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Fazer ciência é montar um quebra-cabeça

 Thomas Kuhn (1922-1996): filósofo e estudioso da ciência, é autor do livro A estrutura das revoluções científicas, uma das maiores obras de Filosofia da Ciência do século XX. Suas ideias foram compartilhadas, debatidas e criticadas por outros autores importantes do século XX, como Karl Popper (1902-1994). Foto de 1989.

 A ciência não é uma prática isolada, desenvolvida por um único cientista em seu laboratório. Hoje as pesquisas científicas são realizadas por equipes.

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Há muitas maneiras de entender o que é ciência e como ela se desenvolve. O filósofo alemão Thomas Kuhn apresentou uma dessas interpretações que nos ajudam a compreender como a ciência se transforma. Segundo ele, a ciência pode ser entendida como uma atividade de resolução de quebra-cabeças, isto é, os cientistas dedicam-se a resolver problemas relacionados com a compreensão da natureza. Desse modo, ao elaborarem teorias científicas e colocá-las em teste, os cientistas, além de pretenderem comprovar suas teorias, procuram solucionar nossas dúvidas sobre o funcionamento do mundo. Isso quer dizer que a ciência pode ser compreendida como uma atividade semelhante à montagem de um quebra-cabeças – uma atividade intelectual que visa resolver os problemas que surgem quando nos questionamos sobre as causas de determinado fenômeno.

Contudo, nem sempre as teorias dão certo, pois, ao serem testadas, podem falhar. Quando essas falhas resultam no surgimento de muitas anomalias, ou seja, de casos que não são explicados satisfatoriamente, os cientistas se veem em uma situação delicada, e teorias são abandonadas em prol da busca de outras. Para usar um termo inventado por Kuhn, abandona-se um antigo paradigma científico para abraçar outro mais eficiente.

Mas nada disso é feito de uma hora para a outra, tampouco por um único cientista, pois estes raramente trabalham sozinhos. Muitas pessoas têm uma visão distorcida do trabalho dos cientistas, imaginam que são seres isolados do mundo, fechados em seus laboratórios. Porém, as coisas não funcionam exatamente assim. Em geral, as teorias científicas são compartilhadas e desenvolvidas por comunidades científicas. Trata-se de um trabalho em equipe.

Mais do que isso, não podemos compreender os cientistas como indivíduos completamente distantes da sociedade. Como afirmam os professores Simaan e Fontaine, cientistas são indivíduos que vivem e atuam na sociedade.

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