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O que os Professores Esperam do Futuro da Educação?
Depois de um ano letivo conturbado, profissionais contam o que desejam para os próximos anos e apostam em novas tendências.
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Aeducação foi um dos setores mais impactados pela pandemia do novo coronavírus. Diante da retomada do comércio e de diversos setores, as escolas ainda caminham com muito cuidado para receber novamente a criançada. Além de se adaptarem ao ensino remoto, os professores agora têm o desafio de aprender e ensinar novos protocolos de higiene e segurança. Porém, como será o futuro da educação de agora em diante? Ninguém melhor para responder esta pergunta do que os próprios educadores.
“Primeiramente, espero que os governantes tenham um olhar diferenciado para as dificuldades na área da educação e que se preocupem em tentar amenizar as diferenças no aprendizado, que ficaram tão notórias nesta pandemia. Espero que a educação, de modo geral, se preocupe em preparar esses estudantes para a vida, sendo mais críticos, e que a tecnologia seja, em toda a sociedade, uma ferramenta importante nesse processo de aprendizagem. Acredito que caberá sempre ao professor ser o mediador dessa ferramenta. Ainda acredito que a educação é o único caminho para a mudança.” Zita Jardim Barreto – Professora do 3º ano do Ensino Fundamental – São Paulo (SP)
“A escola, a partir de hoje, continuará sendo uma instituição social, mas que não poderá se desvincular de uma cultura digital, que muitos educadores não se permitiam utilizar dentro do espaço escolar. O nosso grande desafio para o futuro da educação será o de estabelecer uma relação articulada entre o currículo escolar e as tecnologias digitais, destacando a importância da participação efetiva dos educadores que, norteados por ações e pensamento críticos, tenham clareza da intencionalidade de sua ação pedagógica na construção desse currículo, pois ainda nos deparamos com a resistência de alguns quanto ao uso delas.” Eunice Barbosa Gouveia – Professora do Ensino Fundamental – Manaus (AM) “Eu espero que a educação do futuro seja totalmente estruturada na parceria entre pais e escola, em busca de um objetivo comum: um processo de ensino-aprendizagem significativo e cheio de valor para a vida toda. E que os avanços tecnológicos continuem presentes, contribuindo muito com as práticas pedagógicas interativas e dinâmicas, possibilitando sempre ir além.” Gabriela Leamari – Professora do 5º ano do Ensino Fundamental – São Paulo (SP)
“O que eu espero da educação depois da pandemia é que as escolas passem a valorizar os professores da forma devida, assim como saibam dialogar com os pais de forma ativa e com domínio. Além de manter o uso das melhores ferramentas, é fundamental equilibrá-las com as atividades manuais, que foquem na socialização e no desenvolvimento da inteligência emocional das crianças, área mais defasada durante a quarentena. Outro ponto importante é a conscientização sobre o apressamento cognitivo. As aulas remotas obrigaram os professores e gestores a readaptarem as atividades e avaliações, e isso deve ser mantido.” Vivian Duarte – Professora do 6º e do 7º ano do Ensino Fundamental – São Paulo (SP)
“Espero que a educação seja vista como prioridade e que os governos enxerguem isso, e não apenas como uma oportunidade para desvios de recursos. Espero, também, que os professores participem efetivamente da transformação que a educação precisa.” Silmara Dallécio – Professora de Educação Física do Ensino Fundamental e do Ensino Médio – Holambra (SP)
“Desde que me entendo educadora, soube que este não seria um projeto de vida fácil. Envolve muito estudo, pouco apoio governamental e, sobretudo, muita vontade de fazer alguma diferença. Apesar da desesperança, apesar de que, certamente, o cenário da Educação no Brasil vai piorar muito após a pandemia, piorar nos acessos, no aumento da evasão escolar, na qualidade desigual do ensino, o que eu espero do futuro da Educação, hoje, é que nós, professores e educadores, não percamos a esperança. Eu espero que eu e todos possamos continuar, possamos ter forças para continuar. Porque, assim como antes, eu ainda vejo a educação e a cultura como as únicas portas para a redução das desigualdades.” Gabriela Souza – Professora de Linguagem do Ensino
Fundamental II ao Ensino Médio – Salvador (BA)
“O que realmente espero é que a educação ocupe um lugar de destaque para todos, sem distinção de gênero, raça ou religião. A importância da educação na vida das pessoas é primordial. Outro ponto fundamental é a valorização da Escola pública. Precisamos exigir das autoridades o equipamento saudável das escolas, exaltar esse espaço como o grande centro de conhecimento de um país. Enfim, acredito que a evolução de uma nação se dá através do acesso à saúde e do seu sistema educacional. Sou professora e otimista com o futuro da educação. Espero, de verdade, que saibamos da importância dessa valorização. Somos nós que formamos todos os outros profissionais!” Marta Andréa Rueder – Professora da Educação Infantil – São Paulo (SP) “Espero que todos levem o legado da pandemia. Que, acima de tudo, saibamos nos reconhecer como seres humanos. E que as famílias tenham participação ativa na vida escolar de seus filhos, acompanhando-os e reconhecendo-os como protagonistas do processo de aprendizagem. Gostaria também que o trabalho pedagógico fosse mais valorizado, e que todos olhassem para a escola como uma ferramenta fundamental para a construção de uma sociedade mais consciente.” Rosana Arvani – Coordenadora de Ensino Fundamental – São Paulo (SP)
“Eu espero que se mantenha aquilo que se conquistou. Vejo grandes possibilidades no ensino híbrido (remoto e presencial). E espero que, no futuro, a educação seja prioridade dos governantes e, inclusive, dos donos de escolas particulares. Que se coloque em prática uma educação eficiente, com mais ênfase às humanidades e à política.
A participação dos pais também é fundamental para a construção de um saber maior e mais qualificado. Um pensador contemporâneo, chamado Pierre Bourdier, nos fala do habitus, aquilo que orbita ao nosso redor. Um filho de pessoas cultas e bem sucedidas tem habitus que lhe proporcionam maior saber (teatro, música de qualidade, viagens) ... Então eu espero que se construa um futuro melhor em termos sociais, pois somente assim a educação tem possibilidades reais de se expandir.” Rogério Sidaoui – Professor de História do Ensino Médio – Praia Grande (SP)