A Mulher do Pastor

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Joshua Andrade

Rio de Janeiro Editora Betel 2015


© 2015 Editora Betel Todos os direitos reservados. É vedada a reprodução integral ou parcial deste livro em quaisquer meios (impresso, digital e outros) sem prévia autorização por escrito da Editora Betel. O conteúdo original da obra é de total e exclusiva responsabilidade do autor, não representando, necessariamente, a opinião da editora. Sobre o livro Capa e editoração eletrônica: Alt3 Editorial Categoria: Ficção ISBN: 978-85-8244-029-2 Editora Betel Rua Carvalho de Souza, 20 - Madureira 21350-180, Rio de Janeiro, RJ Telefone: +55 21 3575-8900 E-mail: comercial@editorabetel.com.br Site: www.editorabetel.com.br f EditoraBetel


Agradecimentos Agradeço primeiramente ao meu Deus pelo grande privilégio de ser seu servo, agradeço também àqueles que por suas orações me ajudaram a chegar até aqui. À Elisa, minha adorada esposa, sem a qual este livro não teria sido escrito.



Sumário Introdução 9 Capítulo 1 A figura feminina e seu papel na igreja Capítulo 2 A cura Capítulo 3 Amor à primeira vista Capítulo 4 O milagre Capítulo 5 A construção da igreja Capítulo 6 O bilhete Capítulo 7 A voz sublime Capítulo 8 Declaração de amor Capítulo 9 O sonho de Aninha Capítulo 10 Salvando uma vida Capítulo 11 Carta de amor e noivado Capítulo 12 A decisão Capítulo 13 Jejum, Oração e Conversão Capítulo 14 O Casamento Capítulo 15 O desafio

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Introdução Esta homenagem começou em um teatro na cidade de New York, porque na realidade este livro é um tributo as mulheres valorosas, fervorosas, e por que não dizer graciosas, que passaram que estão e estarão na vida das igrejas pentecostais do Brasil, e de muitos países do mundo, mais conhecidas como “A MULHER DO PASTOR”. Naquela tarde de domingo em um grande teatro de Manhattan, centro de New York, seria feita uma homenagem ao pastor presidente da Igreja local, e também ao presidente da convenção estadual, presidente da convenção nacional, presidente da rádio Christiana, e quase presidente do país. Havia centenas e centenas de pessoas, fora o grande número de cantores, pastores e políticos, todos prontos para oferecer o melhor em matéria de música, oratória e outras coisas mais. Aquela reunião durou duas horas e meia, do primeiro ao último momento dava a impressão de ter havido um grandioso ensaio, pois às vezes eles trocavam a maneira de se expressar. Mas o objetivo era o mesmo, elevar ao máximo a figura daquele já eminente pastor. Estando eu entre aquela multidão, passei a observar que não se tocava muito no nome de Jesus, pois somente algumas letras das canções continham este tão precioso nome, a maioria delas só tinha palavras como: “você vai ganhar”, “você vai vencer”, “você vai brilhar”, etc. Deus tem me dado o dom de compor e como tal sou muito observador, passei então a usar este dom. Foi quando percebi que aquela senhora de baixa estatura, o que quer dizer baixinha, de traço bonito, porém cansados, estava ali sentada usando um vestido simples de cor branca, com al-

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gumas rendas de modestíssima indumentária. Creio que por isso, durante muito tempo, eu fiquei sem saber quem era ela, a não ser pela posição que estava sentada, pois ela sentou-se bem ao lado do presidente. Nenhum dos que vieram para a grande homenagem: cantores, pastores, inclusive políticos, lembraram-se sequer de apresentá-la ao público. Isto foi motivo suficiente para inspirar-me a escrever uma letra musical, pois aquele povo não sabia que atrás de um grande homem, existe sempre uma mulher que às vezes é até maior, pois a humildade faz um ser humano grandioso e belo. Dizem hoje que ao lado de um grande homem tem sempre uma grande mulher, mas naquele tempo era atrás mesmo, pois a sua posição de pastorear sempre era na frente, atrás vinham às crianças e aquela que seria sempre A MULHER DO PASTOR. Quando terminou toda aquela festa, saí do teatro com a letra da música que diz: Logo de manhã já está cantando e louvando a Deus; Quem vê não percebe que passou a noite aos pés do Senhor; Só os olhos demonstram que foram horas de grande clamor; Quem é esta mulher? Ela não tem nome? É A MULHER DO PASTOR. Carrega nos ombros parentes, amigos, a igreja e o lar; Às vezes não tem um momento se quer para descansar; Ajudando o esposo na obra tão grande, que é do Senhor; quem é esta mulher? Ela não tem nome? É A MULHER DO PASTOR. No culto da noite, quem prega hoje é a MULHER DO PASTOR, a vigília está na direção da MULHER DO PASTOR, círculo de oração, ninguém melhor que A MULHER DO PASTOR. Quem é esta mulher? Ela não tem nome? É A MULHER DO PASTOR. Agora tem um nome, quem conhece é o Senhor


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A partir deste dia, começou a nascer a idéia deste livro com o objetivo de termos sempre a lembrança daquela que já dorme no Senhor. Amamos as que estão conosco e oramos pelas que ainda virão.

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Capítulo 1

A figura feminina

e seu papel na igreja

Nós conhecemos vários nomes de mulheres na Bíblia. A começar por Eva, Sara, Raquel, Ester, Ruth e Dorcas. Alguém decidiu escrever alguma coisa sobre elas, tornando-as imortais. É só abrirmos a Bíblia e lá encontraremos essas e outras mais. Mas no último século, principalmente no Brasil, nasceram mulheres que foram tão valorosas ou mais. Eva foi considerada a mãe da raça humana, Sara a mãe do povo de Deus, mas essas valorosas mulheres que nasceram neste século e que através delas nasceram tantos filhos e filhas verdadeiramente gerados com dores que chegaram a serem superiores a dores de parto, pois foram gerados nas noites de vigília, madrugadas aos pés do Senhor, olhos vermelhos de tanto chorar, verdadeiras lágrimas de sangue, não são lembradas ás vezes nem por pessoas que as conheceram de perto. Este círculo das desconhecidas heroínas começou a declinar em 1980, porque até então a igreja tinha somente o pastor Presidente e a esposa que era conhecida como: A MULHER DO PASTOR, esta que foi mãe de grandes multidões que superlotavam as igrejas espalhadas por este imenso continente. Falo de um grupo de mulheres que perderam a sua identidade ao se casarem com o pastor, vou explicar: o nome da jovem era Elisa Soares de Almeida, mas ao casar-se com o pastor, tornou-se simplesmente A MULHER DO PASTOR. Quando chegavam à reunião

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com os olhos brilhando, cheio de alegria do espírito, sempre tendo um sorriso nos lábios, alguém perguntava: — Quem é esta mulher? A irmã respondia: — O senhor não a conhece? Esta é A MULHER DO PASTOR. O dirigente da reunião levantava-se para fazer a abertura e dizia: — Vamos chamar aqui a irmã... A MULHER DO PASTOR, para fazer a oração de agradecimento por estarmos aqui nesta tarde. Ao terminar esta reunião, vinham os anúncios. — Hoje à noite teremos aqui o culto do círculo de oração, sob direção da MULHER DO PASTOR. E assim era a vida daquelas notáveis mulheres. O tempo passou e hoje ao abrirmos os jornais nos Estados Unidos da América do Norte, em uma região onde há muitos imigrantes brasileiros, notei que havia neste jornal uma página dedicada a anúncios de igrejas evangélicas Brasileiras, que dizia: Venha cultuar a Deus conosco, seja qual for o seu problema você encontrará a solução, Rua tal, nº tal, pastores: Felisberto Silva e Adriana Silva. Está começando chegar ao fim a era das heroínas desconhecidas, mas elas ainda existem nos recantos daquele grande Brasil. Se não falarmos sobre isso agora, elas correrão o risco de caírem para sempre no esquecimento e ficaríamos sem saber como foram fundadas grandes igrejas, na maioria pentecostais. Igrejas que tem como fundadores os pastores Antonio, José da Costa, Cícero, grandes homens de Deus. Todos têm nomes e sobrenomes e antes destes nomes tem que se colocar: pastor, reverendo, bispo ou apóstolo e muitas vezes doutor, mas ela continua sendo sempre A MULHER DO PASTOR. A intenção deste livro é resgatar a memória de algumas destas mulheres para que as atuais saibam como tudo começou e tirem proveito disso.


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Capítulo 2

A cura No dia vinte e quatro de agosto de 1914, nascia na Cidade de Itabira, a menina Ana de Souza Pacheco Andrade. Eram cinco e trinta da manhã em um lar pobre financeiramente, mas rico espiritualmente. A mãe tomando-a nos braços apresentou-a para Deus dizendo: — O Senhor levou o seu pai, agora tu és o pai desta criança. Ela havia ficado viúva há trinta e cinco dias antes do nascimento de Aninha, que veio fazer parte de uma família com mais quatro irmãos. Na manhã deste dia tão alegre e festivo naquela casa, pelo nascimento daquele bebê, a avó de Aninha tinha somente uma pequena porção de bucho e um pouco de farinha para eles se alimentarem e depois aguardarem pela providência divina, pois todos ali serviam a Deus. Aqueles que confiam no Senhor sabem que a resposta as suas necessidades vem sempre de acordo com a vontade de Deus e no seu tempo, pois naquela manhã, enquanto todos se preparavam para aquela simples refeição, supostamente a única do dia, eis que às oito e trinta da manhã batem palmas à porta da humilde, mas abençoada casa. A avó olhando para o visitante se assusta, pois era nada mais, nada menos que um soldado, farda de cor marrom, usando um kep com um emblema que ela não soube identificar, ele mirando-a perguntou: — Posso ver a menina que nasceu aqui nesta manhã? É que venho visita-lá. A avó não pode responder, porque ninguém sabia que naquela casa

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havia nascido um bebê. Ainda assustada e temerosa, ela convidou aquele personagem, cujos olhos eram azuis, de estatura alta e delgada, dizendo: — Por favor, entre! Chegando naquele quarto praticamente sem mobília, pois tinha somente uma cama e um caixote de madeira, o estranho personagem sentou-se a beira da cama e colocando seu kep sobre o joelho, estendeu a mão para tocar as mãos de Aninha e disse: — Que belas mãos têm este bebê! Ficando ali por alguns minutos e colocando as mãos no bolso da jaqueta, tirou uma oferta de cento e cinquenta mil reis. Colocando-as na mão de Aninha retirou-se e até hoje não se sabe de onde veio, para onde foi e nem mesmo o seu nome. Durante a tarde, quando a família se reunia no quintal da casa para conversarem e as crianças brincarem, Aninha cantava um hino da harpa que diz: “Pelo sangue, pelo sangue de Jesus carmesim”, que Aninha no seu próprio idioma, cantava assim: “Bagoote, bagoote, baguim”. E nesta idade, correndo atrás dos irmãos mais velhos ela já fazia na sua inocência de criança, do seu lazer, momentos de louvor. Assim Aninha crescia na graça e no amor de Deus. Ainda desfrutando daquela oferta, a família se mudou para uma cidade grande, chamada Santo André, no estado de São Paulo. A mãe de Aninha, que já era viúva, comprou uma casa e trabalhando de dia e também parte da noite, criava os seus filhos no temor do Senhor. Aninha aos cinco anos de idade, já fazia viagens evangelísticas com a sua mãe. E de uma cidade para a outra, no trem, ela distribuía jornal evangélico e falava para os ouvintes daquele trem que só Jesus salva, batiza e leva para o céu; e quando perguntava para alguém, se este alguém fumava, ela dizia: “Vou lhe dar um aviso, viciado não entra no céu”. E aquilo muitas vezes comovia os ouvintes, levando-os a se distraírem, deixando de descer na estação de destino. Indo parar até duas estações adiante. Assim ia a menina cada vez mais cumprindo a ordem do Senhor Jesus, no ide e pregai o Evangelho a toda criatura. Nos cultos de domingo, no momento dos hinos, cantados avulso pelos irmãos da igreja, em todos os cultos sempre havia dois ou três hinos. O pastor levantava-se e dizia para igreja:




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