Revista J.P | Edição 138

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POR AÍ POR KIKI GARAVAGLIA

POR DENTRO DE BANGCOC

Antigamente, a maioria das pessoas usava a cidade de Bangcoc, capital da Tailândia, como uma parada aérea para o sudeste asiático. E foi justamente isso que aconteceu quando fui ao Vietnã, por exemplo. Me hospedei no maravilhoso Mandarin Oriental, às margens do rio Chao Phraya, para descansar do longo voo e desfrutar do spa e da paisagem dos arredores do hotel, antes de seguir para o meu destino. Mas, em 2013, voltei para enfrentar a imensidão de programas a serem feitos nessa fascinante cidade, que é parte metrópole futurística, parte imersa num passado de ouro. Sim, a maioria das estátuas é de ouro. Inclusive, o país tinha o nome de Sião, que significa... ouro. As atrações são muitas, mas as mais famosas estão concentradas na parte histórica, nas redondezas do Grand Palace, construído em 1782 pelo rei Rama I para ser sua residência. Nessa região existem centenas de pavilhões, jardins imensos e suspensos, além de templos – o mais famoso é o

do buda de esmeralda, que na verdade é de jade. O gigantesco buda dourado reclinado, de 50 metros de comprimento na horizontal, é datado do século 16 e fica no templo Wat Pho, local dedicado à medicina tradicional e a excelentes massagens tailandesas. Do outro lado, o Wat Mahathat é um centro de meditação e mercado de amuletos, e é possível ver monges passeando pelos corredores. No terraço superior, as cúpulas são feitas de madrepérolas deslumbrantes. Um dia apenas não é suficiente para ver nem a metade, e eu, sem espaço suficiente, para contar das maravilhas desse lugar. Aos domingos, a dica é alugar um dos longos barcos motorizados e navegar pelos klongs, ou canais, até Taling Chan, observando esse povo que nasce, vive e morre em suas embarcações. Nas margens, quiosques de flores, legumes e frutas se tornam restaurantes a céu aberto, além dos outros barcos ancorados, cada um com suas especialidades culinárias de camarões, peixes ou caranguejos.

Se preferir restaurantes sofisticados e famosos, existem vários, mas sugiro as iguarias da cozinha molecular do chef Gaggan Anand, que está entre os 50 melhores da Ásia. Já no bairro Nahm, o chef David Thompson é famoso por suas receitas imperiais tailandesas e comidas típicas. Para viver e sentir a vida local é preciso conhecer as feiras populares, como o Sampeng Market, em Chinatown, o mercado têxtil de Phahurat, ou, ao anoitecer, os bazares de Rot Fai, que explodem em animação com as mais variadas atividades. Fiquei fascinada e fui adentrando por passagens estreitas até chegar à parte do baixo meretrício, mundialmente famoso. Quase entrei numa boate onde as moças jogavam bolas de pingue-pongue, umas nas outras, quando minhas duas companheiras me puxaram de volta e resolveram voltar para a segurança do nosso hotel. Acho que vou ter de voltar mais uma vez a Bangcoc... Sem as acompanhantes idosas. n

viajante insaciável, KIKI GARAVAGLIA já correu o mundo e, no momento, pode estar em londres ou marrakesh. só tem medo de morrer sem antes conhecer dubai

74 J.P MARÇO 2018

FOTO ARQUIVO PESSOAL

Com seus templos budistas, culinária exótica e muita animação, a capital da Tailândia não é mais apenas um pit stop


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