Agosto de 2014 | Ano XIII | Nº 159
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TREKKING GUIA PARA DESBRAVAR CACHOEIRAS, RIOS E MONTANHAS DE MINAS
Eliane Pinheiro e Ângela Roldão (em pé); Tânia Sales e David Guerra (sentados): alguns dos principais designers de interiores de Minas, reconhecidos nacionalmente
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Eles têm clientes em todo o Brasil e até no exterior. Por isso, são os queridinhos das lojas de móveis da cidade. Quem são os 16 mais requisitados decoradores mineiros
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Desenhos de caráter artístico e ilustrativo. O mobiliário e os equipamentos não fazem parte do memorial descritivo. O empreendimento somente será comercializado após o registro do Memorial de Incorporação no Cartório de Imóveis, nos termos da Lei n° 4.591/64. Creci Brasil Brokers: PJ 3318 / PJ 2800. Creci Lopes: PJ 3480. Creci Patrimar: 8098. *As garagens funcionarão no sistema rotativo com manobrista e o proprietário terá o direito de uso. **A arrumação básica consiste na higienização de pia e vaso sanitário, arrumação de todas as camas e retirada do lixo das unidades. Ocorre todos os dias, exceto aos sábados, domingos e feriados.
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ENTREVISTA Para pesquisadora, casamento está perto do fim TREKKING Selecionamos 10 trilhas para você se aventurar DIVERSÃO Melhores lugares e épocas para quem quer pescar TURISMO Serro quer atrair turistas sem perder tranquilidade SAÚDE Especialistas dão dicas para cuidar dos pés ALIMENTAÇÃO Saiba identificar quando a comida é mesmo integral COMPORTAMENTO Histórias de convivência entre padrastos e enteados VITRINE Opções de presentes para o Dia dos Pais
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EDUCAÇÃO Alternativas para disciplinar as crianças, sem palmadas
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JOVENS Turbo Década: período de grandes decisões PROFISSÃO Antes de escolher carreira, é melhor pesquisar muito PET Restaurantes onde você pode levar seu cachorro NEGÓCIOS Casa Donato e Buddemeyer fecham parceria TECNOLOGIA Pulseiras, bonés e relógios que acessam a internet VEÍCULOS Novo Troller chega mais forte para encarar a estrada ARTES PLÁSTICAS Escultor utiliza processo sustentável para criar
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NO PODER No comando da segurança DEU O QUE FALAR "O pior é que o Brasil inteiro vai copiar o lixo desse vestido" RETRATOS DA CIDADE Que mico, hein? GENTE FINA Ela vende saúde VIDA DIGITAL Motoboy na era digital COLUNA DE DIREÇÃO Motorista dispensável ENCONTRO INDICA Cine Humberto Mauro exibe filmes do diretor Stanley Kubrick NA MESA Espaço dos pequenos NA SOCIEDADE No Caribe
Samuel Gê
ARTIGOS 16 116 194
ARISTÓTELES DRUMMOND 200 anos de independência do Brasil JOSÉ JOÃO RIBEIRO Um hotel de grandes novidades LEILA FERREIRA O fio precioso da memória
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CULTURA Em reformas, Palácio das Artes atrai grandes shows CAPA Conheça os mais criativos decoradores mineiros MODA Look moderno e carregado de histórias
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ESTÉTICA Alternar treinos traz mais resultados na academia BELEZA Corretivos ajudam a esconder olheiras e imperfeições DECORAÇÃO Luminárias deixam a casa ainda mais charmosa
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RESTAURANTE Tailandês Bangkok amplia cardápio e fica mais informal FESTIVAL DE TIRADENTES Mudanças no evento valorizam culinária local GASTRÔ Pratos com textura crocante estimulam os sentidos Foto capa: Cláudio Cunha
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CARTA DO EDITOR revistaencontro.com.br
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Casamento em xeque? Poucos temas suscitam tantas questões polêmicas quanto os que tratam de relações afetivas e família. Compreensível, já que quaisquer transformações socioculturais estão diretamente relacionadas a tabus e preconceitos e, claro, não apenas dividem opiniões, quanto impactam direta ou indiretamente as relações no próprio núcleo familiar ou nos demais ambientes de convivência social. A seção de entrevista desta edição levanta uma dessas questões que têm tudo para gerar calorosas discussões: a monogamia está com os dias contados? A mestre em antropologia e doutoranda pela Instituto Universitário de Lisboa, pesquisadora mineira Maria Silvério, afirma que sim. Ela tem apenas 29 anos, nunca se casou – e nem pretende –, mas respalda sua afirmação em pesquisa sobre relacionamentos conjugais que realizou, durante dois anos e meio, com casais portugueses. Certa ou não – só o tempo dirá a assertividade da pesquisa –, Maria Silvério é coerente ao avaliar como os valores da sociedade mudaram rapidamente ao longo do tempo: primeiro a ideia de casamento indissolúvel, que caiu com o divórcio; depois as relações homoafetivas, que hoje são mostradas sem cerimônia – ou espanto – até mesmo em novelas de grande audiência. Agora, o casamento – pelo menos o monogâmico – é a bola da vez. Será? Com tantos novos arranjos familiares encontrados a cada esquina, é difícil dizer o que esperar das gerações futuras. A matéria de capa mostra quem são os profissionais mineiros que estão no topo de um mercado que não para de crescer, o de design de interiores, e já movimenta, por ano, cifras da ordem de R$ 60 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Designers de Interiores. O bom desempenho refl ete não apenas o boom do mercado imobiliário nos últimos anos, mas também uma mudança de comportamento. Há uma clara opção pelo morar bem. E Minas é celeiro de profissionais Cláudio Cunha de grande talento, reconhecidos nacionalmente. Por falar em talento, a jornalista Aline Gonçalves é a mais recente aquisição de Encontro. Experiente em coberturas de gastronomia e com bom trânsito entre chefs, sommeliers e profissionais do ramo, ela ficará responsável pela coluna Na Mesa e pelas matérias do segmento. É A jornalista Aline Gonçalves, que passou sangue novo que só vem a integrar equipe de Encontro: ela vai assinar a coluna Na Mesa e matérias de gastronomia agregar à equipe. ❚
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FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000
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VIADUTOS OU ARMADILHAS? II Não me atrevo a tentar descrever o pânico que me envolve quando o trânsito para sobre o elevado Castelo Branco. Deus continue nos protegendo! Carlos Luis Matos Belo Horizonte/MG
VIADUTOS OU ARMADILHAS? III Gostei muito da matéria sobre os viadutos de BH. Mas não gostei de saber que as nossas principais estruturas sofrem com a falta de manutenção. É um absurdo. Completo descaso das nossas autoridades públicas. Será preciso algum deles cair para tomar providências? Marcelo Monteiro Belo Horizonte/MG
MARGARINA X MANTEIGA I Não sei em quem acreditar. Alimentos antes vilões hoje são liberados, como ovos, abacate e outros. Prefi ro mesmo uma ricota. José Moreira Belo Horizonte/MG
ENCONTRO 158 A ESTILISTA DA LIBERDADE I
MARGARINA X MANTEIGA II
O mundo seria bem melhor se existissem mais pessoas como Raquell Guimarães, com sensibilidade e determinação, que, em vez de cruzar os braços e se queixar, busca solução e ajuda a toda a sociedade.
O melhor é comer o que você gosta, viver e também morrer feliz, do que ficar restrito a isso ou aquilo.
Juca Antunes Lagoa Santa/MG
A ESTILISTA DA LIBERDADE II Parabéns pela matéria sobre a Raquell Guimarães. Não conhecia seu trabalho, mas vi que, além de estiloso, é feito com responsabilidade. Tantas marcas hoje se valem de mão de obra análoga à escrava. Bom saber que há exemplos positivos nesse meio. Júlia Braga Belo Horizonte/MG
VIADUTOS OU ARMADILHAS? I Acho importante não só verificar os viadutos, que já deram sinal de fragilidade, como também as calçadas, tipo tijolinho ou litofina. Trata-se de um material frágil, com vida de curta duração, haja vista que há pouco mais de um ano o material fica deteriorado, corroído e esmigalhado pelo uso, principalmente quando posto em vias de trafego de veículos.
Rigoberto Reis de Castro Belo Horizonte/MG
MARGARINA X MANTEIGA III O melhor mesmo é pão com ricota com pouco sal e sem gordura... sempre leite desnatado. Luiz Lúcio Barbacena/MG
MARGARINA X MANTEIGA IV A cada dia que passa, surgem novos vilões e novas panaceias. Hoje, o que é considerado bom amanhã será ruim. Diante disso, vamos comer de tudo. Porém, com moderação. Esta é a fórmula mágica. Silvio Gomes Manhuaçu/MG
COLUNA GENTE FINA A coluna está mais interessante e tem mostrado como os mineiros estão, cada vez mais, fazendo diferença mundo afora.
Olivio Antonio Dos Santos Belo Horizonte/MG
Virgínia Nogueira Belo Horizonte/MG
Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por razões de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770
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ENCONTRO DIGITAL | ROLOU NA REDE Euler Junior EM DA
PODER TOTAL PARA A GUARDA MUNICIPAL Faltando apenas a sanção da presidente Dilma, projeto de lei oficializa a função de guarda municipal em todo o Brasil. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/QLXsmE Cristina Horta EM DA Press
MINEIRA A CAMINHO DE SER SANTA
Você conhece a irmã Benigna? Ela tem vários devotos, já é uma serva de Deus e poderá ser canonizada. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/94t7RL
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O próximo desafio: Gastrô. Tire foto de um prato saboroso ou de um drinque especial, publique no Instagram e compartilhe com a hashtag #encontrogastro. Se sua foto for escolhida, ela será impressa na próxima edição da revista Encontro. Participe!
APRIMORANDO O INGLÊS NAS RUAS No Facebook, dois estrangeiros criaram grupo para quem quer aprender ou usar o inglês conversando com outras pessoas em encontros em BH. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/QvhpOf
A foto vencedora do tema “BH na Copa” foi de Jaqueline Borges @jacqueborges
AS MATÉRIAS COM MAIOR REPERCUSSÃO NAS REDES SOCIAIS
ENTOS COMPARTILHAM
Mineira pode ser a próxima santa brasileira
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Falar inglês nas ruas de BH é possível, mesmo fora da Copa
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Guarda municipal passa a ter poder de polícia
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Pesquisa da Fipe mostra que Mundial deve injetar quase R$ 30 bilhões na economia
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Um mineiro na Segunda Guerra Mundial
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Conheça as bicicletas lowrider, para quem quer ter estilo sobre duas rodas
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SIGA A ENCONTRO
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ARTIGO | ARISTÓTELES DRUMMOND adrummond@editoraencontro.com.br
200 anos de independência do Brasil Em dezembro de 2015, o Brasil completa 200 anos de sua independência e surpreendentemente nada se projeta para comemorar o grande evento. Afinal, 7 de setembro de 1822 representa apenas a separação de Portugal, do qual já éramos Reino Unido desde 1815, tendo, inclusive, o mesmo rei e sendo a capital do Reino o Rio de Janeiro. Os governos de Portugal e do Brasil deveriam criar uma comissão mista para tratar do assunto com a importância que merece, inclusive nas relações entre as duas nações, separadas e independentes, mas com profundos laços culturais, históricos e dividindo a mesma língua. Ao ser promovido a Reino Unido por D. João VI, na qualidade ainda de príncipe regente, o Brasil deixou de ser colônia e passou a ser parte de ambicioso projeto do soberano de manter a presença do reino nos cinco continentes, tendo como capital o Rio de Janeiro. E assim agiu até que, obrigado a voltar a Lisboa, sofreu irresistíveis pressões políticas e teve de alterar seus planos – e recomendou ao fi lho que assumisse a Coroa do Brasil, “antes que algum aventureiro o faça”. Não pode restar dúvida de que nossa independência se deu pelo ato do regente, reconhecido internacionalmente. Os diplomatas presentes no Rio de Janeiro eram acreditados junto ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Passamos inclusive a ter representação junto às cortes, que ainda funcionavam em Lisboa, datando daí a presença do primeiro Andrada, Antonio Carlos, no Parlamento Nacional. Os próprios títulos de nobreza emitidos no período de 1815 a 1822 passaram a ter validade em ambos os territórios. Hoje, a integração dos dois povos e das duas economias é fato que já não depende de atos ofi ciais. Pelo contrário, o que se pede apenas é que não sejam atrapalhadas. E um grande futuro se abre, com o mercado brasileiro cada vez mais receptivo para os produtos de origem portuguesa e empresas e investimentos brasileiros muito presentes, inclusive como um trabalho preparatório para maior presença na União Europeia. E essa ligação precisa se aproximar daquela que liga o Reino Unido e os EUA através da história. Um movimento de gratuita contestação à realidade de união tão fraterna procurou apresentar o 7 de setembro como um ato de hostilidade aos portugueses, quando foi apenas uma reação política às cortes. E a prova é que o imperador era o próprio herdeiro do trono português, que ocupou sob o título de D. Pedro IV, e seu fi lho Pedro II nos governou por 49 anos, até 1889. Getúlio Vargas, com sua grande sensibilidade, em 1940, fez o Brasil presente na Exposição Internacional do Duplo Centenário de Portugal. O evento teve grande significado na época, reafirmando os
“Portugal e Brasil são dois irmãos, sócios no mesmo empreendimento, que resolvem se separar para cada um seguir o seu caminho, sem prejuízo dessa fraternidade” laços de verdadeira irmandade a unir os dois povos e as duas nações. Para chefiar a missão brasileira no evento, Vargas designou o historiador mineiro Augusto de Lima Jr. Em 1972, quando dos 150 anos do 7 de setembro, as comemorações foram prestigiadas pelos dois governos, tendo vindo ao Brasil o presidente da República Almirante Américo Thomaz. Trouxe, em navio da armada portuguesa, os restos mortais de Pedro I, hoje no monumento do Ipiranga, em São Paulo. E vale lembrar que a rainha D. Maria da Gloria (Maria II) era brasileira de nascimento, irmã de D. Pedro II. Portugal e Brasil são como dois irmãos, sócios no mesmo empreendimento, que resolvem se separar para cada um seguir o seu caminho, sem prejuízo dessa fraternidade e comunhão de interesses culturais e históricos. Será um erro não dar ao grande passo de D. João VI a importância que ele merece! ❚
*Aristóteles Drummond é jornalista e escreve bimestralmente na Encontro
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NO PODER | BERTHA MAAKAROUN bmaakaroun@editoraencontro.com.br
NO COMANDO DA SEGURANÇA “Haverá continuidade na condução do sistema de segurança pública”, sustenta Marco Antônio Rebelo Romanelli, procurador de Estado, de 59 anos, novo secretário de Estado de Defesa Social. Ele substitui o procurador de Justiça Rômulo Ferraz. Romanelli é procurador do Estado de carreira desde 1986 e professor de direito civil da PUC Minas. A saída de Rômulo Ferraz da Secretaria de Defesa Social, depois da Copa do Mundo, já estava acertada com o governo desde abril. Rômulo Ferraz assumiu a pasta em março de 2012, a convite do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) e em meio ao crescimento das estatísticas de crimes violentos, que não vinham sendo divulgadas, e à escalada de conflitos entre policiais civis e militares.
Samuel Gê
TRÊS PERGUNTAS PARA | MARCO ANTÔNIO REBELO ROMANELLI 1 | Embora as estatísticas de homicídios, sequestros e estupros tenham caído em Minas, neste primeiro semestre, há crescimento de crimes violentos contra o patrimônio, sobretudo roubos. O que será feito?
Pretendemos manter nas ruas os mesmos efetivos da Copa do Mundo, pelo menos na região metropolitana, onde as estatísticas de crimes violentos contra o patrimônio são maiores. Não é fácil, pois foi um período em que nenhum servidor entrou em férias. O crescimento desse tipo de crime é um fenômeno que se verifica em todo o país, atingindo pobres e ricos. Em Minas, por causa dessa maior presença de policiais nas ruas, esses índices caíram em junho, em relação a maio. Temos de avançar mais. 2 | Como manter esse efetivo nas ruas diante da evasão de policiais que se aposentam e das dificuldades de contratação?
Foram realizados, durante a gestão do Rômulo Ferraz, concursos para o ingresso de 15 mil servidores para todas as carreiras das polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, sistema prisional e socioeducativo. Mais de 12 mil já estão em treinamento na Academia de Polícia Militar e serão integrados ao policiamento no mês que vem. 3 | Qual será a sua prioridade à frente da pasta?
Há várias. Mas considero particularmente importante reforçar e ampliar as ações iniciadas por meu antecessor de integração entre as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e demais instituições que atuam na área, sobretudo o Judiciário. 18 |Encontro
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CADEIRA QUENTE Eleito segundo suplente de Eliseu Resende (DEM), em 2006, nem o próprio Antônio Aureliano (PSDB) esperava assumir a cadeira no Senado Federal. Quando Eliseu morreu, em janeiro de 2011, coube ao primeiro suplente Clésio Andrade (PMDB) a representação de Minas. A sua renúncia, entretanto, dois dias depois do final Copa, surpreendeu. Aureliano, filho do ex-vice-presidente Aureliano Chaves, concluirá o mandato em 31 de janeiro. Divulgação
COM A BOLA CHEIA Dupla nacionalidade e coração dividido, a colônia alemã em Belo Horizonte comemora não apenas a conquista da Copa do Mundo no Brasil, mas, também, a imagem que ficou do país e de seu povo. “Parece que conseguimos virar a página de uma Alemanha pós-guerra cinza e fechada, que sofria com as marcas do nazismo”, considera o cônsul honorário da Alemanha em Belo Horizonte, Victor Sterzik, ao lado de descendentes alemães. “Os brasileiros perceberam que os alemães têm alto-astral, são abertos e sabem brincar. Este é o maior legado que a Copa deixará”, acrescenta. Ainda no impulso da boa onda, Victor acredita que não apenas o turismo entre os dois países venha a se intensificar, mas também as relações comerciais. Até o fi nal do ano, ele acredita ser possível relançar em Minas a câmara Brasil e Alemanha.
CAMPANHA$ A eleição de um deputado federal vai custar, em média, R$ 6,437 milhões, segundo estimam PT, PSDB, DEM, PP, PMDB, PPS, PSB e PR. Para deputado estadual, a conta é também alta: a previsão dessas legendas é a de que conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa vá custar, em média, R$ 3,8 milhões. Ao longo dos últimos 12 anos, as projeções de gastos nas campanhas
para a Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados tiveram aumento real, nessa ordem, de 202% e de 283%. Nas eleições de 2002, por exemplo, esses partidos estimaram, para a Justiça Eleitoral, gasto médio, na campanha para deputado estadual, de R$ 1,261 milhão e de R$ 1,679 milhão para deputado federal, em valores corrigidos pelo IGP-M para junho deste ano.
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DEU O QUE FALAR | FERNANDA NAZARÉ “A cidade acha que vai resolver o problema aumentando o espaço para carros. Mas o efeito é exatamente o contrário” ROBERTO ANDRÉS, professor de arquitetura da UFMG, falando sobre a ineficiência da construção de viadutos em BH
“Vou entrar na Justiça contra quem? Nem eles sabem quem foi o culpado” CRISTILENE SENA, viúva do motorista que teve o carro esmagado pelo viaduto que desabou na avenida Pedro I, em junho
“Continua melhor do que mulher” ALEXANDRE KALIL, presidente do Galo, em foto postada no Twitter em que aparece de cueca e lustrando a taça da Recopa, que o clube acabou de ganhar
Geraldo Goulart
“O pior é que o Brasil inteiro vai copiar o lixo desse vestido” RONALDO FRAGA, estilista mineiro, criticando o vestido Louis Vuitton usado pela modelo Gisele Bündchen na entrega da taça da Copa do Mundo. Repercutiu mal
“Morte é onde mora a saudade” RUBEM ALVES, educador, psicanalista e teólogo mineiro que morreu no último dia 19, aos 80 anos
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ENTREVISTA | MARIA SILVA E SILVÉRIO Fotos: Paulo Marcio
“A monogamia está fadada a acabar” Pesquisadora de universidade de Lisboa diz que outros tipos de relações conjugais tendem a substituir o casamento nas próximas gerações
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ALYSSON LISBOA
Desde adolescente, Maria Silvério buscava respostas para os comportamentos relacionados à sexualidade e às discussões de gênero. Uma década depois, já no mestrado, dedicou-se durante mais de dois anos a uma minuciosa pesquisa antropológica, realizada em Portugal e no Brasil, que aborda o polêmico e pouco explorado universo do swing e as mudanças das relações afetivo-sexuais geradas a partir das novas formas de exploração do corpo e das relações afetivas. Mineira de Montes Claros, a pesquisadora entrou no universo da troca de casais para entender como se configuram as famílias no século 21 e as possíveis consequências que as novas práticas podem oferecer. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos revelou que 62,9% dos homens e 62% das mulheres consideram que o casamento ficou mais feliz após a entrada do casal no universo do swing. Esse foi um dos aspectos que chamou a atenção da pesquisadora. Nesta entrevista, ela fala sobre família, traição, tabus e crenças envolvendo as relações. E ainda analisa três valores socioculturais: a indissolubilidade do casamento, que caiu com as leis do divórcio; a homossexualidade que abre, cada vez mais, espaço e direitos iguais aos casais do mesmo sexo; e a monogamia, valor ainda intocável quando se trata das relações afetivo-sexuais, mas que, segundo ela, já começa a ser questionado e a gerar discussões dentro e fora do país. ENCONTRO - A fidelidade entre casais é um valor que tende a entrar em xeque? MARIA SILVA E SILVÉRIO - Nosso
modelo de relações conjugais prega a fidelidade sexual como sendo a fidelidade monogâmica. Porém, sabemos que, na prática, isso não ocorre. Pesquisas realizadas por psicólogos, antropólogos e especialistas de outras áreas mostram que o índice de infidelidade entre os casais é muito alto. Cerca de 70% dos homens assumem que já traíram contra 60% das mulheres. A infidelidade está entre
as três primeiras causas do divórcio. Como valor conjugal, penso que a fidelidade não vai acabar de um dia para o outro. As pessoas não aceitarão a infidelidade como sendo algo natural. Os valores são perpetuados ao longo de séculos. Por que a infidelidade vem crescendo?
QUEM É MARIA SILVA E SILVÉRIO, 29 ANOS ORIGEM Montes Claros - MG FORMAÇÃO Formada em jornalismo pela PUC Minas; mestre em antropologia com especialização em migrações, globalização e multiculturalismo; e doutoranda em antropologia pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) CARREIRA Investigadora do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (Cria) da Universidade de Lisboa; investigadora do Observatório das Desigualdades do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE-IUL; autora do livro Swing, Eu Tu...Eles
Nossa concepção de família, de casamento e de sexualidade é embasada nos valores judaicocristãos. Mas a própria Igreja está passando por um processo de reflexão”
Exatamente porque o nosso modelo de casamento prega a monogamia, ou seja, um único parceiro sexual, emocional, etc. Não podemos falar que todos nós somos monogâmicos por natureza. Em outras sociedades, é prática ter outros parceiros. Eu acho que, enquanto a monogamia for um valor forte e a crença de que uma única pessoa é capaz de nos completar em todos os aspectos, a infidelidade vai acontecer. Nas gerações mais novas, os relacionamentos não monogâmicos estão sendo mais aceitos, a tendência é de que o outro aceite mais a infidelidade. O que pode acontecer com as novas gerações é uma maior aceitação de que as pessoas se envolvam com outras. Os aplicativos para celulares e computadores contribuem para isso?
Sim. Acho que eles facilitam a busca por outras pessoas, para marcar encontros, etc. Existem aplicativos que mostram até a distância que as pessoas estão umas das outras. Mas a infidelidade não precisa dessa tecnologia para acontecer. Ela sempre funcionou sem os aparatos tecnológicos. Os casais adeptos do swing, de acordo com sua pesquisa, pensam diferente em relação à fidelidade?
No caso do swing, os casais se con sideram não monogâmicos, por se envolverem sexualmente com várias pessoas, mas sentimental ou amorosamente se consideram monogâmicos. Eles amam e têm sentimentos apenas por um único parceiro. Em nosso modelo conjugal, essas coisas não se separam. Ou seja, na nossa sociedade, tem de se manter a fidelidade tanto conjugal como sexual. Mas o swing não é uma institucionalização da infidelidade?
O adultério consentido é um termo AGOSTO DE 2014
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ENTREVISTA | MARIA SILVA E SILVÉRIO usado pela própria mídia para definir o swing. Quando se fala em traição, a palavra está muito associada à mentira, ao fato de você enganar o outro. No swing, a pessoa não está mentindo ou enganando ninguém. Então eu não acho que é uma institucionalização da infidelidade, que está muito associada ao fato de o outro ser enganado. Alguns swingers concordam com a denominação, outros casais não, porque ninguém está sendo traído ou enganado na relação. Como essa prática afeta a relação do casal?
Dois sociólogos pesquisaram 704 homens e 319 mulheres praticantes do swing nos Estados Unidos. O percentual de homens que consideram que o casamento ficou mais feliz após a entrada nesse universo é de 62,9% e das mulheres, 62%. O grau de felicidade se manteve para 35,8% dos homens e 35,3% das mulheres e somente 1,3% dos homens e 2,8% das mulheres afirmaram que ficaram menos felizes. Esses relacionamentos exigem dos parceiros uma abertura comunicacional muito maior. Eles, de fato, falam do que gostam, desejam e sentem. Com isso, passam a se conhecer melhor, a ter um grau de intimidade crescente, e a cumplicidade e a confiança crescem juntos. Todos sabemos que a sexualidade entre os casais não é uma coisa vivida de forma muito aberta. Isso faz com que as pessoas sejam menos hipócritas. Elas têm medo de dizer o que querem e o que desejam experimentar. Os casais pesquisados, em sua maioria, têm filhos e até netos. Como ficam as relações no ambiente familiar?
Os casais praticantes, normalmente, não falam sobre isso com a família, filhos ou amigos. Algumas vezes, comentam com algum amigo muito próximo. Os filhos recebem, de casa, o modelo tradicional de família. O casamento na igreja, no civil e aquela imagem de pais e mães juntos e felizes são o que prevalece. Quem está mais aberto a esse tipo de relacionamento, homens ou mulheres?
A iniciativa quase sempre vem dos ho24 |Encontro
Pelo número de divórcios que ocorrem, existem pessoas que chegam aos 18 anos e já passaram por três pais ou três mães diferentes. A sociedade não vê essa monogamia sucessiva como problema” mens. Do ponto de vista da antropologia, isso não se dá, necessariamente, porque os homens têm mais desejo sexual que as mulheres. Mas, sim, porque social e culturalmente são ensinados dessa forma. Os homens, desde muito cedo, são ensinados a se relacionar com várias mulheres. As mulheres, por sua vez, são educadas a se comportar de forma exatamente contrária, sendo mais amáveis, dóceis e a não demonstrarem sua sexualidade. Em termos antropológicos, precisamos sempre analisar o que é cultural e o que é na-
tural. Não diria que o homem, naturalmente, tem mais desejo que a mulher, mas culturalmente sim. A iniciativa para a mudança do modelo sexual tradicional é quase sempre do homem. As mulheres, de modo geral, questionam, mas acabam se acostumando com a ideia e, muitas vezes, cedendo. Quando a iniciativa vem da mulher, ela mesma fica receosa pela interpretação que isso pode causar no homem. Isso é uma questão de cultura, e não de desejo. A mulher é ensinada na escola, na sociedade e na mídia que seu papel é cuidar e educar os filhos. E, claro, que isso há 50 anos era muito mais forte, mas hoje ainda quem está cuidando da casa é a mulher. Não acho que isso seja algo natural. Apesar do crescimento de mulheres no mercado de trabalho e da ascensão profissional feminina, nossa sociedade ainda é patriarcal. O sobrenome do homem é que conta, mas, na necessidade de abandonar o emprego para cuidar de um filho, é a mulher que toma a atitude. E como fica a questão do ciúme?
Novamente, devemos dividir o que é natural e o que é cultural. O ciúme é outro sentimento que os antropólogos costumam questionar se de fato é natural. Exatamente porque o ciúme está muito associado ao sentimento de posse. Na nossa sociedade, quando estamos em algum relacionamento, sentimos que aquela pessoa é nossa. Criamos no outro a totalidade. Dos seis casais entrevistados, três alegam que têm ciúme, um dos homens disse que sente ciúmes da parceira, no entanto, quando vê que ela está com outro homem e está sentindo prazer também, passa a se excitar com aquilo. Somos ensinados que o ciúme tem de fazer parte do relacionamento e tem gente que acha que se não tem ciúme é porque não se ama. Uma mulher entrevistada alega que, quando o marido está com uma colega de trabalho na rotina de almoçar fora e começam a dividir os sofrimentos e angústias, todos os dias, as chances de perdê-lo são muito maiores. No trabalho, convive-se por muito mais tempo e com muito mais intensidade, e isso vai despertando, talvez, um desejo que não pode ser saciado. No
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ENTREVISTA | MARIA SILVA E SILVÉRIO swing, se existe vontade mútua, você pode saciar o desejo e a vontade acaba. Muito provavelmente você nunca mais verá aquela pessoa. As relações estão mudando porque os valores são outros?
Tudo o que está ocorrendo agora com os novos modelos de relacionamento se faz pelas transformações nos valores e na forma de lidar com determinadas questões sociais. Um bom exemplo é a homossexualidade. Ela sempre existiu. Na Grécia clássica e no Império Romano, isso era visto de outra maneira. Nossa sociedade vai mudando e também seus valores, a forma de ver as coisas. Alguns grupos mais conservadores ainda veem a homossexualidade como promiscuidade, alegando que não condiz com aquilo que nossos valores regem para questões afetivo-sexuais. No seu estudo, você fala sobre swing, casamento aberto e poliamor. Qual a diferença?
O swing é vivido junto pelo casal. No relacionamento aberto, o casal conversa, percebe que quer algo mais e cada um tem liberdade e autonomia para ter uma vida afetivo-sexual independente. Esses dois modelos não questionam o modelo de família, porque são os parceiros casados como todo mundo, mantêm a família como todo mundo e fazem isso por opção. O poliamor é mais recente e começou a surgir na década de 1990, nos Estados Unidos, como prática ou movimento social crescente. Poliamor é o direito e a liberdade de se envolver com mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Uma regra que serve para esses três tipos de relacionamento é que todas as pessoas envolvidas têm de saber que tipo de relacionamento estão vivendo. O poliamor tem mais chance de se tornar um modelo reconhecido?
Acredito que sim. O swing e o relacionamento aberto não lutam por direitos ou levantam bandeiras. Eles defendem a manutenção do modelo de família. O poliamor é o único que questiona isso. Por que a família não pode ser composta, por exemplo, de 26 |Encontro
Nas gerações mais novas, os relacionamentos não monogâmicos são mais comuns. O que pode acontecer é uma maior aceitação de que as pessoas se envolvam com outras pessoas” uma mãe e dois pais? Assim como a homossexualidade hoje, juridicamente, já começa a questionar a adoção de criança entre dois homens ou duas mulheres. Hoje já existem nos Estados Unidos famílias que conseguiram autorização para ter dois homens e uma mãe como modelo familiar. Isso não vai causar uma corrida aos psicólogos?
Somente a partir de 1977 foi possível se divorciar no Brasil e na época foi a mesma discussão sobre valores, quais problemas isso poderia acarretar nos filhos, etc. Toda vez que se está diante de uma ruptura, de uma mudança social,
surgem medos e dúvidas. O poliamor é um modelo de ruptura que vai acabar com o modelo monogâmico. É um movimento que está crescendo no mundo à medida que a sociedade vai amadurecendo. Hoje, pelo número de divórcios que ocorrem, existem pessoas que chegam aos 18 anos e já passaram por três pais ou três mães diferentes. O casal teve um filho e se divorciou quando a criança tinha 6 anos. A mãe ou o pai se casa novamente e permanece assim por mais cinco ou seis anos. O pai ou a mãe então se divorcia novamente e começa a conviver com um companheiro. Na sociologia, chamamos isso de monogamia sucessiva. Isso para a sociedade não é um problema, porque o indivíduo teve apenas um parceiro durante aquele período, mas durante o crescimento do seu filho teve três relacionamentos e ele assistiu a tudo isso. O poliamor tenta evidenciar isso. Será que o trauma de eu viver com dois homens ao mesmo tempo, os dois dando carinho e amor e os dois sendo modelo de referência para a criança, é mais traumatizante que ficar trocando de marido ou de mulher sucessivas vezes durante a vida? E o futuro de nossas famílias?
Nossa concepção de família, de casamento e sexualidade é embasada nos valores judaico-cristãos. É o que a Igreja pregou, mas ela própria está passando hoje pelo processo de reflexão. Desde que o papa Francisco assumiu, ele vem pedindo da Igreja um reposicionamento em relação a uma série de valores como a própria homossexualidade. A Igreja Católica tem visto a necessidade de mudar determinados dogmas, inclusive o celibato para os padres. Quando isso ocorre, automaticamente, as pessoas também buscam se renovar. A tendência é que, aos poucos, as pessoas estarão aprendendo e mudando os valores, e isso vem sempre de cima para baixo. Mas não é coisa para daqui a cinco ou dez anos. Você, pessoalmente, acredita no casamento?
Acredito nas relações conjugais e no amor, mas não acredito em casamento eterno. Não pretendo me casar. ❚
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RETRATOS DA CIDADE | RAFAEL CAMPOS rcampos@revistaencontro.com.br
QUE MICO, HEIN? Não é raro se deparar com eles, sobretudo, nas áreas verdes da cidade. Entretanto, de uns anos para cá, o bairro Prado, na região Oeste, também entrou na lista dos lugares preferidos dos micos-estrela. Na rua Safira, por exemplo, uma família desses macaquinhos sempre visita os pés de ameixa, acerola, pitanga e goiaba de um dos quintais. “A prefeitura, o Ibama e a Fundação Zoobotânica não me ajudaram muito. Agora, eles já fazem parte do meu quintal e
sempre ofereço alimento a eles”, diz a moradora Doris Machado Aguiar. No entanto, por se tratar de espécie silvestre, não se deve alimentá-los. A orientação é de Leonardo Boscoli Lara, professor de produção e nutrição de animais silvestres da Escola de Veterinária da UFMG. “Como não temos legislação específica sobre esses animais, o jeito é afastá-los da nossa convivência. É mais fácil transmitirmos doença a eles do que o contrário”, explica. Fotos: Thiago Mamede
RUMO ÀS OLIMPÍADAS As obras do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG, na Pampulha, que será usado durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, seguem a todo vapor. A imensa estrutura do parque aquático chama a atenção na esquina da avenida Alfredo Camarate com Presidente Carlos Luz. A pista de atletismo foi a primeira a ficar pronta e já recebe competições. Agora, os esforços estão concentrados para erguer o pavilhão olímpico, com quadras poliesportivas para basquete, futsal, handebol e vôlei. Haverá ainda espaço para ginásticas e lutas. A ideia é que o pavilhão seja concluído no início de 2016. Em visita a BH durante o Mundial da Fifa, o príncipe Harry participou de cerimônia que estreitou os laços com os atletas e paratletas britânicos que utilizarão o CTE-UFMG na preparação e durante as Olimpíadas.
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BLOQUEADA HÁ QUASE UM ANO A interdição da rua Cabo Verde, no Anchieta, completou sete meses, mas não será surpresa se fizer até aniversário. Tudo começou com o desabamento de uma obra no Natal de 2013, que abriu um grande buraco na via. A construtora começou a fazer os reparos, mas uma moradora vizinha ao terreno da obra entrou na Justiça alegando que os trabalhos estavam causando rachaduras em seu apartamento. Assim, a obra foi embargada e, segundo a Defesa Civil Municipal, sem data para recomeçar. Enquanto isso, Lázaro Antônio da Silva, proprietário de uma oficina automotiva no local, é um dos que contabilizam prejuízos. “É uma vergonha. Já tive de demitir funcionários. Vai ser difícil manter o negócio”, diz.
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UMA PINGA NO MEIO DO CAMINHO Quem passa pela avenida do Contorno, altura do número 7.224, no Lourdes, observa uma cena, no mínimo, curiosa. Um pequeno comércio de cachaça resiste em meio a dois imóveis parcialmente demolidos. Uma construtora adquiriu o terreno, mas o proprietário da cachaçaria Terra Forte, Ronaldo Guimarães, que há 32 anos aluga o imóvel onde funciona a Adega da Pinga, não concordou com o prazo para deixá-lo. A questão está sendo resolvida na Justiça. Enquanto isso, o endereço segue com uma fachada nada atraente e que não condiz com a badalada região.
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gENTE FINA | ana cláudia esteves aesteves@revistaencontro.com.br André Nicolau
Ela vende saúde Ela não fala “uai”, “sô”, muito menos “trem”. Quando conversa, puxa o “s” e leva uma vida saudável no belo cenário carioca. Apesar de ter nascido em Carangola (MG), a atriz global Anna Lima, de 40 anos, mora desde sempre no Rio e já provou que seu lema não é comer quieto, mas sim comer bem. Adepta da boa alimentação, ela não se contentou com o sucesso na telinha e resolveu transformar em empreendimento seus bons costumes gastronômicos. Anninha fundou, há um ano e meio, o Mais Saúde Light (www.maissaudelight.com.br), um delivery de comida na internet, com receitas livres de sódio e aditivos químicos. A união de praticidade, dieta e saúde conquistou os colegas de Projac, espalhou-se pela cidade maravilhosa e vem ganhando adeptos em todo o Brasil: são mais de 10 mil refeições vendidas por mês. “O intuito foi criar uma alternativa para quem, assim como eu, quer se manter saudável e em boa forma, independentemente da correria do dia a dia.”
Exportando sucesso Uma ideia na cabeça e 21 mil fotos na mão. Foi assim que o publicitário e film maker Daniel Ferreira, de 25 anos, produziu o seu primeiro curta-metragem, Los Rosales. Todo em stop motion, o filme conta a história de um simpático robô que aprende a encarar seus medos e ganhou, em junho, o prêmio do júri do Palm Springs International ShortFest, o maior da América do Norte. A produção saiu do forno em 2013, enquanto Daniel atuava na Fabrica, centro de pesquisa e comunicação da Benetton, na Itália. De volta a BH, no início deste ano, foi assistente de direção do clipe Ela Me Deixou, do Skank, feito pela Brokolis do Brasil. Além disso, Daniel começou a produzir um clipe de animação para o músico inglês Alexandre Wolf. “O reconhecimento do prêmio me dá motivação para fazer coisas novas, como foi esse curta. O importante é criar com o coração.” (Por Marina Dias) Shek Po Kwan/divulgação
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Escrita à mão
Rogério Sol
Se você encontrar um singelo envelope pendurado no portão da sua casa, não hesite em abrir: foi para você mesmo que o publicitário Ramon Brant, de 22 anos, o deixou. É que após receber uma carta de uma amiga muito distante e se sentir profundamente emocionado, Ramon quis espalhar a boa sensação por aí. Ele criou então o projeto Chá com Cartas e, com figurino e bicicleta próprios de um carteiro dos anos 1940, sai pelas ruas e deixa mensagens na casa de desconhecidos, incentivando-os a escrever a alguém. No dia seguinte, ele volta aos locais por onde passou, recolhe as correspondências e se encarrega de levá-las até o destinatário. O projeto, que tem causado fortes emoções e revivido antigas amizades, foi aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura. “Meu intuito é resgatar a velha forma, menos impessoal, de se comunicar. Uma carta escrita à mão é uma forma de aproximação mais consciente. As redes sociais distanciaram as pessoas.” Rogério Sol
Dito e feito
Luz na passarela, que lá vem ela Apesar de ainda não ter sido divulgado o line-up da próxima edição do São Paulo Fashion Week, o evento já conta com uma novidade. A estilista queridinha das famosas Patrícia Bonaldi, de 33 anos, passa a integrar, ao lado de Ronaldo Fraga e Patricia Motta, o time de mineiros que vão desfilar nas passarelas da semana de moda paulista para o verão 2015. No evento, que acontecerá de 3 a 7 de novembro, ela pretende mostrar em sua linha bis, Pat Bo, uma moda mais comercial, que foge de shapes tão bordados para festa. “Por enquanto, só posso adiantar que misturas étnicas me inspiram”, diz.
Gaspar Nobrega/Light Press
Acelerada, visionária e louca por um desafio. Assim é a mineira Marcela Faria, de 30 anos, que largou, durante seis meses, seu estúdio de beleza em Belo Horizonte, o Sá Bonita, e foi para Nova York em busca de novos conhecimentos. Maquiadora e cabeleireira profissional desde 2009, ela está de volta ao Brasil e trouxe, na bagagem, um diploma da Make Up For Ever Academy, uma das mais importantes escolas de beleza do mundo. Lá, além de aperfeiçoamento em maquiagem de moda e beauty, Marcela aprendeu novas técnicas de make artística para palco e teatro. Ela também estudou didáticas de ensino que não são encontradas por aqui. “Quero poder conhecer e entender melhor a necessidade de cada uma das minhas clientes e, ao mesmo tempo, repassar minhas experiências para outros profissionais em Minas.”
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Diversão | Trekking
Aventure-se nas melhores trilhas Selecionamos 10 percursos para você desbravar serras, rios e cachoeiras do estado. Opções não faltam para se divertir, com belas paisagens como cenário
Divulgação
Rafael Campos e Amanda Aleixo
Minas Gerais é o paraíso dos amantes do trekking. O que não falta são boas opções para percorrer caminhos históricos como os da Estrada Real, alcançar picos, como o da Bandeira, e conhecer cachoeiras como a do Tabuleiro, a terceira maior queda d’água do país. São trilhas dos mais diferentes perfis, que atraem novatos e experientes na empreitada. No entanto, não custa avisar. Embrenhar-se na mata é coisa séria. Antes de pôr a mochila nas costas e sair por aí, vale buscar um guia ou empresa credenciada para ajudar a traçar o roteiro de maneira segura. Então, se você já tem uma bússola na mão e um destino na cabeça, a ordem é desbravar!
ONDE FICAM
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8 5
Belo Horizonte
2
1. Circuito Janela do Céu 2. Pico da Bandeira 3. Travessia serra Fina 4. Cânion das Bandeirinhas 5. Pico do Sol 6. Travessia Lapinha-Tabuleiro 7. Caminho dos Escravos 8. Caminhada à lagoa Dourada 9. Caminhada ao Travessão 10. Caminhada ao pico do Itambé
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Circuito Janela do Céu
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Onde: Conceição do Ibitipoca e Lima Duarte (Parque Estadual do Ibitipoca)
Pico da Bandeira lto Caparaó (Parque A Nacional do Caparaó)
2 dias
Médio/alto
9 km
Duração: 8 horas Extensão: 16 km Nível de dificuldade: Médio/alto
Grutas de mais de um bilhão de anos, cachoeiras e um visual de tirar o fôlego. Não é à toa que a trilha recebe o nome de Janela do Céu, cujo roteiro é um dos mais procurados. O trajeto exige boa resistência, devido às subidas e descidas do percurso. A dica é caminhar com calma, pois o que não falta são atrativos.
Divulgação
Com 2.892 m de altitude, o terceiro maior pico do país oferece vista deslumbrante do nascer do sol e um frio rigoroso. Portanto, prepare-se para temperaturas abaixo de 0° C. A subida começa no município de Alto Caparaó, quando os trilheiros seguem 1.000 m de carro até o lugar conhecido como Tronqueira. Depois desse ponto, são 3,7 km de trilhas com muitas pedras e barro para chegar ao Terreirão, onde os aventureiros descansam e armam acampamento. Em dia de lua cheia, os últimos passos são trilhados com mais segurança. Do cume, a vista dos pontos mais elevados da serra do Caparaó, como pico do Cristal, Pedra Menina e pico do Calçado, é de tirar o fôlego Acervo Femeng/divulgação
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Travessia Serra Fina
Passa Quatro 4 dias 34 km Alto
Quem conclui a Travessia Serra Fina pode se orgulhar. Considerada a mais difícil do Brasil, a largada é em Passa Quatro e segue pelos picos de Capim Amarelo, Pedra da Mina e dos Três Estados. A chegada é nas proximidades de Itamonte. A maioria dos trechos é de desníveis extremos e exige do trilheiro alto nível de resistência. Para completar o desafio, a mochila fica mais pesada com os cinco litros de água que o aventureiro deve levar, já que os pontos de coleta são pouquíssimos. AGOSTO de 2014 Encontro | 37
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Diversão | Trekking Ramon Lamar/divulgação
Alberto Lopes/divulgação
Cânion das Bandeirinhas
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Serra do Cipó
Catas Altas
1 dia
2 dias 10 km
12 km
Médio
Fácil
Atrativo mais procurado na serra do Cipó, o cânion das Bandeirinhas fica dentro do parque nacional que há na região. É formado pelo ribeirão Mascate (afluente do rio Cipó), que escavou uma passagem na pedra formando imponentes paredões de aproximadamente 100 m de altura. Quem tem medo de água fria deve pensar duas vezes. É que no caminho é preciso atravessar poços e um rio. Poucas são as subidas e por isso os novatos podem ir despreocupados.
O pico do Sol está localizado no Parque Nacional do Caraça, por isso a subida só pode ser feita com o auxílio de um guia cadastrado. Para chegar ao cume do pico mais alto da Cadeia do Espinhaço, de 2.072 m de altitude, é preciso ter fôlego e pernas fortes. Subidas íngremes e passagens por matas e platôs marcam a caminhada. Os primeiros 2 km levam até Cascatinha, um lugar com belas quedas d’água e piscinas naturais. Depois do refresco, os obstáculos rochosos, mirantes e um vale longo caracterizam a etapa final do trajeto.
Divulgação
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Pico do Sol
Travessia Lapinha/Tabuleiro
Cláudio Cunha
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Caminho dos Escravos
Entre os distritos de Lapinha da Serra e Tabuleiro (Serra do Cipó) 3 dias
37 km
Médio/alto Diamantina
A travessia cruza a serra do Cipó no sentido nordeste, partindo do distrito de Lapinha da Serra em direção ao distrito de Tabuleiro. Os três dias de caminhada são de tirar o fôlego, não pelo cansaço, mas pela beleza e paisagens. Quem se arriscar pelos 37 km vai encontrar piscinas naturais, rios límpidos, campos rupestres, cerrado e matas. O desafio termina no topo da cachoeira do Tabuleiro, terceira maior queda d’água do país. Seus 273 m equivalem a um prédio de quase 90 andares.
8 horas 20 km Médio
Foi construído por escravos no século 18, para escoar a produção de diamantes de Medanha para Diamantina. O percurso oferece ao praticante de trekking cascatas, rios, mata nativa e uma bela vista de Diamantina, um dos patrimônios da humanidade. Além da beleza natural, paira sobre o trajeto uma atmosfera de história, sobretudo, quando são alcançados os trechos mais famosos: o calçamento largo de pedras e o muro da serra dos Cristais. O caminho faz parte da Estrada Real e passa também pelo Parque Estadual do Biribiri.
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Diversão | Trekking Divulgação
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Caminhada à Lagoa Dourada
Distrito de São José da Serra, Jaboticatubas 1 dia
12 km
Médio/alto
É no pequeno vilarejo de São José da Serra que se inicia a caminhada rumo ao vale da lagoa Dourada. A trilha começa com uma forte subida que exige do caminhante um pouco de resistência, já que nesse trecho há pouca sombra e, para dificultar, há cascalho no percurso. Depois de 6 km, a cachoeira é alcançada. Pausa para um banho e para relaxar. Apesar das dificuldades, vale a pena, pois o visual é deslumbrante.
Divulgação
9
Caminhada ao Travessão
Parque Nacional da Serra do Cipó 1 dia
18 km
Alto
A caminhada rumo ao vale do Travessão, na serra do Cipó, é marcada por trechos de pedras, além de subidas e descidas. É um ótimo teste para o seu condicionamento físico. O sacrifício é recompensado por inúmeros campos floridos. Fique atento aos exemplares das famosas sempre-vivas e às pinturas rupestres em conjuntos rochosos. O Travessão é um penhasco que divide as bacias dos rios São Francisco e Doce
Beto Novaes/EM/D.A Press
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Caminhada ao Pico do Itambé
Parque Estadual do Itambé 2 dias
20 km
Médio/alto
O ponto mais alto da serra do Espinhaço. É lá que os amantes do trekking querem chegar seguindo essa trilha. O acesso se dá pela entrada do Parque Estadual do Pico do Itambé, marcado por uma diversidade natural com cachoeiras, cursos d’água e vegetação peculiar. Em determinados trechos, devido à altitude, o caminhante pode encontrar espécies raras de orquídeas. O pico do Itambé possui 2.002 m de altitude. Vai encarar? z
40 |Encontro
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Job: 2014 ENC159DIV_trilhas.indd 40
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Registr
Job: 2014-Fiat-Palio-Julho -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 31647-034-Fiat-NovoPalioWay-Frente-20.5x27.5_pag001.pdf ENC159DIV_trilhas.indd 41 Registro: 150270 -- Data: 10:14:10 18/07/2014
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diversão | PESCA Sidney Porto/Divulgação
Pode acreditar! Pescarias são programas cada vez mais comuns entre os brasileiros – mentirosos ou não. E podem ser feitas em qualquer época do ano
Durleno Rezende, superintendente do BH Shopping, não abre mão da pescaria para descarregar o estresse: “Não tem diversão melhor”
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LUÍS OTÁVIO PIRES
P
ega o caniço, coloca o baite na ponta da leader e faz um belo pincho. Se pescar um baita, põe no samburá – ou você é um sapateiro? Parece papo de maluco, mas se trata, na verdade, de um linguajar todo específico (veja box) para quem adere cada vez mais à pesca, nas lagoas, nos rios ou até mesmo no mar. Esses pescadores viajam sem medir esforços, compram equipamentos caros e vivem de olho em tudo o que acontece nas revistas, sites e programas de TV especializados. Eles navegam em um mercado que movimenta muito dinheiro. No Brasil, são cerca de R$ 2 bilhões anuais, que ficam a ver navios quando comparados aos números norte-americanos ou até mesmo de nossos vizinhos argentinos, que injetam em suas economias, respectivamente, R$ 100 bilhões e R$ 50 bilhões. “A pesca, principalmente a esportiva (em que a pessoa pesca, fotografa e solta o peixe na água), explodiu de uns dez anos para cá no Brasil, país com enorme biodiversidade e muitas opções de ambientes para a prática, como rios, lagos e mar. Por isso, tem tudo para crescer
INDISPENSÁVEL NA MALA Na hora de ir pescar, não se esqueça de levar repelente e filtro solar (já existem no mercado produtos com as duas funções)
calçados adequados (botas ou tênis com pequenos furos)
boné ou chapéu
luvas especiais em material impermeável
óculos polarizados de segurança (contra reflexos)
porta-carretilha em material impermeável
camisa e calça (comprida) em tecido especial (high tech)
máquina fotográfica Fonte: Pesca e Prosa BH
Samuel Gê
LUXO SOBRE AS ÁGUAS Para uma pescaria de alto nível, ou apenas para passear, não se pode deixar de lado uma embarcação à altura. Caso dos modelos Focker, fabricados pela catarinense Fibrafort e representada em Minas pela Guerra Náutica. Em BH, no showroom da AvantGarde, pode-se ver um modelo 280 GT em meio a Porsches, Ferraris e Lamborghinis. Segundo Rodrigo Freitas, diretor da AvantGarde, a lancha de 28 pés tem motor Volvo 6.0 V8 de 380 cv de potência, leva até dez pessoas e navega a 72 km/h. Com acabamento sofisticado, a cabine tem iluminação em LED, banheiro completo (incluindo chuveiro), mesas retráteis e duas camas de casal, que podem ter até roupa de cama especial fornecida pelo fabricante. “Como opcional, são disponíveis itens como geladeira, TV de 22 polegadas integrada, micro-ondas, rádio VHF e até churrasqueira em inox articulada”, ressalta. Externamente, são cinco opções de cores (branco, preto, vermelho, azul e marrom). O modelo custa R$ 380 mil, mas há outros mais caros, de até R$ 442 mil.
Rodrigo Freitas, em uma das lanchas à venda na AvantGarde: atração em meio a carros de luxo
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diversão | PESCA MÃOS À OBRA
Fotos: Cláudio Cunha
Equipamentos necessários para pescar peixes de couro em rios e lagoas, tais como bagre, surubim, piraíba, pirarara e jaú
Leader Vexter, da Marine Sports De fluorcarbono, resistente à abrasão, com 77 libras de resistência R$ 65
Iscas artificiais São quatro tipos: de superfície, subsuperfície, meia-água e de fundo A partir de R$ 23,50
Linha Multifilamento Daiwa modelo Samurai Com resistência de 80 libras, com 300 jardas R$ 279
Carretilha Rapala GTR T25L-II R$ 800 Porta-varas VFox R$ 330
Vara Intergreen modelo Hematita Em fibra de carbono e resistência de até 300 libras R$ 800
Onde encontrar: Pesca&Prosa (31) 3347-8998
ainda mais”, diz Jenner Leite, do Clube Mineiro de Pesca Esportiva e fabricante de iscas artificiais, chamadas de baites ou plugs. “Pode-se afirmar que, como esporte, a pesca tem mais praticantes que o próprio futebol, por ser individual, perdendo apenas para o golfe.” Mas, como no futebol, a pesca é uma paixão, às vezes de infância – caso do empresário Sidney Porto. Natural de Niterói (RJ), ele lembra que pescava com o pai no mar da praia do Flamengo, na capital carioca, e, aos 15 anos, incrementou suas “arremessadas” no rio Araguaia, em Goiás, com amigos de Anápolis. Já adulto, morando em Belo Horizonte, sua intimidade com a pescaria
44 |Encontro
aumentou, graças à amizade com Sérgio Luiz, famoso pescador da capital que tinha um restaurante – o Clube dos Pescadores –, apresentava programa local de TV e organizava pescarias para o Pantanal. É para lá que Sidney vai todos os anos, quase sempre acompanhado de seu filho Luiz Alfredo Cortez Porto e dos amigos Durleno Rezende e Ricardo Bauer. “Pescaria não se resume apenas aos dias em que passamos juntos, mas começa já nos encontros que são realizados antes para combinarmos todo o esquema”, diz Sidney Porto, que descobriu, há 16 anos, a região de Porto Jofre, no município de Poconé (MT), a 250 km
de Cuiabá. Além da pescaria, é a região onde os visitantes veem diversos tipos de animais, como a onça-pintada. “Vários estrangeiros visitam a região só para ver o bicho”, conta. Para ele, a pescaria nada mais é do que um grande momento de confraternização com os amigos. “Costumo dizer, que a companhia é 80% da qualidade da pesca, as condições (infraestrutura, equipamento) são 19% e só 1% é o peixe. Ou seja, o peixe é um coadjuvante muito interessante, mas não absolutamente necessário”, diz. Que o diga Durleno Rezende, seu companheiro de pesca de muitos anos. Superintendente do BH Shopping, ele
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Eugênio Gurgel
NA ÉPOCA CERTA As melhores temporadas para a pesca em algumas bacias hidrográficas do país 2) RIO ARAGUAIA
1) RIOS DO PANTANAL Março a maio: o Pantanal inicia sua vazante, ou seja, os rios ficam mais rasos
Março a abril: final das grandes chuvas de verão. Um dos melhores períodos para pescar na região
Junho e julho: o rio Paraguai está com nível mais baixo e esses dois meses se caracterizam pela pescaria de fundo
Outubro e novembro: início das chuvas. Poucas semanas com boa chance de pesca
Agosto e setembro: o rio Paraguai atinge a sua cota mínima. Considerada a melhor época para pesca
Maio a setembro: temporada oficial de pesca na região, quando hotéis, pousadas, guias e piloteiros estão a postos
Outubro: final da temporada de pesca, caracteriza-se pela pesca de todos os tipos de peixe e suas respectivas formas de pesca
3) RIO AMAZONAS Setembro a novembro: época da seca. Melhor período para a pesca, sobretudo do tucunaré
Novembro a fevereiro: pesca proibida
RR
3 AC
A escolha dos equipamentos adequados é importante para o sucesso da pescaria, diz Alexandre Pereira
Fevereiro e março: final de temporada. Poucas chances de pesca
AP
PA
AM
MA
CE
2
BRASIL
PI
RO
TO
4
MT
GO
1
MG
ES
MS SP 4) RIO SÃO FRANCISCO Maio a outubro: depois das cheias, ideal para a pesca Novembro a março: piracema, época de reprodução dos peixes, quando é proibido pescar
BA
PR SC RS
RJ
RN PB PE AL SE
descarrega o estresse e recarrega as energias na pescaria com a turma de Porto. “Não tem diversão melhor, ainda mais tendo um companheiro como o Sidney. Ele administra todo o material da pesca, vê todos os detalhes da viagem e ainda registra a aventura em fotos e vídeos”, diz o amigo. O empresário Ricardo Bauer Ferreira engrossa o coro sobre a dedicação do parceiro de pesca . “Eu e o Durleno somos responsáveis pela diversão, as bagunças, as piadas, enquanto o Sidney faz com que toda a pescaria saia sem erros e que tudo seja registrado”, diz. Ele considera que não há terapia melhor. “Você levanta às 5h, pesca o dia inteiro, volta para a pousada às 16h e às 20h já está dormindo. O melhor é que o telefone celular não toca e nós simplesmente esquecemos qualquer problema”, diz Bauer, pescador há cerca de 30 anos. “No litoral capixaba, já cheguei a pescar, por sorte, um tubarão anequim de quase 250 kg”, conta o pescador. Esse atributo revigorante da pescaria é compartilhado pelo diretor do grupo Jorlan de BH, Antonio Gamaliel. “Troco fácil uma semana em Paris pelo mesmo período no Xingu, na região amazôniagosto de 2014 Encontro | 45
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DIVERSÃO | PESCA PEIXES NO HABITAT
Espécie
Confira algumas das espécies mais encontradas nas principais regiões de pesca do Brasil
REGIão
1
2 5
Anchova 1
2
1
Badejo 2
Bicuda
3
BRASIL
Cação 4
3
2
1
4 7
3 6
2 5
4 7
6
5
Cachara
7
6
5
4
3
2
1 Rio Araguaia
3
2
1
4 7
6
5
Barbado
7
6
5
4
3
2
1
Rio Xingu
6
5
Atum
3
4 7
3 6
4 7
Rio São Francisco 1
BOLÍVIA
7
1
5
Cachorra 1
Litoral Espírito Santo
Pantanal
5
Litoral de Santa Catarina
URUGUAI
Pesca em água salgada Pesca em água doce
Dourado
46 |Encontro
3
2
1
4 7
3 6
2 5
4 7
6
5
Dourada
3
2
1
4 7
6
5
Curimbatá
3
2
1
4 7
6
5
Curimatã
3
2
1
4 7
6
5
Corvina
6
ARGENTINA
2
1
PARAGUAI
3 6
5
Caranha
Litoral norte São Paulo e sul do Rio de Janeiro
2
4 7
3 6
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GLOSSÁRIO DA PESCA Espécie
REGIão
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Espada 1
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1
1
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1
2 5
Mandiaçu
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2
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2
1
1
1
2
1
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3
2 5
4
3 6
1
4 7
2
1 Xaréu
5
SABIKI: carreira de cerca de nove anzóis enfileirados para pescaria de lambaris, porquinhos, etc. SAMBURÁ: sacola para guardar peixes vivos dentro da água SAPATEIRO: quando o pescador volta da pescaria sem pescar nenhum peixe
4 7
3 6
REBOJO: movimento do peixe perto da isca artificial de superfície criando pequenas ondas na água
7
6 2
4
PUÇÁ, PAÇAGUÁ, COADOR: espécie de um coador para pegar os peixes depois de fisgados e próximos à margem
4
3
PLUG: isca artificial que imita peixinhos POITA: âncora de embarcações de pequeno porte
4
3
PINCHO: o mesmo que arremesso
4
7
6
5
Tucunaré
3
2
MOSCA-SECA: isca que flutua imitando o estágio adulto do inseto
7
6
5
Trairão
7
6
5
4
LEADER: linha transparente de 2 m a 5 m amarrada ou colada na ponta da linha principal da carretilha ou molinete
7 3
2
1
4
3 6
1
JOÃO-PEPINO: isca de superfície (ex.: usada na pesca de tucunarés)
4
3
2
4
7
6
5
Tainha
7
2
1
4
3
FLYFISHING: modalidade de pesca em que as iscas são imitações de moscas, insetos, rações GLOW: iscas artificiais pintadas com tinta fosforescente
7
6
5
Surubim
7
6
5
Pescada
3
2
1
4
3
2
COVO: armadilha para pescar pequenos peixes
7
6
5
Sardinha
7
6
5
Peroá
4
3
2
1
4
4
3
2
CORRICO: modalidade em que a isca é solta a certa distância do barco, que fica em movimento e em baixa velocidade
7
6
5
Robalo
7
6
5
Pacu
3
2
1
4
3
CABELEIRA: resultado de arremesso de carretilha que faz um emaranhado de linha sobre o carretel
4
7
6
5
Pirarucu
7
6
5
Namorado
3
2
1
4
3
BOGA: apelido colocado para os alicates pega-peixes com balança
CANIÇO: vara de pesca sem molinete ou carretilha
7
6
5
Pirarara
7
6
5
Mero
3
2
1
4
3
2
1
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6
5
Piranha
7
6
5
Matrinxã
3
2
1
4
3
2
1
4 7
6
5
Piramutaba
7
6
5
Marlin Branco
3
2
1
4
3 6
5
Piraíba
7
6
1
4
3
2 5
Pirá
7
6
5
Mandi-amarelo
3
2
1
4
Algumas palavras e expressões típicas de pescador
REGIão
Pintado
7
6
5
Linguado
3
2
1
4 7
6
5
Jaú
Piau
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5
Garoupa
3
Espécie
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marco
marconovaes
Fotos: arquivos pessoais
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DIVERSÃO | PESCA
O empresário Sidney Porto e o fi lho Luiz Alfredo, no Pantanal: “A companhia é 80% da qualidade da pesca”
ca”, resume. Na sua opinião, a pesca é um ato de grupo que tem a capacidade de reunir os amigos e em que as afinidades são indispensáveis – afinal, passa-se, às vezes, entre 12 e 14 horas dentro de um barco, com mais uma pessoa e o piloteiro (piloto do barco). Como a maioria dos pescadores, Gamaliel investe seu tempo e dinheiro no hobby (R$ 5 mil por pescaria, em média) e programa-se com critérios para suas aventuras, que já incluíram regiões como as dos rios São Francisco e Xingu, na Amazônia, além do Pantanal (Sul e Norte). As aventuras sempre são acompanhadas pelo irmão, Pedro, e pelo sobrinho Lucas, hoje os responsáveis por organizar e preservar todo o material. Para este ano, já tem pescaria 48 |Encontro
Antonio Gamaliel no rio Xingu: “A pesca não só nos descansa, mas recarrega as energias”
agendada de cinco dias no rio Araguaia, no Centro-Oeste. Locais especiais, aliás, não faltam no Brasil para a prática da pesca. Pode ser até uma reserva indígena, onde os médicos Ruy e Henrique Vianello, pai e filho, já se aventuraram. A dupla também já foi para a Argentina, atrás de peixes diferentes. “Gostamos de viajar pelo menos duas vezes ao ano”, conta o pai, Ruy Vianelli, acrescentando que a preferência é pela pesca em água doce, mas que também já experimentaram o mar: “O jeito é diferente e os equipamentos, também, mas não deixa de ser muito prazeroso”, diz. Para se obter sucesso em uma pescaria, contudo, é muito importante a escolha do equipamento certo. A vara,
Empresário Ricardo Bauer, no Pantanal: “Já pesquei um tubarão de quase 250 kg”
a carretilha ou molinete, a linha e até a isca devem ser adequados ao tipo de peixe a ser fisgado. “Para peixes de couro, como grandes bagres e surubins, é fundamental optar por varas com resistências compatíveis, como as de até 300 libras, que suportam os peixes de até 500 g”, diz Alexandre Pereira, proprietário da Pesca & Prosa, uma das lojas de equipamentos para a prática da pesca de Belo Horizonte. O pescador também deve seguir critérios até mesmo na seleção das iscas, que podem ser naturais (pequenos peixes, por exemplo) ou artificiais. “Entre estas existem as de superfície, as de subsuperfície, as de meia-água e as de fundo, de diferentes cores, tamanhos e pesos”, explica Pereira. ❚
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TURISMO | SERRO
Patrimônio redescoberto Conhecido pela qualidade do queijo produzido, Serro tem atraído número crescente de turistas. O desafio, agora, é preparar a cidade para receber os visitantes sem perder a tranquilidade de suas ruas e casarios históricos
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RAFAEL CAMPOS
Sempre lembrada pelo queijo artesanal, a cidade do Serro, a 147 km de Belo Horizonte, na região Central do estado, está sendo redescoberta pelos turistas. E não é difícil entender os motivos. Depois de três séculos de história, completados este ano, o município do célebre compositor Lobo de Mesquita (1746-1805) e do político Teófilo Otoni (1807-1869) ainda conserva traços da antiga Vila do Príncipe do Serro Frio, considerada um dos principais distritos coloniais de Minas Gerais. Seu casario ainda está de pé, as ruas e igrejas conservam o tradicional ar setecentista mi neiro. Agora, Serro está diante de um desafio: conciliar o grande movimento turístico com a calmaria e conservação que fizeram dela, em 1938, a primeira cidade brasileira tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O número de turistas aumenta 40% a cada ano, de acordo com o setor. Como Serro não dispõe de infraestrutura completa para
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Henry Yu/Divulgação
Douglas Theodoro/divulgação
A tricentenária igreja de Santa Rita (ao fundo), com a tradicional escadaria: principal cartão-postal da cidade
Queijarias são tradicionais no município: o modo de fazer o queijo, registrado como patrimônio imaterial de Minas, é passado de geração a geração
atender bem os visitantes, o jeito é acomodá-los em cidades e distritos próximos, como Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. Mas essa realidade está mudando, já que um hotel será erguido nas proximidades do centro histórico e uma série de ações em prol dos turistas está sendo apresentada. “Vamos instalar totens e um centro de apoio para os visitantes. Os comerciantes estão sendo incentivados a abrirem suas lojinhas de artesanato”, diz Pedro Farnesi, secretário de Turismo e Cultura do município. A ideia é também incentivar a produção de artistas anônimos e com talento de sobra. Cláudio Luciano Ferreira, de 46
SERRO
BH
ONDE FICA: a 147 km de Belo Horizonte, na região Central
POR ONDE IR: rodovia BR-259 ou MG-010
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TURISMO | SERRO anos, é um exemplo. Ele é escultor de imagens sacras, e sua obra mais famosa é uma réplica da imagem de Nossa Senhora do Rosário, que todos os anos participa dos cortejos da festa em homenagem à santa. “Aprendi sozinho. Desde pequeno, ia para roça com meus tios e ficava na olaria”, diz o artista, que utiliza papel, isopor e biscuit para elaborar as peças. Recentemente, uma notícia veio a calhar com o momento pelo qual passa a cidade. Serro foi um dos municípios mineiros beneficiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Cidades Históricas, projeto do governo federal de recuperação do patrimônio histórico. Igrejas, monumentos e museus serão restaurados. No total, o valor injetado será de R$ 22,3 milhões. Um dos monumentos agraciados será a igreja de Santa Rita, com sua famosa escadaria, principal cartão-postal da cidade. O município vai ganhar ainda, em breve, o Museu Virtual das Tradições Culturais. Nesse espaço, os turistas ficarão sabendo que o território de pouco mais de 20 mil habitantes foi encontrado por um bandeirante chefiado por Antônio Soares Ferreira. A descoberta provocou grande alvoroço em busca do ouro nas antigas minas de Ivituruí. Veio a prosperidade e as minas se transformaram em arraial, elevado à vila em 1714. O nome? Vila do Príncipe. A então capitania das Minas Gerais foi dividida em quatro comarcas, uma delas, a de Serro Frio, que tinha como sede a Vila do Príncipe. Em 1838, a vila, finalmente, transformou-se em cidade, nomeada de Serro. Além do desejo de encontrar ouro, os portugueses trouxeram uma receita de queijo que ganhou sabor único. Seu modo de fazer foi registrado como patrimônio imaterial do estado em 2002 e, no ano passado, os produtores conquistaram uma vitória, com a possibilidade de comercializá-lo fora do estado, depois de 14 dias de maturado. “Agora, conseguimos negociar o laticínio a um valor bem mais competitivo que no mercado interno”, diz o prefeito Epaminondas Pires de Miranda sobre a mudança. Pelo menos 11 cidades mineiras produzem queijo que leva a marca do Serro. Raul Clementino Júnior, de 73 anos, o Raulzinho, é um dos principais produtores da cidade. E, como reza a 52 |Encontro
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Divulgação
Festa de Nossa Senhora do Rosário, a mais antiga da cidade: um dos muitos festejos tradicionais, que conquistam os visitantes Samuel Gê
O prefeito do Serro, Epaminondas Pires de Miranda, comemora a liberação para comercializar o queijo fora do estado: “Conseguimos negociar um valor bem mais competitivo”
cartilha, a tradição foi passada de geração a geração. “Criei meus seis filhos com ajuda do queijo”, diz Raulzinho, irmão de Dona Lucinha, proprietária de um dos restaurantes mais tradicionais de BH. Até o fim do ano, outra novidade. O Museu do Queijo vai abrir as portas para contar a trajetória do produto. Mas os atrativos serranos vão além do laticínio. São muitas as festas que arrebatam grande público. É o caso do festejo de Nossa Senhora do Rosário, realizada desde 1728, a mais antiga da região. Sempre no primeiro domingo de
julho, a data é marcada pelos dançantes, que representam personagens como caboclos, marujos e catopês, todos vestindo roupas coloridas, em cortejos pela cidade. “Estamos desenvolvendo ações de resgate da nossa cultura”, diz Pedro Farnesi, secretário de Turismo. O Degusta Serro é outro festival que atrai turistas e moradores de cidades próximas, uma vez por mês. Durante o evento, enquanto os músicos da cidade se apresentam, o público saboreia as delícias da região, como o feijão cerrado, pastel frito e o tropeiro. z
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saúde | pés Samuel Gê
A podóloga Tânia Pereira diz que os cuidados com os pés devem ser diários: “Se fôssemos seguir à risca todas as recomendações, o pé seria o rei”
Eles merecem cuidados
Muitas vezes esquecidos, os pés sofrem com os agitos do dia a dia. Especialistas dão dicas para evitar problemas como ressecamento, calos e até fraturas por estresse Marina Santos
Entre uma passada e outra, para ir a um restaurante, passear com o cachorro, caminhar no vai e vem do trabalho e subir escadas, as mulheres brasileiras caminham em torno de 2 km por dia. O
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dado é de um estudo realizado, em 2012, pelo instituto inglês Perfect Crowd e que levou em conta mulheres da América Latina e Europa. O número é baixo; ficamos atrás da média geral, que é de 2,5 km. Mas, ainda assim, significa que, aos 55 anos, uma brasileira já terá percorrido distância suficiente para dar uma volta ao mundo a pé. Grandes aliados na sustentação do corpo, os pés sofrem, diariamente, com todo tipo de ameaça. Vírus, fungos, desgaste das articulações. São vários os problemas que acometem os pés, sendo que a grande maioria poderia ser evitada com cuidados simples, como higienização e escolha adequada dos calçados. É o que diz o podólogo e enfermeiro Magno Queiroz, da Clínica Podológica São Camilo. Conforme explica Magno, a limpeza correta dos calçados é extremamente
necessária, principalmente aqueles fechados, que, úmidos, facilitam a proliferação de fungos. Por isso, é válido reforçar a atenção nos meses de inverno, para evitar doenças como as micoses. Para a higienização, pode-se usar uma solução que mistura água sanitária e água, na proporção de 30 ml para 1 l, ou álcool 70%, que devem ser borrifados dentro dos sapatos. Depois, é só deixar secar naturalmente por um período de 24 horas. “As pessoas não devem usar o mesmo sapato dois dias consecutivos”, diz Magno. Assim como os calçados devem ser ventilados, o podólogo explica que é muito importante deixar as unhas “respirarem”. Muitas mulheres colocam a acetona como vilã, mas o erro está em trocar de esmalte ou usar unhas postiças sem dar intervalos. “Independentemente de marca ou material, o que ocorre é
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saúde | pés Eles sofrem Saiba como identificar e tratar as cinco principais doenças dos pés Micose nas unhas (onicomicoses) Causada por imunidade baixa e contato direto com fungo. O tratamento requer limpeza das unhas, medicação e outros cuidados em casa para evitar reincidências
Frieira (tinea interdigital) Também causada por imunidade baixa e contato direto com o fungo. Aparece geralmente entre os dedos, onde há maior umidade. O tratamento inclui assepsia do local e medicação
Unha encravada (onicocriptose) Causada pelo corte arrendondado das unhas, uso de calçados fechados, caminhada inadequada e traumas. É solucionada após a retirada da espícula (pedaço da lâmina sob a pele) e processo de correção da unha, em alguns casos, com o uso de órteses (dispositivo ortopédico)
Verruga (papiloma vírus humano) Provocada pelo vírus HPV, é uma doença contagiosa. Mais propensa em pessoas com deficiências de imunidade, pode aparecer em qualquer parte do corpo. Nos pés, geralmente, são plantares. Tratamento inclui limpeza, desbastamento e quelação (queima por meio de ácidos ou nitrogênio)
Calos (hiperqueratose) São excessos de queratina, causados por atrito constante na região, geralmente decorrente do uso de calçados fechados, especialmente os de bico fino, bem como caminhar e postura inadequados. Requer assepsia do local, retirada com lixa apropriada e medicação Fonte: podólogos consultados
um abafamento do leito ungueal (parte rosada, abaixo da lâmina), o que também pode levar a micoses”, diz. Outro erro comum é usar a lixa para tratar calos ou rachaduras. O especialista explica que os calos são resultado de atritos excessivos na região. Formados de queratina, eles surgem como um mecanismo de proteção do corpo. Mas o uso desnecessário da lixa acaba por agredir a pele. “É como se o organismo entendesse que é preciso produzir mais células para repor”, esclarece Magno. O risco é de os calos voltarem ainda piores. Por ser muito abrasiva, a lixa também pode aumentar as rachaduras, causando feridas. “Ressecamento se resolve com hidratação”, explica. Hidratar os pés é, segundo a podóloga Tânia Pereira, um cuidado que deve ser diário. “Mas nunca hidrate entre os dedos, para evitar frieiras e micoses”, alerta. Funcionária do Spa Lótus, espaço voltado para práticas de medicina oriental, Tânia oferece serviços para o bem-estar e relaxamento dos pés, que incluem esfoliação, banho de ozônio (com ação fungicida e bactericida), massagem, hidratação e reflexologia, que consiste em ativar pontos de reflexos dos pés, que
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estão ligados a diferentes órgãos, vísceras e membros. Segundo Tânia, os pés merecem todos os luxos. “Eles deveriam receber cuidados especiais toda semana. Se fôssemos seguir à risca todas as recomendações, o pé seria o rei”, brinca. Um cuidado simples de ser seguido é deixar para lavar os pés por último durante o banho, já que a sujeira escorre toda para o ralo. Também é preciso secá-los bem, principalmente entre os dedos. Outra dica é o uso de desodorantes próprios para os pés, no caso de intensa sudorese, para evitar a bromidrose, mais conhecida como chulé. “O talco contribui para que o pé fique úmido e pode agravar o problema. O desodorante antisséptico costuma ser mais eficaz”, explica Tânia. Ao falar de pé, é preciso considerar também questões relacionadas a biomecânica, sobrepeso, postura, maus hábitos e sapatos inadequados. Pessoas acima do peso podem sobrecarregar os pés, bem como todas as articulações de carga, incluindo joelho, quadril e coluna vertebral, explica o ortopedista Lúcio Honório de Carvalho Júnior. Professor do Departamento do Aparelho
Locomotor da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenador da clínica de ortopedia do Hospital Madre Teresa, ele reforça que o uso contínuo de sapatos de salto também cria uma concentração de carga, neste caso, especificamente na parte da frente dos pés, causando dores e até fratura nos ossos por estresse, a metatarsalgia. O uso de calçados inadequados também pode ser responsável pelo aparecimento do joanete. Lúcio afirma que, até a Segunda Guerra Mundial, o problema não existia no Japão. “O contato com a cultura ocidental e a utilização de calçados com bico fino, principalmente pelas mulheres, disseminou o problema naquela população”, explica. Na hora de escolher o sapato, é bom estar atento ao formato dos pés e ao tipo de pisada, sempre priorizando o conforto. Em alguns casos, o uso de palmilhas é necessário para distribuir melhor a pressão sobre os ossos do pé. Há tratamentos que passam por cirurgias, injeções locais de anestésicos e fisioterapia, mas dependem da causa da dor. “A dor é o grande alerta e deve ser sempre investigada”, alerta Lúcio. z
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Integrais de verdade? É preciso ficar atento à composição dos produtos integrais para não ser enganado. Nutricionistas indicam o que observar e as quantidades que devem ser consumidas
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Eugênio Gurgel
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Ir ao supermercado com tranquilidade tem muitas vantagens. Você pode comparar os preços dos produtos e fazer uma compra mais consciente, além de verificar a data de validade e a integridade das embalagens. E se essas razões ainda não forem suficientes, acrescente mais uma: é sempre bom fazer uma vistoria na lista de ingredientes para ter mais segurança naquilo que está comprando. Forte exemplo disso são os alimentos integrais. Nutricionistas alertam que muitos produtos que carregam o “selo” integral, na verdade, levam em sua composição uma mistura de farinhas, em alguns casos, em quantidades até maiores do que aquela integral. Segundo explica a nutricionista Aline Oliveira Penedo, da loja Mundo Verde, no Lourdes, integrais são aqueles produtos que apresentam o grão em sua forma mais completa, composto por farelo ou casca, endosperma e gérmen. Porém, em produtos industrializados, os grãos costumam ser submetidos a um processo de refinamento, tendo sua estrutura modificada e perdendo grande parte de seus nutrientes. Para compensar o prejuízo e deixar o produto mais nutritivo, a indústria alimentícia recorre ao acréscimo de farinha refinada enriquecida com ferro e ácido fólico. A nutricionista Rafaelly Cristina, especialista em nutrição esportiva, também explica que muitos produtos recebem adição de fibra ou farelo de trigo à farinha de trigo convencional e, assim, são vendidos como integrais. O ideal seria se todos pudessem preparar os alimentos em casa. Na falta de tempo, então, não custa perder alguns minutinhos inspecionando o rótulo. “Convencionou-se entre os fabricantes que o primeiro ingrediente do produto é o de maior quantidade, e assim sucessivamente, em ordem decrescente. Se o primeiro ingrediente for integral, ele pode ser considerado integral”, explica Rafaelly. Conferir a composição pode ser trabalhoso, mas os ganhos de uma alimentação que inclui grãos e cereais compensam. “Um dos maiores benefícios vem em função do alto teor de fibras consumidas, que são responsáveis pelo bom funcionamento intestinal, pela diminuição do colesterol, pela sensação de saciedade e por limpar o organismo de substâncias tóxicas”, diz a nutricionista Renata Rodrigues de Oliveira, integrante do Instituo Mineiro de Endocrinologia e especialista em nutrição clínica, fisiologia do exercício e obesidade e emagreciAGOSTO de 2014 Encontro | 61
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saúde | alimentos Integral no dia a dia Saiba diversificar nos grãos e incluí-los em receitas
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Amaranto Geralmente encontrado em flocos, deve ser adicionado a sucos, vitaminas e iogurtes. Vai bem também com saladas de frutas
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Arroz integral Possui quatro tipos: agulhinha, cateto, arroz vermelho e negro. Substitui o arroz branco, sendo mais nutritivo
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Aveia Mais conhecida, se apresenta na forma de flocos e farelos, sendo bastante utilizada em mingau, frutas, iogurtes e vitaminas
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Centeio Em grãos ou farinha, complementa receitas que levam farinha de trigo integral
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Granola É uma mistura de aveia, farelo e gérmen de trigo, flocos de milho, arroz, oleaginosas (castanhas) e frutas desidratadas. Por ser bem completa, ganha a preferência de muitas pessoas, podendo ser consumida com leite, iogurtes, frutas e vitaminas
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Quinoa Encontrada em grãos, pode ser cozida e usada em substituição ao arroz. Em forma de farelo ou farinha, é muito usada para fazer vitaminas, consumida com frutas ou incluída em receitas de pães, biscoitos e bolos
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Trigo integral Bastante usado para massas de pizza e macarrão *Celíacos devem evitar aveia, centeio e trigo, que contêm glúten Fonte: nutricionista Aline Oliveira Penedo, da loja Mundo Verde (Lourdes)
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mento. Além disso, os grãos são ricos em vitaminas, minerais antioxidantes, tais como selênio e zinco, ferro, que auxilia na circulação sanguínea, e fonte de carboidrato e proteína. A nutricionista Aline Penedo aponta outros benefícios: “Para os diabéticos, os alimentos integrais ajudam a evitar picos glicêmicos, que vêm com o consumo de farinhas refinadas, bastante presente em doces e que são rapidamente absorvidas pelo organismo”. Mas isso não significa que os integrais devem ser consumidos sem restrições. A alta ingestão de fibras pode causar gases e estufamento do estômago. “Toda fibra deve ser hidratada, para ter melhor efeito. O consumo de fibras sem a ingestão adequada de água pode piorar ainda mais o quadro de constipação intestinal”, diz Rafaelly Cristina. Além disso, o excesso pode reduzir a absorção de nutrientes e sais minerais pelo organismo. Por último, é bom lembrar que os alimentos integrais são tão ou mais calóricos que os alimentos refinados. Assim, a recomendação para adultos é de um consumo de até 30 g de fibras por dia, o que seria equivalente a 48 g de cereais integrais, de acordo com a Dietary Guidelines for Americans 2010, guia de referência mundial em nutrição. Para crianças acima de 2 anos, a Fundação Americana de Saúde e a Academia Pediátrica Norte-americana orientam consumo diário de fibras acrescentando-se de 5 g a 10 g à idade da criança. Segundo o nutrólogo Enio Cardillo Vieira, é importante esclarecer que existem dois tipos de fibras: as insolúveis, encontradas principalmente no trigo, e as solúveis, presentes em cereais como a aveia, mas também em frutas e vegetais. “É importante introduzir esses alimentos assim que a criança passa a comer sólidos”, diz. Embora possa haver resistência a esses alimentos integrais devido à coloração mais escura e ao aspecto seco, é válido incentivar o consumo, especialmente na infância, quando as preferências são criadas. “O número de vezes que uma pessoa tem de se expor para gostar de um alimento é em torno de 10”, diz o nutrólogo. Vale a pena insistir. z
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Padrastos, cada vez mais, assumem papel importante na vida de filhos não biológicos. O que não falta são belos exemplos MARINA DIAS
Quando se casou em setembro do ano passado, a advogada Ludmila Normando, de 30 anos, tomou uma decisão que expressava seu carinho por uma figura que, até então, havia acompanhado seu crescimento desde os 5 anos de idade. Quando caminhou em direção ao altar, ela o fez acompanhada não só do pai, o servidor público aposentado Ben Hur Vargas, de 61 anos, mas também do padrasto, o contador Ronaldo Mascarenhas, de 53 anos. O gesto da advogada foi uma forma de retribuir o carinho que Ronaldo sempre demonstrou, desde quando começou a namorar a mãe dela e passou a cuidar das duas. “Ele respeitou bem nossa relação e não ultrapassou limites. Acredito que era preciso estar disposto a assumir aquela nova família, pois uma criança não é elemento opcional. E ele estava”, explica Ludmila. Como continuou tendo contato com o pai biológico, a advogada poderia ter optado entrar apenas com ele, mas descartou a hi64 |Encontro
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Rogério Sol
O engenheiro Breno Lio e as enteadas Fernanda, Bruna e Flávia Kallil: “Eu também amadureci, passei a me preocupar mais e pensar em como ajudar e proteger as meninas”
pótese. “Essa decisão foi natural para mim; não tinha possibilidade de entrar só com um, porque ambos são meus pais”, explica ela, que divide o Dia dos Pais entre a casa dos dois. A família de Ludmila faz parte de um grupo analisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pela primeira vez na última edição do Censo, a de 2010. São as famílias reconstituídas, ou seja, formadas por casais após separação ou morte do cônjuge. Esses grupos, compostos também por filhos e enteados, representam 16,3% do total de casais que vivem com filhos no país: são mais de 4,4 milhões de famílias. O número de peso não necessariamente reflete a adaptação dos envolvidos à nova configuração familiar. Em um ambiente saudável e equilibrado, o padrasto acaba sendo reconhecido como uma segunda – e em alguns casos, a principal – figura paterna, mas nem sempre é simples para os filhos lidar com outro homem dentro de casa, lugar que antes pertencia ao pai. Na família do engenheiro Breno Lio Pereira, de 41 anos, por exemplo, o início da convivência não foi dos mais fáceis. Quando começou a se relacionar com a atual mulher, Consuelo, teve de lidar com três adolescentes, de 15, 17 e 21 anos, filhas dela. A do meio, Flávia Kallil, que hoje tem 29 anos, deu bastante trabalho. “No início, a Flávia era mais rebelde. Mas, mesmo com a rejeição dela, eu continuava tentando, sem forçar a barra. Com o passar do tempo, fomos trocando ideias e comecei a ter mais liberdade. Hoje, nossa relação não poderia ser melhor”, conta. A enteada admite que não gostou muito da ideia do relacionamento no início, principalmente porque o padrasto era quase 20 anos mais novo que a mãe. “Eu tinha ciúme dela e me fechei para aquela ideia”, explica, lembrando que a relação demorou cerca de dois anos para se acertar. “Hoje ele é pai e amigo. Temos muito em comum, conversamos de futebol, jogamos videogame, mas ele também me dá conselhos quando preciso”, diz. Breno também vê crescimento pessoal no processo, e não apenas no sentido da família, que hoje é harmônica AGOSTO DE 2014
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COMPORTAMENTO | PAIS Estúdio Sincro/Divulgação
A advogada Ludmila Normando entrou na igreja com o pai, Ben Hur Vargas, e o padrasto, Ronaldo Mascarenhas: “Essa decisão foi natural, porque ambos são meus pais”
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e muito feliz. “Eu também amadureci. Passei a me preocupar mais com outras pessoas, pensando no que poderia fazer para ajudar e proteger as meninas. Passaram a ser filhas para mim.” Eventuais desentendimentos, segundo o psicólogo Milton Bicalho, acontecem e não devem ser vistos como algo preocupante. Não se deve olhar para o caso de forma isolada só porque o conflito foi entre padrasto e enteado. “Afinal, há também desarranjos entre pais e filhos”, explica. Ele ressalta que a transição para a nova configuração da família costuma ser mais fácil se a criança tem até 5 anos de idade, quando o padrasto pode até ocupar a função paterna. O período mais difícil é a pré-adolescência. Como o padrasto é uma figura que deriva do lugar de pai, nessa fase a pessoa que ocupará o novo lugar não deve forçar sua presença ou autoridade. “O homem deve saber chegar devagar, sem muitas pretensões, procurando gradativamente seu espaço na família”, diz. O especialista ressalta, ainda, a importância de o padrasto não ter a pretensão de substituir o pai. “É importante que os integrantes vejam o momento como de expansão da família. É mais uma pessoa no grupo, não alguém tomando o lugar de outrem.” A relação entre mães, filhos e padrastos foi analisada por um grupo de pesquisa da Brigham Young University, nos Estados Unidos. Foram identificadas as principais frustrações do ponto de vista dos filhos, que, segundo o estudo, acontecem quando o padrasto assume muita autoridade parental ou quando ele atrapalha a rotina da família. A pesquisa revela, ainda, que dois são os erros mais comuns dos casais na transição. O primeiro é quando eles agem como se nada de significativo tivesse mudado quando o padrasto se muda para a casa. O segundo é quando a mãe toma para si toda a educação dos filhos. O trabalho conclui que o fio comum nos cenários é a falta da voz das crianças. Nesse caso, conversar abertamente contribui para a aproximação. O investigador de polícia José Braga, de 49 anos, diz que levar as relações de uma forma natural foi importante para seu contato com
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COMPORTAMENTO | PAIS Geraldo Goulart
A coordenadora de arquivos de documento Aline Anjos recebeu o padrasto, Onofre Dias, como uma bênção: “Ele foi um presente de Deus” Geraldo Goulart
José Braga deixou a convivência seguir de forma natural e se dá muito bem com o enteado, Alexander Cardoso: “Respeito e boa relação são conquistados com o tempo”
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os enteados, principalmente com Alexander Cardoso, de 27 anos, com quem dividiu a casa por muitos anos. “Quando se divide espaço com outra pessoa, é preciso se posicionar, mas eu não tinha a intenção de substituir o pai. É preciso que as coisas aconteçam naturalmente”, conta ele, que é padrasto de Alexander há quase duas décadas. “O respeito e a boa relação são conquistados com o tempo”, diz. Já Alexander, cujo pai faleceu, diz que o padrasto sempre foi presente em sua vida e que a afinidade maior dos dois está nos valores, no tratamento e na conduta. “Lembro que certa vez ele e minha mãe brigaram e fiquei triste ao vê-lo saindo de casa. Isso não teria acontecido se não tivéssemos uma relação de pai e filho.” Quem deve seguir o exemplo da advogada Ludmila Normando na hora de dizer o “sim” no altar é a coordenadora de documentos Aline Anjos, de 33 anos. Às voltas com o casamento, marcado para este mês, ela será acompanhada pelo pai, divorciado da mãe há mais de 20 anos, e pelo padrasto, o comerciante Onofre Dias, de 50 anos. “Minha mãe se separou jovem, ficou sozinha por anos e chegou a ficar deprimida. Quando conheceu meu padrasto, sua vida mudou completamente. Ele foi um presente de Deus”, conta. Apesar de não ter sido um convívio desde criança – quando sua mãe se casou de novo ela já tinha 20 anos –, abraçou a chegada de Onofre e o ama como um segundo pai. Por isso, não abrirá mão de entrar com ambos – pai biológico e pai de coração – na igreja. “Ele sempre participou muito da minha vida. Conversamos, trocamos ideias e ele me dá conselhos. É parte imprescindível da nossa família”, diz Aline, com carinho. Tímido na fala, Onofre se sensibiliza ao comentar sobre Aline e o irmão dela, Marcelo, que já é casado e não vive mais com eles. Em relação ao pedido para acompanhar a enteada no casamento, conta que ficou ao mesmo tempo feliz e comovido. “No convite do noivado, ela me chamou de ‘pai de coração’. Fiquei extremamente emocionado. Eu não tinha filho algum e hoje tenho dois”, diz emocionado. ❚
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COMPORTAMENTO | EDUCAÇÃO Gláucia Rodrigues
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Mariana Gois e Tiago de Freitas, pais de Caio e Maria, acham que a melhor estratégia é deixar que as crianças fiquem sozinhas por um tempo, para refletir sobre atitudes ruins: opção pelo cantinho do pensamento
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Pais e especialistas discutem alternativas para educar e impor limites na medida para as crianças MARINA SANTOS
Muitas questões angustiam os pais na tarefa diária de educar: o que devo fazer para o meu filho gostar mais de frutas? E se ele se envolver em brigas na escola? Como faço para ele não voltar a subir na cadeira ou colocar o dedo na tomada? Não são raros os momentos em que os pequenos fazem birra, são desobedientes e desafiam as ordens dadas. Paciência posta à prova, os pais precisam estar seguros para disciplinar, reforçando sua autoridade, mas sem fazê-lo de forma abusi va. Com o intuito de evitar castigos físicos e humilhações, a Lei da Palmada (como ficou conhecida) levantou, mesmo antes de entrar em vigor, em junho, nova discussão a respeito dos métodos educativos. Que bater não é o melhor caminho, não há dúvidas. Mas como impor limites e orientar o comportamento das crianças da forma correta? Mariana Gois e Tiago de Freitas são pais de Maria, de 3 anos, e Caio, de 1. Eles são contrários a qualquer tipo de violência e acreditam que o recurso da agressão revela, na verdade, um despreparo dos pais. “Acho que a palmada surge em momentos de impaciência e cansaço, quando se quer resolver o problema rápido”, diz a mãe, que é fisioterapeuta. A via do diálogo pode até ser mais trabalhosa, mas deve prevalecer desde cedo, defende Mariana. Recentemente, com a mais velha, os pais passaram a adotar o chamado “cantinho do pensamento”, um local da casa onde a criança deve permanecer isolada por certo tempo, para refletir sobre o que fez. “Mas sempre converso com ela. Se ela não sabe por que está errada, perde o sentido”, explica a mãe. O pai, engenheiro civil e empresário, também acrescenta que o recur-
O casal Marco Paulo Denucci e Renata Viana faz questão de premiar as boas ações das filhas Mariana e Maria Cecília: “Acredito no reforço positivo”, diz Renata
so não é usado com caráter punitivo. “Tentamos não dar a cara de castigo. O ‘cantinho do pensamento’ constrange de uma forma positiva, pois ensina a criança a pensar e dá oportunidade para ela mudar e melhorar”, diz. Segundo Tiago, o casal também concorda em evitar ameaças e recompensas para educar os pequenos. “Damos doces à Maria, claro, com restrições. E tentamos não usar isso para barganhar algo”, fala. Para o pai, o risco de se oferecer guloseimas em troca de alguma atitude é ajudar a criança a desenvolver mals hábitos alimentares, ao invés de já incentivá-los desde cedo a tomar gosto por frutas, legumes e verduras. A pediatra Renata Viana, mãe de Maria Cecília, que completa 6 anos em setembro, e Mariana, de 1 ano e meio, também defende que a barganha não é a melhor medida, mas acredita que premiar boas ações ajuda a educar.
“Não é bom se a criança age esperando algo em troca. Mas acredito no reforço positivo”, diz Renata. Como explica, esse reforço pode ser uma ação simples, como elogiar. O pai, o defensor público Marco Paulo Denucci, conta que também usa o “cantinho do pensamento” com a filha mais velha e que a estratégia tem sido cada vez menos necessária. “Acho que o ‘cantinho do pensamento’ dói até mais do que a palmada. A Ciça fica triste quando percebe que nos decepcionou. Da primeira vez, não levou muito a sério, mas depois passou a entender”, diz. O casal conta que um dos maiores problemas enfrentados em casa foi saber controlar o ciúmes de Ciça com a chegada de Mariana. “É uma diferença de quatro anos. Ciça passou muito tempo sendo filha única”, diz a mãe. “O primeiro filho perde a atenção exclusiva e o bebê requer mais aten ção, por uma questão de segurança”, AGOSTO DE 2014
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COMPORTAMENTO | EDUCAÇÃO explica. A solução, então, foi envolver a mais velha na tarefa de zelar pela menor. “Acho importante a criança se sentir participativa. Às vezes, quando estou dando banho na Mariana, finjo que esqueço a toalha e peço para Ciça ir buscar para mim”, exemplifica Renata. Segundo ela, é preciso também reservar um tempo para cada filho. “Esses momentos particulares não precisam ser longos, mas de qualidade. Quando posso ficar com a Ciça, o momento é só dela”, diz. Para a psicóloga clínica Débora Galvani Klefens, as repreensões dadas pelos pais devem ser proporcionais à idade e à atitude da criança. Débora explica que crianças de até 3 anos não conseguem relativizar o tempo, portanto, devem ser repreendidas na hora. O interessante é abaixar-se na altura dos pequenos e usar postura e voz firmes para adverti-los. Acima dos 3 anos, já há certa racionalização do pensamento e é fundamental o diálogo. No caso do “cantinho do pensamento”, esse é um recurso que funciona caso a criança se sinta mal por aquilo que ela fez, pois o arrependimento a fará refletir. Mas a estratégia não pode ser banalizada, devendo ser usada apenas em situações relevantes. “A retirada de alguma situação ou objeto de que a criança goste pode ser usada, desde que não interfira em sua rotina escolar, o que envolve também outras atividades educacionais extraclasse, e em sua alimentação”, afirma Débora. Sobretudo, é importante que os pais consigam sustentar as punições dadas, ou terão sua autoridade questionada. “Se você diz que seu filho ficará uma semana sem ver TV, ele não pode estar ao seu lado no dia seguinte vendo à novela”, exemplifica. Não perder a coerência foi uma das principais preocupações para Agda Alves e Weliton de Souza. Separados há três anos, eles são pais de Henrique, que completa 10 em outubro. “Seguimos a mesma linha, temos as mesmas ideias. Se o pai falou, não volto atrás. Tem de existir esse acordo, para que um não descredibilize o outro”, diz Agda, que é professora de ciências do ensino fundamental. O menino mora 74 |Encontro
Gláucia Rodrigues
Separada do marido, a professora Agda Alves preocupa-se em manter a coerência na criação do filho, Henrique: “Seguimos a mesma linha, temos as mesmas ideias. Se o pai falou, não volto atrás”
com a mãe e passa os fins de semana com o pai, bancário. Segundo Agda, Henrique sempre foi tranquilo e obediente, mas, quando há excessos, a solução é cortar algum jogo de que ele gosta ou não deixar que vá dormir na casa dos primos, por exemplo. “Faço isso para que ele entenda que suas atitudes têm consequências”, diz a mãe. Para a pediatra e psiquiatra da infância e adolescência Marília de Frei-
tas Maakaroun, embora a palmada já tenha sido usada por pais e professores, não se justifica na atualidade, quando passamos a conhecer cada vez mais os melhores recursos educativos. “A criança que sofre maus-tratos aprende a violentar. Sabemos que o amor, através do cuidado, respeito e responsabilidade, constitui a melhor ferramenta na construção de relações humanas saudáveis”, diz. ❚
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COMPORTAMENTO | JOVENS
A empresária Maria Carlota Gario, de 30 anos, decidiu resolver sua vida profissional antes de se casar: “Não fui só com a cara e a coragem. Para encarar o mercado, temos de nos preparar muito antes”
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Pedro Nicole
A década
das conquistas
Na chamada Turbo Década, que vai dos 25 aos 35 anos, a corrida contra o tempo impulsiona os jovens a buscar realizações profissionais e pessoais DANIELA COSTA
O que você vai ser quando crescer? Chega um momento em que essa pergunta começa a ser levada bem a sério. E é aí que decisões que vão impactar o resto da vida são tomadas. Segundo especialistas, as principais conquistas acontecem em exatos dez anos, em média dos 25 aos 35 anos, período conhecido como Turbo Década. É nessa fase que projetos como concluir a faculdade, comprar uma casa, ter filhos ou montar o próprio negócio ganham força total. O momento também é crucial para conquistar espaço no mercado de trabalho. “A cada AGOSTO DE 2014
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COMPORTAMENTO | JOVENS nova geração, a cobrança pelo sucesso profissional acontece bem mais cedo”, explica a psicóloga Cassandra Pereira França, professora de psicanálise do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A corrida contra o tempo às vezes é conturbada, afinal, traçar as diretrizes da própria vida nem sempre é tarefa fácil e é preciso coragem para decidir. O empresário Felipe Lobo, de 29 anos, que o diga. Natural do Rio de Ja neiro, ele abandonou a faculdade de engenharia de produção aos 23 anos, fez as malas e mudou-se para Belo Horizonte para trabalhar com o que realmente gostava: gastronomia. Na capital, juntou-se a um primo para abrir seu primeiro negócio, o restaurante Takê, de comida japonesa e chinesa. Quatro anos depois, em 2012, ousou novamente, dessa vez em parceria com a irmã. A aposta foi no Botequim Arantes, especializado em carnes nobres. “Considero-me um cara bem-sucedido, mas nunca descarto novas possibilidades”, diz Felipe. Aliar trabalho ao bem-estar é uma característica dos novos empreendedores. Diferente das gerações anteriores, a prioridade é a realização pessoal, mesmo que para isso tenham de se arriscar. Para eles, quando pinta a dú vida, a chave do sucesso encontra-se em atitudes ousadas. Há alguns anos, a musicista Keilla Jovi, de 32 anos, teve de resolver um dilema antigo. Desde pequena, ela tinha duas paixões, a música e os animais, e queria trabalhar com algo ligado a elas. Mas qual a escolha certa a fazer? No fim das contas, ela conseguiu unir o útil ao agradável. Keila cursou dois períodos na faculdade de medicina veterinária, mas largou o curso e mergulhou de cabeça na música, seguindo o exemplo dos pais. “Tive minha primeira banda aos 12 anos e definitivamente não poderia seguir outra carreira. Percebi que poderia cantar e ajudar os animais ao mesmo tempo”, conta Keila, que tem “apenas” 32 gatos, cinco cães e uma pomba. Com a carreira consolidada, ela e o noivo, Gleison Tulio, seu parceiro musical, preparam-se para mais uma temporada no exte78 |Encontro
Samuel Gê
Valéria Montandon, diretora executiva do Grupo Velos, não titubeou quando teve de assumir os negócios da família: “Trabalhei em quase todas as áreas do grupo até assumir o cargo atual”
rior. No final de agosto, os roqueiros vão se apresentar no Beatle Week, em Liverpool (Reino Unido). “Quando voltar, pretendo me mudar para um sítio, para que meus animais fiquem melhor acomodados. Será a realiza ção de um grande sonho.” Se alguns ficam indecisos com várias possibilidades, outros se mostram mais firmes quanto ao caminho a seguir. A diretora executiva do Grupo Velos, Valéria Montandon de Figueiredo Lassi Lopes, de 31 anos,
não titubeou quando teve de assumir a rede de concessionárias Mitsubishi Mit Car e Barão Motors, empresas do grupo, que eram comandadas pelo pai. Ela seguia carreira no direito – formou-se na Faculdade Milton Campos –, mas na sequência fez pós-graduação em negócios na Fundação Dom Cabral, onde passou a dar aulas de Gestão Estratégica. O berço de ouro em nenhum momento a deixou acomodada e o desafio de ingressar em um negócio comandado por
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COMPORTAMENTO | JOVENS Fotos: Samuel Gê
A musicista Keilla Jovi sempre teve a música e os animais como paixão, mas enfrentou um grande dilema para decidir a qual se dedicar profissionalmente: “Tive minha primeira banda aos 12 anos de idade e definitivamente não poderia seguir outra carreira”
Aos 29 anos, o empresário Felipe Lobo, dono do restaurante Takê e do Botequim Arantes, não se arrepende das decisões ousadas que tomou: “Considero-me um cara bem-sucedido”
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homens também não a intimidou. Em pouco tempo, ela fez uma revolução na empresa, mudando rotinas e processos e estabelecendo novas regras e padrões de atendimento. “Trabalhei em quase todas as áreas de negócios do grupo. Desde a parte jurídica, área de finanças, pós-vendas, comercial, ao setor de marketing, até assumir o cargo no qual estou desde 2009”, diz. A empresária já se prepara para a inauguração de uma nova concessionária no bairro de Lourdes em 2015 e, apesar do ritmo acelerado, não abre mão de suas outras paixões. “Dedico tempo e amor às pessoas que são especiais em minha vida”, diz ela, referindo-se ao namorado, à família e aos amigos. Na chamada Turbo Década, os projetos pessoais também pesam na balança. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o maior índice de casamento acontece entre os 25 e 29 anos de idade. Seguindo as estatísticas, a empresária Maria Carlota Gario, de 30 anos, prepara-se para dar o grande passo. “Vou me casar em dezembro”, conta. Essa decisão, no entanto, só veio após a conquista da realização profissional. Graduada em comunicação empresarial e em moda, ela comemora o sucesso da loja que leva seu nome, inaugurada há dois anos. “Consegui criar minha própria marca, com peças exclusivas, que eu mesma desenvolvo.” Para Carlota, aliar sua experiência com moda e administração tem sido seu maior diferencial. “Não fui só com a cara e a coragem. Para encarar o mercado, temos de nos preparar muito antes.” A psicóloga Cassandra Pereira França ressalta que, apesar de produtiva, a Turbo Década também traz alguns inconvenientes, como o de achar que o sucesso profissional deve acontecer obrigatoriamente até os 30 anos. “Isso leva muitos jovens a abandonar profissões que deman dam mais tempo de especialização e para as quais possuem vocação, para se aventurarem em outras áreas. O resultado é uma expressiva perda de talentos.” Para ela, fundamental é respeitar o próprio tempo. z
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Pedro Nicoli
Aluna do ensino médio do Colégio Loyola, Marina Bastos vai tentar engenharia de produção: “Nossa insegurança vem de não entendermos bem a profissão escolhida”
A dúvida sobre qual profissão seguir é sempre um dilema para os jovens que se preparam para entrar na universidade. Entre outras dicas, especialistas orientam pesquisar muito sobre a área pretendida
MARINA DIAS
A facilidade com as ciências exatas levou o estudante da 3a série do ensino médio Henrique Campos, de 16 anos, a pensar na engenharia como profissão. Nada mais comum entre alunos: guiar a opção do curso pelas matérias com as quais têm mais afinidade no colégio. Para Henrique, no entanto, a decisão não foi definitiva e, antes de se inscrever para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em maio, mudou de ideia. O interesse pelo comportamento humano – adquirido quando começou a fazer terapia, aos 15 anos – falou mais alto. “Percebi como a terapia me ajudou e tive vontade de ajudar pessoas dessa
forma. Descobri muito sobre mim e sei que outras pessoas poderiam se beneficiar disso também”, diz. Com outra opção em jogo, o jovem pesquisou mais a fundo as matérias do curso de psicologia, para ver se gostaria de estudá-las, e também as possíveis áreas de atuação do profissional, além de ter conversado com psicólogas na feira de profissões promovida anualmente pelo Colégio Logosófico, onde estuda. “Tive mais certeza de que era isso que queria”, conta. Henrique está entre os jovens que se empenham na decisão que assombra a maioria dos alunos do ensino médio: qual carreira seguir? É consenso entre os especialistas que a pesquisa é imprescindível nessa AGOSTO DE 2014
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EDUCAÇÃO | CARREIRA hora. “As disciplinas da escola são a primeira referência dos alunos, mas não devem ser a única. É preciso sair um pouco das matérias e pensar na atuação profissional, que virá depois do curso e que nem sempre tem relação direta com as disciplinas com as quais se tem afinidade na escola”, explica a psicóloga escolar do colégio Bernoulli, Vera Grapiuna. “A pesquisa é importante, pois o jovem ainda é cheio de fantasias e ideias preconcebidas sobre as carreiras. Devem ser incentivados a buscar informações sobre a realidade do mercado e da profissão.” Orientadores profissionais ressaltam a importância de se refletir com tempo e empenho sobre o tema. E a dica é valiosa em tempos de Sisu (Sistema de Seleção Unificada), por meio do qual se selecionam os candidatos às vagas de instituições públicas de ensino superior. Isso porque, munido de sua nota do Enem, o aluno pode consultar, no sistema, em quais cursos consegue se inscrever com base em seu desempenho. Caso a nota não seja suficiente para ele entrar na graduação que pretende, pode optar por outro curso, que tenha nota de corte mais baixa. “A nota do Enem não pode ser usada no ano seguinte. Assim, caso o aluno não consiga o curso que deseja, acaba escolhendo qualquer outro, apenas para garantir a entrada na universidade. Isso tem nos preocupado”, diz a coordenadora do programa de orientação profissional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Delba Barros. Segundo ela, isso ocorre pelo fato de que ainda há muita pressão para o jovem brasileiro ingressar na universidade assim que sai do colégio. “Passar no vestibular é uma conquista não só do aluno, mas da família, da escola. Os jovens têm muito medo de errar”, explica. Apesar disso, o Enem trouxe uma vantagem, uma folga de alguns meses para os estudantes pensarem melhor sobre a profissão. Antes de fazer o exame em novembro, focam mais em estudar para obter uma boa nota. A partir daí, a inscrição para os cur sos, por meio do Sisu, é só em janeiro 84 |Encontro
Geraldo Goulart
Carolina Tantikitmanee, do colégio Santo Agostinho: “Não gosto da ideia de escolher outro curso no Sisu só porque a nota te possibilita isso”
seguinte, o que ainda dá algum tempo para quem não está certo do que pretende fazer. “O processo ficou um pouco mais suavizado, especialmente porque são jovens de uma faixa etária em que três meses fazem diferença no amadurecimento”, diz Delba. No processo de escolha, a escola tem papel importante. As instituições podem oferecer orientação para os alunos, por meio de reuniões coletivas e individuais com psicólogos, psicopedagogos e outros profissionais envolvidos na educação. Costumam, ainda, promover visitas a feiras de profissões e a espaços de trabalho como fábricas, empresas e redações de jornais. “A escola deve acompanhar o processo, também, por meio da análise constante do desempenho do
aluno”, diz a diretora geral pedagógica do Colégio Santa Maria, Maria Helena Menezes Carvalho. A aluna do terceiro ano do Santo Agostinho, Carolina Tantikitmanee, de 17 anos, chegou à última série do Ensino Médio ainda sem ter resolvido o que queria fazer. Entre letras, moda, direito, psicologia, relações internacionais e ciências políticas, as opções eram muitas. Ao longo deste ano, fez testes vocacionais na internet e visitou uma feira de profissões, onde excluiu alguns cursos, como direito. Quando já estava tendendo para letras, preocupava-se com as críticas de outras pessoas, que sempre ressaltavam o fato de que teria de virar professora. “Até que parei de pensar que essa carreira seria um problema”, diz.
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COMO ESCOLHER Especialistas indicam o que fazer para facilitar a decisão sobre qual profissão seguir O aluno deve estar disposto a pesquisar as profissões, sabendo da variedade de carreiras que existem no mercado É preciso dedicar tempo à autorrefl exão: procurar saber não apenas o que se quer fazer, mas por quê; quais os objetivos de atuar naquele ramo, quais as prioridades na vida (status, dinamismo, dinheiro, etc.), quais competências pretende usar diariamente, entre outros aspectos No caso de o jovem encontrar dificuldade em construir critérios de escolha, deve procurar ajuda, não apenas da família e escola, mas também orientação de profi ssionais É importante considerar que as matérias com as quais o aluno tem mais afinidade na escola podem ajudar na escolha, mas isso não é um fator definidor: pode ser que se goste de matemática, mas não da realidade de trabalho de um engenheiro, por exemplo É imprescindível inteirar-se sobre como funciona a profi ssão: a rotina do profissional (ex.: plantões noturnos, viagens constantes, etc.), atividades diárias, competências exigidas O mercado da profi ssão também deve ser avaliado: questões relativas à demanda de profissionais, salário médio, possibilidade de crescimento
O estudante Henrique Campos tinha pensado em cursar engenharia: acabou se decidindo pela psicologia, depois de conhecer as áreas de atuação desse profissional
Samuel Gê
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Procurar pessoas que já atuam na profi ssão pretendida pode dar uma visão mais concreta daquele mercado e rotina. É muito fácil idealizar um cargo pautando-se pelas pessoas de maior destaque ou por como ele é demonstrado na mídia Em relação ao curso, é importante pesquisar grade curricular e temas que serão estudados, pois serão no mínimo quatro anos lidando com aqueles assuntos Com o Sisu, as possibilidades de se estudar em outra cidade se ampliaram. Pode-se levar em conta também a opção de cursar a graduação fora Pais devem apoiar e orientar os filhos – conversando sobre suas próprias impressões em relação às profi ssões cogitadas e às características dos fi lhos –, mas não devem pressioná-los A escola também deve ter papel nessa busca, oferecendo orientação profissional, promovendo palestras e visitas a feiras de profissões, empresas e universidades As conversas e orientações ao jovem também devem deixar claro que não há problema em mudar de ideia depois, e que o curso não concluído não será uma perda de tempo Fonte: especialistas consultados
Além disso, ao conversar com graduados no curso, viu que há outras carreiras possíveis, como o trabalho em editora. “Não gosto da ideia de escolher outro curso no Sisu só porque a nota te possibilita isso. Fui criada na filosofia de que se deve fazer o que gosta.” A estudante da 3a série do ensino médio do Colégio Loyola Marina Bastos, de 17 anos, decidiu qual será sua graduação após uma viagem com a turma da escola para os EUA, onde os alunos participaram de um curso de empreendedorismo na Boston College. Após a viagem, em junho passado, ela ainda estava em dúvida sobre o que estudar, mas tinha grande interesse pelo empreendedorismo em si. Pesquisando quais cursos e carreiras a levariam a trabalhar com isso, decidiu-se pela engenharia de produção. “Acho que, muitas vezes, a nossa insegurança vem porque não entendemos bem a profissão, e é isso que precisamos pesquisar antes de escolher”, diz Marina. A família também é pilar importante na escolha, principalmente no sentido de incentivar o jovem a procurar informações, além de apoiá-lo ao longo do processo. Vera Grapiuna, psicóloga do Bernoulli, lembra, ainda, que os pais conhecem muito das características e gostos dos filhos e podem conversar sobre isso com eles. “Se o jovem quer fazer direito, mas não gosta de leitura, os pais podem apontar que essa é uma profissão em que é preciso ler muito e perguntar se o filho está disposto a isso, por exemplo”, diz. O essencial em todas as frentes, segundo os especialistas, é mostrar que a escolha não precisa ser definitiva e não estará “errada” caso o jovem decida mudar de curso – o que não deve isentá-lo de fazer uma opção bem fundamentada. “O aluno precisa saber que a escolha feita foi a possível naquele momento, circunstanciada pelo que então vivia”, explica Delba Barros. Principalmente nos dias de hoje, em que a fronteira entre profissões está cada vez mais tênue, diz ela, o aprendizado que se teve no primeiro curso não será desperdiçado. ❚
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Só falta o menu É cada vez maior o número de bares e restaurantes de BH que reservam espaço para cachorros. Selecionamos 16 endereços
A maquiadora Cida Nogueira tem lugar cativo no Copa Bistrô para seus dois whippets, Dali e Pilar: “Seleciono os locais que frequento dando preferência aos que aceitam animais”
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DANIELA COSTA
Descolado e popular, o golden retriever Yamandu Savassi circula com frequência pelas ruas da região que inspirou o seu nome. Sempre acompanhado da dona, a fotógrafa Ana Slika, de 30 anos, dispensa o uso de coleira e guia. “Quando o adotei, ele estava muito doente, com babesiose (doença de carrapato) e problemas renais. Cheguei a fazer campanha para pagar o tratamento dele. Hoje, além de ser meu grande parceiro, é querido por todos aqui”, conta Ana. Paparicado por crianças e adultos, Yamandu conquistou cadeira cativa em alguns bares e restaurantes da região. No Café com Letras, que fica na rua Antônio de Albuquerque, enquanto Ana faz um lanche, o cão curte o sol da tarde com direito a vasilhame com água e até gelo nos períodos mais quentes do ano. “O número de clientes com animais de estimação é
cada vez maior. E não vemos problema nenhum em recebê-los em nossa área externa”, diz Andrine Teodoro, gerente de atendimento do estabelecimento. Não raras vezes, Yamandu também é visto circulando pelos corredores do Pátio Savassi, único shopping de Belo Horizonte onde a presença de animais é permitida. Por lá passam cerca de 150 cães por mês. “Pedimos apenas que os bichinhos estejam no colo ou com coleiras. E também disponibilizamos o serviço gratuito de PetCar, para que possam circular em carrinhos”, diz a gerente de marketing, Rejane Duarte. Atendendo às exigências de um mercado em que os pets alcançaram o status de membros da família de inúmeros consumidores, a ideia de manter os bichos de estimação longe do comércio vem sendo mudada gradativamente. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos Paulo Márcio
Sabemos da importância que ele tem para você e sua família. Assim, buscamos sempre os melhores e mais modernos tratamentos da medicina veterinária para o bem-estar de seu melhor amigo. O golden retriever Yamandu Savassi tem presença festejada em alguns bares e restaurantes da região, entre eles, o Café com Letras: “Aqui ele fica à vontade e ganha até água com gelo”, diz a dona, a fotógrafa Ana Slika
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A publicitária Andreia Valadares com o garçom Antônio Alfredo e os shih-tzu Alfredo Luiz e Lua, na Gusto Osteria: “Eles ganharam o título de mascote”, diz Andreia
ONDE PASSEAR Alguns locais em BH que reservam espaço para animais em áreas externas ACADEMIA DO CAFÉ
Rua Grão Pará, 1.024, Funcionários BAIANA DO ACARAJÉ
Rua Antônio de Albuquerque, 440, Savassi BELO COMIDARIA
Rua Orange, 67, São Pedro BOA PRAÇA
Avenida Getúlio Vargas, 498, Funcionários CAFÉ COM LETRAS SAVASSI
Rua Antônio de Albuquerque, 781, Savassi CAFÉ TRÊS CORAÇÕES
Rua Antônio de Albuquerque, 489, Savassi CASA AMORA
Rua Paraíba, 941, Savassi COPA BISTRÔ
Rua Levindo Lopes, 22, Savassi CROASONHO
Rua Antônio de Albuquerque, 465, Savassi
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GUSTO OSTERIA
Rua São Paulo, 2.932, Lourdes NÉCTAR DA SERRA
Avenida Bandeirantes, 1.839, Mangabeiras JACK’S BIG BURGUER
Alameda da Serra, 322, Vila da Serra ORIZONTINO
Rua Antônio de Albuquerque, 395, Funcionários PÁTIO SAVASSI
Avenida do Contorno, 6.061, Funcionários STATUS CAFÉ CULTURA E ARTE
Rua Pernambuco, 1.150, Savassi TAKOS COCINA MEXICANA
Rua Antônio de Albuquerque, 448, Savassi
para Animais de Estimação (Abinpet), no Brasil, 106,2 milhões de animais de estimação movimentam um mercado de aproximadamente R$ 15,4 bilhões ao ano. A maior presença em locais públicos depende basicamente de dois fatores: a boa vontade dos comerciantes e o bom senso dos proprietários de animais. “A sociabilização do cão é importante e deve ser feita aos poucos, para que ele se habitue e aprenda a se comportar. O ideal é começar frequentando praças e parques, ensinando-o a interagir com o meio externo”, diz a terapeuta canina Isabela Jardim. O risco é o animal ficar ansioso, por isso é importante oferecer-lhe petiscos, ossinhos e brinquedos, enquanto estiver passeando por espaços públicos ou aguardando o dono em bares e restaurantes. “Não espere que o animal se mantenha calmo estando preso e ocioso”, diz Isabela. Para garantir aos pets o direito de frequentar outros locais, é importante seguir regras da boa convivência. Entre elas, manter a higiene do local frequentado, usando sacolas descartáveis para recolher os dejetos. Também é preciso levar vasilhame para oferecer água e alimento. Outra dica é respeitar os limites do animal, priorizando o seu bem-estar. A publicitária Andreia Valadares, de 28 anos, aprendeu bem as regras da boa vizinhança com os comerciantes, tanto que seus cães Alfredo Luiz e Lua, ambos da raça shih-tzu, ganharam o título de mascotes da Gusto Osteria, localizada na rua São Paulo, no bairro de Lourdes. “Lá eles têm atendimento VIP e todos os funcionários os adoram”, diz Andreia. A maquiadora Cida Nogueira, de 47 anos, também conseguiu um lugar especial para frequentar com seus dois whippets, Dali e Pilar. Apesar de morar no bairro Santo Antônio, não abre mão de ir ao Copa Bistrô, na rua Levindo Lopes, na Savassi. “Poder estar com eles é um grande diferencial. Por isso, seleciono os locais que frequento dando preferência aos que aceitam animais”, diz Cida. Selecionamos 16 endereços na cidade para quem pretende levar os bichinhos de estimação para passear. ❚
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KUBITSCHEK PLAZA HOTEL Um pedaço de Minas no coração de Brasília No centro de Brasília, próximo aos seus principais monumentos, está o hotel que é referência em qualidade e acomodação no ramo da hotelaria. Inaugurado em 1990 e inspirado no mineiro Juscelino Kubitschek, o Kubitschek Plaza é perfeito para quem quer se hospedar com conforto, elegância e sofisticação. Venha se sentir em casa em um lugar lindo e aconchegante.
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NEGÓCIOS | VAREJO Alexandre Rezende
Luciana Donato, diretora da Casa Donato: “Somos referência em roupa de cama, mesa e banho de qualidade. E a Buddemeyer, mais do que nunca, representa isso”
Sintonia em estilo e sofisticação
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Loja no BH Shopping, reinaugurada em julho, sela a aliança entre as tradicionais Casa Donato, de BH, e a fabricante de roupas de cama, mesa e banho catarinense Buddemeyer, líder no segmento voltado para a classe A PAULO PAIVA
Algumas lojas são apenas lojas. Outras tornam-se símbolos ou referências de algo maior. A Casa Donato, reaberta recentemente no BH Shopping, em Belo Horizonte, enquadra-se nessa situação. Depois de alguns meses fechada, a loja foi repaginada e ganhou novo layout para simbolizar a alian ça com a Buddemeyer, uma das mais tradicionais fabricantes de roupa de cama, mesa e banho do país, instalada em Santa Catarina. Com a aliança, selada em 2012 (a Buddemeyer adquiriu 50% da empresa mineira), a Donato deixou de ser uma loja multimarcas para revender, com exclusividade em Minas, os produtos da fábrica catarinense, líder no segmento voltado para as classes alta e média alta. A loja do BH Shopping foi remodelada justamente para dar mais visibilidade à parceria entre as duas grifes, conhecidas pela preocupação com alto padrão de qualidade. A Buddemeyer, empre sa fundada por imigrantes alemães há mais de 60 anos, está presente em mais de 60 países, principalmente da América Latina e Europa. O espaço traduz bem a filosofia das duas empresas. “Buscamos sempre caminhos de parceria em que a cultura local seja valorizada. Algumas
Rolf Buddemeyer, um dos sócios da Buddemeyer: “Buscamos sempre caminhos de parceria em que a cultura local seja valorizada. A Donato é uma marca mineira de tradição”
empresas têm lojas no Brasil inteiro, são mutimarcas, e com isso perdem um pouco a característica do público local. A Donato é uma marca mineira de tradição, que leva em conta e respeita o gosto de seus consumidores”, diz Rolf Buddemeyer, um dos sócios da Buddemeyer. “A nossa loja no BH Shopping representa essa parceria, a união das duas marcas. O antigo espaço ainda trabalhava no conceito multimarcas. Agora, queremos mostrar essa nova linha, essa parceria com a Buddemeyer”, diz Luciana Donato, diretora da Casa Donato e responsável pelo dia a dia da empresa. Luciana está, aos poucos, substituindo o tio, Nadim Donato, na rotina da empresa. Presidente do Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Nadim vem se dedicando a resolver os problemas do setor varejista na capital. Além de revender exclusivamente a marca catarinense, as lojas da Casa Donato, e em especial a do BH Shopping, vão trabalhar com um conceito mais amplo, em que o consumidor poderá levar para a casa, por exemplo, uma linha que combine cama, mesa e banho, harmonizando estilos e cores. A empresa possui cinco lojas na ca-
pital mineira: além do BH Shopping, está presente no centro da cidade (a primeira loja, fundada há 47 anos), em Lourdes, na avenida Afonso Pena (próximo à praça da Bandeira) e no bairro São Pedro. A escolha pela parceria com a Buddemeyer foi movida pela satis fação dos clientes. “Buscamos, entre nossos fornecedores, qual era a marca que nosso consumidor mais gostava em termos de qualidade. Fizemos uma pesquisa e a Buddemeyer foi es colhida em primeiro lugar”, diz Luciana. “Quando o consumidor compra na Donato, ele sabe o que está levando para casa. Somos referência em roupa de cama, mesa e banho de qualidade. E a Buddemeyer, mais do que nunca, representa isso. É, de fato, a união de duas grandes marcas”, resume. “A vantagem de uma loja como essa no shopping é que você pode expressar mais estilos de vida, para que o consumidor escolha o que mais gosta. Todos os produtos da loja falam entre si, seja nos tons de cores, seja no estilo das roupas. Não dá para fazer isso quando a loja é multimarcas”, diz o empresário. Como se vê, o casamento entre Donato e Buddemeyer tem tudo para durar, com charme e estilo. z AGOSTO DE 2014
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VIDA DIGITAL | ALYSSON LISBOA alisboa@editoraencontro.com.br
MOTOBOY NA ERA DIGITAL Pegando carona no sucesso de aplicativos como Way Taxi, Taxi On e Easy Taxi, que já caíram no gosto de passageiros e taxistas, começam a ganhar as ruas novos apps para entrega de encomendas via motoboy. Com o trânsito caótico das grandes cidades, a demanda pelo serviço de entrega está cada vez maior. Pensando nisso, a empresa 99 Motos desenvolveu um serviço que promete
conectar clientes e motoboys. Jhonata Emerick, fundador da empresa, formado em engenharia aeronáutica pela USP São Carlos, abandonou a promissora carreira para colocar os pés fi rmes no negócio, que teve início há apenas sete meses, mas já colhe frutos. Hoje com três funcionários, a
empresa já contabiliza 2 mil motoboys cadastrados e uma média de mil entregas por mês. A empresa busca agora aporte financeiro para expandir os negócios e ampliar a participação no país. Além de São Paulo, o aplicativo já está disponível nas cidades do Triângulo Mineiro e deve chegar a Belo Horizonte nos próximos meses. Conheça mais sobre o aplicativo em www.99motos.com.br. Cláudio Cunha
Agilidade, segurança e integração entre motoboys e clientes
BAIDU CHEGA AO BRASIL O Baidu, Baidu, maior maiorbuscador buscadorde desites siteschinês, chinês,ganha ganha versão versão brasibrasileira. A empresa empresa quer quer inovar inovaroomercado mercadoeecompetir competircom comooGoogle, Google, que detém 90% de todas as buscas na na web web brasileira. brasileira. O O novidade novidade visualizar o resultado do Baidu Baidu ééaapossibilidade possibilidadede deo ointernauta internauta visualizar o resultado da pesquisa na mesma tela de resposta, sem a necessidade de abrir novas abas. A logomarca, de gosto duvidoso, é o desenho de buscador, tem tem diversos diversos uma pata de cachorro. A empresa, além do buscador, aplicativos que trabalham de modo integrado com antivírus, navegador, portal de notícias, entre outros. Acesse http://br.baidu.com e conheça.
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UMA VISÃO DE FUTURO Óculos para experiência virtual imersiva começam a ser utilizados para além dos jogos de videogame. Eles ganham espaço agora também no mercado imobiliário. Uma parceria entre a agência Plan B, a Direcional Engenharia e a Masb transporta virtualmente o cliente pelas áreas externas de um empreendimento. A capacidade de imersão que o Oculus VR oferece é realmente espantosa. Além do ambiente que simula a cabine de um balão, sons e imagem completam a experiência. Porém, a baixa resolução da tela pode causar nos visitantes a desconfortável sensação de vertigem. Com o olhar no futuro, Mark Zuckerberg comprou, em março deste ano, a empresa fabricante dos Oculus VR por cerca de R$ 4,6 bilhões.
APPS
NIKE TRAINING CLUB O aplicativo é, sem dúvida, o mais completo sobre condicionamento físico e treino para esportistas. É possível escolher níveis e tipos de exercícios e assistir a vídeos, além de compartilhar com outros usuários sua evolução nos treinos. Em inglês GRÁTIS O espaço imersivo e os óculos Rift (detalhe) proporcionam uma experiência divertida, mas falta melhorar a resolução das imagens
MY FITNESS PAL Um contador de calorias completo para quem quer perder peso. No aplicativo, é possível inserir os alimentos consumidos no café da manhã, almoço, jantar e lanche. As metas são diárias e você pode ainda acompanhar o desempenho dos amigos GRÁTIS
Gláucia Rodrigues
CARDÁPIO POLIGLOTA De olho no crescente fluxo de estrangeiros que visitam a capital mineira, a startup Fusion lançou o aplicativo Menu Digital, que faz tradução de cardápios de bares e restaurantes. O publicitário Jorge Cortez (dir.), responsável pelo projeto, está confi ante no crescimento e na adesão ao aplicativo que, além de BH, está presente na Argentina, São Paulo, Salvador e Ouro Preto. O programa armazena um banco de dados com a tradução de 1,6 mil expressões. Termos como “caipirinha” ou “feijão-tropeiro” recebem um texto explicativo, uma vez que a tradução não é possível nesses casos. Para Domenico Cardumo (esq.), proprietário da Domenico Pizzaria, o cliente estrangeiro tem utilizado bem o cardápio. “Outro dia, recebi clientes alemães e ingleses e foi a salvação”, diz Domenico. Ele imprimiu o QRCode no jogo americano, para facilitar o acesso ao aplicativo. O programa ganha adesão exatamente pela facilidade de uso e, para acessá-lo, basta carregar o QRCode e usar o menu do celular automaticamente. Buon appetito!
PLANT NANNY Beber água regularmente é recomendável, mas criar o hábito nem sempre é facil. O aplicativo Plant Nanny promete ajudar você a se lembrar. Uma plantinha é instalada no seu smartphone e, para mantê-la viva, você deve regá-la em períodos de tempo determinados GRÁTIS VOCÊ USA ALGUM APLICATIVO LEGAL? Envie-nos a sugestão.
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TECNOLOGIA | TENDÊNCIA Tiago Mamede
A professora Luciana Andrade diz que falar de privacidade na era da hiperconexão é uma contradição: “O íntimo está cada vez mais exposto”
Internet para vestir Óculos inteligentes, relógios, anéis e até bonés começam a conectar pessoas e máquinas com o intuito de facilitar as tarefas diárias. Mas a hiperconexão preocupa especialistas 96 |Encontro
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Você sabia que, diariamente, uma pessoa tira o celular do bolso pelo menos 150 vezes para checar e-mails, mensagens, atualizações do Facebook e dezenas de outras redes sociais? O hábito de consultar o telefone frequentemente atinge todo mundo na era da hiperconexão. Pensando nisso, as gigantes como Google, Apple, Motorola, LG e outras empresas, inclusive brasileiras, investem em soluções para reduzir o acesso das pessoas ao telefone celular e oferecer outros tipos de vantagem. Estamos entrando na era
da internet “vestível” ou wearable technology, como é conhecida nos Estados Unidos. Uma nova perspectiva em que máquinas cada vez mais inteligentes revestem o corpo para uma conexão ininterrupta, 24 horas por dia, sete dias por semana. A chamada Internet das Coisas incluirá 200 bilhões de dispositivos no mundo até 2020 e movimentará um mercado de mais de US$ 300 bilhões. São relógios, pulseiras, anéis, óculos e até bonés que se conectam a outros objetos para facilitar o dia a dia. Uma das justificativas para a inovação é reduzir o nú mero de mortes no trânsito, ocasiona-
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TECNOLOGIA | TENDÊNCIA O QUE HÁ NO MERCADO Confira funções e preços de alguns produtos SAMSUNG GEAR FIT Usado mais para as atividades físicas, a pulseira tem sensor de batimento cardíaco, além de integração com o aplicativo S Health, disponível no Galaxy S4 e S5. O aparelho também mostra notificações de chamadas, SMS, e-mail e outros aplicativos. Preço: R$ 899
MOTOROLA MOTO 360 Primeiro relógio inteligente com tela redonda, o Moto 360 vence a concorrência por seu desenho. Com funções de agenda, alarme e integração com e-mails e mensagens do celular. Preço: produto não disponível no Brasil
LG G WATCH Usando tecnologia Android Wear, o dispositivo tem tela de 1,65 polegada, 4 GB para armazenamento interno e bateria de 4.000 mAh. Entre as funções, o aparelho mede distâncias percorridas, exibe mensagens e usa o recurso Google Now para ativar vários serviços. Preço: R$ 699
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GALAXY GEAR 2 Além das funções do Gear Fit, o Gear 2 tem memória de 4 GB. Ainda é possível ouvir músicas sem fio. Também funciona como controle remoto de equipamentos eletrônicos e TVs, e tem função câmera para filmar e fotografar. Preço: R$ 1.299
Fotos: Divulgação
das pelo uso do celular ao volante. Nos Estados Unidos, a prática já é a primeira causa de acidente automobilístico. Os relógios de pulso, um pouco abandonados após a chegada dos celulares, ganham novas funções e banho de tecnologia. Modelos inicialmente utilizados como pulseiras fitness para auxiliar a prática de exercícios físicos tiveram suas funções ampliadas e foram integrados a celulares mais modernos. Hoje, aliando relógios inteligentes e aplicativos, é possível conectar médicos, hospitais e academias para avaliação constante de diversos indicadores de saúde. Outro caminho que a internet faz é a aplicação de códigos para transmissão de dados de seus usuários. O paulista Bruno Tozzini criou o DON-Ahead, um boné dotado de tecnologia Rfid que foi criado de modo experimental e já está em testes. Ele já tinha uma marca de chapéus e resolveu inovar. O código RFid, um sinal semelhante ao Bluetooth, foi implantado na parte da aba. “Abrimos venda de poucas unidades – já esgotadas – e enviamos para algumas pessoas fazerem testes e nos mandar as primeiras impressões”, explica Tozzini, fundador da Ahead. O lançamento comercial do produto está previsto para os próximos meses. O código no boné envia sinal para um dispositivo em um estabelecimento que identifica o usuário e dispara informações sobre, por exemplo, passe livre em festas e boates, descontos e promoções. Outra novidade que chega ao mercado neste ano são os anéis inteligentes. Com tela de LED curva e design bem atraente, o acessório mostra funções como data, hora, notificações de mensagens, e-mails e alarme. Para se ter uma ideia do interesse das empresas pelos vestíveis, a Smarty Ring, que produz os anéis inteligentes, buscou apoio por meio do modelo de doações crownfunding para arrecadar US$ 40 mil. O objetivo era iniciar a pesquisa e o desenvolvimento do produto. Até dezembro de 2013, havia conseguido quase US$ 300 mil. Entre todos os dispositivos que chegam ao mercado, o Google Glass é o mais aguardado. Hoje, é possível comprá-lo na loja da Amazon por cerca de US$ 2 mil, mas o preço deve
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TECNOLOGIA | TENDÊNCIA CORPO CONECTADO Dispositivos conectados ao celular auxiliam nas tarefas repetitivas do dia a dia
GOOGLE GLASS O Google Glass é o mais invasivo e também o mais esperado dispositivo vestível. Entre suas funções, as mais interessantes são a gravação de vídeos, uso do Google Maps e a possibilidade de tirar fotos e compartilhar em tempo real. Tudo isso acionado por comando de voz
BONÉ DON-AHEAD Com recurso Rfid, o boné permite conexão com estabelecimentos, que identificam o usuário e oferecem várias vantagens, como abertura automática de portas ou entrada sem filas em festas
ANÉIS INTELIGENTES Tem tela curva de LED, design bem atraente e funções como data, hora, notificações de mensagens, e-mails e alarme
RELÓGIOS INTELIGENTES LG, Samsung e Motorola saem na frente para promover a nova revolução nos relógios de pulso. O celular será cada vez menos acessado para atividades corriqueiras, como ver as horas ou ler notificações e e-mails
SMARTPHONES Os smartphones serão utilizados para conectar aparelhos e armazenar informação compartilhandose a conexão à internet
reduzir muito ainda. Para Bruno Tozzini, a tecnologia vestível, antes de tudo, tem de ajudar a resolver algum problema do dia a dia, ser útil, fashion e fazer com que o usuário tenha o mínimo de contato com telas, teclados e botões. E os óculos da Google propõem exatamente isso. Uma das principais preocupações dos especialistas sobre o uso excessivo de dispositivos conectados ao corpo é a privacidade. Para que o Google Glass comece a filmar ou fotografar tudo que está sendo visto por meio da lente, basta um comando de voz. Para a professora da UNA, Luciana Andrade, falar de privacidade na era da hiperconexão é quase uma contradição. “O íntimo está cada vez mais exposto com as redes sociais e os processos de comparti100 |Encontro
lhamento. Uma internet conectada ao corpo funciona da mesma forma que um celular usado em tempo integral. O importante é não ficar refém desses dispositivos e não comprar todas as promessas oferecidas”, diz. Mas o que as empresas de tecnologia buscam com tanta conexão em tantos dispositivos? Um dos motivos é a publicidade OOH (sigla em inglês para out of home) ou mídia fora de casa, que está, cada vez mais, perdendo atenção da audiência pelo uso excessivo de celulares durante o deslocamento nos espaços urbanos. Por isso, é de se esperar que o marketing descubra e invada nossas vidas por meio dos novos dispositivos conectados. “Estar conectado o tempo todo é uma porta aberta para o bombardeio
de publicidade, o que pode tornar a rotina estressante”, diz Luciana. Um forte movimento tenta coibir o uso de telefones celulares em bares, restaurantes e boates, locais propícios ao bate-papo presencial. O assunto ficou tão sério que virou até verbete no Wikipedia – o phubbing, como é conhecido o ato de ignorar outra pessoa usando o celular, prática cada vez mais comum nos dias atuais. Para Bruno Tozzino, “as novas soluções tecnológicas podem ajudar nesse sentido, permitindo que a pessoa se desconecte sem estar desconectadoacompletamente”, diz. Certo ou não, a internet não está mais presa aos celulares. É possível se vestir de tecnologia e aproveitar as vantagens da nova era que já está batendo à porta. ❚
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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br
MOTORISTA DISPENSÁVEL (I) O automóvel passa a depender cada vez menos do motorista para se locomover. Carlos Ghosn, presidente e CEO da Nissan, apresentou no Japão o calendário de lançamentos das tecnologias autônomas que pretende tornar comercialmente viável em 2020. Até o fi nal de 2016, a Nissan trará para o mercado o “piloto de engarrafamento”, tecnologia que permitirá a condução de forma autônoma dos veículos em áreas congestionadas. A marca quer ampliar para todos
os modelos o sistema de estacionamento totalmente automatizado. Em 2018, será a vez dos “controles de pistas”, permitindo que carros possam gerenciar por conta própria os perigos e mudanças de faixa. E, antes do fi nal da década, a Nissan introduz a interseção-autônoma, que vai permitir aos veículos ‘negociar’ com a sinalização de trânsito em um cruzamento, por exemplo, sem a intervenção do motorista.
MOTORISTA DISPENSÁVEL (II) A ideia do Nissan Autônomo é aliviar os motoristas de tarefas “simplórias”, reforçando simultaneamente a segurança, reduzindo congestionamentos e emissões. Esse trabalho é uma adequação do automóvel à “ascensão das megacidades mundiais”. Faz parte dele aumentar as conexões no carro de forma a corresponder às expectativas da “geração digital”, a redução da distância entre gerações, fornecendo veículos que atendam às necessidades da crescente população mundial de idosos.
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LIMPO E DIVERTIDO Em época de busca de alternativas de transporte menos impactantes, a Mopar, marca do Grupo Chrysler, passa a vender o Trikke Elétrico 48V. É um triciclo com peso de 24,5 kg, movido a motor elétrico. O usuário fica em pé e as curvas são feitas inclinando-se o corpo na direção desejada. A segurança é garantida pelo sistema 3cs, que mantém as três rodas em permanente contato com o solo. A tração é gerada do motor elétrico de 48 volts e 350 watts, montado na roda dianteira. A alimentação é feita por uma bateria de íon de lítio de 11.250 mA/h e 540 watts, que pode ser recarregada em tomada doméstica. Há dois modos de condução: Econômico e Rápido. No primeiro, a autonomia é de 45 km e a velocidade máxima de 19 km/h. No outro, o Trikke pode rodar 26 km e atingir 28 km/h. Os freios são a disco nas rodas traseiras. Importado dos EUA, o Trikke tem preço sugerido no Brasil de R$ 6.990 a R$ 7.990 Fotos: Divulgação
FUTUROLOGIA AUTOMOTIVA (I) A Volkswagen negocia a compra da FCA (Fiat Chrysler Automobiles). Essa notícia causou alvoroço no setor automotivo no fi nal de julho. Publicada na revista alemãManager Magazin, foi logo desmentida pelos dois lados. Como onde há fumaça, há fogo, analistas do setor rapidamente passaram a emitir suas opiniões sobre o tema e mostram que a fusão pode fazer sentido. As explicações são muitas. Partem, no entanto, da obsessão de Ferdinand Piech, o comandante da VW, de ter nas mãos a maior empresa mundial do setor. O novo grupo já teria até nome: Auto Union, ressuscitando a antiga e extinta marca criada em 1932 com a união de quatro fábricas: Audi, DKW, Horch e Wanderer, adquirida em 1965 pela VW e então se transformando na Audi. Como Piech tem 77 anos e a briga pela liderança ainda é uma disputa apertada com a Toyota e a General Motors, a jogada seria um atalho para atingir essa meta. Ao comprar os 30% da família Agnelli-Elkann, que garante o controle da FCA, Piech estaria no comando de um grupo com vendas anuais de mais de 14 milhões de unidades, deixando Toyota e GM brigando pelo segundo lugar com vantagem de quatro milhões de unidades.
FUTUROLOGIA AUTOMOTIVA (II) Do lado da Fiat, a lógica está no fato de a dinastia Agnelli-Elkann, que hoje conta com cerca de 150 descendentes, ter de esperar cinco anos, sem dividendos, para o plano Fiat Chrysler começar a dar frutos.
Com a venda, receberiam de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões de imediato e ainda permaneceriam com o controle da joia da coroa, a Ferrari, que gera lucro operacional de mais de US$ 475 milhões por ano. Sobre o
futuro da operação latino-americana da Fiat, em caso de uma eventual negociação com a VW um analista inglês do ISI Group, diz que “poderá ser vendida, potencialmente para um comprador chinês”. AGOSTO DE 2014
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VEÍCULOS | LANÇAMENTO Fotos Troller T4/divulgação
Quem dá de cara com o Novo Troller T4 fica impressionado com o jipão de design robusto e linhas equilibradas: parece capaz de enfrentar qualquer parada em trilhas off-road
Trilheiro puro-sangue Sete anos depois da compra pela Ford, jipe cearense Troller ganha refinamentos sem perder DNA off-road. Ausência de airbags surpreende
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FORTALEZA (CE) - Desde que a Ford surpreendeu o mercado em 2007 ao comprar a linha de produção artesanal do Troller em Fortaleza, criada pelo empresário Rogério Farias a partir de uma fábrica de buggies, o jipe não passava por grandes evoluções. Agora, há menos de um ano do vencimento dos direitos de incentivos fiscais que obteve com a aquisição, a Ford apresenta nova geração do Troller e mostra os investimentos que realizou na unidade fabril do município de Horizonte, no Ceará. Antes um simples galpão, passou a operar em uma unidade com área construída de 95 mil m2, que abriga uma ainda pequena mas moderna e bem projetada linha de montagem, com novos processos de manufatura nas áreas de estamparia, soldagem, pintura e montagem, que incluem quatro robôs e prensas SMC (sheet moulding compound) para dar forma às partes de fibra de vidro da carroceria do Novo Troller T4. A atitude mostra que a Ford tem interesse em continuar investindo na marca Troller, desde que consiga atingir suas metas nada modestas
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VEÍCULOS | LANÇAMENTO de crescimento em vendas. De um volume atual de 100 unidades comercializadas por mês, com o Novo Troller T4, o objetivo é vender 250 unidades mensais. As mudanças de projeto vão desde o chassi e motorização até o interior e conteúdo, com melhorias nas características off-road, incluindo ângulos de ataque e saída, torque e capacidade de tração. As novidades incluem motor 3.2 turbo diesel de 200 cv, transmissão manual de seis velocidades, comando eletrônico de tração, diferencial traseiro autoblocante e freio a disco nas quatro rodas, com sistema ABS e EBD, informa Wilson Vasconcellos Filho, gerente de vendas, marketing e serviços da Troller. O Novo Troller T4 vem com protetor frontal e estribos laterais integrados à carroceria, bagageiro com barras transversais ajustáveis e aerofólio na tampa traseira com brake-light integrado. Tomada de ar em posição elevada preparada para a instalação de snorkel e base para guincho integrada são novos equipamentos que contribuem para a sua versatilidade. O interior foi redesenhado, oferece mais conforto, mas ainda pode ser melhorado. Quem viaja atrás sofre. O acesso é complicado e o conforto é limitado. Para o motorista, faz falta um apoio no assoalho para descansar o pé esquerdo e é preciso tempo para se acostumar com a localização da alavanca de câmbio, que é muito dura. Nada que desespere um jipeiro, ou troleiro, como são conhecidos os fãs do jipe cearense. Como é característica de veículos com carroceria em fibra de vidro, é preciso bater as portas com força para que fechem corretamente, e a qualidade do acabamento pode ser melhorada. Durante o test drive entre as cidades de Horizonte e Fortaleza, houve carro com sistema de fechamento de vidros emperrado e peças que se soltavam ao serem demandadas. Alinhado à proposta de ser um utilitário parrudo, fiel à sua genética “lameira”, o T4 é também amigável no asfalto, exigindo atenção redobrada nas curvas. Sua lista de equipamentos de série inclui ar-condicionado digital “dual zone”, CD-MP3 player com entrada auxiliar, USB e Bluetooth, vidros e espelhos elétricos, bagageiro de teto, lanternas de LED, teto solar duplo de vidro fixo e 106 |Encontro
rodas de alumínio de 17 polegadas com pneus de uso misto. O lançamento do novo Troller T4 surpreendeu em dois aspectos. O primeiro foi saber que ele não é equipado com airbags. Afinal, a bolsa inflável para o motorista e passageiro não é item obrigatório em todos os veículos automotores vendidos no Brasil desde 1º de janeiro deste ano? A Troller, por meio de seu gerente de marketing, Wilson Vasconcellos Filho, disse que para veículos off-road a legislação brasileira (Resolução 311, artigo 4º do Denatran, norma NBR 13776 da Associação Brasileira de Normas Técnicas) não exige a instalação do item de segurança. Segundo ele, no uso off-road, com muitos sacolejos, o airbag poderia ser acionando acidentalmente. Para evitar isso, no entanto, bastaria a chave de ativação e
desativação do equipamento. Por outro lado, o Troller é, sim, um veículo off-road, mas não exclusivamente. Ele é também próprio para rodar no trânsito normal on-road. Com relação ao preço, a expectativa era de que ele permanecesse inalterado na casa dos R$ 97 mil, mas, para surpresa geral, passou para R$ 110.990. Vasconcellos lembra que, além das melhorias recebidas, a garantia foi ampliada de dois para três anos. Como concorrente, a Troller considera apenas o Wrangler da Jeep, que custa R$ 154.900, mas é equipado com airbag duplo, tem motor a gasolina de 3,6 l com potência de 284 cv, transmissão automática de cinco velocidades e peso de 1.848 kg, em comparação com os 2.140 kg do Troller T4. ❚ (*) Viajou a convite da Troller
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ENCONTRO INDICA | JOÃO POMBO BARILE Tom Cabral/divulgação
MÚSICA | FESTIVAL Que tal uma esticada até Ouro Preto para assistir a um pouco da programação do Mimo? Um dos mais importantes festivais de música instrumental do país tem a sua programação totalmente gratuita e acontece de 29 a 31 de agosto. Em sua 11ª edição, o Mimo trará a Minas, entre outros, o pianista e compositor norte-americano Chick Corea, com seu novo grupo, The Vigil; o catalão Jordi Savall, mestre da música antiga; o percussionista e compositor indiano Trilok Gurtu; o quarteto belga MandolinMan e o bandolinista brasileiro Hamilton de Holanda. Por que ir: Um festival que reúne os melhores músicos do planeta e em uma das cidades mais bonitas do mundo. Precisa de mais algum motivo?
LITERATURA | LIVRO Um dos mais aclamados escritores brasileiros da atualidade, o mineiro Luiz Ruffato está de volta às livrarias com Flores Artificiais, pela editora Companhia das Letras (152 p., R$ 34). No livro, o autor retoma temas já presentes em sua obra, como o migrante e o desterro. Ruffato é autor de livros importantes da nossa literatura contemporânea, entre os quais a pentalogia Inferno Provisório e o aclamado Eles Eram Muitos Cavalos, que recebeu os prêmios da APCA e o Machado de Assis, da Biblioteca Nacional. Por que ler: Em seu novo livro, o escritor de Cataguases consegue prender o leitor do início ao fim.
Márcia Zoet/divulgação
TEATRO | ADULTO Comemorando 30 anos de estrada, a companhia de teatro Pia Fraus traz a BH o espetáculo O Círculo das Baleias. Conhecida pela grande inventividade, ao unir várias linguagens como teatro de bonecos, circo, dança e cultura popular, a Pia Fraus apresenta, nesse espetáculo, a história de Jujuba, uma filhote jubarte. O grupo, que ficou bastante conhecido pelo uso de bonecos gigantes, fica em cartaz de 9 a 31 de agosto, no Centro Cultural Banco do Brasil (praça da Liberdade, 450, Funcionários), e os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro. Por que ir: Vale a pena conhecer o trabalho da trupe paulista, que já se apresentou em mais de 20 países, como Argentina, Chile, Venezuela, Timor Leste, Eslovênia e Escócia. Mayara Lundi/divulgação
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Barry Lindon/Warner Bros./divulgação
Marcos Hermes/divulgação
MÚSICA | ESPETÁCULO
CINEMA | FESTIVAL De 8 a 28 de agosto, o Cine Humberto Mauro (av. Afonso Pena, 1.537, centro) exibe os fi lmes do diretor norte-americano Stanley Kubrick. A programação conta com 13 longas, três curtas e o documentário Stanley Kubrick: Imagem de Uma Vida, de Jan Harlan. Um dos mais importantes cineastas de todos os tempos, Kubrick (1928-1999) é autor de clássicos como 2001 – Uma Odisseia no Espaço (1968) e Laranja Mecânica (1971). A entrada é gratuita. Por que ir: Ótima chance para rever toda a obra de um dos maiores gênios do cinema do século passado.
Cássia Eller – O Musical será encenado de 8 de agosto até 1º de setembro no Centro Cultural Banco do Brasil (praça da Liberdade, 450). O musical, que tem direção de João Fonseca e Viniciús Arneiro, conta a trajetória da grande roqueira brasileira, que morreu prematuramente, antes dos 40 anos, deixando saudade. No espetáculo, canções como Malandragem, Socorro e Por Enquanto são permeadas por histórias da cantora, como sua amizade com Nando Reis, que compôs para ela clássicos como All Star. Os ingressos custam a partir de R$ 5, à venda na bilheteria do CCBB ou no site www.veloxtickets.com.br. Por que ir: Tacy de Campos, atriz e cantora de Curitiba (PR), que foi escolhida entre mais de mil candidatas, encarna de maneira impressionante o papel de Cássia.
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TEATRO | COMÉDIA Como Fazer uma Mulher Feliz com Apenas Cinco Reais faz curta temporada no Teatro Santo Agostinho (rua Aimorés, 2.679, Santo Agostinho), de 22 a 31 de agosto, e no Teatro Alterosa (av. Assis Chateaubriand, 499, Floresta), de 5 a 7 de setembro. A peça é uma brincadeira que tem como pano de fundo a infindável guerra entre os sexos. Afinal, será mesmo que “mulher é um bicho complicado”? Ou será que “homem
é que é tudo igual e não vale nada”? Destaque ainda para a trilha sonora de Flávio Guerra, ex-integrante da banda Veludo Cotelê. Os ingressos custam a partir de R$ 15 e podem ser adquiridos nas bilheterias dos teatros e nos postos do Sinparc. Por que ir: A comédia, que tem no elenco Diva Carvalhar, Priscila Abranches e Ricardo Batista, é garantia de noite agradável e divertida. AGOSTO DE 2014
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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS Fotos: Samuel Gê
Da sucata ao
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O escultor Fabrício Carvalho com a escultura Grande Encontro, em sua oficina: “Depois que comecei a trabalhar com o ferro foi que aprendi a trabalhar com a arte”
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Escultor mineiro transforma aço em obras de arte, utilizando agentes biodegradáveis para reinventar o metal DANIELA COSTA
A harmonia das formas, os contornos e o design das peças nem de longe lembram a sua origem: a sucata. Na oficina de arte do escultor Fabrício Carvalho, de 36 anos, a Objetaria Atelier, o fogo transforma o aço em verdadeiras obras-primas. A rusticidade do ambiente contrasta com a delicadeza das esculturas, que surpreendem pela sofisticação. Apesar de utilizar equipamentos modernos de corte e solda, o artista apropria-se de técnicas antigas e de instrumentos milenares como a forja, a bigorna e a marreta. Em seus processos produtivos, Fabrício pauta-se em três conceitos básicos: reduzir, reutilizar e reciclar. Dessa forma, nenhum material é desperdiçado. Todo Escultura Movimento, que levou três anos para ser concluída: cortes de renda no metal, para imprimir leveza e luz
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o processo de oxidação do aço é feito com agentes biodegradáveis naturais, como limão, vinagre e sal. Natural de BH, o artista descobriu seu talento na antiga oficina de serralheria do pai, Antônio Teixeira. Na época, a empresa familiar fabricava balcões frigoríficos. “Depois que aprendi a trabalhar com o ferro foi que aprendi a trabalhar com a arte”, diz. Influenciado pelo escultor George Hardy, que executava muitas de suas obras na oficina do pai, e encantado pelo trabalho do artista Carlos Matto, que misturava o aço oxidado com pinturas, Fabrício decidiu se especializar. Estudou história da arte na Maison Escola com a artista plástica Yara Tupynambá, desenho na Escola Guignard e design de interiores no Inap. Foi assim que a serralheria tradicional se transformou em serralheria artística. “Primeiro aprendi a fazer a oxidação induzida no aço e a criar desenho da ferrugem. Então, passei a vender painéis de foto que os clientes acabavam por utilizar como quadros. Depois, passei a criar esculturas em aço inox”, conta. Em cada trabalho, a busca pela leveza, beleza e equilíbrio do aço é o que estimula Fabrício, que também se surpreende com as peças criadas. “Em contato com o fogo, o aço transmuta-se e é ali que surgem novas formas e propostas.” O resultado são trabalhos únicos e diferenciados, como as 340 borboletas do projeto Trilhas Urbanas, que pode ser visto na avenida dos Andradas, criado pelo artista visual Tarcisio Ribeiro e executado por Fabrício. A parceria se repetiu na execução do aquário do Zoológico e das borboletas do Mercado das Borboletas. “Executo peças de projetos próprios ou projetadas por outros artistas. Também abro espaço para que eles mesmos produzam suas obras”, diz Fabrício. Uma de suas peças, intitulada Movimento, exemplifica bem o trabalho do escultor, que levou três anos para concluí-la, imprimindo cortes de renda ao aço vazado, e trazendo a leveza e transparência das luzes à sua natureza rígida e pesada. z
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CULTURA | INFRAESTRUTURA Fotos: Samuel Gê
Um Palácio mais moderno
Mesmo de portas abertas, principal casa de espetáculos e exposições da capital passa por melhorias e já começa a atrair grandes shows
Fachada revitalizada do Palácio das Artes: área externa recebeu nova pintura, como parte do projeto de reforma
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Fernanda Machado, presidente da Fundação Clóvis Salgado: “Há necessidade de manutenção constante dos espaços”
RAFAEL CAMPOS
uando os próximos artistas subirem ao palco do Grande Teatro do Palácio das Artes, encontrarão camarins novos e algumas melhorias nos bastidores. Aliás, um grande nome da nossa música, Milton Nascimento, já terá experimentado essas mudanças durante o seu show no projeto Sinfônica Pop, no início de agosto. Sim, talvez o público não saiba, mas o Palácio das Artes está em reforma – sem fechar as portas. Aos poucos, nossa mais importante casa de espetáculos e de arte – uma das maiores da América Latina – vai ganhando cara nova e contornos modernos, que a deixam ainda mais atraente para público e artistas. Falar em melhorias soa como música para os ouvidos dos fãs do Palácio das Artes, ainda mais quando vem à lembrança o drama vivido em abril de 1997, quando o grande teatro foi atingido por um incêndio. O fato provocou comoção entre a classe artística e deixou os mo-
radores da capital assustados. “Esse incidente chamou a nossa atenção para a necessidade de manutenção constante dos espaços da Fundação Clóvis Salgado (FCS)”, diz Fernanda Machado, presidente da entidade. Os visitantes já podem conferir que a fachada recebeu pintura nova, assim como o gradil e as escadas. Na bilheteria, o vidro também foi mudado e, agora, suporta todas as mudanças climáticas do centro de BH. Os trabalhos seguem. O foyer do Grande Teatro também está mais bonito. A escada que leva ao segundo andar, e que ficou por quatro anos fechada, ganhou corrimão. O segundo pavimento também recebeu novo guarda-corpo com vidros. Até novembro, o espaço ganhará nova iluminação cênica, antiga reivindicação de artistas e produtores. Segundo Fernanda Machado, poltronas e carpete deverão ser trocados em 2015, assim como mudanças no sistema de som. “Já contratamos um engenheiro técnico para entender a acústica do teatro e modernizá-la”, explica. Nos oito camarins, as mudanças fi-
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CULTURA | INFRAESTRUTURA Samuel Gê
Rafael Ciccarini, gerente de cinema, na porta do Cine Humberto Mauro: “Estamos aptos a passar filmes em qualquer formato, desde os de película até os mais modernos”
O QUE VEM POR AÍ Confira algumas atrações previstas para o segundo semestre GRANDE TEATRO Elis, A Musical 11 a 13 de setembro
Espetáculo Onqotô, do Grupo Corpo 7 a 10 de agosto CINE HUMBERTO MAURO
Ópera Rigoletto, de Verdi Outubro
Mostra Stanley Kubrick 8 a 28 de agosto
Companhia de Dança Momix Aguardando definição de data
Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte Setembro
Novo espaço, novos cursos Todos os cenários, figurinos e maquinário das produções da Fundação Clóvis Salgado são elaborados e guardados no Centro Técnico de Produção, que funciona em três galpões de antiga fábrica de tecidos em Marzagão, na cidade de Sabará, na Grande BH. A partir deste mês, o espaço vai mudar para a capital mineira. Ele será transferido para um imóvel de 4 mil m², vizinho à Serraria Souza Pinto, sob o viaduto Santa Tereza. Com a mudança, além da vantagem de estar mais próximo das produções do Palácio das Artes, o centro oferecerá novos cursos de cenotecnia, maquinaria, figurino e iluminação.
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caram por conta da pintura, espelhos, ar-condicionado e banheiros novos. Um novo mobiliário deve chegar nos próximos dias. Algumas melhorias não ficarão visíveis para o público, mas não são menos importantes. É o caso da parte elétrica. Um estudo revelou que as instalações eram as mesmas da época da construção do espaço, projetado por Oscar Niemeyer em 1971 e adaptado pelo arquiteto Hélio Ferreira Pinto. A troca deve terminar no próximo ano. A revitalização do espaço é um convite às grandes produções de música, dança e teatro. Até o fim do ano estão confirmados o espetáculo Elis, o Grupo Corpo e a ópera Rigoletto, de Verdi. A famosa companhia americana de dança Momix também negocia sua vinda para o grande teatro (confira o box). Edilane Carneiro, diretora artística da fundação, destaca o fortalecimento da programação artística e ressalta a importância para as produções internas. “Todo esse investimento que está sendo feito trouxe melhor acolhimento aos trabalhos artísticos da própria casa”, diz. O Cine Humberto Mauro também foi contemplado com reparos significativos. Desde o ano passado, sua projeção utiliza a tecnologia 4k, de ultra-alta definição, a mais evoluída atualmente. “Estamos aptos a passar filmes em qualquer formato, desde os de película até os mais modernos”, diz Rafael Ciccarini, gerente de cinema da fundação. Com isso, o Cine Humberto Mauro, fundado no fim da década de 1970, consolidou-se como uma das referências no chamado cinema de repertório do país. Desde 2012, o espaço vem exibindo mostras de nomes importantes da sétima arte, como Luis Buñuel, Charles Chaplin, Hitchcock e Bergman. Neste mês, é a vez de Stanley Kubrick. O público cativo do cinema também se sente mais confortável nos 129 lugares, já que as poltronas e os pisos foram trocados. Seja música, seja teatro, seja cinema, todo o investimento é feito para que o mais importante espaço da Fundação Clóvis Salgado continue ostentando o título de Palácio das Artes. z
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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br
Um hotel de grandes novidades Martin Scali/divulgação
A forma pode ser uma obsessão ou um eterno fardo no traço de um cineasta. No caso do moderninho Wes Anderson, essa repetitiva característica esbarra na plena sorte para os olhos do espectador. Cada plano é meticulosamente estudado, com desmedido afeto, desde a sempre incrível paleta de cores às expressões originais de cada ator escalado, sob a rigidez de uma câmera que pouco se mexe, até concluir no principal objetivo, de uma irretocável direção de arte e de todos os objetos de cena. No recente O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel), desde já um dos melhores fi lmes de 2014, Wes Anderson supera nossas expectativas, apresentando uma deliciosa trama e fiel, como de costume, ao legado e à representação própria do significado de família. Na história, que transcorre no período entre as duas grandes guerras, a amizade entre um consagrado concierge de um tradicional e estrelado hotel europeu e um jovem e interessado boy é a linha mestra de outras pequenas tramas, tão interessantes quanto a principal. É nessa atmosfera de novelão, de primeiríssima qualidade e subversão, que o diretor desfila as figuras impagáveis e absurdas, saídas da sua imaginação. Quem já está habituado com a obra de Anderson não se incomoda, por exemplo, com a objetividade sarcástica de um engajado Jason Schwartzman, nem com as toneladas de maquiagem na caracterização de Tilda Swinton para dar vida à caquética Madame D., responsável por todos os conflitos de O Grande Hotel Budapeste. Mas é o protagonista Ralph Fiennes que se destaca em um elenco repleto de estrelas, como Judy Law e Adrien Bodry, além da sempre participação afetiva do declarado talismã Bill Murray. No esmero de compor o faz-tudo e concierge da referência em hotelaria, 116 |Encontro
O ator Ralph Fiennes, no papel do concierge do filme O Grande Hotel Budapeste: melhor trabalho dos últimos anos
Ralph Fiennes consegue, no que demonstra, brincando, apresentar seu melhor trabalho dos últimos anos. E o pedante e inveterado conquistador de corações das velhinhas platinadas que se hospedam no famoso hotel não teria tanta ginga sem interagir em segurança com o seu subordinado boy, chamado de “Zero”, interpretado pelo fantástico Tony Revolori, em sua coroada estreia nas telonas. Os parceiros e suas estripulias fraternas contribuem para que este seja, de longe, o melhor roteiro já confi ado ao genial Wes Anderson. Já o famigerado A Culpa É das Estrelas (The Fault In Our Stars) é desses fenômenos da temporada que merecem, no mínimo, certo reconhecimento, sobretudo pela época do seu lançamento, ou seja, o de maior concorrência no mercado norte-america-
no. Por lá, o longa-metragem ultrapassou com facilidade a marca simbólica dos 100 milhões de dólares e no Brasil, no auge dos festejos da Copa, a bilheteria já apontava nas primeiras colocações de 2014. Baseado no best-seller do escritor John Green, o drama açucarado deve o seu retumbante sucesso, principalmente, à aposta do jovem diretor Josh Boone, que soube confiar papéis estratégicos para tarimbados artistas, como Willem Dafoe e Laura Dern, além da maestria de explorar, com extremo bom gosto, o carisma e a química do casal de protagonistas Hazel (Shailene Woodley) e Augustus (Ansel Elgort). Um vale de lágrimas, talvez discutível, que assusta pela diversidade de seu público, em especial de uma curiosa e afoita quantidade considerável de crianças a cada exibição. ❚
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CAPA | DECORAÇÃO
Eles fazem milagre dentro de
casa
Modernos, criativos e estilosos. Quem são os arquitetos e decoradores que estão mudando o jeito de morar dos mineiros MARINA SANTOS
local só para servir de showroom. Então, criei várias cenas de iluminação dentro da minha Criada em um pequeno apartamento em casa e levava os clientes para lá”, conta. Isso em Belo Horizonte, quando menina, a design Elia- um período em que computador era quase ne Pinheiro tinha um sonho: queria um quar- invenção futurista e tudo era feito à mão. “O to só para ela. E ficava imaginando como seria, mercado mudou muito desde que me forespecialmente enquanto percorria as estradas mei”, diz. de terra que levavam à casa da avó, na cidade Mas não foi apenas o avanço tecnológico de Congonhas. Quando pegava a estrada de que imprimiu novo modus operandi à profisvolta, Eliane sonhava em levar junto um dos são. O mercado mineiro de decoração ganhou muitos quartos da espaçosa casa. “Pensava outros contornos nos últimos anos, pois nunque poderia transportá-lo sobre rodinhas”, ca se investiu tanto no morar bem. “As pessoas conta. “Queria muito ter meu cantinho.” buscam qualidade de vida, e esse é o grande Hoje, Eliane conquistou bem mais do que motivo que as levam a investir em design de o próprio espaço. Com 40 anos de carreira, interiores”, diz Laura Rabe, presidente da Assotornou-se referência em design de interiores, ciação Mineira de Decoradores de Nível Supepara além das fronteiras de Minas. Foi uma rior (Amide). Para ela, a expansão do mercado trajetória longa e, como tantas outras, nem está muito ligada à democratização de acesso sempre fácil. Ainda recém-formada, dava au- aos profissionais, já que esse tipo de serviço las de acústica e iluminação, ao mesmo tem- deixou de ser considerado luxo. Além disso, o po que administrava uma loja de mobiliário. À segmento acompanhou de perto o boom do noite, recebia clientes em sua residência, onde mercado imobiliário. Com a circulação de pu divulgava seus projetos luminotécnicos. “Na blicações específicas e o aumento de mostras época, eu não tinha condições de alugar um e feiras na área, apurou-se o gosto dos clientes,
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Samuel Gê
Flexível e simpática Em qualquer projeto, três pontos são fundamentais, na visão da designer Cícera Gontijo: circulação, iluminação e proporção. Além disso, o profissional deve garantir que o projeto não seja impessoal. “Tenho a preocupação com a humanização do ambiente, um aconchego que se sente pela escolha dos materiais, das cores e de obras-primas. É preciso sensibilidade para entender o que o cliente quer”, diz. Graduada em design de interiores (BH). Atua na área há 30 anos
principalmente dos mineiros, considerados muito exigentes. “Isso não é problema, porque temos profissionais à altura”, diz Laura. “Nossos designers e arquitetos são talentosos e criativos, reconhecidos em todo o país.” Cauteloso, o mineiro não se satisfaz com o fácil ou com o óbvio. Prefere testar todas as possibilidades para ter convicção de escolhas bem acertadas. “É engraçado. Tenho clientes que consultam a família toda, pedem opinião até para o vizinho antes de se decidir. E, depois de várias mudanças, acabam voltando ao projeto inicial”, diz a arquiteta Eduarda Corrêa. Apaixonada por desenho, Eduarda queria ser artista plástica. Chegou a fazer curso na Escola Guignard, mas optou mais tarde pela
faculdade de arquitetura. “Minha mãe reclamava do farelinho de borracha espalhado pela casa. Então, transformamos o quarto dos fundos no meu primeiro escritório”, conta. Hoje, a arquiteta lidera uma equipe que desenvolve as perspectivas de projetos em 3D e gosta mesmo é de colocar a mão na massa. “Tudo precisa ter meu dedo. Escolho os mínimos detalhes e participo de toda a montagem”, diz Eduarda. Imprimir identidade a cada projeto é, sem dúvida, um dos maiores desafios para quem atua no setor. “Os espaços estão muito ligados à memória afetiva das pessoas e devem ser coerentes com os estilos de vida delas”, diz o arquiteto David Guerra. Bom aluno em matemática, ele chegou a presAGOSTO DE 2014
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CAPA | DECORAÇÃO Eugênio Gurgel
Samuel Gê
Personalidade e objetividade
A clássica
Compulsiva e incansável, assim se define a designer de interiores Eliane Pinheiro. Para ela, a satisfação do cliente com a entrega do projeto finalizado justifica toda fadiga. “Tenho paixão pelo que faço. Gosto de entrar na intimidade da pessoa e introduzir outros hábitos, melhorando o layout da casa”, diz. De postura firme, ela defende um estilo contemporâneo e simples, “porém, não humilde”, explica.
Para Maria Helena Botrel, projetos especiais nascem de clientes especiais. O primeiro passo é a entrevista, quando se traça o perfil do contratante e nasce o conceito do projeto. “A parte técnica é prioritária e indiscutível. Mas os complementos darão charme e identidade ao espaço. É importante que o cliente opine para um trabalho conjunto”, diz. Segundo ela, hoje as pessoas querem fugir do padrão e buscam mistura de estilos, embora o clássico prevaleça.
Graduada em design de interiores (BH). Atua no setor há 40 anos
Graduada em design de interiores (BH). Atua no setor há 32 anos
tar vestibular para computação. “Mas quando descobri que programar era sequências de zero e 1, achei muito chato”, conta. Com projetos em diferentes estados e até em Miami, ele acredita que o bom é o duradouro. “Tendências são criadas para incentivar o consumo. Mas o elegante é aquilo que seduz por anos”, diz o arquiteto mineiro, que saiu de Santa Maria de Itabira para carregar o nome do estado mundo afora. David foi o único brasileiro convidado a participar da 14ª Bienal de Arquitetura de 122 |Encontro
Veneza, considerada o mais importante evento de arquitetura do mundo, que teve início em junho e se encerra em novembro. Quem pode ser reputado especialista em projetos arquitetônicos para o segmento de moda é o arquiteto Carlos Alexandre Dumont, conhecido como Carico. Ele projetou lojas de vestuário e calçados de marcas como Fórum, Rosa Chá, Patachou, Art Man, Sergio’s e Arezzo. “As pessoas viajavam para fora, visitavam a Prada e a Louis Vuitton. Vol-
tavam querendo lojas como aquelas”, diz Carico, que há oito anos é diretor da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD). Segundo ele, desde o fim da década de 1980 já se pensava que a roupa era parte importante da personalidade das pessoas e as lojas deveriam trabalhar esse conceito também na arquitetura, a fim de valorizar os produtos. “Mas meu trabalho é pano de fundo em um teatro. Ninguém compra o ingresso de uma peça para ver o cenário”, diz.
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CAPA | DECORAÇÃO Samuel Gê
Paulo Marcio
A vendedora
Grandes clientes
“O mercado anda rápido e os clientes têm pressa”, diz a designer Tânia Sales. Para ela, com o consumidor cada vez mais exigente e bem informado, é importante que o profissional esteja antenado e busque aquilo que atenda melhor a cada projeto. “Hoje todos querem ter uma casa com cara de casa”, diz. “Vejo uma volta ao passado, com o uso da madeira e de ladrilhos hidráulicos.”
Para a arquiteta Eduarda Corrêa, em um bom projeto não podem faltar livros, plantas e obras de arte. O que confere autenticidade, muitas vezes, são os objetos pessoais dos clientes e artigos de coleção que vêm recheados de lembranças. “Sempre tento aproveitar esses pequenos detalhes que contam a história de cada um. O profi ssional tem de garimpar as coisas certas e saber colocá-las nos lugares certos”, diz a arquiteta, reconhecida pela extraordinária carteira de clientes que possui.
Graduada em design de interiores (BH). Atua no setor há 32 anos
Graduada em arquitetura (BH). Atua no setor há 20 anos
Carico tem trabalhos espalhados pelos quatro cantos do Brasil e também nos EUA. Contabiliza mais de 2 mil projetos. “Sempre fui viciado em trabalho. Acho que o bom arquiteto é como o médico de CTI: dedicação em tempo integral”, diz. No período da faculdade, Carico já tinha escritório, junto a outros seis colegas. Entre eles, Sylvio Podestá, outro grande nome da arquitetura mineira e nacional. “Ele foi como um mentor para mim”, diz. Mais do que dedicação ao trabalho, 124 |Encontro
é preciso também muita paciência e diálogo para entender o sonho dos clientes e torná-lo realidade, acredita a designer de interiores Tânia Salles. “Costumo brincar que temos de ser um pouco psicólogos”, diz Tânia, explicando que o profissional de design de interiores adentra o núcleo íntimo das famílias e deve entender a rotina de quem ali vive. Por isso, a química entre profissional e contratante é fundamental. “Os projetos mais demorados e trabalhosos são de clientes que não gos-
tam de opinar. A moda é sazonal, já a decoração não. É preciso que o contratante dê a sua cara para ficar satisfeito com o resultado”, diz. Tânia assina uma série de projetos para a rede hoteleira e para grandes construtoras da capital. Com a diversidade de produtos e materiais hoje disponíveis no mercado, é comum que as pessoas se sintam inseguras na hora de planejar ou reformar a casa. O leque de possibilidades é grande e atende a diferentes níveis de empreendimentos. “Existe a torneira
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CAPA | DECORAÇÃO Rogério Sol
Roberto Rocha
Sucesso ascendente
Talento em artes plásticas
A designer de interiores Gislene Lopes acredita que mobiliário bem desenhado e obras de arte fazem toda a diferença. “Não consigo decorar uma casa com os móveis todos prontos. Gosto de pensar em cada pedacinho do espaço”, diz. Cada vez mais requisitada no mercado, a profissional diz que prefere o “pouco, mas do bom”. E acrescenta: “Não tenho medo de misturar. Mas é preciso conhecimento para manter o resultado harmônico”.
“Acredito que a minha marca é fazer projetos funcionais e sem excessos”, diz a designer Lena Pinheiro. Mais que glamour, para ela é fundamental entender o estilo de vida do cliente e valorizar obras de arte no ambiente. “Alguns acham que design é colocar um vasinho de flores ali, uns livros em cima da mesa. Mas o bom profissional possui olhar abrangente. Temos dedf estar atentos à vivência dentro de casa.”
Graduada em design de interiores (BH). Atua no setor há 27 anos
de R$ 300 e a de R$ 3 mil. Acredito que é uma questão de sensibilidade e profissionalismo saber orientar o cliente de acordo com o gosto e o bolso dele”, diz a designer de interiores Gislene Lopes. Mineira de Montes Claros, Gislene considera que o bom profissional precisa ser fl exível, especialmente quem, como ela, atende a projetos de A a Z. Ela já foi requisitada por famosos como a cantora mineira Paula Fernandes. Baiana de nascimento mas mineira de coração, Anaíne Pitchon também 126 |Encontro
Graduada em design de interiores (BH). Atua no setor há 32 anos
se instalou em Belo Horizonte para cursar a faculdade de arquitetura e urbanismo. E não saiu mais. Com projetos em outros estados, além de sua terra natal, ela aprendeu que em Minas se ganha o público de mansinho. “O mineiro é desconfiado, não se dá por convencido facilmente”, diz. Mas Anaíne gosta desse desafi o. “Acho que, quanto maior a bagagem cultural e a sensibilidade do cliente, mais enriquecedor é o projeto”, diz. A ideia é reforçada pela arquiteta
Márcia Carvalhaes: “Os clientes estão dando mais trabalho”, brinca. “Viaja-se mais, vai-se mais ao cinema. O nível de educação tem aumentado em todos os setores e, com maior acesso à informação, o senso de estética melhora.” No caminho inverso ao de muitos colegas de profissão, a belo-horizontina deixou as montanhas, como diz, para estudar no Rio de Janeiro. “Foi uma mudança interessante, pois lá a conversa era muito voltada para fora do Brasil. Convivia com muitos estrangeiros”, conta. De
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CAPA | DECORAÇÃO Cláudio Cunha
Cláudio Cunha
Ela é versátil
Entre o contemporâneo e o clássico
A palavra final é do cliente, mas é papel do profissional saber orientá-lo, diz a arquiteta Márcia Carvalhaes. “A pessoa deve se sentir segura e à vontade para falar as maiores loucuras, enquanto vamos dosando. Muito do nosso trabalho é colocar o contratante com o pé no chão,” diz. Independente do estilo, para Márcia os projetos só não podem ser impessoais. “Gosto de espaços amplos, bem iluminados e aconchegantes”, diz.
A arquiteta Patrícia Hermanny aposta em projetos mais limpos, mas não menos sofisticados, que vão do clássico ao contemporâneo. “Estou sempre preocupada com as proporções”, diz. Para ela, muitas pessoas investem hoje em tecnologia, mas, sem orientação devida, não conseguem usufruir de todos os benefícios que as ferramentas oferecem. “Não adianta colocar uma grande televisão no home sem estar atento à distância, à iluminação e à acústica” diz.
Graduada em arquitetura (RJ). Atua no setor há 31 anos
Graduada em arquitetura e urbanismo (BH). Atua no setor há 35 anos
volta a BH, abriu o próprio escritório e já ultrapassa a marca de três décadas atuando com projetos de arquitetura e interiores.“Estou em minha maturidade profissional”, diz. Também satisfeita com os rumos de sua carreira, a arquiteta Graziella Nicolai não se arrepende de ter trocado as piscinas pela arquitetura. Ex-atleta, ela chegou a prestar vestibular para fisioterapia, mas logo percebeu sua vocação para o “belo”. Como em todo início de carreira é preciso mais suor que ta128 |Encontro
lento, Graziella teve de enfrentar muita obra, trabalhando para construtoras desde a faculdade, antes de chegar ao patamar que desejou. Foram experiências importantes nas diversas etapas de um projeto, do conceito arquitetônico ao acabamento e à decoração. “É interessante notar que hoje o arquiteto atua muito voltado para a área de interiores, pois temos também de planejar espaços e fazer reformas pensando no todo e de forma integrada”, diz. Os atrativos de convivência e lazer e a conecti-
vidade dos espaços têm imposto novos desafi os aos profi ssionais da área. “Não existe mais aquela divisão entre os cômodos: aqui é a sala de visitas, ali a sala de TV, lá a cozinha. Tudo é feito para ser usado e investe-se mais nas áreas sociais”, explica. O resgate do receber as pessoas em casa é outro motivo que faz com que se recorra mais aos profissionais da área. As pessoas estão mais instrospectivas, sentem-se mais seguras em casa e acabam incorporando dife-
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CAPA | DECORAÇÃO Eugênio Gurgel
Rogério Sol
Ele é autoral
Referência em ambientes comerciais
Na opinião de David Guerra, produzir ambientes personalizados é o segredo para agradar. “Interiores não são uma roupa que você não gosta e esconde no armário”, diz. Para o arquiteto, as pessoas criam vínculos com o ambiente, sendo possível saber muito sobre seus estilos de vida a partir do local em que vivem. “Espaços muito industrializados não têm individualidade, localidade e autenticidade. Um projeto de interiores não se compra a metro.”
A carreira do arquiteto Carlos Alexandre Dumont, o Carico, foi marcada por lojas feitas para importantes marcas do universo da moda. Hoje, em sua maturidade, dedica-se também aos projetos residenciais. “O ideal seria se cada um fizesse sua casa”, brinca. “Como não é possível, o arquiteto deve entender o cliente bem e saber gastar metragem nos espaços mais usuais.” Para ele, essa é uma marca de ambientes funcionais.
Graduado em arquitetura e urbanismo (BH). Atua no setor há 22 anos
Graduado em arquitetura (BH). Atua no setor há 32 anos
rentes hobbies à intimidade do lar. A culinária, por exemplo, passou a ter um glamour no morar. É o que pensa a designer de interiores Cícera Gontijo. “A cozinha sempre teve importância para o mineiro. Se antes era lugar reservado, virou espaço gourmet, está em evidência e passou a integrar a área de convivência”, explica. Boa hospitalidade – outra característica marcante da “mineridade” – é um traço que Cícera carrega da mãe. Ela conta que a matriarca sempre gostou de re130 |Encontro
ceber e por isso a casa sempre estava bem arrumada e, de tempos em tempos, com a decoração reformulada. “Quando pego as fotos dos meus aniversários, parece que a cada ano havia me mudado de casa, pois o cenário nunca era o mesmo”, brinca Cícera. A herança familiar também foi decisiva na carreira de Myrna Porcaro. O pai, engenheiro civil, foi responsável por erguer a casa onde vive até hoje, em Belo Horizonte. A residência, muito moderna para a década de 1970, rece-
beu projeto de arquitetura e paisagismo. “Via os desenhos na prancheta e depois se materializarem no concreto. Era um delírio para mim”, conta. A arquiteta morou em Paris por dois anos para estudar. Com espírito cosmopolita, de volta ao Brasil, dividia-se entre a capital mineira e São Paulo, onde também abriu um escritório. Recentemente, ampliou seus negócios para Miami. “De duas décadas para cá, conseguimos provar para o cliente que contratar um profissional significa maior segurança
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Carreira consolidada
Sem modéstia
“O cliente não me contrata para eu fazer exatamente o que ele quer. Faço o que ele deseja e algo mais”, diz a arquiteta Ângela Roldão, com a segurança de quem tem trabalhos reconhecidos dentro e fora do país. “Quero que vejam meus projetos e os achem bonitos e benfeitos. Mas não tenho a pretensão de que reconheçam logo que é meu. Acho que nada pode ser tão estático”
“Desde o embrião do projeto, já estou pensando lá na frente, onde vou colocar os móveis, como a luz vai entrar no ambiente”, diz a arquiteta Myrna Porcaro. Para ela, a liberdade que o contratante dá ao profissional reflete-se no resultado final. “Posso fazer algo previsível e convencional se o cliente quiser, mas gosto quando dou asas à imaginação”, diz. “Consigo fabricar o sonho.”
Graduada em arquitetura (RJ), com estudos em Munique (Alemanha). Atua na área há 32 anos
na escolha dos materiais, emprego de tecnologia que reverterá em benefício próprio e melhor aproveitamento dos espaços”, diz. Com o metro quadrado mais raro e caro nos grandes centros urbanos, otimizar os espaços tornou-se indispensável. Não é incomum encontrar condomínios com amplas áreas sociais, que quase se assemelham a clubes, e, em detrimento disso, dispõem de área privativa reduzida. Para a designer de interiores Lena Pinheiro, é um desafi o 132 |Encontro
Graduada em arquitetura e urbanismo (BH), com cursos em Paris (França). Atua no setor há 28 anos
conseguir colocar tudo o que o cliente deseja em locais de dimensões nem sempre vantajosas. “As pessoas hoje sentem a necessidade de contratar um designer não apenas por uma questão de beleza, mas por questões funcionais. É preciso soluções inteligentes para os ambientes”, diz. A valorização dos profi ssionais da área também é sentida pela designer Maria Helena Botrel. Para a mineira de Araguari, cresce a consciência de que, mesmo que se tenha bom gosto
e criatividade, é preciso suporte técnico para um resultado harmônico e execução sem contratempos. “Com os custos altos dos empreendimentos, passou-se a requisitar mais a ajuda de profi ssionais para evitar erros”, diz. Maria Helena também percebe que o design ganhou novo vulto e conquistou espaço até mesmo no universo corporativo. “Produtividade está ligada a bem-estar. A visão do empresariado hoje é de proporcionar esse aconchego também no trabalho”, diz.
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O SESI e o SENAI, organizações privadas que fazem parte do Sistema FIEMG, dão todo o apoio que a indústria precisa para crescer. O SESI é segurança e saúde no trabalho. É esporte e lazer. São trabalhadores da indústria que ganham qualidade de vida, produzindo mais e melhor. O SENAI é a maior rede de formação profissional do Brasil. São cursos técnicos, de qualificação e aprendizagem industrial. É tecnologia para produzir e inovação para competir. É mais desenvolvimento para todos. Para a indústria. E para você. www. fiemg.com.br
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CAPA | DECORAÇÃO Cláudio Cunha
Eugênio Gurgel
Chique e bem relacionada
Equilíbrio e modernidade
Integrar o exterior com o interior é uma das preocupações da arquiteta Anaíne Pitchon. “Às vezes não faço o projeto de paisagismo, mas tento inseri-lo de forma funcional”, diz, o que é possível por meio de janelas, aberturas e plantas. De raízes baianas, ela tem contatos e clientes em diferentes estados, especialmente em Minas, onde o público, segundo afi rma, é muito exigente. Para a profi ssional, um projeto bem elaborado é duradouro e, com o tempo, resulta em economia.
Para as arquitetas Anamaria Diniz e Zilda Santiago, é importante fugir do repetitivo e conferir identidade a cada projeto. “Sempre tentamos incluir algo de diferente ou novo. Gostamos de surpreender os clientes”, dizem. Mas sem perder de vista uma iluminação adequada, proporções bonitas e formas harmônicas. “O ambiente não pode ficar com cara de alguém que foi a uma loja de móveis, comprou alguns e pôs ali”, afirma Anamaria.
Graduada em arquitetura e urbanismo com curso técnico em paisagismo (BH). Trabalha há 32 anos no setor
Prova disso são os trabalhos executados pela arquiteta Patrícia Hermanny. Ela esteve à frente de projetos para empresas, entre elas a Usiminas. Assina também a Galeria Celma Albuquerque, referência no circuito artístico da capital. Realizada no meio em que decidiu atuar, ela passou o amor à profissão para as duas filhas. Uma faz estágio na área e a outra cuida do escritório em São Paulo, em parceria com a mãe. “O cliente ideal é aquele que sabe o que quer, tem personalida134 |Encontro
Graduadas em arquitetura (BH). Atuam no setor há mais de 15 anos
de e aposta nas suas ideias”, diz. A diretriz profissional da arquiteta Zilda Santiago também foi passada pelo DNA. Foi no escritório do pai que aprendeu a profissão e conheceu sua parceira, Anamaria Diniz, na época estagiária, com quem trabalha desde 2000. Atendendo principalmente a projetos residenciais, elas já fizeram apartamentos modelo para construtoras e hoje percebem uma mudança no perfil do público, não apenas socioeconômico, mas também na faixa
etária e estrutura familiar. “Muitos clientes são jovens solteiros, pois as pessoas estão casando mais tarde”, diz Zilda. Mas querem garantir o mesmo conforto e comodidade que tinham na casa dos pais. Uma das arquitetas mais requisitadas aqui e no exterior, com projetos na Alemanha, França, Portugal, Bélgica e Uruguai, Ângela Roldão não abre mão da ousadia para supreender os clientes. “Gosto de ir além do esperado”, diz. Credibilidade, ela tem
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CAPA | DECORAÇÃO Cláudio Cunha Cláudio Cunha
A nova geração “O profissional deve saber se aquilo que o cliente deseja é possível e como vai ser feito, com proporção, contraponto e ritmo”, diz a arquiteta Graziella Nicolai. Com a diversidade de produtos e possibilidades existentes hoje no mercado, é comum o contratante sentir-se inseguro em fazer escolhas. “Acho importante o profissional estar antenado para passar ao cliente, em primeira mão, aquilo que há de novo e de melhor”, diz. Graduada em arquitetura e urbanismo e pós-graduada em gerência de projetos (BH). Atua no setor há 15 anos
de sobra. Formada no Rio de Janeiro, morou em Munique, onde deu continuidade aos estudos. “Tenho muitos clientes estrangeiros, pois acho que guardei um traço do tempo em que vivi na Europa”, diz. Na capital mineira, é reconhecida pela reforma do antigo Cine Palladium, seu projeto de maior visibilidade. Segundo Ângela, as pessoas que contratam bons profissionais percebem os benefícios ao usufruírem dos espaços em seu cotidiano e depois na valorização dos imóveis. “Com frequência, reformo projetos que não deram certo. Mas nunca tive um cliente insatisfeito”, diz. Por sorte, como ela mesma diz, “Minas é tradicionalmente cheia de bons profissionais”. ❚ 136 |Encontro
“As pessoas buscam qualidade de vida. Esse é o grande motivo que as levam a investir em design de interiores. E nossos designers e arquitetos são talentosos e criativos, reconhecidos em todo o país.” Laura Rabe, presidente da Associação Mineira de Decoradores de Nível Superior (Amide)
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Moda | Editorial
Ana Cláudia Esteves
Vestida de cores, pedras, texturas e miçangas, a mulher moderna carrega, em seu estilo, um pouco da história de cada uma de suas viagens pelo mundo. Os acessórios, por sua vez, mostram todo seu potencial em produções cheias de detalhes que fazem do look um verdadeiro mix de tendências.
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Touca: Espaço 670 Colares compridos e panos: Casa da Índia Brincos, anéis, colares trançados, de tecido e de pedras: Mary Design
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Moda | Editorial
Chapéu: Pulseiras e colar com pedra roxa: Pulseiras de tecido e colar com franjas coloridas: Colares de bolinhas: Lenços: Maxicolar decorativo:
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Espaço 670 Claudia Marisguia Raquel Braga Mary Design Casa da Índia Mary Design para Espaço 670
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Tiara, pulseira de mão, bracelete trabalhado, colar de osso e gargantilha: Anéis e braceletes de flor e turquesa: Lenço e sari: Colares verde e de bolas pratas e braceletes indianos: Colares finos: Maxicolar:
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Raquel Braga Mary Design Acervo pessoal
Casa da Índia Lita Raies Mary Design para Espaço 670
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Moda | Editorial
Panos e pulseira estampada, colares de bola dourada e madeira: Bracelete madeira: Colares finos e pulseiras de marfim: Terço: Anéis indianos e brincos: Pano de miçangas e maxicolar:
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Casa da Índia Raquel Braga Lita Raies Casa da Índia Claudia Marisguia Mary Design para Espaço 670
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Blusa, lenço e braceletes dourados: Colar usado na cabeça, pulseiras finas, anel redondo e de gota: Bracelete com pedra: Anéis bola: Anel liso e com pedras: Colares:
Casa da Índia Cláudia Marisguia Raquel Braga Mary Design
Lita Raies Mary Design, Cláudia Marisguia, Lita Raies e Casa da Índia Maxicolar: Mary Design para Espaço 670
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Moda | Editorial
Tiaras, brincos e colares: Colares com bolas: Colar de tressê: Pulseiras laranja: Terços azuis: Bata: Maxichocalho:
Claudia Marisguia Casa da Índia Mary Design Lita Raies Espaço 670 Casa da Índia Mary Design para Espaço 670
FICHA TÉCNICA: Styling: Edição: Beauty: Fotos: Modelo:
Marcelo Brasiliense Ana Cláudia Esteves Marcela Quintino – Art & Maquiagem Daniel Moreira – Mineral Desirée Rugani – Mega Model
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estética | malhação Paulo Márcio
A pedagoga Fernanda Rachel dedicava três horas diárias às atividades físicas, mas sem retorno: “Foi quando descobri que estava me alimentando pouco para a quantidade de exercícios que fazia”
Sem sair do lugar Malhando há bastante tempo e o corpo continua na mesma? Você pode estar sofrendo o chamado efeito platô. Entenda o que é e saiba como evitá-lo
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Marina Santos
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matemática é simples. Para emagrecer, basta gastar mais calorias do que se ingere. Ou, em um treinamento de hipertrofia, quanto mais exercícios feitos, mais rápidos serão os resultados. Correto? Embora essas afirmativas não sejam falsas, elas precisam ser relativizadas. Isso porque, na prática, a busca pela corpo perfeito envolve muitas variáveis. Que o diga a pedagoga Fernanda Rachel, de 35 anos. Após a gravidez do segundo filho, há cinco anos, ela decidiu entrar para a academia. Conseguiu retomar em seis meses a forma antiga e, depois disso, não parou mais. Ela dedica três horas diárias, seis vezes por semana, à prática de musculação, exercícios aeróbicos, boxe, balé e ioga. No entanto, depois do último carnaval, Fernanda começou a perceber que o treino físico não estava sendo
tão eficaz. E, pior, havia engordado. Foi quando decidiu procurar orientação nutricional. “Descobri que estava comendo pouco para a quantidade de atividades físicas que fazia. Antes de ir malhar pela manhã, ingeria quase nada de carboidrato e à noite passava muito tempo sem me alimentar”, conta. Apenas uma semana após o início da nova dieta e mantendo a rotina de exercícios, Fernanda perdeu os quilinhos indesejados. Embora o relato possa causar estranhamento, Fernanda é apenas mais uma vítima do que os especialistas chamam de efeito platô. Segundo o nutricionista e membro da American College of Sports Medicine Rodrigo Discaciati, esse período de frustração, em que fica comprometida a constante evolução do praticante, é comum não apenas em atletas, mas pode atingir qualquer um que faça atividades físicas regularmente. “O efeito platô é quando ocorrem adaptações ou, até
mesmo, insuficiências ou deficiências relativas à alimentação, ao treinamento ou ambos, que podem impedir o progesso do indivíduo”, explica. Esse efeito está, inclusive, relacionado historicamente com a evolução humana. Nosso corpo, acostumado a enfrentar períodos de escassez de alimentos, aprendeu a reservar energia como mecanismo de defesa. Além disso, é normal que, habituado a uma frequência intensa de atividades, o corpo passe por um processo de resistência ou estabilização, quando o avanço no treino fica mais difícil e os resultados já não são tão visíveis. Em todos os casos, é importante estar atento se há aporte nutricional suficiente para aquele tipo e nível de esforço físico. “Uma alimentação equilibrada em calorias e nutrientes deve ser compatível com o exercício realizado. O intervalo correto entre as refeições também é muito importante para manter o metabolismo ativo, facilitar o ganho ou
Entenda o efeito platô O que é Período de estagnação, no qual a evolução do praticante de atividades físicas fica comprometida. É mais comum em atletas, mas pode ocorrer com qualquer um que se exercite regularmente
O que pode causá-lo Dieta insuficiente em calorias e nutrientes
Treinamento sem periodização ou revisão constante da metodologia
Descumprimento dos intervalos adequados de descanso
Problemas de cunho psicológico/emocional
Como identificar
Como superar
Varia de pessoa para pessoa, não havendo consenso sobre quando pode ocorrer. Os parâmetros objetivos, como peso ou percentual de gordura, são uma instrumentação válida para avaliar a forma física, mas devem ser analisados com cautela e tomados em conjunto com outros fatores. A própria percepção subjetiva sobre o rendimento durante os exercícios deve ser levada em consideração
O mais importante é ter o acompanhamento de educador físico e nutricionista. O primeiro será responsável por supervisionar e revisar o treino, mudando constantemente os estímulos dados ao corpo. O comum é que cada ciclo de treinamento tenha duração de oito semanas. O segundo deverá estipular uma dieta que seja satisfatória e condizente com a intensidade e frequência das atividades físicas realizadas
Fonte: especialistas consultados
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estética | malhação Fotos: Rogério Sol
O médico João Ricardo foi orientado pelo personal Lincoln Eugênio a substituir os exercícios por outros mais pesados: “A diferença é visível. Tive até que mudar as roupas, porque ficaram apertadas”, diz Ricardo
a manutenção da massa magra e, ao mesmo tempo, inibir o acúmulo de gordura corporal”, diz Rodrigo. Há cerca de um mês, a estudante de nutrição Ana Carolina Reis, de 27 anos, surpreendeu-se com o resultado de seu percentual de gordura, que havia subido seis pontos. Além disso, ela, que começou a frequentar a academia há sete anos e está acostumada a uma rotina de 90 minutos diários de exercício, de segunda a segunda, já não conseguia responder bem ao treino. Procurou ajuda de um nutricionista e revisou sua ficha na musculação, passando a dedicar-se menos à parte aeróbica. Desde então, está satisfeita. Ana Carolina já percebe que diminuiu medidas e se sente mais disposta. “Agora, como cerca de mil calorias a mais do
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que antes. Ainda assim, emagreci. Não adianta ficar comendo salada pensando que está saudável, mas, na verdade, precisando de energia”, diz. De acordo com o coordenador técnico da academia Runner, Guto Brasil, que tem acompanhado a trajetória de Ana Carolina no último semestre, é preciso cuidado na hora de “diagnosticar” o efeito platô. O primeiro erro, cometido principalmente pelas mulheres, está em se basear na balança. Se a pessoa não se alimenta bem, ela pode estar perdendo músculo, e não gordura. Além disso, o percentual de gordura nem sempre é a melhor referência para se avaliar a forma física. “Não é um dado específico. O cálculo considera a proporção de gordura em relação ao peso corporal total. Devemos tomar
cuidado ao interpretá-lo”, diz Guto. Ele também alerta para os riscos de overtraining (excesso de treinamento). Isso porque a musculação procura trabalhar no limite, para fatigar a musculatura. Mas o descanso também é parte fundamental de qualquer treinamento. “Caso contrário, em vez de resposta positiva, a pessoa apresenta declínio no rendimento”, diz Guto. “Os fisiculturistas costumam exercitar um grupo muscular por semana. Se até eles precisam de pausa, imagine nós.” Após três anos contínuos na Companhia Athletica, o médico João Ricardo Miranda, de 35 anos, também precisou “driblar” o efeito platô. Apesar de manter uma alimentação saudável e de malhar quatro vezes por semana, de uns tempos para cá ele não via mais
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estética | malhação Rogério Sol
Atleta de hipismo, Pedro Salgado malhava há seis anos, mas teve de se tornar mais assíduo da academia: “Passei a ver mais tonificação muscular”
progressão em seu treino. Optou, então, por rever a ficha de exercícios, que ficaram mais pesados, e fez com que a dieta acompanhasse essa nova rotina. Agora ele come mais, principalmente alimentos ricos em carboidratos e proteínas, faz seis refeições diárias e nunca vai malhar em jejum. “A diferença é visível. Tive até que mudar a roupa, porque ficou apertada”, diz. O personal trainer de João Ricardo, Lincoln Eugênio, reforça a necessidade de se periodicizar e rever a metodologia do treino. “É muito importante modificar os estímulos que damos ao corpo. Podemos fazer isso variando a intensidade, o tempo de descanso, mudando de um treinamento de hipertrofia para outro de força ou de resistência”, explica. Essas mudanças são
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A estudante Ana Carolina se surpreendeu com seu percentual de gordura, que havia subido apesar da carga de exercícios: procurou ajuda de nutricionista
válidas também por um fator motivacional, já que os exercícios repetitivos – ainda mais se não seguidos do resultado esperado – podem desanimar o praticante. “É preciso que o aluno tenha disciplina não só na academia, mas também fora”, diz João Ricardo. Atleta de hipismo e estudante de direito, Pedro Salgado, de 21 anos, começou a frequentar a academia desde os 15 tendo como objeitvo a hipertrofia, melhora do condicionamento, além de bem-estar. Contudo, desde o início do ano, deixou de ver retorno, já que o corpo havia se acostumado com aquela carga de atividades. A saída foi aumentar a assiduidade, passando a malhar três, em vez de duas vezes por semana. “No início até emagreci, o que não era o objetivo. Depois passei a ver
mais tonificação muscular”, diz Pedro. Segundo Igor Ravaiani, gerente da academia Bodytech, unidade Savassi, é importante que o próprio aluno se manifeste quando identificar essa estabilização, para que o treinamento seja modificado. “Embora essa percepção seja subjetiva, pode ser hora de refazer a avaliação física”, diz. Igor pondera que muitas variáveis interferem no desempenho do praticante, como sexo, idade, genética e até estado emocional. “Uma pessoa que vive agitada, angustiada ou deprimida produz muito cortisol, o chamado hormônio do estresse”, diz. Então, dificilmente, ela terá os mesmos resultados de uma pessoa que está tranquila. É como diz o velho ditado: mente sã, corpo são. z
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beleza | maquiagem
Mais cor,
Corretivos verdes, amarelos, lilases e laranjas são aliados para esconder olheiras e outras imperfeições, deixando a pele uniforme
menos manchas Marina Dias
Uma noite maldormida fica estampada no rosto. Não há como ignorar aquelas olheiras arrroxeadas, profundas, que denunciam o excesso de trabalho, a preocupação, o dia muito atribulado. O mesmo acontece com espinhas inflamadas que, mesmo após a adolescência, às vezes insistem em avermelhar a face. Para tentar cobrir as mais variadas manchas e deixar a pele uniforme, o corretivo é o melhor amigo na hora da maquiagem. No entanto, há casos em que o corretivo no tom da pele não dá conta de fazer a cobertura toda sozinho, especialmente se a marca for muito acentuada. “Se muito fortes, as manchas podem aparecer na maquiagem, o que não torna o resultado satisfatório”, diz o maquiador Ronan Pessim. E é aí que entram as ferramentas coloridas: amarelos, lilases, verdes e laranjas ajudam a cobrir de maneira mais eficaz, deixando o rosto como uma tela “branca” para os próximos passos do make. O princípio por trás dessa proposta é o da teoria das cores, que pode ser representada no círculo cromático (veja desenho). A ideia
Modelo: Monique Stefane Maquiador: Leo Araújo Foto: Cláudio Cunha Maquiagem pronta à esquerda e ainda em produção à direita: cada tipo de mancha pede uma cor de corretivo. Depois, deve ser aplicado o corretivo cor da pele e, na sequência, a base, para que o rosto fique uniforme
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Espinhas, acnes, pele queimada de sol Primer corretivo colorido amarelo, da Vult R$ 18,50 (11) 4736-8890
tom avermelhado aplicar corretivo verde Olheiras tom arroxeado
Paleta menta, da Phebo R$ 78 (31) 3282-8062
aplicar corretivo amarelo
Olheiras muito profundas tom azulado aplicar corretivo laranja Olheiras em pele negra Corretivo Colorido Making Of em Creme, da Contém 1g R$ 54 (31) 3225-1939
é que cores opostas — como vermelho e verde, roxo e amarelo, azul e laranja — se neutralizam, e é seguindo essa linha de pensamento que são aplicados os corretivos coloridos. “Se a olheira é roxa, o corretivo escolhido será o amarelo. Quando aplicado, ele neutraliza o arroxeado. É um jogo de cores com o objetivo de neutralizar”, explica o maquiador. A mesma lógica pode ser seguida para manchas em tom avermelhado,
aplicar corretivo vermelho
Paleta de corretivos Impecable Cover, da Eudora R$ 52 (31) 3214-1994
amarronzado, bem como sardas e manchas de sol ou gravidez. Para quem se vale dessa ferramenta, o corretivo colorido passa a ser a primeira etapa do make, após a limpeza e hidratação da pele. Nesse passo de cobrir todas as manchinhas com corretivos das cores opostas respectivas, o rosto fica mesmo todo colorido, mas não se preocupe! A base aplicada na face toda e o corretivo tom da pele passado nos mesmos pontos que fo-
Sardas, manchas de sol, de gravidez tom marrom claro, amarelado corretivo lilás ou azul
ram coloridos vão homogeneizar os tons da face, e de uma maneira bem mais uniforme. Outra dica do maquiador Ronan Pessim é o cuidado na aplicação: sempre deve ser passado com batidinhas do dedo, e não espalhado ou em movimentos circulares. Segundo ele, a tática permite que o produto não acumule nas linhas de expressão e não fique exagerado. Então, prepare sua paleta e mão na massa! z agosto de 2014 Encontro | 153
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decoração | luminárias
Lustre Bengala, com estrutura em latão brilhante dourado Medida (cm): 64 (diâmetro) Preço sob consulta Onde encontrar: La Lampe (31) 3262-0099
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Uma iluminação funcional e bonita valoriza qualquer projeto. Não faltam modelos de luminárias para os diversos cômodos e estilos Marina Santos
Muitos não sabem, mas do pequeno abajur sobre o criado mudo até o suntuoso lustre na sala de estar, todas as peças usadas para iluminar recebem o título de luminárias. Daí a importância de entender as diferenças para escolher aquela mais apropriada para sua decoração e intenção de uso. Em qual cômodo instalar a luminária? Quando optar por um modelo mais clássico, vintage ou moderno? A preocupação se justifica, uma vez que a iluminação é um dos fatores que mais contribuem para deixar os ambientes agradáveis e charmosos. “A luz é responsável por criar a ‘atmosfera’ do lugar”, diz a designer de interiores Laura Santos. Além do benefício primário de conforto visual, as luminárias são grande trunfo na decoração, com peças em materiais diversificados e desenhos inovadores. “A iluminação é muito importante no conceito do projeto. Ela pode ser usada para destacar um elemento, como um quadro ou uma obra de arte, auxiliar na circulação ou para criar um efeito cinematográfico, com diferentes cená-
Alexandre Rezende
Luminária Arco, com base em mármore e cúpula articulada em metal cromado com altura regulável Medida (cm): 150h (máx.) R$ 1.134 Onde encontrar: Ábeto (31) 3286-6322
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Abajur Flop, com refletor quadrado envolto em dobras de metal Medida (cm): 225x112x115h Preço sob consulta Onde encontrar: Iluminar (31) 3284-0000 Pendente Bao Bao, em vidro translúcido, da marca AVL, de Adriana Vasconcelos Medida (cm): 40 (diâmetro) Preço sob consulta Onde encontrar: Abatjour de Arte (31) 3281-1939
Luminária Hollywood, em metal, disponível nas cores preta e branca Medida (cm): 53x174h R$ 3.200 Onde encontrar: Líder Interiores (31) 3481-4909
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Luminária Sabine, com estrutura em lyptus maciço, cúpula em poliuretano e design de Grácia Mendes, com altura regulável Medida (cm): 200 (máx.) R$ 765 Onde encontrar: Prodomo (31) 3541-8855
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Pendente com cúpula em crochê Medida (cm): 70x50h Preço sob consulta Onde encontrar: Prima Linea (31) 3286-4065
Abajor de chão com cúpula em tecido e estrutura maciça Medida (cm): 60x195h Preço sob consulta Onde encontrar: Sierra Móveis (31) 3286-4591
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Luminária de mesa em alumínio com cúpula móvel e luz direcionável Medida (cm): 45h R$ 306,00 Onde encontrar: Alalux (31) 2112-1111
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Luminária Odeon em couro italiano branco, preto, caramelo ou cognac Medida (cm): 64h Preço sob consulta Onde encontrar: Abatjour de Arte (31) 3281-1939
rios dentro de um mesmo ambiente”, diz Laura. Para uma proposta romântica, aconchegante ou intimista, o ideal é escolher uma luz menos intensa ou difusa. Luminárias articuladas, que proporcionam luz direcionada, são muito úteis em escritórios ou cantos de leitura. Já os pendentes podem ser usados em diferentes cômodos, nos quartos, salas ou lavabos, e dão charme a mais sobre a
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bancada da cozinha, aparadores ou mesas laterais. Segundo a designer e artista plástica Analu Guimarães, uma peça que nunca sai de moda são os lustres. “Eles são nobres e sempre bem-vindos nas salas de estar e jantar”, explica. São muito usuais em hall, saguão ou cômodos com pé-direito alto. A novidade está no retorno dos abajures. “Eles estiveram em alta nos anos 1980 e agora estão voltando”, diz Analu.
Luminária estilo urbano, de mesa em metal preto Medida (cm): 40h Preço sob consulta Onde encontrar: Villa Maria (31) 3335-5552
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Selecionado o cômodo onde a peça será usada, é bom estar atento à proporção. “Deve-se trabalhar o equilíbrio, considerar o tamanho do espaço e o tamanho da peça, para não pesar o ambiente ou descaracterizar o restante do mobiliário”, diz Laura. Mas a escolha do design é livre. “Ao contrário do que muitos pensam, misturar estilos ajuda a dar personalidade ao projeto”, explica. z
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NA MESA | Aline gonçalves agoncalves@editoraencontro.com.br Samuel Gê
Espaço dos pequenos
Destaque para a coleção Desde 1999, a carta de vinhos do restaurante Taste-Vin, com 800 rótulos, coleciona prêmios. Em julho, foi novamente agraciada, agora como melhor da América do Sul, segundo a publicação The World of Fine Wine. A conquista, que poderia ser mais uma na parede, foi especial para o chef Rodrigo Fonseca. “Foi a primeira vez que mencionaram detalhes da nossa carta. Notaram que temos vinhos de regiões clássicas e acharam interessante os rótulos de vários países, por exemplo”, explicou. Ao todo, apenas 225 restaurantes de todo o mundo receberam a premiação máxima. O júri, que avaliou mais de 4 mil cartas, agraciou como melhor do mundo o hotel vienense PalaisCoburgResidenz. “Sabemos que há muitas cartas que querem ser grandes sendo, simplesmente, um ajuntamento de vinhos, em vez de algo construído com um norte. Estou sempre pensando e trazendo coisas interessantes, mas ainda assim o prêmio me surpreendeu”, disse Rodrigo. Eugênio Gurgel
Toda vez que passeava por restaurantes da cidade com sua filha Anna Vitória, hoje com 10 anos, o empresário Breno Vianna percebia a carência de espaços para os pequenos. Foi assim que surgiu a ideia de montar algo do tipo na Perfetta Pizzeria e Ristorante, da qual é proprietário. Brenno até cogitou fazer um empório, mas preferiu ouvir a demanda dos clientes. “São poucos os locais que têm isso. Não me recordo de alguma pizzaria, mesmo sendo pizza algo tão familiar”, diz. O espaço, anteriormente ocioso, fica embaixo de uma adega e possui em torno de 12 m2. A obra para adequá-lo foi iniciada em junho e a inauguração está prevista para agosto. Além de brinquedos, haverá mesinhas para que os pequenos possam colorir e desenhar, além de jogos educativos, TV com videogame e aparelho de DVD.
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Paulo Márcio Geraldo Goulart
Opção pelos portugueses São exatos 170 rótulos de diferentes partes do mundo. Ficou assim a carta de vinhos do restaurante Hermengarda, do chef Guilherme Melo, que passou por reformulação no último mês. O responsável foi o sommelier Jean Carlo Medeiros, que trabalha no local há dois anos. Cada vez que reformula a listagem, ele retira rótulos populares, de castas de uvas conhecidas, como carménère e chardonnay, buscando incluir e promover produtos diferentes da Europa e de outras regiões. “Ninguém precisa de um sommelier para servir um malbec de R$ 80: isso vende por si só. O especialista está lá para ensinar, para mostrar opções interessantes, inclusive nessa faixa de preço”, explica Jean. Ele lista, por exemplo, que Portugal possui mais de 320 castas catalogadas. A terrinha, aliás, foi privilegiada com grande número de rótulos, já que o sommelier se formou no país e lá viveu por uma década. “Ninguém conhece mais de vinhos portugueses em BH do que eu, e digo que eles são maltratados. Portugal tem vinhos espetaculares e as pessoas só conhecem os mesmos”, diz Jean Carlo.
Prestes a reabrir Foi um susto. No primeiro dia de junho, um domingo, um incêndio de grandes proporções tomou conta e destruiu, em minutos, um dos mais tradicionais restaurantes da cidade: o Santafé. Passado o momento de perícia, de contabilizar os prejuízos e de receber o seguro, foi a hora de se dedicar às obras, que seguem em ritmo acelerado. “O Santafé foi inaugurado em agosto de 1994. Por coincidência, 20 anos depois, vamos reabrir bem perto disso, em setembro”, conta um dos sócios, o empresário Agilberto Martins, que comanda a casa ao lado do irmão, Pedro Martins. Para refazer o projeto, foi convidada a arquiteta Beth Nejm. Algumas referências marcantes na estrutura anterior, inspirada na cidade de Santafé, nos Estados Unidos, serão mantidas. Com almoço executivo e bufê de saladas, a proposta gastronômica também continuará a mesma. Eugênio Gurgel
Para saborear e guardar O Haus Cervejaria e Mercearia (anteriormente Haus München) incluiu uma série de novidades em seu cardápio nas últimas semanas, com destaque para o novo prato da Associação Boa Lembrança, alterado anualmente. Desta vez, ele recebeu o nome de Joelho do Fenômeno (R$ 63), em referência ao ex-jogador Ronaldo Nazário. A receita foi criada pela chef Paula Cardoso e traz joelho de porco com vagens, batatinhas regadas com azeite, ramos de alecrim e sal marinho. “Ele é mais leve do que outros pratos com essa carne, por causa dos acompanhamentos. O joelho é assado por duas horas a 160 graus e, depois, finalizamos na fritadeira para pururucar”, explica a chef. Vale lembrar que, como ocorre em todos os restaurantes que participam da associação, quem escolhe saborear o prato Boa Lembrança ganha uma louça decorativa.
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gastrô | novidades Fotos: Paulo Márcio
Na foto ao lado, o chef Beto Haddad (à dir.) e o sócio Léo Pimenta: “O mercado de restaurante de alta gastronomia está inflacionado”, diz Beto Haddad
Com ares de lounge Tailândes Bangkok muda de formato e amplia serviços. Cardápio vai incluir itens da culinária japonesa e chinesa, enquanto o ambiente ganha descontração Aline Gonçalves
A luz amarela acendeu nas contas do restaurante Bangkok Royal Thai Cuisine, em Lourdes, referência na cidade na culinária mundial e o primeiro a trazer unicamente a cozinha tailandesa, no final de 2013. A queda de movimento, associada a um cenário de fechamento
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de casas de alta gastronomia, levou os sócios a planejarem uma reformulação radical, em vigor a partir deste mês. “Ganhamos prêmios (Melhor Cozinha do Mundo em Encontro Gastrô – O Melhor da Cidade 2013), somos reconhecidos, mas foram meses tentando recuperar o fôlego e chegou o momento de mudar”, diz o chef Beto Haddad, que comanda o local ao lado dos sócios Léo Pimenta e Geovani Dória. Agora, petiscos ou entradas orientais – não somente da Tailândia – serão servidos em um ambiente com cara de lounge. “Resolvemos dar um estilo mais de bar, sem perder a essência da cozinha asiática”, diz Beto. Foram exatos três anos e meio apresentando a culinária tailandesa, mas poucos pratos principais e sobremesas ficarão do antigo menu, como é o caso do camarão com shiitake e o brócolis no abacaxi. “Vou reduzir e simplificar o cardápio”, conta Beto. Aproximadamente 20 petiscos, com itens da culinária japo-
nesa e chinesa, serão servidos. A carta de bebidas também ganha nova proposta, com mais drinques e cervejas especiais. O Bangkok vai funcionar de terça a domingo, com DJs tocando rock, jazz, world music e música eletrônica nas quintas, sextas e sábados. O experiente DJ Leo Mille assume a residência da pista. Agora, o atendimento poderá ser feito nas mesas ou no bar, com cartelas individuais. “BH gosta desse estilo mais livre”, explica Beto. Para acompanhar tais mudanças, a casa ganhará nova decoração. No andar superior, incluindo a varanda, até 20 pessoas poderão jantar em um espaço mais tranquilo. Todas as mesas ficarão de frente para a cozinha aberta, onde os clientes poderão ver a preparação dos pratos. No térreo, estará o espaço para o DJ e as demais mesas, além do bar, com capacidade total para 78 pessoas. Independentemente do local, será possível pedir qualquer item do menu. z
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Pro
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CA: 1282/001/2013
Apresenta
Chefs nacionais e internacionais irão preparar jantares e você pode participar também de cursos, degustações e muito mais!
22 a 31 de agosto Patrocínio:
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Projeto executado por meio da Lei estadual de Incentivo à Cultura de Minas gerais.
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GASTRÔ | FESTIVAL Guiri Reyes/Divulgação
Novidades em Tiradentes Já tradicional no calendário, Festival de Cultura e Gastronomia da cidade histórica muda de formato para valorizar a culinária local
Festival reúne visitantes do país e de fora: evento tornou-se conhecido para além das fronteiras de Minas
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Divulgação
SÍLVIA LAPORTE
Quando surgiu, em 1998, o Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes tinha como um dos principais objetivos valorizar a culinária regional, autenticamente mineira. Acabou fazendo muito mais: atiçou a curiosidade gastronômica dos mi neiros, abrindo os horizontes do paladar para além das montanhas. O evento chega à 17ª edição neste ano, de 22 a 31 de agosto, com apoio de Encontro e formato mais prático. Nada de festins para mais de uma centena de convidados, servidos ao mesmo tempo. Desta vez, os menus degustação assinados pelos chefs convidados chegarão às mesas no momento que for mais conveniente aos clientes. Mudança que tem a intenção de integrar melhor o festival à cidade ou, como diz o diretor-geral do evento, Rodrigo Ferraz, “estimular a vocação natural da cidade para a gastronomia”. Em vez de dois festins por noite, haverá três jantares em cada sexta-feira e três em cada sábado – 12 no total –, que serão realizados em três restaurantes do centro histórico: Angatu, Pacco & Bacco e Via Destra. Rubens Beltrão, chef-proprietário do Via Destra, elogia a sensibilidade demonstrada pela organização ao detectar aquilo que não estava agradando ao público e ao ter a coragem “de mudar algo que está dando certo”. Segundo ele, o festival foi crescendo usando a cidade como cenário, sem levar em conta o envolvimento direto dos personagens gastronômicos locais. “O novo formato privilegia não somente os chefs que vêm como convidados, mas os restaurantes que vão recebê-los, promovendo troca de conhecimentos e experiências que não tem preço”, diz. Rubens vai abrir as portas da sua tratoria ao chef Juarez Campos (Oriundi/Vitória), que assina o jantar do dia 22, e à dupla Thomas Troisgros (Olympe/RJ) e Ângela Gonçalves (Navalho/Boa Vista), que divide a cozinha no dia 23. Leo Paixão (Glouton/BH), no dia 29, e Wander-
OUTROS DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO Além dos jantares e outras atrações gastronômicas, confira as palestras que ocorrerão durante o festival SÁBADO, 23/08 Das 11h às 11h45: O pão que mudou nossa vida (Zé Carlos Campos e Bruno Horácio – Ateliê Sustenta Capão, São Paulo, SP) Local: Pousada Escola Senac, Largo das Forras Das 16h30 às 17h20: Café e Paixão: A união entre o café e a gastronomia (Vitor Gabira – Nespresso, São Paulo, SP). Local: Espaço Senac, Largo das Forras DOMINGO, 24/08 Das 10h às 11h15: O que você não sabia sobre chocolate (chocolatier Jamilson Matos, BH/MG). Local: Espaço Degustação, Largo das Forras Das 10h às 11h15: Comendo insetos (Gilberto Schickler, zootecnista da Vale Verde, Betim/MG). Local: Pousada Escola Senac, Largo das Forras
Chef Rodolfo Mayer, do restaurante Angatu de Tiradentes, assina um dos menus
SÁBADO, 30/08 Das 10h às 10h45: Food Truck Tex Mex (Arturo Herrera, La Buena Station, São Paulo/ SP) Local: Espaço Senac, Largo das Forras Das 12h às 12h45: Trabalhando com ingredientes amazônicos (Mara Salles, Restaurante Tordesilhas, São Paulo). Local: Pousada Escola Senac, Largo das Forras Das 17h às 18h15: Conhecendo cachaças (Kátia Espírito Santo, Cachaça da Quinta, Carmo/RJ) Local: Espaço Degustação, Largo das Forras DOMINGO, 31/08 Das 10h às 10h45: Chamaram a gente pra falar de pão de queijo (Suleni Passos e Suleine Passos, Dona Diva Café e Quitandas, BH/MG). Local: Pousada Escola Senac, Largo das Forras Das 11h30 às 12h45: Coquetéis (Tiago Santos, mixologista, BH/MG). Local: Espaço Degustação, Largo das Forras
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GASTRÔ | FESTIVAL Beni Jr. / Divulgação
Festim na pousada Pequena Tiradentes: no local, será promovido evento paralelo à programação do festival
son Medeiros (Picuí/Maceió), no dia 30, completam a lista dos convidados do chef do Via Destra. No Angatu, o chef Rodolfo Mayer assina o menu em parceira com Pablo Oazen (Garagem GastroBar/Juiz de Fora) na sexta-feira, 22; com Jaime Solares (Borracharia Gastropub/BH) no sábado, 23; com Guilherme Melo (Restaurante Hermengarda/BH), na sexta seguinte, 29; e com Marise Rache (D’Artagnan/BH) no sábado, 30. Frequentador do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes desde a primeira edição, o jovem chef Rafael Pires receberá, no Pacco & Bacco, os chefs Benito Molina (Restaurante Manzanilla//Ensenada, México), em 22 de agosto, e Javier Perez Stone (Restaurante Cocina de Autor/Cancun, México), no dia 23. No dia 29, Mara Salles (Restaurante Tordesilhas/São Paulo) e Solange Batista (Macapá) dividem a cozinha da casa, seguidas, no dia 30, por Jefferson Rueda (Restau166 |Encontro
rante Attimo/São Paulo) e Dino Pisselini (La Távola/Aracaju). Destacando a importância do evento, que leva para a cidade turista mais exigente e valoriza a gastronomia do interior do estado, Rafael conta que no domingo, 24, haverá no Pacco & Bacco opção de menu especial assinado por ele. No dia 28, quinta-feira, vai receber o chef Barão. A programação oficial do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes inclui, ainda, o Tour Gastronômico, espécie de guia de restaurantes locais onde se pode comer bem gastando de R$ 9 (um super PF) a R$ 180 (menu degustação completo, com lombo de javali como prato principal). Para quem não dispensa um bom papo regado a vinho ou cerveja e boa comida, o Largo das Forras vai reunir estandes de algumas das melhores casas locais: Pau de Angu (chef Leonídia Bezerra), Estalagem do Sabor (chef Vicente Teixeira), Creperia Debret, (chef Wellen Guima-
rães), Boteco da Fábrica (chef Luiz César Costa), Archote Clube (chefs Yury Feliciano e Sandro Lopes de Oliveira) e Gormeco (chef Juliana Ferreira). No Largo do Chef, um dos principais points do evento, os estandes ficarão a cargo de restaurantes da capital mineira: Cantina Piacenza (chef Américo Piacenza); Vecchio Sogno (chef Ivo Faria), Roza Catering (chef Rodrigo Zarife), Haus München (chef Paula Cardoso), A Favorita (chef Caetano Sobrinho) e Belo Comidaria (chef Henrique Gilberto). Entre as várias atrações gastronômicas paralelas promovidas pelos empreendedores locais durante o festival, haverá o evento Grandes Experiências, na pousada Pequena Tiradentes. Na sexta-feira, 29, a pousada oferece aos hóspedes um festival de vinhos e queijos especiais da Adega do Verdemar. No sábado, 30, haverá workshop realizado pela Nespresso, Academia do Vinho e Revista Casa e Comida. ❚
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*Oferecido exclusivamente para os hóspedes das suítes Ouro e Master.
s es de Graaexnnd Gr ncciiaas pe rriiêênc
na Pequena Tiradentes Festival de Gastronomia de Tiradentes
Venha viver grandes momentos no final de semana especial da pousada mais charmosa da cidade. sexta-feira
29.08
Wine Experience
Festival de vinhos e queijos especiais da Adega Verdemar.
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sábado
Jantar harmonizado pela equipe do Restaurante Trindade*.
Workshops
Nespresso, Academia do Café e Revista Casa e Comida.
Para que você possa aproveitar as noites, o café da manhã será oferecido até as 12h.
Os hóspedes serão presenteados com produtos Coca-Cola e Heineken no frigobar e no bar da piscina.
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GASTRÔ | RECEITAS
Um toque de
crocância Chefs ensinam a combinar ingredientes que proporcionam texturas e sabores especiais ao paladar
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Fotos: Samuel Gê
QUEIJO CATAUÁ DA SERRA DA MANTIQUEIRA COM MEL DE ENGENHO E FAROFA CROCANTE DE CASTANHA-DE-BARU INGREDIENTES Brotos variados 100 ml de melaço de cana 50 ml de azeite
150 g de farinha panko 150 g de castanha-de-baru 300 g de queijo catauá
MODO DE FAZER Leve a castanha-de-baru ao forno para que fique mais fácil retirar a casca. Depois que a casca rachar, retirar do forno e deixe esfriar. Descasque e triture a castanha. Misture a farinha panko com o azeite e leve ao forno até ficar crocante. Misture a castanha com a farinha crocante e reserve. MONTAGEM Ponha o melaço de cana no fundo do prato com o queijo por cima e a farofa ao lado. Decore com os brotos.
Por Caetano Sobrinho, chef do A Favorita
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A comida bem apresentada é um deleite para a visão; os aromas atiçam o olfato; a audição é estimulada durante a mastigação; já o tato anda ao lado do paladar, como explica Isabella Christo, chef-proprietária do Petit Pois Atellier de Doces. “Quando criamos um prato, pensamos em agradar a todos os sentidos. Afi nal, quanto mais sentidos são estimulados no momento da degustação, maior é a sensação de prazer”, diz. É aí que entra a crocância. “Neste caso, o sentido é estimulado através da língua e das bochechas, que são acariciadas por texturas e temperaturas diferentes.” Professor de gastronomia, o chef Renato Quintino explica que uma boa receita deve ter um ingrediente dominante – carne, peixe, frutos do mar, legume, massa ou risoto –, acompanhado de uma guarnição e, na maior parte das vezes, de molho. Embora não essencial, um elemento crocante contribui para dar um toque especial de textura. “A crocância evoca uma cozinha nutritiva, substancial”, diz. Para oferecer ao paladar dos leitores deliciosos exemplos do poder da crocância na boa mesa, buscamos sugestões de seis chefs da capital. Renato Quintino optou por usar uma farofa de farinha de pão para contrastar com a maciez de um risoto. Caetano Sobrinho, do restaurante A Favorita, lançou mão de castanha-de-baru e farinha panko para realçar saborosa combinação de queijo e mel de engenho. Uma surpreendente mistura de camarão, catupiry, batata palha e biscoito de polvilho quebrado foram os ingredientes escolhidos por Flávio Fantini e Matheus Ballesteros, do Nonna Carmela. Clóvis Viana, do Patuscada, ensina como fazer peixe en crôute de castanha-do-pará. Já Isabella Christo optou por uma sobremesa simples de preparar: salame de chocolate, cuja crocância vem de amêndoas, pistache e biscoitos quebrados. São delícias que vale a pena experimentar. AGOSTO DE 2014
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FILÉ MIGNON COM “FAROFA” DE TOMATE, RISOTO DE ERVAS FRESCAS E BALSÂMICO ENVELHECIDO INGREDIENTES CALDO DE LEGUMES 1 cenoura grande em rodelas 1 cebola grande em rodelas 1 talo grande de salsão picado 1 alho-poró (só a parte branca) em rodelas 1 maço de ervas aromáticas (2 pedaços pequenos de folhas de alho-poró, 2 ramos de tomilho fresco e 1 folha de louro amarrados com barbante) Sal e pimenta-do-reino moída na hora (a gosto)
RISOTO 250 g de arroz arbóreo 4 colheres (sopa) de manteiga sem sal 1 cebola pequena picada 1/2 xícara de vinho branco seco 1 1/2 litro de caldo de legumes 4 colheres (sopa) de mix de ervas frescas picadas (salsinha, tomilho, cebolinha e manjericão) 4 colheres (sopa) de queijo grana padano ralado na hora Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto
FAROFA DE TOMATE 1 xícara de farinha de pão 2 colheres (sopa) de manteiga sem sal 1/2 xícara de queijo grano padano ralado 2 dentes de alho picados 4 colheres (sopa) de passata ou tomate pelado batido no liquidificador (para dar o ponto, a mistura não deve ficar molhada, mas deve ter a cor e o sabor do tomate)
Renato Quintino, chef e consultor de gastronomia
MODO DE FAZER CALDO DE LEGUMES Cozinhe todos os ingredientes em fogo baixo, em 3 litros de água e com a panela destampada, por cerca de 90 minutos ou até o líquido reduzir pela metade. Coe, tempere com sal e pimenta-do-reino e reserve. RISOTO Em uma panela, aqueça a metade da manteiga e doure a cebola por cerca de dois minutos, em fogo médio. Acrescente o arroz e refogue por um minuto, misturando bem. Coloque o vinho branco e deixe-o evaporar, misturando ocasionalmente. Ponha o caldo de frango (em ponto de fervura) cobrindo o arroz com uma folga de cerca de 1 cm. Assim que o caldo secar, repita a operação (normalmente são de três a quatro inserções de caldo, dependendo da intensidade do fogo). Misture sempre. Quando o arroz estiver cozido, porém com o grão ainda firme à mordida (cerca de 20 minutos depois), retire-o do fogo, verifique os temperos e acrescente as ervas picadas, a manteiga restante e o queijo grana padano. Misture bem e sirva imediatamente. FAROFA DE TOMATES Misture todos os ingredientes. Coloque-os em uma frigideira e aqueça, misturando sempre, até a farofa ficar dourada, seca e crocante. Retire do fogo e sirva sobre o filé. CARNE
CARNE 4 porções de filé mignon, de aproximadamente 200 g cada uma Sal e pimenta-do-reino preta moída na hora a gosto e 2 colheres (sopa) de óleo de milho. Aceto balsâmico envelhecido (o suficiente)
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Em uma frigideira grande, aqueça o óleo. Tempere os tornedores com sal e pimenta-do-reino. Doure as porções de filé por cerca de três minutos de cada lado e um minuto nas laterais. MONTAGEM Em pratos individuais, coloque uma porção do risoto de ervas frescas com o tornedor por cima, salpique a carne com a farofa de tomate e finalize com um fio do balsâmico.
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Fotos: Thiago Mamede
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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Alexandre Rezende
Clóvis Viana, chef do Patuscada
POSTA DE DOURADO EM CROSTA DE CASTANHA-DO-PARÁ AO MOLHO DE MOSTARDA L’ANCIENNE COM ESPINAFRE E BATATAS CONFITADAS INGREDIENTES CROSTA DE CASTANHA
PEIXE
MOLHO
100 g de manteiga 100 g de farinha de rosca 100 g de queijo parmesão 200 g de castanha-do-pará 10 g de casca de limãosiciliano raspadinha
200 ml de creme de leite fresco 4 colheres (sopa) de mostarda l’ancienne 1 pé de espinafre previamente refogado 4 batatas já cozidas e sal e pimenta-do-reino a gosto
4 postas de dourado com cerca de 250 g cada um Sal e pimenta-do-reino a gosto
MODO DE FAZER CROSTA DE CASTANHA
PEIXE
Misture tudo até formar uma pasta.
Tempere cada posta com sal e pimenta-do-reino e doure em uma frigideira untada com um fio de azeite (dois minutos de cada lado). Cubra as postas de dourado com a pasta de castanha e leve ao forno até que se forme uma crosta dourada e o peixe termine de cozinhar.
MOLHO Leve o creme de leite e a mostarda ao fogo. Quando levantar fervura, acrescente o espinafre e a batata. Abaixe o fogo e deixe o molho reduzir. Tempere com sal e pimenta-do-reino.
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MONTAGEM Ponha as batatas fatiadas e o espinafre no fundo do prato, com o peixe por cima e o molho em volta. Sirva imediatamente.
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GASTRÔ | RECEITAS
SALAME DE CHOCOLATE INGREDIENTES
Isabella Christo, chef do Petit Pois Atellier Livre para todos os públicos.
500 g de chocolate meio amargo picado 1 xícara (chá) de creme de leite 1 1/2 xícara de biscoito picado (maisena, champagne) 1 xícara de amêndoas sem casca picadas 1 xícara de pistaches picados 30 ml de rum ou conhaque (opcional) 2 colheres (sopa) de chocolate em pó MODO DE FAZER
Pronac nº 1311069. CA 0296/001/2013.
No micro-ondas, derreta o chocolate e misture até amornar. Acrescente o creme de leite e a bebida e misture até homogeneizar. Em seguida, acrescente os biscoitos, mêndoas e pistaches. Misture bem. Abra um plástico filme ou papel alumínio sobre uma superfície de trabalho e, às colheradas, faça uma forma comprida com a massa. Enrole o plástico ao redor da massa e torça as pontas, apertando bem, para formar o salame. Coloque os salames numa assadeira e leve à geladeira por pelo menos seis horas. Ao retirar o plástico/papel, polvilhe o chocolate em pó para decorar. Sirva fatiado.
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Fotos: Rogerio Sol
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Livre para todos os públicos. Pronac nº 1311069. CA 0296/001/2013.
SEXTA AGOSTO • •8 DE
SÁBADO AGOSTO • •9 DE
19H MARIA NOEL TARANTO 20H30 CREOLE JAZZ BAND
16H AULA DE DANÇA (LINDY HOP) 17H DAVID KERR E CANASTRA TRIO 18H45 SWISS COLLEGE DIXIE BAND 20H30 THE SCOTT HAMILTON QUARTET WITH HARRY ALLEN Incentivo:
DOMINGO DE AGOSTO • • 10 16H AULA DE DANÇA (LINDY HOP) 17H MAGNÓLIA BRASS BAND 18H45 TARYN Projeto 20H30 MARK LAMBERT & executado por meio da Lei ORQUESTRA RADIO SWING Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
BELO HORIZONTE | 8, 9 E 10 DE AGOSTO | PRAÇA DO PAPA | ENTRADA FRANCA | ILOVEJAZZ.COM.BR
Projeto executado por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Samuel Gê
Matheus Ballesteros e Flávio Fantini, chefs do Nonna Carmela
CAMARÃO AO MOLHO DE REQUEIJÃO COM ARROZ CROCANTE INGREDIENTES
Foto: Gabriela Jacques
5 camarões G ou GG 80 ml de creme de leite 80 g de requeijão 50 ml de caldo de galinha 50 ml de caldo de camarão 100 g de manteiga 1 concha de conhaque 1 colher (sopa) de cebola 1 colher (sopa) de alho 50 ml de vinho branco azeite (se necessário) 1 xícara de arroz cozido 4 biscoitos de polvilho quebrados 1 colher (sopa) de salsinha e cebolinha picadinhas 2 colheres (sopa) de castanhade-caju quebradinho (xerém) 2 colheres (sopa) de batata palha Sal e pimenta-do-reino moída na hora e a gosto MODO DE FAZER CAMARÕES Tempere-os e salteie-os na manteiga com um fio de azeite. Flambe-os com conhaque e reserve-os. Derreta 50 g de manteiga numa panela, acrescente o alho e a cebola picadinhos e deixe dourar. Acrescente o vinho, o caldo de galinha, o caldo de camarão, o creme de leite e o requeijão. Quando ferver, coloque os camarões e acerte o tempero.
P C c e
ARROZ Leve a manteiga ao fogo, com a salsinha, a cebolinha e a castanha, e deixe cozinhar um pouco. Coloque o arroz, depois a batata palha e o biscoito de polvilho quebrado. Acerte o tempero e sirva. ❚
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Foto: Gabriela Jacques
Programa Jogada de Classe. Cenário novo, mais moderno e participação de comentaristas abordando os principais lances esportivos de Minas Gerais e do Brasil. De segunda a sexta, às 13h, ao vivo na TV Horizonte.
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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br Arquivo Pessoal
NO CARIBE Um dos casamentos mais comentados desde já é o de Clemente Faria Júnior e Raquel Mattar. Os noivos, que estão juntos há oito anos, marcaram a ofi cialização da união para abril do ano que vem no hotel Amanyara, na paradisíaca ilha de Turks e Caicos, uma das maravilhas do Caribe. Eles estão cuidando de todos os detalhes, desde o início do ano, o que incluiu visita à região para conhecer tudo de perto. “Nossa ideia era realizar o casamento em outro hotel, mas fiquei encantada com o Amanyara”, diz a noiva, que por pouco precisou rever a lista de convidados. “É que lá, a princípio, eles só aceitariam 200 convidados, mas conseguimos fechar com a nossa lista inicial de 500”, comemora Raquel Mattar, que conta
com assessoria especializada em casamento, a Boutique de 3, e uma agência de viagens, a Tereza Perez. Os convidados terão dois dias de comemoração, na sexta-feira e no sábado. Domingo, o casal segue para a lua de mel. “Um dos trechos, sei que será para Bora Bora, mas o Júnior me excluiu da montagem da viagem”, diz a noiva, curiosa. Sobre o vestido, claro, Raquel mantém segredo dos detalhes. Conta apenas que será assinado pelo estilista Júnior Santaella, de São Paulo. “Em Nova York experimentei vários modelos dos quais tirei algumas referências, que repassei ao Júnior”, resume. Na relação dos padrinhos, 16 pares formados por familiares e amigos comuns aos noivos.
SAUDADES DO CASSINO Quase três décadas depois da morte de Chacrinha, Vanessa Oliveira, top model que reinou entre o final dos anos 1980 e início dos 1990 e morou nos últimos dois anos em Belo Horizonte, sente saudades dos tempos em o que o Velho Guerreiro era a grande estrela dos programas de auditório no Brasil. “Tão logo cheguei ao Rio, vinda de Pe-
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lotas, e fui lançada como top model da Dijon, recebi o convite para integrar o grupo de jurados. Era muita nova, mas sempre fui tranquila. Só ficava tímida na hora de mandar ou não para o trono”, conta. Vanessa permaneceu muito tempo como jurada. “Óbvio que eu não era Elke Maravilha, mas participei de quase todos os programas ao longo de
dois anos, até uma semana antes da morte de Chacrinha”, conta. Os contatos diretos com o Velho Guerreiro eram poucos. “Na minha época, ele já estava muito velhinho. Saía do camarim para o palco e do palco para casa. Leleco Barbosa, filho dele, é quem recebia as pessoas. Aquilo era uma explosão de alegria”, recorda.
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Thyago Mayerhofer/Divulgação
NA ARGENTINA Oficialmente, Júlia Guimarães já é casada com Lucas Abihaggle. A bênção religiosa foi realizada em meados de julho na casa de praia dos pais de Júlia, Damião Coutinho Paes e Tereza da Gama Guimarães Paes, em Cabo Frio. A festa para os amigos está marcada para dezembro em Mendoza, na Argentina, terra de Lucas. “Casarei em Salentein, uma vinícola linda, em 6 de dezembro. Aproveitando que dia 8 de dezembro é feriado em Belo Horizonte, a ideia é fazer um fim de semana estendido”, conta Júlia, lembrando que a região de Mendoza é conhecida pela excelente produção de vinho e boa gastronomia. Entre as surpresas preparadas pelo casal para seus convidados, está uma visita ao projeto da família da noiva no vinhedo The Vines of Mendoza. Lucas é filho de Carlos Abihaggle e Ana Glescic. Beto Magalhães/EM/D. A PRESS
PELA ÁSIA
NA PASSARELA O convite para subirem à passarela surgiu de uma sugestão do produtor Alex Moreira. Érica Drummond, Márcia Prudente, Estela Netto, Ludmila Araújo, além de Adriele Benetone e Claudia Resende, ficaram em dúvida. Afinal, encarar uma plateia de mais de 1,5 mil pessoas, no salto alto, não é para qualquer uma. A ansiedade foi substituída pela solidariedade, já que estarão colaborando em benefício do projeto Proação, no Palácio das Artes. O público poderá confirmar a performance das manecas no dia 20 de agosto. “O Alex queria convidar mulheres que não fossem modelos. Adorei a ideia e fizemos uma seleção buscando aquelas que, além de serem bonitas, de bom gosto, tivessem um trabalho social ou, de alguma forma, fossem ligadas ao Proação”, conta Márcia Prudente, diretora executiva do evento, que também foi pressionada pelas amigas e vai desfilar. “Disseram que só iriam se eu fosse. Topei”, revela. Uma semana antes da apresentação, elas farão um ensaio técnico comandado por Alex Moreira. O casting conta ainda com 80 modelos das agências Mega e Wall, além dos atores Fiorela Matteis e Kleber Toledo.
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Foi para comemorar o aniversário de 21 anos da namorada, Victoria Valladares Pentagna, e curtir férias escolares longe da Copa do Mundo que Rodrigo Tomasi Bittencourt, de 22 anos, passou 25 dias entre Tailândia, Camboja, Singapura e Bali. “Foram dois dias de ida, dois dias de volta. Você chega cansado ao destino e retorna cansado. Mas a viagem é sensacional”, conta o rapaz, que é estudante do curso de economia do Ibmec. Ele aponta o Camboja como o país que mais impressionou o casal. “Foi um choque muito grande de realidade. A moeda é muito desvalorizada. Um dólar de gorjeta era motivo de muita festa para os cambojanos”, diz. “Os templos do Camboja, por sua beleza singular, também chamaram a nossa atenção.” Arquivo Pessoal
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SOCIEDADE
Família reunida Às voltas com a agenda cheia dos irmãos Cesar Menotti e Fabiano, Fábio Lacerda e sua mulher, Simone, precisaram adiar por três vezes a comemoração do aniversário de três anos da filha Esther. “Foi preciso marcar para uma segunda-feira. Mas, graças a Deus, conseguimos reunir a família”, comemora Fábio, empresário dos irmãos. O aniversário foi no Buffet Castelo das Cores, no bairro Castelo. Fotos: Dudua’s Profeta.
Fábio Menotti, o cão Boris, Simone Lacerda e Esther Lacerda
Fernanda Botaro, Juliana Elias e Manoela Botaro
Elci Menotti e Estevam Lacerda
Theo Menotti, César Menotti e Estevam Lacerda
Marília Gabriela Ferreira, Júlia Menotti Ferreira e Fabiano Menotti
Brenner Castro e Amanda Castro
Mauricio Marchini e Luciana Bertolini
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Sara Wanderson e Isaac Vida
Wendel Bechara e Aline de Paula
Marrayane Dias, Cristiane Coelho e Fernanda Gabriela Guimar達es
Mauro Maia, Pietro Maia e Fernanda Pompeu
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SOCIEDADE
Entre a Copa e o cinema No ritmo da Copa do Mundo, empresários, atores e diretores de cinema do Brasil e da Índia participaram de encontro na casa do cônsul da Índia, Elso de Barros Gomes Júnior, em Nova Lima. Após o fatídico 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil, os convidados seguiram para o Condomínio Ouro Velho. Além do desempenho vexaminoso da seleção canarinho, o cinema tomou conta dos bate-papos da noite com Amthab Bachachan, ator e principal produtor de Bollywood. Por lá também estiveram Andrucha Waddington, Gilberto Gil e Flora Gil. A ideia é estreitar as relações entre o Brasil e a Índia. Fotos: Renata Caldeira.
Amitabh Bachchan, Élson de Barros Gomes Jr. e Abhishek Bachchan
Brenna Gomes, Carolina Ananda, Sarah Ananda e Hannah Ananda Isabel Santos, Márcia Salvador Géo, Flávio Géo e Luiza Felício
Andrucha Waddington, Marcio Garcia, Andréa Santa Rosa e Flora Gil
Leonardo Ananda Gomes e Gilberto Gil
Brenna Gomes e Leonardo Ananda Gomes
Augusto Espeschit de Almeida, Maria Albina Espeschit, Maria Guimarães e Manoel Guimarães
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Temos magnetismo por pessoas
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SOCIEDADE
Posse no TJMG Em solenidade no Grande Teatro do Palácio das Artes, o desembargador Pedro Bitencourt Marcondes tomou posse como presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Aos 51, anos ele é o mais jovem presidente da história do TJMG. Na so lenidade de posse do presidente eleito, também foram empossados nos cargos de 1º vice-presidente, 2º vice-presidente, 3º vice-presidente, corregedor e vice-corregedor-geral de Justiça, respectivamente, os desembargadores Fernando Caldeira Brant, Kildare Carvalho, Wander Marotta, Antônio Sérvulo dos Santos e Marcílio Eustáquio Santos. Os novos dirigentes foram eleitos no dia 28 de abril para o biênio 2014/2016. Fotos: Dudua’s Profeta.
Adriana Victor de Carvalho e Fernanda Aganetti
Margit Marcondes e Pedro Marcondes
Carla De Laci, Ana Christina Naves e Luciana Nepomuceno
Maria Imaculada Dias Carvalho e Kildare Carvalho
Liamara Santos e Antônio Sérvulo dos Santos
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Wander Marotta
Fernando Brant e Tânia Brant
Monalisa Campos e Marcela Suman
Marcílio Eustáquio
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SOCIEDADE
Brasil e Portugal O presidente da Câmara de Comércio Portuguesa em Minas Gerais, Fernando Dias, e sua família recepcionaram o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Ribeiro Telles, durante sua estada em Belo Horizonte. O embaixador foi recebido com almoço oferecido na sua casa de fim de semana, no Morro do Chapéu. Fotos: Alexandre Carvalho.
Francisco Ribeiro Telles, Andréa Dias e Fernando Dias Márcia Martins da Costa, Raquel Dias e Suely Sollero
Rosa Maria Barrios, Miguel Alpendra e Marta Pimentel
Cecilia Carrilhas e Maria Fernanda Afonso
Daniel Dias, Amanda Dias e Felipe Dias
SOCIEDADE
Solidariedade cinquentenária Os 50 anos da Associação Mineira de Reabilitação (AMR) foram comemorados com homenagem na Câmara Municipal de Belo Horizonte, no fim de junho. A instituição foi representada por seu presidente, Ângelo Mendes. Murilo Mendes, filho do fundador da AMR e da Mendes Júnior, recebeu homenagem em nome da família. Fotos: Dudua's Profeta.
Delson Tolentino, Alberto Mendes e Sérgio Bruno Zech
Bernadete Mendes e Graça Tolentino
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Ângelo Mendes e Murilo Mendes
Leonardo Mattos e Rosana Raid
Sérgio Mendes Castro e José Sebastião Fernandes
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SOCIEDADE
Defensoria pública A defensora pública geral Christiane Procópio Malard foi empossada pelo governador Alberto Pinto Coelho para o biênio 2014-2016. A cerimônia ocorreu pela manhã na Cidade Administrativa. À noite, foi realizada confraternização no Museu das Minas e do Metal, na praça da Liberdade. Christiane Procópio Malard é a defensora pública mais jovem a assumir o cargo de defensora geral em Minas Gerais. Fotos: Samuel Gê.
Christiane Procópio e desembargadora Selma Marques
Antônio José Procópio, Cleusalice Procópio, Christiane Procópio e Daniel de Oliveira Malard
Carla Carvalho, Iracema Santiago, Silvia Leonel e Maria Célia Camponez
José Peixoto, Polyanne Matos e Ludmila Albergaria
Renata Vilhena e deputado João Leite
Maria Celeste Guimarães e Giza Gaudereto
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Marina Gomes e Valéria Silveira
Luís Cláudio da Silva Chaves
Desembargador Eduardo Andrade, Christiane Procópio, Cristiana Ribeiro e Ivan Ribeiro
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SOCIEDADE
Sessentão Os 60 anos do presidente do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais, José Fernando Coura, foram comemorados com uma grande festa no Alta Vila. A festa foi inspirada em Las Vegas e o público se diver tiu ao som da banda Via Láctea. A surpresa ficou por conta do aniversariante, que mostrou seu talento musical ao interpretar canções românticas da MPB. O público vibrou. Fotos: Dudua’s Profeta.
Fernando Coura e Lucy Coura
Tiago Ulisses e Fernanda Monteiro
Poliana Quintão e Leonardo Quintão
Cristiano Parreiras e Caroline Parreiras
Rafael Coura, Fernanda Coura, Luciana Coura e Guilherme Ramos
Fernando Pimentel, Carolina Oliveira, Juliana Morandi e Eduardo Serrano
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Dinis Pinheiro e Adriana Pinheiro
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Danilo de Castro, Fernando Coura e Rodrigo Castro
José Marcos Vieira e Maria Celeste Guimarães
Janaína Abi-Ackel e Paulo Abi-Ackel
Alberto Pinto Coelho, Célia Pinto Coelho, Najla Lamounier e André Lamounier
Petrônio Zica e Silvana Zica
Expedito Teixeira e Marco Túlio Teixeira
Anna Paola Pimenta da Veiga, Pimenta da Veiga e Olavo Machado
Simone Teixeira e Bárbara Teixeira
Rodrigo Valadares e José Murilo Valadares
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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br
O fio precioso da memória Avistei a família quando começava a fazer minha caminhada em volta do lago do Barreiro, em Araxá: três crianças, uma jovem (provavelmente a mãe) e um casal mais velho (os avós?). Dez horas da manhã, dia de semana, e ali estavam eles – pescando, ou tentando pescar. As crianças, encantadas, seguiam as instruções do avô, e os seis integrantes da família pareciam ignorar as pouquíssimas pessoas que passavam. Totalmente concentrados no programa, conversavam uns com os outros e, no caso das crianças, com os peixes que pretendiam pegar. Con ferindo a placa do único carro que estava perto, vi que não se tratava de turistas – eram de Araxá mesmo. E continuei minha caminhada pen sando naquela cena, tocante em sua simplicidade. Quando voltei, eles continuavam ali, no seu mundo particular. Tive vontade de parar, mas o medo de incomodar falou mais alto. Segui meu percurso. Mas, quando passei na terceira e última volta, constatei que a cena havia se modificado: agora a família estava sentada em volta de uma toalha colorida, onde se viam potes de iogurte, sucos, frutas, bolo e biscoitos. E confirmei algo que já havia chamado minha atenção: não havia ninguém tirando fotos. A aventura da pescaria e o clima nostálgico daquele piquenique em família seriam registrados apenas na memória. Não resisti e me aproximei. Pedindo desculpas por interrompê-los, disse que tinha achado tão interessante aquele encontro familiar que senti vontade de conversar com eles. A senhora – que de fato era a avó das crianças – sorri e dali a pouco estávamos conversando como velhos conhecidos. Madalena me apresentou o marido, a filha e os três netos: Isabela, Isadora e Luca. O marido explicou que era o primeiro dia de férias das crianças e que ele havia decidido fazer com elas o mesmo programa que fazia com seus filhos quando eram pequenos: “Os filhos, eu levava para pescar no rio. Com os netos teve de ser aqui mesmo, porque estou com um problema na perna e sem poder viajar. Mesmo assim, é muito melhor do que ficar em casa jogando videogame, não acha?”. Comento que achei curioso ver que ninguém ali estava tirando fotos com o celular e pergunto se aqueles momentos em família vão ficar guardados só na lembrança. Guiomar (nome do marido de Madalena) responde que sim – acha que daqui a 20 anos as crianças ainda vão se lembrar daquela manhã no Barreiro. Depois olha para os netos, que acabam de reassumir as varas de pescar com a ajuda amorosa da avó, e sorri, em silêncio, um sorriso de mil palavras. Ele também irá se lembrar. No mesmo dia, visito uma amiga queridíssima, Heloísa, e em volta da mesa pecaminosa de lanche com que ela sempre me recebe começamos a desenterrar histórias do baú da nossa infância. Conversa vai, conversa vem, Heloísa cita seu bisavô, que conheceu só pelas histórias que a mãe contava, e fico sabendo que Seu Nequinha, como era conhecido o fazendeiro, tinha uma vaca chamada Alba, que ele tratava como pessoa da família. Alba dormia num colchão confortável num cômodo anexo à casa de seu dono, usava botinas para não sujar as patas e comia do bom e do melhor, inclusive pé de moleque, para desgosto profundo dos netos de Seu
“O que será da memória nestes dias de pouquíssimas narrativas, escassas conversas, raríssimos relatos compartilhados de tempos passados?” Nequinha (entre eles, a mãe de Heloísa), que ficavam com água na boca vendo o avô dar a guloseima para a vaca de estimação e não ganhavam sequer um pedaço. Heloísa se lembra do ciúme com que sua mãe falava de Alba, tantos anos depois de ser ignorada pelo avô – e agora, outros tantos anos mais tarde, minha amiga me faz rir com a história, contada com riqueza de detalhes. Saio de sua casa pensando em Alba com sua botinas, na cena do piquenique às margens do lago e no papel da memória, esse fio precioso onde equilibramos, ao longo da vida, uma infinidade de alegrias, tristezas, afetos, encontros e desencontros, passagens dramáticas e engraçadas. E fica impossível não com parar com estes tempos de Instagram, Facebook e telões de estádios, onde uma avalanche de imagens registra o que poderia ser vivido e arquivado na gaveta dos sentimentos não deletáveis. O que será da memória nestes dias de pouquíssimas narrativas, escassas conversas, raríssimos relatos compartilhados de tempos passados? Para onde irão os bisavós, os piqueniques, as cenas que não cabem em fotos ou os sentimentos que deixamos de viver enquanto nos olhamos no telão, posamos para mais um selfie ou traduzimos o momento em mais uma mensagem abreviada? Será que um dia vamos acabar nos esquecendo de lembrar? Prefiro nem pensar. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante
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