Revista Encontro 167

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DELIVERY DAS DROGARIAS ❚ TESTAMOS OS SERVIÇOS DE ENTREGA DAS PRINCIPAIS REDES DA CIDADE

SAÚDE ❚ USO DE TABLETS E SMARTPHONES NA HORA DE DORMIR PODE CAUSAR DEPRESSÃO E GANHO DE PESO

Abril de 2015 | Ano XIII | Nº 167

www.revistaencontro.com.br

Hora de

ISSN 1679-0146

botecar

Começou o maior festival de botecos de BH, que reúne 55 dos principais bares da cidade. O público, estimado em 500 mil pessoas, terá de escolher o melhor

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José Rodrigues, do Bar do Zezé; Nicola Vizioli, do Família Paulista; Eliza Fonseca, do Bar da Lora; Jorge Lage, do Bar do Doca; e Romulo Silva (o Bolinha), do Bartiquim Gonzaga: amigos e concorrentes ao título de melhor bar

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NESTA EDIÇÃO

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ENTREVISTA Jogador Paulo André fala sobre os rumos do futebol SERVIÇO Teste do delivery das drogarias de BH SINALIZAÇÃO Placas mal localizadas confundem motoristas

42 44 48

CIDADES Quedas de árvores deixam moradores em alerta MÚSICA Shows de jazz são atração na capital mineira TURISMO Novos destinos com a alta do dólar Henrique Gualtieri

COLU NAS 18 21 28 32 66 70 76 118 126

NO PODER Codemig em apoio ao crédito DEU O QUE FALAR “I will be back!” RETRATOS DA CIDADE Bom lugar para ler um livro GENTE FINA Sapatilha estilizada VIDA DIGITAL Assistência técnica ganha novo aliado COLUNA DE DIREÇÃO Supercarros leiloados ENCONTRO INDICA Kiss no roteiro internacional NA MESA Drinques também têm vez NA SOCIEDADE Para maiores de 40

ARTIGOS 16 80 146

ARISTÓTELES DRUMMOND CPLP abandonada JOSÉ JOÃO RIBEIRO Os 25 anos de Uma Linda Mulher LEILA FERREIRA Ainda Portugal

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Foto capa: Cláudio Cunha

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NESTA EDIÇÃO

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PET Convivência saudável entre gestantes e animais CÉLULAS-TRONCO Estudos avaliam eficácia da polpa do dente de leite SAÚDE Uso de aparelhos eletrônicos prejudica o sono VEÍCULOS Mercado aposta nos SUVs lançados no Brasil

78 82 90 92

ARTES PLÁSTICAS Obras de Eloiza Trindade exploram a figura da mulher MODA Jacquard promete se tornar clássico do guarda-roupa BEM-ESTAR Inscrições abertas para a corrida feminina COMPORTAMENTO Benefícios da prática de atividades físicas a dois

94 98 120 129

VITRINE Botas são indispensáveis também no look masculino CAPA Festival Botecar terá 55 bares participantes GASTRÔ Sobremesa salgada é novidade que ganha espaço SOCIEDADE Bodas de Cátia Guimarães e Fernando Calais

Alexandre Rezende

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CARTA DO EDITOR revistaencontro.com.br

Diretor-Presidente

Álvaro Teixeira da Costa

KÁTIA MASSIMO / EDITORA-CHEFE Diretor-Geral Diretor-Executivo Vice-presidente de Negócios Corporativos Diretor de Publicidade Diretor Jurídico

Diretor-geral/Editor Editora-Chefe Editor Colaborador Redação

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Édison Zenóbio Geraldo Teixeira da Costa Neto Josemar Gimenez Rezende Mário Neves Joaquim de Freitas

André Lamounier Kátia Massimo Fábio Doyle Aline Gonçalves Daniela Costa Geórgea Choucair Marina Dias Rafael Campos Amanda Aleixo Edmundo Serra Roger Simões Antônio de Pádua Bruno Schmitz Gustavo Paiva Júnior Oliveira Luciano Garbazza Roney Simões Cláudio Cunha Ana Luiza Kennedy Talita Santos Nayara Fagundes Lílian de Oliveira Anneth Faria Solange Rabelo Laila Soares Agata Utsch Andreza Braga Shyrlei Roque Roberta Magalhães Cristiane de Marco Natália Santos Nicole Fischer André Lima Jaqueline Souza Editora Encontro

João Paulo Martins Bruna Sales Marcelo Fraga Vinícius Santos Heitor Antônio Prol Vip (31) 3342-5000 (31) 2126-8000 (31) 2126-8000

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CONFORME RELATÓRIO EM NOSSO PODER. ENCONTRO É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ENCONTRO IMPORTANTE LTDA. BELO HORIZONTE. RUA HAITI, 176, 3° ANDAR - SION 30320-140, BELO HORIZONTE - MG FONE: (31) 2126-8000 EMPRESA FILIADA À

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redacao@revistaencontro.com.br

A esperança de Davi O pequeno Davi tem apenas 8 anos e um grande sonho: quer enxergar dos dois olhos (o direito tem visão opaca) sem precisar recorrer a um transplante de córnea. Ele nasceu prematuro, o que comprometeu a formação do cristalino – uma espécie de lente dos olhos. Catarata congênita foi o diagnóstico que recebeu com poucos dias de vida. Com apenas 3 meses, teve de passar por cirurgia para a retirada do cristalino. Mãe de Davi, a empresária Elaine Cristina não se acomodou. Desde então, busca alternativas para que o filho possa ver o mundo com todas as cores. Não se conforma com a ideia de transplante, que é extremamente invasivo. “E tem ainda o risco de rejeição”, diz Elaine. Por falta de opção, ela não pensou duas vezes quando soube da possibilidade do uso de células-tronco do dente de leite para restaurar a visão do menino. Há dois anos, enviou o dentinho de Davi para ser armazenado em laboratório. Desde então, está à procura de especialista aqui ou no exterior que possa trazer luz para seu filho. Por enquanto, uma busca em vão. A história de Davi é contada em matéria desta edição, que mostra como muitos mineiros já estão tomando a decisão de guardar o dentinho de leite dos filhos como uma espécie de seguro. No futuro, pode ser útil para qualquer pessoa da família, por ser capaz de regenerar o organismo debilitado por várias doenças, inclusive Alzheimer e Parkinson. Denis Medeiros “É um avanço científico de extrema importância”, diz Ana Cristina Braga, odontopediatra que integra um grupo de especialistas mineiros estudiosos do assunto. Para manter o dente congelado, é preciso enviá-lo a laboratórios de São Paulo (ainda não há nenhum por aqui) e bancar investimento inicial próximo a R$ 3 mil por cada um, além de taxa anual de manutenção. O acesso, portanto, ainda é restrito. Mas quanto custa o esforço de fazer um filho enxergar? A mãe de Davi pensa que é pouco diante do benefício. Determinada, ela acredita e mantém a incessante busca. Enquanto isso, Davi aguarda, mas sem nunca tirar o sorriso do rosto. Talvez, porque tenha aprendido cedo o significado da palavra O pequeno Davi, de 8 anos: ele aguarda cirurgia que poderá restaurar esperança. Nós também acreditamos, pela a visão do olho direito usando Davi! ❚ células tronco do dentinho de leite

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FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000 MINEIRO GOSTA DE CASAR I

Em uma sociedade onde é constante a reclamação de homens e mulheres sobre a dificuldade de encontrar um parceiro fixo é, no mínimo, estimulante saber que ainda existem casais que levam o matrimônio a sério. Ricardo Figueiredo Belo Horizonte/MG

MINEIRO GOSTA DE CASAR II

Fiquei feliz em saber que tanto o romantismo quanto as tradições mineiras ainda são valorizadas por nossos jovens. Lindos os casais. Camila Silva Belo Horizonte/MG

O PIONEIRO DA MODA

Interessante conhecer a história das ‘Garotas do Alceu’. Curioso saber como um estilista mineiro conseguia ditar moda para toda uma geração utilizando apenas desenhos de belas mulheres. Geralda Cruz Nova Lima/MG

OS NOVOS QUERIDINHOS DO CARDÁPIO

Os alimentos orgânicos são mesmo uma ótima opção para quem quer ter uma alimentação saudável. Pena que os preços, muitas vezes, são bem salgados. Rodrigo Martins Ipatinga/MG

WHATSAPP: EXISTE IDADE CERTA PARA COMEÇAR?

Sem dúvida é de fundamental importância que os pais monitorem o acesso das crianças às redes sociais e também ao WhatsApp. É uma forma de protegê-los contra pessoas que usam essas ferramentas para agir de má-fé. Paulo Sousa Belo Horizonte/MG

PROFESSOR NA PALMA DA MÃO

Muito bacana as dicas de aplicativos que ensinam vários idiomas. É mais uma forma de democratizar o ensino. Igor Moreira Belo Horizonte/MG

ESTE É O FAMOSO QUEM? I

É realmente um desrespeito à nossa história o vandalismo contra os bustos de figuras importantes que marcaram a trajetória do nosso estado. Lamentável. Paula Rodrigues Belo Horizonte/MG

ESTE É O FAMOSO QUEM? II

A praça Hugo Werneck deve seu nome ao prof. Hugo Werneck, médico, professor da UFMG, e não ao seu filho ambientalista Hugo Werneck. Maria Tereza Harmendani Lanna Belo Horizonte/MG

MENU PARA OS PETS

Muito bom saber que temos outras opções de alimentos saudáveis para dar aos nossos pets, o que desmistifica a obrigatoriedade de dar apenas ração aos animais.

EDIÇÕES ANTERIORES ESPECIAL SUSTENTABILIDADE/ÁGUA A matéria “Crise para uns, oportunidade para todos” expõe a opinião do presidente mundial da Nestlé, de que a água não é um bem da humanidade (página 37). De quem, então, seria esse bem? Privatizar a água é expor à sede e a todo tipo de doenças os humanos que não puderem pagar pelo precioso líquido.

Sérgio Gama Belo Horizonte/MG

Fernando Versiani dos Anjos Belo Horizonte/MG

Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por motivo de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770

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ENCONTRO DIGITAL | ROLOU NA REDE Cristina Horta/EM/D.A Press

FUTURO COM ÁGUA

“O aluguel ficou muito caro e não temos condição de pagar”, diz o proprietário Rubens Batista

Conheça o aquífero Guarani, o maior reservatório de água doce do planeta que pode abastecer todo o Brasil por 2,5 mil anos consecutivos. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/QT94fM

CRISE FECHA LIVRARIA NA SAVASSI BATER EDUCA?

Devido ao aluguel elevado, proprietário da livraria Status deixa imóvel em que estava há 40 anos na Savassi. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/NPPMhQ

Vídeo de mãe repreendendo o filho com chineladas na cara gera discussão na internet. Leia a matéria na íntegra em: http://goo.gl/7eTkjQ

Arquivo Pessoal

TE ENCONTRO

NO INSTAGRAM

O próximo desafio: Encontro na janela. Tire uma foto com o tema, publique no Instagram e compartilhe com a hashtag #encontronajanela. Se a sua foto for escolhida, ela será impressa na próxima edição da revista Encontro. Participe! A foto vencedora da tema #encontrosorriso foi da pequena Laura @gisotomayor. Parabéns!

AS MATÉRIAS COM MAIOR REPERCUSSÃO NAS REDES SOCIAIS Livraria Status fecha a porta na Savassi

ENTOS COMPARTILHAM

6,6 mil

Mãe pode bater no filho?

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Aquífero Guarani: solução para a crise hídrica?

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2 MIL SEGUIDORES.

Concessionária Grande Minas fecha as portas no Sion

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Obrigado a todos que participam das nossas promoções e compartilham suas histórias com a gente!

Segundo astróloga, Cruzeiro ganha primeiro clássico do ano

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A Encontro no Instagram @revista_ encontro já está rompendo a barreira dos

SIGA A ENCONTRO

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ARTIGO | ARISTÓTELES DRUMMOND adrummond@editoraencontro.com.br

CPLP abandonada Nos últimos 50 anos, a melhor iniciativa de nossa diplomacia foi, sem dúvida, a proposta e a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), feita pelos presidentes Sarney e Itamar, sempre com o entusiasmo de José Aparecido de Oliveira. A ideia teve a melhor receptividade no Portugal do presidente Mário Soares, um grande amigo do Brasil e, em especial, de José Aparecido. Inexplicavelmente, os governos que os sucederam abandonaram a entidade à própria sorte, tendo FHC chegado a abrir mão da presidência, quando Mário Soares sugeriu que o Brasil indicasse José Aparecido. Lula e Dilma seguiram o mesmo caminho, embora tivessem promovido uma política de aproximação com a África, onde estão países como Angola e Moçambique. Depois de Itamar Franco, Cabo Verde, que fica a duas horas e meia de Fortaleza, perdeu a importância que deveria ter para o Brasil, sob todos os aspectos, desde o cultural ao político e econômico, pelas identidades naturais entre os dois países e os dois povos. Até o voo que tínhamos de Cabo Verde acabou e hoje existe apenas o da empresa cabo-verdiana. Não fosse a orientação do Itamaraty no governo Geisel, muito terceiro-mundo, o Brasil poderia ter sido o ponto de equilíbrio em Angola, por exemplo, e, quem sabe, poupado o país daquela guerra de 30 anos, com marcas profundas na alma de seu povo. Temos culturas e economias que se complementam. O setor privado desde muito descobriu Angola, onde estão grandes empresas brasileiras. Mas ali também até a ligação aérea fica por conta de nossos parceiros. Nos anos 1990, o grande líder empresarial brasileiro Antonio Carlos do Amaral Osório – filho de português, que dirigiu a Associação Comercial do Rio e o Conselho Superior das Classes Produtoras (conclap), entidade que infelizmente foi extinta – já sonhava e pregava que Portugal poderia ser um grande entreposto de produtos brasileiros na Europa e que os demais países de língua portuguesa, após deixarem de ser parte de Portugal, deveriam ser alvo de atenções do Brasil. Infelizmente, nada aconteceu, com prejuízo para todos. Caso a política dos últimos governos não tivesse punido tanto nosso setor do etanol, poderíamos estar presentes em Moçambique, receptivo ao cultivo da cana, e levar a mistura na gasolina e no diesel à África e à Europa, via Portugal, consolidando o Brasil como grande produtor do insumo. Hoje, chegamos a importar etanol de milho dos EUA, para atender a demanda interna. A geração que está hoje no comando político e empresarial de Portugal é formada por muitos que moraram no Brasil entre 1974 e 1982, quando os pais vieram buscar abrigo dos excessos do 25 de abril, e estavam em idade escolar ou universitária. Conhecem e gostam do Brasil, entendem o país e os brasileiros. Os portugueses têm tradição de séculos de entendimento e presença nos cinco continen-

“Os portugueses têm tradição de séculos de entendimento e presença nos cinco continentes, podendo nos ajudar a abrir portas e boas parcerias”

tes, podendo nos ajudar a abrir portas e boas parcerias. O momento é até propício, pois a TAP é a empresa que liga o maior número de cidades brasileiras à Europa, via Lisboa e Porto, viajando seus aviões de “barriga vazia”, ou seja, com os porões de carga disponíveis. E são dez voos por dia. Basta vontade política, uma vez que apoio empresarial não faltará, estando as câmaras de comércio Brasil-Portugal presentes em quase todas as cidades conectadas pela empresa lusa. Talvez agora, neste segundo mandato e sem maiores tutelas estranhas na política externa, em meio à crise que exige criatividade, o Brasil acorde para a vocação natural de colaborar para a união fraterna em todos os sentidos dos países de língua portuguesa. É o mínimo que se pode fazer para respeitar a memória dos dois grandes mineiros Itamar Franco e José Aparecido de Oliveira. ❚

*Aristóteles Drummond é jornalista e escreve bimestralmente na Encontro

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NO PODER | BERTHA MAAKAROUN bmaakaroun@editoraencontro.com.br Samuel Gê

CODEMIG EM APOIO AO CRÉDITO Para facilitar à indústria mineira o acesso ao crédito a taxas menores, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) articula junto à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) a criação de um fundo. A ideia é de que esse fundo opere como espécie de fiador dos empréstimos obtidos junto ao sistema financeiro, por empresas em condições de obtê-los e que se enquadrem na proposta. O maior apoio será dado aos investimentos que diversifiquem a economia, sobretudo no âmbito da tecnologia da informação. “Há um esforço conjunto do setor produtivo e do governo do estado para incentivar a criação e a inovação. Indústria nenhuma quer que o governo pague suas contas. Mas no mundo inteiro há suporte financeiro para projetos de investimentos com retorno para o desenvolvimento econômico e social”, explica Olavo Machado, presidente da Fiemg e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O presidente da Codemig, Marco Antônio Castello Branco, está analisando a proposta com interesse. “Há muito a Codemig só imobiliza o seu capital. Para nós, do setor produtivo, esta é uma perspectiva importante que, se der certo, será um alento “, diz Olavo.

COMANDO SOCIALISTA Depois de conseguir 545,8 mil votos para deputado federal no estado – o equivalente a 5,39% dos votos válidos –, o PSB de Minas sairá da condição de comissão provisória para constituir diretório estadual. Apesar de a legenda atuar na capital e no estado há mais de 20 anos, a maioria de suas representações ainda é provisória. Para organizar a sigla e conduzir a sua sucessão à frente da PBH no ano que vem, o prefeito Marcio Lacerda quer assumir o controle do partido no estado, hoje sob a batuta do deputado federal Júlio Delgado. Em BH, Lacerda acaba de eleger o aliado Pier Senesi para a presidência municipal. A disputa pelo controle interno do partido promete ser silenciosa. O mandato de Júlio Delgado se encerra em junho, mas ele não dá sinais de pretender deixar a função.

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PRECATÓRIOS

Ramon Lisboa/EM/DA. Press

Até 31 de dezembro de 2020, estados e municípios terão de zerar suas dívidas com precatórios, segundo as novas regras fixadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar a inconstitucionalidade da Emenda dos Precatórios (62/2009). Enquanto a dívida de Minas com precatórios é de R$ 3,64 bilhões, a de Belo Horizonte alcança R$ 432,8 milhões, segundo informa o procurador geral adjunto, Hércules Guerra. “A capital mineira está preparada para se adequar às novas regras”, diz ele. Tanto o estado quanto a PBH optaram pelo parcelamento da dívida em 15 anos, a partir de 2010. Agora ambos terão de dobrar o volume dos pagamentos anuais para quitar seus débitos em cinco anos, a contar de 2016. A partir de 2021, o poder público deverá incluir os precatórios no orçamento do exercício do ano seguinte ao trânsito em julgado da ação. Em bom português, passará a cumprir o que prevê a Constituição Federal.

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HERANÇA ELEITORAL... Cristina, Geisa, Celise, Arlete e Ione. Elas saíram dos bastidores, onde atuaram por décadas em apoio à carreira política de irmãos, marido e pai. Em primeiro mandato, chegam à Assembleia Legislativa cinco mulheres. Elas se incorporam a uma bancada estadual de apenas sete parlamentares – que na legislatura passada foi ainda menor, de quatro deputadas estaduais. Cada uma carrega uma história. Geisa Teixeira (PT), casada com o ex-prefeito de Varginha Mauro Teixeira (PT), morto em 2010 em decorrência de um aneurisma, lançou-se na disputa eleitoral ocupando o espaço deixado pelo marido; Celise Laviola (PMDB), filha do ex-deputado estadual José Laviola (PMDB), morto em 2001, decidiu-se candidatar depois que, em 2013, o cunhado e deputado estadual José Henrique (PMDB) faleceu no exercício do mandato. Já as novas deputadas estaduais Cristina Corrêa (PT), Ione Pinheiro (DEM) e Arlete Magalhães (PTN) têm em comum o fato de os seus irmãos – e cabos eleitorais – serem nomes ventilados para concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte. Nessa ordem, são eles Miguel Corrêa (PT), secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Dinis Pinheiro (PP), ex-presidente da Assembleia Legislativa (que está de saída do PP); e Wellington Magalhães (PTN), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte.

DISPUTA JUDICIAL Sozinhas, as usinas de Jaguara e de São Simão, que vêm sendo operadas pela Cemig à custa de decisões judiciais liminares, representam mais de 30% da capacidade instalada do parque gerador da companhia. As liminares foram concedidas enquanto o mérito da ação que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) não é julgado. A estatal mineira discute, em ação contra a União, o direito à renovação da concessão de Jaguara por mais 20 anos – decisão que, seja qual for, em decorrência dos termos contratuais, seria, por extensão, também aplicada às concessões das usinas de São Simão e de Miranda, esta com vencimento para o ano que vem. As três usinas – joias da Cemig – somam um ativo estimado em US$ 12 bilhões.

Alexandre Rezende

PREÇO DO VOTO Gladyston Rodrigues/EM/DA. Press

“É inaceitável que as empresas escolham quais são os candidatos que representarão a nação brasileira. O voto é popular, e não empresarial. O que vemos é que hoje o voto tem preço”, diz o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção Minas Gerais, Luís Cláudio Chaves, ao criticar pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que interrompeu, em abril do ano passado, o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o financiamento empresarial das campanhas políticas. O julgamento está inconcluso, mas já há maioria em defesa da proibição desse tipo de contribuição de campanha. A proibição do financiamento das campanhas por pessoas jurídicas é o eixo central da campanha nacional de combate à corrupção desencadeada pela OAB. A definição precisa ocorrer até 2 de outubro para que possa vigorar já nas eleições municipais do ano que vem.

...E CRISE HÍDRICA Paralelamente à ação judicial contra a União proposta no ano passado, a Cemig preparou-se para a eventualidade de ter de devolver as concessões ao governo federal: adquiriu, no primeiro semestre, energia suficiente para atender aos seus contratos. As liminares judiciais vieram e a estatal, além do estoque adquirido, mantém as usinas até a decisão do mérito da disputa no STJ. Isso num período em que, por conta da crise hídrica, o preço da energia no mercado livre chega a ser oito vezes maior. No governo Fernando Pimentel (PT), a Cemig tem buscado uma solução negociada com a União para resolver a pendência. Os termos de um possível acordo, segundo o presidente da estatal, Mauro Borges, envolve a prorrogação da concessão de São Simão, Miranda e Jaguara com a contrapartida da Cemig de assumir a concessão de 18 pequenas usinas devolvidas ao governo federal no último ano. Para especialistas, se o acordo vier, será excelente. Desde que a prorrogação das concessões seja por mais 20 anos.

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DEU O QUE FALAR | AMANDA ALEIXO Léo Araújo

“Não podemos perder a esperança de mudar o Brasil” ROBERTO CARLOS, durante show no Mineirinho, no mês passado, para 14 mil fãs

“A mulher é que sustenta a casa para o homem trabalhar. Ao contrário de ter perdido o paraíso, a mulher, na verdade, é o paraíso do homem” MICHEL TEMER (PMDB), vice-presidente da República, cometendo gafe durante encontro dos magistrados do TJ-MG, quando falava justamente sobre preconceito contra a mulher e violência

“I will be back!” EIKE BATISTA, empresário, inspirando-se em Arnold Schwarzenegger no filme O Exterminador do Futuro para dar o recado: “Eu voltarei”. O patrimônio negativo dele é avaliado em US$ 1 bilhão

“Sou mineiro, brasileiro, pai de família e trabalhador. Tenho todo o direito de me posicionar. Fica frio” ROGÉRIO FLAUSINO, vocalista do Jota Quest, em resposta a um seguidor no Twitter que o questionou sobre os motivos de ele protestar contra a presidente da República, Dilma Rousseff ABRIL DE 2015

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ENTREVISTA | PAULO ANDRÉ CREN BENINI Fotos: Cláudio Cunha

Recém-contratado pelo Cruzeiro, o jogador é tido como um dos mais politizados e influentes esportistas do país. Líder do Bom Senso Futebol Clube, ele defende investimento dos clubes na formação da comissão técnica

“Precisamos de treinadores mais capacitados” 22 |Encontro

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DECA FURTADO

Em campo, ele pode não ser considerado um craque – embora tenha sido eleito pela revista Placar, em 2005, um dos cinco melhores zagueiros do país. contudo, fora das quatro linhas, Paulo André Cren Benini é visto como uma das mais importantes lideranças de todos os tempos do futebol brasileiro. À frente do movimento Bom Senso Futebol Clube, criado há dois anos para reivindicar da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nova organização dos campeonatos e melhor gestão financeira dos clubes, foi reconhecido até internacionalmente. A revista World Soccer de abril inclui o zagueiro entre os 500 jogadores de futebol mais influentes de todo o mundo. O jornalista Juka Kfouri considerou que, se a lista fosse de 11, o nome de Paulo André também estaria lá, por sua atuação fora dos gramados. De fato, ele é um jogador com perfil diferente da maioria. Gosta de xadrez, artes plásticas e literatura. Lê Dostoievski, Voltaire e Machado de Assis – seu escritor predileto. Ele próprio já lançou um livro, O Jogo da Minha Vida – Histórias e Reflexões de Um Atleta, que até o momento teve 15 mil exemplares vendidos. No embate com a cartolagem do Brasil e na mobilização dos colegas, ele usa a habilidade de líder. “Na minha maneira de ver, agora faço de forma mais inteligente. Eu me exponho e critico menos, mas trabalho, nos bastidores, tanto ou mais do que antes”, afirma. Recém-contratado pelo Cruzeiro, ele volta agora aos gramados brasileiros depois de temporada de um ano na China. Com a visão de quem conheceu de perto o futebol europeu, ele fala nesta entrevista sobre os rumos do esporte no Brasil e sobre a expectativa de aprovação da MP 671 – cujo texto foi inspirado no movimento dos jogadores –, a ser votada agora pelo Congresso. ENCONTRO - Desde que você foi para a China, em 2014, de fundamental, o que mudou no futebol brasileiro? PAULO ANDRÉ CREN BENINI - Nada.

Mas houve ganhos. O maior é o nível de discussão sobre os pontos que levantamos. Esse nível está mais elevado. Antes, havia muita reclamação e poucas

propostas e profundidade no debate. Nós demos notoriedade a vários pontos, como o fracasso e a inércia da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, e das federações. E tem a medida provisória, a MP 671. Ela é a nossa maior vitória – desde que seja aprovada na sua essência. Mas há uma bancada contrária à aprovação. Vocês esperam dificuldade?

QUEM É PAULO ANDRÉ CREN BENINI, 31 ANOS ORIGEM Campinas (SP) FORMAÇÃO Não terminou a faculdade de educação física e não sabe se voltará a estudar CARREIRA Jogou no São Paulo (1998/2001), CSA (Alagoas em 2002), Águas de Lindoia (2002), Guarani (2003/2005), Atlético Paranaense (2005/2006), Le Mans (2006/2009), Corinthians (2009/2014), Shangai Senhua (2014) e Cruzeiro (2015) PRINCIPAIS CONQUISTAS Campeonato Brasileiro e Campeonato Mundial de Futebol de Times da Fifa, ambos pelo Corinthians

Neste país, há pouca punição. Se conseguirmos fazer com que ela exista no futebol, já será um grande avanço”

O jogo é pesado. Porém, temos defensores, como o senador Romário, a favor da transparência na gestão, limitação de mandato e outros pontos. A muleta dos dirigentes é um artigo da Constituição que dá aos clubes autonomia financeira e estatutária. É aí que empaca qualquer coisa que se tenta fazer. Nós, jogadores, não temos direito a voto. O governo diz não poder intervir porque fere a autonomia e a Fifa pune o futebol do país com a exclusão da Copa do Mundo. Para mim, isso é impossível. Contudo, o fato é que eles se escoram nesse artigo e com isso perdemos tempo e marcamos passo. Vocês conseguiram colocar tudo o que queriam na MP? O que há de mais importante?

Acredito que 90% das nossas ideias estão lá. Nosso texto era melhor do que o da Casa Civil da presidente Dilma, principalmente quanto a quais são as punições, quem fiscaliza. O governo mexeu para que não houvesse inconstitucionalidades na MP. Mesmo assim, as ideias são muito melhores do que as vigentes. Para nós, o mais importante é o pagamento em dia. Ninguém paga em dia o salário e o direito de imagem. E o clube não é punido por isso. É fundamental a punição esportiva ao clube e ao dirigente, coisa que há muito acontece na Europa. Neste país, há pouca punição e, se conseguirmos fazer com que ela exista no futebol, já será um grande avanço. O que vocês conquistaram até aqui já não é suficiente?

Quem se mobiliza socialmente percebe que foram várias e importantes pequenas vitórias. Apesar de ganharmos bastante, nós agimos em favor do esporte. O movimento se comunica bem com os jovens que estão tentando mudar o país. Quando um jovem vê seus ídolos se mobilizando para tentar mudar alguABRIL DE 2015

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ENTREVISTA | PAULO ANDRÉ CREN BENINI ma coisa, ele pode se inspirar para conseguir melhorias no transporte público, na educação, na saúde, etc.

guém do futebol, aos 20 anos de idade, sem patrimônio e ainda buscando seu lugar ao sol, pode se expor e se opor ao sistema atual? E aqueles que nem titulares são? Sobra necessariamente para os que têm melhores condições e podem aguentar o tranco. Foi assim comigo. Eu sabia que poderia ficar sem contrato e ser afastado do Brasil. Eu lutei pelo que achava correto. Quando tinha 20 anos, não faria nunca isso que fiz.

Se a MP passar do jeito que vocês querem, o que ainda sobrará para consertar no futebol brasileiro?

Aí temos assunto para o resto do ano. Há o investimento a ser feito no RH dos clubes. Com assessores mais capacitados, esperamos, os dirigentes tomarão menos decisões ruins. Na área técnica, idem, pois tudo parte da capacitação. Na Europa toda, a prioridade é capacitar o treinador, porque é ele quem dá os rumos da tática, do desenvolvimento dos atletas e do esporte. No Brasil, não há nada nesse sentido. Aqui, um cara que apenas goste de futebol pode virar treinador. Lá, ele precisa ter licença. Morientes, ex-atacante do Real Madrid, parou de jogar e foi fazer o módulo 1 do curso de treinador para dirigir um time do sub-12, de menores de 12 anos. Se quiser times da Série A, ele terá de cursar cinco módulos por ano. A propósito, nas férias, fui ver um jogo de meninos de 12 anos. Eram ao todo 16 jogadores e 12 deles estavam com camisas de clubes estrangeiros. Ou seja, mudou completamente a relação com os nossos craques. Isso é preocupante. E por qual motivo?

Acho que é exatamente a questão do despreparo do formador e o desinteresse no investimento, por parte dos clubes, na capacitação deles. Hoje os clubes têm um centro de treinamento incrível. Há quarto com ar-condicionado para a molecada, a alimentação é de primeira. Mas falta gente capacitada para levar o menino do ponto A ao B. Enfim, falta aos clubes do futebol brasileiro metodologia. Quais são as outras bandeiras do movimento?

Tem ainda a questão do calendário, que depende única e exclusivamente da CBF. Melhor não brigar com ela – foi o que decidimos. Mas uma das coisas que queremos regulamentar é a participação dos atletas no processo eleitoral das entidades. Isso está previsto em lei ainda não regulamentada. Nós defendemos um modelo, baseado no americano, em que os atletas, independentemente do nú24 |Encontro

Vocês defendem um piso?

Os clubes têm um CT incrível. Os quartos e a alimentação são de primeira. Mas falta gente capacitada para levar o menino do ponto A ao B” mero, representem 20% do colégio eleitoral. É o suficiente para nos tornarmos importantes na tomada das decisões. O movimento de vocês é elitista? Afinal, as grandes estrelas ganham centenas de vezes mais do que a maioria dos trabalhadores brasileiros.

A categoria gira hoje em torno de 18 mil a 20 mil profissionais registrados, dos quais 85% ganham até dois salários mínimos e jogam só quatro ou cinco meses por ano, tendo de fazer bico no resto do tempo. De dois a cinco salários mínimos são mais 10%. E apenas 5% ganham altos salários. Se pensarmos em quem ganha mais de R$ 100 mil mensais, não deve dar nem 1% da categoria. Então, quem fala em elitismo é por ignorância da realidade. Além disso, como é que al-

Defendemos o teto de gasto com o futebol profissional. Ele deve ser de 70% da receita do clube. Se o Bom Senso fosse um movimento de classe, jamais defenderíamos isso, pois redunda em redução do valor dos contratos. Mas é em prol do futebol. Pensando na sustentabilidade do futebol, concordamos que os contratos devam ser reduzidos. Os atuais, por lei, não podem. Mas os próximos, sim. Defendemos também que o clube não contraia dívidas. Ele não pode ser deficitário. O Bom Senso não poderia extrapolar e doutrinar alguns jogadores, com base em um código de ética?

Não. Dentro de campo, muitas decisões são tomadas na base da emoção. Todos os atletas são formados nos clubes durante cinco ou seis anos. Os exemplos, a maneira de se comportar dentro e fora de campo, teoricamente, foram aprendidos no clube. Estes têm mais responsabilidades na formação dos atletas – incluindo se eles gostam de noitada, se são ou não pouco profissionais. Os campeonatos estaduais ajudam ou atrapalham?

Atrapalham muito. Eles foram importantes quando não se conseguia sair de Porto Alegre para o Recife e voltar no mesmo dia. Mas o mundo mudou e o futebol também. Os clubes pequenos atrasam a vida dos grandes, não revelam mais ninguém, não têm estabilidade. É necessário um novo modelo. Qual deveria ser o papel dos pequenos clubes?

Eles deveriam ter um calendário, jogar o ano inteiro e ser capazes de se bancar na série A do campeonato nacional. Com

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ENTREVISTA | PAULO ANDRÉ CREN BENINI um campeonato nacional regionalizado, os custos seriam praticamente os mesmos que eles têm hoje, pois as viagens seriam curtas, eles teriam previsibilidade nas datas e conseguiriam manter o nível deles, que nada tem a ver com o dos grandes. Seu papel deve ser fomentar, fornecer substância para a elite. Se conseguirem uma gestão eficiente, vão subir via escalada natural, da série D para a C, até chegar à A.

gatinhando em processos, em entender como é que se faz futebol. Entre você ir e voltar, por aqui o clima político mudou muito. Você foi às ruas protestar?

Mas, ao propor campeonato nacional regionalizado, automaticamente, não seria o fim das federações estaduais?

Não somos contra as federações. Pelo contrário, elas são fundamentais para que o futebol e o seu desenvolvimento possam chegar a todos os cantos do Brasil. Acreditamos que elas deveriam ter um papel ainda mais importante de fomento do esporte, na capacitação dos profissionais, na disseminação das metodologias desenvolvidas pela CBF. Não concordamos com o fato de as federações terem tanto poder, com a maioria dos votos no Colégio Eleitoral da CBF, e o modelo de campeonato estadual que elas praticam. Você saiu do Corinthians e foi jogar na China. Estava atrapalhando? Já existia o Bom Senso, cujo intuito

sempre foi defender o futebol. Nisso aí, algumas posições minhas deixaram a diretoria e o clube em situação desconfortável, pois este é um movimento crítico aos cartolas. Querendo ou não, nesse meio, sempre há o receio dos clubes em relação às retaliações, sejam elas esportivas ou políticas. Eu era o capitão do time, vinha jogando bem. Mas chegou o momento da renovação do contrato. Eu falei à diretoria que queria renovar de modo a encerrar a minha carreira no Corinthians. Não houve resposta. O tem po foi passando, o pessoal me enrolando, até que entendi: o silêncio era uma resposta e, por causa dessa ambiência toda, acabei optando por aceitar a proposta do Shangai Shenhua, de Shangai. Na China foi maravilhoso, gostei demais. Comecei a aprender chinês, até já estava escrevendo direitinho. Mas voltei porque a exigência era baixíssima. Eu sentia falta de futebol competitivo, só o dinheiro não me motiva. 26 |Encontro

Quando um jovem vê seus ídolos se mobilizando para tentar mudar alguma coisa, ele pode se inspirar”

Mas as coisas não estão mudando por lá, já que na China houve o segundo maior investimento do planeta em futebol?

Sim. O primeiro-ministro, Li Keqiang, é apaixonado pelo jogo e decretou ser o futebol política e prioridade de Estado. Lá eles vão ensiná-lo nas escolas e, dentro de uns 30 anos, a China será uma potência futebolística. Mesmo porque, sabendo da paixão de Keqiang, as grandes empresas chinesas compraram times de futebol e estão investindo pesado para ficar próximas do governo e lucrar com o esporte e outros negócios. O bilionário Jack Ma, dono do site Alibaba, por exemplo, ficou com metade do Guangzhou Evergrande. Foi esse time que levou o Ricardo Goulart. Mas lá ainda estão en-

Em 2013 eu estava lá. Dessa vez eu não fui – até porque tinha jogo. Mesmo que estivesse de folga, não iria, porque não havia uma bandeira em comum. Tinha gente contra a corrupção, tinha gente contra e a favor da Dilma, tinha gente pela volta da ditadura... Eu sou pela democracia e contra a intolerância. Não creio que o impeachment seja a solução. Um dos grandes problemas do Brasil está no Congresso Nacional e na maneira com que se faz política. Sou a favor da reforma política e acredito que ela não virá do Congresso. A única opção que vejo é a convocação de uma Constituinte exclusiva para fazer a reforma política. Fora isso, acho que é impossível governar, independentemente de partido. Você chegou ao Cruzeiro num momento em que o ápice, parece, passou. Como está sendo jogar aqui em Belo Horizonte? O que espera do time?

Eu estava treinando em Orlando para jogar o campeonato americano. Mas não pude resistir a uma chamada do bicampeão brasileiro, que joga bonito, para frente, e isso por exigência da torcida. Isso tudo me convenceu. Agradeço à diretoria, que acreditou e bancou o meu nome. Agora, chegar a um time que foi campeão dois anos seguidos e que se desfez de alguns grandes jogadores não é fácil. Eu espero ajudar a equipe. Fui extremamente bem recebido pelo clube, os jogadores me acolheram, hoje já tenho uma relação avançada com eles, estou bem feliz em BH. Quando você parar de jogar bola, vai ser técnico ou político?

Sinceramente, não sei. Eu não tenho muita paciência para essas opções. O convívio parlamentar exige estômago. A carreira de técnico também, pois às vezes o profissional monta o time, que vai indo muito bem, mas, de repente, seu melhor jogador se machuca, o time decai, perde três jogos seguidos e o técnico é demitido. Assim não dá. z

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RETRATOS DA CIDADE | RAFAEL CAMPOS rcampos@revistaencontro.com.br

BOM LUGAR PARA LER UM LIVRO A praça Salvador Morici, no Floresta, bem que poderia se chamar praça dos Livros. A pequena área verde foi adotada pela artista plástica Estela Cruzmel, idealizadora do Projeto Santa Leitura, que, tal como o nome sugere, quer estreitar os laços entre as pessoas e o universo literário. Diariamen-

te, cerca de 10 obras dos mais diferentes gêneros são oferecidas ao público, que pode levar ou ler ali mesmo. Sob as árvores, caixotes estilizados exibem alguns dos famosos versos de Drummond, uma homenagem ao poeta itabirano, que morou na rua Silva Jardim, onde está a praça. Rogério Sol

Rogério Sol

DOS BONDES ÀS FLORES O Mercado das Flores, na avenida Afonso Pena esquina com rua da Bahia, no centro, aguarda há quatro anos pela revitalização. A prefeitura até tentou, abriu licitação, mas não houve empresas interessadas em tocar a obra. Agora, novo projeto de reforma está em andamento. O esforço é compreensível. Além de estar localizado em endereço estratégico, o local conta um pouco da história da capital mineira. Lá funcionou a Viação Elétrica, agência central de bondes, de onde partiam viagens para as regiões Leste e Sul de BH. No fim dos anos 1930, a edificação foi demolida e, em seguida, ergueu-se a estrutura atual, que também abrigou bondes antes de se transformar no ponto das flores e da Belotur.

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Samuel Gê

MAIS OBRAS Motoristas que passam pelo hipercentro estão tendo de conviver com mais obras pelo caminho. Segundo a BHTrans, intervenções como na avenida Afonso Pena com rua Tupis fazem parte do Programa Mobicentro, que tem objetivo de dar maior tempo de travessia para pedestres e mais espaço para o Move. Especialistas de trânsito divergem quanto à eficácia das mudanças e os condutores cruzam os dedos para que tudo dê certo. Pior que está não pode ficar. Ou pode?

Samuel Gê

FUTEBOL NO PARQUE Que tal bater uma bolinha bem no centro da capital? O Parque Municipal Américo Renné Giannetti, na avenida Afonso Pena, é uma das poucas áreas verdes da região Centro-Sul que oferecem quadra poliesportiva. E agora há um motivo a mais para que o futebol com os amigos não tenha furo, já que o espaço foi reformado: ganhou pintura nova e vários reparos. E o que é melhor. Os avanços foram doados por Antônio Fernando do Nascimento, de 66 anos, morador da região central. “Tenho uma ligação muito forte com o parque”, diz. Era lá que ele praticava esportes quando era adolescente. Um gol de placa!

Rogério Sol

CARA NOVA, EM BREVE O antigo complexo da Escola de Engenharia da UFMG, na avenida do Contorno com rua Espírito Santo, será mesmo transformado em sede de pelo menos 70 varas do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG). O edital de licitação para a obra deverá ser lançado no mês que vem. A expectativa, segundo Hudson Luiz Guimarães, diretor de engenharia do TRT-MG, é de que a obra seja finalizada em três anos. O projeto prevê a construção de uma torre com entrada pela rua Guaicurus, com rampas interligando os prédios. O quarteirão vai ganhar cara nova. De fato, estava precisando. ABRIL DE 2015

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GENTE FINA | ANA CLÁUDIA ESTEVES aesteves@revistaencontro.com.br Samuel Gê

SAPATILHA ESTILIZADA Com apenas 19 anos, a mineira Anna Barroso é uma das maiores digital influencers do país. Entre os 800 mil seguidores de seu Instagram, o It Girls – onde ela divide suas inspirações e coberturas das principais semanas de moda do mundo –, estão celebridades internacionais como o estilista Roberto Cavalli e as socialites Kris Jenner e Kourtney Kardashian, além de atrizes globais como Ísis Valverde e Flávia Alessandra. Mas ela quer mais. Filha da designer de sapatos Vanessa Barroso, da Convenant, Anna vai lançar, com seu nome, uma coleção de sapatilhas.”Quero trazer os flats para outro patamar: um sapato baixo, mas que possa ser o ponto alto de uma produção. Por isso, criei modelos muito elaborados, todos na cor preta, com correntes, pedrarias e bordados”, diz.

ENGAJADA CONTRA A COMPULSÃO Após tratar muitos casos de compulsões em seu consultório, a psicóloga mineira Daniela Queiroz, de 33 anos, quer levar informação a um número maior de pessoas. Para isso, está preparando um DVD sobre a doença, que é uma de suas especialidades. ”Alguns prazeres, como comprar, comer e se exercitar, podem gerar dependências”, explica. “Os compulsivos são regidos pelo prazer do agora e estão sempre querendo algo a mais, com a eterna sensação de que, quanto mais buscarem, menos usufruirão daquele sentimento e, assim, a demanda se torna constante”, diz. Daniela vai focar nos dois principais tipos da doença: a compulsão por comida — que, segundo a especialista, atinge 4% da população — e o outro lado, a vigorexia, que é uma preocupação excessiva com o desenvolvimento muscular e pode envolver até perturbação na imagem corporal, semelhante à anorexia.

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Samuel Gê

NOVO DESAFIO NA TV Otimista como poucos, ele escolheu ser ator com a certeza de que, se fizesse sua parte, teria sucesso. E tem acertado. Após mergulhar no mundo das artes cênicas e fazer diversos cursos de atuação, Igor Cosso,, de 24 anos, conseguiu ingressar na TV logo que se mudou para o Rio de Janeiro, há cinco anos. De lá para cá, não parou mais: já fez novelas e séries em emissoras como Rede Globo, Multishow e HBO. Agora, contratado da Record, Igor acaba de estrear sua primeira novela na casa, Os Dez Mandamentos, em que faz o papel do hebreu Bezalel. “É uma realização me apresentar em horário nobre, ainda mais com um elenco de peso”, afirma Igor. Arquivo Pessoal

EMPRESÁRIA DE ATITUDE Não há como não notá-la nos corredores dos principais shoppings da cidade: loira, alta e cheia de estilo, a empresária Erika Camargo, de 38 anos, franqueada das lojas Chilli Beans de BH, chama mesmo a atenção, principalmente quando transita pelos pontos de venda, verificando se está tudo certo. Nascida em São Paulo, mas mineira de coração, ela escolheu a capital mineira, há 11 anos, para viver e empreender. E não se assusta nem com a crise. Ainda neste mês, vai lançar aqui a grife de meias Socck e promete não economizar em ousadia e estilo. “O Brasil é carente do novo, do diferente, do exclusivo”, diz Erika. “Quero mostrar um produto nunca visto, com mais atitude”, diz.

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CIDADE | TESTE

Delivery das drogarias Encontro testou seis redes da cidade para saber como anda o serviço. Constatamos que nenhuma faz entrega de emergência e o tempo de espera pelos produtos é longo

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Cláudio Cunha

RAFAEL CAMPOS

Delivery, no bom português, significa entrega, mas na prática representa comodidade por receber a compra no conforto do seu lar. Entretanto, tratando-se de drogarias, os clientes não devem esperar por tanta tranquilidade. Encontro testou as principais redes que oferecem o serviço em Belo Horizonte: Araujo, Pacheco, Droga Raia, Pague Menos, Onofre e Rede Farma. Cinco repórteres solicitaram os produtos para que fossem entregues em endereços diferentes. Houve tanto situações em que tudo correu a contento quanto outras em que houve demora no atendimento ou impossibilidade de entregar devido a horário, dia da semana e bairro. Em todas as drogarias, chamou a atenção o prazo estipulado para entrega, que pode chegar a quatro dias (confira quadro) ou a inexistência de entregas de emergência. Trocando em miúdos, quem estiver precisando com urgência de algum medicamento terá mais chance de ser bem-sucedido se for a uma drogaria mais próxima. Quando questionadas sobre entregas de emergência, que deveria existir por se tratar de medicamentos, algumas até cogitam colocar o pedido na frente dos outros, mas isso não é uma garantia. Fim de semana também é um período complicado para delivery de drogaria, devido à grande procura. Se o pedido for feito no sábado, há lugares que disponibilizam entrega apenas na segunda-feira. A drogaria Araujo foi a primeira empresa do país a oferecer o serviço de tele-entrega. “Oficialmente, lançamos em 1963, mas antes disso já entregávamos em domicílio. O pedido chegava de bonde e até de bicicleta”, diz André Giffoni, diretor de marketing da empresa. Ele revela que o delivery é a maior “loja” da marca, que atualmente possui 140 unidades em BH e região metropolitana. Outros 20 pontos serão inauguradas ainda neste ano. Cerca de 5 mil entregas são realizadas diariamente em toda a cidade e região. Diante de tanta demanda, atrasos acontecem, mas, de acordo com André, são poucos. “À vezes estipulamos um prazo maior devido à disponibilidade de produtos, que obri-

CRITÉRIOS ADOTADOS* 1) O teste foi feito em 6 drogarias que oferecem serviço de delivery em BH 2) Foram selecionadas somente drogarias que têm o serviço de entrega e o oferecem na maioria dos bairros da cidade 3) Foram feitas duas tentativas de compra em cada drogaria avaliada 4) Todos os pedidos foram feitos por telefone, apesar de a maioria oferecer serviço on-line 5) Os pedidos foram feitos tanto em dias úteis quanto em fins de semana, a fim de verificar se há diferenciação do serviço 6) Avaliamos: horário de atendimento, valor da taxa de entrega, atendimento ao telefone, prazo estipulado e prazo cumprido, como chegou o produto

7) A nota máxima de cada uma das cinco categorias é 5. A nota final de cada drogaria é a média da soma total das notas, representadas pelas cápsulas 8) Na categoria horário de atendimento, as drogarias perderam 1 ponto para cada dia da semana em que não oferecem o serviço; na taxa de entrega, ganhou mais pontos quem ofereceu o menor frete (considerando compras de até R$ 29,90); no atendimento, foi avaliado se houve agilidade, objetividade e cordialidade na ligação; na categoria tempo de entrega, as drogarias perderam 1 ponto a cada 10 minutos de atraso em relação ao prazo prometido; e, por fim, foram avaliadas as condições de entrega do produto e se o troco veio correto *O teste não tem validade científica

ga o motoboy a procurar a mercadoria em outra loja”, afirma. Para Elberth Lucas, gerente da loja Santo Agostinho, de onde saem os pedidos da drogaria Pague Menos, o grande desafio de uma entrega rápida é montar a rota do entregador. “Por isso, tentamos traçar um percurso para que o produto chegue ao cliente o mais rápido possível”, diz. Já a Pacheco informou que planeja investir mais no serviço de delivery. Segundo Mathias Pereira, gerente de novos canais da rede, a empresa atua com 34 lojas na capital mineira, com duas opções de entrega. “Temos a entrega expressa feita por motoboy em até quatro

horas e a econômica, quando o cliente economiza na taxa de entrega e recebe no dia seguinte”, afirma. A Rede Farma difere das outras avaliadas por não possuir um número único para tele-entrega. Trata-se de uma associação de 56 drogarias independentes. De acordo com Marília Lima, gerente de marketing da Rede Farma, cada loja tem sua estratégia de vendas, entretanto, a tele-entrega é o carro-chefe. “Qualquer iniciativa para estreitar os laços com os clientes é válida”, diz. A reportagem entrou em contato com Droga Raia e Onofre, mas não conseguiu retorno. ABRIL DE 2015

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Prometido: 40 min Cumprido: 35 min

Atendente foi objetivo e sanou dúvidas

Prometido: 4h Cumprido: 1h40

Atendente foi objetivo e sanou dúvidas

Prometido: para as 11h do dia seguinte Cumprido: às 9h50 do dia seguinte

Atendente foi objetivo e sanou dúvidas

Não efetivado, já que não há entregas no fim de semana

R$ 3 Atentende foi objetivo e sanou dúvidas, porém foi necessário fazer um cadastro, o que levou 2 min

a

R$ 4 por compras até R$ 30; R$ 2,99 por compras acima desse valor; não há taxa para compras a partir de R$ 180

Atendimento confuso, já que as ligações não completavam e foram feitas transferências equivocadas para o setor de SAC A dificuldade de completar a ligação se repetiu e foi solicitado um cadastro na primeira compra

Atendente foi objetivo e sanou dúvidas R$ 0,99 Atendente foi objetivo e sanou dúvidas

Prometido: 3h Cumprido: 1h15

A entrega foi prometida para segunda-feira, por isso o pedido não foi feito Prometido: 4h Cumprido: 4h30 (pedido deve ser feito até 12h para chegar no mesmo dia)

Bom COMO CHEGOU

Ótimo AVALIAÇÃO FINAL

Produtos bem embalados. Troco em envelope lacrado

4,1

Produtos bem embalados. Troco em envelope lacrado

4,1

Produtos bem embalados. Troco em envelope lacrado

4,0

Produtos bem embalados. Troco em envelope lacrado

3,9

Produtos bem embalados. Troco em envelope lacrado

2,4

O pedido não foi concluído, pois demoraria de três a quatro dias para ser entregue. De acordo com a atendente, seria enviado pelos Correios, saindo de São Paulo (SP) – não chegaria a tempo do fechamento da edição ❚

Colaboraram: Amanda Aleixo, Aline Gonçalves, Geórgea Choucair e Marina Dias ABRIL DE 2015

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CIDADE | SINALIZAÇÃO

Para onde seguir? Placas mal posicionadas e ausência de sinalização em corredores importantes da capital mineira geram dúvidas nos motoristas. Principal motivo são obras viárias ainda não concluídas. Conheça alguns pontos críticos AVENIDA SANTA ROSA: Placa indica a possibilidade de virar à esquerda (UFMG e centro), mas a via está fechada, obrigando o motorista a virar à direita na Antônio Carlos. A BHTrans informou que providenciará o ajuste

38 |Encontro

RAFAEL CAMPOS

Responda rápido: você consegue dirigir por toda a Belo Horizonte sem usar aplicativos de celular ou GPS? Se a resposta for “não”, fique tranquilo. Você não é o único. Importantes corredores da capital mineira oferecem certas pegadinhas mesmo para o belo-horizontino que diz conhecer a cidade como a palma das mãos. Nesta edição, Encontro circulou pelas ruas da capital e localizou alguns dos lugares que geram dúvidas, especialmente em razão de placas mal posicionadas ou até que precisariam existir, mas não estão lá. Não fique surpreso se encontrar por aí algum motorista fazendo “uni duni tê” para escolher por onde seguir. Um exemplo é a barragem da Pampulha – encontro das avenidas Antônio Carlos e Pedro I – para alcançar o lado norte da cidade. Em 2013, foi erguido o viaduto Oscar Niemeyer, obra motivada

Fotos Samuel Gê

pela construção da estação Move Pampulha. Nas proximidades desse elevado, falta sinalização indicando a que destino leva o viaduto (e, portanto, se o motorista deve continuar na Antônio Carlos ou entrar na nova via para chegar a seu destino). Como o movimento da avenida não permite tempo para pensar, na dúvida, muitos condutores acabam seguindo pelo caminho errado. Se o condutor escolheu entrar no viaduto (que leva à avenida Portugal), encontra outro problema: só há uma placa no local, que indica os bairros Itapoã, Planalto e São Bernardo – para chegar a esses lugares, o motorista deve ficar à direita. Contudo, não há indicação de qual é o destino de quem ficar na pista da esquerda no viaduto (que, no caso, leva ao Santa Amélia e ao retorno para o centro). Ou seja: tudo muito confuso. A região da Pampulha traz também outra pegadinha. A avenida Santa Rosa, que sai do aeroporto da Pampulha e dá

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BARRAGEM DA PAMPULHA: Há placas indicativas da avenida Pedro I e de bairros da região e da igreja São Francisco e Zoológico. Entretanto, uma terceira possibilidade de caminho, que permite o retorno e o acesso ao bairro Santa Amélia, está sem placa. Segundo a BHTrans, as placas definitivas ainda não passaram pela revisão final

AVENIDA PEDRO I: Na altura do parque Lagoa do Nado, há um viaduto ainda sem identificação. Há placa indicativa de bairro, mas a sinalização fica muito próxima do viaduto, sendo que a via que leva ao elevado também oferece outras opções de caminho. De acordo com a BHTrans, somente com o término das obras será feita a mudança das placas

BR-356, ALTURA DO BH SHOPPING: Há uma via, no sentido Rio de Janeiro, que permite o retorno para o centro/Savassi. Porém, não há sinalização

acesso à avenida Antônio Carlos, está com bloqueio desde o ano passado exatamente no cruzamento das avenidas. Assim, o motorista não consegue pegar a Antônio Carlos e é obrigado a seguir no sentido barragem da Pampulha. Apesar disso, a placa ainda indica a possibilidade de escolher o sentido centro. Dessa forma, o motorista que desejar ir para essa direção ainda tem de rodar aproximadamente 1 km até a barragem para fazer o retorno – o que, como já falamos, não é tão óbvio assim. Na avenida Pedro I, em frente ao parque Lagoa do Nado, um viaduto sem identificação também gera dúvidas. A poucos metros da estrutura, há uma placa indicando que deve ficar à esquerda quem deseja ir para os bairros São João Batista e Santa Mônica, além do hospital Dom Bosco. Entretanto, a posição da placa traz dúvidas sobre se a informação diz respeito apenas ao viaduto ou também às faixas que passam ao lado dele. Além disso, a sinalização está parcialmente obstruída por galhos de árvore. Por isso, não são raros os casos em que os motoristas optam pelo viaduto em cima da hora, como flagrado por nossa reportagem. Mais à frente, mas ainda antes do elevado, outra sinalização indica a entrada do bairro Rio Branco à esquerda. Para vê-la, entretanto, o motorista já terá quase passado a entrada do viaduto, o que também o obriga a uma manobra arriscada: atravessar três faixas para chegar ao elevado. “Aqui é normal. Além de frentistas, somos também ponto de tira-dúvidas do trânsito”, diz Daygon de Lucas Laurentino, de 21 anos, que trabalha em um posto de combustíveis na avenida Pedro I. O analista de sistemas Robson Medeiros Gomes, de 40 anos, teve de recorrer à ajuda dos frentistas. “Não tenho costume de passar por aqui e não dá para chegar ao endereço apenas seguindo as placas”, afirma Robson, a caminho de encontrar um cliente, no bairro Santa Branca. O taxista Anderson Tardieu Silva roda há quatro anos em BH, o bastante para entender como funciona a lógica do trânsito. “Um dos grandes problemas é que as placas são colocadas muito em cima, fazendo com que ABRIL DE 2015

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CIDADE | SINALIZAÇÃO

COMPLEXO DA LAGOINHA: Placas indicam pistas específicas para seguir para cada região, o que só se percebe em cima da hora da escolha. As indicações de localidades, segundo a BHTrans, são acompanhadas das setas apontando a faixa e foram instaladas em pórticos para melhor visualização

AVENIDA AFONSO PENA: Quase na esquina com rua da Bahia, sentido rodoviária, há uma placa indicando a saída para São Paulo – Expominas/ Brumadinho. Qual a intenção dessa placa nesse local? A BHTrans diz que será revista após a conclusão de obras no centro

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o motorista tenha de pensar rápido”, diz. O taxista até sugere que a categoria ajude a BHTrans, empresa que opera o trânsito da cidade, a levantar os pontos mais complicados da capital e a sugerir mudanças. Outro lugar que requer atenção dos condutores é o complexo da Lagoinha. Quem sai da avenida do Contorno depara com três placas suspensas, que ficam lado a lado e indicam, respectivamente, centro, avenida Antônio Carlos e Pedro II. No entanto, de longe, tem-se a impressão de que todas vão para o mesmo lugar (para as pistas da esquerda, já que as da direita são exclusivas para ônibus) e só quando já está em cima da hora da escolha é que se percebe a necessidade de ficar em uma pista específica para seguir para cada região. O condutor tem de estar bem certo de seu destino e decidir rápido sobre qual faixa escolher, pois, do contrário, terá dor de cabeça. Em outro movimentado ponto da cidade, na BR-356, perto do BH Shopping, sentido Rio de Janeiro, há uma rua que serve de retorno à Savassi, contudo, não há placa que o indique. O uso da via evita que o motorista tenha de fazer o retorno no bairro Olhos D’Água, após a saída para o Anel Rodoviário. Para o consultor em transporte e trânsito Osias Baptista Neto, integrante do recém-criado Conselho de Mobilidade Urbana de BH, há luz no fim do túnel. Ele aponta algumas possíveis soluções que já são usadas em outras capitais brasileiras e no exterior. De acordo com o especialista, a vida dos motoristas da capital poderia ser bem mais fácil se as placas tivessem uma sequência nas vias. Outra sugestão é que as faixas sejam identificadas com números, que então seriam indicados nas placas. “É de suma importância uma estrutura de sinalização que tenha lógica e que seja clara. Quando se trata de trânsito, tudo deve ser mais pedagógico. O condutor tem de receber a informação e processá-la rapidamente”, diz. De acordo com a BHTrans, em 2014 foram instaladas 253 placas de sinalização indicativa e turística na cidade. Neste ano, diante das alterações na área central, está prevista a colocação de novas placas. z

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Para Saiba Você

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A ASSEMBLEIA

NA SUA VIDA. Os desafios que se colocam no cenário político nacional não comprometeram os trabalhos da Assembleia de Minas, que continua atuando intensamente para o desenvolvimento do Estado. A boa política e a tradição de entendimento e de respeito à representação permitiram à Assembleia continuar suas atividades nesse início de ano, pautando-se no compromisso com o interesse público. Após a eleição da nova Mesa da Assembleia, houve grande empenho para que as comissões fossem formadas rapidamente, dando início, efetivamente, ao trabalho legislativo. Prova disso foram as aprovações da reforma administrativa e do orçamento do Estado, que garantem aos órgãos públicos as condições necessárias para o atendimento a todos os mineiros. VEJA, PELAS NOTÍCIAS DESSE INÍCIO DE 2015, COMO O TRABALHO DOS DEPUTADOS ESTADUAIS MINEIROS AFETA A SUA VIDA: SEGURANÇA PÚBLICA

DIREITOS HUMANOS

Comissão debate polêmica sobre encaminhamento de filhas de usuárias de drogas para adoção. Deputados cobram do Ministério Público informações sobre recomendações das Promotorias de Saúde e da Infância e Juventude. Publicada em: 27/01/2015

Deputados constatam superlotação no Ceresp de Betim e solicitam ações do Estado. Comissão foi ao local após receber denúncias de familiares sobre violação de direitos humanos. Publicada em: 16/03/2015.

Autoridades cobram alternativas para plantão regionalizado da Polícia Civil. Descentralização do atendimento e aumento do efetivo podem ser soluções para evitar grandes deslocamentos dos policiais. Publicada em: 10/03/2015

Política pública para atingidos por barragens é defendida na Assembleia. A reunião, que recebeu representantes dos atingidos, lotou o Plenário no Parlamento mineiro. Publicada em: 11/03/2015.

ASSUNTOS MUNICIPAIS

Deputados recebem representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens. Coordenadores do MAB entregam pauta de reivindicações à Comissão de Participação Popular. Publicada em: 12/03/2015.

Moradores do Planalto criticam a construção de prédios em área verde e deputados atuam em sua defesa. A mata do Planalto, também conhecida como Mata do Maciel, fica na região Norte de BH e é composta por áreas particulares e pelo Parque do Planalto. Publicada em: 19/03/2015. Usuários do Move Metropolitano encontram apoio da Assembleia para melhorar serviço. Deputados decidem visitar as estações e debater a política metropolitana de transporte público. Publicada em: 19/03/2015.

Deputados defendem mais recursos para centro de pesquisa mineiro. Comissão de Educação visitou Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, sede do primeiro reator nuclear brasileiro. Publicada em: 05/03/2015.

Deputados vão ao Dnit pedir esclarecimentos sobre duplicação da BR-381. Durante a visita, eles reforçaram a importância da obra e pediram agilidade para sua finalização. Publicada em: 02/03/2015.

Escolas de Juiz de Fora em situação precária são vistoriadas por deputados, que cobram soluções. Comissão quer promover série de visitas técnicas para avaliar as condições da educação em Minas. Publicada em: 05/03/2015.

MULHERES

Comissão busca alternativas para reduzir violência contra a mulher. Os debates com representantes da sociedade civil também abordaram a criação de juizado especializado e o abrigamento 24 horas. Publicada em: 12/03/2015.

EDUCAÇÃO

ÁGUA

Impacto da seca sobre o abastecimento de água é tema de audiência pública. Deputados defendem gestão estratégica dos recursos hídricos. Publicada em: 28/01/2015.

Assembleia cria Comissão Extraordinária das Mulheres. O objetivo é propor ações para a garantia da paridade de gênero, o combate à discriminação e o aumento da representação feminina na política. Publicada em: 11/03/2015.

Comissão Extraordinária das Águas vai propor políticas públicas para equacionar problema da falta de água. Assembleia também vai realizar seminário legislativo sobre o assunto, com a participação de entidades governamentais, não-governamentais e sociedade civil. Publicada em: 23/03/2015.

Ciclo de debates estimula participação das mulheres na política. Evento realizado com a parceria de diversas entidades será levado ao interior do Estado. Publicada em: 13/03/2015.

Agricultura sustentável é desafio na crise hídrica. Comissão de Política Agropecuária debate como conciliar aumento da produção com uso racional da água. Publicada em: 12/02/2015.

SAÚDE

Secretário de Estado de Saúde presta contas e deputados cobram a regularização de repasses para programas de governo. Comissão também defende condições melhores para os profissionais de saúde. Publicada em: 19/03/2015. Hospitais filantrópicos de BH terão apoio dos deputados mineiros para sanar dificuldades. O subfinanciamento da saúde pública e o alto endividamento estão entre as principais dificuldades enfrentadas por essas instituições. Publicada em: 16/03/2015. Comunidades terapêuticas cobram na Assembleia repasses de recursos do Governo do Estado. Usuários, dirigentes, funcionários e familiares lotaram o Auditório da ALMG para pedir a intervenção dos deputados para a solução do problema. Publicada em: 17/03/2015.

TRABALHO

Deputados e sindicalistas criticam projeto de lei federal que pode ampliar terceirização de contratos de trabalho. Comissão decide discutir o projeto em Brasília com presidentes do STF, da Câmara e do Senado. Publicada em: 18/03/2015. DEFESA DO CONSUMIDOR

Procon Assembleia levanta dados de reclamações contra telefonia. Relatório das atividades do órgão, entregue à Comissão de Defesa do Consumidor, também aponta que quase 80% das demandas de consumidores intermediadas em 2014 foram solucionadas. Publicada em: 12/03/2015.

Para saber mais, acesse www.almg.gov.br/acompanhe/noticias e busque pela data de publicação da notícia. Saiba qual o canal da TV Assembleia na sua cidade. Acesse www.almg.gov.br/acompanhe/tv_assembleia/sintonia. Você também pode receber notícias sobre os assuntos de seu interesse. Para isso, basta clicar em “Receba as nossas notícias” e se cadastrar.

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CIDADE | ÁRVORES Beto Magalhães EM/DAPress

Choveu, caiu! Galho despenca, durante temporal, na rua Cláudio Manoel, na Savassi: risco para pedestres e motoristas

São cada vez mais frequentes as quedas de árvores em BH durante os temporais. Especialista alerta que o risco existe em todas as regiões da capital, e motoristas e pedestres devem ficar atentos

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RAFAEL CAMPOS

O título acima ilustra bem a situação das árvores de Belo Horizonte. Basta uma rápida chuva para começarem a pipocar pela cidade notícias sobre quedas de árvores, interditando ruas, avenidas e, o que é pior, oferecendo riscos a motoristas e pedestres. De acordo com o Corpo de Bombeiros, apesar das chuvas escassas para o período, mais de 100 árvores caíram apenas em janeiro. Os números referentes a fevereiro e março estão sendo fechados, entretanto, já é corriqueiro deparar com troncos espalhados depois dos temporais. Bruno Poli, engenheiro agrônomo e especialista em arborização urbana, aponta um motivo: as árvores estão fragilizadas diante de tantas podas sem critérios e acompanhamento técnico. “Muitas já caíram e várias outras terão o mesmo fim”, afirma Bruno. Do jeito que elas estão, diz o engenheiro agrônomo, a chuva nem precisa ser tão

forte para derrubá-las. “Não estaciono o meu carro debaixo de nenhuma.” A situação é preocupante em toda a cidade, segundo ele, mas as regiões Centro-Sul e Oeste merecem atenção redobrada. Num rápido passeio pelo bairro Funcionários, a reportagem de Encontro observou várias árvores de médio e grande portes que, conforme o especialista, correm risco de rachar ao meio ou sofrer uma queda por completo durante as precipitações. Na rua Bernardo Guimarães, por exemplo, na altura do número 358, uma sibipiruna de grande porte mais parece uma obra de arte contemporânea, segundo Bruno Poli, fruto de uma poda irregular. “Com as chuvas, a árvore tem seu peso multiplicado, aí não é difícil entender o porquê da queda total ou de parte dela. Isso é lei da gravidade”, afirma. O especialista explica que a maioria das podas é executada em formato de V, para dar espaço à fiação elétrica, procedimento de responsabilidade da Companhia

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Fotos: Marcos Vieira EM/DAPress

Árvore cai sobre carro na avenida Raja Gabaglia: prejuízo e transtorno no trânsito

Na avenida Francisco Deslandes, a queda foi sobre o abrigo de ônibus: um grande susto para os pedestres Rogério Sol

Bruno Poli, engenheiro agrônomo, culpa a poda feita no formato em V: “Com isso, a copa perde seu equilíbrio natural. É a lei da gravidade”

Energética de Minas Gerais (Cemig). “Com isso, a copa perde seu equilíbrio natural e, como não há monitoramento após o corte, não existe trabalho de reparação para equilibrá-la novamente, evitando que cresça de maneira desigual”, diz. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente rebate as críticas, informando, por meio de nota, que o monitoramento é constante e feito pelas regionais da prefeitura, que contam com gerências de parques e jardins. O critério da poda varia com a complexidade de cada caso, entretanto, segundo a administração municipal, sempre é feito a partir da avaliação de um técnico. Para a secretaria, um dos motivos das quedas é a força dos ventos durante as chuvas, além do fato de algumas plantas estarem doentes. Já a Cemig informou que o procedimento de poda é correto e dentro das normas ambientais. Em nota, a companhia diz que “esse tipo de poda promove o crescimento das árvores para fora da rede de distribuição, respeitando a arquitetura da copa e sua forma de crescimento natural, em V”. Conforme a empresa, durante as chuvas, o peso da copa aumenta em razão do acúmulo de água, e não devido à poda, que, ao contrário, reduz o peso da árvore. O serviço é executado por equipes treinadas e com acompanhamento técnico. Sobre as quedas, a empresa informou que muitas das ocorrências estão relacionadas a árvores que não são podadas pela concessionária. “As quedas, em muitos casos, são determinadas por fatores como estrangulamento de raízes, fungos e restrições ao crescimento das raízes – que são influenciadas por fatores como calçadas estreitas, entre outros.” Enquanto isso, um inventário que está em curso desde 2011 pode jogar um pouco de luz no estado do nosso conjunto arbóreo. Cerca de 300 mil árvores estão sendo cadastradas. E exemplares das regiões Leste, Oeste, Noroeste e Centro-Sul já foram levantados. Falta a região da Pampulha, que deve ser concluída em fevereiro de 2016. Outras localidades dependem de contratação de empresa especializada. Enquanto isso, pedestres e moradores devem ficar atentos. z ABRIL DE 2015

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CIDADE | MÚSICA

A capital do jazz Com grandes festivais ao longo do ano e pequenos shows semanais, BH oferece muitas opções para os amantes do estilo 44 |Encontro

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AMANDA ALEIXO

Enquanto as pessoas conversam pelas mesas espaçadas na calçada da rua Antônio de Albuquerque, os músicos montam seus instrumentos em um pequeno espaço, entre vários livros e um piano de parede. O tilintar dos pratos de bateria, os tons graves do baixo semiacústico e o som do saxofone deixam escapar algumas notas, anunciando que o show está prestes a começar. O público

se aconchega e espera o primeiro acorde. Tem início mais um concerto de jazz em um dos muitos redutos do estilo musical na capital mineira. Desta vez, a apresentação foi de Vinicius Mendes Quinteto, que toca jazz autoral e mensalmente se apresenta no Café com Letras, na Savassi. O saxofonista Vinícius Mendes, que empresta seu nome ao grupo, trabalha há oito anos com música instrumental e acha que em Belo Horizonte a cena desse

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Alexandre Rezende

ONDE OUVIR

As apresentações em bares e restaurantes da capital acontecem praticamente durante toda a semana A Autêntica (terças-feiras) Rua Alagoas, 1172 – Savassi Balaio de Gato (quartas e quintas-feiras) Rua Opala, sem número – Mercado do Cruzeiro Barracão Butiquim (consultar programação) Rua Antônio Justino, 438 – Pompeia Café com Letras (domingo) Rua Antônio de Albuquerque, 781 – Savassi Cult Club Cine Pub (consultar a programação) Rua Levindo Lopes, 358 – Savassi Jângal (quintas-feiras) Rua Outono, 523 – Cruzeiro Santa Praça - Arte, Gastronomia e Entretenimento (quartas e quintas-feiras) Rua Adamina, 64 – Santa Tereza Status Café Cultura e Arte (consultar programação) Rua Pernambuco, 1150 – Savassi Vinnil Cultura Bar (consultar programação) Rua dos Inconfidentes, 1.068 – Savassi

FESTIVAIS I Love Jazz O músico Marcelo Costa (à frente) é integrante da Happy Feat Jazz Band, uma das bandas de jazz que se apresentam em BH: “Por aqui, a música de qualidade é sinônimo de sucesso”, diz Marcelo

Onde: praça do Papa Quando: agosto Novidades: homenagem ao centenário de Frank Sinatra

Savassi Festival

Onde: em vários palcos na região da Savassi Quando: entre 4 e 12 de Julho Novidades: jazz para crianças, realização do festival na cidade de Uberlândia e novas parcerias com instituições culturais da cidade

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CIDADE | MÚSICA Samuel Gê

Vinicius Mendes (à direita, no saxofone) e quinteto se apresentam mensalmente na Savassi: “Quando o jazz é tocado na rua ou em bares, ele se torna muito mais acessível e popular”, diz Vinicius

estilo, que surgiu com os negros norte-americanos e se tornou mundialmente conhecido nas vozes de Frank Sinatra, Miles Davis e Ella Fitzgerald, está a cada dia melhor. “Quando o jazz é tocado na rua ou em bares, ele se torna muito mais acessível e popular. Podemos sair daquele gênero de palco italiano – plateia e público – e ser mais interativos com os ouvintes”, diz. Foi pensando nesse resgate popular que o músico Marcelo Costa deu início ao I Love Jazz, festival que reúne artistas nacionais e internacionais com um repertório diversificado, destacando a essência do jazz das décadas de 1920 e

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1930. O objetivo inicial era quebrar a ideia de que o estilo é elitista e relembrar as produções de New Orleans (EUA), berço do jazz. “Quando levei a apresentação para a praça do Papa, confesso que fiquei assustado com o crescimento do público. Mostra que, aqui, a música de qualidade tocada em praça pública é sinônimo de sucesso”, afirma Marcelo, que é integrante do grupo Happy Feat Jazz Band, um dos mais populares entre o público mineiro, com 3 CDs gravados. Por toda a cidade, o número de shows vem crescendo. Além de apresentações em locais públicos, alguns bares e cafés oferecem pocket shows ao

longo da semana (confira programação). O Café com Letras, do empresário Bruno Golgher, por exemplo, há 13 anos reservou os domingos para o estilo. “Não adianta o bar fazer um show por mês, é preciso tocar toda semana”, diz Bruno. É dele também a iniciativa de promover o Savassi Festival, que acontece uma vez por ano em vários palcos montados na região. “Muita coisa mudou desde que comecei a trabalhar com jazz, há 19 anos atrás. Novos festivais surgiram e o uso das leis de incentivo se intensificou muito”, explica Bruno. Bom para os músicos, mas, principalmente, para quem aprecia música de qualidade. z

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TURISMO | FÉRIAS Alexandre Rezende

O casal Astor de Souza e Carolina de Castro desistiu de ir para a Flórida, mesmo já tendo comprado as passagens, e está escolhendo um roteiro nacional: “Não dá para viajar pagando em dólar”, diz Astor

Mudança de rumo Dólar alto leva turistas a buscar mais rotas nacionais e em países vizinhos. Encontro selecionou oito destinos com menor influência do câmbio

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GEÓRGEA CHOUCAIR

O contador Astor Cézar de Souza já estava com passagem aérea em mãos para viajar em maio para a Flórida (EUA) com a mulher, Carolina de Castro, e os amigos, mas decidiu rever os planos depois que a cotação da moeda local disparou. “Não dá para viajar pagando em dólar”, diz. Agora, o casal pretende escolher um destino nacional, como Porto de Galinhas (PE) ou Salvador (BA), para as férias deste ano. A passagem para os Estados Unidos, comprada em outubro do ano passado, custou cerca de R$ 1,2 mil por pessoa, ida e volta. Nem a multa pelo cancelamento, equivalente a 10% do valor do bilhete, fez o mineiro manter a decisão de ir para o exterior. “O momento vivido pelo país não é ideal para fazer grandes aportes”, afirma Astor. A cautela tem fundamento. O dólar teve escalada nos últimos meses e che-

gou a atingir, em março, o maior patamar dos últimos 10 anos. Essa alta, aliada à economia desaquecida, tem feito com que turistas refaçam as contas na hora de planejar as férias e procurem alternativas nacionais ou em países vizinhos, onde as oscilações da moeda americana não têm impacto tão forte. As vendas de pacotes de turismo nacionais tiveram aumento de 25% no início deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014, segundo o escritório regional da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav). Enquanto isso, a demanda pelos destinos internacionais teve queda de 35%. A questão principal, na opinão de Cristiana Gouthier, diretora da Mappa Turismo, é a falta de estabilidade, que gera insegurança. “O problema maior nem é a alta do dólar em si, mas a oscilação. Isso deixa o passageiro indeciso”, afirma Cristiana. Na Master Turismo, as

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Paulo Márcio

No ano passado, eles foram para os Estados Unidos, mas agora o empresário Luciano Alves e a mulher, Patrícia, optaram pela Bahia: “Hoje, a viagem que fizemos aos EUA sairia 35% mais cara", diz Luciano

vendas de viagem nacional cresceram 30% neste ano, enquanto as internacionais caíram 20%. “Quem estava planejando viagem com o orçamento do dólar a R$ 2,80 está sendo direcionado para outros destinos no Brasil e em países da América do Sul, como Argentina e Chile”, diz Fernando Dias, diretor-presidente da Master Turismo. Foi o que fez o empresário Luciano Alves. Ele tinha planejado ir para Los Angeles (EUA) neste mês com a mulher, Patrícia. Com a alta do dólar, decidiu trocar o destino e viajar por terras brasileiras. O casal vai passar sete dias em resort na praia de Imbassaí, em Salvador. Antes de tomar a decisão, o empresário fez as contas na ponta do lápis. O roteiro nacional ficou menos da metade do preço do internacional. No ano passado, Alves passou 10 dias com a família na Flórida (EUA). “Chequei bem os valores na internet. Se fôssemos para o mesmo lugar neste ano, a viagem sairia 35% mais cara do que paguei em 2014, pelo mesmo período de tempo”, diz. Diante desse cenário e com medo de perder os clientes brasileiros, muitas companhias aéreas americanas e eu-

ropeias lançaram promoções com descontos de até 50% nos preços das passagens. “A alta do dólar força as empresas a reduzirem preços. O passageiro deve ficar atento”, ressalta Antônio da Matta, presidente da Abav em Minas. A passagem para Miami, por exemplo, que em período normal é vendida por cerca de US$ 900, chegou a ser comercializada por preços promocionais de US$ 450. O especialista lembra, no entanto, que muitas dessas promoções não estão na internet e são disponibilizadas apenas nas agências de viagens. A gerente das lojas Belvitur, Chrystiane Oliveira, diz que as promoções têm sido oferecidas pela agência. “Estamos tentando divulgar essas reduções de preço para alavancar as vendas e passar por essa crise da forma menos prejudicial possível”, afirma. Segundo ela, a queda maior de vendas dos pacotes internacionais foi no mês passado. Em contrapartida, houve alta dos destinos domésticos, como Maceió, Fortaleza e Natal. O impacto maior da crise financeira e da alta do dólar, de acordo com Chrystiane, foi sentido nas classes B e C. “Pessoas de maior poder aquisitivo não deixam de viajar em função da

alta da moeda”, afirma. Na Greentours, por exemplo, não houve grandes impactos em relação às viagens internacionais. Os destinos mais procurados, segundo Cláudia Brauer, diretora de marketing, continuam sendo as excursões para a Disney e os intercâmbios de curta duração para Espanha, Canadá, Inglaterra e Estados Unidos. “A procura não diminuiu, pois são viagens destinadas a jovens entre 13 e 18 anos. Por essa razão, os pais não abrem mão de realizar o sonho dos filhos de passear ou estudar no exterior”, diz Cláudia. Na operadora de turismo CVC, muitos passageiros fizeram ajustes no pacote de viagem internacional. “Eles diminuíram a quantidade de dias de hospedagem ou optaram por hotel mais econômico lá fora. Quem planejou a viagem com antecedência não cancelou”, afirma Edgar Reis de Toledo, franqueado da CVC em Minas. O importante é que, seja em destinos domésticos seja em países vizinhos, as férias possam ser bem aproveitadas. Com planejamento, é possível relaxar sem sentir o impacto no bolso. ABRIL DE 2015

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TURISMO | FÉRIAS NOVOS DESTINOS Opções no Brasil e na vizinhança Divulgação

Fortaleza / Ceará Atrações: com temperatura média de 27º C, possui inúmeras atrações e ampla agenda cultural, como shows que movimentam a cidade quase todos os dias Pacote: hospedagem por sete dias com café da manhã, traslados de chegada e saída e transporte aéreo Preço: a partir de R$ 1.250 + taxas de embarque por pessoa em apartamento duplo Quem leva: Belvitur Viagens Divulgação

Natal / Rio Grande do Norte Atrações: calor, clima praiano e vento fresco garantem uma boa estadia o ano inteiro Pacote: hospedagem por sete dias com café da manhã, traslados de chegada e saída, city tour nos principais pontos turísticos e transporte aéreo Preço: a partir de R$ 1.618 por pessoa Quem leva: CVC Divulgação

Serra Gaúcha / Rio Grande do Sul Atrações: localizada a menos de 130 km de Porto Alegre, conta com ótima estrutura turística e gastronômica. Privilegiada por belezas naturais e culturas preservadas Pacote: hospedagem por sete dias com café da manhã, traslados de chegada e saída, city tours, assistência viagem e transporte aéreo Preço: a partir de R$ 1.256 por pessoa Quem leva: Master Turismo

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Governador Celso Ramos / Santa Catarina Atrações: a cidade, próxima de Florianópolis, tem caprichosos recortes geográficos formando belas enseadas e dividindo sua costa em 23 praias. Ideal para práticas de mergulho, surfe, windsurfe e jet ski Pacote: hospedagem por três dias, traslados de chegada e saída, assistência viagem e transporte aéreo Preço: R$ 3.610,13 por pessoa Quem leva: Master Turismo

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TURISMO | FÉRIAS Alfredo Durães/EM/DA Press

Machu Picchu / Peru Atrações: a capital do país, Lima, oferece variado leque de atividades culturais, gastronômicas, de compras e entretenimento Pacote: parte terrestre incluindo sete noites de hospedagem em hotéis de categoria superior, com café da manhã, transfers internos e seguro viagem Preço: a partir de US$ 1.380 por pessoa em apartamento duplo Quem leva: Mappa Turismo Marina Mercante / CB / DA Press

Santiago e Deserto do Atacama / Chile Atrações: Santiago é parada obrigatória para quem quer conhecer o coração do Chile; já o Deserto do Atacama tem uma mistura de natureza pitoresca com desertos de sal e montanhas Pacote: seis noites de hospedagem em hotéis de categoria superior, com café da manhã, transfers internos e seguro viagem Valor: a partir de US$ 1.710 por pessoa em apartamento duplo Quem leva: Mappa Turismo

Shirley Pacelli / EM / DA Press

Argentina / Buenos Aires Atrações: o tango, a riqueza da gastronomia, os cafés aconchegantes e a beleza da arquitetura de ar europeu dão um charme especial à cidade Pacote: três diárias com café da manhã, seguro viagem e transporte aéreo Preço: a partir de US$ 459 + taxas de embarque por pessoa, em apartamento duplo Quem leva: Belvitur Viagens

Renato Alves / CB / DA Press

Montevidéu / Uruguai Atrações: Montevidéu é uma cidade bem tranquila, com opções de parques, praias, rica gastronomia, vida noturna agitada, museus e arquitetura antiga Pacote: hospedagem por sete dias em quarto duplo com café da manhã e transporte aéreo Preço: a partir de R$ 1.735 por pessoa Quem leva: CVC z *Valores relativos a maio e junho de 2015, sujeitos a disponibilidade e alteração

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PET | SAÚDE Samuel Gê

Convivência saudável A advogada Viviane Ribeiro de Morais com a filha, Bruna, de 7 meses, e a shih-tzu Meggie: “Quando a Bruna nasceu, Meggie teve um pouco de ciúmes e roubava todos os seus bicos. Hoje não se afasta da bebê e a protege”, diz Viviane

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Alexandre Rezende

Já se foi o tempo em que estar grávida e ter animal de estimação era sinônimo de problema. Saiba quais são os cuidados para que gestantes e bebês possam conviver com os pets, sem riscos para a saúde DANIELA COSTA

Ela ainda não completou 1 ano de idade, mas aos 7 meses de vida a pequena Bruna Morais Scotti adora assistir ao desenho da Galinha Pintadinha tendo ao lado sua fiel companheira, a shih-tzu Meggie, de 4 anos. A parceria começou antes mesmo de Bruna nascer. A mãe, a advogada Viviane Ribeiro de Morais, conta que desde que soube da gravidez sempre manteve a cachorrinha próxima, acompanhando a gestação. “Quando a Bruna nasceu, Meggie teve um pouco de ciúmes e roubava todos os seus bicos. Era muito engraçado”, conta Viviane. “Hoje não se afasta da bebê e a protege.” Diferentemente do que muitos pensam, a convivência entre gestantes e crianças com animais de estimação pode, sim, ser saudável. Pesquisa feita pelo Departamento de Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo (USP) revelou que os pets beneficiam muito os bebês, aumentando sua imunidade contra doenças respiratórias e infecções. “Também ocorre a redução dos níveis de estresse e da incidência de doenças comuns, como dor de cabeça ou resfriado”, explica Lílian Mara Paim, médica pediatra, alergista e imunologista. A razão para que isso aconteça é simples. Ao ter contato direto com germes e bactérias vindos dos animais, o sistema imunológico da crian-

Grávida de três meses e meio, a veterinária Bárbara Peconick trabalha com animais há 15 anos e ainda convive todos os dias com o gato Chimino, mas não tem receio de contrair toxoplasmose: “Seguramente, o gato está longe de ser a principal fonte de transmissão da doença”

ça amadurece mais rápido. “Acariciar um cão pode elevar os níveis de imunoglobulina A, um anticorpo presente nas mucosas que evita a proliferação viral ou bacteriana, sendo importante na prevenção de várias patologias”, explica Carine Savalli Redígolo, pesquisadora da USP. Um dos medos recorrentes entre os pais é de os pelos causarem alergia aos filhos. Mas os especialistas afirmam o contrário. “Crianças que convivem com os pets apresentam redução de

rinites alérgicas e dermatites tópicas, devido à diminuição da imunoglobina E, um anticorpo que, quando em altas concentrações, sugere um processo alérgico”, diz Carine. No entanto, existe a possibilidade de desencadear crises alérgicas, o que também pode ser evitado com medidas preventivas (confira quadro). Para garantir a saúde de gestantes e bebês que convivem com animais, outras medidas preventivas também devem ser adotadas. Uma delas é evitar ABRIL DE 2015

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PET | SAÚDE Samuel Gê

PARA PREVENIR CUIDADOS COM OS PETS PARA QUE NÃO TRANSMITAM DOENÇAS Manter sempre a higiene dos animais e do ambiente onde vivem Manter vacinação e vermífugo em dia para garantir a saúde do animal e evitar a transmissão de zoonoses como raiva (cão), leptospirose (roedores, suínos, caninos, bovinos), toxoplasmose (fezes de gato e alimentos contaminados), entre outras Fazer visitas periódicas ao veterinário Evitar o uso de tapetes e carpetes, que podem reter pelos; aspirar piso e estofados; e manter o animal longe do quarto da criança Escovar o pelo do animal para retirar excessos e pele morta, além de dar banhos regulares COMO REDUZIR O RISCO DE TOXOPLASMOSE DURANTE A GRAVIDEZ Manter a higiene dos gatos e do ambiente onde vivem, evitando contato direto com suas fezes Fazer exames regulares, tanto na gestante quanto no animal, para verificar a presença ou não do protozoário

Em contagem regressiva para a chegada da primeira filha, a veterinária Marcela Ortiz não abre mão do convívio com a pequinês Paris: “Para convivermos em harmonia com nossos pets, devemos ser cuidadosos em qualquer época de nossas vidas, especialmente com a higiene”

o contato direto com a saliva dos pets e de humanos por no mínimo seis meses, período em que se completa o ciclo de vacinações. “A saliva, em geral, contém bactérias que podem contaminar o bebê”, diz a pediatra Lilian Paim. Uma polêmica recorrente gira em torno do risco de a grávida contrair toxoplasmose, doença infecciosa provocada por um protozoário que pode acometer o feto ainda no útero e desencadear graves consequências. Apesar de o gato ser considerado o grande vilão da história, a ingestão de alimentos contaminados, em especial carnes cruas e malpassadas, além de vegetais que abriguem os cistos do toxoplasma, oferece um risco bem maior. “Existe um mito sobre gatos e toxoplasmose, mas o que poucos sabem 56 |Encontro

Lavar e preparar bem os alimentos antes de consumi-los, especialmente carnes cruas e malpassadas, além de vegetais que podem abrigar os cistos do toxoplasma

é que, para se contaminar por meio das fezes do gato, a grávida teria de ingerir o oocisto (ovos) das fezes, que só se tornam infectantes da doença depois de estarem por no mínimo 24 horas expostas ao meio ambiente”, diz a veterinária Bárbara Peconick. Segunda ela, apenas 1% dos gatinhos transmitem a doença, e somente no período de uma semana durante todo o seu ciclo de vida. “Por isso, seguramente, o gato está longe de ser a principal fonte de transmissão da doença”, diz. Grávida de três meses e meio, Bárbara Peconick trabalha com gatos há 15 anos e em seus exames regulares nunca constou presença da toxoplasmose. Além dos seus pacientes, tem a presença diária da gata Agata Cristy, sem raça definida, de 13 anos, e de Chimino, de 10 anos. “Sempre sugiro às

Fontes: especialistas consultados

grávidas que têm gatos que, em caso de dúvidas, façam o exame no animal para confirmar a presença ou não do protozoário, o que evita sofrimento desnecessário”, diz. A veterinária Marcela Ortiz, também grávida, de seis meses, destaca que as doenças que gestantes podem contrair são as mesmas zoonoses a que qualquer outra pessoa está sujeita. “Por isso, para convivermos em harmonia com nossos pets, devemos ser cuidadosos em qualquer época de nossas vidas, especialmente com a higiene.” Em contagem regressiva para a chegada da primeira filha, Marcela conta com o carinho e a dedicação da pequinês Paris, de 4 anos. “Costumo dizer que vou ganhar uma filha e a Paris vai ter sua primeira irmãzinha. Somos uma família completa”, diz Marcela. z

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SAÚDE | CÉLULAS-TRONCO Denis Medeiros

Davi, de 8 anos, com a mãe, Elaine de Almeida, que armazenou em laboratório os dentes de leite dele: esperança de que sejam úteis em tratamento para regenerar a córnea

Dentinho salvador Estudos avaliam a eficácia das células-tronco do dente de leite para reverter doenças degenerativas. Mesmo sem resultados conclusivos, muitos pais têm optado por guardá-los em clínicas 58 |Encontro

GEÓRGEA CHOUCAIR

O dentinho de leite que as mães colocam em pingentes e as crianças guardam embaixo dos travesseiros para as fadas ganhou função muito mais nobre: ser fonte de células-tronco. Um grupo de mais de 300 pesquisadores dentro e fora do Brasil está debruçado em estudos que revelam que a polpa do dente de leite tem grande quantidade de células mesenquimais, responsáveis pela formação dos tecidos ósseos, cartilaginosos, musculares e adiposos. Dessa forma, pode ter eficácia na reversão de mais de 350 doenças degenerativas como mal de Alzheimer e Parkinson, lúpus e até infarto, AVC, disfunção do miocárdio e restauração da córnea humana. “O dente de leite é um material muito rico em célula-tronco para ser descartado e virar pingente”, afirma o biotecnólogo Nelson Foresto Lizier, um dos grandes estudiosos do tema há uma década. Lizier

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COMO GUARDAR O que apontam os estudos e como são feitos a coleta e o armazenamento das células-tronco encontradas no dentinho de leite O QUE É A POLPA É uma pequena massa de tecido vivo, composta de vasos sanguíneos, nervos e células-tronco. Essas células são denominadas células-tronco mesenquimais multipotentes, o que significa que têm a capacidade de se transformar em uma ampla variedade de tipos de células, como de reparação do tecido muscular, cardíaco, nervoso, ósseo, da cartilagem, da pele e da superfície ocular.

1 IDADE PARA O RECOLHIMENTO Entre 5 e 12 anos 2 COLETA O dentista faz a retirada do dente quando amolecer. Imediatamente depois da coleta, o dente e os tecidos aderidos a ele devem ser colocados em frasco apropriado para armazená-lo. 3 TEMPO PARA CHEGAR AOS LABORATÓRIOS De 48 a 72 horas

5 PREÇO DA ARMAZENAGEM Valor aproximado de R$ 2,8 mil para coleta e armazenagem, além de anuidade de manutenção em torno de R$ 450 ao ano

4 ARMAZENAGEM Os tubos com células são armazenados em nitrogênio líquido, a uma temperatura de -196ºC. A essa temperatura, as célulastronco são mantidas em perfeitas condições por tempo indeterminado

Fonte: Centro de Criogenia Brasil Cláudio Cunha

“As pesquisas ainda estão em desenvolvimento, mas os resultados já são suficientes para trazer enorme otimismo”, diz a odontopediatra Ana Cristina Braga, uma das mais respeitadas da capital

é diretor científico do Centro de Criogenia Brasil, clínica com sede em São Paulo que coleta, processa e armazena células-tronco de diversas fontes. Esses bancos e os centros de coleta são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A grande questão é que, embora as pesquisas tenham apontado que esse material pode ser útil no futuro para o tratamento de inúmeras doenças, ainda não há comprovação de que as células do dente de leite tenham mesmo tal potencial. Até agora, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), por exemplo, não se manifestou sobre o tema. Mas isso não impede que um grupo de odontopediatras mineiros, coordenado pelos professores Júlio Carlos Noronha e Maria de Lourdes de Andrade Massara, reúnam-se em BH para estudar o assunto. “As pesquisas ainda estão sendo desenvolvidas e seus resultados em animal experimental já têm demonstrado imenso potencial de utilização, para um futuro muito próximo”, afirma a odontopediatra Ana Cristina Braga, uma das integrantes do grupo. “É um avanço científico de extrema importância, que merece ser acompanhado muito de perto.” Ela ressalta que a coleta não precisa acontecer logo que cair o primeiro dente. “São 20 dentes de leite. A perda faz parte do processo fisiológico natural”, diz. Em Minas, ainda não há laboratórios de armazenamento, mas os dentinhos extraídos de algumas crianças já começam a ser guardados, representando precaução a mais para o futuro. Essa coleta é feita por clínicas, que enviam os dentes para congelamento em laboratórios de outros estados. Para aproveitar a polpa, eles devem ser extraídos pelo dentista e transportados até 72 horas depois. “A coleta é feita quando o dente começa a amolecer, pouco antes de cair naturalmente”, explica o cirurgião-dentista Marcos Gribel, da Odontologia Gribel, uma das que realizam esse trabalho na capital mineira. Na avaliação do dentista, o uso dessas células-tronco pode representar uma revolução na vida das pessoas. “As células podem melhorar a qualiABRIL DE 2015

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SAÚDE | CÉLULAS-TRONCO JC Martins

Luiza Machado, de 11 anos, com os pais, Antônio e Raquel Machado: “Esperamos que ela nunca precise usar. Mas, diante da disponibilidade, decidimos fazer o investimento”, diz Antônio Divulgação

“Perdemos milhões de células por dia. Se for possível repor, a pessoa terá longevidade”, diz o médico pediatra Carlos Alexandre Ayoub

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dade de vida de toda a família, já que o tratamento não fica restrito ao doador”, diz Gribel. “Perdemos de 30 a 50 milhões de células por dia. Se for possível repor essas células, a pessoa terá, por exemplo, longevidade”, explica o médico pediatra Carlos Alexandre Ayoub, diretor clínico da clínica paulista Criogenia Brasil. Na esperança de conseguir um tratamento para regenerar a córnea, o pequeno Davi Miranda Moreira de Almeida, de 8 anos, teve seus primeiros dentinhos enviados para um laboratório que faz armazenamento em São Paulo. “Aguardamos agora um profissional habilitado para usar a célula-tronco da polpa do dente”, diz a mãe do menino, a empresária Elaine Cristina Moreira de Almeida. Davi nasceu prematuro, com 31 semanas e pesando apenas 1,15 kg. Foi logo diagnosticado com catarata congênita, que acontece por alterações na formação do cristalino e pode causar cegueira. Com 3 meses, Davi precisou ser operado para retirada de cristalino e hoje enxerga apenas com um dos olhos. “O outro tem visão encorpada”, diz Elaine. O padrasto do menino, o corretor de imóveis Rinaldo Fiorini, tem duas filhas, Sophia, de 16 anos, e Isabella, de 18. “Pena que não tive tempo de guardar o dente de leite delas”, diz. Luiza Tavares Vieira Machado, de 11 anos, pôde guardar alguns dentinhos de lembrança. Mas os últimos foram enviados para São Paulo e congelados. “Fizemos por precaução e possibilidade de uso em tratamento futuro”, afirma o pai, o engenheiro agrônomo Antônio Olinto Vieira Machado. As células-tronco são tratadas hoje pelos cientistas como “seguro de vida”. É assim que pensam os pais de Luiza. “Esperamos que ela nunca precise usar. Mas, diante da disponibilidade, decidimos fazer o investimento”, afirma Antônio Machado. Se tivesse tido tempo, diz, teria feito o mesmo com os dentinhos da outra filha, Natália, de 16 anos. Os últimos dentes de Luiza prometem ser o seguro de toda a família. Os primeiros foram guardados por ela dentro de uma caixinha e agora passaram a ser vistos com outro valor. E que valor! ❚

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SAÚDE | TECNOLOGIA Shutterstock/Divulgação

E o sono que não vem

Por mais tentador que seja, usar tablets e smartphones na hora de dormir deve ser evitado. A luz dos aparelhos pode inibir o sono e gerar problemas como ansiedade, ganho de peso e depressão

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MARINA DIAS

O dia tem poucas horas para o educador físico Kenji Takahashi. Ele, que é empresário, personal trainer e coordena seis estúdios de treinamento funcional em três cidades, trabalha no mínimo 12 horas diárias, sendo que parte do trabalho é pelo celular, por onde realiza reuniões e alimenta redes sociais. Quando chega em casa, à noite, ainda posta artigos e dicas de exercícios físicos na internet. Resultado: quase sempre, perde a hora de dormir. “Quando vejo, já são três da manhã”, diz. Nas vezes em que tenta dormir mais cedo – afinal, sente sonolência durante a tarde –, ele desliga todos os aparelhos eletrônicos antes de se deitar. Contudo, diz que, ainda assim, tem dificuldade para adormecer. “Fico muito ligado”, explica. Kenji não está sozinho. A mobilidade permitida por aparelhos como tablets e smartphones faz com que seja fácil ficar conectado até altas horas, inclusive quando já se está deitado na cama. E esse hábito tem sido cada vez mais condenado por especialistas, que alertam para as consequências negativas do uso noturno de aparelhos eletrônicos. Segundo pesquisas, não é apenas pelo fato de as pessoas ficarem mentalmente ocupadas até mais tarde que a prática é prejudicial ao sono. Nosso relógio biológico é fisicamente sensível a esses gadgets. Isso porque a luz emitida por eles influencia o ciclo sono-vigília, atrasando o adormecimento. A principal hipótese é de que essa influência se dê pela inibição da liberação de melatonina, hormônio considerado responsável por avisar ao corpo quando está na hora de dormir. Segundo a pesquisadora belo-horizontina Mariana Figueiro, do Centro de Pesquisa da Luz do Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos, a luz azul de ondas curtas, característica dos novos aparelhos com autoiluminação, é especialmente influente nessa inibição. Isso porque fotorreceptores dos nossos olhos (de onde são emitidos sinais ao cérebro quanto à secreção da melatonina) são muito sensíveis a esse tipo de luminosidade. Assim, se a pessoa usar até muito tarde esses aparelhos, terá uma alteração na liberação de melato-

O empresário Kenji Takahashi usa diariamente o smartphone até a hora de dormir, o que atrapalha seu sono: “Demoro a adormecer, pois fico muito ligado”

nina, o que, segundo se acredita, atrasa o sinal do sono em nosso corpo. Figueiro explica que, geralmente, a quantidade de luz a que somos expostos em nossas casas está abaixo do nível de ativação desse processo de atraso no sono. As luzes dos quartos, por exemplo, são menos fortes e de cor quente – não azul. Já os novos aparelhos de autoiluminação têm luz mais brilhante, mais azul. Além disso, são usados mais próximos dos olhos, o que aumenta a quantidade de luminosidade captada. “Esse problema é maior, porque estamos mais suscetíveis a receber a quantidade necessária de luz para desencadear esse processo quando o aparelho está mais próximo dos olhos”, afirma Mariana. Dessa forma, os usuários dos gadgets podem demorar mais a dormir e, como o horário de acordar costuma se manter – para que se cumpram compromissos como trabalhar, estudar, resolver problemas no horário comercial –, as horas

de sono são comprometidas. Segundo o psiquiatra Maurício Viotti, médico do sono, é preciso ter a consciência de que dormir é importante para o corpo e pode haver consequências sérias, no longo prazo, para quem dorme pouco. Se o hábito continuar por meses, diz ele, isso pode gerar desgaste, tensão e afetar a memória, além de problemas físicos, como ganho de peso. “Há estudos mostrando que pessoas que trabalham em turnos - e portanto dormem menos -, têm insônia. Está comprovado, por exemplo, que esse comportamento gera mais problemas cardiovasculares, alterações metabólicas, pode causar diabetes e afetar a imunidade. Esse hábito gera um estresse biológico”, afirma Maurício. Ainda de acordo com o especialista, não há tantas informações sobre as consequências específicas em crianças, pois os estudos são feitos, normalmente, em adultos. Contudo, ele afirma que algumas das reações comuns ABRIL DE 2015

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Alexandre Rezende

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SAÚDE | TECNOLOGIA Alexandre Rezende

Ao perceber a dificuldade de concentração do filho Vitor, a publicitária Andrea Loureiro pediu que o garoto ficasse 30 dias sem smartphone: “Agora, consigo me concentrar melhor e durmo com mais facilidade”, diz Vitor

PARA DORMIR BEM Confira algumas recomendações simples que podem ajudar a ter boas noites de sono Tenha em mente que o sono é uma atividade importante e programe-se para dormir o tempo suficiente todos os dias (a média para adultos é de oito horas por noite) Regularidade e horário também importam: dormir à noite é o ideal, pois certas funções do corpo são programadas para acontecer no período noturno, enquanto se dorme Desligue os aparelhos eletrônicos para dormir – preferencialmente duas horas antes Caso fique acordado até tarde para resolver problemas pelo tablet ou smartphone, uma dica é anotar os afazeres do dia seguinte em uma lista, o que ajuda a despreocupar e relaxar

Evite praticar exercícios físicos, ingerir bebidas estimulantes ou refeições pesadas imediatamente antes de se deitar À noite, procure fazer atividades relaxantes e escurecer o ambiente, preparando o corpo para entender que está na hora do sono Procure receber luz de manhã, preferencialmente ao ar livre, já que isso ajuda a sincronizar seu relógio biológico com o cronológico, de 24 horas Caso ainda assim acorde sonolento e cansado, procure um especialista

Fonte: especialistas consultados

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desse grupo quando privados de sono são irritação e dificuldade de concentração, o que pode gerar baixa no rendimento escolar. Foi o que aconteceu com o estudante Vitor Loureiro, de 13 anos. Segundo sua mãe, a publicitária Andrea Loureiro, ele não conseguia se concentrar nos estudos, o que comprometeu seu desempenho na escola, e tinha dificuldade para dormir depois que se deitava. “Os jovens têm consumo grande desse tipo de equipamento, e o hábito deles é ficar horas em chats no smartphone. Há grupos de WhatsApp nos quais as pessoas viram a noite conversando”, diz Andrea. Depois de procurar especialistas e conversar com o filho sobre como resolver a questão, Andrea e Vitor se entenderam e foi o próprio garoto quem deu o celular à mãe, para um teste de 30 dias sem o aparelho – período que terminou recentemente. Segundo Vitor, ele está conseguindo se concentrar mais na aula e tem tido mais facilidade para adormecer. “Antes, mesmo que eu parasse de mexer no celular e fosse me deitar, custava para dormir”, diz ele, que, agora, está em uma onda bem diferente da de seus colegas. “Eles viram a noite no WhatsApp, mandam mensagens até de madrugada. No dia seguinte, morrem de sono na aula”, diz. E não adianta achar que isso se compensa dormindo durante as tardes. A recomendação médica quanto ao sono é não apenas dormir o tempo suficiente, mas também durante a noite. Segundo o neurologista Rogério Gomes Beato, médico do sono, há funções do corpo que são realizadas especificamente no período noturno, como a liberação de certos hormônios. Por isso, o ideal é sincronizar o relógio biológico (o seu “tempo”) com o relógio social (horários de funcionamento convencionados pela sociedade) e o ambiental (dia e noite). Assim, dorme-se o suficiente, na hora adequada, sem atrapalhar a vida pessoal ou profissional. O especialista lembra que o problema de dormir pouco é um fenômeno mundial, fruto do modo como vive a sociedade de hoje. Mas não deixa de ressaltar: “É importante manter um ritmo e ter uma rotina relacionada ao sono.” Para isso, mexer no celular ou no tablet à noite, nem pensar! z

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ASSISTÊNCIA TÉCNICA GANHA NOVO ALIADO Alexandre Rezende

Não é de hoje que a construção civil utiliza tecnologia para o desenho de plantas e projetos, controle de materiais e cronograma de obras. Porém, para o consumidor, em caso de cobertura de assistência técnica, o que funcionava mesmo era o bom e velho serviço de atendimento ao consumidor (SAC) via telefone. A construtora MRV resolveu mudar essa história e distribuir entre seus colaboradores tablets para gerenciar as visitas técnicas. Com isso, o cliente pode solicitar o reparo por meio do smartphone. O pedido chega ao tablet do técnico, que, após fazer o reparo, tem a aprovação assinada no próprio dispositivo. A analista de sistemas Luciana Alves destaca a agilidade no atendimento e a redução da burocracia. “Todas as vezes que necessito de um reparo acesso rapidamente o site e abro uma nova solicitação”, diz a proprietária. Somente em 2014, a empresa conseguiu uma redução de 25% no custo com material. Para Flávio Vidal, gestor de inovação e qualidade da MRV, houve um aumento de 60% na eficiência do atendimento, além de agilidade no reparo.

Gustavo Cançado, da MRV, e a proprietária Luciana Alves: tecnologia otimiza processos e proporciona economia

Cláudio Cunha

MOTORISTA PARTICULAR A UM CLIQUE Presente em mais de 290 cidades, o Uber desembarcou em quatro capitais brasileiras, incluindo Belo Horizonte. A empresa oferece a integração entre motoristas particulares em carros de luxo e o cliente. Por meio do aplicativo, você cadastra seu cartão de crédito e chama um motorista. O preço das corridas é semelhante ao táxi, porém o valor pode variar de acordo com a demanda. Lançado nos Estados Unidos em 2010, a ideia se espalhou rapidamente pelo mundo, gerando algumas polêmicas, como na Alemanha, onde uma das modalidades do serviço foi proibida. Certo ou errado, o Uber está caindo no gosto do consumidor e hoje já atrai mais de 100 motoristas parceiros em Belo Horizonte. Um deles é Sérgio Abreu, que trocou a carreira de professor de música pelo volante do seu Honda Accord e não se arrepende nem um pouco. “Gosto muito de dirigir, me sinto confortável, feliz e consigo ganhar mais dinheiro nessa nova profissão”, diz Sérgio.

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APPS Divulgação

FERNANDO DE NORONHA VIRTUAL Depois de registrar mais de 60 locais de mergulho ao redor do mundo, chegou a vez de o Google fotografar a ilha de Fernando de Noronha e revelar ao mundo a rica vida marinha da região. O Street View fotografou os principais pontos da ilha, por terra e pela água. Durante 21 dias, mergulhadores australianos exploraram a área e registraram golfinhos, tartarugas, corais e incríveis cardumes de peixes coloridos. Além do mar, o Google já explorou lugares como Taj Mahal, Ilhas Galápagos, torre Eiffel, Monte Fuji entre outros. Segundo a empresa, já existe parceria com o Instituto Chico Mendes, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, para mapear todos os parques nacionais. Então, você já está de malas prontas para um incrível passeio virtual?

CUMPRE O QUE PROMETE Um smartphone barato e funcional. O novo Moto E, lançando pela Motorola, quer ampliar o portfólio de produtos da empresa e oferecer opções para todas as categorias de clientes, assim como já vem fazendo a Samsung. O Moto E está equipado com a versão 5 do Android, batizada de Lollipop. Nos testes realizados por Encontro a duração da bateria, eterno gargalo entre os fabricantes, conseguiu sobreviver 24 horas com uso frequente de vídeos e chamadas, ponto positivo do aparelho. Outras funções que atraem os mais jovens são a televisão digital e rádio FM integrados. Ponto negativo do novo aparelho são as câmeras frontal com resolução VGA e a traseira, que, apesar dos 5MP, não tem flash. O aparelho compensa essa desvantagem oferecendo entrada para dois chips que seleciona automaticamente qual operadora tem um sinal melhor para dados ou voz. Em quatro versões, ele custa a partir de R$ 569, com tecnologia 3G e 8GB de memória.

TESTE

SIGALEI Quer ficar por dentro do que está na pauta de votação no Congresso, Senado e Assembleia de Minas? O aplicativo Sigalei o ajuda nisso. É possível ainda buscar os projetos por assunto ou autor e receber notificações.

MOOVIT Mobilidade é um gargalo em qualquer grande cidade e toda ajuda é bem-vinda, não é mesmo? O aplicativo Moovit faz o mapeamento do transporte coletivo nas cidades, combinando ônibus e metrô. Você pode buscar por linha ou endereço. Simples e funcional.

ENCON

TRO

Cláudio Cunha

CIDADERA

NOTA 8

Problemas com buracos, pichação, queda de árvores, segurança podem agora ser relatados via aplicativo. Com o Cidadera é possível indicar irregularidades e colocar a boca no trombone. Quanto mais gente usar, mais rápido os problemas poderão ser resolvidos. Participe!

Você conhece algum aplicativo legal? Envie sugestão para a gente.

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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br

SUPERCARROS LEILOADOS Palm Beach, um dos destinos mais sofisticados da Flórida (Estados Unidos), recebe neste mês mais uma edição do Barrett Jackson. Trata-se do maior leilão de supercar-

ros de colecionadores do mundo. As vedetes do ano são o Porsche 918 Spyder, com motor V8 suplementado por dois motores elétricos, e a Ferrari 458 Spider, do dono da Nascar

americana Rick Hendrick. Há ainda um Ford GT 2006 com apenas 30 km rodados. Quem se interessar pode buscar mais informações no site www.barrett-jackson.com. Fotos: Divulgação

PRIMEIRO HÍBRIDO NACIONAL O Brasil se tornará o terceiro país a fabricar o híbrido Toyota Prius fora do Japão. Segundo o jornal japonês Nikkei Asian Review, a produção começará em 2018. Esses modelos combinam motor convencional (a gasolina, álcool, diesel ou flex) com outro elétrico, reduzindo drasticamente o consumo de combustível e a emissão de poluentes. A publicação informa que a Toyota do Brasil está negociando com os governos federal e paulista um “tratamento preferencial” para fazer o modelo no país. A ideia é usar as instalações da Toyota em São Bernardo do Campo para montar 1.500 carros, a partir de componentes importados do Japão. Com isso, os híbridos poderiam ser vendidos aqui a preços menores. Se der certo, o Prius marcará o início da produção brasileira de carros híbridos. Hoje, os Prius são feitos no Japão, China e Tailândia. No Brasil, ele custa R$ 114.350. Com preço alto, o modelo teve apenas 400 unidades vendidas desde que chegou por aqui, em 2013.

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EXEMPLO A SEGUIR A Nissan participará dos testes do programa de compartilhamento de veículos promovido pelo distrito de SakonyamaDanchi, de Yokohama, sua cidade matriz no Japão. O fabricante emprestará unidades do seu veículo elétrico ultracompacto para os testes, que duram 12 meses, a partir de março último. O projeto tem a parceria da UrbanRenaissance (UR), agência semipública de urbanização associada ao Ministério da Terra, Infraestrutura, Trans-

portes e Turismo (MLIT) de Kanagawa. O uso de veículos elétricos em compartilhamentos é visto como uma das formas de revitalização de áreas urbanas e suburbanas. Os testes dirão se esses veículos podem ser um catalisador na revitalização em larga escala, quais são as formas de deslocamentos das pessoas nas cidades e avaliar os carros como forma de complemento ao transporte público.

FUTURO TENEBROSO Deve ser reduzido em 30% o tamanho da rede de concessionários de automóveis no Brasil este ano. A tenebrosa previsão é de um dos mais fortes empresários do setor em Belo Horizonte. A crise está aí e todos sofrerão suas consequências. O mesmo empresário acha que só passarão incólumes pela crise as marcas de importados Premium (Audi, BMW, Mercedes-Benz, Land Rover, entre outras). Hoje, segundo a Fenabrave, associação dos revendedores, são cerca de 8 mil distribuidores, com 410 mil empregos diretos, que geram R$ 221,1 bilhões de receita anual (dado de 2013), correspondendo a 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

EXIGÊNCIA ADIADA VERDE DO ANO A Associação dos Jornalistas Automotivos do Canadá (AJAC) elegeu o Kia Soul EV como o Carro Verde do Ano. A premiação aconteceu no primeiro dia da imprensa no Salão Internacional do Automóvel de Vancouver, que ocorreu no final do mês passado.

Concorriam com o Soul EV o Toyota Camry Hybrid, o Honda Fit e o Subaru Legacy. O Soul EV também foi recentemente eleito o melhor veículo Eco-Friendly entre os 34 condutores da MotorWeekChoiceAwards nos EUA e, este ano, Carro do Ano na Noruega.

Contribuindo para fortalecer a imagem de falta de seriedade dos governantes, foi mais uma vez prorrogada, agora para 1° de julho, a exigência dos novos extintores de incêndio tipo ABC para os carros. O motivo é a falta do equipamento de segurança para venda no mercado. Essa obrigatoriedade, na avaliação da Associação de Consumidores Proteste, assim como na de qualquer pessoa bem informada, “é mais uma tentativa do Conselho Nacional de Trânsito de gerar gastos indevidos aos brasileiros”, como no caso do sistema antifurto e do “kit socorro”. O Brasil é um dos poucos países que exigem extintores nos carros, que também é obrigatório na Bélgica, Bulgária, Polônia e Romênia. Mas países como Alemanha, China, Japão, Suécia e Estados Unidos não têm essa exigência. E, na Inglaterra, o equipamento é obrigatório apenas em ônibus e táxis.

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VEÍCULOS | NOVIDADES

Crise passa longe dos SUVs

Com forte personalidade off-road, o Jeep Renegade é o único a oferecer oção de motor a diesel

A oferta de SUVs compactos produzidos no Brasil dobrou neste mês, com lançamento de três veículos. Ficou em dúvida na hora de escolher? Para ajudar, relacionamos alguns itens relevantes dos modelos disponíveis no mercado nacional FÁBIO DOYLE

O momento é de retração e vendas reduzidas, mas os fabricantes de veículos procuram não perder o otimismo ao manter o frenético ritmo de lançamentos neste início de ano. O foco, agora, está no segmento que salva os negócios da indústria automobilística não apenas no Brasil, mas também nos principais mercados do planeta: o dos SUVs ou utilitários esportivos. No Brasil, a aposta é nos SUvs compactos produzidos localmente. De uma hora para outra, essa oferta, que até o mês passado se limitava a três modelos, entra em abril com crescimento de 100%. Até o final do mês, serão sete modelos. A oferta, que se restringia ao Ford Ecosport, Renault Duster e Chevrolet Tracker, foi ampliada com o Honda 72 |Encontro

COMPARATIVOS POTÊNCIA Chevrolet Tracker Ford Ecosport Honda HRV Jeep Renegade Jeep Renegade Peugeot 2008 Renault Duster

144 cv/6.500 rpm (motor 1.8) 141 cv/6.250 rpm (motor 2.0) 140 cv/6.500 rpm (motor 1.8) 130 cv/6.500 rpm (motor 1.8) 170 cv/3.750 rpm (motor 2.0 TD) 165cv/6000 rpm (1.6 THD) 143 cv/5.750 rpm (motor 2.0 4x4)

VELOCIDADE MÁXIMA E ACELERAÇÃO DE 0 A 100 KM/H Chevrolet Tracker 189 km/h – 11,7 s Ford Ecosport 180 km/h – 11,4 s Honda HRV ND(*) Jeep Renegade 1.8 180 km/h – 10,8 s Jeep Renegade 2.0 TD 190 km/h – 9,9 s Peugeot 2008 1.6 THD 206 km/h – 8,3 s Renault Duster 4x4 180 km/h – 11,9 s CONSUMO Chevrolet Tracker Ford Ecosport Honda HRV Jeep Renegade 1.8 Jeep Renegade 2.0 TD Peugeot 2008 1.6 THD Renault Duster

8,3 km/L cidade – 11,9 km/L estrada 8,0 km/L cidade – 10,0 km/L estrada ND (**) 9,6 km/L cidade – 10,7 km/L estrada 12,3 km/L cidade – 15,9 km/L estrada ND (**) 8,5 km/L cidade – 10,3 km/L estrada

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Fotos: divulgação

O Peugeot 2008 chega neste mês e deverá ter versão com motor 1.6 THP e 170 cv de potência

PORTA-MALAS / CAPACIDADE Chevrolet Tracker Ford Ecosport Honda HRV Jeep Renegade Peugeot 2008 1.6 THD Renault Duster 4x4 PESO Chevrolet Tracker Ford Ecosport Honda HRV Jeep Renegade 1.8 Jeep Renegade 2.0 TD Peugeot 2008 1.6 THD Renault Duster 4x4 PREÇOS Chevrolet Tracker Ford Ecosport Honda HRV Jeep Renegade 1.8 Jeep Renegade 2.0 TD Peugeot 2008 1.6 THD Renault Duster

306 L 362 L 431 + 6 = 437 L 206 L 355 L (VDA) 400 L

1.390 kg 1.404 kg 1.740 kg 1.393 kg 1.692 kg 1.231 kg 1.353 kg

De R$ 85.890 a R$ 91.270 De R$ 66.200 a R$ 83.370 De R$ 69.900 a R$ 88.700 De R$ 69.900 a R$ 80.900 De R$ 99.900 a R$ 116.900

ND (**) De R$ 62.990 a R$ 78.490

(*) A Honda do Brasil não divulga a informação (**) Até o fechamento desta edição, a marca não havia divulgado o consumo e preço.

HRV e o Jeep Renegade, lançados no final do mês passado, e o Peugeot 2008, que chega neste mês. Para quem é candidato à compra de um carro desses, fica a dúvida sobre qual modelo escolher. O que todos querem é um carro “alto”, no qual o motorista fica em posição mais elevada. Em relação ao estilo da carroceria, as preferências se dividem entre os que gostam do estilo que Mark Allen, diretor de design da Jeep, definiu com certa ironia como cute (bonitinho, em inglês). São os modelos com linhas mais fluidas e personalidade mais urbana, preferido, principalmente, pelas mulheres. Nesse perfil estão o Honda HRV, o Chevrolet Tracker, o Peugeot 2008 e, a partir da segunda geração, o Ford Ecosport. No outro extremo, encontram-se os modelos que exalam aventura, com jeito de quem busca uma estrada de terra e que no trânsito urbano parece estar fora de seu hábitat, apesar de serem confortáveis em qualquer situação. É o caso do Renault Duster e, ainda com maior intensidade, do recém-lançado Jeep Renegade. No caso do Duster, que na versão 2016, recém-lançada, ganhou novos faróis, nova grade dianteira e novos faroletes traseiros, os designers da Renault procuraram tornar sua personalidade mais próxima do tal estilo cute. Segundo João Cláudio Pentagna Guimarães, diretor presidente do grupo Bonsucesso de Belo Horizonte, que abriga concessionárias de seis marcas – Volkswagen, Fiat, Honda, Hyundai, Audi e agora também Jeep –, a preferência do consumidor é pelos SUVs com estilo urbano. A procura pelo estilo jipe aventureiro é próxima a 30%, sobre o total das vendas de SUVs, disse. ABRIL DE 2015

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VEÍCULOS | NOVIDADES

Design do Honda HRV, SUV tipicamente urbano com motor 1.6: agradou principalmente às mulheres

Depois de estilo e altura, a decisão sobre qual modelo escolher passa por conforto, acabamento e segurança. As listas de equipamentos que cada um oferece são complexas e variadas. Em todos os modelos de SUVs compactos ofertados, o conforto do passageiro é muito parecido. São todos praticamente do mesmo tamanho, apresentam conforto adequado para um veículo do segmento compacto e levam até quatro pessoas sem problemas. Cinco cabem, mas fica apertado. O acabamento interno é outro aspecto a ser analisado. Banco é de couro ou tecido? Se de couro, ainda temos o natural ou sintético. O material do painel é emborrachado e resistente ou aparenta fragilidade? Nesse quesito, o Jeep Renegade, o Chevrolet Tracker, o Honda HRV e o Peugeot 2008 levam vantagem, enquanto o Renault Duster fica no meio do caminho e o Ford Ecosport, apesar de ter sido melhorado em relação à primeira geração, ainda deixa a desejar. A segurança é outro aspecto (o mais importante) a ser analisado. Airbags e ABS fazem parte dos itens obrigatórios em todos os modelos. Ofertas especiais, como airbags laterais, sistemas de controle de estabilidade, de tração, sensores de distância e equipa74 |Encontro

Rodolfo Buhrer/Divulgação

Renault Duster 2016 acompanhou a evolução do segmento ganhando nova dianteira e inovações internas

mentos que permitem ao motorista manter a atenção, são relevantes, apesar de carregarem no preço final. A escolha é complexa, vai depender do uso que se pretende dar ao carro, da nessidade ou não de tração nas quatro rodas, do gosto por motores mais ou menos potentes, da econo-

mia de combustível, do tempo de garantia e, claro, do custo de manutenção, valor de revenda e de uma análise cuidadosa na relação custo/benefício. Para ajudar o leitor na escolha, separamos alguns dados que consideramos mais relevantes na hora da decisão. Confira o quadro. z

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ENCONTRO INDICA | JOÃO POMBO BARILE Divulgação

MÚSICA | SHOW INTERNACIONAL Os linguarudos do Kiss fazem show em BH, em única apresentação, no dia 23 de abril, no Mineirinho (Pampulha), a partir das 19h. A turnê, que comemora os 40 anos da banda, traz canções que são verdadeiros hinos do rock, como Do You Love Me, Rock and Roll all Nite e Detroit Rock City. Os ingressos custam a partir de R$ 100 e podem ser adquiridos em www.ingressofacil. com.br e no Class Club Sion (av. Bandeirantes, 20, Mangabeiras). Por que ir: Verdadeira lenda do rock, a banda norte-americana comandada por Gene Simmons é muito boa de palco.

Lenise Pinheiro/divulgação

ARTES CÊNICAS | TEATRO Depois de grande sucesso no eixo Rio-São Paulo, o espetáculo Hora Amarela tem agora sua temporada mineira até 4 de maio. A peça do dramaturgo norte-americano Adam Rapp faz temporada, sempre de sexta a segunda-feira, às 20h, no Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Com direção de Monique Gardenberg, no elenco estão Deborah Evelyn, Isabel Wilker, Daniel Infantini e Darlan Cunha. Os ingressos custam a partir de R$ 5, à venda na bilheteria do teatro ou no site www.veloxtickets.com.br. Por que ir: A trama se passa em uma Nova York sitiada e arrasada por uma guerra misteriosa e violenta, e é considerada um dos melhores textos do badalado Adam Rapp.

Leonardo Aversa/divulgação

MÚSICA | SHOW NACIONAL Dois shows no Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi) prometem agitar abril. O primeiro, com a dupla Victor & Léo, acontece no dia 18. A dupla mineira faz única apresentação da turnê Viva por Mim. Já no dia 25 é a vez da cantora Ana Carolina, que interpreta as canções do seu último álbum, #AC, além de hits e algumas surpresas. Mais informações em www.ticketsforfun.com.br. Por que ir: Cada um na sua praia, os dois espetáculos tiveram boa acolhida tanto da crítica quanto do público por onde passaram.

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Divulgação

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO I Um pouco da genialidade do artista russo Wassily Kandinsky (1866-1944) poderá ser visto no Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários), de 15 de abril a 22 de junho. Com curadoria de Evgenia Petrova e Joseph Kiblitsky, a exposição apresenta os principais trabalhos do mais importante abstracionista da história da arte, reunindo obras como Amazona com Leões Azuis e Nuvem Dourada (ambas óleos sobre o vidro), além de objetos do acervo do Museu Estatal Russo de São Petersburgo e de coleções particulares da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França. De quarta a segunda, das 9h às 21h, com entrada franca. Informações: (31) 3431-9400. Por que ir: Ótima chance para conhecer a arte de um dos mais importantes pintores do século passado. E mergulhar no seu pensamento por meio de textos, sons e imagens. Divulgação

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO II Outra exposição que vale a pena uma visita é a do artista mineiro Mário Zavagli, em cartaz até 14 de junho, na Galeria de Arte do Centro Cultural Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2.244, Lourdes). A mostra apresenta paisagens inspiradas nas peças feitas pelos artistas que excursionaram pelo Brasil durante o século XIX. Serão 36 obras que formam uma série de aquarelas naturalísticas e mostram as serras da Mantiqueira e do Espinhaço, numa clara homenagem aos pintores viajantes. A entrada é franca. Por que ir: Sempre vale a pena conhecer um pouco mais da obra deste grande artista brasileiro

MÚSICA | SHOW INFANTIL

Fernando Martinho/divulgação

Um bom programa com a criançada é assistir ao show da banda Pequeno Cidadão. Formado por Edgard Scandurra (Ira!), Taciana Barros (Gang 90), o produtor Antonio Pinto e os filhos dos três músicos, o grupo mostra no espetáculo músicas dançantes e animadas, além de malabares, acrobacias, coreografias malucas, vídeos e muita brincadeira. A “festa” de pais e filhos acontece no dia 12 de abril, às 16h e às 19h, no Centro Cultural Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos a R$ 20 (inteira). Por que ir: O show encanta crianças e adultos com canções que vão do pop ao rock psicodélico com temas do universo infantil. ABRIL DE 2015

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CULTURA | ARTES PLร STICAS Alexandre Rezende

A artista plรกstica Eloisa Trindade explora o movimento dos animais: panteras moldadas na argila e esculpidas em resina chegam a medir 2,40 m de comprimento por 80 cm de altura

A arte em movimento 78 |Encontro

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Nas mãos da artista plástica Eloiza Trindade, o mármore, o bronze e a resina dão vida e leveza a figuras humanas e de animais DANIELA COSTA

Os mistérios dos felinos e os encantos da mulher são explorados nas esculturas da artista plástica Eloiza Trindade, de 56 anos. A mineira nascida na cidade de Dionízio, a 172 km da capital, traduz a linguagem corporal especialmente de panteras e leões, além de figuras humanas, dando forma e movimento ao bronze, mármore e resina. A inspiração vem das maravilhas da África e do Egito, locais onde esteve pessoalmente, e das obras da escultora Sônia Ebling. “Realmente, eu me apaixonei pelo universo dos animais e pensei que, através dos meus trabalhos, poderia trazê-los para dentro de casa. Já a beleza e a força da mulher sempre me inspiraram e motivaram”, diz. O primeiro contato de Eloiza com a arte foi na infância, com as cores e traços da aquarela. Naquela época, seus pais tinham casa em uma fazenda e ela pintou as primeiras telas para enfeitar as paredes do lugar. O pai fazendeiro e a mãe pequena empresária não sabiam dizer de onde vinha aquele inusitado talento. “Ninguém da minha família é ligado às artes e, no entanto, aconteceu de forma muito natural para mim”, diz Eloiza. O hobby acabou virando profissão e, ao longo dos anos, além da pintura, a artista se especializou em desenho e escultura. “Iniciei minhas obras trabalhando com figuras humanas. Aos 10 anos, já conhecia a técnica de colagem e pintura. Aos 15, já morando em Belo Horizonte, iniciei minha formação com cursos na Escola Guignard e na Universidade Federal de Minas Gerais”, diz. Suas panteras moldadas na argila e esculpidas na resina ganham o toque final da pintura automotiva e chegam a medir 2,40 m de comprimento por

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80 cm de altura, evidenciando o porte e a beleza desses animais, com andar sorrateiro e posição de caça. A partir de 1999, começou a expor suas obras em mostras individuais e coletivas, no Brasil e exterior. Um dos momentos marcantes foi em 2002, quando integrou o Circuito Internacional de Arte Brasileira, com mostra itinerante em galerias de Londres (Reino Unido), Madri (Espanha), Lisboa (Portugal) e Atenas (Grécia). Atualmente, suas obras podem ser apreciadas nas galerias Errol Flynn, na Savassi; Dotart, no Funcionários; e Eloiza Trindade, no Lourdes. Para o segundo semestre, a artista já prepara nova exposição, com data e local a serem definidos. “Costumo dizer que a arte é a sobrevivência para minha alma. É o ar que eu respiro.” ❚

As figuras femininas também são marca registrada: “A beleza e a força da mulher sempre me inspiraram”, diz Eloisa

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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br

Os 25 anos de Uma Linda Mulher No início, o então desconhecido e jovem roteirista J. F. Lawton buscava ser bem realista e dramático, quando passou meses entrevistando as prostitutas nas calçadas cheias da Hollywood Boulevard. Seu trabalho foi cair nas mãos dos executivos da Touchstone Pictures (parte do conglomerado dos Estúdios Disney), que escalaram o diretor Garry Marshall, com a plena concordância de que se tratava de um preciosíssimo projeto, capaz de revolucionar o gênero das comédias românticas. Não foi necessário muito esforço para convencer Lawton a aliviar seu texto original e adoçar as características do casal protagonista. Assim, nascia o clássico Uma Linda Mulher (Pretty Woman), que acaba de completar 25 anos, preservando seu carisma e sua força. Nem de longe Julia Roberts era uma das primeiras opções para interpretar a sonhadora prostituta Vivian. E Richard Gere topou entrar na produção com os dois pés atrás. Mas a química do casal penetrou no imaginário dos filmes românticos. O bilionário empresário Edward (Richard Gere) nem imagina que sua vida chata passaria por grandes sobressaltos, quando, totalmente perdido, aborda a escultural Vivian (Julia Roberts) para conseguir chegar ao seu destino, o lendário e luxuoso Beverly Wilshire Hotel. Na primeira noite, Vivian se revela uma garota bem diferente do estereótipo padrão que a sua profissão procura impor. A cena de Julia Roberts gargalhando ao assistir Lucille Ball, num episódio de I Love Lucy, pisando em uvas numa enorme tina, surpreende o prático e muito desconfiado Edward, que no dia seguinte faz uma tentadora proposta para sua nova acompanhante. Por uma semana, a linda mulher ficará a sua inteira disposição e em troca receberá a vultosa quantia de 3 mil dólares. 80 |Encontro

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Richard Gere e Julia Roberts no filme que revolucionou o gênero das comédias românticas: ao longo dos anos, cresceu a legião de fãs do “conto de fadas”

Mas é nítido e urgente que a descolada mocinha precisa de instruções e, claro, de um caprichado banho de loja. Edward, que anda metido na aquisição de uma tradicional empresa familiar, põe uma bolada nas mãos de Vivian para que ela compre um comportado figurino. Na “terra dos sonhos”, porém, nem tudo é tão fácil. Surge daí a presença generosa e paternal de Barney (Hector Elizondo, ator talismã do diretor Garry Marshall), o manda-chuva do pomposo hotel, que acolhe e ajuda Vivian a se transformar na “Pretty Woman”, para, logo na sequência, desfilar altiva pela Rodeo Drive, ao som da música homônima da década de 1960. É curioso relembrar que, na época, o filme disputou espaço e o favoritismo com outro longa-metragem, de grande repercussão e inovadora narrativa de amor. Era Ghost – do Outro Lado da Vida, do diretor Jerry Zucker. Mas, passados 25 anos, é pos-

sível avaliar que Uma Linda Mulher “envelheceu” bem melhor do que seu concorrente. A legião de fãs só aumentou para o excêntrico conto de fadas, moderníssimo para o ano de 1990. Enquanto Ghost, atualmente, é mais associado à linha dramalhão fantasmagórico, repleto de atuações canastronas, com a ressalva de uma inspiradíssima Whoopi Goldberg. Indicada ao Oscar de melhor atriz, Julia Roberts sentiu o peso do sucesso do filme. Apesar de ter sido alçada no posto de estrela e de sempre receber propostas dos estúdios, Julia somente reencontrou a empatia com o público e a crítica sete anos depois, com O Casamento do Meu Melhor Amigo. Após um posterior intervalo de acertos, inclusive no reencontro com Richard Gere e Garry Marshall (Noiva em Fuga), a atriz ganhou, enfim, seu merecido Oscar pelo delicioso desempenho em Erin Brockovich (2000), sob direção do amigo Steven Soderbergh. ❚

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MODA | EDITORIAL

Passado presente

MARCELO BRASILIENSE

O jacquard, uma padronagem que utiliza técnica secular de entrelaçamento de fios, surgiu no século XVIII e foi amplamente usado na decoração. Aos poucos, foi conferindo sofisticação também à moda e, agora, promete ser um dos clássicos do guarda-roupa de inverno. Com cortes e modelagens mais modernos, as peças ganham releituras, mas mantendo todo o requinte do passado.

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Blazer: p&b Printing Sobretudo: Mabel Magalhรฃes Calรงa: Espaรงo Deluxe

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MODA | EDITORIAL

Blazer: Regina Salomão Vestido: Íris Clemência

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Sobretudo: Mabel Magalhães Vestido: Íris Clemência

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MODA | EDITORIAL

Jaqueta: Mabel Magalh達es Saia: Infinita

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Sobretudo: Mabel Magalh達es Pantacourt: Mixed

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MODA | EDITORIAL

Jaqueta: Mabel Magalhães Jeans: Mixed Sandália: La Por

FICHA TÉCNICA: Fotografia: Edição: Styling: Modelo: Make: Agradecimento:

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Henrique Gualtieri Kátia Massimo Marcelo Brasiliense Priscila Starling (Mega) Marcela Quintino Hotel Ouro Minas

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#feliznoBH

Entre lojas, cinema e praças de alimentação, mais de 400 formas de você ser feliz.

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BEM-ESTAR | CORRIDA

Inscrições para a 11ª edição da Corrida Encontro Delas/ Circuito Itambé estão em ritmo acelerado. Focada no público feminino, a prova acontece no último fim de semana de maio

Fotos: Samuel Gê

GEÓRGEA CHOUCAIR

A dentista Amanda Melo Borges, de 29 anos, se prepara para estrear no mundo das provas de rua. Ela começou a correr há seis meses, auxiliada por profissionais de um grupo de corrida e nutricionista. A 11ª edição da Corrida Encontro Delas/Circuito Itambé vai ser sua primeira competição. “Será um desafio, pois o trajeto não é só no plano, como estou acostumada. Mas também será muito divertido, já que é uma corrida só de mulheres”, diz ela, que percorre mais de 30 km por semana nos treinos. “Estou adorando. Ajuda a aliviar o estresse”, afirma. Junto com Amanda, cerca de 1,5 mil mulheres – entre atletas e praticantes – vão correr, no dia 31 de maio, a Encontro Delas/Circuito Itambé. A prova, focada no público feminino, tem trajeto de 6 km na região da lagoa Seca, no Belvedere. Quem ainda não garantiu vaga, é bom se apressar. As inscrições já foram abertas e o ritmo de adesão está mais rápido do que nos eventos anteriores. Quem deixar para a última hora corre o risco de não ter a chance de participar. Para esta edição, as blusas das competidoras seguem bem a proposta feminina do evento: serão rosa neon. A bolsa do kit do atleta, como de costume, leva a assinatura do estilista mineiro Rogério Lima. Para quem é iniciante nas provas de rua, o profissional de educação física Reginaldo Gonçalves, professor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, lem90 |Encontro

Corredoras a postos

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SAIBA MAIS 11ª Corrida Encontro Delas/ Circuito Itambé DAY CARE: Dia 30/5 Retirada do kit: das 9h às 18h Retirada do chip: das 9h às 18h LOCAL: Lagoa Seca Belvedere

PARA MELHORAR O DESEMPENHO Dicas de alimentação para as participantes • Não experimente nada novo no dia da corrida ou da competição • Evite alimentos com muito açúcar processado

ATIVIDADES NA ÁREA: a partir das 7h30

• Evite bebidas alcoólicas, pois intensificam a perda de líquidos durante a corrida e diminuem os reflexos

LARGADA: 9h

• Alimente-se de três em três horas

PERCURSO: 6 km

• Capriche na hidratação durante o dia, ingerindo no mínimo dois litros de água

CORRIDA: 31 de maio

INSCRIÇÕES: Até 26 de maio ou até se esgotarem as inscrições: R$ 120 Assinantes de Encontro e do Clube A do Estado de Minas: R$ 100

bra que é importante fazer a avaliação médica. Roupas leves e tênis com pisada neutra também são indicados no primeiro momento. A partir daí, há mais chances de o corredor ser bem-sucedido. “No início, é interessante controlar a intensidade por meio da frequência cardíaca”, diz Gonçalves. Depois disso, esclarece, o acompanhamento pode evoluir dentro dos limites individuais. As vantagens da corrida são indiscutíveis: melhora a autoestima, a pressão arterial, o colesterol, a composição corporal (relação entre massa gorda e massa magra) e o bem-estar físico e social. Para atingir os benefícios, no entanto, os corredores não podem deixar de lado os cuidados com a alimentação. Uma regra é clara: não há vantagens em correr com o estômago vazio ou muito cheio. “O principal combustível necessário são os carboidratos”, afirma Kássia Duarte Rodrigues, nutricionista esportiva parceira da Itambé, a nova patrocinadora master da corrida Encontro Delas. A falta deles, diz, acaba com os estoques de glicogênio nos músculos, o que resulta em fadiga e má recuperação. Para quem corre menos de uma

• Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa • Consuma frutas e leite Fonte: Nutricionista Kássia Duarte Rodrigues/Itambé

A Encontro Delas vai ser a primeira prova de rua da dentista Amanda Borges, que começou a correr há seis meses. “Será um desafio, mas também muito divertido, já que é uma corrida só de mulheres”

hora, em intensidade moderada, a nutricionista recomenda que seja feita refeição ou lanche antes, sem a necessidade de repor energia durante o exercício, apenas se hidratar. “Já quem enfrenta horas na pista ou realizar um treino pesado precisa fazer reposição de carboidrato ao longo da corrida, podendo ser um punhado de frutas secas ou um gel de carboidrato”, afirma. Esta última alternativa, segundo ela, é mais prática de consumir durante o percurso. Ao final da prova, bom mesmo é relaxar e descansar. Neste ano, o Lacob Nail, spa de pés e mãos voltado para o relaxamento, vai prestar atendimento gratuito às participantes. “No local, teremos cerca de oito profissionais, com serviços como massagem rápida, design de sobrancelhas e relaxamento para os pés”, diz Andrezza Perfeito, sócia da Lacob. Passada a corrida, é só levantar os pés e relaxar! ❚ ABRIL DE 2015

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COMPORTAMENTO | ESPORTE Gláucia Rodrigues

Malhação

a dois

Entrar em forma é mais fácil quando o parceiro está ao lado. Pelo menos essa é a opinião de muitos casais que optaram por praticar atividades físicas juntos e comemoram os resultados DANIELA COSTA

O casal Danielle Lelis e Amonário José Martins Neto frequenta a academia, todas as manhãs: “É uma forma de reforçar nossos laços”, diz Amonário

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O dia de Danielle Lellis, de 34 anos, e do marido, Amonário José Martins Neto, funcionário público, começa bem cedo. Antes das 6h, os dois já estão de pé, fazem o desjejum com dieta equilibrada e seguem juntos, de bicicleta, para a academia. Ficam por lá durante pelo menos duas horas, e só depois de retornarem para casa cada um segue sua rotina. Malhar lado a lado, todos os dias, inclusive nos fins de semana, já se tornou algo comum – e estimulante – na vida do casal. Tudo começou após um período em que Danielle se sentia para baixo, com sintomas de depressão, e encontrou na prática de atividades físicas um meio de levantar o astral e entrar em forma. Além da academia, ela corre uma média de 70 km por semana. “Sempre fomos muito unidos em nosso dia a dia e malhar só reforçou esses laços, além de manter nossa qualidade de vida”, diz Amonário. Com 15 kg a menos, Danielle não tem dúvidas: “O esporte se tornou um remédio natural para mim. E, com meu marido ao meu lado, o estímulo é maior”, diz. Em tempos em que cuidar da saúde e da forma física passou a ser visto como fundamental, muitos casais têm apostado na prática de atividades físicas a dois como forma de incentivo. “Algumas modalidades de esporte como corrida, ciclismo, tênis e escalada são ideais para a prática do casal.

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Samuel Gê

Por incentivo do namorado, Felipe Fernandes, Thaís Amaral começou a praticar corrida: hoje eles se preparam para a primeira maratona juntos

Especialmente quando os parceiros treinam em sintonia, respeitando os limites um do outro”, diz o educador físico e personal trainer Pedro Henrique Moura, da Academia Companhia Athletica. O treino em dupla é comum e conta muito como fator motivacional. Um parceiro pode ajudar a controlar os movimentos ou segurar a carga quando o outro chega ao limite físico. “Várias pessoas deixam de praticar esporte por não gostarem de ir à academia sozinhas. Ter companhia é um grande diferencial”, explica Marcela Viddoti, educadora física da Academia BH Fitness. Para encarar desafios do triatlo, o casal Túlio Guimarães Laia, de 36 anos, servidor público, e Nathanaelle Mosca, de 29 anos, personal trainer, entra em forma juntos, correndo, caminhando,

Eugênio Gurgel

Túlio Guimarães Laia e Nathanaelle Mosca praticam triatlo: “O esporte faz parte de nossas vidas e o apoio mútuo nos fortalece”, diz Nathanaelle

malhando, para depois partir para os desafios individuais das provas. “O esporte faz parte da nossa vida, compartilhamos os mesmos desejos e objetivos e o apoio mútuo é o que nos fortalece”, diz Nathanaelle. No entanto, se a dupla não tiver o mesmo comprometimento, o treino a dois pode se tornar um problema. Nesses casos, um parceiro acaba prejudicando o outro. “Por isso, é importante que o casal tenha objetivos semelhantes e adote a atividade esportiva como estilo de vida a dois”, diz Leonardo César Mendonça Rodrigues, educador físico da Academia Runner. A rotina da estudante Thaís Monteiro Amaral, de 23 anos, transformou-se depois que conheceu o namorado, o bombeiro militar Felipe dos Santos Fernandes, de 22 anos. Além de come-

çar a praticar corrida, apostou na mudança dos hábitos alimentares. Hoje o casal já se prepara para participar de sua primeira maratona juntos. “Os treinos acabaram nos aproximando, nos encontramos mais vezes por semana e aproveitamos para conversar. Sozinha, não teria tanta disposição”, diz ela. Seja juntos, seja individualmente, a dica para manter a forma é mesmo aliar a prática de atividade física a uma boa alimentação. Estando a dois, melhor ainda, pois um acaba ajudando o outro a não cair na tentação. “Preparar refeições saudáveis a dois em casa, por exemplo, pode ser bem interessante. A parceria ajuda até mesmo a variar o cardápio. E, mesmo se alimentando na rua, o comprometimento do casal contribui para monitorar os excessos”, diz a nutricionista Juliana Gresta. z ABRIL DE 2015

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VITRINE | CALÇADOS STROKE CAFÉ Democrata R$ 299

Gato

de botas CAMURÇA ROYAL Raphael Steffens R$ 399,90

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BOTA JEANS VR R$ 439

AMANDA ALEIXO

As folhas do outono se somam às temperaturas amenas deixando a cidade mais charmosa e aconchegante. Para calçar os pés com estilo e conforto, as botas são indispensáveis em qualquer look. Na coleção outono/inverno 2015, os homens modernos e despojados podem apostar em jeans e calçado em camurça, sem medo de errar. Já para os clássicos e urbanos, o couro é a melhor opção. Afinal, ele nunca sai de moda. ❚

BOTA MOKA Sergio’s R$ 258

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Fotos Cláudio Cunha e Divulgação

BOTA CAMURÇA Sergio’s R$ 279

HARBOR PRETO Democrata R$ 339

COURO CRAZY San Marino R$ 189,70 BOTA LONA VR R$ 439

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PAT R O C Í N I O :

APOIO:

Projeto executado por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais

PROMOÇÃO:

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PRODUÇÃO:

REALIZAÇÃO:

CA 0036/001/2013; CA 0625/001/2014

INCENTIVO:

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CAPA | BOTECAR Cláudio Cunha

Jorge Lage, do Bar do Doca; Romulo Silva (Bolinha), do Bartiquim Gonzaga; Eliza Fonseca, do Bar da Lora; José Rodrigues, do Bar do Zezé, e Nicola Vizioli, do Família Paulista: donos de alguns dos mais tradicionais bares de BH têm boas expectativas para o festival

Escolha o seu favorito Os botequeiros de plantão já podem eleger o melhor entre os 55 bares participantes do festival Botecar. A homenagem a cidades de Minas é a novidade desta edição e inspirou a criação de tira-gostos com ingredientes bem mineiros 98 |Encontro

ALINE GONÇALVES

Era só mais um início de noite, uma quinta-feira de verão depois do carnaval, no Bar do Zezé, um dos mais conhecidos de BH, quando a assistente de dermatologia Alice Portugal escolheu, com algumas amigas, uma mesa para se sentar. Alguns metros distantes, os amigos do engenheiro Fernando Vilela já faziam um brinde com cervejas, enquanto procuravam um tira-gosto no cardápio, como se não conhecessem todas as opções de trás para frente, já que eram clientes assíduos do local. Até que um dos rapazes reparou nas amigas e sugeriu que juntassem as mesas, em uma tentativa despretensiosa de paquera. Os grupos riram, conversaram e, no fim da noite, Fernando, que não havia dito meia dúzia de palavras para Alice, entre-

gou um cartão com contatos pessoais. As amigas a colocaram como “porta-voz” para que todos combinassem um novo encontro. A reunião das turmas, porém, ficou para depois. Durante a troca de e-mails, Alice e Fernando decidiram que queriam mesmo sair sozinhos. O local escolhido, o bar Patorroco, serviu de cenário para o pedido de namoro. De lá para cá, seriam muitos bares visitados com ou sem os amigos do início da história. Depois vieram o noivado e a decisão de realizar o casório em 2014. Mas eles queriam mais e decidiram marcar o ano do noivado com algo diferente, que tivesse a cara dos dois. Como bons botequeiros, fizeram um autodesafio: frequentar o máximo de estabelecimentos durante a primeira edição do Botecar, festival que surgiu exatamente naquele ano com

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Arquivo Pessoal

Alice Portugal e Fernando Vilela visitaram 40 bares no ano passado e ficaram conhecidos como “casal Botecar”: a sessão de fotos após o casamento, no ano passado, foi feita no Bar do Zezé

objetivo de eleger o melhor bar de raiz da cidade. O resultado? Visitaram mais de 40 locais, ganharam a ‘desconfiança’ de alguns donos de bares – que pensavam que os dois faziam parte do júri técnico – e, por fim, ficaram conhecidos como o “casal Botecar”. “Mesmo com os preparativos do casamento, fizemos uma poupança para gastarmos durante o evento. Fizemos tudo por diversão e para marcar esse ano singular na nossa história”, explica Alice. No dia mais importante da vida do casal, José Rodrigues (o Zezé), do Bar do Zezé, onde se conheceram, foi convidado de honra da cerimônia, para alegria dos dois. Para registrar o momento, uma amiga da dupla fez um ensaio bem-humorado deles exatamente nesse bar. “Três dias depois da festa, eles apareceram por lá, ela de noiva e ele todo arrumado para a sessão de fotos. Foi bacana. Fico satisfeito de ver clientes felizes: essa relação com os frequentadores mudou a minha vida, brinco que até sou famoso”, diz José Rodrigues. A relação de carinho dos clientes com os bares prediletos, tão evidente em BH,

ganha novos contornos durante festivais que promovem os estabelecimentos, como o Botecar, escolhido por Alice e Fernando para marcar a vida do casal. Neste ano, o evento será de abril a maio e reúne 55 dos principais bares de raiz da cidade. A novidade agora é associar o petisco a uma cidade mineira homenageada. A ideia estimulou a criatividade e mexeu com as memórias afetivas dos participantes. Ao todo, foram destacadas 45 cidades de Minas Gerais. José Rodrigues, ou melhor, Zezé, por exemplo, que foi testemunha da história de Fernando e Alice, buscou no município onde nasceu, São Domingos do Prata, a inspiração e terminou por se lembrar dos sabores da sua infância. “Vim para BH com 12 anos. Para o festival, decidi apresentar uma receita antiga, que minha mãe fazia, o bolinho de arroz com bacalhau”, conta José Rodrigues. Outro que se emocionou com memórias do passado foi Romulo Silva, mais conhecido como Bolinha, do Bartiquim Gonzaga. Ele indicou o vilarejo de Furquim, próximo a Mariana, para

Por dentro do evento Data de realização: de 8 de abril a 9 de maio Bares: 55 participantes (confira detalhes de cada boteco) Preço: R$ 15,90 é o petisco mais barato; R$ 29,90 é o mais caro Votação: Depois de provar o tira-gosto, é só pedir a cédula de votação e dar notas de zero a dez Mais informações: www.botecar.com.br

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CAPA | BOTECAR brindar. “Quando eu era criança, morei na casa de um amigo do meu pai, o Zeca, para estudar, já que a fazenda da minha família ficava afastada da escola. Foi um período importante, quando comecei a lidar com comércio, já que o Zeca tinha uma vendinha. Uma das memórias mais antigas que possuo é de um balcão onde ele colocava o porco para cada cliente escolher um pedaço”, diz. Por isso mesmo, seu petisco no festival, o Forró do Gonzaguinha, leva carne suína.

Algumas lembranças que ajudam a contar as histórias dos petiscos começaram tortuosas, mas com final feliz e, agora, além de trazer saudades, inspiraram comida boa. Dono do Bar Amarelim do Prado, Adriano Januário Braga descreve momentos que viveu em Passabém, quando participou de um grupo de missionários. “Era um município pobre e o grupo passou alguma necessidade, mas tudo que vivi lá foi muito significativo para minha vida. Às vezes, comíamos

Venda Nova

ONDE ESTÃO

2

Confira no mapa o número de bares por região

Norte

3 bares

bares

REGIÃO: LESTE 19- Bar do Walmir 20- Cantina da Ana 21- Chef Tulio 22- Köbes 23- Oratório Bar 24- Silvio’s Bar

Pampulha

6 bares

Nordeste

3

bares Noroeste

6

Leste

6

bares

Oeste

BELO HORIZONTE

9 bares

Centro-Sul

bares

17 bares

Barreiro

3

bares

REGIÃO: NOROESTE 1- Art Bar Tanganica 2- Bar e Restaurante Casa Velha 3- Bar do Kaka 4- Bar do Véio 5- Carlão Rei dos Churrasco 6- Gabiroba Butiquim REGIÃO: NORDESTE 7- Adega e Churrasco 8- Barção Moreira 9- Família Paulista

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carne ensopada com espinafre, justamente os principais ingredientes da minha receita para o Botecar”, diz. Ter nascido em São Paulo não foi problema para Nicola Vizioli, do bar Família Paulista, adequar-se à proposta do festival. Pelo contrário, ele viu aí a oportunidade de agradecer a Belo Horizonte, cidade que acolhe sua família há 18 anos. “Quando viemos para BH, nossos objetivos eram outros, muitas coisas deram errado. Para se ter ideia, quando abri o

REGIÃO: NORTE 10- Arte do Espeto Mineiro 11- Bar da Cida 12- Escritório Da Cerveja REGIÃO: PAMPULHA 13- Bazin Bar 14- Butecão do Leão 15- Butiquim Seu Jorge 16- Macaxeira Beer 17- Petisqueira Pampulha 18- Zoo Bar

REGIÃO: CENTRO-SUL 25- Amarelim da Prudente 26- Armazém do Árabe 27- Armazém Medeiros 28- Bar do Antônio (Pé De Cana) 29- Bar do Júnior 30- Bar da Neca 31- Bar da Lora 32- Bar do Salomão 33- Bar Estabelecimento 34- Barbazul 35- Bartiquim Gonzaga 36- Borracharia 37- Boteco da Carne 38- Buteco do Maranhão 39- Cervejaria Seu Romão 40- Chamego’s Bar 41- Via Cristina REGIÃO: OESTE 42- Agosto Butiquim 43- Bar Amarelim do Prado 44- Bar da Claudinha 45- Bar do Doca 46- Geraldim da Cida 47- Patorroco 48- Petisqueira do Teté 49- Pimenta com Cachaça 50- Zezão Bar REGIÃO: BARREIRO 51- Bar de Minas 52- Bar do Rei 53- Bar do Zezé REGIÃO: VENDA NOVA 54- Chopp com Espeto 55 - Curin Bar

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Fotos: Samuel Gê

As irmãs Izabela e Daniela Alves organizam caravanas entre os amigos para o evento: “Se for o caso, até levamos mesas e cadeiras”, diz Izabela

bar, pensei: ‘Se não vendermos nada, pelo menos podemos comer o estoque’. Mas fomos tão bem recebidos que, agora, estou feliz em agradecer”, diz. Durante o Botecar, além do público fiel, os bares recebem pessoas de vários pontos da cidade, abrindo oportunidade para conquistar novos clientes e, por que não, aumentar o ciclo de amigos. Vários botequeiros chegam em caravanas particulares, como a produzida pelas irmãs gêmeas Izabela e Daniela Alves, que já se preparam para repetir o movimento do ano passado. Elas fizeram algo diferente e deu certo: convidaram amigos e parentes, contrataram um serviço de transporte particular e combinaram o número de tira-gostos e de cervejas que será servido em cada estabelecimento, para não haver problema na hora de fechar a conta. “Ligo para o dono do bar e estipulamos o período que ficaremos. Se for o caso, até levamos mesas e cadeiras, é tudo bem divertido”, diz Izabela. E as ideias para este ano não param. “Vamos colocar uma boate na van, com DJ e tudo o mais”, afirma. Para ela, as caravanas são uma chance de criar novos vínculos afetivos. “Eu adoro

Carne ensopada e espinafre, do bar Amarelim do Prado: ingredientes para homenagear a cidade de Passabém

boteco e sei que esse espaço favorece amizades. Já tive namorados que conheci no bar e já vi oportunidades de parcerias de emprego”, diz Izabela. Quem não quer participar de caravanas, mas quer circular por vários bares sem dirigir, pode recorrer ao Carona Botecar, um serviço oferecido pela organização do evento. Aos sábados, nove ônibus fazem os seguintes circuitos gratuitos: Pampulha, Norte e Nordeste, Noroeste, Leste, Centro-Sul, Barreiro, Oeste, Serra e Sion-Santo Antônio. Pode subir a bordo quem estiver com o guia do evento em mãos. “Queremos incentivar a mobilidade e evitar ao máximo que a pessoa beba e dirija”, diz Antônio Lúcio Martins, organizador do evento. Ele estima que, no ano passado, o público do festival tenha sido de 400 mil pessoas. Para este ano, acredita que o público vai chegar a 500 mil. A expectativa dos donos de bares vai além. Jorge Lage, o Doca, do estabelecimento homônimo, espera um público 30% maior que no ano passado. Já Eliza Fonseca, do Bar da Lora, também está otimista, tanto que contratou novos garçons. “Converso muito com os funcionários, porque

o atendimento, para mim, é crucial”, diz ela. Entusiasmado, Doca fez uma preparação diferente neste ano. Como vai homenagear Itabira, cidade em que nasceu, ele procurou a prefeitura do município e vai levar peças de artesanato, decoração e atrações musicais para o seu boteco. Antes de definir o ingrediente base para sua receita, que será o ora-pro-nóbis, ouviu os conterrâneos. Ao chegar à hortaliça, que “comia muito quando criança”, ele relembrou os tempos de menino do interior e acabou por também resgatar uma figura lendária do município. “Zelopão Orapronobis será o nome do tira-gosto. É uma brincadeira com o nome da folha, mas também se refere a um padre que viveu em Itabira, José Lopes. Ele era muito bravo, diretor da escola onde estudei. Eram tempos diferentes e saudosos”, diz. “Tudo nesse prato remete a minha infância.” Assim como Doca, certamente, durante o festival, outros botequeiros vão se lembrar de histórias ao provarem um tira-gosto. Com as memórias afetivas aparecendo, só não vale bairrismo na hora de pedir a cédula e eleger o melhor estabelecimento. ABRIL DE 2015

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CAPA | BOTECAR/BARES PARTICIPANTES Samuel Gê

Ronney Vianna e a mulher, Elizabeth Pereira, vão homenagear a cidade natal

Samuel Gê

Joana Castro comanda a cozinha do Agosto Butiquim

Adega & Churrasco

Agosto Butiquim

Nascido em Pedra Azul e fã dos preparos com carne, Ronney Vianna conta com a mulher, Elizabeth Pereira, para administrar o bar, fundado em 2001. As mesas ficam na calçada, e a cozinha é visível aos clientes: tudo bem informal, tal como os típicos botequins do interior.

Inaugurado em 2006, o bar chama a atenção pela decoração moderna. Na administração estão os primos Joana de Casto e Lucas Brandão. Ela cuida da cozinha, enquanto ele prepara drinques com cachaças que fazem sucesso entre o público. Quem preferir pode experimentar cervejas importadas e artesanais.

Ingredientes do tira-gosto: queijo cabacinha recheado com purê e carne de sol desfiada com legumes à juliene salteados na manteiga de garrafa, acompanhado de banana-da-terra frita Preço: R$ 28,90. Serve duas a três pessoas Cidade homenageada: Pedra Azul Endereço: Rua Maura, 120, Palmares, 3088-1555

Ingredientes do tira-gosto: lascas de pernil assado e refogado com mistura fina, acompanhadas de batatas rústicas Preço: R$ 28,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Passos Endereço: Rua Esmeralda, 298, Prado, 3337-6825

Tira-gosto: Tradição da Terra

Tira-gosto: Sertões do Jacuí

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Alexandre Rezende

Os irmãos Ronaldo Chaves e Orlando Chaves participam pela primeira vez

Amarelim da Prudente Tira-gosto: Mistura Papagaiense

Os irmãos e sócios Ronaldo e Orlando Chaves Bahia homenageiam a cidade de Papagaios, onde nasceram e viveram até a adolescência. Esta é a primeira vez que o boteco, fundado em 2001 e com capacidade para 280 pessoas, participa do festival. Picanha com mandioca cozida é o carro-chefe da casa. Ingredientes do tira-gosto: carne de porco cozida e conservada na lata servida na pedra de ardósia, acompanhada de mandioca cozida regada na manteiga da roça e molho barbecue. Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Papagaios Endereço: Avenida Prudente de Morais, 920, Cidade Jardim, 3344-8553

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Miryam Ayub e Vinícius Vieira misturam culinária árabe e mineira

Armazém do Árabe

Tira-gosto: Caftalifa e Seu Vizir Antes de abrir o bar, em 2000, Miryam Ayub já trabalhava com comida árabe, mas sob encomenda. Na cozinha, agora, prepara sabores que aprendeu com os pais e avós, mas não abre mão de ingredientes mineiros em suas receitas. Na administração do bar, conta com ajuda do marido, Vinícius Vieira. Ingredientes do tira-gosto: minicaftas acompanhadas de molho especial de pimenta com mostarda e mel e pãozinho que é receita de família Preço: R$ 26,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Juiz de Fora Endereço: Rua Luz, 230, Serra, 3223-1410

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Samuel Gê

Samuel Gê

Artista plástico, Ângelo Telles comanda o boteco há mais de 15 anos

Carminha e Marcílio Cruz valorizam produtos típicos do interior

Armazém Medeiros

Art Bar Tanganica

Marcílio Cruz e a mulher, Carminha, dirigem o bar, aberto em 2009, em um imóvel dos anos 1940, onde já funcionou uma mercearia e até padaria. O local foi repaginado, ganhou iluminação discreta e prateleiras de madeiras, abastecidas com produtos típicos do interior de Minas.

O artista plástico Ângelo Rafael Telles está à frente do bar, fundado há 15 anos. São dele as pinturas penduradas nas paredes e as receitas de alguns quitutes que fazem sucesso entre os universitários que frequentam o local. O espaço também atrai a vizinhança, sobretudo por seu ambiente com quintal e árvores.

Ingredientes do tira-gosto: lascas de bacalhau salteado em azeite extra virgem, batata palha, ovos mexidos e cebola roxa Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Itabirito Endereço: Rua Rio de Janeiro, 2.221, Lourdes, 3275-2665

Ingredientes do tira-gosto: barquetes de trigo recheadas com moquequinha triturada acompanhadas de molho de limão picante Preço: R$ 24,90. Serve de três a quatro pessoas Cidade homenageada: Coronel Fabriciano Endereço: Rua Padre Demerval Gomes, 380, Coração Eucarístico, 3376-7047

Tira-gosto: Nas Trilhas de Itabirito com Manoel Salvador

Tira-gosto: Barquinhas do Piracicaba

Alexandre Rezende

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Alessandra Alves também oferece no bar programação musical Adriano Braga escolheu Passabém, cidade onde viveu, para homenagear

Arte do Espeto Mineiro Tira-gosto: Tijolo de Maçã de Peito com Massa de Creme de Abóbora

Bar Amarelim do Prado Tira-gosto: Passabém

Alessandra Alves abriu o bar há dois anos, tendo como carro-chefe tira-gostos como a batata recheada e a porção mista, que leva entre os ingredientes contrafilé, lombo e mandioquinha. Para beber, é possível degustar uma boa cachaça mineira. O bar traz programação musical em alguns dias de semana.

Novato no evento, Adriano Januário Braga, dono do bar inaugurado em 1997, escolheu Passabém para homenagear, cidade onde viveu em 1984, quando atuava em um projeto social. Das boas recordações da época, ficou o acolhimento dos moradores, muitas vezes traduzido com o compartilhamento de carne com agrião e espinafre.

Ingredientes do tira-gosto: carne de maçã de peito desconstruída com tempero de especiarias empanada na farinha de castanha-de-caju sobre um creme de abóbora, com redução de mel e aceto balsâmico Preço: R$ 28,90. Serve duas pessoas Cidade homenageada: Belo Horizonte Endereço: Rua Caxangá, 388, L1, Guarani, 3024-6998

Ingredientes do tira-gosto: maçã de peito ao molho de agrião do chef, mandioca cozida com manteiga de garrafa e espinafre Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Passabém Endereço: Avenida Francisco Sá, 658, Prado, 3372-0328 ABRIL DE 2015

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CAPA | BOTECAR/BARES PARTICIPANTES Alexandre Rezende

Alexandre Rezende

Cláudia dos Reis, a Claudinha, levou seu bar para o Alto Barroca

Maria Aparecida Silva está à frente do boteco que leva seu apelido

Bar da Cida

Bar da Claudinha

O nome do bar é o apelido da proprietária, Maria Aparecida Silva Chagas, que faz questão de manter o espaço familiar, com mesas grandes e garçonetes no atendimento. O sucesso começou pelos caldos, mas outros quitutes ajudam a garantir a freguesia. Já são mais de 25 anos de existência.

Há pouco mais de um ano, Cláudia Aparecida dos Reis levou seu boteco para o Alto Barroca, depois de passar 17 anos no Nova Suíça. A mudança não afugentou os clientes fiéis. Além dos petiscos, eles não abrem mão do quintal e da varanda, que existem tanto na nova quanto na antiga casa e atraem famílias e casais de diversas idades.

Ingredientes do tira-gosto: medalhão de peixe acompanhado de molho tártaro Preço: R$ 29,90. Serve três pessoas Cidade homenageada: Caetanópolis Endereço: Rua Numa Nogueira, 287, Floramar, 3434-8715

Ingredientes do tira-gosto: abobrinha recheada com carne moída e arroz acompanhada de vinagrete da casa Preço: R$ 15,90. Serve uma pessoa. Cidade homenageada: Carmésia Endereço: Rua Santa Cruz, 282, Alto Barroca, 9622-4768

Tira-gosto: Clareou

Tira-gosto: Kousa Mahshi Mineira

Samuel Gê

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Eliza Fonseca, a Lora, herdou o ponto do pai

Sérgio Bruno Carneiro é estreante no evento

Bar da Lora

Bar da Neca

O fígado com jiló é das iguarias de maior sucesso, apreciado pelos clientes, de pé, no balcão mesmo. O espaço limitado não é problema para os frequentadores. Na realidade, é um costume cultivado. Há uma década à frente do tradicional boteco está a Lora, Eliza Fonseca, que herdou o ponto do pai.

Neca é o apelido de Ana Paula Guedes, sócia de Sérgio Bruno Carneiro no empreendimento, que é famoso por seu mexidão com maçã de peito. Fundado em 2000, esta é a primeira vez que o bar, com capacidade para 120 pessoas, participa do festival, homenageando a capital mineira, cidade onde os proprietários nasceram.

Ingredientes do tira-gosto: costelinha, molho de goiabada, queijo, linguicinha e abacaxi Preço: R$ 29,90. Serve de três a quatro pessoas Cidade homenageada: São Gonçalo do Pará Endereço: Mercado Central, loja 115, Centro, 3274-9409

Ingredientes do tira-gosto: tulipinhas de frango (meio da asa) assadas, servidas em frigideira de alumínio sobre cama de couve com minimedalhões de quiabo assados, acompanhadas de angu cozido em forma de empadinha Preço: R$ 26. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Belo Horizonte Endereço: Rua Pium-í, 690, Sion, 2555-9132

Tira-gosto: Origens da Lora

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Tira-gosto: Mineirinho Maluquinho

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Samuel Gê

Alexandre Rezende

Márcio Bomtempo assumiu o bar nos anos 1980

Leninha Desidério preparou um tira-gosto com três tipos de carne

Bar de Minas

Bar do Antônio (Pé de Cana)

Marilene Maria, a Leninha, comanda o local, no Barreiro, dividido em dois ambientes disputados: varanda, com plantas ornamentais; e salão principal, com um jardim interno. Ao seu lado na administração está a filha e companheira de todas as horas Isabella Carolina, que ora ajuda na cozinha, ora no caixa.

Os irmãos Túlio, Roberto e Márcio Bomtempo comandam o boteco, depois que Antônio, fundador, faleceu, ainda nos anos 1980. Da época da inauguração ficaram o nome e o sobrenome, adquirido do hábito botequeiro de despejar no chão uma dose de cachaça. Isso para nascer, no lugar, “um pé de cana”.

Ingredientes do tira-gosto: na panelinha: couve, polenta, queijo, pernil, carne de boi e peito de frango ao molho sugo Preço: R$ 28,90. Serve duas pessoas Cidade homenageada: Santa Bárbara Endereço: Rua São Domingos, 171, Barreiro, 3384-1173

Ingredientes do tira-gosto: rolinhos de lombo recheados com canastra e bolinhos de milho verde com queijo de minas. Preço: R$ 29,90. Serve duas pessoas Cidade homenageada: Patrocínio Endereço: Rua Flórida, 15, Sion, 3221-2099

Tira-gosto: Mix Santa Bárbara

Tira-gosto: Lombo Catiguá

Samuel Gê

Alexandre Rezende

Edelweiss de Moreira Júnior conduz o conhecido ponto no Mercado do Cruzeiro

Sebastião Lage mantém clientela fiel

Bar do Doca

Bar do Júnior

Desde 1996, quando foi aberto, o boteco já trocou de imóvel algumas vezes, mas segue mantendo a clientela. Sebastião Lage, o Doca, capitaneia o estabelecimento com muita simpatia e sorrisos, o que cativa um público fiel. Na cozinha, suas irmãs, Cássia e Denise Lage, revezam-se no preparo das iguarias.

Inaugurado há 25 anos, o bar é comandado por Edelweiss de Moreira Júnior, que saiu da loja de laticínios do pai, também no Mercado do Cruzeiro, para continuar no centro comercial, mas com a proposta de ser ponto de encontro para diferentes gerações. Esta é a segunda vez que participa do Botecar.

Ingredientes do tira-gosto: rabada com ora-pro-nóbis e angu Preço: R$ 24,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada Itabira Endereço: Rua Cuiabá, 960, Prado, 3291-6594

Ingredientes do tira-gosto: pernil assado acompanhado de angu frito, tomatinho-cereja e farofa Preço: R$ 29,90. Serve três pessoas Cidade homenageada Itabirito Endereço: Mercado do Cruzeiro, lojas 7 e 8, Cruzeiro, 3223-5822

Tira-gosto: Zelopão Orapronobis

Tira-gosto: Itabirito na Culinária da Capital

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CAPA | BOTECAR/BARES PARTICIPANTES Alexandre Rezende

Samuel Gê

Há dois anos, Luís Carlos Dias, o Kaká, e o sócio Marcelo Duarte abriram o boteco

Reinaldo e Vânia Abreu transformaram a mercearia da família em bar

Bar do Kaka

Bar do Rei

Luís Carlos Dias, o Kaká, tem ajuda do sócio Marcelo Duarte para comandar a casa, especializada em churrasco. Aberta há pouco mais de dois anos, ocupa amplo espaço no bairro Aparecida e tem decoração com madeira rústica. A clientela é diversificada e os apreciadores do futebol têm cadeira cativa.

Uma antiga mercearia da família deu origem ao boteco liderado por Reinaldo de Abreu, ao lado da mulher, Vânia. O local amplo atrai público diversificado e, por isso, há espaço reservado para o lazer das crianças no segundo andar. Quem preferir pode até mesmo pedir a bebida no balcão, como nos antigos botequins mineiros.

Ingredientes do tira-gosto: filé mignon ao molho gorgonzola, bananinha chips, torradas com pasta de queijo e pimentabiquinho, acompanhado de creme de moranga e catupiry Preço: R$ 29,90. Serve três pessoas Cidade homenageada: Ferros Endereço: Avenida Américo Vespúcio, 562, Aparecida, 8857-4946

Ingredientes do tira-gosto: carne apertada com jiló Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Lapinha da Serra Endereço: Rua Aladim Correia de Faria, 985, Barreiro, 3381-0125

Tira-gosto: Divera que É Filé

Tira-gosto: Boqueirão

Samuel Gê

Reduto atleticano, o boteco é administrado por Salomão Jorge Filho

Alexandre Rezende

Os irmãos Marcelo Fantini e Fábio Fantini são herdeiros do Véio

Bar do Salomão

Bar do Véio

O nome não deixa dúvidas: trata-se de negócio chefiado por família de origem síria. Agora, à frente da casa, está Salomão Jorge Filho, representante da terceira geração. Fundado em 1944, o boteco ganhou fama por ser reduto dos atleticanos, que semanalmente assistem aos jogos do clube no local.

O bar da família Fantini é administrado pelos irmãos Marcelo, Célio, Vagner e Fábio, herdeiros do Véio. Eles até tentaram emplacar outro nome, mas os clientes não aceitaram. Para esta edição do Botecar, a aposta é na carne de porco servida com o molho de uma folha pouco comum na culinária de botecos, o cansanção.

Ingredientes do tira-gosto: língua ao molho madeira com maçã e cubos de queijo de minas acompanhada de torradas com ervas Preço: R$ 24,90. Serve três pessoas Cidade homenageada: Belo Horizonte – bairro Serra Endereço: Rua do Ouro, 895, Serra, 3221-5677

Ingredientes do tira-gosto: enroladinho de lombo com bacon e cenoura, incorporado ao molho de cansanção Preço: R$ 21,90. Serve duas pessoas Cidade homenageada: Jaboticatubas Endereço: Rua Itaguaí, 406, Caiçara, 3415-8455

Tira-gosto: Língua Serrana

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Tira-gosto: Coçando o Lombo

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Samuel Gê

Samuel Gê

Situado em casa histórica do Lagoinha, o bar é administrado por Márcia Soares Moreira

José Rodrigues, o Zezé, transformou o Barreiro em ponto dos botequeiros

Bar do Zezé

Bar e Restaurante Casa Velha

É um dos botecos mais premiados e famosos da cidade. A simpatia do proprietário José Rodrigues, o Zezé, soma-se aos quitutes caprichados preparados pela mulher, dona Alfa, que são sucesso total entre a clientela. No início, eram apenas quatro mesas; hoje já são 160 lugares, quase sempre ocupados.

A criatividade da cozinheira e proprietária do bar, Márcia Soares Moreira, sempre atrai os botequeiros no início da noite. Eles também aproveitam os diversos rótulos de cachaças, cervejas, além das caipifrutas. Durante o dia, o boteco, situado em uma antiga casa do bairro Lagoinha, também serve almoço.

Ingredientes do tira-gosto: bolinhos de arroz com bacalhau acompanhados com creme de alho e ervas Preço: R$ 27,90. Serve três pessoas Cidade homenageada: São Domingos do Prata Endereço: Rua Pinheiro Chagas, 406, Barreiro de Baixo, 3384-2444

Ingredientes do tira-gosto: angu de ora-pro-nóbis com ragu de costelinha, farofa de carne-seca e croquete de pernil Preço: R$ 29,80. Serve três pessoas Cidade homenageada: Dores do Indaiá Endereço: Rua Além Paraíba, 400, Lagoinha, 2551-1953

Tira-gosto: Bolinho de Cascais

Tira-gosto: Moiadim no Sequin com Bolim

Alexandre Rezende

Samuel Gê

Olívio Cardoso Filho quer alcançar o bicampeonato neste ano José Márcio Ferreira criou diversidade de sabores para o evento

Bar Estabelecimento

Barbazul

Nascido e criado em Campos Altos, Olívio Cardoso Filho busca o bicampeonato no festival, agora com um prato com o qual homenageia sua cidade. Além da cozinha, o bar se destaca pela decoração, que lembra fazendas do interior de Minas. Uma área disputada entre os clientes é o quintal com árvores frutíferas.

A prateleira com mais de 1 mil rótulos de cachaça chama a atenção dos clientes, tanto no horário do almoço, quando o público chega a quase 300 pessoas, em busca do PF, como no happy hour. À noite, o bar comandado por José Márcio Ferreira, o Marcinho, oferece opções como pernil, feijão-tropeiro e lagarto recheado.

Ingredientes do tira-gosto: escondidinho de frango queimado no angu de milho verde e manjericão Preço: R$ 24,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Campos Altos Endereço: Rua Monte Alegre, 160, Serra, 3223-2124

Ingredientes do tira-gosto: costelinha, linguiça, quiabo e arroz especial, tudo coberto com queijo de minas Preço: R$ 24,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Oratórios Endereço: Rua Getúlio Vargas, 216, Funcionários, 2535-3527

Tira-gosto: Pique-esconde

Tira-gosto: Surpresa de Oratórios

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CAPA | BOTECAR/BARES PARTICIPANTES Alexandre Rezende

Alexandre Rezende

Rômulo César, o Bolinha, trocou Santa Tereza por Lourdes há poucos meses

José Moreira e Maria da Conceição estão no negócio há mais de 20 anos

Barção Moreira

Bartiquim Gonzaga

O nome do boteco é uma curiosa junção do apelido da dona, Maria da Conceição, a Ção, com o sobrenome do marido, José Xavier Moreira. Há mais de 20 anos, eles gerenciam o local, onde anteriormente havia outro boteco, também de propriedade da família, o Bar do Gegê. De lá para cá, o espaço aumentou quinze vezes.

Rômulo César da Silva, o Bolinha, levou sua experiência na cozinha do Bartiquim, que funcionou por 13 anos no Santa Tereza, para o Gonzaga, de Leonardo Marques, no início do ano, fundindo os dois negócios em um só. Da junção, apareceram mais receitas, sobretudo com enfoque em molhos.

Ingredientes do tira-gosto: costela de boi, molho barbecue engrossado com biomassa, farofa de alho e antepasto de umbigo de banana acompanhado de fatias de pão Preço: R$ 24,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Nova União Endereço: Rua Mombaça, 493, São Gabriel, 3493-2078

Ingredientes do tira-gosto: costelinha à passarinho, farofa de jiló e molho de tangerina Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Furquim Endereço: Rua Tomás Gonzaga, 578, Lourdes, 2512-8578

Tira-gosto: União Umbigo e Costelão

Tira-gosto: Forró do Gonzaguinha

Alexandre Rezende

Samuel Gê

O chef Jaime Solares aposta em tira-gostos mineiros

Luvismar Edson e Maria Betânia França criam os aperitivos

Bazin Bar

Borracharia

O boteco fica situado em frente a uma pracinha e, por isso, muitos clientes preferem as mesas dispostas na calçada. Para petiscar, há sugestões tradicionais como os caldos de feijão e mandioca e outras criadas por Luvismar Edson Rafael e Maria Betânia França, que gerenciam o local há pouco mais de cinco anos.

Situado atrás de um posto de gasolina, bem na avenida Afonso Pena, o bar, aberto em 2011, traz em sua decoração itens como pneu, macaco hidráulico e calibrador. Na batuta está Jaime Solares, responsável também pela cozinha, de onde saem aperitivos autorais e tradicionais, como o torresmo.

Ingredientes do tira-gosto: carne de panela, angu e ora-pro-nóbis Preço: R$ 27,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Diamantina Endereço: Rua Ministro Orozimbo Nonato, 1.053, Dona Clara, 2552-9083

Ingredientes do tira-gosto: tilápia crocante com molho aioli Preço: R$ 24,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Belo Horizonte Endereço: Avenida Afonso Pena, 4.321, Centro, 2127-4321

Tira-gosto: Diamante

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Tira-gosto: Quem Te Conhece Não Esquece Jamais

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Samuel Gê

Alexandre Rezende

Instalado em ponto nobre no Lourdes, o boteco tem à frente Leonardo Marques

Weliton Pereira é o Leão que dá nome ao bar

Boteco da Carne

Butecão do Leão

Leonardo Marques chefia o bar que tem decoração rústica, com destaque para os móveis feitos a partir de madeira de demolição. No dia a dia, o local é opção de almoço para quem trabalha na região. À noite e nos fins de semana, o público que busca os petiscos se diversifica, com predominância de famílias e casais.

O bar serve de picanha à casquinha de siri, passando por bolinho de bacalhau, mas começou sendo apenas uma casa de espetinhos. Em sentido contrário ao que se vê hoje, Weliton Pereira, o Leão, e sua esposa, Lilian Cláudia Batista, optaram por diversificar a cozinha e agradaram em cheio ao público.

Ingredientes do tira-gosto: carré de porco acompanhado de purê de mandioca e paçoca de carne de sol com geleia de pimenta Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Divinópolis Endereço: Rua Alvarenga Peixoto, 551, Lourdes, 2555-8480

Ingredientes do tira-gosto: costelinha de porco assada no suco de mexerica carioca acompanhada de dadinhos de tapioca, cebolas caramelizadas e geleia de pimenta-dedode-moça levemente picante Preço: R$ 29,90. Serve três pessoas Cidade homenageada: Pará de Minas Endereço: Rua David Alves do Vale, 25, Dona Clara, 3497-8527

Tira-gosto: Divino “Adão e Eva no Paraíso”

Tira-gosto: Sertão Mineiro

Samuel Gê

Samuel Gê

Fundado há dez anos, o bar é comandado por Valdez Ferreira, o Maranhão

O boteco de Bruno César Duarte funciona na antiga casa da família

Buteco do Maranhão

Butiquim Seu Jorge

O fotógrafo Valdez Ferreira Cruz é o Maranhão, que dá nome ao lugar, inaugurado há uma década. Na hora do almoço, recebe público eclético em busca de receitas mineiras. À noite, os petiscos é que ganham destaque. Pela segunda vez no festival, o bar homenageia Buenópolis.

Estreante no evento, o espaço com capacidade para 200 pessoas e aberto em 2011 é administrado por Bruno César Duarte Santos. O boteco funciona onde antes era a casa dos pais de Bruno. Ele viveu ali durante 25 anos. No cardápio, reinam tira-gostos como a costelinha ao molho barbecue e o rocambole de frango com bacon e requeijão.

Ingredientes do tira-gosto: carne de sol serenada com purê de mandioca feito com requeijão do norte Preço: R$ 29,90. Serve duas pessoas Cidade homenageada: Buenópolis Endereço: Avenida Bias Fortes, 541, Lourdes, 3046-3866

Ingredientes do tira-gosto: bolinho preparado com berinjela, pepino em conserva e linguiça defumada de pernil e recheio de queijo de minas, acompanhado de geleia de pimenta e fatias de pepino em conserva Preço: R$ 16,90. Serve duas pessoas Cidade homenageada: São Pedro do Suaçuí Endereço: Avenida Fleming, 175, Ouro Preto, 3498-4373

Tira-gosto: Sabores de Buenópolis

Tira-gosto: Bolim de São Pedro

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CAPA | BOTECAR/BARES PARTICIPANTES Alexandre Rezende

Ana Lúcia Bréscia conta com a ajuda da familiares para gerenciar o negócio

Samuel Gê

O nome do bar é o apelido do dono, Carlos Henrique Cruz

Cantina da Ana

Carlão Rei do Churrasco

O bar é administrado por Frederico Inácio Bréscia, filho de Geraldo Inácio e Ana Lúcia, os fundadores. Mesmo estando próximo ao estádio Independência, a casa costuma juntar torcedores que não vão ao estádio e, por isso, investiu em um telão. Os clientes também são atraídos por petiscos tradicionais, como moela e língua.

Como o nome sugere, o forte do bar são as carnes na brasa. Inaugurado em 2007 por Carlos Henrique Cruz Barbosa, o Carlão, o estabelecimento tem decoração rústica e atrai principalmente famílias, que se espalham entre os dois andares. Ao todo, são 55 mesas. No atendimento, Carlão conta com a ajuda de Eliene Alves.

Ingredientes do tira-gosto: costelinha suína assada, geleia de jabuticaba, batata chips, molho à bolonhesa Preço: R$ 18,90. Serve de uma a duas pessoas Cidade homenageada: Sabará Endereço: Avenida Silviano Brandão, 2.109, Horto, 3463-6991

Ingredientes do tira-gosto: alcatra recheada com queijo assados na brasa, batatas cozidas cobertas com creme de queijo e fatias de linguiça calabresa Preço: R$ 26,90. Serve três pessoas Cidade homenageada: Serro Endereço: Rua Dom Joaquim Silvério, 859, Coração Eucarístico, 3375-9014

Tira-gosto: Costelinha à Sabará

Tira-gosto: Churrasqueijo

Samuel Gê

Mãe e filho, Alcione Pidner e Felipe Pidner, na chefia

Samuel Gê

Ricardo Pereira investiu na reforma interna

Cervejaria Seu Romão

Chamego's Bar

Tira-gosto: Lombo Arqueado de Pileque

Tira-gosto: Bão Também

Muitos dos clientes vão em busca das cervejas especiais servidas no local, mas as iguarias também fazem bonito, como o goulash, uma carne ao molho de cerveja preta, especialidade da casa. No comando do bar estão mãe e filho: Alcione Pidner e Felipe Pidner. Ela é a responsável pela cozinha.

Recentemente, a casa dirigida por Ricardo Pereira e inaugurada em 1986 passou por reforma, ganhando mesas na parte interna. Os clientes mais assíduos, porém, preferem se sentar do lado de fora, às mesas na calçada, para degustarem as cachaças, cervejas e os tira-gostos.

Ingredientes do tira-gosto: lombo defumado regado com molho especial, acompanhado de bolinhos de arroz e arcos de cebola Preço: R$ 22,90. Serve de uma a duas pessoas Cidade homenageada: Arcos Endereço: Rua São Romão, 192, Santo Antônio, 3786-4929

Ingredientes do tira-gosto: iscas de miolo de alcatra acompanhadas de anéis de cebola crocante e purê de moranga Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Divinópolis Endereço: Rua dos Aimorés, 1.912, Lourdes, 3082-6377

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ABRIL DE 2015

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Alexandre Rezende

Túlio Montenegro dá nome ao bar e é o responsável pelos petiscos

Samuel Gê

Romey Wagner da Silva apostou na decoração rústica

Chef Tulio

Chopp com Espeto

Tira-gosto: Nos Tempos das Barraquinhas Túlio Montenegro, que rege a cozinha ao lado do filho, Tiago, passou longo tempo vivendo na América do Norte e acabou adquirindo gosto pelas pimentas, que vez e outra aparecem em seus preparos. O boteco está situado em uma pracinha e completa duas décadas neste ano. Ingredientes do tira-gosto: seis churrasquinhos (dois de frango, dois de serenada, dois de carne de suíno) temperados mineiramente, servidos com molho de tomate (caseiro, semipicante), uma farofa de beterraba e outra de espinafre, acompanhados de torradas e/ou anéis de cebola e de dois espetinhos de frutas Preço: R$ 19,95. Serve duas pessoas Cidade homenageada: Curvelo Endereço: Praça Estevão Lunardi, 24, Horto, 3481-7724

Tira-gosto: Bolinho ao Pé da Serra Espetinhos variados e tira-gostos tradicionais estão no cardápio e atraem, principalmente, famílias e casais. Romney Wagner da Silva dirige o local há cinco anos e se preocupou em trazer decoração rústica. Em dias de jogos, o local abre espaço para a transmissão das partidas. Ingredientes do tira-gosto: bolinho de carne recheado com provolone e empanado com farinha de torresmo Preço: R$ 21,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Santana do Riacho Endereço: Rua Frei Otto, 385, Santa Mônica, 3452-2366

Alexandre Rezende

Marcílio e Fátima Furtado conquistaram o terceiro lugar no ano passado

Alexandre Rezende

Leonardo Mattos e Glênia Mattos montaram o bar na casa onde moravam

Curin Bar

Escritório da Cerveja

Depois de conquistar o terceiro lugar na primeira edição do Botecar, o proprietário, Marcílio Furtado, mais conhecido como Curin, vai homenagear a cidade de Barão de Cocais em busca do título deste ano. Erguido há 30 anos, o boteco se destaca na região da Pampulha pelos petiscos bem temperados por Fátima Furtado.

Inaugurado em 2007 pelo casal Leonardo Mattos e Glênia Mattos, o local onde funciona o bar já foi a residência da dupla. Hoje, ele cuida da administração enquanto ela, nutricionista, é responsável pelo cardápio. Como não poderia deixar de ser, o bar tem cara de casa, com destaque para a varanda, espaço disputado pela clientela.

Ingredientes do tira-gosto: lagarto cozido ao molho de cerveja preta acompanhado de vinagrete de jiló e quiabo empanado Preço: R$ 25,90. Serve duas pessoas Cidade homenageada: Barão de Cocais Endereço: Rua Érico Veríssimo (rua Astecas), 2.722, Santa Mônica, 3452-7101

Ingredientes do tira-gosto: almôndegas de fraldinha recheadas com queijo de minas em molho especial da casa, acompanhadas de purê de mandioca e ciabatta Preço: R$ 26,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Tiradentes Endereço: Avenida General Olímpio Mourão Filho, 800, Planalto, 3654-0813

Tira-gosto: Lagarto Embriagado

Tira-gosto: Maria Fumaça

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CAPA | BOTECAR/BARES PARTICIPANTES Alexandre Rezende

Marise Viziolli e o filho Rafaello cuidam do atendimento

Samuel Gê

Roberto Dominguez investiu para deixar o lugar mais aconchegante

Família Paulista

Gabiroba Butiquim

Bastante premiado em festivais, o boteco, que tem 18 anos, chama a atenção pela união da família em torno do empreendimento. Além do casal Nicola e Marise Vizioli, os filhos Bianco e Rafaello se revezam no atendimento. Da cozinha, saem aperitivos tradicionais e outros tantos reinventados com ingredientes mineiros.

Fundado em 2011 pelo publicitário Roberto Dominguez, o boteco está situado no bairro Minas Brasil. A casa, que costuma ser frequentada por famílias e grupos, ficou mais aconchegante depois de recente reforma. O nome remete a uma fruta, parente da goiaba, que Roberto costumava comer quando criança.

Ingredientes do tira-gosto: bolinhos de galinhada acompanhados de vinagrete picante de quiabo Preço: R$ 19,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Belo Horizonte Endereço: Avenida Alberto Cintra, 56, União, 3484-4598

Ingredientes do tira-gosto: costelinha defumada e assada, acompanhada de cebolas caramelizadas e polenta frita Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Tiradentes Endereço: Avenida Padre Vieira, 319, Minas Brasil, 3413-2927

Tira-gosto: BHlinhada

Tira-gosto: Estrada Real

Samuel Gê

Samuel Gê

Geraldo Alberti e Consolação Aparecida já estão há mais de 15 anos no setor

O casal Afonso Alves e Nair Gehrke mescla petiscos mineiros e alemães

Geraldim da Cida

Köbes

Geraldim é Geraldo Albertino e Cida é Consolação Aparecida. Juntos, o casal fundou o bar há mais de 15 anos. Ele, sempre animado, é responsável por receber os clientes, sobretudo moradores da região. A ela cabe preparar os concorridos quitutes, como o joelho de porco com batatas e chucrute.

Tira-gostos mineiros com ares alemães são encontrados no cardápio desse boteco situado no quintal de uma casa e administrado pelo casal Afonso Jorge Alves e Nair Gehrke. É de uma horta própria que saem os ingredientes para os temperos da cozinha. Para abrir o apetite, estão disponíveis 400 cachaças.

Ingredientes do tira-gosto: filé de linguado empanado acompanhado de molho pesto de coentro e molho rosé Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Patrocínio Endereço: Rua Contria, 1.459, Grajaú, 3334-9355

Ingredientes do tira-gosto: costelinha de porco com canjiquinha branca à moda e creme de três feijões. Acompanha um cálice geladinho de café Preço: R$ 19,50. Serve de uma a duas pessoas Cidade homenageada: Alto Caparaó Endereço: Rua Professor Raimundo Nonato, 31 A, Horto, 3467-6661

Tira-gosto: Tio Elói, o Pescador

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Tira-gosto: Do Alto do Caparaó

ABRIL DE 2015

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Samuel Gê

Adriano França e Marilton Coelho assumiram o boteco há menos de um ano

Alexandre Rezende

Leo Ferreira batizou a iguaria com o nome de personagem de Guimarães Rosa

Macaxeira Beer

Oratório Bar

Adriano França assumiu o bar há pouco mais de nove meses, ao lado de Marilton Coelho. A ideia é dobrar, ainda em abril, a capacidade atual, que é de 160 pessoas. Os clientes mais fiéis, no entanto, não precisam se preocupar, já que as mudanças não chegarão ao petisco carro-chefe do boteco: carne de sol com macaxeira.

Quando abriu o bar, em 2007, Leo Ferreira decidiu investir no resgate de tira-gostos mineiros, como a carne de lata. Na administração, conta com o amigo Ricardo Nicolato. Estreantes no festival, eles trouxeram petisco que referencia o sertão de Guimarães Rosa, com nome de personagem do livro Grande Sertão: Veredas.

Ingredientes do tira-gosto: almôndegas ao molho de vinho acompanhadas de torrada com alecrim Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Curvelo Endereço: Avenida Guarapari, 1.099, Santa Amélia, 3566-1635

Ingredientes do tira-gosto: tacos de filé serenado salteados na frigideira acompanhados de palitos de tapioca com queijo coalho, guarnecidos com molho de melaço saborizado com pequi Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Curvelo Endereço: Avenida Brasil, 161, Santa Efigênia, 3241-7112

Tira-gosto: Porpetas do Macaxeira Beer

Tira-gosto: Cumpadre Quelemem

Samuel Gê

Marcos Proença fez de seu apelido sinônimo de boteco em BH

Samuel Gê

Emerson José Cristo, o Teté, fundou o bar há 13 anos

Patorroco

Petisqueira do Teté

O bar tem público diverso, mas sempre se encontram clientes apaixonados por trilhas off road. Todos amigos do proprietário Marcos Proença, o Patorroco. A decoração também traz elementos desse esporte. Para comer, as iguarias criativas que fazem sucesso.

Emerson José Cristo, o Teté, conta com a ajuda da mulher, Jane Marcelina, na administração do boteco, que serve tira-gostos clássicos, como rabada, dobradinha e moela. Aberta há 13 anos, a casa tem capacidade para 200 pessoas e passa por reformas para ampliação da cozinha e dos banheiros.

Ingredientes do tira-gosto: carne de porco à mineira com molho levemente tingido com o recheio do chouriço, que lhe dá coloração parda. Servido com polentas e quiabo na manteiga Preço: R$ 28,50. Serve duas pessoas Cidade homenageada: São Bartolomeu Endereço: Rua Turquesa, 865, Prado, 3372-6293

Ingredientes do tira-gosto: carne de sol de Montes Claros assada na manteiga de garrafa com alho dourado, mandioca amarela na manteiga de garrafa, bolinhos de arroz com pequi Preço: R$ 27,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Montes Claros Endereço: Rua Lourival Gonçalves Oliveira, 96, Palmeiras, 2526-0643

Tira-gosto: Porco ao Molho Pardo

Tira-gosto: Petiscar

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CAPA | BOTECAR/BARES PARTICIPANTES Samuel Gê

Alexandre Rezende

Augusto Porto e Tânia Lima se revezam no atendimento e na cozinha

Ricardo Augusto vai servir cupim assado na telha

Pimenta com Cachaça

Petisqueira Pampulha

Tira-gosto: Paiolão

Tira-gosto: Deu Cupim na Telha

Ricardo Filho gerencia o local, que tem capacidade para 300 pessoas. Um dos tira-gostos de maior sucesso é o bolinho de picanha. Em geral, o público é formado por famílias e casais. A varanda é um dos espaços mais disputados, assim como o entorno do parquinho Ingredientes do tira-gosto: cupim assado na telha acompanhado de stiksy de mandioca ao creme Preço: R$ 29,90. Serve duas pessoas Cidade homenageada: Uberaba Endereço: Avenida Francisco Negrão de Lima, 61, Enseada das Garças, 3497-2669

De fora, parece um pequeno bar. Mas, na verdade, o Pimenta com Cachaça se espalha por um amplo quintal. Ponto alto da casa são as apresentações musicais e a transmissão de jogos de futebol. Na administração e na cozinha, a dupla Augusto Porto e Tânia Lima cuida do atendimento e das iguarias servidas. Ingredientes do tira-gosto: pedaços de fraldinha em molho especial com minimilhos empanados em queijo minas curado e farinha de rosca. Acompanha baguete com especiarias e coffee boon (shot de café com cachaça e rapadura) Preço: R$ 23,90. Serve duas pessoas Cidade homenageada: Patos de Minas Endereço: Avenida do Contorno, 8.699, Santo Agostinho, 3087-6822

Alexandre Rezende

Alexandre Rezende

Maria da Piedade Gonçalves é responsável pelas iguarias do lugar

Maria Isabel Collares ajudou a projetar a decoração

Silvio's Bar

Via Cristina

Fundada há mais de três décadas, a casa reúne um público de fora do bairro, atraído pelos pratos preparados por Maria da Piedade Gonçalves, que cuida do bar ao lado do filho Flávio Gonçalves. Há cinco anos, o negócio foi transferido de local e ampliado, ganhando 42 lugares em volta do balcão, além de mesas para 40 pessoas.

Para abrir os trabalhos, os clientes costumam pedir uma das 1 mil cachaças disponíveis, incluindo opções produzidas em Salinas. A decoração também remete ao Norte de Minas Gerais e foi projetada pelos donos Maria Isabel Collares e Miguel Murta. Já o cardápio chama a atenção pelas carnes assadas na brasa.

Ingredientes do tira-gosto: coxinha da asa empanada, picanha suína, molho à base de banana com redução de aceto balsâmico e chips de batata-doce Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Florestal Endereço: Rua Begônia, 199, Esplanada, 3318-3273

Ingredientes do tira-gosto: entrecôte na brasa com farofa de abacaxi e molho de chimichurri Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Araçuaí Endereço: Rua Cristina, 1.203, Santo Antônio, 3296-8343

Tira-gosto: Sabor da Terra

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Tira-gosto: Kaiau

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Samuel Gê

Walmir Bar e Restaurante Tira-gosto: Cururu do Cororó

Há pouco mais de três anos, Walmir José de Almeida, um ex-jogador de futebol, comprou o ponto do cunhado, onde antes funcionava outro boteco. O clima de bar boêmio de Santa Tereza, porém, se manteve, com petiscos como carne de sol com mandioca e iscas de tilápia, e mesas ocupando a calçada. Ingredientes do tira-gosto: língua, polenta, queijo provolone, couve, cebola, pimenta-biquinho, cheiro-verde, baguete e alho desidratado Preço: R$ 28,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Bom Despacho Endereço: Rua Quimberlita, 320, Santa Tereza, 4131-0031

Walmir José de Almeida, ex-jogador, comprou o ponto do cunhado

Alexandre Rezende

Zezão Bar

Tira-gosto: Zé do Jota O boteco fica em local espaçoso, comandado por Robert Allyson, o Zezão. Inaugurado em 2011, mescla influências internacionais com a “mineiridade”, sempre evidenciando cortes de carne nos petiscos. Neste Botecar, por exemplo, o tira-gosto traz um corte suíno.

Robert Allyson, o Zezão, tem ajuda da mulher, Fátima, e dos filhos Pedro e Matheus

Alexandre Rezende

Ingredientes do tira-gosto: prime ribe (carne suína) temperado com ervas finas, acompanhado de batatas americanas e molho da casa Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Brumadinho Endereço: Rua José de Alencar, 799, Nova Suíssa, 9773-7242

Zoo Bar

Tira-gosto: Tilápia à Três Marias Wendel Pereira especializou-se em servir peixes

O ponto está há anos com a mesma família, mas passou por recente reforma e ampliação. Antes de Wendel Pereira e a mãe, Belmira Resende, assumirem a direção, o local era de um tio do rapaz – isso na década de 1960. Desde então, a traíra sem espinho se consolidou como carro-chefe. Ingredientes do tira-gosto: iscas de tilápia e bolinhos de arroz levemente picantes acompanhadas de limonete Preço: R$ 29,90. Serve de duas a três pessoas Cidade homenageada: Três Marias Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 7.844, Zoológico, 3491-7455 z

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NA MESA | ALINE GONÇALVES agoncalves@editoraencontro.com.br Fotos: Alexandre Rezende

Drinques também têm vez São 10 mil litros de chope por mês, que fizeram a fama do bar Redentor em BH. Mas se engana quem pensa que a casa vive apenas dessa bebida. Os sócios do local, agora, vão reformular a carta de drinques e, para isso, convocaram Tiago Santos (dir.), mixologista famoso na cidade, sobretudo por seu trabalho no MeetMe At The Yard. “Vamos colocar alguns clássicos que ainda não temos, como o pisco sour e o dry martini. Também queremos ser conhecidos como a melhor caipirinha da cidade”, diz o empresário Daniel Ribeiro, proprietário ao lado de Fausto Dias e Giuvandro Araújo. Os novos sabores devem estar disponíveis neste semestre.

O PEIXE DA ESTAÇÃO “Se o prato agradou, mas o peixe não está mais em época, o cliente terá de aguardar um ano para pedir novamente. Espero que todos entendam, pois não sou radical, sou sazonal”, diz o chef sushiman Hidemi Nakao, do Kazuki, demostrando estar alinhadíssimo com as práticas da gastronomia sustentável. Em funcionamento há três meses, o restaurante passa pelas primeiras mudanças no cardápio, com a proposta de alternar pratos que dependem de oferta restrita de pescados. “Conseguiremos manter a linha clássica, mas a fusion e a contemporânea serão mudadas quatro vezes ao ano”, diz Hidemi. “Esta é a única forma de garantir a qualidade”, explica. Agora, estarão em evidências opções como robalo, olho-de-boi e pargo, além de sardinha, cavalinha e manjuba.

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Alexandre Rezende

NA PRAÇA, NO MERCADO E NO MUNDO O Projeto Aproxima, que trabalha para valorizar a gastronomia mineira, está cheio de novidades. Para começar, o idealizador, Eduardo Maya, tem seguido rotina intensa de viagens em busca de inspirações para a Feirinha Aproxima, que ocorre no primeiro sábado de cada mês em diferentes pontos de BH – a edição de maio será na praça JK, Sion. Nos últimos três meses, ele passou pelos EUA, Espanha e Suécia, para conhecer iniciativas similares. “Uma coisa que vi em Nova York e pretendo aplicar são as receitas. Lá, o produtor elabora o preparo com a sua matéria-prima e distribui gratuitamente a explicação”, diz. Além disso, o projeto se alinhou ao Mercado Central e, agora, em toda terceira sexta-feira do mês, será promovido um evento noturno, com 15 restaurantes e bares oferecendo petiscos com ingredientes de Minas. Fotos: Samuel Gê

SEM TEMPO RUIM Os empresários Agilberto e Pedro Martins, fundadores da Olegário Pizzaria, estão driblando a crise: mal abriram as portas de uma unidade no São Pedro e já tocam com tudo a obra de sua próxima casa, que deve ser inaugurada neste mês, no Vila da Serra. “Eu encontrei um ponto e pensei usá-lo para a reabertura da boate Na Mata, mas soube que havia um projeto da Olegário para levar a pizzaria para a vizinhança e juntamos os interesses”, explica o empresário Felipe Santiago, que detém a marca da casa noturna em BH e agora será o sócio-administrador da Olegário Vila da Serra. O cardápio será praticamente idêntico aos demais, porém com decoração moderna. “Os moradores da área são, em geral, jovens. Por isso, optamos por essa proposta”, diz Felipe. Como a ideia é ser uma opção também de happy hour, a casa terá, ainda, programação musical e drinques exclusivos.

FUTEBOL RIMA COM TROPEIRO Ver o jogo do time do coração em BH tem tudo a ver com degustar um tropeiro entre um lance e outro ou aproveitando o intervalo da partida. Mas, para quem prefere não ir ao campo, o Albanos decidiu dar uma mãozinha. O bar acaba de incluir no cardápio o “tropeirinho”. O prato será servido apenas na unidade do bairro Sion, nos dias de partidas de Cruzeiro ou Atlético. “Pensamos nessa opção seguindo a nossa filosofia de confraternização. Temos uma TV de 80 polegadas e já tínhamos o chope. O tropeiro vem complementar esse clima de futebol”, diz a chef-executiva Carol Amorim. Segundo ela, a receita é tradicional, com linguiça calabresa, bacon, couve e ovo frito por cima, e será servida em panelinhas esmaltadas. ABRIL DE 2015

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GASTRÔ | RECEITAS

Tem sal

no doce

Nem só de açúcar vivem as sobremesas. Afamado na França, caramelo salgado ganha espaço entre os mineiros

ALINE GONÇALVES

Quem costuma se basear em receitas para preparar sobremesas certamente já leu a orientação “uma pitada de sal” em algum momento. Para alguns, gera estranheza incluir o item no doce, mas a dica serve, em geral, para realçar os sabores dos ingredientes. Porém, em determinados casos, a quantidade do sal pode ser um pouco maior que aquele bocadinho e, nessas receitas, é esse produto que vai se tornar o diferenciador do prato. Esse é o caso do caramelo salgado, mistura que teve origem na França e se espalhou pelo mundo por sua versatilidade em sobremesas. Aos poucos, também os chefs brasileiros têm se mostrado adeptos à ideia, sobretudo os que seguem a confeitaria europeia como inspiração. No Bouquet Garni, a chef Karen Piroli criou um bombom recheado com o creme, por exemplo. Já no restaurante Glouton, do chef Leonardo Paixão, a ideia, que agradou aos clientes, é finalizar a torta de chocolate com o produto. No restaurante D’Artagnan, de Marise Rache, a mil-folhas de morango ganhou a mistura na hora de ir à mesa. Também com frutas são os preparos sugeridos tanto pelo chef do restaurante O Conde, Carlos Bruno Carneiro, que opta pela banana, quanto pelo chef Guilherme Melo, do restaurante Hermengarda. No último caso, o especialista escolheu o regional cupuaçu e o combina com sorvete de caramelo salgado – produzido pela sorveteria mineira Easy Ice, esse é um dos sabores que têm sido bem procurados na loja do Lourdes. Sinal de que os mineiros se rendem ao doce-salgado. 120 |Encontro

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Mil-folhas com morangos e caramel salé INGREDIENTES 12 folhas quadradas de massa folhada de 4 a 5 cm (já assadas) 16 morangos fatiados em rodelas Para o creme de baunilha com limão L de leite integral 6 gemas 150 g de açúcar refinado 15 g de amido de milho 100 g de chantilly fava de baunilha Casca de limão Raspas de limão Para o caramel salé 300 g de açúcar refinado fava de baunilha 500 g de creme de leite fresco colher (chá) de flor de sal

Fotos: Samuel Gê

Serve 4 pessoas

MODO DE PREPARO Creme de baunilha com limão Coloque o leite para ferver com a casca de limão e a fava de baunilha. Após fervura, passe em uma peneira. Em um bowl, coloque as gemas, o açúcar e o amido de milho. Junte ao leite fervido e leve de volta ao fogo até obter um creme firme. Deixe esfriar e acrescente 100 g de chantilly levemente batido. Caramel salé Em uma panela, coloque o açúcar e a fava de baunilha. Deixe dissolver até formar um caramelo. Junte o creme de leite e deixe incorporar completamente. Esfrie e, então, misture a flor de sal.

Por Marise Rache, chef do restaurante D’Artagnan Montagem Coloque o creme de baunilha com limão, as rodelas de morango e, por cima, a massa folhada. Pressione ligeiramente. Repita as camadas a seu gosto. Polvilhe com açúcar de confeiteiro e finalize com o caramel salé.

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GASTRÔ | RECEITAS Fotos: Samuel Gê

Creme de cupuaçu com sorvete de caramelo salgado Serve 6 pessoas Por Guilherme Melo, chef do restaurante Hermengarda

INGREDIENTES 6 bolas de sorvete de caramelo salgado Easy Ice Ganache de chocolate (feitacom chocolate amargo derretido e creme de leite na mesma proporção) Castanha-do-pará para decorar Hortelã para decorar Para o creme de cupuaçu 200 g de polpa de cupuaçu 150 g de leite condensado 200 g de creme de leite Para o praliné de castanha-do-pará 250 g de açúcar 80 mL de água 50 g de glicose 250 g de castanha-do-pará torradas e picadas

MODO DE PREPARO Praliné de castanha-do-pará Misture o açúcar, a água e a glicose e leve ao fogo. Deixe ferver até que fique com cor de caramelo. Junte as castanhas e misture bem. Imediatamente, coloque em superfície untada ou silpat (esteira de silicone). Deixe que espalhe bem. Quando esfriar, quebre do tamanho que quiser e utilize ou armazene em um pote com fechamento hermético. Creme de cupuaçu Quebre a casca da fruta e use uma tesoura para separar a polpa da semente (também é possível comprar em mercados a polpa já separada). Bata, em um liquidificador, o cupuaçu com o creme de leite e o leite condensado até obter uma textura homogênea. A proporção da receita é para que se obtenha um creme mais azedo. Caso queira mais doce, dobre a quantidade de leite condensado. Deixe na geladeira por pelo menos duas horas. Montagem Em seis taças, coloque o creme de cupuaçu. Sobre o creme, espalhe um pouco do praliné de castanha-dopará e coloque uma bola do sorvete de caramelo salgado. Coloque a calda (ganache) de chocolate meio amargo sobre o creme e o sorvete. Decore com hortelã e castanha-do-pará. Sirva imediatamente.

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Fotos: Roberto Rocha

Bombom de caramelo com flor de sal INGREDIENTES Para o bombom 500 g de chocolate 50% cacau Flor de sal a gosto Para o caramelo 125 g de açúcar cristal 80 g de creme de leite fresco 40 g de manteiga sem sal 60 g de glucose

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Rende 35 bombons MODO DE PREPARO

Caramelo Em uma panela, leve o açúcar ao fogo para caramelizar. Retire do fogo e acrescente a manteiga e o creme de leite. Misture bem e leve ao fogo novamente até ficar homogêneo. Retire do fogo e, então, acrescente a glucose. Deixe esfriar.

Por Karen Piroli, chef do Bouquet Garni

Bombom Derreta o chocolate. Despeje, em um molde para bombom, fazendo uma ‘casquinha’, e leve à geladeira. Após ficar firme, retire da geladeira, salpique flor de sal dentro das casquinhas de chocolate e preencha com o caramelo. Feche com o restante do chocolate e leve à geladeira novamente. Desenforme o bombom e sirva.

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GASTRÔ | RECEITAS

Torta de chocolate com calda de caramelo salgado Serve 5 pessoas

Fotos: JC Martins

INGREDIENTES Para a torta 500 g de chocolate amargo 500 g de creme de leite 4 colheres (sopa) de licor de cacau 4 colheres (sopa) de cacau em pó 3 ovos batidos 1 pacote de biscoito tipo maisena 150 g de manteiga derretida

Para a cobertura 150 g de chocolate amargo 80 mL de creme de leite

Por Leonardo Paixão, chef do restaurante Glouton

Para o calda 300 g de açúcar 50 mL de água 50 g de manteiga 200 mL de creme de leite Sal a gosto

MODO DE PREPARO Cobertura Derreta em banho-maria o chocolate com o creme de leite. Torta Pique o chocolate amargo muito finamente. Ferva o creme de leite e incorpore ao chocolate. Adicione o chocolate em pó e misture até alisar e incorporar no todo. Coloque o licor de cacau. Adicione os ovos batidos. Asse a mistura em banho-maria, em uma fôrma coberta de papel-alumínio, no forno a 150° C. Pique os biscoitos dentro do pacote e bata no liquidificador até se obter um pó fino. Peneire em um bowl e misture com a manteiga derretida. Cubra o fundo de uma fôrma com papel vegetal e espalhe essa massa

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compactando-a com uma espátula. Desenforme a torta de chocolate assada e coloque sobre a massa, deixando a nata para cima. Despeje a cobertura e deixe resfriar. Calda Em uma panela em fogo médio, junte o açúcar com a água. Mexa bem até que se forme um caramelo quase avermelhado. Desligue o fogo. Lentamente, junte a manteiga e o creme de leite, sempre mexendo bem para não empelotar. Finalize com sal, provando até que consiga sentir o sabor, sem tirar completamente o doce da calda. Sirva a torta fria regada com a calda ainda quente.

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Fotos: Alexandre Rezende

Banana flambada, calda de caramelo salgado e farofa de coco Serve 1 pessoa INGREDIENTES Para o bombom 1 banana-caturra 2 colheres (sopa) de açúcar 50 mL de conhaque 1 pitada de flor de sal 50 mL de água Para farofa crocante de coco 100 g de coco ralado úmido 100 g de açúcar mascavo 100 g de farinha de trigo

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MODO DE PREPARO Farofa crocante de coco Misture tudo, coloque em um tabuleiro e leve ao forno aquecido a 160° C até dourar.

Montagem Em uma frigideira antiaderente, coloque a banana cortada ao meio, acrescente o açúcar e deixe caramelizar. Acrescente o conhaque e flambe. Depois, coloque a água e deixe encorpar. Finaliza com a flor de sal a gosto e sirva com a farofa de coco.

Por Carlos Bruno Carneiro, chef do restaurante O Conde

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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br

PARA MAIORES DE 40 Eugênio Gurgel

Mais que comemorar seu aniversário, o encontro que será organizado por Juliana Muradas terá também outro motivo para ser festejado. No dia 25 de abril, ela inaugura a primeira edição da Fourty, festa para quem, como a aniversariante, está na casa dos 40 anos. “Existe uma carência de espaços na noite voltados para esse público”, constata a superfesteira, que tem como sócio na empreitada Diego D’Estefano. O projeto seria lançado em maio, mas, por pressão dos amigos, Juliana resolveu antecipá-lo. A noite será animada pelos DJs Vavá e Kowalsky. Rogério Sol

PUPILOS DA MÃE, SOGRA E PRODUTORA Uma das produtoras mais conhecidas da cidade, Heloisa Couto está diante de seu maior desafio: a organização do casamento do filho Plauto com Renata Assis. “Casamento de filho é diferente. Homem não participa dos detalhes. Além disso, a minha nora entregou a produção em minhas mãos”, comenta ela, reconhecendo que a responsabilidade é ainda maior comparada ao casamento de Gabriela e Luciana, irmãs de Plauto. Cerimônia e recepção do casamento estão marcadas para o dia 25 de abril na pousada Passaggio, em Macacos, que é de Plauto e onde o casal vai morar. “É muita emoção”, afirma Heloisa.

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Alexandre Rezende

RUMO AO ALTAR Eri Johnson, um dos últimos solteiros convictos, vai se casar. A noiva, Alice Soutto, é de Belo Horizonte, e o casamento está previsto para daqui a um ano. O noivado foi oficializado no final do mês passado, durante jantar na casa de Gislane Santos, amiga de Alice. O evento reuniu os noivos, os pais da noiva, José Geraldo e Lourdes Magalhães, e o pequeno Davi, filho de Alice. Eri foi formal e pediu a mão da futura mulher aos pais dela. Mas fez questão,

também, de dirigir-se a Davi, que, desde o primeiro encontro, virou amigão do futuro padrasto. O casal se conheceu por acaso em uma das temporadas da peça Eri Pinta, Johnson Borda em Belo Horizonte. Após uma das sessões, o ator, incentivado por Luis Fernando Porto, foi ao extinto Café de la Musique, onde conheceu Alice. Conversa daqui, conversa dali, Eri convidou a moça para o espetáculo no dia seguinte. Foi o suficiente para a admiração virar namoro. Bruno Werneck/Divulgação

ESTREANTES EM COMANDATUBA Victor Pardini, Potiguara Pires Glória, Franco Melone, Milton Loureiro e Guilherme Jardim estão afinados para o Encontro Viabrasil de Tênis – Troféu Gil Nogueira, marcado para o período de 28 de abril a 3 de maio, em Comandatuba, no Sul da Bahia. Do grupo, Victor e Potiguara são estreantes na disputa. “Desta vez o torneio de Comandatuba não coincide com o Miami Open”, comemora Victor, que, nos últimos anos, tem acompanhado a disputa na Flórida. “Descobri o tênis muito tarde, aos 17 anos, mas, desde então, tornou-se meu esporte preferido”, conta Victor. Já Potiguara, confessa, ganhou um empurrãozinho de Franco Melone para enfrentar as quadras do torneio mais disputado entre empresários mineiros. No entanto, já é fã do esporte há tempos – começou a treinar aos 20 anos. “Foi em Cabo Frio, com Domingos Venâncio, que comecei e não parei”, diz.

LUXO E SOFISTICAÇÃO Antônio Mazzafera, que trocou Belo Horizonte por São Paulo, não esconde a emoção com seu mais novo projeto: abrir, no ano que vem, o tradicional Palace Hotel no centro histórico de Salvador — uma relíquia arquitetônica dos anos 1930, fechado há mais de 10 anos e adquirido por Antônio. “Eu adoro a Bahia e fico muito feliz em poder resgatar um dos prédios mais icônicos de Salvador e colaborar com o resgate da história do Brasil. O Palace sempre foi muito querido pelos baianos e merecia voltar a funcionar, com a sofisticação e a excelência do passado”, diz o empresário. Antônio tem know-how quando o assunto é hotelaria. Por muito tempo, teve carreira brilhante no Sovoy Group, em Londres. O Palace Hotel funcionará com 81 quartos, 12 suítes, dois restaurantes, dois bares, salão de festas para 300 pessoas e piscina na cobertura, com vista do forte de São Marcelo, ilha de Itaparica e da Baía de Todos os Santos.

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SOCIEDADE

Maria Luíza Calais, Juliano Pimenta, Fabíola Calais e Carlos Lage Fernando Calais e Cátia Lúcia Guimarães Vieira

Bodas Os noivos Cátia Lúcia Guimarães Vieira e Fernando Calais receberam convidados para a recepção de seu casamento no salão do Minas II. Na pista, as bandas Di Paullo e Paulino, e Zeeper mais o DJ Caca de Brito animaram a noite. A cerimônia foi oficializada na igreja Santo Inácio de Loyola. Cátia é filha de Mário Lúcio Vieira e Maria Amália Vieira; o noivo, de Flávio José Calais e Mércia Calais. O casal seguiu em lua de mel para Punta Cana. Fotos: Renata Caldeira.

Mário Lúcio Vieira e Mauricio Zacarias Constâncio

Marcelo Vieira, Maria do Carmo Vieira, Soraya Vieira e Eder de Souza

Karina Guimarães Vieira e Luciano Augusto Elias Leite

Flávio Calais, Mércia Calais, Fernando Calais, Cátia Lúcia Guimarães Vieira, Mário Lúcio Vieira e Maria Amália Vieira

Jussara Bernardes, Fernando Bernardes, Dorinha Aguiar e Jader Vieira

Di Paullo, Maria Amália Vieira, Mário Lúcio Vieira, Cátia Lúcia Guimarães Vieira, Fernando Calais e Paulino

Carlos Alves e Lourdes Vieira

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SOCIEDADE

Hangar Unimed Aeromédica

Unimed Aeromédica inaugura novo hangar Foi inaugurado, no dia 26 de março, no aeroporto da Pampulha, o novo hangar da Unimed Aeromédica, empresa do sistema Unimed especializada em transporte médico de urgência. A organização é referência no Brasil em remoções

Marcelo Mergh Monteiro e Mario Jorge Fernandes de Oliveira

Paulo Januzzi, Mohamad Akl, Claudio Laudares e Lincoln Lopes Ferreira

Manoel Araujo, Arcenio Coelho, Hugo Borges e Benjamin Posso

aéreas e terrestres de pacientes criticamente enfermos, politraumatizados, neonatos e pediátricos. Na inauguração, estiveram presentes autoridades e personalidades civis e militares. Fotos: Alexandre Carvalho.

Paulo Rangel, Mauricio Goldbaum, Deywes de Quadros e Cristiano Rocha

Arcenio Coelho, Marcelo Mergh Monteiro, Paulo Rangel e Cláudio Laudares

Vilmar Rossi, Daniela Santiago, Anderson Freitas, Fernanda Guimarães, Adriano Silva e Carolline Gosling

Alberto Fuad Bichara, João Batista Caetano, Delio Pereira dos Santos e Elias Izeth Domingos

Deleon Thiago, Flavio Lopes, Ana Amélia Menezes e Rony Flôres

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SOCIEDADE

Dez anos de HIT Com show da banda Jota Quest, a coluna Hit, publicada na revista Encontro e diariamente no jornal Estado de Minas, comemorou seus dez anos na cobertura dos principais eventos sociais da cidade. A festa, no Meet Lourdes, teve renda revertida para a Jornada Solidária projeto dos Diários Associados. A noite foi animada e será lembrada como uma das melhores festas do ano. Fotos: Eugênio Gurgel.

O casal Giuliano e Bárbara Laucas

João Luiz Antunes e Glenda Freire Antunes

Ângela Dariva e Laura Diniz

Carol Andrade e Gustavo Greco

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Cláudia Resende e Kelson Oliveira

Dhiego Lima e Ana Gutierrez

Marcela Tostes

Jota Quest

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Flávio Castro e Paulo Junqueira

Suelen Rocha e Bolivar Andrade

Clara Diniz e Maria Clara Rubinger

Daniele Faleiro e Leo Diniz

Franco Meloni e Patrícia Nogueira

Marcela Quitino

Helder Mendonça e Bruno Nunes

Júlia Dias Salvador

Cláudia Sabino e Alberto Alkimim

Ana Maria Mello Vianna e Ludmila Araujo

Isabela Diniz e Luiz Cláudio Balda

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SOCIEDADE

Tantas emoções Mais uma vez, Tim Soier fez sucesso com o camarote que organizou no Mineirinho durante a apresentação de Roberto Carlos. Tanto sucesso que os cerca de 500 ingressos colocados à venda se esgotaram 20 dias antes do show. Entre os convidados, o ator Eri Johnson, um dos poucos recebidos pelo Rei em seu camarim ao lado de Tim Soier. O bufê da área VIP foi de Cristina Misk, com open bar e estacionamento e entrada exclusivos. Fotos: Dudua’s Profeta.

Cicão Chies, Tim Soier e Lúcio Oliveira

Adriana Gomes, Jaiminho Moraes e Brenda Gomes

Tatiana Laucas e Olavo Laucas

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Taissa Bias Fortes, Tim Soier, Thaissa Sarubi e Roberta Patrício

Cláudia Bernardes

Renata Horta e Flávia Horta

Adriana Carneiro, Rodrigo Carneiro e Paula Jacques

Fábio Drumond e Bruna Gontijo

Fábio Bedani e Fabiana Garcia

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SOCIEDADE

Homenagem ao STJ O escritório Décio Freire homenageou a ministra do STJ Assusete Magalhães com o prêmio Aqueles que Fazem por Minas e pelo Brasil. Em concorrida solenidade que reuniu o Judiciário e boa parte do Executivo mineiro, Décio Freire ressaltou a importância da homenagem e a necessidade de unir forças para que o país possa superar esse momento de crise. Para ele, a ministra Assusete faz valer a máxima de Benjamin Franklin, que dizia que "o benfeito é melhor que o bem falado. "A ministra honra Minas Gerais, trabalhando muito e fazendo benfeito, mineiramente, em silêncio", afirma Décio. Fotos: Renata Caldeira. Décio Freire e Assusete Magalhães

José Luiz Fróes e Afrânio Vilela

José Marcos Vieira e Maria Celeste Guimarães

Almino Afonso e Rodrigo Freire

Antônio Andrade e Pedro Bitencourt Marcondes

Ana Carolina Magalhães, Juarez Távora de Freitas e Lasdene Freitas

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Sandra Alves Fonseca e Evangelina Castilho Duarte

Manoel Mário de Souza Barros e Rúbia Medeiros

Maria Elvira, Assusete Magalhães e Iris Chaves

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Marcio Miranda, Gilberto Dumont e Luiz Dumont

Guilherme Simões, Paulo Orlando e Adilson Simões

Patricia Maia, Francisco Maia e Sérgio Campos

Virgínia Afonso, Armênia de Oliveira Souza Rocha, Magda de Oliveira e Élder Afonso

Carlos Carneiro Costa, vereador Preto e Silvana Palhares

Júlio Cesar Magalhães, Assusete Magalhães e Ana Carolina Magalhães

Cristóvão Dionísio e Luziene Medeiros Lima

José Tarcízio de Almeida Melo, Sebastião Dumont Reis e Armando Freire

Luiz Paulo Barreto, Giselle de Oliveira, Danilo de Freitas Marra e Carlos Cateb

Maria Coeli Simões, Lauro Oliveira e Thais Dumont

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SOCIEDADE

Todos de branco Foi um sucesso o encontro promovido por Hélio Brum, que, pelo terceiro ano consecutivo, reuniu quase 500 amigos na garagem lounge que tem em sua casa, no Belvedere. "Sempre gostei de reunir os amigos e, como o espaço em minha casa é bom, uma vez por ano promovo esse encontro", contou. O projeto da garagem lounge, que também funciona como uma das melhores boates particulares de Belo Horizonte, foi ideia dele. Os amigos agradecem. Fotos: Dudua’s Profeta.

Hélio Brum, Bruna Brum e Vinicius Brum

Sila Mirelle, Lorena Prates, Alessandra Neto e Natália Carvalho

Marcos Calmon, Luciana Campos e Tiago Nasib

Ana Laura Braz e Luciano Tessari

Marco Tessari e Letícia Tessari

Patrícia Teixeira e Ricardo Cherman

Leandro Rallo e Expedito Filho

Rodrigo Dias e Amanda Dias

Gege Moura e Angélica Duarte

138 |Encontro

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SOCIEDADE

Franciele Moreira, Felipe Rameh e Samira Bolson

Café Origem Brasil Durante jantar no restaurante Alma Chef, com cardápio criado por Felipe Rameh, a Nespresso recebeu convidados para o lançamento do novo Espresso Origin Brazil, o décimo da solução B2B. Como o nome sugere, o blend é composto apenas por grãos produzidos nas regiões do cerrado e do Sul de Minas Gerais. Fotos: Mauro Figa/Divulgação.

Camila Faria e Isabela Faria

Lucas Del Peloso e Daniel Roberti

Agilberto Martins e Grasielle Dutra

Christiane Nunes e Renato Chaves

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SOCIEDADE

A primeira de uma série Sucesso no circuito gastronômico de Belo Horizonte há exatos 13 anos, só agora o restaurante Patuscada festejou aniversário com festa para convidados. No cardápio, menu degustação com cinco pratos criados com exclusividade pelo chef Clóvis Viana. O sucesso do evento foi tão grande que o aniversário do restaurante entrou na agenda oficial da casa. Fotos: Eugênio Gurgel.

Raquel Vianna e Guilherme Faria

Clóvis Viana

Rafael Vianna e Poliana Alcântara

Mariana Vianna e Marcelo Zygielszyper

Bianca Martins e Saulo Campelo

Liliana Mota e Eduardo Mota

Cláudio Nogueira e Vanessa Pessoa

Thales Bitencourt, Antônio Xavier e Antônio Lopes

142 |Encontro

Stanley Frasão e Denise Frasão

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SOCIEDADE

Festejar a vida Sem comemorar o aniversário há um bom tempo, Eneida Lamounier não deixou a data passar em branco neste ano. Ela cuidou pessoalmente de todos os detalhes. Por telefone, por exemplo, fez questão de convidar um a um os familiares próximos e amigos para a festa realizada na Casa Bernardi. "Foi muito prazeroso", vibrou a

aniversariante, que comemorou algumas semanas depois da data oficial de seu nascimento. "O dia 3 de março caiu no meio da semana. Mas só foi possível marcar a festa para duas semanas depois." A pista ficou animada com a apresentação da banda Anthology, que faz cover dos Beatles. Fotos: Eugênio Gurgel.

Eneida Lamounier

Eneida Lamounier com seus médicos: Luiz Rodrigues de Souza, Marinalva Souza, Adriana Camarano Dolabella, Eliane Lamounier Carvalho, Erika Steckelberg, Ângelo Pimenta Macedo, Cláudia Reis de Paula Kleijorge, Geraldo Henrique Pereira Kleijorge, Miguel Eduardo Coelho de Andrade e Ivana Andrade

Renata Lamounier, Matheus Lamounier e José Osmar Lamounier

Edna Lamounier, Cláudia Reis de Paula Kleijorge, Isabel Lamounier Gontijo, Aline Triginelli, e Geraldo Henrique Pereira Kleijorge

José Alberto Figueiredo, Dante Lapertosa e Alexandre Lamounier

Mery Lamounier, Eliseo Lamounier e Gabriela Lamounier

144 |Encontro

Andrea Lusttosa Cabral e Otávio Motta

Foto: Vinícius Portugal

Mucio Flávio Barbosa Ribeiro, Ana Tereza Ribeiro, Alencar Vilela Leite, Marilia Leite e Marlene Melapisio

Olma Terezinha, Sônia Duarte e Maria Coeli Carneiro

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Foto: Vinícius Portugal

Há 1 ano levando até você, informações e novidades do mundo esportivo.

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segunda a sexta às 19h15

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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br

Ainda Portugal Tentei resistir. Afinal, escrever três meses seguidos sobre o mesmo país pode parecer falta de imaginação. Não é. O que acontece é que, quando se aprende a amar um lugar, a vontade que se tem, o tempo todo, é de contar o que se vê e se vive ali. Por isso volto agora a Portugal, para descrever um dos encontros mais emocionantes que já tive na vida. Cenário? A aldeia de Avelanoso, a três quilômetros da fronteira com a Espanha. O personagem? Um pastor cego, que cuida de um rebanho de quase duzentas ovelhas. O homem que não enxerga conduzindo seus animais em um entardecer gelado na região do Alto Trás-os-Montes ficou impresso na alma. Nunca mais serei capaz de esquecer António Anjos, nome de santo com acento agudo e plural. Li sobre ele quando pesquisava na internet para escrever minha crônica anterior, sobre outro pastor português. Em meio a dezenas de referências, encontrei uma reportagem sobre António e fiquei fascinada. Faltavam apenas quatro dias para voltar para o Brasil, mas decidi que eu não viria sem conhecer o pastor cego. Consegui falar na aldeia de Avelanoso e descobri que a distância de Cascais, onde eu estava, era de 530 quilômetros. Percorrer mais de 1 mil quilômetros em dois dias, na véspera de uma viagem internacional, para conversar alguns minutos com um desconhecido parecia loucura, mas a história do pastor falou mais alto. Depois de quase sete horas na estrada, chegamos à aldeia do pastor. Primeiro encontramos a mulher dele, dona Aurora, figura desconcertante que conversa aos gritos, como se estivesse permanentemente exaltada. Ela indicou a direção do rebanho e lá fomos nós. Seu António nos recebeu com a doçura dos anjos que o nomeiam e o sorriso desarmado dos que aprenderam a confiar. A desenvoltura de seus movimentos, a segurança dos gestos, os passos decididos, tudo levava à dúvida: será que ele realmente não enxergava? A pergunta que não podia ser feita foi respondida por ele. Ao saber que Fernando é oftalmologista, o pastor tirou os óculos escuros e mostrou os olhos completamente atrofiados – olhos de quem não vê nem pontos de luz, ao contrário do que suspeitavam os moradores da aldeia com quem conversamos. Guiados por ele, e cercados pelas ovelhas, fomos atravessando pastos desertos, com uma temperatura de cinco graus e vento cortante. A conversa fluía. Seu António contou que ficou cego aos 14 anos, mudou-se para a cidade do Porto, fez cursos profissionalizantes, trabalhou como metalúrgico durante mais de 20 anos e há duas décadas voltou para sua aldeia, onde reencontrou a paixão da infância pelos animais. Hoje, aos 63 anos, cuida das ovelhas, ajuda a mulher a tratar dos cavalos e das vacas, corta lenha, participa do preparo das refeições e ouve as notícias no rádio. Ele nos surpreende, perguntando pela presidente Dilma e por Lula. Fala sobre política, a crise econômica na Europa e diz que gosta de Elis Regina e Roberto Carlos. Ouvi-lo discorrer sobre um mundo que parece tão distante daquela aldeia minúscula, um ponto quase inexistente no mapa, enquanto seus passos calmos nos conduzem, dá a sensação de estarmos dentro de um filme – seguimos guiados pela irrealidade.

"Percorrer mais de 1 mil quilômetros em dois dias, na véspera de uma viagem internacional, para conversar alguns minutos com um desconhecido, parecia loucura" Seu António para, comenta sobre uma planta perfumada, brinca com os cachorros, responde com paciência os gritos da mulher, nos faz rir com sua ironia fina. Durante mais de três horas, andamos com ele. Anoitece e perdemos por completo a noção de onde deixamos o carro. Atalhando pela mata, o pastor nos leva até ele – sempre com uma leveza admirável. Insiste para que jantemos em sua casa, entende quando dizemos que estamos cansados. Aperta nossas mãos com um carinho comovente. Pergunto se tem algum sonho não realizado, algo que deseje muito e ainda não conseguiu. António Anjos responde: “Não. Minha vida está preenchida.” Entramos no carro enquanto ele se afasta na noite escura, que seus olhos apagados magicamente iluminam. No silêncio de Avelanoso, o som de seu rádio falará do mundo que ele acompanha de longe, enquanto as ovelhas dormem, dona Aurora provavelmente esbraveja, e dois brasileiros chegam para tomar um vinho no Hotel Senhora de Pereiras – ainda engasgados de emoção e, mais do que nunca, certos de que valeu a pena a viagem. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante

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ENCONTRO | ANO XIII

HORA DE BOTECAR

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