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ISSN 2238-1686 Volume 4 Número 3 Julho / Setembro 2015
© Editora Ponto Ltda. A Revista Brasileira de Dicas em Odontologia é dirigida à classe odontológica e a profissionais de áreas afins. Destina-se à publicação de artigos de investigação científica no formato de dicas, relatos de casos clínicos e de técnicas, e revisões da literatura de assuntos de significância clínica, com periodicidade trimestral. Nenhuma parte desta revista poderá ser reproduzida. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem necessariamente às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes.
Diretoria Luiz Narciso Baratieri Élito Araújo Sylvio Monteiro Júnior Mauro Amaral Caldeira de Andrada Edson Araujo Guilherme Carpena Lopes Design Gráfico Emmanuel Fontes fontes@editoraponto.com.br Gerente Fernando Cesar Araújo fernando@editoraponto.com.br Financeiro Marcelo Vieira marcelo@editoraponto.com.br Revisor Giovanni Secco secco.giovanni@gmail.com
A Revista é uma publicação da Editora Ponto Ltda. Servidão Vila Kinczeski, 23, Centro / 88020-450 Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Mais informações: www.editoraponto.com.br editoraponto@editoraponto.com.br www.facebook.com/EditoraPonto @EditoraPonto (55 48) 3223 9150 / 3222 6038 0800 704 40 18 Data de impressão: 30/09/2015
2 3
v.4, n.3, 2015
Dicas. - - v. 3, n. 2 (abr./jun. 2014)-. - - Florianópolis: Ponto, 2014v. : il. ; 23 cm
Trimestral ISSN 2238-1686
Coordenação
Editor-Chefe Ronaldo Hirata (ILAPEO-PR) Editores Assistentes Oswaldo Scopin de Andrade (SENAC-SP) Sidney Kina (São Leopoldo Mandic-SP) Editores Associados Alessandro Loguercio (UEPG) Alexandre Moro (UFPR) Cristian Higashi (UEPG) Luiz Narciso Baratieri (UFSC) Sylvio Monteiro (UFSC) Walter Rosa do Nascimento Jr (ILAPEO-PR)
CORPO EDITORIAL Adilson Yoshio Furuse (USP-Bauru) Alessandra Reis (UEPG) André Malmann (UFSM) André Reis (UNG) Antonio Sekito (UFRJ) Carlos Francci (USP-SP) Carolina da Luz Baratieri (UFSC) Cassius Carvalho Torres Pereira (UFPR) Christian Coachman (Clínica privada) Claudio Pinho (Integrato) Daniel Kherlakian (EAP APCD-Central) Dario Adolfi (Spazio Education) Dudu Medeiros (Fotógrafo profissional) Eduardo Achôa (Consultor) Eduardo Miyashita (UNIP) Eduardo Rocha (UNESP-Araçatuba) Ewerton Nocchi Conceição (UFRGS)
Gilberto Borges (UNIUBE) Guilherme Carpena Lopes (UFSC) Henrique Nakama (Trihawk) Ivan Yoshio (Funorp USP-RP) Ivete Sartori (ILAPEO) João Carlos Gomes (UEPG) Jose Arbex Filho (Clínica privada) José Carlos Garófalo (CETAO-SP) Jose Carlos Martins da Rosa / Marcos Alexandre Fadanelli (Clínica Rosa Odontologia) José Carlos Romanini (Laboratório Romanini) José Roberto Moura (Clínica privada) Julio César Joly / Robert Carvalho da Silva / Paulo Fernando de Carvalho (Grupo implantePerio) Junio Santos (UFSC) Jussara Bernardon (UFSC) Katia Cervantes Dias (UFRJ) Luiz Alves Ferreira (Laboratório Luiz Alves Ferreira) Marcelo Giannini (UNICAMP) Marco Masioli (UFES) Marcos Celestrino (Laboratório Aliança) Mario de Goes (UNICAMP) Mario Groismann Messias Rodrigues (Clínica privada) Murilo Calgaro (Studio) Osmir Batista de Oliveira Junior (UNESP-Araraquara) Paula Mathias (UFBA)
Paulo Kano (Instituto Paulo Kano) Raphael Monte Alto (UFF) Renato Miotto Palo (NAP-SP) Roberto Caproni (Grupo Caproni) Sanzio Marcelo Lopes Marques (IEO-BH) Sergio Bernardes (ILAPEO) Victor Clavijo (Clínica privada) Vinicius Di Hipolito (Anhanguera-Uniban) Walter Miranda Jr. (USP-SP) CORPO INTERNACIONAL Angelo Putignano (Itália) August Bruguera (Espanha) Beatriz Gimenez (Espanha) Daniel Edelhoff (Alemanha) Emanuele Clozza (Itália) Farhad Vahid (EUA) Gustavo Vernazza (Argentina) Jordi Manauta (Itália) Mário Jorge Silva (Portugal) Mauricio Peña Castillo (Colômbia) Paulo Guilherme Coelho (EUA) Sascha Jovanovic (EUA) Silas Duarte (EUA) Tetsuji Aoshima (Japão) Touradj Ameli (EUA) Vicenzo Musella (Itália) Walter Devoto (Itália) You Nino (Japão)
Sumário
6
EDITORIAL / Ronaldo Hirata editor-chefe
em:
16
ORTODONTIA / Eugenio Jose Garcia, Luana de Goes Lopes, Ivan Paschorelli
20
DENTÍSTICA1 / Allan Gustavo Nagata, Antonio Setsuo Sakamoto Junior, Rodrigo Ehlers Ilkiu, João Carlos Gomes
26
PRÓTESE 1 / José Carlos Romanini Júnior, Thiago Dias Oliveira Ottoboni, Luiz Fernando Ortega, André Figueiredo Reis, José Carlos Romanini
30
DENTÍSTICA 2 / Antonio Setsuo Sakamoto Junior, Allan Gustavo Nagata, Julia Francisco, João Carlos Gomes
40
LEITOR / Eduardo Coutinho Pereira Souza
46
DENTÍSTICA 3 / Allan Gustavo Nagata, Julia Maria Galina Francisco, Rodrigo Ehlers Ilkiu, Cristian Higashi
52
PRÓTESE 2 / Vitor Coró, Hyung Jo Lee, Halina Berejuk, Yuri Uhlendorf
56
DENTÍSTICA 4 / João Malta Barbosa, João Caramês
60
DENTÍSTICA/PRÓTESE / Paulo Vinícius Soares, Ramon Corrêa de Queiroz, Andrea Barros Tolentino, Alexandre Coelho Machado, Bruno Rodrigues Reis, Luís Henrique Araújo Raposo
8 12
MADô: aos olhos de kina e hirata / Eduardo Rocha, Sidney Kina GERAÇÃO POWER POINT / Paulo Vinícius Soares, Alexandre Coelho Machado, Guilherme Faria Moura
4 5
v.4, n.3, 2015
36
E AÍ? / Ricardo Lenzi
66
GAPS: FECHANDO ESPAÇOS / Dario Adolfi, Oswaldo Scopin de Andrade
68
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Editorial
Ronaldo Hirata Editor-Chefe ronaldohirata@ronaldohirata.com.br www.ronaldohirata.com.br
como funcionários, mesmo sendo os proprietá-
ções. Uma vez que uma grande parte de jovens
rios. Que estavam certos em investir em educa-
odontólogos segue os passos dos seus pais
ção. Fiz o mestrado e o doutorado para provar
também dentistas, vem aquela questão: quais
que estavam certos; para que tivessem a tran-
são os nossos valores? Qual imagem de sucesso
quilidade de que não foi tempo perdido.
estamos vendendo a eles? Seriam os carros fan-
Acordo e olho a foto que está neste editorial. Cho-
tásticos? Seriam as casas de verão, as nossas
ro às vezes. Não teria razão, pois já não passava
clínicas lindas, os nossos pacientes renomados?
muito tempo com ela. Não tinha uma relação
Será que estamos propagando essa onda de fra-
profunda com os avós. Mas choro por alguma ra-
gilidade de valores que tanto criticamos?
zão. Eles nos trouxeram aqui e não aproveitaram
EDITORIAL RAÍZES Perdi minha avó quase um ano atrás. Sei que não faz sentido um editorial sobre isso; não tem relação com a odontologia, com a própria revista e suas publicações. Mas me incomoda demais. Penso nisso em vários momentos do dia, o que quer dizer que em vários momentos que penso em odontologia penso na figura dela. Procuro fazer alguma correlação, acredito. Sem dar detalhes da morte, foi um acidente, não morte natural. Nunca tive relações emocionais com meus parentes, incluindo pais. Não choro, não me desespero. Tenho raras reações em relação a familiares. Tenho dificuldade de me relacionar com isso, aceito essa falha. Mas a morte dessa minha avó, meu último laço com a geração deles, me deixou alterado por um tempo. Me incomoda demais. Acho que parte do que fiz e faço não foi por amor à odontologia, confesso. Talvez tenha sido mais uma necessidade de provar que eles estavam certos (nossos avós). Que não foi em vão. Que não perderam parte de sua vida trabalhando
6 6 7
v.4, n.3, 2015
a viagem. Nós, sim, estamos aproveitando. Não sei se faço jus ao investimento feito; queria mostrar que sim. Penso constantemente na história da família através deles. Perdi o link da história com a morte dela. Acho que eles me mostravam o porquê dessa minha mania de correção; de ser certo o melhor a ser feito; de fazer melhor do que tem sido feito. Deve ter vindo de algo da minha educação. Às vezes é doentio, quase fico neurótico quando tenho que fazer um caso clínico e fotografar. Não é saudável porque não aceito o erro; mas isso vem da nossa formação e história. Nesta foto ela fazia um almoço de agradecimento a todos os funcionários da clínica; foi a última vez que a vi em vida. Havia me perguntado pelo whatsapp se poderia colar com super bonder uma prótese fraturada. Mandei ela passar no consultório e refazer todas as próteses; fez este almoço como um agradecimento. Faleceu um mês depois de as próteses terem sido finalizadas. Efetivamente como conduzimos a nossa vida profissional, os valores que colocamos no que fazemos e como o fazemos têm relação com os valores que foram sendo passados pelas gera-
Oss e um grande abraço!
Madô
*
aos olhos de kina e hirata
por Eduardo Rocha
Especialista, Mestre e Doutor em Clínica Odontológica - Prótese Dental - FOP - Unicamp Pós-doutor - UNC - EUA Prof. Adjunto - FOAraçatuba - UNESP 1rocha.eduardo@gmail.com
Sidney Kina
Clínica privada, Maringá-PR www.sidneykina.com.br
Números. Absolutos ou relativos? Quem já não se pegou analisando sua trajetória
tástico viver sem a percepção do ponto final logo
outro grande salto, uma década depois, com os
pessoal, suas conquistas (e perdas!) durante as
mais adiante. Haverá sempre os três pontos, “…”,
desafios da reabilitação estética e suas roti-
inerentes modificações de tendências e rumos
a perspectiva da mudança contínua! E a própria
nas sendo dominadas por um número maior de
da profissão? Quem nunca fez uma comparação
natureza é assim… que bom!
profissionais, a socialização do saber com qua-
do “eu de hoje” com o “eu de 5, 10, 15 ou mais
Sim, eu me pego refletindo continuamente sobre
lidade e diferenciação! E você, leitor, faz parte
anos atrás”? E quem nunca se surpreendeu com
tudo o que se passou com nossa profissão. Em
disso! Porém, paradoxalmente, ainda encontro
as mudanças que saltam aos olhos mesmo ten-
números absolutos, eu percebo que nossa reali-
vozes discordantes a respeito de quase tudo,
do optado por não se envolver fortemente com
dade de trabalho atual foi fortemente alimentada
e esse número não é preciso, mas existe. Apa-
as rotinas no decorrer do tempo? O interessan-
por mudanças nas abordagens e procedimentos
rentemente parece diminuir, mas é meio surdo,
te é que sempre haverá pessoas criativas, in-
clínicos adotados há 15 anos, por volta da vira-
disperso e sempre está (e estará!) por aí. E ra-
comodadas ou inconformadas com a realidade
da do século. Em números relativos, um período
zões não faltam! Hexágono externo x cone mor-
vigente (independente das inerentes obvieda-
que permitiu a formação de grandes profissio-
se (Fig. A-C), coágulo x indutores, ataque ácido
des e qualidades dessa realidade), desejando e
nais que hoje adicionam brilho a tudo que faze-
total x autocondicionamento, estratificação x in-
permitindo o novo! Para essas pessoas é fan-
mos nas mais diversas áreas. Isso caracterizou
jeção (Fig. D-F), injeção x CAD, impressão x vídeo
8 9
*Madô em japonês significa “janela” v.4, n.3, 2015
A
Imagem comparativa de diferentes perfis de emergência em prótese sobre implante, com diferentes tipos de conexão. Observe que, para a mesma anatomia, posição dentária e altura da coroa, dois diferentes sistemas (à esquerda e ao centro) exigem diferentes posicionamentos do implante. Ainda há a variação no perfil de emergência. Os dois aspectos exercem influência no comportamento estrutural peri-implantar, com maior ou menor benefício à manutenção estrutural dos tecidos moles e, por consequência, na presença de um indesejável “black space” (A). Ênfase à presença da plataforma switching e conexão do tipo morse (diagrama, à direita), com o desenho do contorno crítico e subcrítico do pilar. Fundamento potencialmente capaz de traduzir um cenário clínico mais previsível para a manutenção da integridade peri-implantar, com evidente vantagem para casos estéticos em que a manutenção do volume e da posição dos tecidos moles é desejável (B). A combinação do perfil côncavo do pilar customizado e da zircônia como material de eleição para pilares em zona estética tem contribuído para a manutenção da integridade marginal, evitando a acentuada perda estrutural, comum a casos cirurgicamente não compensados e/ou realizados com conexões desfavoráveis à integridade marginal. Destaca-se a tendência marcante em adotar perfis acentuadamente côncavos em casos com elevada demanda estética. Essa conduta se torna desejável principalmente em casos mistos (reabilitação sobre dentes e sobre implantes) com vistas à maior preservação tecidual. Observe, no caso clínico, a coroa total sobre o implante na região do dente 22 supostamente confeccionada segundo outra rotina de trabalho, diferindo da arquitetura gengival estabelecida no implante posicionado na região do dente 11 (C).
B
C
REVISTA BRASILEIRA DE DICAS EM ODONTOLOGIA Dicas em diversas especialidades de forma objetiva, baseadas em três perguntas: POR QUE É IMPORTANTE? O QUE É NECESSÁRIO? COMO FAZER? n. 14 n. 13
n. 12
n. 11
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Power Point Paulo Vinícius Soares
Odontologia baseada em evidências* Artigo: Comparative in vitro effect of TiF4 to NaF and potassium oxalate on reduction of dentin hydraulic conductance. Calabria M, Porfirio R, Fernandes S, Wang L, Buzalaf M, Pereira J, Magalhães A. Oper Dent. 2014 Jul-Aug;39(4):427-32. Efeito comparativo in vitro do tetrafluoreto de titânio, do Fluoreto de Sódio e do Oxalato de Potássio na redução da condutância hidráulica da dentina. Calabria M, Porfirio R, Fernandes S, Wang L, Buzalaf M, Pereira J, Magalhães A. Oper Dent. 2014 JulAug;39(4):427-32.
Professor Adjunto III da Universidade Federal de Uberlândia Mestre em Reabilitação Oral pela Universidade Federal de Uberlândia Doutor em Clínica Odontológica pela Faculdade de Odontologia – Universidade Estadual de Campinas Coordenador do grupo de pesquisa LCNC-FO.UFU paulovsoares@yahoo.com.br
Alexandre Coelho Machado
Cirurgião-Dentista, Universidade Federal de Uberlândia, UFU, Brasil
Introdução
Mestre em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlândia, UFU, Brasil Doutorando em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlândia, UFU, Brasil Membro do grupo de pesquisa LCNC-FO.UFU
Guilherme Faria Moura
Cirurgião-Dentista, Universidade Federal de Uberlândia, UFU, Brasil Mestrando em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlândia, UFU, Brasil Membro do grupo de pesquisa LCNC-FO.UFU
Com a melhora no padrão de higienização bucal
por métodos laboratoriais o efeito do verniz e da
do paciente, a mudança de hábitos e o aumento
solução de tetrafluoreto de titânio (TiF4), do ver-
da expectativa de vida da população mundial, a
niz e da solução de fluoreto de sódio (NaF), e do
taxa de perda dentária, principalmente de etio-
oxalato de potássio na permeabilidade dentiná-
logia cariosa, está em considerável redução,
ria por meio da mensuração de condutância hi-
fazendo que problemas como o surgimento de
dráulica (Lp) após o tratamento e após desafios
lesões cervicais não cariosas e hipersensibilida-
erosivos.4-5
de dentinária (HD) tenham aumentado na prática clínica. A HD tem como definição ser uma dor
O que foi feito?
derivada de dentina exposta em resposta a estí-
Geração Power Point: termo usado por Özcan em seu editorial para referir-se à tendência atual de cursos com muitos casos do tipo “antes/depois” e fotos artísticas de face, mas com pouca informação técnica e científica. * Özcan M. A geração Power Point. Clínica. 2010;6(4). Do original: Özcan M. The Power Point generation. J Adhes Dent. 2010;2(2):87. Agradecimento: Quintessence Publishing Co. Ltda., detentora dos direitos autorais.
14 15
v.4, n.3, 2015
mulos osmóticos químicos, térmicos ou tácteis,
Para a realização deste estudo in vitro discos de
o que não pode ser explicado como o resultado
dentina de terceiros molares recém-extraídos
de qualquer outro defeito dental ou doença.1-3
foram obtidos e preparados de modo que não
Os tratamentos para hipersensibilidade pos-
apresentassem ilhotas de esmalte, nem proxi-
suem a função de diminuir o fluxo para os túbu-
midade às projeções dos cornos pulpares. Para
los dentinários por obliteração deles e/ou para
a obtenção do fluxo de fluido foi utilizada a má-
dessensibilizar os nervos, tornando-os menos
quina Flodec (DeMarco Engineering, Genebra,
sensíveis aos estímulos. Dessa forma, o traba-
Suíça) e também para seleção, distribuição e
lho que discutimos aqui tem o intuito de avaliar
mensuração da Lp nas diferentes etapas do ex-
perimento. Foram utilizados os lados oclusais e
de ácido fosfórico a 37%, representando o má-
a Lp pós-tratamento e a Lp final foram significa-
pulpares de 98 discos de dentina. Os discos fo-
ximo de permeabilidade; 3. após a aplicação dos
tivamente maiores do que os valores mínimos de
ram imersos em ácido fosfórico a 37% durante
produtos obliteradores, representando a perme-
Lp.
15 segundos e lavados em água deionizada para
abilidade pós-tratamento; e 4. após desafio com
Todos os materiais testados foram eficazes na
garantir o máximo de permeabilidade. Poste-
ácido cítrico a 6% (Merk), pH 2.1 por 1 minuto, re-
redução da Lp dentinária em comparação com o
riormente os discos de dentina foram avalia-
presentando a permeabilidade final.
grupo controle, imediatamente após o tratamen-
dos utilizando-se o programa SPSS versão 13.0 (SPSS Inc, Tulsa, OK, EUA), e desses 98 discos
to de Lp. Após o desafio erosivo (Lp final), todos
Quais foram os resultados?
os tratamentos também demonstraram eficácia
56 foram aleatoriamente divididos em 7 grupos
na manutenção da redução da Lp dentina em
(n=8), de acordo com o tratamento em questão.
As médias dos valores mínimo e máximo da Lp
comparação com o grupo controle.
Os valores iniciais de permeabilidade não apre-
dentro dos grupos foram significativamente
No entanto, apenas o oxalato de potássio e o ver-
sentavam diferenças estatísticas significantes
diferentes. Os tratamentos da Lp foram seme-
niz de NaF apresentaram diferenças estatísticas
entre os grupos. As mensurações da Lp foram
lhantes somente para valores mínimos de Lp
significantes do verniz placebo, em ambas as
realizadas em quatro diferentes etapas: 1. com a
para verniz de NaF e gel de oxalato de potássio.
condições. Não foram encontradas diferenças
presença da smear layer criada pelo polimento
Os mesmos resultados foram encontrados após
estatísticas entre NaF, TiF4 e oxalato de potássio.
do lado oclusal dos discos de dentina, o qual re-
o desafio erosivo: a Lp final do verniz de NaF e do
(Tabela 1).
presenta o mínimo de permeabilidade; 2. após a
oxalato de potássio gel ainda foram semelhan-
remoção da smear layer oclusal com aplicação
tes aos valores mínimos. Para os outros grupos,
Tabela 1. Média e desvio padrão dos valores de Lp dos diferentes grupos de tratamentos nos tempos predeterminados.
Mínimo (com smear layer)
Máximo (pós-condicionamento ácido)
Tratamento (pós-aplicação dos produtos avaliados)
Final (pós-desafio erosivo)
Controle
1,4 (1,8)Aa (93,9%)
22,8 (14,6)Ba
22,0 (9,7)Ba (3,5%)
24,2 (7,2)Ba (6,0%)
Oxalato de potássio
1,4 (1,8)Aa (94,5%)
25,5 (12,2)Ba
3,9 (3,0)Ac (84,7%)
5,6 (4,0)Ac (79,1%)
Solução de NaF
0,6 (0,6)Aa (96,9%)
19,7 (8,7)Ca
10,0 (6,1)Bc (49,2%)
13,6 (6,1)BCbc (31,0%)
Solução de TiF4
1,8 (0,9)Aa (89,7%)
17,5 (7,9)Ba
11,3 (10,1)Bbc (35,4%)
11,3 (7,4)Bbc (35,4%)
Verniz de NaF
1,4 (0,8)Aa (93,0%)
19,9 (8,6)Ba
6,9 (3,5)Ac (65,3%)
7,6 (3,8)Ac (61,8%)
Verniz de TiF4
0,7 (0,5)Aa (96,0%)
17,6 (8,1)Ba
11,0 (4,0)Bbc (37,5%)
3,6 (5,8)Bbc (22,7%)
Placebo
1,1 (0,9)Aa (94,5%)
20.1 (4.4)Ba
18,7 (7,8)Bab (7,0%)
17.6 (7.8)Bab (12.4%)
Letras maiúsculas indicam comparação nas colunas, e letras minúsculas, comparação nas linhas.
DICAS DE ORTODONTIA
Por que é importante?
Como fazer?
Estocagem digital 3D de modelos ortodônticos
GARCIA, Eugenio Jose
Aluno de pós-doutorado em Materiais Dentários, Universidade de São Paulo, Brasil eugenegarcia11@hotmail.com
LOPES, Luana de Goes
Aluna de graduação em Fisioterapia, FMU, São Paulo, Brasil
PASCHOARELLI , Ivan
Radiologista, Diretor Clínico do Centro de Diagnóstico por Imagem Meckel
A documentação ortodôntica é a organização
Na primeira consulta o cirurgião-dentista con-
sistemática de elementos que conduzem a um
fecciona a ficha clínica e encaminha o paciente
diagnóstico e planejamento ortodôntico. Além
para um serviço de documentação ortodôntica.
de possuir relevância jurídica, trata-se de uma
No serviço serão tomadas as fotografias, radio-
ferramenta de comunicação entre o dentista, o
grafias, feitas as análises e confeccionados os
paciente e o protético. Entre seus componen-
modelos de trabalho e estudo. A seguir os mo-
tes, a confecção de modelos de gesso é o único
delos são escaneados tridimensionalmente em
elemento que proporciona uma visão tridimen-
forma individual e em oclusão (Fig. A). O proces-
sional e palpável das arcadas dentárias e de sua
samento dos modelos digitalizados é executado
relação de oclusão.
no computador com software específico (Fig. B).
A estocagem desses modelos exige cuidados
O cirurgião-dentista receberá o arquivo digital
quanto à identificação (dados do paciente e data
(em CD e por e-mail) juntamente com o link do
de confecção) e à proteção do molde. Para ga-
software na versão simplificada (viewer), onde
rantir sua preservação durante o tempo de trata-
ele poderá analisar os modelos 3D de diferentes
mento e por questões legais, os moldes são em-
formas: girar, ver cortes em planos e áreas de
balados em papel-bolha e colocados dentro de
contato, mensurar ângulos, distâncias, etc. (Fig.
caixas plásticas ou caixas de papelão com seu
D-E).
registro de mordida em cera. No entanto, essa
Esse tipo de arquivo também poderá ser utiliza-
estocagem demanda a ocupação de um espa-
do pelo dentista para executar o planejamento
ço físico, que pode ser de grande importância
ortodôntico, sendo necessária a obtenção da
de acordo com a demanda excessiva de pacien-
versão completa do software. Se houver neces-
tes. O custo-benefício dos materiais e dos mó-
sidade da versão física dos modelos, estes po-
veis utilizados para estocar os moldes em gesso
derão ser obtidos novamente utilizando impres-
deve ser considerado.
soras 3D (Fig. F).
1
O que é necessário? • Guia de encaminhamento para documentação ortodôntica • Computador com leitor de CD e conexão à internet
16 17
v.4, n.3, 2015
A
B
C
D
E
F
Modelos de gesso posicionados no escâner 3D (A), processamento dos modelos digitalizados (B), modelos digitais em 3D finalizados (C). Uso da versão simplificada do software para cortes sagitais (D) e anålise das åreas de contato (E). Modelo dental obtido numa impressora 3D a partir do arquivo digital (F).
Considerações finais A tecnologia 3D há tempo é uma realidade na
A digitalização 3D de modelos em gesso traz
odontologia, baseada na digitalização e impres-
como benefícios a facilidade de estocagem com
são para tarefas simples, como replicação de
custo reduzido; a otimização dos espaços físicos
modelos de gesso, passando pela substituição
nas clínicas e laboratórios dentais; a conserva-
de estruturas ósseas até a bioimpressão de ór-
ção dos modelos; a redução do tempo clínico
gãos e tecidos.1-2
para a obtenção de modelos de trabalho; e a re-
A digitalização 3D de modelos de estudo e tra-
dução do custo de envio dos modelos para exe-
balho aplica-se em todas as especialidades
cução de trabalho protético.
odontológicas, permitindo o diagnóstico e planejamento ortodôntico, protético e cirúrgico, assim
Referências
como a confecção de aparelhos ortodônticos e reabilitações protéticas.2-3
1. Gracco A, Mazzoli A, Raffaeli R, Germani M. Evaluation of 3D technologies in dentistry. Prog Orthod. 2008;9(1):26-37. 2. Ireland AJ, McNamara C, Clover MJ, House K, Wenger N, Barbour ME, et al. 3D surface imaging in dentistry: what we are looking at. Br Dent J. 2008 Oct;205(7):387-92. 3. DeLong R, Heinzen M, Hodges JS, Ko CC, Douglas WH. Accuracy of a system for creating 3D computer models of dental arches. J Dent Res. 2003 Jun;82(6):438-42.
18 19
v.4, n.3, 2015
DICAS DE DENTÍSTICA 1
Por que é importante?
Utilização de matriz de PVC para coroa total em restauração classe IV
Restaurações proximais frequentemente se
restaurar cavidades que se estendem até a mar-
mostram como um desafio aos cirurgiões-den-
gem gengival, a tira de poliéster confere um perfil
tistas devido à dificuldade de confecção de uma
de emergência inadequado à restauração e ape-
superfície de contato adequada, um correto per-
nas um ponto de contato deslocado para o terço
fil de emergência cervical e uma adequada adap-
incisal (Fig. A). Uma técnica alternativa para ob-
tação marginal, três aspectos de extrema im-
ter uma restauração com melhor perfil de emer-
portância para o sucesso da restauração. Uma
gência e superfície de contato é a utilização de
superfície de contato justa é necessária para a
coroas de cloreto de polivinila (PVC) (TDV, Brasil)
manutenção da saúde periodontal, uma vez que
recortadas no sentido longitudinal da face vesti-
impedem a impactação e o acúmulo de alimen-
bular para a palatina, confeccionando-se, assim,
tos na região interproximal. Já uma restauração
uma espécie de matriz individual (parede mesial
com sobrecontorno, que é definido como uma
ou distal) para o elemento dentário, o que permi-
extensão do material restaurador além das mar-
te a obtenção de uma boa adaptação marginal,
gens da cavidade,2 pode levar a um distúrbio no
um correto perfil de emergência e uma adequa-
equilíbrio da flora bucal e a uma formação exar-
da superfície de contato (Fig. B). O objetivo deste
cebada de biofilme.
trabalho é descrever passo a passo a técnica de
A matriz mais utilizada para a reconstrução de
recorte de uma coroa total de PVC para a realiza-
faces proximais de dentes anteriores é a tira
ção de uma restauração classe IV em um canino
de poliéster. Entretanto, quando utilizada para
superior.
1
3
NAGATA, Allan Gustavo
4
Graduado em Odontologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) allangustavonagata@gmail.com
SAKAMOTO JUNIOR, Antonio Setsuo
Especialista em Dentística pelo CETAO. Mestre e doutorando em Dentística Restauradora pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
5
A
B
ILKIU, Rodrigo Ehlers Mestre e doutorando em Dentística Restauradora pela Universidade de Guarulhos (UNG)
GOMES, João Carlos Professor Associado de Dentística Restauradora da Universidade Estadual de Ponta Grossa
Esquema do perfil de emergência e do contorno proximal que seriam obtidos com o uso da tira de poliéster (linha preta) e ponto de contato deslocado para incisal/oclusal. Isso se deve à incapacidade da tira de se conformar à anatomia do elemento dentário, promovendo contorno e perfil retos (A). Esquema do perfil de emergência e contorno proximal obtidos com a matriz parcial confeccionada a partir de uma coroa total de PVC. A coroa de PVC transparente possui a forma anatômica aproximada ao dente em questão; assim, o perfil de emergência e o contorno proximal são mais naturais e adequados. Devido à correta convexidade da face proximal obtida com esse tipo de matriz, ocorre uma superfície de contato, e não apenas um ponto (B). 20 21
v.4, n.3, 2015
O que é necessário?
Como fazer?
• Grampo para isolamento absoluto
Ao deparar-se com uma cavidade classe IV, o
diamantada 3195 de granulação grossa, po-
• Lençol de borracha
primeiro passo será selecionar a coroa de ace-
dendo também ser realizado o biselamento da
• Arco de Young plástico
tato com o tamanho compatível ao dente a ser
margem vestibular da cavidade. Prossegue-se,
• Pinça perfuradora
restaurado. Deve-se então, com o auxílio de uma
então, com o isolamento absoluto do campo
lâmina de bisturi número 12 (Feather, Japão), re-
operatório. Com o campo devidamente isolado,
cortar a coroa selecionada de forma que se ob-
inicia-se o procedimento restaurador, condicio-
tenha uma matriz parcial da face a ser recons-
nando a cavidade com ácido fosfórico a 35%
truída. No presente caso, trata-se da distal do
(UltraEtch, Ultradent, EUA) e aplicando-se o sis-
elemento 23 (Fig. C-D).
tema adesivo (Single Bond Universal, 3M Espe,
Em seguida, é realizada a regularização das pa-
EUA).
redes em esmalte da cavidade com uma ponta
Após a polimerização do adesivo pelo tempo
• Pinça porta-grampos • Pontas diamantadas 2135 ou 3195, 3195F • Coroas totais de PVC transparentes de vários tamanhos (TDV, Brasil) • Cabo de bisturi • Lâmina de bisturi n° 12 (Feather, Japão) • Cunha de madeira • Ácido fosfórico a 35% (UltraEtch, Ultradent, EUA) • Sistema adesivo (Single Bond Universal, 3M Espe, EUA) • Resina composta de média viscosidade (Filtek
C
D
Z350XT, 3M Espe, EUA) • Resina composta de baixa viscosidade (Filtek Z350XT Flow, 3M Espe, EUA) • Fotopolimerizador de alta irradiância (Bluephase G2, Ivoclar Vivadent, Liechteinstein) • Borrachas para acabamento e polimento (Astropol, Ivoclar Vivadent, Liechteinstein) • Disco de feltro (Flexibuff, Cosmedent, EUA) • Pasta de polimento (Enamelize, Cosmedent, EUA) Coroa total de canino permanente superior em PVC (TDV, Brasil) (C). Matriz de PVC parcial (dir.), obtida a partir do recorte da coroa total (esq.) (D).
Considerações finais
Referências
A utilização de matrizes parciais obtidas do re-
anteriores, permitindo a realização de restau-
corte de coroas totais de PVC transparente re-
rações satisfatórias, com um correto perfil de
presenta uma alternativa prática e viável para
emergência e contorno (Fig. O).
a reconstrução de faces proximais de dentes
1. Rajan K, Ramamurthy J. Effect of restorations on periodontal health. JDMS. 2014; 13(7):71-3. 2. Ibraheem AF, Al-Safi KA. Prevalence of overhang margins in posterior amalgam restorations and alveolar bone resorption. J Coll Dentistry. 2005; 17(1):11-3. 3. Nunn ME. Understanding the etiology of periodontitis: an overview of periodontal risk factors. Periodontol 2000. 2003;32:11-23.
O
4. Kells BE, Linden GJ. Overhanging amalgam restorations in young adults attending a periodontal department. J Dent. 1992 Apr;20(2):85-9. 5. Tay LY, Herrera DR, Urban VM, Jorge JH. Utilização da fita de politetrafluoretileno como matriz em odontologia restauradora: relato de caso clínico. Rev Odont Unesp. 2009;38(1): 59-63.
Aspecto da restauração logo após a remoção do isolamento absoluto. Observe a excelente adaptação cervical e a correta anatomia da face distal (O).
24 25
v.4, n.3, 2015
DICAS DE PRÓTESE 1
Reabilitação estética de dentes com núcleos metálicos fundidos preexistentes
Por que é importante?
O que é necessário?
As cerâmicas odontológicas vêm sendo o princi-
• Fotografia: máquina fotográfica DSLR (ex.: Ni-
pal material utilizado na odontologia estética por
kon, Canon), kit de lente e flashes para foto-
várias décadas. Vem-se observando uma migra-
grafia macro, afastadores labiais e anteparo
ção da confecção de próteses com subestrutu-
de fundo negro
1
ras metálicas e suas respectivas cerâmicas de cobertura para as peças protéticas consideradas do tipo metal-free ou também chamadas de restaurações de cerâmica pura, atingindo inúmeros planejamentos e tratamentos protéticos, nos quais podemos incluir coroas, facetas e res-
• Enceramento-diagnóstico realizado por um laboratório protético • Muralha: silicone laboratorial ou silicone de adição • Preparo: caneta de alta rotação, pontas diamantadas esféricas e troncocônicas
taurações parciais como os inlays e os onlays.
• Isolamento: afastador labial, fios retratores
2
Essa migração vai ao encontro do crescimento
• Adesão: sistema adesivo convencional ou au-
Especialista em Implantodontia – SENAC - SP
e da preocupação dos pacientes por um sorriso
tocondicionante, de preferência contendo o
Especialista em Prótese Dentária - São Leopoldo Mandic - SP
natural, harmônico e estético.3
monômero MDP (ex.: Clearfil SE Bond, Kuraray,
Mestrando em Dentística Restauradora - Universidade Guarulhos
Muitos dos casos clínicos protéticos e reabilita-
Noritake; ou Single Bond Universal, 3M Espe)
dores são acompanhados por substratos escu-
• Mascaramento do núcleo: resina composta
recidos e/ou por núcleos não estéticos, como os
fluida opaca (ex.: Amaris flow HO, Voco), resina
núcleos metálicos fundidos, presença esta não
composta convencional cor de dentina
ROMANINI JÚNIOR, José Carlos
juniorromanini@hotmail.com
OTTOBONI, Thiago Dias Oliveira Especialista em Dentística Restauradora - UNOPAR – PR Professor do Curso de Atualização em Estética Avançada e Imersão em Resinas Compostas – Instituto IPPO – Balneário Camboriú Mestrando em Dentística Restauradora – Universidade Guarulhos
ORTEGA, Luiz Fernando
apropriada para um resultado final satisfatório.
• Cimentação: ácido fluorídrico, silano, sistema
A presença desses substratos dificultam tanto a parte clínica na execução do tipo de preparo a
Como fazer?
ser realizado como a elaboração das restaurações protéticas finais, confeccionadas pelo la-
Paciente do sexo feminino apresentou-se à clí-
boratório de prótese odontológica.
nica odontológica da Universidade de Guaru-
Através da utilização de materiais odontológi-
lhos buscando melhora estética do sorriso, com
cos opacos, atingimos uma situação clínica fa-
queixa principal na tonalidade amarelada e acin-
vorável para a busca do resultado estético final
zentada das cerâmicas dos incisivos centrais
Mestre em Clínica Odontológica – FOP-UNICAMP
adequado, dando condições laboratoriais ideais,
cimentadas há 7 anos (Fig. A). Após avaliação,
Doutor em Clínica Odontológica – FOP-UNICAMP
evitando um provável escurecimento da cerâ-
exame clínico e radiográfico realizado, foi diag-
Professor dos Programas de Mestrado e Doutorado em Odontologia da Universidade Guarulhos
mica após a conclusão da cimentação adesiva,
nosticada a presença de núcleos metálicos fun-
aspecto clínico muitas vezes visível no dia a dia
didos preexistentes. Foi planejada a substituição
ROMANINI, José Carlos
clínico do cirurgião-dentista.
apenas das coroas antigas. A substituição dos
Especialista em Prótese Dentária – CETAO Pós-Graduado em Odontologia Estética – SENAC Mestrando em Dentística Restauradora – Universidade Guarulhos
REIS, André Figueiredo
4
5
TPD – Escola de Prótese Dentária – Ribeirão Preto-SP
núcleos metálicos não foi realizada devido a sua
Proprietário do laboratório de prótese odontológica ROMANINI – Londrina-PR
boa adaptação, aspecto endodôntico satisfató-
26 27
v.4, n.3, 2015
rio, e por haver remanescente dentário supra-
de orifícios de retenção através de pontas 1012
terior secagem total do remanescente.
gengival com mais de 2 mm, não havendo a ne-
(KG Sorensen), criando espaço suficiente para a
Aplicou-se com um microbrush o sistema ade-
cessidade de retratamento.
utilização das resinas opacificadoras (Fig. C).
sivo contendo MDP (Single Bond Universal, 3M
Realizou-se a remoção das coroas antigas uti-
Para limpeza do núcleo metálico e condiciona-
Espe) (Fig. E), fotopolimerizando por 40 segun-
lizando pontas diamantadas 2135 (KG Soren-
mento do remanescente dentário, foi realizado o
dos (Bluphase II, Ivoclar Vivadent).
sen) através da confecção de canaletas no eixo
isolamento com uso do fio retrator 000 (Ultrapa-
A primeira camada aplicada foi a resina flow opa-
longitudinal central, concluindo uma remoção
ck, Ultradent), seguido de condicionamento com
ca (Amaris HO , Voco) em toda a superfície do
atraumática das coroas (Fig. B). Foi necessária a
ácido fosfórico a 37% (Fig. D), aspiração com câ-
núcleo (Fig. F), fotopolimerizando por 20 segun-
redução do volume total do núcleo e confecção
nula fina e lavagem abundante com água e pos-
dos e bloqueando a cor do metal.
6,7
A
B
C
D
E
F
DICAS DE DENTÍSTICA 2
Restauração posterior utilizando matriz oclusal e resina de baixa contração bulk fill
Por que é importante? Frequentemente os cirurgiões-dentistas se de-
O objetivo deste trabalho é descrever, passo a
param com lesões de cárie oculta, que consis-
passo, a realização de uma restauração poste-
tem em lesões cariosas em dentes posteriores
rior classe I utilizando-se uma matriz oclusal de
que não são diagnosticadas através do exame
silicone transparente e uma resina bulk-fill de
clínico, devido à aparência intacta do esmalte
alta viscosidade.
oclusal.1 Segundo a literatura, a prevalência dessas lesões pode variar de 2,2% a 50% dos molares permanentes
1,2
e tem sua etiologia incerta,
O que é necessário?
1
sendo cada vez mais comum em jovens.3 O tra-
• Escova de Robson
tamento dessas lesões pode ser facilitado com o
• Pedra-pomes
uso de uma matriz oclusal (index oclusal) trans-
• Pote Dappen
parente, que possibilita a realização da restaura-
• Silicone de adição transparente (Elite Trans-
ção reproduzindo a anatomia dentária existente
parent, Zhermack, Itália)
previamente ao preparo cavitário.
• Seringa Carpule e anestésico local
As matrizes oclusais são obtidas, geralmente,
• Pontas diamantadas esféricas
utilizando-se um material transparente autopo-
• Brocas carbides
limerizável, e entre suas principais vantagens
• Alta rotação
estão a reprodução da anatomia hígida natural,
• Micromotor e contra-ângulo
estética satisfatória e menor necessidade de
• Contra-ângulo multiplicador
ajuste oclusal após a confeccção da restaura-
• Arco de Young
ção, sendo também uma técnica rápida, de baixo
• Lençol de borracha para isolamento absoluto
custo e fácil execução.3
• Pinça perfuradora
Graduado em Odontologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Juntamente com a matriz oclusal, pode-se uti-
• Pinça porta-grampos
allangustavonagata@gmail.com
lizar uma resina de baixa contração, as denomi-
• Grampo para isolamento
nadas resinas “bulk-fill”. Essas resinas foram de-
• Fio dental
senvolvidas para o uso em incrementos de 4 mm
• Ácido fosfórico a 35% (UltraEtch, Ultradent,
SAKAMOTO JUNIOR, Antônio Setsuo
Especialista em Dentística pelo CETAO. Mestre e doutorando em Dentística Restauradora pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) antoniosakamotojr@gmail.com
NAGATA, Allan Gustavo
FRANCISCO, Julia Graduada em Odontologia pela Universidade Positivo (UP)
a 6 mm (dependendo do fabricante), reduzindo
EUA)
GOMES, João Carlos
o tempo tomado pela estratificação da resina.
• Microbrush
A possibilidade de ser utilizada em incrementos
• Sistema adesivo autocondicionante (Clearfil
Professor Associado de Dentística Restauradora da Universidade Estadual de Ponta Grossa
maiores torna as resinas de baixa contração uma
4
interessante aliada na utilização do index oclusal,
• Aparelho fotopolimerizador de alta irradiância
visto que a camada oclusal da restauração pode
(Bluephase G2, Ivoclar Vivadent, Liechetens-
ser realizada em incremento único, sem comprometimento de sua adaptação marginal.4 30 31
v.4, n.3, 2015
SE Bond, Kuraray, Japão)
tein) • Resina composta bulk-fill de alta viscosidade
A
(Tetric N-Ceram Bulk Fill, Ivoclar Vivadent, Liechteinstein) • Brunidor 26/30 (Cosmedent, EUA) • Broca multilaminada (H379, Komet, Alemanha) • Pinça de Müller • Papel de articulação • Escova de carbeto de silício (AstroBrush, Ivoclar Vivadent, Liechtenstein)
Como fazer? Uma vez detectada a presença de lesão cariosa no elemento dentário e verificada a integridade
B
C
D
E
da superfície de esmalte oclusal (Fig. A-B), inicia-se o procedimento clínico com a profilaxia do hemiarco, utilizando-se uma escova de Robson e pasta de pedra-pomes com água. Prossegue-se, então, com a confecção da matriz oclusal. O silicone de adição transparente (Elite Transparent, Zhermack, Itália) deve ser aplicado com o auxílio de uma ponteira intraoral sobre a superfície oclusal do dente a ser restaurado (Fig. C-D). Após a presa do material, o operador deve remover a matriz da cavidade bucal e verificar sua integridade e fidelidade (Fig. E). Uma vez obtido sucesso na confecção do index oclusal é realizada a remoção do tecido cariado. Com o campo devidamente isolado, é realizado o acesso oclusal à cárie com o auxílio de uma ponta diamantada esférica e, em seguida, a dentina cariada é removida utilizando-se uma broca carbide, montada em contra-ângulo multiplicador. É importante salientar que, após os passos ante-
Aspecto inicial do elemento 16. Nota-se um sombreamento na região do sulco distopalatino devido a uma lesão de cárie oculta (A). Aspecto radiográfico inicial. É possível observar uma leve área de radiolucidez na região distal do elemento 16 (B). Inserção do silicone de adição na superfície oclusal do elemento 16 com o auxílio de uma pistola aplicadora e de uma ponta intraoral (C-D). Matriz oclusal confeccionada (E).
REVISTA BRASILEIRA DE DICAS EM ODONTOLOGIA Dicas em diversas especialidades de forma objetiva, baseadas em três perguntas: POR QUE É IMPORTANTE? O QUE É NECESSÁRIO? COMO FAZER? n. 14 n. 13
n. 12
n. 11
n. 15
A MELHOR DICA É ASSINAR
www.editoraponto.com.br 0800 704 4018
Coluna
E aí?
Além do conhecimento técnico-científico, o profissional de hoje também se depara com a necessidade de aprimorar seus conhecimentos administrativos, para que possa desenvolver sua carreira e negócio. Esta coluna destina-se à discussão de temas relacionados à gestão e ao marketing de consultórios e clínicas odontológicas, porém não vamos aqui aprofundar temas e conceitos, mas sim, de modo bem pragmático, propor algumas soluções para os problemas que mais acontecem no dia a dia. Desse modo, convidamos o leitor a enviar suas perguntas para nossa redação (fontes@editoraponto.com.br), para que possamos responder às questões de seu interesse.
A importância do feedback – Avaliando pessoas A moderna gestão de pessoas exige uma avalia-
liação 360°, autoavaliação, relatório de perfor-
ção eficiente do nível de desempenho e evolução
mance, etc.), se formos capazes de identificar e
profissional dos membros de nossa equipe de
avaliar as três características citadas a seguir,
atendimento.
podemos classificar o desempenho de nossa
Portanto, a avaliação de desempenho é uma fer-
equipe.
ramenta da gestão de pessoas que visa anali-
• Motivação – cada indivíduo deve ter a consci-
sar o desempenho individual ou de um grupo de
ência sobre seus agentes motivadores pes-
colaboradores em determinada empresa, sen-
soais e possuir a certeza de que seus motivos
do um processo de identificação, diagnóstico e
pessoais podem ser satisfeitos através da
análise do comportamento de um colaborador
conquista de objetivos coletivos.
durante certo intervalo de tempo, analisando sua
• Competência – realizar corretamente suas ta-
postura profissional, seu conhecimento técnico,
refas e contribuir para sua evolução profissio-
sua relação com os parceiros de trabalho, etc.
nal e também para a manutenção do padrão
Para a instalação de um sistema de avaliação
de qualidade operacional.
efetivo devemos seguir algumas etapas.
• Foco em resultados – quando falamos em
1. Percepção diária do comportamento e evolu-
resultados, não estamos tratando apenas de
ção do colaborador, com feedback diário so-
questões financeiras, mas sim de objetivos
bre seus acertos (elogio) e falhas (ajustes).
que sejam interessantes para sua equipe, de
2. Orientações pontuais in loco, identificação
forma que eles percebam que estão contri-
imediata dos problemas emergenciais e ma-
buindo com a evolução da empresa, com im-
nutenção do padrão operacional.
pacto direto nos resultados financeiros.
3. Entrevistas formais periódicas (a cada 6 meses), em que o avaliador (gestor) e o avaliado
Levando em consideração as características re-
(colaborador) analisam os resultados obtidos
lacionadas acima, podemos identificar atributos
nesse período e juntos definem ações de me-
ou itens de desempenho individuais e também
lhoria contínua.
níveis de avaliação, e criar uma grade de avalia-
Por mais que existam diversos sistemas e métodos de avaliação de desempenho (BSC, ava36 37
v.4, n.2, 2015
ção periódica. Exemplifica-se.
Itens de desempenho Capacidade de resposta Cumprimento de prazos Relacionamento interpessoal Assiduidade Conhecimento operacional (tarefas e processos) Criatividade Participação em reuniões coletivas Evolução profissional (cursos, palestras, etc.)
Avaliador
Avaliado
Níveis de avaliação
métodos de remuneração variável e mobilizá-los
Nota 4 – Excelente – quando está surpreenden-
em busca de seus objetivos pessoais.
te e exemplar.
Porém, tais métodos de avaliação perdem seu
Nota 3 – Muito bom – quando está totalmente
objetivo quando não somos capazes de reco-
dentro das expectativas da empresa.
nhecer a importância de cada uma das pessoas
Nota 2 – Regular – quando, apesar de bom, ain-
que contribuem para o sucesso em nossos pro-
da precisa melhorar devido a falhas ocasionais.
jetos profissionais. Por esse motivo, meu amigo,
Nota 1 – Insatisfatório – quando as falhas ocor-
hoje quando chegar a sua clínica ou consultório,
rem com frequência demasiada, demonstrando
comece o dia com um elogio sincero e agradeça
incapacidade, falta de empenho ou mesmo des-
cada um por sua parcela de contribuição.
conhecimento. Um abraço e até a próxima. A instalação desse tipo de avaliação pode trazer muitos benefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas de uma organização, seja qual for seu tamanho. Com ela o gestor pode avaliar melhor sua equipe de atendimento, melhorar o
Ricardo Lenzi
clima de trabalho, investir no treinamento e de-
Consultor de Gestão e Marketing em Saúde
senvolvimento de habilidade de seus colabora-
Sócio-proprietário do Altera – Centro de Inteligência em Serviços
dores, melhorar a produtividade, desenvolver os
ricardo@alteracis.com.br
27 a 30 de abril de 2016 Akinobu Ogata (Japão/EUA) | Carlos Fernández Villares (Espanha) | Nitzan Bichacho (Israel) | Abelardo Baez (Chile) | Naoki Hayashi (Japão) Paulo Monteiro (Portugal) | Jon Gurrea (Espanha) | Pascal Magne (Suiça/EUA) | Eric Van Dooren (Bélgica) | Daniel Edelhoff (Alemanha) August Bruguera (Espanha) | Lorenzo Breschi (Itália) | Tetsuji Aoshima (Japão) | You Nino (Japão) BRASIL Cláudio Pinho | Ertty Silva | Luiz Otávio Camargo | Marcelo Calamita | Marco Masioli | Paulo Kano | Oswaldo Scopin | Ronaldo Hirata Sidney Kina | Victor Clavijo | José Carlos Romanini | Carlos Archangelo | Rafael Decúrcio | Marcelo Kyrillos | Marcelo Moreira | Luis Calicchio William Kabbach | Eduardo Santini | Andrea Melo | Tininha Gomes | Rogério Marcondes | Luiz Gustavo Barrote Albino | Dudu Medeiros
facebook.com/CongressoClinica [55 48] 3223 9150
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8100 | eventos@jocintraviagens.com.br | www.jocintra.com.br/eventos
DICAS DO LEITOR
A importância do ensaio restaurador direto (mock-up) para a correta comunicação entre clínico e paciente
Por que é importante? Dentro dos preceitos da prática de uma odon-
entendimento do que está sendo proposto ao
tologia cada vez mais conservadora e previsível,
paciente, o que favorece a comunicação, estrei-
torna-se fundamental a correta comunicação do
tando os laços profissionais, proporcionando
clínico com seu paciente, buscando harmoni-
mais confiança e, principalmente, evitando dis-
zar o trabalho proposto, principalmente quando
sabores futuros.
trabalhamos a estética anterior, com as exigên-
O objetivo da dica é alertar os colegas para a
cias e desejos requeridos por aqueles que nos
importância da comunicação franca com o pa-
procuram. Saber ouvir suas queixas principais,
ciente, baseada na anamnese, buscando conhe-
os reais motivos que motivaram o paciente a
cê-lo mais e otimizar seu tratamento, criando
procurar atendimento odontológico e suas ex-
confiança e previsibilidade ao caso. O uso do
pectativas são pontos que carecem de nossa
ensaio restaurador direto (mock-up) possibilita
completa atenção, para evitarmos equívocos ou
materializar conceitos abstratos e potencializar
extrapolação do resultado final. Para isso, torna-
o atendimento.
-se fundamental o emprego de técnicas que nos possibilitem “antever” o resultado final, gerando
O que é necessário?
a oportunidade de maximizar e personalizar o
SOUZA, Eduardo Coutinho Pereira
tratamento. Um verdadeiro plano reverso.
Especialista em Dentística – ABO Anápolis - GO
Uma das ferramentas disponíveis atualmente na
duducoutinho20@hotmail.com
odontologia é o emprego do ensaio restaurador direto (mock-up), que possibilita tanto ao profis-
• Silicone de condensação laboratorial e catalizador (Zetalabor, Endurent, Zhermarck) • Cabo de bisturi número 5
tas requeridas para o design do sorriso atendem
• Lâmina de bisturi (11, 12 ou 15)
às expectativas. A grande vantagem da técnica é
• Afastador labial
possibilitar ao paciente um “test-drive” do novo
• Resina bisacrílica (Protemp 4, 3M Espe)
sorriso, dar tempo para que ele se acostume ao
• Gaze
nosso arranjo, socialize-se e obtenha mais infor-
• Álcool 70° GL
mações para personalizar ou não o caso. Como
• Corantes (ocre, marrom – Tetric Color, Ivoclar
sem condicionamento dental), auxilia na avalia-
Vivadent) • Selante superfície fotopolimerizável (Perma-
ção do formato e volume dentário, em sua com-
Seal – Ultradent)
pleta harmonização com o rosto e nas limitações
• Fotopolimerizador
do caso.
• Espelho (de preferência de parede)
O emprego do mock-up assume um papel ímpar no que se refere à comunicação e ao completo
v.4, n.3, 2015
nóstico já realizado
sional como ao paciente averiguar se as propos-
se trata de uma “máscara dental” (procedimento
40 41
• Modelo de estudo, com o enceramento-diag-
Como fazer?
A
A fase de construção do enceramento-diagnós-
além dos dentes a serem submetidos ao en-
portante, pois podemos conquistar de uma vez
tico é o momento para transformarmos todas
saio, garantindo com isso estabilidade à guia em
por todas a confiança de nosso paciente, repor-
as informações colhidas durante a anamnese,
boca. Pode ser recortada, tangenciando a área
tando a ele as alterações sugeridas, os formatos
desejos e características pessoais em algo con-
gengival, 1 mm além da margem do enceramen-
pensados e o arranjo pretendido.
creto. Com todas as sugestões e análises esté-
to, ou mesmo ser utilizada sem os recortes. A
Um dos grandes segredos nessa etapa é expli-
ticas prévias damos ao modelo de diagnóstico
principal vantagem do recorte reside no fato de
car detalhadamente a importância do uso do
as opções que pretendemos apresentar ao pa-
nos possibilitar a remoção do excesso de resina
mock-up para avaliação in situ do que queremos
ciente. Finalizado o enceramento, realizamos a
que escoa da guia no ato do ensaio, deixando-o
alcançar com o caso. Devemos esclarecer que o
confecção da guia em silicone de condensação
quase pronto após sua presa.
intuito principal do ensaio é a avaliação dos for-
laboratorial, visto que esse material apresenta
Terminada a fase laboratorial, temos a oportuni-
matos dentários, seus novos volumes, e não a
resistência maior e melhor capacidade de repro-
dade de apresentar o caso proposto ao pacien-
visualização de cor, devido à característica mo-
dução dos detalhes em comparação ao de uso
te. Esse é um momento de muita apreensão por
nocromática e opaca do material bisacrílico. De-
em consultório. A guia deve ter uma espessura
parte tanto do clínico quanto do paciente, visto
ve-se esclarecer que as alterações na boca en-
vestibular de 1 cm a 1,5 cm e de 1 cm a 2 cm de
que se trata da materialização de conceitos sub-
contradas foram decorrentes da passagem de
extensão gengival, e envolver de 1 a 2 dentes,
jetivos. O primeiro impacto é sempre muito im-
longo tempo, de forma que o paciente se acos-
B
Modelos de estudo encerados e com guias confeccionadas para o ensaio restaurador (mock-up) (A). Vista interna da guia mostrando a altura ideal do recorte das ameias gengivais, 1 mm acima da margem do enceramento (B).
DICAS DE DENTÍSTICA 3
Uso de matrizes seccionadas e anel adaptável à cunha em restaurações classe II
Por que é importante? Frequentemente em restaurações de cavida-
existem matrizes extremamente delgadas, com
des classe II o fechamento dos contatos inter-
espessuras variando de 0,7 mm a 0,3 mm, que
proximais é um desafio aos cirugiões-dentistas,
possibilitam a confecção de contatos muito jus-
principalmente a reconstrução de uma nova face
tos. Nesse sistema de matrizes parciais e anéis,
proximal e, particularmente, uma apropriada su-
cunhas são utilizadas para selar o espaço entre
perfície de contato,1 que deve ser natural e justa,
a matriz e o dente, e o anel é responsável pelo
a fim de evitar a impactação alimentar. Por meio
afastamento interdental, que será fundamental
de uma técnica restauradora adequada pode-se
para a obtenção de um forte ponto de contato.
obter melhor adaptação da restauração, favore-
Entretanto, quando se utiliza o sistema de matriz
cendo a manutenção da saúde dos tecidos pe-
seccionada juntamente com o anel, encontra-se
riodontais na região.
outra dificuldade: a adaptação do anel após a in-
Duas questões são principais para o estabele-
serção da cunha interproximal, pois o posiciona-
cimento de uma parede e uma crista proximais
mento da cunha geralmente causa instabilidade
adequadas: o contorno de superfície e a tensão
ao anel, sendo difícil adaptar o conjunto. Nesse
na superfície de contato, não podendo ser mui-
contexto, surgiram no mercado odontológico
to forte, e sim justaposta ao dente adjacente.
anéis de afastamento como o Composi-Tight
Estudos in vitro e in vivo relataram a eficácia de
3D (Garrison, EUA) e o anel do sistema Palodent
alguns sistemas de matrizes pré-fabricadas que
Plus (Dentsply, EUA) (Fig. A), que se encaixam às
são continuamente desenvolvidas para alcançar
cunhas, facilitando sua inserção e adaptação e
dimensões mais adequadas para a reconstru-
possibilitando a realização de restaurações de
2-5
NAGATA, Allan Gustavo Graduado em Odontologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) allangustavonagata@gmail.com
FRANCISCO, Julia Maria Galina Graduada em Odontologia pela Universidade Positivo (UP) Pós-graduanda em Implantodontia (SENAC São Paulo-SP) juliamfrancisco@icloud.com
ção restauradora envolvendo uma classe II.
maneira muito satisfatória (Fig. B-D).
Um desenvolvimento importante para melhorar
O objetivo deste trabalho é descrever e demons-
a superfície de contato obtida em restaurações
trar, passo a passo, a realização de uma restau-
classe II foi a criação de anéis que possibilitam
ração classe II utilizando o sistema de matrizes
melhor adaptação entre a matriz e o dente, mini-
seccionadas Palodent Plus.
6,7
ILKIU, Rodrigo Ehlers Professor de Diagnóstico V e Prevenção Terapêutica dos Tecidos Duros dos Dentes I, II, III da Graduação em Odontologia (Unoesc-Joaçaba) Mestre em Dentística (Universidade Guarulhos - UnG) Doutorando em Dentística (Universidade Guarulhos - UnG)
HIGASHI, Cristian Mestre e Doutor em Dentística Restauradora pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Coordenador do Curso de Especialização em Dentística (ILAPEO – CuritibaPR)
46 47
v.4, n.3, 2015
mizando a necessidade de acabamento e ajustes antes exigidos.4,8 Além disso, atualmente,
A
B
O que é necessário? • Arco de Young • Lençol de borracha para isolamento absoluto • Pinça perfuradora • Pinça porta-grampos • Grampo para isolamento • Fio dental • Ácido fosfórico a 35% (UltraEtch, Ultradent, EUA)
C
D
• Microbrush • Sistema adesivo autocondicionante de dois passos (Clearfil SE Bond, Kuraray, Japão) • Aparelho fotopolimerizador de alta irradiância (Bluephase G2, Ivoclar Vivadent, Liechtenstein) • Resina composta bulk-fill de baixa viscosidade (Surefil SDR flow, Dentsply, EUA) • Kit de matriz proximal Palodent Plus (Dentsply, EUA) • Corante ocre (Tetric Color, Ivoclar Vivadent,
Imagem do kit Palodent Plus (Dentsply, EUA), composto de matrizes metálicas seccionadas, cunhas anatômicas, anel de afastamento, porta-anel e pinça próprios do sistema (A). Cavidade classe II após remoção de tecido cariado localizado na superfície oclusodistal do dente 15 (B). Adaptação do sistema de matrizes Palodent Plus na área de reconstrução desejada (C). Restauração realizada. Observe o adequado contorno da parede proximal (D).
Liechteinstein) • Resina composta (A40, A2, WE, Esthetic-X HD, Denstsply, EUA) • Broca multilaminada (H379, Komet, Alemanha) • Escova de carbeto de silício (AstroBrush, Ivoclar Vivadent, Liechtenstein)
DICAS DE PRÓTESE 2
Utilização de pasta adstringente como opção de afastamento gengival em moldagens
Por que é importante?
Como fazer?
A moldagem constitui um importante e delicado
Após o término dos preparos para coroas, ou la-
passo nos trabalhos restauradores indiretos. Na
minados cerâmicos, os fios de afastamento gen-
maioria das situações clínicas, as linhas de ci-
gival 000 é inserido cuidadosamente no interior
mentação e términos de preparos se encontram
do sulco gengival (Fig. A). O fio utilizado é manti-
no interior do sulco gengival. O processo de afas-
do durante a moldagem, por isso deve ficar total-
tamento do tecido mole sem causar nenhum
mente inserido. O fio colocado com o auxílio de
tipo de injúria e o controle de fluidos subgengi-
uma espátula fina, sem pressão excessiva, não
vais ainda são um desafio.
causa danos ao tecido periodontal.2,3
Existem meios de afastamento mecânico, como
A aplicação da pasta adstringente (3M Espe) é
os fios e os casquetes de moldagem; os meios
realizada através de uma ponta fina e flexível,
químicos, através de substâncias como a epine-
que vai no interior do sulco gengival (Fig. B). A
frina, o sulfato férrico e o cloreto de alumínio. As
cápsula com essa ponta é adaptada à seringa
pastas adstringentes aparecem como uma op-
Centrix. A aplicação deve ser lenta e regular, pre-
ção mecânico-química de afastamento gengival
enchendo totalmente o sulco, formando uma is-
para o momento da moldagem ou quando uma
quemia dada pelo afastamento gengival (Fig. C).
hemostasia é necessária, podendo ser utiliza-
A pasta é mantida por pelo menos 2 minutos no
das sozinhas ou associadas a fios retratores.
interior do sulco e depois deve ser lavada com
1
2
CORÓ, Vitor Mestre em Reabilitação Oral FOUFU Doutor em Reabilitação Oral USP – Ribeirão Preto vitorcoro@yahoo.com.br
água e spray de ar e água, sendo totalmente re-
O que é necessário?
movida (Fig. D). Os dentes a serem moldados devem ser secos (Fig. E), e em seguida o material
JO LEE, Hyung Mestre em Implantodontia ILAPEO
BEREJUK, Halina Especialista em Prótese APCD – SP Mestre em Implantodontia ILAPEO
• Moldeiras de estoque em aço
de moldagem leve é aplicado – inicialmente nas
• Espátula fina para inserção do fio afastador
regiões cervicais
cobrindo todo o dente. Pode
(Fischer Ultrapak, Ultradent ou espátula 113,
ser realizado um leve jato de ar para que o silico-
Hu Friedy)
ne penetre bem no interior do sulco (Fig. F). Na
• Fios afastadores finos (Ultrapak 00 e 000, Ultradent) • Pasta adstringente de afastamento gengival
UHLENDORF, Yuri
–
(3M Espe)
sequência a moldeira é posicionada com o silicone pesado e leve, e aguarda-se o período indicado pelo fabricante até que o material tome presa. Na figura G pode-se notar uma boa reprodução
Especialista em Prótese ILAPEO
• Seringa Centrix
de detalhes da região cervical, após um afasta-
Mestre em Implantodontia ILAPEO
• Material de moldagem por adição
mento efetivo e atraumático do tecido gengival.4
52 53
v.4, n.3, 2015
A
D
F
B
C
E
G
Inserção do fio 000 (A). Aplicação da pasta adstringente (B). Isquemia formada com aplicação da pasta (C). Lavagem da pasta (D). Secagem dos preparos (E). Aplicação do material de moldagem leve e jato de ar leve (F). Moldagem finalizada (G).
DICAS DE DENTÍSTICA 4
Guia restauradora com apoio oclusal: Uma técnica alternativa para restaurações anteriores
Por que é importante?
O que é necessário?
A utilização de uma guia restauradora palatina
• Modelos de estudo preliminares articulados
é uma técnica bem estabelecida e documenta-
(gesso tipo III)
da que visa facilitar a transferência da anatomia
• Modelo de trabalho (gesso tipo IV)
obtida através de um enceramento de diagnós-
• Enceramento de diagnóstico
tico para o meio intraoral e auxiliar o clínico na
• Silicone de condensação de laboratório
reconstrução de elementos dentários anteriores
• Lâmina de bisturi n. 25
recorrendo a resinas compostas.
• Cortadora de gesso
A preparação da guia restauradora para possibi-
• Adesivo de moldeira para polivinil siloxano
litar a incorporação de um material de registo in-
• Silicone de adição para registo de mordida
teroclusal é vantajosa tanto para o clínico como
• Peça de mão reta
para o paciente.
• Broca esférica
Essas vantagens incluem: • estabilização intraoral realizada pelo pacien-
Como fazer?
te, resultando na libertação de ambas as
MALTA BARBOSA, João Residente, Advanced Education Program in Prosthodontics, New York University College of Dentistry, EUA Advanced Program for International Dentists em Prosthodontics, New York University College of Dentistry, EUA Diploma em Implantologia, Columbia University College of Dental Medicine, EUA Diploma em Dentisteria Estética, Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Portugal Mestrado Integrado em Medicina Dentária, Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Portugal Departamento de Reabilitação Oral, Instituto de Implantologia, Lisboa, Portugal
mãos do clínico durante todas as fases do
1ª fase: Diagnóstico e Planeamento Pré-res-
procedimento;
taurador
• obtenção de um suporte estável para a mus-
Obtenção de impressões preliminares e mode-
culatura do paciente, resultando num aumen-
los de estudo articulados de forma a permitir
to de conforto; e
avaliar o esquema oclusal pré-restaurador e in-
• melhoria do controle de isolamento relativo,
cluir considerações funcionais a incorporar no
por formar uma barreira estável e relativa-
futuro enceramento de diagnóstico. Realizar um
mente estanque na região anterior e disclu-
enceramento de diagnóstico com o objetivo de
são posterior, permitindo um fácil posiciona-
permitir a confecção de uma guia restauradora
mento do sistema de sucção de saliva.
palatina. I. Realizar impressões preliminares e obter mo-
jmb1023@nyu.edu
delos de estudo em gesso tipo III articulados.
CARAMÊS, João Professor Catedrático, Faculdade de Medicina Dentária, Universidade de Lisboa, Portugal Professor Assistente do Departamento de Periodontologia e Implantologia, New York University College of Dentistry, EUA Coordenador do Curso de Especialização em Implantologia, Faculdade de Medicina Dentária, Universidade de Lisboa, Portugal Diretor Clínico, Instituto de Implantologia, Lisboa, Portugal
56 57
v.4, n.3, 2015
II. Proceder ao enceramento de diagnóstico dos elementos dentários a restaurar (Fig. A-B). III. Confeccionar uma guia restauradora com base no enceramento realizado (Fig. C).
2ª fase: Preparação Extra-oral da Guia Res-
riores seja sensivelmente paralela ao plano oclu-
III. Realizar perfurações na superfície preparada
tauradora
sal mandibular.
no passo anterior com uma peça de mão reta e
Após a obtenção da guia restauradora remover
I. Remover os excessos de material da guia com
uma broca esférica, de forma a aumentar a área
os excessos que interfiram potencialmente com
uma lâmina de bisturi n. 25 (Fig. D).
de contato com o material de registo de mordida
seu posicionamento intraoral ou com as restau-
II. Com recurso a uma cortadora de gesso, ajus-
que proporcionará a estabilização intraoral (Fig.
rações a realizar. Assegurar que a superfície que
tar a região posterior da guia para um plano sen-
E-F).
recobre as faces oclusais dos elementos poste-
sivelmente paralelo ao plano oclusal mandibular.
A
B
C
D
E
F
3ª fase: Preparação Intra-oral da Guia Res-
4ª fase: Confecção da Restauração Final
tauradora
Após as fases apresentadas anteriormente,
Concluída a preparação laboratorial da guia res-
a guia restauradora com suporte oclusal está
tauradora, na presença do paciente aplicar uma
pronta a ser utilizada de forma convencional na
camada de adesivo de moldeira para polivinil si-
confecção da(s) restauração(ões) final(ais).
loxano na superfície perfurada da guia e injectar material de registo de mordida na mesma super-
Considerações finais
fície, obtendo um registo intraoral da configuração oclusal mandibular.
A utilização de uma guia restauradora palatina
I. Verificar o correto assentamento da guia res-
para a realização de restaurações em resina
tauradora intraoralmente.
composta de elementos dentários anteriores é
II. Aplicar extraoralmente uma camada de adesi-
uma técnica bem estabelecida e documentada
vo de moldeira para polivinil siloxano na superfí-
na literatura.
cie perfurada da guia restauradora.
A incorporação de um apoio oclusal que permi-
III. Injectar polivinil siloxano para registo de mor-
ta a estabilização dessa guia durante os passos
dida na mesma superfície e posicionar a guia in-
envolvidos na confecção dessas restaurações
traoralmente.
proporciona vantagens tanto para o clínico como
IV. Instruir o paciente para encerrar a mandí-
para o paciente e poderá ser utilizada frequente-
bula livremente até contato suave com a guia
mente, uma vez que não acarreta custos adicio-
restauradora e material de registro de mordida.
nais substanciais, quer no que respeita ao tem-
Nota: É importante assegurar que durante este
po de confecção, como nos materiais envolvidos.
passo a guia se mantenha estável e não altere seu posicionamento. Se necessário, estabilizar
Referências
a guia em posição segurando-a lateralemente. V. Remover excessos de material de registro (Fig. G).
1. Mackenzie L, Parmar D, Shortall AC, Burke FJ. Direct anterior composites: a practical guide. Dent Update. 2013;40(4):297-308. 2. LeSage BP. Aesthetic anterior composite restorations: a guide to direct placement. Dent Clin North Am. 2007;51(2):359-78.
G
3. Fahl N Jr, Denehy GE, Jackson RD. Protocol for predictable restoration of anterior teeth with composite resins. Pract Periodontics Aesthet Dent. 1995;7(8):13-21.
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DICAS DE DENTÍSTICA/PRÓTESE
Pontas diamantadas: aplicações clínicas de acordo com a forma e composição SOARES, Paulo Vinícius
Coordenador do Grupo de Pesquisa LCNC, Professor da Área de Dentística e Materiais Odontológicos, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia paulovsoares@yahoo.com.br
GONZAGA, Ramon Corrêa de Queiroz
Membro do Grupo de Pesquisa LCNC, Graduando na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
TOLENTINO, Andrea Barros
Membro do Grupo de Pesquisa LCNC, Mestranda na Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de São Paulo
MACHADO, Alexandre Coelho
Membro do Grupo de Pesquisa LCNC, Doutorando na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
REIS, Bruno Rodrigues
Membro do Grupo de Pesquisa LCNC, Professor da Escola Técnica em Saúde da Universidade Federal de Uberlândia
RAPOSO, Luís Henrique Araújo
Membro do Grupo de Pesquisa LCNC, Professor da Área de Prótese Fixa e Oclusão, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
60 61
v.4, n.3, 2015
Por que é importante? Para a maioria dos procedimentos clínicos rea-
crodesgaste, é indicado o uso de pontas que pos-
bilitadores o desgaste e/ou refinamento de su-
suam maior número de diamantes, em que o diâ-
perfícies faz-se necessário. O profissional possui
metro dos grânulos de diamante seja menor que
diversos instrumentos para remoção de estrutu-
50 μm (micrometros = 10-3 mm). Por outro lado, as
ras a sua disposição: pontas diamantadas, brocas
pontas diamantadas podem ser utilizadas para
carbide, discos e pontas de silicone impregnados
desgastes maiores, como preparo da estrutura
com abrasivos, laser de alta potência, jateadores
dental para receber uma restauração indireta ou
de abrasivos, entre outros. As pontas diamanta-
remoção de restaurações poliméricas ou cerâmi-
das modelo FG (Friction Grip, ou seja, “encaixe por
cas insatisfatórias. Nesse caso, planeja-se uma
atrito”), com encaixe para turbinas de alta rotação,
macrorremoção de estrutura, indicando-se o uso
contra-ângulos multiplicadores e contra-ângulos
de pontas com menor quantidade de diamantes,
de baixa rotação convencionais através do uso
em que o diâmetro dos grânulos de diamante
de adaptadores/mandril, são as mais utilizadas
deve variar entre 50 μm e 150 μm. Neste ponto
pelos clínicos dentro e fora do Brasil. A principal
os autores destacam outros equívocos comuns,
diferença entre as pontas diamantadas e as bro-
quando o clínico utiliza ponta diamantada com
cas (também conhecidas como fresas) é que as
granulação média (50-120 μm) ou grossa (120-
primeiras utilizam composição rica em diamantes
150 μm) para fazer acabamento ou refinamento
para o desgaste, enquanto as brocas são confec-
de superfícies, ou utiliza pontas de granulação
cionadas por lâminas que cortam. Isso parece bá-
fina (30-50 μm) ou extrafina (abaixo de 30 μm)
sico, mas na verdade é comum escutar profissio-
para remoção de restaurações ou preparos con-
nais utilizarem equivocadamente o termo “brocas
vencionais (mais invasivos).1,6-10
diamantadas”. O princípio de desgaste é baseado
O terceiro e último tópico separado pelos auto-
na maior dureza do abrasivo (no caso, o diaman-
res é a relação da morfologia da ponta ativa e sua
te), capaz de remover estruturas dentais ou ma-
aplicação clínica. Esse tópico é influenciado pelas
teriais restauradores.
variações de acordo com o uso, a habilidade do
As pontas diamantadas podem gerar desde des-
profissional e a filosofia de formação. Também
gastes mínimos, não visíveis clinicamente (mi-
observarmos a indicação errada da ponta para
crodesgastes, acabamento ou refinamento) de
características específicas de preparo ou refina-
superfícies, até macrorremoções de estrutura.
mento, o que nos levou a criar dicas básicas que
Por exemplo, com o uso de pontas diamantadas
guiarão o profissional para o melhor aproveita-
o clínico pode executar o refinamento de uma
mento da pontas diamantadas durante seu uso.
restauração em resina composta, buscando a re-
Não há uma regra universal e absoluta; muito pelo
gularização e/ou textura de superfície. Para esse
contrário, existem variações e adaptações. Essas
tipo de ação, chamada aqui de refinamento ou mi-
dicas estão citadas a seguir.
1-5
O que é necessário? • Pontas diamantadas com diferentes formas e granulações • Dados das Tabelas 1 e 2, a seguir
Tabela 1. Principais aplicações clínicas das pontas diamantadas FG de acordo com a composição. Granulação *
Diâmetro do diamante (μm)
Extrafina (FF)
<30
Acabamento de restaurações em resina composta, microajustes em cerâmicas vítreas, remoção de excesso de cimento resinoso e refinamento da interface de cimentação, regularização de superfície após remoção de bráquetes ortodônticos
Fina (F)
30-50
Acabamento de restaurações em resina composta, microajustes em cerâmicas vítreas, remoção de excesso de cimento resinoso e refinamento da interface de cimentação, regularização de superfície após remoção de bráquetes ortodônticos, preparos minimamente invasivos, bisel, ajuste oclusal por desgaste
Média
50-120
Remoção de restaurações insatisfatórias (resina composta, cimento de ionômero de vidro, cerâmicas vítreas e de recobrimento), preparos convencionais, bisel, acesso endodôntico, desgaste de pinos de fibra de vidro
Grande (G)***
120-150
Remoção de restaurações insatisfatórias (resina composta, cimento de ionômero de vidro, cerâmicas vítreas e de recobrimento), preparos convencionais, acesso endodôntico, desgaste de pinos de fibra de vidro
Extragrande (EX)
>150
Preparos convencionais, remoção de restaurações insatisfatórias e, principalmente, remoção de restaurações cerâmicas reforçadas por cristais de dissilicato de lítio, óxidos de zircônia e alumina
Principais aplicações clínicas**
* Catálogo digital KG Sorensen, Brasil.10 ** Sugere-se que, para as técnicas refinamento de restaurações e acabamento de preparos, sejam complementados por discos e polidores impregnados com abrasivos. *** As pontas diamantadas G possuem diamantes maiores, o que aumenta o poder de desgaste e durabilidade. Em alguns casos necessitará de maior tempo dedicado no acabamento, pois a superfície estará mais irregular.
Tabela 2. Principais aplicações clínicas das pontas diamantadas FG de acordo com as formas mais comuns da extremidade ativa. Número de referência
ISO** (Diâmetro da ponta ativa)
Esférica
1011, 1012, 1013, 1014, 1015, 1016, 1019, 1022, 3017, 3018
009, 010, 012, 014, 016, 018, 025, 029
Acesso inicial a lesão cariosa. Com menor diâmetro: acessos minimamente invasivos, determinar retenções adicionais. Com diâmetro médio: delimitação de sulcos de orientação cervical nos preparos convencionais, remoção de materiais restauradores insatisfatórios. Maior diâmetro: abertura coronária, remoção do teto da câmara pulpar e confecção de bisel com formato côncavo no ângulo cavossuperficial de cavidades extensas, remoção de materiais restauradores insatisfatórios.
Troncocônica de extermidade arredondada
2133, 2134, 2135, 2136, 3038, 3072, 3139, 4137, 4138
014, 015, 016, 018, 021, 025
Foma troncocônica permite geração de preparos com paredes expulsivas e ângulos arredondados em cavidades. Aplicadas para redução das superfícies oclusal, vestibular e lingual para recobrimento de cúspides. Confecção de bisel, sulcos de orientação e redução da face vestibular em preparos para facetas estéticas e coroas cerâmicas. O extremo arredondado possibilita, nesses casos, a confecção de términos cavitários em chanfrado e ombro arredondado. Podem ser utilizadas para plastia dental e ajuste oclusal. Indicadas para preparos de restaurações indiretas livres de metal (cerâmicas e cerômeros).
Cilíndrica de extremidade ogival
2214, 2215, 3215, 3216, 4219
010, 012, 014
Confecção de sulcos de orientação e redução das superfícies oclusal, vestibular, lingual e proximal em preparos para coroas e restaurações parciais de base metálica. O topo em forma de ogiva possibilita a delimitação do término marginal chanfrado. Formato cilíndrico favorece maior paralelismo das paredes, ou seja, maior retenção das restaurações de base metálica com as paredes do preparo; por exemplo, restaurações metalocerâmicas sobre estrutura dental ou pilares em prótese sobre implante.
Cilíndrica de extremidade arredondada
1141, 2143, 3145
010, 012
Confecção de sulcos de orientação e na redução das faces vestibular, oclusal, lingual e proximais em preparos protéticos. Propiciam términos cervicais em ombro com ângulos internos arredondados e favorecem preparos mais retentivos devido ao formato cilíndrico.
Troncocônica “trapezoidal”
2128, 2130, 2131, 3131
014, 018, 021, 025
Indicadas preparos cavitários expulsivos do tipo caixa com e sem redução cuspídea (inlays e onlays). São também úteis na confecção de “nichos” para apoio de prótese parcial removível. Os ângulos internos permanecem arredondados.
Cônica afilada, agulhada ou “ponta de lápis”
1112, 2112, 3113, 1190, 2191, 2200, 3193, 3195, 3200, 3203, 3205, 3207
008, 010, 012, 014, 016
O formato afilado permite romper o ponto de contato proximal em preparos cavitários intra e extracoronários e confecção de bisel conservador. Acabamento de restaurações de resina composta nas margens cervicais, desgaste da superfície e terço vestibuloproximal de restaurações anteriores. Reduções superficiais para preparos minimamente invasivos.
Extremidade em chama
3118, 3168, 1111
014, 023
Confecção de bisel côncavo e caracterizações de superfície. Desgaste da face palatina de preparos para coroa total em dentes anteriores pode ser realizada com esse tipo de ponta. Refinamento de restaurações na face palatina de dentes anteriores e ajuste oclusal por desgaste.
Forma*
Principais aplicações clínicas
* Estão citadas as pontas diamantadas com morfologias comuns mais utilizadas pelos profissionais. Existem variações e adaptações de acordo com o fabricante. ** International Organisation for Standardisation (ISO).
Coluna
A verdadeira realidade dos produtos de alta tecnologia Quando começo a ministrar os meus cursos so-
seu modelo de negócio mais rentável, mas de-
bre o sistema CAD/CAM, percebo que os alunos
vem estar preparados para trabalhar com essa
(principalmente os dentistas) estão bastante
tecnologia, entendendo as suas limitações atu-
desiludidos por terem adquirido e abraçado essa
ais (porque estão em constante evolução) e os
nova tecnologia com a expectativa ou a quase
seus princípios, e adaptá-las às suas necessida-
Dario Adolfi
certeza de que eles não iam mais precisar dos
des, e não utilizá-las como um substituto, mas
Diretor Científico do Spazio Education – SP
técnicos dentais e que num passo de mágica
como um agregador dentro do processo de
dario.adolfi@spazioodontologico.com
todos os trabalhos protéticos seriam feitos com
trabalho.
essa tecnologia apenas apertando um botão. Devemos ressaltar que é necessário um consHá um vício por produtos de alta tecnologia e uma
tante treinamento educacional, baseado nos
ideia muito errada de que esses equipamentos
pilares que sustentam a odontologia, porque
vão torná-los excelentes dentistas.
sem eles a tecnologia será apenas um produto.
Infelizmente a forma como essa tecnologia é
GAPS: fechando espaços
vendida não mostra a realidade e as dificuldades que ela apresenta no dia a dia do dentista, o qual não tem domínio de toda a cultura odontológica laboratorial, como morfologia e posicionamento tridimensional dos dentes, oclusão, conhecimento e aplicação dos diferentes materiais, etc., e põe et cetera nisso. O que está acontecendo é que o terreno em que se fundamenta a odontologia para essa nova geração não está baseado nos ensinamentos mediante um adequado treinamento clínico e cultura odontológica para um correto diagnóstico e plano de tratamento. Não existe dúvida de que o futuro está na odontologia digital, assim como na tecnologia CAD/ CAM, tornando os dentistas mais eficientes e o
66 67
v.4, n.3, 2015
CAD/CAM : Mudança no processo e na produção A individualização de componentes protéticos
dentistas se tornam diferenciados ou melhores
para implante fez com que a chamada “era di-
que outros, o que também é válido para técnicos.
gital” chegasse a praticamente todos os profis-
Há a necessidade real de mudarmos a forma de
sionais que realizam odontologia restauradora.
educar para que os profissionais entendam que
Hoje em dia muitos clínicos trabalham, mesmo
oclusão, função, estética, saúde periodontal e
Oswaldo Scopin de Andrade
sem saber, com peças desenhadas e manufatu-
tudo mais que envolve tratamento odontológico
Mestre e Doutor em Prótese pela Unicamp
radas com o auxílio de computadores. Isso já é
continue sendo indispensável para o cuidado e o
Pós-Graduado em Prótese e Oclusão pela New York University – College of Dentistry
uma realidade mesmo que não tenhamos ainda
bem-estar do paciente. Outro ponto importante
Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu em Nível de Especialização em Implantodontia e Odontologia Estética do Centro Universitário Senac – São Paulo-SP
percebido como isso muda a nossa vida, pois,
é mudar o programa educacional em cursos de
mesmo tendo moldado de forma tradicional um
formação de técnicos em prótese dental, para
caso de coroa posterior de zircônia, por exem-
que a grade curricular inclua a tecnologia CAD/
plo, será uma máquina que produzirá a prótese.
CAM e possibilite o treinamento desde o início
Essa mudança levanta sempre uma pergunta
do curso. A falta de TPDs treinados é real nesse
que se tornou frequente no nosso meio: será
quesito e cria uma lacuna entre o que o mercado
que acabou a profissão de técnico em prótese
precisa e o que as escolas ensinam. As esco-
dental (TPD), já que a máquina pode produzir a
las de prótese têm de adaptar a educação para
prótese ?
esta ERA, que não é mais nova... Na minha análi-
osda@terra.com.br
se vejo dois lados distintos, mas unidos: falta de Sempre vi sistemas CAD/CAM como produto-
TPDs treinados para o CAD/CAM e dentistas que
res de “dentes”, isto é, que confeccionam a peça.
acham que apenas adquirindo tecnologia, isto é,
Obviamente esta precisa ser desenhada, e o
comprando equipamentos vão se tornar diferen-
computador também o faz. Porém é somente
ciados.
um insumo. Uma coroa, por exemplo, na palma da mão... é nada! Porém dentro da boca, com
Precisamos de novos cursos de formação de
preparo adequado, oclusão, contatos proximais
tecnologia para técnicos, e os clínicos não po-
ajustados e devidamente cimentada, se torna
dem esquecer que ainda precisamos do elemen-
parte do sistema estomatognático, devolvendo
to humano no processo! E isso não vai mudar tão
estética, forma e função. A coroa fora da boca é
logo!
um insumo, o que, por definição, na área econômica, é um elemento essencial para a produção de determinado produto. Isto é o que um profissional da área odontológica deve entender: não é pela aquisição de um sistema CAD/CAM que os
REVISTA BRASILEIRA DE DICAS EM ODONTOLOGIA Dicas em diversas especialidades de forma objetiva, baseadas em três perguntas: POR QUE É IMPORTANTE? O QUE É NECESSÁRIO? COMO FAZER? n. 14 n. 13
n. 12
n. 11
n. 15
A MELHOR DICA É ASSINAR
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NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS Please, read the Instructions for Authors at the website www.revistaclinica.com.br A revista DICAS – Revista Brasileira de Dicas em Odontologia é dirigida à classe odontológica e a profissionais de áreas afins. Destina-se à publicação de dicas clínicas em diversas áreas da Odontologia, com periodicidade trimestral. As normas, principalmente na parte de referência da revista, estão baseadas no Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Biomedical Publication, do International Committee of Medical Journal Editors (Grupo de Vancouver). N Engl J Med. 1997;336:309-16. Essas normas foram atualizadas em outubro de 2004 e estão descritas no website http://www.icmje.org. NORMAS GERAIS 1) Os manuscritos enviados para publicação deverão ser inéditos, não sendo permitida a sua apresentação simultânea a outros periódicos. Caso não sejam seguidas as normas da revista, o manuscrito será devolvido para as devidas adaptações. A revista Dicas reserva-se todos os direitos autorais do trabalho publicado, inclusive de versão e tradução, permitindo-se a sua posterior reprodução como transcrição, com a devida citação da fonte. 2) A revista Dicas reserva-se o direito de subme68 69
v.4, n.3, 2015
ter todos os manuscritos à avaliação da Comis-
11) Manuscritos que envolvam pesquisa ou rela-
são Editorial, que decidirá pela aceitação ou não
to de experiência com seres humanos deverão
deles. No caso de aceitação, esta está sujeita às
estar de acordo com a Resolução n. 196/96 do
eventuais modificações solicitadas pelo Corpo
Conselho Nacional de Saúde, ou com o constan-
Editorial.
te na Declaração de Helsinki (1975 e revisada em
3) Manuscritos não aceitos para publicação se-
1983), devendo ter o consentimento por escrito
rão devolvidos com a devida notificação e, quan-
do paciente e a aprovação da Comissão de Ética
do solicitada, com a justificativa. Os manuscritos
da Unidade (Instituição) em que o trabalho foi re-
aceitos não serão devolvidos.
alizado. Quando for material ilustrativo, o paciente
4) Os prazos fixados para a eventual modifica-
não deverá ser identificado, inclusive não deven-
ção do manuscrito serão informados e deverão
do aparecer nomes ou iniciais. Para experimentos
ser rigorosamente respeitados. A sua não ob-
com animais, deverão ser seguidos os guias da
servação acarretará no cancelamento da publi-
Instituição dos Conselhos Nacionais de Pesquisa
cação do manuscrito.
sobre uso e cuidados dos animais de laboratório.
5) Os conceitos emitidos nos artigos publicados
12) Manuscritos deverão estar acompanha-
bem como a exatidão das citações bibliográficas
dos das Declarações de Responsabilidade e de
serão de responsabilidade exclusiva dos auto-
Transferência de Direitos Autorais, assinadas
res, não refletindo necessariamente a opinião do
pelos autores.
Corpo Editorial.
13) A revista Dicas compromete-se a enviar ao
6) Os manuscritos deverão estar organizados
endereço de correspondência do autor, a título de
sem numeração progressiva dos títulos e subtí-
doação, um exemplar da edição em que o seu tra-
tulos, que devem diferenciar-se pelo tamanho da
balho foi publicado. Separatas e artigos em PDF
fonte utilizada.
são oferecidos a preço de mercado. Para mais
7) As datas de recebimento e de aceitação do
informações, consulte www.editoraponto.com.br
manuscrito constarão no final dele, no momento da sua publicação.
CLASSIFICAÇÃO DOS MANUSCRITOS
8) A revista Dicas receberá para publicação ma-
Os manuscritos devem ser submetidos somen-
nuscritos redigidos em português, inglês ou es-
te no formato de Dicas.
panhol, entretanto os artigos em língua estran-
Cada revista contará com artigos no formato de
geira serão publicados em português.
dicas, que serão divididas nas diversas áreas da
9) No processo de avaliação dos manuscritos,
Odontologia e temas afins.
os nomes dos autores permanecerão em sigilo
Apenas na primeira página (folha de rosto) deve
para os avaliadores, e os nomes destes perma-
conter: para qual área a dica está sendo subme-
necerão em sigilo para aqueles. Os manuscritos
tida; título em português e em inglês (máximo de
serão avaliados por pares (duas pessoas) entre
12 palavras); descritores e keywords (no máximo
os consultores do Corpo Editorial.
4); nomes, titulações e filiações institucionais
10) Recomenda-se aos autores que mantenham
dos autores; endereço completo e email do autor
em seus arquivos cópia integral dos originais,
principal.
para o caso de extravio deles.
Na segunda página, deve conter o título da dica
Av. Rio de Janeiro, 1306, Londrina-PR atendimento@romanini.com.br | www.romanini.com.br [+55 43]
3321 6788
em português e em inglês e, na sequência, devem
Sem indicação de autoria
functional foods and natural health products in
ser respondidas as seguintes questões: “Por que
Council on Drugs. List no. 52. New names. JAMA.
Canada: possible implications for manufacturers
a dica é importante?”, “O que é necessário para
1966 Jul 18;197(3):210-1.
of conjugated linoleic acid. Am J Clin Nutr. 2004
realizar a dica?” e “Como fazer?” (Estas perguntas
Instituição como autor
Jun;79(6 Suppl):1217S-20S.
devem aparecer no corpo do texto.). O manuscrito
Conselho Nacional de Saúde(BR). Resolução
Artigo sem número e com volume
deve conter também as conclusões ou conside-
no 196/96, de 10 de outubro de 1996. Dispõe
Ostengo
rações finais e as referências bibliográficas (nú-
sobre as diretrizes e normas regulamentares de
Hydroxylapatite beads as an experimental model
mero máximo de 10). Além disso, pode conter de-
pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília: O
to study the adhesion of lactic acid bacteria from
senhos esquemáticos, tabelas, gráficos, figuras
Conselho; 1996.
the oral cavity to hard tissues. Methods Mol Biol.
com legendas (caso houver, número máximo de
Editor como autor
2004;268:447-52.
15 ilustrações) e agradecimentos.
Murray JJ, editor. O uso correto de fluoretos na
Artigo sem número e sem volume
saúde pública. São Paulo: Santos; 1992.
Browell DA, Lennard TW. Inmunologic status
REFERÊNCIAS
Trabalho em congresso
of the cancer patient and the effects of blood
As referências (estilo de Vancouver) deverão
Lorenzetti J. A saúde no Brasil na década de 80
transfusion on antitumor responses. Curr Opin
ser numeradas consecutivamente, na ordem em
e perspectivas para os anos 90. In: Mendes NTC,
Gen Surg. 1993:325-33.
que aparecem no texto, na forma de números
coordenadora. Anais do 41º Congresso Brasileiro
Artigo indicado conforme o caso
sobrescritos, excluindo-se, por conseguinte, o
de Enfermagem; 1989 Set 2-7; Florianópolis, Brasil.
Collins JG, Kirtland BC. Experimental periodontics
nome do autor no texto. Todos os autores cita-
Florianópolis: ABEn-Seção SC; 1989. p. 92-5.
retards hamster fetal growth [abstract]. J Dent
dos no texto, nas tabelas e nas figuras deverão
Dissertação e tese
Res. 1995;74:158.
constar nas referências, e vice-versa, conforme
Tavares R. Avaliação da resistência de fundações
Artigo de jornal
a numeração progressiva deles no texto.
de amalgama, através da tração de coroas totais
Tynan T. Medical improvements lower homicide
metálicas
(SC):
rate:study sees drop in assault rate. The
EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS
Programa de Pós-Graduação em Odontologia/
Washington Post. 2002 Aug 12; Sect. A:2 (col.4).
De um a seis autores
UFSC; 1988.
Material eletrônico
Lodish H, Baltimore D, Berk A, Zipursky SL,
Documentos legais
Abood S. Quality improvement initiative in nursing
Matsudaira P, Darnell J. Molecular cell biology.
Brasil. Portaria no 569, de 1º de junho de 2000.
homes: the ANA acts in an advisory role. Am J
3rd ed. New York: Scientific American; 1995.
Institui o Programa de Humanização no Pré-
Nurs [serial on the Internet]. 2002 Jun [cited
Com mais de seis autores
natal e Nascimento. Diário Oficial da República
2002 Aug 12];102(6):[about 3 p.]. Available from:
Liebler M, Devigus A, Randall RC, Burke FJ, Pallesen
Federativa do Brasil, 8 jun 2000. Seção 1.
http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/
U, Cerutti A, et al. Ethics of esthetic dentistry.
Material não publicado
wawatch.htm.
Quintessence Int. 2004 Jun;35(6):456-65.
Tian D, Araki H, Stahl E, Bergelson J, Kreitman M.
Foley KM, Gelband H, editors. Improving palliative
Livro
Signature of balancing selection in Arabidopsis.
care for cancer [monograph on the Internet].
Marzola C. Técnica exodôntica. 3a ed. rev. ampl.
Proc Nath Acad Sci USA. In press; 2002.
Washington: National Academy Press; 2001
São Paulo: Pancast; 2001.
Artigo padrão
[cited 2002 Jul 9]. Available from: http://www.
Capítulo de livro
Kidd
Soviero C, Garcia RS. Músculos da mímica
before restoration? Caries Res. 2004 May-
Anderson SC, Poulsen KB. Anderson’s electronic
facial. In: Oliveira MG, organizadora. Manual de
Jun;38(3):305-13.
atlas of hematology [CDROM]. Philadelphia:
anatomia da cabeça e do pescoço. 3a ed. Porto
Artigo com número e suplemento
Lippincott Willians & Wilkins; 2002.
Alegre: EDIPURS; 1998. p. 66-73.
Fitzpatrick KC. Regulatory issues related to
70 71
v.4, n.3, 2015
EA.
[dissertação].
How
‘clean’
Florianópolis
must
a
cavity
be
Mdel
C,
Elena
Nader-Macias
M.
nap.edu/books/0309074029/html/.
OBSERVAÇÕES ADICIONAIS
ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=PubMed.
de slides, estes deverão vir em folhas de arquivo
A dica deve ser específica sobre determinado as-
Os descritores (palavras-chave identificando o
de slides, numerados, com as iniciais do primeiro
sunto, e o texto não deve ser muito abrangente e
conteúdo do manuscrito), no máximo 4, devem
autor e com o seu posicionamento (lado direito,
extenso. A primeira pergunta deve ser respondi-
ser escolhidos na lista de Descritores em Ciên-
esquerdo, superior e inferior) na moldura do sli-
da em 2 ou 3 parágrafos, realçando a importân-
cias da Saúde (DECS) elaborada pela Bireme e
de.
cia da dica para a Odontologia. Quando for uma
disponível na internet no website http://decs.
dica técnica ou clínica, a segunda pergunta deve
bvs.br, ou Index to Dental Literature, e/ou Medi-
APRESENTAÇÃO DOS MANUSCRITOS
ser respondida em formato de tópicos, contendo
cal Subject Headings (MeSH), do Index Medicus,
Os artigos submetidos à revista Dicas deverão
apenas os materiais necessários para realizá-la,
no website http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/
ser encaminhados em 3 cópias impressas, redi-
e a terceira pergunta deve ser respondida de for-
query.fcgi?db=mesh.
gidos de acordo com a gramática oficial e digita-
ma didática, podendo conter subtítulos, para ex-
Notas de rodapé serão indicadas por asteriscos,
dos na fonte Times New Roman, tamanho 12, em
plicar melhor como realizar cada etapa da dica.
mas devem ser evitadas ao máximo.
folhas de papel tamanho A4, com espaço duplo e
A referência comercial dos equipamentos, ins-
Deve-se evitar citar comunicação verbal; porém,
margem de 3 cm, em todos os lados, tinta preta e
trumentos e materiais citados deve ser com-
se necessário, mencionar o nome da pessoa e a
páginas numeradas no canto superior direito. O
posta respectivamente de modelo, marca e país
data de comunicação entre parênteses, no texto.
limite máximo para o tamanho do artigo será de
fabricante, separados por vírgula e entre parên-
Serão aceitas no máximo 15 ilustrações, incluin-
8 folhas (incluindo a folha de rosto). Deve-se en-
teses.
do figuras, desenhos esquemáticos, tabelas,
caminhar também cópia do documento utilizan-
Nas citações diretas e indiretas deverá ser uti-
gráficos e/ou quadros. As ilustrações (fotogra-
do-se o editor Word for Windows 2003 ou edi-
lizado o sistema numérico. Quando apresenta-
fias e desenhos) deverão ser designadas como
tores compatíveis, gravados em um CD ou DVD.
dos por pelo menos três números sequenciais,
figuras. Todas as figuras deverão ser fornecidas
Todos os artigos deverão ser registrados, prefe-
colocar hífen (ex.: 4, 5 e 6 fica
rencialmente por Sedex, e encaminhados a:
); quando dois
em slides originais ou digitais com boa resolução
apenas ou aleatórios, colocar vírgulas (ex.: 3,7,9 ou
(300 dpi). As figuras, tabelas, gráficos e quadros
7,8
); quando misto, aplicar as duas regras (ex.: 3,
deverão estar com as suas legendas e ser cita-
Revista Dicas
6, 7, 8 e 9 fica 3,6-9).
dos no texto e nas referências (quando extraídos
Rua Vila Kinczeski 23, Centro, Florianópolis,
As citações indiretas (texto baseado na obra de
de outra fonte). A Comissão Editorial reserva-se
CEP 88020-450
um autor) deverão ser apresentadas no texto
o direito de, em comum acordo com os autores,
sem aspas e com o número correspondente da
reduzir quando necessário o número de ilustra-
CHECKLIST
referência (autor) sobrescrito. Exemplo: Nossos
ções. A montagem das tabelas deverá seguir
Declarações de Responsabilidade e de Transfe-
resultados de resistência de união ao esmalte
as Normas Técnicas de Apresentação Tabular
rência de Direitos Autorais assinada por todos
estão de acordo com a literatura.12
(IBGE, 1979). Não se deve utilizar nas tabelas tra-
os autores.
As citações diretas (transcrição textual) deverão
ços internos verticais e horizontais. As tabelas e
Três cópias impressas incluindo figuras em pa-
ser apresentadas no texto entre aspas, indican-
os gráficos deverão ser fornecidos junto com o
pel cuchê.
do-se o número correspondente da referência
CD ou DVD do artigo, no formato digital gerado
CD ou DVD contendo todo o manuscrito.
e a página da citação, conforme exemplo: “Os
por programas como Word, Excel, Corel e com-
resultados deste trabalho mostraram que os ci-
patíveis. As fotografias deverão ser fornecidas
mentos [...]”.12:127
em slides originais ou digitais com boa resolu-
Os títulos das revistas devem ser abreviados
ção (300 dpi). É necessário também submeter
conforme consulta no Index to Dental Literature
3 cópias coloridas (6 fotografias por folha) im-
ou nos websites http://ibict.br e/ou http://www.
pressas em papel cuchê. No caso da submissão
72 v.4, n.3, 2015
4-6