SECOS & MOLHADOS
UM NOVO JEITO DE COMPRAR Com aumento de mais de 23% nas vendas online mundo afora em 2018, os apocalípticos já declaram o fim da loja física. Mas talvez seja só o caso de se integrar POR CAROLINE MENDES
40 PODER JOYCE PASCOWITCH
FOTO ISTOCKPHOTO.COM
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o Vale do Silício – sempre ele, né? – existe uma loja de brinquedos, a Habbi Habbi, em que nada pode ser comprado e levado para casa. Lá, em vez de ouvirem a cruel frase “não põe a mão!”, as crianças são livres para brincar, testar os produtos, encorajadas pelos pais e pelo estafe a fuçar em tudo. Experimentar. “Tem gente que fica horas aqui e vai embora sem comprar nada, mas isso não é um problema para nós”, afirmam as sócias-fundadoras da loja, Hanna Chiou e Anne-Louise Nieto. Com background de business consultant e, hoje, de mães, elas se inspiraram nos próprios filhos para criar a empresa, que tem um modelo de negócio disruptivo, sustentado por uma estratégia de collective marketing (quando duas ou mais marcas se juntam para se promoverem individual e coletivamente) e um branding para pai millennial nenhum botar defeito. Trocando em miúdos, em vez de comprar brinquedos por um preço xis, mantê-los em estoque e colocá-los à venda por dois xis, Hanna e Anne-Louise fecham contratos com as marcas que interessam a elas – quase todas tecnológicas, cool, educativas, com sedes na Dinamarca, França, Espanha, Hong Kong –, espalham os produtos em um espaço que mais parece uma sala de brinquedos abastada e convidam todos para a brincadeira, literalmente. Convidam também para workshops, palestras, aulas e eventos de todo tipo ligados ao mundo infantil. Se o cliente quiser de fato levar alguma coisa, Habbi Habbi ajuda com a compra do produto diretamente no site da marca em questão. “Nós oferecemos o que sentimos falta no varejo hoje em dia: excelente experiência e descoberta de novas marcas, novos produtos. Tendo isso como prioridade, a conversão da venda vem em segundo lugar – quem disse, aliás, que ela