Revista Controle & Instrumentação nº279

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Soluções de automação para embalagens sustentáveis

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NºControle&Instrumentação 279|2023 | PA11-01BR 2023 Digitalize para saber tudo sobre o controle baseado em PC para o setor de embalagens
Estande B028

De volta aos fios e cabos

Chris Lyon, Presidente da Ethernet Alliance, foi certeiro, ao afirmar que “muitas tecnologias surgiram e desapareceram nos últimos 50 anos, enquanto outras atingiram o pico, e agora estão em declínio. Ethernet continua subindo para alturas maiores. Com Ethernet, o melhor ainda está por vir!”

O mercado global de Ethernet foi avaliado, em 2020, em US$ 10.49 bilhões, com projeções de atingir os US$ 29.23 bilhões, em 2023, segundo a AlliedMarketResearch; a Ethernet industrial sozinha deve atingir, segundo a Markets and Markets, US$ 15.8 bilhões, em 2028 – número que poderia ser maior, não fosse uma esperada baixa, entre 2023 e 2024. Mas, nada que ofusque a ascensão dessa tecnologia.

A matéria de capa desta edição é sobre uma vertente desse “o melhor está por vir”. Traz uma conversa sobre Ethernet APL, desenvolvido especificamente para a indústria de automação de processos, porque as soluções Ethernetpadrão não podem ser usadas no campo de plantas químicas, por exemplo, por causa de requisitos específicos, como proteção contra atmosfera explosiva, longas distâncias, etc. A Ethernet APL atende esses requisitos, e possibilita levar todas as vantagens da Ethernet para o campo. Viva! Agora, podem ser atendidos, casos de uso que não eram possíveis com soluções de fieldbus! Como o Ethernet APL é uma camada física neutra, qualquer protocolo baseado em Ethernet pode ser executado nela. Isso significa que o acesso às informações disponíveis no campo pode ser muito mais fácil do que com as soluções atuais. Outra vantagem é que a tecnologia possibilita uma rede homogênea do topo da planta à base, no campo, tornando o acesso a qualquer informação de qualquer lugar mais fácil. A lista de benefícios é longa, mas ainda há a ser feito, para alcançar esse futuro de conectividade Ethernet. E a tecnologia traz alguns desafios e, portanto, foi elaborada uma Diretriz de Engenharia para Ethernet APL, que ajuda a evitar erros durante o planejamento e instalação, e ainda é preciso lembrar de que todo o valor prometido de uma nova tecnologia quase desaparece, se for preciso mudar completamente a maneira de fazer o trabalho. A discussão da matéria de capa dá uma luz a essas conjecturas, vale conferir.

Você ainda encontra, leitor, um artigo técnico sobre a necessária convergência TI/TA, com a implosão do modelo piramidal da automação, e um pouco do movimento dos negócios – complementando as notícias que enviamos para você diariamente, pelas mídias sociais, e semanalmente, pelas duas newsletters.

Boa leitura

Controle & Instrumentação C I &I

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Art

Com esta edição, circula o inside “Tabela de Protocolos”. Agradecemos a revisão de Cesar Cassiolato, Claudio Fayad, Marcio Santos, Martin Rostan, Paulo Toledo, Silas Anchieta e Solange Reis.

32 Desenvolvimento de redes TI e TA convergentes – Até quando você vai negligenciar essa necessidade?

Seções Permanentes

Próxima Edição

– Detecção de Vazamento

Colaboraram com informações e imagens: assessorias de imprensa

NESTA EDIÇÃO

Foto cedida pela Siemens

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Sumário Talking About Cover Page
08 News 14 Market
18 Energies
21 Flash 35 Impressions 40 Cast
Velocidade, segurança e integração: Ethernet APL 37

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A Novelis anunciou a contratação de Fabio Mazelli, como novo diretor de TI. O executivo se junta à maior laminadora e recicladora de alumínio do país e do mundo, com o objetivo de ampliar o escopo de inovação tecnológica e digitalização da companhia na América do Sul. Com amplo conhecimento na área, Fabio já passou por empresas dos ramos de agricultura, varejo e logística. Mazelli é formado em administração com ênfase em análise de sistemas pela FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), pós-graduado em marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), e possui um MBA executivo em administração global pela BSP (Business School São Paulo).

CGT Eletrosul, Chesf, Eletronorte e Furnas. As mudanças compõem o conjunto de iniciativas priorizadas pelo Escritório de Transformação, que tem por objetivo acompanhar, de forma centralizada, todos os projetos relacionados à nova fase da companhia no momento pós-capitalização.

Com a nova estrutura, cada subsidiária passou pela redução de duas diretorias. “Estamos buscando maior eficiência, agilidade e integração nas atividades, para acelerar ainda mais as iniciativas da transformação. Todo o processo é conduzido de forma a garantir a continuidade das atividades nas empresas, sem risco operacional”, afirma o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior.

Cada subsidiária tem agora uma estrutura composta por diretor-presidente; diretor de Operação e Manutenção; diretor de Comercialização; e diretor Administrativo-Financeiro. Também foram extintos os Conselhos de Administração na CGT Eletrosul, Eletronorte e Furnas. O conselho de administração da Chesf permanece em funcionamento, pois, a empresa ainda está registrada como companhia de capital aberto.

Os ocupantes dos cargos foram nomeados:

ELETROBRAS CHESF

O Diretor-Presidente, João Henrique de Araújo Franklin Neto, acumula as atribuições de Diretor de Operação e Manutenção, e tem a seu lado Jenner Guimarães do Rego, como Diretor Administrativo-Financeiro, e André Millions Coutinho, como Diretor de Comercialização.

ELETROBRAS CGT ELETROSUL

Da esquerda para a direita: João Henrique de Araújo Franklin Neto, Cleicio Poleto Martins, Ildo Wilson Grüdtner, Antonio Augusto Bechara Pardauil, Caio Pompeu de Souza Brasil Neto, Francisco José Arteiro de Oliveira

A Eletrobras formalizou a nova estrutura organizacional de topo de suas subsidiárias integrais, as empresas Eletrobras

O Diretor-Presidente, Cleicio Poleto Martins, tem a seu lado Ildo Wilson Grüdtner, como Diretor de Operação e Manutenção; Eduardo Cardeal Tomazzia, como Diretor Administrativo-Financeiro, e Alceu Vieira Neto, como Diretor de Comercialização.

ELETROBRAS ELETRONORTE

O Diretor-Presidente, Antonio Augusto Bechara Pardauil, que acumula atribuições de Diretor de Operação e Manuten-

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ção, tem a seu lado Hugo Leonardo da Silva, como Diretor Administrativo-Financeiro, e Virgínia Fernandes Feitosa, como Diretora de Comercialização.

ELETROBRAS FURNAS

O Diretor-Presidente, Caio Pompeu de Souza Brasil Neto, tem a seu lado Francisco José Arteiro de Oliveira, como Diretor de Operação e Manutenção; Luiz Eduardo Marques Moreira, como Diretor Administrativo-Financeiro, e Luiz Laércio Simões Machado Júnior, como Diretor de Comercialização.

Fernando Elias, diretor Regulatório e Institucional da Casa dos Ventos, foi reeleito pela terceira vez para a presidência do Conselho de Administração da Abeeólica – Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias. Os associados da organização se reuniram para eleger os integrantes do conselho para o período 2023 a 2025.

O novo mandato de Elias tem, como um dos objetivos, fazer com que a indústria eólica brasileira seja reconhecida nacional e internacionalmente, e promover o crescimento conjunto das gerações eólica onshore e offshore.

O executivo ingressou na Casa dos Ventos em 2014, e desde 2019 é presidente do Conselho de Administração da ABEEólica. Ele é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá, com mestrado pela mesma instituição em Sistemas de Potência, e possui MBA executivo pelo INSPER. Compondo o Conselho, estão

Adelson Gomes Ferraz (Brennand Energia), Anna Paula Hiotte Pacheco (Enel Green Power), Arnaldo Gaspar Júnior (Construtora A Gaspar), Eduardo Takamori Guiyotoku (ENGIE Brasil Energia), Felipe Augusto Souza Ferrés (Siemens Gamesa), Francine Martins Pisni (AES Brasil), Francisco Carlos da Silva Junior (EDP Renewables), João Paulo Gualberto da Silva (WEG), Laura Cristina da Fonseca Porto (Neoenergia), Leonardo Euler de Morais (Vestas), Maria Gabriela da Rocha Oliveira (Shell), Mauro Lourenço de Andrade (Prumo Logística), Rafael Valverde de Miranda Souto (Eolus), Raíssa Cafure Lafranque (EDF Renewables), Roberto Lobo Miranda (TEN – Torres Eólicas do Nordeste), Rodolfo Coli da Cunha (CPFL Energias Renováveis), Sérgio Ricardo Motta de Souza (Omega), Tchiarles Coutinho Hilbig (DNV).

O dia-a-dia da Abeeólica está a cargo da Presidente Executiva, Elbia Gannoum; da diretoria técnica, formada por Sandro Yamamoto, Alef Cerutti, André Themoteo, Bárbara Souza, Carolina Kimura, Fernanda Guedes, Gabriele Benfatti, Juliano Martins, Matheus Eurico, Riomar Jorge. A Comunicação e Relações Institucionais, com Camila Salles e Marta Telles; ESG e Diversidade: Felipe Vieira e Daniela Swiatek; Relacionamento com Associados, Patricia Lopes; Coordenação Administrativa e Financeira: Laudicea Andrade, Vanessa Santos, Ana Andrade; Secretaria Executiva: Ariane Monteiro e Joicy Corsini; Jurídico: Silene Casella Salgado

A Epson anunciou a contratação de Fábio Sobral, novo Head de Vendas e Desenvolvimento de Negócios. Fábio terá, como principal desafio, aumentar a participação da empresa japonesa em vendas indiretas – operação onde a empresa encontra oportunidades e demandas de clientes finais para os canais de venda, que efetuam o negócio e na geração de novas demandas do mercado. Com sua experiência, o executivo será responsável por toda linha de impressoras corporativas, assim como por uma área chamada End User, que tem a grande responsabilidade de gerar demanda de toda linha corporativa da Epson aos canais estratégicos B2B. A multinacional japonesa atua com negócios para órgãos governamentais e empresas privadas sob a liderança de Glauco G. Ferreira. A sustentabilidade tem sido o foco principal da Epson nos últimos anos. O desenvolvimento das impressoras a jato de tinta está inserido em um compromisso global da empresa, de alcançar a sustentabilidade por meio de medidas, como redução nas emissões de carbono, uso consciente dos recursos naturais, mitigação de desperdícios, promoção da eficiência energética, redução do impacto ambiental dos clientes, aumento na vida útil dos equipamentos, e redução na escala de produção industrial.

Fábio Sobral é conhecido como gestor de pessoas e negócios, em seus mais de 25 anos de carreira, e tem passagens por grandes empresas como General Motors, Ambev, Aceco, Xerox, SAP, Google e Simpress (HP), sempre na área comercial. Tem formação em Administração de Empresas e especialização em Marketing na Universidade de Brasília, e MBA em Telecomunicações pelo Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet/RJ).

Alexandre Peixoto, atual diretor de Relações Regulatórias e Institucionais da Cemig, assumiu o lugar de Rui Altieri, para um mandato de quatro anos – com possibilidade de recondução por mais quatro – como presidente do Conselho de Administração da CCEE – Câmara de Comercialização de Energia

Elétrica; Eduardo Rossi, especialista em Regulação na Aneel, ocupará um cargo no Conselho de Administração.

Peixoto é o atual diretor de Relações Regulatórias e Institucionais da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig – e tem vasta experiência no mercado energético, com passagens

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pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, Ministério de Minas e Energia – MME, Empresa de Pesquisa Energética – EPE – e outras empresas do setor. É pós-graduado em Engenharia de Qualidade e Gestão pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG, e em Gestão e Planejamento Estratégico pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, além de especializações, e MBA em áreas ligadas à geração e planejamento.

Ao longo de mais de 10 anos, Eduardo Rossi teve papel fiscalizador no órgão regulador para transmissão, distribuição e geração. É graduado em Engenharia Elétrica e Eletrônica pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, tem mestrado em Regulação e Gestão de Negócios pela Universidade de Brasília, e MBA Executivo em Administração de Empresas de Energia pela Fundação Getulio Vargas – FGV. Os agentes participantes da assembleia elegeram Talisa Rezzieri, profissional de contabilidade, com mais de 10 anos de experiência no setor elétrico, como nova integrante do Conselho Fiscal da CCEE. Aprovaram, ainda, as demonstrações financeiras e contábeis da Câmara durante o ano-calendário de 2022, e os relatórios de asseguração dos auditores independentes dos processos de contabilização e liquidação das operações do último ano.

A EMAE – Empresa Metropolitana de Águas e Energia –, sucessora da antiga Light, tem a primeira diretora mulher de seus 124 anos de história: Marise Grinstein, que assume a Diretoria Administrativa, vem de Furnas, e possui mais de 40 anos de experiência no setor elétrico. Engenheira Civil, ela é graduada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, mestre em Geotecnia pela PUC-RJ, e possui dois MBAs pela Fundação Getúlio Vargas, em Gerência de Projetos e Gestão Empresarial. Ela atuou em posições relevantes na Eletrobras Furnas, como Assistente da Presidência, superintendente da Diretoria Financeira, e Assessora de Novos Negócios. Além disso, participou de conselhos de administração de SPEs. No Ministério de Minas e Energia, atuou como Superintendente de Gás na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e Diretora na Secretaria Executiva.

Álvaro Luiz A. Miranda, que também atua há mais de 40 anos no segmento, 37 deles em Furnas, foi nomeado Diretor de Geração da EMAE. Engenheiro Eletricista, formado em 1984, pela Universidade Santa Úrsula, o executivo possui MBA de Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e pós-graduação em Adminis-

tração e Negócios pela Universidade Cândido Mendes. No início da carreira, Miranda atuou na área de construção de linhas de transmissão e subestações, na cidade de Itapeva, no interior de São Paulo. Nos anos 1990, foi para o Rio de Janeiro e ingressou em Furnas no setor de projetos, momento em que atuou na construção das usinas de Serra da Mesa e Corumbá. Ele ficou no setor de engenharia até 2003 e, de 2005 a 2012, foi chefe de assessoria de Furnas. Já de 2013 a 2019, trabalhou como Assistente de Diretoria. Nos últimos três anos, voltou a atuar na área de engenharia. Paralelamente, em 2013, Álvaro ficou por um ano na presidência da DME Poços de Caldas, também do setor elétrico, onde duplicou o lucro da empresa e, entre 2015 e 2019, foi presidente do conselho administrativo da Brasil Ventos Energia.

A VLI – companhia de soluções logísticas que opera terminais, ferrovias e portos – anunciou Gustavo Pimenta, como novo presidente do Conselho de Administração da companhia, para mandato de um ano. Pimenta é vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores na Vale, e sucede a Luciano Siani, no desempenho da função. O executivo tem sólida carreira em companhias multinacionais, tendo exercido previamente à sua passagem pela Vale o cargo de CFO Global na AES Corporation, onde liderou o reposicionamento mundial da marca para uma empresa focada em ESG e baixo carbono, participando, também, de inciativas de diversidade e inclusão no grupo. Formado em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais e com mestrado em Finanças e Economia pela Fundação Getúlio Vargas, Pimenta foi também vice-presidente de Estratégia e Fusões e Aquisições do Citibank, em Nova York, além de ter sido membro de diversos conselhos de empresas, como AES Gener (Chile) e AES Clean Energy (EUA).

A VLI anunciou, ainda, a permanência de Mônica Stefanini Herrero como conselheira independente no Conselho de Administração. A posição, criada em maio de 2022, é um avanço que coloca a VLI como uma referência no rol de companhias de capital fechado, uma vez que não possui obrigação legal ou regulatória de ter membros independentes no seu Conselho de Administração.

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Lula visita Huawei e BYD

Governo se reúne com estatal chinesa e alinha investimentos

Em reunião do Ministro Alexandre Silveira e representantes da empresa Energy China International, a empresa se comprometeu a investir US$ 10 bilhões nas áreas de geração de energia renovável e produção de hidrogênio verde, nos próximos anos.

O presidente Lula, em viagem à China, se reuniu com Wang Chuanfu, CEO da BYD, empresa que produz ônibus elétricos, e está negociando uma fábrica de automóveis elétricos na Bahia, em Camaçari. Na reunião, Wang Chuanfu falou sobre as políticas públicas chinesas, que deram àquele país uma indústria forte de veículos elétricos, e promoveu sua adoção, tanto de carros de passeio como ônibus de transporte público. Com o impasse com a Ford, abre-se a possibilidade de a BYD usar terreno do governo da Bahia para construir uma fábrica do zero. Em 2022, a BYD e o governo da Bahia assinaram um memorando de entendimento para um investimento de R$ 3 bilhões.

O presidente Lula também visitou o centro de pesquisa e desenvolvimento da Huawei, que atua há 25 anos no Brasil. A empresa fez uma apresentação sobre 5G e suas soluções em telemedicina, educação e conectividade. Em comunicado, a Presidência da República informou que a Huawei reforçou o compromisso de trabalhar numa perspectiva de longo prazo para o desenvolvimento sustentável do Brasil, em parcerias com foco em conectividade, inclusão digital, educação, saúde e reindustrialização.

Em seguida, acompanhado por ministros e governadores da comitiva, o presidente Lula se reuniu com Wang Tongzhou, presidente do conselho da China Communications Construction Company (CCCC), empresa de construção civil na China que, no Brasil, investe em obras de infraestrutura, como a construção da ponte entre Salvador e Itaparica, na Bahia. “O presidente da CCCC expressou seu desejo de aumentar a cooperação entre empresas brasileiras e chinesas. Wang Tongzhou também propôs a criação de mecanismos de troca direta entre o yuan e o real, para facilitar transações financeiras entre os dois países”, informou o Planalto.

“Temos nos reunido com os maiores investidores em energia renovável do mundo, e demonstrado o foco do governo do presidente Lula na transição energética. Estamos trabalhando para fortalecer a estabilidade regulatória e a segurança jurídica, criando um ambiente favorável aos investimentos.

Estamos muito otimistas quanto às oportunidades do país na geração de energia limpa, trazendo recursos e retorno social ao nosso povo”, destacou o ministro.

A empresa e o Ministério de Minas e Energia (MME) também se comprometeram a fortalecer o intercâmbio entre os dois países, para aproveitar as potencialidades na área de energia renovável e hidrogênio de baixo carbono.

O presidente da Energy China, Lyu Ze Xiang, também foi recebido pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin.

O cronograma desses investimentos não ficou claro, e se eles ocorreriam por meio de projetos greenfield, construídos do zero, ou de aquisições, uma estratégia de negócios comum entre as empresas chinesas que já atuam no país.

A China é um importante investidor no setor elétrico do Brasil, com grandes grupos atuando em toda a cadeia.

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Stellantis iguala participação com Faurecia e Michelin na Symbio

Faurecia – uma empresa do grupo Forvia – Michelin e Stellantis anunciaram acordo vinculativo para a Stellantis adquirir 33,3% de participação da Symbio, empresa de mobilidade a hidrogênio de emissão zero; Faurecia e Michelin permanecerão acionistas, com 33,3% de participação cada.

O anúncio é um passo significativo na descarbonização da indústria de mobilidade e ilustra a excelência tecnológica da Symbio em inovações de células de combustível de hidrogênio. A adição da Stellantis como acionista impulsionará o desenvolvimento da Symbio, na Europa e nos EUA.

“A aquisição de uma participação igual na Symbio reforçará nossa posição de liderança em veículos movidos a hidrogênio, apoiando nossa produção de vans com célula de combustível na França, e também serve como um complemento perfeito para nosso crescente portfólio de veículos elétricos a bateria”, disse Carlos Tavares, CEO da Stellantis. “À medida que avançamos em nosso plano Dare Forward 2030, e caminhamos para alcançar o carbono zero até 2038, estamos considerando todas as ferramentas tecnológicas ao nosso alcance, para combater o aquecimento global. Células de combustível de hidrogênio são necessárias, e o Symbio se tornará um participante importante na batalha para proteger as gerações futuras.”

A Symbio planeja produzir 50 mil células de combustível, por ano, até 2025, alavancando sua giga fábrica de última geração em Saint-Fons, que iniciará a produção no segundo semestre de 2023. Em 2022, a Symbio anunciou a implementação de seu projeto HyMotive, destinado a acelerar a industrialização e o desenvolvimento de inovações disrupti-

vas, um projeto que permitirá à empresa atingir uma capacidade de produção anual total na França de 100 mil sistemas, até 2028, com a criação de mil empregos na França.

“Estamos muito satisfeitos com esta transação, que aumenta ainda mais as capacidades da Symbio, e dará impulso adicional à joint venture. A Symbio está agora perfeitamente equipada para ampliar e expandir sua liderança fora da Europa, em um momento em que a indústria automotiva está acelerando em direção a emissões zero”, disse Patrick Koller, CEO da Faurecia. “Este acordo beneficia todas as partes e permite que a Forvia confirme seu status de líder global em mobilidade limpa

“A entrada da Stellantis no capital da Symbio é um enorme impulsionador de desenvolvimento para nossa filial conjunta”, disse Florent Menegaux, CEO da Michelin. “É também uma demonstração perfeita de que a tecnologia de células de combustível é essencial para que a indústria automotiva tenha sucesso na eletrificação da mobilidade, principalmente para uso profissional. A Stellantis já é uma parceira preferencial, e será uma participante importante conosco no futuro. Por fim, esta transação reforça a convicção de que a Michelin tem, há muitos anos: o hidrogênio será sem dúvida uma das soluções para a descarbonização.”

A transação está sujeita às aprovações regulatórias habituais. O fechamento está previsto para o terceiro trimestre de 2023.

ABDE pede ao Senado aprovação do artigo 9° da MP que pode gerar R$ 5 bi para inovação

A Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), que reúne 34 instituições financeiras no Sistema Nacional de Fomento (SNF), se posicionou favorável à aprovação do artigo 9° do texto da Medida Provisória 1147/22. A instituição reforçou a importância de os senadores aprovarem o referido artigo, já que o objetivo da matéria é reduzir os custos de créditos destinados à inovação e digitalização, o que pode gerar cerca de R$ 5 bilhões por ano, para projetos do setor.

De acordo com a presidente da ABDE, Jeanette Lontra, a medida é importante para acelerar projetos dessas áreas no país. “Fomentar um futuro digital é uma das missões do Plano ABDE 2030, que tem como finalidade apresentar ações estratégicas, para que o Brasil possa atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), das Nações Unidas”, afirmou ela.

Aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 25 de abril, o texto prevê que passará a ser remunerado pela Taxa Referencial (TR), até 1,5% do saldo dos recursos do

Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), repassados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e utilizados no apoio a operações de inovação e digitalização. Dessa forma, Taxa de Longo Prazo (TLP), principal indexador utilizado nas operações do banco, deixaria de ser referência neste caso.

Se o dispositivo da MP for aprovado, a expectativa é de que sejam viabilizados cerca de R$ 5 bilhões anuais, a custos mais acessíveis, para projetos de inovação. Neste caso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deverá definir os critérios para que as entidades possam ter acesso aos recursos.

Criada em 1969 e sediada em Brasília, ABDE destacou que acredita no compromisso do Senado, de promover o desenvolvimento nacional e acelerar a retomada da economia. Por isso, a Associação acredita que é fundamental tornar mais econômico o investimento à inovação, para elevar o valor agregado na economia, e para geração de empregos.

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Com IA, Raízen produz modelo que otimiza manutenção

EMAE entra para o ranking das empresas com maior crescimento do Financial Times

O uso de inteligência artificial (IA) na Raízen, voltado para otimização da manutenção de maquinário utilizado na colheita da cana-de-açúcar, foi incorporado, na forma de um Guia de Manutenção Preditiva do Centro para a Quarta Revolução Industrial no Brasil (C4IR), iniciativa multissetorial do Fórum Econômico Mundial, para cooperação entre governos, empresas, sociedade civil e pesquisadores. Esse conhecimento está disponível gratuitamente no site do C4IR, e pode ser utilizado como referência para outras empresas sucroenergéticas.

O case destacado pelo C4IR é resultado de um projeto A3/ PDCA, inserido no Sistema de Excelência Raízen (SER+), iniciativa criada para potencializar ações de melhoria e eliminar desperdícios. Esse movimento, que existe desde 2021, já proporcionou ganho de R$ 58 milhões à maior produtora brasileira de etanol, na forma de redução de custos, incrementos de performance e de qualidade.

No caso específico do case aproveitado pelo C4IR, a criação de um modelo computacional aumentou, para 77%, a previsibilidade do fim da vida útil das unidades injetoras de colhedoras de cana, um avanço que otimiza o processo de manutenção, e aumenta a disponibilidade desses equipamentos.

“Pela primeira vez na manutenção automotiva de equipamentos, construímos uma metodologia de aplicação de conceitos de IA para previsão de falhas”, destaca Gabriel Jonatas Santos Netzlaff, gestor de processos em manutenção da unidade Bonfim, em Guariba/SP.

Essa tecnologia, desenvolvida com auxílio da empresa de consultoria Lean 4 ponto 0, foi testada em um programa-piloto no bioparque Bonfim. A construção da inteligência artificial consumiu 300 horas de análise, e três meses de atividades, incluindo treinamento de equipes. Esse esforço produziu um algoritmo capaz de prever a vida útil dos bicos injetores.

O conhecimento gerado por esse projeto já está sendo replicado para outros sistemas de colhedoras da Raízen, sob a liderança da engenharia de manutenção corporativa da Raízen. “Esse projeto foi o estopim para aplicação de novas tecnologias nas áreas de manutenção. Já estamos usando deep learning para reconhecimento de imagens nas áreas operacionais da Raízen, para identificar componentes de baixa qualidade ou com defeito”, revela Gabriel Netzlaff.

A Emae – Empresa Metropolitana de Águas e Energia – entrou, pelo terceiro ano consecutivo, para o ranking do jornal britânico Financial Times, que classificou as empresas com maior crescimento em receita das Américas, entre os anos 2018 e 2021.

Além da EMAE, que se consolida como uma empresa de crescimento consistente e transparente, outras 26 empresas brasileiras entraram para o ranking, e a lista conta com nomes importantes mundialmente, como Netflix e Amazon.

O ranking não reflete, necessariamente, o tamanho das economias dos países, mas sim sua capacidade de inovar, e a disposição de suas empresas em serem francas com informações financeiras.

O diretor-presidente da EMAE, Marcio Rea, comenta que entrar para a lista do Financial Times pelo terceiro ano consecutivo é motivo de comemoração. “Ser reconhecida como uma empresa transparente, e que vem crescendo de forma consistente, só mostra que o nosso trabalho diário e a gestão estratégica estão no caminho certo”.

A Emae – Empresa Metropolitana de Águas e Energia – é uma empresa de capital aberto, cujo controle pertence ao Estado de São Paulo. É detentora e operadora de um sistema hidráulico e gerador de energia elétrica, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e Médio Tietê, com capacidade total instalada de 935 MW.

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Embrapii bate a marca de 2 mil projetos de inovação contratados

A Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – chegou à marca de 2 mil projetos de inovação industrial apoiados, desde sua fundação, em 2013. Em dez anos, a organização expandiu sua atuação, acelerou em volume de projetos contratados, e ajustou a operação para manter sintonia com as demandas do mercado, e impulsionar investimentos em inovação no país. Com os projetos apoiados no período, alcançou investimento global de R$ 2,83 bilhões em PDI (pesquisa, desenvolvimento e inovação), voltados à solução de desafios de produtividade e competitividade da indústria brasileira.

O total de recursos se refere ao somatório dos investimentos realizados pela Embrapii, unidades de pesquisa e empresas. A partir deste modelo de fomento, a entidade destina recursos não reembolsáveis para os projetos de inovação, e arca com cerca de 1/3 do orçamento dos contratos, podendo chegar a até 50%, dependendo do porte e localização de cada empresa. Ao dividir os custos do desenvolvimento tecnológico, a Embrapii estimula o desenvolvimento de pesquisa e inovação em todo país, fortalecendo e tornando mais competitiva a indústria nacional.

“Em quase dez anos de operação, a Embrapii atingiu alto grau de amadurecimento, com aceleração no ritmo de contratações de projetos que apoiam a indústria, no desafio de se manter competitiva e sintonizada com as novas tecnologias. Vamos manter essa tendência oferecendo novos instrumentos, e acesso cada vez mais ágil a recursos e conhecimento”, destaca o presidente interino da Embrapii, Igor Nazareth.

A série histórica de contratações demonstra uma trajetória de crescimento exponencial e consolidação do modelo de fomento à inovação da Embrapii, único no Brasil.

O milésimo contrato foi assinado em 24 de agosto de 2020, e representou o marco de R$ 750 milhões em recursos aplicados em projetos de inovação. Considerando-se a correção do IPCA, o montante hoje seria equivalente a R$ 920 milhões. Daquele ponto até os dois mil projetos apoiados, foi verificado um salto para R$ 2,8 bilhões alavancados.

Também foi igualmente significativa a aceleração no ritmo de contratações. A Embrapii chegou ao milésimo projeto em 2.548 dias, entre 2 de setembro de 2013 e 24 de agosto de 2020. Em média, foram 0,39 projetos por dia, ou uma contratação a cada dois dias e meio, em quase seis anos.

A organização chega a duas mil contratações em 955

dias, entre 24/8/2020 e 6/4/2023; isso significa 1,05 projetos por dia em menos de três anos.

Vale observar que, no mesmo período, o número de Unidades Embrapii passou, de 13, para 96. Juntos, os centros de pesquisa formam um ecossistema importante de desenvolvimento tecnológico apoiado pela Embrapii, e sua ampliação é um dos motivos que levaram à aceleração no crescimento do número de novos contratos, nos últimos anos.

As áreas de Agroindústria/Alimentos e Saúde lideram as temáticas dos projetos apoiados pela Embrapii. Projetos em Agroindústria e Alimentos representam 12,9% dos contratos, dentro de um total de 19 áreas de aplicação. Em segundo lugar, aparece a área da Saúde, que abarca 12,6% dos projetos contratados. Em seguida, aparecem: Equipamentos para processos do setor de serviços, comércio e financeiro (9,2%); Equipamentos para processos industriais (7,6%); Indústria metalúrgica (6,6%); Telecom (6,6%); Equipamentos elétricos (6,2%) e Indústria automobilística (5,6%).

Para 2023, a Embrapii prevê inaugurar um novo modelo de incentivo à inovação industrial. Estão em andamento, quatro chamadas públicas, para a criação de nove Centros de Competência, em áreas estratégicas e de fronteira tecnológica, como computação quântica, segurança cibernética e realidade ampliada. Com investimento previsto de R$ 495 milhões, serão centros de pesquisa em diversas regiões do Brasil, dedicados a desenvolver essas tecnologias em parceria com a iniciativa privada, além de formar e capacitar profissionais, e criar ambientes de inovação aberta.

Os Centros de Competência vão tratar das áreas de hardware, Internet das Coisas – IoT, (sigla em inglês), computação quântica, tecnologias imersivas, conectividade 5G e 6G, dispositivos de comunicação, segurança da informação, e terapias avançadas na área da saúde. As chamadas públicas se encerram entre maio e setembro deste ano, quando serão anunciadas as propostas vencedoras, e serão firmados os contratos de 42 meses com cada Centro.

Além disso, a Embrapii está investindo na modalidade de Basic Funding Alliance (BFA), um modelo destinado a preencher uma lacuna de desenvolvimento de soluções inovadoras, com nível de maturidade tecnológica menor, próximas da pesquisa básica, quando há grande risco de investimento para as empresas. O instrumento de fomento à pesquisa e inovação industrial, aplicado de forma inédita pela Embrapii, prevê recursos não-reembolsáveis para cofinanciamento de até 90% de projetos.

C&INews NºControle&Instrumentação 279|2023

OPC UA com interface REST padronizada

A OPC Foundation, uma organização global, dedicada à interoperabilidade em automação industrial e Internet das Coisas (IoT), está expandindo o padrão OPC UA, com uma interface RESTful, para permitir o acesso de qualquer lugar no mundo a informações disponibilizadas por implementações de mais de 90 modelos de informações, padronizadas por aplicativos de TI.

Essa extensão foi solicitada por empresas de TI para garantir acesso eficiente e padronizado a informações importantes: os aplicativos de TI precisam da capacidade de utilizar os dados da OT para usá-los em conceitos como Data Spaces, Digital Twins e Metaverse. Essas soluções geralmente compartilham informações entre várias empresas. Em muitos casos, eles trocam as informações necessárias, por meio de interfaces HTTP REST proprietárias.

O OPC UA já está equipado com muitos blocos de construção, como serviços sem sessão e recursos de segurança. Esses blocos de construção já cobrem muitos aspectos necessários, para fornecer informações padronizadas por meio de interfaces RESTful. Com a adição do HTTP REST, os aplicativos fora do ecossistema OPC UA agora podem acessar essas informações. A especificação OPC UA inclui a transferência de metainformações, como registro de data e hora do servidor, registro de data e hora da fonte, valor e qualidade das informações individuais. O acesso direto via OPC UA permite que essas informações sejam compartilhadas na nuvem, e usadas em aplicativos como o gêmeo digital.

A expansão do OPC UA com REST é menos provável de ser adotada no nível de campo; muito provável em gateways e serviços em nuvem. As empresas de nuvem agora podem acessar informações padronizadas, e usá-las com

eficiência para otimizar os processos de negócios de seus clientes, e desbloquear novos casos de uso.

“Esta extensão do OPC UA, com um mapeamento padronizado para uma interface RESTful, é um passo significativo para garantir a interoperabilidade da automação industrial e dos sistemas IoT”, disse Stefan Hoppe, presidente e diretor executivo da OPC Foundation. “Ao permitir o acesso a informações fornecidas por implementações de mais de 90 modelos de informações específicas de domínio OPC UA, por meio de APIs RESTful padronizadas, estamos tornando mais fácil para os desenvolvedores criar aplicativos habilitados para OPC UA, que podem comunicar-se com outros sistemas e aplicativos baseados na web, como Gêmeos Digitais e o Metaverso.”

“Ao me voluntariar para presidir este grupo de trabalho, para cobrir os requisitos de nossos projetos, não esperava um interesse tão grande da indústria por parte dos outros. Com a participação de mais de 50 empresas, tenho certeza de que as extensões resultantes serão de grande valor para todo o setor”, disse Erich Barnstedt, Chief Architect Standards, Consórcios e IoT Industrial, Azure Edge e Plataforma, Microsoft Corporation. O grupo REST, como um subgrupo do OPC Foundation UA Working Group, discutirá casos de uso para OPC UA em ambientes de computação Edge e Cloud, usando a interface HTTP REST proposta.

Stella Tecnologia e Hensoldt anunciam parceria

Durante a LAAD Defense and Security 2023, a fabricante brasileira de drones Stella Tecnologia anunciou acordo de parceria com a alemã Hensoldt para integração de sensores do tipo radar de abertura sintética, e sistemas eletro-ópticos estabilizados de alta capacidade, nas aeronaves Atobá e Albatross.

“Os drones Atobá e Albatross estão desenvolvidos, e a integração com sistemas de missão desse nível tecnológico coloca essas aeronaves na vitrine do mercado mundial de drones, em suas respectivas categorias, de forma competitiva e com grande segurança de operação. As soluções de conectividade (data link) da Hensoldt, aliadas à compacidade e baixo peso/volume dos sensores, radar e gimballs, permitiram uma integração desses equipamentos nas células mantendo boas performances aerodinâmicas de voo, e alta

confiabilidade dos sistemas. De fato, com a integração dos recursos da Hensoldt, ampliamos consideravelmente o leque operacional”, afirmou Sérgio Buffara, diretor executivo da empresa.

Destaque para o PrecISR, que traduz as mais recentes conquistas da tecnologia de Antena de Escaneamento Eletrônico Ativo ou AESA em um radar escalável e de baixo tamanho, peso e potência, projetado para uma ampla gama de plataformas aéreas, como UAVs, helicópteros ou aeronaves de missões especiais. Graças aos seus modos de radar, definidos por software e direcionamento de feixe eletrônico, o PrecISR pode executar várias tarefas diferentes ao mesmo tempo, no ar, mar e terra, e possui alcance instrumentado de 200 milhas, transmitindo na Banda X, com capacidade de indicação de alvos móveis de última geração, e baixo custo de ciclo de vida.

Market NºControle&Instrumentação 279|2023

IoT: questões tarifárias, regulatórias e alfandegárias ainda são barreiras no Brasil, alerta ABINC

Mesmo com desafios, Brasil segue em destaque entre os países da América Latina, avançando com Internet das Coisas em Saúde, Cidades Inteligentes e Agronegócio

Mesmo com o constante crescimento do cenário de IoT no Brasil, os impostos inviabilizam a maioria dos projetos, e mantêm o país atrasado, em comparação com o cenário global, é o que diz Paulo Spaccaquerche, presidente da ABINC – Associação Brasileira de Internet das Coisas. O especialista destaca que “o problema do Brasil é que se dá um passo para frente, e dois para trás” e que, mesmo com o Plano Nacional da IoT e a implementação do 5G em território nacional, os avanços estão lentos em comparação a outros países.

Paulo, entretanto, revela que o cenário é mais promissor na América Latina, com o Brasil se destacando, mesmo com o rápido avanço das nações vizinhas. “Com relação à América Latina, estamos um pouco melhor. Entretanto, países como Argentina, Chile, e até mesmo o México, estão ficando mais próximos do Brasil. A ABINC participa de uma entidade na América Latina que fala sobre IoT nesta região. Eles olham para o Brasil como modelo, só que eles fazem e nós estamos parados, por barreiras regulatórias, alfandegárias e tarifárias”.

Isso se mostra, principalmente, quando há a necessidade de importação de equipamentos para desenvolvimento tecnológico. “Você acaba tendo um trabalho de importar equipamento que não está disponível no Brasil, e os preços são absurdos, o que inviabiliza alguns projetos. Então, o desafio no Brasil é ter condições de desenvolver um projeto com tecnologia nacional”, explica.

“Outro ponto é a falta de mão-de-obra. A ABINC tem parcerias com entidades, como Mackenzie, Senac e Senai, para a formação de novos profissionais especializados no setor”.

Apesar disso, o presidente da Associação revela que há um trabalho constante para fomentar a adoção de IoT no Brasil, e que a ABINC atua junto ao governo para auxiliar na criação de projetos e medidas para este fim.

Nós trabalhamos muito, com relação à parte de regulamentação, pois, o Brasil ainda está carente disso. Em 2021, foi assinado um projeto para os próximos 5 anos, que é um incentivo para fomentar, explicar e evangelizar o IoT no país”, explica.

Paulo destaca que, no quesito avanços, o Brasil tem muito sendo feito, principalmente na área de saúde, uma vez que a implementação da rede 5G no país abriu a oportunidade para o desenvolvimento de redes privativas de alta velocidade e baixa latência, o que não era possível antes. “O setor de agronegócio também está cada vez mais investindo em IoT, e a área de cidades inteligentes vem crescendo bastante, com destaque na parte de iluminação, que é onde o desenvolvimento começa, e depois expande para segurança, tráfego, entre outros”.

De acordo com o estudo ISG Provider Lens Internet das Coisas (IoT) – Serviços e Soluções 2022, criado pela TGT/ISG em parceria com a ABINC, o número total de dispositivos conectados pode chegar a 27,1 bilhões, até 2025. O relatório indica que a gestão e monitoramento de ativos de toda natureza, e o uso de dados e inteligência artificial (IA) para tomada de decisão passou a ser uma atividade comum, em áreas como Telecomunicações, Agronegócio, Medicina, Logística, e com mais frequência em processos fabris.

Segundo David de Paulo Pereira, autor do estudo e analista líder da TGT/ISG, o cenário de IoT no Brasil continua em crescimento, tanto em termos de quantidade de dispositivos conectados quanto na diversidade de aplicações. “Com o advento do 5G e a expansão contínua das redes de comunicação, é esperado que mais dispositivos sejam conectados e possam compartilhar dados em tempo real. O país já apresenta casos de sucesso em diversos setores, sendo um grande filão brasileiro, tornando essas áreas mais eficientes e produtivas”.

Para este e os próximos anos, o especialista destaca que o uso de soluções IoT como viabilizadoras das iniciativas de ESG ganhou destaque, com várias empresas apresentando soluções voltadas para o meio ambiente, além de uma atenção especial às questões de segurança e privacidade. “A integração de soluções de IoT com outras tecnologias, como inteligência artificial, computação em nuvem e computação de borda (edge computing), proporcionará análises mais precisas e insights valiosos, em diversos setores”.

Market Controle&InstrumentaçãoNº279|2023

Sistema integrado de comunicação interna amplia a segurança de trabalhadores nos segmentos da indústria

A cada 49 segundos ocorre um acidente de trabalho no Brasil – aproximadamente 1.556 registros por dia–, de acordo com o último levantamento da Organização Mundial do Trabalho (OIT), de 2022. Em perspectivas mundiais, o Brasil é o segundo país com o maior número de mortes ocupacionais, entre os participantes do G20, atrás apenas do México. Sem o investimento necessário em segurança e melhorias técnicas e estruturais, esses números podem continuar em níveis alarmantes, e ainda trazer danos irreversíveis. Voltada sobretudo às necessidades da indústria siderúrgica, de refinaria e plataformas de petróleo, onde há presença de um grande número de trabalhadores, a SegurPro, empresa integradora de tecnologias, voltada à segurança privada e especializada em vigilância patrimonial, desenvolve, implementa, comissiona e realiza manutenção de projetos de sistemas eletrônicos de segurança, incluindo Intercom ( Public Address General Alarm – PAGA ), CFTV industrial, rede de dados, e outros sistemas de telecomunicações.

O sistema Intercom conta com diferentes recursos de segurança, que são aplicados em casos emergenciais para auxiliar a busca ou evacuação de uma determinada área, ampliando a eficiência e produtividade das plantas industriais, na atuação do processo preventivo de acidentes.

dem operar mesmo em situações de altas temperaturas, e até explosões, salinidade, vibração, poeira e intempéries de todos os tipos. Isso é essencial para que uma operação de salvamento, por exemplo, seja bem-sucedida, e evite demais perdas sociais e econômicas, já que os equipamentos são adequados para funcionar em ambientes com atmosfera explosiva, ou com alto grau de corrosão.

Nossa expertise em segurança e tecnologia permite desenhar um projeto sob medida, que resolva efetivamente a dor de clientes de setores diversos da indústria”, esclarece Regis.

“Toda a implementação precisa ser aliada à necessidade da indústria e, sobretudo, do trabalhador. Queremos evitar que um simples aviso de acidente enfrente falha de comunicação, por equipamento não condizente com uma situação de risco”, comenta Régis Noronha – diretor de Transformação da SegurPro.

No caso de vazamentos e incêndios em uma determinada empresa, é necessário que o local esteja equipado com sistemas eletrônicos integrados de comunicação, que podem envolver alarmes sonoros, visuais, chamadas em alta voz – tudo para avisar, em tempo real e para todo o contingente de trabalhadores, que uma operação de evacuação ou busca é necessária. Os equipamentos do Intercom são específicos para situações de alto nível de risco, já que po-

Cornetas, amplificadores, cabines telefônicas acústicas, luminárias de emergências, sensores e botões de alarmes, câmeras de alta resolução em inox e gravadores de imagens, são alguns componentes de sistemas que melhoram a performance operacional, em ambientes com grande nível de ruído e periculosidade, bem característico de uma planta industrial, seja ela Onshore ou Offshore. As soluções de Intercom e CFTV industrial oferecidas pela SegurPro, são desenhadas para atender as normas do Ministério de Trabalho, agências reguladoras, Marinha Internacional e planos de segurança (Safety Plan) de seus clientes.

Independentemente de onde o cliente esteja instalado, a operação do sistema integrado de comunicação interna SegurPro pode ser conectada ao iSOC, maior Centro Operacional de Segurança da América Latina, localizado na capital paulistana, também próprio da SegurPro. O espaço une tecnologia de ponta com Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT), no monitoramento de controle remoto de acesso, vigilância virtual reativa e ação contra intrusão. Ao todo, são mais de 500 operadores, 9 mil clientes atendidos, 2,1 milhões de alarmes monitorados por mês, mil controles de acesso, operando 364 dias no ano, 24 horas por dia, nos 13 iSOC da empresa, no mundo.

Market NºControle&Instrumentação 279|2023

Ligação de acessórios de robôs a qualquer rede industrial

Os robôs precisam de acessórios para trabalhar de forma eficiente. Uma forma fácil é usar produtos Anybus prontos a utilizar, como a RSP descobriu.

O número de robôs industriais a funcionar em fábricas em nível global continua a aumentar. Para usar robôs de forma eficiente e maximizar a produtividade, as empresas instalam acessórios nos robôs, para que estes consigam desempenhar diferentes tarefas.

A RSP – Robot System Products – é uma empresa especializada no desenvolvimento, produção e instalação dos acessórios necessários para os robôs e, quando começou a desenvolver uma nova gama de trocadores de ferramentas, tinha de satisfazer as expectativas dos seus clientes, e fornecer um trocador de ferramentas, com capacidade de ligação às redes das fábricas. No entanto, o desenvolvimento da tecnologia de ligação em rede necessária é uma tarefa complicada, que a RSP não domina. Felizmente, a RSP encontrou as soluções Anybus da HMS, que ajudou a integrar uma interface de comunicação Anybus no trocador de ferramentas, permitindo conectividade com as redes das fábricas, e libertando a RSP para se concentrar na fabricação de acessórios para robôs em nível mundial.

“A nossa mais-valia reside nos conhecimentos especializados adquiridos, ao trabalhar com robótica industrial há quase 20 anos”, explica Henrik Hofström, diretor de marketing da RSP. “Estes conhecimentos especializados nos permitem fabricar acessórios robustos e versáteis, para robôs industriais que ajudam os nossos clientes a melhorar a flexibilidade dos robôs, e a aumentar a produtividade.” Os requisitos para uma indústria inteligente e conectada afetam todas as fases do processo de au-

Com dados atualizados, os mapas são uma importante ferramenta para acesso a informações qualificadas, fundamentais para a tomada de decisão e planejamento estratégico das empresas exportadoras.

tomação. Assim, quando a RSP estava desenvolvendo sua série Moduflex, uma nova linha de trocadores de ferramentas, desenvolvida especialmente para transportar cargas úteis pesadas, precisava acompanhar as tendências e fornecer um trocador de ferramentas moderno, com capacidade de ligação a redes de automação.

No entanto, o desenvolvimento da tecnologia de ligação em rede necessária não é fácil, nem o que tornou a RSP uma empresa líder a nível global. Os robôs se movem livremente dentro da fábrica, pelo que seus acessórios devem ser tão compactos e livres de cabos quanto possível. Para manter a forma compacta do trocador de ferramentas, a RSP preferiu integrar a tecnologia de ligação em rede no trocador de ferramentas. A RSP também precisava de uma interface de comunicação de dados que permitisse conectividade fácil e fiável, com qualquer sistema de fábrica, independentemente do protocolo de rede usado.

Para manter o tamanho compacto do trocador de ferramentas e evitar cabos adicionais, a RSP escolheu o Anybus CompactCom B40. O Anybus CompactCom B40 foi instalado na placa de circuito impresso do trocador de ferramentas. Existe um CompactCom para todas as principais redes Fieldbus ou Ethernet industriais e é fácil trocar um CompactCom por outro, o que permite à RSP conectar-se a qualquer sistema de fábrica, independentemente do protocolo de rede usado. Como Henrik observa, isto abre a possibilidade de expansão para novos mercados. “Começamos com Profinet, mas podemos visar a novos mercados, uma vez que existe um Anybus CompactCom, para todas as principais redes.”

Mapas de oportunidades

nível de estados norte-americanos e províncias chinesas, e sua classificação estratégica para o posicionamento das vendas, as exportações brasileiras por destino, o principal concorrente no mercado, entre outros aspectos.

Quem já pensou em exportar para os Estados Unidos ou para a China terá, nos Mapas de Oportunidades EUA e China, da ApexBrasil, informações qualificadas sobre oportunidades para as exportações brasileiras nos dois países. Com dados atualizados até 2022, os Mapas são uma ferramenta indispensável para empresas que desejam expandir seus negócios para o mercado internacional.

O objetivo da ferramenta é identificar e classificar oportunidades reais para a exportação brasileira, indicando os diferentes estágios da participação do Brasil no mercado. Dessa maneira, a empresa consegue comparar os tamanhos dos mercados, no

Um dos principais benefícios é o acesso a informações qualificadas, fundamentais para a tomada de decisão e planejamento estratégico das empresas exportadoras. Um exemplo são as empresas em estágios iniciais do processo de exportação, que podem concentrar seus esforços em estados e províncias, classificados como “Manutenção” ou “Consolidação”. Para esses casos, o produto brasileiro já tem entrada, e não está perdendo espaço para os concorrentes, indicando uma possibilidade de inserção mais facilitada. Já mercados de “Abertura” podem ser mais indicados para empresas experientes, que têm como objetivo diversificar seus destinos.

Market Controle&InstrumentaçãoNº279|2023

Arctech implementa o maior projeto solar do Azerbaijão

Mitsubishi

Electric

adquire

desenvolvedora de disjuntores DC Scibreak

A Arctech, fornecedora líder mundial de soluções de sistemas de montagem e rastreamento solar, anunciou que implementou um projeto de 312 MW, fornecendo o rastreador solar SkyLine II no Azerbaijão, o maior projeto solar do país.

Como o maior país, cobrindo 550 hectares, o projeto solar está localizado no sudoeste de Baku, capital do Azerbaijão, e a 12 km de distância da faixa litorânea, o que requer equipamentos de rastreamento de proteção anticorrosiva nível C3/C4. A média anual estimada de geração de eletricidade é de 500 milhões de kw/h.

De acordo com um relatório publicado pela Câmara de Comércio Alemanha-Azerbaijão, o potencial total de contribuição da energia solar no Azerbaijão é de 8.000 MW.

O governo do Azerbaijão também planeja transformar totalmente as regiões autônomas de Carabaque (Garabagh), e leste de Zangazur, em uma zona de “Emissão líquida zero”, como prioridade dos projetos de reconstrução e desenvolvimento em andamento, além de reduzir as emissões de dióxido de carbono em 40%, até 2050.

Para lidar efetivamente com o ambiente complexo, a Arctech aplicou aço estrutural de baixa liga. O SkyLine II adota o perfil H de aço, com um nível avançado de rigidez, e o aço usado foi aplicado com galvanização por imersão a quente, pré-galvanização e outros tratamentos anticorrosivos, garantindo que o produto atenda aos requisitos de tratamento anticorrosivo C3 ou C4 durante toda a vida útil de 25 anos.

O SkyLine II é o principal produto, com uma vantagem peculiar no mercado global. O primeiro rastreador 1P (onein-portrait) projetado, com um tubo de torque pentagonal e mecanismo de acionamento multiponto síncrono, oferece uma nova possibilidade de projetar a usina usando rastreadores com configurações de estacas idênticas, superando a incerteza enfrentada no estágio inicial do projeto e da construção da usina.

A tecnologia síncrona do mecanismo de acionamento multiponto enrijece o rastreador, até o ponto de habilitar o modo de posição de defesa a 0 graus em caso de ventos fortes, reduzindo assim a diferença da pressão do vento e as cargas posteriores entre o exterior e o interior da usina fotovoltaica. Com isso, o Skyline II proporciona uma alternativa à projeção da usina.

A Mitsubishi Electric fechou o contrato de transferência de ações para aquisição total da Scibreak AB, empresa com sede na Suécia, desenvolvedora de disjuntores de corrente contínua (DCCBs – Direct-current circuit breakers).

As duas empresas visam a, com a unificação, fortalecer a competitividade de seus negócios, trabalhando em estreita colaboração no desenvolvimento de tecnologias DCCB para sistemas de transmissão de corrente contínua de alta tensão (HVDC – High-voltage direct current), apoiando a crescente demanda global por energia renovável.

A adoção da geração de energia renovável, assim como a da energia eólica, está aumentando em todo o mundo, visando a alcançar a neutralidade de carbono. Na geração de energia eólica offshore, em particular, o HVDC é usado para transmissão de longa distância entre centros de carga offshore e onshore, pois, oferece menores perdas de energia e custo, quando comparado à transmissão CA.

No futuro, devem ser desenvolvidas redes HVDC multiterminais, para uso especialmente na geração de energia eólica offshore na Europa, permitindo a transmissão eficiente de energia transfronteiriça. Essas redes exigirão DCCBs, que desempenharão um papel crítico na proteção do sistema de energia.

E como os disjuntores HVDC exigem tempos de operação muito rápidos, da ordem de alguns milissegundos, as empresas estão intensificando o desenvolvimento tecnológico para atender a demanda por DCCBs mais compactos, de alto desempenho e econômicos.

A Scibreak, fundada em 2014, é líder de mercado na tecnologia DCCB, tanto em termos de tempo de operação quanto de pegada de carbono. Por meio da aquisição de ações, o objetivo da Mitsubishi Electric é utilizar a tecnologia e o know-how da Scibreak, para ser líder na comercialização de DCCBs no mercado, fortalecendo seu negócio global de sistemas HVDC, e contribuindo para alcançar a neutralidade de carbono, por meio da maior oferta e consequente adoção da energia renovável.

Energies NºControle&Instrumentação 279|2023
Mitsubishi Electric Executive Officer Noriyuki Takazawa (left) and Scibreak CEO Tomas Modeer

Brasil lidera queda global de emissões do setor elétrico em 2022

Um relatório lançado no Reino Unido revela que o Brasil viveu a maior queda absoluta do mundo nas emissões do setor elétrico, em 2022. De acordo com a análise, o mix elétrico brasileiro emitiu 69 milhões de toneladas de CO2 no ano passado, uma queda de 34% (-36 MtCO2) em relação a 2021, quando emitiu 105 milhões de toneladas. Apenas a Ucrânia, que está sob ataque russo, viu declínio percentual comparável (-38%), com a segunda maior redução nas emissões (-14 MtCO2).

A análise é do think tank britânico Ember, um dos mais influentes do setor de energia. A organização afirma que a redução de emissões do Brasil, em 2022, se deveu principalmente à diminuição do uso de termelétricas em função do aumento, de um ano para o outro, da geração hidrelétrica (+65 TWh, +18%). A hidroeletricidade em 2021 (363 TWh) estava em seu nível mais baixo, desde 2015, e, com a volta das chuvas, em 2022, atingiu o nível mais alto desde 2011 (428 TWh).

Em 2021, houve um recorde histórico de emissões no setor elétrico brasileiro. As usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis – os principais causadores do aquecimento global – foram acionadas de maneira emergencial no ano retrasado, porque o planejamento energético nacional falhou em incorporar a variabilidade gerada pela mudança climática, e em buscar antecipadamente alternativas mais limpas e baratas.

Outro fator que contribuiu para a queda de emissões da rede brasileira no ano passado foi o crescimento da geração do vento (+8,5 TWh, +12%) e do sol (+5 TWh, +30%). As duas fontes permitiram uma substituição da energia fóssil, principalmente do gás (46%; -42 TWh).

“A crise global do gás em 2022 deixou claro que combustíveis fósseis caros não podem ser confiáveis para a segurança energética, em curto ou longo prazos”, avalia a analista sênior de eletricidade da Ember, Ma gorzata Wiatros-Motyka, principal autora da pesquisa.

“Este é o efeito sanfona das emissões do setor elétrico brasileiro: a maior queda do mundo em 2022, precedida por uma das maiores altas em 2021”, observa o pesquisador do Instituto ClimaInfo, Shigueo Watanabe Jr., que ressalta que o Brasil precisa enfrentar o lobby fóssil para manter as emissões do setor elétrico neste patamar baixo.

“Pela pressão climaticamente irresponsável do setor do gás natural, as emissões podem se estabilizar em um patamar pior do que o atual, e muito longe das metas nacionais de redução de emissões.”

Tem observado-se uma certa aposta no gás, o que acaba por ocupar o espaço de usinas eólicas e solares: para reduzir suas emissões de forma sustentada, o Brasil precisa reverter essa tendência, e estruturar o sistema para acionar termelétricas apenas em último caso. De acordo com os dados do operador do sis-

tema elétrico nacional (ONS), o Brasil gerou 89% de sua eletricidade a partir de fontes limpas, em 2022, o que inclui também 63% de energia hidrelétrica, e 12% de energia eólica. Os combustíveis fósseis representavam 11% da geração brasileira, em 2022, principalmente o gás (7%).

“A crescente capacidade eólica e solar do Brasil já está fornecendo eletricidade substancial para a rede. Como elas continuam a crescer, estas tecnologias ajudarão, não apenas a reduzir as emissões do setor elétrico, mas também a impulsionar cortes de emissões em toda a economia, com a eletrificação de outros setores”, estima Wiatros-Motyka. Globalmente, a energia somada de eólica e solar atingiu um recorde de 12% da eletricidade, em 2022, contra 10%, em 2021. Em toda a América do Sul, Uruguai (36%) e Chile (28%) têm as maiores quotas de energia eólica e solar. Os dados revelam que mais de sessenta países geram atualmente mais de 10% de sua eletricidade a partir do vento e do sol, incluindo o Brasil (15%) e a Argentina (12%).

A Solar foi a fonte de eletricidade que mais cresceu no mundo, pelo 18° ano consecutivo, aumentando 24%, de um ano para outro, e adicionando eletricidade suficiente para abastecer toda a África do Sul. A geração eólica aumentou 17%, em 2022, o suficiente para energizar quase todo o Reino Unido.

Apesar da crise mundial do gás e dos temores de um retorno ao carvão, o aumento do vento e da energia solar limitou o uso de carvão, que subiu apenas 1,1%, em 2022. A geração global de energia a gás caiu muito ligeiramente, em 2022 (-0,2%). Em geral, isso ainda significou que as emissões globais do setor elétrico aumentaram em 1,3%, em 2022, atingindo um recorde histórico.

A Ember estima que o ano passado pode ter sido o “pico” das emissões de eletricidade, e o último ano de crescimento da energia elétrica fóssil, com a eletricidade renovável atendendo a todo o crescimento da demanda, em 2023. Como resultado, haveria uma pequena queda na geração de eletricidade fóssil (-0,3%), em 2023, com quedas maiores nos anos subsequentes, à medida que a implantação eólica e solar se acelera.

“Esta década decisiva para o clima é o início do fim da era fóssil. Estamos entrando na era da energia limpa”, sentencia Wiatros-Motyka.

O cenário está preparado para que o vento e a energia solar alcancem uma ascensão meteórica até o topo. A eletricidade limpa irá remodelar a economia global, do transporte à indústria, e mais além.”

Esta é a quarta edição do relatório anual Global Electricity Review, que avalia 78 países, representando 93% da demanda global de eletricidade. Os dados são abertos para consulta.

Energies NºControle&Instrumentação 279|2023

Indústria em clima otimista na Hannover Fair

A feira de Hannover demonstrou que as tecnologias para uma indústria competitiva e, ao mesmo tempo, neutra para o clima, já estão disponíveis; o próximo passo é fazer uso consistente de todas as soluções disponíveis.

Os principais tópicos de Hannover este ano incluíram inteligência artificial, hidrogênio, gerenciamento de energia, produção conectada e inteligente, e o novo ecossistema de dados Manufacturing-X.

Mais de 4.000 expositores apresentaram suas soluções para uma indústria digital, conectada e sustentável, recebendo 130.000 visitantes de todo o mundo – 43% dos visitantes eram de fora da Alemanha; os principais países visitantes foram Holanda, China, Coréia, Polônia e Estados Unidos. Mas, o Brasil também estava representado! Além dos visitantes presenciais, mais 15.000 visitantes registrados participaram digitalmente no evento, seguindo o programa da conferência e participando de visitas híbridas.

Ficou claro que a proteção do clima requer a ajuda da indústria como fornecedora e usuária de tecnologias, que permitem a produção neutra em CO 2 . Hannover se mostrou a plataforma global para networking entre indústria, governo, pesquisa e sociedade como um todo. E nunca foi tão importante compartilhar co-

nhecimentos e ideias. As soluções tecnológicas, para uma produção com impacto neutro no clima, já estão presentes. No entanto, para garantir a competitividade da indústria e nossa prosperidade no longo prazo, os obstáculos burocráticos precisam ser superados, oportunidades alimentadas, e acordos de cooperação transnacional concluídos.

Eletrificação, digitalização e automação foram as tendências que moldaram a feira de Hannover deste ano, e a interação dessas tendências demonstrou que a reviravolta energética também deve levar a uma reviravolta na eficiência energética.

Mais de 100 delegações políticas, de mais de 50 nações, visitaram a Feira de Hannover este ano – a visita do chanceler alemão Olaf Scholz, juntamente com o presidente indonésio Joko Widodo, e o ministro da Economia alemão Robert Habeck; representantes da União Europeia em Bruxelas também estiveram presentes, bem como outras delegações da Europa, Argentina, México, Canadá, Japão, China, EUA e Índia.

Com o Young Engineering Award, a Deutsche Messe homenageou, pela primeira vez, uma especialista do setor STEM, com menos de 30 anos, e um júri independente, composto por membros do Conselho Consultivo do Con-

Flash Controle&InstrumentaçãoNº279|2023

gresso WomenPower, selecionou Lisa Ihde como vencedora entre as três finalistas.

O prêmio foi entregue pela presidente do júri, Prof. Barbara Schwarze, do Centro de Competência TecnologiaDiversidade-Igualdade de Oportunidades, com sede em Bielefeld, Alemanha.

A vencedora foi anunciada durante a abertura do WomenPower Career Congress em 21 de abril em Hannover. A Prof. Barbara Schwarze, em seu papel como presidente do Júri WomenPower, entregou o Prêmio Young Engineering a Lisa Ihde.

O júri, composto pelos membros do Conselho Consultivo do Congresso WomenPower, indicou três jovens para este novo prêmio. No final, Lisa Ihde, do Hasso Plattner Institute Potsdam, triunfou. Ela é web designer, designer de jogos, engenheira de software e autora.

Como co-autora, ela foi fundamental para escrever o livro “Gamedesign für Dummies Junior”. Como a indústria de TI em geral, a indústria de jogos é fortemente dominada por homens. Isso torna ainda mais importante que as mulheres na indústria se envolvam mais, a fim de mudar a imagem das mulheres nos jogos digitais. Com seu compromisso, Lisa é um modelo para todas as jovens que decidem seguir uma carreira em TI ou design de jogos, e que precisam de modelos fortes para essas escolhas de carreira.

Este ano, a Beckhoff retornou à Hannover Messe com inovações revolucionárias. Com muitas visitas ao estande, e mais de 470 clientes internacionais, de 38 países convidados, A Beckhoff apresentou tecnologias que impulsionam a indústria de automação e a transformação digital dos processos de produção, incluindo o XPlanar, o sistema de robô industrial modular ATRO (Automation Technology for Robotics), o MX-System para automação sem gabinete de controle e Vision, um sistema de processamento de imagem integrado ao sistema.

O ATRO inclusive foi um dos finalistas ao prêmio de tecnologia da Hannover Messe. O novo sistema ATRO (tecnologia de automação para robótica) da Beckhoff é um sistema modular que pode ser usado para construir sob medida a estrutura de robô ideal para qualquer aplicação, oferecendo assim grande flexibilidade. As interfaces mecânicas e elétricas definidas permitem uma montagem rápida, precisa e sem ferramentas de qualquer cinemática de robô. A mecânica modular é suportada por software modular, que fornece funções como processamento de imagem, inteligência artificial ou automação científica, além do movimento do robô. Esta inovação foi reconhecida com uma nomeação para o Hermes Award 2023, anunciado na Hannover Messe.

Todos os anos, a Deutsche Messe concede o Prêmio Engineer Powerwoman a uma especialista que fez uma contribuição especial para as disciplinas científicas e técnicas. O prêmio deste ano homenageou a Dra. Christina Franke, uma mulher que está avançando em sua carreira em uma empresa industrial. Ela ingressou na Bosch Rexroth em Stuttgart, em junho de 2022, como chefe de desenvolvimento na unidade de negócios Assembly Technology. Depois de estudar engenharia de design e produção na Universidade de Saarland, e passar um ano no exterior na Suécia, a Dra. Franke trabalhou como assistente de pesquisa na Cátedra de Engenharia de Produção, desde 1999. Em dezembro de 2003, ela completou sua dissertação na área de “Processo Planejamento de Cadeia na Fábrica Digital”, na Universidade de Saarland.

O sistema de robô industrial modular ATRO superou muitas inscrições, para ser indicado como uma das três principais inovações do Prêmio Hermes de 2023, selecionado por um júri de especialistas dos setores de política, negócios, pesquisa e sociedade.

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Em um comunicado divulgado pela Deutsche Messe AG,

o presidente do júri e presidente da Fraunhofer-Gesellschaft, Prof. Reimund Neugebauer, disse: “Mais uma vez este ano, a alta qualidade das inscrições foi muito impressionante. Com um módulo de compensação, baseado em sensor para robôs, um sistema de robô industrial modular e uma plataforma multiusuário para gerenciamento de edifícios, os indicados exibiram de forma impressionante seus poderes inovadores, demonstrando eficiência, sustentabilidade e flexibilidade em graus variados. Todas as três soluções têm o potencial de desenvolver um alto nível de impulso em seus respectivos campos, e trazer mudanças duradouras em suas áreas de aplicação.” Hans Beckhoff, diretor administrativo e proprietário da empresa, acrescentou: “A Beckhoff Automation representa inovação e, com nosso sistema ATRO, parece que conseguimos criar outra pequena revolução. Naturalmente, estamos muito orgulhosos disso! Gostaria de agradecer aos nossos engenheiros mecânicos, eletrônicos e de software que trabalharam juntos, em perfeita harmonia para criar nosso ATRO!”

Com o ATRO, os usuários podem criar praticamente qualquer projeto de robô que esteja perfeitamente sintonizado com sua aplicação a partir dos módulos fornecidos – desde uma simples aplicação de mesa de indexação rotativa de 1 eixo, até cinemática delta, até robôs articulados multieixos. A abordagem holística da tecnologia Beckhoff desempenha um papel fundamental no comissionamento e manuseio amigáveis, até porque a integração direta do sistema do robô na plataforma de controle baseada em PC é a única maneira de criar uma solução verdadeiramente otimizada e completa, para uma máquina ou planta. Isso reduz o número de controladores necessários para apenas um PC industrial, mesmo com vários robôs. Todos os módulos são interligados através da interface ATRO, que garante uma conexão fixa, e também alimentada pelos meios de entrada. Dados, energia e fluidos (ar comprimido, vácuo ou água) pode, portanto, ser alimentado internamente através dos módulos na cinemática ATRO. As soluções robóticas convencionais, por outro lado, direcionam a mídia externamente e, portanto, são limitadas em termos de rotação e uso do espaço de trabalho. Essas limitações são completamente eliminadas com a solução Beckhoff – cada eixo pode ser girado infinitamente, o que permite melhor acessibilidade cartesiana, bem como caminhos de posicionamento curtos.

E, este ano, o HERMES Startup AWARD foi para a jovem empresa MantiSpectra de Eindhoven, por seu produ-

to ChipSense, escolhido pelo júri presidido pelo Prof. Dr. Reimund Neugebauer, presidente da Fraunhofer Society. A entrega do prêmio ocorreu na abertura oficial da feira de Hannover, em 16 de abril de 2023, na presença do chanceler federal Olaf Scholz.

O produto premiado este ano é um sensor quase infravermelho, totalmente integrado – o menor de seu tipo no mercado, com área de ocupação de 1 mm 2 . O sensor permite análises rápidas e altamente precisas, e é usado diretamente na linha de produção, de onde fornece dados em tempo real. Isso permite que os defeitos sejam detectados, assim que eles ocorrem, e que a economia seja feita por meio do controle de qualidade imediato no local, na linha de produção. O produto já está em uso na indústria, agricultura e processamento de alimentos.

Mais de 300 startups apresentaram suas inovações em Hannover este ano.

Também expôs em Hannover a brasileira Presys – que projeta e fabrica soluções completas e integradas, para a calibração de instrumentos de processo, desde o calibrador portátil até a Célula de Calibração, totalmente computadorizada, que permite a implantação de um laboratório satisfazendo qualquer necessidade de calibração de instrumentação industrial. Os produtos Presys são desenvolvidos em um contexto tecnológico, que combina alto nível de qualidade e confiabilidade. Além da certificação de qualidade ISO 9001:2008, a Presys mantém um laboratório de calibração certificado ISO 17025, atendendo os mais exigentes requisitos do laboratório primário nacional, com uma das melhores capacidades de medição, para calibração e certificação de nossos calibradores. Com presença global na maioria das regiões do mundo, diretamente ou com distribuidores especializados e treinados, a Presys oferece a solução certa para sua aplicação ou necessidade de calibração, sempre contando com todo suporte técnico.

A próxima HANNOVER MESSE será realizada de 22 a 26 de abril de 2024.

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Velocidade, segurança e integração: Ethernet APL

Omercado de Ethernet Industrial deve crescer, de US$ 50 bi, para mais de US$ 350 bi, até 2032, segundo estudo do global market insights inc – a tecnologia ganhou impulso, devido ao surgimento do 5G, e pelas crescentes demandas para a indústria 4.0.

Ethernet TCP/IP detém mais de 40% do mercado, em 2022, devido à crescente popularidade do protocolo, para gerenciar conexões entre dispositivos automatizados e tecnologias como CNCs, PLCs, sensores, robôs e outros equipamentos industriais. Mas, o que vem destacando-se é o Ethernet APL – o novo meio físico baseado em Ethernet Industrial para redes de campo, e que vem sendo definido e promovido pelas organizações ODVA, Profibus International, FieldComm Group e OPC. O APL está condicionado à rede Ethernet cabeada, mas isso é algo que, em um futuro próximo, pode ganhar flexibilidade em temos de instalação.

“ Ethernet APL é um padrão internacional, que

especifica um novo meio físico para comunicações, utilizando os protocolos TCP, UDP, IP e Ethernet. Diferentemente dos protocolos industriais a que estamos acostumados, que definem tanto o meio físico como o protocolo de comunicação, Ethernet APL não define um protocolo específico, e sim o meio físico para o transporte de pacotes Ethernet em instalações industriais. O padrão Ethernet APL define o meio físico cabeado, suas distâncias e perfis de energia, definindo uma rede cabeada para aplicações em instalações industriais, e, portanto, não se aplica a redes wireless. Mas, pode ser integrado com redes wireless, onde ambos se conectam a uma rede Ethernet ” explica Claudio Fayad , Vice-Presidente de tecnologia, Emerson Process Systems & Solutions.

O foco principal do Ethernet APL são as indústrias de processo. Dificilmente vamos ver Ethernet APL numa indústria de manufatura, pois, não é o foco da tecnologia; o Ethernet APL não vai ser usado de forma ampla em todos os segmentos, pois, isso não é tecni-

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camente possível. Um bom resumo para as redes cabeadas seria Ethernet APL => Indústrias de processo; Ethernet TSN => Indústrias de manufatura. Vale lembrar que uma indústria hibrida, como alimentos e bebidas, até pode usar as duas tecnologias, mas cada uma na sua zona de atuação. Ou seja, APL é mais voltado para indústrias de processo, mas nada impede que seja utilizado em manufatura, da mesma forma que Ethernet/IP, Profinet, Profibus. É bom lembrar que APL pode ser utilizado com H1 e PA, mas, embora os cabos sejam compatíveis, H1 e PA não são protocolos Ethernet, e possuem outros níveis de potência, não suportados por APL.

“ O Ethernet-APL é baseado na especificação IEEE 802.3cg (10baseT1L). Faz uso de apenas 1 par de fios (assim é um tipo de SPE – Single Pair Ethernet), incluindo alimentação e dados (assim é também do tipo PoDL – Power over Data Link). Sua taxa de comunicação é de 10 Mb/s (10 Mbps). Está sendo adotado como sucessor da camada física H1, atualmente aplicado para uso com Fieldbus Foundation e Profibus PA. Considerando que apenas a camada física é diferente, o Ethernet-APL permite levar ao equipamento de campo protocolos aplicados para controle industrial que utilizam o meio físico Ethernet, como Profinet, Modbus-TCP, Ethernet/IP, HSE e demais. Além de incluir também demais protocolos de suporte, como DHCP, SNMP, SNTP, permitindo implementar, no transmissor (equipamento de campo), aplicações que antes estavam disponíveis apenas em computadores industriais ou PLCs, como por exemplo Webserver em-

barcado e servidor OPC ”, acrescenta Renato da Veiga Torres , Assessor de Inteligência Profibus da Smar.

A existência de equipamentos de vários protocolos em uma mesma estrutura de rede depende mais dos requisitos/limitações dos protocolos do que do EthernetAPL. E a grande vantagem para o usuário final será a existência de um único PN de equipamento, que tem a possibilidade de operar em vários protocolos; ou permitir troca de sof-

tware do instrumento para operação em diferentes protocolos, pois, o hardware será o mesmo e, desse modo, o usuário poderá adquirir um instrumento sem preocupação de PN especifico, para este ou aquele protocolo.

Márcio Santos, da Siemens, pontua que, “sendo uma tecnologia alavancadora, devemos esperar que o Ethernet APL possibilite a evolução e a maximização das aplicações existentes, bem como novos cenários de utilização nas indústrias de processo, tornando em mais acessíveis e robustas aplicações de IIoT na instrumentação, controladores, DCS e ferramentas de gestão de ativos, sem deixar de contar com a ampla convergência de IT/OT nesse tipo de indústria de processos contínuos, através de tecnologias já estabelecidas e comprovadas há muito tempo, em diversos verticais (OPC-UA, MQTT, FDI, HTML5, CyberSecurity, etc).

E, somente em ambiente cabeado, pois, o Ethernet APL não vem para eliminar os demais padrões de comunicação do modelo 802.1, incluindo as comunicações sem fio (Wifi) baseadas em 802.11. O cabo utilizado é o mesmo cabo Tipo A, utilizado nas

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redes padrões PROFIBUS PA, por exemplo, e definido na IEC 61158-2. Esse cenário é particularmente interessante, pois, espera-se que a migração dos instrumentos PROFIBUS PA para PROFINET seja suave, uma vez que será possível reaproveitar a infraestrutura de cabos existente, onde fizer sentido. Inclusive a Profibus International criou e promove o uso do Profile 4.0 dos instrumentos PROFIBUS PA, visando, não somente à transição de cabos físicos, mas também à das aplicações presentes na instrumentação e nos controladores, de forma suave, contínua e assegurada”.

“Os cabos especificados pelo padrão Ethernet APL são os mesmos cabos hoje utilizados para Foundation Fieldbus H1 e Profibus PA, segundo a IEC 61158-2. São cabos de par trançado, balanceados, com malha e impedância de 100 ohm +- 20%. E permitem distâncias de até 1000 m para cada segmento da rede principal, que conecta os switches APL, e de até 200 m entre o equipamento e a porta APL do switch a que serão conectados. Mas, o limite de 200 m pode ser estendido, utilizando até 4 repetidores em linha”, lembra Fayad.

Diz-se que o APL dá à rede velocidade. Baseado na IEEE 802.3, com um único par de fios operando a 10 Mbits/ s, com comunicação full-duplex, levando sinal de comunicação e alimentação, sua taxa é mais de 300 vezes a taxa do Profibus-PA (31.25 kbits/s). Sua taxa de comunicação (10 Mbps) é importante para compensar o desempenho em relação ao tamanho do frame, pois, no APL, o frame Ethernet é utilizado e, em geral, possui mais bytes que os frames usados no Profibus PA ou Fieldbus Foundation. Ethernet APL. 10 Mbps Profibus PA e FF: 31,25 kbps Hart: 1.2 kbps.

“No geral, há melhora de performance. As figuras dão uma ideia, em termos de melhoria de velocidade, no comparativo com o HART e Profibus-PA. E, certamente, velocidade é fundamental para a performance como um todo, já que tempos de latências são minimizados, a troca de dados é praticamente online, e, de uma forma geral, haverá melhorias no nível de ação e reação nas lógicas de controle, reduzindo, consideravelmente, a variabilidade dos processos. A comunicação até o nível de campo é extremamente rápida, graças à rápida taxa de dados de 10 MBit/s. Os operadores da planta são capazes de tomar as decisões certas, com base em informações detalhadas sobre as operações da planta fornecidas pela tecnologia. A comunicação padronizada de alta velocidade em todos os níveis torna o status geral da planta acessível em tempo real. O acesso rápido e direto ao dispositivo, com dados do processo e dados de diagnóstico, facilita a manutenção preditiva, pois, as anomalias podem ser identificadas no estágio inicial, antes que possam causar falha no equipamento. Portas de diagnósticos estão presentes”, conta Cesar Cassiolato, presidente da Vivace.

Claudio Fayad ressalta que, hoje, o parque industrial é diverso e utiliza vários protocolos diferentes, com pre-

dominância do padrão Hart/4-20ma para equipamentos de campo. “Acreditamos que as tecnologias utilizadas, hoje, ainda estarão presentes por muitos anos, e as soluções APL terão de combinar, de forma elegante, as tecnologias atuais com o novo padrão Ethernet APL, por um bom tempo. Para se utilizar a tecnologia APL, o equipamento de campo tem de ter uma interface elétrica, ou conector APL. Equipamentos APL podem utilizar qualquer protocolo baseado em Ethernet, como HART-IP, Profinet, Ethernet/IP ou OPC/UA. Embora não seja comum a mistura de vários protocolos em uma mesma planta, podemos ver uma evolução, onde um transmissor irá suportar vários protocolos diferentes, otimizados para diferentes funções, como um protocolo para diagnóstico, um para controle de processo, e outro para analítica, ao invés de um só protocolo mais generalista”.

Renato lembra que qualquer protocolo que faça uso de rede Ethernet pode fazer uso do APL “Para modificar o parque HART, é preciso fazer a substituição dos cartões de I/O ou unidades remotas por APL-Field Switches, além dos cabos. Cada instrumento recebe um cabo, de acordo com a topologia tipo estrela. Os switches APL atuais permitem coexistência de redes tipo Profibus PA, utilizando o mesmo switch. Assim, para redes Profibus PA, o APL-Field Switch substitui as caixas de derivação (trunk box)”.

Mesmo se tratando de controle de processo, em que muitas vezes a velocidade do HART atende matematicamente a especificações de controle da planta, observa-se que a velocidade em 10 Mbps tem papel fundamental, na obtenção de diagnósticos e implementação de múltiplas funcionalidades.

“Velocidade de comunicação não é algo tão crítico nas indústrias de processo, quando comparado com as demandas existentes nas indústrias de manufatura. Se, nas indústrias de manufatura, velocidades de 1Gbps e 10Gbps, bem como tempos de ciclos na ordem de milissegundos ou microssegundos, fazem total diferença, a dinâmica de controle e características físicas dos processos controlados nas indústrias de processo contínuo não demandam tempos críticos, logo, a necessidade de velocidade nas indústrias de processo se dá muito mais pelo uso em massa de diversos instrumentos, mas principalmente por levar aplicações aos equipamentos de campo, o que outrora seria tecnicamente proibitivo, quiçá impossível. Estamos falando de instrumentos e controladores que suportam diversas funções ao mesmo tempo, não tendo de reportar dados de forma hierárquica para um único sistema, mas sim de forma totalmente distribuída e transparente, como PROFINET e Safety na instrumentação e no controle, Servidores OPC UA e WebServer para integração com plataformas de gestão de TI (MES, SAP, Tarifação), MQTT e REST API para integração com plataformas de Cloud, SNMP, SMTP, FDI e FileServer para gestão de instrumentação, calibração, ma-

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nutenção e documentação”, destaca Marcio Santos. O mais importante é destacar que todos os cenários podem coexistir e serem utilizados ao mesmo tempo e sem conflitos, por equipamentos que venham a suportar o Ethernet APL, não tendo a velocidade como um limite, dentro do que atualmente temos em aplicações com os Buses tradicionais (HART, PROFIBUS PA e FF).

Com a evolução da funcionalidade dos equipamentos, a quantidade de configurações necessárias e diagnósticos também aumentou: o aumento da velocidade permite obter tais diagnósticos com mais frequência, sem perturbar o sistema de controle. Um posicionador eletropneumático da década de 1990, utilizando HART, possibilitava poucas opções de diagnóstico. Atualmente, os posicionadores incorporam, no próprio equipamento, monitoração de pressão de entrada, pressão de saída, teste de curso parcial (PST), velocidade de abertura e fechamento da válvula, histórico, entre outras características. Essa ‘massa’ de dados pode ser usada por sistemas inteligentes, baseados em IA, para obter parâmetros indiretos como, por exemplo, verificação de incrustação ou oxidação de elementos em válvulas. Então,

torna-se fundamental que tais dados sejam capturados com frequência, para permitir estes estudos. Isso é ainda mais importante para instrumentos que envolvem vazão, condutividade e capacidade analítica.

Mas, veja que instrumentos HART, FF ou PA estão limitados ao uso da camada de aplicação destes protocolos para implementar quaisquer novas funcionalidades. Devido a estes protocolos estarem restritos apenas ao ambiente industrial, a incorporação de novas aplicações ficou limitada apenas às empresas envolvidas no desenvolvimento para este ambiente. Ethernet é extremamente popular e amplamente usado em todas as áreas. Permite, por exemplo, que um instrumento implemente um webserver com interface para atualização ou implemente protocolos OPC-UA e MQTT, em paralelo a protocolos de controle, sem prejuízo no tempo de resposta.

A segurança esperada

“E, pela primeira vez, com o APL, a Ethernet industrial será aplicada em áreas classificadas até Zona 0 / Classe 1, Div. 1, com o alto grau de interoperabilidade, e ainda, muito similar ao conceito FISCO, não precisaremos efetuar cálculos de validação, já que teremos a condição de atendimento já definida em norma para a Ethernet intrinsecamente segura de 2 fios, abreviada como 2-WISE, Está sendo adicionado ao conhecido padrão IEC para segurança intrínseca, em proteção contra explosão!”, comemora Cassiolato.

Ethernet APL é segura do ponto de vista de uso em áreas classificadas, e do ponto de vista de aplicações SIS/ SIL, incluindo tecnologias adjacentes, como System Redundancy e PROFISafe, quando utilizamos Ethernet APL em conjunto com o PROFINET, por exemplo.

O Ethernet APL não determina o nível de segurança de uma aplicação SIL sozinho. Dessa forma, é necessário utilizar tecnologias de comunicação já estabelecidas, para se atingir o nível de SIL exigido por uma aplicação, nesse caso, através do perfil PROFISafe, presente nas aplicações PROFIBUS e PROFINET, é possível atingir SIL3 em aplicações de PROFINET com Ethernet APL, por exemplo. O uso do Ethernet APL tem como foco principal o seu uso em áreas classificadas, respeitando-se o tipo de uso e recomendações. Em linhas gerais, espera-se aplicar equipamentos no Trunk da rede que possam ser instalados em Zona 1, Class 1 Div 1,

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e nos Spurs, teremos equipamentos instalados em Zone 0, Class, 1 Div 1, com verificações de segurança intrínseca similares ao FISCO ”, afirma Marcio Santos.

“Para segurança, há Safety e Security. No caso de Safety, pode ser incorporado através de implementações de safety já existentes, como o PROFIsafe, já empregado amplamente no protocolo PROFINET. Uma vez que o Ethernet-APL inclui o PROFINET, o PROFISafe pode também ser incluído. O nível de segurança depende do hardware a ser empregado, porém, o protocolo já está preparado. No caso de Security, o cuidado deve ser redobrado, uma vez que o uso de Ethernet é amplo, a exploração dos problemas e falhas de segurança também é ampla por parte de hackers. Com a unificação da Ethernet em toda ‘pirâmide da automação’ à cybersegurança, através das implementações de maneira ampla de diferentes normas, como a IEC 62443, tem papel fundamental na prevenção de prejuízos com ataques. A tendência é de que a manutenção dos instrumentos inclua possíveis implementações periódicas de atualizações de software, também baseadas em boletins de segurança (assim como é realizado na área de TI atualmente). Para ambientes EX, o Ethernet-APL também é composto pela norma 2-WISE [IEC TS 60079-47] (2Wire Intrinsically Safe Ethernet), permitindo implantação de instrumentos Ethernet-APL em Zonas 2,1 e 0.”, atenta Renato Veiga.

Quanto à questão de cybersegurança, vale comentar que o APL é o meio físico, e que os diversos protocolos que poderão ser aplicados, como Profinet, Ethernet-IP, Modbus, HART-IP, etc., e suas camadas de aplicação e acesso proverão os recursos de proteção que já possuem atualmente. Através do uso de mecanismos de segurança comprovados e abertos, é possível a integração aos conceitos de segurança existentes. A Profibus International possui o “PROFINET Security Guideline”, e que se destina a usuários e operadores de redes industriais, especialmente aqueles que usam PROFINET baseado em Ethernet. Aponta os aspectos-chave para o estabelecimento de um conceito de segurança neste ambiente, e fornece recomendações adequadas.

E como fica a CYBERsegurança?

O Eng. Felipe Sabino Costa, Product Marketing Manager – Networking & Cybersecurity ICS da Moxa, e ISA/IEC 62443 Cybersecurity Expert, lembra que diferentes pro-

tocolos possuem diferentes vulnerabilidades, todos terão limitações e necessidades distintas para implementação da cibersegurança. Logo, o que conta é o entendimento dos riscos do processo, e das tecnologias disponíveis que nos permitem, em maior ou menor grau, proteger as falhas inerentes aos protocolos. Não existe “bala de prata”, nem melhores e piores protocolos, os especialistas de segurança devem avaliar caso a caso, e sugerir as recomendações de segurança baseadas nas necessidades de cada sistema. Ethernet APL trabalha mais o aspecto da segurança física da comunicação (“safety”), do que necessariamente a segurança cibernética (“security”), por focar primariamente na camada física de processo, a ideia é trazer os benefícios do Ethernet às áreas classificadas sem “abrir mão” das premissas de segurança “safety”.

Martin Rostan, Diretor executivo do EtherCAT Technology Group, destaca que o Advanced Physical Layer (APL) não é um protocolo Ethernet, é apenas uma camada física alternativa para Ethernet, que combina Ethernet de 2 fios 10Mbit/s (10BASE-T1L) com o padrão 2-WISE, que fornece uma fonte de alimentação segura no mesmo cabo. Portanto, pode-se dizer que o APL não tem impacto na segurança cibernética. O APL deve usar os cabos de 2 fios existentes para sensores e atuadores na indústria de processos. Isso significa que os sensores e atuadores que anteriormente tinham uma interface analógica 4-20mA, e podem ter usado o protocolo HART para parametrização por meio dessa interface, agora se tornam em nós Ethernet. E assim, de repente, potencialmente expostos a ataques cibernéticos, ao que antes não eram, como dispositivos analógicos puros.

Então, como instrumentos Ethernet APL, eles devem possuir camadas de segurança cibernética intrínsecas ou adjacentes, tal qual todo e qualquer equipamento Ethernet.

“Embora o APL seja apenas uma camada física para Ethernet, ele permite estender qualquer protocolo Ethernet até o nível do sensor, por exemplo, em uma fábrica de produtos químicos, o que significa que esses sensores agora se estão tornando em dispositivos Ethernet – e esses dispositivos precisam de proteção de segurança cibernética. A propósito: como o EtherCAT é de 100 Mbit/s e, acima, o EtherCAT não suporta APL”, afirma o executivo.

Ressalte-se que a segurança cibernética depende do protocolo usado, porque eles variam muito em relação à resiliência de segurança cibernética. Claro, aqueles baseados em TCP/IP estão particularmente em risco – e a maioria deles está, como Ethernet/IP, Profinet, CCLink IE ou OPC UA. Estes precisam de todo o pacote de medidas de segurança cibernética para se protegerem, especialmente quando usados em uma estrutura em malha (e não hierárquica), conforme promovido pela respectiva organização. E isso significa que eles também precisarão de certificados, que expiram e devem ser renovados, de vez em quando.

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Redes sensíveis ao tempo

Com o potencial da Indústria 4.0, a revolução nas conexões de dados industriais foi acompanhada de grandes esforços, investimentos, padrões, equipamentos e softwares, para facilitar o caminho da transformação digital.

Com este cenário, novas questões, como IoT, priorização de mensagens críticas, unificação da interface de troca de informações, levaram ao advento das redes TSN – Time-Sensitive Network, que ajudarão a moldar a transformação digital das redes industriais, desde o nível de campo e a comunicação máquina a máquina (M2M), até os níveis de controle e operador.

A Ethernet serve bem ao seu propósito, mas, em muitas aplicações, o problema é que não se pode ter certeza de quando o dado chegará ao seu destino. Por exemplo, os dados podem ficar presos em uma fila, atrasando sua chegada. Esses atrasos geralmente são curtos, e não afetam significativamente as operações padrões, mas esses atrasos tornam a Ethernet impraticável, quando se exigem comunicações em tempo real. A TSN é capaz de resolver esse problema, garantindo que os dados sejam entregues em um momento preciso. TSN é uma melhoria da tecnologia de rede Ethernet.

“Como a TSN faz parte da camada 2 (data link layer), e ainda atende o padrão Ethernet, todo protocolo Ethernet pode ser aplicado com alguns pequenos ajustes em suas definições, como vem sendo feito no OPC UA e PROFINET, etc. O conceito de Time-Sensitive Networking (TSN), em conjunto com OPC UA, está sendo discutido cada vez mais na indústria de automação. Para aqueles que ainda não estão familiarizados com a tecnologia, o TSN é uma extensão do padrão Ethernet, que envolve o reconhecimento e o tratamento adequado entre dados sensíveis ao tempo, e dados gerais sendo transferidos por uma rede compartilhada. O resultado final desejado é a criação de uma rede determinística, onde todos os relógios de tempo, em todos os nós, são sincronizados com um horário de rede uniforme; e os dados críticos de tempo podem ser transmitidos dentro de um período de tempo garantido, enquanto outros dados sem restrição de tempo podem ser enviados normalmente”, explica César Cassiolato, que lembra que a TSN é compatível com tecnologias mais antigas – boa notícia para quem deseja implementar TSN em redes Ethernet existentes: não há necessidade de instalar gateways especiais ou conversores de protocolo, para fazê-lo funcionar em um ambiente existente, já que cuida do layer 2.

Mas, como vencer os desafios de fazer convergência de dados no nível de TO + TI + IoT, com alta largura de banda e alta velocidade? Como garantir o determinismo?

Como garantir uma alta performance considerando o IoT?

Embora os sistemas de controle industrial devam comunicar-se uns com os outros, em tempo real, os sistemas de TI dependem principalmente do acesso aberto aos dados. É por isso que as redes foram necessariamente separadas, no

passado. Mas essa separação agora deve ser eliminada, para permitir uma produção flexível e determinística! É bom lembrar que essas redes permitem determinar com precisão o tempo necessário para a transferência de informações entre os integrantes da rede com o auxílio da digitalização. A TSN cria uma tecnologia básica padronizada, dentro da estrutura do IEEE 802.1, para garantia de Qualidade de Serviço (QoS) e demandas crescentes na Ethernet. Isso afeta apenas a camada de comunicação (OSI 2), e não tem efeito na interface do usuário – o que é fantástico.

“Na prática, os diferentes padrões de comunicação exigem gateways para integrações. OPC UA, via TSN, muda isso. Como um padrão aberto, ele permite o fluxo de dados sem barreiras em todas as áreas. Além disso, melhora a latência e robustez das redes industriais e, com sua capacidade em tempo real e alta largura de banda, atende a uma importante exigência de comunicação futura em automação, onde as diferenças de milissegundos e microssegundos estão começando a ser cada vez mais importantes.

A “grande sacada” é que a TSN garante que todos os participantes de uma rede TSN estejam sincronizados no tempo, e os dados cheguem a tempo, onde são necessários, e o OPC UA contém informações sobre o significado desses dados”, ressalta Cassiolato.

Tendo sua origem nos padrões IEEE 802, a TSN objetiva oferecer o controle da latência da rede, para promover um novo nível de determinismo. As Redes TSN ou Redes Sensíveis ao Tempo compreendem um conjunto de padrões do IEEE 802, que definem mecanismos para a transmissão de dados sensíveis ao tempo, em redes Ethernet determinísticas. E permitem a incorporação de protocolos abertos como OPC-UA, IEC61850, PROFINET e outros; são compatíveis com o padrão existente, além de possibilitarem a convergência de dados (TO + TI + IoT) em um único padrão, criando assim um pilar ao contrário de uma pirâmide, normalmente encontrada nas indústrias atuais, comunicação em alta velocidade, baixa latência e em tempo real. São vários padrões individuais atualmente definidos no TSN Task Group, o grupo de padronização IEEE 802.1.

Vale notar que a Ethernet TSN não é um protocolo de comunicação autônomo, mas define funções que podem ser utilizadas por diferentes protocolos, como OPC UA, PROFINET, Ethernet/IP ou CC-Link IE. A TSN é um conjunto de padrões abertos IEEE, que permite a sincronização de todos os participantes da rede, tráfego robusto, largura de banda, mais segurança, entre outras inúmeras vantagens. Ela fornece uma rede com perda de pacotes extremamente pequena, além de minimizar latências e jitter (que é definido como a variação da latência ao longo do tempo. A latência, por sua vez, é o tempo que um pacote de dados leva para ser transmitido). O padrão garante que a latência de um chamado “fluxo TSN”, entre dois dispositivos, esteja sempre abaixo de um certo

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limite (por exemplo, 1 ms) determinado.

As redes TSN são totalmente compatíveis com as normas Ethernet existentes, e preparadas para a segurança de dados, além de assegurar uma comunicação isócrona de alto desempenho, permite cenários plug-and-produce, através da combinação de comunicação determinística e modelagem de informação.

Cassiolato pontua que uma das principais vantagens é a transmissão de dados críticos em tempo real, e de aplicações com volume de dados através de uma mesma rede, que até então eram efetuadas em redes separadas, de modo a evitar uma interferência mútua. A TSN permite a transmissão simultânea de vários protocolos de automação e de TI, em uma rede convergente. Este perfil de convergência está sendo realizado em um grupo de trabalho conjunto da IEC e da IEEE, o IEC/IEEE 60802-IA. Isso é fundamentalmente diferente dos atuais protocolos de tempo real, baseados em Ethernet, como PROFINET, por exemplo, onde a rede permite apenas PROFINET como o único protocolo capaz de tempo real (além do tráfego baseado em TCP/IP).

Uma das principais vantagens agora é a transmissão de dados de aplicações críticos, em tempo real, e de aplicações com volume de dados através de uma mesma rede, pois, até então, era efetuada em redes separadas, de modo a evitar uma interferência mútua. A TSN permite a transmissão simultânea de vários protocolos de automação, e de TI em uma rede convergente. Este perfil de convergência está sendo realizado em um grupo de trabalho conjunto da IEC e da IEEE, o IEC/IEEE 60802-IA. Já existem, no mercado, alguns equipamentos que operam em PROFINET e ETHERNET/IP.

Falando especificamente de PROFINET E TSN, a especificação PROFINET 2.4 incluiu recursos de rede sensível ao tempo (TSN), no padrão PROFINET, pela primeira vez. Quanto ao PROFINET com TSN, ela agrega flexibilidade e inteligência. A publicação foi possível juntamente com a aprovação da especificação PROFINET 2.4 pelo PI – Profibus International. Naturalmente, a especificação 2.4 também inclui todos os detalhes do PROFINET, que são separados do TSN e, o PROFINET permanecerá totalmente compatível com todas as versões anteriores. A experiência adquirida com o uso do PROFINET no campo, bem como com a atividade de padronização conjunta do IEC/IEEE 60802 (rede convergente TSN), será incorporada passo a passo. No PROFINET, a utilização de padrões TSN (“Streams & Configuration”, “Time & Cycle Synchronization” e “Frame Preemption”) está especificada desde a versão 2.4. Assim, os respectivos padrões IEEE foram utilizados mantendo as características fundamentais do PROFINET. Ainda, PROFINET e OPC UA, via TSN, abrem novas perspectivas para comunicação altamente ágil via redes industriais, criando condições ideais para a fabricação rápida e confiável. O OPC UA teve origem na comunicação vertical, e agora se está estabelecendo também no mercado de comunicação M2M. A necessidade de comunicação em tempo real no nível do controlador

deve ser essencialmente limitada à comunicação de controlador para controlador. Por motivos técnicos, apenas o método OPC UA PubSub pode ser combinado com o TSN. Os acessos cliente/servidor, naturalmente, também são executados através da rede baseada em Ethernet com mecanismos TSN, mas, como são baseados em TCP/IP, não podem ser mapeados em fluxos com capacidade de tempo real e proteção de largura de banda.

“O OPC UA PubSub, combinado com o TSN, permite comunicação entre equipamentos com o mesmo rigor determinístico utilizado pelos protocolos já consolidados. O Pubsub está ganhando destaque, assim como o Message Queuing Telemetry Transport (MQTT), o Data Distribution Service (DDS), e o OPC UA com TSN, que conecta o chãode-fábrica à empresa, os sensores à nuvem, e os dispositivos em tempo real às células de trabalho, em aplicações determinísticas ou de tempo real”, explica Cassiolato.

Na figura a seguir, podemos ver o que há de mais moderno, onde vemos o APL, Advanced Physical Layer (camada 1), o TSN na camada 2 e, nas camadas de 5 a 7, PROFINET, OPC UA, etc.

E ainda há muita coisa por vir, como o 5G TSN, que estende a rede TSN com fio para a rede 5G, tornando possível conectar dispositivos IIoT, como, por exemplo, sensores, atuadores, máquinas, usando uma rede móvel para controlar dispositivos como um PLC. O 5G TSN vai ter o potencial de substituir a fiação do chão-de-fábrica por uma rede sem fio, mas adiciona complexidade – resta saber se essa complexidade pode ser gerenciada em um ambiente de fábrica. Porque o 5G TSN sempre seria um ambiente de vários fornecedores, então, padrões adicionais são necessários. No futuro, a funcionalidade do tipo PLC pode ser movida para centros de dados do tipo nuvem próximos, incluindo 5G Edge.

Parece que a rede TSN é o pulo do gato, que vem para facilitar e ser um dos catalisadores da convergência de redes digitais.

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Desenvolvimento de redes TI e TA convergentes –

Até quando você vai negligenciar essa necessidade?

Quando pensamos no desenvolvimento das redes de TA (tecnologia da automação), é comum nos concentrarmos em fatores como o comprimento máximo dos cabos, o número máximo de dispositivos suportados, as velocidades de comunicação na ordem de Kbps ou Mbps, e o sistema de aterramento dos cabos de comunicação. Esses aspectos são, de fato, importantes, especialmente quando se trata de tecnologias de comunicação já consolidadas, e devem ser considerados na implementação e operação das redes de TA.

No entanto, para que as redes de TA atuais possam ser verdadeiramente eficientes, é necessário que elas convivam harmoniosamente com as redes de TI (tecnologia de informação). É nesse ponto que surgem os maiores desafios, que vão muito além das características físicas das redes de TA.

A convergência das redes de TI e TA permite a união desses dois mundos, por meio de uma simbiose tecnológica. Isso não apenas sustenta a operação dos sistemas industriais, mas também impulsiona os principais cenários da transformação digital nas indústrias, independentemente do seu grau de maturidade.

De maneira figurada, a convergência entre as redes de TI e a TA pode ser representada através de uma conexão singular, porém, a simbiose entre esses mundos converge muitas tecnologias de comunicação, tanto horizontalmente, entre máquinas, mas principalmente verticalmente, entre sistemas.

A implosão do modelo piramidal e a explosão do modelo de comunicações distribuídas?

Até o presente momento, as principais arquiteturas de redes de TA utilizam o modelo piramidal de comunicação, de tal forma que um dado do chão-de-fábrica tem contexto a partir do sistema responsável por coletálo. Um sensor pertence a um controlador, que, por sua vez, pertence a um sistema de supervisão, e este reporta seus dados para o sistema de gestão da planta. Não é possível, ou não faz sentido com esse conceito, que um sistema de produção colete dados diretamente de um sensor no chão-de-fábrica.

Entretanto, a transformação digital requer que um determinado dado esteja disponível para sistemas conhecidos, ou que ainda nem sabemos quais serão. O contexto e propriedade do dado é de quem o gera, e ele deve estar disponível de uma forma transparente e flexível, para quem vier a utilizá-lo numa tomada de decisão.

É aqui que o modelo piramidal implode sobre si mesmo, pois, somente com muitos esforços, consegue

sustentar a responsabilidade de fornecer dados para diversos sistemas ao mesmo tempo, inclusive aqueles que dinamicamente possam necessitar de um determinado dado, durante o ciclo de produção da fábrica.

A solução para esse desafio está num modelo de comunicação distribuída, o qual permita que todos comuniquem com todos, dentro das possibilidades e necessidades operativas inerentes aos processos de produção e otimização da fábrica.

Num primeiro momento, esse modelo de comunicação distribuída parece ser algo caótico e sem controle, mas é justamente o inverso disso. Através de metodologias e tecnologias disponíveis, é possível criar ambientes de comunicação democráticos, organizados e altamente seguros, nos quais as informações estarão disponíveis para quem necessitar, no momento e formato adequados.

Figura 1: Transição de Modelo Piramidal para Modelo Distribuido Organizando para controlar – A primeira boa prática das redes convergentes

Ao lidarmos com a convergência entre redes de TI e TA, uma das boas práticas fundamentais é a adoção de uma metodologia que organize e segmente as redes em camadas funcionais. Essa prática é amplamente utilizada em redes de TI, e pode ser aplicada com sucesso nas redes de TA, facilitando a convergência desses dois mundos. Fazendo um paralelo, ao realizar uma viagem entre duas cidades em sua região, você utiliza diferentes tipos de vias, como ruas, avenidas e rodovias, cada uma com características físicas e funcionais distintas. As grandes rodovias permitem altas velocidades e suportam grande volume de tráfego, enquanto as ruas próximas à sua casa oferecem segurança e tranquilidade. Independentemente da via escolhida, o veículo utilizado por você é o mesmo. É possível que seus familiares ou vizinhos prefiram modelos ou tipos de carros diferentes para fazer a mesma viagem, mas as vias são utilizadas por todos de maneira democrática e organizada, respeitando-se as leis de trânsito que regulam o uso da malha viária.

Em uma rede organizada em camadas, é importante ter em mente que cada camada possui suas característi-

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cas, equipamentos e funcionalidades peculiares, e o correto dimensionamento dessas camadas garantirá as funcionalidades e desempenho esperados. Assim como em uma viagem entre cidades, onde diferentes tipos de vias são utilizados, em uma rede corretamente segmentada, você terá muitos Pontos de Acesso (ruas), algumas Redes de Distribuição (avenidas) e, por fim, um ou mais Cores (rodovias). Dessa forma, o transporte dos dados, numa rede organizada e bem segmentada, acontecerá de forma fluída, como deveria ser um bom sistema de transporte.

É importante ressaltar que o emprego de redes convergentes numa fábrica não necessariamente significa que uma única rede atenderá propósitos funcionais tão díspares entre TI e TA. Em grande parte dos projetos, as redes de TI e TA serão fisicamente separadas, e terão as suas próprias segmentações funcionais, sendo organizadas, configuradas e operadas pelas equipes de TI e TA, respectivamente, e de acordo com as suas necessidades e conhecimentos. Até mesmo pelo prisma de cibersegurança industrial, a separação física das redes de TI e TA facilitará e aumentará a resiliência da fábrica como um todo, inclusive essa metodologia está presente em diversos guias, recomendações e normas de cibersegurança industriais, como a IEC 62443.

O aspecto mais significativo disso tudo é que, mesmo separadas fisicamente, as redes de TI e TA compartilham e utilizam tecnologias comuns entre si, de tal forma que a troca de dados entre os ambientes corporativos e produtivos acontece de forma segura e transparente.

Ativos de redes – As autoridades máximas na organização das redes

Assim como as autoridades de trânsito garantem a segurança dos motoristas e o controle das malhas viárias, os ativos de redes, como Switches, Roteadores e Firewalls, assumem a posição de autoridades principais, na organização e no controle de acesso às redes de TI e TA.

Uma das principais características dos ativos de redes de TA é que, além de incorporarem muitas das principais funcionalidades dos seus similares de TI, eles também são adaptados e estendidos, para uso no chão-de-fábrica e em plataformas de engenharia de automação.

São amplamente conhecidas, as condições extremas de temperatura, vibração, condensação, interferência eletromagnética, poeira e agentes químicos, aos quais os equipamentos industriais, inclusive os ativos de rede, estão submetidos. No entanto, limitar os ativos de redes de TA a somente suportar condições de uso extremas seria negligenciar outras necessidades dos ambientes fabris.

Com o aumento exponencial da conectividade no chão-de-fábrica, os ativos de redes de TA passam a desempenhar papel fundamental em toda a conectividade industrial, sendo gerenciados e configurados pelas equipes de automação e manutenção. Como resultado, as plataformas de engenharia de automação permitem a configuração dos ativos de rede de forma totalmente integrada às filosofias de controle dos processos produ-

tivos, e às trocas de dados com os sistemas corporativos. Dessa forma, não importando a natureza da comunicação, a consistência das trocas de dados é assegurada e facilmente desenvolvida por equipes de TA, que não precisam ser especialistas em redes de comunicação. Num futuro próximo, é previsto que as ferramentas e plataformas de automação sejam capazes de reconfigurar ou informar dinamicamente as condições necessárias de uso das redes de comunicação, de acordo com o perfil de uso de cada máquina, processo ou aplicação. Isso garantirá uma maior flexibilidade operacional no chão-de-fábrica.

De acordo com a premissa de segmentação funcional das redes, no Nível de Acesso, é comum a utilização de switches gerenciáveis L2, com baixa ou média densidade de portas de 100 Mbps, para conectar controladores, sensores e dispositivos remotos. Também podem ser incluídas algumas portas de 1Gbps para o uplink de interconexão com equipamentos nas camadas de Distribuição. Em casos mais simples, switches não gerenciáveis podem ser utilizados.

No Nível de Distribuição, geralmente são encontrados switches L2, gerenciáveis de alta disponibilidade, incluindo a redundância de cabos, que permitem a segregação de diversos equipamentos de acesso. A função principal dos switches de distribuição é agregar as diversas máquinas e processos das células de produção de uma determinada área e, quando necessário, realizar a separação funcional entre células de diferentes áreas. Nesse nível, a densidade de portas pode ser média ou alta, e portas de 1Gbps são as mais comuns.

E por fim, no nível Core das redes de TA, são encontrados um ou mais switches/roteadores L3, trabalhando em regime de redundância total, com alta capacidade de processamento, e interligando de diversos níveis de distribuição, ao rotear dados entre eles. Funções especiais de gerenciamento, controle de acesso e roteamento são frequentemente encontradas nessa camada. Além disso, é responsabilidade primordial dos equipamentos Core das redes de TA, estabelecer rotas de comunicação com os equipamentos Core das redes de TI, zonas desmilitarizadas, e centros de processamento industriais da TA.

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Figura 2: Segmentação Funcional das Redes

Cibersegurança Industrial – Protegendo os dados e as comunicações do chão de fábrica

Embora as polícias rodoviárias e agentes de trânsito desempenhem um papel fundamental na proteção do sistema viário, ainda é necessário o trabalho de inteligência de outros órgãos. Isso se deve ao fato de que o monitoramento e investigação constantes são essenciais, para prever o uso das rodovias para fins ilícitos. Portanto, é preciso reconhecer que uma abordagem holística, envolvendo diversas plataformas e estratégias, é necessária para garantir a segurança e integridade de um sistema a ser protegido.

As redes de TA também requerem medidas de segurança adicionais. Embora firewalls sejam implementados no nível de acesso e na interligação entre os Cores de TI e TA, sistemas de deteção e prevenção de intrusão, assim como plataformas de detecção de anomalias com características industriais, podem e devem ser utilizadas nas redes de TA, uma vez que serão capazes de interpretar e discriminar as comunicações saudáveis e comprometidas entre TI e TA.

Uma caraterística peculiar dos sistemas de proteção de TI é que eles são configurados para bloquear todo e qualquer acesso não autorizado, ou que não cumpra com os requisitos corporativos de segurança. Já nos ambientes industriais, a decisão de fechar uma comunicação suspeita durante o processo produtivo deve levar em consideração o impacto dessa ação, no controle e segurança operacional da fábrica.

Para garantir uma operação inequívoca e segura das comunicações nos ambientes industriais, é imperativo utilizar sistemas de cibersegurança, capazes de tratar as comunicações de TI e TA de maneira adequada, e que eles sejam posicionados nos pontos onde sua atuação isole eventuais incidentes de segurança, ao mesmo tempo que garantam a segurança operacional da fábrica. A organização das redes de TA em camadas funcionais e zonas de segurança é uma condição indispensável para a implementação de contramedidas de segurança nas redes do chão-de-fábrica.

Convergência de redes TI e TA – Organismos vivos e em constante evolução

O uso simultâneo de tecnologias de comunicação industrial, tais como IO-LINK, PROFINET e OPC UA, bem como protocolos orientados ao mundo de TI, como REST, HTML5 e MQTT, numa mesma infraestrutura de rede, torna necessário o uso de arquiteturas capazes de suportá-las, independentemente do tamanho da aplicação.

E, assim como os modais de transporte, as redes de TI e TA também passam por uma constante evolução, para atender às crescentes demandas de conectividade e integração de tecnologias emergentes, que têm impacto real no chão-de-fábrica. Tecnologias, como Big Data e Cloud Computing, já são comuns nos ambientes industriais, enquanto plataformas de Industrial Edge Computing e Inteli-

gência Artificial estão tornando-se cada vez mais maduras. Além disso, sistemas de Realidade Virtual e Aumentada passam a fazer parte das operações nas fábricas.

A integração dessas tecnologias pode atingir seu máximo potencial produtivo quando combinadas, como no caso de dispositivos vestíveis, que projetam dados e insights de produção, diretamente nas lentes de óculos de segurança, auxiliando os operadores em linhas de montagem a garantir a qualidade das peças montadas, uma vez que sistemas de coleta e processamento de imagens via inteligência artificial podem ser usados para inspecionar as montagens realizadas.

Com o aumento exponencial na demanda por conectividade, impulsionado pelas necessidades operacionais e ganhos de produtividade, espera-se uma demanda ainda maior por redes convergentes de TI e TA, capazes de suportar grandes volumes de dados, inúmeros dispositivos conectados, altos níveis de cibersegurança e suporte a cenários específicos de uso, como na adoção das redes WiFi6, 5G Industrial, Ethernet TSN e Ethernet APL.

A adoção dessas tecnologias é fundamental para melhorar a eficiência e a produtividade dos processos industriais, e a expectativa é de que as redes convergentes de TI e TA sejam o pilar fundamental, que suportará esses e muitos outros cenários de uso.

Figura 3: Futuro das redes convergentes

Referências:

– Network concept for discrete manufacturing – 2023 – Siemens

– Secure reference architecture – 2023 – Siemens

Sobre o autor:

Márcio Santos

Consultor Técnico de Conectividade Industrial na SIEMENS Brasil

Diretor Técnico da Tecnologia PROFINET na Associação

PROFIBUS & PROFINET Brasil

Membro do HUB SIEMENS Industrial IT Security

Entusiasta e aficionado por protocolos de comunicação industrial, destacando-se os protocolos IEC101/104, OPC UA, IEC61850, Modbus, PROFIBUS e PROFINET

Evangelista de temas relacionados à convergência tecnológica entre TI e TA

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A Meca do óleo & gás e da inovação – OTC e WEBSummit, respectivamente

Todos os anos, no início de maio, os profissionais da comunidade de óleo e gás se encontram em Houston, nos Estados Unidos, para o tradicional evento da OTC (Offshore Technology Conference).

Funciona como se fosse a Meca dos profissionais de óleo e gás, onde especialistas e executivos do mundo todo se encontram, para debater sobre os desafios tecnológicos e estratégicos do setor.

Do Brasil, todos anos, uma grande comitiva segue para Houston, tornando-se uma bela oportunidade de reencontrar amigos, clientes, fornecedores e profissionais do setor, de todo planeta.

Entretanto, este ano, tivemos um fato novo. Um dos maiores eventos de inovação do mundo, o WEBSummit, tradicionalmente realizado em Lisboa, teve sua primeira edição fora da Europa, sendo realizado no Rio de Janeiro. Por ironia do destino, as datas do WEBSummit Rio e da OTC em Houston, foram as mesmas e, infelizmente, quem atua na área de óleo e gás, mas que também trabalhe com inovação, transformação digital e tecnologias exponenciais, teve de decidir em qual megaevento estaria presente. O WEBSummit é a Meca da inovação.

Quem já participou do evento de Lisboa e esteve presente na OTC em diversas oportunidades, até antes da Pandemia, passou por um verdadeiro dilema. Este foi o meu caso! Mas, eu não estava sozinho nessa. Encontrei diversos

outros profissionais do setor de óleo, gás e energia, no WEBSummit Rio.

Os amigos que foram à OTC e os relatos que vimos pelas redes sociais, comprovaram que o congresso e a feira, embora menores que nos anos anteriores à Pandemia, continuam um sucesso, e um ponto de encontro obrigatório para os profissionais de óleo e gás.

Para quem decidiu ficar no Brasil para participar do WEBSummit Rio, teve uma experiência fantástica! Um evento grandioso e diverso, que contou com estandes de grandes empresas do setor de energia, como a EDP, a Vibra Energia, a Petrobras, Galp, grandes empresas de consultoria, de tecnologia, inúmeras startups, investidores de vários países e diversas instituições.

Foram dias intensos e repletos de assuntos que impactam as organizações. Mais de 20.000 pessoas, de 90 países, compartilhando visões múltiplas sobre perspectivas diversas. em temas de extrema importância para profissionais e empresas.

Palestrantes, executivos, empreendedores e personalidades Globais, em seções paralelas, trazendo debates sobre Cultura organizacional como alavanca para a inovação, educação continuada, saúde mental dos profissionais, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, produtividade, competitividade, diversidade de pensamento, assuntos relacionados à temática de ESG, eletromobilidade, energias

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@WebSummit
@OTC

renováveis, descarbonização, e outros temas que possibilitam uma organização tornar-se em “future proof” e ambidestra.

E, naturalmente, muita tecnologia e inovação!!

O ecossistema de inovação, seja por iniciativas de inovação convencional ou inovação aberta, esteve presente, através de dinâmicas muito bem-organizadas, fomentando um networking de alto nível, e promovendo geração de negócios por toda América Latina durante o evento.

Sobre tecnologia, sem sombra de dúvidas, a inteligência artificial foi o assunto que predominou. Muito em função da IA Generativa, promovida recentemente pelo ChatGPT e similares, que entraram em evidência recentemente. Foram diversos painéis sobre IA, inúmeras startups, aplicando esta tecnologia nas mais distintas aplicações, em vários segmentos de mercado. Debates sobre ética no uso da IA também foi muito abordado durante o evento, muito em função do uso inadequado da IA criando vídeos fakes e sobre a o impacto na formação intelectual dos seres humanos, que precisarão ter discernimento para entender o que a IA lhe está entregando, como no caso do ChatGPT. A idiotização do ser humano é uma preocupação latente com o avanço da IA. Muitos, por despreparo e/ou falta de acesso a uma educação de qualidade, acreditarão piamente no que a IA lhes entrega. Isso é temerário.

Por outro lado, e felizmente, as aplicações positivas da IA se sobrepõem em muito as aplicações negativas. Na indús-

LatAm da Samson Group, engenheiro de produção e mecatrônico, MBA, mestre em Administração Estratégica pela FGV-EBAPE, e Senior Executive Program pela ESADE Business School (Barcelona/Espanha). É membro da diretoria global do Comitê para Smart Manufacturing & IIoT da ISA (International Society of Automation), diretor da Seção ISA Brasil, líder do Grupo de Trabalho para Convergência OT-IT do Conselho de Transformação Digital do IBP, e coordenador do Open Innovation Brasil (capítulo Rio de Janeiro). Também é membro da Câmara Brasileira para Indústria

4.0 no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e professor convidado de cursos on-line em diversas universidades, com destaque para Coppead (Alumini), PUC-RJ, MIT, UC Berkeley e Cambridge (via plataforma Emeritus).

tria, a IA tem promovido uma verdadeira revolução nos processos produtivos, manutenção, eficiência operacional e geração de negócios.

Um bom exemplo é como a Samson aplica a IA em nossos clientes. Utilizamos a HCAI (Human Centered Artificial Intelligence) para unir a inteligência artificial à inteligência humana, possibilitando o efetivo uso estratégico dos dados nas indústrias de processos de transformação e manufatura, através do SAMGuard.

Plataformas digitais para as mais diversas aplicações e modelos de negócios, cibersegurança, tecnologias disruptivas, governança e regulação das tecnologias complementaram os debates durante o WEBSummit Rio 2023.

Para quem atua no setor de óleo e gás e está acostumado a participar de eventos nichados, como a OTC, estar num evento generalista, como o WEBSummit, possibilitou trazer cases interessantes de tecnologias aplicadas às outras indústrias, que podem ser adaptadas para aplicações na cadeia de valor de óleo e gás.

Espero que, para os próximos anos, as datas destes dois importantes eventos não sejam conflitantes, e que mais profissionais do setor de óleo, gás e energia possam sentir a vibração e fazer bons negócios, tanto no WEBSummit Rio, como na OTC Houston.

Impressions Controle&InstrumentaçãoNº279|2023
Em Houston e no Rio de Janeiro! Victor Venâncio é Diretor de Digital Solutions

Tecnologia redefinida

A BEYOND Expo 2023 aconteceu em Macau, com o tema “Tecnologia Redefinida”. A exposição de três dias se concentrou em mostrar e discutir tecnologias relacionadas ao consumo, saúde e sustentabilidade. O evento também contou com várias cúpulas internacionais de investimento e financiamento, bem como roadshows de startups, sendo uma plataforma para participantes emergentes do setor mostrarem suas inovações.

O especialista em física quântica, Jian-Wei Pan, explicou os esforços da China em comunicação quântica e computação quântica. Pan acredita que a China ainda precisa de muito tempo para avançar na popularização da computação quântica. No entanto, depois de quase 20 anos, desenvolveram com sucesso o primeiro satélite de ciência quântica do mundo, o Micius, que foi lançado em agosto de 2016. Além disso, em setembro de 2017, a rede de backbone de comunicação quântica de fibra óptica de longa distância da China, o National Quantum Communication Backbone, foi inaugurada oficialmente. Micius e o Backbone Pequim-Xangai ajudaram a China a testar preliminarmente a hipótese de construir uma rede de comunicação quântica de área ampla e provar, em princípio, que uma rede quântica unificada é viável.

A cerimônia de abertura do BEYOND 2023 contou com a presença de representantes do governo, executivos e líderes das indústrias tecnológica e financeira em Macau, que discutiram o papel da tecnologia para capacitar a indústria do futuro.

“Nesta Expo, vejo o sonho de uma Ásia mais inclusiva, particularmente, uma Ásia financeiramente mais inclusiva”, disse Jin. Ele também enfatizou que os serviços financeiros do AIIB podem “permitir que as pessoas saiam da pobreza, obtendo crédito, investindo em sua educação, contratando seguros, administrando os negócios e enfrentando os choques das mudanças climáticas”.

Jin vê o acesso digital como um limite fundamental para manter as pessoas conectadas e resilientes. O AIIB prioriza dois tipos de investimento em infraestrutura: o primeiro é o desenvolvimento de infraestrutura que suporte a expansão da economia digital, como torres 5G e cabos de fibra; o segundo é a digitalização da infraestrutura existente em infraestrutura inteligente.

“Isso significa que estamos pensando, não apenas em torres e data centers, mas também em cidades inteligentes, crescimento inteligente, estradas inteligentes e veículos inteligentes.”

“Para alcançar uma rede de comunicação quântica generalizada, podemos usar fibras ópticas para construir comunicação quântica entre as principais cidades, usar relés quânticos para alcançar comunicação quântica entre cidades, e usar ainda mais a plataforma de satélite quântico para alcançar comunicação quântica de longa distância”, disse Pan.

Andrew Sheng, consultor-chefe da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, abordou os benefícios e desafios que ferramentas de IA, como o ChatGPT, representam para a sociedade. Ele disse que a IA criará obstáculos para pessoas com menos conhecimento sobre tecnologia. “Aqueles que não entendem a tecnologia serão empurrados cada vez mais para trás. E esse é o maior desequilíbrio que enfrentamos agora: como educar as massas, para que elas entendam os novos desafios do mundo?”

Kishore Mahbubani, ex-presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, enfatizou a ascensão da Ásia e os desafios que a acompanham. Ele disse que “o século 21 será o século asiático, assim como o século 19 foi o século europeu, e o século 20, o século americano”.

Ele também cunhou uma nova versão da CIA — China, Índia e ASEAN (a organização intergovernamental regional do Sudeste Asiático). “Se você olhar para o futuro da Ásia, o crescimento será impulsionado pelo que chamo de nova CIA. A CIA não é a Agência Central de Inteligência. A CIA é a China, a Índia e a ASEAN. E lembre-se disso – a nova CIA. Os países da CIA representam 3,5 bilhões da população mundial. Em 2000, dos 3,5 bilhões de pessoas, apenas 150 milhões pertenciam à classe média. Em 2020, o número cresceu para 1,5 bilhão e aumentou 10 vezes em 20 anos e, em 2030, crescerá para três bilhões de pessoas. A classe média vai impulsionar esse crescimento.”

Joe Tsai, do Alibaba, partilhou as suas ideias sobre IA generativa, e concordou com o esforço de Macau, para se transformar de uma cidade de entretenimento, conteúdo, cuidados de saúde, sustentabilidade e consumo.

Em seu discurso, Tsai demonstrou um anúncio com uma atriz gerada por IA chamada Leah, mostrando o potencial do Conteúdo Gerado por Inteligência Artificial (AIGC), e seu poder revolucionário na indústria do entretenimento. Ele também mostrou como as telas de LED avançadas podem reduzir signi-

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Jian-Wei Pan, Acadêmico da Academia Chinesa de Ciências, Física Quântica

ficativamente o espaço necessário para filmagens, e simplificar a logística operacional. “Com painéis de LED, podemos criar um estúdio com muito pouco espaço. Temos um estúdio em Pequim, com cerca de 2.000 metros quadrados, que pode lidar com tudo. Temos centenas de milhares de cenas em que você pré-cria e coloca na tela. Isso torna a filmagem muito fácil, então, você não precisa ir a vários locais de filmagem”, disse Jo.

Jin Liqun, Andrew Sheng, Kishore Mahbubani e Joe Tsai também se sentaram com o co-fundador da BEYOND Expo, Jason Ho, para um painel de discussão, sobre os últimos desafios da tecnologia na sociedade.

Os palestrantes compartilharam seus pensamentos sobre a tecnologia de IA em rápido desenvolvimento, e seus desafios para os líderes e a sociedade em geral. Mahbubani ecoou as preocupações sobre a IA, acelerando a tendência de substituição de pessoas no trabalho; Jin Liqun também levantou a questão de saber se a IA excederá a capacidade humana de gerenciar os robôs? Joe Tsai disse que não se preocupa com robôs, pois, acredita na evolução futura da inteligência humana. “Na verdade, não exploramos o quão inteligente o cérebro humano pode tornar-se. Existem 80 milhões de neurônios no cérebro humano, e trilhões de conexões e sinapses no cérebro humano. Portanto, existe o potencial do cérebro humano de se tornar mais inteligente, e operar com maior capacidade”, disse Tsai.

Os palestrantes concordaram que os países em todo o mundo devem trabalhar juntos, para desenvolver um conjunto de regras para ajudar os humanos a gerenciar e usar melhor a IA.

Além de uma gama diversificada de expositores, a BEYOND Expo deste ano criou seis palcos e dois salões, para tecnologia global e profissionais de investimento realizarem discussões e reuniões.

A BEYOND Expo 2023 criou uma área de exposição de quase 100.000 m2, no Venetian Macau Convention and Exhibition Center, recebendo mais de 600 expositores de todo o mundo, incluindo empresas da Fortune 500, grandes corporações multinacionais, unicórnios iniciantes e novas empresas em estágio inicial.

to, Xpeng Aeroht, Ehang e outros; na área de exposição Desenvolvimento Sustentável, gigantes tradicionais, como China State Construction International, China Civil Engineering (Macau), Fujifilm e Inspur estavam ao lado da Sinosynergy, Chinabric e MoreMeat. Na área de exibição Healthcare, estava a seguradora China Taiping, a United Family Healthcare, Fosun Pharma e Guangzhou Taihe Medical Technology Innovation Center.

de exibição de tecnologia de

Especialistas do setor da condução autônoma se reuniram para discutir o setor. Liu Nianqiu, parceiro de tecnologia e vicepresidente da DeepRoute.ai, Mark Xu, co-parceiro e gerente geral da Indústria de Direção Inteligente da RoboSense, Xu Hu, cientista-chefe da CiDi e Wei Lei, fundador e CEO da BUS ME, compartilharam suas percepções sobre a jornada da fase de demonstração para a fase de produção de veículos inteligentes. Sui JianFeng, vice-diretor executivo da ADIRC, vice-gerente geral executivo da Tusstar, e CEO da Tusholdings (GBA), moderou o painel.

Os quatro palestrantes dividiram os cenários de condução inteligente em duas categorias principais: aqueles envolvendo robôtáxis e robô-ônibus. Xu expressou confiança na capacidade do RoboSense de implementar os dois tipos de tecnologia de direção automatizada, e reduzir a aquisição de direção automatizada em áreas urbanas, por meio de tecnologia segura. Wei Lei destacou que a tecnologia para robô-táxis nas cidades será mais complexa, e exigirá padrões tecnológicos mais elevados. Mark Xu também previu que o conceito de direção automatizada ganhará força em breve; ele disse acreditar que as soluções totalmente autônomas experimentarão um crescimento em larga escala, embora admita que a aceitação do consumidor é um fator importante.

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Na área consumo, estavam players como Huawei, AliCloud e Lenovo, Cowarobot, Mogoau-

Destaque-se ainda a conversa de dois importantes líderes acadêmicos quanto à mudança para o transporte eletrificado, com um deles destacando a importância de ter uma visão abrangente da pegada de carbono, ao fabricar veículos elétricos.

Deve-se calcular quanta energia foi gasta para montar um carro elétrico, incluindo as emissões geradas pelos materiais usados pelos fabricantes, disse Saifur Rahman, presidente do IEEE – Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE). Rahman, juntamente com Song Yonghua, reitor da Universidade de Macau, acrescentou que existe um grande potencial na adoção de fontes de energia limpa, como a solar e a eólica.

Saifur Rahman ponderou que não se podem desligar todas as usinas movidas a carvão, da noite para o dia e, portan-

to, é preciso construir usinas a carvão altamente eficientes, que instalem tecnologias de captura de carbono. E energia de hidrogênio e baterias de armazenamento precisam andar juntas, e não se pode esquecer da energia nuclear. Um ponto importante é a transferência de energia transfronteiriça, já que nem todos os países podem sobreviver, usando recursos domésticos. “Devo apontar uma coisa: não existe uma solução unificada para todos e, portanto, precisamos ser inclusivos. A Ásia é muito diversificada. O desafio é como tornar a eletricidade amplamente disponível para regiões pobres, como aldeias. As populações dessas áreas usam muito menos eletricidade do que as das cidades, mas precisam obter energia confiável”.

Pesquisa do Gartner revela que ChatGPT provocou aumento no investimento em IA

Em uma pesquisa recente da Gartner, Inc. com mais de 2.500 líderes executivos, 45% relataram que a publicidade do ChatGPT os levou a aumentar os investimentos em inteligência artificial (IA). Setenta por cento dos executivos disseram que sua organização está em modo de investigação e exploração com IA generativa, enquanto 19% estão em modo piloto ou de produção.

“O frenesi generativo da IA não mostra sinais de diminuir”, disse Frances Karamouzis, Distinguished VP Analyst do Gartner. “As organizações se estão esforçando para determinar quanto dinheiro investir em soluções generativas de IA, quais produtos valem o investimento, quando começar, e como mitigar os riscos que acompanham essa tecnologia emergente.”

A pesquisa foi realizada entre 2.544 entrevistados, como parte de uma série de webinars do Gartner, em março e abril de 2023, discutindo o impacto corporativo do ChatGPT e da IA generativa. Os resultados desta pesquisa não representam descobertas globais ou o mercado como um todo.

A pesquisa descobriu que 68% dos executivos acreditam que os benefícios da IA generativa superam os riscos, em comparação com apenas 5% que acham que os riscos superam os benefícios. No entanto, os executivos podem começar a mudar sua perspectiva, à medida que os investimentos se aprofundam.

“O entusiasmo inicial por uma nova tecnologia pode

dar lugar a uma análise mais rigorosa dos riscos e desafios de implementação”, disse Karamouzis. “As organizações provavelmente encontrarão uma série de questões de confiança, risco, segurança, privacidade e ética, quando começarem a desenvolver e implantar IA generativa.”

Apesar dos ventos econômicos contrários, apenas 17% dos executivos indicaram a otimização de custos como o principal objetivo dos investimentos em IA generativa. A experiência do cliente foi o foco principal mais comum dos investimentos, citado por 38% dos entrevistados.

À medida que as organizações começam a experimentar a IA generativa, muitas estão começando com casos de uso, como melhoria de conteúdo de mídia ou geração de código. Embora esses esforços possam ser um forte valor agregado inicial, a IA generativa tem um vasto potencial, para oferecer suporte a soluções que aprimoram humanos ou máquinas, e executam processos de negócios e TI de forma autônoma.

“Os negócios autônomos, a próxima macrofase da mudança tecnológica, podem mitigar o impacto da inflação, escassez de talentos e até crises econômicas”, disse Karamouzis. “CEOs e CIOs, que utilizam IA generativa para impulsionar a transformação por meio de novos produtos e modelos de negócios, encontrarão grandes oportunidades de crescimento de receita.”

Informações adicionais estão disponíveis no webinar gratuito do Gartner “Beyond the Hype: Enterprise Impact of ChatGPT and Generative AI”.

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Os dispositivos de campo Ethernet-APL até a zona 0 podem ser conectados diretamente ao sistema de E/S modular. Dispositivos de campo, compatíveis com Ethernet-APL de áreas perigosas até zonas 0/20 e 1/21, podem ser conectados diretamente ao terminal ELX6233 EtherCAT, da Beckhoff. A combinação da arquitetura flexível do sistema EtherCAT e o extenso portfólio ELX agora facilita a integração de Ethernet-APL, HART ou sinais digitais simples, no mesmo segmento de terminal.

A ascensão da digitalização, especialmente nas áreas de diagnóstico e monitoramento de plantas, é atualmente um dos principais tópicos da indústria de processo. As plantas de processamento são geralmente muito difundidas, e possuem requisitos particulares, que são atendidos pelo padrão Ethernet-APL, especialmente desenvolvido, que oferece uma taxa de transmissão de 10 Mbit/s, e um comprimento de cabo de até 1.000 metros. Quando se trata de conectar os dispositivos de campo correspondentes, o Terminal EtherCAT ELX6233 agora oferece uma abordagem modular, junto com uma série de vantagens associadas: espaço de instalação compacto e alta densidade de canais; expansível facilmente e com número adaptável de canais para atender cada aplicação; integração simplificada mesmo em plantas existentes; melhores tempos de ciclo em comparação com as soluções de switch; compatibilidade com todos os terminais e acopladores EtherCAT.

O ELX6233 fornece os sensores de acordo com o SPAA (TS10186), e os integra ao sistema via PROFINET. Duas portas APL estão disponíveis para esta finalidade, no terminal compacto de 24 mm. Isso permite que os dados dos sensores conectados sejam transmitidos ao controlador e ao nível superior do sistema de controle de processo (DCS), por meio da comunicação ultrarrápida EtherCAT.

A Rohde & Schwarz apresenta sua nova antena isotrópica R&S TSEMF-B2E para o sistema de medição TS-EMF, que cobre a faixa de frequência de 700 MHz a 8 GHz, e permite uma avaliação simples e precisa das emissões no local – mesmo para novos serviços de rádio. Quando combinado com analisadores de espectro Rohde & Schwarz, o sistema de medição R&S TS-EMF detecta campos eletromagnéticos (Electromagnetic Fields – EMF) de alta frequência no ambiente.

Quando combinadas com analisadores de espectro portáteis, as antenas isotrópicas do sistema R&S TSEMF suportam medição seletiva de frequência de emissões de RF. Este método, testado e comprovado, simplifica as medições EMCE, pois, a antena isotrópica mede diretamente todas as direções e polarizações.

Até agora, as antenas isotrópicas só precisavam cobrir uma faixa de frequência de até 6 GHz para serviços de rádio padrão. Os novos serviços de rádio, como Wi-Fi 6E e novas bandas 5G, como n96, n102 e n104, significam que faixas de frequência de até 7,125 GHz devem ser cobertas. A nova antena R&S TSEMF-B2E para o sistema de medição TS-EMF tem uma faixa de frequência de 700 MHz a 8 GHz, permitindo medições nessa faixa de forma isotrópica.

Quando combinadas com os analisadores de espectro portáteis R&S FPH ou R&S FSH, três antenas no sistema de medição R&S TS-EMF, agora, cobrem toda a faixa de frequência de 9 kHz a 8 GHz. A opção de medição de EMF para esses analisadores fornece uma sequência de testes automatizados no local, seguida pela criação de relatórios subsequentes. Esses relatórios ajudam a garantir que os sistemas transmissores cumpram os limites aplicáveis, e forneçam prova de conformidade para terceiros. Frequências mais altas de até 44 GHz ainda podem ser medidas com um analisador portátil e antenas direcionais portáteis, como o modelo R&S HE800-PA.

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O VRI10 é um indicador remoto para redes ProfibusPA (até 10 indicações) ou 4-20 mA (até 2 canais). A versão 4-20 mA possui ainda a função de totalizador.

O é um indicador remoto 4-20 mA, com até dois canais, alimentado pelo loop de corrente, com baixíssimo consumo, e ligado em série com o equipamento 4-20 mA. Configura a caracterização da corrente, para cada canal, de forma independente, indicando-a no display LCD, de acordo com a unidade escolhida pelo usuário, o que facilita a visualização da variável de processo.

Possui várias unidades (%, mA, pressão, temperatura, vazão, nível, densidade), e inclui ainda a unidade de usuário configurável, além da extração de raiz quadrada. Possui função de cópia ( ), facilitando a configuração dos canais, copiando de um para outro, além de permitir restaurar a calibração de fábrica.

Possui também a função de totalização da variável lida e é aplicável nas medições com equipamentos que não possuem o display LCD, ou mesmo que estão localizados em locais de difícil acesso.

Já o indicador remoto Profibus-PA foi projetado para indicar até 10 valores em seu LCD, provenientes de outros equipamentos presentes no mesmo segmento Profibus-PA, onde ele esteja instalado. O indicador é alimentado por uma tensão de 9 a 32 Vcc, e utiliza o protocolo de comunicação Profibus-PA, para configuração e monitoração das 10 indicações em seu LCD.

O VRI10-P funciona como um que captura dados do barramento Profibus-PA, e mostra em seu LCD os valores e status cíclicos de outros equipamentos, de acordo com seus endereços configurados, sem troca de mensagens cíclicas no barramento, como um escravo ativo (não aumenta o tráfego no barramento).

Através de um configurador Profibus PA, plataforma Android ou ferramentas baseadas em EDDL ou FDT/DTM, é possível configurar facilmente o indicador, além da opção de ajuste local, através de uma chave magnética.

Com o IUT-F191-IO-V1, a Pepperl+Fuchs preenche uma lacuna no seu portfólio, que permite que os clientes usem facilmente a RFID UHF. Nos últimos anos, o módulo IO-Link se tornou em uma interface bem estabelecida no mercado, e a sua utilização é cada vez mais comum. Um motivo para a sua popularidade é a interface padronizada, que permite que os clientes integrem diversos sensores diferentes de forma fácil e uniforme. Outras vantagens do módulo IO-Link incluem a rapidez de instalação e a facilidade de substituição. O portfólio de leitores RFID HF (13,56 MHz) para IO-Link está sendo expandido para incluir um leitor UHF.

O IUT-F191-IO-V1 preenche a lacuna entre HF e RFID, e os sistemas UHF da Pepperl+Fuchs já disponíveis, e é usado em situações em que o alcance de deteção de sistemas HF já não é suficiente, ou em que os clientes preferem uma solução UHF por outros motivos, por exemplo, caso já esteja sendo usada uma solução UHF, que deve ser utilizada de forma consistente. Em muitas aplicações, são perfeitamente suficientes distâncias de leitura/gravação de aproximadamente 1 m. Além disso, a interface IO-Link permite uma integração fácil e rentável, em qualquer rede IOLink existente, uma colocação em funcionamento rápida e intercambiável.

O Modo Easy – já familiar aos dispositivos de leitura/ gravação RFID HF com IO-Link – reduz o esforço de programação para o utilizador, e permite um acesso fácil às aplicações RFID UHF. No Modo Expert, estão também disponíveis opções de configuração avançadas. As aplicações incluem a intralogística, por exemplo, onde os materiais fornecidos às máquinas têm de ser identificados antes do processamento posterior, para evitar erros e, consequentemente, interrupções no processo de produção, e os produtos têm de ser rastreados continuamente, ao longo de toda a produção. Potenciais aplicações incluem também linhas de transporte ou sistemas de armazenamento automático, onde o IO-Link já é frequentemente utilizado para interligar outras tecnologias, de sensores e componentes.

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A PcVue lança a plataforma PcVue 16, projetada para aprimorar operações remotas com assistência digital, fornece novos recursos inovadores em áreas como sistemas de energia inteligente e edifícios, garantindo o mais alto nível de cibersegurança. A plataforma PcVue é uma plataforma de software de monitoramento e controle, que permite aos seus usuários desenvolver aplicações em controle de supervisão e aquisição de dados (SCADA), Internet das Coisas e interface homem-máquina (IHM). Com base em mais de 40 anos de experiência, o PcVue é usado em mais de 80.000 aplicações em todo o mundo. Com seus novos recursos, ele apresenta uma plataforma robusta, confiável e segura, que contém toda a inovação e poder do PcVue para ficar à frente da curva.

O PcVue 16 suporta sala de controle e operadores de campo móveis, com assistência digital, que inclui bots inteligentes para instruções interativas, relatórios automatizados, e acesso a especialistas no assunto. Este conjunto completo de serviços digitais permite que as operadoras acessem os recursos de sua organização, levando a melhores resultados e decisões mais inteligentes. Os operadores podem consultar especialistas, acessar os documentos necessários, e enviar seus trabalhos em tempo real, fornecendo informações vitais para análise e planejamento futuro. Soluções inovadoras para edifícios inteligentes.

Esta versão mais recente do PcVue permite operações aprimoradas de edifícios para otimizar o consumo de energia, e garantir conforto e segurança dos ocupantes, com recursos para proteção por vídeo, controle de acesso e detecção de intrusão. A tecnologia utiliza modelagem de informações de construção (BIM) de última geração, para renderização 3-D de instalações e campi. O PcVue 16 é capaz de se integrar facilmente com câmeras OnVif ou fluxo RTSP para integração de vídeo perfeita nas mímicas. Para operação BIM, ele é compatível com arquivos IFC, e inclui um visualizador BIM integrado com todos os recursos, animado com valores de campo, em tempo real, oferecendo um primeiro caminho para o gêmeo digital. Nossas soluções prontas para uso para estações fotovoltaicas e de carregamento elétrico O PcVue 16 também oferece suporte a aplicações que monitoram e controlam as estações de carga de EV, dando acesso a uma ampla gama de serviços para todas as partes interessadas em EV. Inclui o protocolo padrão aberto OCPP (Open Charge Point Protocol), para monitorar qualquer estação de carregamento. Além disso, um aplicativo móvel EV-smart assist está lá, para ajudar os motoristas, ao longo do processo de carregamento do EV, e um recurso Smart Charging está disponível para otimização global de energia.

À medida que a indústria de energia elétrica está se expandindo para fontes de energia renováveis, o PcVue 16 oferece um conjunto de aplicativos, pronto para uso, para o monitoramento do sistema de usina solar fotovoltaica, a fim de reduzir o tempo de implantação dos operadores de frota solar para monitoramento e controle.

A variedade de sistemas, a convergência de tecnologia de operações (TO) e Tecnologia da Informação (TI) e a multiplicação de ataques cibernéticos são riscos potenciais para sites críticos sob supervisão. É por isso que o PcVue 16 reforça os recursos de cibersegurança.

O FY500 da Smar é um posicionador de sistema bico-palheta com bobina. Aceita um sinal de setpoint de um controlador ou outro dispositivo, por meio de um par trançado de fios.

Após executar o procedimento de calibração automática, ele compara este sinal de entrada com a posição real da válvula, que é medido com o sensor de efeito Hall conectado ao módulo de feedback.

A diferença entre o setpoint e a posição real é então amplificada, e um sinal de corrente corretivo é enviado ao módulo conversor I/P (Corrente/Pressão).

A pressão do ar de alimentação do FY500 passa por um regulador de pressão interno, que a regula para aproximadamente 22 psi. O ar passa então por um orifício, que restringe o fluxo e o consumo de ar.

O I/P converte o sinal de corrente em um sinal pneumático, que é enviado ao módulo de diafragma e à válvula carretel.

A válvula carretel direciona o ar ao atuador, para mover a válvula até que a leitura do sensor de efeito Hall esteja de acordo com o setpoint. Tem como características principais, a montagem em atuadores lineares de acordo com IEC60534-6, curso entre 12 e 200 mm; montagem em atuadores rotativos de acordo com VDI/VDE 3845, NAMUR, curso entre 30° e 120°; procedimento de sintonia automática para ajuste de parâmetros de controle e faixa da válvula; configuração e ajuste local do equipamento, usando a chave magnética e interface LCD; indicador local rotativo de uso fácil; configuração pelo protocolo HART; capacidade e conectividade FDT/ DTM; pressão de ar de alimentação de até 10 bar (150 psi); válvula carretel com saída de alto volume, e consumo mínimo de ar em estado estacionário; retorno de posição incorporado provê um sinal 4-20 mA para verificação de posição; módulo opcional com duas chaves de fim de curso permite o retorno de posição confiável; projetado para atender as especificações à prova de explosão, segurança intrínseca e diretiva europeia ATEX. (Certificação pendente).

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