masioli
e colaboradores
Anatomia Dental de A a Z Florian贸polis / SC - Brasil 2015
TÍTULO
Anatomia Dental de A a Z 1a Edição, 2015 Editora Ponto Ltda. ISBN 978-85-60023-13-4
AUTORES
Marco Antônio Masioli et al.
DESIGN GRÁFICO
Daiane Martins Machado Emmanuel Fontes
REVISÃO
Giovanni Secco
Este livro é uma publicação da Editora Ponto Ltda., Rua Vila Kinczeski, 23, Centro, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, CEP 88020-450.
M397a
Masioli, Marco Antonio. Anatomia dental de A a Z / Marco Antonio Masioli. – Florianópolis: Editora Ponto, 2015.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sem a permissão prévia do Editor.
144p. :il.
Mais informações: www.editoraponto.com.br www.facebook.com/EditoraPonto @EditoraPonto (55 48) 3223 9150
ISBN: 978-85-60023-13-4
0800 704 4018
1. Dente - anatomia. 2. Dentição permanente. 3. Dente decíduo. 4. Odontologia. CDU 616.314-089 Catalogação na fonte por: Vera Ingrid Hobold Sovernigo CRB-14/009
MARCO ANTÔNIO MASIOLI Professor Associado da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES Mestre em Dentística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Doutor em Clínica Odontológica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
BIANCA M. VIMERCATI Professora Titular da Faculdade de Odontologia da Universidade Vila Velha – UVV Mestre em Dentística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Doutora em Odontologia na área de concentração Dentística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
HINDRA COLODETTI Professora de Dentística e Escultura Dental da Escola Superior São Francisco de Assis – ESFA Mestrando em Dentística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Especialista em Dentística pela Associação Brasileira de Odontologia Seção Espírito Santo – ABO-ES
JOSUÉ DA SILVA COUTINHO Professor Adjunto do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES Mestre em Clínica Odontológica pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES Doutorando pela Universidade Cruzeiro do Sul
LUCIANA FARIA SANGLARD Especialista em Odontopediatria pela Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE Mestre e Doutora em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – FOUSP
LUCIANA BUTINI OLIVEIRA Especialista, Mestre e Doutora em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – FOUSP
JOSÉ CARLOS PETTOROSSI IMPARATO Professor Livre Docente da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – FOUSP Professor do Programa de Pós-Graduação da Faculdade São Leopoldo Mandic
ANTÔNIO CARLOS SELGA Técnico em Prótese Dentária pela Escola de Prótese do Espírito Santo Especialista em Enceramento Estético e Cerâmica
autores
Outros livros já foram publicados pelo Prof. Dr. Marco Antônio Masioli. Destacam-se os textos Fotografia Odontológica e Odontologia Restauradora de A a Z, ambos com marcantes contribuições para a prática da Odontologia. Agora Masioli e seus colaboradores nos brindam com um novo texto, cujo título é Anatomia Dental de A a Z, produzido pela Editora Ponto. Conhecendo pessoalmente o autor, constato que ele deposita nesta obra seu costumeiro entusiasmo e sua já reconhecida competência profissional, qualidades somente presentes naqueles que amam a profissão que escolheram. O livro é composto de três capítulos: Nomenclatura, conceitos básicos e generalidades; Estudo individual dos dentes permanentes; e Estudo Individual dos dentes decíduos. Não é, por isso mesmo, apenas mais um livro, uma vez que se distingue da maioria das repetidas publicações sobre restaurações dentárias estéticas. Traduz, em sua essência, a confirmação de que a anatomia dental é o próprio equilíbrio da função mastigatória, o que a torna uma disciplina necessária não
PROF. DR. JOSÉ CARLOS PEREIRA Professor Titular Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de São Paulo
apenas sob a óptica da estética bucal, mas especialmente do ponto de vista da eficiência do sistema estomatognático e da saúde geral do paciente. Este livro traz o objetivo fundamental de alcançar o domínio da prática restauradora, sem perder de vista a Odontologia em seu espectro acadêmico e científico. Assim, trata-se de uma obra que demonstra o conhecimento, a didática e o domínio dos princípios técnicos da Odontologia Restauradora, uma vez que expõe com riqueza de detalhes e magníficas ilustrações um minucioso estudo da anatomia dental, essencial para quem deseja praticar com excelência a arte da restauração. Mais que isso, os autores introduzem o leitor na compreensão da terminologia necessária para a comunicação internacional, produzindo um documento fundamental para o estudante e para o profissional da Odontologia. Por essas qualidades, o texto se apresenta como leitura obrigatória para quem quer aprender, ensinar ou praticar a Odontologia Restauradora.
prefรกcio
À Bianca e à Hindra, pela parceria, amizade, fidelidade e amor que fazem com que seja possível a realização deste e de tantos outros projetos. Ao protético e artista Antonio Selga, pela dedicação, carinho e responsabilidade com que esculpiu os dentes estampados em muitas figuras deste livro. Ao professor Josué da Silva Coutinho, à professora Luciana Faria Sanglard, à professora Luciana Butini Oliveira e ao professor José Carlos Pettorossi Imparato, por terem disponibilizado seu tempo e conhecimento na elaboração desta obra.
MARCO ANTÔNIO MASIOLI
Ao Bancos de Dentes Humanos da Faculdade de Odontologia da FAESA, da Universidade de São Paulo, da Faculdade São Leopoldo Mandic e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, por disponibilizarem os dentes que foram utilizados nesta obra. À Editora Ponto, por mais uma vez acreditar e investir em um projeto de que participo. A todos que participaram direta ou indiretamente para que esta obra pudesse ser sonhada, planejada e concluída, o meu muito-obrigado!
agradecimentos
Dedico este livro às minhas filhas, Lísia e Lara, por fazerem meu mundo mais feliz.
MARCO ANTÔNIO MASIOLI
dedicat贸ria
INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1. NOMENCLATURA, CONCEITOS BÁSICOS E GENERALIDADES Nomenclatura Dental Nomenclatura Descritiva Notação Dental Sistema Internacional Sistema Universal ou Americano Conceitos Básicos e Generalidades Regras Gerais
CAPÍTULO 2. ESTUDO INDIVIDUAL DOS DENTES PERMANENTES Incisivos Centrais Superiores Incisivos Laterais Superiores Incisivos Centrais Inferiores Incisivos Laterais Inferiores Caninos Superiores Caninos Inferiores Primeiros Pré-Molares Superiores Segundos Pré-Molares Superiores Primeiros Pré-Molares Inferiores Segundos Pré-Molares Inferiores Primeiros Molares Superiores Segundos Molares Superiores Primeiros Molares Inferiores Segundos Molares Inferiores Terceiros Molares
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CAPÍTULO 3. ESTUDO INDIVIDUAL DOS DENTES DECÍDUOS Incisivos Centrais Superiores Decíduos Incisivos Laterais Superiores Decíduos Incisivos Centrais Inferiores Decíduos Incisivos Laterais Inferiores Decíduos Caninos Superiores Decíduos Caninos Inferiores Decíduos Primeiros Molares Superiores Decíduos Segundos Molares Superiores Decíduos Primeiros Molares Inferiores Decíduos Segundos Molares Inferiores Decíduos
119 122 124 126 128 130 132 134 136 138 140
REFERÊNCIAS
142
sumรกrio
A percepção do universo ao nosso redor, seja ele micro ou macro, advém de inúmeros elementos básicos que cada um acumula durante as experiências de vida, sejam elas visual, auditiva, tátil, olfativa, gustativa, etc., o que torna essa percepção única e individual. O observador comum, sem compromisso com uma análise aprofundada, tem uma relação superficial com o elemento dental e a integração dele com o meio. Até consegue perceber beleza ou a ausência dela em um dente ou sorriso, mas como um sentimento abstrato e sem explicação plausível sobre o porquê da sensação.
Para o cirurgião-dentista isso não basta. Os limites da percepção devem ir além e exigem a necessidade de um estudo anatômico amplo e profundo das macro e microestruturas que compõem os elementos dentais e os tecidos que os circundam. A esse estudo denominamos Anatomia Dental. No decorrer deste livro abordaremos a nomenclatura, generalidades e conceitos básicos dos elementos dentais, bem como a anatomia de cada elemento dental, permanente e decíduo.
introdução
1
NOMENCLATURA, CONCEITOS BÁSICOS E GENERALIDADES
Bianca M. Vimercati Hindra Colodetti Marco Antônio Masioli Josué da Silva Coutinho
Segundo Molar Superior Esquerdo Decíduo
Primeiro Molar Superior Esquerdo Decíduo
Canino Superior Esquerdo Decíduo
Incisivo Lateral Superior Esquerdo Decíduo
Incisivo Central Superior Esquerdo Decíduo
Incisivo Central Superior Direito Decíduo
Incisivo Lateral Superior Direito Decíduo
posicionamento e suas partes constituintes de forma simples e precisa.
Canino Superior Direito Decíduo
dental não é diferente: foi introduzida com o objetivo de nomear os dentes, seu
Primeiro Molar Superior Direito Decíduo
mutuamente, o que facilita, inclusive, o aprendizado. Com a nomenclatura
Primeiro Molar Inferior Direito Decíduo
específica, pelos quais grupos podem se comunicar e se fazer compreender
Segundo Molar Superior Direito Decíduo
Entende-se por “nomenclatura” o conjunto de termos comuns a uma área
Segundo Molar Inferior Direito Decíduo
NOMENCLATURA DENTAL
NOMENCLATURA DESCRITIVA Os elementos dentais podem ser divididos em classe, tipo, conjunto, arcada e posição. Em relação à classe, podem ser divididos em quatro: incisivos, caninos, pré-molares e molares (Figuras 1 e 2). As classes são divididas em tipos: os incisivos se subdividem em central e lateral; os pré-molares, em primeiro e segundo; os molares, em primeiro, segundo e terceiro; e os caninos não se subdividem. Em relação ao conjunto, podem ser permanentes e decíduos, com
Segundo Molar Inferior Esquerdo Decíduo
Primeiro Molar Inferior Esquerdo Decíduo
quadrante, inferior direito.
Canino Inferior Esquerdo Decíduo
quadrante, superior esquerdo; terceiro quadrante, inferior esquerdo; e quarto
Incisivo Lateral Inferior Esquerdo Decíduo
elemento dental está localizado: primeiro quadrante, superior direito; segundo
Incisivo Central Inferior Esquerdo Decíduo
A interação da arcada com a posição determina o quadrante em que o
Incisivo Central Inferior Direito Decíduo
pode ser direita ou esquerda.
Incisivo Lateral Inferior Direito Decíduo
permanente. Podem ainda pertencer à arcada superior e inferior, e a posição
Canino Inferior Direito Decíduo
exceção dos pré-molares e terceiros molares, que só estão presentes na dentição
A notificação da classe, tipo, conjunto, arcada e posição possibilita a determinação e a localização precisa do elemento dental. Em alguns casos não são necessárias todas as informações (Figuras 1 e 2).
Figura 1. Nomenclatura descritiva dos dentes decíduos em suas referidas posições.
Dessa forma, a nomenclatura descritiva referencia com exatidão cada
Obs.: cor branca para classe; amarela para tipo; vermelha para arcada; verde para posição; e rosa para conjunto.
dente, mesmo que para essa determinação seja necessário um grande número de palavras.
NOMENCLATURA, CONCEITOS BÁSICOS E GENERALIDADES
18
Figura 2. Nomenclatura descritiva dos dentes permanentes em suas referidas posições.
Obs.: cor branca para classe; amarela para tipo; vermelha para arcada; verde para posição; e rosa para conjunto.
19 Masioli e cols
Segundo Pré-Molar Superior Esquerdo
Segundo Pré-Molar Inferior Esquerdo
Terceiro Molar Inferior Esquerdo
Segundo Molar Inferior Esquerdo Permanente
Terceiro Molar Superior Esquerdo
Segundo Molar Superior Esquerdo Permanente
Primeiro Molar Superior Esquerdo Permanente
Primeiro Pré-Molar Superior Esquerdo Primeiro Pré-Molar Inferior Esquerdo
Primeiro Molar Inferior Esquerdo Permanente
Canino Superior Esquerdo Permanente
Incisivo Lateral Superior Esquerdo Permanente
Incisivo Lateral Inferior Esquerdo Permanente
Canino Inferior Esquerdo Permanente
Incisivo Central Superior Esquerdo Permanente
Incisivo Central Superior Direito Permanente
Incisivo Lateral Superior Direito Permanente
Canino Superior Direito Permanente
Primeiro Pré-Molar Superior Direito
Segundo Pré-Molar Superior Direito
Primeiro Molar Superior Direito Permanente
Segundo Molar Superior Direito Permanente
Terceiro Molar Superior Direito
Incisivo Central Inferior Esquerdo Permanente
Incisivo Central Inferior Direito Permanente
Incisivo Lateral Inferior Direito Permanente
Canino Inferior Direito Permanente
Primeiro Pré-Molar Inferior Direito
Segundo Pré-Molar Inferior Direito
Primeiro Molar Inferior Direito Permanente
Segundo Molar Inferior Direito Permanente
Terceiro Molar Inferior Direito
NOTAÇÃO DENTAL
O segundo digito, referente à unidade, nos dentes permanentes varia de 1
Para tornar a comunicação mais rápida e simples sem perder precisão foi
a 8. O número 1 refere-se ao incisivo central; o 2 ao incisivo lateral; o 3 ao canino;
proposta a sintetização de todas as informações da nomenclatura descritiva por
o 4 ao primeiro pré-molar; o 5 ao segundo pré-molar; o 6 ao primeiro molar; o
meio de símbolos. A esse processo denominamos notação dental. As mais utilizadas
7 ao segundo molar; e o 8 ao terceiro molar (Figura 3). Nos elementos dentais
são o sistema internacional e o sistema universal ou americano (Figuras 3 e 4).
decíduos, o segundo dígito, referente à unidade, varia de 1 a 5. O número 1 referese ao incisivo central; o 2 ao incisivo lateral; o 3 ao canino; o 4 ao primeiro molar;
SISTEMA INTERNACIONAL
e o 5 ao segundo molar (Figura 4).
O sistema internacional tem como objetivo informar de forma simples,
SISTEMA UNIVERSAL OU AMERICANO
rápida e inequívoca todos os elementos mediante o uso de uma numeração com dois dígitos. O primeiro dígito, referente à dezena, varia de 1 a 8 e faz referência
Este sistema confere números de forma sequencial aos elementos dentais
ao conjunto, à arcada e à posição. A numeração de 1 a 4 indica os dentes
permanentes, e letras aos elementos dentais decíduos. Para os permanentes
permanentes, e de 5 a 8, os dentes decíduos, conforme descrito a seguir.
atribuem-se números de 1 a 32, sendo o terceiro molar superior direito o
O número 1 indica os dentes permanentes do quadrante superior
elemento 1. A ordenação segue no sentido horário até o terceiro molar inferior
direito; o 2 indica os dentes permanentes do quadrante superior esquerdo; o
direito, o dente 32 (Figura 3). Na dentição decídua utilizam-se as letras de A a
3 indica os dentes permanentes do quadrante inferior esquerdo; e o 4 indica
T. O A é o segundo molar decíduo superior direito, e a ordenação segue no
os dentes permanentes do quadrante inferior direito. O número 5 indica os
sentido horário, até chegar ao segundo molar decíduo inferior direito, que é
dentes decíduos do quadrante superior direito; o 6 indica os dentes decíduos
a letra T (Figura 4).
do quadrante superior esquerdo; o 7 indica os dentes decíduos do quadrante inferior esquerdo; e o 8 indica os dentes decíduos do quadrante inferior direito.
NOMENCLATURA, CONCEITOS BÁSICOS E GENERALIDADES
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Figura 3. Elementos dentais permanentes em posição com a notação pelo sistema internacional (em amarelo) e pelo sistema universal ou americano (em verde).
21
Masioli e cols
REGRAS GERAIS Cada elemento dental possui características peculiares, entretanto
As faces vestibulares apresentam-se de tamanho maior em relação às faces
algumas, descritas a seguir, são comuns a todos os elementos.
linguais tanto no sentido cervicoincisal/oclusal (Figura 24 – vista por vestibular)
As faces distais apresentam-se com convexidade mais acentuada e
quanto no sentido mésio-distal (Figura 25 – vista por oclusal), mostrando-se mais
tamanhos menores quando comparadas com as faces mesiais, tanto no sentido
altas e largas. O primeiro molar superior, tetracuspidado, é exceção a essa regra,
cérvico-oclusal/incisal (Figura 24 – vista por vestibular) quanto no sentido
com a face lingual mais larga do que a face vestibular.
vestibulolingual (Figura 25 – vista por oclusal).
Em vista vestibular, observa-se a convergência das faces mesial e distal de
O ângulo formado entre a porção coronária e a porção radicular é sempre
oclusal para a cervical (Figura 24 – vista por vestibular).
mais plano nas superfícies mesiais, em função da menor inclinação dessas faces em relação à raiz (Figura 24 – vista por vestibular).
Figura 24. Avaliação da menor dimensão da face distal no sentido cérvico-oclusal/incisal. Observe a convergência das faces mesial e distal de oclusal para a cervical, maior na distal, e com isso o ângulo formado entre a porção coronária e a radicular na mesial é mais plano que na distal.
NOMENCLATURA, CONCEITOS BÁSICOS E GENERALIDADES
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M
D
D
D
M
M
D
M
Figura 25. Avaliação da menor dimensão da face distal no sentido vestibulolingual.
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Masioli e cols
2
ESTUDO INDIVIDUAL DOS DENTES PERMANENTES
Marco Ant么nio Masioli Bianca M. Vimercati Hindra Colodetti Antonio Carlos Selga
A dentição permanente é constituída por trinta e dois elementos dentais, sendo dezesseis superiores e dezesseis inferiores, distribuídos por arcada da seguinte forma: dois incisivos centrais, dois incisivos laterais, dois caninos, dois primeiros pré-molares, dois segundos prémolares, dois primeiros molares, dois segundos molares e dois terceiros molares. Os dentes permanentes sucedem os decíduos e apresentam características e detalhes mais marcantes. Por terem maior espessura de dentina apresentam sua coloração amarelada.
O conhecimento da anatomia dos dentes permanentes e das características peculiares de cada elemento se torna um fator indispensável para a prática odontológica, pois favorece o diagnóstico, auxilia no planejamento e na execução, e possibilita um prognóstico e tratamento de forma adequada. Assim, conhecimento e domínio se fazem imprescindíveis na obtenção de sucesso em todos os campos da odontologia que visam reabilitar e devolver forma, função e estética.
45
Masioli e cols
Figuras 20a-c. Vista vestibular e vestibuloproximal do canino superior.
Figuras 21a-c. Vista lingual e linguoproximal do canino superior.
CANINOS SUPERIORES Com erupção por volta dos 11 aos 12 anos de idade, os caninos superiores
Quando observada por vestibular, apresenta forma lanceolada, limitada
situam-se a distal dos incisivos laterais superiores e são os dentes mais longos
por quatro bordas. A borda cervical caracteriza-se por um semicírculo com
da dentição permanente. Têm formato lanceolado e pontiagudo e desempenham
pequeno raio de curvatura e concavidade voltada para a coroa; as bordas mesial
a função de apreender, perfurar e cortar os alimentos.
e distal convergem para cervical, sendo a mesial maior, mais verticalizada e
Face vestibular (Figuras 20a-c): Tem convexidade acentuada tanto
menos convexa, e a distal, menor, mais inclinada e mais convexa. A borda
no sentido mésio-distal quanto no cervicoincisal e apresenta bossa vestibular
incisal caracteriza-se por dois segmentos distintos, um mesial, menor e menos
acentuada e volumosa em seu terço cervical e dois sulcos de desenvolvimento,
inclinado, e outro distal, maior e mais inclinado, que se acentua com o desgaste
que dividem essa face em três segmentos ou lóbulos: o mesial, de tamanho
natural do dente. A união dos dois segmentos da borda incisal em dentes
reduzido; o distal, com tamanho intermediário; e o lóbulo mediano, maior e
jovens tem formato de V, com uma ponta nítida. Com o desgaste, essa ponta
pontiagudo, que origina a ponta da cúspide canina.
vai desaparecendo, e a borda incisal transforma-se em três segmentos. Em
ESTUDO INDIVIDUAL DOS DENTES PERMANENTES
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Figuras 22a-c. Vista vestibular do canino superior e suas diferentes faces ou bordas incisais de acordo com o desgaste.
dentes extremamente desgastados, a borda incisal pode adquirir formato plano
crista a fossa lingual apresenta-se como uma concavidade única. Em algumas
inclinado para distal (Figuras 22a-c).
ocasiões essa face pode ainda apresentar um forame cego.
Face lingual (Figuras 21a-c): De formato semelhante ao da face vestibular,
Face ou borda incisal (Figuras 22a-c): Pontiaguda e perfurante, esta
a face lingual possui quatro bordas, porém suas dimensões são ligeiramente
borda ou face é formada pelos segmentos mesial e distal. O mesial é menor e
menores. Apresenta-se convexa no terço cervical e côncava nos terços incisal e
menos inclinado quando comparado com o distal, fazendo com que a porção
médio. A essa concavidade denomina-se fossa lingual, que é limitada lateralmente
perfurante da borda fique situada ligeiramente para mesial. Com o desgaste,
por duas cristas marginais e na parte superior por um cíngulo volumoso. Do
a porção pontiaguda dá lugar a uma faceta de desgaste, e esta face passa a
cíngulo não raramente parte uma terceira crista, denominada mediana ou lingual,
apresentar três segmentos. Dentes com desgastes excessivos podem apresentar
que divide a fossa lingual nas porções mesial e distal. Na ausência dessa terceira
a incisal caracterizada por uma superfície única inclinada para distal.
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Masioli e cols
Figuras 23a-b. Vista das faces proximais do canino superior.
Faces proximais (Figuras 23a-b): As faces proximais dos caninos
convexidade no terço incisal, a qual, à medida que segue para cervical, torna-se
superiores possuem formato triangular, com base cervical, e são limitadas por três
menos evidente, a ponto de tornar-se plana ou deprimida.
bordas: a vestibular, convexa em toda a sua extensão; a borda lingual, côncavo-
A face mesial apresenta-se maior no sentido cervicoincisal, mais plana e
convexa; e a cervical, de convexidade voltada para a coroa.
verticalizada, o que confere a ela um aspecto mais discreto. Por sua vez, a face
Convergentes para cervical, as faces proximais possuem acentuada
ESTUDO INDIVIDUAL DOS DENTES PERMANENTES
distal é menor e mais convexa.
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17,5 mm
7,8 mm 10 mm 7,4 mm
Figura 24. Formato cônico com aspecto ovalado da raiz de canino superior em corte transversal.
Figuras 25a-d. Canino superior com os valores aproximados de suas dimensões.
Raiz (Figura 24): Os caninos superiores apresentam raízes cônicas, com
maior inclinação da face distal da coroa e o desvio do ápice radicular para distal
desvio para distal. Possuem sulcos longitudinais nas superfícies mesial e distal,
facilitam a designação do hemiarco ao qual o dente pertence.
o que confere à raiz, em corte transversal, aspecto ovalado, com a superfície
As Figuras 25a-d apresentam as dimensões médias da coroa dos caninos
vestibular mais larga do que a lingual. São as maiores raízes dos dentes humanos
superiores: vestibulolingual, 7,8 mm; cervicoincisal, 10 mm; e mésio-distal, 7,4
e apresentam-se com aproximadamente o dobro do comprimento da coroa. A
mm. O tamanho radicular médio é de 17,5 mm.
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Masioli e cols
CANINOS INFERIORES Com erupção por volta dos 9 aos 10 anos de idade, os caninos inferiores
face em três segmentos ou lóbulos. Quando vista por proximal, observa-se a
são dentes longos e estreitos, principalmente no sentido mésio-lingual. Tal
inclinação da face vestibular para lingual, assim como nos incisivos inferiores.
desproporção entre altura e largura coronária é uma das características desse
Vista por vestibular, tem aspecto alongado, delimitado por quatro bordas: a
elemento dental.
cervical, com concavidade voltada para a coroa; a mesial, mais retilínea e maior
Face vestibular (Figuras 26a-e): Embora de características morfológicas
quando comparada com a distal, que é mais inclinada, convexa e menor; e a
mais suaves que os caninos superiores, sua face vestibular é convexa tanto no
incisal, dividida em dois segmentos, o mesial menor e menos inclinado em relação
sentido mésio-distal quanto no cervicoincisal. Apresenta bossa vestibular em
ao distal. Face lingual (Figuras 27a-c): Possui quatro bordas de dimensões
seu terço cervical e dois sulcos de desenvolvimento discretos, que dividem essa
Figuras 26a-e. Vista vestibular, vestibuloproximal e proximal do canino inferior.
ESTUDO INDIVIDUAL DOS DENTES PERMANENTES
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ligeiramente menores e formato semelhante ao da face vestibular. De características
à medida que se aproximam da cervical. Quando observadas por proximal,
morfológicas menos marcadas que os superiores, apresenta-se convexa no terço
possuem formato triangular, com base cervical, são convergentes para cervical,
cervical e côncava nos terços incisal e médio. A essa concavidade denomina-
com ligeira convexidade no terço incisal, e vão se tornando planas a escavadas
se fossa lingual, que é limitada lateralmente por duas cristas marginais e
à medida que se aproximam da cervical. Quando observadas por proximal, são
cervicalmente pelo cíngulo, ambos poucos pronunciados.
limitadas por três bordas: a vestibular, convexa em toda a sua extensão; a lingual,
Faces proximais (Figuras 26a-e e 27a-c): Quando observadas por
côncavo-convexa; e a cervical, com suave convexidade voltada para a coroa.
vestibular, as faces proximais dos caninos inferiores são convergentes para
A face mesial apresenta-se maior no sentido cervicoincisal, mais plana e
cervical, com ligeira convexidade do terço incisal, tornando-se planas e escavadas
verticalizada. Por sua vez, a face distal é menor e mais convexa.
Figuras 27a-c. Vista lingual e linguoproximal do canino inferior.
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Masioli e cols
Face ou borda incisal (Figuras 26a-e e 27a-c): Assim como no canino
transversal, aspecto ovalado ou aspecto de oito, e não raramente se verifica a
superior, é pontiaguda e perfurante, formada pelos segmentos mesial e distal.
existência de bifidez do ápice radicular e até mesmo duas raízes. São menores,
O mesial é menor e menos inclinado quando comparado com o distal, fazendo
menos volumosas e mais achatadas que nos caninos superiores. A maior
com que a porção perfurante da borda fique situada ligeiramente para mesial. O
inclinação da face distal da coroa faz com que o ângulo formado pela coroa e raiz
desgaste dessa face dá-se mais acentuadamente na porção vestibular. Com o
seja mais marcado que na mesial, fato que facilita a designação do hemiarco ao
desgaste, a porção pontiaguda dá lugar a uma faceta de desgaste, e a face passa
qual o dente pertence.
a apresentar três segmentos. Dentes com desgastes excessivos podem apresentar
As Figuras 29a-d apresentam os valores aproximados das dimensões
a incisal caracterizada por uma superfície única, inclinada para distal.
médias do dente, vestibulolingual (7,9 mm), cervicoincisal (10,5 mm) e mésio-
Raiz (Figura 28): Os caninos inferiores apresentam raízes cônicas com
distal (7 mm) da coroa, e tamanho radicular (15,4 mm) dos caninos inferiores.
desvio para distal. Possuem sulcos longitudinais nas superfícies mesial e distal,
O Quadro 4 exibe as características diferenciais entre os caninos superiores
mais acentuados nesta última superfície, o que confere às raízes, em corte
e os inferiores.
10,5 mm
7 mm
7,9 mm
15,4 mm
Figura 28. Formato cônico com aspecto ovalado da raiz de canino inferior em corte transversal.
ESTUDO INDIVIDUAL DOS DENTES PERMANENTES
Figuras 29a-d. Canino inferior com os valores aproximados de suas dimensões.
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Quadro 4. Características diferenciais entre os caninos superiores e os inferiores.
CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS ENTRE OS CANINOS SUPERIORES E OS INFERIORES CANINOS SUPERIORES
CANINOS INFERIORES
Face vestibular
Face vestibular
Distância mésio-distal maior, que proporciona aspecto alargado à face
Distância mésio-distal menor, o que proporciona aspecto alongado à face
Lóbulos e sulcos mais nítidos e acentuados
Lóbulos e sulcos menos nítidos e acentuados
Bordas proximais mais divergentes
Bordas proximais menos divergentes
Aspecto mais arredondado e face verticalizada
Aspecto mais alongado (esguio) e face inclinada para lingual
Face lingual
Face lingual
Cíngulo, tubérculos e cristas marginais nítidos
Cíngulo e cristas marginais menos nítidos e tubérculo inexistente
Crista lingual presente com frequência
Crista lingual frequentemente ausente
Faces proximais
Faces proximais Menos convexas. A mesial apresenta menor convergência para a cervical, podendo apresentar continuidade com a raiz
Bastante convexas, sendo a mesial convergente para a cervical
Borda incisal
Borda incisal
Cúspide bem marcada, que divide a borda em dois segmentos pouco inclinados
Cúspide menos marcada, que divide a borda em dois segmentos bastante inclinados
Raiz
Raiz Forma cônica, menos volumosa, com achatamento e sulcos mésio-distais evidentes. Pode haver bifidez radicular
De forma cônica e alongada, apresenta sulcos proximais discretos
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Masioli e cols
3
ESTUDO INDIVIDUAL DOS DENTES DECテ好UOS
Luciana Faria Sanglard Marco Antテエnio Masioli Luciana Butini Oliveira Josテゥ Carlos Pettorossi Imparato
A dentição decídua é constituída por vinte elementos dentários, dez superiores e dez inferiores, distribuídos por arcada da seguinte forma: dois incisivos centrais, dois incisivos laterais, dois caninos, dois primeiros molares e dois segundos molares. Os sucessores dos molares decíduos serão os pré-molares, e os demais dentes decíduos terão seus sucessores permanentes com o mesmo nome. Os dentes decíduos apresentam coloração branco-azulada ou leitosa e, embora apresentem semelhanças com os dentes permanentes, possuem detalhes que os diferem destes. As peculiaridades dos dentes decíduos podem implicar, por exemplo, maior facilidade de ocorrer exposições pulpares por cárie, trauma ou mesmo iatrogenia, ou, ainda, perfurações de assoalho pulpar durante
procedimentos endodônticos, o que exige cuidados redobrados pelo profissional durante certas intervenções. O conhecimento individualizado e detalhado de cada elemento dentário possibilita ao cirurgião-dentista a manutenção da função e da estética do indivíduo desde a infância, o que, além de favorecer a saúde e fortalecer a autoestima, poderá influenciar na relação positiva deste com a Odontologia por toda a vida. A irrupção dos dentes decíduos inicia-se por volta do 6º mês de vida, e o estabelecimento da dentição decídua completa-se em torno dos 24 a 30 meses. A seguir são descritas as características anatômicas dos dentes decíduos. 121
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Figuras 1a-e. Vista vestibular, vestibuloproximal e proximal do incisivo central superior decíduo.
INCISIVOS CENTRAIS SUPERIORES DECÍDUOS Os incisivos centrais superiores erupcionam entre o 7º e o 10º mês de
uma superfície lisa, com tendência a planificar-se à medida que se distancia do
idade e desempenham funções de preensão e corte dos alimentos, auxiliam
terço cervical, onde essa convexidade é mais pronunciada (bossa vestibular).
na pronúncia e são dentes muito importantes na estética dental, que desde a
Diferentemente dos incisivos centrais permanentes, os incisivos centrais
infância é muito valorizada pelos pequenos pacientes e seus responsáveis.
decíduos não apresentam lóbulos de desenvolvimento.
Face vestibular (Figuras 1a-e): Os incisivos centrais superiores
O encontro da borda incisal com as bordas proximais forma os ângulos
apresentam o contorno da face vestibular semelhante a um quadrado, pois a
mésio-incisal e distoincisal, sendo este último mais obtuso ou arredondado.
distância mésio-distal é quase igual à distância cervicoincisal, diferentemente dos
Essas características são importantes e auxiliares na identificação do hemiarco
dentes permanentes, que apresentam a face vestibular em outras conformações,
ao qual o incisivo central decíduo pertence. Com o desgaste, o ângulo distal
como triangulares ou ovais.
tende a tornar-se ainda mais obtuso, enquanto o mesial, mais agudo. Face lingual (Figuras 2a-c): Apresenta-se convexa no terço cervical
A face vestibular é convexa em toda a sua extensão, porém predomina
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Incisivo central superior decíduo
Dimensões médias (mm)
Altura da coroa
6,26
Altura da raiz
10,97
Distância V/L região da bossa
5,11
Distância M/D região da bossa
6,47
Figuras 2a-c. Vista lingual e linguoproximal do incisivo central superior decíduo.
Tabela 1. Dimensões médias dos incisivos centrais superiores decíduos.
e médio, e côncava no terço incisal. A essa concavidade denomina-se fossa
superiores permanentes, uma vez que ela não possui os três mamelos,
lingual, que é delimitada lateralmente por duas cristas marginais, pelo cíngulo,
provenientes dos lóbulos de desenvolvimento.
que é proporcionalmente grande e localizado nos terços cervical e médio, o que
Raiz (Figuras 1a-e e 2a-c): Possui formato cônico, com discreto
faz com que a fossa lingual fique restrita ao terço incisal. As cristas marginais
achatamento no sentido vestibulolingual, que em corte transversal proporciona
são bem nítidas e proeminentes.
aspecto triangular, com ângulos arredondados. Apresenta no terço apical
Faces proximais (Figuras 1a-e e 2a-c): São triangulares, sendo a
inclinação voltada para a face vestibular. O germe do dente permanente está
superfície distal menor, mais convexa e inclinada que a mesial. Elas se dispõem
posicionado por lingual do dente decíduo.
paralelamente uma à outra e conferem aspecto quadrado à face vestibular.
A Tabela 1 exibe as dimensões médias dos incisivos centrais superiores
Face ou borda incisal (Figuras 1a-e e 2a-c): Apresenta dimensões
decíduos.
reduzidas no sentido vestibulolingual, diferentemente dos incisivos centrais
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PRIMEIROS MOLARES INFERIORES DECÍDUOS Os primeiros molares inferiores decíduos erupcionam entre o 12º e o 16º
do que ocorre na arcada permanente, onde esta série apresenta tamanho
mês de idade. Estão situados a distal dos caninos inferiores decíduos e são,
decrescente de volume na comparação entre molares permanentes.
juntamente com os segundos molares decíduos, os maiores dentes da arcada
Face vestibular (Figuras 17a-d): A face vestibular é convexa, com
temporária. Serão substituídos pelos primeiros pré-molares, que ocuparão
aspecto de trapézio irregular, cujo lado distal apresenta-se bem menor que o
praticamente o mesmo espaço dos primeiros molares. Admite-se que a distância
mesial, detalhe proporcionado pela linha do colo deslocada para cima e para
mésio-distal destes seja maior que a dos primeiros pré-molares.
distal. Possui duas cúspides, mésio-vestibular e distovestibular, separadas pelo
Os primeiros molares inferiores decíduos não têm correspondentes com características
anatômicas
semelhantes
na
sulco presente em sua porção média. Quando há na face oclusal o tubérculo
dentição permanente.
distovestibular, pode haver um segundo sulco. A face vestibular conta ainda com
Apresentam coroa com morfologia única e parecem um dente primitivo, com
um tubérculo molar presente no ângulo triedro mésio-vestibulocervical, tubérculo
coroa irregularmente cúbica, intumescida, pouco dimensionada no sentido
de Zuckerkandl, que auxilia no diagnóstico do lado a que pertence o dente.
cervicoincisal e bastante alongada no sentido mésio-distal. Além disso,
Face lingual (Figuras 17a-d): A face lingual é menor que a face vestibular,
apesentam o tubérculo molar (tubérculo de Zuckerkandl), que nestes dentes
embora seja bem mais convexa e inclinada. Também é dividida por um sulco,
possui seu maior desenvolvimento.
que se estende até sua metade e a divide em mesial e distal, correspondendo às
São menores que os segundos molares inferiores decíduos, diferentemente
cúspides linguais, sendo a mésio-lingual maior que a distolingual.
Figuras 17a-d. Vista vestibular, mesial, lingual e distal do primeiro molar inferior decíduo.
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Faces proximais (Figuras 17a-d): Também convexas, apresentam
A face oclusal é subdividida em vários segmentos por um sistema de
aspecto trapezoidal, com base maior na região cervical. A face distal é menor e
sulcos, originados nas citadas fossas. Os sulcos são: mésio-distal, que separa as
bem mais convexa que a mesial, em especial próximo à borda oclusal. A borda
cúspides vestibulares das linguais e pode ser interrompido por ponte de esmalte
oclusal na face proximal é sulcada na parte média e mostra as silhuetas das
ou crista oblíqua; vestíbulo-oclusal; e línguo-oclusal, pouco nítido e próximo ao
cúspides vestibular e lingual correspondentes.
segmento mesial do dente. Sulcos secundários, mais rasos e menores, também
Face oclusal (Figuras 17a-d e 18): É elíptica, com menor extensão no
podem estar presentes.
sentido vestibulolingual, e alongada no sentido mésio-distal. Apresenta quatro
As cristas marginais são resistentes, sendo a mesial mais nítida e volumosa
cúspides, duas vestibulares e duas linguais, das quais as mesiais são mais
que a distal, e junto a elas estão duas fossetas, mesial e distal.
volumosas. Em ordem decrescente de tamanho, observa-se mésio-lingual, mésio-
Raízes (Figuras 17a-d): Apresentam duas raízes, distal e mesial, esta
vestibular, distovestibular e distolingual. Pode ocorrer uma quinta cúspide, situada
ligeiramente menor e em geral com dois canais radiculares. As raízes são
junto ao ângulo distovestibular, cuja forma confunde-se com a de um tubérculo.
escavadas em suas faces interradiculares e divergem bastante para abrigar o
A crista central da cúspide mésio-vestibular forma com a crista central da
germe do primeiro pré-molar inferior, mas tendem a convergir junto ao ápice.
cúspide mésio-lingual a crista transversa. Apresenta três fossas: central, mais
A Tabela 9 exibe as dimensões médias dos primeiros molares inferiores
profunda; mesial, segunda em tamanho; e distal, menor.
decíduos.
Primeiro molar inferior decíduo Altura da coroa Altura da raiz
Dimensões médias (mm) 5,0 Dados insuficientes
Distância V/L região de bossa
7,05
Distância M/D região de bossa
8,09
Tabela 9. Dimensões médias dos primeiros molares inferiores decíduos.
Figura 18. Vista oclusal do primeiro molar inferior decíduo.
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