VITRINE
PALETA DE LUZ
Ela viu seu nome rodar o mundo com um beijaço entre Dilma Rousseff e Marina Silva durante a campanha eleitoral para presidência, em 2014. O cartaz, um lambe-lambe colado em algumas ruas do Rio de Janeiro, evocou todo um sentimento coletivo de paz, igualdade e luta contra preconceitos. Mas o olhar da artista plástica carioca CELA LUZ, que se surpreendeu com a repercussão na época, está muito mais voltado para o amor e uma percepção social das relações humanas no dia a dia. Esses são os temas centrais de seus traços e cores que depois de se destacarem por aqui, estão agora ganhando o cenário artsy de Nova York. Cela acaba de se formar em Fine Arts, pela School of Visual Arts, e suas obras têm caído no gosto de colecionadores e curadores conhecidos, como Dan Cameron, responsável por revelar aos americanos artistas como Cildo Meireles e Helio Oiticica. Foi ele quem a levou para uma exposição coletiva no bairro do Brooklyn neste mês, com novos nomes da cena cultural da cidade. Aliás, Cela mora em Williamsburg, em uma região calma, repleta de árvores e tranquila, ao lado do McCarren Park. Dali, todos os dias ela parte rumo ao Chelsea, local que respira arte 24 horas por dia, com suas galerias e museus famosos, como o Whitney Museum, e onde fica seu estúdio. Ela gosta dessa dualidade. Esse é o combustível para suas criações, pinturas em tela, desenhos gráficos e site specific, movimento que busca interagir com o ambiente e espaço físico. “Saio de lá, um lugar calmo, para esbarrar com todo o tipo de gente na rua e ver arte em todos os lugares”, disse a J.P. No entanto, desde que se mudou para Nova York, ela sentiu como sua inspiração ainda está na sua terra natal. O clima tropical brasileiro e as cores vivas são, segundo ela, influências constantes, que se misturam a elementos contemporâneos que encontra por lá. Para ficar de olho.
por thayana nunes