ISSN 1982-9469
R$ 14,90
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SETEMBRO 2017 N.109
CARTILHA Especialistas ensinam como é possível ser feliz. Ou quase isso GREEN CARD As histórias de PETER RODENBECK, o homem que deixou o Garantia de Jorge Paulo Lemann para trazer McDonald’s, Outback e Starbucks para o Brasil TURBANTE Os desígnios políticos do Brasil segundo as cartas do tarô
SHOPPING CENTER
PULSO O ator JULIO ANDRADE, de Sob Pressão, não brinca em serviço e não deixa a frequência cardíaca subir
Depois de expandir sua rede de escolas de inglês com várias aquisições, CARLOS WIZARD MARTINS foi às compras de novo: hoje tem varejo de produtos naturais, marcas esportivas, fast-food de comida mexicana, empresa de soluções de pagamento – a lista não para de crescer E MAIS FGV em transe; quadriciclos que encaram qualquer tipo de terreno; o bar mais charmoso de Nova York; e o chef RODRIGO OLIVEIRA, que ama o que faz, desde que não tenha de mexer com pessoas e números
poder
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Como se reinventar na era da transformação digital?
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C o n s u l t o r i a
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t r a n s f o r m a ç ã o
d i g i t a l
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SUMÁRIO
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EDITORIAL COLUNA DA JOYCE O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO
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Depois de construir um pequeno império educacional, Carlos Wizard Martins diversificou. Hoje tem marcas esportivas, varejo de produtos naturais, óleos essenciais – e até escolas de inglês
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PAÍS DO FUTURO Como o tarô vê os caminhos e ENSAIO O ator Julio Andrade, de Sob
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FELICIDADE
Especialistas de várias áreas dão pistas de como encontrá-la
/poder.joycepascowitch
CULTURA INC.
A produtora Conspiração se volta para as mulheres e a nova onda da Biblioteca Nacional
ALMOÇO DE PODER
As histórias de Peter Rodenbeck, que trouxe McDonald’s, Outback e Starbucks para o Brasil
OLIMPO COZINHA DE PODER
Erva-doce, a preferida de cozinheiros e gourmets
Pressão, não sente a dita-cuja 36
PODER VIAJA É DE PODER MOTOR
Quadriciclos para enfrentar todos os terrenos
os descaminhos do Brasil 28
LUTA DE CLASSES
A FGV vive momento de transição com a chegada de alunos cotistas
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UNIVERSO PARTICULAR
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ESTANTE POLE POSITION CARTAS ÚLTIMA PÁGINA
Rodrigo Oliveira, chef do Mocotó
@revistapoder
CARLOS WIZARD POR ROBERTO SETTON
@revistapoder
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scolas de idiomas, soluções de pagamentos, comida mexicana, marcas esportivas, produtos naturais e cosméticos: a diversidade de negócios da família de Carlos Wizard Martins mostra que para crescer é preciso abraçar o diferente. Curioso é que se Carlos é hoje um comprador quase compulsivo de empresas, no começo ele não queria saber de jogar esse jogo – foram seus filhos, Charles e Lincoln, que o convenceram a fazer a primeira aquisição: uma pequena rede de escolas de inglês de Campinas. Felizmente, foi cabeça aberta o bastante para perceber na diferença de mentalidade dos primogênitos um poderoso ativo para os negócios. Estava mais do que certo! Outro empresário que também nunca gostou de mesmice é o norte-americano naturalizado brasileiro Peter Rodenbeck. Responsável por trazer ao Brasil empresas como McDonald’s, Outback e Starbucks, sua vida poderia ser completamente outra se, desde os tempos da universidade, não gostasse de espichar o pescoço para ver o que acontecia a sua volta. Foi o encantamento com a língua portuguesa, que ouviu pela primeira vez em Harvard, onde cursou história latino-americana, que o trouxe para o Rio de Janeiro há 50 anos. Não que encarar o diferente seja fácil. Mas ele encarou. E como os tempos são de inclusão, na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, uma das universidades mais tradicionais e elitizadas do país, a convivência de alunos de alto poder aquisitivo com outros que chegaram lá por meio de cotas tem gerado conflitos. O que é muito bom, porque, no futuro, com certeza, o resultado vai ser um pensamento ainda mais original sobre os problemas brasileiros – uma das especialidades da FGV, aliás. Enquanto isso, clicado por Maurício Nahas, o ator Julio Andrade, no ar na série global Sob Pressão, reza pela cartilha da diversidade e incentiva o filho a enxergar o mundo de vários jeitos. Nós também – tanto que convidamos o tarólogo André Mardouro para ver o que as cartas dizem sobre os caminhos e descaminhos da política nacional. Depois de tentar decifrar o país, por que não tentar descobrir também o que é felicidade? Convocamos sete especialistas para responder a essa pergunta (quem não gosta de spoiler deve parar de ler este texto aqui). O resumo da ópera? Já que estamos na vibe de surpreender, Odair José, cantor popular nos anos 1970, tinha total razão quando cantava: “...felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes...”. Está esperando o que para aproveitar?
G L A M UR AM A . C O M
POR QUE A AVENUES ESTÁ VINDO PARA SÃO PAULO. POR QUE SÃO PAULO ESTÁ VINDO PARA A AVENUES. Há seis anos, a Avenues: The World School foi inaugurada em Nova Iorque, a mais importante cidade da América do Norte. Assim, faz sentido que o segundo câmpus da Avenues seja inaugurado em São Paulo, a mais importante cidade da América do Sul, em agosto de 2018. O novo câmpus será fundamentado em cada uma das inovações desenvolvidas e implementadas em Nova Iorque, incluindo o compromisso, sem precedentes, com o uso de tecnologias e com um currículo de vanguarda, como o Avenues World Course — concebido para formar verdadeiros cidadãos globais. Em São Paulo, as aulas deste programa serão em Português e Inglês e os conteúdos irão abranger estudos de História, Cultura e Literatura brasileiras. Desta forma, nossos alunos estarão mais bem preparados para ingressar nas conceituadas universidades do Brasil e do mundo. Estamos extremamente felizes com a recepção que os mais de dois mil paulistanos — entre pais e alunos que participaram de nossos eventos — nos ofereceram e, lisonjeados com o número de inscrições que já recebemos. Para a Avenues e para São Paulo, agosto de 2018 está chegando mais rápido do que se podia imaginar. Saiba mais em: www.avenues.org/chegamos
SÃO PAULO | NEW YORK
COLUNA DA JOYCE Os bastidores da política e dos negócios. As novidades e tendências que estão por trás da notícia DESGOSTO
VENDETTA
Ao que tudo indica, o ex-presidente da Câmara EDUARDO CUNHA, preso em Curitiba, perdeu a vaga no paraíso das delações para o doleiro Lúcio Funaro. Com raiva do procurador-geral da República Rodrigo Janot, Cunha, por conta disso, estaria tentando desmentir Joesley Batista, dos frigoríficos Friboi, nos termos de sua delação-bomba, para enfraquecer a PGR. O problema dele, como de todos os demais delatores, é que não basta alegar. Tem de provar.
NO CACAU
AQUI MESMO
Está fazendo o maior sucesso no Airbnb os apartamentos disponíveis para alugar no centro de São Paulo. Só que não é para gente de fora, não – é para os próprios paulistanos que querem ter a experiência de passar um fim de semana no centro da capital. Os aluguéis variam de R$ 32 a mais de R$ 3 mil.
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Ao abrir discretamente sua primeira loja de chocolate DENGO, no Shopping Morumbi, em São Paulo, Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura, deu um passo rumo ao sonho de tornar produtiva sua fazenda de cacau no sul da Bahia. Primeiro, ele convocou os produtores locais e criou um produto que, apesar de sofisticado, pretende ser superdemocrático. Quem colaborou, e muito, nesse projeto foi Samira, mulher de Guilherme, que cuidou não só do conceito da marca, mas também das embalagens e da instalação da loja. O próximo passo é abrir uma fábrica e incluir a produção da própria fazenda no projeto.
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César Mata Pires, o principal acionista da empreiteira OAS que morreu no mês passado de infarto, era hipocondríaco e se cuidava como nunca: fazia exercícios, tomava um monte de remédios e morava em São Paulo para ficar mais perto dos melhores médicos do país. Mesmo assim, seu coração não aguentou. É que o empresário, que tinha 67 anos, andava preocupadíssimo com os desdobramentos da Lava Jato na empresa da família. Ele ficou muito mexido com o envolvimento de seus filhos, César e Antônio Carlos, que foram chamados para depor.
BOTIJA
Quem não achou a menor graça na polêmica que envolveu o advogado Carlos Zucolotto Júnior e o juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, no mês passado, foram os músicos mineiros do Skank. Zucolotto, padrinho de casamento de Moro, foi acusado de cobrar dinheiro por fora para ajudar a melhorar acordos de colaboração premiada pelo ex-advogado do departamento de operações estruturadas da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán, foragido da Justiça. É que para demonstrar a ligação de amizade entre o juiz e Zucolotto, a imprensa está usando uma imagem dos dois ao lado da banda no camarim de um show em Curitiba. Os músicos estão desesperados com a infeliz coincidência – apesar de terem postado orgulhosamente a imagem dias antes do escândalo vir a público.
lençóis alagoanos
Corre ainda à boca pequena, mas tem sido dado como certa, a construção de um hotel da rede Aman, a mais sofisticada do mundo, nas areias de Alagoas. O projeto levaria a assinatura do escritório de Paulo Jacobsen.
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Minha Casa Minha Vida
Choro para alguns, alegria para outros. Embora a crise econômica não tenha arrefecido, os top arquitetos do Brasil não têm do que reclamar. O mercado está aquecidíssimo para eles e alguns dos nomes mais estrelados estão chegando ao ponto de recusar vários trabalhos por não ter como atender tamanha demanda.
BOAS MANEIRAS
Os vizinhos estão bem felizes: o novo morador do prédio mais charmoso da alameda Franca, na esquina com a Ministro Rocha Azevedo, em São Paulo, é PEDRO PARENTE, ex-ministro e atual presidente da Petrobras. Ao contrário de outros ex-ministros, como Antonio Palocci, hoje preso, que mora em um mega-apartamento bem pertinho e é conhecido por não cumprimentar ninguém no elevador, Parente é supersimpático.
JETSONS
Uma história saborosíssima tem movimentado algumas rodas de São Paulo há alguns meses. É um caso envolvendo um milionário paulista falecido há algum tempo e que deixou herdeiros, ex-mulher e... embriões congelados. Desnecessário dizer o tamanho da confusão.
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FÊNIX
Depois de reformado, o TEATRO CULTURA ARTÍSTICA vai ser o primeiro do Brasil a ter a certificação Leed, selo de sustentabilidade em edificações reconhecido internacionalmente. Destruído por conta de um incêndio, em 2008, e fechado desde então, o novo prédio vai ter quatro andares, uma rotatória de trânsito e um jardim externo (onde antes ficava a boate Kilt, desapropriada pela prefeitura para a revitalização da Praça Roosevelt, no centro de São Paulo). As obras estão previstas para começar no fim do ano e o novo Cultura Artística deve abrir as portas só em 2021.
3 PERGUNTAS PARA... O que os perfumes representam para a Cartier, que tem tradição em joias e relógios de luxo? Os perfumes Cartier foram lançados, em 1981, por Alain Dominique Perrin, então presidente da maison. Ele acreditava que a perfumaria poderia trazer mais exposição, visibilidade e ligação entre a marca e os clientes. O primeiro, Must, que existe até hoje, inspirou outros clássicos do mercado. Há pouco mais de dez anos, contratamos uma das melhores perfumistas do mundo, Mathilde Laurent. Ela é o “nariz” oficial da Cartier, responsável pela criação de todas as nossas fragrâncias, inclusive as personalizadas, encomendadas na butique principal da marca, em Paris. Como você avalia o mercado nacional de fragrâncias? O Brasil é um país muito grande. É a primeira vez que venho aqui. Decidi
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fizer essa viagem para conhecer as duas lojas de São Paulo [uma no Shopping Cidade Jardim e outra no Shopping JK Iguatemi. Há outra no Rio], os funcionários e sentir o mercado. Atualmente, não estamos trabalhando com estratégias de marketing de massa, queremos algo específico. De maneira geral, o que posso dizer é que a proporção mundial de consumidores de perfume é de 60% de mulheres para 40% de homens. No Oriente Médio, esses números são um pouco mais equilibrados, porque os homens usam mais perfume – lá, podemos falar de uma média 55% para 45%, mas isso é exceção. Qual é o best-seller da Cartier? O La Panthère é, de longe, nosso perfume mais vendido. E, definitivamente, a brasileira é La Panthère: empoderada, corajosa e brilhante, ou seja, uma mulher de personalidade. O perfume é realmente único. Nós
dizemos que o acorde de La Panthère é “felino floral”, porque cada flor traz uma nota animal em seu coração. Foi assim que Mathilde trabalhou a gardênia, tentando trazer suas notas animais à tona de um modo feminino e elegante.
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LÉA VIGNAL KENEDI, diretora-geral de perfumes da Cartier, que falou sobre o mercado de fragrâncias e as estratégias da empresa no Brasil
“Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma.” MIKHAIL BAKUNIN
EM SETEMBRO, A MULHER E O HOMEM DE PODER VÃO... • Trabalhar com meias bem coloridas da marca inglesa PAUL SMITH. Ninguém vai conseguir parar de olhar para os seus pés • Viajar para
Montenegro e Itália. A viagem acontece entre 15 de abril e 6 de maio de 2018 • Fazer um curso de jardinagem no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Afinal, estamos no mês da primavera
nacionais no aeroporto internacional do Rio de Janeiro • Assistir ao espetáculo do compositor norte-americano PHILIP GLASS, que celebra seus 80 anos no dia 14, às 21h, na Cidade
MARSEILLE, na
• Correr até a Marina da Glória, no Rio de Janeiro, para ver a sétima edição da ARTRIO, que termina dia 17 de setembro
França, e visitar
o parque temático de casas préfabricadas de grandes arquitetos do começo do século passado – Le Corbusier, Jean Prouvé e Charlotte Perriand
• Conhecer a nova sala VIP inaugurada pela GOL para voos
•Visitar a exposição de MIRA SCHENDEL, Sarrafos e Black and White, entre 7 de setembro a 21 de outubro, na galeria Hauser & Wirth da rua 69, em Nova York
• Garantir seu lugar a bordo do jatinho privado ACJ319, que levará passageiros para conhecer nove países: Japão, China, Vietnã, Tailândia, Butão, Índia, Grécia,
com reportagem de camila boni e fábio dutra 14 PODER JOYCE PASCOWITCH
FOTOS DIVULGAÇÃO; REPRODUÇÃO; GETTY IMAGES
das Artes, no Rio de Janeiro, e no dia 16, no mesmo horário, na Sala São Paulo
REALIDADE AUMENTADA Tenha uma experiência única voando no Gulfstream G650™. Este líder da aviação combina uma cabine extremamente confortável, relaxante e toda flexibilidade para trabalhar, com conexão de dados de alta velocidade. Viva nas alturas. GULFSTREAMG650.COM
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ON THE TABLE
O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO A rede de escolas de inglês foi só o começo. Hoje a família do empresário mórmon Carlos Wizard Martins conta com empresas como a Mundo Verde, de varejo de produtos naturais, Topper e Rainha, de material esportivo, Hub Prepaid, de soluções de pagamento, Aloha Oils, de cosméticos e de óleos essenciais, entre outras. Mas são os filhos que gostam mesmo de fazer a multiplicação
ILUSTRAÇÕES ISTOCKPHOTO.COM
por paulo vieira fotos roberto setton
Carlos Wizard Martins cercado pelos filhos: os gêmeos, Charles e Lincoln, e Priscila – família que trabalha unida
N
ão é preciso avançar muito na leitura da Bíblia para logo ter com um versículo famoso do livro do Gênesis em que Deus, após criar o homem e ver que aquilo era bom, dá o salve: “Crescei e multiplicai-vos”. O empresário paranaense Carlos Wizard Martins – Wizard foi incorporado a seu nome à maneira do Lula de Luiz Inácio – seguiu o comando com afinco. Teve quatro filhos, adotou mais dois e ainda levou a ordem divina para o mundo corporativo. Depois de quase três décadas de vida dedicadas a uma rede de escolas de inglês, a Wizard, ele multiplicou: junto com seus filhos e sócios minoritários, hoje controla uma teia de empresas. Entre outras, há franquia de comida mexicana (Taco Bell), marcas de material esportivo (Topper, Rainha e a distribuição no Brasil da Saucony), academias de futebol (Ronaldo Academy e Palmeiras), soluções de pagamentos (Hub Prepaid), varejo de produtos naturais (Mundo Verde), óleos essenciais (Aloha Oils) e, sim, escolas de idiomas (Wise Up e Number One). Wizard não está sozinho nessa, pois parte da culpa pela expansão do conglomerado coube a seus primogênitos, os filhos gêmeos Charles e Lincoln. Para ser justo, coube 100% da culpa. Como explicou em sua biografia Sonhos Não Têm Limites, publicada em 2013, o empresário resistiu o quanto pôde às iniciativas dos filhos em adquirir concorrentes e iniciar a fagocitose corporativa que daria origem ao Grupo Multi e, mais tarde, à holding Sforza, que até o fechamento desta edição contava sete companhias diferentes sob seu controle. No diálogo retórico criado em Sonhos pelo biógrafo Ignácio de Loyola Brandão, o pai respondeu assim a uma investida dos filhos para a aquisição da primeiríssima empresa, a Yeski, também de idiomas: estou fora! “Costumo dizer que sonhei a Wizard, e os meus filhos, o Grupo Multi”, disse Wizard a PODER na sede da Sforza, em Campinas. Para Charles, também presente à entrevista, convencer o pai não foi uma epopeia – todos se mantiveram no campo do estritamente racional. “Carlos achava que em vez de comprar 100, a gente podia montar 100 [escolas]. Disse a ele que só conseguiríamos atingir todas as pessoas se juntássemos metodologias complementares à nossa.”
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De origem modesta, filho de caminhoneiro e costureira, e com formação em ciência de computação e estatística na Brigham Young University, de Utah (EUA), instituição da igreja mórmon, Wizard não reinventou a roda em termos de gestão. A julgar por seu livro Desperte o Milionário que Há em Você, de 2012, se precisasse passar por uma prova em alguma faculdade de administração, provavelmente seria aprovado sem sustos nem louvor. Na obra já replicava velhos chavões do tema: era preciso “unir forças e dividir a glória” e postulava que os “sete princípios das equipes vencedoras são acreditar, treinar, motivar, delegar, acompanhar, avaliar e comemorar”. Wizard não era experimentado na arte da negociação quando a rede iniciou seu galope. Coube a Charles criar esse saber um tanto na raça. “A gente não tinha
Da esq. para a dir., Priscila, os gêmeos Lincoln e Charles e o patriarca Wizard na sede da holding Sforza, em Campinas
BRASIL NA CABEÇA
“A gente não tinha expertise, apanhou muito nas duas primeiras aquisições” Charles Martins
Embora curse aulas de mandarim, faça publicidade disso e tenha viajado à China em agosto, onde diz ter se encontrado com executivos da gigante mundial de e-commerce Alibaba, Carlos Wizard conta que o faturamento fora do Brasil das empresas de sua família, incluídos os negócios na China, é “marginal”. Representam menos de 1%, segundo ele. “Gostamos do Brasil e entendemos que esses mais de 200 milhões de brasileiros são mal atendidos em muitos setores”, disse o filho Charles a PODER. “A oportunidade é aqui mesmo, mas se vier um gringo com uma boa oferta, algum americano, por exemplo, querendo levar a Topper para os Estados Unidos, vamos fazer negócio com ele”, completa. E, de qualquer forma, como ressalvou o pai, “não dá para ignorar a China, um mercado de 1,4 bilhão de consumidores potenciais”. Para alavancar a expansão, inclusive a internacional, os Wizard contam com diversos associados, com os quais sempre estruturam regras de “convívio” desde o primeiro dia da sociedade. A principal delas talvez seja a cláusula de saída. “Se a gente achar que não está agregando, não vamos ficar lá discutindo a saída, ela já esta assinada. É um acordo muito bem desenhado e vem no pacote quando entramos num negócio”, diz Charles. PODER JOYCE PASCOWITCH 19
expertise, apanhou muito nas duas primeiras aquisições, mesmo não sendo tão complexas. Aí melhoramos e, em 2010, quando o fundo Kinea [do banco Itaú] decidiu comprar uma participação no Multi, preferi fazer um ‘double check’ com o banco BTG”, disse.
OVOS PARA VÁRIAS CESTAS
A história da administração ensina que não se deve colocar todos os ovos numa mesma cesta. “A diversificação é útil quando se quer diminuir a dependência de um só negócio”, disse o consultor Nelson Barrizzelli, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), de São Paulo. Sabe-se que o compartilhamento de uma estrutura comum de serviços – RH, TI e financeiro, principalmente –, geram sinergias que normal-
mente levam a uma boa economia de recursos. Mas as sinergias de Wizard parecem ter um toque mais autóctone. Wizard incorporou um personagem empreendedor que, à maneira de Silvio Santos, não teme a superexposição e aproveita cada espaço que abre – ou que lhe é aberto – para alavancar os negócios do grupo. Se não tem uma grade de televisão para ocupar com programas criados para vender títulos de capitalização ou perfumes, ele usa sua própria imagem para ajudar, por exemplo, a aumentar o número de revendedores da Aloha Oils(que utiliza o sistema de vendas porta-a-porta, como a Avon, além do e-commerce). Como chamariz para um encontro nacional da marca no começo de setembro, em São Paulo, ele convidava por sua rede
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social candidatos de várias partes do Brasil a gravar um filme curtinho com ele. Para isso seria preciso comparecer ao evento, cujo ingresso era comercializado a R$ 300 (com antecedência, R$ 250, valor que poderia ser revertido em produtos da marca) e tinha Wizard como principal palestrante. Não há mesmo bola perdida para o empresário. Nas escolas de futebol da Ronaldo Academy e do Palmeiras no Brasil há aulas de inglês de uma empresa do grupo, a Number One. Por fim, quem quiser comprar sua biografia não vai ter dificuldade em encontrá-la nas lojas de produtos naturais Mundo Verde – numa franqueada da Vila Madalena,
“Carlos achava que em vez de comprar 100, a gente podia montar 100 escolas” Charles Martins
número 1 do futebol no país com a Topper, e líderes de mercado fitness com a Rainha”, diz Leonardo Chamsin, CEO da BR Sports, divisão esportiva do grupo, que ainda inclui a distribuição no Brasil da marca americana Saucony. Para Chamsin, que era CFO no grupo antes de ser guindado à liderança da BR, o “amor ao Brasil e o DNA de empreendedorismo bem forte” caracteriza Wizard e seus filhos Charles e Lincoln Martins. Tanto na BR Sports como na Ronaldo Academy, a família Wizard tem como sócio o empresário capixaba Marcus Buaiz, que em seu front mais midiático gere a carreira de artistas como Claudia Leitte, Paolla Oliveira e Marcio Atalla. Buaiz diz-se orgulhoso de ter firmado sociedade com os Wizard. “Devemos nos cercar de pessoas melhores do que nós”, disse a PODER. “O respeito entre eles é algo admirável, são talentos diferentes e complementares.”
LEALDADE E PROCEDER
em São Paulo, o título estava em promoção a R$ 12. O negócio mais rentável do conglomerado hoje é a empresa de solução de pagamentos Hub Prepaid. Reza a lenda propagada pela família que a start-up surgiu a partir de uma conversa num restaurante entre Charles e Rodrigo Borges, seu atual CEO e sócio minoritário, e o guardanapo onde teriam registrado os passos a seguir hoje está preservado como memorabilia. A empresa tem como clientes a Caixa e o Magazine Luiza (nessa, oferece cartões que são trocados por presentes), entre outros. “Ela começou em 2011 e, desde 2012, vem dobrando de faturamento ano a ano”, diz Charles. Em diversas reportagens, Charles e Rodrigo já disseram ter recusado ofertas de até R$ 1 bilhão, pois julgam que há espaço para crescimento. Com as marcas Topper e Rainha, compradas do grupo Camargo Corrêa sem seus ativos industriais, o sonho também é alto. A Topper patrocina diversos times de futebol do Brasil das séries A e B (com penetração nacional: Atlético Mineiro, Botafogo, Ceará, Vitória, Guarani e Remo, para citar alguns). “Em cinco anos, queremos ser a marca
Como no lema da torcida Gaviões da Fiel, “lealdade, humildade e proceder”, a segunda geração dos Wizard segue leal e humildemente o proceder do pai. A religião regula tudo, inclusive as escolhas acadêmicas e matrimoniais. Os quatro filhos biológicos de Wizard estudaram na mesma universidade mórmon norte-americana – com medo do frio, Priscila optou pelo campus do Havaí, onde, aliás, conheceu os óleos essenciais que agora comercializa com a Aloha Oils. Os dois adotivos, hoje com 19 e 17 anos, ainda não estão na fase de deixar o Brasil, mas dão expediente nas empresas do pai. “Eles devem estar agora limpando o chão da loja da Taco Bell de Campinas”, disse Wizard. “Todos começam de baixo para ter contato com as várias etapas dos negócios antes de aspirar postos mais altos.” Nas empresas dos Wizard, a meritocracia parece vencer o nepotismo. “Pergunte a meus filhos quantos primos deles trabalham no grupo”, disse Wizard ao repórter. E deu a resposta: “Nenhum”. O fato de ter seis irmãos (e sua mulher sete) não o fez cair em tentação de transformar suas empresas numa repartição pública privada. Resta saber como os Wizard estarão na terceira geração, o chamado “consórcio de primos”. Seguindo outro preceito religioso-familiar, os filhos de Wizard não dormem em serviço – e muito menos fora dele. Em setembro, deve nascer mais um integrante do clã, o quarto filho de Priscila. E ela só tem 28 anos. n PODER JOYCE PASCOWITCH 21
PODER INDICA
O PODER DA INFORMAÇÃO Recentemente, algumas notícias sobre ataques cibernéticos e roubos de informações têm chamado a atenção de grandes corporações. Essa é apenas uma das várias ameaças que desafiam as empresas que, muitas vezes, esgotam sua capacidade de resposta para tratar somente de uma parte do problema. Pois esse é o momento certo para gerenciar riscos ligados a questões como segurança da informação, privacidade, gerenciamento de dados
e eDiscovery (método de busca e de obtenção de dados eletrônicos para determinados fins) – e de trabalhá-los em conjunto. Várias companhias já reconhecem a necessidade de criar um processo de gerenciamento de informação para administrar melhor os riscos internos que possam trazer impactos negativos para o negócio. O primeiro passo é realizar, com cada responsável por esses dados, uma avaliação sobre onde, como e quem pode
acessá-los. Depois, é necessário classificar os dados e estabelecer regras por meio de políticas de como eles devem ser manuseados, acessados e descartados. Entre as melhorias na governança corporativa estão a cooperação de disciplinas de gerenciamento de informação, a área jurídica, de compliance e de tecnologia da informação (TI), todas atuando juntas para reduzir ou mesmo eliminar riscos inerentes. É importante focar na posse e no uso da informa-
FOTO DIVULGAÇÃO
Governança de informação e gestão corporativa de riscos devem andar juntas. Empresas que adotam essa estratégia ganham em performance e reduzem o custo e o risco inerente ao armazenamento de dados
“Empresas que têm a estratégia de governança da informação alinhada à estratégia corporativa de gestão de riscos fazem melhor uso desse ativo. Sem falar na redução do custo e do risco inerente ao armazenamento de dados” (Cesar Atilio, sócio de Tecnologia Forense da EY)
ção pela empresa e não somente na percepção isolada de um ou de outro setor da companhia. A relevância de um programa de governança da informação é direcionada de acordo com as demandas de cada empresa, como a conformidade com leis e regulamentação, a proteção de dados, a melhora na capacidade de resposta a demandas de eDiscovery e ao plano de metas. Sua constituição baseia-se na união entre as áreas. Aqui, seis desafios que um programa de governança da informação ajuda a enfrentar: 1. RESPOSTA A DEMANDAS DE ÓRGÃOS REGULATÓRIOS Demandas de compliance rigorosas podem incluir medidas regulatórias no âmbito internacional, tais como Basileia III; leis da União Europeia, como Markets in Financial Instruments Directive (MiFID); e ações regulatórias perpetradas por entidades americanas, tais como Financial Industry Regulatory Authority (Finra), a Securities and Exchange Commission (SEC) e Food and Drug Administration (FDA). Há também uma série de outras demandas legais específicas para regulamentar o gerenciamento de registros digitais nas indústrias química, de combustíveis e automotiva, entre outras. Esses requisitos visam proteger e garantir o direito de privacidade da informação do consumidor, determinando quais dados podem ou devem ser retidos pelas organizações, como retê-los (considerando requisitos de privilégio de acesso e de segurança da informação)
e aqueles que podem ou não ser transferidos para outro país. 2. PROCESSO DE EDISCOVERY Tradicionalmente, a preservação e a coleta de informações eletrônicas eram realizadas pela área de TI, sem os procedimentos técnicos e o rigor forense necessários para garantir a integridade e a abrangência dos dados coletados. Nos últimos anos, porém, juízes e órgãos regulatórios têm penalizado processos de eDiscovery realizados sem a responsabilidade da aplicação de pessoas, de processos e de tecnologia adequados. Por isso, estruturas exclusivas de eDiscovery têm sido implementadas como resultado da necessidade de adequação a políticas e controles internos. 3. PROLIFERAÇÃO DAS FONTES DE DADOS – As informações estão armazenadas em vários sistemas internos e, muitas vezes, parte dos dados corporativos também está guardada em entidades externas (órgãos do governo), o que torna o monitoramento mais complicado. Além disso, muitas empresas vêm adotando políticas de bring-your-own-device (os funcionários podem utilizar seus próprios aparelhos para acessar os dados da companhia ) e fornecimento de dispositivos portáteis, o que agrava ainda mais esse cenário. 4. AUMENTO DO VOLUME DE INFORMAÇÕES – À medida que o volume de informação aumenta, é preciso mais estrutura tecnológica (mais servidores, por exemplo) para armazená-la e gerenciá-la. Quando
isso acontece, as organizações perdem a visibilidade e o controle sobre que informações estão armazenadas e onde. Essa situação oferece riscos quando é necessário aplicar políticas de retenção de documentos, responder a uma demanda regulatória, demonstrar o cumprimento de regras de compliance para demandas de privacidade da informação etc. Quando uma empresa não é capaz de reconhecer a posse ou a existência de determinada informação, pode ser “descoberta” por terceiros, tornando-se vulnerável. 5. AUMENTO DOS ATAQUES CIBERNÉTICOS – A recente onda desse tipo de invasão amplia o risco para organizações que estão tentando proteger dados críticos. A perda de confiança perante o mercado e o potencial dano à reputação resultam em prejuízos econômicos para pequenas companhias e para multinacionais. Se a empresa não conhecer quais são os dados e as informações mais sensíveis ao negócio, vai gastar recursos sem necessidade para proteger tudo, sem priorização. 6. OUTSOURCING – É fato que a terceirização de serviços de TI aumenta os riscos de segurança da informação e também os riscos de conformidade (por aumentar a complexidade do ambiente de tecnologia da companhia). Prestadores de serviços ou terceiros que tenham a custódia de informações podem não possuir controle ou capacidade de governança da informação adequados.
TABULEIRO
O BRASIL NAS CARTAS DO TARÔ PODER consultou os arcanos maiores para saber se um dia sairemos da crise política e, mais do que isso, o porquê de termos nos afundado nela por paulo vieira fotos andré giorgi
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residencialismo, semipresidencialismo ou parlamentarismo? Coalizão ou cooptação? Bolsa-eleição de R$ 2 ou 3,6 bi? Flecha na carne ou corpo fechado? Prisão em segunda instância ou transição em julgado a perder de vista? Ficha limpa ou motosserra? Populismo ou neoconservadorismo? Déficit de 159,179 ou outro bilhão a escolher? As perguntas sobre o futuro imediato do Brasil são muitas e ninguém parece ter respostas satisfatórias. Nem mesmo o tarô, que PODER consultou não exatamente para saber o que vai acontecer em 2017 ou em 2018, mas para ter pistas da razão de termos chegado até aqui. O tarô hoje é menos uma ferramenta de adivinhação do que de autoconhecimento, ao menos na leitura moderna feita por gente como o chileno Alejandro Jodorowsky, que é cineasta em suas horas vagas. A revista convocou o tarólogo André Mardouro, um seguidor paulistano do chileno, que diz que “previsão de futuro é para os economistas”. A seus consulentes ele costuma aconselhar: “O importante não é saber quando o grande amor chegará, mas por que ele ainda não chegou”. Este repórter incorporou o Brasil e o tarólogo estendeu o pano. Veja o que as cartas (e Mardouro) disseram nas cinco rodadas da sessão. A leitura foi feita de forma heterodoxa, a partir das cartas central e esquerda.
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JOGADA 1 (pergunta) O Brasil vai continuar à mercê de arranjos políticos de ocasião, com os políticos dos poderes Executivo e Legislativo mais preocupados em permanecer em seus cargos do que executar um plano para o país? CARRO, TEMPERANÇA, LUA “O Carro na posição central sugere uma atuação de alguém que se coloca com força no mundo. Ao mesmo tempo, há aqui um jogo de cena. O orador, o político e o ator, todos são um personagem só. A carta da Temperança, a seu lado, indica alguma cura através de um processo longo e demorado; já a Lua faz supor um terreno nebuloso, difuso, que terá de ser transposto, e essa travessia deve ser perigosa. Pode-se pensar aqui na ideia de uma purga, um processo doloroso de cura. Não arriscaria dizer o prazo disso, mas é visível que o sujeito que está no comando, como indica a carta central, é hábil, uma habilidade de raposa velha. Pode ser o presidente Temer, que consegue se mover rápido e com energia junto de sua tropa. Mas a travessia é por um campo que esse condutor desconhece, que na verdade ninguém conhece. Há uma crise em curso, e ela não é prerrogativa do Brasil, mas do mundo. É uma crise civilizacional.” PODER JOYCE PASCOWITCH 25
JOGADA 2 O que cabe às massas, que parecem hoje circunscritas às redes sociais? Algum cenário semelhante a 2013 em gestação? JULGAMENTO, RODA DA FORTUNA, LUA “A carta Julgamento indica um cenário em que tudo vem às claras. Dá a impressão que surge daí algo novo. Simbolicamente, trata-se de um espírito celestial enterrado que a trombeta convoca e que assim se distancia da realidade atual. Não é exatamente a volta a uma irracionalidade, mas a uma situação interessante de equilíbrio entre o lado direito e esquerdo, o racional e o intuitivo. A Roda da Fortuna sugere um bloqueio, mas também a ideia de trabalho. Parece propor que às massas caberá o papel que sempre lhes coube, a de
JOGADA 3 Ao Brasil cabe apenas esse papel periférico na geopolítica mundial, algo que se infere de nosso déficit educacional, da economia baseada em produtos de pouco valor agregado – as tais commodities? PAPA, DIABO, SOL “O Papa é uma figura dogmática, que organiza o conhecimento e é ca-
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seguir trabalhando, a de ser o coro do espetáculo teatral indicado na primeira jogada. A carta Lua reaparece aqui para reforçar o aspecto ilusório e desconhecido do que temos de atravessar. Também propõe um certa circularidade, em que todo mundo, eleitores
e eleitos, representantes e representados, fazem parte do mesmo transe coletivo, algo que nos faz consumir narrativas que se repetem. Com tudo isso, nós, o povo, na rua ou fora dela, formamos, como eu disse antes, apenas o coro, ajudamos a compor o espetáculo.”
paz de olhar à frente. É também uma figura ligada ao abuso do poder, o reverso do diabo. E o Diabo é justamente quem o sucede nesta tirada, sai às suas costas, sugerindo assim que ambos podem fazer algo juntos. Na verdade, mais do que trabalhar em equipe, o Papa e o Diabo são as duas faces de uma mesma moeda, tudo que é dito pelo Papa tem o Diabo por trás. É o [Henrique] Meirelles
por trás do Temer (ou vice-versa). O Sol como terceira carta reforça o aspecto ilusório e patriarcal da cena. A gente não sabe de nada do que acontece de fato. No começo do jogo, a figura central era o Carro, agora aparece o Papa. São arcanos da aparência, que escondem coisas em seus discursos, estão a serviço de interesses que não são ditos. Assim como as cartas, os políticos são fantoches que se paramentam, põem capa e terno para representar a serviço da elite econômica. Nesse sentido, para responder à sua pergunta, nada parece indicar uma mudança de cenário.”
JOGADA 4 O destino – trágico – do Brasil é ser sempre o país do futuro, ou seja, jamais cumprir essa mesma profecia? RODA DA FORTUNA, PAPISA, IMPERATRIZ “Preciso dizer de início que não acredito em destino, cada um é senhor do seu destino. Posto isso, a Roda da Fortuna, que aparece novamente, volta a sugerir um bloqueio; a Papisa, a seu lado, gesta um ovo, indicativo de um gesto criativo, que é concentrador de energia. Por outro lado, a representação de um pênis atravessado [em sua gola] faz crer que a Papisa é vítima de uma violência, um abuso. A Imperatriz é um arcano muito ligado às forças da natureza, mas que também indica imaturidade. Eu diria que no Brasil a elite não aprendeu ainda a conversar com o povo e viceversa. O tarô nos diz aqui que houve gestação de algo que está ainda por ser construído. Faz sentido que assim seja: o Brasil é um país cuja industrialização não tem 100 anos, que possui um ordenamento jurídico muito recente. E a violência vem desde o processo colonial, um sistema de exploração de riquezas fundamentado no trabalho escravo. As cartas não apresentam um cenário que indica entendimento, parece haver aqui um rancor histórico. De qualquer forma, o Brasil não se resolve enquanto a humanidade não se resolver. Eu te pergunto: se o Brasil fosse uma potência, o que isso mudaria? Valeria a pena crescer à custa da desigualdade alheia, seguir usando a África como lixeira radioativa do mundo, por exemplo? É bastante possível relacionar a exploração que nos fundou com os recursos que permitiram que a Europa tivesse e ainda tenha o sistema de bem-estar social dos séculos 20 e 21.”
JOGADA 5 O avanço tecnológico traz mais riqueza ou, por outro lado, acentua a desigualdade econômica e restringe as oportunidades de emprego? MAGO, SOL, DIABO “A carta central, O Mago, é a carta número 1 do tarô, o princípio de tudo. Aqui afirma-se a aurora de alguma coisa, o início de uma jornada – a tecnologia poderia ser isso, fruto de um trabalho conjunto da humanidade. Acho a revolução tecnológica, se pensarmos no uso de energias limpas, de car-
ros autogovernáveis, muito positiva. Mas a pergunta parece pressupor que sempre estamos a esperar um insight mundial coletivo e simultâneo, como se não estivéssemos juntos a navegar nesta esfera azul. A figura do Diabo, que fecha a jogada, se apresenta com olhos por todo o corpo. Não tem medo de se dar a ver. Uma leitura possível é que a carta reafirma o exibicionismo, o narcisismo destes tempos – e a gente vive mesmo a trocar selfies, a olhar para nosso umbigo. Acho que esse é um dos aspecto negativos – e infantis – do uso da tecnologia.” n PODER JOYCE PASCOWITCH 27
Terno Merino Alfaiataria, camisa e gravata Ricardo Almeida, relรณgio Jaeger-LeCoultre
ENSAIO
Sem crise Protagonista da série global Sob Pressão, Julio Andrade é o típico gente boa. Fisgado pelo cinema e pela TV, não se deslumbra com a fama. Ama falar do filho, de jardinagem e de marcenaria e diz que adoraria fazer teatro outra vez por fábio dutra fotos maurício nahas styling renato de souza
Trench coat Burberry, camisa Ricardo Almeida, calรงa Highstil, cinto Buckman
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e é certo que simplicidade não se confunde com superficialidade, pode-se dizer que Julio Andrade é um homem simples. Consagrado no cinema como um dos atores de destaque da profícua produção nacional do início do século 21, ele foi alçado recentemente ao primeiro time da Rede Globo – a ponto de o todo-poderoso diretor Andrucha Waddington esperar que ele voltasse de um período de descanso com a família na Argentina para começar a rodar Sob Pressão, longa-metragem que se transformou em série televisiva e está na boca do povo. No papel principal de um médico da emergência de um hospital público do Rio de Janeiro, Andrade já é incensado como possível premiado como melhor do ano da emissora e tem sido tietado como nunca até nas ruas de Portugal, de onde acaba de voltar de férias. Mesmo assim, seus assuntos prediletos são o filho, jardinagem e marcenaria. Ele dá de ombros quando o assunto é vaidade, sua e dos colegas, mas fica vários minutos a contar que recentemente foi a Porto Alegre, sua terra natal, e garimpou algumas ferramentas antigas na marcenaria do avô. Elegante no belíssimo terno preto, que está na abertura deste ensaio, ou mesmo usando um trench-coach da inglesa Burberry, ele admite que acha o figurino bonito e gosta de se ver assim, mas que não usa nada tão formal salvo por trabalho, claro. Mas um paninho todo mundo gosta: será que ele não compra nada? “Cara, estou num movimento contrário na verdade: eu quero é me desfazer das coisas, tanta coisa que a gente não usa... Eu, minha mulher (a fotógrafa Ellen Cunha) e meu filho (Joaquim, de 4 anos) fizemos uma limpa em casa, doamos várias coisas”, diz, sem afetação. Julio Andrade entrou no circuito cultural pela música, roqueiro adolescente que foi, desses cabeludos com banda e tudo mais. Foi uma vizinha de seus pais que notou a dramaticidade nos trejeitos do garoto e o chamou para integrar uma peça que estava montando. A partir daí foi uma bola de neve com breve pausa para o serviço militar obrigatório – sim, quase desperdiçou-se um talento em troca de um anônimo coronel Andrade. Ao contrário do que se poderia pensar, a experiência não foi traumática: “Eu era músico, todo mundo gostava de mim, dos soldados aos oficiais; fazíamos churrascos nas folgas na casa de um e de outro, quase que eu sigo carreira”, lembra. Aos 40 anos, miúdo e bastante informal, o ator ainda
guarda uma aura adolescente. Muito doce, abraça a todos e trata de uma forma quase íntima a equipe da produção, cacoete dos atores de teatro, mais afeitos ao toque e à conexão com o outro. Mas o teatro já não faz parte de sua vida há mais de dez anos. “Não faço há muito tempo, uma pena, eu adoro. É que o cinema me fisgou e foi um filme atrás do outro, agora a televisão. Mas quero voltar a fazer, mas fazer mesmo, uma hora vou parar e me dedicar por um tempo a uma peça”, promete. Pergunto se tem algum personagem que sonhe em interpretar: “Tem: só não sei ainda qual!”, ri, para soltar o clichê de que os personagens é que o escolhem. No caso de Andrade, porém, não soa artificial. Ele lembra do Gonzaguinha que fez – uma impressionante reencarnação, aliás –, porque soube que fariam o filme e ele queria mostrar o “seu Gonzaguinha”, tão marcante a obra do artista foi para sua formação e para a relação com seu pai, fã do músico. Os estudos para os personagens não são exatamente seu forte. “Tem gente que estuda muito, o que eu admiro, mas para mim o processo é mais instintivo, vou entrando no papel”, conta. Ele lembra que para fazer Ciro, protagonista de Cão Sem Dono, de Beto Brant – o diretor que Andrade mais admira –, foi para um apartamento em São Paulo e ficou duas semanas trancado bebendo uísque e lendo os russos, a ponto de seu pai ligar preocupado para Brant por conta do sumiço do filho. O ator gosta quando fica sabendo que o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa falou a esta PODER (ed. 84, junho de 2015) que seu Teatro Oficina havia superado Stanislavski para chegar ao método xamânico, ao teatro de entidades. “É por aí mesmo, o personagem tem que baixar em mim. Quem sofre é minha mulher que está casada cada dia com um homem diferente, e alguns não são legais”, ri, e aproveita para ilustrar a intensidade da coisa: “No último episódio de Sob Pressão a entrega foi tão grande, eu estava tão envolvido naquele ambiente de sofrimento humano que simulávamos, que eu mesmo disse ‘corta!’ ao fim da derradeira cena, exausto”. Sorte do talentoso Maurício Nahas, fotógrafo deste ensaio, que elogia: “É muito bom quando o ator se entrega e sabe se expressar com o corpo”, em referência às mil caras e bocas e posições dignas das aulas de expressão corporal de Ivaldo Bertazzo que Julio Andrade passa a performar perante suas lentes. É melhor deixar os meninos se divertirem. O resultado, belíssimo, você vê nestas páginas. n
Terno Merino Alfaiataria, camisa e gravata Ricardo Almeida
Camisa Ricardo Almeida, calรงa Highstil, cinto Buckman, relรณgio Jaeger-LeCoultre Make: Raphael Venerucci (Capa MGT) Assistentes de fotografia: Caio Toledo e Charles Willy
PODER INDICA
LUXO E NATUREZA EM PORTUGAL
A apenas 15 minutos do centro de Lisboa é possível encontrar um lugar tranquilo e rodeado de verde. O Lisbon Green Valley inserido em um parque florestal de 1000 hectares e com vista para a Serra de Sintra e para o Palácio da Pena, reúne amplos jardins, apartamentos, casas e townhouses, além de estrutura de lazer completa com área de wellness, parque infantil, quadras de tênis e campos de golfe e de futebol, entre outros. Com influência da arquitetura mediterrânea, o Lisbon Green Valley é o mais novo empreendimento de alto padrão do André Jordan Group, empresa carioca criada na década de 1950 que atua há mais de quatro décadas em Portugal. Com localização estratégica, a área está inserida no exuberante parque florestal da Carregueira, e os dois ficam dentro do Belas Clube de Campo. E não é só: o Lisbon Green Valley também é próximo dos principais pontos turísticos e do burburinho da vida cosmopolita da capital portuguesa. Para criar o conceito de comunidade urbana, já que não é preciso sair de Lisbon Green Valley para ir ao supermercado, por exemplo, o projeto contou com o apoio da Ramsa, famoso escritório de Nova York de Robert A. M. Stern que tem 48 anos de história, 300 arquitetos e projetos espalhados por Estados Unidos, Europa, Ásia e América do Sul. A preocupação de reduzir os impactos e de buscar integração com o meio ambiente é uma espécie de marca registrada dos empreendimentos do André Jordan Group. Além da ampliação da zona comercial, estão programados um hotel cinco-estrelas, uma escola internacional, já em construção, e um hospital. Vale dizer também que a privacidade é garantida para quem investir no local: cerca de 750 famílias moram lá. O Lisbon Green Valley foi lançado em 2017 com excelente aceitação nos mercados internacionais. Ou seja: mais exclusividade, impossível!
FOTOS DIVULGAÇÃO
Acima, apartamentos com vista privilegiada sobre a Serra de Sintra e o Palácio da Pena; André Jordan, que assinou o projeto; o Belas Clube de Campo (à dir.); infraestrutura completa de lazer e serviços (abaixo) e o Townhouses com sistema inteligente, que controla a climatização e o alarme.
DRIVE-THRU
PETER RODENBECK Pelas mãos deste norte-americano naturalizado brasileiro gigantes como McDonald’s, Outback e Starbucks chegaram por aqui. Cercar-se de empresas líderes sempre foi seu mantra, e hoje ele dá plantão no novo Hospital do Câncer do Rio de Janeiro, acompanha os negócios da holding Bloomin’ Brands e quando dá se encontra com o amigo Jorge Paulo Lemann, contemporâneo em Harvard e colega nos tempos da corretora Garantia por paulo vieira fotos andré giorgi
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e risada fácil e cordialidade extrema, o administrador Peter Rodenbeck é candidato natural a “amigo gringo” de qualquer pessoa com quem inicie a mais trivial conversação. O sotaque ianque preservado, mesmo depois de 50 anos de Rio de Janeiro, evoca o norte-americano da caricatura, aquele que, chapéu de caubói à cabeça, chega ao Brasil e, mesmerizado pela paisagem tropical e pelas mesuras intermináveis dos nativos, vai ficando, ficando, ficando... Mas a história de Rodenbeck no Brasil passa longe do samba, da caipirinha, do [Oswaldo] Sargentelli, da finada boate Help e de qualquer outro estereótipo análogo, pois já desejava o Brasil nos tempos de Harvard, onde se formou em história latino-americana em 1961. Ao
Low-profile, com poucas entradas no “Google” mesmo depois dessas cinco décadas de atuação, o administrador seguiu uma conduta padrão no seu relacionamento com as marcas. Depois de trazê-las para o país, encontrar os franqueados ideais e implantar um bom número de unidades pelo Brasil, passava nos cobres sua parte nas joint ventures, vendendo-as para as matrizes. O que acumulou financeiramente com isso certamente permitiria viver uma aposentadoria jubilosa, mas hoje, aos 77 anos, continua dando expediente, como se trabalhar fosse um hobby – ou uma “doença”, ele não sabe direito. “Quando chegava a tarde de domingo, eu já ficava ansioso. Queria que logo viesse a segunda”, disse a PODER. Naturalizado brasileiro num tempo em que
longo da graduação, dividiu o alojamento com um colega português e se encantou pela nossa língua. Aqui foi trocando de empregos numa escala ascendente, que o levou a ser companheiro de Jorge Paulo Lemann na corretora de valores Garantia e, em 1979, licenciado do McDonald’s para implantar, junto com Gregory Ryan, a famosa rede de fast-food no Brasil. Dezesseis anos depois, ao vender sua parte na joint venture para a matriz, ele poderia, aos 55 anos de idade, pegar o boné e sair pelo mundo a velejar, como chegou a acalentar. Só que não: seguiu na lida e, mais tarde, encontrou tempo e disposição para trazer ao Brasil as marcas Outback e Starbucks. Se o sucesso de alguém pudesse ser medido por suas parcerias, Rodenbeck, portanto, seria a epítome da boa ventura.
era precisa renunciar à cidadania nativa para sê-lo, Rodenbeck segue a viver no Rio, onde é presidente-executivo (não remunerado) do novo Hospital do Câncer, projeto capitaneado pelo médico Marcos Moraes, homem que dedicou boa parte da vida ao Instituto Nacional de Câncer (Inca). O hospital, que fica no Méier, na zona norte carioca, tem no conselho figurões como Armínio Fraga e Joaquim Falcão e é dedicado exclusivamente ao tratamento da doença. Ainda está na primeira dentição: só no ano que vem irá implantar os serviços de radioterapia e de quimioterapia. A São Paulo, Rodenbeck vem de quando em quando para resolver assuntos na Bloomin’ Brands, a companhia norte-americana que controla 1.400 restaurantes em 20 países pelo mundo das marcas Outback, Bonefish PODER JOYCE PASCOWITCH 37
SUTRA Há certamente algum ensinamento a ser tirado de um sujeito que consegue se cercar de empresas de tanta potência como ele se cercou. Mas como num sutra, suas respostas são bem mais prosaicas do que se poderia imaginar. “Minha estratégia sempre foi trabalhar com empresas líderes, que vão investir com o licenciado, que serão generosas no treinamento das equipes, que vão se interessar pela relação com os fornecedores, que vão pressioná-los”, diz. No caso do McDonald’s teve também a sorte de contar com uma conjuntura favorável, como se dizia dos anos Lula. “Havia no McDonald’s naquele tempo o compromisso emocional de um presidente que queria ocupar o mundo, realizar uma expansão universal”, disse. Em seus dias de namoro com o McDonald’s, Rodenbeck teve o colega do Garantia Lemann como par. Era uma instituição financeira que os americanos queriam inicialmente como sócia no Brasil, e houve reuniões em Chicago a que os dois compareceram juntos. Ambos foram indicados por um amigo comum, executivo da empresa de locação de aparelhos de TV Colortel. “Ele me apresentou um americano que fez a ponte com o pessoal do McDonald’s. Depois de uns dois anos de conversa, acabei conseguindo fechar o negócio. Pesou uma experiência ruim que eles tiveram em sociedade com um banco em outra parte do mundo.” Rodenbeck viveu no Brasil um número pornográfico de crises econômicas e, assim, não se assusta com nosso atual momento. “Já vi os americanos nos salvarem duas vezes com aportes financeiros, especialmente nos anos
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1980.” Não só ele não se assusta: os grandes investidores estrangeiros, na sua opinião, também não. “O Brasil tem escala. Qualquer empresa de porte entende que, para se expandir pelo mundo, precisa desenvolver uma estratégia aqui.” De qualquer forma, vê com preocupação o déficit fiscal brasileiro, que, como se sabe, teve sua previsão dilatada em R$ 20 bilhões, em 2017, e outros R$ 30 bi, em 2018 (embora a meta para o ano que vem não tenha sido apreciada pela Câmara). “Tem de focar na dívida pública, esse é o grande termômetro da saúde do país, quando a gente lê o Armínio [Fraga], vê a seriedade da coisa”, disse, fazendo referência a uma entrevista que o economista e ex-presidente do Banco Central nos anos FHC concedeu ao jornal Folha de S.Paulo e que havia sido publicada no dia do nosso almoço. Fraga disse que, mesmo num cenário em que a reforma previdenciária fosse aprovada, a dívida iria “estar na lua”, alcançando 95% do PIB brasileiro. Os americanos podem não se assustar com a nossa instabilidade econômica, mas muitos, na opinião de Rodenbeck, ficaram petrifica
SANGUE NOS OLHOS
“Contratos são como corações: são feitos para ser quebrados”; “Negócio é guerra”; “Se eu vejo um concorrente se afogando, vou lá e enfio uma mangueira na garganta dele.” As frases são de Ray Kroc, o homem que fez do McDonald’s uma marca conhecida nos Estados Unidos e depois no mundo. Se as frases não são mesmo de Kroc, elas são bem “trovatas” na boca de Michael Keaton, o ator que o encarna na cinebiografia Fome de Poder (2016). Responsável pela expansão da rede, Kroc travou uma disputa particular com os fundadores, os irmãos Maurice e Dick McDonald, que criaram o conceito da linha de montagem da marca, queriam ter controle estrito do que era servido pelos franqueados e com isso viviam a atrasar as decisões que Kroc tinha pressa em tomar. A história não foi pesada para os irmãos, que venderam a marca por mais de US$ 2,7 milhões (valores de 1961) para Kroc, mas tiveram dissabores: após o acordo, um McDonald’s materializou-se bem defronte da lanchonete original dos irmãos, na Califórnia. Tiveram de fechá-la sem poder doá-la para os funcionários que ali trabalharam ainda na década de 1940 – um desejo do duo. Também resignaram-se com a usurpação do título de fundadores da marca, que Kroc passou a usar. The Founder (O Fundador) é, aliás, a tradução estrita do nome original do filme. Pior, jamais viram honrado um acerto verbal com Kroc que previa participação perpétua nos lucros.
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e Carrabba’s (no Brasil, Abbraccio), além da steak house Fleming’s. Foi nessa casa, até aqui a única do Brasil, inaugurada este ano nos Jardins, na capital paulista, que se deu este almoço de PODER. Em vez da carne vermelha de resistência do Fleming’s, Rodenbeck preferiu salmão guarnecido por espinafre e batatas, além de um vinho branco cuja uva foi escolhida pelo voluntarioso garçom Henrique.
“O Brasil tem escala. Qualquer empresa de porte entende que, para se expandir pelo mundo, precisa desenvolver uma estratégia aqui”
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dos com o ataque do grupo brasileiro de Jorge Paulo Lemann sobre tradicionalíssimas marcas do país. Budweiser, Burger King, o catchup Heinz, todas foram sendo encaçapadas como num lance de sinuca em que ao adversário cabe apenas olhar e esperar a próxima partida. “Acho que muita gente ficou revoltada nos Estados Unidos com a filosofia de corte de custos do grupo de Lemann. Deve ter sido assim especialmente na Budweiser, que tinha muita gordura.” Uma medida sempre executada pelo pessoal de Lemann no momento das aquisições é elogiada por Rodenbeck. “Só de juntar todo mundo numa mesa, de fazer cair as divisórias, a gente já consegue identificar quem vai contribuir com o novo controlador.”
BRASIL X EUA Um pensamento atribuído a Tom Jobim diz que “morar no Brasil é uma m* mas é bom”.
operações da Fleming’s do Brasil. Por fim, em agosto morreu o colega Gregory Ryan, aquele a quem também coube deslanchar a operação do McDonald’s no país – nos estados em que Ryan atuava, como São Paulo, Rodenbeck não estava, e vice-versa. Com tudo isso, o máximo de afastamento do Brasil que o amigo gringo se permite é passar férias de tempos em tempos na belíssima cidade do Porto, em Portugal, onde comprou um apartamento. No ano que vem ele pretende usá-lo como base para uma jornada até Santiago de Compostela – a pé, como pede o decoro. Junto com alguns amigos, deve usar a rota que liga o norte de Portugal à cidade galega onde estão os míticos despojos de São Tiago. Se sair do Porto terá de vencer 220 quilômetros. Rodenbeck adora o mar, e foi a afinidade eletiva que jogou os dados na escolha do Rio e possivelmente do Porto. Mas a velha ideia de
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“Só de juntar todo mundo, de fazer cair as divisórias, a gente já identifica quem vai contribuir com o novo controlador” Nos Estados Unidos seria exatamente o contrário, e Rodenbeck também não vê motivo para deixar seu país de adoção mesmo atingido por violentas perdas pessoais. Sua ex-esposa Maria Luisa, que era de fato a executiva à frente da Starbucks, morreu num acidente de trânsito na avenida Niemeyer, no Rio, em 2007. O táxi em que estava chocou-se com um ônibus e depois disso, segundo Rodenbeck, toda a sinalização daquela via litorânea entre Leblon e São Conrado foi melhorada. Este ano também foi aziago. Em janeiro morreu o ex-presidente da Outback no Brasil Salim Maroun, que começou no McDonald’s.“Ele tinha quatro unidades e era com certeza meu melhor franqueado.” Seu filho Jean Paul Maroun é associado de Rodenbeck e também de Mauro Guardabassi (da família das carnes Bassi) nas
velejar, aquela que parecia tão palpável aos 55 anos e que foi abortada para que ele acompanhasse a ex-mulher Maria Luisa em seu MBA em Boston – foi lá, depois de dez anos de conversas, que surgiu o contrato com o Starbucks – continua como aquele sonho distante que a gente prefere deixar sempre no campo do irrealizável. O que não o impede de idolatrar Amyr Klink, o maior velejador brasileiro, de quem leu e adorou Não Há Tempo a Perder, livro de memórias lançado em 2016. É curioso: o tão peremptório título do livro do marinheiro não parece “ornar” em nada com o timing de Rodenbeck, que não indica ter a menor pressa – nem arrependimentos. De alguma forma, como na música eternizada por um ex-conterrâneo famoso, o amigo brasileiro gringo fez do jeito dele. n PODER JOYCE PASCOWITCH 41
MOSAICO
O QUE É FELICIDADE?
PODER convocou um time de experts para dizer o que pensam sobre o assunto. Claro que cada um tentou ser mais feliz que o outro na resposta, puxando a alegria para sua área
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por victor martinez
emas complexos como física quântica e inteligência artificial, por exemplo, sempre deixam os pesquisadores de Harvard de cabeça quente. Mas assuntos, digamos, bem mais corriqueiros também tiram o sono dos cientistas de uma das mais prestigiadas universidades do planeta. Para se ter uma ideia, um dos estudos mais longos da instituição norteamericana é uma questão que intriga a humanidade desde que o mundo é mundo: felicidade. Há 75 anos está em curso no Departamento de Desenvolvimento Adulto, área de estudo da psicologia, uma pesquisa que tenta mapear como se consegue ser feliz por meio da saúde física e mental. O grupo monitorado tem 724 pessoas que, a cada dois anos, passam por exames médicos e avaliações de como anda seu nível de interação social, além de entrevistas com as respectivas famílias. Em 2015, o doutor Robert Waldinger, quarto diretor a assumir o trabalho, fez uma apresentação no TED de Beacon Street com o seguinte título: Do que é feita uma vida boa? Lições do mais longo estudo sobre felicidade. “Se você hoje fosse investir no seu melhor ‘eu’ futuro, no que colocaria seu tempo e energia?”, provocou na época. Ainda que seja um conceito abstrato, subjetivo, difícil de definir, a tal “euforia perpétua”, expressão do escritor e filósofo francês Pascal Bruckner para se referir à felicidade, está ligada ao universo religioso, filosófico, cultural... depende de que lado se olha. Pois foi justamente para enxergar essa questão sob diversos ângulos que PODER convocou um time de sete especialistas para responder à pergunta do título. n
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...ADAPTAR-SE ÀS CIRCUNSTÂNCIAS ARTHUR GUERRA, PSIQUIATRA Para o coordenador do Redenção [programa da prefeitura de São Paulo de combate ao consumo de crack] e um dos maiores especialistas do país em dependência química, felicidade e saúde mental andam juntas. Segundo ele, a felicidade não é uma meta para a psiquiatria. “Na verdade, a felicidade é um estado de espírito, consequência de um bem-estar mental que tangencia alguns momentos de grande prazer”, explica. Sendo assim, não dá para ser feliz o tempo todo. Ao mesmo tempo, o mundo pós-moderno incentiva uma busca quase compulsiva pela felicidade em todas as áreas da vida: profissional sentimental, familiar, sexual, financeira, o que não é possível. Para compensar isso, acaba-se buscando a felicidade de maneira artificial, por meio de drogas legais, caso dos ansiolíticos, por exemplo, e de drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack. Para ilustrar um sentimento próximo de felicidade dentro da psiquiatria, o médico conta o caso de uma paciente, usuária de maconha e de cocaína, que descobriu que estava grávida. Quando soube, parou de usar drogas para curtir a gestação e o filho. E, com isso, seu quadro de depressão melhorou muito. “A gente que tem de fazer escolhas que, na verdade, são adaptações às condições que a vida oferece”.
...CUIDAR BEM DO INTESTINO
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DANIEL A JOBST, NUTRICIONISTA Para quem acha a resposta meio estranha, a nutricionista explica: “Não dá para falar de felicidade sem falar em serotonina, neurotransmissor relacionado a essa sensação que tem 80% de sua produção realizada no intestino. Isso significa que uma dieta saudável, ou seja, com alimentos e suplementos que preservam a flora intestinal é muito mais importante do que se pensa”, explica. O intestino só perde para o cérebro em número de neurônios e, por esse e outros motivos, é chamado de o segundo cérebro. “Se o intestino não está bem, a produção de serotonina fica prejudicada. Quando tenho um paciente com depressão, começo observando o intestino, pois muitas doenças se iniciam ali”, justifica a nutricionista, fazendo alusão ao livro The Second Brain, (em tradução livre seria algo como O Segundo Cérebro), do norte-americano Michael D. Gershon, que está à frente do Departamento de Anatomia e Biologia Celular da Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Mas como ter um intestino saudável para manter a depressão à distância? Daniela sugere três passos simples: aumentar o consumo de alimentos ricos em serotonina, como cereja, cacau e banana; evitar alimentos alergênicos que alteram a flora intestinal, caso de trigo, leite, amendoim, soja e ovo; e ingerir ômega 3. “O cérebro usa muito ômega 3, porque os neurônios são envolvidos por uma membrana rica nessa e em outras substâncias. Com bons níveis de ômega 3, o cérebro funciona melhor na captação da serotonina”, explica Daniela. Além de preventivas, essas medidas, de acordo com a nutricionista, são terapêuticas. “Faço o desmame dos neurolépticos (tipo de antidepressivo) de muitos pacientes simplesmente substituindo os medicamentos por uma alimentação e suplementação saudáveis.” PODER JOYCE PASCOWITCH 43
... VIVER O MOMENTO PRESENTE ANA CL AUDIA QUINTANA ARANTES, GERIATRA Para a médica Ana Claudia, especializada em cuidados paliativos pela Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, felicidade tem a ver com pertencimento, sentimento que aparece em um instante de conexão com o universo. O estado de presença contribui para isso. “Entender que a felicidade está no amanhã é não se conectar com o mundo presente e deixar de perceber que ele oferece muitas possibilidades de felicidade”, explica ela, sócia fundadora da Associação Casa do Cuidar responsável pela elaboração e a implementação de políticas assistenciais e treinamentos em cuidados paliativos, em São Paulo. Quando questionada sobre como viver o momento presente, é direta: “Todo mundo deveria pensar mais na morte, porque isso traz a consciência de que a vida é breve”. Para ela, a noção de finitude empodera a vida. “Trabalho com pessoas que vivem o presente pela dor. Elas estão presentes em um momento muito difícil da vida. Por conta da minha qualificação técnica, consigo aliviar esse sofrimento e fazê-las experimentar a felicidade”, diz. Para ilustrar sua teoria, Ana Claudia cita um ensinamento do ex-presidente uruguaio José Mujica. “Ele diz que quando você vai comprar um carro, não deve pensar no valor, mas se perguntar quanto tempo ele vai custar. Isso funciona para pensar na quantidade de tempo gasto odiando uma pessoa, por exemplo. Isso atrapalha o caminho para um estado de conexão”, finaliza.
...É SE CONHECER INTIMAMENTE CARLOS CZERESNIA, GINECOLOGISTA E OBSTETRA Mulheres felizes são satisfeitas com sua sexualidade e sua expressão de feminilidade. “E são esses dois elementos que, muitas vezes, aparecem instintivamente na maternidade”, afirma o médico, completando que o autoconhecimento é a chave para isso. “No consultório, pacientes que aparentemente conhecem mais o próprio corpo são mais relaxadas em relação a sua sexualidade e feminilidade”, explica ele, que está à frente da clínica Célula Mater, em São Paulo. Por outro lado, Czeresnia ressalta que o autoconhecimento também tem um lado sombrio. “Hoje, vejo meninas querendo fazer ninfoplastia, cirurgia para reduzir os lábios vaginais. Ou seja, excesso de autoconhecimento pode acabar em neurose”, observa. Outro fenômeno apontado por ele é que mulheres na menopausa ficam mais felizes quando fazem reposição hormonal. “Elas sentem uma diferença brutal. Afinal, hoje a expressão sexual não se restringe apenas às jovens, mas também às mulheres maduras.”
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... SABER QUAL É SUA MISSÃO NO MUNDO NILO GARDIN, MÉDICO ANTROPOSÓFICO Segundo Gardin, a ideia de felicidade está ligada a dois conceitos: um vem da antroposofia, de Rudolf Steiner, e outro da logoterapia, de Viktor Frankl, ambos pensadores austríacos. “Felicidade é um duplo vetor. Para dentro, ‘egoísta’, no que diz respeito a um sentimento de satisfação que vem do crescimento interno. Para fora, altruísta, quando você identifica a diferença que faz na vida de outras pessoas”, resume. De acordo com essa visão, trata-se de um círculo virtuoso, já que o desenvolvimento interno está atrelado ao que a pessoa faz pelas outras. “Qual é minha tarefa no mundo? Não considero que um ser humano possa ser verdadeiramente feliz sem saber isso”, reflete Gardin. Mesmo com uma resposta, o médico aponta ainda dois riscos nesse processo: o egoísmo ou a negligência consigo mesmo. “As duas polaridades são obstáculos para a realização pessoal. O equilíbrio é a melhor opção.”
...É SER DISCIPLINADO EDUARDO TAKEUCHI, PERSONAL TRAINER A disciplina a que Takeuchi se refere é desdobrada em “poder fazer todas as atividades diárias com efetividade, ter uma vida saudável (corpo, mente e espírito) e equilibrada entre dever e prazer”. Para isso, ele, que é formado em Educação Física e hoje trabalha como preparador físico para esportes com prancha (surfe, skate e snowboard), diz que o primeiro passo é autoconsciência. “E o melhor jeito de chegar a isso é meditando.” A base da meditação é a respiração e, por meio dela, “você consegue controlar seu estado de espírito, o que muda totalmente a sua vida”. Takeuchi não pisca para dizer que, além da meditação, a prática regular de atividade física e a nutrição adequada também fazem parte do pacote relacionado à saúde, à qualidade de vida e à disposição para encarar as tarefas diárias. “A partir do momento que entender isso, você vai passar a valorizar cada treino e cada refeição, ou melhor, vai passar a se valorizar, a se colocar como prioridade.”
...É TER UM OLHAR BENEVOLENTE
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CL AUDIO ROSSI, ANALISTA De acordo com Rossi, “felicidade não é um conceito psicanalítico” - ainda que Freud e outros autores tenham escrito sobre ela. Entre os vários significados e definições, o analista prefere dizer que felicidade é um sentimento de prazer que, por sua vez, acontece quando se está curtindo a vida. Segundo ele, todos conhecem momentos de felicidade: eles costumam ser ocasiões de paz, de harmonia e de beleza. No entanto, “(felicidade) não é um direito, ninguém pode dá-la para nós”, ressalva. Nesse sentido, o caminho da felicidade dependeria do próprio indivíduo lançar um olhar sobre o mundo com benevolência e aceitação. Afinal, “somos felizes mais frequentemente quando não esperamos demais das pessoas e da vida”, pontua. PODER JOYCE PASCOWITCH 45
PODER INDICA
VINTAGE Tudo começou em 1860, quando Giovanni Panerai abriu uma pequena fábrica de relógios na cidade de Florença, na Itália, para fornecer acessórios exclusivos para a Marinha italiana. Este ano, cerca de 160 anos depois, a marca relançou a coleçã0 Luminor Due. A ideia é abrir um novo capítulo na história da Panerai, oferecendo uma interpretação diferente do modelo Luminor, ícone dos anos 1950, sem deixar de lado a estética original. Conseguiram! Os quatro modelos Luminor Due têm caixa robusta em forma de almofada, mostrador grande envolto pelo bisel, fortes asas integradas e dispositivo em forma de ponte, que sela a coroa com a alavanca e protege contra choques acidentais. Cada detalhe foi redesenhado para deixar os relógios ainda mais bonitos, práticos e versáteis. O Luminor Due é uma combinação perfeita entre design, sofisticação e tecnologia de ponta. A Panerai tem uma butique exclusiva no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Mais informações PANERAI.COM | (11) 3152-6620
FOTOS BRUNA GUERRA; DIVULGAÇÃO
Itamar Cechetto
Marcelo Giusti
SEM PRESSA
Panerai e PODER receberam um grupo animado para um almoço no Tre JK, São Paulo. Depois de um brinde na Officine Panerai para ver os relógios, todos foram para o restaurante e a conversa se estendeu até o meio da tarde.
Neriton Vasconcelos
Alexandre Won
José Ricardo Basiches (esq.),David Bastos e Mauricio Prada
Marcel Rivkind e Marcelo Fernandes
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BÊ-Á-BÁ
LUTA DE CLASSES
Como a entrada de mais alunos bolsistas, negros e movimentos sociais está mudando a cara da FGV, uma das faculdades de administração mais conceituadas, tradicionais e elitizadas do país por chico felitti
ilustrações bruna bertolacini
D
ois alunos do curso de administração de empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV) paulistana estão jogando videogame no sofá da sala de descanso da faculdade numa tarde fria de sexta. Quando derrota o outro no futebol virtual, o perdedor grita: “Ah, seu viado!”. O que gritou imediatamente leva a mão à boca e olha ao redor. Ninguém viu. Os jogadores são observados apenas por cartazes multicoloridos colados nas paredes, em que se lê: “FGV é gay”, “FGV é lésbica” e “FGV é trans”. Conhecida como celeiro de CEOs, a escola de administração passa nos últimos semestres por uma pequena revolução social. Coletivos de feministas, de alunos LGBT+ e do movimento negro floresceram ali dentro. Uma política de aumento de bolsas de estudo permite que, hoje, 20% dos alunos sejam bolsistas e tenham desconto na mensalidade, que atualmente está na casa dos R$ 4 mil. A mudança do perfil dos alunos da instituição é proposital. “Historicamente, a FGV era uma escola de elite paulistana, até pelos valores cobrados”, diz o diretor Luiz Artur Ledur Brito. “Mas todos saem ganhando se o grupo de alunos for mais diverso.” A diversidade ainda passa por um processo de adaptação lá dentro. “É bem complicado ser bolsista. Eu não me sentia parte daquele universo, as pessoas estavam todas falando dos países em que iam passar as férias. Não era a minha realidade”, diz Bruna Ferreira Lucena, 20 anos, representante do grupo dos bolsistas e ex-aluna de escola pública. No semestre passado, Bruna e alguns colegas criaram a tradição de fazer um churrasco de boas-vindas para os “biPODER JOYCE PASCOWITCH 49
chos” bolsistas. A primeira edição foi na casa de um aluno em Guaianases, bairro da zona leste paulistana a cerca de 30 km da faculdade, trajeto que, durante a semana, leva quase duas horas para ser percorrido. A segunda confraternização deve acontecer em um local mais próximo.
AINDA NO COMEÇO Além de entrosamento, o grupo serve para que seus membros lutem por mais verbas. O último processo seletivo foi o primeiro em que a demanda por bolsas não restituíveis foi maior que a oferta. Cinco alunos aprovados para cursar a graduação desistiram antes da matrícula ao saber que não teriam direito a bolsas integrais, que já haviam se esgotado. Além das cerca de 50 bolsas integrais, a FGV conta com um fundo de aplicações que concede empréstimo subsidiado para o aluno que não pode pagar as mensalidades durante o curso, valor que deve ser devolvido até quatro anos depois da formatura. O grupo de alunos de baixa renda conquistou outras vitórias, como aumentar de R$ 10 para R$ 25 a verba mensal que recebem para imprimir textos. “Tem gente que fica fazendo piadinha, que mostra algum tipo de preconceito”, diz Bruna. Ela narra o caso de um amigo que trabalhava e conseguiu comprar um iPhone 6. Foi parado por um colega e ouviu dele que, com aquele celular na mão, não tinha cara de bolsista. Brito, o diretor da FGV, diz que o processo de diversificação ainda engatinha. “Para mim, o resultado é modesto. Estou decepcionado porque no sistema educacional caminha lentamente, e eu queria que fosse mais rápido.” Há gente vindo de mais longe que a periferia para estudar ali. É que a GV passou a destinar quase metade das vagas para alunos que preferem usar sua nota do Enem, aplicado em todas as cidades do Brasil, no lugar do vestibular, o que garante o acesso a gente de fora das metrópoles. A novidade começa a ser colocada em prática no ano que vem com a graduação noturna, que vai durar cinco em vez dos costumeiros quatro anos em período integral, o que permite que os alunos trabalhem durante o curso. Outra tradição de décadas que chegou ao fim nos cursos de administração foram as bolsas-mérito. Até este ano, os primeiros colocados no vestibular ganhavam desconto: o primeiro colocado ganhava uma bolsa de 100%, valor que ia diminuindo até chegar ao décimo melhor classificado. “Dava-se bolsa para quem não precisava. A gente achava que era um desperdício de recursos, e aumentamos outras bolsas”, diz o diretor. O número de alunos negros ali nunca foi tão grande, diz Graziela Santos, 22 anos, do coletivo 20 de Novembro. Quando ela entrou na faculdade, no segundo semestre de 2014, o grupo ainda não existia. “Até porque éramos uma meia dúzia”, conta. No começo do ano, durante um jogo de futebol feminino na quadra do prédio, no bairro paulistano da Bela Vista, um aluno de economia gritou: “Neguinha, aqui, não!”. No dia seguinte, dezenas de estudantes se sentaram na quadra e disseram que não assistiriam a nenhuma aula enquanto não houvesse uma resposta da escola. A FGV emitiu uma carta repudiando o preconceito. O aluno não foi identificado ou punido. “A gente vai enfrentar vários outros casos, inclusive com professores e funcionários”, diz o diretor Brito, que aponta a conscientização como antídoto para esse tipo de entrevero. A faculdade, ele afirma, está fazendo workshops com todos os funcionários sobre diversidade. “Você tem professores e funcionários que
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foram criados em outro processo, e têm dificuldade em lidar com isso.” Segundo Thales Vieira, de 19 anos, do coletivo Delta de diversidade de gênero, as pessoas até adotam novo comportamento, o que não quer dizer que a mentalidade delas esteja mudando de fato. “Aos poucos é capaz que mude”, diz ele. São mais de 250 membros na página do grupo LGBT+ no Facebook, que é secreta, ou seja, só pode ser vista por quem faz parte da comunidade. “Muitos LGBTs não se assumem, talvez pela própria carreira. Ainda estamos começando a conquistar nosso espaço em bancos e empresas”, conta Thales, que é aluno de administração pública. Há, por exemplo, um homem transexual na graduação que tem seu nome social respeitado em toda a papelada acadêmica, inclusive na carteirinha, mas que prefere não se identificar. Uma das maiores vitórias da diversidade, entretanto, é o som do silêncio. O coletivo feminista Candaces ganhou voz quando, dois anos atrás, fez um vídeo de um dos hinos criados pela bateria da faculdade intercalado com depoimentos de alunas que foram vítimas de abuso. A música, cujo trecho mais inocente era “Feana eu não sou lá da USP, eu sou diferente, eu vou ser presidente, você, secretária, minha faxineira”, foi proibida. Hoje, o nome de qualquer artista aventado para se apresentar numa festa promovida pelo diretório acadêmico ou pela atlética tem de ser aprovado pelo grupo. O concurso Miss Bixete, que por décadas escolheu a novata mais garbosa, foi extinto. “A gente tem de cuidar para não ser um ambiente de policiamento, para não criar um preconceito do outro lado”, pondera o diretor. Há alunos que veem com preocupação os novos tempos. “Eu não sou milionária, meus pais se matam para pagar a faculdade, mas eu não posso falar nada. É como se só quem faz parte de uma causa tivesse voz”, diz uma aluna de administração de empresas que só concedeu entrevista sob anonimato – ela teme o que chama de “a patrulha das minorias”. Acima do pufe em que essa aluna está sentada, há outro cartaz, dessa vez em preto e branco. Ao lado do desenho de uma moça negra, segurando os cabelos volumosos com as duas as mãos, os dizeres: “Meu lugar é na GV, na quadra e até na sua sala. Meu lugar é onde eu quiser”. n PODER JOYCE PASCOWITCH 51
PODER VIAJA POR ADRIANA NAZARIAN
ESTREIA
Boa notícia para os fãs do Mandarin Oriental. A rede hoteleira anunciou a abertura de uma unidade em Melbourne, na Austrália. E a novidade promete: o hotel será instalado em uma torre de 185 metros no Business District, que tem assinatura da premiada arquiteta Zaha Hadid. Com previsão de inauguração para 2023, o projeto inclui 196 suítes, spa e bar no rooftop. Ah, quem se apaixonar pela ideia pode comprar uma das 148 residências nos últimos andares do prédio. MANDARINORIENTAL.COM
MAIS UMA DOSE
Fica em um cantinho escondido da estação Grand Central um dos lugares mais especiais de Nova York. A história: o The Campbell é um bar instalado no antigo escritório de John Williams Campbell, executivo que marcou a cidade nos anos 1900. No auge da era do jazz, o endereço também abrigou o bar Campbell Apartment, que reunia locais e clientes eventuais em busca de bons drinques. Recém-restaurado pelo escritório Ingrao, o destino ganhou toques de modernidade sem abandonar peças históricas como a lareira e o cofre de Campbell. No cardápio, cocktails dos mais clássicos e comidinhas como lobster roll em versão míni e tábua de charcuterie. THECAMPBELLNYC.COM
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ANTOINE GASTON-BRETON DIretor de marketing da Peugeot “A baía de Saint-Malo, na França, tem um visual impressionante. Dá para ver de barco ou em excursões até as ilhas inglesas de Jersey e Guernesey. A região também é rica em história: Jacques Cartier, o descobridor de Quebec, por exemplo, morava na cidade fortificada de Saint-Malo. Ali perto fica o Mont Saint-Michel. Além das tradicionais crepes e galettes, há muitas opções de peixes frescos e de frutos do mar. Minha dica é a Creperie de l’Amirauté, na ponta da península Decollé. Com a fama de ser bastante chuvosa, a área ficou a salvo do turismo de massa, mas, na verdade, tem um clima muito agradável.”
ROOM SERVICE
Depois de um dia flanando por Paris, nada melhor que uma taça de vinho para brindar as descobertas na Cidade Luz. Pensando nisso, o hotel Nolinski lançou um mimo para os hóspedes das suítes Josephine e Salvador. A D-Vine é uma máquina de degustação da bebida abastecida diariamente e sem custo com três rótulos – um branco, um tinto e um rosé – selecionados pelo sommelier. Em tempo: a poucos metros do Louvre e dos jardins do Palais-Royal, o Nolinski é opção certeira na cidade europeia. Em clima intimista, fica em um típico predinho parisiense de seis andares, tem 45 quartos, spa de luxo e brasserie. NOLINSKIPARIS.COM
AVALANCHE
Boa notícia para quem já está de olho na próxima temporada de neve europeia. Já estão abertas as reservas para o novo Four Seasons, que deve abrir as portas em dezembro nas montanhas francesas de Megève. A novidade promete agradar esquiadores exigentes: tem vista para o Mont Blanc e o maior spa da região, além de mimos como adega com mais de 10 mil garrafas e salas privativas de jantar. Destaque para o restaurante Le 1920, sob o comando do chef Julien Gatillon e duas estrelas no Guia Michelin. No verão, vale lembrar que os hóspedes têm acesso preferencial ao campo de golfe Mont d’Arbois. FOURSEASONS.COM
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PARAÍSO
Aviso aos viajantes em busca de um pedaço de areia para chamar de seu. O Kenoa, hotel design dos mais bacanas em Barra de São Miguel, em Maceió, acaba de anunciar o lançamento de suas vilas de praia. Com assinatura do pernambucano Osvaldo Tenório, o projeto terá casas de três ou de quatro suítes, todas com piscina de borda infinita, e toques sustentáveis – madeira de reflorestamento de mata nativa e LEDs para iluminação incluídos. Detalhe: os proprietários poderão usar as facilidades do hotel, como spa e restaurante. Quem assina o paisagismo é Alex Hanazaki. KENOARESORT.COM
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ESPELHO
Que ter um bom networking é condição sine qua non para uma carreira de sucesso, não se discute. Para muita gente, porém, o problema é como, quando e onde. Foi partindo dessa premissa que PEDRO PAULO DE ALMEIDA RIBEIRO FILHO criou o Encontros de Impacto. O projeto, que começou em 2016 com um grupo no WhatsApp, cresceu tanto que foi preciso instituir reuniões à moda antiga. “Com o tempo, começamos a dividir os grupos de acordo com os temas e a organizar encontros presenciais”, diz Ribeiro Filho, paulista de 29 anos formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e em administração de empresas com especialização em direito tributário pela Fundação Getulio Vargas (FGV), também em São Paulo. Para que a coisa funcione bem, a troca de conhecimento e de informação entre os participantes dos grupos – são 12 com 200 pessoas cada um e temas como educação, tecnologia, saúde, agronegócio e real state. Todo mês, Ribeiro Filho organiza encontros e workshops em restaurantes com palestrantes e expositores renomados na área escolhida. A programação inclui cocktail com bate-papo, degustação de vinhos com enólogo, as palestras em si, debate com os presentes, apresentação de um projeto social relacionado ao tema e, no fim, uma espécie de quiz sobre o que foi tratado com direito a sorteio de prêmios. Ribeiro Filho conta que tem gente que participa de vários grupos. Entre os membros do “clube” estão empresários, banqueiros, economistas, cientistas políticos, professores universitários, representantes de câmaras de comércio internacional, profissionais liberais, entre outros. O projeto se sustenta com o apoio de alguns participantes, que contribuem com cotas anuais – caso de João Alfredo Pimentel, fundador da CorpFlex, empresa que gerencia tecnologia de informações customizadas, de Igor Nishimura, diretor-executivo do Fundo de Investimentos Magnet VC. Ah, a agenda de encontros está completa até o fim do ano. n POR CAMILA BONI
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REDE DE CONTATOS
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LUXO E CONFORTO SEM FRONTEIRAS Reunião em Nova York na segunda-feira, compromisso em Londres na quarta-feira e final de semana com a família em São Paulo. Cruzar fronteiras, ficar horas em voos, enfrentar o jet lag e ainda atravessar as burocracias e esperas em aeroportos é mesmo cansativo e, na maioria das vezes, parece inevitável. Mas há como transformar essa experiência completamente. Como passageiro frequente de uma aliança de companhias aéreas, dependendo de seu status, você garante acesso para check-in e embarque prioritário, evitando filas e aglomerações. Há ainda mais privilégios. Um dos benefícios de voar com as companhias aéreas integrantes da oneworld, mais importante aliança aérea da América
Latina, e ser um passageiro frequente, por exemplo, é o acesso a mais de 650 lounges VIP em aeroportos de todo o mundo. Nos luxuosos espaços, você pode esperar confortavelmente, saborear menus e drinks sofisticados, utilizar a academia de ginástica, finalizar uma apresentação para a próxima reunião, tomar um banho ou relaxar com uma massagem. Os privilégios dependem do status de seu cartão. Verifique antes da viagem todos os benefícios e lounges disponíveis no roteiro. Ao embarcar em voos qualificados de companhias aéreas membro da oneworld, você pode acumular milhas e pontos, avançando o seu status do cartão e acessando uma gama ainda mais ampla de benefícios.
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É DE PODER POR ANA ELISA MEYER
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CAMISA Ermenegildo Zegna preço sob consulta zegna.com
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BANQUETA Saccaro R$ 3.190 saccaro.com.br
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Um dos casais mais conhecidos do universo country, Johnny Cash e June Carter, após momentos conturbados, se casaram e viveram uma história de amor memorável. Conhecido como “o homem de preto”, por sempre usar essa cor em suas apresentações, Cash (1932-2003), dono de uma voz sepulcral e de uma imponente personalidade, viveu ao lado de sua amada e musa o período mais criativo de sua carreira. Foi um relacionamento regado a música, parceria e paixão que durou 35 anos, até a morte de June em 2003, aos 73 anos. Cash morreu quatro meses depois, aos 71 anos.
VESTIDO Carolina Herrera R$ 4.630 carolinaherrera.com
RADICAL CHIC
Chega em setembro, no site e em lojas selecionadas, por cerca de US$ 3 mil cada, a nova coleção de skates da Hermès. Françoise de La Perrière e o badalado diretor de arte Henri d’Origny e Virginie Jamin assinam, respectivamente, o design dos três novos modelos da marca Cavalcadour, Bouclerie Moderne e Sangles en Zigzag. Produzidos com madeira nobre e em dois tamanhos. Para quem é chegado em manobras radicais, mas sem perder o estilo. HERMES.COM
BOTA Hermès preço sob consulta hermes.com ÓCULOS Salvatore Ferragamo para Marchon R$ 1.140 marchon.com
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VANS COM TUDO
COLAR Emar Batalha R$ 12.122 emarbatalha.com.br
Marca queridinha de surfistas, skatistas e descolados, em sua maioria, a Vans tem se revelado também uma ótima fashionista. Aqui no Brasil, a parceria com a À La Garçonne ganhou bis e foi lançada na última semana de moda paulistana, que aconteceu no fim de agosto. Dessa vez, Alexandre Herchcovitch customizou quatro tênis da linha Classics com elementos gráficos. E este mês, Karl Lagerfeld é quem apresenta a sua colaboração para a Vans. A coleção cápsula vai ter seis tipos de tênis, camisetas e moletons. Mas, em vez de cores, o inquieto kaiser da moda optou pelo clássico preto e branco. VANS.COM
KARL.COM
ALAGARCONNE.COM.BR
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BOLSA Louis Vuitton R$ 15.900 louisvuitton.com
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ABOTOADURA Tiffany & Co. R$ 1.495 tiffany.com
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BLAZER Ricardo Almeida preço sob consulta ricardoalmeida.com.br
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HORA DE VELEJAR
A região das Ilhas de Lérins, em Cannes, na França, está pronta para receber mais de 150 veleiros para as finais da 13ª edição do Panerai Classic Yacht Challenge, que vai reunir, entre 26 e 30 de setembro, apaixonados por barcos a vela. Esta é a última chance para ter os modelos criados pela italiana Officine Panerai exclusivamente para a competição, que estão à venda na butique da marca no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Os três modelos da linha clássica Luminor possuem design vintage com tecnologia de ponta, caixas de 44 a 47 mm, pulseiras de couro e um veleiro gravado na parte de trás em homenagem ao evento. Não vale perder a hora. PANERAI.COM
PASTA Giorgio Armani R$ 10.500 armani.com
+ @revistapoder | + facebook.com/poder.joycepascowitch glamurama.com/moda com reportagem de fernanda grilo PODER JOYCE PASCOWITCH 59
MOTOR
PODE VIR
QUENTE
O quadriciclo surgiu na década de 1980 e, naquele tempo, não era preciso de licença para pilotar um. Hoje, evoluiu bastante e encara qualquer tipo de terreno: água, lama e asfalto por camila boni
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QUADSKI, GIBBS SPORTS AMPHIBIANS
FOTO DIVULGAÇÃO
Imagine juntar um quadriciclo e um jet ski que é capaz de atingir mais de 70 quilômetros por hora de velocidade na terra ou na água (as rodas são retráteis). Equipado com motor OHC da BMW de quatro cilindros, 16 válvulas e 1.300 cilindradas, tem suspensão inteligente para amortecer o impacto das ondas. Além disso, ele puxa esqui e wakeboard. Disponível nas cores azul, vermelho, amarelo e cinza. US$ 40 mil
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WAZUMA V12
Com design futurista, o Wazuma, da francesa Lazareth, tem motor BMW de 500 cavalos. O veículo possui uma geometria incomum com duas rodas duplas na traseira e pesa cerca de 500 quilos. 200 mil euros
Com sistema linQ, exclusivo da Can-Am, suportes reforçados para oferecer superfície elevada e antiderrapante, tem capacidade de carga de 300 libras, para-choques dianteiros e traseiros reforçados para proteger de qualquer impacto. R$ 56.390
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FOTOS DIVULGAÇÃO; ARQUIVO PESSOAL
OUTLANDER MAX XT
YAMAHA YFZ450R
Feito para andar em pistas de cross, esse quadriciclo tem praticamente todas as reações de um carro de rali: derrapa, pula e emenda saltos – nos Estados Unidos faz até freestyle. Para acelerar, é só usar o dedão, o resto é com muito jogo de corpo. O motor é de 449 cc de cinco válvulas de titânio, tem quatro tempos, injeção eletrônica e cinco velocidades. Atualmente, o YFZ450 R é considerado o modelo mais avançado do mercado. Preço sob consulta
POLARIS SPORTSMAN WV850 H
Projetado inicialmente para o Exército dos Estados Unidos, o motor trafega facilmente em qualquer terreno, de barrancos lamacentos a asfalto. O tanque de combustível comporta 45 litros e o quadriciclo pode rebocar até 680 quilos. Os pneus, do tipo non-pneumatic tire, ou seja, que não furam, são feitos em forma de colmeia de plástico flexível, com uma camada de borracha na superfície que tem contato com o solo. Eles também não têm câmara de ar, portanto, são imunes de furos, rasgos ou perfurações. Estepes nunca mais! US$ 14.999
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FERVE
Luis Rezende
EM DOBRO A Volvo Cars armou festa para comemorar 90 anos
Marcelo Yamin
e apresentar o novo XC60, esportivo de luxo mais vendido no mundo. Veja quem passou pelo Volvo Studio, em SĂŁo Paulo, para ver de perto o novo modelo da montadora sueca.
Mirella Cambrea
Ana Cury
Henrique Martin
Andrea Corona
FOTOS BRUNA GUERRA
Taiguara Rocha, Tatรก Cury e Guilherme London
Cris Rudge
Renata Longaray
Giovana Jannuzzelli
Leonardo Donato
Soraya e Edgard Corona
as portas de sua casa no Jardim Paulista. O motivo? Corona foi o finalista brasileiro do Prêmio Empreendedor do Ano da EY e representou o país na final do evento, que aconteceu em junho, em Mônaco. Muita animação e um menu especial não faltaram na noite
Anna Claudia Rocha e Soraya
Ernesto Freixosa
FOTOS PAULO FREITAS
BRINDE Soraya e Edgard Corona, do Grupo Bio Ritmo, abriram
Flávio Rocha e o anfitrião
Marly Parra
Maria Fernanda e Fabio Coelho
MAIS EM GLAMURAMA.COM/FOTOS
Gabriela Baumgart se diverte com Doris, um dos cachorros da casa
Ana Maria Igel
OLIMPO
olimpo OLIMPO OLIMPO
por guilherme abdalla ilustração bruna bertolacini por guilherme abdalla por guilherme abdalla
APalavra RODA DA forte SOBRE ATALHOS FORTUNA O INDOMÁVEL
PARA O TOPO
84 poder joyce pascowitch
de ser derrotado por aquele pobre confundirem comdepois o próprio Estado a– homem? deculturais lançar cessão dePois, manifestações l’état c’est moi, como proclamou Luís seta entreFundamentos as argolas, nosso herói presente. isolados (racionais) contra a ignorância edo o 14). De alguma pretenderam mirou o aprendidos próximo o pescoço fanatismo. Paraforma, ele,alvo: provavelmenpassado, nas antigas sado mais dosjurídica pretendenestar acima daocarteiras ordem aplite,de poder era combate à intranlas aulainsolente com enfileiradas, tes. Findo o disfarce, apresentoucável a todos os demais. Em 21 de jasigência e à intolerância em uma não dão conta de explicar o poder em se como o verdadeiro rei e, sem neiro de 1793, Luís 16 foi conduzido época caracterizada por perseguirede. Esses são, de fato, tempos con-à pestanejar, da traição guilhotina avingou-se roda do poder avançou ções políticas e religiosas. Fato ée turbados. Ee se tiver dúvidas, não prode todo o sofrimento causado à sua que ele foi um instrumento do pomais um dente. cure na rede. Seja a rede. n família. Todos foram mortos. n der libertador. n GuilhermeAbdalla Abdalla Guilherme Guilherme Abdalla Guilherme Abdalla advogado mestre éé advogado e advogado eeemestre mestre éem advogado mestre filosofiaeeteoria teoria em em filosofia filosofia e teoria filosofia e teoria geraldo doDireito Direito geral direito geral do Direito pelaUSP. USP.Para Paraele, ele,oo pela pela USP. Para ele, ele, USP. Para poder ééaaessência de poder essência de é a essência otodas poder é a essência todasas asrelações relações de todas as as relações relações
PODER JOYCE JOYCE PASCOWITCH PASCOWITCH 67 53 poder joyce pascowitch 57
foto divulgação
ILUSTRAÇÃO ISTOCKPHOTO.COM
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Quem não se comunica, se trumbica, por guilherme abdalla diria Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Você dificilmente deve ter ouvido a língua contra o regenilustração túlio fagim Se a falar frasede já fazia sentido naquela époFrançois-Marie Arouet, mas te Luís 15). À época, já se pressupunha que todas as deveparece conhecer seu pseudônimo, ca, hoje ainda mais acertada. Estamos em janeiro de 1793, LuísA frases ditas em Paris conum dos grandes persoem rede oestá tecido de nossa exisNão é de éhoje que pretendentes ao 16,vida reiVoltaire, da França, preso na Torre tra a realeza teriam parnagens do Iluminismo nodos século – earticulam a tecnologia da informação, poder por debaixo padotência Templo, esperando para ser executido do homem, que era 18.a Ícone do da liberalismo francês, umnos grandes do poderrocada autoridade máxitado. Ados realeza estácombustíveis abolida, seu modo Voltaire antes de umda agi- considerado indomável. Daseja mesma quetudo oque uso ma, elaera rei,forma imperador, presidendeder. viver foi liquidado e tudo ele Com o tempo e o presum Por fomentador por exceenergia foi a forçaperdeu que impultetador, ou elétrica chefe. preguiça ou mesmo aprendeu simplesmente o tígio crescente, a nobreza lência, publicar panfletos, sionou a julgamento Eraadorava Industrial, hoje éCapeto, o poder covardia, preferem atalhos, manosentido. O de Luís percebeu que era melhor contos e novelas para atacar instidabras comunicação que domina a em Eraduro da e subterfúgios ao trabalho nome “civil” de Luís 16, começou 11 manter Voltaire, que tinha tuições O tradicionais como a MaIgreja sociólogo espanhol do dia a de dia1792. – simplesmente sabem deInformação. dezembro A primeira queso diabo no corpo, por perto, Católica, entre outras, sempre com Castells, um dosláprincipais pensaque não chegarão de outra forma. tãonuel que se colocou como humor e comera: uma boajulgar dose um de sar- não só o trazendo de volta doresAde nossa época, fala bastante sohistória de Ulisses, rei de Ítaca, rei que, segundo então casmo. Suaa Constituição produção literária foi do exílio na Inglaterra (que breilha essalocalizada nova forma poder baseadada na de parte ocidental aplicável, acima da da Justiça um está dos meios de lei, combate queepre- foi trocado pela prisão), noGrécia, fluxo instantâneo informação, ilustra bem de isso. Para se torcomo lhe concedendo uma parou odocaminho a Revolução dos poderes próprio para tribunal? Não herói dacomunicação Guerra de Troia, deixou denar capital e de cultural. pensão do Estado. O caso Francesa, que viria em 1789, 11 anos tardou para que a convenção passasse para trás oCastells, reino, a três esposa e o filho. Segundo processos é que ele acabou amigo de depois de sua morte, contribuindo sobre tudo: “Luís, o povo francês acuEntre a batalha e a viagem dedoretorindependentes seouniram nodos fim sémuitos poderosos e suas para livrar mundo poderes sa-vos de ter longe cometido umapor série de no, de casa cerca culo 20ficou para inaugurar uma nova formade obras se espalharam pelos opressores do passado. crimes para estabelecer a vossa tirania, e décadas, vivendo aventuras deduas estrutura social. Primeiro, a econoquatro cantos do mundo. Voltaire pertencia à classe média destruindo-lhe a liberdade”. perigos, com direito a confrontos mia passou a época exigir maisque flexibilidade Há muitas críticas quanem uma em burguesia e Durante a votação, ouviu-sedo (Gecom monstros, feiticeiras emas sereias, administrativa globalização capinobreza see respeitavam, tam- to ao conteúdo filosófico orges Jacques) advogado exemplo. tal,por da produção eDanton, do comércio. Depois, bém se desentendiam. Foi nesse do pensamento de Voltaie político que se destacou sua saber brilhante estratagePouco antes chegar apor Ítaca, povieram as demandas da sociedade, em re, ao seja peladoinexistência contexto quede o nobre Chevalier de ses atuação nos estágios iniciais da público Reprocessos revolucionários se ma amada. rém, foi avisado por suaedeusa prote- Os que a liberdade individual aem comunide de umsua sistema com começo, meio Rohan tentou desonrar volução Francesa, lançar do alto da sucedem, mas não se assemelham. Os protelara tantoosomos asuperdecitora, Minerva, alguns pretendencação aberta se que tornaram supremos; intimidade. Eis dilema: e Penélope fim, beirando atéomesmo a língua mais ferina daqueles tem- nossa tribuna: “Peço convenção para se primeiros seralguns julgados são são que acusados os pretendentes nãoautores, toleraafim, seu trono haviam tomado conta ficialismo, segundo pos e perguntou, durante um evento e, tes por os àavanços possibilitados tão dependentes doafluxo informaciopronunciar sem demora sobre a sorsempre os representantes do regime riam novo adiamento. Ao fim, tudo de seus bens na esperança de se casar seja porque suas ideias rapidamencheio de gente, qual era o verdadeipela revolução microeletrônica. Sob nal que, mesmo sabendo que às vezes levava a crer que regresso de seu Penélope, rainha, e, dessa mateessas decom Luís”. Nodoano seguinte, seria depois, vêm os contrarrevote semanipulados reduziam a oatitudes ro nome Voltaire nãodeposto; condições, aafilósofo. internet, uma tecsomos por quempráticas. detém marido não deveria mais ser espeneira, subir ao trono. Desdenhavam a vez do próprio Danton se sentar lucionários seguidos pelos revolucioMuitos entendem que sua hostilidase fez de rogado e respondeu que, nologia até então obscura e sem muita o poder dentro desse fluxo, não ousarado. Ela, então, sugeriu uma prova dedeTelêmaco, filho e sucessor de noaplicação banco dos réus e ser condenado nários pouco exaltados ou desviaciode declarada era sua própria fraquefato, não tinha um “bom” nome, – além dos mundos isolados mos pregar a revolta. Se o fizermos, de aquele quemandou Ulisses, e desejavam a coroa esque- nistas. za.habilidade: Fato inegável, porém, é atirasse sua luta mas que sabia honrá-lo. A resposta em processo que durou quatro A Revolução Francesa deum cientistas, hackers e comunidades estaremos marginalizados. uma flecha que atravessasse 12por ar-o cendo-se de todas as virtudes que um contra o obscurantismo, contra acabou com Rohan, que não gozava dias. Do alto do–,cadafalso, de homens ao está cadafalso contraculturais tornou-se aDanton alavanca milhares Portanto, se o leitor desoriengolas enfileiradas, um desafio simlíder precisa ter. Penélope, a rainha, preconceito e, no sentido oposto, de boa fama. Depois de muitas idas e teria dito ao carrasco quenova seusforma ini- motivos bastante Mas,o na transição para a nossa tado e acha que vive diferentes. em tempos confuples para Ulisses, seria seu enrolava seus pretendentes dizendo otimismo pelo poder da razão enovo pela vindas, Voltaire desafiou Chevalier migos destruídos todosOssucumbiram de ser:seriam a sociedade em rede.em pouco aparentemente, sos, não se desespere. paradigmas esposo. Para encurtar a história, que se casaria com algum deles tão ciência das luzes. Reconhecendo para um duelo, atitude considerada tempo. Três meses mais tarde, seus própria noção poder, para principalO problema é que, assim como Es- àintelectuais quedeusamos com-e Minerva metamorfoseou o rei em logo terminasse de bordar um imencompreendendo a estupidez humaintolerável por vir de um burguês. principais acusadores (Maximilien ao odesejo inquietante se tados-nação perdem fronteiras, nós, mente preender que acontece a nossade volta mendigo, o que permitiu que ele na, incluindo aí o egoísmo e as incuso manto; durante a noite, porém, ela Por conta disso, Voltaire foi enviado de) Robespierre e (Louis Antoine de sua responsabilidade pescom essa necessidade extrema de es- proteger foram determinados em circunstânráveis paixões loucuras naturais, do etorneio sem resisde voltaa trama à Bastilha (alguns anos an- participasse desfazia tecida durante o dia. de) Saint-Just, também seguiram líderes não tinham restarmos sempre conectados, acabamos soal cias(muitos diferentes e dificilmente podem Voltaire– faz da existência sutes, fora preso porque havia afinal, quem teriauma medo “Adorável mulher!”, teria ditosoltado Ulis- tências para a guilhotina. serem deuses ou se perdendo nossos próprios contornos, ponsabilidade dar conta depor entender o momento
COZINHA DE PODER POR FERNANDA GRILO F O T O S G I O VA N N A B A L Z A N O
A O RIGI NAL Erva-doce faz bem para a saúde e não engorda. Sem falar que pode dar pitaco em quase todo tipo de receita. Só não vale confundi-la com funcho
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ifícil não pensar em um bolo de fubá recém-saído do forno com as sementinhas espalhadas na massa, quando se pensa em erva-doce. Acontece que essa planta, que tem origem no Oriente Médio, merece muito mais espaço na cozinha. Do ponto de vista nutricional, não deixa nada a desejar: é rica em carboidratos, carotenoides, vitamina C, ferro, cálcio e zinco, além de pouco calórica (apenas 17 calorias em cada 100 gramas). A versão in natura pode ser consumida do bulbo ao talo, em pratos quentes ou frios. E as sementes ainda podem ser maceradas e usada como condimento para adoçar receitas. Mas favor não confundir com funcho! Só existe um tipo de erva-doce, a Pimpinella anisum. Embora também tenha sabor puxado para o anis, o funcho tem outro nome, Foeniculum vulgare. “As sementes, folhas e flores das duas espécies são diferentes. A erva-doce tem folhas menores, que parecem as do coentro, e flores brancas. Já as folhas do funcho são finas, alongadas com aspecto rendado e as flores, amarelas”, explica Matheus Motta, nutricionista graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e coordenador de nutrição do Vigilantes do Peso. Se a ideia é apostar no clássico chá de erva-doce, vale lembrar que, além de calmante, ele ajuda na digestão e em quadros de cólicas e de enjoos – e tem efeito expectorante. n
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BOLO DE FUBÁ COM ERVA-DOCE
POR BIA BOSCH CHEF PÂTISSIÈRE DO TANIT INGREDIENTES • 3 ovos • 1 xícara (chá) de óleo • 1 xícara (chá) de leite • 1 e 1/2 xícara (chá) de açúcar
• 2 e 1/2 xícara (chá) de fubá • 1 colher (sopa) de fermento • 1 colher (chá) de erva-doce MODO DE PREPARO Bata ovos, óleo e leite no liquidificador e, aos poucos, acrescente fubá e açúcar, alternando-os. Em um bowl, incorpore o fermento e a erva-doce . Unte a forma com manteiga e fubá e leve ao forno, a 160 graus, por 45 minutos. Para finalizar, polvilhe com açúcar de confeiteiro.
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SALADA DE ATUM FRESCO COM ERVA-DOCE
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FOTOS GIOVANNA BALZANO; DIVULGAÇÃO
POR VITOR SOBRAL CHEF DO TABERNA DA ESQUINA 4 PORÇÕES INGREDIENTES CONSERVA DE ATUM • 400 g de atum fresco em lombos • 150 ml de azeite • 1 cebola picada • 1 alho laminado • 50 ml de vinho branco • 1 colher (café) de orégano • 1 colher (café) de sementes de ervadoce • 1 folha de louro • 25 ml de vinagre de vinho branco • sal marinho e pimenta-do-reino a gosto SALADA • 400 g de atum em conserva • 2 unidades de laranja em gomos • 1 dente de alho picado • 50 ml de azeite extravirgem • Malagueta picada a gosto • 400 g de alfaces variadas • Flor de sal a gosto • 2 colheres (sopa) de coentro em folha • 1 colher (sopa) de cebolinha picada • Pimenta preta de moinho a gosto • 1 folha de louro • Erva-doce a gosto CREME DE TOMATE • 200 g de cenoura cozida • 300 g de tomate pelado assado • 1 dente de alho escaldado • 150 ml de azeite extravirgem • 50 ml de vinagre de vinho branco • 100 ml de água de cozer bacalhau • Flor de sal a gosto MODO DE PREPARO CONSERVA DE ATUM Coloque o atum em uma salmoura (500
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ml de água para 75 g de sal) durante 30 minutos. Escorra e coloque em uma forma com os outros ingredientes e leve ao forno a 150 graus durante 20 minutos. Retire, passe para um frasco com o líquido restante, espere esfriar e sirva em temperatura ambiente ou gelado. SALADA Tempere a laranja e o sumo, com malagueta, alho e flor de sal. Corte o atum em lascas e envolva com
a salada de laranja. Por fim, salpique com coentro e pimenta preta. CREME DE TOMATE Bata tudo no liquidificador até obter uma emulsão de textura homogênea. Coloque o creme em um prato fundo, sobreponha o atum com as laranja e, em seguida, a salada temperada com um fio de azeite e cebolinha picada. Para finalizar, coloque um bom punhado de erva-doce fresca.
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CULTURA INC. POR ELOÁ ORAZEM
CÂMERA NA MÃO E MULHER
NA CABEÇA
Diretora-presidente da produtora Conspiração Filmes, Renata Brandão agita o mercado com o coletivo Hysteria, que faz conteúdo com olhar feminino
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riar novos conteúdos feitos para e por mulheres. Essa é a premissa básica do coletivo Hysteria, núcleo que a Conspiração Filmes implantou em sua estrutura interna. A ideia, levada a cabo pela diretora-presidente Renata Brandão, responde às inquietações do mercado e também atende a uma demanda da própria produtora, a de ter uma visão, um olhar claramente feminino na concepção e realização de seus projetos. Em outubro, o Hysteria começa a levar ao ar seus primeiros trabalhos: a série erótica Desnude, feita para o canal GNT e baseada em depoimentos (picantes) enviados pelo público, com direção de Carolina Jabor e Anne Guimarães; um trio de curtas pornôs protagonizados por não atores e um site com histórias originais. “Falamos de tudo: comportamento, tendências, ciência, amor, maternidade, relacionamento, sexo,
bo, que a exibe, subir oito pontos de audiência no horário da atração, por volta das 23h; já 1 Contra Todos tornou-se a série de maior audiência da Fox depois do blockbuster The Walking Dead; e Detetives do Prédio Azul lidera nesse quesito no canal infantil Gloob. De volta ao Hysteria, Renata se vê em evolução pessoal junto com o núcleo que comanda. “Está sendo uma jornada incrível não só para me descobrir mulher, mas para aceitar e reconhecer essa ótica feminina das coisas. Por que a força e até a agressividade são características masculinas, por exemplo? Por que não são atribuídas às mulheres? Tenho vivido um processo de ressignificação pessoal enorme.” É difícil dizer cravar se resistência e flexibilidade são características mais femininas ou masculinas, mas é disso que a executiva vem se servindo para fazer frente à concorrência, que agora chega por muitos lados.
“Levamos tudo muito a sério, inclusive a diversão, tão importante em momento de crise” “streaming”, à Netflix? “Vai chegar, vai chegar”, responde Renata. Enquanto esse momento não vem, a executiva acredita que a Conspiração vem dando uma resposta não só à crise econômica brasileira, mas também em outro plano, o da “confiança, valores e de outras tantas coisas”, como diz. “Trabalho todo dia para
FOTOS DIVULGAÇÃO; MAURICIO FIDALGO / DIVULGAÇÃO
Cenas de Sob Pressão, série da Conspiração que ajudou a Globo a aumentar a audência do horário em oito pontos e a executiva (pág. ao lado)
pornografia, tesão, beleza. E também não temos problemas em revisitar os velhos estereótipos, se for o caso”, disse Renata em entrevista a PODER. Formada em jornalismo a capixaba de Linhares vem colocando toda tração de que é capaz e já tem números auspiciosos para entregar: nos últimos anos, as atividades de produção da Conspiração decuplicaram. No front da audiência também não há do que se queixar. Uma das séries da empresa, a médica Sob Pressão, fez a Glo-
“Todo mundo que tem hoje Instagram ou Facebook é um distribuidor de conteúdo. Esse cenário está quebrando uma verticalização até então institucionalizada, de respeitar a janela do cinema, a janela do canal pago, a janela do DVD, a janela da televisão em massa. Essas lógicas estão todas em xeque. A Netflix produz o que quer e exibe quando bem entende para seus assinantes”, analisa. Isso poderia ser uma pista do que vem por aí, uma Conspiração mais
fazer este país melhor, tomar decisões corretas, sempre pensando nas pessoas e no conteúdo que elas consomem. Sob Pressão, por exemplo, é uma série sobre a realidade dos hospitais públicos do Brasil e dentro desse ‘entretenimento’ a gente entrega um monte de ensinamento: abordamos a questão do transplante, da doação de órgãos e de sangue. Levamos tudo muito a sério, inclusive a diversão, tão importante em momento de crise.” n PODER JOYCE PASCOWITCH 73
LIVRO
ABERTA PARA REFORMA
À
primeira vista, a reforma do prédio da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, parece ser um dos principais pilares da gestão de Helena Severo, que comanda a instituição desde o ano passado. Embora as obras sejam objeto da atenção permanente e um imperativo para o órgão, que guarda um raro acervo que sofre seguidas ameaças, inclusive aquelas ligadas à climatização precária do edifício, a liderança de Helena se dá mesmo nas entrelinhas: ela tem ajudado a fomentar projetos e atividades que promovem o diálogo e o convívio entre ideias, gerações e opiniões – o verdadeiro alicerce desse patrimônio do país. Em meio à crise particularmente incisiva do Rio de Janeiro, as coisas parecem andar bem. Em uma quinta-feira chuvosa, por exemplo, centenas de pessoas se aglomeravam na frente da biblioteca para garantir presença no Projeto Diálogos, que convida diferentes pensadores a dissertar sobre determinados temas – a estrela daquela vez era o historiador Leandro Karnal. “As primeiras pessoas começaram a chegar aqui por volta das 15h, três horas antes do horário”, diz Helena, surpresa.
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Sempre orbitando o universo da cultura, Helena ocupou, entre outros cargos, os de secretária de Cultura do município e do estado do Rio e o de presidente da Fundação Theatro Municipal – experiências sem dúvida valiosas nessa nova fase. Helena está especialmente preocupada com o processo de digitalização. “Temos 9 milhões de itens em nosso acervo e apenas 1,2 milhão está digitalizado”, comenta. Apesar do ritmo mais lento do que ela esperava, a carioca sabe que o momento não é para reclamação, ainda mais diante da posição confortável da fundação em plena crise econômica. “Há um esforço muito grande do governo em manter as instituições, e estamos cientes do nosso privilégio diante da verba liberada para as obras no prédio.” O retorno do investimento está de alguma forma aparecendo, já que as visitas à biblioteca mais que dobraram no primeiro semestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado. Mais do que validar as novas apostas em exposições, parcerias e palestras, o aumento de interessados pela instituição bicentenária mostra, de acordo com Helena, que apesar das
dificuldades morais, éticas e financeiras que o país atravessa, o Brasil “sempre avança”. Fã declarada de Clarice Lispector, Jorge Amado, José Lins do Rego e Manuel Bandeira, Helena se mostra aberta a novos escritores nacionais e ressalta que a equipe se dedica a garimpar mais talentos, nos mais diversos gêneros literários. Longe da vaidade de querer eternizar sua gestão, ela parece mais preocupada em salvar das marcas do tempo a Biblioteca Nacional. É a história da instituição, afinal, que não pode parar . n
FOTOS JOÃO CLÁVIO / DIVULGAÇÃO
À frente da Biblioteca Nacional, do Rio, Helena Severo concentra sua atenção não só na restauração do prédio, mas também no reforço dos alicerces da instituição: diálogo, convívio e literatura
+LIVRO
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QUANDO A VIDA TE DÁ LIMÕES… Beyoncé faz Lemonade. A diva pop norte-americana lavou a alma nesse que é seu último álbum, com músicas que abordam temas polêmicos, do racismo às supostas traições de seu marido, o midas do rap Jay-Z. Além de faturar como poucos na pop music, a cantora é inquieta. Junto com o lançamento do disco, ela pôs no mercado o livro estilo coffee-table How to Make Lemonade, com 600 páginas ilustradas mostrando o processo criativo por trás do álbum. Há ainda fotos pessoais. Vendida on-line em edição limitada por US$ 300, a obra de capa dura ainda vem acompanhada de dois discos de vinil e código para download do álbum de música e visual.
CINEMA UM NOVO ALLEN Previsto para 2018, o novo longa de Woody Allen será estrelado por três jovens atores em ascensão: Elle Fanning ( foto), a também cantora Selena Gomez e Timothée Chalamet. Ainda sem título definido, o filme é mais uma parceria do diretor norte-americano com a Amazon Studios, da gigante Amazon, responsável pela produção de seus dois últimos longas: Café Society, de 2016, e o ainda inédito Wonder Wheel, com Kate Winslet e Justin Timberlake no elenco.
UNIVERSO PARTICUL AR POR CAMILA BONI
Adepto do feijão com arroz e da cerveja, o chef do Mocotó, Rodrigo Oliveira, adora seu ofício, desde que não tenha de cuidar de “pessoas e números”. Ele ganha agora mais um local para mostrar sua arte, no novo prédio do Instituto Moreira Salles
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O chef que pôs a Vila Medeiros, bairro da zona norte de São Paulo, no radar com seu Mocotó (e depois com o Esquina Mocotó) adora desafios. “Me testo cozinhando a carne de diferentes maneiras”, diz. Por ser complexa, ela é seu ingrediente preferido. Se não cozinhasse, Oliveira estaria no campo, na lida, plantando e colhendo. Mas ele gosta da sua rotina urbana, que começa às 6 da manhã para levar os filhos à escola. Depois é a vez da atividade física, que precede seu dia de trabalho. Da gestão dos restaurantes, contudo, prefere abdicar. “Cozinhar é fácil perto da atividade de lidar com pessoas e números”, diz. O chef se cercou de gente para fazer isso, o que o libera para se concentrar no que faz bem. Sorte de quem for ao Balaio, sua nova casa, dentro do prédio do Instituto Moreira Salles, que deve estrear neste mês na avenida Paulista. n COMIDA: feijão com arroz DOCE: sorvete SALGADO: pão de queijo RESTAURANTE: Jiquitaia,
em São Paulo MELHOR VIAGEM:
de carro SONHO: fazer
da minha comunidade um lugar melhor LUGAR: ao ar livre BEBIDA: cerveja
MESTRE:
Mara Salles ESPECIARIA: umburana PAÍS: México BRINCADEIRA DE INFÂNCIA: bicicleta
CABECEIRA WOMEN, SEX AND ADDICTION - A SEARCH FOR LOVE AND POWER, CHARLOTTE DAVIS KASL
LA PARISIENNE, INÉS DE LA FRESSANGE COM SOPHIE GACHET
FOTOS DIVULGAÇÃO; LETÍCIA MOREIRA
ESTANTE A paulistana DENISE DAMIANI dedica cinco horas por semana para ler, de preferência temas que não tenham a ver com trabalho. Engenheira, ela já foi sócia de duas consultorias (Accenture e Bain & Company) e vice-presidente da Itaúsa, holding que controla o Itaú Unibanco e outras empresas. Hoje, é dona de uma butique de consultoria focada em empresas brasileiras e atende famílias de empresários. Geralmente, lê segunda de manhã e sexta à tarde. Fluente em inglês, francês, espanhol e italiano, costuma ler muitas obras no original. Faz isso na poltrona que fica em seu quarto e anota em um caderno os insights que surgem durante a leitura. Denise é autora, com a jornalista Cynthia de Almeida, de Ganhar, Gastar, Investir, o Livro do Dinheiro para Mulheres. “Escrever foi um aprendizado. Selecionei entrevistas que fiz ao longo de 20 anos com mulheres incríveis que me ensinaram muito sobre o que fazer e o que não fazer, principalmente quando se trata de cuidar da carreira e do patrimônio.” Além desse, seguem os outros que Denise recomenda. por márcia rocha
“Fala sobre a vida e o estilo das parisienses. Traz a essência delas e de como elas fazem compras ou como usam o trench coat, por exemplo. Acho as parisienses o máximo: chics, descoladas, livres e inteligentes!” MEU ADORADO PEDRO, ROMANCE BASEADO NA VIDA DE DONA LEOPOLDINA, VERA MOLL
“Não gosto muito de romances, mas esse aqui é uma biografia. Conta sobre a vida da princesa Leopoldina, primeira imperatriz do Brasil, e sua paixão pelo marido, dom Pedro 1º.”
“Sempre tive muito interesse em entender por que a alma feminina se conecta com o sofrimento e a falta de liberdade. Nesse livro, Charlotte mostra como algumas mulheres se valem de sua condição feminina para chamar a atenção, fazer os outros gostarem delas e conseguir o que querem. Na carreira, por exemplo, não focam em suas competências profissionais, e não conseguem sair de um casamento ruim quando se dão conta de que o marido não é o homem com quem desejariam compartilhar a vida. Fazem uma espécie de antiempoderamento feminino.” LEADING WOMEN - 20 INFLUENTIAL WOMEN SHARE THEIR SECRETS TO LEADERSHIP, BUSINESS AND LIFE, NANCY D. O’REILLY
“Muito legal para ver as características que mulheres incríveis e líderes em suas áreas têm em comum. Alguns exemplos: foco, não desistir, sentar na mesa de reunião e não naquelas cadeiras que ficam atrás e que são colocadas ali quando a sala está cheia. É inacreditável, mas há muitas mulheres que vão direto para essas cadeiras, mesmo quando ainda há lugar na mesa.”
COMO SER UMA MULHER DE PERSONALIDADE (SEM PRECISAR SER AGRESSIVA), JEAN BAER
“Li quando tinha 19 anos. Sempre fui muito independente, do tipo que faz o que quer e fala o que pensa. Na época, meu chefe dizia que eu era muito agressiva. Claro que comprei esse livro assim que o vi. Valeu como reflexão para a carreira e para a vida. As mulheres, geralmente, não dizem o que pensam e, aí, ficam com raiva. Acontece que existem estudos comprovando que a raiva é uma das coisas mais perniciosas que existe para a saúde. O segundo caminho é a explosão, que não resolve o problema, e o terceiro, a fofoca, que também não é eficaz. Só depois de muitos anos é que percebi que o que meu chefe fazia comigo era assédio, pura e simplesmente.” A NEW EARTH - AWAKENING FOR YOUR LIFE’S PURPOSE, ECKHART TOLLE
“Tenho muito interesse em livros que trazem reflexões sobre a nova era, como esse. Gosto de ler sobre física quântica, a importância de viver o momento presente e como tudo isso se relaciona com nossa vida e com o universo. Certa vez, assisti a uma aula de Humberto Maturana, neurobiólogo [chileno] que estuda por que nós agimos como agimos usando os conceitos de sua especialidade.”
POLE POSITION por josé rubens d’elia
ROTEIRO DE CAMPEÃO precisa evoluir. Fazemos juntos uma análise do que chamo de situação atual e de situação desejada. É um exercício que pede reflexão e que aciona automaticamente o botão do autoconhecimento. Para fazer essa análise, a pessoa precisa se rever e avaliar suas atitudes em relação aos objetivos que deseja alcançar. Ao constatar os pontos que estão bons e que trazem satisfação, a autoestima e a autoconfiança saem ganhan-
do. Com isso, a motivação e a energia para correr atrás do que precisa ser aperfeiçoado se renovam. Essa análise faz com que a pessoa se encontre consigo mesma e olhe para si de um jeito corajoso e, ao mesmo tempo, carinhoso, permitindo que ela faça uma geral em seu script. Durante esse exercício, eu a ajudo a reviver algumas cenas ocorridas durante um treino, uma corrida, um relacionamento ou uma tomada de decisão. E, naturalmente, na postura de espectador de si mesmo, sem julgamento, é possível realinhar e modular o plano de ação seguinte, com motivação e fortalecimento das crenças positivas. O foco passa a ser direcionado para o que realmente está sob seu poder e as circunstâncias que não podem ser controladas ficam na esfera da aprendizagem diária: “Como posso lidar com elas, usando os meus recursos internos?”. A postura de se concentrar no que depende de sua ação minimiza o efeito negativo de circunstâncias que fazem parte do cotidiano de qualquer um. n José Rubens D’Elia é fisiologista e treinador psicofísico de pilotos, atletas profissionais, empresários e executivos. Diretor da Pilotech – Clínica de Performance de Pilotos, em São Paulo
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Depois de mais de três décadas trabalhando com atletas de alta performance e com atletas do dia a dia, estou cada vez mais convencido de que manter a cabeça e o corpo alinhados é fundamental para melhorar o desempenho. Uso com meus clientes uma ferramenta que tem sido muito útil para que eles tomem consciência do momento em que estão e projetem o futuro, mantendo o que está adequado e mudando o que
CARTAS cartas@glamurama.com
PRONTA ENTREGA
Extremamente inspiradora a matéria de capa com Nadir Moreno (PODER 108). A paranaense fez duas faculdade: letras e Direito, estudou inglês e espanhol e não desistiu até chegar à presidência da UPS. Você é um exemplo de mulher, Nadir! Ana Cristina Zoccoli, de Ribeirão Preto, via e-mail
NON-STOP
Depois de ler a matéria com Selton Mello (PODER 108) fiquei curiosa para ver seu último filme. Além de ser muito trabalhador, ele é um superintelectual! Estou admirada! Luísa de Arruda Pinto, de Piracicaba, via e-mail
COM O CORAÇÃO NA MÃO
Que delícia ler sobre o empoderamento feminino (PODER 108). Duas médicas bem-sucedidas que seguiram seus sonhos e não abaixaram a cabeça. Um exemplo para muitas mulheres! Parabéns! Maria Morellato, de São Paulo, via e-mail
ALMOÇO DE PODER
FOTO MAURÍCIO NAHAS
Muito legal o texto com o maestro e pianista brasileiro João Carlos Martins (PODER 108). Ele parece ser muito divertido... Henrique Kleist, de São Paulo, via e-mail
AGENDA PODER
BUCKMAN + buckmanbck.com.br BURBERRY + burberry.com HIGHSTIL + highstil.com.br JAEGER- LECOULTRE + jaeger-lecoultre.com MERINO ALFAIATARIA + merino.ind.br RICARDO ALMEIDA + ricardoalmeida.com.br
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PODER JOYCE PASCOWITCH 79
Em agosto, a onda de calor que varreu os Estados Unidos provocou uma invasão de tarântulas na costa oeste do país. Em busca de sombra e abrigo dos rigores do tempo seco, algumas delas entraram em casas de San Diego, na Califórnia. Uma delas chegou a se aninhar dentro de um micro-ondas. Apesar da cara de pouquíssimos amigos, elas raramente picam – e, se isso acontece, não costuma ser grave.
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FOTO CYRUS MCCRIMMON / GETTY IMAGES
METAMORFOSE
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Com muito orgulho comunicamos que os restaurantes Fasano Al Mare e Gero Rio receberam a pontuação máxima no prêmio Rio Show de Gastronomia, do Jornal O Globo, que dentre tantos restaurantes do Rio, considerou apenas 8 merecedores dos 5 garfos. Nos incentiva ainda mais a fazermos nosso melhor, mesmo em momentos econômicos tão difíceis. Agradeço ao Rio de Janeiro o privilégio de ter sido tão bem acolhido e reconhecido na cidade mais linda do universo.
Grazie Mille, Rio de Janeiro.
Rogério Fasano
Gastronomia dal 1902
cre•di•bi •li •da •de (substantivo feminino)
Do latim CREDIBILITAS ou CREDIBILITATIS. Qualidade de ser crível. Que se pode crer, acreditável. Característica de quem conquista confiança – que possui crédito. O contrário de incredibilidade. 2 Fortalecer a confiança em toda a rede de relacionamentos é fundamental para o futuro da sua empresa. Para conquistar a credibilidade do mercado, é importante adotar uma abordagem abrangente de gestão de informações, incentivando laços duradouros, minimizando os riscos internos, externos e do dia a dia, e explorando ainda mais as oportunidades. Tudo isso só pode ser alcançado com total transparência. 1
Termos relacionados:
Fortalecer a credibilidade e a transparência, proteger ativos de informação.
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