Câncer não é uma sentença, é apenas uma palavra

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"Eu tenho um sonho e o meu sonho faz parte do propósito de Deus para a minha vida" Querido(a) leitor(a), que Deus te abençoe na leitura deste livro, no qual registro meus momentos de luta, força e coragem em Cristo Jesus, ao enfrentar um Golias, o câncer. Sandra de Andrade




1ª Edição Rio de Janeiro/RJ 2013


© 2013 Editora Betel Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, sob quaisquer meios (eletrônico, fotográfico e outros) sem prévia autorização. O conteúdo original da obra é de total e exclusiva responsabilidade do autor. Sobre o livro Categoria: Biografia Foto da autora: Paula Manga Edição, capa e diagramação: Alt3 Editorial ISBN: 978–85–8244–007–0 Editora Betel Rua Carvalho de Souza, 20 - Madureira 21350-180, Rio de Janeiro, RJ Telefone: +55 21 3575-8900 E-mail: comercial@editorabetel.com.br www.editorabetel.com.br As citações bíblicas foram extraídas da versão revisada da tradução de João Ferreira de Almeida.


|Dedicatória Dedico este livro a nove pessoas que deixaram marcas insubstituíveis, que acreditaram e apoiaram o REVIFÉ e viveram o que ouviram dos meus lábios: “o câncer não é uma sentença, é apenas uma palavra”. Pessoas que viveram e venceram, em Cristo Jesus: Helena, tia amada; Solange; Dona Therezinha; Elizabeth File da Silva; Darlene; Missionária Maria Quintão; Rubens Tavares Filho; Rui Gomes da Silva; Inalda Vieira de Carvalho; e a minha amada mãe, Flora Soares de Andrade. “Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito. [...] Qualquer dia, amigos, eu volto a encontrar vocês.” Saudade, saudade de vocês!



|Agradecimento Agradeço a Deus, meu amado Pai, que me ama com um amor incondicional, e que me tem mantido em pé, lutando e vencendo, cada dia com a força e o poder do nome de Jesus. À minha família, esposo, filhas Renata e Carolina, meu genro Marcelo, pais e irmão. À minha saudosa mãe, Flora, minha grande companheira e a maior incentivadora na fé e na presença em todos os momentos da minha vida. Aos meus irmãos e irmãs na fé em Cristo. Ao bispo Tito Oscar de Almeida Júnior, que, a pedido de sua ovelha, minha tia Helena Soares Gonçalves, me consagrou ao Senhor quando eu tinha nove anos de idade. Aos pastores Terry Jonhson e Josué de Campos, e à missionária Dóris Jonhson, pela confiança e pelo apoio no trabalho junto à diretoria do Instituto Bíblico Pentecostal (IBP). Aos irmãos e irmãs da Assembléia de Deus de São José da Califórnia, EUA, pelo apoio e intercessão. Aos meus ex-alunos do Shalom, Academia de Teologia da Graça de Deus (AGRADE) e IBP. Ao amigo e irmão, pastor Venilton Gonçalves, do


Ministério Apascentar, que foi o grande incentivador para a publicação deste livro. Ao pastor Walmir Cohen, que me conduziu durante o processo de conhecimento e crescimento do Senhor e, como meu mestre, também deu as primeiras e grandes oportunidades na minha vida ministerial. Ao Renato (Gráfica Kírios), Euzira, Paulo e Edna, pelo carinho, amor e apoio quando tudo era apenas um sonho. À irmã e amiga Ednea do Prado Cabral Pimentel, por ter digitado este livro e ser companheira em grandes projetos. Aos voluntários do REVIFÉ. Ao médico, que se tornou amigo e irmão, Ray Alves dos Santos, instrumento de Deus na minha cura. À estilista Claudia Simões, por sua amizade e ousadia em assinar a camiseta da nossa campanha permanente “Câncer de Mama... Prevenir é o Alvo!”. Ao doutor Ricardo Carlos Chagas, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Regional Rio de Janeiro, pelo apoio e convite para que o REVIFÉ participasse ativamente em 2002 e 2003 da Semana Nacional de Incentivo à Saúde Mamária. À doutora Maria Helena Vermot, que foi o instrumento de Deus para que em 2005 eu me tornasse membro filiado da Sociedade Brasileira de Mastologia. Ao pastor Rubens Teixeira, primo querido do coração, por ser o canal de Deus para que hoje este livro fosse lançado pela Editora Betel.


|Sumário

Prefácio 11 Apresentação 13 Introdução 15 Capítulo 1 |O Câncer de Mama Capítulo 2 |Um Dia de Cada Vez Capítulo 3 |Que Rumo Tomar? Capítulo 4 |Fugir Jamais! Capítulo 5 |Aceitando e Enfrentando os Fatos Capítulo 6 |Na Hora da Quimioterapia Capítulo 7 |Desafio Final

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Depoimentos 63 A Autora 94 Contatos 100



Câncer não é uma sentença, é apenas uma palavra

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|Prefácio Sandra de Andrade é uma renomada palestrante e congressista com um currículo admirável. Uma cristã vivendo os limites da vida dedicados a Deus. Em seu inspirado e bem escrito livro “Câncer não é uma sentença, é apenas uma palavra”, a autora nos presenteia com uma história incrível e arrebatadora. Sua perseverança é marcante com histórias verdadeiras entre amigos extraordinários, que na angústia da descoberta da doença, se demonstraram tão presentes e eficazes em solidariedade, revelando a face mais terna e admirável dos seres humanos. No entanto, nem tudo são histórias de resistência, superação e fé. Sua experiência frustrante com a realidade tenebrosa dos hospitais públicos de nosso país é descrita em páginas tristes do livro tão inspirado. Mas sua esperança em um viver vitorioso é encontrada nas páginas seguintes, confiando, se alegrando e dividindo com tantos a sua vontade contagiante de viver, mesmo nas situações difíceis. O livro que vos apresento é uma impactante história de vida contra o câncer, uma doença assustadora e marcante de nosso século, mas que para a pastora Sandra de


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Andrade é apenas uma palavra. Não deixe de ler esta envolvente biografia; um verdadeiro ensinamento de superação e de fé, que certamente transformará sua vida para sempre! Pastora Marvi Ferreira Pedagoga, Bacharel em Direito e Presidente da Confederação das Irmãs Beneficentes Evangélicas do Estado do Rio de Janeiro (CIBERJ)


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|Apresentação Em 19 de novembro de 2005, dia em que eu completava 10 anos de operada, de vitórias em Cristo e de REVIFÉ, eu havia programado há meses um culto de adoração e gratidão a Deus. E o culto aconteceu. Igreja lotada, contando com a presença de alguns adoradores como Silas Vargas, que é voluntário do REVIFÉ e autor do nosso hino, e de nossa levita e adoradora que demonstrou seu amor e dedicação ao fechar sua agenda para estar conosco, a cantora Eyshila. O propósito era agradecer ao Senhor pelos 10 anos, mas eu não fui ao culto. Minha mãe faleceu horas antes. Em 2003, minha amada mãe, Flora, havia passado por um câncer de mama, Mesmo diante de tantas dificuldades com relação ao tratamento, dona Flora era uma benção, minha voluntária e mantenedora nº 1, companheira de todas as horas e de todos os momentos. Uma mãe maravilhosa! Às 16h30 daquele dia 19 de novembro eu e minhas filhas começamos a vivenciar o luto, pois minha mãe havia falecido no INCA de Vila Isabel. Também ficamos com a responsabilidade de tratar do enterro e liberar o corpo. Meu Deus, não foi fácil!


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Em meio a muitas lágrimas e dores na alma eu glorifiquei ao Senhor por minha mãe, pelo ventre de onde nasci e por ter a certeza que Ele estava permitindo aquelas “coincidências” de datas para me fortalecer na certeza de que Ele é dono de minha vida e ministério, e que eu verdadeiramente nunca poderia esquecer aquela data. É a data de Sua marca em minha vida, a data da marca da minha vitória em Cristo. Pai querido, obrigada por ter sido gerada em um ventre tão especial e maravilhoso. Obrigada Senhor por sentir saudades de quem fez por onde merecer deixar saudades. Flora, a minha flor! Querido(a) leitor(a), que Deus te abençoe rica e abundantemente na leitura deste livro, no qual registro meus momentos de lágrimas, de luta, força e coragem em Cristo Jesus ao enfrentar um Golias, o câncer. Sandra de Andrade


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|Introdução “O que importa não é acrescentar anos à sua vida, mas sim vida aos seus anos.” (Alexis Carrel) Desde que me foi dada a tarefa de fazer a monografia de finalização do curso de pós-graduação em Desempenho Escolar, comecei a pensar e a dar vida às minhas idéias. O tema deveria ser sobre uma instituição carente, um grupo ou uma entidade que pudesse ser observada e também analisada, e que ao final fosse feita uma avaliação com observação do assunto pesquisado. Queria que esse tema tivesse muito a ver com o sentimento humano, que se referisse ao papel intercessor que uma pessoa pode exercer e seu interesse pela causa, que pudesse de alguma forma transformar ou ajudar a transformar uma realidade por vezes muito dura. Se o assunto era sobre pessoas carentes, teria de ser visto e analisado de uma forma muito humana e bastante sensível. A princípio havia pensado no tema "O papel do professor na formação do aluno como pessoa, como ser humano", e até comecei a desenvolvê-lo. Porém, algo de forma inesperada me aconteceu. Ao fazer exames periódicos, através de uma mamografia surgiu uma suspeita de


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tumor maligno em meu seio direito. Criou-se, então, um rebuliço em minha mente e, como consequência, em meu corpo. Depois desse exame outros muitos vieram. Vieram também duas cirurgias e a retirada da minha mama direita como consequência de um carcinoma lobular infiltrante grau II A. E é por esse rebuliço que resolvi, com aprovação da professora Fernanda Barcellos, mudar radicalmente toda a minha fonte de pesquisa. Vendo bem de dentro o assunto e percebendo a grande carência em que vivem as pessoas afetadas por doenças chamadas de incuráveis, senti um grande impulso para fazer a minha monografia motivada então por uma grande dor, agora já não como espectadora, porém como personagem. O que pensa, o que sente e como vive a mulher, que de uma hora para outra se vê em uma situação terrível, com câncer de mama, que mutila, que destrói células e marca visivelmente seu corpo, acabou sendo o tema da minha monografia, agora transformado em livro. É um trabalho não só de observação, mas que abrange de forma profunda a experiência do ponto de vista do paciente.


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Capítulo 1

|O Câncer de Mama

Por Ray Alves dos Santos, Ginecologista, Mastologista e Cirurgião Geral

Cada mama consiste em cerca de quinze a vinte grupos de glândulas produtoras de leite, incrustadas em tecido gorduroso, o que lhe dá a forma característica. De cada grupo de glândulas parte um canal condutor de leite para o mamilo. Em volta do mamilo há uma área escura, a auréola, que contém pequenas glândulas sebáceas (lubrificantes) que mantêm o mamilo flexível. Durante a gravidez, a liberação de certos hormônios faz com que as mamas se dilatem e, eventualmente, produzam leite. As mamas também podem se tornar volumosas e, por vezes, mais flácidas, antes da menstruação, como resultado de modificação do nível hormonal. A mais grave perturbação da mama é o carcinoma da mama que, se diagnosticado em sua fase inicial, pode ser tratado com êxito. Por conseguinte, é extremamente importante que a mulher se familiarize com a forma e a consistência de suas mamas. Quaisquer modificações devem ser logo comunicadas ao médico.


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Há cinco possíveis causas para o aparecimento de um novo nódulo na mama: • um cisto — um saco do tecido cheio de líquido; • uma infecção — embora, em muitos casos, seja um espessamento do tecido glandular; • uma displasia mamária — espessamento do tecido glandular; • um tumor benigno — como os anteriores, não é perigoso à saúde; • um tumor maligno (canceroso). Um novo nódulo na mama pode não causar incômodo e até nem ser notado antes de um exame atento. Contudo, por vezes ele pode ser levemente flácido (ou mesmo doloroso), sobretudo antes do início da menstruação. É preciso fazer o exame regular das mamas todos os meses, para assim detectar qualquer nódulo, doloroso ou não. Se isso acontecer, é necessário procurar o médico dentro de um ou mais dias. De qualquer forma, deve-se ir ao médico sempre que um nódulo já existente mude de forma, tornando-se doloroso, endurecido ou maior. Através de um exame clínico o médico poderá aconselhar a mulher a procurar um especialista e, dependendo dos resultados, poderá submetê-la a um ou mais exames especializados para averiguar se há problema. Em caso afirmativo, descobrirá qual é a causa. Os testes incluem mamografia, ultrassonografia, ductografia, termografia e uma biópsia do nódulo. Se o diagnóstico demonstrar que o nódulo é um tumor, haverá necessidade de ir ao hospital para


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removê-lo. O tipo de operação depende da natureza do tumor. Desconhece-se a razão por que um tumor maligno se desenvolve na mama. No início ele permanece ali, mas, quando tem cerca de vinte milímetros, pode acontecer o que chamamos de metástase (espalhar) através do fluxo sanguíneo e do sistema linfático para outras partes do corpo. Em cerca de 10% dos casos, a doença afeta por completo as duas mamas. O tratamento mais usual é a retirada da mama na totalidade, muitas vezes em conjunto com os linfonodos da axila próxima da mama (isso quando através do exame chamado linfonodo sentinela é encontrado contaminação). Complementando a operação e após o exame histopatológico, deve-se fazer radioterapia e tomar medicamentos citotóxicos (quimioterapia). A duração da internação hospitalar varia consideravelmente de caso para caso. Quando uma mulher perde uma mama isso é naturalmente perturbador. Todavia, ela recebe muitas provas de simpatia dos amigos e do pessoal do hospital. Na verdade, ela fica surpreendida ao saber que muitas outras pessoas já sofreram a mesma operação. Algumas nem suspeitam que isso ocorra, já que uma prótese de mama usada no sutiã pode combinar com a outra mama e ser quase imperceptível à vista ou ao tato, como também pode ser feita a reconstrução total da mama retirada, através de técnicas modernas e seguras. Muitas mulheres que já sofreram a retirada da mama se adaptaram rapidamente às mudanças; os problemas reais enfrentados foram menores do que supunham. Se o tumor for removido em uma fase precoce, pode-se


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esperar a cura completa ou muitos anos de boa saúde. Depois do tratamento é necessário fazer exames anualmente ou de seis em seis meses, mas, em muitos casos, eles podem cessar após alguns anos. Se o carcinoma recorrer ele pode ser detido durante muitos anos através de medicamentos, radioterapia, quimioterapia ou outra cirurgia. Como em muitos outros carcinomas, o estado de espírito representa uma parte vital no tratamento do carcinoma da mama. Por motivos ainda não claramente perceptíveis, uma mulher que adota uma atitude positiva e com fé perante a doença, e se determina lutar, tem muito mais possibilidades de cura.


Sandra de Andrade é capelã e pastora missionária na Igreja Missionária Cristã. Casada com o pastor Abelardo Filho, mãe de duas filhas, Renata e Carolina e sogra do Marcelo. Entre outras atividades, coordena o Revifé — grupo de apoio a mulheres mastectomizadas e aos demais portadores de câncer.



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