Moises, o legislador de israel

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Rio de Janeiro Editora Betel 2015 -1-


MOISÉS, O LEGISLADOR DE ISRAEL

MOISÉS, O LEGISLADOR DE ISRAEL © 2015 Editora Betel Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei dos Direitos Autorais 9610/98. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização da Editora Betel. O conteúdo original da obra é de total e exclusiva responsabilidade do autor.

Sobre o livro Categoria: Educação Cristã 1ª Edição - Março 2015 Tiragem: 2.000 exemplares Capa: Anderson Rocha Editoração: Carlos Castelões Revisão: Felipe Gomes Cipriano Formato: 14 x 21 cm ISBN 978-85-85589-07-8

Editora Betel:

www.editorabetel.com.br Rua Carvalho de Souza, 20 - Madureira - RJ Telefone: (21) 3575-8900 Impresso no Brasil - Rio de Janeiro -2-


Sumário Apresentação................................................................................ 05 Capítulo 1

Vivendo na terra de Gósen...................................................... 07 Capítulo 2

O fim de uma era e o começo de uma nova vida............ 21 Capítulo 3

Enviado por si mesmo.............................................................. 39 Capítulo 4

Agora te enviarei......................................................................... 51 Capítulo 5

Moisés e sua profética missão............................................... 69 Capítulo 6

O encontro com Jetro................................................................ 87 Capítulo 7

Ídolos do coração humano....................................................101 Capítulo 8

Moisés e a presença de Deus................................................115 Capítulo 9

Pastores do deserto..................................................................137 -3-


MOISÉS, O LEGISLADOR DE ISRAEL

Capítulo 10 Um homem de fé e coragem.................................................151 Capítulo 11

As lições de um sábio homem de Deus............................163 Capítulo 12

Moisés, o legislador de Israel...............................................177 Capítulo 13

O último encontro.....................................................................189 Bibliografia..................................................................................203

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Apresentação Moisés é um dos maiores e mais importantes personagens do Cânon Sagrado. Sua vida inspirou inúmeros livros e filmes e até hoje nos ensina a respeito daquilo que Deus pode realizar na vida de uma pessoa simples, que se dispõe a aceitar seu destino, ousando depender unicamente da orientação do Senhor em sua vida. Moisés viveu as dificuldades de sua época e nem sempre soube lidar com elas de maneira adequada. Mesmo assim, apesar de suas limitações e temores quanto à sua capacitação para o chamado que recebera, ele cedeu à vontade divina, permitiu que o Senhor moldasse seu caráter e personalidade e se tornou uma das maiores personalidades tanto da história do povo judeu, quanto da história da humanidade. Moisés foi um gigante em todos os aspectos. Ele liderou o êxodo, testemunhou a divisão do Mar Vermelho e guiou uma congregação de dois milhões de pessoas por um deserto sem estradas: “ele foi poderoso em palavras e obras” (At 7.22). Moisés jamais acreditou em seus relatórios de marketing e nunca se levantou pela manhã para ver o que as manchetes tinham a dizer sobre sua atuação na véspera. Ele estabeleceu recordes incríveis que não foram e nunca serão alcançados sem jamais se deixar levar pelo orgulho. Ele permaneceu sempre real, confiável e -5-


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humilde (Pv 18.12; 27.2). Podemos afirmar que Moisés era um homem cuja força e sucesso estava nas mãos do Deus Todo-Poderoso. Até mesmo sua forma de morrer nos fascina. Ele morreu nas alturas como sempre viveu e foi o único homem cujo sepultamento foi feito pelo próprio Deus. O tema de Êxodo é libertação e não se pode ter libertação sem um libertador. É aí que Moisés entra na história, como o grande libertador, legislador e mediador. Pr. Belchior Martins da Costa

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Capítulo 1

Vivendo na terra de Gósen “E os filhos de Israel frutificaram, aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles”. (Êx 1,7)

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VIVENDO NA TERRA DE GÓSEN

A sociedade egípcia O Egito possuía um território retangular banhado pelo rio Nilo, que é dividido em duas regiões: o Alto Egito, que é a região do vale, e o Baixo Egito, a região do Delta do Nilo, onde também se localizava a terra de Gósen, uma região bastante fértil e de pastagens, onde estavam os hebreus que viveram durante o governo de José (Gn 46.34). Para termos uma ideia mais palpável, o Egito Antigo tinha dimensões territoriais semelhantes ao nosso Mato Grosso, aqui no Brasil. Tendo como tema dominante a libertação dos filhos de Israel, o relato do Êxodo não se ocupa em descrever detalhes de como o Egito funcionava na área social, econômica e política. A sociedade egípcia era regida pelo sistema de castas, assim como a pirâmide se constituía de camadas, de igual modo funcionava aquela sociedade. Quem pertencia a uma casta permaneceria nela até morrer. Diferentemente do capitalismo em que há chance de ascensão social, quem nascia nobre permaneceria até morrer. Naquela época a sociedade se constituía piramidalmente em: Faraó e sua família; a seguir, os sacerdotes e a nobreza; depois a escribas constituíam uma única casta; os coletores de impostos e militares; e por fim, na base da pirâmide se achavam os camponeses e os escravos pertencentes a outros povos. Por volta de 1800 a.C., iniciou-se uma onda migratória pacífica para o Egito, oriunda da Ásia Ocidental (os -9-


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hicsos – conhecidos como reis pastores); as regiões do Oriente passavam por um período de seca e fome. Os povos nômades asiáticos não eram pessoas bem-vindas ao Egito, pois os egípcios desprezavam os asiáticos até então, referiam-se a estes como “vagabundos das areias”. Todos os povos oriundos da Ásia eram instalados na região do Delta do Nilo (Gosén) para evitar o acesso dos estrangeiros à parte mais civilizada e rica do país e também evitar a miscigenação com a população natural. O termo grego “hicsos” deriva do egípcio “hik-khoswet” e significa: “governantes de países estrangeiros”. Flávio Josefo, historiador judeu do Século I d.C., preferiu verter por “pastores cativos”, em vez de “reis pastores”. Durante certo tempo, o Egito foi dominado pelos hicsos. Historicamente, acredita-se que foi nesse período que José tornou-se primeiro ministro de Faraó. Essa tomada de poder por parte dos hicsos fez com que os egípcios naturais odiassem o ofício de pastor e como os hebreus eram estrangeiros tornaram-se também vítimas desse ódio. “Quando, pois, acontecer que Faraó vos chamar, e disser: Qual é o vosso negócio? Então direis: Teus servos foram homens de gado desde a nossa mocidade até agora, tanto nós como os nossos pais; para que habiteis na terra de Gósen, porque todo o pastor de ovelhas é abominação aos egípcios.” (Gn 46.33, 34) - 10 -


VIVENDO NA TERRA DE GÓSEN

Assim que os hicsos foram derrotados e expulsos dos termos egípcios, se iniciou uma nova fase no Egito conhecida como “Novo Império”. Essa fase foi marcada pela política expansionista, exploradora e de impostos elevados. Como os hebreus habitavam nas férteis terras de Gósen e trabalhavam duro, o ambiente lhes favoreceu em tudo, inclusive, a multiplicarem-se de forma assustadora. Os egípcios temeram porque receavam uma insurreição por parte dos hebreus, como fizeram os hicsos durante alguns séculos. A partir de então, o Egito se empenhou em dominar os povos cananeus subjugando-os a impostos e, internamente, controlavam os hebreus por meio do trabalho pesado (Êx 1.7-14). Como qualquer nação, o Egito Antigo não nasceu do dia para a noite. A história política egípcia se desenvolveu aos poucos até chegar a se tornar um Estado tão grande e poderoso como nos dias de Moisés. Gósen, um lugar intermediário

Por intermédio de José, Jacó e sua família vieram habitar no Egito quando uma grande fome se abateu sobre a terra. Faraó respondeu à chegada da família de Jacó com mãos generosas e abertas:

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“Então falou Faraó a José, dizendo: Teu pai e teus irmãos vieram a ti; A terra do Egito está diante de ti; no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de Gósen, e se sabes que entre eles há homens valentes, os porás por maiorais do gado, sobre o que eu tenho.” (Gn 47.5, 6) Faraó teve grande consideração por José e, de bom coração, aceitou toda sua família. Em razão da bondade de Faraó, José pôde acolher sua família naquela terra estranha e dar-lhes um belo lugar para viver, muito além do que eles poderiam imaginar. Receberam como herança a terra de Gósen, que em hebraico significa: fértil. Em seguida, sem mágoa alguma no coração, lhes disse:

“Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim os consolou, e falou segundo o coração deles.” (Gn 50.21)

Nessa ocasião, eles eram apenas uma família grande, um bando de refugiados confusos, totalizando um número de setenta pessoas (Gn 46.27, 28). Seria possível colocar todos eles em dois ônibus de viagem. O velho Israel e sua prole reuniram todos os seus bens e começaram a longa caminhada para o sul. Contudo, quando chegaram à fronteira na condição de estrangeiros, os - 12 -


VIVENDO NA TERRA DE GÓSEN

egípcios não os arrastaram para um campo de refugiados a fim de dificultar a vida deles. Eles receberam terras escolhidas, uma porção de primeira da área central do Egito, onde poderiam viver e criar suas famílias em paz. Gósen se parece muito com a nossa posição intermediária nesse mundo. A boa terra onde Deus levaria Seu povo era Canaã. Mas, antes disso, deveriam sair da escravidão do Egito, caminhar certo tempo e depois possuir a terra. Gósen, um lugar de provisão, restauração, crescimento e proteção

Gósen situava-se no Egito, era o lugar dos estrangeiros. Uma representação da Igreja no mundo, que habita no Egito, mas tem costumes e leis totalmente diferentes. Assim como a Igreja vive de forma intermediária nesse mundo, Gósen era esse lugar, enquanto o tempo de Deus não se cumpria. O povo de Israel estava sob uma promessa feita a Abraão e Gósen era apenas um lugar de passagem como o mundo no qual vivemos (Gn 15.13, 14). Gósen cumpriu várias funções enquanto o juízo era consumado no Egito.

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Uma terra de provisão “E habitarás na terra de Gósen, e estarás perto de mim, tu e os teus filhos, e os filhos dos teus filhos, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas, e tudo o que tens. E ali te sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome, para que não pereças de pobreza, tu e tua casa, e tudo o que tens.” (Gn 45.10, 11) A primeira função dessa terra era dar alimento ao povo, em especial, à família de Israel. Nela todos os descendentes de Israel deveriam ser abençoados. Restavam ainda cinco anos de fome sobre a terra quando se dirigiram para lá e, durante todo o tempo de escassez, nada lhes faltou. Em Gósen eles nunca viveram pobres porque Deus os sustentava. Assim como o Senhor Deus de Israel guardou Seu povo em meio à pobreza e a escassez, segue da mesma forma guardando a Seus filhos, a Igreja de Cristo. Não importa a prova que venha a este mundo ou a pobreza que o assole, nosso Pai sempre cuidará de nós e de nossos filhos. Ele sempre irá nos colocar numa esfera de proteção (Sl 37.25).

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VIVENDO NA TERRA DE GÓSEN

Uma terra de restauração “E Jacó enviou Judá adiante de si a José, para o encaminhar a Gósen; e chegaram à terra de Gósen. Então José aprontou o seu carro, e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. E, apresentando-se-lhe, lançou-se ao seu pescoço, e chorou sobre o seu pescoço longo tempo. E Israel disse a José: Morra eu agora, pois já tenho visto o teu rosto, que ainda vives.” (Gn 46.28-30) Gósen não era somente um lugar de alimento e provisão para o tempo de escassez, era um lugar onde havia uma restauração familiar. Nela se reuniram os irmãos de José, aqueles que um dia desejaram ceifar sua vida e o venderam para Faraó. Lá seu pai voltou a ver um filho que havia dado por morto. A terra de Gósen estava trazendo gozo, felicidade, unidade e amor familiar aos filhos de Israel. No Egito não existia o amor em família e não existia o calor entre irmãos. O Egito dos tempos de Moisés se parecia muito com essa terra na qual vivemos. Existe uma ausência muito grande do amor genuíno, perdão e a unidade familiar. Em muitos lugares os matrimônios estão se dissolvendo, os filhos estão se perdendo e a sociedade cada vez mais se desintegrando. Mesmo assim, Deus, em Sua infinita misericórdia, ainda está reparando esses danos causados pelo peca- 15 -


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do e pela ausência de Sua Palavra, restaurando famílias, pais e filhos através do perdão. Do mesmo modo que o Egito enfrentou crise e juízo, a terra enfrentará. Mas aqueles que estão em Gósen desfrutarão tanto da provisão quanto do socorro na hora da tentação que há de vir sobre toda a terra (Ap 3.10). Assim como cuidou de Seu povo, Ele cuidará de nós.

“E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” (Ml 4.6)

Uma terra de crescimento Quando José expirava, fez uma formidável declaração, que ressalta sua confiança inabalável em Deus:

“E disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui.” (Gn 50.24, 25)

Durante os anos em que José serviu como vice-governante do Egito, sua família foi extremamente respeitada e, mesmo depois que José morreu, sua memória - 16 -


VIVENDO NA TERRA DE GÓSEN

foi honrada pela forma como os egípcios trataram os hebreus. Deus cumpriu as promessas da aliança que havia feito com Abraão ao abençoar seus descendentes e fazer com que se multiplicassem grandemente (Gn 12.1-3; 15.5; 17.2, 6; 22.17). No tempo do Êxodo, o povo hebreu contava com mais de seiscentos mil homens de vinte anos ou mais e, se acrescentarmos a esse número mulheres e as crianças, somava um total de cerca de dois milhões de pessoas, sendo que todas elas eram descendentes da família de Jacó (Êx 12.37; 38.26). Sem dúvida, Deus havia cumprido Sua promessa! Na morte, José tinha tanta confiança no cuidado de Deus como ele tivera durante todos os anos aflitivos da sua vida. Seu sonho pessoal se tornou parte do plano de Deus para o nascimento futuro de Israel como uma nação. José podia morrer sabendo que nada inverteria a estratégia irrevogável, imutável e impulsionadora de Deus. Podia tirar da mente a preocupação sobre o futuro, porque ele aprendera que Deus é digno de plena confiança.

“Farei distinção entre o meu povo e o teu povo.” (Êx 8.23)

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Uma terra de proteção “E naquele dia eu separarei a terra de Gósen, em que meu povo habita, que nela não haja enxames de moscas, para que saibas que eu sou o SENHOR no meio desta terra. E porei separação entre o meu povo e o teu povo; amanhã se fará este sinal. E o SENHOR fez assim; e vieram grandes enxames de moscas à casa de Faraó e às casas dos seus servos, e sobre toda a terra do Egito; a terra foi corrompida destes enxames.” (Êx 8.22-24) “E havia saraiva, e fogo misturado entre a saraiva, tão grave, qual nunca houve em toda a terra do Egito desde que veio a ser uma nação. E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, desde os homens até aos animais; também a saraiva feriu toda a erva do campo, e quebrou todas as árvores do campo. Somente na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel, não havia saraiva.” (Êx 9.24-26)

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VIVENDO NA TERRA DE GÓSEN

Gósen foi para Israel o lugar da provisão, restauração, crescimento e da proteção. Nenhum povo viveu momentos tão sobrenaturais quanto Israel. Enquanto havia fome no mundo, em Gósen havia alimento; enquanto muitos eram dizimados, em Gósen o povo se multiplicava; enquanto o juízo caía sobre o Egito, em Gósen havia proteção. Somente o grande Deus de Israel poderia controlar o padrão de vôo de pequenas moscas e impedi-las de entrar na terra de Gósen. No entanto, o cuidado providencial de Deus com Israel ficou evidente nessas sete últimas pragas, pois os judeus escaparam de todas elas (Êx 9.4, 11, 26; 10.6, 23; 11.7 – “todos os egípcios”). No decorrer das Dez Pragas, o Eterno revelou Seu controle absoluto sobre a natureza utilizando-se de pragas naturais e, de forma sobrenatural, demonstrou que está simultaneamente na natureza e acima desta, pois Ele não é limitado por qualquer elemento de Sua criação. E não foi simples coincidência o fato de ter optado por castigar o Egito com pragas relacionadas à natureza, pois, para os egípcios, o rio Nilo, os animais e o próprio Faraó eram considerados divindades. O Eterno quis demonstrar que nenhuma suposta divindade poderia deter Sua vontade, porque cada elemento da natureza era Seu servo. Por outro lado, Deus queria tirar dos judeus qualquer vestígio de paganismo neles entranhado durante sua longa permanência naquela terra. Além do mais, no Egito, idolatrava-se a matéria, a abundância e a fartura. - 19 -


MOISÉS, O LEGISLADOR DE ISRAEL

Ao transformar o Nilo em sangue e destruir as colheitas e os bens egípcios, Deus provou que a Terra inteira Lhe pertence e tudo que o homem possui advém dEle, aquele que a tudo criou1.

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As dez pragas do Egito. Revista Morashá, [S.l.], ed. 56, abr. 2007. Disponível em: <http://www.morasha. com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=656&p=0>. Acesso em: 10 jan. 2015.

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