A SEREIA DE COPA N
em tubarão, nem sereia.” Era assim que o adolescente Luiz de Castro se sentiu durante anos em Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio de Janeiro. Filho de militar com enfermeira, ainda criança se trancava no banheiro de casa, enrolava uma toalha na cabeça, vestia o maiô Catalina da irmã e passava o batom da mãe. Naqueles poucos momentos conseguia viver seu sonho: ser mulher, ser vedete, ser estrela de Hollywood. Um dia a mãe quis entrar no banheiro. Luiz se desmontou rapidamente e esqueceu de tirar o batom. Apanhou, e muito. Encarou porradas e preconceito por décadas. Defeito? Nenhum, apenas nasceu com alma de mulher. Aos 16 anos, vestiu sua primeira calcinha e nunca mais tirou. “Me sentia diferente, hoje sei que sou uma transexual e não apenas uma travesti”, diz, em entrevista a J.P. Estudar nunca foi com ela. Repetiu vários anos. Durante a aula,
26 J.P MAIO 2017
Figura tradicional do cenário carioca, a travesti Jane Di Castro agora galga reconhecimento na terceira idade. Cantora de primeira, ano passado lotou teatros com o show Passando Batom e viu o espetáculo Divinas Divas virar documentário de sucesso. Não bastasse tudo isso, vive ela mesma na novela das 9, A Força do Querer. Como diria a máxima: É a glória! por r enato fer na ndes
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MEMÓRI A