Editora Betel Rio de Janeiro 2016
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Revisão: Felipe Gomes Cipriano Projeto Gráfico: Anderson Rocha Capa: Alt3 Editorial Editoração Eletrônica: Jeffrey Gonçalves Categoria: Vida Cristã ISBN: 978-85-8244-036-0 1ª Edição: fevereiro/2016
Editora Betel Rua Carvalho de Souza, 20 - Madureira 21350-180, Rio de Janeiro, RJ Telefone: 21 3575-8900 E-mail: comercial@editorabetel.com.br Site: www.editorabetel.com.br f/EditoraBetel
Agradecimentos
A
gradeço a Deus pela Sua infinita graça, sem a qual não seria possível a execução de mais um livro. A minha querida esposa Marli e filhos Jônatas e David, pelo seu companheirismo e incentivo durante a execução deste trabalho. Aos meus pastores, Bispo Manoel Ferreira e Pr. Abner Ferreira, pela oportunidade dada. A todos os irmãos da Assembleia de Deus em Bento Ribeiro, familiares e amigos de ministérios e pessoais, por suas orações. Muito obrigado.
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Sumário
Prefácio 9 Apresentação 11 #1 Tecnologia: maldição ou bênção? 13 #2 A febre das redes sociais 21 #3 Jogos: largos passos em direção ao abismo 29 #4 O terror da pornografia 37 #5 O amor puro e insondável, proveniente de Deus 45 #6 Gozo: a alegria do Espírito Santo 53 #7 Paz: prazer inefável 59 #8 Desprezando ofensas através da longanimidade 65 #9 Benignidade: o bem em ação 71 #10 Bondade: a capacidade de fazer o bem 77 #11 A fé que nos mantém na presença de Deus 83 #12 Mansidão: uma postura de vida 89 #13 Temperança: uma vida controlada pelo Espírito Santo 97 Referências Bibliográficas 103
Prefácio
A
o iniciar a leitura deste livro, me deparei com um tema que realmente despertou o meu interesse de imediato. Não é segredo para ninguém que a cada dia que passa o acesso excessivo aos meios de comunicação tem tirado o foco de muitos das verdades propostas pela mensagem salvífica e regeneradora da Palavra de Deus. Os temas apresentados pelo autor versam acerca de uma realidade cada vez mais presente em todos os círculos da sociedade. O apelo por uma modernidade descontrolada esconde, na verdade, uma grande estratégia maligna para destruição da humanidade. Em suas programações diárias, as emissoras de TV têm agredido grandemente os códigos de moral e conduta que orientam o núcleo familiar. A maioria das emissoras, com seus programas indecentes, corrompe diariamente os costumes, infligindo seus conceitos deturpados ao seio da família, pervertendo de forma agressiva a moral e os bons costumes. Não tem sido diferente com os sites de internet que têm impregnado as mentes de muitos com um verdadeiro lixo cibernético. Através de uma pesquisa criteriosa, o autor trouxe até nós informações a respeito do surgimento da tecnologia desde o início da Revolução Industrial. Também apresentou o perigo que corre o cidadão ao se expor de forma exagerada ao uso da rede mundial de computadores. Em sua apreciação das mídias sociais, fez uma abordagem precisa acerca de suas vantagens e desvantagens, mostrando o risco do uso errado deste meio de comunicação. Temas como o perigo produzido pelos jogos e o terror da pornografia digital são abordados de forma clara e direta. 9
Vivendo o Fruto do Espírito em meio aos apelos midiáticos e tecnológicos
Depois de apresentar os efeitos danosos que podem surgir pelo uso descontrolado dos meios de comunicação, o autor faz uma abordagem extensa de cada uma das características do fruto do Espírito, buscando levar o leitor a uma melhor escolha do que realmente deve fazer com o seu tempo. Vivendo o Fruto do Espírito em meio aos apelos midiáticos e tecnológicos certamente levará o leitor a uma posição de reflexão acerca do que anda fazendo com os preciosos minutos de sua vida e provavelmente irá abrir os olhos de muitos que se encontram cegos pelos efeitos causados pelo mau uso da tecnologia. Ao término de minha leitura, concluí que a humanidade estará à beira de um colapso cibernético, caso não modifique seus hábitos, voltando-se para uma vida de retidão segundo a Palavra de Deus. Indico este livro como uma boa opção de esclarecimento acerca de como devemos utilizar a tecnologia a nosso favor e o que devemos fazer para termos uma vida dirigida pelo Espírito Santo de Deus. Pr. Abner Ferreira
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Apresentação
P
rezados leitores, durante anos tenho me colocado na condição de observador do comportamento humano. Tal posição tem me possibilitado perceber que a cada dia que passa muitos indivíduos têm se deixado dominar por aquilo que deveria ser utilizado de maneira controlada, promovendo benefícios para humanidade. O uso descontrolado dos meios de comunicação e, principalmente da Internet, tem levado muitos à escravidão, a um mergulho em uma atmosfera de falsidade, hipocrisia, adultérios, entre outros pecados. Ao escrever este livro, tive por propósito mostrar e promover o esclarecimento acerca de alguns temas atuais. É verdade que a tecnologia pode nos aproximar com maior rapidez de fatos, eventos e formas de comportamento, entretanto, através do exposto nestas páginas, o leitor tomará conhecimento de que, mesmo vivendo em meio aos apelos midiáticos e tecnológicos, a nossa vida precisa ser norteada pelo Criador. Ao permitirmos que nossa vida seja conduzida pelos princípios básicos da Palavra de Deus, alcançamos o patamar exigido pelo Senhor àqueles que buscam ter uma comunhão perfeita com Ele. Uma vida que visa promover o amadurecimento do fruto do Espírito Santo tem em si o crescimento espiritual necessário para vencer as artimanhas do inimigo. 11
Vivendo o Fruto do Espírito em meio aos apelos midiáticos e tecnológicos
O fruto do Espírito é apenas um, dividido em nove características, ou como alguns dizem, gomos. Estas nove características estão divididas em três seções. A primeira seção (amor, gozo e paz) refere-se ao homem consigo mesmo. A segunda seção (longanimidade, benignidade e bondade) refere-se ao homem e seus relacionamentos interpessoais. A terceira seção (fé/fidelidade, mansidão e temperança/domínio próprio) refere-se ao homem e seu relacionamento com Deus. Espero que este livro realmente sirva como instrumento para esclarecimento e, principalmente, como um meio de levar muitos a enxergarem as armas ocultas utilizadas pelo diabo na intenção de levar o homem à perdição. Viver o fruto do Espírito é trilhar o caminho escolhido pelo Criador para que tenhamos uma vida perfeita e vitoriosa. “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Pv 4.18)
Tenham todos muitos dias de paz em Cristo. Israel Maia
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Capítulo
#1
Tecnologia: maldição ou bênção? Assim como um sistema de vigas equilibra uma construção, o fruto do Espírito levará o crente a uma vida equilibrada.
“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” (Mt 24.12-13)
O
uso exagerado da tecnologia tem trazido algumas anomalias para dentro da Igreja. Diante de tais acontecimentos, o Espírito do Senhor nos revelou a necessidade de falarmos sobre este assunto, no sentido de trazer à Sua Igreja o conhecimento acerca destes fatos, apresentando o fruto do Espírito como alternativa divina para este que tem se tornado um grande problema para o povo de Deus.
Revolução Industrial: o início de tudo Com o advento da Revolução Industrial, desencadeada por um conjunto de mudanças ocorridas na Europa nos séculos XVIII e XIX, a humanidade deu o primeiro passo em direção ao processo de desenvolvimento e do crescimento da tecnologia. A Revolução Industrial foi desencadeada em duas etapas: de 1760 a 1860 e de 1860 a 1900. Entretanto, há estudos que consideram os avanços tecnológicos dos séculos XX e XXI como sendo uma terceira etapa desta revolução. Quando o homem passou a perceber que poderia, através do conhecimento fornecido pelo Criador (Pv 1.5), desenvolver máquinas que pudessem realizar de maneira mais rápida o trabalho, 13
Vivendo o Fruto do Espírito em meio aos apelos midiáticos e tecnológicos
passou então a pesquisar meios que o levassem a isso. O uso de máquinas teve seu início no século XIX com a invenção do motor a explosão e da locomotiva a vapor. Também no século XIX, foram inventados o telefone e o cinematógrafo, sendo assim dado o primeiro passo para o que temos nos dias atuais. O século XX foi o grande momento da expansão das telecomunicações, com a televisão, computadores, celulares e a Internet, fazendo-nos chegar ao mundo virtual. A Revolução Industrial foi algo necessário para a humanidade e que em nada podemos colocar a culpa dos nossos erros na tecnologia, mas sim entender que devemos usar o que é colocado à nossa disposição com sabedoria. O apóstolo Paulo em sua primeira carta aos Tessalonicenses nos deixa claro que podemos examinar todas as coisas, mas só podemos reter o que é do bem (1Ts 5.21). Fazer uso do que foi inventado pelo homem para melhorar o nosso dia a dia não é errado, mas fazer um uso desordenado pode nos levar a pecar. Não podemos esquecer que o inimigo sempre utilizará de todas as armas para nos enganar. Enquanto nos utilizávamos das máquinas, do telefone e do cinematógrafo, vivíamos dentro de uma área de controle, onde o uso destes dependiam da supervisão de outrem. Contudo, com a chegada da TV e do computador em larga escala, tal controle perdeu-se, deixando assim o indivíduo como senhor de suas escolhas. O que fora criado para um bom desenvolvimento da humanidade tornou-se uma arma perigosa contra a sociedade. O uso indevido destes veículos começou a ser uma prática utilizada por muitos, transformando o que seria uma bênção em maldição. Com a TV veio o vídeo cassete, que proporcionou acesso doméstico a todo tipo de conteúdo. A tecnologia pode realmente ser uma arma perigosa nas mãos do inimigo de nossas almas e que ele tem como manipular aqueles que são responsáveis pela informação. Hoje em dia, a televisão não tem 14
#1 Tecnologia: maldição ou bênção?
quase nenhuma censura em seus programas. As emissoras de canal aberto mostram praticamente de tudo, sem contar com a TV a cabo, que tem todo tipo de conteúdo na sua programação. É sempre bom ressaltar que a grande inovação da década de 80 do século XX, o vídeo cassete, entrou nas casas trazendo bons filmes, mas também todo tipo de lixo que se podia encontrar em forma de vídeo. Com a popularização do computador, através da criação do PC (Personal Computer, em português Computador Pessoal) e a criação da Internet, o acesso às informações e conteúdos veiculados na rede também se popularizou. A tecnologia da computação avançou, criando os conhecidos tablets e smartphones, colocando ao alcance da mão, 24 horas por dia, todo tipo de conteúdo através da rede. As empresas especializadas trabalharam para manter cada vez mais o indivíduo preso ao mundo virtual, atingindo diretamente os relacionamentos familiares, as relações interpessoais e a comunhão com Deus. A falta dessa comunhão nos torna mais vulneráveis à ação do maligno, comprometendo a nossa salvação, nos afastando do Único que nos fornece paz e tranquilidade reais. O diabo não tem capacidade de criar nada, entretanto, sabemos também que ele é o maior de todos os copistas que se tem notícia. A maior arma que ele tem é a mentira, da qual é o próprio pai (Jo 8.44). A mentira fornece ao inimigo armas para que possa realizar contra o homem o seu verdadeiro intento, que é matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Sendo assim, ele não tem nenhum escrúpulo em usar todas as armas para manchar a imagem e semelhança de Deus no homem. O uso desordenado da tecnologia dará esta chance ao inimigo e fará com que o indivíduo siga perdendo a comunhão com Deus.
O fenômeno extraordinário da mídia tecnológica É necessário refletir acerca de quanto temos valorizado as coisas do mundo em detrimento das coisas de Deus. Muitos cristãos de hoje 15
Vivendo o Fruto do Espírito em meio aos apelos midiáticos e tecnológicos
abrem mão de minutos preciosos na presença do Senhor em troca de horas dedicadas aos acontecimentos diários, deixando-se envolver pela mídia. As fofocas de programas sensacionalistas atraem mais a atenção do que testemunhos de personagens reais apresentados nas páginas das Sagradas Escrituras. As informações trazidas pela mídia através da TV, redes sociais e canais diversos utilizados, principalmente por meio da Internet, têm levado muitos ao uso exagerado destes meios de comunicação. A Igreja de Cristo deve estar “antenada” e ter, sim, conhecimento do que está acontecendo à sua volta. Todavia, o fato de estarmos a par dos acontecimentos não pode nos escravizar a ponto de comprometer a nossa salvação. Tal comportamento tem gerado verdadeiros “zumbis sociais” que, muitas vezes, se movimentam em meio a um grupo, mas é comum não estarem presentes no contexto do qual estão fazendo parte, ignorando completamente o assunto discutido pelo grupo em questão. O fato de querer ter acesso à informação não é algo errado, mas o desejo de estar ligado diuturnamente aos meios que lhes trarão essa informação poderá ser extremamente danoso, pois estar conectado permanentemente no mundo virtual poderá desconectá-lo do mundo real. Como já falamos, transformando-os em verdadeiros “zumbis sociais”, mortos vivos escravizados pelo desejo incontrolável de obter informação. Existe um grande perigo por trás do excesso de informação. As informações trazidas pela mídia e a oferta de tecnologia tendem a nos tirar o foco daquilo que realmente é importante para se ter uma vida espiritual saudável. Muita informação ao mesmo tempo confunde a mente e leva o indivíduo a uma condição letárgica, como se estivesse em transe hipnótico. Sendo assim, a melhor atitude a ser tomada é buscar o amadurecimento do fruto do Espírito Santo, o qual contribuirá para o crescimento de uma vida íntima com Deus, transformando de forma definitiva 16
#1 Tecnologia: maldição ou bênção?
a vida de quem espera a vinda de Cristo. Sem dúvida, o fruto do Espírito é indispensável para o cristão, entretanto, devido aos apelos midiáticos e tecnológicos, está cada vez mais difícil viver uma vida santificada Aquele que se torna um escravo virtual pode perder totalmente a noção do que está acontecendo à sua volta. Existem pessoas que se deixaram aprisionar tão profundamente às grades do vídeo que não conseguem mais interagir com seres humanos do mundo real. Tal condição leva alguns indivíduos a buscarem tratamento, pois acabam por se tornarem enfermos. A letargia sugere um estado de apatia e de indolência extrema, o que é identificado, em alguns casos, como uma comorbidade desenvolvida por aqueles que estão presos ao mundo virtual. Hoje as distrações que nos afastam do alvo são cada vez mais apelativas e se multiplicam em número. Estamos imersos em um ambiente cada vez mais pluricultural, onde temos acesso à diferentes informações a uma taxa maior do que somos capazes de processar. Além disso, a cada momento, temos mais fontes de informação bombardeando nosso cérebro ao mesmo tempo. Tudo isso, ao ser somado a nossa natureza humana que é pecaminosa, que já seria suficiente para nos afastar da vontade de Cristo, nos torna presas mais fáceis para o inimigo de nossas almas. Esses apelos corroboram com a ação da carne. Precisamos estar atentos e comprometidos com o exercício diário que é ser servo de Deus. Só em Cristo venceremos esta batalha contra nossa própria vontade (Jo 15.2). Existe uma ação orquestrada pelo diabo com a intenção de nos afastar cada vez mais da presença de Deus. Logo, tudo que estiver ao alcance de suas mãos, ele usará para que seu intento seja concluído. As diversas opções apresentadas pelos meios de comunicações acabam por se tornar veículos fáceis, utilizáveis pelo inimigo para nos tirar da presença de Deus. A máxima da igreja é representada pela necessidade da comunhão (At 2.42). Sendo 17
Vivendo o Fruto do Espírito em meio aos apelos midiáticos e tecnológicos
assim, a estratégia preferida utilizada por ele é justamente essa: tirar o indivíduo da comunhão. Tal estratégia visa o enfraquecimento da Igreja.
O fruto do Espírito como ponto de equilíbrio na vida do indivíduo Segundo Simone de Beauvoir, seja qual for o país, capitalista ou socialista, o homem foi em todo o lado arrasado pela tecnologia, alienado do seu próprio trabalho, feito prisioneiro, forçado a um estado de estupidez. Quando discutimos acerca de vício, logo vem à nossa mente o uso de drogas lícitas e ilícitas ou então algum tipo de propensão a jogos de azar. Entretanto, o fato de estar sempre buscando ficar conectado o tempo todo já é identificado como um tipo de transtorno: a nomofobia. Está cada vez mais claro que o uso da tecnologia tem sido um grande problema para educação, uma vez que tem causado muitas dificuldades na área do aprendizado, pois as crianças, cada vez mais cedo, têm se utilizado dos smartphones como meio de se comunicar, tornando-se dependentes deste tipo de aparelho. O fato de sentir a necessidade de ter o celular por perto ou qualquer tipo de aparelho que o manterá conectado o tempo inteiro pode significar que o indivíduo está sofrendo com a nomofobia. A origem do nome vem do inglês “no mobile”, que significa sem celular. Apesar do significado do nome, podemos ampliar este tipo de dependência para a necessidade que o indivíduo tem de ter acesso a qualquer tipo de tecnologia o tempo todo. Pesquisas realizadas no Reino Unido apontaram que 66% dos entrevistados se mostraram muito angustiados com a possibilidade de perder o celular. Outras pesquisas comprovaram que os sintomas de abstinência são semelhantes à abstinência de drogas. Em alguns casos, ficar 24 horas longe de tecnologia pode desencadear crises terríveis. 18
#1 Tecnologia: maldição ou bênção?
A Internet tem a cada dia se tornado um meio eficiente para manter todos conectados e que o avanço da tecnologia dos smartphones também tem contribuído para o crescimento pela busca das salas de bate-papo, que oferecem um meio de relacionamento com base no anonimato. Em tempos atuais, estamos vivenciando uma nova maneira de enviar e receber informações, isto acaba por provocar o medo e a angústia de ficar desconectado. Muitos têm tido suas vidas prejudicadas nas áreas familiar, profissional e espiritual. Embora socialmente aceita, tal dependência tende a alterar o comportamento do indivíduo, afastando-o da mesma sociedade que o apresentou uma nova maneira de se comunicar. Para muitos, não ter um perfil em alguma rede social torna o indivíduo um “extraterrestre”, como se este não vivesse neste mundo. Na nossa vida espiritual precisamos buscar um ponto de equilíbrio, que nos é fornecido pelo amadurecimento do fruto do Espírito e nos mantém em contato com Deus. Fazer isso não é fácil e nunca foi. Contudo, se nos mantivermos atentos à sã doutrina e focados no objetivo da salvação, conseguiremos vencer. Lembremo-nos sempre que Jesus viveu entre nós e conhece nossas fragilidades, mas também conhece nossas mentiras (Pv 15.3). Cada vez mais temos nos deparado com pessoas que se comunicam mais através da Internet do que pessoalmente. Este tipo de relacionamento virtual tem levado muitos a diminuir os seus períodos de oração e leitura bíblica. Não podemos esquecer que servimos a um Deus que valoriza o relacionamento íntimo e pessoal e que, sendo Seus filhos, devemos imitá-Lo em tudo (Ef 5.1). O relacionamento pessoal não pode ser substituído pelo virtual, uma vez que o homem é um ser que foi criado para viver em sociedade. A palavra sociedade sugere convivência, que é o mesmo que frequência de trato íntimo e mútuo, logo não podemos dizer que vivemos em sociedade se só nos comunicamos através da web (teia) = world wide web (www), um termo em inglês que pode ser traduzido literalmen19
Vivendo o Fruto do Espírito em meio aos apelos midiáticos e tecnológicos
te como “teia mundial”. Estudiosos do comportamento humano têm concluído que o acesso descontrolado às tecnologias afeta o comportamento das pessoas, tornando-as mais esquecidas, impacientes e impulsivas, mas o fruto do Espírito é uma arma poderosa para mantermos o equilíbrio necessário para a comunhão tanto com Deus quanto com a Igreja.
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