Dez/2014 - Jan/2015 | Ano XIII | Nº 164
www.revistaencontro.com.br
AÉCIO NEVES
ALBERTO PINTO COELHO
FERNANDO PIMENTEL
NAZARETH T. DA COSTA
DIEGO TARDELLI
MARCELO OLIVEIRA
JOSÉ SALVADOR SILVA
LÚCIO COSTA
MINEIROS DE 2014 16 NOMES QUE MARCARAM O ANO
MARCOS PIMENTA
CLAYTON MONTEIRO
ALBERTO SALUM
MARCO TEIXEIRA E ROBERTO SOARES
ISSN 1679-0146
ANGELA GUTIERREZ
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PEDRO BITENCOURT
TIAGO ALVES
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NESTA EDIÇÃO
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ENTREVISTA Marcio Lacerda faz balanço de gestão e cenário político FÉRIAS Programas para aproveitar a capital no verão
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CIDADE Importantes obras previstas não foram concluídas
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SAÚDE Exercitar-se apenas no fim de semana é perigoso
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SABONETES Variedade de tipos exige escolha consciente
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PET Fungo silencioso pode provocar lesões nos animais
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PERFIL Novo dirigente do Galo fala sobre planos para o time MODA Marcas apostam no mercado mineiro e abrem lojas EDUCAÇÃO Instituto Libertas passa por mudanças para se manter DEZ PERGUNTAS Embaixador da França fala sobre parcerias em Minas VEÍCULOS Utilitários esportivos chegaram para ficar TECNOLOGIA Novidades de última geração despontam em 2014
86 90 96 128 134 138
ARTES PLÁSTICAS Artista mineiro faz esculturas com materiais recicláveis CULTURA Palácio das Artes inicia parceria com Inhotim CAPA Quem são os mineiros que se destacaram em 2014 TENDÊNCIA Homens aderem ao estilo lumbersexual ESTILO Confira a barba ideal para cada tipo de rosto EDITORIAL Versatilidade é a palavra-chave do verão
Alexandre Rezende
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VITRINE Espadrilles são confortáveis e bonitas CABELOS BB e CC Cream para manter o cabelo bem cuidado RECEITAS Chefs sugerem pratos para surpreender os convidados BEBIDAS Espumantes Ferrari ganham força entre os mineiros SOCIEDADE Comemoração do cinquentenário
COLUNAS 18 21 28 32 70 76
NO PODER Na presidência do TCE DEU O QUE FALAR “No início, o que me assustava era ser falada pela minha beleza” RETRATOS DA CIDADE Ah, se virasse moda... GENTE FINA O top das belas COLUNA DE DIREÇÃO Disputa saudável VIDA DIGITAL Por uma cidade mais conectada
Cláudio Cunha
ARTIGOS 84 150 164
ENCONTRO INDICA Show do Foo Fighters em janeiro NA MESA Da Sicília para BH NA SOCIEDADE Lição de beleza e elegância
16 94 178
CLÁUDIO DE MOURA CASTRO A vocação dos países grandes e emergentes JOSÉ JOÃO RIBEIRO Os melhores de 2014 LEILA FERREIRA Feliz 2015
Fotos capa: André Berlinck I Cláudio Cunha I Eugênio Gurgel I JC Martins I Raimundo Sampaio-Encontro-D.A. Press e Samuel Gê
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NESTA EDIÇÃO revistaencontro.com.br
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ANDRÉ LAMOUNIER - DIRETOR/EDITOR redacao@revistaencontro.com.br
#tamojunto Reconhecer e valorizar as realizações do homem é característica que acompanha a evolução da humanidade. Desde que o mundo é mundo, sempre houve modo de aplaudir quem realiza feitos. Isso é cultural. Por essa razão, crianças (desde pequenas) recebem suas medalhinhas de “honra ao mérito”, na natação e na escola. Distinguir pessoas que se destacam – e dar publicidade a isso – é forma de estimular talentos e contribuir para o crescimento da sociedade. Esse é o papel de Encontro. Dois dos escolhidos deste ano já são velhos conhecidos da série “Mineiros do Ano”. Pela segunda vez, Aécio Neves e o médico José Salvador Silva, fundador do Hospital Mater Dei, recebem a honraria. Entre os estreantes, figuras que já deveriam estar aqui há muito tempo, pelo admirável trabalho que realizam em favor dos mineiros, como Nazareth Teixeira da Costa e Angela Gutierrez. A lista completa inclui nomes que são nascidos por aqui, mas também aqueles que escolheram Minas como sua terra de atuação e conquistas. Assim como na sociedade em que vivemos, numa empresa jornalística, há profissionais que se destacam a cada novo ano. Por 2014, todos de nossa equipe merecem aplausos. Duas pessoas, entretanto, fazem jus a um registro. Cristiane de Marco chegou a Encontro há dois anos. Surpreende pela simpatia, bom humor e comprometimento com aquilo que assume. Graças a esses atributos, superou a maior dor que já enfrentou: a perda do marido, Hugo, vítima de câncer súbito, que faleceu em outubro, aos 33 anos. A outra é Geórgea Choucair, novata de Encontro, mas experimentada no jornalismo. Gegeo, como é carinhosamente chamada, trabalhou durante 16 anos no jornal Estado de Minas, como repórter. Neste ano, ingressou nas páginas de Encontro para dar vida às histórias dos perfilados que recebem o título de “Mineiro de 2014”. São meus e de Gegeo a maioria dos textos aqui apresentados, como o de Aécio Neves, eleito Personalidade do Ano. O ano de 2014 será marcado para sempre na memória do senador e candidato a presidente Aécio Neves. Ele começou o ano tendo de lidar com a enfermidade da irmã Ângela, vítima de AVC, que até hoje deixa sequelas. Foi surpreendido com o nascimento prematuro dos gêmeos Bernardo e Júlia, que correram risco de morte. Na campanha, estava em ascensão quando morreu o candidato Eduardo Campos, vítima da queda do avião em que viajava. A morte do amigo abateu Aécio e quase levou sua candidatura ao debacle. Mas ele foi firme. Voltou a crescer e por muito pouco não se elegeu presidente do Brasil. Saiu das eleições muito maior do que entrou. Perguntei a ele: “Senador, qual Cláudio Cunha o sentimento que fica deste ano?”. Ele: “O de responsabilidade com o Brasil”. Pela resposta, vê-se um homem sabedor de sua estatura e consciente dos enormes desafios que o país tem pela frente. Foi um ano intenso para esse cruzeirense. Pode-se dizer também que 2014 foi quase todo de vitórias para Aécio Neves. Eu disse quase. Porque, é bom lembrar, no final do ano ele se viu diante de adversário difícil de ser enfrentado... Foi o Galo, na Copa do Brasil! Cristiane de Marco, 29 anos, e Geórgea Choucair, 41: Sucesso, senador! #tamojunto z simpatia e talento. Fora o resto, que tá na cara
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THE DARK SIDE OF THE MOON
Os astronautas da Apollo 8 foram as primeiras pessoas a verem o lado negro da Lua com os próprios olhos. O Speedmaster Co-Axial em cerâmica negra [ZrO2] saúda o espírito pioneiro que os levou a um lugar onde jamais o ser humano havia estado e presta uma homenagem aos cronógrafos Speedmaster Professional usados por todos os astronautas da Apollo.
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FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000 A VITÓRIA DO FUTEBOL MINEIRO I
Adorei o especial sobre o futebol mineiro. Sou atleticano, mas devo admitir que não é só nossa, mas sim de Minas, a maior vitória do futebol neste ano. José Faria Belo Horizonte/MG
A VITÓRIA DO FUTEBOL MINEIRO II
Não sou de acompanhar futebol nem tenho paixão por nenhum time especificamente. Mas um orgulho enorme de ser mineira, de nossos times estarem ali, representando o que há de melhor no futebol nacional. Gostei da matéria, é histórica, vou guardar a edição. Antônia Feliciano Nogueira Belo Horizonte/MG
NOVA CHANCE PARA VIVER I
Emocionante a história do garoto Benício. Já passou da hora de esse tipo de medicamento ser liberado no Brasil. Não tem nada a ver com drogas, e sim com a saúde dessas pessoas. Quanta determinação desse pai! Tem todo o meu respeito. Isabela Fontes Belo Horizonte/MG
NOVA CHANCE PARA VIVER II
UM DOCE DE NATAL
GÊNIO INDOMÁVEL
Parabéns pela matéria sobre a Yara Tupynambá. É bom saber que os grandes artistas da contemporaneidade continuam ativos e profícuos. Pelo visto, ela não se aposentará tão cedo. Quem ganha somos nós! Tereza Vasconcelos Nova Lima/MG
PURA ADRENALINA
Como negar a um pai o direito de tentar salvar a vida de seu filho? O Canabidiol é um medicamento como qualquer outro e é um absurdo ser proibido no Brasil. Até quando nosso país terá uma legislação tão atrasada? Rodrigo Cerqueira Belo Horizonte/MG
Muito bacana a capital mineira ter um espaço exclusivo onde os amantes da velocidade possam disputar corridas. Lugar de correr é na pista, e não nas ruas das cidades, colocando a vida dos cidadãos em risco. Henrique Lopes Pará de Minas/MG
NOVA CHANCE PARA VIVER III
ARENA DE ARTE E CULTURA
Parabéns pela linda matéria “Nova Chance para Viver”. A revista prestou um serviço importante à sociedade ao contar essa história. Parabéns também aos entrevistados, pela coragem de contar sua luta. Felipe Silva Belo Horizonte/MG
O Circuito Cultural Praça da Liberdade é um orgulho para os belo-horizontinos. Exemplo da arte feita para todos, sem preconceito, de forma democrática e com excelência em qualidade. Alexandre Gomes Alves Belo Horizonte/MG
A matéria com dicas de sobremesas de Natal realmente foi de dar água na boca. Um incentivo para quem quer comemorar o Natal em grande estilo, sem ter muito trabalho. Patrícia Noronha Belo Horizonte/MG
FESTA ANIMAL
A vontade de celebrar mais um ano de vida de nossos animais de estimação nada mais é do que um ato de amor e gratidão a esses queridos companheiros que vivem tão pouco conosco aqui na Terra. Só quem sofre a dor de perder um animal sabe o quanto eles nos são caros. Glória dos Santos Belo Horizonte/MG
O HAVAÍ ERA AQUI
Leila Ferreira, como sempre, vai direto ao ponto. Ótimo seu artigo “O Havaí Era Aqui”. De fato, não necessariamente todo réveillon deve ser comemorado de forma “bombante”. É preciso prestar atenção em seu estado de espírito, o que nem sempre a gente faz. Maria Dutra Belo Horizonte/MG
Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por motivo de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770
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ENCONTRO DIGITAL | ROLOU NA REDE Pixabay
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ALIMENTOS DO BEM Frutas cítricas como laranja, lima, limão e tangerina, fontes de vitamina C e ricas em substâncias antioxidantes, têm efeito preventivo contra o câncer. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/efAhFM
CUSTÓDIA "FORÇADA" Câmara dos Deputados e Senado aprovam projeto que prevê guarda compartilhada obrigatória quando não há acordo entre os pais. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/nbdX3t
ARMAR OU DESARMAR? Polêmico projeto que tramita na Câmara dos Deputados quer revogar o Estatuto do Desarmamento. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/DUCwwx
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O próximo desafio: Encontro Mineiros em férias. Tire uma foto com o tema, publique no Instagram e compartilhe com a hashtag #encontromineirosemferias. Se a sua foto for escolhida, ela será impressa na próxima edição da revista Encontro. Participe! A foto vencedora do tema #encontronatal foi da @anaboaventura
AS MATÉRIAS COM MAIOR REPERCUSSÃO NAS REDES SOCIAIS Você é favorável ao porte de arma pela população?
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ENTOS COMPARTILHAM
3,1 mil
Expectativa é de que Dilma sancione lei da guarda compartilhada obrigatória
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Cruzeiro pode até ganhar, mas o Atlético leva o título
378
“Eu sei que você treme” aparece em avenida de BH
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Conheça alimentos que ajudam a prevenir e combater o câncer
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Insta
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ARTIGO | CLAUDIO DE MOURA CASTRO ccastro@editoraencontro.com.br
A vocação dos países grandes e emergentes Antes da Revolução Industrial, fosse no Afeganistão fosse em Londres, as mesmas coisas eram produzidas com métodos iguais. Com o carvão, o aço e a divisão de trabalho, mecanizam-se os processos, aumentando a escala e reduzindo custos. As tecnologias modernas levaram a saltos extraordinários na produtividade. Passamos do forno catalão para o alto-forno, do tear manual para a lançadeira a jato de ar, da produção artesanal à linha de montagem. A tecnologia permite fazer melhor e mais barato. A Revolução Industrial transformou o mundo, mas sentou praça nos países tecnologicamente mais avançados. E o resto do mundo? Alguns continuam nas profundezas do atraso. Mas apareceram países, ainda pobres, possuindo enclaves de tecnologia. Entre eles, há um grupo com características especiais, do ponto de vista de suas vantagens comparativas: são os grandalhões, como Índia, China e Brasil. Caracterizam-se pela existência de um sólido núcleo de ciência e tecnologia, um mercado gigante e, ainda, muitos pobres. Para onde devem direcionar a sua capacidade científica e tecnológica, para abrir novos mercados? Onde estão suas vantagens comparativas? Enquanto forem muito baixos os salários, as indústrias intensivas em mão de obra podem oferecer um caminho. Mas o Brasil não consegue mais competir com a mão de obra barata do Oriente. Por isso, precisa identificar outros nichos, onde os ricos não despejaram sua competência e amplos capitais. Computadores, celulares, sapatos e automóveis não mostram a mesma promessa de competitividade. Portanto, é preciso buscar os nichos que permitem aproveitar a capacidade de pesquisa, o tamanho dos mercado e onde os ricos não entraram ou entraram pouco. Há alguns exemplos clássicos de sucesso. Na manufatura, vêm à mente as máquinas de lavar roupa simplificadas e os ônibus. No campo científico, o país avança no tratamento de doenças tropicais – que não atrai as grandes farmacêuticas, pelo reduzido poder de compra dos potenciais clientes. A agricultura tropical é o mais conspícuo sucesso de junção de pesquisa com aplicação, pois pouco se interessaram os países ricos em criar espécies comerciais otimizadas para climas quentes. O êxito do Brasil com a soja é um bom exemplo. Uma curiosidade: só o Brasil produz um vinho aceitável no paralelo 8 (Petrolina). Avanços tecnológicos na produção de bens primários (minérios, por exemplo) também tiveram grande impacto. Em alguns casos, podemos nos beneficiar de menores resistências institucionais às mudanças. Por exemplo, em educação, os países ricos atenderam a toda a sua demanda, pelo caminho das soluções artesanais e caras. Há escolas para todos, pelos métodos tradicionais. Com isso, o uso mais intensivo de tecnologias encontra muita resistência dos professores e sindicatos. Portanto, as escolas não mudam. Em contraste, o Brasil está inovando com os chamados “sistemas de ensino”, que estruturam mais as rotinas escolares, editam coleções de livros, passo a passo, preparam os
“O Brasil precisa encontra nichos onde os países ricos não despejaram sua competência” professores e oferecem sistemas de avaliação. Com isso, aumentam o desempenho das escolas que os adotam. O mesmo com a TV educativa, atrofiada nos países ricos, já amplamente atendidos por uma pletora de professores. Mas, para nós, faz sentido usar a competência das telenovelas para criar aulas atraentes e que chegam a todos os grotões. George W. Bush tentou implementar um exame nacional de desempenho escolar. Contudo, o que emergiu foi uma versão capenga. Até hoje, mercê do poder federalista, os Estados Unidos não têm um bom teste nacional desse tipo, como a Prova Brasil(e o Enade). A urna eletrônica é resistida nos países habituados às contagens de votos tradicionais. Aqui, parece funcionar. A medicina dos países ricos atende a todos, com soluções tradicionais e caras. Contudo, a implantação de prontuários eletrônicos colide com as resistências dos grupos de interesse e a noção exacerbada de privacidade. Nos países pobres, onde ficam muitos sem ser atendidos, há potencial de avanços nessa área e em muitas outras. Os exemplos citados mostram oportunidades para aqueles países grandes e pobres, mas com sólidos enclaves de desenvolvimento científico e tecnológico. Deve haver outras. Precisamos de inteligência e pragmatismo para encontrar esses nichos.
*Claudio de Moura Castro é economista, pesquisador em educação e autor de diversos livros. Escreve bimestralmente na Encontro
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NO PODER | BERTHA MAAKAROUN bmaakaroun@editoraencontro.com.br
NA PRESIDÊNCIA DO TCE Ex-deputado, bacharel em direito, médico e doutor em saúde coletiva, Sebastião Helvécio vai assumir a presidência do Tribunal de Contas do Estado em 9 de fevereiro. A Encontro, Helvécio falou sobre como será sua atuação. 1 | Qual serão as prioridades em sua gestão à frente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para o biênio 2015-2017 no que diz respeito ao combate à corrupção?
Vamos valorizar programas de tecnologia da informação para a construção de malhas eletrônicas de fiscalização, que são, de fato, instrumentos muito eficientes. Hoje, trabalhamos com as notas fiscais eletrônicas e, por meio delas, temos as trilhas das aquisições públicas. Mas, com o aprimoramento das malhas eletrônicas, podemos fazer o controle em tempo real. Somos capazes, por exemplo, de um trabalho preventivo em tempo real, acompanhando os certames e os melhores preços ofertados pelos licitantes, contrapondo-os à nossa pesquisa de custo médio da contratação, a partir da descrição do serviço. 2 | O sr. afirma que pretende acompanhar a qualidade do gasto público de modo a melhorar a governança. Como fará isso?
Tivemos a ideia de analisar não só a
despesa que o prefeito executa, mas, mais do que isso, verificar indicadores em cinco áreas: educação, saúde, segurança pública, infraestrutura e previdências municipais. Queremos checar se o desempenho dos alunos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) está melhorando, se a mortalidade está caindo, se a criminalidade está aumentando, se as obras públicas ocorrem em locais onde realmente são mais demandadas e também a saúde dos fundos de previdência municipal nos cerca de 250 municípios que têm regime próprio. 3 | Como será feito esse acompanhamento?
Nenhum outro órgão no estado concentra o volume de dados que está em poder do TCE. Em 6 de maio, durante a conferência para os gestores, vamos apresentar o diagnóstico de cada cidade, com indicadores dessas cinco áreas. Cada prefeito receberá um pen drive. A partir daí, haverá monitoramento.
Pedro Nicoli
Pollyanna Maliniak/Divulgação
PRIMEIRO ANÚNCIO Embora não integre o chamado “núcleo duro” do governo Fernando Pimentel (PT) – formado por Marco Antônio Rezende Teixeira, José Afonso Bicalho, Helvécio Magalhães, entre outros colaboradores que estiveram com o petista na Prefeitura de Belo Horizonte –, o deputado federal Bernardo Santana, líder, na Câmara dos
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Deputados, do bloco PR, PTdoB e PRP, foi o primeiro da equipe a ser formalizado para a pasta da Defesa Social. Houve polêmica. A começar pelo Ministério Público. Bernardo Santana foi defensor intransigente da chamada PEC 37, que acabou derrotada no Congresso Nacional, restringindo o poder de investigação criminal às polícias Civil e Federal. Promotores não gostaram. Já os delegados...
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À CATA DE ASSINATURAS A ideia é apresentar um projeto de lei de iniciativa popular, até março – ainda início da nova legislatura –, numa tentativa de tirar a tão prometida reforma política do papel. Nesta empreitada nacional, além da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), juntam-se a Ordem dos Advogados do Brasil e vários movimentos sociais e entidades. Até o momento, só um terço das 1,5 milhão de assinaturas necessárias foi coletado. Em Minas, o reitor da
Marcos Figueiredo/Divulgação
PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, que também preside a Comissão pela Reforma Política da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lança nova campanha, simultânea a um conjunto de atos em todo o país. Entre os principais pontos da proposta estão o financiamento público das campanhas e a proibição de contribuições de pessoas jurídicas.
Fotos: Cláudio Cunha
REPRESENTAÇÃO FEMININA... Numericamente, a representação feminina na Câmara dos Deputados, inclusive bancada federal mineira e Assembleia Legislativa de Minas, aumentou em relação às eleições de 2010. Das 513 cadeiras a serem preenchidas, foram eleitas 51 deputadas federais, das quais cinco do estado: a veterana Jô Moraes (PCdoB), que é coordenadora da bancada feminina no Congresso, Margarida Salomão (PT), Raquel Muniz (PSC), Brunny (PTC) e Dâmina Pereira (PMN). Há quatro anos, foram 45 eleitas, destas, apenas uma de Minas. Entre as 77 cadeiras da Assembleia mineira em disputa, cinco mulheres elegeram-se em 2014, ante quatro em 2010: a ex-deputada estadual e ex-prefeita de Contagem Marília Campos (PT), Rosângela Reis (PROS), Celise Laviola (PMDB), Ione Pinheiro (DEM) e Arlete Magalhães (PTN).
...PARA INGLÊS VER Entretanto, esse resultado está longe de significar aumento do sucesso eleitoral feminino nas eleições proporcionais. Concorreram para deputado federal em 2014, em todo o país, 4.168 homens, dos quais, 430 em Minas. Foram bem-sucedidos 462, entre eles, 48 mineiros. Ou seja,
em média, 10% das candidaturas do sexo masculino ganharam uma cadeira na Câmara dos Deputados. Do outro lado da moeda, não há aumento proporcional de candidaturas femininas vitoriosas ao longo do tempo. Das 1.765 mulheres que concorreram, 190 foram mineiras. Ao
todo, 51 foram eleitas, uma estatística ainda pífia que, desde 1994, só encolhe: 2,9% de sucesso eleitoral. Para a Assembleia Legislativa do estado, o resultado é ainda mais duro: 1,5% das 321 mulheres candidatas se elegeram, contra 9,8% das 734 candidaturas do sexo masculino. DEZ/2014 - JAN/2015
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DEU O QUE FALAR | FERNANDA NAZARÉ “No início, o que me assustava era ser muito falada apenas por minha beleza” JAQUELINE CARVALHO, jogadora de vôlei recém-contratada pelo Minas e hoje com alta colocação no ranking das atletas
“Pelé foi o melhor. Quando falo de futebol, eu o tiro da lista, porque era um extraterrestre” CÉSAR LUIS MENOTTI, técnico da seleção de futebol argentina campeã da Copa de 1978, ao comparar o jogador brasileiro a Maradona e Messi
“Minas foi o meu estado escolhido. Para os mineiros, sangue sempre será ingrediente” JEFFERSON RUEDA, chef do restaurante Attimo (SP), eleito o 38º melhor da América do Sul pela revista Restaurant. Ele passou alguns dias em BH visitando restaurantes como o Maria das Traças, famoso pelo frango ao molho pardo
“O 49 também é de 4 + 9, que dá 13 (galo) no jogo do bicho. Esse jogo é entretenimento das crianças brasileiras” RONALDINHO GAÚCHO, ex-atacante do Galo, enrolando-se ao explicar a um jornal espanhol por que dispensou a famosa “camisa 10” Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press
“Talvez não se iguale, mas pode chegar próximo à criatividade do Grupo Corpo” SAMUEL ROSA, vocalista do grupo Skank, que está encarregado de produzir a trilha sonora especial dos 40 anos da companhia de dança. A modéstia nunca foi o forte dele
Colaborou: Amanda Aleixo
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ENTREVISTA | MARCIO LACERDA Fotos: Cláudio Cunha
“MEU SUCESSOR PRECISA TER EXPERIÊNCIA EM GESTÃO” 22 |Encontro
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Prefeito de BH analisa a relação com o futuro governo do estado e realizações de sua gestão. Embora evite falar de futuro político, ele traça o perfil ideal para o candidato à prefeitura nas eleições de 2016 MARINA DIAS
Já não é novidade para nenhum belo-horizontino: o prefeito Marcio Lacerda (PSB) é um político-gestor. Aliás, mais gestor que político. Suas preocupações no cargo envolvem menos agradar a membros de partidos e melhorar sua imagem política e mais planejar e acompanhar os planos e metas que elaborou para a cidade. Seu planejamento estratégico prevê ações até 2030, ou seja, para muito além de seu mandato, e é sobre elas que gosta de conversar. Em entrevista a Encontro, Lacerda fala de um dos projetos preferidos – as Unidades Municipais de Ensino Infantil (Umeis) – e dos avanços e entraves na mobilidade urbana. Aborda ainda os prêmios e boas colocações em rankings que Belo Horizonte tem recebido – e que tornam a capital mineira mais conhecida mundo afora. Recentemente, por exemplo, a cidade foi eleita a melhor capital e segunda melhor cidade do país, segundo levantamento da Delta Economics & Finance, e os responsáveis pela pesquisa foram convidados a apresentá-la na prefeitura em dezembro. “Em um desses encontros internacionais para os quais somos convidados, disseram-me que não é mais Curitiba a cidade da moda no Brasil, e sim BH”, afirma. Mas, quando o negócio é política, o prefeito não gosta de se estender. Perguntado sobre seu futuro e a pos-
QUEM É MARCIO LACERDA 68 ANOS ORIGEM Leopoldina (MG) FORMAÇÃO Graduado em administração pela Universidade Federal de Minas Gerais CARREIRA É empresário do ramo de telecomunicações. Foi secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, em 2003. Em abril de 2007, assumiu a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, onde ficou até maio de 2008. Desde 2009, é prefeito de Belo Horizonte eleito pelo partido PSB
Já estou com 68 anos de idade e, apesar de ter saúde boa, em política quatro anos é muito tempo”
sibilidade de se candidatar a governador em 2018 (já levantada por alguns correligionários), responde de forma lacônica: “Não faço planejamento de vida de prazo muito longo”. Pode ser. Mas Lacerda tem mandado recados a aliados mais afoitos sinalizando que a disputa pela PBH passará por ele. Mais: tem trabalhado abertamente para tirar seu partido da conturbada base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT). As duas iniciativas mostram que, apesar de reservado, o prefeito continua atuando politicamente nos bastidores – e que tem, sim, planos para o futuro. Sobre sua gestão, Lacerda é mais direto. Seu maior desejo é chegar ao final da administração e poder dizer: “Não falhei”. ENCONTRO – Encerradas as eleições presidenciais e estaduais, começam a surgir, em todos os partidos, nomes para a sucessão na PBH. Quem será seu candidato à prefeitura? MARCIO LACERDA – Seguindo a tradição de Belo Horizonte de ter prefeitos com responsabilidade na continuidade política, acho que o caminho para a escolha do candidato seria os partidos que forem formar uma aliança, quaisquer que sejam eles, se reunirem e definirem o perfil de candidato. Um perfil que seja viável, que tenha uma história com Belo Horizonte, experiência em gestão e identidade política. Só depois de definir o perfil é que a aliança deve procurar aquele ou aqueles que se encaixam nele, para só depois falar em nomes. Isso é algo para frente, não é para agora. Já se fala na sua candidatura para governador em 2018. O sr. pretende se manter na política? Não faço planejamento de vida de prazo muito longo. Já estou com 68 anos de idade e, apesar de ter saúde muito boa, em política, quatro anos é muito tempo. Posso resolver me dedicar à atividade empresarial ou cuidar de uma organização não governamental (ONG). Não tenho esse determinismo de me candidatar a qualquer coisa. O que preciso é termiDEZ/2014 - JAN/2015
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ENTREVISTA | MARCIO LACERDA nar bem a minha gestão. Preciso chegar ao final dela (e sou muito exigente comigo mesmo) e dizer: “Não falhei. Cumpri a maioria dos meus compromissos”. Esse é o meu objetivo e é o que a população espera também. Nas eleições presidenciais, o sr. apoiou a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG), apesar de seu partido (PSB) ter candidatura própria e estar na base de apoio à presidente Dilma Rousseff (PT). Pretende manter esse apoio no futuro? A decisão de qual será nosso posicionamento no Congresso Nacional em relação ao governo federal será tomada em breve pelo partido. A tendência, que aliás eu defendo, é de que seja uma oposição respeitosa, no sentido de olhar o interesse do país. Mas meu objetivo é terminar bem a gestão e trabalhar para que consigamos ter um bom prefeito em 2017. O sr. também apoiou o candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, nas eleições deste ano. Com a vitória do candidato do PT, Fernando Pimentel, como ficarão as relações entre PBH e governo estadual? Acredito que, certamente, interessa e sempre interessou ao governo do estado ter boa relação com a prefeitura de BH. Aconteceu isso entre Aécio Neves, quando ele era governador, e Fernando Pimentel, que era prefeito, por exemplo – tanto que isso levou à minha candidatura em 2008. Além disso, BH é centro da região metropolitana, que tem 25% da população de Minas Gerais. Essa relação de interesse mútuo em benefício da população certamente vai continuar. É claro que será em um quadro de dificuldade de finanças (não só Minas Gerais, mas todos os estados, exceto Rio e São Paulo, passam por situação difícil neste momento) e com o governo federal apertando os cintos. Assim, 2015 não deve ser um ano brilhante nesse aspecto. Mas tenho certeza de que será uma relação positiva, até porque tenho boa convivência com a maioria dos novos secretários que virão e com o próprio 24 |Encontro
Tenho boa convivência com os futuros secretários estaduais e com o próprio Pimentel. Não somos inimigos” Pimentel. Não somos inimigos. Recentemente, Belo Horizonte foi eleita a melhor capital e segunda melhor cidade do país, segundo levantamento da empresa brasileira de consultoria Delta Economics & Finance. A que se deve essa colocação? Temos o registro de uma série de rankings da própria Organização das Nações Unidas (ONU), do Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef) e de várias empresas de consultoria e institutos de pesquisa que fizeram levantamentos desse tipo em termos de cidades. No ano passado, inclusive, a ONU nos deu um prêmio de cidade resiliente no que se refere à defesa civil. E plano de defesa civil é um dos elementos que o levantamento da Delta apontou, pois nem toda cidade tem e, mundo afora, é considerado um fator muito importante. A revista Exame divulgou, ainda, um levantamento que a empresa Urban Systems fez das melhores cidades no Brasil para o idoso viver – e BH ficou entre as dez primeiras colocadas. Em fevereiro passado, a OCDE convidou Belo Horizonte para ir à Fundação Ford, em Nova York, para uma discussão sobre desenvolvimento com inclusão, e lá conversei com muitas pessoas que já tinham vindo a BH e disseram que é essa a cidade da moda no Brasil, e não mais Curitiba. Acredito que isso tudo tenha relação com a continuidade de políticas públicas em BH, permitida pelo fato de que a cidade tem tido, nos últimos 25, 30 anos, prefeitos com determinada visão de mundo e que deram continuidade às políticas de inclusão. Portanto, esse ranking recente reflete uma realidade que já vem sendo pontuada por muitas entidades, e acho que isso é algo sem volta. Qualquer administração que tente fazer uma gestão autocrática, de cima para baixo, sem discussão mais ampla nos conselhos e sem chamar a sociedade civil para participar, vai ter problemas. Isso é uma conquista da cidade. Quais são as realizações que o sr. destacaria em sua gestão? Das 12 áreas de resultado com que trabalhamos, há três mais visíveis, que são saúde, educação e mobilidade. Na educação, o projeto com o qual tenho mais carinho é a expansão da educação infantil. Vamos chegar a 100 unidades de Umeis (Unidade Municipal de Educação Infantil) neste mês, das quais 60 construídas na nossa gestão. E o jornal Financial Times incluiu este entre os 100 melhores projetos de infraestrutura no mundo em 2013. Por
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ENTREVISTA | MARCIO LACERDA quê? É algo inovador, com a parceria público-privada, sendo a iniciativa privada responsável pela construção e o governo pela questão educativa e pedagógica. Temos mais 30 em construção e vamos iniciar mais 20, para chegarmos a 150 unidades até o final de 2016. Em relação à escola de nove horas, nós ampliamos de 15 mil para 65 mil crianças, e a qualidade do ensino avançou muito em nossa gestão. Hoje, Belo Horizonte tem o maior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nas cidades acima de 2 milhões de habitantes. Estamos também trabalhando em um projeto de segurança nas escolas, no intuito de desenvolver uma cultura de paz. O número de ocorrências, na verdade, é pequeno: foram 1.277 no ano passado, em aproximadamente 200 escolas. Mas há uma série de ações, como treinamento dos professores, da Guarda Municipal e atividades com as famílias, no sentido de criar uma cultura de paz. Na saúde, o que ainda será feito até o fim de seu mandato? Conseguimos criar 900 novos leitos de SUS, dando apoio a instituições já existentes para reabrir, ampliar, renovar e transformar estabelecimentos em 100% SUS, como fizemos com o Hospital São José. Para viabilizar isso, pagamos mais que a tabela SUS em uma série de procedimentos. Nas cirurgias eletivas, por exemplo, quando assumimos, havia uma fila de 60 mil cirurgias programadas. Negociamos, pagando mais por elas, colocando metas de qualidade. Hoje, essa fila está abaixo de 20 mil. Para o ano que vem, está prevista uma grande realização, que é o Hospital Metropolitano. Sua primeira etapa deve entrar em operação em abril. Serão 400 leitos no final. Qual é a solução para o trânsito de Belo Horizonte? Um plano de mobilidade envolve grandes intervenções. A solução ideal é o metrô, e há grande demanda. Mas é caríssimo. Os projetos estão prontos, já em exame pelo governo federal. Vamos ver como se viabilizam recursos para isso. Como há governo 26 |Encontro
não é viável agora até o aeroporto, mas sim até a Cidade Administrativa). As primeiras propostas já vieram, já existe traçado definido, e o modelo é transporte sobre trilhos, tipo VLT. Agora vêm propostas de viabilidade econômica. Implantamos o BRT, que já transporta 500 mil pessoas por dia. No assunto de Anel Rodoviário, os projetos das três interseções que são gargalos estão em fase final (Amazonas, Pedro II e praça São Vicente), e estamos planejando um BRT Anel Rodoviário. Temos recursos para ele. Há também uma série de pequenas intervenções a serem feitas na cidade, criando ciclovias, diminuindo gargalos e aumentando a velocidade média no centro.
A solução ideal para o trânsito de BH é o metrô. O projeto está pronto, mas é caríssimo”
novo no estado e ajustes nas finanças federais, não sei qual é a protelação que isso vai ter. Vamos torcer para que seja rápido e que tenhamos obras ainda antes do fim da minha gestão. Vou trabalhar para isso. Enquanto isso, o que se pode fazer mais? Corredores de ônibus. Vamos fazer 80 km de corredores de ônibus, do tipo que foi feito na Pedro II, para aumentar a velocidade média deles. Além disso, com nossa cooperação, o governo do estado fez chamamento de propostas para ligação centro-aeroporto (que
Estamos na época de chuvas. A cidade está preparada para esse período? Em relação às obras de prevenção de enchentes, fizemos investimentos de R$ 500 milhões em obras já prontas, R$ 500 milhões em obras em execução e um R$ 1,1 bilhão em obras que estão em fase final de projeto ou em licitação. Estamos trabalhando fortemente nisso, mas não se resolve o problema de inundações da cidade em um mandato. Isso é trabalho para várias administrações. E a verdade é que nenhuma cidade com proximidade a rio ou mar pode dizer que está livre desse perigo. E as obras de revitalização da lagoa da Pampulha? Essa é uma intervenção cara e importante. Já executamos o desassoreamento, a limpeza, e a Copasa está fazendo investimento na captação de esgoto. Está um pouco atrasado, há desapropriações ainda presas na Justiça. Mas temos uma licitação aberta de limpeza da água, que acontecerá assim que o esgoto for coletado. E temos também a série de obras de revitalização no entorno da orla. Há recursos para isso, cerca de R$ 200 milhões, dos quais já aplicamos mais ou menos R$ 100 milhões. Até o final do meu mandato, se não chegar a 100%, certamente a parte principal deverá estar pronta. z
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“PROMOVENDO A SAÚDE COM QUALIDADE” CERTIFICAÇÕES
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RETRATOS DA CIDADE | RAFAEL CAMPOS rcampos@revistaencontro.com.br
AH, SE VIRASSE MODA... Uma construtora resolveu inovar em seu canteiro de obras. Os tradicionais tapumes se transformaram em painéis e trazem fotografias de cartões-postais de Belo Horizonte, como a lagoa da Pampulha, as praças do Papa e da Liberdade. Ao redor do edifício em construção na rua
Carolina Figueiredo, com rua Palmira, na Serra, os moradores podem conferir 12 imagens registradas pelas lentes do fotógrafo Marcelo de Paula. O projeto “Tapume com Arte” deve se estender a outras obras da empresa. Mas faltou uma informação: para ver é preciso usar capacete? Fotos: Eugênio Gurgel
A NOVA CASA DA FILARMÔNICA O Barro Preto, conhecido como polo da moda, será também centro da música clássica em 2015. Na esquina das ruas Alvarenga Peixoto com Tenente de Brito Melo, os moradores estão tendo a dimensão do que será a nova sede da Orquestra Filarmônica do estado, que vai abrigar a aguardada Sala de Concertos Minas Gerais. Jô Vasconcellos é quem assina o projeto arquitetônico que já desperta a curiosidade de quem passa por lá. O primeiro concerto aberto ao público será no dia 5 de março, com a participação de Nelson Freire. Essa notícia soa como música para os ouvidos.
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ANO NOVO, VELHAS MANIAS Entra ano, sai ano, o jeitinho brasileiro continua dando as caras pela cidade. Esta coluna flagrou no mesmo endereço duas irregularidades. No canteiro central da avenida Brasil, entre avenida Francisco Sales e rua Padre Marinho, no Santa Efigênia, a placa é bem clara: é permitido estacionar das 20h às 6h – mas, uma hora antes, em apenas dez minutos, oito motoristas espertinhos decidiram adiantar o relógio. Enquanto isso, o guardador de carros usava e abusava da água do sistema de irrigação para encher o seu balde e lavar automóveis perto dali. Para os dois hábitos, a mesma pergunta: cadê a fiscalização?
Samuel Gê
CADÊ A DELEGACIA? Quem frequenta o hipercentro pode se perguntar: e a delegacia que estava aqui? Até setembro de 2013, funcionou na avenida Afonso Pena, 984, a 4ª Delegacia de Polícia. Ela foi transferida para a rua Ouro Preto, no Santo Agostinho. Contudo, o imóvel ainda pertence à Polícia Civil, que deve reformá-lo completamente em 2015 para receber a Central de Registros de Eventos de Defesa Social (Reds). Enquanto isso não acontece, um grafite dá um colorido ao ambiente que, num passado recente, era marcado pelo ar carregado e austero de uma DP. DEZ/2014 - JAN/2015
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GENTE FINA | ANA CLÁUDIA ESTEVES aesteves@revistaencontro.com.br J C Martins
O TOP DAS BELAS A ex-Big Brother mineira Marien Carreteiro, de 27 anos, acaba de gravar, entre Búzios e BH, o primeiro piloto de seu novo programa, o De Rolé, que estreia na TV nos próximos meses. Em cada episódio, Marien e sua amiga, a stylist carioca Tray Rato, de 26 anos, vão conhecer algum canto do mundo e mostrar o que de melhor pode ser feito em cada lugar. “Escolhi Belo Horizonte como um dos primeiros lugares porque percebo que as pessoas de fora acham que aqui só temos ótimos bares”, diz. “O objetivo é mostrar lazer para todos os gostos, de esportes a baladas”, diz. Em processo de negociação, ela ainda não revela em qual emissora o programa será veiculado.
Alexandre Rezende
DA LAGOA PARA O MAR Ele foi o precursor do stand up paddle nas lagoas de BH. Mas o atleta e treinador Johnny Aggrada não se contenta com as águas paradas. Neste verão, o mineiro de 34 anos levará suas aulas para as praias do Rio de Janeiro. Com uma estrutura montada na Zona Sul, mais precisamente no bairro do Leblon, Johnny pretende dar um novo estímulo para os mineiros que querem um desafio a mais em cima da prancha. “A Cidade Maravilhosa é o destino de muitos conterrâneos e um ótimo cenário para quem quer praticar o esporte em águas movimentadas”, diz.
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CONSAGRADO PELA MASSA
Samuel Gê
Como todo atleticano que se preze, o mineiro Humberto Scalioni, de 35 anos, fecha o ano em clima de comemoração. Mas, no caso dele, isso não é só pelos jogos surpreendentes e viradas inesquecíveis que deram ao Galo o título da Copa do Brasil. Betinho, como é conhecido, tem um motivo especial para nunca mais esquecer 2014. O gerente comercial, que também é cavaquinista do grupo Trem dos Onze nas horas vagas, foi quem compôs Maria Eu Sei Que Você Treme, hit que se tornou verdadeira febre em meio à torcida atleticana. “Minha música? Que nada. Agora é nossa, da massa alvinegra”, diz Scalioni, que, após algumas adaptações feitas pela torcida no campo, deu os créditos da canção também a todos os atleticanos.
BH EM NY A arquiteta mineira Paula Bruzzi, de 25 anos, acaba de chegar de Nova York, onde participou do lançamento do livro Uneven Growth: Tactical Urbanisms for Expanding Cities. No evento, que aconteceu no MoMA – um dos maiores museus de arte moderna do mundo –, Paula representou o Museu do Instante, projeto dela em parceria com a Dobra Oficina de Arquitetura. A iniciativa, uma instalação a céu aberto que ficou na praça da Liberdade por apenas um dia, faz parte da publicação por ser um exemplo de como o arquiteto pode intervir no mundo contemporâneo, tão rápido e dinâmico. “A publicação traz projetos inovadores de diversos países. Foi um reconhecimento poder mostrar, especialmente em uma instituição tão renomada, que BH também faz parte desse movimento”, diz.
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CIDADE | LAZER
É férias, galera! Bora pro rolé É hora de curtir. Encontro selecionou oito programas para quem quer aproveitar a cidade
AMANDA ALEIXO
Ano que acaba, ano que começa. Tempo de mandar o estresse para longe e curtir o melhor das férias de verão. Se a opção é ficar na cidade, descubra uma Belo Horizonte cheia de frescor, com múltiplas opções culturais e aventuras para a criançada. Há atividades para todos os gostos: patinação no gelo, tirolesa, escalada e até mesmo observação astronômica. Encontro selecionou algumas dicas de lazer para que suas férias sejam memoráveis. Depois de ler, tire as crianças do videogame, saia do sofá e aproveite o dia. Boas férias.
Se o objetivo é tirar os patins do armário ou relembrar as manobras de skate, a Esplanada do Mineirão é uma ótima pedida. Depois da reforma, o espaço não perdeu sua característica de reunir a família e conhecidos (na foto, os amigos Ian, Luciano, Dennis e Diango) para passeios de bicicleta, patins e skate. A diferença é que agora os visitantes contam com uma música agradável ao fundo, enquanto observam o entardecer na Pampulha.
Onde: Esplanada do Mineirão Endereço: Av. Antônio Abrahão Caram, 1001 - São José Quando: Todos os dias em que não há programação no estádio, das 7h às 21h Quanto custa: Gratuito Informações: (31) 3499-4300 Alexandre Rezende
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Os arredores da Pampulha sempre marcam as férias pelas ótimas opções de lazer encontradas por lá. No Jardim Zoológico e Botânico, o maior aquário de água doce do Brasil traz 1,5 mil peixes, que retratam a fauna da bacia do São Francisco. Espécies como pirambeba, mandi prata e surubim enriquecem a atração. Onde: Zoológico – Aquário da Prefeitura Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, 8.000, Pampulha Quando: De terça a domingo, das 9h à 16h. Quanto custa: R$ 6 (inteira) R$ 3 (meia) Informações: (31) 3277-7842
VELHO
CHICO
PARA
Divulgação
SOLTAR
Cordas, natureza e muita aventura. Se a finalidade é deixar o coração acelerado, o parque Minas Radical é uma ótima escolha. O espaço oferece modalidades como escalada, rapel, paintball e arvorismo. Crianças e adultos podem experimentar doses de adrenalina com o acompanhamento de monitores durante as atividades.
O GRITO
Onde: Minas Radical Endereço: Alphaville Lagoa dos Ingleses, BR-356, KM 29, Nova Lima Quando: Fins de semana e feriados das 9h às 17h Quanto custa: R$ 5 (entrada) Informações: (31) 9892-0980
Cris Noli/Divulgação
LIBERDADE
PARA OOSS PEQUEN
Para deixar a criançada bem à vontade e estimular a criatividade dos pequeninos, o Museu dos Brinquedos é o lugar ideal. Durante as férias, o espaço preparou programação com o tema “Mundo da Fantasia”. Com oficinas artísticas, atividades lúdicas, cineminha e colônia de férias, pais e filhos darão asas à imaginação para mergulhar na magia do “faz de conta”. Onde: Museu dos Brinquedos Endereço: Av. Afonso Pena, 2.564, Funcionários Quando: De segunda a sábado, das 10h às 17h Quanto custa: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia) Informações: (31) 3261-3992
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CIDADE | LAZER Diogo Andrade
PARA T ODOS OS
GOSTO S
O que tem tirado o fôlego de muitos visitantes do Parque das Mangabeiras é a nova pista de skate no estilo half pipe. Os aventureiros e amantes do esporte já podem descer a rampa – em U – de 4 m de altura e deixar a adrenalina subir. Para os que gostam da tranquilidade e do descanso que o parque oferece, as opções vão de caminhadas nas trilhas naturais até a contemplação de mamíferos e aves. Onde: Parque das Mangabeiras Endereço: Av. José do Patrocínio Pontes, 580 - Mangabeiras Quando: De terça-feira a domingo, das 8h às 18h Quanto custa: Gratuito Informações: (31) 3277-8277
Divulgação
ISCAR R A R A P
O GELO
Atire a primeira pedra quem nunca se imaginou brincando com neve ou patinando nas pistas de gelo de Nova York. Para realizar essa vontade de um jeitinho mais brasileiro, o Boulevard Shopping traz a instalação de uma pista feita de gelo natural de 200 m2. A partir de 8 de janeiro, crianças e adultos podem se arriscar no esporte. Para quem não tem experiência, instrutores de patinação vão ajudar nos primeiros passos. Onde: Shopping Boulevard Endereço: Av. dos Andradas, 3.000, Santa Efigênia Quando: 8 de janeiro a 29 de março, durante o horário de funcionamento do shopping Quanto custa: R$ 25 a cada meia hora Informações: (31) 2538-7438
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CIDADE | LAZER Ayrton Fotos/Divulgação
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Os gigantes que viveram há milhões de anos em nosso planeta voltam à cidade para a exposição O Mundo dos Dinossauros. A mostra traz 15 réplicas de esqueletos e dinossauros animatrônicos em tamanho real. Espalhados pelo shopping, eles vão fazer barulho com os ruídos característicos da espécie e se movimentarão pelos corredores do BH Shopping. Onde: BH Shopping Endereço: BR-356, 3.049, Belvedere Quando: 8 de janeiro a 1º de fevereiro, das 10h às 22h Quanto custa: Gratuito Informações: (31) 4003-4135
Júnia Garrido
Ciência e arte se unem no Espaço UFMG de Conhecimento. O museu enche os olhos dos apaixonados por astronomia. Além do planetário, que diariamente exibe filmes ligados ao tema para crianças e adultos, o quinto andar do prédio é reservado a uma experiência completa de observação astronômica. Durante as férias de verão, o espaço traz exposições exclusivas e atividades especiais. Onde: Espaço UFMG de Conhecimento Endereço: Praça da Liberdade, Belo Horizonte Quando: De terça-feira a domingo, das 10h às 17 h; quintas, até as 21h Quanto custa: Gratuito, exceto visita ao planetário: R$ 6 (inteira) R$ 3 (meia) Informações: (31) 3409-8350 ❚
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E CONH ECIMEN TO
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Foto: Gustavo Xavier - Ambiente: Cristina Morethson e Angelo Coelho
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CIDADE | INFRAESTRUTURA
Ainda não foi desta vez O ano está indo embora e os belo-horizontinos continuam à espera da conclusão de importantes obras para a cidade, que estavam previstas para 2014. Saiba quais são elas e em que fase se encontram
REQUALIFICAÇÃO
DA LAGOA
DA PAMPULHA R$ 5.727.759,87
RAFAEL CAMPOS
Belo Horizonte se despede de 2014 com um gostinho de “poderia ter sido melhor”. Importantes obras de infraestrutura, previstas para serem concluídas ou iniciadas no ano da Copa, tiveram de ser adiadas para 2015: Anel Rodoviário, requalificação da lagoa da Pampulha, construção do Espaço Multiuso do Parque Municipal, terminal de passageiros do aeroporto de Confins e revitalização do viaduto de Santa Tereza. José Lauro Nogueira Terror, secretário municipal de Obras e Infraestrutura, reconhece que não é fácil tocar uma obra pública. “O projeto executivo tem de ser de excelente qualidade, pois a obra sofre muito quando ele apresenta lacunas ou não é muito claro”, afirma. Outro desafio é conciliar as várias partes de uma obra. “É o confronto da
O principal cartão-postal da capital mineira segue em obras. Apesar de o site da PBH ainda informar o segundo semestre de 2014 como data de finalização da requalificação da lagoa da Pampulha, o que os moradores veem são tapumes e máquinas ainda trabalhando. O desassoreamento foi concluído em outubro. Mas a limpeza, que todos esperam acabar com o tradicional mau cheiro, deve ser iniciada no próximo ano, depois do período chuvoso. Entretanto, antes disso, espera-se
realidade com aquilo que está sendo idealizado no projeto”, diz Nogueira. Esses são apenas alguns dos motivos que podem emperrar os trabalhos. Há intervenções que se arrastam por anos, transformando-se numa verdadeira novela. Em BH, os exemplos são a lagoa da Pampulha e a tão esperada reforma dos 27,3 km do Anel Rodoviário. A primeira teve de ser paralisada durante a Copa do Mundo e a limpeza definitiva do espelho d’água só deve começar depois que a chuva passar – e a Copasa concluir a instalação da rede coletora de esgoto. Já as datas de início das obras do Anel são tão fluidas quanto as águas da Pampulha. Para saber em que pé estão essas e outras intervenções, Encontro apurou junto à PBH e ao governo estadual, entre outros órgãos, os motivos dos atrasos e a nova data de conclusão. Mesmo assim, a pergunta é válida: sai em 2015?
que a Copasa termine a implantação de 4 km de redes interceptoras na região de Contagem e a interligação de pontos das redes já instaladas, para evitar o lançamento de esgoto na lagoa. O entorno da bacia também está em obras, como é o caso das praças Aleijadinho, Dino Barbieri, Expedicionário Lourival Casemiro Pereira e do Vertedouro. Contudo, as intervenções tiveram de ser paralisadas durante os 30 dias da Copa do Mundo, como previa o contrato da cidade-sede com a Fifa.
2º semestre de 2015 Alexandre Gusanshe/EM/D.A. Press
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CIDADE | INFRAESTRUTURA Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press
ANEL RODOVIÁRIO em definição
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Não é difícil encontrar motoristas que tentam a todo custo evitar o tráfego do Anel Rodoviário – e, pelo visto, a tônica vai se repetir em 2015. Os 27,3 km da via seguem à espera de uma reforma completa. Chegou-se a ser firmado um termo de compromisso entre o governo de Minas e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para que o Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) executasse as obras em um trecho de 5,2 km. Contudo, parecer da Advocacia Geral do Estado discordou da modalidade de licitação e a responsabilidade das obras voltou a ser do Dnit, que aguarda a revisão dos projetos pelo DER-MG. Portanto, sem data para as obras. Paulo Filgueiras/EM/D.A. Press
AEROPORTO DE CONFINS
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R$ 255 milhões
em definição
As obras do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, seguem paralisadas desde agosto. O consórcio Marquise/Normatel, que tocava os trabalhos, abandonou o canteiro de obras alegando problemas financeiros. O caso foi parar na Justiça, que decidiu pela suspensão do contrato com o consórcio em vez de rescisão. Por isso, as melhorias que estavam previstas para antes da Copa devem ser reiniciadas só mesmo em 2015, mas ainda sem data certa. A Infraero informou que vai acatar a decisão judicial. O site Portal da Transparência revela que a obra foi paralisada faltando ainda 48% para ser concluída. A ampliação da pista de pouso, também prometida para o Mundial de futebol, está parada, segundo a Infraero. O prazo precisou ser revisto.
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CIDADE | INFRAESTRUTURA O viaduto de Santa Tereza, um dos mais antigos de BH, iniciou uma reforma que transformaria – até a Copa do Mundo – seu baixio em um espaço de lazer e de esportes, com pistas de skate e de bicicleta. Mas... “Tivemos de aproveitar para fazer uma revisão mais profunda de toda a estrutura”, afirma José Lauro Nogueira, secretário municipal de Obras e Infraestrutura, sobre o atraso. O guarda-corpo e o passeio do viaduto estão sendo recuperados. O fato é que 2014 não foi bom para os nossos viadutos. Em julho, na avenida Pedro I, em Venda Nova, o viaduto Batalha dos Guararapes, ainda em construção, foi ao chão, levando duas vidas e ferindo outras 23. Outra estrutura, o Montese, sobre a mesma via, passou por longos nove meses de avaliação depois que problemas estruturais foram constatados. Como se não bastasse, segundo o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG), os viadutos Santa Tereza e Floresta, na região Central; Helena Greco, no Barro Preto; Pedro Aguinaldo Fulgêncio, no Santa Efigênia; Complexo da Lagoinha, na Lagoinha, e Engenheiro Andrade Pinto, que fica no Barreiro, sofrem com a falta de manutenção, como Encontro divulgou com exclusividade na edição de julho. z
VIADUTO
SANTA
TEREZA
CENTRO MULTIUSO
PARQUE
MUNICIPAL
Projetado pelo arquiteto mineiro Gustavo Penna, o espaço para 3 mil pessoas está brotando na área do antigo Colégio Imaco, no parque Américo Renné Giannetti (Parque Municipal), no Centro. Mas a passos lentos. A ordem de serviço da obra foi emitida em março de 2013. No entanto, os belo-horizontinos só poderão desfrutar do empreendimento em 2015. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), responsável pela execução de obras públicas municipais, solicitou algumas mudanças no projeto em relação à fundação. “Optamos por não alterar nada sem antes conversar diretamente com o arquiteto responsável”, diz o secretário de Obras. Com isso, os valores tiveram de ser revisados e a data de conclusão, adiada. R$ 11.849.403,38
R$ 3.999.509,16
1º semestre de 2015
1º semestre de 2015
Samuel Gê
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JC Martins
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Informe Publicitário
ATENÇÃO TOTAL PARA A QUALIDADE DE VIDA
Primeira indústria de nutrição clínica de Minas Gerais, Nutricium chega ao mercado para concorrer com multinacionais
JC Martins
C
om a economia mundial enfrentando crises recorrentes, o que coloca o Brasil às portas de uma possível recessão, especialistas vem pregando que o final de 2014 e o ano de 2015 não são propícios para investimentos de grande porte. Pelo contrário, o que mais se vê são recomendações de cautela nesses tempos nebulosos. Se muitos empresários têm preferido acatar tais conselhos, o executivo José Terra resolveu seguir na linha contrária. Arrojado, preferiu encarar as possíveis intempéries e investiu pesado para criar a Nutricium, primeira indústria de nutrição clínica de Minas Gerais e uma das poucas empresas 100% nacionais do setor. E que terá como concorrentes algumas das principais multinacionais do ramo alimentício. Com 30 anos de experiência e pleno entendimento do mercado de nutrição clínica, Terra começou a planejar o nascimento da Nutricium em 2007. Hoje, a empresa possui estrutura invejável. Além do laboratório de pesquisa e desenvolvimento composto por equipamentos de última geração, a Nutricium conta com uma equipe gabaritada, multidisciplinar e especializada em ciência e tecnologia, o que garante a qualidade e a procedência dos produtos que insere no mercado. “Nosso objetivo é oferecer às pessoas uma vida saudável por meio de nossos produtos”, explica Terra. “A Nutricium está apta a atender tanto àqueles que buscam melhor qualidade de vida quanto os que passam por algum tipo de tratamento e carecem de necessidades alimentares especiais. Por meio de uma alimentação específica e equilibrada, podemos auxiliar
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tanto na prevenção quanto no tratamento de doenças”, completa. Para atender a uma clientela cada vez mais abrangente, a Nutricium possui uma gama variada de produtos: fibras prebióticas, suplementos alimentares, dietas enterais (nutrição específica administrada por via oral ou sonda), espessantes, módulos alimentares, probióticos (suplementos compostos por organismos vivos) e nutrição para pacientes com doenças metabólicas. Todos recomendados por profissionais da área da saúde, como médicos, nutrólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos, etc. Com 24 anos de atuação no estado, Terra já se considera mineiro. Conhecer bem o local em que vive foi fundamental na hora de definir onde construir a sede de sua empresa. Minas Gerais detém a terceira economia nacional, alto índice demográfico e um mercado consumidor muito grande. Conta com excelentes faculdades de nutrição, profissionais de ponta e hospitais de alto nível, que garantem aos pacientes tratamento adequado, quando necessário. Além disso, tradicionalmente, é um estado cuja administração pública é profissional, fatores decisivos para a escolha. A partir de Minas Gerais, está previs-
ta a expansão da Nutricium para todo o Brasil, com investimento próprio e ressaltando o otimismo em relação ao mercado interno. A empresa também tem em vista a ampliação da linha de produtos e das plantas industriais. Sempre mantendo o foco na disponibilidade para com a população, ofertando produtos de qualidade, de padrão internacional e rígido controle de fabricação, mas com preços competitivos e que atendam a diferentes necessidades clínicas, em diversas faixas etárias. Movida pela inquietude, mesclando inovação e expertise, a Nutricium nasce como uma empresa pioneira, referenciada pelo conhecimento de seu fundador, que já traça planos ainda mais vultosos para o futuro. Tamanha confiança garante a pujança necessária para o sucesso de todo empreendimento.
www.nutricium.ind.br
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SAÚDE | LESÕES Pedro Nicole
Tem de maneirar A advogada Nathalia Balsamão sofreu com dores musculares em aula de dança: “Só melhorou após o uso de medicamentos. Agora, pratico atividade física de forma regular”
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Na ânsia de praticar esporte, os chamados atletas de fim de semana abusam de atividades físicas como corrida e futebol. Mas é bom ter calma: as consequências podem ser graves
Alexandre Resende
DANIELA COSTA
Fim de semana e a galera se reúne para bater aquela pelada no campo de futebol. Outros se aventuram nas quadras de vôlei ou peteca, e alguns se arriscam a pedalar ou dar uma corridinha básica. De repente, um movimento brusco, um esforço mal calculado, uma pisada descuidada e lá se vão dias de molho para recuperar o prejuízo.
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O analista Anderson Pinho da Matta sofreu um desgaste muscular na coxa: “Como não tenho tempo, só pratico esporte no fim de semana. Mas forcei muito”
As chamadas lesões musculotendinosas são frequentes, especialmente nos atletas amadores que não praticam atividade física regularmente. Algumas delas requerem tratamento cirúrgico, a exemplo da ruptura do tendão calcâneo, popularmente conhecido como tendão de aquiles. “De modo geral, as vítimas são indivíduos que se envolvem em acidentes banais praticando alguma atividade física para a qual não estão devidamente preparados”, explica Jorge Suman Vieira, médico ortopedista especializado em esportes. No vôlei e na peteca, as lesões na coluna e ombros são mais comuns. Na corrida e bicicleta, as distensões nos joelhos e tornozelos são recorrentes. E, no futebol, os estiramentos ou ruptura dos ligamentos são os campeões. “O desequilíbrio muscular é o fator preponderante para a ocorrência dessas lesões, especialmente em atletas amadores e com sobrepeso”, diz Suman. Adepto do triatlo, recentemente o analista de negócios Anderson Pinho da Matta, de 25 anos, sofreu um desgaste muscular na coxa. “Como não tenho
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SAÚDE | LESÕES Alexandre Resende
Após seis meses parado, Tito Gualberto decidiu voltar a praticar esportes. “Acabei pisando errado e sobrecarregando o músculo do pé. Só melhorou com fisioterapia”
CUIDADOS COM OS EXCESSOS Nada de praticar exercícios apenas nos fins de semana. Sem o devido condicionamento físico, as lesões podem ser sérias Entre as lesões mais frequentes estão distensões, estiramentos e rupturas de ligamentos A incidência de problemas cardíacos é quase três vezes maior nos atletas de fim de semana e pode levar à morte súbita Para não ter problemas, o ideal é praticar atividades físicas regulares três vezes por semana, por pelo menos 30 minutos Consulte sempre um profissional da área antes de iniciar qualquer atividade física Fontes: especialistas consultados
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tempo durante a semana, costumo praticar atividades físicas nos fins de semana. Mas dessa vez forcei muito e tive de ficar de repouso.” Segundo pesquisa realizada pela American Medical Association (JAMA), a incidência de problemas cardíacos nos atletas de fim de semana é quase três vezes maior em relação a quem não pratica esporte, podendo levar à morte súbita. “Não existe risco zero, mas, a longo prazo, a realização de exercícios regulares diminui a mortalidade e o risco de infartos e problemas cardiovasculares”, explica o médico cardiologista Marconi Gomes da Silva. Segundo ele, em atividades que demandam grande gasto energético, sobretudo movimentos súbitos e de explosão muscular, como tiros de corrida, sprints – provas rápidas e de alta cognição – e subidas íngremes, é necessário preparar o corpo com antecedência. “Para minimizar os riscos osteomusculares e cardiovasculares, o ideal é evoluir a capacidade física de forma gradativa.” O ex-atleta Tito Heringer Gualberto, de 24 anos, estava habituado à prática de esportes. Durante muito tempo jogou basquete – mas, após seis meses sem treinar, sofreu uma grave lesão muscular. “Decidi voltar a correr e, como forcei demais, acabei pisando errado e sobrecarregando o músculo do pé. Só melhorou com fisioterapia. Hoje, estou mais consciente dos meus limites”, diz. Especializado na área esportiva, o fisioterapeuta Bernardo Savassi alerta para outro problema recorrente na prática de atividades físicas sem preparo: a conhecida dor muscular do dia seguinte. “É aquela dor generalizada na musculatura que surge em consequência de microlesões que, às vezes, demoram até três dias para melhorar”, diz. A advogada Nathalia Matoso Balsamao, de 30 anos, sentiu na pele o problema. Sedentária, escolheu a dança para se exercitar. O problema foi o ritmo – a lambada –, acelerado demais. “Após a primeira aula, já senti muitas dores musculares e na coluna. Só melhorou após o uso de medicamentos. Depois disso, comecei a praticar atividade física de forma regular”, conta. Para o educador físico Alexandre Hermes de Azevedo, a melhor forma de prevenção é deixar a preguiça de lado e se movimentar. “A princípio, a indicação é treinar três vezes por semana, de forma regular, por 30 minutos. Assim se obtêm a melhora do condicionamento físico, capacidade respiratória e fortalecimento muscular”. Bora? ❚
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EMAGRECIMENTO COM BALÃO INTRAGÁSTRICO FASE RESTRITIVA
FASE DE SACIEDADE
Duração: 2 meses em média Tempo de ação: instantâneo Efeito: Restrição da ingesta de alimentos
Duração: todo o período de permanência do balão Tempo de ação: 20 a 30 minutos Efeito: estímulo da sensação de saciedade Consequências: sensação de saciedade com pouca ingestão de alimentos e consequente redução de apetite
Consequências: controle da ingestão de alimentos (freio alimentar)
AÇÃO HORMONAL
Provoca alterações hormonais que causam estímulos ao hipotálamo, inibindo o apetite.
AÇÃO MECÂNICA
Dificulta a passagem da alimentação fazendo uma válvula gástrica, aumentado o tempo que o alimento fica no estômago, passando de 30 minutos para 4 a 6 horas.
COMO É O PROCEDIMENTO?
AÇÃO NEUROLÓGICA
O balão mantém o estômago distendido por mais tempo e estimula os receptores responsáveis por avisar ao cérebro que a pessoa está bem alimentada.
INDICAÇÕES
CONTRA-INDICAÇÕES
- Cirurgia gástrica. - Dependência química. - Gastrites graves. - Úlceras gástricas. - Hérnias de hiato volumosas. - Varizes de estômago. - Tumores.
Entenda como funciona o balão no organismo
O método, sem cortes, ganha cada vez mais adeptos. Mas a colocação do balão é apenas um método auxiliar e deve ser utilizado como um tratamento multidisciplinar, que acontece em duas fases, quais sejam, restritiva e fase de saciedade, discriminadas abaixo:
Com o paciente sedado, o balão intragástrico (vazio) é inserido pela boca por meio de endoscopia, passando pelo esôfago, até chegar ao estômago, onde só então é insulflado com soro fisiológico e azul de metileno.
VANTAGENS
ESÔFAGO
- Pacientes com IMC igual ou superior a 27. - Pós-gestacional, para mães com dificuldade na perda do peso adquirido durante a gravidez. - Pacientes com ganho de peso acima de 10% do seu peso normal e dificuldade de emagrecimento pelos métodos convencionais. - Melhoria no controle da Hipertensão e do Diabetes Tipo II em paciente obesos. - Apneia do sono em obesos. - Obesidade na adolescência. - Pré-operatório de pacientes obesos em cirurgias ortopédicas e inclusive para cirurgia bariátrica, visando reduzir os riscos cirúrgicos.
Informe Publicitário
- Perda em média de 20% do peso total em 6 meses. - Reversível a qualquer momento do tratamento. - Sem internações hospitalares. - Sem cortes. - Realizado por endoscopia. - Baixo custo se comparado aos outros procedimentos para perda de peso. - Acompanhamento multidisciplinar com abordagem aos múltiplos fatores da obesidade. - Ausência de desequilíbrio hormonal e bioquímico ao final do tratamento. - Pode-se repetir o procedimento para alcançar perdas de peso maiores.
BALÃO INTRAGÁSTRICO ESTÔMAGO
DESVANTAGENS
- Necessita de período de estabilização após a retirada do balão com acompanhamento multidisciplinar. - Período de adaptação que dura em média 5 dias, neste período o paciente pode ter vômitos e cólica.
MÉDICO RESPONSÁVEL: Dr. Leonardo Salles de Almeida CRM: MG-35183 Titular do CBCD | Titular da SBCBM | Titular da Sobracil Rua Fernandes Tourinho, 164, 4º andar, Savassi, Belo Horizonte
Tels.: (31) 3568-6521 Geral: (31) 3377-2155
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BELEZA | HIGIENE Cláudio Cunha
Um mar de aromas, cheiros e ingredientes: é preciso pesquisar para ver qual produto é o mais indicado para limpeza e proteção adequados
Questão
de pele
Em barra ou líquido? Hidratante ou neutro? Com várias opções no mercado, escolher sabonetes deixou de ser tarefa fácil. Especialistas dão dicas para uma escolha certeira 50 |Encontro
AMANDA ALEIXO
Infinitas cores, aromas, formatos e fragrâncias invadem as prateleiras destinadas aos sabonetes em lojas de beleza. E, cá entre nós, decidir entre tantas opções não é tão fácil quanto parece. É preciso levar em conta o tipo de pele, possíveis alergias e ficar atento aos ingredientes da composição. Segundo o médico dermatologista Claudemir Aguilar, o uso exagerado do sabonete pode tornar a pele desequilibrada. “Tomar muitos banhos por dia já resseca a pele. Por isso, re-
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comendamos um banho rápido, morno e sem muito sabonete. Em caso de dois banhos por dia, o ideal é não usar sabonete em um deles”, explica. Esse cuidado se faz necessário porque, além de limpar, o sabão retira parte da camada protetora da pele, denominada manto lipídico. A professora de dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Luciana Pereira recomenda sabonetes que limpem sem desengordurar a pele. “É preciso escolher aqueles que saiam facilmente da derme e não a irritem. Também é importante que não tenham corantes ou fragrâncias”, diz. Como regra geral, os sabonetes devem ser neutros ou li-
geiramente ácidos, próximos do pH da pele. Uma dica para saber se o produto está agredindo o corpo é observar se, após o banho, a pele fica irritada, seca, vermelha, com coceira ou ardor. “É preciso usá-los em pequena quantidade, principalmente nas áreas em que a pele é mais oleosa – face e tronco de adolescentes e adultos jovens –, ou que contêm maior número de bactérias e sujeiras, como axilas, genitália e pés”, explica Luciana. Para a professora, o que importa mesmo são os ingredientes da fórmu-
FIQUE ATENTO
BARRA OU LÍQUIDO? A máxima de que sabonetes em barra são mais agressivos do que os líquidos não é mais válida. Hoje, muitas marcas de sabonetes em barra fabricam produtos para todos os tipos de pele, respeitando suas características
MANIA DE LIMPEZA Um dos erros mais comuns na escolha dos sabonetes é comprar aquele que “mata todos os germes”. Segundo o dermatologista Claudemir Aguilar, esse tipo de sabão só é indicado em casos de infecções cutâneas de pele
la, que entrarão em contato com a pele. “Tanto o sabonete em barra quanto o líquido são adequados para o corpo. O que define a acertividade na escolha é a composição”, afirma. Sendo assim, vale analisar os rótulos dos sabonetes e decidir o mais adequado para o tipo de pele. Em geral, os glicerinados são ideais para as pessoas de pele seca, já que a glicerina é uma substância umectante e puxa a água para a pele, deixando o produto menos irritante. Os esfoliantes têm ácido salicílico e atendem os pacientes de pele oleosa. Já as pessoas de pele normal podem usar sabonetes neutros sem preocupação.
UM PARA O ROSTO E OUTRO PARA O CORPO Usar o mesmo sabonete para o corpo e rosto não é vantagem. Os sabonetes para o rosto, na maioria das vezes, têm uma composição diferente dos corporais. Se uma pessoa de pele oleosa usar o sabonete indicado para lavar o rosto em seu corpo, provavelmente ficará com a pele ressecada
PELE SECA
PELE SENSÍVEL PELE NORMAL O mais indicado para a pele normal é o sabonete de PH neutro, que deve ser moderadamente hidratante. A composição pode contar com cânfora e alantoína
PELE OLEOSA Esse tipo de pele exige uma limpeza bem eficiente e uma hidratação leve. Produtos compostos por ácido salicílico, enxofre, sulfacetamina sódica e extrato de ervas são ideais
Para cuidar desse tipo de pele, os sabonetes de PH neutro e calmantes são os mais recomendados. Pode-se optar por substâncias como camomila e erva-doce e buscar características semelhantes à dos sabonetes de bebê
A pele seca requer uma limpeza mais cuidadosa e muita hidratação. É recomendado investir em produtos que contenham ingredientes como glicerina, óleos vegetais, óleo de amêndoa, manteiga de karité, lactato de amônia e semente de uva, lembrando que a composição não pode ter álcool, uma vez que este resseca a pele z Fonte: Especialistas ouvidos por Encontro
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PET | SAÚDE JC Martins
Perigo invisível Após três meses tratando o gato Nestor, a veterinária Ericka Homam Delayte comemora o bom resultado: “Quando é feito a tempo, o tratamento evolui bastante. Em breve, Nestor terá alta”
Pouco conhecido da população, fungo pode provocar lesões graves em animais, principalmente gatos – e também contaminar pessoas. A boa notícia é que tem tratamento eficiente
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DANIELA COSTA
Há quatro meses, quando a gata Valentina foi resgatada das ruas, grande parte de sua cauda, bastante machucada, teve de ser amputada. Quando o problema parecia resolvido, surgiu uma pequena ferida na área restante – e que não cicatrizava. Foi uma luta – e uma supresa. “Após a realização de alguns exames, o diagnóstico foi esporotricose. A notícia realmente me deixou preocupada, pois pode até matar o animal. Contudo, já no primeiro mês de tratamento, ela apresentou uma grande melhora e hoje está curada”, conta, aliviada, a funcionária pública Mailce Mendes, de 52 anos, responsável pelo resgate de Valentina. Sapeca, a gata
tornou-se companheira fiel de Mailce. Mas, afinal, que doença é essa? Pouco conhecida, a esporotricose é provocada pelo fungo Sporotrix schenckii e acomete principalmente gatos, apesar de outros animais, entre eles cães e roedores, também poderem ser contaminados. Mas atenção: comum na região Sudeste, especialmente no Rio de Janeiro e São Paulo, é tida como uma zoonose – ou seja, pode ser transmitida dos animais para os seres humanos. “O fungo vive em locais como vegetais, solo, galhos de árvores, farpas de madeira e restos orgânicos e predomina em países tropicais, embora seja encontrado em todo o mundo”, explica a veterinária Márcia Moller, da clínica Clivet. De difícil controle e extrema-
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PET | SAÚDE Samuel Gê
Resgatada das ruas, a gata Valentina apresentava uma ferida que não cicatrizava: “Mas já no primeiro mês de tratamento ela apresentou melhora surpreendente e hoje está curada”, diz a funcionária pública Mailce Mendes
SAIBA MAIS O QUE É A ESPOROTRICOSE: Doença provocada pelo fungo Sporotrix schenckii que acomete tanto animais quanto humanos FORMAS DE TRANSMISSÃO: Tanto por contato direto com animais contaminados quanto pela inoculação na pele por meio de farpas de madeira e espinhos que tenham o fungo SINTOMAS: Lesões nodulares nas extremidades do corpo, mais especificamente na cabeça, mãos (humanos) e patas e caudas (animais), que não cicatrizam nem melhoram com o uso de antibióticos
PREVENÇÃO: Castrar os animais para evitar brigas e não deixá-los ter contato com a rua. Tratar imediatamente humanos e animais com sintomas sugestivos. Utilizar equipamentos de proteção como luvas e botas. Manter animais contaminados isolados. Desinfetar o ambiente com água sanitária. Cremar animais contaminados que morreram TRATAMENTO: Tanto em humanos quanto em animais, é realizado com antifúngicos específicos. Nos bichos também é comum o uso de suplementos vitamínicos Fontes: especialistas consultados
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mente contagioso, as principais fontes de contaminação são arranhadura e mordidas de animais e inoculação por farpas de madeira e espinhos – o que explica o fato de jardineiros, pedreiros, fazendeiros e empregados rurais integrarem o grupo de risco. “O contágio pode acontecer independentemente da existência de animais no local, por meio do contato direto com o fungo existente na vegetação. Por isso, é importante sempre utilizar equipamentos de proteção como luvas e botas”, explica o médico Bernardo Gontijo, professor de dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os sintomas em humanos e animais são semelhantes e se caracterizam pela presença de lesões nodulares nas extremidades do corpo – mais especificamente, na cabeça e mãos nas pessoas, e patas e caudas nos animais. No entanto, apesar da gravidade, a doença tem tratamento e cura efetiva em ambos os casos. “O diagnóstico definitivo só pode ser obtido por meio da identificação do fungo em cultura de material obtido das lesões cutâneas. Já a duração do tratamento vai depender de cada caso, levando em média de quatro a seis semanas em humanos”, diz Bernardo. Nos animais, um dos grandes problemas do fungo é ter os sintomas confundidos com feridas causadas por brigas entre gatos. Entretanto, em vez de cicatrizarem, os caroços se transformam em úlceras e o animal começa a apresentar falta de apetite, febre e prostração, podendo morrer. “Como o fungo atinge até mesmo os animais vacinados, é fundamental procurar ajuda profissional já nos primeiros sintomas, quando o êxito do tratamento é muito maior”, diz Ericka Homam Delayte, dermatologista veterinária. Quando iniciou o tratamento do gato Nestor, ele já estava com todas as patas comprometidas pela doença. Três meses depois, o bichano apresenta apenas uma pequena lesão em um dos membros. “Quando é feito a tempo e da maneira correta, o tratamento evolui bastante. Em breve, o Nestor terá alta”, diz Ericka. Os apaixonados por gatos agradecem. z
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PERFIL | DIRIGENTE Bruno Cantini/Divulgação
Daniel Nepomuceno com a mão nas taças conquistadas pelo Atlético este ano: “Se não gostasse de trabalhar, não seria maluco de assumir o Atlético”
O novo rei do Galo Fã de Maquiavel e dono de um estilo zen, Daniel Nepomuceno, que acaba de assumir a presidência do Atlético, define-se como obstinado e promete muito trabalho para manter o time na trajetória vitoriosa herdada de Alexandre Kalil
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RENAN DAMASCENO
O 44º presidente da história do Atlético, que tomou posse em dezembro, define-se como um homem conciliador e obstinado. Alexandre Kalil, tutor e responsável por lançá-lo à presidência em chapa única, trata o sucessor como “um homem pronto para o cargo”. A mulher, Isabella Godinho, fala que o marido é afetuoso e cheio de habilidades, enquanto os melhores amigos o tratam como um homem de espírito livre. De estudante de ciências políticas em Barcelona a dono de bar em Trancoso, no Sul da Bahia, ele já fez de tudo um pouco. O currículo é longo e as histórias são muitas, mas Daniel Diniz Nepomuceno tem apenas 36 anos e está prestes a viver os três anos mais desgastantes e estressantes da carreira: presidir um clube cuja paixão e envolvimento de seus
torcedores fazem do cargo um desafio. E dobrado, levando-se em conta que o Atlético vive o momento mais vitorioso de sua história, com a conquista de uma Copa Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e a Copa do Brasil. Ou triplicado, ao lembrar que o advogado terá de substituir Alexandre Kalil, que escreveu seu nome como o presidente mais vitorioso em 106 anos de história do Galo. A escolha de Nepomuceno, no entanto, não foi feita de uma hora para outra. Começou a ser construída antes mesmo de ele assumir o cargo de vice-presidente, em 2008, ano em que se elegeu vereador pelo PSB, com 4,3 mil votos. Daniel é filho de José Nepomuceno, desembargador ligado ao Atlético, que disputou duas vezes a presidência do Conselho Deliberativo contra Kalil. “Os dois sempre fizeram parte do mesmo grupo, famílias que sempre trabalharam pelo Atlético. Meu pai dedicava
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PERFIL | DIRIGENTE horas do dia ao clube e eu nasci nesse ambiente: viajando com o time, convivendo com a diretoria”, lembra Daniel. Em 2006, aos 26 anos, depois de terminar uma pós-graduação em ciências políticas em Barcelona e de passar um período sabático à frente de um bar na Bahia, Nepomuceno assumiu o primeiro cargo no Atlético, de dirigente do Labareda, uma das propriedades do clube. Dois anos depois, recebeu o convite para ser vice-presidente na chapa de Alexandre Kalil, que assumiu o barco em momento de tempestade, após a renúncia de Ziza Valadares. “Eu era inexperiente e fui, ao longo do tempo, aprendendo, convivendo, conhecendo o Kalil como dirigente”, diz. Quatro anos depois, em 2012, Nepomuceno sofreu um choque com a morte do pai. “Foi um momento difícil”, lembra. Nos últimos dois anos, a imagem de Nepomuceno foi onipresente nas decisão do Atlético. Em 18 de fevereiro deste ano, em jantar fechado depois da entrega do Troféu Telê Santana, no Palácio das Artes, a diretoria foi consensual em apontá-lo como sucessor de Kalil por ser “um nome bom para manter a unidade do grupo e dar continuidade ao projeto”, nas palavras do diretor de planejamento, Rodolfo Gropen. Desde então, Kalil fez questão de colocá-lo na linha de frente do clube e, pouco antes de passar o bastão, em entrevista no Independência, o defendeu. “Ele está pronto. Ele tem seis anos como vice-presidente, não é pouca coisa. Nunca tive outro vice-presidente.” Daniel Nepomuceno recebe de Kalil um núcleo sólido. O futebol continuará sob o comando de Eduardo Maluf; Rodolfo Gropen permanece na diretoria de gestão; Lásaro Cândido da Cunha, no departamento jurídico; Adriana Branco, na executiva; Carlos Fabel, à frente do financeiro e Domênico Bhering, na comunicação. O vice de Nepomuceno será Manuel Bravo Saramago, desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e Emir Cadar continua presidindo o Conselho Deliberativo. O principal desafio será manter o Galo no patamar de cima do futebol brasileiro. Para assumir a presidência, Nepomuceno abriu mão de concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa. Conti58 |Encontro
Alexandre Guszanshe/D.A. Press
O ex-presidente Alexandre Kalil e Nepomuceno: “Ele está pronto. Tem seis anos como vice-presidente, não é pouca coisa”, diz Kalil Marcos Vieira/EM/D.A. Press
Nepomuceno e a mulher, Isabella Godinho: “O Daniel tem uma leveza e tranquilidade para lidar com desafios que fazem dele uma pessoa muito querida”, diz ela
nua na Câmara Municipal. “O horário do futebol permite conciliar a vida política com o futebol. Claro que o Atlético ocupará 90% do meu tempo, mas sempre gostei de desafios. Se não gostasse de trabalhar, não seria maluco de assumir o Atlético”, diz Nepomuceno. Casada há quatro anos com Nepomuceno, mas amiga de mais de duas décadas, Isabella Godinho destaca o perfil multidisciplinar do marido, “que sempre consegue um jeitinho de desfrutar da família em meio a tantos compromissos”. Mãe de Tomás, de 3 anos, e Francisco, de 1, Isabella vive a felicidade e as agruras de ser mulher do novo presidente alvinegro. “O Daniel tem uma leveza e tranquilidade para lidar com desafios que fazem dele uma pessoa muito querida. Ao mesmo tempo trabalha em vários projetos: quer ampliar
o Independência, construir estádios. Espero que a torcida compreenda esse lado dele. Futebol envolve muita paixão, e isso me deixa preocupada.” Os amigos destacam o lado zen de Nepomuceno. “O Atlético é um barril de pólvora e o Daniel é a pessoa certa no momento certo”, afirma Pedro Tavares, amigo de longa data e conselheiro do Galo. Nepomuceno terá agora três anos para deixar sua marca na presidência do Atlético. Como ele mesmo diz, “não seria maluco de querer fazer diferente” – mas ele pretende melhorar o clube para manter a trajetória de conquistas. Como estudioso de Maquiavel, mas bom leitor de Rubem Alves, seu objetivo é ser um administrador incansável, mas sem deixar o jeitão zen de lado. z
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NEGÓCIOS | MODA Samuel Gê
A dança das marcas
Fernanda Santos, da Forum: “Atualmente, estamos com mais diversidade de estampas e modelagens, o que abre possibilidade de atingir um público maior”
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Marcas nacionais e locais desconhecem incertezas da economia e apostam alto com expansões e abertura de lojas em BH. Potencial do mercado mineiro funciona como atrativo para a onda de investimentos PAULA TAKAHASHI
“Enquanto alguns choram, outros vendem lenço.” A frase, dita com um sorriso pela diretora da unidade de negócios da Ana Capri (empresa do grupo Arezzo), Yumi Chibusa, mostra um movimento promissor no mercado de moda de Belo Horizonte: a despeito das incertezas que rondam a economia em 2015, grifes nacionais e mineiras, além de grandes redes de varejo, estão aportando – e apostando alto – na capital mineira. E estão se dando bem: algumas já fazem plano de expansão. É o caso da Ana Capri. Recém-chegada a Belo Horizonte, a linha de sapatos flat, um conceito de calçados sem salto e cheios de estilo, caiu no gosto das consumidoras mineiras. Em dois meses, foram abertas quatro lojas e outras unidades já estão a caminho. “Já chegamos ao BH Shopping, Diamond Mall, Boulevard e à Savassi. Há espaço ainda para três ou quatro lojas na capital. Pretendemos chegar ao Del Rey e ao Cidade em 2015”, antecipa Yumi. Somente neste ano, a marca saiu de 22 para 55 unidades em todo o Brasil, sendo seis delas em Minas. Para 2015, são esperadas 40 inaugurações no país – e Minas não poderia ficar de fora. “Nós nos surpreendemos muito com o mercado mineiro. Para se ter
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uma ideia, calculamos um valor de vendas para a loja do BH Shopping e atingimos o dobro do esperado. O próprio franqueado já se animou a abrir em outros pontos”, afirma a diretora. O alto poder aquisitivo está entre os grandes atrativos do consumidor local. “Antes de ir para uma cidade, fazemos levantamento de Produto Interno Bruto (PIB) e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH ) e cruzamos com números que já temos da Arezzo. O pré-requisito para entrar é justamente ser promissor para os negócios, e Minas está entre os melhores do Brasil, juntamente com São Paulo e Rio”, afirma Yumi. Para Anderson Borges, diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e diretor comercial da K9, ainda existe um grande mercado a ser desbravado na capital e no estado como um todo. “Há certa saturação do eixo Rio/São Paulo e e BH se tornou uma boa alternativa para a chegada de novas marcas”, afirma. Shoppings bem estruturados e conceituados também ajudam a atrair o interesse dos investidores. “Não podemos reclamar. Nos últimos meses, recebemos grandes marcas que estão ganhando escala em mercados como o de Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. Com o alto poder aquisitivo dos consumidores da capital, é normal que essas marcas venham para cá”, afirma Renato Tavares, gerente de marketing do BH Shopping. De olho no bolso do mineiro, as lojas de departamento também estão com novidades. A Renner acaba de investir R$ 4 milhões na abertura de uma megastore no Shopping Cidade, com área total de 700 m². A 17ª unidade da rede em Minas Gerais e sétima em Belo Horizonte começou a operar no início de novembro com novo layout e proposta mais clean. Quem também está de cara nova é a Zara. A gigante espanhola passou por ampla reforma e reabriu as portas em outubro, depois de quase três meses de mudanças. O mesmo aconteceu com a Forum. Desde agosto sob comando da administradora Fernanda Santos, de 22
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NEGÓCIOS | MODA anos, a loja do Diamond Mall fechou para reforma em setembro e reabriu na primeira semana de novembro. A oportunidade de assumir a operação surgiu depois que o franqueado antigo mostrou interesse em repassar o negócio. “Já estávamos pensando em investir no setor de vestuário, já que o Grupo Santos, do qual sou sócia, já tinha duas lojas de calçados da marca Jorge Bischoff”, conta a empresária. Repaginar a loja foi fundamental para casar o espaço ao novo conceito da marca. “Atualmente, estamos com mais diversidade de estampas e modelagens, o que abre possibilidade de atingir um público maior. Antes, a proposta era mais clássica, sem muitas estampas. Agora está mais diversificada”, detalha Fernanda. A atualização está em linha com o esforço da grife em se restabelecer no mercado. “Para ajudar a retomar a força da marca, queríamos um ambiente mais atualizado e agradável”, explica Fernanda. E as expectativas para este novo momento não poderiam ser melhores. Apenas para o Natal, a projeção é de crescimento de 50% no volume de vendas, na comparação com o mesmo período do ano passado. “Em 2015, estimamos avanço de 35% em relação a este ano”, prevê Fernanda. O otimismo é motivado não apenas pelos novos ares trazidos pela renovação, mas também pelo potencial dos futuros clientes. “A parte masculina, por exemplo, está mais forte, com linhas e designs para deixar o homem mais confortável. Vamos agradar mais pessoas”, garante Fernanda. Quem também quer deixar o mineiro mais elegante é a Aramis, loja de roupas masculinas que abriu sua primeira unidade em Minas na segunda quinzena de novembro. “Decidimos entrar no estado no início do ano, mas tínhamos a intenção de ocupar os melhores pontos. Caso contrário, não viríamos”, detalha Valdir Farias, supervisor comercial da marca. As negociações terminaram com a atual loja no Diamond e outra a caminho no BH Shopping. “Até o meio do ano que vem, essa última unidade já deve começar a operar”, estima o executivo. 62 |Encontro
Paulo Márcio
Sabrina Costa, da Fleche D’Or: “Queremos novas unidades. Vamos estudar essa nova loja e, a partir daí, traçar um planejamento de expansão” Nicolas Caligaro/Divulgação
Yumi Chibusa, da Ana Capri: “Enquanto alguns choram, nós vendemos lenços. E o mercado mineiro nos surpreendeu positivamente” JC Martins
Matheus Magno, da Just Woman: “Queremos chegar a 20 lojas em três anos em vários estados. Até o final do ano que vem, teremos roupas próprias”
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NEGÓCIOS | MODA Minas faz parte de um projeto agressivo de expansão da marca por meio de lojas próprias. “Já dobramos de tamanho nos últimos dois anos e temos projeto de dobrar novamente nos próximos dois anos”, afirma Farias. Diante do potencial de Belo Horizonte, o supervisor comercial da Aramis não descarta a possibilidade de entrar em outros dois shopping, além dos que já estão engatilhados. “Acredito que esse mercado será uma achado da Aramis”, prevê. Mas nem só de investimentos de fora vive o estado. Marcas daqui também apostam no mercado e estão com projetos a todo vapor. Com mais de cinco anos de atuação no atacado, a Fleche D’Or acaba de colocar um pé no varejo, de onde não pretende sair mais. “Já tínhamos a intenção de executar esse projeto quando o quarto piso do BH Shopping estava sendo inaugurado, mas voltamos atrás. Agora, com a estruturação e maturidade da empresa, vimos que estava na hora. Era uma oportunidade que não poderíamos perder”, conta Sabrina Costa e Silva Gonçalves, estilista da marca. O local foi escolhido a dedo. “É uma região muito carente de produtos como os nossos. Praticamente não há quem ofereça vestidos de festa”, observa a estilista. Mesmo com o receio que ronda o comércio e o varejo, Sabrina reconhece que os resultados têm superado as expectativas. “Por
CONFIRA AS NOVIDADES QUEM CHEGOU Ana Capri Aramis Just Woman QUEM EXPANDIU Renner QUEM ABRIU UNIDADE NOVA Zara QUEM REABRIU LOJA Forum QUEM ESTREOU NO VAREJO Fleche D’or
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ser uma loja nova e com apenas cinco anos de mercado, já projetávamos um início mais difícil. Mas decidimos encarar. E fomos surpreendidos pelo rápido retorno do investimento, que já está aparecendo”, conta Sabrina. Diante do bom desempenho nos primeiros meses, a estilista garante que o mercado não está parado. Por isso, os planos não poderiam ser diferentes. “Queremos novas unidades. Vamos estudar essa nova loja, que está sendo um piloto no varejo. A partir daí, traçaremos um planejamento de expansão”, afirma. Ampliação dos negócios também é palavra de ordem na Just Woman, aberta no fim de novembro no Shopping Cidade. O empresário mineiro Matheus Magno Nelson, de 24 anos, não quer apenas levar a multimarcas para outras cidades do estado e até do país, mas também criar marca própria e lançar coleções com a cara do negócio. “Queremos chegar a 20 lojas em três anos em vários estados. Até o fim do ano que vem, também já espero estar produzindo roupas próprias”, antecipa. Apesar de o momento não justificar tamanha confiança, ele também segue a filosofia de que, enquanto alguns perdem, outros ganham. Ou, seguindo o mesmo raciocínio de Yumi, da Ana Capri, “enquanto alguns choram, outros vendem lenços” – e descobrem boas oportunidades mesmo num cenário ainda incerto. “O ponto comercial que apareceu no Shopping Cidade, para mim, é o melhor e estava sendo passado para frente. Também estou prestes a abrir uma loja em Montes Claros, no Norte de Minas. É outra oportunidade que não poderia deixar passar”, diz. O momento difícil vivido por alguns empresários tem aberto boas chances para novos empreendedores e, inclusive, melhorado as condições de negociação de pontos comerciais estratégicos. E, como diz Borges, da CDL/BH, a cidade se tornou atrativa para investimentos. Mais um motivo para as grifes tirarem proveito e se estruturarem para o reaquecimento econômico que todas vislumbram com ansiedade. z
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NEGÓCIOS | EDUCAÇÃO Samuel Gê
Diretora Andrea Zica e os alunos Victor Furtado, Letícia Paulinelli, Gabriel Teles e Ana Luiza Pascal (da esquerda para a direita): “Foi tudo muito rápido, mas, felizmente, conseguimos enxergar a luz no fim do túnel”
Sob nova administração Pais e professores assumem gestão do Instituto Libertas, que estava à beira de fechar as portas, mudam nome e endereço e apostam em novas ações para manter a escola viva RAFAEL CAMPOS
As nuvens negras que pairavam sobre o Instituto Libertas, localizado aos pés da Serra do Curral, no Mangabeiras, região Centro-sul de BH, enfim se dissiparam. A escola, que há uma década lança mão de um método próprio de ensino e já formou mais de 3 mil alunos, viveu os últimos meses sob a ameaça de fechar as portas por problemas de gestão. No entanto, professores e pais de alunos resolveram agir. Resultado: criaram uma associação, a Veredas, e começaram a procurar uma nova sede. En66 |Encontro
contraram. A partir de fevereiro de 2015, o Instituto Libertas passará a funcionar na rua Conde de Linhares, 403, no Cidade Jardim, também região Centro-Sul. E foi rebatizado: Casa Viva de Educação e Cultura. Formada por 13 pessoas, a associação Veredas, sem fins lucrativos, foi a alternativa para não deixar alunos e professores a ver navios. “Ficamos sensibilizados, sobretudo, com os professores que amam esta escola”, diz a empresária Priscilla Guimarães, mãe de um dos alunos e integrante da Veredas. Priscilla e o marido, Rodrigo, a partir da experiência de lidar com planilhas e contas de uma produtora de vídeo, estão ajudando na tarefa de tocar a Casa Viva. “O novo endereço nos possibilita ampliar as ações da instituição”, diz Priscilla, aliviada com a notícia de que os mesmos professores estarão presentes em 2015. Para ajudar nas despesas, os novos gestores já pensam em inscrever a Casa Viva em projetos de leis de incentivo. Uma das ideias, por exemplo, é ampliar os ramos da nova escola ao ministrar cursos livres e desenvolver atividades para a comunidade externa. Todo esse esforço, adianta Priscilla, vale
a pena para manter vivo o modelo de ensino. “Sempre quis uma escola onde meu filho pudesse caminhar naturalmente, sem cobranças. Não conheço outro lugar que possibilite isso”, afirma. Andrea Zica, diretora da Libertas, também está entusiasmada com a nova fase da escola. “Foi tudo muito rápido, mas, felizmente, conseguimos enxergar a luz no fim do túnel”, diz. A ideia de criar o Instituto Libertas veio do empresário João Guimarães, proprietário do imóvel localizado no Mangabeiras. Guimarães é também diretor do Espaço Centro e Quatro, que fica na Praça da Estação, no centro de BH. Segundo Andrea, o projeto não estava mais se autossustentando. Somado a isso, João revelou o desejo de concentrar esforços em projetos sociais. Em 2013, o proprietário anunciou o fechamento da escola. Uma cooperativa chegou a ser criada, mas não deu certo. Agora, professores, pais e alunos torcem para que a Casa Viva de Educação e Cultura tenha vida longa. A escola infantil Balão Vermelho, que também propõe um método alternativo de ensino, vai ocupar o endereço do Libertas pelos próximos quatros anos. z
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DEZ PERGUNTAS PARA | DENIS PIETTON
“O mineiro tem orgulho da sua cultura. Como o francês” Embaixador da França no Brasil diz que é um admirador de Minas, adianta que BH pode receber uma coleção permanente do museu Georges Pompidou e afirma que o país precisa crescer MARINA DIAS
Não há instância da vida mineira que, de alguma forma, não tenha certa influência francesa. A França se faz presente na quantidade de empresas instaladas no estado, nas fortes relações universitárias entre os países e nos festivais de arte. Não é à toa que o embaixador da França no Brasil, Denis Pietton, já visitou Belo Horizonte duas vezes nos 15 meses em que está no país e pretende trazer seu ministro de Relações Exteriores à capital mineira no ano que vem. Em sua mais recente visita a BH, no mês passado, Pietton tratou de assuntos relacionados à disseminação da cultura francesa no estado e investimentos por parte da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). Acompanhado do cônsul honorário da França na capital mineira, o empresário Manoel Bernardes, o embaixador revelou a Encontro que está em negociação com a Casa Fiat de Cultura para que a instituição receba uma exposição permanente do museu parisiense Georges Pompidou, um dos mais respeitados do mundo. Pietton destacou ainda a importância de o país fazer escolhas certas no campo econômico e não escondeu sua admiração pelo estado. “Aqui, as pessoas se orgulham de tudo que é de Minas. É agradável trabalhar com quem têm essa identidade forte”, afirmou. 1 | ENCONTRO - Que tipo de investimentos a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) está interessada em apoiar em Minas?
DENIS PIETTON – A AFD foca em projetos que tenham relação com a mudança climática, projetos que tornem a cidade mais sustentável, que envolvam transporte público, tratamento de dejetos, etc. Nesse sentido, ela financiou 300 milhões de euros para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para investimentos em novas tecnologias de energia e expansão da rede. Financiou também o plano climático para Minas e emprestou 50 milhões de euros para o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) apoiar projetos em pequenas prefeituras. E estamos dispostos a financiar a expansão da PUC Minas, que tem uma proposta filantrópica de dar oportunidades para alunos que não podem pagar. 2 | A relação universitária entre França e Minas é forte?
A França hoje recebe 200 mil estudantes estrangeiros por ano. É o segundo país que mais recebe alunos no mundo, dos quais 10 mil são brasileiros. Minas Gerais é o segundo estado que manda mais alunos para o país, atrás apenas de São Paulo e à frente do Rio de Janeiro. Isso tem a ver com a qualidade e com a diversidade das escolas mineiras. E essa cooperação acontece Cláudio Cunha
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em ambas as direções: os estudantes franceses no Brasil são o segundo maior contingente, atrás apenas dos colombianos. Nesse sentido, lançamos em Minas o projeto Embaixadores Universitários, que são pessoas das faculdades para fazer a difusão das possibilidades de relação com a França (mobilidade, pós-doutorado, cotutela, etc.), bem como da cultura francesa, organizando sessões de cinema e shows de música francesa. 3 | Como vê o atual momento brasileiro após a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT)?
O Brasil está em um momento em que precisará fazer escolhas, e isso independenderia de quem fosse o governante — Dilma Rousseff ou Aécio Neves. A questão é: o crescimento do país vai continuar sendo sustentado pelo consumo ou vai ocorrer graças ao investimento em infraestrutura? Será interessante ver as escolhas econômicas que a presidente vai fazer. Penso que um ciclo se encerrou agora, e que entramos em outro ciclo, tanto econômico quanto social. No geral, vejo que a situação é um pouco difícil, com crescimento baixo (o que acontece também na França), mas vejo o Brasil, em longo prazo, como um país de peso, pelos recursos e tamanho do mercado. E é por isso que as empresas estrangeiras, entre elas as francesas, estão contentes em investir no Brasil.
trabalhar com pessoas que têm uma identidade forte. 6 | Minas e França já tinham tradição de colaboração?
Sim, temos parceiros sérios e engajados tanto no estado quanto em BH. A relação entre universidades mineiras e francesas é uma das mais importantes no Brasil. Temos, ainda, uma presença econômica forte em Minas, com cerca de 50 empresas francesas que atuam aqui, como Danone, Helibrás, Lafarge e Vallourec, o que se explica pelo fato de Minas ser o terceiro estado brasileiro (em Produto Interno Bruto) e a França ser o quinto maior investidor no Brasil. Os investimentos franceses aqui cobrem todas as áreas. Já em termos de relações institucionais, existe uma forte parceria de Minas com a região francesa Nord-Pas-de-Calais, que se configura como a mais bem-sucedida operação de acordo bilateral entre qualquer estado brasileiro e a França.
Vejo o Brasil como um país de futuro, pelos recursos e pelo mercado"
4 | O sr. já conhecia Minas?
Esta é minha segunda visita a Minas. A primeira foi há um ano e durou apenas dois dias e meio, mas fiquei entusiasmado. É preciso voltar mais frequentemente, com certeza. E devo dizer que fui conquistado por Belo Horizonte. É uma cidade interessante, com muito potencial e uma presença francesa significativa, mas que ainda pode se desenvolver. 5 | O que achou dos mineiros?
O que gosto muito no estado é que as pessoas são orgulhosas de serem mineiras. São orgulhosas do estado, de sua história, do papel de Minas na independência do Brasil. São orgulhosas de sua cozinha, o que é importante para o francês. Enfim, orgulham-se de tudo que é mineiro. E é agradável
7 | Por que a escolha de Minas de se relacionar com Nord-Pas-de-Calais?
Nord-Pas-de-Calais era uma região altamente industrializada, mas que passou por um processo de desindustrialização com o fim das minas de carvão. A partir daí, fizeram uma mudança na economia, voltando-a para os setores de serviço e de logística. Nesse sentido, aproxima-se do contexto mineiro. 8 | Em que estágio está o plano climático que a França preparou para Minas?
Por meio da AFD, por meio de organismos especializados, da embaixada e de autoridades mineiras, a França preparou um plano climático para Minas, primeiro estado brasileiro a ter
um plano de prevenção da mudança de clima. Esse plano está pronto e sua entrega formal será feita no ano que vem para o governador eleito. Um plano desse tipo foi feito em Nord-Pas-de-Calais há alguns anos e foi adaptado para o estado. Nosso ministro de Relações Exteriores estará no Brasil em 2015 e vamos propor que venha a Minas especialmente para discutir a questão do clima. 9 | Como é a cooperação entre França e Minas no plano da cultura?
Ela existe e é forte, mas pode ser ainda maior. Vim assinar, por exemplo, um acordo com Fundação Municipal de Cultura, pois a ideia é ter presença francesa mais contínua na cidade. Pretendemos trazer mais artistas franceses para cá. Mas já existem diversas ações no estado, como as jornadas do patrimônio. Elas, que ocorrem há 30 anos na França, foram lançadas em Minas Gerais em 2009, no ano da França no Brasil. Acontecem nos fins de semana, em 400 municípios mineiros, nos quais se discute a questão do patrimônio e como mantê-lo. 10 | E as negociações para que Minas receba uma coleção permanente do Centro Georges Pompidou?
Estamos conversando com a Casa Fiat, que é uma grande instituição cultural e já organizou mostras de grandes artistas, como o pintor italiano Caravaggio e o artista francês Rodin. É um parceiro importante, que estaria interessado em ter uma exposição permanente de um museu francês de arte moderna. Indicamos o Centro Georges Pompidou, de Paris, para ser esse parceiro. Fomos à Casa Fiat e já conversamos. A ideia geral é que a Casa abrigue uma exposição permanente, como se fosse uma filial temporária do museu. Estamos muito interessados nessa cooperação, porque Minas tem público para isso e grandes instituições culturais, como Inhotim. O público mineiro é sofisticado, interessa-se pela cultura. Apoiamos muito o projeto e percebemos que os responsáveis pela Casa Fiat estão muito interessados e entusiasmados. Agora, é preciso discutir os detalhes e fechar o acordo. z DEZ/2014 - JAN/2015
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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br Divulgação
DISPUTA SAUDÁVEL A disputa pelo melhor lugar ao sol no segmento de sedãs está ficando interessante. Depois do Renault Fluence 2015, que chegou em dezembro mais rico em conteúdo, a GM reservou Montevideo e Punta del Este, no Uruguai, para apresentar a edição 2015 do Cruze, que adotou a mesma receita de conteúdo mais completo e acrescentou maior economia de combustível, além de outras soluções inédi-
tas, como faróis específicos em LED para a luz diurna. O melhor foi a manutenção dos preços antigos. Para saber mais sobre o novo Cruze, ocupante do terceiro lugar no ranking dos mais vendidos de seu segmento, visite o site da revista Encontro (www.revistaencontro.com.br). O primeiro e o segundo lugares, bem à frente, são do Toyota Corolla e do Honda Civic.
DIREÇÃO SEGURA Um baiano foi o vencedor, os mineiros tiveram as piores notas, a melhor média foi dos gaúchos e os cariocas mostraram-se os mais irreverentes. É esse o resultado do programa Best Driver, desenvolvido pelo fabricante de pneus Michelin para incentivar a direção segura entre jovens. O projeto envolveu 15 universidades e percorreu sete capitais em três meses. O vencedor foi Eric Peixoto Barboza (D), de 23 anos, aluno de engenharia civil na UFBA, da Bahia. O universitário ganhou um carro 0 km, entregue pelo campeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi (E). Ponto para os baianos. E os mineiros, hein...
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Paulo Guimarães/Divulgação
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DRIBLES NA ECONOMIA Com a troca de Thomas Schmall por David Powels na presidência da Volkswagen do Brasil, a partir de 1º de janeiro, o braço brasileiro do grupo alemão deverá entrar em nova fase de contenção de custos e controles financeiros. Schmall, que comandou a VWB por sete anos, vai agora para o Conselho de Administração da VW, área de componentes. Essa mudança, segundo analistas do setor, é resultado de vendas abaixo do esperado do compacto Up!, mas há quem diga que
a gota d’água foi a recente perda da liderança do Gol como o carro mais vendido no Brasil para o Fiat Palio. O Gol mantinha essa liderança há muitas décadas. O novo presidente começou sua carreira na Volkswagen em 1989 na África do Sul, como responsável pela contabilidade de impostos na divisão de finanças. Passou a atuar na VW do Brasil como vice-presidente de finanças e estratégia corporativa em 2002. Agora, sua missão é equilibrar as finanças. Paulo Vitale/Divulgação
SÓ NO PAPEL Não há nada de vergonhoso em copiar soluções inteligentes e funcionais. É o caso da adoção dos limites de velocidade mínima praticada em países do hemisfério norte. Lá, além da máxima, a velocidade mínima é severamente observada e, quando excedida, é multa na certa. Estatísticas nesse sentido não existem no Brasil. Surpreso? Mas não devem ser poucas as colisões causadas por carros que circulam a menos de 30, 40 km/h em rodovias e vias expressas. Mais um tema a ser pensado pelos engenheiros de trânsito deste país. Há também que se pensar em uma fiscalização mais efetiva. De que adiantam leis se não há meios de fazer com que sejam respeitadas? Os valores das infrações de trânsito subiram assustadoramente há pouco, mas as loucuras no trânsito continuam a acontecer impunemente. Faltam sistemas de fiscalização eficientes. Assim as leis ficam presas e limitadas ao texto no papel.
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APOSTA PREMIUM Cinco milhões de veículos serão produzidos no Brasil em 2020. É essa a expectativa da Jaguar Land Rover, disse Terry Hill, presidente da subsidiária brasileira, no dia do lançamento da pedra fundamental da fábrica de Itatiaia, ao sul do Rio de Janeiro, que inicia operação no início de 2016. Será a primeira unidade fabril automotiva britânica no Brasil, lembrou o alemão Ralf Speth, CEO mundial do grupo (segundo da esquerda para direita), que veio ao Brasil para a ocasião. O novíssimo Discovery Sport será o primeiro produto a sair da linha de montagem de Itatiaia. A marca britânica, controlada pela indiana Tata, acredita no crescimento das vendas de veículos do segmento premium. Dentro desse espectro, os SUVs representam 10% em “mercados maduros” e hoje menos de 2% no Brasil. DEZ/2014 - JAN/2015
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VEÍCULOS | MERCADO
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Ford EcoSport, líder de vendas do segmento no Brasil: primeiro SUV a ser lançado no país, modelo ainda colhe os frutos de ter saído na frente
Tábua de salvação
Pesquisa revela a força dos SUVs no mercado de veículos no Brasil e no mundo. Segmento apresentou crescimento médio anual de 10,5% nos últimos 36 meses FÁBIO DOYLE
A capacidade de atração dos utilitários-esportivos, mais conhecidos mundialmente como SUVs (sport utility vehicles), continua em alta e assim deve permanecer ainda por muito tempo. Com vendas crescentes em um mercado em queda e economia instável, a indústria automobilística no Brasil – e em todo o mundo – foca seus investimentos no desenvolvimento de SUVs. Não é por outro motivo que a nova fábrica da Fiat em Goianá (Pernambuco) terá como primeiro produto a ser fabricado o Renegade, um SUV compacto da Jeep, que chega 72 |Encontro
para enfrentar o Ford Escosport e o Renault Duster como principais rivais. A anunciada fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (São Paulo) iniciará operação com o Classe C seguido pelo GLA, o SUV da nova plataforma usada também pelo CLA e Classe A, que entra em uma faixa mais luxuosa dos SUVs compactos. Seguindo na mesma direção, a fábrica de Itatiaia (RJ) da Jaguar Land Rover começará produção em 2016 com o Discovery Sport, mais um SUV, desta vez de dimensões maiores e do segmento premium, de veículos com preço em torno de R$ 180 mil. A não ser que uma reviravolta radical ocorra,
esse parece ser mesmo o caminho da sobrevivência para os que quiserem se manter em pé em uma economia de incertezas e com perspectivas de crescimento nada alvissareiras para os próximos 12 meses. Segundo pesquisa sobre os SUVs realizada pela Jato Dynamics, empresa internacional voltada para estudos e análises do setor automotivo, a frota circulante no Brasil desse tipo de automóvel está concentrada na região Sudeste, especificamente nas grandes metrópoles. A Ford lidera esse segmento, com 27,3% de participação do mercado, resultado das vendas do Ecosport, o primeiro SUV a ser lançado no
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Marca/Modelo China Volkswagen Tiguan Honda CR-V Hyundai iX35
178.626 162.509 113.136
Coreia do Sul Hyundai Santa Fé Kia Sportage Hyundai Tucson
78.772 45.358 42.845
Índia Mahindra Bolero Renault Duster Mahindra Scorpio
110.469 51.411 49.454
Rússia Renault Duster Chevrolet Niva Lada 4x4
83.702 53.344 51.498
África do Sul Toyota Fortuner Hyundai iX35 Volkswagen Tiguan
10.893 5.568 4.095
Brasil Ford Ecosport Renault Duster Hyundai Tucson
66.100 50.223 16.213
Japão Mazda CX-5 Subaru Forester Nissan X-Trail
38.493 35.114 27.860
EUA Honda CR-V Ford Escape Chevrolet Equinox
Turquia Dacia Duster Hyundai iX35 Kia Sportage
11.264 7.324 7.305
303.904 295.993 238.192
Alemanha Volkswagen Tiguan Audi Q3
55.641 25.747
Campeões por país
China Tiguan 178.626
Índia Bolero 110.469
África do Sul Fortuner 10.893
Japão CX-5 38.493
Turquia Duster 11.264
Rússia Duster 83.702
Brasil Ecosport 66.100
Coreia do Sul Santa Fé 78.772
EUA CR-V 303.904
Alemanha Tiguan 55.641
Rodolfo Buhrer/Divulgação
Duster, da Renault: modelo vem ganhando cada vez mais mercado no país e é a grande aposta dos franceses para enfrentar a concorrência
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país com produção local. Em empate técnico, a Hyundai e a Mitsubishi vêm logo em seguida, representando 13,9% e 13,2% da fatia desse mercado, respectivamente. Contudo, ao contrário da Ford, essas duas marcas oferecem uma grande variedade de tipos de SUVs (pequeno, médio e grande porte) em sua linha, o que contribuiu para esse resultado. Em quarto lugar vem a Chevrolet, que assim se posiciona com as vendas da Blazer e Captiva, além do Tracker, mais recente. Apesar de estar em quinto lugar no ranking da Jato, a Renault merece menção especial, uma vez que participa dessa disputa com apenas um modelo, o Duster, lançado em 2011, e que vem ganhando espaço no mercado de SUVs. Se voltarmos a atenção para o resultado financeiro da indústria automobilística, os SUVs movimentaram até o mês de setembro, segundo a Jato, R$ 21,3 bilhões no mercado brasileiro, o que representa 16,12% do mercado nacional de carros e comerciais. A competitividade no mercado automotivo tem se intensificado cada vez mais, principalmente no segmento de entrada, mas, mesmo em segmentos superiores, observa-se o acirramento da disputa. Nos últimos três anos, o mercado do segmento de SUVs cresceu em média 10,5% ao ano e, com a chegada de novos modelos fabricados no país, indica que deverá manter a curva de crescimento ainda por um bom tempo. A preferência do consumidor (mulheres principalmente) pelos SUVs é fato que não deixa dúvidas não só no Brasil, como na maioria dos mercados mundiais. A Jato divulgou recentemente o resultado de um levantamento sobre os três modelos de SUVs mais vendidos em 12 mercados mundiais no ano de 2013. O resultado mostra que a preferência varia de acordo com o perfil econômico e cultural de cada país. Somando-se os resultados dos 12 países analisados, o resultado é a liderança de vendas do Honda CRV, com 507.096 unidades, seguido pelo Volkswagen Tiguan, com 238.362 unidades. O Renault/Dacia Duster vem em terceiro, com 196.600 unidades (confira na tabela acima). z
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VIDA DIGITAL | ALYSSON LISBOA alisboa@editoraencontro.com.br
A cidade conectada e sensores espalhados pelas ruas possibilitam uma governança participativa, afirma Helberth Cavalcante
POR UMA CIDADE MAIS CONECTADA Tem um buraco na sua rua? Tire uma foto e mande diretamente para a prefeitura. Esse é um exemplo de como vamos, muito em breve, ajudar a construir uma cidade melhor usando os dispositivos móveis. Os governantes perceberam que a tecnologia pode ser uma grande aliada na gestão das cidades. O Rio de Janeiro já dispõe desse aplicativo. Em Belo Horizonte, o aplicativo chamado de BH156 Mobile ainda não tem data para ser lançado. Para falar mais sobre o tema, conversamos com Helberth Cavalcante, diretor nacional da Microsoft para o setor público. Ele falou sobre a governança digital e como as cidades podem interagir com seus cidadãos. Divulgação/Microsoft
TRÊS PERGUNTAS PARA | HELBERTH CAVALCANTE 1) Como a tecnologia pode contribuir com a gestão da cidade? Temos uma visão bastante otimista sobre isso. É só olhar como a tecnologia tem evoluído na última década em diversas áreas e seu crescente poder computacional. A informação está sendo jogada na nuvem e hoje, cada um de nós é um sensor. Quando habilitamos um smartphone e fazemos check-in nas redes sociais, estamos provendo informação. Para uma participação cidadã, de forma que a população possa contribuir mais diretamente com a melhoria dos problemas da cidade, dois aspectos são primordiais – a computação na nuvem e a sensorização. 2) De que modo isso pode solucionar os problemas da cidade? A sensorização vai estar em toda a cidade. Assim nós, cidadãos, conseguiremos trazer elementos de tomada de decisão e prover informação sobre o trânsito e demais problemas da cidade. A infraestrutura de rede é o catalizador para tornar essa tendência tecnológica uma realidade. A boa notícia é que os governantes estão preocupados com isso. O governo
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tem criado uma série de programas para tornar as cidades mais conectadas. Belo Horizonte, por exemplo, já dispõe de vários locais com wi-fi gratuito. Por meio da plataforma da Microsoft, o cidadão pode, por exemplo, tirar uma foto de um buraco na rua e, por geolocalização, a prefeitura recebe uma notificação para fazer o reparo. Isso já é realidade no Rio de Janeiro com o aplicativo 1746. 3) O acesso grátis à internet está disponível em poucas áreas e o sinal não tem boa qualidade. Isso vai mudar? Eu acredito que sim. Essa evolução é uma tendência natural. Belo Horizonte tem vocação para a tecnologia, e acredito que a cidade será exemplo para o Brasil. É óbvio que em um país tão grande como o nosso existem áreas onde isso vai ocorrer lentamente. Para se ter uma ideia, no Acre, onde estive recentemente, o governo local tem a preocupação em prover a internet em todas as regiões do estado. Isso se tornou uma preocupação dos governantes. O cidadão usará os aplicativos móveis e a prefeitura poderá ser, inclusive, avaliada.
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APPS
Samuel Gê
QUAL É O SEU DESEJO? Início de ano é sempre um momento oportuno para fazer planos e tirar da gaveta aqueles desejos que, durante muito tempo, foram deixados de lado. Não é mesmo? O aplicativo Tysdo, desenvolvido por um grupo de empreendedores mineiros, quer estimular a realização dos seus sonhos. A proposta é unir sonhadores e motivadores em uma mesma rede. O app lista desejos comuns como conhecer lugares especiais, dirigir um carro esportivo ou aprender a cozinhar. Você pode criar sua própria lista de interesses, receber estímulos virtuais e até encontrar pares para realizá-los. Baixe o aplicativo e comece agora a listar seus desejos porque, como dizia o poeta, os sonhos não envelhecem.
Jogos que exigem paciência
GEOMETRY DASH Já estou avisando, você vai passar raiva! O propósito do Geometry Dash parece ser esse mesmo. Um quadrado que pula e desvia de outros desenhos geométricos. Perdeu? Comece tudo de novo.
A empresária Roberta Vasconcellos, da Tysdo: "Queremos ajudar as pessoas a realizar seus sonhos"
Samuel Gê
RESERVADO
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Com 600 milhões de usuários ativos, é raro encontrar um smartphone que não tenha o WhatsApp instalado. O mundo corporativo já percebeu a potencialidade do aplicativo e as mais diferentes situações de uso. Um exemplo é a rede de hotéis Vert. "Fizemos um teste e o setor de reservas foi muito ágil em responder as dúvidas", afirma Bruno Guimarães, gerente de marketing e vendas. A ideia surgiu da percepção de um aumento efetivo do uso do aplicativo. "Usamos o WhatsApp internamente e funciona muito bem. Então por que não expandir para nosso público?" Outra facilidade que o aplicativo permite, além da abrangência mundial, é a resposta em outros idiomas. "O atendente tem mais tempo para responder e pode, se for preciso, consultar um dicionário. Na comunicação por telefone isso não é possível", conclui o gerente.
TROCA DE LIVROS NA WEB Sabe aquele livro parado na estante? Ele pode interessar muita gente. Foi pensando nisso que seis alunos do Cotemig resolveram criar uma comunidade de trocas de livros que utiliza moeda virtual. Batizado de Letras Trocadas, o trabalho ganhou destaque durante a Tecnofeira, evento realizado no Minascentro. O processo é bem simples. Por meio do sistema, é feito o cadastro de
um livro que você quer trocar e, quando houver uma pessoa interessada, você ganha uma moeda virtual chamada LT. Isso dá o direito a trocar por outra publicação cadastrada na plataforma. Quem paga pelo envio é sempre o comprador. O aplicativo está em teste e deve ser lançado oficialmente nos próximos meses. Então, vamos trocar alguns livros?
DADDY LONG LEGS Uma figura desajeitada com pernas longas que você precisa ensinar a andar. Ganha quem consegue manter o boneco por mais tempo em pé e percorrer o maior trajeto.
KILL THE DOT Você tem de tocar nas bolas que circulam pela tela no menor tempo possível, e sem errar. O game permite que você tente superar sempre o próprio recorde e compartilhe os resultados nas redes sociais.
Você conhece algum aplicativo legal? Envie sugestão para a gente.
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AD JAM
TECNOLOGIA | NOVIDADES
A ficção virou realidade Telas gigantes para os celulares e TVs com tela curva, explosão do mercado de impressoras 3D e a internet das coisas. O ano de 2014 consolidou tecnologias e marcou o início de uma nova era, em que as mudanças ocorrem em rotações por minuto
Samuel Gê
s é f
O engenheiro Rodrigo Martins vê entraves para o uso doméstico da impressora: “É uma tecnologia que depende muito de software e modelagem 3D”
ALYSSON LISBOA NEVES
A velocidade com que as inovações ocorrem na área da tecnologia dificulta, muitas vezes, mostrar o tamanho e o impacto das mudanças trazidas para o cotidiano das pessoas. Este ano, por exemplo, foi um importante marco para se perceber a maturação de tendências no campo da inovação iniciada há algum tempo. Mercados ainda tímidos devem ganhar escala nos próximos anos. Telefones com telas gigantes, conhecidos como phablets, invadiram o comércio e a preferência do consumidor. As TVs ultrafinas, produto fortemente alavancado pela Copa do Mundo no Brasil, tiveram também grande expansão. Novos mercados evoluíram, como o das impressoras 3D e a internet das coisas (acesso à net em produtos diferenciados). Para o professor de rede de computadores do Unatec (ligado à Una) Rogério Resende, 2014 foi o ano da consolidação das tecnologias lançadas nos anos anteriores e da ampliação dos
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AD JAM - 20,5 x 27,5 cm (revista Encontro):Layout 1
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SCRITTO / ARTE GRAFIA
JAM ENGENHARIA: PRESENTE NAS GRANDES OBRAS DO BRASIL
Em 2014, a JAM Engenharia de Ar Condicionado levou para as grandes obras comerciais do país sistemas de climatização adequados a cada empreendimento. No mercado há mais de 20 anos, a empresa é líder no segmento, representando a Midea Carrier e levando para cada obra serviços de qualidade, que favorecem a convivência humana com saúde e bem-estar.
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Shopping Bangu - Expansão Bangu / RJ - Grupo Aliansce
Ed. Domani Belo Horizonte / MG - Constr. Caparaó
Ed. Parque Avenida Belo Horizonte / MG - Constr. Odebrecht
Via Shopping Barreiro Belo Horizonte / MG - Grupo Via Shopping
Sede do Senar Belo Horizonte / MG - Constr. Diniz Camargos
Edífício Forluz Belo Horizonte / MG - Via Engenharia
North Shopping Maracanaú - Expansão Maracanaú / CE - CL Empr.
UNIFEI Itabira / MG - RDR Engenharia
Cidade Administrativa de MG - Ed. de Serviços Belo Horizonte / MG - Constr. Queiroz Galvão
Roraima Garden Shopping Boa Vista / RR - Tenco Shopping Centers
BH Outlet Shopping Belo Horizonte / MG - EPO Engenharia
Hospital Mater Dei Contorno Belo Horizonte / MG - Mater Dei
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TECNOLOGIA | NOVIDADES produtos voltados à internet das coisas. Um exemplo são os smartwatches, relógios inteligentes que já estão no portfólio das gigantes Apple, Motorola, Samsung e LG. “Os gadgets conectados ao corpo já são produtos comerciais consolidados. Eles finalmente saíram do laboratório”, completa o professor. Segundo o relatório Nielsen, 84% da população brasileira acima de 16 anos tem um celular – porém, apenas 36% são smartphones. O vertiginoso crescimento desse mercado no Brasil explica a corrida das empresas para lançar novos aparelhos e atrair a atenção dos consumidores. Ávidos por modelos cada vez mais potentes e telas cada vez maiores, os phablets, nome dado aos celulares de tela superior a 5 polegadas, ganharam mercado neste ano. Porém, para Rogério, o ano, no que se refere aos celulares, foi marcado apenas pela melhoria dos aparelhos que já são comercializados. “Os lançamentos, neste ano, estão mais relacionados a detalhes de design e tamanho de tela. Acho que não houve um grande salto, apenas incrementos”, diz. Para o professor, o grande destaque de 2014 ficou por conta do crescimento e da modernização do mercado de impressoras 3D. O produto hoje tem preço mais acessível, maior qualidade e já começa a fazer parte da rotina de segmentos da indústria e de profissionais de algumas áreas. O engenheiro de projetos Rodrigo Martins adquiriu uma impressora 3D para produzir pequenos protótipos, como engrenagens e carcaça de produtos. Ele comprou a máquina em março por R$ 3,6 mil. No entanto, não considera que as impressoras, nesse pri-
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Alexandre Rezende
Professsor Rogério Resende, da Unatec: “A internet não vai se limitar apenas aos computadores e celulares. Estamos atravessando uma nova era”
meiro momento, terão um forte uso doméstico, como ocorreu com as de jato de tinta. “É complicado para se ter em casa. É uma tecnologia que depende muito de software e modelagem 3D, habilidades não muito comuns”, explica. As indústrias de calçados, joias e automobilística já estão usando as impressoras para testar seus produtos. A área da saúde também já está usufruindo desse novo mercado. Definitivamente, o mundo está entrando em uma nova era, cuja palavra da vez é customização – ou seja, o que se quer, cada vez mais, é personalizar os produtos. Isso é o que pensa o brasileiro Victor Mendes, diretor da empresa PetitMe, com sede em Miami (EUA), sobre o futuro das máquinas 3D. O empresário acredita que, em pouco tempo, já será possível a impressão de comida e a personalização de bolos de festa, pizzas e esculturas de chocolate. “O fato é que esse tipo de utilização das impressoras 3D tem avançado muito rapidamente.” A impressão de órgãos humanos também não é mais coisa de ficção científica”, afirma o empresário. “Temos tecnologia e conhecimento para isso. É tudo uma questão de tempo”, conclui Victor. Impulsionados pela paixão brasileira pelo futebol, neste ano foram os televisores com resolução 4K que entraram em campo. A Copa do Mundo alavancou a venda de televisores com a tecnologia LED. Segundo a Associação de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros), as vendas cresceram 45% entre janeiro e abril (a Copa foi em junho e julho). O modelo OLED 4K com tela curva foi o lançamento de maior destaque. Bem-vindo ao novo mundo.
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CHEGAR AOS 117 ANOS RECONHECIDA MUNDIALMENTE.
É assim que a gente faz a melhor capital do Brasil. PPP da Educação premiada pelo Financial Times.
Cidade Amiga da Criança Fundação Abrinq.
Atenção com crianças e adolescentes - Unicef.
O projeto de construção de escolas por meio de Parceria Público-Privada foi premiado pelo Financial Times/Citi Ingenuity Awards e pela publicação Infrastructure 100.
Reconhecimento pelo cuidado com crianças e adolescentes. Entre 1.500 cidades avaliadas, somente 9 receberam o Título de Destaque Nacional.
BH foi apontada como a cidade com ambiente mais adequado para crianças e adolescentes.
Segurança Alimentar é exemplo para o mundo - ONU.
Exemplo em Defesa Civil - ONU.
O programa de Segurança Alimentar de BH foi reconhecido pela ONU como referência mundial.
Maior Programa de Saúde da Família do Brasil.
BH é a capital com maior cobertura do PSF: 83% dos moradores são atendidos.
Prêmio Sasakawa 2013, um reconhecimento da ONU ao conjunto de ações da Prefeitura para reduzir riscos de desastres naturais.
Arena da Cultura é referência em prática sustentável e inclusiva.
O projeto foi premiado pela CGLU, organização com sede em Barcelona e presente em 127 países.
Nos últimos anos, o trabalho da Prefeitura de Belo Horizonte tem se tornado referência em políticas públicas. Várias ações foram reconhecidas mundialmente por entidades como ONU e Unicef. Agora, temos mais um motivo para comemorar: a pesquisa nacional Best Cities Index acaba de apontar BH como a melhor capital do Brasil. Esse é o resultado de um trabalho feito a várias mãos: Prefeitura, parceiros e toda a população. Um presente para os 117 anos de BH e para cada belo-horizontino.
Não para de trabalhar por você. www.pbh.gov.br
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TECNOLOGIA | NOVIDADES O QUE FOI DESTAQUE EM 2014
OLED 4k Curve
Televisores com tela curva (foto) e resolução OLED 4K foram lançados no ano da Copa. Com espessura de 4,3 mm, a tela tem quatro vezes mais pixels que a Full HD
Apple/Divulgação
Internet das coisas Pulseiras e relógios inteligentes chegaram para ficar e já estão disponíveis para venda no varejo. Os aparelhos integram os smartphones e outros dispositivos. Os modelos de relógio mais cobiçados são o Moto 360, da Motorola, o Galaxy Gear, da Samsung, e o Apple Watch (foto)
LG/Divulgação
Nokia/Divulgação
Impressora 3D
A impressora 3D ganha mercado em 2014, além de preço mais baixo, melhor resolução e velocidade de impressão. Vários modelos, como a 3D Machine One (foto), e dezenas de outras marcas disputam o cobiçado nicho de mercado
Phablets
Os phablets, como o Lumia 1520 (foto), têm telas que chegam a 6 polegadas. É um pouco desconfortável quando colocado no bolso, mas é o modelo mais cobiçado do ano z
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Divulgação
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ENCONTRO INDICA | JOÃO POMBO BARILE Divulgação
MÚSICA | SHOW I O Foo Fighters volta ao país com a turnê do novo álbum, Sonic Highways. Em Belo Horizonte pela primeira vez, a banda toca no dia 28 de janeiro, às 21h15, na Esplanada do Mineirão, Pampulha. Antes, a partir das 18h55, entram em cena os grupos convidados. Os ingressos, que custam de R$ 150 a R$ 600, podem ser adquiridos no site www.
ticketsforfun.com.br ou na bilheteria do Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro). Quem comprou ingresso para o Mega Space não precisa trocá-lo e pode pedir reembolso até dia 20. Por que ir: A banda norte-americana tem domínio absoluto do palco. O show terá ainda a participação dos Raimundos e do grupo britânico Kaiser Chiefs.
Divulgação
MÚSICA | SHOW II Esta dica vai para quem curte música eletrônica: David Guetta se apresenta na capital no dia 11 de janeiro. O show DJ francês que se tornou mundialmente conhecido depois de parcerias com grandes nomes da música mundial pop (como Madonna, Rihanna, Britney Spears e Chris Brown) acontece no Expominas (av. Amazonas, 6.020, Gameleira). Os ingressos podem ser comprados no site www.blueticket.com.br e custam a partir de R$ 100. Por que ir: Boa chance para ouvir e dançar sucessos como Titanium, Club Can’t Handle Me e Turn Me On.
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Octavio Cardoso/divulgação
LITERATURA | CRÔNICA A Vida ao Redor, novo livro de crônicas da escritora Maria Esther Maciel, acaba de chegar às livrarias. Nascida em Patos de Minas, a poeta, ficcionista e ensaísta mineira é um dos nomes mais respeitados da literatura contemporânea nacional. Autora de obras como O Livro de Zenóbia e O Livro dos Nomes, ela agora experimenta o mais brasileiro dos gêneros: a crônica. Por que ler: Professora de teoria da literatura e literatura comparada da UFMG, Maria Esther consegue reunir erudição e simplicidade em seu texto. Luisa Meyer/divulgação
CINEMA | MOSTRA Um dos mais importantes festivais brasileiros, a Mostra de Cinema de Tiradentes acontece de 23 a 31 de janeiro. A 18ª edição, que apresenta mais de 100 filmes em pré-estreias nacionais e mundiais, neste ano homenageia Dira Paes. A atriz paraense faz parte do elenco de Órfãos do Eldorado, filme inédito que será exibido na abertura do evento. A programação do evento é gratuita e está disponível em: www.mostratiradentes.com.br. Por que ir: Ótima chance para assistir às mais recentes produções brasileiras que, muitas vezes, nem chegam às salas de cinema do país. Paulo Lacerda/FCS/divulgação
ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO Um bom programa de fim de um ano e início de outro é uma visita à exposição Afetividades Eletivas, na Galeria do Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2.244, Lourdes). A mostra apresenta um significativo conjunto de obras provenientes da coleção de Luiz Sérgio Arantes, mineiro de Uberlândia e radicado em São Paulo. São 150 trabalhos entre pintura, escultura, gravura, desenho, fotografia, vídeo e registros de performance, de cerca de 100 artistas nacionais e estrangeiros. A entrada é franca. Por que ir: Oportunidade para o público mineiro conhecer as obras de artistas como Laura Vinci, Rosangela Rennó, Nazareth Pacheco e Nelson Leirner.
ARTES CÊNICAS | ESPETÁCULO Estranhas Ocupações é o nome do espetáculo que os alunos do curso de teatro do Cefar, do Palácio das Artes, apresentam na cidade. Com direção de Odilon Esteves, integrante da Cia. Luna Lunera, a montagem tem como inspiração quatro contos do livro História de Cronópios e de Famas, do argentino Julio Cortázar. A montagem pode ser vista de 18 a 21 de dezembro, no Teatro João Ceschiatti (av. Afonso Pena, 1.537, Centro). A entrada é franca. Por que ir: O espetáculo, que comemora o centenário do nascimento de Cortázar, mostra um pouco da grande obra dele. DEZ/2014 - JAN/2015
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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS Fotos: Pedro Nicole
O escultor José Amâncio de Carvalho em seu ateliê: “Sou um operário da arte, que é uma necessidade constante em minha vida. E não pretendo parar nunca”
A ferro e fogo Com obras feitas com materiais recicláveis, escultor mineiro cria esculturas e relevos em metal com formatos que remetem aos elementos da natureza 86 |Encontro
DANIELA COSTA
O arame retorcido cuidadosamente trabalhado pelas mãos do artista continua exercendo a função de cercado. Mas, desta vez, em uma mandala talhada com elementos que representam a fauna e flora brasileiras. A criatividade do escultor e ex-professor de artes plásticas José Amâncio de Carvalho, de 68 anos, mineiro nascido em Passa Tempo, transforma pregos em flores, espelho em água, grampos de cerca, vergalhões e chapas de ferro recortadas em uma verdadeira reserva ecológica. O talento para reciclar materiais descartados e transfigurar personagens do cotidiano em obras-primas surgiu naturalmente, ainda na adolescência. “Eu
trabalhava no comércio e já gostava de desenhar. Na época, prestei vestibular para arquitetura, mas acabei abandonando o curso para fazer belas-artes”, diz. Aos 25 anos, Amâncio já participava de importantes exposições e, ao longo da carreira, conquistou vários prêmios. “Um dos mais marcantes foi o que recebi do Museu de Arte Moderna, com o trabalho intitulado Protesto do Urbanizado”, relembra. De origem humilde – a mãe era dona de casa e o pai, pedreiro – o primeiro dinheiro conquistado com as vendas de suas obras foi utilizado para realizar um sonho. “A arte me deu condições financeiras para comprar uma casa e dar de presente à minha família. E pensar que meu pai sempre me mandava ir caçar
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www.fecomerciomg.org.br
FECOMÉRCIO MG. 76 ANOS DE HISTÓRIAS E MUITAS CONQUISTAS.
O Sistema Fecomércio MG comemora 76 anos de resultados alcançados, cumprindo sua missão de proteger e desenvolver o comércio de bens, serviços e turismo em Minas Gerais. Integrado pelo Sesc, Senac e Sindicatos, a entidade está presente em todas as regiões, promovendo o crescimento dos trabalhadores do setor terciário, suas famílias e comunidade. Neste cenário, o Sesc tem a missão de multiplicar ações que contribuam para o bem-estar destes profissionais, nas áreas de educação, saúde, cultura, lazer , turismo social e meio ambiente. Os serviços são prestados com foco na excelência, transparência e sustentabilidade. Acesse www.sescmg.com.br e saiba como o Sesc pode fazer parte da sua vida.
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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS
Mandala dos 4 Lagos, uma das obras da mostra Ecologia do Futuro: composta de elementos como arame farpado, pregos, grampos de cerca e chapas de ferro
Árvores Gêmeas, feita com canos de descarga e pedaços de vergalhões: a obra representa duas árvores que se expandem interligadas pelas mesmas raízes
serviço, não via futuro naquilo”, brinca. Dos cinco irmãos – e também de seus seis filhos –, apenas Amâncio seguiu carreira artística. Atualmente se dedica às esculturas em metal, às quais nomeou de Ecologia do Futuro, mas também é profundo conhecedor das técnicas de pintura. “É fundamental para o artista estudar, pesquisar, conhecer os materiais com os quais quer trabalhar e se aprofundar na arte”, diz. A capital mineira foi prestigiada com várias de suas obras, que se diversificam entre painéis, monumentos, esculturas em metal, telas a óleo, cabeças e bustos em bronze, restauração, entre outros. No Jardim Zoológico, estão duas de suas esculturas em metal. No conjunto arquitetônico da Cidade Administrativa,
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está uma placa de concreto com relevo das mãos do arquiteto Oscar Niemeyer e, no Palácio das Artes, dois bustos em bronze, um deles de Juscelino Kubitschek. Na região metropolitana, em Ibirité, o Monumento ao Cristo Redentor, de sua autoria, tem 15 m de altura. “Sou um artista curioso e me considero tecnicamente completo.” No momento, Amâncio dedica-se à catalogação de obras inéditas e ao lançamento do seu primeiro livro individual, sobre sua vida e obra em 45 anos de carreira. Intitulado Soldas Poéticas, o livro deve ser lançado no segundo semestre de 2015. “Sou um operário da arte, que é uma necessidade constante em minha vida. E não pretendo parar nunca.” z
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CULTURA | ARTES VISUAIS
A todo
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Fernanda Machado, presidente da Fundação Clóvis Salgado: “O que nos deixa feliz é ter todo os tipos de público aqui”
Fundação Clóvis Salgado comemora o sucesso de eventos e exposições realizados em 2014 e inicia parceria com Inhotim, em mostra que terá obras de artistas como Hélio Oititica e Lygia Clark TERESA MELLO
A fachada em preto e branco celebra a mostra Do Objeto para o Mundo, por meio de recortes e grafismo nas palavras. Vai, certamente, atrair os olhares de quem passa pela avenida Afonso Pena, no Palácio das Artes, até 8 de março. Afinal, é a primeira vez em oito anos que 50 peças da coleção de Inhotim saem de Brumadinho para serem expostas em BH.
A atração fecha mais um ano de ouro para o Palácio das Artes. Até outubro, quase 190 mil pessoas percorreram as 16 exposições exibidas nas galerias do mais tradicional centro cultural de Belo Horizonte. Ao todo, a casa recebeu, também até outubro, um público de 560 mil pessoas nas 3 três mil atividades realizadas. A previsão é de que, até o fim do ano, cerca de 700 mil pessoas tenham visitado o Palácio das Artes. O número ainda é inferior ao de 2013, quando mais
POR DENTRO DO PALÁCIO Principais exposições e estrutura da casa em 2014 Fotos: Paulo Lacerda/Divulgação
EXPOSIÇÕES GRANDE GALERIA ALBERTO DA VEIGA GUIGNARD Minas Território da Arte Genesis Arte à Primeira Vista: Páginas de uma História GALERIA GENESCO MURTA Improvável Mestres da Gravura Angelo Venosa Objetos de Medida GALERIA ARLINDA CORRÊA A borda o risco o mundo: experimento#2
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MINAS TERRITÓRIO DA ARTE
Mestres da Gravura Angelo Venosa Prélio Arte à Primeira Vista: Páginas de uma História ESPAÇO MARI’STELLA TRISTÃO Atlas – Verão Arte Contemporânea Leilão de Arte 1,99 Dandara Não provoque, é cor de rosa-choque GRUPOS ARTÍSTICOS Coral Lírico de Minas Gerais Orquestra Sinfônica de Minas Gerais Cia. de Dança do Palácio das Artes
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de 1 milhão de pessoas estiveram no local visitando quase 4 mil atividades – mas 2014 também foi um ano atípico, marcado por eventos que pararam a cidade, como a Copa do Mundo. Boa parte do bom momento do Palácio das Artes passa pelas mãos de Fernanda Medeiros Azevedo Machado, de 33 anos, formada em comunicação social, especialista em negócios e presidente da Fundação Clóvis Salgado (FCS). Desde que tomou posse, em setembro do ano passado, Fernanda comanda um batalhão de 556 funcionários, que trabalham nos bastidores para que o visitante possa admirar, de graça, manifestações artísticas espalhadas, principalmente, nas quatro galerias: Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, que até novembro exibia a mostra Arte à Primeira Vista: Páginas de uma História; Galeria Genesco Murta, que abrigou até meados de novembro a mostra Objetos de Medida, do duo O Grivo; Galeria Arlinda Corrêa Lima e Espaço Mari’Stella Tristão, que sediou, em outubro, Um Andar sobre o Mar, de Cristiane Ventura. “A fundação arca com os custos, com as peças gráficas, firmamos parcerias”, enumera a presidente. Fernanda comemora, agora, a presença do acerto de Inhotim – a parceria entre a tradição e a modernidade nas artes mineiras. “A mostra inclui nomes como Hélio Oiticica e Lygia Fonte: Assessoria de comunicação
Big Band do Palácio das Artes Balé Jovem do Palácio das Artes VISITANTES E PROFISSIONAIS GENESIS
189 mil pessoas visitaram as galerias até outubro 107,9 mil pessoas visitaram a mostra Genesis, de Sebastião Salgado
LEILÃO DE ARTE 1,99
556 é o número de profissionais que trabalham na FCS SERVIÇO Visitas guiadas às galerias Agendamento: (31) 3236-7471 Informações: (31) 3236-7400
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CULTURA | ARTES VISUAIS
“TRABALHO, TRABALHO E TRABALHO” Um zunzum de linhas melódicas acompanha os dias no Centro de Formação Artística (Cefar) da Fundação Clóvis Salgado (FCS), encostado no Parque Municipal. A trilha pode vir de uma aula de música, de teatro ou de dança, em cursos livres ou profissionalizantes aos quais comparecem 362 alunos orientados por 80 professores. A partir do ano que vem, todos eles serão gratuitos. Nos intervalos, o som também está ao redor. Enquanto espera o treino de dança, Matheus Portela Ramos, de 10 anos, come maçã. Já aprendeu a ter disciplina com o instrumento de trabalho: o próprio corpo. “Mas, às vezes, eu como chocolate também”, admite o garoto, filho de diarista e dono de certezas ferrenhas: “Quero ser bailarino profissional”. De Ouro Branco (MG), Giovanni dos Santos Martins, de 13 anos, chega com a mãe toda segunda-feira ao Palácio das Artes. Passa quatro horas no ir e vir. Aos 8 anos, ele dedilhava flauta doce, substituída pelo oboé. “Pesquisei na internet, vi no YouTube”, acrescenta o fã de Mozart, que estuda duas horas por dia em casa. “Mas eu também
Clark”, diz. E, por falar em Inhotim, o diretor de artes e programas culturais da instituição, Rodrigo Moura, elegeu Minas Território da Arte e Escavar o Futuro – inaugurada em dezembro de 2013 –, como destaques em artes visuais no Palácio das Artes neste ano, ao lado dos editais de ocupação dos espaços voltados para a produção artística e curatorial emergente. Para ele, tudo isso faz com que as galerias do Palácio das Artes sejam, hoje, “uma importante referência no circuito brasileiro de exposições”. O curador e crítico de artes Walter Sebastião completa: “O Palácio das Artes tem sido um local de mostras excepcionais, com qualidade, público 92 |Encontro
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Patrícia Avellar, diretora da FCS e coordenadora do Cefar, com o aluno Matheus, de 10 anos: “O artista deve ser um empresário do seu próprio negócio”
e ainda exercendo um papel social, porque nenhum outro setor tem programação desse nível e gratuita”. Modernizar sempre é o lema da presidente da FCS. O guia mensal de bolso foi relançado, há equipes bilíngues no balcão de informações e os monitores ficam dentro das galerias, à disposição do visitante cultural. Com conhecimento de teclado, flauta e pintura, ela garante: “Provocação artística me faz bem”. Às vezes, precisa se desdobrar para cumprir toda a agenda do dia e ainda resolver problemas inesperados. À época da exposição Genesis, do fotógrafo Sebastião Salgado, foi preciso abrir a Grande Galeria na segunda-feira para que quase 2 mil
jogo bola, videogame, converso com os meus colegas”, conta o filho de dona Aparecida. Mãe de dois jovens, a diretora de ensino e extensão da FCS, Patrícia Avellar Zol, 57 anos, tem presença marcante no Cefar. Exibe o brilho de artista no olhar – marejado nas cerimônias de formatura ou no retorno de ex-alunos no papel de mestres. “Sempre fui professora”, resume ela, que começou no balé aos 6. Dirigiu a Cia. de Dança do Palácio das Artes por 10 anos. Nas salas e nos corredores do centro, criado em 1986, Patrícia viu desabrochar talentos: “Temos três ex-alunos no Grupo Corpo, outros três no Balé da Cidade de São Paulo, há o José Alves, na Ópera de Londres”, elenca. A atriz Gracie Passô, do Grupo Espanca!, e a Cia. de Teatro Luna Lunera, são crias da casa. “A fórmula é trabalho, trabalho e trabalho”, diz. “Foi uma batalha de anos conseguir a gratuidade do Cefar junto à Secretaria de Estado de Cultura”, comemora. “O artista deve ser um empresário do seu próprio negócio”, orienta a professora, que, quando chega em casa, às vezes, nem liga a TV. Para quê? “A arte me acompanha”, diz.
pessoas pudessem participar do bate-papo com o expositor. Nem o incêndio que varreu o local em 1997 abalou as sólidas estruturas do Palácio das Artes. Tudo foi refeito e de maneira melhor: pintura, camarins, climatização, equipamento de projeção 3D, poltronas repaginadas em verde-musgo. A recente produção de Rigoletto revelou-se grata surpresa para a presidente. “Em um domingo (19 de outubro), vi crianças assistindo à ópera pela primeira vez”, diz. “E é exatamente isso que nos deixa felizes: ter, no Palácio das Artes, todos os tipos de público”, afirma. Para 2015, a programação está em processo de negociação, mas existe uma certeza: muita coisa boa virá. z
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O SESI e o SENAI, organizações privadas que fazem parte do Sistema FIEMG, dão todo o apoio que a indústria precisa para crescer. O SESI é segurança e saúde no trabalho. É esporte e lazer. São trabalhadores da indústria que ganham qualidade de vida, produzindo mais e melhor. O SENAI é a maior rede de formação profissional do Brasil. São cursos técnicos, de qualificação e aprendizagem industrial. É tecnologia para produzir e inovação para competir. É mais desenvolvimento para todos. Para a indústria. E para você. www.f iemg.com.br
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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br
Os melhores de 2014 No Brasil, definitivamente, crise econômica não chega perto das salas de cinema. Ano após ano, a arrecadação e o público crescem, dando subsídios para que os nossos exibidores invistam no mercado cinematográfico. E a chegada das salas de projeção aos bairros da periferia e às comunidades faz surgir uma plateia dinâmica, que não dispensa o conforto e a qualidade dos títulos em cartaz. Para a surpresa do mercado, 2014 continuou quebrando recordes e, mesmo no período do Mundial da Fifa, não aconteceram (as esperadas) perdas. Além desse crescimento, nosso país é privilegiado em receber produções dos diversos cantos do mundo. Existem distribuidoras, caso da exigente e tarimbada Imovision, que exploram essa riqueza fora da curva sofisticada, mas, por vezes, simples, que cada dia mais explode com uma fita do segmento cult. Logo nas primeiras semanas do ano, um animal de dentes trincados tomava, literalmente, o circuito de assalto. Na fase de se reinventar, no comando absoluto de tudo, como um garoto, o experiente e inquieto Martin Scorsese apresentava sua melhor produção dos últimos anos, obediente a todas as suas paranoias e sem medo da mais radical exposição. O Lobo de Wall Street, piração subversiva do consagrado diretor, foi a quinta parceria com seu astro fetiche Leonardo DiCaprio, que sabe surtar como nenhum outro em Hollywood. Ao embarcar na viagem oitentista criada por Martin, a partir da autobiografia do escroque yuppie Jordan Belfort, o filme se revela uma imediata obra-prima, com a duração de valiosíssimos 180 minutos. Mas, justiça seja feita, o longa-metragem é o seu protagonista. DiCaprio prende a plateia, com suas expressões 94 |Encontro
Divulgação
Pierre Niney e Charlotte Le Bon em Yves Saint Laurent: cinebiografia francesa do diretor Jalil Lespert
infinitas e inacreditáveis. Matthew McConaughey levou o último Oscar de melhor ator, por causa de uma quase impossível transformação física para Clube de Compras Dallas. Porém, quem de fato merecia agarrar, com punho forte, a estátua dourada era Leonardo DiCaprio. Escapando dos EUA, país que assume e trata a sétima arte como indústria, em 2014 tivemos um reencontro com a antiga e clássica escola italiana de fazer filmes, que rendeu os prêmios do Globo de Ouro e do Oscar de melhor produção estrangeira. A Grande Beleza, do diretor Paolo Sorrentino, trouxe a recordação do jeito despretensioso, meio torto e afetivo do gênio imortal Federico Fellini. Na trama, as reminiscências e as relações sempre passionais do playboy Jep Gambardella (Toni Servillo) servem de escora para o desfile de imagens inspiradas de Roma, a cidade eterna. Da França, surgiram duas cinebiografias do mesmo artista da alta-costura. Na primeira, Yves Saint Laurent, do diretor Jalil Lespert, um critério cronológico maior, portanto, com narrativa
bastante regular. O segundo filme, escolhido para representar o país no Oscar 2015, Saint Laurent, conduzido por Bertrand Bonello, as alucinações e os recursos visuais chamam mais a atenção. Cada um ao seu modo, dois filmaços com o mestre dos croquis – e a presença do parceiro e cérebro da Maison, Pierre Bergé – que receberam afagos da crítica pelo óbvio bom gosto e pelo requinte técnico, acima das expectativas. Nas produções nacionais, O Lobo atrás da Porta resgatou a crônica suburbana na inspiração do Anjo Pornográfico, de Nelson Rodrigues. O diretor Fernando Coimbra foi também o responsável por um irretocável roteiro, repleto de reviravoltas, defendido, com louvores, pelo elenco encabeçado por Leandra Leal e Milhem Cortaz. Nesse terreno caseiro, é impossível não mencionar a ternura de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, representante do Brasil para o Oscar 2015, do diretor Daniel Ribeiro. Um projeto delicado, pensado, principalmente, para o público adolescente, que debate, em momento tão oportuno, a questão da diversidade sexual no nosso país. z
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CAPA | MINEIROS DE 2014
NOMES QUE Dテグ ORGULHO
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Cláudio Cunha | Rogério Sol | Paulo Márcio | Samuel Gê | Denis Medeiros | João Carlos Martins | Raimundo Sampaio/Encontro/DA Press
Por mais um ano, Encontro debruçou-se sobre iniciativas de personalidades mineiras – de certidão ou coração – para identificar aquelas que fizeram a diferença em 2014. Fazer a diferença, para nós, significa inovar e contribuir, de alguma forma, para uma sociedade mais digna e justa. Significa fazer história. Como acontece sempre, a seleção não foi fácil. São muitos os que apresentam méritos para ser enaltecidos nesta seleção. Mas, considerando a limitação de espaço, só nos resta escolher. Chegamos a 16 nomes que merecem ser reconhecidos como Mineiros do Ano em diferentes áreas de atuação. Eles são exemplos de determinação e talento e servem de estímulo e exemplo para todos os conterrâneos. E, claro, nos enchem de orgulho! Textos/perfis: GEÓRGEA CHOUCAIR e ANDRÉ LAMOUNIER (com a colaboraçao de LEILANE MENEZES)
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Personalidade do Ano
MINEIROS DE 2014 | AÉCIO NEVES
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Ele virou celebridade Aécio perdeu as eleições, mas ganhou o público. Quer ser o protagonista da oposição e da mudança no Brasil. Aclamado por onde passa, ele está leve – e feliz da vida
A imagem de São Francisco de Assis guarda a entrada da sala principal do gabinete do senador Aécio Neves. Devoto que é, quem conhece o neto de Tancredo sabe que lhe oferecer uma imagem do santo católico é uma forma de lhe agradar. “Tenho 100 dessas lá na fazenda”, diz. “Todo mundo se lembra disso e me dá uma de presente.” Nos momentos mais difíceis da campanha a presidente da República, em 2014, foi ao santo que ele recorreu para manter-se fiel a si mesmo e à própria fé. “Nunca deixei de acreditar”, afirma. Apelar ao divino não foi suficiente. Aécio passou perto, mas não se elegeu presidente do Brasil. Ainda assim, saiu do pleito como um grande vencedor, e ele sabe disso. Fácil entender o porquê. Aécio entrou na disputa como forte competidor. Saiu dela como um gigante, muito maior do que se poderia imaginar. “Fui derrotado eleitoralmente”, diz o mineiro, que hoje se tornou cortejada celebridade. Por onde anda, aonde vai, é cercado, aplaudido e aclamado. Inclusive nos corredores do Congresso Nacional. Ele dá um passo e pronto: lá está um deputado, um prefeito, um senador ou apenas visitantes, atrás de sua ajuda, suas palavras e, muitas vezes, sua fotografia. Dono de 51 milhões de votos, Aécio sabe a responsabilidade que carrega. Mas está muito tranquilo com isso. Aécio está leve e sorridente. Retomou hábito prazeroso interrompido pela campanha: a leitura. A biblioteca do gabinete tem, entre outros, um exemplar de Why Nations Fail (Por Que as Nações Falham, em tradução livre), de Daron Acemoglu e James Robinson, e livros sobre Minas Gerais. Mas ele está lendo o segundo tomo de Getúlio, de Lira Neto. Guardou na lembrança a passagem do livro em que Getúlio é reconhecido na rua por uma senhora, que o abraça. “O único retorno que o homem público honrado pode querer é o reconhecimento por seu esforço e seu trabalho”, diz. “E é isso que eu encontro hoje.” Ao longo da campanha, Aécio recebeu uma companhia particularmente especial para ele: a filha mais velha, Gabriela, hoje
com 23 anos. Esta foi a primeira campanha em que Gabriela se envolveu ativamente. “Sou de família de políticos. O que carrego de mais precioso comigo a vida toda é o orgulho que sinto dos meus pais e avós”, diz. O senador lembra-se, ainda criança, de ter encontrado o mais duro adversário político de seu pai, Aécio Cunha, da cidade mineira de Teófilo Otoni, que lhe disse: “Seu pai é um homem honrado e de bem”. “É isso o que quero para meus filhos, que encontrem pessoas que podem não concordar comigo, mas que me respeitam”, diz Aécio. Neste ano, Aécio passou a ter dois motivos a mais para preocupações como esta. Os gêmeos atendem pelo nome de Bernardo e Júlia e nasceram prematuramente, no início da campanha. Não era possível, nem necessário, dividir com o público, mas Bernardo e Júlia correram risco de morte em mais de uma ocasião. “Foi o ano mais intenso da minha vida”, diz. No início deste mesmo 2014, a irmã de Aécio, Ângela, sofreu um AVC e ficou 60 dias na UTI.
PERFIL AÉCIO NEVES DA CUNHA Nascido em Belo Horizonte (MG) 54 anos, casado, três filhos
Formado em economia pela PUC Minas Senador e presidente nacional do PSDB
“Tive de buscar muita força interna”, diz. “Eu tinha de ser otimista e arauto de boas notícias.” Letícia, sua mulher, também teve papel decisivo. “Ela foi guerreira e companheira”, diz ele. Aécio tem pela frente o desafio de manter acesa a chama da mudança que se ascendeu no país. “Nasceu um Brasil diferente nas urnas”, afirma. Para mantê-lo ardente, Aécio terá de se firmar como protagonista da oposição e fazer perenigrações itinerantes e devotadas pelo país. Assim com fazia São Francisco de Assis.
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Devoto de São Francisco, Aécio Neves se considera um vencedor e jamais perdeu a fé: “Nunca deixei de acreditar”
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Saúde
MINEIROS DE 2014 | JOSÉ SALVADOR
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Um nome, um destino Pela segunda vez, ele é escolhido “Mineiro do Ano”. Motivos sobram. Um deles: em 2014, inaugurou, em Belo Horizonte, um dos mais modernos hospitais do país
Esta é a história de um homem cuja vida é prova de que pessoas envelhecem, mas não suas ideias. Ainda menino, José Salvador Silva saiu da pequena cidade de Santana do Pirapama, no coração do cerrado mineiro, para ganhar a vida na capital. Formou-se médico. Ganhou amor pela profissão e dinheiro. Construiu um dos maiores grupos hospitalares do Brasil e conduziu um bem-sucedido processo de sucessão familiar. Aos 83 anos, ele conquistou tudo o que vida poderia lhe dar (e mais um pouco). Como ginecologista e obstetra, teve clínica movimentada – e frequentada pelas mulheres da alta sociedade. Fez mais de 20 mil partos. Sonhava ir além. Construiu prédios, amealhou economias e investiu tudo o que tinha (e mais um pouco) para erguer em 1980 a primeira unidade do hospital Mater Dei, com cerca de 100 leitos. A demanda por mais leitos, contudo, era crescente – e a fama do Mater Dei idem. José Salvador se pôs, então, a construir a segunda unidade – contígua à primeira –, num edifício de 15 andares e que elevaria a 320 o número de leitos. Inaugurado em 2000, o novo prédio era uma suntuosidade para a época. Em casa, o médico também tinha suas demandas: a criação dos quatro filhos. Ao lado da mulher, Norma, igualmente médica ginecologista, formou um engenheiro e outros três médicos, que depois de crescidos precisavam estar preparados para ajudá-lo a tocar o hospital. Hoje, Maria Norma e Márcia, as filhas de Salvador e Norma, são diretoras do Mater Dei, e o primogênito, Henrique, é o presidente do grupo hospitalar. Renato, o outro filho, engenheiro, montou uma construtora que – sina da família – também tem sucesso. Ainda assim, dr. Salvador Silva sonhou mais alto. Queria erguer sua obra mais edificante: uma nova unidade do Mater Dei que atendesse aos mais avançados conceitos de instalação hospitar existentes no Brasil. Em 2010 ele comprou o terreno e no ano seguinte se pôs a empreender a construção. Cuidou pessoalmente de cada detalhe. Costuma dizer que virou “um
mestre de obras”. Em junho deste ano, foi inaugurada a unidade Contorno do hospital Mater Dei. Uma vez mais, o médico – cujo nome (Salvador) é prenúncio de um destino – acertou na prescrição e a nova unidade do grupo hospitalar já está entre as melhores e mais modernas do país, dotada de equipamentos e serviços de última geração. Foram investidos R$ 360 milhões, metade financiado pelo BNDES e a outra de capital próprio. São 22 andares, 341 leitos e capacidade para atender até 2 mil pacientes por dia, com máximo de urgência. Mais dois hospitais estão a caminho. Um será onde funcionou a antiga fábrica da Skol, em Nova Lima. E o outro, numa área entre Contagem e Betim. “Tenho sede de conhecimento e enorme disposição para o trabalho”, diz.
PERFIL JOSÉ SALVADOR SILVA Nascido em Santana de Pirapama (MG) 83 anos, casado, quatro filhos, dez netos
Formado em medicina pela UFMG Presidente do Conselho de Administração da Rede Mater Dei de Saúde
Dr. Salvador pode falar como ninguém sobre seu mais novo hospital. No último dia 2 de novembro, vítima de forte obstrução intestinal, foi submetido a uma cirurgia de urgência. Ficou três dias internado no CTI e perdeu 6 kg. Foi tenso. Felizmente, já se recuperou e está de volta ao trabalho. Atleticano, leitor compulsivo, ele tem medo de ficar cego. Não quer perder os jogos do Galo e, principalmente, uma de suas maiores companhias, os livros. Foi operado no Dia dos Mortos, mas isso não lhe preocupou. “Tomei um susto”, diz. “Mas não tenho medo de morrer.” Tudo bem, doutor. Mas compreenda: nós sim, morremos de medo de perdê-lo. Vida longa, dr. Salvador. Nós precisamos de você.
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Eugênio Gurgel
José Salvador Silva, fundador do Mater Dei. Ele saiu de Santana do Pirapama (MG) para construir um dos maiores e mais modernos grupos hospitalares do país: “Tenho sede de conhecimento e enorme disposição para o trabalho”
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Indústria
MINEIROS DE 2014 | LÚCIO COSTA
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O Semeador de Livros
(e de lavadoras, exaustores, tanquinhos...) Ele dividiu seu tempo entre construir a Suggar e ler livros. Neste ano, vai faturar R$ 2,5 bi e crescer quase 80% sobre 2013. Alguém lembra quanto vai crescer o PIB do Brasil?
A vida do empresário Lúcio Costa, fundador e presidente da Suggar há 36 anos, daria, com facilidade, um livro. Aos 12 anos, ele ficou órfão de pai. Correu atrás do próprio futuro e ainda jovem comprou um trailer para, dentro dele, inaugurar seu primeiro negócio: o de vendas de cozinhas planejadas. Se havia casas novas sendo construídas no bairro São Bento, em Belo Horizonte, era para lá que ele levava seu trailer. O negócio prosperou e logo veio a ideia de fabricar eletrodomésticos. “Senti que nas cozinhas que eu vendia faltavam exaustores”, diz Lúcio. “Começamos a fabricar o Suggar da Suggar.” O produto virou um dos maiores fenômenos de venda da indústria de bens de consumo do país, à época, e sinônimo de sua categoria. Quase 35 anos depois, o passado virou história e a empresa de Lúcio Costa, a Suggar Eletrodomésticos, tornou-se gigante do setor e a maior fabricante brasileira de exaustores e de lavadoras semiautomáticas, os chamados tanquinhos, que lideram o faturamento do grupo – são sete empresas –, que chegará a R$ 2,5 bilhões em 2014. O crescimento é superior a 78%, ante R$ 1,4 bilhão de 2013. O salto no faturamento se deve ao empreendedorismo de Lúcio Costa. Surgiu oportunidade na importação, ele correu para a China. Nos últimos dois anos, a linha de produtos da Suggar saltou de cerca de 90 para os atuais 154, e 95% destes são importados do Oriente. Oportunidade ainda maior ele enxergou no programa Minha Casa, Minha Vida, que oferece crédito com juros subsidiados para compra de móveis e eletrodomésticos. Ele decidiu investir e ampliar a fábrica localizada no bairro Olhos D’Água, na capital mineira. Foi um gol de placa. Hoje, tudo o que produz, vende. “A nossa indústria está trabalhando 24 horas por dia, inclusive aos sábados, domingos e feriados”, diz. São 100 mil tanquinhos vendidos por mês e cerca de 35 mil exausto-
res. A cada cinco segundos sai uma lavadora da linha de produção. Para atender à demanda crescente do Nordeste brasileiro, a partir de maio de 2015, as lavadoras terão uma nova fábrica, em João Pessoa (PB). O investimento é de R$ 30 milhões e a capacidade inicial, de mil unidades por dia. “É uma região de baixo poder aquisitivo, adequada para o produto”, afirma Lúcio Costa, que compartilha com o filho, Leandro, e com seus dois executivos, Marcelo Soares e Anamaria Avelar, as principais decisões da companhia. “Interfiro pouco, mas, se der um bode, eu vou lá e resolvo”, diz.
PERFIL JOSÉ LÚCIO COSTA Nascido em Belo Horizonte (MG) 68 anos, casado, cinco filhos, sete netos
Formado em direito pela Unisinos (RS) Presidente da Suggar
Lúcio está longe de ser um perfil workaholic. No seu dia a dia, há espaço para jogar tênis, aulas de inglês, pilates, psicanálise e ainda para degustar um bom vinho. Ao caminhar pela fábrica no horário de expediente, é simples e brincalhão com os funcionários: “Vai dar Galo hoje, né?”. Mas é também observador e detalhista: “Ei, apaga aquela luz lá!”. Esporadicamente, almoça no restaurante da fábrica. “É para saber se está tudo certo”, diz. Tem por hábito presentear funcionários e amigos com livros. Em sua casa, há duas bibliotecas. Recentemente, inaugurou outra na fábrica. Antes de terminar a entrevista, Lúcio Costa pede: “Não deixem de falar da biblioteca que fiz para os empregados, com mais de 6 mil livros”. Ok, Lúcio! Tá falado.
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Lúcio Costa, presidente e fundador da Suggar: “Interfiro pouco (no dia a dia da empresa), mas, se der bode, eu vou lá e resolvo”
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Cultura
MINEIROS DE 2014 | ANGELA GUTIERREZ
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A devota de Maria Ela é referência em arte sacra. Em 2014, inaugurou o Museu de Sant’Ana, em Tiradentes (MG), com 300 imagens da santa, garimpadas em todo o país. Em apenas quatro meses, o acervo já atraiu perto de 50 mil visitantes O ano de 2014 jamais será esquecido pela colecionadora e pesquisadora de obras de arte Angela (escreve-se sem acento no “A”) Gutierrez. Foram duas gratas surpresas neste ano. A primeira foi conseguir instalar um museu numa antiga cadeia pública da pequena e histórica cidade mineira de Tiradentes. “Nunca tinha passado pela minha cabeça que faria isso”, diz. Pois ela fez, apesar de todas as dificuldades que se pode imaginar (trâmites burocráticos, entidades ligadas ao patrimônio histórico, etc.). Valeu a pena. O Museu de Sant’Ana foi inaugurado em setembro, abriga cerca de 300 imagens da santa homônima e recebe mais de 11 mil visitantes por mês. “A cadeia é uma construção importante da primeira metade do século XVIII que estava vazia”, diz Angela. “Com a doação das obras de Sant’Ana, a cidade enriqueceria culturalmente.” Devota da santa, que segundo a tradição católica é avó de Jesus, ela reuniu ao longo de algumas décadas imagens brasileiras com inestimável valor histórico feitas, em sua maioria, por artistas anônimos, entre os séculos XVII e XIX. Angela é presidente do Instituto Cultural Flávio Gutierrez (ICFG), que a partir de agora conta com três museus. É também diretora do Museu do Oratório, inaugurado em 1998 em Ouro Preto, e do Museu de Artes e Ofícios, que funciona desde 2005 na praça da Estação. Diferentemente desses dois museus, formados por objetos escolhidos por seu pai, o engenheiro Flávio Gutierrez, falecido em 1984, a maior parte do acervo do Museu de San’Ana é formada por obras reunidas pela própria pesquisadora. A devoção à santa veio da infância, quando, aos 14 anos, ganhou de presente do pai, um dos três fundadores da gigante da construção Andrade Gutierrez, uma pequena imagem de Sant’Ana. A peça está hoje no Museu do Oratório e é uma das lembranças mais marcantes que tem do pai. Sua dedicação à
santa é tal que Angela concedeu a sua única filha o nome de Ana. E foi justamente a filha quem dedicou à empresária sua segunda surpresa em 2014. Ana Gutierrez teve a primeira herdeira em outubro, e a ela deu o nome de Maria, o mesmo da filha de Sant’Ana. “Fiquei muito feliz e emocionada”, diz Angela. As imagens de Sant’Ana foram doadas ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), assim como aconteceu com as peças dos outros museus. Angela deixou reservadas cerca de dez imagens de sua coleção. “Dei uma para minha filha e as outras, que são miniaturas, vou deixar para minha neta”, diz.
PERFIL ANGELA GUTIERREZ Nascida em BH 64 anos, divorciada, uma filha, uma neta
Formada em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV) Pesquisadora e empreendedora cultural Presidente do Instituto Cultural Flávio Gutierrez (ICFG)
O final do ano de 2014 será comemorado com muita festa pela empresária. “Trabalhei muito para entregar esta coleção ao país”, diz. Ela segue trabalhando, em média, dez horas por dia entre a empresa da família (uma das mais ricas do estado) e suas atividades no ICFG, agora potencializadas com o novo museu. Sobra pouco tempo para outras atividades, como ginástica. “Sou preguiçosa para isso”, diz. Angela é uma mulher dinâmica e empreendedora. Não lhe falta energia, mas será que terá tempo para levantar novo museu? “Não acredito, toda a coleção que eu tinha já foi doada”, diz. Na verdade, ela agora está preocupada com outra santinha, de nome Maria, e a quem quer ter tempo para embalar, embalar e embalar.
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Samuel Gê
Angela Gutierrez, que acaba de ganhar uma neta com nome de santa (Maria), reuniu pessoalmente as peças que compõem o acervo do novo museu: “Toda a coleção que eu tinha foi doada”
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Educação
MINEIROS DE 2014 | MARCOS PIMENTA
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Soou como música O violonista e professor da UFMG recebeu, em 2014, uma das maiores premiações mundiais concedidas a pesquisadores. Ganhou ainda financiamento para seu projeto Quem frequenta o Bar do Pedro, boteco “copo sujo” no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, certamente já escutou o violonista e professor de física Marcos Assunção Pimenta tocando chorinho, nas noites de quinta-feira. A assiduidade do professor no boteco, bem como sua qualidade de músico amador, não leva ninguém a imaginá-lo entre o cruzamento dos feixes de raios laser do laboratório de óptica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto a um aparato de microscópios e lentes. Pois é esse o ambiente de trabalho do professor – e violonista nas horas vagas – e onde ele desenvolveu várias pesquisas inéditas, que lhe renderam prêmios. O mais famoso foi pela pesquisa com nanotubos de carbono, que o professor ganhou em outubro, em Omã (Oriente Médio), pela Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS), que concede premiação anual a pesquisadores de todo o planeta que se destacam nas áreas de ciências agrárias, da terra, médica, biologia, química, engenharia e matemática, além da física. Ele também venceu outro prêmio no mesmo mês, concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), para valorizar estudos que gerem novas tecnologias. Tornou-se, com tantas láureas, o professor mais premiado da UFMG em 2014. “O país, para ser forte econômica e socialmente, tem de investir na ciência básica de qualidade”, diz o físico. Pimenta começou a estudar o nanotubo de carbono em 1998. Trata-se de um tubo formado por átomos de carbono cujo diâmetro é 100 mil vezes mais fino do que um fio de cabelo. A aplicação dos nanotubos em materiais como plásticos, colas, resinas, cerâmicas, tecidos e fibras pode resultar em produtos mais resistentes à ruptura. Além disso, o material aumenta a condução de eletricidade ou calor desses produtos. A Petrobras, o BNDES e a empresa InterCement (grupo Camargo Corrêa) abraçaram o projeto e vão financiar a construção do pré-
dio do Centro de Tecnologia em Nanotubos de Carbono (CT-Nanotubos), coordenado por Pimenta, que já funciona provisoriamente no parque tecnológico de Belo Horizonte (BHTec). As obras começarão no início de 2015, com investimento inicial de R$ 36 milhões, entre construção, contratação de pessoal e compra de equipamentos.
PERFIL MARCOS ASSUNÇÃO PIMENTA Nascido em Belo Horizonte (MG) Divorciado, dois filhos
Mestre em física pela UFMG Doutor em ciências pela Université d’Orleans (França) Tem pós-doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (EUA)
Marcos Pimenta, contudo, não estará aqui para ver a colocação dos primeiros alicerces da nova sede do CT-Nanotubos. Ele embarca em janeiro para Nova York, onde ficará um ano dedicando-se aos estudos de pós-doutorado, na Universidade de Columbia. Além dos livros, levará na bagagem seu violão. “A música ajuda a descansar a cabeça”, diz. “A física é árida, trabalha com questões abstratas. A música faz um contraponto. Lida com a emoção e ajuda a humanizar a pesquisa científica.” Pimenta é também um estudioso da matemática e gosta de citar o sábio grego Pitágoras, para quem o universo está governado pelos números. Para Pimenta, a música, a física e a matemática estão absolutamente interligadas. “Mudar de um tom a outro, na música, é como a transposição do pensamento matemático”, diz. Entendeu? Não se preocupe. Basta ir, na próxima quinta, ao Bar do Pedro, que ao ver o professor Pimenta interpretar o chorinho Brasileirinho, do compositor Waldir Azevedo, tudo ficará claríssimo, e a física soará como música aos seus ouvidos.
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JC Martins
Marcos Pimenta, da UFMG, em seu laborat贸rio de nanotecnologia, dedilhando um microsc贸pio: ele toca f铆sica como m煤sica
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Ação Social
MINEIROS DE 2014 | NAZARETH T. DA COSTA
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Ela e suas crianças O projeto que preside, Jornada Solidária, completa 50 anos e já atendeu mais de um milhão de crianças. Em 2014, foram inauguradas duas creches em BH Ela embrulha uma boneca com cuidado e paciência. Não adianta ter pressa. Será preciso preparar mil presentes, que serão levados para o Natal das crianças atendidas pela Jornada Solidária – programa de assistência social a menores carentes do grupo Diários Associados. Nazareth Teixeira da Costa é a presidente da entidade, que conta com a ajuda de voluntárias para preparar o grande dia, mas é ela pessoalmente quem toma a frente de tudo. A alegria em acolher e o amor pelas crianças lhe renovam as forças. E Nazareth torna-se uma mulher versátil: arquiteta, psicóloga, advogada, médica... “Nas creches, faço o que posso e o que não posso para ajudar”, diz. Imagine uma pessoa intensa. Do tipo que mergulha em tudo o que faz. Para ela não existe meio-termo. Ou é, ou não é. Assim é Nazareth Teixeira da Costa. Naquilo que acredita, ela se entrega de forma abnegada e sem medir consequências. É assim com seu time de coração, o Atlético; com a família; com a política e com seus afazeres no grupo Diários Associados, um dos maiores conglomerados de comunicação do país, controlador, entre outros, dos jornais Estado de Minas e Correio Braziliense (no DF), da TV Alterosa (SBT) e do portal Uai. Neste ano, a Jornada Solidária completou 50 anos de ajuda ininterrupta aos pobres. Comemorou o feito com a inauguração de duas creches na capital mineira, em novembro: a de Sumaré, na região Noroeste, com investimento de R$ 200 mil; e no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul, que recebeu R$ 90 mil. As obras só foram possíveis graças às ações sociais realizadas ao longo do ano pela Jornada, como o torneio empresarial de tênis, noite de bingo, Feijão Solidário e Festa Hit. Há 12 anos no comando do programa, Nazareth se emociona ao falar do contato com as crianças. “Meu sonho era entrar numa creche, sentar e conversar. É muito gratificante... (ela chora).” Lançado em 1964 pelo sogro, Geraldo Teixeira da Costa, diretor do Estado de Minas, o projeto à época consistia em distribuir sopa
aos pobres. Hoje, cuida de 32 creches (metade em BH; a outra, em Brasília) e um abrigo com 80 idosos na capital federal. As ações sociais se concentram nestas duas regiões (MG e DF) porque são – além de Pernambuco – onde o grupo Diários Associados tem forte presença e atuação. Foi em 2002 que a iniciativa foi estendida a Brasília. Lá, Nazareth começou do zero. “Eu tive o desafio de conhecer a sociedade e transmitir a ela credibilidade e confiança”, diz.
PERFIL NAZARETH TEIXEIRA DA COSTA Nascida em Belo Horizonte (MG) 68 anos, casada, dois filhos e cinco netos
Formada em curso técnico de tradutora e intérprete Presidente da Jornada Solidária do Estado de Minas e Correio Braziliense Solidário
Incansável, a emotiva Nazareth faz visitas frequentes às creches e afirma estar longe de seu sonho. “Quero ter médico, dentista e educador físico pelo menos duas ou três vezes por semana nas creches”, diz. Os fins de semana são reservados para a família. Aos sábados, não abre mão de reunir todos os Teixeira da Costa ao redor da mesa de almoço que tem na aconchegante casa em que vive no bairro Mangabeiras. É ela quem cozinha para as noras, os dois filhos (Geraldo e Marcelo) e os cinco netos. Para agradar a todos, faz sempre três ou quatro pratos. Quando viu que as exigências gastronômicas da turma cresciam, lá foi ela mergulhar no mundo da culinária. Fez curso intensivo. “Minha família merece, ela é extraordinária”, diz. “Quero ver as crianças das creches terem as mesmas oportunidades que meus netos”. Recentemente, Nazareth teve notícia de que um menino assistido pelo Jornada Solidária, hoje com 20 anos, arrumou bom emprego. “Ele vai trabalhar... (ela chora)”.
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Cláudio Cunha
Nazareth Teixeira da Costa com os netos (em pé, sentido horário): Maria Eduarda, Laura e Maria Clara; (sentados): Henrique (de óculos) e Leonardo: “Quero ver as crianças das creches terem a mesma oportunidade que meus netos”
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Empreendedor do Ano
MINEIROS DE 2014 | MARCO TEIXEIRA E ROBERTO SOARES
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De olho no futuro
Eles investiram R$ 315 milhões, compraram a maior área disponível nos arredores de BH e planejam construir uma verdadeira cidade no Vetor Sul. Querem mudar o jeito de morar do belo-horizontino. Melhor não duvidar dessa dupla Quando o engenheiro e urbanista Aarão Reis planejou Belo Horizonte, há pouco mais de um século, talvez nunca imaginasse que seu traçado de perímetro da cidade – a avenida do Contorno – iria se transformar apenas em ponto de referência na capital. A expansão da cidade nos séculos XX e XXI ultrapassou em muito os limites do planejado. E, quem diria, uma área correspondente a quase três vezes o perímetro da avenida do Contorno começa a ser planejada no Vetor Sul da capital. Chamado de CSul (projeto de desenvolvimento econômico, urbano e socioambiental da Centralidade Sul), foi idealizado pelos dois empresários da foto ao lado, acionistas da Alicerce e da Asamar, dois dos maiores grupos empresariais mineiros. Para a execução da ideia, juntaram-se os grupos Votorantim e Barbosa Mello. As empresas investiram R$ 315 milhões (capital próprio) para comprar, no início deste ano, o terreno. Querem desenvolver na região um local onde as pessoas possam morar, trabalhar e se divertir sem necessidade de deslocamentos, em moldes semelhantes à Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. “Queremos resgatar o jeito mineiro de viver, no qual as pessoas trabalham, vivem e se divertem num só espaço, fazem a maioria das coisas a pé”, diz Marco Aurélio Teixeira de Souza. A área será desenvolvida em terreno de 27 milhões de metros quadrados (27 km²), no entorno da lagoa dos Ingleses, nos eixos das BRs 040 e 356, no município de Nova Lima. “Será um novo bairro”, explica Roberto Mário Soares. A área tem quase a mesma extensão de toda a regional Centro-Sul da capital mineira, que engloba 16 bairros. Grandes empreendimentos estão previstos para o local e alguns já foram anunciados, como o de um shopping center do Grupo Iguatemi (outlet Premium) e uma fábrica de insulina da Biomm Technology. Planejar o desenvolvimento urbano da região é o novo desafio dos empresários
Marco Aurélio e Roberto Mário, que para isso contrataram o escritório do urbanista Jaime Lerner. O projeto foi apresentado em junho e prevê condomínios residenciais, grandes empresas, infraestrutura de serviços, inclusive com escola, e muita área verde. Marco Aurélio e Roberto são sócios há sete anos na Masb, empresa de incorporação e construção imobiliária, e se entendem muitíssimo bem nos negócios, apesar da enorme diferença entre eles. Um (Roberto) é cruzeirense; o outro é atleticano roxo, inclusive conselheiro do time. Para expressar sua paixão, Marco Aurélio decorou o fundo da piscina de sua casa com o escudo do Galo. O hobby de Roberto é viajar e assistir a óperas e concertos mundo afora. Já Marco Aurélio é caseiro e gosta de jogar futebol, hábito que pratica no “famoso” Brejal, time formado pelos amigos de infância.
PERFIS MARCO AURÉLIO TEIXEIRA DE SOUZA Nascido em Belo Horizonte (MG) 52 anos, casado, três filhos Formado em engenharia civil pela Kennedy (MG) Sócio-fundador da Alicerce Empreendimentos, da Masb e da CSul
ROBERTO MÁRIO SOARES Nascido em Itabirito (MG) 50 anos, solteiro Mestre em economia pela UFMG Sócio-diretor do grupo Asamar, da Masb e da CSul
A despeito das diferenças, eles têm a mesma melodia nos negócios. “Independentemente do jeito de cada um, as pessoas viverão melhor na CSul”, diz o roqueiro e guitarrista Marco Aurélio. “Concordo”, afirma Roberto Mário, apreciador de música clássica e presidente da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. É como disse o compositor francês Pierre de Beaumarchais: “Tudo acaba em canções”.
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Samuel Gê
Os sócios Marco Aurélio Teixeira (esq.) e Roberto Mário. O primeiro é roqueiro; o outro, apreciador de música clássica. Mas, nos negócios, têm a mesma melodia: “Queremos resgatar o jeito mineiro de viver”, diz Marco Aurélio
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Política
MINEIROS DE 2014 | ALBERTO PINTO COELHO
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Um homem realizado Ele se tornou governador de Minas em 2014. Em nove meses, teve gestão dinâmica – destaque para a área de mobilidade – e sem qualquer mácula. Deve disputar o Senado em 2018 Quando assumiu a vice-governadoria do governo de Minas, em 2011, Alberto Pinto Coelho Júnior era respeitado pelas habilidades políticas. Hoje, ao deixar o governo, carrega consigo outra marca: a de bom gestor. Em ano eleitoral, foi capaz de manter o governo atuante, a despeito da dispersão política natural do período. Em nove meses (ele está na cadeira de governador desde 4 de abril), conseguiu realizar feitos difíceis de serem alcançados em tão curto e ingrato período, marcado por eleições e Copa do Mundo. Vejamos alguns exemplos: a) Minas Comunica II - programa que leva telefonia e transmissão de dados para todos os distritos do estado; b) Rodoanel Norte - lançou edital de licitação para uma das obras viárias mais importantes no entorno da capital, que ligará Betim a Ravena; c) Metrô e Anel Rodoviário - foram entregues dentro do prazo os projetos para estas obras; d) VLT (Veículo Leve sobre Trilho) - viabilizou o projeto que vai ligar o hipercentro ao aeroporto de Confins; e) Novo Parque da Gameleira - concluiu projeto para construção de moderno centro de convenções, interligado ao Expominas, e que abrigará as exposições agropecuárias. Alberto Pinto Coelho deixa o governo de Minas feliz da vida. Sai reconhecido como bom administrador e respeitado por todos os matizes políticos. Garante que vai entregar o estado com as contas em equilíbrio e dinheiro em caixa. Sua tristeza, nesses meses, foi não ter feito o sucessor. “Fizemos um governo exemplar”, diz. “A continuidade seria importante para Minas.” Alberto sabe, contudo, que mudanças fazem parte da democracia. “O que me preocupa é a troca da equipe. Dificilmente haverá time tão comprometido e competente”, afirma. A partir de janeiro, o governador vai colocar a vida pessoal em dia. A prioridade é
cuidar da alimentação para perder os quilos a mais adquiridos desde que se tornou vice-governador (cerca de 8). O antigo apartamento em que morava, no bairro Sion, Zona Sul da capital, foi trocado por outro no Belvedere. Quer ser agente ativo na política e participar – “nos bastidores” – do processo de sucessão municipal. Deverá ser um dos candidatos do grupo de Aécio Neves para o Senado, em 2018. Polido, educado e sempre bem vestido, Alberto Pinto Coelho é gentil ao falar do governador eleito, Fernando Pimentel. “Não ponho em dúvida sua competência e experiência.” Sobre a presidente Dilma, contudo, é mais ácido: “Não está preparada para dirigir a nação”. Sobre partidos políticos e lideranças, ele diz: PT: “Um partido que se perdeu no poder”; PP (seu partido): “Um partido de contradições e divergências”;
PERFIL ALBERTO PINTO COELHO JÚNIOR
Formado em administração de empresas pelo Centro Universitário UNA
Nascido em Rio Verde (GO)
Governador de Minas Gerais
69 anos, casado, quatro filhos
Dinis Pinheiro: “Eu aposto no futuro dele. É jovem e tem liderança”; Anastasia: “Exemplo de homem público”; Aécio Neves: “O maior líder do país”; E o próprio Alberto Pinto Coelho: “Um homem leal, sério e, agora, realizado”, diz. “Eu encerro 12 anos de um governo moderno e honesto, que não foi manchado por nenhum escândalo de corrupção.” Em compensação, o governo federal...
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Claudio Cunha
Alberto Pinto Coelho lamenta apenas não ter eleito o sucessor: “Fizemos um governo exemplar. A continuidade seria importante para Minas”
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Político
MINEIROS DE 2014 | FERNANDO PIMENTEL
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Com a bênção de Dilma Eleito em primeiro turno, o novo governador de MG tem a seu favor a ligação com a presidente. É o trunfo para fazer andar obras fundamentais, mas que dependem de Brasília Ele costuma falar de maneira pausada e abusa da didática, sempre com números e fundamentos. Quem conversa com o governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel, tem a sensação de que está diante de alguém da academia. E está. Ele é professor de economia da UFMG (está licenciado). Quem o conhece ressalta a clareza de raciocínio e concisão na comunicação. De fala e gestos polidos, costuma ser convicente. Talvez isso explique, em parte, os 52,9% dos votos válidos (5,3 milhões) que obteve no primeiro turno em Minas. A seu favor, conta ainda a experiência em gestão pública – foi secretário da Fazenda e depois prefeito de BH por duas gestões, entre 2001 e 2008 – e o apoio da presidente, Dilma Rousseff, amiga pessoal desde os tempos de movimento estudantil em Minas. “Temos amizade de mais de 40 anos”, diz Pimentel sobre ela. “Vamos fazer o possível para uma Minas Gerais mais próspera.” Pimentel iniciou sua vida política participando de movimentos estudantis e sindicais. Foi preso durante a ditadura militar, em 1970, no Rio Grande do Sul, onde sofreu tortura e foi mantido em isolamento por nove meses. Voltou a Minas no ano seguinte, transferido para presídio destinado a presos políticos, em Juiz de Fora. Em 1973, solto em liberdade condicional, pôde voltar a estudar, ingressando, dois anos depois, na Faculdade de Economia da PUC Minas. No período, trabalhava durante o dia na loja de couros do pai, a Belorizonte Couros, e estudava à noite. Em 1978, foi aprovado em concurso da UFMG e assumiu o cargo de professor assistente. No final da década de 1970, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). No governo de Minas, as primeiras ações serão nas áreas de saúde, educação e segurança pública, garante ele. “A transição está acontecendo como o previsto. Novas defi-
nições serão feitas depois da conclusão dos trabalhos da equipe”, diz. O novo governador está confiante. Acredita que vai deslanchar as obras do metrô e do Anel Rodoviário, que dependem de verba da União. “Os recursos do governo federal para essas duas obras estão disponíveis. Os projetos para a execução é que demoraram a ficar prontos”, diz.
PERFIL
Formado em economia pela PUC Minas
FERNANDO DAMATA PIMENTEL
Mestre em ciência política pela UFMG
Nascido em Belo Horizonte (MG) 63 anos, casado, dois filhos gêmeos
Eleito governador de Minas Gerais pelo PT para o mandato 2015-2018
Passadas as eleições, ele tem dedicado mais tempo a dois hobbies: ler e ir ao cinema, acompanhado da segunda mulher, a jornalista Carolina Oliveira, que foi sua assessora de imprensa no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de 2011 até abril de 2014 (época em que Pimentel foi ministro). Além de dedicar-se mais ao entretenimento, ele tem tido mais tempo para os dois filhos gêmeos, Irene e Matias, do primeiro casamento, com a professora Thaís Pimentel. A eleição de Fernando Pimentel para governar Minas pode significar a inauguração de novo período de prosperidade para o estado. Se obras importantes não foram executadas por falta de projetos (do governo estadual anterior) ou de dinheiro (do governo federal), não vamos saber. Mas isso agora faz parte do passado. Há muitos anos Minas Gerais não era governada por grupo político tão alinhado com Brasília. A missão agora é transformar bom relacionamento em dividendos para os mineiros. Sucesso, governador!
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Cláudio Cunha
O governador vai priorizar as áreas de saúde, educação e segurança pública: “A transição está acontecendo como o previsto”
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Liderança de Classe
MINEIROS DE 2014 | ALBERTO SALUM
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O líder bom de prosa Presidente do Sicepot, ele inaugurou, em 2014, nova e moderna sede da instituição: um marco na história do relacionamento dos empreiteiros com o mercado Ele ostenta a fama de ter a maior agenda de telefones de Belo Horizonte. Mas são quantos contatos? “São muitos, mais de mil”, desconversa Alberto Salum, presidente do Sindicato da Construção Pesada de Minas Gerais (Sicepot-MG). Fato é que, quando tentou copiar a agenda do telefone para o multimídia de seu carro, só conseguiu chegar até a letra “L”. “Não coube o restante”, afirma. Como gestor do sindicato dos empreiteiros de Minas Gerais, ele também ganhou outra fama: a de atender a todo mundo que o procura. Presidentes de entidades ricas e poderosas, como é o caso do Sicepot, costumam ser reservados, circunspectos e cultuam certo isolamento da sociedade, como quem vive num olimpo. Mas esse, definitivamente, não é o estilo de Alberto Sallum, que todos os sábados joga futebol com os amigos e às segundas reúne a turma na sua casa para trocar um carteado. “Posso estar apertado, mas, quando precisam de mim, dou um jeito”, diz. “Isso eu faço bem.” A vida profissional do engenheiro foi marcada por muito barro e frustrações. Mas, com luta e trabalho, ele venceu. Começou sua empresa do zero, em sociedade com dois primos. Hoje, a Vilasa é empreiteira de médio a grande porte e respeitada pela qualidade e porte das obras que executa em todo o Brasil. Fundada em 1985, tem 1,2 mil funcionários. Com sua agenda de fazer inveja e ótimo trânsito entre os pares, elegeu-se presidente do sindicato em 2009 e foi reeleito para o triênio 2012/2015. Nesse período, foram muitas as conquistas para o setor, mas nada que se compare à que concretizou no início de 2014. A inauguração da moderna sede do Sicepot-MG, no bairro Estoril, Zona Sul da capital, é a maior e mais vistosa realização de Alberto em favor do grupo de empreiteiros que lidera. Mais que uma obra suntuosa (e uma vitrine para quem vive de vender e entregar obras), a recente sede inaugurou novo momento na relação do sindicato com seus associados e desses com clientes e orgãos públicos. Em apenas nove meses de existência, o auditório do novo endereço, com
303 lugares, recebeu mais de 6 mil pessoas e foi palco de quase 150 eventos, entre comemorações de firmas associadas ao sindicato e encontros de natureza bem mais política, como o debate entre os candidatos a governo de Minas. O investimento foi de R$ 40 milhões e é hoje uma das mais bem estruturadas sedes de entidades de classe empresarial do país, com anfiteatros, pátio de exposições, espaço gourmet e amplo estacionamento, além do auditório. “Esse projeto era antiga reivindicação da nossa categoria”, diz. Ultimamente, outro assunto relacionado à categoria tem despertado atenção do líder empresarial. Trata-se dos escândalos envolvendo
PERFIL ALBERTO JOSÉ SALUM Nascido em Belo Horizonte (MG) 52 anos, casado, dois filhos
Formado em engenharia civil pela UFMG Sócio da Vilasa Construtora Presidente do Sicepot-MG
a Petrobras e empreiteiros, investigados pela Operação Lava-Jato. Sobre o assunto, Alberto é firme e não desconversa. “Estou surpreso como toda a sociedade. Mas não quero julgar ninguém até que tudo esteja apurado”, diz. “Também posso garantir: aqui em Minas Gerais não tem – e nunca teve – caso que se assemelhe.” Torcedor do América e irmão de Marcus Salum, presidente do clube, Alberto acumula ainda o cargo de vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), vice-presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e diretor da Associação Nacional de Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor). Atender e conversar com todos os envolvidos nessas entidades não é problema para ele. Afinal, sua portentosa agenda... Mas, Alberto, conta para nós: são quantos contatos?
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Samuel Gê
Alberto Salum, em frente à nova sede do sindicato dos empreiteiros. Sobre os escândalos envolvendo a Petrobras, ele é firme: “Aqui em Minas, nunca teve isso”
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Esporte
MINEIROS DE 2014 | DIEGO TARDELLI
O craque do sorriso blindado Em 2014, ele foi convocado para a Seleção Brasileira, teve atuação brilhante na campanha da Copa do Brasil e ainda marcou o gol da vitória do Galo contra o arquirrival Cruzeiro Manhã de quinta-feira, 27 de novembro. O atacante do Atlético Diego Tardelli estende a bandeira do time na sacada de seu apartamento, em tranquilo condomínio no Vila da Serra, em Nova Lima, onde vive com a família. Quase ao mesmo tempo, coloca o troféu de melhor jogador da Copa do Brasil sobre a estante de sua sala, junto a outros. A vizinhança parecia esperar pelo momento. Ato contínuo, ele viu seu gesto ser repetido por moradores dos prédios contíguos e as janelas serem coco bertas pelo manto preto e branco. Ouve-se emiti uma profusão de gritos: “Gaaaaloooo”, emitidos em direção à casa do craque. As vibrações tocam o jogador. “Foi emocioemocio nante”, diz, mostrando com orgulho o vídeo que fez da cena. Tardelli é só sorrisos. (Detalhe: estéti ele usa aparelhos nos dentes por opção estética. “Fiz um tratamento. Achei bonito e resolvi manter o acessório”). Seu time conquistou a par Copa do Brasil em 2014, com importante participação do jogador, que meses antes fora Brasilei convocado por Dunga para a Seleção Brasileira. E foi com a camisa amarela que ele marcou os dois gols sobre a Argentina, que garantiram Améri o título do Brasil no Superclássico das Américas, em outubro, em Pequim (China). Graças a suas atuações, Tardelli é considerado por críticos o melhor jogador brasileiro em atuação no país. “Com 29 anos, cheguei ao auge da minha carreira e meu futebol evoluiu dentro de campo. Atuo em quatro ou cinco posições”, diz. Ele não é atacante, meia de ligação, nem ponta. É uma mistura de tudo isso. Toca, avança, dribla, dá passes e faz gols. “Eu me movimento bastante e meu porte físico ajuda.” Diferentemente do que se imagina, Tardelli não é sobrenome, mas parte de seu nome composto. Foi dado em ho-
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menagem ao futebolista italiano Marco Tardelli, admirado pelo pai de Diego, Tadeu Martins, ex-jogador e atleticano roxo. O nome do ídolo do Galo é homenagem a outro craque: o argentino Diego Maradona. Tardelli tem mais dois irmãos, mas foi o único que ganhou nome e prenome de jogador. Um presságio do pai. Hoje, Tardelli virou marca de família. Seus dois filhos – Pietra e Diego –, frutos do casamento com a mulher, Linda, carregam o prenome.
PERFIL DIEGO TARDELLI MARTINS Nascido em Santa Bárbara d’Oeste (SP) 29 anos, casado, dois filhos
Estudou até o ensino fundamental Jogador do Clube Atlético Mineiro
ar O jogador do Atlético é um dos maiores artilheiros e ídolos do clube. Já fez 248 jogos pelo Galo. A boa fase atraiu a atenção de clubes estrangeiros. Mas o carinho e a afinidade com a torcida fizeram dele torcedor declarado do Galo, mesmo quando não atua pelo clube. A relação é tão presente que o jogador costuma provocar o arquirrival nas redes sociais e em entrevistas. “É a forma de me comunicar com os torcedores. Gosto de cutucar o adversário”, diz, antes de abrir aquele sorisso brilhante. No dia 26 de novembro, data do título do Galo sobre o Cruzeiro, nasceram dois meninos em Belo Horizonte que receberam o nome de (adivinhem?) Diego Tardelli. Por essa você não esperava, né, seu Tadeu?
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“Com 29 anos, cheguei ao auge da minha carreira e meu futebol evoluiu dentro de campo. Atuo em quatro ou cinco posições”, diz Tardelli
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MINEIROS DE 2014 | MARCELO OLIVEIRA
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Mineiro “come-quieto” Respeitado pela torcida e jogadores, ele conquistou feitos históricos no comando do Cruzeiro. Em 2014, levantou, de novo, a taça do Campeonato Brasileiro e sagrou-se o técnico com melhor desempenho na história do time Há quase dois anos, a torcida celeste torceu o nariz para ele e chegou a se revoltar contra a sua contratação. Hoje, a história é outra. É saudado nas ruas, dá autógrafos e a torcida organizada China Azul grita o seu nome como o faz com os grandes ídolos cruzeirenses. Marcelo Oliveira, técnico do Cruzeiro, deixou para trás a desconfiança da torcida, que era motivada pela história do treinador com a camisa do arquirrival Atlético, quando ainda era jogador. “Eu não recuei na época porque não havia contestação ao profissional. Era uma questão de rivalidade”, diz Marcelo Oliveira. “Não havia nada em relação à competência, à seriedade.” Oliveira é, atualmente, o técnico que está há mais tempo na mesma equipe de futebol brasileira – em janeiro, completa dois anos no comando do Cruzeiro – e acaba de renovar o vínculo com o time por mais um ano. Em 2014, conquistou o segundo título consecutivo do Campeonato Brasileiro e entrou para o seleto grupo dos técnicos bicampeões. Garantiu ao time celeste não apenas o tetracampeonato nacional, como também o recorde histórico de 80 pontos num só campeonato. Não bastasse isso, Marcelo Oliveira está longe, muito longe do perfil de técnico polêmico, falastrão. Ele é sereno, educado e comedido nas palavras. Levou pelo segundo ano consecutivo o troféu da CBF de melhor treinador do campeonato. Ex-jogador e técnico experiente – já atuou em vários times como Atlético-MG, Botafogo e Vasco –, faz sérias críticas à cultura de troca-troca de técnicos no futebol. “Atrapalha. Não dá para formar time com três treinadores ao longo do ano. Fica sem filosofia, sem base de trabalho”, diz. “O técnico não deveria ser tão exaltado quando se conquista título nem tão massacrado quando se perde.” Foi com fala mansa – porém firme – que Oliveira conquistou não só o elenco cruzeirense, como também os torcedores. É tido como “paizão” dos atletas da Raposa, dando, inclusive, conselhos de como administrar os
ganhos. “Quando eu parei de jogar, tinha bom patrimônio, suficiente para viver bem”, diz. Para os jogadores, ele indica: “O melhor investimento são imóveis”, diz. “O atleta não tem tempo para se envolver em aplicações.” Como jogador, Oliveira atuou dos 17 aos 30 anos. No Galo, chegou em 1969 e foi lançado na equipe profissional três anos depois, pelo técnico Telê Santana, seu grande mestre. “O Telê me ensinou muito”, afirma. “Ele tinha muita seriedade.” A carreira de Oliveira tem sido marcada pela união dos grupos com os quais trabalha. “Tenho essa qualidade”, diz. “Mas exijo absoluto profissionalismo.” Sobre as concentrações, Oliveira é contra seu fim. Admite reduzir o tempo, mas acredita que a concentração é importante para a alimentação do atleta e a manutenção do foco nas atividades esportivas.
PERFIL MARCELO DE OLIVEIRA SANTOS Nascido em Belo Horizonte (MG)
Estudou até o ensino médio Técnico do Cruzeiro Esporte Clube
59 anos, casado, três filhos
Outro feito histórico que conquistou é o de técnico com melhor desempenho na história do Cruzeiro. De 139 jogos realizados, teve 72,66% de aproveitamento. Time do coração? Ele jura que não tem. “Honro a camisa que estou vestindo”, diz. A camisa de Marcelo Oliveira hoje é azul, com quatro estrelas do Brasileirão, o que o faz sonhar de novo. Ele entra em sua terceira temporada no clube determinado a conquistar o título da Libertadores. Conhecendo seu histórico de vitórias, o juízo manda não subestimar esse “mineirinho-come-quieto”.
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Samuel Gê
Marcelo Oliveira garante que não tem time do coração: “Honro a camisa que estou vestindo”
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Agronegócio
MINEIROS DE 2014 | CLAYTON MONTEIRO
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De surfista a cafeicultor premiado Com pequena produção no Alto Caparaó (MG), ele ganhou o prêmio de melhor café do Brasil em 2014 e conquistou cafeterias cinco estrelas de Paris e Berlim Quando chegou com a ideia de plantar café na serra do Caparaó, Leste mineiro, Clayton Barrossa Monteiro não despertou confiança nos moradores, tampouco nos produtores locais. O perfil de Clayton, com 22 anos na época, era atípico para a atividade: paulista da capital, surfista de carteirinha, corpo atlético e com dez tatuagens tribais espalhadas. “O pessoal achou que eu não ficaria nem uma semana”, diz Clayton. “A vida na roça é diferente.” Passados 17 anos, o Café Fazenda Ninho da Águia, produzido em sua propriedade, foi eleito o melhor do país na premiação do Coffee of the Year 2014, mais importante concurso do setor, ocorrido durante a Semana Internacional do Café, em setembro, no Expominas. A conquista possibilitou ao produtor realizar um sonho: cruzar as fronteiras e colocar seu café nas prateleiras da Five Elephant, em Berlim (Alemanha), e na Le Coutume, em Paris (França), consideradas entre as melhores cafeterias do mundo. “Nossa região sempre teve fama de produzir cafés ruins. Agora, está provado: daqui pode sair o melhor café do Brasil”, afirma. A Fazenda Ninho da Águia está localizada a pouco mais de 2 km do centro da pequena cidade do Alto Caparaó, na divisa com o Parque Nacional do Caparaó (Pico da Bandeira). Na época em que chegou à região, não se falava em cafés especiais. Mas Clayton começou a fazer o cultivo de forma diferente do que se praticava por ali. Para início de conversa, inverteu a lógica local. Os produtores da região sempre separavam os melhores lotes e os vendiam. Os piores eram consumidos em casa. “Eu fiz o contrário: consumia os melhores”, diz. “Assim, pude conhecer a qualidade do que plantava e buscar sempre mais.” Há cerca de dez anos, quando as cafeterias de São Paulo começaram a falar em cafés especiais, Clayton correu para lá. “Experimentei os
melhores”, afirma. “Descobri que o da minha casa estava entre eles.” Ele se entusiasmou e procurou uma associação de sua região. Não deu certo. “Ninguém estava preocupado com qualidade”, diz. “Todos queriam saber, antes mesmo de produzir, por quanto iriam vender.”
PERFIL CLAYTON BARROSSA MONTEIRO Nascido em São Paulo (SP) 39 anos, casado, três filhos
Estudou até o ensino médio Proprietário do Café Fazenda Ninho da Águia
Mas, sozinho, foi à luta. Hoje, a fazenda Ninho da Águia é atração turística na região da serra do Caparaó. A produção é pequena (cerca de 300 sacas em 25 hectares de área), o que corresponde, por exemplo, a apenas 1% da produção do segundo lugar na premiação do Coffee of the Year. “Tenho produção artesanal, colho os melhores grãos, que são selecionados à mão, e faço a secagem natural, em terreiro suspenso”, diz. “Fora o amor que tenho.” Ele continua bebendo em sua casa o melhor dos lotes. Tem dado certo. Em novembro, voltou a ser premiado: ganhou o concurso de melhor café das Matas de Minas da Emater-MG, na categoria café cereja descascado. Mas por que Clayton decidiu plantar café? “Diziam que produtor de café trabalha só seis meses no ano”, diz. “Nos outros seis meses, eu poderia ficar surfando.” Em quase 20 anos de luta, Clayton ainda não conheceu essa folga. Mas está conformado. Aprendeu a surfar em novos mares e gostou. Até agora, tem vencido as grandes ondas.
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André Berlinck
Clayton Monteiro trocou as praias paulistas pela fazenda em Minas: “Quando cheguei, o pessoal achou que eu não ficaria nem uma semana”
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Inovação
MINEIROS DE 2014 | TIAGO ALVES
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Elétrico e confiante Ele está à frente da equipe que desenvolveu, em 2014, o painel solar orgânico, tecnologia que promete revolucionar a captação de energia e que já despertou interesse de parceiros mundiais “Hi, guys, o que vocês estão fazendo aí dentro?”, pergunta o engenheiro Tiago Maranhão Alves, presidente do Centro Suíço de Eletrônica e Microssistemas (CSEM), empresa de tecnologia baseada no Brasil. “Tentando ganhar o próximo Nobel”, responde, com sotaque carregado, o suíço Dominik Peterer, trainee internacional da empresa. “Eu quero fazer parte dele, hein?”, diz Alves. O tom não era de brincadeira. Alves e sua equipe são competitivos e ambiciosos. Na sede da empresa, instalada no parque tecnológico do Senai-Cetec, no bairro Horto, na capital, o grupo de profissionais se debruça em pesquisas que podem colocar o Brasil na vanguarda da produção de eletricidade sustentável: trata-se da tecnologia fotovoltaica orgânica (OPV), sigla em inglês que se refere a uma película plástica, fina e transparente capaz de captar a energia solar. O time da CSEM, comandado pelo engenheiro Tiago Alves, conseguiu, em 2014, viabilizar economicamente a tecnologia junto a três parceiros mundiais nas áreas automotiva, hidrelétrica e de telhados industriais. A pesquisa do painel solar orgânico começou a ser desenvolvida em 2007 e em breve poderá ser vista em vidros, janelas de residências, fachadas de prédios, automóveis, celulares, telhados e localidades remotas. “O mundo terá de usar energia solar como principal combustível”, diz Alves. “Porque a nossa tecnologia tornará isso acessível.” A tecnologia do painel solar está sendo desenvolvida por profissionais de 13 nacionalidades. São quenianos, italianos, americanos, ingleses, entre outros. Diversidade que se torna visível na sala de produção da empresa, onde é possível ver químicos, engenheiros e até um músico trabalhando lado a lado. “A ciência, a tecnologia, a engenharia e a arte devem coexistir para o ambiente ser mais criativo”, diz Alves.
À frente desse time eclético, o engenheiro garante que trabalha mais de 70 horas por semana. De tão agitado, usa relógio para controlar suas horas de sono. “Estou trabalhando muito e preciso do acessório para dormir com qualidade”, afirma. De fato, quem conversa com o executivo sai com a certeza de se tratar de perfil inquieto e absolutamente dinâmico. Antes de assumir a CSEM, trabalhou, por exemplo, nos EUA e Inglaterra. Há cinco anos, desembarcou na capital mineira para assumir a empresa. Os investimentos no projeto somam R$ 70 milhões, parte de fundo de investimento brasileiro e outra parte do BNDES.
PERFIL TIAGO MARANHÃO ALVES Nascido em Recife (PE) 40 anos, casado, dois filhos
Formado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) MBA em Cambridge (Inglaterra) Presidente do Centro Suíço de Eletrônica e Microssistemas (CSEM Brasil)
As poucas horas de folga de que dispõe, Alves dedica aos dois filhos. “Nós temos chance de fazer a diferença. Quando meus filhos crescerem, eles saberão entender”, diz. Ele também gosta de citar Albert Einstein, o mais célebre cientista do século 20, conhecido pela Teoria da Relatividade. “Você sabia que ele ganhou seu primeiro Nobel, em 1921, com a explicação do efeito fotovoltaico, que transforma luz em eletricidade?”, pergunta Alves. Por aí, vê-se o grau de agitação – e autoconfiança – do engenheiro pernambucano.
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O engenheiro Tiago Alves trabalha mais de 70 horas por semana: “Quando meus filhos crescerem, eles saberão entender”
Samuel Gê
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Justiça
MINEIROS DE 2014 | PEDRO BITENCOURT
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Ele simboliza o novo
O mais jovem desembargador a ocupar a presidência do Tribunal de Justiça de MG sabe que foi eleito, em 2014, para fazer mudanças. E está pronto para isso O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) é uma das instituições mais antigas do Estado. Tem 140 anos. Mas deixou claro, nas eleições deste ano, que quer remoçar. E quem representa essa mudança é o novo presidente da casa, Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, eleito no início de 2014, o mais jovem magistrado a ocupar a cadeira. Ao contrário dos pleitos anteriores, Bitencourt disputou eleições apertadas, com mais três candidatos, e venceu em segundo turno. A eleição deste ano trouxe outra novidade: todos os 130 desembargadores do TJ puderam ser candidatos. Até então, apenas o mais antigo podia pleitear o cargo e, geralmente, não tinha concorrentes. A eleição de Bitencourt é a demonstração cabal de que o Judiciário quer mudanças, agilidade e inovação. O novo eleito tem apenas oito anos de instituição e esbanja vitalidade. Na vida pessoal, corre ou nada todas as manhãs, por cerca de uma hora, em sua casa no condomínio Morro do Chapéu, em Nova Lima (MG). “Sempre gostei de esporte. Pratico há 30 anos”, diz. A atividade física ajuda a enfrentar a jornada diária de 12 horas. “O juiz precisa dessa dedicação para dar conta do volume de expediente”, diz. Em pouco tempo na cadeira da presidência – tomou posse em 30 de junho –, ele já traçou o novo planejamento estratégico para os próximos cinco anos, alterou a forma de administração (com metas globais e setoriais) e está implementando o processo judicial eletrônico. Os objetivos são ousados. “Até o fim deste ano, o Processo Judicial Eletrônico será realidade nas varas cíveis de BH e, em 2015, nas comarcas de entrância especial, que são 24, e correspondem a quase 70% do movimento forense do Poder Judiciário de Minas”, afirma, na linguagem própria dos juízes. A modernização do tribunal, na sua avaliação, passa pelo processo eletrônico. “A resistência pela tecnologia é natural do ser humano”, diz. “Mas isso não está impedindo a sua instalação.” Para dar o exemplo de líder, Bitencourt
é, ele próprio, um sujeito antenado. Tem Facebook, usa com frequência o WhatsApp, lê jornais on-line e livros eletrônicos. Atualmente está relendo Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa (no papel), e O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, pelo e-book. Gerir de forma participativa e econômica a estrutura gigantesca do TJMG não é tarefa fácil: a casa tem 949 juízes, 15.597 servidores, 296 comarcas e orçamento de R$ 5 bilhões, maior do que a grande maioria dos municípios mineiros. “Minha prioridade é melhorar a infraestrutura das comarcas do interior, que são a primeira instância”, diz. Promover mais seminários de conciliação também está nos planos. “As pessoas preferem demandar judicialmente. Quero difundir o hábito de solução de conflitos por meio da conciliação, medição e arbitragem”, afirma. “Apenas questões que envolvem o direito indisponível, como crime e menores, devem ficar no Judiciário.”
PERFIL PEDRO CARLOS BITENCOURT MARCONDES
Formado em direito pela Universidade de São José dos Campos (SP)
Nascido em Caçapava (SP)
Mestre em Direito Público pela UFMG
52 anos, casado, três filhos e um neto
Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG)
Dessa forma, Bitencourt espera contribuir para que se reduza os quase 100 milhões de processos que tramitam no Judiciário brasileiro. Isso é quase um processo para cada dois habitantes. “Em nenhuma outra parte do mundo é assim”, diz. “É preciso mudar essa cultura.” Mudanças são sempre desafiadores e se o Judiciário mineiro quer, de fato, mudar de patamar, a eleição de Pedro Bitencourt parece ter sido em boa hora.
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Pedro Bittencourt/Samuel Gê
Pedro Bitencourt quer reduzir os quase 100 milhões de processos que tramitam no Judiciário brasileiro: “Em nenhuma outra parte do mundo é assim”
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MODA | ESTILO Thiago Caetano
O tatuador Frederico Rabelo gosta de se expressar por meio da moda: “Quanto mais você se conhece, mais seu estilo se afirma”
A vez dos lumbersexuais O estilo “lenhador”, com barba espessa, camisa xadrez e botas de couro, que começou nos EUA, está se popularizando também por aqui. A tendência traz a masculinidade à tona 128 |Encontro
MARINA DIAS
Você já pode ter visto por aí um barbudão que usa camisa xadrez, bota, calça jeans e mochila: muito despojado, mas dentro das tendências. Um “lenhador estiloso”, digamos assim. Nos Estados Unidos e na Europa, esse cara, que passa uma imagem mais viril, largada, mas que tem estilo e mostra sua personalidade por meio da moda, já está em todo lugar. No Brasil, também começa a aparecer. Segundo especialistas em moda e comportamento, a tendência tem sido um contraponto ao metrossexual – homem
muito envolvido com beleza e estética, com o cabelo sempre arrumado e a barba benfeita – que andou em alta há alguns anos. Talvez por isso, a denominação do novo estilo seja lumbersexual – é a junção da palavra de origem inglesa lumberjack (lenhador) e sexual. Não é coincidência que esses lenhadores modernos tenham surgido num momento em que barbas estejam em alta. E não apenas as curtas e aparadas, mas barbonas mesmo, cheias e longas. Aliadas a roupas que lembram atividades ao ar livre, como botas de trekking, mochilas de acampamento, gorros de tricô – apesar de os lumbersexuais
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serem basicamente urbanos –, essa tendência traz à tona a masculinidade combinada ao estilo. Segundo o stylist Marcelo Brasiliense, o lumbersexual é a união entre os homens que decidiram deixar a barba crescer e aqueles que sempre tiveram uma preocupação estética em se vestir. “Esse novo estilo é o resultado de uma sociedade mais madura, em que o homem pode expressar maior liberdade estética sem perder a masculinidade”, diz Marcelo. E já se foi essa história de homens terem vergonha de acompanhar tendências e definir seu estilo. O pintor e tatuador Frederico Rabelo, de 24 anos, gosta de uma bota de couro, um tricô mais pesado e calça jeans. E, claro, de sua barba, que mantém há cerca de três anos, depois que deixou crescer uma vez e achou que ficava bem. “Acredito que a roupa é uma eficaz comunicado-
ra. Se alguém acompanha tendências, se faz valer a expressão individual da roupa, ou se nem se dá conta de nada disso, de qualquer forma, seu jeito vai transparecer em como se veste”, diz. “A moda é uma linguagem potente de expressão. Quanto mais você se conhece, mais seu estilo se afirma.” Como todo estilo, a tendência lumbersexual também se adapta ao gosto de cada um, e daí surgem ainda mais possibilidades. Há aqueles que se aproximam mais do estilo rockeiro (com tatuagens, jaqueta de couro, bota preta), os que são mais hipsters (blusas com estampas ou xadrez, óculos de armação grossa,
O guarda-roupa Camisa xadrez, jeans e bota de couro, itens que já faziam parte do vestuário e que compõem o estilo
O diretor de criação e desenvolvimento Leandro Matos: “Com certeza esse estilo faz mais sucesso entre as mulheres do que o metrossexual”
Cláudio Cunha
A barba Não é exatamente um acessório, mas tem presença obrigatória no look
Bota estilo outdoor sports Blusa xadrez (ou flanela)
Calça jeans
Cinto de couro
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Touca
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MODA | ESTILO Cláudio Cunha
O empresário Marcelo Diogo usa barba há 20 anos e é adepto do estilo mais desleixado: “Sempre fui assim. Agora a moda me pegou”
roupas vintage), os mais folk (blusas de lã estampadas, gorro), etc. As opções são inúmeras. O diretor de criação e desenvolvimento Leandro Matos, de 25 anos, é mestre em misturar looks e propostas de moda. “Sempre uso o que gosto, dentro da tendência”, diz ele, que também é produtor de eventos. “Tenho jaquetas de couro, botas, gosto do estilo despojado, esporte. Já a camisa xadrez, que é bem característica do lenhador, até tenho e usei bastante, mas hoje não uso tanto”, diz. Ele também gosta muito do streetwear, outra referência forte, mas a barba grande não deixa enganar: há um quê de lenhador ali, sim. “Achava que a barba não iria fazer sucesso, mas minha namorada adorou, e outras pessoas também comentaram que gostaram. Com certeza, esse estilo lenhador faz mais sucesso entre as mulheres que o metrossexual”, diz. A namorada, a advogada Isabela Greco, de 27 anos, 132 |Encontro
concorda. “Acho que a tendência tem feito sucesso, as mulheres estão prestando mais atenção nesse estilo agora. Mas tudo depende do gosto de cada um”, diz. É claro que o homem barbudo, com aspecto mais largado, sempre existiu. Contudo, ele andou um pouco em baixa com a onda dos metrossexuais. Assim, a moda também pegou quem sempre teve essa referência, muito antes de ela se tornar o estilo do momento. É o caso do empresário Marcelo Diogo, de 37 anos, que, só no quesito “barba”, já tem duas décadas de experiência. “Esse estilo é algo que está em vigor agora. Todos os ciclos de tendência são assim: um dia a moda te pega”, brinca. “Sempre existiu o cara que não liga para essas coisas, que não faz a sobrancelha, deixa a barba sem ser feita. É só deixá-la crescer e pronto. Mas aí, quando está na moda, o estilo passa a envolver produção: as pessoas querem cuidar da aparência para que
fique desleixada, cuidar da barba para que fique grande”, diz. Amante de motocicletas, Marcelo diz que seu estilo varia de acordo com a ocasião, podendo ir do motoqueiro até o formal, quando necessário. “Tenho estilo por situações, como o trabalho, que requer algo mais social, e o lazer, que é andar de moto. E sempre busco uma coisa diferente do modismo e do que todo mundo está usando”, explica. Agora é esperar para ver como os lenhadores vão lidar com o auge do verão brasileiro. Botas, flanelas, tricôs e barbas enormes talvez não fiquem confortáveis no calor de 40 graus. O jeito é adaptar, segundo o stylist Marcelo Brasiliense. “Penso que os lumbersexuais deverão fazer ajustes ao estilo. A camisa xadrez de flanela pode ser substituída por uma de algodão de manga curta, as calças por bermudas e a bota, por um chinelo ou sandália. Em se tratando de estilo e de vanguarda, nada tem regras.” z
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Barbados em alta Vai deixar a barba crescer? Então, fique de olho nestas dicas. Encontro conversou com especialistas de Belo Horizonte para saber qual desenho combina com cada tipo de rosto
OVAL Cavanhaque e costeletas na altura do meio da orelha
RAFAEL CAMPOS
O lema “faça amor, não faça a barba” ganha adeptos a cada dia. Entre os que se renderam à barba, figuram galãs de novela, famosos em geral e uma legião de homens que quer simplesmente estar na moda. Mas não basta deixar os pelos crescerem e aposentar o aparelho de barbear. Manter uma barba bonita (leia-se: com aspecto agradável) demanda cuidados. O primeiro deles é procurar uma barbearia de qualidade – de preferência, aquelas que trazem de volta a atmosfera de outras épocas, ao utilizar toalha quente, num ambiente
REDONDO Cavanhaque e costeletas longas para esticar o rosto
aconchegante. Em Belo Horizonte, por sinal, há boas opções. Em seguida, escolha um desenho. Não adianta querer uma tipo “Wolverine”, que faz sucesso com o ator Hugh Jackman, ou insistir no estilo Cauã Reymond, se você não oferecer um desenho de rosto para tal. Por isso, a dica é buscar as sábias palavras de um especialista. Para ajudar na tarefa de eleger seu estilo, Encontro conversou com profissionais da capital mineira (e alguns barbados). “Para cada tipo de rosto, há uma barba ideal”, diz Nando Franco, um dos profissionais da Barbearia Isac. com, marca de Uberlândia licenciada
QUADRADO Barba completa, rala, usando máquina 1 ou 1,5
TRIANGULAR INVERTIDO Barba mais cheia para arredondar o rosto
NOSTALGIA NO AR Conheça barbearias de Belo Horizonte que unem a maneira antiga de fazer barba com o que há de mais moderno. Toalha quente, óleo de amêndoas e até cadeira reclinável massageadora podem ser encontrados 134 |Encontro
BARBEARIA TORRES Rua Moema, 94, Padre Eustáquio - 3568-7719 Avenida Pedro II, 4100, Caiçara - 3568-4401 www.barbeariatorres.com
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Fotos: Samuel Gê
Barbearia Isac: espaço próprio com direito a cadeira massageadora e toalha quente
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TRIANGULAR Barba cheia nas laterais e mais rala próximo à boca
há um ano no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de BH. A quantidade de pelos é imprescindível para elaborar um formato. Quanto mais pelos, maior a possibilidade de desenhos variados e estilosos. “Se o rosto é mais arrendondado, é aconselhável uma barba mais quadrada, por exemplo”, diz Nando. Renata Ribeiro, também especialista da Isac.com, lembra que o uso da barba deve ser condizente com a personalidade. “Quem é mais casual pede uma barba menos marcada e mais natural”, afirma. Mas, se você fica chateado por causa das falhas que o impedem de manter uma barba cheia, não desanime. Há solução. “Uma estratégia é deixá-la crescer bastante para compensar os espaços vazios”, afirma Elias Torres da Silva, da Barbearia Seu Elias, no bairro Ouro Preto. Aliás, há quem prefira mesmo as barbas grandes, daquelas que podem
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BELEZA | ESTILO
“Há três meses, deixei a barba crescer e a minha namorada gostou. Antes estava até pensando em tirar, mas hoje percebo que ficou legal mesmo” Cássius Menezes Dantas 25, estudante de ciência da computação
“Mantenho a barba há mais de um ano. Pensei nesse estilo e realmente combinou comigo. Minha noiva também aprovou o visual” Antônio Henrique Almeida 27, assessor pessoal
Paulo Marcio
“Há pessoas que usam barba apenas pela moda, mas ela é muito mais que isso. Barba é uma verdadeira filosofia de vida” Vitor Hugo Silveira 26, empresário
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“Deixei a barba grande por descuido, mas as pessoas começaram a elogiar. Procurei a barbearia para dar um ar de tratado” Bruno da Costa e Silva 33, professor de literatura
ser penteadas. Esse estilo sempre esteve em alta na Europa, sobretudo em países frios, mas há adeptos também por aqui, nos trópicos. E a limpeza? “É fundamental, tanto para barbas altas quanto para baixas”, diz Elias. Não há muito segredo para a higienização. Especialistas recomendam sabonete líquido em vez do sabão em barra, já que o produto consegue penetrar entre os fios e alcançar a pele. Vale ainda o uso de secador para deixá-la com aspecto agradável e, sobretudo, limpa. “Quer deixar a barba? Ok, o que não pode é dar a sensação de desleixo”, afirma o especialista. Segundo Elias, as personalidades que mais serviram de inspiração para os seus clientes em 2014 foram Cauã Reymond, ator, Willian, jogador do Cruzeiro, e Gusttavo Lima, cantor sertanejo. Há 22 anos, Edmar Torres (irmão de Elias) comanda a Barbearia Torres, com unidades nos bairros Padre Eustáquio e Caiçara, na região Noroeste. Para ele, a moda da barba realmente está em alta e, em 2014, prevaleceu a barba cheia, sobretudo para os jovens. O corre-corre diário pode impedir a ida a uma barbearia com frequência. Por isso, Torres aconselha a higienização adequada, a retirada dos excessos de pelos com um aparelho comum e o uso de um reparador de pontas para um aspecto mais bonito e suave. Todos agradecem – principalmente, elas. O culto à barba motivou, em 2010, a criação de uma comunidade no Facebook. A página “Faça amor, não faça a barba” tem mais de 460 mil curtidas e um dos integrantes que mais fazem sucesso é o mineiro Vitor Hugo Silveira, de 26 anos. “Há muitas pessoas que usam barba pela moda, mas ela é muito mais que isso. É uma filosofia de vida”, diz. Para o empresário, atualmente, pelos no rosto externam confiança e credibilidade. O assédio feminino é grande. Até 19 de novembro, sua página contabilizava 1.752 amigos e ele acredita que mais de mil se referem a pessoas que o conheceram a partir da barba. Dicas de como mantê-la? “Não faço nada de mais. Costumo penteá-la durante o banho e usar condicionador. O resto, é só deixar crescer”, afirma. z
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ANA CLÁUDIA ESTEVES
A instabilidade climática e a facilidade de locomoção entre diferentes polos trazem novas propostas para o verão. A mulher contemporânea está preparada para mudanças bruscas de temperatura, sendo, assim, versátil sem perder a sofisticação.
Hot paints: Blusa de renda: Pele: Anel e brincos: Pulseiras: Sandálias:
Mixed Victor Dzenk Marília Pitta Claudia Marisguia Claudia Arbex Schutz
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MODA | EDITORIAL
Blusa rosa: Blusa de renda: Maiô: Colar e pulseira: Brincos e anel:
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Merrê Marília Pitta Solli Claudia Arbex Claudia Marisguia
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Hot paints: Cropped: Pele: Bolsa: Bracelete: Anel: Brincos: Sandálias:
TT Vivaz Marília Pitta Íris Clemência Victor Dzenk Claudia Marisguia Claudia Arbex Equipage
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MODA | EDITORIAL
Calテァa: Body: Cinto e sandテ。lia: Pele: Bracelete e brincos: テ田ulos:
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Vivaz TT Mixed Marテュlia Pitta Claudia Arbex acervo pessoal
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Mai么: Casaquinho: Cinto: Bolsa: Brincos: Colar:
Jump Vivaz Mixed Equipage Claudia Marisguia Claudia Arbex
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MODA | EDITORIAL Biquíni: Colar: Brincos: Bolsa: Casaco: Viseira:
Solli Claudia Marisguia Claudia Arbex Equipage Patrícia Motta Acervo pessoal
FICHA TÉCNICA: Styling: Edição: Fotos: Beauty: Modelo: Agradecimento:
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Marcelo Brasiliense Ana Cláudia Esteves Daniel Moreira - Mineral Paula Salles Bianca Anonni – Woll Agency Águas do Treme
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VITRINE | ESTILO
Pronta para o calor ANA CLÁUDIA ESTEVES
Além de conforto e versatilidade, as espadrilles dão aos pés o estilo certo deste verão. Em diferentes estampas, modelos e lindas possibilidades, escolha a que tem mais a sua cara e aproveite!
ESTAMPA FLORAL Luiza Barcelos R$ 369 (31) 3292-9298
EM JEANS Arezzo R$ 229,90 (31) 3223-9344
DE CAMURÇA PAPAYA Luz da Lua R$ 209,90 (31) 2552 4994
LISTRADA DE VERMELHO E BRANCO Ana Capri R$ 189,90 (31) 2573-0146
DE RENDA PRETA Ana Capri R$ 179,99 (31) 2573-0146
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Fotos: Claudio Cunha e Divulgação
EM COURO PRETA Equipage R$159,90 (31) 3288-3200 DE TRESSE VERMELHA Arezzo R$ 229,90 (31) 3223-9344
BEGE COM DETALHES NA FITA Arezzo R$ 239,90 (31) 3223-9344
DE CAMURÇA COM JUTA Luiza Barcelos R$ 449 (31) 3292-9298
AZUL BIC Equipage R$ 159,90 (31) 3288-3200
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VITRINE | CABELOS
Belos sob o sol 1 | BB QUEEN, DA ANEETHUN
Com ou sem enxágue, para facilitar a escovação. proteção térmica e solar e reparação de pontas. Preço médio: R$ 73,50 (140 mL)
2 | KÉRASTASE ELIXIR ULTIME
BB CREAM, DA L’ORÉAL PARIS
Para todos os tipos de cabelo, com o óleo sagrado do Taiti (extraído da flor de tiaré), extrato de romã e filtro UV, para nutrir e reparar. Preço médio: R$ 185 (150 mL)
NEIDE MAGALHÃES
E o verão está de volta! E, com ele, os cuidados com o corpo, para que o sol seja aproveitado ao máximo, sem causar danos à saúde. Os cabelos também merecem cuidados especiais e a indústria cosmética não para de criar produtos para que as madeixas fiquem bonitas e saudáveis também nos dias mais quentes. São os BB (Blemish Balm), CC (Complete Corretion) ou DD (Daily Defense) Cream, específicos para o tratamento dos cabelos de homens e mulheres.
3 | AMPOLA BB CREAM,
DA SACHÊ PROFESSIONAL
Para cabelos quimicamente tratados. Com óleos essenciais, como macadâmia, algodão, argan, oliva, mirra e canela. Preço médio: R$ 16 (a ampola, 15 mL)
4 | BB CREAM CAPILAR, DA DERMAGE
Bálsamo multifuncional para todos os tipos de cabelos, ainda protege dos raios UV, hidrata e reduz o volume. Preço médio: R$ 52 (150 mL)
5 | MÁSCARA PRO-HAIR DD CREAM, DA NICK & VICK COSMETICS
Para cabelos opacos e quebradiços, elaborada com ômega 3, 6 e 9. Preço médio: R$ 28,90 (200 g)
6 | BB HAIR CREAM EVERYDAY CARIBBEAN, DA MUTARI
Com ativos de óleo de palma, sericina, creatina, vitamina F, ácido hialurônico e gliconutrientes, age como um primer, evitando a quebra. Preço médio: R$ 105,50 (6 unidades de 15 g)
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7 | BB MAXI, DA MAXILINE
Contém silicone, pantenol e tamariliz, que forma um filme protetor sobre os cabelos, restaurando a fibra capilar. Preço médio: R$ 70 (200 mL)
8 | CC HAIR CREAM, MUTARI
Para cabelos coloridos, repõe a fração lipídica perdida, evita o desbotamento e restaura a elasticidade dos fios. Preço médio: R$ 105,50 (caixa com 6 unidades)
9 | CC CREAM 12 EM 1, DA VIZCAYA
Fórmula tem água termal para manter os fios mais soltos, com menos volume e menos pontas duplas. R$ 42,90 (140 mL)
10 | SHAMPOO E CONDICIONADOR PRIME, DA ALTA MODA
Da Linha BB Cream Capilar, sem sal, com tamarindo, cramberry e caviar, para todos os tipos de cabelos. Preços médios: R$ 18,70 e R$ 20,50 (300 mL)
11 | CC CRÈME, DA KÉRASTASE
Leave-in com óleo de linho, para proteger e reparar. Tem textura cremosa e é indicado para quem tem baixa sensibilidade ao sol. Preço médio: R$ 138 (150 mL)
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Fotos: Divulgação
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CARTA ÀS ADVOGADAS E AOS ADVOGADOS MINEIROS
Chegamos ao fim de 2014 com muitos motivos para festejar. Ao longo desse ano estivemos juntos em encontros, seminários, atividades culturais, esportivas e de lazer, nas nossas mais de 220 subseções da OAB/MG. Contemplando todo o estado, as diretorias da CAA/MG e da OAB/MG, em sintonia, se dividiram em diferentes agendas, marcando presença nos diversos eventos e levando as notícias do sistema OAB-CAA para o maior número possível de advogados e advogadas, visando compartilhar com os colegas as conquistas dessa gestão e divulgar os inúmeros programas oferecidos para facilitar o dia a dia dos advogados mineiros e de suas famílias. Nos últimos meses alcançamos vitórias em muitas lutas e reivindicações fundamentais para o bom desempenho da profissão. Entre elas estão as merecidas férias, que com um esforço das diretorias da OAB e CAA Minas e da união da advocacia mineira, por meio de reuniões junto a líderes da Assembleia Legislativa, chegou-se na aprovação, por unanimidade, da suspensão dos prazos processuais entre os dias 7 de dezembro de 2014 a 19 de janeiro de 2015. A inclusão da advocacia no Supersimples é outro grande avanço. Sancionada no Mês do Advogado, a Lei Complementar 147/14 estabelece uma tributação mais justa para milhares de profissionais, principalmente os advogados em início de carreira e pequenos escritórios. Não podemos deixar de citar as melhorias advindas com o novo Código de Processo Civil no que tange à sustentação oral nos tribunais. Um problema crítico no sistema hoje vigente e que deprecia o importante ofício do advogado. O novo CPC viabiliza de modo claro a adoção dogmática do contraditório como influência e não surpresa (artigo 10) e vai impor, nos julgamentos, o respeito ao dever de informação pelo juízo e dos direitos de manifestação e de consideração para as partes. Este é o momento propício para falarmos sobre as conquistas com os esforços irrestritos de cada colega advogada e cada colega advogado, das diretorias da seccional mineira da OAB, da CAA/MG, de cada dirigente subseccional, de cada conselheiro, dos membros das nossas Comissões e de todos os demais integrantes desse grande exército da cidadania formado por abnegados voluntários. Na lista de benefícios que valorizam os advogados mineiros destaca-se o Projeto Minas Digital,que possibilita a aquisição do
Certificado Digital pelo menor custo do país (apenas R$ 98,00 com token gratuito), bem como o Minas Digital Itinerante, que leva a certificação onde o advogado atua, em cada microrregião do estado. Mais uma conquista foi a ampliação do Plano OAB Saúde, que já contempla mais de 32.000 vidas, com maior estabilidade do plano e mais segurança à saúde do advogado mineiro e de seus familiares. Ainda na área da saúde outras ações foram adotadas, como a ampliação da rede de Drogarias Santo Ivo; a criação da Rede Saúde, com descontos em clínicas, hospitais, médicos e dentistas; e a implantação do Programa “Faça Justiça à sua Saúde”, que está levando medidas preventivas de saúde para todas as subseções. Outro grande avanço foi o crescimento de mais de 200% nos investimentos na área social, com o aperfeiçoamento dos programas existentes e a criação de novos programas do Serviço Social. Foi criado também o “Cartão Mais Vantagens”, um grande programa estadual de convênios com o comércio e serviços. E foi implantado o primeiro SIM - Sistema Integrado Multisserviços - que une drogaria, ótica e outros múltiplos serviços no mesmo local, em Belo Horizonte. Na área de assistência ao exercício profissional foi criado o Programa “Dignidade Prisional”, que promove a construção e/ ou reforma dos locais de trabalho dos advogados no sistema prisional mineiro. Bem como, em parceria com a OAB/MG, foi ampliado o “Programa Revitalizar”, com a revitalização de todos os espaços destinados à advocacia no estado. Não à toa, que desde março de 2013, a sigla NOVA CAA passou a ser uma realidade na prática. Resultado do esforço de uma equipe engajada, de uma gestão mais eficiente e compartilhada com a OAB/MG e, acima de tudo, comprometida com nosso maior patrimônio: O ADVOGADO. Agora, convidamos você advogada, você advogado, para conhecer e aproveitar ao máximo os projetos da OAB/MG e da CAA/MG. Para isso, basta acessar os nossos canais de comunicação - os sites (www.oabmg.org.br) e (www. caamg.com.br) e as redes sociais - onde são publicadas novidades diárias sobre o trabalho das instituições. Fique por dentro de tudo que a OAB/MG e a Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais oferecem para o seu benefício e de sua família! Nosso fraternal abraço.
Luís Claúdio Chaves
Sérgio Murilo Braga
Presidente OAB/MG
www.caamg.com.br
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Presidente CAA/MG
caaminas
@caamg
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NA MESA | ALINE GONÇALVES agoncalves@editoraencontro.com.br
DA SICÍLIA PARA BH Samuel Gê
NO LUGAR DE SAPATOS, PIZZAS
“Nosso cliente já chega e pergunta o que tem de novo. Por isso, estamos sempre pensando em coisas sazonais, diferentes, mesmo que as opções clássicas permaneçam”, afirma o empresário Nicolás Terroba, da Alessa Gelato & Caffé. Para este verão, não será diferente. A novidade escolhida, que deve estrear na vitrine na segunda quinzena de janeiro, é a granita, uma espécie de “raspadinha”, cuja origem remete à região da Sicília, na Itália. Lá, é consumida até no café da manhã, geralmente na companhia de brioches. “É um produto novo no Brasil, mas que os italianos fazem em casa”, diz Nicolás. Por enquanto, os sócios, que adquiriram maquinário específico para a aposta, testam a sobremesa semicongelada, com textura cristalizada e à base de água, em opções com limão-siciliano, melancia, melão, café e morango.
Denis Medeiros
Onde antes funcionava uma sapataria, na rua Inconfidentes, Funcionários, há um espaço moderno, com cadeiras amarelas e um forno a lenha, imponente e vermelho: essa é a visão da recém-inaugurada Singular Forneria. “O forno foi feito sob encomenda por uma empresa do Rio”, diz o empresário Adalberto Cunha, que decidiu abrir o negócio ao se cansar da rotina de viagens a trabalho. Como é descendente de italianos e pizzaiolo, a ideia de inaugurar esse tipo de casa foi natural. Para isso, Adalberto buscou a consultoria do restaurenter Marco Malzone, experiente no mercado gastronômico. “Ele tornou o caminho mais fácil, me tirou dúvidas, explicou a parte operacional”, diz. A forneria funciona para almoço, com sugestões de pratos variados, e de noite, à la carte. Todas as mais de 40 pizzas salgadas e doces são preparadas com farinha importada.
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PERNAMBUCO, MINAS E O MUNDO O restaurante Drummond, do Holiday Inn BH, nem completou um ano, mas já deve passar por mudanças, com a chegada do chef pernambucano Mauro de Freitas, que saiu de São Paulo direto para a capital mineira. Segundo Mauro, a cozinha mediterrânea servirá, agora, de inspiração para novos pratos, mas
será mesclada a ingredientes mineiros. “Quero aproveitar que o estado tem muita coisa boa e agregar isso à culinária internacional”, diz. “Gosto demais dos queijos, do doce de leite... da goiabada nem se fala!” Para dezembro, por exemplo, já está certo que o filé ganhará um molho feito exatamente a partir da goiaba. Alexandre Rezende
INÍCIO DE ANO AGITADO Fechado para férias entre os dias 20 de dezembro e 10 de janeiro, o Eloi Bistrô Art Cuisine trará, em sua volta, o menu de verão, com entrada, prato principal e sobremesa a preço fixo. “Na linha de sugestões, estarão ingredientes leves e frescos, como legumes, peixes e sorvete, por exemplo”, diz o chef Eloi Moreira. “Será um menu bem colorido, porque sempre procuro explorar o visual.” O primeiro aniversário do bistrô, em fevereiro, também não passará em branco. Para celebrar a data, a casa receberá programação com pratos harmonizados, brindes para clientes, além de convidados que dividirão a cozinha com Eloi – um dos nomes definidos é o da blogueira Dilu Vilela. Roberto Rocha
ABERTO PARA EXPERIMENTAÇÕES Desde que trocou a Osteria Degli Angeli, que comandou durante oito anos, pelo Bistrô Deslandes, há seis meses, a chef Dulcinéia Bispo anda se sentindo mais livre. “Era o que eu queria. Aqui, não fico engessada: experimento ingredientes franceses, brasileiros, mineiros”, diz. “Neste momento, a mistura tem mais a ver comigo.” Dessa nova fase, têm sur-
gido petiscos e pratos inusitados, como a Língua Língua, que mistura duas versões do ingrediente principal e ainda traz purê de batata-doce e molho de acerola trufado. Inicialmente, ela colocou a receita como sugestão da semana, mas, desde então, não consegue retirá-la do quadro-negro. “Provavelmente, vai para o menu fixo”, diz. Samuel Gê
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Para receber bem Chefs de BH ensinam receitas sofisticadas para anfitriões não caírem na repetição, mesmo com o grande número de eventos nesta época do ano. Vale a pena conferir
Fotos: Alexandre Rezende
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ALINE GONÇALVES
É o período mais celebrado ao redor da mesa, para comemorar o fim do ano e a chegada de uma nova época. São almoços e jantares com amigos, familiares, lembranças e desejos de um futuro bom. Para ajudar os anfitriões a não se preocupar com o que servir aos convidados nesses momentos, Encontro convidou prestigiados chefs a ensinar sugestões sofisticadas. Da cozinha do chef Ivo Faria, do Vecchio Sogno, um bacalhau com legumes, batatas e tapenade é a dica. Para o chef Caetano Sobrinho, do A Fa-
vorita, uma boa opção também vem do mar, mas traz lentilhas, grão associado à fortuna – quem não quer? O chef Remo Peluso, da Província de Salerno, apresenta uma carne ainda incomum na mesa dos brasileiros e que, por isso, tem o poder de surpreender: o cordeiro. Para o italiano Memmo Biadi, do Dona Derna, o prato principal pode ser um badejo ao molho de maçã, fruta que, vira e mexe, aparece em preparos nesta época. Já o chef Rodrigo Fonseca, do Taste-Vin, presta homenagem e compartilha receita que aprendeu com ninguém menos que Bernadette Bahia Masca-
renhas, a chef Dadette. “Nas comemorações de fim de ano, temos oportunidades de celebrar e agradecer por tudo que recebemos, tanto dos que estão presentes na nossa vida como dos que já se foram. E a formação de um chef se faz somente com contribuição significativa de pessoas mais experientes”, diz. A indicação, assim, é o quiche Lorraine, prato que Rodrigo adorava e pediu à “mestra” para ensiná-lo. “Ela disse, naquele tom entusiasmado: ‘Tenho uma receita que é um dez”’, relembra. Desde então, o chef faz o prato regularmente em ocasiões festivas e só escuta elogios. Sucesso garantido. z
Badejo crocante ao molho de maçã Por Memmo Biadi, chef do Dona Derna
INGREDIENTES 4 filés de badejo (200 g cada um) 2 batatas sem casca 20 mL de óleo de milho MOLHO 200 mL de vinagre balsâmico de maçã 300 mL de suco de maçã (feito na centrífuga) 100 mL de fumet de peixe reduzido 60 g da parte branca do alho-poró picado 50 g de shimeji picado 40 g de manteiga com sal Sal e pimenta-do-reino a gosto MOUSSELINE DE PEIXE 200 g de aparas de badejo 10 g de sal 60 g de claras de ovo 40 g de creme de leite 5 g de pimenta-do-reino branca
MODO DE PREPARO MOUSSELINE DE PEIXE Bata todos os ingredientes, menos o creme de leite, no processador. Passe, espremendo com uma espátula, em uma peneira finíssima. Adicione o creme de leite misturando bem e reserve na geladeira. BADEJO Tempere o badejo a gosto. Espalme a mousseline com 0,5 cm de espessura sobre um lado do peixe e aplique as lâminas de batatas, cortadas bem finas, formando “escamas”. Doure o peixe do lado das batatas em uma frigideira antiaderente com um fio do óleo. Termine o cozimento em forno a 200° C. MOLHO Reduza em fogo forte o suco de maçã, o balsâmico de maçã, o fumet de peixe e o alho-poró picado. Quando o molho estiver com textura de xarope, abaixe o fogo e junte o shimeji, deixando a mistura apenas borbulhar. Retire a panela do fogo e emulsione o molho com a manteiga.
MONTAGEM Despeje o molho no fundo do prato e coloquei o peixe por cima (seque-o antes com papel de cozinha). Se quiser, sirva com uma massa recheada, como o ravióli com batata, ricota, parmesão e raspas de limão-siciliano.
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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Alexandre Rezende
Quiche Lorraine Por Rodrigo Fonseca, chef do restaurante Taste-Vin
INGREDIENTES MASSA 140 g de farinha de trigo 135 g de farinha de amido de milho 150 g de manteiga gelada, picada em cubinhos 6 colheres (sopa) de água gelada 1 colher (café) de fermento em pó MOUSSELINE DE PEIXE 10 fatias de bacon fritas 6 ovos batidos ligeiramente 375 g de creme de leite fresco 375 mL de leite 375 g de queijo gruyère ralado grosso 225 g de presunto picado em julienne (finamente) Noz-moscada, sal e pimenta-do-reino
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MODO DE PREPARO Misture os ingredientes da massa com a ponta dos dedos, rapidamente. Leve à geladeira por uma hora, em saco plástico. Misture os ingredientes do recheio, exceto o bacon. Aqueça o forno a 200° C. Corte a massa em fatias finas e forre o fundo e as laterais de uma fôrma de aro removível de 24 cm de diâmetro, emendando os pedaços de massa com os dedos. Coloque o recheio e, em seguida, mergulhe nele as fatias de bacon. Asse por cerca de uma hora e quinze minutos, até que o recheio fique firme. Se a torta ficar corada antes do término, cubra com papel-alumínio, mas sem abafar. Sirva com uma salada de folhas bem variadas, como entrada, ou como prato único de uma refeição.
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O Peixe Urbano e o Porcão fecharam uma deliciosa parceria que você não pode perder!
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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Paulo Márcio / Geraldo Goulart
Bacalhau com panache de vegetais Por Ivo Faria, chef do restaurante Vecchio Sogno
INGREDIENTES 1,5 kg de lombo de bacalhau 120 g de cebola picadinha 40 g de alho picadinho 300 g de cenoura cortada em dadinhos 300 g de aipo cortado em dadinhos 150 g de trigo integral (deixar de molho por duas horas) Hortelã a gosto 300 g de abobrinha italiana cortada em dadinhos 300 g de batata cortada em dadinhos 3 limões 250 mL de azeite extravirgem 200 g de azeitonas pretas picadinhas 1 L de caldo de carne 300 g de tomate picadinho (concassé) Salsinha, sal e pimenta-do-reino a gosto 1 maço de basílico 1 dente de alho picadinho 30 g de queijo 40 g de pinoli torrado 80 mL de creme de leite 50 mL de caldo de frango
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MODO DE PREPARO Cozinhe o trigo com o caldo de carne, alho e suco de limão. Reserve. Salteie a cenoura, o aipo e a abobrinha, deixando-os al dente. Asse a batata com caldo e azeite no forno, coberta com papel-alumínio. Reserve. Em uma frigideira, salteie a cebola com azeite e junte à cenoura, aipo e abobrinha. Agora, tempere o trigo com sal, pimenta-do-reino, azeite, hortelã e junte também aos vegetais que foram salteados. Para a tapenade, fatie as azeitonas e junte-as ao tomate picadinho, cebola, salsa, azeite e suco de limão. Retifique o tempero. Em uma frigideira, prepare o bacalhau em azeite e finalize a cocção no forno regando com azeite. Para fazer o molho, passe o basílico na água quente e em seguida na água gelada. Reserve. Refogue, em azeite, alho e cebola. Acrescente o creme de leite e o caldo de frango e deixe ferver. Junte o basílico, o queijo e o pinoli. Processe. Finalize juntando 60 mL de azeite e retifique o tempero. Para servir, coloque o bacalhau sobre os vegetais, a batata, a tapenade de azeitona por cima e o molho de basílico ao lado.
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GASTRÔ | RECEITAS
Cordeiro com legumes e arroz Por Remo Peluso, chef do restaurante Província di Salerno
INGREDIENTES 1 perna de cordeiro sem glândula 1,250 L de molho de tomate pronto 300 mL de vinho tinto seco 150 mL de molho inglês 1/2 molho de manjericão 1 kg de batata-inglesa 600 g de cenoura 300 g de vagem 50 g de alho 400 g de brócolis 50 g de manteiga 400 g de arroz 180 mL de azeite Sal e pimenta-do-reino a gosto
MODO DE PREPARO Tempere o cordeiro com sal, alho amassado e pimenta-do-reino. Frite-o no azeite até que doure. Acrescente água e deixe cozinhar até que fique macio (aproximadamente 3 horas). Misture o molho de tomate, o vinho, o molho inglês e o manjericão ao cordeiro e leve para assar em forno preaquecido (200° C) até dourar. À parte, gratine as batatas, já cozidas e cortadas em quatro sem casca, com azeite, orégano e sal até dourar. Retire as pontas das vagens e corte em duas partes na diagonal. Descasque a cenoura e corte em bastonetes (bastões em tamanho próximo ao da vagem). Cozinhe levemente as vagens. Cozinhe a cenoura. Antes de servir, salteie a vagem e a cenoura com azeite, alho e sal. Refogue com temperos a gosto e cozinhe o arroz branco. Fermente o brócolis em água com açúcar e sal. Processe-o e refogue-o na manteiga. Depois, misture com o arroz. Sirva o cordeiro em uma travessa, com os legumes ao redor e o arroz à parte. Fotos: Alexandre Rezende
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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Eugênio Gurgel
Peixe ao molho de vinho com lentilhas verdes de puy Por Caetano Sobrinho, chef do restaurante A Favorita
INGREDIENTES 4 filés de badejo 300 g de lentilhas verdes de puy 200 mL de vinho tinto de boa qualidade 200 mL de molho roti 50 mL de vinho branco Brotos para decorar 1 cebola 1 alho-poró 350 mL de azeite extravirgem 1 dente de alho Sal e pimenta-do-reino a gosto
MODO DE PREPARO PEIXE Tempere o peixe com sal, pimenta-do reino-e um pouco do vinho branco. Grelhe no azeite, criando uma face dourada e crocante. Vire até que o cozimento esteja completo. LENTILHAS DE PUY Refogue a cebola e o alho-poró cortados em brunoise (quadradinhos) em azeite. Adicione a lentilha e cozinhe em água salgada por aproximadamente 15 minutos. Retifique os temperos com sal e pimenta-do-reino. Reserve. MOLHO DE VINHO Misture o vinho e o molho roti e deixe reduzir pela metade. Retifique os temperos com sal e pimenta-do-reino. Reserve.
MONTAGEM Coloque a lentilha no fundo e o peixe por cima. Regue com o molho e decore com os brotos. z
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Giselle Roberti, da Villa Roberti, primeiro Espaço Ferrari no país: “A obra foi bem rápida, gastamos 12 dias para cobrir o local e mais três na decoração”
Um italiano entre franceses Graças à importadora Decanter e Villa Roberti, o espumante italiano Ferrari chegou às mesas dos mineiros, como opção aos tradicionais Möet & Chandon e Veuve Clicquot ALINE GONÇALVES
França e Itália têm muitas semelhanças: ocupam regiões vizinhas, conquistaram fama por suas culinárias e têm admiradores de suas culturas em todos os lugares. Por outro lado, quando o assunto era espumante de alto nível, a distância era enorme, com o reinado dos champanhes (produzidos somente na França). De uns anos para cá, no entanto, Möet & Chandon e Veuve Clicquot, para citar duas marcas francesas conhecidas, ganharam a companhia de uma italiana 162 |Encontro
com um século de história: Ferrari. “Em 2013, terminamos entre as oito mais vendidas no Brasil neste segmento de luxo. Todas as outras são francesas. Em 2014, estamos em quinto, com grandes possibilidades de fecharmos assim”, diz o sommelier e diretor técnico da importadora Decanter, Guilherme Corrêa. Os espumantes Ferrari carregam, apenas por coincidência, o nome de uma das mais famosas marcas de veículos do mundo, mas também são sinônimo de luxo e alto preço – as garrafas de 750 mL variam entre R$ 176 e R$ 571. A empresa usa, sobretudo, uvas chardonnay e pinot noir, cultivadas sem fertilizantes ou outros produtos químicos. Os vinhedos ficam nas montanhas do Trentino, no Norte da Itália, onde a transformação do vinho base em espumante ocorre lentamente – a linha de entrada parte com três anos de maturação, a intermediária, com seis, e a top, com 10 anos. Todos os detalhes favorecem uma das características marcantes desses espumantes: a cremosidade. “Algumas bebidas parecem explodir na boca, porque a espuma é pouco integrada. No caso dos Ferrari, o gás carbônico é po-
tente, mas sutil, com textura encorpada e suave ao mesmo tempo”, afirma o sommelier da Enoteca Decanter, Nelton Fagundes. “Essa cremosidade vem da qualidade da matéria-prima, dos longos períodos de envelhecimento e da experiência de uma empresa centenária”, diz ainda Guilherme Corrêa. De fato, experiência não falta à marca fundada em 1902 por Giulio Ferrari, que estudou na França e, 50 anos depois, transferiu a vinícola para a família Lunelli. Hoje, as bebidas Ferrari estão presentes em eventos como a entrega do Oscar e prêmio Nobel. Este ano, a empresa recebeu o título de melhor espumante do mundo (excluindo champanhes), com o Ferrari Perlè 2007, em concurso organizado pelo especialista Tom Stevenson, escritor britânico que tem mais de 20 obras sobre a bebida. Em Minas, a Enoteca Decanter, que já tinha sido reconhecida como casa que mais vende a marca no país, viu o interesse crescer. “A Ferrari fez muito sucesso em BH antes mesmo de ser consagrada em São Paulo e no Rio. Atualmente, a capital divide a liderança de vendas com Rio, Porto Alegre e São Paulo”, explica Corrêa.
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Fotos: Alexandre Rezende
SAIBA MAIS A Ferrari é comandada pela terceira geração da família Lunelli e possui equipe com mais de 10 enólogos e agrônomos Sete rótulos chegam ao Brasil desde 2007, em diversos formatos: garrafa normal, meias-garrafas e magnuns de 1,5 L Entre janeiro e novembro de 2014, foram vendidas 12 mil garrafas no Brasil, o que coloca a marca entre as cinco do mercado dominado pelo champanhe (francês) A venda do espumante cresce em torno de 40% ao ano em BH O Ferrari Maximum Brut é o mais barato do mercado da capital mineira (a garrafa de 750 mL custa R$ 176). Amadurece por três anos na garrafa. O Giulio Ferrari Riserva del Fondatore 2001 – Chardonnay tem o maior valor: R$ 571 (750 ml), e passa por amadurecimento de nove anos na garrafa
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Nelton Fagundes, sommelier da Decanter: “A cremosidade vem da qualidade da matéria-prima e dos longos períodos de envelhecimento”
Esse movimento motivou, ainda, o mais novo projeto da grife de espumantes em BH. No início de dezembro, foi aberto o primeiro Espaço Ferrari no país, no Villa Roberti. “A parceria trará festivais, menus harmonizados e outras surpresas”, diz o empresário Daniel Roberti. A ideia surgiu há dez meses, quando os sócios conheceram os espumantes em um almoço harmonizado. Para se adequar ao projeto, a varanda do restaurante, com capacidade para 50 pessoas sentadas, recebeu nova cobertura e iluminação, além de identidade visual. “A obra foi bem rápida, gastamos 12 dias para cobrir o espaço e mais uns três para incluir a decoração”, diz a sócia Giselle Roberti. O restaurante vai preparar pratos que serão harmonizados com rótulos Ferrari (demais espumantes continuarão na carta). Segundo Nelton Fagundes, a marca possibilita a harmonização com itens como sushis, codornas, carne de porco e frutas secas. “É possível fazer um banquete só com Ferrari. Se a pessoa já é iniciada em espumantes, vai sentir a diferença”, afirma. Se não for iniciado, é uma boa hora para começar. z
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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br
LIÇÃO DE BELEZA E ELEGÂNCIA Comparado ao ano anterior, pouca coisa mudou na produção dos grandes casamentos em Belo Horizonte em 2014. Recepções badaladas tiveram vez em espaços mais íntimos, como a própria casa da noiva: Bárbara Porto Gonçalves e Bruno Fichel receberam no Clube dos Caçadores; Roberta Moysés Assumpção e Gregório Lovaglio Rossi, na Pampulha. Já o tradicional Automóvel Clube foi cenário escolhido para a festa de Maria Gonçalves com Rodrigo Santos.
Trancoso, no Sul da Bahia, e Tiradentes, no Campo das Vertentes, em Minas, continuam como destinos preferidos pelos casais. Paula Ballesteros Cunha e Raphael acertaram na escolha do Sul da Bahia, tanto que, para os convidados, se o casamento fosse na sexta-feira, dia da festa de boas-vindas, já teria valido a pena, de tão animado o encontro. Maria Eduarda Portela e Juliano Amorim fizeram recepção inesquecível na Vila Paolucci, na cidade histórica de Tiradentes.
Independentemente do espaço escolhido, BH mantém a liderança quando o assunto é casamento. Por aqui, a certeza de que, entra ano, sai ano, bom gosto não sai de moda. É díficil ter um número oficial de quantos casamentos movimentaram a agenda de 2014, mas, pela quantidade de convites recebidos ao longo do ano, foi fácil perceber que não foram poucas as desculpas para sair de casa. A coluna faz sua lista com os melhores de 2014. Feliz ano novo a todos!
Bárbara Porto Gonçalves e Bruno Fichel
Rodrigo Simões e Rafaela Porcaro
Fernando Almeida Júnior e Rafaela Nejm
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Fotos: Márcia Charnizon/Divulgação
Maria Gonçalves e Rodrigo Santos
Maria Eduarda Portela e Juliano Amorim
Raphael Tolentino e Paula Ballesteros Cunha
Gregório Lovaglio Rossi e Roberta Moysés Assumpção
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SOCIEDADE
Cinquentenário A Maternidade Octaviano Neves comemorou seu cinquentenário em grande estilo, com missa na igreja Nossa Senhora Rainha, seguida de elegante festa no Minas Tênis Clube, onde os diretores João Anderson Nunes, Ataíde Lucindo Ribeiro Júnior, Graciela D’Ávila de Freitas Moreira e Henrique Couto Álvaro Chaves fizeram uma homenagem aos fundadores. A solenidade contou com a presença de vários médicos da sociedade mineira. Fotos: Samuel Gê.
Valéria Geo Verçoza, José Luiz Geo Verçoza e Cristina Geo Verçoza
Josilaine Freitas, Lindolfo Medeiros e Luiza Diniz
Henrique Couto Chaves, Graciela Davila, Camila, João Anderson Nunes e Ataide Lucindo Ribeiro Júnior
João Pedro Franco da Fonseca, Marilda Menin e Júnia Menin
Sófia Chaves e Henrique Couto Chaves
Juliana Paiva, João Anderson Nunes, Maria das Graças Nunes e João Anderson
Jacques Portugal, Leny Morais, Eleonora Leão, Ataide Lucindo Ribeiro Júnior e Gilcimara Ribeiro
Valéria Moyses, Eduardo Paolucci e Marco Túlio Moyses
Maria Inês Tavares, Heloisa Mendonça e Teresa Cristina Mendonça
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Informe Publicitário
CHOQUE DE QUALIDADE
Maternidade Octaviano Neves comemora 50 anos com investimentos pontuais, gestão moderna e ampliação de sua estrutura
S
ão poucos os momentos mais especiais na vida de um casal que o período de gravidez e a hora do parto. A família se cerca de cuidados e preparativos para que tudo saia da melhor maneira possível. Afinal, foram meses de espera por uma criança muito querida e especial que está para nascer. Escolher bem o hospital e a equipe de profissionais que irá cuidar e acompanhar a
família nesse período é fundamental e requer muita atenção. Por saber de sua importância na vida das pessoas e se importar com todas as etapas da gravidez, a Maternidade Octaviano Neves passou por uma verdadeira revolução nos últimos quatro anos. Com o maior volume de partos em Belo Horizonte, a maternidade, fundada há 50 anos, foi totalmente reformada, ampliou sua Samuel Gê
Fachada da Maternidade Octaviano Neves: investimentos para aumentar atendimento e conforto com futuras mamães e familiares
capacidade de atendimento e investiu maciçamente em equipamentos. Tudo graças a uma administração moderna e eficiente. À frente da maternidade há quatro anos, o diretor administrativo Dr. Ataíde Lucindo Ribeiro Júnior comemora. “Aumentamos em 30% o volume de partos mensais, de 500 para 650. Remanejamos áreas administrativas e construímos nove novos apartamentos, todos top de linha, e reformamos nosso CTI, que conta com boxes individuais e o que de mais moderno existe em maquinário. Tudo foi feito para garantir o máximo possível em qualidade para a saúde da mulher”, relata o médico. As medidas de modernização tomadas pela administração da Octaviano Neves não param por aí. Toda a fachada do prédio foi reformada, assim como a Central de Esterilização de Materiais. A lavanderia, setor normalmente terceirizado por outros hospitais, foi revitalizada. Além disso, foi construído um restaurante quatro estrelas, aumentando o conforto para famílias e visitantes das futuras mamães. Ao todo, foram investidos mais de R$ 6 milhões nos últimos quatro anos. Pós-graduado em administração hospitalar, Dr. Ataíde explica como conseguiu alcançar tais resultados em tão pouco tempo. “Foi um autêntico choque de gestão, por meio do trabalho árduo de toda a diretoria e Conselho Administrativo. Entendemos que era preciso administrar a maternidade como se fosse realmente uma empresa, mas sem deixar de lado todo o fator humanitário que envolve a medicina. Revisamos uma série de contratos, cortamos gastos supérfluos e estabelecemos metas a serem cumpridas progressivamente”, esclarece. Para 2015, os objetivos da administração já estão traçados: oferecer serviços de reprodução assistida – o que já deverá ocorrer logo no princípio do ano – e modernizar o bloco cirúrgico, o que irá demandar mais R$ 1,5 milhão em investimentos. Todas essas ações vêm para consolidar a imagem que o povo mineiro tem da Maternidade Octaviano Neves: referência quando se trata da saúde da mulher em todo o estado.
Rua Ceará, 186, Santa Efigênia CEP: 30150-310 maternidadeoctavianoneves.com.br
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SOCIEDADE
Bodas na Casa Tua
Daniela Figueiredo Maranha Castanheira e Felipe Castanheira
Daniela e Felipe receberam familiares e amigos na festa que oficializou a união do casal no elegantíssimo espaço Casa Tua. A noiva é filha de Pedro Maranha Chaves e Indra Figueiredo Chaves. O noivo, de Ricardo e Rosângela Castanheira. O casal curtiu a festa, recebendo os cumprimentos na pista sem maiores formalidades. “A maioria dos convidados são jovens da nossa idade, na faixa dos 30 e 35 anos, que adoram curtir uma balada e são superanimados. Esperamos que todos tenham se divertido bastante”, disse a noiva. Daniela e Felipe seguiram em lua de mel para Bahamas e Miami. Fotos: Dudua’s Profeta.
João Pimenta da Veiga, Ana Paola Pimenta da Veiga, Rosângela Castanheira e Ricardo Castanheira Indra Régia Figueiredo Chaves e Pedro Maranha
Juliana Silvino e Carolina Diniz
Flávio Guimarães e Isadora Vargas
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Raiana Batista e Carolina Del Rio
Marina Rocha e Adriano
Isadora Carvalho, Gabriela Rangel, Marcela Miraglia e Ana Ladeira
Eduardo Martins e Tássia Junqueira
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Danni Guerra e Alan Senra Cheib
Ă‚ngela Castanheira e Samuel Rosa
Ana Paula Araki e Rodrigo Castanheira Bouchardet
Cassio Cortez e Marina Moreira
Alan Senra Cheib e Paula Esteves
Iran Barbosa e Thamiris Mascarenhas
Ana JĂşlia Tizon e Vanessa Prado
Isabella Maranha, Rafael Maranhas e Brenda Ribas
Daniela Figueiredo Maranha Castanheira e Silvia Lamounier
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SOCIEDADE
No Morro do Chapéu A Camel Wine, confraria de amantes do bom vinho integrada pelos amigos Marcelo Camelo, Fernando Ramos, Wesley Almeida, Selmo Geber, Ronaldo Alvares, Fabio Braga, Gustavo Barra, Christiano Leonardo, Ricardo Nunes e André Gontijo, organizou o que foi o último encontro de 2014. Para comemorar o Natal em grande estilo, o tema do almoço no Morro do Chapéu foram os Premier Grands Crus Classé de Bordeaux. Os Château degustados foram Lafite Rothschild, Latour, Margaux, Haut-Brion, Mouton Rothschild, D’Yquem, Angelus e Pavie. Fotos: Dudua’s Profeta.
Fernando Ramos, Marcelo Camelo e Wesley Almeida
Fábio Braga, Gustavo Barra, André Gontijo e Cristiano Leonardo
Ronaldo Alvares, Ricardo Nunes, Marcelo Camelo e Selmo Geber
Ronaldo Alvares, Wesley Almeida, Ricardo Nunes e Fernando Ramos
Fernando Ramos, Wesley Almeida, Diego Gonçalves, Marcelo Camelo e Selmo Geber
Cristiano Leonardo e Fernando Ramos
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Ricardo Nunes e Marcelo Camelo
Fábio Braga e Ronaldo Alvares
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SOCIEDADE
Lançamento Com palestra de David Eastman, vice-presidente executivo da Pointlogic América Latina, a empresa lançou inovadora ferramenta de marketing: a Customer Journey. Por meio dela, o cliente decide sua compra e contribui para que as marcas conquistem novos mercados. O lançamento foi parceria da Pointlogic com a Jbis e a Oro. Fotos: Samuel Gê. Roberto
Ricardo Dias e Jussara Silva
Ulisses Ferreira e Fred Bandeira
Juliana Montenegro e Tatiana Gontijo
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SOCIEDADE
Encerramento dos cursos de especialização Vinte e oito profissionais da saúde que finalizaram cursos de pós-graduação em cardiologia, cardiopediatria, cirurgia geral, ecocardiografia, hematologia, neurocirurgia e fisioterapia respiratória participaram de solenidade especial no auditório do Biocor Instituto. Além da cerimônia de colação de grau, o evento foi marcado pela conferência “Como se Tornar um Profissional de Sucesso”, ministrada pelo professor e membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico – MG Norman José de Andrade Giugni. O Biocor Instituto, considerado centro de referência em atendimento na alta complexidade, oferece 13 programas de pós-graduação médica em diversas especialidades e de fisioterapia respiratória. Fotos: Osmar Cipriano / Divulgação e Renata Caldeira.
Norman Giugni
Norman Giugni, Adriana Giugni, Heloisa Vrandecic, Mario Vrandecic, Erika Vrandecic e Jussara Naves
Daniel Avelar de Castro Oliveira e César Figueiredo Nogueira
Bárbara Vrandecic e Érika Vrandecic
Rômulo Rocha e Anna Ximenes
Norman Giugni e Adriana Giugni
Mário Vrandecic e Erika dos Santos
Naiara Pacheco, Patrícia Corrêa, Eduardo Souto, Fabiana Almeida e Bruna Pontes
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Mário Vrandecic e Fabiana Almeida
Formandas na especialidade de cardiologia
Bruna Pontes, Patrícia Corrêa e Naiara Pacheco
Juliana Toitio, Marina Rocha, Francisca Pereira e Juliana Oliveira
Formandos e preceptores de cardiologia
Lincoln Chaves, Gustavo Faria, Mauro Rosa e Robert Alcântara
Mario Vrandecic e Leandro César e Silva
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SOCIEDADE
Jantar de confraternização O Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG) recebeu, no Expominas, cerca de 1,3 mil convidados no seu tradicional jantar de confraternização, recepcionados pelo presidente da entidade, Alberto Salum. O evento contou com as presenças do governador, Alberto Pinto Coelho, do prefeito da capital, Marcio Lacerda, além de dirigentes de órgãos públicos e empresários do setor. Fotos: Alexandre Carvalho. Alberto Salum, Alberto Pinto Coelho, Raquel Salum, Guilherme Salum e Luísa Salum
Antônio Venancio e Marcos Delgado
José Élcio Santos e Alberto Salum
Marcio Lacerda e Alberto Salum
Valéria Viana, Ana Paula Vaz e Amaziles Sander
Marcelo Curi, Antônio Carlos Santos e Ismael Alvim
Marcelo Cerqueira, Jorge Sander e João Jacques Viana
Marcos Delgado, Antônio Venâncio, Jarbas Reis e Adriano Silva
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Marcos Moutinho, Danilo Pereira e Emir Cadar Filho
Luísa Salum, Marcio Lacerda, Alberto Salum, Raquel Salum e Guilherme Salum
João Jacques Viana, Marcelo Cerqueira, Luiz Augusto de Barros, Eduardo Nascimento e Marcos Moutinho
Fuad Noman, Mônica Noman e Alberto Salum
Marcus Salum, Cláudia Salum e Thiago Bastos
Mario Guedes, Breno Abbott e Gustavo Correa
Gil Pereira, Danilo de Castro, Marcio Lacerda, Alberto Salum e Alberto Pinto Coelho
Luísa Salum e Cláudia Elias
Marcio Lacerda, Alberto Pinto Coelho e Alberto Salum
Antônio Cadar Neto, Félix Moutinho, Marcos Moutinho, Helvécio Marins, Alberto Salum e João Jacques Viana
Alberto Salum e Luiz Fernando Pires
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SOCIEDADE
Mercado de seguros em festa Durante o concorrido evento de confraternização do mercado de seguros, promovido pelo Sindicado das Seguradoras (Sindseg MG/GO/MT/DF) na Casa Bernardi, em Belo Horizonte, o presidente Augusto Frederico Costa Rosa de Matos realizou a entrega da Medalha do Mérito Segurador às personalidades de destaque em 2014. Neste ano, as medalhas foram concedidas ao presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Marco Antonio Rossi, ao presidente da ACMinas, Roberto Luciano Fortes Fagundes, e ao presidente do Sindicato dos Corretores do Distrito Federal, Dorival Alves de Sousa. Fotos: Alexandre Carvalho e Clóvis Campos/Divulgação.
Dorival Alves, Augusto Matos, Roberto Fagundes e Marco Antônio Rossi
Ângelo Garcia, Eni Garcia, Luiz Carlos Ferreira Gomes, Daniela Guimarães, Marcelo Araújo Braz, Cristina Matos e Augusto Matos
Augusto Matos e Renato Campos
Augusto Matos e Dorival Alves
Omar Otaviano, Roberto Barbosa, Dorival Alves de Sousa, Hudson Navarro e Alberto Continentino
José Cristóvão Martins, Augusto Matos e Cristina Matos
Luiza Matos, Augusto Matos,Cristina Matos, Natalia Matos e Augusto Frederico Matos
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Augusto Matos e Marco Antônio Rossi
Oliveira Santiago e Augusto Matos
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Uma das maiores Uma das maiores agências do mundo. agências do mundo. Uma das maiores Uma das maiores montadoras de montadoras de automóveis do mundo. automóveis do mundo. EE uma parceria que uma parceria que nos dá tanto orgulho, nos dá tanto orgulho, que queremos contar que queremos contar pra todo mundo. pra todo mundo. A Oriente foi escolhida pela AlmapBBDO para, A Oriente foi escolhida pela AlmapBBDO para, juntas, fazerem o melhor pela Volkswagen em Minas. juntas, fazerem o melhor pela Volkswagen em Minas.
Saiba mais sobre esta coligação. Acesse orientecomunicacao.com.br ou ligue 2551-6797.
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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br
Feliz 2015 Em vez de resoluções, desejos. Sentada na sombra de uma árvore, na tarde de um domingo qualquer, na Serra da Canastra, tento listar mentalmente o que pretendo ou preciso fazer em 2015. Mas, só de pensar numa possível lista de resoluções para o ano que começa, me sinto cansada. O silêncio do dia, a luminosidade quase irreal do cenário e o torpor que inevitavelmente acompanha as tardes de domingo pedem outros pensamentos. A hora não é de decidir – é de divagar. E é assim, pensando sem amarras, que chego a uma outra lista: a das coisas que gostaria de ver acontecer em 2015. Uma pequena coleção de vontades improváveis, que reproduzo a seguir. Afinal, não custa sonhar. - Que em 2015 a honestidade deixe de ser uma espécie ameaçada de extinção e as palavras “corrupção”, “corrupto” e “corruptor” apareçam cada vez com menos frequência no noticiário. - Que o casamento entre a política e a ética, que há muito respira com a ajuda de aparelhos, saia da UTI das relações condenadas ao fracasso. - Que o telefone celular seja apenas um aparelho de telefone, e não uma extensão do corpo ou um substituto da vida. Que a gente fale menos, mais baixo e apenas em lugares onde o bom senso indique que se pode falar ao celular. O que não inclui velórios, aviões, cinemas, teatros, jantares com amigos etc., etc. (a gente sabe). - Que as redes sociais não sejam mais importantes do que a vida, que a tecnologia não nos faça esquecer de contemplar as paisagens, que viver o momento seja mais prazeroso do que postar a foto do momento e conversar pessoalmente com um amigo nos satisfaça mais do que teclar. - Que as celebridades despertem cada vez menos interesse, por mais que se casem ou descasem, tenham filhos ou levem os filhos ao shopping, façam plásticas, façam novelas, emagreçam, posem em ilhas ou castelos, jantem nos restaurantes do Leblon e reclamem do assédio que sofrem na condição de celebridades. - Que a magreza seja vista apenas como magreza, e não como virtude. E que nossas conversas se alimentem de tópicos mais interessantes do que calorias, dietas da moda, tapioca, músculos definidos, barriga chapada. - Que o prazer de se alimentar sem culpa seja resgatado. - Que a gentileza deixe de ser a exceção para ser a regra. Que compreendamos, todos, o quanto a vida melhora, o mundo melhora e nós melhoramos quando aprendemos a ser delicados, corteses, civilizados. - Que o mau humor fique guardado nas gavetas e nos armários, trancado a sete chaves. Que ninguém seja obrigado a pagar, indevidamente, a fatura da nossa infelicidade. - Que a gente se apresse só quando tiver de fato que se apressar. Que voltem as pausas e o (tão essencial e tão esquecido) parar pra pensar. - Que sejamos pessoas mais reais – e menos personagens. - Que o “eu mereço”, “eu quero”, “eu posso” e tantos outros verbos conjugados na primeira pessoa do singular não nos impeçam de ver o outro – que também merece, também quer, também pode, e tantas vezes é ignorado. Levar o outro em conta (sempre) deveria ser a primeira lição
“Que 2015 nos tire o peso insuportável do medo. Medo de assalto, de perder o emprego, de envelhecer, de engordar, de ser trocado(a) por outro(a)... medo de não ser admirado” ensinada aos nossos filhos e nosso dever de casa diário. - Que as famílias conversem mais, ainda que exista um computador, um aparelho de TV ou um telefone em cada quarto. - Que as pessoas, em geral, falem menos e conversem mais, o que inclui prestar atenção, ter empatia e ouvir de fato. - Que a gente se apaixone – por pessoas, lugares, causas, sabores, livros, filmes, filosofias de vida, crenças, animais de estimação (ah, minha Lili...), times (ah, Clube Atlético Mineiro...) ou pela simples constatação de que estamos vivos, saudáveis, e isso basta para celebrar. - Finalmente, que 2015 nos tire o peso insuportável do medo. Medo de assalto, medo de perder o emprego, medo de envelhecer, medo de engordar, medo de ser trocado(a) por outro(a), medo dos ciúmes do marido ou da mulher, da ira do chefe bravo, medo de não fazer sucesso, de não ser o melhor, não ser promovido, não ser admirado. Viver com medo não é viver – é ensaiar. Por isso mesmo, que 2015 nos encontre prontos para a vida e todos os seus riscos. Que nos surpreenda desarmados. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante
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