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MULHER MODO ON

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CANTO DE PODER

POR ALINE VESSONI FOTOS CLAUDIO EDINGER

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FOTOGRAFIA POR TODA PARTE

Em seu escritório, Edinger (no destaque) tem algumas de suas fotos expostas, imagens de figuras ligadas à tradição védica, como Ganesha e sua calopsita, o Lahiri

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Quem entra no prédio em que mora o artista e fotógrafo Claudio Edinger, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, já no hall começa a adentrar ao seu local de trabalho. “Tenho um escritório dentro de casa, mas, na verdade, minha casa toda é meu estúdio, porque eu aprendo muito quando coloco uma foto na parede, olho para ela todos os dias. A fotografia vai ganhando outros significados”, conta ele que, ao conversar com os vizinhos, conseguiu angariar espaço no hall social do edifício e pendurar ali alguns de seus cliques. Mas o local não é suficiente, já que em casa também divide o espaço com o trabalho da mulher, a fotógrafa Betina Samaia.

Em meados da década de 1970, Edinger começou a frequentar o Edifício Martinelli, no centro da cidade, para fotografar o que ele chamou de “microcosmos de São Paulo” – basicamente porque o prédio representava o que era viver na capital –, uma edificação que havia sido construída para o luxo e se transformara em cortiço. “Sempre me interessei por esses paradoxos da vida, porque me identifico com isso. Eu vivia cercado de contradições, não me encaixava em lugar nenhum”, explica.

Com vários questionamentos e uma câmera na mão, Edinger produziu incontáveis ensaios primorosos mundo afora – da comunidade judaica ortodoxa de Nova York ao hospital psiquiátrico do Juqueri – trabalhando com afinco em uma “busca infinita pela imagem universal, que é o tipo de imagem que vai criando novos significados com o tempo, como a Mona Lisa [de Leonardo da Vinci]”. Fazer arte está sobreposto diretamente no seu modo de viver. “Artista não trabalha das 9h às 18h. Tudo o que eu faço está relacionado com o meu trabalho.” E é categórico em afirmar que não se cansa da fotografia. Afinal, se enfadar do trabalho é para quem não gosta do que faz. n

Em sentido horário: o hall de entrada do prédio com imagens do fotógrafo, sua biblioteca pessoal, a sala de estar do apartamento e uma mesa com recordações de viagens

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