristina Rocha, dona do novo espaço para eventos: “Visitamos as casas tops no Brasil e algumas no exterior para reunir as melhores ideias. Sou muito detalhista”

último Foi a obsessão por realizar festas perfeitas que levou a empresária Cristina Rocha a investir no seu próprio espaço, a Casa Tua. Sem similar na cidade, o local reúne o que há de melhor em tecnologia, serviço e luxo

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Marina Dias

Só quem já participou da organização de uma grande festa sabe como pode ser difícil fazer tudo sair como imaginava. São várias as possibilidades de cenário, cardápio, disposição das mesas, som, iluminação. É preciso se lembrar dos brindes, das rasteirinhas, da troca de roupa, da mesa de guloseimas. Enfim, uma infinidade de detalhes. E a montagem? Não é fácil coordenar o vaivém da equipe que carrega o mobiliário, decoração, caixas de bebidas e comidas. Para os mais exigentes, o desafio da festa perfeita é ainda maior, pois não só o “todo” deve ficar ideal, como também os pormenores: nada de fiação passando pelo piso, pregada com fita adesiva. Nada de deixar a banda de música fixa em um só lugar, porque limita a criatividade do dono da festa. Casacos pendurados nas cadeiras? De jeito nenhum. Essas eram questões com as quais

a decoradora – e detalhista assumida – Cristina Rocha sempre se deparava ao organizar as conclamadas festas das duas filhas, Aline e Amanda. Perfeccionista e controladora ao extremo, nunca deixou a montagem dos eventos apenas por conta de um cerimonial. Ela sempre participou de todo o processo, da elaboração do conceito até a transformação final do espaço. E sempre funcionou: os 15 anos de Aline, a filha mais velha, até saíram na revista Capricho como exemplo de festa de debutante, em uma matéria sobre o tema. Mas os perrengues não foram poucos para o sucesso das comemorações. “Já passei por dificuldades das mais diversas. Tive de pagar hora extra de funcionários, por não haver, no salão, uma entrada adequada para equipamento e montagem, o que gerava fila dos fornecedores para as entregas”, exemplifica. Ela também já viu uma noiva quase cair da escadaria, em plena festa, durante a

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Nereu Jr

Fotos: Paulo Marcio

Camarim para aniversariantes e noivas: com entrada exclusiva, é equipado com closet, chuveiro, lavatório de cabelo, copa e bancada com espelhos, além de iluminação especial para filmagem, sugerida por especialista do Projac

Chapelaria com estrutura para que os convidados deixem casacos e outros pertences: espaço sem similar nos demais locais de eventos na cidade

sessão de fotos. E teve de levar água mineral e papel higiênico para o pessoal da montagem em vários eventos, pois não havia estrutura adequada para os prestadores de serviço nos salões. Foi pensando nessas e em outras falhas que já viveu ou presenciou que decidiu abrir uma casa de festas própria. A Casa Tua, espaço de 1.900 m² recém-inaugurado no Jardim Canadá, promete chamar a atenção de quem gosta de uma boa festa. Como o próprio nome diz, o espaço, projetado pela arquiteta Patrícia Hermani, propõe-se a deixar a festa exatamente conforme o gosto de cada cliente, até o último detalhe. “As pessoas têm estilos diferentes, mas, muitas vezes, os salões já têm uma cara própria – mais rústica, mais clássica – e só dá para mudar o mobiliário e as flores. Além disso, costumam ter limitação de layout. Assim, as festas ficam muito parecidas: já se sabe, por exemplo, onde os convidados vão se

sentar, onde vai ficar a banda”, explica. Levando isso em conta, Cristina planejou um espaço sem limitações de disposição. O teto consiste em uma estrutura metálica onde está embutida toda a malha elétrica, com fiação, cabeamento e tomadas, o que possibilita flexibilidade na disposição dos elementos da festa. Além disso, a estrutura está preparada, em pontos-chave, para receber até 200 kg de peso. Ou seja: é possível segurar até mesmo um carro, sem riscos. “Há empresas que têm lustres maravilhosos, pesando mais de 150 kg. Onde vão conseguir pendurá-lo?”, diz. O piso de porcelanato italiano também ganhou tomadas e fio terra em diversos pontos, o que impede a tal fiação aparente na superfície do salão, que tem capacidade para 800 a mil convidados e pé-direito de 5,4 m. “Quem é detalhista repara nesse tipo de coisa”, fala Cristina. Para os acabamentos, não economizou em testes, pesquisa e viagens para co-

nhecer novidades. A louça do banheiro é de uma cerâmica japonesa bactericida e que não deixa os dejetos grudarem. Para o deque, na parte externa da Casa, escolheu um acabamento português que parece com madeira, mas não tem frestas entre as tábuas. “Pensei nas mulheres de salto fino e alto passando por aqui. Imagine se houvesse vazados!”, diz. O material é antiderrapante, assim como o porcelanato italiano do salão. As mulheres também ficarão felizes com o projeto do banheiro, em que todas as cabines são equipadas com pia e espelho individuais, e cujas portas são do tipo “piso-teto”, para, segundo Cristina, evitar o aspecto “boteco”. Fora a estrutura de cada cabine, ainda há o balcão tradicional, com as pias e espelho, e uma iluminação francesa especial, muito usada em museus. Próxima do banheiro feminino está outra inspiração da decoradora: a chapelaria. Cristina conta que precisava abril de 2014 Encontro | 49

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negócios | eventos construir chapelarias em suas festas, feitas de MDF, já que esse tipo de estrutura é (ou melhor, era) inexistente nos salões da cidade. A Casa Tua tem espaço dedicado, com araras e bancadas, para guardar os pertences dos convidados. “Já ouvi histórias de roubos de casacos em festas, por falta de um local que os abrigasse”, diz. Aniversariantes vaidosas, noivas ou bandas contam, ainda, com a possibilidade de usar o camarim, que tem uma entrada exclusiva e dispõe de closet, chuveiro, lavatório de cabelo, copa e bancada com espelhos. Além de iluminação especial para filmagem, que Cristina mandou fazer após consulta com um especialista do Projac, o centro de produções da TV Globo, no Rio. Para a montagem dos eventos, depois de ter passado por dificuldades nas festas que realizou, Cristina decidiu fazer docas técnicas separadas e cobertas para carga e descarga de serviços. Há a doca do bufê, que tem ligação direta com a cozinha; a doca das flores, com uma câmara frigorífica, para as pétalas não murcharem; doca para iluminação, para mobiliário, etc. Todas com acesso independente e ao fundo do salão. “É, realmente, de Primeiro Mundo. A tudo que se coloca lá, a casa responde bem. Não é preciso ficar escondendo defeitos”, afirma Denise Magalhães, proprietária da Verde Que Te Quero Verde, que já realizou uma festa no local e conhece como poucos as virtudes – e defeitos – de um salão de eventos. “Não existe na cidade um espaço com a estrutura que a Casa Tua oferece, notadamente a dedicada aos funcionários”, afirma, em referência à área de convivência de funcionários, com copa, refeitório, banheiro com chuveiro e escaninho. Cuidadosa, Cristina não pretende fazer eventos com venda de ingresso ou formaturas, para evitar o desgaste da casa, que quer sempre impecável, como gosta de dizer. Hoje, realiza festas de casamento e aniversários e pretende investir no ramo de eventos empresariais. O isolamento acústico do ambiente – e até redutor de ruído no ar-condicionado – favorece eventos que incluam videoconferências, palestras, leilões. “E até para que um convidado escute o que o outro está dizendo ao seu lado, coisa que nem sempre acontece”, diz. A empresária conta que sua obsessão pelos detalhes foi tida como supérflua por muita gente, que considerou bobagem investir em tantas minúcias. Contudo, ela garante que os convidados têm valorizado o resultado e que BH, com seu público exigente, já estava ávido por um espaço como este. Que traz o nome de Casa Tua, mas, em verdade, é a cara da dona. z

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O teto do salão é todo em estrutura metálica, que suporta, em pontos-chave, até 200 kg: toda a fiação, cabeamento e tomadas estão embutidos na estrutura, o que garante flexibilidade no layout da festa

O banheiro feminino é um dos pontos altos: cada cabine é equipada com pia e espelho próprios, para garantir privacidade, e as louças são de cerâmica japonesa bactericida, em que não grudam dejetos

O deque, na parte externa da casa, foi feito com um acabamento português antiderrapante: chão imita madeira, mas sem as frestas entre as tábuas, para evitar acidentes, principalmente com saltos altos

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PET | SAÚDE Glaucia Rodrigues

Sãs e salvas A médica Luana Diniz Cézar passou por maus bocados com suas poodles Dolly e Peppa: “Hoje as duas são castradas e estão muito bem”

Doença no útero é grave, silenciosa e leva muitas fêmeas de cães e gatos à morte. O diagnóstico rápido é decisivo para a cura. Saiba quais são os principais sintomas

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DANIELA COSTA

Há três anos, a poodle Dolly, hoje com 11 anos, estava prostrada, sem apetite e com febre. Preocupada, sua dona, a médica Luana Diniz Cézar e Carvalho, de 31 anos, buscou logo orientação com o veterinário de sua confiança. “Assim que observei a mudança em seu comportamento, corri com ela para a clínica veterinária. Foi quando descobrimos, por meio de um ultrassom, que o seu útero estava infeccionado e que ela teria de fazer uma cirurgia de urgência”, conta. Foi o que salvou a vida da cadelinha. Pouco depois, sua outra cachorrinha, a poodle Peppa, de 9 anos, teve o

mesmo problema. Os sintomas foram dores abdominais e genitália inchada. “Foi no risco cirúrgico para a remoção de tártaro que descobrimos que ela também estava com infecção no útero. Hoje as duas são castradas e estão muito bem”, conta Luana. A chamada piometra, doença que acometeu as duas cadelas de Luana, é mais comum do que se imagina e, pelo fato de o animal manifestar poucos sintomas, é tida como grave, podendo levar à morte. “Trata-se de infecção uterina muito comum em cadelas, podendo acometer também gatas, embora com menor frequência”, explica o veterinário Guilherme Savassi, professor da PUC

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Rogério Sol

Nem a tartaruga Esmeralda escapou: “A infecção ocorreu em razão de vários ovinhos que ela não tinha botado e que infeccionaram”, explica a veterinária Marcela Ortiz

Betim. Segundo ele, o desenvolvimento da doença ocorre, em geral, de 30 a 60 dias após o cio, e um de seus maiores agravantes é ser confundida com gravidez, já que em muitos casos a circunferência abdominal aumenta. Durante o cio, os níveis de progesterona da fêmea se elevam, preparando o útero para a gravidez. Quando ela não acontece, as paredes uterinas engrossam e formam quistos que acumulam líquido no interior do órgão, ambiente perfeito para a proliferação de bactérias. “Os níveis elevados de progesterona inibem a contração uterina e a consequente expulsão da infecção e, com o cérvix (colo do útero) aberto para a fecundação, as bactérias

naturalmente encontradas na vagina se deslocam para o útero, causando uma intensa infecção”, explica a veterinária Simone Paulino, da Clínica Pet Zoo. Na piometra aberta, o colo do útero fica dilatado, o que possibilita a drenagem do líquido produzido na infecção por meio de um corrimento vaginal. Esse líquido pode ser sanguinolento e malcheiroso, com aspecto de pus, ou ainda esbranquiçado. Já na chamada piometra fechada, não há secreção externa, o que torna os sintomas ainda mais inespecíficos. Essa é a forma mais grave da doença, pois, além de provocar alterações fisiológicas severas, dificulta a detecção do problema. “Por não haver

Sabemos da importância que ele tem para você e sua família. Assim, buscamos sempre os melhores e mais modernos tratamentos da medicina veterinária para o bem-estar de seu melhor amigo.

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drenagem do conteúdo do útero, este pode se romper, levando a um extravasamento do líquido para dentro do abdômen e provocando um quadro de peritonite, com grande risco de morte”, diz Simone. No caso dos felinos, apesar de menos comum, a situação é ainda pior. Isso porque as gatas não manifestam sintomas como as cadelas. “Quando os donos desconfiam de que algo está errado, é porque a doença já está muito evoluída. Por isso, o mais indicado para prevenir a doença, tanto em gatas quanto em cadelas, é a castração”, diz a veterinária Myrian Iser da Gato Leão Dourado. A retirada do útero deve ser feita antes mesmo do primeiro cio, por volta dos 6 meses de idade, o que diminui também a incidência do câncer de mama e de útero. O uso de hormônios sexuais (progesterona e estrógeno) como contraceptivo não é indicado. “É mais um fator que pode levar à infecção uterina e à existência de tumores”, diz Márcia Moller, veterinária da Clivet. A mascote da clínica, a gatinha Summy (11 anos), da raça abissínio, teve piometra após o primeiro cio. “Graças a Deus, nós a socorremos a tempo.” Nas fêmeas não castradas, o ideal é fazer o acompanhamento clínico e ultrassonográfico se mestralmente, especialmente nas que tiverem acima de 9 anos de idade. Surpreendentemente, não são apenas os animais domésticos que sofrem com a piometra. Até tartarugas podem ter a doença. “No caso da Esmeralda, em vez de trompas uterinas, foi seu oviduto que infeccionou. Assim como ocorre com cadelas e gatas, ela começou a expelir secreção, parou de comer e estava prostrada”, conta a veterinária Marcela Ortiz, especialista em animais exóticos. Devido ao casco não foi possível fazer o ultrassom, mas a radiografia detectou o problema. “A doença ocorreu em razão de vários ovinhos que ela não tinha botado e que infeccionaram. A solução foi a remoção do útero e do oviduto”, diz Marcela. E alerta: “Como a piometra é uma infecção de útero, todos os animais que têm o órgão estão sujeitos a tê-la. Por isso, o acompanhamento periódico do especialista é tão importante.” z

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PET | SAÚDE PARA PREVENIR Conheça mais sobre a piometra O QUE É Infecção do útero que acomete, especialmente, cadelas e gatas após o cio SINTOMAS Dor e expansão do abdômen, aumento do consumo de água e da produção de urina, febre, depressão, falta de apetite, perda de peso, vômitos, diarreia e secreção vaginal PREVENÇÃO Castração aos 6 meses de idade ou checape dos animais não castrados a cada seis meses, por meio do exame clínico e ultrassonografia Fonte: especialistas consultados

Roberto Rocha

Apesar de ser incomum em felinos, a gatinha Summy, da raça abissínio, teve a doença após o primeiro cio: “Graças a Deus, nós a socorremos a tempo”, diz a veterinária Márcia Moller

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SAÚDE | VISÃO

Olhinho

preguiçoso

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Rogério Sol

Ana Luiza, entre os pais, Paulo Emílio e Renata Lacerda, diagnosticada com estrabismo, ainda bebê: “Sempre soube que, mais do que necessidade estética, era o futuro dela que estava em jogo”, diz a mãe

Crianças de até 3 anos têm mais deficiências de visão do que se imagina. Se não forem tratadas a tempo, existe o risco até mesmo de cegueira. Os pais, portanto, devem ficar atentos

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DANIELA COSTA

Foi por acaso que a escritora Johanna Homann descobriu que a filha Maria Luiza, hoje com 10 anos, sofria de um sério problema de visão. “Na época, ela tinha 5 anos e o irmão, João Pedro, 7. Ele iria fazer um exame de rotina e decidimos avaliá-la também. Foi quando descobrimos que Maria Luiza tinha apenas 5% da visão esquerda”, conta Johanna. A mãe lembra que a filha não se queixava, mesmo enxergando apenas com o olho direito, e por isso a família ficou em estado de choque com a notícia. “Jamais poderia imaginar que minha filha estava praticamente cega de um olho. Imagine

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SAÚDE | VISÃO Glaucia Rodrigues

A escritora Johanna Homann com a filha Maria Luiza, de 10 anos, que quase perdeu a visão do olho esquerdo, aos 5: “Imagine como é para uma mãe descobrir algo tão grave”

como é para uma mãe descobrir algo tão grave”, diz Johanna. “Quatro por cento das crianças sofrem algum problema oftalmológico que pode levar à cegueira”, alerta Pedro Paulo Reis, médico especialista em oftalmopediatria, diretor clínico da BH Olhos Clínica Oftalmológica. Segundo o médico, os pais costumam perceber muito cedo o estrabismo, já que os olhos perdem o paralelismo, ou mesmo a catarata, pela mancha branca na área pupilar. Porém observam tardiamente a existência de outras deficiências visuais, como miopia, hipermetropia ou astigmatismo, porque não são aparentes. E é aí que está o risco, pois o tratamento pode ter início tarde demais. “O ideal é detectar qualquer doença com a idade de até 3 anos, no máximo. A partir dos 7 anos, a situação já se complica”, diz Pedro Reis. O tratamento tardio provoca a diminuição gradativa da capacidade visual da criança em um ou ambos os olhos. Ou seja, o olho não apresenta um amadurecimento normal em 58 |Encontro

Samuel Gê

O oftalmopediatra Pedro Paulo Reis, especialista em ambliopia (olho preguiçoso): “Quatro por cento das crianças sofrem algum problema oftalmológico que pode levar à cegueira”

decorrência da doença. Essa perda de visão, chamada de ambliopia, é conhecida popularmente como olho preguiçoso. A grande dificuldade é mesmo a identificação do problema pelos pais. “A criança não nasce amblíope, mas pode se tornar, caso o diagnóstico e o tratamento não sejam feitos precocemente”, explica o especialista. O problema é tão grave que em Belo Horizonte existe uma lei muni cipal que determina que em todas as maternidades seja realizado o ‘teste do olhinho’, com o propósito de detectar a catarata congênita, tumores oculares e outras doenças. Contudo, na opinião do médico Pedro Reis, só esse exame não é suficiente e, por isso, os pais devem ficar sempre alerta. “O ideal é que seja realizada pelo menos uma avaliação oftalmológica na criança até os 3 anos de idade”, explica. “Em algumas doenças, como a catarata, é necessário o procedimento cirúrgico, enquanto para outras basta tratamento.” O bom é que a criança pode ser diagnosticada mesmo antes de falar ou ler, graças a equipamentos modernos. “Hoje é pos-

sível medir instantaneamente o grau de crianças a partir dos 6 meses de vida”, explica o médico. A família de Maria Luiza tem muitos motivos para comemorar. Após cincos anos de tratamento, a menina está pronta para abandonar o tampão no olho direito. “O uso do tampão foi necessário para estimular o desenvolvimento do olho esquerdo. Hoje, ela tem 100% de visão nos dois olhos”, diz a mãe, emocionada. A história é parecida com a de Ana Luiza, hoje com 6 anos. Com apenas 3 meses de vida, ela foi diagnosticada com estrabismo, aos 6 meses iniciou o tratamento com o uso de tampão nos dois olhos e com 3 anos teve de fazer uma cirurgia de correção. Apesar de todas as dificuldades, especialmente por se tratar de um bebê, a mãe, a empresária Renata Maria Lacerda de Araújo, jamais desistiu e hoje vê que valeu a pena: “Sempre soube que, mais do que uma necessidade estética, era o futuro dela que estava em jogo. Dependia de mim garantir que ela enxergasse bem.”z

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ESTÉTICA | BRONZEAMENTO

Dourada e saudável Para manter a cor do verão o ano inteiro, tem gente fazendo loucuras que podem até queimar a pele. Dermatologistas orientam sobre como alcançar o efeito desejado, mas sem risco para a saúde MARINA SANTOS

Conquistar e manter uma pele de aspecto dourado é tarefa difícil, principalmente quando o calendário não corresponde à estação mais quente do ano. Na busca pela “marquinha” de biquíni perfeita, nem tudo é válido. Recentemente, casos de mulheres queimadas em Goiás após sessões de bronzeamento com produtos caseiros ganharam repercussão em todo o país e viraram alerta para quem procura tratamentos estéticos e cosméticos para intensificar a cor. Natália Souza, de 23 anos, estudante de re lações públicas, já sofreu as consequências de uma exposição indevida ao sol. “Sou vaidosa e sempre queria estar bronzeada”, diz. Acostumada a usar loções bronzeadoras, escapou, por sorte, de uma insolação. “Fiquei tão vermelha e ardendo que não consegui dormir”, conta. Pouco tempo depois, o produto foi retirado do mercado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão foi responsável, em 2009, pela decisão de proibir o uso de câmaras de bronzeamento artificial em todo o país. “Também fiz sessões de bronzeamento com essas máquinas, mas não tive problema”, diz Natália. Segundo o dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) – regional Minas Gerais, Geraldo Magela Magalhães, as câmaras de bronzeamento artificial acarretam vários danos à saúde, alguns apenas sendo percebidos a longo prazo. Entre eles, es tão o risco de câncer de pele, envelhecimento cutâneo precoce, queimaduras, lesões oculares Natália Souza, que hoje prefere o autobrozeador, já sofreu as consequências da exposição indevida ao sol: “Fiquei tão vermelha e ardendo que não conseguia dormir”

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ESTÉTICA | BRONZEAMENTO Cláudio Cunha

Bronzeamento a jato aplicado pela esteticista Luciene Simões na cliente Isabela Coimbra: “É uma maquiagem corporal, mas possui vitamina E, que tem ação antioxidante, ajudando a combater os radicais livres”

BRONZEAMENTO ARTIFICIAL Comésticos para maquiar a pele são permitidos, mas é necessário ter alguns cuidados É PROIBIDO As câmaras de bronzeamento artificial não são permitidas pela Anvisa desde 2009, por meio da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 56/09, que “proíbe em todo o território nacional o uso dos equipamentos para bronzeamento artificial, com finalidade estética, baseada na emissão da radiação ultravioleta (UV)”. Esses equipamentos aumentam os riscos de câncer de pele, envelhecimento cutâneo precoce, queimaduras, lesões oculares e fotossensibilidade É PERMITIDO Os autobronzeadores funcionam como uma maquiagem sobre a pele, escurecendo-a temporariamente sem causar danos. São cosméticos, geralmente a base de di-hidroxiacetona, aplicados através de um jato. Para obter um aspecto de pele bronzeada e prolongá-lo por mais tempo, é importante seguir as recomendações: ANTES

DEPOIS

❚ Esfoliar a pele, para a retirada das células mortas e melhor fixação do produto

❚ Logo após a sessão, preferir roupas leves e soltas que não grudem ao corpo

❚ Procedimentos estéticos como depilação ou descoloração de pelos devem preceder as sessões ❚ Não passar cremes hidradantes, desodorantes ou outros cosméticos antes do bronzeamento

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❚ Não tomar banho durante as primeiras 8 horas após a aplicação do produto. Depois desse período, é liberado também o uso de hidrantes e outros cosméticos ❚ Evitar atividades de intensa sudorese

e fotossensibilidade. “Não existem alternativas seguras baseadas na utilização de equipamentos emissores de radiação ultravioleta”, explica. Uma opção para quem quer ter a aparência de pele bronzeada sem comprometer a saúde é o uso de autobronzeadores. “Trata-se de cosméticos que possuem substâncias químicas que, em contato com a pele, reagem produzindo um pigmento amarelado”, explica o presidente da SBD. E o melhor, independem da exposição ao sol. Existem vários cosméticos disponíveis no mercado, geralmente à base de uma substância chamada di-hidroxiacetona, e que são aplicados através de um jato. Com ação temporária, eles escurecem a pele por um período de cinco a sete dias e a coloração vai se intensificando à medida que o paciente utiliza o produto. Desde que descobriu o bronzeamento a jato, há cerca de um ano, Natália só vê vantagens. “Antes, quando usava câmaras, precisava fazer dez sessões para conseguir um bronzeado legal. Com o autobronzeador, percebo o resultado no mesmo dia, além de não fazer mal à saúde ser indicado por dermatologistas”, diz Natália. As manutenções são feitas a cada 15 dias. Com receio de ficar com uma tonalidade alaranjada, a cantora sertaneja Luciana Fossi resistia ao procedimento. “Já tinha visto pessoas que haviam feito esses bronzeamentos e ficaram com um visual muito artificial”, conta. Mas a carreira artística serviu de impulso para experimentar o método. “Aqui em Minas, como não tem praia, não pegamos muito sol. Acho que o bronzeado valoriza o corpo e me deixa mais bonita para shows e fotografias”, diz. Aos 22 anos, ela fez sua primeira sessão há três meses. “Gostei tanto que recomendei para várias amigas.” Há cinco anos, a esteticista Luciene Simões trabalha com o bronzeamento a jato. “É uma maquiagem corporal”, explica. O mesmo produto é aplicado para os diferentes tipos de pele, mas não recomendado para pessoas muito branquinhas, pois o resultado não fica tão bom. Segundo a esteticista, o ideal é ter um fototipo moreno claro. “Tenho também clientes negras que fazem o bronzeamento. Atendi uma delas pou-

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ESTÉTICA | BRONZEAMENTO co antes do carnaval. Ela iria desfilar e queria ficar ainda mais morena”, conta. A esteticista esclarece que o bronzeamento ajuda a disfarçar pequenas imperfeições na pele, como estrias ou vasos sanguíneos mais evidentes, e pode ser feito também no rosto. Para Luciene, além do efeito estético, o procedimento pode ser considerado um tratamento de beleza. “O produto possui vitamina E, que tem ação antioxidante, ajudando a combater os radicais livres”, diz. Segundo orienta o dermatologista Henrique de Paiva Coura, ainda que não haja restrições específicas para o uso desses cosméticos, é importante consultar um profissional antes de se submeter ao tratamento, para avalição do estado de saúde da pele. “Isso é válido para que lesões que porventura surjam após o tratamento não sejam confundidas com lesões já existentes”, explica. É importante também verificar se a clínica possui autorização da Anvisa e questionar qual produto será utilizado. Deve-se sempre dar preferência a cosméticos industrializados. “Fórmulas caseiras podem sensibilizar a pele, ocasionando dermatites com irritações graves, manchas dificilmente tratáveis e até queimaduras”, diz Henrique Coura. Para aqueles que procuram um bronzeado bonito e de forma saudável, a alimentação também pode ser grande aliada. O consumo orientado de cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba ajuda na prevenção contra a ação nociva do sol. “Esses alimentos contêm carotenoides, que são pigmentos encontrados em boa parte de frutas e legumes de cor vermelha e alaranjada. Esses pigmentos se depositam nas células da pele e retêm as radiações ultravioleta, ajudando a protegê-la”, orienta Henrique Coura. Já para aqueles que não abrem mão de se expor ao sol, é sempre bom respeitar os horários de menor risco e usar filtro solar. “O aspecto de pele bronzeada e os próprios autobronzeadores não conferem fotoproteção ao paciente. Ou seja, não adianta estar com a pele escura; ela não está protegida do sol. Portanto, todos os cuidados devem ser mantidos”, explica Geraldo Magela Magalhães, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Minas Gerais.❚

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A cantora sertaneja Luciana Fossi superou o medo de ficar com aparência artificial e fez a primeira sessão há três meses: “Queria ficar mais bonita para shows e fotografia”

Samuel Gê

BRONZEAMENTO NATURAL Para aproveitar o melhor do sol, é importante respeitar horários e cuidar da alimentação. Confira as dicas Evite se expor ao sol entre 10h e 15h, período de maior incidência da radiação ultravioleta B, principal responsável pelo câncer de pele Aplique na pele protetor solar de fator 30 ou superior. Esses filtros devem conter também proteção contra radiação ultravioleta A, que pode ser identificado nos rótulos das embalagens pelas frases “Proteção UVA” ou “Proteção de amplo espectro” Reaplique o protetor a cada duas horas ou após permanência na água, prática de atividades físicas e transpiração excessiva Consuma alimentos ricos em carotenoides antes da exposição ao sol. Entram na lista boa parte das frutas e legumes de colaração vermelha ou alaranjada, como cenoura, maçã, beterraba, mamão e abóbora Use sempre chapéus, óculos, barracas e roupas

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BEM-ESTAR | CORRIDA Samuel Gê

O prazer de correr Carolina Nunes Pimenta já se prepara para a corrida: “Busco sempre me superar e não quero mais parar de correr”

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Em sua nona edição, a Corrida Encontro Delas/Circuito Molico é sinônimo de saúde e bem-estar. Prepare-se! DANIELA COSTA

Foi dada a largada para a nona edição da Corrida Encontro Delas/Circuito Molico, e mulher antenada não fica de fora. “Fico de olho no período das inscrições para não passar batido. Não perco uma edição”, diz a veteri nária Carolina Nunes Pimenta, de 29 anos. Entre um paciente e outro, um compromisso e outro, ela faz questão de programar-se para não faltar aos treinos. Com ajuda de um personal trainer, não deixa seu rendimento cair e, além de participar de um grupo de corrida, ela chega a percorrer 50 km por semana. “No começo, era difícil. Agora, busco sempre me superar e não quero mais parar de correr”, conta. O vício pela corrida tem explica ção. O esporte libera no organismo a endorfina, conhecida como o hormônio do prazer. Além daquela gostosa sensação de bem-estar, ela é responsável por ativar o bom humor, aumen tar a resistência e reforçar o sistema imunológico. “Correr realmente faz bem, não só pela questão estética, mas também pelo lado emocional. Praticar a atividade regularmente melhora a memória e outras funções cognitivas”, diz Marcelo de Salles Pimentel, professor de educação física do Minas Tênis Clube, especializado em maratonas. Se tudo isso não bastasse, o esporte ainda reduz as taxas de colesterol, ajuda no controle da glicemia e da pressão arterial. “Sem dúvida, é uma atividade completa e, mediante alguns cuidados, pode ser praticada por qualquer pessoa”, diz o educador físico Alexandre Hermes de Azevedo, especializado em corrida de rua. A dica é começar bem devagar e nunca se esquecer do alongamento.

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BEM-ESTAR | CORRIDA SAIBA MAIS 9ª Corrida Encontro Delas/Circuito Molico

DAY CARE: DIA 24/5 Retirada de kit: 9h às 18h Retirada do chip: 9h às 18h

LOCAL: Lagoa Seca Belvedere

CORRIDA: 25 de maio

ATIVIDADES NA ÁREA: a partir das 7h30

INSCRIÇÕES LARGADA:

9h

PERCURSO:

6 km

Até 19 de maio ou até esgotarem-se as inscrições: R$ 120

Assinantes de Encontro e do Clube A do Estado de Minas: R$ 100 Fotos: Cláudio Cunha

Cenas da oitava edição da corrida, em setembro de 2013: gente bonita e saudável, cenário perfeito e muita animação no Belvedere já são partes do calendário de eventos de BH

Depois de avaliação médica, o ideal para os principiantes é caminhar 30 minutos, três vezes por semana, para melhorar o condicionamento físico. Alimentação balanceada também é fundamental. “A dieta correta pode beneficiar o maratonista, desde que 68 |Encontro

seja rica, predominantemente, em carboidratos (arroz, massas, batatas, mandioca, pães, aveia, quinua, etc.) e em lipídios (óleos e gorduras), e limitada em proteínas (carnes, ovos, leite)”, explica a nutricionista Lísia Kiehl, da Nestlé.

Otra dica: na hora do exercício é preciso vestir roupas adequadas, usar um bom par de tênis e ter sempre uma garrafa de água em mãos. No dia 25 de maio, entregue-se ao prazer de praticar essa atividade física. Depois, é só correr para o abraço. z

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COMPORTAMENTO | QUARESMA Rogério Sol

Quarenta dias sem... As amigas Kelly Colen (esq.) e Natalina Dimeira decidiram evitar comentários negativos: “Estamos nos policiando”, diz Kelly

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Samuel Gê

Os sacrifícios de quaresma têm assumido formas mais pessoais e próximas das vivências de cada um. Desde ficar sem Facebook até não falar mal de ninguém, o importante é alcançar a evolução espiritual MARINA DIAS

Ficar 40 dias sem acessar o Facebook. É assim que a estudante de economia e estatística Ana Luiza Rezende, de 22 anos, escolheu passar a quaresma, período de reflexão e de sacrifício dos cristãos em preparação para a Páscoa. Durante as 960 horas que separam a Quarta-Feira de Cinzas do Domingo de Ramos, ela se desafiou a não acessar a rede social mais popular do mundo, e da qual ela é totalmente dependente. Acostumada às tradições religiosas, por vir de uma família muito católica, Ana Luiza já tinha experimentado penitências mais clássicas na ocasião, como ficar sem comer carne ou doces, mas percebeu que não eram tão difíceis para ela. Neste ano, escolheu algo mais conectado – literalmente – a sua vida. “Achei a ideia do Facebook interessante, pois estava totalmente viciada. Usava a rede para me comunicar com os colegas de faculdade, contato com amigos, para notícias do Cruzeiro, para tudo”, afirma, admitindo não ter sido fácil abandonar o hábito, apesar de já estar se acostumando. Muito ligada à espiritualidade, Ana Luiza vê a quaresma como um período para refletir e, por meio do sacrifício em agradecimento, tentar mudar e transformar-se em alguém melhor. Por isso, só a prática já seria nobre.

O produtor de eventos e dono de bar Eduardo Sabbagh fica sem bebida alcoólica há seis anos: “É uma época de renovação, quando vemos a nossa capacidade de superar desafios”

Mas ela percebeu outras coisas boas em sua penitência, que a têm ajudado a passar os dias sem escorregar: agora tem mais tempo para amigos, familiares, estudos, lazer, e tem retomado os contatos presenciais. “É um belo exercício de amizade. Além disso, eu cuidava bastante da vida dos outros e, sem a rede social, tenho cuidado bem mais da minha”, afirma.

Ana Luiza não está sozinha em práticas alternativas e mais pessoais para a quaresma. As amigas Kelly Colen, de 30 anos, e Natalina Dimeira, de 37, que também já fizeram sacrifícios mais comuns em outros anos, estão no que chamam de “jejum de palavras”, ou seja, evitando fazer críticas e comentários negativos durantes esses 40 dias. “É um desafio, pois, querendo ou

O QUE É A QUARESMA Período do calendário litúrgico composto pelos 40 dias entre a Quarta-Feira de Cinzas e o Domingo de Ramos, que abre a Semana Santa. Esse intervalo tem um sentido de preparação dos fiéis para Páscoa, festa central do cristianismo, em que se celebram a ressurreição de Cristo e a vida nova. O número 40 faz referência ao tempo que, segundo os Evangelhos, Jesus passou e foi tentado no deserto, assumindo, em seguida, a tarefa de anunciar o reino de Deus. Aproximadamente três anos depois, foi traído, condenado e, no que é hoje chamada Sexta-Feira da Paixão, crucificado – ressuscitou no domingo seguinte, hoje o domingo de Páscoa. A quaresma tornou-se símbolo de busca de nova vida, de conversão. No cristianismo, as penitências do período envolvem a esmola (no sentido de caridade, de viver o desapego do “ter”), a oração (para se tornar mais livre e se abrir a Deus como único absoluto) e o jejum (representando a força de vontade e o controle para não ser dominado pelo prazer). Fonte: Edward Guimarães, mestre em teologia e professor do Departamento de Ciência da Religião da PUC Minas

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COMPORTAMENTO | QUARESMA não, temos impressões sobre coisas e pessoas. Mas estamos nos policiando, vendo se é importante falar aquilo naquela hora, se vai acrescentar algo. Se não for, é melhor não falar”, diz Kelly, que já tinha feito o mesmo no ano passado. Natalina, que trabalha com Kelly, achou a ideia boa e resolveu se unir à amiga. Ela diz que não tem sido fácil atentar-se o tempo inteiro ao que fala, mas a experiência tem sido valiosa. A maior dificuldade é quando as amigas se juntam para conversar: “Uma diz para a outra: não me faça pecar, hein?”, brinca. O sentido do sacrifício praticado na quaresma, segundo o mestre em teologia Edward Guimarães, professor do Departamento de Ciência da Religião da PUC Minas, é fazer a pessoa tornar-se mais livre para a prática do amor e da justiça – e consequentemente, aproximar-se de Deus –, por meio da reflexão sobre os elementos que a dominam e aos quais está muito apegada. Talvez pelo incentivo de avaliar como estamos conduzindo nossas vidas, a quaresma seja comum até entre os católicos menos assíduos. É o caso do empresário Eduardo Sabbagh, de 32 anos, que, mesmo considerando-se pouco praticante, fica sem bebida alcoólica no período desde 2009. Dono de bar e produtor de eventos, ele está constantemente perto da tentação. “É difícil, mas fico centrado e consigo. Essa é uma época de renovação, quando vemos a nossa capacidade de superar os desafios da vida”, diz. Apesar de muitos amigos o considerarem louco, ele assegura que é muito gratificante quando o período termina, pois conseguiu vencer um desafio. Para a psicóloga Daniela Borja Bessa, doutora em ciências da religião, além de passar a sensação de proximidade com Deus e renovação da espiritualidade, esse sacrifício tem, de fato, esse outro tipo de contribuição. “A penitência colabora para que se reforcem a autoconfiança e a determinação, a fim de que outros desafios, que não o espiritual, também possam ser superados”, explica. O estudante de direito Bernardo de Paula Cunha e Silva, de 20 anos, 72 |Encontro

Samuel Gê

O estudante Bernardo de Paula assiste à missa das 5h30 em todas as sextas-feiras da quaresma: “Eu me sinto uma pessoa mais bem preparada para esse mundo de valores invertidos” Rogério Sol

A estudante de economia e estatística Ana Luiza Rezende ficará 40 dias sem acessar o Facebook. Uma escolha difícil: “Estava totalmente viciada”

jura que não é tão sacrificante, mas se comprometeu a acordar às 4h40, toda sexta-feira da quaresma, para assistir à missa penitencial das 5h30 na igreja Nossa Senhora Rainha, no Belvedere. “A quaresma é um período de penitência em memória ao tempo que Jesus passou e padeceu no deserto. Em memória dele é que enfrento esse pequeno sacrifício logo cedo”, conta.

“Esse desprazer é recompensado na igreja e, posteriormente, fora dela. É o que me motiva”, diz Bernardo. O resultado dos 40 dias, para o estudante, é ter os laços estreitados com Deus e se tornar uma pessoa mais bem preparada “para esse mundo de valores invertidos”. Com o bônus de presenciar uma missa lotada, mesmo tão cedo – algo bonito de se ver. z

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COMPORTAMENTO | TECNOLOGIA

Felipe e a mãe, a arquiteta Isabela: “Eu já limitava o tempo dele no tablet, mas, quando ele deu um chilique por conta de um bichinho de estimação virtual, tomei birra”, diz ela

Infância conectada 74 |Encontro

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Paulo Márcio

Mesmo antes de aprender a falar, as crianças já estão ligadas a internet, jogos e aplicativos. Mas tablets, videogames, notebooks e smartphones são mesmo os brinquedos ideais para essa turminha?

PABLINE FELIX

Não é a boneca da moda, nem o carrinho mais “envenenado” do momento, tampouco bola, bicicleta ou skate. Os presentes mais pedidos pelas crianças no último Natal foram artigos tecnológicos: videogames, tablets, smartphones e notebooks são os objetos mais desejados por pequenos de todas as idades. Mesmo aqueles que ainda nem sabem ler já demonstram inte resse e particular domínio do funcionamento de gadgets e, assim, fazem parecer que nasceram, crianças e novidades tecnológicas, um para o outro. Segundo pesquisa da Common Sense Media, organização americana dedicada a buscar informações sobre mídia e infância, em 2013, a quantidade de crianças com menos de 2 anos que já usou um tablet ou um smartphone para jogar, assistir a vídeos ou ver conteúdos de mídia nos Estados Unidos chegou a 38%, número quase quatro vezes maior do que em relação a 2011, quando atingia apenas 10%. No Brasil, as pesquisas sobre a área ainda são incipientes, mas não há dúvidas de que estamos no mesmo caminho. E nessa hora surge a dúvida: os pais devem atender ou não ao desejo da criançada e permitir sua entrada no mundo tecnológico, já que, fora do universo infantil, estão todos conectados? Para a psicopedagoga Cristina Silveira, o caminho é o do equilíbrio. “A tecnologia já é uma realidade e estamos cada vez mais envolvidos por ela. É usada em escolas para intervenções pedagógicas, pesquisas, trabalhar a atenção e memória, entre outros objetivos. Mas o uso abusivo pode trazer prejuízo tanto motor como emocional, e tanto para crianças como para adultos. Os adultos não estão imunes”, afirma. Outro risco a que estão expostas as crianças é o do vício. Como não têm discernimento sobre a hora de parar, podem ficar tanto tempo quanto os pais permitirem e, em caso de retirada brusca, apresentar comportamento agressivo ou depressivo, com sintomas físicos, como dores de cabeça ou dores generalizadas, tremores e falta de apetite. Além disso, segundo pesquisas, o uso excessivo pode trazer uma antecipação de alguns diagnósticos em pessoas que já tenham predisposição para depressões e pânico. Foi justamente um caso eventual de vício do filho que fez com que Isabela Soares, mais conhecida como Bebel, arquiteta e idealizadora da comunidade Padecendo no Paraíso, que reúne virtualmente quase 5 mil mães belo-horizontinas, entrasse para o time do “pouco ou nenhum contato”. Apesar da relação próxima com o mundo virtual, a mãe de Felipe Lorentz, de 4 ABRIL DE 2014

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COMPORTAMENTO | TECNOLOGIA anos, diz-se radicalmente contra a introdução de artigos tecnológicos na rotina das crianças. “Eu já limitava o tempo do meu filho com meu tablet, mas, quando ele deu um chilique por conta de um bichinho de estimação virtual que tinha se tornado prioridade absoluta da vida dele em um dia, eu tomei birra. Nada que vicie uma criança tão rápido pode ser confiável”, diz. Hoje, Felipe tem permissão para mexer no gadget da mãe duas vezes a cada mês. Parece pouco, mas ele nem sente falta, já que Bebel faz questão de manter o filho ocupado. Sempre que pode, desce até o playground do prédio onde moram para que ele brinque na piscina com os vizinhos. Peças de montar e livros de colorir também estão sempre à disposição. “Reconheço que uma vez ou outra o tablet é útil para mostrar coisas para as crianças e há, claro, hora em que é preciso ficar em casa. Mas permitir que as crianças criem uma vida em torno da tecnologia é deixar de fora uma série de experiências que trazem aprendizado e geram memórias. Os joguinhos eletrônicos podem, sim, ser divertidos: eu mesma fui uma criança que tive videogame. Mas os momentos em frente à TV com o meu Atari estão longe de ser os mais marcantes da minha infância.” O bancário Eduardo Horta também é cauteloso quando o assunto é a relação da filha Cleo, de 9 anos, com tablets, celulares e jogos eletrônicos. “Tenho certa aflição desse mundo conectado, onde se olha mais para a palma da mão do que para as pessoas”, define. Por isso, ele tenta controlar a introdução de aparelhos na vida da filha de acordo com a necessidade. O primeiro celular, do tipo básico, ela ganhou no ano passado para falar com o pai, que é separado da mãe. Neste ano, o aparelho evoluiu para um smartphone. Apesar de ter cedido ao pedido da menina, Eduardo diz que as amiguinhas já possuíam aparelhos semelhantes muito antes da filha, que passou a pedir coisas do tipo desde os 5 anos. “Não posso excluí-la do estilo de vida generalizado que ela quer. Hoje, com boa parte da personalidade definida, não gosto de ficar batendo de frente, mas, sim, ter diálogo e algum controle.” A permissão para usufruir da internet só veio com o acordo de que o pai teria todas as senhas e com conversas eventuais sobre formas de utilização dos aplicativos. Apesar de “atrasada” em relação às amigas, Cleo diz entender bem a posição do pai, que sempre procura explicar a razão das negativas. “Sou nova e entendo que ele sabe mais das coisas que eu”, diz, compreensiva. Para que a filha não se torne refém da tecnologia, Eduardo incentiva a prática esportiva e conta que, no ano 76 |Encontro

Samuel Gê

Cléo e o pai, o bancário Eduardo Horta: “Não posso excluí-la do estilo de vida generalizado que ela quer. Hoje, com boa parte da personalidade definida, prefiro ter diálogo e algum controle” Eugênio Gurgel

A psicopedagoga Cristina Silveira: “Na minha opinião, esse hábito não deveria ser introduzido antes dos 4 ou 5 anos. A criança, nessa idade, precisa desenvolver sua coordenação motora”

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COMPORTAMENTO | TECNOLOGIA passado, a filha se envolveu com balé, tênis e natação e, portanto, está longe de cair no extremo que tanto o preocupa. Já na casa da contadora Carla Martins não há tantas regras. Por conta da rotina de trabalho puxada, fica difícil colocar limites no uso do tablet para os três filhos. Segundo ela, Daniel, de 10 anos, Izabella, de 8, e Matheus, de 6, alternam o uso do aparelho em casa em busca de “descobertas” que são repassadas à noite, quando os pais retornam. “Eu acho o máximo! Tenho certa dificuldade com essa tecnologia toda, ainda apanho muito, em meu trabalho, do computador, do celular. Já os meninos levam numa boa! Às vezes me cobram um aparelho melhor, mais rápido. Eles assimilam tudo tão rápido que fico impressionada”, diz. Aberta para os efeitos positivos do uso das tecnologias, Carla percebe que os filhos ficaram mais espertos e menos tímidos desde que os eletrônicos se tornaram permitidos na casa. “A Izabella, por exemplo, conseguiu me ajudar em uma dificuldade que eu estava tendo num site de relacionamento. Eu via nos olhos dela a alegria em me ajudar e resolver um dilema para mim”, lembra. O supertecnológico Alexandre Bifano também acredita que o mundo digital possa trazer muitos ganhos para as crianças. “Eu acho que a tecnologia deixa a criança, em geral, muito mais esperta. O videogame força o cérebro a buscar soluções para os problemas, trabalha sua visão periférica e sua capacidade cognitiva. Exige atenção. O Haruki é muito focado e ouve direitinho quando vou ensinar algo para ele no computador”, conta. Haruki tem apenas 3 anos, mas já pode ser considerado uma ferinha tecnológica: ele já mexe no computador sozinho, coloca vídeos no Youtube, diverte-se com joguinhos no tablet e acompanha o pai nas conquistas no videogame. A mãe, Ana, conta que os joguinhos educativos também são boas opções de diversão, aliados da aprendizagem para o filho. “Somos superligados em tecnologia desde sempre, não fazemos nada sem. Não tinha como ser diferente com o Haruki”, diz. Alexandre garante que não há motivo para preocupação, já que ele mesmo é uma dessas crianças que cresceram conectadas. “Interajo com 78 |Encontro

João Carlos Martins

Alexandre, o filho, Haruki, e a mulher, Ana Cláudia: “Eu acho que a tecnologia deixa a criança, em geral, muito mais esperta. O videogame, por exemplo, força o cérebro a buscar soluções para os problemas” Gláucia Rodrigues

A contadora Carla e a filha Izabella: “Eu acho o máximo! Tenho certa dificuldade com essa tecnologia toda, ainda apanho muito, em meu trabalho, do computador, do celular. Já os meninos levam numa boa”

isso desde os 4 anos de idade e nunca deixei de fazer as outras coisas de criança ou adolescente. O que é preciso ensinar é que a tecnologia anda com o resto da sua vida. Ensinar a lidar com isso é prepará-lo também para lidar com a vida”, afirma. Cristina Silveira, que também é arte-terapeuta e artista plástica, não descarta que existem, sim, benefícios na tecnologia, mas reforça que os estímulos devem ser os mais diversos possíveis e que é preciso acompanhar o desenvolvimento da criança. “Na

minha opinião, esse hábito não deveria ser introduzido antes dos 4 ou 5 anos. A criança, nessa idade, precisa desenvolver sua coordenação motora, principalmente porque estará sendo alfabetizada. É a época em que a criança começa a desenhar, ler e escrever. Para isso, sua coordenação motora fina deve ser mais estimulada. O desenho, o manuseio de materiais diversificados como a massinha, a argila, a terra e as tintas são muito necessários. Introduzir a tecnologia antes disso pode privar a criança de usufruir de tudo isso.” z

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COMPORTAMENTO | INTERNET

Espelho,

João Carlos Martins

espelho meu... A selfie, autorretrato compartilhado na internet, virou modismo. Mas é preciso cuidado para não exagerar MARINA SANTOS

Se uma imagem vale mais que mil palavras, tem gente por aí com muito o que dizer sobre si mesmo. Prova disso é a onda da selfie, o famoso autorretrato feito com smarthphones ou webcam e compartilhado na internet que tem contagiado usuários de redes sociais, desafiando-os a descobrir sua melhor faceta. A moda pegou tanto que o termo selfie foi incluído, ao final de 2013, no Dicionário Oxford, o

Vaidosa, a agente de viagens Larissa Moraes gosta de mostrar também os cuidados com a beleza: “Tiro fotos minhas quando uso um produto diferente no cabelo”

CLIQUES DOS FAMOSOS

Celebridades que aderiram à moda e tornaram a selfie marca registrada nas redes sociais: Cláudia Leitte

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Justin Bieber

Neymar

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mais extenso e respeitado da língua inglesa. Para justificar a inclusão do novo verbete, um programa de estatísticas mostrou que a recorrência da palavra em publicações diversas havia crescido 17.000% no decorrer do ano passado. Imagine, agora, se essa pesquisa fosse feita depois do Oscar 2014, quando a foto da apresentadora Ellen DeGeneres junto a estrelas do tapete vermelho se tornou a mais compartilhada da história do Twitter. A selfie hollywoodiana ultrapassou a marca de 3,4 milhões de retuítes, desbancando o recorde anterior de Barack Obama, em fotografia na qual aparece junto à esposa após vencer as eleições presidenciais em 2012. Embora o termo seja recente, a pesquisadora em comunicação digital e professora da Universidade Federal de Minas Gerais Joana Ziller,considera que o fenômeno, na verdade, é antigo. O que mudou foi a forma. Selfie, explica, é uma nova maneira de mostrar a intimidade por meio de imagens. “Falar sobre nós mesmos sempre fez parte da história. O diário, por exemplo, cumpria essa função, mas de forma privada”, diz Joa na. Por isso, acredita, as tecnologias de comunicação não são responsáveis por esse comportamento, apenas impulsionam aquilo que já existe na sociedade. O que muda – e muito – é a abrangência desses novos meios. Para Samuel Paiva, engenheiro eletri-

Samuel Gê

Paloma Morais gosta das curtidas e dos comentários sobre suas selfies nas redes sociais: “Alguns amigos dizem que estou me achando, que só penso em beleza. Mas não me incomodo”

cista, de 26 anos, a habilidade para conseguir bons autorretratos foi desenvolvida bem antes do modismo. Ele viajava muito e quase sempre sozinho. Como não gosta de pedir aos outros que tirem fotos suas, acabava fazendo selfies. “Com o uso de recursos mais bacanas, comecei a publicar as imagens”, explica Samuel. Um celular mais moderno fez com

que a agente de viagens Larissa Moraes abandonasse as poses em frente ao es pelho. Hoje, capta várias imagens rapidamente e já joga na rede. A jovem de 25 anos acredita que as fotografias ajudam até mesmo a divulgar seu trabalho, para mostrar as diferentes paisagens que vi sita. Vaidosa, também registra cuidados com a beleza. “Tiro fotos minhas quan do uso um produto diferente no cabelo ou faço uma maquiagem bonita”, conta. Para o publicitário Aluizio Davis, de 27 anos, registrar e dividir bons momentos é a principal motivação dos autorretratos. “Acho interessante, em algumas ocasiões, compartilhar uma foto mi nha, em vez de mostrar somente o local onde estou”, diz. Bastante desinibida, Paloma Morais não tem restrições: “Qualquer coisa é motivo para tirar foto”, diz. A estudan te de 20 anos considera-se fotogênica e revela que suas selfies atraem curtidas nas redes sociais. “Alguns amigos dizem que estou me achando. Mas não me incomodo, é uma brincadeira”, diz. Segundo o psicanalista Hudson Lacerda, é preciso cuidado para não cometer excessos. “A preocupação surge quando o hábito de tirar fotos em lugares e eventos que deveriam ser momentos de relaxamento e lazer torna-se o objetivo. Isso dá, inclusive, margem para frustração, caso as fotos não recebam tanta aprova ção quanto se espera”, explica. O melhor, portanto, é ficar atento para o modismo não se transformar em problema. z

Miley Cyrus

Selfie do Oscar 2014 postado no Twitter da apresentadora Ellen DeGeneres e que se tornou a mais compartilhada da história da rede social

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VIDA DIGITAL | ALYSSON LISBOA NEVES alisboa@editoraencontro.com.br

CAPAS COM TOQUE PESSOAL Nilson Gouveia e Rafael Dias, sócios da Print4me: empresa prevê faturamento de R$ 6 milhões este ano Geraldo Goulart

Oportunidade, olhar atento ao mercado, uma boa ideia e muito trabalho para colocar um sonho em prática. Nilson Gouveia, Charles Simão, Rafael Dias e Alan Oliveira, sócios da Print4me, entraram em um filão que não para de crescer – o de capas personalizadas para celular. Hoje, a empresa tem 15 funcionários, e os números ascendentes espantam. No primeiro ano, eles fecharam com faturamento de R$ 1 milhão. Para este ano, a previsão de faturamento é de R$ 6 milhões. Os

modelos produzidos em silicone e impressão UV têm preço médio de R$ 89 e mulheres entre 18 e 26 anos são a maioria dos clientes. Com entregas em todo o país, as capas mais vendidas são para os modelos iPhone 4 e 5. No estilo self-service, o próprio cliente seleciona as fotos, modelo do aparelho e layout, faz o pagamento e recebe em casa.

BODAS DE PRATA Conheça alguns marcos na história da web

1980

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O Netscape é lançado em outubro, tornando-se o mais popular navegador até a chegada do Internet Explorer, um ano depois

O tráfego global de dados da internet é de 5,4 petabytes/mês (equivalente aos dados de 1,2 milhão de DVDs). Nesse ano, a internet já tinha 117,7 milhões de usuários

Previsto para ocorrer na virada de 1999 para 2000, o bug do milênio, como ficou conhecido, revela-se quase inofensivo

Em fevereiro, o Facebook é lançado por Mark Zuckerberg e mais quatro estudantes da Universidade de Harvard. Hoje a rede tem mais de 1 bilhão de usuários

1994

1997

2000

2004

1990

2000

1989

1995

1998

2001

Em 25 de março, o britânico Tim Berners-Lee, cientista e professor do MIT propõe a criação da World Wide Web

O número de usuários no Brasil chega a 250 mil. O número de domínios registrados não passava de 8 mil

Em 4 de setembro, Larry Page e Sergey Brin fundam o Google, que se tornaria o maior buscador da internet

O Wikipedia é lançado por Jimmy Wales e Larry Sanger em 10 de janeiro. No fi m daquele ano, já contava com 20 mil artigos em 18 idiomas

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Tim Berners-Lee é considerado o pai da internet. A ideia de democratizar a informação e o conhecimento ainda não foi plenamente conquistada

WEB COMPLETA 25 ANOS, MAS AINDA É EXCLUDENTE Há 25 anos, o cientista britânico Tim Berners-Lee propôs a criação da World Wide Web, uma rede global capaz de unir as pessoas, difundir informação e conhecimento para os quatro cantos do planeta. Mas será que isso está realmente ocorrendo? Pesquisa realizada pela União Internacional de Telecomunicações (ITU), em 2012, traz dados alarmantes. Na Somália, por exemplo, apenas 1,38% da população tem acesso à internet, enquanto na Suécia o índice chega a 94%. No Brasil, metade da população já teve acesso à rede. Outra pesquisa retrata, ainda mais,

o quanto estamos longe de tornar a web um ambiente democrático. O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou dados do projeto Dimensões e características da web brasileira: um estudo do gov. br. Entre os itens pesquisados, estão os padrões de acessibilidade dos sites do governo brasileiro. Das 6,3 milhões de páginas HTML pesquisadas, 98% não apresentam nenhum padrão de acessibilidade de acordo com referências internacionais. Criada para ser inclusiva e mundial, a rede está longe de ser a voz da população e de suas minorias.

Fundado em fevereiro por Chad Hurley e Steve Chen, o YouTube tem hoje mais de 1 bilhão de usuários e 100 horas de vídeo são enviadas ao site a cada minuto

O Firefox chega a sua versão 3.5 e se torna o navegador web mais popular, com 46,4% do total de usuários

Governo norte-americano aperta o cerco a programas de torrent que baixam aplicativos e filmes, fecha o Megaupload e prende seus criadores

2005

2009

2012 2010

2006

2008

2013

O Twitter, microblog de 140 caracteres, é fundado por Jack Williams, Biz Stone e Noah Glass. Hoje, a empresa é avaliada em mais de 25 bilhões de dólares

Marco do uso das redes sociais em campanhas eleitorais. O candidato Barack Obama faz sua campanha eleitoral com base na web e consegue arrecadar quase 1 bilhão de dólares

Edward Snowden, ex-agente da CIA, denuncia esquema de espionagem realizado pelo governo norte-americano na rede e abre discussão sobre a segurança de dados em todo o mundo

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Fotos: Cláudio Cunha

Érico Torres, Loyanna de Andrade Miranda, Ibrahim Abi-Ackel e André Myssior

URNA OU TRIBUNAL? A Justiça Eleitoral e a Judicialização das Eleições

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Informe Jurídico

O

Brasil tem assistido a uma judicialização da política em razão da existência de mecanismos de controle de abusos cada vez mais intensos. Em razão da proximidade do pleito eleitoral de 2014, trazemos a palavra do Dr. Ibrahim Abi-Ackel, renomado advogado com vasta formação acadêmica e experiência política em razão dos cargos exercidos como Ministro de Justiça e Deputado Federal, e sua equipe, composta, dentre outros especialistas, pelo Dr. André Myssior e pela Dra. Loyanna de Andrade Miranda, para esclarecerem pontos delicados sobre o tema. PERGUNTA: Qual tem sido o papel do Tribunal Superior Eleitoral na regulamentação do processo eleitoral? Dr. Ibrahim Abi-Ackel - Antes de explicar o papel do Tribunal Superior Eleitoral nas eleições, é necessário fazer uma contextualização. Há um sentimento palpável na sociedade de insatisfação com os rumos políticos do país, sobretudo nos últimos anos. Esse sentimento revelou-se com imensa intensidade, por exemplo, nas manifestações de junho passado. Há, certamente, um grande componente nessa insatisfação que passa pelo sentimento de déficit de representação política, tanto no Poder Executivo quanto, sobretudo, no Poder Legislativo federal, estadual e municipal. Naturalmente, o sentimento de déficit de representatividade política passa pelas constantes notícias e denúncias de corrupção, nas suas mais variadas formas. É precisamente nesse contexto que, no processo eleitoral, insere-se a importância do Tribunal Superior Eleitoral. A cada eleição, o TSE emite resoluções que disciplinam cada aspecto das campanhas eleitorais (propaganda, convenções, arrecadação e gasto de fundos, prestação de contas de campanha e os próprios procedimentos dos processos judiciais referentes às eleições). A postura do TSE, há várias eleições, tem sido a de assegurar, mediante essas resoluções e sua própria jurisprudência, a normalidade do pleito e a igualdade de condições de disputa entre os candidatos, buscando evitar e punir o abuso de poder econômico, de poder político e a compra de votos. Também vem buscando mecanismos de assegurar a probidade daqueles que se candidatam a cargos eletivos. A própria Lei da Ficha Limpa tem como embrião uma resolução do TSE, editada para a eleição de 2008.

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PERGUNTA: Quais os cuidados devem ser observados por um candidato? Dr. Ibrahim Abi-Ackel - Esse contexto revela que cada ato da campanha, desde a filiação partidária, passando pelas convenções, propaganda, campanha, arrecadação e gastos de fundos, prestação de contas e a própria análise de regularidade do pleito são objeto de escrutínio pela Justiça Eleitoral. Seja de ofício, seja por provocação do Ministério Público, seja por iniciativa do candidato, partido

Loyanna de Andrade Miranda e André Myssior

“O candidato e seu partido devem pautar-se pela mais estrita legalidade” ou coligação adversários. Se todos os atos inerentes ao processo eleitoral são objeto desse cuidado - daí falar-se em judicialização da política -, o candidato e seu partido devem pautar-se pela mais estrita legalidade, pelo cuidado extremo de cumprir à risca as determinações e resoluções da Justiça Eleitoral. Se esse cuidado não for tomado, o candidato pode até obter votação suficiente para ser eleito, mas isso não assegurará o exercício do mandato, já que poderá ter seu registro ou diploma cassado ou seu mandato impugnado na Justiça Eleitoral.

PERGUNTA: Podemos considerar o advogado como peça fundamental de uma campanha? Dr. Ibrahim Abi-Ackel - Com certeza. E não qualquer advogado. Por se tratar de área muito específica e extremamente dinâmica, é necessário contar com profissional que, além de estar sempre atualizado, conheça as nuances do Direito Eleitoral. Qualquer candidato necessita – exatamente em virtude da judicialização da política e, sobretudo, das eleições – de uma assessoria jurídica especializada. Se qualquer erro pode custar um mandato, o advogado que orienta o candidato desde a fase de pré-campanha até depois de realizadas as eleições é peça tão ou mais fundamental que o próprio profissional de marketing ou outros igualmente necessários na assessoria do candidato. PERGUNTA: A lei da ficha limpa alterou significativamente o panorama das eleições e da justiça eleitoral? Dr. Ibrahim Abi-Ackel: A lei da ficha limpa ganhou repercussão sobretudo por impedir que pessoas que tenham sido condenadas em juízo colegiado, mesmo sem que a condenação tenha transitado em julgado, sejam candidatas. Entretanto, essa lei prevê diversas outras causas de inelegibilidade, isto é, situações que impedem o próprio registro de candidatura. Desse modo, o serviço da Justiça Eleitoral, do Ministério Público e do advogado que presta assessoria nessa área tornou-se ainda mais complexo. É necessário examinar, pormenorizadamente, toda a situação pregressa não só do candidato a que se presta assessoria, mas também dos potenciais adversários, para poder afirmar com segurança se um e outro reúnem as condições legais de registrarem candidatura. Agora, se provocou uma profunda alteração no panorama das eleições propriamente ditas, ainda é cedo para dizer. Embora a lei tenha entrado em vigor em 2010, o Supremo Tribunal Federal decidiu que, por força do artigo 16 da Constituição Federal, somente seria aplicável a partir das eleições de 2012. Por isso, neste ano, será apenas a segunda vez em que a lei da ficha limpa será aplicada. É necessário aguardar algum tempo para sabermos se, efetivamente, ela surtiu o efeito a que se propunha, que é o de assegurar que aquele que pretende exercer mandato eletivo reúne as condições morais e éticas para desempenhar a função.

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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br

FUGINDO DOS CARROS Em média, um cidadão brasileiro que mora e trabalha em centros urbanos permanece dentro de seu carro 45 dias por ano. Isso é mais que as quatro semanas de férias a que os trabalhadores têm direito por ano. O dado é resultado de pesquisa do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil). Não é por outro motivo que a relação homem/ automóvel está mudando, e a indústria automobilística precisa acordar e se adaptar a essa nova realidade. O carro é cada vez menos o objeto de desejo dos jovens que atingem idade para dirigir. Pelo contrário, o que se vê, de forma já intensa nas sociedades mais desenvolvidas e de forma crescente aqui no Brasil, é que estão todos fugindo dos carros, que de solução de transporte se torna cada vez mais uma fonte de problemas. A

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resposta é o investimento em sistemas de transportes coletivos de qualidade e novas soluções de moradia. Uma ideia que nasce em São Paulo são prédios com apartamentos “subcompactos”, com conteúdo tecnológico que os torne práticos e confortáveis, a despeito do tamanho, e que não ofereçam espaço para automóveis. No lugar da garagem, na área mais nobre, está o bicicletário. O prédio é entregue pelo construtor com as bicicletas, que são utilizadas de forma compartilhada pelos moradores. Mais interessante ainda é que o prédio é entregue também com alguns carros compactos ocupando as poucas vagas para esse fim na garagem. Esses veículos pertencem e são mantidos pelo condomínio, e seu uso é feito de forma compartilhada pelos moradores. É um novo mundo!

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Fotos: Divulgação

FÔLEGO NOVO Para dar fôlego novo a seu sedã médio, a Fiat lança, neste início de mês, o Linea 2015, que chega ao mercado com evoluções em acabamento e mais conteúdo de segurança, conforto e tecnologia. Ele passou por alterações de design e, em busca de uma aparência mais esportiva, seu pacote de itens de série foi enriquecido e a oferta de rodas aro 17 também ajudam. A motorização bicombustível 1.8 16V da família E.torQ permanece inalterada e a transmissão pode ser manual ou automatizada (du-

alogic). A automática não veio. Os concorrentes do Linea no Brasil receberam uma série de melhorias e vêm ganhando espaço. Em 2010 e 2011, o Linea era o quinto no ranking de venda desse segmento, com vendas acima de 12 mil unidades por ano. Em 2012 e 2013, o representante da Fiat ficou com o sétimo lugar no ranking, com vendas de 8.331 e 7.531 unidades, respectivamente. Até o encerramento desta edição, a Fiat não havia divulgado o preço sugerido do Linea 2015.

A3 X CLA Saem os primeiros resultados em vendas dos mais novos integrantes do segmento dos sedãs médios importados categoria “premium”: o Audi A3 Sedã e o Mercedes CLA, recentemente lançados no Brasil. Os números ficaram de acordo com a previsões iniciais: 569 unidades do A3 e 192 do CLA. Apesar da diferença, fonte da rede Mercedes-Benz diz que está satis-

feito e que as vendas “de verdade” começam quando chegarem as versões mais básicas do CLA. Não se sabe a razão, mas a Fenabrave, a associação dos revendedores autorizados, que divulga os resultados de emplacamentos do setor, colocou o CLA entre os sedãs grandes, o que não faz o menor sentido. Ele pertence ao grupo de sedãs médios.

DELIVERY NO CARRO Os gargalos do trânsito fazem crescer as compras on-line. Pesquisas indicam que mais da metade das pessoas não está em casa para receber os pedidos, o que significa tempo gasto em novas tentativas. Para resolver essa questão, a Volvo apresentou uma solução inédita, que permite a entrega do produto no carro. Por meio de uma chave digital, é possível transformar o carro em ponto de entrega de encomendas. No seu smartphone ou tablet, o comprador é informado quando a companhia quer fazer a entrega. Aceitando a encomenda, o proprietário, por meio do aplicativo, libera uma chave digital para abrir e fechar o carro. Quando a entrega é finalizada, a chave digital deixa de existir.

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VEÍCULOS | MERCADO Fotos: Divulgação

Só em sonho Para ampliar vendas e reconsolidar marca, Alfa Romeo prepara sete lançamentos, mas a prioridade são os mercados norte-americano e europeu. Alfistas brasileiros terão de exercitar a paciência e esperar

FÁBIO DOYLE

Se há uma marca que deixou saudades e um espaço vazio no sonho de quem é apaixonado por carros no Brasil é a Alfa Romeo. Ela já esteve aqui algumas vezes e, por uma série de razões, que vão desde questões cambiais a erros estratégicos, os projetos nunca vingaram. Para quem não se lembra, quando houve a abertura da economia e das importações de automóveis, na década de 1990, a Alfa Romeo foi a primeira a trazer um carro importado para o Brasil. Era o sedã 165, que chegou custando muito caro (próximo a US$ 200 mil) e logo caiu de preço diante das políticas cambiais que vieram a seguir.

O 4C, o mais recente lançamento Alfa Romeo: aposta na reintrodução da marca milanesa no mercado norte-americano

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Ao lado do 4c e do Giulietta, o MiTo completa a atual e limitada oferta de carros da marca: empresa se prepara para lançar sete novos modelos nos próximos três anos

Quando Sergio Marcchione, CEO do grupo Fiat Chrysler, acertou a compra da Chrysler, em 2009, ele anunciou que revigorar a marca milanesa era um de seus objetivos no planejamento estratégico do grupo, visando não apenas ao seu crescimento no mercado europeu, mas também – e principalmente – na América do Nor te, onde, até agora, todas as tentativas de vender os carros produzidos em Milão não deram certo. Parece que chegou a hora de Marcchione colocar em prática seus planos. Da Alemanha vem a notícia de que o grupo Fiat Chrysler lançará sete novos modelos Alfa Romeo, com os quais pretende fazer o volume de vendas da marca se multiplicar por cinco, conforme publicou a revista alemã AutoBild, em março. A empresa tem planos de lançar um conversível Spider até 2016, seguido por versões sedã e wagon (perua) dos modelos Giulia e Alfetta em 2017 e 2018, respectivamente. O Giulia sedã é rival direto do BMW Série 3 e o Alfetta sedã é rival do BMW Série 5. A sequência de lançamentos inclui, ainda, dois crossovers no estilo

SUV (utilitário-esportivo), uma versão compacta e outra maior, que deverão chegar ao mercado em 2017 e 2018, respectivamente. A Alfa está desenvol vendo uma nova arquitetura de tração traseira e de tração integral (4x4) para seus novos modelos, que na comunicação interna da fábrica recebeu o codinome de Giorgio, como lembrou a publicação Automotive News Europe, em dezembro. Os hatchbacks MiTo e Giulietta, que têm tração dianteira, permanecerão sem alterações. O relançamento da marca, que completa agora 104 anos, em paralelo com os luxuosos Maserati, faz parte do plano de voltar à lucratividade do grupo na Europa até 2016. A Fiat informou que a produção tanto dos Alfas como dos Maseratis continu ará concentrada na Itália. Sem mencionar prazos, a Fiat revelou que a meta é aumentar as vendas da Alfa para pelo menos 500 mil veículos por ano. Em 2013, o resultado foi de 100 mil unidades. O fabricante italiano não comentou as informações divulgadas pela publicação alemã, mas uma coletiva de imprensa está marcada para 6 de

maio, quando deverão ser revelados um novo plano industrial, os investimentos e os novos modelos que o grupo pretende lançar nos próximos três anos. A Fiat comprou a Alfa em 1986, mas nunca conseguiu revigorar a marca, apesar de repetidas tentativas. O ambicioso plano de elevar vendas para meio milhão de unidades em 2014 foi gradualmente adiado, em parte porque o mercado europeu de automóveis está, há seis anos, em forte queda. Pesou também o fato de a marca estar com fraca reputação em qualidade e só oferecer três modelos. O mais recente lançamento, o Alfa Romeo 4C, foi, no entanto, bem recebido. A possibilidade de os carros Alfa Ro meo voltarem para o Brasil é remota, uma vez que isso dependeria de um estudo detalhado para a reintrodução no país, incluindo o formato da rede de distribuição. A Fiat não quer errar outra vez. A prioridade é consolidar a marca na Europa e depois nos Estados Unidos. Só a partir de então o grupo pensará em outros mercados, informou a assessoria de imprensa da Fiat Automóveis. z ABRIL DE 2014

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ENCONTRO INDICA | JOÃO POMBO BARILE Divulgação

MÚSICA | SHOW A banda Focus faz única apresentação no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, centro). O show, dia 16 de abril, às 21h, mostra músicas inéditas do grupo holandês inseridas no décimo CD de estúdio, Focus X – Crossroads. No espetáculo, o grupo de rock progressivo europeu toca ao lado de Ivan Lins. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro e custam a partir de R$ 35. Por que ir: A qualidade dos músicos da banda, fundada pelo organista e flautista Thijs van Leer, é inconteste.

Wilton Montenegro/divulgação

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO I Com curadoria do crítico Frederico Morais, a mostra Wilma Martins: Retrospectiva. Cotidiano e Sonho reúne cerca de 140 obras, entre gravuras, desenhos, pinturas e aquarelas da artista mineira Wilma Martins, de 80 anos. A exposição está em cartaz até 22 de junho no Centro Cultural Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2.244, Lourdes), de terça a sábado, das 10h às 20h; e domingos e feriados, das 11h às 19h. Entrada franca. Por que ir: A pintora, desenhista, gravurista e ilustradora, que foi aluna de Guignard, possui uma obra respeitada que merece ser sempre vista.

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO II Um pouco do trabalho trabalho de de Cícero CíceroMafra Mafrapode podeser servisto visto na Mostra Pergamon, na Galeria Galeria CMafra CMafra(rua (ruaXingu, Xingu,487, 487, Santa Lúcia), até 9 de maio. Inspiradas nas obras de vários acervos de museus museus de deBerlim, Berlim,oopúblico públicoseseemocionará emocionará com as novas imagens que Mafra conseguiu construir, faentre aa fotografia fotografia contemporâcontemporâzendo uma bela interação entre nea, com 36 fotos, e a antiguidade. A CMafra fica aberta de segunda a sexta, das 10h às 19h; aos sábados, somente com agendamento prévio. A entrada é franca.

Divulgação

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Editora Record/divulgação

LITERATURA | LIVRO Uma das mais importantes poetas brasileiras, a mineira Adélia Prado está de volta às livrarias com Miserere, publicado pela Record. Nascida em Divinópolis, no Centro-Oeste do estado, em 1935, onde mora até hoje, Adélia chega aos 80 anos com a mesma força poética que conquistou os leitores de seus primeiros livros, Bagagem (1976) e O Coração Disparado (1978). Por que ler: Com os 38 poemas do novo volume, Adélia Prado prende o leitor do início ao fim em seu oitavo livro de poesia.

ARTES CÊNICAS | MUSICAL

MÚSICA | FESTIVAL

BH recebe a montagem do primeiro musical de sapateado da Broadway a ser produzido no Brasil: Crazy for You. Com direção de José Possi Neto, o espetáculo, que acontece nos dias 10 a 13 de abril, no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, centro), traz no elenco Cláudia Raia e Jarbas Homem de Mello. Os ingressos, a partir de R$ 25, podem ser comprados no site ingresso.com ou na bilheteria do teatro. Quinta e sexta, às 21h, sábado, às 21h30; e domingo, às 17h. Por que ir: Coreografia original, criada pela norte-americana Susan Stroman, o suntuoso musical conta com um elenco de 26 atores, bailarinos e sapateadores.

Durante três sextas-feiras, sempre a partir das 18h30, vai acontecer, na praça da Savassi, o projeto Som Clube, idealizado por Maria Alice Martins. O primeiro show, da cantora e atriz Alessandra Maestrini, será no dia 25 abril. Dia 2 de maio é a vez do cantor performático e ator Thiago Pethit. Já no dia 9 de maio o público poderá conferir o som do talentoso cantor e compositor Marcelo Jeneci, acompanhado de banda. Por que ir: Os shows, todos gratuitos, terão espaços com cadeiras para a plateia e promete agitar o tradicional bairro da capital. Daryan Dornelles/divulgação

Paschoal Rodriguez/divulgação

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS Samuel Gê

A pintora Etel Ferrão capta gestos e afetos: “Meu desafio é transmitir a alma das pessoas”

Explosão de cores Artista plástica angolana retrata pessoas e sentimentos em telas multicoloridas

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FERNANDA NAZARÉ

“Um dos meus desafios é transmitir a alma das pessoas.” Assim a artista plástica Etel Ferrão, de 65 anos, define seu trabalho. Angolana, refugiada de guerra, ela chegou ao Brasil aos 25 anos de idade, com marido e dois filhos. A voz suave e a delicadeza de suas expressões escondem a vida pouco comum que teve e as aventuras que viveu. O que ficou gravado na retina

e na memória de Etel está estampado em seus quadros. Muitas cores, muitos contrastes e sentimentos. Interações carinhosas entre as pessoas são uma marca das telas da pintora. O fato de já ter caminhado por terras da África, Japão, Estados Unidos e Brasil fez refletir em sua arte o mais importante que absorveu de tudo o que viveu: o lugar não importa, o que interessa é o amor entre as pessoas. Sua última série, intitulada Amor Fraterno,

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Arquivo pessoal

Uma das obras da coleção Amor Fraterno: cenas protagonizadas por seus filhos e netos

mostra pessoas se abraçando, além de cenas protagonizadas por seus filhos e netos. As cores fortes e o contraste de luz e sombra nas pinturas são características da artista, que surgiram por acaso. “Minha impressora estava com pouca tinta e imprimiu uma foto da minha irmã com as cores trocadas e estouradas. Achei interessante e tentei fazer uma tela nesse estilo”, conta ela, que até então não havia encontrado sua marca registrada. Outra grande inspiração para os tons fortes está a um olhar de distância. É só abrir as cortinas de casa, localizada em São Sebastião das Águas Claras, que Etel contempla um jardim com chafariz, flores, gatos, riachinho e ponte. Tudo também obra de sua criação. Formada

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em paisagismo em 1998, a artista já demonstrava nos projetos que desenvolvia a aptidão e sensibilidade para o universo artístico. “Alguns clientes diziam que meus desenhos pareciam pinturas de paisagem”, conta. Há 13 anos, ela decidiu largar de vez o paisagismo e se dedicar integralmente às telas. Desde então, já estudou com diversos mestres mineiros, entre eles, Yara Tupinambá. O próximo desafio de Etel é retratar as paisagens mineiras em pequenas telas de 20 x 22 cm e vendê-las a um preço mais baixo. A ideia é fazer, pelo menos, 200 quadros. Outro projeto é de uma exposição de suas telas na entrada de algum aglomerado da capital mineira. “Todos devem ter acesso à arte”, diz Etel, com brilho nos olhos. z

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CULTURA | EXPOSIÇÃO Fotos: Divulgação

Um dos painéis da exposição: mostra é dividida em três núcleos

Um outro Portinari Até 4 de maio, no Museu Inimá de Paula, a mostra Portinari na Coleção de Castro Maya é boa chance para conhecer outra faceta do grande artista brasileiro 94 |Encontro

JOÃO POMBO BARILE

Depois de ter sido premiada, no ano passado, com a exposição dos monumentais painéis Guerra e Paz, de Candido Portinari, Belo Horizonte tem agora a chance de ver outra interessante faceta do trabalho do artista brasileiro: Portinari na Coleção Castro Maya. Montada no Museu Inimá de Paula, a mostra reúne 59 das 168 obras originais do pintor pertencentes à coleção do mecenas carioca. “Dividimos a exposição em três

núcleos”, explica a curadora da mostra, a crítica Anna Paola P. Baptista. “Na primeira, reunimos as obras do colecionador que foram adquiridas por ele em leilões e galerias de arte. Na segunda, intitulada Mecenas, selecionamos obras encomendas diretamente a Portinari por Castro Maya, para vários projetos que os dois fizeram juntos ao longo da vida. Já no terceiro, Amigo, o visitante encontra algumas obras que foram dadas de presente por Portinari para o amigo”, explica.

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CULTURA | EXPOSIÇÃO NÃO DEIXE DE IR

AMIGO, MECENAS E COLECIONADOR

PORTINARI NA COLEÇÃO CASTRO MAYA

Um homem muito bem-sucedido financeiramente. Uma das grandes fortunas do país. Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1968) conseguiu conciliar, ao longo de toda sua vida, o cotidiano atribulado de grande empresário com o de colecionador e incentivador das artes. Dono da Cia. Carioca Industrial, empresa que se dedicava à fabricação de óleos vegetais, Maya ainda encontrava tempo para participar da vida artística do Rio de Janeiro. Sua participação, por exemplo, na fundação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), em 1948, foi fundamental. Castro Maya foi o primeiro presidente do MAM-RJ. Com seu trabalho e sensibilidade, Maya ajudaria a mudar radicalmente a cara do mercado de artes no país. Castro Maya

VISITAÇÃO: terça, quarta, sexta e sábado, das 10h às 19h; quinta, das 12h às 21h; domingo, das 12h às 19 Até 4 de maio Entrada franca OUTRAS INFORMAÇÕES: (31) 3213-4320

Se na exposição dos grandes painéis de Portinari, em 2013, os belo-horizontinos puderam conhecer a fase mais engajada do pintor modernista, sempre preocupado com os destinos da humanidade e inconformado com a injusta sociedade brasileira, nesta nova mostra o recorte é outro: “A exposição traz um Portinari mais lírico e suave, bastante diferente do autor das pinturas de temática social”, conta Anna Baptista. Diretora dos museus Castro Maya, a instituição detentora do maior acervo público de Portinari, Vera de Alencar conta que os dois amigos se conheceram ainda nos anos 1940, quando Maya convidou Portinari para ilustrar uma edição especial de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. “Esses livros, que podem ser vistos na mostra, eram lançados pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil em edições limitadas. A partir daí, o artista e o colecionador tornaram-se grandes amigos, até o fim da vida. Uma amizade que durou quase duas décadas”, explica Vera de Alencar, que se emociona ao falar da relação dos dois. A exposição é mesmo bom exemplo do papel fundamental que o mecenas sempre teve para a cultura de qualquer país dito civilizado. Por meio dela, fica claro que, sem a ajuda financeira de Castro Maya, a vida de Portinari teria sido bem mais dura. A mostra já passou por Brasília, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, Porto Alegre, Vitória e Belém. ❚

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O colecionador em retrato pintado por Portinari

MUSEU INIMÁ DE PAULA Rua da Bahia, 1.201, centro

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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br

Ninfomaníaca encerra um ciclo Muito da lenha queimada pelo cineasta Lars Von Trier, na combustão do seu cinema, é a mais premeditada e escancarada polêmica. Porém, basta assistir à grande maioria dos seus filmes para perceber que a qualidade se sobrepõe, bastante, ao usual barulho. Ninfomaníaca (nymph()maniac), dividido pelo estúdio responsável (muito a contragosto) em dois volumes, não desvirtua o conceito. O longa-metragem conclui com coerência e honestidade a “trilogia da depressão”, formada ainda por Anticristo e Melancolia, principalmente quando foca no calvário de sua personagem principal, defendida pela engajada atriz Charlotte Gainsbourg. Na primeira parte, Joe (Charlotte) é socorrida pelo intelectual Seligman (Stellan Skarsgard), levada para seus aposentos, depois de uma evidente surra, o que desemboca na confissão dos fatos de sua vida, no vício com o sexo.

Concluída essa metade inicial, muitas pontas ficam desencapadas. O segundo volume é a oportunidade para interligar e dar sentido a essas pontas. Mesmo o espectador que rejeita o início, se teve um mero interesse pagando o ingresso, deveria se permitir conhecer o final de tamanha tragédia. E é neste segundo ato que os extremos maiores e, portanto, as grandes renúncias e obsessões acontecem. Os que acusam de ter assistido a um prólogo arrastado podem achar a conclusão bem mais provocativa e interessante. Não é possível pensar na loucura do projeto Ninfomaníaca sem reconhecer a coragem e a radical entrega de todo o seu elenco. A protagonista Charlotte Gainsbourg, sempre europeia demais, presente também nos outros filmes de Lars Von Trier, demonstra que quer tudo, menos uma carreira confortável e óbvia. Superatriz, muito, muito corajosa. Seu improvisado analista, vivido por

Stellan Skarsgard, inverso no todo à protagonista, domina e encanta em grande parte do segundo capítulo. Mas a nota mais surpreendente, nas mais de quatro horas de projeção no total, é a aparição de uma inspirada Uma Thurman interpretando a inacreditável Senhora H, uma das personagens mais amedrontadoras e repulsivas vistas em todos os tipos das artes dramáticas. Tudo em uma cena, absolutamente, memorável. A obra-prima do diretor continua sendo Melancolia, filme lindíssimo lançado em Cannes, com grande estardalhaço, quando Lars Von Trier recebeu a pecha de persona non grata. No entanto, o difícil e obstinado Ninfomaníaca é coerente com a linguagem complexa, rica em metáforas, de seu realizador, considerado pelos mais generosos uma espécie de novo Bergman, lado B, afoito e, por demais, insatisfeito. ❚ Christian Geisnaes/Divulgação

A engajada e corajosa atriz Charlotte Gainsbourg: personagem principal de Ninfomaníaca

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CAPA | PERFIL

O governador do sorriso fácil O destino sempre sorriu para Alberto Pinto Coelho. Ou foi ele quem sempre sorriu para o destino?

ANDRÉ LAMOUNIER E SERGIOVANNE AMARAL

Para agradar ao novo governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho Júnior, convide-o para uma boa prosa sobre política. Isso ele adora. Forjado na escola de José Aparecido de Oliveira (ex-ministro da Cultura de José Sarney e homem de confiança do ex-presidente Itamar Franco, que o nomeou embaixador em Portugal), Alberto é um político simples e extremamente dedicado aos seus objetivos. Faz política à moda antiga: conversa daqui para lá, de lá para cá, sabe ouvir e raramente parte para o confronto. Aos 68 anos, numa manhã de quinta-feira, conversamos com ele em seu modesto apartamento no bairro Sion, onde vive com Célia, sua mulher do segundo casamento, com quem está há 27 anos. A decoração da sala é simples. Fotos da família estão espalhadas por todos os cantos: das mais antigas, coladas a um álbum organizado pela mulher, às mais recentes, dos três netinhos (um deles com a camisa do Galo), sobre uma mesinha contígua à mesa de jantar. Na ponta da sala, um bar de meia altura, onde ele gosta de “bebericar e conversar com os filhos”.

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Às vésperas de assumir o mais alto cargo no estado, Alberto Pinto Coelho está radiante mas tranquilo. Conversa fácil e sorri todo o tempo (uma de suas marcas). Conta histórias e relembra memórias de família. Por exemplo, quando conheceu sua atual mulher. Ele fora para inauguração de um comitê jovem, durante a campanha de Itamar Franco ao governo de Minas, em 1986. Célia trabalhava como secretária no local. Assim que ele a viu, impressionou-se com a beleza da moça. Tímido mas galanteador, decidiu sacar do bolso um cartão de visita, em cujo verso escreveu: “Se você quer ser a ‘Garota do Fantástico’, me telefone”. Na frente do cartão, além do nome completo e dos contatos, a logomarca da empresa em que trabalhava, Dentel, e o título de diretor. Dentel era a sigla para Departamento Nacional de Telecomunicações, uma espécie de agência estatal de regulamentação do setor à época. Escolhido por Itamar, era Alberto quem dava as cartas por ali. Tinha, portanto, ótima relação com a mídia, o que lhe conferia legimitidade para a oferta que fez à beldade, de 22 anos, e 17 mais jovem que ele.

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Cláudio Cunha

Célia, claro, achou a cantada barata (põe barata nisso), cortou a do moço e não lhe deu corda. Mas ele era renitente. Com paciência e estratégia, pôs-se a conquistá-la. Passou a frequentar o tal comitê com rara disciplina. Sempre galante e bem vestido, cumprimentava a moça e se descortinava em elogios. Ao final, convidava-a para jantar. Nada. Ele percebia, porém, que ela gostava dos elogios. Com jeitinho, persistiu, até que Célia cedeu. Começava ali um enlace, que resultaria em casamento apenas seis meses depois e em gravidez logo em seguida. “Foi uma paixão muito intensa e avassaladora”, diz Célia. Mas, como nem tudo são flores, havia ali uma oposição. O pai de Célia, João Gonçalves, fazendeiro do tipo coronel, colocou-se francamente contra o romance. Chamou o pretendente e logo disse: “Homem que larga uma, larga duas. Não criei minha filha para se casar com sujeito desquitado e muito mais velho”. João teve sete filhos, parte deles nascidos na cidade de São Francisco, Norte de Minas, onde ficavam suas terras (Célia nasceu lá); e parte nasceu em Uberlândia, para onde se mudou para melhor criar e educar os filhos. Célia veio sozinha para a capital a fim de cursar pedagogia e se tornar professora. Morava num pensionato e trabalhava para ajudar nas “despesas”. A resistência de João não significou para Alberto uma grande dificuldade, e ele decidiu partir para a conquista – e não para o confronto. Esperou a hora certa para agir. Percebeu que o nascimento do primogênito do casal, Daniel, hoje com 26 anos, era o momento ideal. Aproximou-se do sogro e passou a puxar conversa. Ficava horas de prosa com o “seu João”. Ouvia tudo o que ele dizia – e todos os seus conselhos. “Ele (Alberto) é muito calmo e dessa forma foi cativando meu pai”, diz Célia. Seu João faleceu há sete anos. Ele e Alberto tornaram-se amigos e afetuosamente ligados. “Meu pai sempre foi um homem reservado e mais seco”, afirma a filha Célia. “A convivência com Bebeto (assim ela chama o marido) e com os netos tornou-o mais doce e amoroso.” A sogra de Alberto, Célia Veloso Silva, continua morando em Uberlândia. É, hoje, uma senhora de 73 anos de idade que esbanja simpatia e educação. Conversamos com ABRIL DE 2014

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CAPA | PERFIL Fotos: arquivo pessoal

ela. “Eu tenho o Bebeto como um filho”, diz a sogra. “Ele é muito amoroso e constante. Foi assim que conquistou a mim e a meu marido.” Nas proximidades das eleições de 1990, José Aparecido de Oliveira (com quem Alberto tinha parentesco – a irmã dele casou-se com o irmão de José Apa recido) começou a dar alento ao grande sonho de Alberto Pinto Coelho Júnior: tornar-se político, assim como fora seu pai, Alberto Pinto Coelho, que foi deputado constituinte e presidente da Assembleia Legislativa de Goiás. Alberto Júnior nasceu em 1945, em Rio Verde, Goiás. Mudou-se para Belo Horizonte aos 3 anos, de onde nunca mais saiu, e aos 12 anos perdeu o pai. A intenção do mentor José Aparecido (morto em 2007) era a de lançar Alberto candidato a deputado estadual naquele pleito. Alberto estava esfusiante com a possibilidade e logo se filiou ao PRN, partido de Fernando Collor de Mello, com quem Itamar compunha chapa para disputar – e vencer – as eleições presidenciais de 1990. Alberto só pensava nisso e tinha pleno apoio da mulher, Célia. Mas logo cedo ele aprendeu que política é como nuvem: hoje é de um jeito; amanhã, de outro. Numa tarde ensolarada do início do outono daquele ano, José Aparecido chamou Alberto num canto e lhe disse: “Meu filho, você vai ter de esperar mais um pouco”. Aparecido contou-lhe que tinha aceitado o convite para ser candidato a vice-governador de Minas na chapa encabeçada por Hélio Costa. Alberto precisava declinar da candidatura própria para se tornar coordenador da campanha.”Não era o meu desejo, mas soube me resignar e aguardar a minha hora”, disse Alberto. A experiência como coordenador também foi valiosa. “Éramos francos favoritos, mas acabamos derrotados pela nossa própria arrogância.” As eleições foram vencidas por outro Hélio, o Garcia, velha raposa da política estadual. Fortuna dos tempos. Durante essa mesma campanha, um jovem professor da Faculdade de Direito da UFMG fez uma exposição sobre a nova Constituição Federal (de 1988) e suas implicações na administração pública para o então candidato Hélio Garcia. Estupefato, Garcia indagou ao fim da explanação: “Quem é esse menino 102 |Encontro

Talento passado de geração em geração: o pai do governador Alberto Pinto Coelho (terceiro sentado da esquerda para a direita) foi presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, antes de se mudar para MG

Com a mãe, dona Abigail Lima, mineira de São Domingos do Prata: professora primária, ela teve, além do governador, outros quatro filhos

que sabe tanto?”. Era Antonio Augusto Junio Anastasia. Eleito, Hélio Garcia le vou o menino para a política e fez dele seu secretário adjunto de Planejamento. Anastasia nunca mais deixou a política, mas seu caminho só veio a se encontrar com o de Alberto Pinto Coelho muitos anos mais tarde, por conta e obra de Aécio Neves. Mas essa é outra história. Durante os quatro anos seguintes, Alberto se preparou para finalmente se lançar candidato em 1994, agora pelo PP, Partido Progressista. A essa altura a família já havia crescido. Depois de Daniel, ele e Célia tiveram uma menina, Paula, a única mulher dos quatro filhos de Alberto (do primeiro casamento, com a escritora de livros infantis Santuza Abras, vieram dois filhos, Alberto Neto e Alexandre). Foi eleito com cerca de 30 mil votos, mais do que suficiente para a época. No parlamento, encontrou-se profissionalmente. Em pouco tempo de casa, já era respeitado e conhecido pelos pares. Foi reeleito em 1998, quando Itamar Franco se tornava governador do estado. Tornou-se líder de bancada e, depois, líder do governo, a despeito de sua curta trajetória no parlamento. Acumulava amigos com seu sorisso fácil e conciliador. Contudo, diferentemente de seu líder na Assembleia, o governador Itamar Franco, conhecido

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CAPA | PERFIL Arquivo pessoal

pelo gênio difícil e temperamental, vivia às turras com os deputados, inclusive com o presidente da casa, Anderson Adauto, do mesmo partido de Itamar, o PMDB. Alberto era o ponto de diálogo entre governo e deputados. “Eu nunca o vi fazendo outro gesto que não o de estender a mão, até mesmo aos adversários”, afi rma o também deputado Gil Pereira, eleito para seu primeiro mandato no mesmo ano em que Alberto, 1994. Perto de terminar seu período como líder do governo, em 2000, Alberto foi chamado por Itamar. “Precisamos definir quem será seu sucessor na liderança de meu governo”, disse o governador. “Estou pensando no deputado Tadeu Leite, o que você acha?”, perguntou Itamar. “Depende do que o senhor deseja, governador”, respondeu-lhe Alberto. “Se quiser um líder beligerante, para brigar, ele é o nome. Mas, se quiser alguém conciliador, capaz de dialogar com todos, sugiro Toninho Andrade (ex-ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff)”. Itamar seguiu o conselho e fez de Toninho Andrade sua nova liderança. Era chegada a hora de Alberto dar um passo adiante. A ordem natural dos fatos apontava-o como candidato a um posto de direção da Assembleia mineira, fosse o de presidente, fosse, no mínimo, o de vice-presidente da casa. Acertou com seu partido (e com os colegas) que seria o primeiro vice-presidente da casa. No entanto, como uma nuvem, os planos mudaram. O partido optou por lançar outro parlamentar para o posto. Dessa vez, Alberto reagiu com firmeza. Lançou seu nome como candidato avulso, independente. “Foi um susto”, diz o filho Alexandre, que o assessorava no período. “Ninguém esperava por isso, destoava de seu estilo.” Mas Alberto estava resoluto. Procurou, um a um, os deputados e pediu apoio. Acabou sendo o escolhido por maioria absoluta dos pares. A despeito da batalha, Alberto contornou o ambiente interno, e o clima com seu partido e adversários não ficou pesado. “Eu cheguei ao parlamento muito cedo, e políticos de primeiros mandatos, em geral, ocupam posição coadjuvante”, diz o deputado Dinis Pinheiro, que também inaugurou sua trajetória parlamentar em 1994. “O Alberto era uma exceção. Desde o início, ele já 104 |Encontro

Santuza Abras, mulher do primeiro casamento, com os filhos do casal Alberto Neto e Alexandre: “eu não só voto nele, como sempre fi z campanha no mercado”,diz a ex-mulher Fotos: JC Martins

Paula Pinto Coelho, filha caçula, e o melhor conselho dado pelo pai: “Não procure dinheiro, busque a felicidade”

Educação em terras estrangeiras: assim como a irmã, Paula, Daniel Pinto Coelho optou por jogar tênis e estudar em uma universidade nos Estados Unidos

era protagonista dos principais episódios da casa.” Mas, por que razão? – perguntamos. “Ele é dotado de um espírito conciliatório fabuloso”, afirma Dinis. A partir de 2003, voltou a ser líder de governo, agora sob a batuta de Aécio Neves, e em 2007, finalmente, Alberto Pinto Coelho alcançava o posto que almejava: presidente da Assembleia Legislativa mineira, fruto de suas habilidades. Se Alberto conseguia destacar-se num ambiente difícil, tenso, que diria em momentos serenos e de pujança. Durante o

governo de Aécio Neves (2003-2010), Minas viveu um período de glórias e de absoluta tranquilidade política. Alberto cresceu junto. Foi um presidente exemplar e, praticamente, sem opositores. A Assembleia sobressaiu-se e ele foi reeleito. Era apontado em 2010 como “a bola da vez” ou a “noiva cobiçada” para compor chapa com os postulantes ao Palácio Tiradentes, sede do governo. Concorriam Antonio Augusto Anastasia e, vejam só, Hélio Costa, tido como favorito. Arlen Santiago, outro deputado, do

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CAPA | PERFIL Samuel Gê

JC Martins

Cláudio Cunha

Olavo Machado, presidente da Fiemg: “Ele deu importância à classe política”

Gil Pereira, deputado estadual e amigo de Alberto há 20 anos: “Nunca o vi fazendo outro gesto que não o de estender a mão, até mesmo aos adversários”

Deputado Dinis Pinheiro, presidente da Assembleia Legislativa, e candidato a vice-governador na chapa do PSDB: “Ele é meu conselheiro permamente”

PTB, disse à época: “O caminho que ele tomar será seguido por 60 parlamentares e dezenas de prefeitos do interior”. Alberto estava com tudo. Ele sorria. Não teve dúvidas, seguiu junto a Aécio e Anastasia, contrariando o que apontavam as pesquisas, que davam amplo favoritismo a Hélio Costa. “Ele nunca perdeu uma eleição, não será desta vez”, afirmou Célia Pinto Coelho, na ocasião. De fato, Alberto elegeu-se sucessivamente deputado, com crescente votação. Foi novamente vitorioso em 2010. Logo que assumiu o posto de vice-governador, um fato inusitado aconteceu na vida dele. Sua primeira mulher, Santuza, com quem nutre ótima relação, telefonou-lhe: “Precisamos conversar. Quero visitar-lhe no Palácio”, disse ela. Alberto a recebeu como de costume, serenamente. Ela estava acompanhada dos dois filhos do casal, Alberto Neto e Alexandre. Sentaram-se no sofá e ela começou a exposição: “Andei pensando, Alberto, e cheguei à conclusão de que não preciso mais receber sua pensão”, disse. “Você sempre foi um ótimo pai e

excelente ex-marido. Nunca deixou faltar nada nem a mim nem a seus filhos. Hoje eu trabalho (ela é vice-reitora da Uemg) e posso me sustentar.” Alberto não esperava por isso. Emocionou-se com o discurso da ex. Insistiu para que ela mantivesse os proventos da pensão, mas Santuza estava determinada. Entregou-lhe uma carta assinada e escrita de próprio punho, abdicando do benefício. “Ele encheu os olhos de lágrimas”, lembra Santuza, uma mulher forte e independente que conversou conosco enquanto se recupera de um problema de saúde. A relação de Santuza e Alberto é outro fato pitoresco e que bem simboliza o estilo Alberto de ser. Ele a conheceu jovem, ambos adolescentes. Ela estava andando de bicicleta na rua, ele viu a menina e a abordou, meio sem jeito (próprio dos tímidos) . “Posso dar uma volta na sua bicicleta?”, disse, sem nunca antes ter conversado com a moça. Ela deixou, ele mal pedalou e engatou uma conversa (ah, essas conversas… o que ele não consegue com isso...). Terminou em

casamento. Hoje, Santuza só tem elogios ao ex-marido. “Ele sempre foi muito cuidadoso”, diz ela. Prova disso é que Santuza votou em Alberto em todas as eleições que ele disputou. “Não apenas votei, faço campanha com o santinho dele no mercado”, afirma. “Eu me considero a segunda mãe dos outros dois filhos dele e tenho ótima relação com a Célia, de quem gosto.” Mas, Santuza, como isso é possível? – perguntamos. “Com equilíbrio”, diz ela. “E isso o Alberto tem de sobra.” Como vice-governador, Alberto foi, acima de tudo, leal ao titular Anastasia. “Digo sempre que fui retribuído por Deus”, disse Anastasia. “Acho que fui um bom vice para o governador Aécio e, por isso, recebi um excelente, que é o Alberto.” Perguntamos qual o maior aprendizado que ele teve com o “professor” Anastasia. “Aprendi muito”, afirma. “Mas é reconfortante ver como Anastasia não se deixa influenciar por nenhuma relação pessoal ou de amizade quando se trata do interesse público”, diz. Na fila da política mineira, era de Alberto o primei-

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CAPA | PERFIL Fotos: divulgação

ro lugar quando se tratava da sucessão de Anastasia. Mês após mês, seu nome vinha se fortalecendo nos bastidores. Faltava, ainda, a bênção do grande líder, Aécio Neves. Seu partido, o PP, caminhava em direção a Aécio, embora formalmente ainda componha a base de apoio da presidente Dilma Rousseff, do PT. Se o PP rompesse com Dilma e se declarasse formalmente pró-Aécio, o caminho de Alberto estaria pavimentado. Isso não aconteceu e Aécio Neves foi buscar uma conhecida liderança de seu partido, o PSDB, para encabeçar a chapa de sucessão ao governo mineiro: Pimenta da Veiga, ex-prefeito de BH e ex-ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso. Alberto foi chamado para uma tarefa gloriosa, mas difícil para um político de carreira. Tornar-se-ia governador por nove meses, sucedendo Anastasia, que se desincompatibilizou para concorrer ao Senado, mas teria de abrir mão de disputar as eleições e, portanto, tornar incerto o seu futuro. Alberto lembrou-se de uma frase que seu mentor José Aparecido sempre lhe disse: “Um político não pode abrir mão de seu companheiro”. Quando ouviu isso, Alberto respondeu: “Meu companheiro é você”. Aparecido replicou: “Nada disso. O companheiro de um político é o mandato. Nunca abra mão de concorrer a um mandato”. Dessa vez, contudo, Alberto optou por contrariar seu mestre. Num primeiro momento, sentiu o golpe. Não era o que ele queria. Mas soube se resignar e aceitar a missão que lhe foi conferida. “Sou uma pessoa de grupo”, disse Alberto. “Se este é o melhor caminho para o nosso grupo, contem comigo.” Foi assim que ele respondeu ao chamado de Aécio Neves. Mais uma vez, Alberto era instado a esperar e, pacientemente, abrir mão de seus projetos pessoais. “Esse episódio demonstra o caráter dele”, diz o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, um dos mais frequentes interlocutores e amigo pessoal de Alberto. “Ele foi a primeira pessoa a absorver o fato e a embarcar de vez de na candidatura de Pimenta da Veiga”, diz Danilo. “Foi um momento angustiante”, disse a mulher Célia. “Mas ele logo superou.” Num primeiro contato, Alberto Pinto Coelho dá a impressao de ser formal, 108 |Encontro

Durante campanha ao governo de Minas, em 2002, e com lideranças do PP e Aécio Neves (ao centro, foto acima): o partido, do qual Alberto é presidente regional, foi fundamental na coligação que elegeu o tucano ao governo de Minas

sério. Ele se veste de maneira elegante e está sempre com os cabelos, já grisalhos, bem penteados. É, de fato, protocolar nos contatos formais. Já superou há muito a timidez, mas ainda é retraído e austero com interlocutores iniciais. Com os amigos, com quem goza de intimidade, é completamente diferente. Brincalhão, adora contar piadinhas. Ultimamente, exultante com o fato de se tornar governador, anda particularmente alegre e não poupa assessores e pessoas próximas de uma brincadeira. “Alberto é amigo e alegre. E essas características o acompanham na sua atividade política”, diz o deputado federal Gabriel

Guimarães (PT), uma das mais expressivas lideranças jovens do estado e ligadíssimo à presidente Dilma. Portanto, adversário político de Aécio e Alberto. O traço mais marcante da personalidade de Alberto Pinto Coelho é, sem dúvida, a fidelidade aos amigos e colaboradores. O novo governador de Minas tem entre sua equipe as secretárias Ana Flávia Generoso e Regina Campelo. A primeira acompanha Alberto há 20 anos; e Regina, há 42. “Trabalhar com ele é muito fácil”, diz Regina. “Sabe reconhecer seus limites e respeitar o outro.” A chefe de gabinete do novo governador é Denyse Costa. Trabalham juntos desde 1995.

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A TRAJETÓRIA A carreira política de Alberto Pinto Coelho teve início depois de 30 anos de experiência no setor de telecomunicações

2002 Reeleito para o 3 mandato. Torna-se, em 2003, líder do governo de Aécio Neves na Assembleia, cargo no qual permaneceu até 2006 (*) 0

2001 É eleito presidente estadual do PP e vice-presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais

1998 Reeleito deputado. Torna-se, em 1999, líder do governo Itamar Franco no parlamento mineiro (*)

2006 Reeleito para o 40 mandato com cerca de 100 mil votos, e com votação em 750 dos 853 municípios mineiros

2007

O articulador

É eleito presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em 2009, é reconduzido ao cargo pelos pares do parlamento

(*)

Durante os seis anos em que foi líder do governo (2 anos com Itamar Franco e 4 com Aécio Neves) no parlamento mineiro, os govenadores nunca sofreram uma derrota sequer no legislativo. Entre os projetos de destaque, estão o conjunto de leis e uma emenda à constituição que propiciou a implantação do choque de gestão no governo Aécio Neves. Graças à articulação de Alberto Pinto Coelho esses projetos foram votados consensualmente por oposição e situação.

2010 É eleito vicegovernador ao lado de Antonio Anastasia, eleito governador

(Ah, se comparar com o desempenho do governo Dilma na Câmara Federal... )

1994 É eleito deputado estadual com quase 30 mil votos, e com votação em 200 dos 853 municípios mineiros

“Alberto é humano e confia nos assessores”, diz ela. Nossa conversa já dura quase duas horas. A mesa de café continuava intacta. Mas a prosa… corria solta. Sentamos à mesa, tão farta quanto as memórias de Alberto. Enquanto provamos os quitutes servidos (broa de milho, bolo, queijo canastra e frutas), ele se resume a uma xícara de café. “Não vai comer, governador?”, perguntamos. “Pela manhã, sou frugal.” Mas ele não resiste e lança mão de um pedaço de bolo. Desde que se tor110 |Encontro

2014 Assume o governo do estado depois de o governador Anastasia desincompatibilizar-se do cargo para concorrer ao senado, pelo PSDB

TVS nou vice-governador, engordou cerca de dez quilos. Largou o personal trainer, deixou a esteira de lado, mas anda preocupado com a saúde. “Tenho de voltar”, diz. Ele garante que foi esportista na adolescência (apesar de o físico atual teimar em desmenti-lo): “Fui atleta do futsal e do basquete”. Aproveitamos para falar de futebol, viagens e outras frivolidades. Mas nenhum desses assuntos rende com Alberto. Os olhos brilham mesmo

quando a conversa é sobre política. “É isso o que gosto”, diz. “Penso em política 24 horas por dia.” Pela manhã, logo que acorda (por volta das 7h), vai ávido em busca dos jornais. Prefere o meio físico. “Não sou dado a leitura eletrônica”, diz. Não chega a ser avesso à internet, mas está longe de ser um nerd. Prefere que sua secretária receba e despache seus e-mails. Não usa, em caráter pessoal, nem Twitter nem Facebook. Depois de

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CAPA | PERFIL se arrumar impecavelmente, costuma separar de duas a três gravatas, a fim de submeter ao gosto da mulher. Célia decide: “Vai com essa”. É religioso, mas não praticante. Suas crenças e supertições, contudo, estão sempre presentes. Nunca sai de casa sem antes dirigir-se à imagem de Nossa Senhora de Fátima que comprou em uma loja em Portugal e que está abrigada na sua sala de ginástica. De olho na santa, faz o sinal da cruz e ruma para o elevador. Almoça quase sempre no Palácio Tiradentes, em seu gabinete, quando aproveita para despachar com interlocutores. O almoço é leve, em geral, peixe, e fruta de sobremesa. Mas o jantar… “A atividade política nos leva a discutir assuntos em torno de uma mesa”, diz. É apreciador de carnes e bons vinhos. É comum encontrá-lo nos fins de semana almoçando nas principais casas de carne da capital. “Eu gosto de tudo o que engorda.” Com a vida dedicada às atividades políticas, Alberto nem sempre conseguiu acompanhar o desenvolvimento dos filhos. Os dois mais novos, Daniel e Paula, decidiram fazer faculdade nos EUA. “Minha mãe é quem ficava preocupada, ligando a todo instante”, diz Paula. “Mas ele era o conselheiro. Na angústia, recorria sempre a ele.” Dos conselhos que ouviu, Paula gravou consigo um deles: “Ele me dizia: ‘Minha filha, não procure dinheiro; busque a felicidade’”. Também na política, Alberto tem aqueles que o ouvem. O atual presidente da Assembleia e candidato a vice-governador, Dinis Pinheiro (PP), é um deles: “Ele é meu conselheiro permanente”. Desde o início deste mês, Alberto Pinto Coelho é o governador de Minas Gerais. Ele inaugura um momento histórico. Será o primeiro presidente do parlamento mineiro que ascende ao cargo máximo do governo. “Ele deu importância à classe política”, diz o dirigente da classe empresarial Olavo Machado, presidente de Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas). A gestão de Alberto no governo deve ser pautada por momentos tensos: são esperadas manifestações durante a Copa, e o período eleitoral, como se sabe, traz sempre surpresas. Isso, contudo, não o aflige. “Sou especialista em dialogar”, diz. “Quem respeitar o bem público e 112 |Encontro

Eugênio Gurgel

Alberto e a primeira-dama Célia Pinto Coelho, com quem é casado há 27 anos e a quem ele chama de ‘neném: “Bebeto é um cavalheiro, do tipo que abre a porta do carro e manda flores”, diz ela

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“Deus soube me retribuir: Acho que fui um bom vice para o governador Aécio e, por isso, recebi um excelente”, disse Antonio Anastasia sobre Alberto Pinto Coelho

a população também será respeitado.” Cuidadoso ao falar, é raro ver o atual governador dirigir palavras ásperas até mesmo aos adversários. Mas ele não poupa a presidente Dilma. “Eu ponho em dúvida a capacidade técnica que ela afirma ter”, diz. De repente, o celular do governador, deixado no silencioso junto ao álbum de fotografias, em cima do aparador da sala, começa a piscar incessantemente. Era sua secretária, Ana Flávia. Ele faz uma pausa e pede um minuto para atender. Levanta-se da mesa – que continua com o café da manhã servido – e pergunta as horas. Eram 13h40. “O QUÊ?!, UMA?!”, reagiu ele. “Perdi meu almoço”, afirmou. Atende o celular. “Flávia, ligue lá e peça desculpas. Veja se ainda dá tem-

po”, disse, com certo apavoramento. Ele anda de um lado para o outro, com o telefone em mãos. O visor pisca. Flávia fala: “Dá sim, estão te esperando”. “Ufa!”, ele sorri aliviado. “Gente, me desculpe, preciso me trocar”, diz, antes de ir apressado para o quarto. Volta em cinco minutos, vestido com sapatos e terno pretos, camisa branca e gravata vermelha de listras. “Nossa Senhora... Ficamos quase três horas e nem vi o tempo passar”, diz ele. Mas, governador, ainda não falamos sobre o Pimenta da Veiga. “Ele será um governador brilhante: é muito preparado. Mas vamos marcar outra conversa”, diz ele. “Essa foi tão boa.” E abre aquele sorriso. ❚

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CAPA | ANTONIO ANASTASIA

“Não há glamour em governar” Candidato ao Senado, ele deixa o governo de Minas como um dos gestores mais bem avaliados do país e com a certeza de que é grande puxador de votos SERGIOVANNE AMARAL E ANDRÉ LAMOUNIER

Aos 52 anos, Antonio Anastasia deixa o Palácio Tiradentes antes do fim do seu mandato para coordenar a campanha do senador Aécio Neves, pré-candidato à Presidência da República, e a sua própria campanha rumo ao Senado. Deverá ser eleito com maciça votação. E não mudou. Continua cultivando hábitos simples, como andar pela cidade sem seguranças. E acha que governar é uma função como tantas outras: “Estou aqui para atender às pessoas”. Prova de que a imagem de personalidade política e grande puxador de votos, que conquistou, não lhe subiu à cabeça. Segundo a mais recente pesquisa de opinião, realizada em dezembro de 2013, que avaliou o desempenho dos governadores brasileiros, Anastasia tem a aprovação de 63% dos mineiros, ficando entre os cinco mais bem avaliados do país. “Minas é o estado que tem a melhor administração do Brasil”, diz Anastasia. “Quem afir ma isso não sou eu, é o Banco Mundial e o Banco Interamericano.” Há 12 anos sem tirar férias longas, ele pretende descansar por algumas semanas, antes de mergulhar de vez nos novos desafios. “Fiz o melhor que pude”, diz. “Mas o título de professor é o que mais me honra.” O senhor é um político fora do padrão: pontual, atende todo mundo, dispensa seguranças. Acha que está criando um jeito novo de fazer política no Brasil?

Seria muito pretensioso se achasse isso. Cada um tem um estilo e o aplica em suas atividades profissionais. Não é um estilo novo, é a minha personalidade. Como eu, há outros nessa linha. Cortesia, atenção, educação e responsabilidade decorrem da minha formação de servidor. Sei que estou aqui para atender as pessoas e resguardar o interesse público. O senhor tem dificuldade em dizer não?

Pelo contrário. Digo com tranquilidade. Quem exerce um cargo público com a responsabilidade que eu tenho tem de dizer não. Mas dizer de ma114 |Encontro

neira elegante, cortês. Isso também é fundamental. Quando o senhor assumiu o governo, era chamado de “professor Anastasia”, tendo em vista seu perfil técnico. Hoje, é respeitado como uma grande liderança política e todos se referem ao senhor como “governador Anastasia”. Trata-se apenas de uma troca semântica ou a percepção das pessoas realmente mudou?

Minha origem é acadêmica. Acabei exercendo funções políticas muito cedo, como secretário de Estado e, depois, em Brasília, no governo federal. A distinção que fizeram no começo entre político e técnico, na verdade, não existe. Quem está em um cargo político precisa ter co-

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nhecimento técnico e, para exercer funções técnicas, precisa ser político. Nossa paciência e boa vontade em ouvir a sociedade e parlamentares consolidaram a imagem de uma personalidade política. Deixo o governo com a consciência tranquila. Fiz o melhor que pude. Apesar das dificuldades financeiras na União, a situação em Minas é relativamente boa. Independentemente disso, o título de professor é o que mais me honra. Mas em que medida ter sido governador influenciou no seu jeito de ser?

Do ponto de vista prático, fiquei mais inibido, porque, mesmo sem querer, minha presença acaba constrangendo as pessoas. Vou a uma festa como Antonio Augusto, mas as pessoas enxergam o governador do estado. Outro dia, fui almoçar em um restaurante com amigos e, na mesa ao lado, havia uma senhora muito distinta. Ela veio até mim: “Desculpe incomodar, mas queria dar os parabéns por ver o senhor aqui almoçando como uma pessoa comum, sem seguranças’” Na medida do possível, tento levar isso adiante. Quem é governador, prefeito ou ministro tem de dar o exemplo. Portanto, tem de policiar suas atitudes permanentemente. Não há glamour em governar. Qual foi o maior feito do seu governo?

Os resultados na educação. Ocupar, por duas edições consecutivas (2011 e 2013), o primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Brasil é algo muito expressivo, em um estado que ainda tem, lamentavelmente, muitas desigualdades regionais. Rio de Janeiro e São Paulo têm maior homoge neidade interna, mas, de todos os estados brasileiros, Minas Gerais tem, de longe, a melhor administração do Brasil. Quem diz isso é o Banco Mundial, o Banco Interamericano, os outros governadores. Como cidadão, o senhor teria receio de andar pelas ruas de Belo Horizonte com relógio no pulso?

Todo cidadão, hoje, tem receio. A sensa ção subjetiva de segurança é muito baixa. Fui secretário de Defesa Social e, mesmo que as estatísticas melhorem ou piorem, o sentimento das pessoas é maior. Dos 27 estados, Minas é o quarto com menor índice de homicídios, mas um caso, por

si só, já é lamentável. Enquanto não re solvermos o problema das drogas, vamos ter muitas dificuldades. E isso é responsabilidade do governo federal. O Brasil não produz cocaína. Ela entra no país por falta de efetivo nas fronteiras. Por isso tem dito que a segurança pública é a área que mais o preocupa?

A área de segurança acaba tendo fatores que são exógenos ao governo. Há a questão da droga, que afeta o comportamen to das pessoas, e a própria sociedade brasileira, que é violenta. O grande tema das eleições de 2014 será segurança pública. Ainda assim, os investimentos cresceram mais que três vezes no meu governo. Minas é, hoje, segundo o Ministério da Justiça, o estado que mais investe na segurança pública em relação ao seu orçamento. O senhor relutou em aceitar a convocação do senador Aécio Neves para se lançar candidato ao Senado e manifestou desejo de se dedicar a questões pessoais e à iniciativa privada?

Não, isso é uma lenda. Venho de uma fa mília que, pelo lado do meu pai, é da área comercial, mas, pelo lado da minha mãe, é de servidores. Tenho vocação para o serviço público. Advoguei por um tempo, mas nunca me senti completo. Gosto das funções da administração. Não enriquece as pessoas, mas tem me dado uma condição razoável de vida. Nunca imaginei que pudesse ser político com mandato. Há quatro anos, o senhor definiu a presidente Dilma como uma pessoa dedicada e competitiva. Ainda acha isso?

Tenho com a presidente um relacionamento pessoal harmonioso, cordial e respeitoso. Sob o ponto de vista político, temos visões e estilos diferentes. O que lamento é que o governo federal fica devendo em relação às grandes obras estruturantes de Minas Gerais, que são de res ponsabilidade dele. Costumo dizer que, enquanto fizemos a Linha Verde, a Infraero não conseguiu trocar a escada rolante do aeroporto de Confins. O governo federal tem grandes lacunas de eficiência. Quais características mais chamam a atenção no atual governador Alberto Pinto Coelho?

É uma pessoa muito dedicada. Ficou ao

meu lado esse tempo todo, administramos o estado conjuntamente. Tivemos aqui reuniões semanais de governança e ele participou de todas as decisões, de todos os projetos. É muito leal, extremamente paciente, equilibrado e experimentado na vida política e profissional. O candidato do PSDB à sucessão, Pimenta da Veiga, é um dos políticos mais tradicionais. Por outro lado, muitos dizem que é pouco conhecido da nova geração. O senhor acha isso uma incoerência?

Pelo contrário. Política são circunstâncias. Quando fui vice de Aécio, as circunstâncias me levaram a ser escolhido mesmo sem experiência parlamentar. Agora, as circunstâncias são outras. Não sei se seria o mais adequado repetir agora, nesta sucessão, o mesmo perfil que o meu. Quando assumiu o governo, uma preocupação que o senhor tinha era o fato de estar acima do peso. Como se sente hoje? É difícil ser governador e cuidar de si mesmo?

É, reconheço que piorei. É difícil por causa do tempo. Nunca fui muito adepto de exercícios, mas por recomendação médica comecei a fazer caminhada. Tive de parar porque tinha de acordar às 5h. O cansaço chega a um ponto que você não aguenta. Meu hábito alimentar não é bom. Não bebo álcool e não fumo, mas gosto de doces, e eles engordam. Como bom atleticano, há quem diga que o senhor vai torcer para a Argentina na Copa do Mundo. É verdade?

Fico feliz de a Argentina ter escolhido a Cidade do Galo para se instalar. Teremos aqui também Chile e Uruguai. Belo Horizonte está bem redondinha para receber a Copa do Mundo. Vou torcer para o Brasil ser campeão. Imagine a frustração do povo se isso não acontecer? Teremos jo gadores do Atlético na seleção que vão colaborar para que o Brasil saia vencedor e deixe todos os atleticanos felizes da vida. Antes de se empenhar nas eleições, vai sair de férias? Para onde vai?

Merecidas, né?! Estou há 12 anos sem férias longas. Vou ficar três semanas fora do Brasil. Com esse período maior, volto com mais força e mais animado. z ABRIL DE 2014

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MODA | EDITORIAL

ANA CLÁUDIA ESTEVES

Queridinhos do verão, os bodies se reinventam para a nova estação. Com cores mais sóbrias, estampas moderadas e cortes comportados, agora eles vestem também os dias de frio. Elementos invernais como casacos, luvas, meias e botas incrementam a produção e dão a temperatura certa ao look.

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Body: Xale: Blazer: Joias:

Butic bardot Mixed Bob Store Manoel Bernardes

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MODA | EDITORIAL

Body: Colete e bolsa: Casaco: Botas: Joias:

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Cila Bob Store Mixed Laporte Manoel Bernardes

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Body: Casaco e botas: Joias: Luvas e meia-calça:

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Iorane PatrĂ­cia Motta Recoder Acervo pessoal

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MODA | EDITORIAL

Body: Casaco: Botas: Joias: Meia-calça e luvas:

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Iorane Íris Clemência Laporte Manoel Bernardes Acervo pessoal

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Body: Casaco: Botas: Joias:

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Ecow Mixed Villa Vittini Recoder

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MODA | EDITORIAL

Body: Trench coat: Luvas: Botas: Joias: Meias:

Cila Patrícia Motta Arezzo Laporte Recoder Acervo pessoal

FICHA TÉCNICA: Styling: Edição: Fotos: Beauty: Modelo:

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Marcelo Brasiliense Ana Cláudia Esteves Rodrigo Mendes (Mineral) Emerson Cardoso Marcia Muniz (Ford Models)

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MODA | NAS RUAS

A peça mais

desejada da temporada CLAUDIANNE CARNEIRO

RENATA MARQUES

VANESSA MEIRELES

ENGENHEIRA AMBIENTAL

BLOGUEIRA

ADVOGADA

A engenheira provou que tem bom gosto e garantiu um visual sofisticado com o body. “Gosto muito de usar a peça, porque ela modela o corpo. E, quando conjugada com saia evasê, consegue-se um conjunto equilibrado.” Vale ressaltar que o look escolhido por Claudianne é um tricô bandage, femi nino e contemporâneo.

Quem não quer praticidade para se vestir? Esse é o argumento da blogueira Renata. “Veste bem e conversa com qualquer outro complemento. Vale usar com uma sobreposição ou até a peça sozinha.” Nossa dica? Inspire-se no visual de Renata e misture texturas. Ela usou uma saia de tweed, colete franjado e o body de cirré, que ganhou um detalhe bordado no braço. Look invernal e moderno!

Vanessa escolheu uma produção descomplicada e contemporânea. A advogada trouxe a estampa de onça como destaque e arrematou com elementos neutros. “Acho que a mulher pode compor looks variados com a peça. É possível apostar em um visual elegante ou sensual e ainda permanecer confortável”, indica.

Fotos: Geraldo Goulart

Saia e body – L’Allume Bolsa – Chanel Sandália – Jimmy Choo

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Body e Saia – Chocolate Colete – Anna Lee Bolsa – Prada Sapato – Luiza Barcelos

Body – Mural Saia – Degrand Bota – Luiza Barcelos

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FABÍOLA PAIVA ELUDMILLA RANGEL*

Difícil encontrar alguma grife que não tenha apostado no body. A peça retornou tímida ao guarda-roupa feminino, primeiro passeando nas praias, como maiô, para, em seguida, alcançar produções urbanas, que expressam estilo e personalidade. O motivo para tanto sucesso? Versatilidade e conforto. Além, é claro, de valorizar a silhueta feminina. Modelos estampados, lisos, decotados, com manga ou sem podem ser encontrados por aí. E prepare-se: o body promete reinar neste outono. z

DEBORAH ZANDONNA

MARIANA GOULART

CARLA PIMENTEL

BLOGUEIRA

JORNALISTA

PAISAGISTA

A moda dos bodies definitivamente conquistou o Brasil. E Deborah conta o motivo: “A brasileira se identificou muito porque realça as curvas. É uma peça que ainda garante conforto e permite várias propostas”. Apesar da cor clássica, o body com franjas é uma opção mais conceitual, que garante informação de moda até mesmo com um short jeans com pegada destroyed. Aposte!

A jornalista trouxe um ar esportivo para o look, que conferiu um charme extra ao visual. Quem diria que uma calça mais larguinha, com elástico na cintura, ficaria tão interessante com um body nude “zebrado”? “É atempo ral. Quem adquire um body hoje vai poder usar sempre.” Para se aquecer no frio, que já chegou por aqui, ela finalizou com um casaco de tricô.

Carla confessa que tem um caso de amor com os bodies. “Não existe nada mais prático do que ele. Adoro usar no dia a dia, porque me permite mobilidade”, diz. A produção de Carla é fácil de copiar e funciona sempre: mescle uma peça estampada e outra lisa. Não tem erro!

Body – Chance Short – Diesel Colar – Lita Raies Scarpin – Louboutin

Body – La Ví Calça – A. Brand Casaco – Zara Colar – Mob para C&A

Calça – Lenelee Body – Rosa Chá Bolsa – Guess Sandália – Luiza Barcelos *Fashionistando.com ABRIL DE 2014

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MODA | TENDÊNCIA

Que venha

o inverno!

Sucesso nas passarelas internacionais, as maxibotas são apostas para a temporada de frio no Brasil

Fotos: Reprodução/Divulgação

ANA CLÁUDIA ESTEVES

Musa internacional, a modelo americana Kate Moss optou por versão mais casual das over the knees

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Foi-se o tempo em que elas eram consideradas a marca registrada do Show da Xuxa. Também ficou para trás a ideia de que só mulheres como a personagem de Julia Roberts no filme Uma Linda Mulher usariam um calçado tão ousado. As maxibotas já ganharam as fashionistas, as semanas de moda e, por fim, as ruas. Febre na Europa e nos Estados Unidos, agora elas surgem como a grande tendência do inverno brasileiro. Denominadas no francês cuissardes e no inglês over the knees, com cano alto ou na altura das coxas, foram inventadas por volta do ano 1300. Nessa época, elas eram usadas exclusivamente por homens com o intuito de proteger suas calças, feitas de tecido raro, que se desgastava em contato com as selas dos cavalos, então o único meio de locomoção. Atualmente, o modelo rouba a cena em passarelas internacionais e é a aposta de grifes de alta-costura como Chanel, Emilio Pucci e Balmain. Foi destaque também nos desfiles de Nova York, pelas badaladas marcas Calvin Klein e Phillip Lim. Elas parecem apropriadas somente para temperaturas baixíssimas, a que países como o Brasil não chegam nem perto, mas não é bem por aí: as cuissardes podem, por exemplo, esquentar as pernas se usadas, em dias mais frios, com peças mínis. Saias mídis ou longas também casam perfeitamente no look. As superbotas devem ser o ponto forte de uma produção e, naturalmente sexy, pedem um visual adequado. Os decotes, nesse caso, não são indicados, pois podem passar vulgaridade. Já calças tipo

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LANÇAMENTO

OILY SOLUTION

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Canos altíssimos no desfile da Chanel: apostas da grife francesa

A marca italiana Emilio Pucci apresenta sua versão: requinte em modelos texturarizados

skinny ou legging são ótimas pedidas e, se tiverem a mesma cor do calçado, podem alongar as mulheres mais baixas. Engana-se quem pensa que são adequadas só para pernas finas. Se usadas na mesma cor, principalmente a preta, bota e calça podem ser a união perfeita para afinar pernas mais grossas. Com pares para todos os gostos e ocasiões, os mais exuberantes têm canos altíssimos, detalhes ousados e, claro, saltos nas alturas. Outros modelos, tão estilosos quanto esses, aparecem em propostas mais versáteis, com canos dobráveis e saltos menores – para quem preza o conforto, sem perder a beleza e a atitude. Empresária do ramo de calçados, a mineira Luiza Barcelos, que está à frente de uma das marcas mais con-

ceituadas do país, garante que o sucesso da tendência já se confirma no Brasil: “Os modelos chegam às lojas físicas ou virtuais e se esgotam em instantes. Até antes de o outono começar já havia procura por eles”, diz. Luiza, que apostou em mais de uma versão das maxibotas para a coleção atual, acredita que elas trazem mais beleza às brasileiras: “As botas acima dos joelhos já são referência de estilo e deixam as mulheres mais elegantes”, diz. Para Coco Chanel, eterno ícone da moda mundial, os joelhos nunca deveriam ficar à mostra, por considerar a parte mais feia do corpo. Certamente, com tamanho bom gosto, Chanel aprovaria a nova aposta da marca que leva seu nome. ❚

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DECORAÇÃO | PAREDES

As paredes têm

vida

Com propostas diferenciadas, papéis e plotagens transformam rapidamente a “cara” do ambiente. É importante combiná-los com móveis e objetos 128 |Encontro

MARINA SANTOS

Antigo conhecido, o papel de parede ganha novas texturas e grafismos cada vez mais elaborados. A plotagem também aparece em destaque na decoração como solução simples e bastante indicada para a criação de espaços temáticos. Além de práticos, pois evitam a trabalhosa tarefa de ter de pintar a casa, esses revestimentos mudam rapidamente a atmosfera do lugar e são grandes aliados na hora de conceber ambientes com toque personalizado. Para quem busca resultado marcante, tons vibrantes e desenhos originais podem fazer toda diferença.

Jomar Bragança/Divulgação

Mas, quanto maior a ousadia dos painéis, maior deve ser também o cuidado para suavizar o restante da composição, de modo a alcançar efeito criativo, sem comprometer a harmonia do todo. Assim, papéis de parede e plotagens devem ser usados como referência para a seleção dos demais elementos da decoração e funcionam como ponto de partida para a definição da paleta de cores do projeto. É importante também escolher bem a parede sobre a qual o revestimento será aplicado, pois o recurso dará grande realce, captando as atenções de quem entra no cômodo. Em contraposição, demais paredes e teto devem se manter mais limpos.

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Fotos: Jomar Bragança

ESPAÇO PARA ROMANTISMO No lavabo deste apartamento, destaque para o papel de parede no estilo romântico, com desenhos de arabescos em tecido. O charme da bancada ficou por conta do granito levigado com toalheiro em inox. O contorno em espelho ajuda a dar sensação de amplitude ao espaço, que era um tanto reduzido. Como a cliente não queria armários no espaço, a arquiteta e designer de interiores Manuela Senna, que assina o projeto, desenhou uma bancada em peroba do campo para suporte de acessórios de banheiro.

CARTOON MODERNO No projeto deste quarto, em um apartamento no bairro Lourdes, as designers de interiores Paola Camargo e Priscila Sathler selecionaram um papel de parede que se assemelha a história em quadrinhos. O painel traz ar contemporâneo e ao mesmo tempo descontraído à composição, e suas cores dialogam com o restante da decoração. A luminária e a mesa em vermelho dão vivacidade ao ambiente. Já os nichos suspensos são em gofrato cinza e servem como mais um apoio para guardar objetos pessoais e livros, uma das demandas do cliente, que é um jovem Ana maria Machado universitário.

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DECORAÇÃO | PAREDES

Fotos: Jomar Bragança/divulgação

RECORTES DO OFÍCIO Este home office, no bairro Estoril, foi projetado para uma jornalista que queria ter conforto e praticidade em seu dia a dia de trabalho. Para personalizar o espaço, a designer de interiores Cícera Gontijo escolheu plotagem que combina letras, números e alguns desenhos sobrepostos, o que cria efeito de “colagem”. Executado em preto, branco e sépia, o painel possibilitou a utilização de cores mais quentes nos mobiliários e adornos. Destaque para a poltrona estampada em flores, que cria um convidativo e aconchegante canto para leitura. A mesa em vidro torna o ambiente mais leve.

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Mariana Neto/Divulgação

APOSTA DIVERTIDA Nesta sala de jogos, a cidade de Las Vegas serviu de inspiração para a decoradora Camila Guerra. A plotagem, com sua grandiosidade, brilhos e cores, torna o cenário mais atraente e divertido. No piso, um grande tapete em xadrez preto e branco simula um tabuleiro e, com sua forma irregular, dá movimento ao espaço. A disposição das prateleiras sobre a parede verde cria um grande jogo de dominó. A mesa com tampo móvel, desenvolvida pela decoradora exclusivamente para o projeto, dá charme a mais ao local.

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DECORAÇÃO | PAREDES Daniel Mansur

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Priscilla Borella

LONDON STYLE Este é o quarto dos sonhos de uma adolescente que coleciona pôsteres e adornos relacionados à Inglaterra. Para ambientar o espaço, localizado em uma casa no Alphaville, a designer de interiores Andrea Ker Bacha escolheu uma grande imagem do Parlamento inglês, que recebe iluminação de cima para baixo, com lâmpadas embutidas na marcenaria. Em contraste com o painel em tons de cinza, recebe destaque a bandeira britânica, reproduzida também nas almofadas sobre a cama, e o criado em laca vermelha.

ESTILO AO NATURAL Nesta sala de estar em uma casa no bairro São Bento, a arquiteta Estela Netto preferiu um papel de parede de toque mais clássico, com estampa de folhagens. O uso de cores neutras conserva uma atmosfera mais sóbria e ao mesmo tempo proporciona aconchego ao espaço. A iluminação dicroica dá destaque ao papel de parede e valoriza o contraste entre tons claros e escuros. As mesas de centro são de laca espelhada e o aparador, de lâmina de madeira natural, o que confere sofisticação ao ambiente.

Simone Fiuza/divulgação

Daniel Mansur/divulgação

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DECORAÇÃO | PÁSCOA

Celebração à mesa Na festa de Páscoa, nada melhor que reunir os amigos e familiares em uma ocasião especial. E, na hora da refeição, a mesa deve acompanhar, com beleza e criatividade, a comemoração

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Fotos: Petrônio Amaral/divulgação

MÍRIAN PINHEIRO

A Páscoa está chegando e já está na hora de pensar em decorar a casa para o grande encontro de família. A mesa deve refletir a personalidade do lugar, criando um ambiente em que todos se sintam à vontade. Escolhido o tema, é colocar a criatividade para trabalhar. Uma mesa tradicional clássica costuma exibir flores, castiçais, elementos de época, perfeita organização dos talheres, pratos e taças. Numa mais moderna, as regras rígidas podem ser quebradas, desde que com bom senso, bastando dar simetria aos volumes dos enfeites principais. Há quem garanta não ser preciso nem mesmo gastar demais para fazer uma apresentação bonita. Tudo depende da criatividade e do bom senso. Até porque, na maioria das vezes, os detalhes é que costumam fazer a diferença. Se a mesa é a protagonista da decoração, logo ela deve ser bem explorada. Designers de interiores como Luciana Diniz, Aryadne Bagordakis, Chystian Kellers, Laura Costa, Amadeu Scarpelli, Cátia Maiello e Cláudia Aragão prepararam sugestões especiais para o décor da época. Para lá de charmosas, elas certamente servirão de inspiração para você montar a sua. Clássica, informal, moderna ou descolada, as mesas da Páscoa prometem encantar adultos e crianças.

INSPIRAÇÃO CLÁSSICA A designer de interiores Luciana Diniz, da Livro-Objeto Atelier e Design, adora a energia de renovação que carrega o feriado da Páscoa. Para compor sua mesa de inspiração clássica, ela criou uma decoração litúrgica, com símbolos que evocam e celebram a ressurreição de Cristo. A nobreza de espírito do filho do Pai é representada pelos elementos dourados da composição, como nos detalhes das taças, autênticas bicos de jaca, acervo da família, e nos ovos de galinha de descarte pintados de dourado. Três esculturas de Helena Souza Lima, em barro, lembram figuras de anjo em posição de reverência, “como se estivessem dando as boas-vindas”, diz a designer. Completam a composição jogos americanos de juta, guardanapos de linho e algodão, numa referência à beleza da simplicidade de Jesus. Flores de parafina roxa, dobraduras de pano em forma de coelho, arranjo de flores e trigo, e talheres de prata. ABRIL DE 2014

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DECORAÇÃO | PÁSCOA Leandro Couri/EM/DA Press

Divulgação

TRADIÇÃO MINEIRA A mesa dos designers Aryadne Bagordakis e Chrystian Kellers propõe um conceito de tradição e delicadeza, como a data sugere. Um momento singular em que a família está reunida, celebrando uma das datas cristãs mais importantes, a Páscoa. Pensando em evidenciar as características mais perceptíveis do povo mineiro, conceitos tradicionais e requintados foram empregados em cada detalhe do projeto. A madeira dá aconchego a peças finas e o tom de azul transmite a tranquilidade natural do mineiro e a paz que permeia a data. Na mesa estão reunidos o bom gosto e o charme da tradicional simplicidade mineira.

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Fotos: João Carlos Martins

UM TOQUE DE LUXO O flower designer Amadeu Scarpelli criou uma mesa clássica, composta por toalha de renda veneziana branca, guardanapos de linho também na cor branca e renda guipere. Pratos de porcelana, taças de cristal e sousplats exibem bordas douradas. Aliás, o tom dourado pontua toda a composição de Amadeu, dando um toque luxuoso à decoração, que recebe ainda charmosos coelhos de pelúcia em tons de rosa e azul claros, e dezenas de ovinhos amarelos importados para guardar os ovos de verdade de chocolate. Detalhes em cristal ornamentam a mesa.

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DECORAÇÃO | PÁSCOA Petrônio Amaral/divulgação

Leandro Couri/EM/DA Press

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Petrônio Amaral/divulgação

FAÇA A SUA! Dicas valiosas para quem não quer errar na hora de optar por uma mesa tradicional ou mais moderna

MAIS VIDA AO AMBIENTE A designer de interiores Laura Maria Costa desenvolveu sua decoração de mesa a partir do tema “Paixão de Cristo e Amor entre os Homens”. Para compor a ambientação, dispôs um aparador descentralizado da mesa redonda acompanhada de cadeiras estampadas (da Líder Interiores), para ficar diferente do usado normalmente. Sobre o aparador, uma manta jogada até o chão e cesto de ovos. Em cima da mesa, ovo de chocolate partido ao meio e, dentro, ovos de madeira com folha de ouro. Com guardanapos grandes brancos, montou quatro coelhinhos de dobradura. Um pó dourado foi salpicado em toda a extensão da mesa para dar um ar descontraído. Sousplats, jogos americanos, pratos, taças e talheres dourados (La Ville) complementam o décor. As flores naturais deram mais vida ao ambiente.

OBJETOS Toalha de linho branco ou cru, não muito curta nem muito longa, no máximo 35 cm do tampo Pratos neutros, sem desenho, no máximo com detalhes pequenos tom sobre tom Talheres de prata, sempre arrumados de fora para dentro Taças de água e vinho de cristal (incolores) Guardanapos podem ser coloridos (a cor verde, por exemplo, dá um ar de fresco) Suporte de guardanapos podem ser em prata, miçangas neutras ou até mesmo aqueles que possuem flores

Leandro Couri/EM/DA Press

DIVERTIDA E COLORIDA Cátia Maiello, decoradora, e Cláudia Aragão, arquiteta, da Casatelier, pensaram em uma mesa moderna. A partir desse conceito, criaram uma decoração divertida e bem colorida. Para dar um toque original, apostaram nas peças de porcelana assinadas por Ronaldo Fraga e taças de vinho repletas de confetes. “Inserimos objetos como ovos coloridos e coelhos para personalizar a decoração”, explicam. Os pequenos coelhos de pelúcia foram amarrados nas hastes das taças e os palitos decorativos foram colocados entre os talheres. Para atrair a atenção e a presença das crianças, ovos de Páscoa e chocolates em formato de coelho também deram um charme especial à mesa.

DICAS Se o guardanapo for colorido, use flores brancas, do contrário, pode-se usar a cor predominante da mesa Procure sempre os arranjos mais baixos, para não impedir as pessoas de conversarem, de preferência no centro da mesa, ou dois arranjos afastados, sempre mantendo a simetria Castiçais são bem-vindos neste caso, sendo colocados no centro da mesa, no caso de dois arranjos de flores ou nas duas laterais do arranjo No caso de um arranjo de centro único, podem-se trocar as flores por frutas Coloque pequenos ovos de chocolate pela mesa se as embalagens forem neutras e seguirem os tons do restante. Para uma mesa moderna, a toalha é o elemento principal. Vale toalha colorida ou com estampa temática Os pratos, copos, guardanapos, suportes de guardanapo podem ser coloridos, mas não utilize cores opostas, pois o efeito será desastroso É permitido misturar estampas, contanto que não se misturem cores Não é proibida a utilização de flores e velas, porém muito cuidado com as crianças Fonte: arquiteta de interiores Raquel Klieger/Cyberccok.com.br

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VITRINE | PÁSCOA

Eu só quero ANA CLÁUDIA ESTEVES

O dia mais doce do ano está chegando e traz algumas novidades de dar água na boca. Os tradicionais ovos de Páscoa apresentam, este ano, versões mais requintadas e surpreendentes, com receitas gourmet. É uma boa dica para experimentar e, mesmo, presentear. Aproveite! ❚

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NA MESA | Augusto Franco afranco@revistaencontro.com.br

Passando o bastão Rogério Sol

São 25 anos à frente do mais premiado restaurante de comida mineira de Belo Horizonte, o Xapuri, na Pampulha. Agora, aos 75 anos, a sempre simpática Nelsa Trombino começa a passar o bastão para a próxima geração. A cozinha será herdada pelo filho Flávio Trombino, de 44 anos, que já vive entre panelas e canelas há quase uma década. Além da mãe, o processo de sucessão está sendo assistido por especialistas da Fundação Dom Cabral, que tem um programa voltado para sucessão familiar em empresas de sucesso. Desde 2010, outra filha de dona Nelsa, Fernanda, assumiu a parte administrativa. O début do agora chef Flávio aconteceu em março. Pela primeira vez em 18 anos, o prato do ano da Associação da Boa Lembrança do Xapuri não foi criado pela matriarca. “Ela é minha mentora, meu porto seguro. Fui eu que criei o prato, mas só apresentei depois da bênção dela”, diz. O Saudade do Cerrado é feito com miolo de alcatra serenada na chapa à manteiga de garrafa, cebolas roxas, moranga e batata-doce rústica, acompanhadas por vinagrete de coentro e pimenta-dedo-de-moça, farofa de baru e arroz com pequi.

Samuel Gê

Ícone dos EUA Quem acompanha seriados e filmes hollywoodianos está acostumado a ver as tradicionais rosquinhas em praticamente todos os policiais. Trata-se dos donuts, confeito da terra do Tio Sam feito com massa fofa de farinha de trigo, recoberta com açúcar refinado e recheada com cremes extradoces. Desde janeiro, é possível encontrar a iguaria em BH. Depois de uma rápida passagem pelo Brasil, a marca mais famosa do mundo, o Donkin’ Donuts, saiu do país em 2003, mas deixou uma fábrica com a receita clássica, o Café Donut, comandada por empresários paulistas, que herdaram a autorização para produção. A marca chegou à capital mineira sob o comando do jovem empresário Rafael Matos. A loja fica na na avenida Álvares Cabral, esquina com Bias Fortes. Oferece os preparos com recheios de doce de leite, chocolate, framboesa, goiabada, morango, banana com canela e maçã com canela (R$ 5,20 cada).

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Geraldo Goulart

Coquetel on-line

Samuel Gê

Dono da Mixing Bar e embaixador da vodca francesa Grey Goose no Brasil, o mixologista Tony Harion não para um minuto sequer. Entre competições e eventos país afora, sua empresa lança, neste mês, uma loja on-line, que vai oferecer produtos difíceis de se achar por aqui, caso do refrigerante de gengibre, ou Ginger, que ele produz na casa, no bairro Anchieta. “Ofereceremos ingredientes gourmets para um nicho bem especializado de bartenders e chefs.” Na loja on-line, será possível encontrar também bitters e ingredientes para fazer os destilados amargos, entre ervas e especiaria. “A ideia é deixar esses insumos disponíveis para mais profissionais brasileiros”, diz Tony.

Novidades na Villa Os pratos continuam italianíssimos, mas o sotaque mineiro começa a aparecer aqui e ali. Com cardápio novo desde meados de março, o restaurante Villa Roberti, no Belvedere, incorporou novidades aos preparos clássicos da bota, como a bisteca fiorentina e o pappardelle com molhos de frutos do mar, além de outras massas com toques locais. Entre as novidades apresentadas pelo chef Lucas Del Peloso, destaque para o ravióli de galinha-d’angola, que chega à mesa envolvido num perfumado caldo. Outro é o nhoque de batata-baroa, feito

com ovo caipira e com ragu de cordeiro e cogumelos frescos. O prato, bem verde-amarelo, é boa opção para quem só pensa em futebol. Não saia de lá sem provar pelo menos uma das novas sobremesas. Entre elas, o curioso cannoncini, um canudo crocante de amêndoas recheado com creme de chocolate trufado e servido com sorvete crocante e calda de frutas vermelhas. O goccia também impressiona. A mousse leve de chocolate amargo vem com discos crocantes, um toque de flor de sal e uma gostosa espuma de azeite e baunilha. Mamma mia!

Samuel Gê

leblon é pizzaria De portas abertas desde meados de março, a pizzaria Leblon, no Mangabeiras, ocupa o imóvel onde antes estava o francês C’Est Si Bon, na esquina da avenida Bandeirantes com Pium-i. Os proprietários são os mesmos, a dupla Rodrigo Rocha e Francisco Macedo. Nos três meses em que ficou fechado, foram poucas as mudanças. A bela adega climatizada e a estrutura da cozinha foram mantidas, mas a casa ganhou um forno a lenha e uma Kombi antiga do lado de fora, onde será disponibilizado chope em esquema de refil livre, como já funciona o serviço de refrigerante em algumas casas de fast-food da cidade. O cliente paga o preço da tulipa e pode beber à vontade. A sacada é do consultor do novo negócio Marco Malzone, que depois de um tempo afastado do ramo volta à cena gastronômica de Belo Horizonte. Além da Leblon, ele ajudou na montagem da Pizza no Galpão, no Prado, e da recém-inaugurada Villa Floriano, localizada em imóvel com frente em estilo art déco na praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia. “Descobri que meu negócio é fazer pizza”, diz Malzone. abril de 2014 Encontro | 145

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Além do bacalhau Para quem quer variar, chefs sugerem outras carnes brancas que caem bem no domingo de Páscoa. Não falta toque de mineiridade nos pratos Augusto Franco

O bacalhau é ingrediente que não pode faltar no domigo de Páscoa, certo? Não é bem assim. A mais tradicional iguaria portuguesa pode ser substituída por outras carnes brancas, que ficam igualmente saborosas. Selecionamos receitas com sotaque mineiro e toques de modernidade para agradar a avós, pais e filhos. É caso do tradicional frango ao molho pardo servido na Cafeteria da Fazenda, no Anchieta, ou do modernoso badejo com cubu, uma espécie de broa de fubá, com queijo ou não, moldada e assada em folhas de bananeira, que em algumas regiões do estado é chamado de ‘pau a pique’. A receita do quitute que publicamos nesta edição é uma versão do chef Fred Trindade, do Restaurante Trindade, na qual o cubu se transforma em interessante acompanhamento para filé de peixe. O mesmo badejo é tratado pelo chef Leandro Pimenta, do The L.A.B., como o bacalhau brasileiro. A carne firme, macia e untuosa conta com a vantagem incontestável de chegar fresca às mesas mineiras. Em sua receita, o peixe ganha a companhia do tucupi, legumes tostados, banana-da-terra, leite de coco e cúrcuma, e é decorado por brotos. “Trata-se de um estudo sobre a nossa gastronomia ancestral. O tucupi, em última análise, é um vinagre ancestral indígena”, diz sobre o caldo feito a partir da fermentação das folhas maceradas da mandioca-brava. Colaborou: Sílvia Laporte

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Fotos: Samuel Gê

Cubilac de Salmão

Por Adenilson Baptista de Oliveira, chef do Redentor

INGREDIENTES 300 g de filé de salmão 150 g de camarão para molho (pequeno) 50 g de alcaparras 150 g de manteiga (sem sal) 100 g de champignons laminados 1 colher de café de suco de limão MODO DE PREPARO Para o salmão Cortar o filé de salmão em cubos

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de cerca de 2 cm de lado e temperar com sal. Dispor o peixe em tabuleiro forrado com papel manteiga e levar para assar em fogo médio, até dourar (cerca de 20 min). Para o molho Em uma frigideira aquecida, adicione a manteiga e os camarões, mexendo sempre. Quando os camarões estiverem com coloração rosa (cerca

de 2 min), acrescente as alcaparras, o limão e os cogumelos laminados. Ferva por mais 1 min, mexendo sempre. Reserve. MONTAGEM Monte os cubos em uma travessa e regue com o molho a gosto. Se preferir, sirva o molho à parte.

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gastrô | receitas Fotos: Samuel Gê

Peixe ao molho de tucupi Por Leandro Pimenta, chef do The L.A.B

INGREDIENTES 200 g de peixe branco 500 mL de tucupi 100 g de banana-da-terra 50 g de batata-doce 50 g de batata-baroa 50 g de cará 50 ml de leite de coco 5 g de cúrcuma 30 mL manteiga de garrafa Sal e pimenta a gosto

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MODO DE PREPARO Em fogo médio, coloque em uma panela o tucupi e deixe ferver. Acrescente o peixe temperado com sal e pimenta e deixe cozinhar até que fique no ponto. Em outra frigideira, coloque a manteiga de garrafa e doure os legumes com a banana-da-terra. MONTAGEM Para servir, utilize um prato fundo. Coloque os legumes com a banana e, por cima, o peixe. Misture o leite de coco com a cúrcuma e passe no filé de peixe. Disponha um pouco do tucupi no fundo do prato e decore com brotos de rúcula.

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gastrô | receitas Fotos: João Carlos Martins

Papillote de linguado com maracujá Por Patrícia Cavalcanti, chef do Santa Fé

INGREDIENTES 1 filé de linguado 4 camarões-rosa 100 mL de fundo de vegetais 50 g de couscous marroquino 1/2 dente de alho 20 g de manteiga 20 mL de molho de maracujá 1 folha de papel-manteiga 20 mL de conhaque

MODO DE PREPARO Para o couscous Hidrate o couscous com o fundo de vegetais. Refogue na manteiga e alho, tempere com sal e pimenta-do-reino e grelhe rapidamente os camarões no azeite. Flambe com o conhaque.

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Para o molho INGREDIENTES 1 maracujá grande com sementes 50 mL de vinho branco 100 mL de azeite de oliva extravirgem 1 colher de mel MODO DE PREPARO Em uma tigela, coloque o maracujá, o sal e o vinho e misture com um batedor. Junte o azeite e misture novamente até obter uma emulsão. Acerte o sal e, se estiver ácido, acrescente um pouco de mel. MONTAGEM Coloque, na folha de papel-manteiga, o couscous, o linguado, o camarão grelhado rapidamente e o molho de maracujá. Feche e leve ao forno por aproximadamente 12 min.

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gastrô | receitas Fotos: Denis Medeiros

Badejo com cubu de milho verde Por Fred Trindade, chef do Restaurante Trindade

INGREDIENTES 1 filé de badejo com pele (mais ou menos 200 g) 1 cubu de milho verde 1 minirrabanete vermelho orgânico 4 cubos de banana-da-terra Brotos de coentro 2 miniquiabos Flor de cenoura; minicenoura; minicebola 100 g de manteiga 500 mL de vinagre de vinho branco 200 mL de vinho branco 8 grãos de pimenta-do-reino Louro 1 ramo de alecrim 40 g de açúcar 1 folha de bananeira para a montagem MODO DE PREPARO Para o peixe Grelhe os dois lados do filé de badejo em uma frigideira antiaderente com azeite de oliva. Reserve. Para o picles Ferva o vinagre com o vinho branco, o açúcar e os grãos de pimenta. Coloque em pote com o rabanete, a cenoura, a cebola, os brotos de coentro e a flor de cenoura. Leve à geladeira e deixe descansar por 48 horas. Para os grelhados Corte a banana e o quiabo no formato que desejar e grelhe em frigideira tefal. Reserve. Crus Escolha minilegumes crocantes como nabo, bulbo de erva-doce e cenoura e corte-os longitudinalmente. Reserve. Crosta de farinha de cubu Compre um cubu pronto de boa procedência (os melhores são os da Mercearia Paraopeba, em Itabirito). Triture-o em processador e misture com a manteiga, formando uma pasta homogênea. Distribua essa pasta no lado da pele do peixe, formando uma crosta. MONTAGEM Leve os legumes grelhados e o peixe ao forno preaquecido (180°C) por 7 min. Pegue uma folha de bananeira e passe toda ela em uma chama de fogão bem baixa. Passe óleo sobre a folha. Ponha água mineral aromatizada em um borrifador e jogue algumas gotas sobre a folha, lembrando orvalho. Forre um prato com a folha de bananeira e disponha sobre ela o peixe e os legumes, da forma que desejar. Sirva imediatamente.

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gastrô | receitas Fotos: Geraldo Goulart

Frango com quiabo e angu Por chef Cláudia Cunha, da Cafeteria da Fazenda

INGREDIENTES (porção para 4 pessoas) 8 pedaços de frango 3 cebolas médias picadas 2 colheres (sopa) de alho bem socado 1 colher (sopa) bem cheia de colorau Sal e pimenta a gosto

MODO DE PREPARO Para o frango Tempere o frango com o alho, o sal e a pimenta. Frite-o no óleo bem quente até ficar bem dourado dos dois lados. Junte o colorau e a cebola picada e deixe refogar por 5 min. Retire o frango e escorra a gordura sem retirar a borra que fica no fundo da panela. Acrescente 1/2 xícara de água e deixe ferver até dissolver e virar um caldo moreno e então volte com o frango e misture para incorporar tudo. Para o quiabo Pique o quiabo em rodelas de cerca de 2 cm. Frite-as em óleo quente até secar a baba. Junte ao frango e prove o tempero. Para o angu INGREDIENTES 3 xícaras de água 1 xícara de fubá Sal a gosto MODO DE PREPARO Misture os dois ingredientes em água fria e leve ao fogo mexendo sempre para não grudar no fundo da panela e não empelotar. Deixe ferver por cerca de 15 min para cozinhar. Se ficar muito grosso, junte um pouco de água até ficar no ponto que desejar. Sirva quente ou frio.

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gastrô | botecos

Temporada

de festivais Abril é tempo de botecar em BH, com a realização simultânea de dois grandes eventos, o Botecar e o Comida Di Buteco, que, juntos, vão reunir os 100 estabelecimentos mais tradicionais da cidade. Mais do que nunca, a capital mineira vai fazer jus ao título de capital nacional dos bares

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Augusto Franco

A água não é exatamente benta, e as taças de vinho de missa não chegam nem perto das mesas. No lugar da hóstia, rodelas de pão de sal devidamente acompanhadas de moela, carnes de panela e de sol, manteiga de garrafa, torresmo. Copos lagoinha e muita animação. Atrasada em relação ao calendário tradicional, a quaresma de 2014 será diferente. Trata-se de um mês com dois grandes festivais que reúnem, somados, nada menos que 100 bares em todas as regiões da capital, com tira-gostos coletivos vendidos ao preço máximo de R$ 30. Razão de sobra para sair do regime e adiar as penitências. Novidade na cidade em 2014, o Botecar é uma competição criada por um grupo de 55 bares tradicionalíssimos na capital, que acontece entre os dias 9 e 30 de abril. Entre os participantes, Patorroco, no Prado, Bar da Lora, no Mercado Central, o Bar do Doca, no Gutierrez, o Bartiquim, em Santa Tereza, e o Bar do Zezé, no Barreiro de Baixo. “Nossa intenção é oferecer ao público um festival gastronômico simples. Os bares participantes criaram tira-gostos com o que há de melhor em cada cozinha”, diz um dos organizadores, Antônio Lúcio Martins. Como estamos em ano de Copa do Mundo, os cozinheiros se inspiram em temas do futebol. Vencem os três tira-gostos mais bem votados, assim como a cerveja mais gelada. A nota do público, no entanto, vai ser uma só. O formato é bem parecido com o do Comida di Buteco, que acontece praticamente na mesma época. O mais antigo concurso gastronômico da cidade, que chega neste ano a sua 15ª edição consecutiva, vai de 11 de abril a 11 de maio. A festa da Saideira, que encerra o concurso, será realizada no-

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Samuel Gê

Prato do Chamego’s Bar, um dos 55 participantes do Botecar: a inspiração veio da Copa do Mundo

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gastrô | botecos Dudua’s Profeta

Festa da Saideira do Comida di Buteco 2013: neste ano, festival terá 45

por dentro dos dois festivais BOTECAR Belo Horizonte De 9 de abril a 10 de maio 55 participantes* R$ 29,90 R$ 8,90 Brahma Melhor tira-gosto, ambiente, atendimento e higiene** www.botecar.com.br

(*) L eia mais no suplemento Encontro Gastrô Botecar, que acompanha esta edição (**) Única nota, entre 0 e 10

COMIDA DI BUTECO Belo Horizonte De 11 de abril a 11 de maio 45 participantes* R$ 29,90*** Bohemia Melhor tira-gosto, temperatura da bebida, higiene, atendimento** www.comidadibuteco.com.br

(*) Até o fechamento desta edição, a lista não tinha sido divulgada (**) Notas individuais, por ponto avaliado (***) Preço único

LEGENDA

Local

Quantos bares

Prato mais barato

Pontos avaliados

Quando

Preço máximo

Cerveja oficial

Outras informações

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vamente no Largo da Saideira, no dia 17 de maio, com shows de Zeca Pagodinho e Monobloco, além de outras atrações. De acordo com a gestora de comunicação e operações do Comida di Buteco, Flávia Rocha, a expectativa desta edição é manter o público dos últimos anos. Em 2013, foram registrados, nos 30 dias, 200 mil votos. Para o botequeiro menos atento aos letreiros e cartazes, no entanto, diferenciar quem é quem entre a multidão de bares nos dois festivais será tão difícil quanto manter as promessas típicas da época. Com tira-gostos batizados com nomes que lembram a Copa do Mundo – todos eles devem ser mantidos durante a competição esportiva –, a ideia de todos é manter as casas cheias, pelo menos, até a final, que acontece no dia 13 de julho. Para quem quiser se arriscar a conhecer todos os tira-gostos entre o dia 9 de abril, quando começa o Botecar, e a finalíssima, é bom estar preparado. Alcançar o objetivo vai exigir dos atletas uma média de 1,5 bar por dia, ou três a cada dois dias. A lista de participantes do Botecar está disponível em um suplemento de Encontro e no site www. revistaencontro.com.br. A do Comida di Buteco, guardada a sete chaves, só foi divulgada após o fechamento desta edição e também estará disponível na edição digital. É conferir agora e deixar o confessionário para depois. z

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na sociedade | helvécio carlos hcarlos@editoraencontro.com.br Beto Novaes/EM/D.A PRESS

Solidariedade na quadra O 18º Torneio Empresarial de Tênis Estado de Minas/Encontro abre o calendário do circuito amador da modalidade em BH. Neste ano, a competição acontece em clima especial. O projeto Jornada Solidária Estado de Minas, para a qual será revertida toda a arrecadação, completa 50 anos. As partidas serão disputadas até 13 de abril nas quadras da academia BH Tennis, no Buritis. “É o torneio social mais esperado da cidade”, comemora Isabela Teixeira da Costa, da Comissão Coordenadora do Jornada Solidária. A competição é apenas uma das ações do projeto. “Tenho orgulho de fazer parte dessa história”, afirma Nazareth Teixeira da Costa, presidente da Jornada Solidária. Atualmente, são atendidos 15 creches e um abrigo.

Tênis em família

Com os pés no altar Às vésperas do mês das noivas, entre dezenas de profissionais que trabalham para que tudo saia direitinho em data tão especial, Belo Horizonte tem apenas uma profissional responsável por sapatos artesanais. Ana Miranda herdou o talento do avô, o sapateiro Antônio Miranda, de quem tem maior orgulho em manter o título. “É um ofício pelo qual tenho carinho”, diz ela, com a mesma voz tranquila que já atendeu a pedidos de muita noiva, digamos, fora do convencional. “São muitas histórias, algumas engraçadas,

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com pedidos sem muito propósito”, diverte-se. “Sempre digo às noivas que elas gastam um carro na produção. Muitas gastam um fusquinha. Outras, uma BMW. Mas algumas, com o desconforto provocado por um sapato malfeito, batem o carro no meio da festa”, brinca a sapateira, lembrando que o mais importante de tudo é o conforto dos pés. Aninha, como é conhecida, recebeu também o incentivo das tias Leninha e Lucinha. Formou-se em odontologia, mas não resistiu aos encantos da criação dos sapatos.

O Torneio Encontro Martplus de Tênis, na Ilha de Comandatuba, em Ilhéus, na Bahia, tem novidades. Neste ano, o charme do evento é a realização justamente no feriado de Páscoa. “Depois do Natal, a Páscoa é o melhor momento para reunir a família”, acredita Patrícia Nogueira, uma das organizadoras do evento, que conta com a presença dos principais empresários de Minas Gerais. Toda a renda do evento será destinada ao projeto Ler é Viver, do Instituto Gil Nogueira, responsável pelo atendimento de 7 mil crianças. A operação de reservas é de Marcelo Cohen, da Belvitur, que montou equipe especial para atender aos participantes com serviço supervip. O torneio está marcado para o período de 16 a 21 de abril, no Hotel Transamérica.

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Marcos Vieira/EM/D. A PRESS

Mais lá do que cá Alexandre Birman quase não vem mais a Belo Horizonte. Os negócios no Brasil e no exterior tomam completamente seu tempo. “Faço em média seis visitas por ano a BH. Uma a cada dois meses”, contabiliza o empresário, sem esconder certa nostalgia quando cruza as ruas da capital mineira. “Metade dos meus quase 40 anos passei aqui. Meus amigos do peito estão na cidade. Além de mãe, avó, tios e primos”, diz Birman. Ele comemora o grande momento de sua empresa, mas, sobretudo, a alegria de ver a família crescer. Nos próximos meses, nasce sua segunda filha, irmãzinha de Olga Birman. “O carinho de filha é adorável”, reconhece, encantado pela primogênita. “Mas esse negócio de ver muito marmanjo na sala de estar da nossa casa será difícil”, brinca, lembrando que ainda quer ter um menino.

Enan Correira/Divulgação

Na cozinha de Hollywood

Encontro de Estrelas

Cristiano Seixas foi o único mineiro na badalada festa pós-Oscar, a Elton John AIDS Foundation Viewing Party, em Los Angeles. O melhor momento para Cristiano foi encontrar o chef Gordon Ramsay, do reality show Hell’s Kitchen e dono de diversos restaurantes espalhados pelo Reino Unido e Estados Unidos. Os dois conversaram sobre burgers gourmet, negócio que ambos têm em comum, e Cristiano teve a oportunidade de visitar uma de suas hamburguerias, em Las Vegas. Arquivo pessoal

Fã de Miguel Falabella e amigo de Bethy Lagardère, o estilista Victor Dzenk demorou um pouquinho para esbarrar com o ator. “Nunca nos encontramos na casa da Bethy”, comenta o estilista, que, além da admiração, já fez alguns trabalhos para personagens de obras de Miguel: “Vesti Darlene, a personagem de Marília Pêra em Pé na Cova.” O primeiro encontro foi no mês passado, durante temporada do espetáculo O que Mordomo Viu. “Assim como Bethy, Miguel tem em comum o fato de amar e valorizar o que há em Minas – a secretária dele, Jane, é de Carmo do Rio Claro – e os dois têm um coração enorme”, reconhece o estilista. Miguel visitou a loja de Victor, no Lourdes, e não descartou a possibilidade de os dois trabalharem juntos em um dos próximos trabalhos na televisão. abril de 2014 Encontro | 161

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SOCIEDADE

Nova sede do Sicepot Na inauguração da nova sede do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), o presidente Alberto Salum recebeu o governador Antonio Anastasia e o vice-governador Alberto Pinto Coelho, o prefeito Marcio Lacerda, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor, o presidente da Fiemg, Olavo Machado Junior, além de diversos secretários, vereadores, dirigentes de órgãos públicos e empresários. Com quase 15.500 m2, o prédio foi erguido seguindo os conceitos da sustentabilidade ambiental e dispõe de teatro para 300 pessoas, dois anfiteatros e diversas salas multiuso, além de estacionamento com mais de 300 vagas. Fotos: Duduas Profeta.

Marcio Lacerda, Antonio Anastasia, Alberto José Salum e Olavo Machado Júnior

Léo Burguês de Castro, Carlos Melles, dom Walmor Oliveira de Azevedo, Alberto José Salum, Antonio Anastasia, Alberto Pinto Coelho, Marcio Lacerda, Olavo Machado Junior e Paulo Simão

José Élcio Monteze, dom Walmor Oliveira de Azevedo e Carlos Melles

Luiz Gustavo Lage e Alberto José Salum

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Léo Burguês de Castro, Diniz Pinheiro e Ivair Nogueira

Ana Machado, Alberto José Salum e Raquel Salum

Olavo Machado Júnior e Alberto José Salum

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José Guido Neves, Tarcísio Caixeta e Eduardo Moreira

Marcello Abi Saber, Raquel Faria, Fernando Varella e Reuter Ferreira Júnior

João Pimenta da Veiga e Paulo Simão

Marcelo Cerqueira Viana e Rômulo Rodrigues Rocha

Léo Burguês de Castro, Dinis Pinheiro, Pablo César Pablito, Marcelo Aro e Gustavo Correia

Gilson de Carvalho Queiroz Filho, Luiza Queiros, Solange Magalhães e Tarcísio Caixeta

Patrícia e Marcos Salum

José Orlando, Luiz Gustavo Lage e jean Pierre

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SOCIEDADE

O melhor dos botecos de BH no Botecar O lançamento da primeira edição do Botecar, que reúne 55 bares da capital mineira em 22 dias de festival, foi lançado em clima de festa no Mercado do Cruzeiro. Cerca de 300 convidados participaram de coquetel com o menu do bufê Meet Grill e curtiram o som da banda Toca & Borda. Do total de estabelecimentos incluídos nessa edição do Botecar, 20% estreiam em um festival. Entre os demais, estão bares vencedores de outras competições e que encaram a novidade do tira-gosto exclusivamente de raiz como um grande desafio para inovar e se destacar para ganhar a disputa. Público e jurados vão escolher os três vencedores. Fotos: Renata Caldeira.

Lora, Elizabeth Gonçalves e Ronney Lacerda

Tânia Guimarães e Augusto Porto

Ricardo Filho e Marcelo Paiva

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Antônio Lúcio Martins e Geraldo Teixeira da Costa Neto

Claudia Bernardes, Ágata Utsch e Wania Capparelli

Chef Tulio, Geraldinho da Cida, Marcos Mata Machado e Wendel Ferreira

Wayne Stochiero e Soraia Stochiero

Cláudia Carneiro e Edelweiss Morais

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Olívio Cardoso Filho e José Batista Martins

Cheyane Costa e Gabriel Brandão

Denise Lage e Antônio Lúcio Martins

Felipe Pidner, Cláudia Reis, Hubert Pidner e Alcione Pidner

Mário Henrique, Lucinha Bessa e Marcílio Cruz

Luciana Alves, Tânia Souza e Nicole Fiorini

PATROCÍNIO:

APRESENTA

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SOCIEDADE

Rosana Horta e Ronan Horta

Hermano, Alvarina, Camila, Luiz Antônio Rodrigues e Cristiane Rodrigues

Em novo endereço O empresário Luiz Antônio Rodrigues reuniu cerca de 400 convidados na festa de lançamento da nova Central de Vendas da Lar Imóveis São Bento. Com 1.500 m2 e projeto arquitetônico assinado por Eliani Bessa, a nova unidade conta com uma estrutura moderna e aconchegante, com estacionamento exclusivo, espaço de cultura e arte, centro de convenções, ambiente para relaxamento da equipe heliporto e helicóptero Robinson 66. O equipamento será utilizado com o objetivo de tornar mais curtas as distâncias e aumentar ainda mais a convivência com alguns clientes que moram em outras regiões do país. Fotos: Samuel Gê.

Luiz e Marcelle Mendes

Clarice Campolina e Arlene Gomes

Cláudio Brandão, Amilcar Nogueira Neves, Yara Tupynambá e Ozório Couto

Lafayette de Andrada, Reinaldo Lima e Philipe Lima

No pe No es de

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NO MÊS DE ABRIL A TV HORIZONTE TRAZ NOVIDADES PARA VOCÊ!

Quinta 20h45

Segunda a sexta 19h15

No Abrindo o Jogo, Paulo Azeredo entrevista personalidades do mundo do esporte. No programa Só Esportes, Yara Fantoni e seus convidados discutem de forma descontraída as notícias esportivas.

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SOCIEDADE

No Jardim Canadá Belo Horizonte ganhou mais um endereço para eventos com a inauguração do BHZ Espaço, no bairro Jardim Canadá, em Nova Lima. O novo espaço, que chega para oferecer o que há de mais moderno, requintado e versátil para realização de eventos sociais, corporativos e culturais, já está com a agenda aberta e com grande procura. Os sócios são os empresários Márcio Resende e Iaiá Resende. A gastronomia é assinada pelo renomado bufê Club do Chef – parceiro da casa –, do chef italiano Massimo Battaglini e do empresário Idel Yarochewsky. Fotos: Gustavo Lovalho/divulgação.

Massimo Battaglini, Isabela Pessoa, Iaiá Resende e Marcio Resende

Cristina Chiarei, Mônica Ferreira, Wendel Medeiros e Iaiá Resende

Idel Yarochewsky, Simone Drumond e Elizabete Ribeiro

Fabia Lima, Leonardo Gomes e Tatyana Rubim

Lívia Laender, Amanda Ribeiro, Daniele Matioli, Carlos Dee, Flavia Bianchi de Sá e Paula Tomazela

Leticia Bhering, Paulo Rossi, Alessandra Rocha e Myrthes Ganz

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SOCIEDADE

Clemente Faria, Andréa Bernardes, Max Rodrigues e Paulo Bernardes

Simone Jardim, Miguel Marzinetti e Marilda Marzinetti

Em conjunto A joalheria Manoel Bernardes e a Minasmáquinas, concessionária representante dos carros Mercedes-Benz, mostraram, em conjunto, os lançamentos mais recentes das duas marcas, sofisticadas e de alto luxo. A Manoel Bernardes apresentou os lançamentos da Rolex, IWC, Cartier, Panerai, Bvlgari, Breitling e Montblanc – principais marcas de relógios representadas pela joalheria. Já a Minasmáquinas apresentou os novos modelos de alta performance, Mercedes-Benz AMG. Fotos: Renata Caldeira.

Bruno Azevedo, Patrícia Azevedo e Francisco Camarano

Cida Feitosa e Liliane Carneiro Costa

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Victor Vieira, Luiz Felipe Pinto Coelho e Rogério Bechelany

Amélia Ávilla e Luis Henrique Sampaio

Vânia Bernardes, Paulo Bernardes, Isabela Teixeira da Costa e Andréa Bernardes

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Um encontro marcado com você na sua casa.

SOCIEDADE

35 anos de Bianca Bianca Giacoia reuniu os amigos mais próximos para comemorar seus 35 anos. O namorado da aniversariante, o DJ Michel Saad, fez a grande surpresa da noite. Ele preparou um set de rock com as canções preferidas da amada. A comemoração seguiu até raiar o dia. Fotos: Eugênio Gurgel.

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Bianca Giacoia e Michel Saad

Anna Vittoria Motta e Mark Zammit

Helder Luiz e Tatiana Giacoia

Simone Teixeira e Marco Tulio Teixeira

Laura Perez e Ana Maria Mello Vianna

Samuel Rosa e Angela Castanheira

Angela Lara e Marco Tulio Lara

*De segunda a sexta, das 9h às 19h.

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SOCIEDADE

Carolina Barcellos, Halina Rezende, Renata Rodrigues, Bruno Sander, Hadrianne Sander e Fernanda Dias

Workshop A terceira edição do workshop sobre balão intragástrico realizado pela Clínica Sander, na Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), foi um sucesso e contou com a participação de vários pacientes e convidados, além de especialistas que falaram sobre o tema. O evento foi marcado pela troca de experiências e informações entre balonados e outros pacientes que puderam conhecer melhor sobre a técnica para o tratamento da obesidade. Os participantes receberam, ainda, informações sobre a importância do acompanhamento psicológico e de cuidados com a alimentação para o sucesso do tratamento. A próxima edição do evento está prevista para maio. Fotos: Renata Caldeira.

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Kércia Silveira e Maria José Silveira

Liliane de Oliveira Gomes e Agostinha dos Santos Oliveira

Patrícia Mendes e Viviane Paixão

Evanisia Costa e Mayra Lopes

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SOCIEDADE

Márcio Luiz Oliveira, Ivone Regina Oliveira, Sergio Murilo Diniz e Joel Moreira

Ronaldo Armond, Wagner Parrot, Ellen Hazan e Sérgio Murilo

Sistema integrado A diretoria da nova Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais inaugurou, em março, o SIM – Sistema Integrado Multisserviços. O espaço, que fica na Av. Augusto de Lima, 1.756, no Barro Preto, em Belo Horizonte, oferece aos profissionais da região metropolitana e seus familiares mais facilidade para utilizar a Drogaria Santo Ivo, Ótica Santo Ivo, OAB Saúde, Livraria Virtual e ter atendimento sobre a certificação digital. Fotos: Eugênio Gurgel. Álvaro Guilherme, Guilherme Cruz e Geraldo Guedes

Sandra Braga, Fátima Braga e Luzia Cecília Miranda

Nelito Junior, Andrea Vasconcellos e Leandro Rodrigues

Francisco Shimabukuro Jr e Donaldo Almeida

Andrea Abritta Garzon e Glauco David de Souza

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ARTIGO | leila ferreira lferreira@editoraencontro.com.br

Pavões e espanadores O Facebook não é muito minha praia. Lá estou, nadando contra a correnteza, porque me convenceram de que, para o tipo de trabalho que faço, é essencial. Uma braçada aqui, outra ali, aos poucos vou tentando me acostumar. Mas a verdade é que, apesar de não me identificar muito com o que vejo, acabo aprendendo algumas coisas e me divertindo com outras tantas – principalmente com as frases postadas (adoro frases bem-humoradas). E, de todas que li ultimamente, a melhor foi: “Cuidado com o ego: o pavão de hoje pode ser o espanador de amanhã”. Consultei o Google para tentar descobrir a autoria, mas desisti depois de constatar que tanto pode ser um provérbio hindu quanto uma citação de Hermógenes – e Hermógenes, no caso, valendo para dois: o filósofo grego e o nosso mestre da ioga, professor Hermógenes. O fato é que a frase é perfeita e, tenha ela nascido na Grécia, na Índia ou no Brasil, foi feita sob medida para os dias de hoje. Porque, convenhamos, a vaidade e o exibicionismo nunca foram tão estimulados. O próprio Facebook: quer vitrine mais apropriada para enaltecer nossas conquistas e virtudes? Nesse território encantado onde ninguém fracassa, ninguém tem famílias imperfeitas, os filhos e os netos só dão alegrias e os maridos ou as mulheres que às vezes chateiam só aparecem nos melhores momentos, tudo pede aplausos, olhares embevecidos (e até invejosos), palavras de admiração, reconhecimento irrestrito. Não há pavão ou pavoa que resista. A cada comentário favorável, as caudas se abrem e o ego infla. Não é à toa que um psicanalista que conheço diz que ainda vai criar um Facebook às avessas. Em vez da foto glamurosa mostrando o champanhe tomado em Paris, por exemplo, vai aparecer o registro (nada glamuroso) da ressaca homérica do dia seguinte. As vidas de comercial de margarina que o Facebook mostra ficarão bem mais rançosas, é certo, mas mais verdadeiras. A dúvida é: alguém vai querer seguir? Pouco provável, porque no mundo de hoje ninguém quer se lembrar do possível futuro do pavão. O risco de virar espanador é varrido para debaixo do tapete. E o ego, que costuma ter um apetite voraz, vai se alimentando dos momentos de glória (quase sempre efêmeros) e dos elogios (nem sempre genuínos). O que me faz lembrar de outra frase que adoro, esta do Millôr Fernandes. “Antigamente”, ele dizia, “as folhas de louro eram usadas para coroar os heróis. Hoje só servem para temperar o feijão”. Na falta de heróis, fazer o quê? Vamos coroando a nós próprios, comuns mortais. A autoestima é estimulada desde o berço e a cultura passa a mão na cabeça dos vaidosos, vira cúmplice dos egos inflados. Com a modéstia e o recato saindo cada vez mais de moda, capricha-se ao máximo para vender a própria imagem. Caudas em leque, penas lustrosas... e o espanador, coitado, esquecido no armário. O problema é que a mesma plateia que hoje aplaude amanhã pode recorrer às vaias. E aí? Quem foi rei nunca perde a majestade? Pode ser. Mas,

“Estar convencido da própria superioridade não é ter autoestima – é viver de autoengano”

mesmo ficando a pose, vão-se o trono e o palácio. “Menos, por favor” costuma ser o mais sábio de todos os conselhos. Melhor resistir à tentação (quase sempre irresistível) da vaidade. Melhor desconfiar da capacidade de sedução da própria plumagem. O poder ilude. A beleza física passa. O status é algo que se pode perder com facilidade. Estar convencido da própria superioridade não é ter autoestima – é viver de autoengano. Sem querer ofender os “hermanos”, estou me lembrando de uma piadinha que circulou tempos atrás, que dizia que o melhor negócio do mundo é comprar um argentino pelo preço que ele vale e vender pelo preço que ele acha que vale. Esse risco de errar na autoavaliação não se limita ao país vizinho – é de todos nós. Como diz meu irmão que adora um trocadilho infame, o índice de humildade relativa do ar anda muito baixo. Melhor cortar as asas (ou a cauda) do ego, como aconselha o Facebook (logo quem!). Porque, ainda que não nos aguarde um futuro como espanadores, humildade e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante

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