volume 2 nĂşmero 3 julho / setembro 2013
ISSN 2238-1686 Volume 2 Número 3 Julho / Setembro 2013
© Editora Ponto Ltda. A Revista Brasileira de Dicas em Odontologia é dirigida à classe odontológica e a profissionais de áreas afins. Destina-se à publicação de artigos de investigação científica no formato de dicas, relatos de casos clínicos e de técnicas, e revisões da literatura de assuntos de significância clínica, com periodicidade trimestral.
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2 3
v.2, n.3, 2013
Auxiliares Administrativos Leocádia Júlia de Faria leocadia@editoraponto.com.br Barbara Sandy barbara@editoraponto.com.br Atendimento ao Cliente Estefany Pereira revista@revistaclinica.com.br Revisor Giovanni Secco gsecco@th.com.br
Dicas. - - v. 1, n. 1 (jul./set. 2013)-. - - Florianópolis: Ponto, 2013v. : il. ; 23 cm
Trimestral ISSN 2238-1686
Coordenação Editor-Chefe Ronaldo Hirata (ILAPEO-PR) Editores Assistentes Oswaldo Scopin de Andrade (SENAC-SP) Sidney Kina (São Leopoldo Mandic-SP) Editores Associados Aguinaldo Farias (UFPR) Alessandro Loguercio (UEPG) Alexandre Moro (UFPR) Cristian Higashi (UEPG) Luiz Narciso Baratieri (UFSC) Sylvio Monteiro (UFSC) Walter Rosa do Nascimento Jr (ILAPEO-PR)
Corpo Editorial Alessandra Reis (UEPG) André Malmann (UFSM) André Reis (UNG) Antonio Sekito (UFRJ) Carlos Francci (USP-SP) Carolina da Luz Baratieri (UFSC) Cassius Carvalho Torres Pereira (UFPR) Christian Coachman (Clínica privada) Claudio Pinho (Integrato) Daniel Kherlakian (EAP APCD-Central) Dario Adolfi (Spazio Education) Dudu Medeiros (Fotógrafo profissional) Eduardo Achôa (Consultor) Eduardo Miyashita (UNIP) Eduardo Rocha (UNESP-Araçatuba) Ewerton Nocchi Conceição (UFRGS) Gilberto Borges (UNIUBE)
Guilherme Carpena Lopes (UFSC) Henrique Nakama (Trihawk) Ivan Yoshio (Funorp USP-RP) Ivete Sartori (ILAPEO) João Carlos Gomes (UEPG) Jose Arbex Filho (Clínica privada) José Carlos Garófalo (CETAO-SP) Jose Carlos Martins da Rosa / Marcos Alexandre Fadanelli (Clínica Rosa Odontologia) José Carlos Romanini (Laboratório Romanini) José Roberto Moura (Clínica privada) Julio César Joly / Robert Carvalho da Silva / Paulo Fernando de Carvalho (Grupo implantePerio) Junio Santos (UFSC) Jussara Bernardon (UFSC) Katia Cervantes Dias (UFRJ) Luiz Alves Ferreira (Laboratório Luiz Alves Ferreira) Marcelo Giannini (UNICAMP) Marco Masioli (UFES) Marcos Celestrino (Laboratório Aliança) Mario de Goes (UNICAMP) Mario Groismann Messias Rodrigues (Clínica privada) Murilo Calgaro (Studio) Osmir Batista de Oliveira Junior (UNESP-Araraquara) Paula Mathias (UFBA)
Paulo Kano (Instituto Paulo Kano) Raphael Monte Alto (UFF) Renato Miotto Palo (NAP-SP) Roberto Caproni (Grupo Caproni) Sanzio Marcelo Lopes Marques (IEO-BH) Sergio Bernardes (ILAPEO) Victor Clavijo (Clínica privada) Vinicius Di Hipolito (Anhanguera-Uniban) Walter Miranda Jr. (USP-SP) CORPO INTERNACIONAL Angelo Putignano (Itália) August Bruguera (Espanha) Beatriz Gimenez (Espanha) Daniel Edelhoff (Alemanha) Farhad Vahid (EUA) Gustavo Vernazza (Argentina) Jordi Manauta (Itália) Mário Jorge Silva (Portugal) Mauricio Peña Castillo (Colômbia) Paulo Guilherme Coelho (EUA) Sascha Jovanovic (EUA) Silas Duarte (EUA) Tetsuji Aoshima (Japão) Touradj Ameli (EUA) Vicenzo Musella (Itália) Walter Devoto (Itália) You Nino (Japão)
Sumário
6
EDITORIAL / Ronaldo Hirata editor-chefe
em:
18
LEITOR / Eduardo Coutinho Pereira de Souza
24
ORTODONTIA 1 / Luiz Vicente de Moura Lopes, Gladys Cristina Dominguez Morea
26
DENTÍSTICA / Rafael Calixto, Jorge Eustáquio, Nelson Massing
32
PRÓTESE / Carlos Eduardo Godoy, Valter Battilani Filho
34
Eventos e Educação Continuada / Sylvio Monteiro Junior
36
ESTÉTICA / Monique de Almeida Solon-de-Mello, Gustavo Oliveira dos Santos, Raphael Vieira Monte Alto
42
ORTODONTIA 2 / Alexandre Moro, Suellen Wacheski Borges
48
COR / Jon Gurrea, Conse Pueyo, August Bruguera
54
FACETAS / Victor Cesar Mussalem Santos, Rudá França Moreira, Simone Saad Sauma, Antônio Fernando Monnerat
58
PERIODONTIA / Fábio Matos Chiarelli, EduardoCláudio Lopes de Chaves e Mello Dias
62
BIÓPSIA / Marcelo Carlos Bortoluzzi, Eduardo Bauml Campagnoli
8 12
MADô: aos olhos de kina e hirata / Sidney Kina GERAÇÃO POWER POINT / Eduardo Souza-Junior, William Cunha Brandt, Ronaldo Hirata, Mário Alexandre Coelho Sinhoreti
4 5
v.2, n.3, 2013
68
gaps: fechando espaços / Oswaldo Scopin de Andrade, Dario Adolfi
70
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PROPAGANDA
Surpreenda-se com
Sentei-me uma vez no avião ao lado do grande Re-
mais.
nato Teixeira, músico e violonista, fantástico; autor
Um grande abraço,
de “Ando devagar” e “Romaria”. Queria muito dizer
Ronaldo Hirata
somente o quanto admirava e me emocionava sua
música, mas ao mesmo tempo não quis invadir seu
Nem pensava em receber uma resposta, e eis que
tempo e meditação. Escrevendo este editorial, me
duas horas depois recebo esta mensagem:
forcei a postar uma mensagem para ele. Se lido ou
Obrigado, Ronaldo. Cumprimento você por tudo
não, não é o mais importante, o fiz principalmente
que tem feito pelo ensino da Dentística, e passado
por mim, mas “inbox”:
seus conhecimentos de modo competente e prin-
Escrevo esta mensagem para desejar muita saúde
cipalmente de forma honesta. Tenho acompanha-
e agradecer o quanto melhorou nossos dias com
do seu sucesso e sua trajetória, o que para mim
a emoção do seu som. Sentei-me uma vez ao seu
Sim, eu sei. A vaidade é uma armadilha, como sem-
é motivo de orgulho, porque é com profissionais
lado no avião e queria muito dizer essas palavras
pre me lembra o professor Baratieri. Ainda assim
como você que a Dentística e a Odontologia se de-
na hora, mas não quis atrapalhar. Mas nunca é tar-
ela aparece travestida de outras sensações. Muitas
senvolvem cada vez mais. Parabéns também pelo
de. Grande abraço.
vezes ela aparece com a desculpa de “marketing
livro. Assim, Ronaldo, torno público esse conceito
pessoal”, por vezes maquiada de amor declarado,
e admiração que tenho por você e seu trabalho.
de paixão, entre outras. O facebook se tornou a pos-
Abraça-o
sibilidade de exteriorizar e ampliar tudo isso.
Mondelli
Editorial
no auditório principal do Anhembi e me marcou de-
Ronaldo Hirata Editor-Chefe ronaldohirata@ronaldohirata.com.br www.ronaldohirata.com.br
INBOX
Ao longo da minha curta vida profissional, lembro-me de ter tido algumas divergências técnicas,
Pronto, aquela década de divergências havia sumi-
acredito, com o professor Mondelli, talvez até filo-
do em uma fração de segundos e depois de algu-
sóficas, mas isso sempre foi repassado para os
mas palavras, mas obviamente elas teriam de ser
dois lados, de forma indireta, como tudo o que é
sinceras, e também, obviamente, teria de ser uma
repassado, indiretamente, aumentado e distorcido,
mensagem pessoal, “inbox”. Ela permaneceu ape-
mas que faz parte da nossa vida de palestrante. Há
nas como uma conversa entre nós por um bom
sempre pessoas levando e trazendo informações,
tempo, e somente agora a divulgo com a intenção
um disse me disse, e isso sempre cria o circo que
de abrir um ponto: tem algo para falar, diga direta-
movimenta os bastidores da odontologia. Nunca
mente, ou “inbox”. Seja para o bem ou para o mal, e
havia falado pessoalmente com ele e, muito menos,
o faça enquanto tem tempo.
discutido algo em relação à odontologia. Eis que um
Se você admira alguém, diga isso sem a necessi-
dia desses, depois de uma década de informações
dade de postar para o mundo, para receber abaixo
distorcidas e pessoas envolvidas, eu envio uma
milhões de “curtir” ou “show”. Faça para você e para
mensagem a ele, a qual, autorizada pelo próprio
a pessoa que está envolvida; talvez você queira di-
professor Mondelli, exponho a seguir:
zer a uma pessoa o quanto a ama e sua importância;
Professor, gostaria somente de agradecer tudo o
faça-o “inbox”, ou melhor, diga para a pessoa pesso-
que fez pela odontologia, e um livro que marcou mi-
almente.
nha vida que foi o “Operatória vermelho”, um clássi-
Se você acha importante, elogie aquela pessoa que
co da dentística. Nunca tive a oportunidade de dizer
você queria faz muito tempo, diga palavras since-
o quanto admiro e respeito o senhor. Assisti a um
ras, não para os outros lerem, mas para aquele que
dos primeiros cursos de dentística da minha vida
você admira ler. Faça-o por você e por ele.
6 6 7
v.2, n.3, 2013
Oss e grande abraço!
GERAÇÃO
Power Point
Odontologia baseada em evidências* Artigo:
Eduardo Souza-Junior
Cirurgião-Dentista, Mestre em Dentística - UNICAMP, Doutorando em Materiais Dentários – UNICAMP, SP edujcsj@gmail.com
William Cunha Brandt
Cirurgião-Dentista, Mestre e Doutor em Materiais Dentários – UNICAMP Professor da Universidade de Santo Amaro – UNISA, SP
Eight-year clinical evaluation of a 2-step self-etch adhesive with and without selective enamel etching. Peumans M, De Munk J, Van Landuyt, Poitevin A, Van Meerbeek B. Dent Mater. 2010 Dec;26(12):1176-84.
clínicas. Dessa forma, estudos de acompanhamento clínico com períodos maiores de avaliação do desempenho da união dente-restauração são essenciais para predizer a qualidade de sistemas adesivos autocondicionantes. Entre os adesivos autocondicionantes, o adesivo de acidez média e 2 passos Clearfil SE (Kuraray, Japão) é considerado o padrão-ouro devido a sua alta capacidade de união em dentina. O primer desse sistema adesivo possui um pH de 2,0, promovendo, assim, uma camada híbrida unifor-
Avaliação clínica de 8 anos de um adesivo autocondicionante de 2 passos com e sem condicionamento ácido seletivo do esmalte. Peumans M, De Munk J, Van Landuyt, Poitevin A, Van Meerbeek B. Dent Mater. 2010 Dec;26(12):1176-84.
me, mantendo substancialmente os cristais de hidroxiapatita e protegendo as fibrilas colágenas. Todavia, o grande componente desse primer é o monômero 10-MDP, o qual tem capacidade de interagir com a hidroxiapatita residual por
Ronaldo Hirata
meio de uma ligação iônica, a qual é estável ao
Cirurgião-Dentista, Mestre em Materiais Dentários e Doutor em Dentística Professor Assistente do Departamento de Biomateriais da New York University, EUA
longo do tempo.2 Poucos são os estudos clínicos de acompanhamento por um tempo considerável da utilização desse sistema adesivo.
Mário Alexandre Coelho Sinhoreti
Cirurgião-Dentista, Mestre e Doutor em Materiais Dentários – UNICAMP Professor Titular de Materiais Dentários – UNICAMP, SP
Em lesões cervicais não cariosas classe V, há uma parte da superfície de união em esmalte e outra em dentina na região mais cervical. Sabe-se que a adesão em esmalte é melhor quando
Introdução
adesivos convencionais são utilizados, devido ao padrão de condicionamento do esmalte cria-
Geração Power Point: termo usado por Özcan em seu editorial para referir-se à tendência atual de cursos com muitos casos do tipo “antes/depois” e fotos artísticas de face, mas com pouca informação técnica e científica. * Özcan M. A geração Power Point. Clínica. 2010;6(4). Do original: Özcan M. The Power Point generation. J Adhes Dent. 2010;2(2):87. Agradecimento: Quintessence Publishing Co. Ltda., detentora dos direitos autorais.
12 13
v.2, n.3, 2013
A longevidade clínica de restaurações adesivas
do pelo ácido fosfórico. A maioria dos estudos
com resina composta ainda é pequena devido
reporta uma qualidade de união do Clearfil SE
à degradação da interface dente-restauração.1
ao esmalte significantemente pequena. Sendo
Essa degradação da interface adesiva é muito
assim, um condicionamento ácido seletivo do
estudada através de testes de laboratório, como
esmalte tem sido sugerido com o intuito de au-
fadiga mecânica, fadiga termomecânica, degra-
mentar a durabilidade da união do Clearfil SE ao
dação em água e degradação enzimática.1 Entre-
esmalte.3,4 Os autores do presente artigo inicia-
tanto, não é correto generalizar que os estudos
ram um estudo clínico avaliando o efeito clínico
laboratoriais podem predizer a durabilidade clíni-
do condicionamento ácido seletivo do esmalte
ca de restaurações adesivas em circunstâncias
no desempenho clínico de restaurações classe
Clareador dental à base de Peróxido de Carbamida a 37% Por que usar os clareadores da bm4 • Utilizam dessensibilizante biodegradável (oxalato de potássio); • Apresentam excelente consistência, o que dificulta o escoamento sobre os tecidos moles; • Testados cientificamente e comprovados como eficazes; • Recomendados por inúmeros professores e líderes de opinião (veja no informativo saiba, www.bm4.com.br); • Minimizam a sensibilidade dental; • Clareiam os dentes com apenas 15 minutos a uma hora de uso diário; • Podem ser usados sem barreira gengival, inclusive o PowerBleaching a 37%; • Disponíveis em bisnagas nas concentrações 10% e 16%, de forma a facilitar a aplicação.
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DICAS DO LEITOR
Aproveitamento de fragmento dentário: a integração entre dentística restauradora e abordagem biomimética
Por que é importante?
sua textura anormal (com aspecto borrachoide), Nos dias atuais, em que a Odontologia Reabilita-
foi responsável pela fragilização da junção ame-
dora está direcionada para a preservação (má-
lodentinária, tendo causado a fratura do suporte
xima) da estrutura dentária, cada milímetro de
em esmalte da cúspide.
estrutura que preservamos faz-nos caminhar nessa direção, tanto biológica quanto mecanicaCom o desenvolvimento e seu constante aperfei-
• Material para isolamento absoluto (arco de
çoamento e estudos longitudinais sobre adesão
Young, lençol de borracha, pinça perfuradora,
dentária e seu emprego nos diferentes substra-
grampo 26)
tos e materiais, tem-se conseguido excelentes
• Anestésico, agulha gengival e carpule
resultados, tanto no médio como no longo pra-
• Escova de Robinson, pedra-pomes e solução
zos, dos trabalhos restauradores, favorecendo, também, no quesito preservação, uma vez que, com uma correta utilização das técnicas e provezes se tem que intervir nos elementos, a fim
Souza, Eduardo Coutinho Pereira duducoutinho20@hotmail.com
Standart, Bioart) • Ácido fosfórico a 35% (Ultra-Etch 35%, Ultradent) • Microbrush
No dia a dia clínico, é comum encontrarmos pa-
• Adesivo à base de cianoacrilato (Super Bon-
cientes que sofreram traumatismos em seus elementos dentários, e é nossa obrigação reasempre que possível, a vitalidade, a morfologia e a função deles. Nesta dica, gostaria de compartilhar com os colegas a técnica de colagem de fragmento de esmalte em primeiro molar inferior,
der, Helkel) • Adesivo dentinário Total Etch (Optibond FL, SDS Kerr) • Resinas compostas compatíveis com as cores do substrato • Cimento de ionômero de vidro resinoso (Vitro Fil LC, DFL)
fraturado em função de falha mecânica interna,
• Espátulas para resina em dentes posteriores
decorrente de cárie, em que a adesão natural do
• Contra-ângulo multiplicador (T2 Revo, Sirona)
elemento não foi, por si só, capaz de suportar um
• Fotopolimerizador (Bluephase G2, Ivoclar Viva-
esforço mastigatório “simples”, como comer um pão de queijo. A “capa” de esmalte que suportava toda a cúspide mésio-lingual do elemento 36 foi
v.2, n.3, 2013
de clorexidina a 2% • Microjato de óxido de alumínio (Microjato
de “restaurá-los”.
bilitá-los empregando técnicas que preservem,
18 19
O que é necessário?
mente falando.
cedimentos adesivos e restauradores, menos
Especialista em Dentística – ABO Anápolis-GO
através de mudança na coloração (escurecida) e
dent) • Pinça porta-carbono e carbono de articulação 12 micras
fraturada, mantendo-se a morfologia dentinária
• Materiais de acabamento e polimento (borra-
“intacta”. A cárie crônica observada no elemen-
chas Jiffy verde, amarela e branca, escova de
to dentário, atuando e modificando o substrato,
carbeto de silício)
DICAS DE ORTODONTIA
Onde posicionar o gancho ortodôntico durante a mecânica de retração por deslizamento
Por que é importante?
O que é necessário?
Aprimorar o estudo e o entendimento da mecâ-
• Bráquetes
nica ortodôntica é de vital importância, porque
• Tubos
permite planejar a forma mais vantajosa para
• Arco .019” x .025” de aço
obter a movimentação dentária requerida em
• Amarrilhos metálicos individuais
cada caso a ser tratado.
• Gancho soldado ao arco
Vários autores1-3 fazem uso da mecânica por
• Mini-implante
deslizamento, utilizada na fase de retração do
• Mola fechada NiTi
tratamento ortodôntico, em casos com extrações, ou não. Conhecer como ocorre a distribui-
Como fazer?
ção de força durante essa etapa do tratamento faz-se necessário. A compreensão dos fenôme-
Para que a mecânica de retração por desliza-
nos físicos, químicos e biológicos envolvidos em
mento possa ser iniciada, é necessário que o
um tratamento ortodôntico e nos planejamentos
alinhamento e o nivelamento da arcada estejam
e ajustes a serem empregados permite um me-
completos e com o arco .019” x .025” instalado,
lhor domínio da mecânica aplicada, bem como a
amarrado ao arco com amarrilhos metálicos in-
minimização dos efeitos colaterais inoportunos,
dividuais. Nesse momento faz-se necessária a
Mestre em Ortodontia – USP-SP
eventualmente produzidos durante o tratamen-
escolha do local para instalação do gancho sol-
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia CNAPS – PR
to.
dado ao arco, mesial ou distal do canino. O mini-
O desenvolvimento de novas tecnologias possi-
-implante já deverá estar instalado, obedecendo
bilita, hoje, simular, por meio de computadores,
a um plano de tratamento predefinido, em que
situações clínicas reais, que podem ser estuda-
se constatou a necessidade de ancoragem es-
das em vários aspectos, inclusive criando situa-
quelética durante a retração. Após a soldagem
ções semelhantes, para ser comparadas com a
do gancho no arco, instala-se a mola fechada de
original.
NiTi de força predeterminada de 150 g, unindo o
Lopes, Luiz Vicente de Moura
Professor do Curso de Especialização em Odontopediatria – ABO – PR lvl@luizvicentelopes.com.br
Morea, Gladys Cristina Dominguez Professora Associada da Disciplina de Ortodontia da FOUSP
Uma delas é o método de análise dos elementos
24 25
v.2, n.3, 2013
gancho ao mini-implante.
que permite realizar um modelo
As Figuras8 A e B ilustram retrações realizadas
3D de sólidos geométricos com superfícies mui-
com um gancho de 4 mm de altura, localizado
to irregulares, como uma maxila. Como resulta-
na mesial e distal dos caninos, com um vetor de
do, o MEF fornece, por meio de escala de cores, a
força de 150 g em direção a um mini-implante,
análise de distribuições de tensões que ocorrem
simulando uma ancoragem esquelética. Já a Fi-
no sólido estudado, permitindo a visualização de
gura C representa uma situação clínica idêntica
regiões que sofrem maior estresse, durante a
à simulada na Figura A, corriqueira no dia a dia de
aplicação de determinada força.
um consultório ortodôntico.
finitos (MEF),
4-7
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DICAS DE DENTÍSTICA
Por que é importante? As resinas diretas em dentes anteriores são um
Restabelecimento do contorno e ponto de contato proximal em resina anterior
desafio para o clínico e especialista no que diz respeito, principalmente, à devolução de cor e forma. Porém, um correto restabelecimento do contorno proximal e do ponto de contato também é importante para que se tenha uma estética adequada da restauração, tanto como para evitar problemas gengivais e/ou de infiltração marginal. É comum em procedimentos restauradores como diastema, faceta e classe IV extensa encontrar dificuldade na devolução do correto con-
CALIXTO, Rafael Especialista, Mestre e Doutor em Dentística Restauradora – UNESP Araraquara/SP
tato proximal, gerando restaurações com contornos inadequados, desadaptações, falta de material, etc . Com isso, o objetivo deste artigo é sugerir uma técnica de confecção do ponto de
lrcalixto@hotmail.com
contato proximal em dentes anteriores, restabe-
EUSTÁQUIO, Jorge
lecendo também o correto contorno da restau-
Mestre em Dentística Restauradora – SL Mandic/SP
ração.
MASSING, Nelson
O que é necessário?
Como fazer?
• Tira de poliéster
Para a aplicação dessa técnica de confecção do
• Espátulas ultrafinas para resina composta
ponto de contato proximal, os passos clínicos de
Especialista e Mestre em Dentística Restauradora – ULBRA/RS
(Ex.: IPC-L Cosmedent; Mini 3 – Hu-Friedy) • Pincel para resina – pelo de marta (Ex.: Cosmedent; HotSpot) • Material para acabamento e polimento de resinas
26 27
v.2, n.3, 2013
estratificação de camadas de resina composta devem ser seguidos convencionalmente a partir do esmalte palatino até o esmalte vestibular, de acordo com o tipo de restauração que será realizado (Fig. A-D). Porém, após a estratificação, o
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DICAS DE PRÓTESE
Alternativa para tratamento de dentes com mobilidade devido à reabsorção radicular severa – Parte 1 (Cerâmica, o material)
A reabsorção radicular externa apical é um pro-
de restaurações muito finas e, ao mesmo tempo,
blema que pode estar associado ao tratamento
estéticas. Uma vez que o material apresenta alta
ortodôntico.1 Os fatores relacionados à causa
resistência flexural (360 MPa a 400 MPa),5 frag-
das reabsorções radiculares podem ser de ori-
mentos podem ser utilizados em áreas de carga
gem mecânica e/ou biológica.
oclusal, tornando-se uma excelente alternativa
Os dentes mais acometidos por essa patologia
restauradora rm relação às resinas indiretas de
são os incisivos superiores. As reabsorções ex-
segunda geração, as quais passaram por redu-
tremas (mais que 1/3 da raiz) associadas a dis-
ção da contração de polimerização, aumento da
túrbios parafuncionais e trauma oclusal podem
resistência flexural e resistência à fratura nos
gerar problemas ainda maiores e até mesmo
últimos anos,6 porém com um contínuo proble-
chegar à esfoliação dentária em casos mais se-
ma de manchamento, tanto marginal quanto de
veros.3
corpo, bem como elevado desgaste do material
Em situações graves, quando a proporção co-
no longo prazo.
2
roa-raiz é menor que 1/1, a mobilidade dentária é comum e apresenta-se como adaptação do li-
O que é necessário?
gamento periodontal ante os esforços gerados na coroa.4 A ferulização dentária com próteses fixas vem
Godoy, Carlos Eduardo Pós-graduado em Endodontia UNIOESTE - PR Especialista em Dentística ILAPEO – Curitiba-PR Educação continuada no Curso de Especialização em Dentística do ILAPEO – Curitiba-PR
Battilani Filho, Valter Especialista em Prótese dentária FOB/USP Especialista em Periodontia FOB/USP Especialista em Implantodontia Branemark Institute – Bauru-SP
• Modelos iniciais
comprometidos, tendo como princípio a divisão
• Material de preparo dental
dos esforços mecânicos sofridos, diminuindo o estresse sobre o complexo periodontal. Porém, apesar das vantagens, esse tratamento normalmente está relacionado a grande desgaste dentário para a confecção de próteses fixas. Atualmente, com o avanço das técnicas e materiais da odontologia restauradora, é possível o clínico optar por uma prática minimamente invasiva. O dissilicato de lítio (sistema E.max, Ivoclar Vivadent) é uma cerâmica odontológica sensível mentada adesivamente sobre a estrutura dentária, principalmente sobre o esmalte, se torna altamente resistente, devido à força de união. Esta última característica permite a utilização
v.2, n.3, 2013
ções
sendo utilizada como tratamento de dentes
ao condicionamento ácido, a qual, quando ci-
32 33
• Radiografias para diagnóstico das reabsor-
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DICAS DE EVENTOS E EDUCAÇÃO CONTINUADA
A educação a distância é legalmente caracteri-
acervo eletrônico remoto para acesso por
zada no Brasil como a modalidade educacional
meio de rede de comunicação e sistemas
na qual a mediação didático-pedagógica nos
de comunicações com regime de funciona-
Educação a distância
processos de ensino e aprendizagem ocorre
mento e atendimento adequado aos estu-
mediante a utilização de meios e tecnologias de
dantes.
informação com estudantes e professores que desenvolvem atividades não presenciais, por-
DIFERENÇAS
tanto, estando em lugares diversos. Tal definição explicita, entre outras coisas, a ne-
Como diz o professor Márcio Silveira Lemgru-
cessidade de professores realizando a media-
ber, em seu artigo “Educação a distância: para
ção pedagógica, além de alguns requisitos a se-
além dos caixas eletrônicos”, para os brasileiros
rem cumpridos pelas instituições que solicitam
mais velhos tal modalidade pode trazer à me-
credenciamento nessa modalidade.
mória os gibis com anúncios de cursos por correspondência.
REQUISITOS
Com certeza, essa foi a característica da primeira geração da educação a distância: a edu-
MONTEIRO JUNIOR, Sylvio Professor Titular de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC
Para oferecer a modalidade de educação a
cação por correspondência, na qual o processo
distância, as instituições credenciadas devem
se desenvolvia por meio de guias de estudo im-
apresentar:
pressos e exercícios, ambos enviados por cor-
1. projetos pedagógicos para os cursos e pro-
reio tradicional.
gramas que serão ofertados na modalidade
A partir da década de 1970, a educação a dis-
a distância;
tância passou a utilizar, cada vez mais, recur-
2. corpo docente com as qualificações exigidas
sos diversos, como a televisão, fitas de áudio e
pela legislação em vigor e, preferencialmen-
vídeo, interação por telefone, além de material
te, com formação para o trabalho com edu-
impresso.
cação a distância;
Atualmente, estamos na terceira geração da
3. descrição detalhada dos serviços de suporte
educação a distância, que é baseada em redes
e infraestrutura adequados à realização do
de conferência por computador e estações de
projeto pedagógico relativamente a:
trabalho multimídia, em razão das possibilida-
• (a) Instalações físicas e infraestrutura de
des oferecidas pela internet.
suporte e atendimento remoto aos estudantes e professores;
VANTAGEM
• (b) polos de educação a distância para execução descentralizada de funções pe-
A grande vantagem da educação a distância é
dagógico-administrativas do curso;
permitir o acesso à educação das mais diversas
• (c) bibliotecas adequadas, inclusive com 34 35
v.2, n.3, 2013
classes e grupos sociais - até há bem pouco
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DICAS de ESTÉTICA
Por que é importante? A constante procura por restaurações estéticas
ção cerâmica e da cor do cimento.2,3 Estudos de-
bem como a incansável luta pela preservação
monstram que o substrato dentário pode ter in-
dos tecidos da estrutura dental têm motivado
fluência primária na aparência de restaurações
pesquisadores à busca de melhorias nos mate-
cerâmicas definitivas.5,6 A cor do cimento pode
riais odontológicos.
ajudar a mascarar o escurecimento do elemento
Atualmente, diferentes sistemas cerâmicos e
dentário, igualar diferentes substratos e ajustar
marcas comerciais estão disponíveis no merca-
pequenas nuances na cor final da restauração.
do mundial, que, somados aos avanços na odon-
Os cimentos resinosos apresentam variedade
tologia adesiva, permitem ao profissional téc-
de cores e diferentes níveis de opacidade3,4 (Fig.
nicas mais conservadoras, utilizando materiais
A-C), permitindo-nos utilizá-los em situações dis-
com melhores propriedades físicas e ópticas,
tintas. Um dos métodos para selecionar a tonali-
mimetizando ainda mais os tecidos dentários e
dade do cimento é utilizar pastas de provas (try-
alcançando excelentes resultados estéticos.
-in) antes do procedimento de cimentação.6,7
Essa evolução nos materiais cerâmicos nos per-
As pastas try-in são solúveis, de fácil remoção,
mitiu trabalhar com restaurações com espessu-
à base de glicerina pigmentada, com consistên-
ras ainda mais reduzidas, responsáveis apenas
cia e cor similares às do cimento resinoso, e têm
por pequenas correções morfológicas, sem o
como objetivo simular o efeito cromático promo-
objetivo de alterações na coloração dos dentes.
vido pelo cimento resinoso completamente poli-
A escolha de material para cimentação de res-
merizado após sua fotoativação.6
taurações com pequenas espessuras, assim
As pastas de provas ajudam na avaliação da cor-
como facetas, laminados e fragmentos é de ex-
respondência de cor dessas restaurações para
trema importância, já que a tonalidade dos ci-
certificar que a expectativa estética do caso
mentos resinosos pode alterar a cor final de res-
pode ser alcançada após a cimentação.7,8 Indivi-
1,2
taurações translúcidas. Os cimentos resinosos
dualizar a escolha do cimento, harmonizando a
Professor do Mestrado em Odontologia – Clínica Odontológica – UFF
fotoativados são largamente defendidos na lite-
opacidade e a cor, pode criar um melhor resul-
Professor do Curso de Especialização em Implantodontia – UFF
ratura como materiais de escolha para cimenta-
tado. Através de mistura de cimentos, o clínico é
ção dessas restaurações adesivas.3,4 Sendo as-
capaz de ajustar a cor da restauração.2 A possi-
sim, sua seleção é um fator crítico na obtenção
bilidade de testar essa mistura com as pastas de
de resultados estéticos para restaurações com
provas leva à escolha mais sensata e segura da
pouca espessura.3
tonalidade do cimento a ser utilizada.
O comportamento óptico das restaurações ce-
Após a escolha da cor, as pastas try-in devem
râmicas é determinado pela combinação de
ser completamente removidas do preparo e da
alguns fatores, como a coloração da estrutura
restauração, para não comprometer a adesão do
dentária (substrato), da espessura da restaura-
cimento resinoso com o elemento dentário.
A importância das pastas de prova (try-in) e como individulizá-las para cada caso
1
Solon-de-Mello, Monique de Almeida Mestranda em Dentística - UERJ
Santos, Gustavo Oliveira Prof. Adjunto da Disciplina de Clínica Integrada – UFF Prof. do Mestrado em Odontologia – Clínica Odontológica – UFF
Monte Alto, Raphael Vieira Professor Adjunto da Disciplina de Clínica Integrada – UFF
36 37
v.2, n.3, 2013
DICAS DE ORTODONTIA 2
Por que é importante? Imagine corrigir dentes desalinhados e chegar a
veram oportunidade de tratar os dentes quando
um sorriso perfeito sem mostrar aparelhos me-
criança, estão buscando o tratamento agora e
tálicos ou de cerâmica. Isso é possível com a téc-
também não querem usar um aparelho conven-
nica lingual, a técnica invisível.
cional.
A ortodontia lingual, como conhecida atualmen-
Entretanto, muitos profissionais já perceberam
te (aparelho multibráquetes), começou na déca-
que os alinhadores possuem uma série de des-
da de 70, no Japão, com Kinja Fujita, para pro-
vantagens, como custo elevado, longo período
teger os tecidos moles (lábios e bochechas) de
de tratamento, dependência da colaboração do
lutadores de artes marciais do impacto contra os
paciente, finalização problemática, não movi-
bráquetes. Nos Estados Unidos, surgiu em 1975,
mentação do dente de corpo, não ser “invisível” e
quando Craven Kurz e Jim Mulick iniciaram seus
planejamento no computador demorado.5
estudos na Universidade da California, em Los
Para competir com os alinhadores, as empresas
Angeles. Apesar do grande entusiasmo inicial
têm partido para a técnica lingual simplifica-
Mestre em Ortodontia pela UMESP
que se gerou na especialidade, logo caiu em de-
da (“Social Six”,6 Ortodontia Lingual 2D,4 “Minor
Doutor em Ortodontia pela USP – Faculdade de Odontologia de Bauru
suso, devido à má qualidade dos resultados ob-
Tooth Movement”,7 bráquete Idea-L,8 etc.). Ela se
Professor Associado da UFPR – Graduação e Pós-Graduação em Ortodontia
tidos. As razões para isso foram o treinamento
destina a alinhar apenas os dentes anteriores
inadequado dos profissionais, sistemas de labo-
(casos cosméticos simples), não necessita da
Ortodontia lingual simplificada
1
Moro, Alexandre
Professor Titular da Universidade Positivo – Graduação e Pós-Graduação em Ortodontia alexandremoro@uol.com.br
Borges, Suellen Wacheski Aluna do Curso de Mestrado em Odontologia Clínica da Universidade Positivo
2
ratório mal desenvolvidos e a indisponibilidade
realização de um set-up, nem de grandes pro-
de arcos pré-formados.
cedimentos laboratoriais, e pode ser realizada
Na década de 90, a técnica lingual praticamen-
no próprio consultório. Na técnica simplificada, o
te foi esquecida nos Estados Unidos, mas teve
mais indicado tem sido a colagem dos bráquetes
grande desenvolvimento na Ásia e na Europa.
nos modelos sem a confecção de um “pad” (Fig.
Vários tipos de bráquetes linguais e sistemas
A), e sua transferência por meio de uma moldeira
de montagem do aparelho no laboratório foram
completa (Fig. B) ou do tipo individual (Hiro Sys-
desenvolvidos, e as dificuldades iniciais foram
tem9) para os dentes do paciente.
sendo superadas.
No caso clínico aqui descrito, foi utilizada a Téc-
Na atualidade, a ortodontia lingual está pas-
nica Lingual 2D da Forestadent, que possui um
sando por uma nova fase, e muito do que está
bráquete autoligado que não tem uma tradicio-
acontecendo deve-se à grande divulgação dos
nal canaleta retangular na base. O bráquete tem
alinhadores transparentes removíveis. Muitos
duas aletas na superfície lingual para prender o
pacientes que fizeram um primeiro tratamento
arco. Como não possui uma canaleta retangular,
quando adolescentes com aparelho fixo metá-
são possíveis apenas movimentos de primeira e
lico estão hoje corrigindo pequenas recidivas.
de segunda ordem, ou seja, não é possível con-
E esses pacientes têm preferido utilizar apare-
trolar o torque (inclinação vestibulolingual).
3
4
lhos estéticos, principalmente os alinhadores. Da mesma forma, pacientes adultos que não ti42 43
v.2, n.3, 2013
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DICAS DE SELEÇÃO DE COR
Por que é importante? Quase todos os dentistas deparam-se com a si-
Só que a Vita não é uma das outras empresas, e
tuação de ter de usar uma escala de cor pelo me-
as diferentes cores disponíveis após a definição
nos uma vez na vida (Fig. A). Mas para a maioria
da nomenclatura da Vita não guardam relação
dos clínicos o único processo mental é escolher
entre si, ou seja, a cor Vita A3, a cor A3 de e.max
a cor da escala Vita Classical de sua preferên-
Ceram da Ivoclar, a A3 da D.Sign e a A3 da Crea-
cia, ou aquela que ele/ela acha que “bate” com o
tion não têm nada em comum, a não ser o nome
dente a ser copiado. Parece óbvio, a nomenclatu-
“A3”. Assim, a classificação de A1 até D4 não é
ra da escala Vita tem sido um padrão por quase
um padrão (Fig. D-E).
60 anos e está nas gavetas de quase todos os
Lemos muitos livros e artigos, mas poucos des-
consultórios e laboratórios do mundo (Fig. B). En-
crevem os princípios básicos e mostram o que se
tretanto, quando se trata de venda de cerâmicas,
precisa para escolher a cor adequada para uma
o domínio da Vita no mercado de escala de cores
restauração indireta e um protocolo adequado,
Dentista
é muito mais fraco, e em muitos países a em-
para comunicá-la ao técnico do laboratório.
Consultório particular em Bilbao, Espanha
presa não é a número 1 em vendas de cerâmica
E a comunicação é o nome do jogo. O técnico de
Professor Visitante da Universidad Europea de Madrid
odontológica. Então, por que escolher a escala
laboratório recebe informações que têm de ser
de cor Vita Classical para comunicar a cor se ela
fáceis de entender e que deveriam ser reprodu-
não tem relação com qualquer cerâmica vendida
zíveis. Como produzimos essas informações?
no mercado? A Vita recomenda expressamente
Temos os instrumentos corretos? Sabemos qual
usar a escala de cor 3D Master, pois ela apresen-
escala de cor utilizar?
Seleção de cor em restaurações indiretas
Gurrea, Jon
jon@dentistabilbao.com
Pueyo, Conse Dentista Consultório particular em Bilbao, Spain
Bruguera, August Técnico de laboratório em Barcelona, Espanha Dental Training Center Barcelona
48 49
v.2, n.3, 2013
ta uma abordagem da cor mais científica (Fig. C).
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DICAS DE FACETAS
Reabilitação estética com facetas cerâmicas em E-max em paciente portadora de microdontia
Por que é importante?
Como fazer?
A microdontia é o termo utilizado para designar
1. Apresentação do caso e planejamento
uma patologia em que o dente apresenta dimen-
Aos 12 anos de idade, em 2001, a paciente
são menor que o comum. Porém, quando essa
NPG apresentou-se à clinica de atualização em
alteração acomete toda a dentição, é chamada
dentística da FO/UERJ queixando-se de es-
de microdontia difusa e gera amplo espaçamen-
paçamento entre os dentes. Foram realizadas
to entre os dentes dos arcos dentários.1
restaurações com resinas compostas para fe-
Essa anomalia dentária pode abalar a autoesti-
chamento dos diastemas (Fig. A).
ma e, para reduzir as consequências, é necessá-
Oito anos após, a paciente procurou novamente
rio que a intervenção odontológica seja rápida,
o atendimento com o desejo de realizar a reabi-
mediante o fechamento provisório dos espaços
litação estética definitiva, sendo encaminhada
com resinas diretas e através da ortodontia,
para a ortodontia, onde foi estabelecido aumen-
que distribuirá corretamente os espaços, para
to da dimensão vertical, fechamento de espaços
futura reabilitação definitiva. No presente caso,
na região posterior e melhor distribuição de es-
realizaram-se facetas cerâmicas utilizando o
paços na região anterior.
sistema cerâmico IPS e-max (Ivoclar Vivadent,
Após as movimentações ortodônticas, foi reali-
Liechtenstein).
zado clareamento dental caseiro do arco supe-
2
rior com gel de peróxido de carbamida a 16%, du-
O que é necessário?
Santos, Victor Cesar Mussalem Especialista em Dentística pela Faculdade de Odontologia da UERJ
Moreira, Rudá França Mestrando em Odontologia com ênfase em Dentística pela Faculdade de Odontologia da UERJ
Sauma, Simone Saad Técnica em Prótese com Especialização em Prótese Fixa e Bióloga
Monnerat, Antônio Fernando Professor Associado do Dep. Dentística da Faculdade de Odontologia da UERJ
apresentavam cor inicial 2M3 e, após esse pro• Escala de Cor 3D Master (Vita, Alemanha)
cedimento, a cor final obtida foi 1M1 (Fig. B).
• Peróxido de carbamida a 16% Total Blanc 16
Realizou-se enceramento aditivo e, através des-
(Nova DFL, Brasil)
incisais e axiais, além de provisórios em resina
• Turbina de alta rotação (Kavo, Brasil)
acrílica unidos em pares (13-12, 11-21 e 22-23).
• Fotopolimerizador Coltolux (Coltene, Suíça)
As restaurações em resina direta foram comple-
• Fio retrator 000 e 0 Ultrapack (Ultradent,
tamente removidas (Fig. C), para as cerâmicas
EUA) • Silicone de adição Futura (Nova DFL, Brasil) – Putty e base leve EUA) • Pastilhas IPS e-max Press cor LT A1 (Ivoclar Vivadent, Liechtenstein) • Kit de cimentação de facetas e cimento de prova Clearfil Esthetic (Kuraray, Japão)
v.2, n.3, 2013
te, foram confeccionados guias de desgastes
• Kit de brocas para faceta (Komet, Alemanha)
• Ácido fosfórico a 35% Ultra-Etch (Ultradent,
54 55
rante 20 dias por 4 horas diárias. Os elementos
não apoiarem em resina e a adesão ser realizada em esmalte.
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DICAS DE PERIODONTIA
Por que é importante? Tradicionalmente, a maioria dos casos de perio-
de bucal, como a mucosa oral, língua, bolsas pe-
dontite crônica é tratada por meio da remoção
riodontais, todas as superfícies intraorais duras
mecânica do biofilme dental e alisamento das
e as tonsilas, gerando a translocação bacteriana
superfícies radiculares retentivas. Embora sua
entre essas áreas bucais.4-6
comprovada eficácia terapêutica, tal modalida-
Devido a tal possibilidade de translocação bacte-
de de tratamento consome muito tempo clínico,
riana, a desinfecção total da cavidade bucal pode
pois exige várias sessões por quadrante para a
ser considerada uma opção de tratamento nos
desinfecção, demanda uma habilidade apurada
casos de periodontite crônica, especialmente
e dedicação do operador, além de gerar descon-
as severas, pois envolve não só o debridamento
forto para o paciente.1 Uma alternativa a esse
mecânico das superfícies retentivas como tam-
Doutor em Odontologia, área de Periodontia - UnG
procedimento é a terapia full-mouth, cuja tradu-
bém a aplicação adjunta de clorexidina em todos
Professor Titular de Periodontia e Implantodontia na Faculdade de Odontologia, Escola São Francisco de Assis (ESFA), em Santa Teresa-ES
ção livre significa desinfecção total da cavidade
os nichos bacterianos.6
Terapia full-mouth para periodontite crônica Chiarelli, Fábio Matos
Coordenador do Curso de Especialização em Periodontia da São Leopoldo Mandic – Unidade Vila Velha-ES
bucal, que trata os quatro quadrantes bucais em apenas uma única etapa.
O que é necessário?
A terapia full-mouth permite erradicar ou dimi-
ffchiarelli@uol.com.br
Mello Dias, Eduardo Cláudio Lopes de Chaves Doutorando em Implantodontia pela São Leopoldo Mandic, Mestre e Especialista em Implantologia Oral / UNIGRANRIO Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia da São Leopoldo Mandic – Unidade Vila Velha-ES Coodenador do Grupo de Estudos Avançados e Treinamento em Implantodontia - GEATI
58 59
1,2
v.2, n.3, 2013
nuir os reservatórios bacterianos bucais – não
• Solução para anestesia local
atingidos pela terapia convencional –, que po-
• Curetas periodontais universais e do tipo Gra-
deriam impedir o reparo ou iniciarem a doença
cey e mini-Gracey e/ou pontas ultrassônicas
periodontal ou a progressão da doença perio-
para raspagem e alisamento radicular (RAR)
dontal.3,4 Os periodontopatógenos desses reser-
• Soro fisiológico
vatórios, principalmente Prevetolla intermedia,
• Escova dental extramacia
Prevotella nigrescens, Streptococcus constella-
• Raspadores de língua
tus, Tannerella forsythensis, Porphyroma gingi-
• Gel de clorexidina a 1%
valis, Treponema denticola e P. melaninogenica,
• Solução de colutório de clorexidina a 0,12%
poderiam colonizar diferentes regiões da cavida-
• Spray de clorexidina a 0,2%
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DICAS DE BIÓPSIA
Biópsia excisional e incisional de tecidos moles superficiais na cavidade bucal
Por que é importante? Lesões da cavidade bucal ou perioral devem ser
(a) a biópsia incisional de lesões vasculares, por
identificadas e caracterizadas de forma adequa-
razões óbvias e, principalmente, (b) quando as
da, de modo que a terapia específica possa ser
condições clínicas do paciente não permitam a
empregada para eliminar ou controlar doença ou
realização do procedimento, tal como imunossu-
condição. O diagnóstico precoce das lesões im-
pressão grave evidenciada por quadro de leuco-
plica maiores chances de cura, menor morbidade
penia em hemograma.
1,2
e sequelas de tratamento, e tais implicações podem, ainda, ter impacto direto sobre a qualidade
O que é necessário?
de vida do paciente. A biópsia é um exame com3
plementar de elucidação diagnóstica no qual um
Sendo a biópsia um procedimento invasivo,
fragmento de tecido vivo é removido para estudo
fazem-se necessários o respeito e o conheci-
macroscópico e microscópico através de peque-
mento dos princípios cirúrgicos que incluem a
no procedimento cirúrgico.2,4,5 Entre outras pos-
avaliação pré-operatória extensiva da condição
sibilidades de classificação, a biópsia pode ser descrita como excisional, quando toda a lesão é removida (granuloma piogênico; Caso 1; Fig. A-H)
Bortoluzzi, Marcelo Carlos Doutor em Estomatopatologia
e incisional, quando somente parte da lesão é removida2,4 (carcinoma de células escamosas; Caso 2; Fig. I-K).
mbortoluzzi@gmail.com
As indicações para a realização de biópsias incluem:2,4,6 (a) qualquer condição patológica persistente que
Campagnoli, Eduardo Bauml Doutor em Estomatopatologia
não possa ser diagnosticada clinicamente; (b) qualquer lesão que aparente possuir características pré-malignas ou malignas; (c) confirmação da suspeita do diagnóstico clíni-
cas; a biossegurança e a técnica cirúrgica propriamente dita (incisões, hemostasia e manuseio do tecido).2,7 • Carpule e anestésico local contendo, preferencialmente, adrenalina como vasoconstritor na concentração de 1:100.000 • Cabo de bisturi e lâmina no 15 ou 11 • Afastadores cirúrgicos • Pinça anatômica e Adson com e sem dente • Pinça hemostática curva e reta • Cuba cirúrgica, soro fisiológico, seringa Luer-Lock descartável e gaze estéril • Porta-agulhas e fio de sutura agulhado
(d) qualquer lesão que não responda ao trata-
• Frasco contendo formol a 10% (geralmente
mento clínico de rotina, tal como terapia antibi-
obtido gratuitamente em laboratórios de pa-
ótica ou tratamento endodôntico após período
tologia médica ou odontológica), para envio da
razoável de observação clínica; e
peça cirúrgica ao exame histopatológico
ocupação para o paciente. As contraindicações2,4,6 são relativas e incluem
v.2, n.3, 2013
manejo e da prevenção das emergências médi-
co;
(e) qualquer lesão que seja fonte de extrema pre-
62 63
de saúde geral do paciente; o conhecimento do
francislima ecolaboradores • 368 páginas • Papel couché, com alto padrão de impressão • Formato 21 x 28 cm • Capa dura • 10 capítulos, com casos ilustrados e comentados
SUMÁRIO 1. Bases Biológicas Voltadas para a Reabilitação Oral 2. Fundamentação do Funcionamento do Aparelho Estomatognático 3. Planejamento Multidisciplinar Integrado 4. Preparos Dentários - Coroas Totais 5. Coroas Provisórias - Otimizando a Restauração Final - do Mais Simples ao Mais Sofisticado 6. Moldagem em Prótese Parcial Fixa Convencional - Coroas Totais 7. Cerâmicas Odontológicas 8. Obtenção de Modelos de Trabalho - Troquelização 9. Registros Intermaxilares - Articulação dos Modelos 10. Implantes Ósseo-Integrados no Contexto da Reabilitação Oral
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Coluna Julio Cesar Joly
Mestre e Doutor em Clínica Odontológica na Área de Periodontia pela FOP-Unicamp, Piracicaba-SP joly@implanteperio.com.br
GAPS: fechando espaços
Há poucos anos, a discussão sobre materiais
mo biomaterial que ofereceríamos aos nossos
odontológicos limitava-se exclusivamente ao
pais e filhos. Não parece razoável que pensemos
entendimento das propriedades e característi-
de outra forma, atraídos por catálogos distribuí-
cas dos principais materiais restauradores, en-
dos por representantes comerciais ou pela eco-
tretanto o cenário atual é bem mais abrangente,
nomia ilusória de alguns centavos.
diante de um capítulo absolutamente fascinante
Se considerarmos a importância dos biomate-
relacionado aos biomateriais.
riais no cenário odontológico dos anos vindou-
Os avanços a passos largos da Engenharia Te-
ros, devemos refletir sobre o melhor modelo cur-
cidual direciona para grandes investimentos em
ricular para a discussão desse tema. Tratá-lo de
pesquisas científicas nessa área. O número de
forma superficial em disciplinas clínicas limitará
publicações (básicas e aplicadas) em diferentes
o entendimento crítico das bases biológicas e
modelos experimentais chega a impressionar.
também dificultará a percepção das suas apli-
Certamente estamos diante da “ponta de um no-
cações. Por exemplo, determinado substituto
velo” que está mudando - e mudará muito mais
ósseo pode ser bem indicado para diferentes
- os rumos de todas as ciências biológicas.
procedimentos relacionados a diferentes áreas
Há uma gama infindável de biomateriais à dis-
clínicas. Talvez devêssemos centralizar a dis-
posição no mercado odontológico: substitutos
cussão numa disciplina básica, não necessaria-
ósseos, barreiras biológicas, implantes, modu-
mente envolvendo a criação de uma nova disci-
ladores biológicos, fatores de crescimento, etc.,
plina, desde que apostássemos na repaginação
capazes de proporcionar benefícios clínicos
da disciplina de matérias odontológicos. Quem
inestimáveis. Indicá-los apropriadamente repre-
sabe, em breve, não estejamos surfando na onda
senta um desafio, dependente do entendimento
das restaurações biológicas!
das características anatômicas dos defeitos teciduais. No entanto, o grande dilema é selecioná-los com segurança a partir de sólidas evidências científicas. Se, por um lado, existem companhias consolidadas que investem responsavelmente no desenvolvimento e na experimentação de seus produtos, por outro, nos defrontamos com “fabriquetas de fundo de quintal” que se aventu-
Materiais Dentários: uma nova oportunidade para a “disciplina” que é a base da odontologia 68 69
v.2, n.3, 2013
ram a distribuir produtos biológicos sem testá-los com a devida seriedade. E, o pior, nos induzem, mesmo que não percebamos, à utilização desses produtos em nossos diletos pacientes. Será que isso é ético? Devemos comungar do seguinte raciocínio: oferecer ao paciente o mes-
Há alguns anos instituições de ensino e órgãos
CAD-CAM vão necessitar de novos materiais de-
governamentais que regem a educação têm dis-
senvolvidos exclusivamente para tais sistemas.
cutido se há a real necessidade de a disciplina de
Necessitaremos de materiais para modelos fre-
materiais dentários continuar a “existir”.
sados, resinas e cerâmicas, entre tantas outras
A discussão é que o conteúdo ensinado e pes-
novas classificações, que surgirão e que preci-
quisado nessa disciplina poderia ser distribuído
sarão de pesquisadores na área, que é uma das
entre prótese e dentística, por exemplo.
bases da odontologia, fazendo dela uma ciência
Quando estava na graduação, anos atrás, me
de muitas faces.
lembro dos professores ensinando sobre ci-
Por isso, gostaria de usar esta coluna para pedir
Oswaldo Scopin de Andrade
mento de silicato, verniz cavitário, mercaptana
às entidades de classe, instituições educacio-
Mestre e Doutor em Prótese pela Unicamp
e alguns outros materiais “out of date”. Hoje a
nais, órgãos governamentais que NÃO eliminem
Pós-Graduação em Prótese e Oclusão pela New York University – College of Dentistry
disciplina ensina adesivos dentinários, cimentos
essa área! O desmembramento dela dentro de
Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu em Nível de Especialização em Implantodontia e Odontologia Estética do Centro Universitário Senac – São Paulo-SP
autoadesivos, zircônia e tantos outros que ain-
outras talvez seja um erro irreparável, pois cor-
da não existiam. Sim, a disciplina evoluiu... por
remos o risco de criar uma lacuna de inovação
essa razão não precisam “matá-la”! De dentro
tecnológica, podendo limitar talentosos pesqui-
dos departamentos que englobam essa área ou
sadores. Na minha visão, o foco das áreas clíni-
disciplina (dependendo da instituição) saíram
cas é a correlação dos materiais com a unidade
grandes pesquisadores, que ajudaram profis-
biológica em termos de técnica de aplicação
sionais da prótese, dentística, odontopediatria e
e avaliação de longevidade, porém toda a base
ortodontia a ser GRANDES. E sobre periodontia e
vem das pesquisas em “materiais dentários”.
osda@terra.com.br
implante? Aí está o futuro, no meu ver. Também com o advento da ósseo-integração e das técnicas de enxertos teciduais, os novos BIOMATERIAIS precisam receber o mesmo tipo de adequação que temos dado para respeitar a evolução dos materiais em prótese e dentística. Sem falar nos novos materiais para sistemas CAD-CAM. Vejo o pesquisador do futuro na área de materiais dentários trabalhando em novas superfícies de implantes com ligas cada vez menos susceptíveis a fratura, biomateriais para regeneração óssea e tecidual, fios de suturas com melhores propriedades, entre outras tantas variações de pesquisa e desenvolvimento. Em relação aos sistemas CAD-CAM, uma nova frente está se abrindo, já que a maioria, a GRANDE MAIORIA, dos materiais hoje fresados nessas unidades robóticas, de design e manufatura não foi feita para estas, e sim adaptada. Os sistemas
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS Please, read the Instructions for Authors at the website www.revistaclinica.com.br A revista DICAS – Revista Brasileira de Dicas em Odontologia é dirigida à classe odontológica e a profissionais de áreas afins. Destina-se à publicação de dicas clínicas em diversas áreas da Odontologia, com periodicidade trimestral. As normas, principalmente na parte de referência da revista, estão baseadas no Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Biomedical Publication, do International Committee of Medical Journal Editors (Grupo de Vancouver). N Engl J Med. 1997;336:309-16. Essas normas foram atualizadas em outubro de 2004 e estão descritas no website http://www.icmje.org. NORMAS GERAIS 1) Os manuscritos enviados para publicação deverão ser inéditos, não sendo permitida a sua apresentação simultânea a outros periódicos. Caso não sejam seguidas as normas da revista, o manuscrito será devolvido para as devidas adaptações. A revista Dicas reserva-se todos os direitos autorais do trabalho publicado, inclusive de versão e tradução, permitindo-se a sua posterior reprodução como transcrição, com a devida citação da fonte. 2) A revista Dicas reserva-se o direito de subme70 71
v.2, n.3, 2013
ter todos os manuscritos à avaliação da Comis-
11) Manuscritos que envolvam pesquisa ou rela-
são Editorial, que decidirá pela aceitação ou não
to de experiência com seres humanos deverão
deles. No caso de aceitação, esta está sujeita às
estar de acordo com a Resolução n. 196/96 do
eventuais modificações solicitadas pelo Corpo
Conselho Nacional de Saúde, ou com o constan-
Editorial.
te na Declaração de Helsinki (1975 e revisada em
3) Manuscritos não aceitos para publicação se-
1983), devendo ter o consentimento por escrito
rão devolvidos com a devida notificação e, quan-
do paciente e a aprovação da Comissão de Éti-
do solicitada, com a justificativa. Os manuscritos
ca da Unidade (Instituição) em que o trabalho foi
aceitos não serão devolvidos.
realizado. Quando for material ilustrativo, o pa-
4) Os prazos fixados para a eventual modifica-
ciente não deverá ser identificado, inclusive não
ção do manuscrito serão informados e deverão
devendo aparecer nomes ou iniciais. Para expe-
ser rigorosamente respeitados. A sua não ob-
rimentos com animais, deverão ser seguidos os
servação acarretará no cancelamento da publi-
guias da Instituição dos Conselhos Nacionais de
cação do manuscrito.
Pesquisa sobre uso e cuidados dos animais de
5) Os conceitos emitidos nos artigos publicados
laboratório.
bem como a exatidão das citações bibliográficas
12) Manuscritos deverão estar acompanha-
serão de responsabilidade exclusiva dos auto-
dos das Declarações de Responsabilidade e de
res, não refletindo necessariamente a opinião do
Transferência de Direitos Autorais, assinadas
Corpo Editorial.
pelos autores.
6) Os manuscritos deverão estar organizados
13) A revista Dicas compromete-se a enviar ao
sem numeração progressiva dos títulos e subtí-
endereço de correspondência do autor, a título de
tulos, que devem diferenciar-se pelo tamanho da
doação, um exemplar da edição em que o seu tra-
fonte utilizada.
balho foi publicado. Separatas e artigos em PDF
7) As datas de recebimento e de aceitação do
são oferecidos a preço de mercado. Para mais
manuscrito constarão no final dele, no momento
informações, consulte www.editoraponto.com.br
da sua publicação. 8) A revista Dicas receberá para publicação ma-
CLASSIFICAÇÃO DOS MANUSCRITOS
nuscritos redigidos em português, inglês ou es-
Os manuscritos devem ser submetidos somen-
panhol, entretanto os artigos em língua estran-
te no formato de Dicas.
geira serão publicados em português.
Cada revista contará com artigos no formato de
9) No processo de avaliação dos manuscritos,
dicas, que serão divididas nas diversas áreas da
os nomes dos autores permanecerão em sigilo
Odontologia e temas afins.
para os avaliadores, e os nomes destes perma-
Apenas na primeira página (folha de rosto) deve
necerão em sigilo para aqueles. Os manuscritos
conter: para qual área a dica está sendo subme-
serão avaliados por pares (duas pessoas) entre
tida; título em português e em inglês (máximo de
os consultores do Corpo Editorial.
12 palavras); descritores e keywords (no máximo
10) Recomenda-se aos autores que mantenham
4); nomes, titulações e filiações institucionais
em seus arquivos cópia integral dos originais,
dos autores; endereço completo e email do autor
para o caso de extravio deles.
principal.
Na segunda página, deve conter o título da dica
Alegre: EDIPURS; 1998. p. 66-73.
Fitzpatrick KC. Regulatory issues related to
em português e em inglês e, na sequência, devem
Sem indicação de autoria
functional foods and natural health products in
ser respondidas as seguintes questões: “Por que
Council on Drugs. List no. 52. New names. JAMA.
Canada: possible implications for manufacturers
a dica é importante?”, “O que é necessário para
1966 Jul 18;197(3):210-1.
of conjugated linoleic acid. Am J Clin Nutr. 2004
realizar a dica?” e “Como fazer?” (Estas pergun-
Instituição como autor
Jun;79(6 Suppl):1217S-20S.
tas devem aparecer no corpo do texto.). O ma-
Conselho Nacional de Saúde(BR). Resolução
Artigo sem número e com volume
nuscrito deve conter também as conclusões ou
no 196/96, de 10 de outubro de 1996. Dispõe
Ostengo
considerações finais e as referências bibliográ-
sobre as diretrizes e normas regulamentares de
Hydroxylapatite beads as an experimental model
ficas (número máximo de 10). Além disso, pode
pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília: O
to study the adhesion of lactic acid bacteria from
conter desenhos esquemáticos, tabelas, gráfi-
Conselho; 1996.
the oral cavity to hard tissues. Methods Mol Biol.
cos, figuras com legendas (caso houver, número
Editor como autor
2004;268:447-52.
máximo de 15 ilustrações) e agradecimentos.
Murray JJ, editor. O uso correto de fluoretos na
Artigo sem número e sem volume
Mdel
C,
Elena
Nader-Macias
M.
saúde pública. São Paulo: Santos; 1992.
Browell DA, Lennard TW. Inmunologic status
REFERÊNCIAS
Trabalho em congresso
of the cancer patient and the effects of blood
As referências (estilo de Vancouver) deverão
Lorenzetti J. A saúde no Brasil na década de 80
transfusion on antitumor responses. Curr Opin
ser numeradas consecutivamente, na ordem em
e perspectivas para os anos 90. In: Mendes NTC,
Gen Surg. 1993:325-33.
que aparecem no texto, na forma de números
coordenadora. Anais do 41º Congresso Brasileiro
Artigo indicado conforme o caso
sobrescritos, excluindo-se, por conseguinte, o
de Enfermagem; 1989 Set 2-7; Florianópolis, Brasil.
Collins JG, Kirtland BC. Experimental periodontics
nome do autor no texto. Todos os autores cita-
Florianópolis: ABEn-Seção SC; 1989. p. 92-5.
retards hamster fetal growth [abstract]. J Dent
dos no texto, nas tabelas e nas figuras deverão
Dissertação e tese
Res. 1995;74:158.
constar nas referências, e vice-versa, conforme
Tavares R. Avaliação da resistência de fundações
Artigo de jornal
a numeração progressiva deles no texto.
de amalgama, através da tração de coroas totais
Tynan T. Medical improvements lower homicide
metálicas
(SC):
rate:study sees drop in assault rate. The
EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS
Programa de Pós-Graduação em Odontologia/
Washington Post. 2002 Aug 12; Sect. A:2 (col.4).
De um a seis autores
UFSC; 1988.
Material eletrônico
Lodish H, Baltimore D, Berk A, Zipursky SL,
Documentos legais
Abood S. Quality improvement initiative in nursing
Matsudaira P, Darnell J. Molecular cell biology.
Brasil. Portaria no 569, de 1º de junho de 2000.
homes: the ANA acts in an advisory role. Am J
3rd ed. New York: Scientific American; 1995.
Institui o Programa de Humanização no Pré-
Nurs [serial on the Internet]. 2002 Jun [cited
Com mais de seis autores
natal e Nascimento. Diário Oficial da República
2002 Aug 12];102(6):[about 3 p.]. Available from:
Liebler M, Devigus A, Randall RC, Burke FJ, Pallesen
Federativa do Brasil, 8 jun 2000. Seção 1.
http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/
U, Cerutti A, et al. Ethics of esthetic dentistry.
Material não publicado
wawatch.htm.
Quintessence Int. 2004 Jun;35(6):456-65.
Tian D, Araki H, Stahl E, Bergelson J, Kreitman M.
Foley KM, Gelband H, editors. Improving palliative
Livro
Signature of balancing selection in Arabidopsis.
care for cancer [monograph on the Internet].
Marzola C. Técnica exodôntica. 3a ed. rev. ampl.
Proc Nath Acad Sci USA. In press; 2002.
Washington: National Academy Press; 2001
São Paulo: Pancast; 2001.
Artigo padrão
Capítulo de livro
Kidd
Soviero C, Garcia RS. Músculos da mímica
before restoration? Caries Res. 2004 May-
Anderson SC, Poulsen KB. Anderson’s electronic
facial. In: Oliveira MG, organizadora. Manual de
Jun;38(3):305-13.
atlas of hematology [CDROM]. Philadelphia:
anatomia da cabeça e do pescoço. 3a ed. Porto
Artigo com número e suplemento
Lippincott Willians & Wilkins; 2002.
EA.
[dissertação].
How
Florianópolis
[cited 2002 Jul 9]. Available from: http://www. ‘clean’
must
a
cavity
be
nap.edu/books/0309074029/html/.
OBSERVAÇÕES ADICIONAIS
ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=PubMed.
de slides, estes deverão vir em folhas de arquivo
A dica deve ser específica sobre determinado as-
Os descritores (palavras-chave identificando o
de slides, numerados, com as iniciais do primeiro
sunto, e o texto não deve ser muito abrangente e
conteúdo do manuscrito), no máximo 4, devem
autor e com o seu posicionamento (lado direito,
extenso. A primeira pergunta deve ser respondi-
ser escolhidos na lista de Descritores em Ciên-
esquerdo, superior e inferior) na moldura do sli-
da em 2 ou 3 parágrafos, realçando a importân-
cias da Saúde (DECS) elaborada pela Bireme e
de.
cia da dica para a Odontologia. Quando for uma
disponível na internet no website http://decs.
dica técnica ou clínica, a segunda pergunta deve
bvs.br, ou Index to Dental Literature, e/ou Medi-
APRESENTAÇÃO DOS MANUSCRITOS
ser respondida em formato de tópicos, contendo
cal Subject Headings (MeSH), do Index Medicus,
Os artigos submetidos à revista Dicas deverão
apenas os materiais necessários para realizá-la,
no website http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/
ser encaminhados em 3 cópias impressas, redi-
e a terceira pergunta deve ser respondida de for-
query.fcgi?db=mesh.
gidos de acordo com a gramática oficial e digita-
ma didática, podendo conter subtítulos, para ex-
Notas de rodapé serão indicadas por asteriscos,
dos na fonte Times New Roman, tamanho 12, em
plicar melhor como realizar cada etapa da dica.
mas devem ser evitadas ao máximo.
folhas de papel tamanho A4, com espaço duplo e
A referência comercial dos equipamentos, ins-
Deve-se evitar citar comunicação verbal; porém,
margem de 3 cm, em todos os lados, tinta preta e
trumentos e materiais citados deve ser com-
se necessário, mencionar o nome da pessoa e a
páginas numeradas no canto superior direito. O
posta respectivamente de modelo, marca e país
data de comunicação entre parênteses, no texto.
limite máximo para o tamanho do artigo será de
fabricante, separados por vírgula e entre parên-
Serão aceitas no máximo 15 ilustrações, incluin-
8 folhas (incluindo a folha de rosto). Deve-se en-
teses.
do figuras, desenhos esquemáticos, tabelas,
caminhar também cópia do documento utilizan-
Nas citações diretas e indiretas deverá ser uti-
gráficos e/ou quadros. As ilustrações (fotogra-
do-se o editor Word for Windows 2003 ou edi-
lizado o sistema numérico. Quando apresenta-
fias e desenhos) deverão ser designadas como
tores compatíveis, gravados em um CD ou DVD.
dos por pelo menos três números sequenciais,
figuras. Todas as figuras deverão ser fornecidas
Todos os artigos deverão ser registrados, prefe-
colocar hífen (ex.: 4, 5 e 6 fica
rencialmente por Sedex, e encaminhados a:
); quando dois
em slides originais ou digitais com boa resolução
apenas ou aleatórios, colocar vírgulas (ex.: 3,7,9 ou
(300 dpi). As figuras, tabelas, gráficos e quadros
7,8
); quando misto, aplicar as duas regras (ex.: 3,
deverão estar com as suas legendas e ser cita-
Revista Dicas
6, 7, 8 e 9 fica 3,6-9).
dos no texto e nas referências (quando extraídos
Rua Vila Kinczeski 23, Centro, Florianópolis,
As citações indiretas (texto baseado na obra de
de outra fonte). A Comissão Editorial reserva-se
CEP 88020-450
um autor) deverão ser apresentadas no texto
o direito de, em comum acordo com os autores,
sem aspas e com o número correspondente da
reduzir quando necessário o número de ilustra-
CHECKLIST
referência (autor) sobrescrito. Exemplo: Nossos
ções. A montagem das tabelas deverá seguir
Declarações de Responsabilidade e de Transfe-
resultados de resistência de união ao esmalte
as Normas Técnicas de Apresentação Tabular
rência de Direitos Autorais assinada por todos
estão de acordo com a literatura.12
(IBGE, 1979). Não se deve utilizar nas tabelas tra-
os autores.
As citações diretas (transcrição textual) deverão
ços internos verticais e horizontais. As tabelas e
Três cópias impressas incluindo figuras em pa-
ser apresentadas no texto entre aspas, indican-
os gráficos deverão ser fornecidos junto com o
pel cuchê.
do-se o número correspondente da referência
CD ou DVD do artigo, no formato digital gerado
CD ou DVD contendo todo o manuscrito.
e a página da citação, conforme exemplo: “Os
por programas como Word, Excel, Corel e com-
resultados deste trabalho mostraram que os ci-
patíveis. As fotografias deverão ser fornecidas
mentos [...]”.12:127
em slides originais ou digitais com boa resolu-
Os títulos das revistas devem ser abreviados
ção (300 dpi). É necessário também submeter
conforme consulta no Index to Dental Literature
3 cópias coloridas (6 fotografias por folha) im-
ou nos websites http://ibict.br e/ou http://www.
pressas em papel cuchê. No caso da submissão
72 v.2, n.3, 2013
4-6
“
“