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ISSN 1806-5015 Volume 11 Número 3 Julho / Setembro 2015
© Editora Ponto Ltda. A revista Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry (ISSN 1806-5015) é dirigida
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à classe odontológica e a profissionais de áreas afins. Destina-se à publicação de
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artigos de investigação científica, relatos de casos clínicos e de técnicas, e revisões
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da literatura de assuntos de significância clínica, com periodicidade trimestral. Nenhuma parte desta revista poderá ser reproduzida.
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Esta revista é indexada nas seguintes bases de dados: Bibliografia Brasileira de Odontologia (BBO); Literatura Latinoamericana em Ciências da Saúde (LILACS); e Portal de Revistas Científicas em Ciências da Saúde(SeCS).
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry. - - v. 1, n. 1 (jan. / mar. 2005)- . - - Florianópolis : Editora Ponto , 2005v. : il. ; 29 cm Trimestral Sumário e resumo em português e inglês ISSN 1806-5015
bibliotecariavera@gmail.com
REVISTA CLÍNICA Editor-Chefe
Luiz Narciso Baratieri (BRASIL)
Editores Adjuntos
Sylvio Monteiro Júnior (BRASIL) Élito Araújo (BRASIL)
Editores Assistentes
Corpo Editorial
Edson Araujo (BRASIL) Guilherme Carpena Lopes (BRASIL) Adrian Conleth Shortall (INGLATERRA) Alessandro Dourado Loguércio (BRASIL) Alexandre B. L. Nascimento (BRASIL ) Alfredo Meyer Filho (BRASIL) Álvaro Della Bona (BRASIL) Annie St-Georges (CANADÁ) Antonio Carlos Cardoso (BRASIL) Bruno Tedesco Rosa (BRASIL) Camillo Anauate Netto (BRASIL) Carlo Prati (ITÁLIA) Carlos Conesa Alegre (ARGENTINA) Carlos de Paula Eduardo (BRASIL) Carlos Francci (BRASIL) Carlos José Soares (BRASIL) Carlos Roberto Fortuna (BRASIL) Carolina da Luz Baratieri (Brasil) Cassiano Kuchenbecker Rösing (BRASIL) Claudia Ângela Maziero Volpato (BRASIL) Daniel Edelhoff (ALEMANHA) Dayse Amaral (BRASIL) Dickson Martins da Fonseca (BRASIL) Didier Dietschi (SUÍÇA) Eduardo Galia Reston (BRASIL) Eduardo Rollo Duarte (BRASIL) Eduardo Vargas (BRASIL) Elaine A. Vilela Maia (BRASIL) Élio Mezzomo (BRASIL) Ewerton Nocchi Conceição (BRASIL) Fabiano Carlos Marson (BRASIL) Fabiano de Oliveira Araújo (BRASIL) Fábio Andretti (BRASIL) Fernando Borba de Araújo (BRASIL) Flávio Fernando Demarco (BRASIL) George Gomes (PORTUGAL) Glauco Fioranelli Vieira (BRASIL) Glécio Vaz de Campos (BRASIL) Haroldo Beltrão(BRASIL) Isana Alvares Ferreira (BRASIL) Isabel Tumenas (BRASIL) Jaime Aparecido Cury (BRASIL) Jacques Eduardo Nör (EUA) João Carlos Padilha Menezes (BRASIL) João Carlos Ramos (PORTUGAL) João Felipe Mota Pacheco (BRASIL) José Bahillo (ESPANHA) José Pedro Peixoto Oliveira (BRASIL) José Scarso Filho (BRASIL) José Vanderlei de Almeida (BRASIL) Kikuko Otisuki (BRASIL) Leandro Hilgert (BRASIL) Leandro Pereira (BRASIL) Limírio Oliveira Junior (BRASIL) Lizzete Feuser (BRASIL) Lorenzo Breschi (ITÁLIA)
Luis Carlos de Fontoura Frasca (BRASIL) Luis Guilherme Sensi (BRASIL) Luiz Carlos Miguel (BRASIL) Luiz Felipe Valandro (BRASIL) Luiz Murillio (COSTA RICA) Luiz Thadeo de Abreu Poletto (BRASIL) Manuel Toledano (ESPANHA) Marcelo Giannini (BRASIL) Marcelo Tomás Oliveira (BRASIL) Marco Antônio Bottino (BRASIL) Margareth Oda (BRASIL) Maria José de Carvalho Rocha (BRASIL) Maria Luiza de Moraes Oliveira (BRASIL) Mariane Cardoso (BRASIL) Mário Fernando de Góes (BRASIL) Mário Vinicius Zendron (BRASIL) Markus Blatz (EUA) Martin Edelberg (ARGENTINA) Mary Aparecida Pereira Heck (BRASIL) Mauro A. Caldeira de Andrada (BRASIL) Mauro Forgearini Nunes (BRASIL) Michael N. Mandikos (AUSTRÁLIA) Mônica Campos Serra (BRASIL) Montri Chantaramungkorn (TAILÂNDIA) Narciso Garone Neto (BRASIL) Naudy Brodbeck May (BRASIL) Newton Fahl Júnior (BRASIL) Oswaldo Scopin de Andrade (BRASIL) Pascal Magne (EUA) Paula de Carvalho Cardoso (BRASIL) Paula Mathias Rabelo de Morais (BRASIL) Paulo Afonso Burmann (BRASIL) Paulo E. Capel Cardoso (BRASIL) Paulo Kano (BRASIL) Renata Gondo (BRASIL) Ricardo M. Carvalho (BRASIL) Richard van Noort (INGLATERRA) Richard J. Simonsen (EUA) Rodrigo Albuquerque (BRASIL) Roland Frankenberger (ALEMANHA) Ronaldo Hirata (BRASIL) Roselaine Terezinha Pozzobon (BRASIL) Saulo Fortkamp (BRASIL) Saulo Geraldeli (BRASIL) Sebnem Turkun (TURQUIA) Sergio Moraes de Souza (BRASIL) Sérgio Weyne (BRASIL) Sidney Kina (BRASIL) Sillas Luiz Lordelo Duarte Júnior (BRASIL) Tiago Braga Rabelo (BRASIL) Tiago Spezia de Melo (BRASIL) Wellington Jansen (BRASIL)
214
sumário EDITORIAL NÃO BASTA ENSINAR ALUNOS... TEMOS QUE SABER FORMAR PROFESSORES! It is not enough to teach students ... We must to know how to prepare teachers! Marcelo Ferrarezi de Andrade
216
A COLUNA DO KINA UM MODELO DE FELICIDADE? A happiness model? Sidney Kina
218
KABBACH & CLAVIJO - A COLUNA PILARES PERSONALIZADOS HÍBRIDOS PARA PRÓTESES SOBRE IMPLANTE Customized hybrid abutments for implant-supported prostheses William Kabbach, Victor Clavijo
222
CLÍNICA & CIÊNCIA CONHECENDO E COMPREENDENDO OS CIMENTOS RESINOSOS Knowing and understanding resin cements Adriano Fonseca Lima
ARTIGOS CIENTÍFICOS
228
238
254
OTIMIZAÇÃO ESTÉTICA DE DENTES CONOIDES COM FACETAS DE PORCELANA: RELATO DE CASO
Esthetic otimization of peg shaped lateral incisors using porcelain veneers: A case report Andressa Corazza Bertolin, Fabricio Batistin Zanatta, Letícia Brandão Durand
CERÂMICAS ANTERIORES: COMO E QUANDO INDICÁ-LAS Anterior ceramics: How and when to indicate Júnio S. Almeida e Silva, Juliana Nunes Rolla, Gustavo Chraim, Luiz Narciso Baratieri, Marcelo Scarton
ALTERNATIVA ESTÉTICA DE RECOBRIMENTO RADICULAR ATRAVÉS DA TÉCNICA DE RETALHO SEMILUNAR
Aesthetic alternative for root coverage by the semilunar flap technique
Camila Portela Cassola, Lizandra Copetti Duarte, Luis Eduardo Rilling da Nova Cruz, Josué Martos
212
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 209-312, jul./set. 2015
262
REABILITAÇÃO ESTÉTICA DE INCISIVO CENTRAL SUPERIOR TRATADO ENDODONTICAMENTE COM COROA DE ZIRCÔNIA: RELATO DE CASO CLÍNICO
Aesthetic rehabilitation of endodontically treated maxillary central incisor using a zirconia crown: Case report Renata Paranhos M. V. L. Milioni, Flávia B. Delbons, Leandro de Moura Martins, Rafaella Gaspar dos Reis Moça, Gustavo Oliveira dos Santos, Raphael Vieira Monte Alto
RESTAURAÇÕES DE RESINAS COMPOSTAS EM DENTES POSTERIORES: CONTROLANDO OS EFEITOS DA CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO Composite resin restorations in posterior teeth: Controlling the effects of the polymerization shrinkage Aline Aredes Bicalho, Adriano Fonseca Lima, Silas Boaventura Júnior de Sousa, Daranee Tantbirojn, Antheunis Versluis, Carlos José Soares
272
280
PROTETORES BUCAIS PERSONALIZADOS - ASPECTOS CLÍNICOS E BIOMECÂNICOS
Custom-Fitted mouthguards - Clinical and biomechanical aspects Crisnicaw Veríssimo, Paulo Victor Moura Costa, Valessa Florindo Carvalho, Priscilla Barbosa Ferreira Soares, Antheunis Versluis, Daranee Tantbirojn, Carlos José Soares
REABILITAÇÃO ORAL ESTÉTICA COM LAMINADOS CERÂMICOS ULTRAFINOS
288
NOVAS TENDÊNCIAS
296
Aesthetic oral rehabilitation with ultrathin ceramic veneers Patrícia dos Santos Jardim, Karen Eymael Pacheco, Natália Trento Gularte, Marcele Grando Morello, Vinícius Esteves Salgado
SOLUÇÕES PARA BOCHECHO: SEU PAPEL COMO MAIS UM RECURSO DISPONÍVEL PARA CONTROLE DO BIOFILME SUPRAGENGIVAL
Mouthrinses: Their role as an additional resource available for controlling supragingival plaque Juliano Cavagni, Cassiano Kuchenbecker Rösing
VISÃO CLÍNICA RESINA COMPOSTA INDIRETA PARA DENTES POSTERIORES: UMA OPÇÃO SEGURA E EXTREMAMENTE CONSERVADORA
300
Indirect composite resin for posterior teeth: A safe and extremely conservative option Luís Gustavo Barrote Albino, Marcus Vinícius Perillo, Terence Romano Teixeira, Mario Gunther Jr, Rafael de Almeida Decurcio
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 209-312, jul./set. 2015
310 213
ESPECIAL
Editorial 10 anos Não basta ensinar alunos... Temos que saber formar professores! It is not enough to teach students... We must to know how to prepare teachers!
A suprema arte do professor é despertar a alegria na expressão criativa do conhecimento e dar liberdade para que cada estudante desenvolva sua forma de pensar e entender o mundo. Assim criamos pensadores, cientistas e artistas que expressarão em seus trabalhos aquilo que aprenderam com seus mestres. Albert Einstein
Nestes 10 anos acompanhando todos os artigos publi-
Como dizia Chico Xavier, a vida é feita de momentos.
cados na Revista Clínica, pude notar o quanto nossa odonto-
Momentos por quais temos que passar, sendo bons ou ruins,
logia estética, que nós amamos e que vislumbramos cada vez
para o nosso próprio aprendizado, nunca esquecendo do
mais, evoluiu, degrau a degrau, estando hoje, sem sombra de
mais importante: nesta vida nada é por acaso. Absolutamen-
dúvida, entre as melhores do mundo.
te nada. Por isso temos que nos preocupar em fazer a nossa
Como professor da Faculdade de Odontologia de Arara-
parte, da melhor maneira possível.
quara-Unesp desde 1985 me sinto orgulhoso de fazer parte de
Acho que é isso que a Revista Clínica está fazendo:
uma equipe que sempre procurou despertar nos nossos alunos
abrindo as portas para todos, para que a nossa odontologia
de graduação e pós-graduação a alegria, a expressão criativa
nacional desenvolva e brilhe cada vez mais no cenário mundial.
e a liberdade para que galgassem novos horizontes, cada um
Bons amigos são como estrelas. Nem sempre pode-
desenvolvendo a sua arte na odontologia.
mos ver, mas temos a certeza de que estão sempre lá.
Assim, nestes últimos anos, vários artigos publicados
Muito obrigado, meu amigo Baratieri, pelo convite e pela
pelos nossos alunos nesta conceituada revista nos deixaram
oportunidade de escrever este editorial. Vocês estão de para-
muito orgulhosos. Apenas para citar um exemplo, foi com gran-
béns.
de satisfação que pudermos ler e apreciar durante estes últimos anos a coluna KABBACK & CLAVIJO, meus orientados de mestrado e doutorado na pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Araraquara-Unesp. Sinto-me muito orgulhoso e recompensado.
Marcelo Ferrarezi de Andrade
Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP marceloferrarezi@foar.unesp.br
214
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 214, jul./set. 2015
A Coluna do Kina UM MODELO DE FELICIDADE? A happiness model? Sidney Kina
Uma tirinha de quadrinhos inesquecível: no primeiro qua-
fundamentalistas; alguns querem a modernidade, outros são
drinho Mafalda* se aproxima de uma loja de chaves onde traba-
tradicionalistas. Mas todas as pessoas do mundo – incluindo eu
lha um velho chaveiro. No segundo quadrinho ela entra na loja e
e você – querem a felicidade.
no melhor estilo Mafalda diz ao chaveiro: “Bom dia. Quero uma
Segundo a Wikipedia, felicidade é um estado durável
chave da felicidade”. No quadro seguinte, com olhar matuto e
de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que
sereno, o velho chaveiro responde: “Com certeza, menina. Traz
o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou
o modelo!”. No último quadrinho Mafalda sai caminhando da
sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria inten-
loja sem graça e pensativa: “Espertalhão o velhinho”.
sa ou júbilo. A felicidade tem ainda o significado de bem-estar
Um modelo de felicidade? Será esta uma aspiração na-
espiritual ou paz interior. Os antigos gregos a chamavam de eu-
tural ou apenas um anseio incessante? Afinal, sabemos que
daimonia**, um termo ainda usado em ética. Para as emoções
todos os povos em todas as épocas tentaram definir o que é
associadas à felicidade, os filósofos preferem utilizar a palavra
felicidade e alimentaram a ilusão de alcançá-la. Se fosse possí-
“prazer”. De qualquer forma, é difícil definir rigorosamente feli-
vel designar um denominador comum que caracteriza as pes-
cidade e sua medida. Como provoca Cortella***, “Precisa defi-
soas, não haveria dúvida: alguns são prepotentes, outros são
nir?”. Afinal, creio, felicidade não pode ser um ponto perdido no
submissos; alguns são tímidos, outros agressivos; alguns são
espaço/tempo, esperando para ser encontrado, muito embora,
desleixados, outros hiperorganizados; alguns são laicos, outros
infelizmente, pareça haver uma consciência social que a fixa em
Alice no País das Maravilhas, Walt Disney Pictures 2010.
216
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 216-217, jul./set. 2015
Kina S.
algum resultado, atrelado inexoravelmente à conquista (de algo,
**** “Alice no país das maravilhas”, escrito por Lewis
de alguém, de algum lugar...). Assim sofremos. Vemos o tempo
Carol (Charles Lutwidge Dodgson) em 1865. Nota: vale ser lido
passar correndo... correndo. No clássico imortal “Alice no país
e relido.
das maravilhas”**** há um personagem que personifica esse estado: um coelho sempre correndo, sempre olhando para o re-
***** Gustave Flaubert (1821-1880), escritor francês do clássico proibido “Madame Bovary”.
lógio, sempre reclamando: “Estou atrasado, estou atrasado...”.
Dedicado a August Bruguera (Barcelona) e Ricardo Mi-
O coelho, creio, como muitos, corre atrás da felicidade(?) ou
trani (México, DF). Texto inspirado nos fundos de um congresso
de qualquer coisa que a personifique. Tristemente, de forma vi-
odontológico, três amigos, num momento feliz de reflexões so-
ciante, tocamos a vida em frente sem olhar para os lados, sem
bre a vida.
relaxar e curtir. Quase seguimos a sina sobre a qual Gustave Flaubert***** nos acautelou: “Cuidado com a tristeza, ela é um vício”. É preciso respirar. É preciso entender que a felicidade é o resultado, mas também é a preparação. Ela é o peixe, mas, especialmente, é a pescaria. Ela é o beijo, mas também o cortejo.
PARA SABER MAIS Felicidade. Rev Dental Press Estét. 2008 Out-Dez;5(4):3. Massi D, Toscani O. A felicidade. São Paulo: Globo; 2011.
Ela pode ser o dinheiro, mas, sem dúvida, antes ela é o trabalho. Assim, ela pode ser tudo e todos os momentos, e pode ser nada – depende de como encaramos a vida. Acho que no “lufa-lufa” em algum momento nos perdemos. Precisamos nos encontrar senão vai acontecer como com Alice (você se lembra?): ela, desorientada, recém-chegada ao país das maravilhas, vê no alto de uma árvore o gato (aquele gato louco cujo corpo aparece e desaparece, às vezes ficando só a cauda, às vezes só o sorriso) e pergunta: “Para onde vai esta estrada?”. O gato responde: “Para onde você quer ir?”. Ela diz: “Não sei, estou perdida”. O gato não perdoa: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve...”. * Mafalda, personagem criada em 1963 pelo cartunista argentino Joaquim Salvador Lavado, o Quino. ** Não nascemos prontos! Provocações filosóficas. Mario Sérgio Cortella, 2008. *** Eudaimonia é um termo grego que literalmente significa “o estado de ser habitado por um bom gênio” e em geral é traduzido como felicidade ou bem-estar. Contudo, outras traduções têm sido propostas para melhor expressar o que seria um estado de plenitude do ser.
Sidney Kina
Cirurgião-dentista, Maringá, Paraná www.sidneykina.com.br
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 216-217, jul./set. 2015
217
&
Kabbach
Clavijo a coluna
PILARES PERSONALIZADOS HÍBRIDOS PARA PRÓTESES SOBRE IMPLANTE Customized hybrid abutments for implant-supported prostheses
William Kabbach
Mestre e Doutor em Odontologia Restauradora pela Unesp, Araraquara Rua Dona Maria Jacinta, 295, São Carlos, SP, Brasil wkabbach@gmail.com
Em busca da naturalidade dos tecidos peri-implantares,
zircônia, que vêm sendo cada vez mais desejados por nós clínicos
técnicas cirúrgicas para instalação de implantes foram refinadas
para a finalização de casos com implantes na região anterior.
e como consequência foi necessário maior cuidado na manu-
Com base na evidência atual, o material do pilar (ouro, titânio,
tenção tecidual dessa região, através da confecção de pilares
metal ou cerâmica) não influência significativamente no sucesso
personalizados.
clínico do implante,2 mas pode afetar a estética.3 Sabe-se quais
Pilares personalizados em implantodontia são utilizados
são as vantagens da zircônia para a confecção de pilares, como
desde os anos 90, quando se iniciaram com o conhecido sis-
excelente biocompatibilidade com os tecidos peri-implantares,
tema UCLA abutment calcinável. Essa personalização permi-
menor
tiu resolver situações protéticas que não eram atendidas pelos
propriedades estéticas e ópticas, principalmente quando há
pilares pré-fabricados, pois a padronização é difícil devido às
mucosas peri-implantares com até 2 mm5 de espessura na região
inúmeras inclinações, alturas e formatos anatômicos dos dentes
vestibular. Porém, dúvidas e inseguranças persistem no momento
naturais, e também no momento da instalação dos implantes
de selecionar qual o melhor método para a confecção dele, pois
pode ocorrer variações do posicionamento, profundidade das
existem algumas desvantagens, como possibilidade de fratura
margens teciduais vestibulares, linguais e proximais em razão
do pilar em zircônia quando as paredes são menores que 0,5 mm
dos diferentes formatos dentais, radiculares e ósseos.
de espessura6 e possibilidade de desgaste do titânio do implante
1
Com o objetivo de personalizar essa área peri-implantar
218
Victor Clavijo
Especialista, Mestre e Doutor em Dentística pela FOAr-Unesp Rua Cerqueira César, 1078, Indaiatuba, SP, Brasil clavijovictor@yahoo.com.br
propensão
de
adesão
bacteriana4
e
excelentes
na interface de conexão.7
para proporcionar um correto suporte ao tecido gengival, elevar
Devido a essas incertezas na utilização de um pilar per-
a linha de cimentação em todas as faces para impedir futu-
sonalizado totalmente confeccionado em zircônia, foi sugerida a
ras injúrias e obter um perfil de emergência correto da coroa,
técnica do pilar híbrido,8 que combina as excelentes proprieda-
surgiram os pilares personalizados, uma alternativa aos pilares
des biológicas e estéticas da zircônia com a resistência mecâni-
pré-fabricados.
ca da interface metálica.
Existem inúmeras possibilidades para confecção desses
O objetivo desta coluna é demonstrar uma possibilidade
pilares, através de métodos de fundição, injeção e fresagem. Nesta
de confecção de um pilar híbrido, mais opção para a
coluna vamos nos concentrar sobre os pilares personalizados em
personalização de pilares para a clínica do dia a dia.
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 218-221, jul./set. 2015
Kabbach W, Clavijo V.
Figura 1: Interface metálica selecionada. Neste caso, em vez de utilizar um pilar pré-fabricado, optamos por trabalhar com um pilar provisório original em titânio, determinando a altura de acordo com as dimensões finais do pilar personalizado.
Figura 2: Personalização da altura com pontas maxi-cut. A altura deve ser de no mínimo a metade da altura do pilar, a fim de evitar qualquer desprendimento da estrutura em zircônia da interface metálica.
Figura 3: Interface metálica seccionada.
Figura 4: Remoção dos ângulos agudos para facilitar a confecção da estrutura em zircônia.
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 218-221, jul./set. 2015
219
Clínica Ciência CONHECENDO E COMPREENDENDO OS CIMENTOS RESINOSOS Knowing and understanding resin cements Adriano F. Lima Especialista, Mestre e Doutor em Dentística pela FOP-UNICAMP Professor do Curso de Mestrado em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP
Voltamos a mais uma Coluna, e a odontologia adesi-
No início, os cimentos resinosos apresentavam-se como
va novamente será o tema. Como ser diferente? A adesão em
materiais poliméricos de reação química.2 Clinicamente, esta era
odontologia torna-se cada vez mais importante, abrangendo
muito bem-vinda, uma vez que a polimerização estava garantida
diversos procedimentos e materiais, e o conhecimento sobre
e o desempenho clínico desses materiais seria excelente. Toda-
cada um deles é fundamental para o sucesso clínico. Sim, o
via, o tempo de trabalho desses cimentos era muito pequeno,
conhecimento de todos os materiais é importante, e entre eles
o que acarretava erros no momento da cimentação, devido a
os cimentos resinosos têm-se destacado nos tempos atuais.
uma grande espessura da linha de cimentação, uma vez que
Tal destaque é devido à evidência dos procedimentos indiretos,
a reação se iniciava imediatamente após a mistura das pastas
como laminados cerâmicos e coroas totais metal-free. Mas será
base e catalisadora.
que os cimentos resinosos sempre foram como os atuais? Todos os cimentos são iguais? Não é bem assim! Como sempre buscamos demonstrar
dades dos sistemas. Dessa maneira, os cimentos resinosos fo-
em nossos textos, os desafios clínicos impulsionam as pesqui-
toativados foram desenvolvidos. Controle total do procedimen-
sas laboratoriais no intuito de que os mesmos desafios sejam
to, baixíssima sorção de água e solubilidade, altos valores de
superados. Essa máxima não foi diferente para os cimentos re-
propriedades mecânicas passaram a permitir uma delgada es-
sinosos.
pessura de película devido a uma linha de cimentação e adapta-
Os cimentos resinosos apresentam composição parecida
ção precisas, com a fixação das peças realizada sem afobação,
com a dos sistemas adesivos, no entanto monômeros hidrófilos
uma vez que a polimerização se dá apenas após a exposição à
como hidroxietilmetacrilato (Hema), entre outros, não se encontram
luz azul. Problemas solucionados!
presentes na composição. Além de esse material ser formado por
É, mas também não foi bem assim! Estudos posteriores
monômeros hidrófobos, que reduzem drasticamente a sorção
analisando as propriedades dos cimentos resinosos fotoativa-
de água e a solubilidade do material, os cimentos resinosos
dos por meio de cerâmicas demonstraram que a polimeriza-
possuem também partículas de carga,1 que servem para que
ção era comprometida devido à redução da energia irradiante
as propriedades mecânicas das resinas sejam adequadas para
transmitida através da cerâmica.3 Dessa maneira, os cimentos
resistir ao carregamento mastigatório, além de contribuir para a
quimicamente ativados continuavam figurando como os mais
redução da contração de polimerização do material.
seguros a ser utilizados.4
1
222
Diante desse problema, pesquisas foram realizadas para aumentar o tempo de trabalho e manter ou melhorar as proprie-
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 222-226, jul./set. 2015
Lima AF.
Observando a efetividade clínica dos cimentos quimicamente ativados e a praticidade dos cimentos com polimeriza-
râmicos, pois a efetividade deles é reduzida, sendo até mesmo contraindicada por alguns fabricantes.
ção ativada pela luz, pesquisadores desenvolveram os cimentos
Além da fácil aplicação, a biocompatibilidade desses
atualmente conhecidos como duais. Os cimentos duais, ou de
sistemas é o ponto forte. Nos sistemas convencionais, a bio-
dupla polimerização, possuem ambos os mecanismos de ativa-
compatibilidade do agente cimentante está condicionada à
ção: químico, através da ação de aminas terciárias com agentes
compatibilidade do sistema adesivo que será utilizado com o
como o peróxido de benzoíla; e polimerização física, desenca-
cimento, a qual varia conforme o tipo de sistema e a proximida-
deada pela luz dos aparelhos fotoativadores em comprimentos
de da área a ser aderida com a polpa dental.19-21 Para os cimen-
de onda específicos.5-6 Esse duplo mecanismo permite que o
tos autoadesivos, a biocompatibilidade não está condicionada
clínico tenha um tempo de trabalho maior para a realização do
a nenhum agente; só ao cimento propriamente dito. Ante uma
procedimento (não controle total, como com os cimentos foto-
camada híbrida extremamente delgada, formada por esses ci-
ativados, porém significativamente maior, quando comparado
mentos, sua compatibilidade com o tecido pulpar é alta mesmo
aos cimentos de polimerização somente química), aliado a uma
com uma fina barreira dentinária, conforme comprovado por es-
ótima polimerização, mesmo em situações em que a luz que
tudos anteriores.22-23
atinge o cimento seja reduzida, devido à barreira imposta pelo
Sim, a odontologia adesiva é uma realidade, e conforme
material de cobertura. Essa ótima polimerização permite que o
foi observado nas colunas anteriores sobre sistemas adesivos
material apresente excelentes propriedades físicas, como alta
assim como no presente texto os materiais utilizados nesses
resistência mecânica (módulo de elasticidade, resistência à fle-
procedimentos são complexos e distintos, com indicações e
xão e compressão) e reduzida solubilidade, aumentando a es-
protocolos diversos, requerendo um conhecimento profundo
tabilidade do material, o que resulta em trabalhos com alta taxa
não só deles como também das técnicas requeridas. Espero
de sucesso ao longo dos anos.7-10
que os textos estejam servindo como um ponto de apoio aos
Entretanto, os cimentos resinosos são unidos ao elemen-
procedimentos realizados no consultório e fazendo com que es-
to dental e à cerâmica através de agentes adesivos, de maneira
tes estejam cada vez mais baseados nas evidências científicas
semelhante à resina composta. Se trouxermos à memória as
aqui fornecidas. Mas calma! Mais temas relacionados a esse
colunas anteriores, o desenvolvimento dos sistemas adesivos
vasto universo da adesão estão por vir! Grande abraço a todos
busca a simplificação da técnica desde a introdução dos siste-
e até a próxima Coluna Clínica & Ciência.
11
mas adesivos autocondicionantes, e com isso a eliminação de etapas críticas, como condicionamento ácido, lavagem e remoção do excesso de umidade da dentina.12-13 Para os cimentos resinosos não é diferente. Buscando reduzir essas etapas e simplificar os procedimentos, pesquisadores desenvolveram uma nova categoria há alguns anos: os cimentos autoadesivos.14-15 Estes, como o próprio nome indica, são cimentos que possuem união à estrutura dental sem a necessidade de aplicação de um sistema adesivo prévio. Essa união se dá pela ação de monômeros contendo ésteres de ácido fosfórico, que condicionam e infiltram a dentina de modo simultâneo, promovendo uma união micromecânica, apesar de a presença de camada híbrida para esses cimentos ser controversa. Aliada a esse mecanismo, uma reação ácido-base semelhante àquela presente na união do ionômero de vidro acontece entre o agente cimentante e a dentina, promovendo união química entre o cimento e a estrutura dental.16 Apesar da não necessidade de tratamento superficial na dentina e esmalte para a união às restaurações cerâmicas, procedimentos como condicionamento superficial com ácido fluorídrico a 5% ou 10%, considerando-se o tempo e a concentração segundo a cerâmica utilizada, assim como a aplicação do agente silano, são essenciais para uma melhor união.17-18 Mas cuidado com o uso desses cimentos em procedimentos como laminados ce-
Adriano F. Lima Clínica Privada – Avenida Vereador José Diniz, 3457. Conj. 1405, Campo Belo, São Paulo/SP lima.adf@gmail.com www.dradrianolima.com
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 222-226, jul./set. 2015
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CONHECENDO E COMPREENDENDO OS CIMENTOS RESINOSOS
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EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO
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Otimização Estética de Dentes Conoides com Facetas de Porcelana: Relato de Caso Esthetic otimization of peg shaped lateral incisors using porcelain veneers: A case report
Andressa Corazza Bertolin* Fabricio Batistin Zanatta** Letícia Brandão Durand***
* Cirurgiã-dentista pela UFSM ** Doutor em Periodontia pela ULBRA, Professor adjunto de Periodontia da UFSM *** Doutora em Dentística pela UFSC, Professora adjunta de Dentística da UFSM Andressa Corazza Bertolin andressa_bertolin@hotmail.com Data de recebimento: 22/04/2015 Data de aprovação: 05/07/2015
RESUMO Incisivos laterais conoides apresentam a coroa dental
reestablish the esthetic of the smile. The treatment comprised
com as dimensões reduzidas e formato cônico, prejudicando a
in tooth bleaching, porcelain veneers and crown lengthening
harmonia do sorriso. As facetas de porcelana têm se mostrado
surgery. The final result demonstrates improved aesthetics with
uma opção restauradora estética, conservadora e com resultados
minimally invasive procedures.
duradouros para essas situações clínicas. O presente relato de caso descreve o tratamento multidisciplinar para a recuperação estética do sorriso. O tratamento consistiu no clareamento dental, confecção de facetas de porcelana e realização de cirurgia de
KEYWORDS Esthetics, dental. Tooth abnormalities. Crown lengthening.
aumento de coroa clínica. O resultado final demonstra melhora da estética do sorriso com procedimentos minimamente invasivos.
PALAVRAS-CHAVE Estética dentária. Anormalidades dentárias. Aumento da coroa clínica.
INTRODUÇÃO Incisivos laterais conoides caracterizam-se pela presença de coroa dental pequena e em formato de cone.1 Essa anomalia dental ocorre em 1,8% da população mundial, sendo a ocorrência em pessoas de origem asiática significativamente maior do que em pessoas de origem étnica negra e branca. As
ABSTRACT
mulheres são 1,35 vez mais propensas que os homens a ter esse tipo de microdontia.2
Peg-shaped lateral incisors have small-sized, conical-
As facetas cerâmicas têm sido consideradas uma exce-
shaped tooth crowns , which compromise the harmony of
lente alternativa de tratamento para promover a melhora na es-
the smile. Porcelain veneers are an esthetic and conservative
tética do sorriso de pacientes que apresentam dentes conoides,
restorative option for this situation, with long-lasting results.
pois, devido às dimensões reduzidas da coroa, pouco ou ne-
This clinical report describes a multidisciplinary treatment to
nhum desgaste da estrutura dental é necessário para viabilizar
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OTIMIZAÇÃO ESTÉTICA DE DENTES CONÓIDES COM FACETAS DE PORCELANA: RELATO DE CASO
Figura 29: Aumento de coroa clínica: sutura.
Figura 30: Aumento de coroa clínica: remoção da sutura após 1 semana.
Figura 31: Aspecto clínico final do sorriso.
DISCUSSÃO
236
O caso clínico descrito apresenta uma situação em
Além do comprometimento estético proveniente da al-
que uma combinação de procedimentos foi necessária para
teração cromática, a presença de incisivos laterais conoides
a obtenção do resultado estético almejado. O planejamento
também ocasionava desarmonia no sorriso. O formato desses
foi dividido em três fases: a clareadora, a restauradora e a
dentes foi recuperado por meio de facetas de porcelana. Essa
cirúrgica.
modalidade de tratamento é amplamente indicada para corre-
O clareamento dental foi realizado previamente ao trata-
ções do formato dental e proporciona resultados estéticos e
mento restaurador para, além de clarear os dentes, proporcio-
duradouros.4,9 Facetas de resina composta também poderiam
nar uniformidade da cor, pois os caninos e pré-molares estavam
ser indicadas para a correção do formato dental, no entanto
mais escurecidos que os demais dentes anteriores. Optou-se
estudos clínicos21-22 demonstram menor longevidade estética
por realizar o clareamento dental caseiro supervisionado com
quando comparadas às facetas cerâmicas.
gel de peróxido de carbamida a 10%, por ser considerada uma
A longevidade e o sucesso clínico das facetas cerâmi-
técnica branda, segura e previsível.19 Autores20 compararam a
cas estão associados à realização de preparos conservadores,
efetividade de diferentes técnicas clareadoras em 40 pacientes.
restritos ao esmalte. Preparos em dentina aumentam os riscos
Os resultados demonstraram que tanto a técnica de consultório
de falha por microinfiltração e descolamento das cerâmicas.3,10
quanto a caseira supervisionada são efetivas, embora a última
No presente relato, houve o cuidado de realizar um preparo con-
necessite de mais tempo para atingir os mesmos resultados.20
servador, restrito ao esmalte, utilizando guias de silicone para
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Bertolin AC, Zanatta FB, Durand LB.
AGRADECIMENTOS controlar a quantidade de desgaste dentário necessário para
Ao Laboratório Venturini, pelo excelente trabalho realizado na confecção das facetas cerâmicas.
proporcionar uma adequada espessura de porcelana. Outro importante fator que contribui para o sucesso do tratamento com facetas cerâmicas é o tipo de cimento resinoso utilizado para a fixação das facetas ao dente. Neste trabalho optou-se pela utilização do cimento fotopolimerizável, uma vez que, com o passar do tempo, o cimento resinoso dual sofre alteração de cor devido à amina terciária presente em sua composição,16 levando, em muitos casos, à necessidade de substituição das restaurações. A assimetria do contorno gengival pode gerar um aspecto de sorriso desalinhado, além de uma aparência de coroas encurtadas. Nesses casos, o aumento de coroa clínica é um 18
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ram um caso de incisivos laterais conoides em uma paciente de 22 anos de idade na qual o tratamento realizado foi composto de cirurgia plástica periodontal, clareamento dental caseiro supervisionado com gel de peróxido de carbamida a 10% e cimentação de facetas de porcelana nos dentes conoides. Ao final do tratamento, a melhora na estética do sorriso foi significativa, demonstrando que é possível atingir excelentes resultados estéticos por meio de um plano de tratamento multidisciplinar. Um adequado planejamento, uma boa comunicação do cirurgião-dentista com o técnico do laboratório de prótese dentária, a seleção dos materiais e a execução criteriosa dos procedimentos clínicos são essenciais para o sucesso do tratamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS O resultado obtido com o tratamento foi bastante satisfatório, evidenciando que as facetas de porcelana são uma excelente alternativa de tratamento em incisivos laterais conoides. O planejamento proposto possibilitou um ganho estético com a máxima preservação de estrutura dental, sem o comprometimento da saúde dos tecidos periodontais circunvizinhos. O tratamento multidisciplinar, associando procedimentos clareadores, restauradores e cirúrgicos, proporcionou a harmonização
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Cerâmicas Anteriores: Como e Quando Indicá-las
Anterior ceramics: How and when to indicate
Júnio S. Almeida e Silva* Juliana Nunes Rolla** Gustavo Chraim*** Luiz Narciso Baratieri**** Marcelo Scarton*****
* Doutor, Mestre e Especialista em Dentística pela UFSC Pesquisador visitante do Departamento de Prótese da Ludwig-Maximilians Universität, Munique, Alemanha ** Professora Titular da Disciplina de Dentística da UFRGS *** Mestre e doutorando em Dentística pela UFSC **** Professor Titular da Disciplina de Dentística da UFSC ***** Técnico em Prótese Dentária Senac/SP e Master em Cerâmica pelo Instituto Paulo Kano, São Paulo Júnio S. Almeida e Silva Rua Professor Clementino de Brito 205, Ap. 703, Capoeiras, Florianópolis-SC, CEP: 88070-150 junio@digitaleds.com.br Data de recebimento: 25/03/2015 Data de aprovação: 15/06/2015
RESUMO
ABSTRACT
Desde a introdução do primeiro sistema bem-sucedido de cerâmica fundida a metal, há uma crescente demanda de restaurações cerâmicas, pois se trata de um material de grande propriedade estética, devido à disponibilidade de uma ampla gama de matizes e efeitos de translucidez. O desenvolvimento das cerâmicas levou a uma gama maior de indicações e transformou o desenho dos preparos clássicos de facetas em desenhos estendidos e orientados pelo defeito prévio do remanescente dental, as chamadas “facetas estendidas”. No entanto, mesmo que atualmente as facetas clássicas e estendidas possam ser soluções alternativas aos preparos para coroa total, elas não devem ser sempre a primeira escolha para todas as situações clínicas, porque vários fatores devem ser considerados antes da elaboração de um plano de tratamento. Portanto, fazer a escolha certa entre coroas, facetas clássicas e estendidas na dentição anterior para cada situação clínica é elemento-chave para um tratamento conservador e longevo. Neste artigo uma classificação de acordo com o conteúdo das cerâmicas odontológicas é descrita, e são abordadas importantes considerações baseadas em evidência, relacionadas ao plano de tratamento de reabilitações nos dentes anteriores com coroas e facetas cerâmicas.
Since the introduction of the first porcelain-fusedto-metal system, there has been a growing demand for ceramic restorations, since it is a material that provides good aesthetics, wide range of shades and translucency effects. The development of new reinforced ceramics has led to a broader range of indications and changed the conventional veneer preparations into extended defect-oriented preparation designs, the so called “extended veneers”. However, even though classical and extended veneers can be an alternative to full crown preparations, they should not always be the first choice for every clinical situations because several factors must be taken into consideration before elaborating a treatment planning. Therefore, making the right choice between all-ceramic crowns, conventional and extended veneers in the anterior dentition is key for a conservative and long-lasting treatment for each individual situation. This article describes a classification of the ceramic systems, addressing important evidence-based considerations regarding the treatment planning rehabilitation of the anterior dentition using all-ceramic crowns and veneers.
PALAVRAS-CHAVE
KEYWORDS Dental veneers. Crowns. Dental porcelain.
Facetas dentárias. Coroas. Porcelana dentária.
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CERÂMICAS ANTERIORES: COMO E QUANDO INDICÁ-LAS
Figura 26.
CONCLUSÕES As cerâmicas têm desempenhado um papel importante na Odontologia restauradora, são os melhores materiais para reproduzir as características estéticas dos dentes naturais, e os avanços relacionados a suas propriedades mecânicas têm sido fundamentais para a universalização de seu uso. No entanto, devido à grande variabilidade de sistemas disponíveis, para atingir sucesso clínico o profissional deve possuir grande conhecimento das evidências científicas para escolher apropriadamente o sistema cerâmico, tanto para otimizar o resultado estético quanto para obter longevidade estrutural do procedimento restaurador.
Ao ceramista Marcelo Scarton, pela execução das restaurações da descrição clínica deste artigo. Ao colega cirurgião-dentista Gustavo Pires Salomon, pela execução do esquema ilustrativo da Figura 1 deste artigo. Ao laboratório Digitale Dental Solutions, pela confecção de todas as restaurações CAD/CAM contidas na descrição clínica deste artigo.
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AGRADECIMENTOS Ao ceramista Wilmar Porfírio, pela confecção das restaurações cerâmicas do caso clínico ilustrado nas Figuras 6 a 9.
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Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 238-253, jul./set. 2015
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Cl铆nica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florian贸polis, v.11, n.3, p. 254-260, jul./set. 2015
Alternativa Estética de Recobrimento Radicular Através da Técnica de Retalho Semilunar Aesthetic alternative for root coverage by the semilunar flap technique
Camila Portela Cassola* Lizandra Copetti Duarte* Luis Eduardo Rilling da Nova Cruz** Josué Martos***
* Acadêmicas de Odontologia da Faculdade de Odontologia da UFPel ** Especialista em Periodontia pela ULBRA/RS, Mestre em Periodontia pela UERJ/RJ, Doutora em Odontologia pela UFPel/RS, Professora Adjunto do Departamento de Semiologia e Clínica da Faculdade de Odontologia da UFPel *** Doutor em Odontologia pela UGR, Granada, Espanha. Professor Associado do Departamento de Semiologia e Clínica da Faculdade de Odontologia da UFPel. Tutor do Programa de Educação Tutorial (PET) da FO-UFPel Josué Martos Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas. Rua Gonçalves Chaves 457. Pelotas - RS, CEP: 96015-560 josue.sul@terra.com.br Data de recebimento: 25/03/2015 Data de aprovação: 12/06/2015
RESUMO gingival recession. This work describes the treatment of CDH in a tooth presenting hypersensitivity due the presence of Miller’s Class I gingival recession, on the buccal surface of the maxillary left lateral incisor (22). The proposed surgical periodontal treatment was the semilunar flap technique for root coverage in the buccal region of 22. After 9-month follow-up, it was possible to observe the coverage of the recession and absence of CDH. Given the solution of the case report presented, the semilunar flap technique for root coverage can successfully be used in cases of cervical dentin hypersensitivity.
A hipersensibilidade dentinária cervical (HDC) compreende uma das principais indicações para o recobrimento de uma superfície radicular exposta por recessão gengival. Este trabalho descreve o tratamento de uma HDC em um dente com hipersensibilidade dentinária devido à presença de recessão gengival Classe I de Miller na superfície vestibular do incisivo lateral superior esquerdo (22). O tratamento cirúrgico periodontal proposto foi a técnica de retalho semilunar posicionado coronalmente para recobrimento radicular na região vestibular do 22. Após 9 meses de acompanhamento clínico foi possível observar o recobrimento da recessão e ausência de HDC. Diante da resolução do caso clínico apresentado, a técnica de retalho semilunar posicionado coronalmente para recobrimento radicular, quando bem indicada e executada, pode ser empregada com sucesso em casos de hipersensibilidade dentinária cervical.
Periodontics - treatment. Gingival recession. Dentin sensitivity.
PALAVRAS-CHAVE
INTRODUÇÃO
Periodontia - tratamento. Retração gengival. Sensibilidade da dentina.
As recessões gengivais, identificadas pela migração da margem gengival para uma posição além da junção amelocementária, torna mais suscetível o acúmulo de biofilme, cárie radicular e hiperestesia dentinária.1 A recessão do tecido marginal gengival pode representar um grave problema estético, especialmente quando presente uma linha de sorriso alta, além do comumente quadro de hipersensibilidade dentinária.2
ABSTRACT Cervical dentin hypersensitivity (CDH) comprises one of the main indications for coverage of root surface exposed by
KEYWORDS
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 254-260, jul./set. 2015
255
ALTERNATIVA ESTÉTICA DE RECOBRIMENTO RADICULAR ATRAVÉS DA TÉCNICA DE RETALHO SEMILUNAR
O tratamento periodontal não visa apenas ao restabelecimento da função ou saúde, mas também ao da beleza e da harmonia do sorriso.1 Em virtude disso, diversas técnicas, cirúrgicas ou não, são empregadas para o tratamento de recessões, buscando o restabelecimento tanto da função como da estética. A técnica do retalho semilunar posicionado coronalmente surgiu como uma alternativa conservadora de tratamento para esse tipo de defeito.3-5 Entre as vantagens da técnica destacamos a simplicidade do procedimento cirúrgico, suturas desnecessárias e excelente previsibilidade de recobrimento em recessões Classe I de Miller.6 No contexto das limitações teríamos a restrição da técnica para as recessões rasas e também poderíamos citar a presença de cicatriz na região vestibular. Assim, o objetivo do presente trabalho é apresentar o tratamento clínico de um paciente com hipersensibilidade dentinária cervical utilizando a técnica de retalho semilunar posicionado coronalmente para recobrimento radicular.
REVISÃO DE LITERATURA Clinicamente a hipersensibilidade dentinária é definida como uma dor transitória oriunda da dentina exposta ante um estímulo químico, térmico, táctil ou osmótico.7 Vários fatores podem favorecer o aparecimento dessa hipersensibilidade, como a erosão e abrasão originárias, entre outros motivos, por uma dieta rica em ácidos e escovação inadequada, com uso de força excessiva e/ou uso de escovas de cerdas duras.7 Essa condição atinge pessoas em diversas faixas etárias,8 mas principalmente entre 20 e 40 anos,9-10 ocorrendo mais em mulheres do que em homens e preferentemente nas faces vestibulares de caninos e pré-molares.11 O tratamento das recessões visa não só restabelecer a normalidade da posição gengival como também evitar o aparecimento da hipersensibilidade dentinária cervical.12-14 Existem diversas técnicas cirúrgicas periodontais para se promover o recobrimento de raízes desnudas, e as mais conhecidas são o retalho semilunar posicionado coronalmente,3-6 os enxertos pediculados,15-16 retalho reposicionado coronalmente,17 associadas ou não a enxertos de tecido conjuntivo subepitelial.18-19 A técnica de retalho semilunar anteriormente citada está indicada para o tratamento de recessões gengivais rasas localizadas ou generalizadas, mas que não ultrapassem a linha mucogengival e nas quais não haja perda de inserção na região interdental (Classe I de Miller), em que o objetivo cicatricial é a obtenção da regeneração periodontal.20
CASO CLÍNICO Paciente G.P.C., do sexo feminino, leucoderma, 22 anos de idade, procurou atendimento clínico com a queixa principal de insatisfação com o sorriso pela aparência alongada e hipersensibilidade no incisivo lateral superior esquerdo (22) (Fig. 1-3). A paciente tinha grande exigência estética, além da constante preocupação com o possível aumento da recessão gengival e da hipersensibilidade caso não fosse tomada nenhuma providência. Ao exame
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Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 254-260, jul./set. 2015
clínico bucal constatou-se a presença de uma recessão gengival Classe I de Miller na superfície vestibular do incisivo lateral com exposição do limite amelocementário em aproximadamente 1 mm (Fig. 3). O dente estava bem posicionado no arco, as papilas estavam preenchendo todo o espaço interproximal, e notou-se também uma boa higiene bucal, sem presença de inflamação ou recessões gengivais em outras áreas. Ao exame radiográfico não foi observada nenhuma perda de tecido ósseo interproximal (Fig. 4). Após concordância da paciente com o planejamento clínico-cirúrgico indicado foi proposto o recobrimento radicular por meio da técnica do retalho semilunar de Tarnow. A paciente recebeu previamente à terapia cirúrgica controle de placa e orientação de escovação com o intuito de eliminar hábitos traumáticos de escovação, fator predisponente das recessões gengivais. Foi executado um planejamento cirúrgico prévio com o auxílio de modelo de estudo e uma sondagem de proporcionalidade da área para verificação da relação estética ideal entre a largura e o comprimento dos dentes com o auxílio do calibrador21 (Fig. 5). Inicialmente procedeu-se à antissepsia intra e extraoral e a anestesia terminal infiltrativa com mepivacaína. Após, com o auxílio de uma sonda periodontal via sulco periodontal, foi realizada uma sondagem de transferência a partir da margem gengival, determinando o ponto apical da incisão semilunar. Uma incisão inicial na forma de uma meia-lua foi realizada com o auxílio de uma microlâmina número 69 (Swann Morton, Sheffield, Inglaterra) paralela ao contorno da recessão, cujo traçado seguia aproximadamente ao do rebordo gengival (Fig. 6-8). Suas bordas circundaram a base das papilas e respeitaram um mínimo de 2 mm de pedículo vascularizado (Fig. 9). Em seguida uma incisão intrassulcular foi confeccionada, dividindo-se o retalho mucoperiosteal até encontrar a incisão inicial (Fig. 10). Esse retalho foi então liberado, tendo permanecido vascularizado pelos pedículos laterais, o que permitiu seu deslocamento coronário (Fig. 11 e 12). O retalho foi posicionado logo abaixo da altura da junção cemento-esmalte e estabilizado por uma leve pressão com uma gaze umedecida em soro fisiológico, a fim de diminuir a espessura do coágulo (Fig. 13). Após irrigação com soro fisiológico e secagem da área operada, foi realizada a aplicação do cianocrilato gel (Super Bonder, Loctite, SP, Brasil) sobre o leito receptor e sobre a área da incisão semilunar (Fig. 14 e 15). Foi prescrito o controle químico da placa bacteriana por meio de bochechos com digluconato de clorexidina a 0,12% (duas vezes ao dia). Devido ao fato de a técnica cirúrgica ser muito pouco invasiva, o controle da dor pôde ser realizado apenas com analgésicos. Após 4 dias o cianocrilato gel destacou-se, e foi observado que a área cirúrgica apresentava um início satisfatório de cicatrização (Fig. 16). O controle clínico e a documentação fotográfica foram realizados após 7 dias, 15 dias e 30 dias (Fig. 17 e 18). Clinicamente, após 6 meses, foi possível observar o recobrimento da recessão, com um ganho em altura além de um pouco de espessura de tecido queratinizado (Fig. 19 e 20). A paciente ficou extremamente satisfeita em relação à abolição da hipersensibilidade e também com a questão estética. Para não incorrer em
262
Cl铆nica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florian贸polis, v.11, n.3, p. 262-271, jul./set. 2015
Reabilitação Estética de Incisivo Central Superior Tratado Endodonticamente com Coroa de Zircônia:
Relato de Caso Clínico
Aesthetic rehabilitation of endodontically treated maxillary central incisor using a zirconia crown: Case report
Renata Paranhos M. V. L. Milioni* Flávia B. Delbons ** Leandro de Moura Martins*** Rafaella Gaspar dos Reis Moça**** Gustavo Oliveira dos Santos***** Raphael Vieira Monte Alto*****
* Especialista em Prótese Dentária pela Universidade de Campinas - São Paulo ** Especialista, Mestre e Doutora em Dentística pela UFSC *** Professor Adjunto da Faculdade de Odontologia da UFAM, Manaus, Mestre em Materiais Dentários e Doutor em Reabilitação Oral pela FOB-USP **** Primeiro-tenente dentista do Exército Brasileiro, Aluna do Curso de Procedimentos Estéticos Integrados da UFF ***** Professor Adjunto da Clínica Integrada da UFF, Doutor em Odontologia pela UERJ, Mestre em Odontologia pela UFF Renata Paranhos Machado Velho Lima Milioni Rua Senador Correa 66/106 – Laranjeiras – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, CEP 22231-180 rpdentista@bol.com.br Data de recebimento: 16/12/2014 Data de aprovação: 03/03/2015
RESUMO
ABSTRACT
A busca por materiais livres de metal se intensificou no
The search for metal-free materials has increased in the
mercado odontológico. Novos materiais vêm sendo desenvolvi-
dental market. New materials have been developed to meet
dos para atender aos padrões estéticos cada vez maiores por
the growing aesthetic standards by patients and professionals.
parte de pacientes e profissionais. Entre esses materiais a zircô-
Among these materials zirconia has shown to be a promising
nia tem-se mostrado uma cerâmica promissora para atender a
ceramic that fulfil these requirements. The aim of this study was
essas exigências. O presente estudo tem como objetivo expor
to report a clinical case in which the aesthetic rehabilitation of a
um relato de caso clínico em que uma reabilitação estética de
severely discolored maxillary central incisor was accomplished
um incisivo central superior tratado endodonticamente, com se-
using a single-unit zirconia crown associated to a glass-fiber
vera alteração de cor, foi realizada utilizando-se uma coroa total
post.
unitária em zircônia associada a pino de fibra de vidro.
PALAVRAS-CHAVE
KEYWORDS Ceramics. Esthetics, dental. Crown.
Cerâmica. Estética dentária. Coroa.
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 262-271, jul./set. 2015
263
272
Cl铆nica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florian贸polis, v.11, n.3, p. 272-279, jul./set. 2015
Restaurações de Resinas Compostas em Dentes Posteriores – Controlando os Efeitos da Contração de Polimerização
Composite resin restorations in posterior teeth – Controlling the effects of the polymerization shrinkage Aline Aredes Bicalho* Adriano Fonseca Lima** Silas Boaventura Júnior de Sousa*** Daranee Tantbirojn**** Antheunis Versluis***** Carlos José Soares******
* Doutora em Clínica Odontológica Integrada pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia ** Doutor em Dentística. Professor do Curso de Pós-Graduação stricto sensu em Odontologia da Universidade Paulista *** Cirurgião-dentista graduado pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia **** PhD. Department of Restorative Dentistry, College of Dentistry, University of Tennessee Health Science Center, Memphis, TN, EUA ***** PhD. Department of Bioscience Research, College of Dentistry, University of Tennessee Health Science Center, Memphis, TN, EUA ****** Professor Doutor de Dentística e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia Carlos José Soares Área de Dentística e Materiais Odontológicos, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Avenida Pará, n. 1720, Campus Umuarama - Bloco 4L-A, Sala 4L-A42, Uberlândia, MG, Brasil, CEP 38405-902 carlosjsoares@umuarama.ufu.br Data de recebimento: 06/04/2015 Data de aprovação: 21/06/2015
RESUMO
ABSTRACT
A contração de polimerização da resina composta pode
The polymerization shrinkage of composite resin is
desenvolver tensões na interface dente-restauração e estrutura
responsible for developing stresses in the tooth/restoration
dental remanescente, resultando em deformação de cúspide,
interface and the remaining tooth structure, causing cusp
sensibilidade pós-operatória e fenda marginal. Este artigo apre-
deflection, post-operative sensitivity and marginal gap. This
senta, por meio da associação de evidência científica e relato de
article presents thoughts based in scientific evidence associated
caso, uma reflexão de como o clínico pode minimizar os efeitos
to a case report, on how clinicians may minimize the effects of
da contração de resina composta em dentes posteriores. Ainda
the polymerization shrinkage in posterior teeth. There are still
persistem dúvidas sobre resinas em dentes posteriores, um dos
remaining doubts about posterior composite resin restorations,
procedimentos mais prevalentes em saúde bucal. A associação
one of the most prevalent dental procedures. The association of
de estudos laboratoriais e simulação computacional, por meio
laboratory studies and computer simulation using finite element
de elementos finitos, pode auxiliar na solução de problemas clí-
analysis can assist clinicians to solve frequent problems.
nicos constantes. A odontologia baseada em evidências, que
Evidence-based Dentistry supporting the decision-making
dá suporte à tomada de decisão, é fundamental para o sucesso
process is critical to the clinical success of these restorative
clínico desses procedimentos.
procedures.
PALAVRAS-CHAVE
KEYWORDS
Resinas compostas. Polimerização. Odontologia baseada em evidências.
Composite
resins.
Polymerization.
Evidence-based
dentistry.
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 272-279, jul./set. 2015
273
RESUMO
ABSTRACT
Protetores bucais são dispositivos utilizados com o obje-
Mouthguards are devices used to absorb stresses
tivo de absorver as tensões geradas pelo impacto e prevenção
generated by the impact and to prevent dental trauma during
de traumatismos dentoalveolares durante a prática esportiva.
sport practice. This article presents the association of scientific
Este artigo apresenta, por meio de associação de evidência
evidence and a case report on critical parameters for the
científica e relato de caso, uma abordagem crítica dos parâme-
fabrication of a Ethylene Vinyl Acetate (EVA) custom-fitted
tros envolvidos na confecção de protetor bucal personalizado
mouthguard, and function during its use. The association of
em etileno vinil acetato (EVA) e funções durante o uso. A as-
laboratory and computational tests such as the finite element
sociação de ensaios laboratoriais e computacionais como mé-
method is essential to understand the biomechanical behavior
todo de elementos finitos é essencial para o entendimento do
of mouthguards. This study presents scientific evidence that
comportamento biomecânico dos protetores bucais. O presente
proves the efficiency of EVA custom-fitted mouthguards on
estudo apresenta evidência científica sobre a eficiência de pro-
shock absorption and prevention of dental trauma.
tetores bucais personalizados na absorção de choques e prevenção de traumas.
KEYWORDS PALAVRAS-CHAVE Protetor bucal. Traumatismo dentário. Avulsão dentária.
280
Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.11, n.3, p. 280-267, jul./set. 2015
Mouth protectors. Tooth injuries. Tooth avulsion.
Protetores Bucais Personalizados: Aspectos Clínicos e Biomecânicos Custom-Fitted mouthguards: Clinical and biomechanical aspects Crisnicaw Veríssimo* Paulo Victor Moura Costa** Valessa Florindo Carvalho*** Priscilla Barbosa Ferreira Soares**** Antheunis Versluis***** Daranee Tantbirojn****** Carlos José Soares******* * Mestre e Doutor em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlândia. Área de Dentística e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia ** Discente de Graduação pela Universidade Federal de Uberlândia. Área de Dentística e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia *** Mestranda em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlândia. Área de Dentística e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia **** Doutoranda em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlândia. Área de CTBMF da Universidade Federal de Uberlândia ***** DDS, Ms, PhD. Department of Bioscience Research, College of Dentistry, University of Tennessee Health Science Center, Memphis, TN, EUA ****** PhD. Department of Restorative Dentistry, College of Dentistry, University of Tennessee Health Science Center, Memphis, TN, EUA ******* Mestre e Doutor em Dentística e Materiais Dentários pela Unicamp. Department of Restorative Dentistry, College of Dentistry, University of Tennessee Health Science Center, Memphis, TN, EUA Carlos José Soares Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Odontologia, CPbio - Centro de Pesquisa de Biomecânica, Biomateriais e Biologia Celular, Avenida Pará, 1720, Bloco 4L, Anexo A, Sala 42, Campus Umuarama. Uberlândia – Minas Gerais – Brasil CEP 38400-902 carlosjsoares@umuarama.ufu.br Data de recebimento: 06/04/2015 Data de aprovação: 21/06/2015
INTRODUÇÃO A prática de esportes de contato está altamente relacio-
prevenção de traumatismos dentoalveolares. A primeira tentati-
nada com a ocorrência de traumatismos dentoalveolares.1-5 O
va de confecção de um dispositivo para proteção de estruturas
trauma na região oral pode resultar em diferentes tipos de injú-
orais na prática de esportes foi feita em 1890,9 quando o dentista
rias, que envolvem dentes e tecidos de suporte (osso alveolar e
inglês Wolf Krause utilizou duas camadas de guta-percha ade-
ligamento periodontal). A complexidade dos traumatismos den-
ridas aos dentes superiores de um praticante de boxe. Desde
toalveolares pode ser aumentada pela combinação entre luxa-
então, diversas modificações foram feitas na confecção de pro-
ções e fraturas dentárias. Entretanto, entre os tipos de trauma-
tetores bucais, e três principais tipos de protetores normaliza-
tismos dentoalveolares, a avulsão dentária, caracterizada pelo
dos pela American Society for Testing Materials (ASTM F697-80)
6
completo deslocamento dentário do alvéolo com a consequente
podem ser encontrados no mercado: termoplásticos (boil-and-
ruptura do ligamento periodontal, apresenta o pior prognóstico
-bite), pré-fabricados (estoque) e personalizados.10 Atualmente,
de tratamento.6 A primeira opção de tratamento nos casos de
os protetores bucais personalizados são recomendados pela
avulsão é o reimplante imediato, porém a manutenção do dente
Fédération Dentaire Internationale (FDI), pois apresentam van-
no alvéolo está relacionada a fatores como tempo para o reim-
tagens como conforto, adaptação, estabilidade e capacidade
plante, soluções de armazenamento e tratamentos realizados
fonética e respiratória, além de proporcionar melhor proteção
após o reimplante (contenções dentárias, etc.).
7-8
Nesse caso,
das estruturas dentoalveolares.11
estudos demonstram que a utilização de água de coco apre-
Os protetores bucais têm a função de distribuir as ten-
senta resultados promissores quando utilizada como meio de
sões geradas pelas forças aplicadas diretamente sobre as es-
armazenamento para dentes avulsionados, por preservar a via-
truturas faciais e dentárias, e absorver a energia gerada pelo im-
bilidade celular do ligamento periodontal pelo período de 24 h.
8
pacto.1,3,12 Além dessa função, os protetores atuam aumentando
Para reduzir os efeitos prejudiciais dos traumas dentá-
a distância entre o côndilo e a fossa articular da articulação tem-
rios, recomenda-se o uso de protetores bucais, dispositivos
poromandibular (ATM), prevenindo o impacto do côndilo com
utilizados por atletas ou praticantes de esportes de contato na
as estruturas adjacentes (fossa articular e base do crânio). Essa
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Reabilitação Oral Estética com Laminados Cerâmicos Ultrafinos Aesthetic oral rehabilitation with ultrathin ceramic veneers
Patrícia dos Santos Jardim* Karen Eymael Pacheco** Natália Trento Gularte** Marcele Grando Morello** Vinícius Esteves Salgado***
* Mestre e Doutora em Dentística pela FO-UNESP, Araraquara – SP, Professora de Dentística da FO-UFPel, Pelotas – RS Responsável pelo Blog Opalini | Odontologia Descomplicada | www.opalini.com ** Cirurgiões-dentistas pela FO-UFPel, Pelotas – RS *** Professor da FO-UNIVERSO, Niterói – RJ, Especialista em Dentística e Mestre em Odontologia pela FO-UFF, Niterói – RJ. Doutorando em Odontologia da FO-UFPel, Pelotas – RS Patrícia dos Santos Jardim Rua Gonçalves Chaves, 457 - CEP: 96015-560 - Pelotas - RS patriciajardim.ufpel@gmail.com Data de recebimento: 16/04/2015 Data de aprovação: 26/06/2015
RESUMO A utilização de laminados cerâmicos ultrafinos nas reabilitações orais estéticas tem-se tornado uma opção de tratamento cada vez mais popular. Entretanto não há elevado nível de evidência científica quanto à longevidade dessas restaurações. Com base nisso, o objetivo do presente artigo é relatar a instalação de laminados cerâmicos ultrafinos na bateria labial superior de uma paciente com queixa de insatisfação estética do sorriso após ter finalizado um tratamento ortodôntico, destacando aspectos relacionados ao diagnóstico, ao planejamento do caso e ao preparo dentário.
PALAVRAS-CHAVE Facetas dentárias. Estética dentária. Sorriso.
ABSTRACT The use of ultrathin ceramic veneers for the aesthetic oral rehabilitation has become an increasingly popular treatment. However, there is few high-quality scientific evidence regarding the longevity of these restorations. Based on this fact, the purpose of this study is to report a clinical case of ultra-thin ceramic veneers in the maxillary teeth of a patient unsatisfied with her smile after the end of the orthodontic treatment, highlighting aspects related to diagnosis, treatment planning and tooth preparation.
KEYWORDS Dental veneers. Esthetics, dental. Smiling.
INTRODUÇÃO As intervenções estéticas em dentes anteriores constituem um dos maiores desafios da odontologia atual. Aspectos relacionados à dimensão vertical de oclusão, ao posicionamento dos dentes no arco dental e à inclinação do plano oclusal são frequentemente esquecidos durante o exame clínico. Um minucioso exame clínico intra e extraoral, assim como a obtenção de um protocolo fotográfico e a confecção de modelos de estudo são de fundamental importância para a determinação do diagnóstico e a definição do plano de tratamento.1 A utilização de materiais cerâmicos com finalidade estética dental se iniciou em 1928, com Charles Pincus, que fixava de forma provisória sobre os dentes uma lâmina de porcelana com o objetivo de melhorar o sorriso de atores na indústria cinematográfica de Hollywood, restauração conhecida como “Hollywood bridge”.2 Com a evolução da adesão dental e os avanços nos materiais adesivos e cerâmicos, atualmente existem diversos materiais disponíveis e diferentes técnicas de execução. Os laminados cerâmicos ultrafinos, também conhecidos como “lentes de contato”, consistem em restaurações cerâmicas com espessura inferior a 0,5 mm cimentadas sobre os dentes com pouco ou nenhum desgaste dentário.3-5 São indicados prin-
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REABILITAÇÃO ORAL ESTÉTICA COM LAMINADOS CERÂMICOS ULTRAFINOS
cipalmente para alteração no formato dentário em elementos com pouca projeção vestibular como dentes conoides e fechamento de diastemas. São contraindicados para elementos com grande alteração de cor e de estrutura, assim como para dentes restaurados.6-8 Não há consenso na literatura em relação à necessidade do preparo dentário, quanto ao tipo e à extensão do desgaste. Enquanto alguns autores não relatam necessidade de desgaste dentário,7,9 outros destacam que as restaurações cerâmicas não devem ter término em ângulo zero ou “lâmina de faca”, devido à friabilidade dos materiais cerâmicos.10-11 Com base nisso, o objetivo do presente artigo é relatar um caso clínico de reabilitação oral estética utilizando laminados cerâmicos ultrafinos ressaltando aspectos relacionados ao planejamento e ao preparo dentário.
RELATO DO CASO Paciente do sexo feminino, de 28 anos de idade, procurou atendimento por insatisfação estética de seu sorriso. Relatou que achava seus dentes “pequenos” e que seu sorriso não era expressivo. Durante a anamnese reportou ter concluído o tratamento ortodôntico, com a remoção do aparelho há aproximadamente 4 semanas da consulta inicial. Foi observado durante o exame clínico que a paciente possuía boa saúde oral e ausência de restaurações. Além disso, foi observada projeção anterior da língua durante a posição de repouso e fala. A paciente relatou estar em tratamento com fonoaudiólogo há aproximadamente 6 meses, por indicação do ortodontista.
Para a realização da análise estética, foram realizadas fotografias de face e intraorais (Fig. 1-6), além de modelos de estudo. Foi observado que os dentes anterossuperiores se encontravam fora do arco dental, ligeiramente lingualizados (Fig. 1 e 3). Sob uma perspectiva clínica, essa inclinação dentária determinava perda de suporte labial do arco superior. Além disso, a linha do sorriso dental apresentava-se aquém da linha úmida do lábio inferior (Fig. 7). Assim, os modelos de estudo e as fotografias foram encaminhados para o laboratório de prótese dentária (Dental Design, Caxias do Sul, RS, Brasil) para a realização de enceramento diagnóstico, que foi confeccionado pelo ceramista Arno Egon Gressler. A partir do modelo de estudo encerado (Fig. 8) foi realizado o ensaio restaurador em boca, através do registro do modelo encerado com silicona de adição (Express XT, 3M ESPE, Brasil). O molde foi então preenchido com uma resina bisacrílica (Protemp4 - cor A2, 3M ESPE) e levado em posição na boca. Após a polimerização, os excessos foram removidos com lâmina de bisturi nº 12 (Solidor, China). O ensaio restaurador (Fig. 9) foi analisado pelos profissionais e pela paciente, observando-se de forma criteriosa a nova forma e o posicionamento dos elementos dentários superiores no arco dental, assim como o suporte labial e a fala. A partir desses dados se definiu o plano de tratamento em clareamento dentário seguido de restaurações com laminados cerâmicos, do elemento 15 ao 25. Por solicitação da paciente, as restaurações se limitaram à região anterior, entre os elementos 13 e 23. O clareamento dentário foi realizado pela técnica caseira supervisionada, utilizando gel clareador com peróxido de carbamida na concentração de 10%
Figuras 1-3: Fotografia inicial da face: perfil direito, visão frontal e perfil esquerdo.
Figuras 4-6: Fotografia inicial intraoral: visão lateral direita, visão frontal e visão lateral esquerda.
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Novas Tendências SOLUÇÕES PARA BOCHECHO: SEU PAPEL COMO MAIS UM RECURSO DISPONÍVEL PARA CONTROLE DO BIOFILME SUPRAGENGIVAL Mouthrinses: their role as an additional resource available for controlling supragingival plaque
Cassiano Kuchenbecker Rösing Professor Titular de Periodontia da UFRGS Rua Dr. Valle, 433/701, 90560-010, Porto Alegre, RS, Brasil ckrosing@hotmail.com
Juliano Cavagni
Professor Adjunto de Periodontia da UFRGS
RESUMO O controle do biofilme supragengival é reconhecidamen-
of caries, periodontal disease and tooth loss. In addition to the
te a forma mais adequada para prevenção e tratamento das do-
direct role in the control of oral diseases, biofilm control habits are
enças bucais mais prevalentes. Padrões adequados de controle
considered part of the healthy habits that have been associated
do biofilme supragengival têm sido associados a menores taxas
with better general health, especially in relation to chronic
de incidência de cárie, doenças periodontais e perda dentária.
noncommunicable diseases. Traditionally, supragingival biofilm
Além do papel direto no controle das doenças bucais, hábitos
control is performed with toothbrushing on the free surfaces and
de controle do biofilme supragengival são considerados parte
complemented by floss or other aid in the interproximal space.
dos hábitos saudáveis que são associados com melhores con-
However, data from studies demonstrates that the quality of
dições de saúde geral, principalmente de doenças crônicas não
supragingival biofilm control as it is performed by the populations
transmissíveis. Tradicionalmente o controle do biofilme supra-
is low. Therefore, dentifrices have been used as an adjunct.
gengival é realizado com escova de dente nas faces livres e
Further, it is possible that the use of mouthrinses be part of the
complementado por fio dental ou outro agente no espaço inter-
armamentarium for improved biofilm homecare. The aim of this
proximal. Entretanto, os dados de estudos demonstram que a
column is to address the potential of mouthrinses to enhance
qualidade do controle do biofilme supragengival da forma como
supragingival biofilm control performed by the patient.
é executada pelas populações é baixa. Assim, o dentifrício tem sido utilizado como coadjuvante. Além disso, é possível que o uso de soluções colutórias faça parte do conjunto de medidas para melhorar o controle caseiro do biofilme. Esta coluna tem
As doenças mais prevalentes na cavidade bucal têm
por objetivo discorrer sobre o potencial das soluções colutórias
na presença dos biofilmes orais sua principal causa. Essas
em incrementar a qualidade do controle do biofilme supragengi-
doenças incluem majoritariamente a cárie e as doenças pe-
val realizado pelo paciente.
riodontais. Sabe-se que a presença do biofilme dental é causa necessária, porém não suficiente, para que essas doenças se estabeleçam, ou seja, além da presença do biofilme, outros fa-
ABSTRACT
296
tores contribuem para o processo causal. Por exemplo, para a ocorrência de cárie há necessidade de presença de carboidra-
Supragingival biofilm control is known to be the most
tos fermentáveis consumidos na dieta do indivíduo. Em relação
adequate approach for prevention and treatment of the most
às doenças periodontais, aspectos da resposta inflamatória
prevalent oral diseases. Adequate patterns of supragingival
(suscetibilidade) do hospedeiro são importantes, assim como
biofilm control have been associated with lower incidence rates
modificadores como fumo e/ou diabetes, entre outros.
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Cavagni J, Rösing CK.
Em uma abordagem contemporânea é importante que
lação, não atinge os níveis ótimos desejados.2 Quando se fala
se analisem esses processos de cárie e doenças periodontais
em índices ótimos, é importante que se compreenda que isso
de forma um pouco mais ampliada, para que possam ser com-
não significa “ausência total de biofilme”, mas, sim, a presença
preendidos e abordados na clínica de forma potencialmente
de uma quantidade de biofilme compatível com saúde, que
mais adequada. No que se refere à cárie é de suma impor-
não permita o desenvolvimento de doenças relacionadas a
tância que se diferencie a cárie coronária da cárie radicular. A
ele. Mesmo não se objetivando um controle tão estrito, os ín-
primeira, envolvendo inicialmente o esmalte, tem velocidade
dices de placa demonstrados pelos pacientes apontam para a
de progressão mais lenta, especialmente nas fases iniciais,
limitação de seu controle, principalmente nas áreas proximais,
enquanto a segunda tem alta velocidade de progressão, com
onde o fio dental, por exemplo, apresenta grandes limitações
maiores chances de gerar perda dentária em períodos bem
de efetividade.3
mais curtos. No que se refere às doenças periodontais é fun-
Nesse contexto, a utilização de agentes químicos com-
damental que se tenha claro que a redução da ocorrência de
plementares ao controle mecânico tem sido proposta tanto
cárie tem propiciado que as pessoas envelheçam com dentes,
com dentifrícios como com soluções colutórias. A utilização
dando mais chances para que a destruição periodontal possa
de dentifrícios com potenciais antibacterianos para melhorar
ocorrer. Ademais, em que pese serem doenças diferentes, as
o controle do biofilme já foi objeto de discussão nesta colu-
doenças peri-implantares compartilham aspectos etiopatogê-
na e tem o potencial de melhorar a qualidade do controle do
nicos com as doenças periodontais e não podem ser deixadas
biofilme supragengival.4 Além do dentifrício, tradicionalmente
de lado. Todos esses processos, em maior ou menor grau,
têm-se utilizado soluções para bochecho como forma de com-
demandam um controle adequado do biofilme supragengival,
plementar o controle mecânico do biofilme. Essas soluções
apesar do reconhecimento de que as estratégias preventivas
compreendem ervas medicinais, anti-inflamatórios, antibacte-
e terapêuticas necessitam transcender o “simples” controle
rianos, e têm sido estudadas ao longo dos anos. Entretanto,
do biofilme. Por outro lado, no contexto da abordagem clínica
por muitos anos, as soluções colutórias foram vítimas de pre-
preventiva e terapêutica, o controle do biofilme supragengival
conceito pela classe odontológica, que, ao ignorar a evidência
é mandatório, uma vez que no processo causal a porção atri-
disponível, somente as tratou como “perfumaria”. Hoje existem
buível a ele é considerável.
evidências claras do potencial que as soluções colutórias têm
Estudos clássicos têm demonstrado que o adequado
como complemento ao controle mecânico do biofilme.
controle do biofilme supragengival tem condições de reduzir a
O exemplo mais clássico da efetividade das soluções
ocorrência de agravos à saúde bucal, gerando menores pre-
colutórias é a clorexidina, que é o padrão-ouro dos antimicro-
valências de doença, assim como redução na perda dentária
bianos para uso em odontologia.5 Entretanto, sua indicação,
e incremento na qualidade de vida relacionada à saúde bucal.1
salvo exceções, não é para uso rotineiro e transcende os ob-
Dentro desse contexto, a odontologia propagou nos
jetivos desta coluna, incrementar a qualidade do controle do
últimos 50 anos a importância do controle do biofilme, passan-
biofilme supragengival pelos pacientes. Não há dúvida de que,
do por diferentes fases, que devem ser compreendidas à luz
em qualquer situação em que o indivíduo esteja impossibili-
do conhecimento existente em cada época em que os conhe-
tado de realizar o controle mecânico do biofilme, temporária
cimentos foram disseminados. A importância da escovação,
ou permanentemente, a clorexidina é a substância de escolha,
entre todos os recursos disponíveis para controle do biofilme
independentemente da duração do tratamento.
é incontestável e tem sido compartilhada ao longo dos anos
Quando se objetiva utilizar uma solução colutória como
tanto nas mídias científicas quanto laicas. Além do ato de es-
forma de complementar o controle mecânico do biofilme, ou-
covar, a utilização de dentifrícios fluoretados é reconhecida-
tros antissépticos devem ser considerados. É importante que
mente importante para que se atinja saúde bucal de indivíduos
se ressalte que todos eles, incluindo a clorexidina, são seguros
dentados. A complementação por agentes para o controle do
para utilização, não gerando resistência microbiana, podendo
biofilme interproximal também tem recebido importância, tanto
ser indicados mesmo em longos períodos de utilização. Entre
a partir do uso de fio dental quanto de outros recursos, como
os antissépticos disponíveis com potencial de complementar
as escovas interdentais.
os procedimentos de controle mecânico do biofilme, alguns de
Apesar dos esforços dos profissionais e pacientes para
destaque são abordados a seguir: os compostos fenólicos (tri-
o adequado controle do biofilme supragengival, é reconhecido
closan e óleos essenciais); compostos quaternários de amô-
pelo clínico, assim como pelos resultados de estudos, que o
nia; e sais de íons metálicos.
controle do biofilme, como é realizado pela maioria da popu-
Em relação aos compostos fenólicos, merecem desta-
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SOLUÇÕES PARA BOCHECHO: SEU PAPEL COMO MAIS UM RECURSO DISPONÍVEL PARA CONTROLE DO BIOFILME SUPRAGENGIVAL
que os estudos que analisaram o efeito de óleos essenciais
como prescritor de agentes químicos, deixando essa função
e de triclosan em soluções para bochecho. Ambas as subs-
à indústria, o que é equivocado. Não se pode negar que na
tâncias apresentaram-se efetivas em estudos de acompanha-
América Latina como um todo o consumo de colutórios esteja
mento de médio prazo em incrementar a qualidade dos proce-
aumentando,17 e à Odontologia deve ser dada a responsabili-
dimentos mecânicos de controle de placa.
Assim, soluções
dade de corretamente informar os pacientes sobre benefícios
para bochecho com triclosan ou óleos essenciais apresentam
e riscos, indicando sua utilização de acordo com as necessi-
indicação como complementares ao controle do biofilme. Uma
dades e preferências dos pacientes.
6-7
questão emergente na utilização de bochechos com óleos essenciais é que eles tradicionalmente sempre foram diluídos em álcool. Estudos de segurança apontam que não há riscos conhecidos de efeitos adversos da presença de álcool em soluções colutórias.8 Mais modernamente são disponíveis também em soluções não alcoólicas. Entre os compostos quaternários da amônia, o cloreto de cetilpiridínio tem merecido destaque na literatura, justamente por sua capacidade antimicrobiana. É uma das substâncias com grande utilização, por apresentar poucos efeitos adversos, recebendo preferência de pacientes. Em termos de efeitos antimicrobianos, o cloreto de cetilpiridínio apresenta efeito comparável à clorexidina, entretanto sem a mesma substantividade, o que o faz útil somente como coadjuvante ao controle mecânico.9 Além dos compostos citados anteriormente, os sais de íons metálicos, especialmente o fluoreto estanoso, também têm sido estudados e apresentam efeitos interessantes no plano da redução adicional de placa quando utilizados como coadjuvantes aos procedimentos de controle mecânico.10 Além disso, estudos com sais contendo zinco têm demonstrado potenciais efeitos tanto na redução de placa como de halitose, com resultados de interesse para a prática clínica.11-12 As revisões sistemáticas da literatura que analisam os efeitos dos colutórios, em sua essência, apontam que é interessante o uso de colutórios como coadjuvantes, sendo aqueles com triclosan, com óleos essenciais, com cloreto de cetilpiridínio, com fluoreto estanoso e com sais de zinco os que apresentam o maior potencial, merecendo o interesse do clínico para sua indicação.13 As informações apresentadas na presente coluna suportam a possibilidade de indicação de soluções para bochecho como complementares ao controle mecânico, sendo sua prescrição interessante. Entretanto, para que isso ocorra é importante que o controle químico do biofilme receba mais ênfase na formação do profissional da Odontologia.14 Por exemplo, dois estudos realizados no Rio Grande do Sul, com intervalo de 8 anos, apontam algumas informações interessantes: nesse período houve incremento do consumo de colutórios sem que o dentista tenha sido responsável por sua indicação.15-16 Isso demonstra que a profissão está negligenciando seu papel
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Visão Clínica RESINA COMPOSTA INDIRETA PARA DENTES POSTERIORES: UMA OPÇÃO SEGURA E EXTREMAMENTE CONSERVADORA Indirect composite resin for posterior teeth: A safe and extremely conservative option Luís Gustavo Barrote Albino*, Marcus Vinícius Perillo**, Terence Romano Teixeira***, Mario Gunther Jr****, Rafael de Almeida Decurcio***** * Especialista em Dentística, Mestre em Dentística pela Universidade Guarulhos-SP, Professor Convidado do Curso de Especialização em Dentística da ABO-GO ** Especialista em Dentística pela ABO-GO, Professor do Curso de Especialização em Dentística da ABO-GO *** Especialista em Dentística pela ABO-GO, Professor do Curso de Especialização em Dentística da ABO-GO **** Cirurgião-Dentista, Professor Assistente do Curso de Atualização em Odontologia Estética AOLG-SP ***** Especialista em Periodontia pela ABO-GO, Mestre em Reabilitação Oral pela UFU-MG, Professor do Curso de Especialização em Dentística da ABO-GO
RELEVÂNCIA CLÍNICA A evolução tecnológica dos materiais resinosos tem pro-
nas se ater às questões técnicas para promover uma excelente
movido uma grande variedade de aplicações das resinas com-
adaptação interna e o selamento marginal ou somente restringir
postas na Odontologia Contemporânea, envolvendo desde a
o resultado em uma visão estética, mas também satisfazer todos
consagrada restauração de lesões cariosas até a utilização em
os aspectos de oclusão estática e dinâmica, respeitando os fa-
reabilitações extensas de pacientes com perda de dimensão ver-
tores biomecânicos responsáveis pelo perfeito engrenamento e
tical ou cimentação cerâmica. Entretanto, uma série de estudos
estabilidade maxilomandibular.
tem analisado estresses e tensões biofísicas, demonstrando que
sequência clínica e laboratorial para se confeccionar uma restau-
os procedimentos restauradores podem tornar a coroa dental
ração indireta, feita pelo próprio cirurgião-dentista, em que os fa-
mais susceptível a deformações, o que depende da correlação
tores decisivos para tal indicação foram restaurações seriadas de
com os tipos de preparos cavitários.
molares inferiores, aumento da cúspide de balanceio do segundo
Este artigo apresenta uma
Todavia, quando as dimensões ou extensões das cavida-
molar inferior esquerdo e grande profundidade da caixa proximal
des em direção à junção amelocementária extrapolam os limites
distal do primeiro molar inferior esquerdo. Conclui-se que o esta-
estabelecidos para se obter sucesso clínico com restaurações
belecimento e a obediência a uma sequência lógica revertida em
diretas ou quando se apresentam perdas de estruturas de refor-
um protocolo sistemático de etapas clínico-laboratoriais totalmen-
ço coronal como cúspides de trabalho, teto da câmara pulpar,
te interdependentes são fundamentais para a previsibilidade de
cristas marginais, restaurações Classe II com caixas proximais
restaurações em resina composta e a promoção de longevidade
muito profundas, limitações de abertura da cavidade oral, onlays,
reabilitadora, além de promover mínimo estresse físico ao pacien-
overlays e restaurações seriadas, as cavidades podem e devem
te e ao profissional, pela diminuição considerável do tempo clíni-
ser restauradas com outras técnicas, ofertando ao remanescente
co de trabalho intrabucal.
dental sadio maior proteção, menor deflecção e consequentemente maior longevidade clínica. Nesse leque de opções, encontramos dois tipos de técnicas capazes de suprir as necessidades clínicas ante as adversidades supracitadas. Denominadas de técnicas semidiretas ou indiretas, as restaurações são confeccionadas extrabucalmente pelo próprio cirurgião-dentista ou técnico em prótese dentária. Como grande desafio, o clínico ou o técnico responsável não devem ape-
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Luis Gustavo Barrotte Albino Ateliê Dr. Luis Gustavo, R. Santo Elias, 383 - Tatuapé CEP 03086-050, São Paulo-SP clinicaluisgustavo@hotmail.com
Albino LGB, Perillo MV, Teixeira TR, Gunther Jr M, Decurcio RA.
Figura 1: Situação inicial. Segundo critérios de avaliação USPHS, é possível observar que as restaurações encontram-se sem forma anatômica característica, assim como apresentam superfície rugosa e adaptação marginal insatisfatória.
Figura 2: Ao remover as resinas compostas e após avaliação biomecânica da estrutura, observou-se (em especial no primeiro molar inferior) ausência da crista marginal e profundidade da caixa proximal distal, largura exagerada do istmo mésio-distal e da distância intercuspídea. Somada à indicação de restauração seriada dos molares, a avaliação clínica remeteu à realização de restaurações indiretas em resina composta.
Figuras 3a-b: Aplicação de sistema adesivo autocondicionante ClearFill SE Bond® (Kuraray, Japão) sem condicionamento seletivo do esmalte, apenas em tecido dentinário, objetivando a regularização de paredes pulpares e circundantes com resina composta, de forma a permitir a expulsividade necessária para a obtenção do molde e a consequente preservação de tecidos dentais por não preparar-se proteticamente.
Figura 3b.
Figura 4: Fotoativação por 60 s com um fotopolimerizador de alta potência, em torno de 1.300 mW.
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RESINA COMPOSTA INDIRETA PARA DENTES POSTERIORES: UMA OPÇÃO SEGURA E EXTREMAMENTE CONSERVADORA
Figura 15: Cimentação da restauração indireta do 37 com um cimento dual NX3 Nexus® (Kerr, EUA).
Figura 16: Resultado imediato após acabamento e polimento das restaurações indiretas.
Figuras 17a-b: Comparativo antes/depois demonstrando a naturalidade e estética do resultado obtido pela aplicação de uma técnica simples, previsível, de pouco estresse físico ao paciente e tempo de trabalho intrabucal bastante reduzido.
Figura 17b.
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norma
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS Please, read the Instructions for Authors at the site www.revistaclinica.com.br A revista Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry é dirigida à classe odontológica e a profissionais de áreas afins. Destinase à publicação de artigos de investigação científica, relatos de casos clínicos e de técnicas, e revisões da literatura de assuntos de significância clínica, com periodicidade trimestral. As normas, principalmente na parte de referência da revista, estão baseadas no Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Biomedical Publication, do International Committee of Medical Journal Editors (Grupo de Vancouver). N Engl J Med. 1997;336:309-16. Essas normas foram atualizadas em outubro de 2004 e estão descritas no site http://www.icmje.org.
NORMAS GERAIS
1) Os manuscritos enviados para publicação deverão ser inéditos, não sendo permitida a sua apresentação simultânea a outros periódicos. Caso não sejam seguidas as normas da revista, o manuscrito será devolvido para as devidas adaptações. A revista Clínica reserva-se todos os direitos autorais do trabalho publicado, inclusive de versão e tradução, permitindo-se a sua posterior reprodução como transcrição, com a devida citação da fonte. 2) A revista Clínica reserva-se o direito de submeter todos os manuscritos à avaliação da Comissão Editorial, que decidirá pela aceitação ou não deles. No caso de aceitação, esta poderá estar sujeita às modificações solicitadas pelo Corpo Editorial. 3) Manuscritos não aceitos para publicação serão devolvidos com a devida notificação e, quando solicitada, com a justificativa. Os manuscritos aceitos não serão devolvidos. 4) Os prazos fixados para a eventual modificação do manuscrito serão informados e deverão ser rigorosamente respeitados. Sua nãoobservação acarretará no cancelamento da publicação do manuscrito. 5) Os conceitos emitidos nos artigos publicados bem como a exatidão das citações bibliográficas serão de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo necessariamente a opinião do Corpo Editorial. 6) Os manuscritos deverão estar organizados sem numeração progressiva dos títulos e subtítulos, que devem se diferenciar pelo tamanho da fonte utilizada. 7) As datas de recebimento e de aceitação do manuscrito constarão no final deste, no momento da sua publicação. 8) A revista Clínica receberá para publicação manuscritos redigidos em português, inglês ou espanhol, entretanto, os artigos em língua estrangeira serão publicados em português. 9) No processo de avaliação dos manuscritos, os nomes dos autores permanecerão em sigilo para os avaliadores, e os nomes destes permanecerão em sigilo para aqueles. Os manuscritos serão avaliados por pares (duas pessoas) entre os consultores do Corpo Editorial. 10) Recomenda-se aos autores que mantenham em seus arquivos cópia integral dos originais, para o caso de extravio deles. 11) Manuscritos que envolvam pesquisa ou relato de experiência com seres humanos deverão estar de acordo com a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, ou com o constante na Declaração de Helsinki (1975 e revisada em 1983), devendo ter o consentimento por escrito do paciente e a aprovação da Comissão de Ética da Unidade (Instituição) em que o trabalho foi realizado. Quando for material ilustrativo, o paciente não deverá ser identificado, inclusive não devendo aparecer nomes ou iniciais. Para experimentos com animais, deverão ser seguidos os guias da Instituição dos Conselhos Nacionais de Pesquisa sobre uso e cuidados dos animais de laboratório. 12) Manuscritos deverão estar acompanhados das Declarações de Responsabilidade e de Transferência de Direitos Autorais, assinadas pelos autores. 13) A revista Clínica compromete-se a enviar ao endereço de correspondência do autor, a título de doação, um exemplar da edição em que seu trabalho foi publicado. Separatas e artigos em PDF são oferecidos a preço de mercado. Para mais informações, consulte nosso site: www. revistaclinica.com.br
CLASSIFICAÇÃO DOS MANUSCRITOS
Os manuscritos podem ser submetidos em três formatos: a) Artigos de investigação científica: título em português e inglês (máximo de 12 palavras), nomes, titulação e filiação institucional dos autores, endereço completo do autor principal (apenas na folha de rosto), resumo (máximo de 10 linhas), palavras-chave, significância clínica (máximo de 10 linhas), introdução, material e métodos, resultados, discussão, conclusões, abstract (máximo de 10 linhas), keywords, referências, desenho esquemático do experimento, tabelas, gráficos, agradecimentos e legenda das figuras (caso houver); b) Relato de casos clínicos e de técnicas: título em português e inglês (máximo de 12 palavras), nomes, titulação e filiação institucional dos autores, endereço completo do autor principal (apenas na folha de rosto), resumo (máximo de 10 linhas), palavras-chave, introdução, revisão da literatura, relato do caso, discussão, conclusões ou considerações finais, abstract (máximo de 10 linhas), keywords, referências, agradecimentos e legenda das figuras; c) Revisão da literatura: título em português e inglês (máximo de 12 palavras), nomes, titulação e filiação institucional dos autores, endereço completo do autor principal (apenas na folha de rosto), resumo (máximo de 10 linhas), palavras-chave, significância clínica (máximo de 10 linhas), introdução, revisão da literatura, discussão, conclusão, abstract (máximo de 10 linhas), keywords, referências, agradecimentos e legenda das figuras (caso houver).
REFERÊNCIAS
As referências (estilo de Vancouver) deverão ser numeradas consecutivamente, na ordem em que aparecem no texto pela primeira vez, excluindo-se, conseqüentemente, o nome do autor no texto. Todos os autores citados no texto, nas tabelas e nas figuras deverão constar nas referências conforme a numeração progressiva deles no texto.
EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS De um a seis autores
Lodish H, Baltimore D, Berk A, Zipursky SL, Matsudaira P, Darnell J. Molecular cell biology. 3rd ed. New York: Scientific American; 1995.
Com mais de seis autores
Liebler M, Devigus A, Randall RC, Burke FJ, Pallesen U, Cerutti A, et al. Ethics of esthetic dentistry. Quintessence Int. 2004 Jun;35(6):456-65.
Livro
Marzola C. Técnica exodôntica. 3a ed. rev. ampl. São Paulo: Pancast; 2001.
Capítulo de livro
Soviero C, Garcia RS. Músculos da mímica facial. In: Oliveira MG, organizadora. Manual de anatomia da cabeça e do pescoço. 3a ed. Porto Alegre: EDIPURS; 1998. p. 66-73.
Sem indicação de autoria
Council on Drugs. List no. 52. New names. JAMA. 1966 Jul 18;197(3):210-1.
Instituição como autor
Conselho Nacional de Saúde(BR). Resolução no 196/96, de 10 de outubro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentares de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília: O Conselho; 1996.
Editor como autor
Murray JJ, editor. O uso correto de fluoretos na saúde pública. São Paulo: Santos;1992.
Trabalho em congresso
Lorenzetti J. A saúde no Brasil na década de 80 e perspectivas para os anos 90. In: Mendes NTC, coordenadora. Anais do 41º Congresso Brasileiro de Enfermagem; 1989 Set 2-7; Florianópolis, Brasil. Florianópolis: ABEnSeção SC; 1989. p. 92-5.
Dissertação e tese
Tavares R. Avaliação da resistência de fundações de amalgama, através da tração de coroas totais metálicas [dissertação]. Florianópolis
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(SC):Programa de Pós-Graduação em Odontologia/UFSC; 1988.
Documentos legais
Brasil. Portaria no 569, de 1 de junho de 2000. Institui o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 8 jun 2000. Seção 1.
Material não publicado
Tian D, Araki H, Stahl E, Bergelson J, Kreitman M. Signature of balancing selection in Arabidopsis. Proc Nath Acad Sci U S A. In press 2002.
Os títulos das revistas serão abreviados conforme consulta no Index to Dental Literature ou nos sites: http://ibict.br e/ou http://www.ncbi.nlm. nih.gov/entrez/query.fcgi?db=PubMed. Colocar no máximo 4 descritores (palavras-chave identificando o conteúdo do manuscrito). Consultar a lista de Descritores em Ciências da Saúde (DECS) elaborada pela Bireme e disponível na internet no site: http://decs.bvs.br, ou Index to Dental Literature, e/ou Medical Subject Headings(MeSH) do Index Medicus no site: http: // www.ncbi.nlm.nih.gov/ entrez/query.fcgi?db=mesh.
Artigo padrão
Notas de rodapé serão indicadas por asteriscos, mas devem ser evitadas ao máximo.
Artigo com número e suplemento
Evitar citar uma comunicação verbal; porém, se necessário, mencionar o nome da pessoa e data de comunicação entre parênteses no texto.
Kidd EA. How ‘clean’ must a cavity be before restoration? Caries Res. 2004 May-Jun;38(3):305-13.
Fitzpatrick KC. Regulatory issues related to functional foods and natural health products in Canada: possible implications for manufacturers of conjugated linoleic acid. Am J Clin Nutr. 2004 Jun;79(6 Suppl):1217S1220S.
Artigo sem número e com volume
Ostengo Mdel C, Elena Nader-Macias M. Hydroxylapatite beads as an experimental model to study the adhesion of lactic Acid bacteria from the oral cavity to hard tissues. Methods Mol Biol. 2004;268:447-52.
Artigo sem número e sem volume
Browell DA, Lennard TW. Inmunologic status of the cancer patient and the effects of blood transfusion on antitumor responses. Curr Opin Gen Surg. 1993:325-33.
Artigo indicado conforme o caso
Collins JG, Kirtland BC. Experimental periodontics retards hamster fetal growth [abstract]. J Dent Res. 1995;74:158.
Artigo de jornal
Tynan T. Medical improvements lower homicide rate:study sees drop in assault rate. The Washington Post. 2002 Aug 12; Sect. A:2 (col.4).
Material eletrônico
Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in an advisory role. Am J Nurs [serial on the Internet]. 2002 Jun [cited 2002 Aug 12];102(6):[about 3 p.]. Available from: http://www.nursingworld.org/ AJN/2002/june/wawatch.htm. Foley KM, Gelband H, editors. Improving palliative care for cancer [monograph on the Internet]. Washington: National Academy Press; 2001[cited 2002 Jul 9]. Available from: http://www.nap.edu/ books/0309074029/html/. Anderson SC, Poulsen KB. Anderson’s electronicatlas of hematology [CDROM]. Philadelphia: Lippincott Willians &Wilkins; 2002.
OBSERVAÇÕES ADICIONAIS
A referência comercial dos equipamentos, instrumentos e materiais citados deve ser composta de modelo, marca e país fabricante, separados por vírgula e entre parênteses. Nas citações diretas e indiretas deverá ser utilizado o sistema numérico. Quando apresentados por número sequencial, colocar hífen; quando aleatório, colocar vírgula. As citações indiretas (texto baseado na obra de um autor) deverão ser apresentadas no texto sem aspas e com o número correspondente da referência (autor) sobrescrito. Exemplo: Nossos resultados de resistência de união ao esmalte estão de acordo com a literatura.12 As citações diretas (transcrição textual) deverão ser apresentadas no texto entre aspas indicando-se o número correspondente da referência e a página da citação, conforme exemplo: “Os resultados deste trabalho mostraram que os cimentos [...]”.12:127
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As ilustrações (fotografia e desenhos, com exceção das tabelas, gráficos e quadros) deverão ser designadas como figuras. Todas as figuras deverão ser fornecidas em slides originais, ou digitais com boa resolução (300dpi e tamanho mínimo de 3000 x 2000 pixels). Todas as figuras, tabelas, gráficos e quadros deverão estar com suas legendas e ser citados no texto e nas referências (quando extraídos de outra fonte). A Comissão Editorial reserva-se o direito de, em comum acordo com os autores, reduzir quando necessário o número de ilustrações. A montagem das tabelas deverá seguir as Normas Técnicas de Apresentação Tabular (IBGE, 1979). Não utilizar nas tabelas traços internos verticais e horizontais. As tabelas e os gráficos deverão ser fornecidos junto com o disquete ou CD do artigo, no formato digital gerado por programas como Word, Excel, Corel e compatíveis. As fotografias deverão ser fornecidas em slides originais ou digitais com boa resolução (300dpi e tamanho mínimo de 3000 x 2000 pixels). É necessário também submeter 3 cópias coloridas (6 fotografias por folha) impressas em papel couché. No caso da submissão de slides, estes deverão vir em folhas de arquivo de slides, numerados, com as iniciais do primeiro autor e com o seu posicionamento (lado direito, esquerdo, superior e inferior) na moldura do slide.
APRESENTAÇÃO DOS MANUSCRITOS
Os artigos submetidos à revista deverão ser encaminhados em 3 cópias impressas, redigidos de acordo com a gramática oficial e digitados na fonte Times New Roman tamanho 12, em folhas de papel tamanho A4, com espaço duplo e margem de 3 cm em todos os lados, tinta preta e páginas numeradas no canto superior direito. O limite máximo para o tamanho do artigo será de 20 folhas. Deve-se encaminhar também cópia do documento utilizando-se o editor Word for Windows 98 ou editores compatíveis, em disquete 1.44 Mb ou CD. Todos os artigos deverão ser enviados registrados, preferencialmente por Sedex, e encaminhados à: Revista Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry. Servidão Vila Kinczeski, 23, Centro, 88020-450, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
CHECKLIST Declarações de Responsabilidade e de Transferência de Direitos Autorais assinada por todos os autores. Três cópias impressas incluindo figuras em papel couché. CD ou disquete contendo todo o manuscrito. Slides originais ou fotografias digitais gravadas em CD.
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