Revista Encontro 162

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TESTE: AVALIAMOS HIGIENE E QUALIDADE DA COMIDA VENDIDA NAS RUAS DE BH Novembro de 2014 | Ano XIII | Nº 162

Miguel Corrêa (PT)

Odair Cunha (PT) Gabriel Guimarães (PT)

Paulo AbiAckel (PSDB)

Reginaldo Lopes (PT)

ISSN 1679-0146

AS NOVAS LIDERANÇAS

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Dinis PInheiro (PP)

Rodrigo de Castro (PSDB)

As eleições deste ano consagraram uma nova geração de políticos, com menos de 50 anos, que está pronta para assumir papel de destaque no futuro próximo. Quem são e o que pensam

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NESTA EDIÇÃO

26 38 42 46 50

ENTREVISTA Jovem empreendedor fala sobre necessidade de inovar CIDADES Policiais à paisana reforçam blitzen da Lei Seca ZOOLÓGICO DE BH Obras de melhoria não saem do papel PARQUE DAS MANGABEIRAS Pista de skate é aberta com restrições ESPORTE Escalada é opção para pessoas de todas as idades

54 58 62 66 68

SAÚDE Trocar refeição por shake exige cautela

COLUNAS

DEZ PERGUNTAS PARA Urologista Carlos Corradi fala sobre o câncer de próstata PET Animais precisam de cuidados em dias quentes APARELHOS Modo standy by consome muita energia TESTE Encontro avalia barraquinhas e carros de comida de BH

20 25 32 36 84 88 92 150 168

NO PODER Entre o Minas e a Savassi DEU O QUE FALAR “Não sei nada de gramática e escrevo bem pra burro!” RETRATOS DA CIDADE É muito desperdício GENTE FINA Sem fronteiras VIDA DIGITAL Transformando sucata em conhecimento COLUNA DE DIREÇÃO Macho e fêmea ENCONTRO INDICA Projeto Cordas, Gonzaga e Afins NA MESA Veterano em novidades NA SOCIEDADE Sonho que se torna realidade

ARTIGOS 18 100 178 152

CLÁUDIO DE MOURA CASTRO Varig, voo 254, 3 de setembro de 1989 JOSÉ JOÃO RIBEIRO O mito precoce LEILA FERREIRA Sem afetação

Eugênio Gurgel

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NESTA EDIÇÃO

90 94 102 110 126

VEÍCULOS Rolls-Royce lança o Wraith ao preço de R$ 3,2 milhões ARTES PLÁSTICAS Maria Eugênia Simões explora problemas sociais em suas obras POLÍTICA Com o WhatsApp, jovens foram atuantes nas eleições CAPA Novas lideranças políticas despontam em Minas MODA Jeans é sempre indispensável no guarda-roupa

134 136 140 142 148

TENDÊNCIAS Evento mostra que pret e branco estão em alta BELEZA Maquiagem definitiva é bonita, mas tem riscos VITRINE Animal print se reinventa e chegou para ficar

152 162 170

RECEITAS Pitanga, maracujá e abacaxi são as frutas da temporada NEGÓCIOS Em alta, mercado de chocolate passa por transformações COMEMORAÇÃO Emoção marca o primeiro ano de Júlia

DECORAÇÃO Madeira se adapta bem a todos os ambientes PRÊMIO Amide valoriza os melhores do design de interiores

Foto capa: Cláudio Cunha

Eugênio Gurgel

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ANDRÉ LAMOUNIER - DIRETOR/EDITOR redacao@revistaencontro.com.br

Aécio, Dilma, Minas e o futuro do Brasil A pergunta que os quase 5,5 milhões de eleitores mineiros que votaram em Aécio Neves se fizeram, logo após os resultados das urnas, foi: por que Aécio perdeu em Minas, sua casa? A resposta mais óbvia está no Bolsa Família. É fato que o benefício catapultou a candidatura à reeleição de Dilma Rousseff não só em Minas, mas no Brasil. Entretanto, não foi isso que derrotou Aécio em seu estado. Afinal, a derrota em Minas não se deu apenas nos municípios mais pobres do Norte do estado e, portanto, de maior concentração dos beneficiários do programa social. O PSDB perdeu em cidades grandes e desenvolvidas, como Uberlândia e Juiz de Fora. Perdeu na Zona da Mata, no Triângulo e no Vale do Aço – segundo maior polo industrial do estado. Vejamos, então, os motivos que levaram à derrota: 1) POLÍTICA NO INTERIOR - Quando se elegeu senador por Minas Gerais, em 2010, Aécio teve exatos 7,5 milhões de votos. Repito: 7,5 milhões de votos. Ou seja, 2 milhões a mais do que teve agora, em 2014, como candidato a presidente da República. Aécio deixou o governo de Minas, em 2010, com elevadíssimos índices de aprovação. Sua votação, naquele ano, foi ampla na capital – e ainda maior no interior do estado. Na capital, como se sabe, o voto é mais consciente. É o chamado “voto de opinião”. Já no interior, o voto sofre maior influência das lideranças locais (prefeitos, deputados, líderes comunitários, padres). Para alcançar esse voto,

é indispensável fazer “política local”. Ou seja, atender a pedidos dessas lideranças por creches, hospitais, pontes, etc. Aécio é de natureza política e, portanto, soube fazer isso com maestria quando governador. Nos últimos quatro anos, contudo, foi o PT quem teve melhor performance nesse campo. Basta ver a votação que receberam os deputados petistas mineiros. Reginaldo Lopes, por exemplo, foi o mais votado deputado federal do PT no Brasil. Teve mais de 310 mil votos. Em números proporcionais, Reginaldo obteve em Minas quase a mesma votação que teve Tiririca em São Paulo. Outro exemplo é o deputado estadual reeleito Paulo Guedes, que teve 170 mil votos – a maior votação da história de um deputado estadual mineiro. Se somadas as votações de Paulo Guedes com a dos quatro parlamentares do PT que estão na capa desta edição (Reginaldo Lopes, Gabriel Guimarães, Miguel Côrrea e Odair Cunha), mais os votos de legenda do partido em Minas, chega-se a 1,7 milhão de votos. Caso o PSDB (e não Dilma) tivesse recebido essa votação, Aécio teria vencido as eleições. Conclusão: o trabalho competente dos deputados estaduais petistas nas suas cidades do interior foi decisivo para a vitória de Dilma. 2) CANDIDATO DO PSDB AO GOVERNO DO ESTADO - É absoluto consenso entre as lideranças do PSDB que a escolha do candidato do partido ao governo estadual, Pimenta da Veiga, foi equivocada.

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CARTA DO EDITOR

Nossos desafios são enormes e conhecidos, e suas soluções são decisivas para o Brasil deixar a enfadonha sala de espera do desenvolvimento. Se Deus é brasileiro, Ele agora terá de ser generoso

Aécio fez uma escolha ousada – mas de risco. Trouxe de volta um homem íntegro, mas um político “fora de forma”. Era natural que estivesse. Um jogador de futebol que está inativo não consegue entrar em campo. É assim também na medicina, no jornalismo e, claro, na política. O mau desempenho de Pimenta nos debates, nos palanques e nas pesquisas serviu para aumentar ainda mais o fosso que distanciava o PSDB dos prefeitos e lideranças do interior do estado – e, por óbvio, aproximá-los do PT. Importante lembrar que prefeituras do interior são, em sua grande maioria, dependentes do governo estadual. De-

pendem mais do estado do que da presidência da República. Como Pimentel ganhou no primeiro turno, era difícil imaginar uma rebelião de prefeitos que os afastasse do governador eleito. 3) DIVISÃO NO PSDB MINEIRO - Vejam que curioso. Em quase todos os embates recentes na política mineira, o PT esteve fragmentado por disputas internas – e o PSDB, unido. Havia sempre, no mínimo, dois grupos no PT (o de Patrus e o de Pimentel). Em 2014, contudo, não foi isso que se viu. O PT esteve unido em torno de Fernando Pimentel. Seu aliado, o PMDB, conhecido pelas divergências internas, pasmem, Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Passeata na Savassi em favor de Aécio Neves, no sábado véspera das eleições: a campanha presidencial transformou eleitores apáticos da classe média brasileira em militantes políticos

também ficou unido. Já o PSDB, por sua vez, entrou no páreo rachado, depois que alguns pré-candidatos ao governo estadual lançaram seus nomes, antes de o partido definir seu rumo. Foi essa divisão no PSDB que precipitou a escolha de Pimenta da Veiga, como forma de apaziguar ânimos internos. Hoje, as eleições já são passado. Ficam apenas as lições. Importantes de serem compreendidas na medida em que Aécio também sai vitorioso das urnas. Sua liderança, inteligência e carisma alcançaram o Brasil, e ele assume a condição de protagonista da oposição. Sua campanha conseguiu transformar eleitores apáticos da classe média brasileira em militantes políticos, que foram às ruas se manifestar em movimentos organizados inteiramente via WhatsApp. Por outro lado, e a despeito da vitória, Dilma ganhou a desconfiança de parte significativa dos formadores de opinião. Terá agora de demonstrar sua capacidade de aglutinar para recuperar sua imagem e, principalmente, fazer o Brasil voltar a crescer. Os desafios econômicos e sociais são enormes e conhecidos. Alguns, como o nosso sofrível sistema político, têm de ser enfrentados com urgência. Outros, como a gigantesca burocracia, dependem de pessoas aptas, pragmatismo e disposição para serem atacados. As soluções desses problemas, contudo, são decisivas para o Brasil deixar a enfadonha sala de espera do desenvolvimento. Se Deus é brasileiro, Ele agora terá de ser generoso. ❚ NOVEMBRO DE 2014

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FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000 MAIS QUE COMPANHEIROS II

PARA O CORPO E ALMA

É difícil mensurar o quanto os animais são importantes não só para a recuperação física, mas também para estimular a socialização e favorecer as relações afetivas. Parabéns pela escolha do tema!

Adorei a matéria sobre massagem. Faço drenagem linfática e shiatsu regularmente e vejo o resultado positivo que isso me traz.

Claudia Giovanne Belo Horizonte/MG

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AS PROMESSAS DO SERTANEJO I Fico feliz em ver que de Minas estão saindo novos talentos musicais e que eles, tão novos, já recebam o consentimento de artistas de sucesso. Parabéns pela matéria! Carolina Werneck Belo Horizonte/MG

AS PROMESSAS DO SERTANEJO II Sequer imaginamos que meninos desta idade sejam tão focados na realização de um sonho. Tomara que eles consigam e representem o estado de forma muito positiva em todo o país. Antônia Lisboa Nova Lima/MG

MAIS QUE COMPANHEIROS Amei a reportagem. Obrigada pela chance de mostrar e falar sobre a importância dos nossos companheiros fieis. Sem dúvida nenhuma foi uma homenagem digna da minha querida Luckie. Danielle Mendes Belo Horizonte/MG

É muito importante esse tipo de serviço que vocês prestaram à população. Parabéns. Outra deficiência do Royal Park além de não ter vagas cobertas, ser mais caro e os funcionários, despreparados. Paulo Guilherme Castro Lagoa da Prata/MG

VAI PARA CONFINS? ONDE É MELHOR ESTACIONAR II Adorei saber mais informações sobre os estacionamentos próximos de Confins. Viajo muito e agora poderei escolher com mais critério.

Maria Bhering Belo Horizonte/MG

SEM EXAGERAR NA DOSE Assunto importante e matéria esclarecedora. O que vemos por aí de pais que abusam do perfume, creme e cosméticos em seus filhos, como se fossem mini-adultos, e não crianças! Antônia Neves Belo Horizonte/MG

EDIÇÕES ANTERIORES

EDIÇÃO 161 Na matéria “Ele é o mais novo dentista da cidade” , com o Dr. Fernando Carvalho, e na Carta do Editor, vimos relatos de profissionais que decidiram permanecer na odontologia ou mudar de profissão, mas que carregaram seu exemplo de seriedade e competência para construção de um mundo melhor. Este é o papel de um Professor! José Márcio Leite de Castro Belo Horizonte/MG

Bento Salvador Belo Horizonte/MG

MALHAÇÃO AO AR LIVRE I Muito interessantes todos eles!

AGRADECIMENTO À Vale Verde Alambique e Parque Ecológico pela sessão do espaço para produção da foto de capa da edição 161.

Déborah Maciel Corrêa Contagem/MG

MALHAÇÃO AO AR LIVRE II

ERRAMOS

Não deixaram os contatos, nem horário e sugestão de preço. Seria bom. Elisete Santos Belo Horizonte/MG

Na matéria Disputa Acirrada, pág. 79, publicamos que o veículo Mercedes Benz GLA começará a ser produzido no Brasil em 2015, quando a data correta é 2016.

Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por razões de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770

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ENCONTRO DIGITAL | ROLOU NA REDE Pixabay

PÃO FAZ MAL PARA SEU CACHORRO Especialista explica quais são os alimentos consumidos por humanos que podem ou não ser dados como petiscos aos cães. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/Kc7jHl

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NO INSTAGRAM

A psoríase é uma doença que provoca lesões na pele, não tem cura e deixa os doentes com receio do convívio social. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/3QhUuS

O próximo desafio: Pôr do sol. Tire uma foto com o tema, publique no Instagram e compartilhe com a hashtag #pordosolencontro. Se a sua foto for escolhida, ela será impressa na próxima edição da revista Encontro. Participe!

CONTRACEPTIVO PODE CAUSAR TROMBOSE?

As duas fotos vencedoras do tema #encontroprimavera foram @atecem e @euthiagobiz

De acordo com os médicos, a trombose venosa só ocorre em algumas mulheres que usam pílula anticoncepcional. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/q1IwNK

A partir de agora, as informações sobre os canais digitais de Encontro podem ser acessadas em um único lugar.

AS MATÉRIAS COM MAIOR REPERCUSSÃO NAS REDES SOCIAIS

ENTOS COMPARTILHAM

Psoríase causa problemas físicos e emocionais

478

Horário de verão começa dia 19 de outubro

469

Mineira de 97 anos pode ser a mais velha do mundo a se graduar

249

Cachorros podem comer comida humana?

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Pílula anticoncepcional pode causar trombose?

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Os astronautas da Apollo 8 foram as primeiras pessoas a verem o lado negro da Lua com os próprios olhos. O Speedmaster Co-Axial em cerâmica negra [ZrO2] saúda o espírito pioneiro que os levou a um lugar onde jamais o ser humano havia estado e presta uma homenagem aos cronógrafos Speedmaster Professional usados por todos os astronautas da Apollo.

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ARTIGO | CLAUDIO DE MOURA CASTRO ccastro@editoraencontro.com.br

VARIG, voo 254, 3 de setembro de 1989 “Aeromoça, diga ao comandante que o sol está se pondo do lado errado!” O voo partira de São Paulo, com destino a Belém. Segundo o laudo oficial, houve um erro de navegação, fazendo com que tomasse um rumo equivocado, tal como percebido pelo passageiro. O desfecho é conhecido. O avião se perdeu na selva amazônica e, sem combustível, fez um pouso sobre a copa das árvores. Treze passageiros perderam a vida. Hoje, o mais plebeu GPS teria informado ao comandante as suas coordenadas geográficas. Tal acidente não pode mais acontecer. Até recentemente, a educação também navegava sem GPS, como se estivesse perdida na selva amazônica. As opiniões eram radicais! “Esse curso é ótimo, aquele outro não presta.” Mas não havia informações críveis, ficava o dito pelo não dito. Temos agora um farto cardápio de testes de aproveitamento escolar: Pisa, Prova Brasil, Ideb, Enem, Enade e notas da Capes. A educação brasileira passou a ter vários GPS! Não há mais desculpa esfarrapada ou embromação. Estão aí os testes, laudatórios ou botando o dedo na ferida. São confiáveis? No mundo real nada é perfeito, mas cumprem seu papel. O primeiro Pisa, publicado em 2001, deu um grande susto na Alemanha. Dentre 32 países, saiu em 22º lugar, posição considerada aviltante para um país de tão sólidas tradições educacionais. A sociedade se enfureceu. Discutiram-se as causas do fracasso, à exaustão. Houve protestos e uma pletora de encontros e seminários. Fez-se o mea culpa. Novas leis foram desenhadas. Após dez anos de choros e ranger de dentes, o Pisa alemão voltou a uma posição digna. No Brasil, o primeiro Pisa causou consternação, mas não indignação. Último lugar? Que chato, né! Depois que todos têm vagas nas escolas, há livros, merenda e tudo mais, melhorar a educação torna-se um processo penoso e politicamente inglório. É preciso fazer com que alunos, professores e diretores se dediquem mais, que se consertem os erros, que se enfrentem as assombrações ideológicas e sindicalistas. Para um gestor, é uma tarefa árdua. Contudo, ao contrário da Alemanha, onde um Pisa duvidoso gerou uma onda de indignação, considere-se que da ordem de 70% dos pais, professores e alunos brasileiros julgam boa a nossa educação. Com esse nível de aprovação, brigar sério por um ensino de qualidade torna-se um haraquiri para qualquer político. A boa notícia é que, com o passar do tempo, o GPS da educação começa a ganhar espaço na sociedade brasileira. De fato, sem que os brasileiros conheçam a magnitude da tragédia educacional, é inconcebível esperar que nossa educação melhore. Em 2008, acompanhei uma equipe do Bom Dia Brasil que desejava visitar escolas boas e más. A pior escola ficava no município mais pobre do entorno de Belo Horizonte. Seria um mergulho no fundo do poço. Encontramos uma escola modesta e sofrida, mas estava limpa e bem cuidada. Perguntamos qual o seu Ideb. Para nossa surpresa, a diretora conhecia os números, presentes e passados. Explicou também por que as

“Depois que todos têm vagas nas escolas, há livros, merenda e tudo mais, melhorar a educação torna-se um processo penoso e politicamente inglório ” pontuações haviam caído. Além disso, a escola estava entre duas favelas, em pé de guerra. Diante do debacle do Ideb, as professoras estavam reunidas para discutir como manejar a sala de aula. Era o oposto do que esperávamos. Foi uma surpresa boa, pois pesquisas da época mostravam que, pelo Brasil afora, um terço dos diretores nada sabia de Ideb. Em contraste, a pior escola da região já estava alfabetizada na linguagem das avaliações. Não houve no Brasil o choque traumático como na Alemanha. Porém o vírus da avaliação está lentamente se propagando. O GPS da educação vai ganhando espaço. O sonho é que a pontuação no Ideb se torne tão tangível quanto as posições dos times de futebol nos campeonatos. Ainda não chegamos lá. Mas há avanços. Faz pouco, um prefeito pleiteou sua participação em um programa da Fundação Pitágoras. Pretende com isso aumentar seu Ideb, de 4,1 para 5. Sua secretária de Educação achou inviável. Mas no telefonema seguinte ele indicou que já a havia despedido, substituindo-a por outra, mais ousada. Esse é o caminho. Mas a estrada é longa. z

*Claudio de Moura Castro é economista, pesquisador em educação e autor de diversos livros. Escreve bimestralmente na Encontro

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NO PODER | BERTHA MAAKAROUN bmaakaroun@editoraencontro.com.br Samuel Gê

ENTRE O MINAS E A SAVASSI Doze anos e alguns poucos quarteirões separaram a infância da presidente reeleita, Dilma Rousseff (PT), de 66 anos, e do senador Aécio Neves (PSDB), de 54 anos, que com ela disputou o segundo turno das eleições presidenciais. E quem conta a história é Pacífico Mascarenhas, de 78 anos, diretor social do Minas Tênis Clube. Entre as informações de mais de 100 mil pessoas que são ou já foram sócias do clube a partir de sua fundação, em 1935, Pacífico Mascarenhas pinçou as fichas de Pedro Rousseff, pai de Dilma, e de Aécio Cunha, pai do candidato tucano. “Ambos frequentaram o clube e possivelmente se cruzaram, muitas vezes, não só no Minas, mas ao comprar pão na antiga Padaria Savassi ou no Cine Pathé”, diz o diretor. Dilma morava com os pais na rua Major Lopes, 469. Aécio, em seus primeiros anos de infância, com o avô Tancredo. Em comum, o fato de nenhum deles ter frequentado a turma da Savassi. “Éramos quase 80 integrantes de várias gerações de amigos, que se reuniam diariamente na porta da padaria”, recorda-se Pacífico Mascarenhas. Aureliza Correa-CB-D.A.Press

COM GOSTO O empresário Josué Gomes da Silva (PMDB) é cotado para integrar o ministério de Dilma Rousseff (PT) em seu segundo mandato. Embora derrotado na disputa ao Senado Federal para o ex-governador Antonio Anastasia, Josué obteve, já no primeiro teste das urnas, a marca de 3.614.720 votos (40,18% dos válidos). Tal qual o pai, o ex-vice-presidente da República José Alencar, tomou gosto pela política. Outras disputas eleitorais virão.

OPOSIÇÃO NO SENADO Eleito ao Senado Federal com 5.102.987 (56,73%) votos válidos, o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), que no segundo turno das eleições presidenciais foi coordenador da campanha de Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais, integrará a oposição ao governo de Dilma Rousseff (PT). “Va-

mos fazer as cobranças, vamos acompanhar, fazer uma oposição não feroz, não destrutiva, mas é uma oposição firme, forte, demonstrando os erros”, afirma. Se Aécio tivesse sido eleito, era dado como certo o convite para que Anastasia integrasse o núcleo duro do governo.

Cláudio Cunha

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Leandro Couri, Solon Queroz e Cristina Horta /EM/D.A.Press

CENTENÁRIO Jurista, poeta, filósofo e professor. Pioneiro nos estudos de internacionalização do direito constitucional no país, será celebrado na Academia Mineira de Letras, no próximo 20 deste mês, o centenário de Gerson de Britto Melo Boson. À frente do projeto estão a viúva, Maria Otília, de 87 anos, e os filhos Patrícia, Branca, Caio Márcio, Luís Felipe e Marco Aurélio. Ex- reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Boson enfrentou nessa função os momentos mais duros do regime autoritário-militar, entre 22

fevereiro de 1967 e 13 de outubro de 1969, quando foi cassado. O país vivia à sombra do Ato Institucional número 5 (AI-5) e a autonomia universitária era duramente atacada pelo regime, com invasões no campus, perseguições e expurgos de professores. Boson foi imortalizado não apenas em sua obra jurídica e poética, mas também no painel A Inconfidência Mineira, instalado no hall principal da Reitoria da UFMG, de Yara Tupynambá. A pedido de Boson, a artista grafou: “Condição primeira para a cultura é a liberdade”.

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Samuel Gê

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REVEZAMENTO Um petista e um peemedebista vão se revezar na Presidência da Assembleia Legislativa pelos próximos quatro anos. Esse é o acordo já firmado entre as duas bancadas – que têm dez deputados cada uma – com Fernando Pimentel (PT), governador eleito pela coligação PT, PMDB, PROS, PCdoB e PRB. Entre os petistas, os nomes mais cotados são dos deputados estaduais reeleitos Durval Ângelo (1) e Paulo Guedes (2). Entre os peemedebistas, as apostas recaem sobre os deputados reeleitos Adalclever Lopes (3) e Ivair Nogueira (4). A regra na Casa é a de que a maior bancada faz o presidente.

BICENTENÁRIO ALEIJADINHO

ROBÔS VOADORES

Pelo estado, as celebrações pelo bicentenário da morte do escultor mestre da arte barroca já começaram desde o ano passado. Neste 18 de novembro, dia do barroco mineiro, há dois anos instituído em lei de iniciativa do presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PP), será lançada a medalha comemorativa pela Casa da Moeda do Brasil. Em votação popular, foi escolhida a imagem do profeta Daniel para uma das faces da medalha. A escultura do profeta fica no Santuário de Bom Jesus do Matozinhos, em Congonhas (MG). Na outra face da medalha, foi cunhada a obra Retrato de Aleijadinho, de Euclásio Penna Ventura.

Um enxame de drones que se comunicam entre si para executar várias tarefas, como o monitoramento da qualidade do ar, por meio de estudos de gases em uma região. Quem desenvolve e coordena o projeto da UFMG é o professor de ciências da computação Luiz Filipe Vieira. Com os avanços tecnológicos, esses robôs voadores não tripulados podem trabalhar em ações conjuntas, desde que haja comunicação entre eles – formando uma rede aérea – com uma base de controle. O projeto pretende adotar drones quadrimotores em modo autônomo, com GPS embutido, sensores de altitude e de obstáculo que podem ser usados em operações policiais na perseguição de fugitivos. NOVEMBRO DE 2014

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DEU O QUE FALAR | FERNANDA NAZARÉ “Não sei nada de gramática e escrevo bem pra burro!” ZIRALDO, escritor mineiro, na Festa Literária de Maringá, ao contestar o atual método de alfabetização no Brasil. Ele tem dezenas de livros publicados. O mais famoso é O Menino Maluquinho, que chegou a 100ª edição e 3 milhões de exemplares vendidos

“Ai, que louca. Eu falei Belo Horizonte?” IVETE SANGALO, errando o nome da cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, onde fez o primeiro show após se recuperar da dengue

“Ele pode tirar o cavalinho da chuva” TRAJANO LADEIRA DE LIMA, presidente da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade, ao protestar contra a intenção do secretário de Turismo do Rio, Cláudio Magnavita, de tirar a cachaça mineira dos hotéis cariocas para valorizar produtos regionais

“O passado dele não me diz respeito” RAYANNE MORAIS, ex-miss Minas Gerais e atual mulher de Latino, sobre a descoberta de mais uma filha do cantor (ele tem oito filhos), de 1 ano e 10 meses

Edson Teixeira/Divulgação

“Poucas (cozinhas) no Brasil têm um décimo do cuidado que as de Minas têm” ALEX ATALA, chef do restaurante paulistano D.O.M., o sétimo melhor do mundo no ranking The World’s 50 Best Restaurants 2014

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ENTREVISTA | GABRIEL BENARRÓS Fotos: Geraldo Goulart

“CORRAM MAIS RISCOS” 26 |Encontro

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O conselho aos jovens é do brasileiro que passou em 16 universidades americanas, formou-se em Stanford e na volta fundou uma empresa que já captou R$ 10 milhões em investimentos, em menos de dois anos MARINA DIAS

Há quase dez anos, quando entrou na Fundação Estudar, organização sem fins lucrativos que investe em jovens talentos brasileiros, para pedir auxílio para o financiamento de seus estudos, Gabriel Benarrós era conhecido como “o menino da Amazônia que passou em 16 das 20 melhores faculdades dos Estados Unidos”. E é verdade. Nascido em Manaus, ele se interessou por estudar fora quando estava no ensino médio e pesquisou a fundo como passar nos testes e se inscrever em universidades internacionais. Deu certo. Entre as 16 que lhe ofereceram vaga, ele escolheu a melhor, Stanford, na Califórnia. Após graduar-se em economia comportamental e viver no Vale do Silício – ambiente propício para ideias e inovações –, nada mais normal do que tentar a sorte no ramo. Hoje, aos 25 anos, Gabriel não é apenas o menino da Amazônia que passou em faculdades americanas. É também fundador e CEO da plataforma de venda de ingressos Ingresse, que, criada em 2012, já captou R$ 10 milhões em investimentos, comercializou mais de 200 mil ingressos para eventos no Brasil e tem uma média de 500 mil visualizações por mês na internet. Ex-aluno de alguns dos professores que fazem parte do Programa de Inovação e Empreendedorismo da

QUEM É GABRIEL RABELLO BENARRÓS, 25 ANOS ORIGEM Manaus, Amazonas FORMAÇÃO Graduou-se em economia comportamental pela Universidade de Stanford (EUA) CARREIRA Fundador e CEO da startup Ingresse, plataforma que ajuda as pessoas a encontrar eventos (como shows e peças) na sua cidade e realiza venda social de ingressos (social ticketing). Entre outros shows e eventos, foi responsável pela venda de ingressos para o Holi One Color Festival, show da Ivete Sangalo na Arena da Amazônia, Rodeio de Jaguariúna, shows de Bon Jovi e Beyoncé, Festival Conecta, Brasil Comic Con, Villa Mix, Economíadas, e jogos de futebol na Arena da Amazônia

Existem “empresasaspirina” e “empresasvitamina”. As primeiras têm produtos sem os quais as pessoas não podem passar”

Universidade de Stanford em Minas Gerais (parceria da universidade com as quatro entidades representantes do setor de TI mineiro: Assespro-MG, Fumsoft, Sucesu Minas e Sindinfor), o empresário veio a Belo Horizonte em setembro para compartilhar seu caso de sucesso com participantes do programa, em evento realizado na Fundação Dom Cabral. Em entrevista a Encontro, Gabriel contou sua (pouco comum) trajetória e disse que para triunfar com as startups no mercado nacional é preciso estar disposto a correr riscos, algo que os jovens brasileiros ainda temem. “Somos educados para sermos médicos, advogados e engenheiros, e não para inventarmos a própria profissão”, diz. ENCONTRO - Sua vontade de estudar em Stanford já era relacionada a se tornar empresário do setor de TI? GABRIEL BENARRÓS - Na verdade, não. No segundo ano do ensino médio, fiz vestibular para medicina e direito e passei. Até cursei medicina por alguns meses, mas percebi que não era o que queria. E então descobri que, em faculdades dos Estados Unidos, você pode cursar várias disciplinas diferentes e só depois escolher sua graduação, e foi isso que me interessou. Assim, comecei a pesquisar sobre como passar nos testes preparatórios, como me inscrever, e achei uma lista com as 20 melhores universidades de lá. Inscrevi-me em todas, e 16 me aceitaram. Delas, a mais bem colocada era Stanford. E foi por isso que fui para lá. Como teve a ideia da sua empresa? Eu era community manager [“gerente de comunidade”] de um dos dormitórios do campus. Era responsável por manter a vida social e a estrutura do lugar. Foi a melhor experiência de empreendedorismo que tive, pois tive de lidar com problemas, resolver desavenças, fiz até pesquisas de satisfação. No final da experiência, um dormitório que não era tão popular no início já estava sendo alugado para eventos como forma de arrecaNOVEMBRO DE 2014

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ENTREVISTA | GABRIEL BENARRÓS darmos dinheiro. E eu sempre gostei de fazer eventos, de proporcionar experiências para as pessoas. Em uma das festas que fizemos, precisamos cobrir um prejuízo e, para tal, tivemos a ideia de vender ingressos para pessoas de fora. Foi assim que a ideia da empresa surgiu.

cultura de abrir empresas. A inovação está em renascimento, e há dois anos tivemos um boom disso. O ambiente ainda é imaturo, recente, mas estamos em um ponto de inflexão nesse sentido. Já nos EUA, isso já acontece há muito tempo; há exemplos como a IBM, a Intel, a Apple...

Por que acha que sua empresa foi atraente para investidores? Há vários fatores a se considerar. Há dois anos, houve um boom no Brasil, com muita gente querendo investir em inovação. Isso foi importante. Além disso, o mercado de eventos no país ainda tem poucas pessoas fazendo a coisa bem. Em termos de venda de ingresso, há muita reclamação do público. Isso porque as empresas não investem tanto em tecnologia e não são voltadas para o consumidor, principalmente por serem, em grande parte, dos próprios produtores de eventos. Assim, são mais voltadas para eles do que para o público. Já a Ingresse tem tecnologia, é voltada para o público.

E como você vê o jovem brasileiro que atua nesse mercado? O jovem brasileiro ainda tem muito medo do risco, medo de errar. E também ainda é muito teórico; falta prática. Isso tem a ver com o tipo de ensino que temos em universidades, mais voltado para a teoria, mas também com a ausência de casos de sucesso. Aqui, existe, por exemplo, o Romero Rodrigues, do Buscapé [site de comparação de preços e produtos]. Deveríamos ter 2 mil Romeros. Não temos tantas referências, e isso também influencia.

Uma das dicas que deu na sua palestra para empresários é mostrar a importância de a empresa ser capaz de solucionar um problema... É preciso mostrar por que as pessoas não podem viver sem seu produto. Boas empresas são aquelas que solucionam problemas. É a questão das “empresas-aspirina” versus “empresas-vitamina”. As empresas-aspirina apresentam produtos sem os quais as pessoas não podem passar. Elas precisam daquilo. Já as empresas-vitamina, não. Ninguém adora particularmente esta ou aquela operadora de celular. Mas nós precisamos delas, porque ninguém consegue sair de casa sem seu smartphone. Acha que os jovens brasileiros têm se proposto a entrar no mercado de startups e têm sabido desenvolver suas ideias? Ninguém sabe como fazer uma startup de antemão; todo mundo aprende fazendo. O que se tem nos EUA é uma cultura maior disso, que aqui no Brasil ainda está incipiente. Sempre houve a 28 |Encontro

O jovem brasileiro ainda tem muito medo do risco, medo de errar. E também ainda é muito teórico, falta prática. Isso tem a ver com o tipo de ensino que temos em universidades, mais voltado para a teoria, mas também com a ausência de casos de sucesso”

Que conselho daria para os brasileiros que pretendam entrar nesse meio de inovação, tecnologia e startups? Aconselho que corram mais riscos! No Brasil, temos muito espaço, muitas ideias boas e muita gente querendo apoiar ideias boas; por outro lado, não temos tantas pessoas dispostas a largar tudo para tentar criar algum projeto novo, revolucionário. Principalmente quando estão no início da carreira. Nós ainda somos mais educados para sermos médicos, advogados e engenheiros, e menos para inventarmos a própria profissão. O Brasil é um lugar mais difícil para se abrir uma startup do que os Estados Unidos? Não sei se podemos falar em mais difícil. Há pontos positivos e negativos em cada um. Em relação a investimento, há menos fundos no Brasil. Por outro lado, também há menos concorrência. Acredito que seja só diferente. Sua formação em economia comportamental ajudou na criação da empresa e no gerenciamento da equipe? Ajudou e ainda ajuda bastante. A par-

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ENTREVISTA | GABRIEL BENARRÓS te psicológica me dá uma boa bagagem para entender o comportamento dos indivíduos e como eventos são encontros de pessoas. Estamos sempre tentando encontrar maneiras de satisfazer e dar aos nossos usuários aquilo que eles buscam. A formação também ajuda na gestão da equipe, a fim de mantê-la motivada e engajada, resultando em um retorno positivo para a empresa. Empresas fundadas por jovens, principalmente no ramo de tecnologia, costumam ser mais abertas e envolver, por exemplo, maior flexibilidade de horários. Essa é também a filosofia na Ingresse? Sim, a Ingresse é completamente focada em resultados. O time pode se programar por conta própria para fazer o seu próprio horário, contanto que as metas sejam atingidas no final da semana. Acreditamos que o que traz bons resultados para a empresa não são oito horas diárias e roupas formais, e sim a dedicação de cada pessoa e o quanto de atenção ela dá ao seu trabalho e ao objetivo final do time.

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No Brasil, temos muito espaço, muitas ideias boas e muita gente querendo apoiar ideias boas; por outro lado, não temos tantas pessoas dispostas a largar tudo para tentar criar algum projeto novo, revolucionário

Vocês estão desenvolvendo algo de novo agora? Nesse momento, estamos bastante focados no trabalho do novo layout do site, desenvolvendo um sistema de busca de eventos e compra de ingressos ainda mais prático e moderno. O intuito é ter as informações mais bem distribuídas na nossa plataforma, casando com a atualização de um design mais clean e mais objetivo. Como é sua rotina hoje? Com o principal foco da empresa em São Paulo, foi necessária a mudança pessoal também. Moro perto do trabalho, para não gastar tempo com o transporte e o trânsito de uma cidade grande. Tenho grande parte do meu tempo dedicado à empresa, mas tento guardar tempo para a família, amigos, namorada... Esse descanso de corpo e alma é importante para os negócios, para recarregar as energias e continuar a todo vapor. ❚

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RETRATOS DA CIDADE | RAFAEL CAMPOS rcampos@revistaencontro.com.br Fotos: J C Martins

ESQUECERAM DE MIM

É MUITO DESPERDÍCIO Há pessoas que parecem viver em um mundo à parte. Mesmo com a enxurrada de notícias sobre os níveis críticos dos nossos rios e reservatórios e de racionamento de água em algumas cidades devido à longa estiagem, há quem prefira ignorar tudo isso. Flagramos duas funcionárias lavando a frente de um edifício na avenida dos

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Caminhar pela cidade significa também se deparar com o inusitado. Repare no flagrante registrado na avenida Augusto de Lima, altura do número 1.826, no Barro Preto, região Centro-Sul. Trata-se de um galho que foi “esquecido” na fiação elétrica depois de uma poda de árvore. De acordo com a Cemig, “a fiação foi incorporada aos tecidos internos da planta” e a remoção poderia causar algum acidente de trabalho ou rompimento dos cabos de eletricidade. Portanto, a retirada do galho seria reprogramada pelos técnicos. Samuel Gê

Andradas, no Santa Efigênia, região Leste. Usando mangueira, uma das funcionárias desperdiça água e fala ao telefone celular. Há um projeto de lei na Câmara Municipal que proíbe o uso de mangueiras e de água pressurizada para varrer calçadas da cidade, sobretudo, em épocas como essa. Será preciso doer no bolso?

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Fotos: Samuel Gê

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PRÓXIMA PARADA:

A HISTÓRIA AGRADECE Um alento para o prédio da antiga Estação Ferroviária da Gameleira, no bairro de mesmo nome, na região Oeste. O imóvel, construído em 1917, ganhou telhas novas. Parece pouco, mas é uma ótima notícia para o edifício que há décadas definha às margens da avenida Amazonas, próximo ao Expominas. No início do século XX, o lugar era outro, movimentado pelos passageiros da linha Paraopeba, que alcançava o Rio de Janeiro. A ideia é transformar a antiga estação num espaço dedicado às artes, ao abrigar a Escola Livre de Circo. A trupe deve “desembarcar” depois que o processo de tombamento do casarão e a reforma completa forem concluídos.

CUIDADO, OLHE A CARROÇA! Já imaginou um congestionamento de carroças? Pode ser exagero, mas há quem brinque com a possibilidade, sobretudo, os motoristas que trafegam pela avenida Silviano Brandão, próximo à avenida dos Andradas, na região Leste. Todas as manhãs, lá pelas 9h, vários carroceiros cruzam a via. É o início do expediente à procura de entulho e outros materiais que podem e devem ser reciclados. Perto dali, há o Centro Mineiro de Resíduos Sólidos e outros galpões cuja finalidade é o reaproveitamento. Quanto aos motorizados, atenção redobrada!

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GENTE FINA | ANA CLÁUDIA ESTEVES Alexandre Rezende

DONO DA FESTA Ele sempre teve tino quando o assunto é diversão. Hoje, além de sócio da produtora Prime (responsável pela festa Camarim), o mineiro Felipe Tiradentes, de 28 anos, é o braço direito de Álvaro Garnero e comanda o Café De La Musique – cadeia de casas noturnas do empresário carioca. Durante todo este ano, ele esteve à frente da filial de Trancoso, na Bahia, que é a menina dos olhos de Álvaro. “Montamos um time de peso para esse verão, nosso intuito é entrar para a história”, diz Felipe, que já conta com DJs internacionais como o colombiano Erick Morillo, o português Pete Tha Zouk e o funk do Baile da Favorita, do Rio de Janeiro, para comandar a balada. Já o quesito bom gosto, ele deixou por conta de uma conterrânea. A grife belo-horizontina Iorane foi selecionada por ele para ser a pop up store (loja temporária) do espaço. Aprovada pelos sócios, a marca ainda vai vestir toda a equipe que conduzirá a casa neste verão.

aesteves@revistaencontro.com.br

SEM

FRONTEIRAS A voz marcante da mineira Paula Fernandes, de 30 anos, é sucesso incontestável no Brasil. Mas sua fama já chegou ao velho continente. Com seu novo CD, Encontros pelo Caminho, Paula já ocupa o 8º lugar em vendas em Portugal, onde está neste momento para fazer shows nas cidades de Lisboa e Guimarães. O projeto reúne alguns dos duetos feitos pela cantora ao longo de sua carreira e traz, também, participações inéditas de cantores da terra do fado. “Fico muito honrada de ganhar reconhecimento fora do meu país”, diz a cantora. “Isso mostra que minha música não fica presa a rótulos de estilos musicais.”

Guto Costa

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CLIQUE CONCORRIDO

Arquivo pessoal

Não há quem não tope sorrir para as lentes da fotógrafa mineira Luiza Ferraz, de 29 anos. Ela, que já é a preferida de personalidades como a blogueira Carol Rache e o it boy Gabriel Gontijo, está se tornando referência nacional. Mal sobra tempo na sua agenda: em setembro, ela foi escolhida pela pernambucana Camila Coutinho, de um dos blogs mais famosos do Brasil, o Garotas Estúpidas, para cobrir o último Paris Fashion Week. No mês seguinte, comandou uma sessão de fotos com a musa fitness do Instagram Gabriela Pugliesi, no Rio de Janeiro. De volta a BH, nada de desacelerar. Luiza abre, ainda este mês, as portas do seu novo estúdio, em meio à natureza, no Condomínio Retiro das Pedras. “Cada dia que passa tem valido mais a pena ter escolhido fazer o que amo”, diz.

Thiago Mamede

ELE NÃO PARA O ator e dramaturgo Diego Bagagal, de 31 anos, não descansa. No palco, na peça Em Louvor à Vergonha, interpreta os últimos instantes de vida de Oscar Wilde, um dos gênios da literatura mundial. Em casa, debruça-se sobre livros para esmiuçar ainda mais a vida e obra do escritor irlandês. “Mergulho de cabeça no meu trabalho. Não consigo ser de outra forma”, diz o belo-horizontino, que este ano ganhou dois prêmios, o Cena Música e o Cena Minas, que lhe deram a oportunidade de circular pelo estado com o espetáculo. Uma das crias do Grupo Galpão, Bagagal montou sua própria trupe: o Madame Teatro. O jovem, filho de portugueses, já dirigiu outras duas peças aplaudidas pela crítica: Bata-me e Pop-love. No próximo ano será a vez de Salomé, outra obra de Wilde, com atuação e direção de Diego. A batalha, agora, é para encená-la num grande teatro. Alguém tem dúvida de que ele consegue? (Por Rafael Campos)

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CIDADE | BLITZ Cláudio Cunha

Sorria,

Bar lotado de frequentadores na capital mineira: clientes serão observados por policiais civis à paisana

você está sendo

vigiado!

A NOVA ESTRATÉGIA DE ABORDAGEM Confira, passo a passo, como os agentes identificam motoristas infratores

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Policiais civis descaracterizados monitoram bares, restaurantes e casas de festas em BH

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A pessoa sai do bar com sintomas de embriaguez e assume o volante

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Contraofensiva da polícia aperta ainda mais o cerco aos motoristas que insistem em unir bebida com direção. Operações com agentes descaracterizados vão monitorar bares e restaurantes RAFAEL CAMPOS

Se você é daqueles que toma sua bebida no bar e depois pega o volante na certeza de que os aplicativos de celular o ajudarão a evitar as blitzen da Lei Seca, cuidado. Aplicativos como Waze, plataforma colaborativa que ficou famosa entre os motoristas por revelar os locais de blitz, não serão mais tão certeiros em BH. Para virar e vencer a guerra contra o álcool, a campanha “Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida” recebeu o reforço de policiais civis à paisana, que estarão em bares, restaurantes e casas de festas da cidade para vigiar e flagrar quem insiste em beber e dirigir. Andrea

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NÃO CUSTA LEMBRAR A chamada Lei Seca ficou mais rígida em 2012. Os motoristas infratores são multados em R$ 1.915,40. Esse valor é dobrado caso motorista cometa a mesma infração ou crime nos 12 meses posteriores VEJA AS SITUAÇÕES NAS QUAIS O CONDUTOR SERÁ PUNIDO: Se o motorista soprar o bafômetro e o nível de álcool no sangue estiver entre 0,05 e 0,33 mg/l: o condutor perde o direito de dirigir por um ano e recebe multa no valor de R$ 1.915,40. É infração de trânsito Se o motorista soprar o bafômetro e o nível de álcool no sangue estiver igual ou acima de 0,34 mg/l: além de perder o direito de dirigir por um ano e pagar multa de R$ 1.915,40, o condutor será processado por crime de trânsito, conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) Se o motorista não soprar o bafômetro: o agente fiscalizador irá avaliá-lo com base em uma série de critérios estabelecidos pelo Contran. Dependendo do resultado da avaliação, o condutor poderá responder por crime de trânsito Fonte: Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds-MG)

Policiais civis passam a informação para viatura da Polícia Militar posicionada estrategicamente na região

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Abud, coordenadora de operações especiais do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), avisa: as blitzen, que receberam o nome de itinerantes, serão diárias. A ação (confira no box) começou como projeto piloto, às quintas-feiras. Somente nos dois primeiros dias de atuação – nos dias 16 e 23 de outubro –, 13 motoristas foram flagrados alcoolizados. Desses, três foram autuados por crimes de trânsito – quando o índice de álcool por litro de ar apontado no etilômetro (bafômetro) passa de 0,34 mg/l. As ações foram executadas no bairro Prado, região Oeste, e em bares da Zona Sul. “Estudamos a rotina de lugares com bares e restaurantes, os horários de saída dos clientes e, em cima disso, preparamos a nossa ação”, diz a delegada Andrea. A estratégia de usar policiais descaracterizados veio da Espanha, durante a Copa do Mundo, quando agentes daquele país estiveram em BH. Lá, desde 2009, houve redução de 40% do número de pessoas flagradas alcoolizadas. “Não queremos que as pessoas deixem de se divertir, beber e sair com os amigos. Queremos apenas que tenham a consciência de que não se pode beber e dirigir”, afirma Andrea. Na operação, policiais civis à paisana vigiarão bares e seus frequentadores. Ao perceber que um motorista alcoolizado deixou o local, acionarão uma viatura militar que

Policiais militares abordam o veículo, quando o condutor é convidado a soprar o bafômetro NOVEMBRO DE 2014

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CIDADE | BLITZ Samuel Gê

Blitz da Lei Seca em BH: operações vinham perdendo a batalha para os aplicativos de celular

Cláudio Cunha

LEI SECA EM BH Conheça os números da campanha "Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida" (*)

141.119 veículos abordados

1.312

crimes de trânsito (condutores com nível de álcool no sangue acima de 0,34 mg/l)

3.251

infrações de trânsito (condutores com índice de álcool no sangue entre 0,05 e 0,33 mg/l) (*) Dados referentes a 14 de julho de 2011 a 9 de outubro de 2014 Fonte: Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds-MG)

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Andrea Abud, coordenadora de operações especiais do Detran-MG: “É uma mudança de cultura que não acontece da noite para o dia, mas queremos acelerar esse processo”

estará na região. A abordagem caberá aos militares. O novo modelo de operação, que envolve Polícia Civil, Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), BHTrans, Polícia Militar e Guarda Municipal, é apoiado por Miguel Marques, presidente da Comissão contra Acidentes de Trânsito da OAB-MG. “É uma medida inteligente e acredito que será eficiente, desde que permaneça e vire rotina na cidade”, diz. As operações convencionais, em lugares fixos, vão continuar, a exemplo das megaoperações nomeadas de Labirinto, cujo objetivo é fechar saídas de bairros com grande concentração de bares e restaurantes. A ideia é apertar ainda mais o cerco. A ação da campanha “Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida” visa reduzir os números alarmantes de acidentes de trânsito em BH. Segundo a delegada Andrea, mais de 60% das mortes no trânsito na capital mineira têm ligação com o uso de bebida alcoólica. “É uma mudança de cultura que não acontece da noite para o dia, mas queremos acelerar esse processo”, afirma a delegada Andrea Abud. z

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CIDADE | INFRAESTRUTURA

À espera da reforma Apesar de necessitar de melhorias urgentes, obras no Zoo de BH anunciadas em agosto não têm data para começar. Enquanto isso, os problemas se acumulam, comprometem o bemestar dos animais e assustam os visitantes

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RAFAEL CAMPOS

Os elefantes do Jardim Zoológico de Belo Horizonte, na Pampulha, estão bem à vontade com o novo lar. O espaço foi reformado em março deste ano e deixou os animais bem à mostra para todos os visitantes. Pena que a situação de outros bichos, como a onça-pintada, é bem diferente. É difícil até de fotografá-la. Além do matagal que toma conta do redor de sua morada, há vários esconderijos que acabam frustrando, sobretudo, a criançada. A reportagem de Encontro identificou ainda outros problemas no zoológico, considerado um dos principais centros de pesquisa e reprodução de animais do país, o que expõe a falta de estrutura física e de serviços. Orçada

Fotos: Roberto Rocha

Jardim Botânico: estufa da Mata Atlântica está em péssima situação, com problemas na pintura e falta de identificação das espécies

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NOVO ZOO As obras serão executadas em duas etapas. Confira o que prevê a reforma, já aprovada Fotos: Roberto Rocha

PRAÇA DE MAMÍFEROS BRASILEIROS 1ª ETAPA OBRAS: implantação de um recinto misto, com mais de 2,6 mil m2, abrigando espécies diferentes como tamanduás, catitus, veados, antas, cutias, pacas e capivaras. Não haverá alambrado, já que serão construídos taludes, como barreira de segurança. Haverá substituição de telas, revitalização de paredes, muros e piscinas em outros espaços

Recinto do Cervo Nobre (acima) e da onça-pintada: visão é prejudicada por plantas e mato

2ª ETAPA OBRAS: construção de três recintos para filhotes (depósito, cozinha e banheiros) e reforma de quatro recintos, que abrigam espécies como ouriço-cacheiro, tamanduá-mirim e cutia PRAÇA DAS AVES 1ª ETAPA OBRAS: reforma estrutural completa dos 42 recintos da área central da praça. Serão construídos novos lagos, banheiros e vestiários masculino e feminino. Os ninhos de madeira fixados na parede serão retirados e o sistema de ventilação da praça, melhorado 2ª ETAPA OBRAS: construção de um bioma de mata atlântica; reforma e demolição de alguns recintos antigos; criação de área de manobra para as emas; além de depósito para condicionamento de equipamentos e materiais

Dois ângulos da Praça das Aves, que abriga espécies raras e exóticas: pouca visibilidade para o público e aspecto de abandono

BORBOLETÁRIO 2ª ETAPA OBRAS: a primeira etapa já foi concluída, quando o prédio foi revitalizado. Nesta fase, o viveiro das borboletas será ampliado, passando de 100 m2 para 250 m2. Novas condições de microclimas serão implantados, o que possibilitará maior número de espécies de borboletas e de mariposas

Àrea do borboletário: o prédio já foi revitalizado, mas o viveiro (ao fundo) ainda aguarda melhorias

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CIDADE | INFRAESTRUTURA

Espaço que integra o recinto do tamunduá-mirim: lixo, mau cheiro e aspecto de ruínas

Atuais barraquinhas de alimentos, que ficam fechadas durante a semana: projeto de melhorias prevê a extinção delas e implatanção de praça de alimentação

Calçadas desniveladas e com pedras soltas: acessibilidade totalmente comprometida

em R$ 1,7 milhão, a reforma do espaço, inaugurado em 1959, foi anunciada em agosto pela Prefeitura de Belo Horizonte. No entanto, as ordens de serviço para a primeira etapa da obra, que vai incluir as praças dos Mamíferos, das Aves e a finalização do borboletário, sequer foram assinadas, por conta da revisão dos custos. O pior é que os problemas vão se acumulando. Em alguns locais, como no Jardim Botânico, o aspecto é de abandono. Na estufa Mata Atlântica, a estrutura está com a pintura descascada e faltam placas de identificação. No espaço das Angiospermas, além de carência de informação, faltam alguns vidros nas janelas. Na Praça das Aves, os pássaros, raros e exóticos, ficam confinados em locais que necessitam de revitalização. As placas com as informações das espécies, quando há, estão velhas e ilegíveis. Durante a realização da reportagem, 44 |Encontro

Jardins ao longo das calçadas: em vários trechos, blocos estão se desprendendo e não há área verde

apenas um funcionário foi encontrado para esclarecer dúvidas. No geral, algumas calçadas estão quebradas e desniveladas. Faltam bebedouros suficientes e os pontos de alimentação carecem de ampliação e novas opções para os visitantes. Localizar-se no Jardim Zoológico, uma área de 170 hectares (incluindo o Jardim Botânico), não é fácil. Maria das Graças Teixeira, vice-diretora das Escolas Rurais, de Itabirito, ao lado da supervisora Gabriela Ribeiro, reclamou dos poucos mapas distribuídos na entrada. “Acompanhamos 100 alunos e apenas cinco mapas foram entregues”, diz Maria das Graças. Elas chamaram a atenção para a falta de mais espaços para lanches. A publicitária Miriam Barreto também critica a carência de áreas de alimentação para paradas durante a visita. Ela sugere um novo formato para o Zoo de BH, semelhante ao

da capital paulista, com maior liberdade para os animais. A inspiração para as melhorias realmente virá do espaço de São Paulo. A informação é de Gladstone Araújo, diretor do Jardim Zoológico de BH. Ele reconhece que o lugar necessita de intervenções urgentes e que o processo de reforma pode ser demorado. “O problema é conciliar obra com público, clima e o bem-estar animal”, diz. De acordo com o diretor, o borboletário deve ser o primeiro a ficar pronto, já que espera que a ordem de serviço seja assinada nos próximos dias. Os trabalhos no espaço devem durar dois meses. “O Jardim Zoológico cresceu tanto que não há mais espaço para novos projetos, por isso, temos é que remodelá-lo”, afirma. Enquanto isso, animais e público, que alcançou a marca de 400 mil de janeiro a setembro deste ano, aguardam ansiosamente pelas melhorias. ❚

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CIDADE | LAZER

Enfim, a pista Depois de muita espera e discussão entre skatistas e a administração municipal, estrutura orçada em R$ 1 milhão, finalmente, será liberada para a prática do skate, no Parque das Mangabeiras 46 |Encontro

RAFAEL CAMPOS

Há quatro meses, o Parque das Mangabeiras abriga uma das melhores pistas de skate fixas do país. Em estilo half-pipe (formato em “U”), a estrutura possui pouco mais de quatro metros de altura e consumiu R$ 1 milhão dos cofres da Prefeitura de Belo Horizonte. O problema é que, só neste mês, a pista, que fica cercada e fechada com um cadeado, deverá ser aberta ao público, mas cada skatista terá de se cadastrar e se declarar apto a deslizar a prancha sobre a rampa. A abertura da pista ao público põe fim a um imbróglio que começou assim que ela ficou pronta, em junho. O problema foi que a Fundação de Parques Municipais (FPM), órgão li-

gado à prefeitura, optou por fazer um regime diferente de gestão se comparado a outras nove pistas em parques municipais de BH. A instituição entendeu que a half-pipe é voltada para os mais experientes. “É uma pista que dá medo. Não é para amadores. Queríamos nos resguardar quanto a possíveis acidentes”, diz Homero Brasil Filho, diretor de Parques da Área Sul. A partir daí, iniciou-se uma série de reuniões. A gestão do espaço foi oferecida ao setor privado, que poderia, por exemplo, estipular horário de funcionamento e valor de ingresso para usar a rampa, contudo, não houve interesse. Duas federações que representam o esporte no estado acompanhavam de perto o desenrolar da novela: a

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Leo Araújo

Pista half-pipe (formato em “U”), no Parque das Mangabeiras: prefeitura ofereceu a gestão ao setor privado, que não se interessou

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CIDADE | LAZER Fotos: Leo Araújo

ONDE PRATICAR O ESPORTE EM BH Dez áreas verdes da cidade que têm pistas de skate abertas ao público Parque das Mangabeiras Av. José do Patrocínio Pontes, 580, Mangabeiras Parque Ismael de Fábregas Rua Horta Barbosa, 1014, Nova Floresta Parque Nossa Senhora da Piedade Rua Rubens de Souza Pimentel, 750, Aarão Reis Parque Guilherme Lage Rua Angola, 665, São Paulo Parque Escola Jardim Leblon Rua Salto da Divisa, 99, Jardim Leblon Parque Vila Pinho Av. Perimetral, 800, Bairro Castanheira II, Vale do Jatobá Parque Ecológico Vencesli Firmino da Silva Rua dos Agrônomos, 285, Alípio de Melo Parque Ecológico Maria do Socorro Rua Bom Retiro, 232, Dom Cabral Homero Brasil Filho, diretor de Parques da Área Sul de BH: “Só vai poder utilizar quem estiver com os equipamentos de segurança, como capacete e joelheira”

Federação Mineira de Skate e a de Esportes Radicais. A elas também chegou-se a oferecer a administração da pista, que incluía a responsabilidade de cobrir despesas referentes a reparos. A proposta foi rechaçada pelas entidades. “Nenhuma das federações tem condições de arcar com os custos de conservação da pista e a segurança das pessoas”, afirma Rodrigo Ferreira, presidente da Federação Mineira de Esportes Radicais. A rampa chegou a ser liberada para uso controlado por uma semana, em agosto. Só alguns skatistas tiveram acesso, o que acabou gerando desentendimento entre eles. Resultado? A Fundação de Parques Municipais decidiu trancar a pista definitivamente. Ainda sem encontrar um parceiro e pressionada pelos skatistas cansados de apenas 48 |Encontro

Parque Julien Rien Av. Bandeirantes, s/nº, Anchieta Parque Juscelino Kubitschek Av. Bandeirantes, s/nº, Sion

ver a megaestrutura, os representantes da administração municipal convocaram os praticantes para uma reunião no dia 23 de outubro, quando ficou acordado que o uso da pista será liberado no horário de funcionamento do parque, das 8h às 17h, de terça-feira a domingo, mas os atletas terão de preencher um cadastro e serão identificados por um adesivo, atestando que têm capacidade de usar a pista. “Só vai poder utilizar quem estiver usando os equipamentos de segurança, como capacete e joelheira”, diz Homero. A fundação segue responsável pelas despesas referentes à conservação da estrutura, no entanto, parcerias com empresas ainda não foram descartadas. “Já passou da hora de essa pista ser liberada”, diz Maurí-

Skatista Warlei Coimbra: “O que adianta ter uma rampa dessa para ficar trancada?”

cio Massoti, presidente da Federação Mineira de Skate. Os amantes da prancha com rodinhas não veem a hora de realizar manobras radicais sobre a estrutura. É o caso do marceneiro Warlei Coimbra, de 40 anos. “O que adianta ter uma rampa dessa para ficar trancada?”. Esta é a segunda pista do Mangabeiras, que desde 2009 oferece uma espaço de 900 m² da modalidade Street. Outra área com obstáculos e três bowls está sendo construída no Parque Lagoa do Nado, na Pampulha. A previsão é de que essa fique pronta ainda este ano ao custo de R$ 1,5 milhão. Conforme apurou a reportagem, o espaço não deve ter problemas para ser inaugurado, já que oferece menos riscos que a half-pipe do Mangabeiras. z

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ESPORTE | ESCALADA

Aventura nas

alturas

DANIELA COSTA

Em vez de jogos no computador, uma aventura radical em um paredão na Lapa do Seu Antão, em Pedro Leopoldo, localizada a 40 km da capital. É nesse tradicional campo de escalada que o estudante Arthur Maia, de 11 anos, sua a camisa para superar os desafios da rocha e vencer suas próprias limitações. “Ele estava muito sedentário e acima do peso. Depois que começou a praticar o esporte, até o seu comportamen50 |Encontro

to melhorou”, diz a mãe, Flávia Silva, de 38 anos, promotora de vendas. Um dos desafios foi encarar uma via de quinto grau. “As vias são os caminhos traçados nas rochas, com graus em maior ou menor elevação. Quanto maior o grau, maior o nível de dificuldade”, explica o geógrafo André Coutinho Barbosa, de 38 anos, especializado em escalada e montanhismo. Em sua maioria, as vias têm entre 40 m e 70 m de altura, e em poucos casos atingem 100 m. A poucos quilômetros dali, na La-

pinha, em Lagoa Santa, o Sítio do Rod conta com 70 vias de escalada em rocha, que atraem grupos de atletas amadores e profissionais de todo o país. “O número de pessoas que buscam aliar a prática de esporte à integração com a natureza é crescente. E a escalada é um esporte que torna isso possível”, diz o empresário Rodrigo Gualberto de Souza, de 39 anos, proprietário do local. Outra característica da escalada é poder ser praticada por qualquer pessoa, independentemente de idade

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Fotos: Eugênio Gurgel

Minas é referência nacional em escalada e tem o maior paredão vertical do país. O esporte atrai praticantes de todas as idades e profissões

PURA ADRENALINA Locais e equipamentos necessários para quem quer se aventurar no esporte EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA Cordas, cadeirinha, sapatilha, capacete, freio, costuras (conjunto de mosquetões e fitas para fixação nos grampos). Os equipamentos têm validade determinada e dependem de treinamento para correta utilização

A estudante Paula Reis Guimarães começou a escalar influenciada pelo namorado, Thiago Bruno Gischewski: “Faz bem para o corpo e a mente”, diz ela

MODALIDADES Boulder: praticada em rochas de aproximadamente 5 m de altura. Não exige a utilização de muitos equipamentos de segurança Escalada esportiva: realizada em rochas de aproximadamente 80 m de altura, com emprego de proteções fixas e equipamentos de segurança Paredão (clássica): praticada em grandes paredões, com o emprego de proteções móveis. Requer muito conhecimento técnico e o uso de equipamentos de segurança Alpinismo: praticado em montanhas com neve e gelo. Exige amplo conhecimento técnico, equipamentos de segurança, logística apurada e condições climáticas favoráveis Escalada indoor: realizada nas academias especializadas, onde é possível praticar tanto a modalidade boulder quanto a esportiva

Experiente, o empresário Cláudio Mourthe encara o paredão com equipamento móvel: “É uma aventura consciente e segura”

CAMPOS EM MG • Serra do Caraça e Serra de Cambotas (Barão de Cocais) • Parque Ecológico Canela de Ema e Pico do Itambé (Serra do Espinhaço) • Serra do Cipó (Santana do Riacho) • Gruta da Lapinha e Sítio do Rod (Lapinha - Lagoa Santa) • Lapa do Seu Antão (Pedro Leopoldo) • Serra da Bocaina (Araxá) • Serra da Mantiqueira (Sul de Minas) • Pico da Bandeira (Alto Caparaó) • Parque Estadual do Ibitipoca (Santa Rita do Ibitipoca) • Pedra Riscada (São José do Divino) PARA ESCALADA INDOOR • Academia de escalada Rokaz (Savassi) • Moquiwa Esportes de Aventura (Santo Antônio) • Muro de escalada Tórtons (Pampulha) Fontes: especialistas consultados

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ESPORTE | ESCALADA Eugênio Gurgel

Foi praticando a escalada indoor que a médica Renata de Moura Vergara, de 34 anos, conseguiu equilibrar força, concentração e determinação: “Renovo minhas energias para um novo dia de trabalho”

O estudante Arthur Maia, de 11 anos, no paredão na Lapa do Seu Antão, em Pedro Leopoldo: ele trocou os videogames pelo esporte para fugir do sedentarismo

ou sexo. Influenciada pelo namorado, Thiago Bruno Gischewski, de 27 anos, engenheiro mecânico já experiente no esporte, a estudante Paula Reis Guimarães, de 24 anos, começou a escalar há pouco tempo. “No início, achei difícil, mas agora percebo o quanto esse esporte faz bem para o corpo e a mente”, diz a estudante. Para praticar escalada e se manter seguro junto aos paredões, é necessário o uso de proteções fixas, como grampos previamente instalados na rocha pelo conquistador da via, ou seja, o atleta que escalou o percurso pela primeira vez. “Os equipamentos de segurança são fundamentais. Entre eles, cordas, freio, cadeirinha, sapatilha e capacete”, diz César Augusto Corrêa, de 32 anos, guia de turismo especializado em escalada. Na maioria das vezes, o esporte é praticado em dupla. Dessa forma, enquanto um 52 |Encontro

Alexandre Rezende

escala, o outro faz a segurança no solo. Experientes, o empresário Cláudio Mourthe, de 50 anos, e o amigo Leonardo Rodrigues, auditor, de 35 anos, apostam na adrenalina para enfrentar a subida com equipamento móvel. Nesse caso, não há vias previamente inseridas na rocha, e o risco de queda é bem maior. “É uma aventura consciente e segura. É uma verdadeira válvula de escape do estresse diário”, diz Cláudio. Minas Gerais é referência no cenário da escalada nacional e internacional e abriga o maior paredão vertical do Brasil, a chamada Pedra Riscada, localizada em São José do Divino, que possui nada menos que 1.200 m de altitude. “Os atletas mineiros estão entre os melhores do país. E Belo Horizonte é conhecida como um dos principais centros do esporte no Brasil, abrigando pelo menos quatro

ginásios de escalada de alto nível”, diz Rafael Gribel, presidente da Federação de Montanhismo e Escalada de Minas Gerais (Fememg). Outra modalidade é a indoor, praticada em academias especializadas em paredes artificiais que chegam a comportar 100 pessoas. “Esse tipo de escalada possui as mesmas características das praticadas na natureza, inclusive os vários graus de dificuldade, mas com a conveniência da cidade”, explica o empresário Yan Lages Ouriques, da academia Rokaz. Foi praticando a modalidade que a médica-cirurgiã Renata de Moura Vergara, de 34 anos, conseguiu equilibrar força, concentração e determinação. “Consigo renovar minhas energias para um novo dia de trabalho. Além disso, nos fins de semana, reunimos toda a família para praticar o esporte, que agrega união e diversão”, diz. ❚

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ciaathletica.com.br Shopping DiamondMall

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SAÚDE | ALIMENTAÇÃO Alexandre Rezende

O empresário Felipe Alecrim conseguiu o que queria: “Minha meta era ganhar 10 kg. O resultado foi muito positivo”

Shake não faz milagre O suplemento tem sido adotado como fórmula mágica de emagrecimento. Mas seu consumo exige cuidados para não comprometer a saúde. Confira as dicas de especialistas

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DANIELA COSTA

Pouco afeita ao tradicional arroz com feijão e sem o hábito de comer frutas e verduras, a consultora de moda Raquel Fernandes Barroso, de 34 anos, descobriu nos shakes uma forma prática de se alimentar. Há dois anos, substitui com regularidade o almoço pelo suplemento. “Foi a forma que encontrei para manter o peso depois que tive meu primeiro filho”, diz. No entanto, especialistas afirmam que, apesar de a mistura ser rica em carboidratos e proteínas e ter baixo teor de gordura, não tem a quantidade de nutrientes necessária para manter o equilíbrio do organismo. E a dúvida que fica é uma só. Qual será o consumo adequado do suplemento?

A dica é aliar o shake a uma dieta balanceada e a atividades físicas, sempre com acompanhamento profissional. Dessa forma, ele atua como suplemento, e não refeição principal, reforçando as carências nutricionais do organismo. “O sobrepeso é uma doença relacionada a vários distúrbios e deve ser avaliado como um todo. Mudar a alimentação radicalmente pode trazer problemas ainda mais graves”, diz o nutrólogo Lucas Mendes Penchel. Segundo ele, o consumo indiscriminado do suplemento pode trazer graves consequências. Além do risco de insuficiência de vitamina B1, podem ocorrer hipovitaminoses das vitaminas A, B12, C, D e de minerais como ferro e zinco. A ausência desses elementos pro-

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SAÚDE | ALIMENTAÇÃO Mariela Guimarães

Tiago Mamede

DIETA DO SHAKE BENEFÍCIO É um alimento com alto valor nutricional e baixa caloria, que promove perda rápida de peso e medidas. Também pode ser utilizado para ganhar peso, se aliado a uma dieta específica RISCOS A rápida perda de peso não representa apenas eliminação de gordura, mas também de água e músculos, ou seja, de massa magra, fundamental para a aceleração do metabolismo Quando não aliado a uma boa alimentação, o consumo de shake pode levar à deficiência de nutrientes fundamentais para o organismo, como vitaminas e minerais É importante saber para qual finalidade será o consumo de shake. Assim, evita-se, por exemplo, engordar, ao contrário de emagrecer

Há dois anos, a consultora de moda Raquel Barroso substitui o almoço pelos shakes: “Foi a forma que encontrei para manter o peso depois que tive o meu primeiro filho”

voca desde problemas de visão, falta de concentração, a raquitismo, anemia e osteoporose. “Há casos de pessoas que adquirem doenças metabólicas por carência de macro e micronutrientes que são encontrados somente em alimentos como frutas, verduras e hortaliças”, diz Penchel. Outro fator importante é que o uso prolongado de shakes em substituição às refeições pode levar à desnutrição e à perda de massa magra, e não exatamente à redução de gordura. “O músculo é o nosso tecido ativo e é ele que acelera o nosso metabolismo. A perda desse tecido resultará em um metabolismo mais lento, menos eficiente no gasto de calorias”, explica a nutricionista Fernanda Axer Vieira Pinto. No entanto, quando utilizado da 56 |Encontro

Observe sempre quais são os componentes do produto. Alguns shakes apresentam quantidades exageradas de fibras e sódio, o que pode ocasionar desconfortos intestinais e retenção de líquido

maneira correta, o consumo de shakes pode trazer bons resultados, tanto para perder quanto para ganhar peso. O empresário Felipe Alecrim, de 28 anos, seguiu a receita certa. “Sempre fui muito alto e magro e minha meta era ganhar 10 kg. Então, aliei o shake a uma boa alimentação e a exercícios anaeróbicos. O resultado foi muito positivo”, diz. Por falta de tempo, a bancária Kelly Cristina Gomes da Cunha, de 26 anos, utilizou o shake por um ano seguido. “Quando não tinha tempo de ir a um bom restaurante, optava pela bebida no almoço. Na época, cheguei a perder 13 cm de circunferência abdominal e emagreci 6 kg, mas sempre me alimentando de três em três horas e com um jantar leve”, diz Kelly.

A bancária Kelly Cristina da Cunha chegou a perder 6 kg: “Mas sempre me preocupei em me alimentar de três em três horas e fazer um jantar leve”

Os especialistas alertam que os alimentos jamais devem ser totalmente substituídos, pois são as únicas fontes naturais de vitaminas, minerais, proteínas e carboidratos. Sem falar na mastigação, que é fundamental para ativar enzimas que atuam no intestino. “O mau funcionamento do intestino impacta em ganho de peso, alteração da glicose e surgimento de doenças como azia, gastrites e úlceras”, diz Ana Paula Fidélis, nutricionista funcional. O alto teor de sódio na composição dos shakes de algumas marcas também deve ser considerado. “Nesses casos, o consumo de água é fundamental para auxiliar no funcionamento renal e hepático”, diz a nutricionista esportiva Luciana Angelini Lage. z

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Informe Publicitário

AUXÍLIO EFICAZ NO EMAGRECIMENTO

Uso do balão intragástrico reduz apetite e é um aliado importante para quem quer perder peso

INDICAÇÕES

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colocação do balão é de 20%, em seis meses. “Já tive pacientes que chegaram a perder até 42% do peso total com o uso de balão intragástrico”, revela Dr. Leonardo Salles. Alguns desconfortos para o paciente, como náuseas, vômitos e cólicas são notados nos primeiros dias após a colocação do balão. “O organismo tenta digerir o objeto e, com isso, a válvula que o balão cria dentro do estômago fica mais fechada, ocasionando acúmulo de saliva e suco gástrico”, explica Dr. Leonardo Salles, que recomenda o uso de medicações para suavizar a sensação de adaptação. “Entretanto apenas 2% dos pacientes pedem para retirar o balão. O médico alerta para os cuidados que os pacientes precisam ter para que o processo seja realmente eficaz. “O balão é parte de um tratamento multidiciplinar”. É necessário o devido acompanhamento por parte da equipe multidiciplinar, formada por nutricionista, psicólogo e preparodor físico. Não basta apenas perder peso, temos que ter como foco o tratamento da causa da obesidade, criar uma plataforma de suporte para o paciente, para isso é fundamental que se siga todo o programa, não só pelo período de permanência do balão mas também após sua retirada no período de estabilização do peso, um mês para cada quilo perdido ou dois anos, o que acontecer antes, seguir todo o tratamento é o que assegura que os resultatos sejam duradores e que realmente valha a pena.

Pacientes com IMC acima de 27 (cerca de 10% acima do peso) Após gestações para mulheres com dificuldade para recuperar o peso anterior à gravidez Hipertensão arterial e diabetes em pacientes com sobrepeso. Obesidade na adolescência Redução de risco cirúrgico e anestesiológico

CONTRAINDICAÇÕES Portadores de tumores Dependentes químicos Hérnia hiatal maior que 5cm Insuficiência renal crônica Pacientes que já se submeteram a cirurgias gástricas Úlcera gástrica ou duodenal em fase ativa Varizes de esôfago

Dr. Leonardo Salles de Almeida, especialista em cirurgia do aparelho digestivo e titular da SBCBM

www.imobesidade.com.br

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anter o peso ideal e conquistar um corpo bonito e saudável nem sempre são tarefas fáceis. Os afazeres do dia a dia, o estresse do trabalho e dos estudos e uma série de outros fatores, muitas vezes, acarretam o ganho de alguns quilinhos extras. Quando a pessoa percebe, já ultrapassou o Índice de Massa Corporal (IMC) adequado e, se não tiver cuidado, pode acabar atingindo perigosos níveis de obesidade. Para ajudar no processo de emagrecimento, tem sido cada vez mais comum o uso do balão intragástrico, uma bola de silicone preenchida com 400 ml a 700 ml de soro fisiológico e azul de metileno, e que exclui cerca de 70% do estômago. Inserido no organismo sem a necessidade de cirurgia, o procedimento é feito por meio de uma simples endoscopia. O balão ajuda no controle do apetite e facilita a reeducação alimentar do indivíduo. Dr. Leonardo Salles de Almeida, especialista em tratamento da obesidade tanto com a cirurgia bariátrica como com o uso do balão, com 14 anos de experiência no tratamento da obesidade, diretor do Instituto Mineiro de Obesidade diz; “o uso do balão é muito importante em pacientes que estão no início do ciclo de ganho de peso e bastante eficaz no sentido de se evitar chegar à obesidade mórbida”. A obesidade mórbida é quando o paciente tem acima de 40 de índice de massa corporal (IMC). É necessário tratar a obesidade antes do agravamento do caso. A média de redução de peso após a MÉDICO RESPONSÁVEL

Dr. Leonardo Salles de Almeida

Especialista em cirurgia do aparelho digestivo e obesidade Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia do Aparelho Digestivo (CBCD) Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Videolaparoscópica (Sobracil) Membro Titular da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO) CRM: MG-35183 Rua Fernandes Tourinho, 164, 4º andar, Savassi - Belo Horizonte Tels.: (31) 3377-2155 / 3568-6521 / 9521-1751 9521-1751 www.facebook.com/balaogastrico

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Foto: Cláudio Cunha

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DEZ PERGUNTAS PARA | CARLOS EDUARDO CORRADI

“O preconceito está diminuindo”

Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia diz que os homens estão mais conscientes sobre a importância do diagnóstico precoce do cancer de próstata, mas a incidência da doença ainda é alta ALINE GONÇALVES

Uma doença sem sintomas evidentes, mas que possui um exame para diagnóstico eficiente e rápido. É de se pensar que seria simples identificar o câncer de próstata em seu estágio inicial e, assim, tratá-lo rapidamente. Isso talvez acontecesse se o exame em questão não fosse o toque retal, envolvido no imaginário popular e alvo de piadas e trocadilhos que acabam por gerar vergonha entre os homens e adiar a busca pelo médico. Reverter esse quadro não favorável e colocar a saúde masculina em foco são os objetivos da campanha Novembro Azul, desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), desde 2012, em parceria com outros órgãos. A ideia é conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, o segundo mais comum entre os homens brasileiros, atrás somente do de pele. Mundialmente, esse é o sexto tipo mais comum de câncer, representando cerca de 10% do total, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, o câncer de próstata é o que mais mata os homens no estado: das 10.841 mortes, registradas por neoplasias em 2012, 1.365 foram por essa doença. Para 2014, a estimativa é de quase 8 mil novos casos. Para o presidente do SBU, o médico mineiro Carlos Eduardo Corradi, a divulgação é realmente a melhor saída para desmistificar a doença, seus exames e tratamentos. “Hoje, a mulher vive em torno de 7,3 anos a mais do que o homem porque ela se cuida: precisamos mostrar que ele não é um superser e que também desenvolve problemas de saúde”, diz.

Eugênio Gurgel

1 | ENCONTRO - Por que é fundamental descobrir o câncer de próstata o quanto antes? CARLOS EDUARDO CORRADI – É fundamental des-

cobri-lo o quanto antes porque o índice de cura é de mais de 90% se a doença não tiver se espalhado para outros órgãos. Fazer os exames regularmente é essencial porque este é um câncer silencioso, que não tem sintoma nenhum. Muitos homens pensam que problemas urinários estão ligados à doença. No entanto, é bom esclarecer, em 75% dos casos, esses problemas relacionam-se à hiperplasia benigna da próstata, uma outra enfermidade. No caso do câncer, só surgem sintomas quando o estágio está 58 |Encontro

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DEZ PERGUNTAS PARA | CARLOS EDUARDO CORRADI avançado, e em quase 95% dos casos isso quer dizer que houve metástase (quando o tumor se espalha para outras partes do corpo). Nessa fase, pode haver dificuldade para expelir a urina, sangramento ao urinar e, quando o câncer atinge os ossos, dor na região. 2 | Existe relação entre impotência e câncer de próstata?

Não há relação. O que acontece são dois fatores que acabam coincidindo. Primeiro é a idade: quanto mais idoso, maior a chance de se ter a doença. Se o homem viver até os 90 anos, posso dizer que ele terá câncer de próstata, mesmo que isso não lhe faça mal, que ele não morra em decorrência da doença. Segundo é que a testosterona, o hormônio masculino, diminui no organismo com o aumento da idade, e isso, sim, pode levar à disfunção erétil. A associação, portanto, é essa: as duas coisas acontecem simultaneamente, algumas vezes. 3 | Muitos homens ainda se sentem inibidos para a realização do exame de toque retal. Outros exames podem substituí-lo?

O câncer tem dois exames principais, que são a dosagem de PSA e o toque, mas um não substitui o outro: é preciso fazer ambos associados, já que cerca de 20% do câncer de próstata é diagnosticado apenas pelo exame físico. Se o PSA estiver alterado e o toque der a suspeita de câncer, ainda é preciso fazer a biópsia e exames complementares, como a ultrassonografia. 4 | A partir de qual idade o homem deve fazer o exame de toque retal?

Houve uma mudança na idade indicada. Agora, o exame é recomendado a partir dos 50 anos, uma vez por ano. Chegou-se a essa nova faixa etária a partir da revisão da literatura médica e de experiências no setor. Vale dizer que homens com histórico de câncer na família, negros e obesos devem fazer o exame a partir dos 45 anos. Em relação aos jovens, há casos de homens mais novos com a doença, mas isso é extremamente raro. Eu só tive um paciente de 38 anos, e essa foi a idade mais baixa que vi. 60 |Encontro

5 | Pessoas com histórico familiar da doença, obesos e de pele negra formam grupos de risco?

Exatamente, especialmente se levarmos em conta o critério familiar, com irmão e pai que tiveram a doença anteriormente, por exemplo. No total, cada fator de risco aumenta de três a quatro vezes a incidência do câncer. Negros também são mais comumente acometidos pela enfermidade e, isso é importante dizer, estudos mostraram que o câncer de próstata é mais agressivo nesse grupo. 6 | Em relação a fatores externos, como fumo, álcool e alimentação, quais estão associados ao desenvolvimento da doença?

Diretamente, esses fatores não interferem, mas, como o tabagismo é asso-

A mulher vive em torno de 7,3 anos a mais do que o homem porque ela se cuida” ciado em vários estudos a outros tipos de câncer, é bom evitar o fumo. O mesmo diz respeito à bebida alcoólica, que sabemos que derruba a resistência do organismo. Alimentos gordurosos, sim, podem estar associados. Nos EUA, um dos países onde o câncer de próstata mais aparece, fizeram um estudo recente com a população que consome gordura e essa questão foi indicada. 7 | Há popularmente alimentos, como o tomate, associados à profilaxia. Ele, de fato, ajuda?

Um estudo com 25 mil pessoas nos EUA mostrou que vitamina E e outros índices, anteriormente relacionados à diminuição do câncer, não são, de fato, eficazes, derrubando por terra essas associações. Apenas sabemos que a alimentação rica em gordura não faz bem e aumenta a incidência. Obviamente, no entanto, ter qualidade de vida, pouco estresse e fazer atividade física regularmente são itens que re-

duzem todos os tumores possíveis de acontecer no organismo. 8 | Qual o tratamento mais eficiente?

Para falar de tratamentos, precisamos falar de tipos de câncer de próstata. São três: baixo risco, risco intermediário e alto risco. No primeiro, o tumor se desenvolve bem devagar. No último, desenvolve-se rapidamente, é mais agressivo. Dependendo do tipo de tumor, o médico escolherá o tratamento e isso sempre deve ser discutido com o paciente. Para o de baixo risco, por exemplo, pode-se decidir apenas observá-lo e fazer o controle semestral ou anual, o que chamamos de observação vigilante. Se for de risco médio ou alto, o principal tratamento é a retirada total da próstata – não há retirada parcial, somente do tumor, no caso desse câncer. Outro tratamento possível é a radioterapia, mas é incomum porque o índice de cura é menor. Além disso, se a pessoa fizer a cirurgia e tiver câncer novamente, ela ainda pode passar pela radioterapia, mas o contrário seria mais complexo. 9 | Quais os efeitos colaterais da retirada da próstata?

Qualquer tratamento pode ter efeitos colaterais, mas o urologista é bem preparado, sobretudo em Minas Gerais, para minimizar os impactos. Os principais efeitos são a incontinência urinária e a impotência. No pós-operatório, a incontinência urinária é comum, mas as funções são recuperadas aos poucos. A impotência depende de outros fatores. Se o tumor estiver em estágio inicial ou se o paciente for mais ‘jovem’, com menos de 65 anos, o médico consegue preservar os nervos que dão a ereção e evitá-la. 10 | O que o senhor tem a dizer para homens que deixam de realizar o toque retal por medo de julgamentos sociais?

É um exame como outro qualquer, que não diminui o homem em nada em relação a sua virilidade. É rápido, de 20 a 30 segundos, e fundamental para o diagnóstico. Felizmente, hoje, os homens estão procurando mais os médicos por causa da aceitação social do exame de próstata. O preconceito está diminuindo. z

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PET | CUIDADOS

Sombra, carinho e água fresca Forte calor e baixa umidade do ar registrados neste ano representam riscos à saúde dos animais. Saiba o que fazer para proteger seu amigo e mantê-lo sempre saudável 62 |Encontro

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DANIELA COSTA

Aos 3 anos de vida e já com 45 kg, o que não falta ao rottweiler Juca é disposição para fazer peraltices. Sua principal distração é correr pelo extenso quintal do sítio onde vive, em Macacos, em busca do brinquedo preferido – um pesado pneu de moto que carrega longe atravessado no pescoço. Sempre agitado e brincalhão, Juca já começa a sentir os efeitos do calor. “Percebi que ele diminuiu o ritmo das brincadeiras e parece estar mais cansado. Sua distração agora é brincar com água”, diz o músico Ian Pimenta, dono de Juca. A constante língua de fora, o excesso de salivação, o aumento

dos batimentos cardíacos e a respiração ofegante são sinais de que a temperatura corporal do animal está elevada. Sintomas comuns aos pets nos dias mais quentes, já que eles transpiram somente pela língua, focinho e coxins – almofadinhas das patas –, e que tornam o risco de hipertermia ainda maior, processo no qual a temperatura pode ultrapassar os 42° C. “Nesse caso, pode ocorrer coagulação intravascular, parada cardíaca e edema pulmonar, com alto índice de morte”, diz o veterinário Eduardo Roscoe, da Dog Service. Algumas raças como a de Juca, com tendência a obesidade, sofrem mais com as altas temperaturas. Outras, como o

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Samuel Gê

O músico Ian Pimenta e o rottweiler Juca, de 3 anos, que já sente os efeitos do calor: “Percebi que ele diminuiu o ritmo das brincadeiras e parece estar mais cansado”, conta

buldogue e o pug, têm tendência a problemas respiratórios que se agravam no verão. Atenta, a estudante Luma Lago, de 21 anos, redobra os cuidados com a buldogue francesa Chanel, de 1 ano. “Procuro mantê-la mais quieta e, às vezes, deixo que se refresque com um banho de mangueira”, diz. Já o pug Max, de 3 anos, gosta mesmo é da brisa leve do ventilador. “Para ele não tem coisa melhor nesse calor”, diz o economista Felipe Augusto Costa Vilhena, de 24 anos. Ainda dentro do grupo de risco estão os animais de pelo longo e espesso, os doentes e idosos. E mesmo os saudáveis devem sair para passear em horários restritos, antes das 9h e após as 18h. A

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medida é preventiva e pode salvar a vida do seu pet, seja ele cão ou gato. “A hipertermia pode acometer qualquer animal. Os sintomas mais comuns são tosse, falta de ar, cansaço, língua arroxeada e respiração ofegante”, explica o veterinário Manfredo Werkhauser, da clínica veterinária São Francisco de Assis. Para os dias mais quentes, a dica é usar aparelhos umidificadores de ar, ou até mesmo deixar uma bacia de água no ambiente. Banhos frios de chuveiro, mangueira ou piscina só podem ser dados depois que o animal tiver a temperatura corporal reduzida. Caso contrário, poderá sofrer choque térmico. Uma boa dica é fazer picolé de água ou aplicar

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PET | SAÚDE Alexandre Rezende

FIQUE DE OLHO PARA PASSEAR Os passeios devem ser feitos antes das 9h e depois das 18h Respiração ofegante e língua de fora são sinais de que seu pet precisa de descanso, além de sombra e água fresca Não passeie em locais em que o piso é quente. Isso pode provocar queimaduras nas patinhas do animal Jamais mantenha o animal trancado no carro. A desidratação é fatal A higiene do animal, do ambiente e de seus utensílios e casinhas deve ser redobrada Use produtos específicos para afastar parasitas como pulgas, mosquitos e carrapatos Mantenha dieta com ração de qualidade e água abundante

A estudante Luma Lago redobra os cuidados com a buldogue francesa, Chanel, de 1 ano: “Procuro mantê-la mais quieta e às vezes deixo que se refresque com um banho de mangueira”, diz Tiago Mamede

Evite a proliferação de fungos e bactérias mantendo o animal livre de umidade Não utilize focinheiras fechadas PARA REFRESCAR Banho de piscina é ideal. Mas cuidado com infecções no ouvido Banhos de mangueira, somente depois que a temperatura corporal do animal estiver mais baixa Colocar toalha úmida na cabeça e pescoço do cão diminui sua temperatura corporal O uso de ventilador ou ar condicionado ajuda a refrescar, mas sempre a uma distância razoável A quantidade de banhos pode ser aumentada, mas sem exageros RAÇAS QUE SOFREM MAIS Cães de focinho curto, como buldogue, pug, boxer, shih tzu, lhasa apso e boston, têm mais dificuldade para respirar Cães de regiões frias, como husky siberiano, malamute do Alasca e bernese, sofrem mais com as altas temperaturas Cães de pelo longo e espesso, como sky terrier, lhasa apso e shih tzu, naturalmente sentem mais calor Cães com tendência a obesidade, como labrador, dachshund, pequinês e golden retriever Fontes: especialistas consultados por Encontro

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O economista Felipe Augusto Costa Vilhena e o pug Max, de 3 anos, que gosta da brisa leve do ventilador: “Para ele, não tem coisa melhor nesse calor”, diz Felipe

gelo direto no pelo do cão. Já os felinos adoram água corrente, e ter fontes espalhadas pela casa é uma boa pedida.A higiene do animal, do ambiente e de seus utensílios e casinhas também deve ser redobrada. Isso porque no verão aumenta a proliferação de pulgas, carrapatos e mosquitos – inclusive o palha, transmissor da leishmaniose. Para protegê-los, é necessário o uso de produtos repelentes, coleiras específicas e medicamentos contra parasitas. O banho e a tosa devem

estar sempre em dia, assim como as vacinas e vermífugos. Aos animais sensíveis aos raios UV ou com pelos claros, recomenda-se o uso de protetor solar em extremidades como nariz, focinho e orelhas, para protegê-los do câncer de pele. A dieta deve ser mantida com ração de qualidade, nunca a granel, para não ocorrer o acúmulo de fungos e bactérias que desencadeiam desarranjos intestinais. A água deve ser sempre limpa e abundante. z

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Informe Publicitário Samuel Gê

ZELO E ACONCHEGO PARA SEUS BICHINHOS

As irmãs Mônica e Nathália, que administram o Pimp My Pet, centro de estética e boutique para animais: equipe preparada, equipamentos de última geração e produtos super premium são alguns dos diferenciais

Atendimento personalizado, produtos de primeira linha e muito carinho fazem do Pimp My Pet referência no cuidado de animais em BH

Q

uem possui animais, cães ou gatos, tem uma preocupação. Onde encontrar um lugar que trate os bichinhos com a mesma atenção e cuidado que eles têm em suas próprias casas? Onde encontrar um lugar em que os pets podem ser deixados, sem que o dono se preocupe com a qualidade dos produtos utilizados ou com a competência dos profissionais que irão tratar deles? Em Belo Horizonte, essa pergunta tem resposta: Pimp My Pet. Um centro de estética e boutique para animais que, com menos de um ano de vida, já se tornou referência na capital mineira, por levar aos donos de pets um novo conceito em atendimento, que mescla planejamento e profissionalismo com o amor e a atenção pelos detalhes que todo dono espera para seus bichinhos. Idealizado e administrado pelas irmãs Nathália e Mônica Minzon, o Pimp My Pet, localizado em uma rua tranquila do bairro Funcionários, dispõe de um espaço intimista e aconchegante, para que os donos possam aguardar enquanto seus bichinhos são tratados e embelezados. Enquanto esperam, eles podem conhecer os inúmeros itens da boutique – acessórios, alimentos, petiscos, presentes (para

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pets e donos), brinquedos e produtos personalizados –, escolhidos criteriosamente pelas proprietárias. “Somos apaixonadas por animais, temos desde crianças. Por isso, só colocamos à venda produtos que compraríamos para nossos próprios pets”, explica Nathália. “Além disso, procuramos sempre inovar. Pesquisamos tendências e visitamos feiras e exposições na busca por produtos e conceitos inovadores para nosso espaço. Nossa meta foi criar um lugar aconchegante e, felizmente, temos alcançado nossos objetivos”, completa. Na Pimp My Met, a equipe é treinada para tornar os momentos de banho e tosa prazerosos para os bichinhos. Juntamente com equipamentos de última geração e produtos superpremium, o centro de estética trabalha com toalhas higienizadas individuais, água pressurizada aquecida e ambiente climatizado. Além disso, a gama de tratamentos é completíssima. O cliente pode escolher entre banhos específicos para cada pelagem, hidratação, vinhoterapia, ouro marroquino, clareamento, tonalizantes e tinturas, tatuagens, penteados e patacure. O Pimp My Pet possui um controle rígido e constante no que diz respeito à

qualificação e certificação dos profissionais da equipe. Além disso, semanalmente, o espaço recebe a visita de uma veterinária, que presta consultoria gratuita aos clientes. “É uma preocupação que tivemos desde o início do trabalho. Prezamos muito a nossa formação, bem como a de todos os que colaboram conosco”, comenta Mônica. Perto de verem o Pimp My Pet comemorar seu primeiro aniversário, Mônica e Nathália já fazem planos de expansão. As irmãs pretendem levar o conceito da primeira loja para outros bairros de Belo Horizonte. Todo esse crescimento, contudo, virá atrelado à marca já consolidada do Pimp My Pet: atenção, cuidado, dedicação, esmero e muito amor para os animaizinhos.

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COMPORTAMENTO | ENERGIA

Stand by é desperdício Equipamentos domésticos ligados na tomada em modo de espera consomem mais energia do que imaginamos. Confira o gasto MARCELO ALMEIDA

Foi em uma noite de insônia que a bióloga Kátia Marine percebeu a quantidade de aparelhos eletrônicos em casa ligados na tomada, à espera de um toque para começar a funcionar. A lista de aparelhos que consumiam energia durante todo o período noturno sem serem usados era grande (desde cafeteira elétrica a micro-ondas). Por isso, ela resolveu fazer um teste. Durante 20 dias, a cada noite, desligou manualmente todos os aparelhos, incluindo na lista a impressora conectada ao computador. Só deixou em stand by (modo de espera) o telefone e o portão eletrônico da garagem. Kátia ficou surpresa com o resultado: economia de mais de 15% do

consumo mensal de energia elétrica de toda a residência. A iniciativa da bióloga serve como exemplo. A luz vermelha que indica que os aparelhos estão disponíveis para uso desperdiça energia. “No modo stand by, uma televisão de 29 polegadas consome, em média, 10 W/h. Ligada, gasta menos de 150 W/h. Cada 1000 W/h gastos representam, em média, em R$ 0,61 na fatura mensal”, explica o engenheiro eletrônico Marcílio Sadi. O engenheiro de Soluções Energéticas da Cemig Leonardo Resende Rivetti também alerta que aparelhos no modo de espera têm consumo de energia que fará diferença na conta no fim do mês. “Em stand by, os aparelhos consomem menos do que em uso normal, mas é

como uma torneira pingando 24 horas. Vale ressaltar ainda que os equipamentos mais antigos consomem mais do que os modernos”, diz Rivetti. Os grandes vilões de consumo em hibernação são os receptores de TV e o micro-ondas. Kátia Marine comprovou o desperdício, mas, em nome do conforto, não continuou a desligar os aparelhos além do período de teste. “Se colocar na ponta do lápis, em tempos de medidas de contenção de energia, vale a pena. O problema é a comodidade de só com um toque ligar a TV e assistir, sentado no sofá, ao programa favorito”, diz Kátia. O consumo do modo stand by não é irrisório, destaca o analista de soluções energéticas da Cemig Ranieri Leite. “Por isso, requer mudança de hábito”, diz.❚

CONSUMO CONSTANTE Gasto médio de energia de alguns equipamento domésticos no modo stand by

3 W/h

Cafeteira elétrica

4,5 W/h

Telefone sem fio

2 W/h

Rádio relógio

14 W/h

Ar-condicionado

7 W/h

TV

6 W/h

DVD

8 W/h

Micro-ondas

4 W/h

Impressora

3 W/h

Portão eletrônico Consumo em Watts

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CIDADE | ALIMENTAÇÃO Pedro Nicoli

O teste da

comida

de rua

Percorremos 10 barraquinhas e carros de comidas de BH para provar refeições e quitutes diversos. Comprovamos que há diversidade e os preços valem a pena. Mas a localização e higiene poderiam ser melhores ALINE GONÇALVES

Tem acarajé, lasanha e macarrão. Sabores árabes e mexicanos. Bolos, tapiocas e mais. Onde encontrar tanta variedade? Nas ruas e feiras de Belo Horizonte. Lugar de passagem para a maioria, os espaços públicos da capital congregam grande variedade de produtos alimentícios à venda. Encontro visitou dez deles para conhecê-los, mapeá-los e experimentá-los, em duas semanas de julho e em uma de outubro, totalizando 130 km rodados. O empresário Max Ladeira no carro do Go Pasta Fresh: amigos o chamaram de louco por apostar na ideia

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O Hotel que faltava em Belo Horizonte Mais que encontrar diversidade de produtos, para além das frituras comumente associadas a esse tipo de alimentação, ficou claro, durante as visitas, que os preceitos básicos de higiene são seguidos pela maioria, mas ainda há gente que não usa luvas, touca ou álcool em gel, que, mesmo não sendo obrigatórios, são fundamentais para a tranquilidade do consumidor em relação à segurança alimentar. Outro ponto descumprido, e já deveria ser unanimidade, diz respeito à clara divisão entre quem prepara o alimento e quem recebe o pagamento. Segundo a gerente de Vigilância em Saúde e Informação da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Maria Tereza da Costa Oliveira, o ensino de aspectos como esses é constante. “Para obtenção do documento municipal de licenciamento para comércio ambulante, é preciso que algum funcionário possua capacitação em manipulação de alimentos, ter o alvará sanitário e a caderneta de inspeção e, em caso de veículo, vistoria para transporte do alimento”, explica. As sanções para quem não cumpre os procedimentos são várias, passando de simples advertência a multa e interdição. Outro aspecto positivo encontrado na alimentação de rua de BH diz respeito à agilidade do atendimento. Mesmo quando há muitos clientes, os funcionários não se confudem com os

pedidos e tentam reduzir ao máximo o tempo de espera. Por outro lado, o espaço de funcionamento dos carros de lanches, em geral, deixa a desejar. Sem qualquer preferência de estacionamento, muitos se espremem entre outros veículos, dificultando o acesso à mercadoria. Como a colocação de bancos ou cadeiras é proibida por lei, muitos procuram escapar das sanções estacionando perto de praças. Do ponto de vista econômico, comer nas ruas pode ser uma opção barata: é possível gastar cerca de R$ 15 por uma refeição com suco ou refrigerante. O valor é menos da metade do registrado por pesquisa realizada pelo instituto DataFolha, a pedido da Associação das Empresas de Refeições e Alimentação Convênios para o Trabalhador (Assert), que apontou Belo Horizonte como a cidade com preço mais alto por refeição no horário do almoço, com custo médio de R$ 37,71; no Brasil, o valor é de R$ 30,14. O estudo, divulgado no primeiro semestre, foi realizado em 49 municípios, sendo 21 capitais. Foram coletados dados entre novembro e dezembro de 2013, somando 5.580 valores de diferentes tipos de refeição, como prato feito, por quilo, executivo e à la carte. Com dinheiro (ou cartão de débito) na mão e os olhos atentos à segurança alimentar, é só provar o que a rua tem de melhor. Bom apetite!

Os critérios Foram avaliados 10 locais em diferentes pontos de Belo Horizonte, visitados nos 15 primeiros dias de julho e em outubro, uma vez cada um. A avaliação considerou os seguintes quesitos: HIGIENE Observamos se quem manuseia o dinheiro tem contato com o alimento Se o responsável por produzir a refeição usa materiais indicados para segurança alimentar, como touca, boné e roupa clara Se o descarte dos resíduos é feito de maneira adequada AMBIENTE Se há um espaço agradável, minimamente organizado e com lugar para sentar Vale salientar que o teste não tem validade científica

COMIDA Apesar de ser uma avaliação subjetiva, consideramos aspectos como modo de preparo, como é servido (temperatura, por exemplo), quantidade, proporção de determinados ingredientes e sabor ATENDIMENTO Avaliamos agilidade e domínio do cardápio

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CIDADE | ALIMENTAÇÃO Fotos: Paulo Márcio

Segurança alimentar antes de tudo Alguns pontos que devem ser observados antes de provar um alimento servido na rua De início, avalie as condições gerais da higiene do local, das pessoas envolvidas e, se for o caso, do veículo usado para transportar e armazenar os alimentos. Veja se há insetos ao redor, cuidado com descarte do lixo e se o alimento está protegido da poeira Confira se os alimentos estão armazenados de maneira adequada, em temperaturas que condizem com sua natureza, e se estão dentro do prazo de validade Observe, sempre, se o alimento está com odor, aspecto, cor e gosto normais Veja se os envolvidos no preparo usam pegadores para incluir os ingredientes Observe se a pessoa que manipula o alimento não apresenta nenhum problema de saúde, como tosse ou queimadura

Veja se há um profissional responsável apenas por anotar os pedidos e manipular o dinheiro. Mesmo que ele use um saquinho, ou guardanapo, o ideal é que não tenho contato com as notas Fonte: Gerência de Vigilância em Saúde e Informação da Secretaria Municipal de Saúde de BH

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Quibes individuais ou em porções, falafel (bolinho frito de grão-de-bico), tabule, coalhada e conservas de berinjela. Todos esses itens da culinária árabe ganham a agradável rua Carandaí, bem ao lado do Colégio Arnaldo, nas manhãs de sábado, graças à habilidade de Vânia Alcici, que comanda a barraca árabe. Filha de libanês e também casada com descendente de libaneses, seu comércio começou a partir da sugestão de um cunhado, quando a feira ainda ocupava a Praça da Liberdade, nos anos 1980. O marido, que é engenheiro, fica responsável por cuidar do caixa, enquanto ela frita os itens que produz nos dias anteriores. Os filhos se revezam no atendimento, junto a funcionários, e também administram o bar que a família montou com funcionamento às quintas e sextas. “Eu gosto mesmo da feira. Sinto uma tristeza quando chove e não conseguimos vir”, diz Vânia. Como o espaço é compartilhado, é possível usar qualquer mesa do local, bem como o garçom “coletivo”, que atende aos pedidos para qualquer uma das 17 barracas. O quibe é o item mais procurado na de Vânia, e não é para menos: a massa tem sabor delicado, que combina bem com a coalhada. O prato árabe pequeno vem com um pão sírio além das pastas de grão-de-bico com tahine, quibe cru, tabule, coalhada e berinjela em conserva, com destaque para o azedinho dessa última.

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A utilização de vestimentas brancas não é obrigatória, mas é preciso observar se a roupa dos comerciantes está limpa. O uso de touca é recomendável, mas no caso de pessoas com cabelos curtos pode ser substituída por bonés ou turbantes, por exemplo. A máscara também é indicada, mas, se o profissional não fala durante o preparo, pode ser dispensada

SABORES DAS ARÁBIAS

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O uso de luvas não é obrigatório, mas é recomendado para que o manipulador dos alimentos se proteja. Caso a pessoa use, veja se ela sempre troca o par. Caso não use, observe se lava as mãos sempre (o uso do álcool em gel substitui com equivalência água e sabão)

Quibes e pratos árabes, com pastas como coalhada, no ponto: sabor fresco e autêntico é o diferencial da barraquinha que fica na Feira Tom Jobim

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A maionese só pode ser oferecida em sachês individuais, devido ao risco de contaminação por Salmonella, um gênero perigoso de bactérias. Outros molhos como catchup, porém, não têm essa obrigatoriedade

Onde comer: Barraca Árabe da Feira Tom Jobim

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CIDADE | ALIMENTAÇÃO

Saiba mais O que diz a legislação municipal

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Belo Horizonte possui legislação específica em relação à normatização sanitária: Lei 7.031/1996. As penas variam de advertência, apreensão/inutilização do produto, suspensão da sua venda ou fabricação; interdição, cancelamento do registro, cancelamento do Alvará de Autorização Sanitária, até interdição do estabelecimento e/ou multa No caso de funcionamento sem registro e sem alvará, por exemplo, a multa é de R$ 2.271,20. No caso de produtos vencidos ou alterados, de R$ 5.678

Ainda de acordo com o Código de Posturas de BH (Lei 8.616/2003), artigo 143, a mercadoria não pode ficar exposta em caixote ou assemelhado colocado no passeio ou via pública. Segundo essa legislação, também não é permitida a venda ambulante de alimento em cesto, baú, tabuleiro ou qualquer outro recipiente similar Constatada alguma irregularidade, o consumidor pode e deve denunciar pelo número 156 ou pelo www.pbh.gov.br/sac Massas preparadas em caixinhas são o atrativo da comida servida no Go Pasta Fresh & Gourmet: em quatro pontos da cidade

Perfil do negócio

TEMPEROS NA MEDIDA

Confira como se desenha o mercado de comida de rua em BH

65%

aceitam cartão de débito ou crédito

80%

funcionam há mais de cinco anos

30% possuem mais de um ponto móvel

90%

possuem empregados

65%

têm a venda na rua como única fonte de renda

Depois de abrir uma casa na Savassi, o empresário Max Ladeira foi chamado de louco pelos amigos quando disse que inauguraria também um carro para servir suas massas artesanais e molhos. O processo para conseguir a licença por pouco não chegou a desanimá-lo, mas há seis meses ele passou a circular com sua Kombi em quatro pontos de BH, no horário do almoço. No momento, Max fica no veículo com a ajuda de dois auxiliares – ele prefere fazer a produção dos pratos no ponto móvel, pois a equipe da loja física já está acostumada à rotina. No dia da visita, uma segunda-feira, o carro estava estacionado na avenida Raja Gabaglia, próximo ao número 3.600, no Estoril. Os clientes formam fila, escolhem um dos sabores de molhos, pagam, pegam uma ficha e aguardam rigorosos dois minutos (tempo de cozimento do fusili, cronometrado). Os 450 g do produto vêm em simpáticas caixinhas e com um garfo plástico de boa qualidade. O fusili com ragu de cordeiro é bastante saboroso, com temperos na medida e carne desfiada que quase se desmancha, mas acabou saindo do cardápio. “O Go Pasta nasceu com o slogan de democracia da boa comida, e é isso que eu quero praticar”, diz Max.

Onde comer: Go Pasta Fresh & Gourmet

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CIDADE | ALIMENTAÇÃO Samuel Gê

Saúde e sabor aliados: Aparecida Arruda, a Tantinha, apresenta seus bolos e quitutes feitos sem adição de açúcar

Apostando no simples que dá certo, cachorro-quente servido no Gutierrez privilegia produtos de boa qualidade e poucas “invenções” na receita

RECEITAS DE QUITUTES

CACHORRO-QUENTE A GOSTO

Tradicional ponto de vendas de plantas às sextas-feiras, na rua Carandaí, no bairro Funcionários, a Feira das Flores quase não possui barracas de alimentos: são apenas quatro. Uma, a de número 15, é comandada por Aparecida Arruda, conhecida como Tantinha. Há seis anos, ela serve itens que privilegiam o aproveitamento total dos alimentos, com uso de talos, cascas, sementes. Os bolos de cenoura e de banana possuem o sabor bastante pronunciado: dá para realmente sentir o gosto da fruta. O mesmo pode-se dizer do suco de inhame com limão. Também é possível notar, no paladar, que os produtos são frescos, feitos poucas horas antes de serem servidos – eles não têm adição de açúcar ou conservantes. O negócio é uma das ramificações do Ervanário São Francisco, que Tantinha e a família comandam há 20 anos, com foco nas plantas medicinais. Atrás de tratamento alternativo para um dos filhos que vivia doente, ela aprendeu sobre as ervas e plantas, e acabou desenvolvendo receitas de quitutes. Hoje, também as serve em eventos e ensina o preparo em universidades e em festas, devido ao contato que mantém com organizações não governamentais similares. E o filho, que se curou, administra tudo.

Em meio a muitos carrinhos de cachorro-quente, por que alguns se tornam mais conhecidos que outros? Para Flávio Gonçalves, o Flávio Doguinho, que comanda há 22 anos seu ponto, no Gutierrez, o segredo é o atendimento. “A pessoa passa por tanto estresse durante o dia que nós temos uma função de escutar, de dar atenção”, diz. Nem por isso, há descuido no preparo do produto carro-chefe. Os ingredientes, dá para sentir ao experimentar, são de qualidade, o que faz a diferença. O preço variável, de acordo com a escolha de mais ou menos ingredientes, também é atrativo. O Rottweiler, que leva pão, frango desfiado, molho, salsicha, queijo, vinagrete, milho e batata, é o mais caro. Ocupando um recuo da calçada, há ainda vantagem de o carrinho estar em espaço coberto. No dia da visita, dois funcionários se revezavam no atendimento e no preparo dos produtos. No entanto, em alguns momentos, não ficava claro quem era o responsável por receber o dinheiro. Em média, são 100 cachorros-quentes vendidos diariamente, incluindo os que são entregues em casa, já que o local tem serviço de delivery. Onde comer: Flávio Doguinho

Onde comer: Barraca 15 da Feira das Flores

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CIDADE | ALIMENTAÇÃO

Espaguete feito na chapa com direito a muito bacon: há quase 20 anos é assim o preparo do produto servido na Pampulha

A Tapioca Três Irmãos é sucesso na av. Augusto de Lima: é só abrir a porta do carro que uma fila de clientes aparece

O SEGREDO É O MOLHO

VALE POR UMA REFEIÇÃO

Os clientes chegam em carros e motos, e ocupam um dos banquinhos da praça Alberto Dalva Simão, conhecida como Praça de Iemanjá, perto da Lagoa da Pampulha. Eles estão lá por apenas um motivo: o espaguete na chapa servido por Márcio Novy, há 13 anos no mesmo local (de mercado, são 17). Não há mais nada ao redor, além das casas do bairro Bandeirantes. Marcinho, como é conhecido, começou em portas de faculdade, trabalhando até de madrugada, algo que não faz mais. Hoje, ele estaciona no mesmo espaço, esquenta a chapa e prepara o prato, com molho shoyu, queijo, bacon e frango, além dos cachorros-quentes. “Faço tudo. De dia, lavo vasilhame, preparo o macarrão, limpo o carro”, conta Márcio. No atendimento, ele tem a ajuda de uma auxiliar, responsável por anotar os pedidos e receber o pagamento. O macarrão é servido bem quente, em marmitinhas com suporte de plástico que ajudam a segurá-las. A porção, que chega ao local fracionada, precozida e embalada em saquinhos, é generosa, bem como os demais ingredientes que compõem o prato. O diferencial é mesmo o molho shoyu, além de itens que Marcinho não revela. Como ele usa a mesma chapa para fritar o bacon, entre um macarrão e outro, o espaguete fica um pouco mais gorduroso que o desejável, mas não compromete o sabor final.

A tapioca não é um produto comum em BH, apesar de estar cada vez mais popular. Os irmãos Adelson, Ademilson e Denise de Oliveira lembram que quando começaram a oferecê-la, na porta da PUC Minas, no Coração Eucarístico, muitos sequer sabiam o que era. “Só apareciam pessoas de outras cidades que já tinham provado”, diz Adelson. Talvez por isso o ponto não vingou e, há uma década, eles migraram para a avenida Augusto de Lima, perto do Fórum Lafayette. Hoje, estacionam o veículo sempre por volta das 13h (aos domingos, ficam na Feira de Artes e Artesanato da Afonso Pena) e mal conseguem abrir as portas da Fiat Strada sem que os clientes formem fila. Todos estão interessados em sabores que vão da simples muçarela com presunto até a de coco com doce de leite. Independentemente do tipo, elas são feitas na hora, em uma das quatro frigideiras de ferro. A de muçarela com frango e peito de peru vale por uma refeição e tem sabor bastante equilibrado, com carne preparada com temperos diversos, mas é preciso comê-la rapidamente, já que a massa endurece com facilidade. A de coco com leite condensado e chocolate fica bastante macia mesmo minutos depois do preparo, porque a calda umidifica a massa. Ponto positivo também para o uso de chocolate meio amargo, que evita um sabor adocicado em demasia.

Onde comer: Marcinho Macarrão Gourmet

Onde comer: Tapioca Três Irmãos

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CIDADE | ALIMENTAÇÃO

O negócio dos tacos já rendeu frutos: de barraquinha, passou para carrinho; agora, casal empreendedor também possui loja física

Os famosos acarajés da barraca da Lu: nascida na Bahia, ela os frita pessoalmente enquanto os familiares ajudam no atendimeto

À MODA DO MÉXICO

ATÉ OS BAIANOS APROVAM

A empresária Letícia Alvim tinha 21 anos quando conheceu o mexicano Pedro Márquez pela internet, sete anos atrás. Depois de poucos encontros, o romance deu frutos: a barraca de tacos TáComTudo, na feira do conjunto Celso Machado, no bairro Castelo, foi o primeiro. Hoje, o casal se divide entre o carro e a Taquería, ambos com a mesma proposta. “Eu era funcionária da prefeitura e pedi exoneração quando vi o negócio dando certo”, diz Letícia, que comandava, no dia da visita, o ponto. Outros dois funcionários trabalhavam na manipulação dos alimentos e atendimento. É tudo bem ágil. O taco não demora a ficar pronto. Mais difícil é arrumar um banquinho para se sentar, já que são poucos, espremidos na estreita calçada que recebe a estrutura da feira. As opções podem ser simples, como o taco de carne com queijo e muçarela; ou pomposas, como o Tácomtudo, com queijo, muçarela, carne, bacon, cebola e pimentão. Ambos servidos com guacamole (molho de abacate com limão), pica de gallo (molho de tomate com cebola, coentro e limão) e salsa roja (molho apimentado, de tomates). O melhor dos tacos é o preparo artesanal, com massa macia. A medida exagerada de recheio traz alguma dificuldade em comê-los sem deixar uma parte cair no chão. O sabor é apimentado na medida mexicana e, por isso, é melhor ter cautela na salsa roja se quiser sentir os demais ingredientes.

Duas vezes ao mês, um grupo de oito pessoas de Feira de Santana (BA) vem a BH para fazer compras na Feira de Artes e Artesanato da avenida Afonso Pena. Chegam de madrugada, comem vários acarajés, visitam algumas barracas e voltam para fazer uma marmitinha antes de partir. A escolha dos baianos e de muitos mineiros para provar a iguaria é a barraca da Lu, apelido de Lucimar Rodrigues. Ela nasceu em Canavieiras, na Bahia, mas mudou-se para a capital mineira quando tinha 8 anos. Ainda criança, acompanhava o pai em sua barraca (também de acarajé). Há 18 anos, Lucimar conseguiu licença e abriu o negócio, que se tornou o sustento da família. Em meio a diversas outras barracas que servem a iguaria, Lu se destaca pelo turbante rendado e a bata branca rodada, que lembra o traje de uma baiana do Pelourinho. No dia da visita, as duas filhas ajudavam atendendo os clientes, além do marido, dois funcionários e da própria Lu, que frita os bolinhos de feijão-fradinho a todo momento, deixando o espaço ao redor bastante quente. Quem não se importar com o calor pode experimentar o acarajé ali mesmo, em pé, após pagar e retirar uma ficha. Apesar de submerso em óleo, ele fica bastante sequinho e crocante, mas o molho de vatapá poderia ser apimentado, como nas receitas originais. Há molho de pimenta adicional, vale dizer.

Onde comer: TáComTudo

Onde comer: Acarajé da Lu

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CIDADE | ALIMENTAÇÃO

Todos os produtos servidos por dona Ivanir Rodrigues, a dona Nica, são feitos na casa da proprietária, na véspera da feirinha

Massas quentinhas na madrugada: horário de funcionamento é um dos grandes diferenciais da Usina da Massa

PAMONHAS BEM QUENTINHAS

LASANHA DA MADRUGADA

É o programa das quintas-feiras desde 2009 para os médicos Silvério Garcia, Daniel Drumond, Daniel Castro e o empresário Fabiano Borges, que se encontram sempre na Feira Modelo da Savassi para conversar, beber cerveja e provar alguns dos quitutes. A barraca escolhida como “ponto de apoio” também não varia: é a de Ivanir Rodrigues, a dona Nica. Aos 78 anos, ela não cogita largar o ofício e semanalmente vai ao local para atender aos diversos clientes assíduos, como o grupo de amigos. No total, são 40 anos trabalhando na rua (18 só na Savassi). Hoje, os seis filhos ajudam, mas eles se revezam entre esse ponto e outros dois, de espetinhos, no Santa Tereza e na Feira de Artes e Artesanato da Afonso Pena. Geralmente, na Savassi, ficam dois auxiliares, que cuidam de receber o dinheiro e a ajudam a abrir as pamonhas, cozidas na palha do milho e servidas quentinhas – são o produto mais procurado. A doce é servida com leite condensado e canela; a salgada, bem amarelinha, vem com pedaços de um saboroso queijo de Minas no meio, mas incomoda o fato de a massa não ser previamente peneirada. Vale dizer, ainda, que não há espaços para sentar e que a feira costuma ficar lotada de um público que usa o espaço como happy hour ou para paquerar.

No alto da Afonso Pena, depois da praça Milton Campos, na Serra, um Fiorino estaciona há 17 anos, logo depois das 22h. Antes mesmo de chegar, há pessoas procurando por ele. O motivo: a lasanha servida diariamente, até o fim da madrugada. Há cinco anos o negócio foi vendido pelo fundador e assumido por João Paulo Rocha, que já era sócio. Ele nem sempre está presente no ponto, deixando a coordenação a cargo de três funcionários responsáveis por assar as massas preparadas durante o dia por três cozinheiras. Um deles é Marco Antônio Costa, que anteriormente era cliente e hoje coordena o ponto. “Faça chuva ou tempestade, sempre estamos aqui”, diz. O forno a gás consegue preparar até quatro unidades juntas, e foi suficiente para atender o movimento no início da noite de uma quinta-feira. Após dez minutos esperando, foi possível provar a opção de frango com catupiry, a mais pedida. A lasanha vem quente, borbulhando mesmo, mas é preciso comer rápido se não quiser que ela fique fria por causa do forte vento da região. A massa feita no dia, que não chega a ser congelada, é o destaque, bem como a capa de queijo crocante que se forma por cima. Os talheres, de plástico, podiam ser mais fortes, já que quebram com facilidade durante o corte da massa.

Onde comer: Barraca da Nica

Onde comer: Usina da Massa

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CIDADE | ALIMENTAÇÃO O TESTE DA COMIDA DE RUA NOME

FUNCIONAMENTO

CARDÁPIO

CARTÕES

BARRACA ÁRABE

Aos sábados, das 8h às 18h, na Feira Tom Jobim - avenida Carandaí, entre avenida Brasil e rua Ceará, Santa Efigênia

Quibes (R$ 4,50, unidade); miniquibes com coalhada (R$ 16, dez unidades); prato árabe com um pão e pastas de quibe cru, coalhada, tabule, grãode-bico com tahine e berinjela em conserva (R$ 9)

De débito e de crédito

GO PASTA FRESH & GOURMET

Segunda e sexta, na Av. Raja Gabaglia próximo ao nº 3.600, no Estoril; terças, na praça da Assembleia (rua Rodrigues Caldas com rua Araguari) no Santo Agostinho; quarta, na avenida Brasil esquina com rua Padre Rolim, no Santa Efigênia; e quinta, na rua Alvarenga Peixoto, Santo Agostinho – sempre das 11h30 às 14h

Fusili preparado com molho quatro queijos, ragu de frango ou bolonhesa (R$ 10, cada um); molho de queijo de minas com linguiça e couve (R$ 13, cada um). Servidos em caixinhas com 450 gramas

De débito e de crédito

BARRACA 15

Às sextas, na Feira das Flores, rua Carandaí, esquina com avenida Brasil, no bairro Santa Efigênia, das 8h às 15h30

Bolos diversos, como de fubá, milho verde e cenoura (R$ 2, a fatia); sanduíches naturais (R$ 3,50, a unidade); pão integral artesanal (R$ 4,50, a unidade); empadinhas de legumes (R$ 2, duas unidades); sucos naturais (R$ 1, 200 ml)

Não aceita

FLÁVIO DOGUINHO

Diariamente, na avenida Francisco Sá, 1.007, Gutierrez, das 18h à 1h

Cachorro-quente (R$ 4,50, com pão, salsicha e molho; a R$ 7,50, pão, frango desfiado, molho, salsicha, queijo, vinagrete, milho e batata); sanduíches (R$ 5,50, pão, dois queijos e dois presuntos; R$ 14,50, pão, picanha, queijo, ovo, bacon, alface, tomate, milho e batata)

De débito e de crédito

MARCINHO MACARRÃO GOURMET

De terça a sábado, na Alameda dos Coqueiros com avenida Santa Rosa (sentido Lagoa da Pampulha), próximo à praça Alberto Dalva Simão (praça Iemanjá), na Pampulha, das 18h30 à 0h

Macarrão com bacon, queijo e frango (R$ 10, a porção) e cachorro-quente (R$ 5, a unidade)

Não aceita

TAPIOCA TRÊS IRMÃOS

De segunda a sexta, das 13h às 19h, na avenida Augusto de Lima, altura do nº 1.454, Barro Preto, próximo ao Fórum Lafayette

Tapiocas (preços variam entre R$ 5,50 e R$ 12)

Não aceita

TÁCOMTUDO

Às terças, na rua Castigliano, ao lado da igreja Padre Eustáquio, no bairro Padre Eustáquio; quarta-feira, na av. dos Engenheiros, em frente ao nº 1.400, Conjunto Califórnia, no Alípio de Melo; quinta-feira, na Feira do Conjunto Celso Machado, na av. Heráclito Mourão de Miranda (antiga Atlântida), Castelo; e na sexta-feira, na av. dos Clarins, em frente à torre 3, Conjunto Califórnia, no Alípio de Melo – sempre das 18h30 às 22h30

Tacos (preços variam entre R$ 8 e R$ 10) e quesadilha (R$ 8)

Só débito

ACARAJÉ DA LU

Às quartas-feiras, na Feira da Assembleia, no bairro Santo Agostinho, das 16h às 22h. Aos domingos, na Feira de Artes e Artesanato (praça de alimentação central), na avenida Afonso Pena, no centro, das 5h às 14h

Acarajé sem casca de camarão (R$ 10, a unidade); acarajé com casca de camarão (R$ 9, a unidade); acarajé com recheio de pasta de frango (R$ 9, a unidade) e espetinho de camarão (R$ 8)

Só débito

BARRACA DA NICA

Às quintas-feiras, na rua Tomé de Souza, esquina com avenida Cristóvão Colombo, na Savassi, das 12h às 22h

Milho verde (R$ 4, a unidade); pamonhas doce e salgada (R$ 5, a unidade); mingau de milho verde (R$ 4, o potinho)

Só débito

USINA DA MASSA

De segunda a quarta, das 22h30 às 4h; quinta a sábado, das 22h30 às 6h; domingo, das 20h às 4h, sempre na avenida Afonso Pena, altura do nº 3.357, Cruzeiro

Lasanhas (R$ 11); espaguete à bolonhesa ao forno (R$ 8); minipizza (R$ 5)

Só débito

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HIGIENE

AMBIENTE

ATENDIMENTO

NOTA

Quem finaliza os alimentos não usa touca ou proteção similar: mesmo para quem tem cabelo curto, especialistas em segurança alimentar recomendam sempre o item

Agradável, com local para que o cliente se sente e sombra das árvores

Bastante saborosa e com temperos na medida

Como o garçom é coletivo na feira, pode demorar um pouco para ver o cliente

4,25

Há pia e álcool em gel; resíduos não ficam expostos

Por estar estacionado próximo a uma praça, foi possível utlizar os bancos do local; no entanto, a área pode estar bem cheia

Bastante saborosa e em porção generosa

No dia da visita, o atendente estava estreando na função e, por isso, não tinha domínio do cardápio

4,25

Não há pia ou álcool em gel visíveis

Não há lugar para se sentar e o espaço é área de passagem de clientes em busca das roupas vendidas pelas barracas próximas

Empadinha de legumes certamente seria melhor quente

Ágil e com conhecimento dos produtos

4

Não fica claro quem é o responsável por receber o dinheiro

Espaço localizado em lugar movimentado, mas coberto e com cadeiras

Ingredientes bem selecionados

Atencioso e ágil no preparo do alimento, mas confuso no pagamento

4

Não há pia ou álcool em gel visíveis

Banquinhos da agradável praça onde o veículo estaciona não são suficientes para o movimento em todos os momentos

Saborosa, mas, como o bacon é preparado na mesma chapa do macarrão, a massa fica com um pouco mais de gordura do que o necessário

Ágil e com domínio, mas, como se usa a mesma chapa para fritar o bacon, o cliente pode ter de esperar um pouco mais

4

Quem faz o preparo não tem contato com o dinheiro, usa touca e máscara; álcool em gel usado com frequência, inclusive por quem manuseia as notas

Área bastante movimentada, sem lugar para se sentar

Comida com sabor equilibrado; uma tapioca vale por um almoço

Em alguns momentos, o carrinho fica lotado e é preciso esperar pelo preparo em pé

4

Como o produto é de difícil manuseio, área ao entorno do carro fica suja

Área total da feira ocupa apenas uma estreita calçada, na beira de uma avenida muito movimentada

Muito boa, mas alguns ingredientes, como o bacon, têm sabor escondido pelos molhos

Ágil e com domínio do cardápio

Atendentes misturam função de preparar alimento e servi-lo; não há pia, nem álcool em gel visíveis; chão ao redor com resíduos de comida com o passar das horas

Local barulhento e quente por causa da fritura e da própria localização da barraca; não há lugar para que o cliente se sente; área de passagem movimentada

Falta pimenta na massa do vatapá, certamente para se adequar ao paladar mineiro em geral

Um pouco confuso quando há muito movimento

3

Não há distinção clara de quem recebe o pagamento e quem finaliza o produto; não há pia ou álcool em gel visíveis

Área pequena e muito movimentada; não há lugar para que o cliente se sente

A massa poderia ter sido peneirada antes do preparo da pamonha

Ágil, porém não fica claro quem cumpre a função na barraca

3

Funcionários responsáveis por assar os itens não usam roupas claras e outros equipamentos recomendados pelas boas práticas de segurança alimentar

Carro fica situado em região de vento, que pode esfriar o prato em minutos; não há outros comércios próximo e o isolamento passa sensação de insegurança

Saborosa, mas o queijo usado para gratinar poderia ser de melhor qualidade

Pode demorar bastante se o movimento estiver um pouco maior

Os itens foram avaliados de 1 a 5 estrelas: fraco regular

COMIDA

bom

muito bom

2,75

ótimo

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VIDA DIGITAL | ALYSSON LISBOA alisboa@editoraencontro.com.br

TRANSFORMANDO SUCATA EM CONHECIMENTO Liberato Silva tem 11 irmãos, mas apenas ele conseguiu passar do 6º ano do ensino fundamental e cursar uma faculdade. Nascido em Jaboatão dos Guararapes (PE) e hoje com 48 anos, ele começou a estudar tarde, aos 20 anos. Mudou-se para Belo Horizonte para mudar também o seu destino e fazer a diferença na vida de jovens alunos. Cursando pedagogia, atualmente é professor de robótica educacional e trabalha com sucata eletrônica para desenvolver projetos pedagógicos em escolas como a Fundação Torino, Colégio Izabela Hendrix, Colégio Tiradentes, entre outros. Liberato recebeu um convite e embarcou no fim do mês passado para mostrar seu trabalho na Stanford University, terceira melhor universidade do mundo, em São Francisco (EUA). Ele conversou com Encontro em evento promovido pelo Museu das Minas e do Metal durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

Liberato: “Quando estou em sala de aula percebo que os alunos não querem que ela termine. Isso é gratificante”

OLHO VIVO NOS FOCOS DE INCÊNDIO Com o clima seco, os incêndios em vegetação tornam-se cada vez mais comuns. Conseguir identificar os focos rapidamente pode reduzir, significativamente, a área atingida pela queimada. Pensando nisso, o professor Hani Camile, do Departamento de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolveu um sistema de monitoramento em parceria com a Cemig que possibilita aos usuários da internet identificar sinais de fogo e de fumaça. Serão instaladas câmeras nas linhas de transmissão e aproveitadas as imagens geradas por equipamentos já instalados. O material será enviado em tempo real para o Corpo de Bombeiros. A partir de dezembro será possível acompanhar as imagens via internet diretamente do site da Cemig.

Eugênio Gurgel

TRÊS PERGUNTAS PARA | LIBERATO SILVA 1) Como começou o seu trabalho com sucatas eletrônicas? Eu ministrava aulas de sistemas no Izabela Hendrix em 2007, quando a escola trocou todos os computadores. Sobraram muitos equipamentos e então comecei a utilizar os periféricos e juntar peças para produzir coisas em sala de aula. Depois fui buscando aplicação para elas, sempre com o foco no conhecimento aplicado em sala de aula. 2) E qual é a reação dos alunos e o que você ensina a eles? Quando terminam as oficinas, eles continuam em sala. Não querem estudar uma disciplina teórica. Eu aplico ensinamentos na área da geometria, matemática, história e geografia usando sempre a robótica na construção dos temas. Outra coisa que ensino é a utilização básica dos equipamentos de medição. Os alunos, por exemplo, usam a régua apenas para fazer traços nos cadernos e muitos nunca a usaram para medir o tamanho dos objetos, e eu faço isso. 3) Como você observa a educação no Brasil hoje? O importante é a escola ensinar o aluno a aprender. Quando um professor me passa um texto para ler, eu quero descobrir de onde aquela informação foi retirada e ler mais. O aluno tem de ir além do básico, do que o professor pede em sala de aula. Temos de estimular a criatividade e a procura por informação. Hoje o aluno tem a ferramenta na mão, o celular pode entregar tudo a ele. Meu pai, lembro-me, voltava triste para casa depois do trabalho porque as ferramentas ficavam na fábrica. Hoje é diferente.

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APPS Alexandre Rezende

CAPITAL VOLTA NO TEMPO “A minha vida é esta: subir Bahia, descer Floresta...”. O trecho do samba de Rômulo Paes convida a um passeio pela ruas do centro, e exatamente isso é o que propõe o projeto Pró-memória da Câmara Municipal de BH, lançado no dia 13 deste mês. O Passeio virtual Belo Horizonte 1911 é um aplicativo que permite conhecer algumas ruas e observar a paisagem da cidade no início do século 20. O trabalho foi idealizado por Guilherme Avelar e Rafael Guimarães, ambos funcionários da Câmara. Segundo Avelar, a proposta é fazer com que os jovens se interessem pela história da cidade. O usuário do aplicativo terá disponível trechos que vão da Praça da Estação até a Praça da Liberdade; rua da Bahia até a Praça da Liberdade e avenida Afonso Pena até a rua Carandaí. A maior parte do percurso é percorrida a pé, mas alguns trechos podem ser explorados de bonde ou charrete. Para embarcar, visite o site: www.cmbh.mg.gov.br/pro-memoria e bom passeio! Divulgação/CMBH

TIPPZ Quem nunca tomou prejuízo na hora fechar e dividir a conta no bar? Pois é. O rateio, quase sempre, não é um momento tranquilo, mas o Tippz quer tornar a tarefa menos chata. Você cadastra quem está na mesa, inclui o consumo e fecha a conta. Simples assim!

ADOTE PETS Aproximar gente que procura animais para adoção e os doadores. Essa é a proposta do aplicativo, um classificado de anúncios, que mostra informações gerais sobre os bichanos. Qualquer pessoa pode divulgar cães e gatos para adoção.

METROBH Para não perder o trem, você agora tem na palma da mão os horários de partida do metrô com todas as estações de Belo Horizonte. O aplicativo permite ainda que você receba uma notificação no celular para alertar sobre os horários de chegada.

Você conhece algum aplicativo legal? Envie sugestão para a gente.

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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br

MACHO E FÊMEA Para os brasileiros que foram ao Salão do Automóvel de Paris no mês passado, a maior novidade no estande da Fiat foi o SUV Renegade, que será produzido na fábrica pernambucana da Fiat. Mas a estrela maior é mesmo o

500X, derivado do icônico Cinquecento e construído sobre a mesma plataforma do Renegade. É um SUV/crossover mais “refinado”, de estilo mais suave, que será produzido na Itália. Os comentários nos corredores da mostra pa-

risiense é que se tratavam dos exemplares masculino (Renegade) e feminino (500X) de um mesmo automóvel. A Fiat afirma categoricamente que o 500X, apesar da base idêntica ao Renegade, não será produzido no Brasil.

Divulgação

URUCUBACA A história da fábrica mineira da Mercedes-Benz parece um daqueles pesadelos que não têm fim. Começou no final do século passado com o Classe A, um dos primeiros investimentos naquele período de boom, quando de uma hora para outra o setor pulou de quatro marcas para mais de uma dezena. A produção do Classe A durou só até 2005 e, daí para a frente, foram só planos e palavras vãs. Depois, foi o anúncio de produção do smart ForFour, projeto que não vingou não apenas aqui, como no mundo. Em se-

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guida, passaram a montar em território mineiro o CLK e, depois, o C, para exportação. Também durou pouco. O espaço passou então a ser usado como espécie de “porto seco” que, via porto de Vitória, recebia todos os importados que eram internados a partir de Juiz de Fora. Mais recentemente, a unidade se transformou em fábrica de caminhões, com a produção de dois modelos. Agora, isso também foi cancelado. A produção foi para a fábrica de São Bernardo do Campo e, por en-

quanto, o complexo da Zona da Mata se limitará à pintura das cabines dos caminhões que aqui eram produzidos. Nem mesmo como porto seco as instalações de Juiz de Fora são mais utilizadas. Esse papel cabe agora à nova fábrica de automóveis da Mercedes-Benz em Iracemápolis, interior de São

Divulgação

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Divulgação

CARONA ORGANIZADA

APIMENTADO Em ação paralela ao esforço de fazer crescer as vendas do Up!, que chegou com preço alto e decepciona em vendas, a VW resolveu investir no Fox. Apresenta no Salão do Automóvel de São Paulo (de 30 de outubro a 9 de novembro), como modelo conceitual, a versão apimentada do modelo, o Pepper. Com visual exclusivo e conteúdo diferenciado, o carro tem apelo esportivo. Com configuração de série

Paulo, que recebe os importados a partir do porto de Santos (SP). Com isso, perde também o porto de Vitória (ES). Os mineiros, principalmente os da Zona da Mata, clamam por solução definitiva. Afinal, foi com muito incentivo fiscal e dinheiro público que a fábrica mineira de JF se tornou realidade.

do Novo Fox Highline, traz mais soluções de segurança, como Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) e o controle de tração (TC e ASR). O modelo conceitual é equipado com o novo motor 1.6l MSI de até 120 cv, da família EA211, com quatro válvulas por cilindro, e com a nova transmissão manual de seis marchas. Seu lançamento comercial vai depender da aceitação pelos visitantes do Salão.

O sistema SYNC ApplLink, que equipa o Novo Ka, passa agora a oferecer mais uma ferramenta: a pesquisa de estacionamento. É o LetsPark, que foi homologado pela Ford, e pode ser baixado gratuitamente para sistemas iOS ou Android no www.letspark.com.br. O aplicativo busca estacionamentos nas proximidades do veículo, informando preços e horário de funcionamento.

Quem não pegar a onda dos carros compartilhados (ou car sharing) vai ficar a ver navios. O sistema está se alastrando rapidamente na Europa. A Peugeot, que desde 2009 já tem seu próprio sistema, o MU/ Peugeot Rent, anunciou agora mais uma investida na área. O grupo francês tornou-se acionista da Wedrive, primeiro serviço de car sharing, que visa facilitar os deslocamentos cotidianos entre o domicílio e o trabalho. A tecnologia permite aos inscritos participar de uma comunidade de transporte personalizada, juntamente com seus colegas, vizinhos e amigos que fazem o mesmo trajeto. Acessível a partir de um smartphone, o serviço permite a escolha da pessoa com quem compartilhar o veículo (condutor ou passageiro), o contato, o encontro, a organização do trajeto e a partilha das despesas. Com a entrada da PSA na sociedade, a Wedrive se prepara para internacionalizar seus serviços. Divulgação

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VEÍCULOS | LANÇAMENTO

para poucos Rolls-Royce lança o Wraith no mercado brasileiro. O modelo é o mais potente produzido pela marca e chega aqui ao preço de R$ 3,2 milhões FÁBIO DOYLE

O Wraith, derivado coupé do Ghost e mais potente Rolls-Royce já produzido, chega agora ao mercado brasileiro ao preço de R$ 3,2 milhões. Os carros italianos têm no design o seu forte, os alemães mostram a excelência da engenharia, mas nada mais fleumático do que os britânicos, com os Rolls-Royce (RR) pairando de forma soberana sobre todos eles. São automóveis que transpiram luxo, nobreza e até certo ar de mistério, com seus nomes fantasmagóricos – Phantom, Ghost, Wraith.

Este último acaba de chegar ao Brasil. Com o Wraith – fantasma, espectro, alma penada, segundo o dicionário Exitus Britannica –, a Rolls-Royce une soluções até então impossíveis de estarem juntas. O estilo consegue ser ao mesmo tempo clássico, arrogante e até prepotente, sem deixar de ser atual e, com esse modelo, esportivo. Trata-se do único fastback (cupê) de quatro lugares do Brasil e o mais potente RR já produzido na história da marca, que teve início há 109 anos. Por trás da grade do Wraith está um motor de 6,6 litros V12 turbo alimentado, que fornece 624 cv de potência com 800 Nm de torque e permite acelerar de zero a 100 km/h em 4,6 segundos. O seu desempenho é o de um esportivo, mas está longe de ser um GT tradicio-

nal. Ele recebeu uma série de soluções tecnológicas, que permitem fazer dele um carro de acelerações “nervosas”, sem no entanto anular a sensação de estar andando em um “tapete mágico”, que é parte do DNA da RR. O Wraith estreia o conjunto motopropulsor “mais inteligente” já utilizado em um RR, que inclui a aplicação de tecnologias de vanguarda, como a transmissão assistida por satélite (SAT). Esse sistema processa os dados GPS para antecipar o próximo movimento do motorista e selecionar automaticamente a marcha adequada para a etapa seguinte do caminho. Com isso, evitam-se trocas de marchas desnecessárias, aumentando a sensação do “tapete mágico”, de “flutuar no ar”, além de garantir condução dinâmica. No acesso ao interior pelas portas que se abrem para a frente e se fecham ao apertar de um botão, a sensação é a de estar entrando em um iate de luxo. É um espaço de muito conforto para quatro ocupantes, que estarão envoltos por um interior impactante, com acabamento em couro natural. O revestimento utiliza também madeira Canadel e os indicadores de velocidade e de reserva de combustível são da cor de sangue, que “insinuam agilidade, velocidade e rendimento”. Para completar a exuberância, ao olhar para cima, a tapeçaria do teto

Wraith tem curva acentuada do teto, que confere personalidade esportiva sem anular o estilo britânico clássico que não pode faltar a um Rolls-Royce. No interior exuberante, revestimento em couro natural e madeira Canadel: beleza e conforto para quatro ocupantes

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POTENTE E SOFISTICADO Conheça detalhes do Rolls-Royce Wraith DIMENSÕES Comprimento Largura Altura (sem carga) Entre-eixos Diâmetro de giro Capacidade do porta-malas (DIN) Peso sem carga (DIN)

5.269 mm 1.947 mm 1.507 mm 3.112 mm 12,7 m 470 l 2.360 kg

MOTOR Tipo motor/ cilindros/válvulas V/12/48 Alimentação Injeção direta Potência 624 cv a 5.600 rpm Torque máximo 800 Nm a 1.500-5.500 rpm Velocidade máxima 250 km/h (limitada) Aceleração de 0 a 100 km/h 4,6 s CONSUMO DE COMBUSTÍVEL Cidade 4,71 km/l Estrada 10,20 km/l Consumo combinado 7,14 km Emissões de CO2 327 g/km Fonte: Fabricante e Via Itália

traz o brilho das estrelas: são 1.340 luzes individuais diminutas de fibra ótica tecidas à mão por artesãos. Os compartimentos foram projetados para guardar de tudo, inclusive mesas feitas especialmente para iPads. A iluminação interna oferece combinações com focos e intensidades para diversos tipos de situação, desde luz para reuniões de negócios, leitura e até encontros românticos. O Wraith foi construído com carroceria monobloco de aço, ou seja, não existe separação entre chassi e carroceria. As vantagens dessa estrutura é que ela permite redução nas medidas externas e maximização do espaço interno, explica Helmut Riedl, diretor de engenharia. Na parte frontal, a camada é dupla para abafar o ruído do motor. A configuração do chassi e suspensão foi adequada à proposta de esportividade do Wraith, tendo sempre em mente não abrir mão do rodar “tapete mágico”. Em comparação com o RR Ghost, sedã do qual deriva, o eixo traseiro é 24 mm mais largo, a distância entre eixos é 183 mm menor e o centro de gravidade está mais próximo ao solo, com a redução da altura em 50 mm. O sistema de conectividade do Wraith faz jus a um RR. É de última geração. O GPS e o sistema de telefonia podem ser operados manualmente ou por comando de voz, com a novidade para o uso do GPS, que pode ter os destinos acionados com o motorista ainda fora do carro. Para isso, basta transferir a ordem para o aplicativo Rolls-Royce

Connect usando seu iPhone ou iPad. Quando chegar ao veículo, basta só acionar o motor que tudo estará pronto e definido. As informações de trânsito são atualizadas a cada três minutos. Outra inovação é a possibilidade de, por meio de ordens ativadas por voz, enviar mensagens de correio eletrônico diretamente do carro. O motorista precisa apenas falar para “ser escrito” automaticamente o conteúdo da mensagem. Ao terminar, bastar dizer “Enviar a mensagem a Fulano de Tal” que a operação será completada. O sistema reconhece vários idiomas. O sistema de som do Wraith tem capacidade de memória de 20,5 Gb, o que permite armazenar cerca de 5.700 músicas, utilizando a entrada USB ou as conexões para iPod ou iPad, além do sistema Bluetooth. O som do Wraith tem amplificadores de 18 canais ativos e 18 alto-falantes, com potência máxima de saída de 1.300 W. No aspecto segurança, o sistema avançado de gestão de impactos e segurança (ACSM) utiliza sensores que realizam 2 mil medições por segundo. Uma combinação de cintos de segurança com limitadores de força e airbags inteligentes frontais e laterais atua para a proteção em casos de impactos. As tecnologias de segurança chegam também ao sistema de iluminação, com soluções para otimizar a visão noturna, reduzir riscos e garantir a integridade física dos ocupantes e dos pedestres e ao sistema de freios, que garantem frenagens mais eficientes. Está equipado também com uma série de câmeras que permite o controle sobre o que se passa ao redor do carro. z

Fotos: Divulgação

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ENCONTRO INDICA | JOÃO POMBO BARILE MÚSICA | SHOW

Dudu Leal/divulgação

O projeto Cordas, Gonzaga e Afins será apresentado em BH, dia 21 de novembro, às 21h, no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 420, centro). O espetáculo reúne a cantora Elba Ramalho, o grupo instrumental SaGRAMA, o quarteto de cordas Encore, o baterista Tostão Queiroga e os sanfoneiros Beto Hortis e Marcelo Caldi. O projeto, que homenageia a obra do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, também comemora os 35 anos de lançamento do primeiro álbum de Elba. Por que ir: O show, com 22 canções, contagia o público, que não fica parado. No repertório, músicas de Gonzagão como Algodão, Assum Preto, Braia Dengosa, Sabiá e Que Nem Jiló. E ainda traz sucessos de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

MÚSICA | SHOW II Outra opção para quem gosta de música boa é o show de Zeca Baleiro e Zélia Duncan, nos dias 21 e 22 de novembro, às 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (rua Carijós, 258, centro). Os dois dividem o palco e interpretam canções do repertório afetivo de cada um. Os ingressos, que podem ser comprados na bilheteria do teatro ou no site www.compreingressos.com, custam a partir de R$ 70. Por que ir: É sempre bom ouvir canções como Se Acaso me Quiseres, na voz de Zélia, e parcerias inéditas dos dois cantores, como Escancarado. Élcio Paraíso/divulgação

INFANTIL | ESPETÁCULO

Caio Gallucci/divulgação

E esta dica é para a criançada: chega à cidade o espetáculo Palavra Cantada sem Pé nem Cabeça, o Musical. A montagem, que celebra os 20 anos de carreira da dupla Sandra Peres e Paulo Tatit, traz no elenco atores, cantores e bailarinos, e narra a aventura dos personagens Pauleco e Sandreca. A trama é acompanhada de 17 músicas cantadas ao vivo. O show acontece no dia 15 de novembro, às 16h, no Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro) e os ingressos, que custam a partir de R$ 25, podem ser comprados na bilheteria do teatro ou no site www.ingresso.com. Por que ir: As canções de Paulo Tatit e de Sandra Peres, muito criativas e inspiradas, agradam também aos adultos.

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ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO I

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO II

Niura Bellavinha traz a BH a exposição Em Torno da Luz, mostra dividida em duas partes. A primeira é um conjunto de obras antológicas da artista e apresenta diferentes olhares sobre a pintura. O segundo segmento apresenta um inédito média-metragem, intitulado NháNhá. Projetado em uma parede de 15 m, o vídeo coloca diante do observador a pintura em processo. A exposição fica em cartaz até 4 de dezembro no Oi Futuro (av. Afonso Pena, 4.001, Serra), com entrada franca. Por que ir: Uma das mais interessantes artistas da sua geração, mineira de BH, Niura trafega com maestria por diversas linguagens, como a pintura, o desenho, a fotografia, o filme e a performance.

Bracher – Pintura & Permanência é o nome da mostra que acontece, de 12 de novembro a 12 de janeiro de 2015, no Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários), com entrada franca. A exposição é uma retrospectiva da carreira do consagrado pintor mineiro Carlos Bracher e reúne 86 obras (como esta pintura, intitulada Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões), além de performances ao vivo do artista. Por que ir: Boa oportunidade para conhecer um pouco mais a obra de Bracher, um dos mestres da pintura brasileira.

Shirley Fraguas/divulgação

Blima Bracher/divulgação

LITERATURA | BIENAL DO LIVRO

Daniel Mansur/divulgação

Novembro é mês da Bienal do Livro Minas. Em sua quarta edição, o evento reúne nomes consagrados da literatura brasileira, que agradam a todas as tribos. De Silviano Santiago a Paula Pimenta, o evento promete colocar a leitura de pais e filhos em dia, com intensa programação. A Bienal acontece até 23 de novembro, no Expominas (av. Amazonas, 6.030, Gameleira). Os ingressos custam a partir de R$ 5, à venda na bilheteria. Informações e programação completa no site www.bienaldolivrominas.com.br. Por que ir: Ótima chance para ver e ouvir autores como o jornalista Lira Neto, que acaba de lançar o terceiro livro da elogiada trilogia sobre Getúlio Vargas, ou o escritor Paulo César de Araújo, autor da biografia censurada de Roberto Carlos.

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS Fotos: Alexandre Rezende

A artista Maria Eugênia Simões e sua obra contemporânea: temática abrange a condição humana, presa ao tempo, e desigualdades sociais, como o trabalho infantil

Reflexões de Maria Artista plástica mineira usa aquarela, acrílico, renda e madeira para retratar o cotidiano e fazer questionamentos sociais. A série Menor Abandonado já foi exposta nos Estados Unidos e na França 94 |Encontro

AMANDA ALEIXO

Uma vida de inquietude e reflexões sobre os problemas humanos fez das obras da artista plástica mineira Maria Eugênia Simões um espelho da realidade social brasileira. Temas como o trabalho infantil, por exemplo, foram retratados na série Menor Abandonado, exposta nos Estados Unidos e França. O tempo, os homens e o cotidiano são as principais fontes de inspiração da artista, sempre antenada ao mundo contemporâneo. A atual fase profissional de Maria reflete, mais uma vez, o mergulho da artista nas nuanças da condição humana – uma experiência que, agora, une tempo, renda e madeira. Parte da nova série de seu trabalho, intitulada Tempo e Renda, usa o acrílico e a aquarela para representar situações que permeiam a existência humana, como desilusões e perdas, sobre uma tela modificada com cortes de renda. Segundo ela, o tempo representa o transitório e os acontecimentos irremediáveis e a renda, uma transformação constante do cotidiano. “Esses elementos assumem significados simbólicos. Enquanto o tempo traz a pressão do dia a dia, a renda reflete a suavidade e o equilíbrio necessários para lidar com os problemas”, explica a artista. Na obra,

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS

Detalhe do trabalho da artista: peça em madeira com situações e elementos que remetem aos conflitos diários e a sentimentos como solidão e perda

o tempo é quase sempre retratado por relógios e engrenagens. A outra obra da série é uma novidade até para o acervo de Maria. Pinturas no interior de pequenas caixas de madeira flertam com memórias do ser humano e mostram o domínio que ela tem na execução de detalhes e miniaturas. Para a artista, a experimentação traz resultados diferentes e podem surpreender. O trabalho vem agradando ao público e recebendo convites de exposição em todo o páís – o que tem deixado Maria à vontade para trabalhar mais nesse estilo. Maria viu-se cercada pela arte desde menina. Cresceu em meio a pinturas clássicas assinadas pela mãe e por móveis esculpidos pelo pai. O interesse pela arte começou nos concursos escolares de desenhos, e o talento foi lapidado na sala de aula da Escola de

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Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde fez a graduação e conheceu Álvaro Apocalypse e Amilcar de Castro – artistas que marcaram a década de 1970. Entre uma referência e outra, ela encontrou a identidade de suas obras frequentando o ateliê de Miguel Gontijo e Léo Brizola. “Depois de meu convívio com eles, comecei a sentir a arte muito mais livre em relação ao meu fazer”, conta. Essa liberdade aproximou Maria da linguagem contemporânea e as obras ganharam contrastes de objetos opostos – como arame farpado e madeira, utilizados na série Menor Abandonado. Agora, para as próximas produções, ela planeja criações inéditas em torno das temáticas de sempre: sociais e humana. Afinal, o olhar crítico e a alma inquieta sempre a direcionam na busca de um mundo melhor. z

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Informe Publicitário Shutterstock / Divulgação

O resultado favorável depende da escolha do tratamento mais adequado para cada caso

CLAREAMENTO DENTAL

A odontologia dispõe de soluções para diversos fatores que causam manchas e escurecimento dos dentes. O resultado é um belo sorriso

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m belo sorriso com dentes claros e brilhantes sempre foi valorizado, pois tendemos a associar essa condição à beleza, saúde, juventude e cuidados com a higiene pessoal. Dentes escuros, manchados ou excessivamente amarelados não só prejudicam a beleza do sorriso. Em certos casos, vão muito além, comprometendo a autoestima do indivíduo. A coloração natural dos dentes nem sempre agrada, pois a dentição humana apresenta variação de cor e tonalidade. Algumas pessoas apresentam dentes amarelados, enquanto em outras eles são acinzentados. Além disso, à medida que envelhecemos, nossos dentes sofrem um processo progressivo de escurecimento. Inúmeros pigmentos contidos nos alimentos penetram no esmalte dental alterando a cor dos dentes, que passam a ficar mais escuros. Diversos outros fatores também causam manchas ou escurecimento nos dentes: placa bacteriana, cálculo dental, cáries, alterações na polpa dental, degradação de materiais restauradores, fluorose, defeitos na formação do esmalte ou dentina, uso de tetraciclinas, traumatismo dental, fumo, etc. Esses fatores podem afetar um único dente, que se destaca perante os demais devido ao contraste de cor, alterando a estética do sorriso, ou pode ser generali-

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zado, afetando toda a dentição. Para cada um desses problemas, a odontologia dispõe de uma solução. Um diagnóstico adequado, com a identificação da origem do problema, é essencial para a escolha da abordagem mais adequada. Em certos casos, é preciso a associação de diversas técnicas para se conseguir um resultado ótimo. Algumas modalidades de tratamento: - Profilaxia com jato de bicarbonato e ultrassom: remove o cálculo dental (tártaro), a placa bacteriana e manchas decorrentes do fumo. Eficaz na resolução do manchamento causado por corantes, quando esses ainda encontram-se em baixas concentrações e localizados superficialmente no esmalte dental. - Clareamento dental: são técnicas de branqueamento através da utilização de agentes clareadores que penetram nos tecidos dentais – esmalte e dentina. O clareamento pode ser feito no consultório odontológico ou em casa. No caso do clareamento caseiro, o agente clareador é aplicado com a utilização de uma moldeira, dispositivo semelhante a um protetor bucal esportivo. A moldeira é confeccionada pelo dentista e, por ser individualizada, adapta-se perfeitamente à arcada dental de cada paciente. Essa adaptação precisa é muito importante, pois garante um escape mínimo do agente clareador e assim evita a degluti-

ção do mesmo. O clareamento caseiro é acompanhado pelo dentista através de consultas periódicas durante o processo. O profissional saberá indicar o tipo e a concentração do agente clareador, levando em consideração características próprias de cada paciente. O acompanhamento é importante para evitar problemas que podem ocorrer durante o tratamento, por exemplo, um clareamento heterogêneo, e assim garante o melhor resultado possível. - Facetas de porcelana: São finas lâminas coladas na superfície frontal do dente. Estão indicadas para os casos em que as técnicas de clareamento não são efetivas ou resolvem apenas parcialmente – como é o caso do manchamento por tetraciclina. As facetas têm também outras indicações, como a correção de dentes com formas não estéticas e o fechamento de espaços entre os mesmos.

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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br

O mito precoce Divulgação

O cinema do diretor David Fincher sempre supera expectativas. Fincher tem um método particular, diabólico, do mesmo quilate do mestre Hitchcock, de manipular as cenas e as escolhas tomadas por suas personagens, sempre entregando aos poucos os reais propósitos e a verdade defendida no seu roteiro. Isso possibilita que o público ao longo da projeção, quase sempre superior aos convencionais 120 minutos, crie as suas ideias na solução dos suspenses. Entramos, por sorte, num circo de dubiedades, assumidamente sombrio, regido pela cabeça subversiva de Fincher, desde a sua grande aparição com Seven – Os sete crimes capitais (1995), passando pelos frenéticos Clube da Luta (1999) e Zodíaco (2007), até chegar ao seu auge, a adaptação americana do best-seller Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2011). O novo filme do diretor, Garota Exemplar (Gone Girl), que obedece aos princípios praticados por David Fincher, é um tremendo sucesso de público e crítica. A adaptação do livro de Gillian Flynn, feita pela própria autora, nos envolve no transe de sempre, estudado pelo cineasta, que se propõe ludibriar, dar certezas e, por fim, surpreender o espectador. Um ambicioso projeto que tem à frente do seu elenco o premiado homem de cinema Ben Affleck, consagrado por Argo, já um mito na história de Hollywood, na mesma proporção, grandeza e carisma de lendas como James Stewart, Cary Grant e Marlon Brando, todos ao seu devido tempo e encantos, a cara síntese do cidadão médio norte-americano. A trama é conduzida a partir do desaparecimento de Amy Elliott Dunne (a fantástica Rosamund Pike), a “Amy Exemplar”, conhecida e amada por toda a América, em razão de uma série de livros infantis criada por seus pais, 100 |Encontro

Ben Aflleck e Rosamund Pike, em cena do filme Garota Exemplar: sucesso de público e crítica

que ficaram famosos e milionários, escrevendo sobre o desenvolvimento, as gracinhas e as traquinagens da filha prodígio. O marido, Nick Dunne (Ben Affleck), é o avesso de Amy. Caipira assumido e sem grandes ambições, arrasta a mulher, acostumada com as delícias da ilha de Manhattan, para uma pequena cidade no estado do Missouri, quando a matriarca Dunne é diagnosticada com um câncer avançado. O casamento começa a degringolar e, principalmente, pelos tropeços e descuidos de Nick, a cidade, a mídia e, óbvio, o público que acompanha começam a desconfiar que o marido resolveu matar sua mulher. Ben Affleck, apesar das controvérsias, é a escolha perfeita para o anti-herói do longa-metragem de David Fincher. Seu rosto, sua postura e até mesmo seu cinismo canastrão servem ao padrão do homem acomodado e ao mesmo tempo infeliz e sufocado pelo casamento com uma intelectual admirada. Fora

que Ben é um intérprete que faz jus às escalações que recebe, como o exemplo recente do lindíssimo e contemplativo Amor Pleno, do cerebral diretor Terrence Malick. Porém, justiça seja feita: no novo thriller de David Fincher, quem dá as cartas é a “garota exemplar”. A atriz inglesa Rosamund Pike desponta como a grande surpresa e revelação neste momento do cinema americano. Sua desenvoltura, controle e preparo para um papel dificílimo credenciam-na para todos os prêmios na temporada 2015, além dos convites para novos projetos à altura de seu, até então, desconhecido talento. Vale menção, ainda, a aposta bem-sucedida de Fincher em chamar o ótimo Neil Patrick Harris, como um problemático ex-namorado de Amy. Neil Patrick, muito bem aproveitado na Broadway e na televisão dos Estados Unidos, merece, há bastante tempo, o mesmo espaço nas telonas. z

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POLÍTICA | MARKETING

Galera do

barulho

Clipe Cotidiano Petista: paródia da música Cotidiano, de Chico Buarque, gravada pela Turma do Chapéu

Conhecidos como Turma do Chapéu, quem são os cinco jovens mineiros que ajudaram a fazer do WhatsApp a ferramenta mais inovadora desta eleição MARINA DIAS

Na década de 1970, uma famosa máxima atribuída ao cineasta Glauber Rocha, “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, demonstrava o poder da inventividade, mesmo com pouco orçamento. Na era dos smartphones, nada mais verdadeiro e atual. Que o digam os mineiros Gabriel Azevedo, Alberto Lage, Sam Jovana, Marcel Beghini e Guilhermina Abreu, membros da chamada Turma do Chapéu, grupo de jovens apoiadores do PSDB que vem atuando de forma inovadora na política mineira desde 2010. Com uma ideia na cabeça – combater boatos contra Aécio Neves durante a campanha presidencial – e um celular na mão (além da conexão de internet), fizeram uma das mais criativas estratégias destas eleições presidenciais. Ao criar um site em que desmentem boatos sobre o então candidato do PSDB, aeciodeverdade.com, no início de outubro, ficaram pensando em como poderiam torná-lo conhecido e 102 |Encontro

acessado. O WhatsApp seria uma ferramenta natural, pois já vinha sendo a vedete da campanha, com correntes, informações e peças publicitárias sendo compartilhadas o tempo todo. E quem melhor do que o próprio candidato para chamar os eleitores para acessar o endereço? Gravado no celular de Gabriel Azevedo, fundador da Turma, o vídeo, de caráter amador (com o próprio político segurando o aparelho), mostra Aécio dirigindo-se diretamente ao usuário do aplicativo – “ei, pessoal desse grupo de uatizápi” – e chamando para o site criado pelos meninos. O vídeo viralizou (espalhou-se rápida e espontaneamente entre usuários) e cumpriu muito bem o papel de tornar o site conhecido. Em três dias, o endereço teve 3 milhões de acessos e, em seis, recebeu 7 mil e-mails com boatos a serem desmentidos. “Vimos o que as pessoas estavam querendo. Todo mundo nessa campanha estava se comunicando via WhatsApp, conversando sobre as eleições e se

mobilizando por lá. Enquanto isso, as equipes de marketing estavam preocupadas em fazer belas peças de vídeo para o YouTube”, diz Gabriel Azevedo. A estratégia fez barulho, e a campanha de Dilma Rousseff até pediu liminar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para retirada do ar do endereço eletrônico criado pela Turma, o que foi negado, por se tratar de iniciativa de jovens sem maior profissionalismo, registrada no nome de um simpatizante – no caso, Alberto Lage, membro mais jovem da trupe. Segundo especialistas em mídias sociais, estratégias como essa funcionam, porque falam bem a língua da mídia utilizada, e ninguém melhor do que jovens conectados e politizados para fazer essa mistura. “O grupo de WhatsApp é o meio em que você está acostumado a conversar com amigos e parentes. Quando o candidato entra nesse ambiente e fala diretamente para você, a mensagem se torna mais

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ALBERTO LAGE, 20 ANOS Estudante de direito

GUILHERMINA ABREU, 21 ANOS Estudante de direito

GABRIEL AZEVEDO, 28 ANOS Jornalista, publicitário e graduado em direito; é subsecretário da Juventude do Estado de Minas Gerais

SAM JOVANA, 23 ANOS Designer gráfico

MARCEL BEGHINI, 22 ANOS Estudante de direito

Fotos: Cláudio Cunha

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POLÍTICA | MARKETING íntima. É quase uma conversa olho no olho, e isso instiga o debate e a troca de opiniões”, diz Luciana Andrade Gomes, analista de mídias digitais e professora do mesmo tema na Uni-BH e Una. “A proposta é inovadora porque sai da mesmice, foge aos padrões das respostas formatadas e prontas”, diz. A ideia agradou também ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que elogiou a “bola dentro” e estrelou, ele mesmo, noutro vídeo do grupo em apoio à campanha. “Considero a Turma do Chapéu embrião da democracia futura, pois representa a essência de novo sistema político, um modelo que valorize a livre manifestação dos jovens, não os amordace nem os queira enquadrar”, afirma em entrevista exclusiva o sociólogo, fã declarado do grupo. “Não se trata apenas de novo discurso, mas também de novas linguagens e nova mídia.” De fato, a possibilidade de atuar politicamente de forma mais livre (apesar de todos serem simpatizantes do PSDB) atraiu muitos dos membros para essa turma, que, em seu DNA,

já tinha a criatividade e inovação. O fundador, Gabriel Azevedo, antes de formar o grupo (e, na época, filiado ao PSDB), já tinha sido o responsável pelo vídeo em que Geraldo Alckmin, na campanha presidencial de 2006, agradece aos integrantes de sua comunidade no Orkut – sendo que dirigir-se exclusivamente para usuários da internet era algo que ainda não havia sido feito por políticos do país. Gabriel e amigos interessados por política fizeram material para internet, inclusive vídeos de bastidores, em todas as campanhas seguintes. Em 2010, pensaram em filmar as pessoas presentes no comício de lançamento da candidatura de Antonio Anastasia à reeleição e, para se encontrarem de forma fácil na multidão, combinaram de usar chapéu. Foi assim que o próprio Anastasia batizou a turma, já que, do alto do palanque, perguntou: “O que é essa turma do chapéu aí embaixo?”. Segundo Gabriel, essas ações irreverentes foram conquistando as pessoas e a Turma foi ganhando espaço.

“Muitos jovens se interessaram pelo movimento e começaram a aderir. O pessoal queria fazer parte disso”, conta ele, hoje subsecretário da Juventude do Estado de Minas Gerais, convidado pelo então governador Anastasia. No ano seguinte, entraram no grupo os estudantes de direito Alberto, Marcel e Guilhermina, que foram selecionados entre 1 mil jovens inscritos para fazer parte do projeto Chapéu na Estrada. Rodaram todas as capitais do Brasil em dois meses, verificando como estava a realidade dessas cidades e como andavam as promessas do governo federal feitas nas eleições de 2010. Logo depois, a sete-lagoana Sam, designer gráfico e tuiteira de plantão, quis entrar para a Turma e também foi aceita. “Eu gostava dessa forma de militância, sem engessamento”, afirma ela. De tão pouco engessada, os meninos têm dificuldade em definir o que é a Turma. Dizem que não possuem ligação com o partido e que, dos cerca de 50 jovens que estão ou já passaram

LINHA DO TEMPO Evolução das campanhas on-line

1992

1996

Surgem as primeiras experiências na disputa presidencial norte-americana entre Bill Clinton e George Bush. Os websites eram basicamente compostos de textos, com poucos recursos gráficos

YES, WE CAN

O e-mail toma forma como principal meio de comunicação na internet. Candidatos começam a usar e-mails para mandar mensagens personalizadas. É o início também das doações de campanha online e dos fóruns de debate político on-line

2008

A campanha presidencial de Barack Obama, nos Estados Unidos, consagra definitivamente o uso de redes sociais, principalmente o microblog Twitter. Obama utiliza as redes para estimular eleitores democratas a fazerem doações para a campanha e arrecada cerca de US$ 500 milhões. Obama também utiliza canais oficiais no YouTube, onde disponibiliza cerca de 2 mil vídeos, e no Flickr, onde postou mais de 20 mil fotos de campanha.

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2000/2001 A internet ainda aparece com poucos incrementos. Os sites são utilizados para abrigar informações sobre a biografia de candidatos, propostas de campanha e algumas poucas sondagens de opinião pública

2009 A legislação brasileira (Lei 12.034/09) permite, pela primeira vez, a utilização de redes sociais e blogs para campanhas políticas

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pelo grupo, apenas 5% são filiados. Também não fazem questão de homogeneidade ideológica. “Acho que, usados os termos da moda, poderíamos ser chamados de um coletivo em rede, sem hierarquia, de jovens que fazem militância política independentemente de partido ou de autorização”, diz Alberto. O colega de grupo Marcel lembra que todos defendem a reforma política, mas cada um acredita que ela deva ser uma forma diferente. Um consenso entre todos é de que fazem conteúdo ativista de qualidade, basicamente para a internet, e, com frequência, valendo-se do humor para passar sua mensagem. Exemplos não faltam, como o recente clipe de paródia da música Cotidiano, de Chico Buarque (Cotidiano Petista), outro viral desta campanha. A despeito da irreverência, os políticos demonstram gostar da atuação da trupe. O senador eleito Antonio Anastasia é um deles. “Desde 2010, quando tiveram papel ativo na minha campanha, eles realizam trabalho muito inovador”, diz. “Com entusias-

mo e interatividade, além da linguagem jovem e moderna, sabem colocar em pauta os assuntos de interesse da sociedade”, afirma. As novas configurações e formas de participação política são reflexo do que cientistas políticos já haviam percebido há tempos, que é falta de identificação das pessoas (especialmente jovens) com a atual forma de representação. “A política representativa tem passado por crise entre repre-

sentantes e representados, daí as manifestações de 2013 e as demandas de reforma”, diz o doutor em ciência política e professor da PUC Minas Malco Camargos. “Os partidos deveriam ser o principal canalizador das demandas da sociedade para a classe política, mas não o fazem de forma eficiente.” Como não é possível agradar a gregos e troianos, especialmente na política, a trupe não escapa de críticas e acusações, sendo uma delas a

Gabriel Azevedo e Fernando Henrique Cardoso: vídeo de apoio à candidatura de Aécio Neves gravado na casa do ex-presidente

Fonte: Consultores políticos e de redes sociais

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WEB 2.0 2004 Sob a plataforma Web 2.0, a internet avança. O e-mail ainda é a principal forma de atrair eleitores. O ano marca também o início da divulgação de sites de candidatos por meio de redes sociais. Os blogs começam a ser testados. Nos Estados Unidos, a disputa presidencial entre Al Gore e George Bush mobiliza cerca de 500 mil eleitores na web

2010 O Twitter vira a estrela da campanha presidencial brasileira entre os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PSDB). Serra faz uso maciço do microblog

2013 O número de usuários ativos de internet no Brasil chega a 53,7 milhões de pessoas, segundo o Ibope Media

Os blogs passam a ser ferramentas cada vez mais importantes dos sites de campanha. O uso das redes sociais se intensifica para alcançar e mobilizar eleitores

2014 O WhatsApp vira a grande estrela das campanhas para governador e presidente da República. O rápido compartilhamento, o número de pessoas alcançadas e o fato de ser uma “zona” sem legislação própria fazem circular, pelo aplicativo, desde fotos de candidatos e mensagens a críticas e vídeos direcionados a públicos específicos NOVEMBRO DE 2014

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POLÍTICA | MARKETING de que seriam todos endinheirados e “filhinhos de papai”. Sobre isso, a turma prefere não dar corda. “Se ficarmos contando nossas histórias e nos explicando, contribuiremos para esse debate e reforçaremos esse discurso, que é raso”, afirma Guilhermina. A jovem estudou em escola pública durante toda a vida e cursa faculdade por meio do ProUni. “É indiferente o fato de ser rico ou pobre. Não é isso o que interessa”, diz. A vitória da presidente Dilma nas eleições deste ano não abateu os meninos, que pretendem continuar com a Turma e com suas ações criativas e inusitadas. “Já são quatro anos de ativismo, nossa atuação nunca dependeu de eleição. Reconhecemos o papel do processo eleitoral, mas sabemos que a política acontece o tempo todo”, afirma Alberto com o celular em mãos, e dedos fervendo no WhatsApp.

Q Foto do local

O vídeo de Aécio Neves que mais bombou: “Ei, pessoal desse grupo de uatizápi”

Militância petista não ficou pra trás Além de vídeos de políticos e artistas declarando seu apoio aos candidatos, uma das estratégias de destaque nestas eleições foi a disponibilização de números de WhatsApp para que interessados se cadastrassem para receber material de campanha, iniciativa do site Muda Mais, um dos endereços da campanha de Dilma Rousseff. Nele, os números eram, inclusive, diferentes para cada região do país, com conteúdo direcionado, entre textos informativos, peças gráficas de propaganda, vídeos de acompanhamento dos debates, etc. Para a analista de mídias digitais Luciana Andrade Gomes, o uso do WhatsApp pode ser uma excelente estratégia do ponto de vista do marketing digital. “Criam-se proximidade e intimidade com o público, além de ser muito mais atrativo financeiramente”, diz. No entanto, chama a atenção para o fato de que as boas iniciativas são aquelas compartilhadas voluntariamente pelas pessoas, ao contrário dos spams. “Apesar da abertura que as redes sociais proporcionam, a mensagem pode ser recebida como invasiva e inconveniente”, diz. Segundo o analista de sistemas e redes sociais Juninho Viotti, militante do PT, o aplicativo já tinha sido identificado como ferramenta importante pelo partido, especialmente pela juventude petista, antes da campanha. “Na pré-campanha, já usávamos o WhatsApp como forma de mobilização, de repasse de agenda. Mas ele foi ganhando cada vez mais

força durante a campanha em si”, diz. Para o secretário estadual de juventude do PT, Miguel Ângelo Monteiro Andrade, o partido tradicionalmente tem uma militância mais organizada, e as redes sociais potencializam esse ativismo. O WhatsApp, nesse sentido, teve papel fundamental em Minas Gerais, especialmente no intuito de fazer a informação chegar aos rincões do estado. “Fizemos linhas de transmissão com as regionais, como o Vale do Aço, Leste de Minas e outros, e as informações chegaram aonde não costumavam chegar”, diz. Miguel Ângelo pondera, no entanto, que o aplicativo ainda é uma terra sem lei, fácil, portanto, para disseminar boatos e mentiras. “É difícil identificar a fonte, e, uma vez na rede, o compartilhamento é muito rápido. O que se pode fazer é combater com informações corretas, com origem e fonte”, diz. O WhatsApp do Muda Mais também serviu para a campanha petista tomar conhecimento dos boatos que circulavam, pois os militantes as enviavam pelo número do aplicativo. O deputado estadual pelo PT Ulysses Gomes, líder do bloco Minas Sem Censura, de oposição ao governo do PSDB e reeleito para o próximo mandato, destaca o papel do aplicativo na mobilização, frente ao que chama de “novo eleitor”. “O eleitor hoje é digital e tem oportunidade de questionar e ser ouvido”, diz. z Samuel Gê

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CAPA | POLÍTICA

TROPA DE ELITE Findas as eleições, ficou o recado: é preciso renovar. Quem são os políticos com menos de 50 anos que devem ocupar posições de destaque nos dois grupos que dividem o poder em Minas PAULO PAIVA

Em toda eleição, as urnas costumam mandar recados de diversas cores e matizes para a classe política. Elas mostram indignação da população, protestos e desejos de mudança – mas também consolidam projetos, trabalhos e propostas vitoriosas. Em Minas, longe dos holofotes (que estavam focados na disputa para governador e presidente), as eleições deste ano consagraram e fortaleceram o trabalho de um restrito grupo de parlamentares mineiros ligados às duas principais forças políticas do estado – o PT e o PSDB. O grupo tem vários pontos em comum. São parlamentares jovens (entre 30 e 50 anos), já testados pelas urnas (alguns estão indo para o terceiro ou quarto mandato) e que, de alguma forma, serão protagonistas dos próximos movimentos no tabuleiro político estadual. Há, entre eles, quem pretenda disputar a Prefeitura de Belo Horizonte em 2016. Outros sonham com o Senado. Alguns estão cotados para compor o secretariado do governador eleito, Fernando Pimentel (PT), ou o novo ministério da presidente Dilma Rousseff (PT). E, por fim, já há quem sonhe com o governo de Minas em 2018. Ou seja – você, com certeza, ouvirá falar dessa pequena tropa de elite da política mineira nos próximo anos. Encontro ouviu parlamentares em geral, lideranças consagradas dos principais partidos do estado e muitos políticos para saber quem

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saiu destas eleições consagrado como nome do futuro nas duas correntes majoritárias da política mineira. Do PT, emergiram os deputados federais Reginaldo Lopes, Miguel Corrêa, Gabriel Guimarães e Odair Cunha. Do PSDB, Rodrigo de Castro e Paulo Abi-Ackel. Do PP, legenda que em Minas integra o rol de aliados do PSDB, sobressai-se o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro. São nomes que, de uma forma ou de outra, deverão ocupar o cenário político no futuro próximo. Tome-se como exemplo o grupo petista. Juntos, os quatro parlamentares – Reginaldo Lopes, Miguel Corrêa, Odair Cunha e Gabriel Guimarães – obtiveram perto de 1 milhão de votos. É volume suficiente para decidir uma eleição majoritária, seja para governador, seja para presidente, no estado. Não à toa, os três primeiros – e agora também Gabriel – são chamados de “meus mosqueteiros” pelo governador eleito, Fernando Pimentel. O futuro governador, por sinal, foi peça decisiva na formação dos “mosqueteiros”, ao incentivar a renovação nos quadros do partido há alguns anos. “Pimentel, com sua sensibilidade, apostou na renovação do PT mineiro, no encontro entre as novas gerações e os fundadores do partido. Ele foi um dos entusiastas da minha eleição para presidente do partido em Minas em 2007 e depois apoiou minha reeleição em 2009. Durante todo esse tempo, nossa missão era clara: promover a renovação, com o encontro entre as jovens lideranças e os quadros mais antigos”, diz o deputado federal Reginaldo Lopes, o mais votado de Minas Gerais para a Câmara dos Deputados neste ano. Reginaldo, Odair e Miguel formam um time unido, com pretensões que não se chocam. Cogitado até para assumir um ministério no governo Dilma, Reginaldo

Fotos: Cláudio Cunha

Reginaldo Lopes (PT), 41 anos - deve ser candidato ao Senado em 2018 Naturalidade: Bom Sucesso Profissão: Economista Votação: 310.226 votos Mandatos como deputado federal: inicia em 2015 o 4º

CAMPEÃO DE VOTOS - Reconhecido como extremamente trabalhador até pelos adversários, Reginaldo Lopes faz política com “um pé no mundo, outro na minha região”. Foi o mais votado deputado federal do PT no Brasil, o que o credencia como uma das mais importantes lideranças do partido. Tem ótimo trânsito junto aos medalhões do PT e seu nome já é cogitado até para ministro do novo governo Dilma. O mais provável, contudo, é que continue na Câmara dos Deputados por mais um mandato, sendo destacado interlocutor do governo Dilma e também de Fernando Pimentel. Filho de trabalhador rural de família humilde, Reginaldo está, literalmente, acostumado a colocar a mão na massa: foi padeiro durante dez anos. Foi eleito para o primeiro mandato como deputado federal aos 29 anos, em 2003. Na Câmara, definiu um ciclo de temas e assuntos aos quais iria se dedicar, como juventude, combate e prevenção às drogas e reformas no ensino médio. Agora, quer falar sobre os idosos. “Chegou a hora de planejar o envelhecimento da população brasileira”, diz. Mantém uma relação estável há 16 anos e não tem filhos.

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CAPA | POLÍTICA já trabalha para lançar-se candidato ao Senado em 2018. “Minas precisa de um senador militante. Esse é meu objetivo, com planejamento e ouvindo todos os setores do PT”, diz. Como deputado federal, Reginaldo tem trabalhado em temas que afetam diretamente a vida de milhões de pessoas, como juventude, drogas, educação e idosos. A partir de 2015, vai iniciar o quarto mandato consecutivo. Também cacifados pela votação, Miguel e Gabriel olham com carinho para a avenida Afonso Pena 1.212 – sede da Prefeitura de Belo Horizonte, no coração da capital. Ambos são mineiramente cautelosos ao falar sobre suas pretensões. “Ser candidato a prefeito da cidade onde nasceu é o desejo de todos os políticos. Mas ainda é cedo para colocarmos essa discussão na mesa”, diz Miguel. Ele está certo. Em Belo Horizonte, o senador Aécio Neves, que disputou a Presidência da República pelo PSDB, obteve uma vitória esmagadora sobre a presidente Dilma Rousseff – o que mostra que a maior parte da população terá de ser “convencida” de que o projeto petista pode ser uma boa opção para a cidade. “Esse é um dos nossos principais desafios a partir de agora: buscar soluções, junto ao governo federal e estadual, para os problemas que afligem Belo Horizonte, como Anel Rodoviário, segurança pública e metrô. Temos agora um alinhamento entre estado e União e precisamos dar respostas para essas questões. Vamos iniciar o diálogo para ouvir e compreender os setores da cidade que não caminharam conosco”, diz Miguel. Essa também é a preocupação de Gabriel Guimarães, filho do ex-deputado Virgílio Guimarães, bastante conhecido dos belo-horizontinos. Mais novo integrante dos “mosqueteiros” (ele tem 31 anos) e também

Dinis Pinheiro (PP), 47 anos – deve ser candidato a prefeito de BH ou ao governo Naturalidade: Belo Horizonte (MG) Profissão: Advogado Votação: (*) 159.422 votos (na última eleição que disputou, em 2010)

Mandatos como deputado estadual: Está encerrando o quinto mandato e é o atual presidente da Assembleia Legislativa

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AH, SE FOSSE VOCÊ, DINIS... - Essa é a frase que o deputado estadual Dinis Pinheiro e candidato derrotado a vice-governador na chapa encabeçada por Pimenta da Veiga mais tem ouvido nos últimos dias. De fato, apesar da derrota, esta eleição consagrou Dinis Pinheiro como a “bola da vez” do time de Aécio. Político carismático, é admirado até pelos adversários, dada a capacidade de diálogo e articulação. Seu estilo popular também é visto como importante para a imagem do grupo de Aécio. Foi, por duas eleições consecutivas, o deputado estadual mais votado de Minas. Filiou-se ao PP no ano passado para ampliar alianças do PSDB, seu antigo partido. Define a si mesmo como um “empregado do povo mineiro”. Sua família enraizou-se na política mineira. Os Pinheiros têm a Prefeitura de Ibirité e também estão representados na Câmara dos Deputados. É casado e pai de dois filhos. Sobre o futuro, repete uma frase emblemática: “A vida pública tem apenas uma porta: a de entrada”.

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CAPA | POLÍTICA bastante ligado a Pimentel, Gabriel refere-se com carinho ao trabalho que o partido terá de fazer para reconquistar a confiança dos belo-horizontinos – e deixa no ar, sutilmente, a possibilidade de disputar o cargo. “O PT já teve a oportunidade de governar Belo Horizonte com projetos vitoriosos. Tenho certeza de que, nos próximos dois anos, criaremos as condições necessárias para retomar esse projeto. Como morador de Belo Horizonte e filiado ao PT da cidade, vou me dedicar muito para que alcancemos esse objetivo”, diz, lembrando que a votação obtida nas urnas (ele foi o quinto deputado federal mais votado em Minas) o credencia como uma das novas e fortes lideranças do partido. “Minha votação no estado e em Belo Horizonte me deixou com uma grande responsabilidade. Agora, nos próximos dois anos, com Dilma e Pimentel, teremos tempo para mostrar que nosso projeto para a cidade é bom”, diz. Gabriel chega com uma carta na manga: na Câmara dos Deputados, foi um dos coordenadores do Prosus, o programa que salvou os cofres da Santa Casa de Belo Horizonte. Atual presidente do PT mineiro, o deputado federal Odair Cunha, cuja base eleitoral é o Sul de Minas e que quase preteriu a política ao sacerdócio, diz que o PT vive momento de boas expectativas em Minas, mas não pode esquecer os resultados das urnas nas eleições presidenciais caso queira, de fato, consolidar e ampliar o espaço conquistado. “A população deixou recados que precisam ser traduzidos em ações, como dar transparência às iniciativas do governo e promover uma agenda clara de combate à corrupção. Precisamos também dialogar melhor com a nova classe média”, diz o parlamentar, vice-líder do governo na Câmara dos Deputados.

Gabriel Guimarães (PT), 31 anos - é cogitado para prefeito de BH Naturalidade: Governador Valadares (MG) Profissão: Advogado Votação: 200.014 votos Mandatos como deputado federal: inicia em 2015 o 2º

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O POLÍTICO DE BOM TRÂNSITO - Apesar da pouca idade, é extremamente articulado e hábil. Tem grande capacidade de diálogo, o que lhe permite transitar para além do PT, razão pela qual recebeu, entre outros, o apoio explícito do presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, filiado ao PSB, em sua candidatura a deputado federal deste ano. Filho do ex-deputado e ex-vereador por BH Virgílio Guimarães, Gabriel vem se tornando, rapidamente, uma das principais lideranças do PT em Minas Gerais. Com apenas um mandato cumprido até agora, foi o quinto deputado federal mais votado no estado. É hoje um dos principais interlocutores do governador eleito, Fernando Pimentel (PT). “Tenho com o governador uma excelente relação pessoal, da qual muito me orgulho. Tenho por ele grande admiração, tanto no campo político quanto no pessoal”, diz. É casado há 10 anos e pai de um filho de 1 ano. Diplomático, evita falar em cargos ou pretensões futuras. “O papel que terei daqui para frente no PT será uma decisão do governador”, diz.

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CAPA | POLÍTICA No ninho tucano, algumas de suas principais lideranças também devem alçar novos desafios. É o caso do deputado federal Paulo Abi-Ackel, que angariou, ao longo de dois mandatos (ele vai agora para o terceiro), fama de bom articulador, herdada do pai, o ex-deputado e ex-ministro Ibrahim Abi-Ackel. Um fato emblemático mostra que a fama faz sentido. O processo de escolha do candidato do PSDB e aliados ao governo de Minas foi marcado pela fragmentação e disputa acirrada. Pelo menos três nomes, entre eles o do presidente do partido em Minas e deputado federal Marcus Pestana, pleiteavam a indicação. Paulo Abi-Ackel foi chamado pessoalmente pelo senador Aécio Neves para tentar pacificar a disputa interna, que ameaçava rachar o partido. Chegou a reunir os postulantes à indicação em um jantar na sua casa para tentar chegar a um consenso. Inútil. Ninguém queria abrir mão. Foi quando Aécio cogitou, então, duas possibilidades: a de lançar o próprio Abi-Ackel ao cargo ou chamar alguém de fora para ser o candidato tucano ao Palácio Tiradentes. “Ligue os motores e os mantenha em ponto morto”, disse ao deputado o senador Aécio Neves, que acabou optando por trazer um nome acima das disputas internas – Pimenta da Veiga. Fiel ao estilo de articulador, o deputado desconversa quando o assunto é futuro, principalmente em relação à eleição para prefeito ou para governador, em 2018. “Ainda é muito cedo para se falar nisso. Mas estarei pronto para servir a meu partido em novo desafio, se o partido assim entender por bem”, diz. Nos bastidores tucanos, a leitura é a de que as eleições para governador, daqui a quatro anos, teriam entrado no radar de Abi-Ackel, embora sua candidatura a prefeito de BH também seja uma possibilidade, ainda que remota. O

Rodrigo de Castro (PSDB), 43 anos - deve ser candidato a prefeito de BH Naturalidade: Viçosa (MG) Profissão: Administrador e advogado Votação: 292.848 votos Mandatos como deputado federal: inicia em 2015 o 3º

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POLÍTICO, COM PERFIL TÉCNICO - É simples e afável. Começou a carreira política trabalhando com Antonio Anastasia, a quem é muito ligado. Também goza de grande prestígio junto a Aécio Neves. Diz-se pronto para “dar novos voos”. Seu pai, ex-deputado e ex-secretário de Governo Danilo de Castro, é um dos principais articuladores de Aécio. Segundo deputado federal mais votado de Minas e mais votado em seu partido, Rodrigo aposta na capacidade e na força do PSDB para recuperar tanto o governo de Minas quanto a Prefeitura de Belo Horizonte. E sabe que terá um papel importante nesse processo, que será conduzido por Aécio. Acredita na força da renovação, em seu conceito mais amplo. “As pessoas querem novas práticas e identificam nos novos políticos as pessoas capazes de fazer essa transformação”, diz. É casado e pai de três filhos – de 8, 6 e 3 anos. Embora seja um dos mais atuantes deputados mineiros, garante que dedica todo o tempo livre possível à família e aos filhos. “Procuro ser um pai participativo”, diz.

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CAPA | POLÍTICA parlamentar abre o leque de possibilidades. “Já ocupei praticamente todas as posições que um parlamentar do PSDB poderia almejar. Acho natural que um deputado nessa condição pretenda buscar novas posições. Gosto de desafios”, afirma. Mas há outros tucanos que também gostam de novos desafios. É o caso do deputado federal Rodrigo de Castro, segundo mais votado de Minas nestas eleições, com quase 300 mil votos (e mais votado de seu partido). Filho de Danilo de Castro, ex-deputado, ex-secretário de estado e um dos principais articulares políticos de Aécio Neves e de Antonio Anastasia, Rodrigo tem a política no sangue. “Sempre gostei de política. Quando fui chefe de gabinete de Anastasia (que então ocupava o cargo de secretário do Planejamento no governo Aécio), meu pai era secretário de Governo. Pude, então, ter a visão política e a técnica do governo Aécio. E a junção das duas visões ajudou a forjar o meu perfil”, diz o parlamentar, que assume em janeiro seu terceiro mandato na Câmara dos Deputados. Otimista, Rodrigo garante que as eleições majoritárias no estado e no país trouxeram conquistas para o PSDB – por exemplo, o despertar da juventude para as causas do partido e o nascimento de uma militância que, no futuro, poderá desembocar em novas lideranças tucanas. “A renovação é uma exigência da sociedade. Precisamos caminhar para um novo modelo de política, mais transparente, que insira o Brasil no mundo e que enfrente os velhos problemas do país, como a reforma tributária”, diz. Rodrigo destaca um fator que foi fortemente explorado nestas eleições como prova da renovação tucana. “Fomos muito ativos nas redes sociais. Essa foi uma novidade do PSDB, fruto de uma militância jovem. Pre-

Miguel Corrêa (PT), 36 anos - cogitado para prefeito de BH e secretário de estado Naturalidade: Belo Horizonte (MG) Profissão: Professor e comunicador Votação: 93.450 votos Mandatos como deputado federal: inicia em 2015 o 3º

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POLÍTICO PRECOCE - Simpático, tem fortes ligações com Fernando Pimentel, de quem deve ser secretário de estado. Quer ser candidato a prefeito de BH e tem o apoio de boa parte do partido na capital. Sua sobrinha e afilhada política é prefeita de Ribeirão das Neves. Descobriu o gosto pela política no ensino médio, assistindo a filmes e documentários sobre o governo militar. “Vi que havia pessoas que decidiram abrir mão da vida pessoal para enfrentar o movimento contra a repressão. Aquilo me encantou e eu decidi que era isso que eu queria”, diz. Entrou para o movimento universitário e foi eleito vereador em BH aos 24 anos, quando Pimentel era prefeito. Em 2003, chegou à Câmara dos Deputados. Atua basicamente na área de questões econômicas e já foi relator geral do Orçamento da União. Em Minas, mantém uma ONG, a Mudança Já, que oferece cursos para jovens. Divorciado, tem uma filha de 3 anos. “Esses dias, ela estava ouvindo meu jingle e perguntei a ela se sabia o que eu fazia. Ela me olhou e disse: ‘Sei. Você cuida muito bem de mim’”, diz, com um sorriso no rosto.

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CAPA | POLÍTICA cisamos ter competência e sabedoria para manter essa juventude no partido”, diz. O parlamentar aceita, com naturalidade, o papel de liderança que as urnas lhe conferiram. “Terei novas missões importantes no partido e me sinto pronto para caminhar nesta direção”, diz. A Prefeitura de Belo Horizonte estaria nessa caminhada? O futuro dirá, mas Rodrigo não descarta a possibilidade. “Tenho serviços prestados a Minas Gerais e a Belo Horizonte. Sou eleitor da capital e me sinto em condições de pleitear novos cargos no futuro. Disposição não me falta. Sob a liderança de Aécio Neves, vamos buscar o consenso e o melhor caminho”, afirma. Fora do PSDB, mas aliado de primeira hora dos tucanos, surge o nome do atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Dinis Pinheiro. Candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Pimenta da Veiga, Dinis ficará sem mandato a partir de 2015 – o que não significa que perderá seu cacife político. Ao contrário, grupos ligados a Aécio acreditam que, se Dinis tivesse encabeçado a chapa que disputou o governo mineiro, o resultado das eleições em Minas poderia ter sido diferente. De palavra mansa e fácil, o deputado é considerado um bom articulador (ele é querido por praticamente todos os deputados estaduais, inclusive do PT) e de estilo mais popular. Gosta de estar cercado por gente (de todas as condições sociais) e de dialogar com vários segmentos da sociedade. Uma curiosidade desta campanha, e que bem define o perfil de Dinis Pinheiro, ocorreu quando o marqueteiro do PSDB, Cacá Moreno, pediu para que ele vestisse terno e gravata para gravar os programas eleitorais que iriam ao

Paulo Abi-Ackel (PSDB), 49 anos - pode ser candidato ao governo ou ao Senado Naturalidade: Belo Horizonte (MG) Profissão: Advogado Votação: 104.849 votos Mandatos como deputado federal: inicia em 2015 o 3º

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UM DOS “CABEÇAS” DO CONGRESSO - Político que carrega consigo uma longa história de tradição familiar. Faz política no sentido mais original da palavra: gosta de conversar com prefeitos e viajar pelo interior. Tem atuação parlamentar destacada, tendo sido eleito, por duas vezes consecutivas, um dos “cabeças” da Câmara pelo Departamento Intersindical de Atividades Parlamentares (DIAP). É filho do ex-deputado Ibrahim Abi-Ackel. Entrou na vida pública aos 41 anos, já como deputado federal. Antes, era advogado por ofício, atividade que lhe deu o poder da oratória, da argumentação e da articulação. Foi presidente do PSDB mineiro e líder do partido em Brasília. Casado, tem três filhos – a mais velha, do primeiro casamento, tem 22 anos. “É meu xodó”, afirma. Do segundo casamento, tem um filho de 4 anos e uma filha de 2. Garante que está pronto para novos voos dentro do PSDB e é um dos interlocutores do senador Aécio Neves. Destaque de uma bancada relativamente pequena (o PSDB mineiro elegeu sete deputados federais), diz que, para se fazer ouvir no Congresso, os tucanos terão de “exercitar o sentimento de família que temos entre nós”.

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CAPA | POLÍTICA ar. Dinis respondeu: “Deixe eu ser o Dinis. Me sinto melhor sem isso”. Posteriormente, Cacá lhe entregou o texto que deveria falar. Dinis reagiu: “Não gostei. Quero que tenha as palavras fé, amor, crianças e pobres”. Cacá aceitou as três primeiras, mas disse que Dinis não deveria utilizar a última em sua gravação. O político ouviu, mas, na hora de gravar, não hesitou: incluiu os pobres na fala. “Eu sou assim, simples, do povo, não quero mudar meu jeito”, diz ele. Graças a esse estilo, foi, por duas eleições consecutivas, o deputado estadual mais votado do estado. Também exerceu o cargo de presidente da Assembleia por duas vezes seguidas – posto do qual se despede em janeiro. “Vivi durante a campanha um momento muito rico da minha história. Considero como vitória todo o processo do qual participei. Saio destas eleições mais tolerante, mais generoso e mais idealista”, diz. Embora não admita ser candidato a nada neste momento, deixa claro que vai participar ativamente das eleições para a Prefeitura de BH em 2016 e para o governo do estado em 2018. “Tenho um amor incondicional por Minas e por Belo Horizonte”, afirma. É claro que as eleições deste ano trouxeram mais novidades e nomes além dos que estão apresentados nesta reportagem, para oxigenar a vida política do estado. Mas essas novas caras ainda terão de ser testadas algumas vezes até que se firmem como protagonistas da história de Minas. Uns vão emergir, outros, contudo, serão como espuma de ondas, que somem na maré baixa. O fato é que essa pequena tropa de elite ouvida por Encontro já foi testada exaustivamente nas urnas e nas articulações políticas. Eles chegaram para ficar – é melhor ir guardando quem são. z Colaborou: Marina Dias

Odair Cunha (PT), 38 anos - deve ser secretário de estado Naturalidade: Piedade (SP) Profissão: Advogado Votação: 201.782 votos Mandatos como deputado federal: inicia em 2015 o 4º

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ELE QUASE FOI PADRE - A expressiva votação que teve é consequência de seu trabalho de catequese junto ao eleitor de sua região, onde é muito atuante e querido. Foi considerado pelo Diap um dos “cabeças” do Congresso, em 2014, por sua influência junto à casa. Nascido no estado de São Paulo, veio aos 3 meses para Boa Esperança (MG) e hoje mora em Pouso Alegre (Sul de Minas). Tem fortes influências religiosas na sua vida política. Morou numa comunidade católica e, por pouco, não optou pelo sacerdócio. Mas os ensinamentos da Igreja estão presentes em sua vida até hoje. “Tem uma frase de Paulo VI (papa de 1963 a 1978) que inspira minha trajetória: ‘A política é a forma mais perfeita de se fazer caridade. Se a solidariedade humana é capaz de saciar a fome do pobre, a política é capaz de eliminar a causa da pobreza’. Isso sintetiza meu despertar para o mundo da política”, diz. Na Câmara, foi relator do programa Bolsa Família. É casado e pai de três filhas – duas gêmeas de 2 anos e uma de 7 anos.

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NOVA CAA NA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS Mais de 16 mil advogados se reuniram no Rio de Janeiro para discutir a Constituição democrática e a efetivação de direitos. Minas Gerais foi destaque pela ampla cobertura jornalística, entrega de kits de prevenção do Outubro Rosa e emissão do Certificado Digital mais barato do país. O Rio de Janeiro continua lindo... e depois de 15 anos, volta a sediar a Conferência Nacional dos Advogados. O maior evento da advocacia do país reuniu, entre os dias 20 e 23 de outubro, mais de 16 mil profissionais. O objetivo foi discutir a efetividade dos direitos conquistados com a Constituição de 1988 que completou 25 anos.

Por isso, a 22ª edição teve como tema central a Constituição Democrática e a Efetivação dos Direitos . Além de participar dos mais de 40 painéis, debates, conferências magnas, bate-papos e de prestigiar mais de 172 palestrantes nacionais e internacionais, os inscritos puderam circular pelos pavilhões do Riocentro e visitar os estandes das seccionais da OAB e da CAA de vários estados. Uma oportunidade ímpar de trocar boas experiências, conhecer projetos e confraternizar.

DESTAQUE

Diretoria e coordenação NOVA CAA

Presidente acompanha trabalho do Minas Digital

O estande de Minas Gerais, que possui o maior número de subseções da OAB, foi um dos mais visitados e movimentados durante os quatro dias do evento. Além de apreciarem belas imagens de pontos turísticos do estado, os conferencistas puderam degustar a famosa cachaça mineira e conhecer alguns projetos da OAB/MG e da NOVA CAA, como o Faça Justiça à sua Saúde ‒ que distribuiu bolsas e cartilhas preventivas da campanha Outubro Rosa. A Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais trouxe este assunto para chamar a atenção das mulheres advogadas para a prevenção contra o câncer de mama. Nos preocupamos não só com a saúde dos advogados e advogadas mineiras, mas de todo o Brasil. Acertamos ao tratar com leveza, delicadeza e beleza um assunto tão sério e importante , ressalta a diretora segunda-secretária da NOVA CAA, Fabiana Faquim.

SUCESSO

Estande da OAB CAA recebe ministro João Otávio de Noronha

Os advogados aproveitaram a passagem pela capital fluminense para adquirir o Certificado Digital por R$98 reais com token gratuito por meio do programa Minas Digital. O projeto é fruto de uma parceria enwww.caamg.com.br

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tre a NOVA CAA e a VALID Certificadora, e possibilitou o menor preço do país para certificações. A equipe do Minas Digital certificou cerca de 60 advogados diariamente, durante os três primeiros dias do evento. Segundo o presidente da NOVA CAA, Sérgio Murilo Braga, isso comprova que Minas está na vanguarda da Certificação Digital. É muito gratificante. Digo mais, é a recompensa de um trabalho árduo e de lutas. Em três meses vamos certificar mais de 5 mil colegas e nosso objetivo é chegar, em curto espaço de tempo, certificando 20 mil profissionais , conta Braga.

INTERATIVIDADE A OAB/MG e a NOVA CAA inovaram mais uma vez na comunicação com o público durante a Conferência. Para isso, foram apresentados vídeos com os avanços institucionais, houve distribuição de cartilha completa sobre os serviços e benefícios oferecidos, bem como da 4ª edição da Revista INOVA CAA/Pela Ordem (com temas de relevância para a advocacia). Houve, ainda, cobertura especial da XXII Conferência Nacional dos Advogados nas redes sociais (facebook.com/novacaa e twitter. com/caamg). Nos quatro dias de evento - durante todo o tempo - a equipe mineira de comunicação registrou e noticiou os principais momentos do encontro. Apesar da grandiosa área - aproximadamente 40.000m² - nada passou despercebido. Fotos, depoimentos, vídeos e entrevistas da cobertura ao vivo eram acompanhadas pelos visitantes do estande da OAB CAA/MG por meio da TV interativa. Este material está disponível em nossos canais. Visite-nos! NOVA CAA. Compromisso com nosso maior patrimônio: o advogado. caaminas

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MODA | EDITORIAL

ANA CLÁUDIA ESTEVES

O jeans, que já superou tempos de rebeldia e dominou a vertente do look básico, atualmente transita na moda do urbano ao clássico. A textura se tornou indispensável na composição de um visual contemporâneo, apropriado para as mais variadas ocasiões.

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Macac達o e mochila: DTA Camiseta: Mixed Brincos e anel: Manoel Bernardes Sapatos: Schutz

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MODA | EDITORIAL

Calça e camisa: Civil Brincos, pulseiras e relógio: Manoel Bernardes Anéis: Pandora Tênis: Schutz Óculos escuros: Acervo pessoal

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Calรงa: Mixed Blusa: DTA Joias: Manoel Bernardes

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MODA | EDITORIAL

Pulseira da esquerda: Pandora Brincos, pulseira e rel贸gio da direita: Manoel Bernardes Camisa: Mixed Bermuda: DTA Sapato: Schutz

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Pulseiras, brincos e anel: Manoel Bernardes Colar: Pandora Saia: DBZ Camiseta: DTA Camisa: Acervo pessoal TĂŞnis: Schutz

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MODA | EDITORIAL

FICHA TÉCNICA: Styling: Marcelo Brasiliense Edição: Ana Cláudia Esteves Fotos: Daniel Moreira (Mineral) Beauty: Marcela Quintino (Art & Maquiagem)

Saia e cinto: Civil Camisa: DTA Colar: Pandora Brinco: Manoel Bernardes Tênis: Schutz

Modelo: Luana Carvalho (Ford Models)

Agradecimento: Fundação de Parques Municipais pela utilização do Parque das Mangabeiras

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MODA | TENDÊNCIA Fotos: Fotosite/Dilvulgação

O engajamento da B.bouclé/Rogério Lima e Lucas Magalhães com as temáticas dos cidadãos invisíveis das metrópoles e o Nordeste, respectivamente

Moda conectada

Preto, branco e cinza vão prevalecer no outono/inverno 2015. Em sua última edição, o Minas Trend mostrou também que a moda está engajada MARCELO BRASILIENSE mar

Entre devaneios e fantasias de um mundo que parece estar longe da realidade vivida por muitos brasileiros, é possível perceber, cada vez mais, o profissionalismo e a especialização que o mercado da moda vem exigindo. Aquela antiga imagem de que moda é assunto fútil ou apenas feminino cai completamente em desuso quando se observa o que se passa entre as passarelas e os estandes. A pre134 |Encontro

ocupação com o futuro político, econômico e ambiental do país foi tema recorrente entre visitantes, expositores e nos mais variados círculos da 15ª edição do Minas Trend, realizado entre 6 e 10 de outubro, no Expominas, em Belo Horizonte. No desfile de abertura comandado pelo stylist Paulo Martinez, os looks montados com diferentes marcas fizeram referência a um mundo de miscigenação cultural e diversidade sexual, com diferentes texturas e cores, mas

sempre prevalecendo o preto, o branco e o cinza. O engajamento pôde ser percebido em quase todos os desfiles, que abusaram ainda de temáticas como urbanismo, dramaticidade, oposição entre masculino e feminino (peças clássicas do vestuário masculino aliadas a vestidos e saias) e sensualidade. Participaram 70 marcas de vestuário, calçados e acessórios. Destaque para B.bouclé e Rogério Lima, Favem, Patrícia Motta, Plural e Vivaz, sempre contemporâneas. Conheça algumas tendências. ❚

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Sensualidade feminina foi explorada pela Vivaz

Urbanismo em destaque por Mabel Magalhães e Plural

Oposição entre masculino e feminino de Patrícia Motta e Favem

Composições em preto e branco no desfile de abertura assinado pelo estilista Paulo Martinez

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BELEZA | MAQUIAGEM JC Martins

O cabeleireiro Daniel Miguel Braga corrigiu cicatrizes nas sobrancelhas adquiridas em quedas na infância: “Nos locais dos cortes, não nasciam mais pelos e ficava um risco branco muito evidente”

Detalhes que fazem a diferença Com as novas técnicas de maquiagem definitiva, é possível repaginar o visual e recuperar a autoestima. Mas todo cuidado é pouco na hora de escolher o profissional 136 |Encontro

DANIELA COSTA

Quem nunca se olhou no espelho e teve a sensação de que algo poderia ser melhorado? Às vezes, bastam um colorido no rosto ou uma sobrancelha bem torneada para dar um upgrade no visual. É com essa intenção que muitas pessoas têm recorrido à dermopigmentação, popularmente conhecida como maquiagem definitiva, para colorir boca, olhos e corrigir falhas nas sobrancelhas. Mas, como tudo que está ligado a intervenções no rosto e corpo, é preciso cuidado. “Assim como ocorre nas tatuagens, o processo consiste na infiltração de pigmentos na pele e oferece riscos. A diferença da tatuagem é que a aplicação é mais superficial e o pigmento é específico”, explica o médico Henrique Coura, especializado em dermatologia estética. Segundo ele, para não haver complicações, é preciso realizar o estudo das formas, medidas e coloração que se adequam à necessidade de cada paciente.

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BELEZA | MAQUIAGEM Samuel Gê

Paulo Marcio

SAIBA MAIS sobre a maquiagem definitiva INDICAÇÃO Reconstituição dos pelos, em casos de falhas ou calvície Preenchimento do contorno labial perdido ao longo dos anos ou em consequência de doenças, como lábio leporino Camuflagem de cicatrizes, estrias e queimaduras Reconstituição da coloração do mamilo DURABILIDADE Em geral, o tempo médio para o retoque é de oito meses a dois anos. Mas o prazo depende do procedimento realizado, tipo de pele e cuidados RISCOS Infecções bacterianas Reações alérgicas aos pigmentos e aos medicamentos tópicos Deformação das formas A engenheira Michelle Costa repaginou o visual: “Sentia vergonha porque minhas sobrancelhas tinham falhas, o que me atrapalhava muito profissionalmente”

Insatisfeita com a aparência, a engenheira mecânica Michelle Costa, de 30 anos, decidiu repaginar o rosto. Livrou-se dos óculos e reconstituiu a sobrancelha. “Há três anos, eu mal conseguia encarar as pessoas. Sentia vergonha porque minhas sobrancelhas eram ralas e tinham falhas, o que me atrapalhava muito profissionalmente”, diz ela. O cabeleireiro Daniel Miguel Braga, de 30 anos, também sofria com cicatrizes nas sobrancelhas adquiridas em quedas na infância. “Nos locais dos cortes, não nasciam mais pelos e ficava um risco branco muito evidente. Isso não existe mais”, diz Daniel. Nos dois casos, os resultados agradaram, principalmente, porque ficaram naturais, ao contrário do que acontecia há bem pouco tempo. Com a evolução das técnicas, surgiu até mesmo a maquiagem definitiva em 3D, o que significa melhor definição e profundidade da cor. A chamada técnica de rotação permite, por exemplo, o preenchimento fio a fio das 138 |Encontro

Coloração inadequada Fontes: especialistas consultados

sombrancelhas, definindo melhor as formas. “O procedimento também é utilizado na dermopigmentação paramédica, em casos de reconstrução das auréolas mamárias, queimaduras, estrias, entre outros”, explica a esteticista Gislane Zuppellar, especializada em dermopigmentação. A engenheira civil Jane Maria Dias, de 47 anos, optou por realçar o contorno dos olhos e dar mais cor ao seu sorriso pigmentando os lábios. Apesar de a prática ser pouco comum, ela não se arrependeu. “Minha boca sempre foi muito pálida e isso me incomodava. Além disso, hoje não me preocupo mais com lápis de olho. O resultado ficou muito natural”, diz. Mesmo tendo maior durabilidade, a maquiagem definitiva necessita de retoques, o que vai depender do cuidado de cada paciente. “Os primeiros dias são decisivos. A princípio, a recomendação é hidratar as crostas, evitar produtos ácidos e o sol”, diz Miriam Barros Junqueira, micropigmentadora do Curso de Es-

A engenheira civil Jane Maria Dias coloriu a boca: “Meus lábios sempre foram muito pálidos e isso me incomodava”

tética e Cosmetologia da Uni-BH. Apesar da praticidade, o procedimento deve ser realizado por profissionais experientes. É o que recomenda a dermatologista Maria de Fátima Melo Borges, que chama a atenção também para os riscos. “Os mais comuns são as reações alérgicas, deformação das formas e coloração inadequada”, diz. A retirada da maquiagem definitiva pode ser realizada, mas o processo de despigmentação é doloroso e demorado. “O laser só pode ser utilizado em locais sem pelos e o uso de ácido para retirar pigmento não é recomendado. A melhor solução é a técnica da micropuntura com microinfusões de medicamentos no local que se quer corrigir”, explica o dermatologista Henrique Coura. Outra recomendação importante é verificar se o material utilizado é descartável. “Por se tratar de um procedimento com agulhas, é necessário que o material seja individual e descartável e que a assepsia do local seja sempre mantida”, explica a esteticista Daiane Bicalho. ❚

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PAGUE SUA DÍVIDA COM DESCONTO E AJUDE A PREFEITURA A FAZER MUITO MAIS POR VOCÊ E PELA CIDADE.

A Prefeitura de Belo Horizonte está lançando um programa para você que tem débitos com o município vencidos até 31 de dezembro de 2013. Esta é a sua chance de regularizar suas dívidas com até 90% de desconto nas multas e juros. A Prefeitura está fazendo muito pela cidade. E, com a sua contribuição, BH pode se tornar um lugar cada vez melhor para nossos moradores e para os turistas que nos visitam.

Não para de trabalhar por você.

NOVO MIRANTE DO MANGABEIRAS

PAMPULHA – CANDIDATA A PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE

CIDADE ONDE A CULTURA GANHA VIDA

Depois de ser reformado, o Mirante do Mangabeiras, que já tinha a mais bela vista da cidade, do Parque das Mangabeiras e da Serra do Curral, agora tem a melhor estrutura.

A orla da Pampulha está com nova iluminação, nova ciclovia, nova pista de caminhada e o trabalho de limpeza e despoluição da lagoa continua.

BH está vivendo o seu melhor momento cultural. A 2ª edição da Virada Cultural, um circuito com 24 horas de programação, atraiu um público de 400 mil pessoas.

MAIS PARQUES E PRAÇAS

NOVOS ESPAÇOS CULTURAIS

ZOO DE BH

Nossa cidade possui 60 parques municipais abertos ao público. O Parque das Mangabeiras foi classificado em recente enquete como um dos 10 melhores parques do Brasil.

A Prefeitura acaba de restaurar 3 importantes espaços culturais da cidade. Os Teatros Francisco Nunes e Marília estão novamente recebendo espetáculos. A Casa Kubitschek foi inaugurada com o conceito casa-museu.

Entre os 3 mil animais espalhados pela imensa área verde, estão os primeiros filhotes de gorila nascidos na América do Sul. O zoo da cidade está entre os mais completos da América Latina.

Não perca o prazo. Acesse o site e veja as condições de pagamento:

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VITRINE | ESTILO 1

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É o bicho ANA CLÁUDIA ESTEVES

O animal print não tem mais momento, estação ou local adequado para ser usado. A estampa, que ganhou espaço nas tendências do ano inteiro, virou curinga no armário de muitas mulheres. Para as novas coleções, o print apresenta novas cores, formas e possibilidades. Use e abuse! z

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1 BLUSA EM SEDA ESTAMPA LEÃO | Íris Clemência | R$ 919 | (31) 3291-2202 2 CALÇA FLARE | Cajo | R$ 299 | (31) 2551-7920 3 SHORT CINTURA ALTA | Divina Pele | R$ 279,96 | (31) 3201-6116 4 REGATA COM DETALHE VAZADO NA ALÇA | Regina Salomão | R$ 329,90 | (31) 3298-5901

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Fotos: Claudio Cunha e Juliano Arantes Produção: Camila Godoi

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DECORAÇÃO | MADEIRA

todos Curinga para os ambientes

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Jomar Bragança / Divulgação

Unindo charme ao aconchego, a madeira é versátil e firma-se como tendência nos projetos de decoração

Ana Maria Machado / Divulgação

AMANDA ALEIXO

Tradicional e eclética. A madeira une os opostos, permite que o rústico se transforme em contemporâneo e convida para o resgate de elementos do passado, oferecendo aconchego. E ela voltou a se tornar hit pela fácil adaptação a áreas internas e externas, mostrando que a diversidade de tons e texturas preenche ambientes distintos com primor. Segundo a arquiteta e designer Manuela Senna, as combinações são as mais variadas. “O contraste entre texturas e cores está em alta. Madeiras mais amareladas e claras – carvalho, freijó ou peroba – casam com tons terrosos, brancos e beges”, diz. O grande destaque para 2014 são as lâminas naturais – peroba do campo, pau-ferro e carvalho – e os chamados madeirados, os MDFs, que imitam a madeira e são ecologicamente corretos. Essas peças têm ganhado o mercado por unir qualidade, preço e sustentabilidade. Com tantas opções, é preciso cautela, para não comprometer o projeto, e bastante pesquisa, já que algumas madeiras não suportam umidade ou têm uso específico para determinado ambiente. Segundo Manuela Senna, antes de escolher qual tipo usar, é importante analisar as especificidades do espaço, clima e procedência da madeira. “É possível utilizar peças mais nobres na construção e mobiliário, respeitando a natureza”, diz. As opções sustentáveis vêm com o selo “Madeira de Lei” e oferecem desde tons fechados, como freijó ebanizado, até tons mais claros, como carvalho americano.

ACONCHEGANTE E RECEPTIVO As designers Paola Camargo e Priscila Sathler transformaram a cozinha deste apartamento no bairro Santo Agostinho, ampliando o ambiente e deixando detalhes em evidência. O mobiliário em MDF apresenta tons sóbrios e as bancadas e pisos são executados em granito preto. Para alegrar o ambiente e torná-lo íntimo, a bancada em madeira de demolição e as banquetas também em madeira se unem aos detalhes amarelos das cadeiras e vasos, convidando o morador e seus convidados para momentos de confraternização.

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DECORAÇÃO | MADEIRA Jomar Bragança / Divulgação

ESPAÇO RELAXANTE

Divulgação

Este quarto de casal foi pensado para ser suave e aconchegante. O destaque está nas placas de tecido, que revestem toda a extensão do ambiente, e nas peças de madeira peroba do campo, presentes no piso e painéis de correr. Clássicos do design, como o banco Bertoia e a poltrona Stressless Ekornes, em couro natural, compõem o projeto com sofisticação, assinado pela arquiteta e designer Manuela Senna.

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AMBIENTE CONTEMPLATIVO Para esta casa no Bosque da Ribeira, o arquiteto Carlos Alexandre Dumont adotou a madeira como material de integração entre a varanda e a mata existente no terreno. No espaço gourmet, quase todas as superfícies são executadas em madeira ipê, trazendo experiência visual e espacial similares à mata. O clima bucólico tomou conta do espaço com toques de classe, expressados pela mesa em mármore Travertino Bruto e pelas luminárias suspensas. Rogério Sol

Gustavo Xavier / Divulgação

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DECORAÇÃO | MADEIRA Jomar Bragança / Divulgação

CONTRASTE CLÁSSICO Este living foi pensado para ser prático e acolhedor. Os clientes solicitaram um espaço que estimulasse a convivência familiar e oferecesse liberdade para os momentos de diversão dos filhos. A arquiteta Jaqueline Fraucher, que assina o projeto, apostou em materiais impermeáveis, nas cores preto e branco, buscando uma base equilibrada. O espaço, que integra sala de televisão, recebe marcenaria em freijó ebanizado, sofá em couro preto e a poltrona Charles Eames. Obras de arte e flores são detalhes que finalizam o projeto.

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Juliana Lery

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SÓBRIO E MODERNO Eugênio Gurgel

Para um dos banheiros desta casa no bairro Belvedere, o cliente queria que o projeto acompanhasse o mesmo conceito de outros ambientes: modernidade e conforto. Revestimentos claros, que cobrem piso e paredes em mármore Marta Rocha, contrastaram com a madeira Cumaru das estruturas existentes. O arquiteto David Guerra, responsável pelo projeto, usou o mesmo material na bancada e na luminária. Arranjo de flores e peças de arte em madeira compõem a decoração. z

Jomar Bragança / Divulgação

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DECORAÇÃO | PRÊMIO

Para os melhores A 10ª edição do Prêmio Amide apresenta as novidades do setor de decoração e revela os profissionais de destaque na área de design de interiores e arquitetura em Minas

Cláudio Cunha

DANIELA COSTA

Muito mais do que uma questão estética, a decoração de interiores é um meio de trazer conforto e praticidade para dentro de casa. A sala de TV se transforma em home theater, a cozinha, em espaço gourmet e o escritório, em home office. Sofisticar os ambientes é um desafio para o designer de interiores. “É o profissional qualificado para fazer projetos em qualquer estilo e segmento, seja ele clássico, moderno, contemporâneo, natural, rústico ou étnico”, diz Laura Rabe, presidente da Associação Mineira de Decoradores de Nível Superior (Amide). Em 30 anos de existência, a associação congrega as atividades do design e da arquitetura, e luta pela elevação do nível cultural e técnico dos profissionais da área. “Nosso objetivo é regulamentar a profissão, zelando pelo código de ética”, diz Laura. Para ela, um projeto bem executado exige qualificação. “Por isso, defendemos que a graduação é um pré-requisito fundamental”, diz. Em sua 10ª edição, o Prêmio Amide de Decoração, realizado em parceria com a revista Encontro, mais uma vez, incentiva o setor e premia os profissionais inscritos em quatro categorias: Casa, Apartamentos, Ambiente comercial e Ambiente mostra. “É o momento de reunirmos os mais conceituados 148 |Encontro

Laura Rabe e Tânia Salles, presidente e vice-presidente da Amide, são responsáveis pela organização do evento: incentivo para os profissionais que se destacam na área

SAIBA MAIS Prêmio Amide de Decoração – 10ª edição Data: 19 de novembro Local: Ilustríssimo Rua Maranhão, 53, Santa Efigênia Inscrições: www.amide.com.br Informações: (31) 3296-0080

profissionais do Brasil e do exterior para apresentar ao público novas alternativas e conceitos em design que visam estreitar a relação consciente do homem com a natureza”, diz Tânia Salles, vice-presidente da Amide. Os projetos serão julgados até 6 de novembro e o resultado será divulgado na festa de premiação, no dia 19 de novembro. Os vencedores receberão um troféu assinado pelo artista plástico Leopoldo Martins. Vale a pena conferir. ❚

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Foto: Gustavo Xavier - Ambiente: Roberta Lopes

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NA MESA | ALINE GONÇALVES agoncalves@editoraencontro.com.br

VETERANO EM NOVIDADES Eugênio Gurgel

O chef Memmo Biadi não se cansa de reinventar o restaurante Dona Derna, que existe há 54 anos na capital. Em outubro, ele lançou seu novo projeto para reforçar as raízes italianas da casa: durante a primeira semana de cada mês, haverá um menu-sugestão com três pratos típicos de uma região do país europeu (a primeira homenageada foi a Sardenha, e as próximas não foram definidas). “A ideia é relacionar a região com o período do ano no Brasil. Por isso, penso em algo mais mediterrâneo para o nosso verão”, diz Memmo. Depois das férias coletivas (de 20 de janeiro a 20 de fevereiro), o restaurante vai voltar com novidades, como o “menu-romântico”, que será a sugestão noturna durante a última semana de cada mês; e o espaço fechado para eventos, para até 100 pessoas, com a reinauguração do salão no segundo andar. Samuel Gê

COZINHEIROS UNIDOS Apostando que a união faz a força, como diz o ditado, donos de restaurantes, chefs e entusiastas da gastronomia oficializaram a criação da Associação Mineira de Gastronomia (AMiGa). Agora, o grupo está em processo de formalização e busca adesões em todos os municípios. A iniciativa quer reforçar a importância do turismo gastronômico, o investimento na proteção de produtos e produtores, e a valorização da identidade gastronômica mineira. “Ainda neste ano, vamos gerar alguma ação efetiva, partindo da teoria para a prática”, diz o chef Zoroastro Passos, um dos mobilizadores. Entre os fundadores, também estão os chefs Jaime Solares, da Borracharia Gastropub, e Ivo Faria, do restaurante Vecchio Sogno, que será o primeiro presidente.

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PODE PROCURAR NO MENU “Acordo sábado cedinho e venho para o restaurante para retirar a paleta de cordeiro do forno: ela fica 12 horas assando”, explica a empresária Juliana Myrrha, do restaurante Pletora, especializado em comida árabe. O processo trabalhoso dava origem ao prato-sugestão servido no local, mas a carne tenra e macia fez tanto sucesso que, agora, foi incluída definitivamente no cardápio. Além disso, o menu ganhou outros itens, como o frango com açafrão, o cuscuz com castanhas, a mousse de damasco e o brigadeiro de pistache. Todo o cardápio, vale dizer, será dividido por seções, com o cliente podendo combinar carne com a guarnição predileta. Denis Medeiros

Alexandre Rezende

PREPARADOS PARA O CALOR A chegada dos dias quentes gerou reclamações, mas há também quem aproveite o momento. É o caso dos criadores da marca Yogo Fruz, de frozen iogurte, cuja primeira franquia em BH mal abriu as portas, no bairro Cidade Nova , e já registrou bom movimento. Natural de Viçosa, a marca planeja abrir novos pontos nos próximos meses – Buritis e Savassi são os bairros visados. “Nosso produto é feito apenas com iogurte e sem nada de gordura ou adição de açúcares”, diz Flávio Niererê, sócio, ao lado de Franklin Vitor Souza. A receita secreta foi criada por uma engenheira de alimentos amiga dos dois. O local da produção também é sigiloso, mas Flávio conta que está em Minas. Ao todo, a loja apresenta dois sabores fixos (morango e natural) e dois que se revezam (em novembro, mousse de limão e lichia), além de 30 acompanhamentos, entre frutas, grãos e caldas. JC. Martins

EXPERIÊNCIAS EM MOVIMENTO Depois de viajar dois anos e meio por 24 países, passando por grandes regiões vinícolas do mundo, Horácio Morais, idealizador do projeto Wine World Adventure, está de volta a BH com seus filhos e companheiros de aventura, Natália e Pedro Barros. Assim que chegou, partiu para nova iniciativa: um curso de vinhos itinerante, em condomínios e cidades do interior – para isso, Horácio usa o mesmo motor home da viagem. Os próximos passos, antecipa, são a elaboração de livros sobre o tour e apresentações de cursos avançados sobre a bebida, incluindo um sobre rótulos nacionais. “A primeira turma sobre terroir brasileiro será em novembro e vamos apresentar sete opções de alto nível”, diz. NOVEMBRO DE 2014

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GASTRÔ | RECEITAS

Frescas

e brasileiras Com a chegada dos dias quentes, é hora de dar preferência às frutas nacionais. Chefs sugerem receitas para aproveitar a temporada de maracujá, abacaxi e pitanga

Fotos: Paulo Márcio

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ALINE GONÇALVES

No sacolão ou no supermercado, comprar frutas em plena safra é sempre bom negócio. E não só porque o bolso agradece, mas também porque as chances de encontrá-las mais saborosas e com frescor aumentam. Os chefs também estão atentos ao período do ano em suas criações, e não é difícil encontrar em Belo Horizonte menus sazonais com produtos que estão em alta nos hortifrútis. Foi pensando nisso que Encontro partiu atrás de receitas que levem frutas da época, especialmente as nativas do Brasil.

A origem, aliás, é um dos motivos de controvérsia entre especialistas, mas a listagem do Slow Food, associação internacional que entre seus princípios defende a biodiversidade na cadeia de distribuição alimentar, considera que maracujá, abacaxi e pitanga já estavam por aqui antes mesmo de os colonizadores chegarem. Como principal ingrediente dos pratos, elas mostram versatilidade. O abacaxi, por exemplo, pode ser combinado à gastronomia da Tailândia, em receita apresentada pelo chef Léo Mendes, do restaurante Ah!Bon, ou ganhar destaque em uma sobremesa com inspi-

rações italianas, “transformando-se” em ravióli pelas mãos do chef Robson Viana, do Ephigênia Bistrô. A pitanga, por sua vez, reforça suas raízes tropicais em uma receita leve, criada pelo chef Leandro Pimenta, que recentemente passou a comandar as panelas da Casa de Música Gourmet. Já o azedinho do maracujá pode ser evidenciado no molho que compõe o prato de lombo do restaurante Graciliano, ou combinar com o creme de leite na receita com camarão e nhoque preparada no Amadeus Bufê e Vinhos. Escolha a sua versão e deguste.

Lombo ao molho de maracujá por chef Edmar Muniz, do Restaurante Graciliano

INGREDIENTES

Lave o lombo com água e limão e depois seque-o. Coloque-o em uma travessa e passe o sal grosso, a pimenta-do-reino e a noz-moscada em toda a extensão da carne. Depois, regue com azeite. Na sequência, despeje o suco de maracujá no lombo e deixe marinando por pelo menos quatro horas. Retire o lombo da marinada e reserve-a. Coloque-o em uma assadeira, cubra com papel-alumínio e leve ao forno moderado por duas horas – meia hora antes de desligar, retire o alumínio, para que a carne doure. Retire o lombo da assadeira e reserve. Numa panela, despeje a marinada anteriormente reservada e leve ao fogo até levantar fervura. Use esse molho ao servir o lombo. Decore o prato com a pimenta-biquinho.

settecom.com.br

1 kg de lombo de porco Suco feito com oito maracujás 1 xícara de azeite de oliva 1 limão 1 pitada de noz-moscada Sal grosso, pimenta-do-reino e pimenta-biquinho em conserva a gosto

MODO DE PREPARO

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Camarão ao molho de maracujá com nhoque gratinado Por chef Cícero Faria, do restaurante Amadeus Bufê e Vinhos Fotos: Eugênio Gurgel

INGREDIENTES 2 kg de camarões-rosa VG Suco de um limão 50 ml de azeite extravirgem 100 ml de vinho branco 4 maracujás 100 g de açúcar refinado 1 l de creme de leite fresco Nhoque 1 kg de batata-inglesa 300 g de queijo grana padano ralado 1 ovo 300 g de farinha de trigo 100 g de shiitakes 100 g de cogumelos-de-paris 50 g de cebola ralada 50 g de alho-poró

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MODO DE PREPARO Nhoque Descasque e cozinha as batatas até ficarem bem macias. Passe-as por uma peneira, misture com o queijo, o ovo e a farinha, até dar liga. Enrole a massa em cones com um dedo de espessura,e corte com 1 cm. Cozinhe em água fervente. Em uma panela, refogue os shiitakes, o alho-poró e o cogumelo-de-paris em azeite. Acrescente 700 ml de creme de leite. Envolva a mistura com o nhoque. Camarões Descasque os camarões mantendo todos com a cauda. Tempere com suco de limão e sal. Grelhe. Faça um caramelo com o açúcar e a polpa do maracujá e leve para ferver por cinco minutos. Introduza 300 ml de creme de leite e deixe ferver por mais cinco minutos. Reserve.

MONTAGEM Coloque a massa dentro de um aro inox e leve para gratinar com um pouco de queijo grana padano. Desenforme o nhoque em um prato e inclua os camarões já grelhados ao redor. Regue com o caramelo de maracujá.

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Ostras frescas com granita de pitanga e limão-siciliano Por chef Leandro Pimenta, do restaurante Casa de Música Gourmet Fotos: Eugênio Gurgel

INGREDIENTES 6 unidades de ostras frescas 1/2 litro de água morna 500 g de pitanga 2 limões-sicilianos 200 g de glucose de milho Flor de sal a gosto Pimenta-do-reino a gosto

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MODO DE PREPARO Esprema as pitangas até obter 2/3 de xícara de suco. Em uma panela em fogo baixo, aqueça a água com a glucose de milho. Deixe ferver e, mexendo sempre, cozinhe por dois minutos. Adicione o suco de pitanga. Desligue o fogo, tampe e deixe esfriar. Despeje a mistura em um refratário e leve ao freezer. Depois de uma hora, tire do freezer e, com um garfo, raspe até que fique com consistência de neve (flocos pequenos). Volte o refratário ao freezer por cerca de cinco horas. Na hora de servir, raspe um pouco mais com o garfo.

MONTAGEM Em um prato, coloque gelo moído. Pegue as ostras abertas e coloque-as por cima do gelo. Acrescente a granita de pitanga com gotas de limão-siciliano. Finalize com flor de sal e pimenta.

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Camarão thai com arroz de jasmim e abacaxi Por chef Léo Mendes, do Ah! Bon Restaurante Fotos: Thiago Mamede

INGREDIENTES 4 camarões VG Azeite e sal a gosto 1 fatia de abacaxi Mel, o quanto baste 200 g de arroz de jasmim Água, o quanto baste Molho Thai 1 abacaxi 2 colheres (sopa) de pimenta tailandesa chilli beans 2 colheres (sopa) rasas de açúcar de coco 2 colheres (sopa) de nam plá (molho de peixe) 1 colher (café) de pasta de curry 1 litro de leite de coco

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MODO DE PREPARO Camarões Tempere os camarões com sal e grelhe em uma frigideira bem quente com um fio de azeite. Reserve. Envolva a fatia de abacaxi no mel e grelhe em uma frigideira. Reserve. Cozinhe o arroz de jasmim apenas em água e reserve.

MONTAGEM Disponha o molho no fundo de um prato. Inclua os camarões, o abacaxi e os brotos a gosto. Sirva com o arroz.

Molho Thai Bata todos os ingredientes no liquidificador. Leve ao fogo, deixando reduzir sem levantar fervura. Resfrie e reserve.

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Ravióli de abacaxi com goiabada cascão e sorvete de queijo por chef Robson Viana, do Ephigênia Bistrô Fotos: Alexandre Rezende

INGREDIENTES 5 fatias finas de abacaxi 200 g de goiabada cascão desconstruída 1 bola de sorvete de queijo parmesão Easy Ice Frutas vermelhas, como morango e framboesa, a gosto Telha de clara de ovos assada 3 claras de ovos 1 colher (chá) de farinha de trigo 1 colher de açúcar

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MODO DE PREPARO Telha de clara de ovos assada Misture todos os ingredientes. Em um tabuleiro, abra com um pincel finas camadas, leve ao forno a 180° C por cinco minutos. Corte. Leve as fatias de abacaxi ao forno a vapor por aproximadamente cinco minutos, a 90° C. Reserve deixando esfriar. Enquanto isso, derreta a goiabada em uma frigideira, reduzindo-a por 10 minutos. Depois, leve à geladeira para esfriar por mais 30 minutos. Recheie as rodelas de abacaxi, que devem ser modeladas como raviólis com a goiabada, e maçarique. Distribua no prato, formando uma flor. Acrescente a bola de sorvete, decore com as frutas vermelhas e a telha de clara de ovos. ❚

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GASTRÔ | NOVIDADES

Gostosos e lucrativos

Roberto Rocha

Em BH, mudanças no mercado de chocolate mostram que este é um setor que não perde espaço, desde que se aposte em inovação ALINE GONÇALVES

Não faz muito tempo, os brigadeiros gourmet chegaram com tudo em BH. No embalo de uma onda “paulista”, aportaram na cidade, em 2012, docinhos diferentes, com mescla de temperos indianos e raspas de limão-siciliano, para citar exemplos. Porém, os ventos dessa tendência pareciam ter parado de soprar e locais como a Meu Brigadeiro (que ficava na Savassi), Feito por Mim (Pátio Savassi) e Doce Experiência (BH Shopping) fecharam as portas no último ano. Contudo, recentes acontecimentos mostram que o chocolate não perdeu prestígio na capital e vem reforçando suas nuanças mais sofisticadas. Para começar, marcas da cidade de Gramado (RS) chegaram aqui: a Lugano abriu as portas em agosto, na Savassi, enquanto a Caracol inaugurou sua loja em outubro, no Lourdes. A diretora da Lugano em BH, Fernanda Trevisan, revela que o desejo de abrir uma unidade surgiu ao perceber pouca presença de lojas de qualidade. “Sou gaúcha, moro em BH há quatro anos e sentia falta de boas marcas”, afirma ela, que não informa o valor investido. O local tem recebido média de 300 pessoas por mês. “Em pouco tempo, fizemos quatro grandes pedidos para a fábrica, número expressivo”, diz, ao comentar o andamento do negócio. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o setor de chocolates premium é uma 162 |Encontro

A empresária Simone Rabelo inaugurou em BH, em outubro, a Caracol: aposta em produtos diferenciados, como os saudáveis, para conquistar o mercado Pedro Nicoli

As sócias e irmãs Mônica e Fernanda Drummond investiram R$ 120 mil em um recém-lançado food truck: brigadeiros sofisticados na porta dos chocólotras

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GASTRÔ | NOVIDADES DOCE MERCADO Por ano, o consumo per capita do produto no país é de

O Brasil é o terceiro maior consumidor e produtor de chocolate no mundo

A expectativa é de que sejam gerados de

18 mil a 20 mil empregos em todo o país até 2018

2,8 kg 60%

das lojas do setor de chocolate premium estão presentes na região Sudeste

aposta certeira na área. Hoje, ocupa de 6% a 8% do volume de chocolate consumido no Brasil, mas o segmento tem crescido a taxas superiores a 20% ao ano, o que revela um cenário otimista. A expectativa é de que o faturamento em 2018 chegue a R$ 2,9 bilhões – para este ano, é estimado em R$ 2,4 bilhões, o que representa crescimento de 26% em comparação a 2013. Atenta a essa subdivisão promissora, além dos tradicionais chocolates, a Lugano possui opções diversas, como para diabéticos e pessoas com intolerância a lactose (são 300 itens no total). “Nosso chocolate não leva gordura hidrogenada e o puro não tem glúten”, afirma Fernanda. O investimento em chocolates conhecidos como funcionais, por sua vez, que se associam a ingredientes indicados para controle do peso, como a chia, é uma das vertentes da Caracol, conforme explica a sócia Simone Rabelo. “Com os princípios ativos benéficos do cacau, o chocolate deixou de ser apenas guloseima e tornou-se um aliado na conservação da saúde”, afirma. Na loja de 75 m² que ela montou, há um mix com 150 produtos. Para o analista técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG), Haroldo Santos, focar em produtos com itens que agregam valor é realmente a melhor alternativa. “O mercado de chocolates tem espaço para inovação”, garante. Tanto Lugano quanto Caracol também têm espaço de 164 |Encontro

Em Minas Gerais é menor,

2,26 kg/H Fonte: Abicab e Nielsen

Paulo Márcio/Divulgação

Diretora da Lugano em BH, Fernanda Trevisan já percebeu o interesse dos clientes por produtos para presentear: o local tem recebido 300 pessoas por mês

cafeteria, o que, na opinião de especialistas, é uma saída para fidelizar clientes. “Há um mercado de requinte que pede essas soluções. A pessoa quer saborear o chocolate e não apenas consumi-lo”, diz Haroldo. Para quem continuou apostando no brigadeiro, como a Belga Brigaderia, as feiras de alimentos foram um momento para se mostrar. Agora, a estra-

O segmento de chocolates premium cresce a uma taxa de

20

% ao ano, atingindo hoje

30

mil toneladas de chocolate, de um total de 473 mil

tégia da marca, que usa produtos nobres e defende maior peso do docinho (18 gramas, no lugar dos tradicionais 12), é a mudança física para um espaço anexo aos restaurantes do grupo Vila Rica, na Pampulha, concluída no último mês. “Temos conceitos parecidos, de um trabalho artesanal”, diz a proprietária Alexandra Pocceschi, que já espera crescimento. Enquanto isso, a Cadê Meu Brigadeiro?, que em seus primeiros três anos de existência trabalhou apenas sob encomenda ou em eventos, apostou em um método diferente para atingir o varejo: investiu R$ 120 mil em um food truck que, desde 12 de outubro, circula em bairros como Sion. Na Kombi, são oferecidas 15 opções de brigadeiros, além de itens como a palha italiana. Segundo a sócia Mônica Drummond, outras estratégias foram aplicadas para a continuidade durante a crise. “Muitas lojas com o sobrenome gourmet não trabalhavam esse conceito, apenas cobravam preço alto”, diz. “Isso foi ruim para nós, porque gerou desconfiança. Resolvemos, assim, tirar o sobrenome da marca”, explica. Ela também investiu no atendimento personalizado e em ingredientes de origem belga. “O setor de doces é promissor em BH, mas é preciso se especializar”, diz ela, que estudou em São Paulo. “O mercado de chocolates é ávido por renovação”, defende Haroldo. Para quem seguir esse rumo, doces brisas devem continuar a soprar. ❚

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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br Mariel Pelli/Divulgação

ALEGRIA, ALEGRIA: MARIA CHEGOU O nome da primeira filha de Aninha Gutierrez e Dhiego Lima foi escolhido com a confirmação da gravidez. “Eu amo esse nome”, derrete-se a empresária. “Maria é sinônimo de força e mulher guerreira. Além disso, a filha de Sant’Ana é Maria”, diz ela, que é filha da empresaria Ângela Gutierrez, que há dois meses inaugurou o Museu de Sant’Ana em Tiradentes. Desde seu nascimento, em 18 de outubro, o bebê encanta a família. Especialmente os padrinhos, Clemente Faria Júnior e Luiza Faria, irmãos de Ana. Carlos Olimpia/Divulgação

SONHO QUE SE TORNA REALIDADE Há mais ou menos dois anos, os pais de Isabela Innecco Arêas, Carlos Augusto Formiga Arêas e Cristiane Innecco Arêas, perguntaram à filha se ela queria de presente uma festa de 15 anos. Isabela não pensou duas vezes em dizer sim e os pais trataram de colocar mãos à obra para o grande dia. A festa será comemorada no próximo 21 de novembro no Minas I. “O espaço tem tudo a ver com a história de minha família. Meus pais sempre frequentaram o clube, assim como a Isabela e o irmão dela, João Victor”, conta a mãe da garota. A festa será tradicional, incluindo a valsa com os 15 pares. Além do pai, a debutante dançará com os avós – Délio Salvador Arêas e Orlando Innecco – tios, primos e amigos. “É sonho se tornando realidade”, comemora Cristiane.

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UM ENTRE 10 Pergunte a uma noiva o que dá mais trabalho: a escolha do vestido ou os preparativos para a cerimônia e festa? Para Luiza Tavares Carneiro, que se casa em 12 de dezembro com Felipe Horta de Antunes, a resposta está no figurino do grande dia. “Só me decidi pelo vestido da estilista Kelly Faetanini depois de uma escolha entre 10 modelos em Nova York”, revela a noiva. O trabalho em busca do vestido ficou mais tranquilo com ajuda das redes sociais. “Uma amiga pediu para que seguisse o perfil de Fernanda Monfrinatti no Instagram, que faz assessoria para noivas. Acabamos amigas e eu a convidei para o casamento”, diz. Luiza é filha de Luiz Carlos Caio Xavier Carneiro e Lucrécia Tavares Carneiro. Felipe, de José Nacif Antunes e Leila Horta Antunes. O casamento será oficializado na igreja de Lourdes.

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Arquivo EM

SOB AS BÊNÇÃOS DE MARCELO E MARCELA Por ser um destino onde Rodrigo Borba Lopes Coelho e Camila de Morais Leite curtiram bons momentos, Trancoso seria naturalmente a melhor escolha para as bodas do casal. Mas foi preciso um gesto carinhoso de Marcela Bartolomeo Tostes para que o martelo fosse batido. “Logo após o casamento da Marcela com Marcelo Tostes, em Trancoso, ela me entregou o buquê. Percebi naquele gesto uma simbologia forte”, lembra Camila, que anos atrás apresentou Marcela a Marcelo. Mesmo satisfeita com a escolha, a noiva sabia desde o início do grande trabalho que teria pela frente. “Apesar da boa estrutura oferecida na cidade, com uma excelente mão de obra, vou levar uma

equipe com mais 15 pessoas entre cerimonialista, fotógrafos, músicos e DJs”, conta ela, entusiasmada. O casamento será oficializado no dia 29 de novembro na igreja de São João Batista, a igreja do Quadrado, e recepção no Cacao. No dia 28, Camila e Rodrigo receberão os convidados no Café de la Musique. “É um encontro para todos entrarem no clima de Trancoso. Lá, a energia e o astral falam mais alto do que qualquer protocolo ou tradição”, diz Camila. No dia seguinte, todos terão encontro marcado no Bahia Bonita. Camila é filha de Rodrigo Leite e Marlene de Morais Leite. Rodrigo, de Irajara Loyola Barbosa e Suzana Vergara Lopes Coelho. Bárbara Dutra/Divulgação

QUANDO MARTHA ROCHA PAROU BH

EM CLIMA DE FAMÍLIA E SOLIDARIEDADE Leo Dicker e o filho Arthur, de 13 anos, podem ser considerados bons exemplos para perfil dos participantes do Encontro ViaBrasil de Tênis –Troféu Gil Nogueira: é a família que se une para praticar esporte e colaborar com evento que leva benefício ao Projeto Ler É Viver, do Instituto Gil Nogueira. Em oito anos do torneio, já foram beneficiadas mais de 30 mil crianças na fase escolar. A disputa está prevista para o fim de semana que antecede o feriado de 1º de

maio em Comandatuba (BA). A organização está sob os cuidados do IGN em parceria com a revista Encontro, jornal Estado de Minas, Casalechi Eventos Esportivos e a Belvitur Viagens. Apesar da mudança de nome, o torneio continua com os mesmos mimos para os atletas, como voo fretado saindo de Confins para Comandatuba. O formato do torneio também será o mesmo, com equipes formadas por duplas selecionadas de acordo com o nível técnico.

Celebridades em BH sempre causaram burburinho. Há exatos 40 anos, Martha Rocha, a eterna Miss Brasil, foi sensação na cidade onde veio a convite para cumprir agenda social e beneficente. “Sempre ouvi dizer que o mineiro era discreto e retraído. Mas, desde que pisei nesta terra, estou percebendo a afetuosa e calorosa acolhida desta boa gente...”, resumiu. Com sucesso nos Estados Unidos, onde ficou em segundo lugar no Miss Universo, a baiana garantiu ter recebido mais de 250 cartas de pedido de casamento. Martha ficou três dias em BH, onde jantou com o então governador Juscelino Kubitschek e dona Sara, além de participar de reunião da Organização das Voluntárias, em benefício do Natal dos Pobres no Clube da Polícia Militar. Entre as lembranças de Belo Horizonte, ficou na mão direita marca da porta do carro que se fechou quando ela entrava no veículo. Apesar do susto e da dor, Martha Rocha não perdeu a elegância e deixou os fãs apaixonados com seu carisma. NOVEMBRO DE 2014

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Emoção marca o primeiro ano de Júlia O aniversário de Júlia, filha de Gaby e Fabiano Menotti, foi comemorado no Buffet Let’s Go Lagoa. A decoração, em tons rosa e branco, foi assinada por Selma Reis, da Party Décor de São Paulo. Mãe e filha vestiram figurino com mesmos tons e tecidos assinado pela estilista mineira Danielle Benício. A festa foi animada por Miltinho, músico de Goiânia. Fabiano ficou emocionado ao lembrar a ausência do pai, que morreu há dois anos: “Tenho certeza de que meu saudoso pai estaria muito feliz se pudesse estar aqui hoje. Sou um homem feliz e realizado por ter encontrado minha esposa, Gaby, que me mostrou o amor maior do mundo, minha pequena Júlia”, disse. Fotos: Rosa Marcondes/Divulgação.

Malu Magela, Fernanda Pompéu, Mauro Maya, Pietro Maya, Marília Gabriela, Matheus, Júlia Menotti, Maria José e Fabiano Menotti

Júlia Menotti, Marília Gabriela e Danielle Benício

Júlia Menotti, Marília Gabriela e Mercês

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Fabiano Menotti, Júlia Menotti e Marília Gabriela

Sérgio Muller, Simone Lacerda, Fábio Lacerda e Zilda Muller

Dona Elsi Silva, Esther Lacerda, Fabiano Menotti, Júlia Menotti, Marília Gabriela, Theo Menotti, César Menotti, Simone Lacerda, Fábio Lacerda e Estevão Lacerda

Kaller Mota, Pedro Mota, Duda Mota, Júlia Menotti e Fabiano Menotti

Theo Menotti, Júlia Menotti e César Menotti

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SOCIEDADE

Encontro trimestral Pelo sucesso da primeira edição do Encontro Marcado, no fim de mês de outubro, evento onde foram apresentados os recentes lançamentos do bufê Célia Soutto Mayor, Patrícia Soutto Mayor garantiu que a promoção será feita de três em três meses. A primeira edição reuniu cerca de 60 pessoas entre noivas, mães de noivas, fotógrafos, decoradores e cerimonialistas. Além das delícias do bufê, os convidados participaram de sorteios de brindes. Fotos: Renata Caldeira.

Letícia Leal e Aristeu Oliveira

Luiza Martuchelli, Isabel Martuchelli e Leda Penna

Patrícia Soutto Mayor e Mônica Soutto Mayor

Natália Goulart e Luciana Coura

Maria Luíza Nascimento, Camila Guimarães e Elayne Nascimento

Denis Rodrigues, Beth Ribeiro, Carla Canabrava e Carolina Lobato

Pollyanna Mata Gontijo e Tiago Gontijo

Daniela Almeida e Érika Brum

Guilherme Borja, Fernando Trancoso, Rogério Paulino e Flávia Nunes de Lima

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SOCIEDADE

Década de sucesso

Os dez anos de fundação da Live, referência nacional em automação residencial e corporativa, foram comemorados com o lançamento do novo showroom da marca. O projeto arquitetônico é assinado por Ângela Roldão. Localizado no coração do bairro de Lourdes, ao lado da praça Marília de Dirceu, o espaço reúne as últimas novidades do setor, entre elas, o que há de mais moderno em sonorização de ambientes, iluminação e sistemas de automação. “Ao longo da nossa história, construímos uma relação sólida e pautada pela confiança com nossos clientes e parceiros. Uma das formas que encontramos de agradecê-los foi projetando um ambiente onde eles possam se sentir ainda mais especiais”, afirma o diretor comercial da Live, Lourenço Roldão. Fotos: Dudua’s Profeta.

Felipe Felix, Lourenço Roldão e Raphael Tolentino

Isabela Bethonico e Fernando César

David Guerra e Ângela Roldão

Bernadette Correa e Ernesto Lolato

Thiara Bathemarque e Camila Castro

Norma Guimarães e Ana Andréa Barra

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Adriana Vasconcelos

Ana Lúcia Rodarte e Vânia Gontijo

Kívia Costa, Graziela Costa e Érika Steckelberg

Renata Nunes da Matta e Alexandre Monteiro

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Júlia Vidigal e Felipe Felix

Carico Dumont e Myrna Porcaro

Andréa Buratto, Flávia Zambelli e Nana Guimarães

Silvia Renno, Deborah Xavier e Thalita Mattos

Júnia Carsalade e Raphael Tolentino

Mariana Sobreira e Ângela Saraiva

Ricardo Marrazzo e Juliana Borges

Ricardo Rocha, Bruna Ribeiro, Ivan Drumond e Bárbara Kovalski

Paula Vidigal, Lourenço Roldão e Beth Nejm

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SOCIEDADE

Confraternização Com menos de um ano de vida e uma arquitetura de alto nível, a Casa Tua já se consolidou como o cenário perfeito para eventos de negócios. Foi em clima de badalação que aconteceu a Festa do Supermercados BH, exclusiva para fornecedores. Os convidados puderam prestigiar o sofisticado décor do local, ambientado especialmente para a ocasião pela Kriare, com o apoio do Cerimonial DC Eventos e o saboroso bufê Club do Chef. O set list da festa foi comandado pelo DJ Carlo Dee, com o suporte de som e iluminação da R7. A grande atração da noite ficou por conta da dupla Bruno & Marrone, tornando o evento ainda mais especial. Fotos: Renata Caldeira.

Dinis Pinheiro, Adriana Pinheiro e Dinis Samuel

Natália Pinheiro e Filipe Queiroz

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Walter Santana e Patrícia Lavorato

Jove Jardim e Lívia Cristo

Ana Pena, Waldir Pena, Lucas Pena e Alessandra Pena

Waldir Pena, Walter Santana e Pedro Lourenço

Fernanda Perche e Priscilla Irffi

Isabela Amorim, Tatiana Amorim, Cauê Grecov e Lucas Grecov

Pedro Lourenço e família

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SOCIEDADE

Rosangela Brandão, Maria Tereza Duca, Cândida Ferraz e Andrea Ker Bacha

Márcia Carvalhaes e Maria Cristina Bahia

Sylvia Pinheiro, Maria Tereza Duca e Catarina Marschner

Mostra na Villa Maria Maria Cristina Bahia e Maria Tereza Duca, proprietárias da loja Villa Maria, receberam amigos e profissionais da arquitetura e design de interiores para o coquetel de abertura da 2ª Mostra Villa Maria. O evento fez parte da programação especial do DMAIS Circuito de Decoração e Design. Na ocasião, foram inaugurados os novos ambientes da loja, criados por Márcia Carvalhaes, Dodora Gontijo, Sylvia Pinheiro, Cândida Ferraz, Rosângela Coelho Brandão, Paulo Junqueira, Danielle Bellini, e a dupla Priscila Sathler e Paola Camargo, profissionais conceituados em design. O resultado pode ser admirado na loja Villa Maria, rua Bárbara Heliodora, 71, Lourdes. Fotos: Juliana Andrade/Divulgação.

Paola Camargo, Ana Rita Matos, Priscila Sathler e Lorena Cruz

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SOCIEDADE

Parceria O início das operações entre a Aliança Assessoria e Negócios e o Banco Bonsucesso foi marcado pelo Encontro das Galáxias, evento que reuniu os gerentes operacionais e comerciais, executivos, diretoria da Aliança e o diretor geral, Marconi de Paula Pechir, com os executivos do banco. Na pauta do encontro, que aconteceu no Hotel Mercure, em Belo Horizonte, e durou três dias, apresentação dos produtos e convênios nos quais a Aliança atua e perspectivas de mercado nos 18 estados onde a empresa está presente. Fotos: Dudua’s Profeta e Richardson Campos/Divulgação.

César Marcelino, Ricardo Brandt e Marcos Parada

Leandro Silva, Simone Alves e Nilmar Júnior

Mari Aragão, Márcia Guerra, Márcia Reis e Carol Borges

176 |Encontro

Marconi de Paula Pechir

Frederico Penido

Maria de Lourdes Pechir

Michel Quevedo, José Roberto e Marcelo Silva

Bruno Pechir e Denilson Machado

Pâmela Gomes e Bartira Vasconcelos

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Charles Pires, Marconi Pechir e Anderson Oliveira

Saul Messias, Cezar Oliveira e Alfredo Lobato

Amanda Rafaela, Fabricio Fernandes, Waléria Ribeiro e Cecilia Carneiro

Geraldo Maia, Thalles Gonçalves, Daniel Duarte e Edvaldo Sampaio

Daniel de Souza, Leandro Cardoso, Hélio Filho e Ramon Leal

Lucas Roma e Fabricio Pedreira

Davi Braganti, Maria de Lurdes Pechir, Tatiane Soares e Izabelle Grilli

Sandra Freitas, Karine Duarte e Clarissa Cardoso

Vanessa Brito, Marlene Balbino, Elaine Forti e Pollyana Cruz

Ademir Auler, Ana Laura, Rubens Freire e Gustavo Vallim

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Encontro | 177

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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br

Sem afetação Cada vez acho menos interessantes as pessoas que se esforçam para parecer interessantes. Começou a jogar muito os cabelos, a lançar mão de gestos teatrais, a dizer coisas aparentemente inteligentes ou a fazer muito jogo de cena... saio correndo, se puder. Nunca tive paciência com pessoas afetadas, mas antigamente era mais fácil conviver com elas pelo simples fato de que havia menos gente assim. Para cada pessoa fazendo gênero, havia dezenas de outras se comportando com naturalidade. Mas virou moda posar, infelizmente, e hoje o que mais se vê são homens e mulheres se comportando como se estivessem permanentemente em um palco: a voz, o gestual, o que se diz, tudo parece ensaiado, calculado para impressionar. Interagir com alguém assim, vestido com a pele do personagem que construiu para si próprio, é de doer. Até porque quem faz jogo de cena não está interessado em interagir – está interessado em aparecer. E, quando a gente tenta se comunicar, constata que está ali na condição de plateia, da qual se espera apenas que seja capaz de aplaudir. No programa de TV que apresentei durante dez anos, tive a chance de conversar com mais de 1.600 entrevistados e, quando paro para pensar em quais foram os mais interessantes, inevitavelmente me lembro daquelas pessoas mais espontâneas, mais naturais – algumas famosas, outras não. Porque é possível ser famoso e não ser afetado (Tony Ramos é um exemplo, Sidney Sheldon era outro), é possível morar em um palácio de 608 cômodos e continuar simples (como a rainha Silvia, da Suécia) e pode-se também ter prestígio intelectual e não fazer pose (saudades de Mário Quintana...). Os exibicionistas, os cheios de si, os que parecem se olhar no espelho em tempo integral, esses raramente são interessantes de fato. Podem até chamar a atenção, mas o interesse passa logo. Há pouco tempo tentei ver a entrevista de uma atriz na TV e acabei desistindo. A atriz jogava tanto os cabelos e a entrevistadora movimentava tanto (e de forma tão teatral) as mãos que a conversa ficou em segundo plano. Eram duas mãos entrevistando um cabelo – e cinco minutos bastaram para que eu mudasse de canal. Até aí, tudo bem. Controle remoto existe para isso. O pior é quando não se pode mudar de canal. Quando quem está jogando cabelo, fazendo caras e bocas ou falando alto para se exibir está do nosso lado – no trabalho, no restaurante, na casa dos parentes, na sala de embarque, na academia, enfim, é parte do nosso cotidiano. E aí dá vontade de perguntar por que é que a criatura em questão está falando daquele jeito, gesticulando daquele jeito, se comportando daquele jeito artificial. Um amigo meu, psiquiatra, dizia recentemente que o exibicionismo está atingindo níveis insuportáveis. É como se tivéssemos de aparecer para existir. O Facebook é apenas um exemplo – e que exemplo! Há outros. Mas o fato é que, neste show em que a vida se transformou, os comportamentos estão cada vez mais pasteurizados – e mais irreais. Na chamada sociedade do espetáculo, vive-se da aparência. A imagem é soberana. A representação se confunde com o real. E a vida vira uma grande performance, transformando em atores e atrizes quem jamais pisou em um palco. Nesse representar em tempo integral, em que cada um quer “ficar bem

“Hoje o que mais se vê são homens e mulheres se comportando como se estivessem permanentemente em um palco: a voz, o gestual, o que se diz, tudo parece ensaiado, calculado para impressionar ” na fita” e não mede esforços para impressionar a plateia, a sinceridade vai virando ficção. Declarações sinceras, gestos sinceros, comportamentos sinceros estão cada vez mais raros. Ironicamente, a moda é se expor, se exibir, se escancarar. Mas quanto desse desvelar revela o que se é, se pensa ou se sente de fato? Mostra-se a imagem fabricada. O que se oferece ao outro é a fachada cenográfica, que qualquer vento derruba. E nunca se sabe o que está por trás do que se diz, do teatro das mãos, das muitas caras e bocas, do esmero com que se desempenha os muitos papéis, com que se joga o cabelo, com que se vende (a preços módicos) a própria imagem. Não é à toa que gosto de “fugir” para a Serra da Canastra, onde a maioria da pessoas (ou a maioria delas) ainda vive e se comporta com naturalidade. Lá não há afetação. Nunca me senti entre atores. Nunca tive a sensação de estar no Projac. Questão de tempo? Pode ser. Ou bem provável. Mas, por enquanto, é um lugar onde – para o bem e para o mal – ainda se respira sinceridade. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante

178 |Encontro

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