Revista encontro 158

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Julho de 2014 | Ano XIII | Nº 158

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CIDADE ESTUDO EXCLUSIVO MOSTRA SITUAÇÃO DE VIADUTOS DE BH LAZER MERCADO DO CRUZEIRO GANHA ESPAÇO CULTURAL E DE GASTRONOMIA

Raquell (com dois eles mesmo) Guimarães emprega detentos na sua grife: “As pessoas compram porque é bonito, mas se alegram por usar algo que mudou a vida de alguém”

A ESTILISTA DA LIBERDADE Graças à qualidade de suas peças e ao engajamento social do seu trabalho, a mineira Raquell Guimarães é hoje uma das mais promissoras profissionais de moda do país, com reconhecimento internacional

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NESTA EDIÇÃO

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ENTREVISTA Urbanista afirma que carros se tornarão inviáveis POLÍTICA Campanha em redes sociais tem enxurrada de notícias falsas CIDADE Estudo mostra situação de viadutos antigos de BH COPA Confira o que os gringos acharam da capital durante o Mundial

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VEÍCULOS Marcas premium registram crescimento de vendas

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NEGÓCIOS Na contramão do mercado, grupo abre novas concessionárias ARTES PLÁSTICAS Escultor busca inspiração em montanhas e formas femininas

LAZER Mercado do Cruzeiro deve virar point de cultura e gastronomia TURISMO Hostels atraem mais turistas com melhor atendimento e estrutura ESPORTE Mineiros preparam os motores para encarar o Rally dos Sertões ALIMENTAÇÃO Manteiga ou margarina? Saiba quais são os prós e contras de cada uma PET Cães e gatos também podem ser doadores de sangue

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ARTIGOS CLÁUDIO MOURA CASTRO Anotar na aula é só para nerds? JOSÉ JOÃO RIBEIRO Suburbano coração LEILA FERREIRA O doce sabor da rotina

Rodrigo Mendes – Mineral

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GREEN INTERCÂMBIO O MUNDO É VOCÊ. VOCÊ É O MUNDO. HIGH SCHOOL: o programa ideal para quem sonha em estudar no exterior. Para estudantes entre 15 e 18 anos de idade, e que têm interesse em fazer o ensino médio em uma escola estrangeira, o Green Intercâmbio leva você para o país de sua preferência para estudar 1 ou 2 semestres letivos. A escolha certa de quem deseja contato com novas culturas!

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NESTA EDIÇÃO

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LITERATURA Academia Mineira de Letras tem vaga para mais um imortal CAPA Raquell Guimarães, a estilista que mantém uma grife com o trabalho de presidiários MODA Inverno mais elegante com modelagem tricolor BELEZA Nesta estação, quanto mais natural a cor dos cabelos, melhor ESTÉTICA Por que o inverno é a melhor hora para fazer cirurgias plásticas VITRINE Peças para manter o conforto e a beleza na época mais fria

COLU NAS 18 21 30 34 70 120

NO PODER Copa e herança DEU O QUE FALAR "Aposto que você mora na zona Sul e não anda de ônibus" RETRATOS DA CIDADE A nova casa de Sabino GENTE FINA Fenômeno mineiro do tênis

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COLUNA DE DIREÇÃO México irresistível ENCONTRO INDICA Exposição de Sebastião Salgado revela lugares raros do planeta NA MESA Restaurante, escola e mais NA SOCIEDADE Do quimono para a gravata

VIDA DIGITAL Quem quer dinheiro?

DECORAÇÃO Amarelo firma-se como tendência na decoração

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GASTRÔ Hora de se deliciar com ensopados e fondues Foto capa: Cláudio Cunha

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carta do editor revistaencontro.com.br

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kátia mássimo - Editora-chefe kmassimo@revistaencontro.com.br

Foi lamentável

Até o fechamento desta edição, esta carta do editor ressaltava o quanto Belo Horizonte se destacou como uma surpresa positiva durante a realização da Copa do Mundo. A capital foi invadida – no bom sentido – por turistas de diversas nacionalidades e não fizemos feio. Fomos destaque até mesmo na imprensa internacional pelo acolhimento, organização e beleza arquitetônica, entre outros atributos. Só tinhamos motivos para comemorar. Uma pena que o orgulho tenha sido substituído, de uma hora para outra, pelos sentimentos de consternação e tristeza. E decidimos incluir na edição matéria sobre os viadutos mais antigos de BH, que estava sendo trabalhada para o próximo mês. Fomos atrás de especialistas para saber até que ponto as estruturas antigas, construídas quando a cidade sequer sonhava em se tornar metrópole, são capazes de suportar o fluxo crescente de veículos, já que a frota, de 1,5 milhão, cresceu 105% em apenas dez anos, de 2002 a 2012, segundo os últimos dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O viaduto mais antigo, de Santa Tereza, foi erguido na década de 1920. O segundo, o da Floresta, veio somente na década seguinte. Os dois ganharam importância crescente na estrutura viária urbana, tornaram-se símbolos da cidade jardim, mas, até hoje, passaram por apenas uma reforma para reforço de estrutura. Daí a nossa preocupação. Será que resistem? Sim, resistem, em que pese a falta de manutenção, de acordo com estudo elaborado com exclusividade para Encontro pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais. Ao abordar o assunto, responsabilidade que coube ao jornalista Rafael Campos, um especialista em assuntos da cidade, a nossa intenção era fazer um alerta, exatamente para evitar que, da noite para o dia, pudéssemos ser abalados por uma tragédia da dimensão do que aconteceu e que ficará marcada na história de BH como um triste capítulo. O episódio só nos dá a certeza de que a nossa capital precisa, sim, estar preparada para grandes eventos internacionais. Mas, principalmente, tem de oferecer a melhor infraestrutura, segurança e qualidade de vida possível a seus habitantes. Isso só será possível com poder público e cidadãos a cada dia mais comprometidos na busca por soluções. Só com determinação será possível transpor carências. E ainda temos muitas. Já a matéria de capa mostra a estilista mineira Raquell Guimarães, que foi buscar Arquivo pessoal nos presídios a mão de obra que faltava para sua grife. Ensinou detentos de alta periculosidade a confeccionar sofisticadas peças de tricô e crochê. As roupas, hoje, são disputadas mundo afora. E os detentos aprenderam uma profissão, recuperaram a autoestima e não reincidiram no crime. O que não faltou foram obstinação e Raquell Guimarães e detentos participantes do projeto: graças coragem. Bom exemplo. z ao trabalho na grife, eles vislumbraram novos caminhos

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FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000 A VITÓRIA DO MENINO DE PERNAS ALEGRES I

A VITÓRIA DO MENINO DE PERNAS ALEGRES II

Parabéns pela matéria de capa! Sou cruzeirense, mas é inegável o talento do Bernard. Além da habilidade com a bola nos pés, ele mostrou que humildade nunca é demais para quem busca um lugar ao sol.

Adorei a matéria sobre o Bernard. Ele é realmente um exemplo de determinação, conseguiu seu espaço no futebol, mesmo sendo baixinho. Que ele nos ajude a levar o título!

Roberto Alves dos Santos Belo Horizonte/MG

COLO PARA PROTEGÊ-LOS

THIAGO, DO ITAPOÃ IV

Michelle Hallais, parabéns pelo carinho com seus “bebês”. Eu também tenho dois, um poodle e uma SRD, pretinha, que amo. Também fico com eles no jogo.

Quero agradecer pela reportagem. Foi show! Thiago Reis Belo Horizonte/MG

Brisa Mello Belo Horizonte/MG

EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO, THIAGO, DO ITAPOÃ I TAMBÉM SE MEXE Parabéns, Thiago. E lembrar que tudo começou em Cipotânea, entrevistando justamente Milton Naves. Levindo Gomes Neto Belo Horizonte/MG

THIAGO, DO ITAPOÃ II Grande profissional da comunicação mineira. Parabéns. Constantino Leão Belo Horizonte/MG

THIAGO, DO ITAPOÃ III Legal demais. É merecedor de muitas bênçãos. Paulo Fernandes Contagem/MG

É impressionante saber como uma empresa do porte da MRV não se acomoda, inclusive no que diz respeito ao comando da gestão. É de dar orgulho. Antônia Lisboa Belo Horizonte/MG

ROMANCE SEM FRONTEIRAS

Carla Cristina Santos Nova Lima/MG

confortável e pode piorar se o período chuvoso nos reservatórios do Sistema Sul-Sudeste não for bom. Mas, acho que se equivocou em duas questões. Esqueceu-se que hoje o Brasil conta com um backup termelétrico muito maior que em 2001, além de uma malha de linhas de transmissão – que pode integrar ainda mais o sistema elétrico. Em segundo lugar, as chamadas energia alternativas têm um papel fundamental. Alexandre Heringer Lisboa Belo Horizonte/MG

“JÁ VIVEMOS UM APAGÃO” II Muitos séculos atrás, os romanos já sabiam que para governar necessitavase de “Pão e Circo”. Hoje vivemos isso de forma exacerbada! Já chegou a hora de o povo deixar de ser iludido. Mac Everson G. Malaquias Sete Lagoas/MG

Ótima matéria. Parabéns. Ivonéria Rodríguez Belo Horizonte/MG

“JÁ VIVEMOS UM APAGÃO” I O professor tem razão na maior parte. Ele fez um excelente diagnóstico. É claro que a situação não é nada

ERRAMOS

ENCONTRO LUXO Na matéria “Mais verde no luxo”, página 65, o preço correto de um apartamento no empreendimento Albert Scharlé, da Caparaó, é a partir de R$ 1,64 milhão.

Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por razões de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770

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Samarco. A melhor mineradora do Brasil.

A I C N Ê L E C X E A ALCANÇAR . O S S A P A O S S A É UM P S O T N E M I C E H N COM RECO O CAMINHO. AO LONGO D Ser eleita a melhor mineradora do Brasil, pelo segundo ano consecutivo, de acordo com a revista Exame, não é só um motivo para toda a Samarco se orgulhar. É um reconhecimento de que o crescimento das empresas só faz sentido se for pautado na excelência e em direção a uma sociedade mais sustentável. A começar por uma mineração que valoriza o diálogo e a construção de relações de confiança com as pessoas. Porque avançar com responsabilidade, gerando valor para todos, faz parte da trajetória da Samarco. Samarco. A melhor mineradora e a segunda maior do Brasil.

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ENCONTRO DIGITAL | ROLOU NA REDE Júnia Garrido

ATIVIDADE SOBRENATURAL EM OURO PRETO?

AIDS E LEUCEMIA TAMBÉM AFETAM OS GATOS Apesar de serem causadas por vírus diferentes dos que afetam os humanos, essas doenças não são tão raras nos felinos. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/SBaCz8

Convidamos dois investigadores paranormais para saber se as histórias de assombração numa república estudantil e na mina do Chico Rei são verídicas. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/6VMxWA

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TE ENCONTRO

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O próximo desafio: BH na Copa Tire uma foto pelo celular, publique no Instagram e compartilhe com a hashtag #revistaencontro. Se sua foto for escolhida, ela será impressa na próxima edição da revista e no portal da Encontro na internet. www.revistaencontro.com.br. Participe!

VOTAÇÃO DA ENCONTRO GASTRÔ A TODO VAPOR Com cinco anos de participação dos internautas, a eleição que escolhe os melhores da gastronomia mineira continua em julho. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/MMSFbE

A foto vencedora do tema "A vida é feita de encontros" foi do casal Rúbia e Wolkmar @rubiawolk

AS MATÉRIAS COM MAIOR REPERCUSSÃO NAS REDES SOCIAIS

ENTOS COMPARTILHAM

TUITADAS

Dois locais de Ouro Preto reservam histórias assustadoras para os visitantes

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Começou a Encontro Gastrô, a eleição mais disputada da gastronomia mineira

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Você sabia que os gatos também podem contrair Aids e leucemia?

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Tereza Brant, um “cara” como você nunca viu

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A culinária mineira será tema de enredo de escola de samba do Rio de Janeiro

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EMPRESA E GENTE! A TRACBEL ESTÁ ENTRE AS MELHORES EMPRESAS PARA TRABALHAR EM MINAS GERAIS, SEGUNDO A GPTW. “Sinto-me muito orgulhoso em participar desta empresa. Digo que a TRACBEL é minha segunda casa. Amo trabalhar aqui! É uma companhia que respeita as pessoas e fornece todas as condições de trabalho.” José Geraldo Soares Santos - Coordenador de Logística Interna, 62 anos e há 30 na Tracbel.

* De acordo com a Pesquisa das Melhores Empresas para Trabalhar em Minas Gerais, a GPTW (Great Place to Work® ) analisa e reconhece os melhores ambientes de trabalho em mais de 53 países, em todo o mundo.

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ARTIGO | CLAUDIO DE MOURA CASTRO ccastro@editoraencontro.com.br

Anotar na aula é só para nerds? Alguns alunos não anotam nada ou quase nada durante a aula. Quem sabe têm preguiça? Outros se creem geniais, pensando que não precisam anotar e até se vangloriam de não fazê-lo. Há também os que não sabem tomar boas notas, pois não aprenderam. Estão todos no caminho errado, usando mal seu tempo de estudo, seja este muito ou pouco. Provavelmente, ignoram as grandes vantagens de anotar as aulas. Paradoxalmente, as virtudes de anotar resultam do fato de que não podemos anotar tudo que está sendo dito, como faria um taquígrafo. Como a munheca não opera na velocidade da boca do professor, temos de selecionar apenas alguns segmentos do que ele disse. E justamente aí está o segredo, e não uma desvantagem. Do ponto de vista da mecânica da nossa cabeça, anotar a aula é uma operação mental diferente de copiar um ditado. Isso porque as notas não são a mesma coisa que uma gravação, cujo objetivo é ser ouvida depois. Na verdade, são uma técnica de estudo completamente distinta. Enquanto o professor fala, para anotar, mantemos um diálogo silencioso com ele. É como se estivéssemos sempre perguntando onde está o miolo do assunto e o que não passa de detalhe? Como se estruturam as ideias apresentadas? Como uma se liga com a outra? Antes de pôr a funcionar o lápis (ou o notebook ou o tablet), é como se indagássemos dele quais são os pontos mais importantes que estão sendo apresentados. Quais as sentenças que melhor sintetizam essas ideias? Que exemplos ajudam mais na compreensão? Anotar é um exercício de seleção das ideias, fatos e ilustrações apresentadas na aula. O que vai para o papel é a nossa versão do que ouvimos de mais relevante e dos detalhes que melhor nos permitirão reconstruir o seu pensamento. Obviamente, quanto mais amadurecemos intelectualmente, mais perfeitas e mais compactas vão se tornando as nossas anotações. Ao fazer esse esforço de síntese, duas coisas acontecem. Em primeiro lugar, quem anota entende mais, pois está sempre fazendo um esforço de captar o âmago da questão. Repetindo, as notas são a nossa tradução do que entendemos da aula. Em segundo lugar, ao anotar, a nossa cabeça vaga menos. A disciplina de selecionar o que será escrito ajuda a manter a atenção no que está sendo dito, com menos divagações ou preocupações com outros problemas. Quando bate o sono ou o enfado, é a melhor maneira de retomar a atenção. Obviamente, as notas são uma memória resumida do que foi dito na aula. Quando voltamos a estudar o assunto, essas notas ajudam a recuperar as ideias essenciais e os fatos relevantes. Podem mesmo ser usadas em lugar do livro. Contudo, anotar é uma técnica cuja utilidade ultrapassa em muito a possível utilização subsequente que se possa dar àqueles papéis rabiscados, riscados e até amarrotados. É errado pensar que a única função das notas é servir para rever os assuntos apresentados. De fato, servem para muito mais. Pensemos no seguinte cenário. Saímos da aula com várias páginas de anotações e, na porta, jogamos todas

“A disciplina de selecionar o que será escrito ajuda a manter a atenção no que está sendo dito, com menos divagações ou preocupações com outros problemas” no cesto de lixo. Perdemos todo o esforço despendido na sua preparação? Não! Pelo contrário, não perdemos tanto, pois o mais importante no aprendizado já aconteceu. Graças ao hábito de anotar, o aprendido tem mais chances de grudar na memória. Se mato a aula e peço as notas do colega, que decepção! Não me servem para quase nada. Aprendemos no ato de tomar as notas. Ler as dos outros não é a mesma coisa. Igualmente inexpugnável são os powerpoints de aulas não assistidas. Na melhor das hipóteses, decoramos algumas palavras. Se você não anota, saiba que está deixando de aprender por essa razão. Uma atividade de significado equivalente às anotações durante a aula é sublinhar o livro, marcando os pontos mais importantes. Há quem goste de lápis, inclusive, variando as cores. Outra opção são os marcadores amarelos, amados por alguns estudantes. Há quem goste de escrever comentários à margem do texto. Pode ser uma boa técnica (se o livro é seu!). Siga a sua preferência. No fundo, sublinhar corresponde à mesma operação intelectual de selecionar as ideias mais importantes da aula. É o resultado da busca ativa das sentenças que melhor sumariam as ideias apresentadas. E é por isso que funciona. ❚

*Claudio de Moura Castro é economista, pesquisador em educação e autor de diversos livros. Escreve bimestralmente na Encontro

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NO PODER | BERTHA MAAKAROUN bmaakaroun@editoraencontro.com.br

COPA E HERANÇA Há menos de dois meses à frente do Comando de Policiamento Especializado (CPE), que agrega nove unidades da Polícia Militar, entre elas, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), o coronel Ricardo Garcia Machado considera o Centro Integrado de Comando e Controle um dos mais importantes investimentos que chegaram com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. “Em situações de emergência, as decisões são tomadas com o apoio da con-

vergência de dados, imagens de 1.378 pontos da cidade e de rodovias, além de informações de órgãos municipais, estaduais e federais integrados para a segurança pública”, avalia ele. Instalado provisoriamente em 962 m² no nono andar do Prédio Minas da Cidade Administrativa – a sede definitiva será na Gameleira –, são mais de 200 estações de trabalho, entre as quais 42 salas de inteligência dos órgãos federais e estaduais e 40 salas de operação. Samuel Gê

DICIONÁRIO BIOGRÁFICO São mais de 12 mil títulos, entre obras raras do século XVIII, segundo explica o historiador e cientista político Amilcar Vianna Martins, de 65 anos, diretor curador do Instituto Cultural Amilcar Martins. O acervo, que vem sendo reunido há 45 anos, constitui hoje o maior sobre Minas Gerais. Além das raridades, há livros publicados pelo instituto sobre a história de Minas Gerais. O mais recente acaba de ser lançado. Trata-se do Dicionário Biográfico de Minas Gerais, que relata 300 anos de história, em 1.600 verbetes sobre mineiros que se destacaram em várias áreas do conhecimento. É a primeira obra do gênero que não enfatiza a elite política, mas põe o foco em professores universitários, médicos, engenheiros, líderes religiosos, entre tantos outros que marcaram um tempo. Thiago Mamede

DOBRADINHAS INSÓLITAS Para o governo de Minas e a presidência da República, petistas e tucanos batem chapa de frente. Porém, nas eleições para deputado estadual e federal, a realidade é outra. Em várias cidades de Minas, os prefeitos apoiam candidatos à Assembleia e à Câmara dos Deputados que colocam

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os dois partidos de mãos dadas. No Norte de Minas, os casos se multiplicam. Em Monte Azul: o prefeito José Edvaldo (PP) pede votos para o deputado federal Reginaldo Lopes (PT) e o deputado estadual Luiz Henrique (PSDB). Nessa salada partidária, tem composições para todos os gostos.

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Paulo Márcio

TRIBUNAL DA DISCÓRDIA Com a aposentadoria do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, há expectativa de advogados, empresários e da sociedade civil de, enfim, ver implantada em Minas a segunda instância da Justiça Federal. As estatísticas indicam que o estado responde hoje por mais da metade do movimento processual do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, que, sediado em Brasília, atende ao Distrito Federal e a outros 13 estados. Nele, os processos levam até dez anos para serem julgados. O primeiro passo é cassar a liminar concedida por Barbosa à Associação Nacional de Procuradores Federais (Anpaf), que ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a emenda que cria quatro novos tribunais regionais federais, entre eles o de Minas. “A minha tese é de que essa associação não tem legitimidade para questionar a constitucionalidade da matéria. Se colocada em pauta, a ação poderá ser extinta e a União passaria a ter seis meses para instalar o Tribunal Regional Federal em Minas”, avalia Luis Claudio da Silva Chaves, presidente da Ordem dos Advogados de Minas Gerais.

CADEIRA QUENTE IMIGRANTES E APOSENTADORIA Vinte dos 41 vereadores de Belo Horizonte serão candidatos a deputado estadual ou federal nas eleições de outubro. Há os veteranos – como é o caso do presidente da Casa, Léo Burguês (PTdoB), do secretário-geral Leonardo Mattos (PV) e do vereador Tarcísio Caixeta (PT) –, que estão há mais de qua tro mandatos na Casa e agora miram a Assembleia Legislativa. Mas não faltam recém-eleitos, que mal acumulam um ano e meio de mandato, para já planejar um salto na carreira. Da chamada “bancada da bala”, três concorrem: o coronel Piccinini (PSB) e Vilmo Gomes (PTdoB) para a Assembleia Legislativa e o delegado Edson Moreira (PTN) à Câmara dos Deputados.

NOVO PRESIDENTE No Tribunal Regional Eleitoral de Minas, eleito e empossado, o desembargador Geraldo Augusto de Almeida é o novo presidente, que conduzirá o processo eleitoral no estado. Ficará até fevereiro de 2016, quando completará dois anos de Corte Eleitoral.

O Brasil não é mais o país de imigração do início do século, nem o país da emigração dos anos 1980, mas um país de imigração, emigração e trânsito, além dos brasileiros que retornam depois de viverem muitos anos fora. A avaliação é do professor Duval Fernandes, da PUC Minas, que conduziu pesquisa inédita no país, combinando métodos quantitativos e qualitativos para estudar o perfil da migração haitiana. Há, hoje, cerca de 34 mil haitianos

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vivendo no Brasil. Representam 10% do conjunto do fluxo migratório que entra no país. “Há quatro anos, os haitianos no país não passavam de duas centenas. Ao final de 2011, chegavam a 4 mil. “Até o fim do ano serão cerca de 50 mil”, estima o professor. Segundo ele, considerando a redução da taxa de natalidade no país, em 2030, a população começará a encolher e mais da metade das aposentadorias será bancada pela contribuição dos imigrantes.

UM SÓ TURNO As eleições ao governo de Minas têm grande probabilidade de definição em um só turno. A avaliação é do governador Alberto Pinto Coelho (PP) e decorre da polarização entre as duas principais chapas adversárias: Pimenta da Veiga (PSDB) e Dinis Pinheiro (PP) contra Fernando Pimentel (PT) e Antônio Andrade (PMDB) – que reproduz a lógica da disputa nacional entre tucanos e petistas. Com tempo de televisão mínimo e nomes pouco conhecidos do eleitorado, as demais candidaturas, em seu conjunto, dificilmente terão potencial para provocar um segundo turno.

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DEU O QUE FALAR | FERNANDA NAZARÉ "Aqui não é lugar para pessoas com vínculos a determinados grupos de pressão" JOAQUIM BARBOSA, passando um pito derradeiro em sua despedida do STF

“Papai do céu tá de mal comigo” ANA CLARA DOS SANTOS, 5 anos, filha da motorista que dirigia o ônibus atingido pela queda do viaduto em BH. A menina estava com a mãe, na hora do acidente, e não se machucou

“Vocês ganham uma arma, se não me prenderem” GUILHERME FAGUNDES, suspeito de tráfico de drogas, ao tentar subornar policial durante buscas em Betim

“Aposto que você mora na zona Sul e não anda de ônibus” ALBERTO LUIZ ALVES, tenente-coronel da Polícia Militar de MG, durante discussão com manifestante na Savassi

"Pense no dia a dia, um dia de cada vez" PRÍNCIPE HARRY, em visita ao Minas Tênis, tentando estimular crianças que participam das escolas de esportes do clube a nunca desistirem de seus sonhos

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ENTREVISTA | JAIME LERNER Fotos: Alexandre Rezende

Um dos mais conceituados urbanistas do mundo, o ex-governador do Paraná diz que os carros nas cidades vão se tornar inviáveis e o BRT é a saída

“OS AUTOMÓVEIS SÃO O CIGARRO DO FUTURO”

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PAULO PAIVA

Jaime Lerner não é um urbanista qualquer. Ele governou o Paraná por dois mandatos, mas foi como prefeito que mudou a cara de Curitiba (PR), na década de 1970, com projetos de mobilidade urbana que chamaram a atenção em todo o mundo. Foi dele a ideia de criar o primeiro sistema de trânsito rápido de ônibus que se tem notícia, o BRT, em 1974. Ainda hoje, o modelo inspira intervenções urbanísticas em várias cidades dos Estados Unidos, Europa e América. No Brasil, o exemplo mais recente é Belo Horizonte, com a implantação do Move. Lerner recebeu a reportagem de Encontro no condomínio Alphaville Lagoa dos Ingleses, quando participou do lançamento imobiliário C-Sul, um megaempreendimento em Nova Lima e Itabirito, assinado por ele, que traz todos os conceitos defendidos em seus projetos: morar, trabalhar e se divertir na mesma região. Na avaliação dele, é possível reverter o quadro de caos das cidades brasileiras, desde que os governantes trabalhem com agenda de prioridades voltadas para questões como mobilidade e sustentabilidade. O uso de carros nos grandes centros urbanos, por exemplo, ele acredita que precisa ser repensado: “Não é que não vá mais ter automóvel, mas temos de mudar a maneira de usá-lo”. Por isso mesmo, não poupou críticas aos investimentos para a Copa do Mundo: “O povo esperava que houvesse um legado que não fossem só dívida e estádios, já que o que falta ao Brasil é uma boa logística aérea e uma boa mobilidade urbana. Deveríamos ter nos concentrado nisso”. ENCONTRO - As grandes cidades brasileiras têm salvação? JAIME LERNER - Sim. Existem três

pontos que são fundamentais não só para as cidades, mas para a humanidade: mobilidade, sustentabilidade e convivência, ou tolerância social. Esse é, hoje, o drama das cidades. Mas é possível ter cidades que apresentem boas soluções para mobilidade ur-

bana, que sejam sustentáveis e onde a convivência e a diversidade social melhorem a relação entre as pessoas. Infelizmente, temos também hoje, no país, a cultura da tragédia. O que é isso?

Todo mundo pensa que as cidades são inviáveis. E, na verdade, se projetarmos a tragédia, vamos encontrar a tragédia. O que temos de fazer é investir nossa energia para mudar tendências que não são desejáveis. A tendência de caos urbano precisa ser modificada. E as coisas precisam acontecer de maneira mais rápida. Há uma espécie de síndrome de desconfiança em relação a qualquer ação de governo, que paralisa a ação de todos. E temos também muitas coisas com o foco errado. O quê, por exemplo, tem o foco errado?

QUEM É JAIME LERNER 76 ANOS ORIGEM Curitiba (PR) FORMAÇÃO Graduado em arquitetura pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná (UFPR) CARREIRA Criador do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) em 1965; prefeito de Curitiba por três mandatos (1971/75; 1979/84; 1989/92), governador do Paraná por dois mandatos (1995/99 e 1999/2003), consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) para assuntos de urbanismo, sócio do escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados. Em 2010, foi eleito pela revista Time um dos 25 pensadores mais influentes do mundo

Na questão da mobilidade, temos essa eterna discussão sobre o que é prioritário: o carro ou o metrô. Mas a solução para a mobilidade não está nem no carro nem no metrô. Ela está no conjunto de modos de transporte que trabalhem de maneira integrada. Hoje, não se consegue ter uma rede completa de metrô em nenhuma cidade do mundo. As cidades que têm redes completas, como Londres, Paris, Moscou e Nova York, construíram-na há 150 anos, quando era barato trabalhar no subsolo. Hoje é muito difícil. Então, muitas cidades terão uma, duas ou três linhas de metrô. Ou nenhuma. Mas o fato é que já existe a possibilidade de conferir ao ônibus a mesma perfomance do metrô. É possível “metronizar” o ônibus. O sr. está se referindo ao BRT?

Sim. O BRT está sendo aplicado de maneira distinta em muitas cidades, mas já é um sinal de que estamos priorizando o transporte público. São Paulo tem quatro linhas de metrô, mas 80% da população se desloca na superfície. Então, é a superfície que deve ser melhorada. Por isso, metronizar o ônibus é possível. Nós começamos em Curitiba, em 1974, um sistema de mobilidade urbana que hoje JULHO DE 2014

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ENTREVISTA | JAIME LERNER está sendo aplicado em 166 cidades do mundo, inclusive em Belo Horizonte, com o BRT. Bogotá (Colômbia), Seul (Coreia do Sul), Istambul (Turquia) e muitas cidades da China, Europa, Estados Unidos seguem esse modelo. Não podemos sacrificar gerações inteiras à espera de uma rede de metrô quando podemos dar uma resposta imediata em três anos – e com qualidade.

balho e mobilidade juntos. E, ao mesmo tempo, o casco tem o desenho de uma ossatura urbana, de uma textura urbana. Então, você pode imaginar o que aconteceria se cortássemos o casco da tartaruga, separando o morar ali, o lazer aqui e o trabalhar ali: mataríamos a tartaruga. É isso o que está acontecendo em muitas cidades. Quando separamos as funções da cidade ou as pessoas por renda, criamos guetos. Quanto mais mesclarmos, mais humana a cidade ficará.

Onde entra o automóvel nisso?

Nas cidades atuais, automóvel é inviável. Eu costumo dizer que o automóvel é o cigarro do futuro. Não é que não vá mais ter automóvel. A mudança tem de vir na maneira de usar. O automóvel vai continuar gerando empregos, vai continuar existindo para as viagens, para o lazer. Mas, para o dia a dia nas cidades, vamos ter de buscar outras soluções de transporte, seja o BRT, seja a bicicleta, seja o transporte público individual. O que seria transporte público individual?

Carros elétricos, que não pertencem a uma única pessoa, mas fazem parte de um sistema de transporte público. O cidadão usa e paga apenas o consumo de energia. Acredite: isso vai acontecer. O simples fato de a sociedade detectar uma tendência que não é desejável é o começo da mudança. Isso está provado e a história das cidades tem mostrado isso. É o caso da sustentabilidade. As cidades não são tão complexas quanto os vendedores de complexidade querem nos fazer acreditar – e o mundo está cheio de vendedor de complexidade. As cidades podem ser sustentáveis. Sustentabilidade é uma equação simples entre o que você poupa e o que você desperdiça. Se o desperdício for zero, a sustentabilidade aumenta. Além disso, 75% das emissões de carbono originam-se nas cidades. Então, é nas cidades que podemos dar grandes contribuições à sustentabilidade. De que maneira?

Usar menos o automóvel é uma delas. Mas, para isso, precisamos de boas alternativas de transporte públi24 |Encontro

Temos no Brasil bons exemplos desse modelo?

O Brasil parece um time que vibra com os lançamentos, e não com o gol. Os governantes lançam programas, lançam, lançam... e as coisas não acontecem” co. Precisamos separar o lixo. E precisamos morar mais perto do trabalho ou trazer o trabalho para mais perto da moradia. Isso será essencial para garantir a sustentabilidade das cidades. Precisamos ter moradia, trabalho e lazer juntos. A metáfora que uso para explicar isso é a tartaruga. A tartaruga é o exemplo de moradia, tra-

Existem bons exemplos em alguns lugares. Mas o problema das cidades não é a escala nem a falta de dinheiro. Em três anos, pode-se fazer um avanço significativo na qualidade de vida de uma cidade, desde que se consiga montar uma equação de corresponsabilidade. Vou dar um exemplo: o transporte coletivo em Curitiba. Não tínhamos recursos ou uma frota nova, que custaria US$ 300 milhões. A solução foi uma equação de corresponsabilidade, em que o setor público investiu no itinerário, as empresas privadas investiram na frota e nós pagamos por quilômetro rodado. Com isso, o sistema se viabilizou com uma qualidade que é referência no mundo inteiro. Outra boa equação é o BRT, mas ele exige várias etapas, e não só uma pista exclusiva. O BRT exige uma rede integrada de transporte. Quando começamos com o sistema em Curitiba, em 1974, transportávamos 50 mil passageiros por dia. Hoje, são 2,8 milhões. Para se ter uma ideia de comparação, o metrô de Londres transporta 3 milhões. Isso mostra que não é difícil criar uma boa rede de transporte público, desde que se trabalhe com planejamento e etapas. Qual sua avaliação sobre a mobilidade urbana, particularmente o BRT, em Belo Horizonte?

Belo Horizonte está na etapa de boas estações de embarque e desembarque e pistas exclusivas, mas ainda é importante ter o conceito de rede. E ainda precisa aperfeiçoar as linhas existentes, porque, quando se colo-

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ENTREVISTA | JAIME LERNER cam muitas linhas numa pista exclusiva, tem-se um número grande de estações, que tiram a velocidade do transporte. Mas isso vem com o tempo. É uma evolução natural.

em profusão. O que falta para o Brasil é uma boa logística aérea e uma boa mobilidade urbana. Deveríamos ter nos concentrado nisso. O povo esperava que, com a Copa, houvesse um legado, e que esse legado não fossem só dívida e estádios que, em muitas capitais, serão usados apenas uma vez, como em Manaus e Brasília. Teremos de inventar coisas para que esses estádios sejam usados. Eu sugiro o vaiódromo. Vamos transformar os estádios em lugares para que as pessoas possam vaiar os governantes – os vaiódromos. Nós vamos lá para vaiar. Aí os estádios vão ficar cheios.

Tivemos, recentemente, uma série de manifestações populares cujo estopim foi justamente a questão do transporte público. O sr. acha que governantes e candidatos à Presidência da República e governos estaduais ouviram as ruas?

Se ouviram, ainda não apresentaram propostas – mas fatalmente vão tratar do assunto. É importante notar que o problema de tarifa do transporte, por exemplo, é uma questão política. É a vontade do poder público de subsidiar mais – ou menos – o transporte público. E, independentemente das tarifas, precisamos ter qualidade. Se não houver qualidade, as pessoas não se sentem respeitadas. A insatisfação vai acontecer. O sr. teve uma carreira política longa e bem-sucedida. Como vê o cenário político no Brasil hoje?

Estou afastado da política há 12 anos. Mas vejo com tristeza o panorama nacional. Por quê?

Porque as respostas às necessidades da população são demoradas. Usando uma metáfora de futebol, o Brasil parece um time que vibra com os lançamentos, e não com o gol. Os governantes lançam programas, lançam, lançam... e as coisas não acontecem. Isso gera descrença em relação ao poder público. Há um excesso de burocracia, um excesso de xerifes, e cada etapa de um programa tem seu componente de corrupção. Tudo isso aumenta a insatisfação da população. Então, precisamos que, primeiro, existam propostas para a questão urbana. A população precisa saber qual é o cenário que um candidato está propondo. Qual é a ideia, o projeto. Uma campanha política não pode ser um relatório de promessas. Tem de ser um cenário muito claro. Eu espero que isso aconteça nestas eleições. Mas estou vendo que, em muitas ci26 |Encontro

Nesses 12 anos em que o sr. ficou afastado da política, observou alguma evolução no país ou ficamos parados no tempo?

Teremos de inventar coisas para que os estádios sejam usados. Sugiro o vaiódromo, lugares para vaiar os governantes. Aí os estádios vão ficar cheios”

Sempre teremos bons e maus exemplos. Mas a classe política se afastou da população. Os partidos se transformaram em cartórios de tempo na televisão. São falsos e inúmeros. Aí, os acordos de governabilidade começam a se tornar difíceis, complexos e onerosos. Precisamos de alguém que consiga viabilizar um grande acordo de lideranças neste país. Ainda temos lideranças bem-intencionadas para fazer uma reforma política que possibilite respostas dignas à população. Essa vinculação dos partidos ao tempo de televisão é trágica, passou a ser um esquema de negociação e de corrupção muito grande e precisa ser repensada. Não sou mais um militante político, mas não posso me omitir. Onde puder, darei minha contribuição. Sou muito novo para ficar velho. Quem seriam essas lideranças?

Não vou citar nomes. Aí já seria militância...(risos) dades, em muitos estados, a situação de descrença está estabelecida. Tivemos muitos programas que deram respostas erradas. Qual é um programa que deu resposta errada?

A questão da Copa é uma vergonha. Se há uma coisa que não faltava para o Brasil eram estádios. Nós os temos

Como o sr. avalia o governo da presidente Dilma?

Acho que ela começou bem, mas agora o desgaste é evidente. Talvez ela tenha se tornado refém de situações já acertadas. Ela começou a perder o espaço necessário para governar. En tramos numa curva descendente perigosa. Mas acredito que o povo brasileiro tenha condições de mudar isso. z

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Responsável Técnico: Dra. Erika Corrêa Vrandecic - CRMMG 28.946


POLÍTICA | ELEIÇÕES

Rede de intrigas Cuidado com o que você lê na internet sobre candidatos a cargos eletivos em época de campanha. Partidos costumam montar equipes de especialistas para “plantar” notícias falsas e desmoralizar adversários PAULO PAIVA

Se você tem entre 30 e 40 anos de idade, ainda se lembra das velhas campanhas eleitorais feitas apenas com comícios recheados de discursos apocalípticos, shows populares, frases de efeito, carros de som e propagandas eleitorais de gosto duvidoso. Sim, tudo isso ainda existe. Mas há agora um novo e cada vez mais decisivo campo de batalha para as campanhas políticas: as redes sociais. Trata-se de um campo relativamente recente e, talvez até mesmo por isso, vasto e perigoso. Tal como papel em branco, as redes aceitam tudo – desde as fan page oficiais de candidatos a cargos eletivos, que ali postam impressões, apresentam propostas e divulgam eventos, a perfis falsos e notícias enganosas, plantadas especialmente para tapear o eleitor desavisado. Entrar numa rede social – e, em especial, o Facebook, a maior do mundo – durante uma campanha polí tica equivale a pisar num campo minado. Ou a entrar numa cidade de faroeste, com tiros para todos os lados. Portanto, todo cuidado é pouco. Não é exagero dizer que cabe ao presidente norte-americano, Barack Obama, o título de pioneiro de uso bem28 |Encontro

-sucedido da internet em uma campanha política. Em 2008, o mundo, por intermédio de Obama, descobriu o poder das redes. Sua campanha usou e abusou do Twitter, Facebook e outros espaços virtuais para angariar eleitores e, principalmente, doadores financeiros. Obama, até então um senador pouco conhecido do grande eleitorado, virou pop nas redes e venceu as eleições, derrotando o também senador e herói de guerra John McCain. Na época, o cientista político norte-americano Michael Cornfiel chegou a cunhar uma frase antológica: “Sem internet, não haveria Obama”.

No Brasil, as campanhas nas redes ainda não chegaram a esse nível, mas mostram mais força (e também sua face sinistra) a cada eleição. Os dois principais candidatos ao Palácio do Planalto – a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) – são alvos de notícias falsas ou “brincadeiras” cujo objetivo é desmoralizar suas imagens todos os dias. Há equipes montadas pelos partidos especialmente para isso – para atuar nas sombras, nos bastidores, longe das assessorias oficiais. São pessoas altamente qualificadas em redes sociais, em produção de vídeos, em montagens

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Elza Fiuza / ABR / D.A. Press

Ricardo Guedes, cientista político e presidente do Instituto de Pesquisas Sensus: “O processo de formação de opinião começa nas redes sociais. Elas estão à frente das pesquisas”

enganosas. “Participei da última eleição para prefeito fazendo vídeos com mentiras sobre Marcio Lacerda”, diz um pro dutor de vídeos que, por motivos óbvios, prefere o anonimato – e já está empregado para a campanha estadual. Alguns resultados desse trabalho já podem ser vistos nas redes. Uma página com ares de “oficial”, por exemplo, diz que o candidato do PT à presidência é Lula, e não Dilma. Em outra montagem grotesca, Aécio aparece dançando para trás, tal qual Michael Jackson, numa alusão de que sua vitória seria um retrocesso para o país. Enxurradas de números

e comparações entre os governos do PT e do PSDB, nem sempre fiéis à realidade, aparecem do nada todos os dias. E isso é apenas o começo da campanha. Dias piores virão. Obama, em 2008, conseguiu fazer uma campanha afirmativa. Aqui, parece que o principal objetivo é desconstruir, a qualquer preço, a ima gem do adversário. Os partidos garantem que, no Brasil, as redes ainda não atingiram a mesma importância que tiveram para Obama – mas a porteira está aberta. “A televisão continua sendo o instrumento mais importante numa campanha”, diz o depu tado federal Marcus Pestana, presidente regional do PSDB. “A internet, até por ser um campo anárquico, um cavalo selva gem e sem controle, um espaço propício para difamações e calúnias, ainda não é o principal centro formador de opiniões. Ela pode ajudar na mobilização de pes soas, mas não define a eleição. Os comerciais partidários são mais importantes e capturam mais audiência”, diz Pestana. “Mas todos os partidos já têm estratégias de ataque e defesa na internet.” A opinião de Pestana não é unânime. “Cerca de 60% do eleitorado nacional usa internet. O processo de formação de opinião, portanto, começa nas redes sociais. Elas estão à frente das pesquisas,

é ali que as opiniões se formam”, diz Ri cardo Guedes, cientista político e presi dente do Instituto de Pesquisas Sensus, ressaltando a força das redes. “Elas também são instrumentos que apontam o futuro. Felizmente, o que temos obser vado é que difamações e mentiras ainda não pegam o eleitor”, diz Guedes. “As redes sociais estão integradas à sociedade e à comunicação de forma intensa. Quem não entender isso está fora da sociedade”, diz o deputado federal Miguel Corrêa Junior (PT). “Essa comunicação tem de existir e traz acesso direto e objetivo do cidadão ao debate político.” Para o parlamentar, a internet é um espaço de liberdade, o que acaba abrindo brechas para boatos e mentiras eleitorais. “Para evitar ser vítima dessas mentiras, o eleitor deve ter cuidado com as informações que recebe via internet. Tem de buscar outras fontes confiáveis. Não pode fazer das redes sua única ferramenta de informação. É fato que, muitas vezes, as redes são usadas deliberadamente para destruir imagens”, diz. Portanto, todo cuidado é pouco. O melhor é não acreditar em tudo que aparece nas redes sociais. É bom lembrar que, em campanhas políticas, grande parte dos gatos são pardos. z JULHO DE 2014

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RETRATOS DA CIDADE | RAFAEL CAMPOS rcampos@revistaencontro.com.br

A NOVA CASA DE SABINO Todas as iniciativas que visam eternizar escritores ou poetas talentosos são louváveis. O mineiro Fernando Sabino, falecido em 2004, famoso pelo célebre O Encontro Marcado (1956), é o nome da vez. Os 90 anos de seu nascimento, lembrados pela exposição itinerante que leva o nome de sua obra mais famosa, emocionou os belo-horizontinos nos últimos meses e mostrou, sobretudo aos mais jovens, quão importante é enaltecer quem, com as

palavras, se fez um artista. Desta vez, o Instituto Fernando Sabino, coordenado por Bernardo, filho do autor, ganhou uma nova sede na Fundação Zoobotânica de BH, na Pampulha. No casarão, fechado desde 2001, estão previstas exposições e programas educativos que lembrarão as obras de Sabino e a sua relação com outros escritores. Portanto, é parada obrigatória para os amantes da boa literatura. Thiago Mamede

Eugênio Gurgel

E NÃO É QUE PEGOU? Entre os dias 7 e 18 de junho, o sistema de bicicletas compartilhadas registrou mais de 1,2 mil retiradas e cerca de 3,8 mil cadastros no www. mobilicidade.com.br/bikebh. Pelo visto, o belo-horizontino estava precisando apenas de um empurrãozinho para começar a utilizar as ciclovias de maneira mais recorrente. São quatro bicicletários em BH – praça Rui Barbosa, avenida Augusto de Lima, praça Afonso Arinos e praça da Liberdade –, mas esse número deve aumentar nos próximos meses. Fica a torcida por duas coisas: que as ciclovias se tornem integradas por completo e que ciclistas, motoristas e pedestres se respeitem no trânsito. Assim, todos saem ganhando.

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Eugênio Gurgel

HAJA PACIÊNCIA Todos os dias é a mesma cena. O cruzamento das avenidas Barão Homem de Melo e Raja Gabaglia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, é sinônimo de dor de cabeça para motoristas. O motivo não é novo: quase 100 mil veículos circulam diariamente pelos dois corredores e o resultado é um estrangulamento viário que preju-

dica o acesso a 18 bairros, como Buritis, Belvedere, Estrela Dalva e Santa Lúcia. A solução está sendo discutida desde 2012. Uma das ideias levantadas seria a construção de trincheiras e um viaduto. Entretanto, tudo está no campo das ideias, e os motoristas torcem para que alguma solução se torne logo realidade. Eugênio Gurgel

QUE PRÉDIO É ESSE? Ao lado da Prefeitura de BH, na avenida Afonso Pena, 1.180, um edifício cinza passa despercebido em meio ao corre-corre diário. Erguido em 1930, o imóvel de três pavimentos e de arquitetura art déco, estilo que precedeu o modernismo, está fechado há duas décadas. De acordo com a diretoria de patrimônio cultural da Fundação Municipal de Cultura, o pré-

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dio, já tombado, foi construído para abrigar a antiga Companhia Telefônica de Minas Gerais. Transformou-se em Museu do Telefone, que na década de 1990 foi transferido para a avenida Afonso Pena, 4.001, no Cruzeiro. Fechado com cadeados e com a fachada pichada, uma das primeiras edificações da cidade mereceria um destino bem mais agradável.

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TODO CUIDADO É POUCO

Eduardo Neves, Márcia Vieira e Paulo Emílio Fernandes, sócios da empresa: em pouco mais de um década de existência, a empresa se tornou referência na produção de audiovisual

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Preocupação com a qualidade em todas as etapas do processo de produção de vídeos faz da Brokolis referência em audiovisual no Brasil Eugênio Gurgel

Informe Publicitário

uantos filmes nós assistimos todos os dias? Seja na TV, no computador ou mesmo pelo tablet e smartphone? Inúmeros, sem dúvidas. Mal dá para precisar. Seja uma simples vinheta, um esquete de humor, o clipe de nossa banda favorita ou uma campanha publicitária, exibida no intervalo da novela ou do futebol. Mais do que nunca, a presença do audiovisual se tornou constante em nossas vidas. Hoje, inegavelmente, vemos mais do que lemos ou ouvimos. Apesar de consumirmos peças em vídeo com frequência, não sabemos, contudo, a dificuldade que existe por trás de cada trabalho. Não é fácil fazer um bom vídeo, mesmo aqueles que aparentam ser mais simples. Uma gama de fatores é levada em conta na hora de produzir. Da ideia inicial até o resultado final, o caminho para se chegar a um bom filme demanda cuidado em cada passo dado. É por pensar – e, principalmente, agir – assim que a Brokolis se tornou mais do que referência. Na verdade, um autêntico conceito na produção de peças audiovisuais. O cuidado que a empresa, comandada pelos diretores Eduardo Neves, Márcia Vieira e Paulo Emílio Fernandes, tem com cada etapa na produção de vídeos fez com que seu trabalho rompesse as divisas de Minas e se tornasse reconhecido em todo o Brasil. “Prezamos muito pelo processo”, explica Paulo Emílio, recentemente laureado como melhor diretor de cena no 3ª Prêmio Minas de Comunicação. “Não há como se pensar em um bom produto final, sem que o processo seja cuidadoso, meticuloso. Sem esse zelo é impossível atingir o resultado que se espera, tanto por nós quanto por nossos clientes”, completa. A visão de Paulo Emilio é compartilhada por seus sócios. “Nosso nível de exigência é muito alto. O compromisso pela qualidade parte sempre da gente em primeiro lugar, por isso não permitimos erros”, diz Eduardo. “E é graças a essa seriedade, seja em trabalhos menores ou em campanhas mais elaboradas, que conseguimos gerar nos clientes a confiança na marca Brokolis”. Além da preocupação constante com o primor, outro fator que faz da Brokolis uma das mais conceituadas produtoras de audiovisual do país é a gana por inovação. “Sem dúvidas, estamos sempre na vanguarda”, revela Márcia. “Se somente hoje tem se falado em vídeos 4K, de ultra definição, nós já usamos esses recursos desde 2009. Fomos os primeiros em Minas a trabalhar com esse conceito”. Mesmo com tanto sucesso, os diretores da Brokolis não se deixam acomodar. Para eles, o desafio de produzir peças de audiovisual com apuro e perfeição só aumenta com o passar do tempo. “Continuo encantado com o que faço”, explica Paulo Emílio. “A única coisa que muda é que estamos mais experientes”, pondera Eduardo, lembrando da época da fundação da empresa, em 2003. Com pouco mais de dez anos de vida, a Brókolis já se tornou símbolo de trabalho bem feito, pioneirismo e qualidade.

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GENTE FINA | ANA CLÁUDIA ESTEVES aesteves@revistaencontro.com.br Leca Novo/Divulgação

PÉS NO CHÃO Da rotina burocrática da área de direito para o mundo da moda. Com a inauguração da primeira franquia da Anacapri na capital, no BH Shopping, a advogada Flávia Salvador deu início, aos 29 anos, a uma grande mudança em sua carreira. A marca, que é especializada em flats – sapatos sem saltos –, espalhou-se por São Paulo, mas até então tem poucas franquias em outros estados. “Sempre fui apaixonada por moda e principalmente por sapatos, por isso decidi apostar nesta marca que é parte do Grupo Arezzo&Co, supertradicional no ramo de calçados”, diz Flávia, que herdou o tino administrador do avô José Salvador, presidente-fundador do Hospital Mater-Dei. O sucesso tem sido tão grande que ela já confirmou os planos de abrir, até agosto, o segundo espaço, desta vez, no shopping Pátio Savassi.

FENÔMENO MINEIRO DO TÊNIS

Guto Gonçalves/Divulgação

É difícil encontrar quem conheça o mineiro Bruno Soares e não comente sobre sua simpatia. Simples como é, ele mal deixa transparecer que já pode ser considerado um fenômeno no tênis brasileiro. Aos 32 anos, Bruno tem hoje a melhor marca alcançada por um atleta do país na categoria de duplas: ele não só terminou o ano passado em terceiro lugar individual no ranking mundial da ATP, como também encerrou a temporada como melhor dupla masculina, ao lado do austríaco Alexander Peya. Mas sua caminhada vitoriosa não para por aí. Só neste ano, o tenista faturou o primeiro lugar no ATP 250 de Queens, na Inglaterra, foi vice no ATP de Indian Wells, na Califórina, e já disputou três dos quatro campeonatos do Grand Slam: o Aberto da Austrália, Wimblendon e Roland Garros. Para os próximos meses, dois desafios internacionais estão previstos: a temporada de quadra rápida dos Estados Unidos e o US Open, última etapa do Grand Slam, em Nova York. Nos bastidores do esporte, é dada como certa a participação de Bruno nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. O atleta está ansioso, mas não perde o foco. “Com o quinto lugar que alcançamos em Londres, em 2012, a expectativa é grande. Espero ter uma boa trajetória até lá para que essa vaga se confirme e eu possa mostrar um trabalho melhor ainda no meu país.”

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Claudio Cunha

ENTRE ELAS Tudo começou como uma brincadeira entre os donos da loja Iorane, que é um verdadeiro sucesso em todo o Brasil, e o publicitário Gabriel Gontijo. Enquanto almoçavam juntos em Uberlândia (MG), à espera da festa de aniversário da amiga e blogueira Thássia Naves, em março, todos se divertiam ao imaginar como seria se ele, fashionista conhecido, passasse a fazer parte da equipe da marca feminina, composta praticamente só por mulheres. Gabriel, que já estava buscando unir a comunicação à moda, teve uma grande surpresa quando as risadas que saíam daquele momento descontraído o levaram à sala de reuniões da empresa, com uma proposta, para ele, um tanto quanto irrecusável. Resultado: aos 23 anos, o it boy mais famoso de Minas Gerais, que comanda nas horas livres o blog papalizerkid.com e tem mais de 12 mil seguidores no Instagram, agora é parte do departamento de marketing da Iorane. Focado na área de relacionamento – contatos é o que não lhe faltam –, ele faz questão de se envolver em todas as tarefas do setor. “Tenho várias mulheres muito próximas a mim, acho que entendo bem sobre elas. Além disso, é muito excitante para um profissional de comunicação estar em uma empresa de moda que dá o devido valor não só ao seu produto final, mas a suas mídias e divulgações. Estou superanimado!”

DESENHANDO SONHOS No imóvel que mescla arquitetura antiga com decoração contemporânea e impecável, funciona o Lu Simão Atelier, um espaço encantado onde a designer de moda Luisa Simão realiza os sonhos de muitas noivas. Produzindo de forma bem diferente de outros estilistas, a bela de 28 anos faz um trabalho personalizado, no qual suas clientes acompanham e opinam durante todo o processo de confecção de seus vestidos e acessórios para o grande dia. Fera nos croquis, Luisa também utiliza o espaço para dar aulas de desenho e ilustração de moda. Seus traços, no entanto, já desenham novos rumos. Ela acaba de ser convidada para lecionar para a Eduk, plataforma de ensino on-line de cursos profissionalizantes da qual Bernardinho, técnico da seleção brasileira de vôlei, é um dos sócios. “O conteúdo do curso abrange técnicas de representação do croqui de moda sob um viés mais artístico e experimental. A ideia é permitir que o aluno perceba e explore seu potencial criativo a partir do desenho. Estou feliz com o novo desafio”, comemora a designer.

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Eduardo Bravin/ Divulgação

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CIDADE | INFRAESTRUTURA

Viadutos ou armadilhas?

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Samuel Gê

Frederico Correa, Clemenceau Saliba e Kleber José, do Ibape: “Não há um programa de manutenção preventiva. Se há manutenção, ela não é feita de maneira concreta e contínua”, diz Frederico Fotos: Cláudio Cunha e Ibape-MG/Divulgação

Tragédia da Pedro I liga sinal de alerta. Afinal, qual a situação dos demais viadutos de BH? Estudo técnico feito com exclusividade para Encontro mostra que as seis principais e mais antigas vias suspensas da capital sofrem com a falta crônica de manutenção. Embora não corram o risco de ruir, parte do concreto pode se soltar e atingir pessoas e carros RAFAEL CAMPOS

Vista geral do complexo da Lagoinha: estudo identificou vários tipos de anomalias

Um alarme soou para a população e autoridades governamentais depois que uma das alças do viaduto que liga a avenida Olímpio Mourão Filho à Pedro I, no bairro Planalto, região Norte de Belo Horizonte, veio ao chão no início deste mês, causando ferimentos, mortes, dor e preocupação. E poderia ter sido ainda pior, caso a estrutura já tivesse sido inaugurada. Diante dessa tragédia, uma pergunta veio à tona: como está a saúde dos nossos viadutos? A pedido de Encontro, engenheiros do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG) foram às ruas e visitaram seis dos principais e mais antigos viadutos da capital mineira: Santa Tereza e Floresta, na região Central; Helena Greco (antigo Castelo Branco), no Barro Preto; Pedro Aguinaldo Fulgêncio, no Santa Efigênia; Complexo da Lagoinha, na Lagoinha, e Engenheiro Andrade Pinto, que fica no Barreiro, próximo à siderúrgica V&M. O estudo não constatou nenhum problema estrutural, entretanto, traz um alerta: todos os elevados sofrem com a falta de manutenção. “Isso acarreta diminuição de vida útil e aumento dos custos de reformas”, diz o engenheiro civil Frederico Correia Lima Coelho, presidente do Ibape-MG. E o mais grave: parte do concreto pode soltar e cair sobre pessoas e carros que estiverem embaixo. A vistoria apontou 11 tipos do que os engenheiros civis chamam de anomalias. O que preocupa é que os viadutos avaliados são os camJULHO DE 2014

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CIDADE | INFRAESTRUTURA GLOSSÁRIO Entenda o que é:

VIADUTO SANTA TEREZA Avenida Assis Chateubriand, no Floresta

COBRIMENTO Campeamento da armação em uma peça de concreto armado EFLORESCÊNCIA

Principais anomalias Falta de placa indicativa de altura máxima

São depósitos cristalinos de coloração branca que vão para a superfície do revestimento, tais como pisos (cerâmicos ou não), paredes e tetos, resultantes de infiltração

Pavimentação asfáltica comprometida Pichações

ESTALACTITE Depósitos brancos – bicarbonato de cálcio – formados nos tetos, provenientes, geralmente, da cal livre do cimento, que reage com a água e o carbono do ar ESTANQUEIDADE Propriedade conferida pela impermeabilização, de impedir a passagem de fluidos

Eflorescência

Armadura exposta em guarda-corpo

Falta de estanqueidade (umidade)

Lixo / sujeira em sistemas de drenagem

Armadura exposta em vigas Falta de estanqueidade

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Desprendimento de cobrimento em guarda-corpo

Falta de manutenção

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VIADUTO ENGENHEIRO ANDRADE PINTO

peões de fluxo de veículos. A BHTrans, empresa que gerencia o tráfego em BH, informou apenas o movimento do complexo da Lagoinha, que recebe, em média, 125 mil veículos por dia. No entanto, a capital mineira contabiliza mais de 1,5 milhão de veículos nas ruas, bem diferente do movimento registrado nas décadas de 1920 e 1940, época de construção de alguns viadutos avaliados. A frota da capital mineira saltou 105% de 2002 a 2012. O Ibape-MG solicitou à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) os planos de manutenção dos viadutos, mas não obteve resposta. O mesmo aconteceu com a reportagem de Encontro, que não teve retorno da administração municipal sobre o resultado do estudo. “Não há um programa de manutenção preventiva desses viadutos. Há casos de vegetação crescendo dentro das estruturas, e não se trata de uma plantinha, mas de uma árvore. Se há algum tipo de manutenção, ela não é feita de maneira concreta e contínua”, diz Frederico. Cada viaduto precisa ter um plano

Avenida Olinto Meireles, no Barreiro

Principais anomalias: Falta de placa indicativa de altura máxima Armadura exposta em guarda-corpo Lixo /sujeira em sistemas de drenagem

Desprendimento de cobrimento em guarda-corpo

Armadura exposta em vigas

Desplacamento de cobrimento da base da longarina

Efl orescência

Formação de estalactites Falta de estanqueidade em diversos pontos da estrutura Pavimentação asfáltica comprometida

Problemas na fixação dos postes de iluminação

Desprendimento de cobrimento em pilar

Falta de manutenção

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Encontro | 39 Encontr

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CIDADE | INFRAESTRUTURA Falta de placa indicativa de altura máxima (marca de impacto aparente)

VIADUTO HELENA GRECO (antigo elevado Castelo Branco) Avenida Bias Fortes, no Barro Preto Principais anomalias Falta de manutenção

Desprendimento de cobrimento em guarda-corpo

Falta de estanqueidade (umidade)

Lixo / sujeira em sistemas de drenagem

Eflorescência

Pichações

Armadura exposta em guarda-corpo e corrosão em estrutura de proteção

de manutenção específico, informa o engenheiro civil, mas uma vistoria, mesmo que genérica, deve ser feita a cada seis meses. Dentre as estruturas avaliadas, os viadutos Pedro Aguinaldo Fulgêncio, no Santa Efigênia, e o Engenheiro Andrade Pinto, no Barreiro, são os que mais carecem de atenção. “Nas laterais, foram registrados desprendimentos de partes do guarda-corpo, que podem se soltar e atingir usuários que estejam passando embaixo”, explica Frederico Coelho. Uma curiosidade: as estruturas mais novas são as que necessitam de reformas urgentes. Sintomas como vigas à mostra revelam a ausência de manutenção, há anos. Até uma espécie de estalactites foi encontrada nas estruturas, o que ocorre quando a água carrega parte do cimento e forma pequenas estruturas de cima para 40 |Encontro

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VIADUTO DA FLORESTA

Falta de manutenção

Avenida do Contorno, no Floresta Principais anomalias Lixo / sujeira em sistemas de drenagem Falta de estanqueidade (umidade)

Desprendimento de cobrimento em guarda-corpo

Falta de placa indicativa de altura máxima

Desprendimento de cobrimento em longarina

Pichações

baixo. “Nota-se que as melhorias que ocorrem são executadas apenas por demanda, quando algum cidadão liga e reclama, por exemplo. Não há ações periódicas”, diz o engenheiro civil Kleber José Berlando, um dos integrantes do grupo do estudo. O viaduto de Santa Tereza, na região Leste de BH, o mais antigo entre os pesquisados – foi construído na década de 1920 –, também necessita de melhorias, mas obras de revitalização – que não incluem reforço estrutural – estão em andamento e, segundo os engenheiros do Ibape-MG, devem resolver grande parte dos problemas mostrados, sobretudo, referente ao guarda-corpo (confira informações nos infográficos). A ocupação desordenada da cidade também é considerada entrave para a conservação dos viadutos. Como constatou o estudo, não é raro se deparar com sujeira acumulada nos sistemas de drenagem dessas estruturas, fato recorrente no viaduto Helena Greco, que liga a avenida Bias Fortes à Pedro JULHO DE 2014

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Encontro | 41

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CIDADE | INFRAESTRUTURA Eflorescência

VIADUTO PEDRO AGUINALDO FULGÊNCIO Avenida Francisco Sales, no Santa Efigênia Principais anomalias Armadura exposta em pilares

Armadura exposta em guarda-corpo

Falta de manutenção

Desprendimento de cobrimento em guarda-corpo

Pichações

II e à rua Padre Eustáquio. Tal situação pode passar despercebida, mas não tanto no período das chuvas, pois a consequência são alagamentos. Além disso, os engenheiros do Ibape-MG notaram marcas de fogo, urina e fezes deixadas por pessoas que fazem de moradia a parte de baixo dos viadutos. A longo prazo, isso pode comprometer as vigas de sustentação, explicam os engenheiros. “Fiquei impressionado com a situação desses viadutos”, diz o engenheiro civil Clemenceau Chiabi Saliba Júnior, que também participou do levantamento. Segundo ele, o concurso lançado pela PBH, recentemente, para revitalizar 42 |Encontro

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Eflorescência

COMPLEXO DA LAGOINHA Região compreendida entre Rodoviária, av. do Contorno, Via Expressa, av. Antônio Carlos, av. D. Pedro II e túnel de acesso à av. Cristiano Machado Comprometimento dos sistemas de drenagem

Desprendimento de cobrimento em guarda-corpo

Desprendimento de cobrimento em pilar Falta de manutenção

Pichações Sinalização de altura com impacto aparente

Armadura exposta em vigas

os baixios dos viadutos é importante, mas tal estratégia deve vir de mãos dadas com políticas sociais. A iniciativa da PBH prevê a requalificação dessas áreas, com a construção de espaços para lazer, esporte e de convivência. São elas: o Helena Greco; o Cinquenta e Dois, na avenida Silva Lobo; o Engenheiro Andrade Pinto, no Barreiro; e o Pedro Aguinaldo Fulgêncio, no Santa Efigênia. Os projetos vencedores já foram divulgados, contudo, ainda não há previsão para executá-los. Sobre a queda da alça do viaduto da avenida Pedro I, Clemenceau Chiabi recomenda que a perícia não fique restrita apenas ao ocorrido, já que outra estrutura na mesma via foi interditada no início do ano, depois de constatado um deslocamento de aproximadamente 30 cm. “É importante que uma vistoria mais ampla seja feita em todos os outros viadutos recém-construídos”, diz. JULHO DE 2014

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Cidade | infraestrutura Venda Nova

onde estão

Pampulha

Localização dos cinco viadutos e um complexo viário (Lagoinha) avaliados pelo estudo. A maioria está na área central de BH e um fica no Barreiro

Norte

BELO HORIZONTE

Nordeste

Noroeste

Leste

Oeste

HELENA GRECO (EX-CASTELO BRANCO) Localização: Região central

Barreiro

Construção: Início da década de 1970 Principal ligação: Alternativa de acesso da região Central à região Noroeste

Av. Tito Fulgêncio

ENGENHEIRO ANDRADE PINTO

Centro-Sul

Extensão: 300 m (*)

Localização: Região do Barreiro Construção: Fim da década de 1970 Principal ligação: Liga a região do Barreiro a Contagem Extensão: 500 m (*)

Av. Olinto Meireles

tipos de anomalias em cada estrutura avaliada 10 z Eflorescência

8 6

z Falta de sinalização z Falta de estanqueidade

z Eflorescência

z Pavimentação comprometida

z Falta de sinalização

z Armadura exposta guarda-corpo

4

z Lixo no sistema de drenagem z Armadura exposta em pilares z Desprendimento de guarda-corpo

2

z Pichação z Falta de manutenção

z Falta de sinalização

z Desprendimento de pilar

z Desprendimento de pilar

z Armadura exposta guarda-corpo

z Armadura exposta guarda-corpo

z Armadura exposta em viga

z Lixo no sistema de drenagem

z Lixo no sistema de drenagem

z Desprendimento de guarda-corpo

z Pichação

z Pichação

z Falta de manutenção

0 Santa Tereza

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Floresta

Helena Greco

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COMPLEXO DA LAGOINHA Localização: Região Noroeste

FLORESTA

Construção: Início da década de 1980 Principal ligação: Alternativa de acesso do hipercentro às regiões Norte e Nordeste

Localização: Região Leste Construção: Fim da década de 1930 Principal ligação: Alternativa de acesso da região Leste ao hipercentro

Extensão total do complexo: 2.010 m (*)

Extensão: 230 m (*)

Av. Antônio Carlos

PEDRO AGUINALDO FULGÊNCIO Localização: Região Leste Construção: Não informado Principal ligação: Liga região hospitalar à região Leste

Túnel Cristiano Machado

Extensão: 350 m (*)

Av. Pedro II Av. do Contorno Av. dos Andradas R. Oiapoque Av. Olegário Maciel

SANTA TEREZA Av. Assis Chateaubriand

Localização: Região Leste

Av. Bias Fortes

R. da Bahia

Construção: Fim da década de 1920 Principal ligação: Liga o hipercentro à região Leste

Av. Francisco Sales

Extensão: 300 m (*) Av. Afonso Pena

(*) medidas aproximadas obtidas por meio do Google Maps

z Eflorescência z Falta de sinalização z Falta de estanqueidade z Eflorescência

z Desprendimento de pilar

z Desprendimento de pilar

z Pavimentação comprometida

z Eflorescência

z Lixo no sistema de drenagem

z Armadura exposta guarda-corpo

z Armadura exposta guarda-corpo

z Desprendimento de guarda-corpo

z Lixo no sistema de drenagem

z Desprendimento de guarda-corpo

z Armadura exposta em vigas

z Armadura exposta em vigas

z Pichação

z Pichação

z Desprendimento de guarda-corpo

z Falta de manutenção

z Falta de manutenção

z Falta de manutenção

Pedro A. Fulgêncio

Complexo da Lagoinha

Eng. Andrade Pinto JULHO de 2014 Encontro | 45

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CIDADES | COPA

BH PELOS

ESTRANGEIROS Várias nacionalidades se misturaram pelas ruas da cidade durante a Copa do Mundo. Confira o que nove visitantes acharam da capital mineira

Fotos: Roberto Rocha

DANIEL CAMARGOS

Belo Horizonte tornou-se uma cosmópole durante a disputa da Copa do Mundo. Quem circulou pela Savassi, Pampulha e até na Fan Fest, na Gameleira, viu a febre amarela dos colombianos tomar as ruas; belgas e argelinos gastarem o francês em busca de latões de cerveja morna; argentinos dormindo em vans espalhadas pela cidade e até acampados na praça da Liberdade; iranianas lindas sem burcas e distribuindo sorrisos encantadores; ingleses bebendo como autênticos ingleses e costa-riquenhos estupefatos com o desempenho de sua seleção. Mais do que isso, os moradores de Belo Horizonte dividiram a capital mineira com quase 400 mil pessoas de diferentes nacionalidades, segundo cálculo do Ministério do Turismo, incluindo brasileiros de outras cidades e estados. Por aqui, não passaram apenas torcedores das seleções que jogaram no Mineirão e ficaram maravilhados com a cidade e, principalmente, com o belo-horizontino. Os “gringos”, como nós os chamamos carinhosamente, não pouparam elogios ao estilo mineiro de receber as visitas. Algumas falhas foram apontadas pelos mais criteriosos, mas nada que possa ter maculado a festa que foi o Mundial na capital mineira. 46 |Encontro

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“Eu tenho amigos em Belo Horizonte e, por isso, escolhi a cidade. Estou adorando o pão de queijo e o romeu e julieta. O único problema que tivemos foi o furto da carteira de uma amiga. Mas isso pode acontecer em qualquer lugar” LUCY MALDON MALDON, funcionária da Universidade de Sidney, AUSTRÁLIA

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“As pessoas da cidade são muito educadas, abertas e gostam de conversar. conversar. Achei Achei tudo tudo ótimo. ótimo. Pena que a Fan Fest de Belo Horizonte não abriu todos os dias, somente nos dias de jogos na cidade ou jogos do Brasil. Quanto mais festa, melhor”

“É a minha primeira vez no Brasil e gostei. As pessoas são ótimas e o melhor são as festas. Fiquei impressionado com a quantidade de pessoas e com a alegria das festas daqui. Deslocar-se de táxi pela cidade é fácil e barato”

FRANK VAN DRIEL, empresário em Groningen, HOLANDA

SEBASTIAN LUTHERS, vendedor de vinho em Liége, BÉLGICA

“Escolhi a cidade porque tem uma posição central e é fácil se deslocar para outros locais do país. Adorei os bares, principalmente os tira-gostos. Muitas pessoas me disseram que o Brasil é perigoso, mas não vi nada demais”

“Gostei de tudo, principalmente da comida. Antes de chegar aqui vi em muitos canais de televisão notícias sobre a violência e sobre os protestos. Mas não houve problemas e estou me sentindo muito seguro”

JOHN HULZ HULZ, professor de tênis em Melbourne, AUSTRÁLIA

GIL CHRISTENBERRY CHRISTENBERRY, professor em São Francisco, ESTADOS UNIDOS

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CIDADES | COPA

“Gostei muito da cidade e a comida aqui é muito boa. Só estou achando tudo muito caro. Cobraram R$ 10 por uma lata de cerveja, que no Chile custaria R$ 2” PEDRO SOFIA SOFIA, arquiteto em Santiago, CHILE

“É a primeira vez que venho. Gostei, mas estou assustado com os motoristas, que dirigem muito rápido e não se importam com os pedestres. Achei que a cidade poderia ter mais árvores. Lá na Pampulha, perto do Mineirão, é lindo, mas a lagoa tem mau cheiro” TOMAS BACA CASTER, empresário em Buenos Aires, ARGENTINA

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“Vou ficar seis meses aqui, pois ganhei uma bolsa para um programa de empreendedorismo na cidade. As pessoas falam muito da violência, mas até agora eu não vi nada demais. Belo Horizonte é agradável para viver” FÉLIX BARROS BARROS, estudante de Valparaíso, CHILE

“Eu já conhecia o Brasil. Achei Belo Horizonte muito bonita. Estivemos no Parque Municipal e na praça da Liberdade, que são muito verdes. Já quando visitamos a Savassi, estava muito suja e cheirando a urina” JUAN PABLO CHAVECO CHAVECO, com a namorada, Agostina Caprito, de Buenos Aires, ARGENTINA

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Informe Publicitário Divulgação

IMPLANTE DENTÁRIO A odontologia em evolução

N

os últimos anos, a odontologia sofreu uma mudança de paradigma com o advento dos implantes dentários. Apesar de já existirem há algumas décadas, foi nos últimos anos que esse tipo de tratamento tornou-se corriqueiro na prática odontológica. A constante evolução na técnica e a maior quantidade de profissionais aptos a executar esse tipo de tratamento foram responsáveis por essa mudança. Esclareça suas dúvidas sobre o assunto: O que é o implante dentário? É um dispositivo metálico em forma de parafuso, introduzido cirurgicamente na maxila ou na mandíbula. Ao parafuso prende-se uma prótese, que substitui o dente ausente recompondo estética e função. O implante não sofre rejeição pelo organismo? O parafuso é composto basicamente de titânio, material biocompatível. O organismo não reconhece como estranho esse tipo de material e após alguns meses ocorre uma perfeita integração entre o implante e o osso no qual ele está inserido. Essa integração confere ao implante uma fixação extremamente firme, tornando o trabalho de reabilitação bastante seguro.

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Como é a cirurgia? Em geral é um procedimento relativamente simples, executado no próprio consultório odontológico e com pós-operatório tranquilo. Para pacientes ansiosos, em casos de cirurgias extensas (múltiplos implantes) ou mesmo para pacientes que desejam maior comodidade, há a opção de tratamento sob sedação. Nesse caso, um médico anestesiologista vai ao consultório odontológico e participa do procedimento, sedando o paciente por via venosa e monitorando-o durante todo o procedimento. Em quais casos os implantes estão indicados? Quando há ausência dental por agenesia (não formação) ou perda (traumatismos, cáries, doença periodontal, etc); para substituir um dente, vários dentes ou todos os dentes; em casos de pacientes portadores de próteses removíveis, que se sentem inseguros ou insatisfeitos com as próteses que usam. Existe alguma limitação ou contraindicação para o tratamento com implantes? No caso de pacientes muito jovens (crianças, adolescentes), em geral, aguarda-se o término da fase de crescimento (final da adolescência) para a instalação dos implantes. Até lá, os dentes ausentes são substituídos de outra forma.

Condição essencial para a instalação de implantes é a existência de osso para a fixação dos parafusos. Em alguns casos, o paciente apresenta quantidade insuficiente de osso. É possível contornar essa limitação através de enxerto ósseo. Qual é o custo dos implantes? O custo desse tipo de tratamento é bem mais acessível do que era a tempos atrás, sendo viável para grande parte da população. O valor depende de uma série de variáveis, de acordo com cada caso. Concluindo: Os implantes dentários possibilitam um leque de possibilidades antes inexistentes. São um importante recurso dentre os vários que dispõe a odontologia moderna, ciência que mescla os preceitos da medicina e engenharia com os da estética e arte.

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CIDADE | LAZER Fotos Alexandre Rezende

e t n e c s e v r e f e o d a c r e M Público lota o bar Balaio de Gato, que agora está dentro do mercado: área de quase 600 m2 promete ser o mais novo ponto de encontro de Belo Horizonte

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Área ociosa no mercado do Cruzeiro transforma-se em opção de cultura e gastronomia. Moradores da região comemoram RAFAEL CAMPOS

Há três anos, os moradores do bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, compartilhavam uma preocupação. Eles temiam que o imóvel localizado no número 452 da rua Ouro Fino, principal símbolo da região, fosse demolido para dar lugar a um megaempreendimento. Felizmente para eles, o pesadelo não tornou-se realidade e o tradicional Mercado Distrital do Cruzeiro foi reformado e acabou ganhando fôlego extra com um projeto que reúne cultura e gastronomia. Idealizado por Kuru Lima, diretor da Cria! Cultura e um dos principais agitadores da cena cultural da capital, o projeto Distrital deve dar novo significado a um espaço de quase 600 m² que, durante anos, manteve-se ocioso no mercado do Cruzeiro. “A intenção é criar um ambiente múltiplo de convivência”, explica. Novos empreendimentos e atrações vão fazer parte da rotina do centro de compras e em boa hora: neste ano ele completa quatro décadas de história. O pontapé foi dado há um ano, quando Kuru Lima venceu a licitação para ocupar a área do antigo supermercado Bandeirantes, fechado há oito anos. O time gastronômico do Distrital até agora está sendo formado pelo Balaio de Gato, bar que funcionou por dez anos na rua Piauí, no Funcionários, a Cum Panio, padaria do bairro Serra, que terá ponto de distribuição no mercado, além da Academia do Café, cafeteria que oferece cafés especiais, com loja no Funcionários. Uma cachaçaria com os principais rótulos do estado também deve se instalar por lá. A previsão de lançamento oficial, com todas as atrações, é para este mês.

Luciana e Valéria Alvim, sócias do Balaio de Gato: o bar e loja de artesanato foi o primeiro estabelecimento a se instalar no local

Kuru Lima, diretor da Cria! Cultura, resposável pelo projeto Distrital: “A intenção é criar um espaço múltiplo de convivência”

As irmãs Cynthia e Ana Paula Franco Andrade, frequentadoras: “É um ótimo lugar para fazer um happy hour e reunir os amigos com traquilidade”, diz Ana

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CIDADE | LAZER

Os namorados Mateus Araújo e Camila Duarte: “Já estive aqui diversas vezes, mas durante o dia. É a primeira vez que venho à noite e adorei o clima”, diz Camila

Além dos sabores e aromas diversos, o público poderá conhecer ainda o trabalho da Discoteca Pública, que sob a batuta de Eduardo Pampani, realiza a famosa Feira do Vinil. Kuru Lima explica que o Distrital segue uma tendência mundial dos mercados de oferecer muito mais que hortifruti. “O sentido original desses espaços era o de retirar os feirantes das ruas e colocá-los num ponto de distribuição, mas esse significado vem se modificando ao longo dos anos”, afirma. As irmãs Luciana e Valéria Alvim, sócias do Balaio de Gato, misto de bar e loja de artesanato, estão empolgadas com o novo endereço. “Vai ser uma fase maravilhosa. Nossos clientes reconheceram que conseguimos manter a alma do Balaio”, diz Valéria, mais conhecida como Leca. O bar foi um dos primeiros 52 |Encontro

O empresário Daniel Vaz aprovou o espaço: “Vai ser meu ponto de encontro agora”

UM NOVO POINT Confira as atividades do Distrital ONDE: Mercado Distrital do Cruzeiro, rua Ouro Fino, 452, Cruzeiro

FUNCIONAMENTO: das 11h à 1h, de terça-feira a sábado

INFORMAÇÕES: (31) 3223-7844

estabelecimentos a ocupar a área. De acordo com as sócias, a ida para o local trará novidades para a clientela, com a possibilidade de funcionamento em período integral. O sabor dos mais diferentes pães artesanais será oferecido pelos sócios Luciana Martins e Camilo Lima, donos da Cum Panio. “Fazemos uma pesquisa mundial sobre as tradições e histórias da panificação. A ideia também é levar essa cultura dos pães para o público”, diz Luciana. A música também vai ter lugar garantido no Distrital. Nada menos do que 12 mil discos, cuidadosamente guardados e catalogados por Eduardo Pampani, idealizador da Discoteca Pública, estarão à disposição do público. “Teremos duas vitrolas com fone

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CIDADE | LAZER

Eduardo Pampani, idealizador da Discoteca Pública: 12 mil discos, cuidadosamente guardados e catalogados, estarão à disposição do público

de ouvido para as pessoas escutarem as músicas no local, já que o acervo é para audição, pesquisa e gravação”, diz Pampani. Os discos, somente de música brasileira, são de 1951 até os dias de hoje, em formatos de sete, dez e 12 polega das. Pampani está entusiasmado com a nova casa. “A união de vários empreendedores é que fará a diferença na capital mineira”, diz. Kuru Lima adianta que outras pessoas já demonstraram interesse em participar da ocupação. O chef Eduardo Maya, que hoje organiza o festival gastronômico Aproxima, vai manter uma feirinha permanente no mercado, no primeiro sábado de cada mês, com os participantes do evento. “Produtores de várias partes do estado poderão conti54 |Encontro

Patrícia Caristo, presidente da Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro: “Uma de nossas lutas era para derrubar o discurso de que o mercado estava abandonado”

nuar oferecendo seus produtos ao público”, explica Eduardo Maya. Quem está gostando dessa nova fase do mercado é Patrícia Caristo, presidente da Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro (Amoreiro). Ela atuou exaustivamente contra o projeto que colocaria o mercado no chão. “Uma de nossas lutas era para que espaços como esse fossem licitados para derrubar o discurso de que o mercado estava abandonado”, lembra, enquanto comemora a conquista. “Sentíamos que a comunidade queria um lugar que agregasse valor a nossa vida, de lazer e cultura, um espaço de convivência, de troca.” O casal de namorados Camila Duarte, de 25 anos, e Mateus Araújo, de 34, frequentadores do local, também

aprovou a iniciativa. “Já estive aqui diversas vezes, mas durante o dia. É a primeira vez que venho à noite e adorei o clima”, diz Camila. As irmãs Cynthia, de 25 anos, e Ana Paula Franco Andrade, de 32, conside ram que o estereótipo de que o mercado é decadente caiu por terra, e de vez. “É um ótimo lugar para fazer um happy hour e reunir os amigos com traquilidade”, diz Ana. É o que pensa também o empresário Daniel Vaz, de 35 anos: “Vai ser meu ponto de encontro agora”. Kuru Lima acredita que as possibilidades são imensas para utilização da área, mas todas as ações, daqui para frente, terão um único propósito. “Vamos reconstruir a história de brilho do mercado distrital do Cruzeiro.” Que assim seja! z

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CIDADE | TURISMO

Hostels em alta Esse tipo de hospedagem tem crescido em quantidade e qualidade em BH. Engana-se quem pensa que a procura é simplesmente em razão do preço: convivência e interação atraem turistas de vários estilos

MARINA DIAS

Vai fazer 11 anos que o empresário paulista Erik Krominski, de 29 anos, se hospedou pela primeira vez em um hostel. Naquela época, em uma viagem a Recife (PE), a escolha foi pelo preço, já que esse tipo de local costumava custar bem menos que um hotel e oferecia condições menos sofisticadas: dormitórios e banheiro comunitários, quartos sem frigobar, sem televisão e sem roupa de cama ou de banho, pouco espaço para bagagens e equipe de funcionários reduzida. No entanto, isso não fez com que o publicitário de formação desistisse desse tipo de hospedagem, que, segundo ele, tem alguns pontos que se destacam positivamente em relação a outros. “O hotel é muito impessoal e tem horários inflexíveis (a cozinha não funciona durante a madrugada, por exemplo), ao

PARA ESCOLHER Dicas para encontrar o hostel ideal para cada estilo

contrário dos hostels. Além disso, a internet de alguns hotéis é cobrada, e eu nunca vi um hostel sem wi-fi gratuito”, conta ele, que viaja pelo país dando palestras sobre estratégias em mídias sociais. Erik percebeu, ao longo da última década, a evolução desses estabelecimentos, o que o transformou em cliente convicto. Hoje ele tem condições de ficar em hotéis, mas não o faz. Enquanto não aluga apartamento em Belo Horizonte, para onde está vindo morar devido ao trabalho, decidiu hospedar-se no Collaborate Hostel, no bairro São Pedro. O estabelecimento tem parceria com o programa de aceleração de startups de Minas Gerais, o Seed, onde vai trabalhar. “A convivência que se tem nesse tipo de espaço não acontece nos hotéis. Para quem viaja muito sozinho, como eu, é uma grande vantagem”, compara. Assim como outros hóspedes assí-

ONDE FICAM? Saiba onde se encontram alguns dos 23 hostels de BH*

Procure referências Peça sugestões a amigos e pesquise opiniões nos sites de reserva e nos específicos de avaliações de hospedagem Saiba em que tipo de quarto pretende ficar Hostels são conhecidos pelos quartos comuns (mistos ou não), mas a maioria também oferece quartos duplos, de família e suítes Informe-se sobre as áreas de convívio Um dos pontos altos é a oportunidade de convivência. Então, busque os locais que tenham salas comuns bem equipadas, bares e até happy hours programados Leve em conta a estrutura É importante avaliar informações sobre as condições dos banheiros, se o local oferece café da manhã, se o wi-fi é gratuito (normalmente é), se é preciso levar a própria toalha e roupa de cama, etc.

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Temáticos Alguns hostels oferecem decoração temática, atividades e até convênios com estabelecimentos relacionados ao tema, que pode ser rock, arte, esportes radicais Confira as condições turísticas oferecidas Alguns hostels oferecem serviço de traslado e convênios com passeios turísticos e agências, o que pode facilitar a vida do viajante

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SAMBA ROOMS Av. Bias Fortes, 368, Lourdes (31) 3267-0740 sambaroomshostel.com.br GINGA HOSTEL R. Gabriel dos Santos, 165, Serra (31) 3586-6113 gingahostel.com.br HOSTEL SAVASSI R. Antonio de Albuquerque, 626, Savassi (31) 3243-4771 hostelsavassi.com.br LÁ EM CASA HOSTEL R. Eurita, 30, Santa Tereza (31) 3653-9566 laemcasahostel.com

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duos, Erik usa o termo “hostel” em vez de “albergue”, que ganhou conotação negativa e passa a impressão de local com qualidade inferior de serviços e necessariamente com compartilhamento de todos os cômodos. A mudança do termo acompanhou o avanço na qualidade e na estrutura, algo observado no mundo inteiro e, no Brasil, especialmente nos últimos dez anos. Hoje, a maioria dos hostels já oferece suítes exclusivas para casal e para família e roupa de cama e banho próprias. Os mais sofisticados dispõem de área de lazer com piscina e quadra, salas com vários ambientes, serviço de agência de turismo e até traslado. Segundo Ramis Bedran, vice-presidente da seção Brasil da maior rede de hostels do mundo, a Hostel International (HI), que conta com 4,5 mil estabelecimentos no mundo e 100 no Brasil), esse incremento na qualidade fez com que o público também se ampliasse. “Há dez anos, o maior público no Brasil eram estrangeiros, que já estavam mais acostumados com esse tipo de hospedagem. Brasileiros eram mais desconfiados e até ficavam em hostels no

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Venda Nova

Salão de jogos e convivência do Unique Hostel, no Funcionários: possibilidade de conhecer pessoas e culturas diferentes

Norte

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ALLBAGS HOSTEL R. Quimberlita, 300, Santa Tereza (31) 2555-6255 allbagshostel.com.br

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UNIQUE HOSTEL E POUSADA R. Timbiras, 2674, Funcionários (31) 3245-5747 uniquehostel.com LARANJA MECÂNICA HOSTEL E POUSADA R. Rodrigues Caldas, 703, Santo Agostinho (31) 3291-0192 laranjamecanicahostelpousada.com

Nordeste

Pampulha

O SORRISO DO LAGARTO R. Cristina 791, São Pedro (31) 3283-9325 osorrisodolagarto.com.br/ belohorizonte MINAS HOSTEL R. Sabará, 26, Colégio Batista (31) 3658-5101 minas-hostel.com

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Samuel Gê

BELO HORIZONTE 7 Noroeste

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Leste

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1 Oeste

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Barreiro

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COLLABORATE DESIGN HOSTEL R. Padre Severino, 399, São Pedro (31) 3564-9924 collaboratehostel.com

*http://www.belohorizonte.mg.gov.br/hospedagem?term_node_tid_depth_2=220

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Encontro | 57 Encontr

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CIDADE | TURISMO Eugênio Gurgel

De mudança para BH, o empresário paulista Erik Krominski escolheu ficar em um hostel até alugar um apartamento: “Hotéis são muito impessoais”

exterior, mas pouco aqui dentro. Hoje, brasileiros são maioria”, afirma. O resultado desse movimento foi o aumento na quantidade de hostels em todo o país — dados da HI apontam crescimento de 10% a 15% anualmente. Nessa esteira, BH não ficou de fora. Não há números oficiais para a capital mineira, pois nem todos os estabelecimentos são da rede HI e esse tipo de estadia não faz parte da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. Contudo, Ramis afirma que, dois anos atrás, eram cinco os hostels em BH, número que hoje estima aproximar-se de 20 (no site belohorizonte.mg.gov.br, estão listados 23). Isso significa aumento de mais de 300% de 2012 para cá. Segundo ele, boa parte dos investimentos teve a Copa como objetivo (assim como o que aconteceu com os hotéis), mas o aumento começou antes do anúncio de que o Mundial seria no Brasil. Ramis garante que, en tre os recém-inaugurados, alguns vão se firmar de fato com o fim do evento. “A onda vai passar. Os bons ficarão e se consolidarão”, diz. Mesmo mais sofisticados – alguns 58 |Encontro

Alexandre Rezende

A colombiana Camila Iregui, que ficou no Ginga Hostel durante a Copa do Mundo, elogiou a hospitalidade: “Aqui no Brasil o staff é muito amável e nos sentimos em casa pela acomodação e proximidade das pessoas”

SAIBA MAIS A popularização dos hostels em todo o mundo levou também à variedade. Entenda a diferença entre albergue, hostel e seus derivados ALBERGUE Tipo de hospedagem tradicionalmente mais barata que hotéis. Oferece quartos comuns e ambientes de convívio, além de estrutura para quem deseja fazer a própria refeição, lavar a própria roupa (lavanderia), etc. HOSTEL Palavra em inglês para albergue. Tem sido usada no Brasil, nos últimos anos, no intuito de afastar a imagem do albergue de antigamente, que costuma ser pensado como uma hospedagem de qualidade inferior e voltada apenas para estudantes HOSTEL DESIGN Hostel focado em decoração e design, cujo espaço é geralmente contemporâneo, ousado no projeto e com móveis estilosos HOSTEL BOUTIQUE Normalmente menor que o hostel tradicional, com menos hóspedes e mais sofisticação em termos de serviços e estrutura

Fonte: especialistas consultados e site turismobackpacker.com

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CIDADE | TURISMO Rogério Sol

Os paulistas Josué de Oliveira e Marcelo da Silva, que trocaram um hotel pelo hostel: interação com outros hóspedes e atendimento mais informal

recebem nomes como “hostel design” e “hostel boutique” –, os hostels ainda têm em comum a disponibilidade de quartos comunitários e de áreas de convivência. Segundo Patrícia Coutinho, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - MG, as áreas de convívio incluem bares, salas de TV e jogos, ambientes que propiciam interação e diversão. Por isso, a maioria do público continua sendo jovem, em torno dos 30 anos, entre estudantes e profissionais liberais. Patrícia lembra que o preço não tem sido o único fator na escolha dos hós pedes, pois estadias alternativas têm-se tornado mais comuns, o que significa que hostels nem são hoje a modalidade mais barata. “Existe, por exemplo, não hifeniza, em que a pessoa abre sua casa para a estadia do turista”, explica. A melhoria do serviço e a possibilidade de se socializar atraíram o aeroviário Josué de Oliveira e o supervisor do call center Marcelo da Silva. Eles, que vieram de São Paulo para conhecer BH, primeiro ficaram em um hotel em razão de uma promoção. Não gostaram muito de lá e procuraram outras opções pela internet. Escolheram o Samba Rooms, em Lour60 |Encontro

Samuel Gê

Gabriel Gadala-Maria, de El Salvador, e Sanjeevan Alagaratnam, do Sri Lanka, no Allbags Hostel, em Santa Tereza: hotéis de preços similares costumam ser piores

des. “Lemos boas críticas na internet sobre ele e o preço era mais ou menos o mesmo que eu estava pagando”, diz Marcelo. Para ele, a principal vantagem é a convivência, a troca de experiências. “Além disso, percebo que a recepção é mais amigável e informal”, afirma. Um dos mais antigos hostels da cidade, Sorriso do Lagarto é da época em que mochileiros estrangeiros eram maioria nesse tipo de hospedagem no Brasil e em BH. Hoje, segundo a proprietária, Tatiana de Oliveira, o público também é for mado de turistas e famílias brasileiras, além de pessoas do interior que viajam para prestar concursos. “O público varia muito com a época do ano. Agora, por exemplo, devido à Copa, temos muitos estrangeiros”, diz. Durante o evento esportivo, os hostels da cidade ficaram cheios de gringos que vieram acompanhar as seleções de seus países. A colombiana Camila Iregui, de 26 anos, está dando a volta ao mundo e fez uma parada no Brasil para torcer pela seleção colombiana. Para ela, uma das características marcantes dos hostels é a possibilidade de fazer amigos, já que os hóspedes costumam estar abertos a

novas experiências e a conhecer pessoas. “Na Rússia, fiz um grande amigo no hostel em que fiquei hospedada. Antes de vir para o Brasil, fomos até a casa dele no Chile para fazer uma visita”, lembra ela, que ficou no Ginga Hostel, no bairro Serra. “Em minhas viagens, sempre que possível, escolho essas hospedagens. Aqui no Brasil, o staff é muito amável e nos sentimos em casa pela acomodação e proximidade das pessoas”, diz. À procura de um pouco de boemia, os estudantes Sanjeevan Alagaratnam, de 24 anos, do Sri Lanka, e Gabriel Gadala-Maria, de 21 anos, de El Salvador, escolheram o Allbags Hostel, em Santa Tereza. Intercambistas estagiando na Unicamp, em Limeira (SP), eles viajam todo fim de semana para uma cidade diferente – e o hostel é sempre a primeira opção. Para Sanveejan, o convívio facilita o turismo, já que consegue trocar ideias e ter dicas diferentes das que estão em guias com hóspedes e funcionários. “Existem hotéis com preços similares, mas costumam ser bem piores do que os hostels, além de não terem o mesmo clima, que é especial.” z Colaborou Amanda Aleixo

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ESPORTE | RALI

s e t n a r i e d n a b s o Nov s a d o r e sobr aior Rally dos Sertões, m ntry u competição cross co m do país, acontece e tos o agosto. Conheça pil m e mineiros que estão para a contagem regressiv da a a disputa com cheg em Belo Horizonte

Divulgação

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RAFAEL CAMPOS

A

partir do século XVI, bandeirantes começaram a desbravar o Brasil em busca de ouro e diamante. Séculos depois, uma versão motorizada de expedicionários surgiu. De moto, carro, caminhão ou quadriciclo, os pilotos do Rally dos Sertões rasgam os rincões brasileiros, mas à procura de adrenalina e obstáculos naturais. Trata-se da maior competição cross country em um único país. Os pilotos já se preparam para a prova, que acontece de 20 a 30 de agosto. Desta vez, uma novidade. Belo Horizonte foi escolhida para sediar a grande final do desafio, que alcança a 22ª edição. Encontro conversou com três pilotos mineiros que estão arrumando as malas e apertando os últimos parafusos de suas máquinas. Eles avisam: querem fazer os adversários comerem poeira. São dez dias longe da família, respirando adrenalina em meio a muita

terra e ao ronco dos motores. Para quem participa da prova, o que não falta são histórias. As lembranças nem sempre são referentes a vitórias ou derrotas. “Em uma de nossas paradas, encontrei um menino. Dei-lhe uma bala Chita, mas, passado algum tempo, percebi que ele continuava com ela nas mãos. Foi quando um homem se aproximou e disse que o garoto jamais abririria aquela bala, pois era o único brinquedo dele”, conta o empresário e piloto Marco Túlio Lana, de 41 anos. O encontro inusitado motivou o empresário a ajudar as famílias pobres que vivem às margens da estrada por onde o rali acontece. “Realizamos uma ação social para entreter as crianças e distribuímos brinquedos”, diz Marco Túlio. A iniciativa é o que também motiva o piloto a não desistir do desafio. “Temos de chegar à final, nem que seja com o carro nas costas”, afirma o piloto, que montou sua própria equipe, a Lana Racing, com aproximadamente 30 pessoas que atuam nos bastidores. E

haja trabalho. À noite, enquanto os pilotos dormem (ou tentam dormir), os carros são desmontados e montados. “É como matar um leão por dia”, diz Marco Túlio, enquanto organiza as malas para a disputa. James Guidi, de 42 anos, também está em contagem regressiva para a largada, em Goiânia (GO). No caso dele, a emoção é sobre duas rodas. Para o empresário do ramo de transportes, a corrida não é para iniciantes. “Exige uma resistência muito grande, por isso a preparação tem de começar bem antes”, afirma ele, que foi o segundo colocado na edição de 2010. Um dos segredos, para James, é administrar os desafios, pois uma falha pode ser fatal. “Por mais que nos planejemos, surpresas podem aparecer pelo caminho”, explica, ao se lembrar de um acidente sofrido em 2011. Na ocasião, apesar de a planilha do percurso indicar um mata-burro em um dos trechos, havia uma ponte. O resultado foi uma queda com capacete e moto danificados e perda de tempo.

Fotos: Roberto Rocha

Samuel Gê

MARCO TÚLIO LANA

JAMES GUIDI

LUIZ CARLOS NACIF

“Temos de chegar à final, nem que seja com o carro nas costas”

“Por mais que nos planejemos, surpresas podem aparecer pelo caminho”

“A possibilidade de passar por lugares que normalmente você não visitaria é maravilhosa” JULHO DE 2014

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ESPORTE | RALI PROGRAMAÇÃO

RALLY DOS SERTÕES

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GOIÁS Goiânia

23/8 - Prólogo - Goiânia (GO)

São Francisco

24/8 - 1ª etapa Goiânia (GO)/ Caldas Novas (GO) Total do dia: 216 km

Paracatu

Caldas Novas

Diamantina

Catalão

25/8 - 2ª etapa Caldas Novas (GO)/ Catalão (GO) Total do dia: 260 km

Belo Horizonte

MINAS GERAIS

26/8 - 3ª etapa Catalão (GO)/ Paracatu (MG) Total do dia: 356 km 27/8 - 4ª etapa Paracatu (MG)/ São Francisco (MG) Total do dia: 585 km 28/8 - 5ª etapa São Francisco (MG)/ Diamantina (MG) Total do dia: 718 km 29/8 - 6ª etapa Diamantina (MG)/ Diamantina (MG) Total do dia: 213 km 30/8 - 7ª etapa Diamantina (MG)/ Belo Horizonte (MG) Total do dia: 331 km Percurso total: 2.679 km

Veículos na pista*

s 32 moto

16 quadriciclos

21 UTVs

6 caminhões

26 carros * Até o fechamento da edição de Encontro

Nesta edição, o piloto acredita que o trecho mais complicado será em Minas, sobretudo na região de Diamantina, devido ao grande número de pedras. Esta edição será mais enxuta em relação à de 2013. Serão 2,6 mil km de percurso, contra 4,1 mil do ano passado. Ainda assim, a disputa continua sendo a menina dos olhos dos amantes do off-road. Para Luiz Carlos Nacif, de 50 anos, outro veterano em Sertões, a prova é uma bela oportuni64 |Encontro

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dade para conhecer o Brasil. “A possibilidade de passar por lugares que normalmente você não visitaria é maravilhosa”, diz o piloto, que já subiu ao degrau mais alto do pódio em 2000, na categoria carro a gasolina. Os pilotos já elegeram o deserto do Jalapão, em Tocantis, como um dos lugares mais instigantes por onde passaram. O Rally dos Sertões, para Nacif, é uma mistura de diversão com coisa séria. “Primeiro, você entra para competir, se der errado, vira diversão”, afirma.

Antônio Manoel dos Santos, vice-presidente de Federação Mineira de Automobilismo (FMA), comemora a escolha da capital mineira para encerrar o desafio e reforça os cuidados que os pilotos devem ter com a empreitada pelo sertão brasileiro. “Por se tratar de uma competição longa, todos devem estar muito bem preparados fisicamente, para suportar a dureza das etapas, noites curtas de sono e o altíssimo nível de adrenalina durante vários dias”, diz Antônio. Então, que venha a poeira! ❚

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EE-022


Tem sempre um sebrae

pronto para atender voce. v

Em 2013, o Sebrae Minas atendeu mais de 211 mil micro e pequenas empresas em todo o estado. Tudo isso graças à ampliação dos pontos de atendimento realizada nos últimos três anos e a uma presença cada vez mais forte do Sebrae junto aos empreendedores mineiros. Porque o que o Sebrae mais quer é atender você. fb.com/sebraemg

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SAÚDE | ALIMENTAÇÃO

Margarina

X manteiga DANIELA COSTA

Nada melhor do que acordar de manhã e comer aquele pãozinho francês quentinho. Untado com manteiga ou margarina, fica ainda mais saboroso. Mas qual combinação é mais saudável? Desde que a dieta low fat – baixa concentração de gorduras – foi sacramentada na década de 1970 nos Estados Unidos, o consumo de alimentos gordurosos foi sendo banido gradativamente do cardápio. Entre eles, carne vermelha, ovos e laticínios. De origem animal e produzida do leite batido, a manteiga entrou para

A primeira possui gordura trans, enquanto a segunda tem gordura saturada. Afinal, qual é a mais saudável para o corpo?

Manteiga e margarina disputam espaço nas mesas: o consumo exagerado tanto de uma quanto de outra é um risco para o coração

SAIBA MAIS ANTES DE ESCOLHER Comparação dos produtos em porções de 8 g (uma colher de chá) Produto

Calorias

Margarina Manteiga

55 59 Colesterol

Margarina Manteiga

0 mg 17,55 mg

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Eugênio Gurgel

Gordura saturada Margarina Manteiga

0g 4g Gordura trans

Margarina Manteiga

0,7 g 0g Gordura total

Margarina Manteiga

6g 6,45 g

Fonte: nutróloga Simone Silvestre Divulgação

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a lista negra. É rica em colesterol, calorias e gordura saturada. Seguindo a mesma teoria, a margarina também não foi poupada, mesmo diante do protesto de alguns especialistas que garantem que ela é mais saudável. Resultado da hidrogenação de óleos vegetais, seu alto teor de gordura trans eleva o colesterol ruim (LDL). Mesmo assim, caiu nas graças dos consumidores que a adotaram como uma opção mais barata à manteiga, com o atrativo de possuir versões com sal, sem sal, light, cremosa. Versões sem gordura trans também apareceram nas prateleiras. No entanto, segundo a nutróloga Simone Silvestre, o consumo exagerado tanto de uma quanto de outra pode levar a doenças cardiovasculares, entre elas, insuficiência coronariana e obstrução de carótidas – artérias que levam o sangue para o cérebro. “Por isso, a sugestão é enriquecer o cardápio acrescentando à mesa alimentos que possam substituir os gordurosos, tais como o queijo cottage, creme de ricota, requeijão ou geleia light e azeite”, diz Simone. Para quem não consegue abrir mão do tradicional ‘pão com manteiga’, o ideal é consumir no máximo três pontas de faca por dia. No caso de margarinas compostas com fitoesteroides, que ajudam a combater as doenças cardiovasculares, o consumo pode ser maior, tendo cuidado com o excesso de calorias. A nutricionista Caroline Fernandes, coordenadora do setor de nutrição do Instituto Mineiro de Endocrinologia, ressalta que, nas dietas hipocalóricas para controle de excesso de peso, a versão light da margarina é a mais indicada, por possuir apenas 34 calorias para cada dez gramas – a mesma quantidade de manteiga comum possui 74 calorias. “É preciso lembrar que os níveis sanguíneos de colesterol não dependem apenas do colesterol presente na dieta diária. Em sua maioria, são influenciados pela predisposição genética do indivíduo e pelo consumo excessivo de alimentos processados e refinados”, diz Caroline. Em todos os casos, ter bom senso na seleção do alimento e na quantidade ingerida, sem dúvida, é a melhor escolha. ❚ JULHO DE 2014

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PET | SAÚDE Samuel Gê)

Resgatado das ruas ainda filhote, Netuno ficou curado graças à doação sanguínea que recebeu: “As chances de ele sobreviver eram mínimas”, lembra o casal Ligia Auad e Bruno Correa

Ele também é doador Em muitas situações, os animais de estimação precisam de transfusão de sangue para sobreviver. Cães e gatos podem se tornar doadores e ajudar a salvar outros da mesma espécie 68 |Encontro

DANIELA COSTA

Caminhando por uma das ruas da capital mineira, a mestranda em ciências de alimento Ligia Auad deparou-se com um filhote de cão abandonado em uma lixeira. “Foi no final de 2013. Na época, o cãozinho tinha aproximadamente 3 meses de vida e estava muito debili tado”, conta. A decisão de resgatá-lo foi imediata, mesmo sabendo que o diagnóstico médico não seria dos melhores. Era só o começo de uma grande batalha. “Os exames de sangue constataram raquitismo, anemia e babesiose (doença transmitida pelo carrapato). As chances de ele sobreviver eram mínimas”, lem bra Ligia. Com o apoio do noivo, o analista de sistemas Bruno Correa, a estudante decidiu ir até o fim. Após vários dias de

internação, a última tentativa para sal var a vida de Netuno seria a transfusão de sangue. “Somente os medicamentos e a alimentação não seriam suficientes”, diz Bruno. Hoje, aos 11 meses de idade, o cãozinho, batizado de Netuno, está totalmente recuperado e se tornou o grande companheiro do casal. Assim como os humanos, não raras vezes, os animais de estimação também necessitam de doação de sangue para serem salvos. Os casos mais graves são os de choque hipovolêmico – quando ocorre perda considerável de sangue – e doenças que levam à anemia profun da. “As principais indicações para que a transfusão sanguínea seja realizada são em cirurgias de grande porte, enfermidades parasitárias severas, infecções, queimaduras e intoxicações”, explica a

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veterinária Junia Menezes, do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No entanto, uma das grandes preocupações dos especialistas é a falta de animais doadores. Em Belo Horizonte, o procedimento é realizado graças à solidariedade dos proprietários de animais, ou em parceira com ONGs e canis. Algumas clínicas chegam a adotar animais de rua que acabam se tornando doadores em situações de emergência. “Respeitando-se todos os critérios necessários para a doação, o procedimento não causa sofrimento nem prejuízo à saúde do animal doador, que obrigatoriamente deve estar saudável”, destaca Junia. Outra medida comum nas clínicas é a criação de um banco de sangue permanente. A Clínica Veterinária São Francisco de Assis, no Lourdes, lançou campanha a fim de coletar e armazenar sangue de cães. Para isso, conta com a conscientização dos proprietários. “O projeto só funciona se tivermos doadores voluntários. Em contrapartida, oferecemos checape gratuito dos animais”, explica o veterinário Guilherme Brant. A designer Liana de Carvalho Lott conheceu os dois lados da moeda. Há quatro anos, o cão Bruce Lee, Schnauzer que tinha 10 anos, acidentou-se e foi a transfusão de sangue que lhe garantiu mais

alguns anos de vida. A partir daí, Liana entendeu a importância da doação de sangue para salvar a vida dos animais. “Hoje, minha outra cadelinha, a Tera, Cane Corso de 5 anos, é doadora”, diz. E não apenas os cães necessitam de transfusão sanguínea. As anemias também são comuns nos gatos e surgem em consequência de doenças como a leucemia felina, a doença renal crônica e a presença constante de ectoparasitas, como as pulgas. “Os principais sinais desse quadro clínico são letargia, diminuição do apetite, mucosas pálidas e aumento das frequências cardíacas e respiratórias”, explica a veterinária Myrian Iser Teixeira, da clínica veterinária Gato Leão Dourado. A falta de banco de sangue felino em Belo Horizonte leva muitos animais à morte. “E ainda tem o agravante de os gatos não possuírem um doador universal, como ocorre com os cães. A chance de rejeição é muito grande”, diz a veterinária Márcia Moller, da Clivet. Segundo o professor do curso de veterinária da PUC Minas Alysson Rodrigo Lamounier, existem mais de 20 grupos sanguíneos caninos, mas apenas seis são importantes para a transfusão. Já os gatos possuem três grupos sanguíneos. Entre os cães, a doação pode ser feita independentemente de raça. Já nos gatos, o tipo sanguíneo deve ser compatível. z

Samuel Gê

PEQUENOS SALVADORES Saiba quais são os animais que podem doar sangue, desde que estejam saudáveis

Liana de Carvalho Lott e a cadela Tera, Cane Corso de 5 anos, que é doadora: “Tive um cãozinho salvo pela transfusão de sangue”

Cães com mais de 1 ano de vida e acima de 25 kg Gatos com idade menor que 10 anos e peso acima de 5 kg A doação pode ser feita independentemente da raça do cão, mas recomenda-se realizar exames para saber o tipo sanguíneo e evitar rejeição Os cães têm mais de 20 grupos sanguíneos e possuem doador universal Os gatos precisam ter tipo sanguíneo compatível e não possuem doador universal Tanto cães quanto gatos só podem doar sangue a cada quatro meses

Sabemos da importância que ele tem para você e sua família. Assim, buscamos sempre os melhores e mais modernos tratamentos da medicina veterinária para o bem-estar de seu melhor amigo.

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VIDA DIGITAL | ALYSSON LISBOA alisboa@editoraencontro.com.br

QUEM QUER DINHEIRO? Paulo Márcio

Nascido em Governador Valadares, Israel Salmen está à frente da Méliuz

Quando completou 19 anos, Israel Salmen já mostrava sua vocação para gestão de negócios. Hoje, aos 25, e formado em economia pela UFMG, ele faz parte de um seleto time de jovens empresários no badalado ramo das startups. Depois de trabalhar durante três anos com gestão de investimentos, ele queria voar mais alto. Israel reuniu forças com Oflí Guimarães, outro jovem empreendedor, para fundar a Méliuz, hoje com 17 funcionários. A ideia ganhou forma depois da motivação trazida pela participação no evento Startup Chile, uma das principais vitrines do empreendedorismo digital na América Latina. O Méliuz emite descontos e devolve parte do dinheiro gasto com depósito na conta corrente do comprador. “Queremos repetir o sucesso que os cupons de desconto têm nos EUA e oferecer algo a mais para o consumidor.” Hoje, o site recebe 500 mil visitantes por mês e mantém 200 mil clientes ativos. Israel é cauteloso quando fala de números e não revela o faturamento da empresa. Segundo ele, a previsão é de que sejam economizados pelos clientes cerca de R$ 30 milhões até o fim do ano.

INTEGRANDO TELAS E GENTE A interface do computador atua como um código que transporta mensagens culturais em uma diversidade de suportes. A frase de Lev Manovich, pesquisador na área de novas mídias, encontra cada dia mais sustentação na mão dos engenheiros das empresas que pavimentam o futuro da computação no mundo. O Worldwide Developers Conference (WWDC), evento anual da Apple para desenvolvedores de aplicativos, que ocorreu no mês passado, trouxe muito além de tecnologia e novos conceitos estéticos. São verdadeiras revoluções e saltos de qualidade quando o assunto é a melhoria da experiência do usuário e integração entre telas. Uma das novidades trazidas pela Apple foi batizada de continuidade. Tablets, celulares e computadores serão totalmente integrados. Será possível começar uma ligação telefônica no Macbook e continuá-la no iPhone. Ou, ainda, começar a digitar um e-mail no iPad e terminá-lo no computador ou no iPhone. Essa é apenas uma das novidades apresentadas.

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Divulgação/Apple

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APPS

Músicas em qualquer lugar

INOVAR PARA SOBREVIVER O filósofo e escritor francês Paul Valéry disse que o futuro não é mais o que era. Pensar o mundo em 2020 e falar de inovação em tempo de ganhos exponenciais foi o desafio realizado pelo Clube de Negócios do World Trade Center em Belo Horizonte, no mês passado. A palestra “Tendências 2020” reuniu empresários de diversos segmentos para discutir big data, cloud computing, plataformas sociais e internet das coisas. Quem falou sobre esses assuntos foi o engenheiro eletrônico e especialista em inovação e empreendedorismo Mauro Carrusca. Para ele, as organizações devem focar-se nos seres humanos e inovar na forma de gerir os negócios. O professor acredita que a resistência dentro das empresas deve ser combatida: “Imagine se não houver ruptura? Existem negócios que vão acabar, vários exemplos ao redor do mundo mostram isso”. Ele acredita que todos os mercados precisam inovar e romper com antigos modelos para sobreviver. É necessário surfar na onda da inovação. Algumas empresas vão investir, outras não. É tudo uma questão de escolha.

Mauro Carrusca acredita que a tecnologia deve fazer a diferença na vida das pessoas

DEEZER Programa para ouvir músicas com 12 milhões de usuários no mundo. São 30 milhões de músicas disponíveis, além de rádios temáticas e por artistas. É possível adquirir a versão premium para ampliar o acervo e eliminar comerciais. Grátis Android, iOS e Windows Phone

SPOTIFY

Enan Correia/Divulgação

CONFIRA ALGUMAS NOVIDADES QUE A APPLE MOSTROU NO EVENTO SIRI + SHAZAM

MESSENGER

O sistema de reconhecimento de voz da Apple foi aperfeiçoado e permite agora também localizar músicas

O aplicativo de bate-papo ficou mais parecido com o WhatsApp. Agora, ele permite a gravação e envio de áudio e vídeos curtos

HEALTH

FAMILY SHARED

Apesar de não ter anunciado um smartwatch ou pulseira fitness, o sistema já consegue capturar dados clínicos e enviá-los para médicos e hospitais

A função permite compartilhar contatos, fotos, vídeos entre até seis membros da família. É possível também localizar, por mapa, o paradeiro dos filhos, o que vem causando polêmica sobre o respeito à privacidade dos usuários. Tudo que for comprado na App Store fica compartilihado entre os familiares

Sucesso na Europa, o Spotify é o concorrente direto do Deezer. O aplicativo tem basicamente as mesmas funções. Você pode compartilhar sua lista com os amigos e descobrir o que está bombando no mundo da música. O pacote premium custa US$ 5 por mês. Grátis Android, iOS e Windows Phone

RDIO Com 25 milhões de música catalogadas, o aplicativo cobra R$ 14,90 por mês na versão premium. A navegação é mais simples e intuitiva que os concorrentes e mostra uma seleção de músicas por temas, que é muito prática. Grátis Android, iOS e Windows Phone JULHO DE 2014

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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br Fotos: Divulgação

MÉXICO IRRESISTÍVEL (I) O México impõe-se cada vez mais como novo celeiro da indústria automobilística para as Américas. Ainda neste mês, a Daimler deverá aprovar a produção de um Mercedes compacto sedã e o CLA na fábrica da Nissan em Aguascalientes, no México. As informações iniciais falavam na produção, em parceria com a Nissan, doGLA, o crossover derivado do CLA. Porém, segundo a publicação alemã Manager Magazin, a empresa agora planeja

produzir a próxima geração do CLA e uma nova variação sedã do Classe A. A informação gera interrogações sobre os planos para a fábrica brasileira, anunciada pela Daimler, que deveria produzir aqui o Classe C e o GLA. Se confi rmada a produção no México, tendo em vista o acordo entre os dois países, é pouco provável produzir aqui os mesmos modelos fabricados lá e vice-versa. A Mercedes-Benz Brasil não quis comentar a informação.

MÉXICO IRRESISTÍVEL (II) Com vários acordos de livre-comércio, mão de obra barata e qualifi cada e proximidade ao cobiçado mercado dos Estados Unidos, o México atrai investimentos dos fabricantes de carros premium da Alemanha. A BMW, que também terá fábrica no Brasil, está em vias de decidir pela abertura de sua primei-

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ra linha de montagem no México, onde produzirá o Série 3, o Série 1 e, possivelmente, os modelos míni. A Audi, outra que voltará a produzir no Brasil, está construindo uma fábrica naquele país, em San Jose Chiapa, com capacidade para 150 mil veículos por ano, para a produção do SUV Q5 a partir de 2016.

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RS Q3 CHEGOU O primeiro SUV superesportivo da Audi, o RS Q3, chegou ao mercado brasileiro. O RS Q3, derivado do utilitário esportivo Q3, tem motor 2.5 TFSI de cinco cilindros e potência de 310 cv, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 5,5 segundos e atingir velocidade máxima (limitada eletronicamente) de 250 km/h. Para ter esse “foguete” na garagem, será necessário desembolsar R$ 273.600.

BRASIL CAI

TROLLER

O Brasil caiu de quarto para quinto lugar no ranking de vendas de veículos novos. É o resultado da queda de 11,7% nas vendas mensais de carros e comerciais leves ocorrida em abril. Os números, divulgados pela Jato Dynamics do Brasil, mostram a China mantendo a liderança, ao encerrar aquele mês com crescimento de 5,1%, se comparado ao mesmo período de 2013. Os EUA seguem em segundo lugar, apresentando alta nas vendas de 7,9% e com mais de 1,3 milhão de veículos vendidos no quarto mês do ano. O Japão mantém a terceira colocação, com queda nas vendas de 5,3%, mas expressivo crescimento no acumulado de janeiro a abril, de 15,5%. A Alemanha subiu para a quarta posição, mesmo com queda de 3,6%, em relação ao mesmo mês do ano passado.

O novo Troller T4, última apresentação da Ford Brasil, passou por várias alterações em seu design e, ao observador mais atento, parece uma mistura do Land Rover Defender, Jeep Wrangler e Suzuki Samurai. Apesar de não estar nos planos da Ford, algumas revistas especializadas dos Estados Unidos incentivam a exportação desse off-road. O motor é diesel 3.2 L e a transmissão, manual de seis velocidades. O Troller 2015 ainda não tem preço, mas deve chegar com valor semelhante à tabela da versão 2014, ou seja, R$ 96.844. Hoje, ele tem concorrentes com preço inferior, como o Suzuki Jimny, que começa em R$ 58.990 e também tem carroceria de duas portas, tração 4x4 e reduzida, mas utiliza motor 1.3, a gasolina, de 85 cv. Outro rival em preço é o Pajero TR4. Com quatro portas, tração integral reduzida e, de quebra, câmbio automático, sai por R$ 78.990. Seu motor é um 2.0 flex com até 140 cv.

ELEIÇÕES ATRAPALHAM As metas do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA) deverão ser atingidas, apesar de o mercado brasileiro se manter difícil e o da Europa não apresentar sinais de melhoria, disse o CEO da empresa, Sergio Marchionne, presença cada vez mais constante em Betim (MG). Em conversa recente com jornalistas, em Veneza, ele disse que, no Brasil, a Fiat mantém sua participação de mercado com altos e baixos e que a expectativa é de um ano difícil. Ele considera que a Copa do Mundo está tirando a atenção de todos, mas que o real problema para o mau desempenho do setor são as eleições. JULHO DE 2014

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VEÍCULOS | MERCADO

Uma luz na penumbra

Divulgação

Marcas premium desafiam tendência de queda no mercado de automóveis e registram crescimento em vendas

FÁBIO DOYLE

Enquanto o mercado de automóveis novos no Brasil atravessa fase de declínio nas vendas, há um segmento que caminha no sentido exatamente oposto e comemora crescimento: é o dos carros premium de marcas importadas. Se, por um lado, carros como Mercedes-Benz e BMW são os mais caros do mercado, por outro, seus preços foram reajustados para baixo, graças à redução do índice de impostos obtida pelas marcas que decidiram construir fábrica no país. Desse modo, apesar de ainda caros, seus preços estão agora mais próximos dos modelos top de linha de marcas mais “populares”. O segmento premium, que cresceu 32% no primeiro trimestre do

ano, é um ponto de luz que brilha na penumbra da queda geral das vendas, que registrou declínio de 5%, de acordo com os números divulgados pela Anfavea e Fenabrave, as associações dos fabricantes e dos revendedores de veículos, respectivamente. Impostos de importação elevados tornam os modelos mais sofisticados excessivamente caros para todos, à exceção dos consumidores que estão no topo da pirâmide social. Com isso, as marcas de luxo ajustam-se às necessidades do mercado, dirigindo o foco para seus carros de entrada, por exemplo, o Mercedes, Benz Classe A 200 Turbo, com preço sugerido na casa dos R$ 110 mil. Com o novo Toyota Corolla custando R$ 93 mil e o Honda Accord R$ 120 mil, os consumidores brasileiros com maior

poder de compra migram das marcas “tradicionais” para as premium, sem necessidade de pagar mais. “Nós entramos no segmento de novos clientes no que diz respeito a estilo e preço”, diz Dimitris Psillakis, diretor de carros de passeio da Mercedes-Benz do Brasil. Enquanto regras mais rígidas na área de crédito bancário limitam as compras de consumidores da classe média, os compradores com maior poder aquisitivo foram beneficiados com a redução de taxas que incidem sobre veículos importados de fabricantes como a Daimler e BMW, que assinaram carta de intenção prometendo investir na produção de carros no Brasil. “O mercado tem demanda para esse tipo de veículo, que independe de questões de crédito, tendo em vista o

Modelo X1: levou a BMW à liderança de vendas entre as marcas premium no Brasil

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Divulgação

Mercedes-Benz Classe A representou ajuste da Daimler ao mercado: foco para carros de entrada

perfil do consumidor premium”, diz Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave. “Essas marcas são as responsáveis pelo crescimento no volume de vendas do segmento de entrada dos carros de luxo.” Parece incoerente que os fabricantes de carros apostem no Brasil, apesar de o crescimento econômico da maior economia da América Latina estar pro jetado em apenas 1,8% para este ano. A BMW investe US$ 276 milhões em sua primeira fábrica brasileira. Arturo Piñeiro, CEO da BMW Brasil, diz não acreditar que a situação econômica será tão dramática no Brasil, como vem sendo apregoado. A produção da BMW no país terá início ainda este ano, seguida pela Audi, Jaguar Land Rover e Mercedes. Três anos atrás, o governo determinou 30% de aumento no imposto de importação para os carros das marcas que não tinham fábricas locais, isso sobre os impostos de 37% que recaem sobre todos os carros. Com a medida, em 2012, as vendas de automóveis Mercedes-Benz no Brasil caíram para 8 mil unidades, contra 11 mil antes do aumento no imposto, o que pressionou a decisão de construir uma fábrica aqui. Os resultados já podem ser observados.

A BMW viu suas vendas no Brasil au mentar em 90% no primeiro trimestre, para 3.554 carros, enquanto as vendas da Mercedes cresceram 30%, ao atingir 2.442 unidades no mesmo período. A Mercedes está investindo R$ 500 milhões em uma nova fábrica em São Paulo, com capacidade de 20 mil carros por ano, a partir de 2016. A meta é do brar as vendas para 20 mil unidades em um período de dois anos. Já a empresa bávara está investindo cerca de US$ 280 milhões em uma fábrica em Santa Catarina, que deverá iniciar produção em outubro deste ano com o modelo Série 3. A capacidade é de 32 mil carros por ano, com possibilidade de expansão. A Jaguar Land Rover, que registrou crescimento em vendas de 30% em 2013, está investindo R$ 750 milhões em uma fábrica no Rio de Janeiro, com capacidade para 24 mil veículos por ano, e começará a produzir em 2016, diz Terry Hill, presidente da Jaguar Land Rover para Améri ca Latina e Caribe. “Nós esperamos ter no Brasil 17 mil novos milionários, de acordo com recente pesquisa de mercado, o que mostra o potencial” , afirma. A Audi, por sua vez, investe R$ 500 milhões na fábrica do Paraná, apostando na venda de 30 mil unidades por ano

a partir de 2018. O local escolhido é a mesmo da fábrica onde, em 1999, chegou a produzir o A3, projeto abortado sete anos depois, por falta de demanda. As vendas totais deverão registrar queda de 5% este ano, diz Meneghetti, da Fenabrave, revisando as projeções da associação, que eram até então de queda de 3,5%. A projeção negativa é o resultado da redução na demanda de exportações, economia fragilizada e restrição ao crédito. O índice de vendas de automóveis e comerciais leves caiu 32% este ano, indicando o maior declínio dos últimos dez anos. Os juros também estão subindo, tornando a compra de carros mais cara para o brasileiro médio, afirma Augus to Amorim, analista para a América do Sul da IHS Southfield. Esses índices, por outro lado, estão aumentando os ganhos de brasileiros mais ricos, que investiram no mercado financeiro, diz. Apesar de os carros premium ga nharem este ano 1,7% de participação no mercado, índice que deverá quase dobrar no longo prazo, há um limite, pondera o analista. “Tudo vai depender do nível de agressividade dos fabricantes de carros premium em termos de preço e financiamento.” z JULHO DE 2014

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VEÍCULOS | NEGÓCIOS JC Martins

João Claudio Pentagna Guimarães, diretor da Audi Carbel, e Luiz Flávio Pentagna Guimarães, diretor da Strada: sem perder tempo para aumentar o poder de fogo frente à concorrência

Pronto para novos tempos Dono de concessionárias das marcas Volks, Audi, Honda e Fiat, grupo Bonsucesso investe R$ 50 milhões na abertura de duas lojas, para se manter líder na região metropolitana de BH

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FÁBIO DOYLE

Oportunidade e empreendedorismo sempre foram uma boa receita para enfrentar e vencer momentos de incertezas na economia. Este foi o caminho escolhido pelos irmãos João Cláudio Pentagna Guimarães e Luiz Flávio Pentagna Guimarães, sócios do Grupo Bonsucesso, holding que controla concessionárias das marcas Volkswagen, Audi, Honda e Fiat em Belo Horizonte (Carbel, Garra, Banzai e Strada), além do Banco Bonsucesso. O grupo tinha, até o ano passado, cinco concessionárias em Belo Horizonte e uma de caminhões e ônibus em Conselheiro Lafaiete. Há dois meses, inaugurou a segunda concessionária Honda na capital, a Banzai Pampulha, e acaba de iniciar a operação de uma nova estrutura de vendas e oficina para a marca Volkswagen, a Carbel Linha Verde, representando investimentos totais de R$ 50 milhões. Ainda que o momento seja apa-

rentemente pouco propício a novos investimentos (o setor automotivo vive momento de queda em vendas e produção), João Cláudio aposta no potencial do chamado Vetor Norte. “Com a Carbel Linha Verde, a expectativa é atender um público consumidor de 700 mil pessoas, que moram ou transitam pela região”, diz. O porte do empreendimento mostra a dimensão dessa aposta: são 13 mil metros quadrados de área construída, erguida em tempo considerado recorde. “Foram apenas sete meses”, diz Luiz Flávio. A nova concessionária Carbel está localizada próximo à Cidade Administrativa e terá como vizinho um centro empresarial com prédios de salas, conjuntos de lojas e um hotel com 160 apartamentos. Sobre a decisão de o grupo investir em um momento de baixa nas vendas, João Cláudio mostra confiança. “A economia e o mercado amadureceram, a competição está cada vez mais acirrada e o ganho em escala tornou-se vital para a rentabili-

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VEÍCULOS | NEGÓCIOS dade do negócio”, explica. Diretor da Banzai, Camilo Lucian Hudson Gomes também está otimista. Mesmo tendo inaugurado a filial Pampulha há apenas dois meses, ele prevê crescimento de 15% em relação a 2013, quando foram vendidos 2 mil veículos na loja do Barro Preto. “Um produto novo gera fluxo no salão. Já estamos com os Fit e o Civic 2015 e aguardamos a chegada do City, também versão 2015”, diz. Otimismo, contudo, não significa desconhecer a realidade da economia. O mercado de veículos novos apresentou queda de vendas no primeiro semestre do ano, em consequência de fatores como restrições ao crédito e realização da Copa do Mundo, que reduziu o número de dias úteis. Dados da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave) revelam que, na comparação entre maio e abril deste ano, as vendas recuaram 0,65% no país. Na comparação entre maio de 2014 e o mesmo mês do ano passado, a redução foi de 7,55%. Em Minas, caíram 13,3% na comparação entre maio deste ano e o de 2013. Para o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), Mauro Pinto de Moraes Filho, pelo menos em parte, a queda mais forte em Minas em relação aos dados nacionais tem uma explicação simples. Segundo ele, houve uma compra acentuada pelas locadoras de veículos em abril, o que resultou na queda brusca dos emplacamentos em maio. “O resultado não espelha a realidade do mercado mineiro no longo prazo”, diz Mauro Moraes. Ele acredita, contudo, que o segmento de veículos novos permanecerá instável nos próximos meses. João Cláudio sabe disso. “Estamos nos preparando para o fim da farra do boi”, diz, referindo-se às alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a indústria automotiva, previstas para voltar ao normal em janeiro de 2015 – o que deverá impactar ainda mais as vendas no segmento. Está exatamente aí o pulo do gato do Bonsucesso – e o que assegura o otimismo de seus representantes. Antes, a maior rentabilidade das concessio80 |Encontro

DESEMPENHO DO SETOR Número de emplacamentos de automóveis e comerciais leves no Brasil nos primeiros cinco meses do ano reflete o declínio nas vendas ACUMULADO DE JANEIRO A MAIO 2014

UNIDADES EMPLACADAS 1.332.017

2013

1.404.894

2012

1.291.677

2011

1.351.165

2010

1.248.190 Fonte: Fenabrave Paulo Márcio

© 2014 Tw

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Apesar da queda nas vendas de veículos novos no primeiro semestre, Camilo Lucian, diretor da Banzai, está otimista: ele acredita em crescimento de até 15% em 2014, com a abertura de nova filial

nárias de veículos era proveniente da venda de carros novos. Hoje, o setor de novos ainda é representativo, graças, em grande parte, às vendas corporativas (para empresas e frotistas), mas a área do pós-vendas (assistência técnica e serviços) já representa algo em torno de 50% da rentabilidade das concessionárias do grupo, diz João Cláudio. No ano passado, 111 mil carros passaram pelas oficinas do grupo. O setor de seminovos (ou usados) também cresce em importância e ganha prioridade para garantir o resultado das empresas de varejo de veículos. Nesse campo, o grupo Bonsucesso está trabalhando também na criação de um portal, com informações sobre todos os veículos à venda, para fazer frente aos websites de seminovos do estado.

O mercado de automóveis e comerciais leves em Minas Gerais é de aproximadamente 37 mil veículos por mês, sendo que a fatia da região metropolitana de BH é de 17 mil unidades. Com a comercialização de mais de 2 mil carros por mês, as concessionárias do Bonsucesso detêm 12% do segmento na região metropolitana, o que coloca o grupo na liderança na região, diz João Cláudio. Com a unidade no Vetor Norte, a Carbel quer consolidar essa liderança e tornar mais acirrada a disputa pelo topo das vendas de veículos da Volkswagen, carro-chefe do grupo. Nesse segmento, o maior rival do Bonsucesso é o Grupo Líder, com cinco pontos de vendas em Minas, incluindo as tradicionais Recreio e Mila em Belo Horizonte. Vem briga boa por aí. ❚

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ENCONTRO INDICA | JOÃO POMBO BARILE Divulgação

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÕES

FOTOGRAFIA | EXPOSIÇÃO

Duas dicas para quem gosta de visitar museus e galerias. A primeira é a exposição com 30 esculturas do paulista Ângelo Venosa, que marca os 30 anos de carreira de um dos mais conceituados artistas do país. A mostra acontece de 11 de julho a 24 de agosto, nas galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima, do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro), e tem entrada franca. Outra boa opção é dar uma passada na Academia Mineira de Letras (rua da Bahia, 1.466, Lourdes) e visitar a mostra Dalí – A Divina Comédia, com 100 ilustrações do mestre do surrealismo, Salvador Dalí, para uma das principais obras da literatura universal, A Divina Comédia, de Dante Alighieri. A mostra fica em cartaz de 18 de julho a 17 de agosto e também tem entrada gratuita. Por que ir: Excelentes chances de ver o trabalho dos dois artistas com exposições tão significativas na cidade.

Fica em cartaz somente até 24 de agosto a mostra Genesis, do fotógrafo mineiro Sebastião Salgado. A exposição das 245 fotos está dividida em cinco seções geográficas e revela os maravilhosos, e cada vez mais raros, lugares do planeta ainda imunes à aceleração da vida moderna. São montanhas, desertos, florestas, tribos, aldeias, animais. O mais novo trabalho de Salgado está rodando o mundo e já foi visto por quase 2 milhões de pessoas, pas sando por cidades como Singapura, Seul e Estocolmo. “Depois que terminei o trabalho de Êxodus, que me ocupou grande parte dos anos 1990, fiquei muito mal, deprimido mesmo”, disse o fotógrafo, durante sua rápida passagem pela capital mineira. “Fotografei situações, em todo o planeta, que me deixaram muito triste, descrente com o ser humano. Cheguei até a pensar em largar a fotografia e voltar para o interior de Minas”, declarou o artista, nascido em Aimorés, no Leste do estado e há décadas radicado em Paris. Com curadoria da mulher, Lélia Wanick Salgado, ele não economiza adjetivos para falar de sua companheira: “Não sei, sincera mente, onde eu começo e onde a Lélia acaba. Falar dela é que nem falar de mim”, disse. A mostra acontece na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard e Espaço Mari’Stella Tristão, no Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro), e tem entrada franca. Informações: (31) 3236-7400. Por que ir: É sempre muito bom poder apreciar o trabalho de Salgado, é um dos nomes mais importantes da fotografia mundial.

Sérgio Araújo/divulgação

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ARTES | FESTIVAL DE INVERNO Depois de 22 anos longe da capital mineira, o Festival de Inverno da UFMG volta a acontecer em BH. A 46ª edição do evento, que será realizada de 18 a 26 de julho, terá diversas oficinas e trará alguns artistas da atual música brasileira, como o pernambucano Siba e o paraense Felipe Cordeiro. Informações sobre toda a programação do tradicional festival no www.46festivalufmg.wordpress.com. Por que ir: Boa oportunidade para ouvir Siba, um dos pioneiros do movimento Manguebit, e ainda de se divertir com o som do cantor e guitarrista Felipe Cordeiro. E o Festival de Inverno é sempre um acontecimento cultural para todas as idades. Teresa Maita/divulgação

Júlia Rodriguez/divulgação

LITERATURA | LIVRO Um dos mais importantes escritores do país, o mineiro Silviano Santiago está de volta às livrarias com Mil Rosas Roubadas (Companhia das Letras, 280 p., R$ 42,50). No volume, o crítico tematiza a homoafetividade, que já esteve presente em outros sucessos do escritor, como Stella Manhattan e Keith Jarrett no Blue Note. Com um texto delicado e sensível, Silviano, ao contar a história de sua amizade com o jornalista, também mineiro, Ezequiel Neves, escreve um grande livro. Por que ler: Inserida na tradição dos grandes memorialistas mineiros, como Pedro Nava, Cyro dos Anjos, Carlos Drummond e Helena Morley, a nova obra de Silviano agrada do início ao fim.

MÚSICA | SHOWS

Fernando Azevedo/divulgação

Julho também é bom para quem quer curtir um show, com opções bem variadas. Uma delas traz a cantora e compositora Ná Ozzetti, que faz única apresentação no Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2.244, Lourdes), dia 18, às 21h. Ná vai apresentar as canções do seu CD Embalar. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro e custam a partir de R$ 20. Já a segunda dica é para os românticos: o eterno galã Fábio Jr. apresenta-se no Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi), dia 19, às 22h, com ingressos a partir de R$ 30. Por que ir: Ná Ozzetti e Fábio Jr. são muito bons de palco. Valem o ingresso.

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS Fotos: Samuel Gê

Inspiração em paisagens montanhosas e formas femininas marca trajetória de escultor mineiro

Diego Rodrigues enveredou pela mundo das artes ainda criança e desenvolveu sua criatividade como autodidata por um bom tempo: hoje, cria esculturas modernas, em que predominam texturas lisas, linhas e cortes chanfrados

Curvas de barro 84 |Encontro

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MARINA SANTOS

muito mineiro e apaixonado por nossas paisagens”, diz. De acordo com Diego, o corpo da mulher deitado lembra as montanhas, enquanto os cabelos soltos seriam como nuvens. Atualmente, o escultor tem se dedicado ao desdobramento desse trabalho, com a série Siamesas. A proposta é entrelaçar duplas de mulheres unidas em um corpo só. “Tenho admiração pela figura feminina e acho que ela permite uma liberdade de criar, em diversas poses, sem que o nu fique agressivo”, explica. Em sua produção como fundidor, firmou importantes parcerias, entre elas, com a também mineira Vânia Braga. O trabalho mais recente, em abril, foi a estátua de bronze do médium Chico Xavier, exposta em praça de mesmo nome em Pedro Leopoldo. No ano passado, em Belo Horizonte, Diego inaugurou seu primeiro monumento, uma imagem da deusa da justiça, sob encomenda da Escola Superior Dom Helder Câmara, especializada em direito. z

Caçula entre três filhos, nascido em Contagem, Diego Rodrigues, de 28 anos, seguiu desde cedo os passos do pai – e foi mais além. Ainda criança, frequentava a fundição da família, onde ajudava a produzir lápides e santos para cemitérios e fazia cópias de diversas obras de arte. Esse contato foi fundamental para que ele desenvolvesse suas habilidades criativas e adquirisse gosto por “colocar a mão na massa”. Entre gesso, resina e bronze, ele confeccionava as fôrmas e reproduzia peças de outros escultores, enquanto construía um repertório de referências que mais tarde o transformariam em uma figura versátil. “Já trabalhei para vários artistas de estilos diferentes, desde um clássico de Belkiss Diniz a um contemporâneo de Solange Pessoa”, diz. O escultor iniciou seus estudos pelo desenho, o que fazia de modo autoditada. Rapidamente, deixou de lado os rascunhos no papel e passou a ter contato com o barro. Aos 15 anos, já tinha feito seu primeiro busto. Começou, então, alguns cursos em busca de técnicas de modelagem, com aulas de modelo vivo e esculturas em argila seca. Nesse período, Diego explica que foi se distanciando de uma proposta clássica, rica em detalhes e mais realista, para um viés moderno, com texturas lisas, linhas e cortes chanfrados. Uma das marcas de Diego é a produção de obras em série. É dele o conjunto Gordinhas e Pomba, de 2012, que retrata mulheres nos padrões renascentintas, com acentuadas curvas, inspiradas no também escultor e pintor colombiano Fernando Botero. Outra série Escultura A Siamesa: obra de sucesso é a faz parte de série que Belos Horizonentrelaça figuras femininas em poses variadas, tes, iniciada formando um só corpo em 2011, ainda inacabada, que homenageia a capital mineira. Segundo o artista, a ideia para a obra veio da serra do Curral, que emoldura a cidade. “Sou

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CULTURA | LITERATURA

Procura-se um

Paulo Márcio

novo imortal A cadeira 28 da Academia Mineira de Letras está vaga para escritores e personalidades. Tornar-se membro é mais fácil do que parece LARISSA VELOSO

No número 1.466 da rua da Bahia, entre um antigo sobrado e uma construção de linhas modernas, está a Academia Mineira de Letras (AML). A morada, que antes pertencia à família Borges da Costa, foi conquistada em 1987 graças à persistência de um dos presidentes da Academia, Vivaldi Moreira. “Antes, a sede da AML era em uma das salas de um prédio na rua Carijós. O Vivaldi disse que só sairia da presidência se deixasse a Academia ‘ao rés do chão’”, relata o escritor Olavo Romano, atual presidente. Fundada em 1909 em Juiz de Fora e transferida para Belo Horizonte em 1915, hoje a instituição tenta se aproximar do público mineiro. A cadeira de número 28, que antes pertencia ao jornalista e escritor José Bento Teixeira de Salles, falecido em 2013, está vaga, e o candidato que for eleito pelos outros 39 membros será considerado o novo “imortal”. Apesar da pompa do termo, engana-se quem pensa que os acadêmicos se julgam acima da humanidade. “‘Imortalidade’ aqui é apenas o contrário de ‘esquecimento’”, esclarece Romano, de maneira simpática. Se uma das características prezadas pela AML é a humildade, então, a escolha do último membro foi acertada. Novo ocupante da cadeira 2, o modesto escritor e jornalista Benito Barreto teve de ser convencido pelos amigos a se candidatar. “Eu não me considero um escritor com aquela obra que poderia embasar o ingresso na Academia. Por não me considerar com essa bagagem, eu nunca 86 |Encontro

tinha pensado em me candidatar”, relembra Barreto, que foi eleito no final de 2013, com dois terços dos votos. Autor de 11 obras, entre elas a tetralogia Os Guaianãs, ele aproveitou o lançamento da sua biografia, Benito Barreto - 50 anos de literatura, escrita por sua neta, Rachel Barreto, para iniciar sua campanha, enviando um exemplar a cada acadêmico. O esforço rendeu resultado e agora o es critor aguarda o dia de sua posse, ainda sem data marcada. Se Barreto se destaca por suas qualidades literárias, outros acadêmicos fo ram eleitos pela contribuição em outros setores. São vários os políticos e até membros da Igreja que compõem o grupo de imortais. De acordo com o presidente da AML, a instituição procura balancear seus quadros com representantes de várias áreas do conhecimento, e é comum que imortais da mesma área se revezem. Foi o que aconteceu com o ex-ministro Patrus Ananias. “Fui escolhido para continuar o legado do professor Edgar da Mata Machado, pela nossa ligação com o direito.” Os dois passaram pelas faculda des de direito da UFMG e da PUC Minas e seguiram carreira política. Edgar da Mata Machado, que morreu em 1995, deixou a cadeira 39 para Patrus, eleito por unanimidade para ocupar o lugar. O mesmo aconteceu com dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte. “Fui escolhido de forma a honrar o legado que nos foi deixado por dom João Re sende Costa, que me precedeu na cadeira 11”, explica o clérigo, referindo-se ao

Olavo Romano, presidente da Academia Mineira de Letras: “‘Imortalidade’ aqui é apenas o contrário de ‘esquecimento’” Cláudio Cunha

Ex-ministro Patrus Ananias, dono da cadeira 39, de representação política: eleito por unanimidade para ocupar o lugar de Edgar da Mata Machado Samuel Gê

Arcebispo dom Walmor, dono da cadeira 11: “Fui escolhido de forma a honrar o legado que nos foi deixado por dom João Resende Costa”

homem que foi o segundo arcebispo da cidade e morreu em 2007. Por sua vez, quem não conta com a visibilidade de uma carreira política ou religiosa tem mesmo é que se lançar em campanha. A secretária executiva da AML, Marília Moura Guilherme, conta que as estratégias são bem variadas. “Tem gente que escreve para cada um dos acadêmicos, outros visitam a ins-

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RAIO-X Nome: Academia Mineira de Letras Cada vez mais disputada: tem gente que manda as obras para cada um dos acadêmicos, outros visitam a instituição e há até quem contrate cabo eleitoral para conseguir um lugar na Academia

Fundação: 1909, hoje conta com 40 cadeiras Média de idade dos acadêmicos: 70 anos Função: zelar pelo idioma, pela cultura e difusão da literatura em Minas Gerais IMORTAIS MAIS CONHECIDOS Falecidos Affonso Arinos, Bartolomeu Campos de Queirós, Henriqueta Lisboa, João Alphonsus de Guimaraens, Milton Campos, Pedro Aleixo, Tancredo Neves Vivos D. Walmor Oliveira de Azevedo, Patrus Ananias, Amilcar Martins, Yeda Prates Bernis COMO SE TORNAR UM IMORTAL? Não é preciso estar na lista dos best-sellers nem mesmo ser da área de literatura, mas é indispensável ter escrito e publicado ao menos um livro Condições O candidato tem de ser mineiro ou morar no estado há pelo menos quatro anos ELEIÇÕES Submeta sua candidatura por escrito no prazo estipulado em edital Deixe cópias da sua obra na biblioteca da Academia Entre em contato com os acadêmicos por meio de carta, e-mail, telefone ou mesmo pessoalmente Peça ajuda aos imortais: ter contatos dentro da AML pode contar pontos a seu favor

tituição, enviam obras, tem até quem contrate cabo eleitoral.” Tudo isso só pode ser feito, no entanto, depois da publicação de um edital no Órgão Oficial do Estado de Minas Gerais, anunciando a vaga. O edital para a cadeira 28 saiu em junho. Apesar do empenho dos candidatos, o cargo não chega a ser muito disputado: o maior número de postulantes já atingido foi sete. Mesmo assim, Romano comemora. “Acho saudável essa disputa. Antes a presidência definia um nome e o resto era praticamente para oficializar a escolha. Hoje, o desejo da Academia é de que cada vez mais escritores participem”, afirma. z JULHO DE 2014

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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br

Suburbano coração Divulgação

O genial Nelson Rodrigues repetia o cenário ideal e universal na sua vasta e provocativa obra. A “gente humilde” do subúrbio carioca também é generosa e fértil no quesito de tragédias e de taras. Nesse hábitat rodriguiano, mais que escancarado, o diretor Fernando Coimbra transpôs o folhetim de primeira linha para a película, no sensacional O Lobo atrás da Porta. E como o mestre, que não era reacionário coisíssima nenhuma (basta conhecer duas ou três peças de Nelson para saber disso), o cineasta tem suas cartas na manga e entrega, aos poucos, para o público a trama real crua e obscena de seu projeto. A beleza simples e as cores de bairros afastados da zona sul contribuem para melhorar ainda mais, nessa atraente história de pedigree brasileiro. Toda tensão se principia com o suposto sequestro de uma garotinha. A mãe, Sylvia (Fabíula Nascimento), recebe a notícia de que a filha já foi buscada na escola e seguiu tranquila com uma estranha, sem esboçar resistência. Mais tarde, a personagem-chave Rosa (Leandra Leal) aparece na delegacia. Foi ela quem pegou a menina. Pensando se tratar de uma amiga pacata e dedicada, Sylvia sabe quem é Rosa. Mas desconhece o fato de que ela é amante de seu marido, Bernardo (Milhem Cortaz). Com base nos depoimentos colhidos pelo espirituoso e gaiato delegado, vivido por Juliano Cazarré, vamos, aos poucos, tomando pé de uma verdadeira tragédia suburbana, que eram tão frequentes e famosas nas antigas crônicas dos jornais cariocas. E os silêncios, premeditados, dão ao público o suficiente impulso para desconfiar do caráter de algumas personagens, além de acompanhar, excitado, o desfecho de toda a investigação. A mãe, por exem88 |Encontro

A personagem Rosa (Leandra Leal), de O Lobo atrás da Porta: dissimulada e passional

plo, é bem mais expressão de susto, de ansiedade, do que propriamente texto, o que injeta mistério na figura, que será revelada, às claras, quando chegar ao final. Um recurso tão bem manipulado pelo gigante Nelson Rodrigues. O diretor Fernando Coimbra deve ao seu elenco todos os louvores possíveis. A protagonista Leandra Leal soube entender com perfeição a empreitada e brilha como a menina típica, que transpira a linda periferia. Leandra é dissimulada e passional na medida. A partir desse O Lobo atrás da Porta, certamente, deverá ser mais requisitada pelo nosso cinema. Já o ator Milhem Cortaz dá mais uma, entre as várias demonstrações, do porquê de tanto ser lembrado por nossos diretores. Desde Carandiru, de Hector Babenco, Milhem tem presença privilegiada no que de melhor consegue chegar às salas de projeção. Se a Argentina pode contar com o fenômeno

Ricardo Darín, nós temos, constantemente, a arrebatadora e terna explosão de Milhem Cortaz. Realçadas essas duas pontas do triângulo, ainda sobra a reservada nova surpresa de uma magnífica Fabíula Nascimento, lançada no inesquecível Estômago. Seu trabalho poderia ser o mais fácil, se pesarmos que se trata de uma dona de casa comum. Mas ela tem tarimba para chacoalhar qualquer tipo de papel. Todo elenco, diga-se de passagem, mesmo em cenas curtíssimas (Thalita Carauta, impagável), colabora para a evolução plena de um caprichado roteiro. Em período tão escasso de boas histórias, o filme repõe a ficção do cotidiano, do real e, sobretudo, do subversivo. Das ruas e dos becos do subúrbio, a força e a perversidade de um Rio de Janeiro que já mereceu mais empenho na pena dos nossos mestres da arte. ❚

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Raquell Guimarães com as roupas de tricô e crochê da grife: “Cada trabalho feito de forma manual é único e carrega as dores e as alegrias de quem o produziu”

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Leo Araujo

Ela tece fios.

E esperança

Raquell Guimarães emprega presidiários na confecção de sofisticadas peças de crochê e tricô de sua grife, vendidas em Paris, Tóquio e Nova York. Por seu engajamento social, além da exclusividade do seu trabalho, vem se tornando uma das mais badaladas estilistas brasileiras MARINA DIAS

O túnel escuro do metrô vai ficando para trás à medida que os vagões saem do subterrâneo. A luz começa a preencher a paisagem, dando a ver os prédios e as vias lotadas de carros, indo e vindo, no caos do trânsito paulistano. Alguns minutos de trajeto depois, é possível avistar, à direita, os blocos de concreto levemente amarelados da Casa de Detenção São Paulo, mais conhecida como Carandiru. Para alguns passageiros, essa era uma imagem qualquer, um dia normal na rotina de ir e voltar do trabalho pelo meio mais rápido – e às vezes, mais apertado – que é o metrô. Não para Raquell Guimarães. Aos 18 anos, mineirinha de Juiz de Fora, ela não viu mais nada em seu caminho para uma entrevista de emprego, como aeromoça, além da imponente construção. Não conseguia deixar de imaginar que universo era aquele e como viviam aquelas pessoas – penduradas nas grades, literalmente, vendo o trem passar. Tamanho foi o impacto do presídio no imaginário da jovem que ela resolveu conhecer o local por dentro. Insistiu com um amigo jornalista para ajudá-la e, finalmente, conseguiu. Entrou, visiJULHO DE 2014

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PERFIL | MODA tou, conversou com os presos. “Quando vemos o presídio do lado de fora, parece uma jaula. Eles não são colocados como seres humanos. Assim que entrei, vi que eram pessoas com famílias, histórias. Isso ficou marcado em mim”, conta ela, 15 anos depois do episódio, mas com o mesmo sentimento de fascinação que a fez adentrar o presídio em 1999 – e com o qual ela se reencontraria anos depois, já formada em moda, ao se deparar com dificuldades de encontrar mão de obra para a sua recém-criada grife de tricô e crochê, a Doisélles. Fundada em Juiz de Fora, a marca é vendida em 35 multimarcas no Brasil e exterior – 80% da produção é exportada –, por meio de três showrooms internacionais: Paris, Tóquio e Nova York. Detalhe: toda a produção é feita manualmente por presidiários, pacientemente ensinados por Raquell, hoje com 33 anos. A força e a determinação da estilista foram decisivas para ela galgar degraus no competitivo mercado da moda, ganhando projeção inclusive internacional, embora essas caracaterísticas não sejam evidentes em sua aparência física. Magrinha, baixa, cabelos longos, tem a pele alva e os olhos grandes. De voz suave, parece ter sido aquele tipo de criança que passava todo o tempo brincando de boneca na sua cidade natal. E foi. Mas, desde pequena, não se contentava com o óbvio e queria, ela mesma, criar as roupas para suas “modelos”. Logo, logo, isso foi possível, pois aprendeu a tricotar aos 5 anos, antes mesmo de saber escrever. Sem conseguir decifrar as receitas do tricô — para as quais é preciso, ao menos, conseguir ler os números —, precisava da ajuda da avó ou da mãe, já mestres na arte das agulhas e com quem adquiriu o gosto pela trama. De tanto tricotar, crochetar e se interessar pelas formas e estilo, a vida a levou à faculdade de moda. Mas não sem antes passar por experiências na faculdade de letras — Raquell diz que, se pudesse, seria leitora profissional —, que não concluiu, e por um período de três anos como comissária de bordo. “Além do olhar para a moda e da paixão pelas palavras, ela queria muito viajar. Aí surgiu a oportunidade de ser comissária, que foi muito boa para ela; abriu muito sua cabeça, deu-lhe uma visão maior 92 |Encontro

Humberto Nicoline

O presidiário Luiz Paulo Pacheco, monitor da Doisélles, com Raquell Guimarães: “Na primeira vez que chegou, com agulhas enormes, achei que ela estivesse ficando doida”, diz ele Humberto Nicoline

Célio Tavares começou na Doisélles enquanto cumpria pena e hoje, após ter saído do presídio, continua como funcionário: “A sociedade passou a nos olhar de maneira diferente. Enquanto existir a marca, estou com ela” Samuel Gê

O ex-funcionário Sandro Heleno conseguiu uma licença da penitenciária para visitar o estande da marca no Minas Trend: “Comecei pensando que tricô era coisa de mulher, mas isso mudou rápido”

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Raquell na porta da penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires (JF), onde entra quase diariamente para trabalhar com os presos: dos 300 que já passaram pelo projeto, nenhum reincidiu no crime

do mundo”, conta a mãe, Teresinha. A criatividade nata, o ofício que aprendeu na família, a visão global adquirida nas viagens e a noção de mercado que obteve na faculdade fizeram com que seu talento para a moda começasse a despontar profissionalmente. Durante estágio de produção de moda com o maquiador e fotógrafo Fernando Torquatto, em 2003, participou de uma sessão de fotos com a apresentadora Xuxa. E não é que Xuxa escolheu para vestir, entre muitas opções disponíveis no acervo montado pela mineira, justamente a única peça produzida pela própria Raquell. Quando soube que o crochê era da estagiária, a apresentadora cantou a pedra: “E você está aqui trabalhando na produção? Tem que ter sua própria marca!” Coincidência? Talvez. Raquell gosta de buscá-las pelo mundo. A principal delas, aliás, está em sua própria identidade: “Meu nome, Raquell, é bíblico e quer dizer ovelha em hebraico. É curioso pensar que a história de Raquell, a pastora de ovelhas, aparece na Bíblia no capítulo 1, versículo 29. Eu nasci justamente em 29 do mês 1”, 94 |Encontro

diz ela, com um sorriso de quem sabe que está intrigando. Coincidência ou não, os sinais de que deveria seguir o caminho da moda continuaram surgindo. O principal deles foi após ter criado 12 peças de crochê e tricô sob encomenda para uma importadora de tecidos, durante uma feira de fim de ano da faculdade, em sua terra natal. Durante as férias seguintes à feira, viajou para a Europa e reconheceu, no centro de Amsterdã (Holanda), um de seus modelos em uma mulher que passava à sua frente. Ao abordá-la, descobriu que a turista era brasileira e tinha comprado a peça em uma loja no Rio de Janeiro. “Quais as chances? Eu, em outro continente, ver alguém com uma das 12 peças que eu tinha feito? Apesar de eu não ter o menor tino como empreendedora, vi que era o momento de abrir um negócio”, lembra Raquell. Em razão dos dois “eles” de seu nome, batizou a marca de “Doisélles” e foi à luta. Fez uma primeira coleção, ainda sem rumo, e foi atrás da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) com uma mala cheia de amostras de seu trabalho. De cara, os diretores que avalia-

ram a coleção viram seu potencial. “Raquell é uma explosão de criatividade”, conta a consultora de moda e mercado Geni Ribeiro, que recebeu a mineira naquele dia. “Quando se fala em crochê, lembramos de coisas feitas pela vovó. Mas as peças da Raquell mostravam modelagem contemporânea e matérias-primas interessantíssimas; é um trabalho autoral”, diz Geni. A mineira concorda que um diferencial da marca é sua pegada internacional, apesar do DNA mineiro. Raquell acredita que a característica regional do produto não pode ser exagerada, um “mineiro barroco folclórico”, pois corre o risco de se tornar caricato. “O produto que faz sucesso mundialmente tem o DNA da aldeia dele, mas qualidade, conceito e design internacional”, explica. A contemporaneidade da Doisélles está fundada, entre outros motivos, no fato de Raquell ter desenvolvido uma maneira própria de fazer tricô e crochê. Ela usa agulhas maiores, mais largas, para um ponto mais moderno, e até criou um fio manual próprio (passando fios industriais por uma máquina de fazer cadarço de tênis) para desenvolver

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PERFIL | MODA peças com cartela de cores mais atuais, para além do que é fornecido em armarinhos. Dessa maneira, consegue dar uma cara fashion à trama. O perfil internacional da Doisélles fez com que a Abit a convidasse para participar da feira Who’s Next, em Paris, que aconteceria três meses depois de sua visita à associação. Na feira, Raquell recebeu pedidos que somavam cerca de 600 peças, a serem entregues em um prazo de dois meses. Considerando que se gasta de três a quatro dias para confeccionar uma peça, seu desafio era enorme, pois ainda não tinha mão de obra para tal escala – fora algumas senhoras aposentadas, que já estavam em outro ritmo de vida. Foi nesse momento, quando pensava que já tinha passado da hora de organizar a produção e de treinar um grupo, que pensou em seu trajeto de metrô emoldurado pelas fachadas dos pavilhões do Carandiru. “Lembrei-me daquela experiência que tinha ficado carimbada. Foi quando resolvi treinar presidiárias”, conta a estilista. Raquell já sabia da possibilidade de empregar presos, pois conhecia a Lei de Execução Penal, que dispõe sobre o assunto. Mas pensou primeiro em mulheres – afinal, quem imaginaria homens, encarcerados, fazendo tricô e crochê? A ideia foi bem aceita pela diretora geral da penitenciária de segurança máxima Professor Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, Ândrea Valéria Pinto. No entanto, ela não aprovou que o trabalho fosse feito por mulheres, que, segundo ela, são mais dispersas no cárcere, sendo que a atividade manual exige concentração. A proposta, assim, foi que Raquell treinasse homens. Mesmo sendo um ofício mais praticado por mulheres, não havia dúvida de que alguns dos presidiários topassem participar, pelo tempo ocioso que têm em mãos, pelo treinamento que já tinham tido com a produção de tapetes, pelo salário e pela possibilidade de remissão de pena (a cada três dias trabalhados, diminui-se um na pena que devem cumprir). “Pensei até que fosse uma forma de me desestimular essa história de trabalhar com homens, mas topei assim mesmo”, conta Raquell. Decidida como ela só, a estilista entrou em uma área isolada do Pavilhão 1, com sua instru96 |Encontro

Paulo Márcio

A estilista Valéria Lemos, da loja Essenciale, de BH, foi a primeira cliente: “A marca é para quem sabe que o que é feito à mão está cada vez mais raro” Eugênio Gurgel

O estilista Luiz Cláudio Silva vê o trabalho dos presidiários como parte constituinte da Doisélles: “O produto é para mulheres fortes e de design delicado, talvez até pela mão de obra utilizada” Humberto Nicoline

A mãe Teresinha, sua sócia na empresa, foi quem ensinou a arte da agulha e do fio: Raquel tricotava antes mesmo de aprender a escrever

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PERFIL | MODA tora, 20 pares de agulhas em tamanho gigante e 20 tesouras, para treinar 20 detentos. “Eles tomaram tanto susto de eu entrar lá com esses instrumentos, acho que ficaram tão impactados pela confiança, que acreditaram e tiveram também confiança em mim”, conta ela, emocionada. E sua impressão sobre o susto não foi à toa: “Na primeira vez que chegou lá, com aquelas agulhas enormes, achei que ela estivesse ficando doida”, conta Luiz Paulo Pacheco, de 33 anos, participante do projeto desde o início, em 2008. Agora monitor, Luiz Paulo, condenado inicialmente a 127 anos de prisão, teve a pena reduzida e vai sair do presídio em 2015. O trabalho na grife contribuiu. “Acabamos nos acostumando com a ideia e aprendendo o ofício. Não temos mais dificuldade com a delicadeza das peças, e hoje já é uma parceria, trabalhamos como equipe”, diz ele. Luiz Paulo conseguiu licença para visitar o estande da Doisélles no Minas Trend, em abril deste ano, onde também aconteceu uma exposição sobre a marca e o projeto com os presos, batizado de Flor de Lótus, que já recebeu quase 300 presos até hoje. A emoção de ter o trabalho reconhecido, explica, já vale o esforço diário e envolvimento total com o ofício. Seu colega de trabalho, Sandro Heleno dos Santos, também conseguiu visitar o estande e ver vestidos, coletes, boleros e blusas, cujo preço médio é de R$ 500, e que ajudou a produzir, expostos para o mercado brasileiro. Sandro diz que nunca imaginaria algo parecido, já que, em 2009, quando começou, ainda tinha resistência à ideia de pegar nas agulhas. “Achava que era ‘tricozinho’, coisa de mulher. Mas isso mudou rápido”, diz ele, que foi liberado em abril e hoje é empregado de uma pizzaria em Juiz de Fora. A diretora do presídio, Andrêa, lembra que, em seis anos de Flor de Lótus, nunca houve transtorno relacionado ao projeto. “Na época, o diretor de segurança foi contra e o juiz também. Afinal, era o pavilhão de regime fechado, presos com penas altas. Mas a má impressão foi passando”, diz ela. E a parceria, em que os presos recebem por produção, não acaba quando os detentos cumprem suas penas. Raquell 98 |Encontro

Arquivo Pessoal

A apresentadora Xuxa usou uma peça de Raquell, na época estagíaria, durante sessão de fotos: “Você tem que ter sua própria marca”, disse Xuxa Leca Novo/divulgação

Adepta do artesanal, a estilista de acessórios Mary Figueiredo ressalta o valor da marca: “Alguém precisa de mais uma peça? Na verdade, precisamos de histórias por trás dos produtos, de experiências que nos renovem”

abre as portas da Doisélles e do mercado de trabalho para todos que quiserem mudar de vida e permanecer na marca. Tanto que um dos primeiros funcionários de dentro do presídio, Célio Tavares, é hoje “braço direito” de Teresinha, mãe da estilista e sua sócia na Doisélles. Ele trabalhou dois anos na penitenciária até ir para o regime semiaberto, em 2011. Assim que isso aconteceu, entrou em contato com Raquell, que lhe deu a carta para permitir que saísse durante o dia para trabalhar. Ele participou da Doisélles dessa forma até 2013, quando saiu da penitenciária (fica em condicional até 2020), e hoje está dentro da fábrica da empresa. Célio ressalta a importância do projeto, pois poucos dão oportunidades quando os detentos cumprem suas penas. “Nossa dignidade aumenta, a sociedade nos olha de maneira diferente. Enquanto existir a marca, estou com ela”, diz. Ponderada, Raquell acredita que as pessoas costumam ter uma visão maniqueísta, pensando em presidiários apenas como gente de má índole. Já ela não se preocupa sequer em saber o motivo da condenação de seus colaboradores. Suas penas, suas vidas anteriores, nada disso importa para o que fazem no dia a dia da Doisélles. O que ela precisa julgar, explica, é a qualidade do trabalho, e não o motivo pelo qual estão lá. “Não quero tirar satisfação dessa conta; eles já estão pagando por ela”, diz. Para os detentos, a atividade tem rendido frutos dentro e fora do presídio. Internamente, já existe fila de espera para participar do Flor de Lótus, o que significa que os participantes ganharam o respeito dos colegas e de quem era contra a ideia no início. Eles sabem também que, ao aprender um ofício, terão oportunidades do lado de fora, seja na Doisélles, seja em outros lugares. Segundo a diretora do presídio, Ândrea, aliás, entre os presos que trabalharam com a Raquell, nenhum reincindiu no crime. “É uma forma de não ficarem ociosos, é uma terapia e uma satisfação pessoal de saber que suas peças são vendidas no mundo inteiro. Ganharam o respeito dentro da massa carcerária e tiraram todos os preconceitos do ofício”, diz. A produção ousada da Doisélles tam-

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Raquell com o filho de 1 ano, José, para quem fez um blog de moda, o “Bebê Blogueiro”: a divulgação do blog é um dos muitos projetos da estilista

bém ficou conhecida no mundo por meio da mídia. Um ensaio fotográfico produzido pela agência internacional Reuters foi capa dos portais norte-americanos Daily News e Washington Post. Tudo, segundo Raquell, porque o jornalista e ex-deputado Fernando Gabeira ficou sabendo do projeto e fez uma matéria a respeito para um canal da TV aberta, o que repercutiu internacionalmente. Além disso, a marca tem aparecido até entre famosos, como Daniela Mercury, que usou uma peça da marca na abertura do carnaval há dois anos, e Angélica, que vestiu um bolero da Doisélles em um episódio do programa Estrelas, gravado em Nova York. Mas a estilista ressalta sempre que seu objetivo não é ser uma ONG ou pro-

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jeto social e, sim, fazer o tricô e o crochê, que tanto ama, de maneira sustentável. “As pessoas compram porque é bonito, não para ajudar. Mas se alegram com o fato de que estão usando algo que mudou a vida de alguém”, diz a estilista. A história por trás das peças, de fato, é algo que tem sido cada vez mais valioso no mundo da moda, segundo Mary Figueiredo, estilista da marca de acessórios Mary Design. “Cada trabalho feito de forma manual é único e carrega as dores e as alegrias de quem o produziu”, diz ela, para quem Raquell faz das agulhas suas armas de combate. “Alguém precisa de mais uma roupa? Um acessório? Na verdade, precisamos de histórias por trás dos produtos, de experiências que nos renovem”, diz Mary. Quem compra um

produto Doisélles, considera, está comprando a história dos presidiários que tecem fio a fio. O colega de profissão Luiz Cláudio Silva, estilista da marca Apartamento 03, vê a mão de obra da marca como parte já constituinte da proposta e até da construção de seu público. O paradoxo “homens de mãos fortes x delicadeza da trama”, assim, seria algo de especial daquelas peças. “O produto é arrojado, para mulheres fortes e de design delicado, talvez até pela mão de obra utilizada”, diz Luiz Cláudio. De fato, Raquell descreve a Doisélles como uma marca que emociona pessoas sensíveis, característica destacada também pela estilista Valéria Lemos, da loja Essenciale, em BH, primeira empresária a vender as peças no país. Para ela, a moda da Raquell é para pessoas que dão valor ao que é único, atemporal, que permanece. “É para quem sabe que o feito à mão está cada vez mais raro e é especial, diferente, forte”, diz. A força de Raquell pode vir do fato de que toma suas decisões sem olhar para trás. E ela sabe disso, pois tatuou no ombro direito a frase “Eu não penso na volta”, do filme Gattaca, escrita em forma de círculo. “É que eu vou com tudo, só compro a passagem de ida. Porque a volta é uma nova ida”, fala. Por isso, projetos não faltam. Desde virar colunista de jornal até manter o blog de moda que criou para o filho José, de 1 ano (bebeblogueiro.com.br), a estilista está aberta a tudo. Ocupada com a rotina de quem divide o tempo entre Juiz de Fora e BH (além das viagens para visitar clientes e showrooms mundo afora), ela está sempre com um sorriso no rosto e com a lembrança daquela imagem que mudou sua vida e a de dezenas de homens que hoje tecem sua liberdade. z

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FICHA TÉCNICA Stylist: Edição: Fotos: Beauty: Modelo: Agradecimento:

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Marcelo Brasiliense Ana Cláudia Esteves Rodrigo Mendes – Mineral Paula Salles Evelyn Moraes – Mega Model Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte – Parque Ecológico da Pampulha

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BELEZA | CABELOS

Os tons do inverno A estação mais chique do ano pede uma repaginada no visual. A começar pela cor dos cabelos, que, quanto mais natural, melhor. Confira as dicas de especialistas DANIELA COSTA

Cada estação do ano pede um toque personalizado para mudar o visual. No inverno, o momento é ideal para dar aquela repaginada na cor dos cabelos, mas sem exageros. A tendência é ser chique de forma natural, com cores clássicas e sem grandes contrastes. “Os castanhos ganham toques suaves em tonalidades mel, douradas e acobreadas”, diz Mabel Garcia, do Mab Hair Spa. A tendência adotada por atrizes como Giovanna Antonelli é de fácil manutenção e requer retoques somente a cada três meses. A estudante de direito Layane Souza, de 21 anos, optou por clarear as mechas. “Como

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A estudante Layane Souza optou por clarear as mechas: “Como a cor do meu cabelo é castanho escuro, faço algumas luzes puxando para o cobre, que traz um ar mais moderno”

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meu cabelo é castanho escuro, faço algumas luzes puxando para o cobre, que traz um ar mais moderno”, diz Layane. Nos loiros, sai de cena o branco e ganham força os tons acinzentados e platinados, ideais para mudar a cor dos cabelos só por uma estação. As mechas marcadas também perdem terreno para as invisíveis, que clareiam o tom e iluminam o rosto. “O loiro platinado é tendência que nunca sai de moda e independe de estação”, diz Ricardo Gamah, do Salão Marcus Martinelli. Porém, requer cuidados especiais, como hidratação periódica e manutenção em casa. “A cor natural do meu cabelo é castanho claro, mas quando chega o inverno gosto de manter o loiro platinado. É mais elegante”, diz a modelo Amanda Goecking, de 28 anos. Perfeito para qualquer época do ano, o ombré hair (raiz escura e pontas mais claras) surgiu no cenário mundial como a nova proposta para iluminar os cabelos das morenas, com um sutil sombreado feito com mechas loiras, e mantém a liderança na preferência das mulheres. “A luz do loiro valoriza o meu rosto, traz leveza. Além de ser mais fácil de manter”, diz a publicitária Mariana Godoy, 25 anos. Famosas como Jennifer Lopez, Jessica Biel e Gisele Bündchen apostam na facilidade de manter a raiz mais escura e as pontas claras, sem que sejam necessários retoques constantes, podendo chegar a seis

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BELEZA | CABELOS Fotos: Alexandre Rezende

COR BONITA POR MAIS TEMPO Especialistas dão dicas para acertar na escolha A cor escolhida deve sempre contrastar com o tom de pele Negras e morenas combinam com variações escuras e achocolatadas Peles brancas e rosadas são ideais para tons vermelhos e alaranjados Quem quer uniformizar a cor do cabelo deve fazê-lo de forma gradativa Cabelos longos são clássicos e atemporais, perfeitos para mechas coloridas Cabelos curtos são modernos e ideias para toques de cores exóticas Em cabelos tingidos, a coloração deve ser repetida a cada 20 dias Cabelos descoloridos exigem retoque de raiz a cada três meses e manutenção constante com produtos específicos Fontes: especialistas consultados

A publicitária Mariana Godoy aposta no ombré hair, com raiz escura e pontas claras. “Além de valorizar o meu rosto e ficar natural, a manutenção é mais fácil”

A modelo Amanda Goecking acha o loiro platinado mais elegante: “A cor natural do meu cabelo é castanho claro, mas quando chega o inverno gosto de mudar o visual”

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meses de intervalo. “Apenas a hidratação dos fios deve ser feita a cada 15 dias”, explica Fábio Viana, do Splendido Instituto de Beleza. Para aquelas que não estão interessadas em descolorir as mechas, o tom chocolate é uma boa escolha. “O segredo está no efeito de profundidade, ou seja, de luz e sombra nos tons mais escuros”, diz Ray Teixeira, do Bella Donna. Democrático, combina com todos os tons de pele e cortes de cabelo. “Neste inverno, o chocolate veio mais iluminado. A base é marrom quente, mas sobrepõem-se algumas mechas açúcar mascavo, que dão tridimensionalidade à cor”, diz Flavia Menicucci, do Jacques Janine. O look que fez a cabeça de atrizes como Sandra Bullock e Eva Mendes exige retoque da cor a cada dois meses e, para que os fios não fiquem vermelhos, cuidados ao se expor ao sol. ❚

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ESTÉTICA | PLÁSTICA Cláudio Cunha

A estudante Sara Pires, de 17 anos, ainda está em recuperação da segunda plástica, mas já comemora os resultados: "Antes, os seios tinham ficado volumosos demais"

Hora de remodelar

o corpo

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Samuel Gê

O inverno ameniza o desconforto do pós-operatório das cirurgias plásticas, por isso é a estação mais indicada pelos especialistas BETH BARRA

Mil perdões, Vinicius de Moraes, mas, em seu belíssimo poema Receita de Mulher, dispensa-se o trecho da “hipótese de uma barriguinha”. Na vida real, as brasileiras consideram que “beleza é fundamental” e não abrem mão de recorrer a cirurgias plásticas para se sentirem mais bonitas, principalmente nesta época do ano. O inverno é a melhor estação para remodelar o corpo ou investir em um lifting facial (rejuvenescimento da face). Ou seja, é o momento ideal para levantar a autoestima. As temperaturas mais amenas, típicas da estação, reduzem o desconforto pós-operatório, como uso de cintas, faixas, gazes, sutiã e curativos, explica o cirurgião plástico Rodrigo Lopes. “A pessoa fica menos inchada, o que ajuda na recuperação”, diz a cirurgiã plástica An drea Dorofeeff. Além de maior tolerância no pós-operatório, a plástica nos meses que antecedem as festas de fim de ano representa a pausa ideal para que os resultados apareçam. “As pessoas querem estar em forma para as comemorações de Natal, Ano Novo, formatura, viagem de férias”, diz a cirurgiã Patrícia Lombardi. Mas a médica adverte: “Quem faz lipo não deve engordar, vai perder a cirurgia”. A boa notícia é que manter o corpo em forma não exige esforços sobre-humanos, mas disciplina. “Dieta saudável, algum exercício diário, até mesmo caminhada, e beber dois litros de água por dia”, diz, formam a receita básica. Quando é necessária uma abdominoplastia (cirurgia do abdômen) – caso de flacidez da pele ou muscular a li-

A professora Cintia Chagas, de 31 anos, não poupa esforços para manter o corpo em forma depois das cirurgias: "Mantive tudo o que consegui, seguindo as recomendações médicas"

poaspiração entra complementando a intervenção, nas costas e flancos. A paciente deve estar bem nutrida, daí a importância dos exames pré-operatórios. “Quando se faz uma plástica, existe estresse para o organismo, e o equilíbrio metabólico é fundamental”, explica Patrícia Lombardi. Cintia Chagas não poupa esforço e disciplina para fazer valer a lipo realizada em 2009 e o implante de silicone em 2010. Aos 31 anos de idade, a professora de português quer realizar um sonho no próximo ano: participar de uma maratona em Nova York, em abril. “Mantive tudo o que consegui nas cirurgias

seguindo as recomendações médicas, adotando uma alimentação saudável e com muita malhação”, diz. Ela se exercita de uma a duas horas por dia, com apoio de um personal, e faz 60 minutos de corrida três vezes por semana. Em excelente forma – 1,65 m de altura, 58 quilos e manequim 38 – Cintia sentiu-se realizada ao ser capa da edição de junho de 2011 da Women Health, uma prestigiada publicação sobre corpo e beleza. Os implantes de silicone e a lipo são os procedimentos mais procurados. Porém, há casos inversos, que interferem na autoestima feminina, como seios JULHO DE 2014

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ESTÉTICA | PLÁSTICA desproporcionais ao corpo. “A mastopexia inclui implante de silicone e redução com ótimos resultados”, explica o cirurgião Rodrigo Lopes. Por isso ele entende que até mesmo adolescentes, a partir dos 16 anos, podem enfrentar o bisturi. “Depende do início da primeira menstruação, já que três anos depois o corpo está completamente desenvolvido.” É o caso de Larissa Sthefani, de 16 anos, estudante. Ela queria, inicialmente, realizar o antigo sonho de remodelar o nariz. Mas a adolescente se sentia incomodada também com os seios pequenos, sutiã número 36. Com apoio da mãe e após a avaliação médica, fez também implante de silicone, em janeiro deste ano. “Hoje uso sutiã 42 e tenho o nariz que queria”, diz Larissa. Aos 17 anos, Sara Carvalho Pires, atualmente com 25, e cursando estética, fez um implante de silicone. Ela usava sutiã numeração 36, mas o re-

Alexandre Rezende

sultado da cirurgia, como conta, foi desastroso. “Os seios ficaram volumosos demais, meu sutiã passou para o 46”. Há 30 dias, Sara refez a cirurgia e, ainda em recuperação, já comemora os resultados – seios proporcionais ao peso e altura (1,70 m; 64 kg) e lipo nos culotes e flancos definindo o corpo. Assim que for liberada, vai recomeçar a “malhar” e já consultou uma nutricionista para equilibrar a dieta de um jeito saudável. “Vou rever meus hábitos e manter a forma”, garante. “Cada pessoa tem o seu tempo”, diz a cirurgiã Andrea Dorofeeff ao explicar que a genética, o estilo de vida e os cuidados com a pele (dos cremes aos protetores solares) podem adiar cirurgias mais invasivas de rejuvenescimento facial. Quando, afinal, é a idade para a plástica? A médica considera que a orientação do profissional e o desejo da paciente devem estar sintonizados. “Algumas pes-

A estudante Larissa Sthefani, 16 anos, teve apoio da mãe para colocar silicone nos seios e remodelar o nariz: “Hoje, uso sutiã 42 e tenho o nariz que queria”

TRÊS PERGUNTAS PARA | ETIENNE SORES CIRURGIÃO PLÁSTICO

Desde 2002, quando concluiu a especialização em cirurgia plástica, o cirurgião plástico Etienne Sores realiza, em média, 30 cirurgias por mês. A lipoaspiração é uma das mais procuradas. Mas ele alerta que toda cirurgia envolve algum risco, dependendo de cada pessoa. Por isso, requer uma avaliação prévia minuciosa. Em quais partes do corpo a lipoaspiração é mais indicada? A lipo pode ser feita no abdômen, nas costas, coxas (inclusive joelhos e culotes), braço e papada - se for uma papada de gordura Pacientes hipertensos, diabéticos, fumantes, com problemas cardíacos ou com históricos de trombose estão definitivamente proibidos de fazer lipo ou outras cirurgias estéticas? Cada caso é avaliado particularmente.

Em ocorrências de trombose, por exemplo, se a paciente não tiver um histórico familiar e tiver tido uma única ocorrência, com exames pré-operatórios, é possível fazer uma lipo ou outros procedimentos. No caso de cardiopatias, geralmente o paciente recebe a recomendação de seu cardiologista para não passar por procedimentos estéticos. O principal exame é a conversa com o paciente, que deve ser totalmente honesta. Quando os resultados aparecem plenamente? Dois a três meses após o procedimento a pessoa está menos inchada, então chegamos a 75% do resultado, em média. Os outros 25%, ou para se perceber um resultado pleno, significam 12 meses no total.

"O principal exame é a conversa com o paciente"

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ESTÉTICA | PLÁSTICA CORPO PERFEITO As cirurgias plásticas mais comuns para corpo e rosto 1 ABDOMINOPLASTIA

Cirurgia do abdômen. É indicada para remodelar a região da barriga, quando existe flacidez de pele ou muscular

2 MAMOPLASTIA DE AUMENTO

Aumento dos volume dos seios, realizada com a inclusão de próteses de silicone

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3 RITIDOPLASTIA VIDEOSCÓPICA Rejuvesnescimento da face. É indicada quando a pessoa se sente envelhecida e ainda não existe sobra de pele

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4 RITIDOPLASTIA

Cirurgia de rejuvenescimento da face para pessoas que apresentam semblante envelhecido e que já tenham alguma sobra de pele

5 MAMOPLASTIA REDUTORA

Pode elevar e reduzir o tamanho dos seios. Em alguns casos, pode ser necessária a colocação de próteses de silicone

6 BLEFAROPLASTIA

Corrige o excesso de pele ao redor dos olhos, olheiras ou bolsas palpebrais. Deixa cicatrizes imperceptíveis

7 LIPOASPIRAÇÃO

Para remover gordura localizada. As regiões que apresentam melhor resultado são abdômen, flancos (quadris), costas, joelhos e culotes

8 OTOPLASTIA

Correção das orelhas de abano. Na cirurgia a cartilagem é moldada

9 CENOPLASTIA

Cirurgia de avanço de queixo. Indicada para pessoas que apresentam a mandíbula recuada

10 RINOPLASTIA

Cirurgia do nariz. Para obter um resultado natural, deve ser considerado o formato da face e a ascendência étnica do paciente

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soas perdem o contorno facial e não se incomodam absolutamente; outras se sentem mal e recorrem a pequenas intervenções ou ao lifting”, diz. O efeito do tempo chega para todas as mulheres – para algumas mais cedo do que para outras. “Com o passar dos anos, as fibras de colágeno e elastina vão perdendo a elasticidade”, explica Andrea, e os tratamentos minimamente invasivos ajudam a prolongar essa passagem. O cirurgião plástico Rodrigo Lopes enumera técnicas eficientes para preenchimentos faciais, como as injeções de ácido hialurônico (preenche rugas ou sulcos e dá volume); hidroxiapatita de cálcio (corrige sulcos, bigode chinês, suaviza marcas entre canto da boca e queixo, preenche e dá volume); e o ácido poliático (trata a flacidez sem necessidade de aumentar o volume do rosto). Todos têm prazo de validade e com o tempo são necessários retoques ou novos procedimentos em outras partes do rosto. As cirurgias corrigem algumas im perfeições, amenizam os efeitos do tempo, podem deixar a barriga lisinha, empinar bumbuns, remodelar o nariz, aumentar a panturrilha, avolumar ou remodelar os seios. Mas milagre os cirurgiões plásticos não fazem. As mulheres que se submetem a plásticas e outros procedimentos precisam seguir corretamente as orientações do pós-operatório, manter-se saudáveis e aditivar a vida com projetos pessoais e humor. Para o cirurgião plástico Rodrigo Lopes – que mantém uma fanpage no Facebook com dicas e interação com as webfaces –, “a busca frenética por um corpo perfeito pode deformar a própria beleza natural e o excesso de cirurgias e exercícios é um erro quando ultrapassam a fronteira da vida saudável”. Em seu site, a cirurgiã Patrícia Lombardi define a cirurgia plástica como a arte da adequação. “O maior desafio é harmonizar traços e formas de modo a proporcionar satisfação pessoal e favorecer a adaptação social”, diz Patrícia. Para a cirurgiã Andrea Dorofeeff o con ceito de beleza varia de pessoa para pessoa. “A personalidade é um ingrediente da beleza, assim como a autoestima. Se a paciente está insatisfeita emocionalmente, a cirurgia não vai resolver seus problemas”, diz Andréa. z

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DECORAÇÃO | TENDÊNCIA

Muito além do modismo em ano de Copa do Mundo, a cor firma-se como tendência em móveis, adornos e paredes MARINA SANTOS

Vem de longe a crença de que as cores são capazes de transmitir sensações e estão relacionadas à personalidade das pessoas. Para os brasileiros, o amarelo evoca sentimentos patriotas e está associado ao bem-estar de quem se sente “em casa”. Assim, não faltam motivos para deixar que a cor invada o interior das residências e se espalhe por diferentes cômodos. Segundo a arquiteta Juliana Cavalcante, por ser quente, o amarelo alegra e deixa os espaços com mais vida e energia. “Ele atrai as atenções de quem entra no lugar. Com poucas peças e móveis na cor, já muda-se rapidamente a cara do ambiente”, diz Juliana. Mas é importante saber dosar a medida. Para evitar um efeito carregado e cansativo, a dica é manter a decoração com base neutra e duradoura, pontuando a cor em alguns detalhes. O ideal é apostar em peças que possam ser facilmente trocadas de lugar ou recicladas com o tempo. Em diferentes nuanças, o amarelo não compõe apenas ambientes com proposta despojada. A cor bem colocada também combina com os vários tons da madeira, ajudando a criar espaços aconchegantes. Chamativa e vibrante, pode ser usada em contraponto com tons sóbrios, para conseguir contraste e conferir um toque de modernidade à decoração. Para além do modismo em ano de Copa do Mundo, a arquiteta defende que a cor está em alta e veio para ficar. “O mineiro é mais conservador. Porém, de uns tempos para cá, tem aceitado melhor o uso da cor e procurado projetos com ousadia”, diz Juliana.

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Jomar Bragança/Divulgação

Mariana Gonzaga/Divulgação

CLÁSSICO ARROJADO Para a sala de estar desse apartamento no bairro Buritis, os clientes solicitaram que nenhuma parede fosse branca. Assim, o maior desafio, segundo a arquiteta Juliana Cavalcante, foi preencher o espaço sem deixá-lo pesado e cansativo. Como solução, foi combinada uma parede em pedras com outra revestida por painéis de madeira de demolição. No mobiliário, procurou-se criar contraste entre o preto da mesa e das cadeiras e o amarelo presente nas almofadas, bancada e móvel alto. A proposta dá toque de cor ao ambiente sem comprometer sua sofisticação.

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DECORAÇÃO | TENDÊNCIA Jomar Bragança/Divulgação

AMBIENTE RETRÔ No projeto desse quarto, o destaque está nos artigos de coleção e objetos ligados à memória afetiva do proprietário. Os discos de vinil de seus cantores preferidos foram emoldurados e colocados na parede e as demais peças, algumas antiguidades como a televisão, foram abrigadas na grande estante em laca amarela, desenhada pelo arquiteto Cioli Stancioli. A escolha pela cor foi uma demanda do cliente, usada para alegrar o quarto. Para equilibrar com o restante da decoração, o roxo aparece na colcha, almofadas e estofados. O cinza, no tapete e cortinas.

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Carol Reis/Divulgação

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REFÚGIO DA MODA O ambiente que se parece um ateliê é, na verdade, o quarto de uma estudante de moda. Para um efeito criativo, a designer de interiores Iara Santos fugiu das prateleiras tradicionais e optou por nichos, que criam um jogo geométrico e permitem brincar com cores contrastantes. Os toques em amarelo estão presentes de modo pontual – nichos, abajur e molduras – e iluminam o espaço. A cor harmoniza-se com o papel de parede em tons dourados. Foto: Dvulgação

Henrique Queiroga/Divulgação

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DECORAÇÃO | TENDÊNCIA Daniel Mansur

MISTURA DE ESTILOS Nesse apartamento no Lourdes, o hall para a sala de estar recebeu grande painel em ladrilho hidráulico, que combina triângulos em azul e amarelo, formando diferentes desenhos. O resultado é uma parede com toque personalizado e que cria uma atmosfera despojada, balanceada pela base mais neutra e clássica que predomina no restante da decoração. A arquiteta Andréa Buratto, responsável pelo projeto, explica que o apartamento é antigo e foi preservado o piso original em madeira, que ajuda a aquecer o ambiente. Para compor, a mobília tem design vintage.

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Pedro Zorzall/Divulgação

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ESPAÇO MULTIUSO

Fotos: Daniel Mansur/Divulgação

Para a cozinha dessa cobertura no bairro Sion, o cliente queria um espaço gourmet que guardasse atmosfera descontraída para festas e confraternizações e, ao mesmo tempo, fosse elegante para receber reuniões ou jantares formais. Para alegrar o ambiente, o arquiteto e designer de interiores Luís Fabio selecionou uma mesa com forma de leque em corian na cor amarela. O mesmo material foi empregado nas portas dos armários inferiores e nas bancadas, mas na cor cinza, dando unidade à cozinha. Arranjos de flores compõem a decoração.

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DECORAÇÃO | TENDÊNCIA Daniel Mansur/divulgação

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ACOLHEDOR E MODERNO Na sala de estar desse loft no Funcionários, a arquiteta Marina Dubal preocupou-se em criar um espaço aconchegante e charmoso, com uso da madeira e predomínio de tons terrosos. Para dar vivacidade ao projeto, escolheu o amarelo para o tripé em pés palito e para a poltrona em couro sintético. Os bancos em papelão, além do apelo estético, figurando como belas esculturas, servem como ponto de apoio para objetos. Merece destaque o vaso de flores espelhado em múltiplas faces, que cria efeito “diamante” e dialoga com os padrões geométricos do tapete e da parede.

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Divulgação

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Execução de projetos assinados pela arquiteta Juliana Couri

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NA MESA | AUGUSTO FRANCO afranco@revistaencontro.com.br Samuel Gê

RESTAURANTE, ESCOLA E MAIS Antes de fincar de vez suas raízes na capital mineira, primeiro como chef do restaurante O Dádiva e, agora, como sócio, no Trindade, o chef mineiro de Muriaé Felipe Rameh rodou o mundo. Trabalhou com o chef Alex Atala, no D.O.M., em São Paulo; no Mugaritz, na Espanha, e no Chalet de la Ferêt, na França. Agora, ao lado do sócio Thiago Guerra, resolveu trazer a experiência da gastronomia mundial e inaugurar o Alma Chef, em BH. Fica em uma bela casa dos anos 1950 na rua Curitiba, em Lourdes. O imóvel conta com espaço para aulas, restaurante, sala de eventos, venda com produtos gourmet e pães especiais da Cum Panio. Aberta na última semana de junho, é lá que Felipe dá suas aulas desde maio, mesmo em meio aos sacos de cimento. “Queríamos um lugar para dar aulas e atender umas mesas. Conseguimos um ponto ótimo, muito maior que o projeto original. O jeito foi adequar, mas, no final, saiu melhor que a encomenda”, diz Rameh. Thiago Mamede

SOB NOVA DIREÇÃO Foram 13 anos funcionando com um mesmo cardápio, carta de vinhos e só aceitando dinheiro ou cheque. Cansado da rotina pesada, o italiano Pasquale del Prete, criador do Dom Pasquale, no Funcionários, resolveu fechar a casa e só não o fez porque um cliente o demoveu da ideia. O bom samaritano – que agora comanda o tradicional restaurante – é o economista Carlos Ivanhoé Rosas, de 53 anos, que, com a ajuda da sócia, Maria do Carmo Santana (esq.), e da gerente de marketing, Ana Paula Rancanti, começou outra era em janeiro. Agora, o Dom Pasquale aceita cartões de débito e crédito. Cardápio e carta de vinhos também estão sendo reformulados. “Os clientes já estão começando a voltar”, diz Ivanhoé.

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SIMPLES E GOSTOSO

TOQUE DE CHEF

Uma porta, uma janela com flores, 12 receitas de bolos simples, mas feitos com ingredientes de qualidade e receitas que passaram de geração em geração. Essa é a proposta minimalista do Nosso Bolo, nome autoexplicativo. Os responsáveis pelo empreendimento são o casal Maria Clara e Daniel Magalhães, que colocam no balcão, desde a inauguração, receitas como a de laranja, formigueiro, cenoura com chocolate, milho e milho com coco, nas versões tradicional e míni. “Queríamos fazer uma coisa simples, num imóvel agradável, que desse ao público a sensação de bolo de vó, de casa da roça”, diz Maria Clara.

Os sorvetes são os mais premiados de Belo Horizonte e o ponto é nobre. Mas agora a Alessa Gelatto & Caffè conta com algo a mais. Trata-se da chef-confeiteira Mariana Correa, responsável pelos novos doces do cardápio. Antes de ser contratada pela casa, a belo-horizontina estudou na Le Cordon Bleu, na França, e deu aulas de gastronomia e pâtisserie. Além de sua criação mais premiada, o éclair (nossa tradicional bomba) de caipirinha, são dela as receitas de alfajor, brownies e a bomba de doce de leite, que podem ser ordenadas com sorvete ou sem. Na medida para adoçar os paladares.

Samuel Gê

Thiago Mamede

Stan/Divulgação

FESTIVAL EMPLACOU Um dos festivais de gastronomia mais simpáticos de Minas chega, em julho, à 10ª edição. Trata-se do Igarapé Bem Temperado, que reúne cozinheiras tradicionais e quitandeiras da cidade da região Metropolitana de BH. Um dos destaques são os fogões a lenha e quintais das cozinheiras, abertos ao público para a comilança. Entre as cozinheiras selecionadas para esta edição, está Maria Henriques Maia, a Dona Maria do Beijo, de 83 anos, que prepara quintandas e doce de leite sob os olhos atentos dos turistas, ao lado das filhas e netas. “O festival nasceu como uma pesquisa. Queríamos entender a história da cidade, que não tem construções históricas relevantes, e acabamos chegando às cozinhas e receitas como maria-gondó, mastruz e beldroega”, diz o organizador, Carlos Oliveira, o Stan. JULHO DE 2014

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GASTRÔ | RECEITAS

Ensopados e fondues doces e salgados são boas pedidas para se aquecer na estação mais fria do ano SÍLVIA LAPORTE

O inverno traz o desejo por pratos que aqueçam o estômago e a alma. Das nossas costelinha com canjiquinha e feijoada ao cozido à moda portuguesa, muitas são as receitas que ajudam a espantar o frio nesta época do ano. Originária da Suíça, a fondue remete a salas aconchegantes, com lareiras acesas e mesas rústicas de madeira. De preparo simples, é a pedida perfeita para uma noite a dois ou na companhia de poucos e bons amigos e um vinho de qualidade. As fondues tradicionais de queijo, carne e chocolate são a especialidade da chef Rose Dusanek Guedes, servidas em sequência no Acervo da Car ne, restaurante situado em São Sebastião das Águas Claras (Macacos). Nada de cozinhar a carne no vinho, como nas versões que se tornaram moda nos últimos anos: os pedaços de boi, frango, porco e cordeiro que chegam à mesa são fritos em óleo de canola. Já no Paladino, a fondue Marola é preparada com peixe e camarão. Em ambas, os molhos são ingredientes importantes. Outra opção saborosa é o cabrito cozido durante três horas pelo chef Guilherme Melo, do Restaurante Hermengarda. Há, ainda, o ensopado de carneiro sugerido pelo chef Rodrigo Fonseca, do Taste-Vin, e o goulash de origem húngara feito pela chef Paula Cardoso, do Haus München. Na dúvida, escolha os cinco.

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Quentes e saborosos

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Fotos: Alexandre Rezende

por Guilherme Melo, chef do Hermengarda

CABRITO AO VINHO COM SETE CEREAIS INTEGRAIS E CRISPS DE ALHO-PORÓ INGREDIENTES (6 PESSOAS) CABRITO 1,5 kg de pernil de cabrito 2 alhos-porós grandes 4 cebolas médias 1 garrafa de vinho tinto seco 100 g de manteiga 10 ramos de tomilho 2 dentes de alho Sal e pimenta-do-reino a gosto

CRISPS 1 alho-poró cortado à julienne (na longitudinal) Farinha de trigo Óleo para fritar

SETE CEREAIS 300 g de sete cereais integrais (arroz integral, arroz selvagem, aveia integral, trigo integral, centeio, cevada e triticale) 50 g de cebola repicada 20 g de alho 100 g de bacon; 200 g de cogumelo-de-paris fresco 150 g de azeitonas portuguesas 150 g de manteiga Salsinha e sal a gosto MODO DE FAZER De véspera, coloque o cabrito no vinho, com o tomilho e o sal. No dia, lave o alho-poró e pique-o em pedaços de 0,5 cm de largura. Salteie o cabrito na manteiga até dourar, junte a cebola e o alho-poró e cozinhe por dois a três minutos. Acrescente a marinada coada e deixe cozinhar em fogo brando por três horas ou até que a carne esteja macia. Cozinhe os sete cereais com antecedência até que estejam macios (aproximadamente 30 minutos). Em uma panela, frite o bacon, acrescente a cebola, o alho e os cogumelos. Salteie por cerca de dois minutos. Acrescente, em seguida, os sete cereais. Deixe aquecer e se impregnar com o sabor do bacon e dos cogumelos. Acerte o sal, se necessário. Sirva como acompanhamento para o cabrito. Para os crisps, corte o alho-poró à julienne, na longitudinal. Passe os “fios” de alho-poró na farinha de trigo e frite, sem deixar escurecer. Escorra em papel-toalha e reserve. MONTAGEM Sirva um pedaço de pernil de cabrito com o seu molho. Coloque ao lado um pouco do arroz de sete grãos e, sobre ele, crisps de alho-poró. Sirva quente. JULHO DE 2014

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GASTRÔ | RECEITAS ENSOPADO DE CARNEIRO DO CERRADO COM PIMENTAS BRASILEIRAS E ARROZ COM CASTANHAS-DE-BARU

Fotos:Eugênio Gurgel

INGREDIENTES ENSOPADO 2 kg de pernil (ou paleta) de cordeiro Pimenta-de-macaco seca e moída Pimenta-dedo-de-moça sem as sementes, picada em tiras finas, a gosto 500 ml de vinho branco Ramos de orégano e alecrim frescos Sal com alho a gosto e azeite (o suficiente) ARROZ COM CASTANHAS-DE-BARU Arroz branco cozido o suficiente Castanhas-de-baru quebradas a gosto Raspas de casca de laranja Manteiga

por Rodrigo Fonseca chef do Taste-Vin

MODO DE FAZER Desosse o pernil e pique a carne em cubos grandes. Tempere com sal e alho. Aqueça o azeite em uma panela grande, acrescente a carne e deixe dourar bem, aos poucos. Volte a carne para a panela e deglaçe com o vinho. Acrescente as pimentas e as ervas. Cozinhe por duas horas, completando com água, se necessário, mas sem encobrir a carne. Antes de servir, se for necessário, engrosse o molho com um pouquinho de farinha de trigo com manteiga. Para preparar a guarnição, aqueça um pouco de manteiga em uma frigideira e refogue a castanha picada e as raspas de casca de laranja. Acrescente o arroz e sirva bem quente.

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Fotos: Samuel Gê

por Paula Cardoso chef do Haus München

GOULASH COM SPATZLE INGREDIENTES GOULASH 1,5 kg de músculo cortado em cubos 1 colher (sopa) de páprica picante 1 cebola picada 4 dentes de alho picados 500 mL de caldo de carne Sal a gosto SPATZLE 500 g de farinha de trigo 3 ovos 250 mL de água MODO DE FAZER Tempere o músculo com sal e leve-o para dourar em uma panela com um pouco de óleo. Adicione o alho e a cebola e refogue por mais alguns minutos. Acrescente a páprica picante e o caldo de carne e deixe cozinhar em fogo baixo, até a carne ficar bem macia. Se necessário, adicione um pouco de água para o cozimento. Para o spatzle, misture o ovo e a farinha e adicione água aos poucos, até dar o ponto (a massa deve ficar bem mole e grudenta). Com uma colher, despeje a massa aos poucos em água fervente, fazendo fios. Quando os fios flutuarem na água, estão prontos. Sirva o goulash com o spatzle e decore o prato com ramos de alecrim e tomilho.

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Alexandre Rezende

por Josué Monteiro chef do Paladino

FONDUE MAROLA INGREDIENTES (2 porções) 250 g camarões grandes limpos 250 g de cubos de filé do peixe de sua preferência (dourado do mar, por exemplo) 2 pitadas de sal 2 pitadas de pimenta-do-reino 100 g de farinha de trigo 500 mL de óleo de girassol MOLHO WASSABI 1 g de de pó de raiz forte (wassabi) 20 mL de água filtrada 2 copos de iorgute natural 1/2 limão MOLHO AIOLI 200 g de alho descascado 300 mL de azeite ou óleo de girassol 500 g de maionese 10 g de creme de mostarda 1 colher (sopa) de suco de limão MODO DE FAZER Tempere o peixe e os camarões, suavemente, com sal e pimenta. Passe na farinha de trigo e retire o excesso. Coloque na vasilha em que for servir. Esquente o óleo na própria panela de fondue e passe-o para o fogareiro que vai à mesa. Pegue os frutos do mar com o espeto próprio e frite no óleo até o ponto desejado, temperando com os molhos. Para o molho wassabi, hidrate o pó de raiz forte na água filtrada. Deixe descansar por no mínimo 10 minutos. Misture com o iogurte natural e suco de limão e tempere com sal a gosto. Para o molho Aioli, coloque o alho em uma travessa refratária funda e cubra com o azeite ou óleo de girassol. Asse a 60 graus por uma hora. Retirar do forno e escorra todo o azeite (pode usá-lo em outros preparos). Bata o alho com a maionese, acrescentando o creme de mostarda e o suco de limão.

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Samuel Gê

por Rosemarie Dusanek chef do Acervo da Carne

SEQUÊNCIA DE FONDUES FONDUE DE QUEIJO INGREDIENTES 200 g de queijo gouda 200 g de queijos emmental, gruyère e suíço 1 cálice de vinho branco seco de boa qualidade Pimenta-do-reino e noz-moscada a gosto MODO DE FAZER Rale os queijos. Leve ao fogo para derreter e tempere com o cálice do vinho branco seco, pimenta-do-reino e noz-moscada moídas na hora. Transfira para a panela de fondue (se quiser, esfregue um dente de alho na parte interna da panela antes, para dar um gostinho diferente). Sirva com pães de diversos tipos. FONDUE DE CARNE INGREDIENTES 400 g de carnes variadas em cubos (filé mignon, filé de frango, picanha suína e picanha de cordeiro)Sal, pimenta-do-reino e noz-moscada a gostoÓleo de canola MODO DE FAZER Pique as carnes em cubos. Ponha bastante óleo de canola previamente aquecido na panelinha própria para fondue. Pegue os pedaços de carne com o espeto e frite-os no óleo até o ponto desejado. Deixe na mesa sal, pimenta-do-reino e molhos diversos. Uma boa pedida são os molhos de gorgonzola, tártaro e o de ervas finas. FONDUE DE CHOCOLATE INGREDIENTES Chocolate ao leite Chocolate meio amargo Creme de leite fresco Frutas picadas (manga, kiwi, uva, morango e banana) MODO DE FAZER Derreta porções iguais de chocolate ao leite e meio amargo em banho-maria e acrescente creme de leite fresco (a mistura deve ficar espessa). Sirva com as frutas picadas (há quem acrescente à lista pedaços de bolo firmes ou biscoitos), que serão espetadas com o garfo próprio e mergulhadas no chocolate derretido. z

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www.caamg.com.br facebook.com/caaminas twitter.com/caamg 31 21256300

XIII

SOOU O APITO INICIAL PARA O JAM 2014

ADVOGADOS MINEIROS SE ENCONTRAM NA 13ª EDIÇÃO DO JAM QUE ACONTECE DE 13 A 17 DE AGOSTO, EM BELO HORIZONTE.

Desta vez o juiz não deu a sentença e sim soou o apito, convocando você e sua subseção a participar do JAM 2014, que acontece entre os dias 13 e 17 de agosto, no SESC Venda Nova, em Belo Horizonte. A 13ª edição dos Jogos dos Advogados Mineiros, organizada pela Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais (NOVA CAA) com o apoio da OAB/MG, será um dos maiores eventos já realizados, com estimativa de participação de aproximadamente 1.200 advogados de todo o estado.

montar as delegações para alcançar sucesso neste grande torneio. Queremos reunir o maior número de participantes possível no JAM. Estamos preparando espaços de divulgação dos serviços oferecidos pelo sistema OAB-CAA para que todos possam ter acesso às inúmeras vantagens a que exclusivamente os advogados mineiros têm direito. Haverá também espaços para que escritórios de advocacia divulguem seus serviços reforça o presidente da NOVA CAIXA, Sérgio Murilo Braga.

Neste ano, os jogos estão divididos em várias modalidades, desde o futebol de campo ao xadrez, com equipes femininas e masculinas. Todas as subseções da OAB Minas estão convidadas a participar do JAM. Por isso é fundamental, desde já,

Coloque seu time em campo Não importa o esporte, os Jogos do Advogados Mineiros são sempre muito saudáveis, divertidos e oferecem a oportunidade de interagir com colegas de todas as regiões

que vêm para as competições. E assim será no JAM 2014, um evento de cunho esportivo, cultural e profissional, que tem o objetivo de promover a integração entre os advogados de Minas Gerais, por meio do esporte, lazer e entretenimento. Se observarmos bem, é possível notar similaridades entre o esporte e a advocacia. Uma delas é saber lidar com as vitórias e derrotas, tanto nas atividades esportivas quanto no dia a dia forense. A destreza, habilidade, concentração, persistência e dedicação também são comuns aos atletas e aos bons profissionais do Direito. Preparem suas delegações para colocar seu time em campo! Para mais informações sobre as inscrições e a programação completa do JAM 2014 basta acompanhar o site da NOVA CAA - www.caamg.com.br.

GARANTA SUA CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA SEDE DA NOVA CAA Novidade! Agora, a NOVA CAA oferece atendimento exclusivo para a realização da Certificação Digital na sede da instituição. Faça sua certificação por meio do projeto Minas Digital e tenha descontos! Aproveite a promoção e adquira o Certificado Digital por apenas R$ 98,00, com token gratuito. Visite a sala do Minas Digital na CAA - Rua Albita, 260, bairro Cruzeiro, entre 8h e 18h - faça sua certificação e tire dúvidas sobre o Processo Judicial Eletrônico (PJe). A promoção é por prazo limitado e será estendida para todas as regiões do estado.

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Quando criamos o projeto Minas Digital, nosso objetivo era oferecer aos advogados e advogadas, inscritos nos quadros da OAB/MG, mais praticidade, facilidade e um valor mais acessível para adquirir o certificado , destaca o presidente da NOVA CAA, Sérgio Murilo Braga. Agende a data e horário da sua certificação no site - minasdigital. caamg.com.br - e fique apto para realizar seus processos eletrônicos. Não esqueça que o Certificado Digital é a sua identidade virtual e nunca deve ser compartilhado com outro colega!

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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br Weber Pádua/divulgação

DO QUIMONO PARA A GRAVATA Há oito anos, Breno Maia Mascarenhas despontava como uma das grandes revelações do esporte em Belo Horizonte. Depois de acumular uma série de medalhas em competições locais e nacionais, o rapaz, ex-aluno da Fundação Torino, faturou, em 2008, sua primeira medalha internacional, por finalização, no Torneio Mundial de Jiu-jítsu, em Long Beach, na Califórnia. Aos 18 anos, trouxe para a cidade o primeiro título na categoria meio-pesado. Àquela altura do campeonato, Breno já estava morando em Nova York onde, por cerca de oito meses, dedicou-se em tempo integral aos treinamentos. Mesmo com o destino promissor e a paixão pelo esporte, Breno viu-se em uma encruzilhada, ao receber do mestre Draculino convite tentador: seguir para o Texas, onde continuaria carreira como braço direito na hoje bem-sucedida escola do treinador naquele estado americano. “Foi também o momento em que meu pai disse: ou você vive do esporte ou vem trabalhar na empresa da família”, conta. Mesmo tendo de uma tomar decisão difícil, passou a encarar o jiu-jítsu como hobby e começou uma nova fase profissional. “Não me arrependi. Dediquei-me ao esporte desde os 8 anos, por influência dos meus irmãos – Alexandre e Thiago –, que hoje também seguem outras carreiras”, comenta Breno, que além da rotina no conselho administrativo da Estamparia S/A é aluno da pós-graduação de finanças no Ibmec.

APROVEITAMENTO 100%

Arquivo Pessoal

Torcedores apaixonados pela seleção brasileira, Bruno Carneiro, Gege Moura e Luis Fernando Porto tiveram 100% de aproveitamento no mundial. É que o trio de amigos não perdeu um só jogo do Brasil. “Acreditamos e torcemos muito”, disse Gege. A turma estava de olho nos jogos desde o início das vendas dos ingressos, mas, com sorte, acabaram sendo convidados para todas as partidas. Difícil mesmo foi organizar o vaivém, já que os empresários não estavam de férias e mantiveram seus compromissos profissionais. Para Fortaleza, por exemplo, embarcaram em Confins, às 7h50, com destino à capital cearense, e retornaram às 3h da madrugada do dia seguinte.

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Daniel Mansur/divulgação

FESTA EM FAMÍLIA A data não poderia passar em branco. Afinal, não é todo dia que se comemoram 90 anos, em plena atividade. Mas foi preciso um empurrãozinho dos netos e dos fi lhos de Jair Leonardo Lopes (com a nora Vânia, o filho Marcelo Leonardo e a mulher Gecíola) para que o aniversário fosse festejado. “Ele aceitou, mas pediu uma festa apenas para a família e grupo restrito de amigos”, conta Sérgio Leonardo, um dos dez netos do aniversariante. Pedido aceito, foi

preciso tempinho para conseguir reunir os convidados. Jair é o mais velho de 11 irmãos, tem cinco filhos e, além dos netos, quatro bisnetos. A emoção ficou para os depoimentos dados por representantes de cada um das gerações. “O que nos deixa mais feliz é ver o vovô na ativa, advogando e ainda cuidando da fazenda em Paraopeba. Ele só não dá mais aula por ter se aposentado compulsoriamente, aos 70 anos”, diz Sérgio Leonardo.

Weber Pádua/Divulgação

EDIÇÃO BIENAL Weber Pádua custou para lançar seu primeiro livro, 5 X 5, que reúne grandes momentos de sua carreira de 25 anos como um dos fotógrafos mais importantes de Belo Horizonte. São imagens fashions como a de Yasmin Brunet. “A ideia era lançá-lo há cinco anos, na comemoração dos meus 20 anos de carreira”, diz ele, justificando a demora pela vasto acervo, com milhares de imagens entre negativos e no formato digital. O próximo livro, previsto para o ano que vem, vai mostrar o olhar do fotógrafo sobre cenas cotidianas, captadas por ele em suas viagens mundo afora. Webinho garante que, dessa vez, a produção será mais rápida, com pelo menos 80% do material já selecionado.

ADEUS DAS ARÁBIAS Emir Cadar, destaque entre os criadores de cavalos da raça Campolina em Minas, pegou todo mundo de surpresa ao anunciar o fim do criatório das Arábias, que mantém em sua fazenda em Betim. “A morte do irmão Lycio, com quem comecei o criatório, me desestimulou a seguir adiante”, resume o empresário, que até o fi m do ano fará leilão dos 30 animais que estão na fazenda. “A tropa é o resultado de quase 50 anos de dedicação. São animais de genética excelente. Quero passar essa evolução com os animais

adiante”, observa o empresário, que por 12 anos e quatro mandatos consecutivos foi o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Campolina. “Até hoje me chamam de eterno presidente”, diz, satisfeito com o seu legado. Com o fi m do criatório, Emir, que foi nomeado consul da Síria em Belo Horizonte, passa a dedicar às atividades diplomáticas. A posse deverá ser realizada após a Copa do Mundo, com a presença do embaixador da Síria no Brasil, Gahassan Nseir. JULHO DE 2014

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SOCIEDADE

Mário Lúcio, Danilo Antônio, Nayane Virginia, Márcia Regina, Jussara de Cássia, Monique Faini, Alberto Mazoni e Alberto Pinto Coelho

As melhores de Minas Cláudia Bernardes e Paula Bernardes

As 30 Melhores Empresas para se Trabalhar em Minas Gerais foram premiadas durante cerimônia no Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal. A relação foi resultado da pesquisa realizada em parceria entre a revista Encontro, jornal Estado de Minas e instituto Great Place to Work (GPTW). A primeira colocada foi a ThyssenKrupp, multinacional alemã fabricante de molas helicoi dais, feixes de mola, barras estabilizadoras e grampos. A segun da colocada foi a Rexam Beverage Can (MG), maior fabricante e comercializadora de latas e tampas “easy-open” de alumínio na América Latina. A KOT Engenharia ficou em terceira colocação. A noite reuniu cerca de 550 convidados na primeira edição do Prêmio. Fotos: Duduas Profeta e Renata Caldeira.

Tânia Sales e George Perona

Eliane Simões e Fábia Mendes

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Marcio Lacerda, Alberto Pinto Coelho e Álvaro Teixeira da Costa

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No Águas do Treme a decoração de seu evento conta com um item gratuito: a beleza natural!

Euler Nejm, Henrique Freire, Daniel Castanho e Ruy Shiozawa

Lícia Boechat e Beth Andrade

Paulo Luiz Costa, Rodrigo Ferraz, Giuliano Laucas e Marcelo de Souza e Silva

Nestor de Oliveira e Marcelo de Souza

Patrícia Soutto Mayor, Régis Souto e Laura Rabe

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Wagner Veloso e Geraldo Teixeira da Costa Neto MONDODESIGN

Laura Lima e Benny Cohen

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SOCIEDADE

Parceria de sucesso Referência nacional em automação residencial e corporativa, a Live inicia as comemorações dos seus dez anos de fundação e oferece uma excelente oportunidade para seus clientes ficarem ainda mais próximos do universo da tecnologia e da sofisticação. A empresa fechou uma parceria com a Lider Interiores e está fornecendo todos os sistemas de áudio, vídeo e automação da Decora Lider. A Live recebeu convidados especiais durante o lançamento da mostra no Ponteio Lar Shopping. Fotos: Renata Caldeira.

Tiago Nogueira e Leonardo Fernandes

Lourenço Roldão, Raphael Tolentino e Felipe Félix

Manuela Lolato, Ernesto Lolato e Bernadete Corrêa

Ivan Drumond, Deborah Xavier, Eduardo de Oliveira e Bárbara Kovalski

Ana Lúcia Rodarte e Lourenço Roldão

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Pedro Lázaro e Cristina Bava

Leonardo Torres, Regina Gomes e Evaldo Rios

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SOCIEDADE

Casamento Manuela Bitarães e Leonardo Lataliza realizaram a cerimônia e recepção de seu casamento no Automóvel Clube. A noiva é filha dos empresários Ester Bitarães e Toninho Bitarães; o noivo, de Mauro Lataliza e de Mirlene Lataliza. Os pais cuidaram de cada detalhe para que a data fosse incrível não só para eles, mas para todos os que brindaram a união. As músicas selecionadas para a cerimônia emocionaram os convidados, mesclando o instrumental com letras românticas. A Banda Skorpius animou a pista. Fotos: Rosinha Andrade/ Divulgação e Alexandre Carvalho.

Leonardo Lataliza e Manuela Bitarães Antônio Bitarães e Ester Bitarães

Mirlene Lataliza e Mauro Lataliza

Daniela Edwardes e André Edwardes Marcelle Bitarães e Amanda Lataliza

João Paulo Bitarães, João Scarioli e Bernardo Bitarães

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Carla Bitarães e Aluízio Bitarães

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CAMPANHA POLÍTICA

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SOCIEDADE

Alessandra Mendes, Izabela Pimenta, Mariana Gouvêa, Aninha Reis, Fê Ross, Mafe Freitas, Bárbara Quintela e Marjorie Matos

Gabriela Prando e Guilherme Salles

Ao som de Noise O primeiro aniversário da Academia Runner em Belo Horizonte foi em grande estilo, com a presença do DJ Anderson Noise na festa realizada no NYX Bar. Além de animar a pista, Noise fez a primeira apresentação do CD com a trilha composta exclusivamente para as duas unidades da academia, no Ponteio Lar Shopping e na Savassi. O disco foi presenteado aos alunos, parceiros e colaboradores da Runner. Fotos: Alexandre Carvalho.

Marcelo Rangel e Felipe Miranda

Rogério Santiago e Beto Mendes

Victor Fagundes, Sérgio Benini, Hélio Costa e Wladimir Fernandes

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Ronaldo Brasileiro, Glayce De Paula, Guto Brasil e Germana Rocha

Cláudia Santiago e Flávio Matos

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Informe Publicitário Danniel Maestri/divulgação

O cantor mineiro Danniel Maestri: gravação do primeiro trabalho solo e autoral será no segundo semestre de 2014

ESTÁ COM TUDO Depois de dividir o palco com grandes nomes da música em temporada na Bahia, cantor Danniel Maestri está de volta a BH para seguir carreira solo. Participação no Fifa Fan Fest foi sucesso

O

mineiro Danniel Maestri está de volta com tudo a BH. Depois de uma temporada em Salvador, onde comandou a banda Sanxé e dividiu o palco com grandes nomes da música como Chiclete com Banana, Asa de Águia, Exaltasamba, Thiaguinho, Aviões do Forró, Cláudia Leitte entre outros, o cantor voltou a sua terra natal para seguir carreira solo e está animado para esta nova fase. Danniel foi atração da edição de BH

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da Fifa Fan Fest, evento oficial da entidade, que está sendo realizado nas 12 cidades sedes do Mundial. Com lotação máxima do Expominas, o cantor colocou 21 mil pessoas para dançar ao som de seu repertório bem eclético e animado. Em um link ao vivo, Maestri foi visto pelo Brasil inteiro e terminou sua apresentação no meio da galera, uma maneira que encontrou de agradecer o carinho do público. “É uma responsabilidade muito grande fazer um show em um grande evento como este. Estou levando um pouco da cultura do nosso país a todos os presentes, sejam brasileiros ou turistas” afirmou o cantor. Anfitrião e idealizador do Axé das Antigas, um projeto que tem por objetivo reunir os amantes do Axé Music e relembrar os grandes sucessos do gênero que fizeram história nas últimas décadas, Danniel deu o pontapé inicial do projeto em 2013 no Na Mata Café, onde aconteceu as duas primeiras edições. A primeira com Tatau, vocalista do Araketu, e em seguida Carla Visi, ex-Cheiro de Amor. Com a grande repercussão e a necessidade de um local maior para a realização do projeto, o evento foi transferido para uma das ca-

sas noturnas mais badaladas da capital, o Clube Chalezinho. A terceira edição foi sucesso absoluto com o grupo É o Tchan e a galera lotou o Clube Chalezinho para curtir o show da banda, em um dia histórico para o evento. O cantor Ninha, ex-Timbalada, sacudiu a edição mais recente do Axé das Antigas que aconteceu em Maio. A próxima já tem data marcada e vai receber o Grupo Terra Samba. Em meio a tantos projetos, Maestri esta preparando para o segundo semestre de 2014 a gravação do seu primeiro trabalho solo e autoral. O cantor já possui os projetos das leis Federal e Estadual de incentivo à cultura aprovados, e busca parcerias para realizá-los. Para ficar por dentro das novidades e agenda do cantor acompanhe seu site oficial e suas redes sociais. Fanpage: facebook.com/dmaestrioficial e no instagram @dannielmaestri. www.dannielmaestri.com.br E-mail: contato@dannielmaestri.com.br Contatos: 31-25268343

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SOCIEDADE

Manoel Bernardes, Cristiane Bernardes, Andréa Bernardes, Luciane Bernardes e Paulo Bernardes

Rachel Wardi e Anna Flávia Nunes

Expansão no Brasil O Grupo Manoel Bernardes promoveu, no BH Shopping, coquetel de lançamento da joalheria dinamarquesa Pandora .“A Pandora busca inspirar o senso de individualidade em todas as mulheres, ajudando-as a compartilhar sua própria história”, comenta Cristiane Bernardes, diretora da loja de Belo Horizonte. A joalheria possui 11 lojas próprias e seis franquias. Até o final do ano serao mais 35 pontos de venda no Brasil. Fotos: Renata Caldeira

Cris Carneiro, Juliana Noronha e Ludmilla Rangel

Simone Jardim e Déa Malard

Karla Torres e Eduardo Torres

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Vera Bernardes e Lisia Loureiro

Emilia Motta, Marcela Motta, Isadora Motta e Joel Motta

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SOCIEDADE

Em clima de Copa

Cristiano Lara, Helvecio Flores, Emmanuelle Lara, Philipe Lara, Nicolau Abreu, Heberson Senra e João Carlos Lara

Paula Franco e Marcos Andrade

Marcela Mesquita, Rodrigo Leal e Cleonice Lara

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Publicitários de Belo Horizonte tiveram um motivo a mais para comemorar a estreia do Brasil na Copa do Mundo. A convite da Gráfica Rede e i3 Gráfica Digital, os profissionais assistiram à partida contra a Croácia em um telão montado no estacionamento da empresa. O encontro teve menu caprichado com as delícias da comida de boteco. “Rede e Copa têm tudo a ver” diz os diretores da empresa, lembrando que o jogo foi escolhido pelos publicitários após uma pesquisa. Fotos: Alexandre Carvalho.

Mariana Couto, Wlamir Henrique, Eder Milani, Heberson Senra e Daniela Sousa

Matheus Grossi, Carol Fernandes e Fernanda Araújo

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Tadeu Campos, Luciana Machado, Antônio Terra, Fernanda Gomes e Matheus Viana

Vanessa Leão e Philipe Lara

André Figueiredo, Rosângela Aguiar, Cristiano Lara, Michele Maia, Emmanuelle Lara e Alexandre Aguiar

Sônia Isnenghi, Donald Isnenghi, João Lara e Elizabeth Boroni

Dalva Domingos, Mônica Zica e Ana Maria Teixeira

Guilherme Fusa, Cássio Rivadavia, Bruno Coura e Vlad Dantas

Fabrício Malaquias, Júlia Fernandes, Flávia Valle, Ana Carolina Barbosa e Adriano Cotochés

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SOCIEDADE

Miguel Braga e Eiricka Braga

Luigi Albuquerque, Marcelo Albuquerque, Ana Márcia Albuquerque, Marcella Albuquerque e Enzo Albuquerque

Debutante

Maria Clara Lopes, Liz Maria Veloso e Heloísa Tavares

Cassiane Valadão e André Valadão

Elói Oliveira e Adriana Oliveira

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Marcella Albuquerque ficou superemocionada com os presentes que recebeu do pai, Marcelo Albuquerque, e da mãe, Ana Márcia Carneiro Albuquerque, durante sua valsa de 15 anos: um anel e uma gargantilha de brilhantes. A garotada se jogou na pista do Ilustríssimo ao som do DJ Carlos Dee e se divertiu com as performan ces do Robotron, um robô gigante, sensação nas festas de 15 anos na cidade. Fotos: Dudua’s Profeta.

Beatriz Tonon, Wallace Tonon e Amanda Tonon

Isabella Vargas, Ian Alone e Luciana Alone

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SOCIEDADE

Bodas

Patrícia Bolivar de Sales Victor, Telmo de Oliveira Zenha, Igor Bolivar Zenha, Bruna Braga, Marcelo Bizzotto Pessoa de Mendonça e Vera Maria Braga de Mendonça

Marcela Braga e Ricardo Quelotti

Emoção foi o que não faltou no casamento de Igor Bolivar Zenha e Bruna Braga Pessoa de Mendonça. O noivo e convidados ficaram encantados quando Bruna cantou Ave Maria durante a cerimônia religiosa na capela do Retiro das Pedras. Ela também fez bonita homenagem aos pais, que comemoraram aniversário de casamento no mesmo dia. A re cepção foi no Niagara. A noiva é filha de Marcelo Bizzotto Pessoa de Mendonça e Vera Maria Braga de Mendonça. O noivo de Telmo de Oliveira Zenha e Patrícia Bolivar de Sales Victor. Fotos: Dudua’s Profeta.

Cylani Bretas e Danniel Maestri

Albano Rienda, Aline Mancini, Priscila Bicalho e Ricardo Guimarães

Fernanda Melo e Natália Almeida

Nicele Oliveira, Vivi Parizzi e Carol Barros

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Adriano Broilo, Igor Bolivar Zenha e Wallace Soares

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Tamara Alves e Graziela Vilar

Frederico Maia e Mรกrcio Caixeta

Nivaldo Teixeira e Mirian Teixeira

Leticia Souza e Glรณria da Costa

Nathalia Santana e Silvia Grynberg

Fernanda Pessoa e Bruna Braga

Fernanda Melo Carneiro e Cristiano Carneiro

Joรฃo Paulo Ribeiro e Esther Lamare

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SOCIEDADE

Marcelo Tostes e Paulo Storani

15 anos de sucesso Paulo Storani, ex-capitão do Bope que inspirou o personagem Capitão Nascimento, do filme Tropa de Elite, foi convidado especial da confraternização comemorativa aos 15 anos de fundação do escritório Marcelo Tostes Advogados. No encontro, no Museu Inimá de Paula, Storani fez palestra destacando a importância da superação de desafios no ambiente competitivo de trabalho. Fotos: Renata Caldeira.

Cláudio Capanema e Emanuelly Castro

Raphael Horta e Fabrício Martins

Fernanda Ferron e Marcela Tostes

Edmundo Soares, Oly Lopes e Erasmo Cabral

Guilherme Machado, Karen Viero e Vinícius Porto

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SOCIEDADE

Aniversário Dani Guimarães comemorou seus 25 anos com festa no Chalezinho. A noite foi animada pela banda sertaneja Rick & Ricardo, de quem a aniversariante é fã. A garota subiu ao palco e acompanhou os irmãos cantando alguns dos sucessos mais famosos. No final da apresentação, Dani puxou o parabéns para o irmão, Flávinho Guimarães, que comemorou aniversário dias antes. Fotos: Eugênio Gurgel.

Ricardo Guimarães, Daniela Guimarães, Cláudia Guimarães e Flávio Guimarães

Gabriel Abreu e Marina Queiroz

Daniel Araújo e Letícia Castilho

Rodrigo Montezuma e Luciana Vidigal

Isabela Rahme e François Rahme

Felipe Martins e Daniela Tavares

Arthur Caran e Graziele Lima

158 |Encontro

julho de 2014

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Luciana Bessa, Marcela Tavares e Mariana Ferreira

Fernando Ricco e Luciana Pitchon

Rafael Baruqui e Luiza Hermeto

Maria Luisa Atheniense e Maurício Dayrell

João Vitor, Mayara Oliveira e Debora Lopes

Daniela Guimarães com Rick e Ricardo

Daniel Viotti, Marina, Nanda e Rodrigo Mascarenhas

Angela Guimarães, Flávio Guimarães e Ricardo Guimarães

JULHO DE 2014

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Encontro | 159

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SOCIEDADE

Entre amigos Carlos Doné reuniu cerca de 250 convidados para comemorar seu aniversário de 57 anos com uma feijoada. O encontro, no salão de festas do Condomínio Green Garden, em Nova Lima, foi super prestigiado e reuniu, entre outros, o ex-governador Antônio Anastasia, o ex-ministro Fernando Pimentel, e os presidentes do Atlético, Elias Kalil, e do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares. O Clube do vinil fez a trilha sonora da festa que começou às 13h e terminou quase à meia-noite. Fotos: Renata Caldeira.

Paula Armani, Carlos Doné, Sandra Armani, Renata Armani e Cadu Doné

Jane Ávila, Regis Souto e Thiago Reis

Antonio Anastasia, Carlos Doné, Marcio Lacerda e Fábio Ramalho

Eduardo Costa e Nidia Costa

160 |Encontro

Mario Nevesm e Vânia Neves

Cristina Paiva e José Inácio Paiva

Renata Armani, Gabriel Mendes, Sandra Armani e Paula Armani

Gabriel Rabelo e Gilvan de Pinho Tavares

JULHO DE 2014

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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br

O doce sabor da rotina Viajar toda semana, dormir cada dia em um hotel, jantar em restaurantes, conhecer pessoas de todo tipo, passar em casa só para refazer a mala e dali a algumas horas desembarcar em Porto Alegre, Manaus ou interior de Minas: parece ótimo, não parece? “Uma vida sem rotina”, é o que me dizem invariavelmente as pessoas que conhecem minha trajetória e meu cotidiano de trabalho – e quando falam dessa “vida sem rotina” quase todas se referem a ela como sendo algo extremamente interessante e atraente –, um cotidiano à prova de tédio, e, por isso mesmo, invejável. Afinal, quem quer para si a previsibilidade de dias engessados? Quem fantasia com a repetição implacável de gestos e rituais que acompanham dias assim? A ameaça da monotonia que anda de mãos dadas com a rotina assusta – e é por isso que cotidianos pouco rotineiros como o meu parecem tão estimulantes. Mas nada é tão simples quanto parece – e a verdade é que hoje a coisa que eu mais quero é ter um estilo de vida com muito espaço para a rotina. Um cotidiano que se aproxime perigosamente do tédio. Quero acordar em casa – porque não há nada como nosso quarto, nos sa cama, nossa mesinha de cabeceira com nossos livros. Quero tomar o café que eu mesma preparei, ir para o trabalho e conversar com os colegas (ah, como é bom ter colegas de trabalho...), fazer supermercado para uma semana, encontrar as amigas quando a saudade bater, não precisar cancelar o dentista nem a terapia, fazer uma aula de dança, passar na mesma banca de revistas, assar um bolo que vai dar tempo de comer e ficar pelo menos um mês sem enfrentar o caminho para Confins. Não quero emoções fortes nem grandes desafios – quero o aconchego da re petição e a segurança dos velhos caminhos. O que me encanta hoje são endereços conhecidos, rostos familiares, sabores que já provei, situações que já vivi. Sinto uma inveja imensa (e boa, juro) das minhas amigas que conquistaram esse estilo de vida com menos sobressaltos e mais raízes. Tiveram filhos, quase não mudaram de cidade, têm casas com histórias, fazem ginástica, visitam parentes, preparam jantares, dormem em colchões que já conhecem suas formas, comentam as notícias com os colegas de trabalho e não faltam às sessões do dentista. Desde a adolescência eu me sentia atraída por uma vida menos rotineira. Escolhi o jornalismo, incompatível com a rotina. Depois as palestras, que me obrigam a viajar. Já morei em várias cidades e em alguns países. Ou seja, minha inquietação vem de longe. Mas hoje sinto falta do cotidiano calmo que não criei e questiono essa vontade antiga de conviver com a impermanência, a transitoriedade, a vida sempre na superfície. Sei que tem a ver com a idade: com o tempo, nossa tendência é simplificar, estreitar os limites da própria geografia. Mas acho que é mais que isso. Talvez seja, acima de tudo, a manifestação do eterno dilema que nós, seres humanos, enfrentamos, entre a atração por uma vida livre de amarras e a segurança que nos proporciona uma vida mais ordenada e previsível. Queremos, ao mesmo tempo, o frisson do novo e o conforto da repetição – porque os mesmos hábitos que nos aproximam da monotonia nos dão suporte

“Hoje, a coisa que eu mais quero é ter um estilo de vida com muito espaço para a rotina. Um cotidiano que se aproxime perigosamente do tédio” emocional, amortecem os medos existenciais, costuram nossas narrativas. “Não sei se caso ou se compro uma bicicleta”, diz a velha frase. É por aí. Casar-se é seguir regras, cumprir contratos – e o casamento, no caso, pode ser com uma pessoa, um lugar, um emprego, um estilo de vida. Já a bicicleta é sinônimo de liberdade e aventura, a vida sem amarras, apoiada em alianças provisórias e regras flexíveis. O problema – o grande proble ma – é que nós queremos as duas coisas. Somos atraídos pelas paisagens familiares e pelo abismo escuro do desconhecido. O novo nos apetece, mas precisamos do doce e velho sabor da rotina. Há pessoas que fazem a opção cedo. Sabem o que querem com mais intensidade e priorizam. Outras passam boa parte da vida divididas entre os dois desejos – e, ainda que aparentemente optem por um deles, o outro está sempre ali, adormecido. Aí vem o tempo, mestre na arte de nos confundir, e aquilo que ontem parecia nos atender perfeitamente passa a incomodar. Quem optou pela segurança agora quer o risco. E quem, como eu, passou uma vida refazendo roteiros e se arriscando diante do desconhecido agora deseja o suporte (fundamental) das raízes. Complicado, eu sei... Mas faz parte. Afinal, quem foi que disse que viver é simples? z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante

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TUDO POR BH. TUDO POR VOCÊ.

Belo Horizonte é a cidade-sede com o maior índice de entrega das obras de mobilidade: 96%. Isso significa que os grandes projetos que estavam sendo implantados já estão trazendo benefícios para todos os habitantes. A Prefeitura agradece a paciência da população. Já estamos vendo nas ruas todas as melhorias permanentes que as obras estão trazendo para a nossa cidade.

COPBH | CENTRO DE OPERAÇÕES DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE

A OBR %

10T0REGUE EN

Centro de monitoramento com alta tecnologia, integrando diversos serviços da Prefeitura e de órgãos estaduais e federais, como BHTrans, Defesa Civil, Guarda Municipal, SLU, SAMU, Fiscalização, Polícia Federal e Polícia Militar.

BRT MOVE CORREDOR CRISTIANO MACHADO

A OBR %

100REGUE ENT

Com nove estações de transferência, o corredor de 7,1 km de extensão tem capacidade para atender 300 mil passageiros por dia e funciona, também, como alternativa de acesso ao Mineirão.

BRT MOVE CORREDOR ANTÔNIO CARLOS

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100REGUE ENT

São 14,7 km de extensão, que se estendem pelas avenidas Antônio Carlos, Pedro I e Vilarinho. O corredor possui 25 estações de transferência e tem capacidade para transportar 400 mil passageiros por dia.

Não para de trabalhar por você.

BRT MOVE ÁREA CENTRAL

A OBR %

10T0REGUE EN

São seis estações de transferência, localizadas nas avenidas Paraná e Santos Dumont, vias que foram transformadas em áreas exclusivas do sistema, com 1,3 km de extensão. O trecho foi totalmente requalificado, com ciclovias e paisagismo.

BRT MOVE CORREDOR PEDRO I

E FASAL

FINONCLUSÃO DE C

A avenida recebeu pistas exclusivas para o BRT MOVE, seis estações de transferência, além de outras obras de adequação viária, incluindo a construção de trincheira, novos viadutos, sistema de drenagem pluvial e alargamento.

Mais detalhes no site www.pbh.gov.br. Obras em parceria com os governos estadual e federal.

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