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PENSAMENTO COMPUTACIONAL

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UNIT 5 5

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Embora o desenvolvimento do letramento digital já faça parte da realidade de diversas escolas brasileiras, o trabalho envolvendo o pensamento computacional, principalmente na área de Linguagens, ainda é recente. A preocupação com os impactos das tecnologias digitais na educação, mais especificamente o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades relacionadas ao pensamento computacional, também é destacada na BNCC. De acordo com o documento, o pensamento computacional “está relacionado com a habilidade de identificação de padrões para se estabelecer generalizações” (BRASIL, 2018, p. 269).

Conforme apontam Raabe, Zorzo e Blikstein (2020, s.p.), “o pensamento computacional (em inglês, computational thinking) engloba métodos para solução de problemas com base nos fundamentos e técnicas da ciência da computação, e é visto como uma das formas de desenvolver o raciocínio lógico”. Para Wing (2014), “o pensamento computacional não se refere apenas à resolução de problemas, mas também à formulação de problemas”.

Nesta coleção, ao optarmos por uma apresentação indutiva dos conteúdos gramaticais, em que partimos de exemplos de uso da língua para que os/as estu -

Refletindo Sobre A Pr Tica Pedag Gica

dantes possam, por meio da observação e análise, identificar padrões e, assim, tirar conclusões sobre as regras, proporcionamos oportunidades para o desenvolvimento do pensamento computacional deles/as.

Também pretendemos desenvolver o pensamento computacional ao propormos exercícios e projetos que buscam desenvolver a criatividade e promover a interação entre os/as estudantes por meio da resolução de situações-problema. Esses exercícios são apresentados, geralmente, na seção Listening and Speaking de algumas unidades principais (envolvendo a discussão em pares e/ou apresentações orais) e as tarefas e os projetos em grupo, nas seções Working Together e Projects. A realização das tarefas e dos projetos em grupo demanda compreensão e análise das tarefas propostas, planejamento de ações, trabalho colaborativo, solução de problemas, apresentação e divulgação do produto elaborado e avaliação do processo. Na fase de planejamento e execução de cada projeto, os/as estudantes refletem sobre a tarefa proposta, definem as etapas de trabalho em grupo, delimitam prazos, atribuem tarefas para todos, estabelecem relações entre diferentes áreas do conhecimento, buscam e comparam possíveis soluções.

O desenvolvimento do pensamento computacional é uma das formas de desenvolver o raciocínio lógico. As perguntas a seguir podem ajudar você a refletir sobre esse assunto em sua prática pedagógica.

• Você concorda que o uso sistemático de exercícios para identificação de padrões relacionados a regras de uso da língua inglesa pode ajudar no desenvolvimento do raciocínio lógico e do pensamento computacional dos/as estudantes? Por quê (não)? Que outros tipos de exercícios poderiam ser realizados com essa finalidade?

• Até que ponto as tarefas e os projetos em grupos realizados por seus/suas alunos/as contribuem para o desenvolvimento da capacidade deles/as de compreenderem, analisarem, definirem, resolverem e compararem problemas e suas soluções? Que estratégias poderiam ser adotadas para orientá-los/as no trabalho em grupo e apoiá-los/as na reflexão conjunta sobre a tarefa proposta, definição das etapas de trabalho, delimitação de prazos, atribuição de tarefas para todos/as, busca e comparação de possíveis soluções?

Metodologias Ativas

De acordo com Moran (2018, p. 41), “as metodologias ativas dão ênfase ao papel protagonista do aluno, ao seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo, experimentando, desenhando, criando, com orientação do professor (…)”. Ao adotá-las, o/a professor(a) não é mais aque - le/a que detém todos os conhecimentos e o controle de todas as decisões e atividades em sala de aula. Abre-se espaço para que os/as estudantes participem ativamente das atividades propostas, posicionem-se sobre elas e também sugiram novas tarefas, temas e formas de abordá-los.

Conforme já mencionado, acreditamos que os/as estudantes devem ter um papel ativo no processo de aprendizagem e não serem consumidores e reprodutores de conteúdos que lhes foram transmitidos. Dessa forma, adotamos, nesta obra, metodologias ativas que proporcionam aos/às estudantes oportunidades para se engajarem em práticas sociais significativas, construírem conhecimentos em conjunto, articularem teoria e prática e aplicarem, na vida cotidiana, os conhecimentos, habilidades, atitudes e valores desenvolvidos.

Dentre as metodologias ativas propostas ao longo da coleção, destacamos algumas estratégias e técnicas, como a valorização do conhecimento prévio dos/as estudantes em todas as atividades; a ênfase dada aos processos de inferência, dedução e formulação de hipóteses em diferentes seções, como as voltadas para leitura e gramática; questões propiciadoras de debates e reflexão crítica

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em boxes e seções específicas; proposição de trabalhos em grupo para desenvolvimento de tarefas colaborativas (na seção Working Together) e de projetos de natureza interdisciplinar (na seção Projects), que desafiam os/as estudantes a analisarem as tarefas, planejarem ações, buscarem e selecionarem recursos e informações para criarem, apresentarem e divulgarem o produto elaborado em conjunto e avaliarem o processo.

As atividades que buscam promover o letramento digital e o pensamento computacional dos/as estudantes, mencionadas, respectivamente, nas seções Educação mediada por tecnologias digitais e Pensamento computacional , assim como as atividades e dinâmicas de trabalho em grupo sugeridas ao longo do Manual do Professor e na subseção Dinâmicas de trabalho em grupo e gestão da sala de aula também contribuem para que os/as estudantes assumam seu protagonismo no processo de ensino-aprendizagem.

As metodologias ativas buscam promover o papel ativo dos/as estudantes. As perguntas a seguir podem ajudar você a refletir sobre esse assunto em sua prática pedagógica.

• Você costuma propor atividades que incentivam a iniciativa e a criatividade dos/as estudantes? Em caso afirmativo, quais? Que outras atividades desse tipo poderiam ser realizadas com maior frequência?

• O que poderia ser feito para favorecer uma maior participação dos/as estudantes na definição de temas e atividades a serem incluídos no processo de ensino-aprendizagem?

• Que práticas comuns em sala de aula poderiam ser substituídas por metodologias ativas para que os/as estudantes se sentissem mais engajados/as no processo de ensino-aprendizagem?

Jogos E Outras Atividades L Dicas

Segundo Lederman e Potter (2013, p. 8), “o jogo pode ser utilizado como uma ferramenta para o desenvolvimento social, emocional e intelectual do aluno”. Nos contextos de ensino de línguas estrangeiras, em que se busca privilegiar a interação, como é proposto nesta coleção, as atividades lúdicas podem ser usadas como atividades que promovem o uso da língua em um contexto real. Ao participarem de jogos, os/ as estudantes se deparam com desafios e utilizam a língua para obter sucesso no jogo, engajando-se em interações significativas com os/as colegas.

O uso de jogos também leva os/as estudantes a exercitarem sua imaginação e a desenvolverem habilidades como a tomada de decisão, o levantamento de hipóteses e a obtenção e organização de dados.

Ao jogarem, os/as estudantes obedecem a regras, enfrentam conflitos e são estimulados/as a ter iniciativa, além de vivenciarem momentos prazerosos.

Ao criarem um ambiente descontraído e divertido, os jogos favorecem a aprendizagem e contribuem para uma relação mais próxima entre os/as estudantes e o/a professor(a). É fundamental, entretanto, que o jogo não seja visto como um mero passatempo na aula de Inglês, mas como uma oportunidade de usar e aprender a língua em um contexto de uso real e prazeroso. Para que o jogo seja significativo, é preciso que os objetivos de aprendizagem e as instruções estejam claras para os/as estudantes e eles/as entendam o que é esperado deles/as.

Nesta obra, incentivamos o uso de jogos e outras atividades lúdicas, como jogos de tabuleiro, de pergun- tas e respostas, atividades artísticas variadas, entre outras, sugeridas ao longo da coleção. De modo especial, a seção Games , ao final do Livro do Estudante, traz jogos de tabuleiro, entre outros, a serem jogados em duplas, para retomar conteúdos apresentados em unidades principais e, sobretudo, oferecer aos/às estudantes a oportunidade de interagirem em uma situação real de uso da língua inglesa. Para proporcionar variedade, diferentes tipos de jogos são propostos na seção Games de cada volume da coleção. As instruções

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(em português) buscam explicitar claramente a dinâmica de cada jogo para os/as estudantes e o tabuleiro (em inglês) a ser utilizado no jogo é apresentado na respectiva seção.

Por sua vez, a seção Song , presente em todos os livros da coleção, mostra para os/as estudantes como é possível aprender a língua inglesa por meio da música, compreendendo letras de canções, observando suas melodias e a variedade linguística, divertindo-se ao ouvi-las e ao cantá-las.

A participação em jogos e outras atividades lúdicas em inglês oferece aos/às estudantes oportunidades de engajamento em interações significativas e aprendizagem. As perguntas a seguir podem ajudar você a refletir sobre o uso desses elementos em sua prática pedagógica.

• Você tem utilizado jogos e outras atividades lúdicas em suas aulas? De quais tipos? Com que objetivos?

• Que jogos e outras atividades lúdicas poderiam ser inseridos na sua prática pedagógica para criar um ambiente mais descontraído e incentivar a participação de todos/as, inclusive os/as mais tímidos/as?

• Que cuidados podem ser tomados para que os jogos promovam a colaboração e o respeito entre os/as estudantes em vez de estimularem apenas a competição?

Objetivos Gerais

Os objetivos gerais desta coleção estão fundamentados nos pressupostos teórico-metodológicos apresentados em seção anterior e nas orientações dos documentos norteadores do Ensino Fundamental no Brasil, que destacam o caráter formativo da língua inglesa em uma perspectiva de educação linguística consciente e crítica. Dessa forma, optamos por considerar como objetivos gerais da obra o desenvolvimento das competências gerais da Educação Básica (BRASIL, 2018, p. 9-10), das competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental (BRASIL, 2018, p. 65) e das competências específicas de Língua Inglesa para o Ensino Fundamental indicadas na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018, p. 246), a serem desenvolvidas, ao longo da coleção, por meio do trabalho com as habilidades previstas na BNCC. São eles:

Competências gerais da Educação Básica

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens — verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital —, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, signifi- cativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.

2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.

3. Utilizar diferentes linguagens — verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital —, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.

4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.

5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos.

Competências específicas de Língua Inglesa para o Ensino Fundamental

1. Identificar o lugar de si e o do outro em um mundo plurilíngue e multicultural, refletindo, criticamente, sobre como a aprendizagem da língua inglesa contribui para a inserção dos sujeitos no mundo globalizado, inclusive no que concerne ao mundo do trabalho.

2. Comunicar-se na língua inglesa, por meio do uso variado de linguagens em mídias impressas ou digitais, reconhecendo-a como ferramenta de acesso ao conhecimento, de ampliação das perspectivas e de possibilidades para a compreensão dos valores e interesses de outras culturas e para o exercício do protagonismo social.

3. Identificar similaridades e diferenças entre a língua inglesa e a língua materna/outras línguas, articulando-as a aspectos sociais, culturais e identitários, em uma relação intrínseca entre língua, cultura e identidade.

4. Elaborar repertórios linguístico-discursivos da língua inglesa, usados em diferentes países e por grupos sociais distintos dentro de um mesmo país, de modo a reconhecer a diversidade linguística como direito e valorizar os usos heterogêneos, híbridos e multimodais emergentes nas sociedades contemporâneas.

5. Utilizar novas tecnologias, com novas linguagens e modos de interação, para pesquisar, selecionar, compartilhar, posicionar-se e produzir sentidos em práticas de letramento na língua inglesa, de forma ética, crítica e responsável.

6. Conhecer diferentes patrimônios culturais, materiais e imateriais, difundidos na língua inglesa, com vistas ao exercício da fruição e da ampliação de perspectivas no contato com diferentes manifestações artístico-culturais.

Os objetivos específicos relativos às diferentes unidades e seções que compõem o Livro do Estudante são apresentados mais adiante neste Manual, na seção Descrição das unidades e seções

Para saber mais

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