O SHOW
HISTÓRIAS E DICAS PARA CRIAR, MONTAR E FAZER MEMORÁVEIS APRESENTAÇÕES
LUIZ NARCISO BARATIERI 1
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O SHOW
3
Um livro fascinante. Daqueles que não dá vontade de parar de ler e que, ao mesmo tempo, não queremos que acabe. Um livro que conta parte da trajetória de um dos mais reconhecidos e famosos professores de Odontologia de todos os tempos. Um livro que irá ajudá-lo a criar e a fazer uma memorável apresentação oral, independentemente da sua área de atuação. Uma daquelas apresentações que ninguém, nunca, esquece. Um misto de autobiografia, técnica e romance. Um livro que certamente irá mudar a sua vida e a vida dos seus filhos, para sempre. O SHOW, de Luiz Narciso Baratieri, além de ser INSPIRADOR, é simplesmente um livro IMPERDÍVEL.
B226s
Baratieri, Luiz Narciso O Show: histórias e dicas para criar, montar e fazer memoráveis apresentações / Luiz Narciso Baratieri. Florianópolis: Editora Ponto, 2016. 500p.; il. ISBN: 978-85-60023-17-2 1. Odontologia. 2. Recursos audiovisuais. 3. Apresentação de dados. I. Título. CDU 616.314: 001.8 Catalogação na fonte por: Vera Ingrid Hobold Sovernigo CRB-14/009
TÍTULO O SHOW - Histórias e dicas para criar, montar e fazer memoráveis apresentações 1a Edição, 2016 Editora Ponto Ltda. ISBN: 978-85-60023-17-2 AUTOR Luiz Narciso Baratieri DESIGNER GRÁFICO Emmanuel Fontes REVISOR Giovanni Secco Este livro é uma publicação da Editora Ponto Ltda., Rua Vila Kinczeski, 23, Centro, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, CEP 88020-450. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sem a permissão prévia do editor. MAIS INFORMAÇÕES editoraponto@editoraponto.com.br www.editoraponto.com.br facebook.com/EditoraPonto @EditoraPonto (55 48) 3223 9150 0800 704 4018
Autor
Luiz Narciso Baratieri
AUTOR Luiz Narciso Baratieri • Professor Titular Doutor da Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis, SC • Conferencista internacional com mais de mil apresentações em cerca de 60 países • Autor de 22 livros, alguns deles traduzidos para vários idiomas, como inglês, russo, coreano, espanhol, italiano, mandarim e alemão • Autor de dezenas de capítulos em livros organizados por outros autores • Autor de mais de 100 artigos científicos publicados em vários idiomas • Orientador de dezenas de dissertações de mestrado e de teses de doutoramento • Coordenador do Curso de Mestrado em Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina por quinze anos – Florianópolis, SC • Editor-chefe da revista Clínica – International Journal of Brazilian Dentistry lbaratieri@hotmail.com facebook.com/ProfessorBaratieri instagram.com/lnbaratieri
COAUTORES Sylvio Monteiro Júnior • Professor Titular de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) • Mestre em Odontopediatria pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) • Mestre em Dentística e PhD em Odontologia Preventiva pela Universidade de Indiana (EUA) Renata Gondo Machado • Especialista em Dentística - Faculdade de Odontologia de Bauru/USP (FOB/USP) • Especialista em Periodontia - Associação Brasileira de Odontologia de Mato Grosso do Sul (ABO/MS) • Especialista em Dentística - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) • Mestre e Doutora em Dentística - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) • Professora da Disciplina de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Jussara Karina Bernardon • Mestre e Doutora em Dentística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) • Professora Adjunto IV de Dentística Restauradora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) • Professora de Pós-Graduação em Odondologia, Área de Concentração Dentística Restauradora, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Fábio Andretti • Mestre em Odontologia, Área de Concentração Materiais Dentários • Doutor e Pós-Doutor em Odontologia, Área de Concentração Dentística • Revisor de Inglês da Revista Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry • Peer-Reviewer e Proof Reader - The Journal of Adhesive Dentistry • Diretor da DT Consultoria - Tradução, Inovação e Tecnologia Emmanuel Fontes • Graduado em Desenho Industrial - Habilitação em Programação Visual e Projeto de Produto na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) • Pós-Graduado em Design Gráfico pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
Prefácio Para o prefácio do livro, em vez de convidar um professor famoso, um amigo ou um especialista no assunto, selecionei uma pequena carta que recebi de um profissional no dia 27 de maio de 2000, logo após ter feito uma apresentação em Curitiba, PR, missiva que acabei guardando durante todos esses anos. Cada vez que a via, entre alguns papéis que recebo durante os cursos que ministro e que costumo guardar, parecia que estava lá esperando por algo. Quinze anos de espera. Talvez tenha sido esta carta, involuntariamente, a maior responsável por eu ter acreditado que deveria, e que seria possível, escrever este livro.
Caro Professor Baratieri, Passam-se os anos e cada vez que o seu nome aparece em algum fôlder de algum curso, em algum lugar, eu sinto uma imensa satisfação de voltar a ouvi-lo, não apenas para aprender alguma coisa nova, mas para vibrar com a sua genialidade, e cada vez que isso acontece me vem à cabeça o que o meu pai sempre fala quando ouve elogios a jogadores como Ronaldo, Romário ou Edmundo… são excelentes jogadores, mas quem viu Pelé ou Maradona jogar jamais esquecerá o que viu! Eu acho que todo profissional ou acadêmico deveria ter pelo menos uma oportunidade de assisti-lo. Nunca tive a oportunidade de ser seu aluno regular, mas de tanto assistir a seus cursos quase me sinto como tal. Baratieri, eu te considero um excepcional dentista, mas como comunicador e mestre você é imbatível… sou seu fã! Luciano Cavalheiro Dallacqua Curitiba 27/05/2000
Agradecimentos
Em primeiro lugar quero agradecer à minha mulher, Naira, por ter pacientemente me escutado ler em voz alta, só para ela, cada um dos tópicos deste livro, não apenas uma, mas várias vezes. Haja paciência. Em segundo lugar quero agradecer também a ela, por ter suportado durante todos esses anos as minhas ausências em função de tantas viagens para fazer apresentações. Inúmeros fins de semana separados. Em terceiro lugar é a ela que também quero agradecer, não só por ter me ajudado tanto nessa caminhada, mas especialmente por ter me ajudado a melhorar como pessoa ao longo dos anos. Sem a ajuda dela, certamente, tudo ainda seria um sonho de criança. Também quero agradecer aos meus queridos filhos, Carolina, Gabriel e Pedro, por terem suportado a minha ausência, especialmente durante a infância. Quero agradecer ainda aos funcionários da minha clínica, Terezinha e Cristina, por me ajudarem tanto e por manterem, por cerca de 30 anos, a minha agenda de apresentações e atendimentos organizada. Também quero agradecer a todos os funcionários da Editora Ponto. Um agradecimento especial ao Giovanni Secco pela correção do português e brilhantes sugestões. A todos os funcionários e professores que trabalharam comigo na Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis, especialmente por terem tido a sabedoria de tornar o nosso ambiente de trabalho um lugar alegre e bom de se viver. Quero agradecer ainda ao meu amigo Rafael Decúrcio por ter me dado o último empurrão no sentido de, finalmente, publicar o livro. Quero agradecer ao meu querido amigo Júnio Santos Almeida por ter pacientemente lido o livro e feito várias correções. Quero agradecer aos meus amigos de Tóquio, Japão, Mosaaki Honda, Yoshimi Nishimura, Motohiro Takai e Kouichi Ishimi pelos macromodelos dos molares, com os quais pude pintar, com luz, inúmeras vezes. Quero agradecer a todos os meus ex e atuais alunos pela inspiração e incentivo. Quero agradecer a todos os técnicos em som e projeção que tive o privilégio de conhecer nessa caminhada, como, por exemplo, o Tyrone, de Florianópolis. Por último, e naturalmente não menos importante, quero agradecer às pessoas, meu público, que compareceram a uma ou mais das minhas apresentações. Muito obrigado a todos.
Apresentação
O SHOW 22
Depois de mais de 37 anos de carreira, de ter
que ganhava volume, me deixou mais excitado e
publicado 22 livros voltados para a Odontologia,
feliz. Isto pelo fato de poder recordar e compartir
com alguns deles traduzidos para vários idiomas,
com mais pessoas parte da minha história e algu-
de ter escrito vários capítulos de livros, inúmeros
mas das minhas experiências como comunicador,
artigos científicos, de ter orientado muitos estu-
através de apresentações, as quais fiz, por muitos
dantes de especialização, mestrado e doutorado,
e muitos anos, na maioria de meus fins de sema-
e de ter feito mais de mil apresentações públicas
na, das quais participavam em média 400 pessoas.
em cerca de 60 países, fui estimulado, encoraja-
Comecei a desenhar este livro ainda menino
do e, por que não, desafiado por alguns colegas,
e a escrevê-lo nas férias de verão de 2009-2010.
amigos e familiares a escrever este livro. Um livro
Por conta disso, praticamente não vi aquele reces-
de histórias que se passaram comigo. Histórias
so passar. Mas como dizem que quem ama aquilo
que uso nas minhas apresentações e que agora
que faz nunca precisa trabalhar, devo confessar
quero dividir com você. Diferente dos livros que
que aquelas foram umas das melhores férias da
publiquei, este não é um livro sobre odontologia,
minha vida. Um SHOW de férias. Durante as mi-
embora você irá encontrar centenas de figuras de
nhas caminhadas na praia, velhas histórias me vi-
dentes, figuras que amo e uso nas minhas apre-
nham à mente, e lá ia eu correndo para casa escre-
sentações. O livro, ao contrário de todos os que
vê-las. Houve dias em que, mesmo com a pressão
escrevi, poderá ser usado por vendedores, traba-
arterial nas alturas, cheguei a esquecer de cami-
lhadores, estudantes, donas de casa, empresários,
nhar para ficar escrevendo. Também houve noites
profissionais e professores de todas as áreas do
que perdi o sono só para escrever. Queria, porque
conhecimento, uma vez que trata, na verdade, da
queria, ver as histórias no papel (melhor dizendo,
sistemática que tenho usado ao longo de tantos
no computador) para poder dar continuidade ao
anos para a criação e execução das minhas apre-
livro. Por isso você irá perceber que, para exem-
sentações orais. Todos, independentemente da
plificar muitas das situações descritas no livro, as
área em que atuem, precisam, em algum momen-
quais julgo importantes para qualquer um que
to da vida, fazer uma apresentação para poder
precise e queira fazer uma apresentação públi-
disseminar aquilo que gostariam que os outros co-
ca, usei histórias que ocorreram comigo. Procurei
nheçam, aprendam, acreditem, amem, comprem
usá-las de uma forma simples e objetiva porque é
ou vendam, enfim...
nisso que acredito. As férias de verão se foram, e
Sem dúvida alguma este foi o livro que me
nos dois anos seguintes continuei totalmente en-
deu mais trabalho e também mais medo. É bem
volto com o livro, sem contar que paralelamente
verdade também que este foi o livro que, à medida
tive de ir tocando a vida. Universidade, consultó-
rio, apresentações, a revista da qual sou editor e,
naturais, que ocuparam, algumas vezes, uma pá-
naturalmente, os amigos e a família. Infelizmente,
gina inteira, para reforçar e exemplificar várias das
por conta de alguns problemas acabei deixando o
situações que descrevo. São figuras que costumo
livro “dormindo no meu computador” por cerca
usar nas minhas apresentações e que, ao meu ver,
de três anos. Agora que vejo o livro pronto me
são extremamente expressivas. Você também irá
pergunto: como foi possível? Eu sei. Foi possível
encontrar dezenas de figuras como se fossem sli-
porque foi um SHOW estudar o assunto. Porque
des para projeções, especialmente na proporção
foi um SHOW desenhar a história do livro. Porque
de 3:1, a qual mais gosto de usar. Você também
foi um SHOW compartir cada palavra, cada frase,
irá encontrar algumas figuras de paisagens e de
cada exemplo, cada conceito, cada desenho, cada
gaivotas. Sim, gaivotas. Sou fascinado por elas. Na
figura, cada gráfico, cada slide, tanto com a mi-
verdade sou louco por fotografias e diariamente,
nha mulher, Naira, e minha filha, Carolina, quanto
quando vou caminhar, costumo levar comigo mi-
com os meus colegas colaboradores. Foi possível
nha câmera fotográfica ou meu celular para regis-
porque foi um SHOW fazê-lo e poder vê-lo conclu-
trar algumas imagens, algumas das quais quero
ído. Foi possível porque eu não via a hora de poder
compartir com você. Espero realmente que você
compartir isso tudo com você. Dessa forma, espe-
goste do livro e que faça dele bom proveito.
ro que também seja para você um SHOW ler o livro e desfrutar de tudo aquilo que ele tem de bom, mesmo que, porventura, ele acabe não sendo um SHOW de livro para você. Esse é o SHOW da vida. Para me ajudar nesta árdua e ao mesmo tempo prazerosa tarefa, contei com a colaboração do meu velho amigo e colega de trabalho, o Professor Dr. Sylvio Monteiro Júnior, de mais três jovens e brilhantes professores, a Renata Gondo, a Jussara Bernardon e o Fábio Andretti, e de um designer gráfico, o Emmanuel Fontes, que trabalha comigo na revista da qual tenho sido o editor-chefe por 10 anos e que conhece bem como eu gosto de trabalhar: com design, e não com decoração. Conforme relatei, você poderá prontamente constatar que utilizei inúmeras figuras de dentes 23
Sumรกrio
1. Introdução
28
2. O título do livro
36
3. Os diferentes tipos de apresentações
48
4. O objetivo
52
5. Por onde começo a montagem da minha apresentação?
. 56
6. Estruturando a história
60
7. O bom humor conecta o apresentador ao público
68
8. Histórias versus tecnologia
72
9. O Público
80
10. Falando mal dos outros 11. O local da apresentação e as ferramentas
88 . 92
17. O show propriamente dito (fazendo a apresentação)
. 274
18. Finalmente o início da apresentação
. 282
19. As perguntas e as respostas
288
20. O final da apresentação
294
21. Repetindo a apresentação
298
22. A importância de nunca faltar aos compromissos
. 326
23. O fracasso
332
24. Aquilo que deve ser evitado em uma apresentação
. 336
25. O prêmio
340
26. O preço
344
27. O álbum
348
12. Mudando o “gosto”
106
13. A noite anterior ao dia da apresentação
. 110
28. Caso clínico
474
29. Conclusão
490
14. Softwares de apresentação
114
30. Leitura recomendada
494
15. Os slides
120
16. Treinando a apresentação
266
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1
Introdução
O SHOW 30
Eu estava com 10 anos quando assisti a uma
nova vida. Em busca de uma vida melhor. Muitas
aula de português lá em Capinzal, SC, onde nasci.
delas totalmente desmotivadas. Algumas, com fre-
A professora tinha 15 anos. Que show de aula. Vol-
quência, ficavam debruçadas e dormindo sobre a
tei para casa e disse para a minha mãe que iria ser
carteira. Como precisava muito do dinheiro, mesmo
professor. Eu não era um bom aluno, pelo menos
sendo tão pouco, pensei que seria imprescindível
como aqueles que só tiram nota máxima, cujos pais
que os alunos não dormissem, que gostassem da
ficam mostrando o boletim por todos os lados. Na
aula e ainda, se possível, que a opinião deles che-
verdade, eu estava repetindo o ano escolar. Era o
gasse aos ouvidos do dono do curso. Quem sabe
único, de nove irmãos, a repetir o ano.
assim eu seria contratado como professor efetivo e
Dez anos depois, em 1973, quando entrei
poderia então me preparar melhor e ministrar me-
na universidade para estudar Odontologia, come-
lhores aulas. Daí talvez apenas aulas de uma única
cei a ministrar paralelamente aulas. Fui contratado
disciplina, preferencialmente Biologia, que eu sa-
temporariamente como “professor-janela” para um
bia mais e gostava tanto de estudar. Trabalhei um
curso noturno para pessoas mais velhas que que-
ano como “professor-janela” e toda a vez que era
riam fazer o segundo grau em um único ano. Um
chamado para cobrir a falta de algum professor o
supletivo, um curso para pessoas que trabalhavam
dono do curso, que acabou ficando meu amigo,
arduamente durante o dia e que, quase “mortas de
dizia: “Parabéns, já sei que você não deixa os alu-
cansadas”, ainda encontravam forças para assistir a
nos dormirem” – desde muito cedo me preocupei
aulas até as dez da noite. É bem verdade que muitas
em não permitir que os alunos dormissem durante
delas acabavam desistindo antes da metade do ca-
as minhas aulas. “Continue melhorando porque os
minho. Éramos chamados de “professores-janela”
alunos estão falando muito bem das suas aulas”.
porque não ministrávamos aulas de uma discipli-
Aquilo para mim era muito mais que dinheiro (em-
na: tínhamos de dar aulas no lugar de professores
bora precisasse tanto dele); era como alguém me
mais experientes que, por alguma razão, faltassem.
dizendo: “Vá, que vai dar certo. Vá, que esse é o
Química, Biologia, Física, Geografia, essas eram as
seu caminho”. A partir daí eu chegava a rezar para
matérias que eu lecionava. Lembro ainda como se
que algum professor faltasse e eu fosse chamado
fosse hoje a primeira aula que ministrei. Um “meni-
para substituí-lo. Um dos professores, estudante
no” tremendo de medo e angústia diante de uma
do quarto ano de Medicina, que agora é um reno-
classe com quarenta pessoas mais velhas, mais ex-
mado cirurgião plástico em Florianópolis, quando
perientes e extremamente cansadas (comerciantes,
chegava perto da época de provas na universidade,
pedreiros, donas de casa, domésticas, encanadores,
me contratava, por fora, para substituí-lo nas aulas
office boys e por aí vai). Pessoas em busca de uma
de Biologia. No segundo ano eu já contava com es-
2
O tĂtulo do livro
O SHOW 38
Inicialmente pensei em usar como título do
não gostaria de assistir a uma aula (uma apresen-
livro a palavra APRESENTAÇÕES no lugar da pala-
tação de qualquer natureza) com essas característi-
vra SHOW. Certamente ficaria muito mais sóbrio.
cas? Ou será que é preferível assistirmos a algo que
Talvez, aparentemente, para algumas pessoas, mais
nos faça dormir, não lembrarmos do assunto, não
respeitoso e mais sério, ou, quem sabe, em maior
lembrarmos do nome do apresentador, que não
conexão com o texto (tenho dúvidas, sérias dúvi-
nos emocione e que não nos estimule a nada? Te-
das). Após ter definido o título do livro, e por per-
nho certeza absoluta de que todos preferimos um
ceber que havia criado um conflito a respeito dele
show. Um MEMORÁVEL show de informações, de
entre um dos meus irmãos, que é professor univer-
imagens, de educação, de carinho, de organização,
sitário, e uma das suas filhas, que é jovem e que
de iluminação, de pontualidade, enfim, um MEMO-
trabalha com o público jovem, resolvi fazer uma
RÁVEL show de respeito ao público. Mesmo que o
pesquisa para defini-lo. Para tanto entrevistei oito-
público não goste do show.
centos adultos jovens e cento e vinte professores
A mesma estratégia também deve ser usada
universitários. O objetivo era encontrar um nome
para você criar o nome da sua apresentação, da sua
para o livro. Após uma detalhada explanação sobre
aula, do seu show, ou seja lá a forma como você
o conteúdo do livro, solicitava a eles que escolhes-
goste e prefira chamar a história que irá contar. O
sem, entre uma relação de seis títulos, qual seria o
nome da apresentação, preferencialmente, deve ser
mais adequado; ou, se preferissem, que indicassem
curto, atrativo e, é óbvio, estar em completa cone-
outro título. Noventa e dois por cento dos jovens
xão com o assunto do dia. Por incrível que possa
escolheram “O SHOW”. Em contrapartida, para a
parecer, já vi várias apresentações em que, de acor-
minha tristeza, apenas seis por cento dos professo-
do com o título, eu pensava que iria assistir a de-
res optaram por esse título. Em português a pala-
terminado assunto e acabava assistindo outro, to-
vra “show” pode ser usada de diferentes maneiras.
talmente inesperado. Esse é um erro frequente que
Alguns, infelizmente, a utilizam de forma pejorati-
alguns apresentadores cometem e que contribui
va, para designar algo ou alguém sem consistência
para que eles percam o respeito do público. Com
científica, sem formação acadêmica. Alguém que
relação ao tamanho do título, outro dia fui assistir a
só se preocupa com a aparência, um exibicionista.
uma apresentação de uma tese de doutoramento e
Não obstante, na verdade a palavra show cada vez
levei um baita susto. Coloca “baita” nisso. O título
mais significa algo profissional, bem feito, gran-
era tão extenso que, quando eu estava na leitura da
dioso, envolvente, bonito, alegre, estimulante,
metade dele, já havia me esquecido do início. Pare-
emocionante, que gera empregos, dinheiro, novas
cia até que toda a investigação estava nele contida.
oportunidades, algo MEMORÁVEL. E quem de nós
O pior é que durante a arguição presenciei vários
7
O bom humor conecta o apresentador ao pĂşblico
Algumas pessoas acreditam que quem faz graça em público não é sério. Acreditam inclusive que, por exemplo, ciência e humor são coisas incompatíveis, tal qual política e humor. Algo como “quanto mais sério for o apresentador, mais sério for o político, mais sério for o cientista, mais sério for o professor, mais responsável e competente ele será”. Para mim e para muitos estudiosos esse é um grande engano. O bom humor (fazer graça), na hora certa e na dose certa, é provavelmente um dos elementos mais poderosos para manter a conexão entre o apresentador e o público, independentemente de quão sério e profundo seja o assunto que está em pauta. A conexão entre o apresentador e o público é indispensável para a transferência de emoções. O uso do bom humor não tira a responsabilidade de ninguém, não diminui o conhecimento do apresentador, não torna vulgar algo sério. Não obstante, o mau uso, isso sim, poderá destruir o apresentador e a apresentação. Tal qual o mau uso do computador, o mau uso do vocabulário, o mau uso das informações a serem compartidas, o mau uso de uma música, das luzes, da voz, dos exemplos, do quadro-negro, das palavras, enfim, o mau uso de qualquer uma das ferramentas disponíveis poderá prejudicar a apresentação. Mas que a vida com humor é muito melhor, quanto a isso,
70
fig_32
O SHOW
não há dúvida.
71
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Falando mal dos outros
O SHOW 90
Nunca fale mal dos outros durante as suas
tentes mostrando os nossos produtos e as nossas
apresentações. Se possível, nunca fale mal dos ou-
ideias. Se elas forem diferentes, o público saberá
tros em qualquer situação. Não perca o seu tem-
perceber as diferenças. Se elas forem melhores, o
po com isso. É energia boa sendo gasta com coisa
público também saberá perceber isso com o tem-
ruim.
po. Ao contrário de falar mal dos outros, se possíVocê provavelmente deverá estar pensando
vel, aproveite a sua apresentação para elogiar ou-
que sou louco por abordar esse assunto em um “li-
tros posicionamentos, especialmente algumas das
vro técnico”. Posso parecer, mas juro que não sou.
ideias que você realmente julga excelentes. Tenho a
Na verdade, não conheço ninguém que tenha se
certeza de que isso irá lhe fazer bem e que também
transformado em uma boa referência, em qualquer
fará bem ao público. Há uma história que ocorreu
área, falando mal dos outros. Publicamente então,
comigo em um congresso em Foz do Iguaçu que
nem pensar. Soa como falta de respeito, inveja, má-
me faz com muita frequência lembrar desse assun-
goa e por aí vai. Parece “roupa suja” sendo lavada
to.
em público. O público nunca vai a uma apresenta-
Eu estava no banheiro alguns minutos antes
ção para escutar esse tipo de coisa. Muito menos
de iniciar a minha apresentação quando reconheci
em uma apresentação científica. Ele não perdoa
a voz de um profissional falando mal de mim para
quando isso ocorre. Infelizmente também já cometi
outro profissional. Por conta da adrenalina e das
esse pecado, da mesma forma que já tive a opor-
cólicas sempre vou ao banheiro nessa hora. Eles,
tunidade de ver algumas apresentações em que o
naturalmente, não sabiam que eu estava lá “me-
apresentador passou a maior parte do tempo ten-
ditando”, suando frio. Escutei calado uma porção
tando desqualificar outros apresentadores, citando
de mentiras e infâmias. Nada sobre coisas que re-
nomes e usando palavras chulas ao se referir a eles.
comendo ou defendo. Tudo sobre coisas pessoais.
Também já vi vendedores tentando desmerecer os
Fiquei em dúvida entre sair, argumentar, brigar e
produtos da empresa concorrente. A venda que
continuar fazendo as minhas “necessidades fisio-
parece certa, quando isso ocorre, se desfaz. Não
lógicas”. Tremia de raiva. A cólica parecia que au-
confunda discordar dos estudos de alguém, ou da
mentava à medida que eles iam falando. Resolvi
forma como alguém explica alguma coisa ou vende
deixar eles saírem e evitar o bate-boca. Então fui
algo, com a pessoa em si. Para demonstrarmos que
para o auditório fazer a apresentação. Assim que
não concordamos com algumas das ideias de ou-
comecei, quase como uma mágica, fiquei frente a
tras pessoas ou que temos produtos melhores, não
frente com um dos profissionais do banheiro. Com
precisamos atacar nem as ideias nem os produtos,
o meu sangue italiano fervendo e quase saindo
e muito menos as pessoas. Basta sermos compe-
pelos poros, eu só pensava em pegá-lo pelo pes-
15
Os slides
O SHOW 122
Slides devem ser usados como ferramenta e ja-
você crie uma pasta para armazenar a apresentação
mais como método. Por melhor que sejam, slides não
a ser montada, nomeando-a e datando-a adequada-
ensinam. Slides não convencem ninguém. Slides não
mente. Nessa mesma pasta, procure também colo-
vendem nada. Slides não emocionam fora de con-
car todos os elementos que você irá usar nos slides,
texto. Por mais bonitos que possam ser, slides não
como, por exemplo, as fotografias. Em seguida, abra
fazem apresentações; é o apresentador quem as faz.
o programa da sua preferência (PowerPoint, Keynote
Porém, quando bem feitos e bem usados, podem au-
ou outro), dê um nome à sua apresentação e salve-a.
xiliar o apresentador a tornar as apresentações mais
Você irá perceber que nesse momento ela terá ape-
prazerosas para ambos, apresentador e público, mais
nas um slide, numa proporção padrão (normalmente
didáticas e, especialmente, mais impactantes. Bons e
1024x768 pixels), o que pode variar entre programas.
bonitos slides podem ser feitos, por você ou por uma
Você poderá montar a sua sequência de slides nes-
empresa especializada, utilizando programas como
sa proporção ou poderá escolher outra. O que ainda
PowerPoint, Keynote, Prezi, LibreOffice, Apresenta-
não é possível é você ter duas diferentes proporções
ções Google (online), Office Web Apps (online), Open
de slides em uma mesma apresentação.
Office, Acrobat Presentations (online), Haiku Deck,
O meu fascínio pelo uso do computador para
Slideshare e muitos outros. Vários desses softwares
a execução de slides vem de muito tempo e beira à
podem ser usados “nas nuvens”, ou seja, as apresen-
“insanidade”. Veja duas histórias dessa “insanidade”.
tações podem ser totalmente criadas e armazenadas
Em 1987, quando adquiri o meu primeiro computa-
online (ou, se preferir, baixadas), para ser acessadas
dor para esse fim, recebi na nossa casa (na verdade,
pública ou privadamente, a qualquer momento.
no nosso apartamento) um professor, amigo, de Por-
Outros deles ainda disponibilizam acesso gratuito a
to Alegre, que veio de lá (de carro 0 Km), só para me
várias ferramentas, porém se paga para alguns dos
ensinar a fazer os slides. Foram dois dias mergulha-
seus recursos. Faça uma rápida pesquisa no Google
dos na produção e geração das imagens. Parecíamos
com as palavras-chave “alternativas” e “powerpoint”
crianças com brinquedos novos. Naquela época foto-
e você verá a infinidade de opções.
grafávamos a tela de uma TV conectada ao computa-
Nem de longe tenho a intenção de com este li-
dor (você pode imaginar a qualidade!), mas mesmo
vro definir um manual de uso desses programas, mas
assim estávamos fascinados pelas novas possibilida-
apenas compartir algumas normas, por sinal bem
des de produção de slides. Tão fascinados que, ao
simples, que aplico na execução dos slides que eu
deixar o nosso edifício, o meu amigo bateu na rampa
mesmo costumo fazer. Para iniciar o desenvolvimen-
da garagem o carro novo e nem por isso ficou triste.
to dos slides sugiro, após você ter estudado profun-
Saiu dizendo “Os slides ficaram um arraso”. Até hoje,
damente o assunto que irá apresentar, que primeiro
quando o encontro pessoalmente ou quando conver-
samos por uma rede social, essa história vem à baila e
do. A norma mais adequada a ser seguida é que o
acabamos rindo um bom bocado.
slide preencha completamente a tela de projeção, seja
Em 1988, quando estava finalizando o meu
ela uma TV, uma tela ou painel de LED, uma parede
primeiro livro, o qual veio a se tornar um grande best
branca ou uma tela especialmente desenvolvida para
seller, “contratei” um amigo dentista de Curitiba, PR,
projeções. Assim, antes de iniciar o desenvolvimen-
para me ensinar a usar um novo computador e para
to dos slides, é muito importante que o apresenta-
desenvolvermos os desenhos do livro. Ele se hospe-
dor disponha de informações sobre as proporções
dou na nossa casa ,digo apartamento, por uma se-
da tela ou área onde deverá fazer a projeção. Tanto
mana. Eu trabalhava pela manhã como dentista, à
no programa PowerPoint como no Keynote, a pro-
tarde como professor e, então, os “doidos” varavam
porção do slide poderá ser facilmente determinada
a noite estudando os recursos da nova máquina. Esse
pelo usuário (personalizada), ou ele poderá optar por
meu amigo fumava como uma verdadeira “Maria-fu-
uma proporção predefinida por esses programas. Por
maça” (naquele tempo era permitido fumar dentro
exemplo, no Keynote os usuários irão encontrar dis-
de casa), então você pode imaginar como eu me
ponibilizados os seguintes tamanhos (resoluções) de
sentia no dia seguinte. Pode? Apesar de todos esses
slides: 800x600, 1024x768, 1280x720, 1680x1050 e
anos, esse meu amigo é a pessoa com quem convivi
1920x1080. Com muita frequência tenho fugido dos
que mais entende de computadores. Aliás, foram o
tamanhos predefinidos pelos programas e personali-
Flávio, o Marcelo e a minha mulher, Naira, que sem-
zado os meus slides na proporção 3:1 (2400x800 ou
pre me estimulou, os responsáveis por esse meu fascí-
1500x500). Porém, insisto que o mais importante é o
nio pelo uso dessa ferramenta. Ou teria sido a lúdica
apresentador conhecer, previamente à elaboração dos
e maravilhosa imagem do quadro-negro que sempre
slides, o tamanho da tela onde eles serão projetados,
carreguei comigo? Não importa, o importante é des-
para que possa fazê-los de maneira que haja perfeita
frutarmos daquilo que fazemos.
adaptação entre eles e a tela. Infelizmente, cada vez é mais comum apresentadores projetarem slides no
15.1. PROPORÇÃO LARGURA-ALTURA DO SLIDE
formato 3 por 1 em telas, por exemplo, quadradas.
(RESOLUÇÃO DO SLIDE)
Nesses casos, haverá sempre uma considerável porção
O formato (proporção largura-altura) do slide,
da tela que não será preenchida pelo slide, prejudi-
também referido como tamanho ou resolução do
cando de forma marcante a projeção. Quanto menor
slide, é um dos elementos mais interessantes de um
for o tamanho da tela, independentemente do tama-
slide, especialmente na determinação da resolução
nho da sala, mais importante será o slide preenchê-la
das imagens a serem inseridas nele e ao adequado
perfeitamente. Nada de tela sobrando. Nada de tela
preenchimento da tela onde ele deverá ser projeta-
faltando. 123
fig_56 fig_57 fig_58 fig_59
O SHOW 134
As figuras 56 a 87 , referentes a uma mesma paisagem fotografada em dias e horas diferentes, dão uma pequena demosntração daquilo que costumo chamar de o “princípio da janela”. Slides na proporção 3:1. Costumo, sempre que possível, aplicar esse mesmo principio para observar, por exemplo, os meus pacientes e os dentes deles. É, na minha opinião, possível vermos beleza em todas as situações. Essas imagens foram obtidas com um iPhone.
135
fig_63
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fig_61
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O SHOW
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O SHOW
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O SHOW
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fig_150
O SHOW
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220
Figuras 149-151. As cores do fundo das figuras 149-151 foram retiradas, com a “varinha da cor”, das figuras que foram neles inseridas. A moldura das figuras, por ser do tipo esfumaceada, cria a sensação que as figuras e os fundos se fundem.
fig_152
fig_153
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221
O SHOW 236
fig_165
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237
fig_170
O SHOW
fig_171
238
fig_172
Transição CUBO.
fig_173
fig_174
fig_175
239
23
O fracasso
O SHOW 334
Se algum dia você fizer uma apresentação
quarto e maior erro). Naquela apresentação, exage-
e sentir que não conseguiu alcançar os objetivos,
rei no tempo da música que escolhi para o clipe ini-
afinal, que fracassou naquilo que havia planejado,
cial (embora eu ame tanto aquela música), exagerei
não se desespere. Dói, eu sei que dói. Mas errar,
nos efeitos que criei com o computador (embora
como diz o ditado, é humano. Fracassar também.
eu continue achando que tenham ficados lindos),
Aproveite para refletir sobre os porquês dos erros
exagerei na quantidade de informações que com-
e do fracasso. Procure ver uma maneira para não
parti (embora eu siga achando a maioria delas im-
repeti-los em outra oportunidade. Sei que é clichê,
portantes), exagerei no número de slides com texto
mas, se errar é humano, repetir os mesmos erros
(não apliquei o princípio do menos é mais) e exage-
é, com o perdão da palavra, burrice. Admito que
rei também no número total de slides que mostrei.
também já fui “burro”, várias vezes.
Por conta disso tive de correr como um louco para
Já fracassei muitas vezes fazendo apresenta-
mostrar aquilo que havia planejado e praticamente
ções, mas em uma delas quase morri de tristeza.
não expliquei nada direito (algo como se a histó-
Em 2008, organizamos em Florianópolis um con-
ria estivesse sendo contada em grego para quem
gresso internacional para cerca de mil participan-
só sabia português). Parecia uma metralhadora
tes. Trabalhamos cerca de dois anos organizando o
desgovernada. Perdi o foco. Para piorar, encerrei a
evento. Convidamos como apresentadores alguns
apresentação com outro clipe, longo, repetitivo e
dos nomes mais importantes da área. Vieram apre-
sem propósito. O oposto daquilo que sempre havia
sentadores dos Estados Unidos, Suíça, Alemanha,
usado e que funcionava tão bem. Enfim, quando
Espanha, Itália, entre outros países, além de alguns
terminei, senti que havia ido mal. Ninguém preci-
dos melhores do Brasil. Além de ser um dos orga-
sou me falar. Mesmo tendo amado tanto ter mon-
nizadores, também era um dos apresentadores (o
tado aquela apresentação (eu a vi inúmeras vezes
meu primeiro erro). Passei quase dois anos estu-
antes do grande dia), percebi no olhar de várias
dando o assunto que iria apresentar e montando a
pessoas, que já havia encontrado em outras das
apresentação. Trabalhei como um louco para criar
minhas apresentações, que tinha fracassado. Não
uma “linda” (o meu segundo erro) apresentação.
tinha atingido o objetivo. Não tinha escutado, nem
Nessa época havia aprendido algumas coisas novas
uma vez, o ahhhhh! do grande objetivo alcançado.
com o PowerPoint e fiquei totalmente apaixonado,
O ahhhh! do “é isso aí”, mesmo tendo usado os
praticamente cego, ao fazer os meus slides (o meu
melhores slides que já havia feito em toda a minha
terceiro erro). Estava tão fascinado com aquilo que
vida, os melhores casos, o melhor computador e
conseguia fazer com o computador que acabei es-
o melhor projetor de slides. Mesmo tendo dado o
quecendo do mais importante, o público (o meu
melhor de mim, tinha fracassado. Depois da apre-
27
O รกlbum
O SHOW 350
O livro já estava pronto, diagramado e as pá-
gundo. Acredito que elas contêm muitas e impor-
ginas devidamente definidas e numeradas quando,
tantes informações, e nisso me rendo ao ditado:
de repente, durante uma viagem recente que fiz a
“uma imagem vale mais do que mil palavras”. Al-
Lisboa, Portugal, por conta de um problema que,
gumas procurei colocá-las como se estivessem em
mais uma vez, tive com o computador, resolvi criar
um velho album de fotografia, aqueles que gosta-
esse tópico, o qual poderia ser chamado de arquivo
vamos tanto de folhear (na verdade eu ainda gosto
fotográfico, pasta de imagens ou como você prefe-
muito de fazer isso), enquanto outras, as coloquei
rir. Particularmente sou louco pela palavra álbum,
na forma de slides na proporção que mais gosto
talvez por ela me remeter a minha infância e ado-
de usar, a de 3:1. Algumas delas, você irá perceber,
lescência lá em Capinzal e as lindas imagens, junto
forman uma sequência lógica, enquanto outras pa-
com alguns dos meus melhores amigos, as quais
recem soltas, mas esteja certo, só arecem. Se você
guardo, com carinho e muito cuidado em um dos
não é da área odontológica, então poderá aprovei-
meus álbums de fotografias. Em fato, tomei essa
tar as informações referentes a qualidade das ima-
decisão ao rever durante uma procura emergencial,
gens, a disposição das mesmas no “slide”, as cores,
algumas das minhas apresentações e alguns dos
os espaços vazios, as sequências, a harmonia entre
meus arquivos de fotografias. Lembro que, a me-
os “slides”e por ai vai. Essas informações são, na
dida que encontrava as imagens elas pareciam me
minha opinião, importantes para qualquer apre-
dizer: “eu quero estar no próximo livro”. Então, de
sentador, independente da área de atuação. Assim
lá mesmo, liguei para o Fontes e lhe disse que o
eu sugiro que você corra seu olhar com calma e
livro ainda não estava pronto, que teriamos mais
atentatamente em cada uma das imagens e tente
trabalho, afinal, que ainda faltava algo. Ele levou
perceber as sutilezas que nelas existem. São mui-
um susto. Durante a tal da procura, ao ver tantas
tas. Por outro lado, se você é dentista ou estudante
imagens que comumente uso nas minhas apresen-
de odontologia, pronta e rapidamente irá perceber
tações e outras, a imensa maioria, que nunca usei
que as informações advindas das figuras irão saltar
e que gosto tanto, achei pertinente a “soliciatação”
aos seus olhos. Insisto, muitas e importantes infor-
das mesmas e resolvi, durante as 10 horas do voo
mações. Outro detalhe é que talvez você estranhe
de volta ao Brasil, organizá-las e coloca-lás no li-
o fato de termos optado em não colocar legendas
vro. Pela primeira vez não vi uma viagem tão longa
individuais em todas as figuras, por isso gostaria
passar. Quando percebi estava aterrisando em São
de, mais uma vez, deixar claro que esse não é um
Paulo e as imagens estavam devidamente diagra-
livro sobre odontologia e sim sobre apresentações
madas. Agora, ao ver o livro, finalmente pronto,
orais. Também gostaria que você, independente da
confesso que não me arrependo. Valeu cada se-
área de atuação, perceba que raramente uso “sli-
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O SHOW
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O SHOW
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Leitura recomendada
1. 10 DAYS TO MORE CONFIDENT PUBLIC SPEAKING. The Princeton Language Institute. Lenny Laskowski. Grand Central Publishing: New York, NY. July 2001. 224 p. 2. ADVANCED PRESENTATIONS BY DESIGN: Creating communication that drives action. Andrew Abela. 1a ed. Pfeiffer: San Francisco, CA. Sept. 2008. 224 p. 3. *ADVANCED PRESENTATIONS BY DESIGN: Creating communication that drives action. Andrew Abela. 2ed. Pfeiffer: San Francisco, CA. Apr. 2013. 224 p. 4. BEYOND BULLET POINTS: Using Microsoft Powerpoint to create presentations that inform, motivate, and inspire. Cliff Atkinson. 1a ed. Microsoft Press: Redmond, WA. Mar. 2005. 240 p. 5. *BEYOND BULLET POINTS: Using Microsoft Office Powerpoint 2007 to create presentations that inform, motivate, and inspire. Cliff Atkinson. 2a ed. Microsoft Press: Redmond, WA. Oct. 2007. 352 p. 6. CHANGE BY DESIGN: How design thinking transforms organizations and inspires innovation. Tim Brown, Harper Collins, New York, NY. Sept. 2009. 272 p. 7. CLEAR AND THE POINT: 8 psychological principles for compelling Powerpoint presentations. Stephen M. Kosslyn. Oxford University Press: New York, NY. Aug. 2007. 240 p. 8. COLOR BY DESIGN: Paint and print with dye. Ann Johnston. Ann Johnston: Lake Oswego, OR. Oct. 2001. 168 p. 9. COLOR DESIGN WORKBOOK: A real world guide to using color in graphic design. Sean Adams; Noreen Morioka; Terry Lee Stone. Rockport Publishers: Berverly, MA. Mar. 2008. 240 p. 10. CONTEMPORARY GRAPHIC DESIGN. Charlotte Fiell; Peter Fiell. TASCHEN America. Oct. 2007. 560 p. 11. DO GOOD DESIGN: How design can change our world. David B. Berman, New Riders: Berkeley, CA. Dec. 2008. 192 p. 12. EFFECTIVE PRESENTATIONS: Student’s book. Jeremy Comfort, Oxford University Press. June 1995. 80 p. 13. Excellent presentation: Tips on how to. Jayant Neogy. Unicorn Books: Darya Ganj, ND. Jan. 2010. 158 p. 14. GIVING ACADEMIC PRESENTATIONS. Susan M. Reinhart. University of Michigan Press: Ann Arbor, MI. Nov. 2002. 184 p. 15. *GIVING ACADEMIC PRESENTATIONS. Susan M. Reinhart. 2a ed. University of Michigan Press: Ann Arbor, MI. Feb. 2013. 184 p. 16. GIVING PRESENTATIONS: Expert solutions to everyday challenges (pocket mentor). Harvard Business school press: Boston, MA. July 2007. 96 p. 17. MADE TO STICK: Why some ideas survive and others die. Clip Heath; Dan Heath. Random House, New York, NY. Jan. 2007. 291 p. 18. MULTIMEDIA LEARNING. Richard Mayer. 2a ed. Cambrigde University Press: New York, NY. Jan. 2009. 320 p. 19. NEW MEDIA DESIGN. Tricia Austin; Richard Doust. Laurence King Publishing: London, UK. Sept. 2007.192 p. 20. O QUE É DESIGN GRÁFICO? Quentin Newark. Bookman, 2009. 256 p.
O SHOW
21. OFFICIAL GRAPHIC ART IN SWITZERLAND. Armin Tchshanen; Walter Bangerter. ABC Verlag: Zurich. Jan. 1964.184 p.
496
22. PERFECT PHRASES FOR EXECUTIVE PRESENTATIONS: Hundreds of ready-to-use phrases to use to communicate your strategy and vision when the stakes are hogh (perfect phrases series). Alan Perlman. McGraw-Hill: Columbus, OH. Feb. 2006. 224 p.
23. PRESENTATIONS: Proven techniques for creating presentations that get results. Daria Price Bowman. Adams Media Corporation: Avon, MA. Jan. 1998. 210 p. 24. *PRESENTATIONS: Proven techniques for creating presentations that get results. Daria Price Bowman. 2a ed. Adams Media Corporation: Avon, MA. June 2007. 224 p. 25. PRESENTATION ZEN: Simple ideas on presentation design and delivery. Garr Reynolds. New Riders: Berkeley, CA. Jan. 2008. 229 p. 26. *PRESENTATION ZEN: Simple ideas on presentation design and delivery. Garr Reynolds. New Riders: Berkeley, CA. Dec. 2011. 312 p. 27. PRESENTATION ZEN DESIGN: Simple design principles and techniques to enhance your presentations. Garr Reynolds. New riders: Berkeley, CA. Dec. 2009. 264 p. 28. UNIVERSAL PRINCIPLES OF DESING. Willian Lidwell; Kritina Holden; Jill Butler. Rockport Publishers: Beverly, MA. Oct. 2003. 216 p. 29. REALLY BAD POWERPOINT AND HOW TO AVOID IT. Seth Godin. 2001. http://www.sethgodin.com/freeprize/reallybad-1.pdf. 30. SAY IT WITH PRESENTATIONS: How to design and deliver successful business presentations. Gene Zelazny. McGraw-Hill: New York, NY. Jan. 2000. 153 p. 31. *SAY IT WITH PRESENTATIONS: How to design and deliver successful business presentations. Gene Zelazny. 2a ed. McGraw-Hill: New York, NY. May 2006. 160 p. 32. SLIDE:ology: The art and science of creating great presentations. Nancy Duarte. O’Reilly Media: Sebastopol, CA. Aug. 2008. 296 p. 33. TAKING UP SPACE: Exploring the design process. Tiiu Vaikla-Poldma. Fairchild Books: New York, NY. Feb. 2009. 352 p. 34. THE DESIGN ENCYCLOPEDIA: The museum of modern art. Mel Byars. Laurence King: London, UK. Oct. 2004. 832 p. 35. GUIDE GIVING CONFIDENT PRESENTATIONS: The easy step by step. Brian Lomas. Rowmark: Havant, Hampshire, UK. 2002. 124 p. 36. *GUIDE GIVING CONFIDENT PRESENTATIONS: The easy step by step. Brian Lomas. Rowmark: Havant, Hampshire, UK. Dec. 2006. 74 p. 37. THE EFFECTIVE PRESENTATION: Talk your way to success. Asha Kaul. Response books: New Delhi. 2005. 244 p. 38. THE ESSENTIAL PRINCIPLES OF GRAPHIC DESIGN. Debbie Millman. HOW Books. July 2008. 256 p. 39. THE NON-DESIGNER’S DESIGN BOOK. Robin Willians. 2a ed. Peachpit Press: Berkeley, CA. Sept. 2003.192 p. 40. THE PRESENTATION SECRETS OF STEVE JOBS: How to be insanely great in front of any audience. Carmine Gallo. McGraw-Hill: New York, NY. Oct. 2009. 272 p. 41. THE WEB DESIGNER’S IDEA BOOK: The ultimate guide to themes, trends & styles in website design. Patrick McNeil. HOW Books. Oct. 2008. 256 p. 42. CREATING A PRESENTATION IN POWERPOINT. Tom Negrino. Peachpit Press: Berkeley, CA. Oct. 2004. 160 p. 43. WHY MOST POWERPOINT PRESENTATIONS SUCK AND HOW YOU CAN MAKE THEM BETTER. Rick Altman. Harvest Books: Pleasanton, CA. May 2007. 271 p. 497
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